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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo ESTRESSE OCUPACIONAL DE TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO CONTEXTO DA PANDEMIA COVID19 Belo Horizonte 2022 Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo ESTRESSE OCUPACIONAL DE TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO CONTEXTO DA PANDEMIA COVID19 Trabalho de Conclusão apresentado ao curso de Mestrado Profissional do Programa de Pós Graduação em Gestão de Serviços de Saúde da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Gestão de Serviços de Saúde Área de concentração Gestão de Serviços de Saúde Linha de pesquisa Trabalho e Gestão Participativa na Saúde Orientadora Profa Dra Lívia Cozer Montenegro Belo Horizonte 2022 Bibliotecário responsável Fabian Rodrigo dos Santos CRB62697 Azevedo Alexandre Rodrigues Inácio de AZ994e Estresse ocupacional de trabalhadores da atenção primária à saúde no contexto da pandemia Covid19 manuscrito Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo Belo Horizonte 2022 83f il Orientador a Lívia Cozer Montenegro Área de concentração Gestão de Serviços de Saúde Dissertação mestrado Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem 1 Estresse Psicológico 2 Atenção Primária à Saúde 3 COVID19 4 Administração de Serviços de Saúde 5 Dissertação Acadêmica I Montenegro Lívia Cozer II Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem III Título NLM WM 1724 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE ATA DE NÚMERO 57 CINQUENTA E SETE DA SESSÃO PÚBLICA DE ARGUIÇÃO E DEFESA DA DISSERTAÇÃO APRESENTADA PELO CANDIDATO ALEXANDRE RODRIGUES INÁCIO DE AZEVEDO PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE Aos 22 vinte e dois dias do mês de fevereiro de dois mil e vinte e dois às 1500 horas realizouse por vídeoconferência a sessão pública para apresentação e defesa da dissertação ESTRESSE OCUPACIONAL EM TRABALHADORES DE SAÚDE DE SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA NO CONTEXTO DA PANDEMIA COVID19 do aluno Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo candidatado ao título de Mestre em Gestão de Serviços de Saúde linha de pesquisa Trabalho e Gestão Participativa na Saúde A Comissão Examinadora foi constituída pelas seguintes professoras doutoras Lívia Cozer Montenegro Karla Rona da Silva e Carolina da Silva Caram sob a presidência da primeira Abrindo a sessão a presidente após dar conhecimento aos presentes do teor das Normas Regulatorias do Trabalho Final passou a palavra ao candidato para apresentação do seu trabalho Seguiuse a arguição pelos examinadores com a respectiva defesa do candidato Logo após os membros da Comissão se reuniram sem a presença do candidato e do público para julgamento e expedição do seguinte resultado final APROVADO X APROVADO COM AS MODIFICAÇÕES CONTIDAS NA FOLHA EM ANEXO REPROVADO A Comissão Examinadora recomendou a mudança do título para ESTRESSE OCUPACIONAL DE TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE NO CONTEXTO DA PANDEMIA COVID19 O resultado final foi comunicado publicamente ao candidato pela orientadora Nada mais havendo a tratar eu Davidson Luis Braga Lopes Secretário do Colegiado de PósGraduação em Gestão de Serviços de Saúde da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais lavrei a presente Ata que depois de lida e aprovada será assinada por mim e pelos membros da Comissão Examinadora Belo Horizonte 22 de fevereiro de 2022 Profª Drª Lívia Cozer Montenegro Orientadora UFPR Profª Drª Karla Rona da Silva Membro Titular UFMG Profª Drª Carolina da Silva Caram Membro Titular UFMG Davidson Luis Braga Lopes Secretário do Colegiado de PósGraduação Documento assinado eletronicamente por Livia Cozer Montenegro Usuário Externo em 25032022 às 1908 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 Documento assinado eletronicamente por Karla Rona da Silva Professora do Magistério Superior em 31032022 às 1436 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 Documento assinado eletronicamente por Carolina da Silva Caram Membro em 01042022 às 0936 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 Documento assinado eletronicamente por Davidson Luis Braga Lopes Secretárioa em 01042022 às 1648 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 A autenticidade deste documento pode ser conferida no site httpsseiufmgbrseicontroladorexternophpacaodocumentoconferiridorgaoacessoexterno0 informando o código verificador 1275926 e o código CRC CE61BCED Referência Processo nº 23072210810202248 SEI nº 1275926 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE ATA DE NÚMERO 57 CINQUENTA E SETE DA SESSÃO PÚBLICA DE ARGUIÇÃO E DEFESA DA DISSERTAÇÃO ANEXO Modificação em dissertação Modificações exigidas na Dissertação de Mestrado do candidato Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo As modificações foram as seguintes Inclusão do produto técnico no trabalho de conclusão de mestrado NOMES E ASSINATURAS Profª Drª Lívia Cozer Montenegro Orientadora UFPR Profª Drª Karla Rona da Silva Membro Titular UFMG Profª Drª Carolina da Silva Caram Membro Titular UFMG Documento assinado eletronicamente por Livia Cozer Montenegro Usuário Externo em 25032022 às 1908 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 Documento assinado eletronicamente por Karla Rona da Silva Professora do Magistério Superior em 31032022 às 1436 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 Documento assinado eletronicamente por Carolina da Silva Caram Membro em 01042022 às 0936 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 A autenticidade deste documento pode ser conferida no site httpsseiufmgbrseicontroladorexternophpacaodocumentoconferiridorgaoacessoexterno0 informando o código verificador 1275969 e o código CRC B0336A7B Referência Processo nº 23072210810202248 SEI nº 1275969 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a mim mesmo pela minha história de superação Pelas dificuldades enfrentadas desde o momento em que nasci pela pobreza preconceitos enfim por tudo que sofri sem nunca ter desistido mesmo nos momentos em que desacreditei da minha capacidade Agradeço à minha orientadora Profa Dra Lívia Cozer Montenegro que foi uma grande incentivadora alto astral que nos momentos de dificuldade não hesitou em me dar ajuda E que para me ajudar até contribuiu financeiramente para realização deste trabalho Ao Sérgio Giorni que me suporta e atura minhas oscilações de humor além do apoio incondicional em tudo durante esses 20 anos de casamento Agradeço também ao Mestrado Profissional em Gestão de Serviços de Saúde e aos professores que tonaram esse sonho possível Ao Prof Dr Adriano Marçal Pimenta pelo apoio Aos colegas de trabalho aos participantes da pesquisa aos gestores funcionários das Unidades Básicas de Saúde e aos que contribuíram direta ou indiretamente pela realização não somente deste trabalho mas da minha construção enquanto cidadão Um agradecimento especial à Turma III do Mestrado pois a ajuda mútua as palavras de acolhimento fizeram o caminho ser mais leve Não poderia de deixar de agradecer ao SUS e à UFMG pois nos momentos em que mais precisamos da saúde ciência e educação elas estão sendo atacadas e desmontadas de forma cruel no meio de uma das piores pandemias já vivenciadas para sustentar o ego e enriquecer aqueles que perversamente se aproveitam da dor e da vulnerabilidade de vários grupos em prol de suas necessidades pessoais Se você ficar neutro em situações de injustiça você escolhe o lado do opressor Desmond Tutu RESUMO AZEVEDO Alexandre Rodrigues Inácio Estresse ocupacional de trabalhadores da atenção primária à saúde no contexto da pandemia Covid19 2022 83 f Dissertação Mestrado Profissional em Gestão de Serviços de Saúde Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2022 Introdução A transmissibilidade rápida da COVID19 tem apresentado consequências físicas psíquicas sociais e econômicas graves que modificam comportamentos e regras gerando ansiedade tensão insegurança bem como vigilância intensiva dos sintomas da doença em todas as esferas da nossa sociedade Os profissionais da saúde que se encontraram na linha de frente da pandemia se expuseram a um risco considerável para o desenvolvimento de sentimentos de angústia estresse e outros sintomas relacionados à saúde mental uma vez que a sobrecarga de trabalho que já era uma realidade aumentou bem como o risco de contaminação somadas a informações controvérsias disseminadas por meio das redes sociais ampliando o potencial de desenvolvimento de reações psicológicas O atendimento presencial de pacientes com sintomas de COVID19 pode implicar em risco para a saúde dos trabalhadores em especial nos serviços de atenção primária que assume a centralidade da rede de atenção à saúde sendo o primeiro contato dos usuários com o Sistema Único de Saúde Considerando que os serviços de atenção primária cumprem um papel estratégico no estabelecimento de relações contínuas com a população também apresenta limitações próprias da natureza e dos seus objetivos de trabalho para o atendimento as Síndromes Gripais potencializando pressões significativas nos profissionais de saúde capazes de gerar sentimentos para o estresse ocupacional Objetivo Analisar o estresse ocupacional em trabalhadores da Atenção Primária à Saúde no contexto da pandemia de COVID19 Método Estudo epidemiológico de delineamento transversal e analítico constituído de um questionário validado com 23 questões fechadas com alternativas concordância do tipo Likert de 5 pontos relacionadas à estrutura do ambiente de trabalho relação interpessoal e relação com as lideranças Participaram do estudo256 trabalhadores de todas as categorias profissionais que atuavam nos serviços de atenção primária em dez Centros de Saúde da Regional Nordeste de Belo Horizonte A coleta de dados ocorreu entre os meses de janeiro e março de 2021 Foi construído um banco de dados com o auxílio do programa Epi Info versão 70 e a sua análise foi realizada com o uso do programa Stata versão 131 As análises descritivas foram realizadas de acordo com o tipo de variável e sua distribuição Medidas de frequência absoluta n e frequência relativa média M mediana e desvio padrão DP foram utilizadas para caracterização da população Resultados Os trabalhadores foram em sua maioria do gênero feminino 80 adultos jovens 33 de nível médio 5373 a superior 4147 composto por técnicos de enfermagem 2840 e agentes comunitários de saúde 2360 Ressaltase que metade dos trabalhadores são concursados e a outra parte mantinha um vínculo de contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte 498 A maioria é casada 4453 e sua maioria não possuem filhos 468 em relação aos que possuem 452 trabalhavam nas unidades básicas de saúde há cinco anos ou mais e estão atuando na mesma função há mais de dez anos 5099 As situações geradoras de estresse mais significativa foram elementos que envolvem as relações humanas institucionais como a ausência de comunicação entre o profissional e os colegas de trabalho a competição no ambiente de trabalho e o fato do superior encobrir o trabalho bemfeito do profissional diante de outras pessoas De acordo com a escala utilizada os profissionais se encontraram no nível geral de estresse baixo 5859 o que significa que não há ausência de estresse porém com um número significativo que profissionais em nível médio 3789 Considerações Finais A pandemia impossibilitou um estudo mais amplo Porém representa um ponto de partida para discussões a respeito do estresse e adoecimento mental dos profissionais de saúde da atenção primária que durante o período da pandemia mostrou um problema crônico com ênfase nas relações pessoais entre a equipe de saúde e os gestores Apesar do nível geral de estresse ter sido baixo ressalta o quanto as relações humanas têm se destacado enquanto um elemento estressor inviabilizando um trabalho coletivo e uma comunicação eficaz o que desestimula o trabalho em saúde Como Produto Técnico foi elaborado um relatório da pesquisa no formato A4 frente e verso resumindo a pesquisa de forma simples e fácil de ser compreendida Encontrase como Apêndice C Palavraschave Estresse Psicológico Atenção Primária à Saúde COVID19 Administração de Serviços de Saúde ABSTRACT AZEVEDO Alexandre Rodrigues Inácio Occupational stress of primary health care workers in the context of the Covid19 pandemic 2022 83 f Dissertation Masters Professional in Health Services Management School of Nursing Federal University of Minas Gerais Belo Horizonte 2022 Introduction The rapid transmissibility of COVID19 has presented serious physical psychological social and economic consequences that modify behaviors and rules generating anxiety tension insecurity as well as intensive surveillance of the symptoms of the disease in all spheres of our society Health professionals who found themselves at the front line of the pandemic were exposed to a considerable risk for the development of feelings of anguish stress and other symptoms related to mental health since the work overload that was already a reality increased as well as the risk of contamination added to controversial information disseminated through social networks expanding the potential for developing psychological reactions Face toface care of patients with SYMPTOMS of COVID19 may imply a risk to workers health especially in primary care services that assume the centrality of the health care network being the first contact of users with the Unified Health System Considering that primary care services play a strategic role in establishing continuous relationships with the population it also has limitations specific to nature and its work objectives for the care of Influenza Syndromes potentiating significant pressures in health professionals capable of generating feelings for occupational stress Objective To analyze occupational stress in Primary Health Care workers in the context of the COVID19 pandemic Method Epidemiological study of crosssectional and analytical design consisting of a questionnaire validated with 23 closed questions with 5 point Likerttype agreement alternatives related to the structure of the work environment interpersonal relationship and relationship with leaders The study included 256 workers from all professional categories working in primary care services in ten Health Centers in the Northeast Region of Belo Horizonte Data were collected between January and March 2021 A database was built with the aid of epi info version 70 and its analysis was performed using the Stata version 131 program Descriptive analyses were performed according to the type of variable and its distribution Absolute frequency n and relative frequency M median and standard deviation SD measurements were used to characterize the population Results The workers were mostly female 80 young adults 33 middle education 5373 and higher 4147 composed of nursing technicians 2840 and community health agents 2360 It is emphasized that half of the workers are public agents and the other party maintained a contract bond with the city of Belo Horizonte 498 The majority are married 4453 and most do not have children 468 compared to those who have 452 worked in basic health units for five years or more and have been working in the same function for more than ten years 5099 The most significant stressgenerating situations were elements that involve institutional human relations such as the absence of communication between the professional and the coworkers competition in the workplace and the fact that the superior cover up the welldone work of the professional in front of other people According to the scale used the professionals found themselves in the general low stress level 5859 which means that there is no absence of stress but with a significant number than professionals at the medium level 3789 Final Considerations The pandemic made a broader study impossible However it represents a starting point for discussions about the stress and mental illness of primary care health professionals who during the pandemic period showed a chronic problem with emphasis on personal relationships between the health team and managers Although the general level of stress has been low it emphasizes how much human relations have stood out as a stressful element making collective work and effective communication impossible which discourages health work As a Technical Product a research report was prepared in the A4 format front and back summarizing the research in a simple and easy to understand way It is as Appendix C Keywords Psychologic Stress Primary Health Care COVID19 Health Services Administration LISTA DE FIGURAS Figura 1 Mapa de representação das Regionais do município de Belo HorizonteMG 2021 29 Figura 2 Apresentação da equação para o Cálculo dos resultados da EET Belo HorizonteMG 2021 35 LISTA DE QUADROS Quadro 1 As principais síndromes associadas ao estresse 23 Quadro 2 Valores de IQVU Regional Nordeste do Município de Belo HorizonteMG 2021 30 Quadro 3 Indicador de Saúde Regional Nordeste do município de Belo HorizonteMG 2021 31 Quadro 4 Informações sobre Centros de Saúde por Regional do município de Belo HorizonteMG 2021 32 Quadro 5 Número de trabalhadores nas Unidades Básicas de Saúde Centros de Saúde selecionados 2021 33 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Variáveis associadas à escala de estresse 38 Tabela 2 Dados demográficos dos trabalhadores de APS Belo Horizonte 2021 41 Tabela 3 Dados relacionados ao ambiente de trabalho dos trabalhadores APS Belo HorizonteMG 2021 42 Tabela 4 Variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 43 Tabela 5 Relação da entre tempo de trabalho na unidade e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 45 Tabela 6 Relação da entre tempo de trabalho na função e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 46 Tabela 7 Relação da entre faixa etária e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 47 Tabela 8 Relação da entre formas de contratação e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 49 Tabela 9 Relação gênero e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 50 Tabela 10 Frequência do estresse nos trabalhadores APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 51 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AMA American Medical Association APS Atenção Primária à Saúde CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde CONASEMS Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde CS Centro de Saúde DP Desvio Padrão EET Escala de Estresse de Trabalho EPI Equipamento de Proteção Individual ESF Estratégia de Saúde da Família IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH Índice de Desenvolvimento Humano IQVU Índice de Qualidade de Vida Urbana M Média MG Minas Gerais MS Ministério da Saúde OMS Organização Mundial da Saúde OPAS Organização PanAmericana da Saúde PBH Prefeitura de Belo Horizonte Prefeitura de Belo Horizonte Q Questão SMS Secretaria Municipal de Saúde SRAG Síndrome Respiratória Aguda Grave SRAS Síndrome Respiratória Aguda Severa STATA Statistical Software for Professionals SUS Sistema Único de Saúde TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCM Trabalho de Conclusão do Mestrado UBS Unidade Básica de Saúde UP Unidade de Planejamento SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 15 1 INTRODUÇÃO 16 2 OBJETIVOS 21 21 Objetivo geral 21 22 Objetivos específicos 21 3 REVISÃO DA LITERATURA 22 31 Estresse ocupacional 22 32 Estresse e pandemia 24 33 Estresse ocupacional na atenção primária no contexto da pandemia 26 4 MATERIAIS E MÉTODOS 29 41 Caracterização da pesquisa 29 42 Local do estudo 29 43 Participantes do estudo32 44 Coleta de dados 34 45 Variáveis do estudo 36 451 Variáveis sociodemográficas 36 452 Variáveis associadas ao trabalho 37 453 Variáveis associadas a escala de estresse 37 46 Análise dos dados 39 47 Aspectos éticos 39 5 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS 40 51 Perfil sociodemográfico dos trabalhadores de APS participantes do estudo 40 52 Principais geradores de estresse nos trabalhadores da APS no contexto da pandemia COVID19 43 53 Análise do nível de estresse nos trabalhadores 50 6 DISCUSSÃO 52 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 59 REFERÊNCIAS 61 APÊNDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO TCLE 67 APÊNDICE B QUESTIONÁRIO 68 APENDICE C PRODUTO TÉCNICO FINAL 72 ANEXO A TERMO DE ANUÊNCIA INSTITUCIONAL 76 ANEXO B PARECER DE PROJETO DE PESQUISA 77 ANEXO C PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP 79 15 APRESENTAÇÃO Este Trabalho de Conclusão do Mestrado TCM em Gestão de Serviços de Saúde é resultado da minha busca por conhecer a situação atual dos profissionais na Atenção Primária em relação ao estresse ocupacional enfrentado durante a pandemia de COVID19 do inglês coronavirus disease 19 O interesse pelo tema veio exatamente por estar incluído nas estatísticas de quem sofreu com o estresse ocupacional Desenvolvi depressão pânico e outras doenças relacionadas ao estresse Por ironia durante a pandemia trabalhava em um hospital e contraí COVID19 Conhecendo diversas pessoas que trabalhavam na Atenção Primária e ao pesquisar descobri que a maioria dos estudos envolvendo a COVID19 estavam relacionados principalmente à Atenção Terciária sendo que a Atenção Básica é responsável pelo primeiro contato do paciente com o Sistema Único de Saúde SUS O fato de a Atenção Básica ser responsável pelo primeiro contato com o paciente chamou atenção tendo em vista que a maior parte dos casos de COVID19 se tratava de sinais e sintomas leves exigindo desses serviços um cuidado especial Dessa maneira veio a inquietação e o desejo de descobrir como os profissionais se sentiram diante do desafio de atender a população no contexto da Pandemia COVID19 A temática do estresse ocupacional vem me acompanhando desde a especialização em Gestão de Pessoas momento em que trabalhei com o estresse ocupacional em um hospital universitário Portanto como essa temática se faz importante na minha trajetória profissional e pessoal apresento nesta pesquisa a possibilidade de aprofundar sobre a percepção dos profissionais e dessa forma contribuir para dar voz aos trabalhadores da Atenção Primária 16 1 INTRODUÇÃO Desde a declaração mundial da pandemia causada pelo novo coronavírus no dia 11 de março de 2020 ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE 2020 a Organização Mundial da Saúde OMS juntamente com cientistas governos pesquisadores e profissionais de saúde tem envidado esforços buscando soluções para evitar a transmissibilidade da COVID 19 Essa pode ocorrer por meio de gotículas respiratórias expelidas durante a fala tosse ou espirro e também pelo contato direto com pessoas infectadas ou indireto por meio das mãos objetos ou superfícies contaminadas CHEN 2020 A transmissibilidade rápida da COVID19 tem apresentado consequências físicas psíquicas sociais e econômicas graves que modificam comportamentos e regras gerando ansiedade tensão insegurança bem como vigilância intensiva dos sintomas da doença em todas as esferas da nossa sociedade Na área da saúde o aumento exponencial da demanda implicou em processos de trabalhos frágeis devido a precariedade de infraestrutura de recursos de materiais de pessoal e técnica Os profissionais se viram diante de dilemas éticos que exigiram tomadas de decisões imediatas sobre a saúde das pessoas com a ausência de protocolos de intervenções clínicas tratamentos e somado a isso com o sentimento de medo da autoinoculação com possibilidade de disseminação sobre seus familiares KANG et al 2020 ORNELL et al 2020 Os profissionais da saúde que se encontraram na linha de frente da pandemia se expuseram a um risco considerável para o desenvolvimento de sentimentos de angústia estresse e outros sintomas relacionados à saúde mental uma vez que a sobrecarga de trabalho que já era uma realidade aumentou bem como o risco de contaminação De form aadicional temse as informações controvérsias disseminadas por meio das redes sociais ampliando o potencial de desenvolvimento de reações psicológicas LAI et al 2019 Em 2003 de acordo com Lai et al 2019 estudos apontaram que diversas reações psicológicas foram relatadas por profissionais de saúde na China quando enfrentaram um surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave SRAG Segundo a autora o temor dos profissionais estava associado ao contágio e infecção de familiares amigos e aos próprios colegas de trabalho Este estudo apresentou alta nos níveis de ansiedade estresse e depressão nos profissionais de saúde que poderia ter implicações a longo prazo nos índivíduos LAI et al 2019 Ainda neste estudo Lai et al 2019 pesquisou sobre estresse com médicos e enfermeiros que estavam na linha de frente da pandemia em Wuhan Foram participantes do 17 estudo 1257 profissionais e grande parte dos entrevistados apresentaram angústia 715 e outros 34 relataram apresentar insônia A maioria dos entrevistados diz respeito a categoria enfermagem 61 e 39 eram médicos Um destaque importante nos resultados foi que mulheres e trabalhadoras das atenções primárias e secundárias apresentaram maior nível de ansiedade insônia e angústia LAI et al2019 No Brasil o primeiro caso de COVID19 foi identificado na cidade de São Paulo em 26 de fevereiro de 2020 e o primeiro óbito pela doença também foi na capital paulista em 17 de março de 2020 BRASIL 2020 A partir daí a doença foi avançando em todo o território brasileiro espalhando medo insegurança e desvelando um quadro de desigualdade de enfrentamento à doença no país De acordo com o Ministério da Saúde o Brasil até o dia 22 de fevereiro de 2021 havia computado 125046 casos suspeitos em profissionais de saúde sendo 33453 confirmados O número de infectados representa 2675 dos casos e dentre eles as profissões com maior registro foram técnicosauxiliares de enfermagem 9969 298 seguido de enfermeiros 5785 173 médicos 4035 121 agentes e comunitários de saúde 1601 48 e cirurgiõesdentistas 1498 45 Estes profissionais contaminados equivalem a 032 do total de casos de contaminação no Brasil que ultrapassou a marca de 10455630 infectados BRASIL 2021a Em meio ao crescimento dos casos de COVID19 entre os profissionais de saúde o município de Belo Horizonte em seu boletim epidemiológico do dia 26 de fevereiro de 2021 informou que haviam sido desde o início da pandemia testados 11675 profissionais de saúde sendo que 2066 resultados foram positivos 1770 dos exames outros 110 casos em investigação 094 e 9499 casos negativos 8137 Ainda de acordo com o boletim epidemiológico identificou que na rede pública o maior número de infectados são os agentes comunitários de combate a endemias e sanitários seguidos por técnicos de enfermagem enfermeiros e médicos BELO HORIZONTE 2021a Esses indicadores contribuem para imprimir nos profissionais diferentes níveis de pressão psicológica que podem desencadear sintomas relacionados ao estresse tornando os profissionais de saúde especialmente vulneráveis ao sofrimento psíquico Considerase importante ressaltar que a vulnerabilidade entre os profissionais de saúde não é homogênea ainda que em um mesmo setor de atuação Há diferenças de gênero raça e classe social estruturante do acesso aos diversos níveis e cursos de formação profissional importantes para a 18 compreensão da determinação das formas diferentes de exposição tanto ao risco de contaminação quanto aos fatores associados às condições de trabalho TEIXEIRA et al 2020 Seguindo o raciocínio de Teixeira et al 2020 a tendência a exaustão dos profissionais é de piora frente ao aumento da carga de trabalho em que a carência da mãodeobra vai aumentando devido ao aumento do número de adoecimentos e contaminações pela COVID 19 o que agrava o quadro de transtorno de ansiedade e estresse Outro ponto a ser discutido é sobre a sensação de impotência vivida por estes profissionais em meio a um cenário complexo e de extrema gravidade gerado pela falta de leitos e insumos TEIXEIRA et al 2020 Na Atenção Primária à Saúde APS desde a estruturação das Redes de Atenção por meio da Portaria nº42792010 são prestados um número significativo de cuidados em saúde devido ter assumido a premissa de ser o primeiro contato das pessoas com o Sistema de Saúde Desde então a APS tem assumido um papel cada vez mais complexo atendendo a uma crescente demanda de idosos portadores de agravos crônicos com comorbidades em função do aumento da esperança de vida Porém no contexto da pandemia de COVID19 a APS se apresenta frágil para atuar em casos mais graves DAUMAS et al 2020 Ainda de acordo com o raciocínio de Daumas et al 2020 o atendimento presencial de pacientes com sintomas de COVID19 pode implicar em risco para a saúde dos trabalhadores pois o papel da APS é limitado As Unidades de Saúde Básica UBS não são equipadas com leitos e aparelhagem específica para tratar doentes com sintomas moderados ou graves Isso pode contribuir fortemente para o somatório de fatores estressores e adoecimento dos trabalhadores aumentando o absenteísmo Outro possível fator estressante diz respeito ao papel das UBS atualmente consideradas os serviços de maior capilaridade com o mais alto grau de descentralização ocorrendo no local mais próximo da vida das pessoas A proximidade entre profissionais e usuários ultrapassa os limites do ambiente de trabalho uma vez que muitos profissionais que atuam em UBS residem no próprio território circunscrito à unidade fazendo com que as relações pessoais e afetivas estejam ainda mais próximas da comunidade Esse vínculo do trabalhador com território do usuário pode significar maior vulnerabilidade do profissional ao sofrimento por experimentar com mais intensidade a sensação de impotência diante da magnitude dos problemas de saúde a serem tratados CORDIOLI et al 2019 p 1659 Percebese que os serviços de atenção primária cumprem um papel estratégico no estabelecimento de relações contínuas com a população Apesar desta relação agregar valor por outro lado apresenta maior pressão com a tendência de conferir aos profissionais o status 19 de superherói representando sua capacidade de enfrentamento de não desistência ou adoecimento gerando sentimentos com potencial para o estresse ocupacional KANG et al 2020 Anterior à pandemia PereiraFerreira Azevedo e Rocha 2019 já confirmavam que as unidades de saúde se destacavam como local desencadeador do estresse por colocar continuamente o profissional da saúde em contato com situações desconfortáveis tais como a doença a morte os acontecimentos inesperados consideradas situações desafiadoras e intensas PEREIRAFERREIRA AZEVEDO ROCHA 2019 Estudo realizado com profissionais da APS do Estado de São Paulo anterior ao período da pandemia COVID19 já demonstrava que 365 dos profissionais deste nível de atenção apresentavam escores compatíveis com estresse importante CORDIOLI et al 2019 Os profissionais que atuam na APS são cotidianamente submetidos a uma série de fatores de riscos psicossociais que vem acarretando agravos à sua própria saúde oriundos em geral da insegurança no meio laboral da organização e das atividades insalubres executadas o que causa prejuízo não somente para os profissionais mas aos sistemas de saúde em todo o mundo Porém no contexto da pandemia COVID19 quase a totalidade de trabalhos se concentrou em estudar os problemas que atingem os profissionais e trabalhadores de saúde que atuam no nível hospitalar negligenciando a importância dos serviços de atenção primária TEIXEIRA et al 2020 Neste sentido é fundamental considerar a parte emocional dos profissionais da APS com relação ao estresse ocupacional no trabalho durante a pandemia de COVID19 Gascon et al 2016 afirmam que estudos indicam que os profissionais de saúde estão entre os mais expostos a transtornos decorrentes de riscos psicossociais como ansiedade depressão e burnout Há uma necessidade clara de instrumentos de avaliação precisos para detectar não apenas o estresse mas também as áreas que causam isso O esgotamento profissional causado por agressões ou outros fatores pode refletir uma deterioração na relação de saúde Diante desse cenário buscouse com este trabalho responder à seguinte pergunta de pesquisa qual a percepção de estresse ocupacional em trabalhadores de APS no contexto da pandemia COVID19 O estresse ocupacional é visto como a doença do século e considerada a maior epidemia no mundo atual pois acreditase que grande parte da população cerca de 25 dela em algum momento de suas vidas irá perceber os sintomas PEREIRAFERREIRA AZEVEDO ROCHA 2019 20 Concordando que uma situação de pandemia traz incertezas perdas afetivas sociais e emocionais a Prefeitura de Belo Horizonte PBH Minas Gerais MG desde janeiro de 2021 mantém um projeto de acolhimento Funcional COVID19 com o objetivo de realizar acolhimento e tratamento psicológico virtual para os profissionais de saúde