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Gestão de Produção

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Ativos tangíveis e intangíveis Hoje, em vez de fatores de produção, preferimos tratar dos recursos empre- sariais que correspondem a cada um desses fatores de produção. Um recur- so é um meio pelo qual a empresa extrai, transforma ou produz algo. As em- presas requerem recursos para funcionarem adequadamente. Os principais recursos empresariais são: 1. Recursos físicos ou materiais: correspondem genericamente ao fator de produção que os economistas denominam natureza. Os recursos mate- riais ou físicos são os prédios e edifícios, instalações, máquinas e equi- pamentos, ferramentas, matérias-primas e todos os insumos tangíveis que ingressam no processo produtivo. Nas indústrias, constituem as fá- bricas e tudo o que nelas estiver contido. Nas empresas de serviços, são os prédios, instalações, máquinas e equipamentos, etc. 2. Recursos financeiros: correspondem, grosso modo, ao fator de produção denominado capital. Os recursos financeiros correspondem ao capital e abrangem as receitas, as contas a receber, o dinheiro em bancos, o faturamento, os investimentos, enfim, qualquer forma de dinheiro ou crédito que a empresa possua. 3. Recursos humanos: correspondem, grosso modo, ao fator de produção denominado trabalho, com a diferença de que englobam todas as pes- soas que trabalham na empresa em todos os níveis hierárquicos, desde o presidente até o operário. 4. Recursos mercadológicos: não correspondem a nenhum fator de produ- ção apontado pelos economistas. Os recursos mercadológicos geralmen- te estão fora da empresa — são os clientes, os consumidores, os usuários dos produtos ou serviços da empresa. Para abordá-los, a empresa utiliza propaganda, promoção, canais de distribuição, equipes de vendas e uma diversidade de meios. FATORES DE PRODUÇÃO E RECURSOS EMPRESARIAIS Os economistas clássicos salientam que todo processo produtivo depende de três fatores de produção: natureza, capital e trabalho, todos integrados por um quarto fator denominado empresa. A natureza fornece os insumos necessários, as matérias-primas, a energia, etc. O capital fornece o dinheiro necessário para comprar os insumos e pagar os empregados. O trabalho é realizado pela mão de obra que transforma, por meio de operações manuais ou de máquinas e equipamentos, os insumos em produtos acabados ou ser- viços prestados. A empresa, como fator integrador, garante que a integração dos três fatores de produção seja a mais lucrativa possível. Essa concepção de fatores de produção funcionou bem durante toda a Era Industrial, que se estendeu desde a Revolução Industrial, em meados do século XVII, até o início da década de 1990, quando surgiu a Era da Informação. Hoje, os tra- dicionais fatores produtivos estão no limite de sua exaustão em termos de aumento de eficiência e produtividade. A riqueza das nações e das organiza- ções passou a depender do conhecimento, na medida em que este proporcio- na habilidades e competências, como veremos adiante. Era Industrial Era da Informação Natureza Conhecimento Capital Habilidades Trabalho Competências Natureza Capital Trabalho que as pessoas querem ou precisam, a um preço que elas estejam dispostas a pagar, para satisfazer suas necessidades, de forma que a empresa gere lucro suficiente para valer a pena para os proprietários manter as operações A SOCIEDADE DE ORGANIZAÇÕES As organizações são entidades sociais compostas de pessoas que trabalham em conjunto utilizando uma variedade de recursos para entregar resultados por meio de suas competências. A sociedade moderna é constituída por organizações. Afinal, vivemos em uma sociedade de organizações. Quase tudo o que o ser humano necessita — senão tudo — é criado e produzido em organizações. Além disso, o ser humano moderno passa a maior parte do tempo e de sua vida dentro de organizações. É nelas que o homem nasce, cresce, come, aprende, pratica esportes e lazer, faz suas orações, trabalha e ganha a vida, compra, gasta, cuida da sua saúde e de seu dinheiro. O homem depende das organizações para tudo. Inclusive para nascer e para morrer. As organizações são tão numerosas e tão diversificadas que quase não percebemos sua onipresença e sua enorme influência em nossas vidas. No fundo, as organizações são entidades sociais, verdadeiros conjuntos integrados de pessoas. Sem pessoas, as organizações simplesmente