1
Imunologia
UNINASSAU
6
Imunologia
UNINASSAU
28
Imunologia
UNINASSAU
22
Imunologia
UNINASSAU
2
Imunologia
UNINASSAU
19
Imunologia
UNINASSAU
18
Imunologia
UNINASSAU
2
Imunologia
UNINASSAU
17
Imunologia
UNINASSAU
1
Imunologia
UNINASSAU
Texto de pré-visualização
MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA UNIDADE 2 SISTEMA IMUNOLÓGICO Maurício Peixoto Introdução Nesta unidade vamos conhecer alguns conceitos relativos à imunologia explorando as principais características do sistema imunológico humano Todo mundo sabe da importância do nosso sistema imunológico no combate aos patógenos Ele garante a nossa defesa por meio de inúmeras células de defesa que estão circulando pelo nosso corpo impedindo assim que o patógeno desencadeie uma doença Mas e se o patógeno tiver sucesso em vencer as barreiras imunológicas o que acontece Para responder a essa pergunta veremos que possuímos dois tipos de respostas imunológicas a resposta imunológica inata e a adaptativa Se as células e moléculas que citamos anteriormente não derem conta do recado ou seja não conseguirem eliminar o patógeno entra em ação o sistema imune adaptativo E você sabe como nosso organismo conhece a hora de iniciar uma resposta imunológica Você conhece as células que fazem a defesa do nosso organismo Já ouviu falar em órgãos linfoides primários e secundários Esses sistemas possuem características únicas e eficientes para eliminar agentes agressores Para se ter êxito nesse combate diferentes células possuem distintas funções Nesta unidade você conhecerá essas células que atuam no combate ao patógeno Dentre elas temos os linfócitos T e B que atuam no local da infecção Mas como um linfócito sabe o local exato que deve deixar a corrente sanguínea Todas essas perguntas serão respondidas ao longo da Unidade 2 Vem com a gente e bons estudos 21 Introdução ao estudo do sistema imunológico e órgãos linfoides A área que estuda o sistema imunológico ou sistema imunitário dos seres humanos é chamada de imunologia O sistema imunológico é responsável por nos proteger contra doenças causadas por microrganismos patogênicos VOCÊ QUER VER Você não pode deixar de assistir ao filme Osmose Jones um longa produzido pela Warner Bros em 2011 Com direção de Bobby Farrely o filme mostra de uma forma bem lúdica como funciona nosso sistema imunológico frente a um patógeno altamente perigoso Os órgãos linfoides são responsáveis pela resposta imunológica pois dão origem a diversas células do sistema imune e fornecem um local propício para que ocorra essa resposta 211 Componentes do sistema imunológico Uma série de moléculas e células fazem parte da composição do sistema imunológico Todas as células do nosso sistema de defesa têm em comum sua origem Elas são originadas a partir de célulastronco hematopoiéticas CTHP da medula óssea As células CTHP iniciam a formação das células do sangue no processo conhecido como hematopoese Esse processo começa pela divisão da CTHP em progenitores mieloides ou linfoides e depois em precursores dos tipos celulares encontrados no sangue Célulastronco sanguíneas Célulastronco sanguíneas Progenitor mieloide Progenitor linfoide Plaquetas Mieloblasto Linfoblasto Basófilo Neutrófilo Eosinófilo Monócito Linfócito T Linfócito B Eritrócitos Figura 1 As células do sistema imunológico humano podem ter origem linfoide ou mieloide Essas células têm em comum sua procedência da medula óssea Fonte Double Brain Shutterstock 2019 O progenitor mieloide dá origem aos megacarioblastos e aos eritroblastos Os megacarioblastos precursor dão origem às plaquetas e os eritroblastos precursor aos eritrócitos Importante lembrar que este progenitor também pode dar origem aos precursores de granulócitos e macrófagos e por sua vez aos leucócitos sanguíneos incluindo os neutrófilos monócitos eosinófilos e basófilos Os neutrófilos eosinófilos e os basófilos são granulócitos Os granulócitos se caracterizam por apresentarem grânulos no seu citoplasma Durante um processo inflamatório os neutrófilos são os primeiros a serem recrutados Eles eliminam grandes agentes patogênicos por meio de enzimas e substâncias antimicrobianas Já os eosinófilos e os basófilos agem sobre grandes patógenos multicelulares por exemplo os helmintos VAMOS PRATICAR Como vimos todas as células do sistema imunológico têm origem a p célulastronco hematopoiéticas CTHP da medula óssea Essas cél responsáveis pela formação das células do sangue por meio de um p conhecido como hematopoese Nesta atividade você vai analisar sob ur crítica o fortalecimento do sistema imunológico e o jejum Situação problema O jejum virou moda entre as pessoas que desejam emagrecer Essa situaç ser observada em inúmeras postagens nas maiores redes sociais do mu pessoas que praticam jejum acreditam que ele tem o poder de mel sistema imunológico Esse mecanismo atuaria nas célulastronco hematop estimulando a formação de novos leucócitos e melhorando assim a fu sistema imunológico Além disso o organismo eliminaria componen estariam velhos ou danificados Muitos médicos são contra essa prática E estivesse na posição do médico e baseado nos seus conhecimentos de imu o que indicaria Os macrófagos são as células fagocitárias responsáveis por iniciar uma resposta imunológica devido à sua capacidade de ingerir uma variedade de microrganismos patogênicos e de estarem presentes em diversos tecidos MURPHY 2014 O progenitor linfoide da medula óssea por sua vez pode dar origem aos linfócitos B linfócitos T ou células NK Os linfócitos B também conhecidos como células B iniciam e terminam sua diferenciação na medula óssea originando o linfócito B virgem diferente do que ocorre para o linfócito T ou célula T que inicia sua diferenciação na medula e termina no timo 06062022 1939 Mecanismos de Agressão e Defesa httpsstudentulifecombrContentPlayerIndexlcw23L2bC3tm5HwQi7vLxQ7CA3d3dlAGYp2D7wKBr2EOX5CRCFpw3d3dcd 623 Os linfocitos B possuem ancorado em sua membrana plasmatica um anticorpo que tem funçao de receptor para a celula B o chamado BCR receptor da celula B ou em ingles B cell receptor O BCR e o responsavel pelo processo de ativaçao do linfocito B virgem em plasmocito quando se liga a superfıcie de um patogeno Diferentemente do linfocito B o linfocito T nao possui um anticorpo ancorado e sim um receptor chamado de TCR ou T cell receptor O TCR nao se liga diretamente ao antıgeno como o BCR ele faz isso por meio de uma celula apresentadora de antıgeno APC MURPHY 2014 Figura 2 As celulas brancas do sangue sao responsaveis por defender nosso organismo do ataque de agentes patogenicos ou de alguma substancia estranha Os leucocitos originados na medula ossea se diferenciam e amadurecem dando origem aos cinco tipos de celulas que vemos na imagem Fonte Designua Shutterstock 2019 06062022 1939 Mecanismos de Agressão e Defesa httpsstudentulifecombrContentPlayerIndexlcw23L2bC3tm5HwQi7vLxQ7CA3d3dlAGYp2D7wKBr2EOX5CRCFpw3d3dcd 723 Existe ainda uma celula que pode ser de origem tanto mieloide quanto linfoide Essa celula e a celula dendrıtica As celulas dendrıticas sao especialistas em capturar antıgenos por meio do processo de macropinocitose capaz de englobar uma grande quantidade de lıquido Essas celulas estao presentes no sistema imune inato e adaptativo VOCÊ SABIA Toda celula apresentadora de antıgenos conhecida tambem por APC realiza o processo de fagocitose Os macrofagos as celulas dendrıticas e os linfocitos B sao capazes de exercer a funçao de apresentar o antıgeno Logo apos realizarem a fagocitose capturam e processam o antıgeno Mas atençao Nem toda celula capaz de realizar fagocitose e uma APC VAMOS PRATICAR Os vírus são considerados parasitas celulares obrigatórios ou seja necessit maquinário da célula hospedeira para sobreviverem e se replicarem Em o HIV encontra no linfócito T seu local ideal para o seu desenvolviment atividade você terá a oportunidade de trabalhar os conceitos sobre a i imunológica adaptativa celular Situaçãoproblema