vinculados a Secretaria Municipal de Saúde SMS Essa é mais uma ação da SMS de apoio ao sofrimento emocional evitando a evolução do quadro para doenças psíquicas que podem estender o período pós pandemia BELO HORIZONTE 2020a Apesar de estudos apontarem a relação dos mecanismos do estresse ocupacional e suas consequências para a saúde do trabalhador seu desempenho como profissional e agravos a sua vida privada PASCHOAL TAMAYO 2004 PRADO 2016 a importância desta pesquisa está na possibilidade de analisar o estresse ocupacional em trabalhadores de APS no contexto da pandemia COVID19 Paschoal e Tamayo 2004 definem estresse como um processo no ambiente laboral que é percebido pelo indivíduo como agente estressor 21 2 OBJETIVOS Foram traçados os seguintes objetivos para responder à questão norteadora deste estudo 21 Objetivo geral Mensurar o estresse ocupacional em trabalhadores de APS no contexto da pandemia COVID19 22 Objetivos específicos Apresentar o perfil sociodemográfico dos trabalhadores de APS Descrever os principais geradores de estresse nos trabalhadores de APS no contexto da pandemia COVID19 Mensurar o nível de estresse ocupacional de trabalhadores de APS no contexto da pandemia COVID19 22 3 REVISÃO DA LITERATURA Nesta seção será apresentado o referencial teórico referente ao estresse ocupacional estresse durante períodos de pandemia e estresse ocupacional na APS 31 Estresse ocupacional Considerado o pai da teoria do estresse o médico canadense Hans Selye em 1936 percebia que seus pacientes apresentavam sinais e sintomas alguns como perda de apetite diminuição da força muscular e consequentemente perda de peso Inicialmente essa síndrome do estar doente é que o preocupava Selye 1959 que juntamente com outros pesquisadores realizou experiências na eminência de que suas descobertas foram associadas ao que ele definiu estresse Para o médico estresse é um estado não perceptível ao olhar diretamente para o paciente mas nas consequências no organismo nas mudanças comportamentais e físicas Sobre o termo estresse não há um consenso mas algumas definições semelhantes para designar o fenômeno Para Codo e VasquesMenezes 1999 o estresse é um estado de esgotamento que de modo geral intervém na vida pessoal e profissional do indivíduo Gradativamente o significado do termo foi causando impacto e se assumia enquanto objeto de análise em diversos estudos após sua primeira menção pelo médico canadense Com o passar das décadas o conceito de estresse é contingente ao campo de estudo pelo qual é apropriado requerendose então o esforço de situálo temporal e espacialmente para que se circunscreva o seu alcance e possibilidades explicativas MONROE 2008 De acordo com McEwen 2008 podese resumir que desde suas origens o estresse tem sua base fundamentada em dois pilares o estudo de como o organismo mantém seu funcionamento perante as perturbações forçada pelos estressores e quais os custos e consequências resultantes da dinâmica regulatória O profissional que trabalha diretamente com a assistência ao paciente na área da saúde segundo Preto 2008 tende a viver uma rotina em um ambiente constantemente estressante Isso porque o estresse se relaciona a própria profissão e também ao fato deste profissional ser responsável pelo cuidar de pessoas doentes e necessitadas de cuidados especiais frequentemente Ainda de acordo com o autor o profissional de saúde quando lida com pacientes de alto risco podese irritar ficar desapontado com a evolução do paciente e até mesmo deprimir Esses sentimentos são considerados conflitantes com o desempenho 23 profissional cabível que pode ocasionar culpa ansiedade e consequente o estresse PRETO 2008 O estresse ocupacional pode ocasionar problemas como apatia desmotivação insatisfação pessoal e profissional Sendo assim o estresse é uma doença acarretada pelo trabalho que se coloca em locais de trabalho onde existem um número considerável de fatores estressantes e que normalmente a metade dos trabalhadores já apresenta níveis moderados de estresse GUERRER 2007 Um estudo realizado por Azevedo e Rocha 2019 aborda algumas síndromes relacionas ao estresse ocupacional conforme apresentado no Quadro 1 Quadro 1 As principais síndromes associadas ao estresse Síndromes Principais Características Somatizações Distúrbios físicos e mentais que causam alteração no estado emocional e podem promover o aparecimento de doenças Fadiga Esgotamento físico eou mental acompanhamento específico atividades físicas e alimentação adequada podem contribuir na recuperação Depressão Diversos sintomas que somados podem causar desmotivação desconcentração solidão e isolamento podendo até levar ao suicídio Síndrome do Pânico Medo intenso agressividade mal súbito Síndrome de Burnout Esgotamento físico e mental desgastado pelo ambiente Fonte Azevedo e Rocha 2019 Para esta pesquisa o conceito trabalhado de estresse ocupacional baseado em Paschoal e Tamayo 2004 foi definido como um processo em que o indivíduo percebe as demandas do trabalho como agentes estressores os quais quando excede suas habilidades de enfrentamento ao estressor provocam nele reações negativas ou seja para que algo na organização seja considerado um estressor ele precisa ser percebido como tal pelo empregado Assim as reações dos indivíduos aos estressores organizacionais são também resultado de suas percepções Paschoal e Tamayo 2004 ainda dividem as relações às categorias de resposta aos estressores em psicológicas fisiológicas e comportamentais De modo geral os estressores são associados às reações de natureza emocional sendo que as respostas psicológicas aos estressores organizacionais são bastante comuns na literatura 24 32 Estresse e pandemia A pandemia atual é causada pelo coronavírus que é uma família de vírus que podem causar doenças tanto nos seres humanos como também nos animais A OMS afirma que em humanos esses vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias leves que vão de resfriados comuns a crises mais graves como a Síndrome Respiratória Aguda Severa SRAS Este vírus recémdescoberto o novo coronavírus causa a doença COVID19 ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE 2020 Durante a pandemia de COVID19 as pessoas de todo o mundo estão expostas ao auto isolamento quarentena perda de emprego risco de contaminação ou tristeza pela perda ou adoecimento de entes queridos Essa gama complexa de estressores pode levar a sintomas de transtorno de ajustamento ou transtorno de estresse póstraumático LOTZIN et al 2020 De acordo com a American Medical Association AMA o estresse e ansiedade são comuns em casos de pandemias como o surto de COVID19 É importante auxiliar as pessoas a reconhecer que o estresse existe no ambiente laboral e ajudar a normalizálo Há estratégias básicas que podem ser utilizadas para reconhecer sinais de angústia como preocupação medo e insônia e ao debater maneiras de reduzílos por exemplo dieta saudável exercícios falar com entes queridos e meditação Também podem ser eficazes outras formas de tratamento como terapia cognitivocomportamental que se dispõem aauxiliar o paciente a identificar pensamentos ou crenças que influenciam de forma negativa em suas emoções AMERICAN MEDICAL ASSOCIATION 2020 Segundo a American Medical Association 2020 em meio a uma crise sanitária como a pandemia da COVID19 é comum que em algum momento todos experimentem níveis elevados de angústia e ansiedade especialmente como resultado do isolamento social Os profissionais de saúde da linha de frente do atendimento à população são particularmente vulneráveis aos efeitos negativos na saúde mental pois se esforçam para equilibrar o dever de cuidar dos pacientes com as preocupações sobre seu próprio bemestar e o de seus familiares e pessoas próximas Em um estudo publicado em abril de 2020 no periódico The Lancet os profissionais de saúde também sentiram maior impacto do que a população em geral demonstraram mais comportamentos de fuga da realidade após o isolamento relataram maior perda de renda e mais afetados psicologicamente Relataram sobretudo mais raiva aborrecimento medo frustração 25 culpa desamparo isolamento solidão nervosismo tristeza preocupação e eram menos felizes em comparação a população BROOKS et al 2020 Brooks et al 2020 também relatam o medo dos profissionais de saúde sobre sua própria saúde ou medo de infectar outras pessoas principalmente o temor em infectar seus familiares por estarem mais próximos da doença Um relato importante dos profissionais pesquisados foi a estigmatização em que diziam sofrer rejeição de outros funcionários que trabalhavam junto e até da população por estarem propensos a se contaminar e eram tratados de maneira diferente sendo evitados e tratados com medo e suspeita além de ouvir comentários e piadas desagrdáveis Barbosa et al 2020 concordam afirmando que os profissionais que estão trabalhando na linha de frente possuem mais chances de desencadear problemas de saúde causados pelo trabalho como inquietude angústia tristeza ansiedade falta de sono e depressão Problemas esses que podem gerar altos níveis de estresse e impactar diretamente no bemestar psicossocial do trabalhador sem contar os danos causados na qualidade do serviço assistencial prestado por eles Há outros fatores que podem aumentar ainda mais esses sintomas tais como destacase o medo estar exposto ao vírus a disseminação rápida da doença a solidão e falta de equipamentos adequados para o trabalho Em estudo realizado por Filgueiras e StultsKolehmainen 2020 da Universidade Estadual do Rio de Janeiro no período de pandemia no Brasil houve um crescente aumento nos casos de ansiedade e estresse sendo que também houve aumento de 50 nos casos de depressão Os casos de ansiedade deram um salto de 80 Os autores afirmaram que a necessidade de sair de casa durante a quarentena para o trabalho profissionais de diversas áreas como entregadores trabalhadores do transporte público serviços essenciais como supermercados e farmácias profissionais de saúde foi maior quando comparados aos que estão em casa Isso por causa da vulnerabilidade que estão expostos à contaminação e por isso mais ansiosos e estressados Ainda de acordo com os autores outro fato percebido é que a quantidade de pessoas com estresse agudo na primeira coleta de dados entre 20 e 25 de março de 2020 foi de 69 e na segunda coleta de dados foi de 97 15 a 20 de abril de 2020 Também houve um aumento de 42 para 8 dos casos de depressão e crises agudas de ansiedade passaram de 87 para 149 FILGUEIRAS STULTSKOLEHMAINEN 2020 Damasceno e Merces 2020 afirmam que trabalhadores de saúde da atenção básica podem durante a pandemia ter agravamento das dificuldades no trabalho e adoecimento pois 26 não se restringem apenas à contaminação pelo novo coronavírus mas também ao adoecimento mental causado pelo estresse e da carga de trabalho em excesso exigida pela situação da pandemia Dessa maneira ainda de acordo com os autores Damasceno e Merces 2020 Os principais motivos que levam os profissionais de saúde ao sofrimento mental durante a pandemia são medo de ser demitido e perder seus meios de subsistência medo de ser infectado e ser colocado em isolamento separandose da família sobrecarga física e mental filhos em casa em virtude do fechamento das escolas necessidade de se atualizar sobre a nova doença decisões difíceis em relação as escolhas terapêuticas luto pelas perdas dos pacientes e colegas estigma gerado na população com relação aos profissionais de saúde que estão em contato com portadores da COVID19 baixa remuneração ausência de equipamentos de proteção individual dentre outros DAMASCENO MERCES 2020 p 1 Sendo assim o cuidado com a saúde mental dos trabalhadores da saúde durante a pandemia da COVID19 tornase indispensável para o desenvolvimento do trabalho e segurança tanto do profissional quanto dos pacientes Saber gerenciar a saúde física e mental durante a pandemia contribui para que os trabalhadores de saúde consigam desenvolver de maneira satisfatória suas atividades DAMASCENO MERCES 2020 33 Estresse ocupacional na atenção primária no contexto da pandemia As informações sobre uma nova doença originária da China que criava graves dificuldades respiratórias começaram a atrair a atenção em todo o mundo levantando a questão do planejamento da contingência pelos munícipios em caso de expansão em território brasileiro GUIMARÃES et al 2020 Na cidade de Belo Horizonte a SMS iniciou seus cuidados com o enfrentamento em janeiro de 2020 mesmo a cidade tendo registrado seus primeiros casos em meados de março de 2020 Uma das ações de destaque foi a instalação de um Comitê de Enfrentamento da COVID19 com intuito de auxiliar e assessorar as tomadas de decisão pela Prefeitura que de imediato suspendeu as aulas nas escolas municipais decretou o fechamento de estabelecimentos de comércio nãoessenciais na capital mineira GUIMARÃES et al 2020 Para o suporte nas Regionais de Belo Horizonte a APS foi fundamental para a doença não se tornar um caos na cidade e causar colapso no sistema de saúde como visto em outras capitais como São Paulo e Manaus A APS para Matta e Morosini 2009 significa 27 A Atenção Primária em Saúde APS é considerada como ordenadora da saúde atenção à saúde inserida em um modelo poliárquico juntamente com a rede secundária e terciaria de serviços Este nível de atenção tem a capacidade de responder de forma contínua sistematizada e equânime à maior parte das necessidades de saúde no âmbito individual e coletivo além de abranger a promoção e a proteção da saúde a prevenção de agravos o diagnóstico o tratamento a reabilitação a redução de danos e a manutenção da saúde proporcionando assim uma atenção integral MATTA MOROSINI 2009 p 12 As unidades de APS devem ser fortalecidas e reestruturadas para tornarse a principal combatente nos casos de epidemias Segundo Oliveira et al 2021 para conter a proliferação do novo coronavírus a APS trabalha orientando e sensibilizando a população em relação as medidas a serem adotadas para prevenir a transmissão viral e proteger os sistemas de saúde Já a alta complexidade trabalha com leitos hospitalares e enfermarias destinadas a pacientes COVID19 entretanto as ações da APS são voltadas para ordenar o fluxo de pacientes para alta complexidade reduzindo as taxas de lotação Como porta principal dos pacientes ao sistema de saúde pública a APS coordena de forma a promover a acessibilidade e integralidade para atender as necessidades de saúde da população Nesse sentido a APS tem sido um aparato essencial no combate a pandemia da COVID 19 e gerenciamento da sobrecarga da alta complexidade já que as estruturas físicas principais são as UBS que contemplam uma equipe multidisciplinar constituída por diversos profissionais de saúde OLIVEIRA et al 2021 Assim a discussão do lugar da APS tornase indispensável no enfrentamento da COVID19 sendo que estudos de acordo com Sarti et al 2020 apontam que em média 80 dos casos de COVID19 são leves e um número expressivo de pessoas em nível moderado da doença buscam a APS na busca pelos cuidados como primeiro acesso à rede de saúde Ainda de acordo com Sarti et al 2020 Apostar naquilo que é a alma da atenção primária como o conhecimento do território o acesso o vínculo entre o usuário e a equipe de saúde a integralidade da assistência o monitoramento das famílias vulneráveis e o acompanhamento aos casos suspeitos e leve é estratégia fundamental tanto para a contenção da pandemia quanto para o não agravamento das pessoas com a COVID19 SARTI et al 2020 p 2 Daumas et al 2020 afirmam que há a necessidade de reconhecimento de que o esforço de reorganização ainda é limitado em seus resultados caso não sejam solucionadas as carências das redes de atenção que se veem hoje fragilizadas e desmembradas com uma APS ainda insuficiente para enfrentar uma emergência como está sendo vivida em muitas partes do país que depende de serviços efetivos e projetados à comunidade Mesmo com a expansão da APS 28 nas últimas décadas a falta de mecanismos para garantir sua manutenção segue ameaçando a interrupção do cuidado em todo Brasil Doenças pandêmicas como a COVID19 contrariam os discursos e práticas de Estado mínimo precarização e desmonte das leis trabalhistas sistemas de proteção social e promoção da saúde além do desvio de investimentos em tecnologia e ensino causando assim a precarização de todo o sistema público de saúde desmonte do sistema de proteção social desvalorização e desinvestimento em ciência tecnologia e ensino Tais fenômenos contribuem para a precarização de serviços públicos de saúde SARTI et al 2020 Os fatores de adoecimento e estresse em profissionais de APS segundo Gascon et al 2016 indicam as condições de trabalho escassez de recursos tanto físicos quanto humanos e sobrecarga de trabalho são os principais indicadores para o adoecimento A atenção primária está sobrecarregada o número de funcionários diminuiu pois COVID19algumas pessoas tiraram férias outras solicitaram licença e muitos foram contaminados pela coronavírus A carga de trabalho vem crescendo sem parar em condições precárias para seu serviço SARTI et al 2020 A maior parte de funcionários que atuam em unidades de saúde básica mesmo satisfeitos com o ambiente laboral encontramse esgotados cansados e deprimidos GASCON et al 2016 Os profissionais desempenham as atividades laborais em um ambiente carregado de dor angústias sofrimento e morte que acaba por desenvolver uma relação contínua com pacientes e seus familiares aumentando as possibilidades de confiltos O resultado desta carga emocional da relação interpessoal e por se sentirem responsáveis pela vida das pessoas a fragmentação do trabalho o número reduzido de profissionais nas equipes a sobrecarga advinda de dupla jornada de trabalho ou trabalho em turnos podem ser considerados como fatores estressores no ambiente laboral LIMA et al 2013 Assim sabese das dificuldades que a APS apresenta porém seu potencial de cuidado é o que mais se evidencia no contexto de uma pandemia Embora a produção científica sobre o estresse ocupacional em trabalhadores da saúde se apresente em grande quantidade aqueles relacionadas a atenção primária ainda é muito pequena necessitando de mais apronfudamento para conhecer os principais causadores do estresse e adoecimento em trabalhadores das APS e suas consequências para a saúde do trabalhador e os impactos para a população 29 4 MATERIAIS E MÉTODOS 41 Caracterização da pesquisa Tratase de um estudo epidemiológico de delineamento transversal e analítico desenvolvido com a participação de trabalhadores de dez Unidades Básicas de Saúde UBSs da Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte no Estado de MG Brasil 42 Local do estudo O estudo ocorreu no município de Belo Horizonte capital do Estado de MG Esse município é dividido em nove regiões administrativas cada uma possui características bem distintas como população e Índice de Desenvolvimento Humano IDH A Figura 1 apresenta o mapa da cidade de Belo Horizonte dividido em regionais Figura 1 Mapa de representação das Regionais do município de Belo HorizonteMG 2021 Fonte Belo Horizonte 2020b As unidades de análise desta pesquisa foram 10 Centros de Saúde da Regional Nordeste de Belo Horizonte 30 A Regional Nordeste caracterizase como uma das nove regiões administrativas da capital mineira possui características diversas como bairros mais desenvolvidos e conjuntos de aglomerados Essa diversidade pode ser observada segundo o Índice de Qualidade de Vida Urbana IQVU que é composto por diversas variáveis e seu cálculo permite mapear e fazer melhor distribuição dos bens públicos e privados pelas regiões de Belo Horizonte O objetivo do IQVU é avaliar as condições relacionadas ao desenvolvimento humano e à qualidade de vida no ambiente construído O índice varia entre 0 a 1 e quanto mais próximo de 1 está a Unidade de Planejamento UP maior o acesso da população aos serviços e bens públicos e privados A UP é uma região representada por um bairro de referência da Regional BELO HORIZONTE 2020b e segundo os dados da Prefeitura de Belo Horizonte a Regional Nordeste se concentra com indicadores variáveis como apresentado no Quadro 2 Quadro 2 Valores de IQVU Regional Nordeste do Município de Belo HorizonteMG 2021 Unidade de Planejamento Regional Indicador Valor Belmonte Nordeste IQVU 0659 Cachoeirinha Nordeste IQVU 0694 Capitão Eduardo Nordeste IQVU 0607 Concórdia Nordeste IQVU 0742 Cristiano Machado Nordeste IQVU 0739 Gorduras Nordeste IQVU 0600 Ribeiro de Abreu Nordeste IQVU 0612 São PauloGoiânia Nordeste IQVU 0692 Fonte Belo Horizonte 2020c Ainda de acordo com os indicadores demográficos e socioeconômicos de Belo Horizonte a Regional Nordeste detém uma população de 308524 de habitantes BELO HORIZONTE 2020b a segunda mais populosa da cidade representando um percentual de 1224 da população total de Belo Horizonte conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2021 que é de 2530701 de habitantes Quando se avalia o indicador Saúde percebese uma queda na qualidade principalmente nas Unidades de Planejamentos com menores IQVU conforme mostra o Quadro 3 31 Quadro 3 Indicador de Saúde Regional Nordeste do município de Belo HorizonteMG 2021 Unidade de Planejamento Regional Indicador Valor Belmonte Nordeste Saúde 0588 Cachoeirinha Nordeste Saúde 0630 Capitão Eduardo Nordeste Saúde 0591 Concórdia Nordeste Saúde 0615 Cristiano Machado Nordeste Saúde 0715 Gorduras Nordeste Saúde 0484 Ribeiro de Abreu Nordeste Saúde 0459 São PauloGoiânia Nordeste Saúde 0648 Fonte Belo Horizonte 2020c De acordo com o relatório do plano de gestão 2019 da Prefeitura de Belo Horizonte a Regional Nordeste possui 21 Unidades de Saúde Em 2019 Belo Horizonte aderiu ao Programa Saúde na Hora Portaria do Ministério da Saúde nº 1888 de 16 de julho de 2019 ampliando o horário de funcionamento dos Centros de Saúde CS para 12 horas diárias com destaque para a abertura antecipada das farmácias locais e da oferta de vacinas A Regional Nordeste recebeu incremento de dois enfermeiros de 20h em cada CS e presença do técnicoauxiliar de enfermagem da Estratégia de Saúde da Família ESF Também recebeu reforço de pessoal na recepção serviços administrativos e setores com ampliação dos técnicos de enfermagem enfermeiros técnicos de serviços de saúde e assistentes administrativos BELO HORIZONTE 2019 Além disso houve significativo investimento da SMS de Belo Horizonte na organização de novas equipes de saúde da família nos seguintes Centros de Saúde Alcides Lins Dom Cabral Glória Jardim Guanabara Leopoldo Crisóstomo Oswaldo Cruz Piratininga e Marco Antônio de Menezes sendo as regionais Nordeste e Noroeste as mais beneficiadas BELO HORIZONTE 2019 Se por um lado o incremento de recursos e a ampliação do horário de funcionamento dos CS favorecem e beneficiam a população por outro lado podem afetar a qualidade de vida dos trabalhadores A sobrecarga no trabalho pode gerar desestímulo alterações no sono cansaço e consequentemente queda na qualidade dos serviços prestados pelo indivíduo submetido à fatores de estresse no trabalho PRADO 2016 32 De todas as regiões administrativas a Regional Nordeste é a que possui maior número de CS e maior número de profissionais distribuídos pelos seus 21 Centros de Saúde conforme mostra a Quadro 4 o que também explica a escolha desta regional para este estudo Quadro 4 Informações sobre Centros de Saúde por Regional do município de Belo HorizonteMG 2021 Regional População Número de Centros de Saúde Total de profissionais Barreiro 300234 20 1635 CentroSul 301535 12 841 Leste 253467 14 1215 Nordeste 308524 21 1639 Noroeste 284812 18 1215 Norte 225325 20 1417 Oeste 327858 18 1402 Pampulha 240260 16 1027 Venda nova 281774 17 1508 Fonte Elaborado pelo autor com dados extraídos do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde BRASIL 2020 e da Prefeitura de Belo Horizonte 2020b Ao pesquisar no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde CNES 03 três centros de saúde definidos como anexo não foram encontrados para análise sendo dois na Regional Pampulha e um na Regional Noroeste Para fins deste estudo foram sorteadas 10 dez Unidades de saúde contemplando UBS de diversas partes da regional conforme anuência prévia a saber CS Alcides Lins CS Cachoeirinha CS Cidade Ozanan CS Dom Joaquim CS Gentil Gomes CS Padre Fernando de Melo CS São Paulo Centro de Olavo Albino CS São Marcos e CS Leopoldo Chrisóstomo de Castro BRASIL 2020 43 Participantes do Estudo Foram convidados a participar do estudo todas as categorias de profissionais atuantes nas dez unidades de APS da Regional Nordeste 33 O número de trabalhadores de cada UBS foi identificado inicialmente através de uma consulta ao CNES Os funcionários cadastrados nas dez UBS sorteadas abrangendo a diversidade da região foram de 830 profissionais distribuídos conforme Quadro 5 Quadro 5 Número de trabalhadores nas Unidades Básicas de Saúde Centros de Saúde selecionados 2021 Centros de Saúde Regional Nordeste Nomes Endereço Total de Funcionários Cadastrados Centro de Saúde Alcides Lins Rua Panema 275 Concórdia 80 Centro de Saúde Cachoeirinha Rua Borborema 1325 Cachoeirinha 100 Centro de Saúde Cidade Ozanan Rua Dr Furtado de Menezes 610 Ipiranga 74 Centro de Saúde Dom Joaquim Avenida Joaquim José Diniz 200 Fernão Dias 48 Centro de Saúde Gentil Gomes Rua Manoel Passos 580 Santa Cruz 89 Centro de Saúde Padre Fernando de Melo Rua Conceição Vidigal Paulucci 150 Palmares 77 Centro de Saúde São Paulo Rua Angola 357 São Paulo 88 Centro de Saúde Olavo Albino Rua Papa Honório III 08 Ouro Minas 72 Centro de Saúde São Marcos Rua Paulista 571 São Marcos 113 Centro de Saúde Leopoldo Chrisóstomo de Castro R Leôncio Chagas 157 União 89 Total de Participantes elegíveis 830 Fonte Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde BRASIL 2020 Para este estudo utilizouse a amostra por conveniência Foram incluídos no estudo os profissionais que trabalham em APS maiores de 18 anos que já estivessem atuando a partir de dezembro de 2019 nas unidades E foram excluídos aqueles que se encontravam em período de férias ou afastamentos durante a coleta de dados na unidade Alguns indivíduos excluídos podem fazer parte do grupo de pessoas que estão sofrendo em decorrência do estresse mas por questões de cuidados relativos a comprometimento de agravo a saúde mental destes trabalhadores preferiuse não correr esse risco e priorizar as pessoas na ativa que estão vivenciando a situação de estresse e no caso das pessoas já afastadas seria uma rememoração do estresse já vivido 34 Os profissionais foram convidados a participar da pesquisa em horário agendado para a orientação e a entrega do questionário sem comprometer as atividades do serviço O questionário foi preenchido individualmente no ambiente de trabalho em um espaço apropriado e privado Vale ressaltar que todas as medidas de biossegurança foram respeitadas de forma a resguardar tomadas no contato entre os profissionais e os pesquisadores 44 Coleta de dados A coleta de dados ocorreu por meio da aplicação da Escala de Estresse de Trabalho EET elaborada e validada por Paschoal e Tamayo 2004 visando mensurar o estresse ocupacional àqueles profissionais que aceitaram participar da pesquisa e obedeceram aos critérios de inclusão A escala apresenta em sua primeira seção perguntas fechadas de dados sociodemográficos A segunda seção conta com 23 questões fechadas com alternativas concordância do tipo Likert de 5 pontos relacionadas à estrutura do ambiente de trabalho relação interpessoal e relação com as lideranças Além das questões fechadas o questionário possibilita incluir sugestões ou comentários pertinentes pelos respondentes O Apêndice B deste trabalho apresenta o questionário utilizado nesse estudo A EET tem como enfoque principal os estressores organizacionais e como estes contribuem para a identificação de demandas organizacionais potencialmente geradoras de estresse Cada item da EET aborda tanto um estressor quanto uma reação ao mesmo A decisão de conjugar estressor e reação devese à convicção do papel central da percepção como mediadora do impacto do ambiente de trabalho PASCHOAL TAMAYO 2004 A escala ainda por se tratar de um instrumento de estresse ocupacional geral pode ser utilizada em diversos ambientes de trabalho e para ocupações variadas incluindo a área da saúde como já adotada por PereiraFerreira Azevedo e Rocha 2019 e Azevedo e Rocha 2019 A escala proposta por Paschoal e Tamayo 2004 atribui escores variando de 23 até 115 pontos e apresenta boas evidências de validade de construto e confiabilidade No decorrer da análise fatorial das questões da EET excluiuse as variáveis com fator menor que 045 e a EET foi formada por vinte e três questões e equivalência do coeficiente alfa de Cronbach a 091 A EET de Paschoal e Tamayo 2004 demonstra ser uma ferramenta que atende ao público pesquisado que são profissionais com tempo limitado para preencher questionários muito longos Uma limitação é a impossibilidade de realizar entrevistas individuais com os 35 profissionais o que poderia contribuir com dados mais aprofundados para a compreensão do fenômeno do estresse ocupacional nas UBS pesquisadas Após o somatório os resultados puderam ser padronizados numa escala de 0 a 100 conforme a equação dada por Almeida et al 2005 e apresentada na Figura 2 Figura 2 Apresentação da equação para o Cálculo dos resultados da EET Belo HorizonteMG 2021 Fonte Almeida et al 2015 Na equação acima Assumiuse que a soma indica o somatório de todas as respostas consideradas válidas o mínimo referese a menor soma possível das respostas válidas e o máximo é concernente maior soma possível das respostas válidas Ao padronizar esses escores Almeida et al 2015 classificou os resultados obtidos em três diferentes categorias para identificar o nível de estresse nos participantes da pesquisa Os níveis são identificados a seguir nível baixo 0 a 3333 nível moderado 3334 a 6666 e nível alto 6667 a 100 e foi utilizada esta padronização neste estudo A coleta de dados ocorreu entre os meses de janeiro e março de 2021 Os questionários foram distribuídos individualmente junto ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE Apêndice A Os respondentes não entregaram de imediato ficando assim um funcionário de referência de cada UBS responsável por receber os questionários para posteriormente serem entregues ao pesquisador Durante os dois meses de aplicação dos questionários houve aumento significativo de ausência dos profissionais alguns ausentes por ser parte do grupo de risco e ter comorbidades outros por estarem infectados ou suspeitos e alguns estavam ausentes por ser o período em que a maioria dos funcionários solicita férias de acordo com os gestores das UBS Os questionários foram recolhidos após 15 dias apresentando um total de 290 questionários nos dez Centros de Saúde onde ocorreu a pesquisa com 256 questionários com preenchimento completo no que tange a EET que foi considerado válido para as análises uma vez que alguns dados do perfil sociodemográfico continham informações ausentes Vale destacar que a coleta de dados ocorreu em um período similar ao início do processo de vacinação contra a COVID19 aos profissionais de saúde no Brasil Este fato corroborou 36 para uma diminuição nas respostas aos questionários atribuídas devido ao aumento da demanda de trabalho mas também a ampliação no número de afastamentos resultantes de efeitos colaterais da vacina Esses efeitos colaterais de acordo com os gestores das UBS já eram esperados como apresentados na bula do imunobiológico Outro fator relevante que contribui para os afastamentos foi o número de infectados pela COVID19 ter aumentado durante esse período após festas de final de ano e Carnaval De acordo com o Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde CONASEMS no dia 15 de março de 2021 data em que foram recolhidos os últimos questionários o Brasil atingiu o total de 279602 óbitos desde o começo da pandemia CONSELHO NACIONAL DAS SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE 2021 Entretanto os fenômenos mencionados não comprometeram os resultados apresentados nesta investigação científica 45 Variáveis do estudo 451 Variáveis sociodemográficas As variáveis foram todas autorreferidas e suas classificações foram a idade essa variável foi categorizada da seguinte maneira 1825 anos 2630 anos 3140 anos 1450 anos e 50 anos b gênero o gênero foi caracterizado em feminino masculino outro c estado Civil o Estado civil foi categorizado em casado solteiro outros d número de filhos o número de filhos foi categorizado em Sem filhos 1 filho 2 filhos 3 filhos e acima de 4 filhos e escolaridade essa variável também autorreferida o participante informou o nível do último curso e se este foi realizado de maneira completa ou incompleta A categorização foi da seguinte maneira Ensino fundamental incompleto ou completo Ensino médio incompleto ou completo Ensino Superior incompleto ou