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Morte celular Prof Dr Fábio Haach Téo Necrose A necrose pode ser definida como um processo no qual há morte celular passiva caracterizada por autólise após lesão irreversível Em células lesadas o influxo de grandes quantidades de cálcio desencadeado pela falência na produção de ATP culmina com a ativação de várias enzimas incluindo fosfolipases de membrana Concomitantemente o excesso de cálcio intracelular pode inativar de maneira irreversível as mitocôndrias As células necróticas são incapazes de manter a integridade das suas membranas A ruptura da membrana lissosomal levando a liberação de diferentes enzimas lisossomais no citoplasma é um evento crucial no processo de autólise característico da necrose O evento final da necrose é a ruptura da membrana celular com extravasamento de conteúdo celular Necrose O aspecto morfológico da necrose resulta da desnaturação de proteínas intracelulares e da digestão enzimática das células lesadas letalmente necrofanerose aparecimento das características morfológicas da necrose no tecido núcleo o picnose retração e adensamento do núcleo com perda da individualidade dos grânulos de cromatina o cariorrexe fragmentação do núcleo picnótico o cariólise coloração nuclear pálida e fraca citoplasma o intensa eosinofilia acidofilia o densidades amorfas nas mitocôndrias o figuras de mielina intracitoplasmáticas e restos amorfos A necrose é sempre patológica e gera inflamação sendo que processo inflamatório contribui para a lesão tecidual Necrose X apoptose Necrose Adenohipófise normal Organização histológica Tipos celulares Necrose Necrose coagulativa da adenohipófise Picnonose celular e eosinofilia Necrose Necrose coagulativa da adenohipófise Alterações nucleares Perda da diferenciação entre os tipos celulares Necrose Adenohipófise Normal Necrose de coagulação Necrose Infarto agudo do miocárdio IAM Normal Necrose de coagulação Necrose Infarto agudo do miocárdio IAM Reação inflamatória pósinfarto Padrões de necrose tecidual Quando um grande número de células morre o tecido ou órgão é considerado necrótico A necrose dos tecidos possui vários padrões morfológicos distintos cujo o reconhecimento é importante porque eles fornecem pistas sobre a causa básica coligativa ou de coagulação a arquitetura básica do tecido é preservada pelo menos alguns dias os tecidos afetados exibem textura firme células anucleadas e eosinofílicas persistem por semanas sendo removidas lentamente por fagocitose a partir da periferia da área necrótica liquefativa caracterizada pela digestão das células mortas resultando na transformação do tecido em uma massa viscosa líquida as células necróticas são removidas rapidamente por fagocitose em toda a área necrótica Necrose de coagulação Infarto renal anêmico Macroscopia Microscopia Necrose liquifativa Infarto cerebral Macroscopia Necrose liquifativa Infarto cerebral Macroscopia Necrose liquifativa Microabscessos em septicemia Miocárdio microscopia Necrose liquifativa Microabscessos em septicemia Miocárdio microscopia Tipos de necrose coagulativa A necrose coagulativa pode ser dividida em tipos especiais caseosa aspecto macroscópico de queijo fresco lembra mais queijo mineiro ou ricota encontrada mais frequentemente na infecção tuberculosa formação de granuloma gangrena forma especial de necrose isquêmica tipicamente necrose de coagulação em que o tecido necrótico sofre modificação por agentes externos como ar ou bactérias gangrena seca gangrena úmida gangrena gasosa esteatonecrose necrose gordurosa áreas focais de destruição gordurosa comum na pancreatite aguda saponificação da gordura Fibrinóide mediada pela deposição de complexos antígeno anticorpo na parede dos vasos sanguíneos Gangrena é uma possível evolução da necrose Necrose tecidual Necrose caseosa tuberculose Pulmão macroscopia Pulmão microscopia Reação exudativa Necrose tecidual Necrose caseosa tuberculose Pulmão microscopia Reação exudativa Necrose tecidual Necrose caseosa tuberculose Linfonodo microscopia Reação produtiva com formação de granuloma Necrose tecidual Necrose caseosa tuberculose Linfonodo microscopia Reação produtiva com formação de granuloma Necrose tecidual Gangrena de artelhos Macroscopia Microscopia Necrose tecidual Necrose fibrinóide Esteatonecrose Necrose tecidual Evolução das necroses o produto necrótico pode ser eliminado de diferentes formas direta levando à formação de uma úlcera através de condutos naturais a necrose caseosa de uma região do pulmão na tuberculose pode ser eliminada por via brônquica resultando na formação de uma cavidade denominada caverna através de trajetos neoformados fístulas geralmente de causa infecciosa através de fagocitose frequentemente a partir da periferia o produto necrótico pode permanecer no local e se calcificar calcificação distrófica ocorre em tecidos alterados o tuberculose o aterosclerose o febre reumática valvas cardíacas o neoplasias Calcificação distrófica Macroscopia Microscopia Tuberculose Apoptose A apoptose é uma via de morte celular induzida por um programa de suicídio estritamente regulado