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Síndrome Emética - Bacillus Cereus

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Vol8n2pp7582 JunAgo 2014 Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research BJSCR CANDIDÍASE UMA REVISÃO DE LITERATURA CANDIDIASIS A LITERATURE REVIEW JULIANA VIEIRA PEIXOTO1 MAYARA GOMES ROCHA1 RAYSSA TUANA LOURENÇO NASCIMENTO1 VANESSA VELOSO MOREIRA1 TATILIANA GERALDA BACELAR KASHIWABARA2 1 Acadêmicas do 9º período do curso de graduação em Medicina do IMESFAMEVAÇO Ipatinga MG 2 Especialista Alergia Imunologia Dermatologia Imunopatologia das Doenças Infecto Parasitárias Medicina do trabalho Medicina Ortomolecular Medicina do Trânsito Nutrologia Pediatria Diretora Clínica da CLIMEDI Coordenadora do Programa RespirAR Adulto em Ipatinga MG Professora de pediatria na Faculdade de Medicina de Ipatinga MG MSc em Saúde Meio Ambiente e Sustentabilidade Doutoranda em Gestão pela UTAD Supervisora do PEP em Ipatinga MG IMES FAMEVAÇO Av Marechal Cândido Rondon 850 Ipatinga Minas Gerais Brasil CEP 35164314 rayssalourencohotmailcom Recebido em 15082014 Aceito para publicação em 23082014 RESUMO A candidíase consiste em uma extensa variedade de síndromes clínicas causadas por um fungo do gênero Candida A Candida albicans é a espécie que mais comumente causa a infecção no ser humano Várias espécies de Candida são colonizadoras da microbiota normal da pele do trato gastrointestinal e geniturinário Como colonizantes essas espécies não causam infecção a não ser que haja um desequilíbrio nos mecanismos de defesa A forma habitual de infecção por Candida é o deslocamento de seu nicho normal para a corrente sanguínea ou outros tecidos A candidíase mucocutânea acomete a cavidade oral e vaginal sendo a forma mais comum nos seres humanos A candidíase cutânea pode abranger áreas úmidas do corpo como espaços interdigitais regiões das mamas axilas pregas das virilhas e debaixo de unhas A forma disseminada da candidíase é rara e ocorre em pacientes terminais com doenças debilitantes neoplásicas imunossupressivas e após transplantes de órgãos O diagnóstico pode ser firmado clinicamente e em algumas situações necessitase a realização de cultura O tratamento é à base de antifúngicos e o prognóstico é favorável na maioria dos casos Assim o presente estudo visa sintetizar os principais aspectos relevantes acerca da candidíase PALAVRASCHAVE Candidíase Candida albicans candidíase vulvovaginal candidíase oral ABSTRACT Candidiasis consists of a wide variety of clinical syndromes caused by a fungus of the genus Candida Candida albicans is the most common species causing infections in humans Several Candida species are normal flora colonizing the skin the gastrointestinal and genitourinary tract As colonizing these species do not cause infection unless there is an imbalance in defense mechanisms The usual way of Candida infection is offset from its normal niche into the bloodstream or other tissues The mucocutaneous candidiasis affects the oral and vaginal cavity the most common form in humans In cutaneous candidiasis may involve moist areas of the body such as interdigital spaces regions of the breasts armpits groin folds and under fingernails The disseminated form of candidiasis is rare and occurs in terminal patients with debilitating diseases neoplastic immunosuppressive diseases and after organ transplants The diagnosis can be made clinically and in some situations you need to perform culture Treatment is based antifungals and the prognosis is favorable in most cases Thus this study aims to summarize the main relevant aspects about candidiasis KEYWORDS Candidiasis Candida albicans vulvovaginal candidiasis oral candidiasis 1 INTRODUÇÃO A candidíase consiste em uma extensa variedade de síndromes clínicas causadas por um fungo do gênero Candida constituído de aproximadamente 200 espécies diferentes de leveduras que vivem normalmente nos mais diversos nichos corporais O gênero Candida compreende espécies leveduriforme medindo aproximadamente de 2 a 6µm e se reproduzem por brotamento a maior parte das espécies forma pseudohifas e hifas nos tecidos As colônias têm coloração branca a creme e possuem superfície lisa ou rugosa123 Espécies de Candida residem como comensais fazendo parte da microbiota normal dos indivíduos saudáveis Todavia quando há uma ruptura no balanço normal da microbiota ou o sistema imune do hospedeiro encontrase comprometido as espécies do gênero Candida tendem a manifestações agressivas tornandose patogênicas Quanto à origem pode ser endógena quando oriunda da microbiota ou exógena como uma DST4 Doenças causadas por fungos ganharam maior atenção nas últimas décadas principalmente com o advento da AIDS avanços nas terapêuticas de doenças de base maior uso de antibacterianos aprimoramento de técnicas de transplantes enfim com a maior sobrevida de pacientes de variadas enfermidades4 Dessa forma foi realizada uma revisão bibliográfica acerca da candidíase BJSCR Openly accessible at httpwwwmastereditoracombrbjscr Rev Inst Ciênc Saúde 2006 julset 24317582 Introdução As doenças veiculadas por alimentos são extrema mente comuns no mundo todo Estas doenças são de grande importância para a Saúde Pública devido aos problemas e prejuízos que trazem para a saúde da população humana Estimativas americanas do ano de 1994 demonstraram que nos EUA as doenças ali mentares eram responsáveis por acometer anual mente entre 6 a 80 milhões de pessoas causando ao redor de 900 mortes com custo da ordem de cinco bilhões de dólares8 Visando garantir uma maior segurança para o con sumidor os alimentos vêm sofrendo mudanças tecno lógicas e de controle de qualidade nas últimas décadas Dentre essas mudanças podese citar a introdução de operações automatizadas com novas embalagens formulações e sistemas de distribuição eficientes Também têm sido implementados novos recursos para identificação da causa da disseminação dos patógenos e dos riscos provocados pela con taminação dos alimentos ocorrendo uma produção de alimentos mais estáveis de melhor qualidade e menor custo23 Existem entretanto fatores intimamente ligados à ocorrência de doenças de origem alimentar tais como Monografia de conclusão do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Paulista UNIP 2005 Médica Veterinária pela UNIP Email sidinhayahoocombr Professora Doutora das Disciplinas de Microbiologia Doenças Infecciosas e Zoonoses do Curso de Medicina Veterinária da UNIP Email vaniamcuolcombr Escherichia coli enterohemorrágica EHEC O157H7 revisão Enterohemorrhagic Escherichia coli EHEC O157H7 review Simone Mittelstaedt Vania Maria de Carvalho Resumo A Escherichia coli enterohemorrágica EHEC sorotipo O157H7 foi reconhecida como um importante patógeno vinculado a doenças alimentares a partir de 1983 devido a um surto ocorrido pela ingestão de hambúrgueres mal cozidos em um restaurante fastfood nos EUA As pessoas com infecções por esta bactéria podem apresentar colite hemorrágica e síndrome hemolítica urêmica doença grave e muitas vezes fatal Este microrganismo apresenta entre os seus fatores de virulência importantes citotoxinas denominadas toxinas de Shiga Stx1 e Stx2 anteriormente denominadas de verotoxinas A E coli O157H7 é bastante resistente a ambientes ácidos podendo se desenvolver por exemplo em maionese e cidra de maçã Seu principal reservatório natural é o trato gastrintestinal de bovinos sendo encontrada nas fezes dos mesmos Sua transmissão ocorre principalmente através de carne bovina contaminada mas pode também ocorrer pela ingestão de água leite e vegetais Os principais métodos de prevenção e controle são a introdução de boas práticas de higiene do manipulador e a existência de sistema de análise de perigos e de pontos críticos de controle dentro da indústria para garantir uma diminuição nos riscos de contaminação pela E coli O157H7 Palavraschave Escherichia coli O157 Infecções por Escherichia coli etiologia Contamina ção de alimentos prevenção e controle Manipulação de alimentos Conser vação de alimentos Abstract Enterohemorrhagic Escherichia coli EHEC serotype O157H7 was recognised as an important pathogen related to foodborne diseases in 1983 after occurence of an outbreak due to ingestion of scarcely cooked hamburgers in a fastfood restaurant in USA Infected people may show hemorrhagic colitis and hemolyticuremic syndrome a serious and often fatal illness One of its virulence factors are the production of Shigalike toxins Stx1 and Stx2 previously named verotoxins E coli O157H7 is rather resistant to acid environment and can grow for instance in mayonnaise and apple cider Its principal and natural reservoir is the gastrointestinal tract of bovine in which feces it can be found Contamination mostly occurs through ingestion of beef but also water milk or vegetables likely to be contaminated with fecal content The principal methods of prevention and control are good hygienic handling adoption of a danger analysis system and control of critical areas inside the industry These measures will guarantee a lower risk of contamination of E coli O157H7 Key words Escherichia coli 0157 Escherichia coli infections etiology Food contamination prevention and control Food handling Food preservation mudanças das características demográficas de certas regiões hábitos culturais baixo incentivo governamental em programas de vigilância de alimentos e tendências globais de mercado Mecanismos de virulência e adap tação dos microrganismos além das condições higiê nicosanitárias dos locais de comercialização transpor te manipulação e armazenamento dos alimentos que serão consumidos também são importantes fatores2 Diferentes patógenos têm sido associados às doen ças de transmissão alimentar tais como Escherichia coli enterohemorrágica EHEC sorotipo O157H7 Salmo nella spp Campylobacter spp Yersinia enterocolítica e Shigella spp entre outros29 As EHEC especialmente do sorotipo O157H7 foram reconhecidas mundialmente a partir da década de 80 como um dos mais importante patógenos causadores de doenças humanas veiculadas por alimentos Sua designação surgiu inicialmente em 1983 após terem sido implicadas como agente etiológico da colite hemorrágica em surtos de origem alimentar ocorridos nos Estados Unidos24 Na década de 90 a infecção causada por essa bacté ria foi relatada em mais de 30 países em seis continen tes e sua severidade foi demonstrada em grandes sur tos no Japão Costa Rica USA Escócia É responsável por mais de 20000 casos de distúrbios entéricos eou renais por ano nos Estados Unidos dos quais 250 com evolução fatal8 A primeira descrição no Brasil de E coli O157H7 foi realizada pelo Instituto Adolfo Lutz a partir de amostra de água de poço de uma chácara no município de São Paulo sem contudo estar relacionada à doença humana ou animal15 A relação deste patógeno com doença no homem no Estado de São Paulo foi determinada pela primeira vez pelo mesmo Instituto Três amostras uma de coleção isolada em 1990 de paciente com AIDS e as outras duas obtidas em época mais recente de criança com diarréia sangüinolenta e adulto com diarréia severa fo ram sorotipadas como O157H7 e caracterizadas mole cularmente como possuidoras dos fatores de virulência de EHEC13 Com relação aos animais Cerqueira et al6 1999 iso lou e identificou pela primeira vez a Escherichia coli O157H7 no Brasil particularmente no Estado do Rio de Janeiro Estudos posteriores referem o isolamento deste sorotipo em fazendas do sul do Brasil e no Estado de São Paulo1321 Podese considerar que o grande rebanho bovino na cional a importação de animais para uso em melhora mento genético de países com ocorrência do sorotipo O157H7 assim como o hábito de consumo de carne leite e derivados de origem bovina sem tratamento tér mico adequado são fatores que favorecem a manuten ção de animais infectados e o desenvolvimento de doença humana por E coli O157H7 no país29 A inexis tência de um programa específico de vigilância sanitá ria na importação de alimentos a comercialização de produtos sem fiscalização sanitária e o comércio inter nacional de alimentos também contribuem para o mes mo resultado Há uma ampla variedade de alimentos envolvidos nos surtos causados por E coli O157H7 como a carne bo vina mal cozida derivados à base de carne leite cru vegetais principalmente aqueles consumidos crus molhos preparados para saladas maionese cidra de maçã recém processada etc Porém o principal deles é a carne bovina uma vez que o trato gastrintestinal bo vino funciona como reservatório desses microrganis mos24 A contaminação dos alimentos ocorre através do contato com material fecal de animais infectados ou com superfícies sujas contaminadas pelo patógeno29 Etiologia As E coli são bactérias Gram negativas anaeróbias facultativas encontradas como componentes da micro biota entérica animal e humana sendo algumas linha gens patogênicas para o homem eou animais29 Entre as amostras patogênicas são determinados de acordo com seus mecanismos de virulência seis diferentes grupos de E coli capazes de ocasionarem diarréia2434 As EHEC constituem uma dessas categorias e são assim denominadas porque causam no homem colite hemorrágica e síndrome hemolítica urêmica SHU en fermidade de grande gravidade que leva à falência re nal e morte Estas são amostras de Escherichia coli tam bém conhecidas por outras denominações como STEC E coli produtora da toxina Shigalike e VTEC E coli produtora de toxina ativa em células Vero ou Verotoxi na Os termos toxina de Shiga e Verotoxina referemse portanto às mesmas toxinas2434 O reconhecimento das EHEC como uma classe distinta de E coli patogênica resultou de duas observa ções epidemiológicas ocorridas em 1983 A primeira originouse a partir da investigação de dois surtos de uma doença gastrintestinal caracterizadas por dor abdominal severa diarréia líquida inicialmente e depois sanguinolenta com nenhuma ou pouca febre30 Essa doença denominada de colite hemorrágica foi associada à ingestão de hambúrgueres mal cozidos em um restaurante fastfood De amostras de fezes desses pacientes isolouse a bactéria E coli sorotipo O157H7 A segunda observação deu conta da as sociação de casos esporádicos de síndrome hemolítica urêmica SHU com a presença de citotoxinas produzidas por E coli O157H7 nas amostras de fezes dos pacientes14 Existem mais de 50 sorotipos de EHEC sendo a Escherichia coli O157H7 a principal bactéria desta categoria sendo a mais comum e a melhor caracteri zada33 As EHEC são caracterizadas de acordo com seus fatores de virulência como amostras de STEC ou seja produtoras de toxina de Shiga que apresentam a capacidade de causar a lesão attachingeffacing AE e possuem um plasmídeo que codifica alguns outros fatores de virulência como fímbrias e hemolisinas Estes últimos ainda não têm o seu papel totalmente esclarecido na patogenia das infecções por EHEC24 176 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde 200624317582 São reconhecidas duas importantes e potentes citoto xinas ativas contra células da linhagem Vero e HeLa to xina de Shiga 1 e 2 Stx1 e Stx2 anteriormente denomi nadas Verotoxinas 1 e 2 VT1 e VT233 A Stx1 é uma citotoxina protéica de atividade seme lhante a da toxina de Shiga produzida pela Shigella dy senteriae enquanto que a Stx2 é uma variante desta Receptores para estas toxinas são encontrados tanto em células epiteliais intestinais como em células renais9 Estas citotoxinas agem na unidade 60s dos ribossomos inibindo a síntese protéica o que acarreta a morte celular2433 A lesão AE caracterizase por íntima ligação entre a membrana do enterócito e a parede bacteriana o que desencadeia alterações no citoesqueleto celular com conseqüente perda das microvilosidades dos enteróci tos borda em escova o que por si só é suficiente para causar diarréia2433 Manutenção no alimento Alguns trabalhos científicos têm demonstrado que fa tores como temperatura pH atividade de água tipo de alimento e tamanho do inoculo interferem com a sobre vivência e manutenção da O157H7 no alimento Estudo feito na Costa Rica testou os efeitos de várias temperaturas de armazenamento sobre a sobrevivência da bactéria E coli O157H7 em alimentos comuns Os resultados desse estudo demonstraram que indepen dentemente do tamanho do inóculo na carne ou da tem peratura de armazenamento o número de E coli cres ceu significativamente durante as primeiras 48 horas de incubação o mesmo ocorrendo em miúdos de frango armazenados a 12C demonstrando o risco potencial que estes alimentos armazenados podem representar3 O comportamento da O157H7 em diferentes tempe raturas de armazenamento demonstrou resistência e multiplicação em temperaturas baixas principalmente de 12C a 22C Esse fato tem levado a surtos envolven do o consumo de leite não pasteurizado mantido a bai xas temperaturas3 Ambientes ácidos são desfavoráveis para alguns microrganismos retardando o seu crescimento A maio nese comercial possui ácido acético na concentração de 031 a 032 o que a caracteriza como um alimento ácido4 A sobrevivência de O157H7 em alimentos pre parados com maionese e mantidos a 5C tem sido en tretanto documentada438 A maionese comercial produzida dentro das boas práticas de produção não representa um risco para a saúde humana O principal problema de contaminação da maionese e posterior toxinfecção alimentar é o ma nuseio errado desta pelo cozinheiro Pode ocorrer uma contaminação cruzada pelo contato com utensílios su jos ou alimentos crus contendo a E coli O157H738 Com relação à atividade de água pesquisadores pro põem que a principal causa da sobrevivência e cresci mento da E coli O157H7 em elevadas concentrações de gordura é o aumento daquela em alimentos gordurosos4 Naim et al22 2003 avaliaram a influência da tempera tura e da atividade de água na sobrevivência de E coli O157H7 durante processamento para a produção de salsichas fermentadas e secas Os resultados do estu do demonstraram que a manutenção de salsichas por cinco dias em temperatura de fermentação de 24C an tes da secagem secagem a uma atividade de água 085 não resulta em inativação Já a manutenção pré secagem atividade de água de 079 das salsichas após fermentação a 37C resultou em um aumento na inativação da E coli O157H7 Epidemiologia Incidência As infecções por Escherichia coli O157H7 podem ser endêmicas ou epidêmicas e têm distribuição mundial A grande maioria dos surtos epidêmicos têm sido registra dos contudo em países altamente industrializados co mo Estados Unidos Canadá Japão Inglaterra e Ale manha Vários estudos sugerem que a freqüência dos surtos epidêmicos vem aumentando bem como o nú mero de indivíduos envolvidos Um dos surtos ocorridos no Japão envolveu mais de oito mil indivíduos34 Tais surtos ocasionam grande impacto econômico1 Em algumas áreas nos Estados Unidos E coli O157H7 é mais freqüentemente isolada em amostras fecais que a Shigella spp sendo o segundo ou terceiro patógeno mais isolado após Campylobacter spp eou Salmonella spp Alguns estudos sugerem que o sorotipo O157H7 cause de 50 a 80 de todas infecções causadas por EHEC naquele país24 Nos países desenvolvidos do hemisfério norte há uma sazonalidade nas infecções ocorrendo no verão a maioria dos casos No hemisfério sul países como Ar gentina Uruguai Chile Austrália e África do Sul têm descrito casos de infecção por EHEC entretanto soroti pos de EHEC nãoO157H7 são muitas vezes mais pre valentes que o sorotipo O157H72434 Não houve ainda registro de surtos epidêmicos de doença causada pela E coli sorotipo O157H7 no Bra sil34 Embora este sorotipo já tenha sido isolado de pro cessos de doença nunca foi relacionado a um grande número de casos13 Como referido anteriormente nos países vizinhos como Argentina Chile e Uruguai as infecções por EHEC são relativamente freqüentes Esta diferença pode estar relacionada a uma proteção imu nológica causada pelas infecções por outro grupo de E coli patogênica as EPEC E coli enteropatogênica que são bastante freqüentes no