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Contabilidade Financeira

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Contabilidade e Controladoria Professora Kelly Teixeira Rodrigues Farias AULA 8 T CONtrOl GErENCialcccssssssssssssssssesssessssnsesesssnnssssscsnsesssesssseesssnsssesssnsssssesnnseesessee D 2 Conceito e objetivo dos relatOrios GerenciaAisSsssssseseessessseeeee D 3 Estrutura forma e conteddo dos relatérios gerenciais5 Relato Integrado Evolucao dos Relatorios Gerenciais e de Sus TENTADIIAAME ssssssssssssssonsssssscsnssessensssessesnssscsennssscsesnsssssesssseessensseessensssssessssereseeee I Framework do Relato INtegradocsscsssssssssssssssssssssssessssssssessessssessessssessesnee WD UM Relato Integrado Aevelssassssssssssssnusesssssssesssnusssssssssssssnsesssssssssssssseeesssees AO AULA 8 Contabilidade e Controladoria e 1 Controle gerencial Luz 2014 p 109 define que controle gerencial é formado por um conjunto complexo de atos por parte dos lideres visando a execuao de atividades rela tivas ao planejamento a coordenagao a comunicaao a avaliagao e a decisao Segundo o autor esperado que um sistema de controle gerencial adequado seja Capaz de permitir um monitoramento sistematico e tempestivo de todas as operacoes e transacgdes da empresa para garantir a readequaao dos planos em tempo habil Para isso a area de Controladoria pode auxiliar a gestao fornecendo informa des sobre 0 resultado e o desempenho das transacgoes realizadas pela empresa utilizando todas as ferramentas que vocé estudou até aqui e e e 2 Conceito e objetivo dos re a e e e latorios gerenciais Luz 2014 p 110 define relatorios gerenciais como exposiccodes sintéticas e ana liticas que servem de instrumento para subsidiar as decisdes dos gestores O autor destaca que os relatdérios gerenciais tem o objetivo de reportar informa des acerca de eventos adequadamente mensurados para que 0 processo de cisorio possibilite o atingimento da eficacia empresarial Em outras palavras os relatorios gerenciais sao relatos cujo conteudo tecnicamente elaborado permite a gestao checar se as metas estabelecidas foram cumpridas ou nao o que inclul informagdes de desempenho comparaveis entre o que foi orgado e o que fol realizado Atributos dos relatorios gerenciais Luz 2014 destaca alguns atributos que os relatorios gerenciais devem ter para cumprir seu objetivo Por exemplo Os relatorios gerenciais precisam entregar informacgoes contabeis de quali dade seguindo as caracteristicas qualitativas da informacao contabeis que estudamos quando foi discutido o Processo de Geracao de Informacdes Con tabeis Os relatorios gerenciais precisam disponibilizar informagao relevante a qual pode conduzir a melhor decisao a ser tomada pelo gestor com reflexos no desempenho presente e futuro AULA 8 Contabilidade e Controladoria 3 AULA 8 Contabilidade e Controladoria 4 Vale relembrar As características qualitativas da informação contábil são de finidas pelo CPC 00 Estrutura Conceitual para Elaboração de Relatório Contá bilfinanceiro As características qualitativas dividemse em dois grupos sendo que na prática o primeiro deve ter prioridade na aplicação sobre o segundo Os grupos são Características qualitativas fundamentais e Características qualita tivas de melhoria As características qualitativas fundamentais são Relevância e Representação fidedigna A Relevância significa que as informações contábeis disponibiliza das devem ser capazes de provocar uma mudança de atitude no usuário ou em suas decisões Para isso as informações devem ter dois valores ou ambos devem ser capazes de confirmar informações sobre resultado e desempenho anteriores valor confirmatório eou possibilitar que o usuário faça previsões dessa performance no futuro valor preditivo A representação fidedigna con fere confiabilidade à informação contábil uma vez que essa é capaz de refletir adequadamente os eventos e as transações que afetam o resultado e o desem penho da empresa Para isso essa informação precisa ser completa neutra e livre de erro Luz 2014 p 112 argumenta que para influenciar decisões que terão impactos futuros a informação deve conter elementos que habilitem o gestor a visuali zar esses impactos Isso significa que o gestor deve utilizar entre os critérios de mensuração aqueles que indiquem o valor futuro realizando