no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas que degradam seu próprio DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas As células apoptóticas se quebram em fragmentos chamados corpos apoptóticos contendo restos de material citoplasmático e nuclear envoltos por membrana os quais são rapidamente fagocitados e degradados pelos macrófagos A apoptose é um processo controlado ativamente pela célula requer ATP e resulta em uma morte celular limpa ocorrendo não só em condições patológicas mas principalmente em condições fisiológicas Diferentemente da necrose praticamente não há extravasamento de conteúdo intracelular na apoptose e portanto não há desencadeamento de processo inflamatório Causas da apoptose A apoptose ocorre durante o desenvolvimento e por toda a vida eliminando células envelhecidas ou potencialmente perigosas e indesejáveis Por outro lado em processos patológicos a apoptose é ativada para eliminação de células lesadas de modo irreparável apoptose em situações fisiológicas destruição programada de células durante a embriogênese involução de tecidos hormôniosdependentes perda celular em populações celulares proliferativas eliminação de linfócitos autorreativos nocivos eliminação de células que já tenham cumprido seu papel apoptose em condições patológicas lesão no DNA acúmulo de proteínas anormalmente dobradas infecções atrofia patológica no parênquima de órgãos após obstrução de ducto Alterações morfológicas na apoptose Os seguintes aspectos morfológicos alguns mais bem observados à microscopia eletrônica caracterizam as células em apoptose retração celular sendo a célula menor em tamanho com o citoplasma mais denso e organelas mais compactadas condensação da cromatina que se agrega perifericamente sob a membrana nuclear em massas densas de várias formas e tamanhos formação de bolhas citoplasmáticas e corpos apoptóticos fagocitose das células apoptóticas ou corpos apoptóticos geralmente por macrófagos Em condições patológicas podem ocorrer formas de morte celular com características mistas tanto de necrose como de apoptose Sob essas condições a intensidade em vez da natureza do estímulo determina a via de morte celular sendo a necrose a principal via quando há depleção de ATP e lesão acentuada às membranas Alterações morfológicas na apoptose Alterações morfológicas na apoptose Microscopia Linfonodo reativo Alterações morfológicas na apoptose Microscopia Linfonodo reativo Alterações morfológicas na apoptose Microscopia Linfonodo linfoma difuso Alterações morfológicas na apoptose Microscopia Linfonodo linfoma difuso Alterações bioquímicas na apoptose As células apoptóticas geralmente exibem uma constelação distintiva de mudanças bioquímicas que são a base das alterações estruturais ativação das caspases o as caspases constituem uma família de cesteína proteases que possui mais de 10 membros o podem ser classificadas em desencadeadoras e efetoras o existem como próenzimas inativas ou zimogênios e devem sofrer clivagem enzimática para tornaremse ativas Quebra do DNA o quebras típicas do DNA em fragmentos de 50 a 300 kb o clivagem do DNA por endonucleases dependentes de Ca2 e Mg2 em fragmentos que são múltiplos de 180 a 200 pares de bases refletindo clivagem entre os nucleossomos Alterações da membrana e reconhecimento pelos fagócitos o passagem da fosfatidilserina do folheto interno para o folheto externo da membrana Alterações bioquímicas na apoptose Eletroforese em gel de agarose de DNA extraído de células em cultura A células viáveis B células em apoptose C células em necrose Alterações bioquímicas na apoptose Citometria de fluxo Mecanismos da apoptose Todas as células contêm mecanismos intrínsecos que sinalizam morte ou sobrevivência e a apoptose resulta de um desequilíbrio nesses sinais O processo apoptótico pode ser dividido em fase de iniciação e fase de execução sendo desencadeado por sinais originados de duas vias distintas via intrínseca ou mitocondrial o liberação de citocromo c para o citoplasma o formação do apoptossoma Apaf1 o ativação da caspase 9 caspase desencadeadora via extrínseca morte iniciada por receptor o iniciada pelo envolvimento dos receptores de morte família do TNF localizados na membrana plasmática das células o TNFR1 e Fas CD95 são os receptores de morte mais bem conhecidos o ativação das caspases 8 e 10 caspases desencadeadoras Mecanismos da apoptose Mecanismos da apoptose Via intrínseca Via extrínseca Mecanismos da apoptose Resposta de proteína não dobrada Apoptose na doença A apoptose desregulada em menor número ou em excesso está associada a uma ampla gama de doenças distúrbios associados a apoptose defeituosa e consequente aumento da sobrevida celular o neoplasias mutações no gene supressor tumoral que codifica a proteína p53 constituem as alteração genéticas mais comuns nas neoplasias humanas o distúrbios autoimunes distúrbios associados com aumento da apoptose e consequente morte celular excessiva o doenças neurodegenerativas Alzheimer Huntington e Parkinson o lesão isquêmica o morte de células infectadas por vírus TABELA 12 Características da Necrose e Apoptose