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Análise das Demonstrações Contábeis Unidade 3 Análise contábil do fluxo de caixa e capital de giro Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria MICHEL TEIXEIRA PEREIRA AUTORIA Michel Teixeira Pereira Sou formado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS e professor do Departamento de Administração do Centro de Ensino Grau Técnico Curitiba com experiência em ministrar as disciplinas de Contabilidade Societária Análise das Demonstrações Contábeis Economia e Mercado Gestão da Qualidade e Contabilidade Introdutória Possuo experiência profissional em empresa de gestão financeira onde trabalhei com avaliação de empresas e gestão de recursos por meio de indicadores econômicos e financeiros Também fui assistente contábil e financeiro em empresas da área de comunicação TV rádio e jornal com ênfase em gestão contábil e financeira Atuei no setor bancário com atendimento a empresas de pequeno e médio portes realizando visitas técnicas e negociações Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho Conte comigo ICONOGRÁFICOS Olá Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que OBJETIVO para o início do desenvolvimento de uma nova compe tência DEFINIÇÃO houver necessidade de se apresentar um novo conceito NOTA quando forem necessários obser vações ou comple mentações para o seu conhecimento IMPORTANTE as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você EXPLICANDO MELHOR algo precisa ser melhor explicado ou detalhado VOCÊ SABIA curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo se forem necessárias SAIBA MAIS textos referências bibliográficas e links para aprofundamen to do seu conheci mento REFLITA se houver a neces sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis cutido sobre ACESSE se for preciso aces sar um ou mais sites para fazer download assistir vídeos ler textos ouvir podcast RESUMINDO quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi mas abordagens ATIVIDADES quando alguma atividade de au toaprendizagem for aplicada TESTANDO quando o desen volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas SUMÁRIO Elaboração e análise do fluxo de caixa 10 Demonstração do Fluxo de Caixa DFC 10 Métodos de elaboração da demonstração de fluxo de caixa DFC 13 Índices para análise da Demonstração de Fluxo de Caixa DFC 16 Elaboração e análise do valor adicionado 20 Demonstração do Valor Adicionado DVA 20 Modelo de Demonstração do Valor Adicionado DVA 22 Índices para análise da Demonstração do Valor Adicionado DVA 23 Entendendo a situação financeira 27 Indicadores de atividade ou rotatividade prazos médios 27 Mensuração dos ciclos operacionais e financeiros a partir das demonstrações contábeis 28 Avaliação dos ciclos operacionais 32 Análise da necessidade de capital de giro NCG 34 Necessidade de Capital de Giro NCG 34 Exemplo prático de determinação da Necessidade de Capital de Giro NCG 36 Efeito Tesoura 37 Overtrade ou overtrading 38 Fontes de Financiamento da Necessidade de Capital de Giro NCG 39 Capital de Giro Próprio CGP 39 7 UNIDADE 03 Análise das Demonstrações Contábeis 8 INTRODUÇÃO Esta unidade visa a introduzir o leitor na Análise da Gestão Financeira das Companhias Quais são os índices de rotatividade e como acontece essa análise por índices Quais são eles O que a Demonstração do Valor Adicionado revela Por que o fluxo de caixa é importante Empresa com problema em seu fluxo de caixa são propensas à falência Este ebook foi preparado de forma bastante objetiva e direta e busca integrar teoria e prática Espero que ele possa ser uma efetiva contribuição não somente para a sua formação acadêmica mas para o seu aprimoramento e evolução profissional Tenha em mente que este conteúdo requer estudo constante e contínuo Faça uma boa leitura e mergulhe de cabeça neste universo Análise das Demonstrações Contábeis 9 OBJETIVOS Olá Seja muito bemvindoa à Unidade 3 Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos 1 Contrastar a Demonstração do Fluxo de Caixa DFC 2 Contrastar a Demonstração do Valor Adicionado DVA 3 Identificar os principais índices que constituem a análise financeira de uma empresa 4 Selecionar a necessidade de capital de giro NGC Então Preparadoa para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento Ao trabalho Análise das Demonstrações Contábeis 10 Elaboração e análise do fluxo de caixa OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que é a Demonstração do Fluxo de Caixa DFC e como analisála Quais são suas finalidades O que ela indica Motivadoa para desenvolver esta competência Então vamos lá Avante Demonstração do Fluxo de Caixa DFC A Demonstração do Fluxo de Caixa DFC é uma demonstração financeira que traz informações essenciais para a organização empresarial Facilita a previsão de fluxos de caixa futuros e proporciona uma visão direta das entradas e saídas de caixa ocorridas no período fornecendo apoio à tomada de decisão BORGES et al 2012 Muitas companhias vão à falência por não saberem administrar seu fluxo de caixa O Balanço Patrimonial BP e a Demonstração do Resultado do Exercício DRE baseiamse nos métodos de competência o que significa que as receitas e as despesas são reconhecidas no momento da compra ou venda e em contrapartida a DFC acompanha as implicações em dinheiro das transações BODIE et al 2011 Diante do regime de competência BP e DRE a Contabilidade considera a receita gerada e a despesa incorrida em determinado exercício social não importando seu recebimento ou pagamento Já o regime de caixa DFC considera receita e despesa aquelas efetivamente ocorridas dentro do exercício Para a análise da evolução do patrimônio e para o conhecimento da sua efetiva rentabilidade o BP e a DRE juntos respondem adequadamente e de forma muito mais eficiente Já para a análise financeira de curtíssimo prazo a DFC mostrase mais útil MARTINS 1999 A DFC surgiu nos Estados Unidos em 1987 com a publicação do Financial Accounting Standard FAS nº 95 seguida em 1992 pelo Reino Unido com a publicação do Financial Reporting Standard FRS nº 01 SILVA 2000 Análise das Demonstrações Contábeis 11 A DFC somente passou a ser obrigatória e normatizada para as companhias abertas no Brasil em 2008 embora algumas delas já estivessem fazendo sua divulgação A DFC substituiu a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos DOAR Conforme a Lei nº 116382007 as companhias fechadas com patrimônio líquido na data do balanço inferior a R 200000000 dois milhões de reais não são obrigatórias a elaboração e publicação da DFC Na Demonstração do Resultado do Exercício DRE as receitas e despesas são registradas segundo o regime de competência ou seja independentemente do recebimento ou desembolso efetivo Na DFC utilizase o regime de caixa em que se leva em consideração os ingressos e desembolsos de recursos na companhia não apenas os oriundos das receitas e despesas mas de todas as origens e aplicações de recursos Por exemplo aporte de capital captação e pagamento de empréstimos aquisição ou alienação de bens recebimentos de duplicatas emitidas em exercício anterior porém recebidas no exercício da elaboração da DFC SILVA 2000 A DFC indica as alterações ocorridas durante o exercício no saldo de caixa e equivalentes de caixa separando essas alterações em três fluxos de atividades Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras atividades diferentes das de investimento e de financiamento Atividades de investimento são referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade não classificadas como atividade operacional Análise das Demonstrações Contábeis 12 Esses fluxos evidenciarão os recebimentos e pagamentos demonstrando as causas da variação do Capital Circulante Líquido será visto adiante em um determinado período A Demonstração do Fluxo de Caixa permite extrair informações importantes sobre o comportamento financeiro da companhia em um exercício A insuficiência de geração de caixa para pagar em dia as operações e dívidas da companhia pode levar à falência Por isso a importância de uma demonstração que se utiliza do regime de competência tornando evidente aos usuários os problemas que uma geração de caixa ruim pode causar A DOAR que foi substituída pela DFC carregava conceitos como por exemplo as variações de capital circulante líquido que não eram facilmente compreendidos Diferentemente da DFC que se utiliza de conceitos mais simples e possibilita um melhor entendimento por parte dos usuários das demonstrações contábeis A DFC é um ótimo instrumento para o gestor financeiro atentar se a prazos de pagamentos e recebimentos O excesso de caixa não é aconselhável pois a companhia está deixando de investir ou deixando recursos parados Entretanto ter caixa suficiente para honrar compromissos é estritamente importante O gestor financeiro também deverá atentarse para o momento certo de contrair dívidas para cobrir a falta de fundos assim como quando fazer alguma aplicação com o excesso de dinheiro de dessa forma proporcionar maior rendimento à companhia O controle constante do fluxo de caixa é essencial para que o gestor dimensione o volume de entradas e saídas de recursos financeiros realizando mudanças nos prazos de recebimentos e pagamentos A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral 03 NBC TG 03 CFC 2016 apresenta seu objetivo e os benefícios da informação dos fluxos de caixa Análise das Demonstrações Contábeis 13 ACESSE Veja a norma completa no link a seguir e faça a leitura Clique aqui Métodos de elaboração da demonstração de fluxo de caixa DFC A DFC para um determinado período ou exercício deve apresentar o fluxo de caixa e equivalentes de caixa oriundos das ou aplicados nas atividades operacionais de investimentos e de financiamentos e o seu efeito líquido sobre os saldos de caixa conciliando seus saldos no início e no final do período ou exercício Essa demonstração será obtida de forma direta a partir da movimentação do caixa e equivalentes de caixa ou de forma indireta com base no LucroPrejuízo do Exercício A DFC é o único demonstrativo contábil elaborado com base em regime de caixa enquanto os demais são elaborados de acordo com o Princípio da Competência de Exercício Método Direto A DFC apresentada pelo Método Direto facilita a visualização e a compreensão do fluxo financeiro demonstrando os recebimentos e pagamentos decorrentes das atividades operacionais da empresa possibilitando a avaliação do comportamento do seu nível de solvência Nesse método são apresentados os componentes dos fluxos por seus valores brutos ao menos para os itens mais significativos dos recebimentos e dos pagamentos Análise das Demonstrações Contábeis 14 Quadro 1 Método Direto simplificado para fins de entendimento DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Companhia ABC Exercício X5 Fonte Adaptado de Matarazzo 2010 Conforme a NBC TG 03 é necessário destacar os fluxos das operações dos financiamentos e dos investimentos Quadro 2 Método Direto completo Fonte Adaptado de Matarazzo 2010 Método Indireto A DFC exibida pelo Método Indireto é semelhante à DOAR visto que a primeira linha da demonstração é o Lucro Líquido do Exercício sendo somadas rubricas sem efeito de caixa para em seguida vir a efetiva variação do caixa A composição dessa relação é feita da seguinte forma Análise das Demonstrações Contábeis 15 Adicionamse as rubricas que na DRE não afetaram o caixa como por exemplo a Depreciação a Variação Cambial e os Resultados de Equivalência Patrimonial Retiramse as rubricas que afetam caixa decorridas antes ou após o período de apuração do resultado