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Psicologia ·
Psicanálise
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UNIPROJEÇAO
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Assista o filme Joker Coringa de 2019 Joaquin Phoenix Estabeleça uma estrutura clínica e respectivo tipo explique teoricamente a estrutura clínica e o tipo e indique elementos do filme que corroborem a escolha Descreva a forma de subjetivação do sujeito como ele se entende no mundo a partir da estrutura clínica e da cultura que tipo de influência é exercida sobre ele e como ele aceitanega essa influência Utilize os textos psicanalíticos sobre cultura que foram discutidos em sala de aula Estabeleça uma hipótese diagnóstica em Psicanálise porque o paciente sofre e o que deve ser tratado Mínimo 3 referências bibliográficas diferentes 1 necessariamente deve ser um dicionário de psicanálise 1 necessariamente uma obra freudiana e uma à escolha do grupo Máximo 3 laudas arial 12 espaço duplo Enviar tarefa 1 Nome da Entidade Fulana De Tal Análise do filme Joker 2019 Local cidade Outubro 2024 3 Nome da Entidade Nome dos Autores Análise do filme Joker 2019 Analisar psicanaliticamente o personagem Arthur Fleck do filme Joker 2019 identificando a estrutura clínica e a organização psíquica predominante com base em cenas do enredo Pretendese também descrever sua forma de subjetivação influenciada pela cultura e formular uma hipótese diagnóstica que explique seu sofrimento embasada nas teorias de Sigmund Freud e Jacques Lacan 4 Local cidade Outubro 2024 sumário INTRODUÇÃO5 ESTRUTURA CLÍNICA5 FORMA DE SUBJETIVAÇÃO E INFLUÊNCIA CULTURAL9 HIPÓTESE DIAGNÓSTICA EM PSICANÁLISE11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS13 5 INTRODUÇÃO O filme Joker Coringa de 2019 traz a gente pra dentro da jornada de Arthur Fleck um homem que a sociedade empurrou para a margem vivendo em um cenário marcado pelo conflito e pela desigualdade social Aos poucos Arthur vai perdendo o fio da realidade levando o espectador a uma visão profunda de suas dores e sua queda mental Esse enredo abre leque de estudos para a psicanálise possibilitando explorar as estruturas clínicas e os processos que moldam o sujeito principalmente quando ele se vê num contexto de exclusão e sofrimento Nesta análise vamos investigar a estrutura clínica de Arthur pela ótica da psicanálise buscando identificar os traços que moldam sua organização psíquica e os detalhes do filme que sustentam essa interpretação Também será debatida a forma como Arthur constrói sua identidade e enfrenta as influências culturais com base nos conceitos de cultura e psicanálise discutidos por Freud Lacan e outras obras Com essas reflexões buscamos desfiar as camadas do personagem e discutir o papel da sociedade na construção da sua subjetividade refletindo sobre como o contexto cultural e social impacta diretamente a formação da identidade e o comportamento de Arthur ESTRUTURA CLÍNICA As estruturas clínicas na psicanálise são formas distintas de organização psíquica cada uma com mecanismos específicos de relação com a realidade e com o Outro Através da análise das três estruturas psicose neurose e perversão podemos observar como diferentes respostas subjetivas emergem em contextos de conflito interno e interação social Estrutura Psicótica Segundo Freud Para Freud a psicose vai além da simples repressão que caracteriza as neuroses É um processo em que o sujeito recusa a realidade de forma tão intensa que acaba criando uma versão alternativa para substituir aquilo que foi negado Esse curtocircuito entre 6 o sujeito e o mundo real abre espaço para uma construção delirante onde ele passa a habitar uma realidade própria Diferença Entre Neurose Psicose e Perversão Na neurose temos o sujeito lidando com a repressão de desejos e impulsos que por alguma razão não encaixam bem com o ego e as expectativas do mundo Esses desejos reprimidos acabam ressurgindo na forma de sintomas como se fossem um meiotermo entre o que ele quer e o que a realidade permite Já na perversão a situação é mais ambígua o sujeito recusa certos aspectos da realidade ao mesmo tempo em que os admite e então remodela essa realidade para que caiba nas suas fantasias Em contraste na psicose o que se vê é uma rejeição completa levando a um rompimento com o mundo real e à criação de uma nova realidade delirante Essa estrutura psicótica muitas vezes traz consigo um sofrimento psicológico intenso e desafios profundos na interação social 1 Psicose Alucinações e delírios No livro Neurose e Psicose 1924 Freud traz à tona a psicose como uma verdadeira bagunça do eu em relação à realidade Ele coloca que ao contrário da neurose que é como um embate interno entre o desejo e a repressão a psicose acontece quando rola uma retirada de investimento ou seja uma saída da libido da