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Refino do Petróleo Prof Marcos Villela Barcza Processos Químicos Industriais III Prof Marcos Villela Barcza REFINO DO PETRÓLEO 1 Introdução Uma refinaria de petróleo ao ser planejada e construída pode destinar se a dois objetivos básicos Produção de combustíveis e matériasprimas petroquímicas Produção de lubrificantes básicos e parafinas O primeiro objetivo constitui a maioria dos casos uma vez que a demanda por combustíveis é muitíssimo maior que a de outros produtos Aqui é fundamental a produção em larga escala de frações destinadas à obtenção de GLP gasolina diesel querosene e óleo combustível dentre outros Todas as refinarias brasileiras encontram se neste grupo O segundo grupo de menor expressão constituise num grupo minoritário cujo objetivo é a maximização de frações básicas lubrificantes e parafinas Estes produtos têm valores agregados cerca de duas a três vezes maiores que os combustíveis e conferem alta rentabilidade aos refinadores embora os investimentos sejam também maiores No Brasil não há nenhuma refinaria dedicada exclusivamente à produção de lubrificantes e parafinas existem no entanto conjuntos dentro de alguns de nossos parques de refino que têm esse objetivo e funcionam quase como refinarias independentes Uma refinaria produz derivados com aplicações energéticas e não energéticas Os derivados energéticos ou combustíveis são Gás combustível utilizado na refinaria para aquecer fornos e caldeiras Gás de petróleo liquefeito GLP gás engarrafado para uso doméstico industrial e automotivo produto intermediário na produção de petroquímicos aerossóis Gasolina automotiva e de aviação de pequeno porte alternativamente nafta ou gasolina nafta leve para petroquímica nafta média e pesada como combustível automotivo e de aviação de pequeno porte Querosene de aviação e de iluminação Óleo diesel para transporte de carga passageiros e marítimos leves instalações de aquecimento de pequeno porte Óleo combustível utilizado nas indústrias no transporte marítimo pesado e na geração de energia elétrica Entre os derivados com aplicações nãoenergéticas para uso industrial destacamse Naftas e gasóleos petroquímicos Solventes domésticos e industriais Parafinas Lubrificantes básicos Asfalto Coque 2 Esquema de refino Não existem dois petróleos idênticos suas diferenças vão influenciar de forma decisiva tanto nos rendimentos quanto na qualidade das frações Dessa forma o petróleo deve ser processado e transformado de maneira conveniente com o propósito de obterse a maior quantidade possível de produtos de maior qualidade e valor comercial Atingir este objetivo com o menor custo operacional é a diretriz básica da refinação As características dos petróleos têm ponderável influência sobre a técnica adotada para a refinação e frequentemente determinam os produtos que melhor podem ser obtidos Assim é óbvio que nem todos os derivados podem ser produzidos a partir de qualquer tipo de petróleo Da mesma forma não existe uma técnica de refino adaptável a todos os tipos de petróleo A arte de compatibilizar as características dos vários petróleos que devam ser processados numa dada refinaria com a necessidade em suprir de derivados em quantidade e qualidade que atendam a certa região de influência dessa refinaria faz com que surjam arranjos de várias unidades de processamento para que tal objetivo seja alcançado da forma mais racional e econômica possível O encadeamento das várias unidades de processo dentro de uma refinaria é o que denominamos de esquema de refino Os esquemas de refino variam de uma refinaria para outra não só pelos pontos acima expostos como também pelo fato do mercado de uma dada região modificarse com o tempo A constante evolução na tecnologia dos processos faz com que surjam alguns de alta eficiência e rentabilidade enquanto outros de menor eficiência ou que apresentam maiores custos operacionais entram em obsolescência Processos de refino não são estáticos e definitivos e sim dinâmicos num horizonte de médio e longo prazo 3 Tipos de processos Os processos em uma refinaria podem ser classificados em quatro grandes grupos Processos de Separação Processos de Conversão Processos de Tratamento Processos Auxiliares 31 Processos de separação São sempre de natureza física e têm por objetivo desdobrar o petróleo em suas frações básicas ou processar uma fração previamente produzida no sentido de retirar dela um grupo específico de compostos Os agentes responsáveis por estas operações são físicos por ação de energia sob a forma de alterações de temperatura eou pressão ou de massa na forma de relações de solubilidade a solventes sobre o petróleo ou suas frações Uma importante característica nos processos de separação é o fato dos produtos obtidos poderem exceto em situações de eventuais perdas ou contaminações quando novamente misturados reconstituir a carga original uma vez que a natureza das moléculas não é alterada Como exemplos deste grupo de processos podem ser citadas Destilação em suas várias formas Estabilização de naftas Desasfaltação a Propano Desaromatização a Furfural DesparafinaçãoDesoleificação a solvente MIBC Extração de Aromáticos e Adsorção de Nparafinas 311 Destilação É um processo de separação dos componentes de uma mistura de líquidos miscíveis baseado na diferença das temperaturas de ebulição de seus componentes individuais Muito importante para uma refinaria utilizase destilação quase que na totalidade dos processos de refino do petróleo e derivados As primeiras refinarias eram na realidade destilarias porque as diferentes propriedades do petróleo não eram conhecidas O processo era descontínuo feito em bateladas e toda a carga era aquecida sendo dividida em parte vaporizada topo e parte líquida fundo independente das composições intermediárias ou absorvidas na separação Extremamente versátil é usada em larga escala no refino Outros processos de separação conversão e tratamento utilizamna como etapa intermediária ou final de suas operações A destilação pode ser feita em várias etapas e em diferentes níveis de pressão conforme o objetivo que se deseje Assim quando se trata de uma unidade de destilação de petróleo bruto podese ter a destilação sub atmosférica o préfracionamento e a debutanização Nesse caso o objetivo é o seu desmembramento nas frações básicas do refino a saber gás combustível gás liquefeito nafta querosene gasóleo atmosférico óleo diesel gasóleo de vácuo e resíduo de vácuo Seus rendimentos são variáveis em função do óleo processado A unidade de destilação de petróleo existe sempre independente de qual seja o esquema de refino É o principal processo a partir do qual os demais são alimentados 312 Desasfaltação a propano Este processo tem por objetivo extrair por ação de um solvente propano líquido em alta pressão um gasóleo que seria impossível obter por meio da destilação Como subproduto de extração obtémse o resíduo asfáltico que conforme o tipo de resíduo de vácuo processado e a severidade operacional pode ser enquadrado como asfalto ou como óleo combustível ultra viscoso O óleo desasfaltado principal produto do processo pode ter dois destinos de acordo com o objetivo do esquema de refino Caso este seja a obtenção de combustíveis o óleo desasfaltado