·

Cursos Gerais ·

Bioquímica

Send your question to AI and receive an answer instantly

Ask Question

Recommended for you

Preview text

Nutrição e Atividade Física Cruzeiro do Sul Virtual Educação a distância Nutrição e Atividade Física Cruzeiro do Sul Virtual Educação a distância Responsável pelo Conteúdo Profª Drª Silvana Ramos Atayde Revisão Textual Prof Me Luciano Vieira Francisco Atribuições do Nutricionista Esportivo e Noções de Fisiologia e Bioquímica do Exercício Universidade Cruzeiro do Sul Centro de Ciências da Saúde Curso de Nutrição I DISCIPLINA Nutrição e Atividade Física Professora Profª Aline Salviato Turma NAA 214 Plano de Ensino 1 Identificação da disciplina Nome da disciplina Nutrição e Atividade Física Código da disciplina 00117 Carga horária 40 horas Ementa Estudo do metabolismo associado à atividade física Relação entre nutrição e exercício Bases dietéticas para a atividade física Suplementação nutricional Nutrição e distúrbios alimentares Programas de nutrição e atividade física 2 Justificativa O encontro entre a nutrição e a atividade física revelase importante considerando o papel dessas duas áreas na prevenção e no tratamento de diversas doenças e na melhoria da qualidade de vida da população Esta disciplina propicia ao aluno o conhecimento básico dos fundamentos que relacionam a nutrição e a atividade física para que possam contribuir efetivamente no campo da promoção da saúde 3 Objetivos 31 Objetivo geral Este curso tem como objetivo geral o fornecimento de subsídios para que o aluno possa compreender as relações entre a nutrição e a atividade física sua importância na saúde e no desempenho físico e a elaboração de estratégias nutricionais adequadas para indivíduos praticantes de atividade física 32 Objetivos específicos Compreender os fundamentos fisiológicos relacionados ao metabolismo energético associado à atividade física Analisar a influência da nutrição no desempenho físico e na recuperação pósexercício Identificar os diferentes tipos de atividade física e suas demandas nutricionais específicas Avaliar os princípios da alimentação equilibrada e da suplementação nutricional para a prática esportiva Desenvolver a capacidade de orientação nutricional para indivíduos envolvidos em atividades físicas diversas 4 Conteúdo programático Unidade 1 Fundamentos da Atividade Física e do Metabolismo Energético Conceitos básicos de atividade física e exercício Sistemas de produção de energia aeróbico e anaeróbico Metabolismo dos nutrientes durante o exercício Unidade 2 Nutrição e Desempenho Físico Requisitos energéticos e nutricionais para diferentes tipos de exercício Macronutrientes e micronutrientes essenciais para a performance Hidratação e seu impacto no desempenho Unidade 3 Suplementação Nutricional na Atividade Física Tipos de suplementos e suas indicações Evidências científicas sobre o uso de suplementos Riscos e benefícios da suplementação Unidade 4 Nutrição na Recuperação PósExercício Importância da recuperação nutricional Estratégias nutricionais para recuperação Transtornos alimentares em praticantes de atividade física Unidade 5 Programas de Nutrição e Atividade Física Planejamento de programas nutricionais para atletas e praticantes de atividade física Educação alimentar e promoção da saúde Monitoramento e avaliação da adesão aos programas 5 Metodologia A disciplina será ministrada por meio de aulas expositivas e dialogadas com utilização de recursos audiovisuais e estudos de caso Serão promovidas atividades práticas e discussões em grupos para facilitar a compreensão dos temas abordados 6 Avaliação A avaliação será realizada por meio de trabalhos individuais e em grupo participação nas atividades em aula provas escritas e apresentação de seminários totalizando 100 da nota final 7 Bibliografia básica CHACONMIKAHLIK L Nutrição para Atletas São Paulo Editora XYZ 2018 JEUKENDRUP A Nutritional Strategies to Optimize Performance Journal of Sports Sciences v 29 n S1 p S33S38 2011 MURRAY R Nutritional Considerations for Performance in Young Athletes Nutritional Reviews v 62 n 7 p 260268 2004 8 Bibliografia complementar American College of Sports Medicine Nutrition and Athletic Performance Medicine Science in Sports Exercise v 41 n 3 p 709731 2009 TIPTON K D WOLFE R R Exercise Protein Metabolism and Muscle Growth International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism v 12 n 1 p 109132 2002 Atribuições do Nutricionista Esportivo e Noções de Fisiologia e Bioquímica do Exercício Conhecer as atribuições do nutricionista esportivo Avaliar rotas metabólicas de nutrientes que podem interferir no desempenho e na performance de atletas OBJETIVOS DE APRENDIZADO Atribuições do Nutricionista Esportivo Noções de Fisiologia do Exercício Bioenergética Utilização de Substratos Energéticos no Exercício UNIDADE Atribuições do Nutricionista Esportivo e Noções de Fisiologia e Bioquímica do Exercício Atribuições do Nutricionista Esportivo Você já se perguntou quais são as principais atuações do nutricionista na área esportiva A resposta encontramos na Resolução do Conselho Federal de Nutricio nistas CFN nº 600 de fevereiro de 2018 A Resolução CFN nº 600 está disponível em httpsbitly2yQZnVb Essa resolução dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e as suas atribuições indicando parâmetros numéricos mínimos de referência por área de atuação para a efetividade dos serviços prestados à sociedade Começaremos os nossos estudos conhecendo as atribuições obrigatórias do nutri cionista da área esportiva Avaliar e acompanhar o perfil antropométrico bioquímico e a composição corpo ral do atleta ou desportista conforme as fases do treinamento e considerando a perda de peso antes de competições o aumento de massa muscular e a melhora no desempenho Identificar o gasto energético do indivíduo Elaborar o plano alimentar do indivíduo adequandoo à modalidade esportiva ou ao exercício físico desenvolvido considerando as diversas fases manutenção competição e recuperação Manter o registro evolutivo individualizado de avaliações nutricionais composição corporal e prescrições dietéticas e outras condutas pertinentes Promover a educação e orientação nutricional do indivíduo e quando pertinente dos familiares ou responsáveis Estabelecer estratégias de reposição hídrica e energética antes durante e após a prática de exercícios e na participação em eventos competitivos Orientar quanto à execução do plano alimentar para atletas em viagem para competição Elaborar relatórios técnicos de não conformidade e as respectivas ações corre tivas impeditivas da boa prática profissional e que coloquem em risco a saúde humana encaminhandoos ao superior hierárquico e às autoridades competentes quando couber A Resolução CFN nº 600 também descreve as atividades complementares do nutricionista esportivo a saber Solicitar exames complementares à avaliação nutricional prescrição dietética e evolução nutricional dos clientes quando necessário Prescrever suplementos nutricionais bem como alimentos para fins especiais em conformidade com a legislação vigente quando necessário Acompanhar e prestar atendimento nutricional aos atletas e desportistas em treinamentos e competições individuais ou coletivas 8 9 Desenvolver material educativo para orientação de clientes treinadores e colaboradores Promover periodicamente o aperfeiçoamento e a atualização de funcionários por meio de cursos palestras e ações afins quando pertinente Interagir com a equipe multiprofissional responsável pelo treinamentoacompa nhamento do atleta e desportista Realizar e divulgar pesquisas e estudos relacionados à sua área de atuação promo vendo o intercâmbio técnicocientífico Participar do planejamento e da supervisão de estágios para estudantes de Gra duação em Nutrição e de Curso Técnico em Nutrição e Dietética assim como de programas de aperfeiçoamento para profissionais de Saúde desde que sejam preservadas as atribuições privativas do nutricionista Agora que já sabemos quais são as atribuições do nutricionista da área esportiva estu daremos conceitos importantes para o desenvolvimento dessas atividades Vejamos abaixo algumas definições relacionadas à área esportiva Esporte é toda forma de praticar atividade física que através de participação ocasional ou organizada visa equilibrar a saúde ou melhorar a aptidão física eou mental e propor cionar entretenimento aos participantes Pode ser competitivo onde os vencedores podem ser identificados por obtenção de um objetivo assim como pode exigir deter minado grau de habilidade especialmente em níveis mais elevados Atividade física qualquer movimento corporal que resulte em gasto de energia acima dos níveis de repouso Atleta esta palavra vem do grego