completo Pósgraduação incompleto ou completo Mestrado incompleto ou completo e Doutorado incompleto ou completo 37 452 Variáveis associadas ao trabalho As variáveis foram autorreferidas e suas classificações se deram da seguinte maneira a tempo de atuação na função essa variável foi categorizada em até 1 ano de 1 a 2 anos de 3 a 4 anos mais de 5 anos e menos de 10 anos acima de 10 anos onde o participante deveria citar o tempo exato b vínculo empregatício essa variável foi categorizada em Concursado terceirizado outro Além disso o participante deveria descrever o setor onde atua na UBS c profissão essa variável foi categorizada em Médico todas especialidades Enfermagem enfermeiros técnicos Agente de Saúde Saúde Bucal Dentista Técnicos Auxiliar Multiprofissional Nutricionista Psicólogo Educador Físico Fisioterapeuta Serviços Gerais Portaria Limpeza segurança administrativo e outros 453 Variáveis associadas a escala de estresse As variáveis foram autorreferidas e suas classificações se deram da seguinte forma conforme a Tabela 1 38 Tabela 1 Variáveis associadas à escala de estresse Questão Q Afirmativas Q1 A forma como as tarefas são distribuídas em minha área tem me deixado nervoso Q2 O tipo de controle existente em meu trabalho me irrita Q3 A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante Q4 Tenho me sentido incomodado com a falta de confiança de meu superior sobre o meu trabalho Q5 Sintome irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais Q6 Sintome incomodado com a falta de informações sobre minhas tarefas no trabalho Q7 A falta de comunicação entre mim e meus colegas de trabalho me deixa irritado Q8 Sintome incomodado por meu superior me tratar mal na frente de outros colegas Q9 Sintome incomodado por ter que realizar tarefas que estão além de minha capacidade Q10 Fico de mau humor por ter que trabalhar durante muitas horas seguidas Q11 Sintome incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior Q12 Fico irritado com discriminaçãofavoritismo no meu ambiente de trabalho Q13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional Q14 Fico de mau humor por me sentir isolado na organização Q15 Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores Q16 As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado angustiado Q17 Tenho me sentido incomodado em trabalhar em tarefas abaixo do meu nível de habilidade Q18 A competição no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau humor Q19 A falta de compreensão sobre quais são minhas responsabilidades neste trabalho tem me causado irritação Q20 Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias Q21 Sintome irritado por meu superior encobrir meu trabalho bemfeito diante de outras pessoas Q22 O tempo é insuficiente para realizar meu volume de trabalho me deixa nervoso Q23 Fico incomodado por meu superior evitar me incumbir de responsabilidades importantes Fonte Paschoal e Tamayo 2004 39 46 Análise dos dados A partir das informações obtidas nos questionários foi construído um banco de dados com o auxílio do programa Epi Info versão 70 e a sua análise foi realizada com o uso do programa Statistical Software for Professionals Stata versão 131 As análises descritivas foram realizadas de acordo com o tipo de variável e sua distribuição Medidas de frequência absoluta n e frequência relativa média M mediana e desvio padrão DP foram utilizadas para caracterização da população 47 Aspectos éticos O presente estudo esteve de acordo com os princípios éticos de não maleficência beneficência justiça e autonomia contidos na resolução 4662012 do Conselho Nacional de Saúde BRASIL 2012 Foi entregue à população em estudo um TCLE informando sobre os objetivos da pesquisa e seus direitos Apêndice A Também foram asseguradas a manutenção do caráter anônimo dos indivíduos a proteção de suas identidades e a liberdade de recusar a participar ou retirar seu consentimento no decorrer do estudo Além disso este projeto foi aprovado pelo Departamento de Enfermagem MaternoInfantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da UFMG Anexo B e pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da SMS de Belo Horizonte Anexo C 40 5 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS Esta seção foi dedicada a apresentação e análise dos dados coletados durante a pesquisa e foram organizados em tabelas que serviram para compor a análise Para isso as apresentações dos resultados foram divididas em dados demográficos dos respondentes da pesquisa gênero profissão tempo de trabalho tempo na função e vínculo empregatício identificação dos níveis de estresse dos respondentes baixo mediano e alto e os testes de comparações entre os níveis de estresse e as variáveis demográficas Responderam ao questionário 290 pessoas e podese observar ausências de respostas em algumas situações ou seja pessoas que não responderam aos dados no questionário Dessa maneira foram utilizados os questionários de 256 indivíduos considerando completos aqueles que preencheram a escala de estresse no trabalho 51 Perfil sociodemográfico dos trabalhadores de APS participantes do estudo A Tabela 2 apresenta os principais resultados obtidos quanto aos dados demográficos dos participantes da pesquisa 41 Tabela 2 Dados demográficos dos trabalhadores de APS Belo Horizonte 2021 Variáveis N Gênero Masculino 47 1903 Feminino 200 8097 Faixa etária 18 a 25 18 738 26 a 30 30 1230 31 a 40 81 3320 41 a 50 63 2582 Acima de 51 52 2131 Escolaridade Ensino médio completo 137 5373 Superior Completo 106 4147 Pósgraduação 12 471 Estado civil Casadoa 114 4453 Solteiroa 111 4336 Outros 31 1211 Filhos Sem filhos 117 4680 1 filho 54 2160 2 filhos 56 2240 3 filhos 20 8 4 ou mais filhos 3 120 Fonte Dados da Pesquisa 2021 Podese observar de acordo com a Tabela 2 que 80 dos respondentes 200 da pesquisa se identificavam com o gênero feminino com predominância de pessoas da faixa etária de 31 a 40 que eram representados por 33 dos respondentes 81 Quanto ao nível de escolaridade a Tabela 2 apresenta elevado percentual de pessoas com somente o ensino médio completo sendo 5373 137 deles Em relação ao estado civil há equilíbrio entre casados e solteiros Sendo os casados 4455 114 e os solteiros 4636 111 da amostra Há um número menor de respondentes com mais de um filho 4680 dos respondentes não possuem filhos enquanto apenas 452 possuem filhos Vale ressaltar que 8 dos respondentes possuem 3 filhos A Tabela 3 apresenta os dados relacionados ao ambiente de trabalho 42 Tabela 3 Dados relacionados ao ambiente de trabalho dos trabalhadores APS Belo HorizonteMG 2021 Variáveis N Profissão Médico 20 8 Enfermagem 71 2840 Agente de saúde 59 2360 Saúde bucal 26 1040 Multiprofissional 23 920 Serviços geraisadm 28 1120 Outro 23 920 Vínculo empregatício Concurso 125 5020 TerceirizadoContratoOutro 124 4980 Tempo de trabalho na unidade até 5 anos 143 5789 6 a 15 anos 62 2510 Acima de 16 anos 42 17 Tempo de atuação na função até 2 anos 61 2411 3 a 10 63 2490 Acima de 10 anos 129 5099 Fonte Dados da Pesquisa 2021 Em relação à profissão dos respondentes visto na Tabela 3 a maior concentração está nos profissionais de enfermagem representados por 2840 71 e os agentes de saúde que em sua totalidade representam 2360 59 As demais categorias médicos e serviços gerais representam 8 e 11 dos respondentes respectivamente As categorias concursados e terceirizadoscontratooutro estão equilibradas Os concursados representam 502 dos respondentes 125 enquanto os terceirizados e contratados são 4980 dos respondentes 124 A grande maioria dos respondentes 5789 tem até 5 anos seguidos por 2510 que possuem de 6 a 15 anos 62 enquanto os outros 17 dos respondentes 42 têm de 16 a 25 anos trabalhando na mesma unidade A maior parte dos respondentes afirmam estar na função há mais de dez anos sendo 5999 129 dos respondentes O percentual de profissionais que estão na mesma função até dois anos é de 2411 e de 3 a 10 anos são 2490 63 43 52 Principais geradores de estresse nos trabalhadores da APS no contexto da pandemia COVID19 A Tabela 4 demonstra os dados relacionados à seção B do questionário em que o cerne foi descrever os principais geradores de estresse nos trabalhadores da APS no contexto da pandemia COVID19 Tabela 4 Variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variável Número Média Desvio Padrão Min Max Q1 256 281 113 1 5 Q2 256 236 111 1 5 Q3 256 232 109 1 5 Q4 256 182 104 1 5 Q5 256 267 104 1 5 Q6 256 219 108 1 5 Q7 256 222 118 1 5 Q8 256 178 117 1 5 Q9 256 222 114 1 5 Q10 256 205 109 1 5 Q11 256 182 096 1 5 Q12 256 260 135 1 5 Q13 256 309 135 1 5 Q14 256 192 103 1 5 Q15 256 220 121 1 5 Q16 256 290 141 1 5 Q17 256 206 110 1 5 Q18 256 200 112 1 5 Q19 256 220 110 1 5 Q20 256 186 107 1 5 Q21 256 184 109 1 5 Q22 256 232 120 1 5 Q23 256 120 086 1 5 Total 256 5105 1660 23 115 Apresenta as questões em que os respondentes identificaram como maior estressor no trabalho Fonte Dados da Pesquisa 2021 De acordo com a Tabela 4 percebeuse que as condições gerais mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 estão associadas às questões Q7 Q18 e Q21 As questões que apresentaram significância revelaram situações estressoras como Q7 A falta de comunicação entre os profissionais no ambiente de trabalho Q18 A competição 44 no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau humor e Q21 Sintome irritado por meu superior encobrir meu trabalho bemfeito diante de outras pessoas Ao analisar a associação das situações estressoras ao tempo de trabalho na unidade percebeuse que o tempo de trabalho representa uma variável importante de associação aos elementos estressores Tabela 5 As condições mais estressoras associadas ao tempo de trabalho foram Q2 O tipo de controle existente em meu trabalho me irrit Q3 A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante Q4 Tenho me sentido incomodado com a falta de confiança de meu superior sobre o meu trabalho Q5 Sintome irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais Q11 Sintome incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior Q12 Fico irritado com discriminaçãofavoritismo no meu ambiente de trabalho Q13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional Q15Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores Q16 As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado angustiado Q18 A competição no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau humor Q19 A falta de compreensão sobre quais são minhas responsabilidades neste trabalho tem me causado irritação Q20 Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias Q21 Sintome irritado por meu superior encobrir meu trabalho bemfeito diante de outras pessoas Q22 O tempo é insuficiente para realizar meu volume de trabalho me deixa nervoso Quando realizada a análise estratificada por tempo de trabalho na unidade Tabela 5 percebeuse que as variáveis Q3 A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante Q5 Sintome irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais Q13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional associamse aos trabalhadores que apresentaram tempo de trabalho na unidade acima de 6 anos Em relação às questões Q4 Q11 Q15 Q16 Q19 Q20 Q21 e Q22 listadas acima houve maior significância nos trabalhadores que estão na unidade há mais de 16 anos A Tabela 5 apresenta as médias relacionadas ao tempo de trabalho na unidade 45 Tabela 5 Relação da entre tempo de trabalho na unidade e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variável Até 5 anos 6 a 15 anos Acima de 16 anos M DP M DP M DP Q1 277 114 277 115 3 110 Q2 218 102 256 123 283 110 Q3 212 106 253 121 259 093 Q4 172 095 179 107 228 125 Q5 244 119 290 125 316 108 Q6 209 106 237 116 230 109 Q7 219 118 229 119 230 125 Q8 172 113 185 126 185 115 Q9 210 107 229 127 257 115 Q10 193 107 214 109 226 116 Q11 169 085 191 098 221 122 Q12 242 131 288 147 292 125 Q13 272 128 359 137 357 106 Q14 181 096 211 122 207 092 Q15 200 109 237 132 264 132 Q16 275 141 303 144 338 134 Q17 197 113 209 093 233 122 Q18 187 102 217 126 230 125 Q19 2 099 240 129 271 106 Q20 168 095 198 113 235 128 Q21 175 094 175 122 230 131 Q22 219 116 233 125 276 185 Q23 161 078 174 086 197 109 Apresenta as questões em que os respondentes identificaram com maior estressor no trabalho Houve diferença estatística de p menor 0005 Fonte Dados da Pesquisa 2021 Com relação a análise que buscou associação entre o tempo de trabalho na função e as condições estressoras temse de acordo com a Tabela 6 que as variáveis que se associaram com o tempo de trabalho na função foram Q2 O tipo de controle existente em meu trabalho me irrita Q3 A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante Q5 Sintome irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais Q11 Sintome incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior Q13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional Q15Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores 46 Q16 As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado angustiado Q20 Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias Dessas variáveis algumas apresentaram relação significativa aos profissionais que atuam na função há mais de 10 anos demonstrando uma tendência de aumento de geradores de estresse a medida em que o tempo de trabalho supera os 10 anos de atuação Tabela 6 Relação da entre tempo de trabalho na função e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variável Até 2 anos 3 a 10 anos Acima de 10 anos M DP M DP M DP Q1 273 113 284 108 280 114 Q2 219 102 204 102 256 111 Q3 229 111 198 103 247 106 Q4 167 085 174 106 190 109 Q5 227 112 253 116 289 121 Q6 2 093 217 111 227 113 Q7 203 107 231 120 227 122 Q8 160 105 173 116 185 118 Q9 206 099 219 120 227 114 Q10 196 111 198 097 208 111 Q11 149 059 165 082 204 107 Q12 231 121 250 137 275 163 Q13 267 123 263 131 348 129 Q14 178 091 173 095 206 109 Q15 191 108 201 103 240 128 Q16 263 141 268 126 311 145 Q17 213 124 193 110 208 105 Q18 198 111 180 096 208 096 Q19 196 093 212 108 231 114 Q20 155 071 165 090 207 120 Q21 175 092 174 098 189 115 Q22 231 113 225 135 232 112 Q23 160 068 153 075 181 096 Apresenta as questões em que os respondentes identificaram com maior estressor no trabalho Houve diferença estatística de p menor 0005 Fonte Dados da Pesquisa 2021 A Correlação da faixa etária com as condições gerais mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 foi associada a Q13 Tenho me 47 sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional em todas as idades A Tabela 7 apresenta as médias relacionadas à faixa etária dos indivíduos pesquisados Tabela 7 Relação da entre faixa etária e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variável 18 a 25 anos 26 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos Acima de 50 anos M DP M DP M DP M DP M DP Q1 288 102 280 118 285 110 285 116 280 112 Q2 233 090 203 099 233 118 244 114 253 109 Q3 238 097 21 118 229 101 239 125 238 103 Q4 177 087 15 077 180 107 185 113 207 113 Q5 216 085 24 113 271 133 277 119 286 115 Q6 222 078 206 111 219 114 230 107 217 109 Q7 172 066 21 124 235 121 241 129 209 112 Q8 205 139 17 123 176 117 177 114 176 107 Q9 227 107 22 112 214 112 225 119 230 118 Q10 2 097 213 116 207 119 207 100 194 103 Q11 161 060 153 068 183 100 182 087 211 119 Q12 255 124 24 127 264 138 271 132 265 142 Q13 25 120 253 116 316 140 328 123 328 136 Q14 172 082 173 086 201 113 2 110 194 093 Q15 216 120 18 099 222 119 223 120 238 137 Q16 266 145 253 140 312 136 280 135 301 157 Q17 194 110 21 124 213 112 180 087 230 121 Q18 194 116 19 099 197 106 2 121 219 115 Q19 2 084 206 094 207 103 242 120 230 121 Q20 161 060 153 062 187 117 185 107 211 116 Q21 183 085 183 094 180 110 179 106 194 125 Q22 233 108 23 134 230 117 220 113 248 126 Q23 155 070 153 050 164 081 166 098 2 099 Apresenta as questões em que os respondentes identificaram com maior estressor no trabalho Houve diferença estatística de p menor 0005 Fonte Dados da Pesquisa 2021 No que tange as formas de contratação percebeuse que as condições gerais mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 tanto na categoria de contratados por processo de seleção simplificada quanto na de concursados têm 48 relação com as questões Q3 Q5 Q6 Q11 Q12 Q13 Q15 Q16 Q19 E Q20 falta de autonomia na execução do trabalho deficiência na divulgação de informações sobre as decisões organizacionais falta de informações sobre as tarefas no trabalho incomodo coma comunicação entre o profissional e o superior discriminação e favoritismo no ambiente de trabalho deficiência nos treinamentos e capacitações pouca valorização pelos superiores poucas perspectivas de crescimento na carreira falta de compreensão sobre suas próprias responsabilidades e estresse devido as ordens contraditórias emitidas pelo superior Quando realizada a análise estratificada a forma de contratação concursado se associou em maior proporção em todas as análises comparativas do que com os trabalhadores da atenção primária com vínculo terceirizado ou contratos temporários 49 Tabela 8 Relação da entre formas de contratação e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variável Concursado TerceirizadoContratoOutro M DP M DP Q1 284 118 283 108 Q2 252 118 225 101 Q3 251 111 215 104 Q4 188 113 178 098 Q5 301 124 239 108 Q6 236 116 204 099 Q7 223 115 223 118 Q8 185 116 175 120 Q9 231 122 218 106 Q10 210 111 203 108 Q11 200 104 166 086 Q12 288 136 236 128 Q13 352 131 270 126 Q14 203 112 184 094 Q15 249 132 196 104 Q16 318 143 270 136 Q17 22 112 193 107 Q18 208 118 196 108 Q19 243 121 200 095 Q20 209 122 165 086 Q21 191 120 174 090 Q22 236 122 229 119 Q23 181 097 160 075 Apresenta as questões em que os respondentes identificaram com maior estressor no trabalho Houve diferença estatística de p menor 0005 Fonte Dados da Pesquisa 2021 Considerando gênero percebeuse que as condições mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 para ambos os gêneros tem relação com as questões Q6 Sintome incomodado com a falta de informações sobre minhas tarefas no trabalho Q13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional Q15Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores e Q16 As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado angustiado Na análise estratificada foi identificada maior associação dos estressores com gênero masculino em relação ao gênero feminino 50 Tabela 9 Relação gênero e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variável Masculino Feminino M DP M DP Q1 285 114 280 114 Q2 251 113 234 112 Q3 255 101 227 112 Q4 180 101 183 106 Q5 293 125 266 121 Q6 248 123 212 103 Q7 210 104 227 122 Q8 176 110 179 117 Q9 225 118 223 113 Q10 193 103 210 111 Q11 191 085 180 098 Q12 255 124 263 137 Q13 344 133 299 132 Q14 214 108 187 100 Q15 253 126 209 115 Q16 329 147 282 138 Q17 227 111 2 109 Q18 176 086 206 114 Q19 229 099 215 111 Q20 189 104 183 105 Q21 185 095 181 109 Q22 210 100 238 125 Q23 178 088 168 086 Apresenta as questões em que os respondentes identificaram com maior estressor no trabalho Houve diferença estatística de p menor 0005 Fonte Dados da Pesquisa 2021 53 Análise do nível de estresse nos trabalhadores Para análise do nível de estresse foi considerado os valores das médias aferidas de cada variável Dessa maneira foi possível identificar em que nível de estresse global os participantes do estudo se encontram tendo como base a fórmula apresentada na metodologia do estudo que considera o somatório de todas as respostas consideradas válidas sendo o mínimo referese a menor soma possível das respostas válidas e o máximo é concernente a maior soma possível das respostas válidas PASCHOAL TAMAYO 2004 51 Dessa maneira a fim de padronizar esses escores Almeida et al 2015 classificaram os resultados em três diferentes categorias para identificar o nível de estresse Nível baixo 0 a 3333 Nível médio 3334 a 6666 e Nível Alto 6667 a 100 Considerando a padronização dos escores de Almeida et al 2015 buscouse identificar os níveis de estresse dos participantes deste estudo Assim a Tabela 10 indica que no contexto da Pandemia COVID19 5859 150 dos respondentes apresentaram nível baixo de estresse no nível médio de estresse estão 3789 97 dos respondentes e 352 9 apresentam alto nível de estresse A Tabela 10 apresenta os resultados obtidos sobre a frequência do nível de estresse ocupacional entre os respondentes da pesquisa de acordo com suas percepções sobre o estresse Tabela 10 Frequência do estresse nos trabalhadores APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variáveis N Frequência Baixo 150 5859 Médio 97 3789 Alto 9 352 Total 256 100 Fonte Dados da Pesquisa 2021 52 6 DISCUSSÃO A análise do estresse ocupacional por meio da Escala de Estresse no Trabalho tratase de uma ferramenta para diagnóstico organizacional que foi submetida a testes e a requisitos psicométricos A Escala de Estresse no Trabalho utilizada neste estudo considerou a percepção do indivíduo com foco nos estressores e nas reações a eles submetidas PASCOAL TAMAYO 2004 Considerando que a Escala de Estresse no Trabalho busca centralizar o indivíduo as características dos trabalhadores da APS pesquisados tornamse relevantes Dessa maneira esta pesquisa demonstrou por meio de uma amostra representativa que os trabalhadores são do gênero feminino 80 adultos jovens 33 de nível médio 5373 a superior 4147 composto por equipe de enfermagem 2840 e agentes comunitários de saúde 2360 Ressaltase que metade dos trabalhadores são concursados e a outra parte mantém um vínculo de contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte Os trabalhadores possuem filhos 452 trabalham nas UBSs há 5 anos ou mais sendo 17 mais de 16 anos e estão atuando na mesma função há mais de 10 anos 5099 As características dos profissionais participantes deste estudo reafirmaram a consolidação da população feminina no mercado de trabalho A tendência crescente do gênero feminino no mercado de trabalho da saúde é um fenômeno que vem sendo acompanhado desde a década de 70 Em 2010 a força de trabalho feminina representava mais de 70 da força de trabalho no setor saúde corroborando com os resultados desta investigação que representa 80 no que tange o gênero feminino MACHADO OLIVEIRA MOYSES 2010 Destacase que o maior percentual de profissionais participantes desta pesquisa diz respeito à equipe de enfermagem 2840 coincidente com o cenário brasileiro cujos profissionais de enfermagem somam 702 do número de profissionais da área da saúde ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE 2020 Estudo realizado por Machado et al 2016 e Matos Toassi e Oliveira 2013 afirmaram que a enfermagem tem contribuído significativamente com a feminização do setor saúde Para os autores discutir a questão da feminização nas profissões da saúde implica igualmente refletir sobre a saúde e a qualidade de vida de profissionais nos seus contextos de trabalho Entretanto a questão de gênero não tem sido um aspecto priorizado nas análises acerca da relação entre trabalho ocupação e sofrimento psíquico MATOS TOASI OLIVEIRA 2013 A feminização do trabalho em saúde chama ainda mais atenção quando se reflete sobre as condições de trabalho e qualidade de vida das trabalhadoras que se colocaram na linha de 53 frente de trabalho no contexto da pandemia COVID19 SIQUEIRA 2020 Sendo a maioria mulheres adultas com filho ensino médio completo e na função há mais de 10 anos também foram as mais expostas não somente a riscos aumentados de contaminação mas também aos demais riscos ocupacionais Segundo a Organização Mundial da Saúde 2020 excesso de horas trabalhadas sofrimento psíquico fadiga Burnout estigmatização e violência física e psicológica podem ser amplificados por dinâmicas de gênero Em face das medidas de distanciamento social adotadas para a contenção do contágio as dinâmicas familiares ficaram prejudicadas Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2019 as mulheres dedicam 213 horas por semana com afazeres domésticos e cuidado de pessoas quase o dobro dos homens às mesmas tarefas 109 horas Dessa maneira percebese que ao mesmo tempo em que as mulheres foram sendo chamadas para a linha de frente do combate à COVID 19 elas perderam importantes apoios para o cuidado dos filhos devido ao necessário fechamento de creches e escolas e à importância de evitar o contato de crianças com avós que faziam parte do grupo de risco podendo gerar situações de vulnerabilidade e estresse É notável que o impacto da pandemia entre homens e mulheres trabalhadores da saúde ocorreu de maneira diferente Estudos apontaram que o gênero feminino sofreu sobrecargas de trabalho intensas acumulando durante a pandemia atividades laborais e domésticas LEONELLI et al 2017 ESTRELA et al 2020 SIQUEIRA 2020 No trabalho em saúde as condições de precarização e vulnerabilidades se exacerbaram durante a pandemia acentuando ainda mais as situações de exploração e subalternidade do gênero feminino historicamente construída SIQUEIRA 2020 Esta pesquisa evidenciou que as condições mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 para ambos os gêneros tem relação com as questões Q6 Sintome incomodado com a falta de informações sobre minhas tarefas no trabalho Q13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional Q15Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores e Q16 As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado angustiado Entretanto apesar das fragilidades enfrentadas pelo gênero feminino diante da pandemia quando realizada a análise estratificada foi identificada maior associação dos estressores com gênero masculino em relação ao gênero feminino O cenário epidemiológico durante a pandemia demonstrou que o gênero masculino apresentou os maiores indicadores de mortalidade resultante da COVID19 ESTRELA et al 2020 Os indicadores de mortalidade somados aos estressores organizacionais podem afetar 54 significativamente a vida dos homens Segundo Robbins 2002 os fatores organizacionais resultantes das exigências do diadia de trabalho como aqueles alocados nas tarefas nos papéis nas competências e relações interpessoais são fontes geradoras de estresse altamente negativos E esses fatores também estão ligados à cultura organizacional Sabese que a cultura das organizações no país incluindo as da área da saúde tem nuances patriarcais e atribuem características que valorizam a força física masculina que habilita ao homem para a caça a guerra a competitividade e o protagonismo masculino do ser que enfrenta a morte LANCMAN et al 2009 Acreditase que quando as dimensões do trabalho em saúde se desestruturam como no caso de uma pandemia o gênero masculino tende a ser afetado pois também são afetadas as características das instituições aparecendo em larga escala as grandes responsabilidades que cabem as mulheres Ainda com relação ao perfil dos trabalhadores da APS neste estudo ficou evidente a precarização das relações trabalhistas com metade dos partícipes 498 apresentando contratos temporários Apesar de se encontrarem há mais de 10 anos na função e mais de 5 anos na mesma UBS o contrato temporário pode acarretar prejuízos para as unidades as quais apresentam como pressupostos a longitudinalidade e a continuidade do cuidado por meio do vínculo VILELA MAFRA 2015 Os prejuízos podem se concentrar no tocante a consolidação de programas como os da Saúde das Famílias que exigem um tipo de contrato que garanta a permanência dos profissionais e permita o estabelecimento de vínculos com a comunidade A contratação temporária deve ser realizada com cautela a fim de evitar a alta rotatividade de profissionais A alta rotatividade pode ser vista como um evento estressor ainda mais em períodos pandêmicos pois quando um novo membro é inserido na equipe é necessário um período de adaptação que exige por exemplo a necessidade de lidar com os sistemas de informações e adquirir a confiança da equipe e da população VILELA MAFRA 2015 Nesta pesquisa as condições gerais mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 tanto na categoria que apresentam vínculos temporários de contratados quanto na de concursados têm relação com as questões falta de autonomia na execução do trabalho deficiência na divulgação de informações sobre as decisões organizacionais falta de informações sobre as tarefas no trabalho incomodo coma comunicação entre o profissional e o superior discriminação e favoritismo no ambiente de trabalho deficiência nos treinamentos e capacitações pouca valorização pelos superiores poucas perspectivas de crescimento na carreira falta de compreensão sobre suas próprias 55 responsabilidades e estresse devido as ordens contraditórias emitidas pelo superior Quando realizada a análise estratificada o vínculo de trabalhadores concursados se associou em maior proporção em todas as análises comparativas do que com os trabalhadores da atenção primária com contratos temporários Estudos realizados por Caçador et al 2015 Theme Filha Costa e Guilam 2013 também apontaram que os profissionais da atenção primária que estão há mais de 10 anos na função e estão há um tempo maior de 5 anos de atuação na mesma Unidade Básica O tempo de trabalho também pode ser considerado como fator de risco para o desenvolvimento de doenças psíquicas laborais pois proporciona um cotidiano intenso e prolongado com os usuários o que pode provocar impactos psicológicos no trabalhador LANCMAN et al 2009 Percebese na literatura um paradoxo sobre as relações contratuais de trabalho e os pressupostos da APS Ao mesmo tempo em que se vislumbra a manutenção do profissional por um período capaz de estimular o cuidado longitudinal o tempo de trabalho a longo prazo em um mesmo local caracteriza um fator de risco para a saúde mental e estresse ocupacional Nesta pesquisa o tempo de trabalho na unidade foi identificado como um elemento importante na avaliação do estresse ocupacional pois à medida que o tempo de trabalho na unidade aumentou maior foram as situações identificadas como geradoras de estresse Além disso a variável tempo de trabalho foi a que mais se associou a situações geradoras de estresse O contexto da área da saúde por si só é permeado de contradições e favorece situações de vulnerabilidade com potencial para o desenvolvimento de transtornos uma vez que constantemente passam por eventos estressores e se deparam com sofrimento medo conflitos tensões disputa pelo poder ansiedade estresse convivência com a morte longas jornadas de trabalho entre tantos outros fatores inerentes ao cotidiano desses trabalhadores BRAGA CARVALHO BINDER 2010 Em situação de pandemia como a de COVID19 estudo realizado por Almino et al 2021 por meio de uma scoping review apontou como elementos estressores a falta de insumos ausência de um sistema de triagem ausência de capacitação dos profissionais indisponibilidade de equipamento de proteção individual EPI infraestrutura inadequada sobrecarga de trabalho e a não implementação de medidas de prevenção institucional Entretanto nesta pesquisa apesar de conter situações referentes a sobrecarga de trabalho as condições consideradas geradoras de estresses nos serviços investigados com significância para todos os participantes independente da categoria profissional foram a ausência de comunicação entre o profissional 56 e os colegas de trabalho a competição no ambiente de trabalho e o fato do superior encobrir o trabalho bemfeito do profissional diante de outras pessoas Percebeuse nesta pesquisa que os elementos geradores de estresse se apoiaram fortemente em elementos que envolvem as relações humanas institucionais Este resultado nos levou a inferir que a função social do trabalho foi prejudicada durante a pandemia Segundo Santos Pontes e Coimbra Junior 2020 a pandemia foi considerada um fato social total ou seja na medida em que gera consequências em toda as esferas da vida social implica todos as pessoas envolve as instituições problematiza valores e repercute nos planos político econômico cultural religioso e sobretudo no mundo do trabalho Para Ferreira e Falcão 2022 a qualidade de vida no trabalho é necessariamente condição que se constrói na interação do indivíduo com o coletivo Dessa maneira a pandemia amplificou a precarização do trabalho e abriu espaço para novos fatores estressores que exigiram dos trabalhadores e gestores a aquisição de habilidades afetivas para a comunicação para a assertividade em buscar ajuda e suporte social de colegas e superiores aprender a regular os tempos de trabalho e descanso equilibrar as atividades do trabalho com as domésticas e regular os diversos estados afetivos que o isolamento exacerbou OLIVEIRA RIBEIRO 2021 Portanto estressores como ausência de comunicação competitividade no ambiente de trabalho e ausência de reconhecimento do trabalho pelo superior foram situações facilmente compreendidas em um cenário complexo que exigiu novas habilidades novas configurações de trabalho com rápida adaptação criatividade e proatividade como novas