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Medicina Veterinária ·
Fisiologia Animal
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Pesq Vet Bras 2110000 janmar 2001 38 Importância econômica Importância econômica No Rio Grande do Sul estimase que a mortalidade anual de bovinos é de 5 Com uma população bovina de 13 mi lhões essas perdas representam 650000 bovinos mortos anualmente Dados do Laboratório Regional de Diagnóstico da Universidade Federal de Pelotas de 1978 a 1998 mos tram que em média 106 de todos os casos diagnosticados em bovinos foram devidos a intoxicações por plantas varian do anualmente entre 5 e 25 Dados do Laboratório de Di agnóstico da Universidade Federal de Santa Maria mostram que aproximadamente 14 das mortes de bovinos são cau sadas por intoxicações por plantas Claudio Barros comuni cação pessoal Assumindose que no Rio Grande do Sul 10 a 14 das mortes de bovinos são causadas pela ingestão de plantas tóxicas podese estimar que morrem anualmente no Estado entre 64000 e 90000 bovinos Considerandose um preço médio de US 200 por animal podem ser estima dos em US 128 a 18 milhões as perdas anuais causadas por morte de bovinos No Estado de Santa Catarina a população bovina é de 2960343 de cabeças e a mortalidade anual é também de aproximadamente 5 Dados da Universidade Estadual de Santa Catarina mostram que as mortes por plantas tóxicas num período de 12 anos representam 139 do total de mortes com uma variação anual de 85 a 243 Aldo Gava comunicação pessoal A mortalidade média de bovinos por ano devida a intoxicações por plantas é estimada em 20574 cabeças US 4114800 No Brasil devido a carência de dados sobre a freqüência das causas de mortalidade em outros estados é difícil esti mar as perdas por morte de animais ocasionadas pelas plan tas tóxicas No entanto assumindose que a freqüência de mortes por plantas tóxicas é similar à observada no Rio Grande do Sul e Santa Catarina 1014 e que a mortalidade anual é também de 5 as mortes causadas por plantas tóxicas para um rebanho de 160 milhões de cabeças podem ser esti madas entre 800000 e 1120000 de bovinos US 160000000 a 224000000 Dados do Laboratório Regional de Diagnóstico da Univer sidade Federal de Pelotas mostram que no Rio Grande do Sul as mortes de ovinos por plantas tóxicas representam 72 das mortes nesta espécie Considerandose que a mortalida de de ovinos no estado é de 15 a 20 em uma população de Intoxicações por plantas em ruminantes no Brasil e no Intoxicações por plantas em ruminantes no Brasil e no Uruguai importância econômica controle e riscos para a Uruguai importância econômica controle e riscos para a saúde pública saúde pública11 As intoxicações por plantas em animais de produção no Brasil e no Uruguai são conhecidas desde que os pioneiros Espanhóis e Portugueses introduziram as primeiras cabeças de gado em pastagens naturais da região As perdas econômicas ocasionadas pelas intoxicações por plantas podem ser definidas como diretas ou indiretas As perdas diretas são causadas pelas mortes de animais diminuição dos índices reprodutivos abortos infertilidade malformações redução da produtividade nos animais sobreviventes e outras alterações devidas a doenças transitórias enfermidades subclínicas com diminuição da produção de leite carne ou lã e aumento à susceptibilidade a outras doenças devido a depressão imunológica As perdas indiretas incluem os custos de controlar as plantas tóxicas nas pastagens as medidas de manejo para evitar as intoxicações como a utilização de cercas e o pastoreio alternativo a redução do valor da forragem devido ao atraso na sua utilização a redução do valor da terra a compra de gado para substituir os animais mortos e os gastos associados ao diagnóstico das intoxicações e ao tratamento dos animais afetados RietCorrea et al 1993 James 1994 As perdas econômicas causadas pelas intoxicações por plantas são difíceis de se estimar por que não existem dados confiáveis sobre todos esses componentes no entanto as perdas causadas por mortes são fáceis de determinar quando dispomos de dados elaborados por laboratórios de diagnóstico sobre a freqüência das causas de mortes dos animais numa determinada região 1Palestra apresentada no XXI Congresso Mundial de Buiatria realizado em Punta Del Este Uruguai de 4 a 8 de dezembro de 2000 Tópico de Interesse Geral Intoxicações por plantas em ruminantes no Brasil e no Uruguai 39 Pesq Vet Bras 2113842 janmar 2001 cinco milhões de ovinos as mortes por plantas tóxicas po dem ser estimadas em 54000 a 72000 animais Ao preço de US 20 por ovino as perdas podem ser estimadas em US 1080000 e 1440000 No Uruguai dados dos Laboratórios de Diagnóstico de Treinta y Tres e Paysandú Fernando Dutra e Rodolfo Rivero comunicações pessoais mostram que as plantas tóxicas são responsáveis por aproximadamente 14 das mortes de bovi nos Com uma população de 14 milhões de bovinos e uma mortalidade anual de 5 estimase que as intoxicações por plantas matem aproximadamente 98000 cabeças anualmen te US 19600000 No Brasil o número de plantas conhecidas como tóxicas para ruminantes e eqüinos aumenta constantemente Atual mente são descritas pelo menos 88 espécies tóxicas perten centes a 50 gêneros No Uruguai são conhecidas 31 espécies tóxicas pertencentes a 26 gêneros Apesar do grande núme ro de espécies tóxicas as identificadas como causadoras de perdas econômicas importantes são relativamente poucas No Rio Grande do Sul Senecio spp foram responsáveis por 507 de todas as mortes causadas por plantas no período de 1978 a 1998 Dados do Laboratório Regional de Diagnóstico da Universidade Federal de Pelotas Neste mesmo Estado em ovinos a intoxicação por Nierembergia veitchii represen tou 778 de todas as intoxicações por plantas Dados do Laboratório Regional de Diagnóstico da Universidade Fede ral de Pelotas Ateleia glazioviana que causa abortos em ru minantes e eqüinos e que provoca fibrose cardíaca em bovi nos é muito importante em Santa Catarina e no Noroeste do Rio Grande do Sul Pteridium aquilinum que causa uma síndrome pancitopênica aguda hematúria enzoótica e tumo res do trato digestivo superior é uma das plantas tóxicas mais importantes do Brasil Causa perdas econômicas importan tes nas regiões Sul e Sudeste mas a intoxicação ocorre tam bém em todas as outras regiões do País Em Santa Catarina os carcinomas do trato digestivo superior são a principal causa de morte em bovinos adultos Aldo Gava comunicação pes soal Palicourea