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PRÁTICA DE ENSINO DA LÍNGUA INGLESA I Professora Me Fátima Christina Calicchio Professor Me Fábio Gonçalves Fernandes GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação a Distância FERNANDES Fábio Gonçalves CALICCHIO Fátima Christina Prática de Ensino da Língua Inglesa I Fábio Gonçalves Fernandes Fátima Christina Calicchio MaringáPr UniCesumar 2018 156 p Graduação EaD 1 Ensino 2 Língua Inglesa 3 Pedagogia 4 EaD I Título ISBN 9788580849851 CDD 22 ed 420 CIP NBR 12899 AACR2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza CRB8 6828 Impresso por Reitor Wilson de Matos Silva ViceReitor Wilson de Matos Silva Filho PróReitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva PróReitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Mincof James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pósgraduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Curadoria e Inovação Jorge Luiz Vargas Prudencio de Barros Pires Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Giovana Costa Alfredo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard Coordenador de Conteúdo Fabiane Carniel Qualidade Editorial e Textual Daniel F Hey Hellyery Agda Design Educacional Paulo Victor Souza e Silva Iconografia Isabela Soares Silva Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Robson Yuiti Saito Fernando Henrique Mendes Revisão Textual Viviane Favaro Notari Simone Limonta Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos A busca por tecnologia informação conhecimento de qualidade novas habilidades para liderança e so lução de problemas com eficiência tornouse uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho Cada um de nós tem uma grande responsabilida de as escolhas que fizermos por nós e pelos nos sos farão grande diferença no futuro Com essa visão o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros No cumprimento de sua missão promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária o Centro Universi tário Cesumar busca a integração do ensinopes quisaextensão com as demandas institucionais e sociais a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci ência social e política e por fim a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade Diante disso o Centro Universitário Cesumar al meja ser reconhecido como uma instituição uni versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa con solidação da extensão universitária qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância bemestar e satisfação da comunidade interna qualidade da gestão acadêmica e administrati va compromisso social de inclusão processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho como também pelo compromisso e relaciona mento permanente com os egressos incentivan do a educação continuada Seja bemvindoa caroa acadêmicoa Você está iniciando um processo de transformação pois quan do investimos em nossa formação seja ela pessoal ou profissional nos transformamos e consequente mente transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos De que forma o fazemos Criando oportunidades eou estabelecendo mudanças capa zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa tível com os desafios que surgem no mundo contem porâneo O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância oa acompanhará durante todo este processo pois conforme Freire 1996 Os homens se educam juntos na transformação do mundo Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó gica e encontramse integrados à proposta pedagó gica contribuindo no processo educacional comple mentando sua formação profissional desenvolvendo competências e habilidades e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade de maneira a inse rilo no mercado de trabalho Ou seja estes materiais têm como principal objetivo provocar uma aproxi mação entre você e o conteúdo desta forma possi bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes soal e profissional Portanto nossa distância nesse processo de cres cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica Utilize os diversos recursos peda gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi bilita Ou seja acesse regularmente o AVA Ambiente Virtual de Aprendizagem interaja nos fóruns e en quetes assista às aulas ao vivo e participe das discus sões Além disso lembrese que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliáloa em seu processo de aprendizagem possibilitandolhe trilhar com tranqui lidade e segurança sua trajetória acadêmica Professor Me Fábio Gonçalves Fernandes Graduação em Letras Português Inglês da Universidade Estadual de Maringá Desenvolveu projetos de iniciação científica sobre o Cinema Nacional e sobre a desconstrução do Cânone Religioso na literatura de José Saramago e Eça de Queiroz Além da Literatura Portuguesa possui trabalhos que discutem Literatura Brasileira e Literatura HispanoAmericana Professora Me Fátima Christina Calicchio Mestra em Letras pela Universidade Estadual de Maringá 2014 Especialista em Língua Portuguesa Teoria e Prática pelo Instituto Paranaense de Ensino e Faculdades Maringá 2010 Graduada em Letras PortuguêsInglês pela Universidade Estadual de Maringá 2009 Atualmente é professora de língua inglesa da educação básica pela rede municipal de ensino de Maringá Professora mediadora do curso de Letras da Instituição Unicesumar Interessa se em estudos linguísticos sob a perceptiva funcionalista AUTORES SEJA BEMVINDOA Caroa alunoa seja bemvindoa a nossa caminhada inicial por entre os caminhos práticos do ensino da língua inglesa Esse é o início de uma trajetória que visa lhe prover os conhecimentos necessários para que você esteja devidamente aparelhado e prepa rado para desenvolver um trabalho de qualidade quando se deparar com as dificulda des e desafios nos mais diversos contextos educacionais que se relacionam ao ensino e aprendizagem de língua inglesa no Brasil Ressaltamos que o nosso foco reside em transportáloa de forma introdutória ao con texto prático do ensino da língua inglesa em solo brasileiro Pretendemos realizar uma discussão que contemple algumas realidades que compõem o sistema educacional do nosso país bem como uma discussão que possa dialogar com os professores que atuam ou atuarão em escolas públicas de ensino básico regular com professores inseridos no mercado de trabalho das academias de idiomas privadas além dos profissionais que atuem em contextos mais independentes ou ainda qualquer pessoa que tenha inte resse no ensino de idiomas Apesar de nossa grande preocupação com o contexto prático pensamos que uma boa base de teoria e historicidade sempre precede uma prática coerente Por isso construi remos nosso primeiro capítulo traçando uma breve retomada histórica das práticas pe dagógicas relacionadas ao ensino de línguas estrangeiras que mais exerceram influên cia no professorado brasileiro Esse caminho histórico culminará nas discussões acerca da abordagem comunicativa que é amplamente utilizada atualmente no contexto bra sileiro de ensino de línguas estrangeiras No segundo capítulo trataremos dos estudos e teorias relacionados à aquisição e apren dizagem de uma língua estrangeira Já que o nosso foco é o ensino e aprendizagem da língua inglesa como idioma estrangeiro é de vital importância que entendamos o processo pelo qual o estudante de idiomas passa no processo de apropriação da língua estrangeira Buscaremos nesse capítulo um diálogo com as teorias mais relevantes no que se refere aos processos de aquisição e aprendizagem no intuito de deixáloa mais preparado e mais consciente das consequências de suas abordagens Em seguida no terceiro capítulo estreitaremos nossa relação com a prática discutindo mais especificamente as estratégias que os estudantes utilizam para a aprendizagem de idiomas No quarto capítulo apresentaremos de modo mais específico como se dá o trabalho do docente com relação às quatro habilidades linguísticas audição oralidade leitura e escrita APRESENTAÇÃO PRÁTICA DE ENSINO DA LÍNGUA INGLESA I Por fim no quinto capítulo traremos uma reflexão das propostas discutidas até en tão nos principais contextos educacionais de línguas estrangeiras visando prover a você a independência e competência necessárias para utilizar proveitosamente os conhecimentos adquiridos neste livro além das habilidades criteriosas para selecio nar e dialogar com a gama de materiais didáticos existentes no mercado e princi palmente as habilidades necessárias para refletir e construir um contexto favorável para o desenvolvimento pleno de seus alunos Esperamos que este material seja de grande valia em seu processo de formação e que atinja o objetivo de prover bons alicerces para sua constituição como professor de língua inglesa Desejamos assim muito sucesso a você alunoa APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I ESTUDO E REFLEXÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MÉTODOS 15 Introdução 16 Método 18 Método da Gramática e Tradução 22 Método Direto 25 Método Audiolingual 28 Abordagem Comunicativa 28 Competência Comunicativa 32 Princípios da Abordagem Comunicativa 34 Aula à Luz da Abordagem Comunicativa 37 Considerações Finais UNIDADE II CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA 45 Introdução 46 O Que vem a ser a Aquisição e a Aprendizagem de Uma Língua Estrangeira 48 Concepções Teóricas sobre a Aquisição e Aprendizagem de uma Língua Estrangeira 50 A Teoria Cognitivista da Aquisição da Linguagem 53 Teoria dos Universais Linguísticos SUMÁRIO 55 Teoria da Interlíngua 58 Teoria do Discurso 61 Teoria Behaviorista 63 Teoria de Krashen 67 Considerações Finais UNIDADE III ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DO IDIOMA 73 Introdução 74 Memória 76 Cognitiva 78 Compensação 80 Metacognitiva 82 Afetiva 84 Social 88 Considerações Finais SUMÁRIO 11 UNIDADE IV AS QUATRO HABILIDADES COMUNICATIVAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA 95 Introdução 96 O Processo de Compreensão Escrita Reading 103 O Processo de Produção Escrita Writing 106 O Processo de Compreensão Oral Listening 108 O Processo de Produção Oral Speaking 112 Considerações Finais UNIDADE V REFLEXÃO SOBRE PROPOSTAS METODOLÓGICAS DE ENSINO DE LÍNGUA INGLESA ADAPTÁVEIS A CADA CONTEÚDO E SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 119 Introdução 119 Ensino de Língua Inglesa em Escolas de Idiomas 123 Ensino de Língua Inglesa em Escolas Regulares 128 Análise do Livro Didático em Língua Inglesa 131 Análise do Projeto Político Pedagógico e Análise do Planejamento Docente 133 Análise do Plano de Aula 139 Considerações Finais 143 CONCLUSÃO 145 REFERÊNCIAS 149 GABARITO UNIDADE I Professora Me Fátima Christina Calicchio Professor Me Fábio Gonçalves Fernandes ESTUDO E REFLEXÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MÉTODOS Objetivos de Aprendizagem Apresentar os principais métodos e abordagens para o ensino de uma língua estrangeira Evidenciar por meio de um levantamento histórico o construto teórico de cada método eou abordagem de ensino Prover informações sobre as caraterísticas e o funcionamento dos métodos eou abordagem no processo de ensino de uma língua estrangeira Promover reflexões sobre a prática docente no processo de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade Método Método da Gramática e Tradução Método Direto Método Audiolingual Abordagem Comunicativa Competência Comunicativa Princípios da Abordagem Comunicativa Aula sob a perspectiva da abordagem comunicativa INTRODUÇÃO Em tempos de diversidade tecnológica intensa globalização e extrema velocidade de informação tratar de ensino de línguas estrangeiras é uma tarefa complexa Mediar satisfatoriamente a aquisição de uma língua alheia a nossos alunos é uma tarefa que demanda um trabalho muito bem elaborado A impossibili dade de imersão total de nossos estudantes em um contexto real da línguaalvo o grande número de alunos com que trabalhamos ou trabalharemos em nossas classes a heterogeneidade do alunado as próprias dificuldades naturais e parti culares que cada indivíduo pode apresentar no processo de aprendizagem além de outras tantas barreiras corriqueiras são dificuldades que nos desafiam e cer tamente continuarão a nos desafiar diariamente em nossa rotina de trabalho Sendo assim caroa como proceder para se preparar pedagogicamente para realizar a nobre tarefa do ensino de uma língua estrangeira com êxito Em face desse panorama organizaremos esta unidade visando prover a você alunoa conhecimentos indispensáveis acerca dos métodos e abordagens que acredita mos ser mais relevantes no ensino de uma língua estrangeira Pretendemos traçar um breve apanhado histórico das técnicas que contri buíram para o enriquecimento do debate e para a evolução da prática docente no que diz respeito ao ensino de idiomas estrangeiros Para tanto realizaremos uma abordagem histórica trataremos de métodos e abordagens que podem ser considerados superados pela ação do tempo entre tanto entendemos que nada pode ser simplesmente eliminado e esquecido pois todos os estudos nesse campo trouxeram contribuições riquíssimas para a prá tica de ensino em língua estrangeira Consoante a isso antecipamos que não consideramos esse ou aquele método determinado como mais ou menos eficaz ou que essa ou aquela abordagem é mais ou menos competente para o desenvolvimento de um aprendizado de qualidade Nesse sentido ressaltamos que o objetivo desta unidade é prover uma discus são histórica que possa trazer a você a autonomia necessária para ser competente e estar preparadoa para selecionar quando possível eou necessário as técni cas os métodos e as abordagens que julgue ideal para cada contexto de atuação Introdução Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 15 shutterstock ESTUDO E REFLEXÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MÉTODOS Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 I U N I D A D E 16 Desse modo iniciaremos nossa jornada metodológica na tentativa de resol ver um pequeno mal entendido que insiste em permanecer no centro de uma discussão recorrente a questão entre método e abordagem MÉTODO Antes de iniciarmos nossa retomada pelas diversas téc nicas que têm sido utilizadas ao longo do tempo no ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras é importante deixar claro uma questão método e abordagem são a mesma coisa Na verdade não Há uma confusão recorrente com relação a essa discussão no contexto brasileiro de ensino e aprendizagem de idiomas Muitos profissionais envolvidos nessa área acreditam que os dois vocábulos se referem simplesmente a duas maneiras distintas de tratar o mesmo assunto entretanto há diferenças importantes entre os dois conceitos Abordagem é o nome dado ao conjunto de reflexões que envolve todo o contexto de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira Na abordagem evidenciamse os aspectos teóricos da língua e as discussões acerca de quais seriam os melhores caminhos para que os indivíduos possam adquirila De acordo com Richard Rodgers 1985 p 16 abordagem referese às teorias sobre a natureza da língua e do aprendizado da língua que servem de fonte para as práticas e princípios no ensino de idiomas Em outras palavras a abordagem centra suas informações nos motivos que impulsionam o ensino de um idioma o que exatamente será ensinado nesse pro cesso e o modo como esse aprendizado ocorrerá Método Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 17 Portanto é a abordagem que ditará os contornos da efetiva prática do ensino e da aprendizagem porém no âmbito da teoria e da pesquisa Pensemos na abor dagem comunicativa por exemplo esta embasará as metodologias de práticas focadas na comunicação influenciando e condicionando a mediação do pro fessor a uma postura que dê abertura para o desenvolvimento das habilidades comunicativas dos estudantes Já as abordagens baseadas em contornos gramaticais embasarão as práticas que partem sempre dos aspectos estruturais do idioma influenciando a condu ção docente os exercícios propostos os tipos de interação etc Por outro lado o método é o conjunto de procedimentos e técnicas que permitirão colocar a abordagem em prática É o método que norteará mais especificamente a organização das ações práticas do docente Harmer 2001 p 78 defende que um método é a realização prática de uma abordagem Os autores de um método chegam a decisões sobre tipos de atividades os papéis de professores e alunos o tipo de material que auxiliará nas aulas além de alguns modelos de organização curricular Métodos incluem vários procedimentos e técnicas como parte de seus padrões Portanto o método visa à reflexão de como planejar os procedimentos segundo a abordagem adotada Tratase dos passos que serão dados durante a prática pedagógica em si Assim a partir da adoção de um método o professor poderá organizar seus exercícios planejar de que maneira apresentará o conteúdo para os estudantes refletir e planejar o encadeamento de suas atividades e traçar toda a sua sequência didática Em suma é possível perceber que abordagem e método têm uma relação muito próxima mais do que isso possuem uma condição de coexistência haja vista que o método é a forma como a abordagem será aplicada na prática e a abordagem é o conjunto de pensamentos que visa à preparação de terreno para a aplicação de um método mais embasado mais sólido e por consequência mais efetivo ESTUDO E REFLEXÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MÉTODOS Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 I U N I D A D E 18 A seguir trataremos de alguns métodos baseados em diferentes aborda gens que foram amplamente utilizados em diferentes momentos históricos Na sequência discorreremos de modo mais específico sobre a abordagem que é mais frequentemente utilizada no contexto brasileiro de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras a abordagem comunicativa MÉTODO DA GRAMÁTICA E TRADUÇÃO Por certo esta forma de abordar a prática do ensino de idiomas denominada Método da Gramática e Tradução não tem fortes fundamentos provenientes de teorias de ensino e aprendizagem de idiomas por isso sua classificação como método pode ser posta em questão Entretanto a popularidade de seu uso desde a Idade Média até a atualidade trouxe tal status a essa prática Rivers 1968 revela que essa prática foi amplamente baseada nos modelos educacionais pre dominantes naquele período Este método não remonta a doutrinas de nenhum grande mestre mas é claramente enraizado no ensino formal de latim e grego que prevaleceu na Europa durante muitos séculos Quando Latim já não era aprendi do como língua de comunicação entre intelectuais sua primazia como uma questão de estudo não podia mais ser justificada por razões uti litárias na verdade a utilidade era considerada na época um critério inadequado para ser aplicado em qualquer área de estudo avançado RIVERS 1968 p141 Diante do exposto entendemos que compreender o contexto histórico de ori gem desse método pode contribuir para seu entendimento O surgimento do método da Gramática e Tradução corresponde a um período Seu surgimento data de um período em que o interesse predominante por um idioma estrangeiro estava ligado à curiosidade cultural à necessidade comercial e ao desenvolvi mento científico 1 Tradução nossa Método da Gramática e Tradução Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 19 Nesse período objetivavase o acesso às literaturas estrangeiras mais especifi camente material do contexto grecolatino O latim durante a Idade Média gozava de grande prestígio pois era amplamente utilizado como língua predominante nas relações comerciais internacionais no contexto clerical e ainda nas publica ções ligadas ao campo da filosofia literatura do pensamento e das artes em geral Nesse contexto o domínio de vocabulário vasto e das estruturas morfológicas e sintáticas do grego e do latim era de extrema importância para quem estivesse em contato com qualquer contexto intelectualizado Desse modo naturalmente surgiram formas de desenvolver as práticas de ensino e aprendizagem que depois culminariam na constituição de um método mais ou menos organizado Posteriormente com o fim da Idade Média e o início da Renascença as lín guas clássicas enfrentaram o seu declínio e foram superadas pelas chamadas línguas vernáculas nesse contexto cada vez mais as línguas nacionais ganhavam importância enquanto o latim caia em desuso Com o desenvolvimento pleno das línguas vernáculas como o inglês italiano francês espanhol e alemão esses idiomas passaram a ser ensinados no contexto escolar Oficialmente o método foi idealizado e constituído na Prússia no fim do século XVIII Seu desenvolvimento foi pensado a princípio para uso em esco las secundárias germânicas Como o nome indica claramente esse é um método pautado na gramática e na tradução de frases e textos constituídos na línguaalvo Logo o contexto de ensino e aprendizagem fatalmente dá pouca ou nenhuma ênfase à fala pronún cia ou habilidade comunicativa em geral Sob esse prisma o processo de ensino e aprendizagem era uma via de mão única na qual o professor era detentor completo do conhecimento a ser adquirido arduamente pelo educando uma vez que pouco espaço era dado a participação do aluno que encontrava geralmente um ambiente rígido em que não tinha espaço suficiente para o erro Segundo Harmer 2010 p 48 O Método Gramática Tradução que foi primeiramente denominado dessa maneira na Alemanha durante a década de 1780 introduziu a ideia de apresentar aos estudantes regras gramaticais e listas de pala vras e então exercícios de tradução nos quais eles tinham que fazer uso das mesmas regras e palavras Esse método foi introduzido em uma reforma do sistema de educação secundária alemão e em seguida com mudanças e expansões se espalhou para muito além desse contexto ESTUDO E REFLEXÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MÉTODOS Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 I U N I D A D E 20 A seguir apresentamos uma síntese das características fundamentais do método 1 Há predomínio da língua materna na condução das aulas O contato com a línguaalvo se dá somente por meio de textos e vocabulário As explica ções acerca de estruturas gramaticais são realizadas em língua materna 2 Há exercícios pautados em listas de palavras e suas respectivas traduções de forma totalmente descontextualizada O aprendizado se baseia na rea lização de exaustivos exercícios estruturais e memorização de vocábulos 3 Há ainda grande preocupação com análises gramáticoestruturais bus cando conhecimento detalhado nas regras organizacionais da línguaalvo entretanto não há preocupação com o conteúdo dos textos as atenções são focalizadas completamente às estruturas Embora tenha sido concebido para o ensino de grego e latim esse método pos teriormente expandiuse para o ensino de idiomas modernos Naturalmente o método viria a sofrer diversas críticas com o curso do tempo principalmente com o surgimento do fenômeno da globalização que impulsionou a demanda por habilidades comunicativas mais expressas entre povos de várias nações Um dos argumentos utilizados frequentemente em defesa do método refe rese à ideia de que o estudo minucioso de uma gramática estrangeira poderia contribuir inclusive para um domínio mais eficiente da própria língua materna do estudante Porém os argumentos favoráveis não foram suficientes para que o método permanecesse imune às duras críticas que seus opositores viriam a formular ao longo do tempo Rivers 1968 p17182 aponta algumas de suas falhas que foram duramente pontuadas pelos críticos Pouca ênfase é colocada na pronúncia e entonação precisa habilidades de comunicação são negligenciadas há uma grande ênfase nas regras e exceções mas pouco treinamento no uso ativo da língua para expressar o próprio significado mesmo na escrita Em um esforço para prati car a aplicação de regras e o uso de formas excepcionais o estudante é frequentemente treinado em formas artificiais de linguagem das quais algumas são raras antiquadas e de pouco uso prático 2 Tradução nossa Método da Gramática e Tradução Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 21 Apresentaremos um pequeno esboço do que seria uma parte de aula pautada nesse método A princípio o professor apresentaria um texto em línguaalvo para que os alunos fizessem a leitura e traduzissem trechos específicos ou o texto integral para sua língua materna The Black Cat For the most wild yet most homely narrative which I am about to pen I neither expect nor solicit belief Mad indeed would I be to expect it in a case where my very senses reject their own evidence Yet mad am I not and very surely do I not dream But to morrow I die and today I would unburthen my soul My immediate purpose is to place before the world plainly succinctly and without comment a series of mere household events In their consequences these events have terrified have tortured have des troyed me Yet I will not attempt to expound them To me they have presented little but Horror to many they will seem less terrible than barroques Hereafter perhaps some intellect may be found which will reduce my phantasm to the commonplace some intellect more calm more logical and far less excitable than my own which will percei ve in the circumstances I detail with awe nothing more than an ordinary succession of very natural causes and effects Edgar Allan Poe 1845 Quadro 1 Exemplo de aula com base no Método da Gramática e Tradução A tradução poderia ser feita oralmente ou de forma escrita Em seguida o pro fessor poderia apresentar questões aos alunos As respostas dessas questões poderiam estar no texto ou poderiam ser inferidas por meio da leitura Um próximo passo poderia ser uma explicação gramatical detalhada de algum ponto estrutural do texto Nesse exemplo a explicação seria focada nas diferentes formas do verbo serestar na língua inglesa conforme o quadro 2 Essa explicação seria conduzida em língua materna pois havia grande preocupação de que o aluno entendesse completamente os tópicos gramaticais Ex I am about to pen My immediate purpose is to place before the world Quadro 2 Proposta de atividade Método da Gramática e Tradução ESTUDO E REFLEXÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MÉTODOS Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 I U N I D A D E 22 A seguir o professor poderia pedir que os alunos dessem exemplos que demonstrassem seu entendimento sobre o assunto e então poderia propor um exercício de fixação que visasse à prática e à memorização de novos vocabulá rios eou tópicos gramaticais como mostra o quadro a seguir Complete the statements I a student He a pilot My mother a teacher I Brazilian Quadro 3 Proposta de atividade Método da Gramática e Tradução O professor poderia pedir ainda que os alunos realizassem uma composição escrita na línguaalvo utilizando o vocabulário e estruturas gramaticais traba lhadas na aula MÉTODO DIRETO O Método Direto tem sua gênese a partir das críticas direcionadas ao método da Gramática e Tradução Logo naturalmente as duas práticas se opõem estruturalmente O Método Direto surgiu como uma resposta ao Método da Gramática e Tradução Se no método mais antigo o professor partia da estrutura para o uso efetivo da língua no Método Direto o aluno é primeiramente exposto a situa ções práticas do idioma alvo para posteriormente conhecer de forma descritiva as sistematizações da língua Isso contribuiria para a aprendizagem indutiva dos aspectos gramaticais e culturais da línguaalvo Alguns teóricos que já tinham algum prestígio sobre professores de línguas estrangeiras no final do século XIX partilhavam um mesmo ponto de vista no que se refere à aquisição de uma língua shutterstock Método Direto Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 23 Estes teóricos compartilhavam uma crença em comum que os alunos aprendem a entender uma língua ouvindo boa parte dela e que eles aprendem ainda falando esta língua associando o discurso com a ação apropriada Eles perceberam que esse era o modo como as crian ças aprendiam suas línguas nativas e essa era também a maneira que as crianças transferidas para um ambiente estrangeiro adquiriam uma se gunda língua aparentemente sem grande dificuldade RIVERS 1968 p 183 A partir disso foi pensado o método que se opunha radicalmente ao Método Gramática Tradução pois se baseava em aprendizagem de vocabulário e estrutura referentes a objetos ações e situações diversas da vida cotidiana tudo ensinado e explicado na línguaalvo Para que essa proposta de imersão no contexto da língua estrangeira tivesse sucesso foi acordada entre os defensores desse método a abolição do uso da lín gua materna no contexto de ensino e aprendizagem nem mesmo a tradução era permitida nessa prática pedagógica Diante desse panorama os alunos deveriam estar comple tamente imersos no contexto da línguaalvo para que todas as situações de comunicação con tribuíssem para a aprendizagem Logo os professores ministrariam suas aulas totalmente no idioma estrangeiro Pela primeira vez no ensino de línguas as quatro habilidades linguísticas audição fala leitura e escrita foram pensadas e utilizadas de forma integrada Desse modo as aulas planejadas sob essa nova concepção eram pautadas em diálogos situacionais e pequenos trechos de textos temáticos 3 Tradução nossa A seguir o professor poderia pedir que os alunos dessem exemplos que demonstrassem seu entendimento sobre o assunto e então poderia propor um exercício de fixação que visasse à prática e à memorização de novos vocabulá rios eou tópicos gramaticais como mostra o quadro a seguir Complete the statements I a student He a pilot My mother a teacher I Brazilian Quadro 3 Proposta de atividade Método da Gramática e Tradução O professor poderia pedir ainda que os alunos realizassem uma composição escrita na línguaalvo utilizando o vocabulário e estruturas gramaticais traba lhadas na aula MÉTODO DIRETO O Método Direto tem sua gênese a partir das críticas direcionadas ao método da Gramática e Tradução Logo naturalmente as duas práticas se opõem estruturalmente O Método Direto surgiu como uma resposta ao Método da Gramática e Tradução Se no método mais antigo o professor partia da estrutura para o uso efetivo da língua no Método Direto o aluno é primeiramente exposto a situa ções práticas do idioma alvo para