soluções para o trabalho em resposta à pandemia resultando vínculos e relações instáveis de trabalho Estudo realizado por Shanafelt Ripp e Trockel 2020 no qual foram evidenciadas as solicitações de profissionais de saúde para a instituição na qual trabalhavam durante a pandemia da COVID19 apresentou dentre oito situações a necessidade de acesso a informações e comunicação atualizadas Os profissionais apresentaram como elemento fundamental criar canais de comunicações com feedbacks capazes de certificar que as vozes dos profissionais de saúde foram consideradas para as tomadas de decisões no contexto da Pandemia No que diz respeito a ausência de reconhecimento por parte do superior um estudo conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz revelou que 21 dos trabalhadores apontaram a desvalorização pela própria chefia como um fator que fragilizou as relações de trabalho durante a pandemia contribuindo para o estresse ocupacional MACHADO OLIVEIRA MOYSES 2010 O estresse ocupacional durante a pandemia é fator de risco de contaminação mesmo com treinamento intenso não é incomum que os profissionais se descuidem da exposição 57 enquanto cuidam de pacientes especialmente quando se sentem estressados ou exaustos situação que se verifica especialmente após longas jornadas de trabalho TEIXEIRA et al 2020 Neste estudo chama atenção a correlação da faixa etária com as condições gerais mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 associada ao incomodo relacionado a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional em todas as faixas etárias analisadas Com relação ao nível de estresse esta pesquisa apontou que os trabalhadores dos serviços da APS no contexto da pandemia apesar de apresentarem situações geradoras de estresse importantes apresentaram nível de estresse baixo em sua maioria 5859 Entretanto 3789 97 dos respondentes revelaram um nível de estresse médio Estudo realizado por Cordioli et al 2019 revelou em momento anterior ao período pandêmico que os profissionais da APS obtinham um nível de estresse alto e as situações geradoras de estresse foram as mesmas das reveladas nesta pesquisa para todos os profissionais a ausência de comunicação entre o profissional e os colegas de trabalho a Competição no ambiente de trabalho e o fato do superior encobrir o trabalho bemfeito do profissional diante de outras pessoas Esses resultados revelaram que as situações geradoras de estresse têm sido permanentes independente do contexto social e os níveis de estresse ocupacional são variados com números significativos de profissionais apresentando nível médio de estresse Apesar dos níveis de estresse baixos e médios não é possível afirmar que não há sofrimento psíquico O Brasil apresenta um dos maiores sistemas de saúde universal do mundo ancorado em extensa rede de APS e os problemas crônicos de financiamento gestão provisão de profissionais e estruturação dos serviços que acompanham a APS ao longo dos anos justificam ser maiores geradores de estresse do que propriamente o momento de crise A APS tem sido considerada um importante pilar frente a situações emergências e vem num contínuo passando por epidemias como a Dengue Zika Febre amarela Chikungunya e a COVID19 As constantes epidemias têm influenciado a organização e os processos de trabalhos na APS fazendo pressão sobre o sistema e os serviços de saúde por recursos e maior dotação orçamentária na contramão da política austera adotada nos últimos anos que amplia a exclusão social e informalidade nas relações trabalhistas SARTI et al 2020 Estes períodos de crises portanto não se resumem apenas a uma questão sanitária mas possui relação estreita com os campos político social e econômico que exigem um conjunto de medidas que vão além da imediata contenção da cadeia de transmissão do vírus DAUMAS et al 2020 Ainda assim mesmo com suas deficiências a APS tem alcançado resultados 58 positivos demonstrando a importância deste nível de atenção no enfrentamento da pandemia DAUMAS et al 2020 SARTI et al 2020 Importante mencionar que mesmo com resultados em sua maioria baixo não há ausência de estresse nos trabalhadores O olhar atento dos gestores e medidas de intervenção adotadas pelas unidades são estratégias importantes de cuidado e atenção à saúde física e mental do trabalhador na APS 59 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa apresentou os principais geradores de estresse e o nível de estresse ocupacional na perspectiva de trabalhadores da Regional Nordeste da cidade de Belo HorizonteMG durante o período da pandemia COVID19 A pandemia de COVID19 representou um marco social entretanto parece que para os trabalhadores da APS foi mais uma epidemia dentre tantas outras vividas constantemente como ausência crônica de estrutura e recursos materiais e humanos subfinanciamento do sistema de saúde dengue febre amarela Chikungunya e Zika Dessa maneira as mulheres adultas jovens com filhos que trabalham em UBSs há mais de 5 anos e estão há 10 anos na função sendo metade contratada via processo seletivo simplificado e outra metade concursada que foram as participantes deste estudo apontaram como principais geradores de estresse a ausência de comunicação entre o profissional e os colegas de trabalho a competição no ambiente de trabalho e o fato do superior encobrir o trabalho bemfeito do profissional diante de outras pessoas Quando se realizou uma análise mais estratificada das variáveis outros geradores de estresse se apresentam e todos associados à ausência de reconhecimento profissional relações desgastadas com as chefias falta de comunicação competitividade no ambiente de trabalho e falta de capacitação profissional Com relação à análise do nível de estresse embora a maior concentração de trabalhadores percebesse nível baixo de estresse há uma parcela significativa no nível médio representando uma situação frágil para os serviços de APS e para os trabalhadores já que podem estar vulneráveis e próximos do limite possível de causar um dano como consequência do estresse ocupacional Esse trabalho apresentou para a gestão de serviços de saúde os potenciais geradores de estresses e demonstrou que todos estão ligados e podem ser influenciados pelos modelos de gestão adotados nas UBSs e especialmente ressaltou o quanto as relações humanas têm se destacado enquanto um elemento estressor inviabilizando um trabalho coletivo e uma comunicação eficaz o que desestimula o trabalho em saúde Contudo existiram limitações pois diante do contexto da pandemia não foi possível aplicar o questionário aos trabalhadores das demais regionais do Município em estudo Assim representa uma parcela pequena em relação aos números de CS na capital e ao número de 60 profissionais de saúde pesquisados Porém representa um ponto de partida para discussões a respeito do estresse e adoecimento mental dos profissionais da APS durante períodos de crises Para estudos futuros sugerese que sejam empreendidas pesquisas sobre o tema em unidades de saúde de outras regionais utilizando o modelo de estresse ocupacional de Paschoal e Tamayo 2004 com o objetivo de comparar os dados em ambientes distintos Outra sugestão importante é o empreendimento de pesquisas qualitativas de forma a compreender os resultados quantitativos e para investigar os impactos do estresse ocupacional nas atividades laborais e consequentemente no desempenho organizacional nas UBSs 61 REFERÊNCIAS ALMEIDA Damiana Machado de et al Estresse ocupacional na perspectiva dos bombeiros da cidade de Santa MariaRS Revista de Carreiras e Pessoas São Paulo v 5 n 1 p 156 171 janabr 2015 AMERICAN MEDICAL ASSOCIATION Managing mental health during COVID19 Chicago American Medical Association 2022 Disponível em httpswwwamaassn orgdeliveringcarepublichealthmanagingmentalhealthduringCOVID19 Acesso em 10 abr 2022 ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE MUNICÍPIOS Profissionais de saúde já podem contar com suporte psicológico Belo Horizonte Associação Mineira de Municípios 2020 Disponível em httpsportalammorgbrprofissionaisdosusjapodemcontarcomsuportepsicologico Acesso em 10 abr 2022 AZEVEDO Alexandre Rodrigues Inácio ROCHA Michelle de Souza Um estudo de caso sobre estresse em residentes de cirurgia vascular periférica em um hospital de ensino In 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professionals Cadernos de Saúde Pública Rio de Janeiro v 36 n 4 e00063520 abr 2020 PASCHOAL Tatiane TAMAYO Álvaro Validação da escala de estresse no trabalho Estudos de Psicologia Natal v 9 n 1 p 4552 abr 2004 PEREIRAFERREIRA Jesuina Maria AZEVEDO Alexandre Rodrigues Inácio ROCHA Michelle de Souza Análise do estresse ocupacional em um hospital universitário Revista de Carreiras e Pessoas São Paulo v 9 n 3 p 295314 jun 2019 PRADO Claudia Eliza Papa do Estresse ocupacional causas e consequências Revista Brasileira de Medicina do Trabalho São Paulo v 14 n 3 p 285289 2016 PRETO Vivia Aline O estresse entre enfermeiros que atuam em unidade de terapia intensiva 2008 67 f Dissertação Mestrado em Enfermagem Escola de Enfermagem Universidade de São Paulo Ribeirão Preto 2008 REARDON Sara Ebolas mentalhealth wounds linger in Africa Nature Londres v 519 n 7541 p 1314 mar 2015 SANTOS Ricardo Ventura PONTES Ana Lucia COIMBRA JUNIOR Carlos Everaldo Azevedo et al Um fato social total COVID19 e povos indígenas no Brasil Cadernos de Saúde Pública Rio de Janeiro v 36 n 10 e00268220 2020 66 SARTI Thiago Dias et al Qual o papel da atenção primária à saúde diante da pandemia provocada pela COVID19 Epidemiologia e Serviços de Saúde Brasília DF v 29 n 2 e2020166 abr 2020 SELYE Hans Stress a tensão da vida São Paulo IBRASA 1959 SEMPRE VIVA ORGANIZAÇÃO FEMINISTA Sem parar trabalho e a vida das mulheres na pandemia São Paulo Sempre Viva Organização Feminista 2020 Disponível em httpmulheresnapandemiasoforgbrwp contentuploads202008RelatorioPesquisaSemPararpdf Acesso em 10 abr 2022 SERAFIM Antônio et al Exploratory study on the psychological impact of COVID19 on the general Brazilian population PLoS ONE São Francisco v 16 n 2 e0245868 fev 2021 SHANAFELT Tait RIPP Jonathan TROCKEL Mickey Understanding and addressing sources of anxiety among health care professionals during the COVID19 pandemic Jama Chicago v 323 n 21 p 21332134 2020 SIQUEIRA Heidy Cristina Boaventura et al Pandemia de COVID19 e gênero uma análise sob a perspectiva do princípio constitucional da isonomia Psicologia Saberes Maceió v 9 n 18 p 216226 abr 2020 TEIXEIRA Carmen Fontes de Souza et al A saúde dos profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia de COVID19 Ciência Saúde Coletiva Rio de Janeiro v 25 n 9 p 34653474 set 2020 THEME FILHA Mariza Miranda COSTA Maria Aparecida de Souza GUILAM Maria Cristina Rodrigues Estresse ocupacional e autoavaliação de saúde entre profissionais de enfermagem Revista LatinoAmericana de Enfermagem Ribeirão Preto v 21 n 2 p 475483 marabr 2013 TRIVIÑOS Augusto Nibaldo Silva Introdução à pesquisa em ciências sociais a pesquisa qualitativa em educação São Paulo Atlas 1987 VERGARA Sylvia Constant Projetos e relatórios de pesquisa em administração 14 ed São Paulo Atlas 2013 VILELA Elisângela Nascimento MAFRA Luiz Antonio Staub Estratégia saúde da família contratação temporária e precarização nas relações de trabalho Caderno de Estudos Interdisciplinares Varginha n esp p 3852 dez 2015 WORLD HEALTH ORGANIZATION Coronavirus disease COVID19 outbreak rights roles and responsibilities of health workers including key considerations for occupational safety and health Genebra WHO 2020 Disponível em httpswwwwhointdocsdefault sourcecoronavirusewhorightsrolesresponhwCOVID19pdfsfvrsnbcabd4010 Acesso em 10 abr 2022 67 APÊNDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO TCLE Você está sendo convidado a como voluntário a a participar da pesquisa Estresse ocupacional em trabalhadores de saúde de serviços de Atenção Primária no contexto da pandemia COVID19de autoria da Professora Doutora Lívia Cozer Montenegro e Mestrando Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo Este termo de consentimento irá te fornecer informações sobre o estudo Objetivos do estudo Analisar a percepção de estresse ocupacional em trabalhadores de saúde dos serviços de atenção primária à saúde no contexto da pandemia COVID19 por meio da aplicação da Escala de Estresse de Trabalho EET elaborada e validada por Paschoal e Tamayo 2004 Procedimentos Sua participação será por meio de uma entrevista e do preenchimento de um questionário abordando assuntos relacionados às questões sociodemográficas e relacionadas à estrutura do ambiente de trabalho relação interpessoal e relação com as lideranças As informações fornecidas serão utilizadas para fins científicos e seu anonimato será preservado O local data e horário da realização da entrevista serão agendados previamente de acordo com a sua disponibilidade O tempo de preenchimento do questionário dura em média 20 minutos Possíveis benefícios O benefício da presente pesquisa está na possibilidade de se avaliar a percepção do estresse ocupacional em trabalhadores da saúde das unidades básicas no contexto da pandemia Reconhecer o potencial para o estresse durante este período de pandemia nos auxiliará a pensar novas abordagens e metodologias de trabalho com foco na saúde do trabalhador em especial na retomada das atividades pós pandemia Desconfortos e riscos Talvez você se sinta constrangido ao responder alguma pergunta do questionário e isto pode gerar desconforto para você Caso isto ocorra você pode pedir à pesquisadora e a entrevista será encerrada caso deseje Confidencialidade das informações Será mantido o sigilo quanto à identificação dos participantes e da instituição As informaçõesopiniões emitidas serão tratadas anonimamente no conjunto e serão utilizados apenas para fins de pesquisa Os dados e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por um período de cinco 05 anos e após esse tempo serão destruídos Este termo de consentimento encontrase impresso em duas 02 vias sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável e a outra será fornecida a você Outras informações pertinentes Você será esclarecido a sobre o estudo em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusarse a participar Poderá retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento Qualquer dúvida quanto à realização da pesquisa poderá ser sanada em qualquer momento da mesma e poderá ter direito a indenização em caso de danos provenientes da pesquisa caso alguma informação pessoal seja publicada ferindo o acordo estabelecido entre as partes Você também poderá fazer contato com o comitê de ética e com os responsáveis pela pesquisa o Mestrando Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo através do telefone 31 988390455 ou pelo email azevedoalerogmailcom e a Profa Dra Lívia Cozer Montenegro através do telefone 31991957755 ou pelo email liviacozermontenegrogmailcom Consentimento Eu portador a do documento de Identidade fui informado a dos objetivos do presente estudo de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de participar se assim o desejar Declaro que concordo em participar desse estudo como voluntário a Recebi uma cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas Belo Horizonte de de 20 Assinatura do a pesquisador a Assinatura do a participante Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo você poderá consultar COEP Comitê de Ética em Pesquisa UFMG Av Antônio Carlos 6627 Unidade Administrativa II 2º andar Sala 2005 Campus Pampulha Belo HorizonteMG CEP 31270901 Contatos 31 34094592 coepprpqufmgbr CEP Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte Rua Frederico Bracher Júnior 1033º andarsala 05 Padre Eustáquio Belo Horizonte MG CEP 30720000 Telefone 32775309 68 APÊNDICE B QUESTIONÁRIO PESQUISA Estresse ocupacional em trabalhadores de Atenção Primária no contexto da pandemia COVID19 Prezado a Respondente A importância desta pesquisa está em identificar e analisar na percepção dos indivíduos pesquisados o estresse ocupacional em trabalhadores de saúde de serviços de Atenção Primária no contexto da pandemia COVID 19 Ressaltase que os respondentes não serão identificados bem como manterseá o sigilo das informações Portanto desde já agradeço sua colaboração e ajuda apoiando o desenvolvimento dos estudos científicos em Minas Gerais SEÇÃO A CARACTERÍSTICAS DO PARTICIPANTE 1 Tempo de trabalho na unidade 11 Até 5 anos 12 6 a 15 anos 13 16 a 25 anos 14 Mais de 26 anos 2 Escolaridade 21 Ensino fundamental incompleto completo 22 Ensino médio incompleto completo 23 Superior incompleto completo Curso 24 Pósgraduação incompleto completo 25 Mestrado Incompleto Completo 26 Doutorado Incompleto Completo 3 Faixa etária 31 18 à 25 anos 32 26 à 30 anos 33 31 à 40 34 41 à 50 anos 35 Acima de 51 anos 4Estado Civil 41 Casadoa 42 Solteiroa 43 Outros 44 Filhos 441 Não tenho 442 1 filho 443 2 filhos 444 3 filhos 445 Acima de 4 5 Gênero 51 Masculino 52 Feminino 53 Outro 6 Tempo de atuação na função 61 até 1 ano 62 De 1 a 2 anos 63 De 3 a 4 anos 64 Mais de 5 anos e menos de 10 anos 65 Acima de 10 anos Citar tempo UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE 69 7 Vínculo empregatício 71 Concursado 72 Terceirizado 73 Outro 74 Setor que atua 8 Profissão 81 Médico todas especialidades 82 Enfermagem enfermeiros técnicos etc 83 Agente de Saúde 84 Saúde Bucal Dentista Técnicos Auxiliar e etc 85 Multiprofissional Nutricionista Psicólogo Educador Físico Fisioterapeuta e etc 85 Serviços Gerais Portaria Limpeza segurança e etc 86 Administrativo 87 Outro SEÇÃO B ESTRESSE OCUPACIONAL As questões de 1 a 23 apresentam diversos tipos de características sobre estresse no trabalho Escolha um dos itens que melhor define a sua percepção com relação às características descritas Por gentileza não deixe nenhuma opção sem resposta Questões Discordo totalmente Discordo Concordo em parte Concordo Concordo totalmente 1 A forma como as tarefas são distribuídas em minha área tem me deixado nervoso 2 O tipo de controle existente em meu trabalho me irrita 3 A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante 4 Tenho me sentido incomodado com a falta de confiança de meu superior sobre o meu trabalho 5 Sintome irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais 6 Sintome incomodado com a falta de informações sobre minhas tarefas no trabalho 7 A falta de comunicação entre mim e meus colegas de trabalho me deixa irritado 8 Sintome incomodado por meu superior me tratar mal na frente de outros colegas 9 Sintome incomodado por ter que realizar tarefas que 70 estão além de minha capacidade 10 Fico de mau humor por ter que trabalhar durante muitas horas seguidas 11 Sintome incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior 12 Fico irritado com discriminaçãofavoritismo no meu ambiente de trabalho 13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional 14 Fico de mau humor por me sentir isolado na organização 15 Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores 16 As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado angustiado 17 Tenho me sentido incomodado em trabalhar em tarefas abaixo do meu nível de habilidade 18 A competição no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau humor 19 A falta de compreensão sobre quais são minhas responsabilidades neste trabalho tem me causado irritação 20 Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias 21 Sintome irritado por meu superior encobrir meu trabalho bemfeito diante de outras pessoas 22 O tempo é insuficiente para realizar meu volume de trabalho me deixa nervoso 23 Fico incomodado por meu superior evitar me incumbir de responsabilidades importantes 71 Para sugestões dúvidas ou comentários utilize este espaço Aqui você pode descrever de forma livre os assuntos que não conseguiu responder no questionário fechado Inclusive sobre os aspectos relacionados ao estresse no trabalho durante a pandemia da Covi19 na unidade de saúde em que você trabalha Reafirmamos que todas as informações são sigilosas apenas os resultados serão divulgados para melhorar as condições de saúde no trabalho Obrigado pela sua participação 72 APÊNDICE C PRODUTO TÉCNICO FINAL ANÁLISE DOS DADOS A partir das informações obtidas nos questionários foi construído um banco de dados com o auxílio do programa Epi Info versão 70 e a sua análise foi realizada com o uso do programa Statistical Software for Professionals STATA versão 131 As análises descritivas foram realizadas de acordo com o tipo de variável e sua distribuição Medidas de frequência absoluta n e frequência relativa média M mediana e desvio padrão DP foram utilizadas para caracterização da população Foram considerados completos aqueles que preencheram a escala de estresse no trabalho totalizando 256 questionários de indivíduos respondentes RESULTADOS GÊNERO FAIXA ETÁRIA ESCOLARIDADE ESTADO CIVIL NÚMERO FILHOS PROFISSÃO VÍNCULO EMPREGATÍCIO TEMPO DE ATUAÇÃO NA FUNÇÃO TEMPO DE ATUAÇÃO NA UNIDADE ÍNDICE GERAL DE ESTRESSE Considerações Finais A pandemia impossibilitou um estudo mais amplo Porém representa um ponto de partida para discussões a respeito do estresse e adoecimento mental dos profissionais da Atenção Primária que durante o período da pandemia mostrou um problema crônico com ênfase nas relações pessoais entre a equipe de saúde e os gestores Apesar do nível geral de estresse ter sido baixo não significa que há ausência de estresse Ressalta o quanto as relações humanas têm se destacado enquanto um elemento estressor inviabilizando um trabalho coletivo e uma comunicação eficaz o que desestimula o trabalho em saúde O olhar atento dos gestores e medidas de intervenção adotadas pelas unidades são estratégias importantes de cuidado e atenção à saúde física e mental do trabalhador na APS 74 APÊNDICE D PRODUTOS TÉCNICOS REALIZADOS DURANTE O MESTRADO CERTIFICADO DE PALESTRANTE 75 CERTIFICADO DE APRESENTAÇÃO DE TRABALHO 76 ANEXO A TERMO DE ANUÊNCIA INSTITUCIONAL 77 ANEXO B PARECER DE PROJETO DE PESQUISA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL E SAUDE PUBLICA Av Prof Alfredo Balena 190 Bairro Santa Efigênia CEP 30130100 Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Tel 3409 9860 FAX 34099859 Email emienfufmgbr ASSUNTO PARECER DE PROJETO DE PESQUISA TÍTULO ESTRESSE OCUPACIONAL EM TRABALHADORES DA SAÚDE DE SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA NO CONTEXTO DA PANDEMIA COVID19 INTERESSADA PROFA LÍVIA COZER MONTENEGRO PARECERISTA PROF MARK ANTHONY BEINNER HISTÓRICO Recebi por email da Secretaria do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública da EEUFMG de 23 de setembro deste ano via email o projeto de pesquisa intitulado Estresse ocupacional em trabalhadores da saúde de serviços de atenção primária no contexto da pandemia COVID19 da Profa Lívia Cozer Montenegro para emissão de parecer O projeto faz parte de pesquisa para conclusão de Curso de Mestrado em Gestão de Serviços de Saúde MÉRITO Na introdução que é bem elaborada a autora apresenta um breve histórico em relação ao aparecimento da COVID19 apresentando dados sobre as consequências físicas psíquicas sociais e econômicas graves Os resultados tiveram implicações quanto à modificação dos comportamentos e regras gerando ansiedade tensão e insegurança bem como vigilância obsessiva dos sintomas da doença em todas as esferas da nossa sociedade Na área da saúde o aumento exponencial da demanda por saúde implicou em processos de trabalhos frágeis devido à precariedade de infraestrutura recursos materiais de pessoal e técnica Os profissionais se viram diante de dilemas éticos que exigiram tomadas de decisões imediatas sobre a saúde das pessoas com a ausência de protocolos de intervenções clínicas tratamentos e somado a isso com o sentimento de medo da autoinoculação com possibilidade de disseminação sobre seus familiares O atendimento presencial de pacientes com sintomas de COVID19 pode implicar em risco para a saúde dos trabalhadores pois o papel da APS é limitado As Unidades de Saúde Básica UBS não são equipadas com leitos e aparelhagem específicos para tratar doentes com sintomas moderados ou graves Isso pode contribuir fortemente para o somatório de fatores estressores e adoecimento aumentando o absenteísmo entre os trabalhadores Diante desse cenário a autora busca com este trabalho analisar a percepção de estresse ocupacional em trabalhadores de saúde dos serviços de atenção primária à saúde no contexto da pandemia COVID19 Os objetivos específicos incluem apresentar o perfil sociodemográfico dos trabalhadores de saúde dos serviços de atenção primária descrever os principais fatores geradores de estresse em trabalhadores de saúde dos serviços de atenção primária à saúde no contexto da pandemia COVID19 mensurar o nível de estresse ocupacional de trabalhadores de saúde dos serviços de atenção primária à saúde no contexto da pandemia e propor alternativas que contribuam com benefícios para a saúde dos profissionais da atenção primária A pesquisa pode ser caracterizada como um estudo descritivoexploratório de natureza quantitativa e as unidades de análise da mesma serão Centros de Saúde CS da Regional Nordeste de Belo Horizonte Especificamente será selecionada metade do total dos 21 Centros de Saúde da Regional Nordeste que apresentarem maior número de profissionais ativos de acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde No entanto serão convidados os 929 funcionários de todas as categorias cadastradas entre os dez Centros de Saúde do Regional Nordeste Os critérios de inclusão da pesquisa serão profissionais maiores de 18 anos que já estiverem atuando há mais de 6 meses Serão excluídos do estudo os profissionais que se encontrarem em período de férias ou afastamentos durante a coleta de dados Os profissionais serão convidados a participar da pesquisa e um horário será agendado para a orientação e a entrega de um questionário O questionário será preenchido individualmente no ambiente de trabalho em um espaço apropriado e privado A coleta de dados ocorrerá por meio da aplicação do questionário Escala de Estresse de Trabalho EET elaborada e validada por Paschoal e Tamayo 2004 visando mensurar o estresse ocupacional daqueles profissionais que aceitarem participar da pesquisa e atenderem aos critérios de inclusão A escala apresenta em sua primeira seção perguntas fechadas de dados sociodemográficos A segunda seção conta com 23 questões fechadas com alternativas concordância do tipo Likert de 5 pontos relacionadas à estrutura do ambiente de trabalho relação interpessoal e relação com as lideranças O projeto de pesquisa será submetido à apreciação do Comitê de ética em pesquisas com seres humanos em conformidade com Resolução nº 46612 do Conselho Nacional de Saúde O mesmo já recebeu uma carta de anuência pela Regional Nordeste da Prefeitura de Belo Horizonte A participação será voluntária após esclarecimento da proposta do estudo em todas as etapas Será garantido sigilo absoluto das informações bem como a privacidade e anonimato dos participantes O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido está corretamente redigido o texto do mesmo foi escrito em linguagem acessível à população alvo No cronograma de atividades consta a previsão de que o projeto seja desenvolvido em sete meses O detalhamento das atividades vai desde a realização da revisão de literatura e submissão do projeto no Comitê de ética até a elaboração do relatório final e a publicação dos resultados O orçamento é detalhado e inclui as rubricas itens de dispêndio justificativa e os valores CONCLUSÃO Considerando que o tema a ser pesquisado constitui um problema de Saúde Pública que envolve questões físicas e psicológicas especificamente no contexto da pandemia COVID19 em que quase a totalidade de trabalhos se concentrou em estudar os problemas que atingem os profissionais e trabalhadores de saúde que atuam no nível hospitalar negligenciando a importância dos serviços de atenção primária o tema em análise carece de um aprofundamento investigativo Assim considero que o projeto Estresse ocupacional em trabalhadores da saúde de serviços de atenção primária no contexto da pandemia COVID 19 é exequível pelo explicitado em seu cronograma e sou SMJ favorável à sua aprovação Belo Horizonte 29 de setembro de 2020 Prof Dr Mark Anthony Beinner Parecerista ANEXO C PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Recomendações No trecho do TCLE Você também poderá fazer contato com o comitê de ética e com os responsáveis pela pesquisa o Mestrando Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo sugerese mencionar que o contato está abaixo ou ao final do documento Ex Você também poderá fazer contato com o comitê de ética ver contatos abaixo e com os responsáveis pela pesquisa o Mestrando Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações SMJ o projeto está aprovado Considerações Finais a critério do CEP Tendo em vista a legislação vigente Resolução CNS 46612 o CEPUFMG recomenda aos Pesquisadores comunicar toda e qualquer alteração do projeto e do termo de consentimento via emenda na Plataforma Brasil informar imediatamente qualquer evento adverso ocorrido durante o desenvolvimento da pesquisa via documental encaminhada em papel apresentar na forma de notificação relatórios parciais do andamento do mesmo a cada 06 seis meses e ao término da pesquisa encaminhar a este Comitê um sumário dos resultados do projeto relatório final Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação Informações Básicas do Projeto PBINFORMAÇÕESBÁSICASDOP ROJETO1645707pdf 14122020 114230 Lívia Cozer Montenegro Aceito Outros cartelrespostapdf 14122020 114248 Lívia Cozer Montenegro Aceito TCLE Termos de Assentimento Justificativa de Ausência tcledocx 27112020 101127 Lívia Cozer Montenegro Aceito Parecer Anterior Parecerpdf 08112020 174752 Lívia Cozer Montenegro Aceito Projeto Detalhado Brochura pesquisiadocx 13102020 090229 Lívia Cozer Montenegro Aceito Investigador Folha de Rosto folhapdf 13102020 090039 Lívia Cozer Montenegro Aceito TCLE Termos de consentimentodocx 12102020 Lívia Cozer Aceito Endereço Av Presidente Antônio Carlos 6627 2º And SI 2005 Bairro Unidade Administrativa II CEP 31270901 UF MG Município BELO HORIZONTE Telefone 31 34094592 Email ceepprppgufmgbr Página 01 de 02 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Assentimento Justificativa de Ausência consentimentodocx 112744 Montenegro Aceito Outros termopdf 12102020 112536 Lívia Cozer Montenegro Aceito Situação do Parecer Aprovado Necessita Apreciação da CONEP Não BELO HORIZONTE 16 de Dezembro de 2020 Assinado por Crissia Carem Paiva Fontainha Coordenadora Endereço Av Presidente Antônio Carlos6627 2º And SI 2005 Bairro Unidade Administrativa II CEP 31270901 UF MG Município BELO HORIZONTE Telefone 31 34094592 Email ceepprppgufmgbr Página 02 de 02