marcgravii que contém ácido fluoroacético é a planta tóxica mais importante do Brasil causando perdas severas em quase todo o País exceto na região Sul Outras três plantas que causam morte súbita são importantes Arrabidaea bilabiata e Arrabidaea japurensis na região Norte Tokarnia et al 1979 e Mascagnia rigida na região Nordeste Tokarnia et al 1990 consideram que as plantas que causam morte súbita são responsáveis por aproximadamente 60 de todas as perdas causadas por plantas tóxicas no País Per das econômicas importantes são causadas em bovinos e ovi nos por Brachiaria decumbens e outras espécies de Brachiaria que causam fotossensibilização principalmente nas regiões Sudeste e CentroOeste Nos Estados do Rio de Janeiro e Es pírito Santo região Sudeste a planta tóxica mais importante é Cestrum laevigatum Carlos H Tokarnia comunicação pesso al No Uruguai o meteorismo causado principalmente por Trifolium repens e T pratense é a causa mais importante de mortes em bovinos adultos Rodolfo Rivero comunicação pessoal Baccharis coridifolia é também importante como causa de mortes em animais transferidos de áreas onde não existe a planta para áreas onde ela ocorre Recentemente as plantas invasoras Nierembergia hippomanica e Anagallis arvensis têm causado numerosos surtos de intoxicação em bovinos e ovinos em pastagens cultivadas no litoral do rio Uruguai Rodolfo Rivero comunicação pessoal Em diversas áreas incluindo a região leste do País as plantas tóxicas mais im portantes como causas de mortes em animais adultos são do gênero Senecio Fernando Dutra comunicação pessoal Controle das intoxicações por plantas Controle das intoxicações por plantas A pesquisa sobre plantas tóxicas no Brasil e Uruguai tem se limitado prioritariamente à identificação das espécies tó xicas e à determinação dos sinais clínicos da patologia e al guns aspectos da epidemiologia das intoxicações Poucos esforços têm sido realizados para determinar os princípios ativos das plantas e seus mecanismos patogênicos A profilaxia e o controle das intoxicações por plantas no Brasil e Uruguai temse realizado com base no conhecimento dos fatores associados às plantas aos animais ao ambiente ou ao manejo que determinam a ocorrência freqüência e distribuição geográfica das intoxicações Algumas das medi das preventivas incluem 1 o manejo dos animais e das pas tagens tais como evitar o pastoreio excessivo utilizar ani mais de espécies ou idades resistentes a determinadas plan tas e evitar colocar animais recentemente transportados com fome ou sede em pastagens contaminadas por plantas tóxi cas 2 a utilização de cercas para isolar áreas contaminadas por plantas tóxicas 3 a eliminação das espécies tóxicas ar rancandoas manualmente utilizando herbicidas roçando capinando lavrando queimando ou pelo pastoreio com ani mais nãosusceptíveis 4 a utilização de sementes controla das para evitar a difusão de espécies tóxicas 5 a confecção de fenos e silagem evitando a sua contaminação por espécies tóxicas e 6 no caso da intoxicação por Baccharis coridifolia a utilização de técnicas que induzem aversão RietCorrea et al 1993 Essas medidas de controle das intoxicações têm tido re sultados limitados e em conseqüência as intoxicações mais importantes mencionadas anteriormente causam ainda perdas econômicas significativas Para controlar eficientemen te algumas dessas intoxicações será necessário desenvolver tecnologia mediante programas de pesquisa interdisciplinares que contemplem os diferentes aspectos das intoxicações por plantas Em primeiro lugar é necessário identificar os princí pios ativos ainda desconhecidos de muitas plantas tóxicas da região Como foi mencionado por Molyneux et al 1994 o isolamento e a caracterização dos princípios ativos tóxicos é o primeiro passo para prevenir as perdas causadas por plan tas tóxicas Atualmente é desconhecido o princípio ativo de pelo menos 32 das 88 espécies tóxicas descritas no Brasil Esse conhecimento é necessário para desenvolver técnicas mais eficientes de controle das intoxicações por plantas Al gumas dessas técnicas serão mencionadas a seguir 1 Vacinação Vacinação Técnicas para produzir vacinas contra toxi nas de plantas de baixo peso molecular têm sido desenvol vidas na Austrália nos últimos 25 anos Os imunógenos são Franklin RietCorrea e Rosane MT Medeiros 40 Pesq Vet Bras 2113842 janmar 2001 preparados por conjugação covalente dessas moléculas com um antígeno protéico Algumas dessas vacinas incluindo as preparadas contra com os princípios ativos de Lantana spp alcalóides pirrolizidínicos e fitoestrogênios não obtiveram sucesso em conferir imunidade suficiente para controlar as doenças Edgar 1994 no entanto mais recentemente têm sido desenvolvidas vacinas eficientes que protegem os ani mais contra lupinose Edgar et al 1998 e intoxicações por corynetoxinas Than et al 1998 É possível obter boa imuni dade contra toxinas de plantas nos casos em que a toxina é suscetível à degradação pelo sistema imune Vacinas produ zidas com toxinas não degradáveis como os alcalóides pirrolizidínicos são redistribuídas no organismo e a vacina ção leva a uma maior retenção da droga Edgar 1994 Um exemplo das possibilidades de utilização de técnicas imuno lógicas no controle de plantas tóxicas é a imunidade adquiri da por animais que ingerem sementes de Ricinus communis ou Abrus precatorius em doses crescentes que os tornam re sistentes à ingestão de quantidades múltiplas das doses le tais Os princípios ativos dessas plantas são toxalbuminas ricinina em Rcommunis e abrina em A precatorius O trata mento pelo calor das sementes de R communis elimina a toxicidade da planta mantendo a sua antigenicidade Tokarnia et al 2000 2 Controle Controle biológico biológico Muitas plantas têm sido controla das com sucesso utilizandose inimigos biológicos incluindo insetos e outros patógenos de plantas Senecio jacobea foi con trolado nos USA pela liberação de três insetos Tyria jacobeae Longitarsus jacobeae e Pegohylemia seneciella Coombs et al 1997 Xanthium pungens foi controlado em Queensland me diante a liberação do inseto Epiblema strenuana e do fungo Puccinia xanthii Dowling Mckenzie 1993 Hypericum perforatum foi controlado com sucesso na Califórnia e no Oregon com dois insetos Chrysolina gemellata e G hyperici Cheeke 1998 3 Detoxificação microbiana no rúmen Detoxificação microbiana no rúmen Este é um meca nismo bem conhecido de resistência às intoxicações por plan tas Os ruminantes que ingerem