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Psicologia Social
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No encontro seg cimento relembram as crianças e fizemo micas em que deveri animais Propusemos brincadeira o grupo por cada acerto mas o dar uns aos outros po coletivo O presente bombom compartilha Além de relembrar c mica objetivou a desc cultura de competiç Beaudoin e Taylor 2 da melhora da expre são da linguagem nã crianças e a identifica ticas distintas a cada a No segundo mom os participantes a dese na forma de animais c TilmansOstyn 2000 sentou sua família e c escolheu cada anima os membros do siste mitiur entender as rela res de cada participa lugar este ocupa denti e flexibilizar o conce crianças e da adoles pelos relatos do grup do microssistema de se dá nas múltiplas re çoões de seus membro No encontro seg do o grupo matutin CRAS enquanto fam zido um cartaz da h onde cada membro s Faculdades Integradas Aparício Carvalho Centro Integrado de Fomento a Iniciação Científica e Extensão CIFICE Formulário para Apresentação Projeto de Pesquisa O projeto de pesquisa deverá conter 1 Folha de Rosto AUTOR NA FORMA DIRETA EM DESTAQUE TAM 14NEGRITO TÍTULO SUBTÍTULO SE HOUVER DO TRABALHO Projeto de Pesquisa apresentado ao Centro Integrado de Fomento a Iniciação Científica e Extensão CIFICE das Faculdades Integradas Aparício Carvalho FIMCA na área de indicar área de concentração Orientadora LOCAL CIDADE ANO 2 TÍTULO DO PROJETO Deve ser claro e conciso além de refletir e sintetizar os aspectos essenciais do problema a ser contemplado na pesquisa 3 JUSTIFICATIVA Deve constar um texto dissertativo indicando a delimitação do tema o problema o tipo de pesquisa a ser desenvolvido a justificativa razões que motivaram a proposição do projeto e a relevância das mesmas e a prévia revisão bibliográfica apontando os elementos importantes sobre o assunto escolhido e sobre o problema a ser investigado no decorrer da pesquisa conceitos histórico outras pesquisas já realizadas sobre o assunto Não deixe de usar citações dos autores consultados Digite o texto em espaço duplo entrelinhas 12 pts entre parágrafos 15 de parágrafo fonte Arial tamanho 12 para o texto e tamanho 10 para as citações fora do corpo do texto as que tiverem mais de 3 linhas 4 OBJETIVOS Relacionar o que se pretende alcançar com a execução do projeto Os objetivos poderão ser indicados em tópicos com redação concisa É preciso observar a possibilidade do alcance dos objetivos previstos considerandose o tempo disponível a capacitação técnicocientífica do pesquisador os recursos humanos e materiais acessíveis Lembrese que os objetivos são sempre redigidos iniciando com um verbo no infinitivo 5 METODOLOGIA Apresentar resumidamente os procedimentos e técnicas a serem desenvolvidas para a coleta tabulação e análise dos dados A metodologia varia conforme o tipo de pesquisa Vale ressaltar que as pesquisas que requerem coleta de dados em campo devem ter a clara descrição da população a ser investigada os critérios usados para a definição da amostra tipos de instrumentos para a coleta técnicamétodo para tabulação e análise de dados As pesquisas que usarão da experimentação devem ter os procedimentos de ensaio detalhadamente descritos 6 EMBASAMENTO TEÓRICO Neste tópico deverão constar pesquisas já realizadas em relação ao tema proposto 7 RESULTADOS ESPERADOS Listar os resultados esperados neste projeto 9 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Distribuir ao longo do tempo as diferentes etapas que comporão o projeto de pesquisa desde o seu planejamento até a elaboração do relatório final monografia AÇÕES ETAPAS MESES J F M A M J J A S O N D 10 CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO ORÇAMENTO Fazer a previsão de seus gastos para o desenvolvimento do projeto Pense que vai gastar até a finalização do trabalho papel tinta encadernações cd disquete locomoção material de experimento etc Tudo deve ser previsto para que você se prepare em relação aos gastos que terá Material Quantidade Custo Unitário Custo Total TOTAL DE GASTOS PREVISTOS 8 REFERÊNCIAS Relacionar segundo a ABNT NBR ISO 90012008 no dia 20 julho deverá ser lançada a norma mais nova procure sempre seguir as regras mais recentes a literatura efetivamente citada na escrita do projeto ANEXOS Xérox do encaminhamento para o CEP se necessário Link do Curriculum Lattes Atualizado orientador e acadêmico Folha de Aceite do orientador devidamente assinada artiGo intervenÇões psiColÓGiCas CoM CrianÇas no Cras eM busCa de reCursos e potenCialidades psychological inTervenTions wiTh children in crsa in search of resources and capabiliTies resuMo este artigo apresenta uma experiên cia de estágio em psicologia com um grupo de crianças e uma adolescente em um cras de um município de pequeno porte do interior do sul do brasil no período de observação mapeamos no grupo questões relacionadas a expressão da afetividade gênero e sexualidade a seguir plane jamos atividades com foco na promoção da inte ração entre as crianças e adolescente prevenção de situações de risco e vulnerabilidade e forta lecimento de vínculos familiares e comunitários nossas ações foram fundamentadas no pensa mento sistêmico na abordagem do construcio nismo social e nas práticas das práticas narra tivas ao fim do processo observamos que as crianças e a adolescente modificaram seu modo de se relacionarem entre si e posicionaremse diante de questões conflituosas dentro e fora do grupo a atuação de psicólogos no cras mostra se desafiadora por exigir qualificação e formação técnica e flexibilidade e respeito aos diferentes modos de produção da infância e adolescência palavrasCHave psicologia centro de refe rência em assistência social cras relato de experiência criança adolescente abstraCt This article presents a training expe rience in psychology with a group of children and adolescent in a centre of reference in social as sistance crsa of a small city in the countryside of southern brazil in the observation period we mapped these issues in the group expression of affection gender and sexuality next we planned activities aiming the promoting interaction among children and adolescent risk and vulnerability preventions and strengthening family and com munity ties our actions are based on systems Thinking social constructionist and narrative practices after the interventions children and the adolescent changed their ways of relating to each other and to position themselves in front of conflictive issues within and outside of the group psychological practices in crsa shows challen ging because it requires skills technical back ground flexibility and respect to the different mo des of production of childhood and adolescence Keywords psychology centre of reference in social assistance crsa experience report child adolescent N este artigo objetivamos a descrição de um processo de intervenção psi cológica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social SUAS em basado na teoria sistêmica e no construcionismo social Esse processo foi resultante da experiência de Estágio Básico em Saúde Coletiva de Graduação em Psicologia realizada em um Centro de Referência de Assistência Social CRAS por duas das autoras O Estágio Básico em Saúde Coletiva visa desenvolver um conjunto de capacidades associadas as práticas articuladoras do saberfazer psi cológico com intuito de potencializar as intervenções voltadas à promoção e pre venção em saúde Winter MaciazekiGomes Barasuol Borges Costa 2012 A inserção no campo de estágio contempla a proposta do estágio de acompanhar o cotidiano dos serviços e a partir dessa vivência estabelecer relações entre a teoria e a prática no exercício de uma práxis conectada com as políticas públicas em vigor e a realidade local cArOlInA dUArTe de SOUzA Doutoranda mestre e graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Florianópolis Brasil JUlIAnA BOrGeS de SOUzA Graduanda em Psicologia pela Faculdade Três de Maio SETREM Três de Maio Brasil núBIA dAnIelA de OlIVeIrA rOlIm Psicóloga graduada pela Faculdade Três de Maio SETREM Três de Maio Brasil rITA de cÁSSIA mAcIAzekI GOmeS Psicóloga pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS e Doutoranda pela Universidade do Porto Porto Portugal recebido em 06042016 aprovado em 14052016 NPS 55indd 31 12082016 163419 32 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 O SUAS O crAS e A PSIcOlOGIA A inserção da Psicologia na Política Nacional de Assistência Social PNAS é recente Senra Guzzo 2012 e teve como ponto favorável a aprovação do SUAS e sua implantação a partir do ano de 2005 A concepção da Assis tência Social como política de prote ção social visa a garantia de todosas que dela precisarem sem contribuição prévia PNAS 2005 Para o cumpri mento deste princípio norteador a construção da política de assistência social brasileira partiu da necessidade de conhecer a realidade das pessoas que dela necessitam Esta perspectiva pautouse numa visão de proteção social baseada no conhecimento dos riscos das vulne rabilidades e dos recursos utilizados no cotidiano uma leitura da realidade que estabelece relações entre os con textos macro e micro sociais a partir do mapeamento das dificuldades com ênfase nas possibilidades e capacida des a serem desenvolvidas com a po pulação PNAS 2005 Constatase que a implantação de uma política pública de assistência so cial como direito à proteção social e direito à seguridade social marca pro fundas mudanças na propositura e exe cução desta política no contexto brasi leiro A assistência social como campo dos direitos da universalização dos acessos e da responsabilidade estatal es tabelece a garantia dos direitos sociais previstos na Constituição Nacional de 1988 e pela Lei Orgânica de Assistência Social de 1993 distanciandose assim de práticas assistencialistas históricas O foco da proteção social assim pauta se na aproximação das pessoas e dos contextos nos quais estão inseridas to mando por base primeira a família O SUAS articula suas ações a partir do sistema de proteção social básica e proteção social especializada A pro teção social básica prevê a execução de programas e projetos realizados no território e voltados à prevenção de situações de risco com ênfase no for talecimento dos vínculos familiares e comunitários Por sua vez as ações desenvolvidas pela proteção social especial são voltadas para as pessoas que se encontram em situação de ris co pessoal e social em decorrência da violação de direitos necessitando de acompanhamento individualizado e de medidas protetivas O estágio foi desenvolvido em um CRAS aparelho público que integra a proteção social básica com referên cia territorializada e desenvolve ações junto a indivíduos e famílias voltadas para promoção da qualidade de vida e proteção às situações de risco O enfo que do trabalho realizado no serviço parte do reconhecimento da diversi dade de formações familiares da va lorização das subjetividades de cada grupo familiar e do fortalecimento e articulação dos vínculos no contexto comunitário Entre os profissionais preconizados para a composição da equipe multi profissional do CRAS estão o serviço social a educação e a psicologia A demanda para a atuação da Psicologia junto a política de assistência social exigiu o repensar sobre as práticas de atuação da Psicologia ainda voltadas prioritariamente para os contextos clí nicos e a primazia do atendimento in dividual Macêdo Alberto Santos Pe reira Oliveira 2015 Senra Guzzo 2012 Andrade Romagnoli 2010 Macedo Dimenstein 2010 2011 O Conselho Federal de Psicologia a partir do Centro de Referência Téc nica em Psicologia e Políticas Públicas CREPOP 2007 orienta que as ativi dades do psicólogo no CRAS estejam voltadas para a atenção e prevenção NPS 55indd 32 12082016 163419 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 33 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 a situações de risco tendo como ob jetivo principal atuar em situações de vulnerabilidade por meio do fortale cimento dos vínculos familiares e co munitários e por meio do desenvolvi mento de potencialidades e aquisições individuais e coletivas De acordo com CREPOP a intervenção do psicólogo em situações de vulnerabilidade im plica diretamente na promoção deste sujeito oportunizando o empodera mento da pessoa dos grupos e das comunidades Dessa forma a atuação da psicologia no CRAS deve enfatizar as relações das pessoas com os seus contextos atentar para a prevenção de situações de risco e contribuir para o desenvolvimento de suas potenciali dades exige flexibilidade ao conside rar os saberes técnicos mas também éticos políticos e sociais Andrade Romagnoli 2010 Macedo Di menstein 2012 pautados nos saberes localizados Haraway 1998 na com posição de uma atuação da psicologia posicionada e comprometida com a população atendida Macedo Pes soa Alberto 2015 Senra Guzzo 2012 O CRAS preconiza ações direcio nadas às famílias com enfoque na pre venção de situações de risco Andrade e Romagnoli 2010 sendo estas reali zadas em um determinado território circunscrito Entre projetos e ações executadas pelo CRAS está o trabalho voltado para crianças e adolescentes No que refere ao trabalho com crian ças e adolescentes preconizase que o profissional da psicologia esteja atento a pluralidades de infâncias e adoles cências associadas às diferentes condi ções de vida e possa levalas em conta na composição de suas intervenções De modo que as percepções das crian ças e adolescentes e suas interações com os outros e o ambiente possam ser consideradas nas ações desenvolvidas junto a esse público Macedo Pessoa Alberto 2015 Nesse sentido na efetivação de ações destinadas à infância e adoles cência no cotidiano do CRAS reco mendase a construção de estratégias e ações que produzam maior conheci mento e aproximação de quem são de onde vêm e como vivem essas crianças e adolescentes Os estudos demons tram que em sua maioria os partici pantes das atividades promovidas pela PNAS são indivíduos em desenvol vimento cujos direitos são negados e são vítimas de variadas formas de violência tais como trabalho infantil violência sexual violência física e vio lência estrutural Macedo Pessoa Alberto 2015 p 920 Ao compreender que a complexa e desafiadora tarefa de atuação da psico logia no SUAS encontrase em cons trução este estudo procurou refletir sobre uma experiência de um trabalho voltado para crianças com a participa ção de uma adolescente em um estágio em psicologia no CRAS fundamenta do no pensamento sistêmico mais precisamente no construcionismo so cial e nas práticas narrativas O PenSAmenTO SISTêmIcO O cOnSTrUcIOnISmO SOcIAl AS PrÁTIcAS nArrATIVAS e O crAS O CRAS pode ser compreendido como uma totalidade que só pode ser