Um amigo seu fez sexo desprotegido e está muito aflito com a possibilidad sido contaminado com o vírus HIV Os vírus são considerados parasitas c obrigatórios ou seja necessitam do maquinário da célula hospedei sobreviver e se replicar Após o diagnóstico da AIDS é necessário que o paciente comece o tratame os chamados antirretrovirais cuja função é bloquear a replicação no inte linfócitos TCD4 reduzindo assim os níveis de partículas virais no indiv níveis indetectáveis Baseado em seus conhecimentos de imunologia qua que você indicaria para o seu amigo realizar As células que possuem função de apresentar antígeno APCs são os macrófagos as células dendríticas e os linfócitos B Elas conseguem internalizar o conteúdo extracelular e apresentar os fragmentos do que foi internalizado para os linfócitos T Com origem linfoide as células NK natural killer ou seja exterminadora natural finalmente são células especializadas que não possuem nenhum tipo de receptor Como seu nome mesmo diz ela é especializada em matar outras células 212 Molécula do sistema imunitário As moléculas do sistema linfocitário têm a função de atacar o patógeno ou ainda de aumentar e potencializar a resposta de algumas células frente a esse patógeno Inúmeras moléculas possuem essas funções no sistema imunitário Dentre elas temos as citocinas os anticorpos as quimiocinas o sistema complemento e os mediadores lipídicos Os anticorpos ou imunoglobulinas são proteínas que compõem o BCR Após a ativação dos linfócitos B eles sofrem diferenciação em plasmócitos que produzem os anticorpos Os anticorpos são secretados e pertencem a cinco classes diferentes As classes de imunoglobulinas são IgA IgD IgG IgE e IgM 213 Órgãos linfoides Os órgãos linfoides podem ser primários ou secundários Eles são órgãos responsáveis pela resposta imunológica pois dão origem a diversas células do sistema imunitário e fornecem um local propício para que ocorra essa resposta Clique nas abas e aprenda mais sobre o tema Órgão linfoide primário Local de origem de todas as células do sistema imunitário A produção e diferenciação dessas células ocorre na medula óssea e no timo Órgão linfoide secundário Local propício para ocorrer a potencialização da resposta imunológica Isso acontece porque há uma enorme quantidade de linfócitos B e T APCs que aumentam a probabilidade de ocorrer o reconhecimento de um antígeno pelo sistema imunológico São classificados como órgãos linfoides secundários os linfonodos gânglios linfáticos presentes na virilha axila pescoço entre outros baço e o tecido linfoide associado à mucosa VOCÊ SABIA A hematopoese formação das células do sangue iniciase no saco vitelínico e durante todo o desenvolvimento fetal ocorre no baço e no fígado considerados os principais órgãos hematopoiéticos órgãos linfoides primários Após o nascimento o órgão responsável pela hematopoese é a medula e o timo é responsável pela diferenciação dos linfócitos T 22 Resposta imunológica inata e ativação da resposta inflamatória A resposta imunológica pode ser dividida em dois tipos resposta inata e resposta adaptativa Ambas têm como função eliminar o patógeno da forma mais eficiente possível porém cada uma possui uma gama de células específicas para cumprir tal objetivo A primeira linha de defesa de um organismo é a resposta imunológica inata Conhecida também como imunidade inespecífica ou natural ela tem como principal agente de proteção a atividade fagocítica dos neutrófilos macrófagos e a ação das células NKs 221 Imunidade inata Clique nas setas e aprenda mais sobre a imunidade inata Para que a resposta imunológica inata inicie é necessário que os receptores das células reconheçam seus ligantes na superfície do agente patogênico O PRRs ou receptores de reconhecimento padrão como são chamados estão localizados nas membranas das células fagocíticas do hospedeiro Eles se ligam aos padrões moleculares associados aos patógenos PAMPs Importante saber que esses PAMPs são comuns a diversos patógenos Após o reconhecimento e ligação dos receptores de membrana do macrófago tecidual com os PAMPs do patógeno o macrófago inicia a fagocitose em que ocorre a formação do fagossoma vesícula intracelular contendo o conteúdo extracelular Esse fagossoma se une com um lisossoma dando origem a um fagolisossoma Dentro do fagolisossoma ocorre a degradação do patógeno Inúmeras vezes esse mecanismo consegue por si só eliminar o patógeno Porém quando isso não acontece os macrófagos após ligação entre os PAMPs e PRRs liberam citocinas e quimiocinas no meio extracelular responsáveis por atrair mais leucócitos para o local da infecção dando início a uma resposta inflamatória MURPHY 2014 222 Resposta inflamatória O processo inflamatório tem como característica a presença de quatro sinais cardinais da inflamação calor dor rubor vermelhidão e edema Como vimos anteriormente nem sempre a ação dos macrófagos teciduais consegue eliminar o patógeno Quando isso acontece após a liberação de citocinas e quimiocinas pelos macrófagos os leucócitos circulantes são atraídos para o local da inflamação para eliminar esse patógeno Dentre os leucócitos circulantes o neutrófilo é o primeiro a chegar no local da inflamação Um dos motivos é por ele estar presente de forma abundante na corrente sanguínea As citocinas e as quimiocinas liberadas pelos macrófagos formam um gradiente de concentração que guia de forma específica os neutrófilos até o local da inflamação Ao chegarem ao local da inflamação eles internalizam o patógeno e a célula inicia o processo de morte celular denominada de apoptose Figura 3 A migração dos leucócitos para o local da inflamação ocorre por quimiotaxia Na luz do vaso ocorre a aproximação do leucócito com a parede do vaso rolagem aderência e transmigração até o local da inflamação Fonte ellepigrafica Shutterstock 2019 Não somente os neutrófilos são recrutados há o recrutamento também de monócitos e linfócitos para o local da inflamação Lembrando que os monócitos são os precursores dos macrófagos uma vez que eles deixam a corrente sanguínea para o tecido perivascular sofrem alterações e nesse momento se transformam em macrófagos Eles possuem a mesma função dos macrófagos residentes a de fagocitar e degradar o patógeno Se mesmo com a ação das células do sistema imune inato o patógeno não for eliminado ocorre o recrutamento para o local da inflamação dos linfócitos células do sistema imune adaptativo 23 Resposta imunológica adaptativa celular e humoral A resposta imunológica adaptativa pode ser chamada também de adquirida ou específica O sistema imunológico possui respostas mediadas por células ou as respostas ditas humorais que utilizam a ação de moléculas solúveis As principais moléculas solúveis da resposta humoral são as imunoglobulinas Umas das diferenças entre a resposta inata e a adaptativa está no reconhecimento de antígenos específicos por meio dos receptores expressos nos linfócitos Aqui temos os receptores de célula T TCRs e os receptores de célula B BCRs Ao iniciar a resposta imune adaptativa os diferentes subtipos de linfócitos T ou B entram em ação Os linfócitos T podem ser classificados como T citotóxicas ou T auxiliares que expressam em sua superfície os marcadores CD8 e CD4 respectivamente Já os linfócitos B dão origem aos plasmócitos que são responsáveis por produzir as imunoglobulinas ou anticorpos Figura 4 Na imagem é possível observar a resposta primária e secundária da resposta adaptativa humoral A ativação primária dos linfócitos B virgens ocorre no contato com o antígeno Posteriormente em um segundo contato com o antígeno as células B de memória são ativadas Fonte MESQUITA JUNIOR et al 2010 p 557 A formação de memória imunológica é uma característica importante da resposta imunológica adaptativa Após a ativação dos linfócitos T ou B por um antígeno específico uma parte das células dará origem às células de memória Essas células responderão rapidamente em um segundo