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HU rev 2019 4511321 DOI 1034019198280472019v4516970 1 Candida auris patógeno fúngico emergente é detectado no Brasil Candida auris emerging fungal pathogen is detected in Brazil Francis Moreira Borges1 Thiago César Nascimento2 No dia 07 de dezembro de 2020 a Agência Na cional de Vigilância Sanitária Anvisa publicou o alerta de risco da identificação do primeiro possível caso po sitivo de Candida auris C auris no Brasil O fungo foi identificado em amostra de ponta de cateter de paciente do sexo masculino de 59 anos internado por complica ções da Covid19 em UTI adulto em um hospital do esta do da Bahia sendo confirmado pela técnica MALDITOF MS MatrixAssisted Laser Desorption Ionization Time ofLight Mass Sepctrometry no Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Moniz LacenBA e no Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Me dicina da Universidade de São Paulo HCFMUSP1 As análises fenotípicas para verificação do per fil de susceptibilidade da levedura às drogas antifún gicas e o sequenciamento genético da região ITS eou D1D2 do rDNA do microrganismo padrãoouro foram concluídos no dia 09 de dezembro de 2020 pelo Labo ratório Especial de Micologia da Escola Paulista de Me dicina LEMIUnifesp conforme publicado no Alerta de Risco GVIMSGGTESAnvisa nº 022020 confirmando laboratorialmente o primeiro caso de C auris no Brasil2 O teste de suscetibilidade aos antifúngicos foi realizado pela técnica de microdiluição em caldo de acor do com o protocolo do CLSI M27 Foram verificadas as concentrações inibitórias mínimas CIMs de 2mgL para fluconazol 05mgL para anfotericina B e 006 mgL para anidulafungina Os CIMs obtidos para fluconazol e anfotericina B são menores que os classicamente repor tados para a espécie2 Porém em caso de suspeita de infecção invasiva por C auris equinocandinas devem ser consideradas a primeira opção terapêutica3 A levedura C auris é uma nova espécie de candida descrita pela primeira vez em 2009 no Japão isolada do conduto auditivo de um paciente Tem sido isolada de diversos sítios anatômicos de pacientes de países da Europa América do Norte América do Sul Ásia África e Oceania Infecção e colonização é descri ta principalmente em pacientes críticos internados em unidades de terapia intensiva UTIs incluindo adultos e crianças Tem a capacidade de colonizar nos pacientes e permanecer em superfícies como paredes e leitos hos pitalares o que facilita a sua disseminação no ambiente hospitalar3 C auris é causadora de infecções hematogêni cas e outras infecções invasivas principalmente em pa cientes com comorbidades e imunossupressão devido a dificuldade de identificação pelos métodos de rotina empregados nos laboratórios de análises clínicas e pode causar surtos de infecções relacionadas a assistência à saúde Iras principalmente no ambiente hospitalar3 Considerada um fungo emergente que repre senta uma séria ameaça a saúde pública pois é multir resistente às drogas antifúngicas incluindo a classe dos azóis derivados poliênicos e equinocandinas a C auris pode permanecer viável por longos períodos no ambien te semanas ou meses e apresenta resistência a diver sos desinfetantes entre os quais os que são à base de quartenário de amônio Além disso sua identificação é dificultada pois não existem técnicas laboratoriais de rotina capazes de identificála3 Em outubro de 2016 a Organização PanAme ricana da SaúdeOrganização Mundial da Saúde Opas OMS publicou um alerta epidemiológico em função dos relatos de surtos de C auris em serviços de saúde da América Latina recomendando aos Estadosmembros a adoção de medidas de prevenção e controle de surtos decorrentes deste patógeno4 Em 14 de março de 2017 a Anvisa publicou o Comunicado de Risco nº 012017 GVIMSGGTES Anvisa contendo orientações para a vigilância labora torial encaminhamento de isolados para laboratórios de referência e as medidas de prevenção e controle de Iras pela C auris Além disso esse documento definiu a Rede Nacional para