investigada considerandose a com plexa rede de interrelações dinâmicas e mútuas entre suas partes pois de outro modo perdemse as proprie dades sistêmicas que o caracterizam Isso é posto dado que transformações em qualquer de seus componentes re percutem no funcionamento da insti tuição como um todo Vasconcellos 2002 Assim é importante investigar NPS 55indd 33 12082016 163419 34 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 quem está envolvido na situação a ser trabalhada e como se dá a sua parti cipação como ocorrem as interações entre as diversas pessoas e sistemas envolvidos CRAS família conselho tutelar escola comunidade e quais são os valores culturais mitos e regras dos diferentes membros há coerên cia entre eles ou não Para responder essas perguntas o pensamento sistê mico nos obriga a ampliar o foco de compreensão das dificuldades que podem surgir no CRAS para a busca de potencialidades que nos direcio nem para soluções ao invés de buscar culpados pela situação estabelecida Ainda Beaudoin e Taylor 2006 nos atentam para valores comuns na cul tura ocidental que contribuem para o aprisionamento dos sujeitos em situa ções de desrespeito e bullying As auto ras trazem reflexões sobre questões de gênero colocadas pelo patriarcalismo questões de desconfirmação de crian ças e adolescentes pelo adultismo as inimizades competições e ambientes hostis provocados pelo individualis mo e capitalismo Ao considerar todas essas questões não podemos mais falar em uma realidade única mas em uma pluralidade de versões de uma mesma situação que nos auxiliam a mon tar um quadro da situaçãoproblema apresentada Vasconcellos 2002 Desse modo podemos pensar que intervenções psicológicas no CRAS podem contribuir para enfatizar re cursos e potencialidades dos envolvi dos ao invés de focarse nos erros se considerarmos que as mesmas pessoas que fazem parte do problema também possuem recursos para enfrentálo e que uma mudança de foco das dificul dades para as habilidades já pode pro duzir efeitos terapêuticos no sistema O encontro de diversas conversa ções entre autores pósmodernos com momentos de acordos e divergências entre lógicas e valores é a definição proposta por Gergen 2009 do cons trucionismo social que considera os discursos produzidos sóciohistori camente nas relações sociais como a própria realidade multiversa em que vivemos Talvez a contribuição mais importante dessas conversações para salientarmos aqui seja a postura de não saber proposta por Anderson e Goolishian 1993 Os autores colo cam que essa postura nos convida a desocupar o lugar de especialistas que sabem o que é melhor para as pessoas e sistemas envolvidos num problema para participar genuinamente na co construção de soluções que produzi rão aprendizagens mútuas Anderson Goolishian 1993 Ademais para Goolishian e Winderman 1989 um Sistema Determinado pelo Problema é constituído por qualquer conversação iniciada por uma dificuldade E de acordo com o construcionismo social serão nos intercâmbios conversacio nais produzidos acerca da problemá tica que podem ser construídos novos significados sobre as situações que não mais considerem o problema como tal por novos elementos que ajudem a li dar com a situação de modo diferente Dessa maneira tornase importante aguçar a curiosidade dos psicólogos sobre o que eles ainda não conhecem sobre os problemas descritos pela equipe do CRAS Pensando nessas novas descrições sobre o problema as ideias de Micha el White 2012 contribuem para as intervenções psicológicas no CRAS por meio de suas reflexões e técnicas das práticas narrativas que propõem a construção de novos discursos so bre as situações instituições e pessoas que destacam suas potencialidades em detrimento dos problemas Para ele as pessoas constroem narrativas de vida que as definem como pessoas e para NPS 55indd 34 12082016 163419 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 35 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 isso elas excluem desse relato eventos que contradizem esse relato dominan te como no processo de edição de uma história em que os trechos que se tor nam incoerentes ou que pouco contri buem com a narrativa a ser contada são excluídos Assim alguém que se define como feliz optará por não enfatizar eventos tristes em sua narrativa por outro lado uma pessoa em sofrimen to dificilmente identificará por conta própria eventos felizes e seus recur sos e potencialidades Assim cabe ao psicólogo investigar esses momentos de incoerência dentro desta narrativa de sofrimento e pessoas de sua rede de relações que presenciaram e par ticiparam dessas situações Para isso novamente buscamos explorar mais as descrições dos problemas relatados por meio de questionamentos que con tribuam na investigação de estratégias de enfrentamento da situação méTOdO As atividades foram desenvolvidas em um CRAS numa cidade interiorana de aproximadamente 25 mil habitantes no Noroeste de um estado do sul do Brasil ao longo de três semestres Os participantes pertenciam à turma ma tutina do Projeto das Ações que era composta por 13 crianças com idades entre 7 e 12 anos 6 meninas e 7 meni nos e uma adolescente de 18 anos que participava do grupo por não haver um programa voltado para sua faixa etária no CRAS A equipe técnica era composta de três assistentes sociais um psicólogo duas agentes adminis trativas uma coordenadora três mo nitoras pedagogas duas recepcionis tas e duas pessoas encarregadas pelos serviços gerais Existia uma grande rotatividade de funcionários no CRAS devido aos baixos salários e muitas ve zes por serem contratos temporários no caso das professoras de duração de seis meses com renovação O Estágio Básico em Saúde Coletiva ocorreu em três momentos distintos inserçãoobservação planejamento da intervenção e a intervenção pro priamente dita Winter et al 2012 Anteriormente ao início do trabalho os cuidados éticos foram resguarda dos com a assinatura dos Termos de Estágio e Termos de Consentimento Livre e Esclarecido conforme a Reso lução 4662012 do Conselho Nacional de Saúde e a Resolução 0162000 do Conselho Federal de Psicologia em que a instituição bem como os demais participantes foram informados acer ca dos objetivos e procedimentos da intervenção O primeiro momento a partir de uma perspectiva etnográfica Fonseca 1999 enfocou o processo de inserção familiarização reconhe cimento e a observação do funciona mento e das atividades realizadas no CRAS principalmente dos programas que eram desenvolvidos no espaço identificando dificuldades encontra das em nível de saúde mental e cole tiva com vistas à promoção da saúde neste espaço As observações foram registradas em diário de campo Ma ciazekiGomes 2013 Ao final deste primeiro momento de estágio por meio de uma leitura etnográfica e de um embasamento te órico sobre as possibilidades de inter venções psicológicas no CRAS Costa Cardoso 2010 Andrade Romag noli 2010 Senra Guzzo 2012 Ma cedo Alberto Pessoa 2015 foram identificadas demandas para inter venções psicológicas como expressão da afetividade emoções sentimentos agressividade questões relacionadas a gênero e sexualidade Nesse período foram realizados 17 encontros sema nais de observação NPS 55indd 35 12082016 163419 36 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 Num segundo momento a partir dessa análise e calcadas no pensamen to sistêmico Curonici McCulloch 1999 Vasconcellos 2002 no cons trucionismo social Gergen 2009 e nas práticas narrativas Beaudoin Taylor 2006 White 2012 foram ela boradas propostas de intervenção Es tas visavam a promoção de reflexões e novas possibilidades de interação en tre as crianças e adolescente que atuas sem nas questões anteriormente iden tificadas As intervenções objetivavam ainda prevenir situações de risco e vulnerabilidade bem como promover o fortalecimento de vínculos familia res e comunitários Posteriormente foi feito um projeto de execução dessas ações Neste momento realizaramse 18 encontros semanais com as crian ças e adolescente O terceiro momento foi caracteri zado pelas intervenções propriamente ditas foram realizados 17 encontros Estas intervenções foram confecção do monstro do problema Beaudoin Taylor 2006 White 2012 do cartaz dos aniversários dos desenhos das fa mílias TilmansOstyn 2000 discus são dos filmes A era do gelo 4 de Steve Martino e Mike Thurmeier e A cura de Peter Horton do conto Bom dia to das as cores de Ruth Rocha dos livros Menino brinca de boneca de Marcos Ribeiro Longe é um lugar que não exis te de Richard Bach e O frio pode ser quente de Jandira Masur realização da atividade caixa das dúvidas elabora ção da árvore da vida Denborough Ncube 2011 aplicação da dinâmica baú de tesouro Curonici McCullo ch 1999 e para a finalização destas intervenções criamos juntamente com a turma uma peça teatral baseada no conto Bom dia todas as cores da au tora Ruth Rocha Nestas atividades foram utilizados vários materiais como vídeos papel sulfite tamanho A4 tinta lápis de cor giz de cera barbante lantejoulas kraft EVA cartolina livros e artigos científi cos em que pudemos nos embasar te oricamente Durante todo o processo as estagiárias tiveram supervisão se manal de uma professora e psicóloga em que se refletia sobre os encontros e se construíam em conjunto estagiá rias e professora os próximos passos do estágio reSUlTAdO e dIScUSSõeS Com vistas a dar destaque às inter venções efetuadas organizamos os resultados por meio delas Cada in tervenção foi descrita num tópico que contém a descrição da demanda a intervenção propriamente dita as dis cussões teóricas e avaliação das ações O mOnSTrO dO PrOBlemA A primeira demanda identificada para intervenção psicológica foi relativa à própria forma como a turma era per cebida pela equipe técnica do CRAS As crianças foram descritas pela equi pe às estagiárias como bagunceiras maleducadas e agressivas e esse comportamento era visto como imutá vel devido às características do contex to socioeconômico em que as crianças viviam Percebemos como exposto por Garcia 2007 que as práticas e discursos reproduzidos pela equipe acobertavam a existência de valores e crenças veiculados no CRAS Segun do Oliveira 2007 cabe ao psicólogo uma postura questionadora e de estra nhamento desses discursos cristaliza dos e focados nas impossibilidades de mudanças das pessoas e das institui ções Assim buscamos proporcionar a flexibilização desses significados este NPS 55indd 36 12082016 163419 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 37 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 reotipados para a emergência de novos sentidos Zanella 2003 Com o intuito de iniciar uma rela ção com as crianças da turma pautada na ênfase de suas qualidades e poten cialidades optouse por inicialmente realizar com elas uma adaptação da técnica narrativa de externalização do problema proposta por White e Epston 1993 White 2012 A externalização do problema consiste numa técnica que visa realizar uma distinção entre o problema características negativas pelas quais a pessoa se define e narra sua história de vida por exemplo eu sou depressiva ou eu sou baguncei ro e a pessoa em si suas outras ca racterísticas e desejos que se encon tram ocultos por não serem coerentes com sua identidade construída pela influência do problema em sua vida Esse processo de separação é realiza do inicialmente por meio de questio namentos sobre a influência negativa do problema que é considerado como um ser com vida própria que possui nome próprio dado pela pessoa e que busca controlar e dominar a pessoa na vida do sujeito quando ele apare ce quem são seus aliados há quanto tempo ele participa de sua vida quem são seus aliados Aos poucos podese então delimitar identificar e enrique cer aspectos da vida da pessoa em que o problema não participa e pessoas e contextos que são seus inimigos Nessa etapa são então investigados e carac terizados recursos e potencialidades que a pessoa possui para enfrentar o problema White 2012 A partir des se exercício constróise com a pessoa a possibilidade dela abrir mão da in fluência do problema em sua vida sem que isso seja sinônimo de abrir mão de si mesma enquanto pessoa única e singular Isso porque se resgata outras características e valores pessoais nos quais ela se singulariza que não ape nas aqueles que atrela sua identidade ao problema Um exemplo detalhado dessa prática com crianças foi descrito por César 2008 Assim realizouse a dinâmica do Monstro do Problema com vistas a ressignificar algumas narrativas acerca dos comportamentos estereotipados das crianças As crianças foram convi dadas a produzir um desenho do seu monstro do problema o qual era res ponsável pelas ações que eles faziam involuntariamente agressões deso bediência etc e que se manifestavam em lugares que frequentavam como no CRAS na escola na família No final da atividade os monstros foram co locados dentro de um saco guardados pelas estagiárias No encontro posterior utilizaram se os desenhos para que todos apre sentassem seus monstros e socializas sem com os colegas Neste momento pontuamos que cada criança e adoles cente se lembrassem de pessoas que pudessem combater estes monstros e lugares onde seus monstros mais apa reciam Depois de cada crianças so cializar com os colegas pediuse que cada participante colocasse seu mons tro em um saco de lixo Depois disso falasse dentro do saco sobre todas as suas angústias e raivas E falasse tam bém sobre o motivo pelo qual gostaria que o monstro fosse embora já que o fazia se comportar de maneira que não gostava A atividade do monstro do proble ma permitiu a externalização de ações e comportamentos que causavam difi culdades nas relações entre as crianças e adolescente bem como com os pro fissionais do serviço Evocou a consti tuição de um espaço de acolhida dos sentimentos e emoções que esses com portamentos evocavam e possibilitou que ao narrálos os participantes pu dessem pensar nessas ações de modo NPS 55indd 37 12082016 163420 38 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 crítico buscando alternativas de como conviver melhor com o outro cArTAz de AnIVerSÁrIOS Sentimos a necessidade de produzir um cartaz em que constassem as datas dos aniversários das crianças e da ado lescente visto que algumas não sabiam a data de nascimento e não tinham o hábito de festejar aniversários e as da tas acabavam passando desapercebi das O cartaz foi produzido juntamen te com o grupo de modo que cada um pôde se perceber como sujeito dentro desse sistema O mapeamento dos aniversários do grupo possibilitou a instauração de um espaço coletivo no qual cada um viu se representado e lembrado pelo seu dia de nascimento Esse espaço evocou a valorização de si e também do outro A atividade propiciou também senti mentos de pertença