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Engenharia Civil ·
Fundações e Contenções
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FUNDAÇÕES OBRAS DE TERRA E MECÂNICA DAS ROCHAS TAYRA LOPES PALOMA MORAIS DE SOUZA MARCUS VINÍCIUS PAULA DE LIMA 2 2 TUBULÕES E RECALQUE DE FUNDAÇÕES RASAS Introdução Definese como recalque o deslocamento vertical em um maciço de solo rocha ou outro material geológico com caráter local sendo subsidência o deslocamento vertical em caráter regional O recalque pode ser total absoluto ou diferencial relativo O recalque diferencial é resultante da variabilidade do solo eou variabilidade das tensões O recalque diferencial em 1300 resulta em trincas em paredes enquanto um recalque diferencial de 1150 provoca danos estruturais SKEMPTON MACDONALD 1956 Para concreto os recalques limites podem ser consultados na norma ABNT NBR 6118 enquanto em estruturas de aço os recalques limites podem ser consultados na norma ABNT NBR 8800 Segundo a norma ABNT NBR 6122 2019 o monitoramento do recalque é obrigatório quando a carga variável é significativa em relação à carga total como em solo sob silos e reservatórios e quando a comprimento entre o térreo e a laje de cobertura do último piso habitável é maior do que 55 metros Também é obrigatório monitorar recalque quando são realizadas fundações ou estruturas não convencionais e quando a relação entre altura e largura menor dimensão da superestrutura for maior do que 4 O recalque absoluto ou total é dado pelo somatório entre o recalque imediato e o recalque devido ao adensamento O imediato ocorre a volume constante coeficiente de Poisson igual a 05 por distorção do elemento de solo Ele é verificado quase simultaneamente à aplicação de carregamento ocorrendo em condições não drenadas O seu cálculo é baseado na teoria da elasticidade e por isso constantemente é denominado recalque elástico Contudo devese atentar que o recalque de fato não é elástico por ser o solo um material elastoplástico 3 Neste bloco será discutida a estimativa de recalque por adensamento e por métodos baseado na teoria da elasticidade Serão apresentados os tubulões a capacidade de carga de fundações profundas além da estimativa de recalque em fundações profundas Também será abordada a prova de carga para fundação profunda 21 Estimativa de Recalques Adensamento O recalque por adensamento é típico de argilas saturadas sob carregamento permanente Este recalque resulta de deformações volumétricas com dissipação de pressão neutra O recalque por adensamento pode ser ignorado em argilas sobreadensadas sob tensões inferiores à tensão de préadensamento Conforme a teoria do adensamento proposta por Terzaghi o recalque por adensamento primário em argila normalmente adensada é calculado em função do índice de vazio inicial 𝒆𝒊 da altura do corpo de prova 𝑯 do índice de compressão 𝑪𝒄 da tensão inicial 𝝈𝟏 e da tensão final 𝝈𝟐 como se segue 𝝆𝒂𝒅𝒆𝒏𝒔𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑪𝒄𝑯 𝟏 𝒆𝒊 𝒍𝒐𝒈 𝝈𝟐 𝝈𝟏 Equação 21 Por sua vez em argila sobreadensada o recalque por adensamento primário é dado em função do índice de vazios inicial 𝒆𝒊 da altura do corpo de prova 𝑯 do índice de recompressão 𝑪𝑹 do índice de compressão 𝑪𝒄 da tensão inicial 𝝈𝟏 da tensão de préadensamento 𝝈𝑷𝑨 e da tensão final 𝝈𝟐 como se segue 𝝆𝒂𝒅𝒆𝒏𝒔𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑯 𝟏 𝒆𝒊 𝑪𝑹 𝒍𝒐𝒈𝝈𝑷𝑨 𝝈𝟏 𝑪𝑪 𝒍𝒐𝒈 𝝈𝟐 𝝈𝑷𝑨 Equação 22 4 Fonte UERJ SD Figura 21 Índice de compressão e recompressão 22 Estimativa de Recalques Imediatos em Fundações Rasas Meio Elástico Homogêneo Para a estimativa do recalque imediato 𝝆𝒊 devese inicialmente classificar o maciço de solo em meio elástico homogêneo MEH ou meio elástico não homogêneo Em MEH o módulo de deformabilidade é constante com a profundidade enquanto no meio elástico não homogêneo o módulo de deformabilidade é variável com a profundidade A argila sobreadensada é um clássico exemplo de MEH enquanto a areia é um típico exemplo de meio elástico não homogêneo O recalque ao longo do tempo por drenagem de água é o recalque por adensamento anteriormente apresentado Para estimativa do recalque imediato em MEH são empregados métodos racionais de previsão de recalques nos quais os parâmetros de deformabilidade obtidos em laboratório ou em campo são empregados em modelos teóricos Em laboratório os parâmetros de deformabilidade podem ser obtidos pelo ensaio de compressão triaxial e pelo ensaio edométrico Por ensaio de campo os parâmetros de deformabilidade podem ser determinados pelo ensaio pressiométrico e pelo ensaio de placa 5 Para meio elástico homogêneo MEH pode ser avaliado o recalque considerando camada de espessura semiinfinita e camada de espessura finita Quando o solo considerado MEH é distribuído em camada de espessura semiinfinita podese calcular o recalque imediato para o caso de sapata circular rígida ou sapata flexível quadrada ou retangular CINTRA AOKI ALBIERO 2011 Para uma placa circular rígida que aplica maior tensão nas extremidades da placa de diâmetro 𝑩 o recalque imediato pode ser calculado pela seguinte formulação proposta por Boussinesq 1885 𝝆𝒊 𝝈 𝑩 𝝅 𝟒 𝟏 𝝂𝟐 𝑬𝒔 Equação 23 Para uma placa circular rígida a formulação do recalque imediato é dada em função da tensão entre sapata e solo 𝝈 do diâmetro e do módulo de deformabilidade do solo 𝑬𝒔 que é considerado constante em toda a profundidade CINTRA AOKI ALBIERO 2011 Para uma placa flexível que aplica tensões uniformes no solo quadrada ou retangular de menor lado 𝑩 o recalque imediato pode ser calculado pela seguinte formulação 𝝆𝒊 𝝈 𝑩 𝑰𝝆 𝟏 𝝂𝟐 𝑬𝒔 Equação 24 O fator de influência 𝑰𝝆 depende da forma e da rigidez da sapata e pode ser consultado na tabela apresentada a seguir tabela 21 O lado 𝑩 se trata da menor dimensão em planta da sapata Outra formulação para recalque imediato deve ser utilizada quando o solo considerado MEH é distribuído em camada de espessura finita sobrejacente a um material muito rígido ou indeformado Neste caso o recalque imediato 𝝆𝒊 é função do fator de influência da espessura da camada de solo 𝝁𝟏 fator de Influência do embutimento da sapata 𝝁𝟎 da tensão entre sapata e solo 𝝈 da menor dimensão em planta da sapata 𝑩 e do módulo de deformabilidade do solo 𝑬𝒔 como se segue 6 𝝆𝒊 𝝁𝟎 𝝁𝟏 𝝈𝑩 𝑬𝒔 Equação 25 Tabela 21 Fator de Influência Fonte CINTRA AOKI ALBIERO 2011 O fator de influência da espessura da camada de solo 𝝁𝟏 e o fator de Influência do embutimento da sapata 𝝁𝟎 podem ser obtidos pelos ábacos apresentados na Figura 22 Para determinar o fator de influência da espessura da camada de solo 𝝁𝟏 e o fator de Influência do embutimento da sapata 𝝁𝟎 é necessário calcular a relação entre a distância da base da sapata à camada impermeável 𝑯 e a menor dimensão em planta da sapata 𝑩 Também é necessário calcular a relação entre a maior L e a menor dimensão em planta da sapata 𝑩 além da relação entre a profundidade de embutimento da sapata 𝒉 e a menor dimensão em planta da sapata 𝑩 23 Estimativa de Recalques Imediatos em Fundações Rasas Meio Elástico Homogêneo Multicamadas Para estimar o recalque imediato 𝝆𝒊 em um meio elástico homogêneo com multicamadas devese calcular o bulbo de recalque O bulbo de recalque é considerado a espessura da camada sob a base da sapata responsável por mais de 90 do recalque imediato total CINTRA AOKI ALBIERO 2011 Para MEH o bulbo de recalque é de 𝟔𝑩 sendo 𝑩 o menor lado da sapata portanto a menor dimensão em planta da sapata O bulbo de recalque somente deve ser estendido quando a camada subjacente for mais compressível que as demais O recalque imediato em multicamadas de MEH pode ser estimado por meio dos três métodos Camada Hipotética Sapata Fictícia e Média dos Módulos 7 Fonte CINTRA AOKI ALBIERO 2011 Figura 22 Determinação dos fatores de influência No método da Camada Hipotética e da Sapata Fictícia o recalque imediato 𝝆𝒊 é calculado como o somatório do recalque de cada camada O recalque da camada mais superficial 𝝆𝟏 é calculado nestes dois métodos como se não fosse um caso de multicamadas portanto com o artifício de subir o indeslocável para o topo da segunda camada 𝝆𝟏 𝝁𝟎 𝝁𝟏 𝝈𝑩 𝑬𝒔 Equação 26 Este recalque é somado aos recalques das outras camadas que compõem o bulbo de recalque para se obter o recalque total pelos métodos da Camada Hipotética e da Sapata Fictícia 8 Pelo método da Camada Hipotética devese determinar o recalque de cada camada Para facilitar o entendimento suponha ser este um caso de multicamada com apenas duas camadas camada 1 e camada 2 Portanto o recalque imediato 𝝆𝒊 será dado pelo somatório do recalque de cada camada 𝝆𝒊 𝝆𝟏 𝝆𝟐 Equação 27 O recalque da primeira camada já foi calculado Equação 26 Para o cálculo da segunda camada ou das demais camadas caso seja um exemplo de bulbo de recalque com várias camadas devese considerar uma camada hipotética Esta camada hipotética deve ter espessura igual à total portanto da base da sapata até a base da camada considerada 𝑯𝟏 𝑯𝟐 𝑯 Para toda a camada hipotética considerase o módulo de deformabilidade da segunda camada 𝑬𝒔𝟐 O recalque da camada hipotética com o módulo de deformabilidade da segunda camada 𝑬𝒔𝟐 é dado como se segue 𝝆𝟏𝟐𝑬𝒔𝟐 𝝁𝟎 𝝁𝟏 𝝈𝑩 𝑬𝒔𝟐 Equação 28 O recalque da camada hipotética 𝝆𝟏𝟐𝑬𝒔𝟐 deve ser subtraído pelo recalque da primeira camada camada mais superficial com módulo de deformabilidade igual ao da segunda camada 𝝆𝟏𝑬𝒔𝟐 𝝁𝟎 𝝁𝟏 𝝈𝑩 𝑬𝒔𝟐 Equação 29 Portanto o recalque da segunda camada será a diferença entre o recalque da camada hipotética 𝑬𝒔𝟐 e o recalque da primeira camada com módulo de deformabilidade igual ao da segunda camada como se segue Equação 210 9 O recalque da segunda camada deve ser somado ao da primeira para obter o recalque imediato total 𝝆𝒊 𝝆𝒊 𝝆𝟏 𝝆𝟐 Equação 211 Pelo método da Sapata Fictícia o recalque da primeira camada já foi calculado Equação 26 Para o cálculo da segunda camada ou das demais camadas caso seja um exemplo de bulbo de recalque com várias camadas devese considerar uma sapata fictícia apoiado no topo da segunda camada com dimensões ampliadas por propagação de 12 Figura 23 Fonte CINTRA AOKI ALBIERO 2011 Figura 23 Distribuição de tensão adotada no método da Sapata Fictícia Portanto o recalque da segunda camada é dado em função da tensão distribuída Em sapata quadrada a tensão distribuída no topo da segunda camada 𝚫𝝈 é dada pela seguinte formulação 𝚫𝝈 𝝈 𝑩𝟐 𝑩 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝟐 Equação 212 10 Para sapata retangular de dimensões em planta 𝑩 e 𝑳 a tensão distribuída no topo da segunda camada 𝚫𝝈 é dada como se segue 𝚫𝝈 𝝈 𝑩 𝑳 𝑩 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝑳 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 Nos ábacos Figura 22 pelo método da Sapata Fictícia o