identificação de C auris em serviços de saúde que analisa amostras suspeitas que são enca minhadas pelos estados4 Prakash et al5 descreveram a identificação mo lecular de cinco isolados de um hospital brasileiro em no vembro de 2015 os quais apresentaram altas CIMs para todos aos antifúngicos testados fluconazol voriconazol anfotericina B e caspofungina Entretanto somente em março de 2017 a Anvisa publicou o comunicado de risco de relatos de surtos de C auris em serviços de saúde na América Latina com as recomendações para triagem e encaminhamento de amostras suspeitas para centro de referências para identificação Então somente a partir de 2017 os serviços de saúde no Brasil começaram a realizar a triagem de amostras suspeitas A dificuldade na detecção e identificação dessa nova levedura emergente se deve ao fato das técnicas micológicas clássicas de cultivo e identificação bioquími EDITORIAL HU Rev 2021 4712 DOI 1034019198280472021v4733055 HU rev 2019 4511321 DOI 1034019198280472019v4516970 Pinhati et al Health literacy and blood pressure control 2 ca das leveduras não permitirem a diferenciação da C auris de outras leveduras Também pode ser confundida com outras leveduras como Candida haemulonii Candi da famata Candida sake Candida catenulata Candida lusitaniaeCandida guilliermondii sistema automatizado Microscan Saccharomyces cerevisiae e Rhodotorula glutinis sistema automatizado API2034 Portanto atualmente a identificação de C au ris deve ser realizada através de técnicas moleculares de MALDITOF MS ou sequenciamento O comunicado de risco da Anvisa determina provas de triagem para identificação presuntiva da C auris em laboratórios que não possuem as metodologias moleculares para iden tificação Em caso positivo nas provas de triagem os isolados devem ser reservados para posterior análise e a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar CCIH do serviço de saúde de origem deve ser imediatamente informada da suspeita de infecção por C auris A CCIH deve entrar em contato com a Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar CECIH para solicitar autorização de encaminhamento do isolado para o La boratório Central Lacen do estado para identificação molecular4 Das et al6 em novembro de 2020 descreve ram um meio seletivo para isolamento de C auris O meio YPD Yeast Peptone Dextrose suplementado com 125 de cloreto de sódio e 9mM de sulfato ferroso que apresentou 100 de especificidade e sensibilidade no isolamento seletivo da levedura após incubação a 42ºC por 72h A maioria das linhagens 95 apresentou crescimento após 48h de incubação à 42ºC O meio é de baixo custo e fácil preparação surgindo como uma alternativa viável para detecção do fungo na rotina dos laboratórios de microbiologia Devido à dificuldade no diagnóstico e à carac terística de multirresistência e virulência de C auris é necessário um incremento na vigilância laboratorial para detecção dessa nova levedura em todos os serviços de saúde do país reforçar as medidas gerais de prevenção e controle de IRAS e em caso de suspeita ou confirma ção de C auris adotar imediatamente as medidas de prevenção e controle previstas no Comunicado de Risco nº 012017 GVIMSGGTESAnvisa Relatos de sur tos de Candida auris em serviços de saúde da América Latina4 REFERÊNCIAS 1 Agência Nacional de Vigilância Sanitária BR Brasil Aler ta de Risco GVIMSGGTESAnvisa nº 012020 Identificação de possível caso de Candida auris no Brasil 07 de dezembro de 2020 acesso em 07 dez 2020 Disponível em https wwwgovbranvisaptbrassuntosnoticiasanvisa2020iden tificacaodepossivelcasodecandidaaurisnobrasilALERTA 012020CANDIDAAURIS071220202pdf 2 Agência Nacional de Vigilância Sanitária BR Brasil Alerta de Risco GVIMSGGTESAnvisa no 022020 Confirmação de caso de Candida auris no Brasil 09 de dezembro de 2020 acesso em 07 dez 2020 Disponível em httpswwwgovbranvisa ptbrcentraisdeconteudopublicacoesservicosdesaudecomu nicadosderisco1alerta022020candidaauris09122020 pdf 3 JefferySmith A Taori SK Schelenz S Jeffery K Johnson