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Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 EVOLUÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL NO SUDESTE 2018 A 2022 Glauber Pablo Soriano de Carvalho Filho1 Robson Salaroli2 Bruno Freitas Vigorito3 Róger Richelle Bordone de Sá4 Fernanda Campolina Alves Silva5 Pedro Henrique Santana Duda Benedicto6 Marcos Flávio Spínola Ambrósio7 Lívia Deziré Martins8 Letícia Deziré Martins9 Lorena Louise Botelho de Aguiar10 Beatriz Montezano Oliveira Agostini11 Thaís Caroline Botelho de Aguiar12 ARTIGO ORIGINAL RESUMO A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa causada pelo protozoário do gênero Leishmania afetando principalmente órgãos internos como o fígado baço e medula óssea Esta enfermidade representa um desafio significativo de saúde pública em várias partes do mundo especialmente em regiões de clima tropical e subtropical Este estudo busca analisar a incidência de novos casos de leishmaniose visceral nos estados da região Sudeste do Brasil durante o período de 2015 a 2022 Para isso são utilizados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde DATASUS para a tabulação e análise do comportamento da doença na região A análise não se restringe apenas ao número absoluto de casos mas também inclui a taxa de incidência e prevalência por 100000 habitantes permitindo uma comparação mais precisa entre os estados avaliados São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais e Espírito Santo Além disso são exploradas características sociodemográficas dos pacientes como idade e raçaetnia visando identificar grupos de maior vulnerabilidade à doença Assim este trabalho visa compreender a distribuição geográfica e temporal da leishmaniose visceral na região Sudeste durante o período avaliado bem como identificar possíveis fatores associados ao aumento ou diminuição dos casos Palavraschave Leishmania Endemia Sudeste Saúde pública Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 Instituição afiliada 1 Graduando em Medicina pelo Centro Universitário de Caratinga UNEC Email glauberpscarvlgmailcom 2 Graduando em Medicina pelo Centro Universitário de CaratingaUNEC Email robsonsalarolihotmailcom 3Enfermeiro pelo Centro Universitário de Caratinga UNEC 4Graduando em Medicina pelo Centro Universitário de CaratingaUNEC Email drrogerbordonegmailcom 5Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário de CaratingaUNEC Email fernandacamhotmailcom 6Graduando em Medicina pelo Centro Universitário de Caratinga UNEC Email pedrodudabenegmailcom 7Graduando em Medicina pelo Centro Universitário de CaratingaUNEC Email marcosflaviomfagmailcom 8Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário de CaratingaUNEC Email liviadezire72gmailcom 9Graduanda em Medicina pela Universidade de Uberaba UNIUBE Email dessireeleticia1gmailcom 10Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário de Caratinga UNEC Email lorenalouisebhotmailcom 11Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário de Caratinga UNEC Email biamontezanohotmailcom 11Graduanda em Medicina pelo Centro Superior de Estudos de Manhuaçu LTDA UNIFACIG Email thaisaguiar286gmailcom Dados da publicação Artigo recebido em 26 de Março e publicado em 16 de Maio de 2024 DOI httpsdoiorg1036557267481692024v6n5p11871200 Autor correspondente Robson Salaroli robsonsalarolihotmailcom EPIDEMIOLOGICAL EVOLUTION OF VISCERAL LEISHMANIASIS CASES IN THE SOUTHEAST 2018 TO 2022 ABSTRACT Visceral leishmaniasis is an infectious disease caused by the protozoan of the genus Leishmania mainly affecting internal organs such as the liver spleen and bone marrow This condition represents a significant public health challenge in various parts of the world especially in regions with tropical and subtropical climates This study aims to analyze the incidence of new cases of visceral leishmaniasis in the states of the Southeast region of Brazil during the period from 2015 to 2022 For this purpose data from the Notifiable Diseases Information System SINAN of the Department of Health Informatics of the Unified Health System DATASUS are used for tabulation and analysis of the diseases behavior in the region The analysis is not limited to the absolute number of cases but also includes the incidence and prevalence rate per 100000 inhabitants allowing for a more precise comparison between the evaluated states São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais and Espírito Santo Additionally sociodemographic characteristics of patients such as age and raceethnicity are explored to identify groups at higher vulnerability to the disease Thus this study aims to understand the geographical and temporal distribution of visceral leishmaniasis in the Southeast region during the evaluated period as well as to identify possible factors associated with the increase or decrease of cases Keywords Leishmania Endemic Southeast Public health This work is licensed under a Creative Commons Attribution 40 International License Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 INTRODUÇÃO A Leishmaniose Visceral é uma doença negligenciada de natureza infecciosa predominante em países tropicais causada por protozoários intracelulares obrigatórios do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae1 É transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado denominado flebotomíneo e conhecido popularmente como mosquito palha asadura tatuquiras birigui dentre outros No Brasil a principal espécie responsável pela transmissão é a Lutzomyia longipalpis2 O impacto da leishmaniose visceral é multifacetado influenciado por fatores epidemiológicos sociais econômicos e ambientais Em áreas endêmicas a transmissão da doença muitas vezes ocorre em condições precárias de habitação onde o acesso a saneamento