Aula 3: Bens Substitutos e Complementares na Economia

Economia Prof Roberto Gil Uchôa 1 AULA 3 133 Bens substitutos Bem substituto ou sucedâneo é aquele que possa ser consumido no lugar de outro uma fez que cumpra a mesma função Por este conceito um refrigerante pode substituir um suco natural o inhame pode substituir a batata a manteiga pode substituir o queijo ou o celular pode substituir o computador pes soal em vários aspectos do diaadia Esse tipo de produto gera efeitos na economia uma vez que permite prever o comportamento de pre ços e demanda As famílias podem aumentar por exemplo o consumo de frango quando a carne tem um súbito aumento de preços ou há uma notícia amplamente conhecida de que existe uma epidemia de febre aftosa nos gados da Região Sul do país Assim o aumento do preço da carne bovina provoca um aumento da demanda por frango uma vez que este último passa a integrar a cesta de consumo das famílias Isso pode ter efeitos subsequentes pela aplicação da Lei da Oferta e da Demanda tais como O aumento da demanda por frango pode provocar um aumento do seu preço O aumento do preço do frango pode fazer com que o preço da carne suína passe a ser mais atraente o que pode tornála substitutiva ao frango cujo preço se elevou O aumento da demanda por frango reduz o consumo de carne bovina forçando seu preço a baixar Bens Complementares Os bens complementares funcionam como o exato oposto de um bem substituto Por isso eles são na turalmente consumidos em conjunto Seria o caso a compra de jogos por computador pela internet se rem oferecidos monitores ou poltrona especiais para gamers O marketing do varejo se serve dos bens complementares É o caso das grandes redes de supermerca dos que por exemplo dispõem os pacotes de salgadinhos perto da gôndola das bebidas refrigerantes cervejas etc ou o café em pó ao lado dos coadores de papel Outra forma de estratégia de marketing que forçam a situação para que sejam bens complementares é fazer com que a entrada das salas de cinema sejam servidas pipoca refrigerantes e balas ou ainda as portas de saída dessas salas dão de frente para as praças de alimentação de um shopping center A análise de bens substitutos também fornece subsídios para a conclusão de alguma abordagem eco nômica Por exemplo o que aconteceria com a produção de canadeaçúcar matériaprima para o álco ol combustível ou com a oferta por carros novos ou usados se ocorressem sucessivos aumentos no preço da gasolina em face de um problema qualquer no mercado internacional de produção de Petró leo Neste sentido podese extrapolar que um aumento no preço da gasolina pode aumentar a deman da por álcool ou reduzir o preço dos veículos usados ou até aumentar o preço dos veículos econômicos zero quilômetro Excesso e Escassez de Oferta Dizse que há excesso de oferta quando a capacidade de produção de um bem é inferior à capacidade de aquisição pela demanda É bem comum nessa situação ocorrer elevação de preços A escassez de oferta acontece quando a quantidade demandada excede a quantidade ofertada Neste caso há a ten dência de queda de preços do bem Os gráficos a seguir ilustram bem esses fenômenos Economia Prof Roberto Gil Uchôa 2 No gráfico da esquerda observamos que a qualquer ponto em que o preço do mercado esteja acima do preço no ponto de equilíbrio E o volume ofertado é bem superior à capacidade de absorção da de manda gerando um excesso de oferta No gráfico à direita notamos que a qualquer ponto do preço praticado pelo mercado que fique abaixo do preço no ponto de equilíbrio E o volume ofertado está abaixo do potencial de consumo da demanda caracterizando a existência de escassez de oferta ELASTICIDADE Consiste em medir o quanto o consumidor é sensível ou não às mudanças em variáveis microeconômi