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FACULDADE DE AMERICANA FAM CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA ISABELA DOS SANTOS RACEAC ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Microbiologia AMERICANA 2025 ISABELA DOS SANTOS RACEAC ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Microbiologia Relatório apresentado como requisito para aprovação no Curso de Graduação de Biomedicina da Faculdade de americana FAM Docente orientadorProf Thiago Cabral de Souza Profª Ana Carolina Lopes Marron AMERICANA 2025 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 AMOSTRA DO TESTE DE UROCULTURA21 FIGURA 2 MEIOS DE CULTURA UROCULTURA23 FIGURA 3 LÂMINA DA BACTERIOSCOPIA UROCULTURA27 FIGURA 4 MATERIAIS DO TESTE DE ANTIBIOGRAMA30 FIGURA 5 RESULTADO DO ANTIBIOGRAMA32 FIGURA 6 RESULTADO CITRATO EPM E MLLI37 FIGURA 7 RESULTADO DO MEIO RUGAI44 FIGURA 8 TABELA DE IDENTIFICAÇÃO DO RESULTADO DO MICROORGANISMO46 FIGURA 9 ANTIBIÓTICOS USADOS NO ANTIBIOGRAMA47 FIGURA 10 PROCESSO DA COLORAÇÃO DE GRAM NA LÂMINA51 FIGURA 11 COCOS GRAMPOSITIVOS52 FIGURA 12 RESULTADO DO TEST DE CAMP54 FIGURA 13 ANTIBIOGRAMA SECREÇÃO VAGINAL55 FIGURA 14 STAPHY TEST59 FIGURA 15 RESULTADO DO MEIOS DE CULTURA DO TESTE DE SECREÇÃO NASAL61 FIGURA 16 AMOSTRA LCR64 FIGURA 17 CRESCIMENTO BACTERIANO PLACA DE ÁGAR SANGUE67 FIGURA 18 RESULTADO DA PLACA DE ÁGAR MACCONKEY72 FIGURA 19 ENTEROKIT B72 FIGURA 20 PLACA DE ÁGAR SS76 FIGURA 21 ESQUEMA DE SEPARAÇÃO PARA A SÉRIE DE TESTES UTILIZADOS PARA DEMONSTRAR A PRESENÇA DE SALMONELA OU SHIGELLA NO SANGUE URINA OU FEZES DE UM PACIENTE77 FIGURA 22 LÂMINA BACTERIOSCOPIA COPROCULTURA79 FIGURA 23 RESULTADO DO ENTEROKIT B80 FIGURA 24 RESULTADO DO KIT NF II86 FIGURA 25 LÂMINA HEMOCULTURA87 FIGURA 26 PLACA ÁGAR MUELLER HINTON ANTIBIOGRAMA90 FIGURA 27 MODELO DE RESULTADO DE HEMÓLISE94 FIGURA 28 RESULTADO TESTE NACL E BILI ESCULINA95 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA13 2 BACTERIOSCOPIA14 21 OBJETIVO14 22 MATERIAIS15 23 PROCEDIMENTO16 231 Procedimento Esfregaço em Placa16 232 Procedimento Esfregaço em Caldo16 3 UROCULTURA20 31 OBJETIVO20 32 MATERIAIS21 33 PROCEDIMENTO22 331 Semeadura e isolamento22 332 Método de Estrias24 25 34 RESULTADO25 341 Contagem de colônias25 35 BACTERIOSCOPIA26 351 Resultado26 36 LAUDO27 4 ANTIBIOGRAMA28 41 OBJETIVO28 42 MATERIAIS29 43 PROCEDIMENTO30 44 RESULTADOS31 45 LAUDO32 5 IDENTIFICAÇÃO DE BACILOS GRAM NEGATIVOS FERMENTADORES DE GLICOSE ENTEROBACTERIACEAE34 51 OBJETIVO34 52 MATERIAIS35 53 PROCEDIMENTO36 54 INTERPRETAÇÃO DO TESTE37 55 RESULTADOS39 56 LAUDO39 70 SEMEADURA em meio RUGAI40 71 OBJETIVO40 72 MATERIAIS40 73 PROCEDIMENTO41 74 INTERPRETAÇÃO DO TESTE42 75 BACTERIOSCOPIA44 45 75 RESULTADOS45 76 ANTIBIOGRAMA46 77 LAUDO47 8 SECREÇÃO VAGINAL48 81 OBJETIVO48 82 MATERIAIS49 83 PROCEDIMENTO50 831 Semeadura e isolamento50 832 Bacterioscopia51 Após a realização da coloração de Gram na lâmina utilizando a colônia presente no Ágar Sangue observouse ao microscópio o resultado da bacterioscopia Cocos Grampositivo51 84 RESULTADO52 841 Resultado Semeadura52 842 Resultado da prova catalase53 As bactérias pertencentes aos gêneros Staphylococcus e Micrococcus produzem a enzima catalase capaz de decompor o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água Esse teste é bem simples mas de grande valia no esquema de identificação de cocos No caso de uma amostra cuja suspeita clínica aponte para cocos Grampositivos o teste da catalase deve ser o primeiro a ser realizado após o isolamento primário ANVISA p 238 200453 Para a execução do teste devese preparar uma pequena suspensão do crescimento bacteriano em água destilada ou salina na superfície de uma lâmina de vidro bem limpa e adicionar uma a duas gotas de peróxido de hidrogênio 3 A positividade do teste é dada pela formação imediata de bolhas na suspensão bacteriana efervescência ANVISA p 238 200453 Para o teste da catalase uma pequena quantidade da colônia bacteriana foi transferida para uma lâmina de microscopia Adicionamos uma gota de peróxido de hidrogênio H2O2 à amostra A produção de bolhas indica um resultado positivo sugerindo a presença de bactérias catalase positivas como os estafilococos53 843 Teste de CAMP Ágar Sangue53 Inoculamos uma estria única de uma amostra de Staphylococcus aureus centro de uma placa de as estrias não devem se tocar ficando a 1 mm de distância incubar a placa a 3537C durante um período de 1824 horas Resultado positivo para Streptococcus agalactiae grupo B é evidenciada pelo alargamento da zona de lise que adquire a forma de ponta de flecha característica na área de intersecção entre as duas estrias54 85 ANTIBIOGRAMA55 86 LAUDO56 9 SECREÇÃO NASAL57 91 OBJETIVO57 O objetivo do teste de secreção nasal é identificar microrganismos patogênicos que possam estar causando infecções nas vias respiratórias superiores Ele pode detectar a presença de bactérias como o Staphylococcus aureus um dos agentes infecciosos mais comuns nas infecções respiratórias e também em infecções hospitalares57 A identificação presuntiva começa com a inoculação primária na placa de ágar sangue de carneiro que deve ser incubada em 5 de tensão de CO² método da vela ou estufa de CO2 As colônias de estafilococos são geralmente maiores convexas de coloração variando do brancoporcelana a amarelo podendo apresentar hemólise ou não Notese que o desenvolvimento da cor amarelada no S aureus ocorre somente após incubação prolongada 72 h à temperatura ambiente As colônias de estreptococos tendem a serem menores puntiformes e com halos de hemólise total ou parcial beta e alfa hemólise A diferenciação entre os estreptococos e os estafilococos se dá seguramente pela prova da catalase ANVISA p233 200457 92 PROCEDIMENTO58 921 Bacterioscopia58 Com uma alça bacteriológica estéril depositar uma pequena quantidade da amostra da secreção nasal presente no tubo de ensaio da bancada sobre uma lâmina de vidro limpa formando uma fina camada Deixar secar ao ar e fixar o esfregaço passando rapidamente a lâmina pela chama de um bico de Bunsen58 Realizar a coloração de Gram secar a lâmina e observar ao microscópio óptico com objetiva de imersão 1000x para identificar a morfologia e a coloração das bactérias presentes58 922 Semeadura e isolamento58 923 Teste de catalase58 924 Teste de Coagulase59 Iniciamos o teste utilizando colônias isoladas de cultivadas no Ágar Manitol Secreção Nasal Essas colônias foram transferidas para um tubo de ensaio com uma alça esterilizada onde foram dissolvidas para a realização do teste de coagulase Duas lâminas foram identificadas uma para o controle Lâmina C e outra para o teste Lâmina T59 Para a realização do teste utilizamos dois frascos Staphy Test que contêm o reagente necessário para a detecção da coagulase59 O reagente do frasco Staphy Test foi aplicado sobre as lâminas C e T 59 925 Interpretação do teste60 O teste da coagulase em tubo continua sendo o procedimento de referência para identificação de S aureus Tomase uma alçada do crescimento bacteriano obtido após repique 05 ml de cultura pura em caldo ou podese também utilizar colônias típicas diretamente da placa de ágar sangue ou ágar manitol salgado do isolamento primário transferindoas para um tubo contendo 05 mL de plasma diluído Os tubos devem ser incubados a 37C e observados a cada 1 hora nas 4 primeiras horas de incubação A positividade da reação é dada pela formação de um coágulo de qualquer intensidade O teste é negativo quando não se observam traços de fibrina coagulada Normalmente o coágulo é visível nas primeiras horas de incubação HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 666760 93 RESULTADOS60 931 Bacterioscopia Gram60 932 Meios de Cultura60 933 Resultado teste de catalase62 Positivo A formação imediata de bolhas indica a presença da enzima catalase sugerindo que a bactéria pertence ao gênero Staphylococcus62 Negativo A ausência de bolhas indica a falta de atividade catalase sugerindo que a bactéria pertence ao gênero Streptococcus62 No teste a formação de bolhas após a adição da colônia ao peróxido de hidrogênio confirma um resultado positivo para catalase indicando que a bactéria testada é provavelmente do gênero Staphylococcus62 934 Teste de coagulase62 A sequência de testes realizados catalase e coagulase permitiu a identificação precisa da bactéria isolada da secreção nasal como Staphylococcus aureus O teste de catalase positivo diferenciou estafilococos de estreptococos e o teste de coagulase positivo confirmou a espécie S aureus62 10 CULTURA LIQUIDO CEFALORRAQUIDIANO LCR63 101 OBJETIVO63 102 TIPO DE AMOSTRA64 64 103 MATERIAIS64 104 PROCEDIMENTO65 65 1041 Semeadura e isolamento65 O líquor foi semeado diretamente sem diluição em solução salina em diferentes meios de cultura ágar Mueller Hinton ágar MacConkey e ágar sangue A semeadura foi feita no método de esgotamento no ágar sangue e ágar MacConkey e o antibiograma com auxílio de um swab estéril no ágar Mueller Hinton A amostra também foi utilizada para a realização de bacterioscopia com coloração de Gram além de preparo para o antibiograma com o objetivo de avaliar a sensibilidade a antibióticos65 105 Identificação65 1051 Prova da Catalase65 1052 Teste de coagulase65 1053 Antibiograma66 1054 Bacterioscopia66 106 RESULTADOS67 Os resultados mostraram que a placa de ágar sangue apresentou crescimento bacteriano enquanto a placa de ágar MacConkey não apresentou crescimento o que indicou que a bactéria isolada não era Gramnegativa A bacterioscopia revelou a presença de cocos Grampositivos67 Foram realizados testes adicionais para identificação da bactéria o teste da catalase onde se esfrega a colônia em uma lâmina e se pinga peróxido de hidrogênio H O a 3 teve resultado positivo indicando a presença de ₂ ₂ estafilococos Em seguida foi feito o teste da coagulase no qual uma colônia foi colocada em um tubo com plasma e incubada por pelo menos duas horas O resultado também foi positivo confirmando que a bactéria presente era o Staphylococcus aureus67 1061 Laudo68 11 SECREÇÃO TRAQUEAL69 69 111 OBJETIVO69 112 MATERIAIS70 113 PROCEDIMENTO71 114 RESULTADOS71 1141 Leitura do Enterokit B72 1142 Bacterioscopia73 Foi observado no microscópio a lâmina depois de corada e o resultado foi Bacilo Gramnegativo73 115 Laudo73 73 12 Coprocultura75 121 OBJETIVO75 122 MATERIAIS76 76 123 PROCEDIMENTO76 124 RESULTADOS78 1241 Bacterioscopia78 1242 Enterokit B79 125 Laudo80 80 13 HEMOCULTURA82 131 OBJETIVO82 A presença de microrganismos viáveis no sangue do paciente pode levar a um considerável aumento da morbidade e da mortalidade Devemos também lembrar que este fato representa uma das mais importantes complicações do processo infeccioso o que torna a hemocultura um exame de significativo valor preditivo de infecção A maioria dos casos de infecção no sangue chamada de sepse acontece dentro de hospitais e muitas vezes é causada por microrganismos que são difíceis de combater porque resistem a vários antibióticos Os microrganismos podem chegar ao sangue de duas formas principais 1 Penetração a partir de um foco primário de infecção através de vasos linfáticos e daí até o sangue 2 Entrada direta na corrente sanguínea via agulhas ou outros dispositivos vasculares como cateteres Quando há microrganismos no sangue isso pode indicar que o corpo não conseguiu conter a infecção no local onde ela começou ou que houve falha médica em tratar corretamente esse foco como não drenar um abscesso ANVISA 200482 De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA 2004 pessoas com o sistema imunológico funcionando normalmente bem conseguem eliminar rapidamente esses invasores Porém isso pode ser mais difícil quando os microrganismos têm cápsulas protetoras ou quando o corpo ainda não tem anticorpos contra eles Geralmente num paciente imunocompetente as defesas naturais respondem prontamente à presença de microrganismos estranhos Esta eliminação pode ser menos eficiente quando os microrganismos são encapsulados ou mais eficiente quando o paciente já apresenta anticorpos contra o organismo infectante82 132 MATERIAIS83 133 PROCEDIMENTO84 1331 Kit NF II84 134 INTERPRETAÇÃO DO TESTE85 135 BACTERIOSCOPIA86 Realizamos a bacterioscopia utilizando a colônia presente no Ágar chocolate da Hemocultura observouse no microscópio o resultado da bacterioscopia Bacilo Gramnegativo87 136 Enterokit B87 137 Resultados88 1371 Antibiograma89 90 138 Laudo91 14 Secreção de ferida92 141 Objetivo92 142 MATERIAIS93 143 PROCEDIMENTO93 144 INTERPRETAÇÃO DO TESTE94 145 RESULTADO95 95 15 Conclusão do relatório96 16 Referencias97 13 1 INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA Segundo Teixeira 2020 p 78 Esta Ciência estuda os organismos microscópicos e suas atividades biológicas isto é verificam as diversas formas estruturas reprodução aspectos bioquímicofisiológicos e seu relacionamento entre si e com o hospedeiro podendo ser benéficos e prejudiciais A Microbiologia trata os organismos microscópicos unicelulares onde todos os processos vitais são realizados numa única célula A Célula é menor unidade funcional de um organismo e independente da complexidade que o mesmo apresente é através das células que todas as funções vitais são realizadas Todas as células vivas são basicamente estão compostas de membrana plasmática citoplasma e núcleo além de organelas que exercem diversas funções do metabolismo celular Os vírus são organismos acelulares que não possuem metabolismo próprio e dependem de células hospedeiras para se reproduzirem Os fungos que podem ser unicelulares ou pluricelulares atuam como decompositores e têm diversas aplicações em atividades humanas como na produção de alimentos medicamentos e biocombustíveis As bactérias por sua vez são organismos procariontes que podem viver isoladamente ou em colônias sendo que algumas apresentam plasmídeos que são estruturas genéticas adicionais e conferem características vantajosas como a resistência bacteriana TEIXEIRA 2020 14 2 BACTERIOSCOPIA 21 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é aprender e aplicar a técnica de bacterioscopia para a identificação e caracterização morfológica de bactérias em amostras clínicas A coloração de Gram será utilizada para diferenciar entre bactérias Grampositivas e Gramnegativas um procedimento fundamental na microbiologia diagnóstica Segundo Brown 2010 a coloração de Gram permite a visualização clara das características estruturais das bactérias essencial para a identificação rápida e precisa de patógenos Brown 2010 p 45 15 22 MATERIAIS Solução salina Alça de níquel cromo Lâminas para microscopia Bico de Bunsen Cristalvioleta corante Lugol mordente Álcoolacetona descorante Fucsina ou safranina corante Microscópio óptico Óleo de imersão 16 23 PROCEDIMENTO 231 Procedimento Esfregaço em Placa Com o auxílio de uma alça de níquelcromo flambada esterilizada colocar duas gotas de salina na lâmina limpa fazendo movimentos circulares Flambar novamente a alça e depois de esfriála transferir uma parte de crescimento bacteriano para uma lâmina e misturar com a salina Deixar secar Fixar o esfregaço passando a lâmina 3 vezes sobre a chama do bico de Bunsen 232 Procedimento Esfregaço em Caldo Com o auxílio de uma alça de níquelcromo flambada esterilizada colocar duas gotas do caldo de enriquecimento na lâmina limpa fazendo movimentos circulares Deixar secar Fixar o esfregaço passando a lâmina 3 vezes sobre a chama do bico de Bunsen 233 Coloração Gram 17 A coloração de Gram envolve várias etapas começando com a aplicação da violeta cristal e o uso do lugol seguido pela descoloração com álcoolacetona e finalizando com a aplicação da fucsina para Gram A etapa de descoloração deve ser feita com muito cuidado pois o uso prolongado do descolorante pode remover a coloração das duas formas bacterianas comprometendo os resultados PARAY 2023 Procedimento Cobrir o esfregaço com a solução de violeta cristal por um minuto Escorrer a violeta cristal Lavar a lâmina em água corrente ou água purificada Cobrir o esfregaço com lugol e esperar mais um minuto Escorrer o lugol Lavar a lâmina em água corrente ou água purificada Descorar o esfregaço pelo álcoolacetona por no máximo 10 segundos Para isto deixe a álcool cair gota a gota sobre a lâmina inclinada Lavar a lâmina em água corrente Cobrir o esfregaço com a solução de fucsina para Gram e esperar 30 segundos Lavar a lâmina em água corrente e secar com o auxílio de um papel de filtro Observar ao microscópio com a objetiva de imersão PARAY 2023 24 RESULTADOS A leitura das lâminas de bacterioscopia foi feita após a secagem das lâminas coradas Obtendo os seguintes resultados Placa 1 Bacilo Gramnegativo 18 Placa 2 Cocos Gramnegativo Placa 3 Cocos Grampositivo Para a confirmação e identificação das bactérias foi realizado a semeadura das amostras de caldo que serão abordadas no próximo tópico 25 LAUDOS Quadro 1 Laudo de Caldo 1 BACTERIOSCOPIA Nome Bacterioscopia Data da coleta 17022025 Número da amostra 1 Resultado Bacilo Gramnegativo Método Coloração de Gram Quadro 2 Laudo de Caldo 2 BACTERIOSCOPIA Nome Bacterioscopia Data da coleta17022025 Número da amostra 2 19 Resultado Cocos Gramnegativo Método Coloração de Gram Quadro 3 Laudo de Caldo 3 BACTERIOSCOPIA Nome Data da coleta 17022025 Número da amostra 3 Resultado Cocos Grampositivo Método Coloração de Gram 20 3 UROCULTURA 31 OBJETIVO Segundo MASSON L C etal 2020 p 77 as infecções urinárias ITU acometem indivíduos no mundo inteiro e são causadas principalmente por bactérias Gramnegativas sendo o diagnóstico laboratorial realizado pelo EAS e urocultura A padronização de um método para a realização de urocultura envolve diversos critérios variáveis que faz com que cada laboratório de microbiologia elabore o seu Desde características como o volume de urina a ser usado o método de coleta da amostra os meios de cultura o tempo de incubação e os critérios de interpretação devem ser relacionados de acordo com as características do laboratório A cultura de urina deve ser realizada por metodologia quantitativa em que é estimado o número de unidades formadoras de colôniasmL de urina UFCmL a partir da amostra não centrifugada O procedimento é usualmente feito com alças calibradas estéreis e descartáveis SBPC 2015 A interpretação das culturas de urina utilizada usualmente para testes rotineiros consiste em isolamentos de uma única espécie bacteriana que apresentou crescimento superior a 100mil UFCml indicam a presença de infecção contagens inferiores a 10000 UFCml sugerem contaminação vaginal ou uretral crescimento microbiano avaliado entre 10000 e 100000 UFCml são duvidosos tornandose necessária avaliação médica com base na clínica apresentada peloa paciente atenção especial para as amostras de crianças nas quais a coleta pode ser mais difícil e algumas infecções podem se manifestar em contagens mais baixas de 1000 a 10000 UFCml SILVEIRA etal 2010 21 32 MATERIAIS Placa de Agar CLED Placa de Agar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Estufa Urina de jato médio Figura 1 Amostra do teste de urocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 22 33 PROCEDIMENTO 331 Semeadura e isolamento Para a cultura quantitativa de urina utilizar uma alça calibrada de 10 µL Após a homogeneização da amostra procedemos a semeadura com alça calibrada de 10 µL em uma placa de Ágar Cled pelo Método Estrias e uma placa de Ágar MacConkey pelo Método de Esgotamento Incubamos as placas semeadas por 18 a 24 horas a 35ºC 2 Após este tempo analisamos as características das colônias no meio de cultura para a identificação 23 Figura 2 Meios de cultura urocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 O Ágar MacConkey presente na figura 2 é um meio de cultura seletivo segundo Jung e Hoilat 2024 O ágar MacConkey MAC que só cultiva espécies bacterianas gramnegativas pode diferenciar ainda mais os organismos Gramnegativos com base em seu metabolismo da lactose As propriedades seletivas e diferenciadoras do ágar MacConkey permitem a utilização para aplicações clínicas e de pesquisa A fermentação da lactose produz ácidos orgânicos principalmente ácido lático que diminui o pH do ágar O MAC contém um indicador de pH que fica rosa em condições ácidas Portanto os gramnegativos fermentadores de lactose formarão colônias rosa enquanto os fermentadores não lactose formarão colônias opacas esbranquiçadas O Ágar CLED Ágar Deficiente em Eletrólitos com Lactose e Cistina é um meio de cultura amplamente utilizado em microbiologia para isolar e identificar bactérias presentes no trato urinário Esse meio é formulado de maneira a inibir o crescimento de Proteus spp uma bactéria que pode comprometer os resultados ao se espalhar rapidamente sobre a superfície do meio O Ágar CLED não contém eletrólitos o que impede a disseminação desse microrganismo Além disso a presença de lactose permite a diferenciação das bactérias com aquelas que fermentam lactose formando colônias amarelas 24 enquanto as não fermentadoras permanecem incolores ou azuis A cistina um aminoácido presente no meio serve como fonte de nutrição para o crescimento bacteriano tornando o Ágar CLED útil em análises de infecções urinárias ao possibilitar a diferenciação de diversas bactérias com base na fermentação da lactose SPLabor 2024 332 Método de Estrias Quando tentamos estudar a flora bacteriana em diferentes ambientes como o corpo humano solo água ou alimentos logo percebemos que as bactérias geralmente estão presentes em populações mistas É muito raro encontrar uma única espécie de bactéria isolada em um ambiente natural Para estudar as características de uma espécie de forma isolada é fundamental separar essa bactéria das outras presentes no mesmo habitat Em outras palavras é necessário obter uma cultura pura do microrganismo BROWN A E p 8285 2010 Existem diferentes métodos para isolar uma cultura pura de uma amostra mista Os dois métodos mais comuns envolvem o uso de técnicas de estrias em placas ou placas de vazamento Ambas as técnicas têm como objetivo reduzir a quantidade de organismos presentes permitindo que se 25 selecione uma espécie isolada a partir das outras BROWN A E 2010 p 82 85 34 RESULTADO As placas semeadas foram deixadas em incubação por um dia apresentando crescimento de colônias Foi realizada a leitura das placas contento o crescimento de colônias da urina identificada como 2 341 Contagem de colônias Utilizamos a alça de 001 mL o número de UFCmL será dado pela contagem das colônias de mesmo aspecto na placa multiplicado por 100 RESULTADO Número de colônias 100000 UFCml 26 35 BACTERIOSCOPIA 351 Resultado Após fazermos a coloração de Gram na lâmina observamos no microscópio BACILO GRAM NEGATIVO 27 Figura 3 Lâmina da bacterioscopia urocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 Segundo Teixeira 2020 p 2021 para identificar bactérias GRAM e GRAM as bactérias Gram são coradas de ROXO pois fixam o corante cristal violeta e sua parede celular é composta por Lipídio e Proteína apresentando com uma camada de peptidoglicano bastante espessa As bactérias GRAM são coradas de ROSA pois fixam o corante Fucsina tendo a composição da parede celular composta por Lipídios Proteínas e Carboidratos parede de peptideoglicano mais fina As bactérias Gram são as únicas que possuem endotoxina LPS 36 LAUDO Quadro 4 Laudo de Urocultura Nome Urocultura Data da coleta 18022025 Número da amostra Urina identificada como 2 28 UROCULTURA Número de colônias Acima de 100000 UFCml Resultado Bacilo Gramnegativo Método Semeadura em meios específicos Material Urina 4 ANTIBIOGRAMA 41 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é realizar o teste de discodifusão em ágar um dos métodos de sensibilidade antimicrobiana mais simples e confiáveis Este teste envolve a aplicação de discos de antibióticos sobre uma placa de ágar previamente inoculada com a bactéria em estudo Após a incubação os diâmetros dos halos de inibição do crescimento bacteriano ao redor de cada disco são medidos em milímetros Esses diâmetros são indicativos da sensibilidade da bactéria ao antibiótico bem como da velocidade de difusão do antimicrobiano no ágar Conforme apontado por Bauer et al 1966 a metodologia do teste de discodifusão fornece uma maneira rápida e eficaz de avaliar a resistência bacteriana a múltiplos agentes antimicrobianos Bauer et al 1966 p 493 Na prática os resultados são interpretados comparando os valores dos halos de inibição com os critérios estabelecidos pelo CLSI 29 permitindo a categorização das amostras bacterianas em sensíveis resistentes ou intermediárias 42 MATERIAIS Meio de cultura de ágar MuellerHinton Swab estéril Tubo de ensaio com diluição bacteriana da urocultura Discos de concentração única para cada antibiótico 30 Figura 4 Materiais do teste de antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 43 PROCEDIMENTO Para a realização do antibiograma iniciouse com a coleta de uma colônia isolada da placa semeada que foi transferida para um tubo contendo solução salina A partir disso a colônia foi dissolvida na solução salina até atingir a turbidez Para realizar a semeadura um swab estéril foi imerso no tubo de salina com a colônia dissolvida Em seguida o swab foi utilizado para esfregar de maneira uniforme sobre toda a superfície da placa de ágar MuellerHinton garantindo que a diluição bacteriana fosse distribuída de forma homogênea Após a semeadura a placa foi preparada para a colocação dos discos de 31 antibióticos Para isso uma pinça estéril foi utilizada para colocar os discos de antibióticos sobre a superfície do ágar permitindo a formação de halos de inibição claramente visíveis A placa de ágar MuellerHinton foi então incubada a 35 2ºC por um período de 24 horas permitindo o crescimento bacteriano e a ação dos antibióticos sobre as bactérias presentes Após o período de incubação os halos de inibição formados ao redor dos discos foram medidos em milímetros utilizando uma régua apropriada A interpretação dos resultados foi realizada de acordo com as tabelas de interpretação de antibiograma que indicam se a bactéria é sensível intermediária ou resistente aos antibióticos testados 44 RESULTADOS Utilizamos a tabela de valores de halos inibitórios Antibiótico Amoxilina 10mcg halo de 22 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Imipenem 10mcg halo de 23 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ác Clavulânico 10mcg halo de 22 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ceftriaxona 30mcg halo de 30 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ampicilina 10mcg halo de 22 mm de diâmetro Sensível Meropenem 10mcg halo de 27mm de diâmetro Sensível Norfloxacina 10mcg halo de 35mm de diâmetro Sensível 32 Figura 5 Resultado do antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 45 LAUDO Quadro 5 Laudo Antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 25022025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Amoxilina 10 µg 22 mm Sensível Imipenem 10 µg 23 mm Sensível Ácido Clavulânico 10 µg 22 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 30 mm Sensível Ampicilina 10 µg 22 mm Sensível 33 Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Meropenem 10 µg 27 mm Sensível Norfloxacina 10 µg 35 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 34 5 IDENTIFICAÇÃO DE BACILOS GRAM NEGATIVOS FERMENTADORES DE GLICOSE ENTEROBACTERIACEAE 51 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é identificar bacilos Gramnegativos da família Enterobacteriaceae comumente encontrados em amostras clínicas A identificação dessas bactérias será realizada por meio de testes bioquímicos e culturas seletivas diferenciais com ênfase na capacidade dessas bactérias de fermentar glicose A fermentação da glicose é um critério crucial para diferenciar entre as várias espécies de enterobactérias De acordo com MacFaddin 2000 os testes bioquímicos são ferramentas essenciais na microbiologia clínica para a identificação precisa das enterobactérias permitindo um diagnóstico rápido e eficaz MacFaddin 2000 p 78 Usamos O Enterokit B que consiste dos seguintes meios EPM MILi e Citrato de Simmons O meio EPM contém os testes de fermentação e produção de gás em glicose produção de H2S hidrólise da uréia e desaminação do triptofano O meio MlLi contém os testes de motilidade indol e descarboxilação de lisina O Citrato de Simmons oferece o teste de utilização do citrato como única fonte de carbono Os três meios totalizam 8 testes que somados ao da fermentação da lactose na placa de isolamento permitem identificar com fidelidade a grande maioria das enterobactérias isoladas de espécimes clínicos PROBAC DO BRASIL ENTEROKIT B Rev 02 35 52 MATERIAIS Placa de Agar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio EPM Meio MlLi Meio Citrato de Simmons Urocultura da aula anterior 36 53 PROCEDIMENTO Para dar continuidade às análises utilizamos o Enterokit B para identificação da bactéria bacilo gram negativo desconhecida que cresceu no meio Mac Conkey Tocamos a colônia com agulha de níquel cromo e semeamos os 3 meios na seguinte ordem Citrato EPM e MlLi sempre flambando a alça a cada semeadura Para inocular o meio de Citrato deslizamos a agulha pelo centro estriando toda a superfície inclinada No meio EPM introduzimos a agulha até o fundo do tubo e ao retirála semeamos a superfície do meio No MILi semeamos por picada central que deve atingir o fundo do tubo Incubamos o Enterokit a 35C 2C para fazer a leitura após 18 horas a 24 horas 37 54 INTERPRETAÇÃO DO TESTE Figura 6 Resultado Citrato EPM e MlLi Fonte Isabela Dos Santos 2025 Meio Citrato Negativo Meio MILi Lisina negativo Motilidade positivo Indol negativo Meio EPM H2S positivo Uréia positivo Gás negativo LTD positivo LAC 4 Urease 4 Indol 4 Gás 2 LTD 2 Lisina 2 H2S 1 Mot 1 Citrato 1 Bactéria 170 38 Segundo a bula do PROBAC DO BRASIL ENTEROKIT B Rev 02 o Meio EPM apresenta as seguintes características Produção de gás Aparecimento de bolhas ou deslocamento do meio de cultura do fundo do tubo Produção de H2S Enegrecimento do meio em qualquer intensidade Hidrólise da uréia Aparecimento de cor azul ou verde azulada reação fraca que se estende para a base do meio envolvendoa totalmente ou não Desaminação do triptofano LTD Aparecimento de cor verde garrafa na superfície do meio Além disso o Meio MlLi apresenta as seguintes reações Motilidade MOT A bactéria móvel cresce além da linha de picada A imóbilidade se caracteriza pela bactéria que cresce apenas nesta linha Descarboxilação da lisina Quando a lisina é descarboxilada o meio adquire cor púrpura acentuada ou discreta Quando o aminoácido não é utilizado o meio adquire cor amarelada nos seus 23 inferiores O teste é considerado positivo sempre que o meio não estiver amarelo Produção de indol Adicionar 3 a 4 gotas do reativo de Kovacs à superfície do meio e agitar levemente Quando a bactéria produz indol o reativo adquire cor rosa ou vermelha Quando não produz o reativo mantém sua cor inalterada Por fim o Meio Citrato de Simmons revela a utilização do citrato pelo aparecimento de cor azul na superfície do meio O teste é considerado negativo quando a cor do meio não sofre alteração Quando houver mais de uma espécie bacteriana deverão ser realizadas provas complementares como as do Enterokit C Também devem ser usadas provas complementares quando o resultado obtido corresponder a um número não existente na tabela PROBAC DO BRASIL ENTEROKIT B Rev 02 39 55 RESULTADOS Utilizamos a tabela interpretativa de identificação de bactérias e o resultado foi 170 indicativo de Proteus Mirabilis Proteus penneri 56 LAUDO Quadro 6 Laudo Nome Leitura ENTEROKIT B Data da coleta 25022025 UROCULTURA Número de colônias Acima de 100000 UFCml Resultado Proteus Mirabilis Proteus penneri Método Semeadura em meios específicos Material Urocultura da aula anterior 40 70 SEMEADURA EM MEIO RUGAI 71 OBJETIVO RENYLAB 2018 p 1 descreve que este meio é utilizado para identificar as principais espécies de Enterobactérias Víbrios e Aeromonas permitindo em um só tubo a leitura das seguintes reações motilidade da bactéria indicado pela turvação da lisina na base lisina descarboxilase fermentação da glicose em profundidade e da sacarose na superfície do meio produção de gás sulfídrico H2S gás em glicose utilização do aminoácido L triptofano desaminação hidrólise da uréia e no tampão do tubo um desenvolvimento de coloração avermelhada que indica a formação de indol A identificação das enterobactérias é a principal base para o diagnóstico laboratorial dos bacilos Gram negativos BGN fermentadores de glicose O isolamento de BGN que não reagem à prova de oxidase não oferece muita dificuldade quando estamos diante de cepas bioquimicamente típicas Este meio de cultura destinase à identificação presuntiva de enterobactérias Sua finalidade principal é a triagem bioquímica de colônias que crescem nos meios seletivos para bactérias Gram negativas Para uma identificação mais precisa dos microrganismos recomendase a utilização do Kit para Enterobactérias uma vez que o Meio de Rugai com Lisina se presta somente para diagnóstico presuntivo dos mesmos O meio é composto de Parte Superior Meio de Rugai Parte Central Cera de Vascar Parte Inferior Meio de Lisina Tampa indol RENYLAB p01 2018 72 MATERIAIS 41 Placa de Agar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio Rugai Salina estéril 73 PROCEDIMENTO 42 Usando a agulha estéril encostar suavemente na superfície de uma colônia de bactéria do ágar MacConkey Introduzir a agulha no tubo de ensaio realizando uma picada central na parte inferior do Meio Lisina parte mais profunda do tubo Após a picada puxar a agulha em direção à superfície do faça um estriamento suave a agulha deve ser flambada novamente após a inoculação para garantir a esterilidade 74 INTERPRETAÇÃO DO TESTE 43 Segundo a bula do RENYLAB MEIO RUGAI MODIFICADO 2018 o Meio EPM apresenta as seguintes características Desaminação do LTriptofano prova positiva quando há desenvolvimento de coloração verde garrafa no ápice do tubo e a prova negativa se caracteriza pela manutenção da cor original do meio ou cor amarelada Fermentação da glicose o surgimento de cor amarela na porção inferior de meio caracteriza prova positiva do contrário o meio mantémse inalterado esta prova deve ser obrigatoriamente positiva para todas as enterobactérias devendose atentar para o fato de que nos casos de bactérias que produzem H2S ou hidrolisam a uréia a cor amarela é mascarada Fermentação da sacarose surgimento de cor amarelada na superfície do meio Produção de gás a partir da glicose caso a bactéria em estudo produza gás a partir da glicose irão se formar bolhas no interior do meio podendo em alguns casos o meio pode chegar a se partir e sofrer deslocamento Produção de gás sulfídrico H Sa produção de gás sulfídrico é evidenciada pelo surgimento de coloração negra com intensidade variável na porção inferior de meio Hidrólise da uréia considerase a prova positiva quando há a formação de uma coloração azulada na porção inferior de meio Descarboxilação da lisina inicialmente o meio ficará amarelo indicando que a bactéria é viável e no caso de haver a descarboxilação da lisina o meio volta à cor púrpura original do contrário para prova negativa o As colônias a identificar são semeadas por picada em profundidade e meio mantémse amarelo Motilidade caso o crescimento bacteriano fique restrito à linha de picada considerase a motilidade negativa do contrário para a motilidade positiva há um crescimento difuso com turvação parcial ou completa do meio Indol o surgimento de uma cor vermelha na tampa caracteriza a prova positiva 44 Figura 7 Resultado do Meio Rugai Fonte Isabela Dos Santos 2025 75 BACTERIOSCOPIA Transferimos uma parte de crescimento bacteriano da placa Ágar MacConkey para a lâmina e misturamos com a salina 45 Realizamos a coloração de Gram na lâmina observamos no microscópio e identificamos o resultado Bacilo Gramnegativo 75 RESULTADOS Resultados do Meio Rugai Modificado Teste Resultado LTriptofano Negativo Sacarose Negativo H2S Negativo 46 Teste Resultado Glicose Gás Positivo Glicose Positivo Ureia Negativo Indol Positivo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e o resultado foi E Coli Escherichia Coli Figura 8 Tabela de identificação do resultado do microorganismo Fonte Isabela Dos Santos 2025 76 ANTIBIOGRAMA Utilizamos a tabela de valores de halos inibitórios e o resultado foi Antibiótico Ciprofloxacina halo de 45 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Sulfametoxazol halo de 35 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Gentamicina halo de 25 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ceftriaxona halo de 40 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Levofloxacia halo de 36 mm de diâmetro Sensível 47 Figura 9 Antibióticos usados no antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 77 LAUDO Quadro 7 Laudo antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 17032025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Ciprofloxacina 5 µg 45 mm Sensível Sulfametoxazol 2375 µg 35 mm Sensível 48 Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Gentamicina 10 µg 25 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 40 mm Sensível Levofloxacia 10 µg 36 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 8 SECREÇÃO VAGINAL 81 OBJETIVO O teste de secreção vaginal é utilizado para identificar agentes infecciosos presentes nas regiões perianal retal no introito vaginal e no terço distal da parede vaginal auxiliando no diagnóstico da doença estreptocócica neonatal que está associada com significantes índices de mortalidade perinatal principalmente em