Cartografia Temática: Introdução e Bases da Produção de Mapas

Cartografia tematica Unidade 1 As bases da cartografia o tematica Introducgao Bemvindos aos estudos da Cartografia Tematica Para chegar até aqui vocé ja estudou alguns dos pilares da Geografia e as bases para a produgdo de mapas a Cartografia Sistematica Agora avangaremos nos estudos para compreender a produgdo de mapas que representam alguns fendmenos especificos Este Ebook foi feito especialmente para vocé O objetivo principal deste material é de aproximar a Cartografia Tematica da sua vida partindo da sua realidade trazendo exemplos ilustragdes e envolvendo diversos conhecimentos necessarios para a sua aprendizagem Nesta Unidade sera apresentado o objeto de estudo desta disciplina e suas bases tanto ideoldgicas quanto cientificas Serdo apresentados também exemplos de dados utilizados para a produgdo de mapas tematicos e como eles podem estar relacionados permitindo a produgdo dos chamados mapas de sintese Vocé podera compreender também a diferencga entre dado e variavel na producgado de mapas tematicos e aprendera a fazer alguns tratamentos estatisticos de dados utilizados em fins de mapeamentos para melhor atender as necessidades do cartografo Bons estudos e ifi id e 1 Bases cientificas e ideologicas da cartografia tematica A Cartografia pode ser entendida como o ramo da ciéncia que objetiva fazer representacodes graficas da superficie terrestre resultando na produgdo de mapas Os avancos tecnoldgicos recentes particularmente da informatica e das telecomunicacées causaram um grande impacto na Cartografia Com a significativa diminuigdo do custo de computadores dos seus programas e da conexdo com a Internet aliada a criacdo de bases cartogrdficas e dados estatisticos no meio digital os mapas se difundiram com velocidade e amplitude ainda maiores do que no periodo renascentista quando a imprensa de Gutenberg foi utilizada para reproduzir mapas Entretanto a decorrente facilidade de confeccdo dos mapas criou circunstancias indesejaveis Ainda que o numero de pessoas que elabora mapas tematicos tenha aumentado substancialmente e a velocidade da sua producdo tenha sido muito acelerada o que a principio é desejdvel muitos equivocos cartogrdficos tém sido gerados pela auséncia de conhecimento dos fundamentos da Cartografia em geral e da Cartografia Temdtica em particular QUEIROZ FILHO 2007 A Cartografia um meio de transmissao de informacdo No dia a dia do cidadao podese fazer a leitura do espaco por meio de diferentes informacgdes Podese representar informagdes com diferentes finalidades mapas de turismo mapas de planejamento mapas rodoviarios mapas de minerais mapas geoldogicos entre outros PONTUSCHKA 1999 p123 Segundo a Organizagao das Nagdes Unidas 1949 através de uma comissao especializada reunida em 1949 a cartografia é a cincia que se ocupa da elaboracao de mapas de toda espécie Abrange todas as fases dos trabalhos desde os primeiros levantamentos até a impressdo final dos mapas Segundo Joly 1990 um mapa é a representagao sobre uma superficie plana da superficie terrestre que é curva Ela da uma imagem incompleta do terreno sendo uma simplificagado da realidade O mapa descreve uma porcdo do espacgo geografico com suas caracteristicas qualitativas e ou quantitativas A confeccdo de um mapa é uma tarefa de certa complexidade Abrange um conjunto de operagdes que vao desde os levantamentos no proprio terreno e a analise de documentagdo fotos aéreas por exemplo caracterizando a cartografia sistematica até o estudo de expressoes graficas como as legendas etc e outros aspectos da cartografia tematica Os mapas sao elaborados com o auxilio de instrumentos e recursos tais como fotografias aéreas satélites artificiais e computadores Os elementos de um mapa sao escala projegoes cartograficas simbolos ou convencoes cartograficas e titulo OS mapas sdo bastante utilizados por estrategistas militares e por Orgdos governamentais para coordenacao do territdrio nacional Por sua complexidade