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ROTEIRO PARA ENTREGA DE TRABALHO MONOGRÁFICO Adaptado do professor Carlos Vinicius Veneziani dos Santos Texto dissertativo de 7 a 10 páginas incluindo referências bibliográficas Antes de começar o trabalho lembrese destas recomendações a Leia e releia os textos que serão objeto de sua análise b Leia e releia o texto da corrente crítica que você considera pertinente para abordar esse objeto c Ao realizar leituras e releituras certifiquese de que o texto foi explorado em tudo o que ele poderia oferecer Procure palavras em dicionários de português e conceitos em dicionários especializados Procure informações sobre datas locais pessoas e experiências que estejam presentes no texto Essas informações não precisam necessariamente estar presentes na sua dissertação mas são importantes para fortalecer sua compreensão do que está lendo Por outro lado caso alguma informação dessa etapa seja relevante para seu trabalho você pode esclarecer o seu leitor a respeito por meio de uma nota de rodapé ou de um parágrafo adicional explicativo d Se o texto faz evidente e incontornável diálogo com acontecimento histórico universo cultural pouco conhecido ou outro texto literário ou não essas referências precisam ser acessadas para a compreensão do que é lido e Escolha um recorte para sua dissertação Lembrese de que há um limite de páginas e você não precisa nem pode falar de todos os aspectos do texto literário Faça uma opção de abordagem adequada para a extensão de texto permitida f Nesta etapa do curso não será cobrada originalidade de sua ideia de investigação Mas procure não imitar ou copiar artigos dissertações e teses que estão online Você pode fazer uma pesquisa prévia para saber o que já foi desenvolvido em relação ao texto escolhido para análise e incluíla na sua dissertação mas não se esqueça de que plágio é crime e é terminantemente proibido Se a ideia não for sua cite o autor Se o texto não for seu cite o autor Estrutura possível para o trabalho O texto dissertativoargumentativo poderá ser dividido da seguinte forma a introdução b desenvolvimento apresentação de dados articulação dos dados argumentação e respostas a possíveis objeções digressão argumentativa c e conclusão considerações finais sobre a proposta de análise e sobre o valor da obra Você não precisa necessariamente nomear cada parte do trabalho dessa forma mas considere essa lógica na redação final do que será apresentado Adiante segue uma tabela baseada nessa estrutura com breves indicações acerca de cada item considerado Por fim lembrese de formatar seu trabalho adequadamente e indicar as referências conforme a ABNTNBR 60232018 CONTEÚDO FORMATO E INTECIONALIDADE DICAS OBRIGATÓRIO PARÁGRAFOS Introdução Aspectos introdutórios do texto Deve possibilitar que o leitor acesse as fontes Última parte a escrever Sim 2 a 3 Dados da obra escolhida Autor obra ou parte da obra e informações contextuais gerais também tradutor edição ano de lançamento movimento repercussão Sim 1 Tema escolhido com recorte proposto e ideia a ser defendida Recorte o mais específico possível reduzindo variáveis apenas o que será desenvolvido no trabalho eliminar ideias que não são aproveitadas depois Sim ½ ou 1 Corrente teórica utilizada Apresentar o referencial teórico sem detalhamento Citar ramificação da corrente teórica se relevante Sim ½ ou 1 Desenvolvimento Construção da argumentação Deve tentar convencer o leitor da viabilidade da interpretação apresentada Primeira parte a escrever e parte mais importante Deve ser reescrita e revisada Sim De 9 a 17 Paráfrase curta Argumento narrativo ou estrutura de sentido do texto Recontar o texto de outra maneira respeitando sua lógica interna Sim 1 Contexto histórico Breve contextualização do cenário narrativo e da obra em si Articular com o mérito histórico do texto sem biografismo Sim 1 ou 2 Elementos teóricos da corrente escolhida Explicação sucinta dos princípios teóricos a partir de determinados autores Retomada da apresentação da corrente escolhida focando agora nos autores a serem utilizados e sua vinculação a essa corrente Sim 1 ou 2 Desenvolvimento de elementos teóricos Explicação mais ampla dos parâmetros selecionados para análise Selecionar só os parâmetros efetivamente aplicados Articular com o item anterior Sim 1 ou 2 Análise de trechos Seleção de trechos literários importantes e aplicação dos elementos teóricos Observar normas científicas de citação e referência Não citar trechos sem comentálos e articulálos ao argumento Evidenciar o que se quer ao citar um trecho Mostrar as relações entre o trecho citado e o princípio de análise aplicado Sim 4 ou 5 Articulação dos argumentos A partir das afirmações produzidas sobre o texto produção de ideias que apoiam o argumento central Juntar as evidências conquistadas para fortalecer a interpretação global Sim 1 ou 2 Resposta a objeções Contraargumentos a ideias contrárias possíveis ou já redigidas Citar a ideia antagônica com respeito utilizando as normas científicas Não 1 Digressão Assunto desenvolvido a partir de outro mencionado no texto Utilizar apenas em caso de relevância para o espírito do argumento Deve ser ilustrativa e breve Não 1 Informações adicionais Esclarecimentos importantes para compreensão da leitura Condensar em notas de rodapé ou pequenos parágrafos apenas se imprescindíveis Não 1 Conclusão Síntese da argumentação produzida Deve trazer à memória recente do leitor de forma reduzida aquilo que já foi desenvolvido Ideal redigir junto com a introdução As propostas da introdução devem ser recuperadas na conclusão Sim 1 a 2 Argumentos recuperados Articulação do que já foi produzido com a ideia central do trabalho Aproveitar todas as reflexões construídas sem refazêlas analiticamente Sim 1 a 2 Considerações finais Apontamentos sobre a relevância do trabalho produzido o ganho teórico com a corrente utilizada a possibilidade de outras Ampliar as conclusões para relacionálas ao estado da pesquisa