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Engenharia Civil ·
Materiais de Construção Civil 2
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CONSTRUÇÃO CIVIL CONSTRUÇÃO CIVIL Construção Civil Gabriela Maria Silva Maia Gabriela Maria Silva Maia GRUPO SER EDUCACIONAL gente criando o futuro Ao longo desse curso entenderemos os sistemas iniciais de construção e para além da técnica aprenderemos conceitos importantes desenvolvendo a partir deles as com petências necessárias para aplicálos em uma construção Como prof ssional atuante dentro da esfera construtiva em nosso País enfrentamos desaf os e precisamos tomar decisões selecionando a técnica construtiva mais adequada para cada situação Para isso precisamos conhecer todas as etapas de uma obra desde os estágios iniciais de implantação do canteiro até a sua f nalização O ramo da construção civil é um ramo que está em constante mudança tanto no que diz respeito aos materiais empregados quanto às técnicas adotas para construir É uma área ampla na qual podemos aplicar os conhecimentos obtidos em cada um dos prin cipais processos de execução de uma edif cação Isso permite guiar a execução de uma obra liderando seus funcionários em cada processo a f m de entregar produtos de alto padrão aos seus clientes Visamos aqui portanto conduzir o aluno por uma jornada de aprendizagem a f m de ampliar seu conhecimento técnico acerca da construção civil SERENGCIVCONCIVCAPAindd 13 23112020 121918 Ser Educacional 2020 Rua Treze de Maio nº 254 Santo Amaro RecifePE CEP 50100160 Todos os gráficos tabelas e esquemas são creditados à autoria salvo quando indicada a referência Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei nº 961098 e punido pelo artigo 184 do Código Penal Imagens de íconescapa Shutterstock Presidente do Conselho de Administração Diretorpresidente Diretoria Executiva de Ensino Diretoria Executiva de Serviços Corporativos Diretoria de Ensino a Distância Autoria Projeto Gráfico e Capa Janguiê Diniz Jânyo Diniz Adriano Azevedo Joaldo Diniz Enzo Moreira Gabriela Maria Silva Maia DP Content DADOS DO FORNECEDOR Análise de Qualidade Edição de Texto Design Instrucional Edição de Arte Diagramação Design Gráfico e Revisão SERENGCIVCONCIVUNID1indd 2 23112020 120235 Boxes ASSISTA Indicação de filmes vídeos ou similares que trazem informações comple mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado CITANDO Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado CONTEXTUALIZANDO Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato demonstrase a situação histórica do assunto CURIOSIDADE Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado DICA Um detalhe específico da informação um breve conselho um alerta uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado EXEMPLIFICANDO Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto EXPLICANDO Explicação elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada SERENGCIVCONCIVUNID1indd 3 23112020 120235 Unidade 1 Sistemas iniciais Objetivos da unidade 12 Infraestrutura13 Tipos de construções 13 Fases de uma obra 16 Locação de obras 21 Contrapiso 23 Andaimes e transporte vertical 24 Concretagem 27 Materiais para formas e escoramentos 27 Formas para elementos estruturais 29 Execução cura e desmontagem 34 Sintetizando 37 Referências bibliográficas 38 Sumário SERENGCIVCONCIVUNID1indd 4 23112020 120235 Sumário Unidade 2 Sistemas intermediários Objetivos da unidade 41 Alvenarias 42 Tipos e funções 42 Materiais empregados 46 Técnicas de execução 48 Revestimentos e pavimentação 52 Ferramentas utilizadas 55 Técnicas de execução 55 Impermeabilização62 Tipos e materiais 63 Processos e ferramentas 66 Sintetizando 67 Referências bibliográficas 69 CONSTRUÇÃO CIVIL 5 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 5 23112020 120235 Sumário Unidade 3 Sistemas finais acabamentos Objetivos da unidade 71 Esquadrias 72 Tipos e materiais empregados 73 Ferramentas utilizadas 83 Processos de colocação 84 Vidros 86 Ferramentas utilizadas 91 Processos de colocação 92 Pinturas 93 Tipos de pinturas 94 Ferramentas utilizadas 97 Processos de aplicação 97 Sintetizando 100 Referências bibliográficas 102 CONSTRUÇÃO CIVIL 6 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 6 23112020 120235 Sumário CONSTRUÇÃO CIVIL 7 Unidade 4 Sistemas finais cobertura Objetivos da unidade 104 Telhados e coberturas 105 Componentes da estrutura 106 Materiais de cobertura 111 Traçado de telhados 118 Técnicas de execução 121 Forros 122 Tipos de forros 123 Ferramentas utilizadas 128 Técnicas de execução 129 Sintetizando 132 Referências bibliográficas 133 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 7 23112020 120235 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 8 23112020 120235 Ao longo desse curso entenderemos os sistemas iniciais de construção e para além da técnica aprenderemos conceitos importantes desenvolvendo a partir deles as competências necessárias para aplicálos em uma construção Como profi ssional atuante dentro da esfera construtiva em nosso País enfren tamos desafi os e precisamos tomar decisões selecionando a técnica constru tiva mais adequada para cada situação Para isso precisamos conhecer todas as etapas de uma obra desde os estágios iniciais de implantação do canteiro até a sua fi nalização O ramo da construção civil é um ramo que está em constante mudança tanto no que diz respeito aos materiais empregados quanto às técnicas adotas para construir É uma área ampla na qual podemos aplicar os conhecimentos obtidos em cada um dos principais processos de execução de uma edifi cação Isso permite guiar a execução de uma obra liderando seus funcionários em cada processo a fi m de entregar produtos de alto padrão aos seus clientes Visamos aqui portanto conduzir o aluno por uma jornada de aprendizagem a fi m de ampliar seu conhecimento técnico acerca da construção civil CONSTRUÇÃO CIVIL 9 Apresentação SERENGCIVCONCIVUNID1indd 9 23112020 120235 À minha querida mãe por estar sempre presente independentemente da distância ou situação e por ser minha inspiração diária e mentora de vida Aos meus irmãos Daniela e Júnior pela parceria e amor incondicional Por fim aos meus mestres e alunos responsáveis pelo que chamo de evolução profissional A professora Gabriela Maria Silva Maia é especialista em Geoprocessa mento e Georreferenciamento pelo Instituto Prominas 2019 graduada em Engenharia Civil 2018 e Ciência e Tecnologia 2016 pela Universidade Federal Rural do SemiÁrido Minis trou aulas de Cálculo I II III e Ciência dos Materiais de 2018 a 2020 e atua na construção civil desde 2018 Currículo Lattes httplattescnpqbr3023463828510861 CONSTRUÇÃO CIVIL 10 A autora SERENGCIVCONCIVUNID1indd 10 23112020 120236 SISTEMAS INICIAIS 1 UNIDADE SERENGCIVCONCIVUNID1indd 11 23112020 120246 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Conhecer os tipos e etapas de uma construção e diferenciar os principais sistemas construtivos Entender os procedimentos para implantação do canteiro de obras e como se dá o deslocamento de materiais dentro de uma obra Entender o que é e como é elaborado um sistema de formas e escoramentos Compreender as etapas de execução da concretagem assim como a cura do concreto e seus métodos de aplicação Infraestrutura Tipos de construções Fases de uma obra Locação de obras Contrapiso Andaimes e transporte vertical Concretagem Materiais para formas e esco ramentos Formas para elementos estruturais Execução cura e desmontagem CONSTRUÇÃO CIVIL 12 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 12 23112020 120246 Infraestrutura Desde os tempos mais remotos as construções existem nas suas variadas formas Juntamente com a descoberta do fogo o homem descobriu também ser engenheiro A descoberta de materiais e suas formas de aplicação insti garam o homem a começar a construir Desde as construções primitivas as técnicas foram evoluindo até chegar no formato de construção que conhece mos hoje Com o contínuo avanço da tecnologia e o desenvolvimento de novos materiais as técnicas de construção tendem a uma constante mudança Assim é importante que conheçamos todos os tipos e as etapas da constru ção desde a concepção do projeto até a fi nalização da obra Devemos sempre nos atentar às mudanças e modernizações nas formas de construir tendo em vista que este processo está em constante evolução Com isso em mente estu daremos os sistemas iniciais de construção e desenvolveremos competências acerca das técnicas para a execução de obras Tipos de construções A construção tradicional que utiliza blocos cerâmicos é a mais conhe cida e começou a ser aplicada há muito tempo se mostrando satisfatória até hoje A prova disso é o fato de continuar sendo amplamente utilizada mesmo com a evolução dos sistemas construtivos Hoje em dia a indús tria é capaz de produzir inúmeros bens e serviços a partir da aplicação de tecnologias que permitem ir além do convencional construindo de forma inteligente e efi caz Quando se fala em construir um imóvel uma ponte um espaço de con vivência ou qualquer que seja o ambiente logo se pensa na oportunidade de projetar e construir esse espaço de forma que atenda às ne cessidades daqueles que o utilizarão O que poucos param para pensar é no tipo de construção adequada a ser implan tada A seleção do sistema construtivo envolve a análise de diversos aspectos como o custo e a du ração da obra o material empregado e até mesmo a aparência da construção CONSTRUÇÃO CIVIL 13 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 13 23112020 120246 O tipo de construção depende muito do tipo de material utilizado pois na verdade o tijolo cerâmico é apenas um dentre os vários elementos disponíveis que caracterizam os tipos de construções existentes Podemos citar então as construções de concreto de madeira de aço os contêineres e tantos outros Em meio a tantas opções construtivas existentes os mais empregados são a alvenaria tradicional a alvenaria estrutural as paredes de concreto o concreto prémoldado o steel framing e o wood framing Na construção em alvenaria tradicional Figura 1 o elemento principal utilizado para a execução é o tijolo cerâmico ou seja o edifício a residência ou outro tipo de espaço construído é feito apenas de tijolos Essa alvenaria é comumente nomeada como alvenaria de vedação e é um sistema amplamente empregado no Brasil É aque la composta por paredes de tijolos que têm a função de separar os ambientes Apesar de não apresentar característica estrutural esse tipo de construção deve desempe nhar a função de sustentar seu próprio peso e o peso dos possíveis revestimentos Figura 1 Bloco de tijolo na construção civil residencial Fonte Shutterstock Acesso em 29062020 A construção em alvenaria estrutural é outro tipo muito comum que difere da tradicional segundo Ricardo Bentes Kato 2002 por apresentar função dupla separar ambientes e estruturar a edificação Nesse tipo de construção o elemento utilizado é o bloco estrutural que consiste em um bloco feito de concreto e apre senta propriedades específicas que influenciam na estruturação da construção Ao contrário das construções em alvenaria tradicional esse tipo de construção re quer mão de obra especializada tendo em vista que o processo construtivo pode causar acidentes caso haja execução inadequada CONSTRUÇÃO CIVIL 14 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 14 23112020 120254 A construção em paredes de concreto tem crescido muito nos últimos anos sen do amplamente empregado em todo o País Tratase de uma construção na qual tanto paredes como lajes são concretadas simultaneamente Para isso toda a estrutura da edificação é modelada com formas reaproveitadas podendo ser plásticas metálicas ou de madeira e todas as instalações elétricas e hidráulicas são posicionadas antes da concretagem O processo produtivo desse tipo de construção tem início com a montagem das formas seguido pelo correto posicionamento da armadura e das tubulações e por fim é feita a concretagem da estrutura Assim existe uma vantagem econômica nes se tipo de construção tendo em vista a reutilização das formas e a diminuição do tempo gasto em sua execução VIEIRA 2014 Apesar de ser semelhante à construção com parede de concreto a construção em concreto prémoldado apresenta um processo de produção diferente Tratase de uma construção em que a estrutura ganha forma a partir da junção de peças de concreto fabricadas em indústria Esse tipo de construção é amplamente empregado em viadutos galpões e estruturas de grande porte De fácil execução uma de suas principais vantagens é a rapidez na execução além de gerar poucos resíduos A construção em steel framing consiste em um sistema em que todo o es queleto da obra é feito com perfis de aço Figura 2 Esses perfis posicionados adequadamente formam o esqueleto da edificação O fechamento das paredes é feito com outros tipos de materiais como drywall placas de madeira ou cimentí cias Esse tipo de construção se destaca pela simplicidade no processo executivo sendo parte da estrutura montada durante o processo de fabricação chegando quase pronta ao canteiro de obras Figura 2 Construção utilizando perfis de aço Fonte Shutterstock Acesso em 29062020 CONSTRUÇÃO CIVIL 15 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 15 23112020 120259 Segundo Molina e Junior 2010 a construção em wood framing consiste em um sistema durável na qual toda a estrutura é feita com perfi s de ma deira Figura 3 formando toda a região de pisos paredes e telhados que são preenchidos com outros materiais Esse tipo de construção proporciona maior conforto térmico e acústico além de ser leve tendo seu peso comple tamente distribuído entre os perfi s de madeira É um sistema pouco utilizado no Brasil mas que aos poucos está crescendo e ganhando a confi ança de muitos construtores Figura 3 Estrutura de residência feita em wood framing Fonte Shutterstock Acesso em 29062020 Fases de uma obra Assim como na vida e na maioria dos processos que existem as obras tam bém respeitam um ciclo de início meio e fi m que chamamos de fases da obra É dentro dessas fases que uma construção é planejada sai do papel ganha forma e é fi nalizada Para que uma obra aconteça com o máximo de aproveitamento e o mínimo de imprevistos possíveis todas as suas fa ses devem ser cumpridas e executadas Para isso é indispensável conhecer cada uma delas CONSTRUÇÃO CIVIL 16 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 16 23112020 120302 Toda obra inicia com a elaboração do projeto que norteará o desenvolvimento da construção Seguindo o escopo do projeto são realizados os serviços prelimina res nos quais o terreno é preparado para em seguida ser implementado o alicerce da construção Na sequência os elementos estruturais e não estruturais são exe cutados ou seja a construção tem seu esqueleto moldado para que a construção passe pela fase de acabamentos Assim as fases da obra constituem seu ciclo de desenvolvimento todas elas possuindo ligações entre si o que torna o processo bem intuitivo pois para que uma fase inicie a anterior precisa ter sido finalizada Os serviços preliminares de uma obra constituem todas as ações que devem ser realizadas antes do início da construção em si Elas envolvem desde o reconhe cimento e preparação do terreno até a montagem do canteiro de obras Os serviços preliminares iniciam com a limpeza do terreno pois para que se possa construir o terreno precisa estar limpo e nivelado Em seguida o local da obra precisa ser identificado etapa fundamental para que o canteiro de obras possa ser instalado O processo de limpeza e nivelamento do terreno é conhecido como terra plenagem Figura 4 Também chamada de movimentação de terra ela consiste no procedimento de adequar o terreno aos requisitos propostos no projeto Tal adequação se dá por meio do corte de terra em locais onde há excesso aterro em locais com pouca terra e transporte do material excedente A transposição do material em excesso para locais fora do canteiro de obras deve ser legalizada e devidamente regularizada em concordância com as normas locais Figura 4 Vista aérea do grande canteiro de obras com várias máquinas de terraplenagem Fonte Shutterstock Acesso em 29062020 CONSTRUÇÃO CIVIL 17 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 17 23112020 120306 O requisito mínimo para a execução de terraplenagem consiste no levanta mento planialtimétrico contendo as cotas exatas para a locação do canteiro de obras Além disso para realizar a movimentação de terra por corte ou ater ro é necessário um estudo prévio do tipo de solo com o qual se está trabalhan do Todo o detalhamento a respeito do tipo de terra em questão é obtido por meio do relatório de sondagem De posse dos dados contidos nestse relatório o profissional pode executar a terraplenagem com segurança e precisão As informações necessárias para identificação e classificação das diversas camadas que compõem o subsolo e que proporcionam um bom entendimento do comportamento da edificação sobre ele são obtidas durante a etapa de investigação geotécnica também conhecida como sondagem do solo Com a realização da sondagem é possível identificar diversas características do terre no em trabalho tais como a profundidade na qual o lençol freático se encontra bem como o tipo e a resistência do solo naquele local Feita a limpeza do terreno e seu nivelamento o canteiro de obras pode ser instalado o que requer providências específicas para garantir a qualidade e higiene no local de trabalho Por ser uma área de trabalho em que são realizados todos os serviços de apoio à execução de uma obra o canteiro de obras precisa conter ins talações elétricas hidráulicas e sanitárias adequadas além de conter obrigatoriamente espaços operacionais e de convivência Na instalação do canteiro de obras estão previstas as instalações provisó rias que têm início com a escolha do material que circundará a obra Em sua grande maioria as construções no Brasil têm seu canteiro de obras instalado em áreas circundadas por chapas de compensado resinado Além disso os es paços operacionais e de vivência contidos dentro do canteiro apresentam ele mentos específicos locados conhecidos como elementos do canteiro de obras e que podem ser divididos entre Elementos de produção são todos aqueles necessários à execução da obra como a central de argamassa o pátio de corte e dobra de armaduras e as centrais de formas de prémoldados e de montagem das instalações além dos espaços para armazenamento dos materiais que chegam à obra como ci mento agregados argamassas ferramentas tubulações tintas louças e todos aqueles materiais necessários a uma construção CONSTRUÇÃO CIVIL 18 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 18 23112020 120306 Elementos de transporte são elementos indispensáveis res ponsáveis pelo transporte de materiais dentro da obra e classificados de acordo com o tipo de movimentação realizada Podem ser manuais sendo deslocados pelos próprios trabalhadores como carrinhos de mão baldes ou masseiras ou mecanizados como gruas guindastes e bombas de argamassa Elementos de apoio técnico são aqueles que devem ser instalados no canteiro de obras como por exemplo guaritas estacionamentos es critórios e sala de reuniões Elementos de vivência são aquelas designadas a suprir as necessi dades básicas de alimentação higiene descanso e convivência dos seres humanos A Norma Regulamentadora 18 BRASIL 1978 define a implemen tação de espaços obrigatórios de vivência no canteiro como alojamentos banheiros refeitórios cozinha e outros além de exigir que tais ambientes não sejam instalados no subsolo das construções a fim de manter boas condições de higiene e saúde CURIOSIDADE Os banheiros em um canteiro de obras devem ser posicionados de tal forma que a distância entre eles e qualquer outro ambiente da obra não ultrapasse 150 m ou seja a localização dos banheiros dentro de uma obra deve ser estratégica Além disso não é permitida a existência de portas que deem acesso direto ao refeitório para que sejam mantidas as condi ções básicas sanitárias Além da NR18 existem outras Normas Regulamentadoras Quadro 1 que norteiam os processos da construção civil Por fim a Figura 5 ilus tra com clareza um canteiro de obras sendo possível visualizar elementos como o armazenamento de materiais agregados elementos de transporte de materiais recipien tes para armazenamento de água estaciona mento e outros Observe o nível de organiza ção do canteiro ilustrado com os elementos devidamente instalados e de fácil localização garantindo o bom desenvolvimento da obra CONSTRUÇÃO CIVIL 19 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 19 23112020 120306 NR DESCRIÇÃO NR4 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT NR5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA NR6 Equipamentos de Proteção Individual EPIs NR7 Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO NR9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais NR10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade NR11 Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais NR12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos NR26 Sinalização de Segurança NR35 Trabalho em Altura Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Trabalho em Altura Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Trabalho em Altura Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Trabalho em Altura Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Trabalho em Altura Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Trabalho em Altura Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Trabalho em Altura Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos QUADRO 1 NORMAS REGULAMENTADORAS APLICADAS À CONSTRUÇÃO CIVIL Fonte BRASIL 1978 Adaptado Figura 5 Canteiro de obras Fonte Shutterstock Acesso em 29062020 CONSTRUÇÃO CIVIL 20 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 20 23112020 120311 Locação de obras Locar uma obra significa passar o projeto do papel para o terreno Nesse processo todos os pontos que se pretende construir são marcados no terreno como os recuos e a localização de cada parede dos cômodos assim como as distâncias entre eles Esse procedimento é chamado de gabarito de uma obra que nada mais é do que marcar previamente tudo o que se pretende construir utilizando tábuas e pontaletes para que a partir dele o alicerce seja feito e as parede sejam levantadas De forma sucinta é o molde da edificação É indispensável que os serviços preliminares tenham sido concluídos para que o gabarito possa começar a ser cravado Walid Yazigi 2017 co menta que somente um profissional habilitado deve fazer a locação da obra tomando como base a referência de nível RN para posicionar os eixos A locação deve envolver todo o perímetro da obra e os gabaritos precisam ser bem fixados para que possam resistir à tensão das linhas de náilon que os circundam A locação do gabarito é feita a partir de um projeto adicional especi ficamente voltado à sua execução Nesse projeto todos os eixos de refe rência das fundações dos pilares e das paredes são determinados bem como as posições dos elementos de divisão a partir de um eixo global determinado por meio de levantamentos topográficos A grande vanta gem em se executar o gabarito de uma obra a partir de um projeto préde terminado é ter alinhamentos perfeitos para a execução de fundações e posteriormente de pilares vigas e paredes Yazigi 2017 cita ainda alguns tipos de ferramentas que podem ser utilizadas para locar os gabaritos de uma obra Entre eles temos Os EPCs e EPIs capacete botas e luvas adequadas O nível de mangueira ou a laser e o nível bolha A trena de aço com comprimento mínimo de 30 m As tábuas os sarrafos os pontaletes e os piquetes O lápis de carpinteiro O martelo e a marreta O prumo de centro CONSTRUÇÃO CIVIL 21 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 21 23112020 120311 A linha de náilon O esquadro metálico As tintas de várias cores O teodolito Os projetos a serem executado no local Definidas a referência de nível os eixos e as distâncias e estando o gaba rito devidamente marcado iniciase sua execução Os pontaletes devem ser cravados a uma distância de 15 m entre si e a linha de náilon deve seguílos sempre pela mesma face ou seja a linha não pode mudar de direção deven do seguir sempre o mesmo sentido a fim de manter os pontaletes alinhados No passo seguinte as tábuas devem ser fixadas por pregos na face in terna dos pontaletes estruturando o que se conhece por tabeiras É ex tremamente importante fazer a verificação do alinhamento da primeira tabeira fixada a partir da utilização de esquadros para que se possa fixar as demais tabeiras com segurança Havendo necessidade de travamento do gabarito devem ser execu tadas mãos francesas nas extremidades do gabarito Figura 6 Os ele mentos construtivos fundações pilares vigas paredes devem ser marcados com tinta nas tabeiras respeitando as determinações do pro jeto para que na sequência esses elementos possam ser executados Figura 6 Face externa de uma tabeira travada por uma sequência de mãos francesas Fonte Shutterstock Acesso em 29062020 CONSTRUÇÃO CIVIL 22 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 22 23112020 120326 EXPLICANDO O termo mão francesa se refere a uma estrutura em formato de triângu lo que pode ser feita de madeira ou de material metálico Este elemento muito comum na construção civil é utilizado para apoiar sustentar ou travar componentes que não estejam completamente fi xos Normalmen te ele é utilizado nas extremidades como escora e apresenta várias aplicações desde o travamento de estruturas na construção civil como gabaritos beirais e colunas até o suporte de prateleiras ar condiciona do e caixas dágua Contrapiso Com a locação perfeitamente implementada a construção da edifica ção pode iniciar No entanto não é indicado executar a obra diretamente no terreno sendo portanto necessário aplicar uma camada regulariza dora sobre o solo Em construções civis essa camada é conhecida como contrapiso e é realizada para que a obra possa receber na sequência o acabamento adequado O contrapiso compreende uma ou mais camadas postas diretamente sobre o terreno ou sobre a laje que além de regularizar tem também como função conferir inclinação adequada à base para o escoamento de águas e o embutimento de tubulações para instalações hidrossanitárias e elétricas caso haja necessidade Além disso o contrapiso também apre senta elevada importância no que diz respeito à fixação de elementos de fundação e elementos estruturais uma vez que transmite as cargas advin das desses componentes diretamente ao solo Por fim sendo uma de suas aplicabilidades mais conhecidas o contra piso é essencial para o adequado assentamento de revestimentos Assim existem três tipos de contrapisos Quadro 2 cuja classificação está relacionada à espessura da camada aplicada e ao tipo de aderência em relação à base do terreno British Standard 2011 Além disso os contrapi sos são feitos à base de argamassas que po dem ser caracterizadas em três tipos TONUS MINOZZI 2013 sendo eles CONSTRUÇÃO CIVIL 23 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 23 23112020 120326 TIPO CARACTERÍSTICAS Contrapiso aderido Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Contrapiso não aderido Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Contrapiso fl utuante Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba QUADRO 1 TIPOS DE CONTRAPISO E SUAS RESPECTIVAS CARACTERÍSTICAS Fonte British Standard 2011 Adaptado A argamassa plástica que apresenta a mesma consistência das arga massas tradicionais Ela é mais pastosa e apresenta um consumo maior de cimento tornandoa mais cara A argamassa seca que apresenta um consumo menor de cimento sen do comumente conhecida como concreto magro bem como baixa quantida de de água e elevada presença de agregados se assemelhando ao concreto É o tipo de contrapiso mais utilizado em construções no Brasil devido ao seu custobenefício satisfatório A argamassa autonivelante que apresenta fl uidez mais elevada quan do comparada às outras argamassas Ela contém cimento em sua composi ção tal como as demais diferindo destas por contar com aditivos que lhes conferem características mais fl uidas Andaimes e transporte vertical A construção de uma edificação de qualquer tipo envolve várias eta pas contendo em cada uma inúmeros detalhes que devem ser observa dos com o máximo de cuidado possível Uma das etapas mais importantes em uma obra é a execução da sua estrutura e o posterior acabamento Nessa fase da construção é necessário operar em determinadas alturas CONSTRUÇÃO CIVIL 24 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 24 23112020 120326 sendo necessária a utilização de equipamentos de suporte para efetivar o serviço A NR18 determina que serviços realizados a uma altura supe rior a 4 m em relação à base precisam obrigatoriamente da utilização de andaimes BRASIL 1978 Os andaimes são peças de encai xe utilizadas temporariamente den tro do canteiro de obras constituído por peças metálicas e de madeira cuja finalidade é proporcionar ao funcionário o acesso às partes mais elevadas de uma construção Dife rentemente do que se supõe é ape nas na fase de acabamentos como reboco e pintura que os andaimes não são utilizados Sendo assim a utilização de andaimes pode ser requisitada em todas as fases de uma obra como é o caso das demolições necessárias no início de uma obra ou durante o processo de enchimento de vigas e pilares de forma manual Esse enchimento normalmente acontece em obras peque nas nas quais os próprios funcionários enchem estes elementos de con creto por meio de baldes precisando do auxílio de andaimes para chegar à altura adequada Yazigi 2017 cita alguns requisitos básicos para o dimensionamento adequado de andaimes Segundo o autor estes equipamentos devem ser dimensionados por profissionais capacitados de modo que atenda aos re quisitos de segurança e resistência aos esforços a que estarão expostos Além disso os andaimes devem dispor de guardacorpo com cerca de 090 a 12 m e rodapé com 20 cm a fim de garantir a segurança do traba lhador Como medida de segurança é aconselhável não deixar pregos pa rafusos ou outros materiais cortantes sobre as plataformas dos andaimes Os andaimes podem ficar posicionados a alturas tão elevadas que di ficultam o transporte manual de materiais de um ponto a outro Imagi nemos a seguinte situação seu funcionário está executando o reboco de uma parede situada a 7 m em relação ao solo Em determinado momento CONSTRUÇÃO CIVIL 25 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 25 23112020 120328 a argamassa que este funcionário estava utilizando acaba Devido à altura em que ele se encontra não é possível fazer manualmente a reposição da argamassa para que ele possa continuar o serviço Como responsável pela obra qual solução você encontraria para resolver o problema Em situações como essas são utilizados transportes verticais para deslocar materiais da base do canteiro até os níveis mais elevados estan do o funcionário em andaimes ou em lajes Os transportes verticais podem ser utilizados para realizar a movimentação de materiais bem como de pessoas de acordo com a NR18 BRASIL 1978 Esta norma estabelece requisitos mínimos para a utilização de transportes verticais de modo que garanta a segurança de todos os envolvidos no processo Alguns desses requisitos são A realização da manutenção montagem e desmontagem que somen te pode ser feita por profissionais capacitados A sinalização adequada no canteiro indicando a área de operação desses equipamentos O uso de área com espaço livre suficiente para a operação e movimen tação dos transportes verticais O uso de técnicos especializados para fazer a operação Dentre os transportes verticais mais utilizados podem ser citados os elevadores para transporte de materiais elevadores para transporte de trabalhadores e equipamentos de guindar É importante ressaltar que para que os elevadores possam funcionar dentro de uma obra é necessário construir as torres de elevadores obedecendo todas as normas Yazigi 2017 comenta que as torres devem obedecer a dois re quisitos sendo eles Ter uma altura máxima de 15 m Permanecer na obra o projeto de execução das torres EXEMPLIFICANDO Os equipamentos de guindar são todos aqueles que içam materiais e os deslocam de um ponto a outro como guindastes empilhadeiras gruas pontes rolantes guinchos talhas e outros CONSTRUÇÃO CIVIL 26 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 26 23112020 120328 Concretagem Para que uma edifi cação seja estável e duradoura ela precisa ser bem es truturada pois é a estrutura que vai garantir a qualidade da edifi cação Todas as cargas e forças que atuam sobre uma construção são transferidas ao solo pela estrutura A NBR61182014 estabelece todos os requisitos necessários para dimensionar e executar estruturas de concreto BRASIL 2014 Assim para que a estrutura da edifi cação possa ser efetivada existe uma série de procedimentos que devem ser cumpridos Para desenvolver uma estrutura devese inicialmente dimensionar e de talhar os elementos em projeto A partir dessas determinações os elementos estruturais tais como fundações vigas pilares lajes e escadas podem ser moldados a partir de formas que delimitarão todas as suas dimensões Feito isso os elementos podem ser concretados e após o período adequado para a cura do concreto realizase a desforma Vale ressaltar a importância da correta moldagem das formas uma vez que elas determinarão o resultado dos elementos estruturais Uma vez concretado de forma errônea o elemento não desempenhará as funções para as quais foi dimensionado Assim também deve ser respeitado o período para a cura do concreto para garantir a funcionalidade das peças Materiais para formas e escoramentos O sistema de formas nada mais é que um conjunto de elementos cuja função principal é moldar o concreto e fornecer a ele a sustentação necessária até que atinja seu ponto ideal de resistência Além disso a forma imprime ao concreto a simetria previamente estipulada em proje to e limita a perda de água do concreto facilitando sua cura As formas devem ser produzidas de tal forma que a sua re tirada após a cura do concreto seja relativamente fácil Para que sejam confeccionadas de forma adequada se faz necessário o uso do projeto es trutural da edificação contendo detalhadamente todas as dimensões de cada elemento que será con CONSTRUÇÃO CIVIL 27 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 27 23112020 120328 cretado De posse dos detalhes do projeto estrutural as medidas são conferidas pelo carpinteiro e as formas são fabricadas No modelo cons trutivo brasileiro tradicional as formas são feitas usando chapas de madeira compensada ou tábuas como matériaprima As formas de madeira Figura 7 ainda são as mais utilizadas devido à sua facilidade de acesso e ao seu satisfatório desempenho No entan to existem no mercado formas confeccionadas com materiais alter nativos como as plásticas as metálicas as de alumínio de papelão e as mistas que são constituídas pela junção de dois ou mais materiais e são amplamente utilizadas Em sua grande maioria as obras utilizam formas de madeira travadas por peças metálicas constituindo o sistema misto As formas plásticas por sua vez vêm ganhando espaço no mercado de vido à sua facilidade de desforma e possibilidade de reaproveitamento em mais de um processo de concretagem Figura 7 Formas de pilares em madeira e barra de reforço no canteiro de obras Fonte Shutterstock Acesso em 01072020 A escolha do sistema de formas adequado dependerá das necessidades da obra e dos recursos disponíveis devendo sempre manter a qualidade e a precisão na confecção das peças de acordo com o projeto Outro ponto que deve ser conside rado está relacionado à produtividade durante todo o processo desde a confecção transporte montagem e desforma garantindo o melhor custo benefício CONSTRUÇÃO CIVIL 28 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 28 23112020 120333 Em seguida o escoramento também conhecido como cimbramento consiste no procedimento de sustentação das formas a fi m de conferir estabilidade ao con creto após o lançamento Ele sustenta as formas desde o lançamento do concreto até o momento da desforma transferindo as cargas que atuam sobre as formas para um local seguro O escoramento metálico é o mais utilizado atualmente por dispor de grande durabilidade e atingir alturas maiores quando comparado ao es coramento de madeira além de serem facilmente manuseáveis Formas para elementos estruturais Os elementos de fundação os pilares as vigas as lajes as escadas e os reservatórios se classificam como elementos estruturais Sobre esses elementos atuam esforços e solicitações fazendose necessário realizar o adequado dimensionamento para atender a todos eles garantindo sua eficiência Cada um deles possui formatos e dimensões específicos e por isso a confecção de suas formas é feita individualmente As fundações são os elementos da construção responsáveis por rece bem todos os esforços da estrutura e transferilos ao solo podendo ser divididas em dois grupos CAMPOS 2015 rasas e profundas O tipo de fundação a ser escolhida estará diretamente relacionada ao tipo de solo no local da construção e às tensões que atuarão sobre a edificação As fundações rasas são aquelas que apresentam profundidades iguais ou inferiores a 3 m na quais as cargas da edificação são transferi das ao solo pela base da fundação Esse tipo de fundação é utilizado em construções de pequeno porte como casas e outras edificações meno res As fundações profundas por outro lado são dimensionadas para suportar cargas maiores apresentando profundidades superiores a 3 m e transferindo as cargas da edificação ao solo por meio da superfície lateral de suas peças Esse tipo de fundação pode alcançar grandes pro fundidades e são inseridas diretamente no solo Por serem inseridas no solo as fundações profundas não necessitam da utilização de formas As fundações rasas por sua vez precisam de formas para moldar seus formatos como é o caso de sapatas Figura 8 blocos radiers e vigas de fundação também conhecidas como vigas bal CONSTRUÇÃO CIVIL 29 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 29 23112020 120333 drames As formas para esse tipo de elemento estrutural devem seguir à risca os detalhes do projeto uma vez que são elas que sustentarão toda a estrutura da edificação Figura 8 Forma de sapata fundação rasa Fonte Shutterstock Acesso em 01072020 Assim como ocorre com as fundações o processo de elaboração de for mas para vigas pilares e lajes deve seguir os critérios do projeto O conjunto formado por formas escoramento e acessórios recebe diferentes nomen claturas para vigas pilares e lajes Para muros de arrimo as formas devem alcançar a altura do muro em sua totalidade podendo ser montadas com chapas de madeira mistas ou plásticas A montagem deve seguir os critérios do projeto sendo adequadamente ancoradas para satisfazer os requisitos durante a concretagem A colocação das formas é feita após a correta marcação do posiciona mento dos elementos estruturais Em seguida três das quatro faces que compõem as formas são posicionadas e niveladas Sobre elas é aplicado o desmoldante que atuará de modo a facilitar a desmontagem das formas após a concretagem O passo seguinte consiste em posicionar corretamente as armaduras conforme as especificações do projeto CONSTRUÇÃO CIVIL 30 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 30 23112020 120336 Entre as barras e a forma existe um espaçamento mínimo que deve ser respeitado denominado cobrimento Ele pode variar de 25 cm a 50 cm em função da classe de agressividade ambiental CAA As faces da forma devem estar posicionadas de modo tal que respeite o cobrimento mínimo Após a co locação das pastilhas a forma pode ser fechada a partir do posicionamento de sua quarta e última face Em seguida é feito o travamento do sistema a partir de elementos como barras de ancoragem vigas de travamento sarrafos pontaletes e outros A fim de detalhar a nomenclatura desses elementos devemos elencar algumas representações simplificadas dos sistemas tradicionais para formas A Figura 9 apresenta os elementos de formas para pilares respeitando um sistema composto por placas nas laterais e no fundo travadas por vigas sar rafos e pontaletes que podem ser posicionados tanto na horizontal como na vertical As barras de ancoragem com porcas travam as vigas e os gastalhos travam a parte inferior da forma Molde Painéis estruturados Sarrafo Pontalete Travamento Travamento Sarrafo Mãofrancesa Acessório Gastalho maluco Tensor Barras de ancoragem Barras de ancoragem Vigas de travamento Vigas de travamento Gastalho Gastalho Travamento Perereca Porca da barra de ancoragem Porca da barra de ancoragem Painéis não estruturados Figura 9 Forma para pilar composta por painéis com travamento Fonte FREIRE SOUZA 2001 Adaptado A montagem do sistema de formas para vigas pode se apresentar de dife rentes formas Na Figura 10a é possível visualizar as chapas travadas por mão francesa em sarrafo e sarrafos de pressão enquanto na Figura 10b as chapas são travadas por gastalhos e na Figura 10 c as chapas são travadas por barras de ancoragem e sarrafos de pressão CONSTRUÇÃO CIVIL 31 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 31 23112020 120338 Mãofrancesa Travamento Travamento Vigamento Escoramento Sarrafo Sarrafo Gastalho Sarrafo de pressão Sarrafo de pressão Painéis não estruturados Molde Barra de ancoragem A B C Figura 10 Diferentes tipos de montagem de formas e escoramentos para vigas Fonte FREIRE SOUZA 2001 Adaptado Na Figura 11 é possível identificar que o conjunto de formas para lajes é composto por vigamento inferior e vigamento superior que recebem as chapas de madeira compensada Esses vigamentos são escorados por pontaletes que podem ser metálicos ou de madeira Para escadas e reservatórios a execução das formas se assemelha aos modelos citados No caso específico de escadas a atenção aos requisitos determinados no projeto deve ser redobrada uma vez que para cada tipo de escada têmse diferentes detalhes construtivos Molde Painel não estruturado em chapa de compensado Pontaletes com cruzeta Escoramento Vigamento inferior Vigamento Viga mento superior Figura 11 Elementos de forma e escoramento para lajes Fonte FREIRE SOUZA 2001 Adaptado CONSTRUÇÃO CIVIL 32 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 32 23112020 120338 Além dos sistemas de formas tradicionais existem aquelas denominadas formas especiais que podem ser divididas em deslizantes e trepantes A for mas deslizantes constituemse de um sistema provisório que possui alturas equivalentes a 120 m e funciona por meio de painéis que deslizam vertical mente Durante esse deslocamento os elementos são concretados de forma contínua Elas podem ser executadas com madeira ou material metálico sen do comumente aplicadas para a concretagem de torres reservatórios poços elevadores e outros Já as formas trepantes em geral alcançam alturas superiores quando comparadas às formas deslizantes sendo esta uma de suas principais carac terísticas Esse sistema é composto por painéis metálicos que prosseguem de forma vertical a partir do auxílio de macacos hidráulicos Sua utilização facilita a execução de elementos estruturais de difícil acesso ou que apresentem gran des elevações tais como usinas viadutos e pontes Assim é possível perceber com clareza que o processo de confecção e montagem das formas não é simples e irrelevante Pelo contrário deve ser tomado como um dos procedimentos mais importantes em uma construção indo além de simplesmente moldar peças estruturais Um sistema de formas confeccionado e executado adequadamente favorece a qualidade e a dura bilidade das peças concretadas bem como é capaz de acelerar o processo executivo e reduzir despesas Imagine um engenheiro responsável pela execução da concretagem de um edifício que precisa entregar a obra o quanto antes Correndo contra o tempo ele solicita aos funcionários que montem as formas o mais rápido possível Cumprindo ordens os funcionários fazem o que lhes foi solicitado mas sem a atenção necessária devido à pressa com que o serviço foi pedi do No momento da concretagem uma forma mal ancorada não suporta as cargas advindas do concreto e acaba cedendo perdendo material e compro metendo todo o andamento da obra Assim isso gera retrabalho e gastos extras com material e com diárias de funcionários pois a obra vai levar mais tempo do que o planejado Além de perdas de material formas mal executadas podem causar defor mações às peças e até mesmo o surgimento de fissuras trincas ou rachadu ras Quando o concreto não tem resistência para sustentar as cargas são as CONSTRUÇÃO CIVIL 33 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 33 23112020 120338 formas que sustentam Por isso há uma necessidade de executar com aten ção cada detalhe construtivo das formas Isso vale para todos os procedimen tos executáveis dentro de uma obra Execução cura e desmontagem Durante a execução antes de colocar o concreto as formas devem ser molhadas até chegar ao ponto de saturação Esse procedimento é feito para conter a perda de água do concreto Além disso as escoras devem ser posi cionadas e travadas adequadamente Ao preparar o sistema de formas ou seja a montagem e o escoramento é indispensável fazer a verifi cação da contra fl echa especialmente quando se trata de lajes A contra flecha é o afastamento intencional das formas no sentido contrário ao da flecha feito por meio do escoramento É importante exe cutálo para garantir o equilíbrio das deformações que atuarão na laje posteriormente provenientes dos carregamentos atuantes nela Essas de formações são chamadas de flechas e acontecem naturalmente exigindo a criação intencional de contra flechas nas formas para que ao desfor mar haja o equilíbrio da peça Finalmente estando apropriadamente posicionados os elementos es truturais podem ser enchidos ou seja podese iniciar a concretagem O processo de concretar envolve etapas como o transporte do concreto fres co o recebimento desse concreto na obra e sua aplicação O concreto chega à obra em caminhões betoneira e ao recebêlo é fundamental efetuar a verifi cação da sua resistência realizando o slump test EXPLICANDO O slump test é um procedimento utilizado para verifi car a consistência do concreto em seu estado fresco e a partir dos resultados atestar sua qua lidade O teste é feito a partir do abatimento do tronco de cone Para rea lizálo pegase uma amostra do concreto que chega à obra colocandoa em uma forma com formato de tronco de cone em três camadas iguais A cada camada inserida devese adensar o concreto com 25 golpes Ao fi nal da terceira camada retirase a forma e verifi case a diferença de altura entre o topo da forma e o concreto Essa diferença consiste no abatimento do concreto CONSTRUÇÃO CIVIL 34 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 34 23112020 120338 Estando o concreto na obra é feito o seu lançamento nas formas Em ca sos de pilares o lançamento não pode ser feito a alturas superiores a 2 m pois dificulta o adensamento A ausência de adequado adensamento pode causar o aparecimento de nichos de concretagem na peça Após o lançamen to é necessário dispersar o concreto de forma uniforme nas formas o que geralmente se faz com o auxílio de pás ou enxadas Essa etapa é extrema mente importante pois permite dispersar o concreto e leválo aos locais de mais difícil acesso YAZIGI 2017 Após o lançamento iniciase a etapa mais importante do processo de con cretagem o adensamento Adensar o concreto significa espalhálo o máximo possível a fim de remover os vazios e o excesso de água nele contidos Isso torna o concreto mais denso e garante a sua completa aderência às barras de aço das armaduras conferindolhe resistência e durabilidade Concreto e aço aderidos trabalham em conjunto e atribuem à peça características de resistência à tração e compressão Para situações em que se tenham pilares com alturas superiores a 35 m a NBR61182014 determina que sejam feitas aberturas nas formas semelhantes a janelas para que se realize a concreta gem a cada 2 m BRASIL 2014 Finalizado o adensamento o concreto é nivelado procedimento comumen te conhecido como sarrafeamento Com a obra concretada é preciso aguardar até que o concreto adquira a resistência ideal solicitada Enquanto ele atinge essa resistência é necessário executar a cura do material que consiste em um conjunto de providências que devem ser tomadas para garantir que o concreto recém executado não perca a água que existe em sua composição Essa perda se dá na grande maioria das vezes por evaporação De forma sucinta o termo cura do concreto significa garantir que ele não desidrate durante o período que ele leva para endurecer atingindo sua resistência Uma boa cura gera um bom concreto imprimindo aos elementos caracterís ticas como boa resistência impermeabilidade e durabilidade A NBR61182014 determina que a cura do concreto deve ser feita de forma ininterrupta durante os sete primeiros dias após o seu lançamento no mínimo pois o concreto é um material extremamente sensível à ação de ventos e do sol que naturalmente causam evaporação de água BRASIL 2014 Ao perder água o concreto retrai podendo gerar o aparecimento de fissuras e trincas na superfície concretada CONSTRUÇÃO CIVIL 35 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 35 23112020 120338 A cura existe para evitar que isso aconteça e para manter o concreto hidratado até que ele atinja sua resistência ideal Assim existem alguns métodos para realizar a cura do concreto sendo os mais conhecidos A molhagem contínua que é o procedimento mais conhecido e mais uti lizado nas obras sendo ela a ação de molhar a superfície concretada repetida mente com mangueiras ou baldes O recobrimento que compreende a utilização de uma manta sendo os mais utilizados sacos de aniagem mantas geotêxteis mantas de algodão etc que retém a umidade dos elementos Esse tipo de cura é ideal para locais de difícil acesso na obra O alagamento que se caracteriza pela completa imersão da peça em água sem que haja a necessidade de molhála com frequência Normalmente é aplicado em peças planas como lajes pequenas piscinas ou blocos de funda ção fazendose necessária a criação de barreiras que contenham o escoamen to da água para garantir sua eficiência A cura química que se utiliza de químicos como elementos produzidos à base de parafina ou PVA para realizar a cura Os compostos são aplicados sobre as peças formando uma membrana que reduz a perda de água Em ambientes que apresentam baixa temperatura a cura é feita por meio de mantas termoisolantes que mantém a temperatura do concreto impedin do que ele congele Assim como climas quentes são prejudiciais ao desenvolvi mento do concreto por causarem a perda de água climas excessivamente