a Cartografia pode ser dividida em Sistematica ja estudada no ebook anterior e Tematica A Cartografia Tematica é segundo Oliveira 2009 a representagao espacial de um tema especifico seja ele concreto ou abstrato a exemplo das cartas geologicas de vegetagao de uso da terra da rede de transportes de populacdo etc E o ramo da Cartografia responsavel pelo planejamento execugdo e visualizagado de mapas a partir do uso de simbologia adequada permitindo a representacgdo de fatos e fendmenos geograficos com especificidades que resultam no processo de traducdao visual de uma informagdo geografica compativel com o significado da informacdo a ser traduzida De acordo com Rosa 1996 a preocupagdo basica da cartografia tematica é a elaboragdao e o uso dos mapeamentos tematicos abrangendo desde a fase da coleta de dados sua analise e interpretacdo até a representacdo das informagées sobre uma carta base Neste processo de mapeamento a preocupagdo maior do cartdégrafo com o conteudo que vai ser representado e nao com a precisdo dos contornos ou da rede de paralelos e meridianos Os temas dos mapas podem ser obtidos por correlacdao entre diversas tematicas ou diferentes dados que serdo representados a partir da utilizagao da técnica mais conveniente objetivando a melhor visualizagdo do tema definido Assim a Cartografia Tematica inclui além de mapas outras formas de representacao tais como graficos blocosdiagrama e croquis ARCHELA 2000 De maneira simplificada podemos entender que os mapas tematicos visam a responder as seguintes perguntas o qué esta sendo representado e ou em que ordem ou em que quantidade Em um mapa tematico os fenédmenos sao representados através de variaveis visuais com base em sua diversidade ordem e proporcionalidade Sao elas tamanho valor granulacdo cor orientagao forma ponto linha e area Essas variaveis podem ser qualitativas ordenadas ou quantitativas Assim a linguagem da Cartografia Tematica se apresenta como um sistema de simbolos graficos com significado e significante cujas relag6es podem ser de similaridade diversidade ordem ou de proporcionalidade e deverdo ser transcritas no mapa por meio de variaveis visuais que representem exatamente as relacgdes entre os dados que serdo representados Esses significantes sdo as variaveis visuais utilizadas para transcrever as relacgdes entre os dados Esses aspectos da semiologia grafica ou seja da linguagem dos mapas tematicos sera apresentado detalhadamente nos topicos da Unidade 2 as 11 Fundamentos por tras da elaboracao de mapas Para se elaborar um mapa os cartografos se utilizam de fundamentos cientificos e ideologicos Tecnicamente para se representar a superficie da Terra a Cartografia Sistematica se baseia em dados ou imagens georreferenciadas a partir de satélites orbitais ou fotografias aéreas por exemplo Sobre esta representacdo o cartdgrafo indica a orientagao o Norte geralmente o tipo de projecdao utilizada e a escala Assim gerando um produto de forma geomeétrica e descritiva Os mapas produzidos a partir desses levantamentos sao os mapas de base a partir dos quais sao obtidos os mapas derivados JOLY 2001 p 33 tal como os mapas tematicos Um mapa base é uma layer com informagées geograficas coordenadas e orientaGao por exemplo que serve como fundo para a produgdo de outro mapa Os mapas base fornecem o contexto geografico para as layers adicionais as informagdes ou temas que serdo incorporados a ele que sao sobrepostas a este mapa base Ao se produzir um mapa tematico a partir de um mapa de base 0 cartografo devera selecionar os dados da layer a ser adicionada Esses dados podem ser trabalhados estatisticamente ou selecionados a partir de um periodo prédeterminado Ou seja 0 cartografo escolhera as informacgoes que pretende mapear Desta maneira esta representagdo apesar de seguir rigores técnicos ndo é isenta de ideologias Todo mapa expressa o ponto de vista de seu criador uma vez que o cartografo faz escolhas de dados e temas quando produz os mapas Além disso a Terra é esférica