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Farmácia ·

Farmacologia

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Histamina e antihistamínicos Apresentação Você já teve algum tipo de alergia rinite alérgica urticária Secreção nasal coceira na pele náuseas ou até mesmo uma reação à picada de algum inseto Bem se você já passou por esses fenômenos ou presenciou algum indivíduo com esses sintomas havendo melhoras somente após um tratamento medicamentoso saiba que tais problemas podem ter consequências muito graves como por exemplo um choque anafilático que pode levar ao óbito Nesta Unidade de Aprendizagem você vai identificar as ações da histamina sobre o organismo nas reações alérgicas e inflamatórias bem como estudar sobre os antihistamínicos que são fármacos indicados clinicamente para conter os efeitos da histamina no corpo Ainda você verá as reações adversas que podem ocorrer com o uso desses fármacos compreendendo sua estrutura química e ação farmacológica Por fim você vai analisar as principais interações e incompatibilidades medicamentosas relacionadas aos fármacos antihistamínicos Bons estudos Ao final desta Unidade de Aprendizagem você deve apresentar os seguintes aprendizados Identificar as ações da histamina e o mecanismo de ação dos diferentes agentes anti histamínicos bem como reações adversas e indicações clínicas Descrever a relação entre estrutura química e atividade farmacológica dos diferentes agentes antihistamínicos Analisar química e farmacologicamente as principais interações e incompatibilidades medicamentosas Desafio Os antihistamínicos provocam reações adversas principalmente os antagonistas H1 de primeira geração que provocam sonolência constipação diarreia e outras Por isso na clínica médica no momento da prescrição do fármaco é necessário muita atenção a cada caso pois dependendo da faixa etária e da doença a ser tratada devemse prever as possíveis reações indicando assim o medicamento mais adequado ao perfil do paciente Imagine que você trabalha em uma unidade básica de saúde e chega para você o seguinte caso Perante a situação exposta o que você no papel de profissional pode fazer para resolver esse problema visto que a menina precisa continuar o tratamento da rinite alérgica Infográfico A histamina está diretamente ligada a reações alérgicas e inflamatórias que resultam por exemplo em crises de rinite alérgica alergias alimentares coceiras prurido e outros sintomas Para o controle desses sintomas é necessário que fármacos atuem sobre os receptores histaminérgicos para diminuir ou eliminar os efeitos indesejados da histamina no organismo Esses fármacos são chamados de antihistamínicos Neste Infográfico você vai conhecer os principais receptores histaminérgicos e os fármacos anti histamínicos que atuam sobre eles Confira a seguir Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Histamina e antihistamínicos Conteúdo do livro Reações alérgicas processos inflamatórios rinite alérgica náuseas cinetose doença do movimento prurido com urticária e tantos outros fenômenos desse contexto que o ser humano já sofreu em alguma etapa da vida ou conheceu alguém que já enfrentou são algumas das reações que o organismo produz diante de algo estranho ao corpo humano como um alimento uma picada de inseto um sabonete e até mesmo um malestar em uma viagem de ônibus Todos esses sintomas têm uma causa comum uma responsável que é a histamina No capítulo Histamina e antihistamínicos da obra Fundamentos de química medicinal você vai estudar a relevância e a contribuição da histamina nos processos alérgicos e inflamatórios bem como investigar sobre os fármacos antihistamínicos que auxiliam nos tratamentos dos problemas de saúde citados acima identificando sua estrutura química e atividade Boa leitura FUNDAMENTOS DE QUÍMICA MEDICINAL Carlos Gustavo Lopes da Silva Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto você deve apresentar os seguintes aprendizados Identificar as ações da histamina e o mecanismo de ação dos diferentes agentes antihistamínicos bem como reações adversas e indicações clínicas Descrever a relação entre estrutura química e atividade farmacológica dos diferentes agentes antihistamínicos Analisar as