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo ESTRESSE OCUPACIONAL DE TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO CONTEXTO DA PANDEMIA COVID19 Belo Horizonte 2022 Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo ESTRESSE OCUPACIONAL DE TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO CONTEXTO DA PANDEMIA COVID19 Trabalho de Conclusão apresentado ao curso de Mestrado Profissional do Programa de Pós Graduação em Gestão de Serviços de Saúde da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Gestão de Serviços de Saúde Área de concentração Gestão de Serviços de Saúde Linha de pesquisa Trabalho e Gestão Participativa na Saúde Orientadora Profa Dra Lívia Cozer Montenegro Belo Horizonte 2022 Bibliotecário responsável Fabian Rodrigo dos Santos CRB62697 Azevedo Alexandre Rodrigues Inácio de AZ994e Estresse ocupacional de trabalhadores da atenção primária à saúde no contexto da pandemia Covid19 manuscrito Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo Belo Horizonte 2022 83f il Orientador a Lívia Cozer Montenegro Área de concentração Gestão de Serviços de Saúde Dissertação mestrado Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem 1 Estresse Psicológico 2 Atenção Primária à Saúde 3 COVID19 4 Administração de Serviços de Saúde 5 Dissertação Acadêmica I Montenegro Lívia Cozer II Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem III Título NLM WM 1724 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE ATA DE NÚMERO 57 CINQUENTA E SETE DA SESSÃO PÚBLICA DE ARGUIÇÃO E DEFESA DA DISSERTAÇÃO APRESENTADA PELO CANDIDATO ALEXANDRE RODRIGUES INÁCIO DE AZEVEDO PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE Aos 22 vinte e dois dias do mês de fevereiro de dois mil e vinte e dois às 1500 horas realizouse por vídeoconferência a sessão pública para apresentação e defesa da dissertação ESTRESSE OCUPACIONAL EM TRABALHADORES DE SAÚDE DE SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA NO CONTEXTO DA PANDEMIA COVID19 do aluno Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo candidatado ao título de Mestre em Gestão de Serviços de Saúde linha de pesquisa Trabalho e Gestão Participativa na Saúde A Comissão Examinadora foi constituída pelas seguintes professoras doutoras Lívia Cozer Montenegro Karla Rona da Silva e Carolina da Silva Caram sob a presidência da primeira Abrindo a sessão a presidente após dar conhecimento aos presentes do teor das Normas Regulatorias do Trabalho Final passou a palavra ao candidato para apresentação do seu trabalho Seguiuse a arguição pelos examinadores com a respectiva defesa do candidato Logo após os membros da Comissão se reuniram sem a presença do candidato e do público para julgamento e expedição do seguinte resultado final APROVADO X APROVADO COM AS MODIFICAÇÕES CONTIDAS NA FOLHA EM ANEXO REPROVADO A Comissão Examinadora recomendou a mudança do título para ESTRESSE OCUPACIONAL DE TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE NO CONTEXTO DA PANDEMIA COVID19 O resultado final foi comunicado publicamente ao candidato pela orientadora Nada mais havendo a tratar eu Davidson Luis Braga Lopes Secretário do Colegiado de PósGraduação em Gestão de Serviços de Saúde da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais lavrei a presente Ata que depois de lida e aprovada será assinada por mim e pelos membros da Comissão Examinadora Belo Horizonte 22 de fevereiro de 2022 Profª Drª Lívia Cozer Montenegro Orientadora UFPR Profª Drª Karla Rona da Silva Membro Titular UFMG Profª Drª Carolina da Silva Caram Membro Titular UFMG Davidson Luis Braga Lopes Secretário do Colegiado de PósGraduação Documento assinado eletronicamente por Livia Cozer Montenegro Usuário Externo em 25032022 às 1908 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 Documento assinado eletronicamente por Karla Rona da Silva Professora do Magistério Superior em 31032022 às 1436 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 Documento assinado eletronicamente por Carolina da Silva Caram Membro em 01042022 às 0936 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 Documento assinado eletronicamente por Davidson Luis Braga Lopes Secretárioa em 01042022 às 1648 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 A autenticidade deste documento pode ser conferida no site httpsseiufmgbrseicontroladorexternophpacaodocumentoconferiridorgaoacessoexterno0 informando o código verificador 1275926 e o código CRC CE61BCED Referência Processo nº 23072210810202248 SEI nº 1275926 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE ATA DE NÚMERO 57 CINQUENTA E SETE DA SESSÃO PÚBLICA DE ARGUIÇÃO E DEFESA DA DISSERTAÇÃO ANEXO Modificação em dissertação Modificações exigidas na Dissertação de Mestrado do candidato Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo As modificações foram as seguintes Inclusão do produto técnico no trabalho de conclusão de mestrado NOMES E ASSINATURAS Profª Drª Lívia Cozer Montenegro Orientadora UFPR Profª Drª Karla Rona da Silva Membro Titular UFMG Profª Drª Carolina da Silva Caram Membro Titular UFMG Documento assinado eletronicamente por Livia Cozer Montenegro Usuário Externo em 25032022 às 1908 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 Documento assinado eletronicamente por Karla Rona da Silva Professora do Magistério Superior em 31032022 às 1436 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 Documento assinado eletronicamente por Carolina da Silva Caram Membro em 01042022 às 0936 conforme horário oficial de Brasília com fundamento no art 5º do Decreto nº 10543 de 13 de novembro de 2020 A autenticidade deste documento pode ser conferida no site httpsseiufmgbrseicontroladorexternophpacaodocumentoconferiridorgaoacessoexterno0 informando o código verificador 1275969 e o código CRC B0336A7B Referência Processo nº 23072210810202248 SEI nº 1275969 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a mim mesmo pela minha história de superação Pelas dificuldades enfrentadas desde o momento em que nasci pela pobreza preconceitos enfim por tudo que sofri sem nunca ter desistido mesmo nos momentos em que desacreditei da minha capacidade Agradeço à minha orientadora Profa Dra Lívia Cozer Montenegro que foi uma grande incentivadora alto astral que nos momentos de dificuldade não hesitou em me dar ajuda E que para me ajudar até contribuiu financeiramente para realização deste trabalho Ao Sérgio Giorni que me suporta e atura minhas oscilações de humor além do apoio incondicional em tudo durante esses 20 anos de casamento Agradeço também ao Mestrado Profissional em Gestão de Serviços de Saúde e aos professores que tonaram esse sonho possível Ao Prof Dr Adriano Marçal Pimenta pelo apoio Aos colegas de trabalho aos participantes da pesquisa aos gestores funcionários das Unidades Básicas de Saúde e aos que contribuíram direta ou indiretamente pela realização não somente deste trabalho mas da minha construção enquanto cidadão Um agradecimento especial à Turma III do Mestrado pois a ajuda mútua as palavras de acolhimento fizeram o caminho ser mais leve Não poderia de deixar de agradecer ao SUS e à UFMG pois nos momentos em que mais precisamos da saúde ciência e educação elas estão sendo atacadas e desmontadas de forma cruel no meio de uma das piores pandemias já vivenciadas para sustentar o ego e enriquecer aqueles que perversamente se aproveitam da dor e da vulnerabilidade de vários grupos em prol de suas necessidades pessoais Se você ficar neutro em situações de injustiça você escolhe o lado do opressor Desmond Tutu RESUMO AZEVEDO Alexandre Rodrigues Inácio Estresse ocupacional de trabalhadores da atenção primária à saúde no contexto da pandemia Covid19 2022 83 f Dissertação Mestrado Profissional em Gestão de Serviços de Saúde Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2022 Introdução A transmissibilidade rápida da COVID19 tem apresentado consequências físicas psíquicas sociais e econômicas graves que modificam comportamentos e regras gerando ansiedade tensão insegurança bem como vigilância intensiva dos sintomas da doença em todas as esferas da nossa sociedade Os profissionais da saúde que se encontraram na linha de frente da pandemia se expuseram a um risco considerável para o desenvolvimento de sentimentos de angústia estresse e outros sintomas relacionados à saúde mental uma vez que a sobrecarga de trabalho que já era uma realidade aumentou bem como o risco de contaminação somadas a informações controvérsias disseminadas por meio das redes sociais ampliando o potencial de desenvolvimento de reações psicológicas O atendimento presencial de pacientes com sintomas de COVID19 pode implicar em risco para a saúde dos trabalhadores em especial nos serviços de atenção primária que assume a centralidade da rede de atenção à saúde sendo o primeiro contato dos usuários com o Sistema Único de Saúde Considerando que os serviços de atenção primária cumprem um papel estratégico no estabelecimento de relações contínuas com a população também apresenta limitações próprias da natureza e dos seus objetivos de trabalho para o atendimento as Síndromes Gripais potencializando pressões significativas nos profissionais de saúde capazes de gerar sentimentos para o estresse ocupacional Objetivo Analisar o estresse ocupacional em trabalhadores da Atenção Primária à Saúde no contexto da pandemia de COVID19 Método Estudo epidemiológico de delineamento transversal e analítico constituído de um questionário validado com 23 questões fechadas com alternativas concordância do tipo Likert de 5 pontos relacionadas à estrutura do ambiente de trabalho relação interpessoal e relação com as lideranças Participaram do estudo256 trabalhadores de todas as categorias profissionais que atuavam nos serviços de atenção primária em dez Centros de Saúde da Regional Nordeste de Belo Horizonte A coleta de dados ocorreu entre os meses de janeiro e março de 2021 Foi construído um banco de dados com o auxílio do programa Epi Info versão 70 e a sua análise foi realizada com o uso do programa Stata versão 131 As análises descritivas foram realizadas de acordo com o tipo de variável e sua distribuição Medidas de frequência absoluta n e frequência relativa média M mediana e desvio padrão DP foram utilizadas para caracterização da população Resultados Os trabalhadores foram em sua maioria do gênero feminino 80 adultos jovens 33 de nível médio 5373 a superior 4147 composto por técnicos de enfermagem 2840 e agentes comunitários de saúde 2360 Ressaltase que metade dos trabalhadores são concursados e a outra parte mantinha um vínculo de contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte 498 A maioria é casada 4453 e sua maioria não possuem filhos 468 em relação aos que possuem 452 trabalhavam nas unidades básicas de saúde há cinco anos ou mais e estão atuando na mesma função há mais de dez anos 5099 As situações geradoras de estresse mais significativa foram elementos que envolvem as relações humanas institucionais como a ausência de comunicação entre o profissional e os colegas de trabalho a competição no ambiente de trabalho e o fato do superior encobrir o trabalho bemfeito do profissional diante de outras pessoas De acordo com a escala utilizada os profissionais se encontraram no nível geral de estresse baixo 5859 o que significa que não há ausência de estresse porém com um número significativo que profissionais em nível médio 3789 Considerações Finais A pandemia impossibilitou um estudo mais amplo Porém representa um ponto de partida para discussões a respeito do estresse e adoecimento mental dos profissionais de saúde da atenção primária que durante o período da pandemia mostrou um problema crônico com ênfase nas relações pessoais entre a equipe de saúde e os gestores Apesar do nível geral de estresse ter sido baixo ressalta o quanto as relações humanas têm se destacado enquanto um elemento estressor inviabilizando um trabalho coletivo e uma comunicação eficaz o que desestimula o trabalho em saúde Como Produto Técnico foi elaborado um relatório da pesquisa no formato A4 frente e verso resumindo a pesquisa de forma simples e fácil de ser compreendida Encontrase como Apêndice C Palavraschave Estresse Psicológico Atenção Primária à Saúde COVID19 Administração de Serviços de Saúde ABSTRACT AZEVEDO Alexandre Rodrigues Inácio Occupational stress of primary health care workers in the context of the Covid19 pandemic 2022 83 f Dissertation Masters Professional in Health Services Management School of Nursing Federal University of Minas Gerais Belo Horizonte 2022 Introduction The rapid transmissibility of COVID19 has presented serious physical psychological social and economic consequences that modify behaviors and rules generating anxiety tension insecurity as well as intensive surveillance of the symptoms of the disease in all spheres of our society Health professionals who found themselves at the front line of the pandemic were exposed to a considerable risk for the development of feelings of anguish stress and other symptoms related to mental health since the work overload that was already a reality increased as well as the risk of contamination added to controversial information disseminated through social networks expanding the potential for developing psychological reactions Face toface care of patients with SYMPTOMS of COVID19 may imply a risk to workers health especially in primary care services that assume the centrality of the health care network being the first contact of users with the Unified Health System Considering that primary care services play a strategic role in establishing continuous relationships with the population it also has limitations specific to nature and its work objectives for the care of Influenza Syndromes potentiating significant pressures in health professionals capable of generating feelings for occupational stress Objective To analyze occupational stress in Primary Health Care workers in the context of the COVID19 pandemic Method Epidemiological study of crosssectional and analytical design consisting of a questionnaire validated with 23 closed questions with 5 point Likerttype agreement alternatives related to the structure of the work environment interpersonal relationship and relationship with leaders The study included 256 workers from all professional categories working in primary care services in ten Health Centers in the Northeast Region of Belo Horizonte Data were collected between January and March 2021 A database was built with the aid of epi info version 70 and its analysis was performed using the Stata version 131 program Descriptive analyses were performed according to the type of variable and its distribution Absolute frequency n and relative frequency M median and standard deviation SD measurements were used to characterize the population Results The workers were mostly female 80 young adults 33 middle education 5373 and higher 4147 composed of nursing technicians 2840 and community health agents 2360 It is emphasized that half of the workers are public agents and the other party maintained a contract bond with the city of Belo Horizonte 498 The majority are married 4453 and most do not have children 468 compared to those who have 452 worked in basic health units for five years or more and have been working in the same function for more than ten years 5099 The most significant stressgenerating situations were elements that involve institutional human relations such as the absence of communication between the professional and the coworkers competition in the workplace and the fact that the superior cover up the welldone work of the professional in front of other people According to the scale used the professionals found themselves in the general low stress level 5859 which means that there is no absence of stress but with a significant number than professionals at the medium level 3789 Final Considerations The pandemic made a broader study impossible However it represents a starting point for discussions about the stress and mental illness of primary care health professionals who during the pandemic period showed a chronic problem with emphasis on personal relationships between the health team and managers Although the general level of stress has been low it emphasizes how much human relations have stood out as a stressful element making collective work and effective communication impossible which discourages health work As a Technical Product a research report was prepared in the A4 format front and back summarizing the research in a simple and easy to understand way It is as Appendix C Keywords Psychologic Stress Primary Health Care COVID19 Health Services Administration LISTA DE FIGURAS Figura 1 Mapa de representação das Regionais do município de Belo HorizonteMG 2021 29 Figura 2 Apresentação da equação para o Cálculo dos resultados da EET Belo HorizonteMG 2021 35 LISTA DE QUADROS Quadro 1 As principais síndromes associadas ao estresse 23 Quadro 2 Valores de IQVU Regional Nordeste do Município de Belo HorizonteMG 2021 30 Quadro 3 Indicador de Saúde Regional Nordeste do município de Belo HorizonteMG 2021 31 Quadro 4 Informações sobre Centros de Saúde por Regional do município de Belo HorizonteMG 2021 32 Quadro 5 Número de trabalhadores nas Unidades Básicas de Saúde Centros de Saúde selecionados 2021 33 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Variáveis associadas à escala de estresse 38 Tabela 2 Dados demográficos dos trabalhadores de APS Belo Horizonte 2021 41 Tabela 3 Dados relacionados ao ambiente de trabalho dos trabalhadores APS Belo HorizonteMG 2021 42 Tabela 4 Variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 43 Tabela 5 Relação da entre tempo de trabalho na unidade e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 45 Tabela 6 Relação da entre tempo de trabalho na função e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 46 Tabela 7 Relação da entre faixa etária e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 47 Tabela 8 Relação da entre formas de contratação e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 49 Tabela 9 Relação gênero e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 50 Tabela 10 Frequência do estresse nos trabalhadores APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 51 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AMA American Medical Association APS Atenção Primária à Saúde CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde CONASEMS Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde CS Centro de Saúde DP Desvio Padrão EET Escala de Estresse de Trabalho EPI Equipamento de Proteção Individual ESF Estratégia de Saúde da Família IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH Índice de Desenvolvimento Humano IQVU Índice de Qualidade de Vida Urbana M Média MG Minas Gerais MS Ministério da Saúde OMS Organização Mundial da Saúde OPAS Organização PanAmericana da Saúde PBH Prefeitura de Belo Horizonte Prefeitura de Belo Horizonte Q Questão SMS Secretaria Municipal de Saúde SRAG Síndrome Respiratória Aguda Grave SRAS Síndrome Respiratória Aguda Severa STATA Statistical Software for Professionals SUS Sistema Único de Saúde TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCM Trabalho de Conclusão do Mestrado UBS Unidade Básica de Saúde UP Unidade de Planejamento SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 15 1 INTRODUÇÃO 16 2 OBJETIVOS 21 21 Objetivo geral 21 22 Objetivos específicos 21 3 REVISÃO DA LITERATURA 22 31 Estresse ocupacional 22 32 Estresse e pandemia 24 33 Estresse ocupacional na atenção primária no contexto da pandemia 26 4 MATERIAIS E MÉTODOS 29 41 Caracterização da pesquisa 29 42 Local do estudo 29 43 Participantes do estudo32 44 Coleta de dados 34 45 Variáveis do estudo 36 451 Variáveis sociodemográficas 36 452 Variáveis associadas ao trabalho 37 453 Variáveis associadas a escala de estresse 37 46 Análise dos dados 39 47 Aspectos éticos 39 5 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS 40 51 Perfil sociodemográfico dos trabalhadores de APS participantes do estudo 40 52 Principais geradores de estresse nos trabalhadores da APS no contexto da pandemia COVID19 43 53 Análise do nível de estresse nos trabalhadores 50 6 DISCUSSÃO 52 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 59 REFERÊNCIAS 61 APÊNDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO TCLE 67 APÊNDICE B QUESTIONÁRIO 68 APENDICE C PRODUTO TÉCNICO FINAL 72 ANEXO A TERMO DE ANUÊNCIA INSTITUCIONAL 76 ANEXO B PARECER DE PROJETO DE PESQUISA 77 ANEXO C PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP 79 15 APRESENTAÇÃO Este Trabalho de Conclusão do Mestrado TCM em Gestão de Serviços de Saúde é resultado da minha busca por conhecer a situação atual dos profissionais na Atenção Primária em relação ao estresse ocupacional enfrentado durante a pandemia de COVID19 do inglês coronavirus disease 19 O interesse pelo tema veio exatamente por estar incluído nas estatísticas de quem sofreu com o estresse ocupacional Desenvolvi depressão pânico e outras doenças relacionadas ao estresse Por ironia durante a pandemia trabalhava em um hospital e contraí COVID19 Conhecendo diversas pessoas que trabalhavam na Atenção Primária e ao pesquisar descobri que a maioria dos estudos envolvendo a COVID19 estavam relacionados principalmente à Atenção Terciária sendo que a Atenção Básica é responsável pelo primeiro contato do paciente com o Sistema Único de Saúde SUS O fato de a Atenção Básica ser responsável pelo primeiro contato com o paciente chamou atenção tendo em vista que a maior parte dos casos de COVID19 se tratava de sinais e sintomas leves exigindo desses serviços um cuidado especial Dessa maneira veio a inquietação e o desejo de descobrir como os profissionais se sentiram diante do desafio de atender a população no contexto da Pandemia COVID19 A temática do estresse ocupacional vem me acompanhando desde a especialização em Gestão de Pessoas momento em que trabalhei com o estresse ocupacional em um hospital universitário Portanto como essa temática se faz importante na minha trajetória profissional e pessoal apresento nesta pesquisa a possibilidade de aprofundar sobre a percepção dos profissionais e dessa forma contribuir para dar voz aos trabalhadores da Atenção Primária 16 1 INTRODUÇÃO Desde a declaração mundial da pandemia causada pelo novo coronavírus no dia 11 de março de 2020 ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE 2020 a Organização Mundial da Saúde OMS juntamente com cientistas governos pesquisadores e profissionais de saúde tem envidado esforços buscando soluções para evitar a transmissibilidade da COVID 19 Essa pode ocorrer por meio de gotículas respiratórias expelidas durante a fala tosse ou espirro e também pelo contato direto com pessoas infectadas ou indireto por meio das mãos objetos ou superfícies contaminadas CHEN 2020 A transmissibilidade rápida da COVID19 tem apresentado consequências físicas psíquicas sociais e econômicas graves que modificam comportamentos e regras gerando ansiedade tensão insegurança bem como vigilância intensiva dos sintomas da doença em todas as esferas da nossa sociedade Na área da saúde o aumento exponencial da demanda implicou em processos de trabalhos frágeis devido a precariedade de infraestrutura de recursos de materiais de pessoal e técnica Os profissionais se viram diante de dilemas éticos que exigiram tomadas de decisões imediatas sobre a saúde das pessoas com a ausência de protocolos de intervenções clínicas tratamentos e somado a isso com o sentimento de medo da autoinoculação com possibilidade de disseminação sobre seus familiares KANG et al 2020 ORNELL et al 2020 Os profissionais da saúde que se encontraram na linha de frente da pandemia se expuseram a um risco considerável para o desenvolvimento de sentimentos de angústia estresse e outros sintomas relacionados à saúde mental uma vez que a sobrecarga de trabalho que já era uma realidade aumentou bem como o risco de contaminação De form aadicional temse as informações controvérsias disseminadas por meio das redes sociais ampliando o potencial de desenvolvimento de reações psicológicas LAI et al 2019 Em 2003 de acordo com Lai et al 2019 estudos apontaram que diversas reações psicológicas foram relatadas por profissionais de saúde na China quando enfrentaram um surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave SRAG Segundo a autora o temor dos profissionais estava associado ao contágio e infecção de familiares amigos e aos próprios colegas de trabalho Este estudo apresentou alta nos níveis de ansiedade estresse e depressão nos profissionais de saúde que poderia ter implicações a longo prazo nos índivíduos LAI et al 2019 Ainda neste estudo Lai et al 2019 pesquisou sobre estresse com médicos e enfermeiros que estavam na linha de frente da pandemia em Wuhan Foram participantes do 17 estudo 1257 profissionais e grande parte dos entrevistados apresentaram angústia 715 e outros 34 relataram apresentar insônia A maioria dos entrevistados diz respeito a categoria enfermagem 61 e 39 eram médicos Um destaque importante nos resultados foi que mulheres e trabalhadoras das atenções primárias e secundárias apresentaram maior nível de ansiedade insônia e angústia LAI et al2019 No Brasil o primeiro caso de COVID19 foi identificado na cidade de São Paulo em 26 de fevereiro de 2020 e o primeiro óbito pela doença também foi na capital paulista em 17 de março de 2020 BRASIL 2020 A partir daí a doença foi avançando em todo o território brasileiro espalhando medo insegurança e desvelando um quadro de desigualdade de enfrentamento à doença no país De acordo com o Ministério da Saúde o Brasil até o dia 22 de fevereiro de 2021 havia computado 125046 casos suspeitos em profissionais de saúde sendo 33453 confirmados O número de infectados representa 2675 dos casos e dentre eles as profissões com maior registro foram técnicosauxiliares de enfermagem 9969 298 seguido de enfermeiros 5785 173 médicos 4035 121 agentes e comunitários de saúde 1601 48 e cirurgiõesdentistas 1498 45 Estes profissionais contaminados equivalem a 032 do total de casos de contaminação no Brasil que ultrapassou a marca de 10455630 infectados BRASIL 2021a Em meio ao crescimento dos casos de COVID19 entre os profissionais de saúde o município de Belo Horizonte em seu boletim epidemiológico do dia 26 de fevereiro de 2021 informou que haviam sido desde o início da pandemia testados 11675 profissionais de saúde sendo que 2066 resultados foram positivos 1770 dos exames outros 110 casos em investigação 094 e 9499 casos negativos 8137 Ainda de acordo com o boletim epidemiológico identificou que na rede pública o maior número de infectados são os agentes comunitários de combate a endemias e sanitários seguidos por técnicos de enfermagem enfermeiros e médicos BELO HORIZONTE 2021a Esses indicadores contribuem para imprimir nos profissionais diferentes níveis de pressão psicológica que podem desencadear sintomas relacionados ao estresse tornando os profissionais de saúde especialmente vulneráveis ao sofrimento psíquico Considerase importante ressaltar que a vulnerabilidade entre os profissionais de saúde não é homogênea ainda que em um mesmo setor de atuação Há diferenças de gênero raça e classe social estruturante do acesso aos diversos níveis e cursos de formação profissional importantes para a 18 compreensão da determinação das formas diferentes de exposição tanto ao risco de contaminação quanto aos fatores associados às condições de trabalho TEIXEIRA et al 2020 Seguindo o raciocínio de Teixeira et al 2020 a tendência a exaustão dos profissionais é de piora frente ao aumento da carga de trabalho em que a carência da mãodeobra vai aumentando devido ao aumento do número de adoecimentos e contaminações pela COVID 19 o que agrava o quadro de transtorno de ansiedade e estresse Outro ponto a ser discutido é sobre a sensação de impotência vivida por estes profissionais em meio a um cenário complexo e de extrema gravidade gerado pela falta de leitos e insumos TEIXEIRA et al 2020 Na Atenção Primária à Saúde APS desde a estruturação das Redes de Atenção por meio da Portaria nº42792010 são prestados um número significativo de cuidados em saúde devido ter assumido a premissa de ser o primeiro contato das pessoas com o Sistema de Saúde Desde então a APS tem assumido um papel cada vez mais complexo atendendo a uma crescente demanda de idosos portadores de agravos crônicos com comorbidades em função do aumento da esperança de vida Porém no contexto da pandemia de COVID19 a APS se apresenta frágil para atuar em casos mais graves DAUMAS et al 2020 Ainda de acordo com o raciocínio de Daumas et al 2020 o atendimento presencial de pacientes com sintomas de COVID19 pode implicar em risco para a saúde dos trabalhadores pois o papel da APS é limitado As Unidades de Saúde Básica UBS não são equipadas com leitos e aparelhagem específica para tratar doentes com sintomas moderados ou graves Isso pode contribuir fortemente para o somatório de fatores estressores e adoecimento dos trabalhadores aumentando o absenteísmo Outro possível fator estressante diz respeito ao papel das UBS atualmente consideradas os serviços de maior capilaridade com o mais alto grau de descentralização ocorrendo no local mais próximo da vida das pessoas A proximidade entre profissionais e usuários ultrapassa os limites do ambiente de trabalho uma vez que muitos profissionais que atuam em UBS residem no próprio território circunscrito à unidade fazendo com que as relações pessoais e afetivas estejam ainda mais próximas da comunidade Esse vínculo do trabalhador com território do usuário pode significar maior vulnerabilidade do profissional ao sofrimento por experimentar com mais intensidade a sensação de impotência diante da magnitude dos problemas de saúde a serem tratados CORDIOLI et al 2019 p 1659 Percebese que os serviços de atenção primária cumprem um papel estratégico no estabelecimento de relações contínuas com a população Apesar desta relação agregar valor por outro lado apresenta maior pressão com a tendência de conferir aos profissionais o status 19 de superherói representando sua capacidade de enfrentamento de não desistência ou adoecimento gerando sentimentos com potencial para o estresse ocupacional KANG et al 2020 Anterior à pandemia PereiraFerreira Azevedo e Rocha 2019 já confirmavam que as unidades de saúde se destacavam como local desencadeador do estresse por colocar continuamente o profissional da saúde em contato com situações desconfortáveis tais como a doença a morte os acontecimentos inesperados consideradas situações desafiadoras e intensas PEREIRAFERREIRA AZEVEDO ROCHA 2019 Estudo realizado com profissionais da APS do Estado de São Paulo anterior ao período da pandemia COVID19 já demonstrava que 365 dos profissionais deste nível de atenção apresentavam escores compatíveis com estresse importante CORDIOLI et al 2019 Os profissionais que atuam na APS são cotidianamente submetidos a uma série de fatores de riscos psicossociais que vem acarretando agravos à sua própria saúde oriundos em geral da insegurança no meio laboral da organização e das atividades insalubres executadas o que causa prejuízo não somente para os profissionais mas aos sistemas de saúde em todo o mundo Porém no contexto da pandemia COVID19 quase a totalidade de trabalhos se concentrou em estudar os problemas que atingem os profissionais e trabalhadores de saúde que atuam no nível hospitalar negligenciando a importância dos serviços de atenção primária TEIXEIRA et al 2020 Neste sentido é fundamental considerar a parte emocional dos profissionais da APS com relação ao estresse ocupacional no trabalho durante a pandemia de COVID19 Gascon et al 2016 afirmam que estudos indicam que os profissionais de saúde estão entre os mais expostos a transtornos decorrentes de riscos psicossociais como ansiedade depressão e burnout Há uma necessidade clara de instrumentos de avaliação precisos para detectar não apenas o estresse mas também as áreas que causam isso O esgotamento profissional causado por agressões ou outros fatores pode refletir uma deterioração na relação de saúde Diante desse cenário buscouse com este trabalho responder à seguinte pergunta de pesquisa qual a percepção de estresse ocupacional em trabalhadores de APS no contexto da pandemia COVID19 O estresse ocupacional é visto como a doença do século e considerada a maior epidemia no mundo atual pois acreditase que grande parte da população cerca de 25 dela em algum momento de suas vidas irá perceber os sintomas PEREIRAFERREIRA AZEVEDO ROCHA 2019 20 Concordando que uma situação de pandemia traz incertezas perdas afetivas sociais e emocionais a Prefeitura de Belo Horizonte PBH Minas Gerais MG desde janeiro de 2021 mantém um projeto de acolhimento Funcional COVID19 com o objetivo de realizar acolhimento e tratamento psicológico virtual para os profissionais de saúde vinculados a Secretaria Municipal de Saúde SMS Essa é mais uma ação da SMS de apoio ao sofrimento emocional evitando a evolução do quadro para doenças psíquicas que podem estender o período pós pandemia BELO HORIZONTE 2020a Apesar de estudos apontarem a relação dos mecanismos do estresse ocupacional e suas consequências para a saúde do trabalhador seu desempenho como profissional e agravos a sua vida privada PASCHOAL TAMAYO 2004 PRADO 2016 a importância desta pesquisa está na possibilidade de analisar o estresse ocupacional em trabalhadores de APS no contexto da pandemia COVID19 Paschoal e Tamayo 2004 definem estresse como um processo no ambiente laboral que é percebido pelo indivíduo como agente estressor 21 2 OBJETIVOS Foram traçados os seguintes objetivos para responder à questão norteadora deste estudo 21 Objetivo geral Mensurar o estresse ocupacional em trabalhadores de APS no contexto da pandemia COVID19 22 Objetivos específicos Apresentar o perfil sociodemográfico dos trabalhadores de APS Descrever os principais geradores de estresse nos trabalhadores de APS no contexto da pandemia COVID19 Mensurar o nível de estresse ocupacional de trabalhadores de APS no contexto da pandemia COVID19 22 3 REVISÃO DA LITERATURA Nesta seção será apresentado o referencial teórico referente ao estresse ocupacional estresse durante períodos de pandemia e estresse ocupacional na APS 31 Estresse ocupacional Considerado o pai da teoria do estresse o médico canadense Hans Selye em 1936 percebia que seus pacientes apresentavam sinais e sintomas alguns como perda de apetite diminuição da força muscular e consequentemente perda de peso Inicialmente essa síndrome do estar doente é que o preocupava Selye 1959 que juntamente com outros pesquisadores realizou experiências na eminência de que suas descobertas foram associadas ao que ele definiu estresse Para o médico estresse é um estado não perceptível ao olhar diretamente para o paciente mas nas consequências no organismo nas mudanças comportamentais e físicas Sobre o termo estresse não há um consenso mas algumas definições semelhantes