·
Fisioterapia ·
Anatomia
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
1
Trabalho ABNT Tomografia Computadorizada Janelas Mediastino Pulmao e Padroes Covid19 Edema
Anatomia
UP
10
Terapia Espelho na Recuperacao Funcional Pos-AVE - Revisao de Literatura
Anatomia
UP
13
Ecocardiograma
Anatomia
UP
18
anatomia 1 pdf
Anatomia
UP
12
Conteúdos de Anatomia Humana Básica
Anatomia
UNIFATECIE
12
Introdução ao Estudo da Anatomia Humana
Anatomia
UNIFATECIE
23
Sistema Nervoso Central Anatomia Humana Resumo Completo para Estudantes
Anatomia
UNINGA
9
Terapia Assistida por Animais na Paralisia Cerebral - Estudo e Resultados
Anatomia
UMG
Preview text
Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4098 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Aspectos do AVE isquêmico uma revisão bibliográfica Aspects of ischemic stroke a literature review DOI1034119bjhrv5n2009 Recebimento dos originais 15022022 Aceitação para publicação 02032022 Letícia Furtado Alves Acadêmica de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua São Benedito casa 2000 Bairro Formosinha FormosaGO CEP 73813401 Email lefual2000gmailcom Karine Panuce de Oliveira Acadêmica de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua Santiago Dantas quadra 104 lote 23 Parque estrela Dalva 1 Luziânia GO 1155 CEP 72804360 Email karine27panuceoutlookcom Glória Edeni Dias Pereira Amorim Acadêmica de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua Turmalina quadra 3 lote 24 Jardim Califórnia FormosaGO CEP 73807815 Email gloriaamorim9imggmailcom Thiago Cavalcante Ribeiro Acadêmico de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço SMPW Q 26 CJ 08 LT 03 CS 7 BrasíliaDF CEP 71745608 Email tcribeiromedgmailcom Gabriel Vitor Ribeiro da Silva Acadêmico de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua 42 quadra 16 lote 4 Bairro Parque Lago Formosa Goiás CEP 73813868 Email gabrielvtr2gmailcom Mayck Feitosa Câmara Acadêmico de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus GoianésiaGO Endereço Rua Do Badejo Qd 57 Lote 16 casa 2 Jardim Atlântico Goiânia Goiás CEP 74343090 Email mayckfeitosahotmailcom Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4099 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Cleverson Rodrigues Fernandes Pósdoutor em Ciências Médicas pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Instituição Universidade de São Paulo FMRP USP Endereço Avenida Brasília Bairro Formosinha Formosa GO CEP 73813010 Email cleversonfernandesunirvedubr RESUMO O acidente vascular encefálico AVE é uma patologia ocasionada por alterações no fluxo sanguíneo para o cérebro e pode ser de origem hemorrágica isquêmica ou subaracnóidea sendo o tipo isquêmico o mais prevalente e o mais incidente Além do mais é considerada a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil já no mundo apresentase como segunda doença neurológica mais prevalente e de mesma forma em mortalidade ademais é a terceira principal causa de invalidez Esse estudo traz como objetivo responder a seguinte pergunta norteadora Quais são os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que haja um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz Este trabalho tratase de uma pesquisa bibliográfica baseada em artigos obtidos nas bases de dados Pubmed Web of Science Scielo e Google Scholar publicados entre os anos de 2012 a 2022 Também usouse para esta pesquisa livros de renome da neurologia e manuais do Ministério da Saúde Está revisão focou na epidemiologia na etiologia na apresentação clínica de acordo com a vascularização nos fatores de risco no diagnóstico e no tratamento do AVEi para responder à questão norteadora No cenário brasileiro o AVE isquêmico representa a causa mais prevalente de óbitos superando as mortes por causa cardiovasculares sendo essa síndrome encarregada por um número notável de internações no país além dos altos índices de morbimortalidade A apresentação clínica do AVE isquêmico dependerá do território vascular irrigado Portanto é fundamental a compreensão do sistema carotídeo interno e do sistema vértebrobasilar O diagnóstico baseia se na associação do exame clínico e dados radiológicos sendo que não é possível determinar apenas clinicamente se o AVE é de origem isquêmica ou hemorrágica No AVE isquêmico ocorre obstrução de um vaso arterial encefálico dessa maneira a terapia trombolítica ou a trombectomia mecânica são os tratamentos realizados na fase aguda com o objetivo de desobstruir a artéria antes que haja lesão tecidual irreversível Portanto o conhecimento médico sobre AVE isquêmico reduz a taxa de mortalidade e invalidez deste agravo de grande incidência e prevalência no mundo Palavraschave ave isquêmico etiologia apresentação clínica diagnóstico tratamento ABSTRACT Stroke is a pathology caused by changes in blood flow to the brain and can be of hemorrhagic ischemic or subarachnoid origin with the ischemic type being the most prevalent and the most incident In addition it is considered the first cause of death and disability in Brazil in the world it is the second most prevalent neurological disease and in the same way in mortality in addition it is the third leading cause of disability This study aims to answer the following guiding question What are the aspects of ischemic stroke that the physician must know in order to have an accurate diagnosis and an effective treatment This work is a bibliographic research based on articles obtained from Pubmed Web of Science Scielo and Google Scholar databases published between the years 2012 to 2022 neurology and Ministry of Health manuals This review focused on epidemiology etiology clinical presentation according to vascularization risk factors diagnosis and treatment of stroke to answer the guiding question In the Brazilian scenario ischemic stroke represents the most prevalent cause of death surpassing deaths from cardiovascular causes and this syndrome is responsible for a remarkable number of Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4100 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 hospitalizations in the country in addition to the high rates of morbidity and mortality The clinical presentation of ischemic stroke will depend on the vascular territory irrigated Therefore it is essential to understand the internal carotid system and the vertebralbasilar system The diagnosis is based on the association of clinical examination and radiological data and it is not possible to determine only clinically whether the stroke is of ischemic or hemorrhagic origin In ischemic stroke obstruction of a cerebral arterial vessel occurs thus thrombolytic therapy or mechanical thrombectomy are treatments performed in the acute phase with the objective of unblocking the artery before irreversible tissue damage occurs Therefore medical knowledge about ischemic stroke reduces the mortality rate and disability of this disease of high incidence and prevalence in the world Keywords ischemic stroke clinical presentation diagnosis treatment 1 INTRODUÇÃO O acidente vascular encefálico AVE é uma patologia ocasionada por alterações no fluxo sanguíneo para o cérebro e pode ser de origem hemorrágica isquêmica ou subaracnóidea sendo o tipo isquêmico o mais prevalente e o mais incidente LOTZ et al HUI C et al 2021 Além do mais é considerada a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil já no mundo apresentase como segunda doença neurológica mais prevalente e de mesma forma em mortalidade ademais é a terceira principal causa de invalidez DIENER HANKEY 2020 Brasil 2022 Moraes 2022 O acidente vascular encefálico isquêmico AVEi é o mais frequente no país e pode ser classificado em cinco subtipos segundo o sistema TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment sendo eles Aterosclerose de Grandes Vasos ATGV Cardioembolia Oclusão de Pequenos Vasos OPV Outras Etiologias OE e indefinido LOTZ et al FERNANDES et al 2021 Dessa forma o AVEi possui causas multifatoriais tendo como causa mais comum a aterosclerose entretanto outros fatores como a hipertensão arterial tabagismo e a obesidade também são alguns dos elementos de dano já seu quadro clínico sugestivo se dá em um período maior que 24 horas em que haverá perda de força ou sensibilidade em alguma região do corpo no entanto quanto ao seu diagnóstico não é inteiro clínico sendo necessário exames de imagem para averiguar a origem do AVE BRASIL 2013 MARIANELLI el al 2020 Zhao et al 2021 Logo observase a relevância de conhecer as repercussões e os aspectos do AVEi já que o mesmo apresenta significativa prevalência não só no Brasil como no mundo Tornase então necessário o diagnóstico e o tratamento precoce a fim de evitar consequências mais graves Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4101 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Portanto é de suma importância para o médico conhecer os aspectos do AVEi evitando erros com o manejo diagnóstico tardio e invalidez do paciente Esse estudo traz como objetivo responder a seguinte pergunta norteadora Quais são os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que haja um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz 2 MÉTODOS Este trabalho tratase de uma pesquisa bibliográfica em que foram compilados artigos obtidos nas bases de dados Pubmed Web of Science Scielo e Google Scholar publicados entre os anos de 2012 a 2022 Também utilizouse para esta pesquisa livros de renome da neurologia e manuais do Ministério da Saúde O objetivo do estudo é responder a seguinte pergunta norteadora Quais são os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que haja um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz Por conseguinte os aspectos do AVE isquêmico que serão elucidados neste trabalho são a epidemiologia a etiologia a apresentação clínica de acordo com a vascularização os fatores de risco o diagnóstico e o tratamento Os descritores em Ciência da Saúde utilizados foram AVE isquêmico Apresentação clínica e Tratamento do AVE isquêmico Usouse 26 referências nas línguas portuguesa ou inglesa Os descritores foram os presentes no MeshDecs e operadores booleanos AND e OR Os critérios de inclusão foram artigos de revisão estudos observacionais e relatos de casos seguindo o período de publicação estimado além da relevância e temática compatíveis com o objetivo do estudo E os critérios de exclusão foram trabalhos que apresentaram informações incompatíveis com o tema estudado estudos que não contemplavam o período proposto ausência de descritores e cartas ao editor 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 31 EPIDEMIOLOGIA O custo global estimado do AVE é superior a 721 bilhões e corresponde a 066 do PIB global pois o paciente que sofre de AVE gera custos não apenas com as internações mas também com a reabilitação De 1990 a 2019 houve um acréscimo significativo no número absoluto de casos de AVE sendo que ocorreu um aumento de 700 na incidência de 1020 na prevalência e de 430 no número de óbitos por AVE É notório salientar que os pacientes residentes em países de renda baixa obtiveram maior taxa de mortalidade nesse período FEIGIN et al 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4102 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Nesse contexto o evento encefálico isquêmico constitui a segunda causa de morte e a terceira principal circunstância de invalidez no mundo de tal forma que o mesmo consiste em um dos maiores problemas de saúde global levando a incapacidades permanentes e altos custos hospitalares DIENER HANKEY 2020 Sabese que até 87 da carga global de episódios vasculares encefálicos é atribuída ao acidente vascular encefálico do tipo isquêmico AVEi Sendo assim percebese a importância de classificações etiológicas confiáveis e métodos de prevenção na prática clínica diária a fim de reduzir as complicações desta patologia RADU et al 2017 No cenário brasileiro o AVE isquêmico representa a causa mais prevalente de óbitos superando as mortes por causa cardiovasculares sendo essa síndrome encarregada por um número notável de internações no país além dos altos índices de morbimortalidade em consequência da falta de um tratamento padronizado pois os centros especializados e hospitais de ponta estão localizados em regiões mais desenvolvidas do país como por exemplo as capitais PONTESNETO et al 2008 Além do aludido a taxa de mortalidade do AVEi e o número de internações por tal patologia foram maiores no Sudeste e menores no CentroOeste do Brasil no ano de 2021 no período de janeiro a novembro MINISTÉRIO DA SAÚDE 2021 Quadro 1 Óbitos taxa de mortalidade e internações por Acidente Vascular Encefálico Isquêmico AVEi no Brasil Período JanNov2021 Região Total de óbitos por AVEi Taxa de mortalidade por AVEi Internações por AVEi Norte 147 1407 1045 Nordeste 481 1366 3522 Sudeste 1756 2155 8148 Sul 681 1446 4710 CentroOeste 120 1322 908 TOTAL 3185 1737 18333 Fonte Ministério da Saúde Sistema de Informações Hospitalares do SUS SIHSUS Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4103 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 32 ETIOLOGIA O Acidente Vascular Encefálico isquêmico AVEi ocorre por oclusão do lúmen vascular e a extensão da lesão é proporcional à duração à gravidade da redução do fluxo e ao tipo etiológico do AVEi A classificação TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment foi elaborada para subdividir o AVEi de acordo com sua etiologia em cinco subtipos Os quais são Aterosclerose de Grandes Vasos ATGV Cardioembolia Oclusão de Pequenos Vasos OPV Outras Etiologias OE e Indefinido FERNANDES et al 2021 O AVEi por ATGV ocorre devido ao acúmulo de placas de gordura na parede vascular formando uma estenose maior que 50 ou oclusão de grandes ramos arteriais ipsilateral à lesão central ou placas complexas na aorta ascendente ou transversa 4mm O AVEi cardioembólico tem sua gênese na oclusão de um leito vascular cerebral por êmbolos provenientes do coração Já a OPV acontece devido a infartos lacunares menores que 15 cm de diâmetro no território irrigado pelas artérias perfurantes As quais vascularizam os núcleos da base claustrum amígdala núcleo caudado putâmen e globo pálido tálamo tronco encefálico coroa radiada e cápsulas interna e externa FERNANDES et al 2021 ZHAO et al 2020 Nesse contexto o AVEi por OPV geralmente repercute nas síndromes lacunares como por exemplo hemiparesia motora pura causada pela isquemia no ramo posterior da cápsula interna ou na ponte hemiparesia sensitiva pura oclusão de pequenos vasos no tálamo ventral hemiparesia atáxica obstrução de pequenos vasos na parte ventral da ponte ou da cápsula interna e mão desajeitada oclusão de pequenos vasos na parte ventral da ponte ou no joelho da cápsula interna externa FERNANDES et al 2021 ZHAO et al 2020 O AVEi de OE está relacionado a vasculopatias sem aterosclerose como por exemplo a doença de Moyamoya e a dissecção arterial disfunções hematológicas desordens na coagulação e vasculites Por fim os AVCi por etiologia indeterminada são aqueles que apesar de uma investigação ampla e minuciosa não se encaixam nas outras categorias CAMILO PONTESNETO 2021 33 APRESENTAÇÃO CLÍNICA E VASCULARIZAÇÃO Inicialmente o quadro clínico sugestivo de AVE figura1 é caracterizado pela redução repentina da força ou da sensibilidade em alguma região do corpo que insista por um período maior que 24 horas Os sintomas dependem de alguns fatores local do cérebro acometido presença de comorbidades e idade do paciente BRASIL 2013 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4104 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 A apresentação clínica do AVEi dependerá do território vascular irrigado Portanto é fundamental a compreensão do sistema carotídeo interno e do sistema vértebrobasilar O primeiro dará origem a artéria oftálmica irriga o bulbo ocular e formações anexas corióidea anterior vascularizam os plexos corioide cápsula interna diencéfalo e núcleos da base comunicante posterior e as artérias cerebral média e anterior Já o sistema vértebrobasilar dará gênese às artérias espinhais anteriores e posteriores irrigam a medula artérias cerebelares inferiores posteriores e a artéria basilar MACHADO 2022 O AVEi pode acontecer ainda no cerebelo por obstrução das artérias cerebelar superior SCA cerebelar pósteroinferior PAICA ou cerebelar anteroinferior AICA e gerar como sintomatologia náuseas vômitos alteração da marcha ataxia e nistagmo ALVES et al 2021 Dessa maneira a sintomatologia do AVEi dependerá de qual artéria foi ocluída pois cada uma irriga um determinado território vascular HANDELSMANN et al 2021 Destaca se que a artéria cerebral média quando isquemiada apresenta uma das apresentação clínica mais severa com combinações variáveis de hemiplegia hemianestesia desvio do olhar hemianopsia homônima contralateral afasia heminegligência e amaurose LEITE FILHO et al 2020 Figura 1 Apresentação clínica do AVEi Fonte Próprio autor 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4105 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Figura 2 Sistematização da apresentação clínica do AVEi de acordo com a vascularização Fonte Adaptação do quadro do livro Medicina de Emergência Abordagem Prática 13 ed 2019 34 FATORES DE RISCO Como já aventado anteriormente a oclusão das artérias intracranianas e das artérias cerebrais pode ser uma causa modificável do AVEi onde a aterosclerose é o fator principal Os fatores de risco reúnemse em dois grupos os fatores modificáveis e os não modificáveis Os fatores considerados modificáveis são hipertensão arterial sistêmica tabagismo obesidade dislipidemia dieta sedentarismo diabetes mellitus consumo de álcool doenças cardíacas e uso de anticoncepcional Os fatores não modificáveis são idade maior que 60 anos raça negra gênero história familiar positiva pra AVE prévio BRASIL 2013 MARIANELLI el al 2020 A hipertensão arterial sistêmica é um grande fator de risco para o desenvolvimento de AVEi e para a transformação do AVEi em acidente vascular encefálico hemorrágico Desse modo a hipertensão arterial sistêmica e suas reverberações podem ser modificadas pelo uso de antihipertensivos e diurético Ademais quanto ao tabagismo à obesidade à dislipidemia ao sedentarismo à diabetes mellitus e ao consumo de álcool devese influenciar o paciente a melhorar seus hábitos de vida ter uma alimentação balanceada evitar álcool cessar o uso de tabaco e fazer atividades física pelo menos 3 vezes por semana MARIANELLI el al 2020 No caso das doenças cardíacas como fator de risco a que mais se destaca é a fibrilação atrial pois facilmente o trombo se desloca da parede do átrio e emboliza para as artérias do Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4106 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 sistema nervoso central O cardioembolismo engendra cerca de 20 a 30 de todos os AVEi e pode ser manejado pela anticoagulação profilática MARIANELLI el al 2020 Além do aludido o risco elevado em relação ao uso de Anticoncepcionais e AVEi foi constatado em 14 estudos no entanto algumas variáveis associadas ao risco devem ser consideradas como o tipo de AVE dosagem dos hormônios tempo de uso outros fatores de risco e a gravidade do evento O Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Mundial da Saúde OMS apontam como complicação do AVE o uso de Anticoncepcional e a OMS contraindica a utilização desse método caso a usuária tenha algum dos fatores de risco acima citados LIMA et al 2016 Portanto intervenções com objetivo de combater os fatores de risco descritos acima são essenciais para a prevenção de grande parte dos AVEi principalmente se abordados no âmbito da atenção primária e com uma perspectiva multidisciplinar LIMA et al 2016 MARIANELLI el al 2020 35 DIAGNÓSTICO Tendo em vista à estreita janela terapêutica do acidente vascular isquêmico agudo o diagnóstico precoce é de fundamental importância na abordagem inicial O diagnóstico baseia se na associação do exame clinico e dados radiológicos sendo que não é possível determinar apenas clinicamente se o AVE é de origem isquêmica ou hemorrágica BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 Indubitavelmente é essencial a coleta de dados sobre o início dos sintomas e o último momento em que o paciente se encontrava despertado ou sem déficits Além disso é importante o questionamento sobre possíveis circunstâncias que possam ter gerado o quadro como abuso de drogas migrânea infecções epilepsia além de fatores de risco para aterosclerose BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 Destarte tornase significativo salientar que a partir do momento que se suspeita de um AVE isquêmico o paciente deve ser encaminhado para o serviço de emergência médica para monitorização de sinais vitais e realização de neuroimagens isto pois a tomada de decisões na primeira hora de ouro é crucial para o prognóstico do indivíduo Dessa forma o exame físico neurológico deve ser breve e o mais completo possível sendo este realizado através da escala do NIHSS National Institute of Health Stroke Scale a qual varia de 0 a 42 pontos tendo relação direta com a área de isquemia Além disso os pacientes devem ser submetidos a exames complementares como glicemia capilar hemograma Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4107 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 completo coagulograma eletrólitos básicos e enzimas cardíacas BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 No que se refere aos exames de neuroimagem a tomografia pode ser normal nas primeiras horas evidenciando apenas sinais indiretos de isquemia até 24 horas mas ainda assim a tomografia computadorizada é considerada o método padrão ouro na emergência para descartar uma hemorragia intracraniana Por conseguinte considerase o diagnóstico de AVEi no paciente com sinal neurológico focal de instalação súbita com duração maior que 24h ou um episódio de qualquer duração se houver evidência radiológica ou patológica de isquemia focal que justifique os sintomas BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 Figura 3 Escala do NIHSS National Institute of Health Stroke Scale Fonte Próprio autor 2022 36 TRATAMENTO No AVEi ocorre obstrução de um vaso arterial encefálico dessa maneira a terapia trombolítica é o tratamento realizado na fase aguda com o objetivo de desobstrução da artéria antes que haja lesão tecidual irreversível PEDRA et al 2020 O tratamento do AVEi é focado principalmente na preservação das áreas afetadas parcialmente pelo evento mas que ainda preservam um fluxo sanguíneo suficiente para evitar um infarto O tempo é o principal aliado nesta tarefa pois se as manobras de restauração do fluxo sanguíneo forem feitas rapidamente os efeitos decorrentes da isquemia podem ser minimizados HUI C TADI P PATTI L 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4108 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Se a abordagem for realizada nas primeiras 45 horas após o início dos sintomas é possível restaurar o fluxo sanguíneo cerebral na região de penumbra e sua função é recuperada PEDRA et al 2020 Algumas condutas a serem consideradas estão listadas na tabela 1 O equilíbrio é o principal ponto a pressão não pode ser tão baixa que não gere revascularização da área de penumbra e não pode ser elevada a ponto que gere um evento hemorrágico Tabela 1 Características das condutas no AVCi Conduta Característica Referência Alteplase Ativador de plasminogênio tecidual humano recombinante Critérios de inclusão deficit neurológico mensurável idade igual ou superior a 18 anos e início dos sintomas dentro de 3 horas HUI C TADI P PATTI L 2022 Trombectomia mecânica Procedimento realizado através de cateter que é capaz de aderir ao trombo e resgatálo desobstruindo o vaso acometido Devese considerar esse tratamento para todos os pacientes mesmo aqueles que receberam terapia fibrinolítica HUI C TADI P PATTI L 2022 Tratamento antiplaquetário A aspirina é recomendada dentro de 24 a 48 horas do início dos sintomas HUI C TADI P PATTI L 2022 Estatinas Estatinas de alta intensidade são recomendadas para pacientes com 75 anos ou menos e que tem doença cardiovascular aterosclerótica HUI C TADI P PATTI L 2022 Fonte Próprio autor 2022 Nesse contexto o protocolo inicial de tratamento sugere que ao chegar o paciente com déficit neurológico é necessário monitorizar o paciente com um monitor cardioscópico medir pressão arterial media coletar a frequência respiratória e cardíaca Após deve se ofertar a oxigenoterapia para manter a saturação de O2 acima de 94 e coletar um acesso periférico com jelco 18 Em relação aos exames necessários glicemia capilar hemograma TP TTPa eletrocardiograma e uma tomografia de crânio sem contraste A história clínica é de suma importância no AVEi mesmo que de forma resumida deve ser colhida com foco nas comorbidades prévias e medicamentos utilizados pincipalmente Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4109 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 anticoagulantes sendo necessário determinar o horário de início de sintomas com a maior precisão possível Outra ferramenta essencial é o NIHSS NIH Stroke Scale pontuada de 0 e 42 pontos de graduação de gravidade crescente ela avalia 11 itens do exame neurológico e deve ser usada enquanto se realiza o exame físico utilizando o ABCDE do Advanced Trauma Life Support ATLS Destarte após a abordagem inicial descrita anteriormente é necessário encaminhar o paciente para trombólise endovenosa com fibrinolítico ou para trombectomia mecânica desde que haja indicação As indicações para reperfusão com trombolítico estão esquematizadas na figura 4 Além do exposto é imprescindível que o médico saiba os seguintes pontos ao indicar a reperfusão com trombolítico a dose de alteplase que deve ser administrada controlar a pressão arterial durante e após o procedimento os sinais de alarme para transformação hemorrágica e os cuidados adequados nas primeiras 24h Todos esses pontos estão evidenciados na figura 5 a qual foi baseada em informações do livro de Medicina de Emergência Abordagem Prática VELASCO et al 2019 Figura 4 Indicações para reperfusão com trombolítico Fonte Próprio autor 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4110 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Figura 5 Pontos que o médico deve saber ao indicar a reperfusão com alteplase Fonte Próprio autor 2022 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em suma esse artigo respondeu à questão norteadora evidenciando todos os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve ter conhecimento pleno para que haja um diagnóstico precoce e um manejo terapêutico adequado Portanto reduzindo a taxa de mortalidade e invalidez por AVEi Além disso o domínio do médico em relação a epidemiologia a etiologia a apresentação clínica de acordo com a vascularização os fatores de risco o diagnóstico e o tratamento trazem ao médico confiança e destreza em seus atendimentos Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4111 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 REFERÊNCIAS ALVES L F et al Lesão cerebelar uma abordagem anatomofuncional em urgência e emergência JBMEDE Jornal Brasileiro de Medicina de Emergência S l v 1 n 1 p e21005 2021 Disponível em 17012021 httpsjbmedecombrindexphpjbmearticleview1 Acesso em 18 jan 2022 BEZERRA Marcio Luiz Ecorcio FUKUJIMA Marcia Maiumi FERRAZ Maria Elisabeth Matta de Rezende Acidente Vascular Cerebral Isquêmico In BERTOLUCCI Paulo H F et al Guia de Neurologia guias de medicina unifesp São Paulo Manole 2011 Cap 23 p 253 274 BRASIL Ministério da Saúde Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular Cerebral departamento de ações programáticas estratégicas Secretaria de Atenção À Saúde Brasília Df p 174 jan 2013 Disponível em httpsbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdiretrizesatencaoreabilitacaoacidentevascular cerebralpdf Acesso em 25 jan 2022 CAMILO M R PONTESNETO O M Coronary Calcium Score Is There a Difference among Ischemic Stroke Subtypes Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 115 n 6 p 1152 1153 2021 Disponível emhttps wwwscielobrjabcacSd8qvRSnQNMynDfCgx7XVmlangptformathtml Acesso em 17012021 DIENER HansChristoph HANKEY Graeme J Primary and Secondary Prevention of Ischemic Stroke and Cerebral Hemorrhage Journal Of The American College Of Cardiology JACC FOCUS SEMINAR CURRENT BEST PRACTICES AND FUTURE DIRECTIONS IN STROKE Duisburg p 18041818 dez 2020 Disponível em httpsreaderelseviercomreadersdpiiS0735109720344260tokenF393B16CB794F0370E B98B6FA26C4B0D4901B8A2A6B39D124CEEA4739CE57388BB34F9CEEC80290249F20 ED75F272146originRegionuseast1originCreation20220125142145 Acesso em 25 jan 2022 FEIGIN V L et al World Stroke Organization WSO Global Stroke Fact Sheet 2022 International journal of stroke official journal of the International Stroke Society v 17 n1 p1829 2022 Disponível em httpsdoiorg10117717474930211065917 Acesso em 03022022 FERNANDES C G C et al Independência funcional após acidente vascular cerebral AVC isquêmico em relação à fisiopatologia de acordo com TOAST Revista Brasileira de Neurologia v 57 n 1 p 1316 2021 Disponível em httpsrevistasufrjbrindexphprbnarticledownload43073pdf Acesso em 17012021 HANDELSMANN H et al Os preditores para o território de AVC afetado e o resultado dos tratamentos de AVC agudo são diferentes para AVC de circulação posterior versus anterior Relatórios Científicos v 11 n 1 p 19 2021 Disponível em httpswwwnaturecomarticless41598021898714 Acesso em 17012022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4112 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 HUI C TADI P PATTI L Ischemic Stroke 2021 Sep 29 In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2022 Jan PMID 29763173 Disponível em httpseuropepmcorgbooksnbk499997 Acesso em 05022022 LEITE FILHO C A DANTAS L I M NOGUEIRA F V RODRIGUES V B Correlação ClínicoAnatômica para Uso da Trombectomia Mecânica no Tratamento de AVE Isquêmico JBNC JORNAL BRASILEIRO DE NEUROCIRURGIA S l v 31 n 3 p 225228 2020 DOI 1022290jbncv31i31866 Disponível em httpsjbncemnuvenscombrjbncarticleview1866 Acesso em 17 jan 2022 LIMA A C S MARTINS L C G LOPES M V O ARAUJO T L de LIMA F E T AQUINO P de S Moura E R F Influence of hormonal contraceptives and the occurrence of stroke integrative review Rev Bras Enferm v 70 n 3 p 64755 2017 Disponível em httpdxdoiorg1015900034716720160056 Acesso em 25 jan 2022 LOTZ R et al ABO blood group system and occurrence of ischemic stroke Arquivos de NeuroPsiquiatria online v79 n 12 p 10701075 2021 Disponível em httpsdoiorg1015900004282XANP20200219 Acesso em 5 fev 2022 MACHADO Angelo BM HAERTEL Lúcia Machado Neuroanatomia funcional 4ed São Paulo Atheneu 2022 MARIANELLI Mariana MARIANELLI Camila DE LACERDA NETO Tobias Patrício Principais fatores de risco do avc isquêmico Uma abordagem descritiva Brazilian Journal of Health Review v 3 n 6 p 1967919690 2020 Disponível em httpswwwbrazilianjournalscomindexphpBJHRarticleview222690 Acesso em 04022022 Ministério da Saúde DATASUS Departamento de Informática do SUS Brasília Ministério da Saúde 2021 Disponível em httpsdatasussaudegovbrinformacoesdesaudetabnet Acesso em 04022022 Moraes M et al Clinical characterization disability and mortality in people with strokes during 90 days Revista Brasileira de Enfermagem online v 75 n 2 p e20201383 2022 Disponível em httpsdoiorg1015900034716720201383 Acesso em 5 