projeções por exemplo Assim o uso de métricas como valor histórico não são recomenda das uma vez que esse valor indica o investimento inicial custo e não inclui in dicativos de como será o comportamento nos próximos períodos É o caso por exemplo da aquisição de um estoque Seu custo inicial de aquisição mostra o investimento que a empresa fez no momento da aquisição mas pouco indica como será o desempenho quando esse estoque for vendido Nesse caso o valor justo ou o valor realizável líquido são mais adequados como base de avaliação para informações gerenciais Relembre os conceitos Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de ativo ou que seria pago pela transferência de passivo em transação ordenada entre participantes do mer cado na data de mensuração Item 612 do CPC 00 R2 Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro Valor Realizável Líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos ne gócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda Item 6c do CPC 16 R1 Estoques Ascaracteristicas qualitativas de melhoria sao Comparabilidade Capacidade de Verificacao Tempestividade e Compreensibilidade Aprofundando essas caracteristicas de melhoria como atributos do relatdério gerencial Luz 2014 destaca que Os relatdrios gerenciais devem possuir informagdes comparativas incluindo informacgdes sobre as variagoes do desempenho real em relagao ao orgado indicando as variagdes mais significativas por area atividade eou produto Os relatdrios gerenciais devem ser oportunos ou seja tempestivos uma vez que essas informagdes devem estar disponiveis no momento critico em que o gestor tomara Sua decisao Além disso os relatdrios gerenciais precisam ser disponibilizados periodica mente estando disponiveis em periodos mais curtos possiveis dentro do pla nejamento da area de Controladoria para possibilitar a tomada de decisao em relacao as atividades operacionais eou produtos que afetarao o resulta do e o desempenho Esses periodos podem ser horarios diarios semanais mensais bimestrais trimestrais semestrais e anuais deopendendo da reper cussao da decisao a ser tomada e da necessidade do gestor Orelatdrio gerencial precisa ser analitico capaz de ser verificado e conciso disposto de uma forma compreensivel Um relatorio gerencial analitico deve mostrar nao apenas o desempenho em si mas também apontar possiveis causas das variagdes ocorridas considerando o que foi planejado anterior mente pelo gestor O relatoério gerencial deve ser conciso apresentando um conteudo estritamente relevante que nao desvie de seu objetivo principal sem informacgoes dubias para que possa ser de facil compreensao e garantir a economia de tempo e decisdes assertivas e adequadas as situagdes mini mizando erros e retrabalho z 5 Estrutura forma e conteu do dos relatérios gerenciais Ainda de acordo com Luz 2014 p 111 os relato6rios gerenciais sao estruturas informativas com determinadas caracteristicas e que de certa forma materia lizam os modelos utilizados para a gestao de valor na empresa Isso significa que os relatorios seguem ao definido no Sistema de Informagées Gerenciais os AULA 8 Contabilidade e Controladoria 5 AULA 8 Contabilidade e Controladoria 6 quais podem se utilizar de relatórios já sistematizados como os apresentados pela Contabilidade Financeira adaptados ou não relatórios semiestruturados mas customizados às necessidades informacionais dos gestores oriundos dos sistemas de informação gerencial adotados pela empresa como orçamentos e demonstrações financeiras projetadas e relatórios de entidades externas às empresas que cumprem o papel de acompanhar o resultado e o desempenho internamente assim como ser um modelo de transparência e governança a ser acompanhado pelo público externo à empresa como é o caso do relato integra do e dos relatórios de sustentabilidade de uma maneira geral Relatórios societários Os relatórios financeiros estabelecidos pela legislação societária tal como o Có digo Civil e a Lei n 640476 eou estabelecidos pelas normas internacionais de Contabilidade traduzidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis no Brasil podem ser transformados e adaptados em relatórios gerenciais pois expressam e disponibilizam um conjunto de informações já processadas e estruturadas com características próprias e que podem atender às