cas tais como preço renda preço dos bens substitutos dentre outras Para os tomadores de decisão em uma companhia é muito importante entender de que forma seus consumidores se comportam fren te às variações de preço e renda e mais ainda tentar prever qual será seu comportamento quando es tas variáveis se alterarem Elasticidadepreço da demanda Visa medir o grau de sensibilidade do consumidor frente às alterações de preços A mesma pode ser calculada conforme a expressão 1 1 𝐄𝐩𝐃 𝐏𝟎 𝐐𝟎 𝐐 𝐩 Em que P0 é o preço inicial Q0 é o volume inicial Q é a variação no volume no período P é a variação do preço no período Após o cálculo da elasticidade podese classificar o grau de sensibilidade a preço do consumidor con forme apresentado Consumidor é elástico quando 𝐸𝑝𝐷 1 Quando se afirma que o consumidor é elástico significa dizer que é sensível à preço ou seja dado que os preços aumentaram 10 a queda na demanda será superior a 10 Consumidor é inelástico quando 𝐸𝑝𝐷 1 Quando se afirma que o consumidor é inelástico significa dizer que é insensível ao preço ou seja dado que os preços aumentaram 10 a queda na demanda será inferior a 10 Economia Prof Roberto Gil Uchôa 3 Consumidor possui elasticidade unitária quando 𝐸𝑝𝐷 1 Quando se afirma que o consumidor possui elasticidade unitária significa dizer que sua variação na quantidade demandada é inversamente proporcional à variação nos preços ou seja se os preços aumentarem 10 a demanda irá cair exatamente 10 Elasticidadepreço cruzada da demanda Medir se um determinado conjunto de produtos que são substitutos ou complementares Para produtos complementares aqueles que são consumidos conjuntamente quando o preço do bem x aumenta ocorre a redução da quantidade demandada do bem Y A mesma pode ser calculada da seguinte forma 2 2 𝐄𝐱 𝐲 𝐩𝐲 𝐐𝐱 𝐐𝐱 𝐩𝐲 Em que PX é o preço do produto x Qx é o volume do produto x PY é o preço do produto y QY é o volume do produto y Desta forma os bens poderão ser classificados se Se 𝑬𝒙 𝒚 0 então os bens são complementares e Se 𝑬𝒙 𝒚 0 então os bens são substitutos Elasticidaderenda Medir o grau de sensibilidade do consumidor provocada por alterações em sua renda que pode ser calculada da seguinte forma 3 3 𝐄𝐑 𝐑𝟎 𝐐𝐱 𝐐𝐱 𝐑 Em que Qx é o volume do produto x Q é a variação do volume no período R0 é a renda inicial do consumidor R é a variação de renda no período Desta forma podese classificar a elasticidaderenda se Se 𝑬𝑹 0 então os bens são superiores Se 𝑬𝒙 𝒚 0 então os bens são inferiores Conclusão Por fim as elasticidades da demanda são medidas da sensibilidade do consumidor a preços e à renda Com base nesses dados as empresas podem capturar maior excedente dos consumidores elevando preços para aqueles clientes que estão propensos a pagar mais e reduzindo preços para aqueles que não estejam dispostos a pagar tanto Assim os supermercados podem oferecer descontos para aqueles produtos mais consumidos pelos clientes mais elásticos a preços enquanto pode elevar os preços daqueles produtos consumidos pelos clientes inelásticos Já a elasticidadepreço cruzada é utilizada para caracterizar os chamados bens substitutos e bens complementares Como o próprio nome indica bens substitutos são aqueles que são consumidos quando da ausência do produto alvo tais como refrigerante e suco feijão e lentilha pão e bolo etc Economia Prof Roberto Gil Uchôa 4 enquanto que os bens complementares são aqueles consumidos conjuntamente tais como feijão e ar roz queijo e presunto shampoo e condicionador etc Ao identificar quais produtos são seus substitutos e complementares permite aos supermercados estabelecer uma estratégia de preços mais rentável Por fim a elasticidaderenda permite classificar os bens como normaissuperiores aqueles que terão sua demanda elevada quando a renda