fev 2022 PEDRA E F P et al Pacientes pósAVC com e sem trombólise análise da deglutição na fase aguda da doença CoDAS v 32 n 1 p e20180229 2020 Disponível em httpsdoiorg1015902317178220192018229 Acesso em 5 fev 2022 PONTES NETO Octávio Marques NIHStrokeScale Neurologiahu Santa Catarina v 1 n 1 p 18 set 2012 Disponível em httpsneurologiahupaginasufscbrfiles201209NIH StrokeScalepdf Acesso em 25 jan 2022 PONTESNETO Octávio Marques et al Stroke Awareness in Brazil alarming results in a communitybased study Stroke Ribeirão Preto v 25 n 107 p 292296 out 2022 Disponível em httpswwwahajournalsorgdoi101161STROKEAHA107493908 Acesso em 25 jan 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4113 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 RADU Răzvan Alexandru et al Etiologic classification of ischemic stroke Where do we stand Clinical Neurology And Neurosurgery Bucharest v 159 n 1 p 93106 dez 2017 Disponível em httpsreaderelseviercomreadersdpiiS030384671730149Xtoken1A63476051C9E51FD 810008CD18C350A694158DCC417333E3F0FA78C4EAED993A101F6DB48A0D788ABF A17B6CFAABFBEoriginRegionuseast1originCreation20220125142141 Acesso em 25 jan 2022 ROLINDO Saullo José Silva OLIVEIRA Letícia Tomaz SILVA Adria Maria Simões ALVES Oscar Nunes Acidente Vascular cerebral Isquêmico Revisão sistemática dos aspectos atuais do tratamento na fase aguda Rev Pat Tocantins v 3 n 3 p 1826 2016 Disponível em httpssistemasuftedubrperiodicosindexphppatologiaarticleview2420pdf Acesso em 05 fev 2022 STAESSENS S et al Thrombus heterogeneity in ischemic stroke Platelets v 32 n 3 p 331339 2020 Disponível em httpspubmedncbinlmnihgov32310709 Acesso em 05 fev 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Faculdade de Medicina Programa de PósGraduação em Epidemiologia Telessaúde RSUFRGS Resumo Clínico AVC REGULASUS Porto Alegre 2016 Disponível em httpswwwufrgsbrtelessaudersdocumentosprotocolosresumosneurologiaresumoavc TSRSpdf Acesso em 25 jan 2022 VELASCO I BRANDÃO NETO R SOUZA H MARINO L MARCHINI J ALENCAR J Medicina de Emergência Abordagem Prática Manole 13 ed 2019 ZHAO JJ et al Characteristics of symptomatic plaque on highresolution magnetic resonance imaging and its relationship with the occurrence and recurrence of ischemic stroke Neurological Sciences v 42 n 9 p 36053613 2021 Disponível em httpsdoiorg101007s1007202105457y Acesso em 5 fev 2022 ZHAO M et al Relationship between ischemic stroke locations etiology subtypes neurological outcomes and autonomic cardiac function Neurological research v 42 n 8 p 630639 2020 Disponível em httpspubmedncbinlmnihgov32701421 Acesso em 17012021 RESENHA CONSIDERAÇÕES GERAIS DO AVEi E SEU IMPACTO NA ROTINA CLÍNICA INTRODUÇÃO O acidente vascular encefálico AVE é um importante problema de saúde em escala mundial Se refere como a principal causa de morte em pessoas acima de 60 anos e a principal causa de incapacidade em longo prazo com impacto na qualidade de vida de pacientes familiares e serviços de saúde Segundo a OMS Organização mundial da saúde o AVE referese ao desenvolvimento rápido de sinais clínicos de distúrbios focais eou globais da função cerebral com sintomas de origem vascular com duração igual ou superior a 24 horas provocando alterações de acordo com a área e a extensão da lesão No caso do AVE isquêmico AVEi consiste na morte localizada ou não do tecido do cérebro infarto cerebral ocorre decorrente de um fornecimento inadequado de sangue e oxigênio a ele em razão de uma obstrução na artéria que supre a região normalmente essa obstrução é por conta de um coágulo sanguíneo eou um depósito de gordura devido à aterosclerose Os fatores de risco para o AVEi reúnemse em dois grupos os fatores modificáveis e os não modificáveis Os fatores considerados modificáveis são hipertensão arterial sistêmica tabagismo obesidade dislipidemia dieta sedentarismo diabetes mellitus consumo de álcool doenças cardíacas e uso de anticoncepcional Os fatores não modificáveis são idade maior que 60 anos raça negra gênero história familiar positiva para AVE prévio MARIANELLI et al 2020 A apresentação clínica do AVEi dependerá do território vascular irrigado dessa maneira é fundamental a compreensão do sistema carotídeo interno e do sistema vertebrobasilar O sangue é fornecido para o cérebro por meio de dois pares de grandes artérias As artérias carótidas internas e as artérias vertebrais No crânio as artérias vertebrais se unem para formar a artéria basilar na parte de posterior da cabeça já as artérias carótidas internas e a artéria basilar se dividem em vários ramos incluindo as artérias cerebrais as quais se unem para formar o polígono de Wilis Sabendo que a maioria das células cerebrais morre se for privada de sangue por 45 horas o quanto mais precoce o evento for detectado melhor serão os prognósticos para o paciente Contudo quando as grandes artérias que irrigam o cérebro sofrem uma obstrução algumas pessoas não apresentam sintomas ou sofrem apenas um acidente vascular cerebral leve isso se dá devido à medidas que o próprio corpo utiliza como mecanismo de defesa como angiogênese de vasos próximos ao local quando esta obstrução é gradual ou por fatores genéticos como pessoas que nascem com grandes artérias colaterais por conta dessas descobertas atualmente a extensão da lesão é classificada como proporcional à duração à gravidade da redução do fluxo e ao tipo etiológico do AVEi Por fim o diagnóstico do AVE é dado através de uma tríade formada pela avaliação médica através do exame físico exames complementares de imagem e caso necessário exames laboratoriais Em geral a tomografia computadorizada TC é realizada inicialmente após a sintomatologia do paciente indicar que ele está sendo acometido por um AVE Nesse contexto a TC ajuda a distinguir um acidente vascular cerebral isquêmico de um acidente vascular cerebral hemorrágico um tumor cerebral um abscesso e outras anomalias estruturais DESENVOLVIMENTO Sabendo de um panorama inicial sobre o quadro patológico para aprofundar os estudos sobre o AVEi foram selecionados artigos que tratam dos aspectos gerais em forma de revisão bibliográfica os possíveis prognósticos para pacientes que foram acometidos com esse quadro e a qualidade de vida durante e após os eventos Fatores esses que são de suma importância para a formação profissional Nos estudos de ALVES et al 2022 em seu artigo Aspectos do AVE isquêmico uma revisão bibliográfica destaca a relevância de se conhecer as repercussões e os aspectos do AVEi de uma maneira geral com referências bastante atuais uma vez que o período de pesquisa se baseia de 2012 até o ano de 2022 O foco do estudo é responder as expectativas em torno dos aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que ele possa conseguir um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz algo que é efetivo para modelos de revisão já que se trata da reunião de ideias atualizadas e de maior importância para se ter conhecimento reunidas em um único artigo Vale a pena destacar alguns pontos de reflexão importantes como o resultado do processo da doença no individuo não tem apenas impactos individuais mas também econômicos por isso a importância em se conhecer diagnosticar e tratar de forma eficaz o evento encefálico isquêmico constitui a segunda causa de morte e a terceira principal circunstância de invalidez no mundo de tal forma que o mesmo consiste em um dos maiores problemas de saúde global levando a incapacidades permanentes e altos custos hospitalares DIENER HANKEY 2020 Além de somar nos conhecimentos dos fatores de risco já conhecidos através dos estudos de LIMA et al 2016 citados no artigo o Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Mundial da Saúde OMS que apontam como complicação do AVE o uso de Anticoncepcional e a OMS contraindica a utilização desse método caso a usuária tenha algum dos fatores de risco já citados neste trabalho Sabendo disto esse artigo tornase por sua base na prevenção do AVEi através da atuação multidisciplinar em identificar os aspectos relacionados aos fatores de risco para desta maneira obter um diagnóstico precoce que é de fundamental importância na abordagem deste evento O tempo é o principal aliado nesta tarefa pois se as manobras de restauração do fluxo sanguíneo forem feitas rapidamente os efeitos decorrentes da isquemia podem ser minimizados ALVES et al 2022 essa afirmação da autora impacta diretamente no prognostico de tratamento custos e eficiência do atendimento integral ao paciente que responde a pergunta investigativa do artigo que o conhecimento de aspectos gerais auxilia sim os fatores envolvidos no processo de adoecimento pelo AVEi e a importância de sabelos Já nos estudos de FERNANDES et al 2021 a autora em seu artigo traz como reflexão um estudo observacional que traça um paralelo entre a consequência do diagnóstico e tratamento em relação ao saber etiológico e multifatorial do AVEi por parte da equipe hospitalar e como isso vai impactar diretamente na independência funcional do paciente Esse artigo complementa o ideal abordado na revisão bibliográfica de ALVES et al 2022 demonstrando mais uma vez o quanto o conhecimento dos aspectos pode impactar na qualidade de vida funcional do paciente tendo em vista um modelo que destaca o biopsicossocial do paciente Além disto esse estudo destaca que a etiologia também possui um sistema próprio para classificála o TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment e assim poder predizer com melhor magnitude os impactos que o evento vascular encefálico pode inferir no conjunto de tratamento desde corpo clínico ao impacto na vida do paciente e seus familiares Ademais vale a pena destacar neste estudo que ele possui divergências em relação a outros estudos da literatura onde apresentam Aterosclerose de Grandes Vasos ATGV e cardioembolia como os principais subtipos de AVC Nesse estudo encontramos que pacientes com AVC isquêmico secundário a oclusão de pequenos vasos apresenta melhor prognóstico de acordo com a escala modificada de Rankin e que mecanismos cardioembólicos e a presença de Diabetes estão associados a pior prognóstico neurológico Essas informações são fundamentais para o corpo clínico multidisciplinar que irão definir a abordagem de reabilitação do paciente após o evento isquêmico FERNANDES et al2021 Por fim com intuito de complementar o pensamento voltado ao diagnóstico e tratamento eficazes e o quanto isso pode impactar ao paciente nos estudos de SILVA et al 2021 tem enfoque principalmente na qualidade do indivíduo e como isso impacta o aspecto biopsicossocial ao seu redor Baseandose numa perspectiva que os indivíduos acometidos por AVC apresentam dificuldades em realizar suas Atividades de Vida Diária AVDs passando a depender de forma parcial ou total do auxílio de familiares ou cuidadores SILVA et al 2021 evitar que a extensão dos danos causados pelo AVE principalmente o isquêmico é dado como a principal maneira de evitar que prognósticos baseados nessa perspectiva se tornem mais comuns Portanto reforça a ideia inicial desses estudos que o conhecimento de aspectos relacionados ao AVEi tornam tanto o diagnostico quanto o tratamento mais eficaz CONCLUSÃO Após a realização desse trabalho podese inferir que o conhecimento integral sobre o AVEi desde sua fisiopatologia fatores associados e principalmente escalas de avaliação para etiologia é um diferencial que deveria ser apresentado a todo corpo clínico uma vez que se mostra a importância da atuação multidisciplinar no quadro do paciente e o quanto essa atuação vai impactar diretamente no prognostico funcional e qualidade de vida não só do paciente como a todos que estão envolvidos no processo de tratamento bem como também a redução de gastos com saúde É importante salientar a necessidade de divulgação por meio digital de forma a ser acessível informações sobre os principais sintomas que podem ser apresentados nas primeiras 24 horas para que além do corpo clínico a população saiba identificar um potencial AVE e poder procurar por ajuda clínica uma vez que os sintomas são identificáveis facilmente e tendem a progredir de acordo com a extensão Por fim ressalvo mais uma vez a importância do diagnostico precoce e eficaz dentro do menor quantitativo de tempo possível mas que para isso se torna necessário todo processo de conhecimento consolidado durante a formação do profissional em saúde para assim sempre buscar ter impactos cada vez menores no conjunto de serviços de saúde e o individuo como usuário otimizando os recursos e processo de tratamento REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 Alves Letícia Furtado et al Aspectos do AVE isquêmico uma revisão bibliográfica Aspects of ischemic stroke a literature review Brazilian Journal of Health Review 52 202240984113 Disponível em httpsbrazilianjournalscomojsindexphpBJHRarticleview44707 2 Fernandes Claudia Garcia Carrijo et al Independência funcional após acidente vascular cerebral AVC isquêmico em relação à fisiopatologia de acordo com TOAST Revista Brasileira de Neurologia 571 2021 1316 Disponível em httpspesquisabvsaludorgportalresourceptbiblio1177695 3 Silva Francisco Valter Miranda et al Qualidade de vida de pacientes acometidos por acidente vascular cerebral Revista de Atenção à Saúde 1969 2021 Disponível em ttpswwwseeruscsedubrindexphprevistacienciassaudearticleview7739 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4098 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Aspectos do AVE isquêmico uma revisão bibliográfica Aspects of ischemic stroke a literature review DOI1034119bjhrv5n2009 Recebimento dos originais 15022022 Aceitação para publicação 02032022 Letícia Furtado Alves Acadêmica de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua São Benedito casa 2000 Bairro Formosinha FormosaGO CEP 73813401 Email lefual2000gmailcom Karine Panuce de Oliveira Acadêmica de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua Santiago Dantas quadra 104 lote 23 Parque estrela Dalva 1 Luziânia GO 1155 CEP 72804360 Email karine27panuceoutlookcom Glória Edeni Dias Pereira Amorim Acadêmica de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua Turmalina quadra 3 lote 24 Jardim Califórnia FormosaGO CEP 73807815 Email gloriaamorim9imggmailcom Thiago Cavalcante Ribeiro Acadêmico de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço SMPW Q 26 CJ 08 LT 03 CS 7 BrasíliaDF CEP 71745608 Email tcribeiromedgmailcom Gabriel Vitor Ribeiro da Silva Acadêmico de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua 42 quadra 16 lote 4 Bairro Parque Lago Formosa Goiás CEP 73813868 Email gabrielvtr2gmailcom Mayck Feitosa Câmara Acadêmico de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus GoianésiaGO Endereço Rua Do Badejo Qd 57 Lote 16 casa 2 Jardim Atlântico Goiânia Goiás CEP 74343090 Email mayckfeitosahotmailcom Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4099 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Cleverson Rodrigues Fernandes Pósdoutor em Ciências Médicas pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Instituição Universidade de São Paulo FMRP USP Endereço Avenida Brasília Bairro Formosinha Formosa GO CEP 73813010 Email cleversonfernandesunirvedubr RESUMO O acidente vascular encefálico AVE é uma patologia ocasionada por alterações no fluxo sanguíneo para o cérebro e pode ser de origem hemorrágica isquêmica ou subaracnóidea sendo o tipo isquêmico o mais prevalente e o mais incidente Além do mais é considerada a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil já no mundo apresentase como segunda doença neurológica mais prevalente e de mesma forma em mortalidade ademais é a terceira principal causa de invalidez Esse estudo traz como objetivo responder a seguinte pergunta norteadora Quais são os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que haja um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz Este trabalho tratase de uma pesquisa bibliográfica baseada em artigos obtidos nas bases de dados Pubmed Web of Science Scielo e Google Scholar publicados entre os anos de 2012 a 2022 Também usouse para esta pesquisa livros de renome da neurologia e manuais do Ministério da Saúde Está revisão focou na epidemiologia na etiologia na apresentação clínica de acordo com a vascularização nos fatores de risco no diagnóstico e no tratamento do AVEi para responder à questão norteadora No cenário brasileiro o AVE isquêmico representa a causa mais prevalente de óbitos superando as mortes por causa cardiovasculares sendo essa síndrome encarregada por um número notável de internações no país além dos altos índices de morbimortalidade A apresentação clínica do AVE isquêmico dependerá do território vascular irrigado Portanto é fundamental a compreensão do sistema carotídeo interno e do sistema vértebrobasilar O diagnóstico baseia se na associação do exame clínico e dados radiológicos sendo que não é possível determinar apenas clinicamente se o AVE é de origem isquêmica ou hemorrágica No AVE isquêmico ocorre obstrução de um vaso arterial encefálico dessa maneira a terapia trombolítica ou a trombectomia mecânica são os tratamentos realizados na fase aguda com o objetivo de desobstruir a artéria antes que haja lesão tecidual irreversível Portanto o conhecimento médico sobre AVE isquêmico reduz a taxa de mortalidade e invalidez deste agravo de grande incidência e prevalência no mundo Palavraschave ave isquêmico etiologia apresentação clínica diagnóstico tratamento ABSTRACT Stroke is a pathology caused by changes in blood flow to the brain and can be of hemorrhagic ischemic or subarachnoid origin with the ischemic type being the most prevalent and the most incident In addition it is considered the first cause of death and disability in Brazil in the world it is the second most prevalent neurological disease and in the same way in mortality in addition it is the third leading cause of disability This study aims to answer the following guiding question What are the aspects of ischemic stroke that the physician must know in order to have an accurate diagnosis and an effective treatment This work is a bibliographic research based on articles obtained from Pubmed Web of Science Scielo and Google Scholar databases published between the years 2012 to 2022 neurology and Ministry of Health manuals This review focused on epidemiology etiology clinical presentation according to vascularization risk factors diagnosis and treatment of stroke to answer the guiding question In the Brazilian scenario ischemic stroke represents the most prevalent cause of death surpassing deaths from cardiovascular causes and this syndrome is responsible for a remarkable number of Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4100 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 hospitalizations in the country in addition to the high rates of morbidity and mortality The clinical presentation of ischemic stroke will depend on the vascular territory irrigated Therefore it is essential to understand the internal carotid system and the vertebralbasilar system The diagnosis is based on the association of clinical examination and radiological data and it is not possible to determine only clinically whether the stroke is of ischemic or hemorrhagic origin In ischemic stroke obstruction of a cerebral arterial vessel occurs thus thrombolytic therapy or mechanical thrombectomy are treatments performed in the acute phase with the objective of unblocking the artery before irreversible tissue damage occurs Therefore medical knowledge about ischemic stroke reduces the mortality rate and disability of this disease of high incidence and prevalence in the world Keywords ischemic stroke clinical presentation diagnosis treatment 1 INTRODUÇÃO O acidente vascular encefálico AVE é uma patologia ocasionada por alterações no fluxo sanguíneo para o cérebro e pode ser de origem hemorrágica isquêmica ou subaracnóidea sendo o tipo isquêmico o mais prevalente e o mais incidente LOTZ et al HUI C et al 2021 Além do mais é considerada a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil já no mundo apresentase como segunda doença neurológica mais prevalente e de mesma forma em mortalidade ademais é a terceira principal causa de invalidez DIENER HANKEY 2020 Brasil 2022 Moraes 2022 O acidente vascular encefálico isquêmico AVEi é o mais frequente no país e pode ser classificado em cinco subtipos segundo o sistema TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment sendo eles Aterosclerose de Grandes Vasos ATGV Cardioembolia Oclusão de Pequenos Vasos OPV Outras Etiologias OE e indefinido LOTZ et al FERNANDES et al 2021 Dessa forma o AVEi possui causas multifatoriais tendo como causa mais comum a aterosclerose entretanto outros fatores como a hipertensão arterial tabagismo e a obesidade também são alguns dos elementos de dano já seu quadro clínico sugestivo se dá em um período maior que 24 horas em que haverá perda de força ou sensibilidade em alguma região do corpo no entanto quanto ao seu diagnóstico não é inteiro clínico sendo necessário exames de imagem para averiguar a origem do AVE BRASIL 2013 MARIANELLI el al 2020 Zhao et al 2021 Logo observase a relevância de conhecer as repercussões e os aspectos do AVEi já que o mesmo apresenta significativa prevalência não só no Brasil como no mundo Tornase então necessário o diagnóstico e o tratamento precoce a fim de evitar consequências mais graves Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4101 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Portanto é de suma importância para o médico conhecer os aspectos do AVEi evitando erros com o manejo diagnóstico tardio e invalidez do paciente Esse estudo traz como objetivo responder a seguinte pergunta norteadora Quais são os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que haja um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz 2 MÉTODOS Este trabalho tratase de uma pesquisa bibliográfica em que foram compilados artigos obtidos nas bases de dados Pubmed Web of Science Scielo e Google Scholar publicados entre os anos de 2012 a 2022 Também utilizouse para esta pesquisa livros de renome da neurologia e manuais do Ministério da Saúde O objetivo do estudo é responder a seguinte pergunta norteadora Quais são os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que haja um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz Por conseguinte os aspectos do AVE isquêmico que serão elucidados neste trabalho são a epidemiologia a etiologia a apresentação clínica de acordo com a vascularização os fatores de risco o diagnóstico e o tratamento Os descritores em Ciência da Saúde utilizados foram AVE isquêmico Apresentação clínica e Tratamento do AVE isquêmico Usouse 26 referências nas línguas portuguesa ou inglesa Os descritores foram os presentes no MeshDecs e operadores booleanos AND e OR Os critérios de inclusão foram artigos de revisão estudos observacionais e relatos de casos seguindo o período de publicação estimado além da relevância e temática compatíveis com o objetivo do estudo E os critérios de exclusão foram trabalhos que apresentaram informações incompatíveis com o tema estudado estudos que não contemplavam o período proposto ausência de descritores e cartas ao editor 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 31 EPIDEMIOLOGIA O custo global estimado do AVE é superior a 721 bilhões e corresponde a 066 do PIB global pois o paciente que sofre de AVE gera custos não apenas com as internações mas também com a reabilitação De 1990 a 2019 houve um acréscimo significativo no número absoluto de casos de AVE sendo que ocorreu um aumento de 700 na incidência de 1020 na prevalência e de 430 no número de óbitos por AVE É notório salientar que os pacientes residentes em países de renda baixa obtiveram maior taxa de mortalidade nesse período FEIGIN et al 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4102 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Nesse contexto o evento encefálico isquêmico constitui a segunda causa de morte e a terceira principal circunstância de invalidez no mundo de tal forma que o mesmo consiste em um dos maiores problemas de saúde global levando a incapacidades permanentes e altos custos hospitalares DIENER HANKEY 2020 Sabese que até 87 da carga global de episódios vasculares encefálicos é atribuída ao acidente vascular encefálico do tipo isquêmico AVEi Sendo assim percebese a importância de classificações etiológicas confiáveis e métodos de prevenção na prática clínica diária a fim de reduzir as complicações desta patologia RADU et al 2017 No cenário brasileiro o AVE isquêmico representa a causa mais prevalente de óbitos superando as mortes por causa cardiovasculares sendo essa síndrome encarregada por um número notável de internações no país além dos altos índices de morbimortalidade em consequência da falta de um tratamento padronizado pois os centros especializados e hospitais de ponta estão localizados em regiões mais desenvolvidas do país como por exemplo as capitais PONTESNETO et al 2008 Além do aludido a taxa de mortalidade do AVEi e o número de internações por tal patologia foram maiores no Sudeste e menores no CentroOeste do Brasil no ano de 2021 no período de janeiro a novembro MINISTÉRIO DA SAÚDE 2021 Quadro 1 Óbitos taxa de mortalidade e internações por Acidente Vascular Encefálico Isquêmico AVEi no Brasil Período JanNov2021 Região Total de óbitos por AVEi Taxa de mortalidade por AVEi Internações por AVEi Norte 147 1407 1045 Nordeste 481 1366 3522 Sudeste 1756 2155 8148 Sul 681 1446 4710 CentroOeste 120 1322 908 TOTAL 3185 1737 18333 Fonte Ministério da Saúde Sistema de Informações Hospitalares do SUS SIHSUS Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4103 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 32 ETIOLOGIA O Acidente Vascular Encefálico isquêmico AVEi ocorre por oclusão do lúmen vascular e a extensão da lesão é proporcional à duração à gravidade da redução do fluxo e ao tipo etiológico do AVEi A classificação TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment foi elaborada para subdividir o AVEi de acordo com sua etiologia em cinco subtipos Os quais são Aterosclerose de Grandes Vasos ATGV Cardioembolia Oclusão de Pequenos Vasos OPV Outras Etiologias OE e Indefinido FERNANDES et al 2021 O AVEi por ATGV ocorre devido ao acúmulo de placas de gordura na parede vascular formando uma estenose maior que 50 ou oclusão de grandes ramos arteriais ipsilateral à lesão central ou placas complexas na aorta ascendente ou transversa 4mm O AVEi cardioembólico tem sua gênese na oclusão de um leito vascular cerebral por êmbolos provenientes do coração Já a OPV acontece devido a infartos lacunares menores que 15 cm de diâmetro no território irrigado pelas artérias perfurantes As quais vascularizam os núcleos da base claustrum amígdala núcleo caudado putâmen e globo pálido tálamo tronco encefálico coroa radiada e cápsulas interna e externa FERNANDES et al 2021 ZHAO et al 2020 Nesse contexto o AVEi por OPV geralmente repercute nas síndromes lacunares como por exemplo hemiparesia motora pura causada pela isquemia no ramo posterior da cápsula interna ou na ponte hemiparesia sensitiva pura oclusão de pequenos vasos no tálamo ventral hemiparesia atáxica obstrução de pequenos vasos na parte ventral da ponte ou da cápsula interna e mão desajeitada oclusão de pequenos vasos na parte ventral da ponte ou no joelho da cápsula interna externa FERNANDES et al 2021 ZHAO et al 2020 O AVEi de OE está relacionado a vasculopatias sem aterosclerose como por exemplo a doença de Moyamoya e a dissecção arterial disfunções hematológicas desordens na coagulação e vasculites Por fim os AVCi por etiologia indeterminada são aqueles que apesar de uma investigação ampla e minuciosa não se encaixam nas outras categorias CAMILO PONTESNETO 2021 33 APRESENTAÇÃO CLÍNICA E VASCULARIZAÇÃO Inicialmente o quadro clínico sugestivo de AVE figura1 é caracterizado pela redução repentina da força ou da sensibilidade em alguma região do corpo que insista por um período maior que 24 horas Os sintomas dependem de alguns fatores local do cérebro acometido presença de comorbidades e idade do paciente BRASIL 2013 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4104 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 A apresentação clínica do AVEi dependerá do território vascular irrigado Portanto é fundamental a compreensão do sistema carotídeo interno e do sistema vértebrobasilar O primeiro dará origem a artéria oftálmica irriga o bulbo ocular e formações anexas corióidea anterior vascularizam os plexos corioide cápsula interna diencéfalo e núcleos da base comunicante posterior e as artérias cerebral média e anterior Já o sistema vértebrobasilar dará gênese às artérias espinhais anteriores e posteriores irrigam a medula artérias cerebelares inferiores posteriores e a artéria basilar MACHADO 2022 O AVEi pode acontecer ainda no cerebelo por obstrução das artérias cerebelar superior SCA cerebelar pósteroinferior PAICA ou cerebelar anteroinferior AICA e gerar como sintomatologia náuseas vômitos alteração da marcha ataxia e nistagmo ALVES et al 2021 Dessa maneira a sintomatologia do AVEi dependerá de qual artéria foi ocluída pois cada uma irriga um determinado território vascular HANDELSMANN et al 2021 Destaca se que a artéria cerebral média quando isquemiada apresenta uma das apresentação clínica mais severa com combinações variáveis de hemiplegia hemianestesia desvio do olhar hemianopsia homônima contralateral afasia heminegligência e amaurose LEITE FILHO et al 2020 Figura 1 Apresentação clínica do AVEi Fonte Próprio autor 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4105 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Figura 2 Sistematização da apresentação clínica do AVEi de acordo com a vascularização Fonte Adaptação do quadro do livro Medicina de Emergência Abordagem Prática 13 ed 2019 34 FATORES DE RISCO Como já aventado anteriormente a oclusão das artérias intracranianas e das artérias cerebrais pode ser uma causa modificável do AVEi onde a aterosclerose é o fator principal Os fatores de risco reúnemse em dois grupos os fatores modificáveis e os não modificáveis Os fatores considerados modificáveis são hipertensão arterial sistêmica tabagismo obesidade dislipidemia dieta sedentarismo diabetes mellitus consumo de álcool doenças cardíacas e uso de anticoncepcional Os fatores não modificáveis são idade maior que 60 anos raça negra gênero história familiar positiva pra AVE prévio BRASIL 2013 MARIANELLI el al 2020 A hipertensão arterial sistêmica é um grande fator de risco para o desenvolvimento de AVEi e para a transformação do AVEi em acidente vascular encefálico hemorrágico Desse modo a hipertensão arterial sistêmica e suas reverberações podem ser modificadas pelo uso de antihipertensivos e diurético Ademais quanto ao tabagismo à obesidade à dislipidemia ao sedentarismo à diabetes mellitus e ao consumo de álcool devese influenciar o paciente a melhorar seus hábitos de vida ter uma alimentação balanceada evitar álcool cessar o uso de tabaco e fazer atividades física pelo menos 3 vezes por semana MARIANELLI el al 2020 No caso das doenças cardíacas como fator de risco a que mais se destaca é a fibrilação atrial pois facilmente o trombo se desloca da parede do átrio e emboliza para as artérias do Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4106 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 