recalque da segunda camada tem os eixos dados em função de 𝒉 𝑩 e 𝑯 como se segue 𝒉 𝒉 𝑯𝟏 𝑩 𝑩 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝑳 𝑳 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝑯 𝑩 𝑯 𝑩 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝑳 𝑩 𝑳 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝑩 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝒉 𝑩 𝒉 𝑯𝟏 𝑩 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 Equação 213 Portanto o recalque da segunda camada pelo método da Sapata Fictícia é dado pela seguinte expressão 𝝆𝟐 𝝁𝟎 𝝁𝟏 𝚫𝝈 𝑩 𝑬𝒔𝟐 Equação 214 O recalque da segunda camada deve ser somado ao da primeira para obter o recalque imediato total 𝛒𝐢 pelo método da Sapata Fictícia 𝝆𝒊 𝝆𝟏 𝝆𝟐 Equação 215 11 Por fim o método de Média de Módulos é o mais simples contudo conduz a erros consideráveis Neste método é calculado o recalque pela média ponderada do módulo de deformabilidade da primeira e segunda camada 𝑬𝒔 𝒎𝒆𝒅 𝑯𝟏 𝑬𝒔𝟏 𝑯𝟐 𝑬𝒔𝟐 𝑯𝟏 𝑯𝟐 Equação 216 O recalque imediato 𝝆𝒊 pelo método da Média de Módulos de todas as camadas neste caso duas camadas é dado como se segue 𝝆𝒊 𝝁𝟎 𝝁𝟏 𝝈𝑩 𝑬𝒔 𝒎𝒆𝒅 Equação 217 Nos ábacos Figura 22 pelo método da Média dos Módulos a espessura das camadas utilizada deve ser a espessura total Portanto 𝑯 𝑩 𝑯𝟏 𝑯𝟐 𝑩 Equação 218 Tipicamente o recalque calculado pelo método da Sapata Fictícia ou pelo método da Camada Hipotética é maior do que o método da Média dos Módulos Devese adotar o maior recalque calculado 24 Estimativa de Recalques Imediatos em Fundações Rasas Meio Elástico Não Homogêneo Em geral devido ao confinamento o Módulo de Elasticidade aumenta com a profundidade em areias caracterizando um Meio Elástico Não Homogêneo Para estimar recalque imediato em areia pode ser utilizado o Método de Schmertmann 1978 12 𝝆𝒊 𝑪𝟏𝑪𝟐 𝝈 𝑰𝒛 𝑬𝒔 𝚫𝒛 𝒊 𝒏 𝒊𝟏 Equação 219 Para 𝟏 𝑳 𝑩 𝟏𝟎 o Fator de Influência na deformação à meia altura da iésima camada 𝑰𝒁 à profundidade zero a partir da base da sapata pode ser calculado pela seguinte fórmula 𝑰𝒁𝟎 𝟎 𝟏 𝑳 𝑩 𝟎 𝟖 𝟗 Equação 220 Para 𝑳 𝑩 𝟏𝟎 o Fator de Influência 𝑰𝒁 à profundidade zero a partir da base da sapata tem valor constante igual a 02 Portanto o Fator de Influência na deformação à meia altura da iésima camada 𝑰𝒁 à profundidade zero a partir da base da sapata será de 𝑰𝒁𝟎 𝟎 𝟏 𝑳 𝑩 𝟎 𝟖 𝟗 Equação 221 O Fator de Influência Máximo 𝑰𝒁𝒎á𝒙 𝟎 𝟓 𝟎 𝟏𝝈 𝝈𝒗 ocorre à profundidade de ¼ do bulbo de recalques Em areias o bulbo de recalque abrange a profundidade de 𝟐𝑩 Para calcular este Fator de Influência Máximo é necessário determinar A diferença entre a tensão que a sapata aplica no solo 𝜎 e a sobrecarga que o solo proporciona sobre a base da sapata 𝑞 𝝈 𝝈 𝒒 𝝈𝒂𝒅𝒎 𝒉 𝜸 Equação 222 13 A tensão vertical 𝜎𝑣 atuante é dada em função da profundidade relativa ao Fator de Influência Máximo portanto à profundidade de ¼ do bulbo de recalques 𝝈𝒗 𝒒 𝒉𝑰𝒛𝒎á𝒙 𝜸 Equação 223 Desta forma o Fator de Influência Máximo será calculado como se segue 𝑰𝒁𝒎á𝒙 𝟎 𝟓 𝟎 𝟏𝝈 𝝈𝒗 Equação 224 O Fator de Influência para a Reta 1 entre 𝑰𝒛𝟎𝒎 e 𝑰𝒁 𝑴Á𝑿 será determinado por 𝑰𝒁𝑹𝑬𝑻𝑨 𝟏 𝑰𝒁 𝒛 𝟎 𝑰𝒁 𝑴𝑨𝑿 𝑰𝒁 𝒛 𝟎 𝟐 𝑩 𝟒 𝒁 Equação 225 O Fator de Influência para a Reta 2 entre 𝑰𝒁 𝑴Á𝑿 e 𝑰𝒛𝟐𝑩 pode ser calculado como se segue 𝑰𝒁𝑹𝑬𝑻𝑨 𝟐 𝑰𝒁 𝑴𝑨𝑿 𝟐 𝑩 𝟒 𝑰𝒁 𝑴𝑨𝑿 𝟑 𝟐𝑩 𝟒 𝑰𝒁 𝑴𝑨𝑿 𝟑 𝟐𝑩 𝟒 𝒁 Equação 226 14 Fonte CINTRA AOKI ALBIERO 2011 Figura 24 Fator de Influência Máximo O fator de correção por embutimento da sapata 𝑪𝟏 é dado como se segue 𝑪𝟏 𝟏 𝟎 𝟓 𝒒 𝝈 𝟎 𝟓 Equação 227 O fator de correção por efeito do tempo 𝑪𝟐 é dado como se segue 𝑪𝟐 𝟏 𝟎 𝟐 𝒍𝒐𝒈𝒕 𝒂𝒏𝒐𝒔 𝟎 𝟏 𝟎 𝟓 𝑪𝟐 𝟏 recalque imediato Equação 228 Enquanto o Módulo de Elasticidade é dado como se segue apresentado anteriormente 𝑬𝒔 𝜶 𝑲 𝑵𝒔𝒑𝒕 𝑴𝑷𝒂 Equação 229 15 E por fim o recalque imediato em meio elástico não homogêneo é dado como se segue 𝝆𝒊 𝑪𝟏𝑪𝟐 𝝈 𝑰𝒛 𝑬𝒔 𝚫𝒛 𝒊 𝒏 𝒊𝟏 Equação 230 25 Tubulões Normatização Tubulão pode ser definido como Elemento de fundação profunda em que pelo menos na etapa final da escavação do terreno fazse necessário o trabalho manual em profundidade para executar o alargamento de base ou pelo menos para a limpeza do fundo da escavação uma vez que neste tipo de fundação as cargas são resistidas preponderantemente pela ponta ABNT NBR 6122 2019 Além da ABNT NBR 6122 2019 para a execução de tubulão devem ser observadas a ABNT NBR 6118 Projeto de estruturas de concreto a MET 644 2013 que altera itens da NR18 a NR18 Condições De Segurança E Saúde No Trabalho Na Indústria Da Construção e a ABNT NBR 7678 Segurança na execução de obras e serviços de construção A NR18 será substituída pela Portaria SEPRT 3773 2020 a partir do dia dois de agosto de 2021 Portanto o presente texto irá referirse apenas à Portaria SEPRT 3773 2020 Os tubulões podem ser escavados manualmente ou mecanicamente a céu aberto Os escavados manualmente podem apresentar profundidade máxima de 15 metros SEPRT 3773 2020 Para maiores profundidades deve ser empregado o sistema mecanizado O tubulão escavado manualmente deve ser encamisado em toda a sua extensão deve ser precedido de ensaio in situ para execução à profundidade superior a 3 metros e deve possuir diâmetro mínimo de 90 centímetros SEPRT 3773 2020 Segundo a SEPRT 3773 2020 a escavação manual deve ser precedida de plano de resgate e remoção e o equipamento de descida deve ser projetado por profissional legalmente habilitado O equipamento de descida deve apresentar resistência suficiente e sistema de segurança conforme a SEPRT 3773 2020 16 Pela SEPRT 3773 2020 ficam proibidos o trabalho simultâneo em bases alargadas em tubulões adjacentes sejam estes trabalhos de escavação eou de concretagem e a abertura simultânea de bases tangentes Como um grande avanço social e tecnológico a SEPRT 3773 2020 proíbe a execução de fundação por tubulão a ar comprimido O avanço tecnológico consequente à execução de fundações a maiores profundidades por estacas fundações profundas permite avanço social ao proibir a execução de tubulão a ar comprimido e restringir o uso de tubulão a céu aberto manualmente executado Em um tubulão as cargas são transmitidas essencialmente pela base a um substrato de maior resistência Quando escavado manualmente o prumo e a forma do fuste devem ser conferidos durante a escavação ABNT NBR 6122 2019 A altura da base máxima de um tubulão deve ser de 18 metro com diâmetro limitado comumente a 4 metros As armaduras de fuste e de ligação fustebase quando necessárias devem ser projetadas e executadas de modo a assegurar a plena concretagem do tubulão A abertura mínima na armadura deve ser de 30cm x 30cm O solo de apoio deve ser aprovado por um profissional habilitado antes da concretagem e a capacidade de suporte do apoio pode ser confirmada com penetrômetro de barra manual ABNT NBR 6122 2019 ALONSO 1983 A concretagem deve ser feita imediatamente após a conclusão da escavação sendo realizada com concreto simplesmente lançado da superfície através de funil com comprimento mínimo de 15m sem uso de vibrador A execução deve ser iniciada pelos tubulões mais profundos A integridade dos tubulões deve ser verificada em no mínimo um por obra por meio de escavação de um trecho do seu fuste ABNT NBR 6122 2019 Havendo base alargada esta deve ter a forma Figura 25 de tronco de cone com base circular ou no formato de falsa elipse superposto a um cilindro ou falsa elipse de no mínimo 20cm de altura denominado rodapé ABNT NBR 6122 2019 17 Fonte ALONSO 1983 Figura 25 Rodapé de 20cm a base circular ou em falsa elipse b 26 Capacidade de Carga em Tubulões A capacidade de carga do solo que compõe o sistema solotubulão deve ser determinada exatamente como no sistema solosapata considerando a base do tubulão como a base da sapata e a profundidade de embutimento do tubulão como a profundidade de embutimento da sapata 𝐡 O tubulão mobiliza apenas a resistência de ponta e por isso o cálculo da capacidade de carga e do recalque do sistema solotubulão é igual ao do sistema solosapata Portanto para consultar a determinação da capacidade de carga do tubulão devese consultar os itens 26 e 27 do presente texto 27 Dimensionamento de Tubulões e Recalque O recalque do solo que compõe o sistema solotubulão deve ser estimado exatamente como no sistema solosapata considerando a base do tubulão como a base da sapata e a profundidade de embutimento do tubulão como a profundidade de embutimento da sapata 𝒉 Para o dimensionamento de tubulão devese inicialmente realizar uma tentativa de projetar o tubulão com base circular Quando esta alternativa não for possível devese projetar o tubulão com base em falsa elipse Para projetar um tubulão com base circular Figura 26 inicialmente calculase a área da base 𝑨𝒃 a partir da carga 𝑷 transmitida pela superestrutura pilar e pela tensão máxima que o sistema solotubulão suporta 𝝈𝒂𝒅𝒎 como se segue 18 𝑨𝒃 𝑷 𝝈𝒂𝒅𝒎 Equação 231 Fonte ALONSO 1983 Figura 26 Base circular Com a carga 𝑷 e a tensão admissível do solo tensão admissível do sistema solotubulão é possível calcular o diâmetro 𝑫 do tubulão 𝑨𝒃 𝝅𝑫𝟐 𝟒 𝑷 𝝈𝒂𝒅𝒎 𝑫𝟐 𝟒 𝑷 𝝅 𝝈𝒂𝒅𝒎 𝑫 𝟒 𝑷 𝝅 𝝈𝒂𝒅𝒎 Equação 232 Quando a base circular do tubulão for maior do que a área disponível para executálo deve ser realizado tubulão com base em falsaelipse É importante lembrar que para tubulão não é necessário instalar forma logo não é preciso reservar 25cm adjacente ao tubulão Para projetar tubulão com base em falsa elipse Figura 27 devese inicialmente estimar a sua dimensão 𝒃 Figura 27 conforme a área disponível para execução da fundação 19 Fonte ALONSO 1983 Figura 27 Base em falsa elipse Após devese calcular a área da base 𝑨𝒃 a partir da carga 𝑷 transmitida pela superestrutura pilar e pela tensão máxima que o sistema solotubulão suporta 𝝈𝒂𝒅𝒎 como se segue 𝑨𝒃 𝝅𝒃𝟐 𝟒 𝒙 𝒃 𝑷 𝝈𝒂𝒅𝒎 Equação 233 Com a Equação 233 podese determinar a dimensão 𝒙 do tubulão em planta Figura 27 e a dimensão 𝒂 Após calculase o diâmetro do fuste 𝝓 𝑨𝒇𝒖𝒔𝒕𝒆 𝝅𝝓𝟐 𝟒 𝑷 𝝈𝒄 𝝓 𝟒 𝑷 𝝅 𝝈𝒄 Equação 234 A resistência à compressão do concreto 𝝈𝒄 atualmente considerada é de 11 MPa baseado na NBR 61222019 Caso o diâmetro do fuste calculado seja inferior à 90 centímetros devese adotar esta medida que é mínima conforme a SEPRT 3773 2020 20 Para tubulão a céu aberto a inclinação da sua base 𝜶 em amarelo a seguir deve ser maior ou igual a 60 graus ABNT NBR 6122 2019 conforme a figura 28 Fonte ALONSO 1983 Figura 28 Ângulo da base em tubulão Portanto a altura da base pode ser calculada como se segue 𝑯 𝒂 𝝓 𝟐 𝒕𝒈 𝟔𝟎 Equação 235 A altura da base deve ser verificada conforme a norma 𝑯 𝟏 𝟖𝒎 𝐍𝐁𝐑 𝟔𝟏𝟐𝟐 𝟐𝟎𝟏𝟗 28 Fundações Profundas Normatização Fundação profunda é aquela em que O elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base resistência de ponta ou por sua superfície lateral resistência de fuste ou por uma combinação das duas sendo sua ponta