athletes e está relacionada aos lutadores que com batiam em jogos oficiais portanto com o ânimo de competição Assim exemplifica tivamente tratase daquele que pratica corrida inscrevese em maratonas e outras corridas de rua mas nada recebe por isso ao contrário paga a sua inscrição e todos os seus gastos sendo apenas um desportista ainda que tenha rendimento similar ao de atletas Logo a diferenciação entre atleta e desportista é didática do ponto de vista da prática do esporte de diversas formas e incentivos por cada qual Esportista caracterizado por indivíduos adultos que praticam atividades físicas e esportivas de maneira regular de moderada a alta intensidade competindo eventu almente porém sem vínculo profissional com o esporte Fitness de acordo com Saba 2006 fitness enfatiza a dimensão biológica sendo ori ginado da junção de duas palavras fit que significa apto e ness que quer dizer aptidão Na verdade a expressão correta é physical fitness ou aptidão física Wellness é definido como a integração de todos os aspectos da saúde e aptidão mental social emocional espiritual e física que expande um potencial para viver e trabalhar efetivamente dando significativa contribuição para a sociedade Você sabia Que o nutricionista esportivo atua com público atleta ou esportistas em academias e clubes esportivos tanto para o seguimento fitness ou wellness quanto de diferentes modalidades esportivas 9 UNIDADE Atribuições do Nutricionista Esportivo e Noções de Fisiologia e Bioquímica do Exercício Noções de Fisiologia do Exercício De forma geral a fisiologia do exercício estuda os efeitos agudos e crônicos do exercício físico sobre a estrutura e função dos diversos sistemas orgânicos Tratandose de tema amplo conheceremos algumas informações essenciais e relacionadas às atribuições utilizadas na área de atuação com atletas e esportistas de modo que entre as diversas modalidades de treinamento físico temos duas classifica ções básicas identificadas de acordo com o tipo de metabolismo energético preferen cialmente utilizado durante a prática de atividade física Tratamse dos treinamentos Aeróbico o oxigênio é o fator fundamental pois será necessário como fonte de queima dos substratos que produzirão a energia transportada para o músculo em atividade Essa via metabólica é utilizada em exercícios de longa duração prefe rencialmente contínuos assim como de baixa ou moderada intensidade Neste caso ocorre o estímulo da função dos sistemas cardiorrespiratório vascular e do metabolismo uma vez que aumenta a capacidade cardíaca e pulmonar para suprir a energia do músculo a partir do consumo do oxigênio São exemplos típicos deste tipo de exercício físico as corridas o ciclismo e a natação Anaeróbico a utilização de energia não depende do uso de oxigênio sendo os exercícios de alta intensidade e em curta duração logo envolvendo esforço mais intenso pois são praticados por um número limitado de músculos havendo produção de ácido lático Exercícios de força são anaeróbicos sendo a muscu lação um exemplo típico Você sabia Você já observou que os indivíduos possuem características diferenciadas de ganho de massa muscular Isto é relacionado ao biotipo de cada pessoa que é um indicador da forma estrutura e composição do corpo humano O biotipo corporal possui considerável influência genética de modo que o indi víduo deve sempre levar em consideração o esporte que deseja praticar e as suas relações com a dieta o metabolismo e desempenho físico Ademais o biotipo pode ser classificado como ectomorfo mesomorfo e endomorfo O perfil ectomorfo caracterizase por uma estrutura óssea pequena com peitoral reto ombros pequenos metabolismo acelerado e dificuldade para ganhar massa muscular No perfil endomorfo as características são as seguintes dificuldade para conseguir definição maior acúmulo de gordura corporal principalmente na região abdominal metabolismo lento e dificuldade para controlar a ingestão de calorias No perfil mesomorfo as características estão associadas a uma estrutura óssea grande mais massa muscular e aparência esportiva Outro fator que determina a aptidão e o desempenho no esporte é o tipo de fibra muscular que compõe em maior proporção o organismo Este é um aspecto importante para a determinação da capacidade atlética de um indivíduo dado que algumas pessoas 10 11 conseguem ter mais resistência enquanto outras