necessidades dos gestores em seu processo decisório Vale lembrar Você estudou nas Aulas 1 e 2 sobre o Processo de Geração de Infor mações Contábeis e dentro desse conteúdo o reporte financeiro feito de acordo com o ambiente institucional a que a empresa estava submetida Assim no Códi go Civil é previsto que a empresa elabore obrigatoriamente Balanço Patrimonial e Demonstração dos Resultados na Lei n 640476 é obrigatória a apresentação para as sociedades anônimas e demais sociedades a apresentação de Balanço Patrimonial Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração dos Lu cros ou Prejuízos Acumulados Demonstração dos Fluxos de Caixa e Demons tração do Valor Adicionado Para as normas internacionais de contabilidade tra duzidas no CPC 26 Apresentação das Demonstrações Contábeis as empresas que aderiram a esse padrão ou que são obrigadas pelos respectivos órgãos nor matizadores como é o caso das companhias abertas pela Comissão de Valores Mobiliários ou pelas instituições financeiras no caso das reguladas pelo Banco Central do Brasil e pelo Conselho Monetário Nacional estão obrigadas à elaborar o Balanço Patrimonial Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração do Resultado Abrangente Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Demonstração dos Fluxos de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado Em todas as legislações o conjunto de demonstração contábeis obrigatórias é com plementado por Notas Explicativas AULA 8 Contabilidade e Controladoria 7 O exemplo da empresa Modelo SA LUZ 2014 p 112115 a seguir mostra como pode ser feita a transformação de um relatório financeiro societário em geren cial A empresa Modelo SA produz seis tipos de produtos A B C D E e F Ela possui uma capacidade instalada de produção para 120 unidades Com os dados a se guir organize uma demonstração do resultado que avalie a rentabilidade mais verdadeira de cada produto Os custos dos produtos para o mês em estudo são os seguintes a Materiais diretos consumidos Produtos Materiais Diretos R Materiais Secundários R Embalagem R A 20000 5000 1000 B 30000 8000 1000 C 45000 9000 1500 D 40000 12000 1000 E 15000 10000 2000 F 10000 15000 1000 b Mão de obra direta unitária aplicada Produtos Salários R Encargos R A 10000 8000 B 10000 8000 C 10000 8000 D 10000 8000 E 10000 8000 F 10000 8000 c Custos indiretos de fabricação no mês R Energia Elétrica 80000 Depreciações 150000 Aluguel do Barracão 250000 Mão de obra indireta Gestão da Produção 100000 Mão de obra indireta Almoxarifado 150000 Mão de obra indireta Controle da Qualidade 200000 Manutenção Industrial 180000 Água 50000 Serviços de Terceiros 200000 AULA 8 Contabilidade e Controladoria 8 d Despesas operacionais do período R Salários e encargos administrativos 200000 Material de Expediente 50000 Comunicações telefone e internet 90000 e Preços de Vendas dos Produtos Produtos Preço de Venda R A 65000 B 55000 C 70000 D 75000 E 60000 F 70000 De acordo com o autor para resolver esse caso é necessário apurar o resultado fazendo uso da Demonstração do Resultado em padrão societário na qual o conteúdo e os critérios de alocação e mensuração dos eventos são determina dos de acordo com os padrões contábeis aceitos no Brasil limitados no atendi mento às necessidades informacionais dos gestores Demonstração do Resultado Cfe Legislação Societária do 1º Trimestre de 20X9 em R Receita de Vendas 7900000 Custo dos Produtos Vendidos 8050000 Resultado Bruto 150000 Despesas Operacionais 340000 Resultado operacional antes das receitas e despesas financeiras 490000 Receitas e despesas financeiras Resultado operacional antes dos Tributos sobre o resultado 490000 Despesas com tributos sobre o lucro Prejuízo do Exercício 490000 Refazendo a Demonstração do Resultado de maneira mais analítica menos agregada como no modelo acima é possível analisar com mais segurança o que contribuiu para o resultado alcançado pela empresa o que possibilita maior segurança na tomada de decisão De acordo com Luz 2014 tornar o relatório gerencial ainda mais analítico é uma opção caso sejam incluídas informações por área produto ou divisão e so AULA 8 Contabilidade e Controladoria 9 bre margem de contribuição que é a informação máxima a que se pode chegar com os valores de receitas e gastos A seguir a informação societária será refeita