realidade externa Isso faz com que a pessoa acabe criando sua própria realidade totalmente desconectada das normas e expectativas que a sociedade impõe Para Freud a psicose aparece quando a pessoa não consegue se ligar ao NomedoPai um conceito que Lacan foi fundo depois que representa a autoridade da lei e da linguagem simbólica resultando numa ruptura com o mundo social O Arthur Fleck por exemplo mostra essa desconexão com a realidade através das alucinações que tem com a Sophie Ele acredita que está vivendo um romance com ela mas na verdade essa conexão só existe na sua cabeça Esse fenômeno pode ser visto como uma tentativa dele de criar uma realidade alternativa que preencha o vazio emocional que sente Freud diria que por conta da falta de um vínculo verdadeiro com o mundo exterior o Arthur acaba investindo sua libido essa energia psíquica em uma fantasia estabelecendo um laço ilusório que tenta compensar sua alienação e a sensação de não pertencer a lugar nenhu Desconexão com a realidade Lacan aprofunda o conceito de psicose no seminário As Psicoses 19551956 onde introduz a ideia de foraclusão 7 Segundo Lacan a foraclusão do NomedoPai impede que o sujeito se insira simbolicamente na estrutura social e linguística Isso significa que sem a internalização da Lei o sujeito não consegue estabelecer limites simbólicos entre realidade e fantasia deixandoo vulnerável a alucinações e delírios como formas de preencher essa lacuna A risada compulsiva de Arthur em situações inapropriadas reflete uma dificuldade em se inserir no tecido social e nas normas Essa risada incontrolável é um furo no controle simbólico indicando sua luta para se ajustar ao mundo à sua volta Lacan diria que na ausência do NomedoPai Arthur está preso em uma posição de gozo descontrolado ou seja ele experimenta uma descarga psíquica sem os limites simbólicos que normalmente regulam as respostas emocionais A risada fora de lugar é um sinal de que Arthur vive numa realidade onde não há o filtro necessário para se adaptar às normas sociais 2 Neurose A neurose é um verdadeiro campo de batalha interno onde conflitos reprimidos se manifestam por meio de sintomas como ansiedade obsessões e fobias Nessa dinâmica o sujeito mantém uma relação estruturada com a Lei e com o Outro mas vive sempre nessa tensão constante entre o desejo e a repressão Quando falamos de ansiedade e angústia Freud em A Interpretação dos Sonhos 1900 e em outros estudos sobre a neurose descreve essa estrutura como a expressão de conflitos inconscientes reprimidos que aparecem na forma de sintomas como a ansiedade e a angústia Na visão freudiana o neurótico é alguém que guarda desejos inconscientes que colidem com as exigências da realidade e da moral e essa repressão acaba falhando em partes permitindo que o desejo retorne de maneira distorcida e simbólica O Arthur por sua vez nos traz em alto toda sua ansiedade e angústia especialmente quando o assunto é seu desejo de aceitação e reconhecimento A busca incessante por validação e os fracassos na carreira como comediante revelam um conflito entre o que ele quer e o que a realidade impõe Freud diria que esse tipo de ansiedade é um sintoma neurótico onde o sujeito fica preso entre o desejo reprimido e a frustração provocada pela realidade fazendo com que essa tensão se manifeste como sintomas bem claros de angústia Sobre as tentativas de se conformar Lacan em Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise 1964 investiga a neurose como uma estrutura onde o 8 sujeito navega por uma relação complexa com a Lei e com o Outro Para ele o neurótico oscila entre o desejo de ser reconhecido e o medo das consequências desse desejo Na visão lacaniana o neurótico está sempre atrás de preencher uma falta mas enfrenta barreiras impostas pela estrutura do desejo resultando em uma dança entre o anseio e a repressão tudo isso por conta do medo de punição ou rejeição O Arthur tenta se encaixar nas normas sociais buscando tratamento psiquiátrico e seguindo seu sonho de ser comediante mas acaba se deparando com fracassos e rejeições em série Segundo Lacan esse ciclo de tentativas e frustrações ilustra a estrutura neurótica onde ele busca o reconhecimento do Outro representado pela sociedade e pelo público mas enfrenta uma barreira que o impede de conquistar o que deseja Esse movimento constante entre desejo e a frustração de não conseguir preenchêlo é a essência da neurose onde o Arthur vive essa tensão entre a busca por pertencimento e o medo da rejeição 3 Perversão A perversão na visão da psicanálise não se resume a práticas que fogem do comum mas sim a uma relação com a Lei onde o sujeito se atreve a desafiála ou até mesmo tentar subvertêla O perverso busca um prazer que passa por cima das normas sociais sem sentir aquela culpa que geralmente pesa na consciência A Relação