Brasil e também têm a capacidade de ocasionar a lesão AE34 Reservatório natural O principal reservatório de amostras de E coli produ toras de toxina de Shiga é o trato gastrintestinal de bovi nos A ocorrência de infecção por este patógeno em animais jovens pode levar ao desenvolvimento de qua dros diarréicos com conseqüente colonização intestinal assintomática Devido a isso alguns levantamentos de monstraram uma maior taxa de isolamento em animais jovens quando comparado a animais mais velhos24 177 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde 200624317582 Pesquisas realizadas em bovinos demonstram alta prevalência destas bactérias tanto em indivíduos sadios quanto com diarréia131724 Com relação especificamente ao sorotipo O157H7 os dados disponíveis na literatura demonstram que há variações nas taxas de infecção havendo contudo uma baixa prevalência quando com parada à outros sorotipos6131724 A importância do gado bovino como reservatório de E coli produtoras de toxina de Shiga foi documentada por pesquisas epidemiológicas que demonstraram a presença de anticorpos contra o LPS de O157 em 125 das famílias que viviam em fazendas de gado leiteiro contra apenas 47 de famílias urbanas Quando se realizou a pesquisa de anticorpos antiStx1 as famílias que viviam em contato com os bovinos apresentaram taxas seis vezes maiores28 A caracterização do rebanho bovino como reserva tório em nosso meio foi primeiramente realizada por Cerqueira et al6 1999 em gado de leite e corte no Estado do Rio de Janeiro No sul do país detectouse baixo percentual de amostras do sorogrupo O157H7 embora 95 das fazendas examinadas apresentassem pelo menos um animal infectado com amostras de E coli produtoras de toxina de Shiga21 No Estado de São Paulo dois estudos foram realizados No primeiro deles embora tenha sido observada alta incidência de amostras produtoras de Stx não houve isolamento de O157H7 17 Já em trabalho mais recente foi caracterizada a presença deste patógeno nas fazendas estudadas13 É possível a existência de outros reservatórios além do gado bovino pois estas bactérias têm sido isoladas de diversas espécies de animais sadios como veados gaivotas javali alce coelhos selvagens pombos pás saros e ratos34 Transmissão A ecologia e a epidemiologia das E coli O157H7 demonstram que a transmissão pode ocorrer por uma variedade de caminhos18 As E coli O157H7 podem ser transmitidas pela in gestão de água e vários tipos de alimentos contamina dos como hambúrgueres carne bovina leite vegetais inclusive por alimentos acidificados uma vez que ficou demonstrada a tolerância e a sobrevivência deste pató geno em alimentos com pH abaixo de quatro34 Os alimentos de origem animal são todavia uma importante via de transmissão das infecções causadas por E coli O157H79 Detectouse a presença de E coli O157H7 em amos tras de leite não pasteurizadas e em miúdos de frango sendo estes também importantes fontes de transmissão O estudo realizado para demonstrar o risco de infecção alimentar causado por esses alimentos encontrou 3 de positividade para a E coli O157H7 nos miúdos de frango e 2 de positividade nas amostras de leite não pasteurizado27 Pode ocorrer a contaminação de carcaças com fezes de animais infectados durante o processo de abate16 Estudo realizado na Escócia a respeito dos fatores de risco em contrair infecções pela Escherichia coli O157 demonstrou que o contato com as excretas animais é um grande fator de risco para infecções A transmissão de E coli O157 não ocorre apenas por alimento conta minado podendo também ocorrer pelo contato com as fezes de animais reservatórios18 O consumo de produtos e subprodutos cárneos sem processo térmico apropriado na preparação principal mente hambúrgueres pode levar à transmissão deste patógeno para o homem 11 A carne moída é um importante meio de transmissão da E coli devido muitas vezes às deficiências nas condições higiênico sanitárias do equipamento de moagem e das instalações onde a mesma é armazenada7 Embora surtos de Escherichia coli O157H7 estejam freqüentemente vinculados com produtos de origem animal outras fontes como vegetais frutas e água também estão incluídos como veículos de transmissão Um surto ocorrido em 1998 na cidade de Alpine EUA demonstrou a importância da água na transmissão deste patógeno confirmando o potencial do sistema de água desprotegido e não clorado como uma importante fonte de transmissão de E coli O157H7 e outros patógenos25 A água de irrigação contaminada com E coli O157H7 utilizada nas plantações de hortaliças também pode ser uma fonte de transmissão do patógeno Pesquisa realizada com água contaminada artificialmente com E coli O157H7 e usada para irrigação de alface demonstrou que a Escherichia coli O157H7 mesmo quando presente em baixos níveis na água de irrigação é transferida e pode persistir nas plantas muito tempo após a exposição inicial à água contaminada31 Embora não muito freqüente a transmissão pode ocorrer de pessoa para pessoa em particular quando as condições higiênicas não são satisfatórias31 A via de transmissão fecaloral humana tem uma maior im portância entre os familiares manipuladores de alimen tos ou em instituições que prestam cuidados à popu lação mais susceptível ou com hábitos insuficientes de higiene como crianças idosos imunossuprimidos e de ficientes mentais5 A transmissão também pode ocorrer através da con taminação cruzada Nos EUA pesquisadores realizaram um estudo que visava determinar a possibilidade do manuseio humano e de utensílios pro moverem a contaminação cruzada entre carne moída e alface Foram feitos hambúrgueres da carne moída contaminada o que permitiu transferência do patógeno para as mãos e para as tábuas de cortar e depois através dos dedos contaminados para a alface du rante o manuseio Um enxágüe com água durante 15 segundos feito imediatamente após a contaminação ou após o armazenamento em temperatura ambiente 178 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde 200624317582 Carvalho C Comunicação pessoal São Paulo jul 2005 não conseguiu remover um número significativo de E coli O157H7 das tábuas36 Considerações clínicas O período de incubação das infecções ocasionadas por Escherichia coli O157H7 é de 3 a 4 dias embora in cubações de 5 a 8 dias ou de 1 a 2 dias foram descritas em alguns surtos ocorridos A diarréia é o sintoma inicial sendo que algumas vezes é precedida por dores abdo minais e febre Vômitos ocorrem em 50 dos pacientes com diarréia Dentro de 1 a 2 dias a diarréia se torna sanguinolenta e as dores abdominais se intensificam Na maioria dos pacientes a diarréia sanguinolenta de pois de tratada desaparece sem deixar seqüelas mas em 10 dos pacientes menores de 10 anos a doença progride para a síndrome hemolítica urêmica2433 A síndrome hemolítica urêmica é definida pela tríade anemia hemolítica trombocitopenia e insuficiência renal aguda As manifestações iniciais são oliguria ou anúria edema generalizado e palidez24 Esta síndrome ocorre quando os rins são afetados pela toxina Nos pacientes em que a doença progride para este estágio a taxa de mortalidade é alta Algumas crianças podem requerer diálise renal ou mesmo trans plantes Muitos casos provavelmente são mal diagnosti cados e estimase que 200500 óbitos possam ocorrer anualmente nos EUA32 Diagnóstico O diagnóstico é feito geralmente pela pesquisa de bactérias nas fezes do paciente e sua identificação por métodos fenotípicos ou moleculares34 Em relação a Escherichia coli O157H7 as fezes de vem ser cultivadas em ágarMcConkey contendo Dsor bitol sendo que esta bactéria não fermenta ou fermen ta muito vagarosamente este carboidrato33 Uma característica da E coli O157H7 que a distin gue dos outros sorotipos é a inabilidade de produzir ß glucoronidase Portanto a E coli O157H7 não cresce bem a uma temperatura de 44 a 445C sendo esta uma temperatura comumente usada no crescimento de E coli em alimentos e amostras de água24 A presença de genes que codificam as toxinas Stx e o gene que determina a lesão AE pode ser determina da por sondas de DNA específicas ou por PCR A ação da toxina pode ser comprovada através da de monstração de atividade citotóxica para células em cultura de tecido células VERO entretanto é mais trabalhosa10 A sorologia para identificação do sorogrupo baseia se na presença de antígenos de natureza polissacarídi ca e lipopolissacarídica localizados na parede bacte riana também denominados de antígenos somáticos O Para a determinação do sorotipo outras estruturas antigênicas como flagelos também denominados antí genos H são determinadas29 Os diferentes antígenos são identificados por meio de testes de aglutinação utilizandose antisoros prepara dos em coelhos33 Prevenção e controle A prevenção deve iniciarse com a seleção da maté riaprima observando a higiene no local da criação dos animais a disposição do lixo separado do local de pas tagem e confinamento assim como separação dos ani mais doentes Nos abatedouros devem ser evitadas a entrada do animal sujo no local de abate e a contamina ção cruzada decorrente do contato das vísceras e con teúdo gastrintestinal com a carne37 Para a prevenção é importante que a população seja alertada para o perigo potencial da exposição às fezes de animais infectados podendo assim tomar medidas que diminuam os riscos Simples medidas como aten ção à higiene pessoal e à higiene dos alimentos são elementos fundamentais para a prevenção de infecção por E coli O15718 Alguns métodos têm sido relatados para minimizar a possibilidade de transmissão através de alimentos Se gundo Trabulsi e Sampaio33 1999 a esterilização de carne bovina por irradiação tem se mostrado eficiente e foi aprovada pelo Food and Drug Administration FDA nos Estados Unidos Outro método que vem sendo estudado e usado como alternativa para o processamento de alimentos é o emprego do ozônio Este vem ganhando espaço devido sua alta capacidade desinfetante e sanificante Consegue atuar sobre um grande número de microrganismos sem deixar resíduos tóxicos na água e nos alimentos Outro ponto positivo do ozônio é que a concentração necessária e o tempo de ação são menores que os exigidos pelo cloro Estudo realizado para avaliar a eficácia da água ozonizada frente à cepa Escherichia coli O157H7 demonstrou que esta foi altamente eficaz na eliminação bacteriana35 A utilização de microondas na eliminação deste pató geno foi estudada na Costa Rica analisandose o efeito de diferentes tempos e intensidades de cozimento so bre a sobrevivência da Escherichia coli O157H7 em carne moída Os resultados do trabalho demonstraram uma diminuição significativa à medida que se aumenta va o tempo e a temperatura de exposição Foram ne cessários entretanto longos períodos de exposição ao tratamento térmico para eliminar completamente a bac téria inoculada o que acarretou alterações nas caracte rísticas organolépticas da carne26 Nos EUA as indústrias de produtos cárneos estão tes tando outro tipo de medida de segurança para redução de contaminação Na última etapa do processamento industrial empregam tratamento químico da carne com fosfato trissódico TSP16 Surtos de doenças de origem alimentar causados por Escherichia coli O157H7 associados ao consumo de frutas vegetais e outros produtos não pasteurizados fo ram ligados à contaminação fecal durante o crescimen to colheita processamento e distribuição desses ali mentos Estudo realizado por Lung et al19 2001 anali sou o papel da compostagem no tratamento das fezes bovinas utilizadas na adubação O procedimento de compostagem foi efetivo na redução da E coli O157H7 até níveis não detectáveis após quatro dias a uma tem peratura de 45C 179 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde 200624317582 Estudo recente foi realizado para averiguar os riscos da Escherichia coli O157H7 ser transferida para pratos limpos e esponjas através de água contaminada Foi investigada a sobrevivência da E coli O157H7 em água quando exposta a temperaturas constantes 47 60C na presença ou ausência de detergente 0 035 e de substância orgânica Os resultados do estudo reafirmam o potencial de sobrevivência de patógenos alimentares no ambiente de cozinha As bactérias nem sempre foram inativadas durante a lavagem e a E coli O157H7 em particular resistiu à subseqüente secagem dos pratos O risco da transferência de patógenos de pratos contaminados para o alimento foi baixo mas a contaminação de toalhas e esponjas de lavar louça usadas para limpar superfícies foi preocupante Os pesquisadores do estudo recomendam que a água usada para a lavagem tenha a máxima temperatura possível sendo a máquina de lavar louça uma ótima opção porque consegue alcançar altas temperaturas20 Outro setor de pesquisa intensa na área de preven ção diz respeito ao desenvolvimento de vacinas através de vários tipos de abordagem Não há contudo até o momento vacina disponível no mercado34 O controle da E coli O157H7 nos produtos deve ser garantida pelas indústrias e fábricas de alimento atra vés das boas práticas de higiene dos funcionários Es tes devem ser orientados sobre cuidados essenciais para prevenir a contaminação do produto final Para se rem alcançadas reduções nos riscos de contaminação deve ser instituído o controle de pontos potenciais de contaminação no campo e durante o processo de fabri cação dos produtos423 Além disso também é importante que a indústria te nha o sistema de análise de perigos e pontos críticos de controle para diminuir os riscos de contaminação323 Ao nível domiciliar o esclarecimento do consumidor sobre a necessidade de cuidado especial com a conta minação cruzada entre os alimentos é crítico na redu ção do risco de infecção humana323 Conclusão É de preocupação nacional e internacional o poten cial risco que a E coli O157H7 pode representar para a Saúde Pública Este patógeno é um desafio para a industria alimentícia e para a cadeia alimentar O risco de ocorrência de surtos por E coli 0157H7 ou outros patógenos lesivos ao ser humano será menor se forem respeitadas as normas de processamento as boas práticas de higiene assim como se houver a apli cação da análise de perigo e de pontos críticos no con trole da contaminação na industria alimentícia Qualquer alimento contaminado por E coli O157H7 deve ser considerado impróprio para consumo ou para o uso industrial pois a presença deste microrganismo indica processamento em condições higiênicas inade quadas e possível risco de saúde para a comunidade 180 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde 200624317582 Referências 1 Abe K Yamamoto S Shinagawa K Economic impact of an Escherichia coli O157H7 outbreak in Japan J Food Prot 20026516672 2 Alterkruse SF Cohen ML Emerging foodborne diseases Emerg Infect Dis 19973328596 3 Arias ML MongeRojas R Chaves C Antillón F Effect of storage temperatures on growth and sur vival of Escherichia coli O157H7 inoculated in foods from a neotropical enviromment Rev Biol Trop 200149251724 4 Arias ML MongeRojas R Antillón F Chaves C Growth and survival of Escherichia coli O157H7 in meat poultry and vegetables mixed with different concentration of mayonnaise Rev Biol Trop 20014934120712 5 Belongia EA Osterholm MT Soler JT Ammend DA Braun JE MacDonald KL Transmission of Escherichia coli O157H7 infection in Minnesota child daycare facilities JAMA 199326978838 6 Cerqueira AMF Guth BEC Joaquim RM Andrade JRC High occurrence of Shiga toxinproducing Es cherichia coli STEC in healthy cattle in Rio de Ja neiro State Brazil Vet Microbiol 19999012 11121 7 Costa FN Alves LMC Monte SS Avaliação das condições higiênicosanitárias de carne bovina moída comercializada na cidade de São Luiz MA Hig Aliment 200014774952 8 Council for Agricultural Science and Technology Foodborne pathogens risks and consequences ames 1994 Task Force Report nº 122 9 Doyle M Padhye V Escherichia coli In Doyle MP Foodborne bacterial pathogens New York Marcel Dekker1989 p23581 10 Dwight CH Escherichia In Dwight CH Zee YC Microbiologia veterinária Rio de Janeiro Guana bara Koogan 2003 p638 11 Hart CA Trees AJ Duerden J Zoonoses J Med Microbiol 1997461433 12 Irino K Kato MA Vaz TM Ramos II Souza MA Cruz AS et al Serotypes and virulence markers of Shiga toxinproducing Escherichia coli STEC iso lated from dairy cattle in São Paulo State Brazil Vet Microbiol 200510512936 13 Irino K Vaz TMI Kato MAMF Naves ZVF Lara RR Marco MEC et al O157H7 Shiga toxin producing Escherichia coli strains associated with sporadic cases of diarrhea in São Paulo Brazil Emerg Infect Dis 2002844467 14 Karmali MA Steele BT Petric M Lim C Sporadic cases of haemolytic uraemic syndrome associa ted with faecal cytotoxinproducing Escherichia coli in stools Lancet 1983 1832561920 15 Katsuya EM Lerner LH Costa R Jakabi M Dias AMG Tavecchio AT et al Eschericihia coli 0157H7 um enteropatógeno emergente Rev CIP 1998178 16 Knight P Hemorragic E coli the danger increa ses ASM News 199359524750 17 Leomil L AidarUgrinovich L Guth BEC Irino K Vettorato MP Onuma DL et al Frequency of Shiga toxinproducing Escherichia coli STEC iso lates among diarrheic and nondiarrheic calves in Brazil Vet Microbiol 200397121039 18 Locking ME OBrien SJ Reilly WJ Wright EM Campbell DM Coia JE et al Risk factors sporadic cases of Escherichia coli O157H7 infection the importance of contact with animal excreta Epide miol Infect 2001127221520 19 Lung AJ Lin CM Kim JM Marshall MR Nordstedt R Thompson NP et al Destruction of Escherichia coli O157H7 and Salmonella Enteritidis in cow manure composting J Food Prot 2001649 130914 20 Mattick K Durham K Domingue G Jorgensen F Sen M Schaffner DW et al The survival of food borne pathogens during domestic washingup and subsequent transfer onto washingup spon ges kitchen surface and food Int J Food Micro biol 200385321326 21 Moreira CN Pereira MA Brod CS Rodrigues DP Carvalhal JB Aleixo JAG Shiga toxinproducing Escherichia coli STEC isolated from healthy dairy cattle in southern Brazil Vet Microbiol 2003933 17983 22 Naim F Messier S Saucier L Piette P A model study of Escherichia coli O157H7 survival in fermen ted dry sausagesinfluence of inoculum preparation inoculation procedure and selected process para meters J Food Prot 20036612 226775 23 Nascimento MR Stamford TLM Incidência de Escherichia coli O157H7 em alimentos Hig Ali ment 20001470325 24 Nataro JP Kaper JB Diarrheagenic Escherichia coli Clin Microb Rev 1998111142201 25 Olsen SJ Miller G Breuer T Kennedy M Higgins C Walford J et al A waterborne outbreak of Escherichia coli O157H7 infections and hemolytic uremic syndrome implications for rural water systems Emerg Infect Dis 2002843705 26 Quesada O Arias ML Chaves C Efecto del horno de microondas sobre el crecimiento y sobrevive cia de Escherichia coli O157H7 inoculada em tor tas de carne de res Arch Latinoam Nutr 200353 1659 27 Reuben A Treminio H Arias ML Chaves C Pre sencia de Escherichia coli O157H7 Listeria mo nocytogenes y Salmonella spp en alimentos de origen en Costa Rica Arch Latinoam Nutr 2003 53438992 28 Reymond D Johnson RP Karmaliu MA Petric M Winkler M Johnson S et al Neutralizing antibo dies to Escherichia coli Vero cytotoxin 1 and anti bodies to 0157 lypopolysaccharide in healthy farm family members and urban residents J Clin Mi crobiol 199634920537 29 Ribeiro MG Pinto JPAN Silva EOTR De hambúr guer leite e outros gêneros alimentícios à colite hemorrágica e síndrome urêmicohemolítica Hig Aliment 19991366678897 181 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde 200624317582 30 Ryley Remis Rs Helgerson SD McGee HB Davis BR Hebert RJ et al Hemorrhagic colitis associa ted with a rare Escherichia coli serotype N Engl J Med 1983308126815 31 Solomon EB Pang HJ Matthews KR Persistence of Escherichia coli O157H7 on lettuce plants following spray irrigation with contaminated water J Food Prot 200366122198202 32 Tortora GJ Funke BR Case CL Doenças bacte rianas do sistema digestivo inferior In Tortora GJ Funke BR Case CL Microbiologia 6ª ed Porto Alegre Artmed 