sistema nervoso central O cardioembolismo engendra cerca de 20 a 30 de todos os AVEi e pode ser manejado pela anticoagulação profilática MARIANELLI el al 2020 Além do aludido o risco elevado em relação ao uso de Anticoncepcionais e AVEi foi constatado em 14 estudos no entanto algumas variáveis associadas ao risco devem ser consideradas como o tipo de AVE dosagem dos hormônios tempo de uso outros fatores de risco e a gravidade do evento O Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Mundial da Saúde OMS apontam como complicação do AVE o uso de Anticoncepcional e a OMS contraindica a utilização desse método caso a usuária tenha algum dos fatores de risco acima citados LIMA et al 2016 Portanto intervenções com objetivo de combater os fatores de risco descritos acima são essenciais para a prevenção de grande parte dos AVEi principalmente se abordados no âmbito da atenção primária e com uma perspectiva multidisciplinar LIMA et al 2016 MARIANELLI el al 2020 35 DIAGNÓSTICO Tendo em vista à estreita janela terapêutica do acidente vascular isquêmico agudo o diagnóstico precoce é de fundamental importância na abordagem inicial O diagnóstico baseia se na associação do exame clinico e dados radiológicos sendo que não é possível determinar apenas clinicamente se o AVE é de origem isquêmica ou hemorrágica BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 Indubitavelmente é essencial a coleta de dados sobre o início dos sintomas e o último momento em que o paciente se encontrava despertado ou sem déficits Além disso é importante o questionamento sobre possíveis circunstâncias que possam ter gerado o quadro como abuso de drogas migrânea infecções epilepsia além de fatores de risco para aterosclerose BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 Destarte tornase significativo salientar que a partir do momento que se suspeita de um AVE isquêmico o paciente deve ser encaminhado para o serviço de emergência médica para monitorização de sinais vitais e realização de neuroimagens isto pois a tomada de decisões na primeira hora de ouro é crucial para o prognóstico do indivíduo Dessa forma o exame físico neurológico deve ser breve e o mais completo possível sendo este realizado através da escala do NIHSS National Institute of Health Stroke Scale a qual varia de 0 a 42 pontos tendo relação direta com a área de isquemia Além disso os pacientes devem ser submetidos a exames complementares como glicemia capilar hemograma Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4107 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 completo coagulograma eletrólitos básicos e enzimas cardíacas BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 No que se refere aos exames de neuroimagem a tomografia pode ser normal nas primeiras horas evidenciando apenas sinais indiretos de isquemia até 24 horas mas ainda assim a tomografia computadorizada é considerada o método padrão ouro na emergência para descartar uma hemorragia intracraniana Por conseguinte considerase o diagnóstico de AVEi no paciente com sinal neurológico focal de instalação súbita com duração maior que 24h ou um episódio de qualquer duração se houver evidência radiológica ou patológica de isquemia focal que justifique os sintomas BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 Figura 3 Escala do NIHSS National Institute of Health Stroke Scale Fonte Próprio autor 2022 36 TRATAMENTO No AVEi ocorre obstrução de um vaso arterial encefálico dessa maneira a terapia trombolítica é o tratamento realizado na fase aguda com o objetivo de desobstrução da artéria antes que haja lesão tecidual irreversível PEDRA et al 2020 O tratamento do AVEi é focado principalmente na preservação das áreas afetadas parcialmente pelo evento mas que ainda preservam um fluxo sanguíneo suficiente para evitar um infarto O tempo é o principal aliado nesta tarefa pois se as manobras de restauração do fluxo sanguíneo forem feitas rapidamente os efeitos decorrentes da isquemia podem ser minimizados HUI C TADI P PATTI L 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4108 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Se a abordagem for realizada nas primeiras 45 horas após o início dos sintomas é possível restaurar o fluxo sanguíneo cerebral na região de penumbra e sua função é recuperada PEDRA et al 2020 Algumas condutas a serem consideradas estão listadas na tabela 1 O equilíbrio é o principal ponto a pressão não pode ser tão baixa que não gere revascularização da área de penumbra e não pode ser elevada a ponto que gere um evento hemorrágico Tabela 1 Características das condutas no AVCi Conduta Característica Referência Alteplase Ativador de plasminogênio tecidual humano recombinante Critérios de inclusão deficit neurológico mensurável idade igual ou superior a 18 anos e início dos sintomas dentro de 3 horas HUI C TADI P PATTI L 2022 Trombectomia mecânica Procedimento realizado através de cateter que é capaz de aderir ao trombo e resgatálo desobstruindo o vaso acometido Devese considerar esse tratamento para todos os pacientes mesmo aqueles que receberam terapia fibrinolítica HUI C TADI P PATTI L 2022 Tratamento antiplaquetário A aspirina é recomendada dentro de 24 a 48 horas do início dos sintomas HUI C TADI P PATTI L 2022 Estatinas Estatinas de alta intensidade são recomendadas para pacientes com 75 anos ou menos e que tem doença cardiovascular aterosclerótica HUI C TADI P PATTI L 2022 Fonte Próprio autor 2022 Nesse contexto o protocolo inicial de tratamento sugere que ao chegar o paciente com déficit neurológico é necessário monitorizar o paciente com um monitor cardioscópico medir pressão arterial media coletar a frequência respiratória e cardíaca Após deve se ofertar a oxigenoterapia para manter a saturação de O2 acima de 94 e coletar um acesso periférico com jelco 18 Em relação aos exames necessários glicemia capilar hemograma TP TTPa eletrocardiograma e uma tomografia de crânio sem contraste A história clínica é de suma importância no AVEi mesmo que de forma resumida deve ser colhida com foco nas comorbidades prévias e medicamentos utilizados pincipalmente Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4109 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 anticoagulantes sendo necessário determinar o horário de início de sintomas com a maior precisão possível Outra ferramenta essencial é o NIHSS NIH Stroke Scale pontuada de 0 e 42 pontos de graduação de gravidade crescente ela avalia 11 itens do exame neurológico e deve ser usada enquanto se realiza o exame físico utilizando o ABCDE do Advanced Trauma Life Support ATLS Destarte após a abordagem inicial descrita anteriormente é necessário encaminhar o paciente para trombólise endovenosa com fibrinolítico ou para trombectomia mecânica desde que haja indicação As indicações para reperfusão com trombolítico estão esquematizadas na figura 4 Além do exposto é imprescindível que o médico saiba os seguintes pontos ao indicar a reperfusão com trombolítico a dose de alteplase que deve ser administrada controlar a pressão arterial durante e após o procedimento os sinais de alarme para transformação hemorrágica e os cuidados adequados nas primeiras 24h Todos esses pontos estão evidenciados na figura 5 a qual foi baseada em informações do livro de Medicina de Emergência Abordagem Prática VELASCO et al 2019 Figura 4 Indicações para reperfusão com trombolítico Fonte Próprio autor 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4110 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Figura 5 Pontos que o médico deve saber ao indicar a reperfusão com alteplase Fonte Próprio autor 2022 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em suma esse artigo respondeu à questão norteadora evidenciando todos os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve ter conhecimento pleno para que haja um diagnóstico precoce e um manejo terapêutico adequado Portanto reduzindo a taxa de mortalidade e invalidez por AVEi Além disso o domínio do médico em relação a epidemiologia a etiologia a apresentação clínica de acordo com a vascularização os fatores de risco o diagnóstico e o tratamento trazem ao médico confiança e destreza em seus atendimentos Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4111 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 REFERÊNCIAS ALVES L F et al Lesão cerebelar uma abordagem anatomofuncional em urgência e emergência JBMEDE Jornal Brasileiro de Medicina de Emergência S l v 1 n 1 p e21005 2021 Disponível em 17012021 httpsjbmedecombrindexphpjbmearticleview1 Acesso em 18 jan 2022 BEZERRA Marcio Luiz Ecorcio FUKUJIMA Marcia Maiumi FERRAZ Maria Elisabeth Matta de Rezende Acidente Vascular Cerebral Isquêmico In BERTOLUCCI Paulo H F et al Guia de Neurologia guias de medicina unifesp São Paulo Manole 2011 Cap 23 p 253 274 BRASIL Ministério da Saúde Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular Cerebral departamento de ações programáticas estratégicas Secretaria de Atenção À Saúde Brasília Df p 174 jan 2013 Disponível em httpsbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdiretrizesatencaoreabilitacaoacidentevascular cerebralpdf Acesso em 25 jan 2022 CAMILO M R PONTESNETO O M Coronary Calcium Score Is There a Difference among Ischemic Stroke Subtypes Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 115 n 6 p 1152 1153 2021 Disponível emhttps wwwscielobrjabcacSd8qvRSnQNMynDfCgx7XVmlangptformathtml Acesso em 17012021 DIENER HansChristoph HANKEY Graeme J Primary and Secondary Prevention of Ischemic Stroke and Cerebral Hemorrhage Journal Of The American College Of Cardiology JACC FOCUS SEMINAR CURRENT BEST PRACTICES AND FUTURE DIRECTIONS IN STROKE Duisburg p 18041818 dez 2020 Disponível em httpsreaderelseviercomreadersdpiiS0735109720344260tokenF393B16CB794F0370E B98B6FA26C4B0D4901B8A2A6B39D124CEEA4739CE57388BB34F9CEEC80290249F20 ED75F272146originRegionuseast1originCreation20220125142145 Acesso em 25 jan 2022 FEIGIN V L et al World Stroke Organization WSO Global Stroke Fact Sheet 2022 International journal of stroke official journal of the International Stroke Society v 17 n1 p1829 2022 Disponível em httpsdoiorg10117717474930211065917 Acesso em 03022022 FERNANDES C G C et al Independência funcional após acidente vascular cerebral AVC isquêmico em relação à fisiopatologia de acordo com TOAST Revista Brasileira de Neurologia v 57 n 1 p 1316 2021 Disponível em httpsrevistasufrjbrindexphprbnarticledownload43073pdf Acesso em 17012021 HANDELSMANN H et al Os preditores para o território de AVC afetado e o resultado dos tratamentos de AVC agudo são diferentes para AVC de circulação posterior versus anterior Relatórios Científicos v 11 n 1 p 19 2021 Disponível em httpswwwnaturecomarticless41598021898714 Acesso em 17012022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4112 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 HUI C TADI P PATTI L Ischemic Stroke 2021 Sep 29 In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2022 Jan PMID 29763173 Disponível em httpseuropepmcorgbooksnbk499997 Acesso em 05022022 LEITE FILHO C A DANTAS L I M NOGUEIRA F V RODRIGUES V B Correlação ClínicoAnatômica para Uso da Trombectomia Mecânica no Tratamento de AVE Isquêmico JBNC JORNAL BRASILEIRO DE NEUROCIRURGIA S l v 31 n 3 p 225228 2020 DOI 1022290jbncv31i31866 Disponível em httpsjbncemnuvenscombrjbncarticleview1866 Acesso em 17 jan 2022 LIMA A C S MARTINS L C G LOPES M V O ARAUJO T L de LIMA F E T AQUINO P de S Moura E R F Influence of hormonal contraceptives and the occurrence of stroke integrative review Rev Bras Enferm v 70 n 3 p 64755 2017 Disponível em httpdxdoiorg1015900034716720160056 Acesso em 25 jan 2022 LOTZ R et al ABO blood group system and occurrence of ischemic stroke Arquivos de NeuroPsiquiatria online v79 n 12 p 10701075 2021 Disponível em httpsdoiorg1015900004282XANP20200219 Acesso em 5 fev 2022 MACHADO Angelo BM HAERTEL Lúcia Machado Neuroanatomia funcional 4ed São Paulo Atheneu 2022 MARIANELLI Mariana MARIANELLI Camila DE LACERDA NETO Tobias Patrício Principais fatores de risco do avc isquêmico Uma abordagem descritiva Brazilian Journal of Health Review v 3 n 6 p 1967919690 2020 Disponível em httpswwwbrazilianjournalscomindexphpBJHRarticleview222690 Acesso em 04022022 Ministério da Saúde DATASUS Departamento de Informática do SUS Brasília Ministério da Saúde 2021 Disponível em httpsdatasussaudegovbrinformacoesdesaudetabnet Acesso em 04022022 Moraes M et al Clinical characterization disability and mortality in people with strokes during 90 days Revista Brasileira de Enfermagem online v 75 n 2 p e20201383 2022 Disponível em httpsdoiorg1015900034716720201383 Acesso em 5 fev 2022 PEDRA E F P et al Pacientes pósAVC com e sem trombólise análise da deglutição na fase aguda da doença CoDAS v 32 n 1 p e20180229 2020 Disponível em httpsdoiorg1015902317178220192018229 Acesso em 5 fev 2022 PONTES NETO Octávio Marques NIHStrokeScale Neurologiahu Santa Catarina v 1 n 1 p 18 set 2012 Disponível em httpsneurologiahupaginasufscbrfiles201209NIH StrokeScalepdf Acesso em 25 jan 2022 PONTESNETO Octávio Marques et al Stroke Awareness in Brazil alarming results in a communitybased study Stroke Ribeirão Preto v 25 n 107 p 292296 out 2022 Disponível em httpswwwahajournalsorgdoi101161STROKEAHA107493908 Acesso em 25 jan 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4113 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 RADU Răzvan Alexandru et al Etiologic classification of ischemic stroke Where do we stand Clinical Neurology And Neurosurgery Bucharest v 159 n 1 p 93106 dez 2017 Disponível em httpsreaderelseviercomreadersdpiiS030384671730149Xtoken1A63476051C9E51FD 810008CD18C350A694158DCC417333E3F0FA78C4EAED993A101F6DB48A0D788ABF A17B6CFAABFBEoriginRegionuseast1originCreation20220125142141 Acesso em 25 jan 2022 ROLINDO Saullo José Silva OLIVEIRA Letícia Tomaz SILVA Adria Maria Simões ALVES Oscar Nunes Acidente Vascular cerebral Isquêmico Revisão sistemática dos aspectos atuais do tratamento na fase aguda Rev Pat Tocantins v 3 n 3 p 1826 2016 Disponível em httpssistemasuftedubrperiodicosindexphppatologiaarticleview2420pdf Acesso em 05 fev 2022 STAESSENS S et al Thrombus heterogeneity in ischemic stroke Platelets v 32 n 3 p 331339 2020 Disponível em httpspubmedncbinlmnihgov32310709 Acesso em 05 fev 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Faculdade de Medicina Programa de PósGraduação em Epidemiologia Telessaúde RSUFRGS Resumo Clínico AVC REGULASUS Porto Alegre 2016 Disponível em httpswwwufrgsbrtelessaudersdocumentosprotocolosresumosneurologiaresumoavc TSRSpdf Acesso em 25 jan 2022 VELASCO I BRANDÃO NETO R SOUZA H MARINO L MARCHINI J ALENCAR J Medicina de Emergência Abordagem Prática Manole 13 ed 2019 ZHAO JJ et al Characteristics of symptomatic plaque on highresolution magnetic resonance imaging and its relationship with the occurrence and recurrence of ischemic stroke Neurological Sciences v 42 n 9 p 36053613 2021 Disponível em httpsdoiorg101007s1007202105457y Acesso em 5 fev 2022 ZHAO M et al Relationship between ischemic stroke locations etiology subtypes neurological outcomes and autonomic cardiac function Neurological research v 42 n 8 p 630639 2020 Disponível em httpspubmedncbinlmnihgov32701421 Acesso em 17012021 13 Revista Brasileira de Neurologia Volume 57 Nº 1 JANFEVMAR 2021 Independência funcional após acidente vascular cerebral AVC isquêmico em relação à fisiopatologia de acordo com TOAST Functional independence after ischemic stroke in relation to pathophysiology according to TOAST Claudia Garcia Carrijo Fernandes1 Danieli Damin Ferreira2 Débora Bianca da Rosa Furtado3 Júlia Hartmann3 Jorge Luiz Winckler4 Maria Isabel Morgan Martins5 Luiz Carlos Porcello Marrone6 RESUMO Fundamento O Acidente Vascular Cerebral é uma das principais causas de morte no Brasil O conhecimento sobre a etiologia do AVC é fundamental para uma adequada abordagem dessa doença Objetivo Avaliar se existe relação entre o subtipo de AVC isquêmico com o prognóstico dele e os fatores de risco Métodos Foram avaliados 86 casos de AVC isquêmico no Ambulatório de Neurologia do Hospital Universitário da cidade de CanoasRS no período de outubro de 2018 a novembro de 2019 Foi analisada a relação do prognóstico mRankinS com fatores de risco de AVC e TOAST Resultados Avaliando 86 pacientes com 605 101 anos 40 homens identificamos que oclusão de pequenos vasos apresentou melhor prognóstico p 0031 e cardioembolia um pior prognóstico de acordo com mRankinS p 0001 Diabetes mellitus também apresentou um pior prognóstico p 0021 Conclusão Pacientes com AVC isquêmico secundário a oclusão de pequenos vasos apresentam melhor prognóstico de acordo com mRs Mecanismos cardioembólicos e a presença de DM estão associados com o pior prognóstico neurológico Palavraschave Acidente Vascular Cerebral TOAST escala modificada de Rankin fatores de risco Rev Bras Neurol 571 1316 2021 ABSTRACT Background Stroke is one of the main causes of death in Brazil Knowledge about the etiology of stroke is essential for an adequate approach to this disease Objective To assess whether there is a relationship between the ischemic stroke subtype and its prognosis and risk factors Methods 86 cases of ischemic stroke were evaluated at the Neurology Outpatient Clinic of the University Hospital in the city of CanoasRS from October 2018 to November 2019 The relationship between prognosis mRankinS and stroke risk factors and TOAST Results Evaluating 86 patients aged 605 101 years 40 men we identified that small vessel occlusion had a better prognosis p 0031 and cardioembolism a worse prognosis according to mRankinS p 0001 Diabetes mellitus also had a worse prognosis p 0021 Conclusion Patients with secondary ischemic stroke small vessel occlusion have a better prognosis according to mRs Cardioembolic mechanisms and the presence of DM are associated with a worse neurological prognosis Keywords Stroke TOAST modified Rankin scale risk factors 1PósGraduação em Promoção da Saúde Desenvolvimento Humano e Sociedade Universidade Luterana do Brasil CanoasRS Brasil 2Curso de Fisioterapia Universidade Luterana do Brasil CanoasRS Brasil 3Curso de Fisioterapia Universidade Luterana do Brasil CanoasRS Brasil 4Curso de Graduação de Medicina da Universidade Luterana do Brasil CanoasRS Brasil 5Curso de Graduação de Medicina e Programa de PósGraduação em Promoção da Saúde Desenvolvimento Humano e Sociedade Universidade Luterana do Brasil CanoasRS Brasil 6Curso de Graduação de Medicina e Programa de PósGraduação em Promoção da Saúde Desenvolvimento Humano e Sociedade Universidade Luterana do Brasil CanoasRS Brasil Autor correspondente Claudia Garcia Carrijo Fernandes Endereço ULBRA Canoas Avenida Farroupilha 8001 Prédio 1 sala 124 CanoasRS CEP92425900 fcarrijoclaudiahotmailcom Conflitos de interesse Não existe conflito de interesse Financiamento Financiamento próprio 14 Revista Brasileira de Neurologia Volume 57 Nº 1 JANFEVMAR 2021 INTRODUÇÃO O Acidente Vascular Cerebral AVC é uma das principais causas de morbimortalidade no Brasil e em outros países O AVC pode ser primariamente dividido em dois grandes grupos isquêmico representa aproximadamente 85 dos casos e hemorrágico onde o AVC isquêmico pode ser subdividido em grupos de acordo com sua causa1234 A classificação TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment define cinco grandes subtipos Aterosclerose de Grandes Vasos ATGV Cardioembolia Oclusão de Pequenos Vasos OPV Outras Etiologias OE e Indefinido5 Os fatores de risco para AVC são bastante conhecidos e podem ser divididos em modificáveis como hipertensão arterial sistêmica HAS diabetes mellitus DM tabagismo dislipidemia e não modificáveis como idade sexo história familiar de AVC eou infarto do miocárdio Esses fatores risco possuem impactos diferentes nessa doença sendo a hipertensão arterial sistêmica o principal fator de risco26 A incapacidade funcional de um paciente pósAVC pode ser avaliada pela escala modificada de Rankin mRs que varia de 0 no casos de indivíduos assintomáticos a 6 que representa óbito Considerase que indivíduos com mRs entre zero e 2 apresentam prognóstico favorável com melhor independência funcional após o evento7 Essa escala é muito utilizada em ensaios clínicos para avaliação do benefício de terapias como trombolíticos tratamentos endovasculares8910 Poucos estudos avaliam a correlação da fisiopatologia do AVC isquêmico com a incapacidade do paciente após o evento11 O objetivo desse trabalho foi avaliar a relação entre incapacidade funcional pela escala modificada de Rankin e a fisiopatologia do AVC isquêmico incluindo seus fatores de riscos de acordo com TOAST MÉTODOS Foram analisados os dados de 86 pacientes do Ambulatório de Neurologia do Hospital Universitário de Canoas RS atendidos de maneira consecutiva no período entre outubro de 2018 e novembro de 2019 com diagnóstico de AVC isquêmico Todos os pacientes eram provenientes de Canoas ou regiões de referência desse município e foram avaliados através de anamnese exame físico e revisão de exames complementares por neurologista e fisioterapeuta durante um ou mais atendimento ambulatorial após assinarem termo de consentimento livre Foram avaliados os seguintes dados sexo idade história de fatores de risco HAS DM dislipidemia e tabagismo TOAST escala modificada de Rankin Os dados foram tabulados em banco de dados no programa Microsoft Excel As variáveis contínuas são apresentadas em média e desvio padrão Foram utilizados o teste de Quiquadrado para comparação de dados de distribuição não paramétrica e Teste tStudent para comparação de médias O nível de significância foi considerado p005 Todos os procedimentos desse trabalho foram aprovados pelo comitê de ética da instituição CAAE 00519218000005349 RESULTADO Avaliando 86 pacientes com idade média de 60 5 101 anos sendo 46 mulheres e 40 homens encontramos 59 indivíduos com mRs entre zero e 27 com mRs maior que 3 O subtipo TOAST mais prevalente foi oclusão de pequenos vasos com 30 casos 348 seguido por cardioembolia com 17 197 aterosclerose de grandes vasos com 12 139 e outras etiologias com 11 127 Em 16 casos 186 o TOAST ficou indefinido Destacase que maior parte dos casos de cardioembolia foi secundária à fibrilação atrial O subtipo oclusão de pequenos vasos apresentou um prognóstico melhor que os demais com 833 dos casos com boa evolução de acordo com mRs Já o mecanismo cardioembólico apresentou o pior desfecho com 647 dos indivíduos com prognóstico de pior evolução de acordo com mRs Os fatores de risco mais comuns foram HAS presente em 60 pacientes 697 seguido por dislipidemia com 31 36 e DM com 24 279 Dez pacientes 116 relataram tabagismo atual e 31 36 eram extabagistas Os indivíduos com diabetes apresentaram pior prognóstico de acordo com mRs Os principais resultados estão descritos na tabela 1 Tabela 1 CarrijoFernandes CG et al Prognóstico após AVC isquêmico x TOAST Tabela 1 Prognóstico após AVC isquêmico de acordo com mRankinS mRankinS1 02 3 59 27 Idade2 604119 60842 Sexo Masc3 28 12 0879 Sexo Fem4 31 15 0795 TOAST5 ATGV6 6 6 0134 Cardioembolia 6 11 0001 OPV7 25 5 0031 OE8 9 2 0312 Indefinido 13 3 0227 Fatores de Riscos HAS9 661 777 0274 DM10 203 444 0021 Dislipidemia 322 444 0273 Tabagismo11 508 407 0384 Legenda 1Escala de RanKin Modificada 2Média de idade em anos num total de 86 pacientes 3Sexo Masculino numa amostra de 40 pacientes 4Sexo feminino totalizando 46 pacientes 5Classificação segundo TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment 6Aterosclerose de Grandes Vasos 7Oclusão de Pequenos Vasos8Outras Etiologias 9Hipertensão Arterial Sistêmica 10Diabetes Mellitus 11Inclui tabagista e extabagistas 15 Revista Brasileira de Neurologia Volume 57 Nº 1 JANFEVMAR 2021 DISCUSSÃO Esse estudo foi realizado com pacientes pós AVC isquêmico em atendimento ambulatorial sendo possivelmente esse fato o que fez divergir de outros estudos da literatura onde apresentam ATGV e cardioembolia como os principais subtipos de AVC2 O estudo tem uma relevância científica e acadêmica de grande importância uma vez que demonstra qual o perfil de paciente que mais frequentemente se apresenta no atendimento ambulatorial A importância do conhecimento da fisiopatologia do AVC isquêmico é fundamental para definir a estratégia de prevenção secundária Além disso classificar o AVC isquêmico também se mostra uma maneira de predizer o risco de novos eventos e um fator prognóstico12 Alguns aspectos devem ser considerados nessa análise o fato do melhor prognóstico entre pacientes com OPV possivelmente se deve a menor extensão de lesão isquêmica desse subtipo De acordo com TOAST a OPV apresenta lesões de tamanho inferior a 15 cm Já o mecanismo cardioembólico comumente se manifesta pela oclusão de grandes vasos levando a extensas áreas isquêmicas e déficits corticais Além disso paciente com fibrilação atrial apresentam grande recorrência de novos eventos cerebrovasculares2413 Na avaliação dos fatores de risco merece ser destacado que o fator de risco mais prevalente foi a HAS assim como descrito em estudos prévios 2 No entanto o impacto que o diabetes apresentou no desfecho de maior dependência funcional foi maior que o de outros fatores de risco nesse estudo O pior prognóstico de pacientes com DM já foi amplamente discutido na literatura e se deve a múltiplos fatores como o acometimento importante da microvasculatura cerebral modificações metabólicas e a lesão em múltiplos órgãos14 Muitos são os fatores de risco que podem levar ao AVC alguns deles não são modificáveis como a idade e o sexo esses são inerentes não tem como fazer uma escolha Em relação ao sexo é sabido que mulheres no período fértil estão mais protegidas que os homens de desenvolver hipertensão arterial sistêmica HAS e AVE por apresentarem uma concentração maior dos hormônios femininos principalmente o estrogênio O estrogênio é um cardioprotetor por estimular a secreção do óxido nítrico ser um potente antioxidante e por sua atividade per se como hormônio O estrogênio ao estimular a produção do óxido nítrico nos vasos sanguíneos age reduzindo a agregação plaquetária e promove vasodilatação periférica o que reduz drasticamente a formação de placas de ateroma e o AVC Com a chegada da menopausa a falência ovariana desencadeia a redução drástica do estrogênio e com isso o risco aumentado de AVC em mulheres sendo que os riscos de AVC são proporcionais aos homens nessa faixa etária15 Por isso os eventos vasculares como o AVC tende a ser mais tardio nas mulheres e como é observado nesse trabalho não foi encontrado diferenças significativas entre homens e mulheres nas avaliações realizadas A hipertensão e outras doenças relacionadas faz com que as mulheres passam a liderar a incidência de hipertensão aumentando ainda mais após os 70 anos1617 CONCLUSÃO Nesse estudo encontramos que pacientes com AVC isquêmico secundário a oclusão de pequenos vasos apresentam melhor prognóstico de acordo com mRs e que mecanismos cardioembólicos e a presença de DM estão associados a pior prognóstico neurológico Essas informações são fundamentais para neurologistas e fisioterapeutas que irão definir a abordagem de reabilitação do paciente após o evento isquêmico REFERÊNCIAS 1Saposnik G Del Brutto OH Stroke in South America A systematic review of incidence prevalence and stroke subtypes Stroke 2003 34921032107 2PorcelloMarrone LC Diogo LP Oliveira FM et al Risk factors among stroke subtypes in Brazil J Stroke Cerebrovasc Dis 2013 Jan 2213235 3Caplan LR Caplans Stroke A Clinical Approach 4th Ed Philadelphia ElsevierSaunders 2009 4Amarenco P Bogousslavsky J Caplan LR et al The ASCOD phenotyping of ischemic stroke Updated ASCO Phenotyping Cerebrovasc Dis 201336115 5Adams HP Bendixen BH Kappelle LJ et al Classification of subtype of acute ischemic stroke Definitions for use in a multicenter clinical trial Stroke 1993 Jan 2413541 6Odonnell MJ Xavier D Liu L et al Risk factors for ischaemic and intracerebral haemorrhagic stroke in 22 countries the INTERSTROKE study a casecontrol study The Lancet 20103769735112123 7Soriano FFS Baraldi K Escalas de avaliação funcional aplicáveis a pacientes pós acidente vascular encefálico ConScientiae Saúde 2010 93521553 8National Institute of Neurological Disorders and Stroke rtPA Stroke Study Group Tissue plasminogen activator for acute ischemic stroke N Engl J Med 19953332415811587 9Hacke W Kaste M Bluhmki E et al Thrombolysis with alteplase 3 to 45 hours after acute ischemic stroke N Engl J Med 20083591313171329 10Berkhemer OA Fransen PS Beumer D et al A randomized trial of intraarterial treatment for acute ischemic stroke N Engl J Med 201537211120 11Alvaro LC Timiraos J Sádaba F Inhospital stroke clinical profile and expectations for treatment Neurologia 200823149 12Ois A CuadradoGodia E RodríguezCampello A et al Relevance of stroke subtype in vascular risk prediction Neurology 2013 816 575580 13PorcelloMarrone LC Brunelli JPF Saute RL et al Cardioembolic Sources in Stroke Patients in South of Brazil Thrombosis 2014 201475378014 14Fox CS Golden SH Anderson C et al Update on Prevention of Cardiovascular Disease in Adults With Type 2 Diabetes Mellitus in Light of Recent Evidence A Scientific Statement From the American Heart Association and the American Diabetes Association Diabetes Care 2015 38917771803 15Selbac MT CarrijoFernandes CG PorcelloMarroneLC et al Mudanças comportamentais e fisiológicas determinadas pelo ciclo biológico feminino climatério à menopausa Aletheia 20185112177190 CarrijoFernandes CG et al Prognóstico após AVC isquêmico x TOAST 16 Revista Brasileira de Neurologia Volume 57 Nº 1 JANFEVMAR 2021 16Freitas LRS Garcia LP Evolução da prevalência do diabetes e deste associado à hipertensão arterial no Brasil análise da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1998 2003 e 2008 Epidemiol Serv Saúde Brasília2012 211719 17Petrea RE Beiser AS Seshadri S et al Gender differences in stroke incidence and poststroke disability in the Framingham heart study Stroke 200940410321037 CarrijoFernandes CG et al Prognóstico após AVC isquêmico x TOAST DOI httpsdoiorg1013037rasvol19n697739 Artigo Original 317 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 Recebido em 09032021 Aceito em 14072021 Qualidade de vida de pacientes acometidos por acidente vascular cerebral Quality of life of patients affected by cerebral vascular accident Francisco Valter Miranda Silva1 Orcid httpsorcidorg0000000271222466 Ana Beatriz Castro Oliveira2 Orcid httpsorcidorg0000000222208764 Claudiana Batista de Brito3 Orcid httpsorcidorg0000000218278276 Franklin Douglas Saboia de Sousa4 Orcid httpsorcidorg0000000276018632 Elizandra Menezes Maia5 Orcid httpsorcidorg0000000280517645 João Victor Pereira da Silva6 Orcid httpsorcidorg0000000258638109 Wênia Sâmia Bandeira Ferreira7 Orcid httpsorcidorg0000000327446486 Paula Pessoa de Brito Nunes8 Orcid httpsorcidorg0000000251898469 Resumo O Acidente Vascular Cerebral AVC é uma doença grave suas sequelas podem comprometer a qualidade de vida das pessoas acometidas Objetivo Analisar a qualidade de vida de pacientes acometidos por AVC Metodologia Tratase de um estudo descritivo exploratório do tipo transversal com amostra composta por pacientes acometidos por AVC de ambos os sexos com idade acima de 21 anos Foram aplicados os questionários MiniExame do estado mental MEEM Sociodemográfico e o Medical Outcomes ShortForm 36item Health