com a violência Quando falamos da relação com a violência Freud em Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade 1905 explora a perversão como uma forma de prazer que ignora as regras estabelecidas pela sociedade e pelo superego Para ele o sujeito perverso não tá preso a uma moralidade rígida o que abre espaço para que busque satisfações que a sociedade considera inaceitáveis Isso faz com que ele desafie a ordem simbólica e aja de forma impulsiva para conseguir o que deseja Arthur começa a se envolver com a violência de maneira crescente como uma resposta à dor e à frustração acumuladas Na perspectiva freudiana o prazer que ele encontra na violência e a ausência de culpa podem ser compreendidos como uma forma de perversão onde a dor e o sofrimento dos outros se tornam uma fonte de satisfação que ignora as normas sociais e o senso de moralidade A transformação no Joker No Dicionário de Psicanálise de Jean Laplanche e JeanBertrand Pontalis a perversão é definida como uma condição em que o indivíduo desvia do caminho da normalidade e desafia a lei simbólica que estrutura o psiquismo O sujeito perverso não sente remorso ao confrontar a Lei e sua busca por prazer está ligada a uma ruptura com as normas que regulam o comportamento social O 9 perverso se coloca em oposição à Lei muitas vezes personificando uma figura que desafia a ordem estabelecida O comportamento de Arthur Fleck especialmente quando ele assume o papel de Coringa representa essa definição de perversão Ele encontra prazer em violar as normas sociais transformandose em uma figura de resistência e violência que desafia a autoridade O personagem acaba se tornando um símbolo para outros incentivando uma rebeldia coletiva que subverte a ordem social um aspecto característico da perversão como definida no Dicionário de Psicanálise A transformação no Joker Referência de Lacan No conceito de perversão Lacan explora a relação do sujeito com a Lei e com o Outro Em seus escritos ele afirma que o sujeito perverso desafia a estrutura simbólica da sociedade e se posiciona como aquele que acredita estar além das normas impostas pelo Nomedo Pai Para Lacan a perversão não está necessariamente nas práticas sexuais mas na busca de um gozo que transgride a norma e desafia o limite imposto pela Lei No caso de Arthur sua transição para o Joker demonstra esse rompimento com as normas onde ele se posiciona em um lugar de rebeldia e desafio à estrutura social e à autoridade Quando Arthur assume a identidade do Coringa ele rejeita a moral e as normas da sociedade Essa nova persona não sente remorso ao violar as leis e busca um prazer no caos tornandose um símbolo de subversão para outros Lacan interpretaria esse comportamento como um traço de perversão em que o personagem encontra satisfação na negação da autoridade e na transformação da violência em um meio de expressão FORMA DE SUBJETIVAÇÃO E INFLUÊNCIA CULTURAL 10 Arthur Fleck é subjetivado como um marginal na sociedade e sua luta com uma identidade fragilizada revela como a exclusão e o desamparo moldam sua percepção de si mesmo e do mundo Vivendo em Gotham uma cidade caracterizada pela desigualdade e violência Arthur lida com uma percepção cada vez mais intensa de que não pertence àquele ambiente Essa cultura opressiva onde as estruturas de apoio social são insuficientes e a violência permeia a vida cotidiana exerce uma influência que o empurra para uma sensação de exclusão e solidão ainda mais profunda Subjetivação e Entendimento do Mundo Na narrativa de Arthur percebemos a construção de uma subjetividade marginalizada e solitária Ele se vê como um pária internalizando a ideia de exclusão que a sociedade projeta nele o que é refletido na psicanálise freudiana e lacaniana como uma forma de alienação que molda o eu em resposta a uma realidade de rejeição Em O MalEstar na Civilização Freud aponta que as forças civilizatórias geram inevitavelmente um conflito interno no sujeito ao impor normas e restrições que contrariam suas pulsões e desejos A sociedade então marginaliza quem não se adequa às normas o que gera uma sensação de não pertencimento Esse processo é intensificado para Arthur cuja marginalização se torna central em sua identidade fazendoo ver a si mesmo como incompreendido e portanto deslocado de seu meio A psicanálise lacaniana aprofunda essa análise ao destacar que o sujeito excluído constrói sua identidade em resposta a essa alienação social Arthur vive em um estado de permanente desprezo começa a se ver como um refugiado em sua própria cidade alguém que busca sentido em meio à dor da exclusão Essa situação de isolamento molda sua auto concepção e a maneira como vê o mundo à sua volta reforçando a ideia de que nunca será compreendido ou aceito pela sociedade Essa rejeição que se transforma em um sentimento profundo o faz distanciar