e qualquer local dela pode ser representado como o centro e o Norte pode vir representado para baixo por exemplo Dessa forma qualquer mapa apresenta um conteudo politicoideoldgico A escolha de um mapa de base para a produgao de um mapa tematico partira de um ponto de vista ideoldgico que represente algum local ou elemento especifico com mais destaque do que outro por exemplo de acordo com o ideario do cartografo Ao criar O Mapa tematico novamente se faz uma escolha de quais fen6dmenos serdo ou ndo representados e quais variaveis visuais serdo utilizadas podendose destacar um elemento em detrimento de outro Por seu carater ideoldgico a cartografia pode ser também uma forma de conhecimento e uma forma de poder Assim como o historiador pinta a paisagem do passado com as cores do presente o gedmetra conscientemente ou ndo ndo reproduz somente o entorno em sentido abstrato mas também os imperativos territoriais de um sistema politico Seja o mapa produzido sob a bandeira da ciéncia cartogrdfica como foram a maior parte dos mapas oficiais ou seja um exercicio de propaganda declarada é inevitavel que esteja envolvido no processo do poder HARLEY 1995 Segundo Lacoste 2003 ndo é possivel dissociar mapa e Geografia pois para ele deve se pensar 0 espaco a partir das possibilidades de mapeamento Assim 0 espacgo é formado por aquilo que é possivel de ser mapeado e a analise do espaco é feita a partir de como os objetos sdo distribuidos ou organizados no territorio A maneira como sao distribuidos ou organizados esses objetos em um mapa indicam relagoes de estratégia e poder Dessa forma OS mapas sdo ferramentas através das quais os diferentes agentes planejam sua intervencdo no espaco Atraves desta visdo Lacoste propde a existéncia de duas Geografias a Geografia dos professores e a Geografia dos estadosmaiores A primeira Geografia é ilustrativa serve como forma de camuflagem para a segunda a qual é fundamentada nas estratégias de acdo no espaco pelo Estado e pelas empresas GIRARDI 2020 Correlacgao de feno 2 Corre agao de renomenos seograficos E indiscutivel o interesse geogrdfico das comparacées de mapas A busca do relacionamento entre os padrées de distribuicdo espacial exibidos pelos fendmenos é uma forma de explorar a informagdo tendo em vista uma compreensdo e explicagdo Assim podemos confrontar distribuigdes que se relacionam ou que se contrapdem MARTINELLI 2004 p 115 Essa comparacgao pode ser feita a partir da correlagao entre fendmenos como explicados nos exemplos A B e C a seguir A Ao estudar a vegetagdo de um pais por exemplo um estudante pode analisar também o relevo da regido Em areas montanhosas de grande altitude a vegetacao tendera a ser menos desenvolvida do que em areas mais baixas e planas onde o solo mais profundo Dessa maneira foram correlacionados fendmenos geograficos naturais B Um geografo ao trabalhar dados relativos a populagdo global precisa relacionar informagdes demograficas a outras de carater social Comparandose um mapa de expectativa de vida com outro de renda por exemplo é possivel perceber uma maior expectativa de vida em paises onde a renda é maior Assim esses fenédmenos geograficos humanos apresentam uma correlaGdo C Outra correlagdo possivel entre fendmenos geograficos socioambientais Por exemplo em paises onde as leis ambientais sao mais frageis aspecto social a emissao de poluentes pelas industrias é maior aspecto ambiental Ha diversas formas de se verificar a correlagao entre dados cartograficamente graficamente ou estatisticamente Quando os temas mapeados apresentam uma correlagado que permitem com que eles sejam comparados possivel unilos em uma unica representagdo cartografica gerando um mapa de sintese As correlagdes cartograficas sao obtidas a partir da sobreposicao de mapas As correlacdes graficas sao executadas para comparar duas séries estatisticas avaliando O grau de dependéncia entre elas como nos graficos de dispersdo que serdo apresentados a seguir Ja as correlagdes estatisticas definem