contato com o antígeno que deu origem a elas Um exemplo de memória imunológica são as vacinas 231 Resposta imunológica adaptativa celular A ativação de um linfócito T via TCR iniciase pelo reconhecimento do antígeno apresentado na superfície da célula apresentadora de antígeno APC nos órgãos linfoides secundários Essa interação da célula T com a APC levará à diferenciação do linfócito originando os linfócitos T efetores Inicialmente as células T começam a diferenciação pela expressão do marcador de superfície CD4 ou CD8 As células T CD8 são aquelas que expressam em sua superfície o marcador para CD8 e possuem uma função citotóxica Esses linfócitos T CD8 chamados de linfócitos T citolíticos matam as células que estão infectadas e se apresentam por meio do MHC de classe 1 As células T que expressam em sua superfície o CD4 são chamadas de células CD4 ou células T auxiliares Somente após a sua diferenciação em subtipo específico são classificadas em linfócitos efetores Os linfócitos efetores podem se diferenciar em célula TH1 TH2 TH17 TFH Treg Quadro 1 No quadro é possível observar as diferentes funções dos linfócitos efetores ou células efetoras assim que sofrem o processo de diferenciação Fonte Elaborado pelo autor 2019 A apresentação de antígenos às células T ocorre em etapas Para aprender sobre elas clique nas abas abaixo A entrada dos linfócitos nos linfonodos O processo de saída dos diferentes tipos de leucócitos de dentro dos vasos sanguíneos para o tecido perivascular incluindo a saída de linfócitos da corrente sanguínea para dentro do linfonodo é mediado por moléculas de adesão expressas nas células endoteliais e nos leucócitos As células endoteliais são as células de revestimento dos vasos sanguíneos Dentro de um linfonodo existem vasos sanguíneos especializados chamados de vênulas endoteliais altas HEV sendo que as células endoteliais que revestem esses vasos sanguíneos expressam na sua superfície as moléculas GlyCAM1 e CD34 Os linfócitos por sua vez expressam Lselectina uma molécula de adesão que possui afinidade por GlyCAM1 e CD34 Essa primeira interação fará com que os linfócitos inicialmente rolem em contato com o endotélio O endotélio possui a CCL21 uma quimiocina da parede do endotélio que os linfócitos possuem como um receptor específico Após a interação ocorre a ativação de integrinas moléculas de adesão expressas na superfície do linfócito que se ligam às moléculas das superfamílias das imunoglobulinas expressas na superfície do endotélio A forte adesão permite que o linfócito saia da corrente sanguínea e entre nos linfonodos A migração de células dendríticas até os linfonodos Após as células dendríticas internalizarem os antígenos elas migram para os órgãos linfoides secundários para apresentarem o antígeno a um linfócito específico ABBAS LICHTMAN PILLAI 2012 CASO A AIDS causada pelo vírus HIV tem como alvo principal as células do sistema imunológico em especial os linfócitos T CD4 Esses linfócitos organizam e comandam a resposta imune frente a uma ameaça ao organismo O linfócito T CD4 possui em sua membrana o marcador CD4 que se torna o local de ligação no momento que o vírus HIV entra no organismo Após essa ligação o HIV consegue penetrar no linfócito T CD4 para se multiplicar Ao final o vírus rompe o linfócito e as cópias do vírus estão livres para infectar novas células enfraquecendo a resposta imunológica do indivíduo Após o diagnóstico da AIDS o paciente deve iniciar imediatamente o tratamento com os chamados antirretrovirais A função desse coquetel de medicamentos é bloquear a replicação no interior dos linfócitos TCD4 e assim reduzir os níveis de partículas virais no individuo até níveis indetectáveis BRASIL 2019 Agora que os linfócitos T e as células dendríticas estão nos linfonodos o processo de apresentação de antígeno e ativação da célula T está próximo do final Uma vez que as células dendríticas apresentam o antígeno para os linfócitos T e ocorra o reconhecimento começa o processo de proliferação dos linfócitos Para que o processo de ativação e proliferação seja concluído é necessário que as moléculas B71 e B72 expressas na superfície das células dendríticas liguemse ao marcador CD28 expresso nas células T virgens Quando ocorre a interação entre essas moléculas iniciase o processo de proliferação celular Após alguns dias os clones dos linfócitos formados começam a expressar diferentes moléculas na sua membrana o que propicia a sua saída dos linfonodos e possibilita a sua migração para os tecidos infectados 232 Resposta imunológica adaptativa humoral Uma vez que um BCR se liga a um antígeno iniciase o processo de ativação do linfócito B o qual levará à formação de plasmócitos secret ores de anticorpos Os anticorpos ou imunoglobulinas são os principais constituintes da resposta adaptativa humoral A ativação de um linfócito B virgem depende inicialmente da ligação do anticorpo ao antígeno específico e de dois sinais de ativação para concluir esse processo Importante chamar atenção para a classificação dos antígenos que se ligam aos linfócitos B Eles podem ser classificados de duas maneiras antígenos timodependentes ou antígenos timoindependentes VAMOS PRATICAR O nosso organismo possui armas de defesa poderosas contra possíveis in os agentes patogênicos Essa defesa é dividida como vimos em do resposta imune inata e resposta imune adaptativa Ambas têm como eliminar o patógeno da forma mais eficiente possível porém cada um uma gama de células específicas para cumprir tal objetivo Nessa ativida terá a oportunidade de trabalhar os conceitos sobre a imunidade adaptativa Situação problema Hoje em dia é comum vermos as pessoas sendo submetidas a níveis elev estresse no seu dia a dia O estresse consiste em respostas que o organ frente a estímulos sejam eles internos ou externos mediados po1 hormônios neurotransmissores e modulando principalmente a i imunológica O estresse está associado ao desenvolvimento de inúmeras e um dos motivos é que ele afeta o funcionamento do sistema imunológ diminui a proliferação e atividade dos leucócitos Dessa forma nosso or fica mais suscetível às doenças infecciosas causadas por vírus ou b Sabendo de todos os malefícios que o estresse causa no sistema imun medidas você tomaria para que sua saúde não fosse afetada Os antígenos timodependentes são aqueles que necessitam do auxílio de um linfócito T CD4 para a ativação A ativação do linfócito B por um antígeno timodependente tem início no reconhecimento dos antígenos pelo BCR que está presente na superfície do linfócito e dispara o primeiro sinal de ativação Esse sinal faz com que a célula B exerça a função de APC que internaliza o antígeno e expressa os fragmentos peptídicos derivados da quebra do antígeno Esses fragmentos peptídicos expostos são apresentados via MHC de classe II que possibilita a ativação da célula T CD4 Com a ativação as células T CD4 começam a expressar uma grande quantidade de moléculas de superfície e produção de citocinas Ao final a célula T fornecerá o segundo sinal para que ocorra a ativação da célula B que realizou o papel de APC Uma vez ativada a célula B inicia sua multiplicação para dar origem aos plasmócitos células especializadas em produzir e secretar anticorpos VOCÊ QUER LER Alan Axelrod reuniu os 200 fatos científicos que transformaram o mundo no livro Ciência a jato Dos 200 fatos científicos elencados pelo autor inúmeros são curiosidades sobre a área de imunologia apresentados de uma forma didática clara e em ordem cronológica Uma leitura imperdível Como vimos anteriormente os antígenos timodependentes necessitam do auxílio dos linfócitos T CD4 para o processo de ativação das células B virgens Já os antígenos timoindependentes não necessitam desse auxílio O primeiro sinal de ativação é disparado quando ocorre a ligação do receptor BCR com o antígeno específico Após o primeiro sinal outros receptores de superfície da célula B se ligam aos padrões moleculares