ou base apoiada em profundidade superior a oito vezes a sua menor dimensão em planta e no mínimo 30m quando não for atingido o limite de oito vezes a denominação é justificada Neste tipo de fundação incluemse as estacas e tubulões ABNT NBR 6122 2019 21 Segundo a ABNT NBR 6122 2019 estaca é O elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos ou ferramentas sem que em qualquer fase de sua execução haja trabalho manual em profundidade Os materiais empregados podem ser madeira aço concreto prémoldado concreto moldado in loco argamassa calda de cimento ou qualquer combinação dos anteriores ABNT NBR 6122 2019 O nível em que deve ser deixado o topo da estaca ou tubulão de modo a possibilitar a integração estrutural entre elemento de fundação e a sua armadura e o bloco de coroamento ABNT NBR 6122 2019 Quanto à armadura há algumas estacas que são obrigatoriamente armadas mas para aquelas que não o são é necessário dotálas de armadura quando as solicitações forem superiores às indicadas na Tabela 22 As estacas podem ser classificadas como Sem deslocamento que são perfuradas ou escavadas e preenchidas com concreto Podemos citar como exemplo a estaca raiz estaca escavada com injeção ou microestaca estaca escavada mecanicamente estaca Strauss estaca escavada com fluido estabilizante estaca trado vazado segmentado estaca hélice contínua monitorada estaca hélice de deslocamento monitorada e estaca hélice monitorada com trado segmentado Com pequenos deslocamentos São tipicamente metálicas de perfil de aço I ou H estacas trilho e estacas tubulares de aço Podemos citar como exemplo as estacas metálicas ou de aço Com grandes deslocamentos São préfabricadas com extremidade inferior fechada ou cravadas com perfis vazados madeira e prémoldadas de concreto ou maciços em caixão de aço ou tubulares Podemos citar como exemplo as estacas prémoldadas ou préfabricadas de concreto as estacas de reação mega ou prensada as estacas Franki e as estacas de madeira 22 A estaca raiz Figura 29 é uma estaca armada e preenchida com argamassa de cimento e areia moldada in loco executada por perfuração rotativa ou rotopercussiva revestida integralmente no trecho em solo por um conjunto de tubos metálicos recuperáveis ABNT NBR 6122 2019 A estaca raiz é muito empregada como reforço de fundação Na estaca raiz a coroa de perfuração está inclusa na extremidade do tubo de revestimento O tubo de revestimento é constituído por segmentos de 1m a 15m que vão sendo rosqueados A perfuratriz é capaz de penetrar em alvenaria concreto armado e rocha na direção vertical ou inclinada ABNT NBR 6122 2019 Tabela 22 Solicitações para dotar de armadura as estacas Fonte ABNT NBR 6122 2019 23 Para a execução da estaca raiz utilizase argamassa de cimento e areia e não concreto A argamassa é inserida por um tubo que desce até o fundo do furo e expulsa a água de baixo para cima A perfuração do solo é executada por perfuratriz rotativa ou rotopercussiva com revestimento que desce com circulação de água Podese adicionar polímero sendo vetado o uso de lama bentonítica ABNT NBR 6122 2019 Fonte WYDE SD Figura 29 Estaca raiz A estaca raiz é armada em todo o seu comprimento e a armação é inserida antes do lançamento da argamassa O preenchimento é feito de baixo para cima até a expulsão de toda a água no interior do revestimento Antes do lançamento da argamassa deve se lavar o furo e posteriormente descer a armadura ABNT NBR 6122 2019 A estaca escavada com injeção ou microestaca Figura 210 é moldada in loco armada executada por perfuração rotativa ou rotopercussiva e injetada com calda de cimento por meio de um tubo com válvulas manchete É executada por perfuração rotativa ou rotopercussiva sendo revestida integralmente no trecho em solo por meio de tubo metálico que garante a estabilidade da perfuração Utiliza circulação de água e é integralmente armada ABNT NBR 6122 2019 24 TEC GEO SD Figura 210 Estaca escavada com injeção ou microestaca Finalizada a perfuração é instalado o tubomanchete de aço ou de PVC dotado de válvulas espaçadas da ordem de 10 metro Figura 211 A armadura é inserida antes da injeção da calda de cimento Injetase calda de cimento pela válvula inferior até extravasar pela boca do furo Concomitantemente com esta operação o tubo de revestimento vai sendo removido ABNT NBR 6122 2019 a b Fonte TEC GEO SD Figura 211 Válvula manchete a e execução da microestaca b As microestacas tornamse interessantes em condições de trabalho restritas tanto em planta quanto em relação ao pédireito ou próximo de estruturas existentes que possam requerer ausência de vibração e de ruído ABNT NBR 6122 2019 25 A estaca escavada mecanizada Figura 212 é executada por perfuração do solo por trado mecânico sem emprego de revestimento ou fluido estabilizante ABNT NBR 6122 2019 Para sua execução é necessário que o furo se mantenha estável sem necessidade de revestimento ou de fluido estabilizante Portanto a profundidade é limitada à ausência de água durante todo o processo executivo da perfuração à concretagem ABNT NBR 6122 2019 Quando necessária a armadura deve ser inserida antes da concretagem No mínimo 1 ou uma estaca por obra deve ser exposta abaixo da cota de arrasamento para verificação da sua integridade e qualidade do fuste ABNT NBR 6122 2019 A estaca Strauss Figura 213 é executada por perfuração do solo com uma sonda ou piteira e revestimento total com camisa metálica realizandose gradativamente o lançamento e apiloamento do concreto com retirada simultânea do revestimento ABNT NBR 6122 2019 Fonte ENGECOM SD Figura 212 Estaca escavada mecanicamente 26 CONSTRUÇÃO CIVIL 2011 Figura 213 Estaca Strauss A estaca Strauss não deve ser executada em areias submersas ou em argilas muito moles saturadas A ponta da estaca deve estar em material de baixa permeabilidade para permitir as condições necessárias para limpeza e concretagem Após a perfuração é lançada água no interior dos tubos para limpeza A água e a lama devem ser totalmente removidas pela piteira ABNT NBR 6122 2019 Na estaca Strauss o concreto é lançado na ponta e apiloado com a simultânea retirada do revestimento Quando necessária armadura deve ser introduzida antes da concretagem É definitivamente necessário empregar o revestimento integral para garantir o diâmetro da estaca e a estabilidade da perfuração No mínimo 1 ou uma estaca por obra deve ser exposta abaixo da cota de arrasamento e se possível até o nível dágua para verificação da sua integridade e qualidade do fuste ABNT NBR 6122 2019 27 A estaca escavada com fluido estabilizante Figura 214 é moldada in loco sendo a estabilidade da parede da perfuração assegurada pelo uso de fluido estabilizante Recebe a denominação de estação quando a perfuração é feita por uma caçamba acoplada a uma perfuração rotativa e estaca barrete quando a seção for retangular e escavada com utilização de clamshell ABNT NBR 6122 2019 Fonte AEC WEB SD Figura 214 Estaca escavada com fluido estabilizante sendo executada A escavação deve ser simultânea ao lançamento do fluido O fluido deve estar sempre no mínimo dois metros acima do lençol freático A perfuração deve ser contínua até a conclusão A armação deve ser inserida antes do início da concretagem A concretagem é submersa e contínua ABNT NBR 6122 2019 O fluido estabilizante empregado era bentonita contudo por questões ambientais hoje utilizase fluido estabilizante à base de polímero Este fluido tem eficiência comprovada em obra melhores condições de estabilização e melhor degradabilidade em relação à bentonita Com o seu uso também se evita a desarenação do fluido Figura 215 A estaca trado vazado segmentado Figura 216 é moldada in loco executada mediante a introdução no terreno por rotação de um trado helicoidal constituído por segmentos de pequeno comprimento aproximadamente um metro rosqueados Nesta estaca a argamassa é injetada pela própria haste central do trado simultaneamente à sua retirada ABNT NBR 6122 2019 28 A estaca trado vazado segmentado é integralmente armada e sua armadura deve ser inserida pelo interior da haste central do trado antes do lançamento da argamassa ABNT NBR 6122 2019 A estaca hélice contínua monitorada Figura 217 e é Uma estaca de concreto moldada in loco executada mediante a introdução por rotação de um trado helicoidal contínuo no terreno e injeção de concreto pela própria haste central do trado simultaneamente à sua retirada sendo a armadura introduzida após a concretagem da estaca ABNT NBR 6122 2019 a b Fonte AEC WEB 2021 Figura 215 Estaca escavada com fluido estabilizante sendo executada a b A estaca hélice contínua monitorada e deve ser executada com perfuração contínua por rotação de um trado helicoidal contínuo de diâmetro constante para minimizar o desconfinamento Nesta estaca é obrigatório o monitoramento de ao menos a profundidade a velocidade de rotação do trato a velocidade de avanço e a pressão do torque ABNT NBR 6122 2019 29 A estaca hélice de deslocamento monitorada é Uma estaca de concreto moldada in loco que consiste na introdução no terreno por rotação de um trado especial dotado de aletas sem que haja retirada de material o que ocasiona um deslocamento do solo junto ao fuste e à ponta A injeção de concreto é feita pelo interior do tubo central simultaneamente à sua retirada por rotação A armadura é sempre introduzida após a concretagem da estaca ABNT NBR 6122 2019 Com a estaca hélice de deslocamento monitorada a perfuração é contínua por rotação e a armadura deve ser inserida imediatamente após a concretagem podendo ser introduzida por dentro do tubo central do trado antes da concretagem ABNT NBR 6122 2019 Fonte BASESTRAUSS SD Figura 216 Estaca trado vazado segmentado A estaca hélice monitorada com trado segmentado é Uma estaca de concreto moldada in loco executada mediante a introdução no terreno por rotação de segmentos de trado helicoidal de diâmetro constante A injeção de concreto é feita pelo interior do tubo central simultaneamente à sua retirada A armadura é sempre colocada após a concretagem da estaca ABNT NBR 6122 2019 Os diâmetros dos segmentos disponíveis variam de 250mm a 500mm 30 As estacas metálicas ou de aço são cravadas Figura 218 com pequeno deslocamento constituídas de elemento estrutural metálico produzido industrialmente podendo ser de perfis laminados ou soldados simples ou múltiplos tubos de chapa dobrada ou calandrada tubos com ou sem costura e trilhos ABNT NBR 6122 2019 Estacas metálicas podem ser classificadas como de grandes deslocamentos quando de caixão ou tubulares ABNT NBR 6122 2019 A cravação pode ser realizada por percussão prensagem ou vibração conforme o tipo a dimensão da estaca características do solo condições de vizinhança