não funcionam. Entretanto, um aspecto é fundamental: as organizações não existem ao acaso; elas são criadas e organizadas para produzir alguma coisa. A produção de algo é o objetivo primário de toda e qualquer organização. E elas também não operam ao acaso: elas precisam ser administradas. É a gestão que conduz as empresas ao sucesso e à sua excelência operacional. EMPRESAS As empresas são exemplos de organizações. Na realidade, elas são organizações sociais porque são constituídas de pessoas que trabalham em conjunto em uma complexa divisão do trabalho organizacional. Uma definição mais 2. Empresas secundárias ou transformadoras: processam as matérias-primas e as transformam em produtos acabados. São chamadas empresas produtoras de bens (ou mercadorias), isto é, produtos tangíveis ou manufaturados. Aqui se classificam as indústrias em geral, quaisquer que sejam seus produtos finais. Exemplos: Petrobras, Vale, Philips, Cia. Siderúrgica Nacional (CSN), Cimento Votorantim, IBM do Brasil, General Motors, Fiat, Ambev, etc. 4. Empresas do terceiro setor: reúnem participantes que se dedicam a uma determinada missão cultural, filantrópica, social ou ecológica, como as ONG e outras, como Peaceworld, Instituto Ayrton Senna, Fundação Roberto Marinho, Fundação Bradesco, etc. As três classificações de empresas – primárias, secundárias ou terciárias – não se excluem. Pode existir uma empresa que é primária (extrativa e prospectiva), secundária (refinadora) e terciária (distribuidora), como a Petrobras e a Vale. Todavia, em cada classificação, o processo produtivo encerra características próprias, como veremos adiante. O que é uma empresa? As empresas são um tipo especial de organização e funcionam como sistemas. Na verdade, constituem um tipo específico de organização. Sejam lucrativas ou não, as empresas são organizações sociais, pois são dotadas de pessoas – seu ativo mais importante. Além disso, as empresas são sistemas abertos. Um sistema é um conjunto de elementos reciprocamente integrados para alcançar determinados objetivos. O conjunto de elementos reciprocamente integrados – sejam divisões, departamentos, equipes ou unidades de negócios – deve funcionar de maneira que cada um deles deve ajudar o outro na consecução dos objetivos globais desejados. É o que chamamos sinergia: o efeito multiplicador do sistema. A sinergia promove resultados maiores do que a soma dos resultados isolados de cada um dos elementos, quando estes se ajudam mutuamente. Ou mesmo, quando não há essa integração e cada elemento – ou subsistema – funciona isoladamente, levando o sistema maior a perder sua força em virtude da entropia. Na aritmética sistêmica, 1 + 1 pode ser 4 ou 5, mas, dependendo do grau de sinergia. Ou pode ser menor do que 3, dependendo do grau de entropia. Sinergia e entropia são características que, respectivamente, agregam resultados às empresas ou reduzem seus resultados. Gestão é a ciência, arte e tecnologia necessárias para obter resultados maximizados. Para tal, então, busca aumentar a sinergia e diminuir a entropia dos sistemas e produzir resultados incríveis. 5. Recursos administrativos: correspondem ao fator de produção que os economistas denominam empresa e que atua como integrador e sincronizador de todos os demais recursos empresariais. É importante lembrar que os recursos financeiros formam o capital financeiro da empresa, enquanto os recursos materiais – com seus prédios, edifícios, instalações, máquinas, equipamentos, materiais, etc. – formam o capital econômico da empresa. Boa parte dos recursos financeiros é disponível, enquanto quase sempre os recursos materiais fazem parte do ativo imobilizado. Tanto o capital financeiro como o capital econômico são avaliados em moeda corrente do país. Todos os recursos empresariais são importantes para o funcionamento da empresa e para o alcance de seus objetivos. A falta de qualquer um dos recursos empresariais impossibilita ou dificulta o processo de produção da empresa. Por outro lado, nem todos os recursos são necessariamente propriedade da empresa. Em outras palavras, as empresas utilizam recursos próprios ou de terceiros. Mas o que é uma empresa, afinal? De fato, as empresas são constituídas por recursos, que representam o aspecto material e concreto de sua organização, sua infraestrutura de prédios, máquinas, equipamentos, instalações, materiais e matérias-primas. Mas tudo isso é estático e sem vida. Sabemos que