associados a patógenos PAMPs disparando o segundo sinal para a ativação Assim as células B são ativadas sem a necessidade das células T CD4 Porém existem casos que não somente o reconhecimento se dá pelo BCR dos patógenos mas também por algumas moléculas que podem ser reconhecidas por outros receptores das células B virgens JULG et al 2019 VOCÊ QUER LER Você já imaginou aprender imunologia jogando Um grupo do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias CRID sediado na USP em Ribeirão Preto e o grupo Manifesto Games tornaram isso realidade Eles desenvolveram o Immuno Rush um jogo online e gratuito que tem como objetivo final evitar que o corpo humano seja atacado por um agente patogênico Conheça mais sobre o jogo em httpribeiraouspbrp10705 httpribeiraouspbrp10705 Podemos observar um exemplo dessa situação quando analisamos uma bactéria Gramnegativa O lipopolissacarídeo LPS presente na membrana dessas bactérias é o responsável por fornecer o segundo sinal na ativação da célula B Uma vez ativadas as células B iniciam sua diferenciação em plasmócitos e começam a secretar as imunoglobulinas no sangue Ativação da célula B Célula saudável Vírus Célula infectada Célula B Citocinas Ativação da célula B Fagócito Célula B de memória Anticorpo Replicação Célula B Plasmócito Figura 5 Após o início do processo de ativação de um linfócito B virgem a célula B inicia sua diferenciação em plasmócitos células especializadas em produzir e secretar anticorpos Uma parcela das células ativadas vão ser as células de memória Fonte Designua Shutterstock 2019 Vale lembrar que uma parte das células ativadas irá se transformar em células de memória As células de memórias são responsáveis por garantir que no momento do próximo contato com o antígeno haja uma resposta rápida e eficiente VOCÊ O CONHECE Emil Adolf von Behring é considerado um dos precursores da imunologia tendo em 1901 recebido o prêmio Nobel de Fisiologia Em 1890 junto do cientista japonês Shibasaburo Kitasato observou a presença de uma substância denominada por eles de antitoxina no sangue de animais que haviam sido imunizados anteriormente para difteria e tétano Hoje sabese que a antitoxina que eles observaram é o que conhecemos por anticorpo responsável pela defesa e eliminação do patógeno no organismo VON BEHRING KITASATO 1991 Ocorre ativação de linfócitos B virgens que se encontram dentro dos linfonodos Eles chegam nos linfonodos por meio dos vasos sanguíneos denominados de HEV vênulas endoteliais altas Uma vez que já se encontram dentro dos linfonodos os BCRs das células B virgens podem se ligar a antígenos específicos Como isso acontece O conteúdo que chega aos linfonodos por meio da drenagem linfática via vaso linfático aferente vem carregado de células e antígenos solúveis na linfa Os macrófagos residentes nos linfonodos capturam os antígenos e os retêm nas suas superfícies sem fagocitálos Isso possibilita a interação dos BCRs das células B virgens com os antígenos que estão na superfície dos macrófagos ABBAS LICHTMAN PILLAI 2012 06062022 1939 Mecanismos de Agressão e Defesa httpsstudentulifecombrContentPlayerIndexlcw23L2bC3tm5HwQi7vLxQ7CA3d3dlAGYp2D7wKBr2EOX5CRCFpw3d3dcd 2023 Apos a ativaçao as celulas B iniciam sua diferenciaçao em plasmocitos e começam a secretar as imunoglobulinas no sangue Os anticorpos secretados atuam na defesa e na eliminaçao do patogeno impedindo que ele cause qualquer desequilıbrio no organismo Os anticorpos secretados no sangue possuem cinco funçoes basicas Sao elas Figura 6 As celulas B uma vez ativadas diferenciamse em plasmocitos e secretam as imunoglobulinas no sangue Fonte Sebastian Kaulitzki Shutterstock 2019 Função Anticorpos que desempenham essa função Neutralização dos antígenos IgG e IgA Opsonização dos antígenos essa opsonização dos antígenos facilita o reconhecimento pelos fagócitos IgG Neutralização dos antígenos IgM e IgG Mediação do processo de citotoxicidade celular dependente de anticorpo IgG Sensibilização de mastócitos IgE Quadro 2 Funções básicas dos anticorpos secretados no sangue Fonte Elaborado pelo autor 2019 Na figura a seguir é possível verificar como ocorrem os tipos de respostas imunológicas adaptativas Resposta humoral Resposta celular Antígeno Linfócito B APC Anticorpo Macrófago Bactéria virus Linfócito T de memória Linfócito TH Citocinas Macrófago Fagocitose NK Neutrófilo Lise celular Figura 7 Figura que possibilita observar como ocorrem os dois tipos de respostas imunológicas adaptativas Fonte ellepigrafica Shutterstock 2019 Como verificamos na figura na resposta imunológica humoral ocorre a formação de anticorpos e na celular temos a formação de células de memória 233 Diferença entre a resposta inata e adaptativa Baseado em todos os conceitos que estudamos sobre as respostas inata e adaptativa é possível verificarmos quais as diferenças entre elas Observe no quadro a seguir um comparativo entre os dois tipos de respostas Inata Adaptativa Tempo de resposta Poucas horas rápida Lenta dias a semanas Memória imunológica Nenhuma Possui memória Proteínas do sangue Sistema complemento Imunoglobulinas Células Macrófagos neutrófilos células dendríticas e células NK Linfócitos T e B Especificidade PAMPs Antígenos microbianos e não microbianos Eficiência Não aumenta Aumenta com a exposição Quadro 3 Tipos de respostas inata e adaptativa e suas respectivas características Fonte Elaborado pelo autor 2019 baseado em ABBAS LICHTMAN PILLAI 2012 Para que o sistema imune obtenha sucesso na eliminação do patógeno são necessários que os dois sistemas inato e adaptativo atuem em cooperação utilizando as células e os mecanismos de ambas as respostas imunes Síntese Chegamos ao final desta unidade que abordou os conceitos introdutórios sobre os princípios básicos do sistema imunológico os mecanismos efetores contra patógenos e suas estratégias de evasão frente à resposta imune Nesta unidade você teve a oportunidade de conhecer os conceitos introdutórios do sistema imunológico identificar as principais células e moléculas envolvidas nas respostas imunológicas inata e adaptativa compreender o que são os órgãos linfoides primários e secundários descobrir como a resposta imunológica inata atua e a forma como ocorre a ativação da resposta inflamatória identificar e diferenciar as respostas imunológicas adaptativa celular e humoral inteirarse sobre os tipos e funções dos anticorpos conhecer e diferenciar as respostas imunológicas inata e adaptativa Clique para baixar o conteúdo deste tema Bibliografia ABBAS A K LICHTMAN A H PILLAI S Imunologia celular e molecular 7 ed Rio de Janeiro Elsevier 2012 AXELROD A Ciência a jato 1 ed Rio de Janeiro Editora Record 2003 BRASIL Ministério da Saúde Doenças de condições crônicas e infecções sexualmente transmissíveis Disponível em httpwwwaidsgovbrptbrpublicogeraloqueehivoqueesistemaimunologico httpwwwaidsgovbrptbrpublicogeraloqueehivoqueesistemaimunologico Acesso em 28 jul 2019 BROOKS F G et al Microbiologia Médica de Jawetz Melnick e Adelberg Lange 26 ed Rio de Janeiro AMGH 2014 JULG B et al Analytical antiretroviral treatment interruptions in HIV research trials report of a consensus meeting Review v 6 p 259268 2019 MESQUITA JÚNIOR D et al Sistema imunitário parte II fundamentos da resposta imunológica mediada por linfócitos T e B Rev Bras Reumatol v 50 n 5 p 552580 2010 MURPHY K Imunobiologia de Janeway 8 ed Porto Alegre Artmed 2014 OSMOSE JONES Direção Bobby Farrely Califórnia Warner Bros 2001 Duração 1h35 ROITT I M et al Fundamentos de imunologia 12 ed Campo Grande Guanabara Koogan 2013 VILAS BOAS G USP lança game para ensinar imunologia USP Ribeirão Preto Ribeirão Preto 6 dez 2016 Disponível em httpribeiraouspbrp10705 Acesso em 9 ago 2019 VON BEHRING E KITASATO S The mechanism of diphtheria immunity and tetanus immunity in animals Molecular Immunology v 28 n 12 p 13171320 1991 WEIR D M JOHN S Imunologia básica e aplicada 8 ed Rio de Janeiro Revinter 2002
