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Anatomia

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Anatomia Humana 79 ANATOMIA HUMANA UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA 11 GENERALIDADES No seu conceito mais amplo a Anatomia é a ciência que estuda macro e microscopicamente a constituição e o desenvolvimento do corpo humano Anatomia é uma palavra grega que significa cortar em partes cortar separado sem destruir os elementos componentes O equivalente em português é dissecção Figura 1 Anatomia é a parte da biologia que estuda a morfologia ou estrutura dos seres vivos Figura 1 Dissecção cadavérica Fonte httpwwwenciclopediacompt A todos nós que lidamos com o ensino da Biologia Humana o conhecimento da organização do corpo humano e suas diversas estruturas é extremamente importante pois estamos investigando o terreno da área onde atuamos Assim nunca é demais termos a noção mesmo que básica da estrutura corpórea do ser humano Atualmente a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos Anatomia Macroscópica e Anatomia Microscópica A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis enquanto a Anatomia Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação como lupas microscópios ópticos e eletrônicos Este grupo é dividido em Citologia estudo da célula e Histologia estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos A Anatomia Humana a Anatomia Vegetal e a Anatomia Comparada também são especializações da anatomia Na Anatomia Comparada fazse o estudo comparativo da estrutura de diferentes animais ou plantas com o objetivo de verificar as relações entre eles o que pode elucidar sobre aspectos da sua evolução Anatomia Humana 80 12 DIVISÃO DO CORPO HUMANO Classicamente o corpo humano é dividido em cabeça pescoço tronco e membros Cada uma dessas partes se subdivide conforme quadro abaixo Quadro 1 Divisão do corpo humano Cabeça Crânio e face Pescoço Pescoço Tronco Tórax abdome e pelve Membro Superior Ombro raiz braço antebraço e mão parte livre Membro Inferior Quadril raiz coxa perna e pé parte livre 13 POSIÇÃO ANATÔMICA A posição anatômica é uma posição de referência que dá significado aos termos direcionais utilizados na descrição nas partes e regiões do corpo As discussões sobre o corpo o modo como se movimenta sua postura ou a relação entre uma e outra área assumem que o corpo como um todo está numa posição específica chamada POSIÇÃO ANATÔMICA Deste modo os anatomistas quando escrevem seus textos referemse ao objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição padronizada O corpo está numa postura ereta em pé posição ortostática ou bípede com os membros superiores estendidos ao lado do tronco e as palmas das mãos voltadas para frente A cabeça e pés também estão apontados para frente e o olhar para o horizonte Figura 2 Figura 2 Posição anatômica Fonte httpwwwsogabcombranatomia 14 PLANOS ANATÔMICOS Para estudarmos a Anatomia Humana é necessário conhecermos os chamados planos anatômicos pois eles são fundamentais para que se conheça melhor o corpo humano e seus componentes Assim a localização e a situação dos diferentes órgãos do corpo serão facilitadas Anatomia Humana 81 Existem os planos que seccionam cortam e outros que apenas delimitam tangenciam o corpo 141 PLANOS DE SECÇÃO Figura 3 Planos de secção Fonte httpwwwinformacaosobrecom 411 Plano Mediano plano vertical que passa longitudinalmente através do corpo dividindoo em metades direita e esquerda Também pode ser chamado de plano sagital mediano Um plano próximo do mediano é um plano paramediano 412 Planos Sagitais são planos verticais que passam através do corpo paralelos ao plano mediano 413 Planos frontais são planos verticais que passam através do corpo em ângulos retos com o plano mediano dividindo o corpo em partes anterior frente e posterior de trás 414 Planos Transversais Horizontais são planos que passam através do corpo em ângulos retos com os planos coronal e mediano Divide o corpo em partes superior e inferior 142 PLANOS DE DELIMITAÇÃO Figura 4 Planos de delimitação Fonte httpwwwprofaelianenetestudoeixoshtml Suponhamos que o indivíduo em posição anatômica esteja dentro de um caixão As seis paredes que constituem o caixão representariam os planos de delimitação 421 Plano Superior seria a parede que está por cima da cabeça do indivíduo 422 Plano Inferior é o que está passando por baixo dos pés Anatomia Humana 82 423 Plano Anterior é o plano que passa adiante do corpo 424 Plano Posterior é o que passa por trás do indivíduo ou seja atrás das costas 425 Planos Laterais são as duas paredes laterais que limitam os membros superiores e inferiores de ambos os lados do corpo 15 TERMOS ANATÔMICOS 151 TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO Figura 5 Termos de posição e direção Fonte wwwauladeanatomiacom 1511 Anterior Ventral Frontal na direção da frente do corpo 1512 Posterior Dorsal na direção das costas traseiro Exemplo O osso esterno e as cartilagens costais encontramse anteriormente em relação ao coração Já os grandes vasos e a coluna vertebral localizamse posteriormente em relação ao coração 1513 Superior Cranial na direção da parte superior do corpo 1514 Inferior Caudal na direção da parte inferior do corpo Exemplo Os grandes vasos localizamse superiormente ao coração enquanto que o diafragma localizase inferiormente ao coração 1515 Medial mais próximo do plano sagital mediano linha mediana 1516 Lateral mais afastado do plano sagital mediano linha mediana Anatomia Humana 83 Exemplo Os ligamentos colaterais do joelho O ligamento colateral tibial está localizado medialmente enquanto o ligamento colateral fibular está localizado lateralmente ou seja mais próximo do plano sagital mediano Figura 6 Figura 6 Termos de posição e direção Fonte wwwauladeanatomiacom 1517 Proximal próximo da raiz do membro Na direção do tronco 1518 Distal afastado da raiz do membro Longe do tronco ou do ponto de inserção Exemplo O braço é considerado proximal quando comparado ao antebraço distal pois está mais próximo da raiz de implantação do membro cintura escapular 1519 Superficial significa mais perto da superfície do corpo 15110 Profundo significa mais afastado da superfície do corpo 152 TERMOS DE MOVIMENTOS 1521 Flexão curvatura ou diminuição do ângulo entre os ossos ou partes do corpo 1522 Extensão endireitar ou aumentar o ângulo entre os ossos ou partes do corpo 1523 Adução movimento na direção do plano mediano 1524 Abdução afastarse do plano mediano 1525 Rotação Medial traz a face anterior de um membro para mais perto do plano mediano 1526 Rotação Lateral leva a face anterior para longe do plano mediano 1527 Pronação movimento de rotação medial do antebraço e mão de modo que a palma da mão olha para o plano posterior 1528 Supinação movimento de rotação lateral do antebraço e mão de modo que a palma da mão olha para o plano anterior como na posição anatômica 1529 Inversão movimento da sola do pé em direção ao plano mediano Anatomia Humana 84 15210Eversão movimento da sola do pé para longe do plano mediano 15211Dorsiflexão flexão dorsal movimento de flexão na articulação do tornozelo como acontece quando se caminha morro acima ou se levantam os dedos do solo 15212Plantiflexão flexão plantar dobra o pé ou dedos em direção à face plantar quando se fica em pé na ponta dos dedos Anatomia Humana 85 UNIDADE 2 APARELHO LOCOMOTOR 21 INTRODUÇÃO O Aparelho locomotor representa um complexo de três importantes sistemas do corpo humano responsável pela realização de todos os movimentos esqueléticos do corpo Compõem o aparelho locomotor o sistema esquelético a parte passiva do aparelho e que fornece as alavancas de movimento o sistema muscular a parte ativa do aparelho e que realiza os movimentos através da contração dos músculos esqueléticos e finalmente o sistema articular que permite em maior ou menor grau os movimentos do esqueleto A atuação conjunta dos três sistemas permite portanto a locomoção do corpo humano 22 SISTEMA ESQUELÉTICO 221 CONCEITO DE OSSOS Ossos são órgãos esbranquiçados muito duros que unidos uns aos outros por meio das junturas ou articulações constituem o esqueleto É uma forma especializada de tecido conjuntivo cuja principal característica é a mineralização cálcio de sua matriz óssea fibras colágenas e proteoglicanas O osso é um tecido vivo complexo e dinâmico Uma forma sólida de tecido conjuntivo altamente especializado que forma a maior parte do esqueleto e é o principal tecido de apoio do corpo O tecido ósseo participa de um contínuo processo de remodelamento dinâmico produzindo osso novo e degradando osso velho 222 FUNÇÕES DO SISTEMA ESQUELÉTICO Sustentação do organismo apoio para o corpo Proteção de estruturas vitais coração pulmões cérebro Base mecânica para o movimento apoio para caminhar e correr Armazenamento de sais minerais cálcio por exemplo Hemopoiética suprimento contínuo de células sanguíneas novas Obs A função hemopoiética ocorre no interior da medula óssea Daí quando uma pessoa tem problemas de formação de células do sangue ou quando ocorre aumento exagerado no número dessas células Leucemias é necessário o transplante de medula óssea Anatomia Humana 86 223 NÚMERO DE OSSOS DO ESQUELETO HUMANO É clássico admitir o número de 206 ossos Cabeça 22 Crânio 08 Face 14 Pescoço8 Tórax37 24 costelas 2 vértebras 1 esterno Abdômen7 5 vértebras lombares 1 sacro 1 cóccix Membro Superior32 Cintura Escapular 2 Braço 1 Antebraço 2 Mão 27 Membro Inferior31 Cintura Pélvica 1 Coxa 1 Joelho 1 Perna 2 Pé 26 Ossículos do Ouvido Médio3 224 DIVISÃO DO ESQUELETO Podemos dividir o esqueleto em duas partes Figura 7 Figura7 Divisão do esqueleto Fonte wwwwebcienciacom Esqueleto Axial Composta pelos ossos da cabeça pescoço e do tronco Esqueleto Apendicular Composta pelos ossos dos membros superiores e inferiores A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas escapular e pélvica 225 CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS Os ossos são classificados de acordo com a sua forma geométrica em Anatomia Humana 87 2251 OSSOS LONGOS Figura 8 Osso longo fêmur Fonte wwwdrsergiocombr Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um corpo e duas extremidades Eles são um pouco encurvados o que lhes garante maior resistência O osso um pouco encurvado absorve o estresse mecânico do peso do corpo em vários pontos de tal forma que há melhor distribuição do mesmo Os ossos longos têm suas diáfises formadas por tecido ósseo compacto e apresentam grande quantidade de tecido ósseo esponjoso em suas epífises Exemplos Fêmur figura Úmero Rádio Fíbula etc 2252 OSSOS CURTOS Figura 9 Ossos curtos carpo Fonte wwwauladeanatomiacom São parecidos com um cubo tendo seus comprimentos praticamente iguais às suas larguras Eles são compostos por osso esponjoso exceto na superfície onde há fina camada de tecido ósseo compacto Exemplos Ossos do Carpo figura e Tarso Anatomia Humana 88 2253 OSSOS PLANOS OU LAMINARES Figura 10 Osso plano escápula Fonte wwwjuntadeandaluciaes São ossos finos e compostos por duas lâminas paralelas de tecido ósseo compacto com camada de osso esponjoso entre elas Os ossos planos garantem considerável proteção e geram grandes áreas para inserção de músculos Exemplos Frontal Parietal figura Escápula etc Além desses três grupos básicos bem definidos há outros intermediários que podem ser distribuído em 4 grupos 2254 OSSOS ALONGADOS Figura 11 Osso alongado Fonte wwwdrsergiocombr São ossos longos porém achatados e não apresentam canal central Exemplo Costelas 2255 OSSOS PNEUMÁTICOS Figura 12 Osso pneumático esfenóide Fonte wwwdrsergiocombr São ossos que apresentam no seu interior cavidades cheias de ar e revestidas por mucosa seios apresentando pequeno peso em relação ao seu volume Exemplo Esfenóide figura Etmóide Frontal e Maxilas Anatomia Humana 89 2256 OSSOS IRREGULARES Figura 13 Osso irregular vértebra Fonte wwwdrsergiocombr Apresentam formas complexas e não podem ser agrupados em nenhuma das categorias prévias Eles têm quantidades variáveis de osso esponjoso e de osso compacto Exemplo Vértebras 2257 OSSOS SESAMÓIDES Figura 14 Osso sesamóide patela Fonte wwwdrsergiocombr Estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável fricção tensão e estresse físico como as palmas e plantas Eles podem variar de tamanho e número de pessoa para pessoa não são sempre completamente ossificados normalmente medem apenas alguns milímetros de diâmetro Exceções notáveis são as duas patelas que são grandes ossos sesamóides presentes em quase todos os seres humanos Anatomia Humana 90 226 ESTRUTURA DOS OSSOS LONGOS Figura 15 Estrutura de um osso longo Fonte wwwafhbiobrsustentasustenta1asp A disposição do tecido ósseo compacto duro e externo e esponjoso interno e menos rígido em um osso longo é responsável por sua resistência Os ossos longos contêm locais de crescimento e remodelação e estruturas associadas às articulações As partes de um osso longo são as seguintes Diáfise é a haste longa do osso Ela é constituída principalmente de tecido ósseo compacto proporcionando considerável resistência ao osso longo Epífise as extremidades alargadas de um osso longo A epífise de um osso se articula ou une a um segundo osso em uma articulação Cada epífise consiste de uma fina camada de osso compacto que reveste o osso esponjoso e é recoberta por cartilagem Metáfise parte dilatada da diáfise mais próxima da epífise Anatomia Humana 91 227 CONFIGURAÇÃO INTERNA DOS OSSOS Figura 16 Estrutura interna do osso Fonte curlygirlnaturlinkpttecidosahtm As diferenças entre os dois tipos de osso compacto e esponjoso ou reticular dependem da quantidade relativa de substâncias sólidas e da quantidade e tamanho dos espaços que eles contêm Todos os ossos têm uma fina lâmina superficial de osso compacto em torno de uma massa central de osso esponjoso exceto onde o último é substituído por uma cavidade medular O osso compacto do corpo ou diáfise que envolve a cavidade medular é a substância cortical A arquitetura do osso esponjoso e compacto varia de acordo com a função O osso compacto fornece força para sustentar o peso Nos ossos longos planejados para rigidez e inserção de músculos e ligamentos a quantidade de osso compacto é máxima próximo do meio do corpo onde ele está sujeito a curvar se Os ossos possuem alguma elasticidade flexibilidade e grande rigidez 228 PERIÓSTEO E ENDÓSTEO O Periósteo é uma membrana de tecido conjuntivo denso muito fibroso que reveste a superfície externa da diáfise fixandose firmemente a toda a superfície externa do osso exceto à Anatomia Humana 92 cartilagem articular Protege o osso e serve como ponto de fixação para os músculos e contém os vasos sanguíneos que nutrem o osso subjacente O Endósteo se encontra no interior da cavidade medular do osso revestido por tecido conjuntivo Tecido Ósseo Compacto Tecido Ósseo Esponjoso Contém poucos espaços em seus componentes rígidos Dá proteção e suporte e resiste às forças produzidas pelo peso e movimento Encontrados geralmente nas diáfises Constitui a maior parte do tecido ósseo dos ossos curtos chatos e irregulares A maior parte é encontrada nas epífises 23 SISTEMA ARTICULAR Articulações ou junturas são os meios através dos quais os ossos se unem entre si para formar o esqueleto São divididas em três grupos de acordo com a natureza do material interposto entre os ossos 231 ARTICULAÇÕES FIBROSAS As articulações ou junturas fibrosas incluem todas as articulações onde as superfícies dos ossos estão quase em contato direto como nas articulações entre os ossos do crânio exceto a ATM Há três tipos principais de junturas fibrosas 2311 SUTURAS Figura 17 Suturas craniofaciais Fonte httpleiamecomlmfilesimagens Nas suturas as extremidades dos ossos têm interdigitações ou sulcos que os mantêm íntima e firmemente unidos Consequentemente as fibras de conexão são muito curtas preenchendo uma pequena fenda entre os ossos Este tipo de articulação é encontrado somente entre os