Quadro 3 Método Indireto completo Fonte Adaptado de Matarazzo 2010 Existem determinadas rubricas na DRE que reduzem o Lucro Líquido LL mas não representam saída de dinheiro da empresa É o caso da Depreciação Por isso na DFC pelo Método Indireto adicionase a Depreciação ao LL A Depreciação não caracteriza um desembolso mas um fato econômico Aumentos no Ativo Circulante levam ao uso do dinheiro reduções no Ativo Circulante aumentam o caixa Temos como exemplo o aumento do Estoque que reduz o dinheiro em caixa necessário para o pagamento o aumento de Duplicatas a Receber que retarda o recebimento de recursos caixa Uma diminuição de Estoques e Duplicatas a Receber indica mais recursos disponíveis em caixa Por outro lado quando os clientes antecipam um pagamento diminuise o saldo de duplicatas a receber e como resultado há um aumento do caixa Análise das Demonstrações Contábeis 16 Aumentos no Passivo Circulante de forma geral impedem a saída de caixa reduções no Passivo Circulante indicam que um pagamento foi realizado reduzindose o dinheiro em caixa Temos como exemplo um aumento de Fornecedores significa que um pagamento foi postergado podendose utilizar o dinheiro para outras finalidades Logo um pagamento de um Fornecedor diminuição do Passivo Circulante representa dinheiro saindo do caixa De forma geral temos que para calcular as variações líquidas de caixa é necessário ter o saldo atual das contas do Ativo Circulante e Passivo Circulante e subtrair do saldo anterior No que diz respeito às atividades de Investimento Ativo Não Circulante a compra de prédios máquinas ações entre outros reduz o dinheiro em caixa Por outro lado a venda desses itens auments o saldo de caixa As atividades de Financiamento são referentes aos proprietários ou a terceiros Um aumento do capital social da empresa ou empréstimo bancário representa mais dinheiro em caixa Logo o pagamento de dividendos aos acionistas ou a liquidação de empréstimos significa redução do caixa ACESSE Veja o texto Um terço dos negócios no Brasil fecha em dois anos Clique aqui e confira a principal causa de mortalidade em empresas no Brasil Índices para análise da Demonstração de Fluxo de Caixa DFC Neste subitem você verá que a partir da DFC é possível calcular alguns índices ou indicares que ajudam em análises das demonstrações contábeis específicas Inicialmente é exposto o Quadro 4 como referência para a formulação dos índices Análise das Demonstrações Contábeis 17 Quadro 4 Exemplo DFC DFC Cia ABC Fonte Adaptado de Marion 2012 Cobertura de juros Cobertura de juros Caixa Gerado nas Operaçõesb Juros pagos no período Nesse caso o Caixa Gerado nas Operações CGO seria antes dos Impostos e Juros Admita que a empresa tem um CGO de R 15000 e pagou R 5000 de juros no ano Assim a cobertura de juros seria 15000 5000 30 A cada R 100 pago de juros foram gerados R 300 de caixa na atividade operacional ou seja a empresa trabalha 4 meses 123 para gerar caixa relativo aos juros Capacidade de quitar dívidas Cap de quitar dívidas Caixa Gerado nas Operações após Operações Financeirasd Financiamentos Onerosos Nesse caso o Caixa Gerado nas Operações CGO seria depois do pagamento dos Impostos e Juros Também seriam subtraídos os dividendos pagos no período pois são obrigações anuais repetitivas Admita que o novo CGO seja de R 7000 e que os financiamentos de Longo Prazo que geraram os juros de R 5000 acima sejam R 28000 Assim temos que 7000 28000 025 Análise das Demonstrações Contábeis 18 A companhia gerou recursos para pagar 25 da dívida Esse financiamento poderia ser pago ao longo de 4 anos 10025 No caso de o prazo de financiamento ser superior a 4 anos por exemplo 8 anos a companhia poderia gerar caixa para reinvestimento Esse indicador poderia carregar no seu denominador toda a dívida da companhia incluindo a de curto prazo dependendo da análise que se pretende fazer Taxa de retorno do caixa Taxa de retorno do caixa Caixa Gerado nas Operaçõesb Ativo Total Considere o CGO de R 15000 e um Ativo Total de R 75000 Em tal caso o CGO utilizado é antes dos Juros e Impostos Sendo assim 15000 75000 020 O ativo da companhia produz 20 de recuperação de caixa por ano ou seja levará em média 5 anos para gerar o equivalente do ativo em caixa Outra forma de calcular esse índice é utilizando como denominador o Ativo Operacional levando em consideração apenas os ativos da operação ou até mesmo o Patrimônio Líquido tirando uma média da taxa de retorno em caixa do capital investido pelos acionistas Nível de recebimento das vendas Nível de recde vendas Caixa Gerado nas Vendas Vendas Considere um total vendido de R 30000 e um recebimento efetivo de caixa de R 24000 Logo 24000 30000 080 Nesse caso 80 das vendas foram recebidas Esse é um bom indicador para avaliar políticas de crédito e cobrança quando comparado com anos anteriores e com companhias concorrentes Capacidade de novos investimentos Cap de novos investimentos Caixa Gerado nas Operações após Operações Financeirasd Novos Investimentos no Imobilizado Análise das Demonstrações Contábeis 19 Considere a aquisição de imobilizado no valor de R 4000 e Caixa Gerado nas Operações após operações financeiras no valor de R 7000 Assim 7000 4000 175 Esse indicador tem a finalidade de medir os recursos PRÓPRIOS disponíveis após o pagamento de dividendos para a perpetuidade do negócio Nessa situação a companhia seria capaz de adquirir os novos investimentos com recursos gerados em caixa No nosso exemplo a companhia adquiriu novos empréstimos sendo que do Caixa Gerado nas Operações após operações financeiras no valor de R 7000 sobrou R 4000 57 após Amortização de Empréstimos RESUMINDO Neste capítulo aprendemos sobre a Demonstração do Fluxo de Caixa DFC e os métodos de elaboração da demonstração de fluxo de caixa DFC que são os Métodos Direto e Indireto Além disso vimos os Índices para análise da Demonstração de Fluxo de Caixa DFC Análise das Demonstrações Contábeis 20 Elaboração e análise do valor adicionado OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que é a Demonstração do Valor Adicionado DVA e como analisála Quais são suas finalidades O que ela indica Motivadoa para desenvolver esta competência Então vamos lá Avante Demonstração do Valor Adicionado DVA A Demonstração do Valor Adicionado DVA surgiu na Europa essencialmente por influência da Inglaterra da França e da Alemanha e tem cada vez mais demanda em âmbito internacional até mesmo por recomendação da Organização das Nações Unidas ONU MARION 2012 A principal função da DVA é indicar o quanto de riqueza uma companhia produziu O quanto a empresa adicionou de valor a seus fatores de produção e também de que forma essa riqueza foi retida na companhia e distribuída entre os seus acionistas empregados credores e governo A DVA deve evidenciar o valor da riqueza gerada pela companhia a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza empregados financiadores acionistas governo entre outros e a parcela da riqueza não distribuída A DVA é uma demonstração bastante útil inclusive do ponto de vista macroeconômico uma vez que conceitualmente o somatório dos valores adicionados ou valores agregados de um país representa na verdade seu Produto Interno Bruto PIB A DVA passou a ser obrigatória para as sociedades anônimas de capital aberto a partir do exercício de 2008 apesar de algumas empresas já fazerem sua divulgação A Lei nº 64041976 não detalha os itens que devem compor esse novo demonstrativo contábil Por sua vez a NBC TG 09 determinou que Análise das Demonstrações Contábeis 21 a distribuição da riqueza criada deve ser detalhada minimamente da seguinte forma 1 Pessoal e encargos 2 Impostos taxas e contribuições 3 Juros e aluguéis 4 Juros sobre o capital próprio JCP e dividendos 5 Lucros retidosprejuízos do exercício O Valor Adicionado é calculado subtraindose da Receita Operacional os custos dos recursos adquiridos de terceiros compras de matériaprima mercadorias embalagens energia elétrica terceirização da produção utilizados no processo operacional Esse primeiro valor calculado poderia ser chamado de Valor Adicionado Bruto Um ponto fundamental é a depreciação que reflete a redução do Imobilizado Tangível máquinas instalações veículos etc como a perda do potencial de uso desses ativos Ainda que na depreciação não ocorra desembolso consumo parcial de Ativo Imobilizado certamente ela o provocará no futuro quando a empresa fizer a reposição dos bens Há consequentemente redução da riqueza gerada que deverá portanto ser subtraída provocando um segundo resultado que convencionamos chamar de Valor Adicionado Líquido Esse resultado corresponde à riqueza gerada pela empresa Outros acréscimos e reduções desse resultado além do operacional deveriam ser destacados para melhor análise dos usuários como é o caso de Receita Financeira Dividendos Despesas Não Operacionais etc Convencionamos chamar esse resultado simplesmente de Valor Adicionado Em seguida como parte mais relevante dessa demonstração temos a Distribuição do Valor Adicionado que mostra a contribuição da empresa para os vários segmentos da sociedade Mostra qual é o tamanho da fatia de bolo para os empregados os donos da empresa os banqueiros o governo outros e para a própria empresa em termos de reinvestimento Análise das Demonstrações Contábeis 22 Assim fazse uma análise da priorização da distribuição da empresa dos recursos por ela gerados evidenciando sua contribuição à comunidade local aos acionistas à remuneração ao capital de terceiros a toda a sociedade por meio dos impostos etc A NBC TG 09 CFC 2008 apresenta características das informações constantes na DVA itens 10 a 12 Modelo de Demonstração do Valor Adicionado DVA A NBC TG 09 apresenta três modelos DVA um para empresas em geral outro para instituições financeiras e um para seguradoras A seguir é apresentado o modelo indicado para as empresas em geral Quadro 5 Demonstração do Valor Adicionado Empresas em geral Análise das Demonstrações Contábeis 23 O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7 Fonte Adaptado de CFC 2008 Índices para análise da Demonstração do Valor Adicionado DVA Neste subitem você verá que a partir da DVA é possível calcular alguns índices ou indicadores que ajudam em análises das demonstrações contábeis específicas Inicialmente é exposto o Quadro 6 como referência para a formulação dos índices Quadro 6 Exemplo DVA Fonte Adaptado de Marion 2012 Potencial do Ativo em Gerar Riqueza Potencial do Ativo em Gerar Riqueza Valor Adicionado Ativo Total O Ativo financiado por Capital Próprio e Capital de Terceiros é que gera receita a qual por sua vez gera riqueza para a empresa Esse índice mede quanto cada real investido no Ativo gera de riqueza valor adicionado a ser transferida para vários setores que se relacionam com a empresa Análise das Demonstrações Contábeis 24 Suponha que na Cia ABC o Ativo Total é R 830000 teremos o seguinte indicador 150000 830000 018 O ideal é que esse índice cresça ao longo dos anos por meio da Análise Horizontal Retenção da Receita Retenção da Receita Valor Adicionado Receita Operacional Da Receita Total parte é comprometida com terceiros matéria prima embalagem serviços ou seja transferida para outras empresas que não agregam valor para a empresa em análise Esse percentual mostra quanto fica dentro da empresa acrescentando valor ou benefício para funcionários acionistas governo financiadores e lucro retido Nesse caso uma Análise Horizontal vários anos ou períodos mostra a tendência da empresa em aumentar ou diminuir a receita que fica lá dentro Na Cia ABC 150000 800000 019 Valor Adicionado