deverá incorporarse ao gasóleo pesado GOP e ambos seguirão para a unidade de craqueamento catalítico para sua conversão em nafta e GLP Se o objetivo for a produção de lubrificantes então o óleo desasfaltado irá gerar em função de sua viscosidade o óleo básico Brightstock ou o óleo de cilindro Em ambos os casos estes lubrificantes inacabados irão passar por outros processos para melhoria de qualidade 313 Desaromatização a furfural Processo típico da produção de lubrificantes a desaromatização a furfural como o próprio nome sugere consiste na extração de compostos aromáticos polinucleados de altas massas molares por meio de um solvente específico no caso o furfural Um óleo lubrificante pode trabalhar em condições de alta e baixa temperatura esperando se dele um comportamento o mais uniforme possível em relação à viscosidade Sabese que os compostos causadores das maiores flutuações de viscosidade são justamente os aromáticos Assim sendo quando os aromáticos são retirados de um corte lubrificante assegurase uma menor variação da viscosidade com a temperatura A propriedade que mede o inverso da variação da viscosidade com a variação da temperatura é chamada de índice de viscosidade IV Quanto maior o IV menor a variação da viscosidade com a temperatura A desaromatização a furfural tem então por objetivo aumentar o índice de viscosidade de óleos lubrificantes O subproduto desse processo é o extrato aromático um óleo pesado e viscoso que pode ser utilizado como óleo extensor de borracha sintética ou pode ser adicionado ao pool de óleo combustível da refinaria O produto principal o óleo desaromatizado é estocado para seu posterior processamento na unidade de desparafinação a MetilIsobutilCetona MIBC A desaromatização de lubrificantes era realizada no passado usandose o fenol como solvente Com o advento da utilização do furfural o processo que usava fenol entrou em obsolescência 314 Desparafinação a MIBC MetilIsobutilCetona Um lubrificante colocado num equipamento inicialmente opera em condições ambientais de temperatura ou em alguns casos em baixas temperaturas uma vez que a máquina em geral não é aquecida O óleo deve ter então em tais condições possibilidades de escoamento adequado para que a lubrificação não fique comprometida necessitando em função disto apresentar baixo ponto de fluidez Para que esta característica seja alcançada devese remover as cadeias parafínicas lineares uma vez que estas são responsáveis pela baixa fluidez do óleo É feita com o auxílio de um solvente que em baixas temperaturas solubiliza toda a fração oleosa exceto as parafinas que permanecem em fase sólida Em face da baixa viscosidade reinante no meio em função da grande quantidade de solvente presente é possível fazerse uma filtração separando se as nparafinas O óleo desparafinado é enviado à estocagem intermediária de onde seguirá para o processo de hidroacabamento enquanto a parafina oleosa será também estocada podendo ter dois destinos Caso exista no conjunto de lubrificantes uma unidade de desoleificação de parafinas ela deve ser aí processada com o propósito de produzir parafinas comerciais Se essa opção não existir o destino será sua adição ao gasóleo que será processado no craqueamento catalítico O solvente utilizado atualmente é a MetilIsobutilCetona MIBC Já foram usados no passado a mistura de MetilEtilCetona MEC e tolueno e mais remotamente o propano líquido A MIBC apresenta vantagens significativas em relação aos demais solventes sendo por isso empregada atualmente A desparafinação é certamente a mais cara das unidades de conjunto de lubrificantes em função principalmente do grande número de equipamentos existentes no processo 315 Desoleificação a MIBC MetilIsobutilCetona A desoleificação a MIBC é um processo idêntico à desparafinação apenas realizada em condições mais severas visando remover o óleo contido na parafina de forma a enquadrála como produto comercial o que seria impossível sem essa unidade A parafina oleosa carga do processo é desmembrada em duas correntes A fração oleosa removida pela ação do solvente e da filtração é denominada parafina mole e por tratarse de um gasóleo normalmente é enviada ao craqueamento depois de ter a MIBC removida A parafina mole pode ser também aproveitada para a produção de geléias óleos vaselinas e outros produtos farmacêuticos embora seu mercado seja bem restrito O produto comercial conhecido como parafina dura depois desta operação é estocado para posterior processamento na unidade de hidrotratamento onde finalmente é especificada Devido à desoleificação ser quase sempre integrada à desparafinação e também por ter um porte menor o capital investido nessa unidade é bem menor 316 Extração de aromáticos A extração de aromáticos também conhecida como recuperação de aromáticos URA é uma unidade que tem um objetivo semelhante à desaromatização a furfural embora carga solvente produtos e condições operacionais sejam bem distintas Em ambas as unidades o objetivo é extrair os aromáticos da carga por meio de um solvente A carga é uma nafta proveniente de uma unidade de reforma catalítica bastante rica em aromáticos leves como benzeno tolueno e xilenos BTXs Estes hidrocarbonetos têm um alto valor no mercado uma vez que são importantes matériasprimas para a indústria petroquímica podendo atingir preços duas a três vezes superiores à nafta A extração é feita com um solvente podendo ser o TetraEtilenoGlicol TEG a NMetil Pirrolidona NMP associada ao MonoEtileno Glicol MEG ou o Sulfolane O uso de um deles é feito em função das condições do processo escolhido Os aromáticos extraídos depois da remoção do solvente são fracionados e destinados à estocagem para futura comercialização os não aromáticos depois também da remoção do solvente são enviados ao pool de gasolina A URA é uma unidade que confere boa lucratividade ao parque de refino devido à grande distância entre o preço de carga e dos aromáticos 317 Adsorção de parafinas A unidade de adsorção de nparafinas é própria para a remoção de cadeias parafínicas lineares contidas na fração querosene Tais hidrocarbonetos embora confiram excelente qualidade ao querosene de iluminação são extremamente prejudiciais em se tratando do querosene de aviação por elevarem seu ponto de congelamento quando presentes em concentrações razoáveis As nparafinas removidas por outro lado são valiosas matériasprimas para a indústria petroquímica especificamente para a produção de detergentes sintéticos biodegradáveis Assim sendo a adsorção de nparafinas do querosene é um processo bastante interessante porque não só consegue especificar adequadamente o querosene de aviação QAV como também produz n parafinas Isto é conseguido por meio de uma adsorção das cadeias lineares presentes no querosene através de sua passagem em fase gasosa num leito de peneiras moleculares O leito captura as nparafinas permitindo a passagem dos demais compostos presentes no querosene Mais tarde numa outra etapa os hidrocarbonetos absorvidos são removidos do leito com auxílio de um diluente separados deste fracionados e estocados para o futuro envio à indústria petroquímica 32 Processos de conversão Os processos de conversão são sempre de natureza química e visam transformar uma fração em outras ou alterar profundamente