Survey SF36 Resultados 20 pacientes estavam em atendimento desses apenas 15 atingiram a pontuação necessária no MEEM para entrar na pesquisa 9 600 eram do sexo masculino e 6 400 do sexo feminino com idade igual ou superior a 60 anos com faixas etárias de 60 a 69 anos 6 400 e 71 a 79 anos 2 133 em relação à raça a branca e a parda se igualaram com 7 467 ao tipo de AVC observouse que 11 733 dos pacientes sofreram AVC Isquêmico e 4 267 AVC Hemorrágico Sobre o tempo de ocorrido do AVC 12 80 tinham tido há mais de 1 ano Foram observados baixos escores em todos os domínios da SF 36 principalmente nos aspectos físicos 2666 capacidade funcional 4333 e aspectos emocionais 4193 Conclusão Foi observado o comprometimento na percepção da Qualidade de Vida QV com valores baixos de todos os domínios principalmente nos aspectos físicos emocionais e capacidade funcional com maior frequência em pacientes com diagnóstico clínico de AVC do tipo isquêmico com igual ou superior a 60 anos de gênero masculino Palavraschave acidente vascular cerebral qualidade de vida fatores de risco 1 Email valtermiranda15gmailcom 2 Email obeaoliveiragmailcom 3 Email cbbdianagmailcom 4 Email franklinsousahotmailcom 5 Email elizandramenezesmaiahotmailcom 6 Email viictorsilvaa13gmailcom 7 Email wennisamiaagmailcom 8 Email paulanunes2912gmailcom Centro Universitário Ateneu UNIATENEU Fortaleza Ceará Brasil Silva FVM Oliveira ABC Brito CB Sousa FDS Maia EM Silva JVP Ferreira WSB Nunes PPB 318 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 Abstract Stroke is a serious disease its sequelae can compromise the quality of life of the people affected Objective To analyze the quality of life of stroke patients Methodology This is a descriptive exploratory crosssectional study with a sample composed of stroke patients of both sexes aged over 21 years The questionnaires were applied MiniMental State Examination MMSE Sociodemographic and the Medical Outcomes ShortForm 36item Health Survey SF36 Results 20 patients were in attendance only 15 of them reached the required MMSE to enter the research 9 600 were male and 6 400 were female aged over 60 years aged from 60 to 69 years 6 400 and 71 to 79 years 2 133 in relation to race white and brown were equal to 7 467 for the type of stroke it was observed that 11 733 of the patients suffered a stroke Ischemic and 4 267 Hemorrhagic Stroke About the time of the stroke 12 80 had had it for more than 1 year Low scores were observed in all domains of the SF36 mainly in the natural aspects 2666 functional capacity 4333 and emotional aspects 4193 Conclusion It was observed a compromise in the perception of Quality of Life QOL with low values in all domains mainly in the physical emotional and functional capacity with a higher frequency in patients with a clinical diagnosis of ischemic stroke aged over 60 years of male gender Keywords stroke quality of life risk factors Introdução O Acidente Vascular Cerebral AVC é caracterizado por uma interrupção do fluxo sanguíneo ou extravasamento de líquido para o encéfalo que pode resultar em óbito devido a um problema vascular ocasionando infarto ou hemorragia do tecido neural apresentando como consequência déficits nas funções neurológicas1 Em sua etiologia o AVC classifica se de duas formas Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico AVCh que decorre de um extravasamento de sangue atingindo as estruturas do sistema nervoso central Enquanto o Acidente Vascular Cerebral Isquêmico AVCi é decorrente da obstrução dos vasos limitando o suprimento de oxigênio e substratos para o tecido cerebral2 Mundialmente a patologia em questão apresenta elevadas taxas de incapacidades e morbimortalidades sendo considerado um problema de saúde pública e a segunda maior causa de morte no mundo De acordo com a Organização Mundial de Saúde OMS 2013 estimase que até 2030 o AVC continue sendo a segunda maior causa de morte atingindo cerca de 15 milhões de pessoas por ano e cerca de 5 milhões de óbitos3 No Brasil o AVC é considerado uma doença grave com taxa de sobrevida de 47 sendo considerado um problema de saúde pública por gerar incapacidade e na maioria dos casos perda da independência o que implica diretamente na Qualidade de Vida QV 4 De acordo com a OMS5 a QV referese à percepção do indivíduo de sua inserção na vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos expectativas padrões e preocupações Logo tudo que engloba desde a sua saúde física e psicológica bem como as alterações no contexto individual social e cultural em que esse indivíduo vive e que está exposto pode interferir em sua QV Nessa perspectiva os indivíduos acometidos por AVC apresentam dificuldades em realizar suas Atividades de Vida Diária AVDs passando a depender de forma parcial ou total do auxílio de familiares ou cuidadores Além disso essa nova realidade pode desencadear estresse ansiedade ou quadros depressivos em virtude das limitações impostas pela doença que implicam no convívio familiar e social visto que os domínios da QV podem ser interferidos devido à redução funcionalidade causada pela doença 67 Dessa forma o AVC causa um grande Qualidade de vida pósAVC Poststroke quality of life 319 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 impacto na vida das pessoas seja em caráter individual familiar ou social pois atividades como trabalhar e lazer são prejudicadas sendo desafiador o processo de reabilitação até sua reintegração na família e na sociedade Diante do exposto considerando as limitações causadas pelo AVC em que estas podem implicar em sua qualidade de vida justificase a realização deste estudo Além disso houve o interesse em realizar essa pesquisa a partir de experiências vividas pelos pesquisadores em um centro especializado no cuidado de pacientes com AVC tornandoa relevante quanto à análise dos aspectos que alteram sua condição de saúde podendo assim alertar e incentivar a promoção de saúde visando a melhora da QV da população estudada Portanto o objetivo do estudo foi analisar a QV de paciente acometidos por AVC Materiais e Métodos Tipo de estudo e amostra Tratase de um estudo descritivo exploratório do tipo transversal realizado nos meses de setembro e outubro de 2019 em duas clínicasescolas localizadas no município de FortalezaCeará as clínicas escolas Centro Integrado de Saúde Ateneu CISA e do Projeto Qualivida realizam atendimentos ambulatórias de diferentes especialidades na área da saúde A mostra deste estudo se deu por conveniência sendo recrutados para participar da pesquisa todos os pacientes diagnosticados AVC em atendimento no período supracitado nas referidas instituições Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Ateneu UNIATENEU FortalezaCeará com parecer de nº 3506088 em consonância com a Resolução 46612 do Conselho Nacional de Saúde Os participantes consentiram sua participação pela assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE Delineamento da pesquisa Após as autorizações os pacientes foram submetidos à coleta dos dados com a aplicação de três instrumentos de coleta sendo os questionários aplicados nas próprias clínicas após o atendimento sem que houvesse interferência na rotina de tratamento desses pacientes em local reservado com o sigilo dos dados Critérios de Inclusão e Exclusão Foram inclusos pacientes com diagnóstico clínico de AVC com idade acima de 21 anos de ambos os sexos e que estavam em atendimento nas referidas instituições no período da coleta que ocorreu nos meses de setembro e outubro de 2019 Após o esclarecimento detalhado do estudo foi solicitado que os indivíduos ou cuidadoracompanhante assinassem o TCLE Foram excluídos da pesquisa aqueles com incapacidade de comunicação afasia dispraxia oral e dispraxia da fala e a disartria déficit cognitivo e visual grave que impeça a compreensão e os que não atingiram a pontuação de 20 pontos do MiniExame do Estado Mental MEEM Procedimentos Os instrumentos de coleta aplicados na primeira etapa foram1 MiniExame do Estado Mental MEEM versão brasileira 2 Questionário sociodemográfico histórico de saúde e estilo de vida e 3 SF 36 Medical Outcomes Study 36 Item Short Form Health Survey O MEEM serve para rastrear declínios cognitivos demências e selecionar os pacientes que estavam aptos a responder os demais questionários com ponto de corte de 20 pontos O MEEM é um instrumento utilizado para a avaliação da função cognitiva parâmetros quanto à orientação temporal e espacial memória imediata cálculo linguagem e apraxia construtiva A pontuação máxima é de 30 pontos e pode ser influenciada pela escolaridade do indivíduo89 O Questionário sociodemográfico histórico de saúde e estilo de vida Silva FVM Oliveira ABC Brito CB Sousa FDS Maia EM Silva JVP Ferreira WSB Nunes PPB 320 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 elaborado pelos pesquisadores com base nas informações contidas na Pesquisa Nacional de Saúde10 possui 35 questões com variáveis sociodemográficas sexo faixa etária raça estado civil escolaridade situação ocupacional renda mensal situação da moradia composição familiar histórico de saúde tipo de AVC tempo do ocorrido fatores de risco e se realiza tratamento estilo de vida prática de atividade física uso de drogas licitas e ilícitas nível de estresse O SF36 Medical Outcomes Short Form 36item Health Survey é um questionário multidimensional de fácil compreensão traduzido e validado no Brasil11 O SF36 é um questionário reconhecido como padrãoouro para avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde QVRS servindo como uma escala válida para as condições socioeconômicas e culturais da população brasileira e vem sendo extensamente utilizada em sobreviventes de AVC permitindo traçar um perfil global das condições funcionais psicossociais desses pacientes e de suas expectativas em relação à vida 1214 O questionário é composto por 36 itens subdivididos em oito domínios 1 Capacidade Funcional 10 itens avaliando a presença e extensão de limitações relacionadas à capacidade física 2 Aspectos Físicos 4 itens avalia as limitações quanto ao tipo e quantidade de trabalho bem como quanto essas limitações dificultam a realização do trabalho e das atividades da vida diária 3 Dor 2 itens avalia a presença de dor sua intensidade e sua interferência nas atividades da vida diária 4 Estado Geral de Saúde 5 itens avalia como o paciente se sente em relação à sua saúde global 5 Vitalidade 04 itens considera o nível de energia e de fadiga Aspectos Sociais 6 Aspectos Sociais 02 itens analisa a integração do indivíduo em atividades sociais 7 Emocionais 03 itens avalia o impacto de aspectos psicológicos no bemestar do paciente e 8 Saúde Mental 05 itens inclui questões sobre ansiedade depressão alterações no comportamento ou descontrole emocional e bemestar psicológico1115 O SF36 apresenta um escore final de zero a 100 pontos sendo que zero corresponde à pior e 100 à melhor percepção da QV11 Os dados dos questionários foram analisados pela estatística descritiva e inferencial usando programa SPSS Statistic versão 230 IBM Para a análise da distribuição dos dados foi aplicado o Teste de Kolmogorovsmirnov As variáveis categóricas serão apresentadas por meio da frequência absoluta e relativa e as variáveis numéricas por meio da média desvio padrão DP Resultados Durante a realização do estudo 20 pacientes acometidos por AVC estavam em atendimento nas clínicas CISA e Qualivida desses apenas 15 atingiram a pontuação necessária no MEEM 20 pontos para entrar na pesquisa Dos 15 pacientes 9 600 eram do sexo masculino e 6 400 do sexo feminino quanto à idade a maioria tinha idade igual ou superior a 60 anos com faixas etárias de 60 a 69 anos 6 400 e 71 a 79 anos 2 133 Em relação à raça autorreferida foram predominantes a branca e parda com 7 467 respectivamente Tabela 1 No histórico de saúde observase que houve prevalência do tipo AVC isquêmico verificado em 11 733 dos pacientes e 4 267 AVC hemorrágico A percepção dos pacientes em relação à sua saúde no geral é considerada boa para 14 9333 pacientes e muito boa apenas para 1 667 Todos os 15 100 pacientes precisaram de ajuda após a alta hospitalar Já referente à continuidade da fisioterapia após a alta 10 667 responderam que não continuaram e 5 333 que sim Sobre outras comorbidades presentes nos pacientes 7 467 são hipertensos 5 333 são diabéticos e 3 20 possuem alguma doença cardiovascular Tabela 1 No que diz respeito ao estilo de vida referente à prática de atividade física 8 Qualidade de vida pósAVC Poststroke quality of life 321 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 533 praticam algum tipo de exercício físico essa prática foi frequente em 3 20 realizando 3x por semana seguido de 2 133 2x por semana e 2 1x por semana Todos os pacientes 15 100 relataram não fazer uso de bebida alcoólica e cigarros Tabela 1 Tabela 1 Distribuição das variáveis sociodemográficas histórico de saúde e estilo de vida de pacientes acometidos por AVC Fortaleza Ceará Brasil 2019 Variáreis n Variáveis sociodemográficas Sexo Masculino 9 6000 Feminino 6 4000 FaixaEtária 30 a 39 2 133 40 a 49 2 133 50 a 59 3 200 60 a 69 6 400 70 a 79 2 133 Raça Branca 7 467 Preta 1 67 Parda 7 467 Histórico de Saúde e estilo de vida Tipo de AVC AVC Isquêmico 11 733 AVC Hemorrágico 4 266 Estado de saúde geral Ruim 0 0 Boa 14 933 Muito boa 1 66 Ajuda após alta Sim 15 1000 Não 0 0 Ao sair continuou a fisioterapia Sim 5 333 Não 10 667 Tem HAS Sim 7 467 Não 8 533 Tem Diabetes Sim 5 333 Não 10 667 Tem DCV Sim 3 200 Não 12 800 Pratica atividade física Sim 8 533 Não 7 467 Quantas vezes na semana 1x Por semana 2 133 2x Por semana 2 133 3x Por semana 3 200 Mais de 3x por semana 1 67 Uso de bebida alcoólica Sim 0 0 Não 15 100 Uso de cigarro Sim 0 0 Não 15 100 Fonte Autores 2019 Silva FVM Oliveira ABC Brito CB Sousa FDS Maia EM Silva JVP Ferreira WSB Nunes PPB 322 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 Na análise do questionário SF36 o maior comprometimento ocorreu nos domínios Aspectos físicos emocionais e capacidade funcional além destes os demais apresentaram valores considerados baixos No entanto o domínio aspectos sociais AS apresentou os maiores valores com escore médio de 6660 2129 Tabela 2 Tabela 2 Distribuição dos domínios do questionário SF36 Fortaleza Ceará Brasil 2019 Domínios SF36 Média DP CF 4333 2670 AF 2666 645 DOR 5853 2039 EGS 5953 3598 VITALIDADE 6033 1865 AS 6660 2129 AE 4193 2357 SM 6240 1139 CF Capacidade Funcional AFAspectos Físicos D Dor EGSEstado Geral de Saúde VVitalidade AS Aspectos Sociais AE Aspectos Emocionais SM Saúde Mental Fonte Autores 2019 Discussão A presente pesquisa buscou analisar a qualidade de vida dos pacientes acometidos por acidente vascular cerebral Considerada uma Doença Crônica Não Transmissível DCNT o AVC gera inúmeras limitações de ordem neurológica que comprometem a capacidade física e emocional dos indivíduos Dentre as limitações destacamse as alterações funcionais e cognitivas além de desencadear o aparecimento de sintomas depressivos que interferem de forma parcial ou total na realização das atividades de autocuidado laborais e vida diária afetando a QV do paciente616 Em relação às variáveis sociodemográficas verificouse maior proporção no sexo masculino 60 com idade igual ou superior a 60 anos sendo predominante na amostra a cor branca e parda Diante disso sugerese que com o envelhecimento humano a probabilidade de ocorrer um AVC é maior devido a uma série de fatores contextuais como o estilo de vida e comorbidades consequentemente os idosos estão mais sujeitos ao acometimento da doença do que indivíduos mais jovens Porém a incidência da doença pode ocorrer em qualquer fase da vida independente do sexo e cor Pesquisas realizadas no Brasil corroboram com os resultados do perfil sociodemográfico encontrados nesta pesquisa De acordo com os estudos como os de Barella el al17 Araújo et al3 Da Silva et al18 e Pacheco et al19 constataramse que a faixa etária dos pacientes acometidos pelo AVC ocorreu acima de 60 anos sendo maior no sexo masculino com cor predominante branca e parda No entanto Carvalho e Deodato20 verificaram em seu estudo a prevalência do AVC no sexo feminino porém as variáveis idade e cor foram semelhantes aos dados encontrados nesta pesquisa O tipo de AVC é definido de acordo com a etiologia da lesão Segundo Asplund et al2 a classificação pode ser em AVCi e AVCh além destas a doença pode ocorrer com um quadro transitório caracterizado por uma lesão isquêmica focal com rápida duração e reversão completa do quadro em até 24 horas Os resultados desta pesquisa são condizentes com a literatura verificando que o AVCi ocorreu em 733 da amostra Visto que estudos Qualidade de vida pósAVC Poststroke quality of life 323 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 epidemiológicos apontam que o maior número de casos é do tipo isquêmico172122 No mundo o AVC ocupa o segundo lugar como principal causa de morte tendo maior frequência em adultos e idosos No Brasil devido às mudanças no perfil de morbimortalidade nos últimos anos o AVC como uma DCNT é responsável por um elevado índice de internações e mortalidade23 Segundo Langhorne et al24 o AVCi apresenta maior taxa de incidência e morbidade ocorrendo em 80 dos casos As sequelas físicas e psicológicas que limitam as realizações de AVDs tornam o paciente dependente de um cuidador durante o tratamento e em muitos casos por toda a vida Nosso estudo verificou que toda a amostra obteve ajuda familiar eou cuidadores após a alta hospitalar Para Ovbiagele et al25 no momento em que os pacientes retornam aos seus domicílios deparamse com novas barreiras como a realização das AVDs que antes eram realizadas com independência porém após o AVC as tarefas tornaramse dependentes de auxílios específicos o que dificulta a realização destas O apoio familiar em conjunto com uma abordagem multidisciplinar contribui para uma melhora da QV dos pacientes Dentre as condutas de tratamento a reabilitação fisioterapêutica é de suma importância para a recuperação funcional independência e autonomia que consequentemente interfere de forma positiva nos aspectos biopsicossociais da população estudada26 No entanto 667 dos pacientes deste estudo interromperam o tratamento fisioterapêutico após alta hospitalar Contudo esse dado pode estar relacionado às limitações funcionais e condições socioeconômicas vividas pela amostra Referente às comorbidades que predispõem o AVC constatouse na amostra que 7 467 tinham HAS 5 333 tinham diabetes e apenas 3 20 tinham DCV Em relação aos hábitos de vida 15 100 não fazem uso de bebidas alcoólicas e cigarros quanto à prática de exercícios físicos 8 533 praticam algum tipo de atividade física pelo menos 3 vezes na semana Os fatores de risco modificáveis como estresse hipertensão diabetes tabagismo etilismo obesidade e doenças cardiovasculares são descritos pela literatura como comorbidades favoráveis para o acometimento de doenças cerebrovasculares principalmente o AVC252728 No entanto estudos apontam que aderir a um estilo de vida saudável como uma boa alimentação e práticas de atividades físicas contribui de forma significativa para manter os níveis adequados de autonomia motora melhora da saúde física mental e socialização1929 Portanto a reincidência da doença diminui assim como a incidência de novos casos No presente estudo foram avaliados os fatores referentes aos aspectos biopsicossociais que comprometem as condições de saúde e QV dos indivíduos acometidos pelo AVC Os escores obtidos pelo SF36 que é padrão ouro para avaliar a QV relacionada à saúde mostraram que todos os domínios do referido instrumento foram comprometidos do maior ao menor grau respectivamente AF 2676 AE 4193 CF 4333 D 5853 EGS 5953 V 6033 SM 6240 e AS 6660 Considerando os 8 domínios avaliados pelo SF36 a capacidade funcional e os aspectos físicos avaliam a presença de limitações que prejudicam a realização de atividades de autocuidado trabalho entre outras A dor é verificada quanto sua presença intensidade e interferência nas AVDs enquanto o estado geral de saúde avalia como o paciente se sente em relação à sua saúde global Os aspectos sociais e emocionais analisam a socialização impactos psicológicos no bemestar do paciente e a saúde mental aborda questões sobre ansiedade depressão alterações no comportamento ou descontrole emocional Dessa forma o Silva FVM Oliveira ABC Brito CB Sousa FDS Maia EM Silva JVP Ferreira WSB Nunes PPB 324 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 instrumento possibilita a análise da QV por uma visão multidimensional Estudos realizados no Brasil encontraram resultados semelhantes ao desta pesquisa no que concerne aos escores do SF36 Scalzo et al30 verificaram em sua amostra os seguintes escores AF 341 capacidade funcional 378 AE 539 dor 605 EGS 628 saúde mental 629 vitalidade 671 e por último AS 768 Da mesma forma outro estudo realizado por Silva31 obteve achados similares sendo a CF 4472 AF 4440 EGS 6208 V 7861 AS 6250 AE 5000 SM 7356 Os aspectos relacionados à capacidade física e o desempenho funcional mensurados neste estudo e presentes na literatura podem ser entendidos diante das limitações como vestirse banharse e até mesmo caminhar pequenas distâncias de forma independente gerando déficit nesses pacientes sendo um fator importante na percepção da QV28 Os aspectos emocionais estão relacionados a dificuldades em seu âmbito domiciliar nas suas AVDs e principalmente no trabalho o que pode gerar afastamento provisório ou definitivo por invalidez isso é um fator que contribui para o baixo escore no domínio corroborando com os dados da presente pesquisa30 A análise da qualidade sempre será um desafio e um campo abrangente pois tratase de algo subjetivo e particular de cada indivíduo Nesse contexto as condições de saúde e de vida das pessoas pósAVC tendem a declinar por conta das limitações físicas e emocionais impostas pela doença No entanto os fatores de risco que predispõem a incidência e reincidência de tal patologia podem ser evitados mediante as práticas de hábitos saudáveis como boa alimentação e prática de atividades físicas sendo necessário conscientização e iniciativa por parte do poder público bem como da sociedade em geral Ademais são reconhecidas algumas limitações neste estudo como a amostra por conveniência o que resulta no número de participantes e locais de pesquisa limitados isso dificulta a generalização dos resultados outro ponto limitante foi a não utilização de um questionário específico sobre QV em pacientes com AVC No entanto os resultados deste estudo são relevantes pois sugerem que indivíduos acometidos por AVC passam a ter prejuízos em sua qualidade de vida Assim esperase que nossos achados contribuam para a discussão do tema e incentive a realização de novas pesquisas com maiores amostras Conclusão Foi observado o comprometimento na percepção da QV com valores baixos de todos os domínios e principalmente nos aspectos físicos emocionais e na capacidade funcional que gera uma baixa QV com maior frequência de pacientes com diagnóstico clínico de AVC do tipo isquêmico sendo predominante em indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos do gênero masculino Diante disso apesar das limitações encontradas neste estudo os resultados desta pesquisa são relevantes para a temática estudada podendo estimular e nortear novas práticas de assistência ampliando a prevenção de doenças e incentivando ações de promoção de saúde para melhorar o bemestar da população estudada Contudo sugerese a realização de mais pesquisas com amostras maiores para que se possa identificar e minimizar os fatores que interferem na QV dos pacientes acometidos por AVC Referências 1 World Health Organisation A clear message emerges from this report unless immediate action is taken globally the neurological burden is likely to become an even Qualidade de vida pósAVC Poststroke quality of life 325 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 more serious threat to public health World Heal Organ 2015 httpswwwwhointmentalhealthneurologychapter4neurodisorderspublichc hallengespdf 2 Asplund K Sukhova M Wester P Stegmayr B Diagnostic procedures treatments and outcomes In stroke patients admitted to different types of hospitals Stroke 201546380612 httpswwwahajournalsorgdoipdf101161STROKEAHA114007212 3 Araújo JP Darcis JVV Tomas AVC Centro Tendência da Mortalidade por Acidente Vascular Cerebral no Município de Maringá Paraná entre os Anos de 2005 a 2015 Int J Cardiovasc Sci 201750185901 httpdxdoiorg1059352359480220170097 4 Castro HHG Alencar AP Benseñor IM Lotufo PA Goulart AC Multimorbidities are associated to lower survival in Ischaemic stroke Results from a Brazilian stroke cohort EMMA Study Cerebrovasc Dis 201744342329 httpsdoiorg101159000479827 5 Fleck MPA Lousada S Xavier M Chachamovich E Vieira G Santos L et al Aplicação da versão em português do instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde WHOQOL100 Rev Saude Publica 1999332198 205 httpsdoiorg101590S003489101999000200012 6 Canuto MÂ Nogueira LT Stroke and quality of life an integrative review Rev Pesqui Cuid é Fundam Online 20157225618 httpsdoiorg1097892175 53612015v7i225612568 7 Rangel ESS Belasco AGS Diccini S Qualidade de vida de pacientes com acidente vascular cerebral em reabilitação ACTA Paul Enferm 201326220512 httpsdoiorg101590S010321002013000200016 8 Bertolucci PHF Brucki SMD Campacci SR Juliano Y O MiniExame do Estado Mental em uma população geral impacto da escolaridade Arq Neuropsiquiatr 1994521017 httpsdoiorg101590s0004282x2003000500014 9 Brucki SMD Nitrin R Caramelli P Bertolucci PHF Okamoto IH Suggestions for utilization of the minimental state examination in Brazil Arq Neuropsiquiatr 2003613 B77781 httpswwwscielobrpdfanpv61n3B17294pdf 10 Moreira C Ciclos de vida Vol 2 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE 2014 httpsbibliotecaibgegovbrindexphpbiblioteca catalogoviewdetalhesid525 11 Ciconelli RM Ferraz MB Santos W Meinão I Quaresma MR Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF 36 Brasil SF36 Internet Vol 39 Revista Brasileira De Reumatologia 1999 p 143 50 httpswwwufjfbrrenatonunesfiles201403Valida25C325A725C325A3o doQuestion25C325A1riodequalidadedeVidaSF36pdf 12 Mayo NE WoodDauphinee S Côté R Durcan L Carlton J Activity participation and quality of life 6 months poststroke Arch Phys Med Rehabil 2002838103542 httpdxdoiorg101053apmr200233984 13 Makiyama TY Battisttella LR Litvoc J Martins LC Estudo sobre a qualidade de vida de pacientes hemiplégicos por acidente vascular cerebral e de seus cuidadores Acta Fisiátrica Internet 20041131069 httpdxdoiorg1059350104779520040004 14 Patel MD Tilling K Lawrence E Rudd AG Wolfe CDA McKevitt C Relationships between longterm stroke disability handicap and healthrelated quality of life Age Ageing 20063532739 httpdxdoiorg101093ageingafj074 15 De Oliveira MR Orsini M Quality of life scales for Brazilian stroke patients Rev Neurociencias 200917325562 httpsdoiorg1034024rnc2009v178550 Silva FVM Oliveira ABC Brito CB Sousa FDS Maia EM Silva JVP Ferreira WSB Nunes PPB 326 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 16 RamosLima MJM Brasileiro I de C de Lima TL BragaNeto P Quality of life after stroke Impact of clinical and sociodemographic factors Clinics 20187317 httpsdoiorg106061clinics2017e418 17 Barella RP Duran V de AA Pires AJ Duarte R de O Perfil do atendimento de pacientes com acidente vascular cerebral em um hospital filantrópico do sul de santa catarina e estudo de viabilidade para implantação da unidade de AVC Arq Catarinenses Med Internet 201948113143 httpwwwacmorgbracmseerindexphparquivosarticleview432334 18 Da Silva PLN Dos Santos LS Ribeiro DDD Guimarães HDG Esteves KAF Alves ECS et al Análise da prevalência de acidente vascular encefálico em pacientes assistidos por uma instituição hospitalar JMPHC J Manag Prim Heal Care 201891 15 httpsdoiorg1014295jmphcv9i0333 19 Pacheco FT Littig IA Gagliardi RJ Da Rocha AJ Multidetector computed tomography angiography in clinically suspected hyperacute ischemic stroke in the anterior circulation An etiological workup in a cohort of Brazilian patients Arq Neuropsiquiatr 201573540814 httpsdoiorg1015900004282X20150034 20 Carvalho IA Fatores de risco do acidente vascular encefálico Rev Científica da FASETE 20162118094 httpsdoiorg10168912317434X134 21 Ribeiro K Neves R Brito G Morais J Lucena E Medeiros J Perfil de Usuários Acometidos por Acidente Vascular Cerebral Adscritos à Estratégia Saúde da Família em uma Capital do Nordeste do Brasil Rev Bras Ciências da Saúde 20121623544 httpsdoiorg 104034rbcs201216s205 22 Carvalho MIF Delfino JAS Pereira WMG Matias EFSS Acidente vascular cerebral dados clínicos e epidemiológicos de uma clínica de fisioterapia do sertão nordestino brasileiro Rev Interfaces Saúde Humanas e Tecnol 20152616 httpdxdoiorg10168912317434X134 23 Almeida SRM Análise epidemiológica do acidente vascular cerebral no Brasil Rev Neurociencias 20122044812 doi httpsdoiorg104181RNC201220483ed2p 24 Langhorne P Bernhardt J Kwakkel G Stroke rehabilitation Lancet Internet 201137797781693702 httpsdoiorg101016S0140673611603255 25 Ovbiagele B Bath PM Cotton D Vinisko R Diener HC Obesity and recurrent vascular risk after a recent ischemic stroke Stroke 201142123397402 httpsdoiorg101161STROKEAHA111624957 26 Mendonça LB de A Lima FET Oliveira SKP de Acidente vascular encefálico como complicação da hipertensão arterial quais são os fatores intervenientes Esc Anna Nery 20121623406 httpsdoiorg101590s141481452012000200019 27 Martins EDRC Estudo epidemiológico sobre Acidente Vascular Encefálico em uma Clínica Escola de Fisioterapia Rev saúde pública do Paraná2016171328 httpwww2unicentrobrdefisiofiles201507EstudoepidemiolC3B3gicosobre AcidenteVascularEncefC3A1licoemumaClC3ADnicaEscolade Fisioterapiapdf 28 Costa TF da Gomes TM Viana LR de C Martins KP Costa KN de FM Acidente vascular encefálico características do paciente e qualidade de vida de cuidadores Rev Bras Enferm 20166959339 httpsdoiorg1015900034716720150064 29 Andersen KK Olsen TS The obesity paradox in stroke Lower mortality and lower risk of readmission for recurrent stroke in obese stroke patients Int J Stroke 201510199 104 httpsdoiorg101111ijs12016 30 Scalzo PL De Souza ES Moreira AGDO Vieira DAF Qualidade de vida em pacientes com acidente vascular cerebral Clínica de fisioterapia Puc Minas Betim Rev Neurociencias 201018213944 httpsdoiorg1034024rnc2010v188480 Qualidade de vida pósAVC Poststroke quality of life 327 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 31 Gabriele Tainá da Silva F de OY Dor desempenho funcional e qualidade de vida após o acidente vascular encefálico Cent Univ do Sul Minas 201711137 http19210024784bitstreamprefix11281TCCvesc3a3ofinalGabi20041 117pdf Como citar este artigo Silva FVM Oliveira ABC Brito CB Sousa FDS Maia EM Silva JVP Ferreira WSB Nunes PPB Qualidade de vida de pacientes acometidos por acidente vascular cerebral Rev Aten Saúde 2021 1969 317327 RECADO Olá espero que o trabalho tenha ficado do seu agrado Na sua solicitação o documento foi enviado via WORD caso queira fazer edições seguindo o documento anexado Também anexei os artigos utilizados os links de acesso estão nas referências bibliográficas caso queira acesso Qualquer dúvida pode me contatar pelo suporte pelo ID do pedido nós gurus não sabemos para quem esta resolução irá Atenciosamente seu GURU