coeficientes de correlagao mostrando o tipo de relagdo positiva ou negativa que existe entre as duas séries também sera mostrado a seguir fia de si 21 A cartografia de sintese Na cartografia de sintese ocorre a fusao de dois ou mais mapas que se correlacionam A jungdo dos mapas em um so se da em unidades taxondémicas que agrupam lugares caracterizados por agrupamentos de atributos ou variaveis MARTINELLI 2004 Sabese que a Cartografia de Sintese vinha sendo aplicada a Geografia desde o inicio de sua sistematizacdo quando colocada como ciéncia empirica principalmente ao se preocupar com a conclusdo de trabalhos cientificos no intuito de classificar os fatos referentes ao espaco propondo tipologias formais Estas eram obtidas a partir de andlises por indudo da realidade que se expunha ao dominio dos sentidos em seus aspectos visuais mensuraveis palpdveis Dentro de um contexto mais tradicional além dos métodos grdficos e cartogrdficos a sintese pode ser obtida também através de métodos estatisticomatemdaticos com resultados mais objetivos Hoje num plano mais avangado a cartografia de sintese conta com um grande aliado o Sistema de Informacgées Geogrdficas Ele disponibiliza um conjunto de funcdes voltadas a integracdo de dados dispostos em diferentes planos de informacées ou layers para se chegar a um mapa de sintese QUEIROZ FILHO 2007 O mapa de sintese 0 tipo de mapa tematico mais complexo que pode ser produzido pois reune assuntos variados que interagem entre si em uma Unica representacdo Este tipo de mapa é resultado de uma escolha de dados feita pelo cartografo e apresenta portanto uma intencionalidade pois foram escolhidas algumas informacoes enquanto outras foram intencionalmente omitidas O mapa de sintese pode ser produzido de diversas maneiras utilizandose por exemplo graficos triangulares quando ha trés temas representados abordagens dinâmicas quando se mostra a evolução de um determinado fenômeno ou comparação de mapas com a sobreposição de temas Os mapas de síntese por abrangerem um conjunto de informações são bastante comuns nas mídias impressas e digitais jornais revistas telejornais sites de previsão do tempo blogs de viagens etc e permitem explorar diversas informações ao mesmo tempo Figura 1 Exemplo de mapa de síntese por meio de abordagem dinâmica uma vez que o mapa mostra a evolução de um fenômeno em épocas distintas Fonte Geoatlas 2020 Mapa 3 Nivel de escolaridade do beneficidrio Y ow ve fe e ita a 40 are Esa Ss a Bat she sai ONS sees gp oe 0 ae age tee eae RRS a a os 0 PRINS me 155 252 588 i 2 VV V VV NSN 1 00 00 1000 Figura 2 mapa de sintese com uso de graficos triangulares correlacionando informacgdes de percentuais de estudo Fonte 1 Censo da Reforma Agraria do Brasil 1996 da inf 2 3 Anatureza da Intormacgao geografica As informag6es a serem representadas em um mapa sao obtidas através de dados que por Sua vez Sao expressos por variaveis Os dados para confecgdo de mapas podem ser recolhidos em campo diretamente pelo pesquisador ou remotamente a partir de documentacdo préexistente Os dados sdo organizados em tabelas onde podem ser trabalhados estatisticamente atendendo aos interesses de abordagem de certo tema pelo cartdgrafo Dado um conjunto de informacgoées relativas a um fendmeno Por exemplo ao estudar o clima de uma localidade é possivel se obter os dados de chuva anual mensal ou didaria de temperatura média maxima ou minima de diregao do vento etc Esses dados sao quantitativos possiveis de mensurar e serdo trabalhados pelo cartografo que fara uma triagem do que sera representado de acordo com seus interesses Os dados quantitativos portanto sao aqueles que apresentam valores numéricos que fazem sentido Mantendo o exemplo do paragrafo anterior as chuvas podem ser medidas em milimetros a temperatura em graus Celsius 0 vento em nos etc Ou Seja SAO dados que resultam em numeros passiveis de medicdo Ha dados porém que sdo de natureza qualitativa ou seja nao sdo mensuraveis sendo definidos por categorias Por exemplo ao