recémnascidos prematuros Especificamente a detecção de Streptococcus Agalactiae MARCONI et al 2010 O objetivo desta aula prática é realizar a cultura de secreção vaginal para a pesquisa de Streptococcus βhemolítico do grupo B com o intuito de identificar a presença deste patógeno e compreender sua relevância clínica A análise visa detectar possíveis infecções auxiliando no diagnóstico preciso e 49 contribuindo para o tratamento adequado das pacientes afetadas Segundo Murray et al 2005 a identificação de Streptococcus βhemolítico do grupo B em amostras clínicas é crucial para a prevenção de complicações graves especialmente em gestantes onde a transmissão para o recémnascido pode ocorrer Murray et al p102 2005 82 MATERIAIS Placa de ágar sangue Placa de ágar MacConkey Bico de Bunsen Pinça estéril Alça de inoculação estéril Lâminas e lamínulas para microscopia Solução salina estéril Amostra de secreção vaginal Peróxido de hidrogênio H2O2 50 83 PROCEDIMENTO 831 Semeadura e isolamento Em ambiente estéril a alça de inoculação foi aquecida na chama do bico de Bunsen até ficar incandescente e deixada esfriar Uma pequena quantidade da amostra foi então transferida do tubo com secreção vaginal diluída para a placa de ágar sangue distribuindose a amostra na superfície do ágar utilizando a técnica de esgotamento a agulha deve ser flambada novamente após a inoculação para garantir a esterilidade Seguimos com a semeadura no Ágar MacConkey uma pequena quantidade da amostra foi então transferida do tubo com secreção vaginal diluída para a placa de ágar MacConkey distribuindose a amostra na superfície do ágar utilizando a técnica de esgotamento As placas foram colocadas na estufa de incubação a 3537C e incubadas por um período de 24 a 48 horas Após o período de incubação as placas foram observadas para verificar a presença de colônias As colônias características geralmente betahemolíticas com uma zona clara ao redor foram identificadas Para confirmação da identidade do patógeno testes bioquímicos específicos ou de hemólise foram realizados Realizamos a prova de Catalase Teste de Camp e o Antibiograma 51 832 Bacterioscopia Após a realização da coloração de Gram na lâmina utilizando a colônia presente no Ágar Sangue observouse ao microscópio o resultado da bacterioscopia Cocos Grampositivo Figura 10 Processo da coloração de Gram na lâmina Fonte Isabela Dos Santos2025 52 Figura 11 Cocos Grampositivos Fonte Isabela Dos Santos2025 84 RESULTADO 841 Resultado Semeadura Houve crescimento somente na placa de Ágar Sangue 53 842 Resultado da prova catalase As bactérias pertencentes aos gêneros Staphylococcus e Micrococcus produzem a enzima catalase capaz de decompor o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água Esse teste é bem simples mas de grande valia no esquema de identificação de cocos No caso de uma amostra cuja suspeita clínica aponte para cocos Grampositivos o teste da catalase deve ser o primeiro a ser realizado após o isolamento primário ANVISA p 238 2004 Para a execução do teste devese preparar uma pequena suspensão do crescimento bacteriano em água destilada ou salina na superfície de uma lâmina de vidro bem limpa e adicionar uma a duas gotas de peróxido de hidrogênio 3 A positividade do teste é dada pela formação imediata de bolhas na suspensão bacteriana efervescência ANVISA p 238 2004 Para o teste da catalase uma pequena quantidade da colônia bacteriana foi transferida para uma lâmina de microscopia Adicionamos uma gota de peróxido de hidrogênio H2O2 à amostra A produção de bolhas indica um resultado positivo sugerindo a presença de bactérias catalasepositivas como os estafilococos Obtemos o resultado negativo na amostra de secreção vaginal gênero Streptococcus 843 Teste de CAMP Ágar Sangue Meio enriquecido com 5 de sangue de carneiro Além de ser altamente nutritivo propiciando o crescimento da maioria das bactérias de interesse clínico o ágar sangue também tem uma característica diferencial A conservação das hemácias integras favorece a formação de halos de hemólise nítidos úteis para a escolha dos testes complementares e diferenciais do gênero Streptococcus HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 63 54 Figura 12 Resultado do Test de Camp Fonte Isabela Dos Santos 2025 Bactéria betahemolítica Streptococcus pyogenes Observase a lise completa das hemácias ao redor das colônias Devese atentar para os stabs indicações com setas realizados para a verificação da atividade máxima da estreptolisina O que é lábil ao oxigênio Bactéria alfahemolítica Streptococcus pneumoniae Apresenta lise parcial das hemácias resultando em uma coloração cinzaesverdeada ou acastanhada HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 63 Inoculamos uma estria única de uma amostra de Staphylococcus aureus centro de uma placa de as estrias não devem se tocar ficando a 1 mm de distância incubar a placa a 3537C durante um período de 1824 horas Resultado positivo para Streptococcus agalactiae grupo B é evidenciada pelo alargamento da zona de lise que adquire a forma de ponta de flecha característica na área de intersecção entre as duas estrias Resultado positivo com a presença de setas na zona de proliferação Streptococcus agalactiae 55 85 ANTIBIOGRAMA Semeamos o Ágar Mueller Hinton com a bactéria que apresentou crescimento no do Ágar MacConkey do teste de semeadura da secreção vaginal Utilizamos a tabela de valores de halos inibitórios e o resultado foi Antibiótico Claritromicina halo de 38 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Sulfametoxazol halo de 35 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Eritromicina halo de 37 mm de diâmetro Sensível Figura 13 Antibiograma secreção vaginal Fonte Isabela Dos Santos 2025 56 86 LAUDO Quadro 8 Laudo bacterioscopia ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 25032025 Resultado Streptococcus βhemolítico do grupo B Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Claritromicina 10 µg 38 mm Sensível Sulfametoxazol 10 µg 35 mm Sensível Eritromicina 10 µg 37 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 57 9 SECREÇÃO NASAL 91 OBJETIVO O objetivo do teste de secreção nasal é identificar microrganismos patogênicos que possam estar causando infecções nas vias respiratórias superiores Ele pode detectar a presença de bactérias como o Staphylococcus aureus um dos agentes infecciosos mais comuns nas infecções respiratórias e também em infecções hospitalares Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária 2004 o Staphylococcus aureus pode se espalhar a partir de certas áreas do corpo como a pele e as membranas mucosas podendo contaminar tanto o paciente quanto objetos inanimados ou outras pessoas Isso pode ocorrer através de contato direto ou pela dispersão no ar aerossol resultando em infecções graves devido aos fatores de virulência da bactéria ou por sua resistência aos antibióticos usados atualmente A identificação presuntiva começa com a inoculação primária na placa de ágar sangue de carneiro que deve ser incubada em 5 de tensão de CO² método da vela ou estufa de CO2 As colônias de estafilococos são geralmente maiores convexas de coloração variando do brancoporcelana a amarelo podendo apresentar hemólise ou não Notese que o desenvolvimento da cor amarelada no S aureus ocorre somente após incubação prolongada 72 h à temperatura ambiente As colônias de estreptococos tendem a serem menores puntiformes e com halos de hemólise total ou parcial beta e alfa hemólise A diferenciação entre os estreptococos e os estafilococos se dá seguramente pela prova da catalase ANVISA p233 2004 58 92 PROCEDIMENTO 921 Bacterioscopia Com uma alça bacteriológica estéril depositar uma pequena quantidade da amostra da secreção nasal presente no tubo de ensaio da bancada sobre uma lâmina de vidro limpa formando uma fina camada Deixar secar ao ar e fixar o esfregaço passando rapidamente a lâmina pela chama de um bico de Bunsen Realizar a coloração de Gram secar a lâmina e observar ao microscópio óptico com objetiva de imersão 1000x para identificar a morfologia e a coloração das bactérias presentes 922 Semeadura e isolamento Com uma alça estéril realizar a semeadura por esgotamento superficial na placa de ágar MacConkey seguimos para o Ágar Manitol Salgado 75 NaCl inoculamos a amostra por estrias e por último o Ágar Sangue realizamos a semeadura por esgotamento 923 Teste de catalase Pegamos uma pequena porção da colônia do Ágar Sangue com uma alça esterilizada colocamos na lâmina de vidro e esfregamos Colocamos sobre este esfregaço uma gota de água oxigenada a 3 e observamos a formação de bolhas ANVISA 2004 p 238 59 924 Teste de Coagulase Iniciamos o teste utilizando colônias isoladas de cultivadas no Ágar Manitol Secreção Nasal Essas colônias foram transferidas para um tubo de ensaio com uma alça esterilizada onde foram dissolvidas para a realização do teste de coagulase Duas lâminas foram identificadas uma para o controle Lâmina C e outra para o teste Lâmina T Para a realização do teste utilizamos dois frascos Staphy Test que contêm o reagente necessário para a detecção da coagulase O reagente do frasco Staphy Test foi aplicado sobre as lâminas C e T Figura 14 Staphy Test Fonte Isabela Dos Santos 2025 60 925 Interpretação do teste O teste da coagulase em tubo continua sendo o procedimento de referência para identificação de S aureus Tomase uma alçada do crescimento bacteriano obtido após repique 05 ml de cultura pura em caldo ou podese também utilizar colônias típicas diretamente da placa de ágar sangue ou ágar manitol salgado do isolamento primário transferindoas para um tubo contendo 05 mL de plasma diluído Os tubos devem ser incubados a 37C e observados a cada 1 hora nas 4 primeiras horas de incubação A positividade da reação é dada pela formação de um coágulo de qualquer intensidade O teste é negativo quando não se observam traços de fibrina coagulada Normalmente o coágulo é visível nas primeiras horas de incubação HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 6667 93 RESULTADOS 931 Bacterioscopia Gram Observação de Bacilos Gramnegativos 932 Meios de Cultura Ágar Manitol Salgado 61 O vermelho de fenol funciona como indicador de pH nesse meio o qual apresenta normalmente uma coloração rosasalmão mas que muda sua cor para amarelo na presença de espécies fermentadoras do manitol Figura 15 Resultado do meios de cultura do teste de secreção nasal Fonte Isabela Dos Santos2025 62 933 Resultado teste de catalase Positivo A formação imediata de bolhas indica a presença da enzima catalase sugerindo que a bactéria pertence ao gênero Staphylococcus Negativo A ausência de bolhas indica a falta de atividade catalase sugerindo que a bactéria pertence ao gênero Streptococcus No teste a formação de bolhas após a adição da colônia ao peróxido de hidrogênio confirma um resultado positivo para catalase indicando que a bactéria testada é provavelmente do gênero Staphylococcus 934 Teste de coagulase A sequência de testes realizados catalase e coagulase permitiu a identificação precisa da bactéria isolada da secreção nasal como Staphylococcus aureus O teste de catalase positivo diferenciou estafilococos de estreptococos e o teste de coagulase positivo confirmou a espécie S aureus 63 10 CULTURA LIQUIDO CEFALORRAQUIDIANO LCR 101 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é realizar a cultura de líquido cefalorraquidiano LCR para detectar agentes patogênicos presentes nesse fluido corporal Iniciamos com a coleta do LCR em condições assépticas seguida pela inoculação em meios de cultura específicos para identificar possíveis infecções bacterianas fúngicas ou virais A incubação foi realizada em estufa a 3537C com leituras periódicas das placas para observar o crescimento microbiano De acordo com Tille 2013 a cultura de LCR é uma técnica essencial para o diagnóstico de meningites e outras infecções do sistema nervoso central permitindo um tratamento rápido e adequado Tille 2013 p 254 Quando da realização da cultura de líquor outros parâ metros devem ser avaliados para uma interpretação correta do achado microbiológico tais como a celularidade o nível de gli cose e proteínas A contagem normal de leucócitos no líquor é a 5 células mm3 todas mononucleares Na meningite bacteriana está aumentada com predomínio inicial de polimorfonucleares 80 podendo aparecer linfócitos subsequentemente Valores de glicose menores que 30 mgdl ou menos que 50 dos níveis séricos em 50 dos pacientes sugerem meningite bacteriana fúngica ou por microbactérias Valores de proteínas acima de 100 mgdl indicam provável infecção bacteriana 64 102 TIPO DE AMOSTRA Figura 16 Amostra LCR Fonte Isabela Dos Santos 2025 103 MATERIAIS Amostra LCR Ágar Sangue Ágar MacConkey Ágar Mueller Hinton 65 Bico de Bunsen Alça de Inoculação Estéril Swab Microscópio Lâminas Discos de antibiótico pinça e régua 104 PROCEDIMENTO 1041 Semeadura e isolamento O líquor foi semeado diretamente sem diluição em solução salina em diferentes meios de cultura ágar Mueller Hinton ágar MacConkey e ágar sangue A semeadura foi feita no método de esgotamento no ágar sangue e ágar MacConkey e o antibiograma com auxílio de um swab estéril no ágar Mueller Hinton A amostra também foi utilizada para a realização de bacterioscopia com coloração de Gram além de preparo para o antibiograma com o objetivo de avaliar a sensibilidade a antibióticos 105 IDENTIFICAÇÃO 1051 Prova da Catalase Para o teste da catalase uma pequena quantidade da colônia bacteriana foi transferida para uma lâmina de microscopia Adicionamos uma gota de peróxido de hidrogênio H2O2 à amostra A produção de bolhas indica um resultado positivo sugerindo a presença de bactérias catalasepositivas como os estafilococos 1052 Teste de coagulase 66 Para este teste realizamos a semeadura de uma colônia bacteriana em um caldo de cultura contendo 65 de NaCl A amostra foi incubada a 3537C por 2448 horas O crescimento bacteriano em meio salino indica a capacidade da bactéria de sobreviver em altas concentrações de sal característica de certos enterococos 1053 Antibiograma Para o antibiograma uma suspensão da colônia bacteriana foi preparada e espalhada uniformemente em uma placa de ágar MuellerHinton Discos de papel impregnados com diferentes antibióticos foram colocados na superfície do ágar Após incubação a 3537C por 24 horas medimos os halos de inibição ao redor dos discos para determinar a sensibilidade ou resistência das bactérias aos antibióticos testados 1054 Bacterioscopia A bacterioscopia do líquor consiste na preparação de um esfregaço em lâmina seguido de fixação pelo calor e coloração de Gram O procedimento permite diferenciar bactérias Grampositivas roxo e Gramnegativas vermelho além de observar suas formas e arranjos Após a coloração a lâmina é analisada ao microscópio óptico com objetiva de imersão auxiliando na identificação preliminar do agente infeccioso presente no sistema nervoso central 67 106 RESULTADOS Os resultados mostraram que a placa de ágar sangue apresentou crescimento bacteriano enquanto a placa de ágar MacConkey não apresentou crescimento o que indicou que a bactéria isolada não era Gramnegativa A bacterioscopia revelou a presença de cocos Grampositivos Foram realizados testes adicionais para identificação da bactéria o teste da catalase onde se esfrega a colônia em uma lâmina e se pinga peróxido de hidrogênio H₂O₂ a 3 teve resultado positivo indicando a presença de estafilococos Em seguida foi feito o teste da coagulase no qual uma colônia foi colocada em um tubo com plasma e incubada por pelo menos duas horas O resultado também foi positivo confirmando que a bactéria presente era o Staphylococcus aureus Figura 17 Crescimento bacteriano placa de ágar sangue Fonte Isabela Dos Santos 2025 68 1061 LAUDO Foi utilizado a tabela de leitura dos halos e o resultado do antibiograma foi o seguinte Quadro 9 Laudo antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 15042025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Cefotaxima 30 µg 32 mm Sensível Doxiciclina 30 µg 45 mm Sensível 69 Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Gentamicina 10 µg 27 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 32 mm Sensível Ampicilina 10 µg 50 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 11 SECREÇÃO TRAQUEAL 111 OBJETIVO As infecções respiratórias do trato inferior representam uma das principais causas de morbidade e mortalidade associadas às infecções hospitalares sendo especialmente relevantes em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva UTI Dentre essas infecções a pneumonia hospitalar particularmente a associada à ventilação mecânica PAV destacase tanto pela sua frequência quanto pela gravidade clínica ANVISA 2004 p 6566 A pneumonia nosocomial é caracterizada por seu aparecimento após 48 horas de internação estando ausente no momento da admissão hospitalar Sua incidência varia entre 6 a 10 casos a cada 1000 admissões podendo atingir níveis ainda maiores em pacientes que necessitam de suporte ventilatório invasivo cuja exposição prolongada ao ventilador aumenta de 7 a 21 vezes o risco de infecção Nessas condições a mortalidade associada pode alcançar até 55 reforçando a necessidade de intervenções diagnósticas precoces e precisas ANVISA 2004 p 6566 70 A coleta de secreção traqueal constitui um procedimento essencial para a investigação microbiológica de agentes etiológicos envolvidos nessas infecções especialmente em pacientes entubados ou traqueostomizados A identificação do patógeno permite a escolha de uma terapia antimicrobiana direcionada reduzindo o uso indiscriminado de antibióticos de amplo espectro contribuindo para o controle da resistência bacteriana e melhorando o prognóstico do paciente ANVISA 2004 p 6566 Dessa forma a realização do procedimento de coleta de secreção traqueal é uma prática clínica indispensável para o manejo adequado das infecções respiratórias em ambiente hospitalar integrandose ao protocolo de vigilância e tratamento das pneumonias hospitalares com especial enfoque naquelas associadas à ventilação mecânica ANVISA 2004 p 6566 112 MATERIAIS Placa de Ágar MacConkey Placa Ágar Mueller Hinton Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio EPM Meio MlLi Meio Citrato de Simmons 71 113 PROCEDIMENTO Usamos a amostra de secreção traqueal para investigação microbiológica com o objetivo de identificar o agente etiológico presente na via aérea inferior e determinar seu perfil de sensibilidade a antimicrobianos A amostra foi semeada em meio de cultura seletivo e diferencial Ágar MacConkey no método de esgotamento que permite o crescimento de bactérias gramnegativas e a diferenciação de microrganismos fermentadores de lactose Após o crescimento bacteriano foram observadas características morfológicas das colônias seguidas da realização de testes bioquímicos por meio do Enterokit B visando a identificação do microrganismo Os testes incluíram avaliação da produção de gás produção de H₂S atividade de urease produção de indol descarboxilação da lisina utilização de citrato motilidade fermentação de lactose Realizamos a bacterioscopia da colônia do ágar MacConkey já semeado Por fim foi realizado o teste de sensibilidade aos antimicrobianos antibiograma utilizando o método de discodifusão em ágar MuellerHinton Foram testados os seguintes antibióticos clavulanato CLA amoxicilina ácido clavulânico AMC tazobactam piperacilina IPM gentamicina GEN e cloranfenicol CLO Os halos de inibição foram medidos em milímetros e interpretados conforme os padrões de sensibilidade 114 RESULTADOS Após incubação do ágar MacConkey foi observada a presença de colônias vermelhas e lactosepositivas 72 Figura 18 Resultado da Placa de Ágar MacConkey Fonte Isabela Dos Santos 2025 1141 Leitura do Enterokit B Na sequência foi realizado o Enterokit B um teste bioquímico de identificação cujos resultados foram os seguintes Figura 19 Enterokit B Fonte Isabela Dos Santos 2025 73 Teste Resultado LTriptofano Negativo Lactose Positiva H2S Negativo Glicose Gás Positivo Glicose Positivo Ureia Negativo Indol Negativo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e o resultado foi Enterobacter aerogenes Serratia sp 1142 Bacterioscopia Foi observado no microscópio a lâmina depois de corada e o resultado foi Bacilo Gramnegativo 115 LAUDO Quadro 10 Laudo Antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 29042025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Amoxilina 10 µg 22 mm Sensível 74 Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Imipenem 10 µg 23 mm Sensível Ácido Clavulânico 20 µg Resistente Gentamicina 10 µg 18 mm Sensível Claritromicina 15 µg Resistente Cloranfenicol 30 µg 24 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 75 12 COPROCULTURA 121 OBJETIVO A coprocultura é um exame microbiológico fundamental para a detecção de bactérias entéricas patogênicas em amostras de fezes humanas sendo amplamente utilizada na investigação de quadros de gastroenterites Os patógenos entéricos de maior preocupação médica são a salmonela e a shigella elas causam febres entéricas intoxicação alimentar e disenteria bacilar A Salmonella typhi que causa a febre tifoide é de longe o patógeno mais significativo do grupo das salmonelas Segundo BROWN el at 2010 Além do organismo tifoide existem outras 10 espécies distintas de salmonela e mais de 2200 sorotipos A shigella que é a principal causa da disenteria humana compreende quatro espécies e muitos sorotipos Os sorotipos dentro dos gêneros são organismos com características bioquímicas semelhantes que podem ser mais facilmente diferenciados pela tipagem sorológica Os testes de rotina para a presença desses patógenos são uma função dos laboratórios de saúde pública em vários níveis governamentais O isolamento desses entéricos patogênicos das fezes é complicado pelo fato de o cólon conter uma população diversificada de bactérias Espécies de gêneros como Escherichia Proteus Enterobacter Pseudomonas e Clostridium existem em grande número portanto é necessário usar meios diferenciais e seletivos para favorecer o crescimento dos patógenos BROWN A E 2010 p 270272 76 122 MATERIAIS Placa de Ágar SS Placa de Ágar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Enterokit B Lâmina Amostra fezes Figura 20 Placa de Ágar SS Fonte Isabela Dos Santos 2025 123 PROCEDIMENTO 77 A amostra de fezes foi semeada no método de esgotamento no ágar SalmonellaShigella SS meio seletivo e diferencial indicado para o isolamento de Salmonella spp e Shigella spp que inibe o crescimento da maior parte da flora comensal intestinal Após incubação da placa de ágar SS houve o crescimento de colônias realizamos a bacterioscopia pegando uma colônia presente no ágar com uma pinça esterilizada e transferimos para a lâmina pingamos uma gota de salina e fixamos o esfregaço passando a lâmina sobre a chama do bico de Bunsen Etapa importante para a avaliação morfológica preliminar das bactérias presentes Utilizando a coloração de Gram foi possível observar a presença de bacilos gramnegativos característica comum das enterobactérias As colônias presentes no ágar SS foram utilizadas na aplicação do Enterokit B um conjunto de testes bioquímicos que avaliam o metabolismo de diferentes substratos permitindo a identificação de espécies de enterobactérias com base em suas reações metabólicas A mesma colônia foi utilizada para a realização do antibiograma pelo método de discodifusão em ágar Mueller Hinton com o objetivo de determinar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos Para complementar a identificação do microrganismo a colônia foi também semeada em ágar MacConkey meio diferencial que possibilita a distinção entre bactérias lactose positivas Figura 21 Esquema de separação para a série de testes utilizados para demonstrar a presença de salmonela ou shigella no sangue urina ou fezes de um paciente 78 Fonte Bensons Microbiological Applications Laboratory Manual in General Microbiology 12 ed New York McGrawHill Education p270 2010 124 RESULTADOS 1241 Bacterioscopia Transferimos uma parte de crescimento bacteriano da placa Ágar SS para a lâmina e misturamos com a salina Realizamos a coloração de Gram na lâmina observamos no microscópio e identificamos o resultado Bacilo Gramnegativo 79 Figura 22 Lâmina bacterioscopia coprocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 1242 Enterokit B Para a diferenciação dos patógenos SS é determinar se um não fermentador de lactose pode fazer três coisa Exibir motilidade produzir sulfeto de hidrogênio e produzir urease 80 Figura 23 Resultado do Enterokit B Fonte Isabela Dos Santos2025 Teste Resultado LTriptofano Negativo Citrato Positivo H2S Positivo Glicose Gás Positivo Glicose Positivo Ureia Negativo Indol Negativo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e o resultado foi 313 Salmonella Chiguella spp 125 LAUDO Quadro 11 Laudo Antibiograma 81 ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 05052025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Ácido Nilidíxico 30 µg 21mm Sensível Gentamicina 10 µg 12mm Resistente Claritromicina 15 µg 13mm Resistente Doxiciclina 30 µg 10 mm Resistente Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Ágar MacConkey Salmonella Shigella e outras espécies que não fermentam lactose produzem colônias lisas e incolores Coliformes que fermentam lactose produzem colônias avermelhadas mucoides ou com o centro escuro 82 13 HEMOCULTURA 131 OBJETIVO A presença de microrganismos viáveis no sangue do paciente pode levar a um considerável aumento da morbidade e da mortalidade Devemos também lembrar que este fato representa uma das mais importantes complicações do processo infeccioso o que torna a hemocultura um exame de significativo valor preditivo de infecção A maioria dos casos de infecção no sangue chamada de sepse acontece dentro de hospitais e muitas vezes é causada por microrganismos que são difíceis de combater porque resistem a vários antibióticos Os microrganismos podem chegar ao sangue de duas formas principais 1 Penetração a partir de um foco primário de infecção através de vasos linfáticos e daí até o sangue 2 Entrada direta na corrente sanguínea via agulhas ou outros dispositivos vasculares como cateteres Quando há microrganismos no sangue isso pode indicar que o corpo não conseguiu conter a infecção no local onde ela começou ou que houve falha médica em tratar corretamente esse foco como não drenar um abscesso ANVISA 2004 De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA 2004 pessoas com o sistema imunológico funcionando normalmente bem conseguem eliminar rapidamente esses invasores Porém isso pode ser mais difícil quando os microrganismos têm cápsulas protetoras ou quando o corpo ainda não tem anticorpos contra eles Geralmente num paciente imunocompetente as defesas naturais respondem prontamente à presença de microrganismos estranhos Esta eliminação pode ser menos eficiente quando os microrganismos são encapsulados ou mais eficiente quando o paciente já apresenta anticorpos contra o organismo infectante Na maioria dos casos a bacteremia que é a presença de bactérias no sangue é causada por um único tipo de microrganismo Porém em algumas situações a infecção pode ser causada por mais de um tipo ao mesmo tempo o que chamamos de origem polimicrobiana Apesar de qualquer infecção 83 localizada no corpo poder chegar à corrente sanguínea a presença de bactérias ou fungos no sangue costuma estar mais relacionada ao uso de dispositivos colocados diretamente nas veias como os catéteres além de infecções no abdômen nos pulmões ou no sistema urinário Os termos bacteremia e fungemia servem apenas para indicar que foram encontradas bactérias ou fungos no sangue da pessoa Já a sepse é uma condição mais grave em que a pessoa apresenta sinais clínicos de infecção no corpo mesmo que o exame de sangue como a hemocultura não tenha dado positivo ANVISA 2004 132 MATERIAIS Placa de Ágar MacConkey Placa Ágar Mueller Hinton Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio EPM Meio MlLi Meio Citrato de Simmons Kit NF II 84 133 PROCEDIMENTO 1331 Kit NF II O OxiFerm Tube II produzido pela BectonDickinson é utilizado para a identificação de bactérias Gramnegativas oxidasepositivas que não podem ser identificadas por meio do sistema do Enterokit B Os dois sistemas multitestes foram desenvolvidos para funcionar em conjunto Se uma bactéria Gramnegativa desconhecida for oxidasenegativa utilizase o Enterokit B Caso o microrganismo seja oxidasepositivo devese utilizar o OxiFerm Tube II Sempre que uma bactéria Gramnegativa oxidasenegativa apresentarse negativa para glicose no teste Enterokit B é necessário prosseguir com o uso do OxiFerm Tube IIO sistema incorpora 12 meios de cultura convencionais diferentes que podem ser inoculados simultaneamente e rapidamente Um total de 14 testes fisiológicos são realizados BROWN A E 2010 Foram utilizadas colônias retiradas diretamente do frasco de hemocultura As amostras foram primeiramente semeadas no tubo de ágar MacConkey utilizando o método de estrias em superfície com o objetivo de obter colônias bem isoladas para posterior identificação O procedimento de inoculação foi realizado utilizando o método de picada nos restantes dos tubos do teste do kit OxiFerm Tube II no qual uma alça bacteriológica estéril foi utilizada para perfurar o meio de cultura presente em cada tubo do sistema garantindo a introdução do microorganismo No tubo teste de gelatina foram adicionadas 10 gotas de solução salina estéril homogeneizandose o conteúdo para ativação do teste Finalizada a inoculação o tubo foi tampado e incubado a 35 C por um período de 18 a 24 horas Após o tempo de incubação foi realizada a interpretação dos resultados observandose reações bioquímicas como fermentação de açúcares produção de gás presença de gelatinase Para o teste de produção de indol ao final da leitura foi injetado no compartimento específico 1 a 2 gotas do reagente de Kovacs 85 134 INTERPRETAÇÃO DO TESTE A produção de amônia pela a fermentação positiva é indicada por uma mudança de cor de verde neutro para amarelo ácido A maioria das bactérias gramnegativas do tipo oxidativofermentativo é negativa para esse teste A descarboxilação da arginina resulta na formação de produtos finais alcalinos o que muda a cor do indicador bromo cresol roxo de amarelo ácido para roxo alcalino sendo que a cor cinza indica resultado negativo A descarboxilação da lisina também leva à formação de produtos finais alcalinos promovendo a mesma mudança de coloração do indicador novamente a cor cinza representa um resultado negativo A fermentação da lactose altera a cor do meio de vermelho neutro para amarelo ácido embora a maioria das bactérias gramnegativas OF seja negativa nesse teste A produção de gás é evidenciada pela separação da camada de cera do meio e em alguns casos pode também provocar o deslocamento do ágar das paredes do compartimento A oxidação bacteriana da sacarose provoca uma mudança de cor de verde neutro para amarelo ácido a detecção é feita com a adição do reagente de Kovacs no compartimento 48 horas após a incubação assim como ocorre na oxidação bacteriana da xilose da glicose e da maltose todas resultando em alteração da cor do meio para amarelo ácido indicando a produção de ácidos A oxidação bacteriana de outro carboidrato testado também é evidenciada por essa mesma mudança de coloração A desaminação da fenilalanina gera ácido pirúvico que reage com um sal férrico resultando em uma coloração acastanhada A produção de amônia pela ação da urease sobre a ureia aumenta a alcalinidade do meio alterando a cor do vermelho de fenol de bege ácido para rosa ou roxo sendo que um tom rosa claro deve ser considerado negativo Por fim os microrganismos que crescem no meio de citrato são capazes de utilizálo como única fonte de carbono o que aumenta a alcalinidade e muda a coloração do meio de verde neutro para azul alcalino BROWN A E p 197 2010 86 Figura 24 Resultado do Kit NF II Fonte Isabela Dos Santos 2025 135 BACTERIOSCOPIA 87 Realizamos a bacterioscopia utilizando a colônia presente no Ágar chocolate da Hemocultura observouse no microscópio o resultado da bacterioscopia Bacilo Gramnegativo Figura 25 Lâmina Hemocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 136 ENTEROKIT B Na sequência foi realizado o Enterokit B um teste bioquímico de identificação cujos resultados foram os seguintes 88 Teste Resultado LTriptofano Negativo Lactose Negativa H2S Negativo Glicose Gás Positivo Glicose Negativo Ureia Negativo Indol Negativo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e não foi possivel identificar então iremos realizar o teste no KIT NF II 137 RESULTADOS Foi realizada a análise de 14 tubos com meios bioquímicos do sistema NF II para identificação de microrganismo oxidase positivo Os seguintes resultados foram obtidos Teste da fita de oxidase positivo Meio Agar MacConkey lactose negativa sem crescimento bacteriano Na sequência foi realizado Leitura do sistema NF II um teste bioquímico de identificação cujos resultados foram os seguintes 89 Teste Resultado Glicose c óleo Positivo Glicose s óleo Positivo Maltose Positivo Gelatinase Positivo Nitrato Positivo Arginina Negativo Lactose Negativo Lisina Negativo Motilidade Positivo Com base no teste da fita de oxidase positivo e nos resultados do sistema NF II o microrganismo apresenta características típicas de uma bactéria Gramnegativa não fermentadora oxidase positiva com metabolismo oxidativo da glicose redução de nitrato e produção de gelatinase Os dados são compatíveis com 363 Pseudomonas fluorescens 1371 Antibiograma Foi realizado também o antibiograma diluímos as colônias presentes no Ágar chocolate da Hemocultura na salina e espalhamos uniformemente em uma placa de ágar MuellerHinton com um swab Discos de papel impregnados com diferentes antibióticos foram colocados na superfície do ágar Após incubação a 3537C por 24 horas medimos os halos de inibição ao redor dos discos para determinar a sensibilidade ou resistência das bactérias aos antibióticos testados 90 Figura 26 Placa Ágar Mueller Hinton antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 91 138 LAUDO Foi utilizado a tabela de leitura dos halos e o resultado do antibiograma foi o seguinte Quadro 10 Laudo antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 13052025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Norfloxacina 30 µg 20 mm Sensível Aztreonam 30 µg 30 mm Sensível Imipenem 10 µg 20 mm Sensível Ciprofloxacina 5 µg 30 mm Sensível Ampicilina 10 µg Resistente Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 92 14 SECREÇÃO DE FERIDA 141 OBJETIVO A pele é o órgão mais exposto do corpo sendo um dos mais suscetíveis a lesões e infecções composta por duas camadas A camada mais externa é chamada de epiderme enquanto a mais interna é a derme Os folículos capilares as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas desembocam na superfície da pele Abaixo da derme encontrase a camada subcutânea de gordura sob a qual há uma camada fina de tecido conjuntivo que envolve os músculos ligamentos e outros tecidos do corpo Essa estrutura cria espaços em diversas regiões do corpo como a cabeça o pescoço os dedos as mãos e os pés Essa camada atua como uma barreira que limita a propagação de infecções porém também pode representar um obstáculo terapêutico devido à sua característica impermeável necessitando de abordagem cirúrgica As infecções da pele abrangem uma ampla variedade de agentes causadores e mecanismos patogênicos diversos Essas infecções são categorizadas em primárias ou secundárias dependendo da presença ou ausência de uma lesão prévia que sirva de porta de entrada agudas ou persistentes conforme a duração do quadro infeccioso podendo ainda ser causadas por um único microrganismo ou múltiplos Infecções originadas em estruturas profundas podem se manifestar como lesões cutâneas As infecções primárias ocorrem em indivíduos sem lesão prévia aparente como nas erisipelas As infecções secundárias surgem como consequência de lesões na pele como escoriações traumas cirúrgicos ou feridas abertas Tais infecções podem ser monomicrobianas como em feridas infectadas por estafilococos ou polimicrobianas como em certos quadros de gangrena provocados por estreptococos microaerófilos e bactérias anaeróbias As infecções secundárias podem permanecer restritas ou se espalhar dependendo da gravidade da doença subjacente ou serem desencadeadas por algum trauma Como exemplo de infecção aguda ou crônica podese mencionar um furúnculo causado por estafilococos que se resolve rapidamente ao passo que certas micoses crônicas podem persistir por meses ou até anos ANVISA 2004 93 142 MATERIAIS Placa de ágar sangue Placa de ágar chocolate Bico de Bunsen Alça de inoculação estéril Tubo teste NaCl Tubo Bilisescurina 143 PROCEDIMENTO Para a realização do teste de secreção de ferida inicialmente é feita a coleta da secreção diretamente da ferida com o uso de um swab estéril evitando contaminações externas Em seguida a amostra é semeada em duas placas uma com ágar sangue que permite observar o tipo de hemólise e outra com ágar chocolate utilizada para cultivar bactérias mais exigentes nutricionalmente As placas são incubadas a 37 C por 24 a 48 horas 94 144 INTERPRETAÇÃO DO TESTE No ágar sangue analisase o tipo de hemólise que ocorreu alfa hemólise parcial beta hemólise total ou gama sem hemólise Se as colônias não apresentarem halo hemolítico ao redor é caracterizada a gama hemólise No caso em questão foi verificada a presença de cocos gram positivos sem hemólise Para confirmar se é enterococos