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
1
Trabalho ABNT Tomografia Computadorizada Janelas Mediastino Pulmao e Padroes Covid19 Edema
Anatomia
UP
10
Terapia Espelho na Recuperacao Funcional Pos-AVE - Revisao de Literatura
Anatomia
UP
13
Ecocardiograma
Anatomia
UP
18
anatomia 1 pdf
Anatomia
UP
12
Conteúdos de Anatomia Humana Básica
Anatomia
UNIFATECIE
12
Introdução ao Estudo da Anatomia Humana
Anatomia
UNIFATECIE
23
Sistema Nervoso Central Anatomia Humana Resumo Completo para Estudantes
Anatomia
UNINGA
9
Terapia Assistida por Animais na Paralisia Cerebral - Estudo e Resultados
Anatomia
UMG
Preview text
Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4098 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Aspectos do AVE isquêmico uma revisão bibliográfica Aspects of ischemic stroke a literature review DOI1034119bjhrv5n2009 Recebimento dos originais 15022022 Aceitação para publicação 02032022 Letícia Furtado Alves Acadêmica de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua São Benedito casa 2000 Bairro Formosinha FormosaGO CEP 73813401 Email lefual2000gmailcom Karine Panuce de Oliveira Acadêmica de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua Santiago Dantas quadra 104 lote 23 Parque estrela Dalva 1 Luziânia GO 1155 CEP 72804360 Email karine27panuceoutlookcom Glória Edeni Dias Pereira Amorim Acadêmica de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua Turmalina quadra 3 lote 24 Jardim Califórnia FormosaGO CEP 73807815 Email gloriaamorim9imggmailcom Thiago Cavalcante Ribeiro Acadêmico de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço SMPW Q 26 CJ 08 LT 03 CS 7 BrasíliaDF CEP 71745608 Email tcribeiromedgmailcom Gabriel Vitor Ribeiro da Silva Acadêmico de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua 42 quadra 16 lote 4 Bairro Parque Lago Formosa Goiás CEP 73813868 Email gabrielvtr2gmailcom Mayck Feitosa Câmara Acadêmico de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus GoianésiaGO Endereço Rua Do Badejo Qd 57 Lote 16 casa 2 Jardim Atlântico Goiânia Goiás CEP 74343090 Email mayckfeitosahotmailcom Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4099 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Cleverson Rodrigues Fernandes Pósdoutor em Ciências Médicas pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Instituição Universidade de São Paulo FMRP USP Endereço Avenida Brasília Bairro Formosinha Formosa GO CEP 73813010 Email cleversonfernandesunirvedubr RESUMO O acidente vascular encefálico AVE é uma patologia ocasionada por alterações no fluxo sanguíneo para o cérebro e pode ser de origem hemorrágica isquêmica ou subaracnóidea sendo o tipo isquêmico o mais prevalente e o mais incidente Além do mais é considerada a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil já no mundo apresentase como segunda doença neurológica mais prevalente e de mesma forma em mortalidade ademais é a terceira principal causa de invalidez Esse estudo traz como objetivo responder a seguinte pergunta norteadora Quais são os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que haja um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz Este trabalho tratase de uma pesquisa bibliográfica baseada em artigos obtidos nas bases de dados Pubmed Web of Science Scielo e Google Scholar publicados entre os anos de 2012 a 2022 Também usouse para esta pesquisa livros de renome da neurologia e manuais do Ministério da Saúde Está revisão focou na epidemiologia na etiologia na apresentação clínica de acordo com a vascularização nos fatores de risco no diagnóstico e no tratamento do AVEi para responder à questão norteadora No cenário brasileiro o AVE isquêmico representa a causa mais prevalente de óbitos superando as mortes por causa cardiovasculares sendo essa síndrome encarregada por um número notável de internações no país além dos altos índices de morbimortalidade A apresentação clínica do AVE isquêmico dependerá do território vascular irrigado Portanto é fundamental a compreensão do sistema carotídeo interno e do sistema vértebrobasilar O diagnóstico baseia se na associação do exame clínico e dados radiológicos sendo que não é possível determinar apenas clinicamente se o AVE é de origem isquêmica ou hemorrágica No AVE isquêmico ocorre obstrução de um vaso arterial encefálico dessa maneira a terapia trombolítica ou a trombectomia mecânica são os tratamentos realizados na fase aguda com o objetivo de desobstruir a artéria antes que haja lesão tecidual irreversível Portanto o conhecimento médico sobre AVE isquêmico reduz a taxa de mortalidade e invalidez deste agravo de grande incidência e prevalência no mundo Palavraschave ave isquêmico etiologia apresentação clínica diagnóstico tratamento ABSTRACT Stroke is a pathology caused by changes in blood flow to the brain and can be of hemorrhagic ischemic or subarachnoid origin with the ischemic type being the most prevalent and the most incident In addition it is considered the first cause of death and disability in Brazil in the world it is the second most prevalent neurological disease and in the same way in mortality in addition it is the third leading cause of disability This study aims to answer the following guiding question What are the aspects of ischemic stroke that the physician must know in order to have an accurate diagnosis and an effective treatment This work is a bibliographic research based on articles obtained from Pubmed Web of Science Scielo and Google Scholar databases published between the years 2012 to 2022 neurology and Ministry of Health manuals This review focused on epidemiology etiology clinical presentation according to vascularization risk factors diagnosis and treatment of stroke to answer the guiding question In the Brazilian scenario ischemic stroke represents the most prevalent cause of death surpassing deaths from cardiovascular causes and this syndrome is responsible for a remarkable number of Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4100 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 hospitalizations in the country in addition to the high rates of morbidity and mortality The clinical presentation of ischemic stroke will depend on the vascular territory irrigated Therefore it is essential to understand the internal carotid system and the vertebralbasilar system The diagnosis is based on the association of clinical examination and radiological data and it is not possible to determine only clinically whether the stroke is of ischemic or hemorrhagic origin In ischemic stroke obstruction of a cerebral arterial vessel occurs thus thrombolytic therapy or mechanical thrombectomy are treatments performed in the acute phase with the objective of unblocking the artery before irreversible tissue damage occurs Therefore medical knowledge about ischemic stroke reduces the mortality rate and disability of this disease of high incidence and prevalence in the world Keywords ischemic stroke clinical presentation diagnosis treatment 1 INTRODUÇÃO O acidente vascular encefálico AVE é uma patologia ocasionada por alterações no fluxo sanguíneo para o cérebro e pode ser de origem hemorrágica isquêmica ou subaracnóidea sendo o tipo isquêmico o mais prevalente e o mais incidente LOTZ et al HUI C et al 2021 Além do mais é considerada a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil já no mundo apresentase como segunda doença neurológica mais prevalente e de mesma forma em mortalidade ademais é a terceira principal causa de invalidez DIENER HANKEY 2020 Brasil 2022 Moraes 2022 O acidente vascular encefálico isquêmico AVEi é o mais frequente no país e pode ser classificado em cinco subtipos segundo o sistema TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment sendo eles Aterosclerose de Grandes Vasos ATGV Cardioembolia Oclusão de Pequenos Vasos OPV Outras Etiologias OE e indefinido LOTZ et al FERNANDES et al 2021 Dessa forma o AVEi possui causas multifatoriais tendo como causa mais comum a aterosclerose entretanto outros fatores como a hipertensão arterial tabagismo e a obesidade também são alguns dos elementos de dano já seu quadro clínico sugestivo se dá em um período maior que 24 horas em que haverá perda de força ou sensibilidade em alguma região do corpo no entanto quanto ao seu diagnóstico não é inteiro clínico sendo necessário exames de imagem para averiguar a origem do AVE BRASIL 2013 MARIANELLI el al 2020 Zhao et al 2021 Logo observase a relevância de conhecer as repercussões e os aspectos do AVEi já que o mesmo apresenta significativa prevalência não só no Brasil como no mundo Tornase então necessário o diagnóstico e o tratamento precoce a fim de evitar consequências mais graves Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4101 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Portanto é de suma importância para o médico conhecer os aspectos do AVEi evitando erros com o manejo diagnóstico tardio e invalidez do paciente Esse estudo traz como objetivo responder a seguinte pergunta norteadora Quais são os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que haja um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz 2 MÉTODOS Este trabalho tratase de uma pesquisa bibliográfica em que foram compilados artigos obtidos nas bases de dados Pubmed Web of Science Scielo e Google Scholar publicados entre os anos de 2012 a 2022 Também utilizouse para esta pesquisa livros de renome da neurologia e manuais do Ministério da Saúde O objetivo do estudo é responder a seguinte pergunta norteadora Quais são os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que haja um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz Por conseguinte os aspectos do AVE isquêmico que serão elucidados neste trabalho são a epidemiologia a etiologia a apresentação clínica de acordo com a vascularização os fatores de risco o diagnóstico e o tratamento Os descritores em Ciência da Saúde utilizados foram AVE isquêmico Apresentação clínica e Tratamento do AVE isquêmico Usouse 26 referências nas línguas portuguesa ou inglesa Os descritores foram os presentes no MeshDecs e operadores booleanos AND e OR Os critérios de inclusão foram artigos de revisão estudos observacionais e relatos de casos seguindo o período de publicação estimado além da relevância e temática compatíveis com o objetivo do estudo E os critérios de exclusão foram trabalhos que apresentaram informações incompatíveis com o tema estudado estudos que não contemplavam o período proposto ausência de descritores e cartas ao editor 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 31 EPIDEMIOLOGIA O custo global estimado do AVE é superior a 721 bilhões e corresponde a 066 do PIB global pois o paciente que sofre de AVE gera custos não apenas com as internações mas também com a reabilitação De 1990 a 2019 houve um acréscimo significativo no número absoluto de casos de AVE sendo que ocorreu um aumento de 700 na incidência de 1020 na prevalência e de 430 no número de óbitos por AVE É notório salientar que os pacientes residentes em países de renda baixa obtiveram maior taxa de mortalidade nesse período FEIGIN et al 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4102 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Nesse contexto o evento encefálico isquêmico constitui a segunda causa de morte e a terceira principal circunstância de invalidez no mundo de tal forma que o mesmo consiste em um dos maiores problemas de saúde global levando a incapacidades permanentes e altos custos hospitalares DIENER HANKEY 2020 Sabese que até 87 da carga global de episódios vasculares encefálicos é atribuída ao acidente vascular encefálico do tipo isquêmico AVEi Sendo assim percebese a importância de classificações etiológicas confiáveis e métodos de prevenção na prática clínica diária a fim de reduzir as complicações desta patologia RADU et al 2017 No cenário brasileiro o AVE isquêmico representa a causa mais prevalente de óbitos superando as mortes por causa cardiovasculares sendo essa síndrome encarregada por um número notável de internações no país além dos altos índices de morbimortalidade em consequência da falta de um tratamento padronizado pois os centros especializados e hospitais de ponta estão localizados em regiões mais desenvolvidas do país como por exemplo as capitais PONTESNETO et al 2008 Além do aludido a taxa de mortalidade do AVEi e o número de internações por tal patologia foram maiores no Sudeste e menores no CentroOeste do Brasil no ano de 2021 no período de janeiro a novembro MINISTÉRIO DA SAÚDE 2021 Quadro 1 Óbitos taxa de mortalidade e internações por Acidente Vascular Encefálico Isquêmico AVEi no Brasil Período JanNov2021 Região Total de óbitos por AVEi Taxa de mortalidade por AVEi Internações por AVEi Norte 147 1407 1045 Nordeste 481 1366 3522 Sudeste 1756 2155 8148 Sul 681 1446 4710 CentroOeste 120 1322 908 TOTAL 3185 1737 18333 Fonte Ministério da Saúde Sistema de Informações Hospitalares do SUS SIHSUS Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4103 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 32 ETIOLOGIA O Acidente Vascular Encefálico isquêmico AVEi ocorre por oclusão do lúmen vascular e a extensão da lesão é proporcional à duração à gravidade da redução do fluxo e ao tipo etiológico do AVEi A classificação TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment foi elaborada para subdividir o AVEi de acordo com sua etiologia em cinco subtipos Os quais são Aterosclerose de Grandes Vasos ATGV Cardioembolia Oclusão de Pequenos Vasos OPV Outras Etiologias OE e Indefinido FERNANDES et al 2021 O AVEi por ATGV ocorre devido ao acúmulo de placas de gordura na parede vascular formando uma estenose maior que 50 ou oclusão de grandes ramos arteriais ipsilateral à lesão central ou placas complexas na aorta ascendente ou transversa 4mm O AVEi cardioembólico tem sua gênese na oclusão de um leito vascular cerebral por êmbolos provenientes do coração Já a OPV acontece devido a infartos lacunares menores que 15 cm de diâmetro no território irrigado pelas artérias perfurantes As quais vascularizam os núcleos da base claustrum amígdala núcleo caudado putâmen e globo pálido tálamo tronco encefálico coroa radiada e cápsulas interna e externa FERNANDES et al 2021 ZHAO et al 2020 Nesse contexto o AVEi por OPV geralmente repercute nas síndromes lacunares como por exemplo hemiparesia motora pura causada pela isquemia no ramo posterior da cápsula interna ou na ponte hemiparesia sensitiva pura oclusão de pequenos vasos no tálamo ventral hemiparesia atáxica obstrução de pequenos vasos na parte ventral da ponte ou da cápsula interna e mão desajeitada oclusão de pequenos vasos na parte ventral da ponte ou no joelho da cápsula interna externa FERNANDES et al 2021 ZHAO et al 2020 O AVEi de OE está relacionado a vasculopatias sem aterosclerose como por exemplo a doença de Moyamoya e a dissecção arterial disfunções hematológicas desordens na coagulação e vasculites Por fim os AVCi por etiologia indeterminada são aqueles que apesar de uma investigação ampla e minuciosa não se encaixam nas outras categorias CAMILO PONTESNETO 2021 33 APRESENTAÇÃO CLÍNICA E VASCULARIZAÇÃO Inicialmente o quadro clínico sugestivo de AVE figura1 é caracterizado pela redução repentina da força ou da sensibilidade em alguma região do corpo que insista por um período maior que 24 horas Os sintomas dependem de alguns fatores local do cérebro acometido presença de comorbidades e idade do paciente BRASIL 2013 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4104 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 A apresentação clínica do AVEi dependerá do território vascular irrigado Portanto é fundamental a compreensão do sistema carotídeo interno e do sistema vértebrobasilar O primeiro dará origem a artéria oftálmica irriga o bulbo ocular e formações anexas corióidea anterior vascularizam os plexos corioide cápsula interna diencéfalo e núcleos da base comunicante posterior e as artérias cerebral média e anterior Já o sistema vértebrobasilar dará gênese às artérias espinhais anteriores e posteriores irrigam a medula artérias cerebelares inferiores posteriores e a artéria basilar MACHADO 2022 O AVEi pode acontecer ainda no cerebelo por obstrução das artérias cerebelar superior SCA cerebelar pósteroinferior PAICA ou cerebelar anteroinferior AICA e gerar como sintomatologia náuseas vômitos alteração da marcha ataxia e nistagmo ALVES et al 2021 Dessa maneira a sintomatologia do AVEi dependerá de qual artéria foi ocluída pois cada uma irriga um determinado território vascular HANDELSMANN et al 2021 Destaca se que a artéria cerebral média quando isquemiada apresenta uma das apresentação clínica mais severa com combinações variáveis de hemiplegia hemianestesia desvio do olhar hemianopsia homônima contralateral afasia heminegligência e amaurose LEITE FILHO et al 2020 Figura 1 Apresentação clínica do AVEi Fonte Próprio autor 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4105 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Figura 2 Sistematização da apresentação clínica do AVEi de acordo com a vascularização Fonte Adaptação do quadro do livro Medicina de Emergência Abordagem Prática 13 ed 2019 34 FATORES DE RISCO Como já aventado anteriormente a oclusão das artérias intracranianas e das artérias cerebrais pode ser uma causa modificável do AVEi onde a aterosclerose é o fator principal Os fatores de risco reúnemse em dois grupos os fatores modificáveis e os não modificáveis Os fatores considerados modificáveis são hipertensão arterial sistêmica tabagismo obesidade dislipidemia dieta sedentarismo diabetes mellitus consumo de álcool doenças cardíacas e uso de anticoncepcional Os fatores não modificáveis são idade maior que 60 anos raça negra gênero história familiar positiva pra AVE prévio BRASIL 2013 MARIANELLI el al 2020 A hipertensão arterial sistêmica é um grande fator de risco para o desenvolvimento de AVEi e para a transformação do AVEi em acidente vascular encefálico hemorrágico Desse modo a hipertensão arterial sistêmica e suas reverberações podem ser modificadas pelo uso de antihipertensivos e diurético Ademais quanto ao tabagismo à obesidade à dislipidemia ao sedentarismo à diabetes mellitus e ao consumo de álcool devese influenciar o paciente a melhorar seus hábitos de vida ter uma alimentação balanceada evitar álcool cessar o uso de tabaco e fazer atividades física pelo menos 3 vezes por semana MARIANELLI el al 2020 No caso das doenças cardíacas como fator de risco a que mais se destaca é a fibrilação atrial pois facilmente o trombo se desloca da parede do átrio e emboliza para as artérias do Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4106 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 sistema nervoso central O cardioembolismo engendra cerca de 20 a 30 de todos os AVEi e pode ser manejado pela anticoagulação profilática MARIANELLI el al 2020 Além do aludido o risco elevado em relação ao uso de Anticoncepcionais e AVEi foi constatado em 14 estudos no entanto algumas variáveis associadas ao risco devem ser consideradas como o tipo de AVE dosagem dos hormônios tempo de uso outros fatores de risco e a gravidade do evento O Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Mundial da Saúde OMS apontam como complicação do AVE o uso de Anticoncepcional e a OMS contraindica a utilização desse método caso a usuária tenha algum dos fatores de risco acima citados LIMA et al 2016 Portanto intervenções com objetivo de combater os fatores de risco descritos acima são essenciais para a prevenção de grande parte dos AVEi principalmente se abordados no âmbito da atenção primária e com uma perspectiva multidisciplinar LIMA et al 2016 MARIANELLI el al 2020 35 DIAGNÓSTICO Tendo em vista à estreita janela terapêutica do acidente vascular isquêmico agudo o diagnóstico precoce é de fundamental importância na abordagem inicial O diagnóstico baseia se na associação do exame clinico e dados radiológicos sendo que não é possível determinar apenas clinicamente se o AVE é de origem isquêmica ou hemorrágica BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 Indubitavelmente é essencial a coleta de dados sobre o início dos sintomas e o último momento em que o paciente se encontrava despertado ou sem déficits Além disso é importante o questionamento sobre possíveis circunstâncias que possam ter gerado o quadro como abuso de drogas migrânea infecções epilepsia além de fatores de risco para aterosclerose BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 Destarte tornase significativo salientar que a partir do momento que se suspeita de um AVE isquêmico o paciente deve ser encaminhado para o serviço de emergência médica para monitorização de sinais vitais e realização de neuroimagens isto pois a tomada de decisões na primeira hora de ouro é crucial para o prognóstico do indivíduo Dessa forma o exame físico neurológico deve ser breve e o mais completo possível sendo este realizado através da escala do NIHSS National Institute of Health Stroke Scale a qual varia de 0 a 42 pontos tendo relação direta com a área de isquemia Além disso os pacientes devem ser submetidos a exames complementares como glicemia capilar hemograma Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4107 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 completo coagulograma eletrólitos básicos e enzimas cardíacas BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 No que se refere aos exames de neuroimagem a tomografia pode ser normal nas primeiras horas evidenciando apenas sinais indiretos de isquemia até 24 horas mas ainda assim a tomografia computadorizada é considerada o método padrão ouro na emergência para descartar uma hemorragia intracraniana Por conseguinte considerase o diagnóstico de AVEi no paciente com sinal neurológico focal de instalação súbita com duração maior que 24h ou um episódio de qualquer duração se houver evidência radiológica ou patológica de isquemia focal que justifique os sintomas BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 Figura 3 Escala do NIHSS National Institute of Health Stroke Scale Fonte Próprio autor 2022 36 TRATAMENTO No AVEi ocorre obstrução de um vaso arterial encefálico dessa maneira a terapia trombolítica é o tratamento realizado na fase aguda com o objetivo de desobstrução da artéria antes que haja lesão tecidual irreversível PEDRA et al 2020 O tratamento do AVEi é focado principalmente na preservação das áreas afetadas parcialmente pelo evento mas que ainda preservam um fluxo sanguíneo suficiente para evitar um infarto O tempo é o principal aliado nesta tarefa pois se as manobras de restauração do fluxo sanguíneo forem feitas rapidamente os efeitos decorrentes da isquemia podem ser minimizados HUI C TADI P PATTI L 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4108 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Se a abordagem for realizada nas primeiras 45 horas após o início dos sintomas é possível restaurar o fluxo sanguíneo cerebral na região de penumbra e sua função é recuperada PEDRA et al 2020 Algumas condutas a serem consideradas estão listadas na tabela 1 O equilíbrio é o principal ponto a pressão não pode ser tão baixa que não gere revascularização da área de penumbra e não pode ser elevada a ponto que gere um evento hemorrágico Tabela 1 Características das condutas no AVCi Conduta Característica Referência Alteplase Ativador de plasminogênio tecidual humano recombinante Critérios de inclusão deficit neurológico mensurável idade igual ou superior a 18 anos e início dos sintomas dentro de 3 horas HUI C TADI P PATTI L 2022 Trombectomia mecânica Procedimento realizado através de cateter que é capaz de aderir ao trombo e resgatálo desobstruindo o vaso acometido Devese considerar esse tratamento para todos os pacientes mesmo aqueles que receberam terapia fibrinolítica HUI C TADI P PATTI L 2022 Tratamento antiplaquetário A aspirina é recomendada dentro de 24 a 48 horas do início dos sintomas HUI C TADI P PATTI L 2022 Estatinas Estatinas de alta intensidade são recomendadas para pacientes com 75 anos ou menos e que tem doença cardiovascular aterosclerótica HUI C TADI P PATTI L 2022 Fonte Próprio autor 2022 Nesse contexto o protocolo inicial de tratamento sugere que ao chegar o paciente com déficit neurológico é necessário monitorizar o paciente com um monitor cardioscópico medir pressão arterial media coletar a frequência respiratória e cardíaca Após deve se ofertar a oxigenoterapia para manter a saturação de O2 acima de 94 e coletar um acesso periférico com jelco 18 Em relação aos exames necessários glicemia capilar hemograma TP TTPa eletrocardiograma e uma tomografia de crânio sem contraste A história clínica é de suma importância no AVEi mesmo que de forma resumida deve ser colhida com foco nas comorbidades prévias e medicamentos utilizados pincipalmente Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4109 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 anticoagulantes sendo necessário determinar o horário de início de sintomas com a maior precisão possível Outra ferramenta essencial é o NIHSS NIH Stroke Scale pontuada de 0 e 42 pontos de graduação de gravidade crescente ela avalia 11 itens do exame neurológico e deve ser usada enquanto se realiza o exame físico utilizando o ABCDE do Advanced Trauma Life Support ATLS Destarte após a abordagem inicial descrita anteriormente é necessário encaminhar o paciente para trombólise endovenosa com fibrinolítico ou para trombectomia mecânica desde que haja indicação As indicações para reperfusão com trombolítico estão esquematizadas na figura 4 Além do exposto é imprescindível que o médico saiba os seguintes pontos ao indicar a reperfusão com trombolítico a dose de alteplase que deve ser administrada controlar a pressão arterial durante e após o procedimento os sinais de alarme para transformação hemorrágica e os cuidados adequados nas primeiras 24h Todos esses pontos estão evidenciados na figura 5 a qual foi baseada em informações do livro de Medicina de Emergência Abordagem Prática VELASCO et al 2019 Figura 4 Indicações para reperfusão com trombolítico Fonte Próprio autor 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4110 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Figura 5 Pontos que o médico deve saber ao indicar a reperfusão com alteplase Fonte Próprio autor 2022 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em suma esse artigo respondeu à questão norteadora evidenciando todos os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve ter conhecimento pleno para que haja um diagnóstico precoce e um manejo terapêutico adequado Portanto reduzindo a taxa de mortalidade e invalidez por AVEi Além disso o domínio do médico em relação a epidemiologia a etiologia a apresentação clínica de acordo com a vascularização os fatores de risco o diagnóstico e o tratamento trazem ao médico confiança e destreza em seus atendimentos Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4111 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 REFERÊNCIAS ALVES L F et al Lesão cerebelar uma abordagem anatomofuncional em urgência e emergência JBMEDE Jornal Brasileiro de Medicina de Emergência S l v 1 n 1 p e21005 2021 Disponível em 17012021 httpsjbmedecombrindexphpjbmearticleview1 Acesso em 18 jan 2022 BEZERRA Marcio Luiz Ecorcio FUKUJIMA Marcia Maiumi FERRAZ Maria Elisabeth Matta de Rezende Acidente Vascular Cerebral Isquêmico In BERTOLUCCI Paulo H F et al Guia de Neurologia guias de medicina unifesp São Paulo Manole 2011 Cap 23 p 253 274 BRASIL Ministério da Saúde Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular Cerebral departamento de ações programáticas estratégicas Secretaria de Atenção À Saúde Brasília Df p 174 jan 2013 Disponível em httpsbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdiretrizesatencaoreabilitacaoacidentevascular cerebralpdf Acesso em 25 jan 2022 CAMILO M R PONTESNETO O M Coronary Calcium Score Is There a Difference among Ischemic Stroke Subtypes Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 115 n 6 p 1152 1153 2021 Disponível emhttps wwwscielobrjabcacSd8qvRSnQNMynDfCgx7XVmlangptformathtml Acesso em 17012021 DIENER HansChristoph HANKEY Graeme J Primary and Secondary Prevention of Ischemic Stroke and Cerebral Hemorrhage Journal Of The American College Of Cardiology JACC FOCUS SEMINAR CURRENT BEST PRACTICES AND FUTURE DIRECTIONS IN STROKE Duisburg p 18041818 dez 2020 Disponível em httpsreaderelseviercomreadersdpiiS0735109720344260tokenF393B16CB794F0370E B98B6FA26C4B0D4901B8A2A6B39D124CEEA4739CE57388BB34F9CEEC80290249F20 ED75F272146originRegionuseast1originCreation20220125142145 Acesso em 25 jan 2022 FEIGIN V L et al World Stroke Organization WSO Global Stroke Fact Sheet 2022 International journal of stroke official journal of the International Stroke Society v 17 n1 p1829 2022 Disponível em httpsdoiorg10117717474930211065917 Acesso em 03022022 FERNANDES C G C et al Independência funcional após acidente vascular cerebral AVC isquêmico em relação à fisiopatologia de acordo com TOAST Revista Brasileira de Neurologia v 57 n 1 p 1316 2021 Disponível em httpsrevistasufrjbrindexphprbnarticledownload43073pdf Acesso em 17012021 HANDELSMANN H et al Os preditores para o território de AVC afetado e o resultado dos tratamentos de AVC agudo são diferentes para AVC de circulação posterior versus anterior Relatórios Científicos v 11 n 1 p 19 2021 Disponível em httpswwwnaturecomarticless41598021898714 Acesso em 17012022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4112 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 HUI C TADI P PATTI L Ischemic Stroke 2021 Sep 29 In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2022 Jan PMID 29763173 Disponível em httpseuropepmcorgbooksnbk499997 Acesso em 05022022 LEITE FILHO C A DANTAS L I M NOGUEIRA F V RODRIGUES V B Correlação ClínicoAnatômica para Uso da Trombectomia Mecânica no Tratamento de AVE Isquêmico JBNC JORNAL BRASILEIRO DE NEUROCIRURGIA S l v 31 n 3 p 225228 2020 DOI 1022290jbncv31i31866 Disponível em httpsjbncemnuvenscombrjbncarticleview1866 Acesso em 17 jan 2022 LIMA A C S MARTINS L C G LOPES M V O ARAUJO T L de LIMA F E T AQUINO P de S Moura E R F Influence of hormonal contraceptives and the occurrence of stroke integrative review Rev Bras Enferm v 70 n 3 p 64755 2017 Disponível em httpdxdoiorg1015900034716720160056 Acesso em 25 jan 2022 LOTZ R et al ABO blood group system and occurrence of ischemic stroke Arquivos de NeuroPsiquiatria online v79 n 12 p 10701075 2021 Disponível em httpsdoiorg1015900004282XANP20200219 Acesso em 5 fev 2022 MACHADO Angelo BM HAERTEL Lúcia Machado Neuroanatomia funcional 4ed São Paulo Atheneu 2022 MARIANELLI Mariana MARIANELLI Camila DE LACERDA NETO Tobias Patrício Principais fatores de risco do avc isquêmico Uma abordagem descritiva Brazilian Journal of Health Review v 3 n 6 p 1967919690 2020 Disponível em httpswwwbrazilianjournalscomindexphpBJHRarticleview222690 Acesso em 04022022 Ministério da Saúde DATASUS Departamento de Informática do SUS Brasília Ministério da Saúde 2021 Disponível em httpsdatasussaudegovbrinformacoesdesaudetabnet Acesso em 04022022 Moraes M et al Clinical characterization disability and mortality in people with strokes during 90 days Revista Brasileira de Enfermagem online v 75 n 2 p e20201383 2022 Disponível em httpsdoiorg1015900034716720201383 Acesso em 5 fev 2022 PEDRA E F P et al Pacientes pósAVC