2000 p66970 33 Trabulsi LR Campos LC Escherichia In Trabulsi LR Alterthum F Gompertz OF Candeias JAN Microbiologia 3a ed São Paulo Atheneu 1999 p21526 34 Trabulsi LR Sampaio MMC Diarréia por Escheri chia coli enterohemorrágica EHEC Estudos Av 199913351167 35 Veiga SMOM Nascimento LC Carvalho EP Car doso CC Fiorini JE Eficácia da água ozonizada contra patógenos encontrados em água e alimen tos Hig Aliment 200317106959 36 Wachtel MR McEvoy JL Luo Y WilliamsCamp bell AM Solomon MB Crosscontamination of lettuce Lactuca sativa L with Escherichia coli O157H7 via contaminated ground beef J Food Prot 2003667117683 37 Wuethrick B Back on the farm stopping E coli O157H7 at its source ASM News 1994608 409 38 Zhao T Doyle MP Fate of enterohemorragic Escherichia coli O157H7 in commercial mayo nnaise J Food Prot 19945797803 Recebido em 0312006 Aceito em 1332006 182 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde Peixoto et al Braz J Surg Clin Res V8n2pp7582 Set Nov 2014 2 MATERIAL E MÉTODOS O presente artigo baseouse em uma revisão bibliográfica descritiva qualitativa que teve como fonte de pesquisa filtragem nos sites de busca Scientific Eletronic Library Online SCIELO Google Acadêmico LilACS e NCBI Pubmed e livros do acervo da Biblioteca da Faculdade de Medicina IMESFAMEVAÇO para a escolha das fontes de pesquisa Foram utilizados para realização deste trabalho os seguintes descritores Candidíase Candida albicans Candidíase vulvovaginal Candidíase oral sendo os critérios de inclusão dos artigos aqueles que foram publicados no período de 2001 a 2013 relacionados às palavraschave Ao final do levantamento bibliográfico foram efetivamente utilizados 22 artigos selecionados conforme a qualidade e relevância com o tema proposto 3 DESENVOLVIMENTO Candidíase Várias espécies de Candida são colonizadoras da microbiota normal da pele do trato gastrointestinal e geniturinário Como colonizantes essas espécies não causam infecção a não ser que haja um desequilíbrio nos mecanismos de defesa ou fatores externos como por exemplo o uso de antimicrobianos que podem alterar a flora normal A infecção por Candida acomete preferencialmente as crianças e as pessoas idosas numa frequência de 5 dos recémnascidos 5 de pessoas com doenças neoplásicas e 10 dos pacientes idosos com saúde precária Portanto a candidíase é mais frequente em pessoas nos extremos da idade12 Figura 1 Candida albicans Fonte httphealthblobcom201106candidiasiscauses A Candida albicans é a espécie mais comum causadora de infecção no ser humano Figura 1 A maioria dos estudos mostra que esta espécie constitui 60 dos isolados de amostras clínicas uma vez que esta levedura faz parte da microbiota humana4 Outras espécies também podem ser infecciosas porém com menor frequência como a Candida glabrata Candida parapsilosis Candida tropicalis Candida krusei Candida lusitaniae e Candida guilliermondii As espécies C glabrata e a C krusei apresentam resistência ao antifúngico Fluconazol por isso têm sua ocorrência associada ao maior uso desse fármaco em hospitais1 A candidíase é a infecção fúngica oportunista mais comum principalmente devido à onipresença deste fungo e também porque aumenta cada vez mais o número de pacientes com fatores de risco para infecção por essa levedura Os indivíduos com neoplasia hematológica neutropenia usuários prévios de agentes citotóxicos e corticosteroides correspondem aos indivíduos com risco de infecção grave por Candida Em pacientes internados na UTI unidade de terapia intensiva o uso de antimicrobianos de amplo espectro cateteres intravenosos e ureterais procedimentos cirúrgicos prévios insuficiência renal e nutrição parenteral são os principais fatores de risco para infecções graves por Candida A epidemia da síndrome da imunodeficiência adquirida humana AIDS levou a um aumento significativo das infecções por Candida sendo que a manifestação primária da infecção nesses pacientes é a mucocutânea principalmente a candidíase orofaríngea1 Fisiopatologia A forma habitual de infecção por Candida é o deslocamento de seu nicho normal para a corrente sanguínea ou outros tecidos A primeira tentativa de defesa do hospedeiro é a fagocitose e a destruição por neutrófilos monócitos e macrófagos Assim sendo muitos mecanismos que operam no interior de neutrófilos e macrófagos provocam a destruição das leveduras A imunidade celular também participa na defesa contra a infecção por Candida sendo que as células T são responsáveis pela imunidade contra Candida em superfícies mucosas1 Manifestações Clínicas As manifestações clínicas causadas pela Candida são variadas podendo gerar uma infecção localizada de mucosas até uma doença disseminada potencialmente fatal O principal fator que determina o tipo e extensão de infecção causada pela Candida é a resposta imunológica do paciente Dessa forma pacientes imunossuprimidos principalmente os que apresentam neutropenia a disseminação visceral da infecção é comum14 As formas de manifestação da candidíase são basicamente de três tipos mucocutânea cutânea e sistêmica A candidíase mucocutânea acomete a cavidade oral e o canal vaginal sendo a forma mais comum nos seres humanos A candidíase cutânea pode acometer áreas úmidas do corpo como espaços interdigitais regiões das mamas axilas pregas das virilhas debaixo de unhas A TEMA 1 Escherichia coli enteropatogênica sorotipo O157H7 A1 Quais os principais patógenos associados a doenças de transmissão alimentar A2 No Brasil as pesquisas revelaram a presença de Ecoli O157H7 Segundo o artigo referência deste ED quais foram as fontes onde foram detectadas a bactéria Como se explica a presença destas estirpes no Brasil A3 Qual o fator de virulência e qual a patologia este fator desencadeia no paciente A4 Quando e onde as estirpes de Ecoli enteropatogenicas foram reconhecidas como responsáveis por surtos de doença diarreica e em qual alimento foi identificado como fonte de contagio A5 Pesquise sobre as estratégias laboratorias para se distinguir estirpes de Ecoli O157H7 das Ecoli não patogênicas A6 Relacione algumas medidas de prevenção e controle propostas pelo artigo B TEMA 2 Candidíase B1 A que se deve o aumento da atenção para com as doenças fungicas nas ultimas décadas B2 Quais os sítios anatômicos onde podemos encontrar espécies de Candida sp no ser humano B3 Quais os tipos de manifestações clinicas básicas causadas por espécies de Candida sp B4Quais as formas de candidíase mucosas que podem ocorrer no ser humano B5 Quais os fatores de risco para candidíase vulvovaginal B6 Em quais amostras clinicas podemos fazer pesquisa de Candida spp Em neonatos o uso de fraldas pode causar erupções que é uma manifestação comum de Candida cutânea A forma disseminada da candidíase é rara e ocorre em pacientes terminais com doenças debilitantes neoplásicas doenças imunossupressivas e após transplantes de órgãos Nesses casos pode acometer diferentes órgãos e tecidos como pulmões meninges rins bexiga articulações fígado coração e olhos5 Infecções mucosas candidíase orofaríngea esofagite candidíase vulvovaginal balanite Candidíase orofaríngea A Candida albicans é um microrganismo presente na flora normal da região orofaríngea Sua transformação de microrganismo comensal para patógeno está relacionada a fatores locais e sistêmicos2 É particularmente provável que ocorra no diabético em gestantes e em pessoas obesas Antibióticos sistêmicos corticóides orais e inalatórios e agentes contraceptivos orais podem contribuir para o desencadeamento das lesões6 A candidíase também pode ser causada pela disfunção das células T principalmente em pacientes com infecção por HIV e é a infecção oportunista mais comumente relatada em pacientes com AIDS O aparecimento de candidíase oral em indivíduo anteriormente saudável sem fatores de risco conhecidos deve levantar imediatamente a suspeita de infecção por HIV1 As manifestações orofaríngeas da candidíase podem ser agudas ou crônicas A candidíase aguda apresenta as formas pseudomembranosa e eritematosa a forma crônica da doença é conhecida como atrófica Candidíase pseudomembranosa Conhecida como sapinho é a forma mais comum e se manifesta por placas ou nódulos brancoamarelados de consistência mole à gelatinosa na mucosa bucal no palato na orofaringe ou na língua que são facilmente removidas revelando uma mucosa eritematosa e não ulcerada sob as placas Figura 21 Na maioria dos casos essa forma da doença apresenta lesões assintomáticas a não ser nos casos mais graves onde os pacientes queixamse de sensibilidade ardência e disfagia2 Figura 2 Candidíase pseudomembranosa Fonte httpjmarcosrsfileswordpresscom201203candidiaseoral4jpg Candidíase eritematosa Pode ocorrer independente ou simultaneamente à forma pseudomembranosa Tratase de uma lesão sintomática Figura 3 cuja sensibilidade é intensa devido às numerosas erosões dispersas pela mucosa e à inflamação presente com localização preferencial ao longo do dorso da língua Na maior parte dos casos as lesões evoluem de maneira assintomática podendo somente causar ardência mediante a ingestão de alimentos ácidos ou quentes É a forma clínica mais frequente entre pacientes não infectados pelo HIV2 Figura 3 Candidíase eritematosa Fonte httpcacphpunioestebrprojetospatologialesoesfundamentaismancha Candidíase atrófica crônica Conhecida como estomatite por dentadura Figura 4 ocorre frequentemente em pessoas que usam próteses superiores completas1 Clinicamente apresentase com uma superfície vermelha viva de aveludada a pedregosa de forma circunscrita ou difusa e ulcerada ou não O palato encontrase hiperemiado e doloroso Os sintomas clínicos são dor irritação e distúrbios da salivação entretanto muitos pacientes são assintomáticos2 Figura 4 Candidíase atrófica crônica Fonte httpcandidiaseorgcandidiaseoral Os fatores etiológicos responsáveis são o traumatismo crônico de baixa intensidade secundário à próteses Openly accessible at httpwwwmastereditoracombrbjscr mal adaptadas e a não remoção da prótese durante a noite associada à má higiene do paciente2 Esofagite A candidíase em mucosa esofágica pode ocorrer com ou sem candidíase orofaríngea O aparecimento de esofagite por Candida é quase sempre relacionado com disfunção imune e não somente com fatores locais1 Dentre os fatores de risco incluem a supressão farmacológica da produção de ácido gástrico uso de antibióticos vagotomia anterior alterações esofágicas funcionais ou mecânicas e as doenças endócrinas como diabetes mellitus hipotireoidismo e hipoparatiroidismo A desnutrição alcoolismo idade avançada e terapia com corticosteroides sistêmica ou inalada também tem sido implicado7 O envolvimento esofágico é o tipo mais frequente da doença de mucosa significativa Os sintomas incluem odinofagia subesternal refluxo gastroesofágico ou a náusea sem dor subesternal8 Candidíase vulvovaginal A candidíase vulvovaginal CVV é uma infecção da vulva e da vagina causada pelas várias espécies de Candida que podem tornarse patogênicas sob determinadas condições que alteram o ambiente vaginal9 A CVV é um dos diagnósticos mais frequentes na pratica diária em ginecologia e sua incidência tem aumentado drasticamente tornandose a segunda infecção genital mais frequente nos EUA e no Brasil precedida pela vaginose bacteriana3 20 a 25 das mulheres adultas apresentam colonização assintomática9 Cerca de 75 tiveram episódios de candidíase vulvovaginal durante a vida com a prevalência de Candida albicans de 70 a 904 Essa infecção caracterizase por prurido dispareunia e pela eliminação de um corrimento vaginal em grumos semelhante à nata de leite Com frequência a vulva e a vagina encontramse edemaciadas e hiperemiadas algumas vezes acompanhadas de ardor ao urinar e sensação de queimação As lesões podem se estender pelo períneo região perianal e inguinal O corrimento que geralmente é branco e espesso é inodoro Em casos típicos nas paredes vaginais e no colo uterino aparecem pequenos pontos brancoamarelados Os sintomas se intensificam no período prémenstrual quando a acidez vaginal aumenta3 Alguns fatores de risco potenciais para a CVV têm sido relatados como presença de ciclos menstruais regulares gravidez uso de contraceptivos orais de altas doses terapia de reposição hormonal diabetes mellitus infecção pelo HIV uso de antibióticos sistêmicos ou tópicos hábitos de higiene inadequados uso de roupas intimas justas eou sintéticas determinando pouca aeração nos órgãos genitais aumentando a umidade9 A teoria de que ciclos menstruais regulares se tornam fatores de risco para CVV pode ser explicada pois picos de certos hormônios facilitam a invasão fúngica da mucosa vaginal considerandose que ao longo do ciclo menstrual regular existem picos hormonais de FSH LH estradiol e progesterona que determinam a ovulação e formação do corpo lúteo e que estão alterados ou ausentes nas mulheres de ciclos irregulares22 Aproximadamente 5 das mulheres com CVV desenvolvem a candidíase vulvovaginal recorrente definida como a ocorrência de quatro ou mais episódios de CVV no período de 12 meses3 Essa forma ocorre quando o fungo não é completamente eliminado da vagina permanecendo baixas concentrações de microrganismos e relacionase com fatores inerentes ao hospedeiro imunológicos ou não e não com a virulência do hospedeiro10 Balanite A balanite ou balanopostite inflamação aguda ou crônica da glande do pênis pode ser assintomática com apenas um leve prurido ou sintomática iniciandose com vesículas no pênis que evoluem nos casos intensos gerando placas pseudomembranosas eritema generalizado prurido intenso dor fissuras erosões pústulas superficiais na glande e no sulco balanoprepucial As lesões podem estenderse ao escroto e às pregas da pele com presença de prurido e em alguns casos causar uma uretrite transitória Candida albicans é a espécie isolada com maior frequência Existem diversos fatores que predispõem os pacientes a desenvolver a balanite como relações sexuais com parceiro infectado recente terapia antibiótica descontrole no diabetes mellitus sendo comum em homens não circuncidados4 Infecções cutâneas candidíase cutânea candidíase mucocutânea crônica candidíase congênita Candidíase cutânea A candidíase cutânea frequentemente ocorre quando há condições de umidade e temperatura como as dobras da pele embaixo das fraldas de recémnascidos e em climas tropicais ou durante meses de verão Diabetes mellitus e HIV também estão associados4 As lesões são eritematosas pruriginosas muitas vezes pustulares com bordas bem delimitadas e quase sempre associadas a lesões satélites menores A presença de lesões satélites ajuda a distinguir a candidíase da tinea cruris ou corporis1 A candidíase cutânea aguda podese apresentar de diferentes formas intertrigo localizado nas dobras da pele como axilas virilha sulco interglúteo prega submamária e em pessoas obesas na prega suprapúbica produzindo intenso eritema edema exsudato purulento e pústulas erosão interdigital foliculite principalmente em pacientes com HIV onicomicose e paroníquia4 A onicomicose por Candida Figura 5 resulta em unhas friáveis espessas e opacas A Candida também causa paroníquia especialmente em pessoas cuja ocupação envolve imersão frequente das mãos na água1 Figura 5 Onicomicose por Candida Fonte httpwwwdermisnetdermisrootpt16108imagehtm Candidíase mucocutânea crônica Em alguns casos infecções superficiais podem tornarse severas e de difícil tratamento produzindo raramente uma desordem conhecida como candidíase mucocutânea crônica caracterizada pela deficiência de células T helper situação que consiste em persistentes e recorrentes infecções de membranas mucosas couro cabeludo pele e unhas com uma variedade de manifestações4 As lesões típicas na pele são geralmente avermelhadas sobressaltadas e com hiperqueratinização e usualmente indolores Microabscessos na epiderme são comuns na candidíase cutânea aguda porém raros na candidíase mucocutânea crônica O envolvimento da unha pode ser severo nesta condição produzindo acentuado engrossamento distorção e fragmentação da unha com inchaço crônico da falange distal Alguns pacientes apresentam endocrinopatias associadas como hipoparatiroidismo hipotireoidismo e hipoadrenismo1 Candidíase congênita A candidíase no recémnascido com baixo peso é frequente mundialmente Nesses pacientes a doença pode estar presente ao nascimento sendo designada com infecção congênita ou neonatal Porém a infecção pode ser adquirida tardiamente pelo bebê no ambiente hospitalar sendo considerada uma infecção nosocomial5 Dentre as principais lesões na pele destacamos erupções generalizadas extensas regiões eritematosas presentes em achados iniciais vesículas pápulas e pústulas lesões de morfologias variadas que representam diferentes estágios de evolução e que geralmente coexistem Na maioria dos casos quase toda extensão do recémnascido é tomada de lesões porém regiões como o dorso extremidades palmas das mãos e solas dos pés e dobras da pele são as áreas mais afetadas O principal fator que gera a candidíase cutânea congênita é a candidíase vulvovaginal na mulher durante a gravidez A candidíase cutânea congênita pode evoluir para uma forma disseminada forma esta que gera muitos óbitos de recémnascidos4 Infecções disseminadas candidemia Candidemia É a manifestação mais comum de infecção disseminada por Candida As espécies mais comumente isoladas são C albicans C tropicalis C parapsilosis C glabrata e C krusei A mortalidade atribuída direta ou indiretamente à candidemia é de 40 a 60111 O principal mecanismo de transmissão da candidemia é por via endógena em que espécies de Candida que constituem a microbiota de vários sítios anatômicos e sob condições de debilidade do hospedeiro comportamse como patógenos oportunistas12 Outro mecanismo para transmissão é por via exógena por meio das mãos de profissionais da saúde que cuidam dos pacientes materiais médicohospitalares como cateteres e soluções intravenosas que estejam contaminadas por fungos11 Dentre os fatores de risco ligados ao hospedeiro destacamse uso de antibióticos de largo espectro tempo prolongado de internação hospitalar neutropenia nutrição parental sonda vesical ventilação mecânica cateter venoso central e colonização de vários sítios anatômicos por leveduras Além desses fatores outros merecem ser destacados como idade extrema imunossupressão insuficiência renal diabetes quimioterapia radioterapia lesão de mucosas hemodiálise cirurgia prévia e corticoterapia11 Os pacientes podem apresentar choque séptico e disseminação para múltiplos órgãos sem positividade em hemoculturas O quadro clínico da candidíase disseminada é indistinguível daquele apresentado na infecção bacteriana O quadro histológico caracterizase por múltiplos microabscessos em diversos órgãos Olhos rins figado baço e cérebro são os locais mais comumente acometidos mas já houve relatos de microabscessos causados por Candida em quase todos os órgãos Os eventos que sugerem o diagnóstico de candidemia incluem o surgimento de lesões cutâneas e retinianas As lesões cutâneas são indolores e não pruriginosas papulares e pustulares e cercadas por uma área de eritema As lesões oculares manifestamse como exsudatos brancos característicos na retina com a extensão do processo ao humor vítreo a retina tornase escurecida1 A disseminação hematogênica das diversas espécies de Candida pode afetar outros sítios A endocardite é uma complicação não muito frequente e que pode levar à morte em especial em usuários de drogas injetáveis além daqueles pacientes com próteses valvares cardíacas e com cateteres venosos centrais Formas de infecções focais invasivas mais comuns são no trato urinário osteoarticulares endoftalmite peritonite e meningite Elas resultam da inoculação local ou disseminação tanto por contiguidade como hematogênica¹ Diagnóstico Para que se alcance o isolamento e identificação do patógeno é importante que o tipo e a qualidade da amostra biológica submetida ao laboratório de micologia seja de boa qualidade A assepsia