mais velocidade isso é determinado geneticamente De uma forma geral existem dois padrões de fibras musculares Tipo I utilizam o sistema de energia aeróbio que consome o oxigênio do corpo para garantir contrações musculares lentas e maior resistência à fadiga Por isso são mais apropriadas para exercícios de longa duração como natação e ciclismo Tipo II empregam a glicose e fosfocreatina como fontes de energia proporcio nando explosão e força nos movimentos mas também as tornam mais susce tíveis ao cansaço por isso são utilizadas em atividades como corridas de curta distância até 200 m musculação e basquete O fator hereditário é o principal determinante da composição muscular porém é possível a mudança de proporção das fibras pois as fibras musculares do tipo II são de subdivisão em tipos IIA e IIB possibilitando que algumas fibras mudem as suas características de acordo com o estímulo envolvido aproximandose mais da contração rápida ou lenta Veja como o biotipo fez a diferença para o campeão Michael Phelps na reportagem 10 Curiosidades sobre Michael Phelps disponível em httpsbitly2T7Krsl Bioenergética A atividade pode ser classificada pela via metabólica utilizada para a produção de energia Assim para saber o nutriente adequado para fornecer energia se car boidratos proteínas ou gorduras é fundamental conhecer a via de produção de energia que o exercício físico realizado utiliza com predominância O complexo mecanismo de contração muscular permite que o organismo humano realize diferentes movimentos Para tanto necessita de energia tendo de forma ade quada os processos de ressíntese dessa energia A estocagem e rápida liberação dessa energia são possíveis graças a uma molé cula de alto valor energético o trifosfato de adenosina ATP e a potencial hidrólise de sua ligação terminal do fosfato Ademais p ara que a contração muscular possa ocorrer o fornecimento de energia e a ressíntese das moléculas de ATP devem ser mantidos por três mecanismos Anaeróbio alático ou sistema ATPCP realiza a ressíntese do ATP através da energia gerada pela quebra da ligação fosfatoenergética da creatina fosfato capazes de suportar apenas de três a sete contrações máximas ou seja somente poucos segundos pois os estoques intramusculares de ATP em repouso são de aproximadamente 6 mMkg de músculo úmido A energia oriunda deste sistema recebe o fornecimento pela molécula de creatinafosfato e não depende de transporte de oxigênio Portanto os exercícios em que este sistema é predo minante são os caracterizados pela alta intensidade e curta duração 11 UNIDADE Atribuições do Nutricionista Esportivo e Noções de Fisiologia e Bioquímica do Exercício Anaeróbio lático durante o metabolismo anaeróbico ocorrem reações químicas a partir da molécula de glicose proveniente do carboidrato processo chamado de glicólise resultando na produção de energia suficiente para ressintetizar duas moléculas de ATP Este sistema tem tal nome por funcionar sem a presença do oxigênio e por ter como produto o ácido lático Ocorre a formação de duas moléculas de ácido pirúvico que são convertidas em ácido láctico O sistema funciona à plena carga durante 45 segundos e de forma submáxima será a fonte predominante de energia até o terceiro momento de atividade Os exercí cios que utilizam predominantemente esta via como forma de ressíntese de ATP são os de alta intensidade e duração moderada Aeróbico ou sistema oxidativo a presença de oxigênio permite a conversão do ácido pirúvico em ácido acético ou AcetilCoA que é oxidado no ciclo de Krebs e na cadeia respiratória 1 mol de glicose pode produzir 36 moles de ATP e se decompõe em água e dióxido de carbono As reações químicas acontecem nas mitocôndrias ciclo de Krebs e utilizam também os lipídios e aminoácidos como aportes energéticos Este é o mecanismo predominante nas atividades de longa duração e intensidade moderada Enquanto classificação dos esportes e de acordo com a via metabólica utilizada temos Anaeróbio tático corrida de 400 a 800 m natação de 100 a 200 m ciclismo de 750 a 1500 m remo de 250 a 500 m Anaeróbio atático corrida de até 100 m natação de até 25 m ciclismo de até 175 m remo de até 50 m Aeróbico corrida para além de 1500 m natação para além de 400 m ciclismo para além de 3000 m remo para além de 1000 m Em Síntese As reações bioquímicas que não consomem oxigênio geram muita energia