per capita Valor Adicionado per capita Valor Adicionado Número de funcionários média É uma forma de avaliar quanto cada empregado contribui para a formação riqueza da empresa De certa forma é um indicador de produtividade que informa a participação de cada empregado na riqueza gerada na organização Na Cia ABC imaginandose 10 funcionários 150000 10 15000 Ou seja cada funcionário contribui para a formação de R 15000 da riqueza da empresa Análise das Demonstrações Contábeis 25 Índices em que o valor adicionado é destacado no denominador Esses índices são relacionados à distribuição da riqueza gerada na organização A seguir apresentamos alguns indicadores Em uma Análise Horizontal sequência de períodos esses índices são relevantes para analisar a tendência de distribuição da riqueza Por exemplo Quadro 7 Análise Horizontal da DVA Fonte Adaptado de Marion 2012 Enquanto observamos uma estabilidade em relação a Impostos e Lucro Reinvestido percebemos que a fatia dos empregados tem aumentado no bolo principalmente em função da redução dos juros Os acionistas tiveram também sua participação reduzida no que tange aos dividendos Salientase que os indicadores apresentados não esgotam as possibilidades de análise Tanto a DFC quanto a DVA podem ser mais minuciosamente exploradas dependendo do objetivo do analista Esta seção apenas explora algumas possibilidades Análise das Demonstrações Contábeis 26 RESUMINDO Neste capítulo aprendemos sobre a Demonstração do Valor Adicionado DVA e o Modelo de Demonstração do Valor Adicionado DVA Além disso vimos quais são os índices para análise da Demonstração do Valor Adicionado DVA Análise das Demonstrações Contábeis 27 Entendendo a situação financeira OBJETIVO Neste capítulo são apresentados os principais índices que constituem a análise de atividade de uma empresa e como funciona seu fluxo econômicofinanceiro A função de cada índice sua fórmula seu significado e sua interpretação Motivadoa para desenvolver esta competência Então vamos lá Avante Indicadores de atividade ou rotatividade prazos médios A análise dos indicadores de atividade ou dos ciclos financeiro e operacional também é conhecida como índices de prazos médios Na Figura 1 é possível visualizar o fluxo econômicofinanceiro de uma companhia Figura 1 Fluxo econômicofinanceiro de uma empresa industrial Fonte Adaptado de Silva 2000 É possível observar que a fase Produtos em processo se restringe a indústrias No comércio o fluxo de compras segue diretamente para a estocagem O Ciclo Operacional é individual de cada empresa sendo que em algumas esse período é maior e em outras menor iniciandose sempre em compras A análise dos indicadores de atividade é muito próxima da análise dos índices de liquidez mas leva em consideração a velocidade com que os recursos se convertem em dinheiro disponível para uso Análise das Demonstrações Contábeis 28 Mensuração dos ciclos operacionais e financeiros a partir das demonstrações contábeis Para mensurar o ciclo operacional e financeiro é necessário determinar os prazos médios em número de dias que a empresa leva para vender os estoques receber de seus clientes e pagar seus fornecedores Sendo possível extrair essas informações do BP e da DRE Ao realizar esse tipo de análise é preciso conhecer o negócio Caso a empresa apresente algum tipo de sazonalidade nas suas operações o produto obtido poderá exprimir distorções O ideal é verificar o menor tempo em dias de um período e assim extrair o saldo médio Suponha que seu prazo médio de estocagem seja de 25 dias ciclo econômico Seu ciclo operacional será a soma do prazo médio de estocagem com uma média de recebimento de clientes suponha 60 dias Então seu ciclo operacional será de 85 dias 60 25 Agora suponha que o prazo médio de pagamento de fornecedores seja de 40 dias Seu ciclo financeiro será a subtração do ciclo operacional pelo prazo médio de pagamentos ou seja 85 40 45 dias Prazo Médio da Rotação dos Estoques PMRE O Prazo Médio da Rotação dos Estoque PMRE indica em média quantos dias ou meses os produtos acabados ou mercadorias ficaram no estoque antes de serem vendidos O ideal é que quanto mais rápido for a rotação de estoques melhor desde que isso seja decorrente do elevado grau de comercialização de seus produtos em função de um aumento na demanda ou uma boa penetração dos produtos no mercado Para melhor aproveitamento desse índice devemos usar o Estoque Médio do período no caso de dois períodos obtido pelo somatório do Estoque do exercício anterior com o Estoque do exercício em curso dividido por dois PMRE Estoque ou Estoque Médio CMV x 360 DP Análise das Demonstrações Contábeis 29 O Custo da Mercadoria Vendida CMV é obtido por meio da fórmula CMV Estoque Inicial Compras Estoque Final Suponha que a Cia ABC tenha um Estoque de R 982114 e um CMV de R 4741311 seu PMRE será de 75 dias 982114 4741311 x 360 75 dias Pontos a serem considerados na análise Alto índice de rotação também pode ser sinal de baixo investimento em estoques o que pode acarretar a perda de vendas e a consequente redução nos lucros apesar dessa redução nos investimentos ser necessária à sua manutenção armazenagem e seguros Baixo índice de rotação a baixa rotação pode estar sinalizando um investimento excessivo nos estoques incorrendo muito provavelmente em aumento nos seus custos com manutenção armazenagem e seguros É recomendável uma leitura atenta do relatório de administração a fim de se identificar se ocorreram mudanças na política de gestão dos estoques Ainda nas notas explicativas observar se é possível identificar a ocorrência de modificações nos critérios de avaliação Um dos fatores de difícil percepção a partir da simples leitura das demonstrações contábeis é a identificação da existência de significativa quantidade de itens obsoletos pois tal circunstância só será conhecida se for declarada pela empresa O analista deve observar em paralelo às formas de financiamento dos estoques e correspondentes prazos de pagamento o seu impacto nos índices de liquidez e as características do ramo de atividade da empresa antes de formular sua conclusão sobre o indicador do PMRE Outro aspecto a ser considerado é que a empresa pode na data do levantamento de suas demonstrações contábeis possuir estoques elevados ou bastante reduzidos em função de aspectos conjunturais ou como é comum ocorrer trabalhar com mercadorias ou matérias primas sazonais o que poderá distorcer uma análise comparativa se tal circunstância não for considerada Análise das Demonstrações Contábeis 30 Destacase que o fato de se trabalhar na fórmula de cálculo do PMRE com os estoques das datas de encerramento do balanço pode apresentar problemas Caso a empresa tenha algum tipo de sazonalidade em suas atividades o resultado obtido poderá carregar alguma distorção Uma alternativa é calcular estoques mensais para encontrar uma média A inflação também pode contribuir para distorcer os cálculos especialmente se não houver mecanismos de correção dos valores das demonstrações contábeis Prazo Médio do Recebimento das Vendas PMRV Esse indicador mostra quantos dias ou meses em média a empresa leva para receber suas vendas Cabe lembrar que o volume de Duplicatas a Receber de uma empresa decorre do montante de suas vendas a prazo e dos prazos concedidos No cálculo devemos usar a Média de Duplicatas a Receber quando ocorrer discrepância significativa entre os dois saldos A Média de Duplicatas a Receber é obtida pela soma dos saldos de Duplicatas a Receber do ano anterior com os do ano em curso dividido por dois PMRV Duplicatas a Receber ou média dos períodos Receita Líquida de Vendas x 360 DP Suponha que a Cia ABC tenha um saldo de Duplicatas a Receber de R 1031415 e uma Receita Líquida de Vendas de R 6975090 seu PMRV será de 53 dias 1031415 6975090 x 360 53 dias Esse indicador mostra que quanto maior o prazo de recebimento pior será para a companhia No entanto outros índices devem ser observados em conjunto pois interferem diretamente na avaliação desse indicador São eles o prazo de rotação dos estoques e de pagamento das compras O PMRB também é indicado para avaliar a eficiência do setor de cobranças e avaliar a política de concessão de crédito Prazo Médio do Pagamento das Compras Fornecedores PMPC O Prazo Médio do Pagamento das Compras PMPC indica em média quantos dias ou meses a empresa leva para pagar suas dívidas Análise das Demonstrações Contábeis 31 com fornecedores O ideal é que o PMPC seja superior ao PMRV de forma a permitir a manutenção de um nível de liquidez adequado No cálculo devemos usar a Média de Fornecedores quando ocorrer discrepância significativa entre os dois saldos A Média de Fornecedores é obtida pela soma dos saldos de Fornecedores do ano anterior com os do ano em curso dividido por dois PMPC Fornecedores ou média dos períodos Compras x 360 DP Se CMV Estoque Inicial Compras Estoque Final então Compras CMV Estoque Final Estoque Inicial Suponha que a Cia ABC tenha um saldo de Fornecedores de R 1532933 e um saldo de compras de R 4777575 seu PMPC será de 116 dias 1532933 4777575 x 360 116 dias Ao analisarmos empresas industriais podemos nos deparar com uma situação diferente pois enquanto uma empresa comercial adquire e revende diretamente as mercadorias em uma empresa industrial as matériasprimas adquiridas sofrem o processo de industrialização no qual são agregados ao custo de aquisição de matériaprima outros custos sejam eles diretos ou indiretos Esses custos irão se refletir no saldo dos seus estoques de produtos acabados ou em elaboração Defrontandose com a responsabilidade de analisar uma empresa industrial o ideal é que o analista obtenha da empresa o valor real das suas compras Na impossibilidade de acesso a esse valor deve recorrer a métodos de estimativa para determinar o percentual dos custos de fabricação em relação aos custos totais da indústria O analista deve entretanto estar atento pois esses percentuais obtidos não deverão ser aplicados de forma indiscriminada para todos os tipos de indústria já que cada segmento industrial tem uma formação de custos diferenciada Análise das Demonstrações Contábeis 32 Avaliação dos ciclos operacionais A partir da avaliação do espaço de tempo que uma empresa tem para realizar o pagamento de compras com o recebimento das vendas é possível verificar se o ciclo operacional é superavitário ou deficitário A realização desse tipo de análise deve ser feita com as Análises Horizontal e Vertical dos Ativos e Passivos Circulantes e com a Análise da Necessidade de Capital de Giro que será vista adiante Ciclo Operacional Superavitário COS Ocorre quando a companhia recebe o valor das vendas antes do prazo para pagamento de fornecedores desfrutando de um período de tempo para aplicar o dinheiro até a data de vencimento da fatura com fornecedores aumentando assim sua rentabilidade final COS PMRE PMRV PMPC 1 Um exemplo de Ciclo Operacional Superviário COS supondo PMRE 35 dias PMRV 40 dias e PMPC 80 dias 3540 80 094 O ciclo operacional dessa situação superavitária poderia ser expresso da seguinte forma Figura 2 Ciclo operacional superavitário Fonte Adaptado de Silva 2000 Ciclo Operacional Deficitário COD Se o ciclo for deficitário o recebimento do valor das vendas só acontece depois de efetuado o pagamento da compra de matéria prima ou mercadorias para revenda gerando a necessidade de busca de recursos que poderão agregar novos custos financeiros para equilibrar a posição de caixa da empresa prejudicando assim sua rentabilidade final Análise das Demonstrações Contábeis 33 COD PMRE PMRV PMPC 1 Um exemplo de Ciclo Operacional