antes da coleta e a quantidade da amostra são fatores primordiais para o sucesso do diagnóstico fúngico por leveduras do gênero Candida Procedimentos para a coleta de amostras são estabelecidos de acordo com a manifestação clínica por exemplo temos os pedaços de pele e unhas raspados de mucosa oral vaginal ou anal secreção do trato respiratório sangue líquor urina fezes dentre outros⁴ Ao exame clínico na maioria das vezes é possível que se faça o diagnóstico da candidíase mucocutânea A necessidade de cultura é pouco comum Por meio da escarificação das lesões e aplicação de uma preparação hidróxido de potássio KOH ou coloração de Gram podese confirmar o diagnóstico identificandose leveduras em brotamento ou pseudohifas Se a patologia for recorrente ou resistente ao tratamento prévio devese pedir a cultura para identificar se o agente é uma espécie mais resistente como a C glabrata ou a C krusei A endoscopia digestiva alta é reservada para suspeita de esofagite e caso apareça lesões em forma de placas ou ulceracões a biópsia comprovárá invasão da mucosa com leveduras em brotamento e pseudohifas Quanto à candidíase vulvovaginal o diagnóstico é clínico sendo o exame de alta confiança para a identificação da patologia apresentando ótima correlação com a cultura positiva para a Candida Entretanto apenas a cultura positiva não confirma necessariamente a candidíase vulvovaginal¹¹³¹⁴¹⁵ Definir corretamente o diagnóstico da candidíase disseminada é um dos pontos de maior importância para o sucesso terapêutico O diagnóstico clínico não é definitivo e satisfatório pois os sinais e sintomas não são tão específicos Febre e leucocitose seriam os principais achados que indicam a infecção fúngica porém apenas 80 dos pacientes apresentam hipertermia e em 50 dos pacientes a leucocitose não se apresenta Além disso a apresentação clínica de uma candidemia é muitas vezes igual à apresentação de uma bacteremia A comprovação de uma disseminação geralmente é encontrada em hemocultura ou em outros lugares estéreis do corpo Os cateteres vasculares podem ser o local de entrada da Candida spp para a corrente sanguínea Dessa forma quando retirados deve ser feita a cultura da ponta distal do mesmo pela técnica de rolamento Alguns estudiosos consideram que o isolamento de Candida spp seja sempre abordado como infecção sistêmica Todavia não há ainda um teste diagnóstico eficiente que diferencie os pacientes com semeadura inconsequente do sangue daqueles cujas hemoculturas positivas representam disseminação hematogênica para diversos órgãos Para os pacientes mais graves com suspeita de candidíase o surgimento de lesões cutâneas pustulares ou lesões retinianas típicas pode fortalecer essa hipótese¹ ¹⁶ ¹⁷ ¹⁸ Tratamento As opções terapêuticas efetivas para o tratamento da Candida são compostas por quatro grupos de drogas Tabela 1 Tabela 1 Grupos de medicamentos para tratamento de Candidíase Grupo Poliênicos Triazólicos Equinocandinas Fluocitosina Exemplos Nistatina Anfotericina B Fluconazol Itraconazol Voriconazol Posaconazol Caspofungina Micafungina Anidulafungina Tratamento da candidíase oral Os medicamentos indicados para o tratamento das infecções por Candida albicans Tabela 2 são os antifúngicos como a Nistatina sob a forma de suspensão aplicada topicamente sobre área afetada Tabela 2 Tratamento da Candidíase Oral Nome Formulação Dose Duração tratamento Adm tópica Nistatina Pastilha 100000UI Pastilha 100000UI 100000UI 4 vezesdia dissolver na boca lentamente 714 dias Suspensão Oral 100000UIml Suspensão Oral 500000UI 5ml na concentração de 100000Uml 4 vezesdia Bochechar por algum tempo e depois deglutir 714 dias Clotrimazol Pastilha 10mg 1 pastilha de 10mg dissolvidos na boca 5 vezesdia 714 dias Anfotericina Pastilha 10mg Pastilha 10mg 4 vezesdia 1015 dias Adm sistêmica Fluconazol Comprimido oral 100mg 1 comprimido de 100 mgdia 714 dias Cetoconazol Comprimido oral 200400mg 1 comprimido de 200mg400mgdia em jejum 714 dias Fonte Adaptado de WILLIAMS D W KURIYAMA TSILVA S MALIC S LEWIS M A O 2011 Este medicamento deve ser administrado em doses de 200000 a 600000 unidades utilizado três a quatro vezes por dia com instrução para bochechar e deglutir Outra droga normalmente utilizada é o Clotrimazol sob a forma de pastilha oral ou comprimidos de 10mg administrados durante 14 dias cinco vezes por dia Recomendase que a Nistatina agente poliênico seja o fármaco de primeira escolha devido a sua eficácia ausência de efeitos colaterais graves via oral e custo reduzido em comparação outras drogas²¹⁹ Tratamento da candidíase vulvovaginal O tratamento do candidíase vulvovaginal CVV visa garantir a melhora da sintomatologia podendo ser efetuado por via oral ou tópico Tabela 3 No tratamento oral indicase a administração de um dos fármacos citados a seguir Fluconazol 150 mg em dose única Cetoconazol 200 mg uma vez dia por 14 dias ou Cetoconazol 400 mg uma vez por dia por 14 dias Já o tratamento local por via intravaginal engloba o uso de Clotrimazol 100 mgcomprimido durante 7 dias ou o uso de Terconazol 08 creme aplicação completa de 5 g durante três dias ou ainda o uso de Ácido Bórico 600 mgsupositório duas vezes por dia por período de 14 dias²⁰²¹ Tabela 3 Tratamento da Candidíase Vulvovaginal Nome Formulação Dose Duração tratamento Adm tópica Butoconazol Creme a 2 1 aplicador 5 gramas intravaginal Dose única Clotrimazol Creme a 1 1 aplicador 5 gramas intravaginal 714 noites Miconazol Creme a 2 1 aplicador 5 gramas intravaginal 7 noites Nistatina 100000UI4 G 1 aplicador 4 gramas intravaginal 14 noites Tioconazol Creme a 65 1 aplicador 5 gramas intravaginal Dose única Terconazol Creme a 04 1 aplicador 5 gramas intravaginal 7 noites Creme a 08 1 aplicador 5 gramas intravaginal 3 noites Adm sistêmica Fluconazol Comprimido 150mg 1 comprimido de 150 mg Dose única Cetoconazol Comprimido 200400mg 1 comprimido de 200400 mgdia 14 dias Fonte Adaptado de SOGIMIG 2012 Para a manifestação vulvovaginal recorrente poderá ser prescrito um tratamento antifúngico mais longo com o intuito de erradicar agente A profilaxia pode ser local ou por via oral No tratamento local preconizase o uso de Clotrimazol duas cápsulas de 100 mg duas vezes por semana durante seis meses ou o uso de Terconazol 08 creme aplicação completa de 5 g durante sete dias Já o tratamento por via oral engloba o uso de Cetoconazol duas cápsulas de 200 mg durante cinco dias após a menstruação e por período de seis meses ou o uso de Fluconazol 150 mg administrados durante um mês ou ainda o uso de Itraconazol uma cápsula de 200 mg durante um mês²⁰²¹ Tratamento da balanite por Candida A pomada de Nistatina tópica é o tratamento inicial quando as lesões são pouco eritematosas ou apresentam erosão superficial Compressas úmidas com Acetato de Alumínio diluído durante 15 minutos duas vezes por dia podem amenizar rapidamente as sensações de queimação ou prurido A cronicidade e as recidivas especialmente após contato sexual sugerem a reinfecção a partir de um parceiro sexual que deve ser tratado⁶⁸ Tratamento das unhas e paroníquia Consiste na aplicação de solução de Clotrimazol a 1 duas vezes por dia Como opção pode ser utilizado o Timol a 4 em etanol uma vez ao dia⁶⁸ Tratamento da candidíase cutânea Devese aplicar pomada de Nistatina ou o creme de Clotrimazol a 1 ou com creme de Hidrocortisona a 1 duas vezes ao dia⁶⁸ Tratamento da candidíase sistêmica Os casos sistêmicos graves como a meningite o tratamento consiste na prescrição de AnfotericinaB receitado pelo médico e administrado em nível hospitalar pois o medicamento é por via intravenosa e com altos níveis de nefrotoxicidade⁶⁸ 4 CONCLUSÃO A presente revisão da literatura abordou a candidíase que corresponde à infecção micótica mais prevalente Candidíase é uma infecção fúngica de grande importância em saúde pública incluída também como DST São diversas as espécies já reconhecidas como agentes causais embora a mais bem estudada seja a C albicans já que é mais confirmado seu isolamento e sua identificação Os trabalhos consultados para a realização desta revisão destacaram a importância desta patologia e sua associação com fatores locais e sistêmicos predisponentes tais como paciente recémnascido prótese superior imunossupressão paciente neoplásico e AIDS A atuação dos referidos fatores na etiopatogenia da lesão evidencia a diversidade de situações clínicas que exigem o conhecimento necessário para o diagnóstico dos tipos de candidíase que pode ser formulado a partir de dados clínicos e ou laboratoriais Tornase assim imprescindível o diagnóstico correto e tratamento precoce desta afecção visando assim a prevenção de complicações mais graves e potencialmente fatais da candidíase REFERÊNCIAS 1 Kauffman CA Candidíase In GOLDMAN L AUSIELLO D Cecil Tratado de Medicina Interna 22 ed Rio de Janeiro Elsevier 2005 359271317 2 Neto MM Danesi CC Unfer DT Candidíase bucal Revisão de literatura Revista de Saúde Santa Maria Santa Maria 2005 311626 3 Álvares CA Svidzinski TIE Consolaro MEL Candidíase vulvuvaginal fatores predisponentes do hospedeiro e virulência das leveduras Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial 2007 4331927 4 Barbedo LS Sgarbi DBG Candidíase Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissiveis Rio de Janeiro 2010 2212238 5 Couto EMP Carlos D Machado ER Candidíase em neonatos uma revisão epidemiológica Ensaios e Ciência Ciências Biológicas Agrárias e da Saúde São Paulo 2011 15197213 6 Berger TG Distúrbios dermatológicos In Organizadores MCPHEE S J PAPADAKIS M A RABOW M W Tradução FONSECA A V etal CURRENT medicina diagnóstico e tratamento 51 ed Porto Alegre AMGH Cap 2013 689155 7 Kliemann DA Pasqualotto AC Falavigna M Giaretta T Severo LC Candida esophagitis species distribution and risk factors for infection Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo São Paulo 2008 50261263 8 Shelburne AS Hamil RJ Infecções micóticas In Organizadores MCPHEE S J PAPADAKIS M A RABOW M W Tradução FONSECA A V etal CURRENT medicina diagnóstico e tratamento 51 ed Porto Alegre AMGH 2013 821213 36142941 9 Holanda AARD Fernandes ACS Bezerra CM Ferreira M AF Holanda MRR Holanda JCP et al Candidíase vulvovaginal sintomatologia fatores de risco e colonização anal concomitante Rev Bras de Ginecol e Obst Rio de Janeiro 2007 2939 10 Val ICC Filho GLA Abordagem atual da candidíase vulvovaginal J Bras de Doenças Sexualmente Transmissíveis 2001 1335 11 Giolo MP Svidzinski TI E Fisiopatogenia epidemiologia e diagnóstico laboratorial da candidemia Jornal Brasileiro de Patol e Med Laborat Rio de Janeiro 2010 4622534 12 Colombo AL Guimarães T Epidemiologia das infecções hematogênicas por Candida spp Rev da Soc Bras de Med Trop Uberaba 2003 36599607 13 Zimmermmann JB Paiva AO Costa ACS Sousa AMGV Chagas AR Lima AAC Validade do diagnóstico clínico de candidíase vulvovaginal HU Rev Juiz de Fora 2009 35 11118 14 Boatto H F Moraes MS Machado AP Girão MJBC Fischman O Correlação entre os resultados laboratoriais e os sinais e sintomas clínicos das pacientes com candidíase vulvovaginal e relevância dos parceiros sexuais na manutenção da infecção em São Paulo Rev Bras de Ginecol e Obst Rio de Janeiro 2007 2928084 15 Linhares IM Giraldo PC Caetano ME Nissan MD GonçalvesAKS Giraldo HPD Candidíase vulvovaginal recorrente fisiopatogênese diagnóstico e tratamento Rev Ciências Médicas Campinas 2005 14433378 16 Costa KRC Candido RC Diagnóstico Laboratorial da Candidíase Oral NewsLab 2007 83 17 Braunwald E Fauci AS Hauser SL Longo DL Kasper DL Jameson JL HARRISON MedicinaInterna volume 1 18ª edição Editora Artmed Rio de Janeiro 2009 18 Veronesi R Focaccia R Tratado de Infectologia 3 ª ed São Paulo Ed Atheneu 2005 19 Williams DW Kuriyama T Silva S Malic S Lewis MAO Candida biofilms and oral candidosis treatment and prevention Periodontol 2000 5525065 20 Shiozawa P Cechi D Figueiredo MAP Sekiguchi LT Bagnoli F Lima SMRR Tratamento da candidíase vaginal recorrente revisão atualizada Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo São Paulo 2007 524850 21 Sogimig Manual de ginecologia e obstetrícia 5ed Coopmed Belo Horizonte 2012 1308 22 Rosa MI Rumel D Fatores associados à candidíase vulvovaginal estudo exploratório Rev Bras Ginecol Obstet Rio de Janeiro 2004 261 BJSCR Openly accessible at httpwwwmastereditoracombrbjscr MICROBIOLOGIA A TEMA 1 Escherichia coli enteropatogênica sorotipo O157H7 A1 Quais os principais patógenos associados a doenças de transmissão alimentar Os principais microrganismos apontados como patogênicos dentre doenças de transmissão alimentar são Escherichia coli enterohemorrágica EHEC Salmonella spp Campylobacter spp Shigella spp e Yersinia enterocolitica A2 No Brasil as pesquisas revelaram a presença de Ecoli O157H7 Segundo o artigo referência deste ED quais foram as fontes onde foram detectadas a bactéria Como se explica a presença destas estirpes no Brasil A E coli O157H7 foi encontrada inicialmente em amostras de água de poço de uma chácara em São Paulo contudo ainda não estava relacionada a doenças Sua relação com doenças no Brasil foi estabelecida em 1990 a partir de um paciente com AIDS e posteriormente de uma criança com diarreia sanguinolenta e um idoso com diarreia severa Provavelmente a estirpe chegou ao Brasil por meio da importação de bovinos e se justifica pelo hábito de consumo de carne e lácteos sem o devido tratamento térmico e pelas falhas nos programas de vigilância sanitária e fiscalização A3 Qual o fator de virulência e qual a patologia este fator desencadeia no paciente A virulência desta estirpe está relacionada à produção das toxinas Shiga também denominadas Verotoxinas que causam Colite Hemorrágica e Síndrome Hemolítica Urêmica patologias de alta gravidade que podem evoluir para falência renal e morte A4 Quando e onde as estirpes de Ecoli enteropatogenicas foram reconhecidas como responsáveis por surtos de doença diarreica e em qual alimento foi identificado como fonte de contágio As E coli enteropatogênicas foram identificadas como responsáveis por surtos de doença diarreica em 1983 nos Estados Unidos a partir da ingestão em massa de hambúrgueres mal cozidos em um restaurante de fastfood A5 Pesquise sobre as estratégias laboratoriais para se distinguir estirpes de Ecoli O157H7 das Ecoli não patogênicas Além das técnicas de biologia molecular podem ser realizadas a sorotipagem teste de adesão em cultura de células e FAS buscando identificar determinados antígenos que possam identificálas A6 Relacione algumas medidas de prevenção e controle propostas pelo artigo Deve ser realizado o tratamento térmico de carnes e laticínios além de garantir a boa qualidade da água que também deve ser adequadamente tratada Além disso outras medidas referemse a uma maior eficácia na vigilância e fiscalização por parte dos órgãos cabíveis B TEMA 2 Candidíase B1 A que se deve o aumento da atenção para com as doenças fúngicas nas últimas décadas Principalmente após o surgimento da AIDS que em razão de sua característica de fragilizar o sistema imunológico aumentou a preocupação dos pesquisadores quanto a agentes infecciosos menores O aumento do uso de antimicrobianos avanço em terapias para doenças de base e os avanços nas técnicas de transplante também contribuíram para estes avanços B2 Quais os sítios anatômicos onde podemos encontrar espécies de Candida sp no ser humano Estes fungos compõem a microbiota normal da pele trato gastrointestinal e geniturinário B3 Quais os tipos de manifestações clínicas básicas causadas por espécies de Candida sp As espécies de Candida sp podem desencadear manifestações cutâneas mucocutâneas e sistêmicas onde o tipo e extensão da infecção são determinados pela resposta imunológica do paciente acometido Assim a cavidade oral e o canal vaginal são mais frequentemente afetados assim como regiões úmidas da pele Em casos raros como em pacientes previamente debilitados pode observarse a forma disseminada da doença B4Quais as formas de candidíase mucosas que podem ocorrer no ser humano Candidíase orofaríngea e pseudomembranosa sapinho candidíase eritematosa candidíase atrófica crônica esofagites candidíase vulvovaginal e balanite B5 Quais os fatores de risco para candidíase vulvovaginal Ciclos menstruais regulares gravidez uso de anticoncepcionais orais terapias hormonais diabetes infecção por HIV uso de antibióticos maus hábitos de higiene e uso de roupas justas eou sintéticas B6 Em quais amostras clínicas podemos fazer pesquisa de Candida spp Amostras de pele e unhas raspados de mucosa oral vaginal e anal secreções do trato respiratório líquor sangue urina e fezes principalmente MICROBIOLOGIA A TEMA 1 Escherichia coli enteropatogênica sorotipo O157H7 A1 Quais os principais patógenos associados a doenças de transmissão alimentar Os principais microrganismos apontados como patogênicos dentre doenças de transmissão alimentar são Escherichia coli enterohemorrágica EHEC Salmonella spp Campylobacter spp Shigella spp e Yersinia enterocolitica A2 No Brasil as pesquisas revelaram a presença de Ecoli O157H7 Segundo o artigo referência deste ED quais foram as fontes onde foram detectadas a bactéria Como se explica a presença destas estirpes no Brasil A E coli O157H7 foi encontrada inicialmente em amostras de água de poço de uma chácara em São Paulo contudo ainda não estava relacionada a doenças Sua relação com doenças no Brasil foi estabelecida em 1990 a partir de um paciente com AIDS e posteriormente de uma criança com diarreia sanguinolenta e um idoso com diarreia severa Provavelmente a estirpe chegou ao Brasil por meio da importação de bovinos e se justifica pelo hábito de consumo de carne e lácteos sem o devido tratamento térmico e pelas falhas nos programas de vigilância sanitária e fiscalização A3 Qual o fator de virulência e qual a patologia este fator desencadeia no paciente A virulência desta estirpe está relacionada à produção das toxinas Shiga também denominadas Verotoxinas que causam Colite Hemorrágica e Síndrome Hemolítica Urêmica patologias de alta gravidade que podem evoluir para falência renal e morte A4 Quando e onde as estirpes de Ecoli enteropatogenicas foram reconhecidas como responsáveis por surtos de doença diarreica e em qual alimento foi identificado como fonte de contágio As E coli enteropatogênicas foram identificadas como responsáveis por surtos de doença diarreica em 1983 nos Estados Unidos a partir da ingestão em massa de hambúrgueres mal cozidos em um restaurante de fastfood A5 Pesquise sobre as estratégias laboratoriais para se distinguir estirpes de Ecoli O157H7 das Ecoli não patogênicas Além das técnicas de biologia molecular podem ser realizadas a sorotipagem teste de adesão em cultura de células e FAS buscando identificar determinados antígenos que possam identificálas A6 Relacione algumas medidas de prevenção e controle propostas pelo artigo Deve ser realizado o tratamento térmico de carnes e laticínios além de garantir a boa qualidade da água que também deve ser adequadamente tratada Além disso outras medidas referemse a uma maior eficácia na vigilância e fiscalização por parte dos órgãos cabíveis B TEMA 2 Candidíase B1 A que se deve o aumento da atenção para com as doenças fúngicas nas últimas décadas Principalmente após o surgimento da AIDS que em razão de sua característica de fragilizar o sistema imunológico aumentou a preocupação dos pesquisadores quanto a agentes infecciosos menores O aumento do uso de antimicrobianos avanço em terapias para doenças de base e os avanços nas técnicas de transplante também contribuíram para estes avanços B2 Quais os sítios anatômicos onde podemos encontrar espécies de Candida sp no ser humano Estes fungos compõem a microbiota normal da pele trato gastrointestinal e geniturinário B3 Quais os tipos de manifestações clínicas básicas causadas por espécies de Candida sp As espécies de Candida sp podem desencadear manifestações cutâneas mucocutâneas e sistêmicas onde o tipo e extensão da infecção são determinados pela resposta imunológica do paciente acometido Assim a cavidade oral e o canal vaginal são mais frequentemente afetados assim como regiões úmidas da pele Em casos raros como em pacientes previamente debilitados pode observarse a forma disseminada da doença B4Quais as formas de candidíase mucosas que podem ocorrer no ser humano Candidíase orofaríngea e pseudomembranosa sapinho candidíase eritematosa candidíase atrófica crônica esofagites candidíase vulvovaginal e balanite B5 Quais os fatores de risco para candidíase vulvovaginal Ciclos menstruais regulares gravidez uso de anticoncepcionais orais terapias hormonais diabetes infecção por HIV uso de antibióticos maus hábitos de higiene e uso de roupas justas eou sintéticas B6 Em quais amostras clínicas podemos fazer pesquisa de Candida spp Amostras de pele e unhas raspados de mucosa oral vaginal e anal secreções do trato respiratório líquor sangue urina e fezes principalmente