ossos do crânio As suturas também podem unir ossos do crânio de maneira biselada sutura escamosa ou plana sutura internasal Na maturidade as suturas sofrem sua soldadura total Esta condição é chamada de sinostose Anatomia Humana 93 2312 SINDESMOSES Figura 18 Sindesmose radioulnar Fonte httpwwwcefidudescbrlaboratorios Nestas suturas o tecido interposto é também o conjuntivo fibroso mas não ocorre nos ossos do crânio Na verdade a Nomenclatura Anatômica só registra dois exemplos sindesmose tíbiofibular e sindesmose radioulnar Há maior quantidade de tecido conjuntivo fibroso interposto entre os ossos envolvidos 2313 GONFOSES FIGURA 19 Figura 19 Gonfose dentoalveolar Fonte httpmedvetuniubeblogspotcom Também chamada de articulação em cavilha é uma articulação fibrosa especializada à fixação dos dentes nas cavidades alveolares na mandíbula e maxilas O colágeno do periodonto une o cemento dentário com o osso alveolar Lembra um prego encravado na madeira 232 ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS Nas articulações cartilaginosas os ossos são unidos por cartilagem pelo fato de pequenos movimentos serem possíveis nestas articulações Existem dois tipos de articulações cartilagíneas 2321 SINCONDROSES Os ossos de uma articulação do tipo sincondrose estão unidos por uma cartilagem hialina Muitas sincondroses são articulações temporárias com a cartilagem sendo substituída por osso com o passar do tempo isso ocorre em ossos longos e entre alguns ossos do crânio As Anatomia Humana 94 articulações entre as dez primeiras costelas e as cartilagens costais são sincondroses permanentes 2322 SÍNFISES As sínfises são junturas nas quais as superfícies ósseas cobertas por uma fina camada de cartilagem hialina se articulam por intermédio de uma fibrocartilagem espessa Esses discos por serem compressíveis permitem que a sínfise absorva impactos 233 ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Figura 20 Juntura sinovial quadril Fonte httpknyvetblogspotcom As articulações sinoviais são aquelas por meio das quais realizamos praticamente todos os movimentos do corpo São as mais importantes e complexas articulações do corpo e por permitirem muitos movimentos ao longo da vida podem também ser lesadas ou sofrer desgaste como ocorre nas conhecidas condições de Artrites Artroses Bursites etc 2331 ESTRUTURAS DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 23311 Ligamentos Os ligamentos são que nem cordões fibrosos pois são constituídos por fibras colágenas dispostas paralelamente ou intimamente entrelaçadas umas as outras São maleáveis e flexíveis para permitir perfeita liberdade de movimento porém são muito fortes resistentes e inelásticos Anatomia Humana 95 para não ceder facilmente à ação de forças Quando são rompidos geram muita dor e obrigam repouso absoluto ao indivíduo por um bom tempo dependendo da articulação envolvida 23312 Cápsula Articular É uma membrana conjuntiva que envolve as articulações sinoviais como um manguito Apresentase com duas camadas a membrana fibrosa externa e a membrana sinovial interna A membrana fibrosa cápsula fibrosa é mais resistente e pode estar reforçada em alguns pontos por feixes também fibrosos que constituem os ligamentos capsulares destinados a aumentar sua resistência Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos bem como impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular e forma um saco fechado denominado cavidade sinovial É abundantemente vascularizada e inervada sendo encarregada da produção de líquido sinovial sinóvia 23313 Discos e Meniscos Em várias articulações sinoviais interpostas as superfícies articulares encontramse formações fibrocartilagíneas os discos e meniscos intraarticulares de função discutida serviriam para melhorar a adaptação das superfícies que se articulam tornandoas congruentes ou seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões agindo como amortecedores Meniscos com sua característica em forma de meia lua são encontrados apenas na articulação do joelho Exemplo de disco intraarticular encontramos nas articulações esternoclavicular e ATM articulação têmporomandibular 24 SISTEMA MUSCULAR 241 CONCEITO DE MÚSCULOS São estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitirlhes movimento Este é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica O músculo vivo é de cor vermelha Essa coloração denota a existência de pigmentos e de grande quantidade de sangue nas fibras musculares Os músculos representam 4050 do peso corporal total 242 FUNÇÕES DOS MÚSCULOS a Produção dos movimentos corporais Movimentos globais do corpo como andar e correr b Estabilização das Posições Corporais A contração dos músculos esqueléticos estabiliza as articulações e participam da manutenção das posições corporais como a de ficar em pé ou sentar c Regulação do Volume dos Órgãos A contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos esfíncteres pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco Anatomia Humana 96 d Movimento de Substâncias dentro do Corpo As contrações dos músculos lisos das paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo Os músculos lisos também podem mover alimentos urina e gametas do sistema reprodutivo Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração e Produção de Calor Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal 243 GRUPOS MUSCULARES Figura 21 Grupos musculares Fonte wwwauladeanatomiacom Em número de nove São eles a Cabeça b Pescoço c Tórax d Abdome e Região posterior do tronco f Membros superiores g Membros inferiores h Órgãos dos sentidos i Períneo 244 CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS 2441 QUANTO A SITUAÇÃO Superficiais ou Cutâneos Estão logo abaixo da pele e apresentam no mínimo uma de suas inserções na camada profunda da derme Estão localizados na cabeça crânio e face pescoço e na mão região hipotenar Exemplo m orbicular do olho Anatomia Humana 97 Figura 22 Músculos superficiais da face Fonte clientesnetvisaoptanatcabhtm Profundos São músculos que não apresentam inserções na camada profunda da derme e na maioria das vezes se inserem em ossos Representam a maioria dos músculos esqueléticos Figura 23 Exemplo m pronador quadrado do antebraço Figura 23 Músculos profundos Fonte wwwcolegiosaofranciscocombr 2442 QUANTO À FORMA Curtos Encontramse nas articulações cujos movimentos têm pouca amplitude o que não exclui força nem especialização Exemplo Músculos da mão 2443 QUANTO À DISPOSIÇÃO DA FIBRA a Reto Paralelo à linha média Ex m reto abdominal b Transverso Perpendicular à linha média Ex m transverso abdominal Anatomia Humana 98 c Oblíquo Diagonal à linha média Ex m oblíquo externo do abdome 2444 QUANTO À ORIGEM E INSERÇÃO a Origem Quando se originam de mais de um tendão Duas origens bíceps três origens tríceps e quatro origens quadríceps Ex m bíceps do braço Figura 24 Figura 24 Músculo de duas origens Fonte wwwkalipediacom b Inserção Quando se inserem em mais de um tendão Duas inserções bicaudado a partir de três inserções policaudado Ex m flexor profundo dos dedos Figura 25 Figura 25 Músculo policaudado Fonte wwwmiologiahpgcombr Anatomia Humana 99 245 TIPOS DE MÚSCULOS FIGURA 26 Figura 26 Tipos de músculos Fonte vetanimalblogspotcom Músculos Estriados Esqueléticos Contraemse por influência da nossa vontade ou seja são voluntários O tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque faixas alternadas claras e escuras estriações podem ser vistas no microscópio óptico Músculos Lisos Localizado nos vasos sanguíneos vias aéreas e maioria dos órgãos da cavidade abdôminopélvica Ação involuntária controlada pelo sistema nervoso autônomo Músculo Estriado Cardíaco Representa a arquitetura cardíaca É um músculo estriado porém involuntário AUTO RITMICIDADE 246 COMPONENTES ANATÔMICOS DOS MÚSCULOS ESTRIADOS Ventre Muscular é a porção contrátil do músculo constituída por fibras musculares que se contraem Constitui o corpo do músculo porção carnosa Tendão ou Aponeurose são elementos de tecido conjuntivo ricos em fibras colágenas e que serve para fixação do ventre em ossos no tecido subcutâneo e em cápsulas articulares Possuem aspecto morfológico fusiforme tendão ou membranáceo aponeurose Fáscia Muscular é uma estrutura formada por tecido conjuntivo Membrana que envolve grupos musculares Está presente envolvendo todos os músculos estriados esqueléticos com exceção dos músculos da expressão facial cutâneos Anatomia Humana 100 UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 31 INTRODUÇÃO O sistema nervoso apresenta três funções básicas Primeira ele sente as alterações estímulos dentro do corpo humano e no ambiente externo Esta é a sua função sensitiva Segunda ele analisa a informação sensitiva armazena uma parte dela e toma decisões sobre os comportamentos apropriados esta é sua função integradora Terceira ele responde aos estímulos iniciando a ação em forma de contrações musculares ou secreções glandulares esta é sua função motora Divisão do sistema nervoso com base em critérios anatômicos e funcionais O sistema nervoso central é aquele localizado dentro do esqueleto axial cavidade craniana e canal vertebral o sistema nervoso periférico é aquele que se localiza fora deste esqueleto O encéfalo é a parte do sistema nervoso central situado dentro do crânio e a medula é localizada dentro do canal vertebral O encéfalo e a medula constituem o neuroeixo No encéfalo temos cérebro cerebelo e tronco encefálico Figura 27 Anatomia Humana 101 Figura 27 Encéfalo e suas partes Fonte httpwwwguiaheunombrmentehtm Podese dividir o sistema nervoso em sistema nervoso da vida de relação ou somático e sistema nervoso da vida vegetativa ou visceral O sistema nervoso da vida de relação é aquele que se relaciona com organismo com o meio ambiente Apresenta um componente aferente e outro eferente O componente aferente conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos informandoos sobre o que passa no meio ambiente O componente eferente leva aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos resultando em movimentos voluntários O sistema nervoso visceral é aquele que se relaciona com a inervação e com o controle das vísceras O componente aferente conduz os impulsos nervosos originados em receptores das vísceras a áreas especificas do sistema nervoso O componente eferente leva os impulsos originados em centros nervosos até as vísceras Este componente eferente é também denominada de sistema nervoso autônomo e pode ser dividido em sistema nervoso simpático e parassimpático 32 TECIDO NERVOSO O tecido nervoso compreende basicamente dois tipos de celulares os neurônios e as células glias Neurônio é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é especializada para a comunicação rápida Tem a função básica de receber processar e enviar informações Células Glias compreende as células que ocupam os espaços entre os neurônios e tem como função sustentação revestimento ou isolamento e modulação da atividade neural 33 MEDULA ESPINAL Medula significa miolo e indica o que está dentro Assim temos a medula espinal dentro dos ossos mais precisamente dentro do canal vertebral A medula espinal é uma massa cilindróide de tecido nervoso situada dentro do canal vertebral sem entretanto ocupálo completamente No homem adulto ela mede aproximadamente 45 cm sendo um pouco menor na mulher Cranialmente a medula limitase com o bulbo aproximadamente ao nível do forame magno do osso occipital O limite caudal da medula tem importância clinica e no adulto situase Anatomia Humana 102 geralmente em LII segunda vértebra lombar A medula termina afinandose para formar um cone o cone medular que continua com um delgado filamento meníngeo o filamento terminal Figura 28 331 FORMA E ESTRUTURA DA MEDULA A medula apresenta forma aproximada de um cilindro achatada no sentido antero posterior Seu calibre não é uniforme pois ela apresenta duas dilatações denominadas de intumescência cervical e intumescência lombar Figura 28 Figura 28 Relação das Raízes Nervosas com as Vértebras Fonte NETTER Frank H Atlas de Anatomia Humana 2ed Porto Alegre Artmed 2000 Estas intumescências medulares correspondem às áreas em que fazem conexão com as grossas raízes nervosas que formam o plexo braquial e lombossacral destinados à inervação dos membros superiores e inferiores respectivamente Figura 29 A formação destas intumescências se deve pela maior quantidade de neurônios e portanto de fibras nervosas que entram ou saem destas áreas A intumescência cervical estendese dos segmentos CIV quarta vértebra cervical até TI primeira vértebra torácica da medula espinal e a intumescência lombar lombossacral estendese dos segmentos de TXI até LI da medula espinal Anatomia Humana 103 Figura 29 Nervos espinais Fontewwwmsdbrazilcommsd34 manual A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais que percorrem em toda a sua extensão o sulco mediano posterior fissura mediana anterior sulco lateral anterior e o sulco lateral posterior Na medula cervical existe ainda o sulco intermédio posterior que se situa entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior e que se continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão respectivamente as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinais Na medula a substância cinzenta localizase por dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta ou de um H Nela distinguimos de cada lado três colunas que aparecem nos cortes como cornos e que são as colunas anterior posterior e lateral A coluna lateral só aparece na medula torácica e parte da medula lombar No centro da substância cinzenta localizase o canal central da medula A substância branca é formada por fibras a maioria delas mielínicas que sobem e descem na medula e que podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões Funículo anterior situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior Funículo lateral situado entre os sulcos lateral anterior e o lateral posterior Funículo posterior situado entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior este ultimo ligado a substância cinzenta pelo septo mediano posterior Na parte cervical da medula o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil e fascículo cuneiforme Figura 30 Anatomia Humana 104 Figura 30 Formação do Nervo Espinhal Raízes Ventral e Dorsal Fonte NETTER Frank H Atlas de Anatomia Humana 2ed Porto Alegre Artmed 2000 3311 CONEXÕES COM OS NERVOS ESPINAIS Nos sulcos presentes na superfície da medula fazem conexão com pequenos filamentos nervosos denominados de filamentos radiculares que se unem para formar respectivamente as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinais As duas raízes se unem para formação dos nervos espinais ocorrendo à união em um ponto situado distalmente ao gânglio espinal que existe na raiz dorsal Existem 31 pares de nervos espinais aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos 8 cervicais 12 torácicos 5 lombares 5 sacrais e 1 coccígeo Encontramos 8 pares de nervos cervicais e apenas 7 vértebras cervicais porque o primeiro par de nervos espinais sai entre o occipital e C1 Figura 28 São esses nervos por exemplo que controlam os músculos dos membros 3312 TOPOGRAFIA DA MEDULA A um nível abaixo da segunda vértebra lombar encontramos apenas as meninges e as raízes nervosas dos últimos nervos espinais que dispostas em torno do cone medular e filamento terminal constituem em conjunto a chamada cauda equina Como as raízes nervosas mantém suas relações com os respectivos forames intervertebrais há um alongamento das raízes e uma diminuição do ângulo que elas fazem com a medula Estes fenômenos são mais pronunciados na parte caudal da medula levando a formação da cauda equina Figura 28 Anatomia Humana 105 3313 ENVOLTÓRIOS DA MEDULA FIGURA 31 Figrura 31 Envoltório da medula Fonte httpwwwauladeanatomiacomneurologiamedulaespinhalhtm A medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas meninges que