Deficitário COD supondo PMRE 49 dias PMRV 31 dias e PMPC 54 dias 49 31 54 148 O ciclo operacional dessa situação deficitária poderia ser expresso da seguinte forma Figura 3 Ciclo operacional deficitário Fonte Adaptado de Silva 2000 Determinadas empresas por força de circunstâncias ou por contingências de mercado se veem obrigadas a operar com ciclos deficitários tendo portanto que repassar esse incremento de custo financeiro aos seus preços Recomendase por isso extremo rigor na determinação dos prazos médios de rotação de forma a evitar uma elevação de preços inviabilização do produto ou favorecimento da concorrência RESUMINDO Neste capítulo aprendemos sobre os indicadores de atividade ou rotatividade prazos médios e a mensuração dos ciclos operacionais e financeiros a partir das demonstrações contábeis que são Prazo Médio da Rotação dos Estoques PMRE Prazo Médio do Recebimento das Vendas PMRV e Prazo Médio do Pagamento das Compras Fornecedores PMPC Além disso estudamos sobre a avaliação dos ciclos operacionais que são Ciclo Operacional Superavitário COS e Ciclo Operacional Deficitário COD Análise das Demonstrações Contábeis 34 Análise da necessidade de capital de giro NCG OBJETIVO Neste capítulo é apresentada a Necessidade de Capital de Giro NCG Como compreendêla como interpretála suas implicações e exemplos práticos Motivadoa para desenvolver esta competência Então vamos lá Avante Necessidade de Capital de Giro NCG A Necessidade de Capital de Giro NCG é útil para determinar a situação financeira da companhia revelando o grau de recursos necessários para a manutenção da rotação dos negócios As rubricas empregadas no seu cálculo exprimem operações de curto prazo Nesse caso quaisquer alterações no período de estocagem de crédito ou de pagamentos irão produzir efeitos imediatos sobre o fluxo de caixa da companhia Para se obter a NCG não podemos apenas comparar o PMRE e o PMRV com o PMPC Outros componentes conhecidos como contas cíclicas são diretamente afetados na produção e na venda de estoques São eles Quadro 8 Contas cíclicas Fonte Adaptado de Marion 2012 A NCG é a chave para a administração financeira de uma companhia Basicamente retrata a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante consistindo em um dinheiro que a companhia dispõe Análise das Demonstrações Contábeis 35 para quitar seus compromissos de curto prazo Sua análise deve levar em consideração outros indicadores como os de Liquidez Atividade Operacional e o estudo de Capital de Giro Próprio que será visto em sequência NCG Ativo Circulante Passivo Circulante Para alguns autores um método de análise mais coerente com a realidade operacional brasileira seria NCG Ativo Circulante Operacional Passivo Circulante Operacional O Ativo Circulante Operacional ACO é o investimento que decorre automaticamente das atividades de compraproduçãoestocagem venda enquanto o Passivo Circulante Operacional PCO é o financiamento também automático que decorre dessas atividades Determinado o valor da NCG o analista deverá proceder à sua interpretação por meio dos critérios constantes no Quadro 9 Quadro 9 Critérios de avaliação da Necessidade de Capital de Giro NCG Fonte Adaptado de Matarazzo 2010 Ao definirmos o ACO e o PCO também podemos definir as contas do Ativo Circulante Não Operacional ACNO e Passivo Circulante Não Operacional PCNO que são aquelas que sendo ou não de natureza financeira não se relacionam diretamente com as atividades de operações da empresa Análise das Demonstrações Contábeis 36 Quando realizamos o ACNO menos o PCNO obtemos o Saldo de Tesouraria que representa recursos que não estão diretamente ligados à atividade operacional da companhia por consequência alheios ou não a sua atividadefim O ideal é sempre manter um Saldo de Tesouraria positivo Contudo às vezes um saldo grande pode apontar que a companhia não está aproveitando oportunidades de investimento compatível com sua estrutura de financiamento Outro ponto que merece observação é quando a NCG é financiada com recursos de curto prazo ou empréstimos bancários aumentando assim o risco de insolvência por parte da companhia Exemplo prático de determinação da Necessidade de Capital de Giro NCG Quadro 10 Balanço Patrimonial da Cia ABC Fonte Silva 2000 p 173 Quadro 11 Apuração da Necessidade de Capital de Giro da Cia ABC Legenda CCL Capital Circulante Líquido Fonte Silva 2000 p 174 Análise das Demonstrações Contábeis 37 Com base nas informações do Quadro 11 verificamos que a companhia precisa de R 503171 de Capital de Giro para suportar suas atividades operacionais Observase ainda que o seu Saldo de Tesouraria é positivo no valor de R 381359 Percebese que a Cia ABC tem Capital de Giro suficiente para subsidiar sua NCG O vencimento das dívidas de curto prazo com fornecedores pode ser um dos fatores para a manutenção de tais recursos em tesouraria Efeito Tesoura Para que a companhia tenha uma saúde financeira adequada é fundamental o acompanhamento da NCG e do Capital Circulante Líquido CCL Caso ocorra um crescimento das atividades acima da capacidade de financiamento haverá um desequilíbrio entre esses indicadores Quando o Saldo de Tesouraria é menor do que zero ou seja negativo significa que a companhia tem dívidas vencíveis no curto prazo normalmente contraídas em instituições financeiras com a finalidade de custear suas atividades de capital de giro Ocorrendo por sucessivos exercícios um crescimento da NCG superior ao do CCL dizemos que a companhia convive com o que se convencionou chamar de Efeito Tesoura À medida que o Ativo Circulante Operacional ACO é financiado por dívidas de curto prazo ocorre um acréscimo na diferença entre a NCG e o CCL ampliando o Efeito Tesoura Figura 4 Efeito Tesoura CCL NCG R Anos Fonte Adaptado de Silva 2000 Análise das Demonstrações Contábeis 38 O Efeito Tesoura é um forte indicativo de que a companhia está encaminhandose para a insolvência visto que ela é incapaz de custear os investimentos operacionais de forma adequada operando com recursos abaixo do nível de suas necessidades Isso exige uma rápida alteração nas políticas de crédito de vendas prazos operacionais e renegociação de dívidas O Efeito Tesoura pode ocorrer por várias razões segundo Silva 2000 Crescimento elevado do nível de atividade empresarial overtrade ou tendência do ciclo operacional deficitário Decisões de imobilizações sem que haja recursos próprios ou recursos de longo prazo disponíveis Desvio de recursos do giro para imobilizações Sucessivos prejuízos levando a empresa a captar recursos de curto prazo para financiar suas atividades Inflação etc Overtrade ou overtrading Uma situação de overtrade ocorre quando a empresa está operando além de sua capacidade financeira Nessa circunstância a companhia não tem capital de giro suficiente para custear suas atividades de curto prazo sendo sua única saída endividarse Verificase que o aumento das atividades não produziu recursos suficientes para o pagamento das despesas É nesse momento que a empresa se encontra em uma situação delicada pela falta de equilíbrio financeiro visto que o Capital de Giro disponível é inferior ao volume de atividades caracterizando o overtrade O overtrade pode ocorrer com mais frequência em empreendimentos em fase de implantação ou em expansão de atividades nos quais o plano de negócios não foi realizado adequadamente no que diz respeito às previsões de fluxo de caixa Outras situações que sinalizam a entrada da empresa em um nível de overtrading são as seguintes segundo Silva 2000 Análise das Demonstrações Contábeis 39 Constantes quedas nos indicadores de liquidez Crescimento da Necessidade de Capital de Giro Excesso de Imobilizado em relação ao Circulante sem uma clara justificativa Queda acentuada nas vendas Crescimento acentuado dos estoques em relação ao crescimento das vendas Crescente aumento do Ciclo Financeiro Aumento das despesas financeiras Dificuldades para efetuar o pagamento dos salários impostos e despesas fixas Permanência de itens obsoletos no ativo imobilizado Alto nível de devolução de vendas Fontes de Financiamento da Necessidade de Capital de Giro NCG As principais fontes de financiamento da Necessidade de Capital de Giro são segundo Silva 2000 Capital circulante próprio Debêntures Duplicatas descontadas Empréstimos bancários de curto prazo Empréstimos e financiamentos bancários de longo prazo Capital de Giro Próprio CGP O Capital de Giro Próprio CGP caracteriza a capacidade da companhia de custear seu ciclo operacional com recursos próprios sem considerar empréstimos capital de terceiros O cálculo Patrimônio Análise das Demonstrações Contábeis 40 Líquido menos o Ativo Permanente permite verificar a folga ou carência de Capital de Giro da companhia CGP Patrimônio Líquido Ativo Permanente Caso uma companhia tenha a capacidade de sustentar o investimento com recursos próprios estará livre para elaborar planos de expansão e tomar novos empréstimos para essa finalidade Existe uma relação inversa entre a velocidade do giro das aplicações do empreendimento e o quantitativo dos recursos próprios Sendo assim quanto mais rápido girar o capital aplicado menor será a necessidade de capital próprio Por outro lado imobilizações de maior vulto tendem a necessitar de mais capital próprio Por fim observase que as operações que aumentam as contas do Ativo Perante ou que reduzem o Patrimônio Líquido implicam uma diminuição do CGP bem como o inverso é verdadeiro A partir dessas considerações Silva 2000 p 179 apresenta um elenco de atividades que atuam diretamente sobre o nível das variações descritas Atividades que enfraquecem o CGP Prejuízos Aquisição de ativo imobilizado Aquisição de investimentos Aplicações de recursos no ativo intangível Distribuição de lucros Atividades que fortalecem o CGP Lucros Alienação de investimentos Venda de bens do ativo imobilizado Venda de ativos intangíveis Aporte de recursos de sócios para aumento de capital Depreciação Análise das Demonstrações Contábeis 41 RESUMINDO Neste capítulo vimos sobre a necessidade de Capital de Giro NCG e um exemplo prático de determinação da Necessidade de Capital de Giro NCG Compreendemos o que é o Efeito Tesoura e o overtrade ou overtrading Vimos ainda as Fontes de Financiamento da Necessidade de Capital de Giro NCG e o Capital de Giro Próprio CGP Análise das Demonstrações Contábeis 42 REFERÊNCIAS BODIE Z et al Investments 9th ed New York McGrawHill 2011 BORGES M S D et al A demonstração dos fluxos de caixa e sua contribuição para uma tomada de decisão mais informada Revista Universo Contábil Blumenau v 8 n 1 p 141158 2012 Disponível em httpbitly2PURItp Acesso em 02 jul 2021 CFC Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral NBC TG 03 R3 Demonstração dos fluxos de caixa Brasília DF 2016 Disponível em httpsbitly3AUMFQq Acesso em 02 jul 2021 CFC Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral NBC TG 09 demonstração do valor adicionado Brasília DF 2008 Disponível em httpbitly34CaMC4 Acesso em 02 jul 2021 MARION J C Análise das demonstrações contábeis contabilidade empresarial 7 ed São Paulo Atlas 2012 Disponível em httpbitly2M3x5dc Acesso em 02 jul 2021 MARTINS E Contabilidade versus fluxo de caixa Caderno de Estudos São Paulo n 20 p 0110 1999 Disponível em httpbitly2YX41JE Acesso em 02 jul 2021 MATARAZZO D C Análise financeira de balanços abordagem básica e gerencial 7 ed São Paulo Atlas 2010 SILVA A A da Estrutura análise e interpretação das demonstrações contábeis 3 ed São Paulo Atlas 2000 Disponível em httpbitly2M3x5dc Acesso em 02 jul 2021 Análise das Demonstrações Contábeis