frios também podem causar fissuras no concreto Após o concreto receber a cura e atingir a resistência determinada em projeto podese remover o sistema de formas das peças A NBR 149312004 orienta que a retirada de formas e es coramentos deve ser feita seguindo um plano de desforma previamente determinado no pro jeto BRASIL 2004 Além disso o sistema so mente poderá ser removido ao assegurarse que o concreto atingiu resistência suficiente para Resistir a problemas que possam surgir durante a remoção Ser capaz de suportar seu peso próprio e as cargas a que esteja exposto Não apresentar deformações além daquelas previstas no projeto CONSTRUÇÃO CIVIL 36 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 36 23112020 120338 Sintetizando Nesa unidade vimos que nos dias de hoje com o avanço no estudo de materiais e suas propriedades existem várias técnicas construtivas aplicá veis à construção civil A escolha da alternativa adequada a uma construção específica dependerá de características próprias de cada uma levando em consideração aspectos orçamentários tempo de execução material utiliza do e aspectos estéticos Dessa forma identificamos os tipos de construções mais comuns a alve naria tradicional e estrutural as paredes de concreto e concreto prémolda do e as técnicas de steel framing e wood framing e os materiais utilizados em cada uma delas Posteriormente identificamos as fases de uma obra que passa pela elaboração do projeto a realização dos serviços preliminares a preparação do terreno e implantação do canteiro de obras a execução dos elementos estruturais e não estruturais e por fim o acabamento Em seguida exploramos a etapa de concretagem da estrutura de uma obra que depende da montagem do sistema de formas elementos que mol dam as peças estruturais podendo ser feitas de diversos materiais A esco lha do sistema de formas adequado dependerá das necessidades da obra bem como dos recursos disponíveis As formas são ancoradas por peças que transferem as cargas que atuam sobre elas para um local seguro Por fim estando a formas apropriadamente montadas e ancoradas po dese iniciar a concretagem que compreende etapas como o transporte do concreto fresco e seu recebimento na obra seu lançamento e posterior dis persão nas formas e o adensamento que torna o concreto mais denso e ga rante sua completa aderência às barras de aço das armaduras Por fim após atingir a resistência adequada as peças concretadas podem ter o sistema de formas removido CONSTRUÇÃO CIVIL 37 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 37 23112020 120338 Referências bibliográficas BRASIL Norma Regulamentadora Nº 18 Condições de segurança e saúde no trabalho na indústria da construção Brasília Escola Nacional da Inspeção do Trabalho 08 jun 1978 Disponível em httpsenittrabalhogovbrpor talimagesArquivosSSTSSTNRNR18atualizada2020pdf Acesso em 30 jun 2020 BRASIL Norma Brasileira 14931 Execução de estruturas de concreto proce dimento Rio de Janeiro ABNT 2004 Disponível em httpsdocenteifrnedubr valtencirgomesdisciplinasconstrucaodeedificiosnbr149312004execucaode estruturasdeconcretoprocedimento Acesso em 23 jun 2020 BRASIL Norma Brasileira 6118 Projeto de estruturas de concreto procedi mento Rio de Janeiro ABNT 2014 Disponível em httpsdocenteifrnedubr valtencirgomesdisciplinasconstrucaodeedificiosabnt6118projetodeestru turasdeconcretoprocedimento Acesso em 23 jun 2020 British Standard BS 8204022003 Screeds bases and in situ floorings Part 2 Concrete wearing surfaces Code of practice London 2011 CAMPOS J C Elementos de fundações em concreto 1 ed São Paulo Oficina de Textos 2015 FREIRE T M SOUZA U E L Classificação dos sistemas de fôrmas para es truturas de concreto armado 2001 12p Boletim Técnico Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil São Paulo EPUSP 2001 Disponível em httpwwwpccuspbrfilestext publicationsBT00296pdf Acesso em 23 jun 2020 KATO R B Comparação entre o sistema construtivo convencional e o sis tema construtivo em alvenaria estrutural segundo a teoria da construção enxuta 2002 114 f Dissertação Mestrado em Engenharia Civil Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis 2002 Disponível em httpsreposi torioufscbrxmluibitstreamhandle123456789111939193963pdfsequen ce1 Acesso em 23 jun 2020 MOLINA J C JUNIOR C C Sistema construtivo em wood frame para casas de madeira Semina ciências exatas e tecnologias v 31 n 2 Londrina 2010 p 143156 Disponível em httpwwwuelbrrevistasuelindexphpsemexa tasarticleview4017 Acesso em 23 jun 2020 CONSTRUÇÃO CIVIL 38 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 38 23112020 120338 TONUS C A MINOZZI P I Utilização de agregados reciclados de alvenaria na produção de concreto para contrapisos 2013 68 f Trabalho de Conclusão de Cur so Bacharelado em Engenharia Civil Universidade Tecnológica Federal do Paraná Pato Branco 2013 Disponível em httprepositoriorocautfpredubrjspuibits tream18491PBCOECI2012203pdf Acesso em 23 jun 2020 VIEIRA L B Projeto de paredes de concreto armado apresentação das re comendações normativas e avaliação da influência das aberturas 2014 128 f Dissertação Mestrado em Engenharia de Estruturas Escola Politécnica Uni versidade Federal da Bahia Salvador 2014 Disponível em httpsreposito rioufbabrribitstreamri162091DissertaC3A7C3A3oLuaraBata lhaVieirapdf Acesso em 23 jun 2020 YAZIGI W A técnica de edificar 17 ed São Paulo SindusConSP 2017 CONSTRUÇÃO CIVIL 39 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 39 23112020 120339 SISTEMAS INTERMEDIÁRIOS 2 UNIDADE SERENGCIVCONCIVUNID2indd 40 23112020 123654 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Conhecer as funções dos diferentes tipos de alvenaria Perceber as diferenças entre os principais tipos de alvenaria Compreender o que são revestimentos e pavimentação Diferenciar os tipos de revestimentos para paredes e pisos Apreciar as ferramentas empregadas na execução dos tipos de revestimentos Entender o processo de assentamento de revestimentos em paredes e pisos Avaliar os tipos de impermeabilização e seu processo de aplicação Alvenarias Tipos e funções Materiais empregados Técnicas de execução Revestimentos e pavimentação Ferramentas utilizadas Técnicas de execução Impermeabilização Tipos e materiais Processos e ferramentas CONSTRUÇÃO CIVIL 41 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 41 23112020 123654 Alvenarias Etapa fundamental de uma construção as alvenarias dispõem de as pectos estruturais divisórios eou estéticos sendo utilizadas na elabora ção de diversos elementos construtivos Azeredo no livro O edifício e sua cobertura de 1997 define alvenaria como toda construção feita a partir de tijolos blocos de concreto ou pedras naturais unidos ou não por ar gamassa que apresente resistência durabilidade e impermeabilidade De forma sucinta uma alvenaria nada mais é do que um conjunto de paredes e muros ou elementos semelhantes cuja função principal é separar am bientes e adequálos aos requisitos do projeto As alvenarias apresentam características essenciais Segurança para os usuários Base para receber revestimentos em geral Isolamento térmico e acústico Resistência a impactos Resistência à ação de ventos Resistência à umidade Resistência a infi ltrações em geral Tipos e funções As alvenarias podem receber mais de uma denominação e variam conforme sua função dentro de uma edifi cação Elas podem ou não ser estruturais ha vendo a possibilidade de serem atravessadas pelas tubulações que compõem os sistemas de instalação elétrica hidráulica sanitária lógica entre outros a Alvenaria de embasamento como o próprio nome sugere é utilizada na base das edifi cações e realiza o nivelamento de modo a receber a alvenaria de elevação da construção Tais elementos são usados em superfícies irre gulares como terrenos íngremes Por ser uma alvenaria que fi ca em contato constante com o solo é necessário utilizar blocos adequados que auxiliem no processo de retenção da água presente no solo e que pode percolar isto é infi ltrar para as alvenarias de elevação A Figura 1 mostra uma alvenaria de embasamento representada por tijolos sobre a qual foi construída a al CONSTRUÇÃO CIVIL 42 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 42 23112020 123654 venaria de elevação em azul a parede No caso da imagem representada a parede construída sobre a alvenaria de embasamento é uma alvenaria de vedação externa Figura 1 Alvenaria de embasamento Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 b Alvenaria de pedra se caracteriza pelo conjunto de pedras que ordena damente arranjadas constituem paredes Nesse caso as pedras são arranja das entre si com ou sem a presença de argamassas para unilas São o tipo de alvenaria mais antiga usada desde os tempos mais remotos nas construções em geral como em igrejas de pedras sobrepostas Dentre os muitos exem plos de grandes construções feitas a partir dessa alvenaria estão as pirâmides egípcias a fortaleza inca Sacsayhuaman a grande Muralha da China e outras conhecidas e fascinantes edificações feitas pela sobreposição de pedras Esse tipo de alvenaria caiu em desuso em função do avanço nos estudos sobre ma teriais empregados na construção suas propriedades e custobenefício A ex ceção na utilização destes materiais está entre outros na restauração de cons truções antigas ainda existentes e feitas com pedras A Figura 2 representa uma estrutura antiga em alvenaria de pedra na qual os elementos utilizados foram organizados de modo a obter uma pirâmide CONSTRUÇÃO CIVIL 43 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 43 23112020 123655 Figura 2 Pirâmide construída em alvenaria de pedra Fonte Shutterstock Acesso em 07102020 c Alvenaria de vedação é a mais conhecida e utilizada para separar os ambientes numa edificação As alvenarias de vedação apresentam característi cas estruturais ou seja não são dimensionadas para suportar cargas verticais Embora não tenham função estrutural devem ser capazes de sustentar o pró prio peso e o peso dos componentes de revestimento aplicados sobre elas de acordo com Nakamura em artigo publicado em julho de 2008 nesse tipo de alvenaria o esqueleto da edificação é constituído por elementos estruturais como fundações vigas pilares e lajes ficando a cargo da vedação a separação e distribuição dos ambientes As alvenarias de vedação oferecem uma gama de possibilidades construtivas fazendo uso de diversos tipos de materiais dos mais simples aos mais complexos esteticamente Versáteis são o tipo de al venaria mais conhecido e executado em obras no país A vedação se divide em interna e externa sendo a interna responsável pela compartimentação dos ambientes e a externa pela resistência aos esforços externos como vento sol chuva umidade e outros A Figura 3 mostra a representação de uma alvenaria de vedação tradicional fazendo a divisão entre dois ambientes CONSTRUÇÃO CIVIL 44 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 44 23112020 123656 Figura 3 Alvenaria de vedação Fonte Shutterstock Acesso em 07102020 d Alvenaria estrutural também conhecida como portante de carga ela difere da vedação por apresentar função estrutural ou seja além do próprio peso sustenta os esforços provenientes de toda a edificação distribuindoos para as fundações Os esforços suportados são derivados de lajes cobertura esquadrias revestimentos e outros Diferente da alvenaria de vedação ela não requer elementos estruturais como vigas e pilares As instalações elétricas hidráulicas sanitárias e outras são executadas simultaneamente às paredes Figuerola 2005 comenta que esse tipo de alvenaria tem ganhado espaço no mercado construtivo do País por ser uma opção segura e facilmente executá vel tendo como uma de suas principais características a redução no desperdí cio de materiais Esteticamente falando apresenta limitações e pouca varieda de A Figura 4 representa uma edificação executada em alvenaria estrutural Como mencionado esse tipo de alvenaria dispensa o emprego de pilares Figura 4 Alvenaria estrutural Fonte Shutterstock Acesso em 07102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 45 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 45 23112020 123657 Além das alvenarias tradicionais há ainda as paredes divisórias que assu mem função de vedação ou decorativa Em geral elas conferem ao ambiente um toque estético e delicado além de dividir os ambientes Podem ser executa das com blocos vazados ou de vidro mas existem também aquelas executadas com chapas de madeira PVC ou drywall As paredes podem assumir espessuras variadas a depender do tipo de blo co utilizado e da camada de revestimento Quanto maior o bloco empregado na execução da parede mais espessa ela é Para blocos menores como maciço e laminado as paredes assumem espessuras de 10 a 15 cm Nas paredes execu tadas com blocos cerâmicos de 6 8 ou 9 furos a parede pode assumir espes suras de 15 a 20 cm Já para blocos de concreto maiores as paredes podem assumir espessuras de 20 a 25 cm Materiais empregados Os materiais utilizados na execução das alvenarias estão ligados ao seu tipo Nas cidades interioranas as construções mais antigas eram feitas à base de pau a pique taipa ou tijolos de barro secos ao sol As construções de pau a pique são caracterizadas por um conjunto de grades de madeira que forma o esqueleto da edificação preenchido com barro Já a taipa é obtida a partir do apiloamento de terra em geral barro em formas de madeira Após a secagem do material a união das peças constitui a edi ficação Os tijolos de barro também conhecidos como adobe são blocos de argila moldados manualmente em pequenas formas e deixados para secar ao sol Considerando as construções vistas hoje é possível perceber como os pro cessos construtivos e os materiais neles empregados evoluíram O avanço da tecnologia atrelado à descoberta e ao desenvolvimento de novos materiais proporcionaram ao campo da construção opções que tornam as obras viáveis e otimizam os processos Dentre os materiais utilizados na elaboração de alve narias Yazigi no livro A técnica de edifi car de 2017 cita a Tijolo laminado também conhecido como tijolo à vista apresenta ca racterísticas estéticas e práticas Comum em paredes aparentes áreas de lazer e churrasqueiras CONSTRUÇÃO CIVIL 46 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 46 23112020 123657 b Tijolo maciço é composto por argila e muito semelhante ao tijolo com furos tradicionalmente utilizado Como o próprio nome sugere esse tijolo não apresenta furos e caracterizase pelo excelente isolamento acústico que pro porciona à edificação Por ser produzido em dimensões menores a sua utiliza ção em construções requer um quantitativo maior de peças c Tijolo de vidro a aplicação desse tijolo é voltada à estética das cons truções contendo um toque altamente decorativo Sua utilização proporciona beleza e iluminação ao ambiente É muito utilizado em ambientes externos como fachadas e em ambientes internos como pequenas divisórias Apesar de permitir a passagem de iluminação tem superfície fosca d Tijolo vazado conhecido como cobogó proporciona melhorias na iluminação e ventilação de áreas externas nas quais comumente é empre gado para dividir ambientes Também é usado em paredes externas para fins decorativos e Tijolo refratário tijolos de argila recozidos em altas temperaturas caracterizados por serem mais resistentes que os tijolos comuns e empre gados na construção de churrasqueiras e fornos ambientes expostos a temperaturas elevadas f Tijolo com 4 6 8 e 9 furos os tijolos cerâmicos furados são elementos frágeis e por esse motivo são utilizados como vedação não possuindo função estrutural Apresentam ranhuras em sua superfície cuja função é favorecer a aderência da argamassa de assentamento São elementos leves e com excelen te capacidade de isolamento térmico e acústico g Tijolo ecológico também conhecidos como tijolos de solocimen to são feitos de cimento e argila mas não requerem queima Os blocos são moldados em prensa hidráulica e podem receber aditivos na mistura além de serem deixados aparentes dada a sua característica es tética Contam com dois furos em seu interior o que facilita a passagem das tubulações para instalações elétricas e hidrossanitárias h Blocos de concreto são utilizados em alve naria estrutural por apresentar função estrutu ral Proporcionam rápida execução e consomem menor quantidade de argamassa São versáteis CONSTRUÇÃO CIVIL 47 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 47 23112020 123657 podendo ser utilizados com ou sem revestimento Apresentam como des vantagem o fato de serem pouco fl exíveis a mudanças ou seja não permi tem cortes e apresentam isolamento térmico baixo quando comparados ao tijolo cerâmico i Placas cimentícias é o material são utilizados na vedação de ambientes tanto externos como internos produzido a partir de cimento e agregados que podem ser desde fi bras até minerais ou celulose Apresentam espessura que varia de 6 mm a 12 mm e são uma ótima opção estética Esse tipo de material é muito utilizado em construções com steel frame para fechamento da estrutura e divisão de ambientes j Drywall ainda pouco utilizado mas que vem ganhando espaço no se tor construtivo do país o drywall nada mais é do que uma placa de gesso revestida em ambos os lados por folhas de papelão ou cartão motivo pelo qual também é conhecido como gesso acartonado Constitui um sistema leve enxuto de fácil aplicação baixo desperdício e com excelente desem penho O drywall é muito empregado em construções com steel frame mas pode ser amplamente utilizado em edifi cações de alvenaria para reformas e mudanças rápidas Técnicas de execução As paredes devem ser feitas seguindo o projeto executivo e respeitando todo o detalhamento de posicionamento e espessura das alvenarias Para alve narias com tijolos maciços laminados e refratários a execução segue o sistema de assentamento de acordo com as juntas Nesse sentido a NBR 85451984 cita dois sistemas de assentamento Juntas de amarração sistema de assentamento em que as juntas verti cais não fi cam alinhadas umas às outras Juntas a prumo sistema de assentamento em que as juntas verticais são alinhadas ou seja são contínuas A Figura 5 é uma representação de ambos os tipos de juntas citados Na ilustração à esquerda é possível identifi car o sistema de assentamento com juntas de amarração enquanto à direita é possível identifi car o sistema de assentamento com juntas a prumo CONSTRUÇÃO CIVIL 48 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 48 23112020 123657 Figura 5 Juntas de amarração e a prumo Fonte ABNT 1984 Adaptado a Juntas de amarração b Juntas a prumo O assentamento dos blocos deve ser feito com juntas de amarração consi derando que as juntas verticais devem ter 10 cm de espessura e as horizontais 15 cm de espessura Para a execução das juntas a prumo a NBR 85451984 determina que é necessário utilizar armaduras longitudinais 60 cm distantes entre si localizadas na argamassa de assentamento ABNT 1984 Para que a alvenaria possa de fato começar a ser executada é indispensável realizar a impermeabilização da viga baldrame para prevenir o surgimento de possíveis patologias Posteriormente há que se garantir a aderência de todos os elementos com faces ligadas à alvenaria como vigas pilares e lajes Essa aderên cia é garantida por meio da aplicação de uma camada de chapisco na superfície que terá ligação com a alvenaria Feito isso a alvenaria começa a ser produzida EXPLICANDO Viga baldrame é uma fundação rasa sobre a qual são elevadas as alve narias de uma edificação sejam estruturais ou de vedação Sua função é transmitir ao solo as cargas advindas da estrutura Para construções pequenas ela é usada como fundação Em edificações de maior porte a viga baldrame é utilizada como elemento de fundação que liga blocos ou sapatas Pode ser executada a partir de tijolos ou concreto O assentamento de blocos inicia com demarcação da parede na superfície que deve seguir rigorosamente as medidas e os alinhamentos determinados em projeto sendo riscados na face de apoio os eixos de referência de cada parede Assim a execução começa com o assentamento de dois blocos um em cada extremidade da fiada Em seguida é esticada uma linha entre os dois blo cos que serve como guia para manter o alinhamento durante o assentamento CONSTRUÇÃO CIVIL 49 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 49 23112020 123657 dos demais Com isso a primeira fiada de blocos é assentada Ela serve como base para o correto assentamento das fiadas posteriores Durante o processo é importante deixar livres os vãos destinados a portas e janelas De acordo com o livro de Yazigi 2017 a união entre os blocos é feita com argamassa aplicada no bloco com desempenadeira ou com colher de pedrei ro de modo que cordões contínuos sejam formados em ambos os lados No ligamento entre o pilar e a parede a argamassa da junta vertical é aplicada no bloco antes do assentamento para garantir maior aderência entre eles Como os blocos devem ser assentados utilizando o sistema com juntas de amarração para a colocação da fiada posterior é necessária a utilização de meiosblocos nas extremidades da parede para que a amarração seja garantida A Figura 6 representa o processo de assentamento de blocos cerâmicos O primeiro método consiste em assentar o bloco sobre a argamassa já aplicada fazendo o abatimento da argamassa contida na face horizontal Já no segundo método o bloco é assentado com a argamassa aderida em sua face vertical Figura 6 Métodos de assentamento de tijolos cerâmicos Fonte ABNT 1984 Adaptado Para a execução de alvenarias estruturais a NBR 1596122011 prevê alguns requisitos indispensáveis A base deve ser nivelada e impermeabilizada Os reforços metálicos e as tubulações de instalações devem ser posiciona dos de acordo com especificações do projeto A superfície na qual os blocos são assentados deve estar limpa Argamassa rebatida com a colher 1 método 2 método Argamassa abundante Argamassa aplicada no tijolo com a colher CONSTRUÇÃO CIVIL 50 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 50 23112020 123657 Os blocos também precisam estar limpos e livres de materiais que possam prejudicar sua aderência à superfície Conforme paredes vão sendo elevadas é preciso atenção ao correto posi cionamento de portas e janelas para que fiquem livres os vãos nos quais elas serão instaladas De acordo com a NBR 85451984 os espaços destinados à colocação de portas e janelas devem seguir as medidas e respectivas localiza ções determinadas em projeto Na parte superior das aberturas para porta e janelas são executadas as vergas e na parte inferior as contravergas Os ele mentos são indispensáveis na execução das alvenarias uma vez que absorvem os esforços de cisalhamento aos quais a alvenaria fica sujeita após o corte pre venindo assim o surgimento de fissuras e trincas nos cantos dessas aberturas Já os coxins são elementos executados em concreto cujas dimensões de vem estar de acordo com as dimensões das vigas segundo a NBR 85451984 Esses elementos funcionam como um prolongamento da viga para auxiliar na distribuição de carga da edificação sendo empregados quando há vigas com grandes cargas atuando diretamente sobre a parede A Figura 7 mostra a re presentação da execução de um coxim de concreto sendo possível observar que suas dimensões acordam com as dimensões da viga ABNT 1984 Figura 7 Coxim de concreto Fonte ABNT 1984 Adaptado Assim como na alvenaria de vedação na alvenaria estrutural os eixos tam bém devem ser marcados seguindo todas as dimensões determinadas A locali zação de cada parede é marcada na base para que as fiadas possam ser executa Coxim CONSTRUÇÃO CIVIL 51 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 51 23112020 123658 das Tanto as juntas verticais como as horizontais usadas no assentamento dos blocos devem apresentar espessura mínima de 10 mm Durante a produção alguns cuidados devem ser tomados para garantir a qualidade da alvenaria Depois de assentados os blocos não podem ser movidos para que não percam a aderência com a argamassa A parede deve ser feita apenas com blocos inteiros Não é indicada a utili zação de blocos quebrados Alvenarias estruturais não podem ser diretamente ligadas a alvenarias não estruturais A alvenaria estrutural não pode em hipótese alguma ser calçada durante o assentamento Ao longo do processo devese ter o cuidado de verifi car se a argamassa está obstruindo os vazios dos blocos fazendo a remoção do excesso quando necessário Paredes recémelevadas devem ser protegidas em caso de chuvas Revestimentos e pavimentação A NBR 135292013 defi ne revestimento como o processo responsável pelo acabamento de uma superfície constituído por um conjunto de argamassas e acabamentos decorativos que visam a regularização da base de acordo com as condições determinadas em projeto ABNT 2013 Tipos Os revestimentos são classifi cados de acordo a superfície em que são apli cados São chamados de revestimentos aqueles que são aplicados em paredes internas e externas Já o revestimento aplicado no piso é chamado de pavimen tação Em ambos os tipos há variadas opções e formas de executar o revesti mento da superfície Para o revestimento aplicado em paredes existem dois grupos os argamassados e os não argamassados Os revestimentos argamas sados se subdividem em a Chapisco consiste em um tipo de argamassa mais simples cuja fun ção é preparar a base regularizandoa e promovendo a aderência entre a alvenaria e a argamassa de regularização Essa camada de argamassa fi na torna a superfície áspera o que lhe confere maior aderência O chapisco é produzido a partir da mistura entre cimento areia grossa e água apresen CONSTRUÇÃO CIVIL 52 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 52 23112020 123658 tando espessuras que variam entre 3 mm e 5 mm Pode ser aplicado em paredes internas externas e também para fins de proteção da superfície exposta à ação de intempéries b Emboço consiste em uma argamassa de regularização produzida a par tir de água areia cimento e cal cuja função é preparar a base para receber a última camada de revestimento argamassado ou não Segundo Nakamura em artigo publicado em agosto de 2013 essa camada de revestimento também é utilizada como um envoltório na alvenaria a fim de evitar a ação de agentes externos como no caso de infiltrações Além disso o emboço atua na unifor mização da superfície corrigindo descontinuidades eou desalinhamentos na alvenaria Suas espessuras variam de 15 cm a 2 cm em ambientes internos e de 3 cm a 4 cm em ambientes externos c Reboco camada de argamassa utilizada para cobrir o emboço conferin do o acabamento adequado para receber o revestimento decorativo O reboco pode também se configurar como o próprio acabamento da superfície uma vez que confere uma superfície polida à alvenaria d Revestimento com pasta de gesso esse tipo de revestimento dispensa chapisco emboço ou reboco De acordo com a NBR 138671997 para a sua aplicação a superfície precisa estar plana e alinhada podendo ser aplicado em paredes internas proporcionando superfície lisa Os revestimentos não argamassados são aqueles que não incluem a arga massa em sua produção embora se valham da argamassa para a regularização da base da alvenaria e na sua própria aplicação Ao assentar um revestimento não argamassado como uma cerâmica é necessário utilizar a argamassa de assentamento Dessa forma apesar de não serem feitos de argamassa eles precisam dela no processo Entre esses revestimentos estão a Revestimento de azulejos existe uma grande variedade de modelos e ta manhos de azulejos para aplicação em paredes De acordo com Silva em artigo de maio de 2015 azulejos lisos são indicados para aplicação em ambientes que requerem cuidado redobrado com higiene como laboratórios clínicas e hospitais b Revestimento de pastilhas as pequenas dimensões de suas pastilhas são o que caracterizam a delicadeza das peças É um revestimento muito utili zado em banheiros cozinhas e áreas gourmet podendo também ser aplicado em outros ambientes CONSTRUÇÃO CIVIL 53 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 53 23112020 123658 c Revestimento de pedras naturais dentre as pedras naturais mais em pregadas para fazer o acabamento da alvenaria estão granito tijolinho irregu lar pedra mineira arenito e ardósia d Revestimento de mármore as peças de mármore aplicadas na parede apresentam cerca de 2 cm de espessura e são utilizadas para revestir superfí cies de concreto e Revestimento de madeira conhecido como lambri é feito com placas de compensado ou ripas de madeira encaixadas entre si e percorrendo toda a extensão da alvenaria f Revestimentos de papel muito utilizados os papéis de parede são apli cados sobre a superfície da parede já finalizada Nesse caso a alvenaria recebe os revestimentos argamassados para regularizar a base e o papel de parede é aplicado como revestimento decorativo g Revestimentos de placa de cortiça utiliza como matériaprima um ele mento natural e renovável extraído do sobreiro sendo também aplicado so bre a alvenaria já regularizada De acordo com Azeredo no livro de 2006 O edifício e seu acabamento a pavimentação ou o revestimento aplicado em pisos se resume à construção de uma superfície que permita o tráfego leve ou pesado Há uma grande varie dade de revestimentos para piso Sua aplicação no entanto ocorre conforme o ambiente e as determinações de projeto Sendo assim o revestimento utilizado no piso de um quarto não é o mesmo a ser utilizado numa estrada dado que o fluxo sobre o piso é diferente em cada ambiente Enquanto o fluxo no quarto é apenas de pessoas o fluxo na estrada envolve pessoas e equipamentos pesados Logo o tipo de revestimento em cada situação é diferente Dentre os tipos de revestimentos para pisos e pavi mentação mais utilizados estão Madeira tacos soalho e parquetes Cerâmicas Ladrilhos Pedras naturais e artificiais Resinas Fibra Vidro CONSTRUÇÃO CIVIL 54 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 54 23112020 123658 Ferramentas utilizadas Para a aplicação dos revestimentos argamassados ou não a NBR 135292013 determina algumas ferramentas utilizadas no processo Tela consiste em uma malha produzida a partir de fi os de aço resistente à oxidação É utilizada para auxiliar a fi xação do revestimento e prevenir o apa recimento de patologias Grampos objetos de metal utilizados para pregar as telas e os sarrafos na superfície da alvenaria Colher de pedreiro tipo de espátula utilizada pelo pedreiro para lançar a argamassa na parede Desempenadeira objeto retangular utilizado para espalhar a argamassa na superfície e regularizar as camadas de revestimento Desempenadeira dentada objeto utilizado para distribuir a argamassa na base para o assentamento de azulejos pastilhas pedras e outros materiais Régua objeto retangular e comprido de material metálico ou madeira utilizado pelo pedreiro para regularizar a camada de argamassa aplicada Esponja material macio utilizado para obter acabamento liso Serrote material utilizado para executar a camada única que também é conhecida como reboco paulista Além desses podem ser citados materiais auxiliares tais como caixote masseira baldes carrinho de mão esquadro prumo nível talhadeiras martelo e prego Para os revestimentos em pisos e pavimentos as ferramentas praticamente não mudam Técnicas de execução Azeredo em livro de 2006 comenta que é necessário fazer algumas verifi cações antes de iniciar qualquer procedimento de execução de revestimentos seja em parede ou piso A principal delas é instalar e testar toda a tubulação hidrossanitária após a execução da alvenaria Em seguida realizase a limpe za da superfície Durante o processo construtivo é natural que as superfícies construídas fi quem cobertas de pó proveniente do próprio processo Antes de iniciar o revestimento a remoção desses resíduos fi nos é impor tante e em algumas situações para facilitar o processo de remoção a super CONSTRUÇÃO CIVIL 55 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 55 23112020 123658 fície pode ser molhada Além disso molhar a superfície das paredes auxilia na execução do revestimento uma vez que dessa forma a alvenaria não absorve a água contida na argamassa Feito isso é iniciado o revestimento A seguir são explicadas as técnicas executivas de cada um dos processos de revestimento citados iniciando com os argamassados Chapisco O chapisco pode ser do tipo industrializado convencional ou rolado Sua apli cação deve ser feita de forma enérgica de baixo para cima a uma distância de aproximadamente 1 m da superfície Paredes de alvenaria devem ser molhadas para garantir que a água da mistura não seja absorvida Já as paredes de concreto não devem ser molhadas Yazigi em seu livro de 2017 relata o alto índice de perda de material nesse tipo de revestimento devido à fluidez da argamassa e à forma de lançamento Por esse motivo é indicado que seja feita a limpeza da base onde o excesso de material cai para que o excedente seja recolhido e reaproveitado em outras aplicações A aplicação do chapisco varia de acordo com o tipo Industrializado a argamassa industrializada é aplicada sobre a superfície com auxílio de desempenadeira dentada Convencional o lançamento é feito de forma mais vigorosa com a uti lização da colher de pedreiro O resultado obtido é uma superfície rugosa e altamente aderente para receber a camada posterior Rolado argamassa mais fluida constituída por água cimento areia e adi tivos é aplicada na superfície com rolo para texturas acrílicas A Figura 8 de monstra a aplicação do chapisco numa parede de alvenaria Figura 8 Aplicação de chapisco em parede Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 56 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 56 23112020 123658 Emboço Acabado o período de pega do chapisco o emboço pode ser realizado No vamente para que a argamassa possa ser aplicada a superfície deve ser pre viamente molhada para impedir a absorção da água lembrando que apenas paredes de alvenaria devem ser molhadas não sendo necessário realizar esse procedimento em paredes de concreto Assim o emboço pode começar a ser executado salientando que a espessura da camada não pode ultrapassar 2 cm As etapas de execução do emboço são Primeiro fixamse taliscas de madeira ou cerâmica na parede a fim de nor tear a execução da camada e servir como guia para a espessura exata do emboço Posteriormente aplicase argamassa no sentido vertical das taliscas fixa das formando faixasmestras contendo o mesmo prumo Tais faixas devem ter um espaço de 2 m entre si contendo no máximo 20 cm de largura Com as guias executadas e o painel molhado a argamassa é lançada com certa energia de baixo para cima tal como no chapisco utilizando a colher de pedreiro Ainda com a colher de pedreiro a massa é pressionada sobre a parede e espalhada Com o auxílio de uma régua metálica ou de madeira é retirado o excesso de argamassa entre as guias em um movimento de ziguezague realizado de baixo para cima Esse procedimento é chamado de sarrafeamento Em caso de haver brechas é lançada mais massa e se realiza o sarrafea mento novamente O acabamento grosseiro garante uma boa aderência para a camada posterior Em casos onde se deseje a superfície já finalizada realizase o desempeno da superfície EXPLICANDO Desempenar uma superfície revestida significa imprimir a ela acabamen to liso O procedimento é feito com o auxílio de uma ferramenta chamada desempenadeira feita de madeira em formato retangular Sobre a super fície sarrafeada borrifase água e com movimentos circulares desem penase o revestimento CONSTRUÇÃO CIVIL 57 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 57 23112020 123658 Figura 9 Aplicação de emboço em parede Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 Reboco O reboco confere à superfície da parede acabamento uniforme e plano permitindo a aplicação do revestimento decorativo como pintura ou consti tuindose como o próprio acabamento Seu acabamento é feito com auxílio de desempenadeira realizando movimentos circulares É executado com material industrializado feito com cal hidratada mas que em alguns casos pode ser substituído pela massa corrida Os procedimentos para a sua execução são Molhar bem a superfície Aplicar a argamassa com desempenadeira em camadas de 3 mm a 5 mm Desempenar a superfície Corrigir as imperfeições e desempenar novamente Com auxílio de uma esponja conferir acabamento liso à superfície Figura 10 Aplicação de reboco em parede Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 58 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 58 23112020 123659 Revestimento com pasta de gesso Assim como para os revestimentos com argamassa de cimento para executar o revestimento que utiliza pasta de gesso a superfície precisa estar limpa e uni forme A pasta de gesso deve ser preparada em recipientes limpos usando água limpa Devese aguardar o período de absorção do gesso e a pasta estará pronta para ser homogeneizada Ao contrário da argamassa de cimento a pasta de gesso é aplicada de cima para baixo ao longo de toda a parede com uma desempenadei ra e revestimento entre 1 mm e 3 mm O revestimento pode ser feito em uma ou duas camadas Para os revestimentos não argamassados temse a Revestimento de azulejos para a aplicação de azulejos é indispensável que a superfície esteja adequadamente preparada para receber o revestimento O ideal é que seja aplicado sobre uma parede chapiscada ou emboçada Vale res saltar que a superfície não deve estar completamente lisa para que a aderência seja garantida Caso a parede não tenha sido chapiscada eou emboçada deve se realizar o procedimento Aguardado o período de pega o azulejo é assentado utilizando argamassa industrializada As etapas a serem seguidas são Superfície preparada e previamente limpa Preparação da argamassa industrializada Aplicação da argamassa na face do azulejo que estará em contato com a parede O azulejo é posicionado e pressionado contra a parede aplicandose leves batidas sobre ele com o cabo da colher de pedreiro ou com um martelo peque no a fim de fixálo Aplicação das demais peças espaçadas entre si a 3 mm no máximo Rejuntamento dos espaços entre os azulejos b Revestimento de pastilhas a aplicação das pastilhas segue procedi mento semelhante à aplicação do azulejo considerando que A superfície emboçada deve ser limpa e molhada A argamassa industrializada é preparada e aplicada sobre a face poste rior da pastilha Devese pressionar a pastilha contra a parede a fim de fixála Por fim rejuntamse as peças c Revestimento de pedras naturais para a colocação de pedras como re vestimentos em paredes devese inicialmente ter uma superfície chapiscada Em seguida aplicase a argamassa de assentamento na parede e pressionam CONSTRUÇÃO CIVIL 59 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 59 23112020 123659 se as pedras contra a argamassa uma de cada vez De acordo com Azeredo 2006 após colocadas as pedras é indicado que a superfície seja lavada para remover o excesso de argamassa Podese também utilizar uma escovinha para auxiliar na remoção d Revestimento de mármore após limpa a parede que recebe o revesti mento em mármore também recebe duas demãos de chapisco Ambrozewicz no livro Materiais de construção normas especificações aplicação e ensaios de laboratório de 2012 comenta a necessidade de verificar a existência de chapas de ferro chumbadas na face posterior das peças Isso porque para paredes de concreto é essencial a presença das chapas por motivos de dilatação do concreto Já em paredes de tijolos não é necessário que as peças contenham chapas chumbadas O assentamento é feito com uma nata de cimento fluida e para evitar sua fuga são vedadas as extremidades da parede em que as peças foram aplicadas com pasta de gesso e Revestimento de madeira para o assentamento dos lambris são fixados os caibros distantes 50 cm entre si Neles são colocados os perfis de madeira Medidos e cortados eles são instalados sobre os caibros deixando um espaça mento de 2 mm a 3 mm entre a parede e a madeira para garantir a dilatação Po dem ser utilizados grampos ou clipes para auxiliar a fixação entre as peças Para fixálas nos caibros são utilizados pregos eou parafusos As juntas de dilatação deixadas entre a madeira e a parede são finalizadas com perfis de ângulo fixados com cola A finalização pode ser feita com verniz ou tinta Figura 11 Parede revestida com perfis de madeira Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 60 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 60 23112020 123700 f Revestimento de papel a utilização do papel surgiu como uma substituição da pintura De fácil aplicação ele costuma ser adesivado o que permite que qualquer pessoa possa aplicálo sobre a superfície de uma parede apesar da necessidade de que a parede esteja com o acabamento realizado isto é emboçada e rebocada Em seguida lixase a parede para remover os grãos de areia remanescentes Em seguida é removida a camada não colante e aplicado o papel sobre a parede Utilizar uma es pátula auxilia na distribuição do papel sem o surgimento de bolhas Para papéis que não são adesivados a cola é aplicada na parede e na faixa de papel a ser aproveitada g Revestimentos de placa de cortiça o procedimento para a aplicação da cortiça se assemelha ao processo de aplicação do papel A superfície deve estar emboçada rebocada e lixada A cola deve ser passada na parede e nas peças as quais devem ser aplicadas com o auxílio de um martelo de borracha No caso das placas de cortiça há colas específicas para sua aplicação De acordo com Azeredo em seu livro de 2006 para o processo executivo de revestimentos de pisos são considerados dois casos o solo como base e lajes de concreto como base Quando a pavimentação é feita sobre o solo é indispensável o cuidado com a impermeabilização da alvenaria de elevação para evitar o surgimento futuro de patologias Em seguida é executado o contrapiso com concreto magro para que o revestimento possa ser assentado O processo de assentamento do re vestimento varia de acordo com o tipo de revestimento e a utilização ou não de argamassas Já na pavimentação sobre lajes ou superfícies concretadas não há necessidade de contrapiso apenas do assentamento do revestimento Tábua corrida Também conhecida como soalho as tábuas são encaixadas umas nas outras lon gitudinalmente e fixas na base com pregos sem cabeça Com o auxílio de uma broca são feitos furos para os pregos maiores que devem ser aplicados obliquamente Tacos A execução desse revestimento assim como a dos demais inicia com a lim peza da base para a remoção de resíduos indevidos Com uma mangueira de nível devese definir os níveis do piso e marcar as direções em que os tacos serão encaixados Devese assentar as peças com o auxílio de uma cola à base de PVA aplicada sobre a superfície e espalhada com desempenadeira O aca bamento é feito com aplicação de verniz sobre a superfície raspada CONSTRUÇÃO CIVIL 61 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 61 23112020 123700 Parquetes Os parquetes são assentes de modo semelhante aos tacos Aplicase cola à superfície já raspada Caso seja necessário pode ser usada uma lixa fi na para dar acabamento mais liso antes da aplicação do verniz Cerâmicas Com a superfície limpa são marcados os níveis e demarcadas as posições de assentamento de cada fi ada Em seguida aplicase a argamassa de assenta mento na superfície com espessuras variando de 3 mm a 4 mm utilizandose desempenadeira dentada Após isso a cerâmica é pressionada contra a super fície e sobre ela são dadas batidas leves Em cômodos com ralos devese tomar cuidado ao assentar a cerâmica para garantir a inclinação adequada até o ralo Pedras naturais No caso de pedras como mármore diferente da aplicação em paredes não há necessidade de chapas de ferro incrustadas para o piso Sua aplicação ocor re de forma semelhante sendo espalhada sobre a superfície uma camada de argamassa de cimento sobre a qual é aplicada a pedra sempre pressionando contra o piso e dando leves batidas A aplicação de pedras de granito no re vestimento de pisos segue o mesmo procedimento da aplicação de mármore Impermeabilização De acordo com a NBR 95752010 a impermeabilização é um conjunto de procedimentos que visa impedir o deslocamento de fl uidos e vapores nos ma teriais e estruturas da construção civil protegendoos contra ação danosa e infi ltrações de água Enquanto operação construtiva integrante do projeto de uma edifi cação sua importância está na proteção e preservação da estrutura para evitar o surgimento de possíveis patologias que comprometam a vida útil da estrutura Assim problemas muito comuns decorrentes da falta de imper meabilização são Infi ltração em paredes Degradação do concreto Efl orescência Corrosão das armaduras Empolamento em pinturas CONSTRUÇÃO CIVIL 62 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 62 23112020 123700 Também é frequente o surgimento de patologias na base de paredes do tipo salitre causadas pela percolação infi ltração da água do solo para as pare des Isso ocorre devido à ausência de impermeabilização ou pela sua má exe cução Na Figura 12 é possível verifi car a manifestação da patologia citada decorrente de problemas com impermeabilização Figura 12 Exemplo de problema com impermeabilização Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 Esse processo faz parte do conjunto de projetos da obra que deve conter em planta a localização de cada impermeabilização detalhando o sistema a ser empregado Além disso deve dispor de memorial descritivo listando todos os materiais a serem empregados bem como o passo a passo do processo execu tivo e os cuidados com a segurança dos profi ssionais envolvidos na execução Tipos e materiais No Brasil há diversos tipos e produtos de impermeabilização com diferen tes características Os impermeabilizantes dividemse em rígidos e fl exíveis Os rígidos incluem os cimentos e as argamassas enquanto os fl exíveis englobam as mantas e as membranas Segundo a NBR 95752010 com base no material constituinte os tipos de impermeabilizantes classifi camse em CONSTRUÇÃO CIVIL 63 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 63 23112020 123701 a Cimentícios Cimento modificado com polímero Argamassa modificada com polímero Argamassa polimérica Argamassa com aditivo impermeabilizante b Asfálticos Manta asfáltica Membrana de emulsão asfáltica Membrana de asfalto elastomérico Membrana de asfalto elastomérico em solução Membrana de asfalto modificado sem adição de polímero c Poliméricos Manta elastomérica de etilenopropilenodienomonômero EPDM Manta elastomérica de poliisobutileno isopropeno IIR Manta de polietileno de alta densidade PEAD Manta de policloreto de vinila PVC Manta de acetato de etilvinila EVA Membrana epoxídica Membrana de poliuretano Membrana de poliuretano modificado com asfalto Membrana de poliureia Membrana de polímero acrílico com ou sem cimento Membrana acrílica para impermeabilização Membrana elastomérica de estirenobutadienoestireno SBS Membrana elastomérica de estirenobutadienoestirenorubber SBR Membrana elastomérica de poliisobutileno isopreno IIR em solução Membrana elastomérica de policloropeno e polietileno clorossulfonado Na Figura 13 é possível observar a aplicação de uma manta asfáltica sobre a superfície de uma laje Esse tipo de impermeabilização é aplicado e soldado com o auxílio de um maçarico de gás após a colocação do primer na superfície É indicado para utilização em ambientes nos quais o tráfego de pessoas e veí culos é alto ou em ambientes sem tráfego tais como reservatórios e piscinas Já a Figura 14 mostra a aplicação de argamassa polimérica numa superfície Esse tipo de impermeabilização caracterizase por ser extremamente resisten CONSTRUÇÃO CIVIL 64 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 64 23112020 123701 te à umidade podendo ser aplicado em ambientes como reservatórios e pisci nas parede viga baldrame e outros Figura 13 Impermeabilização com manta asfáltica Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 CURIOSIDADE O primer é aplicado sobre a superfície aproximadamente 6 horas antes de receber a impermeabilização É um processo indispensável pois ele que garante a aderência do material impermeabilizante à superfície contudo o primer não pode ser aplicado sobre superfícies molhadas ou sobre camadas já existentes como pinturas Figura 14 Impermeabilização com argamassa polimérica Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 65 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 65 23112020 123702 Processos e ferramentas A NBR 95742008 determina que todas as superfícies que requeiram es tanqueidade devem ser completamente impermeabilizadas O método de exe cução da impermeabilização varia de acordo com o tipo escolhido De modo geral as impermeabilizações rígidas são aplicadas diretamente sobre a super fície de forma contínua e com espessura de 30 mm As camadas seguintes são aplicadas com espessuras de 15 mm A norma determina ainda que a primeira camada seja sarrafeada para permitir uma ancoragem perfeita das camadas posteriores e que a última seja desempenada Já as impermeabilizações fl exí veis são executadas em etapas Em geral elas seguem o seguinte padrão É feita a regularização da base com argamassa Aplicase o material impermeabilizante fl exível Sobre o material utilizase proteção mecânica devido ao tráfego de pes soas e veículos e à ação de intempéries CONSTRUÇÃO CIVIL 66 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 66 23112020 123702 Sintetizando Nos dias de hoje há diversos tipos de alvenaria que podem ser empregadas em uma construção A escolha adequada para uma construção específica depen de das características de cada obra levando em consideração aspectos orçamen tários tempo de execução material utilizado e até mesmo aspectos estéticos Nessa perspectiva foram identificados e aprofundados os conhecimentos acerca dos tipos de alvenaria mais comuns e os respectivos materiais para cada um Dentre os sistemas existentes na alvenaria estão o de embasamento o de pedra o de vedação e o estrutural A alvenaria de embasamento fica na base das edificações e tem como função realizar o seu nivelamento Diferente da alvenaria de pedra em que a parede é construída pela sobreposição de pedras arranjadas entre si na alvenaria de vedação as paredes são responsáveis por dividir os ambientes além de serem construídas a partir de blocos ou placas com fins decorativos ou não Já as alvenarias estruturais como o próprio nome sugere atuam como por tantes de carga na estrutura ou seja sua função vai além de separar ambien tes pois funcionam como elementos de sustentação Logo depois foram iden tificados os tipos de materiais empregados na construção de paredes como tijolos em geral blocos de concreto placas cimentícias e drywall sem esquecer de suas respectivas técnicas construtivas Durante a execução devese tomar o máximo de cuidado com a elevação das paredes