atual sobre o tema Não 1 VISÃO SOBRE A ARTE EM UM POETA LÍRICO DE EÇA DE QUEIRÓS E UM HOMEM CÉLEBRE DE MACHADO DE ASSIS INTRODUÇÃO A literatura como forma artística é uma manifestação complexa que reflete as inquietações os valores e as visões de mundo dos autores e das épocas em que foram produzidas Entre os diversos temas que a literatura pode abordar a concepção e o papel da arte na vida humana destacamse pela sua profundidade e relevância especialmente no contexto do século XIX período marcado por transformações sociais culturais e estéticas profundas Nesse cenário dois dos maiores expoentes da literatura lusófona Eça de Queirós e Machado de Assis exploram a temática da arte com notável perspicácia em seus contos Um poeta lírico e Um homem célebre respectivamente Este trabalho se propõe a investigar e comparar a visão sobre a arte presente nos contos Um poeta lírico de Eça de Queirós e Um homem célebre de Machado de Assis Ao escolher estas duas obras pretendemos revelar como cada autor aborda a arte não apenas como uma prática criativa mas também como uma experiência existencial que desafia a relação do indivíduo com a sociedade suas aspirações e a busca pela autenticidade A narrativa de Eça de Queirós em Um poeta lírico constrói um retrato do artista marcado pela idealização e pelo desejo de transcendência através da arte Em contrapartida Machado de Assis em Um homem célebre apresenta uma visão mais cínica e desencantada onde o sucesso artístico é confrontado com a mediocridade e as limitações impostas pela própria sociedade que consagra e ao mesmo tempo aprisiona o artista Nossa análise comparativa busca portanto entender as diferentes perspectivas sobre a arte e o artista em ambas as narrativas considerando aspectos como a motivação para a criação artística a busca pelo reconhecimento e o dilema entre o sucesso comercial e a autenticidade Através dessa investigação pretendemos elucidar como Eça de Queirós e Machado de Assis utilizam a figura do artista para refletir sobre as tensões e os paradoxos inerentes à prática artística DESENVOLVIMENTO Análise de Um Poeta Lírico de Eça de Queirós Resumo do Conto Um poeta lírico de Eça de Queirós é uma narrativa introspectiva que mergulha profundamente na alma de seu protagonista um jovem identificado apenas como o Poeta Ambientado no cenário da Lisboa oitocentista o conto revela as angústias e aspirações de um indivíduo obcecado por alcançar um ideal artístico elevado A trama se desenrola a partir das reflexões do Poeta sobre sua vida e sua vocação explorando sua busca incessante por uma forma de expressão que seja pura e verdadeira e que transcenda as limitações da realidade cotidiana O Poeta ao longo do conto é apresentado como um ser sensível e profundamente inquieto cujas interações com o mundo ao seu redor são marcadas por um sentimento de inadequação e insatisfação Sua relação com a sociedade é ambivalente ao mesmo tempo em que se sente impelido a comunicar suas percepções e emoções através da poesia ele é confrontado pela indiferença ou incompreensão daqueles que o cercam Esta dualidade reflete um conflito interno entre o desejo de reconhecimento e a necessidade de permanecer fiel ao seu ideal artístico O enredo do conto é relativamente simples mas sua complexidade reside nas camadas de significado que Eça de Queirós incorpora através das introspecções do Poeta e das suas interações simbólicas com o ambiente Em essência Um poeta lírico é um retrato poético de uma mente atormentada pela busca da perfeição artística em um mundo que frequentemente parece hostil ou indiferente a tais aspirações Visão sobre a Arte A concepção de arte apresentada em Um poeta lírico é sem dúvida idealista e romantizada Para o Poeta a arte representa um meio de transcendência uma forma de escapar das banalidades e das limitações do mundo material Esta visão é expressa através de suas reflexões sobre a natureza da poesia e da criação artística que ele vê como uma busca pela beleza pura e pela expressão autêntica das emoções humanas Eça de Queirós projeta no Poeta uma visão quase sagrada da arte A narrativa sugere que a verdadeira arte não deve se sujeitar às demandas do público ou às convenções sociais mas deve ao contrário buscar a verdade e a beleza em sua forma mais elevada O Poeta está imbuído de uma vocação que considera inevitável uma missão que exige dele um sacrifício constante e uma dedicação fervorosa Ele percebe a poesia como uma vocação nobre que transcende a vida comum e o conecta a um ideal de perfeição No entanto esta visão idealista da arte coloca o Poeta em constante conflito com a realidade que o cerca A disparidade entre seu ideal artístico e as expectativas mundanas da sociedade resulta em um sentimento de isolamento e incompreensão Eça de Queirós utiliza este conflito para explorar a tensão entre o desejo de pureza artística e as pressões do reconhecimento e da sobrevivência material A busca do Poeta por um ideal de beleza sem concessões o torna incapaz de se adaptar às exigências práticas do mundo refletindo uma crítica sutil às limitações impostas pela sociedade às aspirações elevadas O conto também aborda a questão da sinceridade na arte Para o Poeta a verdadeira poesia deve ser uma expressão autêntica da alma livre de qualquer influência externa ou compromisso com o sucesso material Esta visão contrasta com a realidade prática da criação artística onde muitas vezes os artistas são compelidos a comprometer seus ideais para alcançar reconhecimento ou sustento Assim Eça de Queirós apresenta uma reflexão profunda sobre o valor da autenticidade na arte e os sacrifícios necessários para manter a integridade artística em um mundo que valoriza mais o sucesso tangível do que a pureza da expressão Contexto Histórico e Literário Eça de Queirós escreveu Um poeta lírico em um período caracterizado pela efervescência cultural e literária em Portugal quando o movimento realista estava em pleno desenvolvimento O Realismo que buscava retratar