por curtos períodos sistema ATPCP e anaeróbico láctico Essa estratégia celular para a geração de energia rápida é crucial para manter o desempenho nas atividades como sprint Corridas Curtas de Alta Intensidade CCAI assim como em outros tipos de exercício físico intermitente de alta intensidade Em comparação a atividade de maior duração e menos intensa corridas longas como maratonas baseiase na extração de energia do alimento por meio de reações que necessitam de oxigênio sistema oxidativo Utilização de Substratos Energéticos no Exercício Uma nutrição adequada é fundamental para a busca do melhor rendimento no desempenho de atletas e esportistas Por isso é importante conhecer a ação dos nutrientes energéticos durante o exercício 12 13 Carboidratos Antigamente acreditavase que a proteína era o único nutriente importante para a dieta de um atleta porém agora sabemos que o carboidrato tem grande relevância na produção de energia durante o exercício físico Antes do exercício físico atletas são frequentemente recomendados a consumir alimentos que são fontes de carboidratos e após para a reposição de energia assim como suplementos contendo carboidratos durante exercícios de longa duração Ademais o carboidrato pode ser utilizado como recurso ergogênico durante a rea lização de uma prova ou quando fornecido nos momentos que precedem o evento Segundo o Comitê Olímpico Internacional COI Uma dieta rica em carboidratos nos momentos que antecedem a com petição vai ajudar a melhorar o desempenho especialmente quando o exercício durar mais que 60 minutos INTERNATIONAL OLYMPIC COMMITTEE 2007 O s mecanismos de regulação do metabolismo de carboidratos assim como a relação com o exercício a fadiga e o desempenho foram estudados nos últimos anos Assim uma dieta deficiente em carboidratos rapidamente leva à depleção dos glicogênios muscular e hepático afetando negativamente o desempenho na atividade anaeróbica a curto prazo e nas atividades aeróbicas intensas e prolongadas Proteínas Durante algum tempo as proteínas e os aminoácidos não eram considerados subs tratos para a produção de energia durante o exercício Contudo aminoácidos con tribuemde 5 a 15 da energia fornecida e o mecanismo desse metabolismo não é estudado pois ainda não foi completamente estabelecido Os músculos esqueléticos representam 43 da massa corporal e 40 das proteínas do organismo humano encontramse nos músculos Estudos mostram que durante o exercício físico os aminoácidos são liberados pelo fígado liberação esta proporcional à intensidade do esforço físico Por isso pessoas fisicamente ativas necessitam de maior quantidade de ingestão de proteínas do que indivíduos sedentários Porém o consumo acima do necessário não está relacionado a maior ganho de massa muscular As proteínas só são efetivamente recrutadas como combustíveis quando os esto ques de carboidratos são depletados por exemplo em exercícios físicos de longa duração ou em casos de jejum prolongado Os aminoácidos liberados pelas proteínas consumidas podem então ser utilizados para o metabolismo da glicólise e não para a síntese proteica muscular Até mesmo o ácido láctico pode servir de substrato energético desde que haja oxigênio suficiente para que seja convertido em ácido pirúvico e oxidado 13 UNIDADE Atribuições do Nutricionista Esportivo e Noções de Fisiologia e Bioquímica do Exercício Lipídeos Os lipídeos são nutrientes importantes para o desenvolvimento esportivo pois juntamente com os carboidratos são utilizados pelo organismo como fonte de energia durante o exercício Na produção de energia pela via aeróbica não apenas os carboi dratos são utilizados As gorduras representam o maior estoque energético do organismo sendo o prin cipal combustível durante o repouso e os exercícios de longa duração A proporção de energia que cada um desses nutrientes fornecerá dependerá do tipo de exercício além das características da dieta ingerida antes da atividade A hidrólise dos triglicerídeos na lipólise libera glicerol e ácidos graxos sendo os últimos transformados em AcetilCoA na betaoxidação O AcetilCoA entra no ciclo de Krebs e combinase com o ácido oxalacético que depende do ácido pirúvico para se formar Assim parece necessário um nível prévio e contínuo de catabolismo de glicose para que a desintegração dos ácidos graxos se torne eficiente e não seja desviada para a formação de