para que elas sejam execu tadas no prumo e alinhamento adequados Outro ponto que vale a pena ser ressaltado é o cuidado com a prepara ção e a escolha da argamassa de assentamento e seus requisitos Após a sua execução as alvenarias podem ser tratadas e revestidas A NBR 135292013 define revestimento como o processo de acabamento de uma superfície com posto por um conjunto de argamassas e acabamentos decorativos que tornam a base regular Sua classificação é feita de acordo com a superfície sobre a qual são aplicados sendo chamados simplesmente de revestimento os que são utilizados em paredes internas e externas e de pavimentação os que são aplicados sobre o piso Dessa maneira para a execução devese escolher o tipo adequado de reves timento que pode ser argamassado ou não argamassado Os revestimentos CONSTRUÇÃO CIVIL 67 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 67 23112020 123702 argamassados são compostos por chapisco emboço reboco e pasta de gesso enquanto os não argamassados são por sua vez azulejos pastilhas pedras naturais mármore madeira papel ou até placas de cortiça Já a pavimentação também conhecida como o revestimento aplicado em pisos consiste em uma superfície qualquer construída para permitir o tráfego pesado ou leve Como visto há uma grande variedade de revestimentos para piso Sua apli cação todavia varia de acordo com o ambiente e com as determinações de projeto Dentre os tipos de revestimentos para pisos os mais utilizados são a madeira as cerâmicas os ladrilhos as pedras naturais e artificiais as resinas as fibras e os vidros Na sequência os métodos executivos de cada um desses tipos de revestimentos foram explorados Por fim foi vista a importância de realizar a impermeabilização em uma edi ficação Ela é o conjunto de procedimentos que visa impedir o deslocamento de fluidos e vapores nos materiais e estruturas da construção civil protegendo os contra a ação danosa e as infiltrações de água sendo parte das operações construtivas do projeto de uma edificação Sua importância está na proteção e preservação da estrutura para evitar o surgimento de possíveis patologias que possam comprometer a sua vida útil Alguns tipos comuns de patologias surgem em decorrência de uma má im permeabilização ou pela sua completa ausência como corrosão das armaduras bolor nas paredes salitre e tantos outros Quanto aos tipos de impermeabiliza ção eles se dividem em rígidos e flexíveis Os rígidos incluem os cimentos e as argamassas enquanto os flexíveis englobam as mantas e as membranas Antes de concluir lembrese que é sempre bom complementar seus estudos por meio de leituras de artigos e pesquisas científicas acerca do tema estudado CONSTRUÇÃO CIVIL 68 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 68 23112020 123702 Referências bibliográficas ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 13529 revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas terminologia Rio de Janeiro 2013 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 13867 revestimento interno de paredes e tetos com pasta de gesso materiais prepa ro aplicação e acabamento Rio de Janeiro 1997 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 159612 alvenaria estrutural blocos de concreto parte 2 execução e controle de obras Rio de Janeiro 2011 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 8545 execução de alvenaria sem função estrutural de tijolos e blocos cerâmicos pro cedimento Rio de Janeiro 1984 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 9575 im permeabilização seleção e projeto Rio de Janeiro 2010 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 9574 execução de impermeabilização Rio de Janeiro 2008 AMBROZEWICZ P H L Materiais de construção normas especificações apli cação e ensaios de laboratório São Paulo Pini 2012 AZEREDO H A O edifício e seu acabamento 1 ed São Paulo Edgar Blücher 1997 AZEREDO H A O edifício até sua cobertura 2 ed rev São Paulo Edgar Blü cher 1977FIGUEROLA V Alvenaria de blocos de concreto Equipe de obra São Paulo n 3 p 2935 out 2005 NAKAMURA J Paredes de blocos cerâmicos Equipe de obra São Paulo n 18 p 225230 jul 2008 NAKAMURA J Revestimento argamassado Equipe de obra São Paulo n 62 p 2229 ago 2013 Disponível em httpsbitly3kdzW2n Acesso em 07 out 2020 SILVA M N P et al Revestimentos cerâmicos e suas aplicabilidades Cadernos de Graduação Ciências Exatas e Tecnológicas Maceió v 2 n 3 p 8797 maio 2015 Disponível em httpsbitly3dDcUiY Acesso em 07 out 2020 YAZIGI W A técnica de edificar 16 ed São Paulo Pini 2017 CONSTRUÇÃO CIVIL 69 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 69 23112020 123702 SISTEMAS FINAIS ACABAMENTOS 3 UNIDADE SERENGCIVCONCIVUNID3indd 70 23112020 125407 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Conhecer os tipos de esquadrias empregadas em uma construção e entender os procedimentos para sua colocação Conhecer os materiais empregados na produção de esquadrias Compreender o que são os vidros e como eles podem ser empregados na construção civil Entender como se dá o processo de colocação dos vidros Compreender o que é um sistema de pintura e conhecer os tipos existentes Conhecer as ferramentas empregadas na execução das pinturas e como se dá seu processo de execução Esquadrias Tipos e materiais empregados Ferramentas utilizadas Processos de colocação Vidros Ferramentas utilizadas Processos de colocação Pinturas Tipos de pinturas Ferramentas utilizadas Ferramentas utilizadas CONSTRUÇÃO CIVIL 71 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 71 23112020 125407 Esquadrias As esquadrias compõem um sistema cujo papel é inegavelmente signifi cativo quando se trata de construção civil Além de exercer função estética as esquadrias atuam no suporte ao desempenho da edifi cação como um todo e proporcionam iluminação e ventilação naturais aos ambientes Aze redo 1987 defi ne esquadrias como todo e qualquer elemento que realize a vedação de vãos podendo ser compostas por janelas portas persianas e tantos outros Neste ponto é importante compreender a principal diferença entre esqua drias e caixilhos Enquanto as esquadrias representam o tipo de vedação para o vão os caixilhos compõem a parte da esquadria onde os vidros são fi xados e em geral são produzidos em material metálico O desempenho e a durabilidade das esquadrias são assegurados com a combinação entre execução e manutenção adequada De acordo com o CBIC 2017 é fundamental que a instalação e a utilização da esquadria sejam feitas apropriadamente Também é importante seguir o manual do fabricante para realizar a manutenção de forma acertada Isso garante a vida útil do projeto das esquadrias Além disso existe uma série de especifi cações que devem ser atendidas para que seja comprovada a qualidade das esquadrias e assim assegurar sua funcionalidade e segurança Dentre tais especifi cações podemos citar de acordo com Yazigi 2017 Resistência às cargas sobre a abertura do vão há a influência de cargas distribuídas bem como a ação de ven tos As portas e as janelas precisam resistir a estes esfor ços Para isto as esquadrias devem ser adequadamente projetadas de acordo com o seu local de uso Comportamento acústico quando fechadas as esquadrias devem se com portar como atenuadoras de quaisquer sons externos Estanqueidade à água a esquadria deve proteger os ambientes internos das CONSTRUÇÃO CIVIL 72 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 72 23112020 125407 Tipos e materiais empregados O avanço da tecnologia e do estudo dos materiais proporcionaram ao mercado da construção civil uma grande variedade de elementos produ zidos a partir de diversos tipos de materiais Se tratando de esquadrias esse avanço pode ser visto na grande diversidade produtos disponíveis no mercado atualmente Em tempos remotos por exemplo portas e janelas eram produzidas e disponibilizadas somente em madeira Nos dias atuais estes produtos são fabricados e disponibilizados também em vidro alumí nio aço PVC compostos por mais de um material além das tradicionais esquadrias de madeira Quanto ao tipo estes elementos se dividem entre portas e janelas Em geral quando se trata de portas e janelas o sistema de esquadrias é caracterizado pelo tipo de movimento executado e pelo número de folhas que é composto Neste momento você aprenderá a diferenciar os tipos de portas e janelas a partir de suas características principais Vamos lá Iniciando pelas funcionalidades das portas será possível compreender que elas são compostas por Contrabatente Batente Folha Guarnição Sôcolo ou soco Batedeira ou matajunta Ferragens construções de infiltrações de água provenientes por exemplo de intem péries O projeto deve considerar tais possibilidades no momento da es colha da esquadria Estanqueidade ao vento característica essencial para manter o conforto em ambientes internos Visando garantir a climatização adequada do ambien te ou seja nem frio extremo e nem calor extremo o projeto deve atentar para a escolha de portas e janelas adequadas de acordo com os critérios estabele cidos em norma CONSTRUÇÃO CIVIL 73 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 73 23112020 125407 Partindo de seus componentes as portas são categorizadas de acordo com sua abertura e localização Vejamos suas classificações principais conforme Ya zigi 2017 Porta de giro É aquela cuja abertura se dá em torno de um eixo fixo ou seja a folha da porta gira em relação a um eixo vertical que por sua vez é fixo por meio de dobradiças Quanto ao sentido do giro este pode ser para a direita ou para a esquerda de acordo com as especificações do projeto Comumente dividimos esta abertura entre sentido horário ou antihorário Porta pivotante Neste tipo de porta o giro também se dá em torno de um eixo vertical tal como na porta de giro distinguindose desta no modo como a folha é fixada Na porta pivotante a folha é fixada no chão e no marco com pinos tecnicamen te conhecidos como pivô Esta forma de fixação permite que a porta gire no sentido horário ou antihorário de modo que as bordas da folha se deslocam em sentidos contrários ao vão durante o movimento Porta de correr Esse tipo de porta como o próprio nome sugere é feita para abrir com movimentos deslizantes e é muito utilizada como solução para problemas com a arquitetura de ambientes pequenos A porta de correr é composta por uma ou mais folhas de acordo com determinações de projeto que apresentam movimentos horizontais no plano da folha Porta sanfonada Composta por duas ou mais folhas que se dobram uma sobre a outra ao abrir Semelhante ao tipo citado ante riormente portas sanfonadas abrem e fecham com movimentos horizontais guiados por um trilho fixado na parte superior da porta Devido ao seu for mato este tipo de porta é muito utili zado em ambientes pequenos CONSTRUÇÃO CIVIL 74 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 74 23112020 125408 Porta de conexão Pouco empregado em construções convencionais este tipo de porta é com posto por duas folhas de dimensões iguais que são fixadas de modo que se so breponham O movimento de abertura neste caso se dá por meio de giros no mesmo sentido quando as folhas forem fixadas em lados opostos no marco ou em sentidos opostos quando fixadas no mesmo lado Porta vaivém Muito utilizada em ambientes onde há tráfego intenso de pessoas com as mãos ocupadas como restaurantes cozinhas e lavanderias pois este tipo de porta abre para ambos os lados Em geral é fixada no meio ou em uma das laterais do vão por pinos molas ou dobradiças com molas que permitam o movimento da folha para qualquer um dos lados sendo o seu fechamento au tomático Pode ser composta por uma ou mais folhas e apresentase como opção de porta prática Porta balcão Muito utilizada em ambientes externos este tipo de porta é bastante co mum e carrega um design que encanta seus usuários É composta por quatro folhas sobrepostas duas a duas e apresenta muitas variações quanto ao mo vimento de abertura Comumente são empregadas folhas com abertura desli zante ou seja porta balcão de correr Também é possível encontrar modelos com abertura sanfonada mista ou de giro Existe ainda a porta cortafogo para saída de emergência em casos de incêndio De acordo com a NBR 117422018 este tipo de porta é composto por uma ou mais folhas batente marco e ferragens fixada por eixo vertical Sua principal função é impedir ou retardar a propagação de calor de gases e de fogo em casos de incêndios O sentido de abertura deve ser sempre de dentro para fora do ambien te Ainda segundo esta Norma a porta cortafogo deve apresentar algumas características essen ciais como estanqueidade isolação térmica resistência ao fogo prova de fumaça e dis positivo de fechamento automático A Figura 1 apresenta a ilustração de cada um dos tipos de porta mencionados CONSTRUÇÃO CIVIL 75 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 75 23112020 125408 Figura 1 Tipos de portas Fonte ABNT 2011b Adaptado Porta de giro Porta de correr Porta de conexão Porta sanfonada Porta pivotante Porta balcão Porta vaivém CONSTRUÇÃO CIVIL 76 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 76 23112020 125409 A utilização de diferentes tipos de portas é possível devido às várias movi mentações permitidas pelas folhas em cada modelo Além dos modelos apre sentados anteriormente existe uma vasta possibilidade de combinações de tipos de portas em uma mesma esquadria De acordo com a CBIC 2017 outras opções possíveis são Portas de giro de duas ou três folhas uma folha de giro e as demais folhas fixas Porta de giro em um plano Porta de giro em um plano com uma folha Porta de giro no sentido horário Porta de giro no sentido antihorário Porta de giro em um plano com duas folhas Porta de giro com duas folhas simétricas Porta de giro com duas folhas assimétricas Porta de giro em um plano com quatro folhas Porta de giro em dois planos Porta de giro em dois planos com duas folhas Porta de giro em dois planos com quatro folhas Porta pivotante horária Porta pivotante antihorária Porta de correr em um plano Porta de correr com uma folha sobreposta Porta de correr com uma folha inclusa Porta de correr com uma folha embutida Porta de correr com duas folhas sobrepostas Porta de correr com duas folhas inclusas Porta de correr com duas folhas embutidas Porta de correr em dois planos Porta de correr com duas folhas Porta de correr com uma folha fixa e uma folha móvel Porta de correr com duas folhas móveis Porta de correr com quatro folhas em dois planos Porta de correr em três planos Porta de correr com três folhas com 23 de vão livre Porta de correr paralela CONSTRUÇÃO CIVIL 77 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 77 23112020 125409 Porta de correr alçante Outro tipo de esquadria amplamente utilizada e indispensável a qualquer edificação são as janelas Assim como as portas também são classificadas como acessórios utilizados para vedar vãos bem como permitir e controlar a entrada de iluminação e ventilação advindos de ambientes externos As jane las se apresentam como elementos verticais ou inclinados podendo compor ou não a fachada de uma edificação segundo a NBR 1082112017 Esta Norma determina ainda que alguns critérios são essenciais para a escolha e dimen sionamento de janelas tais como segurança custo manutenção interferência com outros ambientes área a ser iluminada e ventilada seguindo as exigências mínimas e permeabilidade visual entre interior e exterior Assim como as portas as janelas também são categorizadas de acordo com a sua abertura Vejamos suas classificações principais de acordo com a NBR 1082112017 Janela de folha fixa Ideal para isolar vãos e continuar fornecendo iluminação natural ao am biente este tipo de janela é caracterizada por não permitir movimentos das folhas em nenhuma direção Como sugere o nome ela é fixa e comumente em pregada em fachadas como elemento decorativo podendo assumir diversos formatos quadrada semicircular trapezoidal entre outros Janela de giro de eixo vertical Composta por uma ou mais folhas este tipo de janela é caracterizado pelo mo vimento de abertura de suas folhas Elas são fixadas em eixos verticais nas laterais das folhas as quais giram para dentro ou para fora em torno deste eixo fixo Janela pivotante Também composta por uma ou mais folhas este tipo de janela difere da anterior pela localização do eixo fixo que permite o movimento de rotação Neste caso a folha deve ser fixada verticalmente em um ponto distante de suas laterais sendo na grande maio ria das vezes fixada no centro É um tipo de janela que vem ganhando muito espaço no mercado da cons trução por sua funcionalidade e beleza Pode ser aplicada tanto na região interna quanto na região externa dos ambientes CONSTRUÇÃO CIVIL 78 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 78 23112020 125409 Janela basculante Este modelo é exclusivamente utilizado na região interna das edificações sendo muito comum o seu uso em banheiros e áreas de serviço Apesar disso essa janela apresenta uma excelente flexibilidade podendo também ser empre gada em outros ambientes É composta por uma ou várias folhas que rotacio nam a partir de um eixo fixo horizontal Assim como na janela pivotante neste tipo de janela o eixo de rotação deve ser distanciado das extremidades da folha Janela de correr Amplamente empregada nas edificações brasileiras a janela de correr é uma das mais conhecidas e mais queridas da construção no nosso país Ela é formada por uma ou várias folhas que se deslocam horizontalmente para a direita ou para a esquerda ao abrir e fechar Janela projetante e de tombar Este tipo de janela é caraterizado por apresentar o eixo de rotação fixado em uma das extremidades da folha De acordo com a localização do eixo de rotação ela se classifica em projetante ou de tombar sendo a projetante aque la cujo eixo de rotação é fixo na extremidade superior da folha e a de tombar aquela cujo eixo de rotação encontrase fixo na extremidade inferior da folha Em ambos os modelos a janela pode apresentar uma ou mais folhas e abrir para dentro ou para fora da edificação Janela guilhotina Semelhante à janela de correr esse tipo de janela é ideal para ambientes interligados podendo ser empregada em áreas externas eou internas Difere da janela de correr pelo sentido de deslocamento das folhas Neste caso as folhas deslizam verticalmente para cima e para baixo ao abrir e fechar a janela Janela sanfona Muito conhecida pelo movimento realizado pelas folhas ao abrir reprodu zindo o movimento de uma sanfona Neste tipo de janela as folhas se dobram umas sobre as outras ao realizar o movimento de abertura retornando à sua posição inicial ao fechar A abertura se dá pelo deslizamento horizontal da folha para a direita ou para a esquerda Janela integrada Este tipo de janela é comumente encontrado nas residências brasileiras Con siste em um modelo que agrega à janela comum um elemento auxiliar que pro CONSTRUÇÃO CIVIL 79 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 79 23112020 125409 mova sombreamento e conforto ao ambiente A janela integrada pode ser de dois tipos com persiana e com veneziana A janela integrada com persiana é em pregada em ambientes como quartos e escritórios O conjunto é composto por janela com folhas de giro ou de correr e persianas que se deslocam verticalmen te para iluminar ou sombrear o ambiente podendo ser manuais ou automáticas Já a janela integrada com venezianas é composta por janela com folhas de giro ou de correr e venezianas que giram em torno do próprio eixo vertical fi xo Vale salientar que cada veneziana é fi xada verticalmente em ambas as extremidades enquanto as persianas são fi xadas somente na extremidade superior Janela projetantedeslizante Composta por uma ou mais folhas cujo movimento de rotação se dá em torno de um eixo horizontal Janela de girar e tombar Semelhante aos modelos de giro e de tombar este modelo de janela agrega ambos os movimentos que caracterizam a abertura das folhas ou seja apre sentam folhas que giram e tombam Janela de correr com giro As folhas que compõem este tipo de janela correm juntas no mesmo eixo com giros de 90 até o fi m do vão permitindo assim a ventilação do vão como um todo O Quadro 1 apresenta as ilustrações de cada uma dessas classifi cações observe DENOMINAÇÃO ILUSTRAÇÃO Janela de folha fi xa Janela de giro de eixo vertical QUADRO 1 TIPOS DE JANELAS CONSTRUÇÃO CIVIL 80 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 80 23112020 125410 Janela pivotante Janela basculante Janela de correr Janela projetante Janela de tombar Janela guilhotina Janela sanfona CONSTRUÇÃO CIVIL 81 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 81 23112020 125410 Janela integrada Persiana Veneziana Janela projetantedeslizante Janela de girar e de tombar Vista interna Lado interno Janela de correr com giro Vista interna Lado interno Fonte ABNT 2017 Adaptado Persiana Veneziana Vista interna Lado interno Vista interna Vista interna Lado interno CONSTRUÇÃO CIVIL 82 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 82 23112020 125410 Além dos modelos citados acima a NBR 1082112017 menciona as ja nelas de correr paralela e de tombar de correr com compressão transver sal ao plano de movimentação as alçantes as especiais e as reversíveis além da possibilidade de combinação entre dois ou mais tipos de janela na mesma esquadria Neste ponto vale ressaltar a importância de conhecer os tipos de esqua drias existentes no mercado e a matériaprima utilizada na sua produção para que você enquanto engenheiro responsável selecione adequadamente o ele mento que irá compor a sua construção Ferramentas utilizadas Para a execução das esquadrias na edifi cação sejam elas de madeira vi dro alumínio aço PVC ou compostos por mais de um material são neces sárias ferramentas específi cas adequadas para realizar a tarefa Yazigi 2017 menciona a necessidade de utilização de algumas ferramentas obrigatórias em um canteiro de obras tanto as de uso comum quanto as específi cas à instala ção de esquadrias Entre elas podemos citar EPIs e EPCs Argamassa de assentamento Colher de pedreiro Prumo linha de náilon mangueira de nível nível bolha Trenas Régua metálica Talhadeira Desempenadeira Lápis de carpinteiro Martelo Marreta Serrote Jogo de chaves de fenda Furadeira Batentes Guarnição CONSTRUÇÃO CIVIL 83 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 83 23112020 125410 Cavilhas de madeira caso necessário Folhas para portas e janelas Sarrafos de madeira Cunhas de madeira Esquadro de carpinteiro Plaina Pregos parafusos de marceneiro parafusos com buchas de náilon Ferragens em geral dobradiças fechadura espelhos contra testas rosetas maçanetas puxadores ferrolhos rodízios cremonas tarjetas carrancas fixadores ou prendedores e fechos Processos de colocação Para que as esquadrias possam ser instaladas as alvenarias devem estar concluídas com vergas e contravergas adequadamente executadas para rece ber portas e janelas As faces dos vãos devem estar niveladas com espessura variando entre 10 mm e 15 mm em cada lado para o encaixe do batente A execução das esquadrias segue um processo de colocação que varia de acordo com o material específi co de cada uma Explanaremos o processo de colocação das esquadrias mais usuais na construção civil Esquadrias de madeira Após verifi car se a obra está em condições de receber a instalação das es quadrias ou seja se as alvenarias foram fi nalizadas os vãos de portas e jane las devem ser medidos para garantir que as dimensões estão de acordo com as determinações de projeto Em seguida devese verifi car se a abertura está adequada com o auxílio do nível do prumo e do esquadro para que o vão possa ser adequadamente limpo para receber a instalação provisória da es quadria que deve ser posicionada no local adequado e fi xada com o auxílio de cunhas removíveis O marco da esquadria deve então ser fi xado permanente mente com argamassa espuma PU ou parafusos Após o período de cura do fi xador as cunhas provisórias inseridas entre o vão e a esquadria devem ser removidas e a folha da esquadria deve ser conferida Esta conferência é essen cial pois determinará se será preciso fazer ajustes nas ferragens ou até mesmo na própria esquadria CONSTRUÇÃO CIVIL 84 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 84 23112020 125411 Esquadrias de alumínio Assim como na instalação de esquadrias de madeira para a instalação de esquadrias de alumínio as verificações básicas devem ser feitas os vão devem ter suas medidas conferidas e deve ser limpo para receber a instalação pro visória O contramarco deve ser posicionado de modo que sobrem para cada lado cerca de 3 cm de folga Em seguida os gabaritos devem ser inseridos em formato de mão francesa nos cantos superiores e inferiores isso vale tan to para vãos pequenos quanto para vãos grandes Além das mãos francesas devem ser aplicados travamentos verticais Com o esquadro estando devida mente travado o marco pode ser inserido nivelado e adequadamente chum bado O chumbamento deve ser feito com argamassa de cimento Portland que também deverá ser usada para fazer o acabamento da alvenaria ao redor da esquadria Com o contramarco limpo a esquadria deve ser instalada com o auxílio de selante silicone espuma ou outros Os esquadros devem ser nova mente ajustados os parafusos necessários devem ser inseridos os arremates devem ser colocados para que os ajustes necessários possam ser feitos e por fim a esquadria possa ser limpa Esquadrias de aço Ao receber a esquadria as extremidades devem ser protegidas com pape lão eou fitas e deve ser feita a verificação da porta ou janela para atestar se as dimensões e o modelo estão de acordo com as definições de projeto A alve naria deve contar com folga de no mínimo 5 mm e no máximo 10 mm tanto na altura quanto na largura para que a esquadria possa ser adequadamente instalada A fixação da esquadria de aço pode ser feita por buchas plásticas e parafusos ou por chumbadores Neste último caso para assegurar a fixação os chumbadores devem ter dimensão suficiente para assegurar o assentamen to na alvenaria A esquadria deve ser instalada pelo lado interno da construção e calçada com blocos de madeira Após o adequado posicionamento e verifica ção do prumo e alinhamento o espaço entre a esquadria e a alvenaria deve ser preenchido com argamassa de cimento Portland ou graute Devese aguardar até que a massa seque por completo para que os calços de madeira possam ser removidos Para finalizar a instalação as fitas eou papelão devem ser removi dos das extremidades os possíveis respingos de massa devem ser limpos e o acabamento da alvenaria deve ser realizado CONSTRUÇÃO CIVIL 85 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 85 23112020 125411 EXPLICANDO O termo graute é usado para defi nir um tipo específi co de argamassa utilizado para preencher possíveis falhas de concretagem vazios em blocos canaletas problemas com trincas e fi ssuras e até mesmo peças corroídas A grande característica desta argamassa que também é o que a diferencia das argamassas convencionais bem como de concretos é a sua fl uidez que faz com que o adensamento não seja necessário Além disso apresenta elevadas resistências iniciais e fi nais Esquadrias de PVC A instalação deste tipo de esquadria é realizada em situações onde os vãos estão com o acabamento em fi nalização O marco da esquadria deve ser fi xado na alvenaria com buchas plásticas e parafusos Seu uso é indicado principalmen te quando o emboço da alvenaria já estiver fi nalizado podendo ser uma constru ção nova uma reforma ou a troca de esquadrias Assim como ocorre com todos os tipos de esquadrias após a verifi cação das dimensões do vão da esquadria recebida e da limpeza do local de instalação a porta ou janela deve ser fi xada provisoriamente com cunhas de madeira removíveis Ajustase o nível o prumo da esquadria e é feita a verifi cação da folha para atestar o seu adequado funcio namento Estando o marco fi xado com parafusos deve ser aplicada espuma de poliuretano PU em todo seu entorno Passadas apro ximadamente duas horas as cunhas devem ser removi das e os espaços que sobrarem devem ser novamente preenchidos com a espuma A vedação das faces da esquadria bem como os perfi s de arremate devem ser instalados com silicone Por fi m o acabamento da janela deve ser feito e verifi cado Vidros O vidro está presente em praticamente tudo o que vemos e utilizamos no nosso diaadia Nos deparamos com ele na janela do quarto em utensílios domésticos em carros em smartphones em itens decorativos e em muitos outros objetos e ferramentas que manuseamos com frequência O avanço no estudo de materiais evidenciou as diversas funcionalidades e aplicabilidades CONSTRUÇÃO CIVIL 86 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 86 23112020 125411 deste elemento o que permitiu sua ampla aplicação em diferentes áreas de conhecimento e consequente comercialização Para a ciência e engenharia de materiais conforme menciona Callister 2012 o vidro nada mais é do que um elemento não cristalino amorfo per tencente a um grupo familiar de cerâmicas obtido essencialmente a partir da união de elementos naturais sendo um produto completamente reciclável Bastante empregado na construção civil os tipos de vidro mais utilizados são vidros de segurança que podem ser do tipo laminado temperado ou ara mado float impresso insulado e de controle solar A NBR 71992016 mencio na que vidros de segurança são aqueles que são produzidos de tal forma que ao quebrarem geram fragmentos menos suscetíveis de causar ferimentos Vidro de segurança laminado Este tipo de vidro de segurança é composto de duas ou mais folhas de vi dro alternadas por uma ou mais lâminas de polivinil butiral mais conhecido como PVB O produto é um material altamente resistente que atua fortemente na diminuição da incidência de raios ultravioleta nos ambientes além de pro porcionar conforto acústico De acordo com a Abravidro 2018 este tipo de vidro pode ser aplicado em portas divisórias vitrines janelas guardacorpos verticais ou inclinados boxes de banheiro fachadas marquises claraboias en vidraçamento de sacadas visores de piscinas e aquários isolamento de jaulas em zoológicos barreiras de separação em estádios de esportes pisos e de graus A Figura 2 apresenta vidros de segurança do tipo laminado Figura 2 Vidro Laminado Fonte Shutterstock Acesso em 23102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 87 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 87 23112020 125411 Vidro de segurança temperado O vidro temperado classificase como vidro de segurança após passar por um processo de tratamento térmico onde ele é aquecido e em seguida resfria do rapidamente Este processo fornece ao vidro características de resistência mecânica aproximadamente seis vezes maior do que a de um vidro comum e quando fraturado fragmentase em partes menos cortantes que os vidros comuns Devido à sua elevada resistência mecânica podem ser utilizados em instalações com ferragens De acordo com a Abravidro 2018 este tipo de vidro pode ser aplicado em portas divisórias vitrines janelas envidraçamento de sacadas boxes de banheiro fachadas verticais A Figura 3 apresenta uma porta de vidro temperado fixa com ferragens nas extremidades Figura 3 Porta de vidro temperado Fonte Shutterstock Acesso em 23102020 Vidro de segurança aramado Constituise de chapas de vidro que ao serem produzidas são incorporadas a malhas metálicas que prendem os estilhaços do vidro em caso de fratura Sua principal característica é a resistência adquirida ao fogo sendo considerado um produto antichamas De acordo com a Abravidro 2018 este tipo de vidro pode ser aplicado em portas divisórias vitrines janelas fachadas verticais e inclinadas marquises claraboias coberturas fechamentos onde determinada CONSTRUÇÃO CIVIL 88 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 88 23112020 125412 resistência ao fogo é exigida e envidraçamentos projetantes móveis de giro de eixo vertical de tombar pivotante basculante projetante projetantedeslizan te sanfona e reversível Na Figura 4 é possível identificar o vidro aramado em uma parede divisória Figura 4 Vidro aramado Fonte Shutterstock Acesso em 23102020 Vidro float Este vidro é conhecido como comum fabricado de modo a permitir a visua lização através dele sem distorções É totalmente transparente permitindo a perfeita propagação de luz Pode ser usado simplesmente como é produzido ou como matéria prima para a fabricação de outros vidros como o laminado o temperado o insulado entre outros Vidro impresso São produzidos com vários tipos de desenho que além de atribuir beleza ao material propiciam a propagação dos raios solares permitindo que o am biente receba iluminação natural adequada sem que haja perda de privacidade Apresentam uma grande variedade de cores e texturas conferindolhes elevado caráter decorativo Assim como o vidro float este tipo de vidro também pode ser utilizado como matériaprima para a fabricação de outros vidros CONSTRUÇÃO CIVIL 89 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 89 23112020 125413 Para os vidros float e impresso a Abravidro 2018 menciona as seguintes aplicações na construção civil portas divisórias vitrines muros de vidros ja nelas instaladas em ambientes externos ou internos envidraçamentos proje tantes móveis e em fachadas verticais A Figura 5 mostra um vitral produzido com vidro impresso que apresenta textura com diferentes desenhos e cores ao longo da peça Figura 5 Vitral com vidro impresso Fonte Shutterstock Acesso em 23102020 Vidro insulado Composto por duas chapas de vidro que lhe atribuem características de pro teção térmica e acústica tornando o ambiente confortável este tipo de vidro é comumente empregado onde existem grandes ruídos e grandes variações de temperatura O vidro insulado possui características fortemente estéticas sendo um sistema que pode ser desenvolvido a partir de vários tipos de vidro Isso significa que é perfeitamente possível combinar vidros com características específicas como resistência e beleza em um único sistema A Abravidro 2018 cita como aplicação deste tipo de vidro os telhados com vidro insulado onde a peça de vidro interna deve ser de vidro laminado ou aramado CONSTRUÇÃO CIVIL 90 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 90 23112020 125413 Vidro de controle solar Produzido especifi camente para promover a contenção adequada da inten sidade de calor e luz que incidem em um ambiente É um componente funda mental para a promoção de conforto às edifi cações Além dos tipos de vidro mencionados existem outras classifi cações de vi dros com características específi cas tais como os vidros de proteção contra fogo antibacteriano autolimpante blindado fotovoltaico entre outros CURIOSIDADE Os vidros blindados de acordo com a NBR 162182013 devem ser cons tituídos por dois tipos diferentes de vidro combinados sendo um macio e o outro duro É a partir das propriedades do componente macio que o vidro blindado adquire a elasticidade necessária para esticar ao invés de quebrar ao sofrer impactos Além disso a característica de blindagem do vidro é adquirida a partir do seu processo de cozimento que deve ser feito em temperaturas e pressões altamente controladas Ferramentas utilizadas Para a execução dos elementos de vidro na construção civil são necessá rias ferramentas adequadas Azeredo 1987 menciona a necessidade de uso de algumas ferramentas específi cas para a colocação dos vidros além das ferramentas básicas que devem existir em um canteiro de obras Entre elas podemos citar EPIs e EPCs Prumo linha de náilon mangueira de nível nível bolha Trenas Colher de pedreiro Desempenadeira Régua metálica Martelo Marreta Jogo de chaves de fenda Furadeira Ferragens em geral CONSTRUÇÃO CIVIL 91 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 91 23112020 125413 Calço madeira tratada borracha sintética plástico Carrô Contravento Dispositivos de fi xação Folhas Moldura Argamassa de assentamento dura plástica elástica Processos de colocação De modo geral a aplicação de vidros na construção civil deve seguir as dire trizes da norma NBR 71992016 A quantidade de chapa de vidro a ser utilizada e suas respectivas dimensões deverá ser especifi cada em projeto e adequa damente verifi cadas na edifi cação após a execução das alvenarias Em cada aplicação o tipo do vidro deve ser especifi cado especialmente quando o tra balho for executado com vidros de segurança uma vez que em determinadas situações não é possível lidar com o vidro comum Para cada tipo de aplicação a instalação de vidros deve seguir requisitos básicos Vidros em fachadas Nestes ambientes os vidros devem ser instalados abaixo da cota de 110 m em relação ao piso Dependendo do tipo de vidro utilizado ele pode ser fixado em estrutura de alumínio previamente ancorada na edificação a partir de ferragens nas extremidades que garantem sua fixação por meio de peças que utilizam meio furo no centro da chapa de vidro ou a partir de massas eou colas especiais Vidros em portas vitrines e divisórias Para aplicações abaixo da cota de 110 m somente poderão ser utilizados os vidros de segurança laminado temperado e aramado e o vidro insulado quando produzido a partir de vidros de segurança Quando autoportantes podem ser instalados a partir de ferragens especiais tais como fechaduras dobradiças trincos puxadores sistemas corrediços etc Quando em caixi lhos podem ser instalados a partir de argamassa selante ou plástica seja em esquadrias de madeira alumínio ferro ou plástico Já a instalação em cotas acima de 110 m pode ser feita com vidros de segurança ou com vidros do tipo CONSTRUÇÃO CIVIL 92 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 92 23112020 125413 impresso e fl oat contanto que sejam colados em toda a extensão ou encaixi lhados O processo de fi xação ocorre da mesma forma que a instalação para cotas abaixo de 110 m Envidraçamentos projetantes móveis Podem ser executados com vidros de segurança vidro do tipo insulado desde que produzido a partir dos vidros de segurança laminado ou aramado impresso e fl oat Para instalações feitas com os vidros laminado aramado e in sulado não há restrições na aplicação Já para os vidros temperado impresso ou fl oat a NBR 71992016 determina algumas condições Vidro temperado quando instalado no pavimento térreo poderá ser completamente encaixilhado ou autoportante Já a partir do primeiro pavi mento obrigatoriamente deverá ser encaixilhado com projeção máxima de 200 mm da aba de proteção Vidro impresso ou fl oat deverá ser colado ou completamen te encaixilhado no primeiro pavimento e no térreo Já a partir do segundo pavimento obrigatoriamente deverá ser encaixilhado com projeção máxima de 250 mm da aba de proteção Para instalação em autoportantes são utiliza das ferragens para os encaixilhados são aplicadas argamassas especiais ou colas na instalação Pinturas Compondo o sistema de acabamento de uma edifi cação a pintura é uma das etapas mais importantes e uma das mais esperadas pelos proprietários isso porque agrega beleza aos ambientes O que normalmente não se sabe é que além de aspectos estéticos a pintura tem a fi nalidade de proteger o subs trato da ação de agentes externos combatendo uma série de patologias como mofo empolamento corrosão deterioração etc Ambrozewicz 2012 menciona que o sistema de pinturas não se restringe so mente às tintas As pinturas englobam todos os processos executados para que se chegue ao acabamento desejado Isso inclui o primer muito conhecido no âmbito construtivo como tinta de fundo as massas e as tintas O primer sela a CONSTRUÇÃO CIVIL 93 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 93 23112020 125413 superfície a massa corrida proporciona uma superfície mais lisa e trabalhável e a tinta impermeabiliza protege e embeleza o substrato A composição do sistema constitui uma película protetora com espessura total de 1 milímetro Quanto à natureza das superfícies de aplicação na construção civil as pin turas são executadas em variados substratos tais como alvenarias internas e externas rebocadas forros peças de concreto telhas madeiras componentes metálicos e pisos cimentícios Neste tópico serão abordados de forma aprofun dada todos os detalhes do processo de pintura na construção civil Tipos de pinturas Estando a alvenaria executada ela passa pelo processo de revestimento onde o chapisco o emboço e o reboco são realizados São as paredes rebo cadas que recebem o sistema de pintura que é composto por três elementos Primer ou tinta de fundo é um elemento líquido produzido à base de sol ventes e resinas aplicado inicialmente ao substrato com a fi nalidade de prepa rar a base para receber os elementos posteriores O primer também melhora a aderência do substrato diminuindo o consumo de tinta aplicada Nos metais age protegendo contra a corrosão Massa mais conhecida como massa corrida é um elemento pastoso apli cado sobre a superfície já com primer Sua função é nivelar o substrato tornan doo mais liso e acabado para receber a tinta Tinta elemento líquido produzido à base de solventes e resinas É aplicado sobre a superfície emassada que depois de seca se torna uma camada sólida A escolha dos produtos adequados a cada tipo específi co de substrato e sua posterior aplicação deve seguir as diretrizes da norma regulamentadora NBR 132452011 Na esfera construtiva atual existe uma gama de possibilidades de pinturas que podem ser aplicadas em construções como um todo Alguns dos constituintes mais empregados são Pintura a látex PVA Elementos compostos à base de PVA acetato de polivinila solventes e pig mentos Apresenta como uma de suas principais características o alto rendi mento podendo ser aplicados sobre superfícies com variadas inclinações e em ambientes internos ou externos mas não são indicadas para serem aplicadas CONSTRUÇÃO CIVIL 94 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 94 23112020 125413 diretamente sobre superfícies metálicas São duráveis resistentes às patolo gias e com pouca retenção de cor Pintura acrílica Elementos compostos à base de resinas acrílicas solventes pigmentos e aditivos indicados para aplicação sobre blocos de concreto alvenarias rebo cadas superfícies emassadas e que já contenham pintura É o tipo de pintura mais utilizada atualmente em edificações apresentando como características a resistência e a durabilidade Estes elementos apresentam secagem rápida alta impermeabilidade e solubilidade em água Pintura a esmalte Estas pinturas são obtidas a partir da inserção de pigmentos em primers e vernizes resultando em elementos altamente lisos Produzidas à base de resi nas alquídicas solventes pigmentos e aditivos especiais pinturas deste tipo são empregadas em superfícies com variadas inclinações e em ambientes in ternos ou externos Indicadas principalmente para aplicação em elementos metálicos e de madeira Pintura a óleo Essencialmente composto por óleos esse tipo de pintura leva também em sua composição solventes secantes e pigmentos Pinturas deste tipo apresen tam elevado brilho e possibilidade de mistura de cores essa é uma de suas principais características Já esteve entre uma das opções de pintura mais em pregadas na construção civil mas houve uma baixa em sua utilização devido a pontos negativos como o longo período demandado para secagem e os aspec tos escurecidos e amarelados que surgem ao longo do tempo em superfícies que ficam expostas à ação de intempéries Pintura lavável Constituise basicamente de resina celulósica e alquídica com pigmentos Apresentam como principal característica a possibilidade de remoção de man chas e quaisquer tipos de sujeira sem que haja perda na qualidade e na beleza do produto aplicado Sua aplicação é indicada para superfícies de paredes de ambientes em geral Pintura à base de cal Este tipo de pintura é conhecido pela economia que apresenta na sua utiliza ção Produzida basicamente por cal extraído de rochas calcárias e dolomíticas CONSTRUÇÃO CIVIL 95 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 95 23112020 125413 esta pintura apresenta baixo teor de alumínio e de óxidos de ferro que carac terizam sua cor predominante A caiação como é conhecida é aplicada sobre superfícies de paredes externas e internas sendo indicada sua utilização no caso de ambientes internos e em locais com pouca ventilação Isso porque esta pin tura permite a transpiração das paredes evitando o surgimento de patologias EXEMPLIFICANDO Conhecida por ser uma das pinturas mais utilizadas na construção civil desde épocas remotas a caiação pode ser aplicada em ambientes sem iluminação e ventilação natural como garagens banheiros porões e outros Pintura com verniz Os vernizes são elementos produzidos à base de resinas naturais ou sintéti cas solventes e aditivos que culminam em um produto transparente ou trans lúcido Essencialmente indicado para aplicação em superfícies de madeiras podem também ser aplicados em superfícies metálicas e peças de concreto Dentre suas principais características destacamse o brilho e a beleza bem como sua alta capacidade de proteção do substrato Além disso são resisten tes à ação de raios UV e facilmente limpáveis A Figura 6 mostra um piso de madeira com e sem a aplicação de verniz Figura 6 Aplicação de verniz em piso de madeira Fonte Shutterstock Acesso em 23102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 96 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 96 23112020 125414 Ferramentas utilizadas Para a execução do sistema de pintura em uma edifi cação são necessá rias ferramentas básicas que já existem em canteiros de obra assim como fer ramentas específi cas adequadas para realizar esta tarefa A NBR 132452011 menciona as seguintes ferramentas necessárias para a execução da pintura EPIs e EPCs Prumo linha de náilon mangueira de nível nível bolha Pinceis e trinchas Rolos de lã sintética de cerdas baixas Rolos de lã de carneiro Rolos de espuma rígida Rolos de espuma de poliéster Desempenadeiras aço e plástico rígido Espátulas Lixas de numerações diversas Escovas de aço Pistola de pintura Pistola airless Processos de aplicação A execução de pinturas segue as diretrizes da NBR 132452011 que detalha o passo a passo para a sua execução De modo geral as superfícies que rece berão a pintura devem ser verifi cadas e corrigidas antes de iniciar o processo Todas as superfícies que receberão pintura devem ser adequadamente limpas sendo removidas toda e qualquer impureza e só poderão receber a pintura quando estiverem completamente secas Para cada tipo de superfície a NBR 132452011 prevê requisitos específi cos para a execução da pintura Sobre essas especifi cações acompanhe Paredes rebocadas peças de concreto e elementos cimentícios em geral Para superfícies destes tipos antes de iniciar a pintura devese esperar a cura e completa secagem das peças processo que dura em torno de 28 dias Em seguida a superfície deve ser verifi cada e lixada para que se obtenha a CONSTRUÇÃO CIVIL 97 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 97 23112020 125414 camada menos rugosa possível Elementos que contenham manchas gordu ras ou mofo devem ser adequadamente tratados com lavagens e lixamento A etapa subsequente consiste em aplicar o primer sobre o substrato seguido pela execução da massa corrida Após a secagem da massa a superfície deve ser lixada a fim de se obter uma camada completamente lisa para receber a tinta Por fim a tinta escolhida é aplicada em duas ou mais demãos de acordo com a necessidade EXPLICANDO A lavagem de superfícies manchadas como paredes é feita com solução de água e sabão normalmente neutro Quando necessário utilizase água sanitária para auxiliar no processo principalmente em superfícies que contenham mofo Esfregase a superfície que apresente mofo eou manchas e em seguida se faz o enxágue com bastante água Feito isso esperase a secagem para executar o processo de pintura Elementos metálicos As superfícies metálicas devem ser lixadas Em casos de metais em processo corrosivo deve ser feita a remoção da ferrugem seja por processo químico ou mecânico Realizada a regularização da superfície o primer anticorrosivo deve ser aplicado Na sequência é aplicada a tinta escolhida na quantidade de de mãos adequada A Figura 7 mostra a aplicação de tinta em uma parede de aço Figura 7 Aplicação de pintura contra corrosão em parede de aço Fonte Shutterstock Acesso em 23102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 98 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 98 23112020 125415 Madeiras Inicialmente as superfícies devem ser lixadas com lixa de numeração 1 e o pó resultante do lixamento deve ser removido com o auxílio de um pano úmi do Em seguida o primer neste caso também conhecido como selador deve ser aplicado em duas demãos Após a aplicação de cada demão de selador deve ser feito novamente o lixamento para garantir uma superfície perfeitamente lisa Feito isto o verniz ou a tinta esmaltada deve ser aplicada na quantidade de demãos necessárias Em madeiras novas geral mente são aplicadas três demãos enquanto em madeiras que já tenham sido pintadas são aplica das duas demãos CONSTRUÇÃO CIVIL 99 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 99 23112020 125415 Sintetizando Até aqui aprendemos conceitos e técnicas indispensáveis à sua atuação no setor construtivo Neste momento convido você a retomar o assunto exposto de modo a fixálo Vimos que uma das fases mais aguardadas em uma construção é a fase de acabamentos A escolha dos elementos adequados para cada ambiente de penderá das características de cada obra e de gostos pessoais do proprietário levando em consideração aspectos orçamentários projetivos e principalmente estéticos Nesta perspectiva identificamos e aprofundamos os conhecimentos acerca dos tipos de esquadrias mais comuns e os respectivos materiais utiliza dos em cada uma delas Dentre os sistemas existentes vimos os variados tipos de portas e de jane las Vimos também que dentre as várias opções de portas existentes as mais usuais são as de giro as de correr a pivotante a balcão a vaivém a sanfonada e a de conexão Além disso conhecemos muitas opções de janelas dentre elas a fixa a de giro a de correr a pivotante a basculante e a sanfonada Compreendemos como se dá o processo de colocação dessas esquadrias e quais ferramentas são utilizadas em sua execução Outro elemento importante na construção civil explorado nesta unidade foram os vidros Entendemos sua importância e aplicabilidade dentro do setor construtivo brasileiro bem como conhecemos suas classificações e tipos Den tre os vidros mais utilizados estão os vidros de segurança laminado tempera do e aramado o float o impresso o insulado e o de controle solar As especificações e aplicações de cada um destes tipos de vidro são des critos pela NBR 71992016 que também determina os processos adequados de colocação de cada um deles Neste sentido aprendemos como executar a instalação de