para designar o fenômeno Para Codo e VasquesMenezes 1999 o estresse é um estado de esgotamento que de modo geral intervém na vida pessoal e profissional do indivíduo Gradativamente o significado do termo foi causando impacto e se assumia enquanto objeto de análise em diversos estudos após sua primeira menção pelo médico canadense Com o passar das décadas o conceito de estresse é contingente ao campo de estudo pelo qual é apropriado requerendose então o esforço de situálo temporal e espacialmente para que se circunscreva o seu alcance e possibilidades explicativas MONROE 2008 De acordo com McEwen 2008 podese resumir que desde suas origens o estresse tem sua base fundamentada em dois pilares o estudo de como o organismo mantém seu funcionamento perante as perturbações forçada pelos estressores e quais os custos e consequências resultantes da dinâmica regulatória O profissional que trabalha diretamente com a assistência ao paciente na área da saúde segundo Preto 2008 tende a viver uma rotina em um ambiente constantemente estressante Isso porque o estresse se relaciona a própria profissão e também ao fato deste profissional ser responsável pelo cuidar de pessoas doentes e necessitadas de cuidados especiais frequentemente Ainda de acordo com o autor o profissional de saúde quando lida com pacientes de alto risco podese irritar ficar desapontado com a evolução do paciente e até mesmo deprimir Esses sentimentos são considerados conflitantes com o desempenho 23 profissional cabível que pode ocasionar culpa ansiedade e consequente o estresse PRETO 2008 O estresse ocupacional pode ocasionar problemas como apatia desmotivação insatisfação pessoal e profissional Sendo assim o estresse é uma doença acarretada pelo trabalho que se coloca em locais de trabalho onde existem um número considerável de fatores estressantes e que normalmente a metade dos trabalhadores já apresenta níveis moderados de estresse GUERRER 2007 Um estudo realizado por Azevedo e Rocha 2019 aborda algumas síndromes relacionas ao estresse ocupacional conforme apresentado no Quadro 1 Quadro 1 As principais síndromes associadas ao estresse Síndromes Principais Características Somatizações Distúrbios físicos e mentais que causam alteração no estado emocional e podem promover o aparecimento de doenças Fadiga Esgotamento físico eou mental acompanhamento específico atividades físicas e alimentação adequada podem contribuir na recuperação Depressão Diversos sintomas que somados podem causar desmotivação desconcentração solidão e isolamento podendo até levar ao suicídio Síndrome do Pânico Medo intenso agressividade mal súbito Síndrome de Burnout Esgotamento físico e mental desgastado pelo ambiente Fonte Azevedo e Rocha 2019 Para esta pesquisa o conceito trabalhado de estresse ocupacional baseado em Paschoal e Tamayo 2004 foi definido como um processo em que o indivíduo percebe as demandas do trabalho como agentes estressores os quais quando excede suas habilidades de enfrentamento ao estressor provocam nele reações negativas ou seja para que algo na organização seja considerado um estressor ele precisa ser percebido como tal pelo empregado Assim as reações dos indivíduos aos estressores organizacionais são também resultado de suas percepções Paschoal e Tamayo 2004 ainda dividem as relações às categorias de resposta aos estressores em psicológicas fisiológicas e comportamentais De modo geral os estressores são associados às reações de natureza emocional sendo que as respostas psicológicas aos estressores organizacionais são bastante comuns na literatura 24 32 Estresse e pandemia A pandemia atual é causada pelo coronavírus que é uma família de vírus que podem causar doenças tanto nos seres humanos como também nos animais A OMS afirma que em humanos esses vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias leves que vão de resfriados comuns a crises mais graves como a Síndrome Respiratória Aguda Severa SRAS Este vírus recémdescoberto o novo coronavírus causa a doença COVID19 ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE 2020 Durante a pandemia de COVID19 as pessoas de todo o mundo estão expostas ao auto isolamento quarentena perda de emprego risco de contaminação ou tristeza pela perda ou adoecimento de entes queridos Essa gama complexa de estressores pode levar a sintomas de transtorno de ajustamento ou transtorno de estresse póstraumático LOTZIN et al 2020 De acordo com a American Medical Association AMA o estresse e ansiedade são comuns em casos de pandemias como o surto de COVID19 É importante auxiliar as pessoas a reconhecer que o estresse existe no ambiente laboral e ajudar a normalizálo Há estratégias básicas que podem ser utilizadas para reconhecer sinais de angústia como preocupação medo e insônia e ao debater maneiras de reduzílos por exemplo dieta saudável exercícios falar com entes queridos e meditação Também podem ser eficazes outras formas de tratamento como terapia cognitivocomportamental que se dispõem aauxiliar o paciente a identificar pensamentos ou crenças que influenciam de forma negativa em suas emoções AMERICAN MEDICAL ASSOCIATION 2020 Segundo a American Medical Association 2020 em meio a uma crise sanitária como a pandemia da COVID19 é comum que em algum momento todos experimentem níveis elevados de angústia e ansiedade especialmente como resultado do isolamento social Os profissionais de saúde da linha de frente do atendimento à população são particularmente vulneráveis aos efeitos negativos na saúde mental pois se esforçam para equilibrar o dever de cuidar dos pacientes com as preocupações sobre seu próprio bemestar e o de seus familiares e pessoas próximas Em um estudo publicado em abril de 2020 no periódico The Lancet os profissionais de saúde também sentiram maior impacto do que a população em geral demonstraram mais comportamentos de fuga da realidade após o isolamento relataram maior perda de renda e mais afetados psicologicamente Relataram sobretudo mais raiva aborrecimento medo frustração 25 culpa desamparo isolamento solidão nervosismo tristeza preocupação e eram menos felizes em comparação a população BROOKS et al 2020 Brooks et al 2020 também relatam o medo dos profissionais de saúde sobre sua própria saúde ou medo de infectar outras pessoas principalmente o temor em infectar seus familiares por estarem mais próximos da doença Um relato importante dos profissionais pesquisados foi a estigmatização em que diziam sofrer rejeição de outros funcionários que trabalhavam junto e até da população por estarem propensos a se contaminar e eram tratados de maneira diferente sendo evitados e tratados com medo e suspeita além de ouvir comentários e piadas desagrdáveis Barbosa et al 2020 concordam afirmando que os profissionais que estão trabalhando na linha de frente possuem mais chances de desencadear problemas de saúde causados pelo trabalho como inquietude angústia tristeza ansiedade falta de sono e depressão Problemas esses que podem gerar altos níveis de estresse e impactar diretamente no bemestar psicossocial do trabalhador sem contar os danos causados na qualidade do serviço assistencial prestado por eles Há outros fatores que podem aumentar ainda mais esses sintomas tais como destacase o medo estar exposto ao vírus a disseminação rápida da doença a solidão e falta de equipamentos adequados para o trabalho Em estudo realizado por Filgueiras e StultsKolehmainen 2020 da Universidade Estadual do Rio de Janeiro no período de pandemia no Brasil houve um crescente aumento nos casos de ansiedade e estresse sendo que também houve aumento de 50 nos casos de depressão Os casos de ansiedade deram um salto de 80 Os autores afirmaram que a necessidade de sair de casa durante a quarentena para o trabalho profissionais de diversas áreas como entregadores trabalhadores do transporte público serviços essenciais como supermercados e farmácias profissionais de saúde foi maior quando comparados aos que estão em casa Isso por causa da vulnerabilidade que estão expostos à contaminação e por isso mais ansiosos e estressados Ainda de acordo com os autores outro fato percebido é que a quantidade de pessoas com estresse agudo na primeira coleta de dados entre 20 e 25 de março de 2020 foi de 69 e na segunda coleta de dados foi de 97 15 a 20 de abril de 2020 Também houve um aumento de 42 para 8 dos casos de depressão e crises agudas de ansiedade passaram de 87 para 149 FILGUEIRAS STULTSKOLEHMAINEN 2020 Damasceno e Merces 2020 afirmam que trabalhadores de saúde da atenção básica podem durante a pandemia ter agravamento das dificuldades no trabalho e adoecimento pois 26 não se restringem apenas à contaminação pelo novo coronavírus mas também ao adoecimento mental causado pelo estresse e da carga de trabalho em excesso exigida pela situação da pandemia Dessa maneira ainda de acordo com os autores Damasceno e Merces 2020 Os principais motivos que levam os profissionais de saúde ao sofrimento mental durante a pandemia são medo de ser demitido e perder seus meios de subsistência medo de ser infectado e ser colocado em isolamento separandose da família sobrecarga física e mental filhos em casa em virtude do fechamento das escolas necessidade de se atualizar sobre a nova doença decisões difíceis em relação as escolhas terapêuticas luto pelas perdas dos pacientes e colegas estigma gerado na população com relação aos profissionais de saúde que estão em contato com portadores da COVID19 baixa remuneração ausência de equipamentos de proteção individual dentre outros DAMASCENO MERCES 2020 p 1 Sendo assim o cuidado com a saúde mental dos trabalhadores da saúde durante a pandemia da COVID19 tornase indispensável para o desenvolvimento do trabalho e segurança tanto do profissional quanto dos pacientes Saber gerenciar a saúde física e mental durante a pandemia contribui para que os trabalhadores de saúde consigam desenvolver de maneira satisfatória suas atividades DAMASCENO MERCES 2020 33 Estresse ocupacional na atenção primária no contexto da pandemia As informações sobre uma nova doença originária da China que criava graves dificuldades respiratórias começaram a atrair a atenção em todo o mundo levantando a questão do planejamento da contingência pelos munícipios em caso de expansão em território brasileiro GUIMARÃES et al 2020 Na cidade de Belo Horizonte a SMS iniciou seus cuidados com o enfrentamento em janeiro de 2020 mesmo a cidade tendo registrado seus primeiros casos em meados de março de 2020 Uma das ações de destaque foi a instalação de um Comitê de Enfrentamento da COVID19 com intuito de auxiliar e assessorar as tomadas de decisão pela Prefeitura que de imediato suspendeu as aulas nas escolas municipais decretou o fechamento de estabelecimentos de comércio nãoessenciais na capital mineira GUIMARÃES et al 2020 Para o suporte nas Regionais de Belo Horizonte a APS foi fundamental para a doença não se tornar um caos na cidade e causar colapso no sistema de saúde como visto em outras capitais como São Paulo e Manaus A APS para Matta e Morosini 2009 significa 27 A Atenção Primária em Saúde APS é considerada como ordenadora da saúde atenção à saúde inserida em um modelo poliárquico juntamente com a rede secundária e terciaria de serviços Este nível de atenção tem a capacidade de responder de forma contínua sistematizada e equânime à maior parte das necessidades de saúde no âmbito individual e coletivo além de abranger a promoção e a proteção da saúde a prevenção de agravos o diagnóstico o tratamento a reabilitação a redução de danos e a manutenção da saúde proporcionando assim uma atenção integral MATTA MOROSINI 2009 p 12 As unidades de APS devem ser fortalecidas e reestruturadas para tornarse a principal combatente nos casos de epidemias Segundo Oliveira et al 2021 para conter a proliferação do novo coronavírus a APS trabalha orientando e sensibilizando a população em relação as medidas a serem adotadas para prevenir a transmissão viral e proteger os sistemas de saúde Já a alta complexidade trabalha com leitos hospitalares e enfermarias destinadas a pacientes COVID19 entretanto as ações da APS são voltadas para ordenar o fluxo de pacientes para alta complexidade reduzindo as taxas de lotação Como porta principal dos pacientes ao sistema de saúde pública a APS coordena de forma a promover a acessibilidade e integralidade para atender as necessidades de saúde da população Nesse sentido a APS tem sido um aparato essencial no combate a pandemia da COVID 19 e gerenciamento da sobrecarga da alta complexidade já que as estruturas físicas principais são as UBS que contemplam uma equipe multidisciplinar constituída por diversos profissionais de saúde OLIVEIRA et al 2021 Assim a discussão do lugar da APS tornase indispensável no enfrentamento da COVID19 sendo que estudos de acordo com Sarti et al 2020 apontam que em média 80 dos casos de COVID19 são leves e um número expressivo de pessoas em nível moderado da doença buscam a APS na busca pelos cuidados como primeiro acesso à rede de saúde Ainda de acordo com Sarti et al 2020 Apostar naquilo que é a alma da atenção primária como o conhecimento do território o acesso o vínculo entre o usuário e a equipe de saúde a integralidade da assistência o monitoramento das famílias vulneráveis e o acompanhamento aos casos suspeitos e leve é estratégia fundamental tanto para a contenção da pandemia quanto para o não agravamento das pessoas com a COVID19 SARTI et al 2020 p 2 Daumas et al 2020 afirmam que há a necessidade de reconhecimento de que o esforço de reorganização ainda é limitado em seus resultados caso não sejam solucionadas as carências das redes de atenção que se veem hoje fragilizadas e desmembradas com uma APS ainda insuficiente para enfrentar uma emergência como está sendo vivida em muitas partes do país que depende de serviços efetivos e projetados à comunidade Mesmo com a expansão da APS 28 nas últimas décadas a falta de mecanismos para garantir sua manutenção segue ameaçando a interrupção do cuidado em todo Brasil Doenças pandêmicas como a COVID19 contrariam os discursos e práticas de Estado mínimo precarização e desmonte das leis trabalhistas sistemas de proteção social e promoção da saúde além do desvio de investimentos em tecnologia e ensino causando assim a precarização de todo o sistema público de saúde desmonte do sistema de proteção social desvalorização e desinvestimento em ciência tecnologia e ensino Tais fenômenos contribuem para a precarização de serviços públicos de saúde SARTI et al 2020 Os fatores de adoecimento e estresse em profissionais de APS segundo Gascon et al 2016 indicam as condições de trabalho escassez de recursos tanto físicos quanto humanos e sobrecarga de trabalho são os principais indicadores para o adoecimento A atenção primária está sobrecarregada o número de funcionários diminuiu pois COVID19algumas pessoas tiraram férias outras solicitaram licença e muitos foram contaminados pela coronavírus A carga de trabalho vem crescendo sem parar em condições precárias para seu serviço SARTI et al 2020 A maior parte de funcionários que atuam em unidades de saúde básica mesmo satisfeitos com o ambiente laboral encontramse esgotados cansados e deprimidos GASCON et al 2016 Os profissionais desempenham as atividades laborais em um ambiente carregado de dor angústias sofrimento e morte que acaba por desenvolver uma relação contínua com pacientes e seus familiares aumentando as possibilidades de confiltos O resultado desta carga emocional da relação interpessoal e por se sentirem responsáveis pela vida das pessoas a fragmentação do trabalho o número reduzido de profissionais nas equipes a sobrecarga advinda de dupla jornada de trabalho ou trabalho em turnos podem ser considerados como fatores estressores no ambiente laboral LIMA et al 2013 Assim sabese das dificuldades que a APS apresenta porém seu potencial de cuidado é o que mais se evidencia no contexto de uma pandemia Embora a produção científica sobre o estresse ocupacional em trabalhadores da saúde se apresente em grande quantidade aqueles relacionadas a atenção primária ainda é muito pequena necessitando de mais apronfudamento para conhecer os principais causadores do estresse e adoecimento em trabalhadores das APS e suas consequências para a saúde do trabalhador e os impactos para a população 29 4 MATERIAIS E MÉTODOS 41 Caracterização da pesquisa Tratase de um estudo epidemiológico de delineamento transversal e analítico desenvolvido com a participação de trabalhadores de dez Unidades Básicas de Saúde UBSs da Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte no Estado de MG Brasil 42 Local do estudo O estudo ocorreu no município de Belo Horizonte capital do Estado de MG Esse município é dividido em nove regiões administrativas cada uma possui características bem distintas como população e Índice de Desenvolvimento Humano IDH A Figura 1 apresenta o mapa da cidade de Belo Horizonte dividido em regionais Figura 1 Mapa de representação das Regionais do município de Belo HorizonteMG 2021 Fonte Belo Horizonte 2020b As unidades de análise desta pesquisa foram 10 Centros de Saúde da Regional Nordeste de Belo Horizonte 30 A Regional Nordeste caracterizase como uma das nove regiões administrativas da capital mineira possui características diversas como bairros mais desenvolvidos e conjuntos de aglomerados Essa diversidade pode ser observada segundo o Índice de Qualidade de Vida Urbana IQVU que é composto por diversas variáveis e seu cálculo permite mapear e fazer melhor distribuição dos bens públicos e privados pelas regiões de Belo Horizonte O objetivo do IQVU é avaliar as condições relacionadas ao desenvolvimento humano e à qualidade de vida no ambiente construído O índice varia entre 0 a 1 e quanto mais próximo de 1 está a Unidade de Planejamento UP maior o acesso da população aos serviços e bens públicos e privados A UP é uma região representada por um bairro de referência da Regional BELO HORIZONTE 2020b e segundo os dados da Prefeitura de Belo Horizonte a Regional Nordeste se concentra com indicadores variáveis como apresentado no Quadro 2 Quadro 2 Valores de IQVU Regional Nordeste do Município de Belo HorizonteMG 2021 Unidade de Planejamento Regional Indicador Valor Belmonte Nordeste IQVU 0659 Cachoeirinha Nordeste IQVU 0694 Capitão Eduardo Nordeste IQVU 0607 Concórdia Nordeste IQVU 0742 Cristiano Machado Nordeste IQVU 0739 Gorduras Nordeste IQVU 0600 Ribeiro de Abreu Nordeste IQVU 0612 São PauloGoiânia Nordeste IQVU 0692 Fonte Belo Horizonte 2020c Ainda de acordo com os indicadores demográficos e socioeconômicos de Belo Horizonte a Regional Nordeste detém uma população de 308524 de habitantes BELO HORIZONTE 2020b a segunda mais populosa da cidade representando um percentual de 1224 da população total de Belo Horizonte conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2021 que é de 2530701 de habitantes Quando se avalia o indicador Saúde percebese uma queda na qualidade principalmente nas Unidades de Planejamentos com menores IQVU conforme mostra o Quadro 3 31 Quadro 3 Indicador de Saúde Regional Nordeste do município de Belo HorizonteMG 2021 Unidade de Planejamento Regional Indicador Valor Belmonte Nordeste Saúde 0588 Cachoeirinha Nordeste Saúde 0630 Capitão Eduardo Nordeste Saúde 0591 Concórdia Nordeste Saúde 0615 Cristiano Machado Nordeste Saúde 0715 Gorduras Nordeste Saúde 0484 Ribeiro de Abreu Nordeste Saúde 0459 São PauloGoiânia Nordeste Saúde 0648 Fonte Belo Horizonte 2020c De acordo com o relatório do plano de gestão 2019 da Prefeitura de Belo Horizonte a Regional Nordeste possui 21 Unidades de Saúde Em 2019 Belo Horizonte aderiu ao Programa Saúde na Hora Portaria do Ministério da Saúde nº 1888 de 16 de julho de 2019 ampliando o horário de funcionamento dos Centros de Saúde CS para 12 horas diárias com destaque para a abertura antecipada das farmácias locais e da oferta de vacinas A Regional Nordeste recebeu incremento de dois enfermeiros de 20h em cada CS e presença do técnicoauxiliar de enfermagem da Estratégia de Saúde da Família ESF Também recebeu reforço de pessoal na recepção serviços administrativos e setores com ampliação dos técnicos de enfermagem enfermeiros técnicos de serviços de saúde e assistentes administrativos BELO HORIZONTE 2019 Além disso houve significativo investimento da SMS de Belo Horizonte na organização de novas equipes de saúde da família nos seguintes Centros de Saúde Alcides Lins Dom Cabral Glória Jardim Guanabara Leopoldo Crisóstomo Oswaldo Cruz Piratininga e Marco Antônio de Menezes sendo as regionais Nordeste e Noroeste as mais beneficiadas BELO HORIZONTE 2019 Se por um lado o incremento de recursos e a ampliação do horário de funcionamento dos CS favorecem e beneficiam a população por outro lado podem afetar a qualidade de vida dos trabalhadores A sobrecarga no trabalho pode gerar desestímulo alterações no sono cansaço e consequentemente queda na qualidade dos serviços prestados pelo indivíduo submetido à fatores de estresse no trabalho PRADO 2016 32 De todas as regiões administrativas a Regional Nordeste é a que possui maior número de CS e maior número de profissionais distribuídos pelos seus 21 Centros de Saúde conforme mostra a Quadro 4 o que também explica a escolha desta regional para este estudo Quadro 4 Informações sobre Centros de Saúde por Regional do município de Belo HorizonteMG 2021 Regional População Número de Centros de Saúde Total de profissionais Barreiro 300234 20 1635 CentroSul 301535 12 841 Leste 253467 14 1215 Nordeste 308524 21 1639 Noroeste 284812 18 1215 Norte 225325 20 1417 Oeste 327858 18 1402 Pampulha 240260 16 1027 Venda nova 281774 17 1508 Fonte Elaborado pelo autor com dados extraídos do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde BRASIL 2020 e da Prefeitura de Belo Horizonte 2020b Ao pesquisar no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde CNES 03 três centros de saúde definidos como anexo não foram encontrados para análise sendo dois na Regional Pampulha e um na Regional Noroeste Para fins deste estudo foram sorteadas 10 dez Unidades de saúde contemplando UBS de diversas partes da regional conforme anuência prévia a saber CS Alcides Lins CS Cachoeirinha CS Cidade Ozanan CS Dom Joaquim CS Gentil Gomes CS Padre Fernando de Melo CS São Paulo Centro de Olavo Albino CS São Marcos e CS Leopoldo Chrisóstomo de Castro BRASIL 2020 43 Participantes do Estudo Foram convidados a participar do estudo todas as categorias de profissionais atuantes nas dez unidades de APS da Regional Nordeste 33 O número de trabalhadores de cada UBS foi identificado inicialmente através de uma consulta ao CNES Os funcionários cadastrados nas dez UBS sorteadas abrangendo a diversidade da região foram de 830 profissionais distribuídos conforme Quadro 5 Quadro 5 Número de trabalhadores nas Unidades Básicas de Saúde Centros de Saúde selecionados 2021 Centros de Saúde Regional Nordeste Nomes Endereço Total de Funcionários Cadastrados Centro de Saúde Alcides Lins Rua Panema 275 Concórdia 80 Centro de Saúde Cachoeirinha Rua Borborema 1325 Cachoeirinha 100 Centro de Saúde Cidade Ozanan Rua Dr Furtado de Menezes 610 Ipiranga 74 Centro de Saúde Dom Joaquim Avenida Joaquim José Diniz 200 Fernão Dias 48 Centro de Saúde Gentil Gomes Rua Manoel Passos 580 Santa Cruz 89 Centro de Saúde Padre Fernando de Melo Rua Conceição Vidigal Paulucci 150 Palmares 77 Centro de Saúde São Paulo Rua Angola 357 São Paulo 88 Centro de Saúde Olavo Albino Rua Papa Honório III 08 Ouro Minas 72 Centro de Saúde São Marcos Rua Paulista 571 São Marcos 113 Centro de Saúde Leopoldo Chrisóstomo de Castro R Leôncio Chagas 157 União 89 Total de Participantes elegíveis 830 Fonte Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde BRASIL 2020 Para este estudo utilizouse a amostra por conveniência Foram incluídos no estudo os profissionais que trabalham em APS maiores de 18 anos que já estivessem atuando a partir de dezembro de 2019 nas unidades E foram excluídos aqueles que se encontravam em período de férias ou afastamentos durante a coleta de dados na unidade Alguns indivíduos excluídos podem fazer parte do grupo de pessoas que estão sofrendo em decorrência do estresse mas por questões de cuidados relativos a comprometimento de agravo a saúde mental destes trabalhadores preferiuse não correr esse risco e priorizar as pessoas na ativa que estão vivenciando a situação de estresse e no caso das pessoas já afastadas seria uma rememoração do estresse já vivido 34 Os profissionais foram convidados a participar da pesquisa em horário agendado para a orientação e a entrega do questionário sem comprometer as atividades do serviço O questionário foi preenchido individualmente no ambiente de trabalho em um espaço apropriado e privado Vale ressaltar que todas as medidas de biossegurança foram respeitadas de forma a resguardar tomadas no contato entre os profissionais e os pesquisadores 44 Coleta de dados A coleta de dados ocorreu por meio da aplicação da Escala de Estresse de Trabalho EET elaborada e validada por Paschoal e Tamayo 2004 visando mensurar o estresse ocupacional àqueles profissionais que aceitaram participar da pesquisa e obedeceram aos critérios de inclusão A escala apresenta em sua primeira seção perguntas fechadas de dados sociodemográficos A segunda seção conta com 23 questões fechadas com alternativas concordância do tipo Likert de 5 pontos relacionadas à estrutura do ambiente de trabalho relação interpessoal e relação com as lideranças Além das questões fechadas o questionário possibilita incluir sugestões ou comentários pertinentes pelos respondentes O Apêndice B deste trabalho apresenta o questionário utilizado nesse estudo A EET tem como enfoque principal os estressores organizacionais e como estes contribuem para a identificação de demandas organizacionais potencialmente geradoras de estresse Cada item da EET aborda tanto um estressor quanto uma reação ao mesmo A decisão de conjugar estressor e reação devese à convicção do papel central da percepção como mediadora do impacto do ambiente de trabalho PASCHOAL TAMAYO 2004 A escala ainda por se tratar de um instrumento de estresse ocupacional geral pode ser utilizada em diversos ambientes de trabalho e para ocupações variadas incluindo a área da saúde como já adotada por PereiraFerreira Azevedo e Rocha 2019 e Azevedo e Rocha 2019 A escala proposta por Paschoal e Tamayo 2004 atribui escores variando de 23 até 115 pontos e apresenta boas evidências de validade de construto e confiabilidade No decorrer da análise fatorial das questões da EET excluiuse as variáveis com fator menor que 045 e a EET foi formada por vinte e três questões e equivalência do coeficiente alfa de Cronbach a 091 A EET de Paschoal e Tamayo 2004 demonstra ser uma ferramenta que atende ao público pesquisado que são profissionais com tempo limitado para preencher questionários muito longos Uma limitação é a impossibilidade de realizar entrevistas individuais com os 35 profissionais o que poderia contribuir com dados mais aprofundados para a compreensão do fenômeno do estresse ocupacional nas UBS pesquisadas Após o somatório os resultados puderam ser padronizados numa escala de 0 a 100 conforme a equação dada por Almeida et al 2005 e apresentada na Figura 2 Figura 2 Apresentação da equação para o Cálculo dos resultados da EET Belo HorizonteMG 2021 Fonte Almeida et al 2015 Na equação acima Assumiuse que a soma indica o somatório de todas as respostas consideradas válidas o mínimo referese a menor soma possível das respostas válidas e o máximo é concernente maior soma possível das respostas válidas Ao padronizar esses escores Almeida et al 2015 classificou os resultados obtidos em três diferentes categorias para identificar o nível de estresse nos participantes da pesquisa Os níveis são identificados a seguir nível baixo 0 a 3333 nível moderado 3334 a 6666 e nível alto 6667 a 100 e foi utilizada esta padronização neste estudo A coleta de dados ocorreu entre os meses de janeiro e março de 2021 Os questionários foram distribuídos individualmente junto ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE Apêndice A Os respondentes não entregaram de imediato ficando assim um funcionário de referência de cada UBS responsável por receber os questionários para posteriormente serem entregues ao pesquisador Durante os dois meses de aplicação dos questionários houve aumento significativo de ausência dos profissionais alguns ausentes por ser parte do grupo de risco e ter comorbidades outros por estarem infectados ou suspeitos e alguns estavam ausentes por ser o período em que a maioria dos funcionários solicita férias de acordo com os gestores das UBS Os questionários foram recolhidos após 15 dias apresentando um total de 290 questionários nos dez Centros de Saúde onde ocorreu a pesquisa com 256 questionários com preenchimento completo no que tange a EET que foi considerado válido para as análises uma vez que alguns dados do perfil sociodemográfico continham informações ausentes Vale destacar que a coleta de dados ocorreu em um período similar ao início do processo de vacinação contra a COVID19 aos profissionais de saúde no Brasil Este fato corroborou 36 para uma diminuição nas respostas aos questionários atribuídas devido ao aumento da demanda de trabalho mas também a ampliação no número de afastamentos resultantes de efeitos colaterais da vacina Esses efeitos colaterais de acordo com os gestores das UBS já eram esperados como apresentados na bula do imunobiológico Outro fator relevante que contribui para os afastamentos foi o número de infectados pela COVID19 ter aumentado durante esse período após festas de final de ano e Carnaval De acordo com o Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde CONASEMS no dia 15 de março de 2021 data em que foram recolhidos os últimos questionários o Brasil atingiu o total de 279602 óbitos desde o começo da pandemia CONSELHO NACIONAL DAS SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE 2021 Entretanto os fenômenos mencionados não comprometeram os resultados apresentados nesta investigação científica 45 Variáveis do estudo 451 Variáveis sociodemográficas As variáveis foram todas autorreferidas e suas classificações foram a idade essa variável foi categorizada da seguinte maneira 1825 anos 2630 anos 3140 anos 1450 anos e 50 anos b gênero o gênero foi caracterizado em feminino masculino outro c estado Civil o Estado civil foi categorizado em casado solteiro outros d número de filhos o número de filhos foi categorizado em Sem filhos 1 filho 2 filhos 3 filhos e acima de 4 filhos e escolaridade essa variável também autorreferida o participante informou o nível do último curso e se este foi realizado de maneira completa ou incompleta A categorização foi da seguinte maneira Ensino fundamental incompleto ou completo Ensino médio incompleto ou completo Ensino Superior incompleto ou completo Pósgraduação incompleto ou completo Mestrado incompleto ou completo e Doutorado incompleto ou completo 37 452 Variáveis associadas ao trabalho As variáveis foram autorreferidas e suas classificações se deram da seguinte maneira a tempo de atuação na função essa variável foi categorizada em até 1 ano de 1 a 2 anos de 3 a 4 anos mais de 5 anos e menos de 10 anos acima de 10 anos onde o participante deveria citar o tempo exato b vínculo empregatício essa variável foi categorizada em Concursado terceirizado outro Além disso o participante deveria descrever o setor onde atua na UBS c profissão essa variável foi categorizada em Médico todas especialidades Enfermagem enfermeiros técnicos Agente de Saúde Saúde Bucal Dentista Técnicos Auxiliar Multiprofissional Nutricionista Psicólogo Educador Físico Fisioterapeuta Serviços Gerais Portaria Limpeza segurança administrativo e outros 453 Variáveis associadas a escala de estresse As variáveis foram autorreferidas e suas classificações se deram da seguinte forma conforme a Tabela 1 38 Tabela 1 Variáveis associadas à escala de estresse Questão Q Afirmativas Q1 A forma como as tarefas são distribuídas em minha área tem me deixado nervoso Q2 O tipo de controle existente em meu trabalho me irrita Q3 A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante Q4 Tenho me sentido incomodado com a falta de confiança de meu superior sobre o meu trabalho Q5 Sintome irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais Q6 Sintome incomodado com a falta de informações sobre minhas tarefas no trabalho Q7 A falta de comunicação entre mim e meus colegas de trabalho me deixa irritado Q8 Sintome incomodado por meu superior me tratar mal na frente de outros colegas Q9 Sintome incomodado por ter que realizar tarefas que estão além de minha capacidade Q10 Fico de mau humor por ter que trabalhar durante muitas horas seguidas Q11 Sintome incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior Q12 Fico irritado com discriminaçãofavoritismo no meu ambiente de trabalho Q13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional Q14 Fico