quantidades crescentes de plantas que contêm oxalatos tornamse resistentes a estes devido ao desenvolvimento de mecanismos de detoxificação microbiana no rúmen Craig Blythe 1994 A detoxificação bacteriana tem sido utilizada com sucesso no controle da intoxicação por Leucaena leucocephala A planta contém o aminoácido mimosina que no rúmen é normalmente trans formado em 3hidroxi41Hpiridona também tóxico A re sistência a este último metabólico foi transferida de cabras do Hawai para caprinos e bovinos da Austrália transferindo as bactérias ruminais responsáveis pela detoxificação Craig Blythe 1994 A detoxificação ruminal tem sido utilizada também para o controle das intoxicações por plantas que contêm nitrotoxinas Majak et al 1998 A possibilidade de prevenir as intoxicações de bovinos por ácido fluoroacético utilizando bactérias modificadas geneticamente mediante a transferência de um gene que codifica uma fluoracetato dealogenase tem sido investigada Edgar 1998 Mayer Van Rooyen 1994 No Brasil pelo menos 12 espécies de plantas causam morte súbita mas somente em Palicourea marcgravii tem sido demonstrada a presença de ácido fluoroacético A possibilidade de utilizar técnicas de detoxificação ruminal para evitar as perdas causadas por plantas que causam mor te súbita deveria ser um dos principais objetivos da pesqui sa no controle de intoxicações por plantas no Brasil 4 Substâncias que neutralizam os princípios tóxicos Substâncias que neutralizam os princípios tóxicos O carvão ativado com considerável capacidade de adsorver algumas substâncias no trato gastrintestinal Edgar 1998 tem sido utilizado no tratamento de algumas intoxicações inclu indo as causadas por Baccharis coridifolia e Lantana camara O problema desta substância é que são necessárias grandes quantidades para salvar os animais intoxicados Alumi niosilicatos hidratados de cálcio e sódio têm sido misturados a rações para neutralizar as aflatoxinas e reduzir sua absor ção no trato gastrintestinal Mais recentemente moléculas hospedeiras tais como as ciclodextrinas e calixarenos que molecularmente encapsulam e neutralizam moléculas hós pedes foram avaliadas no tratamento e na profilaxia de al gumas intoxicações Edgar 1998 As ciclodextrinas são capa zes de se unirem às corynetoxinas protegendo ovinos contra esta toxina produzida por Clavibacter toxicus que é responsá vel pela toxicidade de Lolium rigidum Stewart et al 1998 5 Aversão alimentar condicionada Aversão alimentar condicionada Os ruminantes po dem ser treinados para evitar a ingestão de plantas tóxicas mediante um processo de aversão alimentar Esta aversão tem sido induzida em bovinos alimentados com Delphynium bar beyi Astragalus spp e Oxytropis spp e tratados com cloreto de lítio LiCl 200mgkg de peso vivo administrado através de um cateter ruminal ou mediante gavage Lane et al 1990 Ralphs Olsen 1998 A aversão pode ser mantida por até dois anos se os animais tratados pastejam separados de ou tros animais não tratados No entanto se os animais trata dos permanecem juntos a animais não tratados que inge rem a planta a aversão desaparece rapidamente Este com portamento denominado facilitação social é o fator mais importante para a utilização da aversão alimentar condicio nada na profilaxia de algumas plantas tóxicas Ralphs Olsen 1998 A aversão condicionada naturalmente pareceria ser o mecanismo pelo qual ruminantes e eqüinos criados em áreas onde ocorre Baccharis coridifolia não ingerem essa planta B coridifolia é uma planta tóxica do Uruguai da Argentina e da Região Sul do Brasil que causa intoxicação em ovinos bovi nos e eqüinos que são transferidos de áreas onde a planta não ocorre para áreas onde ela está presente Aversão ali mentar induzida de diversas formas tem sido utilizada por produtores para evitar a intoxicação em animais transporta dos para áreas onde a planta ocorre Barros 1993 6 Utilização de programas de seleção para a obtenção Utilização de programas de seleção para a obtenção de variedades de forrageiras ou grãos não tóxicas ou me de variedades de forrageiras ou grãos não tóxicas ou me nos tóxicas nos tóxicas Um dos melhores exemplos destes programas de seleção foi a obtenção de cultivares de Trifolium subterra neum com baixo conteúdo de fitoestrogênios que levaram ao controle da infertilidade causada por essas substâncias na Austrália e em outros países Cox 1978 O controle do meteorismo causado por alfafa está sendo investigado medi ante a seleção de variedades com taxas reduzidas de libera ção no rúmen das proteínas citoplasmáticas responsáveis Intoxicações por plantas em ruminantes no Brasil e no Uruguai 41 Pesq Vet Bras 2113842 janmar 2001 pela doença Cheeke 1998 No Brasil Brachiaria decumbens uma das plantas tóxicas mais importantes em algumas regi ões poderia ser controlada mediante programas de seleção para obter variedades com baixo conteúdo das saponinas litogênicas que causam a enfermidade ou pela substituição por espécies não tóxicas ou menos tóxicas de Brachiaria com similar produtividade Outro aspecto importante a ser considerado no controle das intoxicações por plantas na América do Sul é o desenvol vimento de bons sistemas de informação sobre a ocorrência das enfermidades incluindo as intoxicações por plantas nos animais domésticos Devemos procurar também obter in formações sobre a fenologia das plantas tóxicas mais impor tantes O conhecimento do ciclo biológico das plantas e as variáveis que o determinam é fundamental para utilizar prá ticas adequadas de manejo que possam prevenir as intoxica ções ou para a aplicação de algumas das técnicas menciona das anteriormente Riscos para a saúde pública Riscos para a saúde pública Um aspecto da ingestão de plantas tóxicas pelos animais é que as toxinas podem ser transferidas para o homem atra vés do consumo de leite carne ovos ou outros produtos de origem animal Ocasionalmente observamse intoxicações em humanos pelo consumo de produtos animais O consumo de leite de vacas em pastagens invadidas por Eupatorium rugosum nos Estados Unidos causa uma doença conhecida como en fermidade do leite milksickness que pode ocasionar a morte de pessoas Panter James 1990 James et al 1994 Outras toxinas que podem ser eliminadas pelo leite são os alcalóides pirrolizidínicos Dickinson et al 1976 Não há des crições em humanos de doenças devidas ao consumo desses alcalóides no leite mas devem ser considerados os riscos de seus efeitos mutagênicos e teratogênicos No Brasil leite de