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Engenharia Ambiental ·

Tratamento de Água e Esgoto

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8º Aula Estruturas especiais e projeto de sistema de drenagem urbana Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula vocês serão capazes de distinguir dissipadores de energia bueirose vertedouros distinguir bueiros de bocas de lobo apontar quais os dados necessários para a realização de um projeto de drenagem urbana elaborar um projeto de drenagem urbana Carosas acadêmicosas Bem acredito que já ouviram falar em bueiros correto Vocês sabem qual é a diferença entre eles e a boca de lobo Esse será um dos temas desta aula Estudaremos também sobre as estruturas que são consideradas obras especiais junto com os dissipadores de energia e vertedouros Vamos ainda aprender que aplicar a drenagem urbana se precisa ter uma ordem e por isso precisase de um projeto Assim veremos quais são as fases que são necessárias para um adequado projeto de sistema de drenagem urbana E para finalizar nada como um bom exemplo de dimensionamento de galerias aplicaremos o que vimos na aula de Hidráulica da Microdrenagem para que vocês possam ver como seria resumidamente o processo dos cálculos Vamos então iniciar nossa aula Tenham uma excelente leitura Bons estudos 74 Drenagem Urbana 1 Estruturas especiais 2 Roteiro básico para elaboração do Projeto de Drenagem Urbana 3 Exemplo prático de dimensionamento de galerias 1 Estruturas especiais Há muitas estruturas que podem ser consideradas especiais dentro do sistema de drenagem urbana mas por questão de tempo vamos ver apenas algumas que são as mais utilizadas os dissipadores de energia os bueiros e os vertedouros estruturas de engolimento e vertimento Dissipação de energia Os dissipadores de energia são estruturas utilizadas para dissipar o excesso de energia cinética do fluxo reduzindo a velocidade de escoa E como isso é possível Vocês aprenderam sobre o ressalto hidráulico em hidráulica certo Os dissipadores de energia no ramo da drenagem seguem a mesma ideia no sentido de ocorrer a transição do regime supercrítico para o subcrítico Em consequência do retardamento do escoamento esse processo causa turbulência o que produz uma importante dissipação de energia ZIEMER 2003 O próximo ao ponto onde ocorre o ressalto a velocidade é muito alta e a excessiva energia cinética da água pode causar destruição e erosão no leito do canal Existem vários modelos de dissipadores de energia que podem ser empregados como degraus e rampas dentadas Vamos ver um pouco sobre os dois Degraus Esses tipos de estruturas para dissipação de energia estão vinculados à existência de um ressalto hidráulico a jusante de modo que as tornem mais eficientes Basicamente é adotado quando é necessário vencer desníveis com dissipação de energia para evitar problemas de erosão a jusante Moore 1943 desenvolveu estudos experimentais em que descobriu a existência considerável de perda de energia devido à circulação induzida pelo jato no colchão dágua que forma a bacia Em resumo a função desse colchão é dissipar o impulso que surge dada a mudança na direção do escoamento SMDU 2012b Assim temos a seguinte equação como consequência dessa descoberta Seções de estudo Em que y1 profundidade a montante do ressalto y2 profundidade a jusante do ressalto A razão E2y não varia muito com Z0yc ficando de maneira geral em torno de 25 valor que pode ser tomado como uma base satisfatória para um projeto preliminar Figura 1 Representação de um degrau associado a um ressalto hidráulico Fonte SMDU 2012b Para um predimensionamento Rand apud HENDERSON 1966 somou seus resultados aos resultados obtidos por Moore chegando a equações exponenciais cujo erro de ajuste dos dados é de 5 ou menos Em que Ld distância horizontal associada ao comprimento do 75 ressalto Lj distância horizontal associada ao jato do ressalto Além disso a elevação y2 6 no final da estrutura é um procedimento padrão para projetos nos quais o ressalto se localiza imediatamente após a queda Rampas dentadas Bem essas estruturas são rampas que consistem numa transição gradativa entre duas declividades