EM Borman A et al Candida auris a review of the literature Clinical microbiology reviews 2018 311 doi 101128CMR00029 17 4 Agência Nacional de Vigilância Sanitária BR Brasil Comu nicado de Risco Nº 012017 GVIMSGGTESAnvisa Relatos de surtos de Candida auris em serviços de saúde da América Lati na 14 de março de 2017 acesso em 07 dez 2020 Disponível em httpswww20anvisagovbrsegurancadopacienteindex phpalertasitemcomunicadoderisco012017candidaauris 5 Prakash A Sharma C Singh A Singh PK Kumar A Hagen F et al Evidence of genotypic diversity among Candida auris isolates by multilocus sequence typing matrixassisted laser desorption ionization timeofflight mass spectrometry and am plified fragment length polymorphism Clinical Microbiology and Infection 2016 223277e1 6 Das S Singh S Tawde Y Chakrabarti A Shankarnarayan SA Rudramurthy SM et al A selective medium for isolation and de tection of Candida auris an emerging pathogen Journal of Cli nical Microbiology 2020 doi101128JCM0032620 Francis Moreira Borges R José Lourenço Kelmer sn São Pedro Juiz de Fora Minas Gerais CEP 36036900 8 francismborgesgmailcom 1Departamento de Parasitologia Microbiologia e Imunologia Instituto de Ciências Biológicas Universidade Federal de Juiz de Fora Brasil 2Departamento de Enfermagem Básica Faculdade de Enfermagem Universidade Federal de Juiz de Fora Brasil HU Rev 2021 4712 DOI 1034019198280472021v4733055 SITEMA DE ENSINO INVICTUS INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE TÉCNICO EM ENFERMAGEM LAIS LEITE LOPES FUNGO CANDIDA AURIS INCIDÊNCIA DE CASOS ESTUDADOS NO BRASIL E NO MUNDO CIDADE SIGLA ESTADO 2023 LAIS LEITE LOPES FUNGO CANDIDA AURIS INCIDÊNCIA DE CASOS ESTUDADOS NO BRASIL E NO MUNDO Trabalho apresentado à Disciplina de Microbiologia do Sistema de Ensino Invictos como requisito para obtenção de nota sob orientação do a Profº CIDADE SIGLA ESTADO 2023 RESUMO O texto publicado por Borges e Nascimento destaca a detecção do patógeno fúngico emergente Candida auris no Brasil o estudo aborda a importância da vigilância e do monitoramento constante da disseminação desse microrganismo Os autores ressaltam que apesar de sua identificação recente Candida auris tem sido amplamente relatada em diversos países evidenciando sua capacidade de causar infecções graves especialmente em pacientes imunocomprometidos e em unidades de terapia intensiva Segundo o texto as características desse fungo como a resistência a múltiplas classes de antifúngicos e sua habilidade de persistir em ambientes hospitalares contribuem para sua alta morbidade e mortalidade Além disso a dificuldade de diagnóstico precoce e os desafios terapêuticos associados ao tratamento de infecções por Candida auris intensificam a necessidade de medidas de controle eficazes É interessante notar que a pesquisa apresentada no artigo revela a importância da implementação de estratégias de prevenção como a adesão rigorosa às medidas de higiene e desinfecção para minimizar a disseminação do fungo em ambientes hospitalares Outro aspecto relevante destacado pelos autores é a necessidade de estudos adicionais que investiguem a epidemiologia e a resistência antifúngica de Candida auris no Brasil com o intuito de fornecer informações atualizadas e embasadas para o manejo clínico adequado de pacientes infectados O texto ressalta a importância da vigilância contínua e do monitoramento da disseminação do fungo Candida auris no Brasil a resistência a múltiplos antifúngicos a persistência em ambientes hospitalares e os desafios terapêuticos associados às infecções causadas por esse patógeno exigem medidas de controle eficazes A implementação de estratégias de prevenção como medidas de higiene e desinfecção rigorosas é fundamental para minimizar a disseminação do fungo em ambientes hospitalares Além disso são necessários estudos adicionais para investigar a epidemiologia e a resistência antifúngica de Candida auris no Brasil a fim de fornecer informações atualizadas para o manejo clínico adequado de pacientes infectados