vidros para fins diversos na construção civil bem como as ferra mentas utilizadas neste processo Posteriormente conhecemos o sistema de pintura e entendemos que ele não se restringe somente às tintas As pinturas englobam todos os processos executados para que se chegue ao acabamento desejado Isso inclui o primer muito conhecido no âmbito construtivo como tinta de fundo as massas e as CONSTRUÇÃO CIVIL 100 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 100 23112020 125415 tintas O primer sela a superfície a massa corrida proporciona uma superfície mais lisa e trabalhável e a tinta impermeabiliza protege e embeleza o substrato Entendemos que a pintura se configura como um elemento que carrega a função de proteger a superfície onde é aplicada além de ser um elemento estético Vimos que quanto à natureza das superfícies de aplicação as pintu ras são aplicadas em alvenarias rebocadas forros peças de concreto telhas madeiras componentes metálicos pisos cimentícios alvenarias internas e ex ternas entre outros Por fim conhecemos os tipos de pintura existentes e identificamos seu ade quado processo de execução segundo os critérios contidos na NBR 132452011 Com isto esperamos que sua trajetória de conhecimento até aqui tenha sido enriquecedora Lembrese sempre de complementar seus estudos por meio de leituras de artigos e pesquisas científicas acerca do assunto estudado CONSTRUÇÃO CIVIL 101 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 101 23112020 125415 Referências bibliográficas ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 7199 Projeto execução e aplicações de vidro na construção civil Rio de Janeiro ABNT 2016 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 108211 Esqua drias para edificações parte 1 esquadrias externas e internas Terminologia Rio de Janeiro ABNT 2017 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 11742 Porta cortafogo para saída de emergência Rio de Janeiro ABNT 2018 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 13245 Tintas para construção civil Execução de pinturas em edificações não industriais Preparação de superfície Rio de Janeiro ABNT 2011a ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 159301 Portas de madeira para edificações Parte 1 Terminologia e simbologia Rio de Janeiro ABNT 2011b ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 16218 Vidros de segurança resistentes a impactos balísticos para veículos rodoviários blin dados Aspectos visuais e ópticos Requisitos e métodos de ensaio Rio de Janeiro ABNT 2013 ABRAVIDRO Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos Aplicação do vidro na construção civil São Paulo 2018 Disponível em httpsabravidroorgbrwpcontentuploads201803aaplicacaodovidro naconstrucaociviltamojuntovidraceiropdf Acesso em 23 out 2020 AMBROZEWICZ P H L Materiais de construção normas especificações apli cação e ensaios de laboratório São Paulo Pini 2012 AZEREDO H A O edifício até sua cobertura 2 ed São Paulo Blucher 1997 AZEREDO H A O edifício e seu acabamento São Paulo Blucher 1987 CALLISTER W D Ciência e engenharia de materiais uma introdução 8 ed Rio de Janeiro LTC 2012 CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção Esquadrias para edifi cações desempenho e aplicações orientações para especificação aquisição instalação e manutenção Brasília CBICSenai 2017 YAZIGI W A técnica de edificar 17 ed São Paulo Pini SindusCon 2017 CONSTRUÇÃO CIVIL 102 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 102 23112020 125415 SISTEMAS FINAIS COBERTURA 4 UNIDADE SERENGCIVCONCIVUNID4indd 103 23112020 154228 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Compreender o sistema de cobertura de uma edificação Conhecer os tipos e elementos que compõem os telhados Entender as diferenças entre os principais tipos de telhas existentes no mercado Compreender como deve ser feito o traçado e os planos de água de um telhado Entender os procedimentos para instalação de telhados Compreender o que são forros e como é feita sua fixação na estrutura Diferenciar os tipos de forros existentes Conhecer as ferramentas empregadas na execução dos forros Telhados e coberturas Componentes da estrutura Materiais de cobertura Traçado de telhados Técnicas de execução Forros Tipos de forros Ferramentas utilizadas Técnicas de execução CONSTRUÇÃO CIVIL 104 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 104 23112020 154228 Telhados e coberturas Compondo um dos sistemas mais importantes do processo construtivo as coberturas são assim classifi cadas por exercerem a função de proteger todo o ambiente interno construído de possíveis intempéries e de insolações Finaliza das as etapas de execução de fundação elevação de alvenarias acabamentos argamassados e não argamassados e instalação de esquadrias temse início a execução da etapa fi nal de uma construção a cobertura O fechamento superior da edifi cação como também são conhecidas as co berturas compõese de forros ou telhados a depender das determinações do projeto na maioria das vezes usase ambos Além de proteger a estrutura da ação de agentes externos a cobertura é res ponsável por receber elementos como caixas dágua placas fotovoltaicas siste mas de escoamento de águas pluviais mantas impermeabilizantes e tantos ele mentos quanto sejam necessários de acordo com as determinações de projeto Podem apresentarse ainda com dupla função isolante e estética Quanto ao isolamento são respon sáveis por impermeabilizar a região superior de uma edifi cação confe rindolhe bons isolamentos térmicos e acústicos Quanto à estética o for mato escolhido tem por função agre gar beleza e harmonia à edifi cação tornandoa vistosa enquanto man tém a segurança A cobertura deve ser dimensionada de modo a suportar seu próprio peso bem como forças externas atuantes sobre ela tais como a ação dos ventos Em caso de coberturas que devam receber carga extra como placas de captação de energia solar elas devem ser adequadamente dimensiona das segundo critérios das normas regulamentadoras vigentes Além disso é fundamentalmente importante que a execução dessas estruturas seja crite riosamente realizada segundo os detalhes de projeto a fi m de garantir sua perfeita funcionalidade e segurança da edifi cação CONSTRUÇÃO CIVIL 105 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 105 23112020 154236 Componentes da estrutura O telhado configurase como uma categoria da cobertura composto por elementos que integram a sua estrutura de sustentação A união des tes elementos molda o arranjo que receberá o telhado Ele é composto por dois tipos de estrutura a estrutura principal e a estrutura secundária A estrutura principal é composta pela tesoura principal elemento de sustentação do telhado Já a estrutura secundária também co nhecida como trama é composta pelos elementos que tem como função sustentar as telhas São eles os caibros as ri pas e as terças Para o telhado com estrutura de madeira vamos identifi car e conhecer cada um destes elementos Tesouras São estruturas planas verticais popularmente conhecidas como tre liças Sendo consideradas como o principal elemento de um telhado as tesouras são dimensionadas para suportar as cargas que atuarão sobre o telhado São compostas pela junção de várias peças compreendendo uma estrutura rígida em formato retangular As tesouras são constituídas por cinco elementos fundamentais MOLITERNO 2010 Pendural consiste no elemento vertical central de suporte da tesou ra que tem como função fazer a ligação entre a linha e os banzos além de suportar as cargas dos elementos posicionados diagonalmente Linha também conhecida como banzo inferior consiste no elemento posicionado na base da tesoura A linha recebe ambos os banzos e o pen dural e tem como função transmitir os esforços que recebe da tesoura para os elementos estruturais vigas e pilares Banzos popularmente chamados de banzos superiores estes ele mentos consistem nas duas peças principais de ligação da tesoura posi cionadas diagonalmente Os banzos superiores interligados à linha apre sentam o formato de um triângulo A principal função destes elementos é suportar e absorver as cargas provenientes das terças Diagonais são peças adicionadas à estrutura com a finalidade de tra vála tornandoa mais rígida e segura São ligadas aos banzos superiores e ao pendural CONSTRUÇÃO CIVIL 106 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 106 23112020 154236 Figura 1 Tesoura de madeira Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Chapuz elemento também conhecido como calço é utilizado para entra var as terças nos banzos superiores impedindo a sua movimentação A Figura 1 representa o esquema de uma tesoura de madeira para o telha do de uma edificação De acordo com a NBR 7190 peças como tesouras que são constituídas pela junção de vários elementos estruturais e trabalham como componentes de sustentação devem ser rígidas e para tanto precisam ser contraventadas O contraventamento dessas peças deve ser feito com as diagonais cruzadas ou com mãosfrancesas ABNT 1997 ASSISTA Determinados tipos de estruturas necessitam de uma maior garantia da sua estabilidade global para que possam tornarse suficientemente seguras Essa estabilidade é obtida por meio do aumento da rigidez que por sua vez é alcançada por meio do sistema de contraventamento Ele consiste em uma série de procedimentos realizados para travar a estrutura Em geral barras extras são posicionas de tal modo que impeçam quais quer tipos de deslocamentos das barras principais travando a estrutura vertical e horizontalmente Terças São elementos que se comportam como vigas longitudinais apoiadas em tesouras Em geral as terças que compõem um telhado se apoiam sobre duas CONSTRUÇÃO CIVIL 107 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 107 23112020 154244 tesouras uma no início e outra no fim do telhado Em casos de grandes edifica ções cujo projeto determine a necessidade de mais tesouras ao longo de seu comprimento as terças se apoiam sobre elas Para que a tesoura possa de fato trabalhar como uma treliça as terças devem ser fixadas próximas ao nós das tesouras a partir de chapuzes Elas recebem as cargas provenientes dos caibros e as transfere para as tesouras Em geral as terças apresentam dimensões de 60 cm x 120 cm ou 60 cm x 160 cm YAZIGI 2017 Em casos de edificações com comprimentos superiores a estes é comum que sejam feitas emendas nas terças a fim de vencer o comprimento do vão A Figura 2 representa uma estrutura em que as terças se encontram apoiadas sobre as tesouras Terças de cobertura Figura 2 Terças apoiadas sobre tesouras Caibros São elementos posicionados sobre as terças no sentido perpendicular a elas Recebem as cargas das ripas e sua inclinação define a forma como o telhado será desenhado Em geral os caibros apresentam dimensões de 60 cm x 60 cm e são fixados nas terças por pregos YAZIGI 2017 Os espaçamentos entre os caibros dependerão do tipo de telha adotada podendo variar de 40 cm a 60 cm Os caibros atuam no apoio ao suporte e transferência de cargas da estrutu ra sendo também fundamentais ao escoamento de águas pluviais uma vez que são posicionados de forma longitudinal ao sentido de escoamento sendo um dos CONSTRUÇÃO CIVIL 108 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 108 23112020 154245 principais elementos que determinarão a inclinação do telhado A Figura 3 mostra caibros fixados nas terças que por sua vez estão fixadas nas tesouras Figura 3 Caibros fixados em terças Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Ripas São dispostas no telhado sobre os caibros no mesmo sentido de co locação das terças longitudinalmente São peças pequenas ajustadas pa ralelamente ao beiral cuja fixação nos caibros é feita a partir de pregos Os pregos utilizados na fixação das ripas devem apresentar tamanho suficiente para atingir pelo menos metade da sua espessura Em geral as ripas apresentam dimensões de 10 cm x 50 cm ou de 105 cm x 50 cm e são fixados nas terças por pregos YAZIGI 2017 Os espaçamen tos entre as ripas dependerão do tipo de telha adotada sendo geralmente utili zado um espaçamento de 35 cm As ripas são fundamentais em um telhado pois são elas que recebem as telhas Além disso apresentam também como função a absorção das cargas provenientes das telhas e a sua consequente transferência aos cai bros Veja na Figura 4 uma estrutura de telhado completa pronta para receber as telhas CONSTRUÇÃO CIVIL 109 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 109 23112020 154253 Figura 4 Estrutura de telhado completa à espera das telhas Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Existem também os telhados executados com estruturas metálicas Por muito tempo essa foi uma opção pouco explorada que gradualmen te foi sendo implementada e hoje é amplamente utilizada Diferentemen te dos telhados convencionais neste tipo de telhado toda a estrutura de suporte às telhas é executada a partir de materiais metálicos em geral perfis de aço Uma vez que a função primordial de um telhado é proteger os am bientes contra a ação de intempéries o telhado metálico apresentase como uma estrutura eficaz São altamente viáveis por apresentarem uma elevada resistência e execução enxuta e rápida dispensando uma grande demanda de tempo para a montagem Além disso apresentam como característica essencial o fato de supor tarem seu próprio peso e a baixa geração de resíduos no seu processo de produção e execução Em contrapartida necessitam de mãodeobra especializada para realizar a montagem e requerem tratamento imper meabilizante para prolongar sua vida útil e prevenir patologias Assim como nas estruturas de madeira telhados executados em ma teriais metálicos apresentam componentes específicos que trabalham no suporte às telhas Dentre eles podemos citar tesouras terças con traventamentos laterais vigas treliçadas vigas laterais telhas metálicas além de parafusos e peças soldáveis CONSTRUÇÃO CIVIL 110 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 110 23112020 154301 Telhados com estrutura metálica são exemplos de telhados autopor tantes Os autoportantes são todos aqueles capazes de suportar o pró prio peso sem deixar de cumprir com sua função de proteger os am bientes Neste tipo de telhado são utilizadas as telhas autoportantes em geral metálicas Esses elementos adequamse perfeitamente a qualquer tipo de edificação podendo ser instalados sobre estruturas de madeira ou metálicas As telhas autoportantes são instaladas com parafusos em suportes metálicos e são vantajosas devido à sua resistência facilidade de instalação e pouca geração de resíduos Materiais de cobertura Há uma grande diversidade de materiais aplicáveis na execução de cober turas Nos dias de hoje grandes edifi cações residenciais comerciais esporti vas ou de lazer apresentam coberturas constituídas por materiais metálicos Os telhados podem ser executados em madeira ou a partir de perfi s de aço em geral galvanizado Em edifi cações de pequeno porte tais como residências unifamiliares o mais comum é a utilização de telhados em madeira Em edifi cações de grande porte ginásios pontos comerciais e até mesmo em hospitais encontramos telhados executados em aço Estes materiais são os grandes aliados das co berturas brasileiras Além da estrutura do telhado as telhas também são encontradas em grande variedade de materiais no mercado O aprofundamento na ciência dos materiais permitiu que a produção destes elementos a partir de vários materiais fosse possível Diferentes materiais foram estudados e testados a fi m de combinar fato res estéticos de conforto e de segurança em telhas que nunca haviam sido imaginadas e hoje são amplamente empregadas na construção civil Elas po dem ser produzidas a partir de um único material ou pela combinação de dois ou mais materiais que agreguem diferentes características às telhas Apesar da grande variedade de telhas disponíveis escolha deve ser basea da em características como estanqueidade resistência durabilidade leveza e qualidade no isolamento térmico e acústico dos ambientes CONSTRUÇÃO CIVIL 111 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 111 23112020 154301 Além disso o projeto executivo deve determinar o tipo de telha a ser em pregado na construção a partir de características do local e de gosto pessoal do cliente A telha deve compor um arranjo har mônico e agradável esteticamente para a edifica ção Devem ser considerados também o tipo de produção local o fácil acesso e o transporte do material até o canteiro de obras levando sempre em consideração fatores que tenham custobenefício satisfatório Deste modo serão enumerados os tipos de telha mais comumente em pregadas suas funções vantagens e desvantagens Telhas cerâmicas São as mais conhecidas e mais utilizadas em edificações de pequeno porte em geral residências unifamiliares São produzidas a partir de bar ro o que lhes confere grandes vantagens uma vez que este elemento é dotado de propriedades isolantes térmicas É o tipo ideal de telha para ser empregada em locais quentes por proporcionar conforto térmico tornan do o ambiente fresco e agradável O telhado executado a partir de telhas cerâmicas requer uma inclina ção adequada Esta inclinação é definida na etapa de produção das telhas existindo portanto telhas para inclinações de 25 e 35 Além da facili dade de acesso dessas telhas elas não requerem mãodeobra especiali zada sendo de fácil e execução Como pontos negativos deste tipo de telha destacamse a sua fragili dade elevado peso e baixa resistência ao vento Existe uma grande varie dade de opções e modelos de telhas cerâmicas usualmente utilizadas no Brasil Dentre elas as mais conhecidas são Telha cerâmica colonial Telha cerâmica portuguesa Telha cerâmica francesa Telha cerâmica americana Telha cerâmica italiana Telha cerâmica romana A Figura 5 apresenta uma cobertura que utiliza telha cerâmica colonial CONSTRUÇÃO CIVIL 112 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 112 23112020 154301 Figura 5 Cobertura com telha cerâmica colonial Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Telhas de fibrocimento Amplamente conhecidas nas construções brasileiras por serem uma opção econômica as telhas de fibrocimento são constituídas por cimento reforçado com fibras sintéticas Há uma polêmica em torno desse tipo de telha uma vez que eram produzidas com amianto substância causadora de danos à saúde O uso do amianto foi proibido em construções e em materiais emprega dos em construções de forma geral Atualmente para a produção desse tipo de telha o amianto foi substituído por uma combinação de fibras sintéticas em geral celulose e PVA ou PP não sendo portanto prejudicial à saúde como as tradicionais Entre as vantagens deste tipo de telha podem ser citadas sua fácil aqui sição e elevada resistência e leveza o que contribui para a diminuição da carga no telhado Além disso apresentam grandes comprimentos o que im plica na diminuição do quantitativo de telhas necessárias Dentre suas desvantagens a principal delas é sua capacidade de absorção de calor o que provoca desconforto térmico ao ambiente Na Figura 6 é possível verifi car o telhado de uma edificação que utiliza telhas de fibrocimento CONSTRUÇÃO CIVIL 113 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 113 23112020 154306 Figura 6 Telha de fibrocimento Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Telhas de concreto Esse tipo de telha produzida a partir de cimento Portland agregados e água vem ganhando bastante espaço na construção civil brasileira Durante o processo de pro dução podem ser adicionados pigmentos a fim de obter telhas em cores variadas A moldagem é feita no período em que elas passam por estufa a vapor Configu ramse como elementos altamente resistentes e duráveis apresentando baixa proba bilidade de fratura o que as diferencia das telhas tradicionais de cerâmica Além disso requerem um quantitativo menor de unidades por metro quadrado e apresentam baixa absorção de água o que lhes confere características de mais leveza se comparadas com as cerâmicas Dentre suas desvantagens destacase sua elevada capacidade de esquentar gerando desconforto térmico aos usuários não sendo portanto indicadas para locais quentes Além disso são opções mais caras que as telhas cerâmicas A Figura 7 ilustra telas de concreto justapostas perfazendo toda a área do telhado Figura 7 Telhado executado com telhas de concreto Fonte Shutterstock Acesso em 10112020 CONSTRUÇÃO CIVIL 114 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 114 23112020 154325 Telhas de vidro Produzida a partir de prensagem este tipo de telha é utilizado com a fina lidade de obter ambientes mais iluminados Apresentamse como uma alter nativa viável sendo duráveis e resistentes a mudanças de temperatura São sempre utilizadas em conjunto com as telhas cerâmicas motivo pelo qual en contramse disponíveis no mercado nos mesmos modelos colonial portugue sa francesa americana italiana e romana São muito empregadas em ambientes como garagens áreas de lazer pon tos comerciais e até mesmo em estufas pois são uma excelente alternativa para permitir iluminação natural reduzindo os custos com energia elétrica du rante o dia Dentre suas desvantagens estão o seu preço mais elevado e a baixa capacidade de isolamento térmico Telhas de capim Muito utilizadas em tempos remotos quando as construções não contavam com a variedade de materiais que hoje estão disponíveis este tipo de telha mos trase como uma opção ecológica eficiente Por um tempo a utilização desse ma terial caiu em desuso mas voltou a ser amplamente empregada principalmente por se configurar como uma excelente opção de telhados naturais As telhas de capim absorvem muito bem a água impedindo seu escoamento para a região interna dos ambientes Além disso torna os espaços mais frescos e agradáveis em períodos quentes e controlam bem a temperatura em períodos frios São muito utilizadas em áreas de lazer quiosques galpões e am bientes a que se busca atribuir um toque rústico e agradável Os tipos de capim mais utilizados em coberturas são o sapê a piaçava as palhas de coqueiro e as palhas san ta fé A Figura 8 mostra alguns quiosques em uma área de lazer cujas cobertu ras foram realizadas com a utilização de capim Figura 8 Telhado com capim Fonte Shutterstock Acesso em 10112020 CONSTRUÇÃO CIVIL 115 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 115 23112020 154332 Telhas de plástico Muito conhecidas como telhas de PVC estes elementos configuramse como uma opção barata e eficiente Em geral essas telhas são fabricadas em uma grande varie dade de cores e são muito flexíveis quanto à sua utilização em diferentes inclinações Esse tipo de telha vem ganhando espaço no ramo da construção civil por ser uma opção economicamente viável extremamente leve e requerer pouco madeira mento para a sua instalação Entre seus pontos positivos podem se destacar ainda a facilidade de aplicação não necessitando portanto de mão de obra especializada sua durabilidade e sua resistência às mudanças de temperatura Em contrapartida esse material não fornece ao ambiente um isolamento acústico e térmico adequa do não são tão resistentes quanto outros modelos e apresentam envelhecimento da pigmentação de forma precoce Telhas metálicas Telhas deste tipo são produzidas a partir de materiais metálicos tais como o aço e suas ligas zinco cobre e alumínio Essas telhas ganharam grande espaço na construção civil por serem extremamente resistentes e leves além de econômi cas Em geral são associadas a telhados de galpões e ginásios no entanto podem ser empregadas em todo e qualquer tipo de construção Entre suas desvantagens destacase sua baixa capacidade de isolamento térmico sendo esse um ponto que vem recebendo atenção especial e melhorias durante o processo de produção São encontradas no mercado nos formatos on dulada trapezoidais tradicionais e autoportantes e telhas para forro A Figura 9 apresenta a execução do telhado de uma edificação a partir de telhas metálicas Figura 9 Execução de telhado com telhas metálicas Fonte Shutterstock Acesso em 10112020 CONSTRUÇÃO CIVIL 116 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 116 23112020 154346 Calhas e condutores pluviais Além do madeiramento e das telhas o telhado de uma cobertura conta com materiais acessórios indispensáveis ao escoamento de águas pluviais e ma nutenções da cobertura AMBROZEWICZ 2012 O telhado de uma cobertura deve garantir a estanqueidade dos ambientes externos além de assegurar seu conforto térmico Para que haja o adequado escoamento e destinação final de águas pluviais em períodos chuvosos é indispensável o emprego de calhas e condutores para auxiliar nesse processo Estes elementos devem ser previstos em projeto com todo o dimensionamento e detalhamento de instalação espe cificados de forma simples e clara As calhas são instaladas no beiral do telhado e são o principal canal de co leta de águas provenientes das chuvas ou de limpezas no telhado A calha ideal para instalação depende das características de cada telhado como a inclinação adotada e o tipo de telha empregado Esses elementos são fabricados em sua maioria com aço galvanizado sen do muito comum encontrarmos calhas de PVC em muitas residências brasilei ras Apesar de ser a mais utilizada a calha de PVC não é o tipo mais adequado para coletar grandes vazões de água Em regiões onde existem grandes preci pitações o tipo de calha mais indicado é a de aço galvanizado Além de atuar na coleta de águas que escoam pelo telhado as calhas são importantes elementos na prevenção de infiltrações nas edificações Já os condutores pluviais são tubulações verticais e horizontais conecta das às calhas cuja principal função é receber as águas coletadas pelas calhas e transportálas ao destino adequado O transporte das águas pluviais pelos condutores se dá por gravidade ou seja o escoamento é livre não necessita de força mecânica Quanto à destinação final das águas residuais elas devem seguir as de terminações da NBR 10844 ABNT 1989 Em geral os condutores e as calhas instalados são de um mesmo material ou seja em casos em que a calha ins talada for de PVC o condutor também será e quando a calha instalada for em aço galvanizado o condutor também será Isso porque o sistema composto é único com a função exclusiva de transportar as águas coletadas Na Figura 10 é possível observar o sistema de coleta e transporte de águas pluviais de uma edificação residencial unifamiliar CONSTRUÇÃO CIVIL 117 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 117 23112020 154346 Figura 10 Sistema de coleta e transporte de águas pluviais calha e condutor Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Traçado de telhados Toda e qualquer cobertura é formada por superfícies planas dispostas a de terminada inclinação de modo que possa garantir o adequado escoamento de águas das chuvas AZEREDO 1997 A estas superfícies inclinadas atribuímos a nomenclatura de águas ou plano de águas Uma edifi cação pode apresentar um ou mais planos inclinados de acordo com determinações prévias proje tivas Em casos em que a cobertura seja composta por mais de uma água o encontro entre elas é o que denominamos como cumeeira CURIOSIDADE É comum em construções as cumeeiras serem confundidas com os espigões Em muitas obras brasileiras há a execução errada desses elementos causada por falhas na distinção entre os elementos que compõem o telhado Em um telhado de três águas por exemplo a terça central que une as duas águas laterais é a cumeeira Já as terças que dividem os planos principais laterais gerando um novo plano de água desta vez menor é o que conhecemos por espigão A principal diferen ça entre ambos está neste detalhe enquanto a cumeeira une planos de águas o espigão divideas CONSTRUÇÃO CIVIL 118 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 118 23112020 154355 A divisão dos planos necessários a uma cobertura está diretamente liga da à concordância dos ângulos formados pela linha da cumeeira dos espi gões eou rincões Essa divisão é determinada de acordo com as dimensões da cobertura da edifi cação que deve ser avaliada para que se possa determinar o número de águas necessárias para garantir a perfeita impermeabilidade da cobertura e o consequente escoamento adequado de águas pluviais O Quadro 1 apresenta algumas das possíveis combinações de planos de água para o telhado de uma edifi cação e suas respectivas representações DENOMINAÇÃO ILUSTRAÇÃO Uma água Duas águas Três águas Uma água Uma água Uma água Uma água Duas águas Duas águas Duas águas Três águas Três águas Três águas QUADRO 1 TIPOS DE PLANOS DE ÁGUAS CONSTRUÇÃO CIVIL 119 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 119 23112020 154356 Quatro águas Múltiplas águas Quatro águas Quatro águas Quatro águas Quatro águas Múltiplas águas Múltiplas águas Múltiplas águas Múltiplas águas Múltiplas águas Fonte AZEREDO 1997 s p Adaptado Para que as águas provenientes de intempéries ou de limpezas escoe per feitamente pelos planos de água dos telhados eles precisam estar a uma certa inclinação em relação à base da cobertura Uma vez que os planos precisam es tar em declive as águas podem ser identifi cadas como a própria inclinação A inclinação de um telhado é dada pela relação entre a altura da água h e o seu comprimento projetado horizontalmente L Matematicamente a inclinação de um telhado pode ser obtida a partir da equação i h 100 1 L Observe na Figura 11 como essa relação é feita considerando os catetos do triângulo que se imagina existir a partir da união de duas águas α L h Figura 11 Cálculo de inclinação de telhado Fonte AZEREDO 1997 s p CONSTRUÇÃO CIVIL 120 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 120 23112020 154356 Para o traçado de telhados é necessário seguir algumas recomendações básicas YAZIGI 2017 Dividir a planta da edifi cação em quadrados ou retângulos Traçar as bissetrizes nesses planos Identifi car a cumeeira Identifi car os espigões e rincões caso seja necessário Identifi car o número de águas Determinar a inclinação das águas Técnicas de execução Para a execução de coberturas na edificação sejam elas de madeira metálicas ou compostos por mais de um material são necessárias ferramentas específicas e adequa das para a tarefa Há algumas ferramentas que são obrigatórias em um canteiro de obras tanto as de uso comum quanto as específicas à insta lação de esquadrias Entre elas podemos citar YAZIGI 2017 EPIs e EPCs Argamassa de assentamento Colher de pedreiro Prumo linha de náilon mangueira de nível e nível bolha Trenas Régua metálica Lápis de carpinteiro Martelo Marreta Serrote Jogo de chaves de fenda Furadeira Pregos parafusos de marceneiro e parafusos com buchas de náilon Tesouras terças caibros ripas cumeeiras vigas treliçadas contraventa mentos e vigas laterais CONSTRUÇÃO CIVIL 121 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 121 23112020 154357 Para que as coberturas possam ser instaladas as alvenarias devem es tar concluídas com vergas e contravergas adequadamente executadas e portas e janelas devidamente instaladas Feito isto a estrutura do telhado pode começar a ser montada seguindo todos os critérios do projeto Inicialmente as tesouras são instaladas em todo o comprimento da edi ficação Em seguida as terças os caibros e as ripas são instalados para que enfim possam receber as telhas Estando as telhas adequadamente posicionadas nos telhados o sistema de calha e condutor é executado passando por tratamento necessário de prevenção de patologias Em es truturas metálicas o procedimento executivo é semelhante necessitando de atenção especial à impermeabilização dos perfis a fim de prolongar sua vida útil As telhas cerâmicas devem ser instaladas por fiadas a partir do beiral até chegar na linha da cumeeira sendo colocadas de modo a se encaixa rem perfeitamente A instalação de telhas do tipo capa e canal deve ser iniciada sempre pelos canais Os canais são caracterizados pelo posicionamento da telha com a parte mais larga voltada para cima enquanto as capas são posicionadas com a parte mais larga voltada para baixo A instalação das telhas deve ser do tada de rigorosos cuidados para que haja o mínimo de quebras e perdas possíveis dispondoas de modo a distribuir sua carga igualitariamente em todo o telhado Por este motivo é recomendado que a sua colocação seja simultânea em todas as águas Além disso em dias de muita ventania de vese evitar realizar a instalação de telhas cerâmicas Forros Os forros são elementos integrantes do sistema de cobertura e são responsáveis por garantir o isolamento entre o piso e o telhado de uma edificação O forro pode compor a cobertura em conjunto com o telhado bem como pode ser um elemento único dela Nes tes casos se faz necessário o uso de mantas que garantam a impermeabilidade da edificação Assim o forro pode se configurar como uma cobertura CONSTRUÇÃO CIVIL 122 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 122 23112020 154357 Em edifi cações com dois ou mais pavimentos o forro é indispensável uma vez que atua como teto para o pavimento inferior servindo ao mesmo tempo como piso para o pavimento superior Por este motivo o forro é popularmente conhecido como teto por ser o limite superior que torna uma edifi cação fecha da e isolada Além de atuar como elemento isolante e intermediário entre pavimentos o forro apresenta características estéticas que agregam beleza às edifi cações Portanto a escolha o projeto e a execução de forros em edifi cações confi gu ramse como etapas extremamente importantes de uma obra uma vez que além de ser essencial à estética da edifi cação eles serão responsáveis pelo conforto térmico e acústico dela Tipos de forros É inegável o crescimento e a modernização das construções em nos so país Atrelado a isso tevese uma expansão significativa na variedade de materiais disponíveis para a aplicação na construção e o consequente aumento da exigência dos clientes na entrega de edificações perfeitas es tética e estruturalmente Por este motivo notase uma grande cautela ao selecionar os materiais adequados para uma obra Os projetos especificam cada material e cada detalhe do processo executivo para cada etapa de uma construção sejam para os sistemas iniciais para os intermediários ou para os finais Quando se trata de forros o cenário não é diferente Há uma grande variedade de forros disponíveis no mercado tendo diferentes tipos de ma teriais como elementos principais além de se apresentarem em diversos formatos e texturas Considerado como elemento de acabamento interno da edificação os forros são classificados como revestimentos realizados em lajes Existem variados tipos de forros disponíveis para aplicação em construções cada qual com características próprias e aplicabilidades específicas A escolha do tipo de forro depende da soma de vários fatores Um deles é a localização da construção Dependendo do clima da região onde está a edi fi cação o tipo de forro a ser empregado deve mudar a fi m de cumprir com a CONSTRUÇÃO CIVIL 123 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 123 23112020 154357 função de adequado isolamento térmico e acústico e promoção de conforto Além disso as dimensões da construção influenciarão na escolha do forro bem como o projeto arquitetônico determinará requisitos específicos A seleção do material adequado para compor o forro deve avaliar também o ní vel de dificuldade para a sua aplicação os impactos que eles causarão ao ambiente desde a extração da sua matériaprima passando pelo seu processo de fabricação até chegar na instalação final e o quão onerosa será a sua aquisição Até aqui fica claro quantos fatores devem ser analisados na etapa de projetos para que seja selecionado o tipo de forro que apresente melhor custobenefício Para que essa seleção seja possível o profissional da construção civil deve conhecer os tipos de forros existentes e quais as principais características de cada um deles Com base nisto serão apresentados os principais tipos de forros presentes no mercado e que são aplicados na construção civil brasileira Forros de madeira É o tipo de forro mais antigo e amplamente empregado É uma opção que não perde o estilo e a funcionalidade Visto como atemporal esse tipo de forro alia conforto e beleza sendo ideal para aplicação em ambientes amplos e com pé direito alto Pode ser aplicado em forros sobre madeiras já existentes em forma de lambris entre outros Uma de suas principais vantagens é o excelente isola mento térmico e acústico que a madeira proporciona aos ambientes além de apresentar acabamento estético sofisticado podendo permanecer com sua cor original ou receber pinturas para harmonizar com as paredes inter nas e externas Entre seus principais pontos negativos pode ser citada sua baixa resistência à umidade podendo ter toda a estrutura comprometida quando submetida a infiltrações ou ação de intempéries Além disso é suscetível à ação de pragas como cupins e apresenta custo aquisitivo elevado se comparado a outros tipos de forros Por ser um material natural necessita de tratamento impermeabili zante antes de ser instalado Os forros de madeira são compostos de Vigamento Tarugamento Contraventamento Tábuas CONSTRUÇÃO CIVIL 124 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 124 23112020 154357 Forros de gesso Muito utilizado em construções atualmente esse tipo de forro apresenta características estéticas fortes sendo utilizado principalmente em forros re baixados para inclusão de luminárias embutidas ou simplesmente para com por detalhes de design previstos em projeto Apresentase como uma opção economicamente viável executada a partir da acomodação de placas de gesso fixadas por arames uma ao lado da outra Seu acabamento agrega harmonização delicada aos ambientes sendo forte mente caracterizado pelo excelente conforto térmico que proporciona Além disso apresenta fácil instalação e manutenção o que faz dele um dos tipos de forro mais utilizados em obras civis Dentre suas desvantagens estão sua baixa resistência à umidade somada às indesejáveis fissuras e trincas que surgem nas placas O gesso aplicado em forros na construção civil apresenta se de duas formas Tradicional Acartonado O gesso no estado tradicional é aquele aplicado na sua forma pura Apesar de apresentarse esteticamente perfeito ao final do processo gera muitos resíduos e sujeiras no processo de instalação O gesso acartonado é uma espécie de sanduiche feito com papel cartão e gesso resultando em placas de fácil instalação e que não geram resíduos mantendo a qualidade do acabamento e conforto térmico e acústico A Figura 12 representa um forro de gesso rebaixado com luminárias embutidas Figura 12 Forro de gesso rebaixado Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 CONSTRUÇÃO CIVIL 125 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 125 23112020 154405 Forros de PVC São forros que tem ganhado bastante espaço nas construções civis São constituídos por painéis lineares que se encaixam pelo sistema popular mente conhecido como machofêmea Esse tipo de forro tem se destacado pela facilidade de obtenção instalação e manutenção sem gerar resíduos e dispensando acabamentos como pinturas Apesar de não apresentar características estéticas marcantes o forro de PVC destacase pela excelente durabilidade e resistência à umidade o que o diferencia dos demais tipos de forros São financeiramente acessíveis e apresentamse em diferentes estilos e cores Em contrapartida não apre senta isolamento térmico e acústico satisfatório não devendo inclusive ser instalado em locais com clima quente devido à sua baixa resistência ao calor e ao fogo Forros metálicos Muito utilizado na década de 1960 este tipo de forro caiu em desuso sendo entretanto empregado em situações em que projeto arquitetônico preveja sua utilização para algum fim específico Esse tipo de forro pode ser amplamente utilizado em edificações em geral uma vez que apresenta uma série de vantagens É encontrado em variados modelos no mercado podendo ter superfície lisa ou vasada contendo designs de desenhos em toda a sua extensão Os modulados são exemplos de forros metálicos vasados cujo design é propício à instalação de dispositivos detectores de fumaça e sprinklers Além disso podem ser instalados em áreas molhadas por apresentarem elevada resistência à umidade São facilmente removíveis e consequente mente dispõem de fácil manutenção Como ponto negativo destacase sua baixa resistência a ambientes li torâneos uma vez que a maresia é forte inimiga de sua estrutura Também não apresentam isolamento acústico e térmico satisfatórios Forros de concreto Também conhecido como forro de cimento aparente essa opção apre senta grande praticidade por aproveitar a concretagem da laje deixando o acabamento cimentício aparente e dispensando rebaixamento e pinturas como acabamentos CONSTRUÇÃO CIVIL 126 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 126 23112020 154405 Essa característica executiva agrega ao ambiente um acabamento sofisti cado e charmoso São aplicáveis em quaisquer áreas inclusive as molhadas por apresentarem elevada resistência à umidade Requerem atenção especial quanto à instalação de luminárias em geral uma vez que o aspecto do concreto escurece os ambientes A Figura 13 mostra um forro com acabamento de con creto cimento aparente Figura 13 Forro de concreto aparente Fonte Shutterstock Acesso em 10112020 Forros de fibras As fibras vêm ganhando espaço na construção civil devido à sua vasta aplicabili dade e isso também se aplica aos forros O avanço tecnológico permitiu a aplicação de fibras em forros com a finalidade de melhorar o desempenho no isolamento tér mico e acústico Além disso elas agregam beleza unindo aspecto estético e leveza Os forros de fibras não absorvem umidade e não são meios proliferadores de fungos e bactérias Em contrapartida não são propícios a serem instalados em lo cais com fortes ventos e apresentam limitações que dificultam a limpeza De ma neira geral as fibras usualmente encontradas para aplicação em forros são a fibra mineral a fibra de vidro a fibra de madeira e a lã de rocha Forros de bambu Utilizados como alternativa mais barata em relação à madeira estes forros carregam elevado toque estético rústico sendo muito utilizados atualmente em construções residenciais comerciais e hoteleiras Esse tipo de forro virou tendência principalmente por ser uma opção ecológica e sustentável CONSTRUÇÃO CIVIL 127 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 127 23112020 154413 Tal como a madeira o bambu é um excelente isolante proporcionando conforto térmico e acústico aos ambientes São facilmente instaláveis e dispensam acaba mentos com pinturas Como ponto negativo o forro de bambu apresenta baixa du rabilidade e elevada capacidade de proliferação de pragas Além disso assim como a madeira o bambu requer tratamento impermeabilizante antes de sua instalação A Figura 14 mostra um quarto com paredes e teto executados com bambu Figura 14 Quarto com forro de bambu Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Forros de EPS Vistos como uma opção econômica os forros de isopor são recicláveis e extrema mente leves o que os confi guram como excelente opção para instalação em ambien tes extensos Apresentam características altamente isolantes o que confere aos am bientes conforto termoacústico além de serem facilmente instaláveis e resistentes à proliferação de fungos e bactérias Como desvantagem estes forros não apresentam resistência ao fogo o que limita sua instalação a locais específi cos De maneira geral são aplicáveis em escritórios pontos comerciais residências e hotéis Ferramentas utilizadas Para a execução dos forros de uma edifi cação sejam eles de madeira de gesso de PVC metálicos de concreto de bambu de fi bras de EPS ou com postos por mais de um material são necessárias ferramentas específi cas CONSTRUÇÃO CIVIL 128 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 128 23112020 154418 Há a necessidade de uso de algumas ferramentas obrigatórias em um canteiro de obras tanto as de uso comum quanto as específicas à instala ção de esquadrias Entre elas podemos citar YAZIGI 2017 EPIs e EPCs Água limpa Argamassa de assentamento Colher de pedreiro Prumo linha de náilon mangueira de nível nível bolha Tábuas Trenas Régua metálica Talhadeira Desempenadeira Lápis de carpinteiro Martelo Marreta Serrote Jogo de chaves de fenda Furadeira Espátula Cavaletes para andaimes Carrinho de mão Masseira Pregos parafusos e pinos Materiais específicos de acordo com o tipo de forro madeira chapas de aço folhas de PVC concreto fresco placas de gesso bambu e fibras naturais em geral Técnicas de execução Antes de iniciar qualquer procedimento de execução de forros é necessá rio fazer algumas verifi cações A principal delas é testar todas as instalações elétricas e hidrossanitárias após a execução da alvenaria Em seguida é ne cessário realizar a limpeza da superfície onde o forro será aplicado para re CONSTRUÇÃO CIVIL 129 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 129 23112020 154418 mover todo pó proveniente do processo construtivo Para facilitar a remoção desses resíduos finos podese molhar a superfície onde eles estão Feito isto podese iniciar o revestimento AZEREDO 1987 Com o avanço da produção de materiais diversos e com a aplicação de novas tecnologias na construção como um todo hoje é perfeitamente pos sível a execução de forros que contenham fundos falsos para embutir toda a rede de instalação e de abastecimento da edificação deixando visível so mente o acabamento estético Os forros podem ser fixados de três formas tarugados suspensos ou colados YAZIGI 2017 Os forros tarugados necessitam do auxílio de uma grelha para fixar o material que atuará como isolante Esse material pode ser composto por PVC gesso madeira ou outros A grelha por sua vez pode ser metálica ou de madeira Além de servir como suporte para fixar o forro ela atua como elemento limitante para os vãos que serão cobertos Os forros suspensos apresentam uma estrutura de fixação flexível que permite a existência de um espaço maior para a locação de eletrodutos e tubulações entre o forro e o plano de cobertura Em geral são executados em tirantes metálicos suspensos presos na cobertura e sendo ao mesmo tempo reguláveis Neste tipo de forro a maioria dos painéis utilizados no plano de forro podem ser removidos e substituídos de modo que a estrutu ra não seja prejudicada Os forros colados por sua vez caracterizamse por apresen tarem fixação em forma de revestimento que propor cionam um aspecto estético agradável Sua aplicação tem ligação direta com o conforto ambiental e es tético da região interna da edificação podendo ser executados a partir de adesivos pregos ou parafusos EXPLICANDO Por definição os tarugos são peças produzidas a partir de materiais diver sos como madeira materiais metálicos e outros e promovem a ligação entre duas peças evitando o deslocamento lateral delas Desta forma o tarugamento constituise da união de vigas ou barras através de tarugos resultando em uma estrutura de suporte com finalidades diversas No caso de forros é o elemento responsável pela fixação das placas CONSTRUÇÃO CIVIL 130 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 130 23112020 154418 Todos os forros devem contar com uma estrutura de suporte à fixação independente da estrutura do telhado excetuandose os forros de concre to Esta medida deve ser tomada a fim de garantir que a estrutura não apre sente falhas como dilatações trincas e rachaduras As estruturas de fixação recebem o tarugamento a suspensão ou a colagem de acordo com o tipo de forro selecionado CONSTRUÇÃO CIVIL 131 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 131 23112020 154418 Sintetizando Nessa unidade vimos que a execução da cobertura de uma edificação é a última e uma das mais importantes etapas de uma construção Vimos que as coberturas são constituídas de forros telhados ou ambos a depender das determinações de projeto Entre os sistemas de cobertura existentes vimos que os telhados se con figuram como uma categoria da cobertura composta por elementos que integram a estrutura de sustentação Eles são compostos por dois tipos de estrutura a principal e a secundária A estrutura principal é composta pela tesoura e a estrutura secundária é composta por caibros ripas e terças Aprendemos que existe uma grande diversidade de materiais aplicáveis na execução de telhados E adicionalmente conhecemos um pouco sobre o es coamento de águas da chuva nesses telhados No que tange aos forros compreendemos que eles são elementos integran tes do sistema de cobertura e são responsáveis por garantir o isolamento entre o piso e o telhado de uma edificação O forro pode compor a cobertura em conjunto com o telhado bem como pode ser elemento único dela Em situações em que ele seja utilizado unicamente como cobertura é ne cessário o uso de mantas que garantam a impermeabilidade da edificação Também conhecemos os tipos de forros disponíveis no mercado de as vanta gens e desvantagens da utilização cada um Por fim identificamos os materiais necessários à instalação dos forros as sim como as técnicas usadas em sua execução CONSTRUÇÃO CIVIL 132 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 132 23112020 154418 Referências bibliográficas ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 10844 instala ções prediais de águas pluviais procedimento Rio de Janeiro ABNT 1989 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 16382 placas de gesso para forros requisitos Rio de Janeiro ABNT 2015 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 7190 projeto de estruturas de madeira Rio de Janeiro ABNT 1997 AMBROZEWICZ P H L Materiais de construção normas especificações apli cação e ensaios de laboratório 1 ed São Paulo PINI 2012 AZEREDO H A O edifício até sua cobertura 2 ed rev São Paulo Blucher 1997 AZEREDO H A O edifício e seu acabamento 1 ed São Paulo Blucher 1987 BORGES A C Prática das pequenas construções 9 ed rev atual São Paulo Blucher 2009 v 1 MOLITERNO A Cadernos de projetos de telhados em estruturas de madeira 4 ed rev atual São Paulo Blucher 2010 O que uma cadeira e um prédio têm em comum contraventamento Pos tado por DRVO Arquitetura 2 min 34 s son color port Disponível em ht tpswwwyoutubecomwatchvMtxk1GOripQ Acesso em 23 nov 2020 YAZIGI W A técnica de edificar 16 ed rev atual São Paulo PINISindusCon 2017 CONSTRUÇÃO CIVIL 133 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 133 23112020 154418