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Texto de pré-visualização
Análise das Demonstrações Contábeis Unidade 3 Análise contábil do fluxo de caixa e capital de giro Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria MICHEL TEIXEIRA PEREIRA AUTORIA Michel Teixeira Pereira Sou formado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS e professor do Departamento de Administração do Centro de Ensino Grau Técnico Curitiba com experiência em ministrar as disciplinas de Contabilidade Societária Análise das Demonstrações Contábeis Economia e Mercado Gestão da Qualidade e Contabilidade Introdutória Possuo experiência profissional em empresa de gestão financeira onde trabalhei com avaliação de empresas e gestão de recursos por meio de indicadores econômicos e financeiros Também fui assistente contábil e financeiro em empresas da área de comunicação TV rádio e jornal com ênfase em gestão contábil e financeira Atuei no setor bancário com atendimento a empresas de pequeno e médio portes realizando visitas técnicas e negociações Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho Conte comigo ICONOGRÁFICOS Olá Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que OBJETIVO para o início do desenvolvimento de uma nova compe tência DEFINIÇÃO houver necessidade de se apresentar um novo conceito NOTA quando forem necessários obser vações ou comple mentações para o seu conhecimento IMPORTANTE as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você EXPLICANDO MELHOR algo precisa ser melhor explicado ou detalhado VOCÊ SABIA curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo se forem necessárias SAIBA MAIS textos referências bibliográficas e links para aprofundamen to do seu conheci mento REFLITA se houver a neces sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis cutido sobre ACESSE se for preciso aces sar um ou mais sites para fazer download assistir vídeos ler textos ouvir podcast RESUMINDO quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi mas abordagens ATIVIDADES quando alguma atividade de au toaprendizagem for aplicada TESTANDO quando o desen volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas SUMÁRIO Elaboração e análise do fluxo de caixa 10 Demonstração do Fluxo de Caixa DFC 10 Métodos de elaboração da demonstração de fluxo de caixa DFC 13 Índices para análise da Demonstração de Fluxo de Caixa DFC 16 Elaboração e análise do valor adicionado 20 Demonstração do Valor Adicionado DVA 20 Modelo de Demonstração do Valor Adicionado DVA 22 Índices para análise da Demonstração do Valor Adicionado DVA 23 Entendendo a situação financeira 27 Indicadores de atividade ou rotatividade prazos médios 27 Mensuração dos ciclos operacionais e financeiros a partir das demonstrações contábeis 28 Avaliação dos ciclos operacionais 32 Análise da necessidade de capital de giro NCG 34 Necessidade de Capital de Giro NCG 34 Exemplo prático de determinação da Necessidade de Capital de Giro NCG 36 Efeito Tesoura 37 Overtrade ou overtrading 38 Fontes de Financiamento da Necessidade de Capital de Giro NCG 39 Capital de Giro Próprio CGP 39 7 UNIDADE 03 Análise das Demonstrações Contábeis 8 INTRODUÇÃO Esta unidade visa a introduzir o leitor na Análise da Gestão Financeira das Companhias Quais são os índices de rotatividade e como acontece essa análise por índices Quais são eles O que a Demonstração do Valor Adicionado revela Por que o fluxo de caixa é importante Empresa com problema em seu fluxo de caixa são propensas à falência Este ebook foi preparado de forma bastante objetiva e direta e busca integrar teoria e prática Espero que ele possa ser uma efetiva contribuição não somente para a sua formação acadêmica mas para o seu aprimoramento e evolução profissional Tenha em mente que este conteúdo requer estudo constante e contínuo Faça uma boa leitura e mergulhe de cabeça neste universo Análise das Demonstrações Contábeis 9 OBJETIVOS Olá Seja muito bemvindoa à Unidade 3 Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos 1 Contrastar a Demonstração do Fluxo de Caixa DFC 2 Contrastar a Demonstração do Valor Adicionado DVA 3 Identificar os principais índices que constituem a análise financeira de uma empresa 4 Selecionar a necessidade de capital de giro NGC Então Preparadoa para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento Ao trabalho Análise das Demonstrações Contábeis 10 Elaboração e análise do fluxo de caixa OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que é a Demonstração do Fluxo de Caixa DFC e como analisála Quais são suas finalidades O que ela indica Motivadoa para desenvolver esta competência Então vamos lá Avante Demonstração do Fluxo de Caixa DFC A Demonstração do Fluxo de Caixa DFC é uma demonstração financeira que traz informações essenciais para a organização empresarial Facilita a previsão de fluxos de caixa futuros e proporciona uma visão direta das entradas e saídas de caixa ocorridas no período fornecendo apoio à tomada de decisão BORGES et al 2012 Muitas companhias vão à falência por não saberem administrar seu fluxo de caixa O Balanço Patrimonial BP e a Demonstração do Resultado do Exercício DRE baseiamse nos métodos de competência o que significa que as receitas e as despesas são reconhecidas no momento da compra ou venda e em contrapartida a DFC acompanha as implicações em dinheiro das transações BODIE et al 2011 Diante do regime de competência BP e DRE a Contabilidade considera a receita gerada e a despesa incorrida em determinado exercício social não importando seu recebimento ou pagamento Já o regime de caixa DFC considera receita e despesa aquelas efetivamente ocorridas dentro do exercício Para a análise da evolução do patrimônio e para o conhecimento da sua efetiva rentabilidade o BP e a DRE juntos respondem adequadamente e de forma muito mais eficiente Já para a análise financeira de curtíssimo prazo a DFC mostrase mais útil MARTINS 1999 A DFC surgiu nos Estados Unidos em 1987 com a publicação do Financial Accounting Standard FAS nº 95 seguida em 1992 pelo Reino Unido com a publicação do Financial Reporting Standard FRS nº 01 SILVA 2000 Análise das Demonstrações Contábeis 11 A DFC somente passou a ser obrigatória e normatizada para as companhias abertas no Brasil em 2008 embora algumas delas já estivessem fazendo sua divulgação A DFC substituiu a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos DOAR Conforme a Lei nº 116382007 as companhias fechadas com patrimônio líquido na data do balanço inferior a R 200000000 dois milhões de reais não são obrigatórias a elaboração e publicação da DFC Na Demonstração do Resultado do Exercício DRE as receitas e despesas são registradas segundo o regime de competência ou seja independentemente do recebimento ou desembolso efetivo Na DFC utilizase o regime de caixa em que se leva em consideração os ingressos e desembolsos de recursos na companhia não apenas os oriundos das receitas e despesas mas de todas as origens e aplicações de recursos Por exemplo aporte de capital captação e pagamento de empréstimos aquisição ou alienação de bens recebimentos de duplicatas emitidas em exercício anterior porém recebidas no exercício da elaboração da DFC SILVA 2000 A DFC indica as alterações ocorridas durante o exercício no saldo de caixa e equivalentes de caixa separando essas alterações em três fluxos de atividades Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras atividades diferentes das de investimento e de financiamento Atividades de investimento são referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade não classificadas como atividade operacional Análise das Demonstrações Contábeis 12 Esses fluxos evidenciarão os recebimentos e pagamentos demonstrando as causas da variação do Capital Circulante Líquido será visto adiante em um determinado período A Demonstração do Fluxo de Caixa permite extrair informações importantes sobre o comportamento financeiro da companhia em um exercício A insuficiência de geração de caixa para pagar em dia as operações e dívidas da companhia pode levar à falência Por isso a importância de uma demonstração que se utiliza do regime de competência tornando evidente aos usuários os problemas que uma geração de caixa ruim pode causar A DOAR que foi substituída pela DFC carregava conceitos como por exemplo as variações de capital circulante líquido que não eram facilmente compreendidos Diferentemente da DFC que se utiliza de conceitos mais simples e possibilita um melhor entendimento por parte dos usuários das demonstrações contábeis A DFC é um ótimo instrumento para o gestor financeiro atentar se a prazos de pagamentos e recebimentos O excesso de caixa não é aconselhável pois a companhia está deixando de investir ou deixando recursos parados Entretanto ter caixa suficiente para honrar compromissos é estritamente importante O gestor financeiro também deverá atentarse para o momento certo de contrair dívidas para cobrir a falta de fundos assim como quando fazer alguma aplicação com o excesso de dinheiro de dessa forma proporcionar maior rendimento à companhia O controle constante do fluxo de caixa é essencial para que o gestor dimensione o volume de entradas e saídas de recursos financeiros realizando mudanças nos prazos de recebimentos e pagamentos A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral 03 NBC TG 03 CFC 2016 apresenta seu objetivo e os benefícios da informação dos fluxos de caixa Análise das Demonstrações Contábeis 13 ACESSE Veja a norma completa no link a seguir e faça a leitura Clique aqui Métodos de elaboração da demonstração de fluxo de caixa DFC A DFC para um determinado período ou exercício deve apresentar o fluxo de caixa e equivalentes de caixa oriundos das ou aplicados nas atividades operacionais de investimentos e de financiamentos e o seu efeito líquido sobre os saldos de caixa conciliando seus saldos no início e no final do período ou exercício Essa demonstração será obtida de forma direta a partir da movimentação do caixa e equivalentes de caixa ou de forma indireta com base no LucroPrejuízo do Exercício A DFC é o único demonstrativo contábil elaborado com base em regime de caixa enquanto os demais são elaborados de acordo com o Princípio da Competência de Exercício Método Direto A DFC apresentada pelo Método Direto facilita a visualização e a compreensão do fluxo financeiro demonstrando os recebimentos e pagamentos decorrentes das atividades operacionais da empresa possibilitando a avaliação do comportamento do seu nível de solvência Nesse método são apresentados os componentes dos fluxos por seus valores brutos ao menos para os itens mais significativos dos recebimentos e dos pagamentos Análise das Demonstrações Contábeis 14 Quadro 1 Método Direto simplificado para fins de entendimento DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Companhia ABC Exercício X5 Fonte Adaptado de Matarazzo 2010 Conforme a NBC TG 03 é necessário destacar os fluxos das operações dos financiamentos e dos investimentos Quadro 2 Método Direto completo Fonte Adaptado de Matarazzo 2010 Método Indireto A DFC exibida pelo Método Indireto é semelhante à DOAR visto que a primeira linha da demonstração é o Lucro Líquido do Exercício sendo somadas rubricas sem efeito de caixa para em seguida vir a efetiva variação do caixa A composição dessa relação é feita da seguinte forma Análise das Demonstrações Contábeis 15 Adicionamse as rubricas que na DRE não afetaram o caixa como por exemplo a Depreciação a Variação Cambial e os Resultados de Equivalência Patrimonial Retiramse as rubricas que afetam caixa decorridas antes ou após o período de