posteriormente conhecer de forma descritiva as sistematizações da língua Isso contribuiria para a aprendizagem indutiva dos aspectos gramaticais e culturais da línguaalvo Alguns teóricos que já tinham algum prestígio sobre professores de línguas estrangeiras no final do século XIX partilhavam um mesmo ponto de vista no que se refere à aquisição de uma língua shutterstock ESTUDO E REFLEXÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MÉTODOS Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 I U N I D A D E 24 Portanto apenas vocabulários referentes ao cotidiano comum eram ensinados Além disso os textos trabalhados em sala expressavam situações e vocabulários que já haviam sido elucidados de antemão embora houvesse a preocupação metodológica com as quatro habilidades a ênfase residia principalmente na fala e na compreensão oral Consequentemente surgiria uma grande preocu pação com a pronúncia e até mesmo com o uso correto da gramática porém na construção oral das frases As listas de vocábulos que eram utilizadas para memorização de palavras no Método Gramática Tradução foram substituídas por objetos concretos na imagem abaixo estão expostas réplicas plásticas de frutas que podem exemplificar o uso de objetos concretos para memorização de voca bulário em sala de aula e quando se tratava de voca bulário abstrato o ensino era conduzido por meio de associação de ideias O Método Direto gozou de grande popularidade em todo o mundo principal mente entre o fim do Século XIX e início do século XX sendo amplamente utili zado por diversas instituições de ensino na Bélgica França Alemanha Estados Unidos e Brasil onde foi implantado primeiramente no Colégio Pedro II em 1932 Contudo nem o apoio e o prestígio recebidos foram capazes de sustentar o sucesso do método por muito tempo Foram vários os contratempos que prejudicaram a prática satisfatória do método pois para a sua boa manutenção era necessário alto investimento financeiro em objetos diversos professores nativos ou muito bem qualificados constante atenção individualizada e por conta de sua ainda frágil consistência teórica enorme esforço pessoal do professor Frequentemente o ímpeto inicial do professor e dos estudantes com a novi dade altamente sedutora era arrefecido com o passar do tempo pois dificilmente o professor conseguia manter a condução da aula completamente em língua alvo durante muito tempo Método Audiolingual Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 25 Algumas situações práticas se tornavam complexas diante da barreira da língua e de modo constante o professor necessitava se afastar dos moldes do método em face de problemas não solucionáveis Além disso o método induzia a participação recorrente do aluno que sem um domínio proficiente expressa vase de maneira rasa e desestruturada Entretanto o método também trouxe forte contribuição para o desenvolvi mento do ensino e aprendizagem de idiomas A oposição que o Método Direto fez ao Método Gramática Tradução trouxe à baila características importantes que ainda não haviam sido exploradas no contexto de aquisição de um idioma estrangeiro Essas características trouxeram ainda a ideia de uma maior imer são do estudante em ambientes cercados pela línguaalvo por exemplo foi um aspecto amplamente interessante que independente de suas limitações contribuiu para o desenvolvimento de ideias pedagógicas mais contextualizadas e efetivas MÉTODO AUDIOLINGUAL É importante alunoa ter em mente que paralelamente ao desenvolvimento e à reflexão acerca das práticas de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras estudiosos do campo da linguagem ainda lutavam para organizar seus estudos de modo a conferir status de ciência ao campo linguístico Foi a partir da publicação do Curso de Linguística Geral de Ferdinand de Saussure em 1916 na Europa que se delimitaram contornos mais palpáveis em torno das teorias linguísticas As reflexões acerca dos pensamentos de Saussure possibilitaram um enqua dramento mais esquemático dos estudos da linguagem uma vez que oportunizou que os fatos linguísticos fossem analisados estruturalmente e trouxe ainda um olhar sincrônico e diacrônico da língua pautado em estruturas científicas A partir daí os estudos relacionados aos fenômenos da linguagem se estru turaram e passaram a receber um olhar mais criterioso Fatalmente os estudos sobre a aquisição de línguas estrangeiras seriam influenciados por essa nova configuração científica shutterstock ESTUDO E REFLEXÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MÉTODOS Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 I U N I D A D E 26 Reflexos interessantes desse novo panorama puderam ser observados durante a eclosão da Segunda Guerra Mundial acontecimento histórico que contou com ampla participação dos Estados Unidos Diante desse contexto de conflito armado envolvendo diversas nações o exército estadunidense necessitou de muitos falantes de outros idiomas seja para se comunicar efetivamente com seus aliados seja para lidar direta ou indi retamente com falantes de nações inimigas Caroa alunoa foi em meio a esse momento de urgência no qual o exér cito estadunidense não encontrou os falantes para suprir essa demanda que o governo foi levado então a contratar importantes linguistas da época como Leonard Bloomfield um expoente da linguística norteamericana e encomen dou um método para que os soldados pudessem aprender idiomas variados em larga escala e em curto período de tempo Esse seria o método audiolingual Harmer 2010 p 49 salienta que esse método tem estreita relação com as ideias behavioristas e que tais ideias influenciaram muito a criação do método O método Audiolingual casa essa ênfase nos padrões gramaticais com as teorias behavioristas de aprendizagem Essas teorias sugeriam que muito do aprendizado é resultado da formação do hábito onde a reali zação de uma resposta correta a um estímulo significa uma recompen sa dada e a repetição constante dessa recompensa faz a resposta auto mática Esse procedimento se refere ao condicionamento Na verdade aulas baseadas no método Audiolingual fazem excessivo uso de com pletar nas quais os alunos produzem o mesmo padrão gramatical mas são induzidos a utilizar diferentes palavras nesses padrões na expecta tiva de que eles possam adquirir bons hábitos de linguagem Mantendo a produção correta durante essas fases de repetição os alunos podem ser condicionados a aprender a língua Logo o método audiolingual trabalha excessivamente com a ideia de repetição e substituição pois seus preceitos convergem para o condicionamento da linguagem como pode ser notado no quadro 4 Método Audiolingual Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 27 1 Substitua a palavra sublinhada pelas palavras em negrito green lawn clean house pretty garden nice flowers a Josh has the largest house in the neighborhood Quadro 4 Proposta de atividade do Método Audiolingual Como podemos observar no exemplo acima os conteúdos são introduzidos sempre em forma de diálogo são realizados diversos exercícios de substituição estrutural praticamente não há explicação gramatical as estruturas são ensi nadas por meio de indução as palavras trabalhadas nas lições são limitadas ao contexto de discussão Há ainda grande preocupação com a pronúncia correta Além disso como herança behaviorista há a prática de elogios imediatos por parte do professor às repostas corretas dos alunos A popularidade do método que foi evidente nas décadas de 1950 e 1960 passou a ser abalada devido a críticas que alunos professores e estudiosos pas saram a tecer contra o método As críticas se relacionavam principalmente ao fato de que as repetições e memorizações não eram suficientes para a aquisição plena do idioma pois os alunos sentiam dificuldade de transportar as estruturas trabalhadas exaustiva mente no contexto escolar a ambientes práticos de uso da língua estrangeira Consoante a isso o desenvolvimento das ciências linguísticas constataram que a aquisição de uma língua não é apenas uma questão de constituição de hábito contudo diversos aspectos positivos do método audiolingual perdura ram e são utilizados até hoje Nesse sentido é inegável o benefício que os recursos audiovisuais trouxeram ao contexto de ensino de línguas estrangeiras pois são exemplos das ótimas con tribuições trazidas pelo método os exercícios de substituição estrutural que são extremamente válidos e enriquecedores no processo de ensino e aprendizagem shutterstock ESTUDO E REFLEXÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MÉTODOS Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 I U N I D A D E 28 ABORDAGEM COMUNICATIVA Carosas alunosas antes de apresentarmos os princípios da abordagem comu nicativa será exposta nas próximas linhas a noção de competência comunicativa até chegarmos ao estudo da abordagem comunicativa COMPETÊNCIA COMUNICATIVA Ao tratar da noção de competência comunicativa não podemos deixar de fazer referência a Noam Chomsky que possui uma visão estruturalista da linguagem A teoria linguística tem antes de mais nada como objeto um falante ouvinte ideal situado numa comunidade linguística completamente homogênea que conhece a sua língua perfeitamente e que ao aplicar seu conhecimento da língua numa performance efetiva não é afetado por condições gramaticalmente irrelevantes tais como limitações de memória distrações desvios de atenção e de interesse e erros casuais ou característicos CHOMSKY 1965 p 83 Como podemos observar alunoa apesar de Chomsky considerar a com petência pragmática do falante e do ouvinte além dos conhecimentos sobre o uso da língua seus estudos limitavamse ao conhecimento gra matical do falanteouvinte isto é esse autor vê a língua como um conjunto de estruturas A partir da noção de competên cia linguística inerente à teoria chomskyana novos enfoques foram estabelecidos na Linguística Geral e na Linguística Aplicada Na década de 1970 por exemplo surgiu um interesse expressivo sobre os aspectos sociais da linguagem a partir de uma convergência de teorias linguísticas filosóficas pragmáticas sociológicas Competência Comunicativa Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 29 etnográficas que se preocupavam mais com o discurso e o uso efetivo da língua contribuindo para o aparecimento da abordagem comunicativa doravante AC O sociolinguista Hymes 1972 amplia o conceito Chomskiano de compe tência para além do conhecimento exclusivamente gramatical ao propor uma competência linguística considerando os elementos pragmáticos e semânticos Por esse viés reconhecemos portanto a importância das pesquisas Chomskianas à abordagem comunicativa da língua Brown 1994 a p227 propõe que a competência comunicativa é umas das competências que o indivíduo possui e que o possibilita emitir e interpretar mensagens e negociar seus significados interpessoalmente em contextos especí ficos pois a contextualização é uma premissa básica em que somente o contexto poderá dar sentido à forma e à função Como podemos observar caroa acadêmicoa o contexto do ensino e aprendizagem de língua estrangeira de agora em diante LE a partir dos anos 70 modificase Segundo Celani 1998 p 147161 a abordagem subjacente ao ensino de línguas para fins específicos que começou a se delinear no final da década de 60 particularmen te com o trabalho do Conselho da Europa e que tomou impulso nas duas décadas seguintes desencadeou grandes mudanças no panorama do ensino de línguas estrangeiras Era uma abordagem essencialmente pragmática nascida na prática e preocupada especialmente com a cla reza de propósitos na fixação dos objetivos Dessa forma o ensino das quatro habilidades oral listening and speaking escrita reading and writing4 passa a ser conhecido como o Ensino Comunicativo em que as ações passam a ser realizadas organizadas conforme suas funções comu nicativas Por exemplo são comuns em sala de aula os trabalhos em pares ou em grupos considerando sempre o uso da língua em contexto a partir de simu lações do uso real isto é a ênfase do ensino centrase no texto com atividades de leituras em uma visão interacionista da linguagem em que a interação em sala de aula constituise como foco dos objetivos da prática docente no ensino de uma LE 4 Sobre esse assunto ver a unidade IV deste livro shutterstock shutterstock ESTUDO E REFLEXÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MÉTODOS Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 I U N I D A D E 30 Para Canale e Swain 1980 a competência comunicativa está interligada a outras competências como sociolinguística discursiva e estratégica as quais podem tornar o aprendiz de LE proficiente na línguaalvo Nesse sentido caroa acadêmicoa para entendermos a questão do uso comunicativo da língua con sideramos necessário apresentar as habilidades que envolvem a competência comunicativa do aprendiz em LE 1 Competência gramatical refe rese ao domínio das estruturas linguísticas da línguaalvo pos sibilitando ao aprendiz de LE reconhecer as características linguísticas da língua estran geira e usálas para formar palavras e períodos isto é essa competência é similar ao con ceito de competência linguística proposto por Chomsky 2 Competência sociolinguís tica está relacionada ao conhecimento das conven ções socioculturais subjacentes ao uso da língua a compreen são do contexto social no qual a língua é usada Essa compe tência permite o julgamento da adequação do uso da língua às diversas situações de uso isto é tratase do conhecimento e a habilidade que o falanteouvinte possui para expressar e enten der enunciados seja quanto à forma linguística seja quanto ao sentido conforme os fatores sociais e culturais do contexto em que se encontra como os propósitos e as normas da interação e o tipo de relação que o falanteouvinte possui com o interlocutor shutterstock shutterstock Competência Comunicativa Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 31 3 Competência discursiva referese ao conhecimento que os falantes têm de relacionar estruturas linguísticas e sentidos para comunicar diferentes tipos de textos sejam falados ou escritos de forma coesa e coe rente isto é essa competência referese à conexão de uma série de porções textuais orações e frases com o objetivo de estruturar a coerência global dos discursos 4 Competência estratégica está relacionada com o conhecimento e a habilidade que falantes possuem como as estratégias verbais e não verbais para compensar alguma imperfeição de uma das outras competências Em função disso essa competência é conhecida como estratégia de compensação Caroa alunoa após esse breve estudo sobre a competência comunicativa no processo do ensino de LE traremos a seguir informações sobre os princípios da Abordagem Comunicativa shutterstock ESTUDO E REFLEXÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MÉTODOS Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 I U N I D A D E 32 PRINCÍPIOS DA ABORDAGEM COMUNICATIVA A AC teve origem na década de 70 e ganhou força nos anos 80 por meio de sua natureza não extremista da linguagem uma vez que a preocupação da AC fun damentase no conceito da competência comunicativa que entende a realidade linguística adequada ao contexto de uso Sobre a AC no ensino de LE Widdowson 1990 explica que na década de 90 as aulas de LE passaram a ser focadas na habilidade de comunicação e interação da língua em que os professores deveriam buscar diferentes méto dos que pudessem expor os alunos ao input5 isto é nessa época o objetivo era encontrar meios a fim de possibilitar aos alunos que chegassem a uma compe tência comunicativa na línguaalvo No sentido de prover conceitos à prática docente acerca do ensino de LE exporemos a seguir os princípios básicos que norteiam a AC 5 Sobre esse tópico ver discussão na unidade II Princípios da Abordagem Comunicativa Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 33 Foco na comunicação e na fluência isto é dáse mais importância às necessidades de comunicação do aluno como sugerir opinar etc O aluno deverá usar a língua em contextos reais livres da mera repetição eou memoriza ção de estruturas As habilidades como ouvir falar ler escrever estão interligadas com as competências gramatical sociolinguística discursiva e estratégica Essa abordagem leva em consideração as variantes da línguaalvo e as situações reais de comunicação que o aprendiz possa vir a entrar em contato isto é o aprendiz de LE tem a oportunidade de interação na línguaalvo O professor é um facilitador pois o foco de aprendizagem centrase no aprendiz Quadro 5 Princípios básicos da abordagem comunicativa A respeito dos princípios básicos que subjazem a AC podemos complementálos com as funções estabelecidas por Souza 2005 p 57 conforme o quadro abaixo Como pedir informações Como dar informações Como fazer convites Como expressar o interesse Como expressar paciência Como mudar de assunto no diálogo Quadro 6 Funções no processo de ensino de LE sob a AC Diante do exposto alunoa podemos entender que a AC prioriza um ensino comunicativo com base em conteúdos funcionais e o desenvolvimento de uma competência comunicativa considerando os elementos pragmáticos ou seja subjaz à AC que o processo de aquisição de LE não pode acontecer de forma des contextualizada haja vista que o conceito de competência comunicativa não se limita apenas ao estudo das estruturas gramaticais mas também considera os ele mentos semânticos e pragmáticos adequados às diversas situações comunicativas shutterstock ESTUDO E REFLEXÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MÉTODOS Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 I U N I D A D E 34 AULA À LUZ DA ABORDAGEM COMUNICATIVA Uma aula sob AC está relacionada com um ensino significativo para o apren diz de LE com ações mais voltadas à função em detrimento da forma Além disso existe uma preocupação em trabalhar com mais conteúdo às estruturas gramaticais Por esse viés as estruturas consideradas como erros devem ser relevadas Contudo isso não significa que se deve desconsiderar o estudo das estruturas apenas não devemos usálas como barreira ao aprendizado de LE Para um melhor entendimento sobre uma aula a partir da AC apresentaremos uma proposta de aula sob essa abordagem A título de explicação acreditamos na importância de um trabalho com o gênero textual charge por exemplo uma vez que segundo Bakhtin os gêneros se relacionam diretamente às diferentes situações comunicativas que os determinam com características temáticas com posicionais e estilísticas o enunciado reflete as condições específicas e as finalidades de cada esfera não só por seu conteúdo temático e por seu estilo verbal ou seja pela seleção operada nos recursos da língua recursos lexicais fraseológicos e gramaticais mas também e sobretudo por sua cons trução composicional BAKHTIN 2000 p 279 Como expõe Bakhtin 2000 as relações entre linguagem e sociedade são indis sociáveis das diferentes esferas da atividade humana entendidas como domínios discursivos jurídico religioso educacional jornalístico que dialogam entre si e produzem em cada esfera formas relativamente estáveis de enunciados Aula à Luz da Abordagem Comunicativa Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 35 A partir dessa concepção dialógica bakhtiniana sobre a linguagem acredita mos que o gênero textual pode possibilitar ao aluno uma forma mais interativa de aquisição da língua como Familiarizar o aluno com o gênero charge Levar o aluno a compreender os significados do gênero charge e sua situação de produção Fazer o aluno perceber a intertextualidade do gênero charge por meio da relação entre a linguagem verbal e não verbal Levar o aluno a uma reflexão sobre os fatos do cotidiano Quadro 7 Sugestão de aula sob a AC Portanto caroa graduandoa diante disso na situação de sala de aula a par tir da AC o aprendiz precisa ser encorajado a fazer uso da língua e entender a sua função e perceber que a Língua estrangeira tem um significado na sua lín gua materna pois vários elementos podem ser considerados para contribuir com um aprendizado eficaz do aluno uma vez que a língua não deve ser ensinada isoladamente isto é o estudante tem de estar inserido dentro de uma situação comunicativa de uso da língua Nesta pesquisa você poderá conhecer com maior riqueza de detalhes as abordagens já citadas e compreender melhor a aplicabilidade delas no mé todo de ensino adotado por diversos professores de língua inglesa de uma escola pública do ensino fundamental O artigo mostra como o método de ensino é influenciado conforme as cren ças dos professores e alunos em relação à gramática Para conhecer mais sobre a pesquisa acesse o link httpwwwathenabibliotecaunespbr exlibrisbdbrp33004153069P52007souzamopmesjrppdf Acesso em 17 jan 2015 ORTENZI D I B G et al Roteiros pedagógicos para a prática de ensino de inglês Lon drina EDUEL 2008 Acreditamos que no processo de ensino e aprendizagem o professor precisa refletir sobre a instituição de ensino descobrir suas crenças sobre o processo de aquisição eou aprendizagem de línguas a fim de redescobrir sua prática pedagógica Esse livro tem como objetivo dar ao alunoprofessor espaço para reflexão sobre a sua prática pedagógica e entender porque ensina como ensina com o intuito de encontrar um caminho satisfatório tanto para o professor quanto ao aprendiz de uma língua es trangeira O livro de Ortenzi et al 2008 está dividido em 20 unidades e em cada uma aborda as experiências de um grupo de formadoras de professores de inglês da Universidade Estadual de Londrina UEL Essa obra foi organizada em torno das unidades e cada uma aborda questões que se articulam com a teoria e a prática além de trazer objetivos propor atividades reflexões bem como leituras complementares que possibilitam a expansão do conteúdo aborda do em cada unidade Dessa forma sugerimos a leitura desse livro Roteiros pedagógi cos para a prática de ensino de inglês a fim de proporcionarlhes uma leitura adicional não só com relação ao estudo e reflexão das práticas de ensino de língua estrangeira métodos e abordagens como também prover reflexões sobre o processo de ensino de uma língua inglesa Sugerimos de forma específica no intuito de complementar o conteúdo abordado nessa unidade a leitura das unidades de I a III A unidade I Tornandose professor de inglês aborda questões sobre a formação do pro fessor de línguas amparandose de trabalhos que exploram a história de vida como elemento que constitui o panorama de conhecimento do professor Descobrindo crenças sobre ensino e aprendizagem unidade II traz uma reflexão sobre as crenças dos professores sobre o processo de ensino e aprendizagem de inglês A unidade III Discutindo objetivos para o ensino de inglês tem como objetivo eviden ciar a função exercida pela língua inglesa na atualidade e prover reflexões sobre as con sequências de se considerar a língua inglesa como língua franca e sua inserção no cur rículo escolar Fonte Os Autores Considerações Finais Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao fim desta unidade Esperamos até aqui termos contribuído com o seu entendimento sobre as Práticas de Ensino de Língua Estrangeira especi ficamente a língua inglesa uma vez que um determinado método eou a fusão de vários pode permear a prática docente Os métodos que apresentamos a você alunoa foram o Método da gramá tica e tradução Método direto Método audiolingual e a Abordagem comunicativa Primeiramente apresentamos o método da Gramática e Tradução que sur giu na época do renascimento e continua sendo empregado até hoje Tratase de um método de ensino amparado na gramática e na tradução de literaturas da lín guaalvo em outras palavras o ensino de LE ocorre por meio da língua materna Em função disso toda informação necessária para a construção de uma frase as interpretações de um texto por exemplo são realizadas por meio de explicações na língua materna do aluno logo partese da regra para os exemplos Por sua vez o Método direto como vimos anteriormente nesta unidade surgiu como uma reação ao método anterior O princípio fundamental desse método considera que o ensino e aprendizagem de LE ocorrem a partir da lín guaalvo Nesse sentido a língua materna deve ser desconsiderada no processo de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira possibilitando a integra ção das quatro habilidades comunicativas no processo de aquisição da língua inglesa como listening ouvir speaking falar reading ler writing escrever Já o método audiolingual surgiu durante a II Guerra Mundial quando o exército estadunidense sentiu a necessidade de falantes fluentes de diversas lín guas estrangeiras para estabelecer a comunicação com seus aliados ou com as Para você na condição de professor de LE qual é o conceito de competência que norteia a sua prática de ensino competência linguística ou competên cia comunicativa ESTUDO E REFLEXÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MÉTODOS Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 I U N I D A D E 38 nações inimigas levando o governo dos Estados Unidos a contratar linguistas para suprir suas contingências por meio do método audiolingual Esse método tem como premissa que a língua é fala e não escrita que a lín gua é um conjunto de hábitos pois se ensina a língua e não sobre a língua Assim o aprendiz de LE deve ser exposto à escrita somente quando os padrões da língua oral já estiverem bem automatizados isto é como esse método teve influência behaviorista acreditase que o aprendiz de LE deve primeiramente ouvir para depois falar ler para finalmente escrever Enfim o processo de ensino e apren dizado de LE ocorre por meio de hábitos do tipo estímulo e resposta Por fim a abordagem comunicativa como vimos teve origem na década de 70 a partir do interesse das teorias linguísticas voltadas para o discurso e o uso real da linguagem Ressaltamos que a ideia desse conceito não é somente a compe tência gramatical do falante mas também e sobretudo o conceito de competência linguística considerando os elementos semânticos e pragmáticos da linguagem Consoante a esse panorama podemos evidenciar que a AC possibilita um aprendizado significativo ao dar relevância aos interesses do aprendiz e possibi litar a comunicação entre os falantes da língua pois o ensino e a aprendizagem da LE não se limitam tão somente a uma obrigação ou imposição Portanto o ensino e a aprendizagem de uma língua significa para esse método um ensino que pode ir além de simplesmente expor o aluno ao vocabulário à gramática da língua à oralidade Significa que o ensino pode ter como premissas basilares uma importância voltada às necessidades de comunicação do apren diz de uma LE Ao término desta unidade caroa alunoa seja qual for o método eleito pelo professor para subsidiar a sua prática ressaltamos que é de fundamental importância que o processo de ensino e aprendizagem de uma LE possa prover ao aluno um propósito uma intenção comunicativa um significado uma neces sidade de transmitir informações de estabelecer vínculos e interagir de maneira harmoniosa com os falantes da línguaalvo haja vista que as variáveis que podem afetar o processo de ensino podem ultrapassar um método Nesse sentido alunoa acreditamos que o melhor caminho seja optar por um método que condiz e que seja apropriado ao contexto situacional do apren diz de outra língua 39 1 Na abordagem comunicativa da língua para ser um bom professor de língua estrangeira é fundamental que a O professor exponha o aluno a exercícios do tipo estímulo e resposta b Os alunos tenham domínio da terminologia gramatical e o conhecimento profundo das regras com todas as exceções da línguaalvo c Somente o aluno é responsável pelo próprio aprendizado d Tanto o professor quanto o aluno precisam estar envolvidos efetivamente no processo Inicialmente o professor deve adequarse à turma conhecer os alunos e analisar o ambiente escolar e Haja um empenho significativo do aluno no sentido de evitar erros estru turais da línguaalvo 2 As informações das alternativas abaixo estão relacionadas com o concei to do método audiolingual EXCETO a Nesse método não existe uma ordem de preferência na apresentação das habilidades comunicativas ouvir falar ler e escrever b Os conteúdos são introduzidos sempre em forma de diálogo c Não há explicação gramatical pois as estruturas são ensinadas por meio do processo indutivo d O processo de aquisição de uma língua é apenas uma questão de consti tuição de hábito e As aulas baseadas no método audiolingual fazem excessivo uso de com pletar em que os alunos produzem o mesmo padrão gramatical mas são induzidos a utilizar diferentes palavras nesses padrões na expectativa de que eles possam adquirir bons hábitos de linguagem 3 Analise abaixo uma proposta de atividade de inglês e assinale qual o é mé todo ou a abordagem subjacente ao exercício proposto Write the negative form I play the piano very well I dont play the piano very well Jane plays the piano very well They know my phone number We work very hard He has a bath every day You do the same thing every day Quadro 8 Proposta de atividade Fonte adaptado de Murphy 1997 a Abordagem comunicativa haja vista que esse tipo de atividade foca as neces sidades comunicativas do aprendiz em língua inglesa b Abordagem comunicativa uma vez que atividades com estruturas repetitivas eou com um modelo padrão de respostas possibilita o desenvolvimento das necessidades comunicativas do aprendiz na línguaalvo como sugerir opinar etc c Método Direto visto que a natureza desse tipo de atividade tem o objetivo de ensinar a línguaalvo a partir da língua materna d Método Audiolingual já que esse tipo de atividade dá ênfase à oralidade e Método Audiolingual já que esse tipo de exercício com estruturas repetitivas eou com um modelo padrão de respostas converge para o condicionamento da linguagem Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Ensinar e Aprender Inglês O Processo Comunicativo em Sala de Aula Autor Florinda Fatima Scremin Marques Editora IBPEX Sinopse Esta obra é voltada ao professor de língua inglesa que deseja aprender novas técnicas e abordagens de ensino no intuito de ampliar seus conhecimentos sobre como se dá o processo de aprendizagem de um idioma estrangeiro em escolas regulares e em institutos de idiomas Ao retratar de que maneira o docente pode contribuir com o desenvolvimento da