são dura máter aracnóidemáter e piamáter A duramáter e a mais espessa e envolve toda a medula como se fosse uma luva o saco dural Cranialmente ela se continua na duramáter craniana caudalmente ela se termina em um fundodesaco ao nível da vértebra S2 Prolongamentos laterais da duramáter embainham as raízes dos nervos espinais constituído um tecido conjuntivo epineuro que envolve os nervos A aracnóidemáter espinal se dispõem entre a duramáter e a piamáter Compreende um folheto justaposto à duramáter e um emaranhado de trabéculas aracnóideas que unem este folheto à piamáter A piamáter é a membrana mais delicada e mais interna Ela adere intimamente o tecido superficial da medula e penetra na fissura mediana anterior Quando a medula termina no cone medular a piamáter continua caudalmente formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal Este filamento perfura o fundodosaco dural e continua até o hiato sacral Ao atravessar o saco dural o filamento terminal recebe vários prolongamentos da duramáter e o conjunto passa a ser chamado de filamento da duramáter Entre as menínges existem espaços que são importantes para a parte clínica médica devido às patologias que podem estar envolvidas com essas estruturas tais como hematoma extradural meningites etc O espaço epidural ou extradural situase entre a duramáter e o periósteo do canal vertebral Contém tecido adiposo e um grande número de veias que constituem o plexo venoso vertebral interno O espaço subdural situado entre a duramáter e a aracnóide máter é uma fenda estreita contendo uma pequena quantidade de líquido O espaço subaracnóideo contém uma quantidade razoavelmente grande de líquido cérebroespinal ou líquor Anatomia Humana 106 34 TRONCO ENCEFÁLICO O tronco encefálico interpõese entre a medula e o diencéfalo situandose ventralmente ao cerebelo ou seja conecta a medula espinal com as estruturas encefálicas localizadas superiormente Figura 32 A substância branca do tronco encefálico inclui tratos que recebem e enviam informações motoras e sensitivas para o cérebro e também as provenientes dele Dispersas na substância branca do tronco encefálico encontramse massas de substância cinzenta denominadas núcleos que exercem efeitos intensos sobre funções como a pressão sanguínea e a respiração Na sua constituição entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas que por sua vez se agrupam em feixes denominados tratos fascículos ou lemniscos Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou imitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos Dos 12 pares de nervos cranianos 10 fazem conexão com o tronco encefálico O tronco encefálico se divide em bulbo situado caudalmente mesencéfalo cranialmente e a ponte situada entre ambos como mostra a Figura 32 Figura 32 Tronco encefálico e Cerebelo Fonte httpwwwcolegiosaofranciscocombralfacorpo 341 BULBO O bulbo ou medula oblonga tem forma de um cone cuja extremidade menor continua caudalmente com a medula espinhal Como não se tem uma linha demarcando a separação entre medula e bulbo considerase que o limite está em um plano horizontal que passa imediatamente acima do filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical o que corresponde ao nível do forame magno do osso occipital O limite superior do bulbo se faz em um sulco horizontal visível no contorno deste órgão sulco bulbopontino que corresponde à margem inferior da ponte De cada lado da fissura mediana anterior do bulbo existe uma eminência denominada pirâmide formada por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula Este trato é chamado de trato piramidal ou trato córticoespinal Na parte caudal do bulbo as fibras deste trato cruzam obliquamente o plano mediano e constituem a decussação das pirâmides É devido à decussação das pirâmides que o hemisfério cerebral direito Anatomia Humana 107 controla o lado esquerdo do corpo e o hemisfério cerebral esquerdo controla o lado direito Por exemplo em uma lesão encefálica à direita o corpo será acometido em toda sua metade esquerda No bulbo localizase o centro respiratório muito importante para a regulação do ritmo respiratório Localizamse também o centro vasomotor e o centro do vômito A presença dos centros respiratórios e vasomotor no bulbo torna as lesões neste órgão particularmente perigosas Em razão de sua importância com relação às funções vitais o bulbo é muitas vezes chamado de centro vital Pelo fato de essas estruturas serem fundamentais para o organismo você pode compreender a seriedade de uma fratura na base do crânio O bulbo é também extremamente sensível a certas drogas especialmente os narcóticos Uma dose excessiva de narcótico causa depressão do bulbo e morte porque a pessoa pára de respirar 342 PONTE Ponte é a parte do tronco encefálico interposta entre o bulbo e o mesencéfalo Esta situada ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela turca do osso esfenóide osso da base do crânio Sua base situada ventralmente apresenta uma estriação transversal em virtude da presença de numerosos feixes de fibras transversais que a percorrem Estas fibras convergem de cada lado para formar um volumoso feixe o pedúnculo cerebelar médio que se penetra no hemisfério cerebelar correspondente Percorrendo longitudinalmente a superfície ventral da ponte existe um sulco o sulco basilar que geralmente aloja a artéria basilar importante artéria que irriga o encéfalo mais posteriormente 343 MESENCÉFALO Interpõese entre a ponte e o cerebelo e está conectado diretamente ao cérebro É atravessado por um estreito canal o aqueduto cerebral A parte do mesencéfalo situada posteriormente ao aqueduto é o tecto do mesencéfalo Anteriormente há dois pedúnculos cerebrais que unem o tronco encefálico ao cérebro 35 CEREBELO O cerebelo órgão do sistema nervoso suprasegmentar deriva da parte dorsal do metencéfalo e fica situado dorsalmente ao bulbo e à ponte contribuindo para a formação do tecto do IV ventrículo Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está separado do lobo occipital por uma prega da duramáter denominada tenda do cerebelo Ligase à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior respectivamente Do ponto de vista fisiológico o cerebelo difere fundamentalmente do cérebro porque funciona sempre em nível involuntário e inconsciente sendo sua função exclusivamente motora equilíbrio e coordenação Anatomicamente distinguese no cerebelo uma porção ímpar e mediana o vérmix ligado a duas grandes massas laterais os hemisférios cerebelares O vérmix é pouco separado dos hemisférios na face superior do cerebelo o que não ocorre na face inferior onde dois sulcos são bem evidentes o separam das partes laterais A superfície apresenta sulcos de direção predominantemente transversal que delimitam laminas finas denominadas folhas do cerebelo Existem também sulcos mais pronunciados as fissuras do cerebelo que delimitam lóbulos cada um deles podendo conter várias folhas Esta Anatomia Humana 108 disposição visível na superfície do cerebelo é especialmente evidente em secções deste órgão que dão também uma idéia de sua organização interna Vêse assim que o cerebelo é constituído de um centro de substância branca o corpo medular do cerebelo de onde irradia a lâmina branca do cerebelo revestida externamente por uma fina camada de substância cinzenta o córtex cerebelar O corpo medular do cerebelo com suas lâminas brancas quando vista em cortes sagitais recebem o nome de árvore da vida O cerebelo tem importante participação no equilíbrio do corpo no tônus da musculatura esquelética e no controle dos movimentos refinados como os que ocorrem na mão e necessários à escrita a pintura à cirurgia e aos demais movimentos finos da mão 36 DIENCÉFALO O diencéfalo e o telencéfalo formam o cérebro que corresponde ao prosencéfalo O cérebro é a parte mais desenvolvida do encéfalo e ocupa cerca de 80 da cavidade craniana O diencéfalo é uma estrutura ímpar que só é vista na porção mais inferior de cérebro Ao diencéfalo compreendem as seguintes partes tálamo hipotálamo epitálamo e subtálamo todas relacionadas com o III ventrículo 361 III VENTRÍCULO É uma cavidade no diencéfaloseta ímpar que se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais pelos respectivos forames interventriculares 362 TÁLAMO O tálamo com comprimento de cerca de 3 cm compondo 80 do diencéfalo consiste em duas massas ovuladas pareadas de substância cinzenta organizada em núcleos com tratos de substância branca em seu interior A extremidade posterior consideravelmente maior que a anterior apresenta uma grande eminência o pulvinar que se projeta sobre os corpos geniculados lateral e medial O corpo geniculado medial faz parte da via auditiva e o lateral da via óptica e ambos são considerados por alguns autores como uma divisão do diencéfalo denominada de metatálamo O tálamo serve como uma estação intermediária para a maioria das fibras que vão da porção inferior do encéfalo e medula espinhal para as áreas sensitivas do cérebro O tálamo classifica a informação dandonos uma idéia da sensação que estamos experimentando e as direciona para as áreas específicas do cérebro para que haja uma interpretação mais precisa Funções do Tálamo Sensibilidade Motricidade Comportamento Emocional Ativação do Córtex Desempenha algum papel no mecanismo de vigília ou estado de alerta Anatomia Humana 109 363 HIPOTÁLAMO É uma área relativamente pequena do diencéfalo situada abaixo do tálamo com funções importantes principalmente relacionadas à atividade visceral Quiasma óptico localizase na parte anterior do assoalho ventricular Recebe fibras mielínicas do nervo óptico que ai cruzam em parte e continuam nos tratos ópticos que se dirigem aos corpos geniculados laterais depois de contornar os pedúnculos cerebrais 3631 Funções do Hipotálamo Controle do sistema nervoso autônomo Regulação da temperatura corporal Regulação do comportamento emocional Regulação do sono e da vigília Regulação da ingestão de alimentos Regulação da ingestão de água Regulação da diurese Regulação do sistema endócrino Geração e regulação de ritmos circadianos 364 EPITÁLAMO Está localizado na região posterior e superior do Diencéfalo contendo funções endócrinas e não endócrinas A formação endócrina mais importante é a glândula Pineal As formações não endocrinas são os núcleos da Habenula comissura das Habenulas estrias medulares e comissura posterior sendo esta não pertencente ao sistema límbico que é um sistema da relacionado ao comportamento emocional Para nós seres humanos esta glândula passou de sensorial para um orgão secretor elas apresentam concreções calcarias que com o passar do tempo aumentam por serem opacas ficam facil de ser analisadas em RaioX a Pineal é considerada também como um freio fisiologico hormonal onde qualquer lesão ou uma neoplasia pode desencadear uma serie de desordens hormonais 365 SUBTÁLAMO Corresponde a uma pequena área que fica na região posterior do diencéfalo abaixo do sulco hipotalâmico na transição do mesencéfalo com o diencéfalo Sua principal estrutura é o núcleo subtalâmico Lesões do subtálamo provoca o hemibalismo síndrome caracterizada por movimentos involuntários anormais das extremidades Em alguns casos estes movimentos são violentos e não desaparecem durante o sono 37 TELENCÉFALO O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais direito e esquerdo e uma pequena linha mediana situada na porção anterior do III ventrículo Os dois hemisférios cerebrais são incompletamente separados pela fissura longitudinal do cérebro cujo assoalho é formado por uma larga faixa de fibras comissurais denominada corpo caloso principal meio de união entre os dois hemisférios Anatomia Humana 110 Cada hemisfério possui três pólos frontal occipital e temporal e três faces súperolateral convexa medial plana e inferior ou base do cérebro irregular repousando anteriormente nos andares anterior e médio da base do crânio e posteriormente na tenda do cerebelo 371 SULCOS E GIROS FIGURAS 33 E 34 Durante o desenvolvimento embrionário quando o tamanho do encéfalo aumenta rapidamente a substância cinzenta do córtex aumenta com maior rapidez que a substância branca subjacente Como resultado a região cortical se enrola e se dobra sobre si mesma Portanto a superfície do cérebro do homem e de vários animais apresenta depressões denominadas sulcos que delimitam os giros ou circunvoluções cerebrais A existência dos sulcos permite considerável aumento do volume cerebral e sabese que cerca de dois terços da área ocupada pelo córtex cerebral estão escondidos nos sulcos Figura 33 Cérebro em posição Fonte globulowordpresscom Figura 34 Giros e sulcos do cérebro Fonte httpinfocienciablogssapopt200706 Em qualquer hemisfério os dois sulcos mais importantes são o sulco lateral e o sulco central Sulco Lateral é o sulco que separa o lobo frontal do lobo temporal Ele é subdividido em ascendente anterior e posterior Sulco Central separa o lobo parietal do frontal O sulco central é ladeado por dois giros paralelos um anterior giro précentral e outro posterior giro póscentral As áreas situadas adiante do sulco central relacionamse com a MOTRICIDADE VOLUNTÁRIA enquanto as situadas atrás deste sulco relacionamse com a SENSIBILIDADE GERAL Os lobos cerebrais recebem o nome de acordo com a sua localização em relação aos ossos do crânio Portanto temos cinco lobos frontal temporal parietal occipital e o lobo da ínsula que é o único que não se relaciona com nenhum osso do crânio pois está situado profundamente no sulco lateral A divisão dos lobos não corresponde muito a uma divisão funcional exceto pelo lobo occipital que parece estar relacionado somente com a visão Anatomia Humana 111 372 FACE SÚPEROLATERAL Figura 35 Face superolateral de cérebro Fonte cistosaracnoideorganatomiahtml 3721 LOBO FRONTAL Giro Précentral localizase entre o sulco central e o sulco précentral Neste giro se localiza a área motora principal do cérebro córtex motor Giro Frontal Inferior localizase abaixo do sulco frontal inferior O giro frontal inferior do hemisfério esquerdo é o centro cortical da palavra falada 3722 LOBO TEMPORAL Neste lobo se localiza o centro cortical da audição 3723 LOBO PARIETAL Neste lobo se localiza o centro cortical da compreensão da fala e da escrita 3724 LOBO OCCIPITAL O lobo occipital ocupa uma porção relativamente pequena da face súperolateral do cérebro onde apresenta pequenos sulcos e giros irregulares e inconstantes Os principais sulcos e giros desse lobo são visualizados na face medial do cérebro Neste lobo está o centro cortical da visão Anatomia Humana 112 373 FACE MEDIAL Figura 36 Face medial do cérebro Fonte httpwwwguiaheunombrlobosdocerebrohtm 3731 CORPO CALOSO Corpo Caloso é a maior das comissuras interhemisféricas É formado por um grande número de fibras mielínicas que cruzam o plano sagital mediano e penetram de cada lado no centro branco medular do cérebro unindo áreas simétricas do córtex de cada hemisfério Em corte sagital do cérebro podemos identificar as divisões do corpo caloso uma lâmina branca arqueada dorsalmente o tronco do corpo caloso que se dilata posteriormente no esplênio do corpo caloso e se flete anteriormente em direção da base do cérebro para constituir o joelho do corpo caloso 3732 LOBO OCCIPITAL Sulco calcarino iniciase abaixo do esplênio do corpo caloso e tem um trajeto arqueado em direção ao pólo occipital Nos lábios do sulco calcarino localizase o centro cortical da visão Anatomia Humana 113 374 FACE INFERIOR FIGURA 37 Figura 37 Face inferior do cérebro e os nervos cranianos Fonte silviacassimiroblogspotcom200705 3741 LOBO TEMPORAL A face inferior do lobo temporal apresenta três sulcos O sulco occípitotemporal limita com o giro temporal inferior que quase sempre forma a borda lateral do hemisfério Medialmente este sulco limita com o sulco colateral o giro occípito temporal lateral O sulco colateral iniciase próximo ao pólo occipital e se dirige para frente delimitando com