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CONSTRUÇÃO CIVIL CONSTRUÇÃO CIVIL Construção Civil Gabriela Maria Silva Maia Gabriela Maria Silva Maia GRUPO SER EDUCACIONAL gente criando o futuro Ao longo desse curso entenderemos os sistemas iniciais de construção e para além da técnica aprenderemos conceitos importantes desenvolvendo a partir deles as com petências necessárias para aplicálos em uma construção Como prof ssional atuante dentro da esfera construtiva em nosso País enfrentamos desaf os e precisamos tomar decisões selecionando a técnica construtiva mais adequada para cada situação Para isso precisamos conhecer todas as etapas de uma obra desde os estágios iniciais de implantação do canteiro até a sua f nalização O ramo da construção civil é um ramo que está em constante mudança tanto no que diz respeito aos materiais empregados quanto às técnicas adotas para construir É uma área ampla na qual podemos aplicar os conhecimentos obtidos em cada um dos prin cipais processos de execução de uma edif cação Isso permite guiar a execução de uma obra liderando seus funcionários em cada processo a f m de entregar produtos de alto padrão aos seus clientes Visamos aqui portanto conduzir o aluno por uma jornada de aprendizagem a f m de ampliar seu conhecimento técnico acerca da construção civil SERENGCIVCONCIVCAPAindd 13 23112020 121918 Ser Educacional 2020 Rua Treze de Maio nº 254 Santo Amaro RecifePE CEP 50100160 Todos os gráficos tabelas e esquemas são creditados à autoria salvo quando indicada a referência Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei nº 961098 e punido pelo artigo 184 do Código Penal Imagens de íconescapa Shutterstock Presidente do Conselho de Administração Diretorpresidente Diretoria Executiva de Ensino Diretoria Executiva de Serviços Corporativos Diretoria de Ensino a Distância Autoria Projeto Gráfico e Capa Janguiê Diniz Jânyo Diniz Adriano Azevedo Joaldo Diniz Enzo Moreira Gabriela Maria Silva Maia DP Content DADOS DO FORNECEDOR Análise de Qualidade Edição de Texto Design Instrucional Edição de Arte Diagramação Design Gráfico e Revisão SERENGCIVCONCIVUNID1indd 2 23112020 120235 Boxes ASSISTA Indicação de filmes vídeos ou similares que trazem informações comple mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado CITANDO Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado CONTEXTUALIZANDO Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato demonstrase a situação histórica do assunto CURIOSIDADE Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado DICA Um detalhe específico da informação um breve conselho um alerta uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado EXEMPLIFICANDO Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto EXPLICANDO Explicação elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada SERENGCIVCONCIVUNID1indd 3 23112020 120235 Unidade 1 Sistemas iniciais Objetivos da unidade 12 Infraestrutura13 Tipos de construções 13 Fases de uma obra 16 Locação de obras 21 Contrapiso 23 Andaimes e transporte vertical 24 Concretagem 27 Materiais para formas e escoramentos 27 Formas para elementos estruturais 29 Execução cura e desmontagem 34 Sintetizando 37 Referências bibliográficas 38 Sumário SERENGCIVCONCIVUNID1indd 4 23112020 120235 Sumário Unidade 2 Sistemas intermediários Objetivos da unidade 41 Alvenarias 42 Tipos e funções 42 Materiais empregados 46 Técnicas de execução 48 Revestimentos e pavimentação 52 Ferramentas utilizadas 55 Técnicas de execução 55 Impermeabilização62 Tipos e materiais 63 Processos e ferramentas 66 Sintetizando 67 Referências bibliográficas 69 CONSTRUÇÃO CIVIL 5 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 5 23112020 120235 Sumário Unidade 3 Sistemas finais acabamentos Objetivos da unidade 71 Esquadrias 72 Tipos e materiais empregados 73 Ferramentas utilizadas 83 Processos de colocação 84 Vidros 86 Ferramentas utilizadas 91 Processos de colocação 92 Pinturas 93 Tipos de pinturas 94 Ferramentas utilizadas 97 Processos de aplicação 97 Sintetizando 100 Referências bibliográficas 102 CONSTRUÇÃO CIVIL 6 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 6 23112020 120235 Sumário CONSTRUÇÃO CIVIL 7 Unidade 4 Sistemas finais cobertura Objetivos da unidade 104 Telhados e coberturas 105 Componentes da estrutura 106 Materiais de cobertura 111 Traçado de telhados 118 Técnicas de execução 121 Forros 122 Tipos de forros 123 Ferramentas utilizadas 128 Técnicas de execução 129 Sintetizando 132 Referências bibliográficas 133 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 7 23112020 120235 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 8 23112020 120235 Ao longo desse curso entenderemos os sistemas iniciais de construção e para além da técnica aprenderemos conceitos importantes desenvolvendo a partir deles as competências necessárias para aplicálos em uma construção Como profi ssional atuante dentro da esfera construtiva em nosso País enfren tamos desafi os e precisamos tomar decisões selecionando a técnica constru tiva mais adequada para cada situação Para isso precisamos conhecer todas as etapas de uma obra desde os estágios iniciais de implantação do canteiro até a sua fi nalização O ramo da construção civil é um ramo que está em constante mudança tanto no que diz respeito aos materiais empregados quanto às técnicas adotas para construir É uma área ampla na qual podemos aplicar os conhecimentos obtidos em cada um dos principais processos de execução de uma edifi cação Isso permite guiar a execução de uma obra liderando seus funcionários em cada processo a fi m de entregar produtos de alto padrão aos seus clientes Visamos aqui portanto conduzir o aluno por uma jornada de aprendizagem a fi m de ampliar seu conhecimento técnico acerca da construção civil CONSTRUÇÃO CIVIL 9 Apresentação SERENGCIVCONCIVUNID1indd 9 23112020 120235 À minha querida mãe por estar sempre presente independentemente da distância ou situação e por ser minha inspiração diária e mentora de vida Aos meus irmãos Daniela e Júnior pela parceria e amor incondicional Por fim aos meus mestres e alunos responsáveis pelo que chamo de evolução profissional A professora Gabriela Maria Silva Maia é especialista em Geoprocessa mento e Georreferenciamento pelo Instituto Prominas 2019 graduada em Engenharia Civil 2018 e Ciência e Tecnologia 2016 pela Universidade Federal Rural do SemiÁrido Minis trou aulas de Cálculo I II III e Ciência dos Materiais de 2018 a 2020 e atua na construção civil desde 2018 Currículo Lattes httplattescnpqbr3023463828510861 CONSTRUÇÃO CIVIL 10 A autora SERENGCIVCONCIVUNID1indd 10 23112020 120236 SISTEMAS INICIAIS 1 UNIDADE SERENGCIVCONCIVUNID1indd 11 23112020 120246 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Conhecer os tipos e etapas de uma construção e diferenciar os principais sistemas construtivos Entender os procedimentos para implantação do canteiro de obras e como se dá o deslocamento de materiais dentro de uma obra Entender o que é e como é elaborado um sistema de formas e escoramentos Compreender as etapas de execução da concretagem assim como a cura do concreto e seus métodos de aplicação Infraestrutura Tipos de construções Fases de uma obra Locação de obras Contrapiso Andaimes e transporte vertical Concretagem Materiais para formas e esco ramentos Formas para elementos estruturais Execução cura e desmontagem CONSTRUÇÃO CIVIL 12 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 12 23112020 120246 Infraestrutura Desde os tempos mais remotos as construções existem nas suas variadas formas Juntamente com a descoberta do fogo o homem descobriu também ser engenheiro A descoberta de materiais e suas formas de aplicação insti garam o homem a começar a construir Desde as construções primitivas as técnicas foram evoluindo até chegar no formato de construção que conhece mos hoje Com o contínuo avanço da tecnologia e o desenvolvimento de novos materiais as técnicas de construção tendem a uma constante mudança Assim é importante que conheçamos todos os tipos e as etapas da constru ção desde a concepção do projeto até a fi nalização da obra Devemos sempre nos atentar às mudanças e modernizações nas formas de construir tendo em vista que este processo está em constante evolução Com isso em mente estu daremos os sistemas iniciais de construção e desenvolveremos competências acerca das técnicas para a execução de obras Tipos de construções A construção tradicional que utiliza blocos cerâmicos é a mais conhe cida e começou a ser aplicada há muito tempo se mostrando satisfatória até hoje A prova disso é o fato de continuar sendo amplamente utilizada mesmo com a evolução dos sistemas construtivos Hoje em dia a indús tria é capaz de produzir inúmeros bens e serviços a partir da aplicação de tecnologias que permitem ir além do convencional construindo de forma inteligente e efi caz Quando se fala em construir um imóvel uma ponte um espaço de con vivência ou qualquer que seja o ambiente logo se pensa na oportunidade de projetar e construir esse espaço de forma que atenda às ne cessidades daqueles que o utilizarão O que poucos param para pensar é no tipo de construção adequada a ser implan tada A seleção do sistema construtivo envolve a análise de diversos aspectos como o custo e a du ração da obra o material empregado e até mesmo a aparência da construção CONSTRUÇÃO CIVIL 13 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 13 23112020 120246 O tipo de construção depende muito do tipo de material utilizado pois na verdade o tijolo cerâmico é apenas um dentre os vários elementos disponíveis que caracterizam os tipos de construções existentes Podemos citar então as construções de concreto de madeira de aço os contêineres e tantos outros Em meio a tantas opções construtivas existentes os mais empregados são a alvenaria tradicional a alvenaria estrutural as paredes de concreto o concreto prémoldado o steel framing e o wood framing Na construção em alvenaria tradicional Figura 1 o elemento principal utilizado para a execução é o tijolo cerâmico ou seja o edifício a residência ou outro tipo de espaço construído é feito apenas de tijolos Essa alvenaria é comumente nomeada como alvenaria de vedação e é um sistema amplamente empregado no Brasil É aque la composta por paredes de tijolos que têm a função de separar os ambientes Apesar de não apresentar característica estrutural esse tipo de construção deve desempe nhar a função de sustentar seu próprio peso e o peso dos possíveis revestimentos Figura 1 Bloco de tijolo na construção civil residencial Fonte Shutterstock Acesso em 29062020 A construção em alvenaria estrutural é outro tipo muito comum que difere da tradicional segundo Ricardo Bentes Kato 2002 por apresentar função dupla separar ambientes e estruturar a edificação Nesse tipo de construção o elemento utilizado é o bloco estrutural que consiste em um bloco feito de concreto e apre senta propriedades específicas que influenciam na estruturação da construção Ao contrário das construções em alvenaria tradicional esse tipo de construção re quer mão de obra especializada tendo em vista que o processo construtivo pode causar acidentes caso haja execução inadequada CONSTRUÇÃO CIVIL 14 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 14 23112020 120254 A construção em paredes de concreto tem crescido muito nos últimos anos sen do amplamente empregado em todo o País Tratase de uma construção na qual tanto paredes como lajes são concretadas simultaneamente Para isso toda a estrutura da edificação é modelada com formas reaproveitadas podendo ser plásticas metálicas ou de madeira e todas as instalações elétricas e hidráulicas são posicionadas antes da concretagem O processo produtivo desse tipo de construção tem início com a montagem das formas seguido pelo correto posicionamento da armadura e das tubulações e por fim é feita a concretagem da estrutura Assim existe uma vantagem econômica nes se tipo de construção tendo em vista a reutilização das formas e a diminuição do tempo gasto em sua execução VIEIRA 2014 Apesar de ser semelhante à construção com parede de concreto a construção em concreto prémoldado apresenta um processo de produção diferente Tratase de uma construção em que a estrutura ganha forma a partir da junção de peças de concreto fabricadas em indústria Esse tipo de construção é amplamente empregado em viadutos galpões e estruturas de grande porte De fácil execução uma de suas principais vantagens é a rapidez na execução além de gerar poucos resíduos A construção em steel framing consiste em um sistema em que todo o es queleto da obra é feito com perfis de aço Figura 2 Esses perfis posicionados adequadamente formam o esqueleto da edificação O fechamento das paredes é feito com outros tipos de materiais como drywall placas de madeira ou cimentí cias Esse tipo de construção se destaca pela simplicidade no processo executivo sendo parte da estrutura montada durante o processo de fabricação chegando quase pronta ao canteiro de obras Figura 2 Construção utilizando perfis de aço Fonte Shutterstock Acesso em 29062020 CONSTRUÇÃO CIVIL 15 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 15 23112020 120259 Segundo Molina e Junior 2010 a construção em wood framing consiste em um sistema durável na qual toda a estrutura é feita com perfi s de ma deira Figura 3 formando toda a região de pisos paredes e telhados que são preenchidos com outros materiais Esse tipo de construção proporciona maior conforto térmico e acústico além de ser leve tendo seu peso comple tamente distribuído entre os perfi s de madeira É um sistema pouco utilizado no Brasil mas que aos poucos está crescendo e ganhando a confi ança de muitos construtores Figura 3 Estrutura de residência feita em wood framing Fonte Shutterstock Acesso em 29062020 Fases de uma obra Assim como na vida e na maioria dos processos que existem as obras tam bém respeitam um ciclo de início meio e fi m que chamamos de fases da obra É dentro dessas fases que uma construção é planejada sai do papel ganha forma e é fi nalizada Para que uma obra aconteça com o máximo de aproveitamento e o mínimo de imprevistos possíveis todas as suas fa ses devem ser cumpridas e executadas Para isso é indispensável conhecer cada uma delas CONSTRUÇÃO CIVIL 16 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 16 23112020 120302 Toda obra inicia com a elaboração do projeto que norteará o desenvolvimento da construção Seguindo o escopo do projeto são realizados os serviços prelimina res nos quais o terreno é preparado para em seguida ser implementado o alicerce da construção Na sequência os elementos estruturais e não estruturais são exe cutados ou seja a construção tem seu esqueleto moldado para que a construção passe pela fase de acabamentos Assim as fases da obra constituem seu ciclo de desenvolvimento todas elas possuindo ligações entre si o que torna o processo bem intuitivo pois para que uma fase inicie a anterior precisa ter sido finalizada Os serviços preliminares de uma obra constituem todas as ações que devem ser realizadas antes do início da construção em si Elas envolvem desde o reconhe cimento e preparação do terreno até a montagem do canteiro de obras Os serviços preliminares iniciam com a limpeza do terreno pois para que se possa construir o terreno precisa estar limpo e nivelado Em seguida o local da obra precisa ser identificado etapa fundamental para que o canteiro de obras possa ser instalado O processo de limpeza e nivelamento do terreno é conhecido como terra plenagem Figura 4 Também chamada de movimentação de terra ela consiste no procedimento de adequar o terreno aos requisitos propostos no projeto Tal adequação se dá por meio do corte de terra em locais onde há excesso aterro em locais com pouca terra e transporte do material excedente A transposição do material em excesso para locais fora do canteiro de obras deve ser legalizada e devidamente regularizada em concordância com as normas locais Figura 4 Vista aérea do grande canteiro de obras com várias máquinas de terraplenagem Fonte Shutterstock Acesso em 29062020 CONSTRUÇÃO CIVIL 17 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 17 23112020 120306 O requisito mínimo para a execução de terraplenagem consiste no levanta mento planialtimétrico contendo as cotas exatas para a locação do canteiro de obras Além disso para realizar a movimentação de terra por corte ou ater ro é necessário um estudo prévio do tipo de solo com o qual se está trabalhan do Todo o detalhamento a respeito do tipo de terra em questão é obtido por meio do relatório de sondagem De posse dos dados contidos nestse relatório o profissional pode executar a terraplenagem com segurança e precisão As informações necessárias para identificação e classificação das diversas camadas que compõem o subsolo e que proporcionam um bom entendimento do comportamento da edificação sobre ele são obtidas durante a etapa de investigação geotécnica também conhecida como sondagem do solo Com a realização da sondagem é possível identificar diversas características do terre no em trabalho tais como a profundidade na qual o lençol freático se encontra bem como o tipo e a resistência do solo naquele local Feita a limpeza do terreno e seu nivelamento o canteiro de obras pode ser instalado o que requer providências específicas para garantir a qualidade e higiene no local de trabalho Por ser uma área de trabalho em que são realizados todos os serviços de apoio à execução de uma obra o canteiro de obras precisa conter ins talações elétricas hidráulicas e sanitárias adequadas além de conter obrigatoriamente espaços operacionais e de convivência Na instalação do canteiro de obras estão previstas as instalações provisó rias que têm início com a escolha do material que circundará a obra Em sua grande maioria as construções no Brasil têm seu canteiro de obras instalado em áreas circundadas por chapas de compensado resinado Além disso os es paços operacionais e de vivência contidos dentro do canteiro apresentam ele mentos específicos locados conhecidos como elementos do canteiro de obras e que podem ser divididos entre Elementos de produção são todos aqueles necessários à execução da obra como a central de argamassa o pátio de corte e dobra de armaduras e as centrais de formas de prémoldados e de montagem das instalações além dos espaços para armazenamento dos materiais que chegam à obra como ci mento agregados argamassas ferramentas tubulações tintas louças e todos aqueles materiais necessários a uma construção CONSTRUÇÃO CIVIL 18 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 18 23112020 120306 Elementos de transporte são elementos indispensáveis res ponsáveis pelo transporte de materiais dentro da obra e classificados de acordo com o tipo de movimentação realizada Podem ser manuais sendo deslocados pelos próprios trabalhadores como carrinhos de mão baldes ou masseiras ou mecanizados como gruas guindastes e bombas de argamassa Elementos de apoio técnico são aqueles que devem ser instalados no canteiro de obras como por exemplo guaritas estacionamentos es critórios e sala de reuniões Elementos de vivência são aquelas designadas a suprir as necessi dades básicas de alimentação higiene descanso e convivência dos seres humanos A Norma Regulamentadora 18 BRASIL 1978 define a implemen tação de espaços obrigatórios de vivência no canteiro como alojamentos banheiros refeitórios cozinha e outros além de exigir que tais ambientes não sejam instalados no subsolo das construções a fim de manter boas condições de higiene e saúde CURIOSIDADE Os banheiros em um canteiro de obras devem ser posicionados de tal forma que a distância entre eles e qualquer outro ambiente da obra não ultrapasse 150 m ou seja a localização dos banheiros dentro de uma obra deve ser estratégica Além disso não é permitida a existência de portas que deem acesso direto ao refeitório para que sejam mantidas as condi ções básicas sanitárias Além da NR18 existem outras Normas Regulamentadoras Quadro 1 que norteiam os processos da construção civil Por fim a Figura 5 ilus tra com clareza um canteiro de obras sendo possível visualizar elementos como o armazenamento de materiais agregados elementos de transporte de materiais recipien tes para armazenamento de água estaciona mento e outros Observe o nível de organiza ção do canteiro ilustrado com os elementos devidamente instalados e de fácil localização garantindo o bom desenvolvimento da obra CONSTRUÇÃO CIVIL 19 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 19 23112020 120306 NR DESCRIÇÃO NR4 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT NR5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA NR6 Equipamentos de Proteção Individual EPIs NR7 Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO NR9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais NR10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade NR11 Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais NR12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos NR26 Sinalização de Segurança NR35 Trabalho em Altura Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Equipamentos de Proteção Individual EPIs Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Trabalho em Altura Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Trabalho em Altura Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Trabalho em Altura Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Trabalho em Altura Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Sinalização de Segurança Trabalho em Altura Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Trabalho em Altura Transporte Movimentação Armazenagem e Manuseio de Materiais Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos QUADRO 1 NORMAS REGULAMENTADORAS APLICADAS À CONSTRUÇÃO CIVIL Fonte BRASIL 1978 Adaptado Figura 5 Canteiro de obras Fonte Shutterstock Acesso em 29062020 CONSTRUÇÃO CIVIL 20 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 20 23112020 120311 Locação de obras Locar uma obra significa passar o projeto do papel para o terreno Nesse processo todos os pontos que se pretende construir são marcados no terreno como os recuos e a localização de cada parede dos cômodos assim como as distâncias entre eles Esse procedimento é chamado de gabarito de uma obra que nada mais é do que marcar previamente tudo o que se pretende construir utilizando tábuas e pontaletes para que a partir dele o alicerce seja feito e as parede sejam levantadas De forma sucinta é o molde da edificação É indispensável que os serviços preliminares tenham sido concluídos para que o gabarito possa começar a ser cravado Walid Yazigi 2017 co menta que somente um profissional habilitado deve fazer a locação da obra tomando como base a referência de nível RN para posicionar os eixos A locação deve envolver todo o perímetro da obra e os gabaritos precisam ser bem fixados para que possam resistir à tensão das linhas de náilon que os circundam A locação do gabarito é feita a partir de um projeto adicional especi ficamente voltado à sua execução Nesse projeto todos os eixos de refe rência das fundações dos pilares e das paredes são determinados bem como as posições dos elementos de divisão a partir de um eixo global determinado por meio de levantamentos topográficos A grande vanta gem em se executar o gabarito de uma obra a partir de um projeto préde terminado é ter alinhamentos perfeitos para a execução de fundações e posteriormente de pilares vigas e paredes Yazigi 2017 cita ainda alguns tipos de ferramentas que podem ser utilizadas para locar os gabaritos de uma obra Entre eles temos Os EPCs e EPIs capacete botas e luvas adequadas O nível de mangueira ou a laser e o nível bolha A trena de aço com comprimento mínimo de 30 m As tábuas os sarrafos os pontaletes e os piquetes O lápis de carpinteiro O martelo e a marreta O prumo de centro CONSTRUÇÃO CIVIL 21 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 21 23112020 120311 A linha de náilon O esquadro metálico As tintas de várias cores O teodolito Os projetos a serem executado no local Definidas a referência de nível os eixos e as distâncias e estando o gaba rito devidamente marcado iniciase sua execução Os pontaletes devem ser cravados a uma distância de 15 m entre si e a linha de náilon deve seguílos sempre pela mesma face ou seja a linha não pode mudar de direção deven do seguir sempre o mesmo sentido a fim de manter os pontaletes alinhados No passo seguinte as tábuas devem ser fixadas por pregos na face in terna dos pontaletes estruturando o que se conhece por tabeiras É ex tremamente importante fazer a verificação do alinhamento da primeira tabeira fixada a partir da utilização de esquadros para que se possa fixar as demais tabeiras com segurança Havendo necessidade de travamento do gabarito devem ser execu tadas mãos francesas nas extremidades do gabarito Figura 6 Os ele mentos construtivos fundações pilares vigas paredes devem ser marcados com tinta nas tabeiras respeitando as determinações do pro jeto para que na sequência esses elementos possam ser executados Figura 6 Face externa de uma tabeira travada por uma sequência de mãos francesas Fonte Shutterstock Acesso em 29062020 CONSTRUÇÃO CIVIL 22 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 22 23112020 120326 EXPLICANDO O termo mão francesa se refere a uma estrutura em formato de triângu lo que pode ser feita de madeira ou de material metálico Este elemento muito comum na construção civil é utilizado para apoiar sustentar ou travar componentes que não estejam completamente fi xos Normalmen te ele é utilizado nas extremidades como escora e apresenta várias aplicações desde o travamento de estruturas na construção civil como gabaritos beirais e colunas até o suporte de prateleiras ar condiciona do e caixas dágua Contrapiso Com a locação perfeitamente implementada a construção da edifica ção pode iniciar No entanto não é indicado executar a obra diretamente no terreno sendo portanto necessário aplicar uma camada regulariza dora sobre o solo Em construções civis essa camada é conhecida como contrapiso e é realizada para que a obra possa receber na sequência o acabamento adequado O contrapiso compreende uma ou mais camadas postas diretamente sobre o terreno ou sobre a laje que além de regularizar tem também como função conferir inclinação adequada à base para o escoamento de águas e o embutimento de tubulações para instalações hidrossanitárias e elétricas caso haja necessidade Além disso o contrapiso também apre senta elevada importância no que diz respeito à fixação de elementos de fundação e elementos estruturais uma vez que transmite as cargas advin das desses componentes diretamente ao solo Por fim sendo uma de suas aplicabilidades mais conhecidas o contra piso é essencial para o adequado assentamento de revestimentos Assim existem três tipos de contrapisos Quadro 2 cuja classificação está relacionada à espessura da camada aplicada e ao tipo de aderência em relação à base do terreno British Standard 2011 Além disso os contrapi sos são feitos à base de argamassas que po dem ser caracterizadas em três tipos TONUS MINOZZI 2013 sendo eles CONSTRUÇÃO CIVIL 23 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 23 23112020 120326 TIPO CARACTERÍSTICAS Contrapiso aderido Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Contrapiso não aderido Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Contrapiso fl utuante Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas com espessuras aproximadas entre 20 e 40 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Adere completamente à base compondose de camadas mais fi nas Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Não existindo garantia de aderência completa à base devese tra balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm balhar com espessuras maiores Para esse tipo de contrapiso fazse necessária a utilização de espessuras superiores a 35 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm Esse tipo de contrapiso é caracterizado pela existência de uma cama da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba lhar com espessuras que variam entre 40 e 70 mm da intermediária entre a base e o contrapiso A camada intermediária geralmente é uma camada de isolamento e por esse motivo a ade rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba rência é completamente impedida Nesses casos é necessário traba QUADRO 1 TIPOS DE CONTRAPISO E SUAS RESPECTIVAS CARACTERÍSTICAS Fonte British Standard 2011 Adaptado A argamassa plástica que apresenta a mesma consistência das arga massas tradicionais Ela é mais pastosa e apresenta um consumo maior de cimento tornandoa mais cara A argamassa seca que apresenta um consumo menor de cimento sen do comumente conhecida como concreto magro bem como baixa quantida de de água e elevada presença de agregados se assemelhando ao concreto É o tipo de contrapiso mais utilizado em construções no Brasil devido ao seu custobenefício satisfatório A argamassa autonivelante que apresenta fl uidez mais elevada quan do comparada às outras argamassas Ela contém cimento em sua composi ção tal como as demais diferindo destas por contar com aditivos que lhes conferem características mais fl uidas Andaimes e transporte vertical A construção de uma edificação de qualquer tipo envolve várias eta pas contendo em cada uma inúmeros detalhes que devem ser observa dos com o máximo de cuidado possível Uma das etapas mais importantes em uma obra é a execução da sua estrutura e o posterior acabamento Nessa fase da construção é necessário operar em determinadas alturas CONSTRUÇÃO CIVIL 24 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 24 23112020 120326 sendo necessária a utilização de equipamentos de suporte para efetivar o serviço A NR18 determina que serviços realizados a uma altura supe rior a 4 m em relação à base precisam obrigatoriamente da utilização de andaimes BRASIL 1978 Os andaimes são peças de encai xe utilizadas temporariamente den tro do canteiro de obras constituído por peças metálicas e de madeira cuja finalidade é proporcionar ao funcionário o acesso às partes mais elevadas de uma construção Dife rentemente do que se supõe é ape nas na fase de acabamentos como reboco e pintura que os andaimes não são utilizados Sendo assim a utilização de andaimes pode ser requisitada em todas as fases de uma obra como é o caso das demolições necessárias no início de uma obra ou durante o processo de enchimento de vigas e pilares de forma manual Esse enchimento normalmente acontece em obras peque nas nas quais os próprios funcionários enchem estes elementos de con creto por meio de baldes precisando do auxílio de andaimes para chegar à altura adequada Yazigi 2017 cita alguns requisitos básicos para o dimensionamento adequado de andaimes Segundo o autor estes equipamentos devem ser dimensionados por profissionais capacitados de modo que atenda aos re quisitos de segurança e resistência aos esforços a que estarão expostos Além disso os andaimes devem dispor de guardacorpo com cerca de 090 a 12 m e rodapé com 20 cm a fim de garantir a segurança do traba lhador Como medida de segurança é aconselhável não deixar pregos pa rafusos ou outros materiais cortantes sobre as plataformas dos andaimes Os andaimes podem ficar posicionados a alturas tão elevadas que di ficultam o transporte manual de materiais de um ponto a outro Imagi nemos a seguinte situação seu funcionário está executando o reboco de uma parede situada a 7 m em relação ao solo Em determinado momento CONSTRUÇÃO CIVIL 25 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 25 23112020 120328 a argamassa que este funcionário estava utilizando acaba Devido à altura em que ele se encontra não é possível fazer manualmente a reposição da argamassa para que ele possa continuar o serviço Como responsável pela obra qual solução você encontraria para resolver o problema Em situações como essas são utilizados transportes verticais para deslocar materiais da base do canteiro até os níveis mais elevados estan do o funcionário em andaimes ou em lajes Os transportes verticais podem ser utilizados para realizar a movimentação de materiais bem como de pessoas de acordo com a NR18 BRASIL 1978 Esta norma estabelece requisitos mínimos para a utilização de transportes verticais de modo que garanta a segurança de todos os envolvidos no processo Alguns desses requisitos são A realização da manutenção montagem e desmontagem que somen te pode ser feita por profissionais capacitados A sinalização adequada no canteiro indicando a área de operação desses equipamentos O uso de área com espaço livre suficiente para a operação e movimen tação dos transportes verticais O uso de técnicos especializados para fazer a operação Dentre os transportes verticais mais utilizados podem ser citados os elevadores para transporte de materiais elevadores para transporte de trabalhadores e equipamentos de guindar É importante ressaltar que para que os elevadores possam funcionar dentro de uma obra é necessário construir as torres de elevadores obedecendo todas as normas Yazigi 2017 comenta que as torres devem obedecer a dois re quisitos sendo eles Ter uma altura máxima de 15 m Permanecer na obra o projeto de execução das torres EXEMPLIFICANDO Os equipamentos de guindar são todos aqueles que içam materiais e os deslocam de um ponto a outro como guindastes empilhadeiras gruas pontes rolantes guinchos talhas e outros CONSTRUÇÃO CIVIL 26 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 26 23112020 120328 Concretagem Para que uma edifi cação seja estável e duradoura ela precisa ser bem es truturada pois é a estrutura que vai garantir a qualidade da edifi cação Todas as cargas e forças que atuam sobre uma construção são transferidas ao solo pela estrutura A NBR61182014 estabelece todos os requisitos necessários para dimensionar e executar estruturas de concreto BRASIL 2014 Assim para que a estrutura da edifi cação possa ser efetivada existe uma série de procedimentos que devem ser cumpridos Para desenvolver uma estrutura devese inicialmente dimensionar e de talhar os elementos em projeto A partir dessas determinações os elementos estruturais tais como fundações vigas pilares lajes e escadas podem ser moldados a partir de formas que delimitarão todas as suas dimensões Feito isso os elementos podem ser concretados e após o período adequado para a cura do concreto realizase a desforma Vale ressaltar a importância da correta moldagem das formas uma vez que elas determinarão o resultado dos elementos estruturais Uma vez concretado de forma errônea o elemento não desempenhará as funções para as quais foi dimensionado Assim também deve ser respeitado o período para a cura do concreto para garantir a funcionalidade das peças Materiais para formas e escoramentos O sistema de formas nada mais é que um conjunto de elementos cuja função principal é moldar o concreto e fornecer a ele a sustentação necessária até que atinja seu ponto ideal de resistência Além disso a forma imprime ao concreto a simetria previamente estipulada em proje to e limita a perda de água do concreto facilitando sua cura As formas devem ser produzidas de tal forma que a sua re tirada após a cura do concreto seja relativamente fácil Para que sejam confeccionadas de forma adequada se faz necessário o uso do projeto es trutural da edificação contendo detalhadamente todas as dimensões de cada elemento que será con CONSTRUÇÃO CIVIL 27 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 27 23112020 120328 cretado De posse dos detalhes do projeto estrutural as medidas são conferidas pelo carpinteiro e as formas são fabricadas No modelo cons trutivo brasileiro tradicional as formas são feitas usando chapas de madeira compensada ou tábuas como matériaprima As formas de madeira Figura 7 ainda são as mais utilizadas devido à sua facilidade de acesso e ao seu satisfatório desempenho No entan to existem no mercado formas confeccionadas com materiais alter nativos como as plásticas as metálicas as de alumínio de papelão e as mistas que são constituídas pela junção de dois ou mais materiais e são amplamente utilizadas Em sua grande maioria as obras utilizam formas de madeira travadas por peças metálicas constituindo o sistema misto As formas plásticas por sua vez vêm ganhando espaço no mercado de vido à sua facilidade de desforma e possibilidade de reaproveitamento em mais de um processo de concretagem Figura 7 Formas de pilares em madeira e barra de reforço no canteiro de obras Fonte Shutterstock Acesso em 01072020 A escolha do sistema de formas adequado dependerá das necessidades da obra e dos recursos disponíveis devendo sempre manter a qualidade e a precisão na confecção das peças de acordo com o projeto Outro ponto que deve ser conside rado está relacionado à produtividade durante todo o processo desde a confecção transporte montagem e desforma garantindo o melhor custo benefício CONSTRUÇÃO CIVIL 28 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 28 23112020 120333 Em seguida o escoramento também conhecido como cimbramento consiste no procedimento de sustentação das formas a fi m de conferir estabilidade ao con creto após o lançamento Ele sustenta as formas desde o lançamento do concreto até o momento da desforma transferindo as cargas que atuam sobre as formas para um local seguro O escoramento metálico é o mais utilizado atualmente por dispor de grande durabilidade e atingir alturas maiores quando comparado ao es coramento de madeira além de serem facilmente manuseáveis Formas para elementos estruturais Os elementos de fundação os pilares as vigas as lajes as escadas e os reservatórios se classificam como elementos estruturais Sobre esses elementos atuam esforços e solicitações fazendose necessário realizar o adequado dimensionamento para atender a todos eles garantindo sua eficiência Cada um deles possui formatos e dimensões específicos e por isso a confecção de suas formas é feita individualmente As fundações são os elementos da construção responsáveis por rece bem todos os esforços da estrutura e transferilos ao solo podendo ser divididas em dois grupos CAMPOS 2015 rasas e profundas O tipo de fundação a ser escolhida estará diretamente relacionada ao tipo de solo no local da construção e às tensões que atuarão sobre a edificação As fundações rasas são aquelas que apresentam profundidades iguais ou inferiores a 3 m na quais as cargas da edificação são transferi das ao solo pela base da fundação Esse tipo de fundação é utilizado em construções de pequeno porte como casas e outras edificações meno res As fundações profundas por outro lado são dimensionadas para suportar cargas maiores apresentando profundidades superiores a 3 m e transferindo as cargas da edificação ao solo por meio da superfície lateral de suas peças Esse tipo de fundação pode alcançar grandes pro fundidades e são inseridas diretamente no solo Por serem inseridas no solo as fundações profundas não necessitam da utilização de formas As fundações rasas por sua vez precisam de formas para moldar seus formatos como é o caso de sapatas Figura 8 blocos radiers e vigas de fundação também conhecidas como vigas bal CONSTRUÇÃO CIVIL 29 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 29 23112020 120333 drames As formas para esse tipo de elemento estrutural devem seguir à risca os detalhes do projeto uma vez que são elas que sustentarão toda a estrutura da edificação Figura 8 Forma de sapata fundação rasa Fonte Shutterstock Acesso em 01072020 Assim como ocorre com as fundações o processo de elaboração de for mas para vigas pilares e lajes deve seguir os critérios do projeto O conjunto formado por formas escoramento e acessórios recebe diferentes nomen claturas para vigas pilares e lajes Para muros de arrimo as formas devem alcançar a altura do muro em sua totalidade podendo ser montadas com chapas de madeira mistas ou plásticas A montagem deve seguir os critérios do projeto sendo adequadamente ancoradas para satisfazer os requisitos durante a concretagem A colocação das formas é feita após a correta marcação do posiciona mento dos elementos estruturais Em seguida três das quatro faces que compõem as formas são posicionadas e niveladas Sobre elas é aplicado o desmoldante que atuará de modo a facilitar a desmontagem das formas após a concretagem O passo seguinte consiste em posicionar corretamente as armaduras conforme as especificações do projeto CONSTRUÇÃO CIVIL 30 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 30 23112020 120336 Entre as barras e a forma existe um espaçamento mínimo que deve ser respeitado denominado cobrimento Ele pode variar de 25 cm a 50 cm em função da classe de agressividade ambiental CAA As faces da forma devem estar posicionadas de modo tal que respeite o cobrimento mínimo Após a co locação das pastilhas a forma pode ser fechada a partir do posicionamento de sua quarta e última face Em seguida é feito o travamento do sistema a partir de elementos como barras de ancoragem vigas de travamento sarrafos pontaletes e outros A fim de detalhar a nomenclatura desses elementos devemos elencar algumas representações simplificadas dos sistemas tradicionais para formas A Figura 9 apresenta os elementos de formas para pilares respeitando um sistema composto por placas nas laterais e no fundo travadas por vigas sar rafos e pontaletes que podem ser posicionados tanto na horizontal como na vertical As barras de ancoragem com porcas travam as vigas e os gastalhos travam a parte inferior da forma Molde Painéis estruturados Sarrafo Pontalete Travamento Travamento Sarrafo Mãofrancesa Acessório Gastalho maluco Tensor Barras de ancoragem Barras de ancoragem Vigas de travamento Vigas de travamento Gastalho Gastalho Travamento Perereca Porca da barra de ancoragem Porca da barra de ancoragem Painéis não estruturados Figura 9 Forma para pilar composta por painéis com travamento Fonte FREIRE SOUZA 2001 Adaptado A montagem do sistema de formas para vigas pode se apresentar de dife rentes formas Na Figura 10a é possível visualizar as chapas travadas por mão francesa em sarrafo e sarrafos de pressão enquanto na Figura 10b as chapas são travadas por gastalhos e na Figura 10 c as chapas são travadas por barras de ancoragem e sarrafos de pressão CONSTRUÇÃO CIVIL 31 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 31 23112020 120338 Mãofrancesa Travamento Travamento Vigamento Escoramento Sarrafo Sarrafo Gastalho Sarrafo de pressão Sarrafo de pressão Painéis não estruturados Molde Barra de ancoragem A B C Figura 10 Diferentes tipos de montagem de formas e escoramentos para vigas Fonte FREIRE SOUZA 2001 Adaptado Na Figura 11 é possível identificar que o conjunto de formas para lajes é composto por vigamento inferior e vigamento superior que recebem as chapas de madeira compensada Esses vigamentos são escorados por pontaletes que podem ser metálicos ou de madeira Para escadas e reservatórios a execução das formas se assemelha aos modelos citados No caso específico de escadas a atenção aos requisitos determinados no projeto deve ser redobrada uma vez que para cada tipo de escada têmse diferentes detalhes construtivos Molde Painel não estruturado em chapa de compensado Pontaletes com cruzeta Escoramento Vigamento inferior Vigamento Viga mento superior Figura 11 Elementos de forma e escoramento para lajes Fonte FREIRE SOUZA 2001 Adaptado CONSTRUÇÃO CIVIL 32 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 32 23112020 120338 Além dos sistemas de formas tradicionais existem aquelas denominadas formas especiais que podem ser divididas em deslizantes e trepantes A for mas deslizantes constituemse de um sistema provisório que possui alturas equivalentes a 120 m e funciona por meio de painéis que deslizam vertical mente Durante esse deslocamento os elementos são concretados de forma contínua Elas podem ser executadas com madeira ou material metálico sen do comumente aplicadas para a concretagem de torres reservatórios poços elevadores e outros Já as formas trepantes em geral alcançam alturas superiores quando comparadas às formas deslizantes sendo esta uma de suas principais carac terísticas Esse sistema é composto por painéis metálicos que prosseguem de forma vertical a partir do auxílio de macacos hidráulicos Sua utilização facilita a execução de elementos estruturais de difícil acesso ou que apresentem gran des elevações tais como usinas viadutos e pontes Assim é possível perceber com clareza que o processo de confecção e montagem das formas não é simples e irrelevante Pelo contrário deve ser tomado como um dos procedimentos mais importantes em uma construção indo além de simplesmente moldar peças estruturais Um sistema de formas confeccionado e executado adequadamente favorece a qualidade e a dura bilidade das peças concretadas bem como é capaz de acelerar o processo executivo e reduzir despesas Imagine um engenheiro responsável pela execução da concretagem de um edifício que precisa entregar a obra o quanto antes Correndo contra o tempo ele solicita aos funcionários que montem as formas o mais rápido possível Cumprindo ordens os funcionários fazem o que lhes foi solicitado mas sem a atenção necessária devido à pressa com que o serviço foi pedi do No momento da concretagem uma forma mal ancorada não suporta as cargas advindas do concreto e acaba cedendo perdendo material e compro metendo todo o andamento da obra Assim isso gera retrabalho e gastos extras com material e com diárias de funcionários pois a obra vai levar mais tempo do que o planejado Além de perdas de material formas mal executadas podem causar defor mações às peças e até mesmo o surgimento de fissuras trincas ou rachadu ras Quando o concreto não tem resistência para sustentar as cargas são as CONSTRUÇÃO CIVIL 33 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 33 23112020 120338 formas que sustentam Por isso há uma necessidade de executar com aten ção cada detalhe construtivo das formas Isso vale para todos os procedimen tos executáveis dentro de uma obra Execução cura e desmontagem Durante a execução antes de colocar o concreto as formas devem ser molhadas até chegar ao ponto de saturação Esse procedimento é feito para conter a perda de água do concreto Além disso as escoras devem ser posi cionadas e travadas adequadamente Ao preparar o sistema de formas ou seja a montagem e o escoramento é indispensável fazer a verifi cação da contra fl echa especialmente quando se trata de lajes A contra flecha é o afastamento intencional das formas no sentido contrário ao da flecha feito por meio do escoramento É importante exe cutálo para garantir o equilíbrio das deformações que atuarão na laje posteriormente provenientes dos carregamentos atuantes nela Essas de formações são chamadas de flechas e acontecem naturalmente exigindo a criação intencional de contra flechas nas formas para que ao desfor mar haja o equilíbrio da peça Finalmente estando apropriadamente posicionados os elementos es truturais podem ser enchidos ou seja podese iniciar a concretagem O processo de concretar envolve etapas como o transporte do concreto fres co o recebimento desse concreto na obra e sua aplicação O concreto chega à obra em caminhões betoneira e ao recebêlo é fundamental efetuar a verifi cação da sua resistência realizando o slump test EXPLICANDO O slump test é um procedimento utilizado para verifi car a consistência do concreto em seu estado fresco e a partir dos resultados atestar sua qua lidade O teste é feito a partir do abatimento do tronco de cone Para rea lizálo pegase uma amostra do concreto que chega à obra colocandoa em uma forma com formato de tronco de cone em três camadas iguais A cada camada inserida devese adensar o concreto com 25 golpes Ao fi nal da terceira camada retirase a forma e verifi case a diferença de altura entre o topo da forma e o concreto Essa diferença consiste no abatimento do concreto CONSTRUÇÃO CIVIL 34 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 34 23112020 120338 Estando o concreto na obra é feito o seu lançamento nas formas Em ca sos de pilares o lançamento não pode ser feito a alturas superiores a 2 m pois dificulta o adensamento A ausência de adequado adensamento pode causar o aparecimento de nichos de concretagem na peça Após o lançamen to é necessário dispersar o concreto de forma uniforme nas formas o que geralmente se faz com o auxílio de pás ou enxadas Essa etapa é extrema mente importante pois permite dispersar o concreto e leválo aos locais de mais difícil acesso YAZIGI 2017 Após o lançamento iniciase a etapa mais importante do processo de con cretagem o adensamento Adensar o concreto significa espalhálo o máximo possível a fim de remover os vazios e o excesso de água nele contidos Isso torna o concreto mais denso e garante a sua completa aderência às barras de aço das armaduras conferindolhe resistência e durabilidade Concreto e aço aderidos trabalham em conjunto e atribuem à peça características de resistência à tração e compressão Para situações em que se tenham pilares com alturas superiores a 35 m a NBR61182014 determina que sejam feitas aberturas nas formas semelhantes a janelas para que se realize a concreta gem a cada 2 m BRASIL 2014 Finalizado o adensamento o concreto é nivelado procedimento comumen te conhecido como sarrafeamento Com a obra concretada é preciso aguardar até que o concreto adquira a resistência ideal solicitada Enquanto ele atinge essa resistência é necessário executar a cura do material que consiste em um conjunto de providências que devem ser tomadas para garantir que o concreto recém executado não perca a água que existe em sua composição Essa perda se dá na grande maioria das vezes por evaporação De forma sucinta o termo cura do concreto significa garantir que ele não desidrate durante o período que ele leva para endurecer atingindo sua resistência Uma boa cura gera um bom concreto imprimindo aos elementos caracterís ticas como boa resistência impermeabilidade e durabilidade A NBR61182014 determina que a cura do concreto deve ser feita de forma ininterrupta durante os sete primeiros dias após o seu lançamento no mínimo pois o concreto é um material extremamente sensível à ação de ventos e do sol que naturalmente causam evaporação de água BRASIL 2014 Ao perder água o concreto retrai podendo gerar o aparecimento de fissuras e trincas na superfície concretada CONSTRUÇÃO CIVIL 35 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 35 23112020 120338 A cura existe para evitar que isso aconteça e para manter o concreto hidratado até que ele atinja sua resistência ideal Assim existem alguns métodos para realizar a cura do concreto sendo os mais conhecidos A molhagem contínua que é o procedimento mais conhecido e mais uti lizado nas obras sendo ela a ação de molhar a superfície concretada repetida mente com mangueiras ou baldes O recobrimento que compreende a utilização de uma manta sendo os mais utilizados sacos de aniagem mantas geotêxteis mantas de algodão etc que retém a umidade dos elementos Esse tipo de cura é ideal para locais de difícil acesso na obra O alagamento que se caracteriza pela completa imersão da peça em água sem que haja a necessidade de molhála com frequência Normalmente é aplicado em peças planas como lajes pequenas piscinas ou blocos de funda ção fazendose necessária a criação