cabras alimentadas com Crotalaria spectabilis foi tóxico para ratas Medeiros et al 1999 e ninhadas de ratas alimentadas com C spectabilis ou monocrotalina foram também intoxica das através do leite Medeiros Górniak 1995 Medeiros et al 1998 Ptaquilosídeo o princípio ativo de Pteridium aquilinum é excretado pelo leite e pode causar lesões em ratas lactentes camundongos e bezerros James et al 1994 Swansonina uma toxina presente em Ipomoea fistulosa carnea e Ipomoea asarifolia coletadas no Brasil Molineaux Medeiros 1999 dados não publicados é excretada pelo leite e causa lesões em bezerros e cordeiros lactentes James et al 1994 A observação de fotossensibilização em bezerros com me nos de 30 dias de idade filhos de vacas em pastagens de Brachiaria decumbens sugere que as saponinas esteroidais presentes nesta planta são também excretadas em quanti dades tóxicas pelo leite Lemos et al 1998 Em países desen volvidos o risco de intoxicação em humanos por toxinas excretadas no leite é remoto por que durante o processo de industrialização misturase o leite de diversas origens diluin do as prováveis toxinas James et al 1984 No entanto no Brasil e outros países subdesenvolvidos o risco de intoxica ção por toxinas no leite persiste em pequenas cidades ou em propriedades rurais onde ainda se consume leite sem indus trializar Nessas condições as cabras muito utilizadas para produzir leite em varias regiões do Brasil constituem uma fonte mais provável de leite contaminado que o gado leiteiro Cheeke 1998 Um exemplo da presença de resíduos tóxicos de plantas na carne é a ocorrência de intoxicação secundária descrita em cães que consumiram carne de cavalos intoxicados por Indigofera linnaei que contém o aminoácido tóxico denomi nado indospecina Hegarty et al 1988 Na Austrália cães fo ram aparentemente intoxicados pelo consumo de medula óssea de pássaros que ingeriam sementes de plantas conten do ácido fluoroacético Nesse País alguns animais nativos evoluíram com plantas contendo alto conteúdo de ácido fluoroacético e apresentam um alto grau de resistência à in toxicação por essa substância Seawright 1994 No Brasil Palicourea marcgravii que contém ácido fluoroacético é a plan ta tóxica mais importante do País Outras 11 espécies dos gêneros Palicourea Mascagnia Arrabidaea e Pseudocalymma que causam morte súbita Tokarnia et al 1990 provavelmente contêm também ácido fluoroacético ou compostos deriva dos deste Em muitas áreas do Brasil a carne de animais que sucumbiram de morte súbita é consumida normalmente Outro exemplo de intoxicação secundária é a que ocorre em humanos e cães que consomem carne de bovinos intoxica dos pelos glicosídeos cardiotóxicos bufadienolídeos Keller man et al 1990 Agradecimentos Agradecimentos Os autores agradecem aos Drs Carlos Tokarnia da Uni versidade Federal Rural do Rio de Janeiro Jürgen Döbereiner da Embrapa CNPABPSA Claudio S L Barros da Universidade Federal de Santa Maria Aldo Gava da Universidade Estadual de Santa Catarina Ricardo Lemos da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Rodolfo Rivero e Fernando Dutra do Centro de Investigaciones Veterinárias Miguel C Rubino Uruguai pelas informações aportadas e pela revisão do manuscrito REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS Barros CSL 1993 Intoxicação por Baccharis coridifolia p159169 In RietCorrea F Méndez MC Schild AL ed Intoxicações por Plantas e Micotoxicoses em Animais Domésticos Editorial Hemisfério Sur Montevideo Cheeke PR 1998 Natural Toxicants in Feeds Forages and Poisonous Plants 2nd ed Interstate Publishers Danville 479p Coombs E MallorySmith LC Burrill RH Callihan R Parker Radtke H 1997 Tansy ragwort Senecio jacobaea L Pacific Northwest Extension Publication nº 17517 Cox RI 1978 Plant estrogens affecting livestock in Australia p 451464 In Keeler RF van Kampen KR James LF ed Effects of Poisonous Plants on Livestock Academic Press New York Craig AM Blythe LL 1994 Review of ruminal microbes relative to detoxification of plant toxins and environmental pollutants p462467 In Colegate SM Dorling PR ed Plant Associated Toxins CAB International Wallingford Dickinson JO Cooke MP Mohamed PA 1976 Milk transfer of pyrrolizidine alkaloids in cattle J Am Vet Med Assoc169211921196 Dowling RM McKenzie RA 1993 Poisonous Plants A field guide Department of Primary Industries Queensland Australia164p Edgar JA 1994 Vaccination against poisoning diseases p421226 In Colegate SM Dorling PR ed Plant Associated Toxins CAB International Wallingford Edgar JA 1998 Treatment and prevention of livestock poisoning where to from here p211214 In Garland T Barr AC ed Toxic Plants and Other Natural Toxicants CAB International New York Franklin RietCorrea e Rosane MT Medeiros 42 Pesq Vet Bras 2113842 janmar 2001 Edgar JA Than K Payne AL Anderton N Baell J Cao Y Cockrun PA Michalewicz A Stewart PL Allen JG 1998 Towards a commercial vaccine against lupinosis p196200 In Garland T Barr AC ed Toxic Plants and Other Natural Toxicants CAB International New York Hegarty MP Kelly WR McEwen D Williams OJ Cameron R 1988 Hepatotoxicity to dogs of horse meat contaminated with indospecine Aust Vet J 65 337340 James LF 1994 Solving poisonous plant problems by a team approach p1 6 In Colegate SM Dorling PR ed Plant Associated Toxins CAB International Wallingford James LF Panter KE Molyneux RJ Stegelmeier BL Wagstaff DJ 1994 Plant toxicants in milk p8388 In Colegate SM Dorling PR ed Plant Associated Toxins CAB International Wallingford Kellerman TS Coetzer JAW Naudé TW 1990 Plant Poisonings and Mycotoxicoses of Livestock in Southern Africa Oxford University Press Cape Town p103105 Lane MA Ralphs MH Olsen JD Provenza FD Pfister JA 1990 Conditioned taste aversion potential for reducing cattle loss to larkspur J Range Managment 43127131 Lemos RAA Nakazato L Pozo Del CF 1998 Intoxicação por Brachiaria sp p 299306 In Lemos RAA ed Principais Enfermidades de Bovinos de Corte do Mato Grosso do Sul Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Campo Grande Mayer J J M Van Rooyen S W 1994 Fluoracetate metabolism by a bacterium from Dichapetalum braunii p 457461 In Colegate SM Dorling PR ed Plant Associated Toxins CAB International Wallingford Majak W Hunter C Stroesser L 1998 Tolerance in cattle to timber milkvetch Astragalus miser var serotinus due to changes in rumen microbial population p23942 In Garland T Barr AC ed Toxic Plants and Other Natural Toxicants CAB International New York Medeiros RMT Górniak