a vida com uma fidelidade objetiva e crítica contrastava com o idealismo do Romantismo que predominara anteriormente Eça de Queirós como um dos principais expoentes do Realismo em Portugal foi um crítico perspicaz das instituições sociais e das convenções culturais de sua época Embora Um poeta lírico apresente elementos que ressoam com o idealismo romântico como a busca pela beleza e a visão da arte como uma forma de transcendência a abordagem de Eça é profundamente influenciada pelo Realismo Ele utiliza a narrativa para criticar a superficialidade e a falta de compreensão da sociedade em relação às verdadeiras aspirações artísticas Através do Poeta Eça de Queirós expõe a frustração do artista que luta para conciliar seu ideal de beleza com as exigências pragmáticas do mundo ao seu redor O conto reflete o contexto cultural e social do final do século XIX em Portugal uma época de mudanças rápidas e de crescente influência do materialismo e do progresso técnico O Poeta com sua busca por um ideal artístico elevado representa uma resistência às tendências utilitárias e ao pragmatismo emergente Eça de Queirós utiliza esta figura para questionar a capacidade da sociedade de valorizar a arte em sua forma mais pura e para criticar a crescente mercantilização das atividades humanas incluindo a arte Além disso Um poeta lírico pode ser visto como uma reflexão sobre a posição do próprio autor em relação ao movimento literário de sua época Eça de Queirós embora um realista convicto não abandonou completamente os ideais de beleza e de expressão emocional que caracterizavam o Romantismo O conto assim serve como um ponto de convergência entre esses dois movimentos literários explorando a tensão entre o ideal e o real entre a aspiração artística e as exigências da vida prática Análise de Um Homem Célebre de Machado de Assis Resumo do Conto Um homem célebre um conto primoroso de Machado de Assis examina a trajetória de Pestana um músico que atinge a fama graças às suas polcas populares Apesar de sua celebridade e do sucesso de suas composições Pestana é assolado por um desejo insaciável de criar música séria que ele considera o verdadeiro padrão de valor artístico A narrativa de Machado com sua inigualável ironia e agudeza desvenda as frustrações de Pestana que se vê aprisionado pela própria fama e incapaz de realizar a obra artística que realmente almeja O conto apresenta a luta de Pestana com as expectativas do público e com suas próprias ambições Embora ele desfrute do reconhecimento e da aclamação por suas polcas essas conquistas não lhe trazem satisfação pessoal Pelo contrário Pestana sente se desiludido e preso a um ciclo de mediocridade que ele não consegue romper evidenciando o conflito entre o sucesso comercial e a aspiração por algo mais profundo e significativo A história culmina em uma reflexão amarga sobre a natureza da fama e o verdadeiro valor da arte Visão sobre a Arte Em Um homem célebre Machado de Assis oferece uma visão mais desencantada e realista da arte contrastando fortemente com o idealismo de Eça de Queirós A arte na concepção de Machado é retratada como um campo repleto de compromissos e frustrações onde o verdadeiro valor muitas vezes é sacrificado em prol do reconhecimento e da aceitação pública Pestana o protagonista representa o artista que apesar de seu sucesso é profundamente infeliz por não conseguir produzir a música que considera verdadeiramente valiosa Machado de Assis utiliza a trajetória de Pestana para explorar a ironia e a tragédia do artista que alcança fama através de uma arte que ele próprio despreza O músico anseia por compor obras sérias e duradouras mas é continuamente levado a criar música popular que embora aplaudida pelo público não satisfaz suas aspirações mais elevadas A narrativa revela a complexidade da criação artística em um contexto onde as demandas do mercado e as expectativas do público frequentemente dominam as considerações sobre a qualidade e a autenticidade da arte A visão de Machado sobre a arte em Um homem célebre é marcada por um ceticismo sobre a possibilidade de alcançar a pureza artística em um mundo dominado pelo pragmatismo e pelo materialismo A figura de Pestana ilustra a tensão entre a busca pela realização pessoal e a necessidade de responder às pressões externas revelando como o sucesso pode se tornar uma prisão para o artista forçandoo a repetir fórmulas populares em vez de explorar novas formas de expressão Este ceticismo reflete uma crítica mais ampla à sociedade e à sua incapacidade de valorizar o verdadeiro potencial da arte A narrativa de Machado é portanto uma meditação sobre as limitações impostas ao artista pela sociedade e pelo mercado Pestana apesar de sua habilidade e sucesso é uma figura trágica incapaz de realizar plenamente suas aspirações devido às restrições externas A arte para Machado é tanto uma fonte de alegria quanto de sofrimento um campo onde o desejo de autenticidade é constantemente frustrado pelas exigências de conformidade e comercialização Contexto Histórico e Literário Machado de Assis escreveu Um homem célebre no contexto de um Brasil em transição onde a abolição da escravatura e a proclamação da República trouxeram profundas mudanças sociais e culturais Como um dos principais fundadores do Realismo no Brasil Machado estava profundamente engajado com as questões de sua época utilizando sua escrita para explorar as complexidades da condição humana e as contradições da sociedade em transformação O conto reflete as preocupações de Machado com a crescente influência do mercado e do consumismo na vida cultural A trajetória de Pestana pode ser vista como uma alegoria das dificuldades enfrentadas pelos artistas que buscam manter sua integridade em um ambiente que privilegia o sucesso comercial e a popularidade Machado com sua característica ironia e profundidade psicológica oferece uma crítica incisiva da sociedade que valoriza o espetáculo e o sucesso imediato em detrimento da profundidade