o sulco calcarino e o sulco do hipocampo respectivamente o giro occípitotemporal medial e o giro parahipocampal cuja porção anterior se curva em torno do sulco do hipocampo para formar o úncus O sulco colateral pode ser contínuo com o sulco rinal que separa a parte mais anterior do giro parahipocampal do resto do lobo temporal O sulco hipocampal originase na região do esplênio do corpo caloso onde continua com o sulco do corpo caloso e se dirige para o pólo temporal onde termina separando o giro parahipocampal do úncus O giro parahipocampal se liga posteriormente ao giro do cíngulo através do de um giro estreito o istmo do giro do cíngulo Assim o úncus o giro parahipocampal o istmo do giro do cíngulo e o giro do cíngulo constituem o lobo límbico parte importante do sistema límbico relacionado com o comportamento emocional e o controle do sistema nervoso autônomo 3742 LOBO FRONTAL A face inferior do lobo frontal apresenta dois sulcos importantes o sulco olfatório profundo e de direção anteroposterior Medialmente ao sulco olfatório continuando dorsalmente como giro frontal superior situase o giro reto O resto desta face inferior do lobo frontal é ocupada por sulcos e giros muito irregulares os sulcos e giros orbitários Anatomia Humana 114 3743 RINENCÉFALO O bulbo olfatório é uma dilatação ovoide e achatada de substância cinzenta que continua posteriormente com o trato olfatório ambos alojados no sulco olfatório O bulbo olfatório recebe filamentos que constituem o nervo olfatório Posteriormente o trato olfatório se bifurca formando as estrias olfatórias lateral e medial que delimitam uma área triangular o trígono olfatório Através do trígono olfatório e adiante do trato óptico localizase uma área contendo uma serie de pequenos orifícios para passagem de vasos a substância perfurada do anterior 38 MENÍNGES E LÍQUOR O tecido do SNC é muito delicado Por esse motivo apresenta um elaborado sistema de proteção que consiste de quatro estruturas crânio meninges líquido cerebrospinal líquor e barreira hematoencefálica Nesta página abordarei as meninges e o líquido cerebroespinal estruturas que envolvem o SNC e são de extrema importância para a defesa do nosso corpo 381 MENINGES A semelhança da medula espinal o encéfalo também é envolto pelas mesmas membranas conjuntivas denominadas meninges Duramáter é a meninge mais superficial espessa e resistente formada por tecido conjuntivo muito rico em fibras colágenas contendo nervos e vasos É formada por dois folhetos um externo e um interno O folheto externo adere intimamente aos ossos do crânio e se comporta como um periósteo destes ossos mas sem capacidade osteogênica nas fraturas cranianas dificulta a formação de um calo ósseo No encéfalo a principal artéria que irriga a duramáter é a artéria meníngea média ramo da artéria maxilar A duramáter ao contrário das outras meninges é ricamente inervada Como o encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas toda ou qualquer sensibilidade intracraniana se localiza na duramáter que é responsável pela maioria das dores de cabeça Aracnóidemáter é uma membrana muito delgada justaposta à duramáter da qual se separa por um espaço virtual o espaço subdural contendo uma pequena quantidade de líquido necessário á lubrificação das superfícies de contato das membranas A aracnóidemáter separa se da piamáter pelo espaço subaracnóideo que contém líquor havendo grande comunicação entre os espaços subaracnóideos do encéfalo Piamáter é a mais interna das meninges aderindo intimamente à superfície do encéfalo cujos relevos e depressões acompanham até o fundo dos sulcos cerebrais A piamáter dá resistência aos órgãos nervosos pois o tecido nervoso é de consistência muito mole A piamáter acompanha os vasos que penetram no tecido nervoso a partir do espaço subaracnóideo formando a parede externa dos espaços perivasculares Anatomia Humana 115 Espaço entre as meninges 382 LÍQUOR O Líquido cefalorraquidiano LCR Fluido cerebrospinal ou Líquor é um fluido corporal estéril e de aparência clara que ocupa o espaço subaracnóideo no cérebro espaço entre o crânio e o córtex cerebral mais especificamente entre as membranas aracnóidemáter e piamáter É uma solução salina muito pura pobre em proteínas e células e age como um amortecedor para o córtex cerebral e a medula espinal O líquor que banha todo o cérebro e a medula espinal pode refletir determinados processos anormais ou doenças que acometem o sistema nervoso central A análise do líquido é usada por exemplo no diagnóstico da meningite e outras doenças do sistema nervoso O líquor possui em sua composição pequenas quantidades de proteínas cerebrais 39 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO O sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos que são representantes dos axônios fibras motoras ou dos dendritos fibras sensitivas São as fibras nervosas dos nervos que fazem a ligação dos diversos tecidos do organismo com o sistema nervoso central É composto pelos nervos espinhais e cranianos Os nervos espinhais se originam na medula e os cranianos no encéfalo Para a percepção da sensibilidade na extremidade de cada fibra sensitiva há um dispositivo captador que é denominado receptor e uma expansão que a coloca em relação com o elemento que reage ao impulso motor este elemento na grande maioria dos casos é uma fibra muscular podendo ser também uma célula glandular A estes elementos dáse o nome de efetor Portanto o sistema nervoso periférico é constituído por fibras que ligam o sistema nervoso central ao receptor no caso da transmissão de impulsos sensitivos ou ao efetor quando o impulso é motor 391 NERVOS CRANIANOS Nervos cranianos são os que fazem conexão com o encéfalo Os 12 pares de nervos cranianos recebem uma nomenclatura específica sendo numerados em algarismos romanos de acordo com a sua origem aparente no sentido craniocaudal Figura 37 Eles estão ligados com o córtex do cérebro pelas fibras córticonucleares que se originam dos neurônios das áreas motoras do córtex descendo até o tronco do encéfalo Anatomia Humana 116 Os nervos cranianos sensitivos ou aferentes originamse dos neurônios situados fora do encéfalo agrupados para formar gânglios ou situados em periféricos órgãos dos sentidos De acordo com o componente funcional os nervos cranianos podem ser classificados em motores sensitivos e mistos Os motores puros são os que movimentam o olho a língua e acessoriamente os músculos láteroposteriores do pescoço São eles III Nervo Oculomotor IV Nervo Troclear VI Nervo Abducente XI Nervo Acessório XII Nervo Hipoglosso Os sensitivos puros destinamse aos órgãos dos sentidos e por isso são chamados sensoriais e não apenas sensitivos que não se referem à sensibilidade geral dor temperatura e tato Os sensoriais são I Nervo Olfatório II Nervo Óptico VIII Nervo Vestibulococlear Os mistos motores e sensitivos são em número de quatro V Trigêmeo VII Nervo Facial IX Nervo Glossofaríngeo X Nervo Vago 392 NERVOS ESPINAIS São aqueles que fazem conexão com a medula espinal e são responsáveis pela inervação do tronco dos membros superiores e partes da cabeça São ao todo 31 pares 33 se contados os dois pares de nervos coccígeos vestigiais que correspondem aos 31 segmentos medulares existentes São 8 pares de nervos cervicais 12 torácicos 5 lombares 5 sacrais e 1 coccígeo Figura 29 Cada nervo espinal é formado pela união das raízes dorsal sensitiva e ventral motora A raiz ventral emerge da superfície ventral da medula espinal como diversas radículas ou filamentos que em geral se combinam para formar dois feixes próximos ao forame intervertebral A raiz dorsal é maior que a raiz ventral em tamanho e número de radículas estas se prendem ao longo do sulco lateral posterior da medula espinal e unemse para formar dois feixes que penetram no gânglio espinal Figura 30 As raízes ventral e dorsal unemse imediatamente além do gânglio espinal para formar o nervo espinal que então emerge através do forame intervertebral O nervo espinal separase em duas divisões primárias dorsal e ventral imediatamente após a junção das duas raízes 3921 Ramos Dorsais dos Nervos Espinais Os ramos dorsais dos nervos espinais geralmente menores do que os ventrais e direcionados posteriormente se dividem exceto para o primeiro cervical quarto e quinto sacrais e o coccígeo em ramos medial e lateral para inervarem os músculos e a pele das regiões posteriores do pescoço e do tronco Anatomia Humana 117 3922 Ramos Ventrais dos Nervos Espinais Os ramos ventrais dos nervos espinais inervam os membros e as faces ânterolaterais do tronco Os ramos ventrais cervical lombar e sacral unemse perto de suas origens para formar plexos Anatomia Humana 118 UNIDADE 4 SISTEMA CARDIOVASCULAR 41 INTRODUÇÃO A função básica do sistema cardiovascular é a de levar material nutritivo e oxigênio às células O sistema circulatório é um sistema fechado sem comunicação com o exterior constituído por tubos que são chamados vasos e por uma bomba percussora que tem como função impulsionar um líquido circulante de cor vermelha por toda a rede vascular O sistema cardiovascular consiste no sangue no coração e nos vasos sanguíneos Para que o sangue possa atingir as células corporais e trocar materiais com elas ele deve ser constantemente propelido ao longo dos vasos sanguíneos O coração é a bomba que promove a circulação de sangue por cerca de 100 mil quilômetros de vasos sanguíneos 42 CIRCULAÇÃO PULMONAR E SISTÊMICA Circulação Pulmonar leva sangue do ventrículo direito do coração para os pulmões e de volta ao átrio esquerdo do coração Ela transporta o sangue pobre em oxigênio para os pulmões onde ele libera o dióxido de carbono CO2 e recebe oxigênio O2 O sangue oxigenado então retorna ao lado esquerdo do coração para ser bombeado para circulação sistêmica Figura 38 Figura 38 Circulação sanguínea Fonte cnaturais9wordpresscomsistemacirculatorio Circulação Sistêmica é a maior circulação ela fornece o suprimento sanguíneo para todo o organismo A circulação sistêmica carrega oxigênio e outros nutrientes vitais para as células e capta dióxido de carbono e outros resíduos das células 43 CORAÇÃO Apesar de toda a sua potência o coração em forma de cone é relativamente pequeno aproximadamente do tamanho do punho fechado cerca de 12 cm de comprimento 9 cm de largura em sua parte mais ampla e 6 cm de espessura Sua massa é em média de 250g nas mulheres adultas e 300g nos homens adultos Figura 39 Anatomia Humana 119 O coração fica apoiado sobre o diafragma perto da linha média da cavidade torácica no mediastino a massa de tecido que se estende do esterno à coluna vertebral e entre os revestimentos pleuras dos pulmões Cerca de 23 de massa cardíaca ficam a esquerda da linha média do corpo A posição do coração no mediastino é mais facilmente apreciada pelo exame de suas extremidades superfícies e limites Figura 39 Coração visto anteriormente Fonte ptdreamstimecom A extremidade pontuda do coração é o ápice dirigida para frente para baixo e para a esquerda A porção mais larga do coração oposta ao ápice é a base dirigida para trás para cima e para a direita 431 LIMITES DO CORAÇÃO A superfície anterior fica logo abaixo do esterno e das costelas Figura 40 A superfície inferior é a parte do coração que em sua maior parte repousa sobre o diafragma correspondendo à região entre o ápice e aborda direita A margem direita está voltada para o pulmão direito e se estende da superfície inferior à base a face esquerda também chamada face pulmonar fica voltada para o pulmão esquerdo estendendose da base ao ápice Como limite superior encontra se os grandes vasos do coração e posteriormente a traqueia o esôfago e a artéria aorta descendente Anatomia Humana 120 Figura 40 Limites do coração Fonte rosanafpittagooglepagescomhome2 432 REVESTIMENTO DO CORAÇÃO Pericárdio a membrana que reveste e protege o coração Ele restringe o coração à sua posição no mediastino embora permita suficiente liberdade de movimentação para contrações vigorosas e rápidas O pericárdio consiste em duas partes principais pericárdio fibroso e pericárdio seroso Figura 41 Figura 41 Pericárdio sendo removido Fonte wwwcolegiosaofranciscocombralfa O pericárdio fibroso superficial é um tecido conjuntivo irregular denso resistente e inelástico Assemelhase a um saco que repousa sobre o diafragma e se prende a ele O pericárdio seroso mais profundo é uma membrana mais fina e mais delicada que forma uma dupla camada circundando o coração A camada parietal mais externa do pericárdio seroso está fundida ao pericárdio fibroso A camada visceral mais interna do pericárdio seroso também chamada epicárdio adere fortemente à superfície do coração Epicárdio a camada externa do coração é uma delgada lâmina de tecido seroso O epicárdio é contínuo a partir da base do coração com o revestimento interno do pericárdio denominado camada visceral do pericárdio seroso Miocárdio é a camada média e a mais espessa do coração É composto de músculo estriado cardíaco É esse tipo de músculo que permite que o coração se contraia e portanto impulsione sangue ou o force para o interior dos vasos sanguíneos Endocárdio é a camada mais interna do coração É uma fina camada de tecido composto por epitélio pavimentoso simples sobre uma camada de tecido conjuntivo A superfície lisa e Anatomia Humana 121 brilhante permite que o sangue corra facilmente sobre ela O endocárdio também reveste as valvas e é contínuo com o revestimento dos vasos sanguíneos que entram e saem do coração 433 CONFIGURAÇÃO EXTERNA O coração apresenta três faces Figuras 40 42 a 44 FACES Face Anterior Esternocostal Formada principalmente pelo ventrículo direito Face Diafragmática Inferior Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e parcialmente pelo ventrículo direito ela está relacionada principalmente com o tendão central do diafragma Face Pulmonar Esquerda Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo ela ocupa a impressão cárdica do pulmão esquerdo Figura 42 Face esternocostal do coração Fonte ptdreamstimecom Figura 43 Face pulmonar do coração Fonte juniordasaudeblogspotcom Externamente os óstios atrioventriculares correspondem ao sulco coronário que é ocupado por artérias e veias coronárias este sulco circunda o coração e é interrompido anteriormente pelas artérias aorta e pelo tronco pulmonar Anatomia Humana 122 Figura 44 Face diafragmática do coração Fonte ptpandapediacomwiki O septo interventricular na face anterior corresponde ao sulco interventricular anterior e na face diafragmática ao sulco interventricular posterior O sulco interventricular anterior é ocupado pelos vasos interventriculares anteriores O sulco interventricular posterior parte do sulco coronário e desce em direção à incisura do ápice do coração Este sulco é ocupado pelos vasos interventriculares posteriores 434 CONFIGURAÇÃO INTERNA Figuras 45 a 48 O coração possui quatro câmaras dois átrios e dois ventrículos Os átrios as câmaras superiores recebem sangue os ventrículos câmaras inferiores bombeiam o sangue para fora do coração Figura 45 Coração aberto corte frontal Fontewwwincrjsaudegovbrciruvalvarasp Figura 46 Cavidades cardíacas Fontewwwsaberwebcombranatomiacoracao Anatomia Humana 123 Na face anterior de cada átrio existe uma estrutura enrugada em forma de saco chamada aurícula semelhante à orelha do cão O átrio direito é separado do esquerdo por uma fina divisória chamada septo interatrial o ventrículo direito é separado do esquerdo pelo septo interventricular Figura 47 Cavidades cardíacas Fontewwwsobiologiacombrcirculacaophp Figura 48 Valvas cardíacas Fonte wwwcolegiosaofranciscocombr 4341 Átrio Direito O átrio direito recebe sangue venoso de duas grandes veias veia cava superior e veia cava inferior A veia cava superior recolhe sangue da cabeça e parte superior do corpo já a inferior recebe sangue das partes mais inferiores do corpo abdômen e membros inferiores Enquanto a parede posterior do átrio direito é lisa a