dentre outros fatores ABNT NBR 6122 2019 O uso de martelos mais pesados e com menor altura de queda é mais eficiente do que o uso de martelos mais leves e com grande altura de queda ABNT NBR 6122 2019 BRASFOND SD Figura 217 Estaca hélice contínua monitorada 31 a Fonte SETE ENGENHARIA SD b Fonte MARTELOS HIDRÁULICOS SD Figura 218 Estacas metálicas a e execução de estaca metálica b As estacas de aço que estiverem total e permanentemente enterradas dispensam tratamento especial desde que compensada a espessura de compensação de corrosão Nas demais é necessária camisa de concreto ou outro recurso de proteção do aço ou ainda aumento da espessura de sacrifício ABNT NBR 6122 2019 As estacas de concreto prémoldadas ou préfabricadas Figura 219 são introduzidas no terreno por golpes de martelo de gravidade de explosão hidráulico ou martelo vibratório sendo a cravação por percussão ou prensagem Pode ser utilizado para execução o concreto armado ou protendido vibrado ou centrifugado com qualquer forma geométrica da seção transversal ABNT NBR 6122 2019 32 Fonte SOTEF ENGENHARIA SD Figura 219 Estacas de concreto prémoldadas A estaca de reação mega ou prensada Figura 220 é uma estaca de concreto ou metálica introduzida no terreno por meio de macaco hidráulico reagindo contra uma estrutura já existente ou criada especificadamente para esta finalidade como uma cargueira ou tirante ABNT NBR 6122 2019 A estaca de reação é muito utilizada para reforço de fundação por resultar em pouco recalque na superestrutura durante a execução Em solos porosos a cravação pode ser auxiliada pela saturação do solo Quando os segmentos forem metálicos a emenda poderá ser feita por solda ou rosca e quando os segmentos forem de concreto a emenda poderá ser feita por simples superposição dos segmentos ABNT NBR 6122 2019 33 a b c d e REFORT FUNDAÇÕES SD Figura 220 Estaca de reação 34 A estaca Franki Figura 221 é Uma estaca moldada in loco executada pela cravação por meio de sucessivos golpes de um pilão de um tubo de ponta fechada por uma bucha seca constituída de pedra e areia previamente firmada na extremidade inferior do tubo por atrito Esta estaca possui base alargada e é integralmente armada ABNT NBR 6122 2019 Quando é atingida a cota de apoio procedese à expulsão da bucha execução da base alargada instalação da armadura e retirada do revestimento A armadura é obrigatória integral e inserida antes da concretagem do fuste No fuste o concreto é apiloado e o revestimento é simultaneamente retirado ABNT NBR 6122 2019 Uma estaca Franki por obra ou 1 delas deve ser exposta abaixo da cota de arrasamento e se possível até o nível dágua para verificação da sua integridade e qualidade do fuste ABNT NBR 6122 2019 a b Fonte CHISMENIA BRASIL ENGENHARIA CIVIL 2018 a HC GEOINFRA 2019 Figura 221 Estaca Franki a pilão b Estacas de madeira são empregadas usualmente para obras provisórias Se forem usadas para obras permanentes tem que ser protegidas de ataques de fungos bactérias aeróbicas termitas etc ABNT NBR 6122 2019 A ponta da estaca de madeira deve ter diâmetro maior do que 15cm e o topo maior do que 25cm e o seu topo deve ser protegido por estruturas menos rígidas para minimizar danos durante a cravação 35 Quando penetrar em camadas mais resistentes as pontas devem ser protegidas por ponteiras de aço Comumente a cravação é executada com martelo de queda livre cuja relação entre o peso do martelo e da estaca deve ser a maior possível e minimamente igual a um ABNT NBR 6122 2019 Há condições que permitem manter a integridade de estacas de madeira por séculos como pode ser observado na Figura 222 a b Fonte CECCATO SIMONINI LIONELLO 2015 Figura 222 Estaca de madeira em igreja do século XVII a MÜLLER 2020 e estacas de madeira do século XIV em Veneza b As estacas mistas por fim são aquelas constituídas por dois segmentos de materiais diferentes madeira aço concreto prémoldado concreto moldado in loco etc ABNT NBR 6122 2019 29 Capacidade de Carga em Fundações Profundas A capacidade de carga em solo estratificado é dada pela resistência por atrito lateral e pela resistência de ponta A resistência por atrito lateral é igual à soma das resistências laterais em cada camada atravessada A resistência de ponta é determinada pela camada em que se localiza a ponta da estaca VELLOSO LOPES 2011 36 Por métodos teóricos a capacidade de carga em areias pode ser obtida através do equilíbrio de forças como se segue A pressão na ponta é dada por 𝒓𝑷 enquanto a área da ponta é dada por 𝑨𝒑 A tensão cisalhante média na superfície de contato entre solo e estaca é dada por 𝒓𝑳 enquanto o perímetro da estaca é dado por 𝑼 𝑹 𝑹𝑳 𝑹𝒑 𝑹𝒑 𝒓𝒑𝑨𝒑 𝑹𝑳 𝑼 𝒓𝑳𝚫𝑳 𝑅 𝑟𝑝𝐴𝑝 𝑈 𝑟𝐿Δ𝐿 Equação 236 Por métodos semiempíricos a capacidade de carga também pode ser obtida Para estacas a capacidade de carga é mais realística quando estimada por métodos semiempíricos do que quando estimada por métodos teóricos Alguns dos métodos semiempíricos brasileiros são o Método AokiVelloso 1975 apud CINTRA AOKI 2010 Método DécourtQuaresma 1978 apud CINTRA AOKI 2010 Método Teixeira 1996 apud CINTRA AOKI 2010 e Método Antunes e Cabral 1996 apud CINTRA AOKI 2010 sendo este um método muito aplicável para estacas hélice contínua monitorada Fonte CINTRA AOKI 2010 Figura 223 Esforços em estaca 37 Pelo Método AokiVelloso 1975 apud CINTRA AOKI 2010 a pressão de ponta e a tensão cisalhante média na superfície de contato entre solo e estaca é dada por 𝑹 𝑹𝑳 𝑹𝒑 𝒓𝒑 𝑲 𝑵𝑺𝑷𝑻𝑷𝒐𝒏𝒕𝒂 𝑭𝟏 𝒓𝑳 𝜶 𝑲 𝑵𝑺𝑷𝑻𝚫𝑳 𝑭𝟐 𝑹 𝒓𝒑𝑨𝒑 𝑼 𝒓𝑳𝚫𝑳 Equação 237 Os fatores de correção 𝑭𝟏 e 𝑭𝟐 atualizados podem ser verificados na Erro Fonte de referência não encontrada23 Tabela 23 Fatores de correção para AokiVelloso Fonte CINTRA AOKI 2010 Pelo Método DécourtQuaresma 1978 apud CINTRA AOKI 2010 a pressão de ponta e a tensão cisalhante média na superfície de contato entre solo e estaca é dada por 𝑹 𝑹𝑳 𝑹𝒑 𝒓𝒑 𝑪 𝑵𝑺𝑷𝑻𝟑𝑷𝒐𝒏𝒕𝒂 𝒓𝑳 𝟏𝟎 𝑵𝑺𝑷𝑻 𝟑 𝟏 𝑹 𝜶𝒓𝒑𝑨𝒑 𝜷𝑼 𝒓𝑳 𝑳 Equação 238 38 O coeficiente característico do solo e os fatores 𝜶 e 𝜷 podem ser verificados nas tabelas 24 25 e 26 Tabela 24 Coeficiente característico do solo Fonte CINTRA AOKI 2010 Tabela 25 Fator alpha Fonte CINTRA AOKI 2010 Tabela 26 Fator beta Fonte CINTRA AOKI 2010 39 O fator de segurança a ser utilizado para determinação da carga admissível pela ABNT NBR 6122 2019 é de 2 portanto 𝑹𝒂𝒅𝒎 𝑹 𝑭𝑺 Equação 239 Para o Método DécourtQuaresma 1978 apud CINTRA AOKI 2010 a carga admissível é dada como se segue 𝑹𝒂𝒅𝒎 𝑹𝑷 𝟒 𝑹𝑳 𝟏 𝟑 Equação 240 Para o Método Teixeira 1996 apud CINTRA AOKI 2010 a carga admissível é dada como se segue 𝑹𝒂𝒅𝒎 𝑹𝑷 𝟒 𝑹𝑳 𝟏 𝟓 Equação 241 210 Prova de Carga para Fundação Profunda A capacidade de carga de um sistema estacasolo também pode ser determinada por ensaios de campo sendo eles estáticos como a prova de carga estática e por ensaios dinâmicos com a medida conjunta da nega e repique e da prova de carga dinâmica Segundo a ABNT NBR 6122 2019 é obrigatória a execução de provas de carga estáticas de desempenho no decorrer do estaqueamento em obras que tiverem um número de estacas superior ao valor especificado na coluna B Devese executar um número de provas de carga igual a no mínimo 1 da quantidade total de estacas arredondando se sempre para mais Ainda segundo a ABNT NBR 6122 2019 é necessária a execução de prova de carga qualquer que seja o número de estacas da obra se elas forem empregadas para tensões de trabalho superiores aos valores indicados na coluna A Tabela 27 40 Tabela 27 Prova de carga Fonte ABNT NBR 6122 2019 O repique é a parcela elástica da penetração máxima de uma estaca decorrente da aplicação de um golpe do martelo ou pilão ABNT NBR 6122 2019 Enquanto a nega é a medida da penetração permanente de uma estaca causada pela aplicação de um golpe de martelo ou pilão sempre relacionada com a energia de cravação Dada a sua pequena grandeza em geral é medida para uma série de dez golpes ABNT NBR 6122 2019 A nega e o repique devem ser medidos em todas as estacas ABNT NBR 6122 2019 41 Figura 224 Nega e repique FONTE SCAC2012 CONCLUSÃO Neste bloco foi discutida a estimativa de recalque por adensamento e por métodos baseado na teoria da elasticidade Foram apresentados os tubulões a capacidade de carga de fundações profundas além da estimativa de recalque em fundações profundas Também foi abordada a prova de carga para fundação profunda REFERÊNCIAS AEC WEB Estaca escavada com fluido estabilizante sendo executada SD Disponível em httpsbitly3fvco82 Acesso em 19 maio 2021 AEC WEB Fluído estabilizante à base de polímero tem eficiência comprovada em obra SD Disponível em httpsbitly3yoPoQQ Acesso em 19 maio 2021 ALONSO U R Exercícios de Fundações 1 ed São Paulo Edgard Blücher 1983 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 6122 Projeto e execução de fundações Rio de Janeiro 2019 42 BASESTRAUSS Hélice com trado segmentado monitorada SD Disponível em httpwwwbasestrausscombrhelicesegmentadahtml Acesso em 19 maio 2021 BRASFOND Estacas Hélice Contínua SD Disponível em httpwwwbrasfondcombrsiteehcontinuahtml Acesso em 19 maio 2021 CECCATO F SIMONINI P LIONELLO A Longterm mechanical behavior of wooden pile foundation in Venice RESEARCHGATE 2015 CINTRA J C A AOKI N ALBIERO J H Fundações diretas Projeto Geotécnico Oficina de Textos 2011 CINTRA J C A AOKI N Fundações por estacas Projeto Geotécnico 1 ed Oficina de Textos 2010 CHISMENIA BRASIL ENGENHARIA CIVIL ESTACA DE FRANK FACEBOOK 2018 CONSTRUÇÃO CIVIL Estaca Strauss 2011 Disponível em httpsconstrucaociviltipsblogspotcom201107estacastrausshtml Acesso em 19 maio 2021 ENGECON Estaca escavada mecanicamente SD Disponível em httpwwwengeconfundacoescombrestacaescavadamecanicamente Acesso em 19 maio 2021 HC GEOINFRA Pilão Findlocal 2018 MARTELOS HIDRÁULICOS Estaca metálica SD Disponível em httpwwwmarteloshidraulicoscombrestacametalica Acesso em 19 maio 2021 MÜLLER T Relatório interno 2020 REFORT FUNDAÇÕES Estaca de reação refort SD Disponível em httpwwwestaca megagruporefortcomunidadesnetcontatos Acesso em 19 maio 2021 SETE ENGENHARIA Estacas metálicas SD Disponível em httpseteengbrestacas etalicas1024servico10881 Acesso em 19 maio 2021 43 SKEMPTON A W MACDONALD D H Allowable Settlement of Buildings In Proc Institute of Civil Engineers Part III V 5 p727784 1956 SOLUÇÕES EM ESTRUTURAS E ENGENHARIA SCAC Nega e repique elástico 2012 0m23s Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvMvFd2ShjR1s Acesso em 20 maio 2021 SOTEF ENGENHARIA Cravação Estacas Pré Moldadas SD Disponível em httpwwwsotefcombrservicoscravacaoestacaspremoldadas Acesso em 19 maio 2021 TEC GEO Microestacas SD Disponível em httpsbitly3oA0OMT Acesso em 19 maio 2021 VELLOSO D A LOPES F R Fundações Volume Completo 1 ed Oficina de Textos 2011 WYDE Estaca Raiz Execução SD Disponível em httpwwwwydecombrestaca raizexecucao Acesso em 19 maio 2021