de barreiras que contenham o escoamen to da água para garantir sua eficiência A cura química que se utiliza de químicos como elementos produzidos à base de parafina ou PVA para realizar a cura Os compostos são aplicados sobre as peças formando uma membrana que reduz a perda de água Em ambientes que apresentam baixa temperatura a cura é feita por meio de mantas termoisolantes que mantém a temperatura do concreto impedin do que ele congele Assim como climas quentes são prejudiciais ao desenvolvi mento do concreto por causarem a perda de água climas excessivamente frios também podem causar fissuras no concreto Após o concreto receber a cura e atingir a resistência determinada em projeto podese remover o sistema de formas das peças A NBR 149312004 orienta que a retirada de formas e es coramentos deve ser feita seguindo um plano de desforma previamente determinado no pro jeto BRASIL 2004 Além disso o sistema so mente poderá ser removido ao assegurarse que o concreto atingiu resistência suficiente para Resistir a problemas que possam surgir durante a remoção Ser capaz de suportar seu peso próprio e as cargas a que esteja exposto Não apresentar deformações além daquelas previstas no projeto CONSTRUÇÃO CIVIL 36 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 36 23112020 120338 Sintetizando Nesa unidade vimos que nos dias de hoje com o avanço no estudo de materiais e suas propriedades existem várias técnicas construtivas aplicá veis à construção civil A escolha da alternativa adequada a uma construção específica dependerá de características próprias de cada uma levando em consideração aspectos orçamentários tempo de execução material utiliza do e aspectos estéticos Dessa forma identificamos os tipos de construções mais comuns a alve naria tradicional e estrutural as paredes de concreto e concreto prémolda do e as técnicas de steel framing e wood framing e os materiais utilizados em cada uma delas Posteriormente identificamos as fases de uma obra que passa pela elaboração do projeto a realização dos serviços preliminares a preparação do terreno e implantação do canteiro de obras a execução dos elementos estruturais e não estruturais e por fim o acabamento Em seguida exploramos a etapa de concretagem da estrutura de uma obra que depende da montagem do sistema de formas elementos que mol dam as peças estruturais podendo ser feitas de diversos materiais A esco lha do sistema de formas adequado dependerá das necessidades da obra bem como dos recursos disponíveis As formas são ancoradas por peças que transferem as cargas que atuam sobre elas para um local seguro Por fim estando a formas apropriadamente montadas e ancoradas po dese iniciar a concretagem que compreende etapas como o transporte do concreto fresco e seu recebimento na obra seu lançamento e posterior dis persão nas formas e o adensamento que torna o concreto mais denso e ga rante sua completa aderência às barras de aço das armaduras Por fim após atingir a resistência adequada as peças concretadas podem ter o sistema de formas removido CONSTRUÇÃO CIVIL 37 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 37 23112020 120338 Referências bibliográficas BRASIL Norma Regulamentadora Nº 18 Condições de segurança e saúde no trabalho na indústria da construção Brasília Escola Nacional da Inspeção do Trabalho 08 jun 1978 Disponível em httpsenittrabalhogovbrpor talimagesArquivosSSTSSTNRNR18atualizada2020pdf Acesso em 30 jun 2020 BRASIL Norma Brasileira 14931 Execução de estruturas de concreto proce dimento Rio de Janeiro ABNT 2004 Disponível em httpsdocenteifrnedubr valtencirgomesdisciplinasconstrucaodeedificiosnbr149312004execucaode estruturasdeconcretoprocedimento Acesso em 23 jun 2020 BRASIL Norma Brasileira 6118 Projeto de estruturas de concreto procedi mento Rio de Janeiro ABNT 2014 Disponível em httpsdocenteifrnedubr valtencirgomesdisciplinasconstrucaodeedificiosabnt6118projetodeestru turasdeconcretoprocedimento Acesso em 23 jun 2020 British Standard BS 8204022003 Screeds bases and in situ floorings Part 2 Concrete wearing surfaces Code of practice London 2011 CAMPOS J C Elementos de fundações em concreto 1 ed São Paulo Oficina de Textos 2015 FREIRE T M SOUZA U E L Classificação dos sistemas de fôrmas para es truturas de concreto armado 2001 12p Boletim Técnico Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil São Paulo EPUSP 2001 Disponível em httpwwwpccuspbrfilestext publicationsBT00296pdf Acesso em 23 jun 2020 KATO R B Comparação entre o sistema construtivo convencional e o sis tema construtivo em alvenaria estrutural segundo a teoria da construção enxuta 2002 114 f Dissertação Mestrado em Engenharia Civil Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis 2002 Disponível em httpsreposi torioufscbrxmluibitstreamhandle123456789111939193963pdfsequen ce1 Acesso em 23 jun 2020 MOLINA J C JUNIOR C C Sistema construtivo em wood frame para casas de madeira Semina ciências exatas e tecnologias v 31 n 2 Londrina 2010 p 143156 Disponível em httpwwwuelbrrevistasuelindexphpsemexa tasarticleview4017 Acesso em 23 jun 2020 CONSTRUÇÃO CIVIL 38 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 38 23112020 120338 TONUS C A MINOZZI P I Utilização de agregados reciclados de alvenaria na produção de concreto para contrapisos 2013 68 f Trabalho de Conclusão de Cur so Bacharelado em Engenharia Civil Universidade Tecnológica Federal do Paraná Pato Branco 2013 Disponível em httprepositoriorocautfpredubrjspuibits tream18491PBCOECI2012203pdf Acesso em 23 jun 2020 VIEIRA L B Projeto de paredes de concreto armado apresentação das re comendações normativas e avaliação da influência das aberturas 2014 128 f Dissertação Mestrado em Engenharia de Estruturas Escola Politécnica Uni versidade Federal da Bahia Salvador 2014 Disponível em httpsreposito rioufbabrribitstreamri162091DissertaC3A7C3A3oLuaraBata lhaVieirapdf Acesso em 23 jun 2020 YAZIGI W A técnica de edificar 17 ed São Paulo SindusConSP 2017 CONSTRUÇÃO CIVIL 39 SERENGCIVCONCIVUNID1indd 39 23112020 120339 SISTEMAS INTERMEDIÁRIOS 2 UNIDADE SERENGCIVCONCIVUNID2indd 40 23112020 123654 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Conhecer as funções dos diferentes tipos de alvenaria Perceber as diferenças entre os principais tipos de alvenaria Compreender o que são revestimentos e pavimentação Diferenciar os tipos de revestimentos para paredes e pisos Apreciar as ferramentas empregadas na execução dos tipos de revestimentos Entender o processo de assentamento de revestimentos em paredes e pisos Avaliar os tipos de impermeabilização e seu processo de aplicação Alvenarias Tipos e funções Materiais empregados Técnicas de execução Revestimentos e pavimentação Ferramentas utilizadas Técnicas de execução Impermeabilização Tipos e materiais Processos e ferramentas CONSTRUÇÃO CIVIL 41 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 41 23112020 123654 Alvenarias Etapa fundamental de uma construção as alvenarias dispõem de as pectos estruturais divisórios eou estéticos sendo utilizadas na elabora ção de diversos elementos construtivos Azeredo no livro O edifício e sua cobertura de 1997 define alvenaria como toda construção feita a partir de tijolos blocos de concreto ou pedras naturais unidos ou não por ar gamassa que apresente resistência durabilidade e impermeabilidade De forma sucinta uma alvenaria nada mais é do que um conjunto de paredes e muros ou elementos semelhantes cuja função principal é separar am bientes e adequálos aos requisitos do projeto As alvenarias apresentam características essenciais Segurança para os usuários Base para receber revestimentos em geral Isolamento térmico e acústico Resistência a impactos Resistência à ação de ventos Resistência à umidade Resistência a infi ltrações em geral Tipos e funções As alvenarias podem receber mais de uma denominação e variam conforme sua função dentro de uma edifi cação Elas podem ou não ser estruturais ha vendo a possibilidade de serem atravessadas pelas tubulações que compõem os sistemas de instalação elétrica hidráulica sanitária lógica entre outros a Alvenaria de embasamento como o próprio nome sugere é utilizada na base das edifi cações e realiza o nivelamento de modo a receber a alvenaria de elevação da construção Tais elementos são usados em superfícies irre gulares como terrenos íngremes Por ser uma alvenaria que fi ca em contato constante com o solo é necessário utilizar blocos adequados que auxiliem no processo de retenção da água presente no solo e que pode percolar isto é infi ltrar para as alvenarias de elevação A Figura 1 mostra uma alvenaria de embasamento representada por tijolos sobre a qual foi construída a al CONSTRUÇÃO CIVIL 42 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 42 23112020 123654 venaria de elevação em azul a parede No caso da imagem representada a parede construída sobre a alvenaria de embasamento é uma alvenaria de vedação externa Figura 1 Alvenaria de embasamento Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 b Alvenaria de pedra se caracteriza pelo conjunto de pedras que ordena damente arranjadas constituem paredes Nesse caso as pedras são arranja das entre si com ou sem a presença de argamassas para unilas São o tipo de alvenaria mais antiga usada desde os tempos mais remotos nas construções em geral como em igrejas de pedras sobrepostas Dentre os muitos exem plos de grandes construções feitas a partir dessa alvenaria estão as pirâmides egípcias a fortaleza inca Sacsayhuaman a grande Muralha da China e outras conhecidas e fascinantes edificações feitas pela sobreposição de pedras Esse tipo de alvenaria caiu em desuso em função do avanço nos estudos sobre ma teriais empregados na construção suas propriedades e custobenefício A ex ceção na utilização destes materiais está entre outros na restauração de cons truções antigas ainda existentes e feitas com pedras A Figura 2 representa uma estrutura antiga em alvenaria de pedra na qual os elementos utilizados foram organizados de modo a obter uma pirâmide CONSTRUÇÃO CIVIL 43 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 43 23112020 123655 Figura 2 Pirâmide construída em alvenaria de pedra Fonte Shutterstock Acesso em 07102020 c Alvenaria de vedação é a mais conhecida e utilizada para separar os ambientes numa edificação As alvenarias de vedação apresentam característi cas estruturais ou seja não são dimensionadas para suportar cargas verticais Embora não tenham função estrutural devem ser capazes de sustentar o pró prio peso e o peso dos componentes de revestimento aplicados sobre elas de acordo com Nakamura em artigo publicado em julho de 2008 nesse tipo de alvenaria o esqueleto da edificação é constituído por elementos estruturais como fundações vigas pilares e lajes ficando a cargo da vedação a separação e distribuição dos ambientes As alvenarias de vedação oferecem uma gama de possibilidades construtivas fazendo uso de diversos tipos de materiais dos mais simples aos mais complexos esteticamente Versáteis são o tipo de al venaria mais conhecido e executado em obras no país A vedação se divide em interna e externa sendo a interna responsável pela compartimentação dos ambientes e a externa pela resistência aos esforços externos como vento sol chuva umidade e outros A Figura 3 mostra a representação de uma alvenaria de vedação tradicional fazendo a divisão entre dois ambientes CONSTRUÇÃO CIVIL 44 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 44 23112020 123656 Figura 3 Alvenaria de vedação Fonte Shutterstock Acesso em 07102020 d Alvenaria estrutural também conhecida como portante de carga ela difere da vedação por apresentar função estrutural ou seja além do próprio peso sustenta os esforços provenientes de toda a edificação distribuindoos para as fundações Os esforços suportados são derivados de lajes cobertura esquadrias revestimentos e outros Diferente da alvenaria de vedação ela não requer elementos estruturais como vigas e pilares As instalações elétricas hidráulicas sanitárias e outras são executadas simultaneamente às paredes Figuerola 2005 comenta que esse tipo de alvenaria tem ganhado espaço no mercado construtivo do País por ser uma opção segura e facilmente executá vel tendo como uma de suas principais características a redução no desperdí cio de materiais Esteticamente falando apresenta limitações e pouca varieda de A Figura 4 representa uma edificação executada em alvenaria estrutural Como mencionado esse tipo de alvenaria dispensa o emprego de pilares Figura 4 Alvenaria estrutural Fonte Shutterstock Acesso em 07102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 45 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 45 23112020 123657 Além das alvenarias tradicionais há ainda as paredes divisórias que assu mem função de vedação ou decorativa Em geral elas conferem ao ambiente um toque estético e delicado além de dividir os ambientes Podem ser executa das com blocos vazados ou de vidro mas existem também aquelas executadas com chapas de madeira PVC ou drywall As paredes podem assumir espessuras variadas a depender do tipo de blo co utilizado e da camada de revestimento Quanto maior o bloco empregado na execução da parede mais espessa ela é Para blocos menores como maciço e laminado as paredes assumem espessuras de 10 a 15 cm Nas paredes execu tadas com blocos cerâmicos de 6 8 ou 9 furos a parede pode assumir espes suras de 15 a 20 cm Já para blocos de concreto maiores as paredes podem assumir espessuras de 20 a 25 cm Materiais empregados Os materiais utilizados na execução das alvenarias estão ligados ao seu tipo Nas cidades interioranas as construções mais antigas eram feitas à base de pau a pique taipa ou tijolos de barro secos ao sol As construções de pau a pique são caracterizadas por um conjunto de grades de madeira que forma o esqueleto da edificação preenchido com barro Já a taipa é obtida a partir do apiloamento de terra em geral barro em formas de madeira Após a secagem do material a união das peças constitui a edi ficação Os tijolos de barro também conhecidos como adobe são blocos de argila moldados manualmente em pequenas formas e deixados para secar ao sol Considerando as construções vistas hoje é possível perceber como os pro cessos construtivos e os materiais neles empregados evoluíram O avanço da tecnologia atrelado à descoberta e ao desenvolvimento de novos materiais proporcionaram ao campo da construção opções que tornam as obras viáveis e otimizam os processos Dentre os materiais utilizados na elaboração de alve narias Yazigi no livro A técnica de edifi car de 2017 cita a Tijolo laminado também conhecido como tijolo à vista apresenta ca racterísticas estéticas e práticas Comum em paredes aparentes áreas de lazer e churrasqueiras CONSTRUÇÃO CIVIL 46 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 46 23112020 123657 b Tijolo maciço é composto por argila e muito semelhante ao tijolo com furos tradicionalmente utilizado Como o próprio nome sugere esse tijolo não apresenta furos e caracterizase pelo excelente isolamento acústico que pro porciona à edificação Por ser produzido em dimensões menores a sua utiliza ção em construções requer um quantitativo maior de peças c Tijolo de vidro a aplicação desse tijolo é voltada à estética das cons truções contendo um toque altamente decorativo Sua utilização proporciona beleza e iluminação ao ambiente É muito utilizado em ambientes externos como fachadas e em ambientes internos como pequenas divisórias Apesar de permitir a passagem de iluminação tem superfície fosca d Tijolo vazado conhecido como cobogó proporciona melhorias na iluminação e ventilação de áreas externas nas quais comumente é empre gado para dividir ambientes Também é usado em paredes externas para fins decorativos e Tijolo refratário tijolos de argila recozidos em altas temperaturas caracterizados por serem mais resistentes que os tijolos comuns e empre gados na construção de churrasqueiras e fornos ambientes expostos a temperaturas elevadas f Tijolo com 4 6 8 e 9 furos os tijolos cerâmicos furados são elementos frágeis e por esse motivo são utilizados como vedação não possuindo função estrutural Apresentam ranhuras em sua superfície cuja função é favorecer a aderência da argamassa de assentamento São elementos leves e com excelen te capacidade de isolamento térmico e acústico g Tijolo ecológico também conhecidos como tijolos de solocimen to são feitos de cimento e argila mas não requerem queima Os blocos são moldados em prensa hidráulica e podem receber aditivos na mistura além de serem deixados aparentes dada a sua característica es tética Contam com dois furos em seu interior o que facilita a passagem das tubulações para instalações elétricas e hidrossanitárias h Blocos de concreto são utilizados em alve naria estrutural por apresentar função estrutu ral Proporcionam rápida execução e consomem menor quantidade de argamassa São versáteis CONSTRUÇÃO CIVIL 47 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 47 23112020 123657 podendo ser utilizados com ou sem revestimento Apresentam como des vantagem o fato de serem pouco fl exíveis a mudanças ou seja não permi tem cortes e apresentam isolamento térmico baixo quando comparados ao tijolo cerâmico i Placas cimentícias é o material são utilizados na vedação de ambientes tanto externos como internos produzido a partir de cimento e agregados que podem ser desde fi bras até minerais ou celulose Apresentam espessura que varia de 6 mm a 12 mm e são uma ótima opção estética Esse tipo de material é muito utilizado em construções com steel frame para fechamento da estrutura e divisão de ambientes j Drywall ainda pouco utilizado mas que vem ganhando espaço no se tor construtivo do país o drywall nada mais é do que uma placa de gesso revestida em ambos os lados por folhas de papelão ou cartão motivo pelo qual também é conhecido como gesso acartonado Constitui um sistema leve enxuto de fácil aplicação baixo desperdício e com excelente desem penho O drywall é muito empregado em construções com steel frame mas pode ser amplamente utilizado em edifi cações de alvenaria para reformas e mudanças rápidas Técnicas de execução As paredes devem ser feitas seguindo o projeto executivo e respeitando todo o detalhamento de posicionamento e espessura das alvenarias Para alve narias com tijolos maciços laminados e refratários a execução segue o sistema de assentamento de acordo com as juntas Nesse sentido a NBR 85451984 cita dois sistemas de assentamento Juntas de amarração sistema de assentamento em que as juntas verti cais não fi cam alinhadas umas às outras Juntas a prumo sistema de assentamento em que as juntas verticais são alinhadas ou seja são contínuas A Figura 5 é uma representação de ambos os tipos de juntas citados Na ilustração à esquerda é possível identifi car o sistema de assentamento com juntas de amarração enquanto à direita é possível identifi car o sistema de assentamento com juntas a prumo CONSTRUÇÃO CIVIL 48 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 48 23112020 123657 Figura 5 Juntas de amarração e a prumo Fonte ABNT 1984 Adaptado a Juntas de amarração b Juntas a prumo O assentamento dos blocos deve ser feito com juntas de amarração consi derando que as juntas verticais devem ter 10 cm de espessura e as horizontais 15 cm de espessura Para a execução das juntas a prumo a NBR 85451984 determina que é necessário utilizar armaduras longitudinais 60 cm distantes entre si localizadas na argamassa de assentamento ABNT 1984 Para que a alvenaria possa de fato começar a ser executada é indispensável realizar a impermeabilização da viga baldrame para prevenir o surgimento de possíveis patologias Posteriormente há que se garantir a aderência de todos os elementos com faces ligadas à alvenaria como vigas pilares e lajes Essa aderên cia é garantida por meio da aplicação de uma camada de chapisco na superfície que terá ligação com a alvenaria Feito isso a alvenaria começa a ser produzida EXPLICANDO Viga baldrame é uma fundação rasa sobre a qual são elevadas as alve narias de uma edificação sejam estruturais ou de vedação Sua função é transmitir ao solo as cargas advindas da estrutura Para construções pequenas ela é usada como fundação Em edificações de maior porte a viga baldrame é utilizada como elemento de fundação que liga blocos ou sapatas Pode ser executada a partir de tijolos ou concreto O assentamento de blocos inicia com demarcação da parede na superfície que deve seguir rigorosamente as medidas e os alinhamentos determinados em projeto sendo riscados na face de apoio os eixos de referência de cada parede Assim a execução começa com o assentamento de dois blocos um em cada extremidade da fiada Em seguida é esticada uma linha entre os dois blo cos que serve como guia para manter o alinhamento durante o assentamento CONSTRUÇÃO CIVIL 49 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 49 23112020 123657 dos demais Com isso a primeira fiada de blocos é assentada Ela serve como base para o correto assentamento das fiadas posteriores Durante o processo é importante deixar livres os vãos destinados a portas e janelas De acordo com o livro de Yazigi 2017 a união entre os blocos é feita com argamassa aplicada no bloco com desempenadeira ou com colher de pedrei ro de modo que cordões contínuos sejam formados em ambos os lados No ligamento entre o pilar e a parede a argamassa da junta vertical é aplicada no bloco antes do assentamento para garantir maior aderência entre eles Como os blocos devem ser assentados utilizando o sistema com juntas de amarração para a colocação da fiada posterior é necessária a utilização de meiosblocos nas extremidades da parede para que a amarração seja garantida A Figura 6 representa o processo de assentamento de blocos cerâmicos O primeiro método consiste em assentar o bloco sobre a argamassa já aplicada fazendo o abatimento da argamassa contida na face horizontal Já no segundo método o bloco é assentado com a argamassa aderida em sua face vertical Figura 6 Métodos de assentamento de tijolos cerâmicos Fonte ABNT 1984 Adaptado Para a execução de alvenarias estruturais a NBR 1596122011 prevê alguns requisitos indispensáveis A base deve ser nivelada e impermeabilizada Os reforços metálicos e as tubulações de instalações devem ser posiciona dos de acordo com especificações do projeto A superfície na qual os blocos são assentados deve estar limpa Argamassa rebatida com a colher 1 método 2 método Argamassa abundante Argamassa aplicada no tijolo com a colher CONSTRUÇÃO CIVIL 50 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 50 23112020 123657 Os blocos também precisam estar limpos e livres de materiais que possam prejudicar sua aderência à superfície Conforme paredes vão sendo elevadas é preciso atenção ao correto posi cionamento de portas e janelas para que fiquem livres os vãos nos quais elas serão instaladas De acordo com a NBR 85451984 os espaços destinados à colocação de portas e janelas devem seguir as medidas e respectivas localiza ções determinadas em projeto Na parte superior das aberturas para porta e janelas são executadas as vergas e na parte inferior as contravergas Os ele mentos são indispensáveis na execução das alvenarias uma vez que absorvem os esforços de cisalhamento aos quais a alvenaria fica sujeita após o corte pre venindo assim o surgimento de fissuras e trincas nos cantos dessas aberturas Já os coxins são elementos executados em concreto cujas dimensões de vem estar de acordo com as dimensões das vigas segundo a NBR 85451984 Esses elementos funcionam como um prolongamento da viga para auxiliar na distribuição de carga da edificação sendo empregados quando há vigas com grandes cargas atuando diretamente sobre a parede A Figura 7 mostra a re presentação da execução de um coxim de concreto sendo possível observar que suas dimensões acordam com as dimensões da viga ABNT 1984 Figura 7 Coxim de concreto Fonte ABNT 1984 Adaptado Assim como na alvenaria de vedação na alvenaria estrutural os eixos tam bém devem ser marcados seguindo todas as dimensões determinadas A locali zação de cada parede é marcada na base para que as fiadas possam ser executa Coxim CONSTRUÇÃO CIVIL 51 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 51 23112020 123658 das Tanto as juntas verticais como as horizontais usadas no assentamento dos blocos devem apresentar espessura mínima de 10 mm Durante a produção alguns cuidados devem ser tomados para garantir a qualidade da alvenaria Depois de assentados os blocos não podem ser movidos para que não percam a aderência com a argamassa A parede deve ser feita apenas com blocos inteiros Não é indicada a utili zação de blocos quebrados Alvenarias estruturais não podem ser diretamente ligadas a alvenarias não estruturais A alvenaria estrutural não pode em hipótese alguma ser calçada durante o assentamento Ao longo do processo devese ter o cuidado de verifi car se a argamassa está obstruindo os vazios dos blocos fazendo a remoção do excesso quando necessário Paredes recémelevadas devem ser protegidas em caso de chuvas Revestimentos e pavimentação A NBR 135292013 defi ne revestimento como o processo responsável pelo acabamento de uma superfície constituído por um conjunto de argamassas e acabamentos decorativos que visam a regularização da base de acordo com as condições determinadas em projeto ABNT 2013 Tipos Os revestimentos são classifi cados de acordo a superfície em que são apli cados São chamados de revestimentos aqueles que são aplicados em paredes internas e externas Já o revestimento aplicado no piso é chamado de pavimen tação Em ambos os tipos há variadas opções e formas de executar o revesti mento da superfície Para o revestimento aplicado em paredes existem dois grupos os argamassados e os não argamassados Os revestimentos argamas sados se subdividem em a Chapisco consiste em um tipo de argamassa mais simples cuja fun ção é preparar a base regularizandoa e promovendo a aderência entre a alvenaria e a argamassa de regularização Essa camada de argamassa fi na torna a superfície áspera o que lhe confere maior aderência O chapisco é produzido a partir da mistura entre cimento areia grossa e água apresen CONSTRUÇÃO CIVIL 52 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 52 23112020 123658 tando espessuras que variam entre 3 mm e 5 mm Pode ser aplicado em paredes internas externas e também para fins de proteção da superfície exposta à ação de intempéries b Emboço consiste em uma argamassa de regularização produzida a par tir de água areia cimento e cal cuja função é preparar a base para receber a última camada de revestimento argamassado ou não Segundo Nakamura em artigo publicado em agosto de 2013 essa camada de revestimento também é utilizada como um envoltório na alvenaria a fim de evitar a ação de agentes externos como no caso de infiltrações Além disso o emboço atua na unifor mização da superfície corrigindo descontinuidades eou desalinhamentos na alvenaria Suas espessuras variam de 15 cm a 2 cm em ambientes internos e de 3 cm a 4 cm em ambientes externos c Reboco camada de argamassa utilizada para cobrir o emboço conferin do o acabamento adequado para receber o revestimento decorativo O reboco pode também se configurar como o próprio acabamento da superfície uma vez que confere uma superfície polida à alvenaria d Revestimento com pasta de gesso esse tipo de revestimento dispensa chapisco emboço ou reboco De acordo com a NBR 138671997 para a sua aplicação a superfície precisa estar plana e alinhada podendo ser aplicado em paredes internas proporcionando superfície lisa Os revestimentos não argamassados são aqueles que não incluem a arga massa em sua produção embora se valham da argamassa para a regularização da base da alvenaria e na sua própria aplicação Ao assentar um revestimento não argamassado como uma cerâmica é necessário utilizar a argamassa de assentamento Dessa forma apesar de não serem feitos de argamassa eles precisam dela no processo Entre esses revestimentos estão a Revestimento de azulejos existe uma grande variedade de modelos e ta manhos de azulejos para aplicação em paredes De acordo com Silva em artigo de maio de 2015 azulejos lisos são indicados para aplicação em ambientes que requerem cuidado redobrado com higiene como laboratórios clínicas e hospitais b Revestimento de pastilhas as pequenas dimensões de suas pastilhas são o que caracterizam a delicadeza das peças É um revestimento muito utili zado em banheiros cozinhas e áreas gourmet podendo também ser aplicado em outros ambientes CONSTRUÇÃO CIVIL 53 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 53 23112020 123658 c Revestimento de pedras naturais dentre as pedras naturais mais em pregadas para fazer o acabamento da alvenaria estão granito tijolinho irregu lar pedra mineira arenito e ardósia d Revestimento de mármore as peças de mármore aplicadas na parede apresentam cerca de 2 cm de espessura e são utilizadas para revestir superfí cies de concreto e Revestimento de madeira conhecido como lambri é feito com placas de compensado ou ripas de madeira encaixadas entre si e percorrendo toda a extensão da alvenaria f Revestimentos de papel muito utilizados os papéis de parede são apli cados sobre a superfície da parede já finalizada Nesse caso a alvenaria recebe os revestimentos argamassados para regularizar a base e o papel de parede é aplicado como revestimento decorativo g Revestimentos de placa de cortiça utiliza como matériaprima um ele mento natural e renovável extraído do sobreiro sendo também aplicado so bre a alvenaria já regularizada De acordo com Azeredo no livro de 2006 O edifício e seu acabamento a pavimentação ou o revestimento aplicado em pisos se resume à construção de uma superfície que permita o tráfego leve ou pesado Há uma grande varie dade de revestimentos para piso Sua aplicação no entanto ocorre conforme o ambiente e as determinações de projeto Sendo assim o revestimento utilizado no piso de um quarto não é o mesmo a ser utilizado numa estrada dado que o fluxo sobre o piso é diferente em cada ambiente Enquanto o fluxo no quarto é apenas de pessoas o fluxo na estrada envolve pessoas e equipamentos pesados Logo o tipo de revestimento em cada situação é diferente Dentre os tipos de revestimentos para pisos e pavi mentação mais utilizados estão Madeira tacos soalho e parquetes Cerâmicas Ladrilhos Pedras naturais e artificiais Resinas Fibra Vidro CONSTRUÇÃO CIVIL 54 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 54 23112020 123658 Ferramentas utilizadas Para a aplicação dos revestimentos argamassados ou não a NBR 135292013 determina algumas ferramentas utilizadas no processo Tela consiste em uma malha produzida a partir de fi os de aço resistente à oxidação É utilizada para auxiliar a fi xação do revestimento e prevenir o apa recimento de patologias Grampos objetos de metal utilizados para pregar as telas e os sarrafos na superfície da alvenaria Colher de pedreiro tipo de espátula utilizada pelo pedreiro para lançar a argamassa na parede Desempenadeira objeto retangular utilizado para espalhar a argamassa na superfície e regularizar as camadas de revestimento Desempenadeira dentada objeto utilizado para distribuir a argamassa na base para o assentamento de azulejos pastilhas pedras e outros materiais Régua objeto retangular e comprido de material metálico ou madeira utilizado pelo pedreiro para regularizar a camada de argamassa aplicada Esponja material macio utilizado para obter acabamento liso Serrote material utilizado para executar a camada única que também é conhecida como reboco paulista Além desses podem ser citados materiais auxiliares tais como caixote masseira baldes carrinho de mão esquadro prumo nível talhadeiras martelo e prego Para os revestimentos em pisos e pavimentos as ferramentas praticamente não mudam Técnicas de execução Azeredo em livro de 2006 comenta que é necessário fazer algumas verifi cações antes de iniciar qualquer procedimento de execução de revestimentos seja em parede ou piso A principal delas é instalar e testar toda a tubulação hidrossanitária após a execução da alvenaria Em seguida realizase a limpe za da superfície Durante o processo construtivo é natural que as superfícies construídas fi quem cobertas de pó proveniente do próprio processo Antes de iniciar o revestimento a remoção desses resíduos fi nos é impor tante e em algumas situações para facilitar o processo de remoção a super CONSTRUÇÃO CIVIL 55 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 55 23112020 123658 fície pode ser molhada Além disso molhar a superfície das paredes auxilia na execução do revestimento uma vez que dessa forma a alvenaria não absorve a água contida na argamassa Feito isso é iniciado o revestimento A seguir são explicadas as técnicas executivas de cada um dos processos de revestimento citados iniciando com os argamassados Chapisco O chapisco pode ser do tipo industrializado convencional ou rolado Sua apli cação deve ser feita de forma enérgica de baixo para cima a uma distância de aproximadamente 1 m da superfície Paredes de alvenaria devem ser molhadas para garantir que a água da mistura não seja absorvida Já as paredes de concreto não devem ser molhadas Yazigi em seu livro de 2017 relata o alto índice de perda de material nesse tipo de revestimento devido à fluidez da argamassa e à forma de lançamento Por esse motivo é indicado que seja feita a limpeza da base onde o excesso de material cai para que o excedente seja recolhido e reaproveitado em outras aplicações A aplicação do chapisco varia de acordo com o tipo Industrializado a argamassa industrializada é aplicada sobre a superfície com auxílio de desempenadeira dentada Convencional o lançamento é feito de forma mais vigorosa com a uti lização da colher de pedreiro O resultado obtido é uma superfície rugosa e altamente aderente para receber a camada posterior Rolado argamassa mais fluida constituída por água cimento areia e adi tivos é aplicada na superfície com rolo para texturas acrílicas A Figura 8 de monstra a aplicação do chapisco numa parede de alvenaria Figura 8 Aplicação de chapisco em parede Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 56 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 56 23112020 123658 Emboço Acabado o período de pega do chapisco o emboço pode ser realizado No vamente para que a argamassa possa ser aplicada a superfície deve ser pre viamente molhada para impedir a absorção da água lembrando que apenas paredes de alvenaria devem ser molhadas não sendo necessário realizar esse procedimento em paredes de concreto Assim o emboço pode começar a ser executado salientando que a espessura da camada não pode ultrapassar 2 cm As etapas de execução do emboço são Primeiro fixamse taliscas de madeira ou cerâmica na parede a fim de nor tear a execução da camada e servir como guia para a espessura exata do emboço Posteriormente aplicase argamassa no sentido vertical das taliscas fixa das formando faixasmestras contendo o mesmo prumo Tais faixas devem ter um espaço de 2 m entre si contendo no máximo 20 cm de largura Com as guias executadas e o painel molhado a argamassa é lançada com certa energia de baixo para cima tal como no chapisco utilizando a colher de pedreiro Ainda com a colher de pedreiro a massa é pressionada sobre a parede e espalhada Com o auxílio de uma régua metálica ou de madeira é retirado o excesso de argamassa entre as guias em um movimento de ziguezague realizado de baixo para cima Esse procedimento é chamado de sarrafeamento Em caso de haver brechas é lançada mais massa e se realiza o sarrafea mento novamente O acabamento grosseiro garante uma boa aderência para a camada posterior Em casos onde se deseje a superfície já finalizada realizase o desempeno da superfície EXPLICANDO Desempenar uma superfície revestida significa imprimir a ela acabamen to liso O procedimento é feito com o auxílio de uma ferramenta chamada desempenadeira feita de madeira em formato retangular Sobre a super fície sarrafeada borrifase água e com movimentos circulares desem penase o revestimento CONSTRUÇÃO CIVIL 57 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 57 23112020 123658 Figura 9 Aplicação de emboço em parede Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 Reboco O reboco confere à superfície da parede acabamento uniforme e plano permitindo a aplicação do revestimento decorativo como pintura ou consti tuindose como o próprio acabamento Seu acabamento é feito com auxílio de desempenadeira realizando movimentos circulares É executado com material industrializado feito com cal hidratada mas que em alguns casos pode ser substituído pela massa corrida Os procedimentos para a sua execução são Molhar bem a superfície Aplicar a argamassa com desempenadeira em camadas de 3 mm a 5 mm Desempenar a superfície Corrigir as imperfeições e desempenar novamente Com auxílio de uma esponja conferir acabamento liso à superfície Figura 10 Aplicação de reboco em parede Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 58 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 58 23112020 123659 Revestimento com pasta de gesso Assim como para os revestimentos com argamassa de cimento para executar o revestimento que utiliza pasta de gesso a superfície precisa estar limpa e uni forme A pasta de gesso deve ser preparada em recipientes limpos usando água limpa Devese aguardar o período de absorção do gesso e a pasta estará pronta para ser homogeneizada Ao contrário da argamassa de cimento a pasta de gesso é aplicada de cima para baixo ao longo de toda a parede com uma desempenadei ra e revestimento entre 1 mm e 3 mm O revestimento pode ser feito em uma ou duas camadas Para os revestimentos não argamassados temse a Revestimento de azulejos para a aplicação de azulejos é indispensável que a superfície esteja adequadamente preparada para receber o revestimento O ideal é que seja aplicado sobre uma parede chapiscada ou emboçada Vale res saltar que a superfície não deve estar completamente lisa para que a aderência seja garantida Caso a parede não tenha sido chapiscada eou emboçada deve se realizar o procedimento Aguardado o período de pega o azulejo é assentado utilizando argamassa industrializada As etapas a serem seguidas são Superfície preparada e previamente limpa Preparação da argamassa industrializada Aplicação da argamassa na face do azulejo que estará em contato com a parede O azulejo é posicionado e pressionado contra a parede aplicandose leves batidas sobre ele com o cabo da colher de pedreiro ou com um martelo peque no a fim de fixálo Aplicação das demais peças espaçadas entre si a 3 mm no máximo Rejuntamento dos espaços entre os azulejos b Revestimento de pastilhas a aplicação das pastilhas segue procedi mento semelhante à aplicação do azulejo considerando que A superfície emboçada deve ser limpa e molhada A argamassa industrializada é preparada e aplicada sobre a face poste rior da pastilha Devese pressionar a pastilha contra a parede a fim de fixála Por fim rejuntamse as peças c Revestimento de pedras naturais para a colocação de pedras como re vestimentos em paredes devese inicialmente ter uma superfície chapiscada Em seguida aplicase a argamassa de assentamento na parede e pressionam CONSTRUÇÃO CIVIL 59 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 59 23112020 123659 se as pedras contra a argamassa uma de cada vez De acordo com Azeredo 2006 após colocadas as pedras é indicado que a superfície seja lavada para remover o excesso de argamassa Podese também utilizar uma escovinha para auxiliar na remoção d Revestimento de mármore após limpa a parede que recebe o revesti mento em mármore também recebe duas demãos de chapisco Ambrozewicz no livro Materiais de construção normas especificações aplicação e ensaios de laboratório de 2012 comenta a necessidade de verificar a existência de chapas de ferro chumbadas na face posterior das peças Isso porque para paredes de concreto é essencial a presença das chapas por motivos de dilatação do concreto Já em paredes de tijolos não é necessário que as peças contenham chapas chumbadas O assentamento é feito com uma nata de cimento fluida e para evitar sua fuga são vedadas as extremidades da parede em que as peças foram aplicadas com pasta de gesso e Revestimento de madeira para o assentamento dos lambris são fixados os caibros distantes 50 cm entre si Neles são colocados os perfis de madeira Medidos e cortados eles são instalados sobre os caibros deixando um espaça mento de 2 mm a 3 mm entre a parede e a madeira para garantir a dilatação Po dem ser utilizados grampos ou clipes para auxiliar a fixação entre as peças Para fixálas nos caibros são utilizados pregos eou parafusos As juntas de dilatação deixadas entre a madeira e a parede são finalizadas com perfis de ângulo fixados com cola A finalização pode ser feita com verniz ou tinta Figura 11 Parede revestida com perfis de madeira Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 60 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 60 23112020 123700 f Revestimento de papel a utilização do papel surgiu como uma substituição da pintura De fácil aplicação ele costuma ser adesivado o que permite que qualquer pessoa possa aplicálo sobre a superfície de uma parede apesar da necessidade de que a parede esteja com o acabamento realizado isto é emboçada e rebocada Em seguida lixase a parede para remover os grãos de areia remanescentes Em seguida é removida a camada não colante e aplicado o papel sobre a parede Utilizar uma es pátula auxilia na distribuição do papel sem o surgimento de bolhas Para papéis que não são adesivados a cola é aplicada na parede e na faixa de papel a ser aproveitada g Revestimentos de placa de cortiça o procedimento para a aplicação da cortiça se assemelha ao processo de aplicação do papel A superfície deve estar emboçada rebocada e lixada A cola deve ser passada na parede e nas peças as quais devem ser aplicadas com o auxílio de um martelo de borracha No caso das placas de cortiça há colas específicas para sua aplicação De acordo com Azeredo em seu livro de 2006 para o processo executivo de revestimentos de pisos são considerados dois casos o solo como base e lajes de concreto como base Quando a pavimentação é feita sobre o solo é indispensável o cuidado com a impermeabilização da alvenaria de elevação para evitar o surgimento futuro de patologias Em seguida é executado o contrapiso com concreto magro para que o revestimento possa ser assentado O processo de assentamento do re vestimento varia de acordo com o tipo de revestimento e a utilização ou não de argamassas Já na pavimentação sobre lajes ou superfícies concretadas não há necessidade de contrapiso apenas do assentamento do revestimento Tábua corrida Também conhecida como soalho as tábuas são encaixadas umas nas outras lon gitudinalmente e fixas na base com pregos sem cabeça Com o auxílio de uma broca são feitos furos para os pregos maiores que devem ser aplicados obliquamente Tacos A execução desse revestimento assim como a dos demais inicia com a lim peza da base para a remoção de resíduos indevidos Com uma mangueira de nível devese definir os níveis do piso e marcar as direções em que os tacos serão encaixados Devese assentar as peças com o auxílio de uma cola à base de PVA aplicada sobre a superfície e espalhada com desempenadeira O aca bamento é feito com aplicação de verniz sobre a superfície raspada CONSTRUÇÃO CIVIL 61 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 61 23112020 123700 Parquetes Os parquetes são assentes de modo semelhante aos tacos Aplicase cola à superfície já raspada Caso seja necessário pode ser usada uma lixa fi na para dar acabamento mais liso antes da aplicação do verniz Cerâmicas Com a superfície limpa são marcados os níveis e demarcadas as posições de assentamento de cada fi ada Em seguida aplicase a argamassa de assenta mento na superfície com espessuras variando de 3 mm a 4 mm utilizandose desempenadeira dentada Após isso a cerâmica é pressionada contra a super fície e sobre ela são dadas batidas leves Em cômodos com ralos devese tomar cuidado ao assentar a cerâmica para garantir a inclinação adequada até o ralo Pedras naturais No caso de pedras como mármore diferente da aplicação em paredes não há necessidade de chapas de ferro incrustadas para o piso Sua aplicação ocor re de forma semelhante sendo espalhada sobre a superfície uma camada de argamassa de cimento sobre a qual é aplicada a pedra sempre pressionando contra o piso e dando leves batidas A aplicação de pedras de granito no re vestimento de pisos segue o mesmo procedimento da aplicação de mármore Impermeabilização De acordo com a NBR 95752010 a impermeabilização é um conjunto de procedimentos que visa impedir o deslocamento de fl uidos e vapores nos ma teriais e estruturas da construção civil protegendoos contra ação danosa e infi ltrações de água Enquanto operação construtiva integrante do projeto de uma edifi cação sua importância está na proteção e preservação da estrutura para evitar o surgimento de possíveis patologias que comprometam a vida útil da estrutura Assim problemas muito comuns decorrentes da falta de imper meabilização são Infi ltração em paredes Degradação do concreto Efl orescência Corrosão das armaduras Empolamento em pinturas CONSTRUÇÃO CIVIL 62 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 62 23112020 123700 Também é frequente o surgimento de patologias na base de paredes do tipo salitre causadas pela percolação infi ltração da água do solo para as pare des Isso ocorre devido à ausência de impermeabilização ou pela sua má exe cução Na Figura 12 é possível verifi car a manifestação da patologia citada decorrente de problemas com impermeabilização Figura 12 Exemplo de problema com impermeabilização Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 Esse processo faz parte do conjunto de projetos da obra que deve conter em planta a localização de cada impermeabilização detalhando o sistema a ser empregado Além disso deve dispor de memorial descritivo listando todos os materiais a serem empregados bem como o passo a passo do processo execu tivo e os cuidados com a segurança dos profi ssionais envolvidos na execução Tipos e materiais No Brasil há diversos tipos e produtos de impermeabilização com diferen tes características Os impermeabilizantes dividemse em rígidos e fl exíveis Os rígidos incluem os cimentos e as argamassas enquanto os fl exíveis englobam as mantas e as membranas Segundo a NBR 95752010 com base no material constituinte os tipos de impermeabilizantes classifi camse em CONSTRUÇÃO CIVIL 63 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 63 23112020 123701 a Cimentícios Cimento modificado com polímero Argamassa modificada com polímero Argamassa polimérica Argamassa com aditivo impermeabilizante b Asfálticos Manta asfáltica Membrana de emulsão asfáltica Membrana de asfalto elastomérico Membrana de asfalto elastomérico em solução Membrana de asfalto modificado sem adição de polímero c Poliméricos Manta elastomérica de etilenopropilenodienomonômero EPDM Manta elastomérica de poliisobutileno isopropeno IIR Manta de polietileno de alta densidade PEAD Manta de policloreto de vinila PVC Manta de acetato de etilvinila EVA Membrana epoxídica Membrana de poliuretano Membrana de poliuretano modificado com asfalto Membrana de poliureia Membrana de polímero acrílico com ou sem cimento Membrana acrílica para impermeabilização Membrana elastomérica de estirenobutadienoestireno SBS Membrana elastomérica de estirenobutadienoestirenorubber SBR Membrana elastomérica de poliisobutileno isopreno IIR em solução Membrana elastomérica de policloropeno e polietileno clorossulfonado Na Figura 13 é possível observar a aplicação de uma manta asfáltica sobre a superfície de uma laje Esse tipo de impermeabilização é aplicado e soldado com o auxílio de um maçarico de gás após a colocação do primer na superfície É indicado para utilização em ambientes nos quais o tráfego de pessoas e veí culos é alto ou em ambientes sem tráfego tais como reservatórios e piscinas Já a Figura 14 mostra a aplicação de argamassa polimérica numa superfície Esse tipo de impermeabilização caracterizase por ser extremamente resisten CONSTRUÇÃO CIVIL 64 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 64 23112020 123701 te à umidade podendo ser aplicado em ambientes como reservatórios e pisci nas parede viga baldrame e outros Figura 13 Impermeabilização com manta asfáltica Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 CURIOSIDADE O primer é aplicado sobre a superfície aproximadamente 6 horas antes de receber a impermeabilização É um processo indispensável pois ele que garante a aderência do material impermeabilizante à superfície contudo o primer não pode ser aplicado sobre superfícies molhadas ou sobre camadas já existentes como pinturas Figura 14 Impermeabilização com argamassa polimérica Fonte Adobe Stock Acesso em 07102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 65 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 65 23112020 123702 Processos e ferramentas A NBR 95742008 determina que todas as superfícies que requeiram es tanqueidade devem ser completamente impermeabilizadas O método de exe cução da impermeabilização varia de acordo com o tipo escolhido De modo geral as impermeabilizações rígidas são aplicadas diretamente sobre a super fície de forma contínua e com espessura de 30 mm As camadas seguintes são aplicadas com espessuras de 15 mm A norma determina ainda que a primeira camada seja sarrafeada para permitir uma ancoragem perfeita das camadas posteriores e que a última seja desempenada Já as impermeabilizações fl exí veis são executadas em etapas Em geral elas seguem o seguinte padrão É feita a regularização da base com argamassa Aplicase o material impermeabilizante fl exível Sobre o material utilizase proteção mecânica devido ao tráfego de pes soas e veículos e à ação de intempéries CONSTRUÇÃO CIVIL 66 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 66 23112020 123702 Sintetizando Nos dias de hoje há diversos tipos de alvenaria que podem ser empregadas em uma construção A escolha adequada para uma construção específica depen de das características de cada obra levando em consideração aspectos orçamen tários tempo de execução material utilizado e até mesmo aspectos estéticos Nessa perspectiva foram identificados e aprofundados os conhecimentos acerca dos tipos de alvenaria mais comuns e os respectivos materiais para cada um Dentre os sistemas existentes na alvenaria estão o de embasamento o de pedra o de vedação e o estrutural A alvenaria de embasamento fica na base das edificações e tem como função realizar o seu nivelamento Diferente da alvenaria de pedra em que a parede é construída pela sobreposição de pedras arranjadas entre si na alvenaria de vedação as paredes são responsáveis por dividir os ambientes além