menores com cotas de fundo diferentes sendo necessário ter sua base revestida em concreto com blocos existentes sobre a face do talude SMDU 2012b Hidraulicamente para a funcionalidade de dissipar a energia por essa estrutura é preciso colocar repetidas obstruções que são de uma altura nominal equivalente à profundidade crítica Assim além da dissipação de energia proveniente da turbulência desses blocos outra parcela é dissipada por meio da rampa por conta da perda do momento associada à reorientação do escoamento SMDU 2012b Figura 2 Esquema de uma rampa dentada Fonte SMDU 2012b Existem sugestões para que esses objetivos sejam atingidos como utilização de no mínimo quatro linhas de blocos para que a dissipação de energia seja mais eficiente Há outras recomendações para os espaçamentos e tamanho dos blocos mas não veremos aqui Pela imagem a seguir é possível verificar o exemplo de um projeto de rampa dentada Figura 3 Exemplo de projeto para uma rampa dentada Manual de Drenagem Urbana de Denver 1989 Fonte SMDU 2012b Figura 4 Exemplo de rampa dentada Fonte httpswww solucoesparacidadescombrwpcontentuploads201403AF05VALE20 DOS20CRISTAISWEBpdf Acesso em 09 dez 2021 Bueiros Você já deve ter ouvido o termo bueiro certo Inclusive às vezes foi considerado que bueiro é o mesmo que boca de lobo Mas eles não são a mesma coisa Nos projetos de drenagem são considerados bueiros as canalizações de curta extensão destinadas a dar escoamento às águas contidas nos talvegues NETTO 2015 Geralmente esse dispositivo é utilizado na transposição de via sobre um curso dágua tais como aterros de estradas e ferrovias construção de fundo de vale etc A posição mais favorável para o bueiro é quando ele cruza transversalmente a via mas em muitos casos o cruzamento é oblíquo SMDU 2012b Conforme aponta Almeida 2017 são condutos simples em geral retilíneos e com curta extensão compostos por boca de entrada a montante pelo corpo da obra e a jusante pela boca de saída Os bueiros podem ter três funcionamentos hidráulicos distintos 76 Drenagem Urbana como canal escoamento livre como orifício carga hidráulica a montante como conduto forçado submergência das duas extremidades Figura 5 Condições de funcionamento hidráulico dos bueiros a como conduto forçado b e c como orifício d e e f como canal Fonte Almeida 2017 Temos uma classificação dos bueiros quanto à forma se dividindo em tubulares seções circulares ou celulares seção transversal retangular ou quadrada ALMEIDA 2017 Como traz Almeida 2015 o dimensionamento de obras novas é realizado se considerando a hipótese de funcionamento do bueiro como canal Neles as velocidades dos escoamentos são limitadas a 45 ms para bueiros em concreto e 60 ms para bueiros em material metálico A condição de não formação de carga hidráulica a montante indicando que a vazão afluente é igual ou inferior à vazão admissível na obra é verificada usualmente para profundidades a montante Hm até 20 superior à dimensão vertical do bueiro D ou H BAPTISTA COELHO 2010 ALMEIDA 2017 Vamos aos passos do dimensionamento do bueiro seguindo o que foi apresentando por Almeida 2017 Primeiramente determinar o regime de funcionamento feito por meio da comparação da declividade de assentamento do bueiro com a declividade crítica SC lembrando da nossa aula de Hidráulica que temos o regime crítico o regime subcrítico e o supercrítico Bueiros tubulares Bueiros celulares O regime é subcrítico quando a declividade de implantação for inferior à crítica e supercrítico quando as declividades são superiores à crítica Para o dimensionamento subcrítico escoamento uniforme incluindo a folga de 20 a vazão admissível Qadm e a velocidade do fluxo V Bueiros tubulares Bueiros celulares No dimensionamento para o regime supercrítico devese limitar a vazão admissível à vazão correspondente ao regime crítico 77 com altura característica da energia específica igual ao seu diâmetro ou altura Bueiros tubulares Bueiros celulares Em que para todas as expressões são as seguintes D diâmetro dos bueiros em metros B base e H a altura dos bueiros celulares também em metros n coeficiente de rugosidade de Manning Q vazão dada em m³s V velocidade V em ms S