comunicação falada e escrita de seus educandos o conteúdo presente nestas páginas deixa claro que não existem mapas prontos a serem seguidos mas sim um leque de conceitos princípios e técnicas que lhe possibilitam o conhecimento necessário para construir as rotas a serem percorridas Por seu caráter dinâmico prático e explicativo esta obra visa contribuir para que o leitor se torne apto a discutir e refl etir sobre os mais diversos aspectos teóricos que permeiam o ensino e a aprendizagem da língua inglesa incorporando os às situações práticas da vida real Inimigo Meu Autor Wolfgang Petersen Ano 1985 Sinopse Seres humanos e uma raça de alienígenas travavam uma batalha espacial quando o soldado humano Davidge e o alienígena Jeriba acabam perdidos em um planeta inóspito Antes inimigos mortais os dois personagens passam a estabelecer um vínculo de parceria para sobreviver às duras condições do planeta desconhecido Com o passar do tempo a relação entre os dois gera consequências inesperadas Comentário No fi lme Inimigo meu os dois personagens centrais fazem parte de espécies diferentes consequentemente não partilham da mesma língua Entretanto as adversidades pelas quais os dois passam juntos fazem que se constitua uma comunicação entre eles superando inclusive a barreira da língua Você consegue pensar no processo que possibilitou que os dois personagens passassem a se comunicar MATERIAL COMPLEMENTAR Nestas sugestões de leitura abaixo você encontrará mais informações sobre métodos de ensino de LE especificamente sobre a abordagem comunicativa Tratase de uma dissertação de mestrado da pósgraduanda Luciana Cabrini Simões sob orientação da professora Drª Telma Nunes Gimenez esta muito conceituada e competente acerca do ensino e aprendizagem de LE httpwwwbibliotecadigitaluelbrdocumentviewvtls000098034 Acesso em 17 out 2014 UNIDADE II Professora Me Fátima Christina Calicchio Professor Me Fábio Gonçalves Fernandes CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA Objetivos de Aprendizagem Apresentar um estudo dos conceitos de ensino e aprendizagem de acordo com diferentes visões teóricas e as implicações dessas percepções na prática docente mais especificamente no ensino e aprendizagem de língua estrangeira Apresentar um breve histórico das concepções de ensino e aprendizagem bem como as implicações pedagógicas desses pressupostos Oferecer aos professores oportunidade de refletir sobre as questões aqui apresentadas e sobre sua prática pedagógica Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade O que vem a ser a aquisição e a aprendizagem de uma língua estrangeira Concepções teóricas acerca do ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira A teoria cognitivista da aquisição da linguagem A teoria sociointeracionista da linguagem A Teoria da aculturação A Teoria dos universais linguísticos A Teoria da interlíngua A Teoria do discurso A Teoria behaviorista A Teoria de Krashen INTRODUÇÃO São grandes os desafios que o professor enfrenta em seu cotidiano mas manter se atualizado e desenvolver uma prática pedagógica significativa para o aluno são os principais desafios de hoje Nesse sentido acreditamos que o professor deve estar consciente que sua formação é contínua e deve estar integrada ao seu dia a dia e à sua prática docente Esta unidade tem como objetivo oferecer a você futuroa professora de língua inglesa um momento para a reflexão da sua prática pedagógica e enten der por que ensina o que ensina e como ensina Assim consideramos que para entender o processo de ensino e aprendiza gem é necessário repensar e realizar constantemente leituras que dialoguem com teorias que buscam entender os processos pelos quais passam os indiví duos até se tornarem competentes no uso de novas línguas Nesta unidade trataremos de teorias que se relacionam à apropriação de uma língua estrangeira são informações que podem auxiliálo a compreender como ocorre de fato a aprendizagem ou aquisição dos conteúdos que os pro fessores ou instrutores de idiomas ministram em sala de aula Esta unidade está dividida em 2 dois tópicos Em cada um deles traremos discussões sobre o fazer pedagógico a fim de oportunizar a você professora uma reflexão sobre sua prática de ensino de LE No primeiro tópico apresentaremos a diferença entre o processo de aqui sição ACQUISITION e aprendizagem LEARNING A diferenciação desses dois termos pode não parecer tão importante mas entender o que são separa damente e como funciona cada um deles é extremamente pertinente para que você organize seus planos de trabalho pois cada situação tem demandas espe cíficas e pode exigir estratégias diferentes durante a condução da aula No segundo tópico apresentamos informações sobre as principais con cepções teóricas que se evidenciaram nos estudos sobre o ensino de línguas São conceitos variados que podem se complementar ou se opor uma vez que são teorias desenvolvidas por autores diversos mas que julgamos ser perti nentes para que você conheça as mais importantes ideias que permeiam o campo teórico acerca da aquisição e da aprendizagem de línguas estrangeiras Introdução Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 45 shutterstock CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 II U N I D A D E 46 Cada linha de pensamento pode lhe proporcionar conhecimentos úteis no desen volvimento do seu trabalho portanto é interessante que você possa ao menos conhecer as discussões teóricas que tanto influenciaram no modo como os pro fessores e instrutores de línguas atuam nos mais diferentes contextos O QUE VEM A SER A AQUISIÇÃO E A APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA O ensino de uma língua estrangeira não se restringe apenas a exposição linguís tica de uma língua pois à apropriação dos conhecimentos específicos de uma LE par ticularmente da língua inglesa deve ser associada ao entendimento por parte do aprendiz da função interativa dessa língua relacionada a possíveis contextos de uso em que ela se materializa Nesse sentido carosas alunosas con sideramos importante para sua formação como futuroa professora apresentar uma discussão sobre o processo de apropriação de uma LE Para tanto iniciaremos nossa dis cussão com uma indagação sobre o processo de ensino de línguas afinal o processo de ensino se dá por aquisição acquisi tion ou aprendizado learning Esses dois conceitos apesar de serem claramente distintos são facilmente confundidos Segundo a teoria de Stephen Krashen 1988 que desenvolveu uma das hipóteses sobre a apropriação de línguas estrangeiras o processo ocorre por dois meios aquisição acquisition e aprendizado learning shutterstock O Que Vem a ser a Aquisição e a Aprendizagem de Uma Língua Estrangeira Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 47 Conforme Krashen 1988 a aquisição de uma língua estrangeira ocorre pelo processo de assimilação natural intuitiva subconsciente originada dasnas rela ções humanas em ambientes da língua e da cultura estrangeira em que o aprendiz pode participar como sujeito ativo Como podemos observar caroa alunoa o processo de aquisição da LE é similar ao processo de assimilação da língua materna pelas crianças isto é tra tase do processo que envolve o conhecimento prático da língua e não teórico Após essas breves considerações sobre o processo natural de assimilação de LE exporemos a seguir o conceito sobre o processo de aprendizado learning O processo de apropriação de uma LE pode ocorrer por meio de estudos for mais aprendizado Esse conceito está relacionado a uma abordagem tradicional acerca do ensino de línguas estrangeiras pois esse processo limitase à expo sição do aprendiz às estruturas linguísticas regras da línguaalvo Vejamos no quadro abaixo algumas diferenças entre os processos de apropriação de línguas AQUISIÇÃO ACQUISITION APRENDIZADO LEARNING PROCESSO NATURAL PROCESSO FORMAL FOCO NA LÍNGUA ORAL FOCO NA LÍNGUA ESCRITA PRÁTICA DA LÍNGUA EM USO ESTUDO TEÓRICO DA LÍNGUA NÃO EXISTE TRADUÇÃO DA L2 PARA A L1 TRADUÇÃO E USO DA L1 FOCO NA ORALIDADE COMUNICAÇÃO FOCO NA FORMA ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS Quadro 9 Diferenças entre AQUISIÇÃO ACQUISITION e APRENDIZADO LEARNING shutterstock CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 II U N I D A D E 48 Desse modo alunoa compreender as diferenças entre aquisição acquisition e aprendizado learning pode facilitar as suas implicações no ensino de línguas Feitas essas breves considerações passamos a seguir ao próximo tópico no qual apresentaremos algumas das concepções teóricas que embasaram e ainda emba sam o fazer pedagógico do professor de línguas estrangeiras CONCEPÇÕES TEÓRICAS SOBRE A AQUISIÇÃO E APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA TEORIA DA ACULTURAÇÃO A Teoria da Aculturação está relacionada com o modo como o aprendiz se adapta à cultura da línguaalvo em seu processo de adqui rir uma LE Conforme essa teoria a aculturação inter fere na aquisição de outra língua uma vez que a apro priação de outra língua é determinada pelo nível de distanciamento social entre a cultura dos falantes da lín gua materna e a cultura dos falantes da línguaalvo Concepções Teóricas sobre a Aquisição e Aprendizagem de uma Língua Estrangeira Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 49 O distanciamento social referese aos fatores que afetam o aprendiz como membro de um grupo social Podemos citar como fator de distanciamento social o grau de semelhança entre a cultura da língua materna do aprendiz e a cultura da línguaalvo Por sua vez a distância psicológica está relacionada com fatores sócioafetivos acerca do aprendiz como indivíduo do mundo uma vez que cada aprendiz tem sua personalidade e esse fator pode facilitar ou bloquear a apro priação da LE isto é esse distanciamento referese às mudanças linguísticas à mudanças culturais que o aprendiz será exposto As variáveis sociais determinam se as condições de apropriação da língua alvo são favoráveis ou não Segundo Schumann 1978 as condições favoráveis à aprendizagem são1 QUANDO OS GRUPOS DE L 1 E L2 SÃO SOCIALMENTE IGUAIS QUANDO OS DOIS GRUPOS DESEJAM QUE A L2 SEJA ADQUIRIDA QUANDO OS DOIS GRUPOS DESEJAM COMPARTILHAR AS SOCIAL FACILITIES QUANDO OS DOIS GRUPOS APRESENTAM ATITUDES POSITIVAS NA INTERATIVI DADE ENTRE SI Quadro 11 condições favoráveis à aprendizagem Como podemos observar alunoa o processo de aprendizagem por meio da Teoria da Aculturação será determinado pelo grau de aproximação que o apren diz pode chegar atingir em relação à línguaalvo 1 Usamos os termos L1 com referência à língua materna do aprendiz e L2 com referência à línguaalvo shutterstock CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 II U N I D A D E 50 A TEORIA COGNITIVISTA DA AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM A Teoria Cognitivista concebe a aquisição de línguas como uma habilidade cognitiva complexa haja vista que envolve represen tações internas que regulam e orientam as ações Tal processo envolve ainda a integração de outras habilidades subhabi lidades que se iniciam como processos controlados e são auto matizados com a prática Nessas subhabilidades encontramse a aplicação de regras gramaticais a escolha do vocabulário apropriado as convenções pragmáticas que orientam o uso de uma língua específica No processo de automatização o aprendiz organiza e reestrutura a nova informação adquirida integrando assim as informações novas às informações que já possui alcançando níveis mais altos de domínio da LE O aprendiz de LE percebe seleciona e organiza os objetos os acontecimen tos e os significados por meio de representações internas assim no processo de aquisição de línguas essas representações estão amparadas no sistema linguístico e incluem as estratégias para a seleção de vocabulário e das regras gramaticais Dessa forma tanto a automatização quanto a reestruturação são centrais na teo ria cognitiva Diante do exposto caroa alunoa podemos entender que os princípios da Teoria Cognitiva acreditam que a aprendizagem se dá por meio de um processo mental que exige a análise e estruturação da língua antes de ela ser processada isto é a visão cognitiva baseiase na psicologia cognitiva que se opõe à visão comportamental logo o foco de aprendizagem ocorre por meio de processos mentais uma vez que a linguagem é vinculada à cognição shutterstock A Teoria Cognitivista da Aquisição da Linguagem Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 51 A TEORIA SOCIOINTERACIONISTA DA LINGUAGEM Para Vygotsky o aprendizado é um processo pelo qual o aprendiz adquire informações por meio de habilidades atitudes valores etc a partir de seu contato com a realidade o meio ambiente o outro Assim o aprendizado acontece pela interdependência dos indivíduos envolvidos no processo sempre aquele que aprende aquele que ensina e a rela ção entre as pessoas Conforme Vygotsky 1984 p 281 o ser humano se caracteriza como ser social isto é o desenvolvimento de uma pessoa pode ocorrer por meio de outros por intermédio do adulto que a criança se desenvolve em suas atividades Absolutamente tudo no comportamento da criança está fundido enraizado no social A abordagem cognitivista opõese a visão behaviorista logo seu foco de estudo incide sobre a cognição isto é a ênfase dessa abordagem defende que a construção do conhecimento se dá por meios de funções superiores do indivíduo como percepção de problemas solução de problemas toma da de decisões capacidade de ver e entender o mundo etc Dentre as teorias de natureza cognitiva destacamse o construtivismo e o interacionismo Você pode encontrar outras informações sobre a Teoria Cognitiva em httpwwwboccuffbrpagsilvajosemanuelpensamentolinguagem pdf Acesso em 15 jan 2015 Fonte Os Autores CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 II U N I D A D E 52 Por esse viés sociointeracionista o que interessa dessa visão a você como futuroa professora de LE é a percepção de que o ser humano desenvolvese em um ambiente social e a interação com outras pessoas é fundamental para o processo de ensino e aprendizagem A seguir vejamos as possíveis contribui ções da Teoria Sociointeracionista à prática docente Participação ativa do sujeito e aceitação das diferenças individuais Possibilidade de uma aprendizagem cooperativa Interação entre aprendizes de diferentes níveis de competências Possibilidade de aulas ocorrerem em contextos significativos Quadro 12 Contribuições da Teoria Sociointeracionista à prática docente Portanto caríssimoa estudante ressaltamos a importância do ambiente social e da interação com o outro que é fundamental para o aprendizado haja vista que sem o contato humano não se consegue ser humano de fato A Teoria Sociointeracionista de Vygotsky enfatiza o papel da intervenção no desenvolvimento humano do indivíduo contudo a natureza dessa visão objetiva trabalhar com a importância da cultura das relações entre os indiví duos O sociointeracionismo ainda trabalha com a ideia de reconstrução por parte do indivíduo em relação aos significados que lhes são transmiti dos Para saber mais sobre a Teoria Sociointeracionista leia OLIVEIRA M K de Vygotsky aprendizado e desenvolvimento um processo sóciohistórico 4 ed São Paulo Scipione 2003 Fonte Os Autores Teoria dos Universais Linguísticos Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 53 TEORIA DOS UNIVERSAIS LINGUÍSTICOS Neste tópico resolvemos trazer a você uma das ideias mais interessantes e ainda amplamente debatidas que lança uma hipótese curiosa à discussão referente ao processo de aquisição da língua materna dos seres humanos É a Teoria dos Universais Linguísticos desenvolvida por Noam Chomsky em seu livro Aspectos da Teoria da Sintaxe do ano de 1965 Essa teoria discute a possibilidade da existência de uma espécie de mecanismo genético que é inato ao ser humano e que contribui para aquisição da linguagem Esse mecanismo é denominado LAD Language Acquisition Device Dispositivo de Aquisição da Linguagem Para supor a validade dessa teoria é preciso aceitar previamente duas S Primeiramente que o ser humano nasce com habilidades cognitivas linguísticas preestabelecidas que auxiliam na compreensão e codificação de suas experiên cias reais Também é necessário pensar que a mente humana possui pelo menos dois sistemas cognitivos autônomos e que um deles esteja exclusivamente a ser viço da linguagem Segundo a teoria a aquisição de uma língua é um fenômeno que ocorre em todas as crianças independente das condições sociais geográficas e da quali dade do canal linguístico de recepção É interessante imaginar também que o fenômeno da aquisição ocorre basi camente no mesmo período da vida infantil desses indivíduos seja qual for sua nacionalidade realidade social ou variedade de idioma a que são exposto Por exemplo uma criança brasileira tende a adquirir sua língua materna via de regra no mesmo período que as crianças de todas as partes do mundo Para Chomsky esse sincronismo na aquisição da língua materna é fruto da interferência do LAD Reflita como tem sido desenvolvido o ensino para a sua aprendizagem em língua inglesa Você saberia identificar qualis concepçãoões teóricas tal processo de aprendizagem contempla shutterstock CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 II U N I D A D E 54 Mas não apenas isso para o teórico o LAD tem relação direta com a eficiên cia de processamento cognitivo relacionado à linguagem Chomsky aponta que o processamento linguístico da criança é amplamente superior ao processamento relacionado a outras áreas da mente A criança no período de aquisição de sua língua materna é capaz de processar informações extremamente complexas rela cionadas à linguagem em uma velocidade muito maior do que a velocidade com que processa outras informações no mesmo período de sua infância A partir dessas informações o linguista defende que a mente humana é dotada geneticamente de uma área específica voltada exclu sivamente à linguagem O linguista defende esse ponto de vista apresen tando o que seriam os elementos constituintes do LAD os denomi nados Universais Linguísticos Esses seriam elementos que auxiliariam a criança a identificar as possíveis estruturas linguísticas e diferenci álas de ruídos que não seriam em hipótese alguma linguagem gramaticalmente estruturada Para o linguista esse fator é de extrema importância pois a criança seria capaz de identificar e selecionar diante de um caótico contexto sonoro par tes de linguagem sem confundir uma frase ou palavra com uma tosse ou espirro Desse modo Chomsky acredita que o ser humano recebe geneticamente a capa cidade de lidar com estruturas gramaticais e de desenvolver modelos estruturais que com o passar do tempo passa a aperfeiçoar de acordo com suas experiên cias linguísticas Consequentemente se transportarmos essa discussão para a aprendizagem de uma outra língua além da materna podemos pressupor que os universais lin guísticos também influenciam na aprendizagem de uma língua estrangeira É de se pensar que os erros e as dificuldades presentes no processo de aquisição da lín gua materna tendem a se repetir quando da aquisição de uma língua estrangeira e que o desenvolvimento das estruturas linguísticas dessa nova língua também se dará com o tempo Teoria da Interlíngua Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 55 Desse modo podemos transportar as discussões de Chomsky para o contexto de sala de aula no sentido de compreender que o processo de aprendizagem aquisição de uma língua seja ela materna ou não demanda tempo e exercícios constantes Mesmo que tenhamos excelentes alunos devemos ter em mente que o processo não se concretiza instantaneamente novas estruturas novas regras ou novos vocabulários têm de ser apresentados mais de uma vez e têm de ser exercitados pelos alunos pois é só por meio de muita prática que haverá apren dizagemaquisição satisfatória TEORIA DA INTERLÍNGUA No processo de aprendizagem de línguas estrangeiras o estudante passa por algumas fases da aquisição do idioma Uma dessas fases foi minuciosamente explorada e estudada pelo linguista estadunidense Larry Selinker 1974 que utilizou o termo Interlíngua para denominála Esse é o processo que posiciona o estudante entre a língua materna e a línguaalvo Em outras palavras interlín gua se refere ao processo de aprendizagem no qual o estudante de idiomas ainda não se desprendeu totalmente de sua língua materna e ainda não atingiu comple tamente o domínio da línguaalvo configurando então um sistema linguístico único que se difere tanto de sua língua materna quanto de sua língua alvo Quando um indivíduo está no curso da aprendizagem da língua estrangeira é comum que ele cometa erros relacionados a sua língua materna É comum tam bém que a língua primária interfira no discurso produzido pelo aprendiz Sendo portanto um contexto de transição no processo da aprendizagem a interlíngua se caracteriza por expor de forma recorrente os erros e as falhas do estudante na utilização da línguaalvo Cabe ressaltar aqui que em estudantes adultos a interlíngua ocorre de forma mais persistente isso porque o falante adulto já enraizou muitos hábitos da língua materna As questões fonológicas também interferem sobremaneira CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 II U N I D A D E 56 no aprendizado de um indivíduo mais velho Com relação às crianças ou aos aprendizes mais jovens a interlíngua possui menor força porque os indivíduos ainda estão em formação Sob a influência da interlíngua o estudante cria um conjunto de regras que articula mentalmente Essas regras constituem uma forma de caminho cogni tivo articulado pelo aprendiz na sua busca pela aquisição da língua estrangeira Selinker 1974 aponta que há alguns passos básicos nesse processo Um dos passos é referente ao transporte das regras da língua materna para a línguaalvo Por exemplo imagine que nas lições iniciais de um curso de lín gua inglesa um falante de língua portuguesa tenha que se apresentar à turma e dizer a sua idade Nessa fase da interlíngua é provável que o aluno diga I have 8 years old ao contrário de I am 8 years old isso porque para nos referirmos à idade na língua portuguesa utilizamos o verbo ter Outro passo relacionase ao trabalho desenvolvido pelo instrutor ou profes sor atuante no processo de ensino e aprendizagem e às ferramentas pedagógicas utilizadas Selinker 1974 defende que a mediação da aquisição pode estar conta minada de certas falhas que podem ser adquiridas e enraizadas pelos estudantes Professores que utilizam uma estrutura ou pronúncia errada frequentemente ou materiais didáticos e audiovisuais que contenham falhas podem contribuir para a manutenção dos erros no desenvolvimento dos alunos Por exemplo é possível que um professor falante nativo de língua portuguesa que não domine completamente a pronúncia da língua inglesa confundase na produção sonora de algumas palavras Imagine que esse professor na tentativa de se referir a cor vermelha pronuncie erroneamente a palavra head e não red Os alunos fatalmente incorporarão o erro do professor o que contribuirá para a manutenção da interlíngua do estudante O terceiro passo está ligado às estratégias de aprendizagem de uma língua estrangeira nesse caso o estudante tende a utilizar várias estratégias para adqui rir a línguaalvo Peruchi 2006 p 12 indica que Aprendizes empregam várias estratégias de aprendizagem para desen volver sua Interlíngua Os diferentes tipos de erros refletem as diferen tes estratégias de aprendizagem assim por exemplo erros de omissão sugerem que o aprendiz esta simplificando a tarefa de aprendizagem Teoria da Interlíngua Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 57 ignorando características gramaticais que ele ainda não está pronto para processar Generalização e transferência de erros pode ser vista também como uma estratégia de aprendizagem Isso pode ser evidente quando por exemplo um aluno está no processo de apren dizagem do conteúdo referente ao present continuous Pode ocorrer que o aluno quando convidado a formular alguma frase utilizando a nova estrutura diga I studying quando deveria dizer Im studying Isso ocorre porque o estudante está simplificando a estrutura Isso seria uma estratégia de omissão pois o aluno ainda não estaria pronto para a complexidade da estrutura Desse modo a omis são funcionaria como simplificação para adquirir a estrutura gradativamente O quarto passo está relacionado às estratégias que o aprendiz utiliza para se comunicar com falantes nativos Nesse contexto o estudante acredita que ele domina a línguaalvo de forma suficiente para a comunicação consequente mente há uma diminuição na aprendizagem devido à falsa sensação de que já tenha atingido o objetivo Nesse contexto o estudante consegue se comunicar com o falante nativo mas não necessariamente atinge todo o seu potencial de aprendizagem na língua alvo Contudo devido à capacidade de se comunicar com o nativo o aprendiz reduz seus esforços e desacelera o desenvolvimento estacionando na interlíngua Por fim o quinto passo relacionase ao momento em que o próprio estu dante formula hipóteses e busca soluções para os problemas de comunicação na línguaalvo É nesse passo que o próprio estudante em um contexto de uti lização da línguaalvo busca saídas para problemas de comunicação Se em um diálogo o interlocutor não conseguir compreender sua produção o aprendiz é capaz de modificar sua frase e de reformular seu discurso a fim de atingir o objetivo comunicativo É a parte do processo em que o próprio aprendiz testa e verifica a sua consistência comunicativa na línguaalvo e tenta resolver os pro blemas que possam vir a surgir nesse contexto É importante compreender que nesse processo de aprendizagem alguns erros e desvios do aprendiz podem ser fossilizados ou seja os erros podem se enrai zar na gramática mental dele A fossilização dessas falhas pode contribuir para que o estudante demore mais tempo para superar a interlíngua obstruindo o alcance de seu melhor desempenho CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 II U N I D A D E 58 Alguns motivos são apontados como razões centrais para a permanência da interlíngua por exemplo a baixa exposição do aprendiz à línguaalvo em seu contexto de uso real Se o estudante for raramente exposto a contextos de utili zação da língua alvo a interlíngua tenderá a permanecer por mais tempo Outro ponto importante é o desempenho do próprio instrutor ou professor Se este não tiver um nível linguístico equivalente a um nativo seus alunos tenderão a assi milar os desvios e a fossilizálos A ação do professor é de extrema importância no contexto da interlíngua pois a mediação é crucial para que o estudante não estacione na interlíngua ou não fossilize e internalize falhas linguísticas como se essas fossem naturais e partes constituintes da línguaalvo Dessa forma é importante que o professor busque sempre expor seus alunos a contextos diversos de uso da línguaalvo Na impossibilidade de colocar os estudantes em contato direto com falantes nativos da línguaalvo é importante tentar sanar essa lacuna com materiais audiovisuais contextualizados É ainda de extrema importância que o professor ou instrutor tenha domínio ideal do conteúdo da línguaalvo que trabalhará com seus alunos TEORIA DO DISCURSO Nós como professores de língua estrangeira devemos abordar a linguagem em sua totalidade sem jamais esquecer que os idiomas são instrumentos que vão além de um simples meio de comunicação As línguas são instrumentos vivos que se alteram e se desenvolvem ao longo do tempo acompanhando as evolu ções e mudanças de seus usuários Os idiomas têm uma importância central na constituição cultural da vida em sociedade Diversos foram os casos em que o idioma teve papel crucial no desen volvimento do ideal de unidade de povos e nações Lembremos dos casos dos afrodescendentes e dos indígenas que não pouparam esforços para preservar idio mas que contribuíram para movimentos de resistência cultural em solo brasileiro Teoria do Discurso Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 59 De outro lado povos dominadores impuseram seus idiomas para que o abafa mento de manifestações culturais suprimisse o risco de resistência nas dominações bélicas e políticas Desse modo a linguagem é mais que ferramenta para comunicação eficiente é produção e manutenção de cultura Por isso está carregada de características internas e externas que propiciam uma riqueza de possibilidades ideológicas sedutora mas que deve ser apreciada com cuidado A gama de possibilidades que os caminhos da linguagem possibilitam aos usuários deve ser tratada com cautela porque um usuário ingênuo da língua pode facilmente se deparar com situações delicadas seja na produção de seu discurso seja na recepção de um discurso para o qual não esteja devidamente preparado É nesse sentido que a Teoria do Discurso opera Segundo essa teoria o apren diz de uma língua estrangeira enfrentaria certa dificuldade em seu processo de aquisição por conta de um descompasso existente entre suas concepções acerca da linguagem e as concepções de um falante nativo ideal Dessa forma a teoria postula que para o aprendiz adquirir a língua estran geira deve haver uma relação recíproca entre o falante e o idioma Para Ellis 1985 o contato do aprendiz com falantes nativos acelera o processo de aprendizagem Ellis 1985 ainda acredita que há três passos no processo de aquisição base ados na Teoria do Discurso Segundo o autor no primeiro momento o aprendiz entra em contato com os aspectos estruturais da língua estrangeira e passa a com preender os mecanismos de funcionamento do idioma Posteriormente no contato entre falante nativo e aprendiz o primeiro promove ajustes na sua produção lin guística adequando sua produção e negociando significados com o segundo finalmente dessa relação de cooperação surgirão naturalmente estratégias desen volvidas por ambas as partes no intento de travar um canal comunicativo mais efetivo por conseguinte o aprendiz passará a internalizar as estruturas mais importantes para a utilização do idioma Consequentemente essa teoria se baseia na interação comunicativa apoian dose no princípio de que os aprendizes de uma língua estrangeira a adquirem de forma natural no processo de aprendizagem entretanto é necessária coope ração pois muito da aprendizagem provém do interlocutor nativo shutterstock CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 II U N I D A D E 60 Vale ressaltar aqui que sob esse ponto de vista ini cialmente não há grande preocupação com domínio exato e perfeito dos detalhes estruturais da línguaalvo Centrase a atenção na comunicabilidade Portanto a Teoria do Discurso prevê naturalmente a aquisição da línguaalvo em um ambiente de interação entre falan tes pois nesse contexto a significação da produção lin guística seria levada a cabo mais efetivamente Para nós professores é importante refletir acerca dessa teoria pois em deter minados contextos a realidade sociopolítica em que nossos estudantes estão inseridos dificulta seu contato com falantes nativos Logo devemos estar aten tos e propiciar dentro das possibilidades de cada realidade a interação entre os estudantes utilizando a línguaalvo da maneira mais significativa possível Além de auxiliar de forma natural na negociação de significados Propor e conduzir exercícios de conversação entre os alunos é passo vital para o desenvolvimento da competência discursiva do grupo Sendo essa teoria pautada na comunicabilidade o professor deve formular os exercícios contextua lizando as situações diálogos simulações etc de modo a tornálos significativos Teoria Behaviorista Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 61 TEORIA BEHAVIORISTA Os principais dicionários bilíngues de português e inglês do mundo concordam que a palavra behavior pode ser traduzida para a língua portuguesa como com portamento ou conduta Olhar com curiosidade para essa palavra pode ajudar a compreender as bases dessa teoria O behaviorismo é uma teoria baseada nas análises de conduta e compor tamentos do ser humano Distanciase das concepções mais humanistas e se aproxima mais das condições animais e instintivas do indivíduo Tem como princípio basilar a análise objetiva do comportamento humano a partir de estí mulos que tendem a gerar determinadas respostas Portanto tratase de uma teoria com bases amplamente empíricas Tem ainda como seu principal expo ente BF Skinner que em 1957 publicou a obra Verbal Behavior na qual expôs seus estudos sobre o comportamento e o aprendizado De acordo com Santos 2001 p 217 algumas das propostas de Skinner eram ser capaz de predizer e controlar o comportamento verbal mediante variá veis que controlam o comportamento estímulo resposta reforço e a espe cificação de como essas variáveis interagem para determinar uma resposta verbal particular Segundo essa proposta um estímulo externo provoca uma resposta externa do organismo Se essa resposta for reforçada positivamente a tendência é que o comportamento se mantenha Se a resposta for reforçada negativamente o comportamento é eliminado Se não há reforço positivo ou negativo o comportamento também tende a desaparecer Com relação à linguagem essa teoria pressupunha que as crianças a fim de se comunicar imitam os sons reproduzidos pelos adultos essa imitação é motivada por um estímulo que pode ser o desejo em tocar algum objeto por exemplo Se a criança disser bola estimulada pelo desejo de tocar o objeto produzirá uma resposta para seu estímulo e se seus pais lhe entregarem uma bola ela receberá um reforço positivo para sua resposta consequentemente aprenderá que quando quiser receber aquele objeto deverá dizer a palavra bola Dessas repetições as crianças recebem estímulos positivos quando têm sucesso e estímulos negativos quando falham Em outras palavras quando a tentativa obtém sucesso a criança recebe uma sinalização afirmativa que rati fica sua produção comunicativa fato que não ocorre quando a tentativa falha CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 II U N I D A D E 62 Esse processo contribui para que a criança adquira a linguagem A teoria recebeu algumas críticas principalmente porque se julgou limitado um olhar voltado apenas aos aspectos externos e passíveis de observação Uma abordagem dessa natureza acabaria ignorando as possibilidades de uma inter ferência interna na aquisição do idioma Entretanto a teoria trouxe reflexões interessantes que podem contribuir para o desenvolvimento da prática docente do professor de língua estrangeira A questão do reforço positivo por exemplo pode ser de grande valia para o nosso contexto prático visto que não devemos perder as oportunidades de refor çar afirmativamente os esforços discursivos de nossos estudantes quando são satisfatórios Nesse caso é importante estimulálos nossos estudantes para que realizem as tentativas de comunicação na línguaalvo e a partir dessas tentati vas devemos estar atentos para darmos o reforço positivo quando necessário O behaviorismo fundamentase na concepção de que a linguagem é um comportamento que se aprende um hábito que se desenvolve e é constru ída a partir da interação de um indivíduo com o input fornecido pelo meio Segundo a teoria behaviorista a linguagem pode ser condicionada Isso sig nifica que o processo de ensino e aprendizagem depende da experiência para serem adquiridos isto é para essa teoria o processo de aprendizagem se dá pela formação de hábitos Além da bibliografia citada você pode complementar as informações con tidas nesse tópico com a leitura A teoria behaviorista da aquisição da lin guagem disponível em httpwwwfilologiaorgbrsoletras15supA20 Teoria20Behaviorista20da20AquisiC3A7C3A3o20da20Lin guagem2020VICENTEpdf Acesso em 15 jan 2015 Fonte Os Autores Teoria de Krashen Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 63 TEORIA DE KRASHEN Além dos aspectos mais técnicos relacionados a ferramentas e teorias que pos sam auxiliar o professor na condução de seu alunado para a aprendizagem de uma língua estrangeira há outro lado que só passou a figurar entre as discussões mais relevantes nesse campo há pouco tempo Estamos falando da afetividade no contexto de ensino de idiomas O linguista estadunidense Stephen Krashen desenvolveu sua teoria sobre a aprendizagem e aquisição de linguagem pontuando cinco principais hipóteses acerca de aquisição de uma segunda língua Sua teoria abarca além dos elemen tos relacionados à língua e ao contexto a relação afetiva que o aprendiz precisa desenvolver com a aprendizagem A primeira das cinco hipóteses de Krashen que discutiremos aqui se refere à diferença apontada por ele entre aquisição e aprendizagem O linguista pos tula que aquisição é o processo pelo qual o aluno adquire a língua estrangeira de forma similar à que o nativo adquire sua língua materna utilizando a lin guagem em contextos reais de interação linguística em que o uso da linguagem se dá de forma significativa contextualizada e prática Já aprendizagem se rela ciona estritamente com o contexto escolar de sala de aula no qual o aprendiz estuda e aprende as regras estruturais da língua preocupandose diretamente com a forma Entretanto essa relação não é excludente pois é no contexto de aprendizagem que o aluno poderá adquirir as ferramentas para se desenvolver no contexto aquisitivo A hipótese do monitor tratase de um dispositivo adquirido pelo aprendiz ao longo do processo de aprendizagem que atua internamente fiscalizando a pro dução linguística do indivíduo Caso o aluno cometa alguma falha na produção e já tenha aprendido a forma correta o monitor auxiliará para que o próprio aluno se corrija e produza a forma correta A atuação do monitor pode ocorrer antes durante ou depois da produção Há também a hipótese da ordem natural a qual defende que o indivíduo tende a adquirir as estruturas gramaticais da línguaalvo em uma determinada ordem específica que seria mais ou menos comum a todos os aprendizes Essa ordem traz inicialmente estruturas menos complexas e se desenvolve gradativamente CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 II U N I D A D E 64 Entretanto para que a ordem natural não seja prejudicada o aluno não pode ser exposto a atividades que impliquem raciocínio metalinguístico relacionado ao contexto de aprendizagem como reitera Bezerra 2003 p 35 o aprendiz apresenta essa ordem em sua produção se estiver envolvido em atividades de comunicação natural no entanto tal ordem é per turbada caso ele tenha que desenvolver atividades que exijam ou per mitam a utilização de conhecimento metalinguístico obtido através de aprendizagem A próxima hipótese é chamada Input ou insumo que está relacionada ao cresci mento gradual do aluno como aprendiz da nova língua Krashen 1985 defende que é necessário desafiar o aprendiz constantemente sempre com conhecimento ligeiramente acima do que o próprio aluno apresenta contribuindo assim para que o aluno continuamente suba novos degraus Essa hipótese traz a ideia do i1 em que i seria o conhecimento prévio do aluno e 1 seria a adição de novo conhecimento Não podendo ser o novo desafio muito superior ao estágio em que o aluno se encontre o que frustraria sua aprendizagem Por fim há a hipótese do filtro afetivo Segundo Krashen 1985 há diversas variantes de ordem afetiva que podem contribuir para a aprendizagem O filtro afetivo é formado por alguns elementos dentre eles a motivação e prédisposi ção que o aluno tem para aprender o idioma e as razões que atraem o interesse do aluno como a cultura inerente ao idioma e também a identificação e a rela ção entre aluno e docente Além das motivações o nível de ansiedade também é importante fator na constituição do filtro afetivo bem como a autoconfiança do estudante Nesse panorama para que a aquisição ocorra de forma favorável o aluno não pode estar com seu nível de ansiedade elevado pois isso prejudicaria os fatores de aprendizagem funcionando como barreira aos novos conhecimentos introduzi dos pelo professor A autoconfiança deve estar em um nível elevado para que o estudante sintase confortável no momento da aprendizagem Segundo Krashen 1982 esses variados fatores têm papel vital em um bom processo de aprendi zagem pois um filtro afetivo baixo possibilitará uma aprendizagem efetiva ao contrário de um filtro afetivo alto que impedirá o aprendiz de adquirir satisfa toriamente os conteúdos referentes à línguaalvo Teoria de Krashen Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 65 A hipótese do filtro afetivo capta a relação entre as variáveis afetivas e o processo de aquisição de L2 através da asseveração de que os adquiren tes variam no que diz respeito à rigidez ou nível dos seus filtros afetivos Aqueles cujas atitudes não forem ótimas para aquisição de uma L2 não só tenderão a buscar menos insumo mas também apresentarão um fil tro afetivo alto ou rígido mesmo que entendam a mensagem o insumo não alcançará a parte do cérebro responsável pela aquisição da língua ou seja o dispositivo de aquisição KRASHEN 1982 p31 Pensando no contexto prático de sala de aula a teoria de Krashen pode con tribuir para nossa reflexão acerca do nível de conforto a que nossos alunos são expostos quando estão inseridos no contexto de aprendizagem da língua inglesa É importante lembrar que nossos alunos estão em contato com uma língua dife rente Mesmo que a língua inglesa esteja muito presente no dia a dia de muitos brasileiros a intensidade de exposição é limitada o inglês ainda é uma língua distante da língua portuguesa Consequentemente nossos alunos estarão em contato com uma língua que tem uma estruturação muito diferente de nossa língua materna fato que pode trazer insegurança e incômodo Além disso vimos que a aprendizagem implica no erro e errar pode trazer acanhamento aos aprendizes principalmente quando eles erram na presença de outras pessoas Logo é necessário construir uma atmosfera que favoreça a diminuição do filtro afetivo dos estudantes incentivando criando um ambiente receptivo traba lhando a motivação e organizando nossos passos didáticos de modo a apresentar os desafios gradualmente nunca expondo nossos alunos a conteúdos muito mais complexos do que eles estão acostumados Para você na condição de professor de LE quais aspectos das teorias expos tas nesta unidade podem contribuir para a sua prática em sala de aula Em que sentido Vygotsky Aprendizado e desenvolvimento um processo sóciohistórico Nesta unidade discorremos acerca das principais teorias no processo de aprendizado de uma língua estrangeira sobretudo a língua inglesa entretanto destacamos a visão socionteracionista da linguagem por influenciar as práticas de aprendizagem mais atu ais uma vez que para Vygotsky é na interação com outros que são internalizados co nhecimentos funções sociais o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência Nesse sentido sugerimos a leitura do livro Vygotsky Aprendizado e desenvolvimento um processo sóciohistórico que apresenta as principais ideias sociointeracionistas Koll a autora desse livro mostra um percurso histórico no qual Lev Vygotsky viveu e desenvol veu seus estudos A autora ainda enfatiza a importância que Vygotsky concedeu à cultura e à linguagem na constituição humana ao explorar as relações entre o históricosocial e a linguagem no desenvolvimento do indivíduo Assim ao ler essa obra você entenderá que Lev Vy gotsky considera a origem e a evolução do psiquismo humano um processo de intera ção com o contexto social em que está inserido Portanto alunoa a leitura da presente obra configurase como um instrumento que reúne de maneira clara e didática o pensamento vigotskyano com suas contribuições que são necessárias a todos os educadores na busca pelo fazer pedagógico mais eficaz e eficiente em sala de aula KOLL Marta de Oliveira Vygotsky Aprendizado e desenvolvimento um processo sócio histórico São Paulo Scipione 2010 Fonte Os Autores Considerações Finais Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 67 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade apresentamos as principais concepções teóricas sobre o processo de ensino e aprendizagem de línguas Primeiramente preocupamonos em trazer para você alunoa a diferença entre aquisição e aprendizagem para tanto nos apoiamos nos estudos de Krashen 1982 que entende a aquisição como um processo natural e que o aprendizado se dá de maneira formal Em um segundo momento atemonos à exposição das teorias sobre o ensino e aprendizagem que mais se destacaram na história do ensino de línguas como a Teoria da Aculturação que relaciona o processo de aprendizagem à maneira como o aprendiz se adapta à cultura da línguaalvo A Teoria Cognitivista defende que o foco de aprendizagem ocorre por meio de processos mentais haja vista que a linguagem é vinculada à cognição Por sua vez a Teoria Sociointeracionista destaca a importância do ambiente social e que a interação entre os falantes de uma língua é fundamental para o processo de apropriação de uma língua estrangeira Trouxemos também as contribuições chomskianas ao processo de ensino e aprendizagem de línguas a partir da Teoria dos Universais linguísticos que acredita na existência de uma gramática universal inata em todo ser humano Ainda abordamos nesta unidade a Teoria da Interlíngua que acredita na criação de uma língua intermediária pelo aprendiz no processo de ensino e aprendizagem Abordamos também os princípios da Teoria do Discurso que entende que o processo de apropriação de uma língua estrangeira do aprendiz ocorre na rela ção recíproca entre o falante e o idioma Além dessas teorias apresentamos a Teoria Behaviorista a qual deu origem à Teoria do EstímuloResposta enfatizando o papel do condicionamento uma vez que o processo de aprendizagem ocorre de forma automatizada isto é a apren dizagem se dá pela repetição de exercícios prédeterminados Por fim apresentamos a Teoria de Krashen que explica o processo de apro priação de uma língua estrangeira por meio de aspectos sócioafetivos Diante do exposto caroa alunoa esperamos ter contribuído para a sua formação acadêmica e pósacadêmica como professor de línguas especifica mente para língua inglesa 1 Na teoria de Krashen referente ao inputinsumo e ao i1 é importante que a O professor traga frequentemente conteúdos que estão muito acima do co nhecimento atual do aluno para que este possa desenvolver estratégias de superação na aprendizagem do idioma b O professor raramente traga conteúdos que estão ligeiramente acima do co nhecimento atual do aluno para que este possa desenvolver estratégias de superação na aprendizagem do idioma c O professor não ofereça atividades que estejam em um nível diferente do nível atual do aluno para que este não se sinta desmotivado pela dificuldade do desafio d O professor traga frequentemente conteúdos que estão ligeiramente acima do conhecimento atual do aluno para que seu aprendizado siga um processo comparável aos degraus de uma escadaria e O professor não ofereça desafios ao aluno para não afetar o filtro afetivo dele 2 Sobre a Interlíngua é correto afirmar que a O aprendizado do aluno independe do nível de língua do professorinstrutor b Se o aluno for frequentemente exposto a contextos genuínos da línguaalvo ele permanecerá por menos tempo na interlíngua c Se o aluno for frequentemente exposto a contextos genuínos da línguaalvo ele permanecerá por mais tempo na interlíngua d A exposição do aluno a contextos genuínos da línguaalvo pouco importa para sua aprendizagem e A fossilização de falhas e desvios não compromete à aprendizagem do aluno 3 A fim de identificar suas crenças sobre o processo de ENSINO E APRENDI ZAGEM de língua estrangeira complete as orações a seguir conforme suas concepções e crenças a Ensinar é b Aprender é c Um bom professor é aquele que d A melhor forma de aprender a língua inglesa é 69 4 Agora que você alunoa já fez o levantamento de suas crenças eou con cepções sobre o processo de ensino e aprendizagem de LE reflita sobre você como professor de língua inglesa e preencha o quadro abaixo O PROFESSOR QUE EU SOU O PROFESSOR QUE EU QUERO SER Quadro 13 Levantamento sobre crenças no processo de ensino e aprendizagem MATERIAL COMPLEMENTAR Livro Para Conhecer Aquisição da Linguagem Autora Elaine Grolla Maria Cristina Figueiredo Editora Contexto Sinopse Por volta dos 5 anos a criança já tem um domínio bastante amplo da complexidade de pelo menos uma língua É exatamente por conta dessa complexidade que podemos nos perguntar como as crianças adquirem uma língua aparentemente sem esforço algum e sem serem explicitamente ensinadas Este livro responde a essa questão de modo claro e didático discutindo os fatores inclusive genéticos que determinam essa aquisição Para facilitar a leitura e compreensão cada um dos capítulos apresenta resumos além de indicações de leitura e exercícios Nell Autora Michael Apted Ano 1994 Sinopse Nell é uma garota que cresceu isolada em uma fl oresta afastada do ambiente urbano Nell nasceu e se desenvolveu tendo contato apenas com sua irmã gêmea e sua mãe uma eremita que devido a um problema de saúde falava com grande difi culdade Após a morte de sua mãe Nell é descoberta por Jerome um médico local Jerome se interessa pela curiosidade do caso e entra em contato com Paula uma psicóloga Entretanto o médico e a psicóloga discordam sobre o que deve ser feito com o futuro de Nell Paula deseja estudála em laboratório opção que é desaprovada por Jerome Após uma disputa judicial a justiça determina um prazo de três meses para que Nell seja observada em seu habitat Comentário No fi lme Nell a personagem que dá nome à trama desenvolve uma linguagem diferente de tudo o que já se viu o que causa curiosidade e interesse por parte de médicos psicólogos e da universidade local Você consegue ver alguma relação entre as teorias discutidas nessa unidade com o processo de aquisição da linguagem de Nell UNIDADE III Professora Me Fátima Christina Calicchio Professor Me Fábio Gonçalves Fernandes ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DO IDIOMA Objetivos de Aprendizagem Mostrar como as estratégias de ensino funcionam na prática e como podemos utilizálas na condição de ferramentas auxiliares no processo de aprendizagem de nossos alunos Evidenciar a efetividade das estratégias de ensino para o ensino e aprendizagem de LE Prover informações sobre as estratégias de aprendizagem de forma a auxiliar professores e alunos a obterem mais sucesso na aprendizagem de línguas estrangeiras Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade Memória Cognitiva Compensação Metacognitiva Afetiva Social INTRODUÇÃO Obviamente o aluno tem papel crucial no processo de ensino e aprendizagem porém o que pode não ser tão claro é de que forma o aluno pode atuar e maxi mizar sua participação nesse processo pedagógico a fim de atingir os objetivos com mais eficácia Ao longo do tempo com o desenvolvimento das teorias educacionais cons tatouse e se solidificou a ideia de que os alunos não são tábulas rasas ou folhas em branco à espera do preenchimento que seria fruto da intervenção educacio nal Atualmente sabese que o aluno tem importante participação no processo pedagógico inclusive porque ele traz consigo diversos elementos que se bem aproveitados podem trazer significativos benefícios à sua aprendizagem Nesse sentido professores e teóricos relacionados à área de ensino de idiomas têm refletido e pesquisado sobre as características dessa participação do alunado e como os esforços dos estudantes têm contribuído para sua aprendizagem A partir desses estudos surgiram discussões acerca do que seriam as estratégias individuais de aprendizagem da língua estrangeira Parafraseando Cohen et al 1996 as estratégias de aprendizagem são as ferramentas construídas e geridas pelos próprios estudantes no processo de aprendizagem e de utilização do idio maalvo As estratégias são utilizadas como elementos acessórios no contexto formal ou informal de estudos de línguas estrangeiras OMalley e Chamot 1987 e Rebecca Oxford 1989 dividiram essas estraté gias em grupos com o intuito de classificálas e melhor compreendêlas OMalley e Chamot utilizaram as nomenclaturas Estratégias Metacognitivas Cognitivas e Sócioafetivas para denominar os três grupos que compõem as estratégias de aprendizagem Rebeca Oxford por sua vez dividiu as estratégias em dois grandes grupos denominando o primeiro de Estratégias Diretas que são constituídas por Estratégias de Memória Estratégias Cognitivas e Estratégias de Compensação e o segundo grupo de Estratégias Indiretas composto por Estratégias Metacognitivas Estratégias Afetivas e Estratégias Sociais A seguir discutiremos o que é cada uma dessas estratégias e como funcio nam na prática Introdução Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 73 ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DO IDIOMA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 III U N I D A D E 74 MEMÓRIA As estratégias de memória se referem às ferramentas que os estudantes buscam para armazenar e retomar os novos conhecimentos adquiridos É comum que os estudantes lancem mão dessa estratégia utilizando imagens rimas palavras chave listas de palavras etc para memorizar novos vocabulários características de pronúncia novas estruturas etc Uma das características das estratégias de memória é a criação de relações mentais Pensemos em um contexto de aprendizagem de vocabulário referente a frutas Em face da aprendizagem de uma nova palavra por exemplo pear o aluno poderá agrupar mentalmente essa palavra na mesma categoria de outras palavras que ele já conheça como apple orange pineapple etc Assim todas as vezes em que reencontrar a palavra pear poderá se lembrar que se trata de uma fruta aproximandose mais do conteúdo semântico da palavra Outra característica da estratégia de memória é a associação Quando asso ciamos alguma palavra ou expressão a algo significativo para nós podemos memorizar o conteúdo da palavra sem a necessidade da tradução o que pode ser muito mais efetivo para a aprendizagem Por exemplo um estudante que joga videogame pode associar a palavra start presente em praticamente todos os joysticks populares como algo que dá início aos jogos O aluno consequen temente fará essa associação todas as vezes que encontrar a palavra Memória Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 75 Entretanto é importante alertar seus estudantes para que estejam atentos à contextualização As estratégias de memória necessitam de cautela na contex tualização pois fora de contexto algumas palavras podem adquirir significados diversos e talvez não os pretendidos em determinadas produções linguísticas Tomemos o exemplo da palavra welcome que é frequentemente utilizada para recepcionar educadamente alguma visita Essa mesma palavra pode ser utilizada como resposta a um agradecimento recebido Portanto é necessário cuidado no uso dessa estratégia para que a associação não seja descontextualizada Nesse sentido surge uma outra característica a de colocar as palavras em uso cotidiano o que auxilia na internalização de palavras e expressões Pensemos no contexto de sala de aula em que o professor de língua inglesa exige que os alu nos utilizem frequentemente todas as expressões básicas do cotidiano escolar na línguaalvo Quando o aluno precisar tomar um lápis emprestado de algum colega utilizará a expressão can you lend me a pencil desse modo o estudante poderá memorizar a expressão sem necessariamente dissecála estruturalmente Outras estratégias podem ser utilizadas para que os alunos internalizem o uso correto de palavras expressões estruturas pronúncias etc Com isso é impor tante que nós professores tenhamos em mente que cada aluno tem afinidades com modos diferentes de aprendizagem e portanto determinadas estratégias poderão ser mais eficazes com alguns estudantes e não com outros Logo é neces sário que o aluno esteja à vontade para utilizar a estratégia que mais lhe seja útil ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DO IDIOMA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 III U N I D A D E 76 COGNITIVA Geralmente apontadas como as mais usadas as Estratégias Cognitivas estão rela cionadas à compreensão e à produção da língua estrangeira É a prática e o uso muitas vezes repetitivo de novo conteúdo aprendido na línguaalvo Oxford 1990 sugere que há quatro subáreas dentro das Estratégias Cognitivas são elas a Prática Recepção e envio de mensagens Análise e raciocínio e Criação de estrutura para input e output A questão da prática é basilar no contexto de aprendizagem É necessária prá tica recorrente no contexto de ensino e aprendizagem para que o aluno possa de fato aprender a usar o idioma de forma satisfatória mais ainda quando se trata de uma língua estrangeira que possui nuances diferentes da língua materna do aprendiz Para que esse possa alcançar um bom nível de língua no idioma alvo a prática é insubstituível para desenvolver sua mente e seu aparelho fonador de acordo com a língua pretendida Portanto nessa subárea exercícios de repetição são fundamentais pois repetir oralmente novas palavras aprendidas ou reescrever diversas vezes novas expressões pode contribuir para que o aluno memorize padrões de pronúncia ou padrões estruturais da língua Ainda que descontextualizado o uso desses mecanismos pode familiari zar o aluno com o idioma mostrando indiretamente características formais da línguaalvo Além disso o seu uso contextualizado também pode trazer benefí cios Nessa categoria também pode se encaixar a repetição de expressões usadas corriqueiramente por exemplo May I go to the bathroom que certamente contribuirão para a internalização da expressão A prática também abrange o uso livre do idioma por exemplo quando o aprendiz se dedica a leitura de livros ou revistas assistir filmes e seriados ou ouvir música ele está se dedicando espontaneamente à prática Nesses casos poderá haver uma integração entre aspectos que ele já conheça e novos conteú dos com os quais ele deverá dialogar tornando essa prática muito valiosa para a aprendizagem As estratégias de recepção e envio de mensagens englobam as técnicas que os estudantes utilizam para compreender textos escritos ou orais mesmo não Cognitiva Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 77 dominando todo vocabulário ou todas as estruturas presentes no texto São as ferramentas utilizadas pelo aprendiz para buscar as ideias centrais do texto não se prendendo aos detalhes e não se condicionando ao entendimento de todas as peças da mensagem Aspectos extratexto são de suma importância para essa estratégia pois auxiliam na compreensão global das ideias Uma vez compre endidas as mensagens a resposta e o diálogo tornamse possíveis criando um contexto comunicativo As estratégias de análise e raciocínio possuem uma relação próxima com a interlíngua caracterizamse pelo desenvolvimento de esquemas mentais criados pelo aprendiz A partir dessas estratégias os alunos criam hipóteses as testam e as reformulam quando ineficientes Podemos exemplificar essas estratégias com a utilização da língua materna como referência para línguaalvo Quando o aprendiz transporta alguma estru tura ou expressão de sua língua materna para a língua estrangeira por exemplo quando um estudante se depara com uma expressão que não conhece ele tende a dividir a expressão em partes menores ou até mesmo tenta decodificar pala vra por palavra para posteriormente chegar ao significado coletivo Entretanto como ainda têm forte relação com a língua materna as estratégias dessa catego ria podem se tornar armadilhas para alunos mais desavisados Há ainda as estratégias de criação para input e output que podem ser exem plificadas pelas notas tomadas em sala Por exemplo quando um aluno escreve uma palavra nova ou uma cadeia de novas palavras que o ajuda a compreender melhor um discurso recebido ou ainda que pode auxiliálo na produção de um discurso produzido Juntase a essa estratégia o hábito de resumir ou sintetizar em sentençaschave um texto oral ou escrito para melhor dominar o discurso Essa estratégia de Resumo contribui para que o estudante possa aprimorar sua capacidade de manipular a língua que está aprendendo Cabe ainda citar aqui as práticas de sublinhar ou demarcar palavras e fra ses importantes encontradas em textos diversos o que além de contribuir para a memorização pode ser uma boa ferramenta de síntese Em suma caroa alunoa essas estratégias podem ser facilmente apresen tadas a seus estudantes Podemos incentiválos a sempre utilizar as expressões corriqueiras do contexto escolar na própria línguaalvo como pedir para ir ao ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DO IDIOMA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 