se progressivamente das normas e das expectativas acentuando sua sensação de alienação 11 Influência Cultural e AceitaçãoNegações A atmosfera opressiva de Gotham exerce uma influência profunda sobre Arthur Inicialmente ele tenta se adaptar buscando ajuda terapêutica e medicação para aliviar seu sofrimento e alcançar uma mínima sensação de pertencimento No entanto a cultura de Gotham marcada pela falta de suporte e normalização da violência reforça sua percepção de desamparo Com os serviços de saúde mental desmantelados e a sociedade tratando Arthur com indiferença ele começa a perceber que sua luta para se integrar é inútil e que as normas sociais que tentou seguir não o acolhem À medida que essa realidade se impõe Arthur passa a desenvolver uma postura de negação e confronto com Gotham A falta de suporte transforma seu desejo inicial de aceitação em uma revolta contra as normas levandoo a responder à cidade com a mesma violência que ela constantemente projeta Inspirado por uma psicanálise cultural que explora a alienação e a pulsão de morte conforme apontado por Freud Arthur deixa de tentar encaixarse nas normas sociais desenvolvendo uma atitude de desafio e rebelião Essa transformação é uma resposta direta ao ambiente de Gotham que ao priorizar alguns e desamparar outros contribui para a alienação de indivíduos como Arthur intensificando suas tensões internas Essa falta de apoio e a constante rejeição de sua comunidade o levam a ver a violência e o caos como ferramentas para comunicar sua dor e responder à exclusão Arthur assim redefine seu lugar na sociedade não mais como alguém que busca aceitação mas como uma figura antagônica que confronta as expectativas e valores da cultura que o marginalizou Em última análise a cidade de Gotham com sua cultura de desigualdade e violência não só exclui Arthur mas molda o a ponto de tornálo uma resposta viva à opressão que ela impõe HIPÓTESE DIAGNÓSTICA EM PSICANÁLISE 12 Hipótese Diagnóstica em Psicanálise A Estrutura Psicótica de Arthur Fleck Considerando a estrutura psicótica de Arthur é possível sugerir que seu sofrimento se origina de uma desconexão profunda com a realidade e da falta de um suporte simbólico que poderia proporcionar significado e organização às suas vivências A psicanálise indica que na psicose a ausência de uma Lei simbólica que o conceito lacaniano de NomedoPai representa impede o indivíduo de se inserir de maneira estruturada na ordem social deixandoo vulnerável às suas próprias pulsões e fantasias Isso resulta em um estado de angústia desorientação e fragmentação que se manifesta em Arthur por meio de suas dificuldades em se compreender e em se relacionar com a sociedade Diagnóstico Caracterização da Estrutura Psicótica Arthur exibe características típicas de um indivíduo psicótico evidenciadas pela desconexão da realidade e por tendências paranoides Suas alucinações o levam a confundir fantasia com fatos reais gerando experiências que nunca aconteceram e forjando ligações fictícias com pessoas e cenários Esses aspectos indicam um estado psicótico no qual a estrutura mental de Arthur se mostra fragmentada incapaz de manter uma relação consistente com o ambiente que o rodeia dificultando a separação entre seus anseios e a realidade Esse quadro psicótico o torna suscetível a distorções na percepção e a uma vida mental isolada na qual o mundo externo se revela hostil e ameaçador Motivo do Sofrimento e Perspectivas de Tratamento O sofrimento de Arthur é amplificado por uma combinação de fatores internos e externos Internamente sua estrutura psíquica que carece de uma amarração simbólica deixao exposto a suas fantasias descontroladas e ansiedades intensas Externamente o ambiente social de Gotham marcado pela exclusão e indiferença intensifica essa 13 desorientação A sociedade trata Arthur como um pária negandolhe o apoio necessário o que contribui para a sua alienação e reforça a falta de um ponto de referência simbólico que poderia estabilizar sua experiência de vida No tratamento psicanalítico de sujeitos psicóticos Lacan propõe que embora a cura completa seja complexa é possível criar uma amarração ou ancoragem na realidade por meio da transferência Essa abordagem terapêutica busca construir no processo analítico uma nova rede de significados que possibilite ao sujeito algum grau de orientação e sentido A transferência nesse caso atua como uma ponte para que Arthur crie uma conexão simbólica com o mundo externo permitindolhe estruturar minimamente suas experiências Essa nova rede simbólica poderia atenuar a angústia e a fragmentação proporcionandolhe uma referência para lidar com a realidade de forma mais coesa REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREUD S Além do princípio do prazer Escritos sobre a psicologia do inconsciente vol 2 Rio de Janeiro Imago 