e disponibilizada como um relató rio gerencial Vale a pena relembrar Na Aula 7 estudamos os métodos de custeio e um deles é o Método de Custeio Direto ou Variável o qual considera os custos despesas variáveis para o cálculo do custo unitário do produto Observamos que com informações mais analíticas é possível perceber quais são os produtos deficitários e tomar decisões que modifiquem seu desempe nho ou mesmo a decisão de retirar o produto do mercado Orçamento e demonstrações financeiras projetadas Na Aula 4 analisamos um caso de estudo da Indústria Têxtil SA no qual pu demos acompanhar o processo de elaboração do orçamento e de projeção das demonstrações financeiras Como resultado final das hipóteses e dos indicadores assumidos após a padro nização do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício foi possível realizar o diagnóstico econômicofinanceiro por meio de indicado res como Liquidez Corrente Capital Circulante Líquido Retorno sobre o Patri AULA 8 Contabilidade e Controladoria 10 mônio Líquido Retorno sobre o Ativo Análise do Ciclo Operacional e do Ciclo Financeiro para que pudéssemos estimar o EBITDA o Custo dos Produtos Ven didos as Despesas Resultados não operacionais a Receita e assim projetar a Demonstração do Resultado do Exercício estimar o reflexo nas contas patrimo nial de Estoques Duplicatas a Receber Fornecedores Salários a Pagar e conse quentemente projetar Balanço Patrimonial Demonstração dos Fluxos de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado A Figura 1 resume o passo a passo desse processo de elaboração do orçamento e de projeção das demonstrações finan ceiras Figura 1 Passos para formulação de projeções e compo sição de demonstrações contábeis projetadas Adaptado de Morante Jorge 2008 p 76103 O resultado mostra o conjunto de relatórios financeiros projetados e que pode ser utilizado pelo gestor em sua tomada de decisão e acompanhamento dos indicadoreschave de desempenho Luz 2014 p 111 reforça que os relatórios pro jetados permitem a realização de análises prospectivas sobre o impacto das es tratégias e políticas operacionais sobre endividamento liquidez rentabilidade e geração de caixa das empresas como no caso estudado na Aula 4 da Indústria Têxtil SA AULA 8 Contabilidade e Controladoria 11 Relato Integrado Evolução dos Relatórios Gerenciais e de Sustentabilidade De acordo com Kassai Carvalho e Kassai 2019 p 175 o Relato Integrado é um processo de harmonização e de convergência dos sistemas de gestão e de co municação corporativa que se baseia em um modelo de negócios que contem pla os desafios do desenvolvimento sustentável O Relato Integrado reflete a visão ESG sigla em inglês Environmental Social and Governance o qual contém as ações integradas relacionadas ao meio ambiente ao ambiente social e à go vernança da empresa Os autores destacam que a estrutura do Relato Integrado propõe um conjun to de princípios e elementos de conteúdo com o intuito de provocar profunda mudança mental e de atitudes de membros de conselhos de administração e diretores executivos em um movimento topdown que incorpore em suas es tratégias os valores de criação sustentável de riquezas em toda a organização Kassai Carvalho e Kassai 2019 descrevem em uma linha do tempo na Figura 2 apresentada a seguir como foi a evolução dos relatórios de sustentabilidade desde a implementação do Relatório da Administração até a incorporação do Relato Integrado Figura 2 Linha do tempo de relatos corporativos Fonte Kassai Carvalho Kassai 2019 p 223 AULA 8 Contabilidade e Controladoria 12 O Quadro 1 mostra a evolução destacada na Figura 2 de forma analítica Ano Relatório e suas características 1929 Relatórios Contábeis mais rigorosos e os processos de auditoria e de compliance bem como de governança corporativa ficaram mais complexos Houve a criação da Security Exchange Commission SEC 1976 Aprimoramento do Relatório da Administração RA no Brasil previsto na Lei das Sociedades Anônimas Lei n 64041976 Foi a formalização do primeiro instrumento utilizado pelos diri gentes para reportar comunicações estratégicas e com informações financeiras e não finan ceiras inclusive sobre o futuro da companhia 1997 Balanço Social IBASE foi idealizado por Betinho baseado em modelos adotados na Europa na década de 1960 e incluía os aspectos econômicos