1
Imunologia
UNINASSAU
6
Imunologia
UNINASSAU
28
Imunologia
UNINASSAU
22
Imunologia
UNINASSAU
2
Imunologia
UNINASSAU
19
Imunologia
UNINASSAU
18
Imunologia
UNINASSAU
2
Imunologia
UNINASSAU
17
Imunologia
UNINASSAU
1
Imunologia
UNINASSAU
Texto de pré-visualização
MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA UNIDADE 2 SISTEMA IMUNOLÓGICO Maurício Peixoto Introdução Nesta unidade vamos conhecer alguns conceitos relativos à imunologia explorando as principais características do sistema imunológico humano Todo mundo sabe da importância do nosso sistema imunológico no combate aos patógenos Ele garante a nossa defesa por meio de inúmeras células de defesa que estão circulando pelo nosso corpo impedindo assim que o patógeno desencadeie uma doença Mas e se o patógeno tiver sucesso em vencer as barreiras imunológicas o que acontece Para responder a essa pergunta veremos que possuímos dois tipos de respostas imunológicas a resposta imunológica inata e a adaptativa Se as células e moléculas que citamos anteriormente não derem conta do recado ou seja não conseguirem eliminar o patógeno entra em ação o sistema imune adaptativo E você sabe como nosso organismo conhece a hora de iniciar uma resposta imunológica Você conhece as células que fazem a defesa do nosso organismo Já ouviu falar em órgãos linfoides primários e secundários Esses sistemas possuem características únicas e eficientes para eliminar agentes agressores Para se ter êxito nesse combate diferentes células possuem distintas funções Nesta unidade você conhecerá essas células que atuam no combate ao patógeno Dentre elas temos os linfócitos T e B que atuam no local da infecção Mas como um linfócito sabe o local exato que deve deixar a corrente sanguínea Todas essas perguntas serão respondidas ao longo da Unidade 2 Vem com a gente e bons estudos 21 Introdução ao estudo do sistema imunológico e órgãos linfoides A área que estuda o sistema imunológico ou sistema imunitário dos seres humanos é chamada de imunologia O sistema imunológico é responsável por nos proteger contra doenças causadas por microrganismos patogênicos VOCÊ QUER VER Você não pode deixar de assistir ao filme Osmose Jones um longa produzido pela Warner Bros em 2011 Com direção de Bobby Farrely o filme mostra de uma forma bem lúdica como funciona nosso sistema imunológico frente a um patógeno altamente perigoso Os órgãos linfoides são responsáveis pela resposta imunológica pois dão origem a diversas células do sistema imune e fornecem um local propício para que ocorra essa resposta 211 Componentes do sistema imunológico Uma série de moléculas e células fazem parte da composição do sistema imunológico Todas as células do nosso sistema de defesa têm em comum sua origem Elas são originadas a partir de célulastronco hematopoiéticas CTHP da medula óssea As células CTHP iniciam a formação das células do sangue no processo conhecido como hematopoese Esse processo começa pela divisão da CTHP em progenitores mieloides ou linfoides e depois em precursores dos tipos celulares encontrados no sangue Célulastronco sanguíneas Célulastronco sanguíneas Progenitor mieloide Progenitor linfoide Plaquetas Mieloblasto Linfoblasto Basófilo Neutrófilo Eosinófilo Monócito Linfócito T Linfócito B Eritrócitos Figura 1 As células do sistema imunológico humano podem ter origem linfoide ou mieloide Essas células têm em comum sua procedência da medula óssea Fonte Double Brain Shutterstock 2019 O progenitor mieloide dá origem aos megacarioblastos e aos eritroblastos Os megacarioblastos precursor dão origem às plaquetas e os eritroblastos precursor aos eritrócitos Importante lembrar que este progenitor também pode dar origem aos precursores de granulócitos e macrófagos e por sua vez aos leucócitos sanguíneos incluindo os neutrófilos monócitos eosinófilos e basófilos Os neutrófilos eosinófilos e os basófilos são granulócitos Os granulócitos se caracterizam por apresentarem grânulos no seu citoplasma Durante um processo inflamatório os neutrófilos são os primeiros a serem recrutados Eles eliminam grandes agentes patogênicos por meio de enzimas e substâncias antimicrobianas Já os eosinófilos e os basófilos agem sobre grandes patógenos multicelulares por exemplo os helmintos VAMOS PRATICAR Como vimos todas as células do sistema imunológico têm origem a p célulastronco hematopoiéticas CTHP da medula óssea Essas cél responsáveis pela formação das células do sangue por meio de um p conhecido como hematopoese Nesta atividade você vai analisar sob ur crítica o fortalecimento do sistema imunológico e o jejum Situação problema O jejum virou moda entre as pessoas que desejam emagrecer Essa situaç ser observada em inúmeras postagens nas maiores redes sociais do mu pessoas que praticam jejum acreditam que ele tem o poder de mel sistema imunológico Esse mecanismo atuaria nas célulastronco hematop estimulando a formação de novos leucócitos e melhorando assim a fu sistema imunológico Além disso o organismo eliminaria componen estariam velhos ou danificados Muitos médicos são contra essa prática E estivesse na posição do médico e baseado nos seus conhecimentos de imu o que indicaria Os macrófagos são as células fagocitárias responsáveis por iniciar uma resposta imunológica devido à sua capacidade de ingerir uma variedade de microrganismos patogênicos e de estarem presentes em diversos tecidos MURPHY 2014 O progenitor linfoide da medula óssea por sua vez pode dar origem aos linfócitos B linfócitos T ou células NK Os linfócitos B também conhecidos como células B iniciam e terminam sua diferenciação na medula óssea originando o linfócito B virgem diferente do que ocorre para o linfócito T ou célula T que inicia sua diferenciação na medula e termina no timo 06062022 1939 Mecanismos de Agressão e Defesa httpsstudentulifecombrContentPlayerIndexlcw23L2bC3tm5HwQi7vLxQ7CA3d3dlAGYp2D7wKBr2EOX5CRCFpw3d3dcd 623 Os linfocitos B possuem ancorado em sua membrana plasmatica um anticorpo que tem funçao de receptor para a celula B o chamado BCR receptor da celula B ou em ingles B cell receptor O BCR e o responsavel pelo processo de ativaçao do linfocito B virgem em plasmocito quando se liga a superfıcie de um patogeno Diferentemente do linfocito B o linfocito T nao possui um anticorpo ancorado e sim um receptor chamado de TCR ou T cell receptor O TCR nao se liga diretamente ao antıgeno como o BCR ele faz isso por meio de uma celula apresentadora de antıgeno APC MURPHY 2014 Figura 2 As celulas brancas do sangue sao responsaveis por defender nosso organismo do ataque de agentes patogenicos ou de alguma substancia estranha Os leucocitos originados na medula ossea se diferenciam e amadurecem dando origem aos cinco tipos de celulas que vemos na imagem Fonte Designua Shutterstock 2019 06062022 1939 Mecanismos de Agressão e Defesa httpsstudentulifecombrContentPlayerIndexlcw23L2bC3tm5HwQi7vLxQ7CA3d3dlAGYp2D7wKBr2EOX5CRCFpw3d3dcd 723 Existe ainda uma celula que pode ser de origem tanto mieloide quanto linfoide Essa celula e a celula dendrıtica As celulas dendrıticas sao especialistas em capturar antıgenos por meio do processo de macropinocitose capaz de englobar uma grande quantidade de lıquido Essas celulas estao presentes no sistema imune inato e adaptativo VOCÊ SABIA Toda celula apresentadora de antıgenos conhecida tambem por APC realiza o processo de fagocitose Os macrofagos as celulas dendrıticas e os linfocitos B sao capazes de exercer a funçao de apresentar o antıgeno Logo apos realizarem a fagocitose capturam e processam o antıgeno Mas atençao Nem toda celula capaz de realizar fagocitose e uma APC VAMOS PRATICAR Os vírus são considerados parasitas celulares obrigatórios ou seja necessit maquinário da célula hospedeira para sobreviverem e se replicarem Em o HIV encontra no linfócito T seu local ideal para o seu desenvolviment atividade você terá a oportunidade de trabalhar os conceitos sobre a i imunológica adaptativa celular Situaçãoproblema