2006 Obra original de 1920 FREUD S O ego e o id Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud vol 19 Rio de Janeiro Imago 1990 Obra original de 1923 14 FREUD S Inibições sintomas e ansiedade Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud vol 20 Rio de Janeiro Imago 2006 Obra original de 1926 FREUD S O malestar na civilização Edição standard brasileira das obras completas de Sigmund Freud vol XXI Rio de Janeiro Imago 1980 Obra original de 1930 LAPLANCHE J PONTALIS J B Vocabulário da psicanálise São Paulo Martins Fontes 1996 GARCIAROZA L A Freud e o inconsciente 24 ed Rio de Janeiro Zahar 2009 ROUDINESCO E PLON M Dicionário de psicanálise Rio de Janeiro JZE 1998 15 DUNKER C THEBAS C O palhaço e o psicanalista como escutar os outros pode transformar vidas São Paulo Planeta do Brasil 2019 MELUCCI A O jogo do eu a mudança de si em uma sociedade global São Leopoldo Unisinos 2004 GIL A C Métodos e técnicas de pesquisa social São Paulo Atlas SA 2008 LINK PODCAST 16 httpspodcastersspotifycompod showalexandrepatriciodealmeida episodesAnlisedofilmeCoringae1d41hv
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quando ele se vê num contexto de exclusão e sofrimento Nesta análise vamos investigar a estrutura clínica de Arthur pela ótica da psicanálise buscando identificar os traços que moldam sua organização psíquica e os detalhes do filme que sustentam essa interpretação Também será debatida a forma como Arthur constrói sua identidade e enfrenta as influências culturais com base nos conceitos de cultura e psicanálise discutidos por Freud Lacan e outras obras Com essas reflexões buscamos desfiar as camadas do personagem e discutir o papel da sociedade na construção da sua subjetividade refletindo sobre como o contexto cultural e social impacta diretamente a formação da identidade e o comportamento de Arthur ESTRUTURA CLÍNICA As estruturas clínicas na psicanálise são formas distintas de organização psíquica cada uma com mecanismos específicos de relação com a realidade e com o Outro Através da análise das três estruturas psicose neurose e perversão podemos observar como diferentes respostas subjetivas emergem em contextos de conflito interno e interação social Estrutura Psicótica Segundo Freud Para Freud a psicose vai além da simples repressão que caracteriza as neuroses É um processo em que o sujeito recusa a realidade de forma tão intensa que acaba criando uma versão alternativa para substituir aquilo que foi negado Esse curtocircuito entre 6 o sujeito e o mundo real abre espaço para uma construção delirante onde ele passa a habitar uma realidade própria Diferença Entre Neurose Psicose e Perversão Na neurose temos o sujeito lidando com a repressão de desejos e impulsos que por alguma razão não encaixam bem com o ego e as expectativas do mundo Esses desejos reprimidos acabam ressurgindo na forma de sintomas como se fossem um meiotermo entre o que ele quer e o que a realidade permite Já na perversão a situação é mais ambígua o sujeito recusa certos aspectos da realidade ao mesmo tempo em que os admite e então remodela essa realidade para que caiba nas suas fantasias Em contraste na psicose o que se vê é uma rejeição completa levando a um rompimento com o mundo real e à criação de uma nova realidade delirante Essa estrutura psicótica muitas vezes traz consigo um sofrimento psicológico intenso e desafios profundos na interação social 1 Psicose Alucinações e delírios No livro Neurose e Psicose 1924 Freud traz à tona a psicose como uma verdadeira bagunça do eu em relação à realidade Ele coloca que ao contrário da neurose que é como um embate interno entre o desejo e a repressão a psicose acontece quando rola uma retirada de investimento ou seja uma saída da libido da realidade externa Isso faz com que a pessoa acabe criando sua própria realidade totalmente desconectada das normas e expectativas que a sociedade impõe Para Freud a psicose aparece quando a pessoa não consegue se ligar ao NomedoPai um conceito que Lacan foi fundo depois que representa a autoridade da lei e da linguagem simbólica resultando numa ruptura com o mundo social O Arthur Fleck por exemplo mostra essa desconexão com a realidade através das alucinações que tem com a Sophie Ele acredita que está vivendo um romance com ela mas na verdade essa conexão só existe na sua cabeça Esse fenômeno pode ser visto como uma tentativa dele de criar uma realidade alternativa que preencha o vazio emocional que sente Freud diria que por conta da falta de um vínculo verdadeiro com o mundo exterior o Arthur acaba investindo sua libido essa energia psíquica em uma fantasia estabelecendo um laço ilusório que tenta compensar sua alienação e a sensação de não pertencer a lugar nenhu Desconexão com a realidade Lacan aprofunda o conceito de psicose no seminário As Psicoses 19551956 onde