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FUNDAÇÕES OBRAS DE TERRA E MECÂNICA DAS ROCHAS TAYRA LOPES PALOMA MORAIS DE SOUZA MARCUS VINÍCIUS PAULA DE LIMA 2 2 TUBULÕES E RECALQUE DE FUNDAÇÕES RASAS Introdução Definese como recalque o deslocamento vertical em um maciço de solo rocha ou outro material geológico com caráter local sendo subsidência o deslocamento vertical em caráter regional O recalque pode ser total absoluto ou diferencial relativo O recalque diferencial é resultante da variabilidade do solo eou variabilidade das tensões O recalque diferencial em 1300 resulta em trincas em paredes enquanto um recalque diferencial de 1150 provoca danos estruturais SKEMPTON MACDONALD 1956 Para concreto os recalques limites podem ser consultados na norma ABNT NBR 6118 enquanto em estruturas de aço os recalques limites podem ser consultados na norma ABNT NBR 8800 Segundo a norma ABNT NBR 6122 2019 o monitoramento do recalque é obrigatório quando a carga variável é significativa em relação à carga total como em solo sob silos e reservatórios e quando a comprimento entre o térreo e a laje de cobertura do último piso habitável é maior do que 55 metros Também é obrigatório monitorar recalque quando são realizadas fundações ou estruturas não convencionais e quando a relação entre altura e largura menor dimensão da superestrutura for maior do que 4 O recalque absoluto ou total é dado pelo somatório entre o recalque imediato e o recalque devido ao adensamento O imediato ocorre a volume constante coeficiente de Poisson igual a 05 por distorção do elemento de solo Ele é verificado quase simultaneamente à aplicação de carregamento ocorrendo em condições não drenadas O seu cálculo é baseado na teoria da elasticidade e por isso constantemente é denominado recalque elástico Contudo devese atentar que o recalque de fato não é elástico por ser o solo um material elastoplástico 3 Neste bloco será discutida a estimativa de recalque por adensamento e por métodos baseado na teoria da elasticidade Serão apresentados os tubulões a capacidade de carga de fundações profundas além da estimativa de recalque em fundações profundas Também será abordada a prova de carga para fundação profunda 21 Estimativa de Recalques Adensamento O recalque por adensamento é típico de argilas saturadas sob carregamento permanente Este recalque resulta de deformações volumétricas com dissipação de pressão neutra O recalque por adensamento pode ser ignorado em argilas sobreadensadas sob tensões inferiores à tensão de préadensamento Conforme a teoria do adensamento proposta por Terzaghi o recalque por adensamento primário em argila normalmente adensada é calculado em função do índice de vazio inicial 𝒆𝒊 da altura do corpo de prova 𝑯 do índice de compressão 𝑪𝒄 da tensão inicial 𝝈𝟏 e da tensão final 𝝈𝟐 como se segue 𝝆𝒂𝒅𝒆𝒏𝒔𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑪𝒄𝑯 𝟏 𝒆𝒊 𝒍𝒐𝒈 𝝈𝟐 𝝈𝟏 Equação 21 Por sua vez em argila sobreadensada o recalque por adensamento primário é dado em função do índice de vazios inicial 𝒆𝒊 da altura do corpo de prova 𝑯 do índice de recompressão 𝑪𝑹 do índice de compressão 𝑪𝒄 da tensão inicial 𝝈𝟏 da tensão de préadensamento 𝝈𝑷𝑨 e da tensão final 𝝈𝟐 como se segue 𝝆𝒂𝒅𝒆𝒏𝒔𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑯 𝟏 𝒆𝒊 𝑪𝑹 𝒍𝒐𝒈𝝈𝑷𝑨 𝝈𝟏 𝑪𝑪 𝒍𝒐𝒈 𝝈𝟐 𝝈𝑷𝑨 Equação 22 4 Fonte UERJ SD Figura 21 Índice de compressão e recompressão 22 Estimativa de Recalques Imediatos em Fundações Rasas Meio Elástico Homogêneo Para a estimativa do recalque imediato 𝝆𝒊 devese inicialmente classificar o maciço de solo em meio elástico homogêneo MEH ou meio elástico não homogêneo Em MEH o módulo de deformabilidade é constante com a profundidade enquanto no meio elástico não homogêneo o módulo de deformabilidade é variável com a profundidade A argila sobreadensada é um clássico exemplo de MEH enquanto a areia é um típico exemplo de meio elástico não homogêneo O recalque ao longo do tempo por drenagem de água é o recalque por adensamento anteriormente apresentado Para estimativa do recalque imediato em MEH são empregados métodos racionais de previsão de recalques nos quais os parâmetros de deformabilidade obtidos em laboratório ou em campo são empregados em modelos teóricos Em laboratório os parâmetros de deformabilidade podem ser obtidos pelo ensaio de compressão triaxial e pelo ensaio edométrico Por ensaio de campo os parâmetros de deformabilidade podem ser determinados pelo ensaio pressiométrico e pelo ensaio de placa 5 Para meio elástico homogêneo MEH pode ser avaliado o recalque considerando camada de espessura semiinfinita e camada de espessura finita Quando o solo considerado MEH é distribuído em camada de espessura semiinfinita podese calcular o recalque imediato para o caso de sapata circular rígida ou sapata flexível quadrada ou retangular CINTRA AOKI ALBIERO 2011 Para uma placa circular rígida que aplica maior tensão nas extremidades da placa de diâmetro 𝑩 o recalque imediato pode ser calculado pela seguinte formulação proposta por Boussinesq 1885 𝝆𝒊 𝝈 𝑩 𝝅 𝟒 𝟏 𝝂𝟐 𝑬𝒔 Equação 23 Para uma placa circular rígida a formulação do recalque imediato é dada em função da tensão entre sapata e solo 𝝈 do diâmetro e do módulo de deformabilidade do solo 𝑬𝒔 que é considerado constante em toda a profundidade CINTRA AOKI ALBIERO 2011 Para uma placa flexível que aplica tensões uniformes no solo quadrada ou retangular de menor lado 𝑩 o recalque imediato pode ser calculado pela seguinte formulação 𝝆𝒊 𝝈 𝑩 𝑰𝝆 𝟏 𝝂𝟐 𝑬𝒔 Equação 24 O fator de influência 𝑰𝝆 depende da forma e da rigidez da sapata e pode ser consultado na tabela apresentada a seguir tabela 21 O lado 𝑩 se trata da menor dimensão em planta da sapata Outra formulação para recalque imediato deve ser utilizada quando o solo considerado MEH é distribuído em camada de espessura finita sobrejacente a um material muito rígido ou indeformado Neste caso o recalque imediato 𝝆𝒊 é função do fator de influência da espessura da camada de solo 𝝁𝟏 fator de Influência do embutimento da sapata 𝝁𝟎 da tensão entre sapata e solo 𝝈 da menor dimensão em planta da sapata 𝑩 e do módulo de deformabilidade do solo 𝑬𝒔 como se segue 6 𝝆𝒊 𝝁𝟎 𝝁𝟏 𝝈𝑩 𝑬𝒔 Equação 25 Tabela 21 Fator de Influência Fonte CINTRA AOKI ALBIERO 2011 O fator de influência da espessura da camada de solo 𝝁𝟏 e o fator de Influência do embutimento da sapata 𝝁𝟎 podem ser obtidos pelos ábacos apresentados na Figura 22 Para determinar o fator de influência da espessura da camada de solo 𝝁𝟏 e o fator de Influência do embutimento da sapata 𝝁𝟎 é necessário calcular a relação entre a distância da base da sapata à camada impermeável 𝑯 e a menor dimensão em planta da sapata 𝑩 Também é necessário calcular a relação entre a maior L e a menor dimensão em planta da sapata 𝑩 além da relação entre a profundidade de embutimento da sapata 𝒉 e a menor dimensão em planta da sapata 𝑩 23 Estimativa de Recalques Imediatos em Fundações Rasas Meio Elástico Homogêneo Multicamadas Para estimar o recalque imediato 𝝆𝒊 em um meio elástico homogêneo com multicamadas devese calcular o bulbo de recalque O bulbo de recalque é considerado a espessura da camada sob a base da sapata responsável por mais de 90 do recalque imediato total CINTRA AOKI ALBIERO 2011 Para MEH o bulbo de recalque é de 𝟔𝑩 sendo 𝑩 o menor lado da sapata portanto a menor dimensão em planta da sapata O bulbo de recalque somente deve ser estendido quando a camada subjacente for mais compressível que as demais O recalque imediato em multicamadas de MEH pode ser estimado por meio dos três métodos Camada Hipotética Sapata Fictícia e Média dos Módulos 7 Fonte CINTRA AOKI ALBIERO 2011 Figura 22 Determinação dos fatores de influência No método da Camada Hipotética e da Sapata Fictícia o recalque imediato 𝝆𝒊 é calculado como o somatório do recalque de cada camada O recalque da camada mais superficial 𝝆𝟏 é calculado nestes dois métodos como se não fosse um caso de multicamadas portanto com o artifício de subir o indeslocável para o topo da segunda camada 𝝆𝟏 𝝁𝟎 𝝁𝟏 𝝈𝑩 𝑬𝒔 Equação 26 Este recalque é somado aos recalques das outras camadas que compõem o bulbo de recalque para se obter o recalque total pelos métodos da Camada Hipotética e da Sapata Fictícia 8 Pelo método da Camada Hipotética devese determinar o recalque de cada camada Para facilitar o entendimento suponha ser este um caso de multicamada com apenas duas camadas camada 1 e camada 2 Portanto o recalque imediato 𝝆𝒊 será dado pelo somatório do recalque de cada camada 𝝆𝒊 𝝆𝟏 𝝆𝟐 Equação 27 O recalque da primeira camada já foi calculado Equação 26 Para o cálculo da segunda camada ou das demais camadas caso seja um exemplo de bulbo de recalque com várias camadas devese considerar uma camada hipotética Esta camada hipotética deve ter espessura igual à total portanto da base da sapata até a base da camada considerada 𝑯𝟏 𝑯𝟐 𝑯 Para toda a camada hipotética considerase o módulo de deformabilidade da segunda camada 𝑬𝒔𝟐 O recalque da camada hipotética com o módulo de deformabilidade da segunda camada 𝑬𝒔𝟐 é dado como se segue 𝝆𝟏𝟐𝑬𝒔𝟐 𝝁𝟎 𝝁𝟏 𝝈𝑩 𝑬𝒔𝟐 Equação 28 O recalque da camada hipotética 𝝆𝟏𝟐𝑬𝒔𝟐 deve ser subtraído pelo recalque da primeira camada camada mais superficial com módulo de deformabilidade igual ao da segunda camada 𝝆𝟏𝑬𝒔𝟐 𝝁𝟎 𝝁𝟏 𝝈𝑩 𝑬𝒔𝟐 Equação 29 Portanto o recalque da segunda camada será a diferença entre o recalque da camada hipotética 𝑬𝒔𝟐 e o recalque da primeira camada com módulo de deformabilidade igual ao da segunda camada como se segue Equação 210 9 O recalque da segunda camada deve ser somado ao da primeira para obter o recalque imediato total 𝝆𝒊 𝝆𝒊 𝝆𝟏 𝝆𝟐 Equação 211 Pelo método da Sapata Fictícia o recalque da primeira camada já foi calculado Equação 26 Para o cálculo da segunda camada ou das demais camadas caso seja um exemplo de bulbo de recalque com várias camadas devese considerar uma sapata fictícia apoiado no topo da segunda camada com dimensões ampliadas por propagação de 12 Figura 23 Fonte CINTRA AOKI ALBIERO 2011 Figura 23 Distribuição de tensão adotada no método da Sapata Fictícia Portanto o recalque da segunda camada é dado em função da tensão distribuída Em sapata quadrada a tensão distribuída no topo da segunda camada 𝚫𝝈 é dada pela seguinte formulação 𝚫𝝈 𝝈 𝑩𝟐 𝑩 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝟐 Equação 212 10 Para sapata retangular de dimensões em planta 𝑩 e 𝑳 a tensão distribuída no topo da segunda camada 𝚫𝝈 é dada como se segue 𝚫𝝈 𝝈 𝑩 𝑳 𝑩 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝑳 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 Nos ábacos Figura 22 pelo método da Sapata Fictícia o recalque da segunda camada