Um amigo seu fez sexo desprotegido e está muito aflito com a possibilidad sido contaminado com o vírus HIV Os vírus são considerados parasitas c obrigatórios ou seja necessitam do maquinário da célula hospedei sobreviver e se replicar Após o diagnóstico da AIDS é necessário que o paciente comece o tratame os chamados antirretrovirais cuja função é bloquear a replicação no inte linfócitos TCD4 reduzindo assim os níveis de partículas virais no indiv níveis indetectáveis Baseado em seus conhecimentos de imunologia qua que você indicaria para o seu amigo realizar As células que possuem função de apresentar antígeno APCs são os macrófagos as células dendríticas e os linfócitos B Elas conseguem internalizar o conteúdo extracelular e apresentar os fragmentos do que foi internalizado para os linfócitos T Com origem linfoide as células NK natural killer ou seja exterminadora natural finalmente são células especializadas que não possuem nenhum tipo de receptor Como seu nome mesmo diz ela é especializada em matar outras células 212 Molécula do sistema imunitário As moléculas do sistema linfocitário têm a função de atacar o patógeno ou ainda de aumentar e potencializar a resposta de algumas células frente a esse patógeno Inúmeras moléculas possuem essas funções no sistema imunitário Dentre elas temos as citocinas os anticorpos as quimiocinas o sistema complemento e os mediadores lipídicos Os anticorpos ou imunoglobulinas são proteínas que compõem o BCR Após a ativação dos linfócitos B eles sofrem diferenciação em plasmócitos que produzem os anticorpos Os anticorpos são secretados e pertencem a cinco classes diferentes As classes de imunoglobulinas são IgA IgD IgG IgE e IgM 213 Órgãos linfoides Os órgãos linfoides podem ser primários ou secundários Eles são órgãos responsáveis pela resposta imunológica pois dão origem a diversas células do sistema imunitário e fornecem um local propício para que ocorra essa resposta Clique nas abas e aprenda mais sobre o tema Órgão linfoide primário Local de origem de todas as células do sistema imunitário A produção e diferenciação dessas células ocorre na medula óssea e no timo Órgão linfoide secundário Local propício para ocorrer a potencialização da resposta imunológica Isso acontece porque há uma enorme quantidade de linfócitos B e T APCs que aumentam a probabilidade de ocorrer o reconhecimento de um antígeno pelo sistema imunológico São classificados como órgãos linfoides secundários os linfonodos gânglios linfáticos presentes na virilha axila pescoço entre outros baço e o tecido linfoide associado à mucosa VOCÊ SABIA A hematopoese formação das células do sangue iniciase no saco vitelínico e durante todo o desenvolvimento fetal ocorre no baço e no fígado considerados os principais órgãos hematopoiéticos órgãos linfoides primários Após o nascimento o órgão responsável pela hematopoese é a medula e o timo é responsável pela diferenciação dos linfócitos T 22 Resposta imunológica inata e ativação da resposta inflamatória A resposta imunológica pode ser dividida em dois tipos resposta inata e resposta adaptativa Ambas têm como função eliminar o patógeno da forma mais eficiente possível porém cada uma possui uma gama de células específicas para cumprir tal objetivo A primeira linha de defesa de um organismo é a resposta imunológica inata Conhecida também como imunidade inespecífica ou natural ela tem como principal agente de proteção a atividade fagocítica dos neutrófilos macrófagos e a ação das células NKs 221 Imunidade inata Clique nas setas e aprenda mais sobre a imunidade inata Para que a resposta imunológica inata inicie é necessário que os receptores das células reconheçam seus ligantes na superfície do agente patogênico O PRRs ou receptores de reconhecimento padrão como são chamados estão localizados nas membranas das células fagocíticas do hospedeiro Eles se ligam aos padrões moleculares associados aos patógenos PAMPs Importante saber que esses PAMPs são comuns a diversos patógenos Após o reconhecimento e ligação dos receptores de membrana do macrófago tecidual com os PAMPs do patógeno o macrófago inicia a fagocitose em que ocorre a formação do fagossoma vesícula intracelular contendo o conteúdo extracelular Esse fagossoma se une com um lisossoma dando origem a um fagolisossoma Dentro do fagolisossoma ocorre a degradação do patógeno Inúmeras vezes esse mecanismo consegue por si só eliminar o patógeno Porém quando isso não acontece os macrófagos após ligação entre os PAMPs e PRRs liberam citocinas e quimiocinas no meio extracelular responsáveis por atrair mais leucócitos para o local da infecção dando início a uma resposta inflamatória MURPHY 2014 222 Resposta inflamatória O processo inflamatório tem como característica a presença de quatro sinais cardinais da inflamação calor dor rubor vermelhidão e edema Como vimos anteriormente nem sempre a ação dos macrófagos teciduais consegue eliminar o patógeno Quando isso acontece após a liberação de citocinas e quimiocinas pelos macrófagos os leucócitos circulantes são atraídos para o local da inflamação para eliminar esse patógeno Dentre os leucócitos circulantes o neutrófilo é o primeiro a chegar no local da inflamação Um dos motivos é por ele estar presente de forma abundante na corrente sanguínea As citocinas e as quimiocinas liberadas pelos macrófagos formam um gradiente de concentração que guia de forma específica os neutrófilos até o local da inflamação Ao chegarem ao local da inflamação eles internalizam o patógeno e a célula inicia o processo de morte celular denominada de apoptose Figura 3 A migração dos leucócitos para o local da inflamação ocorre por quimiotaxia Na luz do vaso ocorre a aproximação do leucócito com a parede do vaso rolagem aderência e transmigração até o local da inflamação Fonte ellepigrafica Shutterstock 2019 Não somente os neutrófilos são recrutados há o recrutamento também de monócitos e linfócitos para o local da inflamação Lembrando que os monócitos são os precursores dos macrófagos uma vez que eles deixam a corrente sanguínea para o tecido perivascular sofrem alterações e nesse momento se transformam em macrófagos Eles possuem a mesma função dos macrófagos residentes a de fagocitar e degradar o patógeno Se mesmo com a ação das células do sistema imune inato o patógeno não for eliminado ocorre o recrutamento para o local da inflamação dos linfócitos células do sistema imune adaptativo 23 Resposta imunológica adaptativa celular e humoral A resposta imunológica adaptativa pode ser chamada também de adquirida ou específica O sistema imunológico possui respostas mediadas por células ou as respostas ditas humorais que utilizam a ação de moléculas solúveis As principais moléculas solúveis da resposta humoral são as imunoglobulinas Umas das diferenças entre a resposta inata e a adaptativa está no reconhecimento de antígenos específicos por meio dos receptores expressos nos linfócitos Aqui temos os receptores de célula T TCRs e os receptores de célula B BCRs Ao iniciar a resposta imune adaptativa os diferentes subtipos de linfócitos T ou B entram em ação Os linfócitos T podem ser classificados como T citotóxicas ou T auxiliares que expressam em sua superfície os marcadores CD8 e CD4 respectivamente Já os linfócitos B dão origem aos plasmócitos que são responsáveis por produzir as imunoglobulinas ou anticorpos Figura 4 Na imagem é possível observar a resposta primária e secundária da resposta adaptativa humoral A ativação primária dos linfócitos B virgens ocorre no contato com o antígeno Posteriormente em um segundo contato com o antígeno as células B de memória são ativadas Fonte MESQUITA JUNIOR et al 2010 p 557 A formação de memória imunológica é uma característica importante da resposta imunológica adaptativa Após a ativação dos linfócitos T ou B por um antígeno específico uma parte das células dará origem às células de memória Essas células responderão rapidamente em um segundo