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Vol8n2pp7582 JunAgo 2014 Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research BJSCR CANDIDÍASE UMA REVISÃO DE LITERATURA CANDIDIASIS A LITERATURE REVIEW JULIANA VIEIRA PEIXOTO1 MAYARA GOMES ROCHA1 RAYSSA TUANA LOURENÇO NASCIMENTO1 VANESSA VELOSO MOREIRA1 TATILIANA GERALDA BACELAR KASHIWABARA2 1 Acadêmicas do 9º período do curso de graduação em Medicina do IMESFAMEVAÇO Ipatinga MG 2 Especialista Alergia Imunologia Dermatologia Imunopatologia das Doenças Infecto Parasitárias Medicina do trabalho Medicina Ortomolecular Medicina do Trânsito Nutrologia Pediatria Diretora Clínica da CLIMEDI Coordenadora do Programa RespirAR Adulto em Ipatinga MG Professora de pediatria na Faculdade de Medicina de Ipatinga MG MSc em Saúde Meio Ambiente e Sustentabilidade Doutoranda em Gestão pela UTAD Supervisora do PEP em Ipatinga MG IMES FAMEVAÇO Av Marechal Cândido Rondon 850 Ipatinga Minas Gerais Brasil CEP 35164314 rayssalourencohotmailcom Recebido em 15082014 Aceito para publicação em 23082014 RESUMO A candidíase consiste em uma extensa variedade de síndromes clínicas causadas por um fungo do gênero Candida A Candida albicans é a espécie que mais comumente causa a infecção no ser humano Várias espécies de Candida são colonizadoras da microbiota normal da pele do trato gastrointestinal e geniturinário Como colonizantes essas espécies não causam infecção a não ser que haja um desequilíbrio nos mecanismos de defesa A forma habitual de infecção por Candida é o deslocamento de seu nicho normal para a corrente sanguínea ou outros tecidos A candidíase mucocutânea acomete a cavidade oral e vaginal sendo a forma mais comum nos seres humanos A candidíase cutânea pode abranger áreas úmidas do corpo como espaços interdigitais regiões das mamas axilas pregas das virilhas e debaixo de unhas A forma disseminada da candidíase é rara e ocorre em pacientes terminais com doenças debilitantes neoplásicas imunossupressivas e após transplantes de órgãos O diagnóstico pode ser firmado clinicamente e em algumas situações necessitase a realização de cultura O tratamento é à base de antifúngicos e o prognóstico é favorável na maioria dos casos Assim o presente estudo visa sintetizar os principais aspectos relevantes acerca da candidíase PALAVRASCHAVE Candidíase Candida albicans candidíase vulvovaginal candidíase oral ABSTRACT Candidiasis consists of a wide variety of clinical syndromes caused by a fungus of the genus Candida Candida albicans is the most common species causing infections in humans Several Candida species are normal flora colonizing the skin the gastrointestinal and genitourinary tract As colonizing these species do not cause infection unless there is an imbalance in defense mechanisms The usual way of Candida infection is offset from its normal niche into the bloodstream or other tissues The mucocutaneous candidiasis affects the oral and vaginal cavity the most common form in humans In cutaneous candidiasis may involve moist areas of the body such as interdigital spaces regions of the breasts armpits groin folds and under fingernails The disseminated form of candidiasis is rare and occurs in terminal patients with debilitating diseases neoplastic immunosuppressive diseases and after organ transplants The diagnosis can be made clinically and in some situations you need to perform culture Treatment is based antifungals and the prognosis is favorable in most cases Thus this study aims to summarize the main relevant aspects about candidiasis KEYWORDS Candidiasis Candida albicans vulvovaginal candidiasis oral candidiasis 1 INTRODUÇÃO A candidíase consiste em uma extensa variedade de síndromes clínicas causadas por um fungo do gênero Candida constituído de aproximadamente 200 espécies diferentes de leveduras que vivem normalmente nos mais diversos nichos corporais O gênero Candida compreende espécies leveduriforme medindo aproximadamente de 2 a 6µm e se reproduzem por brotamento a maior parte das espécies forma pseudohifas e hifas nos tecidos As colônias têm coloração branca a creme e possuem superfície lisa ou rugosa123 Espécies de Candida residem como comensais fazendo parte da microbiota normal dos indivíduos saudáveis Todavia quando há uma ruptura no balanço normal da microbiota ou o sistema imune do hospedeiro encontrase comprometido as espécies do gênero Candida tendem a manifestações agressivas tornandose patogênicas Quanto à origem pode ser endógena quando oriunda da microbiota ou exógena como uma DST4 Doenças causadas por fungos ganharam maior atenção nas últimas décadas principalmente com o advento da AIDS avanços nas terapêuticas de doenças de base maior uso de antibacterianos aprimoramento de técnicas de transplantes enfim com a maior sobrevida de pacientes de variadas enfermidades4 Dessa forma foi realizada uma revisão bibliográfica acerca da candidíase BJSCR Openly accessible at httpwwwmastereditoracombrbjscr Rev Inst Ciênc Saúde 2006 julset 24317582 Introdução As doenças veiculadas por alimentos são extrema mente comuns no mundo todo Estas doenças são de grande importância para a Saúde Pública devido aos problemas e prejuízos que trazem para a saúde da população humana Estimativas americanas do ano de 1994 demonstraram que nos EUA as doenças ali mentares eram responsáveis por acometer anual mente entre 6 a 80 milhões de pessoas causando ao redor de 900 mortes com custo da ordem de cinco bilhões de dólares8 Visando garantir uma maior segurança para o con sumidor os alimentos vêm sofrendo mudanças tecno lógicas e de controle de qualidade nas últimas décadas Dentre essas mudanças podese citar a introdução de operações automatizadas com novas embalagens formulações e sistemas de distribuição eficientes Também têm sido implementados novos recursos para identificação da causa da disseminação dos patógenos e dos riscos provocados pela con taminação dos alimentos ocorrendo uma produção de alimentos mais estáveis de melhor qualidade e menor custo23 Existem entretanto fatores intimamente ligados à ocorrência de doenças de origem alimentar tais como Monografia de conclusão do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Paulista UNIP 2005 Médica Veterinária pela UNIP Email sidinhayahoocombr Professora Doutora das Disciplinas de Microbiologia Doenças Infecciosas e Zoonoses do Curso de Medicina Veterinária da UNIP Email vaniamcuolcombr Escherichia coli enterohemorrágica EHEC O157H7 revisão Enterohemorrhagic Escherichia coli EHEC O157H7 review Simone Mittelstaedt Vania Maria de Carvalho Resumo A Escherichia coli enterohemorrágica EHEC sorotipo O157H7 foi reconhecida como um importante patógeno vinculado a doenças alimentares a partir de 1983 devido a um surto ocorrido pela ingestão de hambúrgueres mal cozidos em um restaurante fastfood nos EUA As pessoas com infecções por esta bactéria podem apresentar colite hemorrágica e síndrome hemolítica urêmica doença grave e muitas vezes fatal Este microrganismo apresenta entre os seus fatores de virulência importantes citotoxinas denominadas toxinas de Shiga Stx1 e Stx2 anteriormente denominadas de verotoxinas A E coli O157H7 é bastante resistente a ambientes ácidos podendo se desenvolver por exemplo em maionese e cidra de maçã Seu principal reservatório natural é o trato gastrintestinal de bovinos sendo encontrada nas fezes dos mesmos Sua transmissão ocorre principalmente através de carne bovina contaminada mas pode também ocorrer pela ingestão de água leite e vegetais Os principais métodos de prevenção e controle são a introdução de boas práticas de higiene do manipulador e a existência de sistema de análise de perigos e de pontos críticos de controle dentro da indústria para garantir uma diminuição nos riscos de contaminação pela E coli O157H7 Palavraschave Escherichia coli O157 Infecções por Escherichia coli etiologia Contamina ção de alimentos prevenção e controle Manipulação de alimentos Conser vação de alimentos Abstract Enterohemorrhagic Escherichia coli EHEC serotype O157H7 was recognised as an important pathogen related to foodborne diseases in 1983 after occurence of an outbreak due to ingestion of scarcely cooked hamburgers in a fastfood restaurant in USA Infected people may show hemorrhagic colitis and hemolyticuremic syndrome a serious and often fatal illness One of its virulence factors are the production of Shigalike toxins Stx1 and Stx2 previously named verotoxins E coli O157H7 is rather resistant to acid environment and can grow for instance in mayonnaise and apple cider Its principal and natural reservoir is the gastrointestinal tract of bovine in which feces it can be found Contamination mostly occurs through ingestion of beef but also water milk or vegetables likely to be contaminated with fecal content The principal methods of prevention and control are good hygienic handling adoption of a danger analysis system and control of critical areas inside the industry These measures will guarantee a lower risk of contamination of E coli O157H7 Key words Escherichia coli 0157 Escherichia coli infections etiology Food contamination prevention and control Food handling Food preservation mudanças das características demográficas de certas regiões hábitos culturais baixo incentivo governamental em programas de vigilância de alimentos e tendências globais de mercado Mecanismos de virulência e adap tação dos microrganismos além das condições higiê nicosanitárias dos locais de comercialização transpor te manipulação e armazenamento dos alimentos que serão consumidos também são importantes fatores2 Diferentes patógenos têm sido associados às doen ças de transmissão alimentar tais como Escherichia coli enterohemorrágica EHEC sorotipo O157H7 Salmo nella spp Campylobacter spp Yersinia enterocolítica e Shigella spp entre outros29 As EHEC especialmente do sorotipo O157H7 foram reconhecidas mundialmente a partir da década de 80 como um dos mais importante patógenos causadores de doenças humanas veiculadas por alimentos Sua designação surgiu inicialmente em 1983 após terem sido implicadas como agente etiológico da colite hemorrágica em surtos de origem alimentar ocorridos nos Estados Unidos24 Na década de 90 a infecção causada por essa bacté ria foi relatada em mais de 30 países em seis continen tes e sua severidade foi demonstrada em grandes sur tos no Japão Costa Rica USA Escócia É responsável por mais de 20000 casos de distúrbios entéricos eou renais por ano nos Estados Unidos dos quais 250 com evolução fatal8 A primeira descrição no Brasil de E coli O157H7 foi realizada pelo Instituto Adolfo Lutz a partir de amostra de água de poço de uma chácara no município de São Paulo sem contudo estar relacionada à doença humana ou animal15 A relação deste patógeno com doença no homem no Estado de São Paulo foi determinada pela primeira vez pelo mesmo Instituto Três amostras uma de coleção isolada em 1990 de paciente com AIDS e as outras duas obtidas em época mais recente de criança com diarréia sangüinolenta e adulto com diarréia severa fo ram sorotipadas como O157H7 e caracterizadas mole cularmente como possuidoras dos fatores de virulência de EHEC13 Com relação aos animais Cerqueira et al6 1999 iso lou e identificou pela primeira vez a Escherichia coli O157H7 no Brasil particularmente no Estado do Rio de Janeiro Estudos posteriores referem o isolamento deste sorotipo em fazendas do sul do Brasil e no Estado de São Paulo1321 Podese considerar que o grande rebanho bovino na cional a importação de animais para uso em melhora mento genético de países com ocorrência do sorotipo O157H7 assim como o hábito de consumo de carne leite e derivados de origem bovina sem tratamento tér mico adequado são fatores que favorecem a manuten ção de animais infectados e o desenvolvimento de doença humana por E coli O157H7 no país29 A inexis tência de um programa específico de vigilância sanitá ria na importação de alimentos a comercialização de produtos sem fiscalização sanitária e o comércio inter nacional de alimentos também contribuem para o mes mo resultado Há uma ampla variedade de alimentos envolvidos nos surtos causados por E coli O157H7 como a carne bo vina mal cozida derivados à base de carne leite cru vegetais principalmente aqueles consumidos crus molhos preparados para saladas maionese cidra de maçã recém processada etc Porém o principal deles é a carne bovina uma vez que o trato gastrintestinal bo vino funciona como reservatório desses microrganis mos24 A contaminação dos alimentos ocorre através do contato com material fecal de animais infectados ou com superfícies sujas contaminadas pelo patógeno29 Etiologia As E coli são bactérias Gram negativas anaeróbias facultativas encontradas como componentes da micro biota entérica animal e humana sendo algumas linha gens patogênicas para o homem eou animais29 Entre as amostras patogênicas são determinados de acordo com seus mecanismos de virulência seis diferentes grupos de E coli capazes de ocasionarem diarréia2434 As EHEC constituem uma dessas categorias e são assim denominadas porque causam no homem colite hemorrágica e síndrome hemolítica urêmica SHU en fermidade de grande gravidade que leva à falência re nal e morte Estas são amostras de Escherichia coli tam bém conhecidas por outras denominações como STEC E coli produtora da toxina Shigalike e VTEC E coli produtora de toxina ativa em células Vero ou Verotoxi na Os termos toxina de Shiga e Verotoxina referemse portanto às mesmas toxinas2434 O reconhecimento das EHEC como uma classe distinta de E coli patogênica resultou de duas observa ções epidemiológicas ocorridas em 1983 A primeira originouse a partir da investigação de dois surtos de uma doença gastrintestinal caracterizadas por dor abdominal severa diarréia líquida inicialmente e depois sanguinolenta com nenhuma ou pouca febre30 Essa doença denominada de colite hemorrágica foi associada à ingestão de hambúrgueres mal cozidos em um restaurante fastfood De amostras de fezes desses pacientes isolouse a bactéria E coli sorotipo O157H7 A segunda observação deu conta da as sociação de casos esporádicos de síndrome hemolítica urêmica SHU com a presença de citotoxinas produzidas por E coli O157H7 nas amostras de fezes dos pacientes14 Existem mais de 50 sorotipos de EHEC sendo a Escherichia coli O157H7 a principal bactéria desta categoria sendo a mais comum e a melhor caracteri zada33 As EHEC são caracterizadas de acordo com seus fatores de virulência como amostras de STEC ou seja produtoras de toxina de Shiga que apresentam a capacidade de causar a lesão attachingeffacing AE e possuem um plasmídeo que codifica alguns outros fatores de virulência como fímbrias e hemolisinas Estes últimos ainda não têm o seu papel totalmente esclarecido na patogenia das infecções por EHEC24 176 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde 200624317582 São reconhecidas duas importantes e potentes citoto xinas ativas contra células da linhagem Vero e HeLa to xina de Shiga 1 e 2 Stx1 e Stx2 anteriormente denomi nadas Verotoxinas 1 e 2 VT1 e VT233 A Stx1 é uma citotoxina protéica de atividade seme lhante a da toxina de Shiga produzida pela Shigella dy senteriae enquanto que a Stx2 é uma variante desta Receptores para estas toxinas são encontrados tanto em células epiteliais intestinais como em células renais9 Estas citotoxinas agem na unidade 60s dos ribossomos inibindo a síntese protéica o que acarreta a morte celular2433 A lesão AE caracterizase por íntima ligação entre a membrana do enterócito e a parede bacteriana o que desencadeia alterações no citoesqueleto celular com conseqüente perda das microvilosidades dos enteróci tos borda em escova o que por si só é suficiente para causar diarréia2433 Manutenção no alimento Alguns trabalhos científicos têm demonstrado que fa tores como temperatura pH atividade de água tipo de alimento e tamanho do inoculo interferem com a sobre vivência e manutenção da O157H7 no alimento Estudo feito na Costa Rica testou os efeitos de várias temperaturas de armazenamento sobre a sobrevivência da bactéria E coli O157H7 em alimentos comuns Os resultados desse estudo demonstraram que indepen dentemente do tamanho do inóculo na carne ou da tem peratura de armazenamento o número de E coli cres ceu significativamente durante as primeiras 48 horas de incubação o mesmo ocorrendo em miúdos de frango armazenados a 12C demonstrando o risco potencial que estes alimentos armazenados podem representar3 O comportamento da O157H7 em diferentes tempe raturas de armazenamento demonstrou resistência e multiplicação em temperaturas baixas principalmente de 12C a 22C Esse fato tem levado a surtos envolven do o consumo de leite não pasteurizado mantido a bai xas temperaturas3 Ambientes ácidos são desfavoráveis para alguns microrganismos retardando o seu crescimento A maio nese comercial possui ácido acético na concentração de 031 a 032 o que a caracteriza como um alimento ácido4 A sobrevivência de O157H7 em alimentos pre parados com maionese e mantidos a 5C tem sido en tretanto documentada438 A maionese comercial produzida dentro das boas práticas de produção não representa um risco para a saúde humana O principal problema de contaminação da maionese e posterior toxinfecção alimentar é o ma nuseio errado desta pelo cozinheiro Pode ocorrer uma contaminação cruzada pelo contato com utensílios su jos ou alimentos crus contendo a E coli O157H738 Com relação à atividade de água pesquisadores pro põem que a principal causa da sobrevivência e cresci mento da E coli O157H7 em elevadas concentrações de gordura é o aumento daquela em alimentos gordurosos4 Naim et al22 2003 avaliaram a influência da tempera tura e da atividade de água na sobrevivência de E coli O157H7 durante processamento para a produção de salsichas fermentadas e secas Os resultados do estu do demonstraram que a manutenção de salsichas por cinco dias em temperatura de fermentação de 24C an tes da secagem secagem a uma atividade de água 085 não resulta em inativação Já a manutenção pré secagem atividade de água de 079 das salsichas após fermentação a 37C resultou em um aumento na inativação da E coli O157H7 Epidemiologia Incidência As infecções por Escherichia coli O157H7 podem ser endêmicas ou epidêmicas e têm distribuição mundial A grande maioria dos surtos epidêmicos têm sido registra dos contudo em países altamente industrializados co mo Estados Unidos Canadá Japão Inglaterra e Ale manha Vários estudos sugerem que a freqüência dos surtos epidêmicos vem aumentando bem como o nú mero de indivíduos envolvidos Um dos surtos ocorridos no Japão envolveu mais de oito mil indivíduos34 Tais surtos ocasionam grande impacto econômico1 Em algumas áreas nos Estados Unidos E coli O157H7 é mais freqüentemente isolada em amostras fecais que a Shigella spp sendo o segundo ou terceiro patógeno mais isolado após Campylobacter spp eou Salmonella spp Alguns estudos sugerem que o sorotipo O157H7 cause de 50 a 80 de todas infecções causadas por EHEC naquele país24 Nos países desenvolvidos do hemisfério norte há