fazer um mapa de uso e cobertura do solo sdo representadas areas de vegetacdo de agricultura de solo exposto de mancha urbana entre outros que sao categorias de uso do solo e portanto informag6ées qualitativas Tais dados quantitativos ou qualitativos serdo representados nos mapas por meio de variaveis As duas dimensdes de um plano mais as seis modulagées visuais possiveis que a mancha visual pode assumir constituem as varidveis visuais Além das dimensées do plano as varidveis sGo tamanho valor cor forma orientacdo e granulacdo MARTINELLI 2014 As variaveis visuais tém propriedades perceptivas quantitativas ordenadas dissociativas associativas ou seletivas A percepcao quantitativa indica uma relagao de proporgao representada graficamente em mapas por simbologias que indiquem tamanho A ordenada é indicada por tamanhos e valores A percepcao dissociativa apresenta uma visibilidade variavel onde tamanhos e valores visuais distintos somem sucessivamente ou afastamse indicadas no mapa por tamanho cor e valor A percepcdo associativa uma visibilidade constante afastandose da vista formas granulacgdes e cores de mesmo valor visual e orientagdes nao somem porém se confundem Podem ser representadas no mapa pela forma granulagao série de cores de mesmo valor visual ou orientacgao Por fim a percepgdo seletiva permite o isolamento de elementos distintos entre espacgos qualitativos utilizandose cor tamanho valor granulagao ou forma MARTINELLI 2014 As variaveis qualitativas podem ser nominais quando nao ha ordenacao entre as categorias etnia sexo uso do solo por exemplo ou ordinais quando as categorias sao ordenadas grau de escolaridade classificagdo etaria meses de observacgao de um fendmeno e d 4 Tratamento estatistico de Por estatistica BRITANNICA 2020 entendese que um conjunto de técnicas que permite de forma sistematica organizar descrever analisar e interpretar dados Estes podem ser provenientes de estudos ou experimentos realizados em qualquer area do conhecimento Ja a estatistica descritiva o ramo da estatistica que visa a Sumarizar e descrever qualquer conjunto de dados Ou seja é a estatistica ocupada em sintetizar os dados de maneira direta preocupandose menos com variagéoes e intervalos de confianca dos dados Como exemplos de estatisticas descritivas podemos citar a média o desvio padrdo a mediana etc Essas medidas podem ser tanto de tendéncia central quanto de dispersdo e ee o e 41 Estatistica descritiva basica Dentre as medidas de tendéncia central as mais usadas sao a média a modaea mediana Ja as medidas de dispersdo se relacionam ao desvio obtido com relagao a média como no caso da varidncia e do desvio padrao As medidas de dispersao sao eficientes para ajudar a identificar se um determinado conjunto de dados esta regular Essa indicagdo é feita com base na média aritmética tomada como ponto de partida para essa verificagao A seguir serao explicados como se calculam cada um desses indicadores estatisticos 411 Média aritmetica A média aritmética é o somatório de todos os elementos da série divididos pelo número de elementos Exemplo Série de dados 2 5 7 3 6 7 5 7 9 Há 9 elementos nessa série então Média 2 5 7 3 6 7 5 7 9 519 566 A média é 566 412 Moda A moda é o valor que ocorre mais vezes ou com maior frequência na série Exemplo Série de dados 2 5 7 3 6 7 5 7 9 O valor que ocorreu com maior frequência foi o 7 ocorre três vezes portanto a moda é 7 413 Mediana A mediana é determinada ordenandose os dados de forma crescente ou decrescente e determinando o valor central da série Exemplo Série de dados 2 5 7 3 6 7 5 7 9 Dados ordenados 2 3 5 5 6 7 7 7 9 Como há nove elementos na série o valor central é o quinto elemento pois metade dos dados estão à esquerda deste elemento mediana e a outra metade à direita A mediana é 6 414 Variância A variância é uma medida de dispersão que mostra o quão distante cada valor da série está do valor central da média Quanto menor for a variância mais próximos os valores estão da média A variância da amostra é