e da qualidade artística Além disso Um homem célebre exemplifica a habilidade de Machado em capturar a essência da experiência humana através de uma narrativa que embora aparentemente simples revela camadas de significado sobre a natureza da arte e o papel do artista A utilização da música como metáfora para a criação artística permite a Machado explorar temas universais de aspiração frustração e a busca pelo verdadeiro valor em um mundo onde as aparências frequentemente ofuscam a substância Comparação entre os Contos Semelhanças Em ambos os contos a arte é retratada como um espaço de conflito e tensão onde as aspirações do artista são frequentemente frustradas pelas realidades externas Tanto Um poeta lírico quanto Um homem célebre exploram a dualidade entre o ideal artístico e as pressões sociais e econômicas Os protagonistas tanto o Poeta quanto Pestana são figuras marcadas por suas aspirações elevadas e pela luta para manter a integridade de sua visão artística em um mundo que frequentemente parece hostil ou indiferente a essas aspirações A busca pela beleza e pela autenticidade é um tema central em ambas as narrativas e ambos os autores utilizam seus personagens para refletir sobre a complexidade do papel do artista na sociedade A arte para Eça de Queirós e Machado de Assis é tanto uma fonte de nobreza e transcendência quanto um campo de frustração e conflito onde o desejo de pureza e autenticidade se choca com as demandas do reconhecimento e do sucesso material Diferenças Enquanto Eça de Queirós adota uma abordagem mais idealista enfatizando a arte como um meio de elevação espiritual e intelectual Machado de Assis oferece uma visão mais pragmática e desencantada onde o sucesso popular muitas vezes contrasta com a aspiração por autenticidade O Poeta de Eça é um sonhador absorvido pela busca pela beleza pura enquanto Pestana de Machado é um artista cínico atormentado pelo sucesso de uma arte que ele próprio despreza A diferença fundamental reside na forma como cada autor trata o conflito entre o ideal e o real Eça de Queirós utiliza o Poeta para explorar a tensão entre a busca pela beleza transcendental e as pressões do mundo material enquanto Machado de Assis utiliza Pestana para criticar a superficialidade e a comercialização da arte Em Eça a arte é uma vocação nobre que exige sacrifício e devoção enquanto em Machado a arte é um campo onde o verdadeiro valor é frequentemente eclipsado pelo sucesso fácil e pela conformidade às expectativas do público CONCLUSÃO Síntese da Análise A análise comparativa dos contos Um poeta lírico de Eça de Queirós e Um homem célebre de Machado de Assis revela uma exploração profunda e multifacetada da visão sobre a arte destacando tanto as semelhanças quanto as diferenças nas abordagens dos dois autores Em ambos os contos a arte emerge como um campo de conflito e de tensão onde os protagonistas enfrentam desafios significativos em sua busca por realização artística e autenticidade No entanto a maneira como cada autor concebe a arte e o papel do artista na sociedade diverge consideravelmente oferecendo visões complementares que enriquecem a compreensão da criação artística Em Um poeta lírico Eça de Queirós projeta uma visão idealista e quase sacralizada da arte apresentandoa como um meio de transcendência que permite ao indivíduo superar as banalidades e limitações do mundo cotidiano O Poeta como símbolo dessa busca está imbuído de uma vocação nobre e inescapável para alcançar a beleza e a verdade através de sua poesia O conto enfatiza a pureza da arte e a necessidade de sacrifício e devoção para se atingir um ideal artístico elevado apesar das pressões e incompreensões da sociedade A narrativa de Eça revela a tensão entre o desejo de criar algo sublime e as dificuldades práticas de viver em conformidade com esse ideal Por outro lado em Um homem célebre Machado de Assis adota uma abordagem mais cínica e realista explorando a ironia e a tragédia da criação artística no contexto de uma sociedade que valoriza o sucesso comercial acima da autenticidade Pestana o protagonista é um músico cujo sucesso com suas polcas populares não traz satisfação pessoal pois ele aspira a criar música séria e duradoura A visão de Machado sobre a arte é marcada por um desencanto com as limitações impostas pelo mercado e pelas expectativas do público sugerindo que a verdadeira realização artística é frequentemente comprometida pelas demandas de popularidade e conformidade A narrativa expõe o conflito entre o desejo de autenticidade e as pressões externas que forçam o artista a comprometer sua visão Ambas as narrativas portanto apresentam a arte como uma busca complexa e multifacetada onde o ideal artístico colide com as realidades práticas e as pressões sociais Enquanto Eça de Queirós celebra a arte como um campo de pureza e transcendência Machado de Assis enfatiza as frustrações e limitações impostas pelo sucesso e pelas demandas externas Essas abordagens complementares proporcionam uma visão rica e variada da arte ressaltando tanto seu potencial elevado quanto seus desafios intrínsecos Considerações Finais A análise dos contos de Eça de Queirós e Machado de Assis nos conduz a reflexões mais amplas sobre o papel da arte na literatura e na sociedade bem como sobre o legado deixado por esses autores na representação da arte literária Através de suas narrativas ambos os escritores oferecem contribuições valiosas para a compreensão da complexidade da criação artística abordando temas universais que continuam a ressoar na literatura contemporânea Eça de Queirós com sua visão idealista oferece uma perspectiva inspiradora sobre a arte como uma forma de transcendência e realização espiritual Sua representação da arte como uma vocação elevada que exige sacrifício e devoção ressoa com as concepções românticas da criação artística onde o artista é visto como um ser à parte destinado a captar a essência da beleza e da verdade Esse idealismo embora em contraste com a abordagem