a constituição molecular de uma dada fração de forma a melhorar sua qualidade valorizando a Isto pode ser conseguido através de reações de quebra reagrupamento ou reestruturação molecular As reações específicas de cada processo são conseguidas por ação conjugada de temperatura e pressão sobre os cortes sendo bastante frequente também a presença de um agente promotor de reação denominado catalisador Conforme a presença ou ausência deste agente pode classificar os processos de conversão em dois subgrupos catalíticos ou não catalíticos É importante ressaltar que devido às alterações químicas processadas os produtos que saem desses processos se misturados não reconstituem a carga original Processos de conversão são em geral de elevada rentabilidade principalmente quando transformam frações de baixo valor comercial gasóleos resíduos em outras de maiores valores GLP naftas querosenes e diesel De forma similar aos processos de separação os de conversão apresentam também como característica elevado investimento para suas implantações no entanto principalmente os processos de craqueamento térmico ou catalítico apresentam curto tempo de retorno do capital investido Em alguns casos o retorno do capital pode ocorrer em cerca de um ano apenas Como exemplo destes processos podem ser citados o craqueamento catalítico o hidrocraqueamento catalítico e catalítico brando a alcoilação a reformação e a isomerização todos catalíticos Dentre os não catalíticos podemos citar processos térmicos tais como o craqueamento térmico a viscorredução o coqueamento retardado ou fluido Cabe ressaltar que a alcoilação e a reformação são processos de síntese e rearranjo molecular respectivamente enquanto os outros exemplos aqui abordados são de craqueamento 321 Craqueamento térmico O craqueamento térmico é o mais antigo dos processos de conversão surgindo logo após o advento da destilação Seu aparecimento data do início do século XX tendo uma importância relevante até o início dos anos cinquenta quando entrou em obsolescência deslocado pelo craqueamento catalítico Tem por finalidade quebrar moléculas presentes no gasóleo de vácuo ou no resíduo atmosférico por meio de elevadas temperaturas e pressões visando obterse principalmente gasolina e GLP Gera também como subprodutos gás combustível óleo leve diesel de craqueamento e óleo residual além da formação de coque Este por sinal é o principal problema do processo porque como o coque não é removido continuamente dos equipamentos acaba sendo acumulado o que provoca entupimentos obrigando assim a frequentes paradas para descoqueificação reduzindo em muito o fator operacional 322 Viscorredução A viscorredução é um processo desenvolvido por volta dos anos trinta seguindo a linha do craqueamento térmico O objetivo é a redução da viscosidade de um resíduo que será usado como óleo combustível por meio da quebra de suas moléculas mais pesadas através da ação térmica Para que isso ocorra sem que haja uma excessiva formação de coque uma vez que a carga é um resíduo as condições operacionais são sensivelmente mais brandas que as existentes no craqueamento térmico convencional Em função da quebra de algumas moléculas ocorre a formação de uma apreciável quantidade de hidrocarbonetos na faixa do diesel e do gasóleo que não sendo removidos entrariam como diluentes do resíduo processado reduzindo sua viscosidade Também há de forma semelhante ao craqueamento térmico formação de gás combustível GLP e nafta porém em menor escala em função da pouca severidade A viscorredução teve sua fase de importância entre os anos trinta e cinquenta quando também foi atingida pelo advento do craqueamento catalítico e da destilação a vácuo Atualmente é um processo considerado obsoleto em face do seu alto custo operacional e de sua baixa rentabilidade 323 Coqueamento retardado O coqueamento retardado é também um processo de craqueamento térmico Sua carga é resíduo de vácuo que submetido a condições bastante severas craqueia moléculas de cadeia aberta e moléculas aromáticas polinucleadas resinas e asfaltenos produzindo gases nafta diesel gasóleo e principalmente coque de petróleo É um processo que surgiu logo após a segunda guerra mundial e tinha inicialmente por objetivo craquear resíduos para produzir uma quantidade maior de gasóleo para craqueamento O coque gerado era considerado como subproduto sendo vendido a preço de carvão mineral Com a evolução da indústria do alumínio o coque de petróleo mostrouse um excelente material para a produção dos eletrodos necessários para obtenção daquele metal bem como para uso na siderurgia na obtenção de aços especiais Isto fez com que o coque passasse a ter uma maior importância e por consequência maior preço A crise do petróleo trouxe consigo uma crescente importância para o coqueamento um processo que transforma uma fração bastante depreciada o resíduo de vácuo em outras de muito maior valor comercial como o GLP a nafta o diesel e o gasóleo a possibilidade de executar a transformação de frações residuais em leves e médias conferiu ao processo um outro status que até então não era reconhecido em face principalmente de sua grande rentabilidade e flexibilidade operacional Isto fez com o coqueamento que caminhava para a inexorável obsolescência tivesse sua importância revigorada sendo hoje um processo sempre cogitado em qualquer estudo relativo a ampliações modernizações ou implantações de novas refinarias 324 Craqueamento catalítico O craqueamento catalítico é um processo de quebra molecular Sua carga é uma mistura de gasóleo de vácuo e óleo desasfaltado que submetida a condições bastante severas em presença do catalisador é transformada em várias outras frações mais leves produzindo gás combustível gás liquefeito nafta gasóleo leve diesel de craqueamento e gasóleo pesado de craqueamento óleo combustível As reações produzem também coque que se deposita no catalisador e é queimado na regeneração desse último gerando gás de combustão de alto conteúdo energético usado na geração de vapor dágua de alta pressão O processo surgiu um pouco antes da segunda guerra mundial tomando um notável impulso com este conflito em face à grande necessidade dos aliados em relação a suprimentos de gasolina e material petroquímico para suas tropas Com o fim da guerra o craqueamento catalítico firmouse devido principalmente à produção de nafta em maior quantidade de melhor qualidade e com custos de produção bem inferiores aos outros processos existentes na época É um processo destinado por excelência à produção de nafta de alta octanagem o derivado que aparece em maior quantidade de 50 a 65 do volume em relação à carga processada O segundo derivado em maior proporção é o GLP de 25 a 40 do volume em relação à carga Em menores rendimentos temos também o óleo diesel de craqueamento LCO o óleo combustível de craqueamento óleo decantado clarificado o gás combustível e o gás ácido H2S O coque gerado é depositado no catalisador e queimado na regeneração O craqueamento catalítico também conhecido como FCC Fluid Catalytic Cracking é um processo de grande versatilidade e de elevada rentabilidade no quadro atual do refino embora seja também uma unidade de alto investimento para sua implantação 325 Hidrocraqueamento catalítico O hidrocraqueamento