·

Cursos Gerais ·

Automação Industrial

Send your question to AI and receive an answer instantly

Ask Question

Preview text

Autor Prof Maurício Felippe Manzalli Colaboradores Prof Clovis Chiezzi Seriacopi Ferreira Prof André Galhardo Fernandes Economia e Administração Professor conteudista Maurício Felippe Manzalli Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Paulista UNIP e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUCSP Atualmente é professor da UNIP nos cursos de Ciências Econômicas e Administração e também é coordenador do curso de Ciências Econômicas na mesma universidade tanto na modalidade presencial quanto a distância Tem experiência em administração e finanças notadamente àquelas ligadas ao setor de transporte de passageiros atuando há 29 anos no ramo Todos os direitos reservados Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma eou quaisquer meios eletrônico incluindo fotocópia e gravação ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP M296e Manzalli Maurício Felippe Economia e Administração Maurício Felippe Manzalli São Paulo Editora Sol 2020 176 p il Nota este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP Série Didática ISSN 15179230 1 Consumidor 2 Teoria macroeconômica 3 Matemática financeira I Título CDU 33 W50852 20 Prof Dr João Carlos Di Genio Reitor Prof Fábio Romeu de Carvalho ViceReitor de Planejamento Administração e Finanças Profa Melânia Dalla Torre ViceReitora de Unidades Universitárias Profa Dra Marília AnconaLopez ViceReitora de PósGraduação e Pesquisa Profa Dra Marília AnconaLopez ViceReitora de Graduação Unip Interativa EaD Profa Elisabete Brihy Prof Marcello Vannini Prof Dr Luiz Felipe Scabar Prof Ivan Daliberto Frugoli Material Didático EaD Comissão editorial Dra Angélica L Carlini UNIP Dr Ivan Dias da Motta CESUMAR Dra Kátia Mosorov Alonso UFMT Apoio Profa Cláudia Regina Baptista EaD Profa Deise Alcantara Carreiro Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico Prof Alexandre Ponzetto Revisão Aline Ricciardi Juliana Muscovick List of names and numbers Sumário Economia e Administração APRESENTAÇÃO 7 INTRODUÇÃO 7 Unidade I 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA ECONÔMICA 9 11 Microeconomia 14 12 Fatores de produção e curva das possibilidades da produção 15 13 O problema econômico fundamental 16 14 Bens 19 15 Curva de possibilidade de produção 21 2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR TEORIA DA DEMANDA E TEORIA DA OFERTA 25 21 Teoria da demanda 29 22 Teoria da oferta 41 23 Funcionamento do mercado equilíbrio e deslocamentos do equilíbrio53 3 TEORIA DA FIRMA 61 31 Teoria da produção 61 32 Custos de produção 77 4 ESTRUTURAS DE MERCADO FORMAÇÃO DE PREÇOS E MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS 81 41 Concorrência perfeita 81 42 Monopólio 84 43 Oligopólio 87 44 Concorrência monopolista 90 Unidade II 5 INTRODUÇÃO À TEORIA MACROECONÔMICA 95 51 Questionamentos centrais da teoria macroeconômica 95 52 Evolução da teoria macroeconômica 98 53 Medidas de atividade econômica 100 531 Identidade entre renda e produto101 532 Valor bruto da produção e valor agregado 104 533 Demais medidas agregadas 106 6 CONSIDERAÇÕES ACERCA DA TEORIA MONETÁRIA 108 61 Funções e histórico da moeda 109 62 Da moeda aos meios de pagamento 113 63 Política monetária 114 64 Política fiscal 116 65 Política cambial 119 66 Política de rendas 120 67 Inflação 121 7 FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO 125 71 Princípios e funções da administração 125 72 Escola clássica e científica 126 73 Escola humanística 128 74 Escola da burocracia 130 75 Administração por objetivos 130 8 MATEMÁTICA FINANCEIRA 131 81 Montante e juros simples 132 82 Desconto simples 136 83 Montante e juro composto 142 84 Equivalência de taxas 152 85 Série de pagamentos e rendas 162 7 APRESENTAÇÃO As necessidades da vida cotidiana tornam obrigatório o conhecimento sobre economia administração e finanças independentemente da área profissional ou da formação acadêmica Assim qualquer indivíduo deve ter noções de economia e administração mesmo que não saiba exatamente do que trata os saberes dessa área de conhecimento Em outras palavras todos nós nos deparamos com aspectos relacionados à formação de preços à eficiente alocação de recursos às estruturas de mercado às questões de escassez de bens e serviços e suas condições de oferta à inflação ao desempenho de determinados setores da economia e aos níveis de desenvolvimento e crescimento das nações Em princípio a ciência econômica é a ciência que estuda a atividade produtiva Economia palavra derivada do grego oikosnomos oikos quer dizer casa nomos significa lei representa a administração de uma casa entendida como um patrimônio particular uma empresa ou um Estado Trazendo para uma interpretação mais moderna do termo podese dizer que a ciência econômica é a ciência que trata da administração eficiente de recursos econômicos com vistas à obtenção de resultados positivos De acordo com Sandroni 1996 p 129 a ciência econômica focaliza estritamente os problemas referentes ao uso mais eficiente de recursos materiais escassos para a produção de bens De outra forma é a ciência que trata dos fenômenos relativos à produção à distribuição à acumulação e ao consumo de bens É disso então que passaremos a tratar a fim de possibilitar condições de reproduzir as noções teóricas básicas da teoria microeconômica bem como da macroeconomia distinguir escolas do pensamento administrativo e ainda poder utilizar os instrumentos oferecidos pela matemática financeira Nesse sentido o objetivo é a perfeita compreensão da teoria econômica oferecida pela microeconomia e pela macroeconomia combinada com habilidades administrativas demasiadas importantes para capacitar a entender o comportamento do consumidor e da empresa a função produção e a formação de preços e maximização de produtividade e rendimentos assim como as diversas estruturas de mercado INTRODUÇÃO O livrotexto destinase àqueles que necessitam compreender como funciona a economia do ponto de vista tanto dos consumidores quanto das empresas com vista ao entendimento do funcionamento dos diferentes mercados e dos diferentes níveis de concorrência que acontecem entre as empresas Busca ainda apresentar algumas das abordagens das escolas do pensamento administrativo e noções de matemática financeira Tratase também de material de apoio à economia e administração Serão encontrados textos explicativos que elucidam a matéria resumos do conteúdo estudado exercícios comentados tópicos para refletir em que convidamos a pensar sobre assuntos da atualidade 8 a seção Saiba Mais em que indicamos livros e demais leituras que de alguma forma complementam os temas investigados É importante não deixar de explorar essas sugestões garantimos que será possível ampliar seu conhecimento sobre os temas apresentados e isso será extremamente útil não apenas na questão específica do estudo mas na vida profissional os Lembretes anotações pontuais que remetem a alguma informação já conhecida as Observações apontamentos que chamam sua atenção para algum ponto destacado sobre o assunto em desenvolvimento são recursos que reforçam algumas questões que quisemos salientar os Exemplos de Aplicação em que os convidamos à reflexão sobre um tema proposto Inicialmente será apresentada a ciência econômica passando pela microeconomia e conhecendo o problema econômico fundamental o comportamento do consumidor com a teoria da demanda e da oferta o funcionamento do mercado a teoria da firma Finalizaremos com o assunto estruturas de mercado Na sequência serão vistos outros temas como exemplo a introdução à macroeconomia e teoria monetária funções e histórico da moeda bem como políticas econômicas e inflação Ainda abordaremos algumas teorias do pensamento administrativo e concluiremos com a matemática financeira 9 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Unidade I Aqui faremos contato com as definições iniciais da ciência econômica assim como com uma de suas teorias que explica o comportamento racional dos agentes econômicos notadamente a microeconomia 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA ECONÔMICA A ciência econômica estuda as relações entre famílias empresas e governo para compreender os fenômenos que norteiam o funcionamento do mundo em que vivemos A preocupação central dessa ciência social é a análise da produção de bens e distribuição da renda diante do problema da escassez de recursos e das necessidades ilimitadas dos indivíduos Nesse aspecto um dos objetivos de começar a estudar economia e administração é apresentar os primeiros pensamentos diante de alguns problemas econômicos básicos de nosso cotidiano por exemplo a forma como distribuímos nossa renda proveniente de nosso salário diante da grande quantidade de mercadorias e de serviços dos quais necessitamos para manutenção da vida Apresentado assim parece bastante simples pois sabemos o quanto ganhamos ou seja qual nosso salário e o que necessitamos durante uma semana um mês um ano e assim por diante Mas se pensarmos com um pouco mais de calma para que tenhamos algum salário tornase necessária nossa participação em alguma atividade produtiva seja trabalhando em alguma indústria em uma loja de comércio ou prestando algum serviço financeiro pelos bancos ou por outros meios por exemplo por uma rede de lavanderias Como ilustração listamos alguns problemas econômicos com os quais a ciência econômica se preocupada em explicar Como a taxa de câmbio interfere na vida das empresas e na vida do cidadão comum O que ocorre com a renda da população diante de anúncio do governo por elevação nas taxas de juros Por que o preço da gasolina sobe quando um determinado país não tem capacidade suficiente para produzila Por que a renda da região NorteNordeste do Brasil tende a ser menos concentrada do que a renda da região SulSudeste Por que o produto interno bruto PIB de um país cresce conforme a sociedade consome maior quantidade de mercadorias 10 Unidade I Quais são os fatores explicativos da subida dos preços dos chocolates nas proximidades da Páscoa Por que um governo que gasta mais do que arrecada tem dificuldades de financiar seus déficits Qual a importância para a vida de cada brasileiro quando um país vende uma empresa estatal ao capital internacional O que significa inflação O que é desemprego Como os preços dos bens são determinados Qual o comportamento do consumidor diante da elevada variedade de bens que tem à sua disposição para consumo Como as empresas conseguem obter lucro diante do difícil controle de custos de produção Como uma empresa consegue combinar da forma mais eficiente possível os fatores de produção disponíveis e a seu controle Como medir a eficiência de diferentes fatores de produção em um processo produtivo Aparentemente cada uma dessas questões em nada impacta nossa vida individual mas vejamos o seguinte exemplo em um determinado período em alguma manchete de jornal impresso ou pelos telejornais é anunciada a informação de que o balanço de pagamentos brasileiros do ano de 2019 apresentou déficit de tantos reais e esse déficit é proveniente de saldos negativos da balança comercial demonstrando que as exportações da economia brasileira foram menores do que suas importações mesmo que a balança de serviços tenha sido positiva Espere um pouco o que é déficit O que é balanço de pagamentos Balança comercial Exportações Importações Balança de serviços As exportações foram menores do que as importações Mas por quê Assim de batepronto não conseguiremos chegar a uma resposta certa mas analisando dados da realidade concreta poderíamos responder à nossa pergunta utilizando os seguintes argumentos As exportações brasileiras foram menores em 2019 pois nesse ano as empresas nacionais produziram quantidade menor de mercadorias do que no ano anterior As exportações brasileiras foram menores em 2019 pois nesse ano o consumo por parte dos brasileiros foi maior assim uma forma de não existir escassez de mercadorias no mercado interno foi não exportar As exportações brasileiras foram menores em 2019 pois nesse ano o governo brasileiro adotou medidas favorecendo as importações valorizando a taxa de câmbio por exemplo 11 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Observamos que para apenas uma pergunta elaboramos três possíveis respostas que somente poderão ser efetivamente consideradas como certas e verdadeiras ao observarmos os números da realidade concreta É disso que se ocupa a ciência econômica Através de suas teorias conjugase uma série de ideias e definições do objeto a ser investigado verificamse as condições em que cada uma das teorias se sustenta para a partir de argumentos dar respostas sobre o comportamento dos objetos de investigação ou seja construir hipóteses sobre o funcionamento da realidade concreta Poderíamos por uma primeira aproximação ilustrar o campo de observação dessa ciência Estuda atividades econômicas que envolvem o emprego de moeda e a troca entre indivíduos empresas e governo Observa o comportamento das empresas que produzem de modo eficiente reduzindo custos para obter lucros Observa o comportamento do consumidor tendo em vista os preços a renda de que dispõem e a oferta de bens e serviços Observa o processo de concorrência empresarial e as formas com que abordam os consumidores Utilizandose da contribuição de um renomado economista Paul Samuelson 1979 p 3 chegamos ao seguinte conceito Economia é o estudo de como os homens e a sociedade decidem com ou sem a utilização do dinheiro empregar recursos produtivos escassos que poderiam ter aplicações alternativas para produzir diversas mercadorias ao longo do tempo e distribuílas para consumo agora e no futuro entre diversas pessoas e grupos da sociedade Ela analisa os custos e os benefícios da melhoria das configurações de alocação de recursos Pois bem eis aqui uma boa definição do que seria a economia mas vamos traduzila para a linguagem de nossos dias Como ciência a economia estuda o emprego de recursos escassos entre usos alternativos com o fim de obter os melhores resultados Vamos entender o que é emprego de recursos escassos e o que são usos alternativos mas para isso voltemos a uma das primeiras noções do que a economia estuda e que deve ser absorvida O exemplo será você mesmo Pense inicialmente em sua renda Se você trabalha ou seja se participa de alguma atividade produtiva recebe um salário ao qual chamaremos de renda Esse seu salário seja ele qual for será distribuído entre todas as suas necessidades de consumo Salário é a sua renda e suas categorias de consumo que dizem respeito a suas despesas portanto estamos descrevendo seu orçamento particular 12 Unidade I Vamos supor que sua renda esteja destinada para pagamento de conta de luz água telefone alimentação moradia transporte lazer vestuário etc Após alocar sua renda entre todas essas categorias de despesas ainda sobrou uma parcela que você poupará para consumo futuro Mas você cursa uma universidade e as mensalidades estão incorporadas nessa sua cesta de consumo ou seja o valor das mensalidades concorre por uma parcela de sua renda assim como concorre o quanto você gasta com alimentos moradia transporte lazer etc Nesse caso são várias categorias de gastos para uma mesma renda Sem pensar muito para que você consiga dar conta de efetuar todos os seus pagamentos você efetua a distribuição de parcela de sua renda para cada um de seus gastos Observação Esse simples exemplo ilustra uma parte do conceito oferecido por Samuelson 1979 ou seja a economia estuda o emprego de recursos escassos entre usos alternativos com o fim de obter os melhores resultados Nesse exemplo bastante simples que vale também para a minha realidade e a realidade de mais uma grande quantidade de brasileiros o emprego de recursos escassos é ilustrado por nossa renda e os usos alternativos são ilustrados pela nossa cesta de consumo ou por tudo aquilo em que gastamos nossa renda Pensemos agora não mais do ponto de vista individual mas sim nos limites de uma família Uma família é formada por pai mãe filhos ou seja entes que compõem uma unidade familial Essa família precisa ser mantida Precisa vestirse alimentarse morar e locomoverse Ela tem conjuntamente uma cesta de consumo que deve ser atendida através de uma renda a renda familiar já que em nosso exemplo cada um dos membros dessa família participa de alguma atividade produtiva Portanto a renda familiar deve dar conta de responder a toda e qualquer categoria de gastos dessa família Cada entrada de dinheiro recursos então será chamada de renda e cada saída de dinheiro despesas serão os pagamentos efetuados por essa família Eis aqui o orçamento familiar Em seguida vamos pensar não mais individualmente tampouco em termos de família mas nas dimensões de uma empresa Uma empresa pode produzir mercadorias e vendêlas diretamente aos seus consumidores Pode apenas ser uma empresa comercial comprando mercadorias produzidas por outras empresas e vendendoas diretamente aos consumidores ou ainda pode ser prestadora de algum serviço Quando uma empresa produz alguma mercadoria mesas por exemplo ela necessita de meios de produção bens necessários à execução de sua atividade produtiva Para produzir determinada mercadoria precisa adquirir meios de produção e pagará por essa aquisição No nosso exemplo simples da produção de mesas essa empresa hipotética necessita adquirir fórmica madeira ferro parafusos colante além de dispor de grande quantidade de máquinas ferramentas como por exemplo máquinas furadeiras lixadeiras serra de corte e assim por diante 13 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Observação A empresa também precisa contratar pessoas para trabalhar pois esses meios de produção não trabalham sozinhos Quando a empresa adquire meios de produção incorre em custos com a produção Esse custo será conhecido pela multiplicação de duas variáveis o preço de cada um dos fatores adquiridos e as quantidades das mercadorias adquiridas Portanto ela tem um custo de produção uma despesa com sua produção Imaginando que as empresas não produzem mercadorias para satisfazer suas próprias necessidades de consumo cada uma empreenderá todos seus esforços para vender sua produção Quando as empresas vendem sua produção recebem uma quantidade de dinheiro proveniente da venda A essa quantidade de dinheiro denominaremos receita de vendas que nada mais será do que a multiplicação de duas variáveis preço da mercadoria e quantidade das mercadorias vendidas Observação Então quando mencionamos as receitas e as despesas empresariais estamos falando do orçamento empresarial É comum afirmar que em regimes capitalistas de produção as empresas existem não para satisfazer as necessidades de consumo da sociedade mas para valorizar o capital investido pelo empresário Portanto existem para gerar lucros Dessa forma seu empenho será pelo aumento das quantidades vendidas de suas mercadorias o que requer dois aspectos aumento da produção e uso de menor quantidade de recursos Assim procurarão gastar cada vez menos com a quantidade de meios de produção que adquirem para muitas vezes aumentar a quantidade de lucros que obtém Portanto as empresas também sofrem com a limitação de recursos à sua disposição diante de suas categorias de despesas Saiba mais Até o momento tratamos das empresas inseridas no sistema capitalista de produção A seguir dois livros extremamente interessantes sobre o assunto CATANI A M O que é capitalismo São Paulo Brasiliense 2011 Coleção Primeiros Passos RICHERS R O que é empresa São Paulo Brasiliense 1986 Coleção Primeiros Passos 14 Unidade I 11 Microeconomia A microeconomia a mais antiga forma de produzir análise econômica fornece um instrumental analítico empregado por praticamente todos os ramos do pensamento econômico dominante O prefixo micro é derivado da palavra grega mikros que representa pequeno Dessa forma a microeconomia estuda o comportamento de unidades econômicas muito específicas como por exemplo um consumidor um trabalhador uma empresa uma família uma indústria mercados específicos entre outros De acordo com Vasconcellos Oliveira e Barbieri 2011 os princípios que caracterizam a elaboração da teoria microeconômica apoiamse em duas condições pressupõese que a economia seja composta por unidades tomadoras de decisão também chamadas de agentes econômicos compreendidos como empresas enquanto produtoras e vendedoras de mercadorias e as famílias enquanto consumidoras das mercadorias produzidas pelas empresas cada um desses agentes detém um único objetivo a maximização de seu bemestar ou a maximização de seus resultados No caso dos agentes individuais consumidores ou famílias seus objetivos são melhorar seu padrão de consumo diante das oportunidades de consumo que lhes são oferecidas e diante de sua capacidade de consumo ou seja de sua restrição orçamentária Ao agente econômico empresa cabe cumprir seu objetivo de obtenção de lucro bem