contato com o antígeno que deu origem a elas Um exemplo de memória imunológica são as vacinas 231 Resposta imunológica adaptativa celular A ativação de um linfócito T via TCR iniciase pelo reconhecimento do antígeno apresentado na superfície da célula apresentadora de antígeno APC nos órgãos linfoides secundários Essa interação da célula T com a APC levará à diferenciação do linfócito originando os linfócitos T efetores Inicialmente as células T começam a diferenciação pela expressão do marcador de superfície CD4 ou CD8 As células T CD8 são aquelas que expressam em sua superfície o marcador para CD8 e possuem uma função citotóxica Esses linfócitos T CD8 chamados de linfócitos T citolíticos matam as células que estão infectadas e se apresentam por meio do MHC de classe 1 As células T que expressam em sua superfície o CD4 são chamadas de células CD4 ou células T auxiliares Somente após a sua diferenciação em subtipo específico são classificadas em linfócitos efetores Os linfócitos efetores podem se diferenciar em célula TH1 TH2 TH17 TFH Treg Quadro 1 No quadro é possível observar as diferentes funções dos linfócitos efetores ou células efetoras assim que sofrem o processo de diferenciação Fonte Elaborado pelo autor 2019 A apresentação de antígenos às células T ocorre em etapas Para aprender sobre elas clique nas abas abaixo A entrada dos linfócitos nos linfonodos O processo de saída dos diferentes tipos de leucócitos de dentro dos vasos sanguíneos para o tecido perivascular incluindo a saída de linfócitos da corrente sanguínea para dentro do linfonodo é mediado por moléculas de adesão expressas nas células endoteliais e nos leucócitos As células endoteliais são as células de revestimento dos vasos sanguíneos Dentro de um linfonodo existem vasos sanguíneos especializados chamados de vênulas endoteliais altas HEV sendo que as células endoteliais que revestem esses vasos sanguíneos expressam na sua superfície as moléculas GlyCAM1 e CD34 Os linfócitos por sua vez expressam Lselectina uma molécula de adesão que possui afinidade por GlyCAM1 e CD34 Essa primeira interação fará com que os linfócitos inicialmente rolem em contato com o endotélio O endotélio possui a CCL21 uma quimiocina da parede do endotélio que os linfócitos possuem como um receptor específico Após a interação ocorre a ativação de integrinas moléculas de adesão expressas na superfície do linfócito que se ligam às moléculas das superfamílias das imunoglobulinas expressas na superfície do endotélio A forte adesão permite que o linfócito saia da corrente sanguínea e entre nos linfonodos A migração de células dendríticas até os linfonodos Após as células dendríticas internalizarem os antígenos elas migram para os órgãos linfoides secundários para apresentarem o antígeno a um linfócito específico ABBAS LICHTMAN PILLAI 2012 CASO A AIDS causada pelo vírus HIV tem como alvo principal as células do sistema imunológico em especial os linfócitos T CD4 Esses linfócitos organizam e comandam a resposta imune frente a uma ameaça ao organismo O linfócito T CD4 possui em sua membrana o marcador CD4 que se torna o local de ligação no momento que o vírus HIV entra no organismo Após essa ligação o HIV consegue penetrar no linfócito T CD4 para se multiplicar Ao final o vírus rompe o linfócito e as cópias do vírus estão livres para infectar novas células enfraquecendo a resposta imunológica do indivíduo Após o diagnóstico da AIDS o paciente deve iniciar imediatamente o tratamento com os chamados antirretrovirais A função desse coquetel de medicamentos é bloquear a replicação no interior dos linfócitos TCD4 e assim reduzir os níveis de partículas virais no individuo até níveis indetectáveis BRASIL 2019 Agora que os linfócitos T e as células dendríticas estão nos linfonodos o processo de apresentação de antígeno e ativação da célula T está próximo do final Uma vez que as células dendríticas apresentam o antígeno para os linfócitos T e ocorra o reconhecimento começa o processo de proliferação dos linfócitos Para que o processo de ativação e proliferação seja concluído é necessário que as moléculas B71 e B72 expressas na superfície das células dendríticas liguemse ao marcador CD28 expresso nas células T virgens Quando ocorre a interação entre essas moléculas iniciase o processo de proliferação celular Após alguns dias os clones dos linfócitos formados começam a expressar diferentes moléculas na sua membrana o que propicia a sua saída dos linfonodos e possibilita a sua migração para os tecidos infectados 232 Resposta imunológica adaptativa humoral Uma vez que um BCR se liga a um antígeno iniciase o processo de ativação do linfócito B o qual levará à formação de plasmócitos secret ores de anticorpos Os anticorpos ou imunoglobulinas são os principais constituintes da resposta adaptativa humoral A ativação de um linfócito B virgem depende inicialmente da ligação do anticorpo ao antígeno específico e de dois sinais de ativação para concluir esse processo Importante chamar atenção para a classificação dos antígenos que se ligam aos linfócitos B Eles podem ser classificados de duas maneiras antígenos timodependentes ou antígenos timoindependentes VAMOS PRATICAR O nosso organismo possui armas de defesa poderosas contra possíveis in os agentes patogênicos Essa defesa é dividida como vimos em do resposta imune inata e resposta imune adaptativa Ambas têm como eliminar o patógeno da forma mais eficiente possível porém cada um uma gama de células específicas para cumprir tal objetivo Nessa ativida terá a oportunidade de trabalhar os conceitos sobre a imunidade adaptativa Situação problema Hoje em dia é comum vermos as pessoas sendo submetidas a níveis elev estresse no seu dia a dia O estresse consiste em respostas que o organ frente a estímulos sejam eles internos ou externos mediados po1 hormônios neurotransmissores e modulando principalmente a i imunológica O estresse está associado ao desenvolvimento de inúmeras e um dos motivos é que ele afeta o funcionamento do sistema imunológ diminui a proliferação e atividade dos leucócitos Dessa forma nosso or fica mais suscetível às doenças infecciosas causadas por vírus ou b Sabendo de todos os malefícios que o estresse causa no sistema imun medidas você tomaria para que sua saúde não fosse afetada Os antígenos timodependentes são aqueles que necessitam do auxílio de um linfócito T CD4 para a ativação A ativação do linfócito B por um antígeno timodependente tem início no reconhecimento dos antígenos pelo BCR que está presente na superfície do linfócito e dispara o primeiro sinal de ativação Esse sinal faz com que a célula B exerça a função de APC que internaliza o antígeno e expressa os fragmentos peptídicos derivados da quebra do antígeno Esses fragmentos peptídicos expostos são apresentados via MHC de classe II que possibilita a ativação da célula T CD4 Com a ativação as células T CD4 começam a expressar uma grande quantidade de moléculas de superfície e produção de citocinas Ao final a célula T fornecerá o segundo sinal para que ocorra a ativação da célula B que realizou o papel de APC Uma vez ativada a célula B inicia sua multiplicação para dar origem aos plasmócitos células especializadas em produzir e secretar anticorpos VOCÊ QUER LER Alan Axelrod reuniu os 200 fatos científicos que transformaram o mundo no livro Ciência a jato Dos 200 fatos científicos elencados pelo autor inúmeros são curiosidades sobre a área de imunologia apresentados de uma forma didática clara e em ordem cronológica Uma leitura imperdível Como vimos anteriormente os antígenos timodependentes necessitam do auxílio dos linfócitos T CD4 para o processo de ativação das células B virgens Já os antígenos timoindependentes não necessitam desse auxílio O primeiro sinal de ativação é disparado quando ocorre a ligação do receptor BCR com o antígeno específico Após o primeiro sinal outros receptores de superfície da célula B se ligam aos padrões moleculares