catalítico também conhecido como HCC Hidrocatalytic Cracking é um processo que consiste na quebra de moléculas existentes na carga de gasóleo por ação conjugada do catalisador altas temperaturas e pressões e presença de grandes volumes de hidrogênio Ao mesmo tempo em que ocorrem as quebras simultaneamente acontecem reações de hidrogenação do material produzido É um processo que concorre portanto com o craqueamento catalítico fluido O HCC surgiu na década de cinquenta atingindo seu apogeu no início dos anos setenta pouco antes da crise do petróleo Com o aumento do preço do óleo de seus derivados e do preço do gás natural principal matériaprima para obtenção do hidrogênio este também teve seu preço extremamente elevado afetando bastante a rentabilidade do processo Isto fez com que houvesse retração na implantação de novas unidades tanto nos Estados Unidos quanto nos demais países A grande vantagem do hidrocraqueamento é sua extrema versatilidade Pode operar com cargas que variam desde nafta até gasóleos pesados ou resíduos leves maximizando a fração que desejar o refinador desde gasolina até gasóleo para craqueamento obviamente em função da carga Outra grande vantagem constatada é a qualidade das frações no que diz respeito a contaminantes Diante das severíssimas condições em que ocorrem as reações praticamente todas as impurezas como compostos de enxofre nitrogênio oxigênio e metais são radicalmente reduzidas ou eliminadas dos produtos A desvantagem do processo consiste nas drásticas condições operacionais Elevadas pressões e temperaturas são usadas o que obriga a utilização de equipamentos caros e de grande porte com elevado investimento não só pelo que já foi exposto mas também pela necessidade de implantação de uma grande unidade de geração de hidrogênio cujo consumo no processo é extremamente alto 326 Hidrocraqueamento catalítico brando O hidrocraqueamento catalítico brando também conhecido como MHC Mild Hydrocraking desenvolvido durante a década de oitenta na França e nos Estados Unidos é uma variante do HCC operando porém em condições bem mais brandas que o anterior principalmente em termos de pressão Sua grande vantagem é que a partir de uma carga de gasóleo convencional é possível produzir grandes volumes de óleos diesel de excelente qualidade sem gerar grandes quantidades de gasolina Devido ao elevado consumo de diesel no Brasil e à perspectiva de um aumento em sua demanda no final do século e anos seguintes esta pode ser uma alternativa interessante para o refino no país Embora seja um processo pouco mais barato que o HCC convencional ainda assim sua construção requer alto investimento 327 Alquilação catalítica A alcoilação catalítica ou alquilação consiste na junção de duas moléculas leves para a formação de uma terceira de maior peso molecular reação esta catalisada por um agente de forte caráter ácido Na indústria do petróleo esta rota é usada para produção de gasolina de alta octanagem a partir de componentes de gás liquefeito de petróleo utilizandose como catalisador HF ácido fluorídrico ou H2SO4 ácido sulfúrico Além da gasolina de alquilação seu principal produto a unidade gera em menor quantidade nafta pesada propano e nbutano de alta pureza A primeira é endereçada ao pool de gasolina comum enquanto os gases podem ser vendidos separadamente para usos especiais ou ser incorporados ao pool de GLP da refinaria O produto alquilado vai para a produção de gasolina automotiva de alta octanagem ou para a geração de gasolina de aviação Em petroquímica a alquilação é largamente utilizada para a geração de intermediários de grande importância tais como o etilbenzeno produção de estireno o isopropilbenzeno produção de fenol e acetona e o dodecil benzeno produção de detergente No que se refere à produção de gasolina de alta octanagem este é um processo largamente utilizado em países onde a demanda por gasolina é elevada e é claro haja disponibilidade do GLP matériaprima essencial ao processo Nessa situação são destacados os Estados Unidos o Canadá e o México Há também unidades dessas construídas na Europa Ocidental e no Japão embora em muito menor proporção 328 Reforma catalítica A reformação catalítica ou reforma como é mais conhecida tem por objetivo principal transformar uma nafta de destilação direta rica em hidrocarbonetos parafínicos em outra rica em hidrocarbonetos aromáticos É um processo de aromatização de compostos parafínicos e naftênicos visando a produção de gasolina de alta octanagem ou a produção de aromáticos leves benzeno tolueno e xilenos para posterior geração de compostos petroquímicos O catalisador utilizado é constituído de um suporte de alumina impregnado do elemento ativo de natureza metálica geralmente Platina associada a um ou dois outros elementos de transição Rênio Ródio ou Germânio Embora a quantidade dos elementos citados na composição do catalisador seja bem baixa 10 em massa no máximo devido ao preço desses metais o custo do catalisador é extremamente alto O principal produto do processo é a nafta de reforma porém outras frações são geradas em menores quantidades tais como gás liquefeito gás combustível gás ácido e uma corrente rica em hidrogênio Esta última pode ser usada em unidades de hidrotratamento que não necessitem de grandes vazões e de elevadas purezas de hidrogênio A reforma surgiu no início da 2ª Guerra Mundial tendo se desenvolvido muito nos anos cinquenta quando ao lado do craqueamento catalítico era a principal geradora de gasolina de alta octanagem Entretanto o crescimento da indústria petroquímica tendo a nafta como sua principal matériaprima fez com que o preço dessa fração aumentasse bastante aproximandose muito do preço final da gasolina afetando sobremaneira a rentabilidade do processo Hoje este processo não é mais considerado como interessante economicamente para a produção de gasolina Tal raciocínio não vale porém se o objetivo final é a produção de aromáticos puros BTXs Os preços destes no mercado mundial são em média o dobro do preço da nafta petroquímica o que torna a reforma catalítica extremamente rentável nessa situação Este processo é largamente empregado nos Estados Unidos Canadá e Europa Ocidental constituiuse nesta última durante muito tempo como a principal rota para a produção de gasolina de alta octanagem superando até mesmo o craqueamento catalítico Hoje com o progressivo aumento do uso do gás natural na Europa e com o consequente deslocamento do óleo combustível implementase o uso do FCC Boa parte das unidades de reforma opera atualmente na produção de aromáticos e muito menos à produção de gasolina A restrição ambiental que limita o teor máximo de aromáticos presente na gasolina poderá fazer com que a nafta reformada seja banida aos poucos da constituição do pool daquele produto ficando sua operação destinada quase que exclusivamente à produção de aromáticos Isto já ocorre em muitas refinarias norteamericanas 33 Processos de tratamento Os processos de tratamento têm por finalidade principal eliminar as impurezas que estando presentes nas frações possam comprometer suas qualidades finais garantindo assim estabilidade química ao produto acabado Dentre as impurezas os compostos de enxofre e nitrogênio por exemplo conferem às frações propriedades