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Contabilidade Empresarial
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92 Unidade II Unidade II 5 ANÁLISE CUSTOVOLUMELUCRO Vamos conhecer nesta unidade o que vem a ser custovolumelucro CVL verificar os conceitos as utilidades e as diferenças dos diversos pontos de equilíbrio Contábil contabilmente não há nem lucro nem prejuízo Econômico economicamente há resultado suficiente para remunerar o capital investido e Financeiro a empresa consegue financeiramente cobrir seus gastos Seremos capazes de compreender como as alterações dos custos ou das despesas sejam eles variáveis sejam fixos mudam o ponto de equilíbrio de uma empresa Veremos que a análise de CVL é uma ferramenta que permite estudar o interrelacionamento entre custos da empresa volume de produção ou o nível das receitas para medir a influência no lucro da companhia e como este conceito é importante para tomada de decisão em curto prazo e que algumas de suas vantagens incidem sobre planejamento e controle Quando fazemos um orçamento pessoal levamos em consideração de um lado nosso salário de outro nossas despesas No fim do mês comparamos o que gastamos com o que recebemos Quando nosso salário é igual aos nossos gastos podemos dizer que o resultado é zero isso porque não sobra nada para aplicarmos em uma poupança por exemplo mas também não ficamos devendo a conta do supermercado Nesta situação é possível dizer que atingimos determinado equilíbrio financeiro Todavia pode ocorrer o contrário então temos mais duas possibilidades Nosso salário é maior que nossos gastos de forma que temos uma sobra para investir ou poupar Nosso salário é menor que nossos gastos ou seja não temos dinheiro para arcar com todas nossas contas então vamos acabar devendo em algum lugar Em qualquer um destes cenários às vezes de forma inconsciente nós comparamos o que temos de salário com o que gastamos e quando a situação é negativa podemos nos questionar quanto precisamos ganhar de salário para arcar no mínimo com todos nossos gastos ou para que haja uma sobra Objetivos de aprendizagem Conhecer os conceitos e ferramentas para controle de CVL 93 CUSTOS E PREÇOS Estudar o interrelacionamento entre custos receitas e lucros Conhecer as formas de maximização dos lucros Pontos de equilíbrio contábil financeiro e econômico seus conceitos e utilidades 51 Introdução Tradicionalmente a análise custovolumelucro CVL tem corroborado para a melhor apresentação dos resultados dos impactos da estrutura de custos fixos bem como da possibilidade de avaliação de desempenho de projetos e empreendimentos mais corretos produtos linhas e segmentos Entretanto antes de iniciarmos esta discussão devemos relembrar que na análise do ponto de equilíbrio os custos são considerados em relação à quantidade vendida e não em virtude de custos incorridos na empresa em um determinado período Conforme Mowen e Hansen 2001 p 608 Faz sentido o fato de o estoque não ter impacto na análise do ponto de equilíbrio A análise do equilíbrio é uma técnica de tomada de decisão a curto prazo portanto estamos tentando cobrir todos os custos de um período de tempo específico O estoque incorpora os custos de um período anterior e não é considerado Eles consideram que somente os custos relacionados às quantidades vendidas sejam ativados e os demais fiquem desativados para serem lançados em um próximo intervalo relevante de análise 52 Comportamento dos custos fixos variáveis e receita de venda A análise de CVL parte do conceito da MC já explanado anteriormente que procura evidenciar a potencialidade ou a rentabilidade de um produto ou serviço de forma a absorver todos os gastos fixos da empresa custos e despesas Tais custos e despesas fixos podem gerar uma série de distorções no valor do estoque ou do custo do produto vendido pois eles não variam de acordo com a produção mas são por ela afetados Por conta disso o conceito de MC aloca apenas os custos variáveis às mercadorias Temos na sequência o comportamento dos custos fixos através de um exemplo A empresa Soneca produz travesseiros e por meio dos levantamentos da contabilidade de custos sabe que possui um total de custos fixos de R 20000 mensais os custos variáveis são de R 800 e a unidade e o preço de venda unitário é R 2000 conforme tabela a seguir 94 Unidade II Tabela 65 Lista de gastos da Soneca Custos fixos R 2000000 Custos variáveis R 800un Preço de venda R 20un Se a Soneca produzir por exemplo 1000 unidades seus custos fixos serão de R 2000000 mensais se ela fabricar 500 unidades também a mesma coisa se não manufaturar em determinado período Percebese que independentemente da fabricação de 0 a 1000 unidades por exemplo os gastos fixos totais da Soneca não se modificarão Observação É importante considerar que mesmo os gastos fixos podem sofrer alterações de valor seja em razão do tempo seja por alterações na capacidade produtiva da empresa para mais ou para menos Contudo tal aspecto não os descaracteriza como fixos Por outro lado os custos variáveis possuem comportamento diferente Eles se alternam conforme a produção ou seja quanto mais se produzir mais será consumido No caso da Soneca vamos imaginar a produção de 0 100 500 e 1200 unidades O desempenho dos custos variáveis seria Tabela 66 Comportamento dos custos variáveis Unidades produzidas e vendidas Custo variável total 0 un R 0 100 un R 800 500 un R 4000 1200 un R 9600 Diferentemente dos custos fixos os variáveis aumentam de modo proporcional em relação à quantidade de itens produzidos e vendidos Dessa forma o custo total da Soneca é formado pela soma dos custos fixos mais custos variáveis Seguindo as quantias vendidas e fabricadas estabelecidas anteriormente teríamos 95 CUSTOS E PREÇOS Tabela 67 Custos totais da Soneca Unidades produzidas e vendidas Custo variável total Custo fixo Total 0 un R 0 R 20000 R 20000 100 un R 800 R 20000 R 20800 500 un R 4000 R 20000 R 24000 1200 un R 9600 R 20000 R 29600 Graficamente o comportamento dos custos totais da Soneca é Custos Fixos Variáveis Volume de atividade Figura 13 Comportamento do custo total Lembrete Diferentemente dos custos fixos os variáveis aumentam de modo proporcional em relação à quantidade de itens produzidos e vendidos 53 Conceito de ponto de equilíbrio O ponto de equilíbrio representa o valor em quantidades produzidas e vendidas em que as receitas totais se igualam aos custos e despesas totais fixos e variáveis Daí vem a terminologia equilíbrio ou seja quando a empresa equilibra suas receitas com seus custos e despesas Ele também é conhecido por ponto de ruptura breakeven point nasce do encontro entre os custos e as despesas totais fixos e variáveis com as receitas totais Nessa situação o lucro é igual a zero receitas totais menos custos e despesas totais iguais a zero 96 Unidade II Custos e despesas totais Fixos Prejuízo Variáveis Receitas Receita Volume Custos Lucro Figura 14 Ponto de equilíbrio Ao acompanhar o gráfico anterior verificamos que até o ponto de equilíbrio antes a empresa estava tendo mais custos e despesas do que receitas encontrandose por isso na faixa do prejuízo acima entraria na faixa do lucro Assim podemos afirmar que esse ponto é definido tanto em unidades volume quanto em valores monetários no caso em reais R Considere por exemplo uma empresa com esta situação Tabela 68 Preço de venda R 500unidade Custos e despesas variáveis R 350unidade Custos e despesas fixas R 600000mês Qual será o volume mínimo que esta empresa deveria produzir e vender para que ela não tenha prejuízo Em outras palavras calcule o ponto de equilíbrio PE Resolução No ponto de equilíbrio temos que as receitas totais são equivalentes aos custos e despesas totais Considerando Q como quantidade temos Receita total Custos totais Despesas totais 500 Q 350 Q 600000 500 Q 350 Q 600000 150 Q 600000 Q 4000 unidades Percebam que neste momento o conceito de MC foi utilizado MC unitária é encontrada pela diferença entre o preço de venda e os custos e despesas variáveis do produto sendo que 97 CUSTOS E PREÇOS 500un 350un 150un representa a MC unitária MC unit Assim podemos calcular o ponto de equilíbrio da seguinte forma PE Custos Despesas fixas Margem de contribuição unitária Para encontrarmos o ponto de equilíbrio em reais R basta multiplicarmos a quantidade encontrada no cálculo do ponto de equilíbrio PE pelo valor da receita unitária Esse cálculo é simples veja 4000 un x 500un 2000000mês PE em reais Em outras palavras acabamos de encontrar o faturamento bruto mínimo que a empresa precisa ter para que não trabalhe com prejuízo Acompanhe com atenção Tabela 69 Custos e despesas variáveis 4000 unmês x 350un 1400000mês Custos e despesas fixos 600000mês Total 2000000mês O resultado do mês receita custos e despesas totais será igual a zero Vamos comprovar que a venda de 4000 unidades é suficiente para a empresa atingir seu ponto de equilíbrio elaborando a demonstração de resultados mediante venda das 4000 unidades Tabela 70 Demonstração de resultados com venda de 4000 unidades Receita de vendas R 2000000 Custos e despesas variáveis R 1400000 Margem de contribuição R 600000 Custos e despesas fixas R 600000 Resultado 0 A partir da unidade de nº 4001 cada MC unitária MC 150un que até aqui contribuía para a cobertura dos custos e despesas fixos passa a fazêlo para a formação do lucro Por exemplo um volume de 4100 unidades produzidas e vendidas proporcionará um lucro equivalente à soma das MC das 100 unidades que ultrapassaram o PE Em números teríamos 100 un x 150un 15000 Vamos verificar o resultado montando uma demonstração de resultado projetada Tabela 71 Demonstração de resultados com venda de 4100 unidades Receita de vendas R 2050000 Custos e despesas variáveis R 1435000 Margem de contribuição R 615000 Custos e despesas fixas R 600000 Resultado R 15000 Observação Esse cálculo só é válido no custeio por absorção custos e despesas fixos e variáveis quando a produção for igual à venda em termos de unidades e não houver estoques finais 531 Ponto de equilíbrio contábil econômico e financeiro Vamos agora diferenciar os conceitos de ponto de equilíbrio contábil econômico e financeiro Para isso considere uma empresa com as seguintes características Tabela 72 Custos despesas variáveis 600un Custos despesas fixas 4000000ano Preço de venda 800un Vamos calcular o ponto de equilíbrio contábil PEC o qual na verdade segue a metodologia do que vimos anteriormente PEC Custos Despesas fixas Margem de contribuição unitária Assim o ponto de equilíbrio em unidades seria PEC 4000000800600 20000 unidades O ponto de equilíbrio em termos monetário é PEC 20000 un x 800 R 16000000 Observação Ponto de equilíbrio contábil PEC significa o ponto em que contabilmente não haveria nem lucro nem prejuízo resultado igual a zero Seria o montante suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixos Por sua vez podemos obter outra informação relevante quantas unidades ou qual o faturamento R deverão ser produzidas e vendidas no mínimo para obtermos determinado lucro Tratase do conceito de ponto de equilíbrio econômico PEE assim calculado PEE Custos Despesas fixas Lucro mínimo desejado Margem de contribuição unitária Observação Ponto de equilíbrio econômico PEE significa quando temos a informação de quantas unidades devemos fabricar eou vender no mínimo para obtermos o lucro desejado Esse lucro mínimo desejado é o custo de oportunidade do capital próprio é o juro do capital próprio investido Um resultado contábil nulo igual a zero significa que economicamente a empresa está perdendo pelo menos o jurocusto do capital próprio investido que seria o custo de oportunidade Supondo que essa empresa teve uma PL no início do ano de 10000000 colocados para render um mínimo de 10 ao ano temos um lucro mínimo desejado anual de 1000000 Assim se essa taxa de juros for a de mercado concluímos que o verdadeiro lucro da atividade será obtido quando contabilmente o resultado for superior ao retorno Logo haverá um PEE unitário quando houver um lucro contábil de 1000000 conforme segue PEE 4000000 1000000200 25000 unidades O PEE em termos econômicos é PEE 25000 un x 800 R 20000000 Se a empresa estiver obtendo um volume intermediário entre 20000 e 25000 unidades estará tendo resultado contábil positivo mas estará economicamente perdendo por não conseguir recuperar sequer o valor do juro do capital próprio investido Outro conceito importante é o Ponto De Equilíbrio Financeiro PEF Observação Ponto de equilíbrio financeiro PEF indica a quantidade ou o faturamento necessário para que a empresa possa cobrir seus desembolsos de caixa PEF Custos Despesas Fixas Depreciação Margem de Contribuição Unitária Depreciação amortização e exaustão não representam desembolso de caixa no período Nesse exemplo consideremos uma depreciação de 800000 Desta maneira o PEF seria PEF 4000000 800200 16000 unidades PEF 16000 un x 800 R 12800000 Se a empresa estiver vendendo nesse nível estará conseguindo equilibrarse financeiramente mas estará com prejuízo contábil de 800000 depreciação já que não estará conseguindo recuperar a parcela consumida do seu ativo imobilizado Economicamente estará perdendo além desse montante 800000 depreciação os 1000000 dos juros sobre o capital próprio tendo um prejuízo total de 1800000 Assim podemos finalizar o exemplo apresentando a demonstração de resultados para os três pontos de equilíbrio Tabela 73 Demonstração de resultados 20000 unidades 25000 unidades 16000 unidades Receita de vendas 16000000 20000000 12800000 Custos e despesas variáveis 12000000 15000000 9600000 Margem de contribuição 4000000 5000000 3200000 Custos e despesas fixas 4000000 4000000 4000000 Resultado 0 1000000 800000 101 CUSTOS E PREÇOS No PEE o resultado é justamente o que o proprietário deseja mas no PEF não importa que dê negativo pois na verdade esse valor de 800000 não precisa ser compensado por não representar a saída de caixa Portanto se a empresa vender 16000 unidades ela estará conseguindo equilibrar se financeiramente Ou seja estará entrando para a companhia justamente o que está saindo do seu caixa Todavia estará contabilmente com prejuízo pois não está considerando a parcela consumida do seu ativo imobilizado Acontece que a ideia é que a despesa de depreciação não representa saída de caixa Houve a saída na aquisição da máquina mas a depreciação não necessariamente coincide com tal fato Economicamente falando ela estará perdendo além dos 800000 os 1000000 de juros do capital próprio portanto 1800000 e o proprietário ficará triste com o resultado Graficamente teríamos Prejuízo Receita Volume PEE PEC PEF 12000000 16000000 4000000 16000 20000 25000 Custo Lucro Figura 15 Apresentação gráfica dos pontos de equilíbrio Agora vamos imaginar que essa empresa vende 30000 unidades em determinado mês como está no gráfico Prejuízo Receita Volume PEE PEC PEF 12000000 16000000 4000000 16000 20000 25000 30000 Custo Lucro Figura 16 Representação gráfica da venda de 30000 unidades 102 Unidade II Tal fato expressa que ela tem margem de segurança contábil econômica e financeira Ou seja ela está vendendo 10000 unidades a mais em relação ao seu PEC portanto tem uma margem de segurança de 10000 unidades Isso significa que ela pode ter queda nas vendas de 10000 unidades que ainda assim estará no seu PEC ou seja com as receitas sendo suficientes para absorver os custos e as despesas Acompanhem a seguir Receita Volume PEE PEC PEF 14000 un 10000 un 5000 un 16000 20000 25000 30000 Custo Figura 17 Representação com diversos volumes de venda A mesma coisa vale para os demais pontos de equilíbrio Se a empresa vender 30000 unidades terá uma margem de segurança de 5000 unidades até alcançar seu PEE e de 14000 unidades até alcançar seu PEF Observação A ampla utilização do modelo de análise CVL tradicional no meio empresarial se deve principalmente à sua praticidade em termos operacionais Todavia esta praticidade reduz sensivelmente a utilidade deste modelo no que se refere à análise de risco operacional Aplicações dos conceitos de ponto de equilíbrio Dalmonech et al 2003 sintetizam as principais limitações da análise CVL tradicional corroborando com os estudos de Hansen e Mowen 2001 Leone 2000 Martins 2003 No modelo a seguir sintetizamos estas e outras hipóteses simplificadoras 103 CUSTOS E PREÇOS Tabela 74 Hipóteses simplificadoras do modelo CVL 1 Suposição da linearidade 7 Suposição da produção ser igual a vendas 2 Classificação dos custos semivariáveis 8 Confronto entre despesas e receitas 3 Natureza de curto prazo 9 Custos e receitas conforme as unidades produzidas 4 Valor do dinheiro no tempo 10 Suposição de perda zero 5 Estrutura do capital 100 próprio 11 Suposição de receita única 6 Aplicação para um único produto 12 Situação de risco e incerteza não considerada Adaptado de Dalmonech et al 2003 Saiba mais Para saber mais sobre os assuntos ora tratados indicase a leitura de BONACIM C A et al Ferramenta de análise custovolumelucro em ambientes de