declividades S em mm No caso de associações de bueiros duplos triplos etc adotase uma redução da capacidade de vazão de 5 para cada acréscimo ALMEIDA 2017 Bem vimos o dimensionamento dos bueiros seguindo o que foi apresentado por Almeida 2017 Agora vamos estudar as problemáticas apresentadas por Netto 2015 que traz o uso de Tabelas como padrões que foram desenvolvidas pelo engenheiro Sérgio Thenn de Barros Tais tabelas são usadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo para estimativas de vazão e prédimensionamento de bueiros e vão livres das obras de arte Quadro 1 Descargas máximas que podem ser esperadas em função da área das bacias Fonte Netto 2015 78 Drenagem Urbana Apresenta dimensões aproximadas dos condutos ou passagens adequadas aos escoamentos previstos correspondem a coeficientes de escoamento superficial variando de 017 a 008 valor médio de 0125 Quadro 2 Descargas máximas para cada seção de bueiro Fonte Netto 2015 A vazão foi calculada com base na fórmula de Manning admitindose I 001 e coeficiente n adequados aos materiais em consideração Estruturas de engolimento e vertimento Em situações em que é necessário controlar as cheias são usadas as estruturas de engolimento e os vertedouros Os vertedouros são simples paredes diques ou aberturas sobre as quais um líquido escoa NETTO 2015 Os vertedores tem o objetivo de descarregar o excedente de água de um determinado curso dágua desse modo funcionam como estruturas de controle e medidores de vazão SMDU 2012b Ao desviar parte do escoamento do curso dágua principal para uma zona de amortecimento há uma atenuação da vazão de pico e a diminuição da vazão escoada para a jusante O vertedor é considerado um orifício de grande dimensão Figura 6 Vertedor retangular de soleira delgada Fonte SMDU 2012b Observando a Figura 6 podemos notar quais são os elementos que caracterizam os vertedores de acordo com SMDU 2012b a Crista ou Soleira é a parte superior onde ocorre o contato com a lâmina vertente b Carga H é a diferença entre a cota da soleira e o nível de água a montante medida a uma distância do vertedor na qual a distribuição de pressão é hidrostática c Altura do vertedor p distância entre a cota de fundo do canal ou reservatório e a cota da crista da soleira d Largura L largura da soleira Há uma vasta variedade de níveis de classificação de vertedouros pela forma geométrica triangular circular etc altura relativa de soleira natureza da parede delgada e espessa natureza da lâmina lâmina livre lâmina deprimida lâmina aderente entre outras Veremos a questão hidráulica apenas de um tipo de vertedor o vertedor retangular de soleira delgada um dos mais usuais Vertedor retangular de soleira delgada 79 A determinação da equação da vazão do vertedor é determinada a partir das influências das características hidráulicas e geométricas Para o desenvolvimento analítico são assumidas algumas hipóteses como distribuição uniforme da velocidade a montante do vertedor pressão atmosférica na lâmina vertente entre dois pontos e o desprezo de efeitos oriundos da viscosidade turbulência tensão superficial e escoamentos secundários SMDU 2012b A partir dessa análise são obtidas as seguintes equações em que são feitas as substituições até chegar ao final Os coeficientes de contração Cc e de descarga assim como o termo cinético dependem da relação de pH equação geral de vazão de um vertedor e que é utilizada ao longo do desenvolvimento do texto Em que para todas as expressões dy faixa de altura Cc coeficiente de contração Q vazão m3s Cd coeficiente de vazão L largura da soleira m H carga de água acima da soleira m A capacidade de descarga de um vertedor é influenciada de acordo com SMDU 2012b por alguns parâmetros como a carga sobre o vertedor aproximação do vertedor espessura altura e comprimento da soleira posição do vertedor em relação ao escoamento e lâmina vertente Figura 7 Esquema representativo do escoamento sobre um vertedor de soleira delgada Fonte SMDU 2012b 2 Roteiro básico para elaboração do Projeto de Drenagem Urbana Tratandose mais específico quanto à microdrenagem um projeto de sistema de drenagem urbana poderá ser desenvolvido em três fases