uma colônia do ágar chocolate foi coletada com uma alça estéril e inoculada em dois tubos um contendo NaCl e outro com bilisesculina No tubo com bilisesculina se houver escurecimento formação de cor preta o resultado é considerado positivo indicando a capacidade de hidrolisar a esculina na presença de bile uma característica típica de enterococos Como o meio ficou preto o teste foi positivo confirmando a presença de enterococos na secreção analisada Figura 27 Modelo de resultado de hemólise Fonte Thiago Cabral de Souza2025 95 145 RESULTADO Resultado positivo para Enterococos Cocos Gram positivo Figura 28 Resultado teste NaCl e Bili esculina Fonte Isabela Dos Santos 2025 96 15 CONCLUSÃO DO RELATÓRIO O estágio supervisionado em microbiologia foi fundamental para aplicar na prática os conhecimentos adquiridos durante a graduação Através da realização de diferentes técnicas como coloração de Gram culturas em meios específicos testes bioquímicos e antibiogramas foi possível entender melhor os processos de identificação de microrganismos e a importância de cada etapa para um diagnóstico correto Ao longo do estágio foram analisadas diversas amostras possibilitando a identificação de bactérias como E coli Staphylococcus aureus Proteus mirabilis Salmonella spp entre outras Cada procedimento contribuiu para o desenvolvimento técnico e também para a compreensão da rotina laboratorial e da responsabilidade envolvida no trabalho em análises clínicas 97 16 REFERENCIAS TEIXEIRA D A Microbiologia básica Teófilo OtoniMG Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 2020 ISBN 9786599220500 PARAY Ansar Ahmad Gram staining a Brief Review International Journal of Research and Review International Journal of Research and Review v 10 n 9 p 337 set 2023 BROWN A E Bensons Microbiological Applications Laboratory Manual in General Microbiology 12 ed New York McGrawHill Education 2010 MASSON L C et al Diagnóstico laboratorial das infecções urinárias relação entre a urocultura e o EAS Revista Brasileira de Análises Clinicas v 52 n 1 2020 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA SBPCML Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial SBPC ML boas práticas em microbiologia clínica 2015 SILVEIRA Alessandro Conrado de Oliveira et al Quando e como valorizar culturas de urina polimicrobianas no laboratório de microbiologia clínica 2010 JUNG Benjamin HOILAT Gilles J MacConkey Agar a selective and differential medium NCBI Bookshelf Última atualização em 10 set 2024 SPLabor Ágar CLED função preparação composição consulte o guia do comprador jan 2024 BAUER A W Kirby W M M Sherris J C Turck M 1966 Antibiotic Susceptibility Testing by a Standardized Single Disk Method American Journal of Clinical Pathology v 45 n 4 p493496 1966 98 MacFaddin J F Biochemical Tests for Identification of Medical Bacteria Lippincott Williams Wilkins p 78 2000 PROBAC DO BRASIL Produtos Bacteriológicos Ltda ENTEROKIT B Rev 02 São Paulo PROBAC DO BRASIL RENYLAB Meio Rugai Modificado 2018 Murray P R Rosenthal K S Pfaller M A Medical Microbiology Elsevier Mosby p102 2005 HOLANDA Cecília Maria de Carvalho Xavier ARIMATEIA Dayse Santos MOTTA NETO Renato Manual de bacteriologia e de enteroparasitos Natal EDUFRN 2017 MARCONI Camila ROCCHETTI Talita Trevizani RALL Vera Lúcia Mores CARVALHO Lidia Raquel de BORGES Vera Terezinha Medeiros SILVA Márcia Guimarães da Detection of Streptococcus agalactiae colonization in pregnant women by using combined swab cultures crosssectional prevalence study São Paulo Medical Journal v 128 n 2 p 6062 2010 Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA Manual de microbiologia clínica para o controle de infecção em serviços de saúde edição comemorativa para o IX Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar Salvador 2004 Brasília ANVISA 2004 TILLE Patricia M Bailey Scotts diagnostic microbiology 15 ed St Louis Elsevier Health Sciences 2021 FACULDADE DE AMERICANA FAM CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA ISABELA DOS SANTOS RACEAC ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Microbiologia AMERICANA 2025 ISABELA DOS SANTOS RACEAC ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Microbiologia Relatório apresentado como requisito para aprovação no Curso de Graduação de Biomedicina da Faculdade de Americana FAM Docente orientadorProf Thiago Cabral de Souza Profª Ana Carolina Lopes Marron AMERICANA 2025 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 AMOSTRA DO TESTE DE UROCULTURA 13 FIGURA 2 MEIOS DE CULTURA UROCULTURA 14 FIGURA 3 LÂMINA DA BACTERIOSCOPIA UROCULTURA 16 FIGURA 4 MATERIAIS DO TESTE DE ANTIBIOGRAMA 18 FIGURA 5 RESULTADO DO ANTIBIOGRAMA 19 FIGURA 6 RESULTADO CITRATO EPM E MLLI 22 FIGURA 7 RESULTADO DO MEIO RUGAI 26 FIGURA 8 TABELA DE IDENTIFICAÇÃO DO RESULTADO DO MICROORGANISMO 27 FIGURA 9 ANTIBIÓTICOS USADOS NO ANTIBIOGRAMA 28 FIGURA 10 PROCESSO DA COLORAÇÃO DE GRAM NA LÂMINA 30 FIGURA 11 COCOS GRAMPOSITIVOS 31 FIGURA 12 RESULTADO DO TEST DE CAMP 32 FIGURA 13 ANTIBIOGRAMA SECREÇÃO VAGINAL 33 FIGURA 14 STAPHY TEST 36 FIGURA 15 RESULTADO DO MEIOS DE CULTURA DO TESTE DE SECREÇÃO NASAL 37 FIGURA 16 AMOSTRA LCR 39 FIGURA 17 CRESCIMENTO BACTERIANO PLACA DE ÁGAR SANGUE 42 FIGURA 18 RESULTADO DA PLACA DE ÁGAR MACCONKEY 45 FIGURA 19 ENTEROKIT B 45 FIGURA 20 PLACA DE ÁGAR SS 48 FIGURA 21 ESQUEMA DE SEPARAÇÃO PARA A SÉRIE DE TESTES UTILIZADOS PARA DEMONSTRAR A PRESENÇA DE SALMONELA OU SHIGELLA NO SANGUE URINA OU FEZES DE UM PACIENTE 49 FIGURA 22 LÂMINA BACTERIOSCOPIA COPROCULTURA 49 FIGURA 23 RESULTADO DO ENTEROKIT B 50 FIGURA 24 RESULTADO DO KIT NF II 55 FIGURA 25 LÂMINA HEMOCULTURA 55 FIGURA 26 PLACA ÁGAR MUELLER HINTON ANTIBIOGRAMA 57 FIGURA 27 MODELO DE RESULTADO DE HEMÓLISE 60 FIGURA 28 RESULTADO TESTE NACL E BILI ESCULINA 61 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA9 2 BACTERIOSCOPIA9 21 OBJETIVO9 22 MATERIAIS 9 23 PROCEDIMENTO 10 231 Procedimento Esfregaço em Placa10 232 Procedimento Esfregaço em Caldo10 24 RESULTADOS 11 25 LAUDOS11 3 UROCULTURA 12 31 OBJETIVO12 32 MATERIAIS 13 33 PROCEDIMENTO13 331 Semeadura e isolamento 13 332 Método de Estrias 15 34 RESULTADO15 341 Contagem de colônias15 35 BACTERIOSCOPIA 15 351 Resultado 15 36 LAUDO16 4 ANTIBIOGRAMA17 41 OBJETIVO17 42 MATERIAIS 17 43 PROCEDIMENTO18 44 RESULTADOS19 45 LAUDO19 5IDENTIFICAÇÃO DE BACILOS GRAM NEGATIVOS FERMENTADORES DE GLICOSE ENTEROBACTERIACEAE20 51 OBJETIVO20 52 MATERIAIS 21 53 PROCEDIMENTO21 54 INTERPRETAÇÃO DO TESTE24 55 RESULTADOS23 56 LAUDO23 6 SEMEADURA EM MEIO RUGAI24 61 OBJETIVO24 62 MATERIAIS 24 63 PROCEDIMENTO25 64 INTERPRETAÇÃO DO TESTE25 65 BACTERIOSCOPIA 26 65 RESULTADOS26 66 ANTIBIOGRAMA27 67 LAUDO28 7 SECREÇÃO VAGINAL29 71 OBJETIVO29 72 MATERIAIS 29 73 PROCEDIMENTO30 731 Semeadura e isolamento 30 732 Bacterioscopia30 74 RESULTADO31 741 Resultado Semeadura31 742 Resultado da prova catalase31 743 Teste de CAMP Ágar Sangue 32 75 ANTIBIOGRAMA33 76 LAUDO34 8 SECREÇÃO NASAL34 81 OBJETIVO34 82 PROCEDIMENTO35 821 Bacterioscopia35 822 Semeadura e isolamento 35 823 Teste de catalase 35 824 Teste de Coagulase36 825 Interpretação do teste 36 83 RESULTADOS37 831Bacterioscopia Gram 37 832 Meios de Cultura 37 833 Resultado teste de catalase37 834 Teste de coagulase 38 9 CULTURA LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO LCR 38 91 OBJETIVO38 92 TIPO DE AMOSTRA 39 93 MATERIAIS 39 94 PROCEDIMENTO40 941 Semeadura e isolamento 40 95 Identificação 40 951 Prova da Catalase40 952 Teste de coagulase 40 953 Antibiograma 40 954 Bacterioscopia41 96 RESULTADOS41 961 Laudo 42 10 SECREÇÃO TRAQUEAL43 101 OBJETIVO43 102 MATERIAIS 43 103 PROCEDIMENTO44 104 RESULTADOS 44 1041 Leitura do Enterokit B45 1042 Bacterioscopia46 105 Laudo 46 11 COPROCULTURA 47 111 OBJETIVO47 112 MATERIAIS47 113 PROCEDIMENTO 48 114 RESULTADOS49 1141 Bacterioscopia49 1142 Enterokit B50 115 Laudo51 12 HEMOCULTURA 51 121 OBJETIVO51 122 MATERIAIS 53 123 PROCEDIMENTO53 1231 Kit NF II 53 124 INTERPRETAÇÃO DO TESTE54 125 BACTERIOSCOPIA 55 126 Enterokit B56 127 Resultados 56 1271 Antibiograma 57 128 Laudo 57 13 SECREÇÃO DE FERIDA58 131 Objetivo 58 132 MATERIAIS 59 133 PROCEDIMENTO59 134 INTERPRETAÇÃO DO TESTE60 135 RESULTADO60 14 CONCLUSÃO DO RELATÓRIO61 15 REFERÊNCIAS61 9 1 INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA Segundo Teixeira 2020 p 78 Esta Ciência estuda os organismos microscópicos e suas atividades biológicas isto é verificam as diversas formas estruturas reprodução aspectos bioquímicofisiológicos e seu relacionamento entre si e com o hospedeiro podendo ser benéficos e prejudiciais A Microbiologia trata os organismos microscópicos unicelulares onde todos os processos vitais são realizados numa única célula A Célula é menor unidade funcional de um organismo e independente da complexidade que o mesmo apresente é através das células que todas as funções vitais são realizadas Todas as células vivas são basicamente estão compostas de membrana plasmática citoplasma e núcleo além de organelas que exercem diversas funções do metabolismo celular Os vírus são organismos acelulares que não possuem metabolismo próprio e dependem de células hospedeiras para se reproduzirem Os fungos que podem ser unicelulares ou pluricelulares atuam como decompositores e têm diversas aplicações em atividades humanas como na produção de alimentos medicamentos e biocombustíveis As bactérias por sua vez são organismos procariontes que podem viver isoladamente ou em colônias sendo que algumas apresentam plasmídeos que são estruturas genéticas adicionais e conferem características vantajosas como a resistência bacteriana TEIXEIRA 2020 2 BACTERIOSCOPIA 21 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é aprender e aplicar a técnica de bacterioscopia para a identificação e caracterização morfológica de bactérias em amostras clínicas A coloração de Gram será utilizada para diferenciar entre bactérias Grampositivas e Gramnegativas um procedimento fundamental na microbiologia diagnóstica Segundo Brown 2010 a coloração de Gram permite a visualização clara das características estruturais das bactérias essencial para a identificação rápida e precisa de patógenos BROWN 2010 p 45 22 MATERIAIS Solução salina Alça de níquel cromo Lâminas para microscopia 10 Bico de Bunsen Cristalvioleta corante Lugol mordente Álcoolacetona descorante Fucsina ou safranina corante Microscópio óptico Óleo de imersão 23 PROCEDIMENTO 231 Procedimento Esfregaço em Placa Com o auxílio de uma alça de níquelcromo flambada esterilizada colocar duas gotas de salina na lâmina limpa fazendo movimentos circulares Flambar novamente a alça e depois de esfriála transferir uma parte de crescimento bacteriano para uma lâmina e misturar com a salina Deixar secar Fixar o esfregaço passando a lâmina 3 vezes sobre a chama do bico de Bunsen 232 Procedimento Esfregaço em Caldo Com o auxílio de uma alça de níquelcromo flambada esterilizada colocar duas gotas do caldo de enriquecimento na lâmina limpa fazendo movimentos circulares Deixar secar Fixar o esfregaço passando a lâmina 3 vezes sobre a chama do bico de Bunsen 233 Coloração Gram A coloração de Gram envolve várias etapas começando com a aplicação da violeta cristal e o uso do lugol seguido pela descoloração com álcoolacetona e finalizando com a aplicação da fucsina para Gram A etapa de descoloração deve ser feita com muito cuidado pois o uso prolongado do descolorante pode remover a coloração das duas formas bacterianas comprometendo os resultados PARAY 2023 11 Procedimento Cobrir o esfregaço com a solução de violeta cristal por um minuto Escorrer a violeta cristal Lavar a lâmina em água corrente ou água purificada Cobrir o esfregaço com lugol e esperar mais um minuto Escorrer o lugol Lavar a lâmina em água corrente ou água purificada Descorar o esfregaço pelo álcoolacetona por no máximo 10 segundos Para isto deixe a álcool cair gota a gota sobre a lâmina inclinada Lavar a lâmina em água corrente Cobrir o esfregaço com a solução de fucsina para Gram e esperar 30 segundos Lavar a lâmina em água corrente e secar com o auxílio de um papel de filtro Observar ao microscópio com a objetiva de imersão PARAY 2023 24 RESULTADOS A leitura das lâminas de bacterioscopia foi feita após a secagem das lâminas coradas Obtendo os seguintes resultados Placa 1 Bacilo Gramnegativo Placa 2 Cocos Gramnegativo Placa 3 Cocos Grampositivo Para a confirmação e identificação das bactérias foi realizada a semeadura das amostras de caldo que serão abordadas no próximo tópico 25 LAUDOS Quadro 1 Laudo de Caldo 1 BACTERIOSCOPIA Nome Bacterioscopia Data da coleta 17022025 Número da amostra 1 Resultado Bacilo Gramnegativo Método Coloração de Gram Fonte Dados da aula prática 12 Quadro 2 Laudo de Caldo 2 BACTERIOSCOPIA Nome Bacterioscopia Data da coleta17022025 Número da amostra 2 Resultado Cocos Gramnegativo Método Coloração de Gram Fonte Dados da aula prática Quadro 3 Laudo de Caldo 3 BACTERIOSCOPIA Nome Data da coleta 17022025 Número da amostra 3 Resultado Cocos Grampositivo Método Coloração de Gram Fonte Dados da aula prática 3 UROCULTURA 31 OBJETIVO Segundo Masson L C et al 2020 p 77 as infecções urinárias ITU acometem indivíduos no mundo inteiro e são causadas principalmente por bactérias Gramnegativas sendo o diagnóstico laboratorial realizado pelo EAS e urocultura A padronização de um método para a realização de urocultura envolve diversos critérios variáveis que faz com que cada laboratório de microbiologia elabore o seu Desde características como o volume de urina a ser usado o método de coleta da amostra os meios de cultura o tempo de incubação e os critérios de interpretação devem ser relacionados de acordo com as características do laboratório A cultura de urina deve ser realizada por metodologia quantitativa em que é estimado o número de unidades formadoras de colôniasmL de urina UFCmL a partir da amostra não centrifugada O procedimento é usualmente feito com alças calibradas estéreis e descartáveis SBPC 2015 A interpretação das culturas de urina utilizada usualmente para testes rotineiros consiste em isolamentos de uma única espécie bacteriana que apresentou crescimento superior a 100 mil UFCml indicam a presença de 13 infecção contagens inferiores a 10000 UFCml sugerem contaminação vaginal ou uretral crescimento microbiano avaliado entre 10000 e 100000 UFCml são duvidosos tornandose necessária avaliação médica com base na clínica apresentada peloa paciente atenção especial para as amostras de crianças nas quais a coleta pode ser mais difícil e algumas infecções podem se manifestar em contagens mais baixas de 1000 a 10000 UFCml SILVEIRA etal 2010 32 MATERIAIS Placa de Ágar CLED Placa de Ágar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Estufa Urina de jato médio Figura 1 Amostra do teste de urocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 33 PROCEDIMENTO 331 Semeadura e isolamento Para a cultura quantitativa de urina utilize uma alça calibrada de 10 µL Após a homogeneização da amostra procedemos à semeadura com alça calibrada de 10 µL em uma placa de Ágar Cled pelo Método Estrias e uma placa de Ágar MacConkey pelo Método de Esgotamento Incubamos as placas semeadas por 18 a 14 24 horas a 35ºC 2 Após este tempo analisamos as características das colônias no meio de cultura para a identificação Figura 2 Meios de cultura urocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 O Ágar MacConkey presente na figura 2 é um meio de cultura seletivo segundo Jung e Hoilat 2024 O ágar MacConkey MAC que só cultiva espécies bacterianas gramnegativas pode diferenciar ainda mais os organismos Gramnegativos com base em seu metabolismo da lactose As propriedades seletivas e diferenciadoras do ágar MacConkey permitem a utilização para aplicações clínicas e de pesquisa A fermentação da lactose produz ácidos orgânicos principalmente ácido lático que diminui o pH do ágar O MAC contém um indicador de pH que fica rosa em condições ácidas Portanto os gramnegativos fermentadores de lactose formarão colônias rosa enquanto os fermentadores não lactose formarão colônias opacas esbranquiçadas O Ágar CLED Ágar Deficiente em Eletrólitos com Lactose e Cistina é um meio de cultura amplamente utilizado em microbiologia para isolar e identificar bactérias presentes no trato urinário Esse meio é formulado de maneira a inibir o crescimento de Proteus spp uma bactéria que pode comprometer os resultados ao se espalhar rapidamente sobre a superfície do meio O Ágar CLED não contém eletrólitos o que impede a disseminação desse microrganismo Além disso a presença de lactose permite a diferenciação das bactérias com aquelas que fermentam lactose formando colônias amarelas enquanto as não fermentadoras permanecem incolores ou azuis A cistina um aminoácido presente no meio serve como fonte de nutrição para o crescimento bacteriano tornando o Ágar CLED útil em análises de infecções 15 urinárias ao possibilitar a diferenciação de diversas bactérias com base na fermentação da lactose SPLabor 2024 332 Método de Estrias Quando tentamos estudar a flora bacteriana em diferentes ambientes como o corpo humano solo água ou alimentos logo percebemos que as bactérias geralmente estão presentes em populações mistas É muito raro encontrar uma única espécie de bactéria isolada em um ambiente natural Para estudar as características de uma espécie de forma isolada é fundamental separar essa bactéria das outras presentes no mesmo habitat Em outras palavras é necessário obter uma cultura pura do microrganismo BROWN A E p 8285 2010 Existem diferentes métodos para isolar uma cultura pura de uma amostra mista Os dois métodos mais comuns envolvem o uso de técnicas de estrias em placas ou placas de vazamento Ambas as técnicas têm como objetivo reduzir a quantidade de organismos presentes permitindo que se selecione uma espécie isolada a partir das outras BROWN A E 2010 p 8285 34 RESULTADO As placas semeadas foram deixadas em incubação por um dia apresentando crescimento de colônias Foi realizada a leitura das placas contendo o crescimento de colônias da urina identificada como 2 341 Contagem de colônias Utilizamos a alça de 001 mL o número de UFCmL será dado pela contagem das colônias de mesmo aspecto na placa multiplicado por 100 Resultado Número de colônias 100000 UFCml 35 BACTERIOSCOPIA 351 Resultado Após fazermos a coloração de Gram na lâmina observamos no microscópio BACILO GRAM NEGATIVO 16 Figura 3 Lâmina da bacterioscopia urocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 Segundo Teixeira 2020 p 2021 Para identificar bactérias GRAM e GRAM as bactérias Gram são coradas de ROXO pois fixam o corante cristal violeta e sua parede celular é composta por Lipídio e Proteína apresentando com uma camada de peptidoglicano bastante espessa As bactérias GRAM são coradas de ROSA pois fixam o corante Fucsina tendo a composição da parede celular composta por Lipídios Proteínas e Carboidratos parede de peptidoglicano mais fina As bactérias Gram são as únicas que possuem endotoxina LPS 36 LAUDO Quadro 4 Laudo de Urocultura Nome Urocultura Data da coleta 18022025 Número da amostra Urina identificada como 2 Número de colônias Acima de 100000 UFCml Resultado Bacilo Gramnegativo Método Semeadura em meios específicos Material Urina Fonte Dados da aula prática 17 4 ANTIBIOGRAMA 41 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é realizar o teste de discodifusão em ágar um dos métodos de sensibilidade antimicrobiana mais simples e confiáveis Este teste envolve a aplicação de discos de antibióticos sobre uma placa de água previamente inoculada com a bactéria em estudo Após a incubação os diâmetros dos halos de inibição do crescimento bacteriano ao redor de cada disco são medidos em milímetros Esses diâmetros são indicativos da sensibilidade da bactéria ao antibiótico bem como da velocidade de difusão do antimicrobiano no ágar Conforme apontado por Bauer et al 1966 a metodologia do teste de discodifusão fornece uma maneira rápida e eficaz de avaliar a resistência bacteriana a múltiplos agentes antimicrobianos Bauer et al 1966 p 493 Na prática os resultados são interpretados comparando os valores dos halos de inibição com os critérios estabelecidos pelo CLSI permitindo a categorização das amostras bacterianas em sensíveis resistentes ou intermediárias 42 MATERIAIS Meio de cultura de ágar MuellerHinton Swab estéril Tubo de ensaio com diluição bacteriana da urocultura Discos de concentração única para cada antibiótico 18 Figura 4 Materiais do teste de antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 43 PROCEDIMENTO Para a realização do antibiograma iniciouse com a coleta de uma colônia isolada da placa semeada que foi transferida para um tubo contendo solução salina A partir disso a colônia foi dissolvida na solução salina até atingir a turbidez Para realizar a semeadura um swab estéril foi imerso no tubo de salina com a colônia dissolvida Em seguida o swab foi utilizado para esfregar de maneira uniforme sobre toda a superfície da placa de ágar MuellerHinton garantindo que a diluição bacteriana fosse distribuída de forma homogênea Após a semeadura a placa foi preparada para a colocação dos discos de antibióticos Para isso uma pinça estéril foi utilizada para colocar os discos de antibióticos sobre a superfície do ágar permitindo a formação de halos de inibição claramente visíveis A placa de ágar MuellerHinton foi então incubada a 35 2ºC por um período de 24 horas permitindo o crescimento bacteriano e a ação dos antibióticos sobre as bactérias presentes Após o período de incubação os halos de inibição formados ao redor dos discos foram medidos em milímetros utilizando uma régua apropriada A interpretação dos resultados foi realizada de acordo com as tabelas de interpretação de antibiograma que indicam se a bactéria é sensível intermediária ou resistente aos antibióticos testados 19 44 RESULTADOS Utilizamos a tabela de valores de halos inibitórios Antibiótico Amoxilina 10mcg halo de 22 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Imipenem 10 mcg halo de 23 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ác Clavulânico 10mcg halo de 22 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ceftriaxona 30 mcg halo de 30 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ampicilina 10mcg halo de 22 mm de diâmetro Sensível Meropenem 10 mcg halo de 27mm de diâmetro Sensível Norfloxacina 10 mcg halo de 35mm de diâmetro Sensível Figura 5 Resultado do antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 45 LAUDO Quadro 5 Laudo Antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 25022025 20 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Hal mm Resultado Amoxicilina 10 µg 22 mm Sensível Imipenem 10 µg 23 mm Sensível Ácido Clavulânico 10 µg 22 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 30 mm Sensível Ampicilina 10 µg 22 mm Sensível Meropenem 10 µg 27 mm Sensível Norfloxacina 10 µg 35 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 25022025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Amoxicilina 10 µg 22 mm Sensível Imipenem 10 µg 23 mm Sensível Ácido Clavulânico 10 µg 22 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 30 mm Sensível Ampicilina 10 µg 22 mm Sensível Meropenem 10 µg 27 mm Sensível Norfloxacina 10 µg 35 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Fonte Dados da aula prática 5 IDENTIFICAÇÃO DE BACILOS GRAM NEGATIVOS FERMENTADORES DE GLICOSE ENTEROBACTERIACEAE 51 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é identificar bacilos Gramnegativos da família Enterobacteriaceae comumente encontrados em amostras clínicas A identificação dessas bactérias será realizada por meio de testes bioquímicos e culturas seletivas diferenciais com ênfase na capacidade dessas bactérias de fermentar glicose A fermentação da glicose é um critério crucial para diferenciar entre as várias espécies de enterobactérias De acordo com MacFaddin 2000 os testes bioquímicos são 21 ferramentas essenciais na microbiologia clínica para a identificação precisa das enterobactérias permitindo um diagnóstico rápido e eficaz MacFaddin 2000 p 78 Usamos o Enterokit B que consiste dos seguintes meios EPM MILi e Citrato de Simmons O meio EPM contém os testes de fermentação e produção de gás em glicose produção de H2S hidrólise da uréia e desaminação do triptofano O meio MlLi contém os testes de motilidade indol e descarboxilação de lisina O Citrato de Simmons oferece o teste de utilização do citrato como única fonte de carbono Os três meios totalizam 8 testes que somados ao da fermentação da lactose na placa de isolamento permitem identificar com fidelidade a grande maioria das enterobactérias isoladas de espécimes clínicos PROBAC DO BRASIL ENTEROKIT B Rev 02 52 MATERIAIS Placa de Ágar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio EPM Meio MlLi Meio Citrato de Simmons Urocultura da aula anterior 53 PROCEDIMENTO Para dar continuidade às análises utilizamos o Enterokit B para identificação da bactéria bacilo gram negativo desconhecida que cresceu no meio Mac Conkey Tocamos a colônia com agulha de níquel cromo e semeamos os 3 meios na seguinte ordem Citrato EPM e MlLi sempre flambando a alça a cada semeadura Para inocular o meio de Citrato deslizamos a agulha pelo centro estriando toda a superfície inclinada No meio EPM introduzimos a agulha até o fundo do tubo e ao retirála semeamos a superfície do meio No MILi semeamos pela picada central que deve atingir o fundo do tubo Incubamos o Enterokit a 35C 2C para fazer a leitura após 18 horas a 24 horas 22 54 INTERPRETAÇÃO DO TESTE Figura 6 Resultado Citrato EPM e MlLi Fonte Isabela Dos Santos 2025 Meio Citrato Negativo Meio MILi Lisina negativo Motilidade positivo Indol negativo Meio EPM H2S positivo Uréia positivo Gás negativo LTD positivo LAC 4 Urease 4 Indol 4 Gás 2 LTD 2 Lisina 2 H2S 1 Mot 1 Citrato 1 Bactéria 170 Segundo a bula do PROBAC DO BRASIL ENTEROKIT B Rev 02 o Meio EPM apresenta as seguintes características Produção de gás Aparecimento de bolhas ou deslocamento do meio de cultura do fundo do tubo Produção de H2S Enegrecimento do meio em qualquer intensidade 23 Hidrólise da uréia Aparecimento de cor azul ou verde azulada reação fraca que se estende para a base do meio envolvendoa totalmente ou não Desaminação do triptofano LTD Aparecimento de cor verdegarrafa na superfície do meio Além disso o Meio MlLi apresenta as seguintes reações Motilidade MOT A bactéria móvel cresce além da linha de picada A imobilidade se caracteriza pela bactéria que cresce apenas nesta linha Descarboxilação da lisina Quando a lisina é descarboxilada o meio adquire cor púrpura acentuada ou discreta Quando o aminoácido não é utilizado o meio adquire cor amarelada nos seus 23 inferiores O teste é considerado positivo sempre que o meio não estiver amarelo Produção de indol Adicionar 3 a 4 gotas do reativo de Kovacs à superfície do meio e agitar levemente Quando a bactéria produz indol o reativo adquire cor rosa ou vermelha Quando não produz o reativo mantém sua cor inalterada Por fim o Meio Citrato de Simmons revela a utilização do citrato pelo aparecimento de cor azul na superfície do meio O teste é considerado negativo quando a cor do meio não sofre alteração Quando houver mais de uma espécie bacteriana deverão ser realizadas provas complementares como as do Enterokit C Também devem ser usadas provas complementares quando o resultado obtido corresponder a um número não existente na tabela PROBAC DO BRASIL ENTEROKIT B Rev 02 55 RESULTADOS Utilizamos a tabela interpretativa de identificação de bactérias e o resultado foi 170 indicativo de Proteus Mirabilis Proteus penneri 56 LAUDO Quadro 6 Laudo Nome Leitura ENTEROKIT B Data da coleta 25022025 UROCULTURA 24 Número de colônias Acima de 100000 UFCml Resultado Proteus Mirabilis Proteus penneri Método Semeadura em meios específicos Material Urocultura da aula anterior 6 SEMEADURA EM MEIO RUGAI 61 OBJETIVO Renylab 2018 p 1 descreve que Este meio é utilizado para identificar as principais espécies de Enterobactérias Vibrios e Aeromonas permitindo em um só tubo a leitura das seguintes reações motilidade da bactéria indicado pela turvação da lisina na base lisina descarboxilase fermentação da glicose em profundidade e da sacarose na superfície do meio produção de gás sulfídrico H2S gás em glicose utilização do aminoácido L triptofano desaminação hidrólise da uréia e no tampão do tubo um desenvolvimento de coloração avermelhada que indica a formação de indol A identificação das enterobactérias é a principal base para o diagnóstico laboratorial dos bacilos Gram negativos BGN fermentadores de glicose O isolamento de BGN que não reage à prova de oxidase não oferece muita dificuldade quando estamos diante de cepas bioquimicamente típicas Este meio de cultura destinase à identificação presuntiva de enterobactérias Sua finalidade principal é a triagem bioquímica de colônias que crescem nos meios seletivos para bactérias Gram negativas Para uma identificação mais precisa dos microrganismos recomendase a utilização do Kit para Enterobactérias uma vez que o Meio de Rugai com Lisina se presta somente para diagnóstico presuntivo dos mesmos O meio é composto de Parte Superior Meio de Rugai Parte Central Cera de Vascar Parte Inferior Meio de Lisina Tampa indol RENYLAB p01 2018 62 MATERIAIS Placa de Ágar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio Rugai Salina estéril 25 63 PROCEDIMENTO Usando a agulha estéril encostar suavemente na superfície de uma colônia de bactéria do ágar MacConkey Introduzir a agulha no tubo de ensaio realizando uma picada central na parte inferior do Meio Lisina parte mais profunda do tubo Após a picada puxar a agulha em direção à superfície do faça um estriamento suave a agulha deve ser flambada novamente após a inoculação para garantir a esterilidade 64 INTERPRETAÇÃO DO TESTE Segundo a bula do RENYLAB MEIO RUGAI MODIFICADO 2018 o Meio EPM apresenta as seguintes características Desaminação do LTriptofano prova positiva quando há desenvolvimento de coloração verde garrafa no ápice do tubo e a prova negativa se caracteriza pela manutenção da cor original do meio ou cor amarelada Fermentação da glicose o surgimento de cor amarela na porção inferior de meio caracteriza prova positiva do contrário o meio mantémse inalterado esta prova deve ser obrigatoriamente positiva para todas as enterobactérias devendose atentar para o fato de que nos casos de bactérias que produzem H2S ou hidrolisam a uréia a cor amarela é mascarada Fermentação da sacarose surgimento de cor amarelada na superfície do meio Produção de gás a partir da glicose caso a bactéria em estudo produz gás a partir da glicose irão se formar bolhas no interior do meio podendo em alguns casos o meio pode chegar a se partir e sofrer deslocamento Produção de gás sulfídrico H Sa produção de gás sulfídrico é evidenciada pelo surgimento de coloração negra com intensidade variável na porção inferior de meio Hidrólise da uréia considerase a prova positiva quando há a formação de uma coloração azulada na porção inferior de meio Descarboxilação da lisina inicialmente o meio ficará amarelo indicando que a bactéria é viável e no caso de haver a descarboxilação da lisina o meio volta à cor púrpura original do contrário para prova negativa o As colônias a identificar são semeadas por picada em profundidade e meio mantémse amarelo Motilidade caso o crescimento bacteriano fique restrito à linha de picada considerase a motilidade negativa do contrário para a motilidade positiva há um crescimento difuso com turvação parcial ou completa do meio Indol o surgimento de uma cor vermelha na tampa caracteriza a prova positiva 26 Figura 7 Resultado do Meio Rugai Fonte Isabela Dos Santos 2025 65 BACTERIOSCOPIA Transferimos uma parte de crescimento bacteriano da placa Ágar MacConkey para a lâmina e misturamos com a salina Realizamos a coloração de Gram na lâmina observamos no microscópio e identificamos o resultado Bacilo Gramnegativo 65 RESULTADOS Resultados do Meio Rugai Modificado Teste Resultado LTriptofano Negativo Sacarose Negativo H2S Negativo Glicose Gás Positivo Glicose Positivo Ureia Negativo Indol Positivo Lisina Positivo Motilidade Positivo 27 Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e o resultado foi E Coli Escherichia Coli Figura 8 Tabela de identificação do resultado do microorganismo Fonte Isabela Dos Santos 2025 66 ANTIBIOGRAMA Utilizamos a tabela de valores de halos inibitórios e o resultado foi Antibiótico Ciprofloxacina halo de 45 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Sulfametoxazol halo de 35 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Gentamicina halo de 25 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ceftriaxona halo de 40 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Levofloxacino halo de 36 mm de diâmetro Sensível 28 Figura 9 Antibióticos usados no antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 67 LAUDO Quadro 7 Laudo antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 17032025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Ha mm Resultado Ciprofloxacina 5 µg 45 mm Sensível Sulfametoxazol 2375 µg 35 mm Sensível Gentamicina 10 µg 25 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 40 mm Sensível Levofloxacina 10 µg 36 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 29 7 SECREÇÃO VAGINAL 71 OBJETIVO O teste de secreção vaginal é utilizado para identificar agentes infecciosos presentes nas regiões perianal retal no introito vaginal e no terço distal da parede vaginal auxiliando no diagnóstico da doença estreptocócica neonatal que está associada com significativos índices de mortalidade perinatal principalmente em recémnascidos prematuros Especificamente a detecção de Streptococcus Agalactiae MARCONI et al 2010 O objetivo desta aula prática é realizar a cultura de secreção vaginal para a pesquisa de Streptococcus βhemolítico do grupo B com o intuito de identificar a presença deste patógeno e compreender sua relevância clínica A análise visa detectar possíveis infecções auxiliando no diagnóstico preciso e contribuindo para o tratamento adequado das pacientes afetadas Segundo Murray et al 2005 a identificação de Streptococcus βhemolítico do grupo B em amostras clínicas é crucial para a prevenção de complicações graves especialmente em gestantes onde a transmissão para o recémnascido pode ocorrer MURRAY et al p102 2005 72 MATERIAIS Placa de ágar sangue Placa de ágar MacConkey Bico de Bunsen Pinça estéril Alça de inoculação estéril Lâminas e lamínulas para microscopia Solução salina estéril Amostra de secreção vaginal Peróxido de hidrogênio H2O2 30 73 PROCEDIMENTO 731 Semeadura e isolamento Em ambiente estéril a alça de inoculação foi aquecida na chama do bico de Bunsen até ficar incandescente e deixar esfriar Uma pequena quantidade da amostra foi então transferida do tubo com secreção vaginal diluída para a placa de ágar sangue distribuindose a amostra na superfície do ágar utilizando a técnica de esgotamento a agulha deve ser flambada novamente após a inoculação para garantir a esterilidadeSeguimos com a semeadura no Ágar MacConkey uma pequena quantidade da amostra foi então transferida do tubo com secreção vaginal diluída para a placa de ágar MacConkey distribuindose a amostra na superfície do ágar utilizando a técnica de esgotamento As placas foram colocadas na estufa de incubação a 3537C e incubadas por um período de 24 a 48 horas Após o período de incubação as placas foram observadas para verificar a presença de colônias As colônias características geralmente betahemolíticas com uma zona clara ao redor foram identificadas Para confirmação da identidade do patógeno testes bioquímicos específicos ou de hemólise foram realizados Realizamos a prova de Catalase Teste de Camp e o Antibiograma 732 Bacterioscopia Após a realização da coloração de Gram na lâmina utilizando a colônia presente no Ágar Sangue observouse ao microscópio o resultado da bacterioscopia Cocos Grampositivo Figura 10 Processo da coloração de Gram na lâmina Fonte Isabela Dos Santos2025 31 Figura 11 Cocos Grampositivos Fonte Isabela Dos Santos2025 74 RESULTADO 741 Resultado Semeadura Houve crescimento somente na placa de Ágar Sangue 742 Resultado da prova catalase As bactérias pertencentes aos gêneros Staphylococcus e Micrococcus produzem a enzima catalase capaz de decompor o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água Esse teste é bem simples mas de grande valia no esquema de identificação de cocos No caso de uma amostra cuja suspeita clínica aponte para cocos Grampositivos o teste da catalase deve ser o primeiro a ser realizado após o isolamento primário ANVISA p 238 2004 Para a execução do teste devese preparar uma pequena suspensão do crescimento bacteriano em água destilada ou salina na superfície de uma lâmina de vidro bem limpa e adicionar uma a duas gotas de peróxido de hidrogênio 3 A positividade do teste é dada pela formação imediata de bolhas na suspensão bacteriana efervescência ANVISA p 238 2004 Para o teste da catalase uma pequena quantidade da colônia bacteriana foi transferida para uma lâmina de microscopia Adicionamos uma gota de peróxido de hidrogênio H2O2 à amostra A produção de bolhas indica um resultado positivo sugerindo a presença de bactérias catalasepositivas como os estafilococos Obtemos o resultado negativo na amostra de secreção vaginal gênero Streptococcus 32 743 Teste de CAMP Ágar Sangue Meio enriquecido com 5 de sangue de carneiro Além de ser altamente nutritivo propiciando o crescimento da maioria das bactérias de interesse clínico o ágar sangue também tem uma característica