parede anterior é rugosa devido a presença de cristas musculares chamados músculos pectinados O sangue passa do átrio direito para ventrículo direito através de uma valva chamada tricúspide formada por três válvulas ou cúspides Na parede medial do átrio direito que é constituída pelo septo interatrial encontramos uma depressão que é a fossa oval que representa um vestígio do forame oval presente no feto Anteriormente o átrio direito apresenta uma expansão piramidal denominada aurícula direita que serve para amortecer o impulso do sangue ao penetrar no átrio 4342 Átrio Esquerdo O átrio esquerdo é uma cavidade de parede fina com paredes posteriores e anteriores lisas que recebe o sangue já oxigenado por meio de quatro veias pulmonares O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através da valva bicúspide mitral que tem apenas duas cúspides O átrio esquerdo também apresenta uma expansão piramidal chamada aurícula esquerda 343 Ventrículo Direito Anatomia Humana 124 O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do coração O seu interior apresenta uma série de feixes elevados de fibras musculares cardíacas chamadas trabéculas cárneas No óstio atrioventricular direito existe um aparelho denominado valva tricúspide que serve para impedir que o sangue retorne do ventrículo para o átrio direito O ápice das válvulas que formam a valva é preso por filamentos denominados cordas tendíneas as quais se inserem em pequenas colunas cárneas chamadas de músculos papilares A valva do tronco pulmonar também é constituída por pequenas lâminas porém estas estão dispostas em concha denominadas válvulas semilunares 4344 Ventrículo Esquerdo O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração No óstio atrioventricular esquerdo encontramos a valva atrioventricular esquerda constituída apenas por duas laminas denominadas cúspides Essa valva é denominada mitral Como o ventrículo direito também tem trabéculas cárneas e cordas tendíneas que fixam as cúspides da valva mitral aos músculos papilares O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através do óstio atrioventricular esquerdo onde se localiza a valva bicúspide mitral Do ventrículo esquerdo o sangue sai para a maior artéria do corpo a aorta ascendente passando pela valva aórtica constituída por três válvulas semilunares direita esquerda e posterior Daí parte do sangue flui para as artérias coronárias que se ramificam a partir da aorta ascendente levando sangue para a parede cardíaca o restante do sangue passa para o arco da aorta e para a aorta descendente aorta torácica e aorta abdominal Ramos arteriais do arco da aorta e da aorta descendente levam sangue para todo o corpo 44 CICLO CARDÍACO Um ciclo cardíaco único inclui todos os eventos associados a um batimento cardíaco No ciclo cardíaco normal os dois átrios se contraem enquanto os dois ventrículos relaxam e vice versa O termo sístole designa a fase de contração a fase de relaxamento é designada como diástole Quando o coração bate os átrios contraemse primeiramente sístole atrial forçando o sangue para os ventrículos Uma vez preenchidos os dois ventrículos contraemse sístole ventricular e forçam o sangue para fora do coração 441 COMPLEMENTO As valvas e válvulas são para impedir este comportamento anormal do sangue para impedir que ocorra o refluxo elas fecham após a passagem do sangue Quando ocorre refluxo de sangue para os átrios está caracterizado o Prolapso da valva Sístole é a contração do músculo cardíaco temos a sístole atrial que impulsiona sangue para os ventrículos Assim as valvas atrioventriculares estão abertas à passagem de sangue e a pulmonar e a aórtica estão fechadas Na sístole ventricular as valvas atrioventriculares estão fechadas e as semilunares abertas à passagem de sangue Diástole é o relaxamento do músculo cardíaco é quando os ventrículos se enchem de sangue neste momento as valvas atrioventriculares estão abertas e as semilunares estão fechadas Anatomia Humana 125 442 AUTOMATISMO CARDÍACO A inervação intrínseca ou sistema de condução do coração é a razão dos batimentos contínuos do coração É uma atividade elétrica intrínseca e rítmica que se origina em uma rede de fibras musculares cardíacas especializadas chamadas células autorítmicas marca passo cardíaco por serem autoexcitáveis A excitação cardíaca começa no nodo sinoatrial SA situado na parede atrial direita inferior a abertura da veia cava superior Propagandose ao longo das fibras musculares atriais o potencial de ação atinge o nodo atrioventricular AV situado no septo interatrial anterior a abertura do seio coronário Do nodo AV o potencial de ação chega ao feixe atrioventricular feixe de His que é a única conexão elétrica entre os átrios e os ventrículos Após ser conduzido ao longo do feixe AV o potencial de ação entra nos ramos direito e esquerdo que cruzam o septo interventricular em direção ao ápice cardíaco Finalmente as miofibras condutoras fibras de Purkinge conduzem rapidamente o potencial de ação primeiro para o ápice do ventrículo e após para o restante do miocárdio ventricular 45 VASOS SANGUÍNEOS Formam uma rede de tubos que transportam sangue do coração em direção aos tecidos do corpo e de volta ao coração Os vasos sanguíneos podem ser divididos em sistema arterial e sistema venoso Sistema Arterial Constitui um conjunto de vasos que partindo do coração vão se ramificando cada ramo em menor calibre até atingirem os capilares Sistema Venoso Formam um conjunto de vasos que partindo dos tecidos vão se formando em ramos de maior calibre até atingirem o coração Os vasos sanguíneos que conduzem o sangue para fora do coração são as artérias Estas se ramificam muito tornamse progressivamente menores e terminam em pequenos vasos determinados arteríolas A partir destes vasos o sangue é capaz de realizar suas funções de nutrição e de absorção atravessando uma rede de canais microscópicos chamados capilares os quais permitem ao sangue trocar substâncias com os tecidos Dos capilares o sangue é coletado em vênulas em seguida através das veias de diâmetro maior alcança de novo o coração Esta passagem de sangue através do coração e dos vasos sanguíneos é chamada de CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA Anatomia Humana 126 UNIDADE 5 SISTEMA RESPIRATÓRIO 51 INTRODUÇÃO A função do sistema respiratório é facultar ao organismo uma troca de gases com o ar atmosférico assegurando permanente concentração de oxigênio no sangue necessária para as reações metabólicas e em contrapartida servindo como via de eliminação de gases residuais que resultam dessas reações e que são representadas pelo gás carbônico O intercâmbio dos gases fazse ao nível dos pulmões mas para atingilos o ar deve percorrer diversas porções de um tubo irregular que recebe o nome conjunto de vias aeríferas Figura 49 Figura 49 Sistema respiratório Fonte wwwjumarorgbrorgaosrespirahtm As vias aeríferas podem ser divididas em nariz faringe laringe traqueia brônquios e pulmões 52 NARIZ O nariz é uma protuberância situada no centro da face sendo sua parte externa denominada nariz externo e a escavação que apresenta interiormente conhecida por cavidade ou fossa nasal O nariz externo tem a forma de uma pirâmide triangular de base inferior e cuja face posterior se ajusta verticalmente no 13 médio da face Figura 50 O ar entra no trato respiratório através de duas aberturas chamadas narinas Em seguida flui pela cavidade nasal que está revestida por mucosa respiratória O septo nasal divide essa Anatomia Humana 127 cavidade Os pêlos do interior das narinas filtram grandes partículas de poeira que podem ser inaladas Além disso a cavidade nasal contém células receptoras para o olfato em sua parte mais superior Figura 51 Figura 50 Nariz externo Figura 51 Cavidade nasal lateralmente Fontes wwwibbunespbrnadi e wwwafhbiobrsentidosSentidos7asp A cavidade nasal é a escavação que encontramos no interior do nariz ela é subdividida em dois compartimentos um direito e outro esquerdo Cada compartimento dispõe de um orifício anterior que é a narina e um posterior denominado coana As coanas fazem a comunicação da cavidade nasal com a faringe É na cavidade nasal que o ar tornase condicionado ou seja é filtrado umedecido e aquecido Daí ser desaconselhável respirar pela boca Na parede lateral da cavidade nasal encontramos as conchas nasais cornetos que são divididas em superior média e inferior O esqueleto ósseo do nariz é formado pelo osso frontal ossos nasais e maxilas A cavidade nasal contém várias aberturas de drenagem pelas quais o muco dos seios paranasais é drenado Os seios paranasais compreendem os seios maxilares frontal etmoidal e o esfenoidal Figura 52 Figura 52 Seios paranasais Fonte wwwmsdbrazilcommmsec19213html Anatomia Humana 128 53 FARINGE A faringe é um tubo que começa nas coanas e estendese para baixo no pescoço Ela se situa logo atrás das cavidades nasais e logo adiante da coluna cervical Sua parede é composta de músculos esqueléticos e revestida de túnica mucosa A faringe funciona como uma passagem de ar e alimento A faringe é dividida em três regiões anatômicas nasofaringe orofaringe e laringofaringe Figura 53 Figura 53 Porções da faringe Fonte wwwartigosobrecom A porção superior da faringe denominada parte nasal ou nasofaringe tem as seguintes comunicações duas coanas e dois óstios faringeos das tubas auditivas A tuba auditiva se comunica com a faringe através do óstio faríngeo da tuba auditiva que por sua vez conecta a parte nasal da faringe com a cavidade média timpânica do ouvido Daí o ar que respiramos penetrar no interior do ouvido A parte intermediária da faringe a orofaringe situase atrás da cavidade oral e estendese do palato mole até o nível do hioide A parte da orofaringe tem comunicação com a boca e serve de passagem tanto para o ar como para o alimento A laringofaringe estendese para baixo a partir do osso hioide e conectase com o esôfago canal do alimento e posteriormente com a laringe passagem de ar Como a parte oral da faringe a laringofaringe é uma via respiratória e também uma via digestória 54 LARINGE A laringe é um órgão curto que conecta a faringe com a traqueia Ela se situa na linha mediana do pescoço diante da quarta quinta e sexta vértebras cervicais Figura 54 A laringe tem três funções Atua como passagem para o ar durante a respiração Produz som ou seja a voz por esta razão é chamada de caixa de voz Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas respiratórias como a traqueia A laringe desempenha função na produção de som que resulta na fonação Na sua superfície interna encontramos uma fenda ânteroposterior denominada vestíbulo da laringe que possui duas pregas prega vestibular cordas vocais falsas e prega vocal cordas vocais verdadeiras Anatomia Humana 129 A parede da laringe é composta de várias cartilagens entre elas destacamse a Epiglote a Tireoide e a Cricoide Figura 54 Laringe Fonte wwwstudiomelcom A cartilagem tireoide consiste de cartilagem hialina e forma a parede anterior e lateral da laringe é maior nos homens devido à influência dos hormônios durante a fase da puberdade Adiante no pescoço podemos apalpar o Pomo de Adão formado pela proeminência dessa cartilagem A cartilagem cricoide localizase logo abaixo da cartilagem tireoide e antecede a traqueia A epiglote se fixa no osso hioide e na cartilagem tireoide A epiglote é uma espécie de porta para o pulmão onde apenas o ar ou substâncias gasosas entram e saem dele Já substâncias líquidas e sólidas não entram no pulmão pois a epiglote se fecha e os alimentos se dirigem para o esôfago 55 TRAQUEIA A traqueia é um tubo de 10 a 125cm de comprimento e 25cm de diâmetro Constitui um tubo que faz continuação à laringe penetra no tórax e termina se bifurcando nos 2 brônquios principais Ela se situa medianamente e anterior ao esôfago e apenas na sua terminação desvia se ligeiramente para a direita Figura 55 O arcabouço da traqueia é constituído aproximadamente por 20 anéis cartilagíneos incompletos para trás O fato desses anéis serem incompletos como uma ferradura é importante para permitir as expansões do esôfago situado logo atrás da traqueia e que sobre dilatação com a passagem do bolo alimentar em deglutição Internamente a traqueia é forrada por mucosa onde abundam glândulas e o epitélio é ciliado facilitando a expulsão de mucosidades e corpos estranhos Inferiormente a traqueia se bifurca dando origem aos 02 brônquios principais direito e esquerdo Anatomia Humana 130 Figura 55 Traqueia e Brônquios Fonte wwwpgrmpfgovbr 56 BRÔNQUIOS Os brônquios principais fazem a ligação da traqueia com os pulmões são considerados um direito e outro esquerdo Figura 55 A traqueia e os brônquios extrapulmonares são constituídos de anéis incompletos de cartilagem hialina tecido fibroso fibras musculares mucosa e glândulas Os brônquios principais entram nos pulmões na região chamada HILO Ao atingirem os pulmões correspondentes os brônquios principais subdividemse nos brônquios lobares Os brônquios dividemse respectivamente em tubos cada vez menores denominados bronquíolos As paredes dos bronquíolos contêm músculo liso e não possuem cartilagem Os bronquíolos continuam a se ramificar e dão origem a minúsculos túbulos denominados ductos alveolares Estes ductos terminam em estruturas microscópicas com forma de uva chamados alvéolos Os alvéolos são minúsculos sáculos de ar que constituem o final das vias respiratórias Um capilar pulmonar envolve cada alvéolo A função dos alvéolos é trocar oxigênio e dióxido de carbono através da membrana capilar alvéolopulmonar 57 PULMÕES Os pulmões são órgãos essenciais na respiração São duas vísceras situadas uma de cada lado no interior do tórax e onde se dá o encontro do ar atmosférico com o sangue circulante ocorrendo então as trocas gasosas HEMATOSE Eles estendemse do diafragma até um pouco acima das clavículas e estão justapostos às costelas Figuras 56 a 58 O pulmão direito é o mais espesso e mais largo que o esquerdo Ele também é um pouco mais curto pois o diafragma é mais alto no lado direito para acomodar o fígado O pulmão esquerdo tem uma concavidade que é a incisura cardíaca Cada pulmão tem uma forma que lembra uma pirâmide com um ápice uma base três margens e três faces Peso Os pulmões têm em média o peso de 700 gramas Altura Os pulmões têm em média a altura de 25 centímetros Faces O pulmão apresenta três faces a Face Costal face lateral é a face relativamente lisa e convexa voltada para a superfície interna da cavidade torácica Anatomia Humana 131 b Face Diafragmática face inferior é a face côncava que assenta sobre a cúpula diafragmática c Face Mediastínica face medial é a face que possui uma região côncava onde se acomoda o coração Dorsalmente encontrase a região denominada hilo ou raiz do pulmão pulmonar Figura 56 Pulmões direito e esquerdo Fonte joaonweblogsus Divisão Os pulmões apresentam características morfológicas diferentes O pulmão direito apresentase constituído por três lobos divididos por duas fissuras Uma fissura obliqua que separa lobo inferior dos lobos médio e superior e uma fissura horizontal que separa o lobo superior do lobo médio O pulmão esquerdo é dividido em um lobo superior e um lobo inferior por uma fissura oblíqua Anteriormente e inferiormente o lobo superior do pulmão esquerdo apresenta uma estrutura que representa resquícios do desenvolvimento embrionário do lobo médio a língula do pulmão Cada lobo pulmonar é subdividido em segmentos pulmonares que constituem unidades pulmonares completas consideradas autônomas sob o ponto de vista anatômico Figura 57 Pulmões com divisão em lobos Fonte wwwartigosobrecom Figura 58 Pulmões em posição Fonte wwwdrpereiracombr Anatomia Humana 132 571 PLEURAS É uma membrana serosa de dupla camada que envolve e protege cada pulmão A camada externa é aderida à parede da cavidade torácica e ao diafragma e é denominada Pleura Parietal refletese na região do hilo pulmonar para formar a pleura visceral