segundo Netto 2015 1º Estudos preliminares 2º Anteprojeto das obras 3º Projeto executivo do sistema proposto Vejamos a seguir algumas particularidades de cada um deles Estudos preliminares O que seriam esses estudos preliminares Bom essa etapa é referente ao levantamento das informações básicas necessárias à definição e ao detalhamento técnico do sistema proposto e a verificação em campo dos elementos de apoio aos cálculos hidráulicos da estrutura e da fundação do sistema de drenagem urbano a ser adotado TERRACAP 2017 Segundo Terracap 2017 Os levantamentos e análises deverão ser realizados de forma a possibilitar a melhor solução técnica econômica e ambiental Os estudos levarão em consideração as várias alternativas de layout da rede e de 80 Drenagem Urbana lançamento com base nas informações obtidas sobre o terreno através dos estudos topográficos levantamento de interferências das características físicas e bióticas da área Pois bem em resumo referemse à coleta de informações básicas e cruciais para as etapas futuras de dimencionamento do sistema Englobam as seguintes etapas de acordo com Netto 2015 1 Determinação da bacia contribuinte à área a ser drenada 2 Elaboração da planta geral da bacia contribuinte com escala apropriada 3 Coleta de dados e elementos disponíveis que incluem informações sobre canalização de córregos avenidas modificação no sistema viário entre outros levantamento planialtimétrico dados cadastrais do sistema de drenagem de águas puviais existentes na área de estudo cadastro dos sistemas de água esgoto sanitário eletricidade gás telefone eventualmente existentes na área curvas IDF das precipitações dados pluviométricos na área de estudo e suas imediações dados fluviométricos de cursos de água situados na área de projeto e suas imediações 4 Determinação da área de atendimento do projeto 5 Reconhecimento minucioso da bacia contribuinte com atenção especial aos índices de ocupação urbana índices de impermeabilização da bacia e suas tendências características da vegetação existente e natureza dos solos encontrados na bacia 6 Programação para obtenção de novos dados necessários à elaboração dos trabalhos inclusive topográficos 7 Execução de levantamento topográfico 8 Análise e compilção dos dados e elementos coletados 9 Estudo detalhado da bacia contribuinte e da área a ser drenada 10 Demarcação da bacia e das subbacias de drenagem indicando mediante setas os sentidos de escoamento das águas pluviais nas vias contidas na área Cada subbacia deverá ser identificada sendo que a sua área deverá ser avaliada com bom grau de precisão 11 Fixação de critérios e parâmetros a serem obdidos na concepção geral das obras a serem projetadas Sendo os itens a serem definidos a chuva crítica a ser considerada b tempo de recorrência a ser adotado c critérios para determnação da intensidade média de precipitação d índices de impermeabilização da bacia e critérios para avaliação do coeficiente de escoamento superficial f método a ser utilizado na avaliação das vazões de dimensionamento g fórmulas e processos a serem utilizados no dimensionamento do sistema h cursos de água receptores do efluente do sistema coletor 12 Elaboração do memorial descritivo e justificativo contendo os resultados dos estudos efetudos Anteprojeto das obras Nesta fase temos o que podemos dizer da aplicação das informações coletadas anteriormente De acordo com Netto 2015 os pontos a serem considerados são os seguintes 1 Avaliação das vazões de dimensionamento para o sistema com base nos estudos do IDF utilizáveis em problemas técnicos conexos ao esgotamento de águas pluviais para a área do projeto 2 Estudos de um número conveniente de alternativas para o traçado dos sistemas coletores principais e secundários e dos canais para os cursos de água existentes na área e os cursos de água receptores Escolhese assim a melhor alternativa do ponto de vista técnico e econômico Em relação aos traçados eles devem considerar os dados topográficos existentes o prédimensionamento hidrológico e hidráulico 3 Estudo das obras complementares necessárias como obras de proteção e de dissipação de energia obras de arte especiais etc 4 