diferencial A conservação das hemácias íntegras favorece a formação de halos de hemólise nítidos úteis para a escolha dos testes complementares e diferenciais do gênero Streptococcus HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 63 Figura 12 Resultado do Test de Camp Fonte Isabela Dos Santos 2025 Bactéria betahemolítica Streptococcus pyogenes Observase a lise completa das hemácias ao redor das colônias Devese atentar para os stabs indicações com setas realizados para a verificação da atividade máxima da estreptolisina O que é lábil ao oxigênio Bactéria alfahemolítica Streptococcus pneumoniae Apresenta lise parcial das hemácias resultando em uma coloração cinzaesverdeada ou acastanhada HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 63 Inoculamos uma estria única de uma amostra de Staphylococcus aureus centro de uma placa de as estrias não devem se tocar ficando a 1 mm de distância incubar a placa a 3537C durante um período de 1824 horas Resultado positivo para Streptococcus agalactiae grupo B é evidenciada pelo alargamento da zona de lise 33 que adquire a forma de ponta de flecha característica na área de intersecção entre as duas estrias Resultado positivo com a presença de setas na zona de proliferação Streptococcus agalactiae 75 ANTIBIOGRAMA Semeamos o Ágar Mueller Hinton com a bactéria que apresentou crescimento no do Ágar MacConkey do teste de semeadura da secreção vaginal Utilizamos a tabela de valores de halos inibitórios e o resultado foi Antibiótico Claritromicina halo de 38 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Sulfametoxazol halo de 35 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Eritromicina halo de 37 mm de diâmetro sensível Figura 13 Antibiograma secreção vaginal Fonte Isabela Dos Santos 2025 34 76 LAUDO Quadro 8 Laudo bacterioscopia ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 25032025 Resultado Streptococcus βhemolítico do grupo B Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Claritromicina 10 µg 38 mm Sensível Sulfametoxazol 10 µg 35 mm Sensível Eritromicina 10 µg 37 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Fonte Dados da aula prática 8 SECREÇÃO NASAL 81 OBJETIVO O objetivo do teste de secreção nasal é identificar microrganismos patogênicos que possam estar causando infecções nas vias respiratórias superiores Ele pode detectar a presença de bactérias como o Staphylococcus aureus um dos agentes infecciosos mais comuns nas infecções respiratórias e também em infecções hospitalares Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária 2004 O Staphylococcus aureus pode se espalhar a partir de certas áreas do corpo como a pele e as membranas mucosas podendo contaminar tanto o paciente quanto objetos inanimados ou outras pessoas Isso pode ocorrer através de contato direto ou pela dispersão no ar aerossol resultando em infecções graves devido aos fatores de virulência da bactéria ou por sua resistência aos antibióticos usados atualmente A identificação presuntiva começa com a inoculação primária na placa de ágar sangue de carneiro que deve ser incubada em 5 de tensão de CO² método da vela ou estufa de CO2 As colônias de estafilococos são geralmente maiores 35 convexas de coloração variando do brancoporcelana a amarelo podendo apresentar hemólise ou não Notese que o desenvolvimento da cor amarelada no S aureus ocorre somente após incubação prolongada 72 h à temperatura ambiente As colônias de estreptococos tendem a ser menores puntiformes e com halos de hemólise total ou parcial beta e alfa hemólise A diferenciação entre os estreptococos e os estafilococos se dá seguramente pela prova da catalase ANVISA p233 2004 82 PROCEDIMENTO 821 Bacterioscopia Com uma alça bacteriológica estéril depositar uma pequena quantidade da amostra da secreção nasal presente no tubo de ensaio da bancada sobre uma lâmina de vidro limpa formando uma fina camada Deixar secar ao ar e fixar o esfregaço passando rapidamente a lâmina pela chama de um bico de Bunsen Realizar a coloração de Gram secar a lâmina e observar ao microscópio óptico com objetiva de imersão 1000x para identificar a morfologia e a coloração das bactérias presentes 822 Semeadura e isolamento Com uma alça estéril realizar a semeadura por esgotamento superficial na placa de ágar MacConkey seguimos para o Ágar Manitol Salgado 75 NaCl inoculamos a amostra por estrias e por último o Ágar Sangue realizamos a semeadura por esgotamento 823 Teste de catalase Pegamos uma pequena porção da colônia do Ágar Sangue com uma alça esterilizada colocamos na lâmina de vidro e esfregamos Colocamos sobre este esfregaço uma gota de água oxigenada a 3 e observamos a formação de bolhas ANVISA 2004 p 238 36 824 Teste de Coagulase Iniciamos o teste utilizando colônias isoladas de cultivadas no Ágar Manitol Secreção Nasal Essas colônias foram transferidas para um tubo de ensaio com uma alça esterilizada onde foram dissolvidas para a realização do teste de coagulase Duas lâminas foram identificadas uma para o controle Lâmina C e outra para o teste Lâmina T Para a realização do teste utilizamos dois frascos Staphy Test que contém o reagente necessário para a detecção da coagulase O reagente do frasco Staphy Test foi aplicado sobre as lâminas C e T Figura 14 Staphy Test Fonte Isabela Dos Santos 2025 825 Interpretação do teste O teste da coagulase em tubo continua sendo o procedimento de referência para identificação de S aureus Tomase uma alçada do crescimento bacteriano obtido após repique 05 ml de cultura pura em caldo ou podese também utilizar colônias típicas diretamente da placa de ágar sangue ou ágar manitol salgado do isolamento primário transferindoas para um tubo contendo 05 mL de plasma diluído Os tubos devem ser incubados a 37C e observados a cada 1 hora nas 4 primeiras horas de incubação A positividade da reação é dada pela formação de um coágulo de qualquer intensidade O teste é negativo quando não se observam 37 traços de fibrina coagulada Normalmente o coágulo é visível nas primeiras horas de incubação HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 6667 83 RESULTADOS 831 Bacterioscopia Gram Observação de Bacilos Gramnegativos 832 Meios de Cultura Ágar Manitol Salgado O vermelho de fenol funciona como indicador de pH nesse meio o qual apresenta normalmente uma coloração rosasalmão mas que muda sua cor para amarelo na presença de espécies fermentadoras do manitol Figura 15 Resultado do meios de cultura do teste de secreção nasal Fonte Isabela Dos Santos2025 833 Resultado teste de catalase Positivo A formação imediata de bolhas indica a presença da enzima catalase sugerindo que a bactéria pertence ao gênero Staphylococcus Negativo A ausência de bolhas indica a falta de atividade catalase sugerindo que a bactéria pertence ao gênero Streptococcus 38 No teste a formação de bolhas após a adição da colônia ao peróxido de hidrogênio confirmou um resultado positivo para catalase indicando que a bactéria testada é provavelmente do gênero Staphylococcus 834 Teste de coagulase A sequência de testes realizados catalase e coagulase permitiu a identificação precisa da bactéria isolada da secreção nasal como Staphylococcus aureus O teste de catalase positivo diferenciou estafilococos de estreptococos e o teste de coagulase positivo confirmou a espécie S aureus 9 CULTURA LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO LCR 91 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é realizar a cultura de líquido cefalorraquidiano LCR para detectar agentes patogênicos presentes nesse fluido corporal Iniciamos com a coleta do LCR em condições assépticas seguida pela inoculação em meios de cultura específicos para identificar possíveis infecções bacterianas fúngicas ou virais A incubação foi realizada em estufa a 3537C com leituras periódicas das placas para observar o crescimento microbiano De acordo com Tille 2013 a cultura de LCR é uma técnica essencial para o diagnóstico de meningites e outras infecções do sistema nervoso central permitindo um tratamento rápido e adequado Tille 2013 p 254 Quando da realização da cultura de líquor outros parâmetros devem ser avaliados para uma interpretação correta do achado microbiológico tais como a celularidade o nível de glicose e proteínas A contagem normal de leucócitos no líquor é a 5 células mm3 todas mononucleares Na meningite bacteriana está aumentada com predomínio inicial de polimorfonucleares 80 podendo aparecer linfócitos subsequentemente Valores de glicose menores que 30 mgdl ou menos que 50 dos níveis séricos em 50 dos pacientes sugerem meningite bacteriana fúngica ou por microbactérias Valores de proteínas acima de 100 mgdl indicam provável infecção bacteriana 39 92 TIPO DE AMOSTRA Figura 16 Amostra LCR Fonte Isabela Dos Santos 2025 93 MATERIAIS Amostra LCR Ágar Sangue Ágar MacConkey Ágar Mueller Hinton Bico de Bunsen Alça de Inoculação Estéril Swab Microscópio Lâminas Discos de antibiótico pinça e régua 40 94 PROCEDIMENTO 941 Semeadura e isolamento O líquor foi semeado diretamente sem diluição em solução salina em diferentes meios de cultura ágar Mueller Hinton ágar MacConkey e ágar sangue A semeadura foi feita no método de esgotamento no ágar sangue e ágar MacConkey e o antibiograma com auxílio de um swab estéril no ágar Mueller Hinton A amostra também foi utilizada para a realização de bacterioscopia com coloração de Gram além de preparo para o antibiograma com o objetivo de avaliar a sensibilidade a antibióticos 95 IDENTIFICAÇÃO 951 Prova da Catalase Para o teste da catalase uma pequena quantidade da colônia bacteriana foi transferida para uma lâmina de microscopia Adicionamos uma gota de peróxido de hidrogênio H2O2 à amostra A produção de bolhas indica um resultado positivo sugerindo a presença de bactérias catalasepositivas como os estafilococos 952 Teste de coagulase Para este teste realizamos a semeadura de uma colônia bacteriana em um caldo de cultura contendo 65 de NaCl A amostra foi incubada a 3537C por 2448 horas O crescimento bacteriano em meio salino indica a capacidade da bactéria de sobreviver em altas concentrações de sal característica de certos enterococos 953 Antibiograma Para o antibiograma uma suspensão da colônia bacteriana foi preparada e espalhada uniformemente em uma placa de ágar MuellerHinton Discos de papel impregnados com diferentes antibióticos foram colocados na superfície do ágar 41 Após incubação a 3537C por 24 horas medimos os halos de inibição ao redor dos discos para determinar a sensibilidade ou resistência das bactérias aos antibióticos testados 954 Bacterioscopia A bacterioscopia do líquor consiste na preparação de um esfregaço em lâmina seguido de fixação pelo calor e coloração de Gram O procedimento permite diferenciar bactérias Grampositivas roxo e Gramnegativas vermelho além de observar suas formas e arranjos Após a coloração a lâmina é analisada ao microscópio óptico com objetiva de imersão auxiliando na identificação preliminar do agente infeccioso presente no sistema nervoso central 96 RESULTADOS Os resultados mostraram que a placa de ágar sangue apresentou crescimento bacteriano enquanto a placa de ágar MacConkey não apresentou crescimento o que indicou que a bactéria isolada não era Gramnegativa A bacterioscopia revelou a presença de cocos Grampositivos Foram realizados testes adicionais para identificação da bactéria o teste da catalase onde se esfrega a colônia em uma lâmina e se pinga peróxido de hidrogênio H₂O₂ a 3 teve resultado positivo indicando a presença de estafilococos Em seguida foi feito o teste da coagulase no qual uma colônia foi colocada em um tubo com plasma e incubada por pelo menos duas horas O resultado também foi positivo confirmando que a bactéria presente era o Staphylococcus aureus 42 Figura 17 Crescimento bacteriano placa de ágar sangue Fonte Isabela Dos Santos 2025 961 LAUDO Foi utilizado a tabela de leitura dos halos e o resultado do antibiograma foi o seguinte Quadro 9 Laudo antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 15042025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Cefotaxima 30 µg 32 mm Sensível Doxiciclina 30 µg 45 mm Sensível Gentamicina 10 µg 27 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 32 mm Sensível Ampicilina 10 µg 50 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Fonte Dados da aula prática 43 10 SECREÇÃO TRAQUEAL 101 OBJETIVO As infecções respiratórias do trato inferior representam uma das principais causas de morbidade e mortalidade associadas às infecções hospitalares sendo especialmente relevantes em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva UTI Dentre essas infecções a pneumonia hospitalar particularmente a associada à ventilação mecânica PAV destacase tanto pela sua frequência quanto pela gravidade clínica ANVISA 2004 p 6566 A pneumonia nosocomial é caracterizada por seu aparecimento após 48 horas de internação estando ausente no momento da admissão hospitalar Sua incidência varia entre 6 a 10 casos a cada 1000 admissões podendo atingir níveis ainda maiores em pacientes que necessitam de suporte ventilatório invasivo cuja exposição prolongada ao ventilador aumenta de 7 a 21 vezes o risco de infecção Nessas condições a mortalidade associada pode alcançar até 55 reforçando a necessidade de intervenções diagnósticas precoces e precisas ANVISA 2004 p 6566 A coleta de secreção traqueal constitui um procedimento essencial para a investigação microbiológica de agentes etiológicos envolvidos nessas infecções especialmente em pacientes intubados ou traqueostomizados A identificação do patógeno permite a escolha de uma terapia antimicrobiana direcionada reduzindo o uso indiscriminado de antibióticos de amplo espectro contribuindo para o controle da resistência bacteriana e melhorando o prognóstico do paciente ANVISA 2004 p 6566 Dessa forma a realização do procedimento de coleta de secreção traqueal é uma prática clínica indispensável para o manejo adequado das infecções respiratórias em ambiente hospitalar integrandose ao protocolo de vigilância e tratamento das pneumonias hospitalares com especial enfoque naquelas associadas à ventilação mecânica ANVISA 2004 p 6566 102 MATERIAIS Placa de Ágar MacConkey Placa Ágar Mueller Hinton Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio EPM Meio MlLi Meio Citrato de Simmons 44 103 PROCEDIMENTO Usamos a amostra de secreção traqueal para investigação microbiológica com o objetivo de identificar o agente etiológico presente na via aérea inferior e determinar seu perfil de sensibilidade a antimicrobianos A amostra foi semeada em meio de cultura seletiva e diferencial Ágar MacConkey no método de esgotamento que permite o crescimento de bactérias gramnegativas e a diferenciação de microrganismos fermentadores de lactose Após o crescimento bacteriano foram observadas características morfológicas das colônias seguidas da realização de testes bioquímicos por meio do Enterokit B visando a identificação do microrganismo Os testes incluíram avaliação da produção de gás produção de H₂S atividade de urease produção de indol descarboxilação da lisina utilização de citrato motilidade fermentação de lactose Realizamos a bacterioscopia da colônia do ágar MacConkey já semeado Por fim foi realizado o teste de sensibilidade aos antimicrobianos antibiograma utilizando o método de discodifusão em ágar MuellerHinton Foram testados os seguintes antibióticos clavulanato CLA amoxicilina ácido clavulânico AMC tazobactam piperacilina IPM gentamicina GEN e cloranfenicol CLO Os halos de inibição foram medidos em milímetros e interpretados conforme os padrões de sensibilidade 104 RESULTADOS Após incubação do ágar MacConkey foi observada a presença de colônias vermelhas e lactosepositivas 45 Figura 18 Resultado da Placa de Ágar MacConkey Fonte Isabela Dos Santos 2025 1041 Leitura do Enterokit B Na sequência foi realizado o Enterokit B um teste bioquímico de identificação cujos resultados foram os seguintes Figura 19 Enterokit B Fonte Isabela Dos Santos 2025 46 Teste Resultado LTriptofano Negativo Lactose Positiva H2S Negativo Glicose Gá Positivo Glicose Positivo Ureia Negativo Indol Negativo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e o resultado foi Enterobacter aerogenes Serratia sp 1042 Bacterioscopia Foi observado no microscópio a lâmina depois de corada e o resultado foi Bacilo Gramnegativo 105 LAUDO Quadro 10 Laudo Antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 29042025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do H mm Resultado Amoxicilina 10 µg 22 mm Sensível Imipenem 10 µg 23 mm Sensível Ácido Clavulânico 20 µg Resistente Gentamicina 10 µg 18 mm Sensível Claritromicina 15 µg Resistente Cloranfenicol 30 µg 24 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Fonte Dados da Aula Prática 47 11 COPROCULTURA 111 OBJETIVO A coprocultura é um exame microbiológico fundamental para a detecção de bactérias entéricas patogênicas em amostras de fezes humanas sendo amplamente utilizada na investigação de quadros de gastroenterites Os patógenos entéricos de maior preocupação médica são a salmonella e a shigella elas causam febres entéricas intoxicação alimentar e disenteria bacilar A Salmonella typhi que causa a febre tifóide é de longe o patógeno mais significativo do grupo das salmonelas Segundo Brown et al 2010 Além do organismo tifóide existem outras 10 espécies distintas de salmonella e mais de 2200 sorotipos A shigella que é a principal causa da disenteria humana compreende quatro espécies e muitos sorotipos Os sorotipos dentro dos gêneros são organismos com características bioquímicas semelhantes que podem ser mais facilmente diferenciados pela tipagem sorológica Os testes de rotina para a presença desses patógenos são uma função dos laboratórios de saúde pública em vários níveis governamentais O isolamento desses entéricos patogênicos das fezes é complicado pelo fato de o cólon conter uma população diversificada de bactérias Espécies de gêneros como Escherichia Proteus Enterobacter Pseudomonas e Clostridium existem em grande número portanto é necessário usar meios diferenciais e seletivos para favorecer o crescimento dos patógenos BROWN A E 2010 p 270272 112 MATERIAIS Placa de Ágar SS Placa de Ágar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Enterokit B Lâmina Amostra fezes 48 Figura 20 Placa de Ágar SS Fonte Isabela Dos Santos 2025 113 PROCEDIMENTO A amostra de fezes foi semeada no método de esgotamento no ágar SalmonellaShigella SS meio seletivo e diferencial indicado para o isolamento de Salmonella spp e Shigella spp que inibe o crescimento da maior parte da flora comensal intestinal Após incubação da placa de ágar SS houve o crescimento de colônias realizamos a bacterioscopia pegando uma colônia presente no ágar com uma pinça esterilizada e transferimos para a lâmina pingamos uma gota de salina e fixamos o esfregaço passando a lâmina sobre a chama do bico de Bunsen Etapa importante para a avaliação morfológica preliminar das bactérias presentes Utilizando a coloração de Gram foi possível observar a presença de bacilos gramnegativos característica comum das enterobactérias As colônias presentes no ágar SS foram utilizadas na aplicação do Enterokit B um conjunto de testes bioquímicos que avaliam o metabolismo de diferentes substratos permitindo a identificação de espécies de enterobactérias com base em suas reações metabólicas A mesma colônia foi utilizada para a realização do antibiograma pelo método de discodifusão em ágar MuellerHinton com o objetivo de determinar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos Para complementar a identificação do microrganismo a colônia foi também semeada em ágar MacConkey meio diferencial que possibilita a distinção entre bactérias lactose positivas 49 Figura 21 Esquema de separação para a série de testes utilizados para demonstrar a presença de salmonela ou shigella no sangue urina ou fezes de um paciente Fonte Bensons Microbiological Applications Laboratory Manual in General Microbiology 12 ed New York McGrawHill Education p270 2010 114 RESULTADOS 1141 Bacterioscopia Transferimos uma parte de crescimento bacteriano da placa Ágar SS para a lâmina e misturamos com a salina Realizamos a coloração de Gram na lâmina observamos no microscópio e identificamos o resultado Bacilo Gramnegativo Figura 22 Lâmina bacterioscopia coprocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 50 1142 Enterokit B Para a diferenciação dos patógenos SS é possível determinar se um não fermentador de lactose pode fazer três coisas Exibir motilidade produzir sulfeto de hidrogênio e produzir urease Figura 23 Resultado do Enterokit B Fonte Isabela Dos Santos2025 Teste Resultado LTriptofano Negativo Citrato Positivo H2S Positivo Glicose Gás Positivo Glicose Positivo Ureia Negativo Indol Negativo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e o resultado foi 313 Salmonella Chiguella spp 51 115 LAUDO Quadro 11 Laudo Antibiograma Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 05052025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do H mm Resultado Ácido Nilidíxico 30 µg 21mm Sensível Gentamicina 10 µg 12mm Resistente Claritromicina 15 µg 13mm Resistente Doxiciclina 30 µg 10 mm Resistente Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Ágar MacConkey Salmonella Shigella e outras espécies que não fermentam lactose produzem colônias lisas e incolores Coliformes que fermentam lactose produzem colônias avermelhadas mucóides ou com o centro escuro Fonte Dados da Aula Prática 12 HEMOCULTURA 121 OBJETIVO A presença de microrganismos viáveis no sangue do paciente pode levar a um considerável aumento da morbidade e da mortalidade Devemos também lembrar que este fato representa uma das mais importantes complicações do processo infeccioso o que torna a hemocultura um exame de significativo valor preditivo de infecção A maioria dos casos de infecção no sangue chamada de sepse acontece dentro de hospitais e muitas vezes é causada por microrganismos que são difíceis de combater porque resistem a vários antibióticos Os microrganismos podem chegar ao sangue de duas formas principais 52 1 Penetração a partir de um foco primário de infecção através de vasos linfáticos e daí até o sangue 2 Entrada direta na corrente sanguínea via agulhas ou outros dispositivos vasculares como cateteres Quando há microrganismos no sangue isso pode indicar que o corpo não conseguiu conter a infecção no local onde ela começou ou que houve falha médica em tratar corretamente esse foco como não drenar um abscesso ANVISA 2004 De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA 2004 pessoas com o sistema imunológico funcionando normalmente conseguem eliminar rapidamente esses invasores Porém isso pode ser mais difícil quando os microrganismos têm cápsulas protetoras ou quando o corpo ainda não tem anticorpos contra eles Geralmente num paciente imunocompetente as defesas naturais respondem prontamente à presença de microrganismos estranhos Esta eliminação pode ser menos eficiente quando os microrganismos são encapsulados ou mais eficiente quando o paciente já apresenta anticorpos contra o organismo infectante Na maioria dos casos a bacteremia que é a presença de bactérias no sangue é causada por um único tipo de microrganismo Porém em algumas situações a infecção pode ser causada por mais de um tipo ao mesmo tempo o que chamamos de origem polimicrobiana Apesar de qualquer infecção localizada no corpo poder chegar à corrente sanguínea a presença de bactérias ou fungos no sangue costuma estar mais relacionada ao uso de dispositivos colocados diretamente nas veias como os cateteres além de infecções no abdômen nos pulmões ou no sistema urinário Os termos bacteremia e fungemia servem apenas para indicar que foram encontradas bactérias ou fungos no sangue da pessoa Já a sepse é uma condição mais grave em que a pessoa apresenta sinais clínicos de infecção no corpo mesmo que o exame de sangue como a hemocultura não tenha dado positivoANVISA 2004 53 122 MATERIAIS Placa de Ágar MacConkey Placa Ágar Mueller Hinton Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio EPM Meio MlLi Meio Citrato de Simmons Kit NF II 123 PROCEDIMENTO 1231 Kit NF II O OxiFerm Tube II produzido pela BectonDickinson é utilizado para a identificação de bactérias Gramnegativas oxidasepositivas que não podem ser identificadas por meio do sistema do Enterokit B Os dois sistemas multi testes foram desenvolvidos para funcionar em conjunto Se uma bactéria Gramnegativa desconhecida for oxidasenegativa utilizase o Enterokit B Caso o microrganismo seja oxidasepositivo devese utilizar o OxiFerm Tube II Sempre que uma bactéria Gramnegativa oxidasenegativa apresentarse negativa para glicose no teste Enterokit B é necessário prosseguir com o uso do OxiFerm Tube II O sistema incorpora 12 meios de cultura convencionais diferentes que podem ser inoculados simultaneamente e rapidamente Um total de 14 testes fisiológicos são realizados BROWN A E 2010 Foram utilizadas colônias retiradas diretamente do frasco de hemocultura As amostras foram primeiramente semeadas no tubo de ágar MacConkey utilizando o método de estrias em superfície com o objetivo de obter colônias bem isoladas para posterior identificação O procedimento de inoculação foi realizado utilizando o método de picada nos restantes dos tubos do teste do kit OxiFerm Tube II no qual uma alça bacteriológica estéril foi utilizada para perfurar o meio de cultura presente em cada tubo do sistema garantindo a introdução do microorganismo No tubo 54 teste de gelatina foram adicionadas 10 gotas de solução salina estéril homogeneizandose o conteúdo para ativação do teste Finalizada a inoculação o tubo foi tampado e incubado a 35 C por um período de 18 a 24 horas Após o tempo de incubação foi realizada a interpretação dos resultados observandose reações bioquímicas como fermentação de açúcares produção de gás presença de gelatinase Para o teste de produção de indol ao final da leitura foi injetado no compartimento específico 1 a 2 gotas do reagente de Kovacs 124 INTERPRETAÇÃO DO TESTE A produção de amônia pela a fermentação positiva é indicada por uma mudança de cor de verde neutro para amarelo ácido A maioria das bactérias gramnegativas do tipo oxidativofermentativo é negativa para esse teste A descarboxilação da arginina resulta na formação de produtos finais alcalinos o que muda a cor do indicador bromo cresol roxo de amarelo ácido para roxo alcalino sendo que a cor cinza indica resultado negativo A descarboxilação da lisina também leva à formação de produtos finais alcalinos promovendo a mesma mudança de coloração do indicador novamente a cor cinza representa um resultado negativo A fermentação da lactose altera a cor do meio de vermelho neutro para amarelo ácido embora a maioria das bactérias gramnegativas OF seja negativa nesse teste A produção de gás é evidenciada pela separação da camada de cera do meio e em alguns casos pode também provocar o deslocamento do ágar das paredes do compartimento A oxidação bacteriana da sacarose provoca uma mudança de cor de verde neutro para amarelo ácido a detecção é feita com a adição do reagente de Kovacs no compartimento 48 horas após a incubação assim como ocorre na oxidação bacteriana da xilose da glicose e da maltose todas resultando em alteração da cor do meio para amarelo ácido indicando a produção de ácidos A oxidação bacteriana de outro carboidrato testado também é evidenciada por essa mesma mudança de coloração A desaminação da fenilalanina gera ácido pirúvico que reage com um sal férrico resultando em uma coloração acastanhada A produção de amônia pela ação da urease sobre a uréia aumenta a alcalinidade do meio alterando a cor do vermelho de fenol de bege ácido para rosa ou roxo sendo que um tom rosa claro deve ser considerado negativo Por fim os 55 microrganismos que crescem no meio de citrato são capazes de utilizálo como única fonte de carbono o que aumenta a alcalinidade e muda a coloração do meio de verde neutro para azul alcalino BROWN A E p 197 2010 Figura 24 Resultado do Kit NF II Fonte Isabela Dos Santos 2025 125 BACTERIOSCOPIA Realizamos a bacterioscopia utilizando a colônia presente no Ágar chocolate da Hemocultura observouse no microscópio o resultado da bacterioscopia Bacilo Gramnegativo Figura 25 Lâmina Hemocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 56 126 ENTEROKIT B Na sequência foi realizado o Enterokit B um teste bioquímico de identificação cujos resultados foram os seguintes Teste Resultado LTriptofano Negativo Lactose Negativa H2S Negativo Glicose Gás Positivo Glicose Negativo Ureia Negativo Indol Negativo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e não foi possível identificar então iremos realizar o teste no KIT NF II 127 RESULTADOS Foi realizada a análise de 14 tubos com meios bioquímicos do sistema NF II para identificação de microrganismo oxidase positivo Os seguintes resultados foram obtidos Teste da fita de oxidase positivo Meio Ágar MacConkey lactose negativa sem crescimento bacteriano Na sequência foi realizado Leitura do sistema NF II um teste bioquímico de identificação cujos resultados foram os seguintes Teste Resultado Glicose c óleo Positivo Glicose s óleo Positivo Maltose Positivo Gelatinase Positivo Nitrato Positivo Arginina Negativo Lactose Negativo Lisina Negativo Motilidade Positivo 57 Com base no teste da fita de oxidase positivo e nos resultados do sistema NF II o microrganismo apresenta características típicas de uma bactéria Gramnegativa não fermentadora oxidase positiva com metabolismo oxidativo da glicose redução de nitrato e produção de gelatinase Os dados são compatíveis com 363 Pseudomonas fluorescens 1271 Antibiograma Foi realizado também o antibiograma diluímos as colônias presentes no Ágar chocolate da Hemocultura na salina e espalhamos uniformemente em uma placa de ágar MuellerHinton com um swab Discos de papel impregnados com diferentes antibióticos foram colocados na superfície do ágar Após incubação a 3537C por 24 horas medimos os halos de inibição ao redor dos discos para determinar a sensibilidade ou resistência das bactérias aos antibióticos testados Figura 26 Placa Ágar Mueller Hinton antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 128 LAUDO Foi utilizado a tabela de leitura dos halos e o resultado do antibiograma foi o seguinte 58 Quadro 10 Laudo antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 13052025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do HaResultado Norfloxacina 30 µg 20 mm Sensível Aztreonam 30 µg 30 mm Sensível Imipenem 10 µg 20 mm Sensível Ciprofloxacina 5 µg 30 mm Sensível Ampicilina 10 µg Resistente Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Fonte Dados da Aula Prática 13 SECREÇÃO DE FERIDA 131 OBJETIVO A pele é o órgão mais exposto do corpo sendo um dos mais suscetíveis a lesões e infecções composta por duas camadas A camada mais externa é chamada de epiderme enquanto a mais interna é a derme Os folículos capilares as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas desembocam na superfície da pele Abaixo da derme encontrase a camada subcutânea de gordura sob a qual há uma camada fina de tecido conjuntivo que envolve os músculos ligamentos e outros tecidos do corpo Essa estrutura cria espaços em diversas regiões do corpo como a cabeça o pescoço os dedos as mãos e os pés Essa camada atua como uma barreira que limita a propagação de infecções porém também pode representar um obstáculo terapêutico devido à sua característica impermeável necessitando de abordagem cirúrgica As infecções da pele abrangem uma ampla variedade de agentes causadores e mecanismos patogênicos diversos Essas infecções são categorizadas em primárias ou secundárias dependendo da presença ou ausência de uma lesão prévia que sirva de porta de entrada agudas ou persistentes conforme a duração do quadro infeccioso podendo ainda ser causadas por um único microrganismo ou múltiplos Infecções originadas em estruturas profundas podem se manifestar como 59 lesões cutâneas As infecções primárias ocorrem em indivíduos sem lesão prévia aparente como nas erisipelas As infecções secundárias surgem como consequência de lesões na pele como escoriações traumas cirúrgicos ou feridas abertas Tais infecções podem ser mono microbianas como em feridas infectadas por estafilococos ou polimicrobianas como em certos quadros de gangrena provocados por estreptococos microaerófilos e bactérias anaeróbias As infecções secundárias podem permanecer restritas ou se espalhar dependendo da gravidade da doença subjacente ou serem desencadeadas por algum trauma Como exemplo de infecção aguda ou crônica podese mencionar um furúnculo causado por estafilococos que se resolve rapidamente ao passo que certas micoses crônicas podem persistir por meses ou até anos ANVISA 2004 132 MATERIAIS Placa de ágar sangue Placa de ágar chocolate Bico de Bunsen Alça de inoculação estéril Tubo teste NaCl Tubo Bilisescurina 133 PROCEDIMENTO Para a realização do teste de secreção de ferida inicialmente é feita a coleta da secreção diretamente da ferida com o uso de um swab estéril evitando contaminações externas Em seguida a amostra é semeada em duas placas uma com ágar sangue que permite observar o tipo de hemólise e outra com ágar chocolate utilizada para cultivar bactérias mais exigentes nutricionalmente As placas são incubadas a 37 C por 24 a 48 horas 60 134 INTERPRETAÇÃO DO TESTE No ágar sangue analisase o tipo de hemólise que ocorreu alfa hemólise parcial beta hemólise total ou gama sem hemólise Se as colônias não apresentarem halo hemolítico ao redor é caracterizada a gamahemólise No caso em questão foi verificada a presença de cocos grampositivos sem hemólise Para confirmar se é enterococos uma colônia do ágar chocolate foi coletada com uma alça estéril e inoculada em dois tubos um contendo NaCl e outro com bilisesculina No tubo com bilisesculina se houver escurecimento formação de cor preta o resultado é considerado positivo indicando a capacidade de hidrolisar a esculina na presença de bile uma característica típica de enterococos Como o meio ficou preto o teste foi positivo confirmando a presença de enterococos na secreção analisada Figura 27 Modelo de resultado de hemólise Fonte Thiago Cabral de Souza2025 135 RESULTADO Resultado positivo para EnterococosCocos Gram positivo 61 Figura 28 Resultado teste NaCl e Bili esculina Fonte Isabela Dos Santos 2025 14 CONCLUSÃO DO RELATÓRIO O estágio supervisionado em microbiologia foi fundamental para aplicar na prática os conhecimentos adquiridos durante a graduação Através da realização de diferentes técnicas como coloração de Gram culturas em meios específicos testes bioquímicos e antibiogramas foi possível entender melhor os processos de identificação de microrganismos e a importância de cada etapa para um diagnóstico correto Ao longo do estágio foram analisadas diversas amostras possibilitando a identificação de bactérias como E coli Staphylococcus aureus Proteus mirabilis Salmonella spp entre outras Cada procedimento contribuiu para o desenvolvimento técnico e também para a compreensão da rotina laboratorial e da responsabilidade envolvida no trabalho em análises clínicas 15 REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ANVISA Manual de microbiologia clínica para o controle de infecção em serviços de saúde edição comemorativa para o IX Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar Salvador 2004 Brasília ANVISA 2004 62 BAUER A W et al Antibiotic Susceptibility Testing by a Standardized Single Disk Method American Journal of Clinical Pathology v 45 n 4 p 493496 1966 BROWN A E Bensons Microbiological Applications Laboratory Manual in General Microbiology 12 ed New York McGrawHill Education 2010 HOLANDA Cecília Maria de Carvalho Xavier ARIMATEIA Dayse Santos MOTTA NETO Renato Manual de bacteriologia e de enteroparasitos Natal EDUFRN 2017 JUNG Benjamin HOILAT Gilles J MacConkey Agar a selective and differential medium NCBI Bookshelf 10 set 2024 Disponível em httpswwwncbinlmnihgovbooksNBK560759 Acesso em 6 jun 2025 MacFaddin J F Biochemical Tests for Identification of Medical Bacteria Philadelphia Lippincott Williams Wilkins 2000 MARCONI Camila et al Detection of Streptococcus agalactiae colonization in pregnant women by using combined swab cultures crosssectional prevalence study São Paulo Medical Journal v 128 n 2 p 6062 2010 MASSON L C et al Diagnóstico laboratorial das infecções urinárias relação entre a urocultura e o EAS Revista Brasileira de Análises Clínicas v 52 n 1 2020 MURRAY P R ROSENTHAL K S PFALLER M A Medical Microbiology Philadelphia Elsevier Mosby 2005 PARAY Ansar Ahmad Gram staining a Brief Review International Journal of Research and Review v 10 n 9 p 337 set 2023 PROBAC DO BRASIL Enterokit B Rev 02 São Paulo PROBAC DO BRASIL RENYLAB Meio Rugai Modificado 2018 SILVEIRA Alessandro Conrado de Oliveira et al Quando e como valorizar culturas de urina polimicrobianas no laboratório de microbiologia clínica 2010 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA SBPCML Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial SBPC ML boas práticas em microbiologia clínica 2015 SPLABOR Ágar CLED função preparação composição consulte o guia do comprador jan 2024 Disponível em httpswwwsplaborcombrblogagarcledfuncaopreparacaocomposicaoconsulte oguiadocomprador Acesso em 6 jun 2025 TEIXEIRA D A Microbiologia básica Teófilo OtoniMG Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 2020 TILLE Patricia M Bailey Scotts diagnostic microbiology 15 ed St Louis Elsevier Health Sciences 2021