mais crítica do Realismo enriquece a literatura ao destacar o potencial nobre e transcendental da arte inspirando gerações de artistas e escritores a buscar a pureza e a autenticidade em suas criações Machado de Assis por outro lado contribui com uma visão mais pragmática e crítica da arte refletindo sobre as dificuldades e frustrações inerentes ao processo criativo em um contexto de expectativas sociais e comerciais Sua representação do conflito entre o desejo de autenticidade e as pressões do sucesso popular oferece uma análise incisiva das limitações impostas pela sociedade ao valor verdadeiro da arte A narrativa de Machado questiona a capacidade da sociedade de apreciar e valorizar a arte em sua forma mais pura sugerindo que o verdadeiro valor da criação artística muitas vezes permanece oculto sob a superficialidade do sucesso imediato O legado de Eça de Queirós e Machado de Assis na literatura é portanto profundamente significativo Ambos os autores através de suas abordagens distintas ampliaram a compreensão da arte e do papel do artista oferecendo perspectivas complementares que enriquecem a tradição literária Eça com sua ênfase na elevação espiritual e na pureza artística contribui para a celebração da arte como um meio de alcançar algo sublime e transcendente Machado com seu ceticismo e sua crítica incisiva proporciona uma reflexão profunda sobre os desafios e as limitações enfrentadas pelos artistas em um mundo dominado pelo materialismo e pela busca de reconhecimento fácil Essas visões ao se complementarem oferecem uma compreensão mais completa da arte revelando tanto seu potencial elevado quanto suas complexidades e paradoxos Através da análise de Um poeta lírico e Um homem célebre podemos apreciar como a literatura pode capturar a essência da criação artística explorando suas motivações seus dilemas e suas realizações de uma maneira que continua a ressoar com leitores e artistas em busca de autenticidade e significado em suas próprias expressões criativas Em suma a comparação entre as visões sobre a arte em Um poeta lírico e Um homem célebre nos convida a refletir sobre a dualidade da criação artística e o papel do artista na sociedade Através das lentes de Eça de Queirós e Machado de Assis somos levados a considerar a arte tanto como um campo de aspiração sublime quanto como uma arena de desafios pragmáticos enriquecendo nossa compreensão da literatura e da criação artística como um todo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS Machado de Papéis avulsos 11ª ed São Paulo Globo 1997 CANDIDO Antonio Formação da literatura brasileira Momentos decisivos 13ª ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2000 FRANCO José Eduardo A arte e a sociedade no século XIX São Paulo Edusp 2005 QUEIRÓS Eça de Contos 2ª ed Lisboa Publicações Dom Quixote 2002 SCHWARZ Roberto Ao vencedor as batatas Forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro 3ª ed São Paulo Duas Cidades 1977

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SOBRE A ARTE EM UM POETA LÍRICO DE EÇA DE QUEIRÓS E UM HOMEM CÉLEBRE DE MACHADO DE ASSIS INTRODUÇÃO A literatura como forma artística é uma manifestação complexa que reflete as inquietações os valores e as visões de mundo dos autores e das épocas em que foram produzidas Entre os diversos temas que a literatura pode abordar a concepção e o papel da arte na vida humana destacamse pela sua profundidade e relevância especialmente no contexto do século XIX período marcado por transformações sociais culturais e estéticas profundas Nesse cenário dois dos maiores expoentes da literatura lusófona Eça de Queirós e Machado de Assis exploram a temática da arte com notável perspicácia em seus contos Um poeta lírico e Um homem célebre respectivamente Este trabalho se propõe a investigar e comparar a visão sobre a arte presente nos contos Um poeta lírico de Eça de Queirós e Um homem célebre de Machado de Assis Ao escolher estas duas obras pretendemos revelar como cada autor aborda a arte não apenas como uma prática criativa mas também como uma experiência existencial que desafia a relação do indivíduo com a sociedade suas aspirações e a busca pela autenticidade A narrativa de Eça de Queirós em Um poeta lírico constrói um retrato do artista marcado pela idealização e pelo desejo de transcendência através da arte Em contrapartida Machado de Assis em Um homem célebre apresenta uma visão mais cínica e desencantada onde o sucesso artístico é confrontado com a mediocridade e as limitações impostas pela própria sociedade que consagra e ao mesmo tempo aprisiona o artista Nossa análise comparativa busca portanto entender as diferentes perspectivas sobre a arte e o artista em ambas as narrativas considerando aspectos como a motivação para a criação artística a busca pelo reconhecimento e o dilema entre o sucesso comercial e a autenticidade Através dessa investigação pretendemos elucidar como Eça de Queirós e Machado de Assis utilizam a figura do artista para refletir sobre as tensões e os paradoxos inerentes à prática artística DESENVOLVIMENTO Análise de Um Poeta Lírico de Eça de Queirós Resumo do Conto Um poeta lírico de Eça de Queirós é uma narrativa introspectiva que mergulha profundamente na alma de seu protagonista um jovem identificado apenas como o Poeta Ambientado no cenário da Lisboa oitocentista o conto revela as angústias e aspirações de um indivíduo obcecado por alcançar um ideal artístico elevado A trama se desenrola a partir das reflexões do Poeta sobre sua vida e sua vocação explorando sua busca incessante por uma forma de expressão que seja pura e verdadeira e que transcenda as limitações da realidade cotidiana O Poeta ao longo do conto é apresentado como um ser sensível e profundamente inquieto cujas interações com o mundo ao seu redor são marcadas por um sentimento de inadequação e insatisfação Sua relação com a sociedade é ambivalente ao mesmo tempo em que se sente impelido a comunicar suas percepções e emoções através da poesia