tem os eixos dados em função de 𝒉 𝑩 e 𝑯 como se segue 𝒉 𝒉 𝑯𝟏 𝑩 𝑩 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝑳 𝑳 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝑯 𝑩 𝑯 𝑩 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝑳 𝑩 𝑳 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝑩 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 𝒉 𝑩 𝒉 𝑯𝟏 𝑩 𝑯𝟏 𝟐 𝑯𝟏 𝟐 Equação 213 Portanto o recalque da segunda camada pelo método da Sapata Fictícia é dado pela seguinte expressão 𝝆𝟐 𝝁𝟎 𝝁𝟏 𝚫𝝈 𝑩 𝑬𝒔𝟐 Equação 214 O recalque da segunda camada deve ser somado ao da primeira para obter o recalque imediato total 𝛒𝐢 pelo método da Sapata Fictícia 𝝆𝒊 𝝆𝟏 𝝆𝟐 Equação 215 11 Por fim o método de Média de Módulos é o mais simples contudo conduz a erros consideráveis Neste método é calculado o recalque pela média ponderada do módulo de deformabilidade da primeira e segunda camada 𝑬𝒔 𝒎𝒆𝒅 𝑯𝟏 𝑬𝒔𝟏 𝑯𝟐 𝑬𝒔𝟐 𝑯𝟏 𝑯𝟐 Equação 216 O recalque imediato 𝝆𝒊 pelo método da Média de Módulos de todas as camadas neste caso duas camadas é dado como se segue 𝝆𝒊 𝝁𝟎 𝝁𝟏 𝝈𝑩 𝑬𝒔 𝒎𝒆𝒅 Equação 217 Nos ábacos Figura 22 pelo método da Média dos Módulos a espessura das camadas utilizada deve ser a espessura total Portanto 𝑯 𝑩 𝑯𝟏 𝑯𝟐 𝑩 Equação 218 Tipicamente o recalque calculado pelo método da Sapata Fictícia ou pelo método da Camada Hipotética é maior do que o método da Média dos Módulos Devese adotar o maior recalque calculado 24 Estimativa de Recalques Imediatos em Fundações Rasas Meio Elástico Não Homogêneo Em geral devido ao confinamento o Módulo de Elasticidade aumenta com a profundidade em areias caracterizando um Meio Elástico Não Homogêneo Para estimar recalque imediato em areia pode ser utilizado o Método de Schmertmann 1978 12 𝝆𝒊 𝑪𝟏𝑪𝟐 𝝈 𝑰𝒛 𝑬𝒔 𝚫𝒛 𝒊 𝒏 𝒊𝟏 Equação 219 Para 𝟏 𝑳 𝑩 𝟏𝟎 o Fator de Influência na deformação à meia altura da iésima camada 𝑰𝒁 à profundidade zero a partir da base da sapata pode ser calculado pela seguinte fórmula 𝑰𝒁𝟎 𝟎 𝟏 𝑳 𝑩 𝟎 𝟖 𝟗 Equação 220 Para 𝑳 𝑩 𝟏𝟎 o Fator de Influência 𝑰𝒁 à profundidade zero a partir da base da sapata tem valor constante igual a 02 Portanto o Fator de Influência na deformação à meia altura da iésima camada 𝑰𝒁 à profundidade zero a partir da base da sapata será de 𝑰𝒁𝟎 𝟎 𝟏 𝑳 𝑩 𝟎 𝟖 𝟗 Equação 221 O Fator de Influência Máximo 𝑰𝒁𝒎á𝒙 𝟎 𝟓 𝟎 𝟏𝝈 𝝈𝒗 ocorre à profundidade de ¼ do bulbo de recalques Em areias o bulbo de recalque abrange a profundidade de 𝟐𝑩 Para calcular este Fator de Influência Máximo é necessário determinar A diferença entre a tensão que a sapata aplica no solo 𝜎 e a sobrecarga que o solo proporciona sobre a base da sapata 𝑞 𝝈 𝝈 𝒒 𝝈𝒂𝒅𝒎 𝒉 𝜸 Equação 222 13 A tensão vertical 𝜎𝑣 atuante é dada em função da profundidade relativa ao Fator de Influência Máximo portanto à profundidade de ¼ do bulbo de recalques 𝝈𝒗 𝒒 𝒉𝑰𝒛𝒎á𝒙 𝜸 Equação 223 Desta forma o Fator de Influência Máximo será calculado como se segue 𝑰𝒁𝒎á𝒙 𝟎 𝟓 𝟎 𝟏𝝈 𝝈𝒗 Equação 224 O Fator de Influência para a Reta 1 entre 𝑰𝒛𝟎𝒎 e 𝑰𝒁 𝑴Á𝑿 será determinado por 𝑰𝒁𝑹𝑬𝑻𝑨 𝟏 𝑰𝒁 𝒛 𝟎 𝑰𝒁 𝑴𝑨𝑿 𝑰𝒁 𝒛 𝟎 𝟐 𝑩 𝟒 𝒁 Equação 225 O Fator de Influência para a Reta 2 entre 𝑰𝒁 𝑴Á𝑿 e 𝑰𝒛𝟐𝑩 pode ser calculado como se segue 𝑰𝒁𝑹𝑬𝑻𝑨 𝟐 𝑰𝒁 𝑴𝑨𝑿 𝟐 𝑩 𝟒 𝑰𝒁 𝑴𝑨𝑿 𝟑 𝟐𝑩 𝟒 𝑰𝒁 𝑴𝑨𝑿 𝟑 𝟐𝑩 𝟒 𝒁 Equação 226 14 Fonte CINTRA AOKI ALBIERO 2011 Figura 24 Fator de Influência Máximo O fator de correção por embutimento da sapata 𝑪𝟏 é dado como se segue 𝑪𝟏 𝟏 𝟎 𝟓 𝒒 𝝈 𝟎 𝟓 Equação 227 O fator de correção por efeito do tempo 𝑪𝟐 é dado como se segue 𝑪𝟐 𝟏 𝟎 𝟐 𝒍𝒐𝒈𝒕 𝒂𝒏𝒐𝒔 𝟎 𝟏 𝟎 𝟓 𝑪𝟐 𝟏 recalque imediato Equação 228 Enquanto o Módulo de Elasticidade é dado como se segue apresentado anteriormente 𝑬𝒔 𝜶 𝑲 𝑵𝒔𝒑𝒕 𝑴𝑷𝒂 Equação 229 15 E por fim o recalque imediato em meio elástico não homogêneo é dado como se segue 𝝆𝒊 𝑪𝟏𝑪𝟐 𝝈 𝑰𝒛 𝑬𝒔 𝚫𝒛 𝒊 𝒏 𝒊𝟏 Equação 230 25 Tubulões Normatização Tubulão pode ser definido como Elemento de fundação profunda em que pelo menos na etapa final da escavação do terreno fazse necessário o trabalho manual em profundidade para executar o alargamento de base ou pelo menos para a limpeza do fundo da escavação uma vez que neste tipo de fundação as cargas são resistidas preponderantemente pela ponta ABNT NBR 6122 2019 Além da ABNT NBR 6122 2019 para a execução de tubulão devem ser observadas a ABNT NBR 6118 Projeto de estruturas de concreto a MET 644 2013 que altera itens da NR18 a NR18 Condições De Segurança E Saúde No Trabalho Na Indústria Da Construção e a ABNT NBR 7678 Segurança na execução de obras e serviços de construção A NR18 será substituída pela Portaria SEPRT 3773 2020 a partir do dia dois de agosto de 2021 Portanto o presente texto irá referirse apenas à Portaria SEPRT 3773 2020 Os tubulões podem ser escavados manualmente ou mecanicamente a céu aberto Os escavados manualmente podem apresentar profundidade máxima de 15 metros SEPRT 3773 2020 Para maiores profundidades deve ser empregado o sistema mecanizado O tubulão escavado manualmente deve ser encamisado em toda a sua extensão deve ser precedido de ensaio in situ para execução à profundidade superior a 3 metros e deve possuir diâmetro mínimo de 90 centímetros SEPRT 3773 2020 Segundo a SEPRT 3773 2020 a escavação manual deve ser precedida de plano de resgate e remoção e o equipamento de descida deve ser projetado por profissional legalmente habilitado O equipamento de descida deve apresentar resistência suficiente e sistema de segurança conforme a SEPRT 3773 2020 16 Pela SEPRT 3773 2020 ficam proibidos o trabalho simultâneo em bases alargadas em tubulões adjacentes sejam estes trabalhos de escavação eou de concretagem e a abertura simultânea de bases tangentes Como um grande avanço social e tecnológico a SEPRT 3773 2020 proíbe a execução de fundação por tubulão a ar comprimido O avanço tecnológico consequente à execução de fundações a maiores profundidades por estacas fundações profundas permite avanço social ao proibir a execução de tubulão a ar comprimido e restringir o uso de tubulão a céu aberto manualmente executado Em um tubulão as cargas são transmitidas essencialmente pela base a um substrato de maior resistência Quando escavado manualmente o prumo e a forma do fuste devem ser conferidos durante a escavação ABNT NBR 6122 2019 A altura da base máxima de um tubulão deve ser de 18 metro com diâmetro limitado comumente a 4 metros As armaduras de fuste e de ligação fustebase quando necessárias devem ser projetadas e executadas de modo a assegurar a plena concretagem do tubulão A abertura mínima na armadura deve ser de 30cm x 30cm O solo de apoio deve ser aprovado por um profissional habilitado antes da concretagem e a capacidade de suporte do apoio pode ser confirmada com penetrômetro de barra manual ABNT NBR 6122 2019 ALONSO 1983 A concretagem deve ser feita imediatamente após a conclusão da escavação sendo realizada com concreto simplesmente lançado da superfície através de funil com comprimento mínimo de 15m sem uso de vibrador A execução deve ser iniciada pelos tubulões mais profundos A integridade dos tubulões deve ser verificada em no mínimo um por obra por meio de escavação de um trecho do seu fuste ABNT NBR 6122 2019 Havendo base alargada esta deve ter a forma Figura 25 de tronco de cone com base circular ou no formato de falsa elipse superposto a um cilindro ou falsa elipse de no mínimo 20cm de altura denominado rodapé ABNT NBR 6122 2019 17 Fonte ALONSO 1983 Figura 25 Rodapé de 20cm a base circular ou em falsa elipse b 26 Capacidade de Carga em Tubulões A capacidade de carga do solo que compõe o sistema solotubulão deve ser determinada exatamente como no sistema solosapata considerando a base do tubulão como a base da sapata e a profundidade de embutimento do tubulão como a profundidade de embutimento da sapata 𝐡 O tubulão mobiliza apenas a resistência de ponta e por isso o cálculo da capacidade de carga e do recalque do sistema solotubulão é igual ao do sistema solosapata Portanto para consultar a determinação da capacidade de carga do tubulão devese consultar os itens 26 e 27 do presente texto 27 Dimensionamento de Tubulões e Recalque O recalque do solo que compõe o sistema solotubulão deve ser estimado exatamente como no sistema solosapata considerando a base do tubulão como a base da sapata e a profundidade de embutimento do tubulão como a profundidade de embutimento da sapata 𝒉 Para o dimensionamento de tubulão devese inicialmente realizar uma tentativa de projetar o tubulão com base circular Quando esta alternativa não for possível devese projetar o tubulão com base em falsa elipse Para projetar um tubulão com base circular Figura 26 inicialmente calculase a área da base 𝑨𝒃 a partir da carga 𝑷 transmitida pela superestrutura pilar e pela tensão máxima que o sistema solotubulão suporta 𝝈𝒂𝒅𝒎 como se segue 18 𝑨𝒃 𝑷 𝝈𝒂𝒅𝒎 Equação 231 Fonte ALONSO 1983 Figura 26 Base circular Com a carga 𝑷 e a tensão admissível do solo tensão admissível do sistema solotubulão é possível calcular o diâmetro 𝑫 do tubulão 𝑨𝒃 𝝅𝑫𝟐 𝟒 𝑷 𝝈𝒂𝒅𝒎 𝑫𝟐 𝟒 𝑷 𝝅 𝝈𝒂𝒅𝒎 𝑫 𝟒 𝑷 𝝅 𝝈𝒂𝒅𝒎 Equação 232 Quando a base circular do tubulão for maior do que a área disponível para executálo deve ser realizado tubulão com base em falsaelipse É importante lembrar que para tubulão não é necessário instalar forma logo não é preciso reservar 25cm adjacente ao tubulão Para projetar tubulão com base em falsa elipse Figura 27 devese inicialmente estimar a sua dimensão 𝒃 Figura 27 conforme a área disponível para execução da fundação 19 Fonte ALONSO 1983 Figura 27 Base em falsa elipse Após devese calcular a área da base 𝑨𝒃 a partir da carga 𝑷 transmitida pela superestrutura pilar e pela tensão máxima que o sistema solotubulão suporta 𝝈𝒂𝒅𝒎 como se segue 𝑨𝒃 𝝅𝒃𝟐 𝟒 𝒙 𝒃 𝑷 𝝈𝒂𝒅𝒎 Equação 233 Com a Equação 233 podese determinar a dimensão 𝒙 do tubulão em planta Figura 27 e a dimensão 𝒂 Após calculase o diâmetro do fuste 𝝓 𝑨𝒇𝒖𝒔𝒕𝒆 𝝅𝝓𝟐 𝟒 𝑷 𝝈𝒄 𝝓 𝟒 𝑷 𝝅 𝝈𝒄 Equação 234 A resistência à compressão do concreto 𝝈𝒄 atualmente considerada é de 11 MPa baseado na NBR 61222019 Caso o diâmetro do fuste calculado seja inferior à 90 centímetros devese adotar esta medida que é mínima conforme a SEPRT 3773 2020 20 Para tubulão a céu aberto a inclinação da sua base 𝜶 em amarelo a seguir deve ser maior ou igual a 60 graus ABNT NBR 6122 2019 conforme a figura 28 Fonte ALONSO 1983 Figura 28 Ângulo da base em tubulão Portanto a altura da base pode ser calculada como se segue 𝑯 𝒂 𝝓 𝟐 𝒕𝒈 𝟔𝟎 Equação 235 A altura da base deve ser verificada conforme a norma 𝑯 𝟏 𝟖𝒎 𝐍𝐁𝐑 𝟔𝟏𝟐𝟐 𝟐𝟎𝟏𝟗 28 Fundações Profundas Normatização Fundação profunda é aquela em que O elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base resistência de ponta ou por sua superfície lateral resistência de fuste ou por uma combinação das duas sendo sua ponta ou base apoiada em profundidade superior a oito vezes a sua menor dimensão