apuração do resultado Quadro 3 Método Indireto completo Fonte Adaptado de Matarazzo 2010 Existem determinadas rubricas na DRE que reduzem o Lucro Líquido LL mas não representam saída de dinheiro da empresa É o caso da Depreciação Por isso na DFC pelo Método Indireto adicionase a Depreciação ao LL A Depreciação não caracteriza um desembolso mas um fato econômico Aumentos no Ativo Circulante levam ao uso do dinheiro reduções no Ativo Circulante aumentam o caixa Temos como exemplo o aumento do Estoque que reduz o dinheiro em caixa necessário para o pagamento o aumento de Duplicatas a Receber que retarda o recebimento de recursos caixa Uma diminuição de Estoques e Duplicatas a Receber indica mais recursos disponíveis em caixa Por outro lado quando os clientes antecipam um pagamento diminuise o saldo de duplicatas a receber e como resultado há um aumento do caixa Análise das Demonstrações Contábeis 16 Aumentos no Passivo Circulante de forma geral impedem a saída de caixa reduções no Passivo Circulante indicam que um pagamento foi realizado reduzindose o dinheiro em caixa Temos como exemplo um aumento de Fornecedores significa que um pagamento foi postergado podendose utilizar o dinheiro para outras finalidades Logo um pagamento de um Fornecedor diminuição do Passivo Circulante representa dinheiro saindo do caixa De forma geral temos que para calcular as variações líquidas de caixa é necessário ter o saldo atual das contas do Ativo Circulante e Passivo Circulante e subtrair do saldo anterior No que diz respeito às atividades de Investimento Ativo Não Circulante a compra de prédios máquinas ações entre outros reduz o dinheiro em caixa Por outro lado a venda desses itens auments o saldo de caixa As atividades de Financiamento são referentes aos proprietários ou a terceiros Um aumento do capital social da empresa ou empréstimo bancário representa mais dinheiro em caixa Logo o pagamento de dividendos aos acionistas ou a liquidação de empréstimos significa redução do caixa ACESSE Veja o texto Um terço dos negócios no Brasil fecha em dois anos Clique aqui e confira a principal causa de mortalidade em empresas no Brasil Índices para análise da Demonstração de Fluxo de Caixa DFC Neste subitem você verá que a partir da DFC é possível calcular alguns índices ou indicares que ajudam em análises das demonstrações contábeis específicas Inicialmente é exposto o Quadro 4 como referência para a formulação dos índices Análise das Demonstrações Contábeis 17 Quadro 4 Exemplo DFC DFC Cia ABC Fonte Adaptado de Marion 2012 Cobertura de juros Cobertura de juros Caixa Gerado nas Operaçõesb Juros pagos no período Nesse caso o Caixa Gerado nas Operações CGO seria antes dos Impostos e Juros Admita que a empresa tem um CGO de R 15000 e pagou R 5000 de juros no ano Assim a cobertura de juros seria 15000 5000 30 A cada R 100 pago de juros foram gerados R 300 de caixa na atividade operacional ou seja a empresa trabalha 4 meses 123 para gerar caixa relativo aos juros Capacidade de quitar dívidas Cap de quitar dívidas Caixa Gerado nas Operações após Operações Financeirasd Financiamentos Onerosos Nesse caso o Caixa Gerado nas Operações CGO seria depois do pagamento dos Impostos e Juros Também seriam subtraídos os dividendos pagos no período pois são obrigações anuais repetitivas Admita que o novo CGO seja de R 7000 e que os financiamentos de Longo Prazo que geraram os juros de R 5000 acima sejam R 28000 Assim temos que 7000 28000 025 Análise das Demonstrações Contábeis 18 A companhia gerou recursos para pagar 25 da dívida Esse financiamento poderia ser pago ao longo de 4 anos 10025 No caso de o prazo de financiamento ser superior a 4 anos por exemplo 8 anos a companhia poderia gerar caixa para reinvestimento Esse indicador poderia carregar no seu denominador toda a dívida da companhia incluindo a de curto prazo dependendo da análise que se pretende fazer Taxa de retorno do caixa Taxa de retorno do caixa Caixa Gerado nas Operaçõesb Ativo Total Considere o CGO de R 15000 e um Ativo Total de R 75000 Em tal caso o CGO utilizado é antes dos Juros e Impostos Sendo assim 15000 75000 020 O ativo da companhia produz 20 de recuperação de caixa por ano ou seja levará em média 5 anos para gerar o equivalente do ativo em caixa Outra forma de calcular esse índice é utilizando como denominador o Ativo Operacional levando em consideração apenas os ativos da operação ou até mesmo o Patrimônio Líquido tirando uma média da taxa de retorno em caixa do capital investido pelos acionistas Nível de recebimento das vendas Nível de recde vendas Caixa Gerado nas Vendas Vendas Considere um total vendido de R 30000 e um recebimento efetivo de caixa de R 24000 Logo 24000 30000 080 Nesse caso 80 das vendas foram recebidas Esse é um bom indicador para avaliar políticas de crédito e cobrança quando comparado com anos anteriores e com companhias concorrentes Capacidade de novos investimentos Cap de novos investimentos Caixa Gerado nas Operações após Operações Financeirasd Novos Investimentos no Imobilizado Análise das Demonstrações Contábeis 19 Considere a aquisição de imobilizado no valor de R 4000 e Caixa Gerado nas Operações após operações financeiras no valor de R 7000 Assim 7000 4000 175 Esse indicador tem a finalidade de medir os recursos PRÓPRIOS disponíveis após o pagamento de dividendos para a perpetuidade do negócio Nessa situação a companhia seria capaz de adquirir os novos investimentos com recursos gerados em caixa No nosso exemplo a companhia adquiriu novos empréstimos sendo que do Caixa Gerado nas Operações após operações financeiras no valor de R 7000 sobrou R 4000 57 após Amortização de Empréstimos RESUMINDO Neste capítulo aprendemos sobre a Demonstração do Fluxo de Caixa DFC e os métodos de elaboração da demonstração de fluxo de caixa DFC que são os Métodos Direto e Indireto Além disso vimos os Índices para análise da Demonstração de Fluxo de Caixa DFC Análise das Demonstrações Contábeis 20 Elaboração e análise do valor adicionado OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que é a Demonstração do Valor Adicionado DVA e como analisála Quais são suas finalidades O que ela indica Motivadoa para desenvolver esta competência Então vamos lá Avante Demonstração do Valor Adicionado DVA A Demonstração do Valor Adicionado DVA surgiu na Europa essencialmente por influência da Inglaterra da França e da Alemanha e tem cada vez mais demanda em âmbito internacional até mesmo por recomendação da Organização das Nações Unidas ONU MARION 2012 A principal função da DVA é indicar o quanto de riqueza uma companhia produziu O quanto a empresa adicionou de valor a seus fatores de produção e também de que forma essa riqueza foi retida na companhia e distribuída entre os seus acionistas empregados credores e governo A DVA deve evidenciar o valor da riqueza gerada pela companhia a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza empregados financiadores acionistas governo entre outros e a parcela da riqueza não distribuída A DVA é uma demonstração bastante útil inclusive do ponto de vista macroeconômico uma vez que conceitualmente o somatório dos valores adicionados ou valores agregados de um país representa na verdade seu Produto Interno Bruto PIB A DVA passou a ser obrigatória para as sociedades anônimas de capital aberto a partir do exercício de 2008 apesar de algumas empresas já fazerem sua divulgação A Lei nº 64041976 não detalha os itens que devem compor esse novo demonstrativo contábil Por sua vez a NBC TG 09 determinou que Análise das Demonstrações Contábeis 21 a distribuição da riqueza criada deve ser detalhada minimamente da seguinte forma 1 Pessoal e encargos 2 Impostos taxas e contribuições 3 Juros e aluguéis 4 Juros sobre o capital próprio JCP e dividendos 5 Lucros retidosprejuízos do exercício O Valor Adicionado é calculado subtraindose da Receita Operacional os custos dos recursos adquiridos de terceiros compras de matériaprima mercadorias embalagens energia elétrica terceirização da produção utilizados no processo operacional Esse primeiro valor calculado poderia ser chamado de Valor Adicionado Bruto Um ponto fundamental é a depreciação que reflete a redução do Imobilizado Tangível máquinas instalações veículos etc como a perda do potencial de uso desses ativos Ainda que na depreciação não ocorra desembolso consumo parcial de Ativo Imobilizado certamente ela o provocará no futuro quando a empresa fizer a reposição dos bens Há consequentemente redução da riqueza gerada que deverá portanto ser subtraída provocando um segundo resultado que convencionamos chamar de Valor Adicionado Líquido Esse resultado corresponde à riqueza gerada pela empresa Outros acréscimos e reduções desse resultado além do operacional deveriam ser destacados para melhor análise dos usuários como é o caso de Receita Financeira Dividendos Despesas Não Operacionais etc Convencionamos chamar esse resultado simplesmente de Valor Adicionado Em seguida como parte mais relevante dessa demonstração temos a Distribuição do Valor Adicionado que mostra a contribuição da empresa para os vários segmentos da sociedade Mostra qual é o tamanho da fatia de bolo para os empregados os donos da empresa os banqueiros o governo outros e para a própria empresa em termos de reinvestimento Análise das Demonstrações Contábeis 22 Assim fazse uma análise da priorização da distribuição da empresa dos recursos por ela gerados evidenciando sua contribuição à comunidade local aos acionistas à remuneração ao capital de terceiros a toda a sociedade por meio dos impostos etc A NBC TG 09 CFC 2008 apresenta características das informações constantes na DVA itens 10 a 12 Modelo de Demonstração do Valor Adicionado DVA A NBC TG 09 apresenta três modelos DVA um para empresas em geral outro para instituições financeiras e um para seguradoras A seguir é apresentado o modelo indicado para as empresas em geral Quadro 5 Demonstração do Valor Adicionado Empresas em geral Análise das Demonstrações Contábeis 23 O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7 Fonte Adaptado de CFC 2008 Índices para análise da Demonstração do Valor Adicionado DVA Neste subitem você verá que a partir da DVA é possível calcular alguns índices ou indicadores que ajudam em análises das demonstrações contábeis específicas Inicialmente é exposto o Quadro 6 como referência para a formulação dos índices Quadro 6 Exemplo DVA Fonte Adaptado de Marion 2012 Potencial do Ativo em Gerar Riqueza Potencial do Ativo em Gerar Riqueza Valor Adicionado Ativo Total O Ativo financiado por Capital Próprio e Capital de Terceiros é que gera receita a qual por sua vez gera riqueza para a empresa Esse índice mede quanto cada real investido no Ativo gera de riqueza valor adicionado a ser transferida para vários setores que se relacionam com a empresa Análise das Demonstrações Contábeis 24 Suponha que na Cia ABC o Ativo Total é R 830000 teremos o seguinte indicador 150000 830000 018 O ideal é que esse índice cresça ao longo dos anos por meio da Análise Horizontal Retenção da Receita Retenção da Receita Valor Adicionado Receita Operacional Da Receita Total parte é comprometida com terceiros matéria prima embalagem serviços ou seja transferida para outras empresas que não agregam valor para a empresa em análise Esse percentual mostra quanto fica dentro da empresa acrescentando valor ou benefício para funcionários acionistas governo financiadores e lucro retido Nesse caso uma Análise Horizontal vários anos ou períodos mostra a tendência da empresa em aumentar ou diminuir a receita que fica lá dentro Na Cia ABC 150000 800000 019 