A camada interna a Pleura Visceral reveste os próprios pulmões aderese intimamente à superfície do pulmão e penetra nas fissuras entre os lobos Entre as pleuras visceral e parietal encontrase um pequeno espaço a cavidade pleural que contém pequena quantidade de líquido lubrificante secretado pelas túnicas Esse líquido reduz o atrito entre as túnicas permitindo que elas deslizem facilmente uma sobre a outra durante a respiração Anatomia Humana 133 UNIDADE 6 SISTEMA DIGESTÓRIO 61 INTRODUÇÃO O canal alimentar e as glândulas anexas constituem o sistema digestório O canal alimentar é um tubo oco que se estende da cavidade oral ao ânus sendo também chamado de tubo digestório ou trato gastrintestinal As estruturas do tubo digestório incluem boca faringe esôfago estômago intestino delgado intestino grosso reto e ânus Figura 59 Figura 59 Canal alimentar Fonte wwwfbgorgbr O comprimento do tubo digestório medido no cadáver é de cerca de 9m Na pessoa viva é menor porque os músculos ao longo das paredes dos órgãos do trato gastrintestinal mantêm o tônus Os órgãos digestórios acessórios são os dentes a língua as glândulas salivares o fígado vesícula biliar e o pâncreas Os dentes realizam a fase mecânica da mastigação e a língua auxilia na mastigação e na deglutição Os outros órgãos digestórios acessórios nunca entram em contato direto com o alimento Produzem ou armazenam secreções que passam para o trato gastrintestinal e auxiliam na decomposição química do alimento 62 FUNÇÕES 1Destinase ao aproveitamento pelo organismo de substâncias estranhas ditas alimentares que asseguram a manutenção de seus processos vitais 2Transformação mecânica e química das macromóléculas alimentares ingeridas proteínas carboidratos etc em moléculas de tamanhos e formas adequadas para serem absorvidas pelo intestino 3Transporte de alimentos digeridos água e sais minerais da luz intestinal para os capilares sanguíneos da mucosa do intestino Anatomia Humana 134 4Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos juntamente com restos de células descamadas da parte do trato gastrointestinal e substâncias secretadas na luz do intestino Mastigação Desintegração parcial dos alimentos processo mecânico e químico Deglutição Condução dos alimentos através da faringe para o esôfago Ingestão Introdução do alimento no estômago Digestão Desdobramento do alimento em moléculas mais simples Absorção Processo realizado pelos intestinos Defecação Eliminação de substâncias não digeridas do trato gastrointestinal O trato gastrointestinal apresenta diversos segmentos que sucessivamente são Boca Faringe Esôfago Estômago Intestino Delgado Intestino Grosso Órgãos Anexos GLÂNDULAS SALIVARES FÍGADO PÂNCREAS 63 CAVIDADE ORAL A cavidade da boca é onde o alimento é ingerido e preparado para a digestão no estômago e intestino delgado O alimento é mastigado pelos dentes e a saliva proveniente das glândulas salivares facilita a formação de um bolo alimentar controlável A deglutição é iniciada voluntariamente na cavidade da boca A fase voluntária do processo empurra o bolo da cavidade da boca para a faringe a parte expandida do canal alimentar onde ocorra a fase automática da deglutição A cavidade da boca consiste em duas partes o vestíbulo da boca e a cavidade própria da boca O vestíbulo da boca é o espaço semelhante a uma fenda entre os dentes e a gengiva e os lábios e as bochechas A cavidade própria da boca é o espaço entre os arcos dentais superior e inferior É limitada lateral e anteriormente pelos arcos alveolares maxilares e mandibulares que alojam os dentes O teto da cavidade da boca é formado pelo palato Posteriormente a cavidade da boca se comunica com a parte oral da faringe Quando a boca está fechada e em repouso a cavidade da boca é completamente ocupada pela língua Figura 60 Figura 60 Cavidade oral Fonte wwwsoscorpocombranatomia Anatomia Humana 135 631 DENTES Os dentes são estruturas cônicas duras fixadas nos alvéolos da mandíbula e maxila que são usados na mastigação e na assistência à fala Crianças têm 20 dentes decíduos primários ou de leite Adultos normalmente possuem 32 dentes secundários Na época em que a criança está com 2 anos de idade provavelmente já estará com um conjunto completo de 20 dentes de leite Quando um adulto jovem já está com algo entre 17 e 24 anos de idade geralmente está presente em sua boca um conjunto completo de 32 dentes permanentes 632 LÍNGUA A língua é o principal órgão do sentido do gosto e um importante órgão da fala além de auxiliar na mastigação e deglutição dos alimentos Localizase no soalho da boca dentro da curva do corpo da mandíbula A face inferior possui uma mucosa entre o soalho da boca e a língua na linha mediana que forma uma prega vertical nítida o frênulo da língua No dorso da língua encontramos um sulco mediano que divide a língua em metades simétricas Nos 23 anteriores do dorso da língua encontramos as papilas linguais Já no 13 posterior encontramos numerosas glândulas mucosas e folículos linfáticos tonsila lingual Papilas Linguais são projeções do cório abundantemente distribuídas nos 23 anteriores da língua dando a essa região uma aspereza característica Os tipos de papilas são papilas valadas fungiformes filiformes e simples As papilas contêm os botões gustatórios responsáveis pelo paladar 64 FARINGE A faringe é um tubo que se estende da boca até o esôfago A faringe apresenta suas paredes muito espessas devido ao volume dos músculos que a revestem externamente por dentro o órgão é forrado pela mucosa faríngea um epitélio liso que facilita a rápida passagem do alimento O movimento do alimento da boca para o estômago é realizado pelo ato da deglutição A deglutição é facilitada pela saliva e muco e envolve a boca a faringe e o esôfago Três estágios Voluntário no qual o bolo alimentar é passado para a parte oral da faringe Faríngeo passagem involuntária do bolo alimentar pela faringe para o esôfago Esofágico passagem involuntária do bolo alimentar pelo esôfago para o estômago 641 Parte Nasal Nasofaringe situase posteriormente ao nariz e acima do palato mole e se diferencia da outras duas partes por sua cavidade permanecer sempre aberta Comunicase anteriormente com as cavidades nasais através das coanas Na parede posterior encontrase a tonsila faríngea adenóide em crianças 642 Parte Oral Orofaringe estendese do palato mole até o osso hioide Em sua parede lateral encontrase a tonsila palatina 643 Parte Laríngea Laringofaringe estendese do osso hioide à cartilagem cricoide De cada lado do orifício laríngeo encontrase um recesso denominado seio piriforme Anatomia Humana 136 O movimento da laringe também simultaneamente puxa as cordas vocais e aumentando a abertura entre a parte laríngea da faringe e o esôfago O bolo alimentar passa pela parte laríngea da faringe e entra no esôfago em 12 segundos 65 ESÔFAGO O esôfago é um tubo fibromúsculomucoso que se estende entre a faringe e o estômago Localizase posteriomente à traqueia começando na altura da 7ª vértebra cervical Perfura o diafragma pela abertura chamada hiato esofágico e termina na parte superior do estômago Mede cerca de 25cm de comprimento Figura 61 Figura 61 Esôfago Fonte wwwpgrmpfgovbr A presença de alimento no interior do esôfago estimula a atividade peristáltica e faz com que o alimento movase para o estômago As contrações são repetidas em ondas que empurram o alimento em direção ao estômago A passagem do alimento sólido ou semisólido da boca para o estômago leva 48 segundos alimentos muito moles e líquidos passam cerca de 1 segundo Ocasionalmente o refluxo do conteúdo do estômago para o interior do esôfago causa azia ou pirose A sensação de queimação é um resultado da alta acidez do conteúdo estomacal O refluxo gastresofágico se dá quando o esfíncter esofágico inferior localizado na parte superior do esôfago não se fecha adequadamente após o alimento ter entrado no estômago o conteúdo pode refluir para a parte inferior do esôfago O esôfago é formado por três porções Porção Cervical porção que está em contato íntimo com a traqueia Porção Torácica é a porção mais importante passa por trás do brônquio esquerdo mediastino superior entre a traqueia e a coluna vertebral Porção Abdominal repousa sobre o diafragma e pressiona o fígado formando nele a impressão esofágica 66 ESTÔMAGO O estômago está situado no abdome logo abaixo do diafragma anteriomente ao pâncreas superiormente ao duodeno e a esquerda do fígado É parcialmente coberto pelas Anatomia Humana 137 costelas O estômago está localizado no quadrante superior esquerdo do abdome entre o fígado e o baço Figura 62 O estômago é o segmento mais dilatado do tubo digestório em virtude dos alimentos permanecerem nele por algum tempo necessita ser um reservatório entre o esôfago e o intestino delgado A forma e posição do estômago são muito variadas de pessoa para pessoa o diafragma o empurra para baixo a cada inspiração e o puxa para cima a cada expiração e por isso não pode ser descrita como típica Figura 62 Estômago Fonte wwwcolegiosaofranciscocombr O estômago é divido em 4 áreas regiões principais cárdia fundo corpo e piloro O fundo que apesar do nome situase no alto acima do ponto onde se faz a junção do esôfago com o estômago O corpo representa cerca de 23 do volume total Para impedir o refluxo do alimento para o esôfago existe uma válvula orifício de entrada do estômago óstio cárdico ou orifício esofágico inferior a cárdia situada logo acima da curvatura menor do estômago É assim denominada por estar próximo ao coração Para impedir que o bolo alimentar passe ao intestino delgado prematuramente o estômago é dotado de uma poderosa válvula muscular um esfíncter chamado piloro orifício de saída do estômago óstio pilórico O estômago apresenta ainda duas partes a curvatura maior margem esquerda do estômago e a curvatura menor margem direita do estômago 661 FUNÇÕES DIGESTIVAS Digestão do alimento Secreção do suco gástrico que inclui enzimas digestórias e ácido hidroclorídrico como substâncias mais importantes Secreção de hormônio gástrico e fator intrínseco Regulação do padrão no qual o alimento é parcialmente digerido e entregue ao intestino delgado Absorção de pequenas quantidades de água e substâncias dissolvidas Anatomia Humana 138 67 INTESTINO DELGADO A principal parte da digestão ocorre no intestino delgado que se estende do piloro até a junção iliocólica ileocecal que se reúne com o intestino grosso Figura 63 O intestino delgado é um órgão indispensável Os principais eventos da digestão e absorção ocorrem no intestino delgado portanto sua estrutura é especialmente adaptada para essa função Sua extensão fornece grande área de superfície para a digestão e absorção sendo ainda muito aumentada pelas pregas circulares vilosidades e microvilosidades Figura 63 Intestino Delgado Fonte wwwficharionlinecom O intestino delgado retirado numa é de cerca de 7 metros de comprimento podendo variar entre 5 e 8 metros o comprimento de intestino delgado e grosso em conjunto após a morte é de 9 metros O intestino delgado que consiste em duodeno jejuno e íleo estendese do piloro até a junção ileocecal onde o íleo unese ao ceco a primeira parte do intestino grosso Duodeno é a primeira porção do intestino delgado Recebe este nome por ter seu comprimento aproximadamente igual à largura de doze dedos 25 centímetros É a única porção do intestino delgado que é fixa Não possui mesentério NO duodeno desembocam dois importantes ductos Ducto colédoco formado pela junção dos ductos da vesícula biliar e do fígado bile Ducto pancreático provém do pâncreas suco ou secreção pancreática Jejuno é a parte do intestino delgado que faz continuação ao duodeno recebe este nome porque sempre que é aberto se apresenta vazio É mais largo aproximadamente 4 centímetros sua parede é mais espessa mais vascular e de cor mais forte que o íleo Anatomia Humana 139 Íleo é o último segmento do intestino delgado que faz continuação ao jejuno Recebe este nome por relação com osso ilíaco É mais estreito e suas túnicas são mais finas e menos vascularizadas que o jejuno Distalmente o íleo desemboca no intestino grosso num orifício que recebe o nome de óstio ileocecal 68 INTESTINO GROSSO O intestino grosso pode ser comparado com uma ferradura aberta para baixo mede cerca de 65 centímetros de diâmetro e 15 metros de comprimento Ele se estende do íleo até o ânus e está fixo à parede posterior do abdômen pelo mesocolon Figura 64 Figura 64 Intestino Grosso Fonte wwwficharionlinecom O intestino grosso absorve a água com tanta rapidez que em cerca de 14 horas o material alimentar toma a consistência típica do bolo fecal O intestino grosso é mais calibroso que o intestino delgado por isso recebe o nome de intestino grosso O calibre vai gradativamente afinando conforme vai chegando no canal anal O intestino grosso é dividido em 4 partes principais ceco cecum cólon ascendente transverso descendente e sigmóide reto e ânus A primeira é o ceco segmento de maior calibre que se comunica com o íleo Para impedir o refluxo do material proveniente do intestino delgado existe uma válvula localizada na junção do íleo com o ceco válvula ileocecal iliocólica No fundo do ceco encontramos o Apêndice Vermiforme A porção seguinte do intestino grosso é o cólon segmento que se prolonga do ceco até o ânus Cólon Ascendente Cólon Transverso Cólon Descendente Cólon Sigmóide 681 FUNÇÕES DO INTESTINO GROSSO Absorção de água e de certos eletrólitos Síntese de determinadas vitaminas pelas bactérias intestinais Armazenagem temporária dos resíduos fezes Eliminação de resíduos do corpo defecação Anatomia Humana 140 682 PERISTALTISMO Ondas peristálticas intermitentes e bem espaçadas movem o material fecal do ceco para o interior do colo ascendente transverso e descendente Á medida que se move através do colo a água é continuamente reabsorvida das fezes pelas paredes do intestino para o interior dos capilares As fezes que ficam no intestino grosso por um período maior perdem o excesso de água desenvolvendo a chamada constipação Ao contrário movimentos rápidos do intestino não permitem tempo suficiente para que ocorra a reabsorção de água causando diarréia 69 PERITÔNIO O peritônio é a mais extensa membrana serosa do corpo A parte que reveste a parede abdominal é denominada peritônio parietal e a que se reflete sobre as vísceras constitui o peritônio visceral O espaço entre os folhetos parietal e visceral do peritônio é denominada cavidade peritoneal 610 GLÂNDULAS ANEXAS O aparelho digestório é considerado como um tubo e recebe o líquido secretado por diversas glândulas a maioria situada em suas paredes como as da boca esôfago estômago e intestinos Algumas glândulas constituem formações bem individualizadas localizando nas proximidades do tubo com o qual se comunicam através de ductos que servem para o escoamento de seus produtos de elaboração As glândulas salivares são divididas em 2 grandes grupos glândulas salivares menores e glândulas salivares maiores A saliva é um líquido viscoso claro sem gosto e sem odor que é produzido por essas glândulas e pelas glândulas mucosas da cavidade da boca Glândulas salivares maiores são representadas por 3 pares que são as parótidas submandibulares e sublinguais 6101 FÍGADO O fígado é a maior glândula do organismo e é também a mais volumosa víscera abdominal Figuras 62 e 63 Sua localização é na região superior do abdômen logo abaixo do diafragma ficando mais a direita isto é normalmente 23 de seu volume estão à direita da linha mediana e 13 à esquerda O fígado é um órgão vital sendo essencial o funcionamento de pelo menos 13 dele além da bile que é indispensável na digestão das gorduras ele desempenha o importante papel de armazenador de glicose e em menor escala de ferro cobre e vitaminas A função digestiva do fígado é produzir a bile uma secreção verde amarelada para passar para o duodeno A bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar que a libera quando