principais interações e incompatibilidades medicamentosas de forma química e farmacológica A histamina exerce seu efeito fisiológico em quatro subtipos de re ceptores porém em uso na clínica estão disponíveis os antagonistas de receptores histaminérgicos do tipo H1 e H2 Os antagonistas competitivos dos receptores H1 têm diversas ações e são utilizados de forma terapêu tica para tratar alergias urticária reações anafiláticas náuseas cinetose insônia e alguns sintomas de asma Os antagonistas do receptor H2 são eficazes para reduzir a secreção ácida do estômago HILALDANDAN BRUNTON 2016 Neste capítulo você vai identificar a ação da histamina no organismo humano e também vai reconhecer a atividade dos agentes antihistamí nicos em diferentes órgãos e sistemas do corpo humano Ainda dentro desse contexto você vai analisar as reações adversas que podem ocorrer com o uso dos antihistamínicos nas diversas indicações clínicas Histamina conceito ação e receptores A histamina βaminoetilimidazol e uma molecula hidrofílica constituída de um anel imidazolico e de um grupo amina ligados por dois grupos metileno A forma farmacologicamente ativa e o tautomero NγH monocationico que corresponde ao composto polar originado das formas ilustradas na Figura 1 HILALDANDAN BRUNTON 2016 Figura 1 Estrutura química da histamina Fonte HilalDandan e Brunton 2016 p 912 HN N CH2CH2NH2 HISTAMINA Histamina e antihistamínicos 2 A histamina se origina de um aminoácido especificamente pela descar boxilação da histidina por meio da histidinadescarboxilase cuja coenzima e a piridoxal5fosfato Essa enzima pode ser encontrada em diversos tecidos e em bacterias presentes no intestino dos mamíferos Os principais locais de estoque isto e sítios em que a histamina fica armazenada são os tecidos nos mastócitos e o sangue no basófilo A histamina dos mastocitos está contida em grânulos ligada por forças ionicas fracas a um complexo de heparinaproteína Os sítios não mastocitários de formação ou estoque da histamina são as celulas da epiderme humana da mucosa gástrica os neuronios do sistema nervoso central SNC e as celulas de tecidos em crescimento ou regeneração A histamina pode ser liberada dos tecidos por várias formas de trauma e por uma enorme variedade de fármacos e outros fatores que podemos ver no Quadro 1 Fonte Adaptado de Zanini Oga e Batistuzzo 2018 Fatores de liberação Exemplos Agentes que lesam os tecidos Venenos toxinas bacterianas agentes físicos que levam ao trauma etc Agentes que causam sensibilização Liberação de histamina por sensibilização após seguidos contatos com algum agente externo ao organismo que se relaciona com a imunoglobulina E IgE alergias em geral Agentes liberadores de histamina Várias substâncias como por exemplo dextrana polivinilpirrolidona polissorbato 80 Quadro 1 Fatores de liberação de histamina nos tecidos Grande parte da histamina e liberada pelos mastocitos por meio do pro cesso de desgranulação que ocorre quando a IgE fixase nos mastocitos apos a exposição a um antígeno específico Outro momento em que ocorre a desgranulação e quando acontece a ativação do complemento composto de proteínas da membrana plasmática e solúveis no sangue que participa das defesas inatas natural e adquiridas memoria ao se opor contra os patogenos 3 Histamina e antihistamínicos antígenos e induzir uma sequência de respostas inflamatorias que auxiliam no combate à infecção ZANINI OGA BATISTUZZO 2018 A histamina sintetizada pelo próprio organismo é denominada histamina endógena enquanto que a histamina originada de alimentos ou de outros organismos ou ainda administrada por qualquer via é denominada histamina exógena Um ponto importante a ser considerado e que somente a administração parenteral da histamina provoca efeitos farmacologicos pois caso contrário quando administrada por via oral e rapidamente metabolizada pelas bacterias do trato gastrintestinal e no fígado não exerce nenhuma atividade ou efeito no organismo ZANINI OGA BATISTUZZO 2018 Mecanismos de ação da histamina e receptores histaminérgicos Quando liberada dos tecidos a histamina endogena interage com os sítios receptores localizados nas membranas celulares provocando efeitos fisiologicos ou fisiopatologicos Se