de serem construídas a partir de blocos ou placas com fins decorativos ou não Já as alvenarias estruturais como o próprio nome sugere atuam como por tantes de carga na estrutura ou seja sua função vai além de separar ambien tes pois funcionam como elementos de sustentação Logo depois foram iden tificados os tipos de materiais empregados na construção de paredes como tijolos em geral blocos de concreto placas cimentícias e drywall sem esquecer de suas respectivas técnicas construtivas Durante a execução devese tomar o máximo de cuidado com a elevação das paredes para que elas sejam execu tadas no prumo e alinhamento adequados Outro ponto que vale a pena ser ressaltado é o cuidado com a prepara ção e a escolha da argamassa de assentamento e seus requisitos Após a sua execução as alvenarias podem ser tratadas e revestidas A NBR 135292013 define revestimento como o processo de acabamento de uma superfície com posto por um conjunto de argamassas e acabamentos decorativos que tornam a base regular Sua classificação é feita de acordo com a superfície sobre a qual são aplicados sendo chamados simplesmente de revestimento os que são utilizados em paredes internas e externas e de pavimentação os que são aplicados sobre o piso Dessa maneira para a execução devese escolher o tipo adequado de reves timento que pode ser argamassado ou não argamassado Os revestimentos CONSTRUÇÃO CIVIL 67 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 67 23112020 123702 argamassados são compostos por chapisco emboço reboco e pasta de gesso enquanto os não argamassados são por sua vez azulejos pastilhas pedras naturais mármore madeira papel ou até placas de cortiça Já a pavimentação também conhecida como o revestimento aplicado em pisos consiste em uma superfície qualquer construída para permitir o tráfego pesado ou leve Como visto há uma grande variedade de revestimentos para piso Sua apli cação todavia varia de acordo com o ambiente e com as determinações de projeto Dentre os tipos de revestimentos para pisos os mais utilizados são a madeira as cerâmicas os ladrilhos as pedras naturais e artificiais as resinas as fibras e os vidros Na sequência os métodos executivos de cada um desses tipos de revestimentos foram explorados Por fim foi vista a importância de realizar a impermeabilização em uma edi ficação Ela é o conjunto de procedimentos que visa impedir o deslocamento de fluidos e vapores nos materiais e estruturas da construção civil protegendo os contra a ação danosa e as infiltrações de água sendo parte das operações construtivas do projeto de uma edificação Sua importância está na proteção e preservação da estrutura para evitar o surgimento de possíveis patologias que possam comprometer a sua vida útil Alguns tipos comuns de patologias surgem em decorrência de uma má im permeabilização ou pela sua completa ausência como corrosão das armaduras bolor nas paredes salitre e tantos outros Quanto aos tipos de impermeabiliza ção eles se dividem em rígidos e flexíveis Os rígidos incluem os cimentos e as argamassas enquanto os flexíveis englobam as mantas e as membranas Antes de concluir lembrese que é sempre bom complementar seus estudos por meio de leituras de artigos e pesquisas científicas acerca do tema estudado CONSTRUÇÃO CIVIL 68 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 68 23112020 123702 Referências bibliográficas ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 13529 revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas terminologia Rio de Janeiro 2013 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 13867 revestimento interno de paredes e tetos com pasta de gesso materiais prepa ro aplicação e acabamento Rio de Janeiro 1997 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 159612 alvenaria estrutural blocos de concreto parte 2 execução e controle de obras Rio de Janeiro 2011 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 8545 execução de alvenaria sem função estrutural de tijolos e blocos cerâmicos pro cedimento Rio de Janeiro 1984 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 9575 im permeabilização seleção e projeto Rio de Janeiro 2010 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 9574 execução de impermeabilização Rio de Janeiro 2008 AMBROZEWICZ P H L Materiais de construção normas especificações apli cação e ensaios de laboratório São Paulo Pini 2012 AZEREDO H A O edifício e seu acabamento 1 ed São Paulo Edgar Blücher 1997 AZEREDO H A O edifício até sua cobertura 2 ed rev São Paulo Edgar Blü cher 1977FIGUEROLA V Alvenaria de blocos de concreto Equipe de obra São Paulo n 3 p 2935 out 2005 NAKAMURA J Paredes de blocos cerâmicos Equipe de obra São Paulo n 18 p 225230 jul 2008 NAKAMURA J Revestimento argamassado Equipe de obra São Paulo n 62 p 2229 ago 2013 Disponível em httpsbitly3kdzW2n Acesso em 07 out 2020 SILVA M N P et al Revestimentos cerâmicos e suas aplicabilidades Cadernos de Graduação Ciências Exatas e Tecnológicas Maceió v 2 n 3 p 8797 maio 2015 Disponível em httpsbitly3dDcUiY Acesso em 07 out 2020 YAZIGI W A técnica de edificar 16 ed São Paulo Pini 2017 CONSTRUÇÃO CIVIL 69 SERENGCIVCONCIVUNID2indd 69 23112020 123702 SISTEMAS FINAIS ACABAMENTOS 3 UNIDADE SERENGCIVCONCIVUNID3indd 70 23112020 125407 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Conhecer os tipos de esquadrias empregadas em uma construção e entender os procedimentos para sua colocação Conhecer os materiais empregados na produção de esquadrias Compreender o que são os vidros e como eles podem ser empregados na construção civil Entender como se dá o processo de colocação dos vidros Compreender o que é um sistema de pintura e conhecer os tipos existentes Conhecer as ferramentas empregadas na execução das pinturas e como se dá seu processo de execução Esquadrias Tipos e materiais empregados Ferramentas utilizadas Processos de colocação Vidros Ferramentas utilizadas Processos de colocação Pinturas Tipos de pinturas Ferramentas utilizadas Ferramentas utilizadas CONSTRUÇÃO CIVIL 71 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 71 23112020 125407 Esquadrias As esquadrias compõem um sistema cujo papel é inegavelmente signifi cativo quando se trata de construção civil Além de exercer função estética as esquadrias atuam no suporte ao desempenho da edifi cação como um todo e proporcionam iluminação e ventilação naturais aos ambientes Aze redo 1987 defi ne esquadrias como todo e qualquer elemento que realize a vedação de vãos podendo ser compostas por janelas portas persianas e tantos outros Neste ponto é importante compreender a principal diferença entre esqua drias e caixilhos Enquanto as esquadrias representam o tipo de vedação para o vão os caixilhos compõem a parte da esquadria onde os vidros são fi xados e em geral são produzidos em material metálico O desempenho e a durabilidade das esquadrias são assegurados com a combinação entre execução e manutenção adequada De acordo com o CBIC 2017 é fundamental que a instalação e a utilização da esquadria sejam feitas apropriadamente Também é importante seguir o manual do fabricante para realizar a manutenção de forma acertada Isso garante a vida útil do projeto das esquadrias Além disso existe uma série de especifi cações que devem ser atendidas para que seja comprovada a qualidade das esquadrias e assim assegurar sua funcionalidade e segurança Dentre tais especifi cações podemos citar de acordo com Yazigi 2017 Resistência às cargas sobre a abertura do vão há a influência de cargas distribuídas bem como a ação de ven tos As portas e as janelas precisam resistir a estes esfor ços Para isto as esquadrias devem ser adequadamente projetadas de acordo com o seu local de uso Comportamento acústico quando fechadas as esquadrias devem se com portar como atenuadoras de quaisquer sons externos Estanqueidade à água a esquadria deve proteger os ambientes internos das CONSTRUÇÃO CIVIL 72 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 72 23112020 125407 Tipos e materiais empregados O avanço da tecnologia e do estudo dos materiais proporcionaram ao mercado da construção civil uma grande variedade de elementos produ zidos a partir de diversos tipos de materiais Se tratando de esquadrias esse avanço pode ser visto na grande diversidade produtos disponíveis no mercado atualmente Em tempos remotos por exemplo portas e janelas eram produzidas e disponibilizadas somente em madeira Nos dias atuais estes produtos são fabricados e disponibilizados também em vidro alumí nio aço PVC compostos por mais de um material além das tradicionais esquadrias de madeira Quanto ao tipo estes elementos se dividem entre portas e janelas Em geral quando se trata de portas e janelas o sistema de esquadrias é caracterizado pelo tipo de movimento executado e pelo número de folhas que é composto Neste momento você aprenderá a diferenciar os tipos de portas e janelas a partir de suas características principais Vamos lá Iniciando pelas funcionalidades das portas será possível compreender que elas são compostas por Contrabatente Batente Folha Guarnição Sôcolo ou soco Batedeira ou matajunta Ferragens construções de infiltrações de água provenientes por exemplo de intem péries O projeto deve considerar tais possibilidades no momento da es colha da esquadria Estanqueidade ao vento característica essencial para manter o conforto em ambientes internos Visando garantir a climatização adequada do ambien te ou seja nem frio extremo e nem calor extremo o projeto deve atentar para a escolha de portas e janelas adequadas de acordo com os critérios estabele cidos em norma CONSTRUÇÃO CIVIL 73 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 73 23112020 125407 Partindo de seus componentes as portas são categorizadas de acordo com sua abertura e localização Vejamos suas classificações principais conforme Ya zigi 2017 Porta de giro É aquela cuja abertura se dá em torno de um eixo fixo ou seja a folha da porta gira em relação a um eixo vertical que por sua vez é fixo por meio de dobradiças Quanto ao sentido do giro este pode ser para a direita ou para a esquerda de acordo com as especificações do projeto Comumente dividimos esta abertura entre sentido horário ou antihorário Porta pivotante Neste tipo de porta o giro também se dá em torno de um eixo vertical tal como na porta de giro distinguindose desta no modo como a folha é fixada Na porta pivotante a folha é fixada no chão e no marco com pinos tecnicamen te conhecidos como pivô Esta forma de fixação permite que a porta gire no sentido horário ou antihorário de modo que as bordas da folha se deslocam em sentidos contrários ao vão durante o movimento Porta de correr Esse tipo de porta como o próprio nome sugere é feita para abrir com movimentos deslizantes e é muito utilizada como solução para problemas com a arquitetura de ambientes pequenos A porta de correr é composta por uma ou mais folhas de acordo com determinações de projeto que apresentam movimentos horizontais no plano da folha Porta sanfonada Composta por duas ou mais folhas que se dobram uma sobre a outra ao abrir Semelhante ao tipo citado ante riormente portas sanfonadas abrem e fecham com movimentos horizontais guiados por um trilho fixado na parte superior da porta Devido ao seu for mato este tipo de porta é muito utili zado em ambientes pequenos CONSTRUÇÃO CIVIL 74 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 74 23112020 125408 Porta de conexão Pouco empregado em construções convencionais este tipo de porta é com posto por duas folhas de dimensões iguais que são fixadas de modo que se so breponham O movimento de abertura neste caso se dá por meio de giros no mesmo sentido quando as folhas forem fixadas em lados opostos no marco ou em sentidos opostos quando fixadas no mesmo lado Porta vaivém Muito utilizada em ambientes onde há tráfego intenso de pessoas com as mãos ocupadas como restaurantes cozinhas e lavanderias pois este tipo de porta abre para ambos os lados Em geral é fixada no meio ou em uma das laterais do vão por pinos molas ou dobradiças com molas que permitam o movimento da folha para qualquer um dos lados sendo o seu fechamento au tomático Pode ser composta por uma ou mais folhas e apresentase como opção de porta prática Porta balcão Muito utilizada em ambientes externos este tipo de porta é bastante co mum e carrega um design que encanta seus usuários É composta por quatro folhas sobrepostas duas a duas e apresenta muitas variações quanto ao mo vimento de abertura Comumente são empregadas folhas com abertura desli zante ou seja porta balcão de correr Também é possível encontrar modelos com abertura sanfonada mista ou de giro Existe ainda a porta cortafogo para saída de emergência em casos de incêndio De acordo com a NBR 117422018 este tipo de porta é composto por uma ou mais folhas batente marco e ferragens fixada por eixo vertical Sua principal função é impedir ou retardar a propagação de calor de gases e de fogo em casos de incêndios O sentido de abertura deve ser sempre de dentro para fora do ambien te Ainda segundo esta Norma a porta cortafogo deve apresentar algumas características essen ciais como estanqueidade isolação térmica resistência ao fogo prova de fumaça e dis positivo de fechamento automático A Figura 1 apresenta a ilustração de cada um dos tipos de porta mencionados CONSTRUÇÃO CIVIL 75 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 75 23112020 125408 Figura 1 Tipos de portas Fonte ABNT 2011b Adaptado Porta de giro Porta de correr Porta de conexão Porta sanfonada Porta pivotante Porta balcão Porta vaivém CONSTRUÇÃO CIVIL 76 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 76 23112020 125409 A utilização de diferentes tipos de portas é possível devido às várias movi mentações permitidas pelas folhas em cada modelo Além dos modelos apre sentados anteriormente existe uma vasta possibilidade de combinações de tipos de portas em uma mesma esquadria De acordo com a CBIC 2017 outras opções possíveis são Portas de giro de duas ou três folhas uma folha de giro e as demais folhas fixas Porta de giro em um plano Porta de giro em um plano com uma folha Porta de giro no sentido horário Porta de giro no sentido antihorário Porta de giro em um plano com duas folhas Porta de giro com duas folhas simétricas Porta de giro com duas folhas assimétricas Porta de giro em um plano com quatro folhas Porta de giro em dois planos Porta de giro em dois planos com duas folhas Porta de giro em dois planos com quatro folhas Porta pivotante horária Porta pivotante antihorária Porta de correr em um plano Porta de correr com uma folha sobreposta Porta de correr com uma folha inclusa Porta de correr com uma folha embutida Porta de correr com duas folhas sobrepostas Porta de correr com duas folhas inclusas Porta de correr com duas folhas embutidas Porta de correr em dois planos Porta de correr com duas folhas Porta de correr com uma folha fixa e uma folha móvel Porta de correr com duas folhas móveis Porta de correr com quatro folhas em dois planos Porta de correr em três planos Porta de correr com três folhas com 23 de vão livre Porta de correr paralela CONSTRUÇÃO CIVIL 77 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 77 23112020 125409 Porta de correr alçante Outro tipo de esquadria amplamente utilizada e indispensável a qualquer edificação são as janelas Assim como as portas também são classificadas como acessórios utilizados para vedar vãos bem como permitir e controlar a entrada de iluminação e ventilação advindos de ambientes externos As jane las se apresentam como elementos verticais ou inclinados podendo compor ou não a fachada de uma edificação segundo a NBR 1082112017 Esta Norma determina ainda que alguns critérios são essenciais para a escolha e dimen sionamento de janelas tais como segurança custo manutenção interferência com outros ambientes área a ser iluminada e ventilada seguindo as exigências mínimas e permeabilidade visual entre interior e exterior Assim como as portas as janelas também são categorizadas de acordo com a sua abertura Vejamos suas classificações principais de acordo com a NBR 1082112017 Janela de folha fixa Ideal para isolar vãos e continuar fornecendo iluminação natural ao am biente este tipo de janela é caracterizada por não permitir movimentos das folhas em nenhuma direção Como sugere o nome ela é fixa e comumente em pregada em fachadas como elemento decorativo podendo assumir diversos formatos quadrada semicircular trapezoidal entre outros Janela de giro de eixo vertical Composta por uma ou mais folhas este tipo de janela é caracterizado pelo mo vimento de abertura de suas folhas Elas são fixadas em eixos verticais nas laterais das folhas as quais giram para dentro ou para fora em torno deste eixo fixo Janela pivotante Também composta por uma ou mais folhas este tipo de janela difere da anterior pela localização do eixo fixo que permite o movimento de rotação Neste caso a folha deve ser fixada verticalmente em um ponto distante de suas laterais sendo na grande maio ria das vezes fixada no centro É um tipo de janela que vem ganhando muito espaço no mercado da cons trução por sua funcionalidade e beleza Pode ser aplicada tanto na região interna quanto na região externa dos ambientes CONSTRUÇÃO CIVIL 78 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 78 23112020 125409 Janela basculante Este modelo é exclusivamente utilizado na região interna das edificações sendo muito comum o seu uso em banheiros e áreas de serviço Apesar disso essa janela apresenta uma excelente flexibilidade podendo também ser empre gada em outros ambientes É composta por uma ou várias folhas que rotacio nam a partir de um eixo fixo horizontal Assim como na janela pivotante neste tipo de janela o eixo de rotação deve ser distanciado das extremidades da folha Janela de correr Amplamente empregada nas edificações brasileiras a janela de correr é uma das mais conhecidas e mais queridas da construção no nosso país Ela é formada por uma ou várias folhas que se deslocam horizontalmente para a direita ou para a esquerda ao abrir e fechar Janela projetante e de tombar Este tipo de janela é caraterizado por apresentar o eixo de rotação fixado em uma das extremidades da folha De acordo com a localização do eixo de rotação ela se classifica em projetante ou de tombar sendo a projetante aque la cujo eixo de rotação é fixo na extremidade superior da folha e a de tombar aquela cujo eixo de rotação encontrase fixo na extremidade inferior da folha Em ambos os modelos a janela pode apresentar uma ou mais folhas e abrir para dentro ou para fora da edificação Janela guilhotina Semelhante à janela de correr esse tipo de janela é ideal para ambientes interligados podendo ser empregada em áreas externas eou internas Difere da janela de correr pelo sentido de deslocamento das folhas Neste caso as folhas deslizam verticalmente para cima e para baixo ao abrir e fechar a janela Janela sanfona Muito conhecida pelo movimento realizado pelas folhas ao abrir reprodu zindo o movimento de uma sanfona Neste tipo de janela as folhas se dobram umas sobre as outras ao realizar o movimento de abertura retornando à sua posição inicial ao fechar A abertura se dá pelo deslizamento horizontal da folha para a direita ou para a esquerda Janela integrada Este tipo de janela é comumente encontrado nas residências brasileiras Con siste em um modelo que agrega à janela comum um elemento auxiliar que pro CONSTRUÇÃO CIVIL 79 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 79 23112020 125409 mova sombreamento e conforto ao ambiente A janela integrada pode ser de dois tipos com persiana e com veneziana A janela integrada com persiana é em pregada em ambientes como quartos e escritórios O conjunto é composto por janela com folhas de giro ou de correr e persianas que se deslocam verticalmen te para iluminar ou sombrear o ambiente podendo ser manuais ou automáticas Já a janela integrada com venezianas é composta por janela com folhas de giro ou de correr e venezianas que giram em torno do próprio eixo vertical fi xo Vale salientar que cada veneziana é fi xada verticalmente em ambas as extremidades enquanto as persianas são fi xadas somente na extremidade superior Janela projetantedeslizante Composta por uma ou mais folhas cujo movimento de rotação se dá em torno de um eixo horizontal Janela de girar e tombar Semelhante aos modelos de giro e de tombar este modelo de janela agrega ambos os movimentos que caracterizam a abertura das folhas ou seja apre sentam folhas que giram e tombam Janela de correr com giro As folhas que compõem este tipo de janela correm juntas no mesmo eixo com giros de 90 até o fi m do vão permitindo assim a ventilação do vão como um todo O Quadro 1 apresenta as ilustrações de cada uma dessas classifi cações observe DENOMINAÇÃO ILUSTRAÇÃO Janela de folha fi xa Janela de giro de eixo vertical QUADRO 1 TIPOS DE JANELAS CONSTRUÇÃO CIVIL 80 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 80 23112020 125410 Janela pivotante Janela basculante Janela de correr Janela projetante Janela de tombar Janela guilhotina Janela sanfona CONSTRUÇÃO CIVIL 81 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 81 23112020 125410 Janela integrada Persiana Veneziana Janela projetantedeslizante Janela de girar e de tombar Vista interna Lado interno Janela de correr com giro Vista interna Lado interno Fonte ABNT 2017 Adaptado Persiana Veneziana Vista interna Lado interno Vista interna Vista interna Lado interno CONSTRUÇÃO CIVIL 82 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 82 23112020 125410 Além dos modelos citados acima a NBR 1082112017 menciona as ja nelas de correr paralela e de tombar de correr com compressão transver sal ao plano de movimentação as alçantes as especiais e as reversíveis além da possibilidade de combinação entre dois ou mais tipos de janela na mesma esquadria Neste ponto vale ressaltar a importância de conhecer os tipos de esqua drias existentes no mercado e a matériaprima utilizada na sua produção para que você enquanto engenheiro responsável selecione adequadamente o ele mento que irá compor a sua construção Ferramentas utilizadas Para a execução das esquadrias na edifi cação sejam elas de madeira vi dro alumínio aço PVC ou compostos por mais de um material são neces sárias ferramentas específi cas adequadas para realizar a tarefa Yazigi 2017 menciona a necessidade de utilização de algumas ferramentas obrigatórias em um canteiro de obras tanto as de uso comum quanto as específi cas à instala ção de esquadrias Entre elas podemos citar EPIs e EPCs Argamassa de assentamento Colher de pedreiro Prumo linha de náilon mangueira de nível nível bolha Trenas Régua metálica Talhadeira Desempenadeira Lápis de carpinteiro Martelo Marreta Serrote Jogo de chaves de fenda Furadeira Batentes Guarnição CONSTRUÇÃO CIVIL 83 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 83 23112020 125410 Cavilhas de madeira caso necessário Folhas para portas e janelas Sarrafos de madeira Cunhas de madeira Esquadro de carpinteiro Plaina Pregos parafusos de marceneiro parafusos com buchas de náilon Ferragens em geral dobradiças fechadura espelhos contra testas rosetas maçanetas puxadores ferrolhos rodízios cremonas tarjetas carrancas fixadores ou prendedores e fechos Processos de colocação Para que as esquadrias possam ser instaladas as alvenarias devem estar concluídas com vergas e contravergas adequadamente executadas para rece ber portas e janelas As faces dos vãos devem estar niveladas com espessura variando entre 10 mm e 15 mm em cada lado para o encaixe do batente A execução das esquadrias segue um processo de colocação que varia de acordo com o material específi co de cada uma Explanaremos o processo de colocação das esquadrias mais usuais na construção civil Esquadrias de madeira Após verifi car se a obra está em condições de receber a instalação das es quadrias ou seja se as alvenarias foram fi nalizadas os vãos de portas e jane las devem ser medidos para garantir que as dimensões estão de acordo com as determinações de projeto Em seguida devese verifi car se a abertura está adequada com o auxílio do nível do prumo e do esquadro para que o vão possa ser adequadamente limpo para receber a instalação provisória da es quadria que deve ser posicionada no local adequado e fi xada com o auxílio de cunhas removíveis O marco da esquadria deve então ser fi xado permanente mente com argamassa espuma PU ou parafusos Após o período de cura do fi xador as cunhas provisórias inseridas entre o vão e a esquadria devem ser removidas e a folha da esquadria deve ser conferida Esta conferência é essen cial pois determinará se será preciso fazer ajustes nas ferragens ou até mesmo na própria esquadria CONSTRUÇÃO CIVIL 84 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 84 23112020 125411 Esquadrias de alumínio Assim como na instalação de esquadrias de madeira para a instalação de esquadrias de alumínio as verificações básicas devem ser feitas os vão devem ter suas medidas conferidas e deve ser limpo para receber a instalação pro visória O contramarco deve ser posicionado de modo que sobrem para cada lado cerca de 3 cm de folga Em seguida os gabaritos devem ser inseridos em formato de mão francesa nos cantos superiores e inferiores isso vale tan to para vãos pequenos quanto para vãos grandes Além das mãos francesas devem ser aplicados travamentos verticais Com o esquadro estando devida mente travado o marco pode ser inserido nivelado e adequadamente chum bado O chumbamento deve ser feito com argamassa de cimento Portland que também deverá ser usada para fazer o acabamento da alvenaria ao redor da esquadria Com o contramarco limpo a esquadria deve ser instalada com o auxílio de selante silicone espuma ou outros Os esquadros devem ser nova mente ajustados os parafusos necessários devem ser inseridos os arremates devem ser colocados para que os ajustes necessários possam ser feitos e por fim a esquadria possa ser limpa Esquadrias de aço Ao receber a esquadria as extremidades devem ser protegidas com pape lão eou fitas e deve ser feita a verificação da porta ou janela para atestar se as dimensões e o modelo estão de acordo com as definições de projeto A alve naria deve contar com folga de no mínimo 5 mm e no máximo 10 mm tanto na altura quanto na largura para que a esquadria possa ser adequadamente instalada A fixação da esquadria de aço pode ser feita por buchas plásticas e parafusos ou por chumbadores Neste último caso para assegurar a fixação os chumbadores devem ter dimensão suficiente para assegurar o assentamen to na alvenaria A esquadria deve ser instalada pelo lado interno da construção e calçada com blocos de madeira Após o adequado posicionamento e verifica ção do prumo e alinhamento o espaço entre a esquadria e a alvenaria deve ser preenchido com argamassa de cimento Portland ou graute Devese aguardar até que a massa seque por completo para que os calços de madeira possam ser removidos Para finalizar a instalação as fitas eou papelão devem ser removi dos das extremidades os possíveis respingos de massa devem ser limpos e o acabamento da alvenaria deve ser realizado CONSTRUÇÃO CIVIL 85 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 85 23112020 125411 EXPLICANDO O termo graute é usado para defi nir um tipo específi co de argamassa utilizado para preencher possíveis falhas de concretagem vazios em blocos canaletas problemas com trincas e fi ssuras e até mesmo peças corroídas A grande característica desta argamassa que também é o que a diferencia das argamassas convencionais bem como de concretos é a sua fl uidez que faz com que o adensamento não seja necessário Além disso apresenta elevadas resistências iniciais e fi nais Esquadrias de PVC A instalação deste tipo de esquadria é realizada em situações onde os vãos estão com o acabamento em fi nalização O marco da esquadria deve ser fi xado na alvenaria com buchas plásticas e parafusos Seu uso é indicado principalmen te quando o emboço da alvenaria já estiver fi nalizado podendo ser uma constru ção nova uma reforma ou a troca de esquadrias Assim como ocorre com todos os tipos de esquadrias após a verifi cação das dimensões do vão da esquadria recebida e da limpeza do local de instalação a porta ou janela deve ser fi xada provisoriamente com cunhas de madeira removíveis Ajustase o nível o prumo da esquadria e é feita a verifi cação da folha para atestar o seu adequado funcio namento Estando o marco fi xado com parafusos deve ser aplicada espuma de poliuretano PU em todo seu entorno Passadas apro ximadamente duas horas as cunhas devem ser removi das e os espaços que sobrarem devem ser novamente preenchidos com a espuma A vedação das faces da esquadria bem como os perfi s de arremate devem ser instalados com silicone Por fi m o acabamento da janela deve ser feito e verifi cado Vidros O vidro está presente em praticamente tudo o que vemos e utilizamos no nosso diaadia Nos deparamos com ele na janela do quarto em utensílios domésticos em carros em smartphones em itens decorativos e em muitos outros objetos e ferramentas que manuseamos com frequência O avanço no estudo de materiais evidenciou as diversas funcionalidades e aplicabilidades CONSTRUÇÃO CIVIL 86 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 86 23112020 125411 deste elemento o que permitiu sua ampla aplicação em diferentes áreas de conhecimento e consequente comercialização Para a ciência e engenharia de materiais conforme menciona Callister 2012 o vidro nada mais é do que um elemento não cristalino amorfo per tencente a um grupo familiar de cerâmicas obtido essencialmente a partir da união de elementos naturais sendo um produto completamente reciclável Bastante empregado na construção civil os tipos de vidro mais utilizados são vidros de segurança que podem ser do tipo laminado temperado ou ara mado float impresso insulado e de controle solar A NBR 71992016 mencio na que vidros de segurança são aqueles que são produzidos de tal forma que ao quebrarem geram fragmentos menos suscetíveis de causar ferimentos Vidro de segurança laminado Este tipo de vidro de segurança é composto de duas ou mais folhas de vi dro alternadas por uma ou mais lâminas de polivinil butiral mais conhecido como PVB O produto é um material altamente resistente que atua fortemente na diminuição da incidência de raios ultravioleta nos ambientes além de pro porcionar conforto acústico De acordo com a Abravidro 2018 este tipo de vidro pode ser aplicado em portas divisórias vitrines janelas guardacorpos verticais ou inclinados boxes de banheiro fachadas marquises claraboias en vidraçamento de sacadas visores de piscinas e aquários isolamento de jaulas em zoológicos barreiras de separação em estádios de esportes pisos e de graus A Figura 2 apresenta vidros de segurança do tipo laminado Figura 2 Vidro Laminado Fonte Shutterstock Acesso em 23102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 87 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 87 23112020 125411 Vidro de segurança temperado O vidro temperado classificase como vidro de segurança após passar por um processo de tratamento térmico onde ele é aquecido e em seguida resfria do rapidamente Este processo fornece ao vidro características de resistência mecânica aproximadamente seis vezes maior do que a de um vidro comum e quando fraturado fragmentase em partes menos cortantes que os vidros comuns Devido à sua elevada resistência mecânica podem ser utilizados em instalações com ferragens De acordo com a Abravidro 2018 este tipo de vidro pode ser aplicado em portas divisórias vitrines janelas envidraçamento de sacadas boxes de banheiro fachadas verticais A Figura 3 apresenta uma porta de vidro temperado fixa com ferragens nas extremidades Figura 3 Porta de vidro temperado Fonte Shutterstock Acesso em 23102020 Vidro de segurança aramado Constituise de chapas de vidro que ao serem produzidas são incorporadas a malhas metálicas que prendem os estilhaços do vidro em caso de fratura Sua principal característica é a resistência adquirida ao fogo sendo considerado um produto antichamas De acordo com a Abravidro 2018 este tipo de vidro pode ser aplicado em portas divisórias vitrines janelas fachadas verticais e inclinadas marquises claraboias coberturas fechamentos onde determinada CONSTRUÇÃO CIVIL 88 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 88 23112020 125412 resistência ao fogo é exigida e envidraçamentos projetantes móveis de giro de eixo vertical de tombar pivotante basculante projetante projetantedeslizan te sanfona e reversível Na Figura 4 é possível identificar o vidro aramado em uma parede divisória Figura 4 Vidro aramado Fonte Shutterstock Acesso em 23102020 Vidro float Este vidro é conhecido como comum fabricado de modo a permitir a visua lização através dele sem distorções É totalmente transparente permitindo a perfeita propagação de luz Pode ser usado simplesmente como é produzido ou como matéria prima para a fabricação de outros vidros como o laminado o temperado o insulado entre outros Vidro impresso São produzidos com vários tipos de desenho que além de atribuir beleza ao material propiciam a propagação dos raios solares permitindo que o am biente receba iluminação natural adequada sem que haja perda de privacidade Apresentam uma grande variedade de cores e texturas conferindolhes elevado caráter decorativo Assim como o vidro float este tipo de vidro também pode ser utilizado como matériaprima para a fabricação de outros vidros CONSTRUÇÃO CIVIL 89 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 89 23112020 125413 Para os vidros float e impresso a Abravidro 2018 menciona as seguintes aplicações na construção civil portas divisórias vitrines muros de vidros ja nelas instaladas em ambientes externos ou internos envidraçamentos proje tantes móveis e em fachadas verticais A Figura 5 mostra um vitral produzido com vidro impresso que apresenta textura com diferentes desenhos e cores ao longo da peça Figura 5 Vitral com vidro impresso Fonte Shutterstock Acesso em 23102020 Vidro insulado Composto por duas chapas de vidro que lhe atribuem características de pro teção térmica e acústica tornando o ambiente confortável este tipo de vidro é comumente empregado onde existem grandes ruídos e grandes variações de temperatura O vidro insulado possui características fortemente estéticas sendo um sistema que pode ser desenvolvido a partir de vários tipos de vidro Isso significa que é perfeitamente possível combinar vidros com características específicas como resistência e beleza em um único sistema A Abravidro 2018 cita como aplicação deste tipo de vidro os telhados com vidro insulado onde a peça de vidro interna deve ser de vidro laminado ou aramado CONSTRUÇÃO CIVIL 90 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 90 23112020 125413 Vidro de controle solar Produzido especifi camente para promover a contenção adequada da inten sidade de calor e luz que incidem em um ambiente É um componente funda mental para a promoção de conforto às edifi cações Além dos tipos de vidro mencionados existem outras classifi cações de vi dros com características específi cas tais como os vidros de proteção contra fogo antibacteriano autolimpante blindado fotovoltaico entre outros CURIOSIDADE Os vidros blindados de acordo com a NBR 162182013 devem ser cons tituídos por dois tipos diferentes de vidro combinados sendo um macio e o outro duro É a partir das propriedades do componente macio que o vidro blindado adquire a elasticidade necessária para esticar ao invés de quebrar ao sofrer impactos Além disso a característica de blindagem do vidro é adquirida a partir do seu processo de cozimento que deve ser feito em temperaturas e pressões altamente controladas Ferramentas utilizadas Para a execução dos elementos de vidro na construção civil são necessá rias ferramentas adequadas Azeredo 1987 menciona a necessidade de uso de algumas ferramentas específi cas para a colocação dos vidros além das ferramentas básicas que devem existir em um canteiro de obras Entre elas podemos citar EPIs e EPCs Prumo linha de náilon mangueira de nível nível bolha Trenas Colher de pedreiro Desempenadeira Régua metálica Martelo Marreta Jogo de chaves de fenda Furadeira Ferragens em geral CONSTRUÇÃO CIVIL 91 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 91 23112020 125413 Calço madeira tratada borracha sintética plástico Carrô Contravento Dispositivos de fi xação Folhas Moldura Argamassa de assentamento dura plástica elástica Processos de colocação De modo geral a aplicação de vidros na construção civil deve seguir as dire trizes da norma NBR 71992016 A quantidade de chapa de vidro a ser utilizada e suas respectivas dimensões deverá ser especifi cada em projeto e adequa damente verifi cadas na edifi cação após a execução das alvenarias Em cada aplicação o tipo do vidro deve ser especifi cado especialmente quando o tra balho for executado com vidros de segurança uma vez que em determinadas situações não é possível lidar com o vidro comum Para cada tipo de aplicação a instalação de vidros deve seguir requisitos básicos Vidros em fachadas Nestes ambientes os vidros devem ser instalados abaixo da cota de 110 m em relação ao piso Dependendo do tipo de vidro utilizado ele pode ser fixado em estrutura de alumínio previamente ancorada na edificação a partir de ferragens nas extremidades que garantem sua fixação por meio de peças que utilizam meio furo no centro da chapa de vidro ou a partir de massas eou colas especiais Vidros em portas vitrines e divisórias Para aplicações abaixo da cota de 110 m somente poderão ser utilizados os vidros de segurança laminado temperado e aramado e o vidro insulado quando produzido a partir de vidros de segurança Quando autoportantes podem ser instalados a partir de ferragens especiais tais como fechaduras dobradiças trincos puxadores sistemas corrediços etc Quando em caixi lhos podem ser instalados a partir de argamassa selante ou plástica seja em esquadrias de madeira alumínio ferro ou plástico Já a instalação em cotas acima de 110 m pode ser feita com vidros de segurança ou com vidros do tipo CONSTRUÇÃO CIVIL 92 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 92 23112020 125413 impresso e fl oat contanto que sejam colados em toda a extensão ou encaixi lhados O processo de fi xação ocorre da mesma forma que a instalação para cotas abaixo de 110 m Envidraçamentos projetantes móveis Podem ser executados com vidros de segurança vidro do tipo insulado desde que produzido a partir dos vidros de segurança laminado ou aramado impresso e fl oat Para instalações feitas com os vidros laminado aramado e in sulado não há restrições na aplicação Já para os vidros temperado impresso ou fl oat a NBR 71992016 determina algumas condições Vidro temperado quando instalado no pavimento térreo poderá ser completamente encaixilhado ou autoportante Já a partir do primeiro pavi mento obrigatoriamente deverá ser encaixilhado com projeção máxima de 200 mm da aba de proteção Vidro impresso ou fl oat deverá ser colado ou completamen te encaixilhado no primeiro pavimento e no térreo Já a partir do segundo pavimento obrigatoriamente deverá ser encaixilhado com projeção máxima de 250 mm da aba de proteção Para instalação em autoportantes são utiliza das ferragens para os encaixilhados são aplicadas argamassas especiais ou colas na instalação Pinturas Compondo o sistema de acabamento de uma edifi cação a pintura é uma das etapas mais importantes e uma das mais esperadas pelos proprietários isso porque agrega beleza aos ambientes O que normalmente não se sabe é que além de aspectos estéticos a pintura tem a fi nalidade de proteger o subs trato da ação de agentes externos combatendo uma série de patologias como mofo empolamento corrosão deterioração etc Ambrozewicz 2012 menciona que o sistema de pinturas não se restringe so mente às tintas As pinturas englobam todos os processos executados para que se chegue ao acabamento desejado Isso inclui o primer muito conhecido no âmbito construtivo como tinta de fundo as massas e as tintas O primer sela a CONSTRUÇÃO CIVIL 93 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 93 23112020 125413 superfície a massa corrida proporciona uma superfície mais lisa e trabalhável e a tinta impermeabiliza protege e embeleza o substrato A composição do sistema constitui uma película protetora com espessura total de 1 milímetro Quanto à natureza das superfícies de aplicação na construção civil as pin turas são executadas em variados substratos tais como alvenarias internas e externas rebocadas forros peças de concreto telhas madeiras componentes metálicos e pisos cimentícios Neste tópico serão abordados de forma aprofun dada todos os detalhes do processo de pintura na construção civil Tipos de pinturas Estando a alvenaria executada ela passa pelo processo de revestimento onde o chapisco o emboço e o reboco são realizados São as paredes rebo cadas que recebem o sistema de pintura que é composto por três elementos Primer ou tinta de fundo é um elemento líquido produzido à base de sol ventes e resinas aplicado inicialmente ao substrato com a fi nalidade de prepa rar a base para receber os elementos posteriores O primer também melhora a aderência do substrato diminuindo o consumo de tinta aplicada Nos metais age protegendo contra a corrosão Massa mais conhecida como massa corrida é um elemento pastoso apli cado sobre a superfície já com primer Sua função é nivelar o substrato tornan doo mais liso e acabado para receber a tinta Tinta elemento líquido produzido à base de solventes e resinas É aplicado sobre a superfície emassada que depois de seca se torna uma camada sólida A escolha dos produtos adequados a cada tipo específi co de substrato e sua posterior aplicação deve seguir as diretrizes da norma regulamentadora NBR 132452011 Na esfera construtiva atual existe uma gama de possibilidades de pinturas que podem ser aplicadas em construções como um todo Alguns dos constituintes mais empregados são Pintura a látex PVA Elementos compostos à base de PVA acetato de polivinila solventes e pig mentos Apresenta como uma de suas principais características o alto rendi mento podendo ser aplicados sobre superfícies com variadas inclinações e em ambientes internos ou externos mas não são indicadas para serem aplicadas CONSTRUÇÃO CIVIL 94 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 94 23112020 125413 diretamente sobre superfícies metálicas São duráveis resistentes às patolo gias e com pouca retenção de cor Pintura acrílica Elementos compostos à base de resinas acrílicas solventes pigmentos e aditivos indicados para aplicação sobre blocos de concreto alvenarias rebo cadas superfícies emassadas e que já contenham pintura É o tipo de pintura mais utilizada atualmente em edificações apresentando como características a resistência e a durabilidade Estes elementos apresentam secagem rápida alta impermeabilidade e solubilidade em água Pintura a esmalte Estas pinturas são obtidas a partir da inserção de pigmentos em primers e vernizes resultando em elementos altamente lisos Produzidas à base de resi nas alquídicas solventes pigmentos e aditivos especiais pinturas deste tipo são empregadas em superfícies com variadas inclinações e em ambientes in ternos ou externos Indicadas principalmente para aplicação em elementos metálicos e de madeira Pintura a óleo Essencialmente composto por óleos esse tipo de pintura leva também em sua composição solventes secantes e pigmentos Pinturas deste tipo apresen tam elevado brilho e possibilidade de mistura de cores essa é uma de suas principais características Já esteve entre uma das opções de pintura mais em pregadas na construção civil mas houve uma baixa em sua utilização devido a pontos negativos como o longo período demandado para secagem e os aspec tos escurecidos e amarelados que surgem ao longo do tempo em superfícies que ficam expostas à ação de intempéries Pintura lavável Constituise basicamente de resina celulósica e alquídica com pigmentos Apresentam como principal característica a possibilidade de remoção de man chas e quaisquer tipos de sujeira sem que haja perda na qualidade e na beleza do produto aplicado Sua aplicação é indicada para superfícies de paredes de ambientes em geral Pintura à base de cal Este tipo de pintura é conhecido pela economia que apresenta na sua utiliza ção Produzida basicamente por cal extraído de rochas calcárias e dolomíticas CONSTRUÇÃO CIVIL 95 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 95 23112020 125413 esta pintura apresenta baixo teor de alumínio e de óxidos de ferro que carac terizam sua cor predominante A caiação como é conhecida é aplicada sobre superfícies de paredes externas e internas sendo indicada sua utilização no caso de ambientes internos e em locais com pouca ventilação Isso porque esta pin tura permite a transpiração das paredes evitando o surgimento de patologias EXEMPLIFICANDO Conhecida por ser uma das pinturas mais utilizadas na construção civil desde épocas remotas a caiação pode ser aplicada em ambientes sem iluminação e ventilação natural como garagens banheiros porões e outros Pintura com verniz Os vernizes são elementos produzidos à base de resinas naturais ou sintéti cas solventes e aditivos que culminam em um produto transparente ou trans lúcido Essencialmente indicado para aplicação em superfícies de madeiras podem também ser aplicados em superfícies metálicas e peças de concreto Dentre suas principais características destacamse o brilho e a beleza bem como sua alta capacidade de proteção do substrato Além disso são resisten tes à ação de raios UV e facilmente limpáveis A Figura 6 mostra um piso de madeira com e sem a aplicação de verniz Figura 6 Aplicação de verniz em piso de madeira Fonte Shutterstock Acesso em 23102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 96 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 96 23112020 125414 Ferramentas utilizadas Para a execução do sistema de pintura em uma edifi cação são necessá rias ferramentas básicas que já existem em canteiros de obra assim como fer ramentas específi cas adequadas para realizar esta tarefa A NBR 132452011 menciona as seguintes ferramentas necessárias para a execução da pintura EPIs e EPCs Prumo linha de náilon mangueira de nível nível bolha Pinceis e trinchas Rolos de lã sintética de cerdas baixas Rolos de lã de carneiro Rolos de espuma rígida Rolos de espuma de poliéster Desempenadeiras aço e plástico rígido Espátulas Lixas de numerações diversas Escovas de aço Pistola de pintura Pistola airless Processos de aplicação A execução de pinturas segue as diretrizes da NBR 132452011 que detalha o passo a passo para a sua execução De modo geral as superfícies que rece berão a pintura devem ser verifi cadas e corrigidas antes de iniciar o processo Todas as superfícies que receberão pintura devem ser adequadamente limpas sendo removidas toda e qualquer impureza e só poderão receber a pintura quando estiverem completamente secas Para cada tipo de superfície a NBR 132452011 prevê requisitos específi cos para a execução da pintura Sobre essas especifi cações acompanhe Paredes rebocadas peças de concreto e elementos cimentícios em geral Para superfícies destes tipos antes de iniciar a pintura devese esperar a cura e completa secagem das peças processo que dura em torno de 28 dias Em seguida a superfície deve ser verifi cada e lixada para que se obtenha a CONSTRUÇÃO CIVIL 97 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 97 23112020 125414 camada menos rugosa possível Elementos que contenham manchas gordu ras ou mofo devem ser adequadamente tratados com lavagens e lixamento A etapa subsequente consiste em aplicar o primer sobre o substrato seguido pela execução da massa corrida Após a secagem da massa a superfície deve ser lixada a fim de se obter uma camada completamente lisa para receber a tinta Por fim a tinta escolhida é aplicada em duas ou mais demãos de acordo com a necessidade EXPLICANDO A lavagem de superfícies manchadas como paredes é feita com solução de água e sabão normalmente neutro Quando necessário utilizase água sanitária para auxiliar no processo principalmente em superfícies que contenham mofo Esfregase a superfície que apresente mofo eou manchas e em seguida se faz o enxágue com bastante água Feito isso esperase a secagem para executar o processo de pintura Elementos metálicos As superfícies metálicas devem ser lixadas Em casos de metais em processo corrosivo deve ser feita a remoção da ferrugem seja por processo químico ou mecânico Realizada a regularização da superfície o primer anticorrosivo deve ser aplicado Na sequência é aplicada a tinta escolhida na quantidade de de mãos adequada A Figura 7 mostra a aplicação de tinta em uma parede de aço Figura 7 Aplicação de pintura contra corrosão em parede de aço Fonte Shutterstock Acesso em 23102020 CONSTRUÇÃO CIVIL 98 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 98 23112020 125415 Madeiras Inicialmente as superfícies devem ser lixadas com lixa de numeração 1 e o pó resultante do lixamento deve ser removido com o auxílio de um pano úmi do Em seguida o primer neste caso também conhecido como selador deve ser aplicado em duas demãos Após a aplicação de cada demão de selador deve ser feito novamente o lixamento para garantir uma superfície perfeitamente lisa Feito isto o verniz ou a tinta esmaltada deve ser aplicada na quantidade de demãos necessárias Em madeiras novas geral mente são aplicadas três demãos enquanto em madeiras que já tenham sido pintadas são aplica das duas demãos CONSTRUÇÃO CIVIL 99 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 99 23112020 125415 Sintetizando Até aqui aprendemos conceitos e técnicas indispensáveis à sua atuação no setor construtivo Neste momento convido você a retomar o assunto exposto de modo a fixálo Vimos que uma das fases mais aguardadas em uma construção é a fase de acabamentos A escolha dos elementos adequados para cada ambiente de penderá das características de cada obra e de gostos pessoais do proprietário levando em consideração aspectos orçamentários projetivos e principalmente estéticos Nesta perspectiva identificamos e aprofundamos os conhecimentos acerca dos tipos de esquadrias mais comuns e os respectivos materiais utiliza dos em cada uma delas Dentre os sistemas existentes vimos os variados tipos de portas e de jane las Vimos também que dentre as várias opções de portas existentes as mais usuais são as de giro as de correr a pivotante a balcão a vaivém a sanfonada e a de conexão Além disso conhecemos muitas opções de janelas dentre elas a fixa a de giro a de correr a pivotante a basculante e a sanfonada Compreendemos como se dá o processo de colocação dessas esquadrias e quais ferramentas são utilizadas em sua execução Outro elemento importante na construção civil explorado nesta unidade foram os