ele é confrontado pela indiferença ou incompreensão daqueles que o cercam Esta dualidade reflete um conflito interno entre o desejo de reconhecimento e a necessidade de permanecer fiel ao seu ideal artístico O enredo do conto é relativamente simples mas sua complexidade reside nas camadas de significado que Eça de Queirós incorpora através das introspecções do Poeta e das suas interações simbólicas com o ambiente Em essência Um poeta lírico é um retrato poético de uma mente atormentada pela busca da perfeição artística em um mundo que frequentemente parece hostil ou indiferente a tais aspirações Visão sobre a Arte A concepção de arte apresentada em Um poeta lírico é sem dúvida idealista e romantizada Para o Poeta a arte representa um meio de transcendência uma forma de escapar das banalidades e das limitações do mundo material Esta visão é expressa através de suas reflexões sobre a natureza da poesia e da criação artística que ele vê como uma busca pela beleza pura e pela expressão autêntica das emoções humanas Eça de Queirós projeta no Poeta uma visão quase sagrada da arte A narrativa sugere que a verdadeira arte não deve se sujeitar às demandas do público ou às convenções sociais mas deve ao contrário buscar a verdade e a beleza em sua forma mais elevada O Poeta está imbuído de uma vocação que considera inevitável uma missão que exige dele um sacrifício constante e uma dedicação fervorosa Ele percebe a poesia como uma vocação nobre que transcende a vida comum e o conecta a um ideal de perfeição No entanto esta visão idealista da arte coloca o Poeta em constante conflito com a realidade que o cerca A disparidade entre seu ideal artístico e as expectativas mundanas da sociedade resulta em um sentimento de isolamento e incompreensão Eça de Queirós utiliza este conflito para explorar a tensão entre o desejo de pureza artística e as pressões do reconhecimento e da sobrevivência material A busca do Poeta por um ideal de beleza sem concessões o torna incapaz de se adaptar às exigências práticas do mundo refletindo uma crítica sutil às limitações impostas pela sociedade às aspirações elevadas O conto também aborda a questão da sinceridade na arte Para o Poeta a verdadeira poesia deve ser uma expressão autêntica da alma livre de qualquer influência externa ou compromisso com o sucesso material Esta visão contrasta com a realidade prática da criação artística onde muitas vezes os artistas são compelidos a comprometer seus ideais para alcançar reconhecimento ou sustento Assim Eça de Queirós apresenta uma reflexão profunda sobre o valor da autenticidade na arte e os sacrifícios necessários para manter a integridade artística em um mundo que valoriza mais o sucesso tangível do que a pureza da expressão Contexto Histórico e Literário Eça de Queirós escreveu Um poeta lírico em um período caracterizado pela efervescência cultural e literária em Portugal quando o movimento realista estava em pleno desenvolvimento O Realismo que buscava retratar a vida com uma fidelidade objetiva e crítica contrastava com o idealismo do Romantismo que predominara anteriormente Eça de Queirós como um dos principais expoentes do Realismo em Portugal foi um crítico perspicaz das instituições sociais e das convenções culturais de sua época Embora Um poeta lírico apresente elementos que ressoam com o idealismo romântico como a busca pela beleza e a visão da arte como uma forma de transcendência a abordagem de Eça é profundamente influenciada pelo Realismo Ele utiliza a narrativa para criticar a superficialidade e a falta de compreensão da sociedade em relação às verdadeiras aspirações artísticas Através do Poeta Eça de Queirós expõe a frustração do artista que luta para conciliar seu ideal de beleza com as exigências pragmáticas do mundo ao seu redor O conto reflete o contexto cultural e social do final do século XIX em Portugal uma época de mudanças rápidas e de crescente influência do materialismo e do progresso técnico O Poeta com sua busca por um ideal artístico elevado representa uma resistência às tendências utilitárias e ao pragmatismo emergente Eça de Queirós utiliza esta figura para questionar a capacidade da sociedade de valorizar a arte em sua forma mais pura e para criticar a crescente mercantilização das atividades humanas incluindo a arte Além disso Um poeta lírico pode ser visto como uma reflexão sobre a posição do próprio autor em relação ao movimento literário de sua época Eça de Queirós embora um realista convicto não abandonou completamente os ideais de beleza e de expressão emocional que caracterizavam o Romantismo O conto assim serve como um ponto de convergência entre esses dois movimentos literários explorando a tensão entre o ideal e o real entre a aspiração artística e as exigências da vida prática Análise de Um Homem Célebre de Machado de Assis Resumo do Conto Um homem célebre um conto primoroso de Machado de Assis examina a trajetória de Pestana um músico que atinge a fama graças às suas polcas populares Apesar de sua celebridade e do sucesso de suas composições Pestana é assolado por um desejo insaciável de criar música séria que ele considera o verdadeiro padrão de valor artístico A narrativa de Machado com sua inigualável ironia e agudeza desvenda as frustrações de Pestana que se vê aprisionado pela própria fama e incapaz de realizar a obra artística que realmente almeja O conto apresenta a luta de Pestana com as expectativas do público e com suas próprias ambições Embora ele desfrute do reconhecimento e da aclamação por suas polcas essas conquistas não lhe trazem satisfação pessoal Pelo contrário Pestana sente se desiludido e preso a um ciclo de mediocridade que ele não consegue romper evidenciando o conflito entre o sucesso comercial e a aspiração por algo mais profundo e significativo A história culmina em uma reflexão amarga sobre a natureza da fama e o verdadeiro valor da arte Visão sobre a Arte Em Um homem célebre Machado de Assis oferece uma visão mais desencantada e realista