sociais e ambientais 1999 Pesquisas acadêmicas na USP deram origem ao atual modelo de Demonstração do Valor Adicionado DVA que se tornou peça obrigatória por força de lei no Brasil com a adoção das IFRS 2002 Global Reporting Initiative GRI teve origem em 1976 na entidade norteamericana CERES mas as primeiras diretrizes pela entidade europeia GRI foram divulgadas em 2002 sendo atualmente o modelo mais completo e utilizado pelas empresas globais O GRI é uma das entidades fundadoras do Conselho Internacional do Relato Integrado IIRC 2004 O Conselho Federal de Contabilidade com base na Resolução 10032004 aprovou a norma brasileira de contabilidade NBTC15 instituindo a Demonstração das Informações de Nature za Social e Ambiental DINSA conhecida também como Balanço Social Esta demonstração é voluntária e muito parecida com o modelo IBASE 2005 BMFBovespa hoje B3 criou o Índice de Sustentabilidade Empresarial ISEB3 composto por uma carteira teórica de empresas que se destacam em seus desempenhos econômico social ambiental e de governança 2009 Os formulários de referências exigido para empresas de capital aberto no Brasil exigidos pela CVM e seus equivalentes nos EUA solicitado pela SEC com centenas de páginas são relató rios profundos e abrangentes que demandam um conhecimento minucioso de todas as áreas e estratégias das companhias 2012 Iniciativa Relate ou Explique adotada pela B3 e outras entidades brasileiras estimulou as empresas a publicarem relatórios de sustentabilidade ou dizer os motivos pelos quais opta ram por não o fazer Isso promoveu um movimento de transparência e é uma prática comum e quase obrigatória entre as companhias 2012 Surgiram diversos sistemas de gestão para controlar o desempenho dos processos e das atividades industriais a exemplo do sistema de gestão da qualidade total SGQ Sistema de Gestão Ambiental SGA e sistema de gestão socioambiental SGSA E isso originou a neces sidade de promover uma integração entre esses diversos sistemas surgindo a norma PAS99 que trata do sistema integrado de gestão SIG Essa norma ainda não foi regulamentada pela ISO mas torna evidente a necessidade de unificar os esforços em uma base em comum O desafio é completude e ao mesmo tempo concisão 2017 Com o sucesso da campanha anterior sobre os relatórios de sustentabilidade a B3 instituiu uma nova iniciativa intitulada Relate ou Explique sobre o engajamento das empresas com os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável ODS 20132030 Com a união dos esforços de diversos usuários e entidades ligadas ao meio corporativo foi criado o Conselho Internacional do Relato Integrado IIRC em 2010 e após longo período de discussões 20102013 inclusive com iniciativas bemsucedidas para incluir o parágrafo 4713 no relatório final da Rio20 finalmente foi divulgada em 9 de dezembro de 2013 a primei ra norma sobre o tema o Framework Integrated Reporting Essa norma é baseada em um conjunto de princípios e elementos de conteúdo que orientam a comunicação baseada no processo de geração de valor de uma companhia ao longo do tempo e tem por objetivo servir de orientação para a próxima etapa evolutiva dos relatos corporativos Fonte Kassai Carvalho Kassai 2019 p 223 AULA 8 Contabilidade e Controladoria 13 É importante ressaltar que esses relatórios possuem o objetivo de evidenciar as estratégias da empresa seus planos de ação incluindo a matriz do Balanced Scorecard estudada na Aula 7 atualmente considerada como uma matriz de materialidade a qual mostra as metas estratégicas das empresas e o conse quente percentual de cumprimento incorporando além das informações sobre clientes produtos processo e aprendizado e crescimento informações sobre o framework do Relato Integrado Assim o relato integrado permite que a gestão possa ter uma atitude mais transparente em relação a seu mercado o que pode afetar seu valor Framework do Relato Integrado De acordo com Kassai Carvalho e Kassai 2019 p 225 o framework do Relato Integrado tem como objetivo estabelecer um conjunto de três conceitos fun damentais sete princípios básicos e oito elementos de conteúdo que orientem a elaboração de um Relato Integrado Os autores os apontam Conceitos fundamentais para elaboração de um Relato Integrado 1 O processo de geração de valor para si e para o outro 2 Os seis capitais 3 Novo