gorduras entram no duodeno A bile emulsiona a gordura e a distribui para a parte distal do intestino para a digestão e absorção o Outras funções do fígado são o Metabolismo dos carboidratos o Metabolismo dos lipídios Anatomia Humana 141 o Metabolismo das proteínas o Processamento de fármacos e hormônios o Excreção da bilirrubina o Excreção de sais biliares o Armazenagem o Fagocitose o Ativação da vitamina D 61011 VESÍCULA BILIAR A vesícula Biliar 710 cm de comprimento situase na fossa da vesícula biliar na face visceral do fígado Esta fossa situase na junção do lobo direito e do lobo quadrado do fígado A relação da vesícula biliar com o duodeno é tão íntima que a parte superior do duodeno normalmente é manchada com bile no cadáver A vesícula biliar tem capacidade para armazenar até 50ml de bile 6102 PÂNCREAS O pâncreas dividese em cabeça alojase na curva do duodeno colo corpo dividido em três partes anterior posterior e inferior e cauda O pâncreas tem as seguintes funções Dissolver carboidrato amilase pancreática Dissolver proteínas tripsina quimotripsina carboxipeptidase e elastáse Dissolver triglicerídios nos adultos lípase pancreática Dissolver ácido nucléicos ribonuclease e desoxirribonuclease Anatomia Humana 142 UNIDADE 7 SISTEMA URINÁRIO 71 INTRODUÇÃO O sistema urinário é constituído pelos órgãos uropoéticos isto é incumbidos de elaborar a urina e armazenála temporariamente até a oportunidade de ser eliminada para o exterior Na urina encontramos ácido úrico uréia sódio potássio bicarbonato etc Este aparelho pode ser dividido em órgãos secretores que produzem a urina e órgãos excretores que são encarregados de processar a drenagem da urina para fora do corpo Os órgãos urinários compreendem os rins 2 que produzem a urina os ureteres 2 ou ductos que transportam a urina para a bexiga 1 onde fica retida por algum tempo e a uretra 1 através da qual é expelida do corpo Figura 65 Figura 65 Sistema Urinário Fonte petragaleriawordpresscom Além dos rins as estruturas restantes do sistema urinário funcionam como um encanamento constituindo as vias do trato urinário Essas estruturas ureteres bexiga e uretra não modificam a urina ao longo do caminho ao contrário elas armazenam e conduzem a urina do rim para o meio externo 72 RIM Os rins são órgãos pares em forma de grão de feijão localizados logo acima da cintura entre o peritônio e a parede posterior do abdome Sua coloração é vermelhoparda Os rins estão situados de cada lado da coluna vertebral por diante da região superior da parede posterior do abdome estendendose entre a 11ª costela e o processo transverso da 3ª vértebra lombar São descritos como órgãos retroperiotoneais por estarem posicionados por trás do peritônio da cavidade abdominal Os rins são recobertos pelo peritônio e circundados por uma massa de gordura e de tecido areolar frouxo Cada rim tem cerca de 1125cm de comprimento 5 a 75cm de largura e um pouco mais que 25cm de espessura O esquerdo é um pouco mais comprido e mais estreito do que o U reter Bexiga Uretra Anatomia Humana 143 direito O peso do rim do homem adulto varia entre 125 a 170g na mulher adulta entre 115 a 155g O rim direito normalmente situase ligeiramente abaixo do rim esquerdo devido ao grande tamanho do lobo direito do fígado Na margem medial côncava de cada rim encontrase uma fenda vertical o HILO RENAL onde a artéria renal entra e a veia e a pelve renal deixam o seio renal No hilo a veia renal está anterior à artéria renal que está anterior à pelve renal O hilo renal é a entrada para um espaço dentro do rim O seio renal que é ocupado pela pelve renal cálices nervos vasos sanguíneos e linfáticos e uma variável quantidade de gordura Cada rim apresenta duas faces duas margens e duas extremidades FACES 2 Anterior e Posterior As duas são lisas porém a anterior é mais abaulada e a posterior mais plana MARGENS 2 Medial côncava e Lateral convexa POLOS OU EXTREMIDADES 2 Superior e Inferior ao nível de L3 721 ANATOMIA INTERNA DOS RINS Em um corte frontal através do rim são reveladas duas regiões distintas uma área avermelhada de textura lisa chamada córtex renal e uma área marronavermelhada profunda denominada medula renal A medula consiste em 818 estruturas cuneiformes as pirâmides renais Figura 66 Figura 66 Rim por dentro Fonte wwwsaudesaudecombr A base extremidade mais larga de cada pirâmide olha o córtex e seu ápice extremidade mais estreita chamada papila renal aponta para o hilo do rim As partes do córtex renal que se estendem entre as pirâmides renais são chamadas colunas renais Juntos o córtex e as pirâmides renais da medula renal constituem a parte funcional ou parênquima do rim No parênquima estão as unidades funcionais dos rins cerca de 1 milhão de estruturas microscópicas chamadas NEFRÔNIOS A urina formada pelos nefrônios drena para os grandes ductos papilares que se estendem ao longo das papilas renais das pirâmides Os ductos drenam para estruturas chamadas cálices renais menor e maior Cada rim tem 818 cálices menores e 23 cálices maiores O cálice renal menor recebe urina dos ductos papilares de uma papila renal e a transporta até um cálice renal maior Do cálice renal maior a Anatomia Humana 144 urina drena para a grande cavidade chamada pelve renal e depois para fora pelo ureter até a bexiga urinária O hilo renal se expande em uma cavidade no rim chamada seio renal 722 FUNÇÕES DOS RINS Os rins realizam o trabalho principal do sistema urinário com as outras partes do sistema atuando principalmente como vias de passagem e áreas de armazenamento Com a filtração do sangue e a formação da urina os rins contribuem para a homeostasia dos líquidos do corpo de várias maneiras As funções dos rins incluem Regulação da composição iônica do sangue Manutenção da osmolaridade do sangue Regulação do volume sanguíneo Regulação da pressão arterial Regulação do pH do sangue Liberação de hormônios Regulação do nível de glicose no sangue Excreção de resíduos e substâncias estranhas 73 URETER Figura 67 Ureteres Fonte healthlibraryepnetcom São dois tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga Figura 67 Órgãos pouco calibrosos os ureteres têm menos de 6mm de diâmetro e 25 a 30cm de comprimento Pelve renal é a extremidade superior do ureter localizada no interior do rim Descendo obliquamente para baixo e medialmente o ureter percorre por diante da parede posterior do abdome penetrando em seguida na cavidade pélvica abrindose no óstio do ureter situado no assoalho da bexiga urinária Em virtude desse seu trajeto distinguemse duas partes do ureter abdominal e pélvica Os ureteres são capazes de realizar contrações rítmicas denominadas peristaltismo A urina se move ao longo dos ureteres em resposta à gravidade e ao peristaltismo Anatomia Humana 145 74 BEXIGA A bexiga urinária funciona como um reservatório temporário para o armazenamento da urina Quando vazia a bexiga está localizada inferiormente ao peritônio e posteriormente à sínfise púbica quando cheia ela se eleva para a cavidade abdominal É um órgão muscular oco elástico que nos homens situase diretamente anterior ao reto e nas mulheres está à frente da vagina e abaixo do útero Quando a bexiga está cheia sua superfície interna fica lisa Uma área triangular na superfície posterior da bexiga não exibe rugas Esta área é chamada trígono da bexiga e é sempre lisa Este trígono é limitado por três vértices os pontos de entrada dos dois ureteres e o ponto de saída da uretra O trígono é importante clinicamente pois as infecções tendem a persistir nessa área Figura 68 Figura 68 Bexiga aberta Fonte wwwcolegiosaofranciscocombr A saída da bexiga urinária contém o músculo esfíncter chamada esfíncter interno que se contrai involuntariamente prevenindo o esvaziamento Inferiormente ao músculo esfíncter envolvendo a parte superior da uretra está o esfíncter externo que controlado voluntariamente permitindo a resistência à necessidade de urinar A capacidade média da bexiga urinária é de 700 800 ml é menor nas mulheres porque o útero ocupa o espaço imediatamente acima da bexiga 75 URETRA A uretra é um tubo que conduz a urina da bexiga para o meio externo sendo revestida por mucosa que contém grande quantidade de glândulas secretoras de muco A uretra se abre para o exterior através do óstio externo da uretra A uretra é diferente entre os dois gêneros 751 URETRA MASCULINA FIGURA 69 A uretra masculina estendese do óstio uretral interno na bexiga urinária até o óstio uretral externo na extremidade do pênis Apresenta dupla curvatura no estado comum de relaxamento do pênis É dividida em três porções a prostática a membranácea e a esponjosa cujas estruturas e relações são essencialmente diferentes Anatomia Humana 146 Figura 69 Uretra masculina Fonte wwweneturalpt 752 URETRA FEMININA FIGURA 70 Figura 70 Uretra feminina Fonte wwwanatomiaparaenfermagemhpgigcombr É um canal membranoso estreito estendendose da bexiga ao óstio externo no vestíbulo da vagina Está colocada dorsalmente à sínfise púbica incluída na parede anterior da vagina e de direção oblíqua para baixo e para frente é levemente curva com a concavidade dirigida para frente Seu diâmetro quando não dilatada é de cerca de 6 mm Seu orifício externo fica imediatamente na frente da abertura vaginal e cerca de 25 cm dorsalmente à glande do clitóris Muitas e pequenas glândulas uretrais abremse na uretra As maiores destas são as glândulas parauretrais cujos ductos desembocam exatamente dentro do óstio uretral Anatomia Humana 147 UNIDADE 8 SISTEMA GENITAL 81 INTRODUÇÃO Encontramos na espécie humana diferenças anatômicas sexuais entre homem e mulher que são muito relevantes para a procriação da espécie A célula reprodutora masculina recebe o nome de espermatozoide e a célula feminina é conhecida como óvulo Tanto o espermatozoide como o óvulo caracterizamse por apresentar somente a metade do número de cromossomos encontrados normalmente nas células que constituem o corpo humano O ovo resulta da fusão do espermatozoide com o óvulo 82 SISTEMA GENITAL MASCULINO Os órgãos do sistema genital masculino são os testículos gônadas masculinas um sistema de ductos ducto deferente ducto ejaculatório e uretra as glândulas sexuais acessórias próstata glândula bulbouretral e vesículas seminais e diversas estruturas de suporte incluindo o escroto e o pênis Os testículos gônadas masculinas produzem esperma e secretam hormônios testosterona O sistema de ductos transporta e armazena esperma auxiliando na maturação e o conduz para o exterior O sêmen contém esperma mais as secreções das glândulas sexuais acessórias Figura 71 Figura 71 Sistema genital masculino Fonte wwwgeocitiescom Anatomia Humana 148 821 TESTICULOS O testículo é um órgão par direito e esquerdo situado numa bolsa músculocutânea denominada escroto a qual está localizada na região anterior do períneo logo por trás do pênis Figura 72 Figura 72 Testículo internamente Fonte xjovensblogspotcom Cada testículo tem forma ovoide com o grande eixo quase vertical e ligeiramente achatado no sentido lateromedial do que decorre apresentar duas faces duas margens e duas extremidades As faces são lateral e medial as margens anterior e posterior e a extremidades superior e inferior A margem posterior é ocupada de cima a baixo por uma formação cilíndrica mais dilatada para cima que o epidídimo O testículo é envolto por uma cápsula de natureza conjuntiva branconacarada que se chama túnica albugínea A túnica albugínea envia para o interior do testículo delgado septos conhecidos como séptulos dos testículos os quais delimitam os lóbulos dos testículos Nos lóbulos dos testículos encontramos grande quantidade de finos longos e sinuosos ductos de calibre quase capilar que são denominados túbulos seminíferos contorcidos E nesses túbulos seminíferos contorcidos que se formam os espermatozoides Os túbulos seminíferos convergem para o mediastino dos testículos e vão se anastomosando constituindo túbulos seminíferos retos os quais se entrecruzam formando uma verdadeira rede de Haller ao nível do mediastino 822 EPIDÍDIMO O epidídimo estendese longitudinalmente na borda posterior do testículo Anatomia Humana 149 Ele apresenta uma dilatação superior que ultrapassa o pólo superior do testículo que é denominada cabeça um seguimento intermediário que é o corpo e inferiormente uma porção mais estreitada que é a cauda do epidídimo Inferiormente a cauda do epidídimo tendo no interior o ducto do epidídimo encurvase em ângulo agudo para trás e para cima dando seguimento ao ducto deferente É justamente nessa curva constituída pela cauda do epidídimo e início do ducto deferente que ficam armazenados os espermatozoides até o momento do ato sexual em que são levados para o exterior A primeira porção do ducto deferente é mais ou menos sinuosa e ascende imediatamente por trás do epidídimo 823 DUCTO DEFERENTE O ducto deferente é um longo e fino tubo par de paredes espessas o que permite identificálo facilmente pela palpação por se apresentar como um cordão uniforme liso e duro o que o distingue dos elementos que o cercam que são de consistência muito branca Figura 71 Próximo à sua terminação o ducto deferente apresenta uma dilatação que recebe o nome de ampola do ducto deferente O funículo espermático estendese da extremidade superior da borda do testículo ao ânulo inguinal profundo local em que sues elementos tomam rumos diferentes O funículo espermático esquerdo é mais longo o que significa que o testículo esquerdo permanece em nível mais baixo que o direito Além do ducto deferente ele é constituído por artérias veias linfáticos e nervos As artérias são em número de três Artéria testicular Artéria do ducto deferente Artéria cremastérica As veias formam dois plexos um anterior e outro posterior em relação ao ducto deferente O plexo venoso anterior é o mais volumoso A artéria testicular caminha entre as malha do plexo anterior 824 DUCTO EJACULATÓRIO É um fino tubo par que penetra pela face posterior da próstata atravessando seu parênquima para ir se abrir por um pequeno orifício no colículo seminal da uretra prostática ao lado do forame do utrículo prostático Estruturalmente o ducto ejaculatório assim como a vesícula seminal tem a mesma constituição do ducto deferente apresentando três túnicas concêntricas adventícia muscular e mucosa 825 GLÂNDULA SEMINAL As glândulas seminais são duas bolsas membranosas lobuladas colocadas entre o fundo da bexiga e o reto obliquamente acima da próstata que elaboram um líquido para ser adicionado na secreção dos testículos Tem cerca de 75cm de comprimento A face ventral está em contato com o fundo da bexiga estendendose do ureter à base da próstata As glândulas seminais secretam um líquido que contém frutose açúcar monossacarídeo prostaglandinas e proteínas de coagulação vitamina C A natureza alcalina do líquido ajuda a Anatomia Humana 150 neutralizar o ambiente ácido da uretra masculina e trato genital feminino que de outra maneira tornaria inativos e mataria os espermatozoides O líquido secretado pelas glândulas seminais normalmente constitui 60 do volume de sêmen 826 PRÓSTATA A próstata é mais uma glândula cuja secreção é acrescentada ao líquido seminal Sua base está encostada no colo da bexiga e a primeira porção da uretra perfuraa longitudinalmente pelo seu centro da base ao ápice Sendo ligeiramente achatada no sentido anteroposterior ela apresenta uma face anterior e outra posterior e de cada lado faces inferolaterais Estruturalmente a próstata é envolta por uma cápsula constituída por tecido conjuntivo e fibras musculares lisas e da qual partem finas trabéculas que se dirigem para a profundidade do parênquima Participando de seu arcabouço encontramos fibras musculares estriadas que parecem derivar do músculo esfíncter da uretra O restante do parênquima é ocupado por células glandulares distribuidas em tubos ramificados cuja secreção é drenada pelos ductos prostáticos os quais em número que gira em torno de vinte se abrem na superfície