em planta e no mínimo 30m quando não for atingido o limite de oito vezes a denominação é justificada Neste tipo de fundação incluemse as estacas e tubulões ABNT NBR 6122 2019 21 Segundo a ABNT NBR 6122 2019 estaca é O elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos ou ferramentas sem que em qualquer fase de sua execução haja trabalho manual em profundidade Os materiais empregados podem ser madeira aço concreto prémoldado concreto moldado in loco argamassa calda de cimento ou qualquer combinação dos anteriores ABNT NBR 6122 2019 O nível em que deve ser deixado o topo da estaca ou tubulão de modo a possibilitar a integração estrutural entre elemento de fundação e a sua armadura e o bloco de coroamento ABNT NBR 6122 2019 Quanto à armadura há algumas estacas que são obrigatoriamente armadas mas para aquelas que não o são é necessário dotálas de armadura quando as solicitações forem superiores às indicadas na Tabela 22 As estacas podem ser classificadas como Sem deslocamento que são perfuradas ou escavadas e preenchidas com concreto Podemos citar como exemplo a estaca raiz estaca escavada com injeção ou microestaca estaca escavada mecanicamente estaca Strauss estaca escavada com fluido estabilizante estaca trado vazado segmentado estaca hélice contínua monitorada estaca hélice de deslocamento monitorada e estaca hélice monitorada com trado segmentado Com pequenos deslocamentos São tipicamente metálicas de perfil de aço I ou H estacas trilho e estacas tubulares de aço Podemos citar como exemplo as estacas metálicas ou de aço Com grandes deslocamentos São préfabricadas com extremidade inferior fechada ou cravadas com perfis vazados madeira e prémoldadas de concreto ou maciços em caixão de aço ou tubulares Podemos citar como exemplo as estacas prémoldadas ou préfabricadas de concreto as estacas de reação mega ou prensada as estacas Franki e as estacas de madeira 22 A estaca raiz Figura 29 é uma estaca armada e preenchida com argamassa de cimento e areia moldada in loco executada por perfuração rotativa ou rotopercussiva revestida integralmente no trecho em solo por um conjunto de tubos metálicos recuperáveis ABNT NBR 6122 2019 A estaca raiz é muito empregada como reforço de fundação Na estaca raiz a coroa de perfuração está inclusa na extremidade do tubo de revestimento O tubo de revestimento é constituído por segmentos de 1m a 15m que vão sendo rosqueados A perfuratriz é capaz de penetrar em alvenaria concreto armado e rocha na direção vertical ou inclinada ABNT NBR 6122 2019 Tabela 22 Solicitações para dotar de armadura as estacas Fonte ABNT NBR 6122 2019 23 Para a execução da estaca raiz utilizase argamassa de cimento e areia e não concreto A argamassa é inserida por um tubo que desce até o fundo do furo e expulsa a água de baixo para cima A perfuração do solo é executada por perfuratriz rotativa ou rotopercussiva com revestimento que desce com circulação de água Podese adicionar polímero sendo vetado o uso de lama bentonítica ABNT NBR 6122 2019 Fonte WYDE SD Figura 29 Estaca raiz A estaca raiz é armada em todo o seu comprimento e a armação é inserida antes do lançamento da argamassa O preenchimento é feito de baixo para cima até a expulsão de toda a água no interior do revestimento Antes do lançamento da argamassa deve se lavar o furo e posteriormente descer a armadura ABNT NBR 6122 2019 A estaca escavada com injeção ou microestaca Figura 210 é moldada in loco armada executada por perfuração rotativa ou rotopercussiva e injetada com calda de cimento por meio de um tubo com válvulas manchete É executada por perfuração rotativa ou rotopercussiva sendo revestida integralmente no trecho em solo por meio de tubo metálico que garante a estabilidade da perfuração Utiliza circulação de água e é integralmente armada ABNT NBR 6122 2019 24 TEC GEO SD Figura 210 Estaca escavada com injeção ou microestaca Finalizada a perfuração é instalado o tubomanchete de aço ou de PVC dotado de válvulas espaçadas da ordem de 10 metro Figura 211 A armadura é inserida antes da injeção da calda de cimento Injetase calda de cimento pela válvula inferior até extravasar pela boca do furo Concomitantemente com esta operação o tubo de revestimento vai sendo removido ABNT NBR 6122 2019 a b Fonte TEC GEO SD Figura 211 Válvula manchete a e execução da microestaca b As microestacas tornamse interessantes em condições de trabalho restritas tanto em planta quanto em relação ao pédireito ou próximo de estruturas existentes que possam requerer ausência de vibração e de ruído ABNT NBR 6122 2019 25 A estaca escavada mecanizada Figura 212 é executada por perfuração do solo por trado mecânico sem emprego de revestimento ou fluido estabilizante ABNT NBR 6122 2019 Para sua execução é necessário que o furo se mantenha estável sem necessidade de revestimento ou de fluido estabilizante Portanto a profundidade é limitada à ausência de água durante todo o processo executivo da perfuração à concretagem ABNT NBR 6122 2019 Quando necessária a armadura deve ser inserida antes da concretagem No mínimo 1 ou uma estaca por obra deve ser exposta abaixo da cota de arrasamento para verificação da sua integridade e qualidade do fuste ABNT NBR 6122 2019 A estaca Strauss Figura 213 é executada por perfuração do solo com uma sonda ou piteira e revestimento total com camisa metálica realizandose gradativamente o lançamento e apiloamento do concreto com retirada simultânea do revestimento ABNT NBR 6122 2019 Fonte ENGECOM SD Figura 212 Estaca escavada mecanicamente 26 CONSTRUÇÃO CIVIL 2011 Figura 213 Estaca Strauss A estaca Strauss não deve ser executada em areias submersas ou em argilas muito moles saturadas A ponta da estaca deve estar em material de baixa permeabilidade para permitir as condições necessárias para limpeza e concretagem Após a perfuração é lançada água no interior dos tubos para limpeza A água e a lama devem ser totalmente removidas pela piteira ABNT NBR 6122 2019 Na estaca Strauss o concreto é lançado na ponta e apiloado com a simultânea retirada do revestimento Quando necessária armadura deve ser introduzida antes da concretagem É definitivamente necessário empregar o revestimento integral para garantir o diâmetro da estaca e a estabilidade da perfuração No mínimo 1 ou uma estaca por obra deve ser exposta abaixo da cota de arrasamento e se possível até o nível dágua para verificação da sua integridade e qualidade do fuste ABNT NBR 6122 2019 27 A estaca escavada com fluido estabilizante Figura 214 é moldada in loco sendo a estabilidade da parede da perfuração assegurada pelo uso de fluido estabilizante Recebe a denominação de estação quando a perfuração é feita por uma caçamba acoplada a uma perfuração rotativa e estaca barrete quando a seção for retangular e escavada com utilização de clamshell ABNT NBR 6122 2019 Fonte AEC WEB SD Figura 214 Estaca escavada com fluido estabilizante sendo executada A escavação deve ser simultânea ao lançamento do fluido O fluido deve estar sempre no mínimo dois metros acima do lençol freático A perfuração deve ser contínua até a conclusão A armação deve ser inserida antes do início da concretagem A concretagem é submersa e contínua ABNT NBR 6122 2019 O fluido estabilizante empregado era bentonita contudo por questões ambientais hoje utilizase fluido estabilizante à base de polímero Este fluido tem eficiência comprovada em obra melhores condições de estabilização e melhor degradabilidade em relação à bentonita Com o seu uso também se evita a desarenação do fluido Figura 215 A estaca trado vazado segmentado Figura 216 é moldada in loco executada mediante a introdução no terreno por rotação de um trado helicoidal constituído por segmentos de pequeno comprimento aproximadamente um metro rosqueados Nesta estaca a argamassa é injetada pela própria haste central do trado simultaneamente à sua retirada ABNT NBR 6122 2019 28 A estaca trado vazado segmentado é integralmente armada e sua armadura deve ser inserida pelo interior da haste central do trado antes do lançamento da argamassa ABNT NBR 6122 2019 A estaca hélice contínua monitorada Figura 217 e é Uma estaca de concreto moldada in loco executada mediante a introdução por rotação de um trado helicoidal contínuo no terreno e injeção de concreto pela própria haste central do trado simultaneamente à sua retirada sendo a armadura introduzida após a concretagem da estaca ABNT NBR 6122 2019 a b Fonte AEC WEB 2021 Figura 215 Estaca escavada com fluido estabilizante sendo executada a b A estaca hélice contínua monitorada e deve ser executada com perfuração contínua por rotação de um trado helicoidal contínuo de diâmetro constante para minimizar o desconfinamento Nesta estaca é obrigatório o monitoramento de ao menos a profundidade a velocidade de rotação do trato a velocidade de avanço e a pressão do torque ABNT NBR 6122 2019 29 A estaca hélice de deslocamento monitorada é Uma estaca de concreto moldada in loco que consiste na introdução no terreno por rotação de um trado especial dotado de aletas sem que haja retirada de material o que ocasiona um deslocamento do solo junto ao fuste e à ponta A injeção de concreto é feita pelo interior do tubo central simultaneamente à sua retirada por rotação A armadura é sempre introduzida após a concretagem da estaca ABNT NBR 6122 2019 Com a estaca hélice de deslocamento monitorada a perfuração é contínua por rotação e a armadura deve ser inserida imediatamente após a concretagem podendo ser introduzida por dentro do tubo central do trado antes da concretagem ABNT NBR 6122 2019 Fonte BASESTRAUSS SD Figura 216 Estaca trado vazado segmentado A estaca hélice monitorada com trado segmentado é Uma estaca de concreto moldada in loco executada mediante a introdução no terreno por rotação de segmentos de trado helicoidal de diâmetro constante A injeção de concreto é feita pelo interior do tubo central simultaneamente à sua retirada A armadura é sempre colocada após a concretagem da estaca ABNT NBR 6122 2019 Os diâmetros dos segmentos disponíveis variam de 250mm a 500mm 30 As estacas metálicas ou de aço são cravadas Figura 218 com pequeno deslocamento constituídas de elemento estrutural metálico produzido industrialmente podendo ser de perfis laminados ou soldados simples ou múltiplos tubos de chapa dobrada ou calandrada tubos com ou sem costura e trilhos ABNT NBR 6122 2019 Estacas metálicas podem ser classificadas como de grandes deslocamentos quando de caixão ou tubulares ABNT NBR 6122 2019 A cravação pode ser realizada por percussão prensagem ou vibração conforme o tipo a dimensão da estaca características do solo condições de vizinhança dentre outros fatores ABNT NBR 6122 2019 O uso de martelos mais pesados