indesejáveis tais como corrosividade acidez odor desagradável formação de compostos poluentes alteração de cor etc As quantidades e os tipos de impurezas presentes nos produtos são extremamente variados diferindo também conforme o tipo de petróleo os cortes vão ficando mais pesados a quantidade de impurezas cresce proporcionalmente o que dificulta a remoção Os processos de tratamento podem ser classificados em duas categorias convencionais e hidroprocessamento Os primeiros são aplicados às frações leves enquanto o segundo grupo é usado principalmente para frações médias e pesadas 331 Tratamento cáustico O tratamento cáustico consiste numa lavagem da fração de petróleo por uma solução aquosa de NaOH soda cáustica ou de KOH potassa cáustica O objetivo deste tratamento é a eliminação de compostos ácidos de enxofre tais como o H2S e mercaptanas de baixas massas molares RSH Compostos sulfurados diferentes dos mencionados anteriormente não podem ser removidos por este tratamento O processo consegue remover também porém em menor escala cianetos e fenóis compostos que normalmente estão presentes na nafta de craqueamento Em função das limitações do tratamento cáustico é utilizado somente para frações muito leves tais como o gás combustível o GLP e naftas Em casos excepcionais pode ser empregado para o tratamento de querosene porém com baixa eficiência na remoção de impurezas Pode ser encontrado em seções de tratamento em unidades de destilação craqueamento e alquilação Uma das desvantagens do processo é o elevado consumo de soda ou potassa cáustica e a geração de grandes volumes de resíduo soda ou potassa gasta 332 Tratamento Merox O tratamento Merox consiste numa lavagem cáustica semelhante à anterior mas com a vantagem da regeneração da soda cáustica consumida no processo reduzindo substancialmente o custo operacional Em função dessa regeneração produzemse dissulfetos que conforme a opção adotada possa ou não ser retirados da fração tratada Afora isso suas limitações e aplicações são idênticas àquelas vistas para o tratamento cáustico e da mesma maneira trabalha em baixas condições de temperatura e pressão O tratamento Merox também é utilizado no processo de adoçamento redução de corrosividade de nafta de craqueamento cujo objetivo principal é melhorar a qualidade do querosene de aviação pela transformação de compostos corrosivos mercaptanas em compostos não corrosivos dissulfetos Neste tratamento é feita a lavagem cáustica do querosene adoçamento transformação dos mercaptanas em dissulfetos nos reatores Merox e após polimento 333 Tratamento Bender O tratamento Bender é um processo de adoçamento desenvolvido com o objetivo de melhorar a qualidade do querosene de aviação Não tem por objetivo a redução do teor de enxofre e sim transformar compostos sulfurados corrosivos mercaptanas em outras formas pouco agressivas dissulfetos É um processo em que se conjugam lavagens cáusticas e reações com enxofre com ações de campos elétricos de alta voltagem Não é um processo eficiente na eliminação dos compostos nitrogenados como acontece no caso das frações da faixa do querosene provenientes de alguns tipos de petróleos Nessa situação optase por outro tipo de processo o hidrotratamento O tratamento Bender é pouco usado tendendo para a obsolescência uma vez que os modernos rumos no refino são caminhar cada vez mais no sentido dos processos de hidrogenação O investimento necessário ao Bender é semelhante ao do tratamento Merox das naftas e querosene 333 Tratamento DEA O tratamento DEA dietanoamina é um processo específico para remoção do H2S de frações gasosas do petróleo ou seja do gás natural do gás combustível e do gás liquefeito Remove também o dióxido de carbono CO2 que eventualmente possa estar presente na corrente gasosa A grande vantagem deste tratamento consiste na capacidade de regenerar a DEA que removeu o H2S eou o CO2 produzindo uma corrente de gás ácido bastante rica em enxofre A recuperação de enxofre é feita por meio de uma unidade denominada URE Unidade de Recuperação de Enxofre Da mesma maneira que os processos anteriores o tratamento DEA opera também em condições brandas de pressões e temperaturas No ponto de maior temperatura esta não ultrapassa 135ºC É um tratamento obrigatório em unidades de craqueamento catalítico onde são encontradas correntes gasosas cujas concentrações de H2S são extremamente altas Em correntes gasosas desprovidas de sulfeto de carbolina SCO a DEA pode ser substituída com vantagens pela MEA MonoEtanolAmina entretanto este não é o caso de correntes provenientes do craqueamento 334 Hidrotratamento O hidrotratamento é um processo de refino utilizando processo de hidrogenação catalítica cuja finalidade é estabilizar um determinado corte de petróleo ou eliminar compostos indesejáveis dos mesmos A estabilização de frações de petróleo é conseguida por meio da hidrogenação de compostos reativos presentes como por exemplo olefinas Os elementos indesejáveis removidos por hidrogenação incluem enxofre nitrogênio oxigênio halogênios e metais O hidrotratamento pode ser empregado a todos os cortes de petróleo tais como gases naftas querosene diesel gasóleos para craqueamento lubrificantes parafinas resíduos atmosféricos e de vácuo etc Atualmente o processamento com hidrogênio é intensamente aplicado em refinarias modernas devido principalmente a dois fatores Necessidade de reduzir cada vez mais os teores de enxofre e nitrogênio nos derivados uma vez que os gases de queima destes elementos SOX e NOX são altamente poluentes Novas tecnologias permitiram a produção de hidrogênio a preços razoavelmente baixos tornando os processos de hidrogenação econômicos o hidrogênio pode ser obtido de uma corrente gasosa de unidades de reformação catalítica ou por intermédio de unidades de geração próprias As condições de operação dependem bastante do tipo de derivado que desejamos tratar Assim quanto mais pesada for a fração a ser tratada e maior o teor de impurezas mais altas deverão ser as condições de temperatura e pressão Os catalisadores mais empregados são à base de óxidos ou sulfetos de metais de transição tais como níquel cobalto molibdênio tungstênio e ferro geralmente suportados em alumina Al2O3 O suporte não deve ter características ácidas para que não ocorram reações de craqueamento o que seria indesejável A atividade dos catalisadores acima mencionados é bastante alta e sua vida útil é também bastante longa Quando se deseja fazer a dessulfurização de uma determinada fração catalisadores de cobaltomolibdênio sobre suporte de alumina são amplamente utilizados por sua alta seletividade facilidade de regeneração e grande resistência a envenenamentos Caso contudo desejese fazer também a remoção de nitrogênio catalisadores à base de níquelmolibdênio suportados em alumina são mais eficientes A remoção de nitrogênio normalmente é mais difícil de ser realizada que a remoção de enxofre obrigando o uso de catalisadores mais ativos 34 Processos auxiliares São aqueles que se destinam a fornecer insumos à operação dos outros anteriormente citados ou a tratar rejeitos desses mesmos processos Incluem se neste grupo a geração de hidrogênio fornecimento deste gás às unidades de hidroprocessamento a recuperação de enxofre produção desse