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FACULDADE DE AMERICANA FAM CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA ISABELA DOS SANTOS RACEAC ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Microbiologia AMERICANA 2025 ISABELA DOS SANTOS RACEAC ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Microbiologia Relatório apresentado como requisito para aprovação no Curso de Graduação de Biomedicina da Faculdade de americana FAM Docente orientadorProf Thiago Cabral de Souza Profª Ana Carolina Lopes Marron AMERICANA 2025 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 AMOSTRA DO TESTE DE UROCULTURA21 FIGURA 2 MEIOS DE CULTURA UROCULTURA23 FIGURA 3 LÂMINA DA BACTERIOSCOPIA UROCULTURA27 FIGURA 4 MATERIAIS DO TESTE DE ANTIBIOGRAMA30 FIGURA 5 RESULTADO DO ANTIBIOGRAMA32 FIGURA 6 RESULTADO CITRATO EPM E MLLI37 FIGURA 7 RESULTADO DO MEIO RUGAI44 FIGURA 8 TABELA DE IDENTIFICAÇÃO DO RESULTADO DO MICROORGANISMO46 FIGURA 9 ANTIBIÓTICOS USADOS NO ANTIBIOGRAMA47 FIGURA 10 PROCESSO DA COLORAÇÃO DE GRAM NA LÂMINA51 FIGURA 11 COCOS GRAMPOSITIVOS52 FIGURA 12 RESULTADO DO TEST DE CAMP54 FIGURA 13 ANTIBIOGRAMA SECREÇÃO VAGINAL55 FIGURA 14 STAPHY TEST59 FIGURA 15 RESULTADO DO MEIOS DE CULTURA DO TESTE DE SECREÇÃO NASAL61 FIGURA 16 AMOSTRA LCR64 FIGURA 17 CRESCIMENTO BACTERIANO PLACA DE ÁGAR SANGUE67 FIGURA 18 RESULTADO DA PLACA DE ÁGAR MACCONKEY72 FIGURA 19 ENTEROKIT B72 FIGURA 20 PLACA DE ÁGAR SS76 FIGURA 21 ESQUEMA DE SEPARAÇÃO PARA A SÉRIE DE TESTES UTILIZADOS PARA DEMONSTRAR A PRESENÇA DE SALMONELA OU SHIGELLA NO SANGUE URINA OU FEZES DE UM PACIENTE77 FIGURA 22 LÂMINA BACTERIOSCOPIA COPROCULTURA79 FIGURA 23 RESULTADO DO ENTEROKIT B80 FIGURA 24 RESULTADO DO KIT NF II86 FIGURA 25 LÂMINA HEMOCULTURA87 FIGURA 26 PLACA ÁGAR MUELLER HINTON ANTIBIOGRAMA90 FIGURA 27 MODELO DE RESULTADO DE HEMÓLISE94 FIGURA 28 RESULTADO TESTE NACL E BILI ESCULINA95 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA13 2 BACTERIOSCOPIA14 21 OBJETIVO14 22 MATERIAIS15 23 PROCEDIMENTO16 231 Procedimento Esfregaço em Placa16 232 Procedimento Esfregaço em Caldo16 3 UROCULTURA20 31 OBJETIVO20 32 MATERIAIS21 33 PROCEDIMENTO22 331 Semeadura e isolamento22 332 Método de Estrias24 25 34 RESULTADO25 341 Contagem de colônias25 35 BACTERIOSCOPIA26 351 Resultado26 36 LAUDO27 4 ANTIBIOGRAMA28 41 OBJETIVO28 42 MATERIAIS29 43 PROCEDIMENTO30 44 RESULTADOS31 45 LAUDO32 5 IDENTIFICAÇÃO DE BACILOS GRAM NEGATIVOS FERMENTADORES DE GLICOSE ENTEROBACTERIACEAE34 51 OBJETIVO34 52 MATERIAIS35 53 PROCEDIMENTO36 54 INTERPRETAÇÃO DO TESTE37 55 RESULTADOS39 56 LAUDO39 70 SEMEADURA em meio RUGAI40 71 OBJETIVO40 72 MATERIAIS40 73 PROCEDIMENTO41 74 INTERPRETAÇÃO DO TESTE42 75 BACTERIOSCOPIA44 45 75 RESULTADOS45 76 ANTIBIOGRAMA46 77 LAUDO47 8 SECREÇÃO VAGINAL48 81 OBJETIVO48 82 MATERIAIS49 83 PROCEDIMENTO50 831 Semeadura e isolamento50 832 Bacterioscopia51 Após a realização da coloração de Gram na lâmina utilizando a colônia presente no Ágar Sangue observouse ao microscópio o resultado da bacterioscopia Cocos Grampositivo51 84 RESULTADO52 841 Resultado Semeadura52 842 Resultado da prova catalase53 As bactérias pertencentes aos gêneros Staphylococcus e Micrococcus produzem a enzima catalase capaz de decompor o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água Esse teste é bem simples mas de grande valia no esquema de identificação de cocos No caso de uma amostra cuja suspeita clínica aponte para cocos Grampositivos o teste da catalase deve ser o primeiro a ser realizado após o isolamento primário ANVISA p 238 200453 Para a execução do teste devese preparar uma pequena suspensão do crescimento bacteriano em água destilada ou salina na superfície de uma lâmina de vidro bem limpa e adicionar uma a duas gotas de peróxido de hidrogênio 3 A positividade do teste é dada pela formação imediata de bolhas na suspensão bacteriana efervescência ANVISA p 238 200453 Para o teste da catalase uma pequena quantidade da colônia bacteriana foi transferida para uma lâmina de microscopia Adicionamos uma gota de peróxido de hidrogênio H2O2 à amostra A produção de bolhas indica um resultado positivo sugerindo a presença de bactérias catalase positivas como os estafilococos53 843 Teste de CAMP Ágar Sangue53 Inoculamos uma estria única de uma amostra de Staphylococcus aureus centro de uma placa de as estrias não devem se tocar ficando a 1 mm de distância incubar a placa a 3537C durante um período de 1824 horas Resultado positivo para Streptococcus agalactiae grupo B é evidenciada pelo alargamento da zona de lise que adquire a forma de ponta de flecha característica na área de intersecção entre as duas estrias54 85 ANTIBIOGRAMA55 86 LAUDO56 9 SECREÇÃO NASAL57 91 OBJETIVO57 O objetivo do teste de secreção nasal é identificar microrganismos patogênicos que possam estar causando infecções nas vias respiratórias superiores Ele pode detectar a presença de bactérias como o Staphylococcus aureus um dos agentes infecciosos mais comuns nas infecções respiratórias e também em infecções hospitalares57 A identificação presuntiva começa com a inoculação primária na placa de ágar sangue de carneiro que deve ser incubada em 5 de tensão de CO² método da vela ou estufa de CO2 As colônias de estafilococos são geralmente maiores convexas de coloração variando do brancoporcelana a amarelo podendo apresentar hemólise ou não Notese que o desenvolvimento da cor amarelada no S aureus ocorre somente após incubação prolongada 72 h à temperatura ambiente As colônias de estreptococos tendem a serem menores puntiformes e com halos de hemólise total ou parcial beta e alfa hemólise A diferenciação entre os estreptococos e os estafilococos se dá seguramente pela prova da catalase ANVISA p233 200457 92 PROCEDIMENTO58 921 Bacterioscopia58 Com uma alça bacteriológica estéril depositar uma pequena quantidade da amostra da secreção nasal presente no tubo de ensaio da bancada sobre uma lâmina de vidro limpa formando uma fina camada Deixar secar ao ar e fixar o esfregaço passando rapidamente a lâmina pela chama de um bico de Bunsen58 Realizar a coloração de Gram secar a lâmina e observar ao microscópio óptico com objetiva de imersão 1000x para identificar a morfologia e a coloração das bactérias presentes58 922 Semeadura e isolamento58 923 Teste de catalase58 924 Teste de Coagulase59 Iniciamos o teste utilizando colônias isoladas de cultivadas no Ágar Manitol Secreção Nasal Essas colônias foram transferidas para um tubo de ensaio com uma alça esterilizada onde foram dissolvidas para a realização do teste de coagulase Duas lâminas foram identificadas uma para o controle Lâmina C e outra para o teste Lâmina T59 Para a realização do teste utilizamos dois frascos Staphy Test que contêm o reagente necessário para a detecção da coagulase59 O reagente do frasco Staphy Test foi aplicado sobre as lâminas C e T 59 925 Interpretação do teste60 O teste da coagulase em tubo continua sendo o procedimento de referência para identificação de S aureus Tomase uma alçada do crescimento bacteriano obtido após repique 05 ml de cultura pura em caldo ou podese também utilizar colônias típicas diretamente da placa de ágar sangue ou ágar manitol salgado do isolamento primário transferindoas para um tubo contendo 05 mL de plasma diluído Os tubos devem ser incubados a 37C e observados a cada 1 hora nas 4 primeiras horas de incubação A positividade da reação é dada pela formação de um coágulo de qualquer intensidade O teste é negativo quando não se observam traços de fibrina coagulada Normalmente o coágulo é visível nas primeiras horas de incubação HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 666760 93 RESULTADOS60 931 Bacterioscopia Gram60 932 Meios de Cultura60 933 Resultado teste de catalase62 Positivo A formação imediata de bolhas indica a presença da enzima catalase sugerindo que a bactéria pertence ao gênero Staphylococcus62 Negativo A ausência de bolhas indica a falta de atividade catalase sugerindo que a bactéria pertence ao gênero Streptococcus62 No teste a formação de bolhas após a adição da colônia ao peróxido de hidrogênio confirma um resultado positivo para catalase indicando que a bactéria testada é provavelmente do gênero Staphylococcus62 934 Teste de coagulase62 A sequência de testes realizados catalase e coagulase permitiu a identificação precisa da bactéria isolada da secreção nasal como Staphylococcus aureus O teste de catalase positivo diferenciou estafilococos de estreptococos e o teste de coagulase positivo confirmou a espécie S aureus62 10 CULTURA LIQUIDO CEFALORRAQUIDIANO LCR63 101 OBJETIVO63 102 TIPO DE AMOSTRA64 64 103 MATERIAIS64 104 PROCEDIMENTO65 65 1041 Semeadura e isolamento65 O líquor foi semeado diretamente sem diluição em solução salina em diferentes meios de cultura ágar Mueller Hinton ágar MacConkey e ágar sangue A semeadura foi feita no método de esgotamento no ágar sangue e ágar MacConkey e o antibiograma com auxílio de um swab estéril no ágar Mueller Hinton A amostra também foi utilizada para a realização de bacterioscopia com coloração de Gram além de preparo para o antibiograma com o objetivo de avaliar a sensibilidade a antibióticos65 105 Identificação65 1051 Prova da Catalase65 1052 Teste de coagulase65 1053 Antibiograma66 1054 Bacterioscopia66 106 RESULTADOS67 Os resultados mostraram que a placa de ágar sangue apresentou crescimento bacteriano enquanto a placa de ágar MacConkey não apresentou crescimento o que indicou que a bactéria isolada não era Gramnegativa A bacterioscopia revelou a presença de cocos Grampositivos67 Foram realizados testes adicionais para identificação da bactéria o teste da catalase onde se esfrega a colônia em uma lâmina e se pinga peróxido de hidrogênio H O a 3 teve resultado positivo indicando a presença de ₂ ₂ estafilococos Em seguida foi feito o teste da coagulase no qual uma colônia foi colocada em um tubo com plasma e incubada por pelo menos duas horas O resultado também foi positivo confirmando que a bactéria presente era o Staphylococcus aureus67 1061 Laudo68 11 SECREÇÃO TRAQUEAL69 69 111 OBJETIVO69 112 MATERIAIS70 113 PROCEDIMENTO71 114 RESULTADOS71 1141 Leitura do Enterokit B72 1142 Bacterioscopia73 Foi observado no microscópio a lâmina depois de corada e o resultado foi Bacilo Gramnegativo73 115 Laudo73 73 12 Coprocultura75 121 OBJETIVO75 122 MATERIAIS76 76 123 PROCEDIMENTO76 124 RESULTADOS78 1241 Bacterioscopia78 1242 Enterokit B79 125 Laudo80 80 13 HEMOCULTURA82 131 OBJETIVO82 A presença de microrganismos viáveis no sangue do paciente pode levar a um considerável aumento da morbidade e da mortalidade Devemos também lembrar que este fato representa uma das mais importantes complicações do processo infeccioso o que torna a hemocultura um exame de significativo valor preditivo de infecção A maioria dos casos de infecção no sangue chamada de sepse acontece dentro de hospitais e muitas vezes é causada por microrganismos que são difíceis de combater porque resistem a vários antibióticos Os microrganismos podem chegar ao sangue de duas formas principais 1 Penetração a partir de um foco primário de infecção através de vasos linfáticos e daí até o sangue 2 Entrada direta na corrente sanguínea via agulhas ou outros dispositivos vasculares como cateteres Quando há microrganismos no sangue isso pode indicar que o corpo não conseguiu conter a infecção no local onde ela começou ou que houve falha médica em tratar corretamente esse foco como não drenar um abscesso ANVISA 200482 De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA 2004 pessoas com o sistema imunológico funcionando normalmente bem conseguem eliminar rapidamente esses invasores Porém isso pode ser mais difícil quando os microrganismos têm cápsulas protetoras ou quando o corpo ainda não tem anticorpos contra eles Geralmente num paciente imunocompetente as defesas naturais respondem prontamente à presença de microrganismos estranhos Esta eliminação pode ser menos eficiente quando os microrganismos são encapsulados ou mais eficiente quando o paciente já apresenta anticorpos contra o organismo infectante82 132 MATERIAIS83 133 PROCEDIMENTO84 1331 Kit NF II84 134 INTERPRETAÇÃO DO TESTE85 135 BACTERIOSCOPIA86 Realizamos a bacterioscopia utilizando a colônia presente no Ágar chocolate da Hemocultura observouse no microscópio o resultado da bacterioscopia Bacilo Gramnegativo87 136 Enterokit B87 137 Resultados88 1371 Antibiograma89 90 138 Laudo91 14 Secreção de ferida92 141 Objetivo92 142 MATERIAIS93 143 PROCEDIMENTO93 144 INTERPRETAÇÃO DO TESTE94 145 RESULTADO95 95 15 Conclusão do relatório96 16 Referencias97 13 1 INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA Segundo Teixeira 2020 p 78 Esta Ciência estuda os organismos microscópicos e suas atividades biológicas isto é verificam as diversas formas estruturas reprodução aspectos bioquímicofisiológicos e seu relacionamento entre si e com o hospedeiro podendo ser benéficos e prejudiciais A Microbiologia trata os organismos microscópicos unicelulares onde todos os processos vitais são realizados numa única célula A Célula é menor unidade funcional de um organismo e independente da complexidade que o mesmo apresente é através das células que todas as funções vitais são realizadas Todas as células vivas são basicamente estão compostas de membrana plasmática citoplasma e núcleo além de organelas que exercem diversas funções do metabolismo celular Os vírus são organismos acelulares que não possuem metabolismo próprio e dependem de células hospedeiras para se reproduzirem Os fungos que podem ser unicelulares ou pluricelulares atuam como decompositores e têm diversas aplicações em atividades humanas como na produção de alimentos medicamentos e biocombustíveis As bactérias por sua vez são organismos procariontes que podem viver isoladamente ou em colônias sendo que algumas apresentam plasmídeos que são estruturas genéticas adicionais e conferem características vantajosas como a resistência bacteriana TEIXEIRA 2020 14 2 BACTERIOSCOPIA 21 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é aprender e aplicar a técnica de bacterioscopia para a identificação e caracterização morfológica de bactérias em amostras clínicas A coloração de Gram será utilizada para diferenciar entre bactérias Grampositivas e Gramnegativas um procedimento fundamental na microbiologia diagnóstica Segundo Brown 2010 a coloração de Gram permite a visualização clara das características estruturais das bactérias essencial para a identificação rápida e precisa de patógenos Brown 2010 p 45 15 22 MATERIAIS Solução salina Alça de níquel cromo Lâminas para microscopia Bico de Bunsen Cristalvioleta corante Lugol mordente Álcoolacetona descorante Fucsina ou safranina corante Microscópio óptico Óleo de imersão 16 23 PROCEDIMENTO 231 Procedimento Esfregaço em Placa Com o auxílio de uma alça de níquelcromo flambada esterilizada colocar duas gotas de salina na lâmina limpa fazendo movimentos circulares Flambar novamente a alça e depois de esfriála transferir uma parte de crescimento bacteriano para uma lâmina e misturar com a salina Deixar secar Fixar o esfregaço passando a lâmina 3 vezes sobre a chama do bico de Bunsen 232 Procedimento Esfregaço em Caldo Com o auxílio de uma alça de níquelcromo flambada esterilizada colocar duas gotas do caldo de enriquecimento na lâmina limpa fazendo movimentos circulares Deixar secar Fixar o esfregaço passando a lâmina 3 vezes sobre a chama do bico de Bunsen 233 Coloração Gram 17 A coloração de Gram envolve várias etapas começando com a aplicação da violeta cristal e o uso do lugol seguido pela descoloração com álcoolacetona e finalizando com a aplicação da fucsina para Gram A etapa de descoloração deve ser feita com muito cuidado pois o uso prolongado do descolorante pode remover a coloração das duas formas bacterianas comprometendo os resultados PARAY 2023 Procedimento Cobrir o esfregaço com a solução de violeta cristal por um minuto Escorrer a violeta cristal Lavar a lâmina em água corrente ou água purificada Cobrir o esfregaço com lugol e esperar mais um minuto Escorrer o lugol Lavar a lâmina em água corrente ou água purificada Descorar o esfregaço pelo álcoolacetona por no máximo 10 segundos Para isto deixe a álcool cair gota a gota sobre a lâmina inclinada Lavar a lâmina em água corrente Cobrir o esfregaço com a solução de fucsina para Gram e esperar 30 segundos Lavar a lâmina em água corrente e secar com o auxílio de um papel de filtro Observar ao microscópio com a objetiva de imersão PARAY 2023 24 RESULTADOS A leitura das lâminas de bacterioscopia foi feita após a secagem das lâminas coradas Obtendo os seguintes resultados Placa 1 Bacilo Gramnegativo 18 Placa 2 Cocos Gramnegativo Placa 3 Cocos Grampositivo Para a confirmação e identificação das bactérias foi realizado a semeadura das amostras de caldo que serão abordadas no próximo tópico 25 LAUDOS Quadro 1 Laudo de Caldo 1 BACTERIOSCOPIA Nome Bacterioscopia Data da coleta 17022025 Número da amostra 1 Resultado Bacilo Gramnegativo Método Coloração de Gram Quadro 2 Laudo de Caldo 2 BACTERIOSCOPIA Nome Bacterioscopia Data da coleta17022025 Número da amostra 2 19 Resultado Cocos Gramnegativo Método Coloração de Gram Quadro 3 Laudo de Caldo 3 BACTERIOSCOPIA Nome Data da coleta 17022025 Número da amostra 3 Resultado Cocos Grampositivo Método Coloração de Gram 20 3 UROCULTURA 31 OBJETIVO Segundo MASSON L C etal 2020 p 77 as infecções urinárias ITU acometem indivíduos no mundo inteiro e são causadas principalmente por bactérias Gramnegativas sendo o diagnóstico laboratorial realizado pelo EAS e urocultura A padronização de um método para a realização de urocultura envolve diversos critérios variáveis que faz com que cada laboratório de microbiologia elabore o seu Desde características como o volume de urina a ser usado o método de coleta da amostra os meios de cultura o tempo de incubação e os critérios de interpretação devem ser relacionados de acordo com as características do laboratório A cultura de urina deve ser realizada por metodologia quantitativa em que é estimado o número de unidades formadoras de colôniasmL de urina UFCmL a partir da amostra não centrifugada O procedimento é usualmente feito com alças calibradas estéreis e descartáveis SBPC 2015 A interpretação das culturas de urina utilizada usualmente para testes rotineiros consiste em isolamentos de uma única espécie bacteriana que apresentou crescimento superior a 100mil UFCml indicam a presença de infecção contagens inferiores a 10000 UFCml sugerem contaminação vaginal ou uretral crescimento microbiano avaliado entre 10000 e 100000 UFCml são duvidosos tornandose necessária avaliação médica com base na clínica apresentada peloa paciente atenção especial para as amostras de crianças nas quais a coleta pode ser mais difícil e algumas infecções podem se manifestar em contagens mais baixas de 1000 a 10000 UFCml SILVEIRA etal 2010 21 32 MATERIAIS Placa de Agar CLED Placa de Agar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Estufa Urina de jato médio Figura 1 Amostra do teste de urocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 22 33 PROCEDIMENTO 331 Semeadura e isolamento Para a cultura quantitativa de urina utilizar uma alça calibrada de 10 µL Após a homogeneização da amostra procedemos a semeadura com alça calibrada de 10 µL em uma placa de Ágar Cled pelo Método Estrias e uma placa de Ágar MacConkey pelo Método de Esgotamento Incubamos as placas semeadas por 18 a 24 horas a 35ºC 2 Após este tempo analisamos as características das colônias no meio de cultura para a identificação 23 Figura 2 Meios de cultura urocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 O Ágar MacConkey presente na figura 2 é um meio de cultura seletivo segundo Jung e Hoilat 2024 O ágar MacConkey MAC que só cultiva espécies bacterianas gramnegativas pode diferenciar ainda mais os organismos Gramnegativos com base em seu metabolismo da lactose As propriedades seletivas e diferenciadoras do ágar MacConkey permitem a utilização para aplicações clínicas e de pesquisa A fermentação da lactose produz ácidos orgânicos principalmente ácido lático que diminui o pH do ágar O MAC contém um indicador de pH que fica rosa em condições ácidas Portanto os gramnegativos fermentadores de lactose formarão colônias rosa enquanto os fermentadores não lactose formarão colônias opacas esbranquiçadas O Ágar CLED Ágar Deficiente em Eletrólitos com Lactose e Cistina é um meio de cultura amplamente utilizado em microbiologia para isolar e identificar bactérias presentes no trato urinário Esse meio é formulado de maneira a inibir o crescimento de Proteus spp uma bactéria que pode comprometer os resultados ao se espalhar rapidamente sobre a superfície do meio O Ágar CLED não contém eletrólitos o que impede a disseminação desse microrganismo Além disso a presença de lactose permite a diferenciação das bactérias com aquelas que fermentam lactose formando colônias amarelas 24 enquanto as não fermentadoras permanecem incolores ou azuis A cistina um aminoácido presente no meio serve como fonte de nutrição para o crescimento bacteriano tornando o Ágar CLED útil em análises de infecções urinárias ao possibilitar a diferenciação de diversas bactérias com base na fermentação da lactose SPLabor 2024 332 Método de Estrias Quando tentamos estudar a flora bacteriana em diferentes ambientes como o corpo humano solo água ou alimentos logo percebemos que as bactérias geralmente estão presentes em populações mistas É muito raro encontrar uma única espécie de bactéria isolada em um ambiente natural Para estudar as características de uma espécie de forma isolada é fundamental separar essa bactéria das outras presentes no mesmo habitat Em outras palavras é necessário obter uma cultura pura do microrganismo BROWN A E p 8285 2010 Existem diferentes métodos para isolar uma cultura pura de uma amostra mista Os dois métodos mais comuns envolvem o uso de técnicas de estrias em placas ou placas de vazamento Ambas as técnicas têm como objetivo reduzir a quantidade de organismos presentes permitindo que se 25 selecione uma espécie isolada a partir das outras BROWN A E 2010 p 82 85 34 RESULTADO As placas semeadas foram deixadas em incubação por um dia apresentando crescimento de colônias Foi realizada a leitura das placas contento o crescimento de colônias da urina identificada como 2 341 Contagem de colônias Utilizamos a alça de 001 mL o número de UFCmL será dado pela contagem das colônias de mesmo aspecto na placa multiplicado por 100 RESULTADO Número de colônias 100000 UFCml 26 35 BACTERIOSCOPIA 351 Resultado Após fazermos a coloração de Gram na lâmina observamos no microscópio BACILO GRAM NEGATIVO 27 Figura 3 Lâmina da bacterioscopia urocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 Segundo Teixeira 2020 p 2021 para identificar bactérias GRAM e GRAM as bactérias Gram são coradas de ROXO pois fixam o corante cristal violeta e sua parede celular é composta por Lipídio e Proteína apresentando com uma camada de peptidoglicano bastante espessa As bactérias GRAM são coradas de ROSA pois fixam o corante Fucsina tendo a composição da parede celular composta por Lipídios Proteínas e Carboidratos parede de peptideoglicano mais fina As bactérias Gram são as únicas que possuem endotoxina LPS 36 LAUDO Quadro 4 Laudo de Urocultura Nome Urocultura Data da coleta 18022025 Número da amostra Urina identificada como 2 28 UROCULTURA Número de colônias Acima de 100000 UFCml Resultado Bacilo Gramnegativo Método Semeadura em meios específicos Material Urina 4 ANTIBIOGRAMA 41 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é realizar o teste de discodifusão em ágar um dos métodos de sensibilidade antimicrobiana mais simples e confiáveis Este teste envolve a aplicação de discos de antibióticos sobre uma placa de ágar previamente inoculada com a bactéria em estudo Após a incubação os diâmetros dos halos de inibição do crescimento bacteriano ao redor de cada disco são medidos em milímetros Esses diâmetros são indicativos da sensibilidade da bactéria ao antibiótico bem como da velocidade de difusão do antimicrobiano no ágar Conforme apontado por Bauer et al 1966 a metodologia do teste de discodifusão fornece uma maneira rápida e eficaz de avaliar a resistência bacteriana a múltiplos agentes antimicrobianos Bauer et al 1966 p 493 Na prática os resultados são interpretados comparando os valores dos halos de inibição com os critérios estabelecidos pelo CLSI 29 permitindo a categorização das amostras bacterianas em sensíveis resistentes ou intermediárias 42 MATERIAIS Meio de cultura de ágar MuellerHinton Swab estéril Tubo de ensaio com diluição bacteriana da urocultura Discos de concentração única para cada antibiótico 30 Figura 4 Materiais do teste de antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 43 PROCEDIMENTO Para a realização do antibiograma iniciouse com a coleta de uma colônia isolada da placa semeada que foi transferida para um tubo contendo solução salina A partir disso a colônia foi dissolvida na solução salina até atingir a turbidez Para realizar a semeadura um swab estéril foi imerso no tubo de salina com a colônia dissolvida Em seguida o swab foi utilizado para esfregar de maneira uniforme sobre toda a superfície da placa de ágar MuellerHinton garantindo que a diluição bacteriana fosse distribuída de forma homogênea Após a semeadura a placa foi preparada para a colocação dos discos de 31 antibióticos Para isso uma pinça estéril foi utilizada para colocar os discos de antibióticos sobre a superfície do ágar permitindo a formação de halos de inibição claramente visíveis A placa de ágar MuellerHinton foi então incubada a 35 2ºC por um período de 24 horas permitindo o crescimento bacteriano e a ação dos antibióticos sobre as bactérias presentes Após o período de incubação os halos de inibição formados ao redor dos discos foram medidos em milímetros utilizando uma régua apropriada A interpretação dos resultados foi realizada de acordo com as tabelas de interpretação de antibiograma que indicam se a bactéria é sensível intermediária ou resistente aos antibióticos testados 44 RESULTADOS Utilizamos a tabela de valores de halos inibitórios Antibiótico Amoxilina 10mcg halo de 22 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Imipenem 10mcg halo de 23 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ác Clavulânico 10mcg halo de 22 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ceftriaxona 30mcg halo de 30 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ampicilina 10mcg halo de 22 mm de diâmetro Sensível Meropenem 10mcg halo de 27mm de diâmetro Sensível Norfloxacina 10mcg halo de 35mm de diâmetro Sensível 32 Figura 5 Resultado do antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 45 LAUDO Quadro 5 Laudo Antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 25022025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Amoxilina 10 µg 22 mm Sensível Imipenem 10 µg 23 mm Sensível Ácido Clavulânico 10 µg 22 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 30 mm Sensível Ampicilina 10 µg 22 mm Sensível 33 Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Meropenem 10 µg 27 mm Sensível Norfloxacina 10 µg 35 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 34 5 IDENTIFICAÇÃO DE BACILOS GRAM NEGATIVOS FERMENTADORES DE GLICOSE ENTEROBACTERIACEAE 51 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é identificar bacilos Gramnegativos da família Enterobacteriaceae comumente encontrados em amostras clínicas A identificação dessas bactérias será realizada por meio de testes bioquímicos e culturas seletivas diferenciais com ênfase na capacidade dessas bactérias de fermentar glicose A fermentação da glicose é um critério crucial para diferenciar entre as várias espécies de enterobactérias De acordo com MacFaddin 2000 os testes bioquímicos são ferramentas essenciais na microbiologia clínica para a identificação precisa das enterobactérias permitindo um diagnóstico rápido e eficaz MacFaddin 2000 p 78 Usamos O Enterokit B que consiste dos seguintes meios EPM MILi e Citrato de Simmons O meio EPM contém os testes de fermentação e produção de gás em glicose produção de H2S hidrólise da uréia e desaminação do triptofano O meio MlLi contém os testes de motilidade indol e descarboxilação de lisina O Citrato de Simmons oferece o teste de utilização do citrato como única fonte de carbono Os três meios totalizam 8 testes que somados ao da fermentação da lactose na placa de isolamento permitem identificar com fidelidade a grande maioria das enterobactérias isoladas de espécimes clínicos PROBAC DO BRASIL ENTEROKIT B Rev 02 35 52 MATERIAIS Placa de Agar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio EPM Meio MlLi Meio Citrato de Simmons Urocultura da aula anterior 36 53 PROCEDIMENTO Para dar continuidade às análises utilizamos o Enterokit B para identificação da bactéria bacilo gram negativo desconhecida que cresceu no meio Mac Conkey Tocamos a colônia com agulha de níquel cromo e semeamos os 3 meios na seguinte ordem Citrato EPM e MlLi sempre flambando a alça a cada semeadura Para inocular o meio de Citrato deslizamos a agulha pelo centro estriando toda a superfície inclinada No meio EPM introduzimos a agulha até o fundo do tubo e ao retirála semeamos a superfície do meio No MILi semeamos por picada central que deve atingir o fundo do tubo Incubamos o Enterokit a 35C 2C para fazer a leitura após 18 horas a 24 horas 37 54 INTERPRETAÇÃO DO TESTE Figura 6 Resultado Citrato EPM e MlLi Fonte Isabela Dos Santos 2025 Meio Citrato Negativo Meio MILi Lisina negativo Motilidade positivo Indol negativo Meio EPM H2S positivo Uréia positivo Gás negativo LTD positivo LAC 4 Urease 4 Indol 4 Gás 2 LTD 2 Lisina 2 H2S 1 Mot 1 Citrato 1 Bactéria 170 38 Segundo a bula do PROBAC DO BRASIL ENTEROKIT B Rev 02 o Meio EPM apresenta as seguintes características Produção de gás Aparecimento de bolhas ou deslocamento do meio de cultura do fundo do tubo Produção de H2S Enegrecimento do meio em qualquer intensidade Hidrólise da uréia Aparecimento de cor azul ou verde azulada reação fraca que se estende para a base do meio envolvendoa totalmente ou não Desaminação do triptofano LTD Aparecimento de cor verde garrafa na superfície do meio Além disso o Meio MlLi apresenta as seguintes reações Motilidade MOT A bactéria móvel cresce além da linha de picada A imóbilidade se caracteriza pela bactéria que cresce apenas nesta linha Descarboxilação da lisina Quando a lisina é descarboxilada o meio adquire cor púrpura acentuada ou discreta Quando o aminoácido não é utilizado o meio adquire cor amarelada nos seus 23 inferiores O teste é considerado positivo sempre que o meio não estiver amarelo Produção de indol Adicionar 3 a 4 gotas do reativo de Kovacs à superfície do meio e agitar levemente Quando a bactéria produz indol o reativo adquire cor rosa ou vermelha Quando não produz o reativo mantém sua cor inalterada Por fim o Meio Citrato de Simmons revela a utilização do citrato pelo aparecimento de cor azul na superfície do meio O teste é considerado negativo quando a cor do meio não sofre alteração Quando houver mais de uma espécie bacteriana deverão ser realizadas provas complementares como as do Enterokit C Também devem ser usadas provas complementares quando o resultado obtido corresponder a um número não existente na tabela PROBAC DO BRASIL ENTEROKIT B Rev 02 39 55 RESULTADOS Utilizamos a tabela interpretativa de identificação de bactérias e o resultado foi 170 indicativo de Proteus Mirabilis Proteus penneri 56 LAUDO Quadro 6 Laudo Nome Leitura ENTEROKIT B Data da coleta 25022025 UROCULTURA Número de colônias Acima de 100000 UFCml Resultado Proteus Mirabilis Proteus penneri Método Semeadura em meios específicos Material Urocultura da aula anterior 40 70 SEMEADURA EM MEIO RUGAI 71 OBJETIVO RENYLAB 2018 p 1 descreve que este meio é utilizado para identificar as principais espécies de Enterobactérias Víbrios e Aeromonas permitindo em um só tubo a leitura das seguintes reações motilidade da bactéria indicado pela turvação da lisina na base lisina descarboxilase fermentação da glicose em profundidade e da sacarose na superfície do meio produção de gás sulfídrico H2S gás em glicose utilização do aminoácido L triptofano desaminação hidrólise da uréia e no tampão do tubo um desenvolvimento de coloração avermelhada que indica a formação de indol A identificação das enterobactérias é a principal base para o diagnóstico laboratorial dos bacilos Gram negativos BGN fermentadores de glicose O isolamento de BGN que não reagem à prova de oxidase não oferece muita dificuldade quando estamos diante de cepas bioquimicamente típicas Este meio de cultura destinase à identificação presuntiva de enterobactérias Sua finalidade principal é a triagem bioquímica de colônias que crescem nos meios seletivos para bactérias Gram negativas Para uma identificação mais precisa dos microrganismos recomendase a utilização do Kit para Enterobactérias uma vez que o Meio de Rugai com Lisina se presta somente para diagnóstico presuntivo dos mesmos O meio é composto de Parte Superior Meio de Rugai Parte Central Cera de Vascar Parte Inferior Meio de Lisina Tampa indol RENYLAB p01 2018 72 MATERIAIS 41 Placa de Agar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio Rugai Salina estéril 73 PROCEDIMENTO 42 Usando a agulha estéril encostar suavemente na superfície de uma colônia de bactéria do ágar MacConkey Introduzir a agulha no tubo de ensaio realizando uma picada central na parte inferior do Meio Lisina parte mais profunda do tubo Após a picada puxar a agulha em direção à superfície do faça um estriamento suave a agulha deve ser flambada novamente após a inoculação para garantir a esterilidade 74 INTERPRETAÇÃO DO TESTE 43 Segundo a bula do RENYLAB MEIO RUGAI MODIFICADO 2018 o Meio EPM apresenta as seguintes características Desaminação do LTriptofano prova positiva quando há desenvolvimento de coloração verde garrafa no ápice do tubo e a prova negativa se caracteriza pela manutenção da cor original do meio ou cor amarelada Fermentação da glicose o surgimento de cor amarela na porção inferior de meio caracteriza prova positiva do contrário o meio mantémse inalterado esta prova deve ser obrigatoriamente positiva para todas as enterobactérias devendose atentar para o fato de que nos casos de bactérias que produzem H2S ou hidrolisam a uréia a cor amarela é mascarada Fermentação da sacarose surgimento de cor amarelada na superfície do meio Produção de gás a partir da glicose caso a bactéria em estudo produza gás a partir da glicose irão se formar bolhas no interior do meio podendo em alguns casos o meio pode chegar a se partir e sofrer deslocamento Produção de gás sulfídrico H Sa produção de gás sulfídrico é evidenciada pelo surgimento de coloração negra com intensidade variável na porção inferior de meio Hidrólise da uréia considerase a prova positiva quando há a formação de uma coloração azulada na porção inferior de meio Descarboxilação da lisina inicialmente o meio ficará amarelo indicando que a bactéria é viável e no caso de haver a descarboxilação da lisina o meio volta à cor púrpura original do contrário para prova negativa o As colônias a identificar são semeadas por picada em profundidade e meio mantémse amarelo Motilidade caso o crescimento bacteriano fique restrito à linha de picada considerase a motilidade negativa do contrário para a motilidade positiva há um crescimento difuso com turvação parcial ou completa do meio Indol o surgimento de uma cor vermelha na tampa caracteriza a prova positiva 44 Figura 7 Resultado do Meio Rugai Fonte Isabela Dos Santos 2025 75 BACTERIOSCOPIA Transferimos uma parte de crescimento bacteriano da placa Ágar MacConkey para a lâmina e misturamos com a salina 45 Realizamos a coloração de Gram na lâmina observamos no microscópio e identificamos o resultado Bacilo Gramnegativo 75 RESULTADOS Resultados do Meio Rugai Modificado Teste Resultado LTriptofano Negativo Sacarose Negativo H2S Negativo 46 Teste Resultado Glicose Gás Positivo Glicose Positivo Ureia Negativo Indol Positivo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e o resultado foi E Coli Escherichia Coli Figura 8 Tabela de identificação do resultado do microorganismo Fonte Isabela Dos Santos 2025 76 ANTIBIOGRAMA Utilizamos a tabela de valores de halos inibitórios e o resultado foi Antibiótico Ciprofloxacina halo de 45 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Sulfametoxazol halo de 35 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Gentamicina halo de 25 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ceftriaxona halo de 40 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Levofloxacia halo de 36 mm de diâmetro Sensível 47 Figura 9 Antibióticos usados no antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 77 LAUDO Quadro 7 Laudo antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 17032025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Ciprofloxacina 5 µg 45 mm Sensível Sulfametoxazol 2375 µg 35 mm Sensível 48 Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Gentamicina 10 µg 25 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 40 mm Sensível Levofloxacia 10 µg 36 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 8 SECREÇÃO VAGINAL 81 OBJETIVO O teste de secreção vaginal é utilizado para identificar agentes infecciosos presentes nas regiões perianal retal no introito vaginal e no terço distal da parede vaginal auxiliando no diagnóstico da doença estreptocócica neonatal que está associada com significantes índices de mortalidade perinatal principalmente em recémnascidos prematuros Especificamente a