com e sem trombólise análise da deglutição na fase aguda da doença CoDAS v 32 n 1 p e20180229 2020 Disponível em httpsdoiorg1015902317178220192018229 Acesso em 5 fev 2022 PONTES NETO Octávio Marques NIHStrokeScale Neurologiahu Santa Catarina v 1 n 1 p 18 set 2012 Disponível em httpsneurologiahupaginasufscbrfiles201209NIH StrokeScalepdf Acesso em 25 jan 2022 PONTESNETO Octávio Marques et al Stroke Awareness in Brazil alarming results in a communitybased study Stroke Ribeirão Preto v 25 n 107 p 292296 out 2022 Disponível em httpswwwahajournalsorgdoi101161STROKEAHA107493908 Acesso em 25 jan 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4113 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 RADU Răzvan Alexandru et al Etiologic classification of ischemic stroke Where do we stand Clinical Neurology And Neurosurgery Bucharest v 159 n 1 p 93106 dez 2017 Disponível em httpsreaderelseviercomreadersdpiiS030384671730149Xtoken1A63476051C9E51FD 810008CD18C350A694158DCC417333E3F0FA78C4EAED993A101F6DB48A0D788ABF A17B6CFAABFBEoriginRegionuseast1originCreation20220125142141 Acesso em 25 jan 2022 ROLINDO Saullo José Silva OLIVEIRA Letícia Tomaz SILVA Adria Maria Simões ALVES Oscar Nunes Acidente Vascular cerebral Isquêmico Revisão sistemática dos aspectos atuais do tratamento na fase aguda Rev Pat Tocantins v 3 n 3 p 1826 2016 Disponível em httpssistemasuftedubrperiodicosindexphppatologiaarticleview2420pdf Acesso em 05 fev 2022 STAESSENS S et al Thrombus heterogeneity in ischemic stroke Platelets v 32 n 3 p 331339 2020 Disponível em httpspubmedncbinlmnihgov32310709 Acesso em 05 fev 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Faculdade de Medicina Programa de PósGraduação em Epidemiologia Telessaúde RSUFRGS Resumo Clínico AVC REGULASUS Porto Alegre 2016 Disponível em httpswwwufrgsbrtelessaudersdocumentosprotocolosresumosneurologiaresumoavc TSRSpdf Acesso em 25 jan 2022 VELASCO I BRANDÃO NETO R SOUZA H MARINO L MARCHINI J ALENCAR J Medicina de Emergência Abordagem Prática Manole 13 ed 2019 ZHAO JJ et al Characteristics of symptomatic plaque on highresolution magnetic resonance imaging and its relationship with the occurrence and recurrence of ischemic stroke Neurological Sciences v 42 n 9 p 36053613 2021 Disponível em httpsdoiorg101007s1007202105457y Acesso em 5 fev 2022 ZHAO M et al Relationship between ischemic stroke locations etiology subtypes neurological outcomes and autonomic cardiac function Neurological research v 42 n 8 p 630639 2020 Disponível em httpspubmedncbinlmnihgov32701421 Acesso em 17012021 RESENHA CONSIDERAÇÕES GERAIS DO AVEi E SEU IMPACTO NA ROTINA CLÍNICA INTRODUÇÃO O acidente vascular encefálico AVE é um importante problema de saúde em escala mundial Se refere como a principal causa de morte em pessoas acima de 60 anos e a principal causa de incapacidade em longo prazo com impacto na qualidade de vida de pacientes familiares e serviços de saúde Segundo a OMS Organização mundial da saúde o AVE referese ao desenvolvimento rápido de sinais clínicos de distúrbios focais eou globais da função cerebral com sintomas de origem vascular com duração igual ou superior a 24 horas provocando alterações de acordo com a área e a extensão da lesão No caso do AVE isquêmico AVEi consiste na morte localizada ou não do tecido do cérebro infarto cerebral ocorre decorrente de um fornecimento inadequado de sangue e oxigênio a ele em razão de uma obstrução na artéria que supre a região normalmente essa obstrução é por conta de um coágulo sanguíneo eou um depósito de gordura devido à aterosclerose Os fatores de risco para o AVEi reúnemse em dois grupos os fatores modificáveis e os não modificáveis Os fatores considerados modificáveis são hipertensão arterial sistêmica tabagismo obesidade dislipidemia dieta sedentarismo diabetes mellitus consumo de álcool doenças cardíacas e uso de anticoncepcional Os fatores não modificáveis são idade maior que 60 anos raça negra gênero história familiar positiva para AVE prévio MARIANELLI et al 2020 A apresentação clínica do AVEi dependerá do território vascular irrigado dessa maneira é fundamental a compreensão do sistema carotídeo interno e do sistema vertebrobasilar O sangue é fornecido para o cérebro por meio de dois pares de grandes artérias As artérias carótidas internas e as artérias vertebrais No crânio as artérias vertebrais se unem para formar a artéria basilar na parte de posterior da cabeça já as artérias carótidas internas e a artéria basilar se dividem em vários ramos incluindo as artérias cerebrais as quais se unem para formar o polígono de Wilis Sabendo que a maioria das células cerebrais morre se for privada de sangue por 45 horas o quanto mais precoce o evento for detectado melhor serão os prognósticos para o paciente Contudo quando as grandes artérias que irrigam o cérebro sofrem uma obstrução algumas pessoas não apresentam sintomas ou sofrem apenas um acidente vascular cerebral leve isso se dá devido à medidas que o próprio corpo utiliza como mecanismo de defesa como angiogênese de vasos próximos ao local quando esta obstrução é gradual ou por fatores genéticos como pessoas que nascem com grandes artérias colaterais por conta dessas descobertas atualmente a extensão da lesão é classificada como proporcional à duração à gravidade da redução do fluxo e ao tipo etiológico do AVEi Por fim o diagnóstico do AVE é dado através de uma tríade formada pela avaliação médica através do exame físico exames complementares de imagem e caso necessário exames laboratoriais Em geral a tomografia computadorizada TC é realizada inicialmente após a sintomatologia do paciente indicar que ele está sendo acometido por um AVE Nesse contexto a TC ajuda a distinguir um acidente vascular cerebral isquêmico de um acidente vascular cerebral hemorrágico um tumor cerebral um abscesso e outras anomalias estruturais DESENVOLVIMENTO Sabendo de um panorama inicial sobre o quadro patológico para aprofundar os estudos sobre o AVEi foram selecionados artigos que tratam dos aspectos gerais em forma de revisão bibliográfica os possíveis prognósticos para pacientes que foram acometidos com esse quadro e a qualidade de vida durante e após os eventos Fatores esses que são de suma importância para a formação profissional Nos estudos de ALVES et al 2022 em seu artigo Aspectos do AVE isquêmico uma revisão bibliográfica destaca a relevância de se conhecer as repercussões e os aspectos do AVEi de uma maneira geral com referências bastante atuais uma vez que o período de pesquisa se baseia de 2012 até o ano de 2022 O foco do estudo é responder as expectativas em torno dos aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que ele possa conseguir um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz algo que é efetivo para modelos de revisão já que se trata da reunião de ideias atualizadas e de maior importância para se ter conhecimento reunidas em um único artigo Vale a pena destacar alguns pontos de reflexão importantes como o resultado do processo da doença no individuo não tem apenas impactos individuais mas também econômicos por isso a importância em se conhecer diagnosticar e tratar de forma eficaz o evento encefálico isquêmico constitui a segunda causa de morte e a terceira principal circunstância de invalidez no mundo de tal forma que o mesmo consiste em um dos maiores problemas de saúde global levando a incapacidades permanentes e altos custos hospitalares DIENER HANKEY 2020 Além de somar nos conhecimentos dos fatores de risco já conhecidos através dos estudos de LIMA et al 2016 citados no artigo o Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Mundial da Saúde OMS que apontam como complicação do AVE o uso de Anticoncepcional e a OMS contraindica a utilização desse método caso a usuária tenha algum dos fatores de risco já citados neste trabalho Sabendo disto esse artigo tornase por sua base na prevenção do AVEi através da atuação multidisciplinar em identificar os aspectos relacionados aos fatores de risco para desta maneira obter um diagnóstico precoce que é de fundamental importância na abordagem deste evento O tempo é o principal aliado nesta tarefa pois se as manobras de restauração do fluxo sanguíneo forem feitas rapidamente os efeitos decorrentes da isquemia podem ser minimizados ALVES et al 2022 essa afirmação da autora impacta diretamente no prognostico de tratamento custos e eficiência do atendimento integral ao paciente que responde a pergunta investigativa do artigo que o conhecimento de aspectos gerais auxilia sim os fatores envolvidos no processo de adoecimento pelo AVEi e a importância de sabelos Já nos estudos de FERNANDES et al 2021 a autora em seu artigo traz como reflexão um estudo observacional que traça um paralelo entre a consequência do diagnóstico e tratamento em relação ao saber etiológico e multifatorial do AVEi por parte da equipe hospitalar e como isso vai impactar diretamente na independência funcional do paciente Esse artigo complementa o ideal abordado na revisão bibliográfica de ALVES et al 2022 demonstrando mais uma vez o quanto o conhecimento dos aspectos pode impactar na qualidade de vida funcional do paciente tendo em vista um modelo que destaca o biopsicossocial do paciente Além disto esse estudo destaca que a etiologia também possui um sistema próprio para classificála o TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment e assim poder predizer com melhor magnitude os impactos que o evento vascular encefálico pode inferir no conjunto de tratamento desde corpo clínico ao impacto na vida do paciente e seus familiares Ademais vale a pena destacar neste estudo que ele possui divergências em relação a outros estudos da literatura onde apresentam Aterosclerose de Grandes Vasos ATGV e cardioembolia como os principais subtipos de AVC Nesse estudo encontramos que pacientes com AVC isquêmico secundário a oclusão de pequenos vasos apresenta melhor prognóstico de acordo com a escala modificada de Rankin e que mecanismos cardioembólicos e a presença de Diabetes estão associados a pior prognóstico neurológico Essas informações são fundamentais para o corpo clínico multidisciplinar que irão definir a abordagem de reabilitação do paciente após o evento isquêmico FERNANDES et al2021 Por fim com intuito de complementar o pensamento voltado ao diagnóstico e tratamento eficazes e o quanto isso pode impactar ao paciente nos estudos de SILVA et al 2021 tem enfoque principalmente na qualidade do indivíduo e como isso impacta o aspecto biopsicossocial ao seu redor Baseandose numa perspectiva que os indivíduos acometidos por AVC apresentam dificuldades em realizar suas Atividades de Vida Diária AVDs passando a depender de forma parcial ou total do auxílio de familiares ou cuidadores SILVA et al 2021 evitar que a extensão dos danos causados pelo AVE principalmente o isquêmico é dado como a principal maneira de evitar que prognósticos baseados nessa perspectiva se tornem mais comuns Portanto reforça a ideia inicial desses estudos que o conhecimento de aspectos relacionados ao AVEi tornam tanto o diagnostico quanto o tratamento mais eficaz CONCLUSÃO Após a realização desse trabalho podese inferir que o conhecimento integral sobre o AVEi desde sua fisiopatologia fatores associados e principalmente escalas de avaliação para etiologia é um diferencial que deveria ser apresentado a todo corpo clínico uma vez que se mostra a importância da atuação multidisciplinar no quadro do paciente e o quanto essa atuação vai impactar diretamente no prognostico funcional e qualidade de vida não só do paciente como a todos que estão envolvidos no processo de tratamento bem como também a redução de gastos com saúde É importante salientar a necessidade de divulgação por meio digital de forma a ser acessível informações sobre os principais sintomas que podem ser apresentados nas primeiras 24 horas para que além do corpo clínico a população saiba identificar um potencial AVE e poder procurar por ajuda clínica uma vez que os sintomas são identificáveis facilmente e tendem a progredir de acordo com a extensão Por fim ressalvo mais uma vez a importância do diagnostico precoce e eficaz dentro do menor quantitativo de tempo possível mas que para isso se torna necessário todo processo de conhecimento consolidado durante a formação do profissional em saúde para assim sempre buscar ter impactos cada vez menores no conjunto de serviços de saúde e o individuo como usuário otimizando os recursos e processo de tratamento REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 Alves Letícia Furtado et al Aspectos do AVE isquêmico uma revisão bibliográfica Aspects of ischemic stroke a literature review Brazilian Journal of Health Review 52 202240984113 Disponível em httpsbrazilianjournalscomojsindexphpBJHRarticleview44707 2 Fernandes Claudia Garcia Carrijo et al Independência funcional após acidente vascular cerebral AVC isquêmico em relação à fisiopatologia de acordo com TOAST Revista Brasileira de Neurologia 571 2021 1316 Disponível em httpspesquisabvsaludorgportalresourceptbiblio1177695 3 Silva Francisco Valter Miranda et al Qualidade de vida de pacientes acometidos por acidente vascular cerebral Revista de Atenção à Saúde 1969 2021 Disponível em ttpswwwseeruscsedubrindexphprevistacienciassaudearticleview7739 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4098 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Aspectos do AVE isquêmico uma revisão bibliográfica Aspects of ischemic stroke a literature review DOI1034119bjhrv5n2009 Recebimento dos originais 15022022 Aceitação para publicação 02032022 Letícia Furtado Alves Acadêmica de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua São Benedito casa 2000 Bairro Formosinha FormosaGO CEP 73813401 Email lefual2000gmailcom Karine Panuce de Oliveira Acadêmica de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua Santiago Dantas quadra 104 lote 23 Parque estrela Dalva 1 Luziânia GO 1155 CEP 72804360 Email karine27panuceoutlookcom Glória Edeni Dias Pereira Amorim Acadêmica de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua Turmalina quadra 3 lote 24 Jardim Califórnia FormosaGO CEP 73807815 Email gloriaamorim9imggmailcom Thiago Cavalcante Ribeiro Acadêmico de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço SMPW Q 26 CJ 08 LT 03 CS 7 BrasíliaDF CEP 71745608 Email tcribeiromedgmailcom Gabriel Vitor Ribeiro da Silva Acadêmico de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus FormosaGO Endereço Rua 42 quadra 16 lote 4 Bairro Parque Lago Formosa Goiás CEP 73813868 Email gabrielvtr2gmailcom Mayck Feitosa Câmara Acadêmico de Medicina Instituição Universidade de Rio Verde campus GoianésiaGO Endereço Rua Do Badejo Qd 57 Lote 16 casa 2 Jardim Atlântico Goiânia Goiás CEP 74343090 Email mayckfeitosahotmailcom Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4099 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Cleverson Rodrigues Fernandes Pósdoutor em Ciências Médicas pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Instituição Universidade de São Paulo FMRP USP Endereço Avenida Brasília Bairro Formosinha Formosa GO CEP 73813010 Email cleversonfernandesunirvedubr RESUMO O acidente vascular encefálico AVE é uma patologia ocasionada por alterações no fluxo sanguíneo para o cérebro e pode ser de origem hemorrágica isquêmica ou subaracnóidea sendo o tipo isquêmico o mais prevalente e o mais incidente Além do mais é considerada a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil já no mundo apresentase como segunda doença neurológica mais prevalente e de mesma forma em mortalidade ademais é a terceira principal causa de invalidez Esse estudo traz como objetivo responder a seguinte pergunta norteadora Quais são os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que haja um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz Este trabalho tratase de uma pesquisa bibliográfica baseada em artigos obtidos nas bases de dados Pubmed Web of Science Scielo e Google Scholar publicados entre os anos de 2012 a 2022 Também usouse para esta pesquisa livros de renome da neurologia e manuais do Ministério da Saúde Está revisão focou na epidemiologia na etiologia na apresentação clínica de acordo com a vascularização nos fatores de risco no diagnóstico e no tratamento do AVEi para responder à questão norteadora No cenário brasileiro o AVE isquêmico representa a causa mais prevalente de óbitos superando as mortes por causa cardiovasculares sendo essa síndrome encarregada por um número notável de internações no país além dos altos índices de morbimortalidade A apresentação clínica do AVE isquêmico dependerá do território vascular irrigado Portanto é fundamental a compreensão do sistema carotídeo interno e do sistema vértebrobasilar O diagnóstico baseia se na associação do exame clínico e dados radiológicos sendo que não é possível determinar apenas clinicamente se o AVE é de origem isquêmica ou hemorrágica No AVE isquêmico ocorre obstrução de um vaso arterial encefálico dessa maneira a terapia trombolítica ou a trombectomia mecânica são os tratamentos realizados na fase aguda com o objetivo de desobstruir a artéria antes que haja lesão tecidual irreversível Portanto o conhecimento médico sobre AVE isquêmico reduz a taxa de mortalidade e invalidez deste agravo de grande incidência e prevalência no mundo Palavraschave ave isquêmico etiologia apresentação clínica diagnóstico tratamento ABSTRACT Stroke is a pathology caused by changes in blood flow to the brain and can be of hemorrhagic ischemic or subarachnoid origin with the ischemic type being the most prevalent and the most incident In addition it is considered the first cause of death and disability in Brazil in the world it is the second most prevalent neurological disease and in the same way in mortality in addition it is the third leading cause of disability This study aims to answer the following guiding question What are the aspects of ischemic stroke that the physician must know in order to have an accurate diagnosis and an effective treatment This work is a bibliographic research based on articles obtained from Pubmed Web of Science Scielo and Google Scholar databases published between the years 2012 to 2022 neurology and Ministry of Health manuals This review focused on epidemiology etiology clinical presentation according to vascularization risk factors diagnosis and treatment of stroke to answer the guiding question In the Brazilian scenario ischemic stroke represents the most prevalent cause of death surpassing deaths from cardiovascular causes and this syndrome is responsible for a remarkable number of Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4100 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 hospitalizations in the country in addition to the high rates of morbidity and mortality The clinical presentation of ischemic stroke will depend on the vascular territory irrigated Therefore it is essential to understand the internal carotid system and the vertebralbasilar system The diagnosis is based on the association of clinical examination and radiological data and it is not possible to determine only clinically whether the stroke is of ischemic or hemorrhagic origin In ischemic stroke obstruction of a cerebral arterial vessel occurs thus thrombolytic therapy or mechanical thrombectomy are treatments performed in the acute phase with the objective of unblocking the artery before irreversible tissue damage occurs Therefore medical knowledge about ischemic stroke reduces the mortality rate and disability of this disease of high incidence and prevalence in the world Keywords ischemic stroke clinical presentation diagnosis treatment 1 INTRODUÇÃO O acidente vascular encefálico AVE é uma patologia ocasionada por alterações no fluxo sanguíneo para o cérebro e pode ser de origem hemorrágica isquêmica ou subaracnóidea sendo o tipo isquêmico o mais prevalente e o mais incidente LOTZ et al HUI C et al 2021 Além do mais é considerada a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil já no mundo apresentase como segunda doença neurológica mais prevalente e de mesma forma em mortalidade ademais é a terceira principal causa de invalidez DIENER HANKEY 2020 Brasil 2022 Moraes 2022 O acidente vascular encefálico isquêmico AVEi é o mais frequente no país e pode ser classificado em cinco subtipos segundo o sistema TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment sendo eles Aterosclerose de Grandes Vasos ATGV Cardioembolia Oclusão de Pequenos Vasos OPV Outras Etiologias OE e indefinido LOTZ et al FERNANDES et al 2021 Dessa forma o AVEi possui causas multifatoriais tendo como causa mais comum a aterosclerose entretanto outros fatores como a hipertensão arterial tabagismo e a obesidade também são alguns dos elementos de dano já seu quadro clínico sugestivo se dá em um período maior que 24 horas em que haverá perda de força ou sensibilidade em alguma região do corpo no entanto quanto ao seu diagnóstico não é inteiro clínico sendo necessário exames de imagem para averiguar a origem do AVE BRASIL 2013 MARIANELLI el al 2020 Zhao et al 2021 Logo observase a relevância de conhecer as repercussões e os aspectos do AVEi já que o mesmo apresenta significativa prevalência não só no Brasil como no mundo Tornase então necessário o diagnóstico e o tratamento precoce a fim de evitar consequências mais graves Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4101 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Portanto é de suma importância para o médico conhecer os aspectos do AVEi evitando erros com o manejo diagnóstico tardio e invalidez do paciente Esse estudo traz como objetivo responder a seguinte pergunta norteadora Quais são os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que haja um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz 2 MÉTODOS Este trabalho tratase de uma pesquisa bibliográfica em que foram compilados artigos obtidos nas bases de dados Pubmed Web of Science Scielo e Google Scholar publicados entre os anos de 2012 a 2022 Também utilizouse para esta pesquisa livros de renome da neurologia e manuais do Ministério da Saúde O objetivo do estudo é responder a seguinte pergunta norteadora Quais são os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve conhecer para que haja um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz Por conseguinte os aspectos do AVE isquêmico que serão elucidados neste trabalho são a epidemiologia a etiologia a apresentação clínica de acordo com a vascularização os fatores de risco o diagnóstico e o tratamento Os descritores em Ciência da Saúde utilizados foram AVE isquêmico Apresentação clínica e Tratamento do AVE isquêmico Usouse 26 referências nas línguas portuguesa ou inglesa Os descritores foram os presentes no MeshDecs e operadores booleanos AND e OR Os critérios de inclusão foram artigos de revisão estudos observacionais e relatos de casos seguindo o período de publicação estimado além da relevância e temática compatíveis com o objetivo do estudo E os critérios de exclusão foram trabalhos que apresentaram informações incompatíveis com o tema estudado estudos que não contemplavam o período proposto ausência de descritores e cartas ao editor 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 31 EPIDEMIOLOGIA O custo global estimado do AVE é superior a 721 bilhões e corresponde a 066 do PIB global pois o paciente que sofre de AVE gera custos não apenas com as internações mas também com a reabilitação De 1990 a 2019 houve um acréscimo significativo no número absoluto de casos de AVE sendo que ocorreu um aumento de 700 na incidência de 1020 na prevalência e de 430 no número de óbitos por AVE É notório salientar que os pacientes residentes em países de renda baixa obtiveram maior taxa de mortalidade nesse período FEIGIN et al 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4102 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Nesse contexto o evento encefálico isquêmico constitui a segunda causa de morte e a terceira principal circunstância de invalidez no mundo de tal forma que o mesmo consiste em um dos maiores problemas de saúde global levando a incapacidades permanentes e altos custos hospitalares DIENER HANKEY 2020 Sabese que até 87 da carga global de episódios vasculares encefálicos é atribuída ao acidente vascular encefálico do tipo isquêmico AVEi Sendo assim percebese a importância de classificações etiológicas confiáveis e métodos de prevenção na prática clínica diária a fim de reduzir as complicações desta patologia RADU et al 2017 No cenário brasileiro o AVE isquêmico representa a causa mais prevalente de óbitos superando as mortes por causa cardiovasculares sendo essa síndrome encarregada por um número notável de internações no país além dos altos índices de morbimortalidade em consequência da falta de um tratamento padronizado pois os centros especializados e hospitais de ponta estão localizados em regiões mais desenvolvidas do país como por exemplo as capitais PONTESNETO et al 2008 Além do aludido a taxa de mortalidade do AVEi e o número de internações por tal patologia foram maiores no Sudeste e menores no CentroOeste do Brasil no ano de 2021 no período de janeiro a novembro MINISTÉRIO DA SAÚDE 2021 Quadro 1 Óbitos taxa de mortalidade e internações por Acidente Vascular Encefálico Isquêmico AVEi no Brasil Período JanNov2021 Região Total de óbitos por AVEi Taxa de mortalidade por AVEi Internações por AVEi Norte 147 1407 1045 Nordeste 481 1366 3522 Sudeste 1756 2155 8148 Sul 681 1446 4710 CentroOeste 120 1322 908 TOTAL 3185 1737 18333 Fonte Ministério da Saúde Sistema de Informações Hospitalares do SUS SIHSUS Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4103 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 32 ETIOLOGIA O Acidente Vascular Encefálico isquêmico AVEi ocorre por oclusão do lúmen vascular e a extensão da lesão é proporcional à duração à gravidade da redução do fluxo e ao tipo etiológico do AVEi A classificação TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment foi elaborada para subdividir o AVEi de acordo com sua etiologia em cinco subtipos Os quais são Aterosclerose de Grandes Vasos ATGV Cardioembolia Oclusão de Pequenos Vasos OPV Outras Etiologias OE e Indefinido FERNANDES et al 2021 O AVEi por ATGV ocorre devido ao acúmulo de placas de gordura na parede vascular formando uma estenose maior que 50 ou oclusão de grandes ramos arteriais ipsilateral à lesão central ou placas complexas na aorta ascendente ou transversa 4mm O AVEi cardioembólico tem sua gênese na oclusão de um leito vascular cerebral por êmbolos provenientes do coração Já a OPV acontece devido a infartos lacunares menores que 15 cm de diâmetro no território irrigado pelas artérias perfurantes As quais vascularizam os núcleos da base claustrum amígdala núcleo caudado putâmen e globo pálido tálamo tronco encefálico coroa radiada e cápsulas interna e externa FERNANDES et al 2021 ZHAO et al 2020 Nesse contexto o AVEi por OPV geralmente repercute nas síndromes lacunares como por exemplo hemiparesia motora pura causada pela isquemia no ramo posterior da cápsula interna ou na ponte hemiparesia sensitiva pura oclusão de pequenos vasos no tálamo ventral hemiparesia atáxica obstrução de pequenos vasos na parte ventral da ponte ou da cápsula interna e mão desajeitada oclusão de pequenos vasos na parte ventral da ponte ou no joelho da cápsula interna externa FERNANDES et al 2021 ZHAO et al 2020 O AVEi de OE está relacionado a vasculopatias sem aterosclerose como por exemplo a doença de Moyamoya e a dissecção arterial disfunções hematológicas desordens na coagulação e vasculites Por fim os AVCi por etiologia indeterminada são aqueles que apesar de uma investigação ampla e minuciosa não se encaixam nas outras categorias CAMILO PONTESNETO 2021 33 APRESENTAÇÃO CLÍNICA E VASCULARIZAÇÃO Inicialmente o quadro clínico sugestivo de AVE figura1 é caracterizado pela redução repentina da força ou da sensibilidade em alguma região do corpo que insista por um período maior que 24 horas Os sintomas dependem de alguns fatores local do cérebro acometido presença de comorbidades e idade do paciente BRASIL 2013 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4104 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 A apresentação clínica do AVEi dependerá do território vascular irrigado Portanto é fundamental a compreensão do sistema carotídeo interno e do sistema vértebrobasilar O primeiro dará origem a artéria oftálmica irriga o bulbo ocular e formações anexas corióidea anterior vascularizam os plexos corioide cápsula interna diencéfalo e núcleos da base comunicante posterior e as artérias cerebral média e anterior Já o sistema vértebrobasilar dará gênese às artérias espinhais anteriores e posteriores irrigam a medula artérias cerebelares inferiores posteriores e a artéria basilar MACHADO 2022 O AVEi pode acontecer ainda no cerebelo por obstrução das artérias cerebelar superior SCA cerebelar pósteroinferior PAICA ou cerebelar anteroinferior AICA e gerar como sintomatologia náuseas vômitos alteração da marcha ataxia e nistagmo ALVES et al 2021 Dessa maneira a sintomatologia do AVEi dependerá de qual artéria foi ocluída pois cada uma irriga um determinado território vascular HANDELSMANN et al 2021 Destaca se que a artéria cerebral média quando isquemiada apresenta uma das apresentação clínica mais severa com combinações variáveis de hemiplegia hemianestesia desvio do olhar hemianopsia homônima contralateral afasia heminegligência e amaurose LEITE FILHO et al 2020 Figura 1 Apresentação clínica do AVEi Fonte Próprio autor 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4105 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Figura 2 Sistematização da apresentação clínica do AVEi de acordo com a vascularização Fonte Adaptação do quadro do livro Medicina de Emergência Abordagem Prática 13 ed 2019 34 FATORES DE RISCO Como já aventado anteriormente a oclusão das artérias intracranianas e das artérias cerebrais pode ser uma causa modificável do AVEi onde a aterosclerose é o fator principal Os fatores de risco reúnemse em dois grupos os fatores modificáveis e os não modificáveis Os fatores considerados modificáveis são hipertensão arterial sistêmica tabagismo obesidade dislipidemia dieta sedentarismo diabetes mellitus consumo de álcool doenças cardíacas e uso de anticoncepcional Os fatores não modificáveis são idade maior que 60 anos raça negra gênero história familiar positiva pra AVE prévio BRASIL 2013 MARIANELLI el al 2020 A hipertensão arterial sistêmica é um grande fator de risco para o desenvolvimento de AVEi e para a transformação do AVEi em acidente vascular encefálico hemorrágico Desse modo a hipertensão arterial sistêmica e suas reverberações podem ser modificadas pelo uso de antihipertensivos e diurético Ademais quanto ao tabagismo à obesidade à dislipidemia ao sedentarismo à diabetes mellitus e ao consumo de álcool devese influenciar o paciente a melhorar seus hábitos de vida ter uma alimentação balanceada evitar álcool cessar o uso de tabaco e fazer atividades física pelo menos 3 vezes por semana MARIANELLI el al 2020 No caso das doenças cardíacas como fator de risco a que mais se destaca é a fibrilação atrial pois facilmente o trombo se desloca da parede do átrio e emboliza para as artérias do Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4106 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 