modelo de negócios Princípios básicos para elaboração de um Relato Integrado 1 Foco estratégico e orientação para o futuro 2 Conectividade da informação 3 Relação com as partes interessadas 4 Materialidade 5 Concisão 6 Confiabilidade e completude AULA 8 Contabilidade e Controladoria 14 7 Coerência e comparabilidade Elementos de conteúdo para elaboração de um Relato Integrado 1 Visão geral da organização e ambiente externo 2 Governança 3 Modelo de negócios 4 Riscos e oportunidades 5 Estratégia e alocação de recursos 6 Desempenho 7 Perspectivas 8 Base de preparação Esse framework sugere uma estrutura inicial de natureza principiológica e não tem por objetivo segundo Kassai Carvalho e Kassai 2019 oferecer um check list ou roteiro para a elaboração de um Relato Integrado Há um entendimento de que a elaboração deve ser individual e encontre um equilíbrio para que seja evidenciado o modelo de negócio riscos oportunidades e as externalidades po sitivas e negativas específicas da organização e que garanta igualmente um determinado nível de comparabilidade entre as organizações Outra tarefa importante é definir os assuntos que são materiais a serem divul gados em uma matriz de materialidade O esforço para definir as principais metas e os indicadores de execução pode trazer oportunidades para novos ne gócios e atuar como feedback do processo de planejamento estratégico Nesse sentido as organizações estão substituindo os indicadores do BSC pelos defi nidos no Relato Integrado já com essa nomenclatura ou mesmo ainda como Relatórios de Sustentabilidade A Figura 3 mostra os temas materiais definidos pela Natura em 2014 conforme seu Relatório Anual de 2020 AULA 8 Contabilidade e Controladoria 15 Figura 3 Temas materiais e causas da Natura 2014 Fonte Relatório Anual da Natura 2020 p 165 Disponível em httpsstaticredenaturanet htmlsitecfbr052021relatorioanualRelatorioAnualNaturaGRI2020pdf Resumindo os autores destacam que para determinar a materialidade na pre paração e apresentação de um Relato Integrado como realizou a Natura em 2014 as empresas podem passar por três etapas 1 identificação dos temas relevantes com base na sua capacidade de afetar a geração de valor 2 priori zação dos temas relevantes com base na sua importância relativa baseada na magnitude de seus efeitos e 3 determinação das informações a serem divul gadas sobre temas relevantes Além disso o Relato Integrado deve divulgar informações concisas sobre assun tos que possuem efeito significativo na capacidade de a organização criar valor ao longo do tempo e são necessárias duas etapas conforme os autores para organizar seu conteúdo e a apresentação identificação dos limites do relato e dos aspectos materiais como mostra a Figura 4 sinteticamente AULA 8 Contabilidade e Controladoria 16 Figura 4 Apresentação das informações em um Relato Integrado Fonte Kassai Carvalho Kassai 2019 p 234 Kassai Carvalho e Kassai 2019 p 225 ressaltam que a estrutura do Relato Inte grado foi originalmente planejada para o reporte das empresas privadas o que não impede que outras organizações como empresas públicas entidades sem fins lucrativos pequenas empresas países entre outras possam se utilizar des sa estrutura para realizar sua comunicação corporativa com seu públicoalvo O públicoalvo principal do Relato Integrado é constituído dos fornecedores de recursos da organização bem como os gestores internos que podem se utilizar desse modelo de comunicação corporativa para aperfeiçoar as relações inter pessoais e de seus processos decisoriais KASSAI CARVALHO KASSAI 2019 Contudo outros stakeholders podem estar interessados nas informações úteis sobre a capacidade de geração ou destruição de valor de uma corporação tais como empregados clientes fornecedores parceiros comerciais comunidades governos formuladores de políticas públicas e entre outros a própria popula ção civil KASSAI CARVALHO KASSAI 2019 As informações evidenciadas no Relato Integrado podem ser de natureza qua litativa eou quantitativas Kassai Carvalho e Kassai 2019 p 226 afirmam que esse entendimento está ligado ao pressuposto do Relato Integrado o qual en tende que o valor de uma companhia atualmente é formado em sua maior parte por capitais de natureza intangível a utilização de métricas quantitativas AULA 8 Contabilidade e Controladoria 17 e qualitativas