de mau humor por me sentir isolado na organização Q15 Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores Q16 As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado angustiado Q17 Tenho me sentido incomodado em trabalhar em tarefas abaixo do meu nível de habilidade Q18 A competição no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau humor Q19 A falta de compreensão sobre quais são minhas responsabilidades neste trabalho tem me causado irritação Q20 Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias Q21 Sintome irritado por meu superior encobrir meu trabalho bemfeito diante de outras pessoas Q22 O tempo é insuficiente para realizar meu volume de trabalho me deixa nervoso Q23 Fico incomodado por meu superior evitar me incumbir de responsabilidades importantes Fonte Paschoal e Tamayo 2004 39 46 Análise dos dados A partir das informações obtidas nos questionários foi construído um banco de dados com o auxílio do programa Epi Info versão 70 e a sua análise foi realizada com o uso do programa Statistical Software for Professionals Stata versão 131 As análises descritivas foram realizadas de acordo com o tipo de variável e sua distribuição Medidas de frequência absoluta n e frequência relativa média M mediana e desvio padrão DP foram utilizadas para caracterização da população 47 Aspectos éticos O presente estudo esteve de acordo com os princípios éticos de não maleficência beneficência justiça e autonomia contidos na resolução 4662012 do Conselho Nacional de Saúde BRASIL 2012 Foi entregue à população em estudo um TCLE informando sobre os objetivos da pesquisa e seus direitos Apêndice A Também foram asseguradas a manutenção do caráter anônimo dos indivíduos a proteção de suas identidades e a liberdade de recusar a participar ou retirar seu consentimento no decorrer do estudo Além disso este projeto foi aprovado pelo Departamento de Enfermagem MaternoInfantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da UFMG Anexo B e pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da SMS de Belo Horizonte Anexo C 40 5 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS Esta seção foi dedicada a apresentação e análise dos dados coletados durante a pesquisa e foram organizados em tabelas que serviram para compor a análise Para isso as apresentações dos resultados foram divididas em dados demográficos dos respondentes da pesquisa gênero profissão tempo de trabalho tempo na função e vínculo empregatício identificação dos níveis de estresse dos respondentes baixo mediano e alto e os testes de comparações entre os níveis de estresse e as variáveis demográficas Responderam ao questionário 290 pessoas e podese observar ausências de respostas em algumas situações ou seja pessoas que não responderam aos dados no questionário Dessa maneira foram utilizados os questionários de 256 indivíduos considerando completos aqueles que preencheram a escala de estresse no trabalho 51 Perfil sociodemográfico dos trabalhadores de APS participantes do estudo A Tabela 2 apresenta os principais resultados obtidos quanto aos dados demográficos dos participantes da pesquisa 41 Tabela 2 Dados demográficos dos trabalhadores de APS Belo Horizonte 2021 Variáveis N Gênero Masculino 47 1903 Feminino 200 8097 Faixa etária 18 a 25 18 738 26 a 30 30 1230 31 a 40 81 3320 41 a 50 63 2582 Acima de 51 52 2131 Escolaridade Ensino médio completo 137 5373 Superior Completo 106 4147 Pósgraduação 12 471 Estado civil Casadoa 114 4453 Solteiroa 111 4336 Outros 31 1211 Filhos Sem filhos 117 4680 1 filho 54 2160 2 filhos 56 2240 3 filhos 20 8 4 ou mais filhos 3 120 Fonte Dados da Pesquisa 2021 Podese observar de acordo com a Tabela 2 que 80 dos respondentes 200 da pesquisa se identificavam com o gênero feminino com predominância de pessoas da faixa etária de 31 a 40 que eram representados por 33 dos respondentes 81 Quanto ao nível de escolaridade a Tabela 2 apresenta elevado percentual de pessoas com somente o ensino médio completo sendo 5373 137 deles Em relação ao estado civil há equilíbrio entre casados e solteiros Sendo os casados 4455 114 e os solteiros 4636 111 da amostra Há um número menor de respondentes com mais de um filho 4680 dos respondentes não possuem filhos enquanto apenas 452 possuem filhos Vale ressaltar que 8 dos respondentes possuem 3 filhos A Tabela 3 apresenta os dados relacionados ao ambiente de trabalho 42 Tabela 3 Dados relacionados ao ambiente de trabalho dos trabalhadores APS Belo HorizonteMG 2021 Variáveis N Profissão Médico 20 8 Enfermagem 71 2840 Agente de saúde 59 2360 Saúde bucal 26 1040 Multiprofissional 23 920 Serviços geraisadm 28 1120 Outro 23 920 Vínculo empregatício Concurso 125 5020 TerceirizadoContratoOutro 124 4980 Tempo de trabalho na unidade até 5 anos 143 5789 6 a 15 anos 62 2510 Acima de 16 anos 42 17 Tempo de atuação na função até 2 anos 61 2411 3 a 10 63 2490 Acima de 10 anos 129 5099 Fonte Dados da Pesquisa 2021 Em relação à profissão dos respondentes visto na Tabela 3 a maior concentração está nos profissionais de enfermagem representados por 2840 71 e os agentes de saúde que em sua totalidade representam 2360 59 As demais categorias médicos e serviços gerais representam 8 e 11 dos respondentes respectivamente As categorias concursados e terceirizadoscontratooutro estão equilibradas Os concursados representam 502 dos respondentes 125 enquanto os terceirizados e contratados são 4980 dos respondentes 124 A grande maioria dos respondentes 5789 tem até 5 anos seguidos por 2510 que possuem de 6 a 15 anos 62 enquanto os outros 17 dos respondentes 42 têm de 16 a 25 anos trabalhando na mesma unidade A maior parte dos respondentes afirmam estar na função há mais de dez anos sendo 5999 129 dos respondentes O percentual de profissionais que estão na mesma função até dois anos é de 2411 e de 3 a 10 anos são 2490 63 43 52 Principais geradores de estresse nos trabalhadores da APS no contexto da pandemia COVID19 A Tabela 4 demonstra os dados relacionados à seção B do questionário em que o cerne foi descrever os principais geradores de estresse nos trabalhadores da APS no contexto da pandemia COVID19 Tabela 4 Variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variável Número Média Desvio Padrão Min Max Q1 256 281 113 1 5 Q2 256 236 111 1 5 Q3 256 232 109 1 5 Q4 256 182 104 1 5 Q5 256 267 104 1 5 Q6 256 219 108 1 5 Q7 256 222 118 1 5 Q8 256 178 117 1 5 Q9 256 222 114 1 5 Q10 256 205 109 1 5 Q11 256 182 096 1 5 Q12 256 260 135 1 5 Q13 256 309 135 1 5 Q14 256 192 103 1 5 Q15 256 220 121 1 5 Q16 256 290 141 1 5 Q17 256 206 110 1 5 Q18 256 200 112 1 5 Q19 256 220 110 1 5 Q20 256 186 107 1 5 Q21 256 184 109 1 5 Q22 256 232 120 1 5 Q23 256 120 086 1 5 Total 256 5105 1660 23 115 Apresenta as questões em que os respondentes identificaram como maior estressor no trabalho Fonte Dados da Pesquisa 2021 De acordo com a Tabela 4 percebeuse que as condições gerais mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 estão associadas às questões Q7 Q18 e Q21 As questões que apresentaram significância revelaram situações estressoras como Q7 A falta de comunicação entre os profissionais no ambiente de trabalho Q18 A competição 44 no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau humor e Q21 Sintome irritado por meu superior encobrir meu trabalho bemfeito diante de outras pessoas Ao analisar a associação das situações estressoras ao tempo de trabalho na unidade percebeuse que o tempo de trabalho representa uma variável importante de associação aos elementos estressores Tabela 5 As condições mais estressoras associadas ao tempo de trabalho foram Q2 O tipo de controle existente em meu trabalho me irrit Q3 A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante Q4 Tenho me sentido incomodado com a falta de confiança de meu superior sobre o meu trabalho Q5 Sintome irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais Q11 Sintome incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior Q12 Fico irritado com discriminaçãofavoritismo no meu ambiente de trabalho Q13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional Q15Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores Q16 As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado angustiado Q18 A competição no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau humor Q19 A falta de compreensão sobre quais são minhas responsabilidades neste trabalho tem me causado irritação Q20 Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias Q21 Sintome irritado por meu superior encobrir meu trabalho bemfeito diante de outras pessoas Q22 O tempo é insuficiente para realizar meu volume de trabalho me deixa nervoso Quando realizada a análise estratificada por tempo de trabalho na unidade Tabela 5 percebeuse que as variáveis Q3 A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante Q5 Sintome irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais Q13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional associamse aos trabalhadores que apresentaram tempo de trabalho na unidade acima de 6 anos Em relação às questões Q4 Q11 Q15 Q16 Q19 Q20 Q21 e Q22 listadas acima houve maior significância nos trabalhadores que estão na unidade há mais de 16 anos A Tabela 5 apresenta as médias relacionadas ao tempo de trabalho na unidade 45 Tabela 5 Relação da entre tempo de trabalho na unidade e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variável Até 5 anos 6 a 15 anos Acima de 16 anos M DP M DP M DP Q1 277 114 277 115 3 110 Q2 218 102 256 123 283 110 Q3 212 106 253 121 259 093 Q4 172 095 179 107 228 125 Q5 244 119 290 125 316 108 Q6 209 106 237 116 230 109 Q7 219 118 229 119 230 125 Q8 172 113 185 126 185 115 Q9 210 107 229 127 257 115 Q10 193 107 214 109 226 116 Q11 169 085 191 098 221 122 Q12 242 131 288 147 292 125 Q13 272 128 359 137 357 106 Q14 181 096 211 122 207 092 Q15 200 109 237 132 264 132 Q16 275 141 303 144 338 134 Q17 197 113 209 093 233 122 Q18 187 102 217 126 230 125 Q19 2 099 240 129 271 106 Q20 168 095 198 113 235 128 Q21 175 094 175 122 230 131 Q22 219 116 233 125 276 185 Q23 161 078 174 086 197 109 Apresenta as questões em que os respondentes identificaram com maior estressor no trabalho Houve diferença estatística de p menor 0005 Fonte Dados da Pesquisa 2021 Com relação a análise que buscou associação entre o tempo de trabalho na função e as condições estressoras temse de acordo com a Tabela 6 que as variáveis que se associaram com o tempo de trabalho na função foram Q2 O tipo de controle existente em meu trabalho me irrita Q3 A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante Q5 Sintome irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais Q11 Sintome incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior Q13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional Q15Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores 46 Q16 As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado angustiado Q20 Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias Dessas variáveis algumas apresentaram relação significativa aos profissionais que atuam na função há mais de 10 anos demonstrando uma tendência de aumento de geradores de estresse a medida em que o tempo de trabalho supera os 10 anos de atuação Tabela 6 Relação da entre tempo de trabalho na função e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variável Até 2 anos 3 a 10 anos Acima de 10 anos M DP M DP M DP Q1 273 113 284 108 280 114 Q2 219 102 204 102 256 111 Q3 229 111 198 103 247 106 Q4 167 085 174 106 190 109 Q5 227 112 253 116 289 121 Q6 2 093 217 111 227 113 Q7 203 107 231 120 227 122 Q8 160 105 173 116 185 118 Q9 206 099 219 120 227 114 Q10 196 111 198 097 208 111 Q11 149 059 165 082 204 107 Q12 231 121 250 137 275 163 Q13 267 123 263 131 348 129 Q14 178 091 173 095 206 109 Q15 191 108 201 103 240 128 Q16 263 141 268 126 311 145 Q17 213 124 193 110 208 105 Q18 198 111 180 096 208 096 Q19 196 093 212 108 231 114 Q20 155 071 165 090 207 120 Q21 175 092 174 098 189 115 Q22 231 113 225 135 232 112 Q23 160 068 153 075 181 096 Apresenta as questões em que os respondentes identificaram com maior estressor no trabalho Houve diferença estatística de p menor 0005 Fonte Dados da Pesquisa 2021 A Correlação da faixa etária com as condições gerais mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 foi associada a Q13 Tenho me 47 sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional em todas as idades A Tabela 7 apresenta as médias relacionadas à faixa etária dos indivíduos pesquisados Tabela 7 Relação da entre faixa etária e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variável 18 a 25 anos 26 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos Acima de 50 anos M DP M DP M DP M DP M DP Q1 288 102 280 118 285 110 285 116 280 112 Q2 233 090 203 099 233 118 244 114 253 109 Q3 238 097 21 118 229 101 239 125 238 103 Q4 177 087 15 077 180 107 185 113 207 113 Q5 216 085 24 113 271 133 277 119 286 115 Q6 222 078 206 111 219 114 230 107 217 109 Q7 172 066 21 124 235 121 241 129 209 112 Q8 205 139 17 123 176 117 177 114 176 107 Q9 227 107 22 112 214 112 225 119 230 118 Q10 2 097 213 116 207 119 207 100 194 103 Q11 161 060 153 068 183 100 182 087 211 119 Q12 255 124 24 127 264 138 271 132 265 142 Q13 25 120 253 116 316 140 328 123 328 136 Q14 172 082 173 086 201 113 2 110 194 093 Q15 216 120 18 099 222 119 223 120 238 137 Q16 266 145 253 140 312 136 280 135 301 157 Q17 194 110 21 124 213 112 180 087 230 121 Q18 194 116 19 099 197 106 2 121 219 115 Q19 2 084 206 094 207 103 242 120 230 121 Q20 161 060 153 062 187 117 185 107 211 116 Q21 183 085 183 094 180 110 179 106 194 125 Q22 233 108 23 134 230 117 220 113 248 126 Q23 155 070 153 050 164 081 166 098 2 099 Apresenta as questões em que os respondentes identificaram com maior estressor no trabalho Houve diferença estatística de p menor 0005 Fonte Dados da Pesquisa 2021 No que tange as formas de contratação percebeuse que as condições gerais mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 tanto na categoria de contratados por processo de seleção simplificada quanto na de concursados têm 48 relação com as questões Q3 Q5 Q6 Q11 Q12 Q13 Q15 Q16 Q19 E Q20 falta de autonomia na execução do trabalho deficiência na divulgação de informações sobre as decisões organizacionais falta de informações sobre as tarefas no trabalho incomodo coma comunicação entre o profissional e o superior discriminação e favoritismo no ambiente de trabalho deficiência nos treinamentos e capacitações pouca valorização pelos superiores poucas perspectivas de crescimento na carreira falta de compreensão sobre suas próprias responsabilidades e estresse devido as ordens contraditórias emitidas pelo superior Quando realizada a análise estratificada a forma de contratação concursado se associou em maior proporção em todas as análises comparativas do que com os trabalhadores da atenção primária com vínculo terceirizado ou contratos temporários 49 Tabela 8 Relação da entre formas de contratação e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variável Concursado TerceirizadoContratoOutro M DP M DP Q1 284 118 283 108 Q2 252 118 225 101 Q3 251 111 215 104 Q4 188 113 178 098 Q5 301 124 239 108 Q6 236 116 204 099 Q7 223 115 223 118 Q8 185 116 175 120 Q9 231 122 218 106 Q10 210 111 203 108 Q11 200 104 166 086 Q12 288 136 236 128 Q13 352 131 270 126 Q14 203 112 184 094 Q15 249 132 196 104 Q16 318 143 270 136 Q17 22 112 193 107 Q18 208 118 196 108 Q19 243 121 200 095 Q20 209 122 165 086 Q21 191 120 174 090 Q22 236 122 229 119 Q23 181 097 160 075 Apresenta as questões em que os respondentes identificaram com maior estressor no trabalho Houve diferença estatística de p menor 0005 Fonte Dados da Pesquisa 2021 Considerando gênero percebeuse que as condições mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 para ambos os gêneros tem relação com as questões Q6 Sintome incomodado com a falta de informações sobre minhas tarefas no trabalho Q13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional Q15Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores e Q16 As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado angustiado Na análise estratificada foi identificada maior associação dos estressores com gênero masculino em relação ao gênero feminino 50 Tabela 9 Relação gênero e as variáveis classificadas como maior potencial estressor pelos trabalhadores da APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variável Masculino Feminino M DP M DP Q1 285 114 280 114 Q2 251 113 234 112 Q3 255 101 227 112 Q4 180 101 183 106 Q5 293 125 266 121 Q6 248 123 212 103 Q7 210 104 227 122 Q8 176 110 179 117 Q9 225 118 223 113 Q10 193 103 210 111 Q11 191 085 180 098 Q12 255 124 263 137 Q13 344 133 299 132 Q14 214 108 187 100 Q15 253 126 209 115 Q16 329 147 282 138 Q17 227 111 2 109 Q18 176 086 206 114 Q19 229 099 215 111 Q20 189 104 183 105 Q21 185 095 181 109 Q22 210 100 238 125 Q23 178 088 168 086 Apresenta as questões em que os respondentes identificaram com maior estressor no trabalho Houve diferença estatística de p menor 0005 Fonte Dados da Pesquisa 2021 53 Análise do nível de estresse nos trabalhadores Para análise do nível de estresse foi considerado os valores das médias aferidas de cada variável Dessa maneira foi possível identificar em que nível de estresse global os participantes do estudo se encontram tendo como base a fórmula apresentada na metodologia do estudo que considera o somatório de todas as respostas consideradas válidas sendo o mínimo referese a menor soma possível das respostas válidas e o máximo é concernente a maior soma possível das respostas válidas PASCHOAL TAMAYO 2004 51 Dessa maneira a fim de padronizar esses escores Almeida et al 2015 classificaram os resultados em três diferentes categorias para identificar o nível de estresse Nível baixo 0 a 3333 Nível médio 3334 a 6666 e Nível Alto 6667 a 100 Considerando a padronização dos escores de Almeida et al 2015 buscouse identificar os níveis de estresse dos participantes deste estudo Assim a Tabela 10 indica que no contexto da Pandemia COVID19 5859 150 dos respondentes apresentaram nível baixo de estresse no nível médio de estresse estão 3789 97 dos respondentes e 352 9 apresentam alto nível de estresse A Tabela 10 apresenta os resultados obtidos sobre a frequência do nível de estresse ocupacional entre os respondentes da pesquisa de acordo com suas percepções sobre o estresse Tabela 10 Frequência do estresse nos trabalhadores APS Regional Nordeste Belo HorizonteMG 2021 Variáveis N Frequência Baixo 150 5859 Médio 97 3789 Alto 9 352 Total 256 100 Fonte Dados da Pesquisa 2021 52 6 DISCUSSÃO A análise do estresse ocupacional por meio da Escala de Estresse no Trabalho tratase de uma ferramenta para diagnóstico organizacional que foi submetida a testes e a requisitos psicométricos A Escala de Estresse no Trabalho utilizada neste estudo considerou a percepção do indivíduo com foco nos estressores e nas reações a eles submetidas PASCOAL TAMAYO 2004 Considerando que a Escala de Estresse no Trabalho busca centralizar o indivíduo as características dos trabalhadores da APS pesquisados tornamse relevantes Dessa maneira esta pesquisa demonstrou por meio de uma amostra representativa que os trabalhadores são do gênero feminino 80 adultos jovens 33 de nível médio 5373 a superior 4147 composto por equipe de enfermagem 2840 e agentes comunitários de saúde 2360 Ressaltase que metade dos trabalhadores são concursados e a outra parte mantém um vínculo de contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte Os trabalhadores possuem filhos 452 trabalham nas UBSs há 5 anos ou mais sendo 17 mais de 16 anos e estão atuando na mesma função há mais de 10 anos 5099 As características dos profissionais participantes deste estudo reafirmaram a consolidação da população feminina no mercado de trabalho A tendência crescente do gênero feminino no mercado de trabalho da saúde é um fenômeno que vem sendo acompanhado desde a década de 70 Em 2010 a força de trabalho feminina representava mais de 70 da força de trabalho no setor saúde corroborando com os resultados desta investigação que representa 80 no que tange o gênero feminino MACHADO OLIVEIRA MOYSES 2010 Destacase que o maior percentual de profissionais participantes desta pesquisa diz respeito à equipe de enfermagem 2840 coincidente com o cenário brasileiro cujos profissionais de enfermagem somam 702 do número de profissionais da área da saúde ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE 2020 Estudo realizado por Machado et al 2016 e Matos Toassi e Oliveira 2013 afirmaram que a enfermagem tem contribuído significativamente com a feminização do setor saúde Para os autores discutir a questão da feminização nas profissões da saúde implica igualmente refletir sobre a saúde e a qualidade de vida de profissionais nos seus contextos de trabalho Entretanto a questão de gênero não tem sido um aspecto priorizado nas análises acerca da relação entre trabalho ocupação e sofrimento psíquico MATOS TOASI OLIVEIRA 2013 A feminização do trabalho em saúde chama ainda mais atenção quando se reflete sobre as condições de trabalho e qualidade de vida das trabalhadoras que se colocaram na linha de 53 frente de trabalho no contexto da pandemia COVID19 SIQUEIRA 2020 Sendo a maioria mulheres adultas com filho ensino médio completo e na função há mais de 10 anos também foram as mais expostas não somente a riscos aumentados de contaminação mas também aos demais riscos ocupacionais Segundo a Organização Mundial da Saúde 2020 excesso de horas trabalhadas sofrimento psíquico fadiga Burnout estigmatização e violência física e psicológica podem ser amplificados por dinâmicas de gênero Em face das medidas de distanciamento social adotadas para a contenção do contágio as dinâmicas familiares ficaram prejudicadas Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2019 as mulheres dedicam 213 horas por semana com afazeres domésticos e cuidado de pessoas quase o dobro dos homens às mesmas tarefas 109 horas Dessa maneira percebese que ao mesmo tempo em que as mulheres foram sendo chamadas para a linha de frente do combate à COVID 19 elas perderam importantes apoios para o cuidado dos filhos devido ao necessário fechamento de creches e escolas e à importância de evitar o contato de crianças com avós que faziam parte do grupo de risco podendo gerar situações de vulnerabilidade e estresse É notável que o impacto da pandemia entre homens e mulheres trabalhadores da saúde ocorreu de maneira diferente Estudos apontaram que o gênero feminino sofreu sobrecargas de trabalho intensas acumulando durante a pandemia atividades laborais e domésticas LEONELLI et al 2017 ESTRELA et al 2020 SIQUEIRA 2020 No trabalho em saúde as condições de precarização e vulnerabilidades se exacerbaram durante a pandemia acentuando ainda mais as situações de exploração e subalternidade do gênero feminino historicamente construída SIQUEIRA 2020 Esta pesquisa evidenciou que as condições mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 para ambos os gêneros tem relação com as questões Q6 Sintome incomodado com a falta de informações sobre minhas tarefas no trabalho Q13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional Q15Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores e Q16 As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado angustiado Entretanto apesar das fragilidades enfrentadas pelo gênero feminino diante da pandemia quando realizada a análise estratificada foi identificada maior associação dos estressores com gênero masculino em relação ao gênero feminino O cenário epidemiológico durante a pandemia demonstrou que o gênero masculino apresentou os maiores indicadores de mortalidade resultante da COVID19 ESTRELA et al 2020 Os indicadores de mortalidade somados aos estressores organizacionais podem afetar 54 significativamente a vida dos homens Segundo Robbins 2002 os fatores organizacionais resultantes das exigências do diadia de trabalho como aqueles alocados nas tarefas nos papéis nas competências e relações interpessoais são fontes geradoras de estresse altamente negativos E esses fatores também estão ligados à cultura organizacional Sabese que a cultura das organizações no país incluindo as da área da saúde tem nuances patriarcais e atribuem características que valorizam a força física masculina que habilita ao homem para a caça a guerra a competitividade e o protagonismo masculino do ser que enfrenta a morte LANCMAN et al 2009 Acreditase que quando as dimensões do trabalho em saúde se desestruturam como no caso de uma pandemia o gênero masculino tende a ser afetado pois também são afetadas as características das instituições aparecendo em larga escala as grandes responsabilidades que cabem as mulheres Ainda com relação ao perfil dos trabalhadores da APS neste estudo ficou evidente a precarização das relações trabalhistas com metade dos partícipes 498 apresentando contratos temporários Apesar de se encontrarem há mais de 10 anos na função e mais de 5 anos na mesma UBS o contrato temporário pode acarretar prejuízos para as unidades as quais apresentam como pressupostos a longitudinalidade e a continuidade do cuidado por meio do vínculo VILELA MAFRA 2015 Os prejuízos podem se concentrar no tocante a consolidação de programas como os da Saúde das Famílias que exigem um tipo de contrato que garanta a permanência dos profissionais e permita o estabelecimento de vínculos com a comunidade A contratação temporária deve ser realizada com cautela a fim de evitar a alta rotatividade de profissionais A alta rotatividade pode ser vista como um evento estressor ainda mais em períodos pandêmicos pois quando um novo membro é inserido na equipe é necessário um período de adaptação que exige por exemplo a necessidade de lidar com os sistemas de informações e adquirir a confiança da equipe e da população VILELA MAFRA 2015 Nesta pesquisa as condições gerais mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 tanto na categoria que apresentam vínculos temporários de contratados quanto na de concursados têm relação com as questões falta de autonomia na execução do trabalho deficiência na divulgação de informações sobre as decisões organizacionais falta de informações sobre as tarefas no trabalho incomodo coma comunicação entre o profissional e o superior discriminação e favoritismo no ambiente de trabalho deficiência nos treinamentos e capacitações pouca valorização pelos superiores poucas perspectivas de crescimento na carreira falta de compreensão sobre suas próprias 55 responsabilidades e estresse devido as ordens contraditórias emitidas pelo superior Quando realizada a análise estratificada o vínculo de trabalhadores concursados se associou em maior proporção em todas as análises comparativas do que com os trabalhadores da atenção primária com contratos temporários Estudos realizados por Caçador et al 2015 Theme Filha Costa e Guilam 2013 também apontaram que os profissionais da atenção primária que estão há mais de 10 anos na função e estão há um tempo maior de 5 anos de atuação na mesma Unidade Básica O tempo de trabalho também pode ser considerado como fator de risco para o desenvolvimento de doenças psíquicas laborais pois proporciona um cotidiano intenso e prolongado com os usuários o que pode provocar impactos psicológicos no trabalhador LANCMAN et al 2009 Percebese na literatura um paradoxo sobre as relações contratuais de trabalho e os pressupostos da APS Ao mesmo tempo em que se vislumbra a manutenção do profissional por um período capaz de estimular o cuidado longitudinal o tempo de trabalho a longo prazo em um mesmo local caracteriza um fator de risco para a saúde mental e estresse ocupacional Nesta pesquisa o tempo de trabalho na unidade foi identificado como um elemento importante na avaliação do estresse ocupacional pois à medida que o tempo de trabalho na unidade aumentou maior foram as situações identificadas como geradoras de estresse Além disso a variável tempo de trabalho foi a que mais se associou a situações geradoras de estresse O contexto da área da saúde por si só é permeado de contradições e favorece situações de vulnerabilidade com potencial para o desenvolvimento de transtornos uma vez que constantemente passam por eventos estressores e se deparam com sofrimento medo conflitos tensões disputa pelo poder ansiedade estresse convivência com a morte longas jornadas de trabalho entre tantos outros fatores inerentes ao cotidiano desses trabalhadores BRAGA CARVALHO BINDER 2010 Em situação de pandemia como a de COVID19 estudo realizado por Almino et al 2021 por meio de uma scoping review apontou como elementos estressores a falta de insumos ausência de um sistema de triagem ausência de capacitação dos profissionais indisponibilidade de equipamento de proteção individual EPI infraestrutura inadequada sobrecarga de trabalho e a não implementação de medidas de prevenção institucional Entretanto nesta pesquisa apesar de conter situações referentes a sobrecarga de trabalho as condições consideradas geradoras de estresses nos serviços investigados com significância para todos os participantes independente da categoria profissional foram a ausência de comunicação entre o profissional 56 e os colegas de trabalho a competição no ambiente de trabalho e o fato do superior encobrir o trabalho bemfeito do profissional diante de outras pessoas Percebeuse nesta pesquisa que os elementos geradores de estresse se apoiaram fortemente em elementos que envolvem as relações humanas institucionais Este resultado nos levou a inferir que a função social do trabalho foi prejudicada durante a pandemia Segundo Santos Pontes e Coimbra Junior 2020 a pandemia foi considerada um fato social total ou seja na medida em que gera consequências em toda as esferas da vida social implica todos as pessoas envolve as instituições problematiza valores e repercute nos planos político econômico cultural religioso e sobretudo no mundo do trabalho Para Ferreira e Falcão 2022 a qualidade de vida no trabalho é necessariamente condição que se constrói na interação do indivíduo com o coletivo Dessa maneira a pandemia amplificou a precarização do trabalho e abriu espaço para novos fatores estressores que exigiram dos trabalhadores e gestores a aquisição de habilidades afetivas para a comunicação para a assertividade em buscar ajuda e suporte social de colegas e superiores aprender a regular os tempos de trabalho e descanso equilibrar as atividades do trabalho com as domésticas e regular os diversos estados afetivos que o isolamento exacerbou OLIVEIRA RIBEIRO 2021 Portanto estressores como ausência de comunicação competitividade no ambiente de trabalho e ausência de reconhecimento do trabalho pelo superior foram situações facilmente compreendidas em um cenário complexo que exigiu novas habilidades novas configurações de trabalho com rápida adaptação criatividade e proatividade como novas soluções para o trabalho em resposta à pandemia resultando vínculos e relações instáveis de trabalho Estudo realizado por Shanafelt Ripp e Trockel 2020 no qual foram evidenciadas as solicitações de profissionais de saúde para a instituição na qual trabalhavam durante a pandemia da COVID19 apresentou dentre oito situações a necessidade de acesso a informações e comunicação atualizadas Os profissionais apresentaram como elemento fundamental criar canais de comunicações com feedbacks capazes de certificar que as vozes dos profissionais de saúde foram consideradas para as tomadas de decisões no contexto da Pandemia No que diz respeito a ausência de reconhecimento por parte do superior um estudo conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz revelou que 21 dos trabalhadores apontaram a desvalorização pela própria chefia como um fator que fragilizou as relações de trabalho durante a pandemia contribuindo para o estresse ocupacional MACHADO OLIVEIRA MOYSES 2010 O estresse ocupacional durante a pandemia é fator de risco de contaminação mesmo com treinamento intenso não é incomum que os profissionais se descuidem da exposição 57 enquanto cuidam de pacientes especialmente quando se sentem estressados ou exaustos situação que se verifica especialmente após longas jornadas de trabalho TEIXEIRA et al 2020 Neste estudo chama atenção a correlação da faixa etária com as condições gerais mais estressoras durante o processo de trabalho no contexto da pandemia COVID19 associada ao incomodo relacionado a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional em todas as faixas etárias analisadas Com relação ao nível de estresse esta pesquisa apontou que os trabalhadores dos serviços da APS no contexto da pandemia apesar de apresentarem situações geradoras de estresse importantes apresentaram nível de estresse baixo em sua maioria 5859 Entretanto 3789 97 dos respondentes revelaram um nível de estresse médio Estudo realizado por Cordioli et al 2019 revelou em momento anterior ao período pandêmico que os