III U N I D A D E 78 banheiro pedir algum material emprestado apresentar dúvidas ou mesmo a utili zação de simples saudações Podemos ainda sugerir que os alunos utilizem sempre cadernos de anotações em que possam armazenar novos vocabulários expressões e estruturas adquiridas Esses cadernos ou outros materiais de armazenamento podem ainda ser utilizados para a criação de frases e pequenos parágrafos nos quais os alunos possam experimentar e exercitar novos conteúdos aprendidos Quando da leitura ou audição é importante orientar que principalmente nos estágios iniciais os estudantes devem projetar sua atenção também para os elementos extratexto como qual é o assunto o tom de voz o estado de espírito dos envolvidos e outros elementos que possam contribuir para que o aluno saiba o máximo que puder sobre o texto antes mesmo de recebêlo de fato Quando da leitura propriamente dita é importante indicar que inicialmente os alunos devem se atentar as palavras principais ou mesmo nas ideias princi pais e não necessariamente aterse a todos os detalhes do discurso Finalmente podemos indicar ao alunado que não se prive da utilização de resumos anotações ou marcações antes durante e depois das leituras Esses proces sos auxiliarão o processo de aprendizagem pois contribuirão para que o aprendiz desenvolva suas habilidades manipulativas e transformativas da línguaalvo COMPENSAÇÃO É senso comum que o processo de aquisição de uma língua estrangeira não é simples e instantâneo pelo menos não para a maioria das pessoas Já foi dito aqui que o processo tem várias etapas e que durante boa parte do trajeto o aprendiz não terá grande capacidade de fluência no idioma que está aprendendo Frequentemente nossos alunos sentirão dificuldades para compreender pro dução linguística oral ou escrita e também enfrentarão problemas ao produzir linguagem no idioma alvo Isso devido as lacunas que provavelmente persisti rão até que o indivíduo atinja um nível proficiente na língua estrangeira Compensação Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 79 Entretanto o aprendiz não deve se intimidar diante desses desafios É nesse contexto que surgem as estratégias de compensação Essas estratégias contribui rão para que o indivíduo busque soluções ou compensações para as limitações linguísticas que venha a possuir Nas estratégias de compensação é comum perceber o uso de pistas linguís ticas para decodificar palavras desconhecidas As pistas podem ser prefixos ou sufixos que podem auxiliar na descoberta de sentido das palavras Por exemplo um indivíduo falante de língua portuguesa que não conheça a palavra postdate conseguirá facilmente relacionar o prefixo da palavra post com o prefixo da lín gua portuguesa pós e poderá compreender que a palavra se refere a algo como pós data O mesmo pode ocorrer com a palavra anticipate com o prefixo anti que pode ser facilmente relacionado com o prefixo da língua portuguesa ante e que culminará na palavra antecipar ou antecipado Mesmo que não haja uma relação transparente entre sufixos ou prefixos da língua materna e línguaalvo do estudante é possível que este use estratégias de compensação Vejamos o caso do sufixo ful que em língua inglesa é referente à abundância Nesse caso ao se deparar com as palavras colorful powerful ou painful é provável que o aluno faça relação com alguma outra que possua a mesma característica que ele já tenha domínio e consequentemente chegue aos significados cheio de cores ou colorido cheio de força ou poderoso e muita dor ou doloroso A transparência também pode ser utilizada como ferramenta dessas estraté gias Sabese que diversas palavras da língua portuguesa têm grande semelhança com palavras de outros idiomas inclusive com a língua inglesa Isso devido às coincidências que podem ocorrer pela semelhante origem grega latina ou mesmo de outras línguas modernas Entretanto devese ter cautela com essa ferramenta pois é possível que nossos alunos caiam nas armadilhas dos falsos cognatos palavras que se parecem muito na constituição mas que em nada se relacionam no sentido Como o exemplo da palavra inglesa pretend que em língua portuguesa seria algo como fingir e não pretender Há ainda a possibilidade de usar estratégias corporais no intento de suple mentar a comunicação Os alunos podem lançar mão de gestos e mímicas para tentar tapar alguma lacuna linguística ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DO IDIOMA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 III U N I D A D E 80 Outra estratégia que pode ser utilizada é a seleção de tópicos a serem dis cutidos Alunos tendem a abordar assuntos que tenham mais familiaridade e com os quais se sintam mais seguros para produzir linguagem Nesse sentido os estudantes ajustam a mensagem que querem enviar utilizando as possibilida des com as quais podem contar Do ponto de vista do professor é de suma importância que possamos maxi mizar as estratégias de compensação dos alunos para que eles sintamse cada vez mais confiantes em utilizar a línguaalvo Desse modo é importante que pro fessores não recebam negativamente as tentativas de compensação dos alunos incentivandoos e dando suporte quando necessário O professor pode ainda chamar atenção e enfatizar as características das palavras que possam ser aproveitadas nessas estratégias como sufixos prefixos semelhanças com a língua materna etc METACOGNITIVA Buscando contribuir com uma investigação sobre possíveis alternativas à crescente problemática em que se encontra o ensinoaprendizagem de línguas principal mente de LI decidimos nos voltar ao estudo das estratégias de aprendizagem aprendizagem de LEs optamos por procurar nas estratégias de aprendizagem uma possível amenização de certos problemas encontrados Sabemos que ensinar e aprenderadquirir uma nova língua constitui um processo árduo e na maioria das vezes lento que exige o bom funcionamento de diversos fatores Esses fatores por sua vez sejam linguísticos ou não sofrem variadas influências e podem trazer certos problemas à aprendizagem eou aqui sição da línguaalvo As estratégias indiretas têm por objetivos básicos planejar monitorar e ava liar a aprendizagem isto é são as estratégias empregadas para o gerenciamento da aprendizagem e de estados sociais e afetivos Esse grupo está dividido em Metacognitiva Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 81 1 metacognitivas relacionadas ao planejamento administração e avalia ção da aprendizagem 2 afetivas relacionadas ao controle e à avaliação de aspectos emocionais 3 sociais referemse às estratégias empregadas para a interação social com base em diferentes processos metacognitivos sociais e afetivos Wenden 1983 afirma que em adultos a estratégia mais usada é a chamada metacognitiva A autora identifica três categorias gerais de estratégias autoge renciadas metacognitivas 1 Conhecimento da linguagem relacionado ao que a linguagem e a apren dizagem da língua envolvem 2 Planejamento relacionado com o quê e o como da aprendizagem 3 Autoavaliação relacionado com o progresso na aprendizagem e a res posta do aprendiz às experiências da aprendizagem Os estudantes adultos tomam decisões depois de se questionar nas três categorias e de acordo com as respostas que delas resultem Assim como Wenden 1998 1999 e 2001 OMalley e Chamot 1990 Cohen 1997 e outros LI MUNBY 1996 YANG 1999 PURPURA1997 consideram que as estratégias metacog nitivas envolvem planejamento monitoramento e avaliação Isso permite aos aprendizes controlar sua própria cognição por meio do planejamento do que vão fazer monitoramento de como estão fazendo e avaliação de como foi feito Nessa dimensão exploramse as estratégias metacognitivas que conside ram exercer controle executivo sobre a aprendizagem da língua por meio do planejamento monitoramento e avaliação Yang inclui nesse grupo metacogni tivo algumas das estratégias afetivas da classificação de Oxford 1990 porque estas geralmente ajudam os aprendizes a desenvolver um maior controle das suas emoções e motivações relacionadas com a aprendizagem da língua por intermédio de automonitoramento selfmonitoring autoreforço selfreifor cemenf e relaxamento Os resultados indicam que as melhores estratégias metacognitivas são achar formas de melhorar a aprendizagem 90 monitorar o processo de aprendiza gem percebendo os erros 83 revisar as lições com frequência 73 avaliar o shutterstock ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DO IDIOMA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 III U N I D A D E 82 seu progresso 68 ter objetivos claros para melhorar as habilidades no inglês 55 e planejar o horário para estudar inglês 54 75 dos aprendizes tam bém monitoram as suas reações emocionais e percebem quando estão tensos ou nervosos enquanto estudam ou usam o inglês AFETIVA Outra estratégia de aprendizagem de línguas proposta por Oxford 1990 está relacionada ao subgrupo das estratégias indiretas isto é àquelas que trabalham com fatores extralin guísticos que atuam no controle das emoções das atitudes etc do aprendiz Conforme Oxford 1990 a estra tégia afetiva constituise como um recurso que pode reduzir a ansiedade do aluno com relação ao aprendizado em LE uma vez que essa estratégia incide nas ações específicas realizadas pelo aluno para tornar a aprendizagem mais fácil rápida e agradável mais centrada no indivíduo mais eficaz e melhor adaptável a novas situações OXFORD 1990 p 8 A fim de provermos um melhor entendimento e funcionamento dessa estra tégia vejamos o quadro abaixo Afetiva Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 83 Respirar fundo Estratégia afetiva Diminuir a ansiedade Rir para aliviar a tensão Quadro 14 Estratégia Afetiva Conforme o esquema desse quadro caroa alunoa as ações da estratégia afe tiva que o aprendiz pode lançar mão são i Respirar fundo usar a técnica Respirar fundo com o diafragma OXFORD 1990 p 143 grifo nosso ii Rir para aliviar a tensão é definida como usar a risada para relaxar assistindo filmes engraçados ler livros cômicos escutar piadas e assim por diante OXFORD 1990 p 143 grifo nosso Como podemos observar essa estratégia pode auxiliar o nosso aluno a melhor gerenciar a aprendizagem sem fazer o uso direto da línguaalvo isto é pode auxi liar o aprendiz de LE a controlar emoções motivações e atitudes OXFORD 1990 p 140 haja vista que esse fator afetividade pode ser responsável pelo sucesso ou não no processo de aprendizagem da línguaalvo do aluno Diante do exposto caroa alunoa consideramos de fundamental impor tância a você professora e ou futuroa professora entender o funcionamento da natureza dessa estratégia para que você possa possibilitar ou levar o seu aluno a fazer uso de ações como controlar a ansiedade as autocobranças que o dis cente pode fazer sobre a própria aprendizagem a melhorar a autoestima dentre outras possibilidades uma vez que o fator afetividade pode contribuir para um melhor controle emocional durante o processo de apropriação da línguaalvo shutterstock ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DO IDIOMA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 III U N I D A D E 84 SOCIAL A última estratégia que compõe o grupo das estratégias indiretas é a Social De acordo com Oxford 1990 essa estratégia está relacionada com a intera ção social uma vez que para essa autora a interação social pode desempenhar um papel significativo para o processo de aprendizagem em LE Pois a língua como forma de comportamento social que acontece entre duas ou mais pessoas OXFORD 1990 p 144 Nesse sentido segundo Oxford 1990 o processo de aprendizagem aconte cerá de forma efetiva se for considerado o conhecimento das regras de interação para que os indivíduos se engajem em uma conversa e consigam negociar signi ficados Como podemos observar no quadro a seguir Social Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 85 Fazer perguntas Negociar signifcados Pedir para ser corrigido Interagir com os colegas Cooperar com os colegas Estratégia social Quadro 15 Estratégia Social Conforme expõe o esquema do quadro 15 durante o processo de apropriação da LE o aprendiz pode recorrer ao recurso da estratégia social Para uma melhor compreensão sobre essa Estratégia vejamos o esquema do quadro a seguir o qual foi dividido em 2 dois grupos 1 Fazer perguntas envolvem pedir a alguém como o falante nativo pro fessor ou até mesmo um colega de aula mais proficiente esclarecimento confirmação ou correção OXFORD 1990 p 146 i Esclarecer ou verificar o significado pedir ao falante para repetir parafrasear explicar falar mais devagar ou dar exemplos pergun tar se a frase produzida pelo aprendiz está correta ou se a regra se aplica àquele caso em especial parafrasear ou repetir para conse guir saber se o que foi dito está certo OXFORD 1990 p 1478 ii Pedir para ser corrigido pedir a alguém para te corrigir durante a conversa Essa estratégia é usada com mais frequência nas conver sas mas pode ser utilizada na escrita também OXFORD 1990 p 147 2 Cooperar com os colegas envolve interagir com uma ou mais pessoas para melhorar as habilidades linguísticas OXFORD 1990 p 147 Considerando uma concepção sociointeracionista da linguagem cuja natureza concebe o processo de aprendizagem a partir do outro ressaltamos a importân cia do fator interação Portanto alunoa essa estratégia pode possibilitar ao aprendiz oportunidades de uso da LE ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DO IDIOMA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 III U N I D A D E 86 Nesta unidade explicitamos as principais estratégias de ensino de LE Reflita sobre a importância e as consequências dessa explicitação para o seu de senvolvimento profissional Ao refletir sobre as estratégias de ensino explicitadas nesta unidade verifi case que todas podem privilegiar o estudo da língua sejam materializadas pelas estruturas gramaticais vocabulário ou ainda extralinguísticas ao le var em conta o processo eou as condições de aprendizagem Nesse sentido cabe ao professor estimular o aprendiz a assumir uma posição ativa durante o processo de apropriação da LE a fim de que ele possa desenvolver uma autonomia face à aprendizagem 87 Vamos experimentar a estratégia de memória As estratégias de aprendizagem são ferramentas importantes para que nossos alunos aprendam de forma satisfatória Mas nós como professores também temos a dura ta refa de sempre aprender somos além de docentes eternos aprendizes Assim que tal experimentarmos a estratégia de memória e tentarmos expandir ainda mais nossos co nhecimentos na língua inglesa Pois bem vamos iniciar nossa prática com a lista de palavras Disponibilize um caderno onde possa colocar diariamente cinco 5 novas palavras da língua inglesa Não basta apenas escrever a palavra em inglês e posteriormente traduzir para o português é necessário usála para de fato memorizála Então escreva a palavra em inglês e sua respectiva tradução em seguida tente contextualizar essa palavra em três 3 frases que façam sentido real para você Por exemplo a palavra é car eu posso escrever as seguintes frases My car is red I like red cars My car is a Celta Nesse caso todas as informações são reais para mim de fato eu gosto de carros verme lhos e meu carro é um Celta vermelho Desse modo minha prática será mais significati va e poderei memorizar os novos vocabulários com mais facilidade Além disso é importante memorizar a pronúncia das palavras pois os padrões de pro núncia da língua inglesa são complexos Uma dica é repetir as palavras enfatizando as sílabas fortes de cada palavra Por exemplo Lettuce Carrot Apple Você pode pesquisar as palavras em um bom dicionário que geralmente apresenta as sílabas fortes de cada palavra Outra dica importante é colocar as palavras novas em grupos temáticos agrupando as palavras referentes à alimentação por exemplo Desse modo será mais fácil memorizar o sentido do novo vocabulário aprendido Fonte Os Autores ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DO IDIOMA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 III U N I D A D E 88 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta unidade teve como objetivo prover informações sobre as estratégias de ensino de línguas estrangeiras sobretudo a língua inglesa Procuramos trazer para você professora e ou futuroa professora informações característi cas e funcionalidades de cada uma considerando o contexto de aprendizagem Conforme as estratégias aqui apresentadas primeiramente tratamos da exposição do grupo das estratégias Diretas que estão relacionadas ao contato direto com a línguaalvo e a estratégia da Memória que se refere à retenção de novos conhecimentos adquiridos Depois vimos a estratégia Cognitiva a qual o aluno pode utilizar ao com preender e ou produzir uma nova informação a partir da repetição da prática de sons na línguaalvo anotações sobre as novas informações adquiridas visu alização de filmes noticiários e músicas Ainda dentro do grupo das estratégias Diretas vimos a estratégia de Compensação que possibilita ao usuário da línguaalvo utilizála mesmo que este não tenha conhecimentos dessa língua uma vez que a partir de pistas lin guísticas como prefixos o estudante de línguas poderá recorrer à língua materna à utilização de gestos a fim de compensar limitações ao fazer o uso dessa estra tégia de aprendizado Tratamos também da exposição das estratégias pertencentes ao grupo das Indiretas que relacionam o processo de aprendizagem às ações como os esta dos socioafetivos e metacognitivos Dentre as estratégias Indiretas tratamos da estratégia Afetiva em que os estados como a emoção atitudes motivação e valores são fatores que podem influenciar na aprendizagem do aluno Outra estratégia que estabelece relação com fatores socioafetivos diz res peito à estratégia Metacognitiva que consiste em ações que os aprendizes lançam mão com o objetivo de autocoordenarem o aprendizado por meio de planeja mento avaliação Considerações Finais Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 89 Por fim esta unidade trouxe informações sobre a estratégia Social que permite ao estudante de LE aprender a línguaalvo por meio da interação e da colaboração com outros falantes sejam estes aprendizes ou falantes dessa língua Consideramos portanto que a compreensão sobre a natureza de cada estra tégia é essencial para que você como professora de LE possa otimizar suas aulas haja vista que essas estratégias de aprendizagem podem auxiliar as ativida des linguísticas além de fatores relacionados com a aquisição como os sociais afetivos e os metacognitivos 1 As informações abaixo relacionamse às características da Estratégia da Memória EXCETO a Criação de relações mentais b Associação entre vocábulos da línguaalvo e a materna c Contexto de uso d Uso de imagens rimas palavraschave listas de palavras etc para memorizar novos vocabulários e Pedir para ser corrigido 2 Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta com relação às características das Estratégias de Ensino propostas por OMalley e Cha mot 1987 e Rebecca Oxford 1989 I Oxford 1990 propôs a classificação das estratégias de ensino em 2 dois gru pos estratégias diretas e indiretas II As Estratégias que pertencem ao grupo das Diretas são as que se referem às ações Afetivas e Sociais III As Estratégias Indiretas têm por objetivos básicos planejar monitorar e avaliar a aprendizagem isto é são as estratégias empregadas para o gerenciamento da aprendizagem e de estados sociais e afetivos Estão corretas a Apenas I b Apenas II c Apenas III d Apenas I e III e Todas estão corretas 3 Assinale a alternativa que caracteriza a Estratégia Metacognitiva a Autoavaliação b Negociar significados c Respirar Fundo d Uso de pistas linguísticas e Exercícios de repetição Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Livro As Palavras Mais Comuns da Língua Inglesa Autor Rubens Queiroz de Almeida Editora IBPEX Sinopse A língua inglesa pode ser aprendida com diferentes propósitos e abordagens entretanto poucos conhecem esse fato O domínio completo da língua inglesa que requer o desenvolvimento das habilidades de audição fala escrita e leitura é um processo demorado entre seis e oito anos de estudos e dedicação Já a leitura podemos dominar em um prazo consideravelmente mais curto entre seis meses e um ano dependendo de nosso interesse e motivação No Brasil em nossas atividades diárias raramente necessitamos nos expressar fl uentemente na língua inglesa O que precisamos na maioria das vezes é compreender textos em inglês seja para obter informações na Internet compreender literatura técnica especializada ou desempenhar outras funções rotineiras tais como a leitura de correspondências Este livro preenche uma lacuna importante no ensino da língua inglesa Apresenta a lista das palavras mais usadas desse idioma com exemplos de utilização permitindo conhecer o vocabulário básico da língua inglesa em pouco tempo Apresenta também uma metodologia de aprendizagem para utilizar esta ferramenta de acesso à informação de vital importância que é a língua inglesa MATERIAL COMPLEMENTAR Friends The One Where Joey Speaks French Ano 2004 Sinopse Phoebe de volta de sua lua de mel tenta ajudar Joey lecionando francês Joey necessita aprender a língua para um teste que selecionará um homem para um papel que necessita fl uência no idioma Porém as aulas não ocorrem como esperado e Joey não tem muito sucesso na aprendizagem Posteriormente Joey resolve estudar sozinho e decide encarar o teste de qualquer maneira Comentário No episódio cômico do seriado Friends Joey deve aprender a língua francesa para conseguir o papel que tanto deseja Quais são as estratégias que Joey usa para tentar aprender o idioma E quais são as estratégias que Phoebe utiliza para tentar ensinálo UNIDADE IV Professora Me Fátima Christina Calicchio Professor Me Fábio Gonçalves Fernandes AS QUATRO HABILIDADES COMUNICATIVAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA Objetivos de Aprendizagem Mostrar os diferentes procedimentos de leitura reading Elaborar atividade didática para produção escrita writing Prover informações sobre as principais estratégias no ensino da habilidade de ouvir listening Descrever as estratégias de compreensão oral speaking Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade O processo de compreensão escrita reading O processo de produção escrita writing O processo de compreensão oral listening O processo de produção oral speaking INTRODUÇÃO O foco desta unidade orientase pelos pressupostos que norteiam uma prática de ensino dialógica Nesse sentido trataremos nesta unidade IV das 4 quatro habilidades no ensino de língua inglesa i o processo de compreensão escrita reading ii o processo de produção escrita writing iii o processo de compre ensão oral listening e o processo de produção oral speaking e suas aplicações no processo de ensino e aprendizado de língua inglesa Primeiramente na primeira seção apresentaremos o processo de com preensão escrita reading que consiste no uso de estratégias de leitura como Prediction Skimming Scanning Punctuation Cause and effect e Time sequencing que podem contribuir para a compreensão global do texto Na sequência apresentaremos um estudo sobre o processo de produção escrita writing Para tanto apoiaremonos nos estudos de teóricos sobre os gêneros do discurso Na seção seguinte veremos o processo de compreensão oral listening a partir de dois movimentos o processo bottomup e o topdown Por último trataremos de apresentar o processo de produção oral speaking e sua relação com as estratégias de ensino Diretas e Indiretas conforme vimos na unidade III O objetivo desta unidade é prover informações sobre as estratégias de ensino das quatro habilidades uma vez que o processo de aprendizado de uma LE só atingirá resultados satisfatórios se houver um desenvolvimento contínuo do aprendiz Isso significa que há uma necessidade do estudante desenvolver as quatro habilidades linguísticas para que sua formação seja completa na língua alvo como ler escrever ouvir e falar Nesse sentido alunoa discorreremos a seguir sobre cada habilidade a fim de evidenciar o processo de ensinoaprendizagem de língua inglesa de forma completa ao integrar as habilidades linguísticas no momento do preparo das atividades além de relacionálas com as concepções teóricas e as metodologias isto é mostraremos as possíveis aplicações dessas habilidades no processo de apropriação da língua inglesa Introdução Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 95 shutterstock AS QUATRO HABILIDADES COMUNICATIVAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 IV U N I D A D E 96 O PROCESSO DE COMPREENSÃO ESCRITA READING O processo da leitura Reading é a habilidade de compreensão oral que se refere a capacidade que o aprendiz de LE pode desenvolver com relação a leitura e a compreensão de enunciados1 referese a capacidade do aluno de observar as estru turas linguísticas inerentes a diferentes textos Conforme Bakhtin 2000 p 279 o enunciado reflete as condições específicas e as finalidades de cada esfera não só por seu conteúdo temático e por seu estilo verbal ou seja pela seleção operada nos recur sos da língua recursos lexicais fraseológicos e gramaticais mas também e sobretudo por sua cons trução composicional Como podemos observar esse teórico defende a importância tanto das estruturas formais da língua quanto do papel do leitor no uso e na construção dos sentidos do discurso seja falado eou escrito Por esse viés compartilhamos com as pos tulações de Calicchio 2014 esta explica que os gêneros do discurso2 podem 1 Neste material tomaremos o enunciado segundo a concepção bakhtiniana da linguagem que é por meio dos gêneros discursivos que o uso da língua se processa por enunciados orais e escritos produzidos pelos integrantes de uma determinada esfera discursiva BAKHTIN 2000 p 279 2 Conforme Bakhtin 2000 os gêneros discursivos são histórica e socialmente construídos uma vez que se relacionam diretamente às diferentes situações comunicativas que por sua vez os determinam com características temáticas composicionais e estilísticas CALICCHIO 2014 p32 O Processo de Compreensão Escrita Reading Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 97 ser compreendidos de modo geral como o uso particular do discurso em função das mais diversas situações de interação social e comunicativa Assim ressal tamos a você professora a necessidade de trabalhar com seus alunos gêneros textuais3 distintos com seus alunos a fim de proporcionarlhes a adaptação a uma variedade de contextos Diante do exposto alunoa entendemos que o processo da leitura possui uma natureza dinâmica por meio da qual o leitor pode se envolver na criação eou recriação do sentido do texto amparado não apenas em sua mundividên cia mas também nas condições de produção textual4 Em se tratando dos elementos que constituem os enunciados alunosas apoiarnosemos na abordagem funcionalista da linguagem a qual defende a necessidade de se estudar a língua priorizando análises de seu funcionamento em contextos sociais de interação Segundo Dik 1989 apud CALICCHIO 2014 p 15 a linguagem é acima de tudo como um instrumento de interação social entre seres humanos usada com o objetivo primário de estabelecer relações comunicativas entre os interlocutores A partir dessa visão funcionalista da linguagem o processo de compreensão oral portanto pode ser entendido como uma interação tríade autorleitor texto inserida nas situações comunicativas dos falantes Essa relação envolve três conhecimentos do leitor O conhecimento de mundo crenças concepções etc O conhecimento do léxico estruturas linguísticas O conhecimento sobre o texto forma Nessa relação tríade o leitor aprendiz de LE pode fazer uso de técnicas de lei tura como predizer antecipar formar e reformular hipóteses avaliar concordar discordar inferir com base em pistas textuais e extratextuais conforme explica remos a seguir 3 Neste livro de estudos tomaremos o conceito de gêneros textuais como sinônimo de gêneros do discurso assim como denominou Calicchio 2014 4 Entendemos por condição de produção todos os elementos que envolvem uma situação comunicativa entre falantes de uma determinada língua como o que foi escrito Quem escreveu Para quem Com que finalidade De que forma Quando Onde shutterstock AS QUATRO HABILIDADES COMUNICATIVAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 IV U N I D A D E 98 PREDICTION Prediction é uma das habilidades básicas dentre as estratégias de leitura e para o processo de leitura de um modo geral uma vez que essa habilidade envolve constantes guesses adivinha ções suposições que serão rejeitadas ou confirmadas Por exemplo para que o leitor possa inferir eficientemente o signifi cado de uma palavra desconhecida ou o conteúdo de um texto ele poderá fazer uso de a Seu próprio conhecimento sobre o assunto background knowledge isto é o leitor pode inferir o conteúdo de um texto por meio do conheci mento prévio do assunto abordado nele pois o significado das palavras cognatas5 eou conhecidas por exemplo pode ajudar a entender o con teúdo de um texto Vejamos o exemplo Parkinsons disease is a progressive neurological disorder involving the death of brain cells that produce the neurotransmiter dopamine Quadro 16 texto adaptado de ARAÚJO SAMPAIO 2002 Como podemos observar caroa alunoa no quadro 16 como o leitor poderia predizer que o texto é sobre a doença de Parkinson se não tivesse conhecimento prévio sobre o assunto Além disso as palavras cognatas no caso desse exemplo neurological fornecem ao leitor pistas para a compreensão geral do assunto b Contexto semântico é um conjunto de palavras que formam o con texto imediato no qual a palavra desconhecida está inserida Se o leitor quer descobrir o significado da palavra disease do exemplo acima ele deve examinar o seu contexto imediato que é formado pelas palavras parkinsons progressive neurological e disorder que o ajudarão a infe rir o significado de disease 5 São palavras que têm a sua ortografia muito parecida com a língua shutterstock O Processo de Compreensão Escrita Reading Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 99 c Contexto linguístico é um grupo de pistas que pode fornecer ao lei tor se a palavra é um substantivo um adjetivo ou um verbo No exemplo do quadro 16 o substantivo Parkinson que tem a função de