complementares às medidas monetárias pode ser útil para me lhor explicar como uma organização gera valor e afeta os seus diferentes tipos de capitais Contudo é incentivado fortemente que ocorra a mensuração atribuição de va lor dos seis tipos de capitais financeiro manufaturado intelectual humano social e de relacionamento e ambiental os quais segundo Kassai Carvalho e Kassai 2019 correspondem à visão mais ampla de desempenho conhecida como Triple Bottom Line econômico social e ambiental ou Triple P ou 3P Pla net People and Profity A Figura 5 ilustra uma visão integrada do Modelo de Negócio que integra os seis capitais no âmbito do Relato Integrado Figura 5 Visão multidimensional dos seis capitais Fonte Kassai Carvalho Kassai 2019 p 232 Saiba mais De acordo com o framework do Relato Integrado Kassai Carvalho e Kassai 2019 p 230231 definem os seis tipos de capitais da seguinte forma Capital financeiro é o montante de dinheiro instrumentos financeiros primá rios ou secundários derivativos disponível em moeda mais os títulos obriga ções certificados e outros papéis negociáveis e conversíveis em moeda e que podem ser obtidos pela organização em suas operações ou captados por meio de emissão de dívidas ou ações Contabilmente o capital financeiro é classifi cado nos Ativos Circulantes e Não Circulantes e refletidos nos Passivos e Patri AULA 8 Contabilidade e Controladoria 18 mônio Líquido oriundos das fontes de financiamentos de capitais próprios e de terceiros Capital manufaturado é o conjunto das estruturas físicas materiais e tecnológi cas colocadas à disposição da organização para a realização de suas atividades e produtos como por exemplo prédios máquinas infraestruturas estoques etc Contabilmente o capital manufaturado pode estar classificado no Ativo Circu lante estoques por exemplo e no Não Circulante imobilizado ou extra conta bilmente como parte intangível não contabilizado Capital intelectual é representado por Ativos Intangíveis relacionados com a propriedade intelectual e a inteligência organizacional de uma organização tais como marcas patentes direitos autorais software direitos licenças sistemas procedimentos protocolos knowhow conhecimento técnico dos profissionais metodologias etc Contabilmente o capital intelectual pode estar classificado no Ativo Circulante Intangível ou extracontabilmente como parcela de goo dwill quando adquirido Capital humano é formado pelas pessoas e pelo conjunto de suas habilidades engajamento e treinamento que as mantém motivadas e alinhadas com os propósitos da organização O capital humano é essencial e reconhecido extra contabilmente como parcela intangível e de maisvalia O pensamento contábil acadêmico e profissional ainda não encontrou uma métrica aceitável para re gistrar contabilmente o capital humano nas demonstrações contábeis conven cionais Capital social e de relacionamento é composto por capitais intangíveis prove nientes do relacionamento da organização com a comunidade e suas partes interessadas e é pautado por valores princípios compromissos confiança re putação licença para operar conhecimentos redes e padrões compartilhados O capital social e de relacionamento é reconhecido extracontabilmente como parcela intangível Capital natural é o conjunto dos bens recursos e serviços ambientais disponí veis para que a organização realize suas atividades e produtos e inclui terras florestas biodiversidade água sol ar qualidade do ecossistema O capital na tural pode estar contabilizado no Ativo Circulante e Não Circulante ou figurar extracontabilmente como parte intangível AULA 8 Contabilidade e Controladoria 19 O Relato Integrado não é considerado necessariamente um novo relatório e sim uma filosofia que pode ser evidenciada como uma parte distinta destacada e acessível de outros relatórios ou pode representar a porta de entrada para infor mações mais detalhadas em outras fontes KASSAI CARVALHO KASSAI 2019 p 226 Tal pensamento entende o Relato Integrado como um processo de comunicação corporativa que envolve o pensamento coletivo ou pensamento integrado e a interrelação pessoal entre os dirigentes e as áreas Em termos práticos o Relato Integrado pode ser incorporado a relatórios tra dicionais como o relatório da administração ou relatório anual ou mesmo ser evidenciado por alguma matriz de