corpos cetônicos Você sabia O equilíbrio entre o aporte e gasto de energia representa a meta principal para o indi víduo fisicamente ativo com peso corporal normal O equilíbrio energético otimiza o desempenho físico e ajuda a manter massa corporal magra a responsividade ao trei namento e à função imune e reprodutiva O nível de atividade física representa o fator mais importante que exerce impacto sobre o gasto energético diário Em Síntese De modo geral a utilização dos substratos energéticos acontece através de processos contínuos e de completa interação durante o esforço sendo o aumento da contribui ção relativa a cada processo dependente principalmente da intensidade e duração do exercício No início de qualquer atividade física ou nos exercícios de alta intensidade os carboidratos são os substratos energéticos predominantes no segundo caso pela inibi ção da lipólise processo pelo qual há degradação de lipídios em ácidos graxos e glicerol pelo ácido láctico Podendo o exercício ser prolongado pela manutenção de uma intensidade baixa ou moderada o metabolismo passa a ser desviado para o aeróbico e a lipólise continuará sendo estimulada As proteínas só são efetivamente recrutadas como combustíveis quando os estoques de carboidratos forem depletados por exemplo em exercícios físicos de longa duração ou em casos de jejum prolongado 14 15 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade Sites ONlympics Site do Comitê Olímpico Brasileiro httpsbitly366dnqe Livros Nutrição para o Treinamento de Força KLEINER S M GREENWOODROBINSON M Nutrição para o treinamento de força 4 ed Barueri SP Manole 2016 Leitura Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas CFN nº 600 de fevereiro de 2018 Dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições indica parâmetros numéricos mínimos de referência por área de atuação para a efetividade dos serviços prestados à sociedade e dá outras providências httpsbitly2yQZnVb A Quantidade e o Tipo Recomendados de Exercícios para o Desenvolvimento e a Manutenção da Aptidão Cardiorrespiratória e Muscular em Adultos Saudáveis httpsbitly363V3hu Comparação dos Métodos de Bioimpedância e Equação de Faulkner para Avaliação da Composição Corporal em Desportistas httpsbitly2WXnE3L 15 UNIDADE Atribuições do Nutricionista Esportivo e Noções de Fisiologia e Bioquímica do Exercício Referências APOLINARIO P P NASCIMENTO Nutrição no esporte São Paulo Martinari 2016 BELMONTE A A MELLO L P V de BASTOS G A C Direito do Trabalho Desportivo Os aspectos jurídicos da Lei Pelé frente as alterações da Lei nº 123952011 São Paulo LTR 2013 CASPERSEN C J et al Physical activity exercise and physical fitness definitions and distinctions for healthrelated research Public Health Reports v 100 n 2 p 126131 marapr 1985 Disponível em httpwwwncbinlmnihgovpmcar ticlesPMC1424733pdfpubhealthrep001000016pdf Acesso em 16 jan 2020 CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS Resolução nº 600 2018 Disponível em httpswwwcfnorgbrwpcontentuploadsresolucoesRes600 2018htm Acesso em 10 jan 2020 FURTADO R Do fitness ao wellness os três estágios de desenvolvimento das academias de ginástica Pensar a Prática v 12 n 1 12 mar 2009 GORLA J I et al Composição corporal e perfil somatotípico de atletas da seleção brasileira de futebol de 5 Revista Brasileira de Ciências do Esporte v 39 n 1 p 7984 2017 INTERNATIONAL OLYMPIC COMMITTEE Olympic charter in force as from 7 july 2007 2007 Disponível em httpmultimediaolympicorgpdfenreport 122pdf Acesso em 14 jan 2020 MCARDLE W D KATCH F I KATCH V L Exercise physiology Energy nutrition and human performance 3rd ed Philadelphia London Lea Febiger 1991 NOBREGA A C L da et al Diretriz em cardiologia do esporte e do exercício da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte Arq Bras Cardiol São Paulo v 100 n 1 supl 2 p 141 jan 2013 Disponível em httpwwwscielobrscielophpscriptsciarttextpidS006678 2X2013000800001lngennrmiso Acesso em 16 jan 2020 PATE R P DURSTINE J L Exercise physiology and its role in the clinical sports medicine Southern Medical Journal Birmingham England v 97 n 9 p 881885 2004 SABA F Liderança e gestão para academia e clubes esportivos São Paulo Phor te 2006 SANTAREM J M Exercício aeróbio e anaeróbio 1998 Disponível em http wwwsaudetotalcomartigosatividadefisicaexaerobioasp Acesso em 16 jan 2020 16 Cruzeiro do Sul Educacional