Sífilis Congênita: Estratégias da ESF, Fatores de Risco e Notificação

As infecções sexualmente transmissíveis IST são agravos importantes para a saúde pública A sífilis é uma das ISTs que se não diagnosticada e tratada adequadamente pode acarretar a incapacitação do indivíduo acometido Por isso no prénatal um dos exames realizados é o diagnóstico de sífilis pois a sífilis congênita pode levar à morte os fetos e os neonatos No Brasil a sífilis congênita e na gestante são de notificação compulsória e as informações sobre abortos natimortos e nascidos vivos com sífilis congênita devem ser inseridas no Sistema de Informações de Agravos de Notificação Sinan O acolhimento da gestante realizado pela equipe da Estratégia Saúde da Família ESF é muito importante bem como seu trabalho na busca ativa de novos casos na população de seu território Assim as equipes da ESF são fundamentais para o levantamento de dados e desenvolvimento de ações de promoção proteção e recuperação da saúde da população Portanto como as equipes da ESF podem atuar para reduzir os casos de sífilis congênita Quais fatores estão associados ao aumento do número de casos de sífilis congênita no Brasil Por ser de notificação compulsória quais podem ser Infecções sexualmente transmissíveis IST são um problema de saúde pública mundial e no Brasil a sífilis é uma das ISTs que mais preocupa as autoridades de saúde A sífilis é uma infecção bacteriana que pode ser transmitida por meio de relações sexuais sem proteção com uma pessoa infectada bem como pela transmissão vertical da mãe para o feto durante a gravidez Para reduzir os casos de sífilis congênita as equipes da Estratégia Saúde da Família ESF podem atuar de diversas maneiras Primeiramente é essencial que as gestantes sejam acolhidas adequadamente e tenham acesso a exames e tratamentos necessários A busca ativa de novos casos na população também é importante para identificar pessoas infectadas e garantir o tratamento adequado Além disso a promoção da educação sexual e do uso de preservativos pode ajudar a prevenir novas infecções DOMINGUES 2016 Diversos fatores estão associados ao aumento do número de casos de sífilis congênita no Brasil A falta de acesso à informação e aos serviços de saúde a baixa adesão ao uso de preservativos a resistência bacteriana a antibióticos e o aumento do uso de drogas injetáveis são alguns dos fatores que contribuem para a disseminação da sífilis Apesar da notificação compulsória da sífilis congênita e na gestante no Brasil ainda há subnotificação de casos Isso pode ser explicado por diversos motivos como a falta de capacitação dos profissionais de saúde para identificar e notificar corretamente os casos a falta de integração entre os sistemas de notificação e a falta de incentivos para notificação adequada Para resolver essa situação é necessário fortalecer a capacitação dos profissionais de saúde melhorar a integração entre os sistemas de notificação e garantir incentivos para notificação adequada RODRIGUES 2004 Em suma a sífilis congênita é uma preocupação séria para a saúde pública no Brasil As equipes da ESF podem atuar de diversas maneiras para reduzir os casos da doença como o acolhimento adequado das gestantes a busca ativa de novos casos e a promoção da educação sexual Além disso é importante entender os fatores que contribuem para a disseminação da doença e garantir a notificação adequada dos casos para melhorar as estratégias de prevenção e tratamento COSTA RODRIGUES 2023 REFERÊNCIAS COSTA Giovanna de Carvalho Meneses RODRIGUES Samara Cabral Análise epidemiológica da sífilis congênita no Brasil nos anos de 2016 a 2020 2023 DOMINGUES Rosa Maria Soares Madeira LEAL Maria do Carmo Incidência de sífilis congênita e fatores associados à transmissão vertical da sífilis dados do estudo Nascer no Brasil Cadernos de Saúde Pública v 32 p e00082415 2016 RODRIGUES Celeste S GUIMARÃES Mark DC Positividade para sífilis em puérperas ainda um desafio para o Brasil Revista Panamericana de Salud Publica v 16 n 3 p 168175 2004 O CONTEXTO DA SÍFILIS E OS DÉFICIT NA SUA PREVENÇÃO NO BRASIL A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum que pode ser transmitida através do contato sexual com uma pessoa infectada durante a gestação ou pelo contato com feridas infectadas A patogenia da sífilis é complexa e pode levar a diferentes estágios clínicos da doença que variam desde lesões na pele até lesões neurológicas graves A infecção pelo Treponema pallidum desencadeia uma resposta imunológica do hospedeiro que pode causar a destruição de células saudáveis e levar a complicações graves No Brasil a transmissão da sífilis é considerada um problema de saúde pública com aumento significativo no número de casos notificados nos últimos anos A transmissão sexual é a principal forma de transmissão da doença no país sendo mais comum entre adultos jovens e adolescentes especialmente em pessoas que não utilizam preservativos nas relações sexuais Além disso a transmissão vertical da sífilis da gestante para o feto é uma importante forma de transmissão da doença e a sífilis congênita pode levar a complicações graves na saúde