Valor Adicionado per capita Valor Adicionado per capita Valor Adicionado Número de funcionários média É uma forma de avaliar quanto cada empregado contribui para a formação riqueza da empresa De certa forma é um indicador de produtividade que informa a participação de cada empregado na riqueza gerada na organização Na Cia ABC imaginandose 10 funcionários 150000 10 15000 Ou seja cada funcionário contribui para a formação de R 15000 da riqueza da empresa Análise das Demonstrações Contábeis 25 Índices em que o valor adicionado é destacado no denominador Esses índices são relacionados à distribuição da riqueza gerada na organização A seguir apresentamos alguns indicadores Em uma Análise Horizontal sequência de períodos esses índices são relevantes para analisar a tendência de distribuição da riqueza Por exemplo Quadro 7 Análise Horizontal da DVA Fonte Adaptado de Marion 2012 Enquanto observamos uma estabilidade em relação a Impostos e Lucro Reinvestido percebemos que a fatia dos empregados tem aumentado no bolo principalmente em função da redução dos juros Os acionistas tiveram também sua participação reduzida no que tange aos dividendos Salientase que os indicadores apresentados não esgotam as possibilidades de análise Tanto a DFC quanto a DVA podem ser mais minuciosamente exploradas dependendo do objetivo do analista Esta seção apenas explora algumas possibilidades Análise das Demonstrações Contábeis 26 RESUMINDO Neste capítulo aprendemos sobre a Demonstração do Valor Adicionado DVA e o Modelo de Demonstração do Valor Adicionado DVA Além disso vimos quais são os índices para análise da Demonstração do Valor Adicionado DVA Análise das Demonstrações Contábeis 27 Entendendo a situação financeira OBJETIVO Neste capítulo são apresentados os principais índices que constituem a análise de atividade de uma empresa e como funciona seu fluxo econômicofinanceiro A função de cada índice sua fórmula seu significado e sua interpretação Motivadoa para desenvolver esta competência Então vamos lá Avante Indicadores de atividade ou rotatividade prazos médios A análise dos indicadores de atividade ou dos ciclos financeiro e operacional também é conhecida como índices de prazos médios Na Figura 1 é possível visualizar o fluxo econômicofinanceiro de uma companhia Figura 1 Fluxo econômicofinanceiro de uma empresa industrial Fonte Adaptado de Silva 2000 É possível observar que a fase Produtos em processo se restringe a indústrias No comércio o fluxo de compras segue diretamente para a estocagem O Ciclo Operacional é individual de cada empresa sendo que em algumas esse período é maior e em outras menor iniciandose sempre em compras A análise dos indicadores de atividade é muito próxima da análise dos índices de liquidez mas leva em consideração a velocidade com que os recursos se convertem em dinheiro disponível para uso Análise das Demonstrações Contábeis 28 Mensuração dos ciclos operacionais e financeiros a partir das demonstrações contábeis Para mensurar o ciclo operacional e financeiro é necessário determinar os prazos médios em número de dias que a empresa leva para vender os estoques receber de seus clientes e pagar seus fornecedores Sendo possível extrair essas informações do BP e da DRE Ao realizar esse tipo de análise é preciso conhecer o negócio Caso a empresa apresente algum tipo de sazonalidade nas suas operações o produto obtido poderá exprimir distorções O ideal é verificar o menor tempo em dias de um período e assim extrair o saldo médio Suponha que seu prazo médio de estocagem seja de 25 dias ciclo econômico Seu ciclo operacional será a soma do prazo médio de estocagem com uma média de recebimento de clientes suponha 60 dias Então seu ciclo operacional será de 85 dias 60 25 Agora suponha que o prazo médio de pagamento de fornecedores seja de 40 dias Seu ciclo financeiro será a subtração do ciclo operacional pelo prazo médio de pagamentos ou seja 85 40 45 dias Prazo Médio da Rotação dos Estoques PMRE O Prazo Médio da Rotação dos Estoque PMRE indica em média quantos dias ou meses os produtos acabados ou mercadorias ficaram no estoque antes de serem vendidos O ideal é que quanto mais rápido for a rotação de estoques melhor desde que isso seja decorrente do elevado grau de comercialização de seus produtos em função de um aumento na demanda ou uma boa penetração dos produtos no mercado Para melhor aproveitamento desse índice devemos usar o Estoque Médio do período no caso de dois períodos obtido pelo somatório do Estoque do exercício anterior com o Estoque do exercício em curso dividido por dois PMRE Estoque ou Estoque Médio CMV x 360 DP Análise das Demonstrações Contábeis 29 O Custo da Mercadoria Vendida CMV é obtido por meio da fórmula CMV Estoque Inicial Compras Estoque Final Suponha que a Cia ABC tenha um Estoque de R 982114 e um CMV de R 4741311 seu PMRE será de 75 dias 982114 4741311 x 360 75 dias Pontos a serem considerados na análise Alto índice de rotação também pode ser sinal de baixo investimento em estoques o que pode acarretar a perda de vendas e a consequente redução nos lucros apesar dessa redução nos investimentos ser necessária à sua manutenção armazenagem e seguros Baixo índice de rotação a baixa rotação pode estar sinalizando um investimento excessivo nos estoques incorrendo muito provavelmente em aumento nos seus custos com manutenção armazenagem e seguros É recomendável uma leitura atenta do relatório de administração a fim de se identificar se ocorreram mudanças na política de gestão dos estoques Ainda nas notas explicativas observar se é possível identificar a ocorrência de modificações nos critérios de avaliação Um dos fatores de difícil percepção a partir da simples leitura das demonstrações contábeis é a identificação da existência de significativa quantidade de itens obsoletos pois tal circunstância só será conhecida se for declarada pela empresa O analista deve observar em paralelo às formas de financiamento dos estoques e correspondentes prazos de pagamento o seu impacto nos índices de liquidez e as características do ramo de atividade da empresa antes de formular sua conclusão sobre o indicador do PMRE Outro aspecto a ser considerado é que a empresa pode na data do levantamento de suas demonstrações contábeis possuir estoques elevados ou bastante reduzidos em função de aspectos conjunturais ou como é comum ocorrer trabalhar com mercadorias ou matérias primas sazonais o que poderá distorcer uma análise comparativa se tal circunstância não for considerada Análise das Demonstrações Contábeis 30 Destacase que o fato de se trabalhar na fórmula de cálculo do PMRE com os estoques das datas de encerramento do balanço pode apresentar problemas Caso a empresa tenha algum tipo de sazonalidade em suas atividades o resultado obtido poderá carregar alguma distorção Uma alternativa é calcular estoques mensais para encontrar uma média A inflação também pode contribuir para distorcer os cálculos especialmente se não houver mecanismos de correção dos valores das demonstrações contábeis Prazo Médio do Recebimento das Vendas PMRV Esse indicador mostra quantos dias ou meses em média a empresa leva para receber suas vendas Cabe lembrar que o volume de Duplicatas a Receber de uma empresa decorre do montante de suas vendas a prazo e dos prazos concedidos No cálculo devemos usar a Média de Duplicatas a Receber quando ocorrer discrepância significativa entre os dois saldos A Média de Duplicatas a Receber é obtida pela soma dos saldos de Duplicatas a Receber do ano anterior com os do ano em curso dividido por dois PMRV Duplicatas a Receber ou média dos períodos Receita Líquida de Vendas x 360 DP Suponha que a Cia ABC tenha um saldo de Duplicatas a Receber de R 1031415 e uma Receita Líquida de Vendas de R 6975090 seu PMRV será de 53 dias 1031415 6975090 x 360 53 dias Esse indicador mostra que quanto maior o prazo de recebimento pior será para a companhia No entanto outros índices devem ser observados em conjunto pois interferem diretamente na avaliação desse indicador São eles o prazo de rotação dos estoques e de pagamento das compras O PMRB também é indicado para avaliar a eficiência do setor de cobranças e avaliar a política de concessão de crédito Prazo Médio do Pagamento das Compras Fornecedores PMPC O Prazo Médio do Pagamento das Compras PMPC indica em média quantos dias ou meses a empresa leva para pagar suas dívidas Análise das Demonstrações Contábeis 31 com fornecedores O ideal é que o PMPC seja superior ao PMRV de forma a permitir a manutenção de um nível de liquidez adequado No cálculo devemos usar a Média de Fornecedores quando ocorrer discrepância significativa entre os dois saldos A Média de Fornecedores é obtida pela soma dos saldos de Fornecedores do ano anterior com os do ano em curso dividido por dois PMPC Fornecedores ou média dos períodos Compras x 360 DP Se CMV Estoque Inicial Compras Estoque Final então Compras CMV Estoque Final Estoque Inicial Suponha que a Cia ABC tenha um saldo de Fornecedores de R 1532933 e um saldo de compras de R 4777575 seu PMPC será de 116 dias 1532933 4777575 x 360 116 dias Ao analisarmos empresas industriais podemos nos deparar com uma situação diferente pois enquanto uma empresa comercial adquire e revende diretamente as mercadorias em uma empresa industrial as matériasprimas adquiridas sofrem o processo de industrialização no qual são agregados ao custo de aquisição de matériaprima outros custos sejam eles diretos ou indiretos Esses custos irão se refletir no saldo dos seus estoques de produtos acabados ou em elaboração Defrontandose com a responsabilidade de analisar uma empresa industrial o ideal é que o analista obtenha da empresa o valor real das suas compras Na impossibilidade de acesso a esse valor deve recorrer a métodos de estimativa para determinar o percentual dos custos de fabricação em relação aos custos totais da indústria O analista deve entretanto estar atento pois esses percentuais obtidos não deverão ser aplicados de forma indiscriminada para todos os tipos de indústria já que cada segmento industrial tem uma formação de custos diferenciada Análise das Demonstrações Contábeis 32 Avaliação dos ciclos operacionais A partir da avaliação do espaço de tempo que uma empresa tem para realizar o pagamento de compras com o recebimento das vendas é possível verificar se o ciclo operacional é superavitário ou deficitário A realização desse tipo de análise deve ser feita com as Análises Horizontal e Vertical dos Ativos e Passivos Circulantes e com a Análise da Necessidade de Capital de Giro que será vista adiante Ciclo Operacional Superavitário COS Ocorre quando a companhia recebe o valor das vendas antes do prazo para pagamento de fornecedores desfrutando de um período de tempo para aplicar o dinheiro até a data de vencimento da fatura com fornecedores aumentando assim sua rentabilidade final COS PMRE PMRV PMPC 1 Um exemplo de Ciclo Operacional Superviário COS supondo PMRE 35 dias PMRV 40 dias e PMPC 80 dias 3540 80 094 O ciclo operacional dessa situação superavitária poderia ser expresso da seguinte forma Figura 2 Ciclo operacional superavitário Fonte Adaptado de Silva 2000 Ciclo Operacional Deficitário COD Se o ciclo for deficitário o recebimento do valor das vendas só acontece depois de efetuado o pagamento da compra de matéria prima ou mercadorias para revenda gerando a necessidade de busca de recursos que poderão agregar novos custos financeiros para equilibrar a posição de caixa da empresa prejudicando assim sua rentabilidade final Análise das Demonstrações Contábeis 33 COD PMRE PMRV PMPC 1 Um exemplo de Ciclo