evidenciação cujo exemplo mais expressivo é o relatório de sustentabilidade seguindo o modelo Global Reporting Initiative GRI ou mesmo adaptada dos formulários de referência exigidos por órgãos reguladores do mercado como o FR da Comissão de Valores Mobiliários e 20F da Securities and Exchange Commission SEC ou ainda usando estratégias au diovisuais como vídeos eou áudios ou por meio de um relatório específico A forma de apresentação e disponibilização do Relato Integrado da organização depende do que for mais conveniente ou mesmo como dentro do escopo da política de comunicação da corporação Kassai Carvalho e Kassai 2019 p 226 afirmam que nos primeiros anos após a edição do framework 2013 observam que as empresas pioneiras divulgam seus relatos integrados no formato de um novo relatório com número menor de páginas em relação aos seus relatórios anuais e complementados por vídeos ilustrações e mensagens escritas Para finalizar o framework do Relato Integrado Kassai Carvalho e Kassai 2019 p 226 tratam da Declaração dos responsáveis pela elaboração do Relato Inte grado que deve ser realizada pelos responsáveis pela governança da empresa segundo os autores informando 1 O reconhecimento de sua responsabilidade por assegurar a integridade do Relato Integrado 2 O reconhecimento de terem aplicado o conceito fundamental do pen samento coletivo ou pensamento integrado na preparação e na apresenta ção 3 O parecer quanto ao fato de o Relato Integrado estar de acordo com a estrutura AULA 8 Contabilidade e Controladoria 20 Na ausência dessas declarações devem ser explicados pela empresa 1 O papel desempenhado pelos responsáveis pela governança na preparação e na apresentação do Relato Integrado 2 As medidas que estão sendo tomadas para incluir tal declaração em relatos futuros 3 O prazo para fazêlo não deverá ultrapassar o terceiro Relato Integrado Finalizando nosso texto é apresentado o conteúdo mínimo de um Relato In tegrado definido por Kassai Carvalho e Kassai 2019 p 226 para nos auxiliar em análises sobre a estratégia utilizada pela empresa metas e respectivos per centuais de cumprimento os quais são controlados e evidenciados pela área de Controladoria Um Relato Integrado deve 1 Oferecer uma visão da estratégia da organização e como ela se relaciona com a capacidade que a organização tem de gerar valor em curto médio e longo prazo bem como com seu uso e seus impactos sobre os capitais 2 Mostrar uma imagem holística da combinação da interrelação e das dependências entre os fatores que afetam a capacidade da organização de gerar valor ao longo do tempo 3 Prover uma visão da natureza e da qualidade das relações que a organi zação mantém com suas principais partes interessadas stakeholders incluin do como e até que ponto a organização entende leva em conta e responde a seus legítimos interesses e necessidades 4 Divulgar informações sobre assuntos que afetam de maneira signifi cativa a capacidade de uma organização gerar valor em curto médio e longo prazo 5 Ser conciso AULA 8 Contabilidade e Controladoria 21 6 Abranger todos os temas materiais tanto positivos quanto negativos de maneira equilibrada e isenta de erros significativos 7 Devem ser apresentadas a em bases coerentes ao longo do tempo b de maneira a permitir uma comparação com outras organizações na medida em que seja material para a capacidade da própria organização de gerar valor ao longo do tempo 8 Responder às perguntas a O que a organização faz e quais são as circunstâncias em que ela atua b Como a estrutura de governança da organização apoia sua capacida de de gerar valor em curto médio e longo prazo c Qual é o modelo de negócios da organização d Quais são os riscos e oportunidades específicos que afetam a capaci dade que a organização tem de gerar valor em curto médio e longo prazo e como a organização lida com eles e Para onde a organização deseja ir e como ela pretende chegar lá f Até que ponto a organização já alcançou seus objetivos estratégicos para o período g Quais são os desafios e as incertezas que a organização provavelmen te enfrentará ao perseguir sua estratégia e quais são as potenciais impli cações para seu modelo de negócio e seu desempenho futuro h Como a organização determina os temas a serem incluídos no Relato Integrado e como estes temas são quantificados ou avaliados