e com menor altura de queda é mais eficiente do que o uso de martelos mais leves e com grande altura de queda ABNT NBR 6122 2019 BRASFOND SD Figura 217 Estaca hélice contínua monitorada 31 a Fonte SETE ENGENHARIA SD b Fonte MARTELOS HIDRÁULICOS SD Figura 218 Estacas metálicas a e execução de estaca metálica b As estacas de aço que estiverem total e permanentemente enterradas dispensam tratamento especial desde que compensada a espessura de compensação de corrosão Nas demais é necessária camisa de concreto ou outro recurso de proteção do aço ou ainda aumento da espessura de sacrifício ABNT NBR 6122 2019 As estacas de concreto prémoldadas ou préfabricadas Figura 219 são introduzidas no terreno por golpes de martelo de gravidade de explosão hidráulico ou martelo vibratório sendo a cravação por percussão ou prensagem Pode ser utilizado para execução o concreto armado ou protendido vibrado ou centrifugado com qualquer forma geométrica da seção transversal ABNT NBR 6122 2019 32 Fonte SOTEF ENGENHARIA SD Figura 219 Estacas de concreto prémoldadas A estaca de reação mega ou prensada Figura 220 é uma estaca de concreto ou metálica introduzida no terreno por meio de macaco hidráulico reagindo contra uma estrutura já existente ou criada especificadamente para esta finalidade como uma cargueira ou tirante ABNT NBR 6122 2019 A estaca de reação é muito utilizada para reforço de fundação por resultar em pouco recalque na superestrutura durante a execução Em solos porosos a cravação pode ser auxiliada pela saturação do solo Quando os segmentos forem metálicos a emenda poderá ser feita por solda ou rosca e quando os segmentos forem de concreto a emenda poderá ser feita por simples superposição dos segmentos ABNT NBR 6122 2019 33 a b c d e REFORT FUNDAÇÕES SD Figura 220 Estaca de reação 34 A estaca Franki Figura 221 é Uma estaca moldada in loco executada pela cravação por meio de sucessivos golpes de um pilão de um tubo de ponta fechada por uma bucha seca constituída de pedra e areia previamente firmada na extremidade inferior do tubo por atrito Esta estaca possui base alargada e é integralmente armada ABNT NBR 6122 2019 Quando é atingida a cota de apoio procedese à expulsão da bucha execução da base alargada instalação da armadura e retirada do revestimento A armadura é obrigatória integral e inserida antes da concretagem do fuste No fuste o concreto é apiloado e o revestimento é simultaneamente retirado ABNT NBR 6122 2019 Uma estaca Franki por obra ou 1 delas deve ser exposta abaixo da cota de arrasamento e se possível até o nível dágua para verificação da sua integridade e qualidade do fuste ABNT NBR 6122 2019 a b Fonte CHISMENIA BRASIL ENGENHARIA CIVIL 2018 a HC GEOINFRA 2019 Figura 221 Estaca Franki a pilão b Estacas de madeira são empregadas usualmente para obras provisórias Se forem usadas para obras permanentes tem que ser protegidas de ataques de fungos bactérias aeróbicas termitas etc ABNT NBR 6122 2019 A ponta da estaca de madeira deve ter diâmetro maior do que 15cm e o topo maior do que 25cm e o seu topo deve ser protegido por estruturas menos rígidas para minimizar danos durante a cravação 35 Quando penetrar em camadas mais resistentes as pontas devem ser protegidas por ponteiras de aço Comumente a cravação é executada com martelo de queda livre cuja relação entre o peso do martelo e da estaca deve ser a maior possível e minimamente igual a um ABNT NBR 6122 2019 Há condições que permitem manter a integridade de estacas de madeira por séculos como pode ser observado na Figura 222 a b Fonte CECCATO SIMONINI LIONELLO 2015 Figura 222 Estaca de madeira em igreja do século XVII a MÜLLER 2020 e estacas de madeira do século XIV em Veneza b As estacas mistas por fim são aquelas constituídas por dois segmentos de materiais diferentes madeira aço concreto prémoldado concreto moldado in loco etc ABNT NBR 6122 2019 29 Capacidade de Carga em Fundações Profundas A capacidade de carga em solo estratificado é dada pela resistência por atrito lateral e pela resistência de ponta A resistência por atrito lateral é igual à soma das resistências laterais em cada camada atravessada A resistência de ponta é determinada pela camada em que se localiza a ponta da estaca VELLOSO LOPES 2011 36 Por métodos teóricos a capacidade de carga em areias pode ser obtida através do equilíbrio de forças como se segue A pressão na ponta é dada por 𝒓𝑷 enquanto a área da ponta é dada por 𝑨𝒑 A tensão cisalhante média na superfície de contato entre solo e estaca é dada por 𝒓𝑳 enquanto o perímetro da estaca é dado por 𝑼 𝑹 𝑹𝑳 𝑹𝒑 𝑹𝒑 𝒓𝒑𝑨𝒑 𝑹𝑳 𝑼 𝒓𝑳𝚫𝑳 𝑅 𝑟𝑝𝐴𝑝 𝑈 𝑟𝐿Δ𝐿 Equação 236 Por métodos semiempíricos a capacidade de carga também pode ser obtida Para estacas a capacidade de carga é mais realística quando estimada por métodos semiempíricos do que quando estimada por métodos teóricos Alguns dos métodos semiempíricos brasileiros são o Método AokiVelloso 1975 apud CINTRA AOKI 2010 Método DécourtQuaresma 1978 apud CINTRA AOKI 2010 Método Teixeira 1996 apud CINTRA AOKI 2010 e Método Antunes e Cabral 1996 apud CINTRA AOKI 2010 sendo este um método muito aplicável para estacas hélice contínua monitorada Fonte CINTRA AOKI 2010 Figura 223 Esforços em estaca 37 Pelo Método AokiVelloso 1975 apud CINTRA AOKI 2010 a pressão de ponta e a tensão cisalhante média na superfície de contato entre solo e estaca é dada por 𝑹 𝑹𝑳 𝑹𝒑 𝒓𝒑 𝑲 𝑵𝑺𝑷𝑻𝑷𝒐𝒏𝒕𝒂 𝑭𝟏 𝒓𝑳 𝜶 𝑲 𝑵𝑺𝑷𝑻𝚫𝑳 𝑭𝟐 𝑹 𝒓𝒑𝑨𝒑 𝑼 𝒓𝑳𝚫𝑳 Equação 237 Os fatores de correção 𝑭𝟏 e 𝑭𝟐 atualizados podem ser verificados na Erro Fonte de referência não encontrada23 Tabela 23 Fatores de correção para AokiVelloso Fonte CINTRA AOKI 2010 Pelo Método DécourtQuaresma 1978 apud CINTRA AOKI 2010 a pressão de ponta e a tensão cisalhante média na superfície de contato entre solo e estaca é dada por 𝑹 𝑹𝑳 𝑹𝒑 𝒓𝒑 𝑪 𝑵𝑺𝑷𝑻𝟑𝑷𝒐𝒏𝒕𝒂 𝒓𝑳 𝟏𝟎 𝑵𝑺𝑷𝑻 𝟑 𝟏 𝑹 𝜶𝒓𝒑𝑨𝒑 𝜷𝑼 𝒓𝑳 𝑳 Equação 238 38 O coeficiente característico do solo e os fatores 𝜶 e 𝜷 podem ser verificados nas tabelas 24 25 e 26 Tabela 24 Coeficiente característico do solo Fonte CINTRA AOKI 2010 Tabela 25 Fator alpha Fonte CINTRA AOKI 2010 Tabela 26 Fator beta Fonte CINTRA AOKI 2010 39 O fator de segurança a ser utilizado para determinação da carga admissível pela ABNT NBR 6122 2019 é de 2 portanto 𝑹𝒂𝒅𝒎 𝑹 𝑭𝑺 Equação 239 Para o Método DécourtQuaresma 1978 apud CINTRA AOKI 2010 a carga admissível é dada como se segue 𝑹𝒂𝒅𝒎 𝑹𝑷 𝟒 𝑹𝑳 𝟏 𝟑 Equação 240 Para o Método Teixeira 1996 apud CINTRA AOKI 2010 a carga admissível é dada como se segue 𝑹𝒂𝒅𝒎 𝑹𝑷 𝟒 𝑹𝑳 𝟏 𝟓 Equação 241 210 Prova de Carga para Fundação Profunda A capacidade de carga de um sistema estacasolo também pode ser determinada por ensaios de campo sendo eles estáticos como a prova de carga estática e por ensaios dinâmicos com a medida conjunta da nega e repique e da prova de carga dinâmica Segundo a ABNT NBR 6122 2019 é obrigatória a execução de provas de carga estáticas de desempenho no decorrer do estaqueamento em obras que tiverem um número de estacas superior ao valor especificado na coluna B Devese executar um número de provas de carga igual a no mínimo 1 da quantidade total de estacas arredondando se sempre para mais Ainda segundo a ABNT NBR 6122 2019 é necessária a execução de prova de carga qualquer que seja o número de estacas da obra se elas forem empregadas para tensões de trabalho superiores aos valores indicados na coluna A Tabela 27 40 Tabela 27 Prova de carga Fonte ABNT NBR 6122 2019 O repique é a parcela elástica da penetração máxima de uma estaca decorrente da aplicação de um golpe do martelo ou pilão ABNT NBR 6122 2019 Enquanto a nega é a medida da penetração permanente de uma estaca causada pela aplicação de um golpe de martelo ou pilão sempre relacionada com a energia de cravação Dada a sua pequena grandeza em geral é medida para uma série de dez golpes ABNT NBR 6122 2019 A nega e o repique devem ser medidos em todas as estacas ABNT NBR 6122 2019 41 Figura 224 Nega e repique FONTE SCAC2012 CONCLUSÃO Neste bloco foi discutida a estimativa de recalque por adensamento e por métodos baseado na teoria da elasticidade Foram apresentados os tubulões a capacidade de carga de fundações profundas além da estimativa de recalque em fundações profundas Também foi abordada a prova de carga para fundação profunda REFERÊNCIAS AEC WEB Estaca escavada com fluido estabilizante sendo executada SD Disponível em httpsbitly3fvco82 Acesso em 19 maio 2021 AEC WEB Fluído estabilizante à base de polímero tem eficiência comprovada em obra SD Disponível em httpsbitly3yoPoQQ Acesso em 19 maio 2021 ALONSO U R Exercícios de Fundações 1 ed São Paulo Edgard Blücher 1983 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 6122 Projeto e execução de fundações Rio de Janeiro 2019 42 BASESTRAUSS Hélice com trado segmentado monitorada SD Disponível em httpwwwbasestrausscombrhelicesegmentadahtml Acesso em 19 maio 2021 BRASFOND Estacas Hélice Contínua SD Disponível em httpwwwbrasfondcombrsiteehcontinuahtml Acesso em 19 maio 2021 CECCATO F SIMONINI P LIONELLO A Longterm mechanical behavior of wooden pile foundation in Venice RESEARCHGATE 2015 CINTRA J C A AOKI N ALBIERO J H Fundações diretas Projeto Geotécnico Oficina de Textos 2011 CINTRA J C A AOKI N Fundações por estacas Projeto Geotécnico 1 ed Oficina de Textos 2010 CHISMENIA BRASIL ENGENHARIA CIVIL ESTACA DE FRANK FACEBOOK 2018 CONSTRUÇÃO CIVIL Estaca Strauss 2011 Disponível em httpsconstrucaociviltipsblogspotcom201107estacastrausshtml Acesso em 19 maio 2021 ENGECON Estaca escavada mecanicamente SD Disponível em httpwwwengeconfundacoescombrestacaescavadamecanicamente Acesso em 19 maio 2021 HC GEOINFRA Pilão Findlocal 2018 MARTELOS HIDRÁULICOS Estaca metálica SD Disponível em httpwwwmarteloshidraulicoscombrestacametalica Acesso em 19 maio 2021 MÜLLER T Relatório interno 2020 REFORT FUNDAÇÕES Estaca de reação refort SD Disponível em httpwwwestaca megagruporefortcomunidadesnetcontatos Acesso em 19 maio 2021 SETE ENGENHARIA Estacas metálicas SD Disponível em httpseteengbrestacas etalicas1024servico10881 Acesso em 19 maio 2021 43 SKEMPTON A W MACDONALD D H Allowable Settlement of Buildings In Proc Institute of Civil Engineers Part III V 5 p727784 1956 SOLUÇÕES EM ESTRUTURAS E ENGENHARIA SCAC Nega e repique elástico 2012 0m23s Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvMvFd2ShjR1s Acesso em 20 maio 2021 SOTEF ENGENHARIA Cravação Estacas Pré Moldadas SD Disponível em httpwwwsotefcombrservicoscravacaoestacaspremoldadas Acesso em 19 maio 2021 TEC GEO Microestacas SD Disponível em httpsbitly3oA0OMT Acesso em 19 maio 2021 VELLOSO D A LOPES F R Fundações Volume Completo 1 ed Oficina de Textos 2011 WYDE Estaca Raiz Execução SD Disponível em httpwwwwydecombrestaca raizexecucao Acesso em 19 maio 2021