Operacional Deficitário COD supondo PMRE 49 dias PMRV 31 dias e PMPC 54 dias 49 31 54 148 O ciclo operacional dessa situação deficitária poderia ser expresso da seguinte forma Figura 3 Ciclo operacional deficitário Fonte Adaptado de Silva 2000 Determinadas empresas por força de circunstâncias ou por contingências de mercado se veem obrigadas a operar com ciclos deficitários tendo portanto que repassar esse incremento de custo financeiro aos seus preços Recomendase por isso extremo rigor na determinação dos prazos médios de rotação de forma a evitar uma elevação de preços inviabilização do produto ou favorecimento da concorrência RESUMINDO Neste capítulo aprendemos sobre os indicadores de atividade ou rotatividade prazos médios e a mensuração dos ciclos operacionais e financeiros a partir das demonstrações contábeis que são Prazo Médio da Rotação dos Estoques PMRE Prazo Médio do Recebimento das Vendas PMRV e Prazo Médio do Pagamento das Compras Fornecedores PMPC Além disso estudamos sobre a avaliação dos ciclos operacionais que são Ciclo Operacional Superavitário COS e Ciclo Operacional Deficitário COD Análise das Demonstrações Contábeis 34 Análise da necessidade de capital de giro NCG OBJETIVO Neste capítulo é apresentada a Necessidade de Capital de Giro NCG Como compreendêla como interpretála suas implicações e exemplos práticos Motivadoa para desenvolver esta competência Então vamos lá Avante Necessidade de Capital de Giro NCG A Necessidade de Capital de Giro NCG é útil para determinar a situação financeira da companhia revelando o grau de recursos necessários para a manutenção da rotação dos negócios As rubricas empregadas no seu cálculo exprimem operações de curto prazo Nesse caso quaisquer alterações no período de estocagem de crédito ou de pagamentos irão produzir efeitos imediatos sobre o fluxo de caixa da companhia Para se obter a NCG não podemos apenas comparar o PMRE e o PMRV com o PMPC Outros componentes conhecidos como contas cíclicas são diretamente afetados na produção e na venda de estoques São eles Quadro 8 Contas cíclicas Fonte Adaptado de Marion 2012 A NCG é a chave para a administração financeira de uma companhia Basicamente retrata a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante consistindo em um dinheiro que a companhia dispõe Análise das Demonstrações Contábeis 35 para quitar seus compromissos de curto prazo Sua análise deve levar em consideração outros indicadores como os de Liquidez Atividade Operacional e o estudo de Capital de Giro Próprio que será visto em sequência NCG Ativo Circulante Passivo Circulante Para alguns autores um método de análise mais coerente com a realidade operacional brasileira seria NCG Ativo Circulante Operacional Passivo Circulante Operacional O Ativo Circulante Operacional ACO é o investimento que decorre automaticamente das atividades de compraproduçãoestocagem venda enquanto o Passivo Circulante Operacional PCO é o financiamento também automático que decorre dessas atividades Determinado o valor da NCG o analista deverá proceder à sua interpretação por meio dos critérios constantes no Quadro 9 Quadro 9 Critérios de avaliação da Necessidade de Capital de Giro NCG Fonte Adaptado de Matarazzo 2010 Ao definirmos o ACO e o PCO também podemos definir as contas do Ativo Circulante Não Operacional ACNO e Passivo Circulante Não Operacional PCNO que são aquelas que sendo ou não de natureza financeira não se relacionam diretamente com as atividades de operações da empresa Análise das Demonstrações Contábeis 36 Quando realizamos o ACNO menos o PCNO obtemos o Saldo de Tesouraria que representa recursos que não estão diretamente ligados à atividade operacional da companhia por consequência alheios ou não a sua atividadefim O ideal é sempre manter um Saldo de Tesouraria positivo Contudo às vezes um saldo grande pode apontar que a companhia não está aproveitando oportunidades de investimento compatível com sua estrutura de financiamento Outro ponto que merece observação é quando a NCG é financiada com recursos de curto prazo ou empréstimos bancários aumentando assim o risco de insolvência por parte da companhia Exemplo prático de determinação da Necessidade de Capital de Giro NCG Quadro 10 Balanço Patrimonial da Cia ABC Fonte Silva 2000 p 173 Quadro 11 Apuração da Necessidade de Capital de Giro da Cia ABC Legenda CCL Capital Circulante Líquido Fonte Silva 2000 p 174 Análise das Demonstrações Contábeis 37 Com base nas informações do Quadro 11 verificamos que a companhia precisa de R 503171 de Capital de Giro para suportar suas atividades operacionais Observase ainda que o seu Saldo de Tesouraria é positivo no valor de R 381359 Percebese que a Cia ABC tem Capital de Giro suficiente para subsidiar sua NCG O vencimento das dívidas de curto prazo com fornecedores pode ser um dos fatores para a manutenção de tais recursos em tesouraria Efeito Tesoura Para que a companhia tenha uma saúde financeira adequada é fundamental o acompanhamento da NCG e do Capital Circulante Líquido CCL Caso ocorra um crescimento das atividades acima da capacidade de financiamento haverá um desequilíbrio entre esses indicadores Quando o Saldo de Tesouraria é menor do que zero ou seja negativo significa que a companhia tem dívidas vencíveis no curto prazo normalmente contraídas em instituições financeiras com a finalidade de custear suas atividades de capital de giro Ocorrendo por sucessivos exercícios um crescimento da NCG superior ao do CCL dizemos que a companhia convive com o que se convencionou chamar de Efeito Tesoura À medida que o Ativo Circulante Operacional ACO é financiado por dívidas de curto prazo ocorre um acréscimo na diferença entre a NCG e o CCL ampliando o Efeito Tesoura Figura 4 Efeito Tesoura CCL NCG R Anos Fonte Adaptado de Silva 2000 Análise das Demonstrações Contábeis 38 O Efeito Tesoura é um forte indicativo de que a companhia está encaminhandose para a insolvência visto que ela é incapaz de custear os investimentos operacionais de forma adequada operando com recursos abaixo do nível de suas necessidades Isso exige uma rápida alteração nas políticas de crédito de vendas prazos operacionais e renegociação de dívidas O Efeito Tesoura pode ocorrer por várias razões segundo Silva 2000 Crescimento elevado do nível de atividade empresarial overtrade ou tendência do ciclo operacional deficitário Decisões de imobilizações sem que haja recursos próprios ou recursos de longo prazo disponíveis Desvio de recursos do giro para imobilizações Sucessivos prejuízos levando a empresa a captar recursos de curto prazo para financiar suas atividades Inflação etc Overtrade ou overtrading Uma situação de overtrade ocorre quando a empresa está operando além de sua capacidade financeira Nessa circunstância a companhia não tem capital de giro suficiente para custear suas atividades de curto prazo sendo sua única saída endividarse Verificase que o aumento das atividades não produziu recursos suficientes para o pagamento das despesas É nesse momento que a empresa se encontra em uma situação delicada pela falta de equilíbrio financeiro visto que o Capital de Giro disponível é inferior ao volume de atividades caracterizando o overtrade O overtrade pode ocorrer com mais frequência em empreendimentos em fase de implantação ou em expansão de atividades nos quais o plano de negócios não foi realizado adequadamente no que diz respeito às previsões de fluxo de caixa Outras situações que sinalizam a entrada da empresa em um nível de overtrading são as seguintes segundo Silva 2000 Análise das Demonstrações Contábeis 39 Constantes quedas nos indicadores de liquidez Crescimento da Necessidade de Capital de Giro Excesso de Imobilizado em relação ao Circulante sem uma clara justificativa Queda acentuada nas vendas Crescimento acentuado dos estoques em relação ao crescimento das vendas Crescente aumento do Ciclo Financeiro Aumento das despesas financeiras Dificuldades para efetuar o pagamento dos salários impostos e despesas fixas Permanência de itens obsoletos no ativo imobilizado Alto nível de devolução de vendas Fontes de Financiamento da Necessidade de Capital de Giro NCG As principais fontes de financiamento da Necessidade de Capital de Giro são segundo Silva 2000 Capital circulante próprio Debêntures Duplicatas descontadas Empréstimos bancários de curto prazo Empréstimos e financiamentos bancários de longo prazo Capital de Giro Próprio CGP O Capital de Giro Próprio CGP caracteriza a capacidade da companhia de custear seu ciclo operacional com recursos próprios sem considerar empréstimos capital de terceiros O cálculo Patrimônio Análise das Demonstrações Contábeis 40 Líquido menos o Ativo Permanente permite verificar a folga ou carência de Capital de Giro da companhia CGP Patrimônio Líquido Ativo Permanente Caso uma companhia tenha a capacidade de sustentar o investimento com recursos próprios estará livre para elaborar planos de expansão e tomar novos empréstimos para essa finalidade Existe uma relação inversa entre a velocidade do giro das aplicações do empreendimento e o quantitativo dos recursos próprios Sendo assim quanto mais rápido girar o capital aplicado menor será a necessidade de capital próprio Por outro lado imobilizações de maior vulto tendem a necessitar de mais capital próprio Por fim observase que as operações que aumentam as contas do Ativo Perante ou que reduzem o Patrimônio Líquido implicam uma diminuição do CGP bem como o inverso é verdadeiro A partir dessas considerações Silva 2000 p 179 apresenta um elenco de atividades que atuam diretamente sobre o nível das variações descritas Atividades que enfraquecem o CGP Prejuízos Aquisição de ativo imobilizado Aquisição de investimentos Aplicações de recursos no ativo intangível Distribuição de lucros Atividades que fortalecem o CGP Lucros Alienação de investimentos Venda de bens do ativo imobilizado Venda de ativos intangíveis Aporte de recursos de sócios para aumento de capital Depreciação Análise das Demonstrações Contábeis 41 RESUMINDO Neste capítulo vimos sobre a necessidade de Capital de Giro NCG e um exemplo prático de determinação da Necessidade de Capital de Giro NCG Compreendemos o que é o Efeito Tesoura e o overtrade ou overtrading Vimos ainda as Fontes de Financiamento da Necessidade de Capital de Giro NCG e o Capital de Giro Próprio CGP Análise das Demonstrações Contábeis 42 REFERÊNCIAS BODIE Z et al Investments 9th ed New York McGrawHill 2011 BORGES M S D et al A demonstração dos fluxos de caixa e sua contribuição para uma tomada de decisão mais informada Revista Universo Contábil Blumenau v 8 n 1 p 141158 2012 Disponível em httpbitly2PURItp Acesso em 02 jul 2021 CFC Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral NBC TG 03 R3 Demonstração dos fluxos de caixa Brasília DF 2016 Disponível em httpsbitly3AUMFQq Acesso em 02 jul 2021 CFC Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral NBC TG 09 demonstração do valor adicionado Brasília DF 2008 Disponível em httpbitly34CaMC4 Acesso em 02 jul 2021 MARION J C Análise das demonstrações contábeis contabilidade empresarial 7 ed São Paulo Atlas 2012 Disponível em httpbitly2M3x5dc Acesso em 02 jul 2021 MARTINS E Contabilidade versus fluxo de caixa Caderno de Estudos São Paulo n 20 p 0110 1999 Disponível em httpbitly2YX41JE Acesso em 02 jul 2021 MATARAZZO D C Análise financeira de balanços abordagem básica e gerencial 7 ed São Paulo Atlas 2010 SILVA A A da Estrutura análise e interpretação das demonstrações contábeis 3 ed São Paulo Atlas 2000 Disponível em httpbitly2M3x5dc Acesso em 02 jul 2021 Análise das Demonstrações Contábeis