a somatória do quadrado do desvio em relação à média dividida pela quantidade de elementos da série menos 1 Pode ser resumida pela fórmula Exemplo Série de dados 3 4 6 7 Para se calcular a variância é preciso determinar primeiro a média Média 3 4 6 7 204 5 Em seguida calculase a variância de cada elemento da série com relação à média 35 2 45 1 65 1 75 2 Agora elevase ao quadrado o resultado de cada uma dessas variâncias 2² 4 1² 1 71 24 Entao somamse os resultados obtidos Somatoria do quadrado do desvio em relagdo a média 411410 Dividese esse resultado pelo numero de elementos da série de dados 4 menos 1 103 333 A dispersdo dessa série relagdo a média é de 333 que corresponde a sua variancia 415 Desvio padrao O desvio padrdo corresponde a raiz quadrada da varidncia Essa medida indica se o conjunto de dados é uniforme Quanto menor o desvio padrdo mais proximos da média estao aqueles dados e mais uniforme é a Série No caso do exemplo anterior a raiz quadrada de 333 é 182 aproximadamente Entao o desvio padrdo daquela amostra é de 182 Esses parametros estatisticos podem ser calculados diretamente pelo programa excel quando montamos uma planilha com a base de dados Para isto basta digitar o simbolo de igual em uma célula escrever em letras maiusculas 0 nome da estatistica que se deseja calcular e selecionar a série de dados desejada Depois so digitar enter que o resultado aparecera na célula conforme ilustra a figura abaixo ee a od FED oan BE EE Figura 3 Descrigdo de como calcular o desvio padrdo a partir do MS Excel Para se calcular a média de uma série de dados no excel basta escrever MEDIA abrir parénteses selecionar a série de dados fechar 0 parénteses e clicar enter Fonte elaborado pelo autor 2020 Em muitos casos a explicagao de um fenémeno de interesse pode estar associada a outros fatores ou variaveis que contribuem de algum modo para a ocorréncia deste fenémeno Por vezes entao 6 necessario se fazer a relacao entre duas ou mais variaveis Ou Seja correlacdo e regressdao Se o estudo tratar apenas de duas variaveis temse a correlagao e a regressdao simples se envolver mais do que duas variaveis temse a correlagao e a regressdo multiplas A regressdo e a correlacdo tratam da relacao linear entre duas variaveis A correlagdo fornece um numero que resume oO grau de relacionamento linear entre as variaveis enquanto a regressdo resulta em uma equagao que descreve o comportamento de uma das variaveis em fungao do comportamento da outra O comportamento conjunto de duas variaveis quantitativas pode ser avaliado por meio de graficos de dispersdo No diagrama de dispersdao sao representados dois eixos X e Y No eixo das abscissas X sdo inseridos os valores referentes a uma das duas variaveis e no eixo das ordenadas Y a outra variavel A partir dos pontos plotados no grafico é possivel se tragar uma linha de tendéncia aoke is 4 2 20 e 3 iw eo Figura 4 grafico de dispersdo com linha de tendéncia Fonte GARCIA A 2014 No caso do grafico apresentado na figura 5 os pontos das variaveis representados no plano cartesiano X Y apresentam uma dispersdo ao longo de uma reta imaginaria representada pela linha de tendéncia indicando que estes dois fenédmenos tém uma relagdo linear positiva crescente Como ha um grau de relacionamento entre as variaveis dos eixos X e Y podemos dizer que houve uma correlaGdo Figura 5 quando as variáveis se relacionam em uma linha de tendência decrescente a correlação é negativa e os dados são inversamente proporcionais A Quando relacionadas em uma linha crescente a correlação é positiva e diretamente proporcional B Quando os pontos estão muito espalhados não apontando tendências não há correlação entre as variáveis C Quando a linha de tendência se apresenta como uma parábola a correlação é de função D Fonte MEDUP 2020 Ao se estudar a variação de uma variável Y em função de uma variável X dizse que a Y é a variável dependente e X é a independente O modelo que busca explicar essa relação XY é denominado de regressão linear simples