sistema nervoso central O cardioembolismo engendra cerca de 20 a 30 de todos os AVEi e pode ser manejado pela anticoagulação profilática MARIANELLI el al 2020 Além do aludido o risco elevado em relação ao uso de Anticoncepcionais e AVEi foi constatado em 14 estudos no entanto algumas variáveis associadas ao risco devem ser consideradas como o tipo de AVE dosagem dos hormônios tempo de uso outros fatores de risco e a gravidade do evento O Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Mundial da Saúde OMS apontam como complicação do AVE o uso de Anticoncepcional e a OMS contraindica a utilização desse método caso a usuária tenha algum dos fatores de risco acima citados LIMA et al 2016 Portanto intervenções com objetivo de combater os fatores de risco descritos acima são essenciais para a prevenção de grande parte dos AVEi principalmente se abordados no âmbito da atenção primária e com uma perspectiva multidisciplinar LIMA et al 2016 MARIANELLI el al 2020 35 DIAGNÓSTICO Tendo em vista à estreita janela terapêutica do acidente vascular isquêmico agudo o diagnóstico precoce é de fundamental importância na abordagem inicial O diagnóstico baseia se na associação do exame clinico e dados radiológicos sendo que não é possível determinar apenas clinicamente se o AVE é de origem isquêmica ou hemorrágica BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 Indubitavelmente é essencial a coleta de dados sobre o início dos sintomas e o último momento em que o paciente se encontrava despertado ou sem déficits Além disso é importante o questionamento sobre possíveis circunstâncias que possam ter gerado o quadro como abuso de drogas migrânea infecções epilepsia além de fatores de risco para aterosclerose BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 Destarte tornase significativo salientar que a partir do momento que se suspeita de um AVE isquêmico o paciente deve ser encaminhado para o serviço de emergência médica para monitorização de sinais vitais e realização de neuroimagens isto pois a tomada de decisões na primeira hora de ouro é crucial para o prognóstico do indivíduo Dessa forma o exame físico neurológico deve ser breve e o mais completo possível sendo este realizado através da escala do NIHSS National Institute of Health Stroke Scale a qual varia de 0 a 42 pontos tendo relação direta com a área de isquemia Além disso os pacientes devem ser submetidos a exames complementares como glicemia capilar hemograma Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4107 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 completo coagulograma eletrólitos básicos e enzimas cardíacas BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 No que se refere aos exames de neuroimagem a tomografia pode ser normal nas primeiras horas evidenciando apenas sinais indiretos de isquemia até 24 horas mas ainda assim a tomografia computadorizada é considerada o método padrão ouro na emergência para descartar uma hemorragia intracraniana Por conseguinte considerase o diagnóstico de AVEi no paciente com sinal neurológico focal de instalação súbita com duração maior que 24h ou um episódio de qualquer duração se houver evidência radiológica ou patológica de isquemia focal que justifique os sintomas BEZERRA FUKUJIMA FERRAZ 2011 Figura 3 Escala do NIHSS National Institute of Health Stroke Scale Fonte Próprio autor 2022 36 TRATAMENTO No AVEi ocorre obstrução de um vaso arterial encefálico dessa maneira a terapia trombolítica é o tratamento realizado na fase aguda com o objetivo de desobstrução da artéria antes que haja lesão tecidual irreversível PEDRA et al 2020 O tratamento do AVEi é focado principalmente na preservação das áreas afetadas parcialmente pelo evento mas que ainda preservam um fluxo sanguíneo suficiente para evitar um infarto O tempo é o principal aliado nesta tarefa pois se as manobras de restauração do fluxo sanguíneo forem feitas rapidamente os efeitos decorrentes da isquemia podem ser minimizados HUI C TADI P PATTI L 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4108 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Se a abordagem for realizada nas primeiras 45 horas após o início dos sintomas é possível restaurar o fluxo sanguíneo cerebral na região de penumbra e sua função é recuperada PEDRA et al 2020 Algumas condutas a serem consideradas estão listadas na tabela 1 O equilíbrio é o principal ponto a pressão não pode ser tão baixa que não gere revascularização da área de penumbra e não pode ser elevada a ponto que gere um evento hemorrágico Tabela 1 Características das condutas no AVCi Conduta Característica Referência Alteplase Ativador de plasminogênio tecidual humano recombinante Critérios de inclusão deficit neurológico mensurável idade igual ou superior a 18 anos e início dos sintomas dentro de 3 horas HUI C TADI P PATTI L 2022 Trombectomia mecânica Procedimento realizado através de cateter que é capaz de aderir ao trombo e resgatálo desobstruindo o vaso acometido Devese considerar esse tratamento para todos os pacientes mesmo aqueles que receberam terapia fibrinolítica HUI C TADI P PATTI L 2022 Tratamento antiplaquetário A aspirina é recomendada dentro de 24 a 48 horas do início dos sintomas HUI C TADI P PATTI L 2022 Estatinas Estatinas de alta intensidade são recomendadas para pacientes com 75 anos ou menos e que tem doença cardiovascular aterosclerótica HUI C TADI P PATTI L 2022 Fonte Próprio autor 2022 Nesse contexto o protocolo inicial de tratamento sugere que ao chegar o paciente com déficit neurológico é necessário monitorizar o paciente com um monitor cardioscópico medir pressão arterial media coletar a frequência respiratória e cardíaca Após deve se ofertar a oxigenoterapia para manter a saturação de O2 acima de 94 e coletar um acesso periférico com jelco 18 Em relação aos exames necessários glicemia capilar hemograma TP TTPa eletrocardiograma e uma tomografia de crânio sem contraste A história clínica é de suma importância no AVEi mesmo que de forma resumida deve ser colhida com foco nas comorbidades prévias e medicamentos utilizados pincipalmente Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4109 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 anticoagulantes sendo necessário determinar o horário de início de sintomas com a maior precisão possível Outra ferramenta essencial é o NIHSS NIH Stroke Scale pontuada de 0 e 42 pontos de graduação de gravidade crescente ela avalia 11 itens do exame neurológico e deve ser usada enquanto se realiza o exame físico utilizando o ABCDE do Advanced Trauma Life Support ATLS Destarte após a abordagem inicial descrita anteriormente é necessário encaminhar o paciente para trombólise endovenosa com fibrinolítico ou para trombectomia mecânica desde que haja indicação As indicações para reperfusão com trombolítico estão esquematizadas na figura 4 Além do exposto é imprescindível que o médico saiba os seguintes pontos ao indicar a reperfusão com trombolítico a dose de alteplase que deve ser administrada controlar a pressão arterial durante e após o procedimento os sinais de alarme para transformação hemorrágica e os cuidados adequados nas primeiras 24h Todos esses pontos estão evidenciados na figura 5 a qual foi baseada em informações do livro de Medicina de Emergência Abordagem Prática VELASCO et al 2019 Figura 4 Indicações para reperfusão com trombolítico Fonte Próprio autor 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4110 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 Figura 5 Pontos que o médico deve saber ao indicar a reperfusão com alteplase Fonte Próprio autor 2022 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em suma esse artigo respondeu à questão norteadora evidenciando todos os aspectos do AVE isquêmico que o médico deve ter conhecimento pleno para que haja um diagnóstico precoce e um manejo terapêutico adequado Portanto reduzindo a taxa de mortalidade e invalidez por AVEi Além disso o domínio do médico em relação a epidemiologia a etiologia a apresentação clínica de acordo com a vascularização os fatores de risco o diagnóstico e o tratamento trazem ao médico confiança e destreza em seus atendimentos Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4111 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 REFERÊNCIAS ALVES L F et al Lesão cerebelar uma abordagem anatomofuncional em urgência e emergência JBMEDE Jornal Brasileiro de Medicina de Emergência S l v 1 n 1 p e21005 2021 Disponível em 17012021 httpsjbmedecombrindexphpjbmearticleview1 Acesso em 18 jan 2022 BEZERRA Marcio Luiz Ecorcio FUKUJIMA Marcia Maiumi FERRAZ Maria Elisabeth Matta de Rezende Acidente Vascular Cerebral Isquêmico In BERTOLUCCI Paulo H F et al Guia de Neurologia guias de medicina unifesp São Paulo Manole 2011 Cap 23 p 253 274 BRASIL Ministério da Saúde Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular Cerebral departamento de ações programáticas estratégicas Secretaria de Atenção À Saúde Brasília Df p 174 jan 2013 Disponível em httpsbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdiretrizesatencaoreabilitacaoacidentevascular cerebralpdf Acesso em 25 jan 2022 CAMILO M R PONTESNETO O M Coronary Calcium Score Is There a Difference among Ischemic Stroke Subtypes Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 115 n 6 p 1152 1153 2021 Disponível emhttps wwwscielobrjabcacSd8qvRSnQNMynDfCgx7XVmlangptformathtml Acesso em 17012021 DIENER HansChristoph HANKEY Graeme J Primary and Secondary Prevention of Ischemic Stroke and Cerebral Hemorrhage Journal Of The American College Of Cardiology JACC FOCUS SEMINAR CURRENT BEST PRACTICES AND FUTURE DIRECTIONS IN STROKE Duisburg p 18041818 dez 2020 Disponível em httpsreaderelseviercomreadersdpiiS0735109720344260tokenF393B16CB794F0370E B98B6FA26C4B0D4901B8A2A6B39D124CEEA4739CE57388BB34F9CEEC80290249F20 ED75F272146originRegionuseast1originCreation20220125142145 Acesso em 25 jan 2022 FEIGIN V L et al World Stroke Organization WSO Global Stroke Fact Sheet 2022 International journal of stroke official journal of the International Stroke Society v 17 n1 p1829 2022 Disponível em httpsdoiorg10117717474930211065917 Acesso em 03022022 FERNANDES C G C et al Independência funcional após acidente vascular cerebral AVC isquêmico em relação à fisiopatologia de acordo com TOAST Revista Brasileira de Neurologia v 57 n 1 p 1316 2021 Disponível em httpsrevistasufrjbrindexphprbnarticledownload43073pdf Acesso em 17012021 HANDELSMANN H et al Os preditores para o território de AVC afetado e o resultado dos tratamentos de AVC agudo são diferentes para AVC de circulação posterior versus anterior Relatórios Científicos v 11 n 1 p 19 2021 Disponível em httpswwwnaturecomarticless41598021898714 Acesso em 17012022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4112 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 HUI C TADI P PATTI L Ischemic Stroke 2021 Sep 29 In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2022 Jan PMID 29763173 Disponível em httpseuropepmcorgbooksnbk499997 Acesso em 05022022 LEITE FILHO C A DANTAS L I M NOGUEIRA F V RODRIGUES V B Correlação ClínicoAnatômica para Uso da Trombectomia Mecânica no Tratamento de AVE Isquêmico JBNC JORNAL BRASILEIRO DE NEUROCIRURGIA S l v 31 n 3 p 225228 2020 DOI 1022290jbncv31i31866 Disponível em httpsjbncemnuvenscombrjbncarticleview1866 Acesso em 17 jan 2022 LIMA A C S MARTINS L C G LOPES M V O ARAUJO T L de LIMA F E T AQUINO P de S Moura E R F Influence of hormonal contraceptives and the occurrence of stroke integrative review Rev Bras Enferm v 70 n 3 p 64755 2017 Disponível em httpdxdoiorg1015900034716720160056 Acesso em 25 jan 2022 LOTZ R et al ABO blood group system and occurrence of ischemic stroke Arquivos de NeuroPsiquiatria online v79 n 12 p 10701075 2021 Disponível em httpsdoiorg1015900004282XANP20200219 Acesso em 5 fev 2022 MACHADO Angelo BM HAERTEL Lúcia Machado Neuroanatomia funcional 4ed São Paulo Atheneu 2022 MARIANELLI Mariana MARIANELLI Camila DE LACERDA NETO Tobias Patrício Principais fatores de risco do avc isquêmico Uma abordagem descritiva Brazilian Journal of Health Review v 3 n 6 p 1967919690 2020 Disponível em httpswwwbrazilianjournalscomindexphpBJHRarticleview222690 Acesso em 04022022 Ministério da Saúde DATASUS Departamento de Informática do SUS Brasília Ministério da Saúde 2021 Disponível em httpsdatasussaudegovbrinformacoesdesaudetabnet Acesso em 04022022 Moraes M et al Clinical characterization disability and mortality in people with strokes during 90 days Revista Brasileira de Enfermagem online v 75 n 2 p e20201383 2022 Disponível em httpsdoiorg1015900034716720201383 Acesso em 5 fev 2022 PEDRA E F P et al Pacientes pósAVC com e sem trombólise análise da deglutição na fase aguda da doença CoDAS v 32 n 1 p e20180229 2020 Disponível em httpsdoiorg1015902317178220192018229 Acesso em 5 fev 2022 PONTES NETO Octávio Marques NIHStrokeScale Neurologiahu Santa Catarina v 1 n 1 p 18 set 2012 Disponível em httpsneurologiahupaginasufscbrfiles201209NIH StrokeScalepdf Acesso em 25 jan 2022 PONTESNETO Octávio Marques et al Stroke Awareness in Brazil alarming results in a communitybased study Stroke Ribeirão Preto v 25 n 107 p 292296 out 2022 Disponível em httpswwwahajournalsorgdoi101161STROKEAHA107493908 Acesso em 25 jan 2022 Brazilian Journal of Health Review ISSN 25956825 4113 Brazilian Journal of Health Review Curitiba v 5 n 2 p40984113 marapr 2022 RADU Răzvan Alexandru et al Etiologic classification of ischemic stroke Where do we stand Clinical Neurology And Neurosurgery Bucharest v 159 n 1 p 93106 dez 2017 Disponível em httpsreaderelseviercomreadersdpiiS030384671730149Xtoken1A63476051C9E51FD 810008CD18C350A694158DCC417333E3F0FA78C4EAED993A101F6DB48A0D788ABF A17B6CFAABFBEoriginRegionuseast1originCreation20220125142141 Acesso em 25 jan 2022 ROLINDO Saullo José Silva OLIVEIRA Letícia Tomaz SILVA Adria Maria Simões ALVES Oscar Nunes Acidente Vascular cerebral Isquêmico Revisão sistemática dos aspectos atuais do tratamento na fase aguda Rev Pat Tocantins v 3 n 3 p 1826 2016 Disponível em httpssistemasuftedubrperiodicosindexphppatologiaarticleview2420pdf Acesso em 05 fev 2022 STAESSENS S et al Thrombus heterogeneity in ischemic stroke Platelets v 32 n 3 p 331339 2020 Disponível em httpspubmedncbinlmnihgov32310709 Acesso em 05 fev 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Faculdade de Medicina Programa de PósGraduação em Epidemiologia Telessaúde RSUFRGS Resumo Clínico AVC REGULASUS Porto Alegre 2016 Disponível em httpswwwufrgsbrtelessaudersdocumentosprotocolosresumosneurologiaresumoavc TSRSpdf Acesso em 25 jan 2022 VELASCO I BRANDÃO NETO R SOUZA H MARINO L MARCHINI J ALENCAR J Medicina de Emergência Abordagem Prática Manole 13 ed 2019 ZHAO JJ et al Characteristics of symptomatic plaque on highresolution magnetic resonance imaging and its relationship with the occurrence and recurrence of ischemic stroke Neurological Sciences v 42 n 9 p 36053613 2021 Disponível em httpsdoiorg101007s1007202105457y Acesso em 5 fev 2022 ZHAO M et al Relationship between ischemic stroke locations etiology subtypes neurological outcomes and autonomic cardiac function Neurological research v 42 n 8 p 630639 2020 Disponível em httpspubmedncbinlmnihgov32701421 Acesso em 17012021 13 Revista Brasileira de Neurologia Volume 57 Nº 1 JANFEVMAR 2021 Independência funcional após acidente vascular cerebral AVC isquêmico em relação à fisiopatologia de acordo com TOAST Functional independence after ischemic stroke in relation to pathophysiology according to TOAST Claudia Garcia Carrijo Fernandes1 Danieli Damin Ferreira2 Débora Bianca da Rosa Furtado3 Júlia Hartmann3 Jorge Luiz Winckler4 Maria Isabel Morgan Martins5 Luiz Carlos Porcello Marrone6 RESUMO Fundamento O Acidente Vascular Cerebral é uma das principais causas de morte no Brasil O conhecimento sobre a etiologia do AVC é fundamental para uma adequada abordagem dessa doença Objetivo Avaliar se existe relação entre o subtipo de AVC isquêmico com o prognóstico dele e os fatores de risco Métodos Foram avaliados 86 casos de AVC isquêmico no Ambulatório de Neurologia do Hospital Universitário da cidade de CanoasRS no período de outubro de 2018 a novembro de 2019 Foi analisada a relação do prognóstico mRankinS com fatores de risco de AVC e TOAST Resultados Avaliando 86 pacientes com 605 101 anos 40 homens identificamos que oclusão de pequenos vasos apresentou melhor prognóstico p 0031 e cardioembolia um pior prognóstico de acordo com mRankinS p 0001 Diabetes mellitus também apresentou um pior prognóstico p 0021 Conclusão Pacientes com AVC isquêmico secundário a oclusão de pequenos vasos apresentam melhor prognóstico de acordo com mRs Mecanismos cardioembólicos e a presença de DM estão associados com o pior prognóstico neurológico Palavraschave Acidente Vascular Cerebral TOAST escala modificada de Rankin fatores de risco Rev Bras Neurol 571 1316 2021 ABSTRACT Background Stroke is one of the main causes of death in Brazil Knowledge about the etiology of stroke is essential for an adequate approach to this disease Objective To assess whether there is a relationship between the ischemic stroke subtype and its prognosis and risk factors Methods 86 cases of ischemic stroke were evaluated at the Neurology Outpatient Clinic of the University Hospital in the city of CanoasRS from October 2018 to November 2019 The relationship between prognosis mRankinS and stroke risk factors and TOAST Results Evaluating 86 patients aged 605 101 years 40 men we identified that small vessel occlusion had a better prognosis p 0031 and cardioembolism a worse prognosis according to mRankinS p 0001 Diabetes mellitus also had a worse prognosis p 0021 Conclusion Patients with secondary ischemic stroke small vessel occlusion have a better prognosis according to mRs Cardioembolic mechanisms and the presence of DM are associated with a worse neurological prognosis Keywords Stroke TOAST modified Rankin scale risk factors 1PósGraduação em Promoção da Saúde Desenvolvimento Humano e Sociedade Universidade Luterana do Brasil CanoasRS Brasil 2Curso de Fisioterapia Universidade Luterana do Brasil CanoasRS Brasil 3Curso de Fisioterapia Universidade Luterana do Brasil CanoasRS Brasil 4Curso de Graduação de Medicina da Universidade Luterana do Brasil CanoasRS Brasil 5Curso de Graduação de Medicina e Programa de PósGraduação em Promoção da Saúde Desenvolvimento Humano e Sociedade Universidade Luterana do Brasil CanoasRS Brasil 6Curso de Graduação de Medicina e Programa de PósGraduação em Promoção da Saúde Desenvolvimento Humano e Sociedade Universidade Luterana do Brasil CanoasRS Brasil Autor correspondente Claudia Garcia Carrijo Fernandes Endereço ULBRA Canoas Avenida Farroupilha 8001 Prédio 1 sala 124 CanoasRS CEP92425900 fcarrijoclaudiahotmailcom Conflitos de interesse Não existe conflito de interesse Financiamento Financiamento próprio 14 Revista Brasileira de Neurologia Volume 57 Nº 1 JANFEVMAR 2021 INTRODUÇÃO O Acidente Vascular Cerebral AVC é uma das principais causas de morbimortalidade no Brasil e em outros países O AVC pode ser primariamente dividido em dois grandes grupos isquêmico representa aproximadamente 85 dos casos e hemorrágico onde o AVC isquêmico pode ser subdividido em grupos de acordo com sua causa1234 A classificação TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment define cinco grandes subtipos Aterosclerose de Grandes Vasos ATGV Cardioembolia Oclusão de Pequenos Vasos OPV Outras Etiologias OE e Indefinido5 Os fatores de risco para AVC são bastante conhecidos e podem ser divididos em modificáveis como hipertensão arterial sistêmica HAS diabetes mellitus DM tabagismo dislipidemia e não modificáveis como idade sexo história familiar de AVC eou infarto do miocárdio Esses fatores risco possuem impactos diferentes nessa doença sendo a hipertensão arterial sistêmica o principal fator de risco26 A incapacidade funcional de um paciente pósAVC pode ser avaliada pela escala modificada de Rankin mRs que varia de 0 no casos de indivíduos assintomáticos a 6 que representa óbito Considerase que indivíduos com mRs entre zero e 2 apresentam prognóstico favorável com melhor independência funcional após o evento7 Essa escala é muito utilizada em ensaios clínicos para avaliação do benefício de terapias como trombolíticos tratamentos endovasculares8910 Poucos estudos avaliam a correlação da fisiopatologia do AVC isquêmico com a incapacidade do paciente após o evento11 O objetivo desse trabalho foi avaliar a relação entre incapacidade funcional pela escala modificada de Rankin e a fisiopatologia do AVC isquêmico incluindo seus fatores de riscos de acordo com TOAST MÉTODOS Foram analisados os dados de 86 pacientes do Ambulatório de Neurologia do Hospital Universitário de Canoas RS atendidos de maneira consecutiva no período entre outubro de 2018 e novembro de 2019 com diagnóstico de AVC isquêmico Todos os pacientes eram provenientes de Canoas ou regiões de referência desse município e foram avaliados através de anamnese exame físico e revisão de exames complementares por neurologista e fisioterapeuta durante um ou mais atendimento ambulatorial após assinarem termo de consentimento livre Foram avaliados os seguintes dados sexo idade história de fatores de risco HAS DM dislipidemia e tabagismo TOAST escala modificada de Rankin Os dados foram tabulados em banco de dados no programa Microsoft Excel As variáveis contínuas são apresentadas em média e desvio padrão Foram utilizados o teste de Quiquadrado para comparação de dados de distribuição não paramétrica e Teste tStudent para comparação de médias O nível de significância foi considerado p005 Todos os procedimentos desse trabalho foram aprovados pelo comitê de ética da instituição CAAE 00519218000005349 RESULTADO Avaliando 86 pacientes com idade média de 60 5 101 anos sendo 46 mulheres e 40 homens encontramos 59 indivíduos com mRs entre zero e 27 com mRs maior que 3 O subtipo TOAST mais prevalente foi oclusão de pequenos vasos com 30 casos 348 seguido por cardioembolia com 17 197 aterosclerose de grandes vasos com 12 139 e outras etiologias com 11 127 Em 16 casos 186 o TOAST ficou indefinido Destacase que maior parte dos casos de cardioembolia foi secundária à fibrilação atrial O subtipo oclusão de pequenos vasos apresentou um prognóstico melhor que os demais com 833 dos casos com boa evolução de acordo com mRs Já o mecanismo cardioembólico apresentou o pior desfecho com 647 dos indivíduos com prognóstico de pior evolução de acordo com mRs Os fatores de risco mais comuns foram HAS presente em 60 pacientes 697 seguido por dislipidemia com 31 36 e DM com 24 279 Dez pacientes 116 relataram tabagismo atual e 31 36 eram extabagistas Os indivíduos com diabetes apresentaram pior prognóstico de acordo com mRs Os principais resultados estão descritos na tabela 1 Tabela 1 CarrijoFernandes CG et al Prognóstico após AVC isquêmico x TOAST Tabela 1 Prognóstico após AVC isquêmico de acordo com mRankinS mRankinS1 02 3 59 27 Idade2 604119 60842 Sexo Masc3 28 12 0879 Sexo Fem4 31 15 0795 TOAST5 ATGV6 6 6 0134 Cardioembolia 6 11 0001 OPV7 25 5 0031 OE8 9 2 0312 Indefinido 13 3 0227 Fatores de Riscos HAS9 661 777 0274 DM10 203 444 0021 Dislipidemia 322 444 0273 Tabagismo11 508 407 0384 Legenda 1Escala de RanKin Modificada 2Média de idade em anos num total de 86 pacientes 3Sexo Masculino numa amostra de 40 pacientes 4Sexo feminino totalizando 46 pacientes 5Classificação segundo TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment 6Aterosclerose de Grandes Vasos 7Oclusão de Pequenos Vasos8Outras Etiologias 9Hipertensão Arterial Sistêmica 10Diabetes Mellitus 11Inclui tabagista e extabagistas 15 Revista Brasileira de Neurologia Volume 57 Nº 1 JANFEVMAR 2021 DISCUSSÃO Esse estudo foi realizado com pacientes pós AVC isquêmico em atendimento ambulatorial sendo possivelmente esse fato o que fez divergir de outros estudos da literatura onde apresentam ATGV e cardioembolia como os principais subtipos de AVC2 O estudo tem uma relevância científica e acadêmica de grande importância uma vez que demonstra qual o perfil de paciente que mais frequentemente se apresenta no atendimento ambulatorial A importância do conhecimento da fisiopatologia do AVC isquêmico é fundamental para definir a estratégia de prevenção secundária Além disso classificar o AVC isquêmico também se mostra uma maneira de predizer o risco de novos eventos e um fator prognóstico12 Alguns aspectos devem ser considerados nessa análise o fato do melhor prognóstico entre pacientes com OPV possivelmente se deve a menor extensão de lesão isquêmica desse subtipo De acordo com TOAST a OPV apresenta lesões de tamanho inferior a 15 cm Já o mecanismo cardioembólico comumente se manifesta pela oclusão de grandes vasos levando a extensas áreas isquêmicas e déficits corticais Além disso paciente com fibrilação atrial apresentam grande recorrência de novos eventos cerebrovasculares2413 Na avaliação dos fatores de risco merece ser destacado que o fator de risco mais prevalente foi a HAS assim como descrito em estudos prévios 2 No entanto o impacto que o diabetes apresentou no desfecho de maior dependência funcional foi maior que o de outros fatores de risco nesse estudo O pior prognóstico de pacientes com DM já foi amplamente discutido na literatura e se deve a múltiplos fatores como o acometimento importante da microvasculatura cerebral modificações metabólicas e a lesão em múltiplos órgãos14 Muitos são os fatores de risco que podem levar ao AVC alguns deles não são modificáveis como a idade e o sexo esses são inerentes não tem como fazer uma escolha Em relação ao sexo é sabido que mulheres no período fértil estão mais protegidas que os homens de desenvolver hipertensão arterial sistêmica HAS e AVE por apresentarem uma concentração maior dos hormônios femininos principalmente o estrogênio O estrogênio é um cardioprotetor por estimular a secreção do óxido nítrico ser um potente antioxidante e por sua atividade per se como hormônio O estrogênio ao estimular a produção do óxido nítrico nos vasos sanguíneos age reduzindo a agregação plaquetária e promove vasodilatação periférica o que reduz drasticamente a formação de placas de ateroma e o AVC Com a chegada da menopausa a falência ovariana desencadeia a redução drástica do estrogênio e com isso o risco aumentado de AVC em mulheres sendo que os riscos de AVC são proporcionais aos homens nessa faixa etária15 Por isso os eventos vasculares como o AVC tende a ser mais tardio nas mulheres e como é observado nesse trabalho não foi encontrado diferenças significativas entre homens e mulheres nas avaliações realizadas A hipertensão e outras doenças relacionadas faz com que as mulheres passam a liderar a incidência de hipertensão aumentando ainda mais após os 70 anos1617 CONCLUSÃO Nesse estudo encontramos que pacientes com AVC isquêmico secundário a oclusão de pequenos vasos apresentam melhor prognóstico de acordo com mRs e que mecanismos cardioembólicos e a presença de DM estão associados a pior prognóstico neurológico Essas informações são fundamentais para neurologistas e fisioterapeutas que irão definir a abordagem de reabilitação do paciente após o evento isquêmico REFERÊNCIAS 1Saposnik G Del Brutto OH Stroke in South America A systematic review of incidence prevalence and stroke subtypes Stroke 2003 34921032107 2PorcelloMarrone LC Diogo LP Oliveira FM et al Risk factors among stroke subtypes in Brazil J Stroke Cerebrovasc Dis 2013 Jan 2213235 3Caplan LR Caplans Stroke A Clinical Approach 4th Ed Philadelphia ElsevierSaunders 2009 4Amarenco P Bogousslavsky J Caplan LR et al The ASCOD phenotyping of ischemic stroke Updated ASCO Phenotyping Cerebrovasc Dis 201336115 5Adams HP Bendixen BH Kappelle LJ et al Classification of subtype of acute ischemic stroke Definitions for use in a multicenter clinical trial Stroke 1993 Jan 2413541 6Odonnell MJ Xavier D Liu L et al Risk factors for ischaemic and intracerebral haemorrhagic stroke in 22 countries the INTERSTROKE study a casecontrol study The Lancet 20103769735112123 7Soriano FFS Baraldi K Escalas de avaliação funcional aplicáveis a pacientes pós acidente vascular encefálico ConScientiae Saúde 2010 93521553 8National Institute of Neurological Disorders and Stroke rtPA Stroke Study Group Tissue plasminogen activator for acute ischemic stroke N Engl J Med 19953332415811587 9Hacke W Kaste M Bluhmki E et al Thrombolysis with alteplase 3 to 45 hours after acute ischemic stroke N Engl J Med 20083591313171329 10Berkhemer OA Fransen PS Beumer D et al A randomized trial of intraarterial treatment for acute ischemic stroke N Engl J Med 201537211120 11Alvaro LC Timiraos J Sádaba F Inhospital stroke clinical profile and expectations for treatment Neurologia 200823149 12Ois A CuadradoGodia E RodríguezCampello A et al Relevance of stroke subtype in vascular risk prediction Neurology 2013 816 575580 13PorcelloMarrone LC Brunelli JPF Saute RL et al Cardioembolic Sources in Stroke Patients in South of Brazil Thrombosis 2014 201475378014 14Fox CS Golden SH Anderson C et al Update on Prevention of Cardiovascular Disease in Adults With Type 2 Diabetes Mellitus in Light of Recent Evidence A Scientific Statement From the American Heart Association and the American Diabetes Association Diabetes Care 2015 38917771803 15Selbac MT CarrijoFernandes CG PorcelloMarroneLC et al Mudanças comportamentais e fisiológicas determinadas pelo ciclo biológico feminino climatério à menopausa Aletheia 20185112177190 CarrijoFernandes CG et al Prognóstico após AVC isquêmico x TOAST 16 Revista Brasileira de Neurologia Volume 57 Nº 1 JANFEVMAR 2021 16Freitas LRS Garcia LP Evolução da prevalência do diabetes e deste associado à hipertensão arterial no Brasil análise da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1998 2003 e 2008 Epidemiol Serv Saúde Brasília2012 211719 17Petrea RE Beiser AS Seshadri S et al Gender differences in stroke incidence and poststroke disability in the Framingham heart study Stroke 200940410321037 CarrijoFernandes CG et al Prognóstico após AVC isquêmico x TOAST DOI httpsdoiorg1013037rasvol19n697739 Artigo Original 317 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 Recebido em 09032021 Aceito em 14072021 Qualidade de vida de pacientes acometidos por acidente vascular cerebral Quality of life of patients affected by cerebral vascular accident Francisco Valter Miranda Silva1 Orcid httpsorcidorg0000000271222466 Ana Beatriz Castro Oliveira2 Orcid httpsorcidorg0000000222208764 Claudiana Batista de Brito3 Orcid httpsorcidorg0000000218278276 Franklin Douglas Saboia de Sousa4 Orcid httpsorcidorg0000000276018632 Elizandra Menezes Maia5 Orcid httpsorcidorg0000000280517645 João Victor Pereira da Silva6 Orcid httpsorcidorg0000000258638109 Wênia Sâmia Bandeira Ferreira7 Orcid httpsorcidorg0000000327446486 Paula Pessoa de Brito Nunes8 Orcid httpsorcidorg0000000251898469 Resumo O Acidente Vascular Cerebral AVC é uma doença grave suas sequelas podem comprometer a qualidade de vida das pessoas acometidas Objetivo Analisar a qualidade de vida de pacientes acometidos por AVC Metodologia Tratase de um estudo descritivo exploratório do tipo transversal com amostra composta por pacientes acometidos por AVC de ambos os sexos com idade acima de 21 anos Foram aplicados os questionários MiniExame do estado mental MEEM Sociodemográfico e o Medical Outcomes ShortForm 36item Health Survey SF36 Resultados 