Dimensionamento do sistema de galerias considerando a Diâmetro mínimo 030 m b Altura mínima da seção retangular 050 m c Recobrimento mínimo 1 m d Altura de água na galeria 09 x H H é a altura da seção retangular ou 095 xD D é o diâmtro da seção circular e Velocidade mínima 075 ms f Velocidade máxima 5 ms 5 Dimensionamento das obras complementares necessárias 6 Elaboração de memorial descritivo e justificativo das soluções adotadas em cada caso que deve incluir caracterização e descrição da área do estudo critérios e parâmetros do projeto avaliação das vazões a serem escoadas dimensionamento das diversas partes e conclusões 7 Elaboração de uma planilha de cálculo demonstrando todos os valores dos trechos 8 Elaboração de desenhos e demais peças gráficas em escala adequada Projeto executivo do sistema proposto Essa é a última fase considerada por Netto 2015 Serve 81 para efetuar os estudos complementares a fim de possibilitar a colocação em concorrência e construção das obras projetadas Os seguimentos são 1 Cálculo e projeto estrutural das diversas partes 2 Elaboração das especificações de materiais e serviços 3 Elaboração das especificações para construção do sistema 4 Cômputo das quantidades de materiais e serviços necessários à implantação do sistema 5 Orçamento estimativo das obras a serem empreendidas 3 Exemplo prático de dimensionamento de galerias Alunos aqui nós vamos colocar o que aprendemos em prática Aí você se questiona como assim Bem é hora de dimencionar hidraulicamente as galerias A partir de exemplos vamos demonstrar quais são os principais passos dos cálculos e como realizar o dimensionamento das mesmas Então novamente você também pode se questionar mas e a macrodrenagem Bom aprendemos sim sobre o estudo hidráulico da macrodrenagem mas o foco maior é a drenagem dentro dos centros urbanos que é realizada pela microdrenagem pois de forma indireta a macrodrenagem vocês aprenderam em hidráulica quando viram a questão de canais orifícios tubulações e outros Vamos então para os exemplos Exemplo apresentado por Netto 2015 Vejamos o dimensionamento hidráulico das galerias do esquema da figura levando em consideração os seguintes critérios Recobrimento mínimo 1 m Profundidade máxima 3 m Diâmetro mínimo DN 300 mm Velocidade mínima 075 ms Velocidade máxima 350 ms Chuvas com recorrência de 10 anos e duração de 5 min Figura 8 Esquema de galeria a ser dimensionado Fonte Netto 2015 Podemos perceber pela imagem acima que temos a delimitação das áreas de contribuição e os valores do coeficiente de escoamento C Lembrese que as áreas de contribuição quando não forem dadas devem ser calculadas Vamos por etapas de acordo com a Figura 8 1 Preenchemos na planilha de cálculo trecho extensão e área 2 Tempo de concentração tc Nas áreas contribuintes dos trechos iniciais 12 313 e 515 adotar tc 5 min Nos outros trechos tc é igual ao tc do trecho anterior acrescentado o tempo de escoamento te do dito trecho Por exemplo tc23 tc12 te23 Nos trechos 34 e 5canal adotar o maior valor de tc te entre as galerias principal e afluente 3 Coeficiente de escoamento C Os trechos iniciais 12 313 e 515 são os das áreas contribuintes conforme é apresentado na figura Nos outros trechos estão as médias ponderadas dos coeficientes de escoamento das áreas contribuintes com essas áreas como pesos Vamos exemplificar 4 Intensidade i A intensidade é obtida em curva ou equação intensidade x duração x recorrência aplicável ao local considerando 82 Drenagem Urbana duração tc Nesse caso foi adotada a equação de São Paulo com recorrência de 10 anos conforme exemplo da figura a seguir que apresenta as chuvas críticas na cidade de São Paulo Figura 9 Chuvas críticas na cidade de São Paulo Fonte Netto 2015 5 Vazão Q A vazão é obtida pela aplicação do método racional Em que A Área total do trecho 6 Diâmetro e declividade D e I Inicialmente adotase o diâmetro mínimo e a declividade econômica do terreno Por meio desses valores se obtêm através de uma fórmula prática Manning os valores de Qp vazão a seção plena e de vp velocidade a seção plena As equações utilizadas foram Se Qp Q aumenta se o diâmetro ou a declividade até que Qp Q anotandose os