introduz a ideia de foraclusão 7 Segundo Lacan a foraclusão do NomedoPai impede que o sujeito se insira simbolicamente na estrutura social e linguística Isso significa que sem a internalização da Lei o sujeito não consegue estabelecer limites simbólicos entre realidade e fantasia deixandoo vulnerável a alucinações e delírios como formas de preencher essa lacuna A risada compulsiva de Arthur em situações inapropriadas reflete uma dificuldade em se inserir no tecido social e nas normas Essa risada incontrolável é um furo no controle simbólico indicando sua luta para se ajustar ao mundo à sua volta Lacan diria que na ausência do NomedoPai Arthur está preso em uma posição de gozo descontrolado ou seja ele experimenta uma descarga psíquica sem os limites simbólicos que normalmente regulam as respostas emocionais A risada fora de lugar é um sinal de que Arthur vive numa realidade onde não há o filtro necessário para se adaptar às normas sociais 2 Neurose A neurose é um verdadeiro campo de batalha interno onde conflitos reprimidos se manifestam por meio de sintomas como ansiedade obsessões e fobias Nessa dinâmica o sujeito mantém uma relação estruturada com a Lei e com o Outro mas vive sempre nessa tensão constante entre o desejo e a repressão Quando falamos de ansiedade e angústia Freud em A Interpretação dos Sonhos 1900 e em outros estudos sobre a neurose descreve essa estrutura como a expressão de conflitos inconscientes reprimidos que aparecem na forma de sintomas como a ansiedade e a angústia Na visão freudiana o neurótico é alguém que guarda desejos inconscientes que colidem com as exigências da realidade e da moral e essa repressão acaba falhando em partes permitindo que o desejo retorne de maneira distorcida e simbólica O Arthur por sua vez nos traz em alto toda sua ansiedade e angústia especialmente quando o assunto é seu desejo de aceitação e reconhecimento A busca incessante por validação e os fracassos na carreira como comediante revelam um conflito entre o que ele quer e o que a realidade impõe Freud diria que esse tipo de ansiedade é um sintoma neurótico onde o sujeito fica preso entre o desejo reprimido e a frustração provocada pela realidade fazendo com que essa tensão se manifeste como sintomas bem claros de angústia Sobre as tentativas de se conformar Lacan em Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise 1964 investiga a neurose como uma estrutura onde o 8 sujeito navega por uma relação complexa com a Lei e com o Outro Para ele o neurótico oscila entre o desejo de ser reconhecido e o medo das consequências desse desejo Na visão lacaniana o neurótico está sempre atrás de preencher uma falta mas enfrenta barreiras impostas pela estrutura do desejo resultando em uma dança entre o anseio e a repressão tudo isso por conta do medo de punição ou rejeição O Arthur tenta se encaixar nas normas sociais buscando tratamento psiquiátrico e seguindo seu sonho de ser comediante mas acaba se deparando com fracassos e rejeições em série Segundo Lacan esse ciclo de tentativas e frustrações ilustra a estrutura neurótica onde ele busca o reconhecimento do Outro representado pela sociedade e pelo público mas enfrenta uma barreira que o impede de conquistar o que deseja Esse movimento constante entre desejo e a frustração de não conseguir preenchêlo é a essência da neurose onde o Arthur vive essa tensão entre a busca por pertencimento e o medo da rejeição 3 Perversão A perversão na visão da psicanálise não se resume a práticas que fogem do comum mas sim a uma relação com a Lei onde o sujeito se atreve a desafiála ou até mesmo tentar subvertêla O perverso busca um prazer que passa por cima das normas sociais sem sentir aquela culpa que geralmente pesa na consciência A Relação com a violência Quando falamos da relação com a violência Freud em Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade 1905 explora a perversão como uma forma de prazer que ignora as regras estabelecidas pela sociedade e pelo superego Para ele o sujeito perverso não tá preso a uma moralidade rígida o que abre espaço para que busque satisfações que a sociedade considera inaceitáveis Isso faz com que ele desafie a ordem simbólica e aja de forma impulsiva para conseguir o que deseja Arthur começa a se envolver com a violência de maneira crescente como uma resposta à dor e à frustração acumuladas Na perspectiva freudiana o prazer que ele encontra na violência e a ausência de culpa podem ser compreendidos como uma forma de perversão onde a dor e o sofrimento dos outros se tornam uma fonte de satisfação que ignora as normas sociais e o senso de moralidade A transformação no Joker No Dicionário de Psicanálise de Jean Laplanche e JeanBertrand Pontalis a perversão é definida como uma condição em que o indivíduo desvia do caminho da normalidade e desafia a lei simbólica que