básico e medidas de controle de vetores é limitado3 Além disso a pobreza a desnutrição e a falta de acesso a cuidados de saúde adequados aumentam a vulnerabilidade das populações às infecções por Leishmania O diagnóstico precoce da leishmaniose visceral é crucial para o tratamento eficaz e a redução da morbidade e mortalidade associadas à doença2 No entanto o diagnóstico muitas vezes é desafiador devido à diversidade de manifestações clínicas e à falta de testes de diagnóstico sensíveis e acessíveis em áreas endêmicas Melhorias na infraestrutura de saúde e o desenvolvimento de testes diagnósticos rápidos e precisos são essenciais para facilitar a detecção precoce e o tratamento oportuno da leishmaniose visceral O tratamento da leishmaniose visceral geralmente envolve o uso de medicamentos antiparasitários como a anfotericina B miltefosina e antimoniais pentavalentes45 No entanto o acesso a esses medicamentos muitas vezes é limitado em áreas endêmicas devido à falta de disponibilidade e aos altos custos Além disso o desenvolvimento de resistência aos medicamentos e a toxicidade associada a alguns tratamentos representam desafios adicionais para o controle da doença A prevenção da leishmaniose visceral requer uma abordagem integrada que envolva medidas de controle de vetores melhoria das condições de habitação promoção de práticas de higiene e educação da comunidade6 Estratégias de controle Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 de vetores como o uso de inseticidas o manejo ambiental e a proteção pessoal contra picadas de mosquitos desempenham um papel fundamental na redução da transmissão da doença Além disso o desenvolvimento de vacinas eficazes contra a leishmaniose visceral é uma prioridade de pesquisa com o potencial de fornecer uma estratégia preventiva adicional para controlar a doença7 METODOLOGIA Para realizar esta pesquisa sobre a ocorrência de hanseníase no Sudeste do Brasil foi adotada uma metodologia ampla que envolveu a análise dos registros da doença nos quatro estados da região Os dados primários foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN administrado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde DATASUS Essa ferramenta desempenha um papel crucial na vigilância epidemiológica e no acompanhamento de doenças de notificação obrigatória no país incluindo a hanseníase Inicialmente realizouse a coleta sistemática dos dados de incidência de hanseníase registrados no SINAN durante o período determinado para a pesquisa Esses dados foram então organizados e tabulados para uma análise minuciosa Procedimentos de validação e verificação foram aplicados para garantir a qualidade e integridade dos dados incluindo a identificação de possíveis inconsistências e erros de registro Além disso foi feita uma análise do perfil demográfico dos casos de hanseníase investigando características como idade etnia e local de residência dos pacientes afetados Isso permitiu identificar grupos populacionais com maior risco de contrair a doença e compreender melhor os padrões de distribuição da hanseníase na região Essas informações são essenciais para orientar iniciativas de prevenção diagnóstico precoce e tratamento de forma mais eficaz visando reduzir a incidência da doença e atenuar seu impacto na saúde pública RESULTADOS Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 Segundo dados obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde DATASUS observase uma variação no número de casos notificados ao longo desses oito anos Os dados sobre os casos confirmados de leishmaniose visceral na região Sudeste do Brasil entre os anos de 2015 e 2022 revelam uma série de tendências e padrões dignos de análise Ao observar os números ao longo desse período percebe se uma tendência geral de diminuição dos casos embora haja variações anuais em cada estado A TABELA 1 e o GRÁFICO 1 expõem os casos confirmados de leishmaniose visceral no sudeste entre 2015 a 2022 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Total MG 417 487 750 324 231 181 167 151 2708 ES 6 11 22 6 5 0 1 2 53 RJ 5 4 12 4 7 3 4 9 48 SP 108 85 124 94 80 72 61 83 707 TABELA 1 Casos confirmados de leishmaniose visceral Sudeste 2015 a 2022 Fonte SINANDATASUS GRÁFICO 1 Casos confirmados de leishmaniose visceral Sudeste 2015 a 2022 0 200 400 600 800 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 SP RJ ES MG Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 Minas Gerais se destaca como o estado com o maior número de casos confirmados em todos os anos analisados Apesar disso houve uma queda significativa a partir de 2017 sugerindo possíveis mudanças nas condições epidemiológicas ou nas estratégias de controle da doença São Paulo por sua vez manteve um número considerável de casos ao longo dos anos com flutuações menores indicando uma estabilidade relativa em comparação com Minas Gerais Espírito Santo e Rio de Janeiro registraram números mais baixos de casos confirmados embora também tenham apresentado variações anuais Esses estados porém mantiveramse em patamares inferiores em comparação com MG e SP O ano de 2017 emerge como um período de pico para a maioria dos estados com exceção do Espírito Santo que teve seu ápice em 2016 As flutuações anuais nos números de casos podem ser influenciadas por diversos fatores como condições climáticas eficácia das medidas de controle de vetores acesso a serviços de saúde e até mesmo eventos externos como a pandemia de COVID19 que pode ter impactado os padrões de transmissão da leishmaniose visceral É importante destacar que para uma análise mais precisa seria necessário considerar não apenas o número absoluto de casos mas também a incidência ajustada por população Dessa forma a TABELA 2 apresenta o coeficiente de incidência de leishmaniose visceral por 100000 habitantes