uma sazonalidade nas infecções ocorrendo no verão a maioria dos casos No hemisfério sul países como Ar gentina Uruguai Chile Austrália e África do Sul têm descrito casos de infecção por EHEC entretanto soroti pos de EHEC nãoO157H7 são muitas vezes mais pre valentes que o sorotipo O157H72434 Não houve ainda registro de surtos epidêmicos de doença causada pela E coli sorotipo O157H7 no Bra sil34 Embora este sorotipo já tenha sido isolado de pro cessos de doença nunca foi relacionado a um grande número de casos13 Como referido anteriormente nos países vizinhos como Argentina Chile e Uruguai as infecções por EHEC são relativamente freqüentes Esta diferença pode estar relacionada a uma proteção imu nológica causada pelas infecções por outro grupo de E coli patogênica as EPEC E coli enteropatogênica que são bastante freqüentes no Brasil e também têm a capacidade de ocasionar a lesão AE34 Reservatório natural O principal reservatório de amostras de E coli produ toras de toxina de Shiga é o trato gastrintestinal de bovi nos A ocorrência de infecção por este patógeno em animais jovens pode levar ao desenvolvimento de qua dros diarréicos com conseqüente colonização intestinal assintomática Devido a isso alguns levantamentos de monstraram uma maior taxa de isolamento em animais jovens quando comparado a animais mais velhos24 177 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde 200624317582 Pesquisas realizadas em bovinos demonstram alta prevalência destas bactérias tanto em indivíduos sadios quanto com diarréia131724 Com relação especificamente ao sorotipo O157H7 os dados disponíveis na literatura demonstram que há variações nas taxas de infecção havendo contudo uma baixa prevalência quando com parada à outros sorotipos6131724 A importância do gado bovino como reservatório de E coli produtoras de toxina de Shiga foi documentada por pesquisas epidemiológicas que demonstraram a presença de anticorpos contra o LPS de O157 em 125 das famílias que viviam em fazendas de gado leiteiro contra apenas 47 de famílias urbanas Quando se realizou a pesquisa de anticorpos antiStx1 as famílias que viviam em contato com os bovinos apresentaram taxas seis vezes maiores28 A caracterização do rebanho bovino como reserva tório em nosso meio foi primeiramente realizada por Cerqueira et al6 1999 em gado de leite e corte no Estado do Rio de Janeiro No sul do país detectouse baixo percentual de amostras do sorogrupo O157H7 embora 95 das fazendas examinadas apresentassem pelo menos um animal infectado com amostras de E coli produtoras de toxina de Shiga21 No Estado de São Paulo dois estudos foram realizados No primeiro deles embora tenha sido observada alta incidência de amostras produtoras de Stx não houve isolamento de O157H7 17 Já em trabalho mais recente foi caracterizada a presença deste patógeno nas fazendas estudadas13 É possível a existência de outros reservatórios além do gado bovino pois estas bactérias têm sido isoladas de diversas espécies de animais sadios como veados gaivotas javali alce coelhos selvagens pombos pás saros e ratos34 Transmissão A ecologia e a epidemiologia das E coli O157H7 demonstram que a transmissão pode ocorrer por uma variedade de caminhos18 As E coli O157H7 podem ser transmitidas pela in gestão de água e vários tipos de alimentos contamina dos como hambúrgueres carne bovina leite vegetais inclusive por alimentos acidificados uma vez que ficou demonstrada a tolerância e a sobrevivência deste pató geno em alimentos com pH abaixo de quatro34 Os alimentos de origem animal são todavia uma importante via de transmissão das infecções causadas por E coli O157H79 Detectouse a presença de E coli O157H7 em amos tras de leite não pasteurizadas e em miúdos de frango sendo estes também importantes fontes de transmissão O estudo realizado para demonstrar o risco de infecção alimentar causado por esses alimentos encontrou 3 de positividade para a E coli O157H7 nos miúdos de frango e 2 de positividade nas amostras de leite não pasteurizado27 Pode ocorrer a contaminação de carcaças com fezes de animais infectados durante o processo de abate16 Estudo realizado na Escócia a respeito dos fatores de risco em contrair infecções pela Escherichia coli O157 demonstrou que o contato com as excretas animais é um grande fator de risco para infecções A transmissão de E coli O157 não ocorre apenas por alimento conta minado podendo também ocorrer pelo contato com as fezes de animais reservatórios18 O consumo de produtos e subprodutos cárneos sem processo térmico apropriado na preparação principal mente hambúrgueres pode levar à transmissão deste patógeno para o homem 11 A carne moída é um importante meio de transmissão da E coli devido muitas vezes às deficiências nas condições higiênico sanitárias do equipamento de moagem e das instalações onde a mesma é armazenada7 Embora surtos de Escherichia coli O157H7 estejam freqüentemente vinculados com produtos de origem animal outras fontes como vegetais frutas e água também estão incluídos como veículos de transmissão Um surto ocorrido em 1998 na cidade de Alpine EUA demonstrou a importância da água na transmissão deste patógeno confirmando o potencial do sistema de água desprotegido e não clorado como uma importante fonte de transmissão de E coli O157H7 e outros patógenos25 A água de irrigação contaminada com E coli O157H7 utilizada nas plantações de hortaliças também pode ser uma fonte de transmissão do patógeno Pesquisa realizada com água contaminada artificialmente com E coli O157H7 e usada para irrigação de alface demonstrou que a Escherichia coli O157H7 mesmo quando presente em baixos níveis na água de irrigação é transferida e pode persistir nas plantas muito tempo após a exposição inicial à água contaminada31 Embora não muito freqüente a transmissão pode ocorrer de pessoa para pessoa em particular quando as condições higiênicas não são satisfatórias31 A via de transmissão fecaloral humana tem uma maior im portância entre os familiares manipuladores de alimen tos ou em instituições que prestam cuidados à popu lação mais susceptível ou com hábitos insuficientes de higiene como crianças idosos imunossuprimidos e de ficientes mentais5 A transmissão também pode ocorrer através da con taminação cruzada Nos EUA pesquisadores realizaram um estudo que visava determinar a possibilidade do manuseio humano e de utensílios pro moverem a contaminação cruzada entre carne moída e alface Foram feitos hambúrgueres da carne moída contaminada o que permitiu transferência do patógeno para as mãos e para as tábuas de cortar e depois através dos dedos contaminados para a alface du rante o manuseio Um enxágüe com água durante 15 segundos feito imediatamente após a contaminação ou após o armazenamento em temperatura ambiente 178 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde 200624317582 Carvalho C Comunicação pessoal São Paulo jul 2005 não conseguiu remover um número significativo de E coli O157H7 das tábuas36 Considerações clínicas O período de incubação das infecções ocasionadas por Escherichia coli O157H7 é de 3 a 4 dias embora in cubações de 5 a 8 dias ou de 1 a 2 dias foram descritas em alguns surtos ocorridos A diarréia é o sintoma inicial sendo que algumas vezes é precedida por dores abdo minais e febre Vômitos ocorrem em 50 dos pacientes com diarréia Dentro de 1 a 2 dias a diarréia se torna sanguinolenta e as dores abdominais se intensificam Na maioria dos pacientes a diarréia sanguinolenta de pois de tratada desaparece sem deixar seqüelas mas em 10 dos pacientes menores de 10 anos a doença progride para a síndrome hemolítica urêmica2433 A síndrome hemolítica urêmica é definida pela tríade anemia hemolítica trombocitopenia e insuficiência renal aguda As manifestações iniciais são oliguria ou anúria edema generalizado e palidez24 Esta síndrome ocorre quando os rins são afetados pela toxina Nos pacientes em que a doença progride para este estágio a taxa de mortalidade é alta Algumas crianças podem requerer diálise renal ou mesmo trans plantes Muitos casos provavelmente são mal diagnosti cados e estimase que 200500 óbitos possam ocorrer anualmente nos EUA32 Diagnóstico O diagnóstico é feito geralmente pela pesquisa de bactérias nas fezes do paciente e sua identificação por métodos fenotípicos ou moleculares34 Em relação a Escherichia coli O157H7 as fezes de vem ser cultivadas em ágarMcConkey contendo Dsor bitol sendo que esta bactéria não fermenta ou fermen ta muito vagarosamente este carboidrato33 Uma característica da E coli O157H7 que a distin gue dos outros sorotipos é a inabilidade de produzir ß glucoronidase Portanto a E coli O157H7 não cresce bem a uma temperatura de 44 a 445C sendo esta uma temperatura comumente usada no crescimento de E coli em alimentos e amostras de água24 A presença de genes que codificam as toxinas Stx e o gene que determina a lesão AE pode ser determina da por sondas de DNA específicas ou por PCR A ação da toxina pode ser comprovada através da de monstração de atividade citotóxica para células em cultura de tecido células VERO entretanto é mais trabalhosa10 A sorologia para identificação do sorogrupo baseia se na presença de antígenos de natureza polissacarídi ca e lipopolissacarídica localizados na parede bacte riana também denominados de antígenos somáticos O Para a determinação do sorotipo outras estruturas antigênicas como flagelos também denominados antí genos H são determinadas29 Os diferentes antígenos são identificados por meio de testes de aglutinação utilizandose antisoros prepara dos em coelhos33 Prevenção e controle A prevenção deve iniciarse com a seleção da maté riaprima observando a higiene no local da criação dos animais a disposição do lixo separado do local de pas tagem e confinamento assim como separação dos ani mais doentes Nos abatedouros devem ser evitadas a entrada do animal sujo no local de abate e a contamina ção cruzada decorrente do contato das vísceras e con teúdo gastrintestinal com a carne37 Para a prevenção é importante que a população seja alertada para o perigo potencial da exposição às fezes de animais infectados podendo assim tomar medidas que diminuam os riscos Simples medidas como aten ção à higiene pessoal e à higiene dos alimentos são elementos fundamentais para a prevenção de infecção por E coli O15718 Alguns métodos têm sido relatados para minimizar a possibilidade de transmissão através de alimentos Se gundo Trabulsi e Sampaio33 1999 a esterilização de carne bovina por irradiação tem se mostrado eficiente e foi aprovada pelo Food and Drug Administration FDA nos Estados Unidos Outro método que vem sendo estudado e usado como alternativa para o processamento de alimentos é o emprego do ozônio Este vem ganhando espaço devido sua alta capacidade desinfetante e sanificante Consegue atuar sobre um grande número de microrganismos sem deixar resíduos tóxicos na água e nos alimentos Outro ponto positivo do ozônio é que a concentração necessária e o tempo de ação são menores que os exigidos pelo cloro Estudo realizado para avaliar a eficácia da água ozonizada frente à cepa Escherichia coli O157H7 demonstrou que esta foi altamente eficaz na eliminação bacteriana35 A utilização de microondas na eliminação deste pató geno foi estudada na Costa Rica analisandose o efeito de diferentes tempos e intensidades de cozimento so bre a sobrevivência da Escherichia coli O157H7 em carne moída Os resultados do trabalho demonstraram uma diminuição significativa à medida que se aumenta va o tempo e a temperatura de exposição Foram ne cessários entretanto longos períodos de exposição ao tratamento térmico para eliminar completamente a bac téria inoculada o que acarretou alterações nas caracte rísticas organolépticas da carne26 Nos EUA as indústrias de produtos cárneos estão tes tando outro tipo de medida de segurança para redução de contaminação Na última etapa do processamento industrial empregam tratamento químico da carne com fosfato trissódico TSP16 Surtos de doenças de origem alimentar causados por Escherichia coli O157H7 associados ao consumo de frutas vegetais e outros produtos não pasteurizados fo ram ligados à contaminação fecal durante o crescimen to colheita processamento e distribuição desses ali mentos Estudo realizado por Lung et al19 2001 anali sou o papel da compostagem no tratamento das fezes bovinas utilizadas na adubação O procedimento de compostagem foi efetivo na redução da E coli O157H7 até níveis não detectáveis após quatro dias a uma tem peratura de 45C 179 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde 200624317582 Estudo recente foi realizado para averiguar os riscos da Escherichia coli O157H7 ser transferida para pratos limpos e esponjas através de água contaminada Foi investigada a sobrevivência da E coli O157H7 em água quando exposta a temperaturas constantes 47 60C na presença ou ausência de detergente 0 035 e de substância orgânica Os resultados do estudo reafirmam o potencial de sobrevivência de patógenos alimentares no ambiente de cozinha As bactérias nem sempre foram inativadas durante a lavagem e a E coli O157H7 em particular resistiu à subseqüente secagem dos pratos O risco da transferência de patógenos de pratos contaminados para o alimento foi baixo mas a contaminação de toalhas e esponjas de lavar louça usadas para limpar superfícies foi preocupante Os pesquisadores do estudo recomendam que a água usada para a lavagem tenha a máxima temperatura possível sendo a máquina de lavar louça uma ótima opção porque consegue alcançar altas temperaturas20 Outro setor de pesquisa intensa na área de preven ção diz respeito ao desenvolvimento de vacinas através de vários tipos de abordagem Não há contudo até o momento vacina disponível no mercado34 O controle da E coli O157H7 nos produtos deve ser garantida pelas indústrias e fábricas de alimento atra vés das boas práticas de higiene dos funcionários Es tes devem ser orientados sobre cuidados essenciais para prevenir a contaminação do produto final Para se rem alcançadas reduções nos riscos de contaminação deve ser instituído o controle de pontos potenciais de contaminação no campo e durante o processo de fabri cação dos produtos423 Além disso também é importante que a indústria te nha o sistema de análise de perigos e pontos críticos de controle para diminuir os riscos de contaminação323 Ao nível domiciliar o esclarecimento do consumidor sobre a necessidade de cuidado especial com a conta minação cruzada entre os alimentos é crítico na redu ção do risco de infecção humana323 Conclusão É de preocupação nacional e internacional o poten cial risco que a E coli O157H7 pode representar para a Saúde Pública Este patógeno é um desafio para a industria alimentícia e para a cadeia alimentar O risco de ocorrência de surtos por E coli 0157H7 ou outros patógenos lesivos ao ser humano será menor se forem respeitadas as normas de processamento as boas práticas de higiene assim como se houver a apli cação da análise de perigo e de pontos críticos no con trole da contaminação na industria alimentícia Qualquer alimento contaminado por E coli O157H7 deve ser considerado impróprio para consumo ou para o uso industrial pois a presença deste microrganismo indica processamento em condições higiênicas inade quadas e possível risco de saúde para a comunidade 180 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde 200624317582 Referências 1 Abe K Yamamoto S Shinagawa K Economic impact of an Escherichia coli O157H7 outbreak in Japan J Food Prot 20026516672 2 Alterkruse SF Cohen ML Emerging foodborne diseases Emerg Infect Dis 19973328596 3 Arias ML MongeRojas R Chaves C Antillón F Effect of storage temperatures on growth and sur vival of Escherichia coli O157H7 inoculated in foods from a neotropical enviromment Rev Biol Trop 200149251724 4 Arias ML MongeRojas R Antillón F Chaves C Growth and survival of Escherichia coli O157H7 in meat poultry and vegetables mixed with different concentration of mayonnaise Rev Biol Trop 20014934120712 5 Belongia EA Osterholm MT Soler JT Ammend DA Braun JE MacDonald KL Transmission of Escherichia coli O157H7 infection in Minnesota child daycare facilities JAMA 199326978838 6 Cerqueira AMF Guth BEC Joaquim RM Andrade JRC High occurrence of Shiga toxinproducing Es cherichia coli STEC in healthy cattle in Rio de Ja neiro State Brazil Vet Microbiol 19999012 11121 7 Costa FN Alves LMC Monte SS Avaliação das condições higiênicosanitárias de carne bovina moída comercializada na cidade de São Luiz MA Hig Aliment 200014774952 8 Council for Agricultural Science and Technology Foodborne pathogens risks and consequences ames 1994 Task Force Report nº 122 9 Doyle M Padhye V Escherichia coli In Doyle MP Foodborne bacterial pathogens New York Marcel Dekker1989 p23581 10 Dwight CH Escherichia In Dwight CH Zee YC Microbiologia veterinária Rio de Janeiro Guana bara Koogan 2003 p638 11 Hart CA Trees AJ Duerden J Zoonoses J Med Microbiol 1997461433 12 Irino K Kato MA Vaz TM Ramos II Souza MA Cruz AS et al Serotypes and virulence markers of Shiga toxinproducing Escherichia coli STEC iso lated from dairy cattle in São Paulo State Brazil Vet Microbiol 200510512936 13 Irino K Vaz TMI Kato MAMF Naves ZVF Lara RR Marco MEC et al O157H7 Shiga toxin producing Escherichia coli strains associated with sporadic cases of diarrhea in São Paulo Brazil Emerg Infect Dis 2002844467 14 Karmali MA Steele BT Petric M Lim C Sporadic cases of haemolytic uraemic syndrome associa ted with faecal cytotoxinproducing Escherichia coli in stools Lancet 1983 1832561920 15 Katsuya EM Lerner LH Costa R Jakabi M Dias AMG Tavecchio AT et al Eschericihia coli 0157H7 um enteropatógeno emergente Rev CIP 1998178 16 Knight P Hemorragic E coli the danger increa ses ASM News 199359524750 17 Leomil L AidarUgrinovich L Guth BEC Irino K Vettorato MP Onuma DL et al Frequency of Shiga toxinproducing Escherichia coli STEC iso lates among diarrheic and nondiarrheic calves in Brazil Vet Microbiol 200397121039 18 Locking ME OBrien SJ Reilly WJ Wright EM Campbell DM Coia JE et al Risk factors sporadic cases of Escherichia coli O157H7 infection the importance of contact with animal excreta Epide miol Infect 2001127221520 19 Lung AJ Lin CM Kim JM Marshall MR Nordstedt R Thompson NP et al Destruction of Escherichia coli O157H7 and Salmonella Enteritidis in cow manure composting J Food Prot 2001649 130914 20 Mattick K Durham K Domingue G Jorgensen F Sen M Schaffner DW et al The survival of food borne pathogens during domestic washingup and subsequent transfer onto washingup spon ges kitchen surface and food Int J Food Micro biol 200385321326 21 Moreira CN Pereira MA Brod CS Rodrigues DP Carvalhal JB Aleixo JAG Shiga toxinproducing Escherichia coli STEC isolated from healthy dairy cattle in southern Brazil Vet Microbiol 2003933 17983 22 Naim F Messier S Saucier L Piette P A model study of Escherichia coli O157H7 survival in fermen ted dry sausagesinfluence of inoculum preparation inoculation procedure and selected process para meters J Food Prot 20036612 226775 23 Nascimento MR Stamford TLM Incidência de Escherichia coli O157H7 em alimentos Hig Ali ment 20001470325 24 Nataro JP Kaper JB Diarrheagenic Escherichia coli Clin Microb Rev 1998111142201 25 Olsen SJ Miller G Breuer T Kennedy M Higgins C Walford J et al A waterborne outbreak of Escherichia coli O157H7 infections and hemolytic uremic syndrome implications for rural water systems Emerg Infect Dis 2002843705 26 Quesada O Arias ML Chaves C Efecto del horno de microondas sobre el crecimiento y sobrevive cia de Escherichia coli O157H7 inoculada em tor tas de carne de res Arch Latinoam Nutr 200353 1659 27 Reuben A Treminio H Arias ML Chaves C Pre sencia de Escherichia coli O157H7 Listeria mo nocytogenes y Salmonella spp en alimentos de origen en Costa Rica Arch Latinoam Nutr 2003 53438992 28 Reymond D Johnson RP Karmaliu MA Petric M Winkler M Johnson S et al Neutralizing antibo dies to Escherichia coli Vero cytotoxin 1 and anti