Quando analisamos dados que sugerem uma relação funcional entre as variáveis então é preciso se determinar a função matemática que exprima essa relação ou seja uma equação de regressão Para se calcular uma regressão linear podese utilizar o método de regressão linear simples MRLS Y EYX x e α βx e Onde Y é a variável explicada ou dependente aleatória X é a variável explicativa ou independente não aleatória α é o coeficiente de regressão que representa o intercepto parâmetro desconhecido do modelo e que deve se estimar β é o coeficiente de regressão que representa o declive inclinação também é um parâmetro desconhecido do modelo e deve se estimar Atualmente ferramentas como excel auxiliam na confeccdo de graficos de dispersdo e calculos de regressdo e tendéncia evitando o uso de formulas Apos digitar a planilha de dados no excel basta clicar na ferramenta dados selecionar regressao e escolher o intervalo de dados a ser analisado Em seguida sera necessario escolher um nivel de confianga 95 por exemplo para plotagem dos residuos no grafico O grafico de dispersdo aparecera na tela do computador ja com a linha de tendéncia tracada facilitando a interpretacgdao por parte do usuario Si Intese Nesta Unidade foram estudadas as bases da Cartografia Tematica sejam elas cientificas ou ideoldgicas a natureza dos fenémenos geograficos ou os dados necessarios para se fazer um Mapeamento tematico Os mapas sao confeccionados com rigores cientificos mas possuem um viés ideologico de acordo com as escolhas tomadas pelo cartografo Os dados utilizados por ele podem se correlacionar fenédmenos geograficos naturais humanos ou socioambientais por exemplo permitindo a criagao de mapas dos chamados mapas de sintese Para se fazer um mapa tematico é preciso selecionar um banco de dados para definigdo das variaveis que serdao representadas As variaveis podem ser quantitativas ordinais ou nominais ou qualitativas Os dadosbase para confeccdo de mapas podem ser trabalhados por meio de estatistica descritiva basica de analises de correlagdo entre duas ou trés variaveis ou por analise de retas de regressao utilizandose programas de computador como o excel ARCHELA R S Analise da cartografia brasileira bibliografia da cartografia na geografia no periodo de 19351997 2000 Tese Doutorado em Geografia Fisica Faculdade de Filosofia Letras e Ciéncias Humanas Universidade de Sado Paulo Sao Paulo 2000 BUSSAB W de O e MORETTIN P Estatistica basica Saraiva 2017 BRITANNICA Estatistica 2020 Disponivel em httpsescolabritannicacombrartigoestatC3ADstica482580 Acesso em 27 mar 2020 FITZ P R Cartografia basica Oficina de textos 2008 HARLEY B Mapas saber e poder In Peter Gould e Antoine Bailly Le pouvoir des cartes et la cartographie Paris Antropos 1995 p 1951 GIRARDI E P Cartografia Geografica Critica uma proposta teoricometodoldgica Disponivel em httpwww2fctunespbrneraatlascgcahtm Acesso em jan 2020 JOLY F A cartografia Campinas Papirus editora 1990 LACOSTE Y A Geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra 7ed Campinas Papirus 2003 1985 MARTINELLI M Cartografia tematica caderno de mapas Edusp 2004 MARTINELLI M Mapas graficos e redes Sdo Paulo Oficina de textos 2014 OLIVEIRA P J de Cartografia Tematica EFSE CESAD 2009 PONTUSCHKA N N Geografia na sala de aula resenha Sdo Paulo Revista GEOUSP n 1999 p 123 QUEIROZ FILHO A P e MARTINELLI M Cartografia de analise e de sintese na geografia Boletim Paulista de Geografia 2007 Vol 87 ROSA Flavio S Impactos da informatica na cartografia In simposio internacional sobre novas tecnologias digitais em geografia e cartografia 1996 Sao Paulo Anais Sao Paulo LEMADI 1996 p 3439 VIALI L Estatistica basica correlacdo e regressao Disponivel em httpAwwwpucrsbrcienciasvialigraduacaoengenhariasmateria IapostilasApostila5pdf Acesso em jan2020 Referéncias Imagéticas Figura 1 SIMIELLI M E Geoatlas Sao Paulo Atica 2016 Figura 2 AABUQUERQUE M B org Atlas dos beneficiarios da Reforma Agraria 1997 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