do recémnascido DOMINGUES 2016 A prevenção da transmissão da sífilis no Brasil envolve ações como o diagnóstico precoce da doença o tratamento adequado dos casos diagnosticados o incentivo ao uso de preservativos nas relações sexuais e a educação sexual da população Além disso é importante destacar a necessidade de investimentos em políticas públicas voltadas para a promoção da saúde sexual e reprodutiva da população bem como em campanhas de conscientização sobre a importância da prevenção e do tratamento da sífilis EQUIPES DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO BRASIL As equipes da Estratégia Saúde da Família ESF são fundamentais para a prevenção e controle da sífilis congênita uma vez que são responsáveis pelo atendimento prénatal das gestantes e pelo acompanhamento da saúde das crianças no território de abrangência da unidade de saúde Segundo Rodrigues e Guimarães 2004 o acolhimento da gestante realizado pela ESF é fundamental para a identificação precoce da sífilis na gestação o que permite o tratamento adequado e a prevenção da transmissão vertical da doença Segundo Heringer 2020 as equipes da Estratégia Saúde da Família ESF podem atuar para reduzir os casos de sífilis congênita através de diversas ações tais como Identificação precoce e tratamento adequado da gestante com sífilis As equipes da ESF devem realizar o prénatal das gestantes com o objetivo de identificar precocemente as gestantes infectadas pela sífilis O tratamento adequado da gestante infectada é fundamental para evitar a transmissão vertical da sífilis para o feto Realização de testes rápidos para sífilis A ESF pode disponibilizar testes rápidos para sífilis o que facilita o diagnóstico precoce da doença Educação em saúde As equipes da ESF podem desenvolver ações educativas para a população em geral visando a prevenção da sífilis e a promoção da saúde sexual e reprodutiva Busca ativa de casos As equipes da ESF podem realizar a busca ativa de casos de sífilis na população de seu território identificando e tratando precocemente as pessoas infectadas Acompanhamento dos casos As equipes da ESF devem acompanhar os casos de sífilis congênita e das gestantes com sífilis garantindo o tratamento adequado e a prevenção de novos casos PADOVANI OLIVEIRA PEDROSO 2028 Além disso a ESF pode desenvolver ações educativas e de busca ativa de casos a fim de sensibilizar a população sobre a importância da prevenção da sífilis e de identificar precocemente os casos de sífilis congênita e das gestantes com a doença A busca ativa de casos é uma estratégia eficaz para o diagnóstico e tratamento precoce da sífilis uma vez que permite a identificação dos casos que não foram diagnosticados durante o prénatal No entanto diversos fatores podem contribuir para o aumento do número de casos de sífilis congênita no Brasil Segundo Mocelin 2023 a falta de acesso aos serviços de saúde a falta de informação sobre prevenção e tratamento da sífilis e o uso inadequado de preservativos são alguns dos fatores que podem favorecer a transmissão da doença Além disso o aumento da resistência aos antimicrobianos pode dificultar o tratamento adequado da sífilis e contribuir para a persistência da doença OLIVEIRA et al 2021 Por fim é importante destacar a subnotificação de casos de sífilis congênita que pode dificultar o planejamento e a implementação de políticas públicas voltadas para a prevenção e controle da doença Segundo Costa 2023 a falta de capacitação dos profissionais de saúde para a notificação de casos a falta de adesão dos profissionais de saúde à notificação compulsória e a falta de investimentos em tecnologias para o registro e notificação de casos são alguns dos fatores que podem contribuir para a subnotificação Portanto é fundamental investir em capacitação dos profissionais de saúde em tecnologias para o registro e notificação de casos e em políticas públicas que visem à melhoria do acesso aos serviços de saúde e à promoção da saúde sexual e reprodutiva da população REFERÊNCIAS COSTA Giovanna de Carvalho Meneses RODRIGUES Samara Cabral Análise epidemiológica da sífilis congênita no Brasil nos anos de 2016 a 2020 2023 DOMINGUES Rosa Maria Soares Madeira LEAL Maria do Carmo Incidência de sífilis congênita e fatores associados à transmissão vertical da sífilis dados do estudo Nascer no Brasil Cadernos de Saúde Pública v 32 p e00082415 2016 HERINGER Andressa Lohan dos Santos et al Desigualdades na tendência da sífilis congênita no município de Niterói Brasil 2007 a 2016 Revista Panamericana de Salud Pública v 44 p e8 2020 MOCELIN Helaine Jacinta Salvador et al Barreiras e facilitadores do enfrentamento de HIVaids e sífilis por venezuelanas residentes no Brasil Revista Panamericana de Salud Pública v 47 p e3 2023 PADOVANI Camila OLIVEIRA Rosana Rosseto de PELLOSO Sandra Marisa Sífilis na gestação associação das características maternas e perinatais em região do sul do Brasil Revista LatinoAmericana de Enfermagem v 26 2018 RODRIGUES Celeste S GUIMARÃES Mark DC Positividade para sífilis em puérperas ainda um desafio para o Brasil Revista Panamericana de Salud Publica v 16 n 3 p 168175 2004