associados a patógenos PAMPs disparando o segundo sinal para a ativação Assim as células B são ativadas sem a necessidade das células T CD4 Porém existem casos que não somente o reconhecimento se dá pelo BCR dos patógenos mas também por algumas moléculas que podem ser reconhecidas por outros receptores das células B virgens JULG et al 2019 VOCÊ QUER LER Você já imaginou aprender imunologia jogando Um grupo do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias CRID sediado na USP em Ribeirão Preto e o grupo Manifesto Games tornaram isso realidade Eles desenvolveram o Immuno Rush um jogo online e gratuito que tem como objetivo final evitar que o corpo humano seja atacado por um agente patogênico Conheça mais sobre o jogo em httpribeiraouspbrp10705 httpribeiraouspbrp10705 Podemos observar um exemplo dessa situação quando analisamos uma bactéria Gramnegativa O lipopolissacarídeo LPS presente na membrana dessas bactérias é o responsável por fornecer o segundo sinal na ativação da célula B Uma vez ativadas as células B iniciam sua diferenciação em plasmócitos e começam a secretar as imunoglobulinas no sangue Ativação da célula B Célula saudável Vírus Célula infectada Célula B Citocinas Ativação da célula B Fagócito Célula B de memória Anticorpo Replicação Célula B Plasmócito Figura 5 Após o início do processo de ativação de um linfócito B virgem a célula B inicia sua diferenciação em plasmócitos células especializadas em produzir e secretar anticorpos Uma parcela das células ativadas vão ser as células de memória Fonte Designua Shutterstock 2019 Vale lembrar que uma parte das células ativadas irá se transformar em células de memória As células de memórias são responsáveis por garantir que no momento do próximo contato com o antígeno haja uma resposta rápida e eficiente VOCÊ O CONHECE Emil Adolf von Behring é considerado um dos precursores da imunologia tendo em 1901 recebido o prêmio Nobel de Fisiologia Em 1890 junto do cientista japonês Shibasaburo Kitasato observou a presença de uma substância denominada por eles de antitoxina no sangue de animais que haviam sido imunizados anteriormente para difteria e tétano Hoje sabese que a antitoxina que eles observaram é o que conhecemos por anticorpo responsável pela defesa e eliminação do patógeno no organismo VON BEHRING KITASATO 1991 Ocorre ativação de linfócitos B virgens que se encontram dentro dos linfonodos Eles chegam nos linfonodos por meio dos vasos sanguíneos denominados de HEV vênulas endoteliais altas Uma vez que já se encontram dentro dos linfonodos os BCRs das células B virgens podem se ligar a antígenos específicos Como isso acontece O conteúdo que chega aos linfonodos por meio da drenagem linfática via vaso linfático aferente vem carregado de células e antígenos solúveis na linfa Os macrófagos residentes nos linfonodos capturam os antígenos e os retêm nas suas superfícies sem fagocitálos Isso possibilita a interação dos BCRs das células B virgens com os antígenos que estão na superfície dos macrófagos ABBAS LICHTMAN PILLAI 2012 06062022 1939 Mecanismos de Agressão e Defesa httpsstudentulifecombrContentPlayerIndexlcw23L2bC3tm5HwQi7vLxQ7CA3d3dlAGYp2D7wKBr2EOX5CRCFpw3d3dcd 2023 Apos a ativaçao as celulas B iniciam sua diferenciaçao em plasmocitos e começam a secretar as imunoglobulinas no sangue Os anticorpos secretados atuam na defesa e na eliminaçao do patogeno impedindo que ele cause qualquer desequilıbrio no organismo Os anticorpos secretados no sangue possuem cinco funçoes basicas Sao elas Figura 6 As celulas B uma vez ativadas diferenciamse em plasmocitos e secretam as imunoglobulinas no sangue Fonte Sebastian Kaulitzki Shutterstock 2019 Função Anticorpos que desempenham essa função Neutralização dos antígenos IgG e IgA Opsonização dos antígenos essa opsonização dos antígenos facilita o reconhecimento pelos fagócitos IgG Neutralização dos antígenos IgM e IgG Mediação do processo de citotoxicidade celular dependente de anticorpo IgG Sensibilização de mastócitos IgE Quadro 2 Funções básicas dos anticorpos secretados no sangue Fonte Elaborado pelo autor 2019 Na figura a seguir é possível verificar como ocorrem os tipos de respostas imunológicas adaptativas Resposta humoral Resposta celular Antígeno Linfócito B APC Anticorpo Macrófago Bactéria virus Linfócito T de memória Linfócito TH Citocinas Macrófago Fagocitose NK Neutrófilo Lise celular Figura 7 Figura que possibilita observar como ocorrem os dois tipos de respostas imunológicas adaptativas Fonte ellepigrafica Shutterstock 2019 Como verificamos na figura na resposta imunológica humoral ocorre a formação de anticorpos e na celular temos a formação de células de memória 233 Diferença entre a resposta inata e adaptativa Baseado em todos os conceitos que estudamos sobre as respostas inata e adaptativa é possível verificarmos quais as diferenças entre elas Observe no quadro a seguir um comparativo entre os dois tipos de respostas Inata Adaptativa Tempo de resposta Poucas horas rápida Lenta dias a semanas Memória imunológica Nenhuma Possui memória Proteínas do sangue Sistema complemento Imunoglobulinas Células Macrófagos neutrófilos células dendríticas e células NK Linfócitos T e B Especificidade PAMPs Antígenos microbianos e não microbianos Eficiência Não aumenta Aumenta com a exposição Quadro 3 Tipos de respostas inata e adaptativa e suas respectivas características Fonte Elaborado pelo autor 2019 baseado em ABBAS LICHTMAN PILLAI 2012 Para que o sistema imune obtenha sucesso na eliminação do patógeno são necessários que os dois sistemas inato e adaptativo atuem em cooperação utilizando as células e os mecanismos de ambas as respostas imunes Síntese Chegamos ao final desta unidade que abordou os conceitos introdutórios sobre os princípios básicos do sistema imunológico os mecanismos efetores contra patógenos e suas estratégias de evasão frente à resposta imune Nesta unidade você teve a oportunidade de conhecer os conceitos introdutórios do sistema imunológico identificar as principais células e moléculas envolvidas nas respostas imunológicas inata e adaptativa compreender o que são os órgãos linfoides primários e secundários descobrir como a resposta imunológica inata atua e a forma como ocorre a ativação da resposta inflamatória identificar e diferenciar as respostas imunológicas adaptativa celular e humoral inteirarse sobre os tipos e funções dos anticorpos conhecer e diferenciar as respostas imunológicas inata e adaptativa Clique para baixar o conteúdo deste tema Bibliografia ABBAS A K LICHTMAN A H PILLAI S Imunologia celular e molecular 7 ed Rio de Janeiro Elsevier 2012 AXELROD A Ciência a jato 1 ed Rio de Janeiro Editora Record 2003 BRASIL Ministério da Saúde Doenças de condições crônicas e infecções sexualmente transmissíveis Disponível em httpwwwaidsgovbrptbrpublicogeraloqueehivoqueesistemaimunologico httpwwwaidsgovbrptbrpublicogeraloqueehivoqueesistemaimunologico Acesso em 28 jul 2019 BROOKS F G et al Microbiologia Médica de Jawetz Melnick e Adelberg Lange 26 ed Rio de Janeiro AMGH 2014 JULG B et al Analytical antiretroviral treatment interruptions in HIV research trials report of a consensus meeting Review v 6 p 259268 2019 MESQUITA JÚNIOR D et al Sistema imunitário parte II fundamentos da resposta imunológica mediada por linfócitos T e B Rev Bras Reumatol v 50 n 5 p 552580 2010 MURPHY K Imunobiologia de Janeway 8 ed Porto Alegre Artmed 2014 OSMOSE JONES Direção Bobby Farrely Califórnia Warner Bros 2001 Duração 1h35 ROITT I M et al Fundamentos de imunologia 12 ed Campo Grande Guanabara Koogan 2013 VILAS BOAS G USP lança game para ensinar imunologia USP Ribeirão Preto Ribeirão Preto 6 dez 2016 Disponível em httpribeiraouspbrp10705 Acesso em 9 ago 2019 VON BEHRING E KITASATO S The mechanism of diphtheria immunity and tetanus immunity in animals Molecular Immunology v 28 n 12 p 13171320 1991 WEIR D M JOHN S Imunologia básica e aplicada 8 ed Rio de Janeiro Revinter 2002