adjetivo e que especifica o tipo de doença e o s indica que a palavra disease é um substantivo d Contexto extralinguístico é um conjunto de gravuras gráficos tabelas números diagramas etc que poderão ajudar o leitor a predizer o con teúdo de um texto e Conhecimento sobre a estrutura do texto o título o subtítulo o lead6 a divisão do texto em parágrafos poderão também ajudar o leitor a pre dizer o conteúdo de um enunciado texto Assim podemos entender que a estratégia de leitura relacionada à habilidade do leitor poderá direcionar sua atenção em primeiro lugar para o título e para o formato do texto Também poderá se atentar a qualquer figura ilustração e subtítulo a fim de tentar descobrir antes de ler o texto de que assunto ele trata O leitor poderá ainda imaginar que palavras aparecerão no texto isto é fazer um préreading SKIMMING Esta estratégia de leitura está relacionada ao nível de com preensão geral do texto ou seja quando o leitor observa o texto apenas para detectar o assunto geral sem se preo cupar com os detalhes pois nessa estratégia os leitores normalmente observarão as 6 Na linguagem jornalística corresponde a parte inicial de um texto notícia que fornece ao leitor a informação básica sobre o tema e pretende prenderlhe o interesse shutterstock AS QUATRO HABILIDADES COMUNICATIVAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 IV U N I D A D E 100 palavras cognatas o título o subtítulo quando houver as primeiras e últimas linhas de cada parágrafo Essa estratégia é uma das mais utilizadas por leitores que desejam se tornar seletivos a fim de evitarem o desperdício de tempo muito precioso se considerarmos alunos de graduação e ou pósgraduação Diante do exposto carosas alunosas podemos entender que a estratégia do Skimming consiste na leitura rápida de um texto para se adquirir uma ideia geral sobre o assunto isto é o leitor passará os olhos pelo texto rapidamente a fim de ter uma ideia do que se trata Assim o uso eficiente dessa estratégia pode levar o leitor a decidir se o assunto do texto é ou não relevante para o seu objetivo de leitura SCANNING Caroa alunoa como vimos no tópico anterior os objetivos do leitor do texto determinarão o modo como será realizada uma leitura uma vez que ao buscarse uma informação especí fica concentrase a atenção apenas na identificação dei xando em segundo plano outros detalhes do texto Em outros termos essa estratégia permite ao leitor localizar informações específi cas como datas nomes números etc sem recorrer à leitura linear do texto É portanto uma leitura rápida em que o leitor percorrerá o texto observando as informações nãoverbais para descobrir aquilo que realmente lhe interessa como Key words informações mais detalhadas imagens símbolos números por exemplo o leitor não precisará ler tudo o que está escrito para identificar o preço de algum produto que poderia ser facilmente identificado pelo símbolo do dólar estadunidense shutterstock O Processo de Compreensão Escrita Reading Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 101 PUNCTUATION Os sinais de pontuação funcionam como recursos eficientes de leitura pois são frequentemente reveladores Por exemplo dois pontos introduzem listas ou defi nições ou a marca linguística parênteses podem prover informações adicionais às principais de um enunciado texto CAUSE AND EFFECT Esse recurso estratégico de leitura evidencia que alguns enunciados mostram como um fato causa o outro uma vez que a causa cause é a razão pela qual algo acon tece por sua vez o efeito effect é o que acontece como resultado da causa Dessa forma o leitor facilmente iden tificará um enunciado com esse recurso estratégico por meio de palavraschave Key word because A fim de mostrarmos a funcionalidade dessa estratégia vamos analisar um trecho da letra da música de Elvis Presley Suspicious Mind Por exemplo a palavra BECAUSE está iniciando uma ideia que pode guiar o leitor a inferir uma relação de cause and effect isto é a causa do eu lírico não conseguir sair de uma determinada situação amorosa efeito haja vista que ele o eu lírico da canção evidencia o seu grande amor pela pessoa amada causa Were caught in a trap I cant walk out Because I love you too much baby Suspicious Minds Elvis Presley Disponível em httpwwwvagalumecombrelvispresleysuspiciusmindhtml Acesso em 22 nov 2014 AS QUATRO HABILIDADES COMUNICATIVAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 IV U N I D A D E 102 TIME SEQUENCING Outra estratégia a serviço da habilidade de compreensão oral Reading rela cionase com a organização das ideias e das palavras em um enunciado como expressões específicas para ordenar as ideias na organização do texto in the beginning first para o início de uma ideia later meanwhile then after that next para o desenvolvimento de uma ideia finally at last to conclude para evidenciar o fechamento conclusão de uma ideia A partir dessas breves considerações sobre a habilidade de compreensão oral reading ressaltamos a você futuroa professora de LE que essa habilidade revela que o sentido de um enunciado não está apenas no texto mas sim na rela ção entre autortextoleitor visto que o sentido a compressão de um enunciado isto é o ato de ler implica uma recriação do enunciado a partir das condições de produção de uma determinada esfera discursiva7 7 Esferas da atividade humana entendidas como domínios discursivos jurídico religioso educacional jornalístico que dialogam entre si e produzem em cada esfera formas relativamente estáveis de enunciados Bakhtin 2000 shutterstock O Processo de Produção Escrita Writing Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 103 O PROCESSO DE PRODUÇÃO ESCRITA WRITING O foco das discussões deste tópico trata do processo da produção escrita writing Assim como o leitor participa do processo de recriar o sentido do que lê fazendo uso dos seus conhe cimentos o produtor do enunciado assume um papel ativo ao lan çar mão também dos três tipos de conhecimentos i conhecimento de mundo crenças concepções etc ii conhecimento do léxico estruturas linguísti cas iii conhecimento sobre o texto forma Nesse sentido alunoa quando inte ragimos com outros falantes da língua seja na modalidade oral seja escrita produzimos certos tipos de textos que com poucas variações repetemse no tipo de linguagem e na estrutura constituindo os gêneros textuais Desde os anos 80 do século XX a linguística textual considera o texto uma ferramenta eficiente isto é essa abordagem defende que o ensino da língua deve ocorrer ao evidenciar o seu funcionamento em situações concretas de uso Para Marcuschi 2002 os gêneros textuais são composições funcionais com objetivos comunicativos realizáveis na interação de aspectos de ordem histórica social institucional dentre outras Segundo esse autor os gêneros podem ser caracterizados conforme a atividade socio discursiva a que servem Quando conhecemos um gênero conhecemos uma forma de realizar linguisticamente objetivos específicos em situ ações particulares MARCUSCHI 2002 p 1936 Calicchio 2014 explica que para Marcuschi 2002 ao contrário dos tipos textuais dissertativo descritivo e narrativo por exemplo os gêneros textuais materializamse em esferas discursivas diversas uma vez que são resultantes e determinados por um domínio discursivo AS QUATRO HABILIDADES COMUNICATIVAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 IV U N I D A D E 104 Nesse contexto dialógico8 da linguagem entendemos que o trabalho com os gêneros textuais no ensino de uma língua é relevante de maneira particular ao ensino da produção escrita haja vista que o professor pode propor um traba lho específico com materiais que realmente circulam na sociedade Ressaltamos aqui caroa alunoa que um trabalho de escrita voltado para a funcionalidade da língua em um contexto de uso efetivo é uma das razões que levaram os PCNs a darem tanta ênfase a esse tipo de abordagem com os enunciados textos Assim alunoa o gênero textual é uma espécie de ferramenta que professo res podem utilizar em situações específicas de comunicação uma vez que a sua escolha é feita considerando sempre o contexto comunicativo Por exemplo escrever uma carta pessoal é diferente de escrever uma carta formal escrever uma receita não é o mesmo que escrever um editorial Do mesmo modo redigir um relato é diferente de redigir um resumo visto que as condi ções de produção quem escreve sobre o que escreve para quem para quê quando onde e de que forma escreve parametrizam a organização textual conforme os objetivos comunicativos do produtor do texto Conforme Zanini 2009 A escrita acontece segundo um processo em que o autor se envolve num contínuo refazerse elaborando o seu conheci mento de mundo de línguas e de si mesmo ZANINI p 20 apud ANTONIO NAVARRO 2009 A partir desse panorama sobre os gêneros textuais consideramos a você futuroa professora de LE a importância do ensino da habilidade escrita a partir desses enunciados uma vez que da mesma forma que pode acontecer com a língua materna também pode acontecer com o ensino em língua inglesa assim apresentaremos a você situações práticas a partir dos gêneros textuais que podem ser aplicáveis ao ensino da produção escrita writing em LE 8 Concepção de linguagem e de ensino de língua como interação O Processo de Produção Escrita Writing Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 105 1 Apresentação da situação momento que o aprendiz é exposto a uma situação de atividade e lhe é dado a conhecer o objetivo ou o gênero textual produto regulador a ser considerado na atividade Por exemplo o professor propõe aos alunos a produção do gênero charge e levao a refletir sobre a finalidade desse gênero como Sobre o que escrever Para quem escrever Para que Por que Como Quando Onde 2 Primeira produção de escrita writing Nessa ocasião o professor pode estimular o aprendiz a escrever o texto conforme as condições de produção Além disso esse é o momento que o professor pode avaliar o desempenho do aprendiz a partir da pertinência ao tema escolhido organização textual coesão e coerência e o uso dos mecanismos linguísticos Essa primeira produção da escrita pode ser realizada coletiva ou individualmente e pode ser avaliada por você professora contudo essa avaliação tem como objetivo um treinamento do aprendiz sobre o gênero para que possa ser feito ajustes posteriormente 3 Nessa etapa da atividade de escrita há o reconhecimento das características da atividade e encaminhamento de ações atividades tarefas com vistas à melhoria de problemas com relação à produção do gênero proposto na produção inicial 4 Etapa que há uma sequência de atividades por meio de tarefas de exercícios que podem levar o aluno a superar problemas com relação ao gênero proposto 5 Momento da segunda produção textual escrita isto é nesse momento o apren diz pode pôr em prática o que aprendeu durante as etapas anteriores Nessa fase ele tem a possibilidade de refletir sobre sua aprendizagem e entender o que fez por que fez e como fez 6 Momento da avaliação Essa avaliação deve levar em conta toda a etapa de pro dução textual feita pelo aluno além do que lhe falta para alcançar uma produção efetiva da escrita conforme o gênero proposto Quadro 17 Modelo de situação prática para o ensino da escrita a partir dos gêneros textuais adaptado de Zanini 2009 shutterstock AS QUATRO HABILIDADES COMUNICATIVAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 IV U N I D A D E 106 Para um melhor entendimento das ações desse modelo vejamos o esquema a seguir Apresentação da situação Produção Inicial Sequências de produção da atividade Produção fnal Avaliação Esquema da organização das atividades práticas para o ensino da escrita em LE Como podemos observar esse modelo de atividade pode orientar a relação pro fessoraluno durante o processo de ensino da produção escrita visto que sua natureza possui concepções teóricas de ensino voltadas às situações concretas de uso da língua O PROCESSO DE COMPREENSÃO ORAL LISTENING Assim como a leitura o processo de compreensão oral listening exige a parti cipação ativa do aprendiz durante o processo de recriar o sentido do que ouve em suas interações sociais do dia a dia na família na escola no trabalho nas atividades de lazer envolvendo também os propósitos específicos e os fatores sociais que englobam a interação entre os falantes de uma língua Por exemplo ouvir para interagir com amigos em uma reu nião informal é diferente de ouvir uma música ou programa de TV Isso significa que compreender envolve uma situação comunicativa como quem fala quando e onde uma vez que são nas situações interacionais que os falantes estabelecem relações entre o que ouvem e os elementos extralinguísticos Sobre o processo de compreensão oral MarslenWilson Tyler 1980 propuseram um modelo interativo esse processo ocorre por meio de dois movimentos O Processo de Compreensão Oral Listening Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 107 1 O processo bottomup a compreensão tem início na forma linguística da palavra as relações entre elas os sons o significado lexical para se che gar finalmente à mensagem do que foi ouvido ou lido 2 Topdown nesse processo a compreensão baseiase nas informações contextuais e no conhecimento prévio do aprendiz isto é os significa dos são construídos a partir do conhecimento de mundo do aprendiz Diante do exposto alunoa podemos entender que se o aprendiz faz uso do seu conhecimento de mundo para atribuir significado a respeito dos enuncia dos ele faz uso do movimento topdown processamento profundo por outro lado se o aprendiz recorrer somente ao significado das estruturas formais de um enunciado ele faz uso movimento de bottomup processamento super ficial Durante o processo de compreensão oral o aprendiz pode fazer uso de algumas estratégias Ouvir para perceber a ideia geral do assunto processamento profundo Ouvir com a finalidade de selecionar uma informação específica pro cessamento superficial Ouvir para identificar o gênero textual os falantes envolvidos e a situação comunicativa processamento superficial Ouvir para entender a ideia principal do enunciado processamento profundo Ouvir para fazer inferências processamento profundo Ouvir para distinguir sons processamento superficial Como podemos notar alunoa na relação contínua do processo de compreensão oral o aprendiz pode fragmentar o fluxo do enunciado em unidades de sentido partindo do que ouve para o todo o assunto e o contexto do evento interacio nal isto é da superfície do enunciado para a macroestrutura transformando ruídos em sons com significado processamento superficial Enfatizamos portanto que o aprendiz competente realiza um movimento cíclico do processamento ascendente para o descendente sobrepondo às vezes um sobre o outro nas suas interações sociais por meio da língua estrangeira realizando uma atuação ativa durante o processo de compreensão oral shutterstock AS QUATRO HABILIDADES COMUNICATIVAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 IV U N I D A D E 108 Nesse sentido constatamos que a função desses movimentos é possibili tar uma interpretação das informações armazenadas na memória e sobretudo como novas informações são adquiridas contudo salientamos que ambos têm papel fundamental para o processo de compreensão oral do aprendiz isto é a interação desses processos permite que a falta de uma informação em um nível possa ser compensada pelo outro pois eles se complementam Portanto alunoa ressaltamos a importância do professor estimular o aluno quanto ao uso desses movimentos a fim de desenvolver a compreensão oral do aprendiz uma vez que o uso concomitante desses processos podem possibilitar um desempenho mais satisfatório melhorar a autoconfiança do aluno ao fazer uso desses movimentos O PROCESSO DE PRODUÇÃO ORAL SPEAKING No contexto de sala de aula o ensino da habilidade de falar e ouvir sempre foi considerado como uma dificuldade pelos alunos por isso tem sido tema de pes quisas na área Segundo Brown 1987 o ensino de uma habilidade específica a de ouvir foi colocado em prática a cada década de forma mais acentuada com relação ao ensino das demais habilidades inclusas nos cursos de ensino de língua estrangeira Para Widdowson 1990 é necessário que o aprendiz de LE saiba mais do que perceber auditivamente fala lei tura e escrever sentenças na línguaalvo pois é necessário conhecer a organização e funcionalidade dessas senten ças a fim de alcançar um efeito comunicativo Nesse sentido caroa acadêmicoa enfa tizamos aqui a importância de estimular o aprendiz a fazer o uso de estratégias que podem viabilizar que ele desenvolva sua autonomia no O Processo de Produção Oral Speaking Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 109 uso da língua inglesa Conforme vimos na unidade III deste livro de estudos segundo Oxford 1990 existe uma interrelação entre as estratégias diretas e as indiretas para o ensino de línguas ESTRATÉGIAS DIRETAS Associarelaborar relacionar informação nova com outras já existentes na memó ria Colocar novas palavras no contexto Ex Elaborar frases Fazer uso de palavraschave Perceber elos auditivos isto é associar palavras da LE a palavras da L1 que têm sons semelhantes Cognitivas Praticar a repetição Praticar formalmente ortografia Reconhecer e usar expressões Ex Hello how are you Its time to Fazer leituras buscar a ideia principal skimming e detalhes scanning Usar recursos para captar e enviar mensagens por meio de meio impresso dicio nário glossário gramática etc meio nãoimpresso vídeo rádio cinema etc Raciocinar dedutivamente aplicar regras Analisar expressões de forma segmentada i analisar contrastivamente compa rando sons vocabulário estruturas traduzir Tomar notas para prover o input e redigir resumos output Fazer uso de marcações a fim de destacar um conteúdo Usar pistas linguísticas organização textual conhecimento do mundo Estratégias Indiretas Planejar a aprendizagem e avaliar a aprendizagem Organizar espaço físico luz horário Estabelecer metas e objetivos Ex meta interagir com um nativo de LE ou alguém no exterior ler um livro Perceber a finalidade de uma atividade Buscar oportunidades para praticar Automonitoração identificar os erros Você já se perguntou como você aprende Que critérios você utiliza para determinar o que quer ou precisa aprender Como você estuda para desen volver as habilidades orais em LE Você tem dificuldades de compreensão e produção oral em LE Se tem quais são Como você detectou essas dificul dades O que faz para superálas AS QUATRO HABILIDADES COMUNICATIVAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 IV U N I D A D E 110 ESTRATÉGIAS DIRETAS Autoavaliação avaliar o próprio progresso Afetivas Relaxar respirar fundo meditar Usar música Rir assistir a uma comédia ouvirler piadas Fazer autoavaliação Escrever um diárioagenda com data tópico do livro de estudos Sociais Pedir esclarecimentos Cooperação entre pares Desenvolver compreensão cultural por exemplo tentar entender a cultura do outro Refletir a respeito dos sentimentos e dos pensamentos dos outros Quadro 18 Estratégias de ensino adaptada de Oxford 1990 O advento da abordagem comunicativa da linguagem possibilitou um ensino que dá mais oportunidade ao aprendiz de se expor à línguaalvo uma vez que essa abordagem subjaz concepções teóricas que priorizam o uso da língua em situações reais de comunicação Nesse sentido alunoa apresentamos no quadro 18 ações práticas sobre o processo de compreensão oral a fim de que você como futuroa professora de LE possa oportunizar ao seu aluno a prática e a reflexão sobre o uso da lín gua em contextos específicos 111 Os enunciados e o ensino de LI Para o PCN de língua estrangeira o ensino de línguas deve considerar uma natureza sociointeracional da linguagem uma vez que os enunciados envolvem sempre uma in teração entre falantes de uma determinada língua em situações efetivas de uso Por esse viés segundo Bakhtin 2000 o texto é a materialização de um enunciado e é entendido como unidade contextualizada da comunicação verbal isto é para o autor o texto não se limita tão somente às estruturas linguísticas de uma língua mas se organiza a partir de formas relativamente estáveis determinadas pelas condições de produção denominadas de gêneros do discurso Ainda conforme Bakhtin 2000 os gêneros discursivos desenvolvemse por meio do tempo e correspondem às esferas discursivas de atividades humanas que se diferen ciam e se desenvolvem à medida que cada esfera discursiva comporta um gênero como discurso jornalístico o jurídico religioso educacional etc Nesse contexto chegamos a um ponto interessante de convergência do gênero discur sivo com o social pois se considerarmos a natureza social da linguagem não podemos tratar de forma isolada o gênero do discurso e a sua relação social com as atividades humanas Por esse viés entendemos que o gênero discursivo abrange um gênero de forma espe cífica o gênero textual ao materializar situações comunicativas recorrentes isto é são textos que fazem parte de nosso dia a dia e que apresentam características definidas por suas composições funções e objetivos comunicativos como uma carta comercial um sermão um bilhete uma receita culinária um email uma bula de remédio instruções de uso edital de concurso etc É notável portanto a relevância de um ensino de línguas a partir dos gêneros textuais haja vista que existe uma infinidade de enunciados com suas características funcionais determinadas pelas situações comunicativas Isso explica formas de trabalhos didáticos voltandose para uma prática de ensino de LE por meio dos gêneros textuais haja vista que nesses enunciados o professor pode abordar não apenas o funcionamento sistêmico da língua mas também pode abordar o funcionamento das relações sociais Além disso uma prática de ensino de LI com os gêneros textuais pode permitir ao pro fessor tratar integradamente as habilidades de ensino da língua inglesa como a produ ção escrita a leitura e compreensão textual a análise linguística e a oralidade Assim o ensino da língua estrangeira especificamente a língua inglesa pode ampa rarse na diversidade dos gêneros textuais na busca da compreensão das diferentes formas de materialização da linguagem Fonte Os Autores AS QUATRO HABILIDADES COMUNICATIVAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 IV U N I D A D E 112 CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao fim desta unidade Esperamos até aqui termos contribuído com o seu entendimento sobre as quatro habilidades ler escrever ouvir e falar e o processo de aprendizagem delas Desse modo buscamos trazer um estudo sobre as estratégias de ensino para a aprendizagem das habilidades discutidas nesta unidade Inicialmente tratamos de apresentar processo de compreensão oral Reading que consiste na capacidade que o aprendiz de LE pode desenvolver referente à leitura e à compreensão de enunciados Para tanto fizemos uma exposição das estratégias de leitura que estão a serviço do processo de leitura como Prediction que é uma das habilidades de leitura que envolve adivinhações suposições do aprendiz de LE da habilidade conhecida como Skimming que referese à lei tura rápida de um texto para se adquirir uma ideia global sobre um determinado assunto Também vimos a habilidade que diz respeito ao Scanning que é uma leitura rápida em que o leitor percorrerá o texto observando as informações nãover bais para descobrir aquilo que realmente lhe interessa Ainda sobre o processo de compreensão escrita Reading vimos a habilidade que se refere ao uso dos sinais de pontuação que funcionam como recursos que podem facilitar o processo da leitura em língua inglesa uma vez que esse recurso linguístico pode revelar informações tanto principais como adicionais à com preensão global dos enunciados Essa habilidade é conhecida como punctuation Além dessas estratégias de leitura tratamos do recurso estratégico de leitura cause and effect ao evidenciar enunciados que mostram como um fato causa o outro Essa habilidade é marcada pelos meios linguísticos como because when etc Considerações Finais Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 113 Fechamos essa seção sobre o processo de compreensão oral ao apresentarmos a estratégia de leitura a partir das expressões específicas como time sequencing para ordenar as ideias na organização do texto por exemplo como as expres sões que fornecem ideia de início de um tópico ou fechamento Procedemos desse modo para que você pudesse compreender o funcionamento do processo de compreensão de leitura Em seguida procuramos mostrar o processo de produção escrita Writing a partir de um modelo de atividade que pode orientar a relação professoraluno durante o processo de ensino da produção escrita considerando uma visão dia lógica da linguagem e de ensino de língua como interação Depois vimos como se dá o processo de compreensão oral listening o qual exige uma participação ativa do aluno durante o processo de recriar o que ouve em suas interações sociais ao envolver os propósitos comunicativos que englo bam a interação entre falante e ouvinte de uma língua por meio dos processos bottomup que tratase da compreensão que tem início na forma linguística e o processo topdown neste a compreensão baseiase nas informações contex tuais e no conhecimento prévio do aprendiz Por último tratamos do processo de produção oral speaking que estabe lece uma interrelação entre esse processo e as estratégias diretas e indiretas para o ensino de língua inglesa Diante do exposto ressaltamos que a exposição das quatro habilidades devem ser diárias em sala de aula com a mediação do professor e extraclasse com os amigos com a família etc a fim de propiciarem aprendizes efetivos no processo de ensino e aprendizado de língua inglesa 1 Quando uma leitura envolve constantes guesses adivinhações suposições o leitor faz uso da estratégia a Scanning b Skimming c Punctuation d Predicting e Cause and effect 2 As alternativas abaixo constituem as situações práticas que envolvem o ensino da escrita por meio dos gêneros textuais EXCETO a Apresentação da situação b Produção inicial e final c Sequências de produção da atividade d Exposição da produção escrita e Avaliação 3 Analise as assertivas abaixo e indique a alternativa correta I Quando o aprendiz faz uso do seu conhecimento de mundo para atribuir significado a respeito dos enunciados ele faz uso do movimento topdown processamento profundo II O processamento bottomup processamento superficial ocorre quando o aprendiz faz uso apenas do significado das estruturas formais de um enun ciado III Quando o aprendiz faz uso do seu conhecimento de mundo para atribuir significado a respeito dos enunciados ele faz uso do movimento topdown processamento superficial IV O processamento bottomup processamento superficial ocorre quando o aprendiz faz uso não somente do significado das formas de um enunciado mas também de seu conhecimento de mundo Estão corretas a Apenas I b Apenas II c Apenas I e II d Apenas III e IV e Todas estão corretas Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR O Ensino de Inglês Como Língua Estrangeira Estudos e Refl exões Autora Simone Sarmento e Vera Müller Editora APIRS Sinopse O Ensino de Inglês como Língua Estrangeira estudos e refl exões é um livro comemorativo dos 15 anos da Associação dos professores de inglês do Rio Grande do Sul Além de resgatar um pouco da história dessa exitosa e atuante associação essa publicação tem também o objetivo de enriquecer culturalmente os seus leitores apresentando artigos que versam sobre os seguintes assuntos inglês e educação infantil aprendizagem de língua estrangeira na idade avançada estilos de aprendizagem aquisição do present perfect tipos de corrective feedback estratégias de leitura e inferência desenvolvimento do vocabulário através das histórias infantis as faces do livro didático de língua estrangeira gêneros de discurso no livro Headway e o ensino da cultura e os aspectos culturais presentes no ensino da língua inglesa Dos artigos praticamente a metade seis são em português e os demais em inglês Entre os muros da escola Ano 2008 País França Sinopse O fi lme Entre os muros da escola do diretor Laurent Cantet conta a história de François e seus colegas professores que preparam o novo ano letivo de uma escola da periferia parisiense Munidos de boas intenções eles se apoiam para tentar manter vivo o estímulo de dar a melhor educação a seus alunos Na sala de aula um microcosmo da França contemporânea choque entre as diferentes culturas dos jovens que por mais inspiradores e divertidos que sejam desanimam seus professores e os desestimulam com seus projetos de melhorias que benefi ciariam os adolescentes Comentário Esse fi lme pode levar o professor a refl etir sobre sua prática docente uma vez que mostra o dia a dia de um contexto de sala de aula de uma escola de periferia francesa como as suas especifi cidades e particularidades mas que apesar da distância entre Brasil e França há certas situações abordadas no fi lme que fazem uma relação com o ensino das escolas brasileiras Nossa autoria UNIDADE V Professora Me Fátima Christina Calicchio Professor Me Fábio Gonçalves Fernandes REFLEXÃO SOBRE PROPOSTAS METODOLÓGICAS DE ENSINO DE LÍNGUA INGLESA ADAPTÁVEIS A CADA CONTEÚDO E SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM Objetivos de Aprendizagem Prover informações sobre os diferentes contextos que envolvem o trabalho do professor Evidenciar os diferentes fatores que se relacionam à prática docente nas diferentes instituições de ensino de língua inglesa Prover reflexões sobre o papel do livro didático no processo de ensino e aprendizagem Refletir sobre a constituição do projeto político pedagógico e suas implicações Explicitar concepções eou crenças sobre o planejamento de aulas Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade Ensino de língua inglesa em escolas de idiomas Ensino de língua inglesa em escolas regulares Análise do livro didático em língua inglesa Análise do projeto político pedagógico e análise do planejamento docente Análise do plano de aula INTRODUÇÃO Agora que já conhecemos um pouco sobre alguns aspectos do ensino e aprendiza gem de idiomas estrangeiros discutiremos como essas abordagens metodologias técnicas e estratégias podem ser aplicadas em diferentes contextos de ensino e aprendizagem de língua inglesa no