administrarmos histamina exogena por via parenteral ocorrerão intensas modificações orgânicas ZANINI OGA BATISTUZZO 2018 A histamina e um importante mediador inflamatorio e participante das reações alergicas ainda possui um papel importante na secreção do ácido clorídrico no estomago e ainda atua como neurotransmissor e neuromodulador bem como tem uma função na quimiotaxia de leucocitos Com o avanço das pesquisas na área farmacologica e química foram desenvolvidos antagonistas da histamina denominados antihistamínicos que atuam sobre quimiorreceptores específicos nos estados patologicos diminuem ou controlam seus efeitos indesejáveis no organismo Histamina e antihistamínicos 4 A histamina se liga aos receptores histaminérgicos distribuídos em todo o organismo isto é são receptores celulares específicos proteínas localizados nas membranas celulares De acordo com os estudos até o momento existem quatro tipos de receptores Receptores H1 músculo liso brônquico músculo liso intestinal endotélio cérebro terminações sensitiva membranas póssinápticas e áreas centrais Receptores H2 músculo liso vascular mucosa gástrica músculo cardíaco mastócitos e cérebro Receptores H3 membrana présináptica cérebro plexo mientério e terminações nervosas Receptores H4 linfócitos TCD4 eosinófilos e neutrófilos A Figura 2 apresenta um esquema sintetizado da localização dos receptores no organismo Efeitos da histamina no organismo A histamina participa de uma serie de processos fisiologicos no organismo como anafilaxia e alergias bem como nas repostas inflamatorias e na secreção gástrica Ainda já foi encontrado grandes quantidades de histamina em proces sos de reparo e crescimento tecidual A histamina liberada tambem estimula as terminações nervosas sensitivas ZANINI OGA BATISTUZZO 2018 A seguir veremos os efeitos fisiologicos ou fisiopatologicos que a histamina provoca nos tecidos e nos orgãos Sistema nervoso Os receptores H3 presinápticos participam da modulação da liberação de neurotransmissores no SNC onde a histamina e responsável pelo estado de vigília do cerebro Existem evidências significativas de que a histamina atue como neuro transmissor no SNC Os neuronios que contêm histamina controlam funções homeostáticas e cerebrais superiores inclusive a regulação do ciclo de sono vigília os ritmos circadiano e alimentar a imunidade a aprendizagem a memoria a ingestão de líquidos e a temperatura corporal Sistema cardiovascular Os receptores estimulados são o H1 e H2 e eles provocam a dilatação de vasos de calibre menor principalmente de arteríolas e de esfíncteres precapilares causando rubor calor cefaleia e outros sintomas Os receptores H1 estimulados aumentam a permeabilidade vascular levando ao extravasamento de líquido e de proteínas para os tecidos e gerando edema A partir desses efeitos ocorre a tríplice resposta de Lewis que consiste na aplicação intradermica de histamina que gera vasodilatação e aumento da permeabilidade e leva ao rubor à vermelhidão e ao edema ZANINI OGA BATISTUZZO 2018 Os receptores H2 no coração uma vez estimulados diminuem a pressão arterial e provocam taquicardia reflexa em razão da vasodilatação provocada pela histamina Histamina e antihistamínicos 6 Tríplice resposta de Lewis A injeção intradérmica de histamina produz pápula devido ao edema e eritema vasodilatação No local da injeção aparece um rubor provocado pela dilatação de pequenos vasos e em seguida surge uma pápula edematosa ocasionada pelo aumento da permeabilidade vascular além da sensação de prurido Todos esses efeitos envolvem receptores H1 e H2 Músculo liso extravascular Por meio dos receptores H1 presentes no músculo liso dos bronquíolos a his tamina provoca broncoconstrição isso se torna ainda mais grave em pacientes asmáticos pois eles são muito sensíveis à histamina No músculo liso do trato gastrintestinal por meio dos receptores H1 a histamina provoca contração do músculo liso intestinal levando a efeitos adversos como diarreia Um ponto importante a ser observado na ação da histamina nesse sistema e que em gestantes a contração da musculatura lisa uterina durante um choque anafilático pode gerar um aborto Pele e epiderme A histamina e estimulante das terminações nervosas