ao grupo ao con quistar um lugar nominal de destaque no Cartaz de Aniversariantes no qual cada um teria seu dia a ser home nageado e festivo junto com os demais participantes Essa construção permi tiu que se instaurassem novos relatos sobre as crianças que destacavam ca racterísticas positivas em detrimento de suas dificuldades como propostos pelas práticas narrativas Beaudoin Taylor 2006 White 2012 cOnceITO de FAmílIA Trabalhamos um encontro com cine pipoca em que foi exibido A era do gelo 4 O foco da intervenção foi trabalhar as diferentes configurações de família que aparecem no filme e relacioná las com suas experiências de vida com vistas a ampliar a visão do grupo acerca da naturalização proposta pela cultura ocidental do padrão de família nuclear No encontro seguinte para aque cimento relembramos o filme com as crianças e fizemos um jogo de mí micas em que deveriam imitar alguns animais Propusemos que ao final da brincadeira o grupo fosse presenteado por cada acerto mas eles deveriam aju dar uns aos outros pois o presente seria coletivo O presente foi uma caixa de bombom compartilhada entre a turma Além de relembrar o filme essa dinâ mica objetivou a desconstrução de uma cultura de competição apontada por Beaudoin e Taylor 2006 a promoção da melhora da expressão e compreen são da linguagem não verbal entre as crianças e a identificação de caracterís ticas distintas a cada animal No segundo momento convidamos os participantes a desenhar a sua família na forma de animais como proposto por TilmansOstyn 2000 Cada um apre sentou sua família e o motivo pelo qual escolheu cada animal para representar os membros do sistema Isso nos per mitiu entender as relações intrafamilia res de cada participante do grupo que lugar este ocupa dentro da sua família e flexibilizar o conceito de família das crianças e da adolescente Percebemos pelos relatos do grupo que a formação do microssistema de cada participante se dá nas múltiplas relações e organiza ções de seus membros No encontro seguinte foi aborda do o grupo matutino de crianças do CRAS enquanto família e foi produ zido um cartaz da família do CRAS onde cada membro se desenhou como bicho Posteriormente cada um trouxe a maneira que se percebe neste grupo e o motivo pelo qual se desenhou de tal forma Os integrantes do grupo apre sentaram bons motivos para partici par da instituição tendoos listado no centro do cartaz Dessa forma podese NPS 55indd 38 12082016 163420 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 39 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 perceber os vínculos do grupo e o pa pel de cada criança e adolescente den tro do CRAS e como os participantes se percebem dentro deste sistema A ÁrVOre dA VIdA Baseadas no artigo Atendendo crian ças que vivenciaram traumas A árvo re da Vida dos autores Denborough e Ncube 2011 trabalhamos com as crianças a confecção de um desenho de uma árvore Neste encontro as crian ças deveriam fazer uma árvore que tivesse raiz terreno tronco galhos folhas frutos sementes e flores Sendo que cada parte desta árvore simboliza ria aspectos característicos da história de vida de cada criança e adolescente No encontro seguinte pedimos para que cada participante atribuísse os significados de sua árvore segundo as informações que conduziríamos na atividade Conforme o artigo descrito acima cada parte da árvore possui um significado As raízes simbolizam a sua herança o terreno o lugar onde a criança ou o adolescente vive os galhos representam as expectativas e sonhos as folhas significam as pessoas especiais na vida os frutos os presentes recebi dos ao longo da vida e a semente e as flores simbolizam as contribuições da criança na sua família e comunidade No terceiro encontro dessa atividade trabalhamos a segunda parte da ativi dade chamada Floresta da vida onde cada criança e adolescente era convi dado para colar a sua árvore na parede criando assim uma floresta Convida mos os mesmos para socializar com o grupo porém como não houve candida tos para contar a sua história elencamos atribuições de cada desenho exposto de forma que permitisse a cada participan te se perceber como protagonista de sua própria história Com isso as crianças e a adolescente foram se sentindo à von tade para participar da conversa e trazer um pouco de suas histórias para sociali zar com a turma Após esta socialização trabalhamos a última parte da atividade chamada pelos autores de Quando chega a tem pestade Neste momento convidamos as crianças e adolescente a falarem so bre os riscos que as árvores e as flores tas enfrentam durante uma tempesta de dessa forma comparamos de uma maneira lúdica as árvores e a floresta com os participantes e suas histórias de vida fazendo com que refletissem sobre os perigos que elas sofrem e as formas como enfrentam esses proble mas ao longo de suas vidas As crianças e adolescente pontu aram os perigos e problemas que en frentam na sua comunidade entre eles abuso sexual violência familiar abandono e fome Buscamos a partir dessas narrativas construir com o gru po alternativas que pudessem fortale cer as suas capacidades de resiliência e convidamos a elencar pessoas que pudessem ajudar neste momento No final da atividade propusemos às crianças e à adolescente que es crevessem uma carta para as pessoas que considerassem especiais em suas vidas para expressar o que valorizam nestas pessoas agradecendo o apoio recebido e realimentando o amor e a dedicação da família Pedimos que os participantes identificassem a pessoa para quem gostariam de escrever a carta podendo ser mais de uma pes soa Instigamos o grupo a colocar na carta as descrições abordadas durante a atividade como os valores habilida des esperanças e sonhos estimulando as crianças e a adolescente a escreve rem a contribuição e a importância que estas pessoas têm na sua vida De acordo com a atividade A ár vore da vida trabalhamos as questões NPS 55indd 39 12082016 163420 40 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 acerca das narrativas de vida de cada participante do grupo com intuito de visualizar e construir uma nova histó ria de maneira positiva reconhecendo um segundo olhar para os participan tes em sua própria história ligadas à habilidades capacidades esperanças e sonhos a serem realizados ao longo de sua trajetória Segundo White 2007 como citado em Denborough e Ncu be 2011 a árvore da vida é descrita como uma abordagem embasada na metodologia da narrativa coletiva que propicia uma resposta aos participan tes dos desafios enfrentados ao longo de suas experiências de vida baseada nos princípios da terapia narrativa A metodologia da árvore da vida pode colaborar para o fortalecimento de crianças e adolescente em situação de vulnerabilidade e conduzir a uma ação social local calcada nos conheci mentos destes Esta combinação de res posta a vivência pessoal e coletiva do grupo pode produzir meios pelos quais os conhecimentos dos participantes cheguem até os sistemas em que estes estão inseridos desencadeando uma ação social em torno da preocupação com a proteção destas crianças e ado lescente Denborough Ncube 2011 SeXUAlIdAde e SAúde De acordo com assuntos que perpassa vam o interesse das crianças a equipe técnica do CRAS sentiu a necessidade de um profissional da saúde abordar o tema sexualidade e gênero no forma to de diálogo com o grupo das Ações Projovem assim uma enfermeira conduziu a palestra Entretanto esse momento foi transpassado por pre conceitos e estereótipos de gênero e de saúde pessoais da profissional de en fermagem que disse que apenas existe namoro entre homem e mulher que adolescentes não podem fazer sexo pois podem engravidar e distribuiu preservativos masculinos para os me ninos sem lhes explicar o que fazer com aqueles objetos A abordagem da enfermeira se res tringiu a uma visão normativa de gêne ro sendo o foco exclusivo das orienta ções voltadas para os relacionamentos heterossexuais Produziu um discurso distante da realidade das crianças e da adolescente ao pautar uma postura proi bitiva sem abrir espaço para o diálogo sobre quais eram suas dúvidas e ques tionamentos sobre o tema No final fez a distribuição de preservativos somente para os meninos com idades entre sete e 12 anos Essa atitude pode implicar na sexualização das crianças e atribuir a apenas um gênero à escolharesponsa bilidade no uso de preservativos Frente ao ocorrido e às falas das crianças que apontavam para uma confusão de entendimento delas sobre doenças como câncer e HIVAids as estagiárias retomaram o trabalho com a caixa das dúvidas Cada criança e ado lescente pôde trazer questões referen tes à sexualidade e saúde As dúvidas escritas anonimamente e depositadas na caixa fechada foram socializadas no grande grupo em uma roda de conver sa na qual cada participante comparti lhou suas vivências e contribuições de maneira informal e com sigilo preserva do No segundo momento trouxemos o filme A cura que trata da amizade entre duas crianças e os preconceitos em tor no do HIVAids A partir do filme tra balhamos os conceitos de Aids e câncer como doenças distintas pois como dito anteriormente surgiu a necessidade de aprofundarmos essas diferenças QUeSTõeS de GênerO Ainda a partir da atividade realizada pela enfermeira sentimos necessidade de abordar e aprofundar as questões NPS 55indd 40 12082016 163420 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 41 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 referentes a gênero de uma forma su cinta e lúdica visto que ela não conse guiu contemplar essa demanda vinda do grupo Entendemos gênero como um processo histórico e cultural atra vessado pela linguagem e os diferentes sentidos que esta categoria transcorre podendo assim se re inventar Deste modo quando nos referimos a gênero estamos falando de significados que se constroem ao longo da história e se re organizam nas interações sociais marcando os corpos como condição de poder Nogueira 2001 Trouxemos o livro Menino brinca de boneca do autor Marcos Ribeiro que faz uma discussão de gênero O livro instrumentaliza profissionais a des construir o que já está naturalizado e amplia de uma forma lúdica as várias formas e possibilidades de enxergar os sujeitos e as suas diferenças Utilizamos essa ferramenta para desconstruir algu mas narrativas a cerca do que é de me nino e o que é de menina nessa propos ta as próprias crianças e a adolescente puderem se enxergar como sujeitos daquela história refletindo e se ques tionando sobre suas atitudes Consta touse que as crianças reproduzem as visões estereotipadas do que é ser me nino e do que é ser menina na nossa cultura De modo que já demonstram uma clara delimitação sobre as brinca deiras mais indicadas para menino e menina A atividade propiciou espaço de reflexão sobre a naturalização desses lugares ao questionar a rigidez desses papéis construídos socialmente FleXIBIlIzAçãO de PrecOnceITOS e eSTereóTIPOS Trabalhamos com o grupo o vídeo O frio pode ser quente do livro da autora Jandira Masur que ilustra exemplos do cotidiano onde tudo pode ter di ferentes definições dependendo do jeito que cada pessoa observa as coisas e as relaciona A partir deste momen to as crianças puderam se perceber na história da autora identificandose e nomeando atitudes vistas nos próprios colegas do grupo Discutimos as suas narrativas acerca de cada comporta mento possibilitando que os partici pantes pudessem desconstruir estereó tipos acerca de si mesmo e dos colegas Essas atividades evocaram reflexões sobre a diferença o modo de cada um ser não como um defeito a ser com batido mas como algo a ser valorizado e respeitado Os participantes compre enderam que cada um tem sua histó ria que é diferente do outro e nem por isso melhor nem pior mas diferente e precisa ser valorizado O TeATrO e A TeSTemUnHA eXTernA Trabalhamos com o grupo também o conto Bom dia todas as cores da escritora Ruth Rocha para discutir com as crianças e a adolescente as di ferenças e a subjetividade do grupo possibilitando ao mesmo criar outras formas para mediar os conflitos cal cados no respeito das diferenças de cada sujeito Nos encontros seguintes propusemos a criação de um teatro a partir desse conto Durante vários en contros foram planejados juntamen te com o grupo materiais necessários para a produção das fantasias cenário distribuição de papéis e os ensaios da peça teatral Essa foi apresentada na fi nalização do Estágio Básico em Saúde Coletiva no campus da faculdade para as famílias das crianças os acadêmicos e professores do curso de Psicologia e outros membros da comunidade de outras instituições que foram campo de estágio dos demais graduandos NPS 55indd 41 12082016 163420 42 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 Essa atividade visou a potencialização das crianças e da adolescente como agentes participativos e a estimulação do desenvolvimento de habilidades de relações de afetividade e cooperação grupal Assim podese pensar a elaboração e apresentação da peça teatral como uma solução criativa para o proble ma posto desde o início do estágio da existência de descrições incapaci tantes acerca da turma e das crianças De acordo com a perspectiva genera tiva de Schnitman 2011 devese es timular os sujeitos a realizarem uma mudança de foco do problema para a busca de soluções criativas ao utilizar seus recursos e promover processos de criação Portanto nossa atenção deve voltarse para a investigação de suas capacidades disposições e valores A partir dessa atividade percebe mos a grande importância de desen volver um trabalho que permitisse ao grupo ser protagonista da própria história possibilitando que as crian ças e a adolescente sejam vistas pela sua competência coletiva não por seus rótulos estereotipados Dessa forma podemos pensar as nossas práticas de intervenção como uma proposta de desenvolvimento de potencialidades e aquisições deste grupo desenvol vendo atividades promotoras de au tonomia visando ainda a prevenção de problemas em saúde mental desses sujeitos De acordo com Vigotski 2003 uma peça teatral vivenciada pode am pliar a concepção acerca das experiên cias possibilitando aos sujeitos novos olhares e vivências intensas criadoras de atitudes posteriores deixando ves tígios em seus comportamentos De acordo com o ponto de vista psico lógico a arte compõe modos de ser e agir permanentes e necessários de es tratégias de superação não realizadas na vida do sujeito e acompanha este no seu desenvolvimento Por meio da arte o sujeito demons tra sua emoção que reconstrói o com portamento significando unicamente uma luta interna complexa na trans formação dos sentimentos Vigotski 2003 Dessa maneira compreende mos que a peça teatral possibilitou que as crianças e a adolescente recrias sem e modificassem