SL Guerra JL 1998 Comparative effects of prenatal and postnatal monocrotaline effects in rats p31216 In Garland T Barr AC ed Toxic Plants and Other Natural Toxicants CAB InternationalNew York Medeiros RMT Górniak SL 1995 Efeitos da administração de semen tes de Crotalaria spectabilis e monocrotalina MCT na ração de ratas em lactação no desenvolvimento físico de seus filhotes Revta Soc Bras Toxicologia IX Congresso Brasileiro de Toxicologia Ribeirão Preto SP p 296 Resumo Medeiros RMT Górniak SL Guerra JL 1999 Effects of milk from goat fed Crotalaria spectabilis seeds on growing rats Braz J Vet Res Anim Sci 362 In press Molyneux RJ James LF Ralphs MH Pfister JA Panter KE Nash RJ 1994 Polyhydroxy alkaloids glycosidase inhibitors from poisonous plants of global distribution analysis and identification p107112 In Colegate SM Dorling PR ed Plant Associated Toxins CAB International Wallingford Panter KE James LF 1990 Natural plant toxicants in milk a review J Anim Sci 68892904 Ralphs MH Olsen JD 1998 Conditioned food aversion a management tool to prevent livestock poisoning p22732 In Garland T Barr AC ed Toxic Plants and Other Natural Toxicants CAB International New York RietCorrea F Mendez MC Schild AL 1993 Intoxicações por plantas e micotoxicoses em animais domésticos Editorial Hemisfério Sur Montevideo 340 p Seawright AA 1994 Toxic plants residues in milk p7782 In Colegate SM Dorling PR ed Plant Associated Toxins CAB International Wallingford Stewart PL May C Edgar JA 1998 Protective effects of cyclodextrins on tunicaminyluracil toxicity p179184 In Garland T Barr AC ed Toxic Plants and Other Natural Toxicants CAB International New York Than KA Cao Y Michalewicz A Edgar JA 1998 Development of a vaccine against annual ryegrass toxicity p16568 In Garland T Barr AC ed Toxic Plants and Other Natural Toxicants CAB International New York Tokarnia CH Döbereiner J Silva M F 1979 Plantas Tóxicas da Amazônia a Bovinos e Outros Herbívoros Instituto Nacional de Pesquisas da Amazô nia Manaus 95p Tokarnia CH Peixoto P V Döbereiner J 1990 Poisonous plants affecting heart funtions of cattle in Brazil Pesq Vet Bras 10 110 Tokarnia CH Döbereiner J Peixoto P V 2000 Plantas Tóxicas do Brasil Editora Helianthus Rio de Janeiro 310p Franklin RietCorrea Rosane M T Medeiros Laboratório Regional de Diagnóstico Faculdade de Veterinária Universidade Federal de Pelotas 96010900 Pelotas RS mail rietufpeltchebr Faculdade de Veterinária Centro de Tecnologia Rural Universidade Federal da Paraíba 58700000 Patos PB
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Pesq Vet Bras 2110000 janmar 2001 38 Importância econômica Importância econômica No Rio Grande do Sul estimase que a mortalidade anual de bovinos é de 5 Com uma população bovina de 13 mi lhões essas perdas representam 650000 bovinos mortos anualmente Dados do Laboratório Regional de Diagnóstico da Universidade Federal de Pelotas de 1978 a 1998 mos tram que em média 106 de todos os casos diagnosticados em bovinos foram devidos a intoxicações por plantas varian do anualmente entre 5 e 25 Dados do Laboratório de Di agnóstico da Universidade Federal de Santa Maria mostram que aproximadamente 14 das mortes de bovinos são cau sadas por intoxicações por plantas Claudio Barros comuni cação pessoal Assumindose que no Rio Grande do Sul 10 a 14 das mortes de bovinos são causadas pela ingestão de plantas tóxicas podese estimar que morrem anualmente no Estado entre 64000 e 90000 bovinos Considerandose um preço médio de US 200 por animal podem ser estima dos em US 128 a 18 milhões as perdas anuais causadas por morte de bovinos No Estado de Santa Catarina a população bovina é de 2960343 de cabeças e a mortalidade anual é também de aproximadamente 5 Dados da Universidade Estadual de Santa Catarina mostram que as mortes por plantas tóxicas num período de 12 anos representam 139 do total de mortes com uma variação anual de 85 a 243 Aldo Gava comunicação pessoal A mortalidade média de bovinos por ano devida a intoxicações por plantas é estimada em 20574 cabeças US 4114800 No Brasil devido a carência de dados sobre a freqüência das causas de mortalidade em outros estados é difícil esti mar as perdas por morte de animais ocasionadas pelas plan tas tóxicas No entanto assumindose que a freqüência de mortes por plantas tóxicas é similar à observada no Rio Grande do Sul e Santa Catarina 1014 e que a mortalidade anual é também de 5 as mortes causadas por plantas tóxicas para um rebanho de 160 milhões de cabeças podem ser esti madas entre 800000 e 1120000 de bovinos US 160000000 a 224000000 Dados do Laboratório Regional de Diagnóstico da Univer sidade Federal de Pelotas mostram que no Rio Grande do Sul as mortes de ovinos por plantas tóxicas representam 72 das mortes nesta espécie Considerandose que a mortalida de de ovinos no estado é de 15 a 20 em uma população de Intoxicações por plantas em ruminantes no Brasil e no Intoxicações por plantas em ruminantes no Brasil e no Uruguai importância econômica controle e riscos para a Uruguai importância econômica controle e riscos para a saúde pública saúde pública11 As intoxicações por plantas em animais de produção no Brasil e no Uruguai são conhecidas desde que os pioneiros Espanhóis e Portugueses introduziram as primeiras cabeças de gado em pastagens naturais da região As perdas econômicas ocasionadas pelas intoxicações por plantas podem ser definidas como diretas ou indiretas As perdas diretas são causadas pelas mortes de animais diminuição dos índices reprodutivos abortos infertilidade malformações redução da produtividade nos animais sobreviventes e outras alterações devidas a doenças transitórias enfermidades subclínicas com diminuição da produção de leite carne ou lã e aumento à susceptibilidade a outras doenças devido a depressão imunológica As perdas indiretas incluem os custos de controlar as plantas tóxicas nas pastagens as medidas de manejo para evitar as intoxicações como a utilização de cercas e o pastoreio alternativo a redução do valor da forragem devido ao atraso na sua utilização a redução do valor da terra a compra de gado para substituir os animais mortos e os gastos associados ao diagnóstico das intoxicações e ao tratamento dos animais afetados RietCorrea et al 1993 James 1994 As perdas econômicas causadas pelas intoxicações por plantas são difíceis de se estimar por que não existem dados confiáveis sobre todos esses componentes no entanto as perdas causadas por mortes são fáceis