na região Sudeste do país no período avaliado 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Coeficiente Médio MG 200 232 355 154 109 085 078 074 1608 ES 015 028 055 015 012 0 002 005 0165 RJ 003 002 007 002 004 002 002 006 0035 SP 024 019 027 021 017 016 013 019 0195 TABELA 2 Coeficiente de incidência de leishmaniose visceral por 100000 habitantes Sudeste 2015 a 2022 Fonte SINANDATASUS A análise dos dados do coeficiente de incidência de leishmaniose visceral na região Sudeste entre os anos de 2015 e 2022 revela importantes tendências e padrões Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 dignos de reflexão Esses dados que representam a incidência da doença por 100000 habitantes fornecem uma visão abrangente da situação epidemiológica ao longo do tempo e em diferentes estados Em primeiro lugar é notável a tendência geral de diminuição nos coeficientes de incidência ao longo do período analisado Essa queda sugere avanços nos esforços de controle e prevenção da leishmaniose visceral na região Sudeste possivelmente resultado de medidas de saúde pública avanços na vigilância epidemiológica e investimentos em infraestrutura de saúde Ao examinar os dados por estado observase que Minas Gerais destacase consistentemente com os coeficientes de incidência mais elevados em comparação com Espírito Santo Rio de Janeiro e São Paulo Embora Minas Gerais ainda apresente números relativamente altos é encorajador notar uma tendência de queda ao longo dos anos indicando possíveis melhorias nas estratégias de controle da doença nesse estado São Paulo embora também tenha registrado coeficientes de incidência consideráveis mostra uma tendência semelhante de diminuição ao longo do tempo Isso sugere que as políticas de saúde implementadas em São Paulo podem estar tendo um impacto positivo na redução da transmissão da leishmaniose visceral Além disso é interessante notar que o período de 2020 e 2021 coincidindo com o auge da pandemia de COVID19 registrou uma queda nos coeficientes de incidência em todos os estados Essa observação levanta a hipótese de que as medidas de controle da COVID19 como o distanciamento social e as restrições de movimento podem ter tido efeitos colaterais positivos na redução da transmissão da doença ou mesmo que tenha impactado na notificação de novos casos entre a população nesse período Dessa forma a análise dos dados do coeficiente de incidência de leishmaniose visceral na região Sudeste indica uma tendência de diminuição ao longo do tempo sugerindo progressos nos esforços de controle da doença No entanto é fundamental manter a vigilância e o investimento em estratégias de prevenção e controle para garantir que essa tendência positiva continue no futuro Outro ponto importante a ser avaliado é o numero de óbitos causados pela Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 doença O GRÁFICO 2 retrata os números de óbitos registrados no período enquanto a TABELA 3 revela a taxa de mortalidade da doença sob a região Esses dados são essenciais para compreender não apenas a incidência da leishmaniose visceral mas também a gravidade e o impacto que ela pode ter sobre a população GRÁFICO 2 Óbitos de leishmaniose visceral Sudeste 20152022 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Taxa média MG 94 106 123 113 910 57 121 150 1069 ES 00 00 67 00 167 00 00 500 918 RJ 333 200 133 143 200 00 143 110 1578 SP 92 87 66 102 109 116 113 110 994 TABELA 3 Taxa de letalidade de leishmaniose visceral Sudeste 2015 a 2022 Fonte SINANDATASUS Em primeiro lugar é evidente que Minas Gerais emergiu como o estado mais afetado pela leishmaniose visceral em termos de número absoluto de óbitos Os dados revelam uma tendência preocupante com um número considerável de mortes registradas em MG ao longo dos anos Esse padrão sugere desafios significativos no controle e tratamento da doença nesse estado destacando a necessidade de intervenções mais eficazes Além disso os números de óbitos variam entre os anos com flutuações anuais 44 57 99 43 25 13 23 29 0 20 40 60 80 100 120 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 MG ES RJ SP Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 observadas em todos os estados da região Essas variações podem ser influenciadas por uma série de fatores incluindo mudanças nas condições ambientais acesso aos serviços de saúde eficácia das medidas de controle de vetores e qualidade do tratamento oferecido aos pacientes As taxas de letalidade por sua vez fornecem uma medida importante da gravidade da leishmaniose visceral em cada estado e em diferentes períodos de tempo Elas mostram a proporção de casos que resultam em óbito destacando a importância não apenas do diagnóstico precoce mas também do acesso a tratamentos eficazes e de qualidade para reduzir a mortalidade associada à doença Ao analisar os dados em conjunto fica claro que a leishmaniose visceral continua representando um desafio significativo para a saúde pública na região Sudeste do Brasil Embora haja algumas variações entre os estados e ao longo dos anos a persistência dos óbitos ressalta a necessidade urgente de intensificar os esforços de prevenção diagnóstico e tratamento da doença Além disso a análise dos casos confirmados de leishmaniose visceral por faixa etária e por estado na região Sudeste entre os anos de 2015 e 2022 revela aspectos cruciais sobre a distribuição e o impacto dessa doença na população Essa avaliação detalhada dos dados fornece insights valiosos que podem orientar políticas de saúde pública e estratégias de controle da doença A TABELA 4 mostra retrata os casos confirmados por UF de notificação segundo Faixa Etária Faixa Etária MG ES RJ SP Total TOTAL 3337 74 87 1157 4655 1 Ano 190 5 5 65 265 0104 584 17 16 177 794 0409 197 8 8 65 278 1014 106 5 2 31 144 1519 119 3 4 44 170 