como maximizálo também diante de restrições que lhes são impostas pelo ambiente econômico A teoria microeconômica ou análise de equilíbrio parcial foca em dar respostas às seguintes questões O que determina o preço dos diversos tipos de bens e serviços O que determina a remuneração de um trabalhador O que determina o quanto de cada mercadoria será produzido O que determina a maneira pela qual um indivíduo gasta sua renda entre os mais diversos tipos de bens e serviços Em sentido mais amplo a teoria microeconômica ao presumir que o sistema econômico oferece limites para a obtenção dos objetivos a serem atingidos pelos agentes econômicos e que esses limites são relativamente determinados pela escassez de recursos procura descobrir quais são os melhores resultados alcançados em um sistema econômico diante das restrições que o sistema econômico impõe aos agentes Para responder a esses questionamentos construindo modelos que representam de forma simplificada a realidade a teoria microeconômica lança mão de algumas técnicas empregadas na construção dos modelos a exemplo da teoria do consumidor e da teoria da firma bem como dos estudos das diferentes estruturas de mercado em que as mais diversas empresas estão inseridas No entanto para que possamos conhecer e entender tais teorias bem como seus desdobramentos é necessário caracterizar 15 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO o que são fatores de produção como se relacionam e como são utilizados partindo do princípio de que são limitados no tempo Dessa forma é importante atentar para ao que vamos tratar dos fatores de produção da curva de possibilidade de produção e do problema econômico fundamental 12 Fatores de produção e curva das possibilidades da produção Pois bem indo direto ao assunto a ciência econômica existe para dar conta de responder a um grande problema o problema da escassez de recursos frente à grande quantidade de mercadorias e diante da ilimitada necessidade de consumo dos indivíduos A quais recursos estamos nos referindo Aos recursos produtivos que também são denominados fatores de produção elementos indispensáveis ao processo produtivo de bens materiais que conceituaremos como terra trabalho capital tecnologia e capacidade empresarial Vamos entender cada um desses elementos O recurso econômico terra é compreendido como as terras destinadas à agricultura e pecuária ou seja terras cultiváveis florestas minas disponíveis àquelas produções de mercadorias provenientes da utilização do solo Trabalho pode ser entendido como a mão de obra empregada na produção de mercadorias ou na prestação de serviços Portanto o homem O fator de produção capital inicialmente é o capital financeiro ou seja o dinheiro necessário para dar impulso a qualquer empreendimento industrial comercial ou outro que seja Mais do que exemplificar o dinheiro enquanto recurso produtivo há também o capital representado pelas máquinas pelos equipamentos pelas instalações e pela matériaprima Já o fator de produção tecnologia compreende as técnicas de produção utilizadas pelas empresas as quais também podemos chamar de knowhow ou knowlege voltados à técnica de produção e ao conhecimento científico respectivamente Por fim o fator de produção capacidade empresarial diz respeito aos empresários ou simplesmente àquelas pessoas disponíveis a empreender um novo investimento ou aptas a abrir uma empresa Saiba mais Sobre a importância do empreendedorismo no Brasil vale a leitura do relatório produzido pelo grupo Global Entrepreneurship Monitor GEM GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR GEM Empreendedorismo no Brasil 2016 Curitiba IBQP 2017 Disponível em httpibqporgbrwp contentuploads201707AFGEMNacionalBAIXApdf Acesso em 23 jun 2020 16 Unidade I Cada fator de produção tem uma remuneração diferente em termos de denominação Conforme Nogami e Passos 2016 a remuneração do fator de produção terra terá o nome de aluguel Ao fator de produção trabalho daremos a denominação de salário enquanto remuneração Quanto ao capital recebe sua remuneração na forma de juros A tecnologia utilizada na produção de mercadorias recebe a remuneração em forma de direito à propriedade e por fim mas não menos importante a capacidade empresarial recebe lucros na forma de remuneração O quadro a seguir ordena fatores e respectivas remunerações Quadro 1 Fatores de produção e remuneração Fatores de produção Remuneração dos fatores de produção Terra Aluguel Trabalho Salário Capital Juros Tecnologia Direito à propriedade Capacidade empresarial Lucros Observação Os fatores de produção utilizados na economia são remunerados e a essa remuneração daremos o nome mais amplo de renda 13 O problema econômico fundamental Já temos condições para afirmar que a renda de uma sociedade é limitada diante da quantidade de categorias de consumo que essa sociedade enfrenta Ademais as empresas procuram criar mercadorias novas que chamam a atenção de novos consumidores criando novos hábitos de consumo ou pelo simples fato de produzir de forma diferente antigas mercadorias Exemplo de aplicação Veja que indagação interessante há aqui as empresas produzem bens para dar atendimento às necessidades de consumo da sociedade e dessa forma também podem gerar novas necessidades até então não existentes ou é a sociedade que dá sinais para as empresas do que elas devem produzir Já parou para pensar dessa forma Está aqui aberto um excelente debate O que você consegue teorizar sobre o assunto Assim estamos diante de um dilema que será ilustrado através de um problema o problema econômico fundamental O problema econômico fundamental consiste em dar respostas às seguintes questões O que e quanto produzir 17 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Como produzir Para quem produzir Essas três perguntas básicas que à primeira vista são bastante simples nos remetem às noções de recursos escassos e necessidades ilimitadas Observação Então podemos dizer que o problema econômico fundamental originase da escassez de recursos produtivos que é o objeto de investigação da ciência econômica De acordo com Heilbroner 1987 p 19 O problema econômico é simplesmente o processo de prover o bemestar material da sociedade Em seus termos mais simples a economia é o estudo de como o homem ganha o pão de cada dia Para Heilbroner 1987 p 23 a questão que se coloca é que a maioria dos problemas econômicos das sociedades e que estão acima do nível de subsistência são derivados do próprio homem e não da natureza Pelas suas palavras As tarefas da sociedade econômica são 1 organizar um sistema que assegure a produção de bens e serviços suficientes para sua própria sobrevivência e 2 ordenar a distribuição dos frutos de sua produção de modo que mais produção possa ter lugar Estas duas tarefas envolvem i mobilização de esforços ii alocação de esforços iii distribuição do produto Se as empresas precisam produzir mercadorias como uma forma de remunerar o capital investido e isso passa pela venda das mercadorias produzidas e se os consumidores dada sua renda escassa ou limitada precisam alocar de forma eficiente as suas categorias de despesas então resta às empresas produzirem mercadorias que são procuradas Estão postas as três questões anteriormente apresentadas representando o problema econômico fundamental o que e quanto produzir Como produzir Para quem produzir A questão o que e quanto produzir diz respeito a quais tipos de mercadorias que devem ser produzidas pelas empresas de um país e em quais quantidades Responder a esses questionamentos implica conhecer o tipo de mercadoria procurada por uma coletividade bem como as quantidades dessa mercadoria que são consumidas Para Heilbroner 1987 p 24 18 Unidade I o que produzir diz respeito à mobilização de esforços pois como a natureza é restrita parece que o problema da produção deve ser essencialmente o de aplicar proficiência técnica e engenharia aos recursos existentes evitar desperdícios e utilizar o esforço social de modo tão eficaz quanto possível A produção tarefa importante para qualquer sociedade dedicada ao ato de economizar Entretanto antes de a sociedade poder sequer preocuparse a respeito de usar suas energias economicamente ela deve reunir energias para realizar o próprio processo produtivo Ou seja o problema básico da produção consiste em criar instituições sociais que mobilizem a energia humana para fins produtivos Fazer com que os homens encontrem trabalho Para Nogami e Passos 2016 a questão referente ao que e quanto produzir diz respeito a quais mercadorias devem ser produzidas pelas empresas de um país e em quais quantidades Responder a esse questionamento significa conhecer o tipo de mercadoria procurada por uma coletividade e conhecer as quantidades dessa mercadoria que são ou serão consumidas É mais importante produzir alimentos ou é mais importante investir em produção energética A questão como produzir diz respeito a qual técnica de produção utilizar na produção de determinadas mercadorias Responder a esse questionamento implica conhecer as tecnologias disponíveis às empresas a fim de as utilizarem na produção das mais diversas mercadorias Cada mercadoria possui uma técnica de produção diferenciada das demais Umas necessitam de maior quantidade de matériaprima outras de maior quantidade de máquinas e equipamentos ou seja são capitalintensivas e outras demandam grande quantidade de mão de obra em seu processo de produção Imaginemos por exemplo a diferença entre os processos de produção de automóveis e o daquele pão francês que compramos na padaria mais próxima de nossa casa Devem ser diferentes São diferentes Um utiliza grande quantidade de robô tecnologia enquanto o outro é mais intensivo na utilização de mão de obra O como produzir diz respeito à alocação de esforços Sobre isso Heilbroner 1987 p 25 diz que não basta que homens e mulheres sejam postos a trabalhar devem trabalhar nos lugares certos a fim de produzirem os bens e serviços de que a sociedade necessite Assim além de assegurarem uma quantidade suficientemente grande de esforço social as instituições econômicas da sociedade devem garantir uma alocação viável desse esforço social Afinal quanto usar de cada recurso disponível de forma a obter o máximo evitar desperdícios e ter garantida a sustentabilidade da produção Devese preferir usar mão de obra intensiva ou é preferível utilizar máquinas para aumentar a produtividade BESANKO BRAEUTIGAM 2004 A questão referente a para quem produzir diz respeito às opções políticas que necessariamente devem ser feitas A quem priorizar A qual segmento da sociedade devemos atender De todas as demandas feitas por uma sociedade qual deve ser prioritária e qual deve ser postergada Quem precisa de mais serviços de saúde a população dos centros urbanos ou da periferia Devemos construir escolas 19 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO de primeiro ou de segundo grau Quais são afinal as necessidades mais prioritárias e a quem devemos atender primeiro Dessa forma a pergunta referente ao para quem produzir diz respeito à distribuição do produto NOGAMI PASSOS 2016 Nem sempre as sociedades obtêm êxito na alocação adequada de seus esforços Ela pode produzir carros a mais ou a menos ela pode dedicar suas necessidadesenergias à produção de artigos de luxo enquanto uma grande quantidade de pessoas necessita de alimentos Esses fracassos podem afetar o problema da produção de modo tão sério quanto o fracasso em mobilizar uma quantidade adequada de esforços pois uma sociedade viável deve produzir não apenas bens mas os bens certos Não apenas deve produzir mas produzir da maneira correta Não apenas atender às necessidades mas atender àquelas mais urgentes e socialmente prioritárias O ato de produzir em si e por si mesmo não responde aos requisitos para a sobrevivência Além disso a sociedade deve distribuir esses bens para que o processo de produção possa ter continuidade Em outras palavras se uma sociedade quiser assegurar seu constante reaproveitamento material deverá distribuir sua produção de modo a manter não só a capacidade mas também a disposição de continuar trabalhando Em uma palavra a questão para quem produzir diz respeito a que tipo de público deve ser atendido com determinada produção Implica conhecer o públicoalvo para determinada mercadoria e portanto em conhecer que tipo de consumidor tem a renda correspondente ao consumo de determinada mercadoria Assim reencontramos o foco da investigação econômica dirigido ao estudo das instituições humanas dedicadas à produção e distribuição de riqueza É disso que se ocupa a ciência econômica notadamente um de seus ramos de análise a teoria microeconômica qual seja o estudo da produção e da distribuição de bens 14 Bens Quando mencionamos produção nos lembramos de produto Por definição trocaremos a palavra produto pela palavra bem Mas também por definição quando utilizamos a palavra bem estamos querendo nos referir a serviços Portanto da produção nasce um produto chamado bem que será por nós identificado como bem ou serviço Enquanto os bens representarão algo material os serviços representarão o intangível Precisaremos agora efetuar algumas distinções Os bens serão divididos entre livres e econômicos Os bens livres são aqueles que ao serem consumidos não ensejam qualquer contraprestação como pagamento por sua utilização Vamos exemplificar o ar que respiramos o sol que nos aquece a chuva que irriga nossas plantações o vento que movimenta as nuvens Enfim há uma infinidade de bens que são livres e que de alguma forma auxiliam na produção de determinadas mercadorias assim como auxiliam na manutenção da vida das pessoas Com esses bens a teoria microeconômica não se preocupa justamente pelo motivo de não ensejar a contraprestação por seu pagamento Já os bens econômicos terão atenção especial por nossa parte pois requerem contraprestação de pagamento por sua utilização Vamos definir as diversas categorias de bens econômicos Eles podem ser de consumo intermediários e também podem ser classificados como de capital NOGAMI PASSOS 2016 20 Unidade I Quanto aos bens de consumo podem ser classificados como durável e não durável Um aparelho televisor por exemplo é categorizado como bem de consumo durável assim como um automóvel um computador Figura 1 Bens de consumo durável mesas cadeiras computador Serão considerados bens de consumo não durável aqueles que se destroem enquanto são utilizados ou seja o seu consumo levanos à destruição do bem É o caso dos alimentos Na medida em que são consumidos são destruídos Podemos exemplificar também com roupas calçados canetas entre outros Dessa forma os bens de consumo duráveis ou não duráveis atendem diretamente às necessidades de consumo da sociedade pois já estão prontos para o consumo Figura 2 Bens de consumo não durável alimentos Outra categoria de bens são os intermediários Estes serão transformados em bens de consumo através do processo de produção são exemplos as matériasprimas utilizadas nas mais diferentes produções 21 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO de mercadorias O processo de produção de um pão francês aquele mesmo que demos como exemplo anteriormente é um bem de consumo não durável pois na medida em que é consumido é destruído Mas para produzir esse pão francês tornase necessária a utilização dos meios de produção de matériasprimas de bens intermediários que nesse exemplo é a utilização da farinha A farinha que juntamente com outros ingredientes outros bens intermediários será transformada em pão Dessa forma os bens intermediários são utilizados para satisfazer indiretamente as necessidades de consumo da sociedade pois passarão por um processo de transformação até chegarem à categoria de bens de consumo durável ou não durável Há ainda outra categoria de bens os de capital São máquinas e equipamentos utilizados para produzir outros bens e assim também atendem indiretamente as necessidades da sociedade Nesse momento surge a pergunta de que forma estão relacionados os bens e serviços com as necessidades de consumo da sociedade bem como com o problema econômico fundamental Vamos avançar então 15 Curva de possibilidade de produção Efetuadas as distinções entre bens de consumo intermediários e de capital é momento de retornarmos nossa investigação quanto ao problema econômico fundamental ou seja retomarmos àquelas três questões básicas elencadas anteriormente o que e quanto produzir Como produzir Para quem produzir Para podermos avançar em nossa análise é necessário também retornar ao objeto de estudo da ciência econômica ou seja à diferença entre os recursos limitados e as necessidades ilimitadas Considerando que as necessidades dos indivíduos são renovadas a cada momento são ilimitadas mas os recursos pertencentes a um sistema econômico são escassos limitados há o problema de escolha em atenção à resposta àquelas três perguntas básicas Diante disso temos que a ciência econômica é ligada a problemas de escolha por conta da questão da escassez e a teoria microeconômica nos auxilia ao real entendimento do que vem a ser a tal da escolha e a tal da escassez De acordo com Wessels 2002 escassez significa que não podemos satisfazer todos os nossos desejos Ela nos obriga a escolher quais necessidades iremos satisfazer e quais não Mas como fazemos essa escolha Para responder a esse questionamento utilizaremos um instrumental analítico representado pela curva de possibilidade de produção Y X Figura 3 Curva de possibilidade de produção 22 Unidade I Vamos examinar esse instrumental a partir de um simples exemplo Supomos que num sistema econômico exista somente a produção de duas mercadorias aviões e sapatos e que os aviões sejam representados pelo eixo Y e os sapatos pelo eixo X Portanto Y unidades de aviões X pares de sapatos Essa curva de possibilidade de produção CPP também chamada de curva de transformação mostra as quantidades máximas que podem ser produzidas das duas mercadorias em um sistema econômico dadas as combinações ótimas entre todos os seus fatores de produção disponíveis Dito de outra forma ao simplificarmos demasiadamente a realidade estamos supondo que para a produção de sapatos e de aviões seja necessária a utilização de quantidades de fatores de produção e que nesse caso todos os recursos disponíveis a essa economia estão sendo utilizados na produção dessas duas mercadorias Estamos afirmando que todas as quantidades disponíveis de terra de trabalho de capital de tecnologia e de capacidade empresarial foram destinadas à produção das máximas quantidades de cada uma dessas mercadorias em atendimento às necessidades de consumo de sua população Vejamos outra forma de apresentar a CPP para derivarmos novos conceitos Y a X e d c b f Figura 4 Curva de possibilidade de produção O que representa cada um destes pontos Tanto os pontos a b e c remetem à noção de que todos os fatores de produção foram eficientemente distribuídos para a produção dos dois tipos de bens representam as quantidades máximas das duas mercadorias que essa economia pode produzir Porém o ponto a mostra que todos os recursos disponíveis nessa economia foram destinados a total produção da mercadoria Y e nenhuma produção da mercadoria X O ponto b mostra que há produção das duas mercadorias tanto de aviões quanto de sapatos 23 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO O ponto c mostra que há produção das duas mercadorias tanto de aviões quanto de sapatos e mostra também que uma maior quantidade de X é produzida em detrimento das quantidades de Y Quanto ao ponto e como está posicionado na origem dos dois eixos representando também o número zero mostra que não há qualquer produção nem de aviões e muito menos de sapato Dessa forma ele representa o total desemprego de recursos os fatores estão disponíveis mas sem uso O ponto d representa o conceito de capacidade ociosa ou desemprego de recursos produtivos pois seria como se por ele passasse uma CPP imaginária ou seja um ponto para dentro daquela CPP que representa as quantidades máximas que essa economia pode produzir diante da disponibilidade total de fatores de produção Por fim temos o ponto f posicionado à direita da CPP para fora dela Esse ponto seria alcançado em uma situação de longo prazo quando fossem aumentadas as quantidades de fatores de produção disponíveis na economia ou de outra forma se forem melhoradas as produtividades dos fatores utilizados sem que haja crescimento em suas quantidades O ponto f demonstra que houve um deslocamento das possibilidades de produção da economia em um sentido para um aumento nas quantidades produzidas das duas mercadorias tanto em Y quanto em X conforme representação adiante f Y X Figura 5 Deslocamento da curva de possibilidade de produção Exemplificando com números o exemplo aplicado anteriormente consideremos a seguinte tabela Tabela 1 Possibilidades e alternativas de produção Pontos Aviões unidades Sapatos pares A 0 14 B 1 12 C 2 10 D 3 7 E 4 0 A tabela mostra que