sensitivas ligadas à dor e ao prurido Na epiderme a substância provoca prurido ou urticária e na derme provoca dor em ardência ou pontada sendo que os receptores estimulados são os H1 muitas vezes em resposta a picadas de insetos urtiga etc Tecido secretor glândulas exócrinas A histamina estimula a secreção gástrica pois por meio dos receptores H2 vai agir nas celulas parietais resultando no aumento da secreção do ácido clorídrico estomacal 7 Histamina e antihistamínicos Histamina exógena Com relação à histamina exógena em geral ela é usada para fins de diagnóstico e não para terapias pois provoca efeitos adversos como rubor hipotensão taquicardia cefaleia pápulas bronoconstrição e desconforto gastrointestinal Devese tomar cuidado com pacientes asmáticos ou que apresentam úlcera ativa ou sangramento gastrointestinal O uso da histamina exógena no diagnóstico pode se dar em três situações ZANINI et al 2018 Avaliação da secreção gástrica se houver aumento da secreção gástrica o problema está no controle da secreção mas caso contrário se não houver resposta pode ser carcinoma defeitos nas células etc Avaliação de lesões na pele se for hanseníase não haverá dor Avaliação do grau de reatividade brônquica em asmáticos devese tomar o cuidado de ter adrenalina à disposição no momento do exame Os receptores H3 estão no sistema nervoso e os H4 nos tecidos hematopoiéticos Eles permitem o estudo de novos antihistamínicos como a descoberta gradativa das ações no organismo especificamente para esses receptores histaminônicos sanguíneos Esse mediador tambem e um estimulo potente para a secreção de ácido gástrico HILALDANDAN BRUNTON 2016 Antihistamínicos bloqueadores H1 Os bloqueadores dos receptores H1 podem ser divididos em primeira e em se gunda geração Os fármacos de primeira geração são mais antigos e amplamente utilizados pois são mais eficazes e baratos Porem têm efeitos secundários que consiste na entrada no SNC provocando sedação alem de interagirem com outros receptores gerando inúmeros efeitos indesejados WHALEN FINKEL PANAVELIL 2016 Os bloqueadores de segunda geração são específicos para os receptores perifericos H1 Eles têm características químicas polares pela adição de grupos carboxila como por exemplo a cetirizina que e o derivado carboxilado da hidroxizina por isso não atravessa totalmente a barreira hematoencefálica causando menos efeito de sedação do SNC No grupo de fármacos de segunda geração há a desloratadina a fexofe nadina e a loratadina que provocam menor sedação já a cetirizina e a levo cetirizina são parcialmente sedantes Na Figura 3 podemos ver a estrutura química dessa classe de antihistamínicos Figura 3 Estrutura química geral dos fármacos antihistamínicos H1 Fonte Katzung e Trevor 2017 p 276277 9 Histamina e antihistamínicos Antihistamínicos estrutura química e farmacologia Os antihistamínicos são compostos capazes de impedir os efeitos da histamina por meio da interação com os receptores histaminérgicos dos tipos H1 H2 H3 e H4 O efeito bloqueador ocorre por meio de uma ligação reversível com os receptores de histamina Eles têm a propriedade de antagonizar a ação da histamina pelo fato de ocuparem os receptores histaminérgicos de diferentes formas no entanto eles não bloqueiam a liberação de histamina nem interferem na reação antígenoanticorpo eles atuam como agonistas inversos ZANINI OGA BATISTUZZO 2018 Os antihistamínicos em uso clínico atuam sobre os receptores H1 e H2 que estão amplamente distribuídos nos tecidos periféricos e no SNC A histamina pode produzir efeitos locais ou sistêmicos nos músculos lisos e nas glândulas causar prurido e estimular a secreção na mucosa nasal Além disso a histamina contrai alguns músculos lisos por exemplo dos brônquios e do intestino enquanto relaxa acentuadamente outros por exemplo os vasos Fármacos Dose habitual para adultos Atividade an ticolinérgica Comentários Anti histamínicos de 1ª geração Etanolaminas Carbinoxamina 48 mg Sedação leve a moderada Dimenidri nato sal da difenidramina 50 mg Sedação intensa atividade contra a cinetose Difenidramina 2550 mg Sedação intensa atividade contra a cinetose Derivados da piperazina Hidroxizina 15100 mg nd Sedação intensa Ciclizina 2550 mg Sedação leve