2039 770 14 29 258 1071 4059 866 12 19 317 1214 6064 160 2 1 71 234 6569 120 3 1 43 167 7079 144 2 2 59 207 80 e 81 3 27 111 TABELA 4 Casos confirmados por UF de notificação segundo Faixa Etária Sudeste 20152022 Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 Fonte SINANDATASUS Ao observar a distribuição por faixa etária fica evidente que os adultos jovens e de meiaidade especialmente aqueles nas faixas de 20 a 39 anos e 40 a 59 anos são os mais afetados pela leishmaniose visceral na região Isso sugere que indivíduos nesses grupos etários estão em maior risco de contrair a doença possivelmente devido a fatores como exposição prolongada a áreas endêmicas comportamentos de risco e menor imunidade No entanto não devemos ignorar a significativa incidência da leishmaniose visceral entre as faixas etárias mais jovens como menores de 1 ano e de 1 a 4 anos Esses dados destacam a vulnerabilidade das crianças à doença e a importância de estratégias de prevenção voltadas para esse grupo incluindo programas de vacinação e medidas de controle de vetores Por outro lado também é preocupante observar um aumento nos casos confirmados entre as faixas etárias mais avançadas como de 60 a 64 anos 65 a 69 anos e 70 a 79 anos Isso sugere que a leishmaniose visceral continua representando um desafio mesmo para os idosos que podem ser mais suscetíveis a complicações de saúde relacionadas à doença Ao analisar a distribuição por estado fica claro que Minas Gerais MG é o estado mais afetado seguido por São Paulo SP Rio de Janeiro RJ e Espírito Santo ES Essa disparidade pode refletir diferenças nas condições epidemiológicas na qualidade dos serviços de saúde e nas práticas de vigilância entre os estados CONSIDERAÇÕES FINAIS Primeiramente os dados de incidência e distribuição da doença por estado revelam que Minas Gerais emerge como o estado mais afetado seguido por São Paulo Rio de Janeiro e Espírito Santo A persistência de um elevado número de casos confirmados e óbitos em Minas Gerais ao longo dos anos destaca a urgência de intensificar os esforços de controle da leishmaniose visceral nessa região É essencial implementar estratégias eficazes de vigilância epidemiológica diagnóstico precoce e tratamento adequado para reduzir a incidência e o impacto da doença Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 Além disso a análise por faixa etária revela que adultos jovens e de meiaidade são os mais afetados pela leishmaniose visceral seguidos por crianças e idosos Essa distribuição ressalta a importância de abordagens de prevenção e controle que considerem as características epidemiológicas e demográficas da população como campanhas de conscientização programas de vacinação controle de vetores e acesso equitativo aos serviços de saúde Outro aspecto importante a ser considerado é o impacto da pandemia de COVID 19 na incidência da leishmaniose visceral na região Sudeste Os dados sugerem uma queda nos casos confirmados e óbitos durante o período de 2020 e 2021 coincidindo com as medidas de distanciamento social e restrições de mobilidade implementadas para conter a propagação do Coronavírus Isso destaca a interconexão entre diferentes doenças infecciosas e a necessidade de abordagens integradas de saúde pública para enfrentar esses desafios emergentes No entanto apesar dessas tendências positivas temporárias é fundamental reconhecer que a leishmaniose visceral continua sendo uma ameaça à saúde pública na região Sudeste A persistência dos casos confirmados óbitos e taxas de letalidade ressalta a necessidade de um compromisso contínuo com a pesquisa o desenvolvimento de novas estratégias de prevenção e tratamento e o fortalecimento dos sistemas de saúde para enfrentar esse problema de forma eficaz Portanto é imperativo que governos instituições de saúde profissionais da área e comunidades locais trabalhem juntos para implementar medidas abrangentes e sustentáveis de controle da leishmaniose visceral Somente por meio de uma abordagem colaborativa e multifacetada poderemos alcançar progressos significativos na redução da incidência e no impacto dessa doença devastadora garantindo assim uma melhor qualidade de vida para todos os indivíduos afetados pela leishmaniose visceral na região Sudeste e além REFERÊNCIAS 1 BISPO AJB ALMEIDA MLD ALMEIDA RP BISPO NETO J OLIVEIRA BRITO AV and FRANÇA CM 2020 Pulmonary involvement in human visceral Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 leishmaniasis clinical and tomographic evaluation PLoS One vol 15 no 1 e0228176 httpdxdoiorg101371journalpone0228176 PMid31999729 2 Ministério da Saúde Leishmaniose visceral online Disponível em httpswwwgovbrsaudeptbrassuntossaudedeaazlleishmaniose visceral Acesso em 10 de maio de 2024 3 1 Pimentel KBA Oliveira RS Aragão CF Aquino Júnior J Moura MES GuimarãeseSilva AS et al Prediction of visceral leishmaniasis incidence using the Seasonal Autoregressive Integrated Moving Average model SARIMA in the state of Maranhão Brazil Braz J Biol Internet 202484e257402 Available from httpsdoiorg10159015196984257402 4 Cavalcante FRA Cavalcante KK de S Florencio CMGD Moreno J de O Correia FGS Alencar CH Human visceral leishmaniasis epidemiological temporal and spacial aspects in Northeast Brazil 20032017 Rev Inst Med trop S Paulo Internet 202062e12 Available from httpsdoiorg101590S1678 9946202062012 5 Berardi M Prevalência de Leishmaniose Visceral Canina na Zona Rural do Município de Araçatuba São Paulo online Disponível em httpswwwtesesuspbrtesesdisponiveis5959135tde18022011 150841publicoDissertacaoCorrigidaMarinaBerardipdf Acesso em 10 de maio de 2024 6 CARVALHO Elianôra Gomes de A incidência da leishmaniose visceral humana em TocantinópolisTO perspectiva territorial e cultural da saúde2019 144 Dissertação Mestrado em Estudos de Cultura e Território Universidade Federal do Tocantins Programa de PósGraduação em Estudos de Cultura e Território Araguaína 2019 7 SciELO Scientific Electronic Library Online Prevalência de Leishmaniose Visceral em Humanos e Cães em um Município Endêmico do Estado do Piauí Brasil online Disponível em httpswwwscielosporgpdfrbepid2004v7n3338349pt Acesso em 10 de Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 maio de 2024