de determinar quando dispomos de dados elaborados por laboratórios de diagnóstico sobre a freqüência das causas de mortes dos animais numa determinada região 1Palestra apresentada no XXI Congresso Mundial de Buiatria realizado em Punta Del Este Uruguai de 4 a 8 de dezembro de 2000 Tópico de Interesse Geral Intoxicações por plantas em ruminantes no Brasil e no Uruguai 39 Pesq Vet Bras 2113842 janmar 2001 cinco milhões de ovinos as mortes por plantas tóxicas po dem ser estimadas em 54000 a 72000 animais Ao preço de US 20 por ovino as perdas podem ser estimadas em US 1080000 e 1440000 No Uruguai dados dos Laboratórios de Diagnóstico de Treinta y Tres e Paysandú Fernando Dutra e Rodolfo Rivero comunicações pessoais mostram que as plantas tóxicas são responsáveis por aproximadamente 14 das mortes de bovi nos Com uma população de 14 milhões de bovinos e uma mortalidade anual de 5 estimase que as intoxicações por plantas matem aproximadamente 98000 cabeças anualmen te US 19600000 No Brasil o número de plantas conhecidas como tóxicas para ruminantes e eqüinos aumenta constantemente Atual mente são descritas pelo menos 88 espécies tóxicas perten centes a 50 gêneros No Uruguai são conhecidas 31 espécies tóxicas pertencentes a 26 gêneros Apesar do grande núme ro de espécies tóxicas as identificadas como causadoras de perdas econômicas importantes são relativamente poucas No Rio Grande do Sul Senecio spp foram responsáveis por 507 de todas as mortes causadas por plantas no período de 1978 a 1998 Dados do Laboratório Regional de Diagnóstico da Universidade Federal de Pelotas Neste mesmo Estado em ovinos a intoxicação por Nierembergia veitchii represen tou 778 de todas as intoxicações por plantas Dados do Laboratório Regional de Diagnóstico da Universidade Fede ral de Pelotas Ateleia glazioviana que causa abortos em ru minantes e eqüinos e que provoca fibrose cardíaca em bovi nos é muito importante em Santa Catarina e no Noroeste do Rio Grande do Sul Pteridium aquilinum que causa uma síndrome pancitopênica aguda hematúria enzoótica e tumo res do trato digestivo superior é uma das plantas tóxicas mais importantes do Brasil Causa perdas econômicas importan tes nas regiões Sul e Sudeste mas a intoxicação ocorre tam bém em todas as outras regiões do País Em Santa Catarina os carcinomas do trato digestivo superior são a principal causa de morte em bovinos adultos Aldo Gava comunicação pes soal Palicourea marcgravii que contém ácido fluoroacético é a planta tóxica mais importante do Brasil causando perdas severas em quase todo o País exceto na região Sul Outras três plantas que causam morte súbita são importantes Arrabidaea bilabiata e Arrabidaea japurensis na região Norte Tokarnia et al 1979 e Mascagnia rigida na região Nordeste Tokarnia et al 1990 consideram que as plantas que causam morte súbita são responsáveis por aproximadamente 60 de todas as perdas causadas por plantas tóxicas no País Per das econômicas importantes são causadas em bovinos e ovi nos por Brachiaria decumbens e outras espécies de Brachiaria que causam fotossensibilização principalmente nas regiões Sudeste e CentroOeste Nos Estados do Rio de Janeiro e Es pírito Santo região Sudeste a planta tóxica mais importante é Cestrum laevigatum Carlos H Tokarnia comunicação pesso al No Uruguai o meteorismo causado principalmente por Trifolium repens e T pratense é a causa mais importante de mortes em bovinos adultos Rodolfo Rivero comunicação pessoal Baccharis coridifolia é também importante como causa de mortes em animais transferidos de áreas onde não existe a planta para áreas onde ela ocorre Recentemente as plantas invasoras Nierembergia hippomanica e Anagallis arvensis têm causado numerosos surtos de intoxicação em bovinos e ovinos em pastagens cultivadas no litoral do rio Uruguai Rodolfo Rivero comunicação pessoal Em diversas áreas incluindo a região leste do País as plantas tóxicas mais im portantes como causas de mortes em animais adultos são do gênero Senecio Fernando Dutra comunicação pessoal Controle das intoxicações por plantas Controle das intoxicações por plantas A pesquisa sobre plantas tóxicas no Brasil e Uruguai tem se limitado prioritariamente à identificação das espécies tó xicas e à determinação dos sinais clínicos da patologia e al guns aspectos da epidemiologia das intoxicações Poucos esforços têm sido realizados para determinar os princípios ativos das plantas e seus mecanismos patogênicos A profilaxia e o controle das intoxicações por plantas no Brasil e Uruguai temse realizado com base no conhecimento dos fatores associados às plantas aos animais ao ambiente ou ao manejo que determinam a ocorrência freqüência e distribuição geográfica das intoxicações Algumas das medi das preventivas incluem 1 o manejo dos animais e das pas tagens tais como evitar o pastoreio excessivo utilizar ani mais de espécies ou idades resistentes a determinadas plan tas e evitar colocar animais recentemente transportados com fome ou sede em pastagens contaminadas por plantas tóxi cas 2 a utilização de cercas para isolar áreas contaminadas por plantas tóxicas 3 a eliminação das espécies tóxicas ar rancandoas manualmente utilizando herbicidas roçando capinando lavrando queimando ou pelo pastoreio com ani mais nãosusceptíveis 4 a utilização de sementes controla das para evitar a difusão de espécies tóxicas 5 a confecção de fenos e silagem evitando a sua contaminação por espécies tóxicas e 6 no caso da intoxicação por Baccharis coridifolia a utilização de técnicas que induzem aversão RietCorrea et al 1993 Essas medidas de controle das intoxicações têm tido re sultados limitados e em conseqüência as intoxicações mais importantes mencionadas anteriormente causam ainda perdas econômicas significativas Para controlar eficientemen te algumas dessas intoxicações será necessário desenvolver tecnologia mediante programas de pesquisa interdisciplinares que contemplem os diferentes aspectos das intoxicações por plantas Em primeiro lugar é necessário identificar os princí pios ativos ainda desconhecidos de muitas plantas tóxicas da região Como foi mencionado por Molyneux et al 1994 o isolamento e a caracterização dos princípios ativos tóxicos é o primeiro passo para prevenir as perdas causadas por plan tas tóxicas Atualmente é desconhecido o princípio ativo de pelo menos 32 das 88 espécies tóxicas descritas no Brasil Esse conhecimento é necessário para desenvolver técnicas mais eficientes de controle das intoxicações por