elemento a partir da queima do gás ácido rico em H2S e as utilidades vapor água energia elétrica ar comprimido distribuição de gás e óleo combustível tratamento de efluentes e tocha que embora não sejam de fato unidades de processo são imprescindíveis a eles 341 Geração de hidrogênio As modernas refinarias precisam do hidrogênio para processos de hidrotratamento e hidrocraqueamento com o objetivo de produzir derivados mais nobres e de melhor qualidade a partir de cargas residuais Muitas refinarias produzem uma quantidade de hidrogênio suficiente para pequenas unidades de hidrotratamento utilizando gás residual oriundo da operação de reformação catalítica de nafta produção de gasolina de alta octanagem ou aromáticos Ocorre entretanto que nem todas as refinarias dispõem de reformação catalítica ou se dispõem nem sempre o gás produzido é suficiente para o consumo normalmente se as unidades de hidrotratamento eou hidrocraqueamento são de grande porte Esta quantidade suplementar de hidrogênio requerido pode ser obtida através de dois processos oxidação parcial de frações pesadas como óleo combustível ou reforma com vapor de frações leves gás natural gás combustível gás liquefeitos e nafta 342 Recuperação de enxofre A Unidade de Recuperação de Enxofre URE é uma continuação natural do Tratamento DEA Este tratamento retira o H2S do gás combustível e do GLP produzindo uma corrente de gás ácido Tal corrente cujo teor de H2S é elevado da ordem de 90 em volume pode ter dois destinos queima no flare químico da refinaria ou utilização como carga para a URE que também pode receber gás ácido de outras unidades tais como hidrotratamento hidrocraqueamento reforma catalítica coqueamento retardado entre outras A produção de enxofre é conseguida por meio da oxidação parcial do H2S contido no gás ácido através do Processo Clauss 4 Tipos de refinaria Com a evolução do processo de refino no mundo e a entrada de cargas mais pesadas deixou de utilizar exclusivamente torres de destilação atmosférica em favor de tecnologias que agregassem maior valor ao petróleo e atendessem demandas por combustíveis específicos Entretanto segundo localizações dos centros refinadores próximos aos núcleos consumidores eventuais possibilidades de compra de cargas pelo menor custo de transporte e perfis de consumo dos derivados observase a improbabilidade de haver refinarias iguais no mundo 41 Refinaria orientada para produção de combustíveis e aromáticos Tratase de uma refinaria bastante flexível porque possui vários processos fundo de barril além de processos que a capacitam produzir produtos petroquímicos benzeno tolueno e xileno BTX e gasolina de alta octanagem graças ao processo de alquilação catalítica Figura 1 Figura 1 Esquema de refino orientado para produção de combustíveis e aromáticos 42 Refinaria orientada para produção de lubrificantes e parafinas A Figura 2 mostra um esquema de refino voltado para produção de óleos básicos para lubrificantes e parafinas Observase que neste esquema encontramse apenas processos físicos exceto o hidrotratamento ou seja não há uma mudança significativa nas substâncias químicas presentes na carga de petróleo Isso leva a refinaria a ter que operar com uma faixa estreita de tipos de petróleos para produzir lubrificantes de qualidade Os lubrificantes possuem um valor agregado bem maior se comparado com o valor dos combustíveis mas por outro lado o mercado é pequeno cerca de 1 Figura 2 Esquema de refino orientado para produção de lubrificantes e parafinas 43 Refinaria HyconIGCC Esta refinaria representa o estadodaarte do refino mundial Basicamente tratase do esquema craqueamento adicionado a uma unidade de hidroconversão de resíduos Hycon eou uma unidade de gaseificação para geração de hidrogênio eou eletricidade em ciclo combinado IGCC Integrated Gasefication Combined Cycle A presença destas unidades pode a princípio reduzir significativamente a proporção de resíduos pesados no produto final uma vez que o hycon converte resíduo de vácuo em gasolina querosene e diesel com alta flexibilidade em detrimento do óleo combustível Figura 3 O IGCC é responsável pela conversão do resíduo da unidade visco redutora em eletricidade calor e hidrogênio por meio da cogeração aproveitando o gás de síntese obtido A principal vantagem deste arranjo é a produção de hidrogênio a partir do uso de resíduos de baixo valor agregado ao invés de hidrocarbonetos leves como a nafta e o metano Assim o Hidrogênio é passível de ser utilizado no HCC ou no Hycon da refinaria enquanto o gás de síntese restante pode ser queimado em uma turbina a gás combinada com uma turbina a vapor ambas gerando energia elétrica Figura 3 Esquema de refino HyconIGCC 5 Refinarias brasileiras O parque de refino brasileiro tem características particulares É majoritariamente controlado por uma única empresa que também é a principal produtora de petróleo do país Petrobras empresa de sociedade mista com o governo federal como principal acionista Isto faz com que este parque seja crescentemente otimizado para uma carga de petróleo nacional e torna a operação das refinarias cooperativa e não competitiva Tratase de um parque crescentemente focado em destilados médios sobretudo o diesel Também convivem refinarias com perfis mais focados em gasolina e específicos para produtos não energéticos como lubrificantes Ainda assim o Brasil continua dependente das importações de diesel gasolina e GLP A especificação de qualidade dos combustíveis vem se recrudescendo nos últimos anos o que leva a investimentos em unidades de tratamento HDT O mercado brasileiro de combustíveis tem a especificidade de contar com substitutos comerciais de derivados de petróleo baseados em biocombustíveis especialmente o álcool hidratado e a substituição gradual do diesel pelo biodiesel Lembrando também que o álcool etílico anidro é adicionado na proporção média de 27 à gasolina consumida no país O atual parque de refino brasileiro atual é constituído de 17 refinarias destas 13 da Petrobras 1 unidade de industrialização do xisto também pertencente a Petrobras e 4 refinarias de iniciativa privada As refinarias diferem não apenas em relação a suas complexidades tecnológicas mas também em relação às matériasprimas processadas e aos mercados a serem atendidos A maioria das refinarias localizase próxima aos principais pontos produtores de petróleo das cidades mais industrializadas e dos centros mais populosos Essa é uma estratégia para reduzir os custos com deslocamento do produtor ao consumidor No Brasil por exemplo há uma grande concentração de refinarias na região sudeste pois essa é a porção mais industrializada populosa e com os estados que mais produzem petróleo Rio de Janeiro e Espírito Santo no país Nas refinarias no Brasil foi processada no ano de 2015 cerca de 2 milhões de barris de petróleo por dia A Figura 4 mostra a distribuição das refinarias no país pertencentes a Petrobras e empresas privadas Figura 4 Localização das refinarias brasileiras Nas seções a seguir são descritas sucintamente as refinarias brasileiras apresentado seu esquema de refino simplificado principias produtos e capacidade instalada Refinarias da PETROBRAS 51 REDUC Refinaria Duque de Caxias Duque de CaxiasRJ É hoje a mais completa e complexa