incerteza como instrumento de apoio na gestão de projetos de investimento In ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Enegep 26 2006 Fortaleza Encontro Fortaleza 2006 Disponível em https wwwresearchgatenetpublication266034170Ferramentadeanalisecusto volumelucroemambientesdeincertezacomoinstrumentodeapoiona gestaodeprojetosdeinvestimento Acesso em 28 maio 2018 532 Margem de contribuição e aplicação do ponto de equilíbrio contábil para N produtos Até agora verificamos a importância da análise de CVL bem como o cálculo e a aplicação dos pontos de equilíbrio Contudo fica fácil identificar o PE de uma empresa que possui um tipo de produto ou serviço Todavia como proceder quando ela tem mais de um tipo de produto ou serviço Nestes casos precisamos de mais um conceito o de índice de margem de contribuição ponderada ou IMC ponderado Para o cálculo do PE em valor é necessário encontrar o IMC ponderado o que pode ser calculado seguindo um esquema de três passos Estabeleça a participação em no faturamento total de cada um dos produtos vendidos Identifique as margens de contribuição totais para esses produtos em R e em Divida a MC total pelos gastos fixos para encontrar o PEC 104 Unidade II Para melhor entendimento vamos aplicar o conceito de PEC para a empresa IceBlue Ela tem como principais produtos picolé sorvete de massa e frozen Neste mês a companhia apresentou as seguintes informações Tabela 75 Picolé Sorvete de massa Frozen Quantidade produzida e vendida 4000 un 2000 un 2500 un Preço de venda 25un 40un 25un Custosdespesas variáveis 05un 1un 05un Gastos fixos 10000 1º passo participação de cada produto no faturamento total Tabela 76 Picolé Sorvete de massa Frozen Total Receita de vendas 10000 8000 6250 24250 receita 412 330 258 100 2º passo dividir MC total por receita de venda total IMC Tabela 77 Picolé Sorvete de massa Frozen Total Receita de vendas 10000 8000 6250 24250 Custosdespesas variáveis 2000 2000 1250 5250 Margem de contribuição R 8000 6000 5000 19000 IMC 078351 O IMC foi calculado da seguinte maneira IMC Margem de Contribui o Total Receita de Venda Total çã No caso do nosso exemplo temos o IMC de aproximadamente IMC 19000 24250 0 78351 105 CUSTOS E PREÇOS 3º passo PEC em valor Para encontrarmos o PEC em valores monetários basta dividirmos o valor dos CIF pelo IMC encontrado no passo anterior Tabela 78 Gastos fixos 10000 IMC 07835052 PEC 12763 4º passo PEC por produto O PEC em valores monetários e por produto é achado aplicando a proporção de receitas encontradas no passo 1 ao PEC em valores monetários encontrado anteriormente Por outro lado o PEC em unidades por produto é calculado mediante divisão do PEC em valores monetários pelo preço de venda isso para cada produto ou seja Tabela 79 Picolé Sorvete de massa Frozen PEC em valores monetários 12763 receita 412 330 258 PEC em valores monetários por produto 5263 4211 3289 Preço de venda 25 40 25 PEC em unidades 2105 1053 1316 Podemos comprovar fazendo a demonstração de resultados da IceBlue com a venda das quantidades encontradas anteriormente Tabela 80 Demonstração de resultados da Ice Blue Picolé Sorvete de massa Frozen Total Receita de venda 5263 4211 3289 12763 Custos e despesas variáveis 1053 1053 658 2763 Margem de contribuição 4211 3158 2632 10000 Custo fixo 10000 Resultado 106 Unidade II Exemplo O Hotel Ribeirão possui 100 apartamentos todos da categoria simples standard Sua estrutura de custos despesas e receitas é a seguinte Tabela 81 Preço da diária por apartamento líquido de tributos 150 Despesas variáveis por apartamento preço de locação 10 Custo variável por apartamentodia 90 Custos fixos anuais 480000 Despesas fixas anuais 60000 Pedese calcular O PEC em número de diárias quantidade O PEC em valor O PEE em número de diárias quantidade e em valor considerando um lucro meta de 20 da receita líquida Resolução PEC em número de diárias quantidade PEC Custos Despesas Fixas Margem de Contribuição Unitária PEC 480000 60000 150 150x10 90 PEC 540000 12000 diárias 45 PEC em valor PEC 12000 diárias x 150diárias R 1800000 PEE PEE Custos e Despesas Fixas Lucro Projetado Margem de Contribuição Unitária PEE 540000 02 x Preço de Venda x q 45 Assim teríamos que 45 q 540000 30 q 15 q 540000 q 36000 diárias Lembrete Para encontrarmos o PEC em valores monetários basta dividirmos o valor dos CIF pelo IMC Reflexão O ponto de equilíbrio não linear é defendido pois envolve outras bases de volume e maior detalhamento das receitas e custos que influenciam diretamente o lucro Essa linearidade é incorreta já que os preços de venda variam conforme a quantidade de produtos vendidos por pedido Os preços de venda também variam conforme os custos assim quanto maior a quantidade de matériaprima comprada maior força de negociação terá perante seus fornecedores E as receitas então assumem formas não lineares pois há vendas à vista e a prazo e geralmente os preços são diferentes devido ao risco pelo crédito concedido Outro modo de haver diferenças nos preços de venda é o poder de negociação que seus clientes têm quando compram em grandes quantidades Muitos autores internacionais criticam a linearidade do gráfico do PE por exemplo Gitman 1984 p 181 que diz Nem o preço de venda unitário nem o custo variável unitário independem do nível do volume de vendas Você concorda que na maioria dos casos os aumentos em vendas além de certo ponto só são conseguidos mediante a redução do preço unitário Isto resulta numa função de receita total curva E mais os preços e custos unitários variam pois conforme Monden 1999 com o passar dos anos o resultado da produção total acumulase a níveis cada vez maiores e as melhores tecnologias ajudam a reduzir custos Entretanto outros autores como Martins 2003 defendem o Ponto de Equilíbrio Linear destacando que os custos não são eternamente fixos permanecendo assim somente em um intervalo período este que pode ser relevante para a análise CVL o que justificaria o custo fixo linear Quem defende a forma linear afirma que é apenas necessário que determinem o limite operacional atual ou intervalo relevante para o qual os relacionamentos de receita e custo lineares são válidos Ambos os pontos de vistas sobre a linearidade ou não linearidade dos custos e receitas buscam o mesmo objetivo que é fornecer informações para a tomada de decisão De forma geral podemos finalizar estes conceitos com o seguinte teor Quadro 15 Tipo Fórmula Significado PEC PE Custos Despesas Fixas Margem de Contribuição Unitária Ponto que contabilmente não haveria nem lucro nem prejuízo PEE PEE CustosDespesas Fixas Resultado Desejado Margem de Contribuição Unitária Ponto que economicamente há resultado suficiente para remunerar o capital investido PEF PEF CustosDespesas Fixas Depreciação Amortização Margem de Contribuição Unitária Ponto para que a empresa consiga financeiramente cobrir seus gastos Saiba mais VICENTE E F R O uso do custeio direto como decisão de ponto de equilíbrio In CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS 6 1999 São Paulo Anais São Paulo CBC 1999 Disponível em httpsanaiscbcemnuvenscombranaisarticleview31543154 Acesso em 29 maio 2018 533 Ponto de equilíbrio síntese O PE representa o nível de vendas em que a empresa opera sem lucro ou prejuízo Ou seja o número de unidades vendidas nele é o suficiente para a companhia pagar seus custos fixos e variáveis sem gerar lucro 109 CUSTOS E PREÇOS Custos fixos 10000 Q Figura 18 Os custos fixos são constantes A figura anterior ilustra o caso de uma empresa que tem custos fixos no valor de 10000 Isto significa que independentemente de fabricar muito ou pouco a instituição tem esses custos No eixo do Y temos os valores custos e receitas no eixo do X estão as quantidades produzidasvendidas Custos fixos Custos variáveis 10000 20000 125 250 Q Figura 19 Custos fixos e custos variáveis A figura prévia inclui agora os custos variáveis isto é aqueles decorrentes de se fabricar produtos ou serviços PS O custo unitário de cada PS produzido é de 80 Assim ao se fabricar 125 PS o custo é de 10000 ao se fabricar 250 PS o valor desta produção é de 20000 A linha de custos variáveis ascendente mostra que quanto mais PS são fabricados maiores são os custos incorridos Custos fixos Custos variáveis 10000 20000 30000 Q 250 125 Custos totais CF CV Figura 20 Os Custos Totais Custos Fixos Variáveis A figura anterior mostra os custos totais que são a soma dos custos fixos e dos custos variáveis Quando se fabrica 125 PS temse 10000 de custos variáveis e 10000 de custos fixos sendo o custo total de 20000 110 Unidade II Para traçar a linha de custos totais basta fazêla paralela a custos variáveis saindo do eixo Y na altura dos custos fixos A figura a seguir mostra o ponto de equilíbrio graficamente Para tal inserese a linha de receita total RT Ela parte do ponto 00 No caso considerouse uma receita líquida por unidade no valor de 130 Quando se vende 250 unidades de PS a receita total é de 32500 A RT é uma receita líquida isto é não considera os impostos sobre as vendas O PE é a quantidade onde RT CT Custos fixos Custos variáveis 10000 20000 30000 Q 200 250 125 Custos totais CF CV Receita total Figura 21 Ponto de equilíbrio Exemplo Vejamos como calcular facilmente o PE Sabese que custos fixos CF 10000 Sabese que custo unitário de fabricação Cuf 80 Sabese que o preço de venda unitário líquido desconsiderado o imposto é de Pvu 130 Receita total A RT é igual ao RT Pvu Q RT 130 Q Custo total O CT é igual aos CF CV CT CF CV CT 10000 80 Q 111 CUSTOS E PREÇOS Ponto de equilíbrio O PE ocorre quando RT CT Ora RT 130 Q e CT 10000 80 Q 130Q 10000 80 Q Logo 130 Q 80 Q 10000 Colocase Q em evidência Q 130 80 10000 Q 50 10000 Q 1000050 Q 200 Resposta o PE neste caso ocorre quando são produzidas e vendidas 200 unidades Para esta quantidade a RT CT Exemplo Com base na figura a seguir calcule o lucro ou prejuízo que a empresa obterá caso venda 9000 unidades 7500 16250000 15000000 13000000 17700000 8125 8850 Unidades RT CT PE Prejuízo Lucro Figura 22 Dados do problema 112 Unidade II Resolução Para resolver este problema é necessário saber CF Cup Pvu e isso se pode extrair do gráfico Os Cf 13000000 Cup O Custo Unitário de Produção pode ser deduzido olhando a linha de CT O CT para produzir 8125 unidades é de 162500 Todavia note que este custo contém 130000 de CF Logo os custos variáveis para produzir 8125 unidades são 162500 130000 32500 Cup 325008125 400 Pvu o preço de venda unitário pode ser calculado analisando o eixo da RT A RT é igual a 162500 quando são vendidas 8125 unidades logo o Pvu é 1625008125 2000 Vejamos a resposta RT com a venda de 9000 unidades RT 9000 20 180000 CT produzindo 9000 unidades CT Custo fixo Custo variável CT 130000 9000 400 CT 130000 36000 CT 166000 Lucro RTCT Lucro 180000 166000 14000 6 PREÇOS E CUSTOS FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDAS COM BASE NO CUSTO DO PRODUTO Nesta unidade vamos aprofundar os conceitos de custos para a tomada de decisão levando em conta a margem de contribuição o ponto de equilíbrio operacional econômico e financeiro sua utilização para efeito de análise e maximização dos resultados lucro Entenderemos um pouco mais sobre o markup e como é possível se obter a margem de lucro desejada 113 CUSTOS E PREÇOS Trabalharemos a formação do preço de vendas partindo do custo de produção indústria ou de compra comércio sempre com uma visão gerencial e abordando outros componentes que interferem na precificação Quando o valor está em quantidades produzidas e vendidas ou seja as receitas totais se igualam aos custos e despesas totais fixos e variáveis nessa situação a empresa não auferirá lucros nem prejuízos Daí vem a terminologia equilíbrio ou seja quando a empresa equilibra suas receitas com seus custos e despesas O PE também é conhecido por ponto de ruptura nasce do encontro entre os custos e despesas totais fixos e variáveis com as receitas totais Uma das grandes dificuldades na apuração dos custos de um produto e na determinação do que pode ser classificado como custo e aquilo que deve ser considerado despesa Alguns cuidados devem ser observados quando da separação entre ambos Valores irrelevantes por conta do princípio contábil do conservadorismo e materialidade devem ser considerados como despesas Valores relevantes que têm sua maior parte considerada como despesa com a característica de se repetirem a cada período devem ser vistos em sua íntegra princípio do conservadorismo Valores com rateio extremamente arbitrário também devem ser considerados como despesa do período Gastos com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos podem ter dois tratamentos como despesas do período em que incorrem ou como investimento para amortização na forma de custo das mercadorias a serem elaborados futuramente 61 Premissas da análise e maximização dos lucros Custos são como as unhas é preciso cortálas de forma sistemática e periódica Se não o fizermos as unhas grandes farão com que nossos dedos fiquem praticamente inutilizados perdendo grande parte de sua função MORANTE JORGE 2009 Quando nos deparamos com uma afirmação como essa apesar de engraçada é bastante séria e verdadeira Imaginemos em nossas casas se os custos só aumentassem enquanto a nossa renda continuasse a mesma certamente tomaríamos medidas que adequassem os custos à nossa receita vez que ao contrário seria mais difícil Não é diferente no caso das sociedades Antigamente tinhase a ideia de que ao comprar por R 1000 e vender por R 2000 tinhase 100 de lucro Sabemos que não é bem assim pois só estaríamos considerando o quanto pagamos no produto talvez para uma empresa comercial de maneira muito superficial e simplista até poderia ser considerado correto Porém existem outros gastos entre eles os custos Estes quando fora de controle crescendo em demasia acabam por inibir totalmente a geração de caixa do negócio ou seja sua capacidade de 114 Unidade II formação de riqueza sem o que não há empreendimento que se sustente Por isso é recomendável que se conheça profundamente a natureza dos custos de produção para uma eficaz atuação sobre eles no momento e na intensidade requeridos No mundo empresarial um dos objetivos básicos de toda organização é a maximização dos resultados da companhia Isso significa que é preciso obter a maior receita possível com custos mínimos de produção dado que os lucros totais que abreviaremos por LT serão obtidos pela diferença entre as receitas totais abreviadamente RT e os custos totais simplesmente CT tal que LT RT CT Consideremos para efeitos de análise que o empresário conhece bem o seu mercado e sabe que em certo período que chamaremos de curto prazo suas instalações básicas seus equipamentos e sua capacidade de produção permanecerão inalterados Não será efetuada portanto qualquer modificação que requeira investimento em ativos produtivos na fase de análise Além disso nesse intervalo suficientemente curto para que outras firmas se introduzam no sentido de conjunto de firmas que atuam em um mesmo setor de produção em questão ele não pretende dedicarse a outra indústria Temos então nesse mercado fictício porém não muito distante da realidade firmas com uma indústria de produção determinada e fixa e não há modo de sair ou entrar na indústria MORANTE JORGE 2009 Conhecidas as premissas anteriores concluise que os custos totais CT resultam da soma dos custos fixos totais CFT e dos custos variáveis totais CVT tal que CT CFT CVT Os recursos de produção que não variam por causa das alterações na quantidade produzida são chamados de custos fixos e também são considerados custos indiretos Constituem basicamente os custos relativos à capacidade instalada da empresa tais como o aluguel de edifícios o aluguel de equipamentos a depreciação os salários e encargos do pessoal administrativo etc Essa consideração é baseada em uma situação de curto prazo posto que em médio e longo prazos certos custos fixos poderão variar Por exemplo com o crescimento das operações pode ser necessário alugar um novo local mais amplo para acomodar o negócio E com isso esse típico custo fixo o aluguel irá sofrer um aumento Alguns autores consideram que a rigor existem alguns custos que poderiam ser classificados de semifixos porque apresentam aumentos ainda que por degraus como consequência de uma elevação significativa da produção Tomese o caso por exemplo de aquisição de novas máquinas Com isso haverá uma despesa de depreciação que de forma calculada será maior na proporção do aumento dos ativos de produção conforme facultado pela legislação que regula tais considerações na determinação do lucro contábil MORANTE JORGE 2009 115 CUSTOS E PREÇOS Os custos variáveis por sua vez se referem aos recursos que necessariamente variam de acordo com mudanças da quantidade produzida Quanto maior a produção mais matériaprima será consumida Também são utilizadas mais partes e peças que compõem o produto final os chamados semiacabados na razão direta do aumento da fabricação Ainda haverá maior