vidros Entendemos sua importância e aplicabilidade dentro do setor construtivo brasileiro bem como conhecemos suas classificações e tipos Den tre os vidros mais utilizados estão os vidros de segurança laminado tempera do e aramado o float o impresso o insulado e o de controle solar As especificações e aplicações de cada um destes tipos de vidro são des critos pela NBR 71992016 que também determina os processos adequados de colocação de cada um deles Neste sentido aprendemos como executar a instalação de vidros para fins diversos na construção civil bem como as ferra mentas utilizadas neste processo Posteriormente conhecemos o sistema de pintura e entendemos que ele não se restringe somente às tintas As pinturas englobam todos os processos executados para que se chegue ao acabamento desejado Isso inclui o primer muito conhecido no âmbito construtivo como tinta de fundo as massas e as CONSTRUÇÃO CIVIL 100 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 100 23112020 125415 tintas O primer sela a superfície a massa corrida proporciona uma superfície mais lisa e trabalhável e a tinta impermeabiliza protege e embeleza o substrato Entendemos que a pintura se configura como um elemento que carrega a função de proteger a superfície onde é aplicada além de ser um elemento estético Vimos que quanto à natureza das superfícies de aplicação as pintu ras são aplicadas em alvenarias rebocadas forros peças de concreto telhas madeiras componentes metálicos pisos cimentícios alvenarias internas e ex ternas entre outros Por fim conhecemos os tipos de pintura existentes e identificamos seu ade quado processo de execução segundo os critérios contidos na NBR 132452011 Com isto esperamos que sua trajetória de conhecimento até aqui tenha sido enriquecedora Lembrese sempre de complementar seus estudos por meio de leituras de artigos e pesquisas científicas acerca do assunto estudado CONSTRUÇÃO CIVIL 101 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 101 23112020 125415 Referências bibliográficas ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 7199 Projeto execução e aplicações de vidro na construção civil Rio de Janeiro ABNT 2016 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 108211 Esqua drias para edificações parte 1 esquadrias externas e internas Terminologia Rio de Janeiro ABNT 2017 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 11742 Porta cortafogo para saída de emergência Rio de Janeiro ABNT 2018 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 13245 Tintas para construção civil Execução de pinturas em edificações não industriais Preparação de superfície Rio de Janeiro ABNT 2011a ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 159301 Portas de madeira para edificações Parte 1 Terminologia e simbologia Rio de Janeiro ABNT 2011b ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 16218 Vidros de segurança resistentes a impactos balísticos para veículos rodoviários blin dados Aspectos visuais e ópticos Requisitos e métodos de ensaio Rio de Janeiro ABNT 2013 ABRAVIDRO Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos Aplicação do vidro na construção civil São Paulo 2018 Disponível em httpsabravidroorgbrwpcontentuploads201803aaplicacaodovidro naconstrucaociviltamojuntovidraceiropdf Acesso em 23 out 2020 AMBROZEWICZ P H L Materiais de construção normas especificações apli cação e ensaios de laboratório São Paulo Pini 2012 AZEREDO H A O edifício até sua cobertura 2 ed São Paulo Blucher 1997 AZEREDO H A O edifício e seu acabamento São Paulo Blucher 1987 CALLISTER W D Ciência e engenharia de materiais uma introdução 8 ed Rio de Janeiro LTC 2012 CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção Esquadrias para edifi cações desempenho e aplicações orientações para especificação aquisição instalação e manutenção Brasília CBICSenai 2017 YAZIGI W A técnica de edificar 17 ed São Paulo Pini SindusCon 2017 CONSTRUÇÃO CIVIL 102 SERENGCIVCONCIVUNID3indd 102 23112020 125415 SISTEMAS FINAIS COBERTURA 4 UNIDADE SERENGCIVCONCIVUNID4indd 103 23112020 154228 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Compreender o sistema de cobertura de uma edificação Conhecer os tipos e elementos que compõem os telhados Entender as diferenças entre os principais tipos de telhas existentes no mercado Compreender como deve ser feito o traçado e os planos de água de um telhado Entender os procedimentos para instalação de telhados Compreender o que são forros e como é feita sua fixação na estrutura Diferenciar os tipos de forros existentes Conhecer as ferramentas empregadas na execução dos forros Telhados e coberturas Componentes da estrutura Materiais de cobertura Traçado de telhados Técnicas de execução Forros Tipos de forros Ferramentas utilizadas Técnicas de execução CONSTRUÇÃO CIVIL 104 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 104 23112020 154228 Telhados e coberturas Compondo um dos sistemas mais importantes do processo construtivo as coberturas são assim classifi cadas por exercerem a função de proteger todo o ambiente interno construído de possíveis intempéries e de insolações Finaliza das as etapas de execução de fundação elevação de alvenarias acabamentos argamassados e não argamassados e instalação de esquadrias temse início a execução da etapa fi nal de uma construção a cobertura O fechamento superior da edifi cação como também são conhecidas as co berturas compõese de forros ou telhados a depender das determinações do projeto na maioria das vezes usase ambos Além de proteger a estrutura da ação de agentes externos a cobertura é res ponsável por receber elementos como caixas dágua placas fotovoltaicas siste mas de escoamento de águas pluviais mantas impermeabilizantes e tantos ele mentos quanto sejam necessários de acordo com as determinações de projeto Podem apresentarse ainda com dupla função isolante e estética Quanto ao isolamento são respon sáveis por impermeabilizar a região superior de uma edifi cação confe rindolhe bons isolamentos térmicos e acústicos Quanto à estética o for mato escolhido tem por função agre gar beleza e harmonia à edifi cação tornandoa vistosa enquanto man tém a segurança A cobertura deve ser dimensionada de modo a suportar seu próprio peso bem como forças externas atuantes sobre ela tais como a ação dos ventos Em caso de coberturas que devam receber carga extra como placas de captação de energia solar elas devem ser adequadamente dimensiona das segundo critérios das normas regulamentadoras vigentes Além disso é fundamentalmente importante que a execução dessas estruturas seja crite riosamente realizada segundo os detalhes de projeto a fi m de garantir sua perfeita funcionalidade e segurança da edifi cação CONSTRUÇÃO CIVIL 105 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 105 23112020 154236 Componentes da estrutura O telhado configurase como uma categoria da cobertura composto por elementos que integram a sua estrutura de sustentação A união des tes elementos molda o arranjo que receberá o telhado Ele é composto por dois tipos de estrutura a estrutura principal e a estrutura secundária A estrutura principal é composta pela tesoura principal elemento de sustentação do telhado Já a estrutura secundária também co nhecida como trama é composta pelos elementos que tem como função sustentar as telhas São eles os caibros as ri pas e as terças Para o telhado com estrutura de madeira vamos identifi car e conhecer cada um destes elementos Tesouras São estruturas planas verticais popularmente conhecidas como tre liças Sendo consideradas como o principal elemento de um telhado as tesouras são dimensionadas para suportar as cargas que atuarão sobre o telhado São compostas pela junção de várias peças compreendendo uma estrutura rígida em formato retangular As tesouras são constituídas por cinco elementos fundamentais MOLITERNO 2010 Pendural consiste no elemento vertical central de suporte da tesou ra que tem como função fazer a ligação entre a linha e os banzos além de suportar as cargas dos elementos posicionados diagonalmente Linha também conhecida como banzo inferior consiste no elemento posicionado na base da tesoura A linha recebe ambos os banzos e o pen dural e tem como função transmitir os esforços que recebe da tesoura para os elementos estruturais vigas e pilares Banzos popularmente chamados de banzos superiores estes ele mentos consistem nas duas peças principais de ligação da tesoura posi cionadas diagonalmente Os banzos superiores interligados à linha apre sentam o formato de um triângulo A principal função destes elementos é suportar e absorver as cargas provenientes das terças Diagonais são peças adicionadas à estrutura com a finalidade de tra vála tornandoa mais rígida e segura São ligadas aos banzos superiores e ao pendural CONSTRUÇÃO CIVIL 106 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 106 23112020 154236 Figura 1 Tesoura de madeira Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Chapuz elemento também conhecido como calço é utilizado para entra var as terças nos banzos superiores impedindo a sua movimentação A Figura 1 representa o esquema de uma tesoura de madeira para o telha do de uma edificação De acordo com a NBR 7190 peças como tesouras que são constituídas pela junção de vários elementos estruturais e trabalham como componentes de sustentação devem ser rígidas e para tanto precisam ser contraventadas O contraventamento dessas peças deve ser feito com as diagonais cruzadas ou com mãosfrancesas ABNT 1997 ASSISTA Determinados tipos de estruturas necessitam de uma maior garantia da sua estabilidade global para que possam tornarse suficientemente seguras Essa estabilidade é obtida por meio do aumento da rigidez que por sua vez é alcançada por meio do sistema de contraventamento Ele consiste em uma série de procedimentos realizados para travar a estrutura Em geral barras extras são posicionas de tal modo que impeçam quais quer tipos de deslocamentos das barras principais travando a estrutura vertical e horizontalmente Terças São elementos que se comportam como vigas longitudinais apoiadas em tesouras Em geral as terças que compõem um telhado se apoiam sobre duas CONSTRUÇÃO CIVIL 107 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 107 23112020 154244 tesouras uma no início e outra no fim do telhado Em casos de grandes edifica ções cujo projeto determine a necessidade de mais tesouras ao longo de seu comprimento as terças se apoiam sobre elas Para que a tesoura possa de fato trabalhar como uma treliça as terças devem ser fixadas próximas ao nós das tesouras a partir de chapuzes Elas recebem as cargas provenientes dos caibros e as transfere para as tesouras Em geral as terças apresentam dimensões de 60 cm x 120 cm ou 60 cm x 160 cm YAZIGI 2017 Em casos de edificações com comprimentos superiores a estes é comum que sejam feitas emendas nas terças a fim de vencer o comprimento do vão A Figura 2 representa uma estrutura em que as terças se encontram apoiadas sobre as tesouras Terças de cobertura Figura 2 Terças apoiadas sobre tesouras Caibros São elementos posicionados sobre as terças no sentido perpendicular a elas Recebem as cargas das ripas e sua inclinação define a forma como o telhado será desenhado Em geral os caibros apresentam dimensões de 60 cm x 60 cm e são fixados nas terças por pregos YAZIGI 2017 Os espaçamentos entre os caibros dependerão do tipo de telha adotada podendo variar de 40 cm a 60 cm Os caibros atuam no apoio ao suporte e transferência de cargas da estrutu ra sendo também fundamentais ao escoamento de águas pluviais uma vez que são posicionados de forma longitudinal ao sentido de escoamento sendo um dos CONSTRUÇÃO CIVIL 108 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 108 23112020 154245 principais elementos que determinarão a inclinação do telhado A Figura 3 mostra caibros fixados nas terças que por sua vez estão fixadas nas tesouras Figura 3 Caibros fixados em terças Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Ripas São dispostas no telhado sobre os caibros no mesmo sentido de co locação das terças longitudinalmente São peças pequenas ajustadas pa ralelamente ao beiral cuja fixação nos caibros é feita a partir de pregos Os pregos utilizados na fixação das ripas devem apresentar tamanho suficiente para atingir pelo menos metade da sua espessura Em geral as ripas apresentam dimensões de 10 cm x 50 cm ou de 105 cm x 50 cm e são fixados nas terças por pregos YAZIGI 2017 Os espaçamen tos entre as ripas dependerão do tipo de telha adotada sendo geralmente utili zado um espaçamento de 35 cm As ripas são fundamentais em um telhado pois são elas que recebem as telhas Além disso apresentam também como função a absorção das cargas provenientes das telhas e a sua consequente transferência aos cai bros Veja na Figura 4 uma estrutura de telhado completa pronta para receber as telhas CONSTRUÇÃO CIVIL 109 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 109 23112020 154253 Figura 4 Estrutura de telhado completa à espera das telhas Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Existem também os telhados executados com estruturas metálicas Por muito tempo essa foi uma opção pouco explorada que gradualmen te foi sendo implementada e hoje é amplamente utilizada Diferentemen te dos telhados convencionais neste tipo de telhado toda a estrutura de suporte às telhas é executada a partir de materiais metálicos em geral perfis de aço Uma vez que a função primordial de um telhado é proteger os am bientes contra a ação de intempéries o telhado metálico apresentase como uma estrutura eficaz São altamente viáveis por apresentarem uma elevada resistência e execução enxuta e rápida dispensando uma grande demanda de tempo para a montagem Além disso apresentam como característica essencial o fato de supor tarem seu próprio peso e a baixa geração de resíduos no seu processo de produção e execução Em contrapartida necessitam de mãodeobra especializada para realizar a montagem e requerem tratamento imper meabilizante para prolongar sua vida útil e prevenir patologias Assim como nas estruturas de madeira telhados executados em ma teriais metálicos apresentam componentes específicos que trabalham no suporte às telhas Dentre eles podemos citar tesouras terças con traventamentos laterais vigas treliçadas vigas laterais telhas metálicas além de parafusos e peças soldáveis CONSTRUÇÃO CIVIL 110 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 110 23112020 154301 Telhados com estrutura metálica são exemplos de telhados autopor tantes Os autoportantes são todos aqueles capazes de suportar o pró prio peso sem deixar de cumprir com sua função de proteger os am bientes Neste tipo de telhado são utilizadas as telhas autoportantes em geral metálicas Esses elementos adequamse perfeitamente a qualquer tipo de edificação podendo ser instalados sobre estruturas de madeira ou metálicas As telhas autoportantes são instaladas com parafusos em suportes metálicos e são vantajosas devido à sua resistência facilidade de instalação e pouca geração de resíduos Materiais de cobertura Há uma grande diversidade de materiais aplicáveis na execução de cober turas Nos dias de hoje grandes edifi cações residenciais comerciais esporti vas ou de lazer apresentam coberturas constituídas por materiais metálicos Os telhados podem ser executados em madeira ou a partir de perfi s de aço em geral galvanizado Em edifi cações de pequeno porte tais como residências unifamiliares o mais comum é a utilização de telhados em madeira Em edifi cações de grande porte ginásios pontos comerciais e até mesmo em hospitais encontramos telhados executados em aço Estes materiais são os grandes aliados das co berturas brasileiras Além da estrutura do telhado as telhas também são encontradas em grande variedade de materiais no mercado O aprofundamento na ciência dos materiais permitiu que a produção destes elementos a partir de vários materiais fosse possível Diferentes materiais foram estudados e testados a fi m de combinar fato res estéticos de conforto e de segurança em telhas que nunca haviam sido imaginadas e hoje são amplamente empregadas na construção civil Elas po dem ser produzidas a partir de um único material ou pela combinação de dois ou mais materiais que agreguem diferentes características às telhas Apesar da grande variedade de telhas disponíveis escolha deve ser basea da em características como estanqueidade resistência durabilidade leveza e qualidade no isolamento térmico e acústico dos ambientes CONSTRUÇÃO CIVIL 111 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 111 23112020 154301 Além disso o projeto executivo deve determinar o tipo de telha a ser em pregado na construção a partir de características do local e de gosto pessoal do cliente A telha deve compor um arranjo har mônico e agradável esteticamente para a edifica ção Devem ser considerados também o tipo de produção local o fácil acesso e o transporte do material até o canteiro de obras levando sempre em consideração fatores que tenham custobenefício satisfatório Deste modo serão enumerados os tipos de telha mais comumente em pregadas suas funções vantagens e desvantagens Telhas cerâmicas São as mais conhecidas e mais utilizadas em edificações de pequeno porte em geral residências unifamiliares São produzidas a partir de bar ro o que lhes confere grandes vantagens uma vez que este elemento é dotado de propriedades isolantes térmicas É o tipo ideal de telha para ser empregada em locais quentes por proporcionar conforto térmico tornan do o ambiente fresco e agradável O telhado executado a partir de telhas cerâmicas requer uma inclina ção adequada Esta inclinação é definida na etapa de produção das telhas existindo portanto telhas para inclinações de 25 e 35 Além da facili dade de acesso dessas telhas elas não requerem mãodeobra especiali zada sendo de fácil e execução Como pontos negativos deste tipo de telha destacamse a sua fragili dade elevado peso e baixa resistência ao vento Existe uma grande varie dade de opções e modelos de telhas cerâmicas usualmente utilizadas no Brasil Dentre elas as mais conhecidas são Telha cerâmica colonial Telha cerâmica portuguesa Telha cerâmica francesa Telha cerâmica americana Telha cerâmica italiana Telha cerâmica romana A Figura 5 apresenta uma cobertura que utiliza telha cerâmica colonial CONSTRUÇÃO CIVIL 112 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 112 23112020 154301 Figura 5 Cobertura com telha cerâmica colonial Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Telhas de fibrocimento Amplamente conhecidas nas construções brasileiras por serem uma opção econômica as telhas de fibrocimento são constituídas por cimento reforçado com fibras sintéticas Há uma polêmica em torno desse tipo de telha uma vez que eram produzidas com amianto substância causadora de danos à saúde O uso do amianto foi proibido em construções e em materiais emprega dos em construções de forma geral Atualmente para a produção desse tipo de telha o amianto foi substituído por uma combinação de fibras sintéticas em geral celulose e PVA ou PP não sendo portanto prejudicial à saúde como as tradicionais Entre as vantagens deste tipo de telha podem ser citadas sua fácil aqui sição e elevada resistência e leveza o que contribui para a diminuição da carga no telhado Além disso apresentam grandes comprimentos o que im plica na diminuição do quantitativo de telhas necessárias Dentre suas desvantagens a principal delas é sua capacidade de absorção de calor o que provoca desconforto térmico ao ambiente Na Figura 6 é possível verifi car o telhado de uma edificação que utiliza telhas de fibrocimento CONSTRUÇÃO CIVIL 113 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 113 23112020 154306 Figura 6 Telha de fibrocimento Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Telhas de concreto Esse tipo de telha produzida a partir de cimento Portland agregados e água vem ganhando bastante espaço na construção civil brasileira Durante o processo de pro dução podem ser adicionados pigmentos a fim de obter telhas em cores variadas A moldagem é feita no período em que elas passam por estufa a vapor Configu ramse como elementos altamente resistentes e duráveis apresentando baixa proba bilidade de fratura o que as diferencia das telhas tradicionais de cerâmica Além disso requerem um quantitativo menor de unidades por metro quadrado e apresentam baixa absorção de água o que lhes confere características de mais leveza se comparadas com as cerâmicas Dentre suas desvantagens destacase sua elevada capacidade de esquentar gerando desconforto térmico aos usuários não sendo portanto indicadas para locais quentes Além disso são opções mais caras que as telhas cerâmicas A Figura 7 ilustra telas de concreto justapostas perfazendo toda a área do telhado Figura 7 Telhado executado com telhas de concreto Fonte Shutterstock Acesso em 10112020 CONSTRUÇÃO CIVIL 114 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 114 23112020 154325 Telhas de vidro Produzida a partir de prensagem este tipo de telha é utilizado com a fina lidade de obter ambientes mais iluminados Apresentamse como uma alter nativa viável sendo duráveis e resistentes a mudanças de temperatura São sempre utilizadas em conjunto com as telhas cerâmicas motivo pelo qual en contramse disponíveis no mercado nos mesmos modelos colonial portugue sa francesa americana italiana e romana São muito empregadas em ambientes como garagens áreas de lazer pon tos comerciais e até mesmo em estufas pois são uma excelente alternativa para permitir iluminação natural reduzindo os custos com energia elétrica du rante o dia Dentre suas desvantagens estão o seu preço mais elevado e a baixa capacidade de isolamento térmico Telhas de capim Muito utilizadas em tempos remotos quando as construções não contavam com a variedade de materiais que hoje estão disponíveis este tipo de telha mos trase como uma opção ecológica eficiente Por um tempo a utilização desse ma terial caiu em desuso mas voltou a ser amplamente empregada principalmente por se configurar como uma excelente opção de telhados naturais As telhas de capim absorvem muito bem a água impedindo seu escoamento para a região interna dos ambientes Além disso torna os espaços mais frescos e agradáveis em períodos quentes e controlam bem a temperatura em períodos frios São muito utilizadas em áreas de lazer quiosques galpões e am bientes a que se busca atribuir um toque rústico e agradável Os tipos de capim mais utilizados em coberturas são o sapê a piaçava as palhas de coqueiro e as palhas san ta fé A Figura 8 mostra alguns quiosques em uma área de lazer cujas cobertu ras foram realizadas com a utilização de capim Figura 8 Telhado com capim Fonte Shutterstock Acesso em 10112020 CONSTRUÇÃO CIVIL 115 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 115 23112020 154332 Telhas de plástico Muito conhecidas como telhas de PVC estes elementos configuramse como uma opção barata e eficiente Em geral essas telhas são fabricadas em uma grande varie dade de cores e são muito flexíveis quanto à sua utilização em diferentes inclinações Esse tipo de telha vem ganhando espaço no ramo da construção civil por ser uma opção economicamente viável extremamente leve e requerer pouco madeira mento para a sua instalação Entre seus pontos positivos podem se destacar ainda a facilidade de aplicação não necessitando portanto de mão de obra especializada sua durabilidade e sua resistência às mudanças de temperatura Em contrapartida esse material não fornece ao ambiente um isolamento acústico e térmico adequa do não são tão resistentes quanto outros modelos e apresentam envelhecimento da pigmentação de forma precoce Telhas metálicas Telhas deste tipo são produzidas a partir de materiais metálicos tais como o aço e suas ligas zinco cobre e alumínio Essas telhas ganharam grande espaço na construção civil por serem extremamente resistentes e leves além de econômi cas Em geral são associadas a telhados de galpões e ginásios no entanto podem ser empregadas em todo e qualquer tipo de construção Entre suas desvantagens destacase sua baixa capacidade de isolamento térmico sendo esse um ponto que vem recebendo atenção especial e melhorias durante o processo de produção São encontradas no mercado nos formatos on dulada trapezoidais tradicionais e autoportantes e telhas para forro A Figura 9 apresenta a execução do telhado de uma edificação a partir de telhas metálicas Figura 9 Execução de telhado com telhas metálicas Fonte Shutterstock Acesso em 10112020 CONSTRUÇÃO CIVIL 116 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 116 23112020 154346 Calhas e condutores pluviais Além do madeiramento e das telhas o telhado de uma cobertura conta com materiais acessórios indispensáveis ao escoamento de águas pluviais e ma nutenções da cobertura AMBROZEWICZ 2012 O telhado de uma cobertura deve garantir a estanqueidade dos ambientes externos além de assegurar seu conforto térmico Para que haja o adequado escoamento e destinação final de águas pluviais em períodos chuvosos é indispensável o emprego de calhas e condutores para auxiliar nesse processo Estes elementos devem ser previstos em projeto com todo o dimensionamento e detalhamento de instalação espe cificados de forma simples e clara As calhas são instaladas no beiral do telhado e são o principal canal de co leta de águas provenientes das chuvas ou de limpezas no telhado A calha ideal para instalação depende das características de cada telhado como a inclinação adotada e o tipo de telha empregado Esses elementos são fabricados em sua maioria com aço galvanizado sen do muito comum encontrarmos calhas de PVC em muitas residências brasilei ras Apesar de ser a mais utilizada a calha de PVC não é o tipo mais adequado para coletar grandes vazões de água Em regiões onde existem grandes preci pitações o tipo de calha mais indicado é a de aço galvanizado Além de atuar na coleta de águas que escoam pelo telhado as calhas são importantes elementos na prevenção de infiltrações nas edificações Já os condutores pluviais são tubulações verticais e horizontais conecta das às calhas cuja principal função é receber as águas coletadas pelas calhas e transportálas ao destino adequado O transporte das águas pluviais pelos condutores se dá por gravidade ou seja o escoamento é livre não necessita de força mecânica Quanto à destinação final das águas residuais elas devem seguir as de terminações da NBR 10844 ABNT 1989 Em geral os condutores e as calhas instalados são de um mesmo material ou seja em casos em que a calha ins talada for de PVC o condutor também será e quando a calha instalada for em aço galvanizado o condutor também será Isso porque o sistema composto é único com a função exclusiva de transportar as águas coletadas Na Figura 10 é possível observar o sistema de coleta e transporte de águas pluviais de uma edificação residencial unifamiliar CONSTRUÇÃO CIVIL 117 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 117 23112020 154346 Figura 10 Sistema de coleta e transporte de águas pluviais calha e condutor Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Traçado de telhados Toda e qualquer cobertura é formada por superfícies planas dispostas a de terminada inclinação de modo que possa garantir o adequado escoamento de águas das chuvas AZEREDO 1997 A estas superfícies inclinadas atribuímos a nomenclatura de águas ou plano de águas Uma edifi cação pode apresentar um ou mais planos inclinados de acordo com determinações prévias proje tivas Em casos em que a cobertura seja composta por mais de uma água o encontro entre elas é o que denominamos como cumeeira CURIOSIDADE É comum em construções as cumeeiras serem confundidas com os espigões Em muitas obras brasileiras há a execução errada desses elementos causada por falhas na distinção entre os elementos que compõem o telhado Em um telhado de três águas por exemplo a terça central que une as duas águas laterais é a cumeeira Já as terças que dividem os planos principais laterais gerando um novo plano de água desta vez menor é o que conhecemos por espigão A principal diferen ça entre ambos está neste detalhe enquanto a cumeeira une planos de águas o espigão divideas CONSTRUÇÃO CIVIL 118 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 118 23112020 154355 A divisão dos planos necessários a uma cobertura está diretamente liga da à concordância dos ângulos formados pela linha da cumeeira dos espi gões eou rincões Essa divisão é determinada de acordo com as dimensões da cobertura da edifi cação que deve ser avaliada para que se possa determinar o número de águas necessárias para garantir a perfeita impermeabilidade da cobertura e o consequente escoamento adequado de águas pluviais O Quadro 1 apresenta algumas das possíveis combinações de planos de água para o telhado de uma edifi cação e suas respectivas representações DENOMINAÇÃO ILUSTRAÇÃO Uma água Duas águas Três águas Uma água Uma água Uma água Uma água Duas águas Duas águas Duas águas Três águas Três águas Três águas QUADRO 1 TIPOS DE PLANOS DE ÁGUAS CONSTRUÇÃO CIVIL 119 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 119 23112020 154356 Quatro águas Múltiplas águas Quatro águas Quatro águas Quatro águas Quatro águas Múltiplas águas Múltiplas águas Múltiplas águas Múltiplas águas Múltiplas águas Fonte AZEREDO 1997 s p Adaptado Para que as águas provenientes de intempéries ou de limpezas escoe per feitamente pelos planos de água dos telhados eles precisam estar a uma certa inclinação em relação à base da cobertura Uma vez que os planos precisam es tar em declive as águas podem ser identifi cadas como a própria inclinação A inclinação de um telhado é dada pela relação entre a altura da água h e o seu comprimento projetado horizontalmente L Matematicamente a inclinação de um telhado pode ser obtida a partir da equação i h 100 1 L Observe na Figura 11 como essa relação é feita considerando os catetos do triângulo que se imagina existir a partir da união de duas águas α L h Figura 11 Cálculo de inclinação de telhado Fonte AZEREDO 1997 s p CONSTRUÇÃO CIVIL 120 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 120 23112020 154356 Para o traçado de telhados é necessário seguir algumas recomendações básicas YAZIGI 2017 Dividir a planta da edifi cação em quadrados ou retângulos Traçar as bissetrizes nesses planos Identifi car a cumeeira Identifi car os espigões e rincões caso seja necessário Identifi car o número de águas Determinar a inclinação das águas Técnicas de execução Para a execução de coberturas na edificação sejam elas de madeira metálicas ou compostos por mais de um material são necessárias ferramentas específicas e adequa das para a tarefa Há algumas ferramentas que são obrigatórias em um canteiro de obras tanto as de uso comum quanto as específicas à insta lação de esquadrias Entre elas podemos citar YAZIGI 2017 EPIs e EPCs Argamassa de assentamento Colher de pedreiro Prumo linha de náilon mangueira de nível e nível bolha Trenas Régua metálica Lápis de carpinteiro Martelo Marreta Serrote Jogo de chaves de fenda Furadeira Pregos parafusos de marceneiro e parafusos com buchas de náilon Tesouras terças caibros ripas cumeeiras vigas treliçadas contraventa mentos e vigas laterais CONSTRUÇÃO CIVIL 121 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 121 23112020 154357 Para que as coberturas possam ser instaladas as alvenarias devem es tar concluídas com vergas e contravergas adequadamente executadas e portas e janelas devidamente instaladas Feito isto a estrutura do telhado pode começar a ser montada seguindo todos os critérios do projeto Inicialmente as tesouras são instaladas em todo o comprimento da edi ficação Em seguida as terças os caibros e as ripas são instalados para que enfim possam receber as telhas Estando as telhas adequadamente posicionadas nos telhados o sistema de calha e condutor é executado passando por tratamento necessário de prevenção de patologias Em es truturas metálicas o procedimento executivo é semelhante necessitando de atenção especial à impermeabilização dos perfis a fim de prolongar sua vida útil As telhas cerâmicas devem ser instaladas por fiadas a partir do beiral até chegar na linha da cumeeira sendo colocadas de modo a se encaixa rem perfeitamente A instalação de telhas do tipo capa e canal deve ser iniciada sempre pelos canais Os canais são caracterizados pelo posicionamento da telha com a parte mais larga voltada para cima enquanto as capas são posicionadas com a parte mais larga voltada para baixo A instalação das telhas deve ser do tada de rigorosos cuidados para que haja o mínimo de quebras e perdas possíveis dispondoas de modo a distribuir sua carga igualitariamente em todo o telhado Por este motivo é recomendado que a sua colocação seja simultânea em todas as águas Além disso em dias de muita ventania de vese evitar realizar a instalação de telhas cerâmicas Forros Os forros são elementos integrantes do sistema de cobertura e são responsáveis por garantir o isolamento entre o piso e o telhado de uma edificação O forro pode compor a cobertura em conjunto com o telhado bem como pode ser um elemento único dela Nes tes casos se faz necessário o uso de mantas que garantam a impermeabilidade da edificação Assim o forro pode se configurar como uma cobertura CONSTRUÇÃO CIVIL 122 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 122 23112020 154357 Em edifi cações com dois ou mais pavimentos o forro é indispensável uma vez que atua como teto para o pavimento inferior servindo ao mesmo tempo como piso para o pavimento superior Por este motivo o forro é popularmente conhecido como teto por ser o limite superior que torna uma edifi cação fecha da e isolada Além de atuar como elemento isolante e intermediário entre pavimentos o forro apresenta características estéticas que agregam beleza às edifi cações Portanto a escolha o projeto e a execução de forros em edifi cações confi gu ramse como etapas extremamente importantes de uma obra uma vez que além de ser essencial à estética da edifi cação eles serão responsáveis pelo conforto térmico e acústico dela Tipos de forros É inegável o crescimento e a modernização das construções em nos so país Atrelado a isso tevese uma expansão significativa na variedade de materiais disponíveis para a aplicação na construção e o consequente aumento da exigência dos clientes na entrega de edificações perfeitas es tética e estruturalmente Por este motivo notase uma grande cautela ao selecionar os materiais adequados para uma obra Os projetos especificam cada material e cada detalhe do processo executivo para cada etapa de uma construção sejam para os sistemas iniciais para os intermediários ou para os finais Quando se trata de forros o cenário não é diferente Há uma grande variedade de forros disponíveis no mercado tendo diferentes tipos de ma teriais como elementos principais além de se apresentarem em diversos formatos e texturas Considerado como elemento de acabamento interno da edificação os forros são classificados como revestimentos realizados em lajes Existem variados tipos de forros disponíveis para aplicação em construções cada qual com características próprias e aplicabilidades específicas A escolha do tipo de forro depende da soma de vários fatores Um deles é a localização da construção Dependendo do clima da região onde está a edi fi cação o tipo de forro a ser empregado deve mudar a fi m de cumprir com a CONSTRUÇÃO CIVIL 123 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 123 23112020 154357 função de adequado isolamento térmico e acústico e promoção de conforto Além disso as dimensões da construção influenciarão na escolha do forro bem como o projeto arquitetônico determinará requisitos específicos A seleção do material adequado para compor o forro deve avaliar também o ní vel de dificuldade para a sua aplicação os impactos que eles causarão ao ambiente desde a extração da sua matériaprima passando pelo seu processo de fabricação até chegar na instalação final e o quão onerosa será a sua aquisição Até aqui fica claro quantos fatores devem ser analisados na etapa de projetos para que seja selecionado o tipo de forro que apresente melhor custobenefício Para que essa seleção seja possível o profissional da construção civil deve conhecer os tipos de forros existentes e quais as principais características de cada um deles Com base nisto serão apresentados os principais tipos de forros presentes no mercado e que são aplicados na construção civil brasileira Forros de madeira É o tipo de forro mais antigo e amplamente empregado É uma opção que não perde o estilo e a funcionalidade Visto como atemporal esse tipo de forro alia conforto e beleza sendo ideal para aplicação em ambientes amplos e com pé direito alto Pode ser aplicado em forros sobre madeiras já existentes em forma de lambris entre outros Uma de suas principais vantagens é o excelente isola mento térmico e acústico que a madeira proporciona aos ambientes além de apresentar acabamento estético sofisticado podendo permanecer com sua cor original ou receber pinturas para harmonizar com as paredes inter nas e externas Entre seus principais pontos negativos pode ser citada sua baixa resistência à umidade podendo ter toda a estrutura comprometida quando submetida a infiltrações ou ação de intempéries Além disso é suscetível à ação de pragas como cupins e apresenta custo aquisitivo elevado se comparado a outros tipos de forros Por ser um material natural necessita de tratamento impermeabili zante antes de ser instalado Os forros de madeira são compostos de Vigamento Tarugamento Contraventamento Tábuas CONSTRUÇÃO CIVIL 124 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 124 23112020 154357 Forros de gesso Muito utilizado em construções atualmente esse tipo de forro apresenta características estéticas fortes sendo utilizado principalmente em forros re baixados para inclusão de luminárias embutidas ou simplesmente para com por detalhes de design previstos em projeto Apresentase como uma opção economicamente viável executada a partir da acomodação de placas de gesso fixadas por arames uma ao lado da outra Seu acabamento agrega harmonização delicada aos ambientes sendo forte mente caracterizado pelo excelente conforto térmico que proporciona Além disso apresenta fácil instalação e manutenção o que faz dele um dos tipos de forro mais utilizados em obras civis Dentre suas desvantagens estão sua baixa resistência à umidade somada às indesejáveis fissuras e trincas que surgem nas placas O gesso aplicado em forros na construção civil apresenta se de duas formas Tradicional Acartonado O gesso no estado tradicional é aquele aplicado na sua forma pura Apesar de apresentarse esteticamente perfeito ao final do processo gera muitos resíduos e sujeiras no processo de instalação O gesso acartonado é uma espécie de sanduiche feito com papel cartão e gesso resultando em placas de fácil instalação e que não geram resíduos mantendo a qualidade do acabamento e conforto térmico e acústico A Figura 12 representa um forro de gesso rebaixado com luminárias embutidas Figura 12 Forro de gesso rebaixado Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 CONSTRUÇÃO CIVIL 125 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 125 23112020 154405 Forros de PVC São forros que tem ganhado bastante espaço nas construções civis São constituídos por painéis lineares que se encaixam pelo sistema popular mente conhecido como machofêmea Esse tipo de forro tem se destacado pela facilidade de obtenção instalação e manutenção sem gerar resíduos e dispensando acabamentos como pinturas Apesar de não apresentar características estéticas marcantes o forro de PVC destacase pela excelente durabilidade e resistência à umidade o que o diferencia dos demais tipos de forros São financeiramente acessíveis e apresentamse em diferentes estilos e cores Em contrapartida não apre senta isolamento térmico e acústico satisfatório não devendo inclusive ser instalado em locais com clima quente devido à sua baixa resistência ao calor e ao fogo Forros metálicos Muito utilizado na década de 1960 este tipo de forro caiu em desuso sendo entretanto empregado em situações em que projeto arquitetônico preveja sua utilização para algum fim específico Esse tipo de forro pode ser amplamente utilizado em edificações em geral uma vez que apresenta uma série de vantagens É encontrado em variados modelos no mercado podendo ter superfície lisa ou vasada contendo designs de desenhos em toda a sua extensão Os modulados são exemplos de forros metálicos vasados cujo design é propício à instalação de dispositivos detectores de fumaça e sprinklers Além disso podem ser instalados em áreas molhadas por apresentarem elevada resistência à umidade São facilmente removíveis e consequente mente dispõem de fácil manutenção Como ponto negativo destacase sua baixa resistência a ambientes li torâneos uma vez que a maresia é forte inimiga de sua estrutura Também não apresentam isolamento acústico e térmico satisfatórios Forros de concreto Também conhecido como forro de cimento aparente essa opção apre senta grande praticidade por aproveitar a concretagem da laje deixando o acabamento cimentício aparente e dispensando rebaixamento e pinturas como acabamentos CONSTRUÇÃO CIVIL 126 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 126 23112020 154405 Essa característica executiva agrega ao ambiente um acabamento sofisti cado e charmoso São aplicáveis em quaisquer áreas inclusive as molhadas por apresentarem elevada resistência à umidade Requerem atenção especial quanto à instalação de luminárias em geral uma vez que o aspecto do concreto escurece os ambientes A Figura 13 mostra um forro com acabamento de con creto cimento aparente Figura 13 Forro de concreto aparente Fonte Shutterstock Acesso em 10112020 Forros de fibras As fibras vêm ganhando espaço na construção civil devido à sua vasta aplicabili dade e isso também se aplica aos forros O avanço tecnológico permitiu a aplicação de fibras em forros com a finalidade de melhorar o desempenho no isolamento tér mico e acústico Além disso elas agregam beleza unindo aspecto estético e leveza Os forros de fibras não absorvem umidade e não são meios proliferadores de fungos e bactérias Em contrapartida não são propícios a serem instalados em lo cais com fortes ventos e apresentam limitações que dificultam a limpeza De ma neira geral as fibras usualmente encontradas para aplicação em forros são a fibra mineral a fibra de vidro a fibra de madeira e a lã de rocha Forros de bambu Utilizados como alternativa mais barata em relação à madeira estes forros carregam elevado toque estético rústico sendo muito utilizados atualmente em construções residenciais comerciais e hoteleiras Esse tipo de forro virou tendência principalmente por ser uma opção ecológica e sustentável CONSTRUÇÃO CIVIL 127 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 127 23112020 154413 Tal como a madeira o bambu é um excelente isolante proporcionando conforto térmico e acústico aos ambientes São facilmente instaláveis e dispensam acaba mentos com pinturas Como ponto negativo o forro de bambu apresenta baixa du rabilidade e elevada capacidade de proliferação de pragas Além disso assim como a madeira o bambu requer tratamento impermeabilizante antes de sua instalação A Figura 14 mostra um quarto com paredes e teto executados com bambu Figura 14 Quarto com forro de bambu Fonte Adobe Stock Acesso em 10112020 Forros de EPS Vistos como uma opção econômica os forros de isopor são recicláveis e extrema mente leves o que os confi guram como excelente opção para instalação em ambien tes extensos Apresentam características altamente isolantes o que confere aos am bientes conforto termoacústico além de serem facilmente instaláveis e resistentes à proliferação de fungos e bactérias Como desvantagem estes forros não apresentam resistência ao fogo o que limita sua instalação a locais específi cos De maneira geral são aplicáveis em escritórios pontos comerciais residências e hotéis Ferramentas utilizadas Para a execução dos forros de uma edifi cação sejam eles de madeira de gesso de PVC metálicos de concreto de bambu de fi bras de EPS ou com postos por mais de um material são necessárias ferramentas específi cas CONSTRUÇÃO CIVIL 128 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 128 23112020 154418 Há a necessidade de uso de algumas ferramentas obrigatórias em um canteiro de obras tanto as de uso comum quanto as específicas à instala ção de esquadrias Entre elas podemos citar YAZIGI 2017 EPIs e EPCs Água limpa Argamassa de assentamento Colher de pedreiro Prumo linha de náilon mangueira de nível nível bolha Tábuas Trenas Régua metálica Talhadeira Desempenadeira Lápis de carpinteiro Martelo Marreta Serrote Jogo de chaves de fenda Furadeira Espátula Cavaletes para andaimes Carrinho de mão Masseira Pregos parafusos e pinos Materiais específicos de acordo com o tipo de forro madeira chapas de aço folhas de PVC concreto fresco placas de gesso bambu e fibras naturais em geral Técnicas de execução Antes de iniciar qualquer procedimento de execução de forros é necessá rio fazer algumas verifi cações A principal delas é testar todas as instalações elétricas e hidrossanitárias após a execução da alvenaria Em seguida é ne cessário realizar a limpeza da superfície onde o forro será aplicado para re CONSTRUÇÃO CIVIL 129 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 129 23112020 154418 mover todo pó proveniente do processo construtivo Para facilitar a remoção desses resíduos finos podese molhar a superfície onde eles estão Feito isto podese iniciar o revestimento AZEREDO 1987 Com o avanço da produção de materiais diversos e com a aplicação de novas tecnologias na construção como um todo hoje é perfeitamente pos sível a execução de forros que contenham fundos falsos para embutir toda a rede de instalação e de abastecimento da edificação deixando visível so mente o acabamento estético Os forros podem ser fixados de três formas tarugados suspensos ou colados YAZIGI 2017 Os forros tarugados necessitam do auxílio de uma grelha para fixar o material que atuará como isolante Esse material pode ser composto por PVC gesso madeira ou outros A grelha por sua vez pode ser metálica ou de madeira Além de servir como suporte para fixar o forro ela atua como elemento limitante para os vãos que serão cobertos Os forros suspensos apresentam uma estrutura de fixação flexível que permite a existência de um espaço maior para a locação de eletrodutos e tubulações entre o forro e o plano de cobertura Em geral são executados em tirantes metálicos suspensos presos na cobertura e sendo ao mesmo tempo reguláveis Neste tipo de forro a maioria dos painéis utilizados no plano de forro podem ser removidos e substituídos de modo que a estrutu ra não seja prejudicada Os forros colados por sua vez caracterizamse por apresen tarem fixação em forma de revestimento que propor cionam um aspecto estético agradável Sua aplicação tem ligação direta com o conforto ambiental e es tético da região interna da edificação podendo ser executados a partir de adesivos pregos ou parafusos EXPLICANDO Por definição os tarugos são peças produzidas a partir de materiais diver sos como madeira materiais metálicos e outros e promovem a ligação entre duas peças evitando o deslocamento lateral delas Desta forma o tarugamento constituise da união de vigas ou barras através de tarugos resultando em uma estrutura de suporte com finalidades diversas No caso de forros é o elemento responsável pela fixação das placas CONSTRUÇÃO CIVIL 130 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 130 23112020 154418 Todos os forros devem contar com uma estrutura de suporte à fixação independente da estrutura do telhado excetuandose os forros de concre to Esta medida deve ser tomada a fim de garantir que a estrutura não apre sente falhas como dilatações trincas e rachaduras As estruturas de fixação recebem o tarugamento a suspensão ou a colagem de acordo com o tipo de forro selecionado CONSTRUÇÃO CIVIL 131 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 131 23112020 154418 Sintetizando Nessa unidade vimos que a execução da cobertura de uma edificação é a última e uma das mais importantes etapas de uma construção Vimos que as coberturas são constituídas de forros telhados ou ambos a depender das determinações de projeto Entre os sistemas de cobertura existentes vimos que os telhados se con figuram como uma categoria da cobertura composta por elementos que integram a estrutura de sustentação Eles são compostos por dois tipos de estrutura a principal e a secundária A estrutura principal é composta pela tesoura e a estrutura secundária é composta por caibros ripas e terças Aprendemos que existe uma grande diversidade de materiais aplicáveis na execução de telhados E adicionalmente conhecemos um pouco sobre o es coamento de águas da chuva nesses telhados No que tange aos forros compreendemos que eles são elementos integran tes do sistema de cobertura e são responsáveis por garantir o isolamento entre o piso e o telhado de uma edificação O forro pode compor a cobertura em conjunto com o telhado bem como pode ser elemento único dela Em situações em que ele seja utilizado unicamente como cobertura é ne cessário o uso de mantas que garantam a impermeabilidade da edificação Também conhecemos os tipos de forros disponíveis no mercado de as vanta gens e desvantagens da utilização cada um Por fim identificamos os materiais necessários à instalação dos forros as sim como as técnicas usadas em sua execução CONSTRUÇÃO CIVIL 132 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 132 23112020 154418 Referências bibliográficas ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 10844 instala ções prediais de águas pluviais procedimento Rio de Janeiro ABNT 1989 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 16382 placas de gesso para forros requisitos Rio de Janeiro ABNT 2015 ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 7190 projeto de estruturas de madeira Rio de Janeiro ABNT 1997 AMBROZEWICZ P H L Materiais de construção normas especificações apli cação e ensaios de laboratório 1 ed São Paulo PINI 2012 AZEREDO H A O edifício até sua cobertura 2 ed rev São Paulo Blucher 1997 AZEREDO H A O edifício e seu acabamento 1 ed São Paulo Blucher 1987 BORGES A C Prática das pequenas construções 9 ed rev atual São Paulo Blucher 2009 v 1 MOLITERNO A Cadernos de projetos de telhados em estruturas de madeira 4 ed rev atual São Paulo Blucher 2010 O que uma cadeira e um prédio têm em comum contraventamento Pos tado por DRVO Arquitetura 2 min 34 s son color port Disponível em ht tpswwwyoutubecomwatchvMtxk1GOripQ Acesso em 23 nov 2020 YAZIGI W A técnica de edificar 16 ed rev atual São Paulo PINISindusCon 2017 CONSTRUÇÃO CIVIL 133 SERENGCIVCONCIVUNID4indd 133 23112020 154418