podemos produzir tanto aviões quanto sapatos Mudando alguns pontos de lugar pois são meramente ilustrativos do que representam em termos de conceito teremos que no 24 Unidade I ponto A enquanto essa economia hipotética produzir 14 unidades de pares de sapatos nenhuma produção de aviões será possível pois todos os fatores de produção terra trabalho capital tecnologia e capacidade empresarial foram empregados para a produção de sapatos No ponto B temos uma diminuição na quantidade produzida de pares de sapatos para ocorrer um aumento na quantidade produzida de aviões Nesse caso a produção de pares de sapatos foi diminuída em duas unidades para que fosse aumentada uma unidade da produção de aviões Na passagem do ponto B para o ponto C uma nova situação é verificada Em B temos 1 avião sendo produzido e 12 pares de sapatos Em C temos a produção de 2 aviões e 10 pares de sapatos Ao passarmos a economia para o ponto D temos uma nova combinação da produção dessas duas mercadorias Agora são 3 aviões para a produção de 7 pares de sapatos Finalmente em E teremos 4 aviões para nenhuma produção de sapatos situação contrária à do ponto A ou seja em E todos os fatores de produção foram destinados à produção de aviões e nenhum para a produção de sapatos Ao olharmos novamente para a tabela anterior percebemos que à medida que aumentamos a produção de uma das mercadorias necessariamente diminuímos a produção de outra O que isso quer dizer Conforme aumentamos a produção de aviões deixamos de utilizar fatores de produção na produção de sapatos e portanto uma menor quantidade de sapatos deve ser produzida Dito de outra forma quando aumentamos a produção de aviões mostramos que uma maior quantidade de fatores de produção foi empregada na produção de aviões e que assim restam poucos fatores disponíveis à produção de sapato Logo a produção de sapatos diminui Com relação à tabela ao passarmos do ponto A para o ponto B aumentamos em 1 unidade a produção de aviões porém diminuímos em 2 unidades a produção de pares de sapatos Algo parecido acontece quando a economia passa do ponto B para o ponto C Agora para produzir 2 aviões tornase necessário diminuir em mais 2 unidades a produção de pares de sapatos passando então de uma produção de 12 para 10 Continuando a observar os dados da tabela percebemos que a passagem do ponto C para o ponto D requer sacrificar ainda mais a produção de pares de sapatos para que a produção de aviões aumente A relação agora é que para poder produzir 3 unidades de aviões é necessário diminuir em 3 unidades a produção de pares de sapatos Em E então anulase a produção de sapatos e todos os fatores de produção disponíveis na economia foram destinados à produção de aviões Da CPP e da tabela anteriormente apresentada chegamos a mais um conceito importante para a teoria microeconômica qual seja o conceito de custo de oportunidade De acordo com Wessels 2002 p 11 o custo de qualquer recurso incluindo dinheiro tempo energia e bens é o que os economistas chamam de custo de oportunidade o valor mais alto daquilo que os mesmos recursos poderiam ter se produzidos em outro lugar Distanciandose um pouco do economês o conceito de custo de oportunidade diz respeito às quantidades de uma mercadoria que são deixadas de ser produzidas para que sejam produzidas maiores quantidades de outra mercadoria O custo de oportunidade pode ser entendido também como 25 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO uma taxa de sacrifício Essa taxa de sacrifício pode ser explicada da seguinte forma para satisfazer as necessidades de consumo da sociedade por maior quantidade de uma mercadoria devemos sacrificar essa mesma sociedade com a menor produção de alguma outra mercadoria Retirado do exemplo anterior podemos dizer que quando aumentamos em 1 unidade a produção de aviões ou seja quando passamos do ponto A para o ponto B sacrificamos a sociedade em 2 unidades de pares de sapatos Há portanto um custo de oportunidade de 2 pares de sapatos para a produção de 1 unidade de avião Quanto essa economia passa do ponto C para o ponto D o custo de oportunidade de produzir aviões aumenta Passa agora a ser de 3 unidades de pares de sapatos ou seja foram aumentadas as taxas de sacrifício em trocar a produção de pares de sapatos pela de aviões Ainda para Wessels 2002 p 11 devido à escassez não podemos fazer tudo o que queremos nem podemos resolver todos os nossos problemas Em outras palavras estamos diante de compensações ou no jargão econômico de tradeoffs Podemos fazer alguma coisa mas não outras O custo de oportunidade é uma medida daquilo que poderia ter sido feito de outra maneira Ele nos orienta na realização das compensações corretas Lembrete Para efeito de nosso estudo o custo de oportunidade é tratado como o que deixamos de produzir de uma mercadoria para que seja aumentada a quantidade produzida de alguma outra ou seja também remete à noção de escolha Da mesma forma que o custo de oportunidade está envolvido com a questão da produção ou seja onde alocar recursos com a finalidade de atender a determinado objetivo ele também está associado às escolhas que fazemos enquanto consumidores Não basta olhar a questão apenas pelo lado da produção mas também pelo lado da aquisição de tal produção Como o consumidor se comporta diante das diferentes oportunidades de consumo que estão a sua disposição É do que passaremos a tratar o comportamento do consumidor 2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR TEORIA DA DEMANDA E TEORIA DA OFERTA A teoria do consumidor trata do estudo de como a demanda se fundamenta no comportamento dos consumidores serve de guia para a elaboração e interpretação de pesquisas de mercado principalmente as relacionadas com o lançamento de novo produto 26 Unidade I fornece métodos para comparar a eficácia de diferentes políticas de incentivo ao consumidor fornece elementos à avaliação da eficiência dos sistemas econômicos A teoria do consumidor dividese em duas outras teorias a teoria da utilidade e a teoria de escolha A teoria da utilidade pode ser entendida como uma medida de satisfação ao explicar a diferença entre utilidade total e utilidade marginal Para entendermos essas duas teorias utilidade e escolha vamos efetuar um simples raciocínio se as pessoas demandam mercadorias ou seja se consomem determinadas mercadorias isso ocorre por que as mercadorias são necessárias à manutenção da vida e portanto o consumo deve promover algum tipo de prazer ou satisfação Necessitamos efetuar escolhas para melhor alocação de nossos esforços Em se tratando do consumo de mercadorias dado que nossa renda não é o bastante para consumir tudo aquilo que desejamos o agente econômico agindo de forma racional procurará empregar seus recursos limitados entre as melhores alternativas de usos possíveis Abstraindo essa ideia para a noção de consumo se devemos agindo racionalmente e pensando na maximização de nossos bemestar despender parte de nossa renda ao consumo de mercadorias necessárias à manutenção de nossa vida fica estabelecido então que as mercadorias que desejamos são úteis e raras Exemplo de aplicação O consumo de necessidade é diferente de consumo de desejo Sabe diferenciar um do outro Reflita sobre isso Imaginando que o prazer ou a satisfação percebidos pelo consumidor ao adquirir uma mercadoria possam ser medidos teríamos então uma medida de satisfação traduzida em utilidade Conforme Silva e Luiz 2010 p 153154 A utilidade de um bem ou de um serviço é sua capacidade de satisfazer às necessidades das pessoas Assim a utilidade da água é saciar a sede de um automóvel é sua capacidade de transportar pessoas objetos etc Podemos dizer então que um consumidor agindo racionalmente procurará obter a maior utilidade possível a partir de sua renda que recebe o nome de orçamento Para obter essa utilidade sua renda será usada na aquisição de bens e serviços que chamamos de cesta de mercadorias Assim sendo é razoável pensar que quanto maior o orçamento do consumidor maiores serão suas possibilidades de obter maior quantidade de utilidade ou seja de melhor satisfazer às necessidades Para maximizar sua utilidade isto é obter 27 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO o maior grau possível de satisfação o consumidor deve escolher quais bens e serviços vai adquirir e também em que quantidade pois seu orçamento já apresenta por si só uma limitação Como as pessoas deveriam alocar seus recursos escassos de modo a obter o maior valor Para um economista responder a tal questionamento utilizará da análise marginal a análise dos benefícios e custos da unidade marginal de um bem WESSELS 2002 p 10 Um exemplo bastante simples o paradoxo da água e do diamante utilizado por uma grande quantidade de autores ilustra o que estamos dizendo Por que a água mais necessária à vida humana é relativamente barata e o diamante supérfluo tem preço tão elevado Ocorre que a água tem grande utilidade total mas como é encontrada em abundância tem baixa utilidade marginal enquanto o diamante por ser escasso tem grande utilidade marginal Traduzindo o que tem muito valorizase pouco o que tem pouco valorizase muito Outro exemplo agora pensando em uma barra de chocolate e em uma criança que nunca havia experimentado tal produto A primeira barra de chocolate apresentada a uma criança deve resultar num elevado grau de satisfação quando consumida Portanto ela terá um elevado grau de utilidade tanto total quanto marginal Se uma segunda barra é dada à mesma criança o grau de satisfação também será elevado assim como serão as utilidades totais e marginais Na medida em que fomos aduzindo unidades crescentes de barras de chocolates à mesma criança chegará um momento em que o grau de satisfação já não será mais tão elevado quanto o da primeira e portanto sua utilidade marginal será decrescente Vejamos a curva de utilidade total e o que ela demonstra Utilidade total Consumo Figura 6 Curva de utilidade total Observando a curva de utilidade total notamos que ela mostra que na medida em que aumentamos as quantidades consumidas de uma mesma mercadoria há elevação no grau de satisfação ou seja em sua utilidade total até um ponto em que acréscimos no consumo resultam em utilidades constantes e desse ponto em diante decrescentes Esse fenômeno é resultado de outro conceito de satisfação o conceito de utilidade marginal Vejamos a curva 28 Unidade I Utilidade marginal Consumo Figura 7 Curva de utilidade marginal De acordo com a curva de utilidade marginal percebemos que o grau de satisfação diminui à medida que são aumentadas as quantidades de consumo de determinada mercadoria Isso pode refletir aquele exemplo das barras de chocolates e a criança Ou seja a última unidade de chocolate acrescida ao consumo acrescenta menos satisfação produz menor utilidade marginal portanto fazendo diminuir a utilidade total Tome como exemplo o bem H2OH que nem é refrigerante e nem água É um misto dos dois e desse modo o fabricante diz não ser refrigerante por conter menor quantidade de gases em relação aos conhecidos Quando o bem foi lançado a empresa efetuou elevada campanha de marketing para fazerse conhecida E o consumidor Insatisfeito por natureza apresentará desejo em conhecer o novo produto Pois bem conhece ao comprálo e bebêlo E depois Se gostou volta a comprálo e assim por diante Há como medir o grau de satisfação desse consumidor ao beber o primeiro gole do bem H2OH E o segundo gole Tem como medir É disso que estamos tratando ao apresentar as noções de utilidade total e utilidade marginal Nesse exemplo a utilidade total surgirá quando o consumidor conseguir matar a curiosidade quando experimentar o bem Depois continuando a consumilo já não se configurará como novidade vira costume rotina podemos dizer portanto que há um decréscimo em sua utilidade marginal a cada nova unidade do bem que for consumido menos satisfação terá o consumidor Daí então que as empresas devem sempre inovar inventar coisas novas ou novas formas de fazer o consumidor sentir utilidade total novamente troca de embalagem mudança em formulação campanhas publicitárias e promocionais são alguns exemplos de chamada do consumidor Outra forma é retirar momentaneamente o bem de circulação de maneira que ele sinta falta daquele bem e ao retornar o consumidor acaba voltando a adquirilo às vezes a preços maiores Exemplo de aplicação Se alguém está com sede o que satisfaz essa necessidade água ou algum outro bem que possa exercer a função da água O que é consumo de necessidade e o que é consumo de desejo Procure responder por qual deles pagamos mais 29 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO O entendimento tanto da utilidade total quanto da utilidade marginal nos permite compreender como a teoria microeconômica investiga o comportamento do consumidor assumido como racional Partindo do princípio de que o consumidor adquira somente produtos que lhe gerem satisfação combinada com seu nível de renda é interessante inserir na análise o papel desempenhado pelos preços dos produtos Vejamos agora como se dá o comportamento do consumidor a partir da teoria da demanda 21 Teoria da demanda A teoria da demanda foca o comportamento do consumidor em relação ao consumo de mercadorias Entendese por demanda a procura de um indivíduo por um determinado bem ou serviço Demanda referese então à quantidade de um bem ou serviço que o consumidor está disposto e capacitado a comprar em um determinado período de tempo Lembrete A expressão demanda remete a uma condição de vontade de consumo o que difere do ato da compra Está ligada à necessidade ou mesmo ao desejo de consumir A demanda diferentemente de compra representa uma intenção de compra por conta principalmente da restrição orçamentária e de outros determinantes da demanda Vejamos então alguns determinantes de demanda preço do bem ou serviço renda ou riqueza do consumidor gostos e preferências do consumidor preços de bens relacionados substitutos ou complementares na demanda demais determinantes Com os determinantes da demanda podemos obter uma função demanda Função demanda Qdx ƒ P R PBR G E onde Qdx quantidade demandada do bem x P preço do bem x R renda ou orçamento do consumidor 30 Unidade I PBR preço de bens relacionados no consumo do bem x a exemplo dos substitutos e ou complementares G gosto e preferência do consumidor E expectativa do consumidor sobre o mercado do bem x Veja o seguinte quando o preço dos televisores está mais baixo nas lojas de venda especializada desse tipo de bem durável o que ocorre com o comportamento do consumidor Podemos desenhar uma função demanda para esse caso Qdt ƒ Pt onde Qdt quantidade demandada de televisores Pt preço do televisor Como sugerimos queda de preços então a função pode ser representada da seguinte forma Qdt ƒ Pt O que ela demonstra Que o consumidor apresenta uma tendência de demandar mais televisores quando os preços desse tipo de bem estão mais baixos Mais que o consumidor apresenta tendência em aumentar as quantidades demandadas de televisores Pode ser que já exista um na residência do consumidor e que ele deseje mais um Portanto o que influenciou a quantidade demandada de televisores foi o preço do bem e não a renda do consumidor por exemplo E se a renda fosse a grande influenciadora da demanda por televisores Como será a função Qdt ƒ R onde Qdt quantidade demandada de televisores R renda Pois bem se a renda do consumidor aumentar o que ocorre E se diminuir O efeito será o mesmo Não Em caso de aumento na renda o consumidor agora tem mais condições de adquirir mais televisores e portanto a demanda por televisores aumentará Qdt ƒ R 31 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Exemplo de aplicação Você já é capaz de entender o efeito de diminuição de renda Qual o impacto no consumo por parte dos consumidores diante da redução em sua renda A renda realmente interfere no comportamento do consumidor Outro determinante da demanda é o preço de bens relacionados PBR na demanda chamados de complementares ou substitutos Exemplo de aplicação Procure lembrarse da forma como surge a renda em uma sociedade bem como os tipos de renda existentes Bens complementares são tipos de bens em que o consumo de um enseja necessariamente o consumo de outro Exemplos pão e manteiga cd players e Cds máquinas fotográficas e cartão de memória impressoras e papel impressoras e cartuchos de tinta DVD players e aparelhos de TV Imagine que em determinado tempo tenha aumentado muito o preço das impressoras Como será a função demanda por impressoras Qdi ƒ Pi onde Qdi quantidade demandada de impressoras Pi preço da impressora E o efeito Queda de demanda de impressoras conforme função a seguir Qdi ƒ Pi Reflita um pouco já falamos existir um bem complementar à impressora Lembra qual é Sim muito bem os cartuchos de tinta Haverá influência no mercado de cartuchos de tinta caso haja queda de demanda por impressoras Resposta sim Qual a função demanda de cartuchos de tintas em função do preço das impressoras Qdct ƒ Pi onde Qdct quantidade demandada de cartuchos de impressora Pi preço da impressora 32 Unidade I Se haverá queda na demanda por impressoras pois seu preço está mais elevado menor quantidade de impressoras será adquirida de forma que menor quantidade de cartuchos de tinta também será adquirido para colocar nas impressora O efeito então será Qdct ƒ Pi Por outro lado bens substitutos são aqueles que o consumidor tem condições de escolher entre um ou outro Exemplo manteiga ou margarina pão francês ou pão de forma maçã ou pera feijão carioca ou feijão preto Os dois atendem às necessidades de consumo Em outras palavras o consumo de um pode substituir o consumo do outro Se a ida ao supermercado mostra que os preços do feijão carioca estão exorbitantemente mais elevados em relação aos preços do feijão preto qual adquirir Como são substitutos o preço de cada um deles exercerá influência sobre o consumidor Lembrando que o consumidor é tratado na microeconomia como racional comparará os preços dos dois bens e entendendo estar diante de bens substitutos entre si levará aquele que estiver com preço mais baixo Demonstrando em função teríamos Qdfp ƒ Pfc em que o preço do feijão carioca Pfc influencia na demanda de feijão preto Qdfp ou Qdfc ƒ Pfp em que o preço do feijão preto Pfp influencia na demanda de feijão carioca Qdfc Do nosso exemplo haverá aumento na demanda de feijão preto em função da elevação no preço do feijão carioca Qdfp ƒ Pfc A B Figura 8 Bovinos e suínos suas carnes são bens substitutos 33 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Mas se o consumidor não gostar de forma alguma de feijão preto Mesmo com o preço mais baixo em relação ao feijão carioca o consumidor não foi tocado a adquirir feijão preto Não gosta desse tipo de produto Então entra em cena mais um determinante da demanda G gosto e preferência do consumidor O gosto ou preferência do consumidor apresentase como um elemento subjetivo que influencia a demanda Como medir o gosto do consumidor por feijão preto em relação ao feijão carioca Se seu consumo digamos mensal não inclui feijão preto ou pouco inclui em relação ao outro dizemos que feijão carioca é preferível ao feijão preto Por ser preferível colocase com certa subjetividade e pode influenciar a demanda de bens O mesmo ocorre com outros determinantes da demanda a exemplo das expectativas de mercado Os consumidores costumam tomar conhecimento dos preços dos bens que consomem assim como ficar atentos às informações acerca dos setores que produzem tais bens A formação de expectativas também influencia a demanda Basta lembrarse do período recente em que o Governo Federal anunciou que por determinado período de tempo alguns bens de consumo durável como exemplo automóveis e eletrodomésticos do tipo linha branca estariam isentos de determinados impostos O que fez boa parte da sociedade Na expectativa de que o governo findo o período de isenção não mais adotasse a mesma medida acabou por antecipar compras independentemente de suas formas de pagamento Como todos os determinantes da demanda sofrem variações simultaneamente de consumidor para consumidor e como pode haver modificação de influenciadores da demanda para um mesmo consumidor a teoria microeconômica lança mão da utilização da condição coeteris paribus O que vem a ser tal condição Imagine a primeira situação colocada que o preço dos televisores tenha diminuído e ao mesmo tempo tenha aumentado a renda da sociedade diminuído o preço dos DVD players e aumentado o custo da energia elétrica consumida pelos lares Quatro situações acontecendo ao mesmo tempo Como estimar a demanda de televisores diante desse quadro A condição coeteris paribus permite à microeconomia analisar o que ocorre em um determinado mercado diante da modificação de alguma condição isolada mantendo os demais influenciadores constantes Exemplificando se queremos saber o que ocorre com o mercado de leite diante do crescimento da renda de uma população a teoria