consumo de energia elétrica quanto mais tempo as máquinas ligadas à produção estiverem operando E é claro os custos com mão de obra direta serão maiores quanto mais tempo esses horistas estiverem no chão de fábrica produzindo e eventualmente recebendo conforme a produtividade obtida Para melhor visualizarmos esses conceitos vamos analisar a tabela a seguir por meio da qual dados hipotéticos são registrados numericamente na primeira coluna a quantidade produzida de determinado bem Na seguinte registramos o CFT e nas demais o CVT e o CT de produção que é a soma desses dois custos Os números entre parênteses que aparecem no topo de cada coluna servem de referência do número da coluna facilitando assim a compreensão de eventuais operações aritméticas que se processam entre os dados das colunas indicadas como é o caso da coluna 4 que compreende a soma das colunas 2 e 3 conforme indicado na tabela a seguir Tabela 82 Representação do CT custos fixos variáveis e totais Quantidade Custo fixo total Custo variável total Custo total de produção Q CFT CVT CT 1 2 3 4 2 3 0 R 15000 R R 15000 1 R 15000 R 4000 R 19000 2 R 15000 R 8200 R 23200 3 R 15000 R 12600 R 27600 4 R 15000 R 17200 R 32200 5 R 15000 R 22000 R 37000 6 R 15000 R 27000 R 42000 7 R 15000 R 32200 R 47200 8 R 15000 R 37600 R 52600 9 R 15000 R 43200 R 58200 10 R 15000 R 49000 R 64000 11 R 15000 R 55000 R 70000 12 R 15000 R 61200 R 76200 13 R 15000 R 67600 R 82600 14 R 15000 R 74200 R 89200 15 R 15000 R 81000 R 96000 16 R 15000 R 88000 R 103000 116 Unidade II 17 R 15000 R 95200 R 110200 18 R 15000 R 102600 R 117600 19 R 15000 R 110200 R 125200 20 R 15000 R 118000 R 133000 Adaptado de Morante Jorge 2009 Se elaborássemos um gráfico utilizando os dados da tabela anterior teríamos Gráfico dos custos Quantidade produzida Custos totais 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Custo fixo total CFT 2 Custo variável total CVT 3 Custo total de produção CT 4 2 3 R 140000 R 120000 R 100000 R 80000 R 60000 R 40000 R 20000 R Figura 23 Custos totais Podemos observar facilmente que o valor constante dos CFT preenchimento horizontal do histograma foram anteriormente definidos de forma que qualquer que seja a quantidade produzida ele não se altera permanecendo fixo em R 15000 Esses custos existem mesmo quando a quantidade produzida é zero Um desses custos fixos o aluguel por exemplo tem que ser pago independentemente de haver produção ou não o mesmo ocorre com os salários da administração os gastos com energia elétrica da parte administrativa e outros semelhantes Já os custos variáveis totais preenchimento vertical do histograma estes se alteram na razão direta do crescimento da produção Se não houver produção não existirão custos variáveis Todavia na medida em que ela aumenta crescem também os custos variáveis Geralmente os custos variáveis não crescem de maneira uniforme ou constante Existem ganhos de escala na aquisição de determinadas matériasprimas que podem provocar uma redução em seu custo unitário ou seja se a quantidade adquirida for maior seu custo unitário pode ser menor Por exemplo em uma indústria de armários elétricos adquirir bobinas de aço carbono para a fabricação de perfis especiais pode ser mais barato do que comprar chapas Além disso não seriam necessários trabalhos de corte da chapa em tiras Todavia tudo dependerá da quantidade a ser produzida quanto maior a quantidade maiores as possibilidades de economias de escala ou seja maior obtenção de produto com a utilização de menores quantidades de fatores de produção MORANTE JORGE 2009 117 CUSTOS E PREÇOS Observando os dados numéricos os eventuais ganhos de escala senão na aquisição de insumos de produção na própria operação do negócio foram transferidos ao cliente que adquire quantidades maiores a preços unitários menores Também são comuns as ocorrências de deseconomias de escala ou seja um aumento médio do custo unitário variável em razão do aumento da quantidade produzida Tomese por exemplo um segundo turno de produção que no entanto não corresponda ao dobro da quantidade produzida mas sim a algo em torno de 70 a mais na quantidade fabricada No entanto determinados custos diretos variáveis são apropriados a toda a produção forçando um aumento do custo variável do produto Esse fenômeno ficará mais fácil de ser entendido quando analisarmos os próximos conceitos de custos os custos fixos médios os custos variáveis médios e da soma desses dois os custos totais médios obtidos pela divisão deles pela quantidade produzida Também veremos o conceito de custo marginal de suma importância na determinação da maximização do lucro Então o custo fixo médio CFMe a um dado nível de produção Q é igual ao custo fixo total CFT dividido por esse nível de produção CFMe CFT Q O custo variável médio CVMe a um dado nível de produção Q é igual ao custo variável total CVT dividido por esse nível de produção CVMe CVT Q O custo total médio CTMe a um dado nível de produção Q é igual ao custo total de produção CT dividido pela quantidade correspondente a esse nível CTMe CT Q Esse CTMe também pode ser determinado pela soma do CFMe com o CVMe ou seja CTMe CFMe CVMe O custo marginal CMg compreende a adição feita ao CT como consequência da produção de uma unidade a mais Ele que também é conhecido por custo incremental demonstra qual é o incremento no custo total de produção proveniente de uma unidade a mais que é produzida e é dado pela relação entre um acréscimo no custo total CT como decorrência de um acréscimo na quantidade produzida Q ou seja Ampliando os dados demonstramos a seguir os valores do custo marginal 118 Unidade II Tabela 83 Custo marginal custos fixos variáveis e totais médios e marginais Quantidade Custo fixo total Custo variável total Custo total de produção Custo fixo médio Custo variável médio Custo total médio Custo marginal Q CFT CVT CT CFMe CVT CTMe CMg 1 2 3 4 2 3 5 2 1 6 3 1 7 5 6 8n 4n 4n1 1n 1n1 0 R 15000 R R 15000 1 R 15000 R 4000 R 19000 R 15000 R 4000 R 19000 R 4000 2 R 15000 R 8200 R 23200 R 7500 R 4100 R 11600 R 4200 3 R 15000 R 12600 R 27600 R 5000 R 4200 R 9200 R 4400 4 R 15000 R 17200 R 32200 R 3750 R 4300 R 8050 R 4600 5 R 15000 R 22000 R 37000 R 3000 R 4400 R 7400 R 4800 6 R 15000 R 27000 R 42000 R 2500 R 4500 R 7000 R 5000 7 R 15000 R 32200 R 47200 R 2143 R 4600 R 6743 R 5200 8 R 15000 R 37600 R 52600 R 1875 R 4700 R 6575 R 5400 9 R 15000 R 43200 R 58200 R 1667 R 4800 R 6467 R 5600 10 R 15000 R 49000 R 64000 R 1500 R 4900 R 6400 R 5800 11 R 15000 R 55000 R 70000 R 1364 R 5000 R 6364 R 6000 12 R 15000 R 61200 R 76200 R 1250 R 5100 R 6350 R 6200 13 R 15000 R 67600 R 82600 R 1154 R 5200 R 6354 R 6400 14 R 15000 R 74200 R 89200 R 1071 R 5300 R 6371 R 6600 15 R 15000 R 81000 R 96000 R 1000 R 5400 R 6400 R 6800 16 R 15000 R 88000 R 103000 R 938 R 5500 R 6438 R 7000 17 R 15000 R 95200 R 110200 R 882 R 5600 R 6482 R 7200 18 R 15000 R 102600 R 117600 R 833 R 5700 R 6533 R 7400 19 R 15000 R 110200 R 125200 R 789 R 5800 R 6589 R 7600 20 R 15000 R 118000 R 133000 R 750 R 5900 R 6650 R 7800 Adaptado de Morante Jorge 2009 119 CUSTOS E PREÇOS R 20000 R 18000 R 16000 R 14000 R 12000 R 10000 R 8000 R 6000 R 4000 R 2000 R Comportamento dos custos médios e marginais Quantidade 20 19 18 17 16 15 14 13 12 1 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Custo fixo médio CFMe 5 21 Custo variável médio CVT 6 31 Custo total médio CTMe 7 5 6 Custo marginal CMg 8n 4n 4n1 1n 1n1 Quantidade Figura 24 Gráfico dos custos médios e marginais Observase que os custos fixos médios marcador laranja decrescem à medida que aumenta a quantidade produzida Na configuração adotada os custos variáveis médios marcador azulceleste são crescentes e também o são o custo marginal marcador azul Esse fato impactará diretamente na maximização do lucro conforme se verá um pouco mais à frente 62 A precificação e as receitas da empresa Voltando ao conceito dos lucros totais LT vimos que ele é obtido pela diferença entre as receitas totais RT e os custos totais CT ou seja LT RT CT É bastante óbvio que quanto maior forem as receitas totais RT e menores forem os custos totais CT maiores serão os lucros totais LT da empresa Esse é um dos grandes desafios dos gestores maximizar os lucros com aumento de receitas e redução dos custos A RT de uma empresa é obtida pela multiplicação da quantidade vendida Q de um determinado produto ou serviço pelo seu preço de venda P RT P xQ A receita média RMe por sua vez será dada pela fórmula RMe RT Q Sabendose que RT P x Q se substituirmos na fórmula anterior temos RMe PxQ Q o que vale dizer que RMe P Assim é possível afirmar que a RMe é o próprio preço P do produto ou serviço Porém é preciso se atentar a outro conceito importante decorrente do custo marginal CMg a receita marginal RMg que compreende o acréscimo de receita observada ΔRT por conta do acréscimo da quantidade vendida ΔQ tal que teremos RMg ΔRT ΔQ Supõese que parte dos ganhos de escala seja transferida ao comprador do produto ou serviço Portanto na atividade real quando a quantidade adquirida é grande o preço unitário será menor do que aquele que seria válido a uma única unidade do produto Esse ganho de escala está presente quando por exemplo um cliente compra uma grande parte do volume de produto estocado As atividades de logística envolvidas desde a separação do material sua embalagem emissão de documentos contábeis e até mesmo a negociação dos recebíveis as duplicatas derivadas junto ao sistema bancário podem ser executadas de maneira tal que daí decorram economias ou ganhos de escala Vamos dispor esses conceitos em números para facilitar a compreensão Coloquemos o preço de venda unitário P na primeira coluna seguido da quantidade Q hipoteticamente vendida a cada preço unitário e assim computemos a receita total RT a receita média RMe e a receita marginal RMg conforme disposto a seguir Tabela 84 Evolução da receita marginal Quantidade Preço de venda Receita total Receita média Receita marginal 1 2 3 4 3 1 5n 3n 3n1 1n 1n1 000 R 9000 R 1 R 9000 R 9000 R 9000 R 9000 2 R 8900 R 17800 R 8900 R 8800 3 R 8800 R 26400 R 8800 R 8600 4 R 8700 R 34800 R 8700 R 8400 5 R 8600 R 43000 R 8600 R 8200 6 R 8500 R 51000 R 8500 R 8000 7 R 8400 R 58800 R 8400 R 7800 8 R 8300 R 66400 R 8300 R 7600 121 CUSTOS E PREÇOS 9 R 8200 R 73800 R 8200 R 7400 10 R 8100 R 81000 R 8100 R 7200 11 R 8000 R 88000 R 8000 R 7000 12 R 7900 R 94800 R 7900 R 6800 13 R 7800 R 101400 R 7800 R 6600 14 R 7700 R 107800 R 7700 R 6400 15 R 7600 R 114000 R 7600 R 6200 16 R 7500 R 120000 R 7500 R 6000 17 R 7400 R 125800 R 7400 R 5800 18 R 7300 R 131400 R 7300 R 5600 19 R 7200 R 136800 R 7200 R 5400 20 R 7100 R 142000 R 7100 R 5200 Adaptado de Morante Jorge 2009 R 150000 R 100000 R 50000 R Quantidade Preço de venda Receita total Receita média Receita marginal Evolução da receita marginal Reais 000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Figura 25 Preço de Venda Receita Total Receita Média e Receita Marginal Vimos até agora como se comportam os custos as receitas como encontrar o tão esperado lucro agora fica a questão Quanto devo vender para não ter prejuízo Ou ainda a partir de que quantidade vendida passarei a ter lucro Para responder a essas questões temos que entender o próximo conceito 63 Breakeven point ou ponto de equilíbrio ou ainda ponto de nivelamento Se as informações de receita e custo forem colocadas em um só gráfico visualizaremos qual é a quantidade que torna a RT igual ao CT ou seja a quantidade em que a empresa tem o ponto de nivelamento entre ambos também chamado de breakeven point ou ponto de equilíbrio Em tal quantidade produzida e comercializada o lucro será portanto igual a zero No caso de venda inferior a essa quantidade é de se esperar que haja prejuízo porque como vimos os custos fixos exercem uma forte pressão sobre a lucratividade de qualquer empreendimento Acima dessa quantidade de equilíbrio entre receita e custos totais é de se esperar que as receitas sejam superiores ao custo do produto vendido caracterizando assim uma área de lucro conforme demonstrado a seguir 122 Unidade II R 140000 R 120000 R 100000 R 80000 R 60000 R 40000 R 20000 R Quantidade 20 19 18 17 16 15 14 13 12 1 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Custo fixo total CFT Custo total e produção CT Custo variável total CVT Receita total RT Área de lucro Área de prejuízo Q RT CT Receitascustos em R Ponto de equilíbrio Figura 26 Representação gráfica do ponto de equilíbrio Para a formação do PE é preciso levar em conta as receitas e despesas calculando os parâmetros que indicam a capacidade mínima em que a empresa deve operar para não ter prejuízo sendo necessário para tanto saber a MC em percentual ou em quantidades unitárias que é provocada pela ocorrência de custos e despesas variáveis na produção e comercialização de produtos Segundo Horngren Foster e Datar 2004 o PE é o nível de atividade em que as receitas totais e os custos totais se igualam ou seja onde o lucro é igual a zero Conforme Leone 2000 a separação das despesas e dos custos fixos e variáveis e o conceito do custeamento variável destinase a desenvolver informações que auxiliam a gerência no desempenho de suas funções de planejamento e de tomada de decisões Embora ambos sejam baseados no curto prazo o conceito do custeio variável fornece meios para que a contabilidade de custos e as gerências de qualquer nível e segmento possam visualizar as interações existentes entre alguns fatores significativos presentes nas atividades que influenciam os resultados ou seja receitas volumes de produção e de vendas e despesas e custos variáveis e fixos O instrumento que os gestores usam corretamente para obter essas interações e sua influência nos resultados é a análise das relações CVL Ponto de equilíbrio ou ponto de nivelamento ou ponto de ruptura é onde se encontra o nível necessário de produção e venda para a cobertura dos custos fixos totais e variáveis até o PE A receita gerada pelas atividades da empresa é igual ao custo total variável e fixo Estas relações podem ser utilizadas para estimar o volume necessário para obter a renda desejada e também para estimar o resultado de várias maneiras a fim de incrementar o lucro BERTI 2006 64 Calculando a quantidade de equilíbrio Q Como vimos o ponto de equilíbrio é o ponto de produção e vendas em que os custos se igualam às receitas ou seja Receita Total RT Custo Total CT Observamos também que a Receita Total RT é obtida pela multiplicação do Preço de Venda P pela Quantidade Q Então para encontrarmos o PE precisamos encontrar qual é a quantidade de equilíbrio que multiplicada pelo preço de venda resultará na receita de equilíbrio Por tratarse de quantidade de equilíbrio chamaremos de Q logo temos RT P x Q Se no PE a RT será igual aos CT e que sabemos que os CT são o resultado da soma dos Custos Fixos Totais CFT e Custos Variáveis Totais CVT substituindose na expressão anterior temos CFT CVT P x Q Por sua vez os CVT são o resultado da multiplicação do custo variável unitário CVun pela quantidade de equilíbrio Q ou seja CVT CVun x Q Se substituirmos então na mesma expressão anterior do CT teremos CFT CVun x Q P x Q Da mesma forma se transpormos as variáveis comuns e isolarmos o CFT temos CFT P x Q CVun x Q ou CFT Q x P CVun Deduzse portanto que a quantidade de equilíbrio será determinada pela divisão dos Custos Fixos Totais CFT pela diferença entre o Preço de Venda unitário P e os Custos Variáveis unitários CVun MORANTE JORGE 2009 À diferença entre o Preço de Venda unitário P e os Custos Variáveis unitários CVun chamamos de Margem de Contribuição unitária MCun Ampliando esse conceito em valores totais a margem de contribuição MC representa a quantia gerada pelas vendas capaz de cobrir os custos fixos e ter como resultado o lucro 124 Unidade II Podemos perceber que a MC torna mais claro o potencial de cada produto serviço ou até mesmo de departamentos unidades etc demonstrando como qualquer um contribui daí o nome contribuição para a amortização dos custos e despesas fixos e depois para a geração do resultado Ou seja a MC representa a potencialidade de um ou vários produtos em cobrir os gastos fixos custos eou despesas de uma empresa e ainda contribuir para a geração de resultados 65 A maximização do lucro O conhecimento do custo marginal CMg e da receita marginal RMg permite deduzir qual é o lucro máximo possibilitado pelo bem ou serviço em questão Vamos isolar esses dois elementos extraídos dos dados anteriores em uma nova tabela ao lado da quantidade comercializada da receita total do custo total e do lucro total dispondoos a seguir Tabela 85 Demonstração da maximização do lucro Quantidade Preço de venda Receita total Custo total de produção Lucro total Receita marginal Custo marginal 1 2 3 1 x 2 4 5 3 4 6n 3n 3n1 1n 1n1 7n 4n 4n1 1n 1n1 000 R 9000 R 000 R 15000 R 15000 R 000 R 000 1 R 9000 R 9000 R 19000 R 10000 R 9000 R 4000 2 R 8900 R 17800 R 23200 R 5400 R 8800 R 4200 3 R 8800 R 26400 R 27600 R 1200 R 8600 