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Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 EVOLUÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL NO SUDESTE 2018 A 2022 Glauber Pablo Soriano de Carvalho Filho1 Robson Salaroli2 Bruno Freitas Vigorito3 Róger Richelle Bordone de Sá4 Fernanda Campolina Alves Silva5 Pedro Henrique Santana Duda Benedicto6 Marcos Flávio Spínola Ambrósio7 Lívia Deziré Martins8 Letícia Deziré Martins9 Lorena Louise Botelho de Aguiar10 Beatriz Montezano Oliveira Agostini11 Thaís Caroline Botelho de Aguiar12 ARTIGO ORIGINAL RESUMO A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa causada pelo protozoário do gênero Leishmania afetando principalmente órgãos internos como o fígado baço e medula óssea Esta enfermidade representa um desafio significativo de saúde pública em várias partes do mundo especialmente em regiões de clima tropical e subtropical Este estudo busca analisar a incidência de novos casos de leishmaniose visceral nos estados da região Sudeste do Brasil durante o período de 2015 a 2022 Para isso são utilizados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde DATASUS para a tabulação e análise do comportamento da doença na região A análise não se restringe apenas ao número absoluto de casos mas também inclui a taxa de incidência e prevalência por 100000 habitantes permitindo uma comparação mais precisa entre os estados avaliados São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais e Espírito Santo Além disso são exploradas características sociodemográficas dos pacientes como idade e raçaetnia visando identificar grupos de maior vulnerabilidade à doença Assim este trabalho visa compreender a distribuição geográfica e temporal da leishmaniose visceral na região Sudeste durante o período avaliado bem como identificar possíveis fatores associados ao aumento ou diminuição dos casos Palavraschave Leishmania Endemia Sudeste Saúde pública Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 Instituição afiliada 1 Graduando em Medicina pelo Centro Universitário de Caratinga UNEC Email glauberpscarvlgmailcom 2 Graduando em Medicina pelo Centro Universitário de CaratingaUNEC Email robsonsalarolihotmailcom 3Enfermeiro pelo Centro Universitário de Caratinga UNEC 4Graduando em Medicina pelo Centro Universitário de CaratingaUNEC Email drrogerbordonegmailcom 5Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário de CaratingaUNEC Email fernandacamhotmailcom 6Graduando em Medicina pelo Centro Universitário de Caratinga UNEC Email pedrodudabenegmailcom 7Graduando em Medicina pelo Centro Universitário de CaratingaUNEC Email marcosflaviomfagmailcom 8Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário de CaratingaUNEC Email 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tropical and subtropical climates This study aims to analyze the incidence of new cases of visceral leishmaniasis in the states of the Southeast region of Brazil during the period from 2015 to 2022 For this purpose data from the Notifiable Diseases Information System SINAN of the Department of Health Informatics of the Unified Health System DATASUS are used for tabulation and analysis of the diseases behavior in the region The analysis is not limited to the absolute number of cases but also includes the incidence and prevalence rate per 100000 inhabitants allowing for a more precise comparison between the evaluated states São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais and Espírito Santo Additionally sociodemographic characteristics of patients such as age and raceethnicity are explored to identify groups at higher vulnerability to the disease Thus this study aims to understand the geographical and temporal distribution of visceral leishmaniasis in the Southeast region during the evaluated period as well as to identify possible factors associated with the increase or decrease of cases Keywords Leishmania Endemic Southeast Public health This work is licensed under a Creative Commons Attribution 40 International License Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 INTRODUÇÃO A Leishmaniose Visceral é uma doença negligenciada de natureza infecciosa predominante em países tropicais causada por protozoários intracelulares obrigatórios do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae1 É transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado denominado flebotomíneo e conhecido popularmente como mosquito palha asadura tatuquiras birigui dentre outros No Brasil a principal espécie responsável pela transmissão é a Lutzomyia longipalpis2 O impacto da leishmaniose visceral é multifacetado influenciado por fatores epidemiológicos sociais econômicos e ambientais Em áreas endêmicas a transmissão da doença muitas vezes ocorre em condições precárias de habitação onde o acesso a saneamento básico e medidas de controle de vetores é limitado3 Além disso a pobreza a desnutrição e a falta de acesso a cuidados de saúde adequados aumentam a vulnerabilidade das populações às infecções por Leishmania O diagnóstico precoce da leishmaniose visceral é crucial para o tratamento eficaz e a redução da morbidade e mortalidade associadas à doença2 No entanto o diagnóstico muitas vezes é desafiador devido à diversidade de manifestações clínicas e à falta de testes de diagnóstico sensíveis e acessíveis em áreas endêmicas Melhorias na infraestrutura de