bodies to 0157 lypopolysaccharide in healthy farm family members and urban residents J Clin Mi crobiol 199634920537 29 Ribeiro MG Pinto JPAN Silva EOTR De hambúr guer leite e outros gêneros alimentícios à colite hemorrágica e síndrome urêmicohemolítica Hig Aliment 19991366678897 181 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde 200624317582 30 Ryley Remis Rs Helgerson SD McGee HB Davis BR Hebert RJ et al Hemorrhagic colitis associa ted with a rare Escherichia coli serotype N Engl J Med 1983308126815 31 Solomon EB Pang HJ Matthews KR Persistence of Escherichia coli O157H7 on lettuce plants following spray irrigation with contaminated water J Food Prot 200366122198202 32 Tortora GJ Funke BR Case CL Doenças bacte rianas do sistema digestivo inferior In Tortora GJ Funke BR Case CL Microbiologia 6ª ed Porto Alegre Artmed 2000 p66970 33 Trabulsi LR Campos LC Escherichia In Trabulsi LR Alterthum F Gompertz OF Candeias JAN Microbiologia 3a ed São Paulo Atheneu 1999 p21526 34 Trabulsi LR Sampaio MMC Diarréia por Escheri chia coli enterohemorrágica EHEC Estudos Av 199913351167 35 Veiga SMOM Nascimento LC Carvalho EP Car doso CC Fiorini JE Eficácia da água ozonizada contra patógenos encontrados em água e alimen tos Hig Aliment 200317106959 36 Wachtel MR McEvoy JL Luo Y WilliamsCamp bell AM Solomon MB Crosscontamination of lettuce Lactuca sativa L with Escherichia coli O157H7 via contaminated ground beef J Food Prot 2003667117683 37 Wuethrick B Back on the farm stopping E coli O157H7 at its source ASM News 1994608 409 38 Zhao T Doyle MP Fate of enterohemorragic Escherichia coli O157H7 in commercial mayo nnaise J Food Prot 19945797803 Recebido em 0312006 Aceito em 1332006 182 Mittelstaedt S Carvalho VM Escherichia coli enterohemorrágica EHEC 0157H7 revisão Rev Inst Ciênc Saúde Peixoto et al Braz J Surg Clin Res V8n2pp7582 Set Nov 2014 2 MATERIAL E MÉTODOS O presente artigo baseouse em uma revisão bibliográfica descritiva qualitativa que teve como fonte de pesquisa filtragem nos sites de busca Scientific Eletronic Library Online SCIELO Google Acadêmico LilACS e NCBI Pubmed e livros do acervo da Biblioteca da Faculdade de Medicina IMESFAMEVAÇO para a escolha das fontes de pesquisa Foram utilizados para realização deste trabalho os seguintes descritores Candidíase Candida albicans Candidíase vulvovaginal Candidíase oral sendo os critérios de inclusão dos artigos aqueles que foram publicados no período de 2001 a 2013 relacionados às palavraschave Ao final do levantamento bibliográfico foram efetivamente utilizados 22 artigos selecionados conforme a qualidade e relevância com o tema proposto 3 DESENVOLVIMENTO Candidíase Várias espécies de Candida são colonizadoras da microbiota normal da pele do trato gastrointestinal e geniturinário Como colonizantes essas espécies não causam infecção a não ser que haja um desequilíbrio nos mecanismos de defesa ou fatores externos como por exemplo o uso de antimicrobianos que podem alterar a flora normal A infecção por Candida acomete preferencialmente as crianças e as pessoas idosas numa frequência de 5 dos recémnascidos 5 de pessoas com doenças neoplásicas e 10 dos pacientes idosos com saúde precária Portanto a candidíase é mais frequente em pessoas nos extremos da idade12 Figura 1 Candida albicans Fonte httphealthblobcom201106candidiasiscauses A Candida albicans é a espécie mais comum causadora de infecção no ser humano Figura 1 A maioria dos estudos mostra que esta espécie constitui 60 dos isolados de amostras clínicas uma vez que esta levedura faz parte da microbiota humana4 Outras espécies também podem ser infecciosas porém com menor frequência como a Candida glabrata Candida parapsilosis Candida tropicalis Candida krusei Candida lusitaniae e Candida guilliermondii As espécies C glabrata e a C krusei apresentam resistência ao antifúngico Fluconazol por isso têm sua ocorrência associada ao maior uso desse fármaco em hospitais1 A candidíase é a infecção fúngica oportunista mais comum principalmente devido à onipresença deste fungo e também porque aumenta cada vez mais o número de pacientes com fatores de risco para infecção por essa levedura Os indivíduos com neoplasia hematológica neutropenia usuários prévios de agentes citotóxicos e corticosteroides correspondem aos indivíduos com risco de infecção grave por Candida Em pacientes internados na UTI unidade de terapia intensiva o uso de antimicrobianos de amplo espectro cateteres intravenosos e ureterais procedimentos cirúrgicos prévios insuficiência renal e nutrição parenteral são os principais fatores de risco para infecções graves por Candida A epidemia da síndrome da imunodeficiência adquirida humana AIDS levou a um aumento significativo das infecções por Candida sendo que a manifestação primária da infecção nesses pacientes é a mucocutânea principalmente a candidíase orofaríngea1 Fisiopatologia A forma habitual de infecção por Candida é o deslocamento de seu nicho normal para a corrente sanguínea ou outros tecidos A primeira tentativa de defesa do hospedeiro é a fagocitose e a destruição por neutrófilos monócitos e macrófagos Assim sendo muitos mecanismos que operam no interior de neutrófilos e macrófagos provocam a destruição das leveduras A imunidade celular também participa na defesa contra a infecção por Candida sendo que as células T são responsáveis pela imunidade contra Candida em superfícies mucosas1 Manifestações Clínicas As manifestações clínicas causadas pela Candida são variadas podendo gerar uma infecção localizada de mucosas até uma doença disseminada potencialmente fatal O principal fator que determina o tipo e extensão de infecção causada pela Candida é a resposta imunológica do paciente Dessa forma pacientes imunossuprimidos principalmente os que apresentam neutropenia a disseminação visceral da infecção é comum14 As formas de manifestação da candidíase são basicamente de três tipos mucocutânea cutânea e sistêmica A candidíase mucocutânea acomete a cavidade oral e o canal vaginal sendo a forma mais comum nos seres humanos A candidíase cutânea pode acometer áreas úmidas do corpo como espaços interdigitais regiões das mamas axilas pregas das virilhas debaixo de unhas A TEMA 1 Escherichia coli enteropatogênica sorotipo O157H7 A1 Quais os principais patógenos associados a doenças de transmissão alimentar A2 No Brasil as pesquisas revelaram a presença de Ecoli O157H7 Segundo o artigo referência deste ED quais foram as fontes onde foram detectadas a bactéria Como se explica a presença destas estirpes no Brasil A3 Qual o fator de virulência e qual a patologia este fator desencadeia no paciente A4 Quando e onde as estirpes de Ecoli enteropatogenicas foram reconhecidas como responsáveis por surtos de doença diarreica e em qual alimento foi identificado como fonte de contagio A5 Pesquise sobre as estratégias laboratorias para se distinguir estirpes de Ecoli O157H7 das Ecoli não patogênicas A6 Relacione algumas medidas de prevenção e controle propostas pelo artigo B TEMA 2 Candidíase B1 A que se deve o aumento da atenção para com as doenças fungicas nas ultimas décadas B2 Quais os sítios anatômicos onde podemos encontrar espécies de Candida sp no ser humano B3 Quais os tipos de manifestações clinicas básicas causadas por espécies de Candida sp B4Quais as formas de candidíase mucosas que podem ocorrer no ser humano B5 Quais os fatores de risco para candidíase vulvovaginal B6 Em quais amostras clinicas podemos fazer pesquisa de Candida spp Em neonatos o uso de fraldas pode causar erupções que é uma manifestação comum de Candida cutânea A forma disseminada da candidíase é rara e ocorre em pacientes terminais com doenças debilitantes neoplásicas doenças imunossupressivas e após transplantes de órgãos Nesses casos pode acometer diferentes órgãos e tecidos como pulmões meninges rins bexiga articulações fígado coração e olhos5 Infecções mucosas candidíase orofaríngea esofagite candidíase vulvovaginal balanite Candidíase orofaríngea A Candida albicans é um microrganismo presente na flora normal da região orofaríngea Sua transformação de microrganismo comensal para patógeno está relacionada a fatores locais e sistêmicos2 É particularmente provável que ocorra no diabético em gestantes e em pessoas obesas Antibióticos sistêmicos corticóides orais e inalatórios e agentes contraceptivos orais podem contribuir para o desencadeamento das lesões6 A candidíase também pode ser causada pela disfunção das células T principalmente em pacientes com infecção por HIV e é a infecção oportunista mais comumente relatada em pacientes com AIDS O aparecimento de candidíase oral em indivíduo anteriormente saudável sem fatores de risco conhecidos deve levantar imediatamente a suspeita de infecção por HIV1 As manifestações orofaríngeas da candidíase podem ser agudas ou crônicas A candidíase aguda apresenta as formas pseudomembranosa e eritematosa a forma crônica da doença é conhecida como atrófica Candidíase pseudomembranosa Conhecida como sapinho é a forma mais comum e se manifesta por placas ou nódulos brancoamarelados de consistência mole à gelatinosa na mucosa bucal no palato na orofaringe ou na língua que são facilmente removidas revelando uma mucosa eritematosa e não ulcerada sob as placas Figura 21 Na maioria dos casos essa forma da doença apresenta lesões assintomáticas a não ser nos casos mais graves onde os pacientes queixamse de sensibilidade ardência e disfagia2 Figura 2 Candidíase pseudomembranosa Fonte httpjmarcosrsfileswordpresscom201203candidiaseoral4jpg Candidíase eritematosa Pode ocorrer independente ou simultaneamente à forma pseudomembranosa Tratase de uma lesão sintomática Figura 3 cuja sensibilidade é intensa devido às numerosas erosões dispersas pela mucosa e à inflamação presente com localização preferencial ao longo do dorso da língua Na maior parte dos casos as lesões evoluem de maneira assintomática podendo somente causar ardência mediante a ingestão de alimentos ácidos ou quentes É a forma clínica mais frequente entre pacientes não infectados pelo HIV2 Figura 3 Candidíase eritematosa Fonte httpcacphpunioestebrprojetospatologialesoesfundamentaismancha Candidíase atrófica crônica Conhecida como estomatite por dentadura Figura 4 ocorre frequentemente em pessoas que usam próteses superiores completas1 Clinicamente apresentase com uma superfície vermelha viva de aveludada a pedregosa de forma circunscrita ou difusa e ulcerada ou não O palato encontrase hiperemiado e doloroso Os sintomas clínicos são dor irritação e distúrbios da salivação entretanto muitos pacientes são assintomáticos2 Figura 4 Candidíase atrófica crônica Fonte httpcandidiaseorgcandidiaseoral Os fatores etiológicos responsáveis são o traumatismo crônico de baixa intensidade secundário à próteses Openly accessible at httpwwwmastereditoracombrbjscr mal adaptadas e a não remoção da prótese durante a noite associada à má higiene do paciente2 Esofagite A candidíase em mucosa esofágica pode ocorrer com ou sem candidíase orofaríngea O aparecimento de esofagite por Candida é quase sempre relacionado com disfunção imune e não somente com fatores locais1 Dentre os fatores de risco incluem a supressão farmacológica da produção de ácido gástrico uso de antibióticos vagotomia anterior alterações esofágicas funcionais ou mecânicas e as doenças endócrinas como diabetes mellitus hipotireoidismo e hipoparatiroidismo A desnutrição alcoolismo idade avançada e terapia com corticosteroides sistêmica ou inalada também tem sido implicado7 O envolvimento esofágico é o tipo mais frequente da doença de mucosa significativa Os sintomas incluem odinofagia subesternal refluxo gastroesofágico ou a náusea sem dor subesternal8 Candidíase vulvovaginal A candidíase vulvovaginal CVV é uma infecção da vulva e da vagina causada pelas várias espécies de Candida que podem tornarse patogênicas sob determinadas condições que alteram o ambiente vaginal9 A CVV é um dos diagnósticos mais frequentes na pratica diária em ginecologia e sua incidência tem aumentado drasticamente tornandose a segunda infecção genital mais frequente nos EUA e no Brasil precedida pela vaginose bacteriana3 20 a 25 das mulheres adultas apresentam colonização assintomática9 Cerca de 75 tiveram episódios de candidíase vulvovaginal durante a vida com a prevalência de Candida albicans de 70 a 904 Essa infecção caracterizase por prurido dispareunia e pela eliminação de um corrimento vaginal em grumos semelhante à nata de leite Com frequência a vulva e a vagina encontramse edemaciadas e hiperemiadas algumas vezes acompanhadas de ardor ao urinar e sensação de queimação As lesões podem se estender pelo períneo região perianal e inguinal O corrimento que geralmente é branco e espesso é inodoro Em casos típicos nas paredes vaginais e no colo uterino aparecem pequenos pontos brancoamarelados Os sintomas se intensificam no período prémenstrual quando a acidez vaginal aumenta3 Alguns fatores de risco potenciais para a CVV têm sido relatados como presença de ciclos menstruais regulares gravidez uso de contraceptivos orais de altas doses terapia de reposição hormonal diabetes mellitus infecção pelo HIV uso de antibióticos sistêmicos ou tópicos hábitos de higiene inadequados uso de roupas intimas justas eou sintéticas determinando pouca aeração nos órgãos genitais aumentando a umidade9 A teoria de que ciclos menstruais regulares se tornam fatores de risco para CVV pode ser explicada pois picos de certos hormônios facilitam a invasão fúngica da mucosa vaginal considerandose que ao longo do ciclo menstrual regular existem picos hormonais de FSH LH estradiol e progesterona que determinam a ovulação e formação do corpo lúteo e que estão alterados ou ausentes nas mulheres de ciclos irregulares22 Aproximadamente 5 das mulheres com CVV desenvolvem a candidíase vulvovaginal recorrente definida como a ocorrência de quatro ou mais episódios de CVV no período de 12 meses3 Essa forma ocorre quando o fungo não é completamente eliminado da vagina permanecendo baixas concentrações de microrganismos e relacionase com fatores inerentes ao hospedeiro imunológicos ou não e não com a virulência do hospedeiro10 Balanite A balanite ou balanopostite inflamação aguda ou crônica da glande do pênis pode ser assintomática com apenas um leve prurido ou sintomática iniciandose com vesículas no pênis que evoluem nos casos intensos gerando placas pseudomembranosas eritema generalizado prurido intenso dor fissuras erosões pústulas superficiais na glande e no sulco balanoprepucial As lesões podem estenderse ao escroto e às pregas da pele com presença de prurido e em alguns casos causar uma uretrite transitória Candida albicans é a espécie isolada com maior frequência Existem diversos fatores que predispõem os pacientes a desenvolver a balanite como relações sexuais com parceiro infectado recente terapia antibiótica descontrole no diabetes mellitus sendo comum em homens não circuncidados4 Infecções cutâneas candidíase cutânea candidíase mucocutânea crônica candidíase congênita Candidíase cutânea A candidíase cutânea frequentemente ocorre quando há condições de umidade e temperatura como as dobras da pele embaixo das fraldas de recémnascidos e em climas tropicais ou durante meses de verão Diabetes mellitus e HIV também estão associados4 As lesões são eritematosas pruriginosas muitas vezes pustulares com bordas bem delimitadas e quase sempre associadas a lesões satélites menores A presença de lesões satélites ajuda a distinguir a candidíase da tinea cruris ou corporis1 A candidíase cutânea aguda podese apresentar de diferentes formas intertrigo localizado nas dobras da pele como axilas virilha sulco interglúteo prega submamária e em pessoas obesas na prega suprapúbica produzindo intenso eritema edema exsudato purulento e pústulas erosão interdigital foliculite principalmente em pacientes com HIV onicomicose e paroníquia4 A onicomicose por Candida Figura 5 resulta em unhas friáveis espessas e opacas A Candida também causa paroníquia especialmente em pessoas cuja ocupação envolve imersão frequente das mãos na água1 Figura 5 Onicomicose por Candida Fonte httpwwwdermisnetdermisrootpt16108imagehtm Candidíase mucocutânea crônica Em alguns casos infecções superficiais podem tornarse severas e de difícil tratamento produzindo raramente uma desordem conhecida como candidíase mucocutânea crônica caracterizada pela deficiência de células T helper situação que consiste em persistentes e recorrentes infecções de membranas mucosas couro cabeludo pele e unhas com uma variedade de manifestações4 As lesões típicas na pele são geralmente avermelhadas sobressaltadas e com hiperqueratinização e usualmente indolores Microabscessos na epiderme são comuns na candidíase cutânea aguda porém raros na candidíase mucocutânea crônica O envolvimento da unha pode ser severo nesta condição produzindo acentuado engrossamento distorção e fragmentação da unha com inchaço crônico da falange distal Alguns pacientes apresentam endocrinopatias associadas como hipoparatiroidismo hipotireoidismo e hipoadrenismo1 Candidíase congênita A candidíase no recémnascido com baixo peso é frequente mundialmente Nesses pacientes a doença pode estar presente ao nascimento sendo designada com infecção congênita ou neonatal Porém a infecção pode ser adquirida tardiamente pelo bebê no ambiente hospitalar sendo considerada uma infecção nosocomial5 Dentre as principais lesões na pele destacamos erupções generalizadas extensas regiões eritematosas presentes em achados iniciais vesículas pápulas e pústulas lesões de morfologias variadas que representam diferentes estágios de evolução e que geralmente coexistem Na maioria dos casos quase toda extensão do recémnascido é tomada de lesões porém regiões como o dorso extremidades palmas das mãos e solas dos pés e dobras da pele são as áreas mais afetadas O principal fator que gera a candidíase cutânea congênita é a candidíase vulvovaginal na mulher durante a gravidez A candidíase cutânea congênita pode evoluir para uma forma disseminada forma esta que gera muitos óbitos de recémnascidos4 Infecções disseminadas candidemia Candidemia É a manifestação mais comum de infecção disseminada por Candida As espécies mais comumente isoladas são C albicans C tropicalis C parapsilosis C glabrata e C krusei A mortalidade atribuída direta ou indiretamente à candidemia é de 40 a 60111 O principal mecanismo de transmissão da candidemia é por via endógena em que espécies de Candida que constituem a microbiota de vários sítios anatômicos e sob condições de debilidade do hospedeiro comportamse como patógenos oportunistas12 Outro mecanismo para transmissão é por via exógena por meio das mãos de profissionais da saúde que cuidam dos pacientes materiais médicohospitalares como cateteres e soluções intravenosas que estejam contaminadas por fungos11 Dentre os fatores de risco ligados ao hospedeiro destacamse uso de antibióticos de largo espectro tempo prolongado de internação hospitalar neutropenia nutrição parental sonda vesical ventilação mecânica cateter venoso central e colonização de vários sítios anatômicos por leveduras Além desses fatores outros merecem ser destacados como idade extrema imunossupressão insuficiência renal diabetes quimioterapia radioterapia lesão de mucosas hemodiálise cirurgia prévia e corticoterapia11 Os pacientes podem apresentar choque séptico e disseminação para múltiplos órgãos sem positividade em hemoculturas O quadro clínico da candidíase disseminada é indistinguível daquele apresentado na infecção bacteriana O quadro histológico caracterizase por múltiplos microabscessos em diversos órgãos Olhos rins figado baço e cérebro são os locais mais comumente acometidos mas já houve relatos de microabscessos causados por Candida em quase todos os órgãos Os eventos que sugerem o diagnóstico de candidemia incluem o surgimento de lesões cutâneas e retinianas As lesões cutâneas são indolores e não pruriginosas papulares e pustulares e cercadas por uma área