atividade contra a cinetose Meclizina 2550 mg Sedação leve atividade contra a cinetose Alquilaminas Bronfeniramina 48 mg Sedação leve Clorfeniramina 48 mg Sedação leve componente comum de remédios para resfriados de venda livre Derivado de fenotiazina Prometazina 1025 mg Sedação intensa antiemético bloqueio alfa Outros Ciproeptadina 4 mg Sedação moderada atividade antisseroto nina significativa evidência não muito clara para uso como estimulante do apetite Quadro 2 Fármacos antihistamínicos H1 de uso clínico Continua 11 Histamina e antihistamínicos Fonte Adaptado de Katzung e Trevor 2017 p 277 Quadro 2 Fármacos antihistamínicos H1 de uso clínico Fármacos Dose habitual para adultos Atividade an ticolinérgica Comentários Anti histamínicos de 2ª geração Piperidínicas Fexofenadina 60 mg Outros Loratadina desloratadina 10 mg desloratadina 5 mg Ação mais longa usada na dose de 5 mg Cetirizina 510 mg Continuação Histamina e antihistamínicos 12 Enjoo e náuseas do movimento o antimuscárnico escopolamina alguns bloqueadores dos receptores H1 como a difenidramina ou a meclizina são exemplos de fármacos eficazes na prevenção da doença do movimento são mais eficazes antes do aparecimento dos sintomas por isso devem ser ingeridos antes da viagem A meclizina é útil também para o tratamento de vertigens associadas a distúrbios vestibulares Soníferos mesmo não sendo os fármacos de escolha inúmeros antihistamínicos de primeira geração como a difenidramina e a doxilamina têm acentuada ação sedativa e são usados no tratamento de insônia Fique atento O emprego dos antihistamínicos H1 de primeira geração é contraindicado para indivíduos cuja atividade profissional exija atenção máxima como operadores de máquinas motoristas cuidadores de pessoas pilotos de avião etc pois têm efeito sonífero WHALEN FINKEL PANAVELIL 2016 Figura 4 Vantagens e desvantagens no uso dos antihistamínicos bloqueadores H1 Fonte Whalen Finkel e Panavelil 2016 p 395 O Quadro 3 a seguir apresenta as diferenças na intensidade de ação clinica dos antihistamínicos H2 Histamina e antihistamínicos 14 Fonte Adaptado de Katzung e Trevor 2017 p 1054 Fármaco Potência relativa Dose para obter uma inibição de ácido de 50 durante 10 h Dose habitual em caso de úlcera duodenal ou gástrica aguda Dose habitual em caso de doença do reflu xo gastresofágico Dose habitual para prevenir o sangramento relacionado ao estresse Cimetidina 1 400800 mg 800 mg ao deitar ou 400 mg 2 x ao dia 800 mg 2 x ao dia Infusão contínua de 50 mgh Ranitidina 410 150 mg 300 mg ao deitar ou 150 mg 2 x ao dia 150 mg 2 x ao dia Infusão contínua de 625 mgh ou 50 mg IV a cada 68 h Nizatidina 410 150 mg 300 mg ao deitar ou 150 mg 2 x ao dia 150 mg 2 x ao dia Não disponível Famotidina 2050 20 mg 40 mg ao deitar ou 20 mg 2 x ao dia 20 mg 2 x ao dia 20 mg IV a cada 12 h Quadro 3 Comparações clínicas entre bloqueadores antihistamínicos H2 15 Histamina e antihistamínicos A Figura 5 apresenta exemplos da estrutura química dos antihistamínicos H1 e H2 e suas ações Figura 5 Estrutura química e ação dos antihistamínicos H1 e H2 Fonte Lüllmann Mohr e Hein 2018 p 131 Antihistamínicos H1 1ª geração 2ª geração Difenidramina Cetirizina Ranitidina Cimetidina SNC Sedação Antagonista Receptor AChm Inibição de citocromooxidases Antagonistas de receptor Cautela interações medicamentosas Antihistamínicos H2 Interações e incompatibilidades farmacológicas A interação dos bloqueadores H1 com outros fármacos pode ter consequências graves entre elas a potencialização dos efeitos de todos os outros depressores do SNC incluindo o álcool Os pacientes que utilizam inibidores da monoaminoxidase IMAOs não devem utilizar antihistamínicos pois seus efeitos anticolinergicos podem ser exacerbados por esses inibidores Os antihistamínicos de primeira geração difenidramina e outros com ação anticolinergica podem diminuir a eficácia dos inibidores da colinesterase rivastigmina e galantamina no tratamento da doença de Alzheimer Na classe dos bloqueadores H2 a cimetidina tem um efeito adverso im portante uma interação medicamentosa que pode ser muito grave pois ela 17 Histamina e antihistamínicos inibe o citocromo P450 responsável pela metabolização de alguns fármacos no fígado