da arte contrastando fortemente com o idealismo de Eça de Queirós A arte na concepção de Machado é retratada como um campo repleto de compromissos e frustrações onde o verdadeiro valor muitas vezes é sacrificado em prol do reconhecimento e da aceitação pública Pestana o protagonista representa o artista que apesar de seu sucesso é profundamente infeliz por não conseguir produzir a música que considera verdadeiramente valiosa Machado de Assis utiliza a trajetória de Pestana para explorar a ironia e a tragédia do artista que alcança fama através de uma arte que ele próprio despreza O músico anseia por compor obras sérias e duradouras mas é continuamente levado a criar música popular que embora aplaudida pelo público não satisfaz suas aspirações mais elevadas A narrativa revela a complexidade da criação artística em um contexto onde as demandas do mercado e as expectativas do público frequentemente dominam as considerações sobre a qualidade e a autenticidade da arte A visão de Machado sobre a arte em Um homem célebre é marcada por um ceticismo sobre a possibilidade de alcançar a pureza artística em um mundo dominado pelo pragmatismo e pelo materialismo A figura de Pestana ilustra a tensão entre a busca pela realização pessoal e a necessidade de responder às pressões externas revelando como o sucesso pode se tornar uma prisão para o artista forçandoo a repetir fórmulas populares em vez de explorar novas formas de expressão Este ceticismo reflete uma crítica mais ampla à sociedade e à sua incapacidade de valorizar o verdadeiro potencial da arte A narrativa de Machado é portanto uma meditação sobre as limitações impostas ao artista pela sociedade e pelo mercado Pestana apesar de sua habilidade e sucesso é uma figura trágica incapaz de realizar plenamente suas aspirações devido às restrições externas A arte para Machado é tanto uma fonte de alegria quanto de sofrimento um campo onde o desejo de autenticidade é constantemente frustrado pelas exigências de conformidade e comercialização Contexto Histórico e Literário Machado de Assis escreveu Um homem célebre no contexto de um Brasil em transição onde a abolição da escravatura e a proclamação da República trouxeram profundas mudanças sociais e culturais Como um dos principais fundadores do Realismo no Brasil Machado estava profundamente engajado com as questões de sua época utilizando sua escrita para explorar as complexidades da condição humana e as contradições da sociedade em transformação O conto reflete as preocupações de Machado com a crescente influência do mercado e do consumismo na vida cultural A trajetória de Pestana pode ser vista como uma alegoria das dificuldades enfrentadas pelos artistas que buscam manter sua integridade em um ambiente que privilegia o sucesso comercial e a popularidade Machado com sua característica ironia e profundidade psicológica oferece uma crítica incisiva da sociedade que valoriza o espetáculo e o sucesso imediato em detrimento da profundidade e da qualidade artística Além disso Um homem célebre exemplifica a habilidade de Machado em capturar a essência da experiência humana através de uma narrativa que embora aparentemente simples revela camadas de significado sobre a natureza da arte e o papel do artista A utilização da música como metáfora para a criação artística permite a Machado explorar temas universais de aspiração frustração e a busca pelo verdadeiro valor em um mundo onde as aparências frequentemente ofuscam a substância Comparação entre os Contos Semelhanças Em ambos os contos a arte é retratada como um espaço de conflito e tensão onde as aspirações do artista são frequentemente frustradas pelas realidades externas Tanto Um poeta lírico quanto Um homem célebre exploram a dualidade entre o ideal artístico e as pressões sociais e econômicas Os protagonistas tanto o Poeta quanto Pestana são figuras marcadas por suas aspirações elevadas e pela luta para manter a integridade de sua visão artística em um mundo que frequentemente parece hostil ou indiferente a essas aspirações A busca pela beleza e pela autenticidade é um tema central em ambas as narrativas e ambos os autores utilizam seus personagens para refletir sobre a complexidade do papel do artista na sociedade A arte para Eça de Queirós e Machado de Assis é tanto uma fonte de nobreza e transcendência quanto um campo de frustração e conflito onde o desejo de pureza e autenticidade se choca com as demandas do reconhecimento e do sucesso material Diferenças Enquanto Eça de Queirós adota uma abordagem mais idealista enfatizando a arte como um meio de elevação espiritual e intelectual Machado de Assis oferece uma visão mais pragmática e desencantada onde o sucesso popular muitas vezes contrasta com a aspiração por autenticidade O Poeta de Eça é um sonhador absorvido pela busca pela beleza pura enquanto Pestana de Machado é um artista cínico atormentado pelo sucesso de uma arte que ele próprio despreza A diferença fundamental reside na forma como cada autor trata o conflito entre o ideal e o real Eça de Queirós utiliza o Poeta para explorar a tensão entre a busca pela beleza transcendental e as pressões do mundo material enquanto Machado de Assis utiliza Pestana para criticar a superficialidade e a comercialização da arte Em Eça a arte é uma vocação nobre que exige sacrifício e devoção enquanto em Machado a arte é um campo onde o verdadeiro valor é frequentemente eclipsado pelo sucesso fácil e pela conformidade às expectativas do público CONCLUSÃO Síntese da Análise A análise comparativa dos contos Um poeta lírico de Eça de Queirós e Um homem célebre de Machado de Assis revela uma exploração profunda e multifacetada da visão sobre a arte destacando tanto as semelhanças quanto as diferenças nas abordagens dos dois autores Em ambos os contos a arte emerge como um campo de conflito e de tensão onde os protagonistas enfrentam desafios significativos em sua busca por realização artística e autenticidade No entanto a maneira como cada autor