detecção de Streptococcus Agalactiae MARCONI et al 2010 O objetivo desta aula prática é realizar a cultura de secreção vaginal para a pesquisa de Streptococcus βhemolítico do grupo B com o intuito de identificar a presença deste patógeno e compreender sua relevância clínica A análise visa detectar possíveis infecções auxiliando no diagnóstico preciso e 49 contribuindo para o tratamento adequado das pacientes afetadas Segundo Murray et al 2005 a identificação de Streptococcus βhemolítico do grupo B em amostras clínicas é crucial para a prevenção de complicações graves especialmente em gestantes onde a transmissão para o recémnascido pode ocorrer Murray et al p102 2005 82 MATERIAIS Placa de ágar sangue Placa de ágar MacConkey Bico de Bunsen Pinça estéril Alça de inoculação estéril Lâminas e lamínulas para microscopia Solução salina estéril Amostra de secreção vaginal Peróxido de hidrogênio H2O2 50 83 PROCEDIMENTO 831 Semeadura e isolamento Em ambiente estéril a alça de inoculação foi aquecida na chama do bico de Bunsen até ficar incandescente e deixada esfriar Uma pequena quantidade da amostra foi então transferida do tubo com secreção vaginal diluída para a placa de ágar sangue distribuindose a amostra na superfície do ágar utilizando a técnica de esgotamento a agulha deve ser flambada novamente após a inoculação para garantir a esterilidade Seguimos com a semeadura no Ágar MacConkey uma pequena quantidade da amostra foi então transferida do tubo com secreção vaginal diluída para a placa de ágar MacConkey distribuindose a amostra na superfície do ágar utilizando a técnica de esgotamento As placas foram colocadas na estufa de incubação a 3537C e incubadas por um período de 24 a 48 horas Após o período de incubação as placas foram observadas para verificar a presença de colônias As colônias características geralmente betahemolíticas com uma zona clara ao redor foram identificadas Para confirmação da identidade do patógeno testes bioquímicos específicos ou de hemólise foram realizados Realizamos a prova de Catalase Teste de Camp e o Antibiograma 51 832 Bacterioscopia Após a realização da coloração de Gram na lâmina utilizando a colônia presente no Ágar Sangue observouse ao microscópio o resultado da bacterioscopia Cocos Grampositivo Figura 10 Processo da coloração de Gram na lâmina Fonte Isabela Dos Santos2025 52 Figura 11 Cocos Grampositivos Fonte Isabela Dos Santos2025 84 RESULTADO 841 Resultado Semeadura Houve crescimento somente na placa de Ágar Sangue 53 842 Resultado da prova catalase As bactérias pertencentes aos gêneros Staphylococcus e Micrococcus produzem a enzima catalase capaz de decompor o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água Esse teste é bem simples mas de grande valia no esquema de identificação de cocos No caso de uma amostra cuja suspeita clínica aponte para cocos Grampositivos o teste da catalase deve ser o primeiro a ser realizado após o isolamento primário ANVISA p 238 2004 Para a execução do teste devese preparar uma pequena suspensão do crescimento bacteriano em água destilada ou salina na superfície de uma lâmina de vidro bem limpa e adicionar uma a duas gotas de peróxido de hidrogênio 3 A positividade do teste é dada pela formação imediata de bolhas na suspensão bacteriana efervescência ANVISA p 238 2004 Para o teste da catalase uma pequena quantidade da colônia bacteriana foi transferida para uma lâmina de microscopia Adicionamos uma gota de peróxido de hidrogênio H2O2 à amostra A produção de bolhas indica um resultado positivo sugerindo a presença de bactérias catalasepositivas como os estafilococos Obtemos o resultado negativo na amostra de secreção vaginal gênero Streptococcus 843 Teste de CAMP Ágar Sangue Meio enriquecido com 5 de sangue de carneiro Além de ser altamente nutritivo propiciando o crescimento da maioria das bactérias de interesse clínico o ágar sangue também tem uma característica diferencial A conservação das hemácias integras favorece a formação de halos de hemólise nítidos úteis para a escolha dos testes complementares e diferenciais do gênero Streptococcus HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 63 54 Figura 12 Resultado do Test de Camp Fonte Isabela Dos Santos 2025 Bactéria betahemolítica Streptococcus pyogenes Observase a lise completa das hemácias ao redor das colônias Devese atentar para os stabs indicações com setas realizados para a verificação da atividade máxima da estreptolisina O que é lábil ao oxigênio Bactéria alfahemolítica Streptococcus pneumoniae Apresenta lise parcial das hemácias resultando em uma coloração cinzaesverdeada ou acastanhada HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 63 Inoculamos uma estria única de uma amostra de Staphylococcus aureus centro de uma placa de as estrias não devem se tocar ficando a 1 mm de distância incubar a placa a 3537C durante um período de 1824 horas Resultado positivo para Streptococcus agalactiae grupo B é evidenciada pelo alargamento da zona de lise que adquire a forma de ponta de flecha característica na área de intersecção entre as duas estrias Resultado positivo com a presença de setas na zona de proliferação Streptococcus agalactiae 55 85 ANTIBIOGRAMA Semeamos o Ágar Mueller Hinton com a bactéria que apresentou crescimento no do Ágar MacConkey do teste de semeadura da secreção vaginal Utilizamos a tabela de valores de halos inibitórios e o resultado foi Antibiótico Claritromicina halo de 38 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Sulfametoxazol halo de 35 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Eritromicina halo de 37 mm de diâmetro Sensível Figura 13 Antibiograma secreção vaginal Fonte Isabela Dos Santos 2025 56 86 LAUDO Quadro 8 Laudo bacterioscopia ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 25032025 Resultado Streptococcus βhemolítico do grupo B Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Claritromicina 10 µg 38 mm Sensível Sulfametoxazol 10 µg 35 mm Sensível Eritromicina 10 µg 37 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 57 9 SECREÇÃO NASAL 91 OBJETIVO O objetivo do teste de secreção nasal é identificar microrganismos patogênicos que possam estar causando infecções nas vias respiratórias superiores Ele pode detectar a presença de bactérias como o Staphylococcus aureus um dos agentes infecciosos mais comuns nas infecções respiratórias e também em infecções hospitalares Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária 2004 o Staphylococcus aureus pode se espalhar a partir de certas áreas do corpo como a pele e as membranas mucosas podendo contaminar tanto o paciente quanto objetos inanimados ou outras pessoas Isso pode ocorrer através de contato direto ou pela dispersão no ar aerossol resultando em infecções graves devido aos fatores de virulência da bactéria ou por sua resistência aos antibióticos usados atualmente A identificação presuntiva começa com a inoculação primária na placa de ágar sangue de carneiro que deve ser incubada em 5 de tensão de CO² método da vela ou estufa de CO2 As colônias de estafilococos são geralmente maiores convexas de coloração variando do brancoporcelana a amarelo podendo apresentar hemólise ou não Notese que o desenvolvimento da cor amarelada no S aureus ocorre somente após incubação prolongada 72 h à temperatura ambiente As colônias de estreptococos tendem a serem menores puntiformes e com halos de hemólise total ou parcial beta e alfa hemólise A diferenciação entre os estreptococos e os estafilococos se dá seguramente pela prova da catalase ANVISA p233 2004 58 92 PROCEDIMENTO 921 Bacterioscopia Com uma alça bacteriológica estéril depositar uma pequena quantidade da amostra da secreção nasal presente no tubo de ensaio da bancada sobre uma lâmina de vidro limpa formando uma fina camada Deixar secar ao ar e fixar o esfregaço passando rapidamente a lâmina pela chama de um bico de Bunsen Realizar a coloração de Gram secar a lâmina e observar ao microscópio óptico com objetiva de imersão 1000x para identificar a morfologia e a coloração das bactérias presentes 922 Semeadura e isolamento Com uma alça estéril realizar a semeadura por esgotamento superficial na placa de ágar MacConkey seguimos para o Ágar Manitol Salgado 75 NaCl inoculamos a amostra por estrias e por último o Ágar Sangue realizamos a semeadura por esgotamento 923 Teste de catalase Pegamos uma pequena porção da colônia do Ágar Sangue com uma alça esterilizada colocamos na lâmina de vidro e esfregamos Colocamos sobre este esfregaço uma gota de água oxigenada a 3 e observamos a formação de bolhas ANVISA 2004 p 238 59 924 Teste de Coagulase Iniciamos o teste utilizando colônias isoladas de cultivadas no Ágar Manitol Secreção Nasal Essas colônias foram transferidas para um tubo de ensaio com uma alça esterilizada onde foram dissolvidas para a realização do teste de coagulase Duas lâminas foram identificadas uma para o controle Lâmina C e outra para o teste Lâmina T Para a realização do teste utilizamos dois frascos Staphy Test que contêm o reagente necessário para a detecção da coagulase O reagente do frasco Staphy Test foi aplicado sobre as lâminas C e T Figura 14 Staphy Test Fonte Isabela Dos Santos 2025 60 925 Interpretação do teste O teste da coagulase em tubo continua sendo o procedimento de referência para identificação de S aureus Tomase uma alçada do crescimento bacteriano obtido após repique 05 ml de cultura pura em caldo ou podese também utilizar colônias típicas diretamente da placa de ágar sangue ou ágar manitol salgado do isolamento primário transferindoas para um tubo contendo 05 mL de plasma diluído Os tubos devem ser incubados a 37C e observados a cada 1 hora nas 4 primeiras horas de incubação A positividade da reação é dada pela formação de um coágulo de qualquer intensidade O teste é negativo quando não se observam traços de fibrina coagulada Normalmente o coágulo é visível nas primeiras horas de incubação HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 6667 93 RESULTADOS 931 Bacterioscopia Gram Observação de Bacilos Gramnegativos 932 Meios de Cultura Ágar Manitol Salgado 61 O vermelho de fenol funciona como indicador de pH nesse meio o qual apresenta normalmente uma coloração rosasalmão mas que muda sua cor para amarelo na presença de espécies fermentadoras do manitol Figura 15 Resultado do meios de cultura do teste de secreção nasal Fonte Isabela Dos Santos2025 62 933 Resultado teste de catalase Positivo A formação imediata de bolhas indica a presença da enzima catalase sugerindo que a bactéria pertence ao gênero Staphylococcus Negativo A ausência de bolhas indica a falta de atividade catalase sugerindo que a bactéria pertence ao gênero Streptococcus No teste a formação de bolhas após a adição da colônia ao peróxido de hidrogênio confirma um resultado positivo para catalase indicando que a bactéria testada é provavelmente do gênero Staphylococcus 934 Teste de coagulase A sequência de testes realizados catalase e coagulase permitiu a identificação precisa da bactéria isolada da secreção nasal como Staphylococcus aureus O teste de catalase positivo diferenciou estafilococos de estreptococos e o teste de coagulase positivo confirmou a espécie S aureus 63 10 CULTURA LIQUIDO CEFALORRAQUIDIANO LCR 101 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é realizar a cultura de líquido cefalorraquidiano LCR para detectar agentes patogênicos presentes nesse fluido corporal Iniciamos com a coleta do LCR em condições assépticas seguida pela inoculação em meios de cultura específicos para identificar possíveis infecções bacterianas fúngicas ou virais A incubação foi realizada em estufa a 3537C com leituras periódicas das placas para observar o crescimento microbiano De acordo com Tille 2013 a cultura de LCR é uma técnica essencial para o diagnóstico de meningites e outras infecções do sistema nervoso central permitindo um tratamento rápido e adequado Tille 2013 p 254 Quando da realização da cultura de líquor outros parâ metros devem ser avaliados para uma interpretação correta do achado microbiológico tais como a celularidade o nível de gli cose e proteínas A contagem normal de leucócitos no líquor é a 5 células mm3 todas mononucleares Na meningite bacteriana está aumentada com predomínio inicial de polimorfonucleares 80 podendo aparecer linfócitos subsequentemente Valores de glicose menores que 30 mgdl ou menos que 50 dos níveis séricos em 50 dos pacientes sugerem meningite bacteriana fúngica ou por microbactérias Valores de proteínas acima de 100 mgdl indicam provável infecção bacteriana 64 102 TIPO DE AMOSTRA Figura 16 Amostra LCR Fonte Isabela Dos Santos 2025 103 MATERIAIS Amostra LCR Ágar Sangue Ágar MacConkey Ágar Mueller Hinton 65 Bico de Bunsen Alça de Inoculação Estéril Swab Microscópio Lâminas Discos de antibiótico pinça e régua 104 PROCEDIMENTO 1041 Semeadura e isolamento O líquor foi semeado diretamente sem diluição em solução salina em diferentes meios de cultura ágar Mueller Hinton ágar MacConkey e ágar sangue A semeadura foi feita no método de esgotamento no ágar sangue e ágar MacConkey e o antibiograma com auxílio de um swab estéril no ágar Mueller Hinton A amostra também foi utilizada para a realização de bacterioscopia com coloração de Gram além de preparo para o antibiograma com o objetivo de avaliar a sensibilidade a antibióticos 105 IDENTIFICAÇÃO 1051 Prova da Catalase Para o teste da catalase uma pequena quantidade da colônia bacteriana foi transferida para uma lâmina de microscopia Adicionamos uma gota de peróxido de hidrogênio H2O2 à amostra A produção de bolhas indica um resultado positivo sugerindo a presença de bactérias catalasepositivas como os estafilococos 1052 Teste de coagulase 66 Para este teste realizamos a semeadura de uma colônia bacteriana em um caldo de cultura contendo 65 de NaCl A amostra foi incubada a 3537C por 2448 horas O crescimento bacteriano em meio salino indica a capacidade da bactéria de sobreviver em altas concentrações de sal característica de certos enterococos 1053 Antibiograma Para o antibiograma uma suspensão da colônia bacteriana foi preparada e espalhada uniformemente em uma placa de ágar MuellerHinton Discos de papel impregnados com diferentes antibióticos foram colocados na superfície do ágar Após incubação a 3537C por 24 horas medimos os halos de inibição ao redor dos discos para determinar a sensibilidade ou resistência das bactérias aos antibióticos testados 1054 Bacterioscopia A bacterioscopia do líquor consiste na preparação de um esfregaço em lâmina seguido de fixação pelo calor e coloração de Gram O procedimento permite diferenciar bactérias Grampositivas roxo e Gramnegativas vermelho além de observar suas formas e arranjos Após a coloração a lâmina é analisada ao microscópio óptico com objetiva de imersão auxiliando na identificação preliminar do agente infeccioso presente no sistema nervoso central 67 106 RESULTADOS Os resultados mostraram que a placa de ágar sangue apresentou crescimento bacteriano enquanto a placa de ágar MacConkey não apresentou crescimento o que indicou que a bactéria isolada não era Gramnegativa A bacterioscopia revelou a presença de cocos Grampositivos Foram realizados testes adicionais para identificação da bactéria o teste da catalase onde se esfrega a colônia em uma lâmina e se pinga peróxido de hidrogênio H₂O₂ a 3 teve resultado positivo indicando a presença de estafilococos Em seguida foi feito o teste da coagulase no qual uma colônia foi colocada em um tubo com plasma e incubada por pelo menos duas horas O resultado também foi positivo confirmando que a bactéria presente era o Staphylococcus aureus Figura 17 Crescimento bacteriano placa de ágar sangue Fonte Isabela Dos Santos 2025 68 1061 LAUDO Foi utilizado a tabela de leitura dos halos e o resultado do antibiograma foi o seguinte Quadro 9 Laudo antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 15042025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Cefotaxima 30 µg 32 mm Sensível Doxiciclina 30 µg 45 mm Sensível 69 Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Gentamicina 10 µg 27 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 32 mm Sensível Ampicilina 10 µg 50 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 11 SECREÇÃO TRAQUEAL 111 OBJETIVO As infecções respiratórias do trato inferior representam uma das principais causas de morbidade e mortalidade associadas às infecções hospitalares sendo especialmente relevantes em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva UTI Dentre essas infecções a pneumonia hospitalar particularmente a associada à ventilação mecânica PAV destacase tanto pela sua frequência quanto pela gravidade clínica ANVISA 2004 p 6566 A pneumonia nosocomial é caracterizada por seu aparecimento após 48 horas de internação estando ausente no momento da admissão hospitalar Sua incidência varia entre 6 a 10 casos a cada 1000 admissões podendo atingir níveis ainda maiores em pacientes que necessitam de suporte ventilatório invasivo cuja exposição prolongada ao ventilador aumenta de 7 a 21 vezes o risco de infecção Nessas condições a mortalidade associada pode alcançar até 55 reforçando a necessidade de intervenções diagnósticas precoces e precisas ANVISA 2004 p 6566 70 A coleta de secreção traqueal constitui um procedimento essencial para a investigação microbiológica de agentes etiológicos envolvidos nessas infecções especialmente em pacientes entubados ou traqueostomizados A identificação do patógeno permite a escolha de uma terapia antimicrobiana direcionada reduzindo o uso indiscriminado de antibióticos de amplo espectro contribuindo para o controle da resistência bacteriana e melhorando o prognóstico do paciente ANVISA 2004 p 6566 Dessa forma a realização do procedimento de coleta de secreção traqueal é uma prática clínica indispensável para o manejo adequado das infecções respiratórias em ambiente hospitalar integrandose ao protocolo de vigilância e tratamento das pneumonias hospitalares com especial enfoque naquelas associadas à ventilação mecânica ANVISA 2004 p 6566 112 MATERIAIS Placa de Ágar MacConkey Placa Ágar Mueller Hinton Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio EPM Meio MlLi Meio Citrato de Simmons 71 113 PROCEDIMENTO Usamos a amostra de secreção traqueal para investigação microbiológica com o objetivo de identificar o agente etiológico presente na via aérea inferior e determinar seu perfil de sensibilidade a antimicrobianos A amostra foi semeada em meio de cultura seletivo e diferencial Ágar MacConkey no método de esgotamento que permite o crescimento de bactérias gramnegativas e a diferenciação de microrganismos fermentadores de lactose Após o crescimento bacteriano foram observadas características morfológicas das colônias seguidas da realização de testes bioquímicos por meio do Enterokit B visando a identificação do microrganismo Os testes incluíram avaliação da produção de gás produção de H₂S atividade de urease produção de indol descarboxilação da lisina utilização de citrato motilidade fermentação de lactose Realizamos a bacterioscopia da colônia do ágar MacConkey já semeado Por fim foi realizado o teste de sensibilidade aos antimicrobianos antibiograma utilizando o método de discodifusão em ágar MuellerHinton Foram testados os seguintes antibióticos clavulanato CLA amoxicilina ácido clavulânico AMC tazobactam piperacilina IPM gentamicina GEN e cloranfenicol CLO Os halos de inibição foram medidos em milímetros e interpretados conforme os padrões de sensibilidade 114 RESULTADOS Após incubação do ágar MacConkey foi observada a presença de colônias vermelhas e lactosepositivas 72 Figura 18 Resultado da Placa de Ágar MacConkey Fonte Isabela Dos Santos 2025 1141 Leitura do Enterokit B Na sequência foi realizado o Enterokit B um teste bioquímico de identificação cujos resultados foram os seguintes Figura 19 Enterokit B Fonte Isabela Dos Santos 2025 73 Teste Resultado LTriptofano Negativo Lactose Positiva H2S Negativo Glicose Gás Positivo Glicose Positivo Ureia Negativo Indol Negativo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e o resultado foi Enterobacter aerogenes Serratia sp 1142 Bacterioscopia Foi observado no microscópio a lâmina depois de corada e o resultado foi Bacilo Gramnegativo 115 LAUDO Quadro 10 Laudo Antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 29042025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Amoxilina 10 µg 22 mm Sensível 74 Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Imipenem 10 µg 23 mm Sensível Ácido Clavulânico 20 µg Resistente Gentamicina 10 µg 18 mm Sensível Claritromicina 15 µg Resistente Cloranfenicol 30 µg 24 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 75 12 COPROCULTURA 121 OBJETIVO A coprocultura é um exame microbiológico fundamental para a detecção de bactérias entéricas patogênicas em amostras de fezes humanas sendo amplamente utilizada na investigação de quadros de gastroenterites Os patógenos entéricos de maior preocupação médica são a salmonela e a shigella elas causam febres entéricas intoxicação alimentar e disenteria bacilar A Salmonella typhi que causa a febre tifoide é de longe o patógeno mais significativo do grupo das salmonelas Segundo BROWN el at 2010 Além do organismo tifoide existem outras 10 espécies distintas de salmonela e mais de 2200 sorotipos A shigella que é a principal causa da disenteria humana compreende quatro espécies e muitos sorotipos Os sorotipos dentro dos gêneros são organismos com características bioquímicas semelhantes que podem ser mais facilmente diferenciados pela tipagem sorológica Os testes de rotina para a presença desses patógenos são uma função dos laboratórios de saúde pública em vários níveis governamentais O isolamento desses entéricos patogênicos das fezes é complicado pelo fato de o cólon conter uma população diversificada de bactérias Espécies de gêneros como Escherichia Proteus Enterobacter Pseudomonas e Clostridium existem em grande número portanto é necessário usar meios diferenciais e seletivos para favorecer o crescimento dos patógenos BROWN A E 2010 p 270272 76 122 MATERIAIS Placa de Ágar SS Placa de Ágar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Enterokit B Lâmina Amostra fezes Figura 20 Placa de Ágar SS Fonte Isabela Dos Santos 2025 123 PROCEDIMENTO 77 A amostra de fezes foi semeada no método de esgotamento no ágar SalmonellaShigella SS meio seletivo e diferencial indicado para o isolamento de Salmonella spp e Shigella spp que inibe o crescimento da maior parte da flora comensal intestinal Após incubação da placa de ágar SS houve o crescimento de colônias realizamos a bacterioscopia pegando uma colônia presente no ágar com uma pinça esterilizada e transferimos para a lâmina pingamos uma gota de salina e fixamos o esfregaço passando a lâmina sobre a chama do bico de Bunsen Etapa importante para a avaliação morfológica preliminar das bactérias presentes Utilizando a coloração de Gram foi possível observar a presença de bacilos gramnegativos característica comum das enterobactérias As colônias presentes no ágar SS foram utilizadas na aplicação do Enterokit B um conjunto de testes bioquímicos que avaliam o metabolismo de diferentes substratos permitindo a identificação de espécies de enterobactérias com base em suas reações metabólicas A mesma colônia foi utilizada para a realização do antibiograma pelo método de discodifusão em ágar Mueller Hinton com o objetivo de determinar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos Para complementar a identificação do microrganismo a colônia foi também semeada em ágar MacConkey meio diferencial que possibilita a distinção entre bactérias lactose positivas Figura 21 Esquema de separação para a série de testes utilizados para demonstrar a presença de salmonela ou shigella no sangue urina ou fezes de um paciente 78 Fonte Bensons Microbiological Applications Laboratory Manual in General Microbiology 12 ed New York McGrawHill Education p270 2010 124 RESULTADOS 1241 Bacterioscopia Transferimos uma parte de crescimento bacteriano da placa Ágar SS para a lâmina e misturamos com a salina Realizamos a coloração de Gram na lâmina observamos no microscópio e identificamos o resultado Bacilo Gramnegativo 79 Figura 22 Lâmina bacterioscopia coprocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 1242 Enterokit B Para a diferenciação dos patógenos SS é determinar se um não fermentador de lactose pode fazer três coisa Exibir motilidade produzir sulfeto de hidrogênio e produzir urease 80 Figura 23 Resultado do Enterokit B Fonte Isabela Dos Santos2025 Teste Resultado LTriptofano Negativo Citrato Positivo H2S Positivo Glicose Gás Positivo Glicose Positivo Ureia Negativo Indol Negativo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e o resultado foi 313 Salmonella Chiguella spp 125 LAUDO Quadro 11 Laudo Antibiograma 81 ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 05052025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Ácido Nilidíxico 30 µg 21mm Sensível Gentamicina 10 µg 12mm Resistente Claritromicina 15 µg 13mm Resistente Doxiciclina 30 µg 10 mm Resistente Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Ágar MacConkey Salmonella Shigella e outras espécies que não fermentam lactose produzem colônias lisas e incolores Coliformes que fermentam lactose produzem colônias avermelhadas mucoides ou com o centro escuro 82 13 HEMOCULTURA 131 OBJETIVO A presença de microrganismos viáveis no sangue do paciente pode levar a um considerável aumento da morbidade e da mortalidade Devemos também lembrar que este fato representa uma das mais importantes complicações do processo infeccioso o que torna a hemocultura um exame de significativo valor preditivo de infecção A maioria dos casos de infecção no sangue chamada de sepse acontece dentro de hospitais e muitas vezes é causada por microrganismos que são difíceis de combater porque resistem a vários antibióticos Os microrganismos podem chegar ao sangue de duas formas principais 1 Penetração a partir de um foco primário de infecção através de vasos linfáticos e daí até o sangue 2 Entrada direta na corrente sanguínea via agulhas ou outros dispositivos vasculares como cateteres Quando há microrganismos no sangue isso pode indicar que o corpo não conseguiu conter a infecção no local onde ela começou ou que houve falha médica em tratar corretamente esse foco como não drenar um abscesso ANVISA 2004 De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA 2004 pessoas com o sistema imunológico funcionando normalmente bem conseguem eliminar rapidamente esses invasores Porém isso pode ser mais difícil quando os microrganismos têm cápsulas protetoras ou quando o corpo ainda não tem anticorpos contra eles Geralmente num paciente imunocompetente as defesas naturais respondem prontamente à presença de microrganismos estranhos Esta eliminação pode ser menos eficiente quando os microrganismos são encapsulados ou mais eficiente quando o paciente já apresenta anticorpos contra o organismo infectante Na maioria dos casos a bacteremia que é a presença de bactérias no sangue é causada por um único tipo de microrganismo Porém em algumas situações a infecção pode ser causada por mais de um tipo ao mesmo tempo o que chamamos de origem polimicrobiana Apesar de qualquer infecção 83 localizada no corpo poder chegar à corrente sanguínea a presença de bactérias ou fungos no sangue costuma estar mais relacionada ao uso de dispositivos colocados diretamente nas veias como os catéteres além de infecções no abdômen nos pulmões ou no sistema urinário Os termos bacteremia e fungemia servem apenas para indicar que foram encontradas bactérias ou fungos no sangue da pessoa Já a sepse é uma condição mais grave em que a pessoa apresenta sinais clínicos de infecção no corpo mesmo que o exame de sangue como a hemocultura não tenha dado positivo ANVISA 2004 132 MATERIAIS Placa de Ágar MacConkey Placa Ágar Mueller Hinton Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio EPM Meio MlLi Meio Citrato de Simmons Kit NF II 84 133 PROCEDIMENTO 1331 Kit NF II O OxiFerm Tube II produzido pela BectonDickinson é utilizado para a identificação de bactérias Gramnegativas oxidasepositivas que não podem ser identificadas por meio do sistema do Enterokit B Os dois sistemas multitestes foram desenvolvidos para funcionar em conjunto Se uma bactéria Gramnegativa desconhecida for oxidasenegativa utilizase o Enterokit B Caso o microrganismo seja oxidasepositivo devese utilizar o OxiFerm Tube II Sempre que uma bactéria Gramnegativa oxidasenegativa apresentarse negativa para glicose no teste Enterokit B é necessário prosseguir com o uso do OxiFerm Tube IIO sistema incorpora 12 meios de cultura convencionais diferentes que podem ser inoculados simultaneamente e rapidamente Um total de 14 testes fisiológicos são realizados BROWN A E 2010 Foram utilizadas colônias retiradas diretamente do frasco de hemocultura As amostras foram primeiramente semeadas no tubo de ágar MacConkey utilizando o método de estrias em superfície com o objetivo de obter colônias bem isoladas para posterior identificação O procedimento de inoculação foi realizado utilizando o método de picada nos restantes dos tubos do teste do kit OxiFerm Tube II no qual uma alça bacteriológica estéril foi utilizada para perfurar o meio de cultura presente em cada tubo do sistema garantindo a introdução do microorganismo No tubo teste de gelatina foram adicionadas 10 gotas de solução salina estéril homogeneizandose o conteúdo para ativação do teste Finalizada a inoculação o tubo foi tampado e incubado a 35 C por um período de 18 a 24 horas Após o tempo de incubação foi realizada a interpretação dos resultados observandose reações bioquímicas como fermentação de açúcares produção de gás presença de gelatinase Para o teste de produção de indol ao final da leitura foi injetado no compartimento específico 1 a 2 gotas do reagente de Kovacs 85 134 INTERPRETAÇÃO DO TESTE A produção de amônia pela a fermentação positiva é indicada por uma mudança de cor de verde neutro para amarelo ácido A maioria das bactérias gramnegativas do tipo oxidativofermentativo é negativa para esse teste A descarboxilação da arginina resulta na formação de produtos finais alcalinos o que muda a cor do indicador bromo cresol roxo de amarelo ácido para roxo alcalino sendo que a cor cinza indica resultado negativo A descarboxilação da lisina também leva à formação de produtos finais alcalinos promovendo a mesma mudança de coloração do indicador novamente a cor cinza representa um resultado negativo A fermentação da lactose altera a cor do meio de vermelho neutro para amarelo ácido embora a maioria das bactérias gramnegativas OF seja negativa nesse teste A produção de gás é evidenciada pela separação da camada de cera do meio e em alguns casos pode também provocar o deslocamento do ágar das paredes do compartimento A oxidação bacteriana da sacarose provoca uma mudança de cor de verde neutro para amarelo ácido a detecção é feita com a adição do reagente de Kovacs no compartimento 48 horas após a incubação assim como ocorre na oxidação bacteriana da xilose da glicose e da maltose todas resultando em alteração da cor do meio para amarelo ácido indicando a produção de ácidos A oxidação bacteriana de outro carboidrato testado também é evidenciada por essa mesma mudança de coloração A desaminação da fenilalanina gera ácido pirúvico que reage com um sal férrico resultando em uma coloração acastanhada A produção de amônia pela ação da urease sobre a ureia aumenta a alcalinidade do meio alterando a cor do vermelho de fenol de bege ácido para rosa ou roxo sendo que um tom rosa claro deve ser considerado negativo Por fim os microrganismos que crescem no meio de citrato são capazes de utilizálo como única fonte de carbono o que aumenta a alcalinidade e muda a coloração do meio de verde neutro para azul alcalino BROWN A E p 197 2010 86 Figura 24 Resultado do Kit NF II Fonte Isabela Dos Santos 2025 135 BACTERIOSCOPIA 87 Realizamos a bacterioscopia utilizando a colônia presente no Ágar chocolate da Hemocultura observouse no microscópio o resultado da bacterioscopia Bacilo Gramnegativo Figura 25 Lâmina Hemocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 136 ENTEROKIT B Na sequência foi realizado o Enterokit B um teste bioquímico de identificação cujos resultados foram os seguintes 88 Teste Resultado LTriptofano Negativo Lactose Negativa H2S Negativo Glicose Gás Positivo Glicose Negativo Ureia Negativo Indol Negativo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e não foi possivel identificar então iremos realizar o teste no KIT NF II 137 RESULTADOS Foi realizada a análise de 14 tubos com meios bioquímicos do sistema NF II para identificação de microrganismo oxidase positivo Os seguintes resultados foram obtidos Teste da fita de oxidase positivo Meio Agar MacConkey lactose negativa sem crescimento bacteriano Na sequência foi realizado Leitura do sistema NF II um teste bioquímico de identificação cujos resultados foram os seguintes 89 Teste Resultado Glicose c óleo Positivo Glicose s óleo Positivo Maltose Positivo Gelatinase Positivo Nitrato Positivo Arginina Negativo Lactose Negativo Lisina Negativo Motilidade Positivo Com base no teste da fita de oxidase positivo e nos resultados do sistema NF II o microrganismo apresenta características típicas de uma bactéria Gramnegativa não fermentadora oxidase positiva com metabolismo oxidativo da glicose redução de nitrato e produção de gelatinase Os dados são compatíveis com 363 Pseudomonas fluorescens 1371 Antibiograma Foi realizado também o antibiograma diluímos as colônias presentes no Ágar chocolate da Hemocultura na salina e espalhamos uniformemente em uma placa de ágar MuellerHinton com um swab Discos de papel impregnados com diferentes antibióticos foram colocados na superfície do ágar Após incubação a 3537C por 24 horas medimos os halos de inibição ao redor dos discos para determinar a sensibilidade ou resistência das bactérias aos antibióticos testados 90 Figura 26 Placa Ágar Mueller Hinton antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 91 138 LAUDO Foi utilizado a tabela de leitura dos halos e o resultado do antibiograma foi o seguinte Quadro 10 Laudo antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 13052025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Norfloxacina 30 µg 20 mm Sensível Aztreonam 30 µg 30 mm Sensível Imipenem 10 µg 20 mm Sensível Ciprofloxacina 5 µg 30 mm Sensível Ampicilina 10 µg Resistente Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 92 14 SECREÇÃO DE FERIDA 141 OBJETIVO A pele é o órgão mais exposto do corpo sendo um dos mais suscetíveis a lesões e infecções composta por duas camadas A camada mais externa é chamada de epiderme enquanto a mais interna é a derme Os folículos capilares as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas desembocam na superfície da pele Abaixo da derme encontrase a camada subcutânea de gordura sob a qual há uma camada fina de tecido conjuntivo que envolve os músculos ligamentos e outros tecidos do corpo Essa estrutura cria espaços em diversas regiões do corpo como a cabeça o pescoço os dedos as mãos e os pés Essa camada atua como uma barreira que limita a propagação de infecções porém também pode representar um obstáculo terapêutico devido à sua característica impermeável necessitando de abordagem cirúrgica As infecções da pele abrangem uma ampla variedade de agentes causadores e mecanismos patogênicos diversos Essas infecções são categorizadas em primárias ou secundárias dependendo da presença ou ausência de uma lesão prévia que sirva de porta de entrada agudas ou persistentes conforme a duração do quadro infeccioso podendo ainda ser causadas por um único microrganismo ou múltiplos Infecções originadas em estruturas profundas podem se manifestar como lesões cutâneas As infecções primárias ocorrem em indivíduos sem lesão prévia aparente como nas erisipelas As infecções secundárias surgem como consequência de lesões na pele como escoriações traumas cirúrgicos ou feridas abertas Tais infecções podem ser monomicrobianas como em feridas infectadas por estafilococos ou polimicrobianas como em certos quadros de gangrena provocados por estreptococos microaerófilos e bactérias anaeróbias As infecções secundárias podem permanecer restritas ou se espalhar dependendo da gravidade da doença subjacente ou serem desencadeadas por algum trauma Como exemplo de infecção aguda ou crônica podese mencionar um furúnculo causado por estafilococos que se resolve rapidamente ao passo que certas micoses crônicas podem persistir por meses ou até anos ANVISA 2004 93 142 MATERIAIS Placa de ágar sangue Placa de ágar chocolate Bico de Bunsen Alça de inoculação estéril Tubo teste NaCl Tubo Bilisescurina 143 PROCEDIMENTO Para a realização do teste de secreção de ferida inicialmente é feita a coleta da secreção diretamente da ferida com o uso de um swab estéril evitando contaminações externas Em seguida a amostra é semeada em duas placas uma com ágar sangue que permite observar o tipo de hemólise e outra com ágar chocolate utilizada para cultivar bactérias mais exigentes nutricionalmente As placas são incubadas a 37 C por 24 a 48 horas 94 144 INTERPRETAÇÃO DO TESTE No ágar sangue analisase o tipo de hemólise que ocorreu alfa hemólise parcial beta hemólise total ou gama sem hemólise Se as colônias não apresentarem halo hemolítico ao redor é caracterizada a gama hemólise No caso em questão foi verificada a presença de cocos gram positivos sem hemólise Para confirmar se é enterococos uma colônia do ágar chocolate foi