refinaria do sistema Petrobras tendo sido inaugurada em 1961 Responsável por 80 da produção de lubrificantes e pelo maior processamento de gás natural do Brasil Abastece os mercados dos estados do Rio de Janeiro São Paulo Espírito Santo Minas Gerais Bahia Ceará Paraná Rio Grande do Sul Principais produtos óleo diesel gasolina querosene de aviação QAV asfalto nafta petroquímica gases petroquímicos etano propano e propeno parafinas lubrificantes GLP coque enxofre Capacidade instalada 242158 bbldia 52 RPBC Refinaria Presidente Bernardes CubatãoSP Refinaria localizada no município de Cubatão inaugurada em Abril de 1955 É uma unidade com alta capacidade de conversão produzindo dezenas de derivados A maior parte dos produtos destinase à capital paulista Há ainda uma parcela para Baixada Santista e regiões Norte Nordeste e Sul Principais produtos gasolina A gasolina Podium gasolinas de competição coque de petróleo gasolina de aviação óleo diesel gás de cozinha nafta petroquímica gás natural combustível para navios bunker hidrogênio butano desodorizado benzeno xilenos e tolueno hexano enxofre resíduo aromático Capacidade instalada 169825 bbldia 53 REMAN Refinaria de Manaus ManausAM Fundada por Isaac Benayon Sabbá iniciou suas operações em 6 de Setembro de 1956 foi oficialmente inaugurada em 3 de Janeiro de 1957 A Petrobras assumiu o controle acionário da COPAM em 1971 renomeandoa como Refinaria de Manaus Reman Em 1997 em homenagem a seu fundador a refinaria foi rebatizada como Refinaria Isaac Sabbá UNReman A REMAN abastece os estados do Amazonas Acre Rondônia Roraima e Pará Principais produtos GLP nafta petroquímica gasolina querosene de aviação óleo diesel óleos combustíveis óleo leve para turbina elétrica óleo para geração de energia asfalto Capacidade instalada 45916 bbldia 54 REPAR Refinaria Presidente Getúlio Vargas AraucáriaPR Constituise na principal empresa do setor petroquímico paranaense e na maior planta industrial da região Sul do país É responsável por aproximadamente 12 do fornecimento de derivados de petróleo do País Seus produtos atendem principalmente os mercados do Paraná Santa Catarina sul de São Paulo e do Mato Grosso do Sul O excedente da produção total é destinado para outras regiões do país ou exportado Principais produtos diesel gasolina GLP coque asfalto óleos combustíveis QAV propeno óleos marítimos Capacidade instalada 207564 bbldia 55 REPLAN Refinaria de Paulínia PaulíniaSP A Refinaria de Paulínia REPLAN anteriormente denominada Refinaria do Planalto é a maior refinaria de petróleo da Petrobras em termos de produção Localizada em Paulínia no estado de São Paulo iniciou sua operação em fevereiro de 1972 Sua produção corresponde a 20 de todo o refino de petróleo no Brasil processando 80 de petróleo nacional grande parte da Bacia de Campos Abastece interior de São Paulo Mato Grosso Mato Grosso do Sul Rondônia e Acre Sul de Minas Gerais e Triângulo Mineiro Goiás Brasília e Tocantins Principais produtos Diesel gasolina GLP óleos Combustíveis querosene de Aviação QAV asfaltos nafta Petroquímica coque propeno enxofre fluidos hidrogenados Capacidade instalada 433998 bbldia 56 REVAP Refinaria Henrique Lage São José dos CamposSP Sua construção foi iniciada em fevereiro de 1974 e foi planejada para viabilizar as metas do II Plano Nacional de Desenvolvimento Foi a quarta e última refinaria a entrar em funcionamento no estado de São Paulo Inaugurada em 1980 a unidade homenageia o engenheiro naval Henrique Lage A refinaria destacase pela localização geográfica às margens da Rodovia Presidente Dutra com acesso aos principais centros consumidores São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais e ao Porto de São Sebastião no litoral norte Paulista O mercado sob influência da refinaria abrange todo Vale do Paraíba Litoral Norte do Estado de São Paulo Sul de Minas Gerais Grande São Paulo CentroOeste do Brasil e Sul do Rio de Janeiro A Henrique Lage abastece 80 da demanda de querosene de aviação no mercado paulista e 100 do Aeroporto Internacional de Guarulhos Principais produtos asfalto diluído cimento asfáltico coque enxofre gás carbônico gasolina GLP hidrocarboneto leve de refinaria nafta óleo combustível óleo diesel propeno querosene de aviação QAV e solvente médio Capacidade instalada 251593 bbldia 57 RLAM Refinaria Landulpho Alves São Francisco do CondeBA A Refinaria de Mataripe começou a ser construída em 1949 e está diretamente ligada à descoberta dos primeiros poços de petróleo no País precisamente no Recôncavo Baiano Com a criação da Petrobras em 1953 a refinaria foi incorporada ao patrimônio da companhia passando a chamarse Refinaria Landulpho Alves Mataripe em homenagem ao engenheiro e político baiano que muito lutou pela causa do petróleo no País É a segunda maior refinaria brasileira em complexidade e capacidade instalada Principais produtos diesel gasolina querosene de Aviação QAV asfalto nafta petroquímica propano propeno butano parafinas lubrificantes GLP óleos combustíveis industriais térmicas e bunker Capacidade instalada 377389 bbldia 58 RGAP Refinaria Gabriel Passos BetimMG Refinaria inaugurada em março de 1968 Abastece grande parte do mercado mineiro e eventualmente o mercado do Espírito Santo Principais produtos gasolina diesel combustível marítimo bunker querosene de aviação QAV GLP asfalto coque verde de petróleo óleo combustível enxofre e aguarrás Capacidade instalada 166051 bbldia 59 RECAP Refinaria de Capuava CapuavaSP Atualmente a menor refinaria de São Paulo a Recap já teve o maior volume de produção do País Quando foi inaugurada em dezembro de 1954 com o nome de Refinaria e Exploração de Petróleo União SA PQU Foi incorporada à Petrobras em 3 de junho de 1974 Abastece o Pólo Petroquímico do Grande ABC e parte da região metropolitana de São Paulo Principais produtos gasolina diesel aguarrás propeno GLP solventes especiais Capacidade instalada 53463 bbldia 510 LUBNOR Lubrificantes do Nordeste FortalezaCE Na década de 60 diante do contexto favorável de expansão socioeconômica a Petrobras investiu na implantação de uma fábrica de asfalto no Ceará A Fábrica de Asfalto de Fortaleza foi inaugurada em 24 de junho de 1966 É uma das líderes nacionais em produção de asfalto e a única no país a produzir lubrificantes naftênicos um produto próprio para usos nobres tais como isolante térmico para transformadores de alta voltagem amortecedores para veículos e equipamentos pneumáticos Óleo Lubrificante é vendido às distribuidoras e comercializado em todo o país Asfaltos abastece Ceará parte de Pernambuco e parte do Pará Principais produtos asfaltos e óleos lubrificantes Capacidade instalada 8177 bbldia 511 REFAP Refinaria Alberto Pasqualini CanoasRS Fundada em 1968 considerada a quinta maior refinaria do sistema Petrobras no país Essa refinaria ligase por meio de oleodutos ao TEDUT Terminal Marítimo Almirante Soares Dutra em Osório de onde recebe petróleo e ao TENIT Terminal de Niterói em Canoas às margens do Rio Gravataí para onde transporta derivados às indústrias que compõem o Polo Petroquímico do Sul em Triunfo Uma característica importante da REFAP é sua enorme área de estocagem de matériaprima e produtos acabados o que a leva a ser a maior refinaria em área ocupada da Petrobras Esse dimensionamento