plantas Al gumas dessas técnicas serão mencionadas a seguir 1 Vacinação Vacinação Técnicas para produzir vacinas contra toxi nas de plantas de baixo peso molecular têm sido desenvol vidas na Austrália nos últimos 25 anos Os imunógenos são Franklin RietCorrea e Rosane MT Medeiros 40 Pesq Vet Bras 2113842 janmar 2001 preparados por conjugação covalente dessas moléculas com um antígeno protéico Algumas dessas vacinas incluindo as preparadas contra com os princípios ativos de Lantana spp alcalóides pirrolizidínicos e fitoestrogênios não obtiveram sucesso em conferir imunidade suficiente para controlar as doenças Edgar 1994 no entanto mais recentemente têm sido desenvolvidas vacinas eficientes que protegem os ani mais contra lupinose Edgar et al 1998 e intoxicações por corynetoxinas Than et al 1998 É possível obter boa imuni dade contra toxinas de plantas nos casos em que a toxina é suscetível à degradação pelo sistema imune Vacinas produ zidas com toxinas não degradáveis como os alcalóides pirrolizidínicos são redistribuídas no organismo e a vacina ção leva a uma maior retenção da droga Edgar 1994 Um exemplo das possibilidades de utilização de técnicas imuno lógicas no controle de plantas tóxicas é a imunidade adquiri da por animais que ingerem sementes de Ricinus communis ou Abrus precatorius em doses crescentes que os tornam re sistentes à ingestão de quantidades múltiplas das doses le tais Os princípios ativos dessas plantas são toxalbuminas ricinina em Rcommunis e abrina em A precatorius O trata mento pelo calor das sementes de R communis elimina a toxicidade da planta mantendo a sua antigenicidade Tokarnia et al 2000 2 Controle Controle biológico biológico Muitas plantas têm sido controla das com sucesso utilizandose inimigos biológicos incluindo insetos e outros patógenos de plantas Senecio jacobea foi con trolado nos USA pela liberação de três insetos Tyria jacobeae Longitarsus jacobeae e Pegohylemia seneciella Coombs et al 1997 Xanthium pungens foi controlado em Queensland me diante a liberação do inseto Epiblema strenuana e do fungo Puccinia xanthii Dowling Mckenzie 1993 Hypericum perforatum foi controlado com sucesso na Califórnia e no Oregon com dois insetos Chrysolina gemellata e G hyperici Cheeke 1998 3 Detoxificação microbiana no rúmen Detoxificação microbiana no rúmen Este é um meca nismo bem conhecido de resistência às intoxicações por plan tas Os ruminantes que ingerem quantidades crescentes de plantas que contêm oxalatos tornamse resistentes a estes devido ao desenvolvimento de mecanismos de detoxificação microbiana no rúmen Craig Blythe 1994 A detoxificação bacteriana tem sido utilizada com sucesso no controle da intoxicação por Leucaena leucocephala A planta contém o aminoácido mimosina que no rúmen é normalmente trans formado em 3hidroxi41Hpiridona também tóxico A re sistência a este último metabólico foi transferida de cabras do Hawai para caprinos e bovinos da Austrália transferindo as bactérias ruminais responsáveis pela detoxificação Craig Blythe 1994 A detoxificação ruminal tem sido utilizada também para o controle das intoxicações por plantas que contêm nitrotoxinas Majak et al 1998 A possibilidade de prevenir as intoxicações de bovinos por ácido fluoroacético utilizando bactérias modificadas geneticamente mediante a transferência de um gene que codifica uma fluoracetato dealogenase tem sido investigada Edgar 1998 Mayer Van Rooyen 1994 No Brasil pelo menos 12 espécies de plantas causam morte súbita mas somente em Palicourea marcgravii tem sido demonstrada a presença de ácido fluoroacético A possibilidade de utilizar técnicas de detoxificação ruminal para evitar as perdas causadas por plantas que causam mor te súbita deveria ser um dos principais objetivos da pesqui sa no controle de intoxicações por plantas no Brasil 4 Substâncias que neutralizam os princípios tóxicos Substâncias que neutralizam os princípios tóxicos O carvão ativado com considerável capacidade de adsorver algumas substâncias no trato gastrintestinal Edgar 1998 tem sido utilizado no tratamento de algumas intoxicações inclu indo as causadas por Baccharis coridifolia e Lantana camara O problema desta substância é que são necessárias grandes quantidades para salvar os animais intoxicados Alumi niosilicatos hidratados de cálcio e sódio têm sido misturados a rações para neutralizar as aflatoxinas e reduzir sua absor ção no trato gastrintestinal Mais recentemente moléculas hospedeiras tais como as ciclodextrinas e calixarenos que molecularmente encapsulam e neutralizam moléculas hós pedes foram avaliadas no tratamento e na profilaxia de al gumas intoxicações Edgar 1998 As ciclodextrinas são capa zes de se unirem às corynetoxinas protegendo ovinos contra esta toxina produzida por Clavibacter toxicus que é responsá vel pela toxicidade de Lolium rigidum Stewart et al 1998 5 Aversão alimentar condicionada Aversão alimentar condicionada Os ruminantes po dem ser treinados para evitar a ingestão de plantas tóxicas mediante um processo de aversão alimentar Esta aversão tem sido induzida em bovinos alimentados com Delphynium bar beyi Astragalus spp e Oxytropis spp e tratados com cloreto de lítio LiCl 200mgkg de peso vivo administrado através de um cateter ruminal ou mediante gavage Lane et al 1990 Ralphs Olsen 1998 A aversão pode ser mantida por até dois anos se os animais tratados pastejam separados de ou tros animais não tratados No entanto se os animais trata dos permanecem juntos a animais não tratados que inge rem a planta a aversão desaparece rapidamente Este com portamento denominado facilitação social é o fator mais importante para a utilização da aversão alimentar condicio nada na profilaxia de algumas plantas tóxicas Ralphs Olsen 1998 A aversão condicionada naturalmente pareceria ser o mecanismo pelo qual ruminantes e eqüinos criados em áreas onde ocorre Baccharis coridifolia não ingerem essa planta B coridifolia é uma planta tóxica do Uruguai da Argentina e da Região Sul do Brasil que causa intoxicação em ovinos bovi nos e eqüinos que são transferidos de áreas onde a planta não ocorre para áreas onde ela está presente Aversão ali mentar induzida de diversas formas tem sido utilizada por produtores para evitar a intoxicação em animais transporta dos para áreas onde a planta ocorre Barros 1993 6 Utilização de programas de seleção para a obtenção Utilização de programas de seleção para a obtenção de variedades de forrageiras ou grãos não tóxicas ou me de