coletada com uma alça estéril e inoculada em dois tubos um contendo NaCl e outro com bilisesculina No tubo com bilisesculina se houver escurecimento formação de cor preta o resultado é considerado positivo indicando a capacidade de hidrolisar a esculina na presença de bile uma característica típica de enterococos Como o meio ficou preto o teste foi positivo confirmando a presença de enterococos na secreção analisada Figura 27 Modelo de resultado de hemólise Fonte Thiago Cabral de Souza2025 95 145 RESULTADO Resultado positivo para Enterococos Cocos Gram positivo Figura 28 Resultado teste NaCl e Bili esculina Fonte Isabela Dos Santos 2025 96 15 CONCLUSÃO DO RELATÓRIO O estágio supervisionado em microbiologia foi fundamental para aplicar na prática os conhecimentos adquiridos durante a graduação Através da realização de diferentes técnicas como coloração de Gram culturas em meios específicos testes bioquímicos e antibiogramas foi possível entender melhor os processos de identificação de microrganismos e a importância de cada etapa para um diagnóstico correto Ao longo do estágio foram analisadas diversas amostras possibilitando a identificação de bactérias como E coli Staphylococcus aureus Proteus mirabilis Salmonella spp entre outras Cada procedimento contribuiu para o desenvolvimento técnico e também para a compreensão da rotina laboratorial e da responsabilidade envolvida no trabalho em análises clínicas 97 16 REFERENCIAS TEIXEIRA D A Microbiologia básica Teófilo OtoniMG Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 2020 ISBN 9786599220500 PARAY Ansar Ahmad Gram staining a Brief Review International Journal of Research and Review International Journal of Research and Review v 10 n 9 p 337 set 2023 BROWN A E Bensons Microbiological Applications Laboratory Manual in General Microbiology 12 ed New York McGrawHill Education 2010 MASSON L C et al Diagnóstico laboratorial das infecções urinárias relação entre a urocultura e o EAS Revista Brasileira de Análises Clinicas v 52 n 1 2020 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA SBPCML Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial SBPC ML boas práticas em microbiologia clínica 2015 SILVEIRA Alessandro Conrado de Oliveira et al Quando e como valorizar culturas de urina polimicrobianas no laboratório de microbiologia clínica 2010 JUNG Benjamin HOILAT Gilles J MacConkey Agar a selective and differential medium NCBI Bookshelf Última atualização em 10 set 2024 SPLabor Ágar CLED função preparação composição consulte o guia do comprador jan 2024 BAUER A W Kirby W M M Sherris J C Turck M 1966 Antibiotic Susceptibility Testing by a Standardized Single Disk Method American Journal of Clinical Pathology v 45 n 4 p493496 1966 98 MacFaddin J F Biochemical Tests for Identification of Medical Bacteria Lippincott Williams Wilkins p 78 2000 PROBAC DO BRASIL Produtos Bacteriológicos Ltda ENTEROKIT B Rev 02 São Paulo PROBAC DO BRASIL RENYLAB Meio Rugai Modificado 2018 Murray P R Rosenthal K S Pfaller M A Medical Microbiology Elsevier Mosby p102 2005 HOLANDA Cecília Maria de Carvalho Xavier ARIMATEIA Dayse Santos MOTTA NETO Renato Manual de bacteriologia e de enteroparasitos Natal EDUFRN 2017 MARCONI Camila ROCCHETTI Talita Trevizani RALL Vera Lúcia Mores CARVALHO Lidia Raquel de BORGES Vera Terezinha Medeiros SILVA Márcia Guimarães da Detection of Streptococcus agalactiae colonization in pregnant women by using combined swab cultures crosssectional prevalence study São Paulo Medical Journal v 128 n 2 p 6062 2010 Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA Manual de microbiologia clínica para o controle de infecção em serviços de saúde edição comemorativa para o IX Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar Salvador 2004 Brasília ANVISA 2004 TILLE Patricia M Bailey Scotts diagnostic microbiology 15 ed St Louis Elsevier Health Sciences 2021 FACULDADE DE AMERICANA FAM CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA ISABELA DOS SANTOS RACEAC ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Microbiologia AMERICANA 2025 ISABELA DOS SANTOS RACEAC ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS Microbiologia Relatório apresentado como requisito para aprovação no Curso de Graduação de Biomedicina da Faculdade de Americana FAM Docente orientadorProf Thiago Cabral de Souza Profª Ana Carolina Lopes Marron AMERICANA 2025 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 AMOSTRA DO TESTE DE UROCULTURA 13 FIGURA 2 MEIOS DE CULTURA UROCULTURA 14 FIGURA 3 LÂMINA DA BACTERIOSCOPIA UROCULTURA 16 FIGURA 4 MATERIAIS DO TESTE DE ANTIBIOGRAMA 18 FIGURA 5 RESULTADO DO ANTIBIOGRAMA 19 FIGURA 6 RESULTADO CITRATO EPM E MLLI 22 FIGURA 7 RESULTADO DO MEIO RUGAI 26 FIGURA 8 TABELA DE IDENTIFICAÇÃO DO RESULTADO DO MICROORGANISMO 27 FIGURA 9 ANTIBIÓTICOS USADOS NO ANTIBIOGRAMA 28 FIGURA 10 PROCESSO DA COLORAÇÃO DE GRAM NA LÂMINA 30 FIGURA 11 COCOS GRAMPOSITIVOS 31 FIGURA 12 RESULTADO DO TEST DE CAMP 32 FIGURA 13 ANTIBIOGRAMA SECREÇÃO VAGINAL 33 FIGURA 14 STAPHY TEST 36 FIGURA 15 RESULTADO DO MEIOS DE CULTURA DO TESTE DE SECREÇÃO NASAL 37 FIGURA 16 AMOSTRA LCR 39 FIGURA 17 CRESCIMENTO BACTERIANO PLACA DE ÁGAR SANGUE 42 FIGURA 18 RESULTADO DA PLACA DE ÁGAR MACCONKEY 45 FIGURA 19 ENTEROKIT B 45 FIGURA 20 PLACA DE ÁGAR SS 48 FIGURA 21 ESQUEMA DE SEPARAÇÃO PARA A SÉRIE DE TESTES UTILIZADOS PARA DEMONSTRAR A PRESENÇA DE SALMONELA OU SHIGELLA NO SANGUE URINA OU FEZES DE UM PACIENTE 49 FIGURA 22 LÂMINA BACTERIOSCOPIA COPROCULTURA 49 FIGURA 23 RESULTADO DO ENTEROKIT B 50 FIGURA 24 RESULTADO DO KIT NF II 55 FIGURA 25 LÂMINA HEMOCULTURA 55 FIGURA 26 PLACA ÁGAR MUELLER HINTON ANTIBIOGRAMA 57 FIGURA 27 MODELO DE RESULTADO DE HEMÓLISE 60 FIGURA 28 RESULTADO TESTE NACL E BILI ESCULINA 61 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA9 2 BACTERIOSCOPIA9 21 OBJETIVO9 22 MATERIAIS 9 23 PROCEDIMENTO 10 231 Procedimento Esfregaço em Placa10 232 Procedimento Esfregaço em Caldo10 24 RESULTADOS 11 25 LAUDOS11 3 UROCULTURA 12 31 OBJETIVO12 32 MATERIAIS 13 33 PROCEDIMENTO13 331 Semeadura e isolamento 13 332 Método de Estrias 15 34 RESULTADO15 341 Contagem de colônias15 35 BACTERIOSCOPIA 15 351 Resultado 15 36 LAUDO16 4 ANTIBIOGRAMA17 41 OBJETIVO17 42 MATERIAIS 17 43 PROCEDIMENTO18 44 RESULTADOS19 45 LAUDO19 5IDENTIFICAÇÃO DE BACILOS GRAM NEGATIVOS FERMENTADORES DE GLICOSE ENTEROBACTERIACEAE20 51 OBJETIVO20 52 MATERIAIS 21 53 PROCEDIMENTO21 54 INTERPRETAÇÃO DO TESTE24 55 RESULTADOS23 56 LAUDO23 6 SEMEADURA EM MEIO RUGAI24 61 OBJETIVO24 62 MATERIAIS 24 63 PROCEDIMENTO25 64 INTERPRETAÇÃO DO TESTE25 65 BACTERIOSCOPIA 26 65 RESULTADOS26 66 ANTIBIOGRAMA27 67 LAUDO28 7 SECREÇÃO VAGINAL29 71 OBJETIVO29 72 MATERIAIS 29 73 PROCEDIMENTO30 731 Semeadura e isolamento 30 732 Bacterioscopia30 74 RESULTADO31 741 Resultado Semeadura31 742 Resultado da prova catalase31 743 Teste de CAMP Ágar Sangue 32 75 ANTIBIOGRAMA33 76 LAUDO34 8 SECREÇÃO NASAL34 81 OBJETIVO34 82 PROCEDIMENTO35 821 Bacterioscopia35 822 Semeadura e isolamento 35 823 Teste de catalase 35 824 Teste de Coagulase36 825 Interpretação do teste 36 83 RESULTADOS37 831Bacterioscopia Gram 37 832 Meios de Cultura 37 833 Resultado teste de catalase37 834 Teste de coagulase 38 9 CULTURA LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO LCR 38 91 OBJETIVO38 92 TIPO DE AMOSTRA 39 93 MATERIAIS 39 94 PROCEDIMENTO40 941 Semeadura e isolamento 40 95 Identificação 40 951 Prova da Catalase40 952 Teste de coagulase 40 953 Antibiograma 40 954 Bacterioscopia41 96 RESULTADOS41 961 Laudo 42 10 SECREÇÃO TRAQUEAL43 101 OBJETIVO43 102 MATERIAIS 43 103 PROCEDIMENTO44 104 RESULTADOS 44 1041 Leitura do Enterokit B45 1042 Bacterioscopia46 105 Laudo 46 11 COPROCULTURA 47 111 OBJETIVO47 112 MATERIAIS47 113 PROCEDIMENTO 48 114 RESULTADOS49 1141 Bacterioscopia49 1142 Enterokit B50 115 Laudo51 12 HEMOCULTURA 51 121 OBJETIVO51 122 MATERIAIS 53 123 PROCEDIMENTO53 1231 Kit NF II 53 124 INTERPRETAÇÃO DO TESTE54 125 BACTERIOSCOPIA 55 126 Enterokit B56 127 Resultados 56 1271 Antibiograma 57 128 Laudo 57 13 SECREÇÃO DE FERIDA58 131 Objetivo 58 132 MATERIAIS 59 133 PROCEDIMENTO59 134 INTERPRETAÇÃO DO TESTE60 135 RESULTADO60 14 CONCLUSÃO DO RELATÓRIO61 15 REFERÊNCIAS61 9 1 INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA Segundo Teixeira 2020 p 78 Esta Ciência estuda os organismos microscópicos e suas atividades biológicas isto é verificam as diversas formas estruturas reprodução aspectos bioquímicofisiológicos e seu relacionamento entre si e com o hospedeiro podendo ser benéficos e prejudiciais A Microbiologia trata os organismos microscópicos unicelulares onde todos os processos vitais são realizados numa única célula A Célula é menor unidade funcional de um organismo e independente da complexidade que o mesmo apresente é através das células que todas as funções vitais são realizadas Todas as células vivas são basicamente estão compostas de membrana plasmática citoplasma e núcleo além de organelas que exercem diversas funções do metabolismo celular Os vírus são organismos acelulares que não possuem metabolismo próprio e dependem de células hospedeiras para se reproduzirem Os fungos que podem ser unicelulares ou pluricelulares atuam como decompositores e têm diversas aplicações em atividades humanas como na produção de alimentos medicamentos e biocombustíveis As bactérias por sua vez são organismos procariontes que podem viver isoladamente ou em colônias sendo que algumas apresentam plasmídeos que são estruturas genéticas adicionais e conferem características vantajosas como a resistência bacteriana TEIXEIRA 2020 2 BACTERIOSCOPIA 21 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é aprender e aplicar a técnica de bacterioscopia para a identificação e caracterização morfológica de bactérias em amostras clínicas A coloração de Gram será utilizada para diferenciar entre bactérias Grampositivas e Gramnegativas um procedimento fundamental na microbiologia diagnóstica Segundo Brown 2010 a coloração de Gram permite a visualização clara das características estruturais das bactérias essencial para a identificação rápida e precisa de patógenos BROWN 2010 p 45 22 MATERIAIS Solução salina Alça de níquel cromo Lâminas para microscopia 10 Bico de Bunsen Cristalvioleta corante Lugol mordente Álcoolacetona descorante Fucsina ou safranina corante Microscópio óptico Óleo de imersão 23 PROCEDIMENTO 231 Procedimento Esfregaço em Placa Com o auxílio de uma alça de níquelcromo flambada esterilizada colocar duas gotas de salina na lâmina limpa fazendo movimentos circulares Flambar novamente a alça e depois de esfriála transferir uma parte de crescimento bacteriano para uma lâmina e misturar com a salina Deixar secar Fixar o esfregaço passando a lâmina 3 vezes sobre a chama do bico de Bunsen 232 Procedimento Esfregaço em Caldo Com o auxílio de uma alça de níquelcromo flambada esterilizada colocar duas gotas do caldo de enriquecimento na lâmina limpa fazendo movimentos circulares Deixar secar Fixar o esfregaço passando a lâmina 3 vezes sobre a chama do bico de Bunsen 233 Coloração Gram A coloração de Gram envolve várias etapas começando com a aplicação da violeta cristal e o uso do lugol seguido pela descoloração com álcoolacetona e finalizando com a aplicação da fucsina para Gram A etapa de descoloração deve ser feita com muito cuidado pois o uso prolongado do descolorante pode remover a coloração das duas formas bacterianas comprometendo os resultados PARAY 2023 11 Procedimento Cobrir o esfregaço com a solução de violeta cristal por um minuto Escorrer a violeta cristal Lavar a lâmina em água corrente ou água purificada Cobrir o esfregaço com lugol e esperar mais um minuto Escorrer o lugol Lavar a lâmina em água corrente ou água purificada Descorar o esfregaço pelo álcoolacetona por no máximo 10 segundos Para isto deixe a álcool cair gota a gota sobre a lâmina inclinada Lavar a lâmina em água corrente Cobrir o esfregaço com a solução de fucsina para Gram e esperar 30 segundos Lavar a lâmina em água corrente e secar com o auxílio de um papel de filtro Observar ao microscópio com a objetiva de imersão PARAY 2023 24 RESULTADOS A leitura das lâminas de bacterioscopia foi feita após a secagem das lâminas coradas Obtendo os seguintes resultados Placa 1 Bacilo Gramnegativo Placa 2 Cocos Gramnegativo Placa 3 Cocos Grampositivo Para a confirmação e identificação das bactérias foi realizada a semeadura das amostras de caldo que serão abordadas no próximo tópico 25 LAUDOS Quadro 1 Laudo de Caldo 1 BACTERIOSCOPIA Nome Bacterioscopia Data da coleta 17022025 Número da amostra 1 Resultado Bacilo Gramnegativo Método Coloração de Gram Fonte Dados da aula prática 12 Quadro 2 Laudo de Caldo 2 BACTERIOSCOPIA Nome Bacterioscopia Data da coleta17022025 Número da amostra 2 Resultado Cocos Gramnegativo Método Coloração de Gram Fonte Dados da aula prática Quadro 3 Laudo de Caldo 3 BACTERIOSCOPIA Nome Data da coleta 17022025 Número da amostra 3 Resultado Cocos Grampositivo Método Coloração de Gram Fonte Dados da aula prática 3 UROCULTURA 31 OBJETIVO Segundo Masson L C et al 2020 p 77 as infecções urinárias ITU acometem indivíduos no mundo inteiro e são causadas principalmente por bactérias Gramnegativas sendo o diagnóstico laboratorial realizado pelo EAS e urocultura A padronização de um método para a realização de urocultura envolve diversos critérios variáveis que faz com que cada laboratório de microbiologia elabore o seu Desde características como o volume de urina a ser usado o método de coleta da amostra os meios de cultura o tempo de incubação e os critérios de interpretação devem ser relacionados de acordo com as características do laboratório A cultura de urina deve ser realizada por metodologia quantitativa em que é estimado o número de unidades formadoras de colôniasmL de urina UFCmL a partir da amostra não centrifugada O procedimento é usualmente feito com alças calibradas estéreis e descartáveis SBPC 2015 A interpretação das culturas de urina utilizada usualmente para testes rotineiros consiste em isolamentos de uma única espécie bacteriana que apresentou crescimento superior a 100 mil UFCml indicam a presença de 13 infecção contagens inferiores a 10000 UFCml sugerem contaminação vaginal ou uretral crescimento microbiano avaliado entre 10000 e 100000 UFCml são duvidosos tornandose necessária avaliação médica com base na clínica apresentada peloa paciente atenção especial para as amostras de crianças nas quais a coleta pode ser mais difícil e algumas infecções podem se manifestar em contagens mais baixas de 1000 a 10000 UFCml SILVEIRA etal 2010 32 MATERIAIS Placa de Ágar CLED Placa de Ágar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Estufa Urina de jato médio Figura 1 Amostra do teste de urocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 33 PROCEDIMENTO 331 Semeadura e isolamento Para a cultura quantitativa de urina utilize uma alça calibrada de 10 µL Após a homogeneização da amostra procedemos à semeadura com alça calibrada de 10 µL em uma placa de Ágar Cled pelo Método Estrias e uma placa de Ágar MacConkey pelo Método de Esgotamento Incubamos as placas semeadas por 18 a 14 24 horas a 35ºC 2 Após este tempo analisamos as características das colônias no meio de cultura para a identificação Figura 2 Meios de cultura urocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 O Ágar MacConkey presente na figura 2 é um meio de cultura seletivo segundo Jung e Hoilat 2024 O ágar MacConkey MAC que só cultiva espécies bacterianas gramnegativas pode diferenciar ainda mais os organismos Gramnegativos com base em seu metabolismo da lactose As propriedades seletivas e diferenciadoras do ágar MacConkey permitem a utilização para aplicações clínicas e de pesquisa A fermentação da lactose produz ácidos orgânicos principalmente ácido lático que diminui o pH do ágar O MAC contém um indicador de pH que fica rosa em condições ácidas Portanto os gramnegativos fermentadores de lactose formarão colônias rosa enquanto os fermentadores não lactose formarão colônias opacas esbranquiçadas O Ágar CLED Ágar Deficiente em Eletrólitos com Lactose e Cistina é um meio de cultura amplamente utilizado em microbiologia para isolar e identificar bactérias presentes no trato urinário Esse meio é formulado de maneira a inibir o crescimento de Proteus spp uma bactéria que pode comprometer os resultados ao se espalhar rapidamente sobre a superfície do meio O Ágar CLED não contém eletrólitos o que impede a disseminação desse microrganismo Além disso a presença de lactose permite a diferenciação das bactérias com aquelas que fermentam lactose formando colônias amarelas enquanto as não fermentadoras permanecem incolores ou azuis A cistina um aminoácido presente no meio serve como fonte de nutrição para o crescimento bacteriano tornando o Ágar CLED útil em análises de infecções 15 urinárias ao possibilitar a diferenciação de diversas bactérias com base na fermentação da lactose SPLabor 2024 332 Método de Estrias Quando tentamos estudar a flora bacteriana em diferentes ambientes como o corpo humano solo água ou alimentos logo percebemos que as bactérias geralmente estão presentes em populações mistas É muito raro encontrar uma única espécie de bactéria isolada em um ambiente natural Para estudar as características de uma espécie de forma isolada é fundamental separar essa bactéria das outras presentes no mesmo habitat Em outras palavras é necessário obter uma cultura pura do microrganismo BROWN A E p 8285 2010 Existem diferentes métodos para isolar uma cultura pura de uma amostra mista Os dois métodos mais comuns envolvem o uso de técnicas de estrias em placas ou placas de vazamento Ambas as técnicas têm como objetivo reduzir a quantidade de organismos presentes permitindo que se selecione uma espécie isolada a partir das outras BROWN A E 2010 p 8285 34 RESULTADO As placas semeadas foram deixadas em incubação por um dia apresentando crescimento de colônias Foi realizada a leitura das placas contendo o crescimento de colônias da urina identificada como 2 341 Contagem de colônias Utilizamos a alça de 001 mL o número de UFCmL será dado pela contagem das colônias de mesmo aspecto na placa multiplicado por 100 Resultado Número de colônias 100000 UFCml 35 BACTERIOSCOPIA 351 Resultado Após fazermos a coloração de Gram na lâmina observamos no microscópio BACILO GRAM NEGATIVO 16 Figura 3 Lâmina da bacterioscopia urocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 Segundo Teixeira 2020 p 2021 Para identificar bactérias GRAM e GRAM as bactérias Gram são coradas de ROXO pois fixam o corante cristal violeta e sua parede celular é composta por Lipídio e Proteína apresentando com uma camada de peptidoglicano bastante espessa As bactérias GRAM são coradas de ROSA pois fixam o corante Fucsina tendo a composição da parede celular composta por Lipídios Proteínas e Carboidratos parede de peptidoglicano mais fina As bactérias Gram são as únicas que possuem endotoxina LPS 36 LAUDO Quadro 4 Laudo de Urocultura Nome Urocultura Data da coleta 18022025 Número da amostra Urina identificada como 2 Número de colônias Acima de 100000 UFCml Resultado Bacilo Gramnegativo Método Semeadura em meios específicos Material Urina Fonte Dados da aula prática 17 4 ANTIBIOGRAMA 41 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é realizar o teste de discodifusão em ágar um dos métodos de sensibilidade antimicrobiana mais simples e confiáveis Este teste envolve a aplicação de discos de antibióticos sobre uma placa de água previamente inoculada com a bactéria em estudo Após a incubação os diâmetros dos halos de inibição do crescimento bacteriano ao redor de cada disco são medidos em milímetros Esses diâmetros são indicativos da sensibilidade da bactéria ao antibiótico bem como da velocidade de difusão do antimicrobiano no ágar Conforme apontado por Bauer et al 1966 a metodologia do teste de discodifusão fornece uma maneira rápida e eficaz de avaliar a resistência bacteriana a múltiplos agentes antimicrobianos Bauer et al 1966 p 493 Na prática os resultados são interpretados comparando os valores dos halos de inibição com os critérios estabelecidos pelo CLSI permitindo a categorização das amostras bacterianas em sensíveis resistentes ou intermediárias 42 MATERIAIS Meio de cultura de ágar MuellerHinton Swab estéril Tubo de ensaio com diluição bacteriana da urocultura Discos de concentração única para cada antibiótico 18 Figura 4 Materiais do teste de antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 43 PROCEDIMENTO Para a realização do antibiograma iniciouse com a coleta de uma colônia isolada da placa semeada que foi transferida para um tubo contendo solução salina A partir disso a colônia foi dissolvida na solução salina até atingir a turbidez Para realizar a semeadura um swab estéril foi imerso no tubo de salina com a colônia dissolvida Em seguida o swab foi utilizado para esfregar de maneira uniforme sobre toda a superfície da placa de ágar MuellerHinton garantindo que a diluição bacteriana fosse distribuída de forma homogênea Após a semeadura a placa foi preparada para a colocação dos discos de antibióticos Para isso uma pinça estéril foi utilizada para colocar os discos de antibióticos sobre a superfície do ágar permitindo a formação de halos de inibição claramente visíveis A placa de ágar MuellerHinton foi então incubada a 35 2ºC por um período de 24 horas permitindo o crescimento bacteriano e a ação dos antibióticos sobre as bactérias presentes Após o período de incubação os halos de inibição formados ao redor dos discos foram medidos em milímetros utilizando uma régua apropriada A interpretação dos resultados foi realizada de acordo com as tabelas de interpretação de antibiograma que indicam se a bactéria é sensível intermediária ou resistente aos antibióticos testados 19 44 RESULTADOS Utilizamos a tabela de valores de halos inibitórios Antibiótico Amoxilina 10mcg halo de 22 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Imipenem 10 mcg halo de 23 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ác Clavulânico 10mcg halo de 22 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ceftriaxona 30 mcg halo de 30 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ampicilina 10mcg halo de 22 mm de diâmetro Sensível Meropenem 10 mcg halo de 27mm de diâmetro Sensível Norfloxacina 10 mcg halo de 35mm de diâmetro Sensível Figura 5 Resultado do antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 45 LAUDO Quadro 5 Laudo Antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 25022025 20 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Hal mm Resultado Amoxicilina 10 µg 22 mm Sensível Imipenem 10 µg 23 mm Sensível Ácido Clavulânico 10 µg 22 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 30 mm Sensível Ampicilina 10 µg 22 mm Sensível Meropenem 10 µg 27 mm Sensível Norfloxacina 10 µg 35 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 25022025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Amoxicilina 10 µg 22 mm Sensível Imipenem 10 µg 23 mm Sensível Ácido Clavulânico 10 µg 22 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 30 mm Sensível Ampicilina 10 µg 22 mm Sensível Meropenem 10 µg 27 mm Sensível Norfloxacina 10 µg 35 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Fonte Dados da aula prática 5 IDENTIFICAÇÃO DE BACILOS GRAM NEGATIVOS FERMENTADORES DE GLICOSE ENTEROBACTERIACEAE 51 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é identificar bacilos Gramnegativos da família Enterobacteriaceae comumente encontrados em amostras clínicas A identificação dessas bactérias será realizada por meio de testes bioquímicos e culturas seletivas diferenciais com ênfase na capacidade dessas bactérias de fermentar glicose A fermentação da glicose é um critério crucial para diferenciar entre as várias espécies de enterobactérias De acordo com MacFaddin 2000 os testes bioquímicos são 21 ferramentas essenciais na microbiologia clínica para a identificação precisa das enterobactérias permitindo um diagnóstico rápido e eficaz MacFaddin 2000 p 78 Usamos o Enterokit B que consiste dos seguintes meios EPM MILi e Citrato de Simmons O meio EPM contém os testes de fermentação e produção de gás em glicose produção de H2S hidrólise da uréia e desaminação do triptofano O meio MlLi contém os testes de motilidade indol e descarboxilação de lisina O Citrato de Simmons oferece o teste de utilização do citrato como única fonte de carbono Os três meios totalizam 8 testes que somados ao da fermentação da lactose na placa de isolamento permitem identificar com fidelidade a grande maioria das enterobactérias isoladas de espécimes clínicos PROBAC DO BRASIL ENTEROKIT B Rev 02 52 MATERIAIS Placa de Ágar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio EPM Meio MlLi Meio Citrato de Simmons Urocultura da aula anterior 53 PROCEDIMENTO Para dar continuidade às análises utilizamos o Enterokit B para identificação da bactéria bacilo gram negativo desconhecida que cresceu no meio Mac Conkey Tocamos a colônia com agulha de níquel cromo e semeamos os 3 meios na seguinte ordem Citrato EPM e MlLi sempre flambando a alça a cada semeadura Para inocular o meio de Citrato deslizamos a agulha pelo centro estriando toda a superfície inclinada No meio EPM introduzimos a agulha até o fundo do tubo e ao retirála semeamos a superfície do meio No MILi semeamos pela picada central que deve atingir o fundo do tubo Incubamos o Enterokit a 35C 2C para fazer a leitura após 18 horas a 24 horas 22 54 INTERPRETAÇÃO DO TESTE Figura 6 Resultado Citrato EPM e MlLi Fonte Isabela Dos Santos 2025 Meio Citrato Negativo Meio MILi Lisina negativo Motilidade positivo Indol negativo Meio EPM H2S positivo Uréia positivo Gás negativo LTD positivo LAC 4 Urease 4 Indol 4 Gás 2 LTD 2 Lisina 2 H2S 1 Mot 1 Citrato 1 Bactéria 170 Segundo a bula do PROBAC DO BRASIL ENTEROKIT B Rev 02 o Meio EPM apresenta as seguintes características Produção de gás Aparecimento de bolhas ou deslocamento do meio de cultura do fundo do tubo Produção de H2S Enegrecimento do meio em qualquer intensidade 23 Hidrólise da uréia Aparecimento de cor azul ou verde azulada reação fraca que se estende para a base do meio envolvendoa totalmente ou não Desaminação do triptofano LTD Aparecimento de cor verdegarrafa na superfície do meio Além disso o Meio MlLi apresenta as seguintes reações Motilidade MOT A bactéria móvel cresce além da linha de picada A imobilidade se caracteriza pela bactéria que cresce apenas nesta linha Descarboxilação da lisina Quando a lisina é descarboxilada o meio adquire cor púrpura acentuada ou discreta Quando o aminoácido não é utilizado o meio adquire cor amarelada nos seus 23 inferiores O teste é considerado positivo sempre que o meio não estiver amarelo Produção de indol Adicionar 3 a 4 gotas do reativo de Kovacs à superfície do meio e agitar levemente Quando a bactéria produz indol o reativo adquire cor rosa ou vermelha Quando não produz o reativo mantém sua cor inalterada Por fim o Meio Citrato de Simmons revela a utilização do citrato pelo aparecimento de cor azul na superfície do meio O teste é considerado negativo quando a cor do meio não sofre alteração Quando houver mais de uma espécie bacteriana deverão ser realizadas provas complementares como as do Enterokit C Também devem ser usadas provas complementares quando o resultado obtido corresponder a um número não existente na tabela PROBAC DO BRASIL ENTEROKIT B Rev 02 55 RESULTADOS Utilizamos a tabela interpretativa de identificação de bactérias e o resultado foi 170 indicativo de Proteus Mirabilis Proteus penneri 56 LAUDO Quadro 6 Laudo Nome Leitura ENTEROKIT B Data da coleta 25022025 UROCULTURA 24 Número de colônias Acima de 100000 UFCml Resultado Proteus Mirabilis Proteus penneri Método Semeadura em meios específicos Material Urocultura da aula anterior 6 SEMEADURA EM MEIO RUGAI 61 OBJETIVO Renylab 2018 p 1 descreve que Este meio é utilizado para identificar as principais espécies de Enterobactérias Vibrios e Aeromonas permitindo em um só tubo a leitura das seguintes reações motilidade da bactéria indicado pela turvação da lisina na base lisina descarboxilase fermentação da glicose em profundidade e da sacarose na superfície do meio produção de gás sulfídrico H2S gás em glicose utilização do aminoácido L triptofano desaminação hidrólise da uréia e no tampão do tubo um desenvolvimento de coloração avermelhada que indica a formação de indol A identificação das enterobactérias é a principal base para o diagnóstico laboratorial dos bacilos Gram negativos BGN fermentadores de glicose O isolamento de BGN que não reage à prova de oxidase não oferece muita dificuldade quando estamos diante de cepas bioquimicamente típicas Este meio de cultura destinase à identificação presuntiva de enterobactérias Sua finalidade principal é a triagem bioquímica de colônias que crescem nos meios seletivos para bactérias Gram negativas Para uma identificação mais precisa dos microrganismos recomendase a utilização do Kit para Enterobactérias uma vez que o Meio de Rugai com Lisina se presta somente para diagnóstico presuntivo dos mesmos O meio é composto de Parte Superior Meio de Rugai Parte Central Cera de Vascar Parte Inferior Meio de Lisina Tampa indol RENYLAB p01 2018 62 MATERIAIS Placa de Ágar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio Rugai Salina estéril 25 63 PROCEDIMENTO Usando a agulha estéril encostar suavemente na superfície de uma colônia de bactéria do ágar MacConkey Introduzir a agulha no tubo de ensaio realizando uma picada central na parte inferior do Meio Lisina parte mais profunda do tubo Após a picada puxar a agulha em direção à superfície do faça um estriamento suave a agulha deve ser flambada novamente após a inoculação para garantir a esterilidade 64 INTERPRETAÇÃO DO TESTE Segundo a bula do RENYLAB MEIO RUGAI MODIFICADO 2018 o Meio EPM apresenta as seguintes características Desaminação do LTriptofano prova positiva quando há desenvolvimento de coloração verde garrafa no ápice do tubo e a prova negativa se caracteriza pela manutenção da cor original do meio ou cor amarelada Fermentação da glicose o surgimento de cor amarela na porção inferior de meio caracteriza prova positiva do contrário o meio mantémse inalterado esta prova deve ser obrigatoriamente positiva para todas as enterobactérias devendose atentar para o fato de que nos casos de bactérias que produzem H2S ou hidrolisam a uréia a cor amarela é mascarada Fermentação da sacarose surgimento de cor amarelada na superfície do meio Produção de gás a partir da glicose caso a bactéria em estudo produz gás a partir da glicose irão se formar bolhas no interior do meio podendo em alguns casos o meio pode chegar a se partir e sofrer deslocamento Produção de gás sulfídrico H Sa produção de gás sulfídrico é evidenciada pelo surgimento de coloração negra com intensidade variável na porção inferior de meio Hidrólise da uréia considerase a prova positiva quando há a formação de uma coloração azulada na porção inferior de meio Descarboxilação da lisina inicialmente o meio ficará amarelo indicando que a bactéria é viável e no caso de haver a descarboxilação da lisina o meio volta à cor púrpura original do contrário para prova negativa o As colônias a identificar são semeadas por picada em profundidade e meio mantémse amarelo Motilidade caso o crescimento bacteriano fique restrito à linha de picada considerase a motilidade negativa do contrário para a motilidade positiva há um crescimento difuso com turvação parcial ou completa do meio Indol o surgimento de uma cor vermelha na tampa caracteriza a prova positiva 26 Figura 7 Resultado do Meio Rugai Fonte Isabela Dos Santos 2025 65 BACTERIOSCOPIA Transferimos uma parte de crescimento bacteriano da placa Ágar MacConkey para a lâmina e misturamos com a salina Realizamos a coloração de Gram na lâmina observamos no microscópio e identificamos o resultado Bacilo Gramnegativo 65 RESULTADOS Resultados do Meio Rugai Modificado Teste Resultado LTriptofano Negativo Sacarose Negativo H2S Negativo Glicose Gás Positivo Glicose Positivo Ureia Negativo Indol Positivo Lisina Positivo Motilidade Positivo 27 Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e o resultado foi E Coli Escherichia Coli Figura 8 Tabela de identificação do resultado do microorganismo Fonte Isabela Dos Santos 2025 66 ANTIBIOGRAMA Utilizamos a tabela de valores de halos inibitórios e o resultado foi Antibiótico Ciprofloxacina halo de 45 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Sulfametoxazol halo de 35 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Gentamicina halo de 25 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Ceftriaxona halo de 40 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Levofloxacino halo de 36 mm de diâmetro Sensível 28 Figura 9 Antibióticos usados no antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 67 LAUDO Quadro 7 Laudo antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 17032025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Ha mm Resultado Ciprofloxacina 5 µg 45 mm Sensível Sulfametoxazol 2375 µg 35 mm Sensível Gentamicina 10 µg 25 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 40 mm Sensível Levofloxacina 10 µg 36 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios 29 7 SECREÇÃO VAGINAL 71 OBJETIVO O teste de secreção vaginal é utilizado para identificar agentes infecciosos presentes nas regiões perianal retal no introito vaginal e no terço distal da parede vaginal auxiliando no diagnóstico da doença estreptocócica neonatal que está associada com significativos índices de mortalidade perinatal principalmente em recémnascidos prematuros Especificamente a detecção de Streptococcus Agalactiae MARCONI et al 2010 O objetivo desta aula prática é realizar a cultura de secreção vaginal para a pesquisa de Streptococcus βhemolítico do grupo B com o intuito de identificar a presença deste patógeno e compreender sua relevância clínica A análise visa detectar possíveis infecções auxiliando no diagnóstico preciso e contribuindo para o tratamento adequado das pacientes afetadas Segundo Murray et al 2005 a identificação de Streptococcus βhemolítico do grupo B em amostras clínicas é crucial para a prevenção de complicações graves especialmente em gestantes onde a transmissão para o recémnascido pode ocorrer MURRAY et al p102 2005 72 MATERIAIS Placa de ágar sangue Placa de ágar MacConkey Bico de Bunsen Pinça estéril Alça de inoculação estéril Lâminas e lamínulas para microscopia Solução salina estéril Amostra de secreção vaginal Peróxido de hidrogênio H2O2 30 73 PROCEDIMENTO 731 Semeadura e isolamento Em ambiente estéril a alça de inoculação foi aquecida na chama do bico de Bunsen até ficar incandescente e deixar esfriar Uma pequena quantidade da amostra foi então transferida do tubo com secreção vaginal diluída para a placa de ágar sangue distribuindose a amostra na superfície do ágar utilizando a técnica de esgotamento a agulha deve ser flambada novamente após a inoculação para garantir a esterilidadeSeguimos com a semeadura no Ágar MacConkey uma pequena quantidade da amostra foi então transferida do tubo com secreção vaginal diluída para a placa de ágar MacConkey distribuindose a amostra na superfície do ágar utilizando a técnica de esgotamento As placas foram colocadas na estufa de incubação a 3537C e incubadas por um período de 24 a 48 horas Após o período de incubação as placas foram observadas para verificar a presença de colônias As colônias características geralmente betahemolíticas com uma zona clara ao redor foram identificadas Para confirmação da identidade do patógeno testes bioquímicos específicos ou de hemólise foram realizados Realizamos a prova de Catalase Teste de Camp e o Antibiograma 732 Bacterioscopia Após a realização da coloração de Gram na lâmina utilizando a colônia presente no Ágar Sangue observouse ao microscópio o resultado da bacterioscopia Cocos Grampositivo Figura 10 Processo da coloração de Gram na lâmina Fonte Isabela Dos Santos2025 31 Figura 11 Cocos Grampositivos Fonte Isabela Dos Santos2025 74 RESULTADO 741 Resultado Semeadura Houve crescimento somente na placa de Ágar Sangue 742 Resultado da prova catalase As bactérias pertencentes aos gêneros Staphylococcus e Micrococcus produzem a enzima catalase capaz de decompor o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água Esse teste é bem simples mas de grande valia no esquema de identificação de cocos No caso de uma amostra cuja suspeita clínica aponte para cocos Grampositivos o teste da catalase deve ser o primeiro a ser realizado após o isolamento primário ANVISA p 238 2004 Para a execução do teste devese preparar uma pequena suspensão do crescimento bacteriano em água destilada ou salina na superfície de uma lâmina de vidro bem limpa e adicionar uma a duas gotas de peróxido de hidrogênio 3 A positividade do teste é dada pela formação imediata de bolhas na suspensão bacteriana efervescência ANVISA p 238 2004 Para o teste da catalase uma pequena quantidade da colônia bacteriana foi transferida para uma lâmina de microscopia Adicionamos uma gota de peróxido de hidrogênio H2O2 à amostra A produção de bolhas indica um resultado positivo sugerindo a presença de bactérias catalasepositivas como os estafilococos Obtemos o resultado negativo na amostra de secreção vaginal gênero Streptococcus 32 743 Teste de CAMP Ágar Sangue Meio enriquecido com 5 de sangue de carneiro Além de ser altamente nutritivo propiciando o crescimento da maioria das bactérias de interesse clínico o ágar sangue também tem uma característica diferencial A conservação das hemácias