R 4400 4 R 8700 R 34800 R 32200 R 2600 R 8400 R 4600 5 R 8600 R 43000 R 37000 R 6000 R 8200 R 4800 6 R 8500 R 51000 R 42000 R 9000 R 8000 R 5000 7 R 8400 R 58800 R 47200 R 11600 R 7800 R 5200 8 R 8300 R 66400 R 52600 R 13800 R 7600 R 5400 9 R 8200 R 73800 R 58200 R 15600 R 7400 R 5600 10 R 8100 R 81000 R 64000 R 17000 R 7200 R 5800 11 R 8000 R 88000 R 70000 R 18000 R 7000 R 6000 12 R 7900 R 94800 R 76200 R 18600 R 6800 R 6200 13 R 7800 R 101400 R 82600 R 18800 R 6600 R 6400 14 R 7700 R 107800 R 89200 R 18600 R 6400 R 6600 15 R 7600 R 114000 R 96000 R 18000 R 6200 R 6800 125 CUSTOS E PREÇOS 16 R 7500 R 120000 R 103000 R 17000 R 6000 R 7000 17 R 7400 R 125800 R 110200 R 15600 R 5800 R 7200 18 R 7300 R 131400 R 117600 R 13800 R 5600 R 7400 19 R 7200 R 136800 R 125200 R 11600 R 5400 R 7600 20 R 7100 R 142000 R 133000 R 9000 R 5200 R 7800 Adaptado de Morante Jorge 2009 Com base nos dados hipotéticos trabalhados até agora observase o lucro máximo desse negócio dado pela equivalência entre a Receita Marginal RMg e o Custo Marginal CMg entre a 13ª e a 14ª unidades produzidas e comercializadas quando o lucro total atinge a importância máxima de R 18800 R 25000 R 20000 R 15000 R 10000 R 5000 R 000 R 5000 R 10000 R 15000 R 20000 Quantidade Lucro total Receita média Custo total médio Receita marginal Custo fixo médio Custo marginal Custo variável médio 000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Maximização do lucro Receitacustos Figura 27 Gráfico da maximização do lucro A figura anterior retoma as curvas de custos agregandose agora a curva designativa do lucro total e a receita marginal Fica fácil perceber o ponto máximo de lucro entre as quantidades 13 e 14 na intersecção da reta de Receita Marginal RMg com a reta de Custo Marginal CMg Portanto o Lucro Total máximo é definido quando RMg CMg MORANTE JORGE 2009 O mesmo gráfico nos mostra outra informação importante O censo comum é de que quanto mais vendermos o lucro será maior e ao analisarmos a linha do total notase que a partir da 14ª unidade vendida o lucro passa a ser menor em relação ao ponto máximo de lucro Isso ocorre por causa dos custos variáveis CV que aumentam conforme a quantidade vendida 126 Unidade II Lembrete A receita gerada pelas atividades da empresa é igual ao custo total variável e fixo 66 O markup A precificação ou formação de preços de venda pode sim ser realizada com base nos custos do produto ou serviço a ser comercializado Ao multiplicar por 2 o custo do produto adquirido o comerciante aplica um markup 2 ou seja um fator sobre o custo direto igual a 2 daí resultando o preço de venda de tal produto Se o preço de venda inclui todos os tributos estamos nos referindo a um markup bruto Para preço de venda líquido utilizase a denominação markup líquido Entretanto essa simples operação requer alguns cuidados especiais como veremos a seguir Para o bom entendimento do conceito de markup é conveniente uma primeira informação sobre outras importantes denominações aplicadas na formação de preços de venda São elas a margem de contribuição o lucro operacional e o lucro líquido que serão utilizados na composição de nosso Demonstrativo Gerencial de Resultado DGR O DGR é uma demonstração com algumas modificações em relação ao modelo da Demonstração de Resultado do Exercício DRE MORANTE JORGE 2009 Tabela 86 Demonstração do Resultado do Exercício DRE Demonstração do Resultado do Exercício Exercício findo em 31 de dezembro de 2013 Em reais Receita operacional bruta Venda de produtos 1300000000 Venda de mercadorias 60000000 Prestação de serviços 63000000 1423000000 Deduções Devolução de vendas 120000000 Impostos e contribuições sobre vendas e serviços 200000000 Abatimentos e descontos incondicionais 20000000 340000000 Receita operacional líquida 1083000000 Custos das vendas Custos dos produtos vendidos 470000000 Custos das mercadorias vendidas 12000000 Custos dos serviços prestados 18000000 500000000 Resultado operacional bruto lucro bruto 583000000 127 CUSTOS E PREÇOS Despesas operacionais Administrativas pessoais 200000000 Administrativas gerais 200000000 Impostos e taxas 20000000 Comerciais gerais 100000000 520000000 Despesas financeiras líquidas Despesas financeiras 50000000 Receitas financeiras 6000000 Variações monetárias e cambiais passivas Variações monetárias e cambiais ativas 44000000 Outras receitas e despesas financeiras líquidas Resultado da equivalência patrimonial 10000000 Vendas de bens e direitos do ativo não circulante Custo da venda de bens e direitos do ativo não circulante 10000000 Resultado operacional antes do IR e CSLL Provisão IRPJCSLL 6000000 Lucro líquido antes da participações Participações de administradores empregados e P Beneficiárias Resultado líquido do exercício 3000000 Adaptado de Morante Jorge 2009 A primeira diferença entre o DGR e a DRE está na denominação do Resultado Operacional Bruto utilizada na DRE e que chamamos de MC que visa identificar qual a contribuição para cobertura das despesas operacionais despesas financeiras e outras provenientes da receita menos custo Tabela 87 Demonstração Gerencial do Resultado Demonstração do Resultado do Exercício Exercício findo em 31 de dezembro de 2013 Em reais Receita operacional bruta Venda de produtos 1300000000 Venda de mercadorias 60000000 Prestação de serviços 63000000 1423000000 Deduções Devolução de vendas 120000000 Impostos e contribuições sobre vendas e serviços 200000000 Abatimentos e descontos incondicionais 20000000 128 Unidade II 340000000 Receita operacional líquida 1083000000 Custos das vendas Custos dos produtos vendidos 470000000 Custos das mercadorias vendidas 12000000 Custos dos serviços prestados 18000000 500000000 Margem de contribuição 583000000 Despesas operacionais Administrativas pessoais 200000000 Administrativas gerais 200000000 Impostos e taxas 20000000 Comerciais gerais 100000000 520000000 Despesas financeiras Despesas financeiras 50000000 50000000 Resultado operacional antes do IR e CSLL Provisão IRPJCSLL 6000000 Lucro líquido antes da participações Participações de administradores empregados e P Beneficiárias Resultado líquido do exercício 7000000 Adaptado de Morante Jorge 2009 Dessa forma a MC absoluta será o resultado direto da adoção de um markup sobre o custo Exemplificando se adotarmos um markup igual a 2 dois o custo é multiplicado por 2 resultando em uma receita ou preço de venda duas vezes maior que o do produto com MC equivalente ao próprio custo do produto ou serviço comercializado o que não significa que a MC percentual seja de 100 Ao vender por 200 algo que custou 100 a MC absoluta será 100 que relacionada com o preço de venda indicará uma MC percentual de 50 Então uma margem de 100 só será atingida quando o custo do produto vendido for zero o que não encontra justificativa corrente no mundo dos negócios admitidas as exceções por exemplo venda de ativos totalmente depreciados e que portanto tenham custo contábil zero MORANTE JORGE 2009 Ao subtrairmos as despesas operacionais comerciais administrativas e financeiras líquidas do resultado operacional bruto MC no DGR teremos o resultado operacional antes dos impostos Ou seja no DGR o lucro operacional será o resultado da subtração da MC das despesas administrativas comerciais e financeiras deixando de considerar as variações patrimoniais da organização para efeitos de precificação Não serão consideradas ainda na formação de preços de venda as receitas financeiras advindas de aplicações de recursos financeiros ociosos mas tão somente aquelas decorrentes da utilização de um capital operacional a custo de mercado 129 CUSTOS E PREÇOS Analisando ainda a tabela anterior veremos que subtraindo as provisões para os tributos incidentes sobre o lucro obtémse o lucro líquido antes das participações e depois de eliminadas tais participações chegase ao resultado líquido do exercício Em nossa precificação simplificaremos o processo de determinação do markup incluindo tais participações em uma rubrica única que denominaremos remuneração sobre o capital operacional terminando com o lucro líquido a ser obtido com a venda do produto ou serviço após as considerações dos impostos diretos que serão deduzidos do lucro operacional bruto MORANTE JORGE 2009 Na determinação do markup tanto no comércio quanto na indústria a forma de elaboração é a mesma diferenciamse pela recuperação dos impostos na indústria os custos são chamados de custo de produção que envolve tanto os fixos como os variáveis e no comércio é o custo de aquisição da mercadoria Segundo Wernke 2001 a taxa de marcação ou markup é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para formação do preço de venda Tem por finalidade cobrir os fatores como tributação sobre vendas ICMS IPI PIS Cofins ou Simples percentuais incidentes sobre o preço de venda comissões sobre vendas franquias comissão da administradora do cartão de crédito etc despesas administrativas fixas despesas de vendas fixas custos indiretos de produção fixos e margem de lucro No comércio principalmente é comum a utilização de margens de lucro mais baixas em determinados produtos que servem como atração aos consumidores Por exemplo os supermercados anunciam certo produto carne por um preço baixo porém têm intenção de que os clientes venham comprar o produto e levem junto outras mercadorias cervejas condimentos legumes arroz etc comercializadas com margens de lucro maior Assim compensam a pequena margem em um bem com margens maiores em outros Quanto à elaboração existem duas formas de utilização do markup divisor ou multiplicador Independentemente de qual modo é utilizado o valor do preço de venda será igual 67 O markup divisor Ao utilizarmos o markup divisor é necessário seguir algumas etapas listar todas as Despesas Variáveis de Vendas DVVs somálas e dividilas por 100 cem para que encontremos o valor em percentual e subtrair de 1 um encontrando o markup que servirá como divisor do custo unitário para que obtenhamos o preço de venda Exemplificando considerando que as despesas variáveis de venda sejam o ICMS 17 as comissões sobre as vendas 3 o lucro desejado 5 sabendo ainda que o custo unitário da mercadoria foi de R 50000 qual seria o markup divisor e qual o preço de venda Resolução Listar todas as DVVs são consideradas como despesas o ICMS svendas 17 as comissões svendas 3 e o lucro desejado 5 130 Unidade II Somar as DVVs 17 3 5 25 Dividir a soma das DVVs por 100 para achar a forma unitária 25100 025 O quociente da divisão deve ser subtraído de 1 1 02500 07500 desta forma nosso mark up divisor será 075 Dividir o custo de compra pelo markup divisor assim se o custo unitário da mercadoria é de R 50000 para encontrarmos o preço de venda R 500075 a mercadoria deverá ser vendida por R 66667 Comprovando o valor encontrado Preço de venda orientativo 66667 Percentuais utilizados 17 5 3 25 16667 Custo da mercadoria 50000 Segundo Wernke 2001 caso o lojista deseje incluir um percentual relativo às despesas mensais todas elas exceto os custos de compra e os fatores já considerados na taxa de marcação no markup o caminho que pode ser seguido passa pela obtenção do valor total dos custos indiretos mensais e o respectivo faturamento mensal Sugerese o uso de médias para eliminar fatores sazonais muito comuns no segmento varejista Vejamos outro exemplo de cálculo do markup Suponhamos que uma empresa produza três produtos L M e N seja constituída de um único departamento apenas para simplificação e tenha as seguintes características CIP 3100000 em certo mês dos quais 2455000 são fixos compreendendo mão de obra indireta maior parcela depreciações etc e 645000 são variáveis Embora todos os custos variáveis sejam sempre diretos por natureza nem sempre vale a pena o sacrifício de se fazer seu acompanhamento e medição individual por produto são tratados então na prática como indiretos Esses custos indiretos variáveis neste exemplo são a energia elétrica e os materiais indiretos e totalizam 645000 por estar a empresa produzindo as seguintes quantidades Tabela 88 Produto Quantidade produzida unidade Custo indireto variável por unidade Custo indireto variável total L 2000 R 8000 R 16000000 M 2600 R 10000 R 26000000 N 2500 R 9000 R 22500000 Total R 64500000 131 CUSTOS E PREÇOS Custos diretos de produção matériasprimas e mão de obra direta no total de 700un para o produto L 1000un para o M e 750un para o N A empresa está produzindo aquelas quantidades indicadas no quadro anterior e vendendo pelos preços de 1550un o produto L 2000un o M e 1700un o N Esses preços de venda são os fixados pela empresa líder do mercado e a nossa não pretende modificá los mas está fazendo um estudo para verificar qual o produto mais lucrativo para tentar incentivar sua venda Para isso faz os seguintes cálculos Custos indiretos por produto já que a maior parte é constituída por mão de obra indireta decide por sua distribuição conforme as horas de mão de obra direta hMOD Custos indiretos totais Nº horas MOD 3100000 2000hMOD 155000 hMOD Tabela 89 Horas de MOD por unidade Quantidade produzida Total de horas de MOD Produto L 2000 hun 2000 un 40000 h Produto M 2500 hun 2600 un 65000 h Produto N 2000 hun 2500 un 50000 h Total 155000 h Resumo Nesta unidade vimos o modelo proposto por Goulart Júnior 2000 que empiricamente constatou que de acordo com o estágio do Ciclo de Vida em que uma organização se encontra ela possui formulação básica sistema de custeio modo de precificação e origem do lucro A fórmula básica relaciona as variáveis lucro preço e custos que evoluem da construção P CL das etapas de nascimento e crescimento para L PC nas fases de maturidade e estabilidade para chegar ao modo final CPL no ciclo de envelhecimento O sistema de custeio demonstra que o sistema de apuração dos custos tende a variar ao longo do Ciclo de Vida da organização ele é baseado em 132 Unidade II volume por recursos na fase de nascimento evolui para baseado em volume por centros de custos nos estágios de crescimento e maturidade passando para baseado em atividades nas etapas de estabilidade e envelhecimento O modo de precificação ocorre quando inicialmente na fase de nascimento a empresa adota o preço de mercado e na etapa de crescimento o markup Durante a maturidade ela utiliza a precificação pelo valor percebido e no período de estabilidade a precificação de preço do valor sobretudo com os produtos próprios e específicos e o método por retorno alvo aos produtos especiais sob encomenda no ciclo de envelhecimento Embora o lucro seja sempre a diferença entre o preço e o custo L PC ele é explicado de forma diferente a cada estágio do ciclo de vida da organização Na fase de nascimento tratase da diferença entre o preço dado pelo mercado e o custo na etapa de crescimento ele decorre de uma margem acrescida ao preço de aquisição durante a maturidade tem origem especialmente pelo controle dos custos já no ciclo de estabilidade é mantido e obtido com preços menores e na fase de envelhecimento possui origem nas melhorias dos processos produtivos Exercícios Questão 1 Sobre o ponto de equilíbrio breakeven point de uma empresa assinale a alternativa correta A Corresponde ao equilíbrio de compras e seus custos B Corresponde ao equilíbrio de receitas e de custos e despesas C Corresponde ao equilíbrio de custos e suas despesas D Corresponde ao equilíbrio de poupança e investimentos E Corresponde ao equilíbrio de tributos e de arrecadação fiscal Resposta correta alternativa B Análise das alternativas A Alternativa incorreta Justificativa o ponto de equilíbrio indica qual é a capacidade mínima de operação de uma empresa para não ter prejuízo portanto não indica o quanto foi comprado em relação ao seu custo 133 CUSTOS E PREÇOS B Alternativa correta Justificativa para não ter prejuízo a empresa precisa ter um ponto de equilíbrio entre as receitas faturamento e custos e despesas Com este cálculo ela estima o mínimo para não operar no vermelho C Alternativa incorreta Justificativa para saber o mínimo necessário para lucrar a empresa não pode equiparar apenas custos e despesas Com este cálculo ela nunca saberá seus retornos lucrativos D Alternativa incorreta Justificativa o que foi descrito na alternativa corresponde às investigações do que fazer com os lucros positivos obtidos Para ganhar mais a empresa precisa saber como obter rentabilidade de seus lucros E Alternativa incorreta Justificativa o que foi descrito na alternativa corresponde às investigações do ponto de vista governamental Ou seja o ponto de equilíbrio de uma empresa não está relacionado com equilíbrio de tributos e arrecadação fiscal Questão 2 Nas empresas o cálculo de pontos define as margens de segurança de produção para atingir determinados objetivos Qual é o nome do ponto de equilíbrio que mostra a quantidade de vendas necessárias em uma empresa para que o seu lucro seja zero A Ponto de Equilíbrio Contábil B Ponto de Equilíbrio Financeiro C Ponto de Equilíbrio Econômico D Ponto de Equilíbrio Monetário E Ponto de Equilíbrio Fiscal Resolução desta questão na plataforma
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92 Unidade II Unidade II 5 ANÁLISE CUSTOVOLUMELUCRO Vamos conhecer nesta unidade o que vem a ser custovolumelucro CVL verificar os conceitos as utilidades e as diferenças dos diversos pontos de equilíbrio Contábil contabilmente não há nem lucro nem prejuízo Econômico economicamente há resultado suficiente para remunerar o capital investido e Financeiro a empresa consegue financeiramente cobrir seus gastos Seremos capazes de compreender como as alterações dos custos ou das despesas sejam eles variáveis sejam fixos mudam o ponto de equilíbrio de uma empresa Veremos que a análise de CVL é uma ferramenta que permite estudar o interrelacionamento entre custos da empresa volume de produção ou o nível das receitas para medir a influência no lucro da companhia e como este conceito é importante para tomada de decisão em curto prazo e que algumas de suas vantagens incidem sobre planejamento e controle Quando fazemos um orçamento pessoal levamos em consideração de um lado nosso salário de outro nossas despesas No fim do mês comparamos o que gastamos com o que recebemos Quando nosso salário é igual aos nossos gastos podemos dizer que o resultado é zero isso porque não sobra nada para aplicarmos em uma poupança por exemplo mas também não ficamos devendo a conta do supermercado Nesta situação é possível dizer que atingimos determinado equilíbrio financeiro Todavia pode ocorrer o contrário então temos mais duas possibilidades Nosso salário é maior que nossos gastos de forma que temos uma sobra para investir ou poupar Nosso salário é menor que nossos gastos ou seja não temos dinheiro para arcar com todas nossas contas então vamos acabar devendo em algum lugar Em qualquer um destes cenários às vezes de forma inconsciente nós comparamos o que temos de salário com o que gastamos e quando a situação é negativa podemos nos questionar quanto precisamos ganhar de salário para arcar no mínimo com todos nossos gastos ou para que haja uma sobra Objetivos de aprendizagem Conhecer os conceitos e ferramentas para controle de CVL 93 CUSTOS E PREÇOS Estudar o interrelacionamento entre custos receitas e lucros Conhecer as formas de maximização dos lucros Pontos de equilíbrio contábil financeiro e econômico seus conceitos e utilidades 51 Introdução Tradicionalmente a análise custovolumelucro CVL tem corroborado para a melhor apresentação dos resultados dos impactos da estrutura de custos fixos bem como da possibilidade de avaliação de desempenho de projetos e empreendimentos mais corretos produtos linhas e segmentos Entretanto antes de iniciarmos esta discussão devemos relembrar que na análise do ponto de equilíbrio os custos são considerados em relação à quantidade vendida e não em virtude de custos incorridos na empresa em um determinado período Conforme Mowen e Hansen 2001 p 608 Faz sentido o fato de o estoque não ter impacto na análise do ponto de equilíbrio A análise do equilíbrio é uma técnica de tomada de decisão a curto prazo portanto estamos tentando cobrir todos os custos de um período de tempo específico O estoque incorpora os custos de um período anterior e não é considerado Eles consideram que somente os custos relacionados às quantidades vendidas sejam ativados e os demais fiquem desativados para serem lançados em um próximo intervalo relevante de análise 52 Comportamento dos custos fixos variáveis e receita de venda A análise de CVL parte do conceito da MC já explanado anteriormente que procura evidenciar a potencialidade ou a rentabilidade de um produto ou serviço de forma a absorver todos os gastos fixos da empresa custos e despesas Tais custos e despesas fixos podem gerar uma série de distorções no valor do estoque ou do custo do produto vendido pois eles não variam de acordo com a produção mas são por ela afetados Por conta disso o conceito de MC aloca apenas os custos variáveis às mercadorias Temos na sequência o comportamento dos custos fixos através de um exemplo A empresa Soneca produz travesseiros e por meio dos levantamentos da contabilidade de custos sabe que possui um total de custos fixos de R 20000 mensais os custos variáveis são de R 800 e a unidade e o preço de venda unitário é R 2000 conforme tabela a seguir 94 Unidade II Tabela 65 Lista de gastos da Soneca Custos fixos R 2000000 Custos variáveis R 800un Preço de venda R 20un Se a Soneca produzir por exemplo 1000 unidades seus custos fixos serão de R 2000000 mensais se ela fabricar 500 unidades também a mesma coisa se não manufaturar em determinado período Percebese que independentemente da fabricação de 0 a 1000 unidades por exemplo os gastos fixos totais da Soneca não se modificarão Observação É importante considerar que mesmo os gastos fixos podem sofrer alterações de valor seja em razão do tempo seja por alterações na capacidade produtiva da empresa para mais ou para menos Contudo tal aspecto não os descaracteriza como fixos Por outro lado os custos variáveis possuem comportamento diferente Eles se alternam conforme a produção ou seja quanto mais se produzir mais será consumido No caso da Soneca vamos imaginar a produção de 0 100 500 e 1200 unidades O desempenho dos custos variáveis seria Tabela 66 Comportamento dos custos variáveis Unidades produzidas e vendidas Custo variável total 0 un R 0 100 un R 800 500 un R 4000 1200 un R 9600 Diferentemente dos custos fixos os variáveis aumentam de modo proporcional em relação à quantidade de itens produzidos e vendidos Dessa forma o custo total da Soneca é formado pela soma dos custos fixos mais custos variáveis Seguindo as quantias vendidas e fabricadas estabelecidas anteriormente teríamos 95 CUSTOS E PREÇOS Tabela 67 Custos totais da Soneca Unidades produzidas e vendidas Custo variável total Custo fixo Total 0 un R 0 R 20000 R 20000 100 un R 800 R 20000 R 20800 500 un R 4000 R 20000 R 24000 1200 un R 9600 R 20000 R 29600 Graficamente o comportamento dos custos totais da Soneca é Custos Fixos Variáveis Volume de atividade Figura 13 Comportamento do custo total Lembrete Diferentemente dos custos fixos os variáveis aumentam de modo proporcional em relação à quantidade de itens produzidos e vendidos 53 Conceito de ponto de equilíbrio O ponto de equilíbrio representa o valor em quantidades produzidas e vendidas em que as receitas totais se igualam aos custos e despesas totais fixos e variáveis Daí vem a terminologia equilíbrio ou seja quando a empresa equilibra suas receitas com seus custos e despesas Ele também é conhecido por ponto de ruptura breakeven point nasce do encontro entre os custos e as despesas totais fixos e variáveis com as receitas totais Nessa situação o lucro é igual a zero receitas totais menos custos e despesas totais iguais a zero 96 Unidade II Custos e despesas totais Fixos Prejuízo Variáveis Receitas Receita Volume Custos Lucro Figura 14 Ponto de equilíbrio Ao acompanhar o gráfico anterior verificamos que até o ponto de equilíbrio antes a empresa estava tendo mais custos e despesas do que receitas encontrandose por isso na faixa do prejuízo acima entraria na faixa do lucro Assim podemos afirmar que esse ponto é definido tanto em unidades volume quanto em valores monetários no caso em reais R Considere por exemplo uma empresa com esta situação Tabela 68 Preço de venda R 500unidade Custos e despesas variáveis R 350unidade Custos e despesas fixas R 600000mês Qual será o volume mínimo que esta empresa deveria produzir e vender para que ela não tenha prejuízo Em outras palavras calcule o ponto de equilíbrio PE Resolução No ponto de equilíbrio temos que as receitas totais são equivalentes aos custos e despesas totais Considerando Q como quantidade temos Receita total Custos totais Despesas totais 500 Q 350 Q 600000 500 Q 350 Q 600000 150 Q 600000 Q 4000 unidades Percebam que neste momento o conceito de MC foi utilizado MC unitária é encontrada pela diferença entre o preço de venda e os custos e despesas variáveis do produto sendo que 97 CUSTOS E PREÇOS 500un 350un 150un representa a MC unitária MC unit Assim podemos calcular o ponto de equilíbrio da seguinte forma PE Custos Despesas fixas Margem de contribuição unitária Para encontrarmos o ponto de equilíbrio em reais R basta multiplicarmos a quantidade encontrada no cálculo do ponto de equilíbrio PE pelo valor da receita unitária Esse cálculo é simples veja 4000 un x 500un 2000000mês PE em reais Em outras palavras acabamos de encontrar o faturamento bruto mínimo que a empresa precisa ter para que não trabalhe com prejuízo Acompanhe com atenção Tabela 69 Custos e despesas variáveis 4000 unmês x 350un 1400000mês Custos e despesas fixos 600000mês Total 2000000mês O resultado do mês receita custos e despesas totais será igual a zero Vamos comprovar que a venda de 4000 unidades é suficiente para a empresa atingir seu ponto de equilíbrio elaborando a demonstração de resultados mediante venda das 4000 unidades Tabela 70 Demonstração de resultados com venda de 4000 unidades Receita de vendas R 2000000 Custos e despesas variáveis R 1400000 Margem de contribuição R 600000 Custos e despesas fixas R 600000 Resultado 0 A partir da unidade de nº 4001 cada MC unitária MC 150un que até aqui contribuía para a cobertura dos custos e despesas fixos passa a fazêlo para a formação do lucro Por exemplo um volume de 4100 unidades produzidas e vendidas proporcionará um lucro equivalente à soma das MC das 100 unidades que ultrapassaram o PE Em números teríamos 100 un x 150un 15000 Vamos verificar o resultado montando uma demonstração de resultado projetada Tabela 71 Demonstração de resultados com venda de 4100 unidades Receita de vendas R 2050000 Custos e despesas variáveis R 1435000 Margem de contribuição R 615000 Custos e despesas fixas R 600000 Resultado R 15000 Observação Esse cálculo só é válido no custeio por absorção custos e despesas fixos e variáveis quando a produção for igual à venda em termos de unidades e não houver estoques finais 531 Ponto de equilíbrio contábil econômico e financeiro Vamos agora diferenciar os conceitos de ponto de equilíbrio contábil econômico e financeiro Para isso considere uma empresa com as seguintes características Tabela 72 Custos despesas variáveis 600un Custos despesas fixas 4000000ano Preço de venda 800un Vamos calcular o ponto de equilíbrio contábil PEC o qual na verdade segue a metodologia do que vimos anteriormente PEC Custos Despesas fixas Margem de contribuição unitária Assim o ponto de equilíbrio em unidades seria PEC 4000000800600 20000 unidades O ponto de equilíbrio em termos monetário é PEC 20000 un x 800 R 16000000 Observação Ponto de equilíbrio contábil PEC significa o ponto em que contabilmente não haveria nem lucro nem prejuízo resultado igual a zero Seria o montante suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixos Por sua vez podemos obter outra informação relevante quantas unidades ou qual o faturamento R deverão ser produzidas e vendidas no mínimo para obtermos determinado lucro Tratase do conceito de ponto de equilíbrio econômico PEE assim calculado PEE Custos Despesas fixas Lucro mínimo desejado Margem de contribuição unitária Observação Ponto de equilíbrio econômico PEE significa quando temos a informação de quantas unidades devemos fabricar eou vender no mínimo para obtermos o lucro desejado Esse lucro mínimo desejado é o custo de oportunidade do capital próprio é o juro do capital próprio investido Um resultado contábil nulo igual a zero significa que economicamente a empresa está perdendo pelo menos o jurocusto do capital próprio investido que seria o custo de oportunidade Supondo que essa empresa teve uma PL no início do ano de 10000000 colocados para render um mínimo de 10 ao ano temos um lucro mínimo desejado anual de 1000000 Assim se essa taxa de juros for a de mercado concluímos que o verdadeiro lucro da atividade será obtido quando contabilmente o resultado for superior ao retorno Logo haverá um PEE unitário quando houver um lucro contábil de 1000000 conforme segue PEE 4000000 1000000200 25000 unidades O PEE em termos econômicos é PEE 25000 un x 800 R 20000000 Se a empresa estiver obtendo um volume intermediário entre 20000 e 25000 unidades estará tendo resultado contábil positivo mas estará economicamente perdendo por não conseguir recuperar sequer o valor do juro do capital próprio investido Outro conceito importante é o Ponto De Equilíbrio Financeiro PEF Observação Ponto de equilíbrio financeiro PEF indica a quantidade ou o faturamento necessário para que a empresa possa cobrir seus desembolsos de caixa PEF Custos Despesas Fixas Depreciação Margem de Contribuição Unitária Depreciação amortização e exaustão não representam desembolso de caixa no período Nesse exemplo consideremos uma depreciação de 800000 Desta maneira o PEF seria PEF 4000000 800200 16000 unidades PEF 16000 un x 800 R 12800000 Se a empresa estiver vendendo nesse nível estará conseguindo equilibrarse financeiramente mas estará com prejuízo contábil de 800000 depreciação já que não estará conseguindo recuperar a parcela consumida do seu ativo imobilizado Economicamente estará perdendo além desse montante 800000 depreciação os 1000000 dos juros sobre o capital próprio tendo um prejuízo total de 1800000 Assim podemos finalizar o exemplo apresentando a demonstração de resultados para os três pontos de equilíbrio Tabela 73 Demonstração de resultados 20000 unidades 25000 unidades 16000 unidades Receita de vendas 16000000 20000000 12800000 Custos e despesas variáveis 12000000 15000000 9600000 Margem de contribuição 4000000 5000000 3200000 Custos e despesas fixas 4000000 4000000 4000000 Resultado 0 1000000 800000 101 CUSTOS E PREÇOS No PEE o resultado é justamente o que o proprietário deseja mas no PEF não importa que dê negativo pois na verdade esse valor de 800000 não precisa ser compensado por não representar a saída de caixa Portanto se a empresa vender 16000 unidades ela estará conseguindo equilibrar se financeiramente Ou seja estará entrando para a companhia justamente o que está saindo do seu caixa Todavia estará contabilmente com prejuízo pois não está considerando a parcela consumida do seu ativo imobilizado Acontece que a ideia é que a despesa de depreciação não representa saída de caixa Houve a saída na aquisição da máquina mas a depreciação não necessariamente coincide com tal fato Economicamente falando ela estará perdendo além dos 800000 os 1000000 de juros do capital próprio portanto 1800000 e o proprietário ficará triste com o resultado Graficamente teríamos Prejuízo Receita Volume PEE PEC PEF 12000000 16000000 4000000 16000 20000 25000 Custo Lucro Figura 15 Apresentação gráfica dos pontos de equilíbrio Agora vamos imaginar que essa empresa vende 30000 unidades em determinado mês como está no gráfico Prejuízo Receita Volume PEE PEC PEF 12000000 16000000 4000000 16000 20000 25000 30000 Custo Lucro Figura 16 Representação gráfica da venda de 30000 unidades 102 Unidade II Tal fato expressa que ela tem margem de segurança contábil econômica e financeira Ou seja ela está vendendo 10000 unidades a mais em relação ao seu PEC portanto tem uma margem de segurança de 10000 unidades Isso significa que ela pode ter queda nas vendas de 10000 unidades que ainda assim estará no seu PEC ou seja com as receitas sendo suficientes para absorver os custos e as despesas Acompanhem a seguir Receita Volume PEE PEC PEF 14000 un 10000 un 5000 un 16000 20000 25000 30000 Custo Figura 17 Representação com diversos volumes de venda A mesma coisa vale para os demais pontos de equilíbrio Se a empresa vender 30000 unidades terá uma margem de segurança de 5000 unidades até alcançar seu PEE e de 14000 unidades até alcançar seu PEF Observação A ampla utilização do modelo de análise CVL tradicional no meio empresarial se deve principalmente à sua praticidade em termos operacionais Todavia esta praticidade reduz sensivelmente a utilidade deste modelo no que se refere à análise de risco operacional Aplicações dos conceitos de ponto de equilíbrio Dalmonech et al 2003 sintetizam as principais limitações da análise CVL tradicional corroborando com os estudos de Hansen e Mowen 2001 Leone 2000 Martins 2003 No modelo a seguir sintetizamos estas e outras hipóteses simplificadoras 103 CUSTOS E PREÇOS Tabela 74 Hipóteses simplificadoras do modelo CVL 1 Suposição da linearidade 7 Suposição da produção ser igual a vendas 2 Classificação dos custos semivariáveis 8 Confronto entre despesas e receitas 3 Natureza de curto prazo 9 Custos e receitas conforme as unidades produzidas 4 Valor do dinheiro no tempo 10 Suposição de perda zero 5 Estrutura do capital 100 próprio 11 Suposição de receita única 6 Aplicação para um único produto 12 Situação de risco e incerteza não considerada Adaptado de Dalmonech et al 2003 Saiba mais Para saber mais sobre os assuntos ora tratados indicase a leitura de BONACIM C A et al Ferramenta de análise custovolumelucro em ambientes de incerteza como instrumento de apoio na gestão de projetos de investimento In ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Enegep 26 2006 Fortaleza Encontro Fortaleza 2006 Disponível em https wwwresearchgatenetpublication266034170Ferramentadeanalisecusto volumelucroemambientesdeincertezacomoinstrumentodeapoiona gestaodeprojetosdeinvestimento Acesso em 28 maio 2018 532 Margem de contribuição e aplicação do ponto de equilíbrio contábil para N produtos Até agora verificamos a importância da análise de CVL bem como o cálculo e a aplicação dos pontos de equilíbrio Contudo fica fácil identificar o PE de uma empresa que possui um tipo de produto ou serviço Todavia como proceder quando ela tem mais de um tipo de produto ou serviço Nestes casos precisamos de mais um conceito o de índice de margem de contribuição ponderada ou IMC ponderado Para o cálculo do PE em valor é necessário encontrar o IMC ponderado o que pode ser calculado seguindo um esquema de três passos Estabeleça a participação em no faturamento total de cada um dos produtos vendidos Identifique as margens de contribuição totais para esses produtos em R e em Divida a MC total pelos gastos fixos para encontrar o PEC 104 Unidade II Para melhor entendimento vamos aplicar o conceito de PEC para a empresa IceBlue Ela tem como principais produtos picolé sorvete de massa e frozen Neste mês a companhia apresentou as seguintes informações Tabela 75 Picolé Sorvete de massa Frozen Quantidade produzida e vendida 4000 un 2000 un 2500 un Preço de venda 25un 40un 25un Custosdespesas variáveis 05un 1un 05un Gastos fixos 10000 1º passo participação de cada produto no faturamento total Tabela 76 Picolé Sorvete de massa Frozen Total Receita de vendas 10000 8000 6250 24250 receita 412 330 258 100 2º passo dividir MC total por receita de venda total IMC Tabela 77 Picolé Sorvete de massa Frozen Total Receita de vendas 10000 8000 6250 24250 Custosdespesas variáveis 2000 2000 1250 5250 Margem de contribuição R 8000 6000 5000 19000 IMC 078351 O IMC foi calculado da seguinte maneira IMC Margem de Contribui o Total Receita de Venda Total çã No caso do nosso exemplo temos o IMC de aproximadamente IMC 19000 24250 0 78351 105 CUSTOS E PREÇOS 3º passo PEC em valor Para encontrarmos o PEC em valores monetários basta dividirmos o valor dos CIF pelo IMC encontrado no passo anterior Tabela 78 Gastos fixos 10000 IMC 07835052 PEC 12763 4º passo PEC por produto O PEC em valores monetários e por produto é achado aplicando a proporção de receitas encontradas no passo 1 ao PEC em valores monetários encontrado anteriormente Por outro lado o PEC em unidades por produto é calculado mediante divisão do PEC em valores monetários pelo preço de venda isso para cada produto ou seja Tabela 79 Picolé Sorvete de massa Frozen PEC em valores monetários 12763 receita 412 330 258 PEC em valores monetários por produto 5263 4211 3289 Preço de venda 25 40 25 PEC em unidades 2105 1053 1316 Podemos comprovar fazendo a demonstração de resultados da IceBlue com a venda das quantidades encontradas anteriormente Tabela 80 Demonstração de resultados da Ice Blue Picolé Sorvete de massa Frozen Total Receita de venda 5263 4211 3289 12763 Custos e despesas variáveis 1053 1053 658 2763 Margem de contribuição 4211 3158 2632 10000 Custo fixo 10000 Resultado 106 Unidade II Exemplo O Hotel Ribeirão possui 100 apartamentos todos da categoria simples standard Sua estrutura de custos despesas e receitas é a seguinte Tabela 81 Preço da diária por apartamento líquido de tributos 150 Despesas variáveis por apartamento preço de locação 10 Custo variável por apartamentodia 90 Custos fixos anuais 480000 Despesas fixas anuais 60000 Pedese calcular O PEC em número de diárias quantidade O PEC em valor O PEE em número de diárias quantidade e em valor considerando um lucro meta de 20 da receita líquida Resolução PEC em número de diárias quantidade PEC Custos Despesas Fixas Margem de Contribuição Unitária PEC 480000 60000 150 150x10 90 PEC 540000 12000 diárias 45 PEC em valor PEC 12000 diárias x 150diárias R 1800000 PEE PEE Custos e Despesas Fixas Lucro Projetado Margem de Contribuição Unitária PEE 540000 02 x Preço de Venda x q 45 Assim teríamos que 45 q 540000 30 q 15 q 540000 q 36000 diárias Lembrete Para encontrarmos o PEC em valores monetários basta dividirmos o valor dos CIF pelo IMC Reflexão O ponto de equilíbrio não linear é defendido pois envolve outras bases de volume e maior detalhamento das receitas e custos que influenciam diretamente o lucro Essa linearidade é incorreta já que os preços de venda variam conforme a quantidade de produtos vendidos por pedido Os preços de venda também variam conforme os custos assim quanto maior a quantidade de matériaprima comprada maior força de negociação terá perante seus fornecedores E as receitas então assumem formas não lineares pois há vendas à vista e a prazo e geralmente os preços são diferentes devido ao risco pelo crédito concedido Outro modo de haver diferenças nos preços de venda é o poder de negociação que seus clientes têm quando compram em grandes quantidades Muitos autores internacionais criticam a linearidade do gráfico do PE por exemplo Gitman 1984 p 181 que diz Nem o preço de venda unitário nem o custo variável unitário independem do nível do volume de vendas Você concorda que na maioria dos casos os aumentos em vendas além de certo ponto só são conseguidos mediante a redução do preço unitário Isto resulta numa função de receita total curva E mais os preços e custos unitários variam pois conforme Monden 1999 com o passar dos anos o resultado da produção total acumulase a níveis cada vez maiores e as melhores tecnologias ajudam a reduzir custos Entretanto outros autores como Martins 2003 defendem o Ponto de Equilíbrio Linear destacando que os custos não são eternamente fixos permanecendo assim somente em um intervalo período este que pode ser relevante para a análise CVL o que justificaria o custo fixo linear Quem defende a forma linear afirma que é apenas necessário que determinem o limite operacional atual ou intervalo relevante para o qual os relacionamentos de receita e custo lineares são válidos Ambos os pontos de vistas sobre a linearidade ou não linearidade dos custos e receitas buscam o mesmo objetivo que é fornecer informações para a tomada de decisão De forma geral podemos finalizar estes conceitos com o seguinte teor Quadro 15 Tipo Fórmula Significado PEC PE Custos Despesas Fixas Margem de Contribuição Unitária Ponto que contabilmente não haveria nem lucro nem prejuízo PEE PEE CustosDespesas Fixas Resultado Desejado Margem de Contribuição Unitária Ponto que economicamente há resultado suficiente para remunerar o capital investido PEF PEF CustosDespesas Fixas Depreciação Amortização Margem de Contribuição Unitária Ponto para que a empresa consiga financeiramente cobrir seus gastos Saiba mais VICENTE E F R O uso do custeio direto como decisão de ponto de equilíbrio In CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS 6 1999 São Paulo Anais São Paulo CBC 1999 Disponível em httpsanaiscbcemnuvenscombranaisarticleview31543154 Acesso em 29 maio 2018 533 Ponto de equilíbrio síntese O PE representa o nível de vendas em que a empresa opera sem lucro ou prejuízo Ou seja o número de unidades vendidas nele é o suficiente para a companhia pagar seus custos fixos e variáveis sem gerar lucro 109 CUSTOS E PREÇOS Custos fixos 10000 Q Figura 18 Os custos fixos são constantes A figura anterior ilustra o caso de uma empresa que tem custos fixos no valor de 10000 Isto significa que independentemente de fabricar muito ou pouco a instituição tem esses custos No eixo do Y temos os valores custos e receitas no eixo do X estão as quantidades produzidasvendidas Custos fixos Custos variáveis 10000 20000 125 250 Q Figura 19 Custos fixos e custos variáveis A figura prévia inclui agora os custos variáveis isto é aqueles decorrentes de se fabricar produtos ou serviços PS O custo unitário de cada PS produzido é de 80 Assim ao se fabricar 125 PS o custo é de 10000 ao se fabricar 250 PS o valor desta produção é de 20000 A linha de custos variáveis ascendente mostra que quanto mais PS são fabricados maiores são os custos incorridos Custos fixos Custos variáveis 10000 20000 30000 Q 250 125 Custos totais CF CV Figura 20 Os Custos Totais Custos Fixos Variáveis A figura anterior mostra os custos totais que são a soma dos custos fixos e dos custos variáveis Quando se fabrica 125 PS temse 10000 de custos variáveis e 10000 de custos fixos sendo o custo total de 20000 110 Unidade II Para traçar a linha de custos totais basta fazêla paralela a custos variáveis saindo do eixo Y na altura dos custos fixos A figura a seguir mostra o ponto de equilíbrio graficamente Para tal inserese a linha de receita total RT Ela parte do ponto 00 No caso considerouse uma receita líquida por unidade no valor de 130 Quando se vende 250 unidades de PS a receita total é de 32500 A RT é uma receita líquida isto é não considera os impostos sobre as vendas O PE é a quantidade onde RT CT Custos fixos Custos variáveis 10000 20000 30000 Q 200 250 125 Custos totais CF CV Receita total Figura 21 Ponto de equilíbrio Exemplo Vejamos como calcular facilmente o PE Sabese que custos fixos CF 10000 Sabese que custo unitário de fabricação Cuf 80 Sabese que o preço de venda unitário líquido desconsiderado o imposto é de Pvu 130 Receita total A RT é igual ao RT Pvu Q RT 130 Q Custo total O CT é igual aos CF CV CT CF CV CT 10000 80 Q 111 CUSTOS E PREÇOS Ponto de equilíbrio O PE ocorre quando RT CT Ora RT 130 Q e CT 10000 80 Q 130Q 10000 80 Q Logo 130 Q 80 Q 10000 Colocase Q em evidência Q 130 80 10000 Q 50 10000 Q 1000050 Q 200 Resposta o PE neste caso ocorre quando são produzidas e vendidas 200 unidades Para esta quantidade a RT CT Exemplo Com base na figura a seguir calcule o lucro ou prejuízo que a empresa obterá caso venda 9000 unidades 7500 16250000 15000000 13000000 17700000 8125 8850 Unidades RT CT PE Prejuízo Lucro Figura 22 Dados do problema 112 Unidade II Resolução Para resolver este problema é necessário saber CF Cup Pvu e isso se pode extrair do gráfico Os Cf 13000000 Cup O Custo Unitário de Produção pode ser deduzido olhando a linha de CT O CT para produzir 8125 unidades é de 162500 Todavia note que este custo contém 130000 de CF Logo os custos variáveis para produzir 8125 unidades são 162500 130000 32500 Cup 325008125 400 Pvu o preço de venda unitário pode ser calculado analisando o eixo da RT A RT é igual a 162500 quando são vendidas 8125 unidades logo o Pvu é 1625008125 2000 Vejamos a resposta RT com a venda de 9000 unidades RT 9000 20 180000 CT produzindo 9000 unidades CT Custo fixo Custo variável CT 130000 9000 400 CT 130000 36000 CT 166000 Lucro RTCT Lucro 180000 166000 14000 6 PREÇOS E CUSTOS FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDAS COM BASE NO CUSTO DO PRODUTO Nesta unidade vamos aprofundar os conceitos de custos para a tomada de decisão levando em conta a margem de contribuição o ponto de equilíbrio operacional econômico e financeiro sua utilização para efeito de análise e maximização dos resultados lucro Entenderemos um pouco mais sobre o markup e como é possível se obter a margem de lucro desejada 113 CUSTOS E PREÇOS Trabalharemos a formação do preço de vendas partindo do custo de produção indústria ou de compra comércio sempre com uma visão gerencial e abordando outros componentes que interferem na precificação Quando o valor está em quantidades produzidas e vendidas ou seja as receitas totais se igualam aos custos e despesas totais fixos e variáveis nessa situação a empresa não auferirá lucros nem prejuízos Daí vem a terminologia equilíbrio ou seja quando a empresa equilibra suas receitas com seus custos e despesas O PE também é conhecido por ponto de ruptura nasce do encontro entre os custos e despesas totais fixos e variáveis com as receitas totais Uma das grandes dificuldades na apuração dos custos de um produto e na determinação do que pode ser classificado como custo e aquilo que deve ser considerado despesa Alguns cuidados devem ser observados quando da separação entre ambos Valores irrelevantes por conta do princípio contábil do conservadorismo e materialidade devem ser considerados como despesas Valores relevantes que têm sua maior parte considerada como despesa com a característica de se repetirem a cada período devem ser vistos em sua íntegra princípio do conservadorismo Valores com rateio extremamente arbitrário também devem ser considerados como despesa do período Gastos com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos podem ter dois tratamentos como despesas do período em que incorrem ou como investimento para amortização na forma de custo das mercadorias a serem elaborados futuramente 61 Premissas da análise e maximização dos lucros Custos são como as unhas é preciso cortálas de forma sistemática e periódica Se não o fizermos as unhas grandes farão com que nossos dedos fiquem praticamente inutilizados perdendo grande parte de sua função MORANTE JORGE 2009 Quando nos deparamos com uma afirmação como essa apesar de engraçada é bastante séria e verdadeira Imaginemos em nossas casas se os custos só aumentassem enquanto a nossa renda continuasse a mesma certamente tomaríamos medidas que adequassem os custos à nossa receita vez que ao contrário seria mais difícil Não é diferente no caso das sociedades Antigamente tinhase a ideia de que ao comprar por R 1000 e vender por R 2000 tinhase 100 de lucro Sabemos que não é bem assim pois só estaríamos considerando o quanto pagamos no produto talvez para uma empresa comercial de maneira muito superficial e simplista até poderia ser considerado correto Porém existem outros gastos entre eles os custos Estes quando fora de controle crescendo em demasia acabam por inibir totalmente a geração de caixa do negócio ou seja sua capacidade de 114 Unidade II formação de riqueza sem o que não há empreendimento que se sustente Por isso é recomendável que se conheça profundamente a natureza dos custos de produção para uma eficaz atuação sobre eles no momento e na intensidade requeridos No mundo empresarial um dos objetivos básicos de toda organização é a maximização dos resultados da companhia Isso significa que é preciso obter a maior receita possível com custos mínimos de produção dado que os lucros totais que abreviaremos por LT serão obtidos pela diferença entre as receitas totais abreviadamente RT e os custos totais simplesmente CT tal que LT RT CT Consideremos para efeitos de análise que o empresário conhece bem o seu mercado e sabe que em certo período que chamaremos de curto prazo suas instalações básicas seus equipamentos e sua capacidade de produção permanecerão inalterados Não será efetuada portanto qualquer modificação que requeira investimento em ativos produtivos na fase de análise Além disso nesse intervalo suficientemente curto para que outras firmas se introduzam no sentido de conjunto de firmas que atuam em um mesmo setor de produção em questão ele não pretende dedicarse a outra indústria Temos então nesse mercado fictício porém não muito distante da realidade firmas com uma indústria de produção determinada e fixa e não há modo de sair ou entrar na indústria MORANTE JORGE 2009 Conhecidas as premissas anteriores concluise que os custos totais CT resultam da soma dos custos fixos totais CFT e dos custos variáveis totais CVT tal que CT CFT CVT Os recursos de produção que não variam por causa das alterações na quantidade produzida são chamados de custos fixos e também são considerados custos indiretos Constituem basicamente os custos relativos à capacidade instalada da empresa tais como o aluguel de edifícios o aluguel de equipamentos a depreciação os salários e encargos do pessoal administrativo etc Essa consideração é baseada em uma situação de curto prazo posto que em médio e longo prazos certos custos fixos poderão variar Por exemplo com o crescimento das operações pode ser necessário alugar um novo local mais amplo para acomodar o negócio E com isso esse típico custo fixo o aluguel irá sofrer um aumento Alguns autores consideram que a rigor existem alguns custos que poderiam ser classificados de semifixos porque apresentam aumentos ainda que por degraus como consequência de uma elevação significativa da produção Tomese o caso por exemplo de aquisição de novas máquinas Com isso haverá uma despesa de depreciação que de forma calculada será maior na proporção do aumento dos ativos de produção conforme facultado pela legislação que regula tais considerações na determinação do lucro contábil MORANTE JORGE 2009 115 CUSTOS E PREÇOS Os custos variáveis por sua vez se referem aos recursos que necessariamente variam de acordo com mudanças da quantidade produzida Quanto maior a produção mais matériaprima será consumida Também são utilizadas mais partes e peças que compõem o produto final os chamados semiacabados na razão direta do aumento da fabricação Ainda haverá maior consumo de energia elétrica quanto mais tempo as máquinas ligadas à produção estiverem operando E é claro os custos com mão de obra direta serão maiores quanto mais tempo esses horistas estiverem no chão de fábrica produzindo e eventualmente recebendo conforme a produtividade obtida Para melhor visualizarmos esses conceitos vamos analisar a tabela a seguir por meio da qual dados hipotéticos são registrados numericamente na primeira coluna a quantidade produzida de determinado bem Na seguinte registramos o CFT e nas demais o CVT e o CT de produção que é a soma desses dois custos Os números entre parênteses que aparecem no topo de cada coluna servem de referência do número da coluna facilitando assim a compreensão de eventuais operações aritméticas que se processam entre os dados das colunas indicadas como é o caso da coluna 4 que compreende a soma das colunas 2 e 3 conforme indicado na tabela a seguir Tabela 82 Representação do CT custos fixos variáveis e totais Quantidade Custo fixo total Custo variável total Custo total de produção Q CFT CVT CT 1 2 3 4 2 3 0 R 15000 R R 15000 1 R 15000 R 4000 R 19000 2 R 15000 R 8200 R 23200 3 R 15000 R 12600 R 27600 4 R 15000 R 17200 R 32200 5 R 15000 R 22000 R 37000 6 R 15000 R 27000 R 42000 7 R 15000 R 32200 R 47200 8 R 15000 R 37600 R 52600 9 R 15000 R 43200 R 58200 10 R 15000 R 49000 R 64000 11 R 15000 R 55000 R 70000 12 R 15000 R 61200 R 76200 13 R 15000 R 67600 R 82600 14 R 15000 R 74200 R 89200 15 R 15000 R 81000 R 96000 16 R 15000 R 88000 R 103000 116 Unidade II 17 R 15000 R 95200 R 110200 18 R 15000 R 102600 R 117600 19 R 15000 R 110200 R 125200 20 R 15000 R 118000 R 133000 Adaptado de Morante Jorge 2009 Se elaborássemos um gráfico utilizando os dados da tabela anterior teríamos Gráfico dos custos Quantidade produzida Custos totais 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Custo fixo total CFT 2 Custo variável total CVT 3 Custo total de produção CT 4 2 3 R 140000 R 120000 R 100000 R 80000 R 60000 R 40000 R 20000 R Figura 23 Custos totais Podemos observar facilmente que o valor constante dos CFT preenchimento horizontal do histograma foram anteriormente definidos de forma que qualquer que seja a quantidade produzida ele não se altera permanecendo fixo em R 15000 Esses custos existem mesmo quando a quantidade produzida é zero Um desses custos fixos o aluguel por exemplo tem que ser pago independentemente de haver produção ou não o mesmo ocorre com os salários da administração os gastos com energia elétrica da parte administrativa e outros semelhantes Já os custos variáveis totais preenchimento vertical do histograma estes se alteram na razão direta do crescimento da produção Se não houver produção não existirão custos variáveis Todavia na medida em que ela aumenta crescem também os custos variáveis Geralmente os custos variáveis não crescem de maneira uniforme ou constante Existem ganhos de escala na aquisição de determinadas matériasprimas que podem provocar uma redução em seu custo unitário ou seja se a quantidade adquirida for maior seu custo unitário pode ser menor Por exemplo em uma indústria de armários elétricos adquirir bobinas de aço carbono para a fabricação de perfis especiais pode ser mais barato do que comprar chapas Além disso não seriam necessários trabalhos de corte da chapa em tiras Todavia tudo dependerá da quantidade a ser produzida quanto maior a quantidade maiores as possibilidades de economias de escala ou seja maior obtenção de produto com a utilização de menores quantidades de fatores de produção MORANTE JORGE 2009 117 CUSTOS E PREÇOS Observando os dados numéricos os eventuais ganhos de escala senão na aquisição de insumos de produção na própria operação do negócio foram transferidos ao cliente que adquire quantidades maiores a preços unitários menores Também são comuns as ocorrências de deseconomias de escala ou seja um aumento médio do custo unitário variável em razão do aumento da quantidade produzida Tomese por exemplo um segundo turno de produção que no entanto não corresponda ao dobro da quantidade produzida mas sim a algo em torno de 70 a mais na quantidade fabricada No entanto determinados custos diretos variáveis são apropriados a toda a produção forçando um aumento do custo variável do produto Esse fenômeno ficará mais fácil de ser entendido quando analisarmos os próximos conceitos de custos os custos fixos médios os custos variáveis médios e da soma desses dois os custos totais médios obtidos pela divisão deles pela quantidade produzida Também veremos o conceito de custo marginal de suma importância na determinação da maximização do lucro Então o custo fixo médio CFMe a um dado nível de produção Q é igual ao custo fixo total CFT dividido por esse nível de produção CFMe CFT Q O custo variável médio CVMe a um dado nível de produção Q é igual ao custo variável total CVT dividido por esse nível de produção CVMe CVT Q O custo total médio CTMe a um dado nível de produção Q é igual ao custo total de produção CT dividido pela quantidade correspondente a esse nível CTMe CT Q Esse CTMe também pode ser determinado pela soma do CFMe com o CVMe ou seja CTMe CFMe CVMe O custo marginal CMg compreende a adição feita ao CT como consequência da produção de uma unidade a mais Ele que também é conhecido por custo incremental demonstra qual é o incremento no custo total de produção proveniente de uma unidade a mais que é produzida e é dado pela relação entre um acréscimo no custo total CT como decorrência de um acréscimo na quantidade produzida Q ou seja Ampliando os dados demonstramos a seguir os valores do custo marginal 118 Unidade II Tabela 83 Custo marginal custos fixos variáveis e totais médios e marginais Quantidade Custo fixo total Custo variável total Custo total de produção Custo fixo médio Custo variável médio Custo total médio Custo marginal Q CFT CVT CT CFMe CVT CTMe CMg 1 2 3 4 2 3 5 2 1 6 3 1 7 5 6 8n 4n 4n1 1n 1n1 0 R 15000 R R 15000 1 R 15000 R 4000 R 19000 R 15000 R 4000 R 19000 R 4000 2 R 15000 R 8200 R 23200 R 7500 R 4100 R 11600 R 4200 3 R 15000 R 12600 R 27600 R 5000 R 4200 R 9200 R 4400 4 R 15000 R 17200 R 32200 R 3750 R 4300 R 8050 R 4600 5 R 15000 R 22000 R 37000 R 3000 R 4400 R 7400 R 4800 6 R 15000 R 27000 R 42000 R 2500 R 4500 R 7000 R 5000 7 R 15000 R 32200 R 47200 R 2143 R 4600 R 6743 R 5200 8 R 15000 R 37600 R 52600 R 1875 R 4700 R 6575 R 5400 9 R 15000 R 43200 R 58200 R 1667 R 4800 R 6467 R 5600 10 R 15000 R 49000 R 64000 R 1500 R 4900 R 6400 R 5800 11 R 15000 R 55000 R 70000 R 1364 R 5000 R 6364 R 6000 12 R 15000 R 61200 R 76200 R 1250 R 5100 R 6350 R 6200 13 R 15000 R 67600 R 82600 R 1154 R 5200 R 6354 R 6400 14 R 15000 R 74200 R 89200 R 1071 R 5300 R 6371 R 6600 15 R 15000 R 81000 R 96000 R 1000 R 5400 R 6400 R 6800 16 R 15000 R 88000 R 103000 R 938 R 5500 R 6438 R 7000 17 R 15000 R 95200 R 110200 R 882 R 5600 R 6482 R 7200 18 R 15000 R 102600 R 117600 R 833 R 5700 R 6533 R 7400 19 R 15000 R 110200 R 125200 R 789 R 5800 R 6589 R 7600 20 R 15000 R 118000 R 133000 R 750 R 5900 R 6650 R 7800 Adaptado de Morante Jorge 2009 119 CUSTOS E PREÇOS R 20000 R 18000 R 16000 R 14000 R 12000 R 10000 R 8000 R 6000 R 4000 R 2000 R Comportamento dos custos médios e marginais Quantidade 20 19 18 17 16 15 14 13 12 1 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Custo fixo médio CFMe 5 21 Custo variável médio CVT 6 31 Custo total médio CTMe 7 5 6 Custo marginal CMg 8n 4n 4n1 1n 1n1 Quantidade Figura 24 Gráfico dos custos médios e marginais Observase que os custos fixos médios marcador laranja decrescem à medida que aumenta a quantidade produzida Na configuração adotada os custos variáveis médios marcador azulceleste são crescentes e também o são o custo marginal marcador azul Esse fato impactará diretamente na maximização do lucro conforme se verá um pouco mais à frente 62 A precificação e as receitas da empresa Voltando ao conceito dos lucros totais LT vimos que ele é obtido pela diferença entre as receitas totais RT e os custos totais CT ou seja LT RT CT É bastante óbvio que quanto maior forem as receitas totais RT e menores forem os custos totais CT maiores serão os lucros totais LT da empresa Esse é um dos grandes desafios dos gestores maximizar os lucros com aumento de receitas e redução dos custos A RT de uma empresa é obtida pela multiplicação da quantidade vendida Q de um determinado produto ou serviço pelo seu preço de venda P RT P xQ A receita média RMe por sua vez será dada pela fórmula RMe RT Q Sabendose que RT P x Q se substituirmos na fórmula anterior temos RMe PxQ Q o que vale dizer que RMe P Assim é possível afirmar que a RMe é o próprio preço P do produto ou serviço Porém é preciso se atentar a outro conceito importante decorrente do custo marginal CMg a receita marginal RMg que compreende o acréscimo de receita observada ΔRT por conta do acréscimo da quantidade vendida ΔQ tal que teremos RMg ΔRT ΔQ Supõese que parte dos ganhos de escala seja transferida ao comprador do produto ou serviço Portanto na atividade real quando a quantidade adquirida é grande o preço unitário será menor do que aquele que seria válido a uma única unidade do produto Esse ganho de escala está presente quando por exemplo um cliente compra uma grande parte do volume de produto estocado As atividades de logística envolvidas desde a separação do material sua embalagem emissão de documentos contábeis e até mesmo a negociação dos recebíveis as duplicatas derivadas junto ao sistema bancário podem ser executadas de maneira tal que daí decorram economias ou ganhos de escala Vamos dispor esses conceitos em números para facilitar a compreensão Coloquemos o preço de venda unitário P na primeira coluna seguido da quantidade Q hipoteticamente vendida a cada preço unitário e assim computemos a receita total RT a receita média RMe e a receita marginal RMg conforme disposto a seguir Tabela 84 Evolução da receita marginal Quantidade Preço de venda Receita total Receita média Receita marginal 1 2 3 4 3 1 5n 3n 3n1 1n 1n1 000 R 9000 R 1 R 9000 R 9000 R 9000 R 9000 2 R 8900 R 17800 R 8900 R 8800 3 R 8800 R 26400 R 8800 R 8600 4 R 8700 R 34800 R 8700 R 8400 5 R 8600 R 43000 R 8600 R 8200 6 R 8500 R 51000 R 8500 R 8000 7 R 8400 R 58800 R 8400 R 7800 8 R 8300 R 66400 R 8300 R 7600 121 CUSTOS E PREÇOS 9 R 8200 R 73800 R 8200 R 7400 10 R 8100 R 81000 R 8100 R 7200 11 R 8000 R 88000 R 8000 R 7000 12 R 7900 R 94800 R 7900 R 6800 13 R 7800 R 101400 R 7800 R 6600 14 R 7700 R 107800 R 7700 R 6400 15 R 7600 R 114000 R 7600 R 6200 16 R 7500 R 120000 R 7500 R 6000 17 R 7400 R 125800 R 7400 R 5800 18 R 7300 R 131400 R 7300 R 5600 19 R 7200 R 136800 R 7200 R 5400 20 R 7100 R 142000 R 7100 R 5200 Adaptado de Morante Jorge 2009 R 150000 R 100000 R 50000 R Quantidade Preço de venda Receita total Receita média Receita marginal Evolução da receita marginal Reais 000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Figura 25 Preço de Venda Receita Total Receita Média e Receita Marginal Vimos até agora como se comportam os custos as receitas como encontrar o tão esperado lucro agora fica a questão Quanto devo vender para não ter prejuízo Ou ainda a partir de que quantidade vendida passarei a ter lucro Para responder a essas questões temos que entender o próximo conceito 63 Breakeven point ou ponto de equilíbrio ou ainda ponto de nivelamento Se as informações de receita e custo forem colocadas em um só gráfico visualizaremos qual é a quantidade que torna a RT igual ao CT ou seja a quantidade em que a empresa tem o ponto de nivelamento entre ambos também chamado de breakeven point ou ponto de equilíbrio Em tal quantidade produzida e comercializada o lucro será portanto igual a zero No caso de venda inferior a essa quantidade é de se esperar que haja prejuízo porque como vimos os custos fixos exercem uma forte pressão sobre a lucratividade de qualquer empreendimento Acima dessa quantidade de equilíbrio entre receita e custos totais é de se esperar que as receitas sejam superiores ao custo do produto vendido caracterizando assim uma área de lucro conforme demonstrado a seguir 122 Unidade II R 140000 R 120000 R 100000 R 80000 R 60000 R 40000 R 20000 R Quantidade 20 19 18 17 16 15 14 13 12 1 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Custo fixo total CFT Custo total e produção CT Custo variável total CVT Receita total RT Área de lucro Área de prejuízo Q RT CT Receitascustos em R Ponto de equilíbrio Figura 26 Representação gráfica do ponto de equilíbrio Para a formação do PE é preciso levar em conta as receitas e despesas calculando os parâmetros que indicam a capacidade mínima em que a empresa deve operar para não ter prejuízo sendo necessário para tanto saber a MC em percentual ou em quantidades unitárias que é provocada pela ocorrência de custos e despesas variáveis na produção e comercialização de produtos Segundo Horngren Foster e Datar 2004 o PE é o nível de atividade em que as receitas totais e os custos totais se igualam ou seja onde o lucro é igual a zero Conforme Leone 2000 a separação das despesas e dos custos fixos e variáveis e o conceito do custeamento variável destinase a desenvolver informações que auxiliam a gerência no desempenho de suas funções de planejamento e de tomada de decisões Embora ambos sejam baseados no curto prazo o conceito do custeio variável fornece meios para que a contabilidade de custos e as gerências de qualquer nível e segmento possam visualizar as interações existentes entre alguns fatores significativos presentes nas atividades que influenciam os resultados ou seja receitas volumes de produção e de vendas e despesas e custos variáveis e fixos O instrumento que os gestores usam corretamente para obter essas interações e sua influência nos resultados é a análise das relações CVL Ponto de equilíbrio ou ponto de nivelamento ou ponto de ruptura é onde se encontra o nível necessário de produção e venda para a cobertura dos custos fixos totais e variáveis até o PE A receita gerada pelas atividades da empresa é igual ao custo total variável e fixo Estas relações podem ser utilizadas para estimar o volume necessário para obter a renda desejada e também para estimar o resultado de várias maneiras a fim de incrementar o lucro BERTI 2006 64 Calculando a quantidade de equilíbrio Q Como vimos o ponto de equilíbrio é o ponto de produção e vendas em que os custos se igualam às receitas ou seja Receita Total RT Custo Total CT Observamos também que a Receita Total RT é obtida pela multiplicação do Preço de Venda P pela Quantidade Q Então para encontrarmos o PE precisamos encontrar qual é a quantidade de equilíbrio que multiplicada pelo preço de venda resultará na receita de equilíbrio Por tratarse de quantidade de equilíbrio chamaremos de Q logo temos RT P x Q Se no PE a RT será igual aos CT e que sabemos que os CT são o resultado da soma dos Custos Fixos Totais CFT e Custos Variáveis Totais CVT substituindose na expressão anterior temos CFT CVT P x Q Por sua vez os CVT são o resultado da multiplicação do custo variável unitário CVun pela quantidade de equilíbrio Q ou seja CVT CVun x Q Se substituirmos então na mesma expressão anterior do CT teremos CFT CVun x Q P x Q Da mesma forma se transpormos as variáveis comuns e isolarmos o CFT temos CFT P x Q CVun x Q ou CFT Q x P CVun Deduzse portanto que a quantidade de equilíbrio será determinada pela divisão dos Custos Fixos Totais CFT pela diferença entre o Preço de Venda unitário P e os Custos Variáveis unitários CVun MORANTE JORGE 2009 À diferença entre o Preço de Venda unitário P e os Custos Variáveis unitários CVun chamamos de Margem de Contribuição unitária MCun Ampliando esse conceito em valores totais a margem de contribuição MC representa a quantia gerada pelas vendas capaz de cobrir os custos fixos e ter como resultado o lucro 124 Unidade II Podemos perceber que a MC torna mais claro o potencial de cada produto serviço ou até mesmo de departamentos unidades etc demonstrando como qualquer um contribui daí o nome contribuição para a amortização dos custos e despesas fixos e depois para a geração do resultado Ou seja a MC representa a potencialidade de um ou vários produtos em cobrir os gastos fixos custos eou despesas de uma empresa e ainda contribuir para a geração de resultados 65 A maximização do lucro O conhecimento do custo marginal CMg e da receita marginal RMg permite deduzir qual é o lucro máximo possibilitado pelo bem ou serviço em questão Vamos isolar esses dois elementos extraídos dos dados anteriores em uma nova tabela ao lado da quantidade comercializada da receita total do custo total e do lucro total dispondoos a seguir Tabela 85 Demonstração da maximização do lucro Quantidade Preço de venda Receita total Custo total de produção Lucro total Receita marginal Custo marginal 1 2 3 1 x 2 4 5 3 4 6n 3n 3n1 1n 1n1 7n 4n 4n1 1n 1n1 000 R 9000 R 000 R 15000 R 15000 R 000 R 000 1 R 9000 R 9000 R 19000 R 10000 R 9000 R 4000 2 R 8900 R 17800 R 23200 R 5400 R 8800 R 4200 3 R 8800 R 26400 R 27600 R 1200 R 8600 R 4400 4 R 8700 R 34800 R 32200 R 2600 