posterior do interior da uretra de cada lado do colículo seminal 827 PÊNIS ÓRGÃO DE CÓPULA O pênis o órgão erétil e copulador masculino Ele é representado por uma formação cilindróide que se prende à região mais anterior do períneo e cuja extremidade livre é arredondada O tecido que tem a capacidade de se encher e esvaziar de sangue forma três cilindros dos quais dois são pares direito e esquerdo e se situam paralelamente por cima considerandose o pênis em posição horizontal ou semiereto e o terceiro é ímpar e mediano e situase longitudinalmente por baixo dos dois precedentes Os dois cilindros superiores recebem o nome de corpos cavernosos do pênis e o inferior de corpo esponjoso do pênis 828 ESCROTO Dirigindose para frente os dois corpos cavernosos se aproximam separados apenas por um septo fibroso sagital que é o septo do pênis Anteriormente os corpos cavernosos terminam abruptamente por trás de uma expansão do corpo esponjoso conhecido como glande O corpo esponjoso iniciase posteriormente por uma expansão mediana situada logo a baixo do diafragma urogenital que recebe o nome de bulbo do pênis Para frente o bulbo continua com o corpo esponjoso o qual vai se afinando paulatinamente e se aloja no sulco mediano formado e inferiormente pelos dois corpos cavernosos O rebordo que contorna a base da glande recebe o nome de coroa da glande No ápice da glande encontramos um orifício que é o óstio externo da uretra Nesse óstio vem se abrir a uretra esponjosa que percorre longitudinalmente o centro do corpo esponjoso desde a face superior do bulbo do pênis onde a mesma penetra Anatomia Humana 151 O pênis portanto poderia ser subdividido em raiz corpo e glande Envolvendo a parte livre do pênis encontramos uma cútis fina e deslizante conhecida por prepúcio É essa estrutura que é removida na circuncisão ou em casos de fimose Medianamente por baixo da glande a mucosa que envolve esta e depois se reflete para forrar a cútis da expansão anterior do prepúcio apresenta uma prega sagital denominada frênulo do prepúcio O interior destes três elementos tem um aspecto esponjoso que decorre da existência de inúmeras e finas trabéculas que se entrecruzam desordenadamente Entre essas trabéculas permanecem espaços que podem admitir maior quantidade de sangue tornando o pênis um órgão erétil O pênis e o escroto constituem as partes genitais externas masculinas enquanto o restante forma as partes genitais internas 83 SISTEMA GENITAL FEMININO Os órgãos genitais femininos são incumbidos da produção dos óvulos e depois da fecundação destes pelos espermatozoides oferecem condições para o desenvolvimento até o nascimento do novo ser Os órgãos genitais femininos consistem de um grupo de órgãos internos e outro de órgãos externos Os órgãos internos estão no interior da pelve e consistem dos ovários tubas uterinas útero e vagina Os órgãos externos são superficiais ao diafragma urogenital e achamse abaixo do arco púbico Compreendem o monte do púbis os lábios maiores e menores do pudendo o clitóris o bulbo do vestíbulo e as glândulas vestibulares maiores Estas estruturas formam a vulva ou pudendo feminino As glândulas mamárias também são consideradas parte do sistema genital feminino Figura 73 Figura 73 Sistema genital feminino Fonte wwwalgosobrecombr 831 OVÁRIOS O ovário é um órgão par comparável a uma amêndoa com aproximadamente 3cm de comprimento 2cm de largura e 15cm de espessura Figura 74 Anatomia Humana 152 Ele está situado por trás do ligamento largo do útero e logo abaixo da tuba uterina sendo que seu grande eixo se coloca paralelamente a esta Em virtude do 13 distal da tuba uterina normalmente estar voltada para baixo o ovário toma uma posição vertical com uma extremidade dirigida para cima e outra para baixo Comparada a amêndoa uma margem seria anterior e outra posterior o condiciona para que uma face seja lateral e outra medial Figura 74 Útero Tubase Ovários Fonte wwwesectondelarctspt A margem medial prendese a uma expansão do ligamento largo do útero que recebe o nome de mesovário e por isso é denominada de margem mesovárica enquanto a margem posterior é conhecida por margem livre A margem mesóvarica representa o hilo do ovário porquanto é por ele que entram e saem os vasos ováricos A extremidade inferior é chamada extremidade tubal e a superior extremidade uterina O ovário está preso ao útero e à cavidade pelvina por meio de ligamentos cujo conjunto pode ser grosseiramente comparado aos cabos dos bondes aéreos sendo o bonde o ovário o segmento do cabo que liga à parede pélvica é denominado ligamento suspensor do ovário e a porção do cabo que vai ter ao útero é o ligamento do ovário Na puberdade os ovários começam a secretar os hormônios sexuais estrógeno e progesterona As células dos folículos maduros secretam estrógeno enquanto o corpo lúteo produz grandes quantidades de progesterona e pouco estrógeno Esses hormônios transformam a menina em mulher 832 TUBAS UTERINAS Tuba uterina é um tubo par que se implanta de cada lado no respectivo ângulo latero superior do útero e se projeta lateralmente representando os ramos horizontais do tubo Figura 74 Esse tubo é irregular quanto ao calibre apresentando aproximadamente 10cm de comprimento Ele vai se dilatando á medida que se afasta do útero abrindose distalmente por um verdadeiro funil de margem franjada Dividese em 04 regiões que no sentido médiolateral são parte uterina istmo ampola e infundíbulo Anatomia Humana 153 A parte uterina é a porção intramural isto é constitui o segmento do tubo que se situa na parede do útero No início desta porção da tuba encontramos um orifício denominado óstio uterino da tuba que estabelece sua comunicação com a cavidade uterina O istmo é a porção menos calibrosa situada junto ao útero enquanto a ampola é a dilatação que se segue ao istmo A ampola é considerada o local onde normalmente se processa a fecundação do óvulo pelo espermatozoide A porção mais distal da tuba é o infundíbulo que pode ser comparado a um funil cuja boca apresenta um rebordo muito irregular tomando o aspecto de franjas Essas franjas têm o nome de fímbrias da tuba e das quais uma se destaca por ser mais longa denominada fimbria ovárica O infundíbulo abrese livremente na cavidade do peritônio por intermédio de um forame conhecido por óstio abdominal da tuba uterina A parte horizontal seria representada pelo istmo e a vertical pela ampola e infundíbulo Comumente o infundíbulo se ajusta sobre o ovário e as fimbrias poderiam ser comparadas grosseiramente aos dedos de uma mão que segurasse por cima uma laranja A túnica muscular representada por fibras musculares lisas permite movimentos peristálticos à tuba auxiliando a migração do óvulo em direção ao útero A túnica mucosa é formada por células ciliadas e apresenta numerosas pregas paralelas longitudinais denominadas pregas tubais A tuba possui duas funções Transportar o óvulo do ovário ao útero Local onde ocorre a fertilização do óvulo pelo espermatozoide 833 ÚTERO O útero é um órgão oco impar e mediano em forma de uma pêra invertida achatado no sentido anteroposterior que emerge do centro do períneo para o interior da cavidade pélvica Figura 74 O útero está situado entre a bexiga urinaria que esta para frente e o reto que esta para trás Na parte media o útero apresenta um estrangulamento denominado istmo do útero A parte superior ao istmo recebe o nome de corpo do útero e a inferior constitui o colo cérvix A extremidade superior do corpo do útero ou seja a parte que se situa acima da implantação das tubas uterinas tem o nome de fundo do útero O colo do útero é subdividido em duas porções por um plano transversal que passa pela sua parte média que são as porções supravaginal e vaginal Esse plano transversal é representado pela inserção do fórnix da vagina em torno da parte media do colo Com isso a porção supravaginal do colo está dentro da cavidade peritoneal e é envolta pelo peritônio formando um bloco comum para cima com o istmo corpo e fundo do útero enquanto a porção vaginal do colo representando um segmento cilíndrico arredondado para baixo que faz saliência no interior da vagina ocupando o centro do seu fórnix No centro da extremidade inferior da porção vaginal do colo do útero há um orifício denominado óstio do útero Sendo achatado no sentido anteroposterior o útero apresenta uma face anterior que é denominada face vesical e outra posterior que é a face intestinal A face vesical é mais plana e a face intestinal e mais convexa Anatomia Humana 154 As uniões laterais das duas faces constituem as margens do útero Na extremidade superior de cada margem implantase uma tuba uterina correspondente Entre uma tuba e a outra se situa o fundo do útero cuja margem superior denominase borda superior Nos ângulos superiores da cavidade do útero situamse os óstios uterinos das tubas uterina correspondentes O óstio do útero situase na porção vaginal do colo estabelece a comunicação entre o interior do útero e o interior da vagina As paredes do útero são constituídas por camadas concêntricas que da periferia para a profundidade são as túnicas serosas ou perimétrio tela subserosa túnica muscular ou miométrio e túnica mucosa ou endométrio O perimétrio é representado pelo peritoneo visceral que recobre tanto a parte visceral como a intestinal do órgão ao nível das margens laterais do mesmo os dois folhetos expandem se lateralmente para constituir os ligamentos largos do útero O miométrio é formado por uma espessa camada de fibras musculares lisas que se distribuem da periferia para a profundidade em 3 planos longitudinal plexiforme e circular O endométrio forra toda a cavidade uterina Ao nível do corpo do útero a mucosa se apresenta lisa ao passo que no colo é muito pregueada cujas pregas lembram as folhas de palma e por isso são chamadas de pregas espalmadas O endométrio papel muito importante por ocasião da gravidez O útero é mantido em sua posição por três ligamentos ligamento largo do útero ligamento redondo do útero e ligamento úterosacral Posições do útero Normalmente o útero se apresenta em anteversoflexão portanto em anteversão e anteflexão 834 VAGINA A vagina é um tubo músculomembranáceo mediano que superiormente inserese no contorno da parte média do colo do útero e para baixo atravessa o diafragma urogenital para se abrir no pudendo feminino cujo orifício chamase óstio da vagina É o órgão copulador da mulher A vagina apresenta duas paredes uma anterior e outra posterior as quais permanecem acoladas na maior parte de sua extensão representando uma cavidade virtual Superiormente a vagina se comporta como um tubo cilíndrico para envolver a porção vaginal do colo uterina e inferiormente ela se achata transversalmente para coincidir com o pudendo feminino A cúpula da vagina é representada por um recesso que circunda a parte mais alta da porção vaginal do colo recebendo a denominação de fórnix da vagina Em virtude de o útero estar normalmente em anteroversão a parte anterior da vagina é curta e a posterior mais longa do que resulta que a região posterior do fórnix vai mais alto ou mais profunda Na mulher virgem o óstio da vagina é obturado parcialmente por um diafragma mucoso denominado hímen Figura 75 Estruturalmente a vagina é constituída por uma túnica fibrosa que envolve uma túnica muscular fibras musculares lisas e interiormente é revestida por uma túnica mucosa Toda superfície mucosa é pregueada transversalmente pregas essas conhecidas por rugas vaginais Anatomia Humana 155 Figura 75 Tipos de Hímens Fonte wwwauladeanatomiacom 835 GLÂNDULAS VESTIBULARES MAIORES São duas pequenas formações 05cm de diâmetro cada situadas de um e de outro lado do orifício vaginal em contato com a extremidade posterior de cada massa lateral do bulbo do vestíbulo São arredondadas ou ovais e parcialmente sobrepostas posteriormente pelos bulbos do vestíbulo Secretam uma substância rica em muco que umedece e lubrifica o vestíbulo 836 ÓRGÃOS EXTERNOS O pudendo feminino vulva constitui a parte externa dos órgãos genitais femininos Fundamentalmente ele é representado por uma abertura fusiforme de grande eixo antero posterior de bordas muito acidentadas e situada no períneo imediatamente por trás da sínfise da pube Constituindo como que uma moldura para essa abertura fusiforme encontramos duas bordas salientes e roliças que descrevem um semiarco de cada lado de convexidade lateral de convexidade lateral e que recebem o nome lábios maiores do pudendo Por diante do encontro dos lábios maiores do pudendo feminino e em relação com a sínfise da pube há um acúmulo de tecido adiposo na tela subcutânea determinando uma saliência a esse nível elevação essa denominada monte da pube A cútis do monte da pube apresenta grande quantidade de pelos os quais tornamse mais escassos na região dos lábios maiores do pudendo A fenda anteroposterior que é determinada pelos dois lábios maiores recebe o nome de rima do pudendo O 13 anterior apresenta uma saliência triangular mediana de base posterior chamase glande do clitóris e o telhado cutâneo que recobre seria o prepúcio do clitóris O clitóris é uma miniatura do pênis masculino Como este é um órgão erétil O clitóris é formado por um tecido esponjoso denominado corpo cavernoso passível de se encher de sangue O corpo cavernoso do clitóris originase por dois ramos direito e esquerdo bastante longos que se acolam medial e depois inferiormente aos ramos direito e esquerdo inferiores da pube indo se unir ao nível do centro da sínfise da pube constituindo o corpo do clitóris o qual se dirige obliquamente para frente e para baixo terminando numa dilatação que é a glande do clitóris Como dissemos a prega cutânea que envolve o corpo do clitóris denominase prepúcio do clitóris Anatomia Humana 156 Os lábios menores são paralelos aos maiores unindose anteriormente ao nível da glande do clitóris O espaço fusiforme compreendendo entre os lábios menores recebe o nome de vestíbulo da vagina Na profundidade da base de implantação dos lábios menores e portanto de cada lado da parte mais alta do vestíbulo da vagina encontramos outra formação esponjosa denominada bulbo do vestíbulo Cada bulbo do vestíbulo bulbo da vagina é envolto pelo respectivo músculo bulbocavernoso Imediatamente por trás da extremidade posterior de cada bulbo do vestíbulo encontramos uma glândula esférica de tamanho aproximado ao de um grão de ervilha denominada glândula vestibular maior Os ductos dessas glândulas direita e esquerda vão se abrir na base do lábio menor correspondente Medianamente no vestíbulo da vagina situamse duas aberturas Uma anterior pequena é óstio externo da uretra A abertura mediana que se situa posteriormente no vestíbulo da vagina é o óstio da vagina Anatomia Humana 157 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CALAISGERMAIN B Anatomia para o Movimento V I Introdução à Análise das Técnicas Corporais Blandine Calais Germain tradução Sophie Guernet São Paulo Manole 1991 CASTRO S V Anatomia Fundamental 3ed São Paulo Makron Books 1985 DÂNGELO J G FATTINI C A Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar 2ed São Paulo Atheneu 2001 FREITAS V Anatomia Conceitos e Fundamentos São Paulo Artmed 2004 GANONG W F Fisiologia Médica 17ed Guanabara Koogan 1998 GARDNER E Anatomia Estudo Regional do Corpo Humano 4ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1998 GOSS C M Gray Anatomia 29ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan SA 1988 GRAY H Anatomia 29ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan SA 1988 HERLIHY B MAEBIUS N K Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano Saudável e Enfermo 1ed São Paulo Manole 2002 KENDALL F P McCREARY E K Músculos Provas e Funções 3ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1987 LATARJET M Anatomia Humana 2ed V1V2 São Paulo Panamericana 1996 MACHADO Â Neuroanatomia Funcional Rio de JaneiroSão Paulo Atheneu 1991 MOORE K L 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