aumentar e viceversa carne de 1ª passagens aéreas etc ou inferiores quando terão sua demanda reduzida quando a renda do consumidor se elevar carne de 2ª passagens de ônibus etc Recapitulando Elasticidade Variação percentual em uma variável que resulta do aumento de 1 na outra Elasticidadepreço da demanda Porcentagem de variação na quantidade demanda de um bem que resulta de 1 de aumento em seu preço Elasticidadepreço cruzada da demanda Porcentagem de variação da quantidade demandada de uma mercadoria que resultará no aumento de um ponto percentual no preço de uma outra Elasticidaderenda Variação percentual no consumo de um bem após o aumento de 1 na renda do consumidor Exercício 1 Há um ano o saco de 10kg de ração de aveia para bovinos estava sendo vendida a R 20 em Goiás gerando um consumo de 120 mil sacas No mesmo período não houve expansão nem redução signifi cativa no número de cabeças nos criadouros Hoje o preço do saco está em R 22 e o volume consumi do caiu para 100 mil sacas Analise se os fazendeiros que servem esse tipo de ração ao seu gado são ou não sensíveis a preço Dicas a liste os dados b calcule as variações percentuais com duas casas decimais c calcule a elasticidade d interprete os resultados encontrados Dados Cálculo das variações Cálculo da elasticidade P0 R P P1 P0 1 x 100 EPD P0 Q0 x Q P P1 R P 22 20 1 x 100 EPD 20 120K x P P EPD Conclusão Q0 R Q Q1 Q0 1 x 100 Q1 R Q 120k 100k 1 x 100 Q Q Economia Prof Roberto Gil Uchôa 5 Exercício 2 No mesmo período os armazéns rurais goiano observou um aumento do consumo de farelo de mólulas produto muito usado também para alimentação de bovinos mas geralmente preterido pelos fazendei ros por ser mais caro e demanda maior volume pelo seu teor proteico inferior ao da aveia O curioso foi perceber que o preço da saca de 8 Kg de farelo no ano passado era de R 2500 quando foram con sumidos 300 mil sacas e este ano foram consumidas 360 mil sacas de farelo ao preço de R 2550 De fina se os bens são substitutos ou não Dicas a defina que tipo de análise deve ser feita à luz do que se pede b considere a ração de aveia como X e o farelo de mólulas como Y bem como Pe Q respectivamente o preço e o volu me desse ano c liste os dados de ambos os produtos preço e volume d calcule as variações percentuais com duas casas decimais dos respectivos preços e volume e calcule o fator em questão com 4 casas decimais f interprete os resultados encontrados Dados Cálculo das Variações Cálculo da Elasticidade PX R PX PX PX 1 x 100 EXY PY QX x QX PY PX R PX 22 20 1 x 100 EXY x PX PX 1000 EXY x PY R PY PY PY 1 x 100 EXY PY R PY 2550 2500 1 x 100 PY PY Conclusão QX R QX QX QX 1 x 100 QX R QX 120k 100k 1 x 100 QX QX 1667 QY R QY QY QY 1 x 100 QY R QX k k 1 x 100 QY QX Economia Prof Roberto Gil Uchôa 6 Exercício 3 Segundo o IBGE há um ano a receita anual média por criador de bovino goiano era de R 400 mil e hoje sua renda é de R 420 mil Seria o grau de sensibilidade dos criadores de gado em Goiás sensível ou não a esse acréscimo de renda para ração animal em aveia ou de farelo de mólulas Dicas a defina que tipo de análise deve ser feita à luz do que se pede b considere a ração de aveia como X e o farelo de mólulas como Y bem como Pe Q respectivamente o preço e o volu me desse ano c liste os dados de ambos os produtos preço e volume d calcule as variações percentuais com duas casas decimais dos respectivos preços e volume e calcule o fator em questão com 4 casas decimais f interprete os resultados encontrados Dados Cálculo da variação da renda Cálculo da Elasticidade R0 R Kano R R1 R0 1 x 100 Para aveia R1 R Kano R 420k 400k 1 x 100 ERX R0 QX x QX R R R ERX x Ração de aveia X ERX x QX k ano ERX X Para farelo de mólula Farelo de mólulas Y ERX x QY k ano ERX x Y ERX Conclusão