novos valores de Qp e vp 7 Cotas do terreno do coletor e profundidades As cotas do coletor são a montante igual a de jusante do trecho anterior acrescentandose a diferença de diâmetros se houver a jusante igual a de montante menos I x L extensão As profundidades resultam das diferenças entre as cotas do terreno e do coletor observandose os limites de cobertura mínima e profundidade máxima Caso a cobertura resultar num valor menor que a mínima aumentase a declividade novos valores de Qp e vp se a profundidade resultar num valor maior que a máxima reduz se a declividade novos valores de Qp e vp introduzindose um degrau a montante para manter a cobertura mínima nos casos de precisão 8 Velocidade real e tempo de escoamento c e te Com a relação QQp obtémse em tabela ou gráfico a relação vvp da qual resulta v e te Lv com o qual se obtém o tc do trecho seguinte Nesse exemplo utilizamos como referência para as definições a Tabela 7 Condutos circulares parcialmente cheios Relações baseadas na equação de Manning Se v 075 ms aumentase a declividade se v 350 ms reduzse a declividade criandose o degrau a montante para manter a cobertura mínima 9 O desenvolvimento dos cálculos e os resultados A seguir os cálculos e os resultados estão expressos na planilha a seguir Planilha 1 Planilha de cálculo água pluvial e galerias 83 Fonte Netto 2015 Ao final desta oitava aula vamos recordar sobre o que aprendemos até aqui Retomando a aula 1 Estruturas especiais Nesta seção aprendemos sobre algumas das várias estruturas especiais que podemos ter dentro do sistema de drenagem urbana sendo dissipadores de energia os bueiros e os vertedouros Para cada uma tivemos um breve aprendizado a respeito do que se tratam e as informações necessárias para o seu dimensionamento 2 Roteiro básico para elaboração do Projeto de Drenagem Urbana Nesta seção foi possível aprender quais são as etapas básicas que um projeto de drenagem urbana precisa ter Especificamente vimos sobre a microdrenagem e as seguintes etapas do projeto estudos preliminares que envolve o levantamento das informações necessárias para a definição e o detalhamento técnico do sistema proposto e a verificação a qual permitirá uma melhor solução técnica econômica e ambiental anteprojeto das obras nesta etapa está incluído o dimensionamento das galerias e por fim o projeto executivo do sistema proposto 3 Exemplo prático de dimensionamento de galerias Nesta seção foi dado um exemplo prático de dimensionamento de galerias em um sistema de drenagem urbana Análise do sistema de drenagem urbana na região do parque de Exposições Francisco Feio Ribeiro Maringá PR Disponível em httpwwwpeuuembrChristopher2pdf Acesso em 25 de novembro de 2021 Drenagem pluvial de via urbana Disponível em https wwwicarascgovbruploads271arquivos1436958 MEMDREA4pdf Acesso em 25 de novembro de 2021 Vale a pena ler Vale a pena Referências ADASA Agência Reguladora de Águas Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal Manual de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas do Distrito Federal Editores Luiz Fernando Orsini Yazaki Marcos Helano Fernandes Montenegro Jeferson da Costa Brasília DF Adasa Unesco 2018 ALMEIDA A H Análise de Planejamento Urbano e Drenagem em Trechos do Bairro Jardim das Acácias em Boa Esperança MG 2020 ALMEIDA G H T D de Hidrologia e drenagem Londrina Editora e Distribuidora Educacional SA 2017 200 p ANDRADE F Hidrograma Unitário Curitiba 84 Drenagem Urbana Universidade Tecnológica Federal do Paraná 2014 BAPTISTA M B COELHO M M L P Fundamentos de engenharia hidráulica 3 ed Belo Horizonte UFMG 2010 CANHOLI A P Drenagem urbana e controle de enchentes 1 ed São Paul SP Oficina de Textos 2013 CANHOLI A P Drenagem urbana e controle de enchentes 2 ed São Paulo Oficina de Textos 2014 CHOW V T MAIDMENT D R MAYS L W Applied Hydrology New York McGrawHill 1988 COLLISCHONN W TASSI R Introduzindo hidrologia 6 ed Porto Alegre RS IPH UFRGS 2008 CRUZ M A S et al Plano Diretor de Drenagem Urbana Manual de Drenagem Urbana Porto Alegre Prefeitura Municipal de Porto Alegre 2005 DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes Drenagem Urbana Dissipadores de Energia 2004 