20 pacientes estavam em atendimento desses apenas 15 atingiram a pontuação necessária no MEEM para entrar na pesquisa 9 600 eram do sexo masculino e 6 400 do sexo feminino com idade igual ou superior a 60 anos com faixas etárias de 60 a 69 anos 6 400 e 71 a 79 anos 2 133 em relação à raça a branca e a parda se igualaram com 7 467 ao tipo de AVC observouse que 11 733 dos pacientes sofreram AVC Isquêmico e 4 267 AVC Hemorrágico Sobre o tempo de ocorrido do AVC 12 80 tinham tido há mais de 1 ano Foram observados baixos escores em todos os domínios da SF 36 principalmente nos aspectos físicos 2666 capacidade funcional 4333 e aspectos emocionais 4193 Conclusão Foi observado o comprometimento na percepção da Qualidade de Vida QV com valores baixos de todos os domínios principalmente nos aspectos físicos emocionais e capacidade funcional com maior frequência em pacientes com diagnóstico clínico de AVC do tipo isquêmico com igual ou superior a 60 anos de gênero masculino Palavraschave acidente vascular cerebral qualidade de vida fatores de risco 1 Email valtermiranda15gmailcom 2 Email obeaoliveiragmailcom 3 Email cbbdianagmailcom 4 Email franklinsousahotmailcom 5 Email elizandramenezesmaiahotmailcom 6 Email viictorsilvaa13gmailcom 7 Email wennisamiaagmailcom 8 Email paulanunes2912gmailcom Centro Universitário Ateneu UNIATENEU Fortaleza Ceará Brasil Silva FVM Oliveira ABC Brito CB Sousa FDS Maia EM Silva JVP Ferreira WSB Nunes PPB 318 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 Abstract Stroke is a serious disease its sequelae can compromise the quality of life of the people affected Objective To analyze the quality of life of stroke patients Methodology This is a descriptive exploratory crosssectional study with a sample composed of stroke patients of both sexes aged over 21 years The questionnaires were applied MiniMental State Examination MMSE Sociodemographic and the Medical Outcomes ShortForm 36item Health Survey SF36 Results 20 patients were in attendance only 15 of them reached the required MMSE to enter the research 9 600 were male and 6 400 were female aged over 60 years aged from 60 to 69 years 6 400 and 71 to 79 years 2 133 in relation to race white and brown were equal to 7 467 for the type of stroke it was observed that 11 733 of the patients suffered a stroke Ischemic and 4 267 Hemorrhagic Stroke About the time of the stroke 12 80 had had it for more than 1 year Low scores were observed in all domains of the SF36 mainly in the natural aspects 2666 functional capacity 4333 and emotional aspects 4193 Conclusion It was observed a compromise in the perception of Quality of Life QOL with low values in all domains mainly in the physical emotional and functional capacity with a higher frequency in patients with a clinical diagnosis of ischemic stroke aged over 60 years of male gender Keywords stroke quality of life risk factors Introdução O Acidente Vascular Cerebral AVC é caracterizado por uma interrupção do fluxo sanguíneo ou extravasamento de líquido para o encéfalo que pode resultar em óbito devido a um problema vascular ocasionando infarto ou hemorragia do tecido neural apresentando como consequência déficits nas funções neurológicas1 Em sua etiologia o AVC classifica se de duas formas Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico AVCh que decorre de um extravasamento de sangue atingindo as estruturas do sistema nervoso central Enquanto o Acidente Vascular Cerebral Isquêmico AVCi é decorrente da obstrução dos vasos limitando o suprimento de oxigênio e substratos para o tecido cerebral2 Mundialmente a patologia em questão apresenta elevadas taxas de incapacidades e morbimortalidades sendo considerado um problema de saúde pública e a segunda maior causa de morte no mundo De acordo com a Organização Mundial de Saúde OMS 2013 estimase que até 2030 o AVC continue sendo a segunda maior causa de morte atingindo cerca de 15 milhões de pessoas por ano e cerca de 5 milhões de óbitos3 No Brasil o AVC é considerado uma doença grave com taxa de sobrevida de 47 sendo considerado um problema de saúde pública por gerar incapacidade e na maioria dos casos perda da independência o que implica diretamente na Qualidade de Vida QV 4 De acordo com a OMS5 a QV referese à percepção do indivíduo de sua inserção na vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos expectativas padrões e preocupações Logo tudo que engloba desde a sua saúde física e psicológica bem como as alterações no contexto individual social e cultural em que esse indivíduo vive e que está exposto pode interferir em sua QV Nessa perspectiva os indivíduos acometidos por AVC apresentam dificuldades em realizar suas Atividades de Vida Diária AVDs passando a depender de forma parcial ou total do auxílio de familiares ou cuidadores Além disso essa nova realidade pode desencadear estresse ansiedade ou quadros depressivos em virtude das limitações impostas pela doença que implicam no convívio familiar e social visto que os domínios da QV podem ser interferidos devido à redução funcionalidade causada pela doença 67 Dessa forma o AVC causa um grande Qualidade de vida pósAVC Poststroke quality of life 319 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 impacto na vida das pessoas seja em caráter individual familiar ou social pois atividades como trabalhar e lazer são prejudicadas sendo desafiador o processo de reabilitação até sua reintegração na família e na sociedade Diante do exposto considerando as limitações causadas pelo AVC em que estas podem implicar em sua qualidade de vida justificase a realização deste estudo Além disso houve o interesse em realizar essa pesquisa a partir de experiências vividas pelos pesquisadores em um centro especializado no cuidado de pacientes com AVC tornandoa relevante quanto à análise dos aspectos que alteram sua condição de saúde podendo assim alertar e incentivar a promoção de saúde visando a melhora da QV da população estudada Portanto o objetivo do estudo foi analisar a QV de paciente acometidos por AVC Materiais e Métodos Tipo de estudo e amostra Tratase de um estudo descritivo exploratório do tipo transversal realizado nos meses de setembro e outubro de 2019 em duas clínicasescolas localizadas no município de FortalezaCeará as clínicas escolas Centro Integrado de Saúde Ateneu CISA e do Projeto Qualivida realizam atendimentos ambulatórias de diferentes especialidades na área da saúde A mostra deste estudo se deu por conveniência sendo recrutados para participar da pesquisa todos os pacientes diagnosticados AVC em atendimento no período supracitado nas referidas instituições Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Ateneu UNIATENEU FortalezaCeará com parecer de nº 3506088 em consonância com a Resolução 46612 do Conselho Nacional de Saúde Os participantes consentiram sua participação pela assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE Delineamento da pesquisa Após as autorizações os pacientes foram submetidos à coleta dos dados com a aplicação de três instrumentos de coleta sendo os questionários aplicados nas próprias clínicas após o atendimento sem que houvesse interferência na rotina de tratamento desses pacientes em local reservado com o sigilo dos dados Critérios de Inclusão e Exclusão Foram inclusos pacientes com diagnóstico clínico de AVC com idade acima de 21 anos de ambos os sexos e que estavam em atendimento nas referidas instituições no período da coleta que ocorreu nos meses de setembro e outubro de 2019 Após o esclarecimento detalhado do estudo foi solicitado que os indivíduos ou cuidadoracompanhante assinassem o TCLE Foram excluídos da pesquisa aqueles com incapacidade de comunicação afasia dispraxia oral e dispraxia da fala e a disartria déficit cognitivo e visual grave que impeça a compreensão e os que não atingiram a pontuação de 20 pontos do MiniExame do Estado Mental MEEM Procedimentos Os instrumentos de coleta aplicados na primeira etapa foram1 MiniExame do Estado Mental MEEM versão brasileira 2 Questionário sociodemográfico histórico de saúde e estilo de vida e 3 SF 36 Medical Outcomes Study 36 Item Short Form Health Survey O MEEM serve para rastrear declínios cognitivos demências e selecionar os pacientes que estavam aptos a responder os demais questionários com ponto de corte de 20 pontos O MEEM é um instrumento utilizado para a avaliação da função cognitiva parâmetros quanto à orientação temporal e espacial memória imediata cálculo linguagem e apraxia construtiva A pontuação máxima é de 30 pontos e pode ser influenciada pela escolaridade do indivíduo89 O Questionário sociodemográfico histórico de saúde e estilo de vida Silva FVM Oliveira ABC Brito CB Sousa FDS Maia EM Silva JVP Ferreira WSB Nunes PPB 320 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 elaborado pelos pesquisadores com base nas informações contidas na Pesquisa Nacional de Saúde10 possui 35 questões com variáveis sociodemográficas sexo faixa etária raça estado civil escolaridade situação ocupacional renda mensal situação da moradia composição familiar histórico de saúde tipo de AVC tempo do ocorrido fatores de risco e se realiza tratamento estilo de vida prática de atividade física uso de drogas licitas e ilícitas nível de estresse O SF36 Medical Outcomes Short Form 36item Health Survey é um questionário multidimensional de fácil compreensão traduzido e validado no Brasil11 O SF36 é um questionário reconhecido como padrãoouro para avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde QVRS servindo como uma escala válida para as condições socioeconômicas e culturais da população brasileira e vem sendo extensamente utilizada em sobreviventes de AVC permitindo traçar um perfil global das condições funcionais psicossociais desses pacientes e de suas expectativas em relação à vida 1214 O questionário é composto por 36 itens subdivididos em oito domínios 1 Capacidade Funcional 10 itens avaliando a presença e extensão de limitações relacionadas à capacidade física 2 Aspectos Físicos 4 itens avalia as limitações quanto ao tipo e quantidade de trabalho bem como quanto essas limitações dificultam a realização do trabalho e das atividades da vida diária 3 Dor 2 itens avalia a presença de dor sua intensidade e sua interferência nas atividades da vida diária 4 Estado Geral de Saúde 5 itens avalia como o paciente se sente em relação à sua saúde global 5 Vitalidade 04 itens considera o nível de energia e de fadiga Aspectos Sociais 6 Aspectos Sociais 02 itens analisa a integração do indivíduo em atividades sociais 7 Emocionais 03 itens avalia o impacto de aspectos psicológicos no bemestar do paciente e 8 Saúde Mental 05 itens inclui questões sobre ansiedade depressão alterações no comportamento ou descontrole emocional e bemestar psicológico1115 O SF36 apresenta um escore final de zero a 100 pontos sendo que zero corresponde à pior e 100 à melhor percepção da QV11 Os dados dos questionários foram analisados pela estatística descritiva e inferencial usando programa SPSS Statistic versão 230 IBM Para a análise da distribuição dos dados foi aplicado o Teste de Kolmogorovsmirnov As variáveis categóricas serão apresentadas por meio da frequência absoluta e relativa e as variáveis numéricas por meio da média desvio padrão DP Resultados Durante a realização do estudo 20 pacientes acometidos por AVC estavam em atendimento nas clínicas CISA e Qualivida desses apenas 15 atingiram a pontuação necessária no MEEM 20 pontos para entrar na pesquisa Dos 15 pacientes 9 600 eram do sexo masculino e 6 400 do sexo feminino quanto à idade a maioria tinha idade igual ou superior a 60 anos com faixas etárias de 60 a 69 anos 6 400 e 71 a 79 anos 2 133 Em relação à raça autorreferida foram predominantes a branca e parda com 7 467 respectivamente Tabela 1 No histórico de saúde observase que houve prevalência do tipo AVC isquêmico verificado em 11 733 dos pacientes e 4 267 AVC hemorrágico A percepção dos pacientes em relação à sua saúde no geral é considerada boa para 14 9333 pacientes e muito boa apenas para 1 667 Todos os 15 100 pacientes precisaram de ajuda após a alta hospitalar Já referente à continuidade da fisioterapia após a alta 10 667 responderam que não continuaram e 5 333 que sim Sobre outras comorbidades presentes nos pacientes 7 467 são hipertensos 5 333 são diabéticos e 3 20 possuem alguma doença cardiovascular Tabela 1 No que diz respeito ao estilo de vida referente à prática de atividade física 8 Qualidade de vida pósAVC Poststroke quality of life 321 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 533 praticam algum tipo de exercício físico essa prática foi frequente em 3 20 realizando 3x por semana seguido de 2 133 2x por semana e 2 1x por semana Todos os pacientes 15 100 relataram não fazer uso de bebida alcoólica e cigarros Tabela 1 Tabela 1 Distribuição das variáveis sociodemográficas histórico de saúde e estilo de vida de pacientes acometidos por AVC Fortaleza Ceará Brasil 2019 Variáreis n Variáveis sociodemográficas Sexo Masculino 9 6000 Feminino 6 4000 FaixaEtária 30 a 39 2 133 40 a 49 2 133 50 a 59 3 200 60 a 69 6 400 70 a 79 2 133 Raça Branca 7 467 Preta 1 67 Parda 7 467 Histórico de Saúde e estilo de vida Tipo de AVC AVC Isquêmico 11 733 AVC Hemorrágico 4 266 Estado de saúde geral Ruim 0 0 Boa 14 933 Muito boa 1 66 Ajuda após alta Sim 15 1000 Não 0 0 Ao sair continuou a fisioterapia Sim 5 333 Não 10 667 Tem HAS Sim 7 467 Não 8 533 Tem Diabetes Sim 5 333 Não 10 667 Tem DCV Sim 3 200 Não 12 800 Pratica atividade física Sim 8 533 Não 7 467 Quantas vezes na semana 1x Por semana 2 133 2x Por semana 2 133 3x Por semana 3 200 Mais de 3x por semana 1 67 Uso de bebida alcoólica Sim 0 0 Não 15 100 Uso de cigarro Sim 0 0 Não 15 100 Fonte Autores 2019 Silva FVM Oliveira ABC Brito CB Sousa FDS Maia EM Silva JVP Ferreira WSB Nunes PPB 322 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 Na análise do questionário SF36 o maior comprometimento ocorreu nos domínios Aspectos físicos emocionais e capacidade funcional além destes os demais apresentaram valores considerados baixos No entanto o domínio aspectos sociais AS apresentou os maiores valores com escore médio de 6660 2129 Tabela 2 Tabela 2 Distribuição dos domínios do questionário SF36 Fortaleza Ceará Brasil 2019 Domínios SF36 Média DP CF 4333 2670 AF 2666 645 DOR 5853 2039 EGS 5953 3598 VITALIDADE 6033 1865 AS 6660 2129 AE 4193 2357 SM 6240 1139 CF Capacidade Funcional AFAspectos Físicos D Dor EGSEstado Geral de Saúde VVitalidade AS Aspectos Sociais AE Aspectos Emocionais SM Saúde Mental Fonte Autores 2019 Discussão A presente pesquisa buscou analisar a qualidade de vida dos pacientes acometidos por acidente vascular cerebral Considerada uma Doença Crônica Não Transmissível DCNT o AVC gera inúmeras limitações de ordem neurológica que comprometem a capacidade física e emocional dos indivíduos Dentre as limitações destacamse as alterações funcionais e cognitivas além de desencadear o aparecimento de sintomas depressivos que interferem de forma parcial ou total na realização das atividades de autocuidado laborais e vida diária afetando a QV do paciente616 Em relação às variáveis sociodemográficas verificouse maior proporção no sexo masculino 60 com idade igual ou superior a 60 anos sendo predominante na amostra a cor branca e parda Diante disso sugerese que com o envelhecimento humano a probabilidade de ocorrer um AVC é maior devido a uma série de fatores contextuais como o estilo de vida e comorbidades consequentemente os idosos estão mais sujeitos ao acometimento da doença do que indivíduos mais jovens Porém a incidência da doença pode ocorrer em qualquer fase da vida independente do sexo e cor Pesquisas realizadas no Brasil corroboram com os resultados do perfil sociodemográfico encontrados nesta pesquisa De acordo com os estudos como os de Barella el al17 Araújo et al3 Da Silva et al18 e Pacheco et al19 constataramse que a faixa etária dos pacientes acometidos pelo AVC ocorreu acima de 60 anos sendo maior no sexo masculino com cor predominante branca e parda No entanto Carvalho e Deodato20 verificaram em seu estudo a prevalência do AVC no sexo feminino porém as variáveis idade e cor foram semelhantes aos dados encontrados nesta pesquisa O tipo de AVC é definido de acordo com a etiologia da lesão Segundo Asplund et al2 a classificação pode ser em AVCi e AVCh além destas a doença pode ocorrer com um quadro transitório caracterizado por uma lesão isquêmica focal com rápida duração e reversão completa do quadro em até 24 horas Os resultados desta pesquisa são condizentes com a literatura verificando que o AVCi ocorreu em 733 da amostra Visto que estudos Qualidade de vida pósAVC Poststroke quality of life 323 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 epidemiológicos apontam que o maior número de casos é do tipo isquêmico172122 No mundo o AVC ocupa o segundo lugar como principal causa de morte tendo maior frequência em adultos e idosos No Brasil devido às mudanças no perfil de morbimortalidade nos últimos anos o AVC como uma DCNT é responsável por um elevado índice de internações e mortalidade23 Segundo Langhorne et al24 o AVCi apresenta maior taxa de incidência e morbidade ocorrendo em 80 dos casos As sequelas físicas e psicológicas que limitam as realizações de AVDs tornam o paciente dependente de um cuidador durante o tratamento e em muitos casos por toda a vida Nosso estudo verificou que toda a amostra obteve ajuda familiar eou cuidadores após a alta hospitalar Para Ovbiagele et al25 no momento em que os pacientes retornam aos seus domicílios deparamse com novas barreiras como a realização das AVDs que antes eram realizadas com independência porém após o AVC as tarefas tornaramse dependentes de auxílios específicos o que dificulta a realização destas O apoio familiar em conjunto com uma abordagem multidisciplinar contribui para uma melhora da QV dos pacientes Dentre as condutas de tratamento a reabilitação fisioterapêutica é de suma importância para a recuperação funcional independência e autonomia que consequentemente interfere de forma positiva nos aspectos biopsicossociais da população estudada26 No entanto 667 dos pacientes deste estudo interromperam o tratamento fisioterapêutico após alta hospitalar Contudo esse dado pode estar relacionado às limitações funcionais e condições socioeconômicas vividas pela amostra Referente às comorbidades que predispõem o AVC constatouse na amostra que 7 467 tinham HAS 5 333 tinham diabetes e apenas 3 20 tinham DCV Em relação aos hábitos de vida 15 100 não fazem uso de bebidas alcoólicas e cigarros quanto à prática de exercícios físicos 8 533 praticam algum tipo de atividade física pelo menos 3 vezes na semana Os fatores de risco modificáveis como estresse hipertensão diabetes tabagismo etilismo obesidade e doenças cardiovasculares são descritos pela literatura como comorbidades favoráveis para o acometimento de doenças cerebrovasculares principalmente o AVC252728 No entanto estudos apontam que aderir a um estilo de vida saudável como uma boa alimentação e práticas de atividades físicas contribui de forma significativa para manter os níveis adequados de autonomia motora melhora da saúde física mental e socialização1929 Portanto a reincidência da doença diminui assim como a incidência de novos casos No presente estudo foram avaliados os fatores referentes aos aspectos biopsicossociais que comprometem as condições de saúde e QV dos indivíduos acometidos pelo AVC Os escores obtidos pelo SF36 que é padrão ouro para avaliar a QV relacionada à saúde mostraram que todos os domínios do referido instrumento foram comprometidos do maior ao menor grau respectivamente AF 2676 AE 4193 CF 4333 D 5853 EGS 5953 V 6033 SM 6240 e AS 6660 Considerando os 8 domínios avaliados pelo SF36 a capacidade funcional e os aspectos físicos avaliam a presença de limitações que prejudicam a realização de atividades de autocuidado trabalho entre outras A dor é verificada quanto sua presença intensidade e interferência nas AVDs enquanto o estado geral de saúde avalia como o paciente se sente em relação à sua saúde global Os aspectos sociais e emocionais analisam a socialização impactos psicológicos no bemestar do paciente e a saúde mental aborda questões sobre ansiedade depressão alterações no comportamento ou descontrole emocional Dessa forma o Silva FVM Oliveira ABC Brito CB Sousa FDS Maia EM Silva JVP Ferreira WSB Nunes PPB 324 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 instrumento possibilita a análise da QV por uma visão multidimensional Estudos realizados no Brasil encontraram resultados semelhantes ao desta pesquisa no que concerne aos escores do SF36 Scalzo et al30 verificaram em sua amostra os seguintes escores AF 341 capacidade funcional 378 AE 539 dor 605 EGS 628 saúde mental 629 vitalidade 671 e por último AS 768 Da mesma forma outro estudo realizado por Silva31 obteve achados similares sendo a CF 4472 AF 4440 EGS 6208 V 7861 AS 6250 AE 5000 SM 7356 Os aspectos relacionados à capacidade física e o desempenho funcional mensurados neste estudo e presentes na literatura podem ser entendidos diante das limitações como vestirse banharse e até mesmo caminhar pequenas distâncias de forma independente gerando déficit nesses pacientes sendo um fator importante na percepção da QV28 Os aspectos emocionais estão relacionados a dificuldades em seu âmbito domiciliar nas suas AVDs e principalmente no trabalho o que pode gerar afastamento provisório ou definitivo por invalidez isso é um fator que contribui para o baixo escore no domínio corroborando com os dados da presente pesquisa30 A análise da qualidade sempre será um desafio e um campo abrangente pois tratase de algo subjetivo e particular de cada indivíduo Nesse contexto as condições de saúde e de vida das pessoas pósAVC tendem a declinar por conta das limitações físicas e emocionais impostas pela doença No entanto os fatores de risco que predispõem a incidência e reincidência de tal patologia podem ser evitados mediante as práticas de hábitos saudáveis como boa alimentação e prática de atividades físicas sendo necessário conscientização e iniciativa por parte do poder público bem como da sociedade em geral Ademais são reconhecidas algumas limitações neste estudo como a amostra por conveniência o que resulta no número de participantes e locais de pesquisa limitados isso dificulta a generalização dos resultados outro ponto limitante foi a não utilização de um questionário específico sobre QV em pacientes com AVC No entanto os resultados deste estudo são relevantes pois sugerem que indivíduos acometidos por AVC passam a ter prejuízos em sua qualidade de vida Assim esperase que nossos achados contribuam para a discussão do tema e incentive a realização de novas pesquisas com maiores amostras Conclusão Foi observado o comprometimento na percepção da QV com valores baixos de todos os domínios e principalmente nos aspectos físicos emocionais e na capacidade funcional que gera uma baixa QV com maior frequência de pacientes com diagnóstico clínico de AVC do tipo isquêmico sendo predominante em indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos do gênero masculino Diante disso apesar das limitações encontradas neste estudo os resultados desta pesquisa são relevantes para a temática estudada podendo estimular e nortear novas práticas de assistência ampliando a prevenção de doenças e incentivando ações de promoção de saúde para melhorar o bemestar da população estudada Contudo sugerese a realização de mais pesquisas com amostras maiores para que se possa identificar e minimizar os fatores que interferem na QV dos pacientes acometidos por AVC Referências 1 World Health Organisation A clear message emerges from this report unless immediate action is taken globally the neurological burden is likely to become an even Qualidade de vida pósAVC Poststroke quality of life 325 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 more serious threat to public health World Heal Organ 2015 httpswwwwhointmentalhealthneurologychapter4neurodisorderspublichc hallengespdf 2 Asplund K Sukhova M Wester P Stegmayr B Diagnostic procedures treatments and outcomes In stroke patients admitted to different types of hospitals Stroke 201546380612 httpswwwahajournalsorgdoipdf101161STROKEAHA114007212 3 Araújo JP Darcis JVV Tomas AVC Centro Tendência da Mortalidade por Acidente Vascular Cerebral no Município de Maringá Paraná entre os Anos de 2005 a 2015 Int J Cardiovasc Sci 201750185901 httpdxdoiorg1059352359480220170097 4 Castro HHG Alencar AP Benseñor IM Lotufo PA Goulart AC Multimorbidities are associated to lower survival in Ischaemic stroke Results from a Brazilian stroke cohort EMMA Study Cerebrovasc Dis 201744342329 httpsdoiorg101159000479827 5 Fleck MPA Lousada S Xavier M Chachamovich E Vieira G Santos L et al Aplicação da versão em português do instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde WHOQOL100 Rev Saude Publica 1999332198 205 httpsdoiorg101590S003489101999000200012 6 Canuto MÂ Nogueira LT Stroke and quality of life an integrative review Rev Pesqui Cuid é Fundam Online 20157225618 httpsdoiorg1097892175 53612015v7i225612568 7 Rangel ESS Belasco AGS Diccini S Qualidade de vida de pacientes com acidente vascular cerebral em reabilitação ACTA Paul Enferm 201326220512 httpsdoiorg101590S010321002013000200016 8 Bertolucci PHF Brucki SMD Campacci SR Juliano Y O MiniExame do Estado Mental em uma população geral impacto da escolaridade Arq Neuropsiquiatr 1994521017 httpsdoiorg101590s0004282x2003000500014 9 Brucki SMD Nitrin R Caramelli P Bertolucci PHF Okamoto IH Suggestions for utilization of the minimental state examination in Brazil Arq Neuropsiquiatr 2003613 B77781 httpswwwscielobrpdfanpv61n3B17294pdf 10 Moreira C Ciclos de vida Vol 2 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE 2014 httpsbibliotecaibgegovbrindexphpbiblioteca catalogoviewdetalhesid525 11 Ciconelli RM Ferraz MB Santos W Meinão I Quaresma MR Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF 36 Brasil SF36 Internet Vol 39 Revista Brasileira De Reumatologia 1999 p 143 50 httpswwwufjfbrrenatonunesfiles201403Valida25C325A725C325A3o doQuestion25C325A1riodequalidadedeVidaSF36pdf 12 Mayo NE WoodDauphinee S Côté R Durcan L Carlton J Activity participation and quality of life 6 months poststroke Arch Phys Med Rehabil 2002838103542 httpdxdoiorg101053apmr200233984 13 Makiyama TY Battisttella LR Litvoc J Martins LC Estudo sobre a qualidade de vida de pacientes hemiplégicos por acidente vascular cerebral e de seus cuidadores Acta Fisiátrica Internet 20041131069 httpdxdoiorg1059350104779520040004 14 Patel MD Tilling K Lawrence E Rudd AG Wolfe CDA McKevitt C Relationships between longterm stroke disability handicap and healthrelated quality of life Age Ageing 20063532739 httpdxdoiorg101093ageingafj074 15 De Oliveira MR Orsini M Quality of life scales for Brazilian stroke patients Rev Neurociencias 200917325562 httpsdoiorg1034024rnc2009v178550 Silva FVM Oliveira ABC Brito CB Sousa FDS Maia EM Silva JVP Ferreira WSB Nunes PPB 326 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 16 RamosLima MJM Brasileiro I de C de Lima TL BragaNeto P Quality of life after stroke Impact of clinical and sociodemographic factors Clinics 20187317 httpsdoiorg106061clinics2017e418 17 Barella RP Duran V de AA Pires AJ Duarte R de O Perfil do atendimento de pacientes com acidente vascular cerebral em um hospital filantrópico do sul de santa catarina e estudo de viabilidade para implantação da unidade de AVC Arq Catarinenses Med Internet 201948113143 httpwwwacmorgbracmseerindexphparquivosarticleview432334 18 Da Silva PLN Dos Santos LS Ribeiro DDD Guimarães HDG Esteves KAF Alves ECS et al Análise da prevalência de acidente vascular encefálico em pacientes assistidos por uma instituição hospitalar JMPHC J Manag Prim Heal Care 201891 15 httpsdoiorg1014295jmphcv9i0333 19 Pacheco FT Littig IA Gagliardi RJ Da Rocha AJ Multidetector computed tomography angiography in clinically suspected hyperacute ischemic stroke in the anterior circulation An etiological workup in a cohort of Brazilian patients Arq Neuropsiquiatr 201573540814 httpsdoiorg1015900004282X20150034 20 Carvalho IA Fatores de risco do acidente vascular encefálico Rev Científica da FASETE 20162118094 httpsdoiorg10168912317434X134 21 Ribeiro K Neves R Brito G Morais J Lucena E Medeiros J Perfil de Usuários Acometidos por Acidente Vascular Cerebral Adscritos à Estratégia Saúde da Família em uma Capital do Nordeste do Brasil Rev Bras Ciências da Saúde 20121623544 httpsdoiorg 104034rbcs201216s205 22 Carvalho MIF Delfino JAS Pereira WMG Matias EFSS Acidente vascular cerebral dados clínicos e epidemiológicos de uma clínica de fisioterapia do sertão nordestino brasileiro Rev Interfaces Saúde Humanas e Tecnol 20152616 httpdxdoiorg10168912317434X134 23 Almeida SRM Análise epidemiológica do acidente vascular cerebral no Brasil Rev Neurociencias 20122044812 doi httpsdoiorg104181RNC201220483ed2p 24 Langhorne P Bernhardt J Kwakkel G Stroke rehabilitation Lancet Internet 201137797781693702 httpsdoiorg101016S0140673611603255 25 Ovbiagele B Bath PM Cotton D Vinisko R Diener HC Obesity and recurrent vascular risk after a recent ischemic stroke Stroke 201142123397402 httpsdoiorg101161STROKEAHA111624957 26 Mendonça LB de A Lima FET Oliveira SKP de Acidente vascular encefálico como complicação da hipertensão arterial quais são os fatores intervenientes Esc Anna Nery 20121623406 httpsdoiorg101590s141481452012000200019 27 Martins EDRC Estudo epidemiológico sobre Acidente Vascular Encefálico em uma Clínica Escola de Fisioterapia Rev saúde pública do Paraná2016171328 httpwww2unicentrobrdefisiofiles201507EstudoepidemiolC3B3gicosobre AcidenteVascularEncefC3A1licoemumaClC3ADnicaEscolade Fisioterapiapdf 28 Costa TF da Gomes TM Viana LR de C Martins KP Costa KN de FM Acidente vascular encefálico características do paciente e qualidade de vida de cuidadores Rev Bras Enferm 20166959339 httpsdoiorg1015900034716720150064 29 Andersen KK Olsen TS The obesity paradox in stroke Lower mortality and lower risk of readmission for recurrent stroke in obese stroke patients Int J Stroke 201510199 104 httpsdoiorg101111ijs12016 30 Scalzo PL De Souza ES Moreira AGDO Vieira DAF Qualidade de vida em pacientes com acidente vascular cerebral Clínica de fisioterapia Puc Minas Betim Rev Neurociencias 201018213944 httpsdoiorg1034024rnc2010v188480 Qualidade de vida pósAVC Poststroke quality of life 327 Revista de Atenção à Saúde São Caetano do Sul SP v 19 n 69 p 317327 julset 2021 ISSN 23594330 31 Gabriele Tainá da Silva F de OY Dor desempenho funcional e qualidade de vida após o acidente vascular encefálico Cent Univ do Sul Minas 201711137 http19210024784bitstreamprefix11281TCCvesc3a3ofinalGabi20041 117pdf Como citar este artigo Silva FVM Oliveira ABC Brito CB Sousa FDS Maia EM Silva JVP Ferreira WSB Nunes PPB Qualidade de vida de pacientes acometidos por acidente vascular cerebral Rev Aten Saúde 2021 1969 317327 RECADO Olá espero que o trabalho tenha ficado do seu agrado Na sua solicitação o documento foi enviado via WORD caso queira fazer edições seguindo o documento anexado Também anexei os artigos utilizados os links de acesso estão nas referências bibliográficas caso queira acesso Qualquer dúvida pode me contatar pelo suporte pelo ID do pedido nós gurus não sabemos para quem esta resolução irá Atenciosamente seu GURU