suas percepções diante de si mesmas Segundo Vigotski 2003 a arte modifica a realidade não somente nas construções da fantasia mas também na elaboração real das situações e ob jetos Esta elaboração criadora da rea lidade dos objetos e seus movimentos esclarece e promove a vida e seus sig nificados A elaboração e a atuação das crian ças na peça teatral serviram como espaço de externalização e socializa ção de suas histórias sonhos medos reivindicações modos de compre enderem o mundo e a si mesmas A atividade do teatro assim possibi litou às crianças no ato de narrar o compartilhar suas histórias com um público que atuou como testemunha externa de acordo com White 2012 A acolhida do público às narrativas apresentadas no teatro produziu efei tos de legitimação reconhecimento e valorização dos lugares ocupados pelas crianças rompendo com os ró tulos estereotipados O exercício de narrar proporcionou aos participantes ampliar suas experiências pessoais es tabelecendo um contato entre o ima ginário deles e as esferas mais amplas do social determinando também suas potencialidades e expectativas peran te a apresentação da peça e os expec tadores Após a apresentação da peça teatral as estagiárias receberam uma homenagem das crianças e adoles cente Homenagearamnas com um NPS 55indd 42 12082016 163420 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 43 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 vídeo expressando a gratificação pelo trabalho exercido e os momentos de conversas e aprendizado Foi um mo mento muito especial e marcante pois desta maneira o trabalho foi reconhe cido não somente pelos participantes do grupo mas também pela institui ção que as acolheu para a realização do estágio básico em saúde coletiva FInAlIzAçãO dO eSTÁGIO BÁSIcO nO crAS Nos últimos dois encontros trabalha mos o Baú de Tesouros dinâmica adaptada de Curoinici e McCulloch 1999 atividade que objetivou fazer com que o grupo elencasse qualidades e tesouros que cada um dos participan tes tinha escondido dentro de si Cada participante pôde apontar as qualida des mais marcantes dos colegas e assim receber as suas da mesma forma Com o intuito de fechamento das atividades de estágio fizemos uma confraternização com a turma e a equipe Trabalhamos com as crianças e adolescente o livro de Richard Bach intitulado Longe é um lugar que não existe Esse livro ilustra de uma forma lúdica que as amizades e os afetos que conquistamos ao longo do nosso ca minho não se separam com a distân cia das pessoas mas que este carinho pode continuar vivo em nossos cora ções e em nossos pensamentos cOnSIderAçõeS FInAIS As atividades desenvolvidas a partir do Estágio Básico em Psicologia com crianças e adolescente no espaço do CRAS mostraramse desafiadoras e complexas Exigiram qualificação e formação relacionadas aos saberes técnicos de como intervir junto a esse público sem deixar de lado a flexibili dade e o respeito na composição das intervenções dos diferentes modos de produção da infância e adolescência Procurouse saber quem de onde vi nha quais eram as expectativas dos participantes de modo a compor inter venções que pudessem contribuir para o melhor andamento do grupo o de senvolvimento individual e relacional dos participantes entre si e também com a equipe do serviço A proposta de intervenção iluminou as compe tências dos membros do grupo traba lhado além de criar novas narrativas possibilitadoras sobre cada criança e adolescente e suas histórias fomen tando também o fortalecimento dos laços familiares e comunitários O mo mento do processo mais propício para esse fortalecimento foi a apresentação da peça teatral em que o grupo foi vis to por seus familiares e pela equipe técnica do CRAS como pessoas com qualidades e produtoras de arte Dessa maneira percebemos que o nosso trabalho neste um ano e meio ocasionou mudanças nesse sistema proporcionando ao grupo serem vistos como protagonistas de suas próprias histórias desconstruindo papéis cris talizados diante da instituição Como resultados apontamse as mudanças constatadas nos participan tes no que se refere à atuação mais ativa nas atividades como protagonistas de suas próprias histórias desconstruin do papéis cristalizados junto ao grupo e ao serviço As intervenções pautadas na ludicidade e no mapeamento dos contextos sociais e familiares dos quais advinham as crianças e a adolescente acionaram possibilidades de descons trução reconstrução e ampliação das possibilidades de enxergar os sujeitos e suas diferenças bem como repensar seus conceitos sobre gênero afetivida de emoções sentimentos agressivi NPS 55indd 43 12082016 163420 44 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 dade e sexualidade bem como o for talecimento dos vínculos familiares e comunitários Percebemos mudanças nas formas dos participantes se relacio narem entre si e também de se posicio narem diante de questões conflituosas Por fim apontamos que são mui tos os desafios a serem trilhados pela psicologia no trabalho com crianças e adolescente no CRAS A formação em Psicologia vem apresentando mu danças nos últimos anos mas ainda apresenta falhas ao não contemplar em profundidade questões referentes ao trabalho junto as políticas públicas na assistência social durante a gradu ação Macedo Dimenstein 2011 Fato esse que resulta no despreparo do profissional da psicologia em lidar com essas questões no cotidiano dos serviços Por fim incentivamos a pro dução de estudos em psicologia que venham partilhar suas experiências no contexto dos serviços da política da assistência de modo a contribuir com subsídios para a discussão sobre a atu ação da Psicologia neste campo reFerêncIAS anderson H 2009 Terapia Colabo rativa Relacionamentos e Conver sações Nova Perspectiva Sistêmica 33 3752 anderson H goolishian H 1993 O cliente é o especialista uma abor dagem para terapia a partir de uma posição de Não Saber Nova Pers pectiva Sistêmica 23 824 andrade l F romagnoli r C 2010 O Psicólogo no CRAS Uma Cartografia dos Territórios Subje tivos Revista Psicologia e Profissão 303 604619 Beaudoin mn taylor m 2006 Bullying e Desrespeito Porto Alegre Artmed Centro de referência técnica em Psi cologia e políticas públicas e Con selho Federal de psicologia 2007 Referências técnicas para atuação doa Psicólogoa no CRASSUAS Brasília César a B C 2008 A externalização do problema e a mudança de narrati vas em terapia familiar com crianças Nova Perspectiva Sistêmica 31 8598 Costa a F s Cardoso C l 2010 Inserção do Psicólogo em Centros de Referência de Assistência Social CRAS Revista Interinstitucional de Psicologia 32 223229 Curonici C mcCulloch P 1999 Psicólogos e professores um ponto de vista sistêmico sobre as dificuldades escolares São Paulo EDUSC duque F d souza d C Cromack C P m e 2009 Ciranda um olhar diferenciado sobre a escola Pensan do famílias 132 163183 denborough d ncube n 2011 Atendendo crianças que vivencia ram traumas A árvore da vida Re vista Nova perspectiva sistêmica 39 92101 garcia a 2007 Em buscas das esco las na escola por uma epistemolo gia das balas sem papel Educação e Sociedade 2898 129147 gergen K j 2009 Construção Social e Comunicação Terapêutica Nova Perspectiva Sistêmica 33 936 goolishian H a Winderman l 1989 Contructivismo autopoie ses y sistemas determinados por problemas Sistemas Familiares 53 1929 Haraway d 1995 Saberes localiza dos a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da pers pectiva patriarcal Cadernos Pagu 5 0741 macedo j P dimenstein m 2011 Expansão e interiorização da Psi cologia Reorganização dos saberes NPS 55indd 44 12082016 163420 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 45 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 e poderes na atualidade Psicologia Ciência e Profissão 31 2 296313 macedo jP dimenstein m 2012 O trabalho dos psicólogos nas po líticas sociais no Brasil Avances en Psicología Latinoamericana 301 182192 macêdo o jr Pessoa m C B al berto m de F P 2015 Atuação dos Profissionais de Psicologia Junto à Infância e à Adolescência nas Po líticas Públicas de Assistência So cial Psicologia Ciência e Profissão 353 916931 maciazekigomes r C 2013 Pesqui sa e intervenção Traçados de um ca minho em composição In JL Bor ges LWinter CD Souzaorgs Pesquisa em Psicologia Pressupostos Teóricos e Metodológicos Três de Maio Setrem nogueira C 2001 Feminismo e dis curso do gênero na psicologia so cial Psicologia e Sociedade 131 107128 oliveira iB 2007 Aprendendo nos doscom os cotidianos a verlerou virsentir o mundo Educação e So ciedade 2898 4772 schnitman d F 2011 Processo ge nerativo e práticas dialógicas Nova Perspectiva Sistêmica 41 934 senra C m g guzzo r s l 2012 Assistência social e psicologia sobre as tensões e conflitos do psicólogo no cotidiano do serviço público Psi cologia Sociedade 242 293299 silveira B o m l Wagner a 2009 Relação famíliaescola prá ticas educativas utilizadas por pais e professores Revista semestral da as sociação brasileira de psicologia es colar e educacional 13 2 283291 tilmansostyn e 2000 Quando um dos filhos é o motivo da terapia In M MeynckensFourez E Til mansOstyn Os recursos da fratria Belo Horizonte Artesã White m epston d 1993 Medios narrativos para fines terapéuticos Barcelona Paidós White m 2012 Mapas da prática narrativa Porto Alegre Pacartes Winter l maciazekigomes rC Ba rasuol B e Borges l j Costa B l 2012 Guia do estudante em es tágio básico em saúde coletiva Três de Maio Setrem vasconcellos m j e 2002 Pensa mento Sistêmico O novo paradigma da ciência Campinas SP Papirus vigotski l s 2003 Psicologia peda gógica Porto Alegre Artmed Zanella a v 2003 Reflexões sobre a atuação doa psicólogoa em con textos de escolarização formal Psico logia ciência e profissão 233 6875 NPS 55indd 45 12082016 163420 Faculdades Integradas Aparício Carvalho Centro Integrado de Fomento a Iniciação Científica e Extensão CIFICE AUTOR NA FORMA DIRETA EM DESTAQUE TAM 14NEGRITO CARTAZ DE ANIVERSÁRIOS CELEBRANDO O PERTENCIMENTO E AS NARRATIVAS POSITIVAS INTERVENÇÃO Projeto de Pesquisa apresentado ao Centro Integrado de Fomento a Iniciação Científica e Extensão CIFICE das Faculdades Integradas Aparício Carvalho FIMCA na área de indicar área de concentração Orientadora LOCAL CIDADE ANO 2 TÍTULO DO PROJETO Deve ser claro e conciso além de refletir e sintetizar os aspectos essenciais do problema a ser contemplado na pesquisa 3 JUSTIFICATIVA Deve constar um texto dissertativo indicando a delimitação do tema o problema o tipo de pesquisa a ser desenvolvido a justificativa razões que motivaram a proposição do projeto e a relevância das mesmas e a prévia revisão bibliográfica apontando os elementos importantes sobre o assunto escolhido e sobre o problema a ser investigado no decorrer da pesquisa conceitos histórico outras pesquisas já realizadas sobre o assunto Não deixe de usar citações dos autores consultados Digite o texto em espaço duplo entrelinhas 12 pts entre parágrafos 15 de parágrafo fonte Arial tamanho 12 para o texto e tamanho 10 para as citações fora do corpo do texto as que tiverem mais de 3 linhas 4 OBJETIVOS Promover o reconhecimento e a valorização dos aniversários das crianças e da adolescente Estimular o sentimento de pertencimento ao grupo Ampliar os relatos sobre as crianças destacando suas características positivas 5 METODOLOGIA Explanação sobre a importância de celebrar aniversários e como isso pode contribuir para o sentimento de pertencimento e valorização pessoal diálogo aberto sobre as datas de nascimento das crianças e da adolescente incentivandoas a compartilharem essas informações os alunos serão convidados a participar ativamente da criação do cartaz de aniversários expressando sua criatividade e colaborando na organização das datas os alunos terão a oportunidade de observar o cartaz finalizado compartilhar suas percepções e emoções será promovido um espaço de reflexão sobre as características positivas de cada criança incentivando relatos e histórias que 6 EMBASAMENTO TEÓRICO A intervenção proposta baseiase em conceitos e abordagens da psicologia social e da psicologia positiva a psicologia social enfatiza a importância das relações sociais e do sentido de pertencimento para o desenvolvimento humano a 8 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Distribuir ao longo do tempo as diferentes etapas que comporão o projeto de pesquisa desde o seu planejamento até a elaboração do relatório final monografia AÇÕES ETAPAS MESES J F M A M J J A S O N D 9 CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO ORÇAMENTO Fazer a previsão de seus gastos para o desenvolvimento do projeto Pense que vai gastar até a finalização do trabalho papel tinta encadernações cd disquete locomoção material de experimento etc Tudo deve ser previsto para que você se prepare em relação aos gastos que terá Materia l Quantidade Custo Unitári o Custo Total TOTAL DE GASTOS PREVISTOS 6 EMBASAMENTO TEÓRICO A intervenção proposta baseiase em conceitos e abordagens da psicologia social e da psicologia positiva a psicologia social enfatiza a importância das relações sociais e do sentido de pertencimento para o desenvolvimento humano a 10 REFERÊNCIAS DESSEN Maria Auxiliadora POLONIA Ana da Costa A família e a escola como contextos de desenvolvimento humano Paidéia Ribeirão Preto v 17 n 36 p 2132 2007 NICASSIO P MEYEROWITZ B The future of Health Psychology interventions HealthPsychologyWashington v 23 n 2 p 132137 2004 BEAUDOIN MarieNathalie TAYLOR Maureen Bullying e desrespeito como acabar com essa cultura na escola Artmed Editora 2006 WHITE Michael Maps of narrative practice WW Norton Company 2007 CARTAZ DE ANIVERSÁRIOS Sentimos a necessidade de produzir um cartaz em que constassem as datas dos aniversários das crianças e da adolescente visto que algumas não sabiam a data de nascimento e não tinham o hábito de festejar aniversários e as datas acabavam passando desapercebidas O cartaz foi produzido juntamente com o grupo de modo que cada um pôde se perceber como sujeito dentro desse sistema O mapeamento dos aniversários do grupo possibilitou a instauração de um espaço coletivo no qual cada um viuse representado e lembrado pelo seu dia de nascimento Esse espaço evocou a valorização de si e também do outro A atividade propiciou também sentimentos de pertença ao grupo ao conquistar um lugar nominal de destaque no Cartaz de Aniversariantes no qual cada um teria seu dia a ser homenageado e festivo junto com os demais participantes Essa construção permitiu que se instaurassem novos relatos sobre as crianças que destacavam características positivas em detrimento de suas dificuldades como propostos pelas práticas narrativas Beaudoin Taylor 2006 White 2012 CONCEITO DE FAMÍLIA Trabalhamos um encontro com cine
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No encontro seg cimento relembram as crianças e fizemo micas em que deveri animais Propusemos brincadeira o grupo por cada acerto mas o dar uns aos outros po coletivo O presente bombom compartilha Além de relembrar c mica objetivou a desc cultura de competiç Beaudoin e Taylor 2 da melhora da expre são da linguagem nã crianças e a identifica ticas distintas a cada a No segundo mom os participantes a dese na forma de animais c TilmansOstyn 2000 sentou sua família e c escolheu cada anima os membros do siste mitiur entender as rela res de cada participa lugar este ocupa denti e flexibilizar o conce crianças e da adoles pelos relatos do grup do microssistema de se dá nas múltiplas re çoões de seus membro No encontro seg do o grupo matutin CRAS enquanto fam zido um cartaz da h onde cada membro s Faculdades Integradas Aparício Carvalho Centro Integrado de Fomento a Iniciação Científica e Extensão CIFICE Formulário para Apresentação Projeto de Pesquisa O projeto de pesquisa deverá conter 1 Folha de Rosto AUTOR NA FORMA DIRETA EM DESTAQUE TAM 14NEGRITO TÍTULO SUBTÍTULO SE HOUVER DO TRABALHO Projeto de Pesquisa apresentado ao Centro Integrado de Fomento a Iniciação Científica e Extensão CIFICE das Faculdades Integradas Aparício Carvalho FIMCA na área de indicar área de concentração Orientadora LOCAL CIDADE ANO 2 TÍTULO DO PROJETO Deve ser claro e conciso além de refletir e sintetizar os aspectos essenciais do problema a ser contemplado na pesquisa 3 JUSTIFICATIVA Deve constar um texto dissertativo indicando a delimitação do tema o problema o tipo de pesquisa a ser desenvolvido a justificativa razões que motivaram a proposição do projeto e a relevância das mesmas e a prévia revisão bibliográfica apontando os elementos importantes sobre o assunto escolhido e sobre o problema a ser investigado no decorrer da pesquisa conceitos histórico outras pesquisas já realizadas sobre o assunto Não deixe de usar citações dos autores consultados Digite o texto em espaço duplo entrelinhas 12 pts entre parágrafos 15 de parágrafo fonte Arial tamanho 12 para o texto e tamanho 10 para as citações fora do corpo do texto as que tiverem mais de 3 linhas 4 OBJETIVOS Relacionar o que se pretende alcançar com a execução do projeto Os objetivos poderão ser indicados em tópicos com redação concisa É preciso observar a possibilidade do alcance dos objetivos previstos considerandose o tempo disponível a capacitação técnicocientífica do pesquisador os recursos humanos e materiais acessíveis Lembrese que os objetivos são sempre redigidos iniciando com um verbo no infinitivo 5 METODOLOGIA Apresentar resumidamente os procedimentos e técnicas a serem desenvolvidas para a coleta tabulação e análise dos dados A metodologia varia conforme o tipo de pesquisa Vale ressaltar que as pesquisas que requerem coleta de dados em campo devem ter a clara descrição da população a ser investigada os critérios usados para a definição da amostra tipos de instrumentos para a coleta técnicamétodo para tabulação e análise de dados As pesquisas que usarão da experimentação devem ter os procedimentos de ensaio detalhadamente descritos 6 EMBASAMENTO TEÓRICO Neste tópico deverão constar pesquisas já realizadas em relação ao tema proposto 7 RESULTADOS ESPERADOS Listar os resultados esperados neste projeto 9 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Distribuir ao longo do tempo as diferentes etapas que comporão o projeto de pesquisa desde o seu planejamento até a elaboração do relatório final monografia AÇÕES ETAPAS MESES J F M A M J J A S O N D 10 CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO ORÇAMENTO Fazer a previsão de seus gastos para o desenvolvimento do projeto Pense que vai gastar até a finalização do trabalho papel tinta encadernações cd disquete locomoção material de experimento etc Tudo deve ser previsto para que você se prepare em relação aos gastos que terá Material Quantidade Custo Unitário Custo Total TOTAL DE GASTOS PREVISTOS 8 REFERÊNCIAS Relacionar segundo a ABNT NBR ISO 90012008 no dia 20 julho deverá ser lançada a norma mais nova procure sempre seguir as regras mais recentes a literatura efetivamente citada na escrita do projeto ANEXOS Xérox do encaminhamento para o CEP se necessário Link do Curriculum Lattes Atualizado orientador e acadêmico Folha de Aceite do orientador devidamente assinada artiGo intervenÇões psiColÓGiCas CoM CrianÇas no Cras eM busCa de reCursos e potenCialidades psychological inTervenTions wiTh children in crsa in search of resources and capabiliTies resuMo este artigo apresenta uma experiên cia de estágio em psicologia com um grupo de crianças e uma adolescente em um cras de um município de pequeno porte do interior do sul do brasil no período de observação mapeamos no grupo questões relacionadas a expressão da afetividade gênero e sexualidade a seguir plane jamos atividades com foco na promoção da inte ração entre as crianças e adolescente prevenção de situações de risco e vulnerabilidade e forta lecimento de vínculos familiares e comunitários nossas ações foram fundamentadas no pensa mento sistêmico na abordagem do construcio nismo social e nas práticas das práticas narra tivas ao fim do processo observamos que as crianças e a adolescente modificaram seu modo de se relacionarem entre si e posicionaremse diante de questões conflituosas dentro e fora do grupo a atuação de psicólogos no cras mostra se desafiadora por exigir qualificação e formação técnica e flexibilidade e respeito aos diferentes modos de produção da infância e adolescência palavrasCHave psicologia centro de refe rência em assistência social cras relato de experiência criança adolescente abstraCt This article presents a training expe rience in psychology with a group of children and adolescent in a centre of reference in social as sistance crsa of a small city in the countryside of southern brazil in the observation period we mapped these issues in the group expression of affection gender and sexuality next we planned activities aiming the promoting interaction among children and adolescent risk and vulnerability preventions and strengthening family and com munity ties our actions are based on systems Thinking social constructionist and narrative practices after the interventions children and the adolescent changed their ways of relating to each other and to position themselves in front of conflictive issues within and outside of the group psychological practices in crsa shows challen ging because it requires skills technical back ground flexibility and respect to the different mo des of production of childhood and adolescence Keywords psychology centre of reference in social assistance crsa experience report child adolescent N este artigo objetivamos a descrição de um processo de intervenção psi cológica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social SUAS em basado na teoria sistêmica e no construcionismo social Esse processo foi resultante da experiência de Estágio Básico em Saúde Coletiva de Graduação em Psicologia realizada em um Centro de Referência de Assistência Social CRAS por duas das autoras O Estágio Básico em Saúde Coletiva visa desenvolver um conjunto de capacidades associadas as práticas articuladoras do saberfazer psi cológico com intuito de potencializar as intervenções voltadas à promoção e pre venção em saúde Winter MaciazekiGomes Barasuol Borges Costa 2012 A inserção no campo de estágio contempla a proposta do estágio de acompanhar o cotidiano dos serviços e a partir dessa vivência estabelecer relações entre a teoria e a prática no exercício de uma práxis conectada com as políticas públicas em vigor e a realidade local cArOlInA dUArTe de SOUzA Doutoranda mestre e graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Florianópolis Brasil JUlIAnA BOrGeS de SOUzA Graduanda em Psicologia pela Faculdade Três de Maio SETREM Três de Maio Brasil núBIA dAnIelA de OlIVeIrA rOlIm Psicóloga graduada pela Faculdade Três de Maio SETREM Três de Maio Brasil rITA de cÁSSIA mAcIAzekI GOmeS Psicóloga pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS e Doutoranda pela Universidade do Porto Porto Portugal recebido em 06042016 aprovado em 14052016 NPS 55indd 31 12082016 163419 32 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 O SUAS O crAS e A PSIcOlOGIA A inserção da Psicologia na Política Nacional de Assistência Social PNAS é recente Senra Guzzo 2012 e teve como ponto favorável a aprovação do SUAS e sua implantação a partir do ano de 2005 A concepção da Assis tência Social como política de prote ção social visa a garantia de todosas que dela precisarem sem contribuição prévia PNAS 2005 Para o cumpri mento deste princípio norteador a construção da política de assistência social brasileira partiu da necessidade de conhecer a realidade das pessoas que dela necessitam Esta perspectiva pautouse numa visão de proteção social baseada no conhecimento dos riscos das vulne rabilidades e dos recursos utilizados no cotidiano uma leitura da realidade que estabelece relações entre os con textos macro e micro sociais a partir do mapeamento das dificuldades com ênfase nas possibilidades e capacida des a serem desenvolvidas com a po pulação PNAS 2005 Constatase que a implantação de uma política pública de assistência so cial como direito à proteção social e direito à seguridade social marca pro fundas mudanças na propositura e exe cução desta política no contexto brasi leiro A assistência social como campo dos direitos da universalização dos acessos e da responsabilidade estatal es tabelece a garantia dos direitos sociais previstos na Constituição Nacional de 1988 e pela Lei Orgânica de Assistência Social de 1993 distanciandose assim de práticas assistencialistas históricas O foco da proteção social assim pauta se na aproximação das pessoas e dos contextos nos quais estão inseridas to mando por base primeira a família O SUAS articula suas ações a partir do sistema de proteção social básica e proteção social especializada A pro teção social básica prevê a execução de programas e projetos realizados no território e voltados à prevenção de situações de risco com ênfase no for talecimento dos vínculos familiares e comunitários Por sua vez as ações desenvolvidas pela proteção social especial são voltadas para as pessoas que se encontram em situação de ris co pessoal e social em decorrência da violação de direitos necessitando de acompanhamento individualizado e de medidas protetivas O estágio foi desenvolvido em um CRAS aparelho público que integra a proteção social básica com referên cia territorializada e desenvolve ações junto a indivíduos e famílias voltadas para promoção da qualidade de vida e proteção às situações de risco O enfo que do trabalho realizado no serviço parte do reconhecimento da diversi dade de formações familiares da va lorização das subjetividades de cada grupo familiar e do fortalecimento e articulação dos vínculos no contexto comunitário Entre os profissionais preconizados para a composição da equipe multi profissional do CRAS estão o serviço social a educação e a psicologia A demanda para a atuação da Psicologia junto a política de assistência social exigiu o repensar sobre as práticas de atuação da Psicologia ainda voltadas prioritariamente para os contextos clí nicos e a primazia do atendimento in dividual Macêdo Alberto Santos Pe reira Oliveira 2015 Senra Guzzo 2012 Andrade Romagnoli 2010 Macedo Dimenstein 2010 2011 O Conselho Federal de Psicologia a partir do Centro de Referência Téc nica em Psicologia e Políticas Públicas CREPOP 2007 orienta que as ativi dades do psicólogo no CRAS estejam voltadas para a atenção e prevenção NPS 55indd 32 12082016 163419 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 33 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 a situações de risco tendo como ob jetivo principal atuar em situações de vulnerabilidade por meio do fortale cimento dos vínculos familiares e co munitários e por meio do desenvolvi mento de potencialidades e aquisições individuais e coletivas De acordo com CREPOP a intervenção do psicólogo em situações de vulnerabilidade im plica diretamente na promoção deste sujeito oportunizando o empodera mento da pessoa dos grupos e das comunidades Dessa forma a atuação da psicologia no CRAS deve enfatizar as relações das pessoas com os seus contextos atentar para a prevenção de situações de risco e contribuir para o desenvolvimento de suas potenciali dades exige flexibilidade ao conside rar os saberes técnicos mas também éticos políticos e sociais Andrade Romagnoli 2010 Macedo Di menstein 2012 pautados nos saberes localizados Haraway 1998 na com posição de uma atuação da psicologia posicionada e comprometida com a população atendida Macedo Pes soa Alberto 2015 Senra Guzzo 2012 O CRAS preconiza ações direcio nadas às famílias com enfoque na pre venção de situações de risco Andrade e Romagnoli 2010 sendo estas reali zadas em um determinado território circunscrito Entre projetos e ações executadas pelo CRAS está o trabalho voltado para crianças e adolescentes No que refere ao trabalho com crian ças e adolescentes preconizase que o profissional da psicologia esteja atento a pluralidades de infâncias e adoles cências associadas às diferentes condi ções de vida e possa levalas em conta na composição de suas intervenções De modo que as percepções das crian ças e adolescentes e suas interações com os outros e o ambiente possam ser consideradas nas ações desenvolvidas junto a esse público Macedo Pessoa Alberto 2015 Nesse sentido na efetivação de ações destinadas à infância e adoles cência no cotidiano do CRAS reco mendase a construção de estratégias e ações que produzam maior conheci mento e aproximação de quem são de onde vêm e como vivem essas crianças e adolescentes Os estudos demons tram que em sua maioria os partici pantes das atividades promovidas pela PNAS são indivíduos em desenvol vimento cujos direitos são negados e são vítimas de variadas formas de violência tais como trabalho infantil violência sexual violência física e vio lência estrutural Macedo Pessoa Alberto 2015 p 920 Ao compreender que a complexa e desafiadora tarefa de atuação da psico logia no SUAS encontrase em cons trução este estudo procurou refletir sobre uma experiência de um trabalho voltado para crianças com a participa ção de uma adolescente em um estágio em psicologia no CRAS fundamenta do no pensamento sistêmico mais precisamente no construcionismo so cial e nas práticas narrativas O PenSAmenTO SISTêmIcO O cOnSTrUcIOnISmO SOcIAl AS PrÁTIcAS nArrATIVAS e O crAS O CRAS pode ser compreendido como uma totalidade que só pode ser investigada considerandose a com plexa rede de interrelações dinâmicas e mútuas entre suas partes pois de outro modo perdemse as proprie dades sistêmicas que o caracterizam Isso é posto dado que transformações em qualquer de seus componentes re percutem no funcionamento da insti tuição como um todo Vasconcellos 2002 Assim é importante investigar NPS 55indd 33 12082016 163419 34 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 quem está envolvido na situação a ser trabalhada e como se dá a sua parti cipação como ocorrem as interações entre as diversas pessoas e sistemas envolvidos CRAS família conselho tutelar escola comunidade e quais são os valores culturais mitos e regras dos diferentes membros há coerên cia entre eles ou não Para responder essas perguntas o pensamento sistê mico nos obriga a ampliar o foco de compreensão das dificuldades que podem surgir no CRAS para a busca de potencialidades que nos direcio nem para soluções ao invés de buscar culpados pela situação estabelecida Ainda Beaudoin e Taylor 2006 nos atentam para valores comuns na cul tura ocidental que contribuem para o aprisionamento dos sujeitos em situa ções de desrespeito e bullying As auto ras trazem reflexões sobre questões de gênero colocadas pelo patriarcalismo questões de desconfirmação de crian ças e adolescentes pelo adultismo as inimizades competições e ambientes hostis provocados pelo individualis mo e capitalismo Ao considerar todas essas questões não podemos mais falar em uma realidade única mas em uma pluralidade de versões de uma mesma situação que nos auxiliam a mon tar um quadro da situaçãoproblema apresentada Vasconcellos 2002 Desse modo podemos pensar que intervenções psicológicas no CRAS podem contribuir para enfatizar re cursos e potencialidades dos envolvi dos ao invés de focarse nos erros se considerarmos que as mesmas pessoas que fazem parte do problema também possuem recursos para enfrentálo e que uma mudança de foco das dificul dades para as habilidades já pode pro duzir efeitos terapêuticos no sistema O encontro de diversas conversa ções entre autores pósmodernos com momentos de acordos e divergências entre lógicas e valores é a definição proposta por Gergen 2009 do cons trucionismo social que considera os discursos produzidos sóciohistori camente nas relações sociais como a própria realidade multiversa em que vivemos Talvez a contribuição mais importante dessas conversações para salientarmos aqui seja a postura de não saber proposta por Anderson e Goolishian 1993 Os autores colo cam que essa postura nos convida a desocupar o lugar de especialistas que sabem o que é melhor para as pessoas e sistemas envolvidos num problema para participar genuinamente na co construção de soluções que produzi rão aprendizagens mútuas Anderson Goolishian 1993 Ademais para Goolishian e Winderman 1989 um Sistema Determinado pelo Problema é constituído por qualquer conversação iniciada por uma dificuldade E de acordo com o construcionismo social serão nos intercâmbios conversacio nais produzidos acerca da problemá tica que podem ser construídos novos significados sobre as situações que não mais considerem o problema como tal por novos elementos que ajudem a li dar com a situação de modo diferente Dessa maneira tornase importante aguçar a curiosidade dos psicólogos sobre o que eles ainda não conhecem sobre os problemas descritos pela equipe do CRAS Pensando nessas novas descrições sobre o problema as ideias de Micha el White 2012 contribuem para as intervenções psicológicas no CRAS por meio de suas reflexões e técnicas das práticas narrativas que propõem a construção de novos discursos so bre as situações instituições e pessoas que destacam suas potencialidades em detrimento dos problemas Para ele as pessoas constroem narrativas de vida que as definem como pessoas e para NPS 55indd 34 12082016 163419 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 35 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 isso elas excluem desse relato eventos que contradizem esse relato dominan te como no processo de edição de uma história em que os trechos que se tor nam incoerentes ou que pouco contri buem com a narrativa a ser contada são excluídos Assim alguém que se define como feliz optará por não enfatizar eventos tristes em sua narrativa por outro lado uma pessoa em sofrimen to dificilmente identificará por conta própria eventos felizes e seus recur sos e potencialidades Assim cabe ao psicólogo investigar esses momentos de incoerência dentro desta narrativa de sofrimento e pessoas de sua rede de relações que presenciaram e par ticiparam dessas situações Para isso novamente buscamos explorar mais as descrições dos problemas relatados por meio de questionamentos que con tribuam na investigação de estratégias de enfrentamento da situação méTOdO As atividades foram desenvolvidas em um CRAS numa cidade interiorana de aproximadamente 25 mil habitantes no Noroeste de um estado do sul do Brasil ao longo de três semestres Os participantes pertenciam à turma ma tutina do Projeto das Ações que era composta por 13 crianças com idades entre 7 e 12 anos 6 meninas e 7 meni nos e uma adolescente de 18 anos que participava do grupo por não haver um programa voltado para sua faixa etária no CRAS A equipe técnica era composta de três assistentes sociais um psicólogo duas agentes adminis trativas uma coordenadora três mo nitoras pedagogas duas recepcionis tas e duas pessoas encarregadas pelos serviços gerais Existia uma grande rotatividade de funcionários no CRAS devido aos baixos salários e muitas ve zes por serem contratos temporários no caso das professoras de duração de seis meses com renovação O Estágio Básico em Saúde Coletiva ocorreu em três momentos distintos inserçãoobservação planejamento da intervenção e a intervenção pro priamente dita Winter et al 2012 Anteriormente ao início do trabalho os cuidados éticos foram resguarda dos com a assinatura dos Termos de Estágio e Termos de Consentimento Livre e Esclarecido conforme a Reso lução 4662012 do Conselho Nacional de Saúde e a Resolução 0162000 do Conselho Federal de Psicologia em que a instituição bem como os demais participantes foram informados acer ca dos objetivos e procedimentos da intervenção O primeiro momento a partir de uma perspectiva etnográfica Fonseca 1999 enfocou o processo de inserção familiarização reconhe cimento e a observação do funciona mento e das atividades realizadas no CRAS principalmente dos programas que eram desenvolvidos no espaço identificando dificuldades encontra das em nível de saúde mental e cole tiva com vistas à promoção da saúde neste espaço As observações foram registradas em diário de campo Ma ciazekiGomes 2013 Ao final deste primeiro momento de estágio por meio de uma leitura etnográfica e de um embasamento te órico sobre as possibilidades de inter venções psicológicas no CRAS Costa Cardoso 2010 Andrade Romag noli 2010 Senra Guzzo 2012 Ma cedo Alberto Pessoa 2015 foram identificadas demandas para inter venções psicológicas como expressão da afetividade emoções sentimentos agressividade questões relacionadas a gênero e sexualidade Nesse período foram realizados 17 encontros sema nais de observação NPS 55indd 35 12082016 163419 36 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 Num segundo momento a partir dessa análise e calcadas no pensamen to sistêmico Curonici McCulloch 1999 Vasconcellos 2002 no cons trucionismo social Gergen 2009 e nas práticas narrativas Beaudoin Taylor 2006 White 2012 foram ela boradas propostas de intervenção Es tas visavam a promoção de reflexões e novas possibilidades de interação en tre as crianças e adolescente que atuas sem nas questões anteriormente iden tificadas As intervenções objetivavam ainda prevenir situações de risco e vulnerabilidade bem como promover o fortalecimento de vínculos familia res e comunitários Posteriormente foi feito um projeto de execução dessas ações Neste momento realizaramse 18 encontros semanais com as crian ças e adolescente O terceiro momento foi caracteri zado pelas intervenções propriamente ditas foram realizados 17 encontros Estas intervenções foram confecção do monstro do problema Beaudoin Taylor 2006 White 2012 do cartaz dos aniversários dos desenhos das fa mílias TilmansOstyn 2000 discus são dos filmes A era do gelo 4 de Steve Martino e Mike Thurmeier e A cura de Peter Horton do conto Bom dia to das as cores de Ruth Rocha dos livros Menino brinca de boneca de Marcos Ribeiro Longe é um lugar que não exis te de Richard Bach e O frio pode ser quente de Jandira Masur realização da atividade caixa das dúvidas elabora ção da árvore da vida Denborough Ncube 2011 aplicação da dinâmica baú de tesouro Curonici McCullo ch 1999 e para a finalização destas intervenções criamos juntamente com a turma uma peça teatral baseada no conto Bom dia todas as cores da au tora Ruth Rocha Nestas atividades foram utilizados vários materiais como vídeos papel sulfite tamanho A4 tinta lápis de cor giz de cera barbante lantejoulas kraft EVA cartolina livros e artigos científi cos em que pudemos nos embasar te oricamente Durante todo o processo as estagiárias tiveram supervisão se manal de uma professora e psicóloga em que se refletia sobre os encontros e se construíam em conjunto estagiá rias e professora os próximos passos do estágio reSUlTAdO e dIScUSSõeS Com vistas a dar destaque às inter venções efetuadas organizamos os resultados por meio delas Cada in tervenção foi descrita num tópico que contém a descrição da demanda a intervenção propriamente dita as dis cussões teóricas e avaliação das ações O mOnSTrO dO PrOBlemA A primeira demanda identificada para intervenção psicológica foi relativa à própria forma como a turma era per cebida pela equipe técnica do CRAS As crianças foram descritas pela equi pe às estagiárias como bagunceiras maleducadas e agressivas e esse comportamento era visto como imutá vel devido às características do contex to socioeconômico em que as crianças viviam Percebemos como exposto por Garcia 2007 que as práticas e discursos reproduzidos pela equipe acobertavam a existência de valores e crenças veiculados no CRAS Segun do Oliveira 2007 cabe ao psicólogo uma postura questionadora e de estra nhamento desses discursos cristaliza dos e focados nas impossibilidades de mudanças das pessoas e das institui ções Assim buscamos proporcionar a flexibilização desses significados este NPS 55indd 36 12082016 163419 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 37 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 reotipados para a emergência de novos sentidos Zanella 2003 Com o intuito de iniciar uma rela ção com as crianças da turma pautada na ênfase de suas qualidades e poten cialidades optouse por inicialmente realizar com elas uma adaptação da técnica narrativa de externalização do problema proposta por White e Epston 1993 White 2012 A externalização do problema consiste numa técnica que visa realizar uma distinção entre o problema características negativas pelas quais a pessoa se define e narra sua história de vida por exemplo eu sou depressiva ou eu sou baguncei ro e a pessoa em si suas outras ca racterísticas e desejos que se encon tram ocultos por não serem coerentes com sua identidade construída pela influência do problema em sua vida Esse processo de separação é realiza do inicialmente por meio de questio namentos sobre a influência negativa do problema que é considerado como um ser com vida própria que possui nome próprio dado pela pessoa e que busca controlar e dominar a pessoa na vida do sujeito quando ele apare ce quem são seus aliados há quanto tempo ele participa de sua vida quem são seus aliados Aos poucos podese então delimitar identificar e enrique cer aspectos da vida da pessoa em que o problema não participa e pessoas e contextos que são seus inimigos Nessa etapa são então investigados e carac terizados recursos e potencialidades que a pessoa possui para enfrentar o problema White 2012 A partir des se exercício constróise com a pessoa a possibilidade dela abrir mão da in fluência do problema em sua vida sem que isso seja sinônimo de abrir mão de si mesma enquanto pessoa única e singular Isso porque se resgata outras características e valores pessoais nos quais ela se singulariza que não ape nas aqueles que atrela sua identidade ao problema Um exemplo detalhado dessa prática com crianças foi descrito por César 2008 Assim realizouse a dinâmica do Monstro do Problema com vistas a ressignificar algumas narrativas acerca dos comportamentos estereotipados das crianças As crianças foram convi dadas a produzir um desenho do seu monstro do problema o qual era res ponsável pelas ações que eles faziam involuntariamente agressões deso bediência etc e que se manifestavam em lugares que frequentavam como no CRAS na escola na família No final da atividade os monstros foram co locados dentro de um saco guardados pelas estagiárias No encontro posterior utilizaram se os desenhos para que todos apre sentassem seus monstros e socializas sem com os colegas Neste momento pontuamos que cada criança e adoles cente se lembrassem de pessoas que pudessem combater estes monstros e lugares onde seus monstros mais apa reciam Depois de cada crianças so cializar com os colegas pediuse que cada participante colocasse seu mons tro em um saco de lixo Depois disso falasse dentro do saco sobre todas as suas angústias e raivas E falasse tam bém sobre o motivo pelo qual gostaria que o monstro fosse embora já que o fazia se comportar de maneira que não gostava A atividade do monstro do proble ma permitiu a externalização de ações e comportamentos que causavam difi culdades nas relações entre as crianças e adolescente bem como com os pro fissionais do serviço Evocou a consti tuição de um espaço de acolhida dos sentimentos e emoções que esses com portamentos evocavam e possibilitou que ao narrálos os participantes pu dessem pensar nessas ações de modo NPS 55indd 37 12082016 163420 38 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 crítico buscando alternativas de como conviver melhor com o outro cArTAz de AnIVerSÁrIOS Sentimos a necessidade de produzir um cartaz em que constassem as datas dos aniversários das crianças e da ado lescente visto que algumas não sabiam a data de nascimento e não tinham o hábito de festejar aniversários e as da tas acabavam passando desapercebi das O cartaz foi produzido juntamen te com o grupo de modo que cada um pôde se perceber como sujeito dentro desse sistema O mapeamento dos aniversários do grupo possibilitou a instauração de um espaço coletivo no qual cada um viu se representado e lembrado pelo seu dia de nascimento Esse espaço evocou a valorização de si e também do outro A atividade propiciou também senti mentos de pertença ao grupo ao con quistar um lugar nominal de destaque no Cartaz de Aniversariantes no qual cada um teria seu dia a ser home nageado e festivo junto com os demais participantes Essa construção permi tiu que se instaurassem novos relatos sobre as crianças que destacavam ca racterísticas positivas em detrimento de suas dificuldades como propostos pelas práticas narrativas Beaudoin Taylor 2006 White 2012 cOnceITO de FAmílIA Trabalhamos um encontro com cine pipoca em que foi exibido A era do gelo 4 O foco da intervenção foi trabalhar as diferentes configurações de família que aparecem no filme e relacioná las com suas experiências de vida com vistas a ampliar a visão do grupo acerca da naturalização proposta pela cultura ocidental do padrão de família nuclear No encontro seguinte para aque cimento relembramos o filme com as crianças e fizemos um jogo de mí micas em que deveriam imitar alguns animais Propusemos que ao final da brincadeira o grupo fosse presenteado por cada acerto mas eles deveriam aju dar uns aos outros pois o presente seria coletivo O presente foi uma caixa de bombom compartilhada entre a turma Além de relembrar o filme essa dinâ mica objetivou a desconstrução de uma cultura de competição apontada por Beaudoin e Taylor 2006 a promoção da melhora da expressão e compreen são da linguagem não verbal entre as crianças e a identificação de caracterís ticas distintas a cada animal No segundo momento convidamos os participantes a desenhar a sua família na forma de animais como proposto por TilmansOstyn 2000 Cada um apre sentou sua família e o motivo pelo qual escolheu cada animal para representar os membros do sistema Isso nos per mitiu entender as relações intrafamilia res de cada participante do grupo que lugar este ocupa dentro da sua família e flexibilizar o conceito de família das crianças e da adolescente Percebemos pelos relatos do grupo que a formação do microssistema de cada participante se dá nas múltiplas relações e organiza ções de seus membros No encontro seguinte foi aborda do o grupo matutino de crianças do CRAS enquanto família e foi produ zido um cartaz da família do CRAS onde cada membro se desenhou como bicho Posteriormente cada um trouxe a maneira que se percebe neste grupo e o motivo pelo qual se desenhou de tal forma Os integrantes do grupo apre sentaram bons motivos para partici par da instituição tendoos listado no centro do cartaz Dessa forma podese NPS 55indd 38 12082016 163420 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 39 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 perceber os vínculos do grupo e o pa pel de cada criança e adolescente den tro do CRAS e como os participantes se percebem dentro deste sistema A ÁrVOre dA VIdA Baseadas no artigo Atendendo crian ças que vivenciaram traumas A árvo re da Vida dos autores Denborough e Ncube 2011 trabalhamos com as crianças a confecção de um desenho de uma árvore Neste encontro as crian ças deveriam fazer uma árvore que tivesse raiz terreno tronco galhos folhas frutos sementes e flores Sendo que cada parte desta árvore simboliza ria aspectos característicos da história de vida de cada criança e adolescente No encontro seguinte pedimos para que cada participante atribuísse os significados de sua árvore segundo as informações que conduziríamos na atividade Conforme o artigo descrito acima cada parte da árvore possui um significado As raízes simbolizam a sua herança o terreno o lugar onde a criança ou o adolescente vive os galhos representam as expectativas e sonhos as folhas significam as pessoas especiais na vida os frutos os presentes recebi dos ao longo da vida e a semente e as flores simbolizam as contribuições da criança na sua família e comunidade No terceiro encontro dessa atividade trabalhamos a segunda parte da ativi dade chamada Floresta da vida onde cada criança e adolescente era convi dado para colar a sua árvore na parede criando assim uma floresta Convida mos os mesmos para socializar com o grupo porém como não houve candida tos para contar a sua história elencamos atribuições de cada desenho exposto de forma que permitisse a cada participan te se perceber como protagonista de sua própria história Com isso as crianças e a adolescente foram se sentindo à von tade para participar da conversa e trazer um pouco de suas histórias para sociali zar com a turma Após esta socialização trabalhamos a última parte da atividade chamada pelos autores de Quando chega a tem pestade Neste momento convidamos as crianças e adolescente a falarem so bre os riscos que as árvores e as flores tas enfrentam durante uma tempesta de dessa forma comparamos de uma maneira lúdica as árvores e a floresta com os participantes e suas histórias de vida fazendo com que refletissem sobre os perigos que elas sofrem e as formas como enfrentam esses proble mas ao longo de suas vidas As crianças e adolescente pontu aram os perigos e problemas que en frentam na sua comunidade entre eles abuso sexual violência familiar abandono e fome Buscamos a partir dessas narrativas construir com o gru po alternativas que pudessem fortale cer as suas capacidades de resiliência e convidamos a elencar pessoas que pudessem ajudar neste momento No final da atividade propusemos às crianças e à adolescente que es crevessem uma carta para as pessoas que considerassem especiais em suas vidas para expressar o que valorizam nestas pessoas agradecendo o apoio recebido e realimentando o amor e a dedicação da família Pedimos que os participantes identificassem a pessoa para quem gostariam de escrever a carta podendo ser mais de uma pes soa Instigamos o grupo a colocar na carta as descrições abordadas durante a atividade como os valores habilida des esperanças e sonhos estimulando as crianças e a adolescente a escreve rem a contribuição e a importância que estas pessoas têm na sua vida De acordo com a atividade A ár vore da vida trabalhamos as questões NPS 55indd 39 12082016 163420 40 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 acerca das narrativas de vida de cada participante do grupo com intuito de visualizar e construir uma nova histó ria de maneira positiva reconhecendo um segundo olhar para os participan tes em sua própria história ligadas à habilidades capacidades esperanças e sonhos a serem realizados ao longo de sua trajetória Segundo White 2007 como citado em Denborough e Ncu be 2011 a árvore da vida é descrita como uma abordagem embasada na metodologia da narrativa coletiva que propicia uma resposta aos participan tes dos desafios enfrentados ao longo de suas experiências de vida baseada nos princípios da terapia narrativa A metodologia da árvore da vida pode colaborar para o fortalecimento de crianças e adolescente em situação de vulnerabilidade e conduzir a uma ação social local calcada nos conheci mentos destes Esta combinação de res posta a vivência pessoal e coletiva do grupo pode produzir meios pelos quais os conhecimentos dos participantes cheguem até os sistemas em que estes estão inseridos desencadeando uma ação social em torno da preocupação com a proteção destas crianças e ado lescente Denborough Ncube 2011 SeXUAlIdAde e SAúde De acordo com assuntos que perpassa vam o interesse das crianças a equipe técnica do CRAS sentiu a necessidade de um profissional da saúde abordar o tema sexualidade e gênero no forma to de diálogo com o grupo das Ações Projovem assim uma enfermeira conduziu a palestra Entretanto esse momento foi transpassado por pre conceitos e estereótipos de gênero e de saúde pessoais da profissional de en fermagem que disse que apenas existe namoro entre homem e mulher que adolescentes não podem fazer sexo pois podem engravidar e distribuiu preservativos masculinos para os me ninos sem lhes explicar o que fazer com aqueles objetos A abordagem da enfermeira se res tringiu a uma visão normativa de gêne ro sendo o foco exclusivo das orienta ções voltadas para os relacionamentos heterossexuais Produziu um discurso distante da realidade das crianças e da adolescente ao pautar uma postura proi bitiva sem abrir espaço para o diálogo sobre quais eram suas dúvidas e ques tionamentos sobre o tema No final fez a distribuição de preservativos somente para os meninos com idades entre sete e 12 anos Essa atitude pode implicar na sexualização das crianças e atribuir a apenas um gênero à escolharesponsa bilidade no uso de preservativos Frente ao ocorrido e às falas das crianças que apontavam para uma confusão de entendimento delas sobre doenças como câncer e HIVAids as estagiárias retomaram o trabalho com a caixa das dúvidas Cada criança e ado lescente pôde trazer questões referen tes à sexualidade e saúde As dúvidas escritas anonimamente e depositadas na caixa fechada foram socializadas no grande grupo em uma roda de conver sa na qual cada participante comparti lhou suas vivências e contribuições de maneira informal e com sigilo preserva do No segundo momento trouxemos o filme A cura que trata da amizade entre duas crianças e os preconceitos em tor no do HIVAids A partir do filme tra balhamos os conceitos de Aids e câncer como doenças distintas pois como dito anteriormente surgiu a necessidade de aprofundarmos essas diferenças QUeSTõeS de GênerO Ainda a partir da atividade realizada pela enfermeira sentimos necessidade de abordar e aprofundar as questões NPS 55indd 40 12082016 163420 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 41 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 referentes a gênero de uma forma su cinta e lúdica visto que ela não conse guiu contemplar essa demanda vinda do grupo Entendemos gênero como um processo histórico e cultural atra vessado pela linguagem e os diferentes sentidos que esta categoria transcorre podendo assim se re inventar Deste modo quando nos referimos a gênero estamos falando de significados que se constroem ao longo da história e se re organizam nas interações sociais marcando os corpos como condição de poder Nogueira 2001 Trouxemos o livro Menino brinca de boneca do autor Marcos Ribeiro que faz uma discussão de gênero O livro instrumentaliza profissionais a des construir o que já está naturalizado e amplia de uma forma lúdica as várias formas e possibilidades de enxergar os sujeitos e as suas diferenças Utilizamos essa ferramenta para desconstruir algu mas narrativas a cerca do que é de me nino e o que é de menina nessa propos ta as próprias crianças e a adolescente puderem se enxergar como sujeitos daquela história refletindo e se ques tionando sobre suas atitudes Consta touse que as crianças reproduzem as visões estereotipadas do que é ser me nino e do que é ser menina na nossa cultura De modo que já demonstram uma clara delimitação sobre as brinca deiras mais indicadas para menino e menina A atividade propiciou espaço de reflexão sobre a naturalização desses lugares ao questionar a rigidez desses papéis construídos socialmente FleXIBIlIzAçãO de PrecOnceITOS e eSTereóTIPOS Trabalhamos com o grupo o vídeo O frio pode ser quente do livro da autora Jandira Masur que ilustra exemplos do cotidiano onde tudo pode ter di ferentes definições dependendo do jeito que cada pessoa observa as coisas e as relaciona A partir deste momen to as crianças puderam se perceber na história da autora identificandose e nomeando atitudes vistas nos próprios colegas do grupo Discutimos as suas narrativas acerca de cada comporta mento possibilitando que os partici pantes pudessem desconstruir estereó tipos acerca de si mesmo e dos colegas Essas atividades evocaram reflexões sobre a diferença o modo de cada um ser não como um defeito a ser com batido mas como algo a ser valorizado e respeitado Os participantes compre enderam que cada um tem sua histó ria que é diferente do outro e nem por isso melhor nem pior mas diferente e precisa ser valorizado O TeATrO e A TeSTemUnHA eXTernA Trabalhamos com o grupo também o conto Bom dia todas as cores da escritora Ruth Rocha para discutir com as crianças e a adolescente as di ferenças e a subjetividade do grupo possibilitando ao mesmo criar outras formas para mediar os conflitos cal cados no respeito das diferenças de cada sujeito Nos encontros seguintes propusemos a criação de um teatro a partir desse conto Durante vários en contros foram planejados juntamen te com o grupo materiais necessários para a produção das fantasias cenário distribuição de papéis e os ensaios da peça teatral Essa foi apresentada na fi nalização do Estágio Básico em Saúde Coletiva no campus da faculdade para as famílias das crianças os acadêmicos e professores do curso de Psicologia e outros membros da comunidade de outras instituições que foram campo de estágio dos demais graduandos NPS 55indd 41 12082016 163420 42 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 Essa atividade visou a potencialização das crianças e da adolescente como agentes participativos e a estimulação do desenvolvimento de habilidades de relações de afetividade e cooperação grupal Assim podese pensar a elaboração e apresentação da peça teatral como uma solução criativa para o proble ma posto desde o início do estágio da existência de descrições incapaci tantes acerca da turma e das crianças De acordo com a perspectiva genera tiva de Schnitman 2011 devese es timular os sujeitos a realizarem uma mudança de foco do problema para a busca de soluções criativas ao utilizar seus recursos e promover processos de criação Portanto nossa atenção deve voltarse para a investigação de suas capacidades disposições e valores A partir dessa atividade percebe mos a grande importância de desen volver um trabalho que permitisse ao grupo ser protagonista da própria história possibilitando que as crian ças e a adolescente sejam vistas pela sua competência coletiva não por seus rótulos estereotipados Dessa forma podemos pensar as nossas práticas de intervenção como uma proposta de desenvolvimento de potencialidades e aquisições deste grupo desenvol vendo atividades promotoras de au tonomia visando ainda a prevenção de problemas em saúde mental desses sujeitos De acordo com Vigotski 2003 uma peça teatral vivenciada pode am pliar a concepção acerca das experiên cias possibilitando aos sujeitos novos olhares e vivências intensas criadoras de atitudes posteriores deixando ves tígios em seus comportamentos De acordo com o ponto de vista psico lógico a arte compõe modos de ser e agir permanentes e necessários de es tratégias de superação não realizadas na vida do sujeito e acompanha este no seu desenvolvimento Por meio da arte o sujeito demons tra sua emoção que reconstrói o com portamento significando unicamente uma luta interna complexa na trans formação dos sentimentos Vigotski 2003 Dessa maneira compreende mos que a peça teatral possibilitou que as crianças e a adolescente recrias sem e modificassem suas percepções diante de si mesmas Segundo Vigotski 2003 a arte modifica a realidade não somente