saúde e o desenvolvimento de testes diagnósticos rápidos e precisos são essenciais para facilitar a detecção precoce e o tratamento oportuno da leishmaniose visceral O tratamento da leishmaniose visceral geralmente envolve o uso de medicamentos antiparasitários como a anfotericina B miltefosina e antimoniais pentavalentes45 No entanto o acesso a esses medicamentos muitas vezes é limitado em áreas endêmicas devido à falta de disponibilidade e aos altos custos Além disso o desenvolvimento de resistência aos medicamentos e a toxicidade associada a alguns tratamentos representam desafios adicionais para o controle da doença A prevenção da leishmaniose visceral requer uma abordagem integrada que envolva medidas de controle de vetores melhoria das condições de habitação promoção de práticas de higiene e educação da comunidade6 Estratégias de controle Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 de vetores como o uso de inseticidas o manejo ambiental e a proteção pessoal contra picadas de mosquitos desempenham um papel fundamental na redução da transmissão da doença Além disso o desenvolvimento de vacinas eficazes contra a leishmaniose visceral é uma prioridade de pesquisa com o potencial de fornecer uma estratégia preventiva adicional para controlar a doença7 METODOLOGIA Para realizar esta pesquisa sobre a ocorrência de hanseníase no Sudeste do Brasil foi adotada uma metodologia ampla que envolveu a análise dos registros da doença nos quatro estados da região Os dados primários foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN administrado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde DATASUS Essa ferramenta desempenha um papel crucial na vigilância epidemiológica e no acompanhamento de doenças de notificação obrigatória no país incluindo a hanseníase Inicialmente realizouse a coleta sistemática dos dados de incidência de hanseníase registrados no SINAN durante o período determinado para a pesquisa Esses dados foram então organizados e tabulados para uma análise minuciosa Procedimentos de validação e verificação foram aplicados para garantir a qualidade e integridade dos dados incluindo a identificação de possíveis inconsistências e erros de registro Além disso foi feita uma análise do perfil demográfico dos casos de hanseníase investigando características como idade etnia e local de residência dos pacientes afetados Isso permitiu identificar grupos populacionais com maior risco de contrair a doença e compreender melhor os padrões de distribuição da hanseníase na região Essas informações são essenciais para orientar iniciativas de prevenção diagnóstico precoce e tratamento de forma mais eficaz visando reduzir a incidência da doença e atenuar seu impacto na saúde pública RESULTADOS Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 Segundo dados obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde DATASUS observase uma variação no número de casos notificados ao longo desses oito anos Os dados sobre os casos confirmados de leishmaniose visceral na região Sudeste do Brasil entre os anos de 2015 e 2022 revelam uma série de tendências e padrões dignos de análise Ao observar os números ao longo desse período percebe se uma tendência geral de diminuição dos casos embora haja variações anuais em cada estado A TABELA 1 e o GRÁFICO 1 expõem os casos confirmados de leishmaniose visceral no sudeste entre 2015 a 2022 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Total MG 417 487 750 324 231 181 167 151 2708 ES 6 11 22 6 5 0 1 2 53 RJ 5 4 12 4 7 3 4 9 48 SP 108 85 124 94 80 72 61 83 707 TABELA 1 Casos confirmados de leishmaniose visceral Sudeste 2015 a 2022 Fonte SINANDATASUS GRÁFICO 1 Casos confirmados de leishmaniose visceral Sudeste 2015 a 2022 0 200 400 600 800 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 SP RJ ES MG Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 Minas Gerais se destaca como o estado com o maior número de casos confirmados em todos os anos analisados Apesar disso houve uma queda significativa a partir de 2017 sugerindo possíveis mudanças nas condições epidemiológicas ou nas estratégias de controle da doença São Paulo por sua vez manteve um número considerável de casos ao longo dos anos com flutuações menores indicando uma estabilidade relativa em comparação com Minas Gerais Espírito Santo e Rio de Janeiro registraram números mais baixos de casos confirmados embora também tenham apresentado variações anuais Esses estados porém mantiveramse em patamares inferiores em comparação com MG e SP O ano de 2017 emerge como um período de pico para a maioria dos estados com exceção do Espírito Santo que teve seu ápice em 2016 As flutuações anuais nos números de casos podem ser influenciadas por diversos fatores como condições climáticas eficácia das medidas de controle de vetores acesso a serviços de saúde e até mesmo eventos externos como a pandemia de COVID19 que pode ter impactado os padrões de transmissão da leishmaniose visceral É importante destacar que para uma análise mais precisa seria necessário considerar não apenas o número absoluto de casos mas também a incidência ajustada por população Dessa forma a TABELA 2 apresenta o coeficiente de incidência de leishmaniose visceral por 100000 habitantes na região Sudeste do país no período avaliado 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Coeficiente Médio MG 200 232 355 154 109 085 078 074 1608 ES 015 028 055 015 012 0 002 005 0165 RJ 003 002 007 002 004 002 002 006 0035 SP 024 019 027 021 017 016 013 019 0195 TABELA 2 Coeficiente de incidência de leishmaniose visceral por 100000 habitantes Sudeste 2015 a 2022 Fonte SINANDATASUS A análise dos dados do coeficiente de incidência de leishmaniose visceral na região Sudeste entre os anos de 2015 e 2022 revela importantes tendências e