microeconômica analisa os impactos nesse mercado diante somente da modificação da renda para num segundo momento analisar o que ocorre com esse mercado quando houver modificação em alguma outra relação da demanda Se o desejo é saber o que ocorre no mercado de televisores primeiro verificase a influência que os preços exercem sobre a demanda desse tipo de bens Depois a influência da renda do consumidor na demanda desse produto desconsiderando a influência do preço Pela expressão economicamente correta a pergunta seria o que ocorre com o mercado de DVD player diante da elevação da renda do consumidor coeteris paribus Como se deve ler tal pergunta o que ocorre com o mercado de DVD player diante elevação da renda do consumidor permanecendo tudo o mais constante 34 Unidade I A mesma pergunta pode ser feita desta forma o que ocorre com o mercado de DVD player coeteris paribus diante elevação na renda do consumidor Como ler O que ocorre com o mercado de DVD player permanecendo tudo o mais constante diante elevação na renda do consumidor Considerando apenas diminuição no preço da manteiga qual o impacto na demanda por margarina Utilizando a expressão ficaria coeteris paribus qual o comportamento do mercado de margarina diante diminuição no preço da manteiga A condição coeteris paribus permite simplificar a realidade e dessa forma consegue dar respostas de comportamento de mercados no curto prazo A condição coeteris paribus significa iguais às demais coisas isto é sem que haja modificação de outras características ou circunstâncias além daquelas supostas na análise Consiste essencialmente em compartilhar a economia de modo que os principais efeitos de uma mudança de parâmetro num determinado minimercado possam ser ressaltados sem considerar os efeitos colaterais em outros mercados inclusive as reações ou feedback destes Saiba mais Para conhecimento da aplicação inicial da condição coeteris paribus na análise econômica vale ler a obra a seguir A concepção geral da obra de Marshall baseiase numa visão microeconômica neoclássica do regime capitalista de produção supondo uma tendência natural para o equilíbrio na qual as forças do mercado distribuiriam os recursos da melhor maneira possível entre os diversos usos alternativos Seu método de análise enfatiza as chamadas análises de equilíbrio parcial com amplo uso da abordagem coeteris paribus uma das mais famosas contribuições do autor MARSHALL A Princípios de economia São Paulo Abril Cultural 1982 Os Economistas Na teoria da demanda o comportamento do consumidor representativo é demonstrado por uma relação entre os preços dos bens que esse consumidor está interessado em adquirir e suas respectivas quantidades Tal relação é demonstrada por uma curva a curva da demanda A curva da demanda é formada pela combinação de pontos de preços de uma mercadoria P no eixo vertical com suas quantidades demandadas Q no eixo horizontal Demonstra uma lei geral a lei geral da demanda Vejamos a curva de demanda 35 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO P D Q Figura 9 Curva de demanda A lei geral da demanda diz que as quantidades demandadas de um bem qualquer caminham em sentido contrário aos preços deste De forma análoga a curva de demanda mostra a relação inversa entre preços e quantidades demandadas Quando o preço de uma mercadoria é elevado as quantidades demandadas dessa mercadoria são baixas e quando os preços de uma mercadoria são baixos as quantidades demandadas dessa mercadoria são elevadas Vejamos a seguinte escala de demanda Tabela 2 Escala de demanda Preço Quantidade demandada Ponto R 1000 20 A R 800 25 B R 600 30 C R 400 35 D Com as informações dessa escala podemos então construir a curva de demanda individual 10 P Q 8 6 4 A B 20 25 30 35 C D Figura 10 Curva de demanda individual 36 Unidade I Lembrete Tanto pela escada de demanda quanto pela curva de demanda é possível perceber a ocorrência da lei geral da demanda Analisando as informações da tabela anterior bem como da curva de demanda percebese que na medida em que o preço apresenta queda as quantidades demandadas são maiores Quando o preço dessa mercadoria qualquer é R 1000 a quantidade demandada é de 20 unidades Quando o preço é de R 800 as quantidades demandadas são de 25 unidades Quando o preço é de R 600 há aumento de 5 unidades nas quantidades demandadas e passam agora a ser de 30 unidades Por fim quando o preço é R 400 as quantidades demandadas são de 35 unidades Observação Observe que demanda é diferente de quantidades demandadas Demanda é intenção de compra enquanto quantidades demandadas representam de fato o quanto se consome a determinado nível de preços Como a demanda representa relação inversa entre preços e quantidades você poderia pensar no exemplo apresentado para o caso de os preços subirem Daí as quantidades demandadas apresentariam queda Chamamos de curva de demanda individual as combinações das quantidades de uma mesma mercadoria que um consumidor isolado está apto a adquirir por unidade de tempo em relação aos comportamentos dos preços dessa mercadoria Chamaremos curva de demanda de mercado quando uma escala de demanda apresentar as intenções de mais de um consumidor Vejamos então uma nova escala de demanda Tabela 3 Escala de demanda para vários consumidores Preço Consumidor 1 Consumidor 2 Consumidor 3 Consumo total Ponto R 1000 10 7 13 30 A R 800 12 8 16 36 B R 700 13 8 17 38 C R 600 14 9 19 42 D R 400 16 10 28 54 E A escala apresentada relaciona para cada nível de preço quantidades demandadas diferentes para cada um dos consumidores demonstrando dessa forma a demanda total de mercado por um produto qualquer Podemos então proceder ao conhecimento da curva de demanda de mercado que nada mais será do que demonstrar a relação entre os níveis de preços dessa mercadoria com as respectivas quantidades demandadas por todos os consumidores dessa mercadoria 37 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Exemplo de aplicação Você pode construir a curva de demanda individual para cada um dos consumidores Construa a curva de demanda para o consumidor 1 relacionando o preço do bem com as quantidades que ele demanda Construa a curva de demanda para o consumidor 2 relacionando agora o preço do bem com as quantidades que esse consumidor demanda Faça o mesmo com o consumidor 3 10 8 7 6 4 A B 30 36 38 42 54 Q P C D E Figura 11 Curva de demanda de vários consumidores Observe que a curva de demanda para vários consumidores reflete a mesma lei geral de demanda e a análise pode ser por meio da queda de preços ou de sua elevação Quando o preço do bem é de R 1000 preço comum para todos os consumidores o consumidor 1 adquire 10 unidades o consumidor 2 adquire 7 unidades e o consumidor 3 adquire 13 unidades Assim cada consumidor contribui com uma parcela do consumo total que é de 30 unidades nesse nível de preços Quando o preço cai para R 800 o que ocorre O consumo total de mercado sobe para 36 unidades Vejamos o comportamento de cada consumidor o consumidor 1 adquire mais 2 unidades o consumidor 2 adquire somente mais uma unidade enquanto o consumidor 3 adquire mais três unidades Mesmo que o preço seja idêntico ao de todos os consumidores o comportamento de cada um deles é diferente E quando o preço passa a ser de R 700 O consumidor 1 adquire mais uma unidade agora seu consumo individual passa a ser de 13 unidades e o consumidor 2 não adquire quantidades adicionais permanecendo no mesmo nível de consumo de quando o preço era de R 800 Ele continua consumindo apenas 8 unidades enquanto o consumidor 3 aumenta em mais uma unidade seu consumo adquirindo agora 17 unidades Você pode continuar o raciocínio com os preços de R 600 e de R 400 O que explica comportamentos diferentes de consumo de um mesmo bem a diferentes preços Várias podem ser as respostas Podemos pensar em algumas 38 Unidade I a renda do consumidor influencia no consumo tratase de um bem de consumo saciado o produto ser novo no mercado e os consumidores o adquiriram inicialmente para conhecimento alguns continuam consumindo enquanto outros se mostram indiferentes pode ser um produto sazonal a exemplo daquele consumo que acontece no período de Páscoa Natal e em outras datas comemorativas por exemplo o bem proporcionar elevado ou baixo grau de utilidade Exemplo de aplicação As respostas correspondem à análise positiva ou normativa Reflita responda e procure apresentar outras hipóteses Da mesma forma que quantidades demandadas são influenciadas pelo preço do bem a curva de demanda também sofre influência Nesse caso dependendo do determinante da demanda renda do consumidor preço de bens relacionados gosto ou preferência do consumidor a curva de demanda sofre deslocamentos positivos ou negativos Aqui necessitamos efetuar uma distinção entre o que sejam movimentos da curva também chamado de deslocamentos da curva e movimentos ao longo da curva Movimentos ao longo da curva são percebidos quando o influenciador da demanda for o preço do bem Pense no seguinte coeteris paribus o que ocorre com a quantidade demandada de carne de frango diante diminuição de seus preços Sua resposta Aumento ou diminuição nas quantidades demandadas Aumento muito bem Como representar a curva de demanda por carne de frango Mais como representar a curva de demanda por carne de frango e o efeito das quantidades demandadas diante da diminuição de preço Suponha que o preço da carne de frango esteja em R 900 o quilo e que nesse nível de preços os consumidores em conjunto adquirem 1200 kg O preço cai para R 720 o quilo e o consumo de mercado passa a ser de 2200 kg Temos aqui uma escala de demanda Tabela 4 Escala de demanda por carne de frango Ponto Preço Quantidade demandada kg A R 900 1200 B R 720 2200 Vejamos a representação da curva de demanda por carne de frango e o efeito das quantidades demandadas diante da diminuição de preço 39 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO 900 720 1200 2200 Qdcf B D P A Figura 12 Curva de demanda por carne de frango Como houve diminuição no preço da carne de frango P e os consumidores passam a adquirir maior quantidade do bem Qdcf há um deslocamento de pontos ao longo da curva O ponto inicial está em A correspondendo ao preço de R 900 e quantidades 1200 kg A queda de preços para R 720 faz com que as quantidades demandadas do bem sejam de 2200 kg o que é representado pelo ponto B Assim a modificação no preço provocou movimento de pontos ao longo da curva de demanda D Se o preço aumentar o efeito será o contrário deslocamento de ponto ao longo da curva de B para A Observação O efeito demonstrado no gráfico anterior também pode ser chamado de deslocamento de pontos ao longo da curva ou simplesmente movimento ao longo da curva ou ainda alteração de pontos ao longo da curva De forma diferente deslocamentos da curva de demanda ocorrem quando a renda do consumidor o preço de bens relacionados ou o gosto ou a preferência do consumidor apresentarem alteração individuais ou conjuntas Lembrete Em função da condição coeteris paribus admitese que a alteração seja individual um determinante de cada vez exercendo influência sobre a demanda Volte ao exemplo em que a renda do consumidor influencia na demanda por televisores Qdt ƒ R 40 Unidade I onde Qdt quantidade demandada de televisores R renda Admita coeteris paribus crescimento da renda o que ocorre Você deve ter respondido que elevará a demanda por televisores E mais deve ter imaginado rapidamente a função demanda para o caso proposto Qdt ƒ R E qual o impacto na curva de demanda P P A B D D Q1 Q2 Qdt Figura 13 Demanda por televisores Com a elevação na renda do consumidor maior será a demanda por televisores coeteris paribus Dessa forma a curva de demanda original D combina o preço dos televisores com determinada quantidade Q1 antes da alteração da renda ponto A Com a alteração da renda a curva de demanda por televisores sofre deslocamento positivo e agora chamada de D O ponto B demonstra novas e maiores quantidades demandadas de televisores Q2 tendo o preço permanecido constante Observação O fato de o preço ter permanecido constante devese à alteração somente da função demanda influenciada pelo determinante renda Como tudo o mais permaneceu constante assim também permaneceu a influência da oferta e do comportamento do mercado 41 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Outro exemplo estamos agora preocupados em investigar o que acontece com o mercado de margarina se houver uma diminuição do preço da manteiga Tratandose de bens substitutos o consumidor racional tomará qual atitude Se a resposta for que nosso agente racional demandará mais manteiga e menos margarina acertou P Demanda de manteiga a Demanda de margarina b P1 P2 Q1 Q1 Q2 Qmant Qmarg Dmarg Dmarg B Dmant P C A Figura 14 Demanda de manteiga e de margarina Em a temos a representação da demanda por manteiga Dmant Em b a representação da demanda por margarina Dmarg No início a demanda por manteiga Dmant está no ponto A em que P1 corresponde a Q1 A demanda por margarina está no ponto C Com a queda de preço de manteiga a nova quantidade demandada passa a ser B P2Q2 A diminuição no preço força queda de demanda por margarina e a curva de demanda desse produto sofre deslocamento negativo ou para a esquerda que agora é representada por Dmarg No gráfico b a quantidade demandada de margarina permanece constante em Q1 mas na prática a quantidade demandada diminuirá Por que isso Porque no momento estamos trabalhando somente com a demanda Para que o consumidor possa exercer sua demanda por bens alguém tem que ofertálos Nesse sentido passamos a considerar a teoria da oferta 22 Teoria da oferta A teoria da oferta aborda o comportamento dos empresários em relação à oferta de mercadorias A oferta referese à quantidade de um bem ou serviço que o produtor ou vendedor está disposto e capacitado a ofertar em determinado período de tempo De forma análoga à da demanda a oferta será diferente de venda porque representa uma intenção de venda em função principalmente de alguns determinantes da oferta Vejamos então alguns determinantes da oferta preço do bem ou serviço 42 Unidade I preço dos fatores de produção tecnologia preço de bens relacionados substitutos ou complementares na oferta clima demais determinantes Com os determinantes da oferta podemos obter uma função oferta Função oferta Qox ƒ P PFP T PBR C E onde Qox quantidade ofertada do bem x P preço do bem x PFP preço dos fatores de produção custo dos fatores T tecnologia de produção PBR preço de bens relacionados na produção do bem x a exemplo dos substitutos e ou complementares C condições climáticas e de solo E expectativa do ofertante sobre o mercado do bem x Na oferta o preço do bem impacta positivamente no crescimento de quantidades Por qual motivo Se um empresário qualquer percebe que o mercado está pagando um preço elevado pelo produto que vende terá maior incentivo para aumentar a produção Suponha um agricultor do setor de soja Ao perceber que o consumo de soja mostra elevação terá maior incentivo para continuar com tal produção pois há demanda Diante disso pode praticar uma política de crescimento de preços vez que os consumidores mostramse favoráveis a tal produto Se continuarem consumido após o crescimento do preço mais incentivado estará o agricultor a continuar com sua produção Por outro lado se o mercado apresenta saturação e não valoriza o bem que se oferta o empresário de qualquer setor se sentirá desmotivado e poderá procurar por outra atividade Portanto preços elevados influenciam positivamente quantidades ofertadas e preços baixos influenciam negativamente quantidades ofertadas Utilizando os termos da função oferta Qo ƒ P e Qo ƒ P 43 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO onde Qo quantidade ofertada P preço do bem Acompanhe outro exemplo suponha que em determinado momento o preço dos tecidos tenha sofrido elevação em função de uma queda de produção O que deve ocorrer com a oferta de calças Estamos supondo também que o tecido seja um fator de produção de calças Se houve diminuição na oferta de tecidos as indústrias produtoras de calças terão menos fator de produção à sua disposição e portanto deverão produzir menor quantidade de calças Dessa forma haverá diminuição na oferta de calças Vejamos a função que representa tal situação Qo ƒ PFP onde Qo quantidade ofertada PFP preço dos fatores de produção Então a função seleciona apenas um determinante da oferta qual seja o preço dos fatores de produção Aplicada ao exemplo a função será Qoc ƒ Pt onde Qoc quantidade oferta de calças Pt preço do tecido A função representa exatamente a conclusão a que chegamos aumento do preço do tecido devido à diminuição da oferta desse fator de produção impacta negativamente o mercado de calças numa diminuição da oferta Observação Percebeu que novamente para os exemplos utilizamos um determinante da oferta de cada vez É a condição coeteris paribus também presente na teoria da oferta 44 Unidade I Outro exemplo Vamos utilizar a tecnologia como determinante da oferta Exemplo de aplicação Reflita sobre a definição de tecnologia enquanto fator de produção Precisaremos dela agora Suponha uma indústria de bebidas que produza refrigerantes Seu processo de produção é por esteira rolante os recipientes são transportados pela esteira até o local em que receberão o líquido Depois o processo continua até o recebimento da tampa de metal Estamos pensando numa indústria que produza refrigerantes acondicionados em garrafas do tipo pet Figura 15 Garrafas pet Há um mecanismo específico que fecha a garrafa após estar completada com o líquido correspondente É uma máquina que coloca a tampa e fecha a garrafa A empresa pensa em modernizar tal mecanismo inserindo novas tecnologias que farão tal processo em menos tempo o que resultará em maior rapidez no fechamento de cada garrafa de forma que maiores quantidades de garrafas estarão prontas em menor tempo A função que representa a situação descrita será Qor ƒ T em que Qor quantidade ofertada de refrigerantes T tecnologia 45 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Saiba mais Você poderá obter mais conhecimento sobre a produção de refrigerantes acessando o site da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil Afrebras AFREBRAS Quem somos Brasília sd Disponível em httpsafrebras orgbrinstitucional Acesso em 16 jul 2020 Como todos os determinantes da oferta variam simultaneamente de produtor para produtor e como pode haver modificação no comportamento dos influenciadores da oferta para um mesmo produtor a teoria microeconômica assim como faz na teoria da demanda lança mão da utilização da condição coeteris paribus Tal condição permite à microeconomia analisar o que ocorre em um determinado mercado diante da modificação de alguma condição isolada mantendo os demais influenciadores constantes Exemplificando se nosso interesse é saber o que ocorre com o mercado de alface diante de um clima frio extremamente rigoroso a teoria microeconômica analisa os impactos nesse mercado diante somente da condição do clima para num segundo momento analisar o que ocorre com ele quando houver modificação em algum outro determinante da oferta Lembrete No exemplo e olhando para a função oferta o determinante utilizado foi a condição climática Na teoria da oferta o comportamento do produtor representativo é demonstrado por uma relação entre os preços dos bens que esse produtor está interessado em ofertar e suas respectivas quantidades Tal relação é demonstrada por uma curva a curva da oferta A curva da oferta é formada pela combinação de pontos de preços de uma mercadoria P no eixo vertical com suas quantidades ofertadas Q no eixo horizontal Demonstra uma lei geral a lei geral da oferta Vejamos a curva de oferta P Q O Figura 16 Curva de oferta 46 Unidade I A lei geral da oferta diz que as quantidades ofertadas de uma mercadoria qualquer caminham no mesmo sentido dos preços dessa mercadoria De forma análoga a curva de oferta mostra a relação direta entre preços e quantidades ofertadas Quando o preço de uma mercadoria é elevado as quantidades ofertadas dessa mercadoria são também elevadas e quando os preços de uma mercadoria são baixos as quantidades ofertadas dessa mercadoria são baixas Vejamos a seguinte escala de oferta Tabela 5 Escala de oferta Preço Quantidade ofertada Ponto R 400 20 A R 600 25 B R 800 30 C R 1000 35 D Com as informações dessa escala podemos então construir a curva de oferta individual 10 8 6 4 20 30 25 35 Q O P Figura 17 Curva de oferta individual Observação Tanto pela escada de oferta quanto pela curva de oferta é possível perceber a ocorrência da lei geral da oferta 47 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Analisando as informações da tabela bem como da curva de oferta percebese que na medida em que o preço apresenta queda as quantidades ofertadas são menores Quando o preço dessa mercadoria qualquer é R 1000 a quantidade ofertada é de 35 unidades Quando o preço é de R 800 as