Brasil Buscaremos aqui contextualizar da melhor forma possível o conhecimento que temos discutido desde o início desse livro no sentido de aproveitálo nas situações de planejamento das ações didáticas Sabese que cada contexto de trabalho demanda uma postura e determina das estratégias de atuação Nesta unidade abordaremos algumas das diferentes situações de atuação do professor de língua inglesa no Brasil e refletiremos acerca do que é necessário levar em conta para planejar a atuação do professor de lín guas estrangeiras em cada um desses contextos Nesta unidade caroa alunoa abordaremos alguns tópicos que dialogam diretamente com a atividade docente prática e que possam auxiliálo no momento em que você se deparar com as complexidades do planejamento organização e preparação de sua efetiva prática docente ENSINO DE LÍNGUA INGLESA EM ESCOLAS DE IDIOMAS Sabese que a disciplina de língua inglesa nas escolas básicas de nosso país não possui grande prestígio entre a sociedade em geral Não porque haja desinte resse acerca do ensino do idioma nas escolas públicas mas porque a eficiência do inglês trabalhado nas escolas básicas é frequentemente alvo de críticas e des confiança Vários podem ser os motivos apontados para a constituição negativa da imagem do inglês nas escolas brasileiras aspectos históricos sociopolíticos estruturais etc Entretanto não é o objetivo desta unidade a discussão aprofun dada desse tema porém ter em mente esse panorama pode ajudar a compreender a grande expansão dos cursos livres de inglês Introdução Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 119 shutterstock REFLEXÃO SOBRE PROPOSTAS METODOLÓGICAS DE ENSINO DE LÍNGUA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 V U N I D A D E 120 No sistema educacional brasileiro além da disciplina de língua inglesa que é comumente oferecida na grade da educação básica formal das escolas públicas há um vasto mercado de cursos livres de línguas estrangeiras fora das escolas administradas pelo Estado Muitas vezes essas academias de idiomas assumem a responsabilidade de resolver as lacunas não preenchidas pela educação pública A crença popular de que se aprende pouco ou se aprende mal a língua inglesa na escola pública e a oferta de idiomas que se limita quase sempre a apenas esse idioma contribuem para que se perpetue a crença de que o Estado peca no que diz respeito ao acesso e ensino de línguas estrangeiras Nesse contexto as academias de idiomas encontram grande mercado consumidor para oferecer cursos de várias línguas Desse modo é comum principalmente em grandes centros a oferta de cursos como francês espanhol italiano alemão japonês e mandarim mas a língua que ainda predomina como preferência pela maioria dos interessados é a língua inglesa Na esteira do interesse econômico empresários e investidores entenderam o fenômeno da globalização e a expansão do acesso e da procura por línguas estrangeiras como oportunidade de empreendedorismo Nesse contexto sur giram fortaleceramse e se expandiram diversas franquias que respondem por grande parte das escolas de cursos livres de idiomas em solo brasileiro Embora haja diversas outras escolas que não pertençam a franquias desse segmento a força publicitária dessas marcas as coloca em grande evidência e consequente mente as torna referências de aprendizagem de idiomas Além disso o grande Ensino de Língua Inglesa em Escolas de Idiomas Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 121 sucesso comercial gerou grande demanda de professores e instrutores que atuem na mediação da aprendizagem Mas afinal o que você precisa saber sobre escolas de idiomas privadas caso venha a atuar profissionalmente como professor de idiomas em alguma delas As escolas de cursos livres não necessariamente exigem diploma de licencia tura ou de curso superior para atuação de professores e instrutores Em algumas situações basta que o profissional demonstre capacidade e fluência na língua que objetiva atuar Uma das razões dessa maleabilidade é que essas escolas possuem aborda gens diversas É possível inclusive que muitas escolas possuam seus próprios métodos desenvolvidos a partir de estudos e reflexões de outros métodos mais consagrados Desse modo muitas escolas oferecem treinamentos cursos ou capa citações para adequar os profissionais a suas expectativas Em outras palavras cada escola terá determinados procedimentos a serem seguidos pelos profissio nais Sistemas de avaliação planos de aula e modelos de planejamento podem ser modelados pela própria escola Sendo assim muito da rotina de trabalho é particular de cada escola No entanto o que pode ser apontado como comum a maioria dos estabele cimentos particulares de ensino de idiomas Facchin 2009 p 8 aponta que A escola de idiomas é considerada escola livre e por isso não precisa seguir um projeto políticopedagógico como as escolas regulares Além disso a escola de línguas também não é cobrada pela formação de in divíduos críticos e reflexivos cabendolhe apenas o ensino de língua estrangeira Toda a responsabilidade formadora que tem sido cobrada nas escolas de ensino regular obrigatório ainda não está formalizada para as escolas de idiomas Por isso a escola de línguas não recebe a verdadeira atenção como detentora da função de formar indivíduos e não tem assim a mesma projeção pedagógica que tem a escola de ensi no regular no que diz respeito aos princípios formadores do indivíduo REFLEXÃO SOBRE PROPOSTAS METODOLÓGICAS DE ENSINO DE LÍNGUA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 V U N I D A D E 122 Essa configuração reitera a posição técnica das escolas de idiomas Nesse con texto mais tecnicista e menos humanista o professor de idiomas precisa de grande domínio linguístico pois seu foco será quase que exclusivamente o ensino da língua em si Consequentemente há grande exigência de bom domínio linguístico por parte do professor pois a princípio o aluno que busca as academias de idioma está buscando estritamente a aprendizagem de uma nova língua Outros fatores que distinguem os cursos livres dos cursos regulares são o nivelamento dos estudantes e o reduzido número de alunos por classe fatores que tendem a influenciar diretamente a prática docente No contexto do ensino regular é comum encontrar turmas com número excessivo de alunos onde há desde estudantes com pouca ou nenhuma familiaridade com a língua estrangeira até aprendizes que tenham grande domínio do idioma Esse panorama prejudica e dificulta planejamento e atuação do professor além de provocar o desinteresse em parte da turma Esse desnivelamento raramente ocorre nos cursos livres pois os critérios de divisão de grupos não são baseados em idade ou séries escolares mas no nível linguístico que se encontra cada indivíduo Em suma o contexto das escolas de idiomas não segue um padrão fixo e o professor que pretende atuar nesse nicho precisará ter disposição para apren der e se adequar a diversas situações Daí a necessidade de conhecer as diversas metodologias e abordagens discutidas na primeira unidade deste livro além de estar antenado às novas propostas e tendências que constantemente surgem nesse meio O professor que estiver familiarizado com as mais diversas situações de ensino e aprendizagem estará mais preparado para se adaptar aos diferentes contextos que esse mercado oferece shutterstock Ensino de Língua Inglesa em Escolas Regulares Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 123 ENSINO DE LÍNGUA INGLESA EM ESCOLAS REGULARES A Lei de Diretrizes e Bases LDB é o documento que regulariza e define o sis tema educativo brasileiro de acordo com as premissas constitucionais Criada em 1961 já recebeu duas atualizações uma em 1971 e outra em 1996 A LDB teve extrema importância para o ensino de língua inglesa no Brasil Em 1961 ela abriu caminho para que o inglês se expandisse retirando a obrigatoriedade da inclusão de línguas estrangeiras do currículo e deixando a cargo dos Estados a opção da adoção ou não de uma língua estrangeira para a matriz curricular além de deixar livre a escolha de qual seria a melhor opção de acordo com as carac terísticas culturais econômicas e sóciohistóricas da região A partir de então paradoxalmente a língua inglesa experimentou grande expansão e consagrou se como preferência na maioria dos estados brasileiros Nas escolas públicas o ensino do inglês é regido por alguns documentos que visam à padronização e a organização das diretrizes de ensino de língua inglesa Tais documentos sinalizam e ratificam a importância da aprendizagem de uma língua estrangeira para a formação do cidadão Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira REFLEXÃO SOBRE PROPOSTAS METODOLÓGICAS DE ENSINO DE LÍNGUA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 V U N I D A D E 124 objetivase restaurar o papel da Língua Estrangeira na formação educacional A aprendizagem de uma língua estrangeira juntamente com a língua materna é um direito de todo cidadão conforme expresso na Lei de Diretrizes de Bases e na Declaração Universal dos Direitos Lingüisticos publicada pelo Centro Internacional Escarré para Mino rias Étnicas e Nações Ciemen e pelo PEN Club Internacional Sendo assim a escola não pode mais se omitir em relação a essa aprendizagem BRASIL 1998 p 19 Desse modo o inglês toma contornos mais humanistas no contexto educacio nal das escolas regulares Os objetivos estão relacionados à formação cultural do aluno à sua constituição enquanto cidadão e também às suas habilidades linguísticas que poderão lhe proporcionar mais autonomia em um contexto internacional globalizado Os PCNs também apontam que a aprendizagem de uma língua estrangeira pode contribuir inclusive para o desenvolvimento comu nicativo da própria língua materna do indivíduo e que a abordagem tende a ser mais voltada ao desenvolvimento da leitura dos estudantes Com exceção da situação específica de algumas regiões turísticas ou de algumas comunidades plurilíngües o uso de uma língua estrangeira parece estar em geral mais vinculado à leitura de literatura técnica ou de lazer Notese também que os únicos exames formais em Língua Es trangeira vestibular e admissão a cursos de pósgraduação requerem o domínio da habilidade de leitura Portanto a leitura atende por um lado às necessidades da educação formal e por outro é a habilidade que o aluno pode usar em seu contexto social imediato Além disso a aprendizagem de leitura em Língua Estrangeira pode ajudar o de senvolvimento integral do letramento do aluno A leitura tem função primordial na escola e aprender a ler em outra língua pode colaborar no desempenho do aluno como leitor em sua língua materna BRASIL 1998 p 20 Entretanto diversas são as críticas dirigidas ao sistema de ensino e aprendiza gem de inglês nas escolas públicas brasileiras Muitos autores discorreram e ainda discorrem sobre esse tema que parece estar longe de ser solucionado Bernardo 2007 p 98 por exemplo salienta que Alguns livros específicos para professores de língua inglesa apontam como causas para a ineficiência do ensinoaprendizagem de inglês os seguintes fatores desmotivação recursos didáticos escassos clas ses numerosas pouca qualificação docente utilização de metodolo gias inadequadas e a condição sóciocultural do aluno dentre outros Ensino de Língua Inglesa em Escolas Regulares Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 125 É inegável a interferência de fatores dessa ordem no processo de ensi noaprendizagem de um idioma estrangeiro mas alguns destes livros assemelhamse a manuais de técnicas de ensino atribuindo direta ou indiretamente ao professor através da aplicação ou não de determina das metodologias uma responsabilidade unilateral quanto ao sucesso ou insucesso de seus alunos É realmente preocupante a situação do ensinoaprendizagem de inglês na escola pública visto que a maioria dos alunos ao final de sete anos de estudo parece estudar estudando inglês pela primeira vez Os próprios PCNs indicam a fragilidade do ensino de inglês nas escolas regula res ressaltando as dificuldades de desenvolvimento linguístico dos estudantes Devese considerar também o fato de que as condições na sala de aula da maioria das escolas brasileiras carga horária reduzida classes su perlotadas pouco domínio das habilidades orais por parte da maioria dos professores material didático reduzido a giz e livro didático etc podem inviabilizar o ensino das quatro habilidades comunicativas As sim o foco na leitura pode ser justificado pela função social das línguas estrangeiras no país e também pelos objetivos realizáveis tendo em vis ta as condições existentes BERNARDO 2007 p98 A partir dos apontamentos realizados pelos PCNs e documentos que regem a organização das disciplinas de inglês nas escolas regulares é possível observar a situação do ensino público no que tange ao ensino de inglês Os fatores negati vos citados pelos PCNs influenciam diretamente a prática docente A carga horária reduzida surge como um entrave ao desenvolvimento lin guístico do aluno que estando imerso na cultura de um país continental e que se constitui como uma ilha linguística dá pouca oportunidade para que o aluno se exponha ao idioma que pretende aprender o que contribui para um distan ciamento entre estudante e línguaalvo A questão das classes superlotadas interfere diretamente na prática dos professores pois atender um grande número de estudantes é uma tarefa tecnica mente impossível quando se trata da mediação da aprendizagem de uma língua estrangeira O número excessivo de alunos inviabiliza o atendimento individual dos estudantes prática que é fundamental para o desenvolvimento e ajuste de prática oral e pronúncia e é prejudicial ao esclarecimento de dúvidas e à veri ficação de aprendizagem contínua Salas lotadas prejudicam a interação entre os alunos além de dificultar a própria regência do professor o que prejudica o REFLEXÃO SOBRE PROPOSTAS METODOLÓGICAS DE ENSINO DE LÍNGUA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 V U N I D A D E 126 desenvolvimento oral e auditivo Isso sem falar na organização das turmas de inglês por série ou idade que geralmente acarreta um péssimo desnivelamento entre os estudantes fator que pode contribuir para o desinteresse da maioria Há ainda a questão delicada da precária formação de parte dos professo res de inglês que em diversas situações não possuem o domínio linguístico necessário para manipular o idioma de acordo com as demandas situacionais Obviamente professores carentes de boa formação tendem a desenvolver um trabalho limitado e ineficaz Além disso é de conhecimento de todos que problemas de investimentos assolam as escolas públicas brasileiras há tempos E a falta de investimento tam bém contribui para a baixa qualidade do ensino de língua estrangeira nas escolas regulares Ora o ensino de línguas estrangeiras demanda materiais diversos principalmente relacionados a ferramentas de mídia Materiais de vídeo áudio imagens e objetos de realia são necessários para que os professores possam aten der as diferentes necessidades e expectativas dos alunos Apenas a tradicional dupla giz e quadronegro não é suficiente para o desenvolvimento das habilida des linguísticas dos estudantes Diante de tantos obstáculos o que você caroa alunoa pode fazer para estar bem preparado para atuar em uma classe de inglês do ensino regular Boa formação e domínio linguístico é fundamental para garantir a confiança dos estudantes Conduzir com segurança as aulas e garantir a familiaridade com os conteúdos linguísticos que trabalhará é primordial para construir um ambiente favorável à boa prática docente Ainda que frequentemente as condições estruturais oferecidas em diversas escolas não sejam as ideais o professor de inglês deverá buscar alternativas para a falta de materiais didáticos eficientes Confeccionar suas próprias imagens por Ensino de Língua Inglesa em Escolas Regulares Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 127 meio de recortes ou impressões criando seu próprio acervo imagético pode ser uma boa opção para despertar o interesse e atenção dos alunos Construir um arquivo de vídeos e áudios que possa ser utilizado em determinados contextos também é uma boa tática desde que tais documentos sejam frequentemente atualizados A constituição de um arquivo de objetos que possa exemplificar ou contextualizar conteúdos linguísticos é ainda uma riquíssima opção para dei xar sua aula mais atraente Prenderse a uma rotina pautada apenas em textos é uma postura arriscada A saída que pode ser proposta para superar o problema das turmas numero sas é a divisão de grupos para atendimentos mais pontuais Pedir que os alunos formem grupos menores e orientar os grupos de forma mais exclusiva pode tra zer bons resultados Nesse ponto é necessário tentar utilizar a desvantagem a seu favor Proponha situações de interação entre os membros dos grupos exercícios de oralidade ou simulações são exemplos que podem aproveitar a interação entre eles Há ainda a possibilidade de recorrer à monitoria delegando aos alunos mais habilidosos com o idioma a tarefa voluntária de auxiliar os outros estu dantes que demonstrem mais dificuldade Para lidar com o desnivelamento das turmas você deverá trabalhar sempre precavido com atividades extras que possam desafiar alunos em níveis mais avan çados ou reforçar a aprendizagem de alunos em níveis mais atrasados Com relação aos materiais didáticos você deve escolher criteriosamente um material que possa atender da melhor forma possível todos os alunos de sua classe Se a escolha não for de sua responsabilidade você deverá tirar o melhor proveito possível do material que tem em mãos As discussões acerca do mate rial didático serão desenvolvidas a seguir shutterstock REFLEXÃO SOBRE PROPOSTAS METODOLÓGICAS DE ENSINO DE LÍNGUA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 V U N I D A D E 128 ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO EM LÍNGUA INGLESA Muitos professores não têm a real compreensão de como avaliar selecionar ou mesmo utilizar o livro didático explorando todas as suas possibilidades Em diversos contextos o livro didático surge como ferramenta primordial no contexto pedagógico e frequentemente os professores acabam por basear sua prática completamente nos preceitos do material didático Há ainda uma errô nea percepção de que o livro didático deve ser tratado como material engessado e imutável Grigoletto 1999 salienta que essas posturas podem até mesmo colo car professores e alunos como receptores passivos dos materiais didáticos sem que os indivíduos se posicionem e dialoguem com o livro O professor recebe um pacote pronto e esperase dele que o utilize Ele é visto como usuário assim como o aluno e não como analista Ele é um consumidor do produto segundo as diretrizes ditadas pelo autor Essa concepção do professor como consumidor e não construtor como usuário e não analista pode ser inferida também por outra característi ca do livro do professor bastante difundida embora haja livros que não a sigam que é a de apresentar respostas a todos os exercícios Tais pro cedimentos que estabelecem o LD como um objeto fechado à interpre tação revelam a concepção pelo autor e editor do LD e possivelmente também pelos seus consumidores de que o livro seja um lugar no qual os sentidos se fecham se completam e aparecem de forma transparente ao professor GRIGOLETTO 1999 p 6869 Desse modo é necessário que o professor esteja preparado para receber o material criticamente e possa analisar todos os aspectos do livro a fim de poder melhor utilizar todas as suas ferramentas Machado 1996 indica que o livro didático precisar ter algumas características minimamente eficazes para atingir seu objetivo principal que é servir de auxílio no processo de ensino e apren dizagem O autor indica que os aspectos básicos do livro didático devem ser Análise do Livro Didático em Língua Inglesa Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 129 1 as atividades e exercícios abordados no livro didático precisam ter sig nificado para o aluno ou seja precisam levar em conta o contexto social para o qual os alunos estão sendo preparados na escola e seu estágio de desenvolvimento cognitivo 2 o livro deve apresentar níveis de rigor e precisão apropriados à série a que se destina 3 as narrativas contidas no livro didático devem ser claras e compreensí veis colocadas numa linguagem interessante que estimule o pensamento do aluno As explicações definições problemas e questões devem conter somente termos que os estudantes daquela série possam compreender 4 o livro didático deve estar adequado à proposta pedagógica da escola e ao seu plano de ensino deve conter também conteúdos que criem inte resse e motive a aprendizagem dos alunos incluindo material que torne possível atender às necessidades de diferentes níveis de habilidades ofe recendo oportunidades para o próprio aluno construir e compreender conceitos 5 o livro didático precisa ter o conteúdo e a terminologia justificados de tal forma que o aluno compreenda e perceba como o conteúdo apresen tado no livro se relaciona com seu diaadia MACHADO 1996 p 38 Atividades descontextualizadas inseridas no material não atingirão os objetivos básicos de ensino pois os conteúdos precisam fazer sentido para que os alunos possam dialogar com o conhecimento adquirido As atividades devem ainda estar adequadas aos níveis corretos Atividades muito complexas aplicadas a alunos em níveis iniciais não surtirão efeito e ainda podem frustrar os estudantes implicando prejuízo ao filtro afetivo Já atividades muito simples e pouco desafiadoras propostas a alunos em níveis mais elevados serão rapidamente resolvidas e provocarão certo desestímulo Além disso todo o livro deve dialogar com o aluno de modo claro e compreensível não havendo descompasso entre a linguagem do material e a linguagem do grupo Também o livro precisa estar adequado ao projeto pedagógico da escola Somente se o material estiver afinado às propostas coletivas do ambiente esco lar ele poderá ser aproveitado em sua totalidade Desse modo o aluno inserido em determinado contexto educacional poderá ser mais receptivo e se tornar mais facilmente familiarizado a um material que corresponde com as propostas com as quais está habituado REFLEXÃO SOBRE PROPOSTAS METODOLÓGICAS DE ENSINO DE LÍNGUA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 V U N I D A D E 130 Outro fator importante é a constante atualização do material Em épocas de extrema velocidade de informação e constante renovação das estruturas o material tem que estar sempre a par das novidades e inovações O livro pode inclusive conter jogos ou atividades lúdicas que fujam da normalidade tradi cional e possam instigar a curiosidade do aluno sempre contendo desafios que levem o estudante a tentar transpor seus limites Nesse sentido outro ponto de extrema importância está relacionado às carac terísticas físicas do livro A diagramação ilustrações cores etc devem sempre ser interessantes e devem auxiliar na compreensão e aprendizado do estudante O uso dos elementos visuais pode trazer benefícios ao professor As ilustrações de um texto por exemplo podem e devem ser utilizados nos exercícios de prélei tura contextualizando o aluno sobre o que está sendo discutido naquela situação Mesmo as ilustrações gerais devem ser adequadas ao conteúdo relacionado para que o próprio aluno possa ter autonomia de dialogar com seu material É indispensável para um livro didático que este possua um manual para auxiliar o professor em seu planejamento Assim principalmente os objetivos e procedimentos metodológicos têm que estar claros para que o professor possa planejar suas ações Além disso o material deve conter caminhos que levem ao aprofundamento do conhecimento deixando sempre outras possibilidades em aberto apresentando indicações de leitura websites e outros materiais que pos sam contribuir para enriquecer o trabalho pedagógico Outros aspectos que não podem ser ignorados pelo material são as indicações e sugestões avaliativas E claro o livro deve conter bom conteúdo De nada adianta um livro estru turalmente bem organizado se seu conteúdo for fraco ou conter falhas e erros Cabe ao professor identificar se a forma como os conteúdos e atividades são expostos no livro é satisfatória e ainda se o conteúdo empregado no material é coerente válido e correto A escolha do livro didático não deve ser realizada individualmente É inte ressante que você enquanto professor possa dialogar com a equipe pedagógica e outros professores a fim de democratizar a discussão sobre qual é a melhor opção de material Caso a escolha não esteja ao seu alcance você deverá dialogar da melhor forma possível com o material aproveitando seus aspectos positivos e o adaptando ao seu contexto de trabalho sem perder de vista sua criticidade Análise do Projeto Político Pedagógico e Análise do Planejamento Docente Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 131 ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E ANÁLISE DO PLANEJAMENTO DOCENTE Você já ouviu falar do PPP Essa é a sigla para Projeto Político Pedagógico que nada mais é do que um documento desenvolvido pelas instituições educacionais para nortear todas as ações que permeiam o ambiente escolar O MEC indica que o PPP É o planejamento geral que envolve o processo de reflexão de decisões so bre a organização o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição É um processo de organização e coordenação da ação dos professores Ele articula a atividade escolar e o contexto social da escola É o planejamento que define os fins do trabalho pedagógico MEC 2006 p42 A reformulação da LDB de 1996 indica que à escola cabe a responsabilidade de organizar um plano de ação com determinada autonomia pedagógica administra tiva e de gestão financeira Essa medida foi de grande valia para o desenvolvimento da educação brasileira pois permite a escola se organize e se planeje para aten der as demandas da sociedade e dos indivíduos ao seu entorno respeitando as particularidades e características culturais de cada contexto Porém não é dever apenas da escola a execução do PPP as famílias e os estu dantes também são peças importantes e devem estar constantemente incluídos no diálogo de desenvolvimento do PPP O PPP é pensado e realizado levando em conta a observação da realidade da escola em si e da estrutura social da comunidade a sua volta A partir daí são planejadas as atividades que serão realizadas no contexto escolar as constantes avaliações do trabalho realizado e as reformulações quando se fizerem necessárias Para que o PPP tenha resultados positivos é necessário constante diálogo e parceria entre a escola a família e a comunidade em geral Desse modo a coletivi dade terá acesso e consciência sobre todos os problemas e necessidades do contexto escolar podendo assim debater e encontrar as possíveis soluções necessárias Com isso o conhecimento do PPP da escola é dever de todos os envolvidos principalmente aqueles que atuarão diretamente na execução do projeto Nesse sentido é importante que você busque se inteirar e participar da elaboração do PPP de sua escola pois esse projeto irá guiálo no planejamento de suas ações e influenciará diretamente no seu planejamento docente REFLEXÃO SOBRE PROPOSTAS METODOLÓGICAS DE ENSINO DE LÍNGUA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 V U N I D A D E 132 Antes de iniciar seus trabalhos é de suma importância que você planeje suas ações durante o bimestre semestre ou ano letivo Organizar e traçar estra tégias para desenvolver da melhor forma possível seus trabalhos é indispensável e poderá lhe trazer grandes benefícios durante a execução deles Você deverá ter amplo conhecimento da realidade de seus alunos para planejar suas ações em sala de aula Conhecer as limitações habilidades as necessidades e as expectativas de seu grupo de estudantes é essencial para que você planeje suas intervenções didáticas É indispensável que você tenha ampla familiaridade com a ementa do curso que ministrará Conhecer profundamente o conteúdo evita que você adiante informações que podem ser melhor aproveitadas no futuro além de possibilitar uma compreensão do todo contribuindo para que você introduza as informa ções mais relevantes nos momentos mais apropriados Você deverá sempre ter em mente qual é a finalidade do conteúdo que traba lhará como desenvolverá o conteúdo e qual é o objetivo de trabalhálo Sem esses questionamentos fica difícil obter bons resultados Sem objetivos e metas não podemos traçar um plano de trabalho Entretanto lembrese seu planejamento deve ser flexível permitindo mudanças quando elas se tornarem pertinentes Além disso no planejamento você deverá traçar quais metodologias utilizará em cada situação organizando também quais serão os recursos e ferramentas que necessitará Sem organização prévia a utilização de materiais de apoio pode gerar grandes complicações e ainda não atingir os resultados esperados Análise do Plano de Aula Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 133 ANÁLISE DO PLANO DE AULA Os passos finais de seu planejamento serão dados durante sua rotina pedagógica É durante a execução de seu trabalho prático que se farão necessárias as últimas ferramentas de um bom planejamento os planos de aula Os planos de aula são documentos nos quais você sistematizará e registrará previamente a organização de suas aulas Aulas sem planejamento prévio podem acarretar graves problemas na sua prática docente por exemplo o desinteresse dos alunos falta de objetivos falhas de conteúdo etc Professores desprepara dos podem facilmente se perder durante as aulas se não tiverem previamente traçado alternativas para os problemas que possam emergir durante a prática Mesmo que não seja possível manter todas as situações sob controle o impro viso só deve ser usado quando não houver outras possibilidades Como vimos a tarefa de ensinar um idioma estrangeiro pode ser muito tra balhosa Mas o trabalho pode ser ainda mais desafiador quando o nosso pú blico é composto por crianças Esse público geralmente tem problemas em dedicar o tempo necessário aos estudos eles têm dificuldade em se orga nizar para desenvolver sua rotina Portanto se os pais ou responsáveis não participarem de maneira efetiva na vida escolar de seus filhos certamente você terá ainda mais