estrutura o psiquismo O sujeito perverso não sente remorso ao confrontar a Lei e sua busca por prazer está ligada a uma ruptura com as normas que regulam o comportamento social O 9 perverso se coloca em oposição à Lei muitas vezes personificando uma figura que desafia a ordem estabelecida O comportamento de Arthur Fleck especialmente quando ele assume o papel de Coringa representa essa definição de perversão Ele encontra prazer em violar as normas sociais transformandose em uma figura de resistência e violência que desafia a autoridade O personagem acaba se tornando um símbolo para outros incentivando uma rebeldia coletiva que subverte a ordem social um aspecto característico da perversão como definida no Dicionário de Psicanálise A transformação no Joker Referência de Lacan No conceito de perversão Lacan explora a relação do sujeito com a Lei e com o Outro Em seus escritos ele afirma que o sujeito perverso desafia a estrutura simbólica da sociedade e se posiciona como aquele que acredita estar além das normas impostas pelo Nomedo Pai Para Lacan a perversão não está necessariamente nas práticas sexuais mas na busca de um gozo que transgride a norma e desafia o limite imposto pela Lei No caso de Arthur sua transição para o Joker demonstra esse rompimento com as normas onde ele se posiciona em um lugar de rebeldia e desafio à estrutura social e à autoridade Quando Arthur assume a identidade do Coringa ele rejeita a moral e as normas da sociedade Essa nova persona não sente remorso ao violar as leis e busca um prazer no caos tornandose um símbolo de subversão para outros Lacan interpretaria esse comportamento como um traço de perversão em que o personagem encontra satisfação na negação da autoridade e na transformação da violência em um meio de expressão FORMA DE SUBJETIVAÇÃO E INFLUÊNCIA CULTURAL 10 Arthur Fleck é subjetivado como um marginal na sociedade e sua luta com uma identidade fragilizada revela como a exclusão e o desamparo moldam sua percepção de si mesmo e do mundo Vivendo em Gotham uma cidade caracterizada pela desigualdade e violência Arthur lida com uma percepção cada vez mais intensa de que não pertence àquele ambiente Essa cultura opressiva onde as estruturas de apoio social são insuficientes e a violência permeia a vida cotidiana exerce uma influência que o empurra para uma sensação de exclusão e solidão ainda mais profunda Subjetivação e Entendimento do Mundo Na narrativa de Arthur percebemos a construção de uma subjetividade marginalizada e solitária Ele se vê como um pária internalizando a ideia de exclusão que a sociedade projeta nele o que é refletido na psicanálise freudiana e lacaniana como uma forma de alienação que molda o eu em resposta a uma realidade de rejeição Em O MalEstar na Civilização Freud aponta que as forças civilizatórias geram inevitavelmente um conflito interno no sujeito ao impor normas e restrições que contrariam suas pulsões e desejos A sociedade então marginaliza quem não se adequa às normas o que gera uma sensação de não pertencimento Esse processo é intensificado para Arthur cuja marginalização se torna central em sua identidade fazendoo ver a si mesmo como incompreendido e portanto deslocado de seu meio A psicanálise lacaniana aprofunda essa análise ao destacar que o sujeito excluído constrói sua identidade em resposta a essa alienação social Arthur vive em um estado de permanente desprezo começa a se ver como um refugiado em sua própria cidade alguém que busca sentido em meio à dor da exclusão Essa situação de isolamento molda sua auto concepção e a maneira como vê o mundo à sua volta reforçando a ideia de que nunca será compreendido ou aceito pela sociedade Essa rejeição que se transforma em um sentimento profundo o faz distanciar se progressivamente das normas e das expectativas acentuando sua sensação de alienação 11 Influência Cultural e AceitaçãoNegações A atmosfera opressiva de Gotham exerce uma influência profunda sobre Arthur Inicialmente ele tenta se adaptar buscando ajuda terapêutica e medicação para aliviar seu sofrimento e alcançar uma mínima sensação de pertencimento No entanto a cultura de Gotham marcada pela falta de suporte e normalização da violência reforça sua percepção de desamparo Com os serviços de saúde mental desmantelados e a sociedade tratando Arthur com indiferença ele começa a perceber que sua luta para se integrar é inútil e que as normas sociais que tentou seguir não o acolhem À medida que essa realidade se impõe Arthur passa a desenvolver uma postura de negação e confronto com Gotham A falta de suporte transforma seu desejo inicial de aceitação em uma revolta contra as normas levandoo a responder à cidade com a mesma violência que ela constantemente projeta Inspirado por uma psicanálise cultural que explora a alienação e a pulsão de morte conforme apontado por