as empresas são organismos vivos: elas nascem, crescem, desenvolvem e até morrem. Mais do que isso, as empresas são inteligentes, pois são dotadas de pessoas que sentem, pensam e agem racionalmente. A inteligência da empresa decorre das pessoas que nela trabalham. Tão importantes quanto os recursos disponíveis são as maneiras pelas quais eles são utilizados pelas pessoas. De nada valem os recursos se não forem adequadamente utilizados e geridos pelas pessoas. Logo mais, falaremos de competências empresariais. Tabela 1 Recursos empresariais[4] Recursos | Fator de produção | Terminologia norte-americana | Exemplos Físicos ou materiais | Natureza | Materials & machinery | Edifícios, instalações, prédios, máquinas, equipamentos, matérias-primas, etc. Financeiros | Capital | Money | Capital, dinheiro, créditos, financiamentos, caixa, etc. Humanos | Trabalho | Man | Todas as pessoas, desde o presidente ao operário Mercadológicos | - | Marketing | Clientes e usuários e os meios para influenciá-los: vendas, promoção, propaganda, etc. Administrativos | Empresa | Management | Planejamento, organização, direção e controle das atividades Na prática, os recursos empresariais são administrados por diferentes áreas da empresa, conforme demonstra a Tabela 2. Tabela 2 Recursos empresariais e as respectivas áreas da empresa[5] Recursos empresariais | Áreas de especialização Físicos e materiais | Administração da Produção, Produção ou Operações Financeiros | Administração Financeira, Finanças Humanos | Administração de Recursos Humanos, Gestão de Pessoas Mercadológicos | Administração Mercadológica, Marketing ou Comercialização Administrativos | Administração Geral, Presidência ou Diretoria Geral Assim, é comum encontrar empresas que tem suas áreas organizadas conforme mostra a Figura 4. Presidente Produção Finanças Recursos humanos Marketing Figura 4 Principais áreas da empresa. facebook/senaiperambuco www.pe.senai.br 0800 600 9606 SENAI Tabela 3 Denominações da área de gestão de produção (GP) Tipo de empresa Denominação da área Indústria Diretoria industrial Hospital Diretoria clínica Universidade Diretoria pedagógica Bancos e financeiras Diretoria de operações Empresas de transporte Diretoria de tráfego Clubes esportivos Diretoria de esportes Jornal ou revista Diretoria editorial Gestão Gerir uma empresa significa reunir e juntar todos os recursos necessários e as competências adequadas para seu funcionamento e dar-lhes a integração necessária e a direção focada em resultados para alcançar a plena utilização do conjunto deles. Em síntese, a gestão é um processo de integrar recursos e competências no sentido de obter a sinergia suficiente para agregar valor ao negócio e oferecer ao cliente aquilo que ele realmente deseja e necessita com o máximo proveito e com mínimo custo. Em outras palavras, fazer o máximo possível com o mínimo possível. Isso é produtividade. No meio disso tudo, está a produção de bens e as operações de serviços. A gestão faz parte da administração como um processo integrado. Processo Integração Sinergia Agregar Valor Recursos e Competências facebook/senaiperambuco www.pe.senai.br 0800 600 9606 SENAI O importante é que, nas empresas industriais – primárias ou secundárias –, a atividade produtiva costuma receber o nome de produção, enquanto nas organizações de serviços – ramo terciário –, a atividade produtiva recebe o nome de operações. Daí, abordarmos o tema produção sob a denominação de produção e operações. A gestão de produção (GP) trata exatamente da atividade produtiva tanto em indústrias como no ramo terciário. Tabela 4 Classificação de recursos organizacionais4 Recursos tangíveis (ativos tangíveis) Edifícios Máquinas e equipamentos Instalações Matérias-primas Ferramentas e utensílios Recursos intangíveis (ativos intangíveis) Competências essenciais Conhecimento corporativo Know-how Cultura organizacional Relações com clientes e fidelização dos clientes Marcas e patentes Imagem, confiabilidade e reputação Capacidade de inovação facebook/senaiperambuco www.pe.senai.br 0800 600 9606 Recursos terceirizados Serviços externos de propaganda Serviços externos de segurança Serviços externos de contabilidade e auditoria Serviços externos de computação Gestão terceirizada de frota de veículos RECURSOS COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS DA EMPRESA No decorrer da Era Industrial, os recursos organizacionais eram sumamente importantes para o processo