dificuldades de ensinar a língua inglesa Além disso durante as aulas as crianças tendem a se concentrar por menos tempo dis traindose com facilidade e perdendo o foco frequentemente Para combater essas adversidades você deverá estar preparado para sem pre manter seus alunos concentrados Isso demanda que você tenha diver sas atividades altamente interativas e até mesmo atividades extras que possam ser utilizadas quando os alunos começarem a se dispersar Você deverá ter sempre a denominada carta na manga para nunca ser pego de surpresa Fonte Os Autores REFLEXÃO SOBRE PROPOSTAS METODOLÓGICAS DE ENSINO DE LÍNGUA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 V U N I D A D E 134 Piletti 2001 p 73 descreve o plano de aula como É a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo É a sistematização de todas as atividades que se desenvolvem no perío do de tempo em que o professor e o aluno interagem numa dinâmica de ensinoaprendizagem Na prática o plano de aula necessita de clareza e objetividade Todo plano de aula deve demonstrar claramente quais são os objetivos a serem alcançados ao final de determinada aula O plano deve trazer ainda quais serão os recursos utilizados na aula como giz quadro projetor aparelho de som DVD etc Além disso deve estar previsto no plano quais serão os conteúdos trabalha dos como se dará a articulação entre teoria e prática e quais serão as metodologias utilizadas para conduzir a aula Outro ponto que deve ser levado em conta na constituição do plano é como serão realizadas as avaliações como o professor poderá verificar o avanço e a aprendizagem dos alunos É indispensável que o plano contenha a previsão de tempo de duração de cada atividade para que a aula se mantenha organizada e para que o professor possa aproveitar da melhor forma possível os momentos da ação docente São muitos os aspectos que o professor precisa levar em conta na hora de preparar uma boa aula Mas uma questão que você sempre deverá colocar a frente de seu planejamento é meu aluno tem boas chances de aprender dessa maneira Para facilitar essa reflexão coloquese no lugar do aluno tente se posicionar do outro lado dessa relação Isso pode enriquecer o seu planejamento shutterstock Análise do Plano de Aula Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 135 Planos de aula costumam conter ainda um espaço destinado aos possíveis pro blemas que podem emergir durante a prática É comum por exemplo que os pro fessores deixem preparadas respostas e explicações para possíveis questões e dúvidas que possam surgir durante a aula A seguir apresentaremos um exemplo prático de como construir um plano de aula bem elaborado I Plano de Aula Data nesse campo o professor deverá incluir a data em que a aula será realizada II Dados de Identificação nesse campo deverão ser incluídas as informações a seguir Escola Professor a Professor a estagiário a Disciplina Série Turma Período III Tema Nesse ponto o professor deve expressar o assunto que será trabalhado na aula Aqui tratase ainda do assunto mais amplo por exemplo o contexto de com pras e vendas de comidas e bebidas Aqui o professor pode detalhar um pouco mais o assunto exemplificando por exemplo que nessa aula serão trabalhados os vocabulários referentes a fast food e às estruturas linguísticas comumente utilizadas para comprar e vender alimentos desse tipo em contextos de utilização de língua inglesa REFLEXÃO SOBRE PROPOSTAS METODOLÓGICAS DE ENSINO DE LÍNGUA Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 V U N I D A D E 136 IV Objetivos nesse ponto o professor explicitará quais são os objetivos a serem alcançados pelos estudantes A pergunta que move esse tópico é o que os alu nos deverão ter aprendido ao final dessa aula Objetivo geral aqui o professor deverá indicar qual é o objetivo central da aula Objetivos específicos e aqui deverão ser especificados os objetivos mais deta lhadamente Geralmente são três ou quatro objetivos indicados nesse tópico OBS frequentemente escrevemse aqui verbos indicativos que indicam as ha bilidades que os alunos devem desenvolver como identificar reconhecer usar etc V Conteúdo aqui o professor pode organizar em tópicos e mais diretamente quais serão os conteúdos trabalhados durante a aula VI Desenvolvimento do tema nesse ponto o professor pode indicar como procederá para desenvolver sua aula como desenvolverá o conteúdo quais metodologias utilizará e ainda quais serão as estratégias para contextualizar as atividades VII Recursos didáticos projetor giz computador mapas imagens realia apa relho de som livros revistas DVDs etc VIII Avaliação as avaliações podem ser diagnóstica formativa e somativa Também podem ser descritos aqui quais serão os procedimentos avaliativos questões discussões em grupo avaliação escrita trabalhos em grupo etc XIX Bibliografia nesse tópico o professor deve indicar toda a bibliografia usa da para o desenvolvimento da aula Quadro19 Modelo de plano de aula 137 A Tecnologia e sua relação com o ensino de idiomas O acesso mais amplo aos aparatos tecnológicos e a nova formatação da sociedade in formatizada têm trazido também ao contexto de ensino e aprendizagem de idiomas novas nuances Associado à expansão e evolução do ensino a distância que vem ga nhando cada vez mais espaço no contexto universitário brasileiro o estudo de idiomas por meio de ferramentas tecnológicas como computadores tablets celulares e apare lhos dessa natureza vem crescendo e ganhando espaço como ferramentas importantes no contexto de ensino de línguas estrangeiras Ocorre que o ensino a distância ou o estudo de idiomas por meio de aparelhos tecnoló gicos tem um alcance praticamente global impulsionado pela internet que alcança di mensões cada vez mais completas Essa forma de estudo proporciona aos interessados mais possibilidades pois não exige o deslocamento do estudante até uma sala de aula ou ainda possibilita que o indivíduo estude pesquise ou faça atividades em ambientes diversos como em uma fila de banco dentro de um ônibus ou no conforto de sua casa Em tempos de escassez temporal qualquer momento que possa ser empregado para o estudo de um idioma estrangeiro deve ser aproveitado Mas como funciona esse tipo de estudo de línguas estrangeiras Os cursos aplicativos ferramentas ou programas em geral que dialogam com o ensino de idiomas por meio de aparelhos tecnológicos têm uma característica singular a lin guagem dialógica Esse tipo de estudo gera frequentemente ao aluno uma certa independência em seus estudos entretanto essa independência pode gerar algumas dificuldades pois o aluno pode sentirse perdido com a falta de um condutor Prevendo essa possibilidade as atividades explicações fóruns e todas as ferramentas propostas necessitam ser organizadas da forma mais dialógica possível dando aos estu dantes as condições de desenvolvimento necessárias para a aprendizagem de idiomas Esse dialogismo se baseia na elaboração de um material que literalmente dialogue com o estudante sendo o mais claro e didático possível Há ainda uma preocupação com a manutenção de um canal de diálogo direto entre estudantes e docentes mesmo que de modo virtual é comum sempre haver um canal que possibilite o contato entre estudantes x professores professores x estudantes e es tudantes x estudantes Há cursos completos organizados por docentes e disponibilizados online fóruns de es tudantes e até mesmo redes sociais com a temática foco voltada para a aprendizagem de idiomas diversos Além de ferramentas de computadores voltadas para o aprimoramento de habilidades específicas como a fala leitura audição ou escrita há ainda os famosos aplicativos para celulares smartphones ou tablets que se propõem a auxiliar na aprendizagem de voca bulário gramática e estruturas variadas É importante deixar claro que as características tecnológicas não são uma oposição aos modelos mais tradicionais de ensino e aprendizagem Inclusive diversas escolas univer sidades materiais didáticos etc já adotaram diferentes ferramentas tecnológicas como elementos complementares de seus cursos de idioma Desse modo você como professora de língua inglesa deverá estar sempre atualizado e em constante diálogo com as novas tecnologias e suas implicações no ensino de idio mas estrangeiros Fonte Autores Considerações Finais Reprodução proibida Art 184 do Código Penal e Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 139 CONSIDERAÇÕES FINAIS De modo geral os professores de língua inglesa enfrentarão diversos obstáculos em sua prática docente visto que a tarefa de ensinar demanda muito trabalho e dedicação Entretanto uma boa organização e um bom planejamento sem pre poderão deixar os professores de inglês bem preparados para suas tarefas Como vimos nesta unidade é fundamental que os professores busquem conhecer as estruturas dentro e fora da sala de aula para que suas atuações cami nhem de forma satisfatória Conhecer a fundo seus contextos de atuação poderá facilitar a tarefa docente Desse modo conhecer os documentos que regem e organizam as estruturas da educação regular como PCNs LDB e os PPPs por exemplo é basilar para que os profissionais possam desenvolver seu trabalho de acordo com as necessidades e expectativas das escolas públicas Ademais os profissionais que atuam em instituições privadas devem buscar afinação com as diretrizes de cada escola só assim poderão obter o sucesso esperado Além disso a preparação do profissional é de suma importância Os profes sores de língua inglesa devem buscar constante aperfeiçoamento linguístico e devem sempre buscar o domínio pleno do conteúdo que será trabalhado Outro fator de fundamental importância é o planejamento de longo e curto prazo Devese planejar com antecedência e critério o curso semestre ou bimestre que será trabalhado levando em conta todos os aspectos que podem influen ciar a sequência didática como o contexto as expectativas as necessidades e inclusive o material didático que deve ser selecionado com cuidado Todo esse processo culminará nos planos de aula que tratarão mais especificamente das práticas diárias e devem ainda seguir uma série de procedimentos Acreditamos que esses passos poderão contribuir para que você organize seu trabalho e atinja bons resultados na sua prática docente 1 Qual das soluções a seguir pode vir a ser mais efetiva para contornar os pro blemas estruturais que as escolas públicas tendem a apresentar com rela ção ao ensino de língua estrangeira a Solicitar que os alunos levem à sala de aula todos os materiais multimídia que tiverem em casa b Utilizar apenas o que estiver disponível na escola pois sempre é o necessário c Buscar alternativas além dos materiais oferecidos pela escola por exemplo criando um acervo próprio de vídeos imagens físicas objetos de simulação etc d Substituir as atividades que necessitem de ferramentas multimídia por ativi dades no caderno ou livro e Evitar as atividades que necessitem de materiais e ferramentas multimídia 2 Qual das alternativas abaixo NÃO pode ser uma boa opção para contornar o problema da superlotação das salas de aula no contexto do ensino regular a Propor trabalhos de monitoria em que alunos mais habilidosos auxiliem alunos que apresentem mais dificuldades na línguaalvo b Dividir a turma em grupos e assessorar esses grupos de maneira mais próxima e mais individualizada c Explicar os conteúdos individualmente sem se preocupar com o tempo da aula pois o que importa é apenas o bom aprendizado do estudante d Preparar sempre tarefas extras e desafiadoras que possam ser destina das a alunos que não encontrem dificuldades para realizar as atividades propostas para a turma e Preparar sempre tarefas extras que possam reforçar o aprendizado dos alunos que demonstrem mais dificuldades frente aos conteúdos 3 Um bom material didático NÃO deve ter a Conteúdo claro que o próprio aluno possa compreender b Imagens e cores que auxiliem na compreensão de conteúdos c Um manual que auxilie no planejamento dos professores d Atualização constante dos conteúdos e Imagens e cores que visem aprimorar a estética do material 4 Quais fatores devem ser levados em conta quando da organização de um plano de aula Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR O Livro Didático de Língua Estrangeira Reinildes Dias e Vera Lúcia Lopes Cristóvão Orgs Editora Mercado de Letras Sinopse Esta coletânea reúne trabalhos na área de língua estrangeira voltados para formadores de professores e professores de língua estrangeira em educação continuada bem como alunos universitários do curso de Letras com habilitação nessa área Com os objetivos de compartilhar conhecimento teóricometodológico sobre o livro didático de língua estrangeira e apresentar argumentos para o desenvolvimento da postura crítica em relação ao material didático que o mercado oferece eou o que cada um produz procuramos oferecer uma pluralidade de sentidos sobre o livro didático e material didático a fim de deflagraremse discussões reflexões e ressignificações sobre eles Escritores da Liberdade Sinopse A professora Erin Gruwell aceita o desafio de educar um grupo de adolescentes em situação de risco Em sua prática docente a professora se depara com situações complexas em uma escola que sofre com problemas de ordem social A princípio a professora recebe dura resistência por parte dos estudantes e do contexto em geral Assim Erin deve buscar soluções e saídas para vencer o difícil desafio que tem pela frente CONCLUSÃO 143 Neste livro apresentamos as principais questões que movem o ensino de uma lín gua estrangeira limitando o seu objetivo e também o seu objeto de estudo Na primeira unidade ao elencar os principais métodos e abordagens para o ensino de uma língua estrangeira tivemos por objetivo tornar claro aoà alunoa infor mações sobre as caraterísticas e o funcionamento dos métodos eou abordagem no processo de ensino de uma segunda língua além de reflexões sobre a prática docente no processo de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira Em seguida procuramos apresentar um breve histórico das principais concepções de ensino e aprendizagem bem como as implicações pedagógicas desses pressu postos na prática docente Procedemos desse modo para que você pudesse com preender como um estudo dos conceitos de ensino e aprendizagem de acordo com diferentes visões podem proporcionar aos professores reflexões sobre a sua con cepção de ensino Nas unidades III e IV procuramos trazer as principais estratégias de ensino e habili dades de compreensão da língua inglesa e a sua funcionalidade na prática ainda como utilizálas na condição de ferramentas auxiliares no processo de aprendiza gem dos estudantes de LE Por fim na unidade V apresentamos os aspectos do ensino e aprendizagem de idio mas estrangeiros como as concepções teóricas abordagens metodologias técni cas e estratégias discutidas nas unidades anteriores que podem ser aplicadas em diferentes contextos de ensino e aprendizagem de língua inglesa no Brasil Apesar da nossa intenção de apresentar um estudo que abrangesse várias questões a respeito daquilo que poderíamos denominar como prática de ensino de inglês devemos alertar para o fato de que esta é apenas uma introdução para estudos mais aprofundados sobre o assunto nesse sentido alunoa você poderá consultar as sugestões indicadas no decorrer das unidades além de consultar as referências bibliográficas Esperamos ter conseguido alcançar nosso objetivo de apresentar e introduzir refle xões sobre a prática docente levandooa à reflexão sobre a prática docente em situações concretas de uso da língua inglesa CONCLUSÃO REFERÊNCIAS 145 ANTONIO J D NAVARRO P L B Orgs O Texto como objeto de ensino de des crição linguística e de análise textual e discursiva Maringá Ed Eduem 2009 ARAÚJO A D SAMPAIO S Orgs Inglês Instrumentalcaminhos para leitura Te resinaPiauí Alínea Publicações Editora 2002 BAKHTIN M Estética da Criação Verbal Trad Paulo Bezerra 4 ed São Paulo Mar tins Fontes 2000 BERNARDO A C Língua Inglesa na escola pública e a relação com o saber Revista Interdisciplinar v 4 n 4 p 94105 juldez 2007 BEZERRA I C R M Aquisição de Segunda Língua de uma Perspectiva Linguística a uma Perspectiva Social SOLETRAS ano III nº 05 e 06 São Gonçalo UERJ 2003 BRASIL Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental língua estrangeira Brasília MEC SEF 1998 BROWN H D Teaching by principles an interactive approach to language ped agogy Englewood cliffs PrenticeHall Regents 1994 BROWN Gillian Twenty Five Years of Teaching Listening Comprehension In English Teaching Forum XXV 4 p2529 October 1987 CALICCHIO F C A Função TextualDiscursiva da Hipotaxe Adverbial no Gênero Resposta Argumentativa 2014 100 p Dissertação Mestrado em Letras Progra ma de Pósgraduação em Letras Universidade Estadual de Maringá Maringá 2014 CANALE M SWAIN M Theoretical bases of communicative approaches to second language teaching and testing Applied Linguistics Vol 1 1 147 1980 CELANI A A Ensino de línguas estrangeiras olhando para o futuro In CELANI M A A Ensino de Segunda Língua redescobrindo as origens São Paulo EDUC1998 COHEN A D WEAVER S J LI TaoYuan The impact of strategiesbased instruc tion on speaking a foreign language Minneapolis National Language Resource Center The Center for Advanced Research on Language Acquisition 1996 48 p Re latório CHOMSKY N Aspectos da teoria da sintaxe Tradução José António Meireles e Eduardo Paiva Raposo 2 ed Coimbra Arménio Amado 1978 ELLIS R Second Language Acquisition Oxford Oxford University Press 1985 FACCHIN M A A Função da Escola de Idiomas no Contexto Atual In BARROS M A de S SILVA S L M Orgs Entornos e Contornos um olhar crítico para a atuação profissional em contextos de ensino e aprendizagem V 2 São Paulo Editora CNA 2009 REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS GRIGOLETTO M Leitura e Funcionamento Discursivo do Livro didático In CORACI NI M J R F Org Interpretação autoria e legitimação do livro didático língua materna e língua estrangeira 1 ed Campinas SP Pontes 1999 p6777 HARMER J The Practice of English Language Teaching 3rd ed London Long man1991 How To Teach English London Longman 2010 HYMES D H 1972 On Communicative Competence In PRIDE J B HOLMES J Eds Sociolinguistics Selected Readings Harmondsworth Penguin1972 p 269 293 HOUAISS A VILLAR M de S Minidicionário Houaiss da língua portuguesa Rio de Janeiro Objetiva 2004 KRASHEN S Principles and Practice in Second Language Acquisition New York Pergamon Press 1982 The Input Hypothesis issues and implications 4 ed New York Longman 1985 Second Language Acquisition and Second Language Learning Prenti ceHall International 1988 MACHADO N J Sobre livros didáticos quatro pontos Revista Em Aberto Inep Bra sília ano 16 n69 p 3039 janmar 1996 MARSLENWILSON W D TYLER L KThe temporal structure of spoken language un derstanding Cognition vol 8 pp 171 1980 MARCUSCHI L A Gêneros Textuais definição e funcionalidade In DIONÍSIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Orgs Gêneros Textuais e Ensino Rio de Janeiro Lucerna 2002 MEC Ministério da Educação e Cultura Trabalho com a Educação de Jovens e Adultos Avaliação e Planejamento Caderno 4 SECAD Secretaria de Educação Continuada Alfabetização e Diversidade 2006 OMALLEY J M CHAMOT A V Learning Strategies in second language acquisi tion Cambridge Cambridge University Press 1990 OXFORD R L Language learning strategies what every teacher should know New York Newbury 1989 Language Learning Strategies what every teacher should know Boston Heinle Heinle 1990 Language Learning Strategies Massachussets HeinleHeinle 1990 PILETTI C Didática geral 23ª ed São Paulo Editora Ática 2001 REFERÊNCIAS 147 PERUCHI Ra A 2 Língua uma abordagem teórica de linguistas sobre a interlíngua Curitiba UTFPR 2006 RICHARDS J C RODGERS T S Method Approach design and procedure Chapter 2 In RICHARDS J C The Context of Language Teaching Cambridge University Press 1985 RIVERS W M Teaching ForeignLanguage Skills The University of Chicago Press USA 1968 SOUZA M L de A Abordagem comunicativa influências e reflexos no Ensino aprendizagem de Língua Inglesa São Luís sn 2005 SELINKER L Interlanguage In RICHARDS J C Ed Error analysis London Long man 1974 SKINNER B F The shaping of a behaviorist part two of an autobiography New York 1973 SCHUMANN J The acculturation model for second langauge acquisition In CIN GRAS R EdSecond Language Acquisition and Foreign Language Teaching Arlington VA Center for Applied Linguistcs 1978 VIGOTSKY L S A formação social da mente São Paulo Martins Fontes 1984 WIDDOWSON H G O ensino de línguas para a comunicação Campinas Pontes 1990 GABARITO 149 UNIDADE I 1 Na abordagem comunicativa da língua para ser um bom professor de lín gua estrangeira é fundamental que a O professor exponha o aluno a exercícios do tipo estímulo e resposta b Os alunos tenham domínio da terminologia gramatical e o conhecimento pro fundo das regras com todas as exceções da línguaalvo c Somente o aluno é responsável pelo próprio aprendizado d Tanto o professor quanto o aluno precisam estar envolvidos efetivamente no processo Inicialmente o professor deve adequarse à turma conhecer os alunos e analisar o ambiente escolar e Haja um empenho significativo do aluno no sentido de evitar erros estruturais da línguaalvo 2 As informações das alternativas abaixo estão relacionadas com o conceito do método audiolingual EXCETO a Nesse método não existe uma ordem de preferência na apresentação das habili dades comunicativas ouvir falar ler e escrever b Os conteúdos são introduzidos sempre em forma de diálogo c Não há explicação gramatical pois as estruturas são ensinadas por meio do pro cesso indutivo d O processo de aquisição de uma língua é apenas uma questão de constituição de hábito e As aulas baseadas no método audiolingual fazem excessivo uso de completar em que os alunos produzem o mesmo padrão gramatical mas são induzidos a utilizar diferentes palavras nesses padrões na expectativa de que eles possam adquirir bons hábitos de linguagem 3 Analise abaixo uma proposta de atividade de inglês e assinale qual é o mé todo ou a abordagem subjacente ao exercício proposto GABARITO Write the negative form I play the piano very well I dont play the piano very well Jane plays the piano very well They know my phone number We work very hard He has a bath every day You do the same thing every day Quadro 8 Proposta de atividade adaptada de Murphy 1997 a Abordagem comunicativa haja vista que esse tipo de atividade foca as necessi dades comunicativas do aprendiz em língua inglesa b Abordagem comunicativa uma vez que atividades com estruturas repetitivas e ou com um modelo padrão de respostas possibilita o desenvolvimento das ne cessidades comunicativas do aprendiz na línguaalvo como sugerir opinar etc c Método Direto visto que a natureza desse tipo de atividade tem o objetivo de ensinar a línguaalvo a partir da língua materna d Método Audiolingual já que esse tipo de atividade dá ênfase à oralidade e Método Audiolingual já que esse tipo de exercício com estruturas repetitivas e ou com um modelo padrão de resposta converge para o condicionamento da linguagem UNIDADE II 1 Na teoria de Krashen referente ao inputinsumo e ao i1 é importante que a O professor traga frequentemente conteúdos que estão muito acima do conhe cimento atual do aluno para que este possa desenvolver estratégias de supera ção na aprendizagem do idioma b O professor raramente traga conteúdos que estão ligeiramente acima do conhe cimento atual do aluno para que este possa desenvolver estratégias de supera ção na aprendizagem do idioma GABARITO 151 c O professor não ofereça atividades que estejam em um nível diferente do nível atual do aluno para que este não se sinta desmotivado pela dificuldade do de safio d O professor traga frequentemente conteúdos que estão ligeiramente acima do conhecimento atual do aluno para que seu aprendizado siga um processo com parável aos degraus de uma escadaria e O professor não ofereça desafios ao aluno para não afetar o filtro afetivo dele 2 Sobre a Interlíngua é correto afirmar que a O aprendizado do aluno independe do nível de língua do professorinstrutor b Se o aluno for frequentemente exposto a contextos genuínos da línguaalvo ele permanecerá por menos tempo na interlíngua c Se o aluno for frequentemente exposto a contextos genuínos da línguaalvo ele permanecerá por mais tempo na interlíngua d A exposição do aluno a contextos genuínos da línguaalvo pouco importa para sua aprendizagem e A fossilização de falhas e desvios não compromete a aprendizagem do aluno 3 A fim de identificar suas crenças sobre o processo de ENSINO E APRENDI ZAGEM de língua estrangeira complete as orações abaixo conforme suas concepções e crenças a Ensinar é b Aprender é c Um bom professor é aquele que d A melhor forma de aprender a língua inglesa é RESPOSTA ESPERADA Essa atividade objetiva fazer com que o aluno realize um le vantamento de suas crenças eou concepções sobre o processo de ensino e apren dizagem de línguas estrangeiras GABARITO 4 Agora que você alunoa já fez o levantamento de suas crenças e ou con cepções sobre o processo de ensino e aprendizagem de LE reflita sobre você como professora de Língua Inglesa e preencha o quadro abaixo O PROFESSOR QUE EU QUERO SER O PROFESSOR QUE EU SOU Quadro 13 Levantamento sobre crenças no processo de ensino e aprendizagem RESPOSTA ESPERADA o objetivo dessa atividade é levar o aluno a refletir sobre a sua atual eou futura prática pedagógica no que referese ao ensino de língua inglesa UNIDADE III 1 As informações abaixo relacionamse às características da Estratégia da Memória EXCETO a Criação de relações mentais b Associação entre vocábulos da línguaalvo e a materna c Contexto de uso d Uso de imagens rimas palavraschave listas de palavras etc para memorizar novos vocabulários e Pedir para ser corrigido GABARITO 153 2 Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta com relação às características das Estratégias de Ensino propostas por OMalley e Cha mot 1987 e Rebecca Oxford 1989 I Oxford 1990 propôs a classificação das estratégias de ensino em 2 dois gru pos estratégias diretas e indiretas II As Estratégias que pertencem ao grupo das Diretas são as que referemse às ações Afetivas e Socias III As Estratégias Indiretas têm por objetivos básicos planejar monitorar e avaliar a aprendizagem isto é são as estratégias empregadas para o gerenciamento da aprendizagem e de estados sociais e afetivos Estão corretas a Apenas I b Apenas II c Apenas III d Apenas I e III e Todas estão corretas 3 Assinale a alternativa que caracteriza a Estratégia Metacognitiva a Autoavaliação b Negociar significados c Respirar Fundo d Uso de pistas linguísticas e Exercícios de repetição UNIDADE IV 1 Quando uma leitura envolve constantes guesses adivinhações suposi ções o leitor faz uso da estratégia a Scanning b Skimming c Punction d Predicting e Cause and effect GABARITO 2 As alternativas abaixo constituem as situações práticas que envolvem o en sino da escrita por meios dos gêneros textuais EXCETO a Apresentação da situação b Produção inicial e final c Sequências de produção da atividade d Exposição da produção escrita e Avaliação 3 Analise as assertivas abaixo e indique a alternativa correta I Quando o aprendiz faz uso do seu conhecimento de mundo para atribuir signi ficado a respeito dos enunciados ele faz uso do movimento topdown proces samento profundo II O processamento bottomup processamento superficial ocorre quando o aprendiz faz uso apenas do significado das estruturas formais de um enunciado III Quando o aprendiz faz uso do seu conhecimento de mundo para atribuir signi ficado a respeito dos enunciados ele faz uso do movimento topdown proces samento superficial IV O processamento bottomup processamento superficial ocorre quando o aprendiz faz uso não somente do significado das formas de um enunciado mas também de seu conhecimento de mundo Estão corretas a Apenas I b Apenas II c Apenas I e II d Apenas III e IV e Todas estão corretas GABARITO 155 UNIDADE V 1 Qual das soluções a seguir pode vir a ser mais efetiva para contornar os problemas estruturais que as escolas públicas tendem a apresentar com re lação ao ensino de língua estrangeira a Solicitar que os alunos levem à sala de aula todos os materiais multimídia que tiverem em casa b Utilizar apenas o que estiver disponível na escola pois sempre é o necessário c Buscar alternativas além dos materiais oferecidos pela escola por exemplo criando um acervo próprio de vídeos imagens físicas objetos de simulação etc d Substituir as atividades que necessitem de ferramentas multimídia por ativida des no caderno ou livro e Evitar as atividades que necessitem de materiais e ferramentas multimídia 2 Qual das alternativas abaixo NÃO pode ser uma boa opção para contornar o problema da superlotação das salas de aula no contexto do ensino regular a Propor trabalhos de monitoria em que alunos mais habilidosos auxiliem alunos que apresentem mais dificuldades na línguaalvo b Dividir a turma em grupos e assessorar esses grupos de maneira mais próxima e mais individualizada c Explicar os conteúdos individualmente sem se preocupar com o tempo da aula pois o que importa é apenas o bom aprendizado do estudante d Preparar sempre tarefas extras e desafiadoras que possam ser destinadas a alu nos que não encontrem dificuldades para realizar as atividades propostas para a turma e Preparar sempre tarefas extras que possam reforçar o aprendizado dos alunos que demonstrem mais dificuldades frente aos conteúdos 3 Um bom material didático NÃO deve ter a Conteúdo claro que o próprio aluno possa compreender b Imagens e cores que auxiliem na compreensão de conteúdos c Um manual que auxilie no planejamento dos professores d Atualização constante dos conteúdos e Imagens e cores que visem aprimorar a estética do material GABARITO 4 Quais fatores devem ser levados em conta quando da organização de um plano de aula Resposta esperada Contexto de aplicação da aula Recursos disponíveis e necessá rios para a aplicação do plano Nível e condição dos estudantes Tempo estimado para a realização das atividades Adequação do conteúdo ao contexto de trabalho Objetivos a serem alcançados De que forma será realizada a verificação da apren dizagem dos alunos Possíveis problemas que possam surgir durante a aula e pos síveis soluções