variedades de forrageiras ou grãos não tóxicas ou me nos tóxicas nos tóxicas Um dos melhores exemplos destes programas de seleção foi a obtenção de cultivares de Trifolium subterra neum com baixo conteúdo de fitoestrogênios que levaram ao controle da infertilidade causada por essas substâncias na Austrália e em outros países Cox 1978 O controle do meteorismo causado por alfafa está sendo investigado medi ante a seleção de variedades com taxas reduzidas de libera ção no rúmen das proteínas citoplasmáticas responsáveis Intoxicações por plantas em ruminantes no Brasil e no Uruguai 41 Pesq Vet Bras 2113842 janmar 2001 pela doença Cheeke 1998 No Brasil Brachiaria decumbens uma das plantas tóxicas mais importantes em algumas regi ões poderia ser controlada mediante programas de seleção para obter variedades com baixo conteúdo das saponinas litogênicas que causam a enfermidade ou pela substituição por espécies não tóxicas ou menos tóxicas de Brachiaria com similar produtividade Outro aspecto importante a ser considerado no controle das intoxicações por plantas na América do Sul é o desenvol vimento de bons sistemas de informação sobre a ocorrência das enfermidades incluindo as intoxicações por plantas nos animais domésticos Devemos procurar também obter in formações sobre a fenologia das plantas tóxicas mais impor tantes O conhecimento do ciclo biológico das plantas e as variáveis que o determinam é fundamental para utilizar prá ticas adequadas de manejo que possam prevenir as intoxica ções ou para a aplicação de algumas das técnicas menciona das anteriormente Riscos para a saúde pública Riscos para a saúde pública Um aspecto da ingestão de plantas tóxicas pelos animais é que as toxinas podem ser transferidas para o homem atra vés do consumo de leite carne ovos ou outros produtos de origem animal Ocasionalmente observamse intoxicações em humanos pelo consumo de produtos animais O consumo de leite de vacas em pastagens invadidas por Eupatorium rugosum nos Estados Unidos causa uma doença conhecida como en fermidade do leite milksickness que pode ocasionar a morte de pessoas Panter James 1990 James et al 1994 Outras toxinas que podem ser eliminadas pelo leite são os alcalóides pirrolizidínicos Dickinson et al 1976 Não há des crições em humanos de doenças devidas ao consumo desses alcalóides no leite mas devem ser considerados os riscos de seus efeitos mutagênicos e teratogênicos No Brasil leite de cabras alimentadas com Crotalaria spectabilis foi tóxico para ratas Medeiros et al 1999 e ninhadas de ratas alimentadas com C spectabilis ou monocrotalina foram também intoxica das através do leite Medeiros Górniak 1995 Medeiros et al 1998 Ptaquilosídeo o princípio ativo de Pteridium aquilinum é excretado pelo leite e pode causar lesões em ratas lactentes camundongos e bezerros James et al 1994 Swansonina uma toxina presente em Ipomoea fistulosa carnea e Ipomoea asarifolia coletadas no Brasil Molineaux Medeiros 1999 dados não publicados é excretada pelo leite e causa lesões em bezerros e cordeiros lactentes James et al 1994 A observação de fotossensibilização em bezerros com me nos de 30 dias de idade filhos de vacas em pastagens de Brachiaria decumbens sugere que as saponinas esteroidais presentes nesta planta são também excretadas em quanti dades tóxicas pelo leite Lemos et al 1998 Em países desen volvidos o risco de intoxicação em humanos por toxinas excretadas no leite é remoto por que durante o processo de industrialização misturase o leite de diversas origens diluin do as prováveis toxinas James et al 1984 No entanto no Brasil e outros países subdesenvolvidos o risco de intoxica ção por toxinas no leite persiste em pequenas cidades ou em propriedades rurais onde ainda se consume leite sem indus trializar Nessas condições as cabras muito utilizadas para produzir leite em varias regiões do Brasil constituem uma fonte mais provável de leite contaminado que o gado leiteiro Cheeke 1998 Um exemplo da presença de resíduos tóxicos de plantas na carne é a ocorrência de intoxicação secundária descrita em cães que consumiram carne de cavalos intoxicados por Indigofera linnaei que contém o aminoácido tóxico denomi nado indospecina Hegarty et al 1988 Na Austrália cães fo ram aparentemente intoxicados pelo consumo de medula óssea de pássaros que ingeriam sementes de plantas conten do ácido fluoroacético Nesse País alguns animais nativos evoluíram com plantas contendo alto conteúdo de ácido fluoroacético e apresentam um alto grau de resistência à in toxicação por essa substância Seawright 1994 No Brasil Palicourea marcgravii que contém ácido fluoroacético é a plan ta tóxica mais importante do País Outras 11 espécies dos gêneros Palicourea Mascagnia Arrabidaea e Pseudocalymma que causam morte súbita Tokarnia et al 1990 provavelmente contêm também ácido fluoroacético ou compostos deriva dos deste Em muitas áreas do Brasil a carne de animais que sucumbiram de morte súbita é consumida normalmente Outro exemplo de intoxicação secundária é a que ocorre em humanos e cães que consomem carne de bovinos intoxica dos pelos glicosídeos cardiotóxicos bufadienolídeos Keller man et al 1990 Agradecimentos Agradecimentos Os autores agradecem aos Drs Carlos Tokarnia da Uni versidade Federal Rural do Rio de Janeiro Jürgen Döbereiner da Embrapa CNPABPSA Claudio S L Barros da Universidade Federal de Santa Maria Aldo Gava da Universidade Estadual de Santa Catarina Ricardo Lemos da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Rodolfo Rivero e Fernando Dutra do Centro de Investigaciones Veterinárias Miguel C Rubino Uruguai pelas informações aportadas e pela revisão do manuscrito REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS Barros CSL 1993 Intoxicação por Baccharis coridifolia p159169 In RietCorrea F Méndez MC Schild AL ed Intoxicações por Plantas e Micotoxicoses em Animais Domésticos Editorial Hemisfério Sur Montevideo Cheeke PR 1998 Natural Toxicants in Feeds Forages and Poisonous Plants 2nd ed Interstate Publishers Danville 479p Coombs E MallorySmith LC Burrill RH Callihan R Parker Radtke H 1997 Tansy ragwort Senecio jacobaea L Pacific Northwest Extension Publication nº 17517 Cox RI 1978 Plant 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Laboratório Regional de Diagnóstico Faculdade de Veterinária Universidade Federal de Pelotas 96010900 Pelotas RS mail rietufpeltchebr Faculdade de Veterinária Centro de Tecnologia Rural Universidade Federal da Paraíba 58700000 Patos PB