nas construções da fantasia mas também na elaboração real das situações e ob jetos Esta elaboração criadora da rea lidade dos objetos e seus movimentos esclarece e promove a vida e seus sig nificados A elaboração e a atuação das crian ças na peça teatral serviram como espaço de externalização e socializa ção de suas histórias sonhos medos reivindicações modos de compre enderem o mundo e a si mesmas A atividade do teatro assim possibi litou às crianças no ato de narrar o compartilhar suas histórias com um público que atuou como testemunha externa de acordo com White 2012 A acolhida do público às narrativas apresentadas no teatro produziu efei tos de legitimação reconhecimento e valorização dos lugares ocupados pelas crianças rompendo com os ró tulos estereotipados O exercício de narrar proporcionou aos participantes ampliar suas experiências pessoais es tabelecendo um contato entre o ima ginário deles e as esferas mais amplas do social determinando também suas potencialidades e expectativas peran te a apresentação da peça e os expec tadores Após a apresentação da peça teatral as estagiárias receberam uma homenagem das crianças e adoles cente Homenagearamnas com um NPS 55indd 42 12082016 163420 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 43 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 vídeo expressando a gratificação pelo trabalho exercido e os momentos de conversas e aprendizado Foi um mo mento muito especial e marcante pois desta maneira o trabalho foi reconhe cido não somente pelos participantes do grupo mas também pela institui ção que as acolheu para a realização do estágio básico em saúde coletiva FInAlIzAçãO dO eSTÁGIO BÁSIcO nO crAS Nos últimos dois encontros trabalha mos o Baú de Tesouros dinâmica adaptada de Curoinici e McCulloch 1999 atividade que objetivou fazer com que o grupo elencasse qualidades e tesouros que cada um dos participan tes tinha escondido dentro de si Cada participante pôde apontar as qualida des mais marcantes dos colegas e assim receber as suas da mesma forma Com o intuito de fechamento das atividades de estágio fizemos uma confraternização com a turma e a equipe Trabalhamos com as crianças e adolescente o livro de Richard Bach intitulado Longe é um lugar que não existe Esse livro ilustra de uma forma lúdica que as amizades e os afetos que conquistamos ao longo do nosso ca minho não se separam com a distân cia das pessoas mas que este carinho pode continuar vivo em nossos cora ções e em nossos pensamentos cOnSIderAçõeS FInAIS As atividades desenvolvidas a partir do Estágio Básico em Psicologia com crianças e adolescente no espaço do CRAS mostraramse desafiadoras e complexas Exigiram qualificação e formação relacionadas aos saberes técnicos de como intervir junto a esse público sem deixar de lado a flexibili dade e o respeito na composição das intervenções dos diferentes modos de produção da infância e adolescência Procurouse saber quem de onde vi nha quais eram as expectativas dos participantes de modo a compor inter venções que pudessem contribuir para o melhor andamento do grupo o de senvolvimento individual e relacional dos participantes entre si e também com a equipe do serviço A proposta de intervenção iluminou as compe tências dos membros do grupo traba lhado além de criar novas narrativas possibilitadoras sobre cada criança e adolescente e suas histórias fomen tando também o fortalecimento dos laços familiares e comunitários O mo mento do processo mais propício para esse fortalecimento foi a apresentação da peça teatral em que o grupo foi vis to por seus familiares e pela equipe técnica do CRAS como pessoas com qualidades e produtoras de arte Dessa maneira percebemos que o nosso trabalho neste um ano e meio ocasionou mudanças nesse sistema proporcionando ao grupo serem vistos como protagonistas de suas próprias histórias desconstruindo papéis cris talizados diante da instituição Como resultados apontamse as mudanças constatadas nos participan tes no que se refere à atuação mais ativa nas atividades como protagonistas de suas próprias histórias desconstruin do papéis cristalizados junto ao grupo e ao serviço As intervenções pautadas na ludicidade e no mapeamento dos contextos sociais e familiares dos quais advinham as crianças e a adolescente acionaram possibilidades de descons trução reconstrução e ampliação das possibilidades de enxergar os sujeitos e suas diferenças bem como repensar seus conceitos sobre gênero afetivida de emoções sentimentos agressivi NPS 55indd 43 12082016 163420 44 nPS 55 Agosto 2016 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 dade e sexualidade bem como o for talecimento dos vínculos familiares e comunitários Percebemos mudanças nas formas dos participantes se relacio narem entre si e também de se posicio narem diante de questões conflituosas Por fim apontamos que são mui tos os desafios a serem trilhados pela psicologia no trabalho com crianças e adolescente no CRAS A formação em Psicologia vem apresentando mu danças nos últimos anos mas ainda apresenta falhas ao não contemplar em profundidade questões referentes ao trabalho junto as políticas públicas na assistência social durante a gradu ação Macedo Dimenstein 2011 Fato esse que resulta no despreparo do profissional da psicologia em lidar com essas questões no cotidiano dos serviços Por fim incentivamos a pro dução de estudos em psicologia que venham partilhar suas experiências no contexto dos serviços da política da assistência de modo a contribuir com subsídios para a discussão sobre a atu ação da Psicologia neste campo reFerêncIAS anderson H 2009 Terapia Colabo rativa Relacionamentos e Conver sações Nova Perspectiva Sistêmica 33 3752 anderson H goolishian H 1993 O cliente é o especialista uma abor dagem para terapia a partir de uma posição de Não Saber Nova Pers pectiva Sistêmica 23 824 andrade l F romagnoli r C 2010 O Psicólogo no CRAS Uma Cartografia dos Territórios Subje tivos Revista Psicologia e Profissão 303 604619 Beaudoin mn taylor m 2006 Bullying e Desrespeito Porto Alegre Artmed Centro de referência técnica em Psi cologia e políticas públicas e Con selho Federal de psicologia 2007 Referências técnicas para atuação doa Psicólogoa no CRASSUAS Brasília César a B C 2008 A externalização do problema e a mudança de narrati vas em terapia familiar com crianças Nova Perspectiva Sistêmica 31 8598 Costa a F s Cardoso C l 2010 Inserção do Psicólogo em Centros de Referência de Assistência Social CRAS Revista Interinstitucional de Psicologia 32 223229 Curonici C mcCulloch P 1999 Psicólogos e professores um ponto de vista sistêmico sobre as dificuldades escolares São Paulo EDUSC duque F d souza d C Cromack C P m e 2009 Ciranda um olhar diferenciado sobre a escola Pensan do famílias 132 163183 denborough d ncube n 2011 Atendendo crianças que vivencia ram traumas A árvore da vida Re vista Nova perspectiva sistêmica 39 92101 garcia a 2007 Em buscas das esco las na escola por uma epistemolo gia das balas sem papel Educação e Sociedade 2898 129147 gergen K j 2009 Construção Social e Comunicação Terapêutica Nova Perspectiva Sistêmica 33 936 goolishian H a Winderman l 1989 Contructivismo autopoie ses y sistemas determinados por problemas Sistemas Familiares 53 1929 Haraway d 1995 Saberes localiza dos a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da pers pectiva patriarcal Cadernos Pagu 5 0741 macedo j P dimenstein m 2011 Expansão e interiorização da Psi cologia Reorganização dos saberes NPS 55indd 44 12082016 163420 Intervenções psicológicas com crianças no crAS Carolina Duarte de Souza Juliana Borges de Souza Núbia Daniela de Oliveira Rolim Rita de Cássia Maciazeki Gomes 45 Nova Perspectiva Sistêmica Rio de Janeiro n 55 p 3145 agosto 2016 e poderes na atualidade Psicologia Ciência e Profissão 31 2 296313 macedo jP dimenstein m 2012 O trabalho dos psicólogos nas po líticas sociais no Brasil Avances en Psicología Latinoamericana 301 182192 macêdo o jr Pessoa m C B al berto m de F P 2015 Atuação dos Profissionais de Psicologia Junto à Infância e à Adolescência nas Po líticas Públicas de Assistência So cial Psicologia Ciência e Profissão 353 916931 maciazekigomes r C 2013 Pesqui sa e intervenção Traçados de um ca minho em composição In JL Bor ges LWinter CD Souzaorgs Pesquisa em Psicologia Pressupostos Teóricos e Metodológicos Três de Maio Setrem nogueira C 2001 Feminismo e dis curso do gênero na psicologia so cial Psicologia e Sociedade 131 107128 oliveira iB 2007 Aprendendo nos doscom os cotidianos a verlerou virsentir o mundo Educação e So ciedade 2898 4772 schnitman d F 2011 Processo ge nerativo e práticas dialógicas Nova Perspectiva Sistêmica 41 934 senra C m g guzzo r s l 2012 Assistência social e psicologia sobre as tensões e conflitos do psicólogo no cotidiano do serviço público Psi cologia Sociedade 242 293299 silveira B o m l Wagner a 2009 Relação famíliaescola prá ticas educativas utilizadas por pais e professores Revista semestral da as sociação brasileira de psicologia es colar e educacional 13 2 283291 tilmansostyn e 2000 Quando um dos filhos é o motivo da terapia In M MeynckensFourez E Til mansOstyn Os recursos da fratria Belo Horizonte Artesã White m epston d 1993 Medios narrativos para fines terapéuticos Barcelona Paidós White m 2012 Mapas da prática narrativa Porto Alegre Pacartes Winter l maciazekigomes rC Ba rasuol B e Borges l j Costa B l 2012 Guia do estudante em es tágio básico em saúde coletiva Três de Maio Setrem vasconcellos m j e 2002 Pensa mento Sistêmico O novo paradigma da ciência Campinas SP Papirus vigotski l s 2003 Psicologia peda gógica Porto Alegre Artmed Zanella a v 2003 Reflexões sobre a atuação doa psicólogoa em con textos de escolarização formal Psico logia ciência e profissão 233 6875 NPS 55indd 45 12082016 163420 Faculdades Integradas Aparício Carvalho Centro Integrado de Fomento a Iniciação Científica e Extensão CIFICE AUTOR NA FORMA DIRETA EM DESTAQUE TAM 14NEGRITO CARTAZ DE ANIVERSÁRIOS CELEBRANDO O PERTENCIMENTO E AS NARRATIVAS POSITIVAS INTERVENÇÃO Projeto de Pesquisa apresentado ao Centro Integrado de Fomento a Iniciação Científica e Extensão CIFICE das Faculdades Integradas Aparício Carvalho FIMCA na área de indicar área de concentração Orientadora LOCAL CIDADE ANO 2 TÍTULO DO PROJETO Deve ser claro e conciso além de refletir e sintetizar os aspectos essenciais do problema a ser contemplado na pesquisa 3 JUSTIFICATIVA Deve constar um texto dissertativo indicando a delimitação do tema o problema o tipo de pesquisa a ser desenvolvido a justificativa razões que motivaram a proposição do projeto e a relevância das mesmas e a prévia revisão bibliográfica apontando os elementos importantes sobre o assunto escolhido e sobre o problema a ser investigado no decorrer da pesquisa conceitos histórico outras pesquisas já realizadas sobre o assunto Não deixe de usar citações dos autores consultados Digite o texto em espaço duplo entrelinhas 12 pts entre parágrafos 15 de parágrafo fonte Arial tamanho 12 para o texto e tamanho 10 para as citações fora do corpo do texto as que tiverem mais de 3 linhas 4 OBJETIVOS Promover o reconhecimento e a valorização dos aniversários das crianças e da adolescente Estimular o sentimento de pertencimento ao grupo Ampliar os relatos sobre as crianças destacando suas características positivas 5 METODOLOGIA Explanação sobre a importância de celebrar aniversários e como isso pode contribuir para o sentimento de pertencimento e valorização pessoal diálogo aberto sobre as datas de nascimento das crianças e da adolescente incentivandoas a compartilharem essas informações os alunos serão convidados a participar ativamente da criação do cartaz de aniversários expressando sua criatividade e colaborando na organização das datas os alunos terão a oportunidade de observar o cartaz finalizado compartilhar suas percepções e emoções será promovido um espaço de reflexão sobre as características positivas de cada criança incentivando relatos e histórias que 6 EMBASAMENTO TEÓRICO A intervenção proposta baseiase em conceitos e abordagens da psicologia social e da psicologia positiva a psicologia social enfatiza a importância das relações sociais e do sentido de pertencimento para o desenvolvimento humano a 8 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Distribuir ao longo do tempo as diferentes etapas que comporão o projeto de pesquisa desde o seu planejamento até a elaboração do relatório final monografia AÇÕES ETAPAS MESES J F M A M J J A S O N D 9 CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO ORÇAMENTO Fazer a previsão de seus gastos para o desenvolvimento do projeto Pense que vai gastar até a finalização do trabalho papel tinta encadernações cd disquete locomoção material de experimento etc Tudo deve ser previsto para que você se prepare em relação aos gastos que terá Materia l Quantidade Custo Unitári o Custo Total TOTAL DE GASTOS PREVISTOS 6 EMBASAMENTO TEÓRICO A intervenção proposta baseiase em conceitos e abordagens da psicologia social e da psicologia positiva a psicologia social enfatiza a importância das relações sociais e do sentido de pertencimento para o desenvolvimento humano a 10 REFERÊNCIAS DESSEN Maria Auxiliadora POLONIA Ana da Costa A família e a escola como contextos de desenvolvimento humano Paidéia Ribeirão Preto v 17 n 36 p 2132 2007 NICASSIO P MEYEROWITZ B The future of Health Psychology interventions HealthPsychologyWashington v 23 n 2 p 132137 2004 BEAUDOIN MarieNathalie TAYLOR Maureen Bullying e desrespeito como acabar com essa cultura na escola Artmed Editora 2006 WHITE Michael Maps of narrative practice WW Norton Company 2007 CARTAZ DE ANIVERSÁRIOS Sentimos a necessidade de produzir um cartaz em que constassem as datas dos aniversários das crianças e da adolescente visto que algumas não sabiam a data de nascimento e não tinham o hábito de festejar aniversários e as datas acabavam passando desapercebidas O cartaz foi produzido juntamente com o grupo de modo que cada um pôde se perceber como sujeito dentro desse sistema O mapeamento dos aniversários do grupo possibilitou a instauração de um espaço coletivo no qual cada um viuse representado e lembrado pelo seu dia de nascimento Esse espaço evocou a valorização de si e também do outro A atividade propiciou também sentimentos de pertença ao grupo ao conquistar um lugar nominal de destaque no Cartaz de Aniversariantes no qual cada um teria seu dia a ser homenageado e festivo junto com os demais participantes Essa construção permitiu que se instaurassem novos relatos sobre as crianças que destacavam características positivas em detrimento de suas dificuldades como propostos pelas práticas narrativas Beaudoin Taylor 2006 White 2012 CONCEITO DE FAMÍLIA Trabalhamos um encontro com cine