padrões Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 dignos de reflexão Esses dados que representam a incidência da doença por 100000 habitantes fornecem uma visão abrangente da situação epidemiológica ao longo do tempo e em diferentes estados Em primeiro lugar é notável a tendência geral de diminuição nos coeficientes de incidência ao longo do período analisado Essa queda sugere avanços nos esforços de controle e prevenção da leishmaniose visceral na região Sudeste possivelmente resultado de medidas de saúde pública avanços na vigilância epidemiológica e investimentos em infraestrutura de saúde Ao examinar os dados por estado observase que Minas Gerais destacase consistentemente com os coeficientes de incidência mais elevados em comparação com Espírito Santo Rio de Janeiro e São Paulo Embora Minas Gerais ainda apresente números relativamente altos é encorajador notar uma tendência de queda ao longo dos anos indicando possíveis melhorias nas estratégias de controle da doença nesse estado São Paulo embora também tenha registrado coeficientes de incidência consideráveis mostra uma tendência semelhante de diminuição ao longo do tempo Isso sugere que as políticas de saúde implementadas em São Paulo podem estar tendo um impacto positivo na redução da transmissão da leishmaniose visceral Além disso é interessante notar que o período de 2020 e 2021 coincidindo com o auge da pandemia de COVID19 registrou uma queda nos coeficientes de incidência em todos os estados Essa observação levanta a hipótese de que as medidas de controle da COVID19 como o distanciamento social e as restrições de movimento podem ter tido efeitos colaterais positivos na redução da transmissão da doença ou mesmo que tenha impactado na notificação de novos casos entre a população nesse período Dessa forma a análise dos dados do coeficiente de incidência de leishmaniose visceral na região Sudeste indica uma tendência de diminuição ao longo do tempo sugerindo progressos nos esforços de controle da doença No entanto é fundamental manter a vigilância e o investimento em estratégias de prevenção e controle para garantir que essa tendência positiva continue no futuro Outro ponto importante a ser avaliado é o numero de óbitos causados pela Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 doença O GRÁFICO 2 retrata os números de óbitos registrados no período enquanto a TABELA 3 revela a taxa de mortalidade da doença sob a região Esses dados são essenciais para compreender não apenas a incidência da leishmaniose visceral mas também a gravidade e o impacto que ela pode ter sobre a população GRÁFICO 2 Óbitos de leishmaniose visceral Sudeste 20152022 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Taxa média MG 94 106 123 113 910 57 121 150 1069 ES 00 00 67 00 167 00 00 500 918 RJ 333 200 133 143 200 00 143 110 1578 SP 92 87 66 102 109 116 113 110 994 TABELA 3 Taxa de letalidade de leishmaniose visceral Sudeste 2015 a 2022 Fonte SINANDATASUS Em primeiro lugar é evidente que Minas Gerais emergiu como o estado mais afetado pela leishmaniose visceral em termos de número absoluto de óbitos Os dados revelam uma tendência preocupante com um número considerável de mortes registradas em MG ao longo dos anos Esse padrão sugere desafios significativos no controle e tratamento da doença nesse estado destacando a necessidade de intervenções mais eficazes Além disso os números de óbitos variam entre os anos com flutuações anuais 44 57 99 43 25 13 23 29 0 20 40 60 80 100 120 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 MG ES RJ SP Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 observadas em todos os estados da região Essas variações podem ser influenciadas por uma série de fatores incluindo mudanças nas condições ambientais acesso aos serviços de saúde eficácia das medidas de controle de vetores e qualidade do tratamento oferecido aos pacientes As taxas de letalidade por sua vez fornecem uma medida importante da gravidade da leishmaniose visceral em cada estado e em diferentes períodos de tempo Elas mostram a proporção de casos que resultam em óbito destacando a importância não apenas do diagnóstico precoce mas também do acesso a tratamentos eficazes e de qualidade para reduzir a mortalidade associada à doença Ao analisar os dados em conjunto fica claro que a leishmaniose visceral continua representando um desafio significativo para a saúde pública na região Sudeste do Brasil Embora haja algumas variações entre os estados e ao longo dos anos a persistência dos óbitos ressalta a necessidade urgente de intensificar os esforços de prevenção diagnóstico e tratamento da doença Além disso a análise dos casos confirmados de leishmaniose visceral por faixa etária e por estado na região Sudeste entre os anos de 2015 e 2022 revela aspectos cruciais sobre a distribuição e o impacto dessa doença na população Essa avaliação detalhada dos dados fornece insights valiosos que podem orientar políticas de saúde pública e estratégias de controle da doença A TABELA 4 mostra retrata os casos confirmados por UF de notificação segundo Faixa Etária Faixa Etária MG ES RJ SP Total TOTAL 3337 74 87 1157 4655 1 Ano 190 5 5 65 265 0104 584 17 16 177 794 0409 197 8 8 65 278 1014 106 5 2 31 144 1519 119 3 4 44 170 2039 770 14 29 258 1071 4059 866 12 19 317 1214 6064 160 2 1 71 234 6569 120 3 1 43 167 7079 144 2 2 59 207 80 e 81 3 27 111 TABELA 4 Casos confirmados por UF de notificação segundo Faixa Etária Sudeste 20152022 Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 Fonte SINANDATASUS Ao observar a distribuição por faixa etária fica evidente que os adultos jovens e de meiaidade especialmente aqueles nas faixas de 20 a 39 anos e 40 a 59 anos são os mais afetados pela leishmaniose visceral na região Isso sugere que indivíduos nesses grupos etários estão