LÜLLMANN MOHR HEIN 2018 O resultado dessa inibição do citocromo P450 vai aumentar a concentração de alguns fármacos que seriam metabolizados pelo citocromo como fenobar bital diazepam clordiazepoxido álcool antidepressivos tricíclicos varfarina fenitoína propranolol nifedipino digitálicos lidocaína e metronidazol A Figura 6 apresenta a ação dos antihistamínicos H1 sobre os receptores colinergicos adrenergicos e seratoninergicos Figura 6 Efeitos dos antihistamínicos H1 sobre os receptores Fonte Whalen Finkel e Panavelil 2016 p 396 Antihistamínicos H1 Todos os anti histamínicos H1 Histamina H2 Histamina H1 Serotonina αAdrenérgicos Colinérgico Receptores Xerostomia Retenção urinária Taquicardia sinusal Hipotensão Tontura Taquicardia refexa Apetite Infamação alérgica prurido espirros e rinorreia Neurotransmissão no SNC Sedação Desempenho cognitivo e psicomotor Apetite Particularmente a difenidramina e a prometazina Particularmente a prometazina Particularmente a ciproeptadina HILALDANDAN R BRUNTON L L Manual de farmacologia e terapêutica de Goodman Gilman 2 ed Porto Alegre AMGH Artmed 2016 1216 p KATZUNG B G TREVOR A J Farmacologia básica e clínica 13 ed Porto Alegre AMGH Artmed 2017 1216 p Série Lange LÜLLMANN H MOHR K HEIN L Farmacologia texto e atlas 7 ed Porto Alegre Artmed 2018 416 p WHALEN K FINKEL R PANAVELIL T A Farmacologia ilustrada 6 ed Porto Alegre Artmed 2016 680 p Histamina e antihistamínicos 18 ZANINI A C OGA S BATISTUZZO J A O Farmacologia aplicada 6 ed São Paulo Atheneu 2018 918 p Leitura recomendada TOY E C et al Casos clínicos em farmacologia 3 ed Porto Alegre AMGH Artmed 2016 468 p Série Lange 19 Histamina e antihistamínicos Encierra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem Na Biblioteca Virtual da Instituição você encontra a obra na íntegra Conteúdo Usos terapêuticos e efeitos adversos Os usos terapêuticos dos antihistamínicos H2 são redução da hiperacidez estomacal tratamento da úlcera péptica hipersecreção ácida tratamento de hemorragias por estresse e por gastrite tratamento da esofagite por refluxo Os efeitos adversos são observados em menos de 3 dos pacientes e são os seguintes náuseas vômitos diarreia alterações musculares mialgia cefaleia confusão alucinações tonteira sonolência redução da libido impotência Fique atento Se os antihistamínicos H2 forem consumidos em altas doses podem levar ao delirium e à confusão mental principalmente em idosos A cimetidina inibe a ligação da dihidrotestosterona aos receptores de androgênio inibe o metabolismo de estradiol e aumenta os níveis séricos de prolactina Quando usada em longo prazo ou em altas doses pode levar ao surgimento de ginecomastia ou impotência nos homens e galactorreia nas mulheres Esses efeitos são específicos da cimetidina e não se manifestam com o uso dos demais antagonistas H2 Dica do professor Os antihistamínicos são largamente utilizados no tratamento de inúmeras reações resultantes da ação da histamina Em uso clínico atuam sobre os receptores H1 e H2 que estão amplamente distribuídos nos tecidos periféricos e no sistema nervoso central Para se aprofundar na classe dos antihistamínicos H1 e H2 conhecendo os principais fármacos que representam e sua estrutura química assista à Dica do Professor a seguir Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Exercícios 1 Um paciente realizou cirurgia cardíaca e após começou a utilizar junto a medicamentos para hipertensão varfarina por prescrição médica Após 2 meses de uso não conseguiu colocar os valores de INR dentro do esperado para a dose recomendada Sendo assim teve hemorragias esporádicas que o levaram a uma anemia Após investigação mais acurada o médico em conjunto com o farmacêutico descobriu que o paciente usava cimetidina há muito tempo por prescrição de outro médico para tratamento de úlcera gástrica Dessa forma por que não foi possível acertar a dose de varfarina do paciente A Porque os medicamentos para hipertensão de modo geral não podem ser usados com varfarina B Porque a varfarina não podia ter sido prescrita após a cirurgia cardíaca C Porque a cimetidina causa hemorragia D Porque a cirurgia cardíaca não poderia ter sido realizada em paciente com úlcera gástrica E Porque a cimetidina faz