quantidades ofertadas são de 30 unidades Quando o preço é de R 600 há diminuição de 5 unidades nas quantidades ofertadas que passam agora a ser de 25 unidades Por fim quando o preço é R 400 as quantidades ofertadas são de 20 unidades Observação Observe que oferta é diferente de quantidades ofertadas Oferta é intenção de produção ou de venda enquanto quantidades ofertadas representam de fato o quanto se oferece a determinado nível de preços Lembrete Como a oferta representa relação direta entre preços e quantidades você poderia pensar no exemplo apresentado para o caso de os preços subirem então as quantidades ofertadas apresentariam elevação Chamamos de curva de oferta individual as combinações das quantidades de uma mesma mercadoria que um produtor está apto a ofertar por unidade de tempo em relação aos comportamentos dos preços dessa mercadoria Chamaremos de curva de oferta de mercado quando em uma escala de oferta estiverem demonstradas as informações de mais de um produtor em relação a um mesmo produto Vejamos então uma nova escala de oferta Agora a escala de oferta para vários produtores Tabela 6 Escala de oferta para vários produtores Preço Produtor 1 Produtor 2 Produtor 3 Oferta total Ponto R 400 10 7 13 30 A R 600 12 8 16 36 B R 700 13 9 16 38 C R 800 14 9 19 42 D R 1000 16 10 28 54 E A escala apresentada relaciona para cada nível de preço quantidades ofertadas diferentes para cada um dos produtores demonstrando dessa forma a oferta total de mercado por um produto qualquer Podemos então proceder ao conhecimento da curva de oferta de mercado que nada mais será do que demonstrar a relação entre os níveis de preços dessa mercadoria com as respectivas quantidades ofertadas por todos os produtores dessa mercadoria 48 Unidade I Exemplo de aplicação Você pode construir a curva de oferta individual para cada um dos produtores Construa a curva de oferta para o produtor 1 relacionando o preço do bem com as quantidades que ele oferta Construa a curva de oferta para o produtor 2 relacionando agora o preço do bem com as quantidades que esse produtor oferece Faça o mesmo com o produtor 3 10 8 7 6 4 30 38 36 54 Q P O E D C B A 42 Figura 18 Curva de oferta para vários produtores Observe que a curva de oferta para vários produtores reflete a mesma lei geral de oferta e a análise pode ser por meio da queda de preços ou de sua elevação Quando o preço do bem é de R 1000 preço comum para todos os produtores o produtor 1 está disposto a oferecer 16 unidades o produtor 2 oferece 10 unidades e o produtor 3 está apto a ofertar 28 unidades Assim cada produtor contribui em uma parcela da oferta total que é de 54 unidades nesse nível de preços Quando o preço cai para R 800 o que ocorre A produção total de mercado cai para 42 unidades Vejamos o comportamento de cada produtor o produtor 1 oferece 2 unidades a menos o produtor 2 diminui a oferta em 1 unidade enquanto o produtor 3 diminui em 9 unidades sua oferta Mesmo que o preço seja idêntico a todos os produtores o comportamento de cada um deles é diferente E quando o preço passa a ser de R 700 O produtor 1 oferta 1 unidade a menos agora sua oferta individual passa a ser de 13 unidades e o consumidor 2 não altera seu padrão de oferta permanecendo no mesmo nível de oferta de quando o preço era de R 800 Ele continua ofertando apenas 9 unidades enquanto o produtor 3 diminui em mais 3 unidade sua oferta oferecendo agora 16 unidades apenas O raciocínio pode ser continuado quando os preços são de R 600 e de R 400 O que explica comportamentos diferentes de produção oferta de um mesmo bem a diferentes preços Várias podem ser as respostas Uma delas a queda de preços não cobre os custos de produção de forma que o produtor poderá incorrer em lucros menores 49 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Exemplo de aplicação Para a indagação apresentada lhe oferecemos apenas uma provável resposta Você poderá sugerir outras respostas Da mesma forma que quantidades ofertadas são influenciadas pelo preço do bem a curva de oferta também sofre influência Nesse caso dependendo do determinante da oferta preço dos fatores de produção preço dos bens relacionados tecnologia condições climáticas a curva de oferta sofre deslocamentos positivos ou negativos Aqui vale a mesma distinção apresentada quando do tratamento da teoria da demanda entre o que são movimentos da curva também chamados de deslocamentos da curva e movimentos ao longo da curva Movimentos ao longo da curva são percebidos quando o influenciador da oferta for o preço do bem Pense no seguinte coeteris paribus o que ocorre com a quantidade ofertada de leite diante da diminuição de seus preços Sua resposta Aumento ou diminuição nas quantidades ofertadas Diminuição pois se trata de relação direta entre preços e quantidades Como representar a curva de oferta de leite Mais como representar a curva de oferta de leite e o efeito das quantidades ofertadas diante da diminuição de preço A B Figura 19 O leite e sua fonte Suponha que o preço do leite esteja em R 300 o litro e que nesse nível de preços os vendedores em conjunto ofertem 12000 litros O preço cai para R 280 o litro e a oferta de mercado passa a ser de 10700 litros Temos aqui uma escala de oferta Tabela 7 Escala de oferta de leite Ponto Preço Quantidade ofertada litros A R 300 12000 B R 280 10700 Vejamos a representação da curva de oferta de leite e o efeito das quantidades ofertadas diante da diminuição de preço 50 Unidade I 300 P 280 10700 12000 Qol B A O Figura 20 Curva de oferta de leite Como houve diminuição no preço do leite P e os produtores passam a ofertar menor quantidade do bem Qol há um deslocamento de pontos ao longo da curva O ponto inicial está em A correspondendo ao preço R 300 e quantidades de 12000 litros A queda de preços caindo para R 280 faz com que as quantidades ofertadas do bem sejam de 10700 litros o que é representado pelo ponto B Assim a modificação no preço provocou movimento de pontos ao longo da curva de oferta O Se o preço aumentar o efeito será o contrário deslocamento de ponto ao longo da curva de B para A De forma diferente deslocamentos da curva de oferta ocorrem quando o preço dos fatores de produção o preço dos bens relacionados a tecnologia ou condições climáticas apresentarem alteração individual ou conjunta Observação Em função da condição coeteris paribus admitese que a alteração seja individual um determinante de cada vez exercendo influência sobre a oferta Volte ao exemplo da oferta de calças em função do tecido Qoc ƒ PFP onde Qoc quantidade ofertada de calças PFP preço de fator de produção 51 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Figura 21 Indústria têxtil Admita coeteris paribus diminuição da oferta de tecido e portanto crescimento no preço do tecido o que ocorre Você deve ter respondido que diminuirá a oferta de calças E mais deve ter imaginado rapidamente a função oferta para o caso proposto Qoc ƒ Pt E qual o impacto na curva de oferta P P B A O O Q2 Q1 Qoc Figura 22 Oferta de calças Com a queda na oferta de tecidos menor será a oferta de calças coeteris paribus Dessa forma a curva de oferta original O combina o preço das calças com determinada quantidade Q1 antes da alteração do preço e da queda de oferta de tecidos ponto A Com a alteração no mercado de tecidos a curva de oferta de calças sofre deslocamento negativo e agora chamada de O O ponto B demonstra novas e menores quantidades ofertadas de calças Q2 tendo o preço permanecido constante 52 Unidade I Observação O fato de o preço ter permanecido constante devese à alteração somente da função oferta influenciada pelo determinante preço de fatores de produção Como tudo o mais permaneceu constante constante também permaneceu a influência da demanda e do comportamento do mercado Outro exemplo analisando um agricultor estamos agora preocupados em investigar o que acontece com o mercado de soja se houver uma diminuição do preço do milho Figura 23 Milho Tratandose de bens substitutos na produção o produtor racional tomará qual atitude Se você está pensando que nosso agente racional mudará a produção para o cultivo de soja acertou Por qual motivo Simplesmente pelo fato de a queda do preço do milho desencorajar a continuidade na produção estimulando mudança para o cultivo de soja P Oferta de milho a Oferta de soja b P A Om Os Os C D B Q2 P1 P2 Q1 Q1 Q2 Qs Qom Figura 24 Oferta de milho e soja 53 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Em a temos a representação da oferta de milho Om Em b a representação da oferta de soja Os No início a oferta de milho Om está no ponto A em que P1 corresponde Q1 A oferta de soja está no ponto C Com a queda do preço do milho a nova quantidade ofertada passa a ser B P2Q2 A diminuição no preço força o aumento da oferta de soja e a curva de oferta desse produto sofre deslocamento positivo ou para a direita e agora é representada por Os No gráfico b a quantidade ofertada de soja passa a ser Q2 Pois bem até o momento olhamos as duas teorias em separado A da demanda com seus determinantes e deslocamentos e a da oferta com seus determinantes e deslocamentos Passamos agora a examinar como se comportam juntas 23 Funcionamento do mercado equilíbrio e deslocamentos do equilíbrio Efetuadas as apresentações tanto da demanda quanto da oferta devemos passar a outro ponto o local onde as relações da demanda se defrontam com as relações da oferta Nesse local quem quer comprar uma mercadoria relacionase com quem quer vender determinada mercadoria e viceversa Chamamos esse local de mercado No mercado através da determinação de preços de mercadorias e suas respectivas quantidades são realizadas todas as transações entre os agentes e dessa forma todas as relações da demanda são postas em ação assim como acontece com as relações da oferta Então se num mercado existe o encontro de demandantes de mercadorias com os ofertantes de mercadorias podemos representálo da seguinte forma P Q D O Figura 25 Representação do funcionamento do mercado Assim o mercado de uma mercadoria qualquer é representado posicionando as curvas de demanda e de oferta num mesmo gráfico Aqui a curva de demanda demonstrará as quantidades demandadas de uma mercadoria em relação aos seus preços e a curva de oferta por sua vez também demonstrará as quantidades ofertadas de uma mercadoria em relação ao comportamento de seus preços Mas lembrese os determinantes da demanda e da oferta também estão representados nas curvas específicas 54 Unidade I Lembrete Nesse ponto da discussão vale lembrar as definições efetuadas quando das teorias da demanda e da oferta Segundo a teoria da demanda as quantidades que os consumidores estão interessados em adquirir reagem de forma inversa aos preços ou seja para preços maiores as quantidades demandadas serão menores e também vale o inverso Já a teoria da oferta demonstra que as quantidades que os produtores estão interessados em oferecer reagem de forma direta aos preços ou seja para preços maiores as quantidades ofertadas serão maiores e para preços menores as quantidades ofertadas também serão menores Então parece haver desencontro de interesses entre os que ofertam e os que demandam mercadorias Esse desencontro é resolvido a partir do momento em que os demandantes passam a aceitar pagar os preços que os ofertantes desejam receber e de forma análoga o desencontro também passa a ser resolvido a partir do momento que os produtores ofertam mercadorias na real quantidade em que os consumidores desejam adquirir Estamos então aqui nos referindo a um ponto de equilíbrio No ponto de equilíbrio que no próximo gráfico está representado pela letra E serão harmonizados os interesses conflitantes de demandantes e ofertantes de mercadorias Se os ofertantes desejarem cobrar preços mais elevados do que aqueles que os demandantes aceitam pagar haverá então quantidades ofertadas a mais do que aquelas que serão consumidas Existirá portanto um excesso de oferta De outra forma se os consumidores desejarem adquirir maiores quantidades do que aquelas ofertadas pelos produtores existirá escassez P Q D O E Figura 26 Representação do equilíbrio de mercado 55 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Vamos representar numericamente as relações do equilíbrio de mercado recordando tanto a escala de demanda de mercado quanto a escala de oferta de mercado apresentadas nas teorias tanto da demanda quanto da oferta A escala de demanda de mercado apresentada é a que segue Tabela 8 Escala de demanda para vários consumidores Preço Consumidor 1 Consumidor 2 Consumidor 3 Consumo total Ponto R 1000 10 7 13 30 A R 800 12 8 16 36 B R 700 13 8 17 38 C R 600 14 9 19 42 D R 400 16 10 28 54 E Quanto à escala de oferta de mercado a apresentada foi a seguinte Tabela 9 Escala de oferta para vários produtores Preço Produtor 1 Produtor 2 Produtor 3 Oferta total Ponto R 400 10 7 13 30 A R 600 12 8 16 36 B R 700 13 9 16 38 C R 800 14 9 19 42 D R 1000 16 10 28 54 E Observação Como estamos tratando do assunto equilíbrio de mercado trouxemos aqui novamente as informações acerca dos participantes do mercado todos demandantes e todos ofertantes de um mesmo bem A partir das duas escalas separadas é possível construir uma escala que represente para um mesmo nível de preços as quantidades demandadas e as quantidades ofertadas de determinada mercadoria É o que apresenta a tabela a seguir Tabela 10 Escala de mercado Preço Quantidades demandadas Quantidades ofertadas Ponto R 400 54 30 A R 600 42 36 B R 700 38 38 C R 800 36 42 D R 1000 30 54 E 56 Unidade I Construída a escala de mercado que combina quantidades demandadas e quantidades ofertadas de uma mesma mercadoria para diferentes níveis de preços poderemos então representar o ponto de equilíbrio para esse mercado Antes disso veja os números da tabela ao preço de R 400 quantidades demandadas e ofertadas são diferentes ao preço de R 600 idem O mesmo ocorre em relação aos preços de R 800 e R 1000 Mas e ao preço de R 700 As quantidades demandadas são idênticas às quantidades ofertadas Portanto ao preço R 700 as quantidades demandadas e ofertadas são de 38 unidades e este será o ponto de equilíbrio nesse mercado Observação Observe o que ocorre quando o preço é superior ao de equilíbrio assim como quando é inferior ao equilíbrio Lembrete Na tabela anterior estão representadas as leis gerais tanto da demanda quanto da oferta cada uma delas com suas relações específicas na demanda relação inversa e na oferta direta O gráfico da figura a seguir representa numericamente o equilíbrio de mercado P Q D O E 700 38 Figura 27 Equilíbrio de mercado Com a representação vemos que ao preço de R 700 as quantidades demandadas e ofertadas são as mesmas ou seja 38 unidades Para qualquer preço superior a R 700 as quantidades ofertadas serão maiores do que as quantidades demandadas gerando excesso de oferta De outra forma para preços menores do que R 700 as quantidades demandadas serão maiores do que as quantidades ofertadas gerando então excesso de demanda chamado de escassez 57 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Exemplo de aplicação Procure retomar as informações da tabela Escala de mercado Estabeleça para cada nível de preços se há excesso de demanda ou excesso de oferta e quais as quantidades de tais excessos Para não ocorrer nem excesso de oferta nem de demanda o comportamento dos consumidores e de vendedores deverá ser adaptativo às condições do próprio mercado assim um exercerá pressão sobre o comportamento do outro Da mesma forma que o comportamento dos consumidores em relação aos preços praticados pelos vendedores modifica as relações de mercado dos vendedores qualquer modificação em cada um daqueles influenciadores da demanda ou influenciadores da oferta também afeta o equilíbrio de mercado Por exemplo dada a ocorrência de elevação na renda dos consumidores a tendência é a de que maiores quantidades de mercadorias sejam consumidas Da mesma forma se existir por exemplo uma melhoria no clima tornando mais propícia a produção de bens agrícolas a tendência é que exista maior oferta desses tipos de bens Assim as quantidades demandadas e ofertadas de determinada mercadoria bem como seus preços sofrem modificações de acordo com o comportamento dos componentes da demanda eou da oferta Portanto a cada modificação da demanda ou da oferta deslocase o ponto de equilíbrio Exemplificando vamos supor que variações na renda dos consumidores influenciem as demandas por automóveis Portanto se a renda dos consumidores aumentar a procura por automóveis também deve aumentar e se a renda dos consumidores diminuir a procura por automóveis deve caminhar na mesma direção Observação Observe que estamos nos utilizando da condição coeteris paribus Nesse caso um único bem automóvel e um único influenciador da demanda renda do consumidor Representaremos então o deslocamento do ponto de equilíbrio diante de uma procura maior por automóveis Quando há maior procura por automóveis a curva de demanda descolase para a direita agora representada por D mostrando que maiores quantidades dessa mercadoria são procuradas pelos consumidores Mantendose constantes as relações de oferta o deslocamento positivo da curva de demanda estabelece um novo ponto de equilíbrio demonstrado por E Nesse novo ponto de equilíbrio percebese que maiores quantidades desse bem são transacionadas mas a preços maiores Vejamos a representação gráfica 58 Unidade I P O E E D D Q Figura 28 Modificações do equilíbrio a partir de crescimento de demanda Nesse caso o preço do bem sofre elevação pois já que os consumidores aumentaram a demanda em função de suas rendas os ofertantes deverão aumentar as quantidades de automóveis produzidos cobrando mais por isso Vejamos outro exemplo Sabemos que para uma máquina fotográfica exercer sua função deve ser utilizada conjuntamente com seus componentes a exemplo de baterias ou cartões de memória Vamos supor então por simplificação que o uso desse tipo de aparelho máquinas fotográficas requeira a utilização de baterias e que os fornecedores de máquinas fotográficas tenham provocado uma elevação nos preços de venda desse tipo de produto O que deve ocorrer com a quantidade demandada de baterias Como já sabemos pelo estudo da teoria da demanda sempre que o preço de um bem aumenta as quantidades demandadas desse bem tendem a diminuir Portanto a resposta a nossa pergunta deverá ser que as quantidades demandadas de máquinas fotográficas deverão diminuir Mas o que isso tem de relação com o mercado de baterias Se menos máquinas fotográficas são vendidas logo menores quantidades de baterias também serão utilizadas diminuindo então a demanda por baterias Representando o que ocorre no mercado de baterias teremos um deslocamento para a esquerda na curva de demanda agora chamada de D O deslocamento da curva de demanda para a esquerda exercerá pressão para queda de preços das baterias O novo ponto de equilíbrio nesse mercado está em E P O E E D D Q Figura 29 Modificações do equilíbrio a partir de diminuição da demanda 59 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO De outra forma os influenciadores da oferta também alteram o equilíbrio dos diversos mercados Vamos verificar como operam alguns desses influenciadores Vamos supor que para a produção de pneus seja necessária a utilização da borracha enquanto fator de produção e que os vendedores de borracha estejam com uma produção muito elevada e que isso tenha diminuído o preço da borracha no seu mercado Logo os demandantes de borracha que nesse caso serão os produtores de pneus desejarão consumir mais borracha para poderem produzir mais pneus e assim ofertarem maiores quantidades de sua produção Dessa forma como se comporta o mercado de pneus Vejamos graficamente antes da explicação P Q D O O E E Figura 30 Modificações do equilíbrio a partir do aumento da oferta Como a produção de pneus foi beneficiada pela grande quantidade de borracha melhoraram as condições de oferta e dessa forma maiores quantidades de pneus serão ofertadas o que é demonstrado pelo deslocamento positivo da curva de oferta agora representada por O Como nada ocorreu com relação à demanda ela permanece constante e um novo ponto de equilíbrio será estabelecido nesse mercado representado agora por E demonstrando que maiores quantidades de pneus serão transacionadas a preços menores Pensemos agora no mercado de beterrabas Sabemos que as beterrabas são produtos da agricultura que depende entre outros fatores de um clima propício para a produção Vamos supor que uma geada tenha provocado dificuldade muito grande no cultivo desse tipo de produto ocasionando perda de produção Dessa forma os produtores de beterrabas ofertarão menores quantidades Como demonstrar esse evento Vejamos P Q D O O E E Figura 31 Modificações do equilíbrio a partir de queda na oferta 60 Unidade I Verificamos que nesse caso houve deslocamento negativo para a esquerda da curva de oferta representada agora por O demonstrando que menores quantidades de beterrabas estão sendo oferecidas Como em nosso exemplo não houve modificação nas relações de demanda desse produto o deslocamento para a esquerda da curva de oferta original de O para O estabelece um novo equilíbrio para esse mercado demonstrado pelo ponto E em que menores quantidades de beterrabas são transacionadas a preços maiores Nesse ponto vale destacar o que recomenda Wessels 2002 p 4849 Lembrese uma mudança no preço nunca elevará a curva de demanda ou de oferta As curvas mostram todos os efeitos da mudança de preço Use os procedimentos abaixo para evitar erros ao analisar como os eventos afetam a oferta e a demanda 1 equilíbrio inicial Desenhe o diagrama de oferta e demanda Dê um nome ao preço e ao produto inicial de equilíbrio 2 evento e deslocamento Algum evento ocorre Perguntese como a demanda e a oferta se alterariam se o preço não mudasse de seu nível inicial Desenhe a nova curva de oferta ou demanda 3 permita que o preço mude Ao preço antigo uma falta ou um excesso do bem ocorreria Uma falta resultará em um preço mais alto Um excesso resultará em um preço mais baixo Como uma mudança no preço nunca desloca as curvas não desenhe nenhuma curva mais 4 novo equilíbrio O novo preço e a nova quantidade de equilíbrio estarão no ponto no qual as novas curvas de oferta e demanda se cruzem Saiba mais Para maior aprofundamento acerca dos deslocamentos das curvas de demanda e de oferta veja a obra a seguir Neste livro há um capítulo dedicado inteiramente ao assunto e com muitos exemplos de aplicação NOGAMI O PASSOS C R M Princípios de economia 7 ed São Paulo Thomson Pioneira 2016 61 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO 3 TEORIA DA FIRMA Continuando nosso passeio pela teoria microeconômica e sua compreensão em relação ao comportamento do consumidor e também ao da empresa enquanto ofertante de bens trataremos agora da função produção e dos custos de produção com vistas à eficiente alocação de recursos produtivos 31 Teoria da produção A teoria da firma modelo teórico de suporte aos questionamentos levantados pela teoria microeconômica analisa o comportamento dos produtores e vendedores de mercadorias diante do processo de produção Segundo Ferguson 1983 várias obras conceituam produção como a criação de utilidades em que utilidade significaria a capacidade de um bem ou serviço satisfazer uma necessidade humana Partindo da noção de que as empresas são agentes maximizadores de resultados a teoria da firma procura estudar e responder como as firmas combinam a utilização dos fatores de produção necessários à criação de coisas úteis e o quanto gastam para produzir bens e serviços Dessa forma subdividese em teoria da firma e teoria dos custos de produção Vimos inicialmente em relação à teoria microeconômica que uma das funções básicas a ser desempenhada pelas empresas capitalistas está em prover a sociedade daquilo que necessita ou seja as empresas devem produzir mercadorias que sejam úteis e que atendam às necessidades de consumo dos indivíduos Nesses termos para que as empresas exerçam seu papel de produtoras de mercadorias elas devem decidir em primeiro lugar que tipo de mercadoria deve ser produzida e em quais quantidades Como se não bastasse essa decisão bastante difícil cabe às empresas ainda a definição de como efetuar a produção das mercadorias que foram escolhidas Observação Estamos retornando ao problema econômico fundamental o que e quanto produzir como produzir e para quem produzir agora pelo olhar das empresas da oferta Responder à parte do problema econômico fundamental em nada parece uma tarefa fácil para as empresas principalmente em relação à forma como será dada a produção das mercadorias Determinar como as mercadorias serão produzidas implica a escolha e utilização de uma técnica de produção por vezes muito específica bem como implica a determinação de que tipo de fator de produção deve ser utilizado e em quais quantidades Assim implica novamente problemas de escolha já que escolher uma técnica de produção ou a utilização de algum fator de produção em um determinado período de tempo implica a renúncia a outras técnicas disponíveis assim como renúncia à utilização de outros fatores 62 Unidade I Observação O que expomos anteriormente remete ao custo de oportunidade já abordado à questão da escolha entre diferentes alternativas e a combinação custobenefício entre elas A teoria da produção dá suporte às análises das relações entre produzir mercadorias e a utilização dos insumos necessários à produção e por fim mas não menos importante a teoria da firma dá suporte à análise da demanda das empresas com relação aos fatores de produção de que utilizam Nesse aspecto as empresas desempenham duplo papel um de consumidores de meios de produção e outro de fornecedores de bens Procedendo então a algumas definições interessantes e necessárias ao perfeito entendimento da teoria da produção estabeleceremos que as empresas ou as firmas são aquelas unidades técnica que produzem bens ou seja aqueles agentes que transformam fatores de produção bens intermediários portanto em bens finais sejam de consumo durável ou não durável ou até bens de capital Dessa forma então se a produção como disse Ferguson 1983 é a criação de utilidades chamaremos daqui em diante de produção o ato de transformar fatores adquiridos pelas empresas em produtos para venda ao mercado Se o processo de produção será representado por uma técnica de combinação e utilização de meios de produção com o objetivo de produzir um bem então podemos designar uma função de produção Função de produção Q ƒ x1 x2 x3 x4 xn onde Q quantidade de produção x1 x2 x3 x4 xn quantidades utilizadas de cada um dos fatores de produção envolvidos Sabendose que a produção dos mais variados bens depende em maior ou menor grau da existência de fatores de produção fixos e de fatores de produção variáveis podemos reescrever nossa função de produção anteriormente apresentada Função de produção Q ƒ x1 x2 onde Q quantidade de produção x1 quantidades utilizadas de um fator de produção fixo ou quantidades utilizadas de fatores de produção fixos 63 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO x2 quantidades utilizadas de um fator de produção variável ou quantidades utilizadas de fatores de produção variáveis Efetuadas as simplificações devemos proceder às definições do que seja fator de produção fixo e fator de produção variável Por fatores de produção fixos entenderemos aqueles cujas quantidades utilizadas não sofrem variações de acordo com as modificações nos níveis de produção Ou seja independentemente da produção eles existem É o exemplo das máquinas e equipamentos que as empresas compram bem como as instalações imóveis em que estão as empresas sejam em instalações próprias ou de terceiros Por fatores de produção variáveis entenderemos aqueles cujas quantidades utilizadas sofrem variações de acordo com as modificações nos níveis de produção Ou seja as quantidades utilizadas modificamse na medida em que há variação na produção tanto para maior quantidade produzida quanto para menores Exemplos mais usuais para o caso de fatores de produção variáveis são as matériasprimas mão de obra direta empregada na produção assim como a energia elétrica utilizada pelas empresas como fator de produção Figura 32 O maquinário de uma empresa é um fator de produção fixo combinado com o uso de um fator variável a mão de obra É necessário ainda diferenciar os períodos de produção Há a produção de curto prazo em que na função de produção há pelo menos um fator de produção fixo e os demais variáveis e a produção de longo prazo em que na função de produção todos os fatores de produção tornamse variáveis Procedendo então a uma análise de produção de curto prazo em que na função de produção há pelo menos um fator de produção fixo sendo os demais variáveis se um empresário qualquer desejar aumentar sua produção deverá fazêlo aumentando as quantidades utilizadas do fator de produção variável De forma análoga se necessitar diminuir as quantidades produzidas deverá proceder a essa diminuição através do desemprego de fatores variáveis Portanto se em curto prazo as quantidades produzidas sofrem variação através dos fatores variáveis temos que Q ƒ x2 64 Unidade I onde Q variação da quantidade produzida x2 variação da quantidade utilizada do fator de produção variável Nesse caso a quantidade produzida para que possa variar dependerá da variação da quantidade utilizada do fator variável já que não houve variação das quantidades utilizadas do fator de produção fixo Mais do que essa simples noção a variação da produção apesar da contribuição das modificações das quantidades dos fatores de produção variáveis dependerá também da capacidade produtiva das unidades utilizadas de fatores fixos Figura 33 Combinação de fatores de produção fixos e variáveis Diante disso podemos deduzir mais algumas relações importantes para o estudo da teoria da produção Tratase dos conceitos de produto total produto total do fator variável produtividade média do fator variável e por fim produtividade marginal do fator variável NOGAMI PASSOS 2016 Produto total quantidade do produto que se obtém diante da utilização de fatores de produção fixos e variáveis Produto total do fator variável quantidade do produto que se obtém diante da utilização do fator variável mantendose fixa a quantidade dos demais fatores de produção e pode ser representado por Q ƒ x2 65 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Como é necessário focar que existe certa proporção razoável na combinação da utilização de quantidades de fatores de produção variáveis para uma mesma quantidade de fatores de produção fixos devemos conhecer a medida de contribuição dos fatores de produção variáveis para a produção total Essa medida será dada pela produtividade média do fator variável Portanto 2 Q Pme X onde Pme produtividade média do fator variável Q quantidade de produto X2 quantidade utilizada do fator variável Mas não basta apenas conhecer a contribuição média de cada um dos fatores de produção variáveis utilizados conjuntamente com os fatores fixos pois para cada nível de produção que cresce ou decresce ocorre inclusão ou exclusão de fatores variáveis durante a produção Dessa forma devemos conhecer outra medida mais importante do que a produtividade média do fator variável Essa nova medida é a produtividade marginal do fator variável que será descoberta a partir de 2 Q Pmg X onde Pmg produtividade marginal do fator variável Q variação do produto X2 variação das quantidades utilizadas de fator variável Entenderemos por Pmg a relação entre as variações do produto total e as variações da quantidade utilizada de fator variável WESSELS 2002 Afirmamos que essa medida tem maior importância do que Pme por conta de um fenômeno verificado nas relações de produção esse fenômeno é explicado pela lei dos rendimentos marginais decrescentes A lei dos rendimentos marginais decrescentes explica que quando aumentamos a quantidade de um fator na produção variável mantendo constantes os demais fatores empregados no caso os fixos a produtividade marginal desse fator variável passa a diminuir a partir de certo ponto Exemplo suponha uma fábrica de roupas que possa ter sua atividade produtiva assim sistematizada 66 Unidade I Capital máquinas de costura Trabalho mão de obra empregada na fábrica portanto costureiras Sede local onde estão reunidos capital e trabalho para produção de roupas Observação É claro que uma fábrica de roupas utiliza muito mais fatores do que os selecionados Nossa seleção é apenas para simplificar a explicação O capital e a sede são exemplos de fator de produção fixo constante enquanto a mão de obra é variável Primeiro vamos variar o que é mais fácil o trabalho mantendo constantes o estoque de capital e o tamanho da sede No início cada costureira admitida adiciona através de seu trabalho uma produção marginalmente crescente Por exemplo cinco trabalhadores produzem em média mais que três pois há a possibilidade de um aperfeiçoamento da divisão técnica da produção Mas se procedermos à seguinte divisão das tarefas de produção teríamos outro resultado Vejamos Enquanto três trabalhadoras operam três máquinas outra organiza a matériaprima a ser utilizada pelas operadoras das máquinas e outra organiza a produção daquelas três trabalhadoras Nesse trecho portanto a produção total cresceria a taxas crescentes pelo acréscimo de mais trabalhadoras uma vez que a produtividade marginal delas seria crescente A partir de um ponto cada nova trabalhadora que é adicionada ao processo de produção também adicionaria aumento à produção total Contudo essa adição passaria a ter um acréscimo marginalmente decrescente Essa nova trabalhadora inserida no processo de trabalho aumentaria a produção total mas um pouco menos que a trabalhadora previamente inserida Ou seja nessa fábrica hipotética enquanto três costureiras operam três máquinas duas organizariam a matériaprima e outras duas passam a organizar toda a produção Supondo que a velocidade de produção das máquinas caracterizadas aqui enquanto fator fixo de produção seja menor que a capacidade de organização das trabalhadoras em empreender a entrada de matériaprima e saída de produção total de roupas a adição dessas duas novas trabalhadoras ajudaria mas essa contribuição não mais seria tão determinante quanto a contribuição das duas primeiras trabalhadoras Nesse momento portanto a produção total cresceria a taxas decrescentes em decorrência do acréscimo de mais trabalhadoras uma vez que a produtividade marginal delas seria decrescente Por fim o acréscimo de mais uma costureira nesse ritmo decrescente de produtividade marginal levaria a um ponto em que o ingresso de mais trabalhadoras ao invés de aumentar a produção total a reduziria Ainda nesse contexto pense que o número de empregados na entrada e na saída da produção comece a gerar um perigoso congestionamento por falta de espaço uma vez que a sede estaria em 67 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO tamanho constante eou ociosidade pelo fato de o número de máquinas ser constante que levem à ineficácia de suas funções Nesse trecho portanto a produção total decresceria a taxas crescentes pelo acréscimo de mais trabalhadores uma vez que a produtividade marginal deles seria negativa e crescente nesses termos Mais um exemplo Vamos variar outro fator de produção qual seja o capital e manteremos constante tanto o número de costureiras daqui em diante chamadas simplesmente de trabalhadoras e também constante o tamanho da sede No início cada nova máquina inserida no processo de produção adiciona com o seu trabalho uma produção marginalmente crescente Exemplificando cinco máquinas produzem em média mais que duas pois há também a possibilidade de um aperfeiçoamento da divisão técnica da produção Poderíamos admitir que enquanto duas máquinas produzem uma cor de tecido outras três produzem sem precisar alternar a entrada de matériaprima Nesse momento portanto a produção total cresceria a taxas crescentes pelo acréscimo de mais máquinas uma vez que a produtividade marginal delas seria crescente A partir de certo instante cada nova máquina que entra no processo de produção também contribuiria para um aumento da produção total Contudo essa adição passaria a ter um acréscimo marginalmente decrescente Ou seja ela aumentaria a produção total mas um pouco menos que a máquina inserida antes dela De outra forma se uma nova máquina exigir que um trabalhador tenha que se dividir entre uma máquina e outra aumentando a chance de erros por parte desse trabalhador a produção total cresceria a taxas decrescentes pelo acréscimo de mais máquinas uma vez que a produtividade marginal delas seria decrescente Por fim o acréscimo de mais uma máquina nesse ritmo decrescente de produtividade marginal levaria a um ponto em que o ingresso de mais uma máquina ao invés de aumentar a produção total a reduziria Exemplificando poderia haver um problema de espaço na sede diminuindo ou limitando o espaço de circulação de matériaprima ou até mesmo sacrificando o espaço utilizado pelos próprios trabalhadores Portanto a produção total decresceria a taxas crescentes pelo acréscimo de mais máquinas uma vez que a produtividade marginal delas seria negativa e crescente nesses termos Com novo exemplo agora variando outro fator de produção que não é tão fácil quanto os demais o tamanho da sede e mantendo constantes o número de trabalhadoras e o estoque de capital vejamos o que ocorre No início cada m² ampliado permite uma produção marginalmente crescente Ou seja pode haver mais espaço para armazenamento de matériaprima e aumento do espaço para circulação das trabalhadoras contribuindo assim para a maior eficácia da divisão técnica da produção Nesse trecho portanto a produção total cresceria a taxas crescentes pelo acréscimo de mais m² ao tamanho da sede uma vez que a produtividade marginal desse espaço seria crescente 68 Unidade I Desse ponto em diante cada m² ampliado também adicionaria um aumento da produção total Contudo essa produção passaria a ter um acréscimo marginalmente decrescente Ou seja esse novo m² auxiliaria no aumento da produção total mas um pouco menos que o m² inserido anteriormente Poderíamos representar esse evento exemplificando que começaria a haver uma distância entre as máquinas desperdiçando então m2 disponível para ser utilizado A produção total cresceria a taxas decrescentes pelo acréscimo de mais m² uma vez que a produtividade marginal deles seria decrescente Por fim o acréscimo de mais um m² nesse ritmo decrescente de produtividade marginal levaria a um estágio em que o ingresso de mais um m² ao invés de aumentar a produção total a reduziria Por exemplo haveria um problema de distância na sede entre as máquinas que tornaria o tempo de produção mais lento pela demora da circulação dos insumos entendidos como a matériaprima e as trabalhadoras Portanto a produção total decresceria a taxas crescentes pelo acréscimo de mais m² uma vez que a produtividade marginal desse m² seria negativa e crescente nesses termos Em suma a lei dos rendimentos marginais decrescentes dá conta de apresentar que fica cada vez mais difícil aumentar a produção total pelo aumento do emprego de apenas um fator de produção Ou seja a atividade de produzir bens e serviços qualquer que seja o bem ou serviço guarda uma relação de eficácia na proporção dos recursos produtivos empregados Reafirmando a lei dos rendimentos marginais decrescentes explicita que a cada introdução de um novo fator de produção variável para uma mesma quantidade de fator de produção fixo o último fator aduzido representará contribuição menor para a produção total do que todos os outros introduzidos antes dele A partir dos exemplos podemos sintetizar as características dos estágios de produção conforme quadro a seguir Quadro 2 Estágios de produção Produção total PT Produtividade média do fator variável PMe Produtividade marginal do fator variável PMg Estágio I Crescente a taxas crescentes Crescente Crescente Estágio II Crescente a taxas decrescentes Decrescente Decrescente Estágio III Decrescente a taxas crescentes Decrescente Negativamente crescente 69 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO I I II II III III A A B B C C Pme Pmg Prod média Pme Prod marginal Pmg Prod total PT Estágio da produção Estágio da produção Quantidade do fator variável Quantidade do fator variável A ponto de inflexão da produtividade marginal ou seja aqui a produtividade marginal é máxima B ponto de inflexão da produtividade média ou seja aqui a produtividade média é máxima A ponto de inflexão da produtividade total ou seja aqui a produtividade total é máxima Figura 34 Produto total produtividade média produtividade marginal Dado que nossa firma é racional ou seja é maximizadora ela vai querer produzir no ponto em que sua produção total é máxima ou seja no ponto C Utilizando um exemplo numérico sobre a teoria da produção proposto por Nogami e Passos 2016 e com adaptação nossa fixaremos melhor todos esses conceitos Vamos supor uma fazenda produtora de trigo em uma área cultivável de 10 hectares e que utilize como fator de produção apenas a terra fator fixo e a mão de obra empregada fator variável 70 Unidade I Figura 35 Produção de trigo Observação Nossa intenção será então descobrir como a produção de trigo se modifica na medida em que o número de trabalhadores varia Determinando então uma função para essa produção teríamos Qt ƒ x1 x2 onde Qt quantidade produzida de trigo x1 10 hectares de terra x2 quantidade de mão de obra De forma análoga Qt ƒ T L onde T terra e L trabalho Como já sabemos que no curto prazo a produção somente varia se existir variação nas quantidades utilizadas de fator de produção variável portanto Qt ƒ L Vejamos então o exemplo 71 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Tabela 11 Produção de trigo com um fator de produção variável Situação T em mil metros L em unidades Qt em quilos Pme QtL em quilos Pmg QtL em quilos 1 10 0 0 2 10 1 10 10 10 3 10 2 22 11 12 4 10 3 39 13 17 5 10 4 52 13 13 6 10 5 60 12 8 7 10 6 60 10 9 8 10 7 56 8 4 9 10 8 48 6 8 Adaptada de Nogami Passos 2016 Podemos verificar a partir da tabela apresentada que a primeira coluna T representa a quantidade de terra disponível ao cultivo e dessa forma apresenta o mesmo valor 10 mil metros para cada nível de produção Portanto a terra é o fator fixo de produção A segunda coluna representa a adição de mão de obra L no processo produtivo variando então de 0 a 8 trabalhadores A mão de obra é fator variável de produção Quanto à terceira coluna do produto total Qt estão listadas as possíveis quantidades de produção de trigo para cada nível de utilização de L dado fixo T Verificase então que as quantidades produzidas aumentam na medida em que são aumentadas também as quantidades utilizadas de trabalho Efetuando então a leitura da tabela Situação 1 nenhum trabalhador inserido no processo de produção produção igual a zero Situação 2 um trabalhador inserido no processo de produção de trigo produção igual a 10 quilos de trigo Situação 3 dois trabalhadores inseridos no processo de produção de trigo resulta numa produção de 22 quilos de trigo Situação 4 três trabalhadores no processo 39 quilos de produção Situação 5 quatro trabalhadores conseguem produzir conjuntamente o total de 52 quilos de trigo Observação Um está para 10 2 está para 22 3 está para 39 e 4 está para 52 Isso acontece por um motivo que veremos a seguir 72 Unidade I Vamos continuar lendo a tabela concentrando a atenção nos números das colunas L e Qt Situação 6 cinco pessoas produzem em conjunto 60 quilos de trigo Situação 7 os mesmos 60 quilos de trigo são produzidas com 6 trabalhadores Situação 8 7 trabalhadores resultam na produção de 56 quilos de trigo Situação 9 8 trabalhadores produzem em conjunto menos quilos de trigo do que 3 pessoas Lembrete Lembrese da definição da lei dos rendimentos marginais decrescentes e veja se há alguma relação com a última leitura da tabela que fizemos Mais trabalhadores menor produção ou seja introdução crescente de fator variável para um mesmo fator fixo induz no curto prazo diminuição da produção total por fator variável Significa que há diminuição da produtividade dos fatores O fato é que quando um fator de produção se mantém fixo no caso o espaço ao mesmo tempo em que são acrescentadas novas quantidades de fator variável no caso as pessoas a produtividade dos últimos que foram inseridos decresce em relação aos anteriores Como é possível verificar isso Olhando para a coluna Pme relacionandoa com a leitura das colunas L e Qt Vejamos Um trabalhador consegue produzir sozinho 10 quilos de trigo Portanto a produção é somente fruto de seu trabalho claro que combinado ao uso da terra mas deixemos isso de lado O fato é que se trabalhou a terra sozinho é responsável pelo produto total que no caso é de 10 quilos de trigo Se dividir o produto total pela quantidade de trabalho que foi empregado o resultado será a produção média do trabalho É justamente isso que mostra a coluna da Pme produtividade média Vejamos quando é adicionada mais uma unidade de L O que acontece com Qt e com Pme T 10 L 2 Qt 22 Pme 11 Rapidamente é possível perceber que mais pessoas trabalhando produzem quantidades maiores duas pessoas 22 quilos de trigo Quanto produziu em média cada um 11 quilos Cada um dos dois trabalhadores produziu igualmente Em termos percentuais a quantidade de trabalhadores variou 73 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO em 100 passou de um para dois portanto dobrou e a quantidade total produzida de trigo sofreu elevação de 120 ou seja mais que dobrou E quanto à produtividade média Com a inserção de mais uma unidade de trabalho passou de 10 para 11 Representa variação percentual de 10 E quando três trabalham juntos T 10 L 3 Qt 39 Pme 13 Com relação à situação anterior a introdução de mais uma unidade de trabalho fez variar em 17 unidades a produção total de trigo e aumentou em duas unidades o que foi produzido em média por cada um dos trabalhadores Isso parece interessante Vejamos as relações percentuais pois elas têm muito a nos dizer a variação de L foi de 50 a variação de Qt foi de 7727 e a variação de Pme foi de 1818 Exercício de aplicação Faça aqui anotações do que compreendeu dos números que foram apresentados Vejamos as informações da situação 5 T 10 L 4 Qt 52 Pme 13 74 Unidade I Na situação 5 relacionada à situação 4 mais uma unidade de trabalho foi inserida Agora são quatro pessoas trabalhando na produção de trigo A quantidade total de trigo produzida foi de 52 quilos 13 quilos a mais do que na situação 4 A produtividade média o que corresponde de produção a cada trabalhador foi de 13 quilos Em termos percentuais crescimento de 3333 na quantidade de trabalhadores e também na quantidade total de trigo produzida Quanto à produtividade média continua no mesmo patamar da situação 4 não há qualquer variação percentual o que significa que a introdução do quarto trabalhador não influenciou nem positivamente nem negativamente no resultado individual O que nos mostra as informações da situação 6 T 10 L 5 Qt 60 Pme 12 Na situação 6 com relação à situação 5 mais uma unidade de trabalho foi inserida Agora são cinco pessoas trabalhando na produção de trigo A quantidade total de trigo produzida foi de 60 quilos 8 quilos a mais do que na situação 5 A produtividade média o que corresponde de produção a cada trabalhador foi de 12 quilos Exemplo de aplicação Pense mais pessoas produzem mais Porém em média podem produzir menos do que produziriam se menos pessoas estivessem envolvidas no processo de produção Isso é possível É o que vamos analisar a seguir Em termos percentuais crescimento de 25 na quantidade de trabalhadores e de 1538 na quantidade total de trigo produzida Veja que mais pessoas produziram relativamente menos Quanto à produtividade média caiu 833 passando de 13 quantidades de quilos de trigo em média por trabalhador na situação 4 para 12 quantidade de quilos de trigo em média por trabalhador na situação 5 Vejamos por fim a situação 7 T 10 L 6 Qt 60 Pme 10 75 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Em relação à situação 6 a produção mantémse constante em 60 quilos de trigo com queda acentuada na quantidade de produção por trabalhador 25 Exemplo de aplicação Com as situações 8 e 9 você já é capaz de fazer o mesmo que fizemos anteriormente Agora vamos olhar novamente para a tabela concentrando atenção nas colunas L Qt Pme e Pmg respectivamente quantidade de trabalho quantidade total de quilos de trigo produzido produtividade média e produtividade marginal Quanto às colunas de Pme e de Pmg se relacionadas com a coluna de L ou seja se verificarmos o comportamento da produtividade média e da produtividade marginal dos fatores variáveis em relação à utilização das quantidades crescentes dos fatores variáveis L percebemos a ocorrência da lei dos rendimentos decrescentes Saiba mais A lei dos rendimentos marginais decrescentes foi também explicada por David Ricardo em sua exploração da renda da terra Você pode conhecer a abordagem de Ricardo em seu livro indicado a seguir RICARDO D Princípios de economia política e tributação São Paulo Círculo do livro 1996 Os Economistas Relacionando primeiramente as colunas de Pme e L vemos que conforme aumenta a quantidade utilizada do fator de produção variável verificamos um aumento da produtividade média de cada trabalhador Isso ocorre quando L varia de 0 até 3 Ao introduzir um quarto trabalhador a produtividade média de cada um deles permanece igual à produtividade média até o terceiro A partir da adição do quinto trabalhador a produtividade média de todos eles decresce 76 Unidade I Ao relacionarmos as colunas Pmg e L percebemos mais ainda a ocorrência da citada lei A produtividade marginal é crescente até a introdução do terceiro trabalhador Dali para frente elas decrescem até serem negativas como no caso do sétimo e do oitavo trabalhador Os resultados negativos sugerem que esses trabalhadores ao serem inseridos no processo de trabalho concorrerão com a mesma quantidade de fatores fixos de modo que em nada contribuirão para a produção total Muito pelo contrário os resultados negativos indicam que esses trabalhadores ou últimos a serem introduzidos atrapalharão o bom desempenho dos já existentes Depois da leitura da tabela anterior podemos representar as curvas de produto total produtividade média e produtividade marginal conforme segue Qt Pme Pmg Qt Pme Pmg L Figura 36 Produto total produto médio produto marginal Saiba mais Conheça um pouco mais sobre a agricultura moderna e seus processos produtivos Leia o artigo e assista ao vídeo que retratam o que acabamos de estudar maximização no uso de recursos AGRICULTURA moderna Culturamixcom 2020 Disponível em https meioambienteculturamixcomagriculturaagriculturamoderna Acesso em 7 jul 2020 77 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Conforme ensina Wessels 2002 p 74 A lei dos rendimentos marginais decrescentes afirma que em algum momento quando a firma obtém mais de um insumo variável enquanto outros insumos permanecem inalterados o produto marginal do insumo variável começará a se reduzir de forma que as unidades subsequentes adicionem menos produção do que o fizeram as antecedentes Rendimentos marginais é uma velha expressão para o produto marginal Esta lei aplicase apenas no curto prazo e somente quando alguns insumos permanecem inalterados Não precisa se aplicar no longo prazo A prova dessa lei é o que se segue Se supusermos que ela não se aplique então o produto marginal iria se elevar continuamente e o custo marginal reduzirse Assim dada essa hipótese deveríamos ver somente uma fábrica produzindo cada bem Acrescentar outra fábrica dividiria a produção e aumentaria os custos marginais Então apenas uma fábrica estaria em cada ramo da indústria pois essa é forma mais econômica de produzir toda a sua produção Por exemplo todo o aço seria produzido em uma fábrica se a lei dos rendimentos decrescentes não fosse aplicável Naturalmente não é esse o caso Assim a hipótese está errada Ao contrário o produto marginal deve começar a declinar em algum momento Isto completa a prova Visto então como se dá o processo de combinação de fatores de produção para a obtenção de quantidades produzidas tornase necessário observar como as empresas se comportam diante não só do problema da combinação dos fatores mas diante dos custos desses fatores Para tanto passamos à análise dos custos de produção 32 Custos de produção Lembrando que o objetivo principal de uma firma está em maximizar seus resultados e que essa maximização passa não só pela maximização da produção conforme apresentada na teoria da produção mas também pela minimização dos custos de produção é destes últimos que trataremos agora Estudar a teoria dos custos é descobrir como são formados os custos de produção de uma empresa e de que forma se comportam em relação à produção total de mercadorias Retomando a função de produção apresentada quando da descrição da teoria da produção vejamos Função de produção Q ƒ x1 x2 onde Q quantidade de produção x1 quantidades utilizadas de um fator de produção fixo ou quantidades utilizadas de fatores de produção fixos 78 Unidade I x2 quantidades utilizadas de um fator de produção variável ou quantidades utilizadas de fatores de produção variáveis Dessa forma se para produzir determinada quantidade de mercadorias Q são imperativos a utilização de fatores fixos x1 e fatores variáveis x2 e que as empresas para aplicarem esses fatores em sua produção devem adquirilos no mercado de fatores as empresas então incorrem em custos de produção Assim definiremos como custo total de produção o total de despesas realizadas pelas firmas com a utilização dos fatores ou seja a despesa total com a aquisição de fatores fixos e fatores variáveis Então CT CF CV onde CT custo total de produção CF custo fixo CV custo variável Da mesma forma que a teoria da produção que está dividida em curto e longo prazo a teoria dos custos também apresentará custos de curto e de longo prazo De forma análoga àquela teoria serão considerados custos de curto prazo quando houver pelo menos a existência de um custo fixo sendo os demais variáveis e serão considerados custos de longo prazo quando todos os custos de produção forem variáveis Passemos a definir os diversos custos de produção O primeiro deles será o custo médio Cme ou também chamado de custo total médio Essa categoria de custo representa o custo unitário de cada mercadoria ou seja o quanto custou para produzir cada unidade do produto Será calculado a partir da divisão dos custos totais de produção pela quantidade produzida Custo médio CT Q ou CF CV Cme Q Uma segunda categoria de custo bastante importante é o custo variável médio CVme Esse custo representa a participação dos custos variáveis de produção em cada unidade do produto Ele é descoberto quando dividimos os gastos totais com todos os fatores de produção variáveis pelas quantidades produzidas Custo variável médio CV CVme Q Outro custo a conhecer é o custo fixo médio CFme que por sua vez representa o quanto de custo fixo há em cada unidade do produto Dividindose as despesas com fatores fixos de produção pelas quantidades totais produzidas chegamos ao resultado desse tipo de custo 79 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Custo fixo médio CF CFme Q Por fim mas não menos importante temos o custo marginal Cmg Entendese por custo marginal o incremento no custo total causado pela produção de uma unidade a mais Esse tipo de custo será conhecido a partir da divisão entre a variação dos custos totais de produção pela variação das quantidades produzidas Então Custo marginal CT Cmg Q Tomando como exemplo modelo proposto por Wonnacott e Wonnacott 1994 p 534 vejamos uma tabela de custos Tabela 12 Custos de curto prazo para empresa hipotética Q CF CV CT Cme Cvme Cfme Cmg 0 35 0 35 1 35 24 59 59 24 35 24 2 35 40 75 375 20 1750 16 3 35 60 95 3167 20 1167 20 4 35 85 120 30 2125 875 25 5 35 115 150 30 23 700 30 6 35 155 190 3167 2583 583 40 7 35 210 245 35 30 500 55 O que a tabela anterior nos mostra Basicamente a relação entre as quantidades produzidas Q e os custos envolvidos Inicialmente os custos envolvidos são os fixos CF e os variáveis CV sendo os demais desdobramentos destes Os custos fixos representam a utilização de fatores fixos de produção enquanto os custos variáveis revelam o quanto se gasta pelo uso de fatores variáveis O custo total a soma dos dois custos tratados Lembrete Perceba que na medida em que há elevação na quantidade produzida os custos fixos mantêmse constantes e o custo variável se eleva Explicamos isso quando do tratamento dos fatores de produção Observe agora a coluna de custo total na medida em que há crescimento das quantidades produzidas o custo total também cresce Por qual motivo Simplesmente pelo motivo de que maiores quantidade de produção demandam maiores quantidades de fatores de produção variáveis e portanto maior gasto com eles A produção de uma única unidade gera um custo fixo de 3500 reais e custo variável de 2400 reais Custo total de 5900 reais Acompanhando a leitura das colunas de quantidade 80 Unidade I custo fixo e variável bem como do custo total é possível perceber que na medida em que são elevadas as quantidades de produção o custo total também se eleva O custo médio Cme iniciase sem valor está indicado com um traço Tal motivo referese ao fato de que se não houve produção não há necessidade de fator de produção variável entendendo aqui que esse tipo de produção hipotética leva em consideração como fator variável apenas a matériaprima Assim produção igual a zero resulta em zero na utilização de fator de produção variável e por conseguinte não há como avaliar o custo médio Observação É possível pensar em termos de custo fixo mas se não houve produção não há como ratear o custo fixo em zero unidades de produção Uma unidade de produção gera um custo médio idêntico ao seu custo total A produção de duas unidades gera um custo total de R 7500 reais e um custo médio de R 3750 reais O custo médio apresenta trajetória decrescente até a unidade quatro mantémse constante em R 3000 na unidade cinco e apresenta crescimento da unidade de produção seis em diante Qual o motivo disso Crescimento dos custos variáveis diante de crescimento do volume de produção A coluna de custo variável médio apresenta trajetória muito parecida à de custo médio O custo variável médio indica o quanto de custo variável há em cada unidade de produção e como o custo médio é bastante influenciado pelo custo variável o custo variável médio acompanha a trajetória Observe que se inicia com um valor elevado R 2400 decresce mantémse constante volta a crescer a taxas crescentes Isso em função da lei dos rendimentos marginais decrescentes O custo fixo médio por seu turno apresenta trajetória contrária à do custo variável médio O fato é que o custo fixo médio reflete o quanto de custo fixo há em cada unidade de produção Portanto quanto maior for a quantidade de produção utilizando a mesma quantidade de fatores fixos haverá diluição do uso desse tipo de fator e portanto seu custo será menor Observação O custo fixo médio iniciase com um valor elevado R 3500 quando são produzidas apenas uma unidade e decresce na medida em que maiores quantidades são apresentadas A coluna de custo marginal Cmg apresenta informações também interessantes O custo marginal reflete a variação do custo total diante a variação nas quantidades produzidas Quando não há produção não há o que se considerar quanto ao custo marginal Uma unidade de produção produz valor idêntico ao custo variável bem como ao custo variável médio Duas unidades de produção geram um custo marginal de R 1600 portanto caiu O motivo foi a melhoria na performance do custo 81 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO variável Quando a produção passa para três unidades o custo marginal cresce e aqui já ocorrem os rendimentos marginais decrescentes menor contribuição dos fatores variáveis e de seus valores monetários na medida em que houve nova inserção de fatores variáveis Exemplo de aplicação Você pode continuar o raciocínio com as demais unidades e ver as relações com o custo marginal 4 ESTRUTURAS DE MERCADO FORMAÇÃO DE PREÇOS E MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS O tema estruturas de mercado aborda a forma como as empresas estão divididas nos diversos ramos de atividade econômica Envolve analisar o tipo de produto que produzem bem como o comportamento de seus concorrentes Conheceremos qual a estratégia que as empresas utilizam para determinar seus lucros a partir dos custos de produção e dos preços praticados As várias formas ou estruturas de mercado que as empresas se encontram dependem fundamentalmente de três características número de empresas que compõe esse mercado tipo de produto existência ou não de barreiras ao acesso de novas empresas São basicamente quatro as estruturas de mercado predominantes o mercado de concorrência perfeita o de monopólio a concorrência monopolística e o oligopólio 41 Concorrência perfeita Um mercado de concorrência perfeita é um tipo de mercado em que há grande número de vendedores e de compradores de tal forma que cada um deles isoladamente detém poder insignificante não afetando os níveis de oferta e de demanda de mercado e consequentemente o preço de equilíbrio Para que um mercado seja de concorrência perfeita algumas características devem ser reunidas entre elas grande quantidade de compradores para grande quantidade de vendedores produto homogêneo mercado transparente total liberdade à entrada e saída de agentes tanto compradores quanto vendedores 82 Unidade I mercado atomizado empresas seguidoras de preços de mercado Figura 37 A feira livre é um exemplo de mercado em concorrência perfeita A feira livre é um exemplo de mercado onde se encontram aqueles que oferecem produtos e aqueles que têm a intenção de comprar produtos É do encontro entre essas diferentes expectativas que se formam os preços Nesse tipo de mercado no longo prazo não existem lucros extraordinários as receitas superam os custos mas apenas os chamados lucros normais que representam a remuneração implícita do empresário Observação Do ponto de vista da teoria microeconômica a estrutura de mercado de concorrência perfeita é uma construção teórica simplificada da realidade por assumir que a partir da construção de modelos simples podese explicar a realidade mais complexa Construção teórica ou não o fato é que uma empresa atuando como concorrente perfeito também terá o objetivo de lucro Melhor ainda terá como objetivo a maximização de seu lucro e dessa forma precisa decidir quais quantidades produzidas são aquelas que atingem o objetivo Como se trata de um mercado em que há muitos vendedores de um mesmo produto a margem de manobra quanto ao preço de venda da mercadoria fica bastante prejudicada sendo assim o preço estabelecido pelo mercado Nesse tipo de mercado a curva de demanda tem a configuração de uma reta mostrando o preço estabelecido pelo mercado e todas as firmas componentes desse mercado tornamse tomadoras de preços Nenhuma firma isoladamente tem condições de alterar o preço ou praticar preço superior ao estabelecido pelo mercado Contudo a esse preço dado pelo mercado ela poderá vender quanto puder limitada apenas por sua estrutura de produção e custos 83 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Cmg P a b P D P E E O D Q Q Q Q Figura 38 Curvas de demanda e oferta em concorrência perfeita Em concorrência perfeita como a quantidade demandada e a quantidade ofertada do bem dáse por muitos compradores e por muitos vendedores o preço é estabelecido a partir do encontro das curvas de demanda e de oferta No gráfico b a curva de demanda se transforma na própria curva do preço obtida no ponto de equilíbrio conforme o demonstrado no gráfico a Portanto o preço do bem é estabelecido pelo mercado e a partir desse estabelecimento as firmas seguem o preço estabelecido Dessa forma são também chamadas de seguidoras de preços ou tomadoras de preços Cabe às empresas administrar sua função custo para que haja lucros normais A função custo desse tipo de empresa é representada pela curva de custo marginal Cmg e o ponto de equilíbrio nesse mercado passa a ser determinado pela intersecção das curvas de demanda e custo marginal Assim cabe uma pergunta onde reside o ganho da empresa em mercado de concorrência perfeita Resposta nas quantidades que consegue comercializar ou na oportunidade de oferecer alguma diferenciação naquilo que comercializa Observação O alface é um produto homogêneo porém dentro da homogeneidade do bem há algumas ramificações alface lisa crespa romana americana mimosa roxa Referemse ao mesmo bem mas são diferentes Figura 39 O mercado produtor de laranjas funciona praticamente em uma estrutura de concorrência perfeita 84 Unidade I 42 Monopólio O mercado de monopólio apresenta condições diametralmente opostas às da concorrência perfeita Nele existe de um lado um único empresário dominando inteiramente a oferta e de outro todos os consumidores Não há portanto concorrência nem produto substituto Nesse caso ou os consumidores se submetem às condições impostas pelo vendedor ou simplesmente deixarão de consumir o bem ou serviço O fornecimento de energia elétrica nas cidades é um exemplo de empresa em monopólio Para existir monopólios deve haver barreiras que impeçam a entrada de novas firmas no mercado Essas barreiras podem advir de diversas formas sendo o monopólio puro ou natural uma delas Esse caso ocorre quando o mercado por suas próprias características exige a instalação de grandes plantas industriais que operam normalmente com economias de escala e custos unitários bastante baixos possibilitando à empresa cobrar preços baixos por bem ou serviço o que acaba praticamente inviabilizando a entrada de novos concorrentes Podemos elencar ainda como barreiras o elevado volume de capital requerido para montar uma indústria monopolista as marcas e patentes o controle de matériaprima específica as instituições A legislação brasileira proíbe a existência de monopólio permitidoo apenas para aqueles segmentos de mercado em que para garantir o perfeito funcionamento deveria existir apenas uma empresa São os chamados monopólios institucionais ou estatais considerados estratégicos ou de segurança nacional como por exemplo a energia elétrica e o petróleo Figura 40 O setor de energia elétrica representa monopólio 85 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Diferentemente da concorrência perfeita como existem barreiras à entrada de novas empresas os lucros extraordinários devem persistir também no longo prazo em mercados monopolizados Vejamos a demanda do monopolista em que P preço Q quantidade Cmg custo marginal D demanda Rme receita média OM quantidade ofertada pelo monopolista Pm preço cobrado pelo monopolista Qm quantidade demandada pelos consumidores Pmáx preço maximizador de lucros Qmáx quantidade maximizadora de lucros P Pm Pmáx E Qmáx Qm Q OM Cmg D Rme Rmg Figura 41 Demanda do monopolista Precisamos nesse momento interpretar a leitura do gráfico para podermos entendêlo bem A curva de demanda do monopolista representada por D reflete o quanto o monopolista necessita atender à 86 Unidade I demanda de mercado vez que se trata de uma única empresa a oferecer o bem o a prestar o serviço Assim a curva de demanda também reflete a receita média do monopolista Rme representando a receita por unidade de produto vendido e é calculada pelo emprego da seguinte expressão Rme RT Q onde Rme receita média RT receita total de vendas Q quantidade vendida do bem ou serviço Nessa estrutura de mercado a curva de demanda da empresa é a própria curva de demanda do mercado como um todo D Como a empresa é exclusiva no mercado não está sujeita aos preços vigentes isso não significa que poderá aumentar os preços indefinidamente A curva de custo marginal reflete as mesmas relações daquelas apresentadas para o caso da concorrência perfeita Agora aparece mais uma curva a receita marginal Rmg Apresenta o acréscimo de receita na medida em que são aumentadas as quantidades comercializadas e pode ser obtida pelo emprego da expressão Rmg RTQ onde Rmg receita marginal RT variação da receita total Q variação da quantidade Conforme o gráfico da figura anterior o monopolista não utiliza a igualdade entre oferta e demanda para determinar preços e quantidade de equilíbrio A maximização dos lucros é obtida igualandose o custo marginal Cmg à receita marginal Rmg Essa quantidade representada por Qmáx combina com o Pmáx que significam respectivamente quantidade maximizadora de lucros e preço maximizador de lucros Nesse ponto o lucro econômico é normal devido à igualdade entre Rmg e Cmg O que se gasta a mais para produzir é exatamente o volume de receita auferida pela venda de unidades adicionais Bem sabemos que uma situação como esta não deve perdurar em situação de monopólio puro haja vista a existência de apenas uma unidade empresarial de oferta Assim a empresa em monopólio exercerá seu poder de influência de mercado e adotará uma política de preços mais elevados do que aquele que gera o lucro normal Procurará algum ponto em que o lucro extraordinário esteja presente Tal ponto é representado no gráfico em OM oferta de monopólio 87 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO em que Pm preço cobrado pelo monopolista combine com Qmáx O que isso significa Significa que a empresa em monopólio oferece menores quantidades do que aquelas requeridas pela demanda cobrando um preço mais elevado do que o realmente necessário Assim a empresa em monopólio é conhecida como ditadora de preços estabelecedora de preços Conforme Silva e Luiz 2010 p 186 O monopólio puro é um tipo extremo de mercado em que apenas uma empresa vende um produto para o qual não existem bons substitutos A importância dessa empresa no mercado é absoluta pois com o encerramento de suas atividades o mercado deixaria de existir pelo fato de o bem fabricado por ela não mais ser ofertado O produto ofertado nesse mercado é diferenciado não homogêneo não havendo possibilidade de ser substituído por outros satisfatoriamente O monopólio puro também é uma situação de mercado dificilmente encontrada no mundo real Na iniciativa privada esse tipo de mercado não é encontrado pelo fato de ser impossível para qualquer empresa que esteja operando nesse regime impedir a entrada de outra empresa no mercado ofertando um produto similar ao seu Os únicos casos de monopólio puro são encontrados no setor público como o abastecimento de água de uma cidade que está a cargo do governo estadual ou da prefeitura Nesse caso temos realmente um monopólio puro pois a companhia que fornece a água é a única naquele mercado ou seja na cidade e a água não tem nenhum substituto próximo satisfatório Saiba mais Sobre o monopólio ou situação de monopólio leia a matéria de Brian LaSorsa Está disponível no site do Instituto Ludwig Von Mises Brasil LASORSA B Cinco maneiras de se criar um monopólio MisesBrasil sd Disponível em httpswwwmisesorgbrArticleaspxid1728 Acesso em 8 jul 2020 Vale a leitura e a visita ao site que além dessa matéria lhe apresentará outros textos relacionados ao assunto 43 Oligopólio O oligopólio é um tipo de estrutura caracterizada por um pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado Pode caracterizarse como um mercado em que há pequeno número de empresas como a indústria automobilística ou então onde há grande número de empresas mas poucas dominam o mercado a exemplo da indústria de bebidas A aviação aérea é outro exemplo de oligopólio 88 Unidade I Figura 42 A aviação comercial é um exemplo de oligopólio Conforme Silva e Luiz 2010 p 186 O oligopólio é um regime de mercado intermediário entre a concorrência pura e o monopólio puro No oligopólio temos um número de produtores pequeno o suficiente para que cada empresa seja importante de modo que as ações de uma afetam as demais e os preços dos bens por elas produzidos Além disso esses bens apesar de perfeitamente substituíveis entre si são diferenciados permitindo que o consumidor saiba exatamente qual empresa produziu determinado produto No oligopólio tanto as quantidades ofertadas quanto os preços podem ser fixados entre as empresa por meio de conluios ou cartéis Normalmente as empresas discutem suas estruturas de custos embora o mesmo não ocorra com relação a sua estratégia de produção e de marketing Há uma empresa líder que via de regra fixa o preço respeitando as estruturas de custos das demais e há empresas satélites que seguem as regras ditadas pelas líderes Esse é um modelo chamado de liderança de preços Ainda para Silva e Luiz 2010 p 186 Esse regime de mercado o oligopólio talvez seja o mais comumente encontrado na visa real Os exemplos que podem ser citados são vários indo desde bens de consumo duráveis como os eletrodomésticos em geral e os automóveis até bens de consumo não duráveis como sabão em pó e pasta de dente O que caracteriza à primeira vista um caso concreto de oligopólio é a marca do produto De fato as geladeiras por exemplo são conhecidas pelo consumidor por suas marcas que identificam sua origem e a empresa que as produziu E embora todas as geladeiras prestem o mesmo tipo de serviço e satisfaçam às mesmas necessidades cada consumidor individualmente prefere esta ou aquela marca O mesmo acontece com o sabão em pó e os automóveis 89 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Quanto aos objetivos da empresa oligopolista de maximização de lucros a teoria microeconômica apresenta duas correntes a oferecida pela teoria marginalista e a oferecida pela organização industrial NOGAMI PASSOS 2016 Pela abordagem marginalista a maximização de lucros se dá por LT RT CT onde LT lucro total RT receita total CT custo total Observação De acordo com esta abordagem basta então que os custos de produção sejam menores do que as receitas de vendas que haverá lucros para essa empresa oligopolista A abordagem da organização industrial não enfatiza a maximização de lucros pura e simples mas sim a maximização de markup A teoria do markup repousa na constatação empírica de que as empresas não conseguem prever adequadamente a demanda por seu produto e portanto suas receitas mas conhecem seus custos Como têm poder oligopolista podem então fixar os preços com base nos custos Difere da teoria marginalista na qual a empresa para fixar seu preço no lucro máximo precisa prever também as receitas o que envolve conhecer a demanda por seu produto para igualar suas receitas marginais aos custos marginais Para que a empresa chegue a seu preço de venda deverá ter em mente seus custos de produção e qual será sua taxa de markup Dessa forma o preço será composto por p 1 mc onde p preço do produto m taxa de markup que é uma porcentagem sobre os custos diretos c custo direto unitário 90 Unidade I Portanto o markup será dado pela diferença entre a receita de vendas e os custos diretos markup RT custos diretos Observação A taxa de markup deve cobrir além dos custos diretos os custos fixos e atender certa taxa de rentabilidade desejada pela empresa oligopolista 44 Concorrência monopolista Essa é uma estrutura intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio mas que não se confunde com o oligopólio Há número relativamente grande de empresas com poder concorrencial porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados seja por características físicas embalagens ou prestação de serviços Figura 43 Restaurantes são exemplos de concorrência monopolística Essas empresas detêm alguma margem de manobra para fixação dos preços mas não é muito ampla uma vez que existem produtos substitutos no mercado Essas características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o preço de seu produto embora o mercado seja competitivo Conforme explicam Silva e Luiz 2010 p 187 A concorrência monopolística é uma situação de mercado em que há um número suficientemente grande de produtores de modo que cada produtor individualmente não é importante Todos eles produzem um mesmo produto mas na mente dos consumidores cada um deles é diferente dos demais de acordo com a empresa que o produz Neste caso temos um elemento da concorrência perfeita que é o razoável número de empresas produzindo o mesmo bem de modo que a saída de uma empresa do mercado não tem 91 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO efeito sobre as demais Temos também uma característica do oligopólio que é o fato de cada produto ser diferente dos demais pelo menos na mente do consumidor apesar de altamente substituíveis entre si Como exemplos temos as fábricas de roupas da moda os produtos têxteis e a prestação de serviços em grandes cidades O quadro a seguir sumariza as principais estruturas de mercado e suas características Quadro 3 Resumo das características das estruturas de mercado Estrutura Número de empresas Diferenciação do produto Condições de entrada e saída Influência sobre o preço Exemplos Concorrência perfeita Muitas Produto homogêneo Fácil Nenhuma pois são tomadoras de preços Alguns produtos agrícolas Monopólio Uma Produto único sem substituto próximo Difícil Forte Serviços de energia elétrica Concorrência monopolista Muitas Produto diferenciado Fácil Leve Comércio varejista restaurantes farmácias etc Oligopólio Poucas Homogêneo ou diferenciado Difícil Considerável Homogêneo alumínio Diferenciado automóveis Fonte Nogami Passos 2016 p 353 Resumo Iniciamos a análise considerando o que vem a ser a ciência econômica e seu campo de estudo Foi possível perceber que de alguma maneira você já esteve familiarizado com assuntos relacionados à economia mas não formalmente como fizemos aqui e isso é bastante importante a formalização do conhecimento de uma área tão abrangente Abordamos a microeconomia enquanto teoria e o que ela procura responder Percebemos tratarse da área da economia voltada ao ambiente empresarial e nesse aspecto o conteúdo ampliou o conhecimento abordando os fatores de produção o problema econômico fundamental e a curva de possibilidade de produção Com tal curva foi possível compreender o que é o custo de oportunidade e sua importância para as decisões dos agentes econômicos Depois disso tratando de decisões o conteúdo avançou para as considerações referentes ao comportamento do consumidor a teoria da demanda e a teoria da oferta Vimos quais são os determinantes da demanda 92 Unidade I quais os determinantes da oferta e como se comportam Conhecemos as curvas de demanda e de oferta suas relações representativas e seus deslocamentos diante da movimentação dos determinantes Conhecemos o funcionamento do mercado com o encontro da teoria da demanda com a teoria da oferta no sentido de aprender como os preços são determinados e a partir deles as quantidades transacionadas no mercado Esse conteúdo foi bastante abrangente esperamos ter aproveitado Finalizamos com o assunto estruturas de mercado Exercícios Questão 1 Para produzir um determinado bem ou serviço empresas utilizam fatores de produção Em uma fazenda que se ocupa em produzir soja por exemplo os fatores de produção mais proeminentes são a terra o capital que constitui o maquinário utilizado durante os processos de semeadura e de colheita por exemplo e o trabalho que representa a mão de obra ocupada diretamente no processo produtivo em questão Cada um dos fatores de produção recebe a remuneração pelo trabalho incorporado à mercadoria ou serviço produzido Avalie as afirmativas que tratam dos fatores de produção e suas respectivas remunerações I A remuneração do trabalho é o salário II A remuneração do capital é o lucro obtido pelo uso do maquinário presente no processo produtivo III O aluguel é a remuneração do fator de produção chamado de terra IV A remuneração do uso de tecnologia é o equivalente aos gastos com juros Estão corretas A Apenas a afirmativa I está correta B Apenas as afirmativas I e II estão corretas C Apenas as afirmativas I e III estão corretas D Apenas as afirmativas I II e III estão corretas E Apenas as afirmativas II III e IV estão corretas Resposta correta alternativa C 93 ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Análise das afirmativas I Afirmativa correta Justificativa o trabalho humano é um dos fatores de produção e a remuneração do trabalho humano é o salário II Afirmativa incorreta Justificativa a remuneração do capital entendido como recursos financeiros líquidos é o juros III Afirmativa correta Justificativa a pagamento pelo uso da terra chamase aluguel Ainda que existam outras modalidades como o arrendamento resumese a remuneração da terra como aluguel IV Afirmativa incorreta Justificativa a remuneração pelo uso de uma determinada tecnologia é o direito à propriedade Os juros estão ligados à remuneração do capital financeiro Questão 2 Muitos monopólios fazem parte dos serviços chamados de utilidade pública Alguns exemplos são transmissão e distribuição de energia elétrica fornecimento de água encanada sistema de esgotos etc A grande maioria deles é formada por monopólios naturais pois as empresas que os fornecem incorrem em situações de mercado onde há economias de escala tais que apenas uma única empresa é capaz de suprir a demanda pelo produto ou serviço com custos inferiores aos que ocorreriam se houvesse mais de uma empresa atuando no mercado Disponível em httpsbitly2G3ka7K Acesso em 19 jan 2020 Além dos monopólios chamados de naturais existem outras razões para a existência de monopólios controlados pelo Estado Leia as alternativas e aponte aquela que aborda corretamente o porquê da criação de monopólio estatal A A assimetria de informação expõe o capital privado a um risco que poucos empresários estão dispostos a correr esse processo demanda maior atuação do estado na economia B O estado pode inibir um processo inflacionário ao criar uma empresa cujos preços dos produtos vendidos serão amplamente vigiados e controlados C A ausência da presença de empresas estatais no setor produtivo tende a intensificar o processo de monopolização dos setores nesse sentido é sempre melhor um monopólio estatal a um privado 94 Unidade I D A existência de mercados incompletos por qualquer que seja o motivo demanda soluções estatais mais urgentes entre as quais se inclui a possibilidade de criação de uma empresa estatal E A presença de monopólios estatais pode ser atribuída à necessidade de o Estado arrecadar mais recursos Resposta correta alternativa D Análise das alternativas A Alternativa incorreta Justificativa a assimetria é uma realidade no mercado capitalista no entanto não é pela existência desse problema que o Estado age na criação de empresas estatais B Alternativa incorreta Justificativa o controle inflacionário por meio das empresas públicas não se configura como algo factível por diversos motivos entre os quais destacase a inflação que é a média ponderada do preço de muitos produtos portanto seria difícil para não dizer impossível controlar essa média a partir do domínio de alguns empresas ou setores na economia C Alternativa incorreta Justificativa a despeito da ampla discussão sobre a formação de monopólios a entrada de empresas estatais não inibe a formação deles e também não há nenhum tipo de estudo que mostra maior eficiência de monopólios públicos que privados D Alternativa correta Justificativa um mercado é incompleto quando um bemserviço não é ofertado ainda que o seu custo de produção esteja abaixo do preço que os potenciais consumidores estariam dispostos a pagar A depender da importância do setor o estado deve agir para corrigir esse tipo de falha de mercado E Alternativa incorreta Justificativa isso não se aplica o recolhimento de impostos por parte da estatal não deve ser mais volumoso que o da empresa privada