Freud Arthur deixa de tentar encaixarse nas normas sociais desenvolvendo uma atitude de desafio e rebelião Essa transformação é uma resposta direta ao ambiente de Gotham que ao priorizar alguns e desamparar outros contribui para a alienação de indivíduos como Arthur intensificando suas tensões internas Essa falta de apoio e a constante rejeição de sua comunidade o levam a ver a violência e o caos como ferramentas para comunicar sua dor e responder à exclusão Arthur assim redefine seu lugar na sociedade não mais como alguém que busca aceitação mas como uma figura antagônica que confronta as expectativas e valores da cultura que o marginalizou Em última análise a cidade de Gotham com sua cultura de desigualdade e violência não só exclui Arthur mas molda o a ponto de tornálo uma resposta viva à opressão que ela impõe HIPÓTESE DIAGNÓSTICA EM PSICANÁLISE 12 Hipótese Diagnóstica em Psicanálise A Estrutura Psicótica de Arthur Fleck Considerando a estrutura psicótica de Arthur é possível sugerir que seu sofrimento se origina de uma desconexão profunda com a realidade e da falta de um suporte simbólico que poderia proporcionar significado e organização às suas vivências A psicanálise indica que na psicose a ausência de uma Lei simbólica que o conceito lacaniano de NomedoPai representa impede o indivíduo de se inserir de maneira estruturada na ordem social deixandoo vulnerável às suas próprias pulsões e fantasias Isso resulta em um estado de angústia desorientação e fragmentação que se manifesta em Arthur por meio de suas dificuldades em se compreender e em se relacionar com a sociedade Diagnóstico Caracterização da Estrutura Psicótica Arthur exibe características típicas de um indivíduo psicótico evidenciadas pela desconexão da realidade e por tendências paranoides Suas alucinações o levam a confundir fantasia com fatos reais gerando experiências que nunca aconteceram e forjando ligações fictícias com pessoas e cenários Esses aspectos indicam um estado psicótico no qual a estrutura mental de Arthur se mostra fragmentada incapaz de manter uma relação consistente com o ambiente que o rodeia dificultando a separação entre seus anseios e a realidade Esse quadro psicótico o torna suscetível a distorções na percepção e a uma vida mental isolada na qual o mundo externo se revela hostil e ameaçador Motivo do Sofrimento e Perspectivas de Tratamento O sofrimento de Arthur é amplificado por uma combinação de fatores internos e externos Internamente sua estrutura psíquica que carece de uma amarração simbólica deixao exposto a suas fantasias descontroladas e ansiedades intensas Externamente o ambiente social de Gotham marcado pela exclusão e indiferença intensifica essa 13 desorientação A sociedade trata Arthur como um pária negandolhe o apoio necessário o que contribui para a sua alienação e reforça a falta de um ponto de referência simbólico que poderia estabilizar sua experiência de vida No tratamento psicanalítico de sujeitos psicóticos Lacan propõe que embora a cura completa seja complexa é possível criar uma amarração ou ancoragem na realidade por meio da transferência Essa abordagem terapêutica busca construir no processo analítico uma nova rede de significados que possibilite ao sujeito algum grau de orientação e sentido A transferência nesse caso atua como uma ponte para que Arthur crie uma conexão simbólica com o mundo externo permitindolhe estruturar minimamente suas experiências Essa nova rede simbólica poderia atenuar a angústia e a fragmentação proporcionandolhe uma referência para lidar com a realidade de forma mais coesa REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREUD S Além do princípio do prazer Escritos sobre a psicologia do inconsciente vol 2 Rio de Janeiro Imago 2006 Obra original de 1920 FREUD S O ego e o id Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud vol 19 Rio de Janeiro Imago 1990 Obra original de 1923 14 FREUD S Inibições sintomas e ansiedade Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud vol 20 Rio de Janeiro Imago 2006 Obra original de 1926 FREUD S O malestar na civilização Edição standard brasileira das obras completas de Sigmund Freud vol XXI Rio de Janeiro Imago 1980 Obra original de 1930 LAPLANCHE J PONTALIS J B Vocabulário da psicanálise São Paulo Martins Fontes 1996 GARCIAROZA L A Freud e o inconsciente 24 ed Rio de Janeiro Zahar 2009 ROUDINESCO E PLON M Dicionário de psicanálise Rio de Janeiro JZE 1998 15 DUNKER C THEBAS C O palhaço e o psicanalista como escutar os outros pode transformar vidas São Paulo Planeta do Brasil 2019 MELUCCI A O jogo do eu a mudança de si em uma sociedade global São Leopoldo Unisinos 2004 GIL A C Métodos e técnicas de pesquisa social São Paulo Atlas SA 2008 LINK PODCAST 16 httpspodcastersspotifycompod showalexandrepatriciodealmeida episodesAnlisedofilmeCoringae1d41hv