R 8400 R 4600 5 R 8600 R 43000 R 37000 R 6000 R 8200 R 4800 6 R 8500 R 51000 R 42000 R 9000 R 8000 R 5000 7 R 8400 R 58800 R 47200 R 11600 R 7800 R 5200 8 R 8300 R 66400 R 52600 R 13800 R 7600 R 5400 9 R 8200 R 73800 R 58200 R 15600 R 7400 R 5600 10 R 8100 R 81000 R 64000 R 17000 R 7200 R 5800 11 R 8000 R 88000 R 70000 R 18000 R 7000 R 6000 12 R 7900 R 94800 R 76200 R 18600 R 6800 R 6200 13 R 7800 R 101400 R 82600 R 18800 R 6600 R 6400 14 R 7700 R 107800 R 89200 R 18600 R 6400 R 6600 15 R 7600 R 114000 R 96000 R 18000 R 6200 R 6800 125 CUSTOS E PREÇOS 16 R 7500 R 120000 R 103000 R 17000 R 6000 R 7000 17 R 7400 R 125800 R 110200 R 15600 R 5800 R 7200 18 R 7300 R 131400 R 117600 R 13800 R 5600 R 7400 19 R 7200 R 136800 R 125200 R 11600 R 5400 R 7600 20 R 7100 R 142000 R 133000 R 9000 R 5200 R 7800 Adaptado de Morante Jorge 2009 Com base nos dados hipotéticos trabalhados até agora observase o lucro máximo desse negócio dado pela equivalência entre a Receita Marginal RMg e o Custo Marginal CMg entre a 13ª e a 14ª unidades produzidas e comercializadas quando o lucro total atinge a importância máxima de R 18800 R 25000 R 20000 R 15000 R 10000 R 5000 R 000 R 5000 R 10000 R 15000 R 20000 Quantidade Lucro total Receita média Custo total médio Receita marginal Custo fixo médio Custo marginal Custo variável médio 000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Maximização do lucro Receitacustos Figura 27 Gráfico da maximização do lucro A figura anterior retoma as curvas de custos agregandose agora a curva designativa do lucro total e a receita marginal Fica fácil perceber o ponto máximo de lucro entre as quantidades 13 e 14 na intersecção da reta de Receita Marginal RMg com a reta de Custo Marginal CMg Portanto o Lucro Total máximo é definido quando RMg CMg MORANTE JORGE 2009 O mesmo gráfico nos mostra outra informação importante O censo comum é de que quanto mais vendermos o lucro será maior e ao analisarmos a linha do total notase que a partir da 14ª unidade vendida o lucro passa a ser menor em relação ao ponto máximo de lucro Isso ocorre por causa dos custos variáveis CV que aumentam conforme a quantidade vendida 126 Unidade II Lembrete A receita gerada pelas atividades da empresa é igual ao custo total variável e fixo 66 O markup A precificação ou formação de preços de venda pode sim ser realizada com base nos custos do produto ou serviço a ser comercializado Ao multiplicar por 2 o custo do produto adquirido o comerciante aplica um markup 2 ou seja um fator sobre o custo direto igual a 2 daí resultando o preço de venda de tal produto Se o preço de venda inclui todos os tributos estamos nos referindo a um markup bruto Para preço de venda líquido utilizase a denominação markup líquido Entretanto essa simples operação requer alguns cuidados especiais como veremos a seguir Para o bom entendimento do conceito de markup é conveniente uma primeira informação sobre outras importantes denominações aplicadas na formação de preços de venda São elas a margem de contribuição o lucro operacional e o lucro líquido que serão utilizados na composição de nosso Demonstrativo Gerencial de Resultado DGR O DGR é uma demonstração com algumas modificações em relação ao modelo da Demonstração de Resultado do Exercício DRE MORANTE JORGE 2009 Tabela 86 Demonstração do Resultado do Exercício DRE Demonstração do Resultado do Exercício Exercício findo em 31 de dezembro de 2013 Em reais Receita operacional bruta Venda de produtos 1300000000 Venda de mercadorias 60000000 Prestação de serviços 63000000 1423000000 Deduções Devolução de vendas 120000000 Impostos e contribuições sobre vendas e serviços 200000000 Abatimentos e descontos incondicionais 20000000 340000000 Receita operacional líquida 1083000000 Custos das vendas Custos dos produtos vendidos 470000000 Custos das mercadorias vendidas 12000000 Custos dos serviços prestados 18000000 500000000 Resultado operacional bruto lucro bruto 583000000 127 CUSTOS E PREÇOS Despesas operacionais Administrativas pessoais 200000000 Administrativas gerais 200000000 Impostos e taxas 20000000 Comerciais gerais 100000000 520000000 Despesas financeiras líquidas Despesas financeiras 50000000 Receitas financeiras 6000000 Variações monetárias e cambiais passivas Variações monetárias e cambiais ativas 44000000 Outras receitas e despesas financeiras líquidas Resultado da equivalência patrimonial 10000000 Vendas de bens e direitos do ativo não circulante Custo da venda de bens e direitos do ativo não circulante 10000000 Resultado operacional antes do IR e CSLL Provisão IRPJCSLL 6000000 Lucro líquido antes da participações Participações de administradores empregados e P Beneficiárias Resultado líquido do exercício 3000000 Adaptado de Morante Jorge 2009 A primeira diferença entre o DGR e a DRE está na denominação do Resultado Operacional Bruto utilizada na DRE e que chamamos de MC que visa identificar qual a contribuição para cobertura das despesas operacionais despesas financeiras e outras provenientes da receita menos custo Tabela 87 Demonstração Gerencial do Resultado Demonstração do Resultado do Exercício Exercício findo em 31 de dezembro de 2013 Em reais Receita operacional bruta Venda de produtos 1300000000 Venda de mercadorias 60000000 Prestação de serviços 63000000 1423000000 Deduções Devolução de vendas 120000000 Impostos e contribuições sobre vendas e serviços 200000000 Abatimentos e descontos incondicionais 20000000 128 Unidade II 340000000 Receita operacional líquida 1083000000 Custos das vendas Custos dos produtos vendidos 470000000 Custos das mercadorias vendidas 12000000 Custos dos serviços prestados 18000000 500000000 Margem de contribuição 583000000 Despesas operacionais Administrativas pessoais 200000000 Administrativas gerais 200000000 Impostos e taxas 20000000 Comerciais gerais 100000000 520000000 Despesas financeiras Despesas financeiras 50000000 50000000 Resultado operacional antes do IR e CSLL Provisão IRPJCSLL 6000000 Lucro líquido antes da participações Participações de administradores empregados e P Beneficiárias Resultado líquido do exercício 7000000 Adaptado de Morante Jorge 2009 Dessa forma a MC absoluta será o resultado direto da adoção de um markup sobre o custo Exemplificando se adotarmos um markup igual a 2 dois o custo é multiplicado por 2 resultando em uma receita ou preço de venda duas vezes maior que o do produto com MC equivalente ao próprio custo do produto ou serviço comercializado o que não significa que a MC percentual seja de 100 Ao vender por 200 algo que custou 100 a MC absoluta será 100 que relacionada com o preço de venda indicará uma MC percentual de 50 Então uma margem de 100 só será atingida quando o custo do produto vendido for zero o que não encontra justificativa corrente no mundo dos negócios admitidas as exceções por exemplo venda de ativos totalmente depreciados e que portanto tenham custo contábil zero MORANTE JORGE 2009 Ao subtrairmos as despesas operacionais comerciais administrativas e financeiras líquidas do resultado operacional bruto MC no DGR teremos o resultado operacional antes dos impostos Ou seja no DGR o lucro operacional será o resultado da subtração da MC das despesas administrativas comerciais e financeiras deixando de considerar as variações patrimoniais da organização para efeitos de precificação Não serão consideradas ainda na formação de preços de venda as receitas financeiras advindas de aplicações de recursos financeiros ociosos mas tão somente aquelas decorrentes da utilização de um capital operacional a custo de mercado 129 CUSTOS E PREÇOS Analisando ainda a tabela anterior veremos que subtraindo as provisões para os tributos incidentes sobre o lucro obtémse o lucro líquido antes das participações e depois de eliminadas tais participações chegase ao resultado líquido do exercício Em nossa precificação simplificaremos o processo de determinação do markup incluindo tais participações em uma rubrica única que denominaremos remuneração sobre o capital operacional terminando com o lucro líquido a ser obtido com a venda do produto ou serviço após as considerações dos impostos diretos que serão deduzidos do lucro operacional bruto MORANTE JORGE 2009 Na determinação do markup tanto no comércio quanto na indústria a forma de elaboração é a mesma diferenciamse pela recuperação dos impostos na indústria os custos são chamados de custo de produção que envolve tanto os fixos como os variáveis e no comércio é o custo de aquisição da mercadoria Segundo Wernke 2001 a taxa de marcação ou markup é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para formação do preço de venda Tem por finalidade cobrir os fatores como tributação sobre vendas ICMS IPI PIS Cofins ou Simples percentuais incidentes sobre o preço de venda comissões sobre vendas franquias comissão da administradora do cartão de crédito etc despesas administrativas fixas despesas de vendas fixas custos indiretos de produção fixos e margem de lucro No comércio principalmente é comum a utilização de margens de lucro mais baixas em determinados produtos que servem como atração aos consumidores Por exemplo os supermercados anunciam certo produto carne por um preço baixo porém têm intenção de que os clientes venham comprar o produto e levem junto outras mercadorias cervejas condimentos legumes arroz etc comercializadas com margens de lucro maior Assim compensam a pequena margem em um bem com margens maiores em outros Quanto à elaboração existem duas formas de utilização do markup divisor ou multiplicador Independentemente de qual modo é utilizado o valor do preço de venda será igual 67 O markup divisor Ao utilizarmos o markup divisor é necessário seguir algumas etapas listar todas as Despesas Variáveis de Vendas DVVs somálas e dividilas por 100 cem para que encontremos o valor em percentual e subtrair de 1 um encontrando o markup que servirá como divisor do custo unitário para que obtenhamos o preço de venda Exemplificando considerando que as despesas variáveis de venda sejam o ICMS 17 as comissões sobre as vendas 3 o lucro desejado 5 sabendo ainda que o custo unitário da mercadoria foi de R 50000 qual seria o markup divisor e qual o preço de venda Resolução Listar todas as DVVs são consideradas como despesas o ICMS svendas 17 as comissões svendas 3 e o lucro desejado 5 130 Unidade II Somar as DVVs 17 3 5 25 Dividir a soma das DVVs por 100 para achar a forma unitária 25100 025 O quociente da divisão deve ser subtraído de 1 1 02500 07500 desta forma nosso mark up divisor será 075 Dividir o custo de compra pelo markup divisor assim se o custo unitário da mercadoria é de R 50000 para encontrarmos o preço de venda R 500075 a mercadoria deverá ser vendida por R 66667 Comprovando o valor encontrado Preço de venda orientativo 66667 Percentuais utilizados 17 5 3 25 16667 Custo da mercadoria 50000 Segundo Wernke 2001 caso o lojista deseje incluir um percentual relativo às despesas mensais todas elas exceto os custos de compra e os fatores já considerados na taxa de marcação no markup o caminho que pode ser seguido passa pela obtenção do valor total dos custos indiretos mensais e o respectivo faturamento mensal Sugerese o uso de médias para eliminar fatores sazonais muito comuns no segmento varejista Vejamos outro exemplo de cálculo do markup Suponhamos que uma empresa produza três produtos L M e N seja constituída de um único departamento apenas para simplificação e tenha as seguintes características CIP 3100000 em certo mês dos quais 2455000 são fixos compreendendo mão de obra indireta maior parcela depreciações etc e 645000 são variáveis Embora todos os custos variáveis sejam sempre diretos por natureza nem sempre vale a pena o sacrifício de se fazer seu acompanhamento e medição individual por produto são tratados então na prática como indiretos Esses custos indiretos variáveis neste exemplo são a energia elétrica e os materiais indiretos e totalizam 645000 por estar a empresa produzindo as seguintes quantidades Tabela 88 Produto Quantidade produzida unidade Custo indireto variável por unidade Custo indireto variável total L 2000 R 8000 R 16000000 M 2600 R 10000 R 26000000 N 2500 R 9000 R 22500000 Total R 64500000 131 CUSTOS E PREÇOS Custos diretos de produção matériasprimas e mão de obra direta no total de 700un para o produto L 1000un para o M e 750un para o N A empresa está produzindo aquelas quantidades indicadas no quadro anterior e vendendo pelos preços de 1550un o produto L 2000un o M e 1700un o N Esses preços de venda são os fixados pela empresa líder do mercado e a nossa não pretende modificá los mas está fazendo um estudo para verificar qual o produto mais lucrativo para tentar incentivar sua venda Para isso faz os seguintes cálculos Custos indiretos por produto já que a maior parte é constituída por mão de obra indireta decide por sua distribuição conforme as horas de mão de obra direta hMOD Custos indiretos totais Nº horas MOD 3100000 2000hMOD 155000 hMOD Tabela 89 Horas de MOD por unidade Quantidade produzida Total de horas de MOD Produto L 2000 hun 2000 un 40000 h Produto M 2500 hun 2600 un 65000 h Produto N 2000 hun 2500 un 50000 h Total 155000 h Resumo Nesta unidade vimos o modelo proposto por Goulart Júnior 2000 que empiricamente constatou que de acordo com o estágio do Ciclo de Vida em que uma organização se encontra ela possui formulação básica sistema de custeio modo de precificação e origem do lucro A fórmula básica relaciona as variáveis lucro preço e custos que evoluem da construção P CL das etapas de nascimento e crescimento para L PC nas fases de maturidade e estabilidade para chegar ao modo final CPL no ciclo de envelhecimento O sistema de custeio demonstra que o sistema de apuração dos custos tende a variar ao longo do Ciclo de Vida da organização ele é baseado em 132 Unidade II volume por recursos na fase de nascimento evolui para baseado em volume por centros de custos nos estágios de crescimento e maturidade passando para baseado em atividades nas etapas de estabilidade e envelhecimento O modo de precificação ocorre quando inicialmente na fase de nascimento a empresa adota o preço de mercado e na etapa de crescimento o markup Durante a maturidade ela utiliza a precificação pelo valor percebido e no período de estabilidade a precificação de preço do valor sobretudo com os produtos próprios e específicos e o método por retorno alvo aos produtos especiais sob encomenda no ciclo de envelhecimento Embora o lucro seja sempre a diferença entre o preço e o custo L PC ele é explicado de forma diferente a cada estágio do ciclo de vida da organização Na fase de nascimento tratase da diferença entre o preço dado pelo mercado e o custo na etapa de crescimento ele decorre de uma margem acrescida ao preço de aquisição durante a maturidade tem origem especialmente pelo controle dos custos já no ciclo de estabilidade é mantido e obtido com preços menores e na fase de envelhecimento possui origem nas melhorias dos processos produtivos Exercícios Questão 1 Sobre o ponto de equilíbrio breakeven point de uma empresa assinale a alternativa correta A Corresponde ao equilíbrio de compras e seus custos B Corresponde ao equilíbrio de receitas e de custos e despesas C Corresponde ao equilíbrio de custos e suas despesas D Corresponde ao equilíbrio de poupança e investimentos E Corresponde ao equilíbrio de tributos e de arrecadação fiscal Resposta correta alternativa B Análise das alternativas A Alternativa incorreta Justificativa o ponto de equilíbrio indica qual é a capacidade mínima de operação de uma empresa para não ter prejuízo portanto não indica o quanto foi comprado em relação ao seu custo 133 CUSTOS E PREÇOS B Alternativa correta Justificativa para não ter prejuízo a empresa precisa ter um ponto de equilíbrio entre as receitas faturamento e custos e despesas Com este cálculo ela estima o mínimo para não operar no vermelho C Alternativa incorreta Justificativa para saber o mínimo necessário para lucrar a empresa não pode equiparar apenas custos e despesas Com este cálculo ela nunca saberá seus retornos lucrativos D Alternativa incorreta Justificativa o que foi descrito na alternativa corresponde às investigações do que fazer com os lucros positivos obtidos Para ganhar mais a empresa precisa saber como obter rentabilidade de seus lucros E Alternativa incorreta Justificativa o que foi descrito na alternativa corresponde às investigações do ponto de vista governamental Ou seja o ponto de equilíbrio de uma empresa não está relacionado com equilíbrio de tributos e arrecadação fiscal Questão 2 Nas empresas o cálculo de pontos define as margens de segurança de produção para atingir determinados objetivos Qual é o nome do ponto de equilíbrio que mostra a quantidade de vendas necessárias em uma empresa para que o seu lucro seja zero A Ponto de Equilíbrio Contábil B Ponto de Equilíbrio Financeiro C Ponto de Equilíbrio Econômico D Ponto de Equilíbrio Monetário E Ponto de Equilíbrio Fiscal Resolução desta questão na plataforma