concebe a arte e o papel do artista na sociedade diverge consideravelmente oferecendo visões complementares que enriquecem a compreensão da criação artística Em Um poeta lírico Eça de Queirós projeta uma visão idealista e quase sacralizada da arte apresentandoa como um meio de transcendência que permite ao indivíduo superar as banalidades e limitações do mundo cotidiano O Poeta como símbolo dessa busca está imbuído de uma vocação nobre e inescapável para alcançar a beleza e a verdade através de sua poesia O conto enfatiza a pureza da arte e a necessidade de sacrifício e devoção para se atingir um ideal artístico elevado apesar das pressões e incompreensões da sociedade A narrativa de Eça revela a tensão entre o desejo de criar algo sublime e as dificuldades práticas de viver em conformidade com esse ideal Por outro lado em Um homem célebre Machado de Assis adota uma abordagem mais cínica e realista explorando a ironia e a tragédia da criação artística no contexto de uma sociedade que valoriza o sucesso comercial acima da autenticidade Pestana o protagonista é um músico cujo sucesso com suas polcas populares não traz satisfação pessoal pois ele aspira a criar música séria e duradoura A visão de Machado sobre a arte é marcada por um desencanto com as limitações impostas pelo mercado e pelas expectativas do público sugerindo que a verdadeira realização artística é frequentemente comprometida pelas demandas de popularidade e conformidade A narrativa expõe o conflito entre o desejo de autenticidade e as pressões externas que forçam o artista a comprometer sua visão Ambas as narrativas portanto apresentam a arte como uma busca complexa e multifacetada onde o ideal artístico colide com as realidades práticas e as pressões sociais Enquanto Eça de Queirós celebra a arte como um campo de pureza e transcendência Machado de Assis enfatiza as frustrações e limitações impostas pelo sucesso e pelas demandas externas Essas abordagens complementares proporcionam uma visão rica e variada da arte ressaltando tanto seu potencial elevado quanto seus desafios intrínsecos Considerações Finais A análise dos contos de Eça de Queirós e Machado de Assis nos conduz a reflexões mais amplas sobre o papel da arte na literatura e na sociedade bem como sobre o legado deixado por esses autores na representação da arte literária Através de suas narrativas ambos os escritores oferecem contribuições valiosas para a compreensão da complexidade da criação artística abordando temas universais que continuam a ressoar na literatura contemporânea Eça de Queirós com sua visão idealista oferece uma perspectiva inspiradora sobre a arte como uma forma de transcendência e realização espiritual Sua representação da arte como uma vocação elevada que exige sacrifício e devoção ressoa com as concepções românticas da criação artística onde o artista é visto como um ser à parte destinado a captar a essência da beleza e da verdade Esse idealismo embora em contraste com a abordagem mais crítica do Realismo enriquece a literatura ao destacar o potencial nobre e transcendental da arte inspirando gerações de artistas e escritores a buscar a pureza e a autenticidade em suas criações Machado de Assis por outro lado contribui com uma visão mais pragmática e crítica da arte refletindo sobre as dificuldades e frustrações inerentes ao processo criativo em um contexto de expectativas sociais e comerciais Sua representação do conflito entre o desejo de autenticidade e as pressões do sucesso popular oferece uma análise incisiva das limitações impostas pela sociedade ao valor verdadeiro da arte A narrativa de Machado questiona a capacidade da sociedade de apreciar e valorizar a arte em sua forma mais pura sugerindo que o verdadeiro valor da criação artística muitas vezes permanece oculto sob a superficialidade do sucesso imediato O legado de Eça de Queirós e Machado de Assis na literatura é portanto profundamente significativo Ambos os autores através de suas abordagens distintas ampliaram a compreensão da arte e do papel do artista oferecendo perspectivas complementares que enriquecem a tradição literária Eça com sua ênfase na elevação espiritual e na pureza artística contribui para a celebração da arte como um meio de alcançar algo sublime e transcendente Machado com seu ceticismo e sua crítica incisiva proporciona uma reflexão profunda sobre os desafios e as limitações enfrentadas pelos artistas em um mundo dominado pelo materialismo e pela busca de reconhecimento fácil Essas visões ao se complementarem oferecem uma compreensão mais completa da arte revelando tanto seu potencial elevado quanto suas complexidades e paradoxos Através da análise de Um poeta lírico e Um homem célebre podemos apreciar como a literatura pode capturar a essência da criação artística explorando suas motivações seus dilemas e suas realizações de uma maneira que continua a ressoar com leitores e artistas em busca de autenticidade e significado em suas próprias expressões criativas Em suma a comparação entre as visões sobre a arte em Um poeta lírico e Um homem célebre nos convida a refletir sobre a dualidade da criação artística e o papel do artista na sociedade Através das lentes de Eça de Queirós e Machado de Assis somos levados a considerar a arte tanto como um campo de aspiração sublime quanto como uma arena de desafios pragmáticos enriquecendo nossa compreensão da literatura e da criação artística como um todo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS Machado de Papéis avulsos 11ª ed São Paulo Globo 1997 CANDIDO Antonio Formação da literatura brasileira Momentos decisivos 13ª ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2000 FRANCO José Eduardo A arte e a sociedade no século XIX São Paulo Edusp 2005 QUEIRÓS Eça de Contos 2ª ed Lisboa Publicações Dom Quixote 2002 SCHWARZ Roberto Ao vencedor as batatas Forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro 3ª ed São Paulo Duas Cidades 1977

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