de eritema As lesões oculares manifestamse como exsudatos brancos característicos na retina com a extensão do processo ao humor vítreo a retina tornase escurecida1 A disseminação hematogênica das diversas espécies de Candida pode afetar outros sítios A endocardite é uma complicação não muito frequente e que pode levar à morte em especial em usuários de drogas injetáveis além daqueles pacientes com próteses valvares cardíacas e com cateteres venosos centrais Formas de infecções focais invasivas mais comuns são no trato urinário osteoarticulares endoftalmite peritonite e meningite Elas resultam da inoculação local ou disseminação tanto por contiguidade como hematogênica¹ Diagnóstico Para que se alcance o isolamento e identificação do patógeno é importante que o tipo e a qualidade da amostra biológica submetida ao laboratório de micologia seja de boa qualidade A assepsia antes da coleta e a quantidade da amostra são fatores primordiais para o sucesso do diagnóstico fúngico por leveduras do gênero Candida Procedimentos para a coleta de amostras são estabelecidos de acordo com a manifestação clínica por exemplo temos os pedaços de pele e unhas raspados de mucosa oral vaginal ou anal secreção do trato respiratório sangue líquor urina fezes dentre outros⁴ Ao exame clínico na maioria das vezes é possível que se faça o diagnóstico da candidíase mucocutânea A necessidade de cultura é pouco comum Por meio da escarificação das lesões e aplicação de uma preparação hidróxido de potássio KOH ou coloração de Gram podese confirmar o diagnóstico identificandose leveduras em brotamento ou pseudohifas Se a patologia for recorrente ou resistente ao tratamento prévio devese pedir a cultura para identificar se o agente é uma espécie mais resistente como a C glabrata ou a C krusei A endoscopia digestiva alta é reservada para suspeita de esofagite e caso apareça lesões em forma de placas ou ulceracões a biópsia comprovárá invasão da mucosa com leveduras em brotamento e pseudohifas Quanto à candidíase vulvovaginal o diagnóstico é clínico sendo o exame de alta confiança para a identificação da patologia apresentando ótima correlação com a cultura positiva para a Candida Entretanto apenas a cultura positiva não confirma necessariamente a candidíase vulvovaginal¹¹³¹⁴¹⁵ Definir corretamente o diagnóstico da candidíase disseminada é um dos pontos de maior importância para o sucesso terapêutico O diagnóstico clínico não é definitivo e satisfatório pois os sinais e sintomas não são tão específicos Febre e leucocitose seriam os principais achados que indicam a infecção fúngica porém apenas 80 dos pacientes apresentam hipertermia e em 50 dos pacientes a leucocitose não se apresenta Além disso a apresentação clínica de uma candidemia é muitas vezes igual à apresentação de uma bacteremia A comprovação de uma disseminação geralmente é encontrada em hemocultura ou em outros lugares estéreis do corpo Os cateteres vasculares podem ser o local de entrada da Candida spp para a corrente sanguínea Dessa forma quando retirados deve ser feita a cultura da ponta distal do mesmo pela técnica de rolamento Alguns estudiosos consideram que o isolamento de Candida spp seja sempre abordado como infecção sistêmica Todavia não há ainda um teste diagnóstico eficiente que diferencie os pacientes com semeadura inconsequente do sangue daqueles cujas hemoculturas positivas representam disseminação hematogênica para diversos órgãos Para os pacientes mais graves com suspeita de candidíase o surgimento de lesões cutâneas pustulares ou lesões retinianas típicas pode fortalecer essa hipótese¹ ¹⁶ ¹⁷ ¹⁸ Tratamento As opções terapêuticas efetivas para o tratamento da Candida são compostas por quatro grupos de drogas Tabela 1 Tabela 1 Grupos de medicamentos para tratamento de Candidíase Grupo Poliênicos Triazólicos Equinocandinas Fluocitosina Exemplos Nistatina Anfotericina B Fluconazol Itraconazol Voriconazol Posaconazol Caspofungina Micafungina Anidulafungina Tratamento da candidíase oral Os medicamentos indicados para o tratamento das infecções por Candida albicans Tabela 2 são os antifúngicos como a Nistatina sob a forma de suspensão aplicada topicamente sobre área afetada Tabela 2 Tratamento da Candidíase Oral Nome Formulação Dose Duração tratamento Adm tópica Nistatina Pastilha 100000UI Pastilha 100000UI 100000UI 4 vezesdia dissolver na boca lentamente 714 dias Suspensão Oral 100000UIml Suspensão Oral 500000UI 5ml na concentração de 100000Uml 4 vezesdia Bochechar por algum tempo e depois deglutir 714 dias Clotrimazol Pastilha 10mg 1 pastilha de 10mg dissolvidos na boca 5 vezesdia 714 dias Anfotericina Pastilha 10mg Pastilha 10mg 4 vezesdia 1015 dias Adm sistêmica Fluconazol Comprimido oral 100mg 1 comprimido de 100 mgdia 714 dias Cetoconazol Comprimido oral 200400mg 1 comprimido de 200mg400mgdia em jejum 714 dias Fonte Adaptado de WILLIAMS D W KURIYAMA TSILVA S MALIC S LEWIS M A O 2011 Este medicamento deve ser administrado em doses de 200000 a 600000 unidades utilizado três a quatro vezes por dia com instrução para bochechar e deglutir Outra droga normalmente utilizada é o Clotrimazol sob a forma de pastilha oral ou comprimidos de 10mg administrados durante 14 dias cinco vezes por dia Recomendase que a Nistatina agente poliênico seja o fármaco de primeira escolha devido a sua eficácia ausência de efeitos colaterais graves via oral e custo reduzido em comparação outras drogas²¹⁹ Tratamento da candidíase vulvovaginal O tratamento do candidíase vulvovaginal CVV visa garantir a melhora da sintomatologia podendo ser efetuado por via oral ou tópico Tabela 3 No tratamento oral indicase a administração de um dos fármacos citados a seguir Fluconazol 150 mg em dose única Cetoconazol 200 mg uma vez dia por 14 dias ou Cetoconazol 400 mg uma vez por dia por 14 dias Já o tratamento local por via intravaginal engloba o uso de Clotrimazol 100 mgcomprimido durante 7 dias ou o uso de Terconazol 08 creme aplicação completa de 5 g durante três dias ou ainda o uso de Ácido Bórico 600 mgsupositório duas vezes por dia por período de 14 dias²⁰²¹ Tabela 3 Tratamento da Candidíase Vulvovaginal Nome Formulação Dose Duração tratamento Adm tópica Butoconazol Creme a 2 1 aplicador 5 gramas intravaginal Dose única Clotrimazol Creme a 1 1 aplicador 5 gramas intravaginal 714 noites Miconazol Creme a 2 1 aplicador 5 gramas intravaginal 7 noites Nistatina 100000UI4 G 1 aplicador 4 gramas intravaginal 14 noites Tioconazol Creme a 65 1 aplicador 5 gramas intravaginal Dose única Terconazol Creme a 04 1 aplicador 5 gramas intravaginal 7 noites Creme a 08 1 aplicador 5 gramas intravaginal 3 noites Adm sistêmica Fluconazol Comprimido 150mg 1 comprimido de 150 mg Dose única Cetoconazol Comprimido 200400mg 1 comprimido de 200400 mgdia 14 dias Fonte Adaptado de SOGIMIG 2012 Para a manifestação vulvovaginal recorrente poderá ser prescrito um tratamento antifúngico mais longo com o intuito de erradicar agente A profilaxia pode ser local ou por via oral No tratamento local preconizase o uso de Clotrimazol duas cápsulas de 100 mg duas vezes por semana durante seis meses ou o uso de Terconazol 08 creme aplicação completa de 5 g durante sete dias Já o tratamento por via oral engloba o uso de Cetoconazol duas cápsulas de 200 mg durante cinco dias após a menstruação e por período de seis meses ou o uso de Fluconazol 150 mg administrados durante um mês ou ainda o uso de Itraconazol uma cápsula de 200 mg durante um mês²⁰²¹ Tratamento da balanite por Candida A pomada de Nistatina tópica é o tratamento inicial quando as lesões são pouco eritematosas ou apresentam erosão superficial Compressas úmidas com Acetato de Alumínio diluído durante 15 minutos duas vezes por dia podem amenizar rapidamente as sensações de queimação ou prurido A cronicidade e as recidivas especialmente após contato sexual sugerem a reinfecção a partir de um parceiro sexual que deve ser tratado⁶⁸ Tratamento das unhas e paroníquia Consiste na aplicação de solução de Clotrimazol a 1 duas vezes por dia Como opção pode ser utilizado o Timol a 4 em etanol uma vez ao dia⁶⁸ Tratamento da candidíase cutânea Devese aplicar pomada de Nistatina ou o creme de Clotrimazol a 1 ou com creme de Hidrocortisona a 1 duas vezes ao dia⁶⁸ Tratamento da candidíase sistêmica Os casos sistêmicos graves como a meningite o tratamento consiste na prescrição de AnfotericinaB receitado pelo médico e administrado em nível hospitalar pois o medicamento é por via intravenosa e com altos níveis de nefrotoxicidade⁶⁸ 4 CONCLUSÃO A presente revisão da literatura abordou a candidíase que corresponde à infecção micótica mais prevalente Candidíase é uma infecção fúngica de grande importância em saúde pública incluída também como DST São diversas as espécies já reconhecidas como agentes causais embora a mais bem estudada seja a C albicans já que é mais confirmado seu isolamento e sua identificação Os trabalhos consultados para a realização desta revisão destacaram a importância desta patologia e sua associação com fatores locais e sistêmicos predisponentes tais como paciente recémnascido prótese superior imunossupressão paciente neoplásico e AIDS A atuação dos referidos fatores na etiopatogenia da lesão evidencia a diversidade de situações clínicas que exigem o conhecimento necessário para o diagnóstico dos tipos de candidíase que pode ser formulado a partir de dados clínicos e ou laboratoriais Tornase assim imprescindível o diagnóstico correto e tratamento precoce desta afecção visando assim a prevenção de complicações mais graves e potencialmente fatais da candidíase REFERÊNCIAS 1 Kauffman CA Candidíase In GOLDMAN L AUSIELLO D Cecil Tratado de Medicina Interna 22 ed Rio de Janeiro 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de São Paulo São Paulo 2008 50261263 8 Shelburne AS Hamil RJ Infecções micóticas In Organizadores MCPHEE S J PAPADAKIS M A RABOW M W Tradução FONSECA A V etal CURRENT medicina diagnóstico e tratamento 51 ed Porto Alegre AMGH 2013 821213 36142941 9 Holanda AARD Fernandes ACS Bezerra CM Ferreira M AF Holanda MRR Holanda JCP et al Candidíase vulvovaginal sintomatologia fatores de risco e colonização anal concomitante Rev Bras de Ginecol e Obst Rio de Janeiro 2007 2939 10 Val ICC Filho GLA Abordagem atual da candidíase vulvovaginal J Bras de Doenças Sexualmente Transmissíveis 2001 1335 11 Giolo MP Svidzinski TI E Fisiopatogenia epidemiologia e diagnóstico laboratorial da candidemia Jornal Brasileiro de Patol e Med Laborat Rio de Janeiro 2010 4622534 12 Colombo AL Guimarães T Epidemiologia das infecções hematogênicas por Candida spp Rev da Soc Bras de Med Trop Uberaba 2003 36599607 13 Zimmermmann JB Paiva AO Costa ACS Sousa AMGV Chagas AR Lima AAC Validade do diagnóstico clínico de candidíase vulvovaginal HU Rev Juiz de Fora 2009 35 11118 14 Boatto H F Moraes MS Machado AP Girão MJBC Fischman O Correlação entre os resultados laboratoriais e os sinais e sintomas clínicos das pacientes com candidíase vulvovaginal e relevância dos parceiros sexuais na manutenção da infecção em São Paulo Rev Bras de Ginecol e Obst Rio de Janeiro 2007 2928084 15 Linhares IM Giraldo PC Caetano ME Nissan MD GonçalvesAKS Giraldo HPD Candidíase vulvovaginal recorrente fisiopatogênese diagnóstico e tratamento Rev Ciências Médicas Campinas 2005 14433378 16 Costa KRC Candido RC Diagnóstico Laboratorial da Candidíase Oral NewsLab 2007 83 17 Braunwald E Fauci AS Hauser SL Longo DL Kasper DL Jameson JL HARRISON MedicinaInterna volume 1 18ª edição Editora Artmed Rio de Janeiro 2009 18 Veronesi R Focaccia R Tratado de Infectologia 3 ª ed São Paulo Ed Atheneu 2005 19 Williams DW Kuriyama T Silva S Malic S Lewis MAO Candida biofilms and oral candidosis treatment and prevention Periodontol 2000 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foram as fontes onde foram detectadas a bactéria Como se explica a presença destas estirpes no Brasil A E coli O157H7 foi encontrada inicialmente em amostras de água de poço de uma chácara em São Paulo contudo ainda não estava relacionada a doenças Sua relação com doenças no Brasil foi estabelecida em 1990 a partir de um paciente com AIDS e posteriormente de uma criança com diarreia sanguinolenta e um idoso com diarreia severa Provavelmente a estirpe chegou ao Brasil por meio da importação de bovinos e se justifica pelo hábito de consumo de carne e lácteos sem o devido tratamento térmico e pelas falhas nos programas de vigilância sanitária e fiscalização A3 Qual o fator de virulência e qual a patologia este fator desencadeia no paciente A virulência desta estirpe está relacionada à produção das toxinas Shiga também denominadas Verotoxinas que causam Colite Hemorrágica e Síndrome Hemolítica Urêmica patologias de alta gravidade que podem evoluir para falência renal e morte A4 Quando e onde as estirpes de Ecoli enteropatogenicas foram reconhecidas como responsáveis por surtos de doença diarreica e em qual alimento foi identificado como fonte de contágio As E coli enteropatogênicas foram identificadas como responsáveis por surtos de doença diarreica em 1983 nos Estados Unidos a partir da ingestão em massa de hambúrgueres mal cozidos em um restaurante de fastfood A5 Pesquise sobre as estratégias laboratoriais para se distinguir estirpes de Ecoli O157H7 das Ecoli não patogênicas Além das técnicas de biologia molecular podem ser realizadas a sorotipagem teste de adesão em cultura de células e FAS buscando identificar determinados antígenos que possam identificálas A6 Relacione algumas medidas de prevenção e controle propostas pelo artigo Deve ser realizado o tratamento térmico de carnes e laticínios além de garantir a boa qualidade da água que também deve ser adequadamente tratada Além disso outras medidas referemse a uma maior eficácia na vigilância e fiscalização por parte dos órgãos cabíveis B TEMA 2 Candidíase B1 A que se deve o aumento da atenção para com as doenças fúngicas nas últimas décadas Principalmente após o surgimento da AIDS que em razão de sua característica de fragilizar o sistema imunológico aumentou a preocupação dos pesquisadores quanto a agentes infecciosos menores O aumento do uso de antimicrobianos avanço em terapias para doenças de base e os avanços nas técnicas de transplante também contribuíram para estes avanços B2 Quais os sítios anatômicos onde podemos encontrar espécies de Candida sp no ser humano Estes fungos compõem a microbiota normal da pele trato gastrointestinal e geniturinário B3 Quais os tipos de manifestações clínicas básicas causadas por espécies de Candida sp As espécies de Candida sp podem desencadear manifestações cutâneas mucocutâneas e sistêmicas onde o tipo e extensão da infecção são determinados pela resposta imunológica do paciente acometido Assim a cavidade oral e o canal vaginal são mais frequentemente afetados assim como regiões úmidas da pele Em casos raros como em pacientes previamente debilitados pode observarse a forma disseminada da doença B4Quais as formas de candidíase mucosas que podem ocorrer no ser humano Candidíase orofaríngea e pseudomembranosa sapinho candidíase eritematosa candidíase atrófica crônica esofagites candidíase vulvovaginal e balanite B5 Quais os fatores de risco para candidíase vulvovaginal Ciclos menstruais regulares gravidez uso de anticoncepcionais orais terapias hormonais diabetes infecção por HIV uso de antibióticos maus hábitos de higiene e uso de roupas justas eou sintéticas B6 Em quais amostras clínicas podemos fazer pesquisa de Candida spp Amostras de pele e unhas raspados de mucosa oral vaginal e anal secreções do trato respiratório líquor sangue urina e fezes principalmente MICROBIOLOGIA A TEMA 1 Escherichia coli enteropatogênica sorotipo O157H7 A1 Quais os principais patógenos associados a doenças de transmissão alimentar Os principais microrganismos apontados como patogênicos dentre doenças de transmissão alimentar são Escherichia coli enterohemorrágica EHEC Salmonella spp Campylobacter spp Shigella spp e Yersinia enterocolitica A2 No Brasil as pesquisas revelaram a presença de Ecoli O157H7 Segundo o artigo referência deste ED quais foram as fontes onde foram detectadas a bactéria Como se explica a presença destas estirpes no Brasil A E coli O157H7 foi encontrada inicialmente em amostras de água de poço de uma chácara em São Paulo contudo ainda não estava relacionada a doenças Sua relação com doenças no Brasil foi estabelecida em 1990 a partir de um paciente com AIDS e posteriormente de uma criança com diarreia sanguinolenta e um idoso com diarreia severa Provavelmente a estirpe chegou ao Brasil por meio da importação de bovinos e se justifica pelo hábito de consumo de carne e lácteos sem o devido tratamento térmico e pelas falhas nos programas de vigilância sanitária e fiscalização A3 Qual o fator de virulência e qual a patologia este fator desencadeia no paciente A virulência desta estirpe está relacionada à produção das toxinas Shiga também denominadas Verotoxinas que causam Colite Hemorrágica e Síndrome Hemolítica Urêmica patologias de alta gravidade que podem evoluir para falência renal e morte A4 Quando e onde as estirpes de Ecoli enteropatogenicas foram reconhecidas como responsáveis por surtos de doença diarreica e em qual alimento foi identificado como fonte de contágio As E coli enteropatogênicas foram identificadas como responsáveis por surtos de doença diarreica em 1983 nos Estados Unidos a partir da ingestão em massa de hambúrgueres mal cozidos em um restaurante de fastfood A5 Pesquise sobre as estratégias laboratoriais para se distinguir estirpes de Ecoli O157H7 das Ecoli não patogênicas Além das técnicas de biologia molecular podem ser realizadas a sorotipagem teste de adesão em cultura de células e FAS buscando identificar determinados antígenos que possam identificálas A6 Relacione algumas medidas de prevenção e controle propostas pelo artigo Deve ser realizado o tratamento térmico de carnes e laticínios além de garantir a boa qualidade da água que também deve ser adequadamente tratada Além disso outras medidas referemse a uma maior eficácia na vigilância e fiscalização por parte dos órgãos cabíveis B TEMA 2 Candidíase B1 A que se deve o aumento da atenção para com as doenças fúngicas nas últimas décadas Principalmente após o surgimento da AIDS que em razão de sua característica de fragilizar o sistema imunológico aumentou a preocupação dos pesquisadores quanto a agentes infecciosos menores O aumento do uso de antimicrobianos avanço em terapias para doenças de base e os avanços nas técnicas de transplante também contribuíram para estes avanços B2 Quais os sítios anatômicos onde podemos encontrar espécies de Candida sp no ser humano Estes fungos compõem a microbiota normal da pele trato gastrointestinal e geniturinário B3 Quais os tipos de manifestações clínicas básicas causadas por espécies de Candida sp As espécies de Candida sp podem desencadear manifestações cutâneas mucocutâneas e sistêmicas onde o tipo e extensão da infecção são determinados pela resposta imunológica do paciente acometido Assim a cavidade oral e o canal vaginal são mais frequentemente afetados assim como regiões úmidas da pele Em casos raros como em pacientes previamente debilitados pode observarse a forma disseminada da doença B4Quais as formas de candidíase mucosas que podem ocorrer no ser humano Candidíase orofaríngea e pseudomembranosa sapinho candidíase eritematosa candidíase atrófica crônica esofagites candidíase vulvovaginal e balanite B5 Quais os fatores de risco para candidíase vulvovaginal Ciclos menstruais regulares gravidez uso de anticoncepcionais orais terapias hormonais diabetes infecção por HIV uso de antibióticos maus hábitos de higiene e uso de roupas justas eou sintéticas B6 Em quais amostras clínicas podemos fazer pesquisa de Candida spp Amostras de pele e unhas raspados de mucosa oral vaginal e anal secreções do trato respiratório líquor sangue urina e fezes principalmente

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