profissionais da APS obtinham um nível de estresse alto e as situações geradoras de estresse foram as mesmas das reveladas nesta pesquisa para todos os profissionais a ausência de comunicação entre o profissional e os colegas de trabalho a Competição no ambiente de trabalho e o fato do superior encobrir o trabalho bemfeito do profissional diante de outras pessoas Esses resultados revelaram que as situações geradoras de estresse têm sido permanentes independente do contexto social e os níveis de estresse ocupacional são variados com números significativos de profissionais apresentando nível médio de estresse Apesar dos níveis de estresse baixos e médios não é possível afirmar que não há sofrimento psíquico O Brasil apresenta um dos maiores sistemas de saúde universal do mundo ancorado em extensa rede de APS e os problemas crônicos de financiamento gestão provisão de profissionais e estruturação dos serviços que acompanham a APS ao longo dos anos justificam ser maiores geradores de estresse do que propriamente o momento de crise A APS tem sido considerada um importante pilar frente a situações emergências e vem num contínuo passando por epidemias como a Dengue Zika Febre amarela Chikungunya e a COVID19 As constantes epidemias têm influenciado a organização e os processos de trabalhos na APS fazendo pressão sobre o sistema e os serviços de saúde por recursos e maior dotação orçamentária na contramão da política austera adotada nos últimos anos que amplia a exclusão social e informalidade nas relações trabalhistas SARTI et al 2020 Estes períodos de crises portanto não se resumem apenas a uma questão sanitária mas possui relação estreita com os campos político social e econômico que exigem um conjunto de medidas que vão além da imediata contenção da cadeia de transmissão do vírus DAUMAS et al 2020 Ainda assim mesmo com suas deficiências a APS tem alcançado resultados 58 positivos demonstrando a importância deste nível de atenção no enfrentamento da pandemia DAUMAS et al 2020 SARTI et al 2020 Importante mencionar que mesmo com resultados em sua maioria baixo não há ausência de estresse nos trabalhadores O olhar atento dos gestores e medidas de intervenção adotadas pelas unidades são estratégias importantes de cuidado e atenção à saúde física e mental do trabalhador na APS 59 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa apresentou os principais geradores de estresse e o nível de estresse ocupacional na perspectiva de trabalhadores da Regional Nordeste da cidade de Belo HorizonteMG durante o período da pandemia COVID19 A pandemia de COVID19 representou um marco social entretanto parece que para os trabalhadores da APS foi mais uma epidemia dentre tantas outras vividas constantemente como ausência crônica de estrutura e recursos materiais e humanos subfinanciamento do sistema de saúde dengue febre amarela Chikungunya e Zika Dessa maneira as mulheres adultas jovens com filhos que trabalham em UBSs há mais de 5 anos e estão há 10 anos na função sendo metade contratada via processo seletivo simplificado e outra metade concursada que foram as participantes deste estudo apontaram como principais geradores de estresse a ausência de comunicação entre o profissional e os colegas de trabalho a competição no ambiente de trabalho e o fato do superior encobrir o trabalho bemfeito do profissional diante de outras pessoas Quando se realizou uma análise mais estratificada das variáveis outros geradores de estresse se apresentam e todos associados à ausência de reconhecimento profissional relações desgastadas com as chefias falta de comunicação competitividade no ambiente de trabalho e falta de capacitação profissional Com relação à análise do nível de estresse embora a maior concentração de trabalhadores percebesse nível baixo de estresse há uma parcela significativa no nível médio representando uma situação frágil para os serviços de APS e para os trabalhadores já que podem estar vulneráveis e próximos do limite possível de causar um dano como consequência do estresse ocupacional Esse trabalho apresentou para a gestão de serviços de saúde os potenciais geradores de estresses e demonstrou que todos estão ligados e podem ser influenciados pelos modelos de gestão adotados nas UBSs e especialmente ressaltou o quanto as relações humanas têm se destacado enquanto um elemento estressor inviabilizando um trabalho coletivo e uma comunicação eficaz o que desestimula o trabalho em saúde Contudo existiram limitações pois diante do contexto da pandemia não foi possível aplicar o questionário aos trabalhadores das demais regionais do Município em estudo Assim representa uma parcela pequena em relação aos números de CS na capital e ao número de 60 profissionais de saúde pesquisados Porém representa um ponto de partida para discussões a respeito do estresse e adoecimento mental dos profissionais da APS durante períodos de crises Para estudos futuros sugerese que sejam empreendidas pesquisas sobre o tema em unidades de saúde de outras regionais utilizando o modelo de estresse ocupacional de Paschoal e Tamayo 2004 com o objetivo de comparar os dados em ambientes distintos Outra sugestão importante é o empreendimento de pesquisas qualitativas de forma a compreender os resultados quantitativos e para investigar os impactos do estresse ocupacional nas atividades laborais e consequentemente no desempenho organizacional nas UBSs 61 REFERÊNCIAS ALMEIDA Damiana Machado de et al Estresse ocupacional na perspectiva dos bombeiros da cidade de Santa MariaRS Revista de Carreiras e Pessoas São Paulo v 5 n 1 p 156 171 janabr 2015 AMERICAN MEDICAL ASSOCIATION Managing mental health during COVID19 Chicago American Medical Association 2022 Disponível em httpswwwamaassn orgdeliveringcarepublichealthmanagingmentalhealthduringCOVID19 Acesso em 10 abr 2022 ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE MUNICÍPIOS Profissionais de saúde já podem contar com suporte psicológico Belo Horizonte Associação Mineira de Municípios 2020 Disponível em httpsportalammorgbrprofissionaisdosusjapodemcontarcomsuportepsicologico Acesso em 10 abr 2022 AZEVEDO Alexandre Rodrigues Inácio ROCHA Michelle de Souza Um estudo de caso sobre estresse em residentes de cirurgia vascular periférica em um hospital de ensino In SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO DA FACULDADE DE ECONOMIA ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 22 São Paulo Anais São Paulo FEAUSP 2019 p 115 BARBOSA Diogo Jachinto et al Fatores de estresse nos profissionais de enfermagem no combate à pandemia da COVID19 Comunicação em Ciências da Saúde Brasília DF v 21 sup 1 p 3147 maio 2020 BELO HORIZONTE Prefeitura Municipal Acolhimento funcional COVID19 Belo Horizonte PBH 2020a Disponível em httpsprefeiturapbhgovbrsaudeinformacoesgestaodepessoasacolhimentoinstitucional COVID19 Acesso em 10 abr 2022 BELO HORIZONTE Prefeitura Municipal Acontece saúde Belo Horizonte ed 68 set 2019 Disponível em httpsprefeiturapbhgovbrsitesdefaultfilesestruturade governosaude2019ACONTECE20SAUDEacontecesaude68pdf Acesso em 10 abr 2022 BELO HORIZONTE Prefeitura Municipal Boletim epidemiológico e assistencial Belo Horizonte n 93 ago 2020d Disponível em httpsprefeiturapbhgovbrsitesdefaultfilesestruturade governosaude2021boletimepidemiologicoassistencial216COVID192622021pdf Acesso em 10 abr 2022 BELO HORIZONTE Prefeitura Municipal Centros de saúde da regional nordeste Belo Horizonte PBH 2020c Disponível em httpsprefeiturapbhgovbrsaudeinformacoesatencaoasaudeatencaoprimariacentrode saudenordeste Acesso em 10 abr 2022 62 BELO HORIZONTE Prefeitura Municipal Índice de qualidade de vida urbana Belo Horizonte PBH 2020b Disponível em httpsprefeiturapbhgovbrestatisticase indicadoresindicedequalidadedevidaurbana Acesso em 10 abr 2022 BELO HORIZONTE Prefeitura Municipal PBH cria serviços de saúde mental para atender população impactada pela pandemia Belo Horizonte PBH 2020e Disponível em httpsprefeiturapbhgovbrnoticiaspbhcriaservicodesaudementalparaatender populacaoimpactadapela pandemiatextA20Prefeitura20de20Belo20Horizontesegunda2Dfeira204 Acesso em 10 abr 2022 BRAGA Ludmila Candida de CARVALHO Lidia Raquel de BINDER Maria Cecília Pereira Condições de trabalho e transtornos mentais comuns em trabalhadores da rede básica de saúde de Botucatu SP Ciência Saúde Coletiva Rio de Janeiro v 15 supl 1 p 15851596 jun 2010 BRASIL Ministério da Saúde Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012 Trata de pesquisas em seres humanos e atualiza a resolução 196 Diário Oficial da União Brasília DF 13 dez 2012 BRASIL Ministério da Saúde Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde Brasília DF DATASUS 2020 Disponível em httpcnesdatasusgovbr Acesso em 10 abr 2022 BRASIL Ministério da Saúde Portaria n 4279 de 30 de dezembro de 2010 Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde SUS Diário Oficial da União Brasília DF 31 dez 2010 BRASIL Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Boletim epidemiológico especial doença pelo coronavírus COVID19 Brasília DF Ministério da Saúde 2021a Disponível em httpswwwgovbrsaudept brmediapdf2021novembro26boletimepidemiologicocovid9026nov21eapv3bpdf Acesso em 10 abr 2022 BRASIL Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde Coronavírus Brasil registra primeiro caso da doença Brasília DF UNASUS 2020 Disponível em httpswwwunasusgovbrnoticiacoronavirusbrasilconfirmaprimeirocasoda doencatextO20MinistC3A9rio20da20SaC3BAde20confirmoupara20I tC3A1lia2C20regiC3A3o20da20Lombardia Acesso em 10 abr 2020 BROOKS Samantha et al The psychological impact of quarantine and how to reduce it rapid review of the evidence The Lancet Amsterdã v 395 n 10227 p 912920 fev 2020 CAÇADOR Beatriz Santana et al Ser enfermeiro na estratégia de saúde da família desafios e possibilidades Revista Mineira de Enfermagem Belo Horizonte v 19 n 3 p 61219 julset 2015 CHEN Jieliang Pathogenicity and transmissibility of 2019nCoVa quick overview and comparison with other emerging viroses Microbes and Infection Paris v 22 2 p 6971 mar 2020 63 CODO Wanderley VASQUESMENEZES Iône O que é burnout In CODO Wanderley coord Educação carinho e trabalho Petrópolis Vozes 1999 Cap 13 CONSELHO NACIONAL DAS SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE Coronavírus COVID19 Brasília DF CONASEMS 2021 Disponível em httpswwwconasemsorgbrCOVID19 Acesso em 10 abr 2022 CORDIOLI Dezolina Franciele Cardin et al Estresse ocupacional e engagement em trabalhadores da atenção primária à saúde Revista Brasileira de Enfermagem Brasília DF v 72 n 6 p 15801587 novdez 2019 DAMASCENO Kairo Silvestre Meneses MERCES Magno Conceição COVID19 e a saúde mental dos trabalhadores de saúde da atenção básica Enfermagem Brasil Petrolina v 19 supl 4 p 12 set 2020 DAUMAS Regina Paiva et al O papel da atenção primária na rede de atenção à saúde no Brasil limites e possibilidades no enfrentamento da COVID19 Caderno de Saúde Pública Rio de Janeiro v 36 n 6 e00104120 2020 ESTRELA Fernanda Matheus et al Pandemia da COVID19 refletindo as vulnerabilidades a luz do gênero raça e classe Ciência Saúde Coletiva Rio de Janeiro v 25 n 9 p 3431 3436 set 2020 FERREIRA Mário César FALCÃO Jorge Tarcísio da Rocha Work in the context of COVID19 pandemic mental health and quality 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MOYSES Neuza Maria Nogueira Tendências do mercado de trabalho em saúde no Brasil In PIERANTONI Celia DAL POZ Mario Roberto FRANÇA Tania org O trabalho em saúde abordagens quantitativas e qualitativas Rio de Janeiro UERJ 2010 p 103116 MATOS Izabella Barison TOASSI Romana Fernanda Ceriotti OLIVEIRA Maria Conceição de Profissões e ocupações da saúde e o processo de feminilização tendencias e implicações Athenea Digital Barcelona v 13 n 2 p 239244 jul 2013 MATTA Gustavo Corrêa MOROSINI Márcia Valéria Guimarães Atenção Primária à Saúde In FERLA Alcindo Antônio org Dicionário da educação profissional em saúde Rio de Janeiro FIOCRUZ 2009 p 2328 65 MCEWEN Buce Central effects of stress hormones in health and disease understanding the protective and damaging effects of stress and stress mediators European Journal of Pharmacology Amsterdã v 583 n 2 p 174185 abr 2008 MICHEL Maria Helena Metodologia e pesquisa científica em ciências sociais 2 ed São Paulo Atlas 2009 MINAS GERAIS Secretaria 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indígenas no Brasil Cadernos de Saúde Pública Rio de Janeiro v 36 n 10 e00268220 2020 66 SARTI Thiago Dias et al Qual o papel da atenção primária à saúde diante da pandemia provocada pela COVID19 Epidemiologia e Serviços de Saúde Brasília DF v 29 n 2 e2020166 abr 2020 SELYE Hans Stress a tensão da vida São Paulo IBRASA 1959 SEMPRE VIVA ORGANIZAÇÃO FEMINISTA Sem parar trabalho e a vida das mulheres na pandemia São Paulo Sempre Viva Organização Feminista 2020 Disponível em httpmulheresnapandemiasoforgbrwp contentuploads202008RelatorioPesquisaSemPararpdf Acesso em 10 abr 2022 SERAFIM Antônio et al Exploratory study on the psychological impact of COVID19 on the general Brazilian population PLoS ONE São Francisco v 16 n 2 e0245868 fev 2021 SHANAFELT Tait RIPP Jonathan TROCKEL Mickey Understanding and addressing sources of anxiety among health care professionals during the COVID19 pandemic Jama Chicago v 323 n 21 p 21332134 2020 SIQUEIRA Heidy Cristina Boaventura et al Pandemia de COVID19 e 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dez 2015 WORLD HEALTH ORGANIZATION Coronavirus disease COVID19 outbreak rights roles and responsibilities of health workers including key considerations for occupational safety and health Genebra WHO 2020 Disponível em httpswwwwhointdocsdefault sourcecoronavirusewhorightsrolesresponhwCOVID19pdfsfvrsnbcabd4010 Acesso em 10 abr 2022 67 APÊNDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO TCLE Você está sendo convidado a como voluntário a a participar da pesquisa Estresse ocupacional em trabalhadores de saúde de serviços de Atenção Primária no contexto da pandemia COVID19de autoria da Professora Doutora Lívia Cozer Montenegro e Mestrando Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo Este termo de consentimento irá te fornecer informações sobre o estudo Objetivos do estudo Analisar a percepção de estresse ocupacional em trabalhadores de saúde dos serviços de atenção primária à saúde no contexto da pandemia COVID19 por meio da aplicação da Escala de Estresse de Trabalho EET elaborada e validada por Paschoal e Tamayo 2004 Procedimentos Sua participação será por meio de uma entrevista e do preenchimento de um questionário abordando assuntos relacionados às questões sociodemográficas e relacionadas à estrutura do ambiente de trabalho relação interpessoal e relação com as lideranças As informações fornecidas serão utilizadas para fins científicos e seu anonimato será preservado O local data e horário da realização da entrevista serão agendados previamente de acordo com a sua disponibilidade O tempo de preenchimento do questionário dura em média 20 minutos Possíveis benefícios O benefício da presente pesquisa está na possibilidade de se avaliar a percepção do estresse ocupacional em trabalhadores da saúde das unidades básicas no contexto da pandemia Reconhecer o potencial para o estresse durante este período de pandemia nos auxiliará a pensar novas abordagens e metodologias de trabalho com foco na saúde do trabalhador em especial na retomada das atividades pós pandemia Desconfortos e riscos Talvez você se sinta constrangido ao responder alguma pergunta do questionário e isto pode gerar desconforto para você Caso isto ocorra você pode pedir à pesquisadora e a entrevista será encerrada caso deseje Confidencialidade das informações Será mantido o sigilo quanto à identificação dos participantes e da instituição As informaçõesopiniões emitidas serão tratadas anonimamente no conjunto e serão utilizados apenas para fins de pesquisa Os dados e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por um período de cinco 05 anos e após esse tempo serão destruídos Este termo de consentimento encontrase impresso em duas 02 vias sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável e a outra será fornecida a você Outras informações pertinentes Você será esclarecido a sobre o estudo em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusarse a participar Poderá retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento Qualquer dúvida quanto à realização da pesquisa poderá ser sanada em qualquer momento da mesma e poderá ter direito a indenização em caso de danos provenientes da pesquisa caso alguma informação pessoal seja publicada ferindo o acordo estabelecido entre as partes Você também poderá fazer contato com o comitê de ética e com os responsáveis pela pesquisa o Mestrando Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo através do telefone 31 988390455 ou pelo email azevedoalerogmailcom e a Profa Dra Lívia Cozer Montenegro através do telefone 31991957755 ou pelo email liviacozermontenegrogmailcom Consentimento Eu portador a do documento de Identidade fui informado a dos objetivos do presente estudo de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de participar se assim o desejar Declaro que concordo em participar desse estudo como voluntário a Recebi uma cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas Belo Horizonte de de 20 Assinatura do a pesquisador a Assinatura do a participante Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo você poderá consultar COEP Comitê de Ética em Pesquisa UFMG Av Antônio Carlos 6627 Unidade Administrativa II 2º andar Sala 2005 Campus Pampulha Belo HorizonteMG CEP 31270901 Contatos 31 34094592 coepprpqufmgbr CEP Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte Rua Frederico Bracher Júnior 1033º andarsala 05 Padre Eustáquio Belo Horizonte MG CEP 30720000 Telefone 32775309 68 APÊNDICE B QUESTIONÁRIO PESQUISA Estresse ocupacional em trabalhadores de Atenção Primária no contexto da pandemia COVID19 Prezado a Respondente A importância desta pesquisa está em identificar e analisar na percepção dos indivíduos pesquisados o estresse ocupacional em trabalhadores de saúde de serviços de Atenção Primária no contexto da pandemia COVID 19 Ressaltase que os respondentes não serão identificados bem como manterseá o sigilo das informações Portanto desde já agradeço sua colaboração e ajuda apoiando o desenvolvimento dos estudos científicos em Minas Gerais SEÇÃO A CARACTERÍSTICAS DO PARTICIPANTE 1 Tempo de trabalho na unidade 11 Até 5 anos 12 6 a 15 anos 13 16 a 25 anos 14 Mais de 26 anos 2 Escolaridade 21 Ensino fundamental incompleto completo 22 Ensino médio incompleto completo 23 Superior incompleto completo Curso 24 Pósgraduação incompleto completo 25 Mestrado Incompleto Completo 26 Doutorado Incompleto Completo 3 Faixa etária 31 18 à 25 anos 32 26 à 30 anos 33 31 à 40 34 41 à 50 anos 35 Acima de 51 anos 4Estado Civil 41 Casadoa 42 Solteiroa 43 Outros 44 Filhos 441 Não tenho 442 1 filho 443 2 filhos 444 3 filhos 445 Acima de 4 5 Gênero 51 Masculino 52 Feminino 53 Outro 6 Tempo de atuação na função 61 até 1 ano 62 De 1 a 2 anos 63 De 3 a 4 anos 64 Mais de 5 anos e menos de 10 anos 65 Acima de 10 anos Citar tempo UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE 69 7 Vínculo empregatício 71 Concursado 72 Terceirizado 73 Outro 74 Setor que atua 8 Profissão 81 Médico todas especialidades 82 Enfermagem enfermeiros técnicos etc 83 Agente de Saúde 84 Saúde Bucal Dentista Técnicos Auxiliar e etc 85 Multiprofissional Nutricionista Psicólogo Educador Físico Fisioterapeuta e etc 85 Serviços Gerais Portaria Limpeza segurança e etc 86 Administrativo 87 Outro SEÇÃO B ESTRESSE OCUPACIONAL As questões de 1 a 23 apresentam diversos tipos de características sobre estresse no trabalho Escolha um dos itens que melhor define a sua percepção com relação às características descritas Por gentileza não deixe nenhuma opção sem resposta Questões Discordo totalmente Discordo Concordo em parte Concordo Concordo totalmente 1 A forma como as tarefas são distribuídas em minha área tem me deixado nervoso 2 O tipo de controle existente em meu trabalho me irrita 3 A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante 4 Tenho me sentido incomodado com a falta de confiança de meu superior sobre o meu trabalho 5 Sintome irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais 6 Sintome incomodado com a falta de informações sobre minhas tarefas no trabalho 7 A falta de comunicação entre mim e meus colegas de trabalho me deixa irritado 8 Sintome incomodado por meu superior me tratar mal na frente de outros colegas 9 Sintome incomodado por ter que realizar tarefas que 70 estão além de minha capacidade 10 Fico de mau humor por ter que trabalhar durante muitas horas seguidas 11 Sintome incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior 12 Fico irritado com discriminaçãofavoritismo no meu ambiente de trabalho 13 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional 14 Fico de mau humor por me sentir isolado na organização 15 Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores 16 As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado angustiado 17 Tenho me sentido incomodado em trabalhar em tarefas abaixo do meu nível de habilidade 18 A competição no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau humor 19 A falta de compreensão sobre quais são minhas responsabilidades neste trabalho tem me causado irritação 20 Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias 21 Sintome irritado por meu superior encobrir meu trabalho bemfeito diante de outras pessoas 22 O tempo é insuficiente para realizar meu volume de trabalho me deixa nervoso 23 Fico incomodado por meu superior evitar me incumbir de responsabilidades importantes 71 Para sugestões dúvidas ou comentários utilize este espaço Aqui você pode descrever de forma livre os assuntos que não conseguiu responder no questionário fechado Inclusive sobre os aspectos relacionados ao estresse no trabalho durante a pandemia da Covi19 na unidade de saúde em que você trabalha Reafirmamos que todas as informações são sigilosas apenas os resultados serão divulgados para melhorar as condições de saúde no trabalho Obrigado pela sua participação 72 APÊNDICE C PRODUTO TÉCNICO FINAL ANÁLISE DOS DADOS A partir das informações obtidas nos questionários foi construído um banco de dados com o auxílio do programa Epi Info versão 70 e a sua análise foi realizada com o uso do programa Statistical Software for Professionals STATA versão 131 As análises descritivas foram realizadas de acordo com o tipo de variável e sua distribuição Medidas de frequência absoluta n e frequência relativa média M mediana e desvio padrão DP foram utilizadas para caracterização da população Foram considerados completos aqueles que preencheram a escala de estresse no trabalho totalizando 256 questionários de indivíduos respondentes RESULTADOS GÊNERO FAIXA ETÁRIA ESCOLARIDADE ESTADO CIVIL NÚMERO FILHOS PROFISSÃO VÍNCULO EMPREGATÍCIO TEMPO DE ATUAÇÃO NA FUNÇÃO TEMPO DE ATUAÇÃO NA UNIDADE ÍNDICE GERAL DE ESTRESSE Considerações Finais A pandemia impossibilitou um estudo mais amplo Porém representa um ponto de partida para discussões a respeito do estresse e adoecimento mental dos profissionais da Atenção Primária que durante o período da pandemia mostrou um problema crônico com ênfase nas relações pessoais entre a equipe de saúde e os gestores Apesar do nível geral de estresse ter sido baixo não significa que há ausência de estresse Ressalta o quanto as relações humanas têm se destacado enquanto um elemento estressor inviabilizando um trabalho coletivo e uma comunicação eficaz o que desestimula o trabalho em saúde O olhar atento dos gestores e medidas de intervenção adotadas pelas unidades são estratégias importantes de cuidado e atenção à saúde física e mental do trabalhador na APS 74 APÊNDICE D PRODUTOS TÉCNICOS REALIZADOS DURANTE O MESTRADO CERTIFICADO DE PALESTRANTE 75 CERTIFICADO DE APRESENTAÇÃO DE TRABALHO 76 ANEXO A TERMO DE ANUÊNCIA INSTITUCIONAL 77 ANEXO B PARECER DE PROJETO DE PESQUISA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL E SAUDE PUBLICA Av Prof Alfredo Balena 190 Bairro Santa Efigênia CEP 30130100 Belo Horizonte Minas Gerais Brasil Tel 3409 9860 FAX 34099859 Email emienfufmgbr ASSUNTO PARECER DE PROJETO DE PESQUISA TÍTULO ESTRESSE OCUPACIONAL EM TRABALHADORES DA SAÚDE DE SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA NO CONTEXTO DA PANDEMIA COVID19 INTERESSADA PROFA LÍVIA COZER MONTENEGRO PARECERISTA PROF MARK ANTHONY BEINNER HISTÓRICO Recebi por email da Secretaria do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública da EEUFMG de 23 de setembro deste ano via email o projeto de pesquisa intitulado Estresse ocupacional em trabalhadores da saúde de serviços de atenção primária no contexto da pandemia COVID19 da Profa Lívia Cozer Montenegro para emissão de parecer O projeto faz parte de pesquisa para conclusão de Curso de Mestrado em Gestão de Serviços de Saúde MÉRITO Na introdução que é bem elaborada a autora apresenta um breve histórico em relação ao aparecimento da COVID19 apresentando dados sobre as consequências físicas psíquicas sociais e econômicas graves Os resultados tiveram implicações quanto à modificação dos comportamentos e regras gerando ansiedade tensão e insegurança bem como vigilância obsessiva dos sintomas da doença em todas as esferas da nossa sociedade Na área da saúde o aumento exponencial da demanda por saúde implicou em processos de trabalhos frágeis devido à precariedade de infraestrutura recursos materiais de pessoal e técnica Os profissionais se viram diante de dilemas éticos que exigiram tomadas de decisões imediatas sobre a saúde das pessoas com a ausência de protocolos de intervenções clínicas tratamentos e somado a isso com o sentimento de medo da autoinoculação com possibilidade de disseminação sobre seus familiares O atendimento presencial de pacientes com sintomas de COVID19 pode implicar em risco para a saúde dos trabalhadores pois o papel da APS é limitado As Unidades de Saúde Básica UBS não são equipadas com leitos e aparelhagem específicos para tratar doentes com sintomas moderados ou graves Isso pode contribuir fortemente para o somatório de fatores estressores e adoecimento aumentando o absenteísmo entre os trabalhadores Diante desse cenário a autora busca com este trabalho analisar a percepção de estresse ocupacional em trabalhadores de saúde dos serviços de atenção primária à saúde no contexto da pandemia COVID19 Os objetivos específicos incluem apresentar o perfil sociodemográfico dos trabalhadores de saúde dos serviços de atenção primária descrever os principais fatores geradores de estresse em trabalhadores de saúde dos serviços de atenção primária à saúde no contexto da pandemia COVID19 mensurar o nível de estresse ocupacional de trabalhadores de saúde dos serviços de atenção primária à saúde no contexto da pandemia e propor alternativas que contribuam com benefícios para a saúde dos profissionais da atenção primária A pesquisa pode ser caracterizada como um estudo descritivoexploratório de natureza quantitativa e as unidades de análise da mesma serão Centros de Saúde CS da Regional Nordeste de Belo Horizonte Especificamente será selecionada metade do total dos 21 Centros de Saúde da Regional Nordeste que apresentarem maior número de profissionais ativos de acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde No entanto serão convidados os 929 funcionários de todas as categorias cadastradas entre os dez Centros de Saúde do Regional Nordeste Os critérios de inclusão da pesquisa serão profissionais maiores de 18 anos que já estiverem atuando há mais de 6 meses Serão excluídos do estudo os profissionais que se encontrarem em período de férias ou afastamentos durante a coleta de dados Os profissionais serão convidados a participar da pesquisa e um horário será agendado para a orientação e a entrega de um questionário O questionário será preenchido individualmente no ambiente de trabalho em um espaço apropriado e privado A coleta de dados ocorrerá por meio da aplicação do questionário Escala de Estresse de Trabalho EET elaborada e validada por Paschoal e Tamayo 2004 visando mensurar o estresse ocupacional daqueles profissionais que aceitarem participar da pesquisa e atenderem aos critérios de inclusão A escala apresenta em sua primeira seção perguntas fechadas de dados sociodemográficos A segunda seção conta com 23 questões fechadas com alternativas concordância do tipo Likert de 5 pontos relacionadas à estrutura do ambiente de trabalho relação interpessoal e relação com as lideranças O projeto de pesquisa será submetido à apreciação do Comitê de ética em pesquisas com seres humanos em conformidade com Resolução nº 46612 do Conselho Nacional de Saúde O mesmo já recebeu uma carta de anuência pela Regional Nordeste da Prefeitura de Belo Horizonte A participação será voluntária após esclarecimento da proposta do estudo em todas as etapas Será garantido sigilo absoluto das informações bem como a privacidade e anonimato dos participantes O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido está corretamente redigido o texto do mesmo foi escrito em linguagem acessível à população alvo No cronograma de atividades consta a previsão de que o projeto seja desenvolvido em sete meses O detalhamento das atividades vai desde a realização da revisão de literatura e submissão do projeto no Comitê de ética até a elaboração do relatório final e a publicação dos resultados O orçamento é detalhado e inclui as rubricas itens de dispêndio justificativa e os valores CONCLUSÃO Considerando que o tema a ser pesquisado constitui um problema de Saúde Pública que envolve questões físicas e psicológicas especificamente no contexto da pandemia COVID19 em que quase a totalidade de trabalhos se concentrou em estudar os problemas que atingem os profissionais e trabalhadores de saúde que atuam no nível hospitalar negligenciando a importância dos serviços de atenção primária o tema em análise carece de um aprofundamento investigativo Assim considero que o projeto Estresse ocupacional em trabalhadores da saúde de serviços de atenção primária no contexto da pandemia COVID 19 é exequível pelo explicitado em seu cronograma e sou SMJ favorável à sua aprovação Belo Horizonte 29 de setembro de 2020 Prof Dr Mark Anthony Beinner Parecerista ANEXO C PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Recomendações No trecho do TCLE Você também poderá fazer contato com o comitê de ética e com os responsáveis pela pesquisa o Mestrando Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo sugerese mencionar que o contato está abaixo ou ao final do documento Ex Você também poderá fazer contato com o comitê de ética ver contatos abaixo e com os responsáveis pela pesquisa o Mestrando Alexandre Rodrigues Inácio de Azevedo Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações SMJ o projeto está aprovado Considerações Finais a critério do CEP Tendo em vista a legislação vigente Resolução CNS 46612 o CEPUFMG recomenda aos Pesquisadores comunicar toda e qualquer alteração do projeto e do termo de consentimento via emenda na Plataforma Brasil informar imediatamente qualquer evento adverso ocorrido durante o desenvolvimento da pesquisa via documental encaminhada em papel apresentar na forma de notificação relatórios parciais do andamento do mesmo a cada 06 seis meses e ao término da pesquisa encaminhar a este Comitê um sumário dos resultados do projeto relatório final Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação Informações Básicas do Projeto PBINFORMAÇÕESBÁSICASDOP ROJETO1645707pdf 14122020 114230 Lívia Cozer Montenegro Aceito Outros cartelrespostapdf 14122020 114248 Lívia Cozer Montenegro Aceito TCLE Termos de Assentimento Justificativa de Ausência tcledocx 27112020 101127 Lívia Cozer Montenegro Aceito Parecer Anterior Parecerpdf 08112020 174752 Lívia Cozer Montenegro Aceito Projeto Detalhado Brochura pesquisiadocx 13102020 090229 Lívia Cozer Montenegro Aceito Investigador Folha de Rosto folhapdf 13102020 090039 Lívia Cozer Montenegro Aceito TCLE Termos de consentimentodocx 12102020 Lívia Cozer Aceito Endereço Av Presidente Antônio Carlos 6627 2º And SI 2005 Bairro Unidade Administrativa II CEP 31270901 UF MG Município BELO HORIZONTE Telefone 31 34094592 Email ceepprppgufmgbr Página 01 de 02 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Assentimento Justificativa de Ausência consentimentodocx 112744 Montenegro Aceito Outros termopdf 12102020 112536 Lívia Cozer Montenegro Aceito Situação do Parecer Aprovado Necessita Apreciação da CONEP Não BELO HORIZONTE 16 de Dezembro de 2020 Assinado por Crissia Carem Paiva Fontainha Coordenadora Endereço Av Presidente Antônio Carlos6627 2º And SI 2005 Bairro Unidade Administrativa II CEP 31270901 UF MG Município BELO HORIZONTE Telefone 31 34094592 Email 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