FENDRICH R OBLADEN N L AISSE M M GARCIAS C M Drenagem e controle da erosão urbana Curitiba Champagnat 1997 FINKLER R A bacia hidrográfica Agência Nacional de Águas 2012 FUNASA Fundação Nacional da Saúde Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas Plano Municipal de Saneamento Básico 2016 GUEDES H A S Microdrenagem Rio Grande do Sul UFPel 2019 HOFFMEISTER G WEISMAN R N Accuracy of Synthetic Hydrographs Derived From Representative Basins Hydrological Sciences Bulletin v 22 n 2 p 297312 1977 KISHI R T Hidrograma Unitário e Hidrograma Unitário Sintético Centro Politécnico 2020 MACHADO A S BORJA P C MORAES L R S Desafios e oportunidades para implantação de uma das propostas do Pemapes o sistema combinado Revista Eletrônica de Gestão e Tecnologias Ambientais v 1 n 2 p 234250 2013 MARQUES G S Manejo de Águas pluviais estudo da rede drenagem e de soluções de baixo impacto na Região Administrativa Candangolândia Monografia de Projeto Final Departamento de Engenharia Civil e Ambiental Universidade de Brasília Brasília DF 2019 85p MEIRELES T S Proposta de Readequação do Sistema de Microdrenagem na Rua São João Del Rey em Três Corações MG Trabalho de Conclusão de Curso Centro Universitário do Sul de Minas Varginha UNIS 2017 NETO A C Sistemas Urbanos de Drenagem 2014 NETTO J M A FERNÁNDEZ M F y Manual de Hidráulica 9 ed São Paulo Blucher 2015 OLIVEIRA W V Projeto de Drenagem nos padrões do município do Rio de Janeiro Projeto final de Graduação Departamento de recursos hídricos e meio ambiente Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro UFRJ 2013 PAZ A R Hidrologia aplicada Caxias do Sul Universidade Estadual do Rio Grande do Sul 2004 PEDROSO A MANNICH M MARANGON H S Hidrograma unitário sintético um panorama dos principais métodos e alguns resultados In Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos Anais 22 2017 Florianopólis ABRH 2017 PROST A The Management of Water Resources Development and Human health in the Humid Tropics In Hydrology and Water Management in Humid Tropics Cambridge University Press 1992 REZENDE G B M Modelo Hidrológico e Hidráulico para Estimatica e Delimitação de Áreas Inundadas uma ferramenta de auxílio à elaboração de Planos Diretores de Drenagem Urbana Dissertação Mestrado Universidade Federal de Uberlândia Programa de PósGraduação em Engenharia Civil Uberlândia UFU 2012 REZENDE R F Dimensionamento do Sistema de Drenagem Tradicional e Sistema com Utilização de Microrrservatórios Estudo de Caso no Munícipio de Itabirito MG Trabalho de Conclusão de Curso Departamento de Ciência e Tecnologia Ambiental Centro Federal de Educação Tecnlógica de Minas Gerais Belo Horizonte CEFET 2018 RIGHETTO A M Manejo de Águas Pluviais Urbanas 1 ed Rio de Janeiro RJ ABES 2009 SILVEIRA A L L Drenagem Urbana Comitês de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo Comitê Pardo p 70 2004 SILVEIRA A L L Drenagem Urbana Aspectos de Gestão 1 ed Rio Grande do Sul 2002 SMDU Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Manual de drenagem e manejo de águas pluviais gerenciamento do sistema de drenagem urbana São Paulo SMDU 2012a SMDU Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Manual de drenagem e manejo de águas pluviais aspectos tecnológicos fundamentos São Paulo SMDU 2012b SODRÉ F F Fontes Difusas de Poluição da Água Características e métodos de controle Artigos Temáticos do AQQUA v 1 p 916 2012 SUDERHSA Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental Manual de Drenagem Urbana Paraná Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos 2002 TERRACAP Agência de Desenvolvimeto do Distrito Federal Termo de referência para elaboração de projetos executivos de drenagem e pavimentação Brasília NUPOE GEREN DITEC Diretoria Técnica 2017 TOMAZ P Método Racional Curso de Manejo de águas pluviais 2002 TUCCI C E M Águas Urbanas Estudos Avançados v22 n 63 2008 TUCCI C E M Gerenciamento da Drenagem Urbana Revista Brasileira de Recursos Hídricos v 7 n 1 2002 TUCCI C E M Gestão da drenagem urbana DF CEPAL Escritório no BrasilIPEA 2012 TUCCI C E M Gestão de Águas Pluviais Urbanas Ministério das Cidades Global 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