em maior risco de contrair a doença possivelmente devido a fatores como exposição prolongada a áreas endêmicas comportamentos de risco e menor imunidade No entanto não devemos ignorar a significativa incidência da leishmaniose visceral entre as faixas etárias mais jovens como menores de 1 ano e de 1 a 4 anos Esses dados destacam a vulnerabilidade das crianças à doença e a importância de estratégias de prevenção voltadas para esse grupo incluindo programas de vacinação e medidas de controle de vetores Por outro lado também é preocupante observar um aumento nos casos confirmados entre as faixas etárias mais avançadas como de 60 a 64 anos 65 a 69 anos e 70 a 79 anos Isso sugere que a leishmaniose visceral continua representando um desafio mesmo para os idosos que podem ser mais suscetíveis a complicações de saúde relacionadas à doença Ao analisar a distribuição por estado fica claro que Minas Gerais MG é o estado mais afetado seguido por São Paulo SP Rio de Janeiro RJ e Espírito Santo ES Essa disparidade pode refletir diferenças nas condições epidemiológicas na qualidade dos serviços de saúde e nas práticas de vigilância entre os estados CONSIDERAÇÕES FINAIS Primeiramente os dados de incidência e distribuição da doença por estado revelam que Minas Gerais emerge como o estado mais afetado seguido por São Paulo Rio de Janeiro e Espírito Santo A persistência de um elevado número de casos confirmados e óbitos em Minas Gerais ao longo dos anos destaca a urgência de intensificar os esforços de controle da leishmaniose visceral nessa região É essencial implementar estratégias eficazes de vigilância epidemiológica diagnóstico precoce e tratamento adequado para reduzir a incidência e o impacto da doença Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 Além disso a análise por faixa etária revela que adultos jovens e de meiaidade são os mais afetados pela leishmaniose visceral seguidos por crianças e idosos Essa distribuição ressalta a importância de abordagens de prevenção e controle que considerem as características epidemiológicas e demográficas da população como campanhas de conscientização programas de vacinação controle de vetores e acesso equitativo aos serviços de saúde Outro aspecto importante a ser considerado é o impacto da pandemia de COVID 19 na incidência da leishmaniose visceral na região Sudeste Os dados sugerem uma queda nos casos confirmados e óbitos durante o período de 2020 e 2021 coincidindo com as medidas de distanciamento social e restrições de mobilidade implementadas para conter a propagação do Coronavírus Isso destaca a interconexão entre diferentes doenças infecciosas e a necessidade de abordagens integradas de saúde pública para enfrentar esses desafios emergentes No entanto apesar dessas tendências positivas temporárias é fundamental reconhecer que a leishmaniose visceral continua sendo uma ameaça à saúde pública na região Sudeste A persistência dos casos confirmados óbitos e taxas de letalidade ressalta a necessidade de um compromisso contínuo com a pesquisa o desenvolvimento de novas estratégias de prevenção e tratamento e o fortalecimento dos sistemas de saúde para enfrentar esse problema de forma eficaz Portanto é imperativo que governos instituições de saúde profissionais da área e comunidades locais trabalhem juntos para implementar medidas abrangentes e sustentáveis de controle da leishmaniose visceral Somente por meio de uma abordagem colaborativa e multifacetada poderemos alcançar progressos significativos na redução da incidência e no impacto dessa doença devastadora garantindo assim uma melhor qualidade de vida para todos os indivíduos afetados pela leishmaniose visceral na região Sudeste e além REFERÊNCIAS 1 BISPO AJB ALMEIDA MLD ALMEIDA RP BISPO NETO J OLIVEIRA BRITO AV and FRANÇA CM 2020 Pulmonary involvement in human visceral Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 leishmaniasis clinical and tomographic evaluation PLoS One vol 15 no 1 e0228176 httpdxdoiorg101371journalpone0228176 PMid31999729 2 Ministério da Saúde Leishmaniose visceral online Disponível em httpswwwgovbrsaudeptbrassuntossaudedeaazlleishmaniose visceral Acesso em 10 de maio de 2024 3 1 Pimentel KBA Oliveira RS Aragão CF Aquino Júnior J Moura MES GuimarãeseSilva AS et al Prediction of visceral leishmaniasis incidence using the Seasonal Autoregressive Integrated Moving Average model SARIMA in the state of Maranhão Brazil Braz J Biol Internet 202484e257402 Available from httpsdoiorg10159015196984257402 4 Cavalcante FRA Cavalcante KK de S Florencio CMGD Moreno J de O Correia FGS Alencar CH Human visceral leishmaniasis epidemiological temporal and spacial aspects in Northeast Brazil 20032017 Rev Inst Med trop S Paulo Internet 202062e12 Available from httpsdoiorg101590S1678 9946202062012 5 Berardi M Prevalência de Leishmaniose Visceral Canina na Zona Rural do Município de Araçatuba São Paulo online Disponível em httpswwwtesesuspbrtesesdisponiveis5959135tde18022011 150841publicoDissertacaoCorrigidaMarinaBerardipdf Acesso em 10 de maio de 2024 6 CARVALHO Elianôra Gomes de A incidência da leishmaniose visceral humana em TocantinópolisTO perspectiva territorial e cultural da saúde2019 144 Dissertação Mestrado em Estudos de Cultura e Território Universidade Federal do Tocantins Programa de PósGraduação em Estudos de Cultura e Território Araguaína 2019 7 SciELO Scientific Electronic Library Online Prevalência de Leishmaniose Visceral em Humanos e Cães em um Município Endêmico do Estado do Piauí Brasil online Disponível em httpswwwscielosporgpdfrbepid2004v7n3338349pt Acesso em 10 de Evolução epidemiológica dos casos de leishmaniose visceral no Sudeste 2018 a 2022 FILHO G P S de C et Al Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences Volume 6 Issue 5 2024 Page 11871200 maio de 2024