produtivo. Máquinas, instalações, edifícios, matérias-primas, mão de obra, capital eram indispensáveis. Isso continua até hoje. Entretanto, na Era da Informação, está surgindo um novo componente organizacional mais importante: as competências essenciais que cada empresa consegue reunir, desenvolver e aplicar. As competências essenciais de uma empresa significam aquilo que ela sabe fazer melhor do que ninguém e que representam sua vantagem competitiva em mercados altamente competitivos. Ser competitivo significa ter condições de concorrer com outras empresas que produzem um determinado produto ou serviço em um determinado mercado. Nos mercados competitivos de hoje, essas condições mudam a cada instante em função do desempenho de cada empresa, das estratégias utilizadas e, sobretudo, da inovação que muda tudo. Muitas empresas conseguem melhorar sua capacidade competitiva, aumentar sua participação no mercado e derrubar as concorrentes que, muitas vezes, são expulsas do mercado por não saberem manter ou desenvolver tal capacidade em um mundo de negócios em intensa mudança. Uma incessante corrida em que cada vencedor acaba perdendo para outros vencedores. O sucesso nunca é definitivo; apenas provisório e efêmero. As competências essenciais representam as vantagens competitivas de uma empresa. O primeiro passo é saber o que a empresa sabe fazer bem e melhor do que as outras e diagnosticar quais são suas competências essenciais. O segundo passo após esse diagnóstico é concentrar-se naquilo que ela sabe fazer bem. O terceiro passo é melhorar cada vez mais tais competências. O quarto passo é transferir para terceiros aquilo que a empresa não tem condições de fazer bem e barato. A terceirização é uma alternativa para que a empresa possa se concentrar em suas competências essenciais. Algumas empresas sabem projetar bem, outras produzem com excelência, outras se concentram em vender. Há aquelas que sabem assistir o cliente – assistência técnica – e aquelas que sabem fazer pesquisas e desenvolver novos produtos. Cada qual na sua área. Dificilmente uma empresa consegue fazer bem e barato uma multiplicidade de tarefas. Ao abrir demasiadamente o leque de atividades, a empresa pode acabar fazendo de maneira mediocre uma variedade de coisas, quando poderia fazer com excelência uma pequena parte delas. Em síntese, quais são as competências essenciais de uma empresa? Algumas empresas se concentram em uma competência essencial prioritária que a identifica no mercado. Para a Apple, é a inovação que promete oferecer surpresas ao mercado; para a Natura, é o “bem estar bem” do consumidor; para a Walt Disney, é tomar as pessoas felizes; para o Walmart, é a gestão da cadeia de suprimentos; para a Nike, é prover a emoção de competir e vencer. Alguns autores salientam que as competências essenciais de uma organização quase sempre estão ao redor de: 1. Competências sobre processos: conhecimento do processo de trabalho. 2. Competências técnicas: conhecimentos específicos do trabalho a ser realizado. 3. Competências sobre a organização: saber organizar os fluxos de trabalho. 4. Competências de serviço: saber qual o impacto do produto ou serviço sobre o consumidor final. 5. Competências sociais: saber ser, incluindo atitudes que sustentam o comportamento de seus funcionários. Elas envolvem três domínios: autonomia, responsabilidade e comunicação. Competências organizacionais Competências funcionais Competências gerenciais Competências individuais Competitividade Lucratividade Sustentabilidade Imagem e reputação Produção/operações Marketing Finanças Gestão de pessoas Liderança Foco em resultados Visão sistêmica Espírito empreendedor Aprender a aprender Conhecimento Habilidades Espírito de equipe Resolução de problemas Figura 6 - Exemplos de competências organizacionais¹. O que é uma empresa de classe mundial? Empresa de classe mundial é a empresa que tem capacidade competitiva em mercados globais. Empresas como as japonesas Toyota, Toshiba e Sony, a europeia Philips, as norte-americanas Motorola, Xerox, Apple, HP, Microsoft, as brasileiras Natura e Vale e outras são empresas presentes e ativas em todo o mundo dos negócios. Uma empresa de classe mundial é aquela que ultrapassa a concorrência em vários aspectos e, por isso, é imitada pelas outras empresas graças à excelência de suas práticas e operações. Senai www.pe.senai.br 0800 600 9606 PEPSICO pe.senaipernambuco www.pe.senai.br 0800 600 9606