de sua área de estocagem devese à sua posição estratégica próxima a fronteiras importantes no caso Uruguai e Argentina Abastece os mercados do Rio Grande do Sul parte de Santa Catarina e Paraná além de atender a outros estados por cabotagem e destinar o excedente para exportação Principais produtos diesel gasolina GLP óleo combustível querosene de aviação solventes asfalto coque enxofre propeno Capacidade instalada 201274 bbldia 512 RPCC Refinaria Potiguar Clara Camarão GuamaréRN No dia 1º de outubro de 2009 o Rio Grande do Norte passou a abrigar oficialmente mais uma unidade de operações da Petrobras a Refinaria Potiguar Clara Camarão O nome é uma homenagem a Clara Camarão índia brasileira que se tornou heroína ao liderar um grupo de nativas contra a colonização holandesa numa batalha na cidade de Porto Calvo em Alagoas no ano de 1637 A refinaria atende os mercados do Rio Grande do Norte e do sul do Ceará Principais produtos diesel querosene de aviação QAV gasolina Capacidade instalada 37739 bbldia 61 RNEST Refinaria Abreu e Lima IpojucaPE A previsão era de que até 2011 estivessem concluídas as obras e tivesse início seu funcionamento contudo isso não aconteceu e no final de 2011 a refinaria ainda não tinha entrado em operação Sua partida agora está prevista para 2014 Sua localização é estratégica Situada na região metropolitana de Recife a refinaria suprirá a região Nordeste um dos mercados mais carentes de diesel no Brasil A proximidade da refinaria com relação ao porto de Suape possibilitará o transporte da produção para o abastecimento dos mercados interno e internacional Por ser uma refinaria pensada para o século XXI o empreendimento prevê a otimização dos processos baixo consumo energético modernos equipamentos e tecnologias avançadas em sinergia com o meio ambiente Com o esquema único de refino a Abreu e Lima processará exclusivamente petróleo pesado com alto rendimento em diesel o equivalente a 70 da produção da refinaria Principais produtos óleo diesel nafta petroquímica coque GLP óleo combustível óleo marítimo bunker Capacidade instalada 230000 bbldia 513 REFINARIA SIX Superintendência de Industrialização do Xisto São Mateus do SulPR A Unidade de Operações de Industrialização do Xisto SIX está localizada em São Mateus do Sul PR A exploração do xisto foi iniciada em 1954 no município de Tremembé Vale do Paraíba SP Em 1959 decidiuse pela construção de uma usina em São Mateus do Sul O início da operação de sua primeira unidade de produção se deu em 1972 Com a entrada em operação do Módulo Industrial em dezembro de 1991 concluiuse uma etapa importante de consolidação da tecnologia Petrobras de extração e processamento do xisto denominada Petrosix Principais produtos gás combustível GLX nfta petroquímica e enxofre Capacidade instalada 6000 tondia Refinarias da iniciativa privada 514 Refinaria de Petróleo Riograndense SA Rio GrandeRS A Refinaria de Petróleo Ipiranga foi inaugurada no dia 07 de setembro de 1937 na cidade do Rio Grande RS dando início ao processo de refino de petróleo no país e originando assim as Empresas de Petróleo Ipiranga Uma característica forte da empresa é a flexibilidade de produção de seus derivados uma peculiaridade de refinarias de pequeno porte que visa desenvolver produtos de acordo com as necessidades de cada cliente como por exemplo solventes especiais para indústrias químicas e gasolinas de alto padrão produzidas com formulações especiais para atendimento das diversas exigências e necessidades das montadoras de veículos Todos os produtos são comercializados através de modais rodoviário ferroviário e marítimo Principais produtos gasolina óleo diesel asfalto GLP e solventes Capacidade instalada 17014 bbldia 515 Refinaria de Petróleo de Manguinhos SA Rio de JaneiroRJ A refinaria iniciou suas operações em 14 de Dezembro de 1954 durante a campanha O petróleo é nosso Em 1998 a companhia argentina Yacimientos Petrolíferos Fiscales YPF passou a dividir o controle com o Grupo Peixoto de Castro Com a fusão da YPF com a Repsol em 1999 a refinaria passou a ter parte do seu controle como sendo da nova companhia Repsol YPF Em 2008 foi adquirida pelo Grupo Andrade Magro através da empresa Grandiflorum Participações Atualmente opera com 10 da sua capacidade total 13800 bbldia produzindo gasolina óleo diesel e óleos lubrificantes 516 UNIVEN Refinaria de Petróleo LTDA ItupevaSP A Univen Petróleo está habilitada a receber matériasprimas de diversas fontes e atualmente processa preferencialmente condensado de petróleo com baixíssimo teor de enxofre o que garante a seus produtos qualidade superior que se enquadram nas exigentes especificações internacionais PRODUTOS Solventes Especiais Hexano Grau Químico Hexano Grau Alimentício Hexano Grau Alimentício Especial Heptano Aguarrás e Pentano Combustíveis Gasolina A Óleo Diesel e Óleo Combustível Principais produtos hexano grau químico hexano grau alimentício aguarrás pentano gasolina óleo diesel e óleo combustível Capacidade instalada 9160 bbldia 6 Refinarias em construção eou ampliação 61 RNEST Refinaria Abreu e Lima IpojucaPE A previsão era de que até 2011 estivessem concluídas as obras e tivesse início seu funcionamento contudo isso não aconteceu e no final de 2011 a refinaria ainda não tinha entrado em operação Sua partida agora está prevista para 2014 Sua localização é estratégica Situada na região metropolitana de Recife a refinaria suprirá a região Nordeste um dos mercados mais carentes de diesel no Brasil A proximidade da refinaria com relação ao porto de Suape possibilitará o transporte da produção para o abastecimento dos mercados interno e internacional Por ser uma refinaria pensada para o século XXI o empreendimento prevê a otimização dos processos baixo consumo energético modernos equipamentos e tecnologias avançadas em sinergia com o meio ambiente Com o esquema único de refino a Abreu e Lima processará exclusivamente petróleo pesado com alto rendimento em diesel o equivalente a 70 da produção da refinaria Principais produtos óleo diesel nafta petroquímica coque GLP óleo combustível óleo marítimo bunker Capacidade instalada 230000 bbldia 62 COMPERJ Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro ItaboraíRJ Unidade de refino com capacidade de processamento de 165 mil barrisdia Inicialmente está prevista a utilização do petróleo pesado do Campo de Marlim localizado na Bacia de Campos no norte do Estado do Rio de Janeiro Além da unidade de refino serão construídas uma unidade de petroquímicos básicos de primeira geração eteno benzeno pxileno e propeno e seis unidades de petroquímicos de segunda geração As principais resinas termoplásticas a serem produzidas pelas unidades de petroquímicos de segunda geração serão polipropileno 850 mil toneladasano polietileno 800 mil toneladasano e politereftalato de etileno 600 mil toneladasano estas unidades são conhecidas como RioPol Rio Polímeros Além das unidades de produção há uma grande central de utilidades responsável pelo fornecimento de água vapor e energia elétrica necessários para a operação do complexo O início da fase de operação do COMPERJ está previsto para 2018 e estimase o faturamento anual de US 58 bilhões com participação de 62 de Petroquímicos Básicos e 38 de Petroquímicos Associados