íntegras favorece a formação de halos de hemólise nítidos úteis para a escolha dos testes complementares e diferenciais do gênero Streptococcus HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 63 Figura 12 Resultado do Test de Camp Fonte Isabela Dos Santos 2025 Bactéria betahemolítica Streptococcus pyogenes Observase a lise completa das hemácias ao redor das colônias Devese atentar para os stabs indicações com setas realizados para a verificação da atividade máxima da estreptolisina O que é lábil ao oxigênio Bactéria alfahemolítica Streptococcus pneumoniae Apresenta lise parcial das hemácias resultando em uma coloração cinzaesverdeada ou acastanhada HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 63 Inoculamos uma estria única de uma amostra de Staphylococcus aureus centro de uma placa de as estrias não devem se tocar ficando a 1 mm de distância incubar a placa a 3537C durante um período de 1824 horas Resultado positivo para Streptococcus agalactiae grupo B é evidenciada pelo alargamento da zona de lise 33 que adquire a forma de ponta de flecha característica na área de intersecção entre as duas estrias Resultado positivo com a presença de setas na zona de proliferação Streptococcus agalactiae 75 ANTIBIOGRAMA Semeamos o Ágar Mueller Hinton com a bactéria que apresentou crescimento no do Ágar MacConkey do teste de semeadura da secreção vaginal Utilizamos a tabela de valores de halos inibitórios e o resultado foi Antibiótico Claritromicina halo de 38 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Sulfametoxazol halo de 35 mm de diâmetro Sensível Antibiótico Eritromicina halo de 37 mm de diâmetro sensível Figura 13 Antibiograma secreção vaginal Fonte Isabela Dos Santos 2025 34 76 LAUDO Quadro 8 Laudo bacterioscopia ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 25032025 Resultado Streptococcus βhemolítico do grupo B Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Claritromicina 10 µg 38 mm Sensível Sulfametoxazol 10 µg 35 mm Sensível Eritromicina 10 µg 37 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Fonte Dados da aula prática 8 SECREÇÃO NASAL 81 OBJETIVO O objetivo do teste de secreção nasal é identificar microrganismos patogênicos que possam estar causando infecções nas vias respiratórias superiores Ele pode detectar a presença de bactérias como o Staphylococcus aureus um dos agentes infecciosos mais comuns nas infecções respiratórias e também em infecções hospitalares Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária 2004 O Staphylococcus aureus pode se espalhar a partir de certas áreas do corpo como a pele e as membranas mucosas podendo contaminar tanto o paciente quanto objetos inanimados ou outras pessoas Isso pode ocorrer através de contato direto ou pela dispersão no ar aerossol resultando em infecções graves devido aos fatores de virulência da bactéria ou por sua resistência aos antibióticos usados atualmente A identificação presuntiva começa com a inoculação primária na placa de ágar sangue de carneiro que deve ser incubada em 5 de tensão de CO² método da vela ou estufa de CO2 As colônias de estafilococos são geralmente maiores 35 convexas de coloração variando do brancoporcelana a amarelo podendo apresentar hemólise ou não Notese que o desenvolvimento da cor amarelada no S aureus ocorre somente após incubação prolongada 72 h à temperatura ambiente As colônias de estreptococos tendem a ser menores puntiformes e com halos de hemólise total ou parcial beta e alfa hemólise A diferenciação entre os estreptococos e os estafilococos se dá seguramente pela prova da catalase ANVISA p233 2004 82 PROCEDIMENTO 821 Bacterioscopia Com uma alça bacteriológica estéril depositar uma pequena quantidade da amostra da secreção nasal presente no tubo de ensaio da bancada sobre uma lâmina de vidro limpa formando uma fina camada Deixar secar ao ar e fixar o esfregaço passando rapidamente a lâmina pela chama de um bico de Bunsen Realizar a coloração de Gram secar a lâmina e observar ao microscópio óptico com objetiva de imersão 1000x para identificar a morfologia e a coloração das bactérias presentes 822 Semeadura e isolamento Com uma alça estéril realizar a semeadura por esgotamento superficial na placa de ágar MacConkey seguimos para o Ágar Manitol Salgado 75 NaCl inoculamos a amostra por estrias e por último o Ágar Sangue realizamos a semeadura por esgotamento 823 Teste de catalase Pegamos uma pequena porção da colônia do Ágar Sangue com uma alça esterilizada colocamos na lâmina de vidro e esfregamos Colocamos sobre este esfregaço uma gota de água oxigenada a 3 e observamos a formação de bolhas ANVISA 2004 p 238 36 824 Teste de Coagulase Iniciamos o teste utilizando colônias isoladas de cultivadas no Ágar Manitol Secreção Nasal Essas colônias foram transferidas para um tubo de ensaio com uma alça esterilizada onde foram dissolvidas para a realização do teste de coagulase Duas lâminas foram identificadas uma para o controle Lâmina C e outra para o teste Lâmina T Para a realização do teste utilizamos dois frascos Staphy Test que contém o reagente necessário para a detecção da coagulase O reagente do frasco Staphy Test foi aplicado sobre as lâminas C e T Figura 14 Staphy Test Fonte Isabela Dos Santos 2025 825 Interpretação do teste O teste da coagulase em tubo continua sendo o procedimento de referência para identificação de S aureus Tomase uma alçada do crescimento bacteriano obtido após repique 05 ml de cultura pura em caldo ou podese também utilizar colônias típicas diretamente da placa de ágar sangue ou ágar manitol salgado do isolamento primário transferindoas para um tubo contendo 05 mL de plasma diluído Os tubos devem ser incubados a 37C e observados a cada 1 hora nas 4 primeiras horas de incubação A positividade da reação é dada pela formação de um coágulo de qualquer intensidade O teste é negativo quando não se observam 37 traços de fibrina coagulada Normalmente o coágulo é visível nas primeiras horas de incubação HOLANDA ARIMATEIA MOTTA NETO 2017 p 6667 83 RESULTADOS 831 Bacterioscopia Gram Observação de Bacilos Gramnegativos 832 Meios de Cultura Ágar Manitol Salgado O vermelho de fenol funciona como indicador de pH nesse meio o qual apresenta normalmente uma coloração rosasalmão mas que muda sua cor para amarelo na presença de espécies fermentadoras do manitol Figura 15 Resultado do meios de cultura do teste de secreção nasal Fonte Isabela Dos Santos2025 833 Resultado teste de catalase Positivo A formação imediata de bolhas indica a presença da enzima catalase sugerindo que a bactéria pertence ao gênero Staphylococcus Negativo A ausência de bolhas indica a falta de atividade catalase sugerindo que a bactéria pertence ao gênero Streptococcus 38 No teste a formação de bolhas após a adição da colônia ao peróxido de hidrogênio confirmou um resultado positivo para catalase indicando que a bactéria testada é provavelmente do gênero Staphylococcus 834 Teste de coagulase A sequência de testes realizados catalase e coagulase permitiu a identificação precisa da bactéria isolada da secreção nasal como Staphylococcus aureus O teste de catalase positivo diferenciou estafilococos de estreptococos e o teste de coagulase positivo confirmou a espécie S aureus 9 CULTURA LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO LCR 91 OBJETIVO O objetivo desta aula prática é realizar a cultura de líquido cefalorraquidiano LCR para detectar agentes patogênicos presentes nesse fluido corporal Iniciamos com a coleta do LCR em condições assépticas seguida pela inoculação em meios de cultura específicos para identificar possíveis infecções bacterianas fúngicas ou virais A incubação foi realizada em estufa a 3537C com leituras periódicas das placas para observar o crescimento microbiano De acordo com Tille 2013 a cultura de LCR é uma técnica essencial para o diagnóstico de meningites e outras infecções do sistema nervoso central permitindo um tratamento rápido e adequado Tille 2013 p 254 Quando da realização da cultura de líquor outros parâmetros devem ser avaliados para uma interpretação correta do achado microbiológico tais como a celularidade o nível de glicose e proteínas A contagem normal de leucócitos no líquor é a 5 células mm3 todas mononucleares Na meningite bacteriana está aumentada com predomínio inicial de polimorfonucleares 80 podendo aparecer linfócitos subsequentemente Valores de glicose menores que 30 mgdl ou menos que 50 dos níveis séricos em 50 dos pacientes sugerem meningite bacteriana fúngica ou por microbactérias Valores de proteínas acima de 100 mgdl indicam provável infecção bacteriana 39 92 TIPO DE AMOSTRA Figura 16 Amostra LCR Fonte Isabela Dos Santos 2025 93 MATERIAIS Amostra LCR Ágar Sangue Ágar MacConkey Ágar Mueller Hinton Bico de Bunsen Alça de Inoculação Estéril Swab Microscópio Lâminas Discos de antibiótico pinça e régua 40 94 PROCEDIMENTO 941 Semeadura e isolamento O líquor foi semeado diretamente sem diluição em solução salina em diferentes meios de cultura ágar Mueller Hinton ágar MacConkey e ágar sangue A semeadura foi feita no método de esgotamento no ágar sangue e ágar MacConkey e o antibiograma com auxílio de um swab estéril no ágar Mueller Hinton A amostra também foi utilizada para a realização de bacterioscopia com coloração de Gram além de preparo para o antibiograma com o objetivo de avaliar a sensibilidade a antibióticos 95 IDENTIFICAÇÃO 951 Prova da Catalase Para o teste da catalase uma pequena quantidade da colônia bacteriana foi transferida para uma lâmina de microscopia Adicionamos uma gota de peróxido de hidrogênio H2O2 à amostra A produção de bolhas indica um resultado positivo sugerindo a presença de bactérias catalasepositivas como os estafilococos 952 Teste de coagulase Para este teste realizamos a semeadura de uma colônia bacteriana em um caldo de cultura contendo 65 de NaCl A amostra foi incubada a 3537C por 2448 horas O crescimento bacteriano em meio salino indica a capacidade da bactéria de sobreviver em altas concentrações de sal característica de certos enterococos 953 Antibiograma Para o antibiograma uma suspensão da colônia bacteriana foi preparada e espalhada uniformemente em uma placa de ágar MuellerHinton Discos de papel impregnados com diferentes antibióticos foram colocados na superfície do ágar 41 Após incubação a 3537C por 24 horas medimos os halos de inibição ao redor dos discos para determinar a sensibilidade ou resistência das bactérias aos antibióticos testados 954 Bacterioscopia A bacterioscopia do líquor consiste na preparação de um esfregaço em lâmina seguido de fixação pelo calor e coloração de Gram O procedimento permite diferenciar bactérias Grampositivas roxo e Gramnegativas vermelho além de observar suas formas e arranjos Após a coloração a lâmina é analisada ao microscópio óptico com objetiva de imersão auxiliando na identificação preliminar do agente infeccioso presente no sistema nervoso central 96 RESULTADOS Os resultados mostraram que a placa de ágar sangue apresentou crescimento bacteriano enquanto a placa de ágar MacConkey não apresentou crescimento o que indicou que a bactéria isolada não era Gramnegativa A bacterioscopia revelou a presença de cocos Grampositivos Foram realizados testes adicionais para identificação da bactéria o teste da catalase onde se esfrega a colônia em uma lâmina e se pinga peróxido de hidrogênio H₂O₂ a 3 teve resultado positivo indicando a presença de estafilococos Em seguida foi feito o teste da coagulase no qual uma colônia foi colocada em um tubo com plasma e incubada por pelo menos duas horas O resultado também foi positivo confirmando que a bactéria presente era o Staphylococcus aureus 42 Figura 17 Crescimento bacteriano placa de ágar sangue Fonte Isabela Dos Santos 2025 961 LAUDO Foi utilizado a tabela de leitura dos halos e o resultado do antibiograma foi o seguinte Quadro 9 Laudo antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 15042025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do Halo mm Resultado Cefotaxima 30 µg 32 mm Sensível Doxiciclina 30 µg 45 mm Sensível Gentamicina 10 µg 27 mm Sensível Ceftriaxona 30 µg 32 mm Sensível Ampicilina 10 µg 50 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Fonte Dados da aula prática 43 10 SECREÇÃO TRAQUEAL 101 OBJETIVO As infecções respiratórias do trato inferior representam uma das principais causas de morbidade e mortalidade associadas às infecções hospitalares sendo especialmente relevantes em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva UTI Dentre essas infecções a pneumonia hospitalar particularmente a associada à ventilação mecânica PAV destacase tanto pela sua frequência quanto pela gravidade clínica ANVISA 2004 p 6566 A pneumonia nosocomial é caracterizada por seu aparecimento após 48 horas de internação estando ausente no momento da admissão hospitalar Sua incidência varia entre 6 a 10 casos a cada 1000 admissões podendo atingir níveis ainda maiores em pacientes que necessitam de suporte ventilatório invasivo cuja exposição prolongada ao ventilador aumenta de 7 a 21 vezes o risco de infecção Nessas condições a mortalidade associada pode alcançar até 55 reforçando a necessidade de intervenções diagnósticas precoces e precisas ANVISA 2004 p 6566 A coleta de secreção traqueal constitui um procedimento essencial para a investigação microbiológica de agentes etiológicos envolvidos nessas infecções especialmente em pacientes intubados ou traqueostomizados A identificação do patógeno permite a escolha de uma terapia antimicrobiana direcionada reduzindo o uso indiscriminado de antibióticos de amplo espectro contribuindo para o controle da resistência bacteriana e melhorando o prognóstico do paciente ANVISA 2004 p 6566 Dessa forma a realização do procedimento de coleta de secreção traqueal é uma prática clínica indispensável para o manejo adequado das infecções respiratórias em ambiente hospitalar integrandose ao protocolo de vigilância e tratamento das pneumonias hospitalares com especial enfoque naquelas associadas à ventilação mecânica ANVISA 2004 p 6566 102 MATERIAIS Placa de Ágar MacConkey Placa Ágar Mueller Hinton Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio EPM Meio MlLi Meio Citrato de Simmons 44 103 PROCEDIMENTO Usamos a amostra de secreção traqueal para investigação microbiológica com o objetivo de identificar o agente etiológico presente na via aérea inferior e determinar seu perfil de sensibilidade a antimicrobianos A amostra foi semeada em meio de cultura seletiva e diferencial Ágar MacConkey no método de esgotamento que permite o crescimento de bactérias gramnegativas e a diferenciação de microrganismos fermentadores de lactose Após o crescimento bacteriano foram observadas características morfológicas das colônias seguidas da realização de testes bioquímicos por meio do Enterokit B visando a identificação do microrganismo Os testes incluíram avaliação da produção de gás produção de H₂S atividade de urease produção de indol descarboxilação da lisina utilização de citrato motilidade fermentação de lactose Realizamos a bacterioscopia da colônia do ágar MacConkey já semeado Por fim foi realizado o teste de sensibilidade aos antimicrobianos antibiograma utilizando o método de discodifusão em ágar MuellerHinton Foram testados os seguintes antibióticos clavulanato CLA amoxicilina ácido clavulânico AMC tazobactam piperacilina IPM gentamicina GEN e cloranfenicol CLO Os halos de inibição foram medidos em milímetros e interpretados conforme os padrões de sensibilidade 104 RESULTADOS Após incubação do ágar MacConkey foi observada a presença de colônias vermelhas e lactosepositivas 45 Figura 18 Resultado da Placa de Ágar MacConkey Fonte Isabela Dos Santos 2025 1041 Leitura do Enterokit B Na sequência foi realizado o Enterokit B um teste bioquímico de identificação cujos resultados foram os seguintes Figura 19 Enterokit B Fonte Isabela Dos Santos 2025 46 Teste Resultado LTriptofano Negativo Lactose Positiva H2S Negativo Glicose Gá Positivo Glicose Positivo Ureia Negativo Indol Negativo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e o resultado foi Enterobacter aerogenes Serratia sp 1042 Bacterioscopia Foi observado no microscópio a lâmina depois de corada e o resultado foi Bacilo Gramnegativo 105 LAUDO Quadro 10 Laudo Antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 29042025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do H mm Resultado Amoxicilina 10 µg 22 mm Sensível Imipenem 10 µg 23 mm Sensível Ácido Clavulânico 20 µg Resistente Gentamicina 10 µg 18 mm Sensível Claritromicina 15 µg Resistente Cloranfenicol 30 µg 24 mm Sensível Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Fonte Dados da Aula Prática 47 11 COPROCULTURA 111 OBJETIVO A coprocultura é um exame microbiológico fundamental para a detecção de bactérias entéricas patogênicas em amostras de fezes humanas sendo amplamente utilizada na investigação de quadros de gastroenterites Os patógenos entéricos de maior preocupação médica são a salmonella e a shigella elas causam febres entéricas intoxicação alimentar e disenteria bacilar A Salmonella typhi que causa a febre tifóide é de longe o patógeno mais significativo do grupo das salmonelas Segundo Brown et al 2010 Além do organismo tifóide existem outras 10 espécies distintas de salmonella e mais de 2200 sorotipos A shigella que é a principal causa da disenteria humana compreende quatro espécies e muitos sorotipos Os sorotipos dentro dos gêneros são organismos com características bioquímicas semelhantes que podem ser mais facilmente diferenciados pela tipagem sorológica Os testes de rotina para a presença desses patógenos são uma função dos laboratórios de saúde pública em vários níveis governamentais O isolamento desses entéricos patogênicos das fezes é complicado pelo fato de o cólon conter uma população diversificada de bactérias Espécies de gêneros como Escherichia Proteus Enterobacter Pseudomonas e Clostridium existem em grande número portanto é necessário usar meios diferenciais e seletivos para favorecer o crescimento dos patógenos BROWN A E 2010 p 270272 112 MATERIAIS Placa de Ágar SS Placa de Ágar MacConkey Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Enterokit B Lâmina Amostra fezes 48 Figura 20 Placa de Ágar SS Fonte Isabela Dos Santos 2025 113 PROCEDIMENTO A amostra de fezes foi semeada no método de esgotamento no ágar SalmonellaShigella SS meio seletivo e diferencial indicado para o isolamento de Salmonella spp e Shigella spp que inibe o crescimento da maior parte da flora comensal intestinal Após incubação da placa de ágar SS houve o crescimento de colônias realizamos a bacterioscopia pegando uma colônia presente no ágar com uma pinça esterilizada e transferimos para a lâmina pingamos uma gota de salina e fixamos o esfregaço passando a lâmina sobre a chama do bico de Bunsen Etapa importante para a avaliação morfológica preliminar das bactérias presentes Utilizando a coloração de Gram foi possível observar a presença de bacilos gramnegativos característica comum das enterobactérias As colônias presentes no ágar SS foram utilizadas na aplicação do Enterokit B um conjunto de testes bioquímicos que avaliam o metabolismo de diferentes substratos permitindo a identificação de espécies de enterobactérias com base em suas reações metabólicas A mesma colônia foi utilizada para a realização do antibiograma pelo método de discodifusão em ágar MuellerHinton com o objetivo de determinar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos Para complementar a identificação do microrganismo a colônia foi também semeada em ágar MacConkey meio diferencial que possibilita a distinção entre bactérias lactose positivas 49 Figura 21 Esquema de separação para a série de testes utilizados para demonstrar a presença de salmonela ou shigella no sangue urina ou fezes de um paciente Fonte Bensons Microbiological Applications Laboratory Manual in General Microbiology 12 ed New York McGrawHill Education p270 2010 114 RESULTADOS 1141 Bacterioscopia Transferimos uma parte de crescimento bacteriano da placa Ágar SS para a lâmina e misturamos com a salina Realizamos a coloração de Gram na lâmina observamos no microscópio e identificamos o resultado Bacilo Gramnegativo Figura 22 Lâmina bacterioscopia coprocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 50 1142 Enterokit B Para a diferenciação dos patógenos SS é possível determinar se um não fermentador de lactose pode fazer três coisas Exibir motilidade produzir sulfeto de hidrogênio e produzir urease Figura 23 Resultado do Enterokit B Fonte Isabela Dos Santos2025 Teste Resultado LTriptofano Negativo Citrato Positivo H2S Positivo Glicose Gás Positivo Glicose Positivo Ureia Negativo Indol Negativo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e o resultado foi 313 Salmonella Chiguella spp 51 115 LAUDO Quadro 11 Laudo Antibiograma Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 05052025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do H mm Resultado Ácido Nilidíxico 30 µg 21mm Sensível Gentamicina 10 µg 12mm Resistente Claritromicina 15 µg 13mm Resistente Doxiciclina 30 µg 10 mm Resistente Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Ágar MacConkey Salmonella Shigella e outras espécies que não fermentam lactose produzem colônias lisas e incolores Coliformes que fermentam lactose produzem colônias avermelhadas mucóides ou com o centro escuro Fonte Dados da Aula Prática 12 HEMOCULTURA 121 OBJETIVO A presença de microrganismos viáveis no sangue do paciente pode levar a um considerável aumento da morbidade e da mortalidade Devemos também lembrar que este fato representa uma das mais importantes complicações do processo infeccioso o que torna a hemocultura um exame de significativo valor preditivo de infecção A maioria dos casos de infecção no sangue chamada de sepse acontece dentro de hospitais e muitas vezes é causada por microrganismos que são difíceis de combater porque resistem a vários antibióticos Os microrganismos podem chegar ao sangue de duas formas principais 52 1 Penetração a partir de um foco primário de infecção através de vasos linfáticos e daí até o sangue 2 Entrada direta na corrente sanguínea via agulhas ou outros dispositivos vasculares como cateteres Quando há microrganismos no sangue isso pode indicar que o corpo não conseguiu conter a infecção no local onde ela começou ou que houve falha médica em tratar corretamente esse foco como não drenar um abscesso ANVISA 2004 De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA 2004 pessoas com o sistema imunológico funcionando normalmente conseguem eliminar rapidamente esses invasores Porém isso pode ser mais difícil quando os microrganismos têm cápsulas protetoras ou quando o corpo ainda não tem anticorpos contra eles Geralmente num paciente imunocompetente as defesas naturais respondem prontamente à presença de microrganismos estranhos Esta eliminação pode ser menos eficiente quando os microrganismos são encapsulados ou mais eficiente quando o paciente já apresenta anticorpos contra o organismo infectante Na maioria dos casos a bacteremia que é a presença de bactérias no sangue é causada por um único tipo de microrganismo Porém em algumas situações a infecção pode ser causada por mais de um tipo ao mesmo tempo o que chamamos de origem polimicrobiana Apesar de qualquer infecção localizada no corpo poder chegar à corrente sanguínea a presença de bactérias ou fungos no sangue costuma estar mais relacionada ao uso de dispositivos colocados diretamente nas veias como os cateteres além de infecções no abdômen nos pulmões ou no sistema urinário Os termos bacteremia e fungemia servem apenas para indicar que foram encontradas bactérias ou fungos no sangue da pessoa Já a sepse é uma condição mais grave em que a pessoa apresenta sinais clínicos de infecção no corpo mesmo que o exame de sangue como a hemocultura não tenha dado positivoANVISA 2004 53 122 MATERIAIS Placa de Ágar MacConkey Placa Ágar Mueller Hinton Alça de níquel cromo 10 µL Bico de Bunsen Papel absorvente Meio EPM Meio MlLi Meio Citrato de Simmons Kit NF II 123 PROCEDIMENTO 1231 Kit NF II O OxiFerm Tube II produzido pela BectonDickinson é utilizado para a identificação de bactérias Gramnegativas oxidasepositivas que não podem ser identificadas por meio do sistema do Enterokit B Os dois sistemas multi testes foram desenvolvidos para funcionar em conjunto Se uma bactéria Gramnegativa desconhecida for oxidasenegativa utilizase o Enterokit B Caso o microrganismo seja oxidasepositivo devese utilizar o OxiFerm Tube II Sempre que uma bactéria Gramnegativa oxidasenegativa apresentarse negativa para glicose no teste Enterokit B é necessário prosseguir com o uso do OxiFerm Tube II O sistema incorpora 12 meios de cultura convencionais diferentes que podem ser inoculados simultaneamente e rapidamente Um total de 14 testes fisiológicos são realizados BROWN A E 2010 Foram utilizadas colônias retiradas diretamente do frasco de hemocultura As amostras foram primeiramente semeadas no tubo de ágar MacConkey utilizando o método de estrias em superfície com o objetivo de obter colônias bem isoladas para posterior identificação O procedimento de inoculação foi realizado utilizando o método de picada nos restantes dos tubos do teste do kit OxiFerm Tube II no qual uma alça bacteriológica estéril foi utilizada para perfurar o meio de cultura presente em cada tubo do sistema garantindo a introdução do microorganismo No tubo 54 teste de gelatina foram adicionadas 10 gotas de solução salina estéril homogeneizandose o conteúdo para ativação do teste Finalizada a inoculação o tubo foi tampado e incubado a 35 C por um período de 18 a 24 horas Após o tempo de incubação foi realizada a interpretação dos resultados observandose reações bioquímicas como fermentação de açúcares produção de gás presença de gelatinase Para o teste de produção de indol ao final da leitura foi injetado no compartimento específico 1 a 2 gotas do reagente de Kovacs 124 INTERPRETAÇÃO DO TESTE A produção de amônia pela a fermentação positiva é indicada por uma mudança de cor de verde neutro para amarelo ácido A maioria das bactérias gramnegativas do tipo oxidativofermentativo é negativa para esse teste A descarboxilação da arginina resulta na formação de produtos finais alcalinos o que muda a cor do indicador bromo cresol roxo de amarelo ácido para roxo alcalino sendo que a cor cinza indica resultado negativo A descarboxilação da lisina também leva à formação de produtos finais alcalinos promovendo a mesma mudança de coloração do indicador novamente a cor cinza representa um resultado negativo A fermentação da lactose altera a cor do meio de vermelho neutro para amarelo ácido embora a maioria das bactérias gramnegativas OF seja negativa nesse teste A produção de gás é evidenciada pela separação da camada de cera do meio e em alguns casos pode também provocar o deslocamento do ágar das paredes do compartimento A oxidação bacteriana da sacarose provoca uma mudança de cor de verde neutro para amarelo ácido a detecção é feita com a adição do reagente de Kovacs no compartimento 48 horas após a incubação assim como ocorre na oxidação bacteriana da xilose da glicose e da maltose todas resultando em alteração da cor do meio para amarelo ácido indicando a produção de ácidos A oxidação bacteriana de outro carboidrato testado também é evidenciada por essa mesma mudança de coloração A desaminação da fenilalanina gera ácido pirúvico que reage com um sal férrico resultando em uma coloração acastanhada A produção de amônia pela ação da urease sobre a uréia aumenta a alcalinidade do meio alterando a cor do vermelho de fenol de bege ácido para rosa ou roxo sendo que um tom rosa claro deve ser considerado negativo Por fim os 55 microrganismos que crescem no meio de citrato são capazes de utilizálo como única fonte de carbono o que aumenta a alcalinidade e muda a coloração do meio de verde neutro para azul alcalino BROWN A E p 197 2010 Figura 24 Resultado do Kit NF II Fonte Isabela Dos Santos 2025 125 BACTERIOSCOPIA Realizamos a bacterioscopia utilizando a colônia presente no Ágar chocolate da Hemocultura observouse no microscópio o resultado da bacterioscopia Bacilo Gramnegativo Figura 25 Lâmina Hemocultura Fonte Isabela Dos Santos 2025 56 126 ENTEROKIT B Na sequência foi realizado o Enterokit B um teste bioquímico de identificação cujos resultados foram os seguintes Teste Resultado LTriptofano Negativo Lactose Negativa H2S Negativo Glicose Gás Positivo Glicose Negativo Ureia Negativo Indol Negativo Lisina Positivo Motilidade Positivo Utilizamos a tabela para leitura do microorganismo e não foi possível identificar então iremos realizar o teste no KIT NF II 127 RESULTADOS Foi realizada a análise de 14 tubos com meios bioquímicos do sistema NF II para identificação de microrganismo oxidase positivo Os seguintes resultados foram obtidos Teste da fita de oxidase positivo Meio Ágar MacConkey lactose negativa sem crescimento bacteriano Na sequência foi realizado Leitura do sistema NF II um teste bioquímico de identificação cujos resultados foram os seguintes Teste Resultado Glicose c óleo Positivo Glicose s óleo Positivo Maltose Positivo Gelatinase Positivo Nitrato Positivo Arginina Negativo Lactose Negativo Lisina Negativo Motilidade Positivo 57 Com base no teste da fita de oxidase positivo e nos resultados do sistema NF II o microrganismo apresenta características típicas de uma bactéria Gramnegativa não fermentadora oxidase positiva com metabolismo oxidativo da glicose redução de nitrato e produção de gelatinase Os dados são compatíveis com 363 Pseudomonas fluorescens 1271 Antibiograma Foi realizado também o antibiograma diluímos as colônias presentes no Ágar chocolate da Hemocultura na salina e espalhamos uniformemente em uma placa de ágar MuellerHinton com um swab Discos de papel impregnados com diferentes antibióticos foram colocados na superfície do ágar Após incubação a 3537C por 24 horas medimos os halos de inibição ao redor dos discos para determinar a sensibilidade ou resistência das bactérias aos antibióticos testados Figura 26 Placa Ágar Mueller Hinton antibiograma Fonte Isabela Dos Santos 2025 128 LAUDO Foi utilizado a tabela de leitura dos halos e o resultado do antibiograma foi o seguinte 58 Quadro 10 Laudo antibiograma ANTIBIOGRAMA Nome Teste de suscetibilidade a antimicrobianos Data da coleta 13052025 Resultado Antibiótico Concentração Diâmetro do HaResultado Norfloxacina 30 µg 20 mm Sensível Aztreonam 30 µg 30 mm Sensível Imipenem 10 µg 20 mm Sensível Ciprofloxacina 5 µg 30 mm Sensível Ampicilina 10 µg Resistente Método Disco de difusão Material Tabela de valores de halos inibitórios Fonte Dados da Aula Prática 13 SECREÇÃO DE FERIDA 131 OBJETIVO A pele é o órgão mais exposto do corpo sendo um dos mais suscetíveis a lesões e infecções composta por duas camadas A camada mais externa é chamada de epiderme enquanto a mais interna é a derme Os folículos capilares as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas desembocam na superfície da pele Abaixo da derme encontrase a camada subcutânea de gordura sob a qual há uma camada fina de tecido conjuntivo que envolve os músculos ligamentos e outros tecidos do corpo Essa estrutura cria espaços em diversas regiões do corpo como a cabeça o pescoço os dedos as mãos e os pés Essa camada atua como uma barreira que limita a propagação de infecções porém também pode representar um obstáculo terapêutico devido à sua característica impermeável necessitando de abordagem cirúrgica As infecções da pele abrangem uma ampla variedade de agentes causadores e mecanismos patogênicos diversos Essas infecções são categorizadas em primárias ou secundárias dependendo da presença ou ausência de uma lesão prévia que sirva de porta de entrada agudas ou persistentes conforme a duração do quadro infeccioso podendo ainda ser causadas por um único microrganismo ou múltiplos Infecções originadas em estruturas profundas podem se manifestar como 59 lesões cutâneas As infecções primárias ocorrem em indivíduos sem lesão prévia aparente como nas erisipelas As infecções secundárias surgem como consequência de lesões na pele como escoriações traumas cirúrgicos ou feridas abertas Tais infecções podem ser mono microbianas como em feridas infectadas por estafilococos ou polimicrobianas como em certos quadros de gangrena provocados por estreptococos microaerófilos e bactérias anaeróbias As infecções secundárias podem permanecer restritas ou se espalhar dependendo da gravidade da doença subjacente ou serem desencadeadas por algum trauma Como exemplo de infecção aguda ou crônica podese mencionar um furúnculo causado por estafilococos que se resolve rapidamente ao passo que certas micoses crônicas podem persistir por meses ou até anos ANVISA 2004 132 MATERIAIS Placa de ágar sangue Placa de ágar chocolate Bico de Bunsen Alça de inoculação estéril Tubo teste NaCl Tubo Bilisescurina 133 PROCEDIMENTO Para a realização do teste de secreção de ferida inicialmente é feita a coleta da secreção diretamente da ferida com o uso de um swab estéril evitando contaminações externas Em seguida a amostra é semeada em duas placas uma com ágar sangue que permite observar o tipo de hemólise e outra com ágar chocolate utilizada para cultivar bactérias mais exigentes nutricionalmente As placas são incubadas a 37 C por 24 a 48 horas 60 134 INTERPRETAÇÃO DO TESTE No ágar sangue analisase o tipo de hemólise que ocorreu alfa hemólise parcial beta hemólise total ou gama sem hemólise Se as colônias não apresentarem halo hemolítico ao redor é caracterizada a gamahemólise No caso em questão foi verificada a presença de cocos grampositivos sem hemólise Para confirmar se é enterococos uma colônia do ágar chocolate foi coletada com uma alça estéril e inoculada em dois tubos um contendo NaCl e outro com bilisesculina No tubo com bilisesculina se houver escurecimento formação de cor preta o resultado é considerado positivo indicando a capacidade de hidrolisar a esculina na presença de bile uma característica típica de enterococos Como o meio ficou preto o teste foi positivo confirmando a presença de enterococos na secreção analisada Figura 27 Modelo de resultado de hemólise Fonte Thiago Cabral de Souza2025 135 RESULTADO Resultado positivo para EnterococosCocos Gram positivo 61 Figura 28 Resultado teste NaCl e Bili esculina Fonte Isabela Dos Santos 2025 14 CONCLUSÃO DO RELATÓRIO O estágio supervisionado em microbiologia foi fundamental para aplicar na prática os conhecimentos adquiridos durante a graduação Através da realização de diferentes técnicas como coloração de Gram culturas em meios específicos testes bioquímicos e antibiogramas foi possível entender melhor os processos de identificação de microrganismos e a importância de cada etapa para um diagnóstico correto Ao longo do estágio foram analisadas diversas amostras possibilitando a identificação de bactérias como E coli Staphylococcus aureus Proteus mirabilis Salmonella spp entre outras Cada procedimento contribuiu para o desenvolvimento técnico e também para a compreensão da rotina laboratorial e da responsabilidade envolvida no trabalho em análises clínicas 15 REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ANVISA Manual de microbiologia clínica para o controle de infecção em serviços de saúde edição comemorativa para o IX Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar Salvador 2004 Brasília ANVISA 2004 62 BAUER A W et al Antibiotic Susceptibility Testing by a Standardized Single Disk Method American Journal of Clinical Pathology v 45 n 4 p 493496 1966 BROWN A E Bensons Microbiological Applications Laboratory Manual in General Microbiology 12 ed New York McGrawHill Education 2010 HOLANDA Cecília Maria de Carvalho Xavier ARIMATEIA Dayse Santos MOTTA NETO Renato Manual de bacteriologia e de enteroparasitos Natal EDUFRN 2017 JUNG Benjamin HOILAT Gilles J MacConkey Agar a selective and differential medium NCBI Bookshelf 10 set 2024 Disponível em httpswwwncbinlmnihgovbooksNBK560759 Acesso em 6 jun 2025 MacFaddin J F Biochemical Tests for Identification of Medical Bacteria Philadelphia Lippincott Williams Wilkins 2000 MARCONI Camila et al Detection of Streptococcus agalactiae colonization in pregnant women by using combined swab cultures crosssectional prevalence study São Paulo Medical Journal v 128 n 2 p 6062 2010 MASSON L C et al Diagnóstico laboratorial das infecções urinárias relação entre a urocultura e o EAS Revista Brasileira de Análises Clínicas v 52 n 1 2020 MURRAY P R ROSENTHAL K S PFALLER M A Medical Microbiology Philadelphia Elsevier Mosby 2005 PARAY Ansar Ahmad Gram staining a Brief Review International Journal of Research and Review v 10 n 9 p 337 set 2023 PROBAC DO BRASIL Enterokit B Rev 02 São Paulo PROBAC DO BRASIL RENYLAB Meio Rugai Modificado 2018 SILVEIRA Alessandro Conrado de Oliveira et al Quando e como valorizar culturas de urina polimicrobianas no laboratório de microbiologia clínica 2010 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA SBPCML Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial SBPC ML boas práticas em microbiologia clínica 2015 SPLABOR Ágar CLED função preparação composição consulte o guia do comprador jan 2024 Disponível em httpswwwsplaborcombrblogagarcledfuncaopreparacaocomposicaoconsulte oguiadocomprador Acesso em 6 jun 2025 TEIXEIRA D A Microbiologia básica Teófilo OtoniMG Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 2020 TILLE Patricia M Bailey Scotts diagnostic microbiology 15 ed St Louis Elsevier Health Sciences 2021

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