parte dos bloqueadores H2 e inibe o citocromo P450 2 No grupo de fármacos de segunda geração está a cetirizina que é considerada parcialmente sedante Por qual razão esse antihistamínico não atravessa totalmente a barreira hematoencefálica A Em razão da adição de um nitrogênio na sua estrutura química B Em razão da adição do grupo carboxila na sua estrutura química C Por causa da eliminação do grupo carboxila da estrutura química D Por causa da adição de cadeia de hidrogênio E Em razão da adição de cloro na estrutura química Os antihistamínicos H1 são fármacos que interagem com os receptores de histamina do tipo 1 com o objetivo de reduzir a atividade produzida pela estimulação desse ligante Essa interação reduz a atividade constitutiva do receptor compete com a histamina pelo sítio de 3 ação e desloca o receptor para a conformação inativa Considerando a interação fármaco receptor é correto dizer que esses fármacos são classificados como A agonistas inversos B agonistas parciais C antagonistas competitivos D antagonistas não competitivos E antagonistas funcionais 4 Um paciente seu viaja na próxima semana para um local distante de ônibus mas está preocupado com a cinetose doença do movimento Qual das seguintes providências é a mais apropriada A Desloratadina 1 hora antes do embarque B Meclizina 1 hora antes do embarque C Doxilamina 1 hora antes do embarque D Dimenidrinato ao se iniciarem os sintomas E Ciproeptadina ao se iniciarem os sintomas 5 Um paciente idoso com a doença de Alzheimer está necessitando utilizar antihistamínicos mas seus familiares foram orientados pelo médico a evitarem antihistamínicos H1 de primeira geração Qual é a razão dessa decisão médica A Esses fármacos são inibidores da monoaminoxidase IMAOs B Esses fármacos são responsáveis por inibir o citocromo P450 C Esses fármacos diminuem a ação da serotonina D Esses fármacos diminuem a eficácia dos inibidores da colinesterase E Esses fármacos inibem a recaptação de sertralina Na prática A histamina causa em indivíduos sensíveis diversas reações alérgicas Assim com o avanço das pesquisas na área farmacológica e química foram desenvolvidos antagonistas da histamina denominados antihistamínicos Joãozinho tem 8 anos e nas férias viajou com os pais para a praia em janeiro de 2016 onde consumiu pela primeira vez camarão Nesse primeiro contato ele não desenvolveu nenhum sintoma Em abril de 2018 praticamente 2 anos depois em uma visita ao shopping local com seus pais Joãozinho consumiu camarão novamente Algum tempo depois começou a apresentar vermelhidão na pele queda de pressão arterial e prurido desmaiando em seguida Os pais imediatamente o levaram ao prontosocorro Após algumas horas foram notificados de que a criança sofreu um choque anafilático e a causa foi a alergia ao camarão o que os deixou perplexos pois seu filho já havia consumido camarão anos antes e nada havia acontecido No anexo a seguir confira a explicação para tal fenômeno e como foi revertido esse choque anafilático Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Saiba Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto veja abaixo as sugestões do professor Revisão sobre a eficácia e segurança dos antihistamínicos de primeira e segunda geração Neste artigo você vai ler sobre a eficácia e segurança dos principais antihistamínicos de primeira e segunda geração Os antihistamínicos correspondem a um grupo extenso de medicamentos que vêm apresentando grandes avanços no conhecimento de suas ações e estão entre os agentes mais utilizados na prática clínica em diversas doenças alérgicas Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Histamina receptores de histamina e antihistamínicos novos conceitos Neste artigo são abordados os novos conceitos da função dos receptores de histamina receptores H1 e discutidos os efeitos antiinflamatórios dessas drogas Aproveite a leitura Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Antihistamínicos H3 uma nova classe terapêutica Neste estudo a autora busca demonstrar que a classe de antihistamínicos H3 pode ser utilizada no tratamento de patologias como a doença de Alzheimer a esquizofrenia a obesidade e a narcolepsia Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar