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Enfermagem ·
Parasitologia Humana
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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA CURSO DE ENFERMAGEM NOME COMPLETO DO ALUNO RESUMOS DE PARASITOLOGIA BELÉMPA 2023 NEUROCISTICERCOSE UMA REVISÃO DOS ASPECTOS SOCIAIS CLÍNICOS E FISIOPATOLÓGICOS 1 XXX 2 XXX 3 XXX 4 XXX 5 XXX 6 XXX 7 XXX 8 XXX 9 XXX 10 XXX 11 XXX 12 XXX 13 XXX 14 XXX 15 XXX ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE INFECÇÃO PELO Schistosoma mansoni EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DE ALAGOAS BRASIL 1 XXX 2 XXX 3 XXX 4 XXX 5 XXX 6 XXX 7 XXX 8 XXX 9 XXX 10 XXX 11 XXX 12 XXX 13 XXX 14 XXX 15 XXX INCIDÊNCIA DE ASCARIDÍASE EM COMUNIDADE QUILOMBOLA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM ESPIRITO SANTO BRASIL 1 XXX 2 XXX 3 XXX 4 XXX 5 XXX 6 XXX 7 XXX 8 XXX 9 XXX 10 XXX 11 XXX 12 XXX 13 XXX 14 XXX 15 XXX FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS COMO FERRAMENTA PARA AUXILIO NAS AÇÕES DOS PROGRAMAS DE ELIMINAÇÃO DA FILARIOSE LINFÁTICA 1 XXX 2 XXX 3 XXX 4 XXX 5 XXX 6 XXX 7 XXX 8 XXX 9 XXX 10 XXX 11 XXX 12 XXX 13 XXX 14 XXX 15 XXX Rev PanAmaz Saude 2016 722732 27 httprevistaiecpagovbr Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni em municípios do Estado de Alagoas Brasil Epidemiological aspects and distribution of infection cases by Schistosoma mansoni in municipalities in the Alagoas State Brazil Aspectos epidemiológicos y distribución de los casos de infección por Schistosoma mansoni en municipios del Estado de Alagoas Brasil RESUMO A esquistossomose mansônica é uma doença infectoparasitária de importância em saúde pública no Brasil apresentandose de forma endêmica no Estado de Alagoas Desta forma o estudo teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico relacionado aos casos de esquistossomose em alguns municípios de Alagoas Foi realizado um estudo de caráter descritivo com abordagem quantitativa com dados secundários oriundos do Programa de Controle da Esquistossomose referente à infecção por Schistosoma mansoni no período de 2010 a 2014 Entre os casos positivos para esquistossomose observase que a frequência em Alagoas foi maior no ano de 2011 apresentandose com 740 de positividade contudo em 2014 houve redução para um percentual de 622 Os mais acometidos com essa endemia foram os indivíduos do gênero masculino totalizando 5705 dos casos entre 15 e 49 anos de idade 5863 Em relação aos hospedeiros intermediários a espécie Biomphalaria glabrata foi a predominante nos municípios alagoanos apresentandose em 5792 deles Concluise que é de grande relevância a utilização de medidas no controle dos fatores de risco ambientais e educacionais na tentativa de reduzir novos casos de esquistossomose nos municípios endêmicos em Alagoas Palavraschave Esquistossomose Schistosoma mansoni Epidemiologia Correspondência Correspondence Correspondencia Thiago José Matos Rocha Rua Cônego Machado 918 Bairro Farol CEP 57051160 MaceióAlagoasBrasil Tel 55 82 32155137 Email thyrochahotmailcom ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE ARTÍCULO ORIGINAL Thiago José Matos Rocha Núcleo de Ciências Biológicas Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Maceió Alagoas Brasil Centro Universitário Cesmac Maceió Alagoas Brasil Maria Cecília Silva Santos Centro Universitário Cesmac Maceió Alagoas Brasil Marcella Vanessa Moreira de Lima Centro Universitário Cesmac Maceió Alagoas Brasil Cláudia Maria Lins Calheiros Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde Setor de Parasitologia e Patologia Universidade Federal de Alagoas Maceió Alagoas Brasil Flaviana Santos Wanderley Núcleo de Ciências Biológicas Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Maceió Alagoas Brasil INTRODUÇÃO A esquistossomose mansônica é uma parasitose de veiculação hídrica causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni que tem no seu ciclo biológico o envolvimento de caramujos do gênero Biomphalaria sendo esses os únicos hospedeiros intermediários e tem o homem como hospedeiro definitivo Essa doença é conhecida popularmente como doença do caramujo eou barriga dágua que cursa com um quadro agudo ou crônico muitas vezes com poucos sintomas ou assintomático mas pode também se manifestar com formas mais graves com desfecho do óbito do hospedeiro1 A esquistossomose é uma doença de caráter endêmico associada à pobreza e ao baixo desenvolvimento econômico encontrada em 54 países da África Ásia e América do Sul Nas Américas o Brasil é o País com maior número de casos estimandose que mais de 200 milhões de pessoas estejam infectadas e que outras 779 milhões correm o risco de infecção pelo S mansoni em todo o mundo2 É uma doença de grande importância em saúde pública que chega a causar cerca de 200 mil mortes por ano no mundo Assim é considerada a segunda infecção parasitária mais importante ficando atrás apenas da malária3 doi 105123S217662232016000200003 Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 28 No Brasil de acordo com o manual de vigilância da esquistossomose do Ministério da Saúde MS entre 2010 e 2012 ocorreram 941 internações por 100 mil habitantes e 1464 óbitos por esquistossomose no mesmo período de tempo Essa doença atinge o maior índice endêmico nos seguintes Estados Pernambuco Bahia Alagoas e Sergipe e que atualmente são considerados ainda as principais Unidades da Federação com maior prevalência e incidência da esquistossomose mansônica4 A transmissão da esquistossomose ocorre devido ao contato com águas contaminadas por cercárias forma larvar do parasito5 Rotineiramente nos locais endêmicos as pessoas utilizam rios habitados por caramujos infectados pelo S mansoni para banhos pescas lavagem de roupa e louças tornandose suscetíveis à doença6 A esquistossomose pode ser confundida com outras doenças devido às variadas manifestações clínicas que ocorrem sendo a forma aguda comumente observada em pessoas que não vivem em áreas endêmicas O exame parasitológico de fezes para diagnóstico dessa parasitose é realizado principalmente por meio dos métodos de sedimentação espontânea entretanto KatoKatz é o método padrão ouro preconizado pelo MS em regiões endêmicas67 Dados publicados pelo MS mostraram que em Alagoas a esquistossomose estaria com uma taxa de positividade de 854 Chamase a atenção principalmente para os Municípios de Capela e Santana do Mundaú que se destacaram epidemiologicamente com uma prevalência de 228 e 101 respectivamente no ano de 20088 Outro estudo publicado mostrou que Santana do Mundaú apresentou uma prevalência de 2779 A realização desse estudo teve como objetivo contribuir com informações epidemiológicas para alertar as autoridades sanitárias principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento de programas socioambientais para eliminação dos focos de transmissão por S mansoni sobretudo nas áreas geograficamente mais afetadas em Alagoas Assim a pesquisa avaliou o perfil epidemiológico relacionado aos casos positivos de infecção por S mansoni em municípios de Alagoas entre os anos de 2010 e 2014 MATERIAIS E MÉTODOS Tratase de uma pesquisa de caráter descritivo retrospectivo de abordagem quantitativa realizada a partir dos dados secundários do Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose PCE SISPCE obtidos junto à Secretaria de Estado da Saúde Alagoas No instrumento de coleta de dados constavam variáveis independentes como gênero faixa etária casos positivos número de pessoas tratadas informações malacológicas hospitalares e de mortalidade coletadas no período de 2010 a 2014 Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN Sistema de Informação sobre Mortalidade SIM e Sistema de Informações Hospitalares SIH do Sistema Único de Saúde SUS sem a identificação nominal dos pacientes respeitandose assim aspectos éticos da Resolução N 46612 do Conselho Nacional de Saúde Posteriormente foram plotados em planilha eletrônica do programa Microsoft Office Excel analisados de forma descritiva e expressos em percentual RESULTADOS A figura 1 mostra a frequência da esquistossomose mansônica no Estado de Alagoas de acordo com o percentual de positividade obtido por meio de exames parasitológicos pelo PCE no período de 2010 a 2014 Observouse pouca variação 740727 exceto nos anos de 2012 e 2014 com pequeno decréscimo 622683 Fonte SISPCE 2015 Figura 1 Frequência da esquistossomose mansônica no Estado de Alagoas Brasil no período de 2010 a 2014 750 700 Frequência 650 600 550 2010 2011 2012 Ano 2013 2014 622 734 727 740 683 Entre os 102 municípios de Alagoas que totalizam 3120122 habitantes foram notificados casos de esquistossomose em 70 estando a prevalência superior a 15 em sete destes Municípios Atalaia Cajueiro Capela Feira Grande Igreja Nova Pindoba e Rio Largo Na figura 2 observase uma tendência na redução dos casos positivos de esquistossomose nesses Municípios entre 2010 e 2014 sobretudo em Rio Largo Foi observado que a maior proporção dos indivíduos infectados é do gênero masculino com um percentual de 5705 A partir dos achados referentes à faixa etária a tabela 1 mostra que a maior proporção de indivíduos parasitados 5863 apresenta idade entre 15 e 49 anos seguido da faixa etária entre 5 e 14 anos com 2895 dos infectados Quanto ao tratamento específico conforme mostra a figura 3 a maior porcentagem de indivíduos tratados foi em 2010 e 2013 69426944 com importante redução em 2012 5962 Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 29 Figura 2 Distribuição da esquistossomose mansônica nos municípios do Estado de Alagoas Brasil entre 2010 e 2014 Fonte SISPCE 2015 Atalaia Cajueiro Capela Feira Grande Igreja Nova Pindoba Rio Largo 2010 1770 2341 1599 1577 1666 1723 3043 2011 1651 1860 1279 706 1940 1379 1080 2012 1230 1185 1315 450 940 1171 205 2013 1240 1788 1504 1523 957 1345 140 2014 1295 1458 1109 780 1206 1139 109 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 000 De acordo com os dados de notificações de formas graves internações e óbitos por esquistossomose em Alagoas entre 2010 e 2014 verificouse importante redução de notificação de formas graves e de internamento de pacientes Entretanto o número de óbitos aumentou consideravelmente passando de 29 em 2010 para 51 em 2014 Tabela 2 Tabela 1 Distribuição dos casos de esquistossomose mansônica segundo a faixa etária no Estado de Alagoas Brasil entre 2010 e 2014 Fonte SISPCE 2015 Faixa etária anos Números de casos Frequência 1 10 002 14 931 157 514 17164 2895 1549 34758 5863 50 6424 1083 Total 59287 10000 2010 2011 2012 Ano 2013 2014 72 6942 6944 6642 6254 5962 70 68 66 64 62 60 58 56 54 Figura 3 Porcentagem de indivíduos com esquistossomose mansônica tratados no Estado de Alagoas Brasil entre 2010 e 2014 Fonte SISPCE 2015 Porcentagem de tratados Informações gerais 2010 2011 2012 2013 2014 Notificação 64 64 52 26 22 Óbito 29 63 52 49 51 Internação 10 13 10 05 02 Tabela 2 Número de notificações das formas graves óbitos e internações por esquistossomose mansônica no Estado de Alagoas Brasil no período de 2010 a 2014 Fonte SINANNET SIM SIHSUSDATASUS 2015 Entre os caramujos capturados em alguns municípios do Estado no período de 2010 a 2014 um 119 foi da espécie B straminea e 153 5792 da espécie B glabrata confirmando esta última espécie como principal vetor do S mansoni DISCUSSÃO No Brasil a esquistossomose é uma doença endêmica de grande importância na saúde pública com cerca de 43 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco de infecção e 7 milhões infectadas As Regiões Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 30 de maior destaque são Nordeste e Sudeste onde existem áreas com prevalência superior a 15 como nos Estados de Alagoas Bahia Pernambuco Sergipe e Minas Gerais encontrando ainda formas graves levando a óbitos810 O MS classifica as áreas com esquistossomose de acordo com a prevalência observada considerando áreas de baixa endemicidade aquelas com prevalência abaixo de 5 de média endemicidade onde está maior que 5 e menor que 15 e de alta endemicidade aquelas cuja prevalência é superior a 15 A esquistossomose é considerada endêmica em 69 dos 102 municípios de Alagoas com estimativas de que aproximadamente 25 milhões de pessoas vivam sob o risco da doença nestas áreas endêmicas9 uma situação próxima da realidade do Estado de Sergipe conforme mostrado em uma publicação baseada nos dados do PCE de 2005 a 2008 identificando taxas de prevalência de 136 112 118 e 106 respectivamente11 Neste mesmo contexto outros estudos apontaram para Alagoas uma taxa de prevalência geral de 854 mas superior a 15 em alguns municípios a exemplo de Capela que alcançou taxa de 228 demonstrando assim a importância epidemiológica desses municípios no ciclo de transmissão da esquistossomose no Estado9 Foi observado também que nas zonas de transição ruralurbana a média de prevalência da esquistossomose entre os anos de 2003 a 2008 foi de 1398 sendo consideradas áreas de média endemicidade12 Recomendase que em locais endêmicos onde existe um percentual de positividade inferior a 15 devese utilizar como estratégia de controle o tratamento dos indivíduos com exame parasitológico de fezes positivo para evitar a dispersão da endemia4 Com relação à presença de hospedeiros intermediários a quantidade de caramujos capturados foi elevada nas duas maiores cidades do Estado Arapiraca com 3530 e a capital Maceió com 548 Estes resultados são semelhantes ao de um estudo feito em duas mesorregiões do Estado de Alagoas onde ficou evidenciada a importância epidemiológica do B glabrata como o principal hospedeiro intermediário de S mansoni nas zonas endêmicas do Estado6 Essa característica é diferente de outras localidades brasileiras como por exemplo em Belém capital do Estado do Pará onde foi demonstrada a presença do planorbídeo vetor da esquistossomose em 35 dos 70 bairros visitados e em 20 já havia a transmissão ativa da doença com predominância do B straminea13 Do mesmo modo que este estudo resultados de outros autores mostraram que entre os infectados pelo S mansoni houve predominância de indivíduos do gênero masculino como observado em uma comunidade periférica do Município de Jequié no Estado da Bahia onde os homens foram a maioria 746 dos acometidos com esta infecção14 Essa predisposição é justificada por variáveis culturais e comportamentais visto que estes indivíduos realizam atividades de lazer como pesca banho e práticas esportivas no ambiente peridomiciliar e tornamse mais suscetíveis a adquirir a infecção15 Com relação à faixa etária observouse relação semelhante na maioria das publicações Em Mogi Guaçu Estado de São Paulo predominaram os sujeitos na faixa etária entre 10 e 19 anos 32816 Esse fato corrobora a literatura específica na qual os estudos apontam que a média de idade de pessoas do gênero masculino é entre 10 e 29 anos1718 Um estudo realizado em Pindamonhangaba também em São Paulo mostrou um percentual de infecção de 316 na faixa etária até 20 anos ratificando os resultados desse estudo19 Em Alagoas o tratamento farmacológico da esquistossomose baseiase no uso do praziquantel PZQ conforme recomendações do MS A oxaminiquina que já foi usada no Brasil também é empregada no tratamento dessa parasitose em outros países das Américas e da África20 Resultados exitosos têm sido mostrados por vários autores brasileiros com tratamento utilizando dose única de PZQ como em um estudo realizado por Cardim et al21 no Município de Lauro de Freitas Estado da Bahia quando 92 dos pacientes receberam dose única desse medicamento demonstrando a importância do tratamento no controle da morbidade do agravo ao reduzir as possibilidades de evolução para formas graves da doença A esquistossomose é uma infecção helmíntica que está associada a diversos fatores como más condições de tratamento da água falta de educação em saúde disseminação dos hospedeiros intermediários e longevidade da doença22 Com isso continua a se configurar como uma das doenças parasitárias de maior importância em saúde pública no Brasil CONCLUSÃO A análise dos casos de esquistossomose no Estado de Alagoas notificados nos anos de 2010 a 2014 mostrou maior número de casos em 2013 e que neste período predominaram as notificações do gênero masculino sobretudo na faixa etária entre 15 e 49 anos Em todo o Estado o hospedeiro intermediário de destaque é o B glabrata Desse modo mostra se a importância da adoção de medidas profiláticas e melhoria nas condições de saneamento básico assim como educação da população Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 31 Epidemiological aspects and distribution of infection cases by Schistosoma mansoni in municipalities in the Alagoas State Brazil ABSTRACT Schistosomiasis mansoni is an infectious parasitic disease of public health importance in Brazil presenting endemically in the Alagoas State Thus the study aimed to evaluate the epidemiological profile about the cases of schistosomiasis in some municipalities of Alagoas It was conducted a descriptive study with a quantitative approach and secondary data from the Programa de Controle da Esquistossomose Schistosomiasis Control Program related to infection by Schistosoma mansoni in the period from 2010 to 2014 Among the positive cases for schistosomiasis it is observed that the frequency in Alagoas was higher in 2011 with 740 positive but in 2014 it was reduced to a percentage of 622 The most affected gender by this endemic disease was the male one totaling 5705 of cases between 1549 years old 5863 Regarding intermediate hosts the species Biomphalaria glabrata was predominant in the municipalities of Alagoas in 5792 of the municipalities It was concluded that is really important the use of measures to control the environmental and educational risk factors in an effort to reduce new cases of schistosomiasis in endemic municipalities in Alagoas Keywords Schistosomiasis Schistosoma mansoni Epidemiology Aspectos epidemiológicos y distribución de los casos de infección por Schistosoma mansoni en municipios del Estado de Alagoas Brasil RESUMEN La esquistosomiasis mansónica es una enfermedad infectoparasitaria de importancia en salud pública en Brasil presentándose de forma endémica en el Estado de Alagoas Este estudio tuvo como objetivo evaluar el perfil epidemiológico relacionado a los casos de esquistosomiasis en algunos municipios de Alagoas Se realizó un estudio de carácter descriptivo con enfoque cuantitativo con datos secundarios oriundos del Programa de Control de Esquistosomiasis referente a la infección por Schistosoma mansoni en el período de 2010 a 2014 Entre los casos positivos para esquistosomiasis se observa que la frecuencia en Alagoas fue más elevada el año de 2011 presentándose con 740 de positividad sin embargo en el 2014 hubo reducción a un porcentual de 622 Los más acometidos por esa endemia fueron los individuos del género masculino totalizando 5705 de los casos entre 1549 años de edad 5863 En relación a los huéspedes intermediarios la especie Biomphalaria glabrata fue la predominante en los municipios alagoanos presentándose en 5792 de los municipios Se concluye que es de muy relevante utilizar medidas para el control de los factores de riesgo ambientales y educacionales con la intención de reducir nuevos casos de esquistosomiasis en los municipios endémicos en Alagoas Palabras clave Esquistosomiasis Schistosoma mansoni Epidemiología REFERÊNCIAS 1 Ministério da Saúde BR Departamento de Informática do SUS Programa de Controle da Esquistossomose Internet Brasília Ministério da Saúde 2014 citado 2014 mai 4 Disponível em httptabnetdatasusgovbrcgitabcgiexesinan pcecnvpcedef 2 World Health Organization Schistosomiasis number of people treated worldwide in 2009 Wkly Epidemiol Rec 2011 Feb8697380 3 Wichmann D Panning M Quack T Kramme S Burchard GD Grevelding C et al Diagnosing schistosomiasis by detection of cellfree parasite DNA in human plasma PLoS Negl Trop Dis 2009 Apr34e422 4 Ministério da Saúde BR Vigilância da esquistossomose mansoni diretrizes técnicas 4 ed Brasília 2014 5 Ministério da Saúde BR Secretaria de Vigilância em Saúde Vigilância e controle da esquistossomose diretrizes técnicas Brasília Ministério da Saúde 2010 6 Couto JLA Esquistossomose mansoni em duas mesorregiões do Estado de Alagoas Rev Soc Bras Med Trop 2005 julago3843014 7 Vitorino RR Souza FPCD Costa ADP Faria Júnior FCD Santana LA Gomes AP Esquistossomose mansônica diagnóstico tratamento epidemiologia profilaxia e controle Rev Bras Clin Med 2010 jan fev1013945 8 Ministério da Saúde BR Departamento de Informática do SUS Programa de Controle da Esquistossomose Internet Brasília Ministério da Saúde 2009 citado 2009 out 11 Disponível em httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesinan pcecnvpcedef Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 32 9 Palmeira DCC Carvalho AG Rodrigues K Couto JLA Prevalência da infecção pelo Schistosoma mansoni em dois municípios do Estado de Alagoas Rev Soc Bras Med Trop 2010 maijun433 3137 10 Prata A Esquistossomose mansônica In Veronesi R Focaccia R Tratado de infectologia Vol 2 4 ed São Paulo Atheneu 2010 p 185982 11 Rollemberg CVV Santos CMB Silva MMBL Souza AMB Silva AM Almeida JAP et al Aspectos epidemiológicos e distribuição geográfica da esquistossomose e geohelmintos no Estado de Sergipe de acordo com os dados do Programa de Controle da Esquistossomose Rev Soc Bras Med Trop 2011 janfev441916 12 Melo AGS Melo CM Oliveira CCC Oliveira DS Santos VB Jeraldo VLS Esquistossomose em área de transição ruralurbana reflexões epidemiológicas Cienc Cuid Saude 2011 jul set10350613 13 Nunes CV Rodrigues IRC Distribuição de caramujos hospedeiros da esquistossomose mansoni em 10 bairros da periferia de Belém Cad Saude Coletiva 2007 outdez15443948 14 Borges LS Souza TS Motta RL Azevedo BS Dias JAA Nery IG et al Perfil epidemiológico da esquistossomose em comunidade periférica do município de JequiéBA Rev Univ Vale Rio Verde 2014 agodez12281229 15 Silva MBA Barreto AVMS Oliveira YV Bezerra SDC Bispo BAJ Perfil epidemiológico de pacientes suspeitos de esquistossomose e patologias associadas em um hospital pernambucano Rev Enferm Digit Cuid Prom Saude 2015 janjun11436 16 Camargo EAF Boaventura JCS Características epidemiológicas da esquistossomose em Mogi Guaçu São Paulo Intercienc Soc 201432 2732 17 Neres RCB Araújo EM Rocha WJFS Lacerda RS Caracterização epidemiológica dos casos de esquistossomose no município de Feira de Santana Bahia 20032006 Rev Baiana Saude Publica 2011 janjun35 supl 12835 18 Nicolato AJPG Morbidade por esquistossomose mansônica nas terras indígenas Maxakali e Xakriabá Minas Gerais dissertação Ouro Preto Universidade Federal de Ouro Preto Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas 2014 140 p 19 Furtado P Azevedo OS Luciano RP Ruivo Junior B Ruivo VTB Ruivo GF Abordagem clínica e epidemiológica da esquistossomose em PindamonhangabaSP Rev Biocienc 2006 jan jun12125461 20 World Health Organization Accelerating work to overcome the global impact of neglected tropical disease a roadmap for implementation Internet Geneva WHO 2012 21 Cardim LL Ferraudo AS Pacheco STA Reis RB Silva MMN Carneiro DDMT et al Análises espaciais na identificação das áreas de risco para a esquistossomose mansônica no Município de Lauro de Freitas Bahia Brasil Cad Saude Publica 2011 mai275899908 22 Tibiriça SHC Guimarães FB Teixeira MTBA A esquistossomose mansoni no contexto da política de saúde brasileira Cienc Saude Coletiva 2011161137581 Recebido em Received Recibido en 23112015 Aceito em Accepted Aceptado en 862016 TENÍASE e CISTICERCOSE EPIDEMIOLOGIA A doença possui maior prevalência em adultos jovens que moram em países com hábitos culturais de consumo de carnes cruas ou mal cozidas e o destino inadequado das fezes humanas FORMAS EVOLUTIVAS Teníase é a forma adulta do parasita no intestino humano e a cisticercose é a infecção CICLO BIOLÓGICO O ser humano se infecta ao ingerir carne de porco crua ou mal cozida contendo cisticercos larvas da Taenia solium No intestino humano as larvas se desenvolvem em vermes adultos que liberam os ovos nas fezes que são eliminados e podem contaminar o ambiente Sendo o porco um hospedeiro intermediário visto que os ovos da Taenia solium presentes no ambiente são ingeridos pelo porco através do consumo de alimentos contaminados Dentro do porco os ovos se desenvolvem em larvas chamadas cisticercos que se alojam nos tecidos do animal principalmente nos músculos TRANSMISSÃO A transmissão ocorre quando os ovos presentes nas fezes de uma pessoa infectada entram em contato com alimentos ou água que são posteriormente ingeridos ASPECTOS CLÍNICOS A teníase pode ser assintomática em muitos casos mas também pode apresentar sintomas gastrointestinais leves como dor abdominal náuseas diarreia ou constipação Em alguns casos pode ocorrer perda de peso inexplicada A cisticercose pode se manifestar de diferentes formas dependendo dos órgãos afetados pelas larvas Quando as larvas se alojam nos músculos podem causar dor inchaço e fraqueza muscular Se atingirem o sistema nervoso central podem levar a convulsões dores de cabeça intensas alterações neurológicas como problemas de visão e dificuldades de coordenação Outros órgãos afetados como olhos coração pulmões e fígado podem causar sintomas relacionados a esses órgãos específicos DIAGNÓSTICO Em ambos os casos o diagnóstico geralmente é feito através de exames laboratoriais como análise de fezes para detecção dos ovos da Taenia solium na teníase e exames de imagem como tomografia computadorizada TC ou ressonância magnética RM para identificar os cisticercos na cisticercose PROFILAXIA A profilaxia da teníase envolve medidas como a higiene adequada como lavar as mãos com água e sabão antes das refeições e após usar o banheiro além de garantir o consumo de carne de porco bem cozida saneamento TRATAMENTO O tratamento da teníase geralmente envolve o uso de medicamentos antiparasitários e em casos graves pode ser necessário a remoção cirúrgica ESQUISTOSSOMOSE EPIDEMIOLOGIA As populações mais afetadas são aquelas que vivem em áreas rurais e com baixo índice de desenvolvimento humano onde a doença é endêmica Está presente principalmente na África América do Sul e Ásia visto que há mais presença de caramujos que são hospedeiros intermediários FORMAS EVOLUTIVAS O ciclo evolutivo da doença envolve o hospedeiro definitivo e o homem que elimina os ovos do verme através de suas fezes CICLO BIOLÓGICO Quando as fezes são eliminadas na água os ovos eclodem e liberam larvas ciliadas denominadas miracídios que penetram nos caramujos os hospedeiros intermediários onde se multiplicam Após 4 a 6 semanas as larvas abandonam o caramujo na forma de cercárias e voltam para a água onde podem viver por um tempo até penetrar novamente no homem através da pele ou mucosa Uma vez dentro do indivíduo os vermes entram na circulação venosa e chegam ao fígado e intestino onde alcançam a forma adulta acasalamse e começam a pôr ovos dando início a um novo ciclo TRANSMISSÃO Larvas podem infectar o homem ao entrar em contato com água contaminada ASPECTOS CLÍNICOS Na fase aguda que ocorre poucas semanas após a infecção os sintomas podem incluir febre calafrios tosse dor abdominal diarreia náuseas e vômitos Em alguns casos podem ocorrer erupções cutâneas e coceira na pele Na fase crônica da doença que pode se desenvolver meses ou anos após a infecção inicial os sintomas podem ser mais graves Podendo levar a danos aos órgãos afetados pelos vermes adultos e seus ovos como o fígado intestinos pulmões bexiga e sistema nervoso central Os sintomas crônicos incluem fadiga perda de peso dor abdominal diarreia crônica sangue na urina aumento do fígado e baço e em casos graves complicações como fibrose hepática hipertensão portal e câncer de bexiga DIAGNÓSTICO O diagnóstico da esquistossomose é feito por meio da detecção de ovos do parasita em amostras de fezes ou urina do paciente PROFILAXIA Saneamento básico educação em saúde e evitar contato com águas onde existam os caramujos hospedeiros intermediários TRATAMENTO O tratamento da esquistossomose é feito com medicamentos específicos como o Praziquantel ou a Oxamniquina que são capazes de eliminar os vermes e evitar o desenvolvimento de formas graves da doença ASCARIDÍASE EPIDEMIOLOGIA Mais comum na Ásia África e América Latina e em regiões muito povoadas e com baixas condições de saneamento básico Muito prevalente entre crianças de 2 a 10 anos de idade FORMAS EVOLUTIVAS Ovos larvas três estágios CICLO BIOLÓGICO Os ovos do verme infectante são eliminados pelas fezes e podem contaminar o solo a água ou alimentos e serem ingeridos por um hospedeiro como o porco ou o homem A partir daí as larvas penetram no revestimento intestinal e alcançam a corrente sanguínea atingindo fígado coração e pulmões onde sofre novas mudas Após estarem maduras migram para próximo da cavidade bucal sendo empurradas para a faringe e engolidas retornando aos intestinos onde se estabelecem definitivamente e amadurecem sexualmente TRANSMISSÃO Transmitido através da ingestão de água e alimentos contaminados com ovos embrionados ASPECTOS CLÍNICOS A ascaridíase tem como principais sintomas dores intestinais emagrecimento náuseas e diarreia Dependendo do órgão atingido pelo verme outros sintomas podem surgir como pneumonite febre tosse seca bronquite e dor torácica síndrome de Loffler além de obstrução intestinal em casos graves DIAGNÓSTICO Amostragem de fezes PROFILAXIA Adotar medidas de higiene pessoal e saneamento como lavar as mãos com frequência cozinhar bem os alimentos lavar frutas e vegetais antes de consumilos e evitar o contato com solo contaminado TRATAMENTO Medicamentos antihelmínticos administrados por via oral como albendazol ou mebendazol FILARIOSE EPIDEMIOLOGIA Está presente em áreas de pobreza e com clima tropical com maior prevalência no continente Asiático FORMAS EVOLUTIVAS Microfilárias mosquito larvas infectantes e infecção humana CICLO BIOLÓGICO O ciclo biológico da doença iniciase com a picada do mosquito infectado que libera o parasita na forma L3 na pele do indivíduo A partir desse momento o parasita se desenvolve até a fase adulta e faz a cópula dando origem às microfilárias que são encontradas no sangue periférico A transmissão ocorre unicamente pela picada do mosquito vetor infectado e deposição das larvas infectantes na pele lesada do hospedeiro TRANSMISSÃO A transmissão ocorre unicamente pela picada do mosquito vetor infectado e deposição das larvas infectantes na pele lesada do hospedeiro ASPECTOS CLÍNICOS Os sintomas da filariose aparecem quando há grande quantidade de parasita circulante podendo demorar até 12 meses para aparecer e a pessoa ficar assintomática durante esse período À medida que o parasita se desenvolve e se espalha pelo organismo estimula reações inflamatórias e pode promover a obstrução dos vasos linfáticos em alguns órgãos causando o inchaço característico da doença DIAGNÓSTICO Exames parasitológicos como a gota espessa e o método de Knott e imunológicos como o teste rápido de imunocromatografia PROFILAXIA Evitar contato com o mosquito transmissor da doença repelentes e mosquiteiros evitar exposição prolongada em áreas de risco de contaminação TRATAMENTO O tratamento é feito com citrato de dietilcarbamazina associado ou não à ivermectina ou albendazol Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 12 Formação de recursos humanos como ferramenta para auxilio nas ações dos Programas de Eliminação da Filariose Linfática Human resources training as a tool to assist in the actions of the Programs for Elimination of Lymphatic Filariasis Eduardo Brandão1 Abraham Rocha2 Paula Fernanda Alcântara de Souza Melo3 Josué Araújo4 Paulo Sérgio Ramos de Araújo5 Ana Maria AguiarSantos6 Zulma Medeiros7 1Gerente da Qualidade e Coordenador do Laboratório do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil Email brandaoecpqamfiocruzbr 2Pesquisador e Coordenador do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil Email rochacpqamfiocruzbr 3Tecnologista do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil Email pfalcantaracpqamfiocruzbr 4Técnico em Enfermagem pelo Colégio de Saúde de Pernambuco Técnico de laboratório do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil Email josuecpqamfiocruzbr 5Coordenador do Programa de Residência Médica e Chefe do Serviço de DIP do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco Pesquisador do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil Email psergiocpqamfiocruzbr 6Pesquisadora e Coordenadora Clínica do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil E mail amascpqamfiocruzbr 7Pesquisadora do Laboratório de Doenças Transmissíveis e Coordenadora Epidemiológica do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil Email medeiroscpqamfiocruzbr Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 13 RESUMO A filariose linfática FL é uma doença que afeta aproximadamente 88 milhões de pessoas Em 1997 a 50ª Assembléia Mundial da Saúde tomou a decisão de eliminar a FL como um problema de saúde pública até o ano de 2020 No Brasil o perfil epidemiológico dessa doença foi estabelecido na década de 1950 Desde então vários avanços foram alcançados sendo esses atribuídos em parte a formação de recursos humanos e caráter descentralizador adotado pelo Programa Nacional de Eliminação da FL Diante disso o objetivo do presente artigo é relatar a experiência do Serviço de Referência Nacional em Filarioses no processo de formação de profissionais de saúde que atuam nos programas de combate a FL Passados quase 30 anos ao longo desse período cerca de 2019 profissionais de nível médio e superior foram capacitados nos aspectos clínico e laboratorial da FL A FL ainda representa um problema de saúde pública mundial e local e o alcance da meta de eliminação encontrase comprometida diante do processo migratório desordenado o que intensifica a necessidade da continuação das ações que visam aumentar o número de indivíduos habilitados a atuar no enfrentamento desse agravo tanto do ponto de vista laboratorial identificados os casos positivos de infecção quanto clínico na assistência aos portadores de morbidade filarial PalavrasChave Filariose linfática Capacitação Recursos humanos ABSTRACT Lymphatic filariasis FL is a disease that affects approximately 88 million people In 1997 the 50th World Health Assembly decided to eliminate FL as a public health problem by the year 2020 In Brazil the epidemiological profile of this disease was established in the 1950s Since then several advances have been achieved and these are attributed in part to the training of human resources and the decentralization character adopted by the National Program for Elimination of FL Therefore the objective of this article is to report the experience of the National Reference Service in Filarioses in the process of training health professionals who work in programs to combat FL Nearly 30 years later around 2019 high school and college professionals were trained in the clinical and laboratorial aspects of FL FL still represents a global and local public health problem and the achievement of the goal of elimination is compromised in the face of the disordered migratory process which intensifies the need for the continuation of actions aimed at increasing the number of individuals qualified to act in the face of this both from the laboratorial point of view identifying the positive cases of infection and clinical assistance in the care of patients with filarial morbidity Keywords Lymphatic filariasis Training Human resources Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 14 INTRODUÇÃO A filariose linfática FL é uma doença tropical negligenciada a qual se estima em aproximadamente 120 milhões o número de indivíduos infectados e em 40 milhões o número de portadores de morbidade filarial OTTESEN et al 2008 RAMAIAH OTTESEN 2014 HOOPER et al 2014 TURNER et al 2016 Em 1997 a 50ª Assembleia Mundial da Saúde propôs sua eliminação global como problema de saúde pública até o ano 2020 com a criação do Plano Global de Eliminação da Filariose Linfática PGEFL fundamentado em duas principais ações a eliminação da transmissão através do tratamento em massa com droga filarícida e o controle dos pacientes com morbidade WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997 O Brasil tornouse signatário ao PGEFL em 1997 MINISTÉRIO DA SAÚDE 1997 Tendo os municípios organizado suas ações em consonância aos princípios do Sistema Único de Saúde SUS utilizando a rede da atenção básica em especial com a estratégia do Programa de Saúde da família MEDEIROS et al 2003 Três são os municípios brasileiros que ainda são focos de transmissão da filariose linfática Recife Olinda e Jaboatão dos Guararapes no estado de Pernambuco BONFIM et al 2011 ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE 2015 E todos realizam o tratamento em massa e prestam assistência aos casos de morbidade WORLD HEALTH ORGANIZATION 2016 As ações do PGEFL tiveram que ser reorganizadas no contexto da atenção básica e da estratégia do Programa de Saúde da Família o que torna mais um desafio aos serviços de saúde desses três municípios As novas competências implicam um novo processo de trabalho com um conhecimento específico que exige uma nova postura dos trabalhadores para a assistência no trabalho em equipe no atendimento com os indivíduos com as famílias com a comunidade e para o planejamento das ações CAMPOS BELISÁRIO 2001 E em particular no cumprimento das metas estabelecidas do PGEFL ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 2015 A criação da Secretaria da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde faz parte de uma estratégia política do governo e foi criada em 2003 para formular políticas públicas orientadoras a gestão formação qualificação dos trabalhadores e a regulação profissional na área da saúde no Brasil MINISTERIO DA SAUDE 2017 De acordo com Vieira 2008 ela visa uma melhor compreensão de processo de trabalho e a implementação da educação permanente bem como uma concepção mais ampliada e necessariamente integrada acerca da gestão e qualificação do trabalho no SUS Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 15 A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde EPS lançada pelo Ministério da Saúde através da Portaria 198 de fevereiro de 2004 possibilita a identificação das necessidades de formação e de desenvolvimento dos trabalhadores da área da saúde e a construção de estratégias e processos que qualifiquem a atenção e a gestão em saúde fortalecendo o controle social com o objetivo de produzir um impacto positivo sobre a saúde individual e coletiva da população CAROTTA KAWAMURA SALAZAR 2009 A Educação Permanente em Saúde pode corresponder a várias vertentes à Educação em Serviço quando esta coloca a pertinência de recursos para a formação técnica submetidos a um projeto de mudanças institucionais ou de mudança da orientação política das ações prestadas em dado tempo e lugar à Educação Continuada quando esta pertence à construção objetiva de quadros institucionais e à investidura de carreiras por serviço em tempo e lugar específicos ou à Educação Formal de Profissionais quando esta se apresenta amplamente porosa às multiplicidades da realidade de vivências profissionais e colocasse em aliança de projetos integrados entre o setormundo do trabalho e o setormundo do ensino CECCIM 2005 Nesse cenário o Serviço de Referência Nacional em Filariose SRNF vem auxiliando os municípios com suporte técnico e científico objetivando o alcance das metas do PGEFL em particular na educação permanente dos trabalhadores do SUS As ações educativas ocorrem respaldadas nas necessidades apontadas pelos gestores municipais e pactuados com os assessores técnicos e científicos do PGEFL no Brasil Diante disso o objetivo do presente artigo é relatar a experiência do Serviço de Referência Nacional em Filariose no processo de formação de profissionais do SUS como uma etapa indispensável para o êxito do PGEFL METODOLOGIA Desenho do estudo e obtenção dos dados Tratase de um relato de experiência sobre o processo de formação desenvolvendo pelo SRNF com profissionais do SUS relacionados a filariose linfática em dois períodos de referências antes 1987 1997 e após a implantação do PGEFL 19982016 Local do estudo O SRNF faz parte do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Unidade da Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco Este Serviço desenvolve desde a década de 1950 atividades de pesquisa e assistência relacionadas ao gravo FL e colabora com os PNEFL e o PGEFL Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 16 Credenciado em 2002 como referência pelo Ministério da Saúde MS ROCHA et al 2010 atualmente o SRNF possui o certificado de acreditação pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação Joint Commission International para padrões ambulatoriais BRANDÃO et al 2016 Análise dos dados Uma análise descritiva do quantitativo de indivíduos capacitados nos dois períodos de estudo anos 19871997 e 19982016 foi realizada em valores absolutos e relativos Estratégias de aprendizagem utilizadas O processo para formação de recursos humanos em filariose linfática se dá em duas etapas uma instância teórica na qual profissionais experts no assunto repassam informações atualizadas sobre conceitos gerais relacionados à parasitose como epidemiologia e profilaxia e conceitos específicos direcionados ao diagnósticos conduta clínica e tratamento de indivíduos parasitados e uma instância prática na qual os conceitos teóricos são observados na prática e os profissionais em formação têm a possibilidade de fixar e treinar suas habilidades Essa abordagem teóricoprática tem sido empregada visando não apenas a capacitação de profissionais atuantes como também a formação de profissionais multiplicadores do conhecimento Considerações éticas Esse trabalho não se caracteriza como pesquisa com seres humanos e por essa razão não necessitou a apreciação de um comitê de ética em pesquisa No entanto considerando a natureza dos dados foi autorizada sua publicação pela Direção da Instituição RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante os trinta anos de atividade do SRNF foram habilitados 2019 dentre estes 1886 profissionais do SUS e 133 profissionais estrangeiros para executarem atividades relacionadas ao tema filariose linfática conforme Tabela 01 Os treinamentos foram ofertados a uma clientela de profissionais de nível médio e superior que foram capacitados na abordagem clínica e laboratorial da FL ou seja foram apresentados e discutidos temas direcionados a assistência e manejo clínico dos pacientes infectados e ao diagnóstico da parasitose através de suas diversas técnicas respectivamente Entre esses encontramse as seguintes categorias profissionais biólogos biomédicos enfermeiros farmacêuticos fisioterapêuticos médicos nutricionistas psicólogos técnicos de enfermagem e de laboratório e agentes comunitários de saúde de vários municípios de Pernambuco e de outros estados federativos do Brasil Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 17 Tabela 01 Número de profissionais capacitados pelo Serviço de Referência Nacional em Filarioses no período de 1987 a 2016 segundo área profissional de atuação e procedência geográfica Profissionais Número de indivíduos capacitados Estrangeiros Profissionais de saúde em geral 133 Total 133 Nacionais Médicos 149 Enfermeiros 180 Fisioterapeutas 10 Nutricionistas 1 Psicólogos 2 Farmacêuticos Biomédicos e Biólogos 72 Técnicos de laboratório 547 Técnicos de enfermagem 462 Agentes de saúde 463 Total 1886 Total geral 2019 Fonte Serviço de Referência Nacional em Filarioses 2017 Identificase que é indispensável o treinamento para filariose linfática em outros estados brasileiros pois existe a necessidade da vigilância epidemiológica uma vez que foram identificados na década de 1950 pessoas infectadas com filariose linfática em 89 165 localidades No entanto em apenas 11 dessas ficou comprovada a transmissão ativa FRANCO LIMA 1967 RACHOU 1957 1960 A partir de 2005 apenas os municípios de Recife Olinda e Jaboatão dos Guararapes no estado de Pernambuco são considerados como áreas endêmicas no Brasil FONTES et al 2012 Em suporte às ações da Organização PanAmericana de Saúde OPAS e Organização Mundial de Saúde OMS foram ministrados 11 cursos para 133 profissionais de serviços de saúde de outros países endêmicos para filariose linfática como por exemplo Haiti e Guiana Inglesa O treinamento de profissionais estrangeiros vem subsidiar as ações da OPAS e OMS em 83 países endêmicos muitos dos quais estão entre os mais pobres do mundo ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 2015 No período anterior a implementação do PGEFL ou seja entre os anos 1987 e 1997 foram realizados 45 treinamentos para 765 profissionais municipais do SUS sendo 95 da clientela procedente de áreas endêmicas Nesse período o enfrentamento da FL era Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 18 desenvolvido em forma centralizada e essa estratégia estava sendo ineficiente fato que estimulou uma reestruturação das ações de controle A partir disso o Ministério da Saúde articulado com as coordenações das unidades federativas adotou estratégias baseadas na regionalização dos serviços e dos programas na perspectiva de tornálos mais adequados para o controle dessa parasitose FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE 1993 Com a implementação das ações do PGEFL pelos municípios brasileiros em 1997 MINISTÉRIO DA SAÚDE 1997 o MS estabelece uma nova parceria com SRNF solicitando o desenvolvimento de um programa de educação permanente em filariose para o desenvolvimento das ações programadas ROCHA et al 2010 ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DE SAÚDE 2015 Assim foram realizados 77 treinamentos em filariose linfática envolvendo 1121 profissionais nos anos de 1998 até 2016 As capacitações clínicas realizadas entre 1998 e 2016 foram promovidas para 342 profissionais de nível superior como Médicos Enfermeiros Fisioterapeutas Nutricionistas e Psicólogos destinados a atuar nas atividades relacionadas ao cumprimento do segundo pilar do PGEFL que objetiva prestar assistência aos portadores de mobidade filarial e melhorar a qualidade de vida desses pacientes como foi apresentado na Tabela 01 Estudos realizados por Mathieu e colaboradores em 2013 demonstram importantes avanços do PGEFL na redução da transmissão das filariose linfática nas áreas endêmicas porém no que se refere ao gerenciamento dos casos de morbidade ainda são necessários a intensificação de ações direcionadas a esse grupo populacional MATHIEU et al 2013 De acordo com Dreyer e Norões 2001 e Tobian e colaboradores 2003 apesar da filariose ser uma doença incapacitante e de alto impacto socioeconômico ela ainda é subnotificada o que dificulta o desenvolvimento de políticas sociais específicas Nesse relato de experiência os médicos e enfermeiros capacitados em sua maioria eram do SUS e foram treinados para serem multiplicadores dentro de suas áreas de atuação regional DREYER NORÕES 2001 TOBIAN et al 2003 Um importante produto desse processo de formação de recursos humanos foi o estudo desenvolvido por Netto e colaboradores 2016 no qual através da capacitação de uma equipe de campo composta os agentes de saúde do município e os estudantes de medicina e enfermagem com a supervisão de um médico do serviço de saúde local viabilizou a avaliação 23673 indivíduos residentes em Jaboatão dos Guararapes sendo identificada uma prevalência de 313 de casos com morbidade filarial referida Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 19 As capacitações laboratoriais foram direcionadas a explorar os diversos métodos laboratoriais atualmente disponíveis e também a dificuldade de estabelecer critérios que estabeleçam a certeza de infecção filarial As capacitações relacionadas ao diagnóstico laboratorial da filariose foram e são sem dúvida as mais solicitadas por parte dos municípios Para responder a demanda do PGEFL foram realizados 66 cursos no período 19982016 uma média de 4 capacitações por ano com aproximadamente 20 a 30 profissionais por curso No primeiro período do estudo os treinamentos eram realizados exclusivamente na apresentação da técnica parasitológica de gota espessa sendo essa utilizada por muito tempo como prioritária em inquéritos epidemiológicos devido ao seu baixo custo Porém com os avanços das pesquisas novas estratégias e ferramentas diagnósticas foram desenvolvidas como por exemplo métodos sorológicos direcionados a pesquisa de antígenos e anticorpos filariais Na atualidade os testes rápidos antigênicos são os principais exames empregados nas atividades do PGEFL OLIVEIRA et al 2014 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 2015 Na atualidade o PNEFL no Brasil possui importantes desafios a vigilância pós tratamento coletivo e verificação de eliminação da transmissão controle do vetor e promoção da assistência integral aos portadores de morbidade no estado de Pernambuco Ademais têmse novas questões como o processo migratório de indivíduos provenientes de outras áreas endêmicas no exterior como por exemplo do Haiti para o Brasil Um estudo realizado no Acre avaliou 415 indivíduos sendo identificada uma prevalência de 361 por antígeno filarial NUNES et al 2016 Santos em 2016 discutiu a importância da inclusão desses imigrantes de áreas endêmicas nas políticas de saúde do Brasil com o objetivo de minimizar a possibilidade do surgimento de novos focos não apenas de filariose como também de outras doenças infectocontagiosas A introdução ou reintrodução da filariose linfática em áreas historicamente não endêmicas e endêmicas no passado respectivamente comprometem mais de 50 anos de investimentos no controle dessa parasitose bem como dificulta o cumprimento da meta da OMS que seria eliminar a doença até o ano de 2020 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 2015 Frente a esses novos desafios se torna ainda mais evidente a necessidade da manutenção do programa de educação permanente destinado a atualização dos profissionais já capacitados e também a formação de novos profissionais atuantes no enfrentamento dessa endemia que Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 20 representa uma importante causa de incapacidade e perdas econômicas não apenas no Brasil como no mundo CONCLUSÃO É consenso que a capacitação de recursos humanos é uma importante estratégia para viabilizar o alcance de metas independente do setor ou área do conhecimento e com o Programa de Eliminação da filariose linfática esse tem sido um instrumento fundamental Ao longo dos 30 anos muitas conquistas foram obtidas a partir da implementação do PNEFL e da atuação do SRNF como promotor desse perfil multiplicador na formação de recursos humanos descentralizando as ações e viabilizando o gerenciamento mais próximo dos programas locais Dessa forma o investimento em capital humano deve ser mantido e sustentado mesmo após a meta de quebra da transmissão da filariose linfática em 2020 quando o foco será a vigilância epidemiológica e a assistência aos doentes REFERÊNCIAS BONFIM C et al Spatial analysis and privation index to identify urban areas with a high risk of lymphatic filariasis Tropical Medicine International Health England v16 p748 755 2011 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Relatório anual Recife FNS 1993 HOOPER P J et al Assessing progress in reducing the atrisk population after 13 years of the global programme to eliminate lymphatic filariasis PLoS Negl Trop Dis United States v8 pe3333 2014 Disponível em httpsdoiorg101371journalpntd0003333 MATHIEU Els et al It is Possible Availability of Lymphedema Case Management in each Health Facility in Togo Program Description Evaluation and Lessons Learned Am J Trop Med Hyg United States v 89 n 1 Jul p 16 22 2013 Disponível el httpsdoiorg104269ajtmh120453 MEDEIROS Z M et al Controle da filariose linfática no Brasil 1951 2000 Epidemiol Serv Saúde Brasília v12 n2 p7786 2003 Disponível em httpdxdoiorg105123S167949742003000200003 MINISTÉRIO DA SAÚDE Fundação Nacional de Saúde Gerência de Endemias Focais Coordenação do Controle de Doenças Transmitidas por Vetores Programa de Eliminação da Filariose Linfática no Brasil Brasília DF 1997 NETTO M J et al Burden of lymphatic filariasis morbidity in an area of low endemicityin Brazil Acta Tropica United State v163 p5460 2016 NUNES L V et al Lymphatic filariasis Surveillance action among immigrants from endemic areas Acre State Brazilian Amazon Asian Pac J Trop Dis China v6 n7 p521 526 2016 Disponível em101016S2222180816610812 OLIVEIRA P et al Evaluation of diagnostic tests for Wuchereria bancrofti infection in Brazilian schoolchildren Rev Soc Bras Med Trop Minas Gerais v47 n3 p359366 2014 Disponível em httpdxdoiorg1015900037868200932014 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE Programa mundial para eliminação da filariose linfática Monitoramento e avaliação epidemiológica da intervenção com tratamentos coletivos Geneva World Health Organization 2015 ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE Relatoria 16ª Reunião Regional de Gerentes do Programa para Eliminação da Filariose Linfática e 15º Grupo Regional de Análise do Programa para Eliminação da Filariose Linfática Fortalecimento da vigilância para alcançar e manter a eliminação da transmissão da filariose linfática e combater outras doenças infecciosas negligenciadas na Região das Américas 2015 Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 22 OTTESEN EA et al The global programme to eliminate lymphatic filariasis health impact after 8 years PLoS Negl Trop Dis United States v2 n 10 pe317 2008 Disponível em httpsdoiorg101371journalpntd0000317 RACHOU R Distribuição geográfica das filarioses humanas no Brasil Revista Brasileira de Malariologia e Doenças Tropicais Rio de Janeiro v9 p79100 1957 RACHOU R Conceito e programa de profilaxia da filariose bancroftiana no Brasil Revista Brasileira de Malariologia e Doenças Tropicais Rio de Janeiro v12 p1139 1960 RAMAIAH K OTTESEN E A Progress and impact of 13 years of the global programme to eliminate lymphatic filariasis on reducing the burden of filarial disease PLoS Negl Trop Dis United States v8 n 11 pe3319 2014 Disponível em httpswwwncbinlmnihgovpubmed25412180 ROCHA A et al Programa de controle e eliminação da filariose linfática uma parceria da Secretaria de Saúde de Olinda PE Brasil com o Serviço de Referência Nacional em Filariose Revista de Patologia Tropical Goiânia v39 n 3 p233249 2010 Disponível em httpsdoiorg105216rptv39i312215 TURNER H C et al The health and economic benefits of the global programme to eliminate lymphatic filariasis 20002014 Infect Dis Poverty England v5 n 1 p119 2016 Disponível em httpswwwncbinlmnihgovpubmed27388873 SANTOS F V The inclusion of international migrants in Brazilian healthcare system policies the case of Haitians in the state of Amazonas Hist cienc saudeManguinhos Rio de Janeiro v23 p117 2016 Disponível em httpdxdoiorg101590S0104 59702016000200008 TOBIAN A A R et al Sensivity and specifity of ultrasound detection and risk factors for filarialassociated hydroceles Am J Trop Med Hyg United States v 68 n 6 p 638642 2003 Disponível em httpwwwajtmhorgdocserverfulltext147616456860680638pdfexpires1503283438i didaccnameguestchecksum75A25ABABDF079696C2D5A8339C04AE5 VIEIRA M Recursos Humanos em Saúde In PEREIRA I B LIMA J C F Dicionário da Educação Profissional em Saúde Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio Fundação Oswaldo Cruz 2ª Ed rev ampl Rio de Janeiro EPSJV 2008 478 p WORLD HEALTH ORGANIZATION Resolution WHA5029 elimination of lymphatic filariasis as a public health problem Fiftieth World Health Assembly Geneva 514 May 1997 resolutions and decisions annexes Geneva World Health Organization 1997 WORLD HEALTH ORGANIZATION Weekly epidemiological record Global programme to eliminate lymphatic filariasis progress report 2015 Geneva v91 p441460 2016 Recebido em 19012017 Aceito em 18062017 Publicado em 25082017 Boletim Informativo Geum Informative Geum Bulletin Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Piauí httpwwwojsufpibrindexphpgeum Incidência de ascaridíase em comunidade quilombola de Cachoeiro de Itapemirim Espirito Santo Brasil Incidence of ascariasis in a quilombola community of Cachoeiro de Itapemirim Espirito Santo Brazil Anderson Nogueira Mendes¹ Ana Carolina Costa e Silva² Emanuele Cabral Koppe² Livia Alves Filgueiras¹ ¹Universidade Federal do Piauí ²Faculdade do Espírito Santo Correspondência Email andersonmendesgmailcom RESUMO A Comunidade Quilombola de Monte Alegre localizase em uma área rural sem saneamento básico como tratamento de água e esgoto Tal população possui diversas doenças decorrentes da falta de política de saúde ambiental adequada As amostras de fezes de moradores foram analisadas a fim de estimar possíveis doenças parasitológicas para informar ao posto de saúde as possíveis doenças para tratamento Durante o ano de 2012 foram analisados amostras de 74 indivíduos independente de sexo e idade De acordo com as analises coproparasitológicas 44 apresentaramse sem infecções parasitológicas e 30 indivíduos apresentaram infecção parasitológica A presença de Ascaris lumbricoides foi diagnosticada em 22 indivíduos Entamoeba coli em 5 indivíduos e Trichuris trichiura em 3 indivíduos Podese concluir que a comunidade possui infestação de Ascaris lumbricoides com presença de outras verminoses como a Trichuríase e Amebíase Além do tratamento direto há a necessidade da criação de sistemas de tratamento de água e esgoto na região para que não persista a contaminação dos transeuntes que utilizam a água da região O controle dessas doenças com medidas preventivas e diretas é de suma importância para humanização e melhoria da qualidade de vida de toda comunidade Palavraschave Doenças Parasitárias Enteroparasitoses Ascaridiases Educação Sanitária Quilombola ABSTRACT The Quilombola Community of Monte Alegre is located in a rural area with no basic sanitation system Several diseases can arise from the lack of adequate public environmental health Fecal samples from the local population were used to estimate possible parasitological illnesses and subsequently inform the regional health center on how to treat these diseases During 2012 samples from 74 subjects varied age and gender were analyzed According to the coproparasitological analysis 44 subjects showed no parasitological infection while 30 subjects were infected The presence of Ascaris lumbricoides was noted in 22 subjects Entamoeba coli in 5 subjects and Trichuris trichiura in 3 subjects We concluded that the community is infested by Ascaris lumbricoides and that other worms such as Trichuris and Amebae are also present Although is of vital importance systems for water and sewage treatment need to be created in the region to avoid the contamination of passersby who use this water The control of these diseases with preventive and direct measures is of paramount importance for humanizing and improving the quality of life of the whole community Keywords Parasitic Diseases Enteroparasites Ascaridiases Health Education Quilombola Boletim Informativo Geum v 7 n 1 p 2833 janmar 2016 ISSN 22377387 Impresso Informative Geum Bulletin Boletim Informativo Geum Boletim Informativo Geum Informative Geum Bulletin Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Piauí httpwwwojsufpibrindexphpgeum INTRODUÇÃO As enteroparasitoses podem ser consideradas um grande problema de saúde pública especialmente em regiões com saneamento básico precário ANDRADE et al 2011 BRANDELLI et al 2012 Dentre as enteroparasitoses podemos destacar a ascadiase que é causada por um tipo de helminto denominado Ascaris lumbricoides CAMPOS et al 2002 Segundo o Centro de Controle de doenças e prevenção estimase que um bilhão de pessoas no mundo estão infectadas com Ascaris lumbricoides ainda que assintomáticas CASTRO et al 2004 Historicamente a Ascaridiase é uma doença conhecida pelos seres humanos desde a préhistória onde estudos arqueológicos demonstraram a presença de parasitas na Ásia África Américas Oceania e Europa ANDRADE et al 2011 BRANDELLI et al 2012 CAMPOSA et al 2002 Assim como outras enteroparasitoses a Ascaridíase pode ser transmitida através de hortaliças e águas não tratadas CDC 2012 As enfermidades parasitárias são apontadas como um grande problema de saúde pública e em virtude da forma de contaminação são também consideradas indicadores de desenvolvimento socioeconômico de um país ou de uma região COELHO et al 2001 Desde a década de 90 pesquisas têm demonstrado alta prevalência de infecções parasitárias intestinais em crianças favelas e assentamentos irregulares quilombolas COELHO et al 2001 CORREIA et al 2007 COSTA et al 2009 DAMAZIO et al 2013 de QUADROS et al 2004 dos SANTOS et al 2007 FONTES et al 2003 HARHAY et al 2010 A infecção por geohelmintos está intimamente conectada à pobreza às maiores taxas de prevalência observada em países de baixa e média renda onde a higiene é precária e ao acesso de água potável e saneamento é ausente ou inadequado HARHAY et al 2010 Regiões sem água tratada e saneamento podem favorecer o crescimento de bactérias patogênicas vírus protozoários e metazoários que em contato direto com o homem podem causar diversas doenças levando em muitos casos morbidade e até mesmo mortalidade CORREIA et al 2007 COSTA et al 2009 DAMAZIO et al 2013 de QUADROS et al 2004 Em 2004 a prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim implementou um sistema de coleta e tratamento de esgoto beneficiando principalmente a área urbana localizada no norte do rio Itapemirim DAMAZIO et al 2013 Entretanto as áreas rurais e mais distantes do centro urbano ainda sofrem com a falta de tratamento de esgoto e água o que resulta na manutenção de doenças decorrente da ausência de saneamento básico Dentre as áreas rurais podemos destacar a comunidade quilombola de Monte Alegre que pertence a zona rural de Cachoeiro de Itapemirim Apesar de possuir um contexto cultural de suma importância tal comunidade sofre das mesmas mazelas encontradas em muitos lugares que não possuem saneamento básico A comunidade quilombola possui contextualização similar à encontrada nas comunidades de São Mateus no norte do Espirito Santo conforme descrito por Damazio e colaboradores o que denota a importância de investigar possíveis parasitoses em sua população ANDRADE et al 2011 O projeto extensionista de parasitologia no curso de biomedicina da Faculdade do Espirito Santo UNEs foi criado com o intuito para investigar possíveis casos de parasitoses em comunidades no município de Cachoeiro de Itapemirim que não possuem saneamento básico Para implementação do projeto foi escolhida a comunidade quilombola de Monte Alegre devido a sua acessibilidade além das suas condições ambientais como ausência de saúde publica em relação a saneamento básico Durante o ano de 2012 palestras foram realizadas para a comunidade sendo posteriormente coletado o material fecal moradores da comunidade Durantes as analises de microscopia foi evidenciando a presença de Ascaris lumbricoides Entamoeba coli e Trichuris trichiura em diversas laminas das analises de fezes O perfil da população investigada demonstrou também que há a necessidade de um maior acompanhamento da comunidade para melhoria da qualidade de vida dos mesmos Após o fim da avaliação dos moradores o grupo extensionista encaminhou todos os resultados para o posto de saúde para controle da parasitemia Tal estudo é importante pois favorece a realização de um tratamento adequado dessas parasitoses utilizando antibióticos profilaxia e a adoção de formas eficazes de prevenção melhorando a qualidade de vida da população MATERIAL E MÉTODOS Boletim Informativo Geum Informative Geum Bulletin Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Piauí httpwwwojsufpibrindexphpgeum Descrição da área de estudo A Comunidade de Remanescentes de Quilombos de Monte Alegre distrito de Cachoeiro do Itapemirim do Estado do Espirito Santo situa se entre dois grandes fragmentos de Floresta Atlântica a Floresta Nacional de Pacotuba e a Reserva Particular do Patrimônio Natural Cafundó A comunidade de Monte Alegre está localizada a 37 quilômetros de Cachoeiro de Itapemirim distando 10 quilômetros da rodovia ES 482 Atualmente a comunidade é formada por 130 famílias totalizando 560 moradores dos quais 450 são descendentes diretos de escravos LELES et al 2012 MARIANO et al 2005 Essas famílias vivem da agricultura de subsistência A maioria das pessoas trabalha como diarista ou meeiro nas fazendas da região com uma renda mensal média de um salário mínimo A comunidade enfrenta dificuldades de toda ordem não existe saneamento básico a água é captada em poços artesianos e os esgotos despejados diretamente nos rios que a comunidade utiliza também como fonte de água para consumo não há telefonia o acesso é prejudicado devido às condições precárias das estradas há apenas uma escola de ensino fundamental a coleta de lixo é semanal e são raros os programas ou ações públicas voltadas à geração de emprego e renda LELES et al 2012 MARIANO et al 2005 Coleta das amostras biológicas Entre março de 2012 e dezembro de 2012 amostras frescas fecais foram coletadas de moradores da comunidade quilombola de Monte Alegre Pacotuba Cachoeiro de Itapemirim Espirito Santo Antes da coleta de amostras palestras foram ministradas para a população em estudo a fim de esclarecer os objetivos da pesquisa e fornecer orientações sobre como coletar e armazenar amostras Todos indivíduos que aceitaram participar do projeto assinaram o termo de consentimento informado e receberam recipientes estéreis apropriados para coleta de fezes contendo Os indivíduos que coletaram as amostras de fezes no recipiente deixaram no posto de saúde da comunidade Essas amostras foram recolhidas no mesmo dia sendo processadas no Laboratório Experimental de Parasitologia da Faculdade do Espirito Santo UNES através do método de Mariano e Carvalho MARIANO et al 2005 O sedimento foi analisado com coloração utilizandose Lugol Exames parasitológicos foram realizados em 74 pacientes 28 378 do sexo masculino e 46 622 do sexo feminino com idades entre 1 e 89 anos Os resultados dos exames parasitológicos foram entregues a cada um dos participantes em conjunto com o posto de saúde para possível tratamento da doença RESULTADOS E DISCUSSÃO O estudo da ocorrência das parasitoses intestinais indicou que 30 406 dos 74 moradores da comunidade estavam infectados com algum tipo de parasitose De acordo com as analises foi verificado a presença de duas helmintoses Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiuria e um protozoário Entamoeba coli Conforme descrito na tabela 1 foi identificado maior incidência de Ascaris lumbricoides Durante as analises das amostras fecais não foram registrados quaisquer casos de biparasitismo ou multiparasitismo dentro do grupo analisado Tabela 1 Frequência de parasitas intestinais na população quilombola de Monte Alegre Espirito Santo Brasil 2012 Espécies N Frequência Ascaris Lumbricoides 22 29 7 Entamoeba coli 5 68 Trichuris trichiura 3 41 Analisando a frequência de parasitoses em relação à faixa etária podese perceber que os moradores infectados são jovens com idade inferior a 21 anos que corresponde a 324 da população total investigada Tabela 2 Frequência de parasitas intestinais por faixa etária na população quilombola de Monte Alegre Espirito Santo Brasil 2012 Espécies N Frequência Até 15 anos 12 162 16 a 21 anos 12 162 Acima de 21 anos 6 82 A contribuição desses resultados corrobora com alguns aspectos descritos na literatura ao verificar que comunidades carentes sem saneamento básico estão expostas a parasitoses Boletim Informativo Geum Informative Geum Bulletin Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Piauí httpwwwojsufpibrindexphpgeum sejam elas decorrentes de helmintoses ou protozooses Além disso outro ponto a ser destacado é a maior incidência de parasitoses na faixa etária abaixo dos 21 anos No Brasil geralmente os trabalhos científicos reportam favelas e comunidades carentes de cidades grandes Entretanto poucos trabalhos destacam ou abordam problemáticas de comunidades pouco discutidas no Brasil como os quilombolas Apesar da enorme riqueza cultural tais comunidades não possuem ações sociais para melhoria da qualidade de vida como saneamento básico o que as torna marginalizadas pela sociedade Os quilombolas foram oficialmente reconhecidos pelo governo brasileiro em 1988 com a afirmação de seus direitos territoriais através do artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias LELES et al 2012 MARIANO et al 2005 OSVALDO et al 2013 Damazio e colaboradores registraram em uma comunidade quilombola no norte do Espirito Santo uma infestação de 427 de parasitose ANDRADE et al 2011 Paralelamente os resultados obtidos do quilombola de Monte Alegre indicam uma ocorrência de 406 de parasitoses intestinais As parasitoses intestinais estão associadas em muitos casos a morbidade podendo favorecer a desnutrição anemia hiproteinemia e falta ou déficit de atenção o que prejudica o desenvolvimento educacional do jovem e sua saúde A intervenção governamental tornase necessária principalmente no âmbito de políticas públicas de saúde e saneamento básico para controle destas doenças Alguns estudos demonstram que o declínio na ocorrência de parasitoses está diretamente associado às melhorias das condições de saneamento básico e portanto melhorias na qualidade de vida QUEIROZ et al 2006 ZIEGELBAUER et al 2012 ZIEMER et al 2010 A política de saúde deve contemplar não apenas o diagnóstico e tratamento específico de indivíduos infectados mas também a eliminação de fontes de infecção Fontes e colaboradores demonstraram que a redução drástica de helmintoses e protozooses está associada a tratamentos diretos utilizando os medicamentos adequados em conjunto com melhoria das habitações acesso à saúde pública educação sanitária complementando as melhorias socioeconômicas ZIEMER et al 2010 A distribuição geográfica de parasitas pode depender de vários fatores tais como condições precárias de higiene falta de educação para a saúde e condições ambientais favoráveis para o desenvolvimento das fases do ciclo do parasita Outras comunidades desprovidas de ação governamental já foram descritas com problemáticas similares como por exemplo a comunidade quilombola no município de Bias Fortes Estado de Minas Gerais e a comunidade indígena MbyáGuarani de Porto Alegre estado do Rio Grande do Sul QUEIROZ et al 2006 ZIEGELBAUER et al 2012 Apesar de muitos autores mencionarem que jovens e crianças são mais infectados programas sociais de erradicação de parasitoses devem ser realizados independente de idade no intuito de minimizar a progressão de tais doenças e favorecer a melhoria de vida da população O programa de saneamento básico implementado em 2004 na cidade de Cachoeiro de Itapemirim por exemplo deve ser expandido de forma que atenda as comunidades que não possuem saneamento básico e água tratada CONCLUSÕES Apesar de existir um programa de saneamento básico na cidade a existência de parasitoses associadas à falta de saneamento básica denota a importância da expansão e melhorias em tal programa As ações realizadas por quaisquer agências de saúde do governo para reduzir doenças causadas por parasitas intestinais necessitam ser mais eficazes pois só assim podem impedir disseminação de parasitoses especialmente nas comunidades afroascendentes e outros grupos minoritários carentes A redução dos índices de enteroparasitoses somente será alcançada quando existir um programa de melhoria das condições de saneamento básico com assistência medica e inclusão em programas de controle de parasitose com aplicação de medicamentos como praziquantel e da qualidade de vida para toda a população incluindo as comunidades quilombolas e toda a área rural Sendo assim esperase que além das ações de respeito à cultura manifestações artísticas e culturais sejam também realizadas medidas de educação em saúde com maior frequência para a população quilombola de Monte Alegre AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Domingos Correa e Brigida Orioli pela correção e revisão do texto Boletim Informativo Geum Informative Geum Bulletin Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Piauí httpwwwojsufpibrindexphpgeum REFERÊNCIAS ANDRADE EC LEITE ICG VIEIRA MT ABRAMO C TIBIRIÇÁ SHC SILVA PL Prevalência de parasitoses intestinais em comunidade quilombola no município de Bias Fortes Estado de Minas Gerais Brasil 2008 Epidemiol Serv Saúde v20 p337344 2011 BRANDELLI CL DE CARLI GA MACEDO AJ TASCA T Intestinal parasitism and socioenvironmental factors among MbyáGuarani indians Porto Alegre Rio Grande do Sul Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo v54 p119122 2012 CAMPOSA MR VALENCIA LIO FORTES BPMD BRAGA RCC MEDRONHO RAM Distribuição espacial da infecção por Ascaris lumbricoides Revista Saúde Pública v36 n1 p6974 2002 CASTRO AZ VIANA JDC PENEDO AA DIRLEI E DONATELE M Levantamento das Parasitoses Intestinais em Escolares da Rede Pública na Cidade de Cachoeiro de ItapemirimES NewsLab v63 p102105 2004 CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION Epidemiology and risk factors Atlanta CDC Disponivel em httpwwwcdcgovparasitesascariasis Acesso em 16 jun 2012 COELHO LMPS DE OLIVEIRA SM MILMAN MHSA KARASAWA KA SANTOS RP Detecção de formas transmissíveis de enteroparasitas na água e nas hortaliças consumidas em comunidades escolares de Sorocaba São Paulo Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v34 n5 p479482 2001 CORREIA W COSTA MAB BALBINO M Programa transdisciplinar para o desenvolvimento sustentável da comunidade quilombola de MONTE ALEGRE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM ES Revista brasileira de pesquisa em turismo v1 n2 2007 COSTA MP PLASTER OB RIBEIRO CAD SILVA KR BRAZ RL SIQUEIRA HM Proposta de Arborização em Área Comum à Comunidade Quilombola de Monte Alegre Cachoeiro de Itapemirim ES Revista Brasileira da Agroecologia v4 n2 2009 DAMAZIO SM LIMA MS SOARES AR de SOUZA MAA Intestinal parasites in a quilombola community of the northern state of Espírito Santo Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical v55 n3 p179183 2013 DE QUADROS RM MARQUES S ARRUDA ARR DELFES PSWR MEDEIROS IAA Parasitas intestinais em centros de educação infantile municipal de Lages SC Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v37 n5 p422423 2004 dos SANTOS GL CHAVES AM Ser quilombola representações sociais de habitantes de uma comunidade negra Estudos de Psicologia v24 n3 p353361 2007 FONTES G OLIVEIRA KK OLIVEIRA AK ROCHA EM Influência do tratamento específico na prevalência de enteroparasitoses e esquistossomose mansônica em escolares do município de Barra de Santo Antônio AL Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v36 p625628 2003 HARHAY MO HORTON J OLLIARO PL Epidemiology and control of human gastrointestinal parasites in children Expert Review of Antiinfective Therapy v8 n2 p219234 2010 LELES D GARDNER SL REINHARD K IÑIGUEZ A ARAUJO A Are Ascaris lumbricoides and Ascaris suum a single species Parasites Vectors v42 n5 p1 7 2012 Boletim Informativo Geum Informative Geum Bulletin Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Piauí httpwwwojsufpibrindexphpgeum MARIANO MLM CARVALHO SMS MARIANO APM ASSUNÇÃO FR CAZORLA IM Uma Nova Opção para Diagnóstico Parasitológico Método de Mariano Carvalho NewsLab v68 p132 140 2005 MARIN E SINHORELLI JSM MENDES AN CARACTERIZAÇÃO FISICOQUIMICA E MICROBIOLÓGICA DAS ÁGUAS DAS PRAIAS DE PIÚMA IRIRI E ITAÓCA ESPIRITO SANTO Revista Saúde e Biologia v 9 p 4352 2014 OSVALDO BR ZADYS AH Parasitismo intestinal en niñas y niños mayores de 5 años de Ciudad Bolívar MEDISAN online v17 n4 p585591 2013 QUEIROZ PRC MOTIN AP VERBANECK CA DE CRISTO FD OLIVEIRA MS VERONESE MM MANTOVANI SR Predominâncias e determinações sociais em ocorrências de parasitoses na região centro ocidental do Paraná uma análise sócioeconômica do problema Revista Saúde e Biologia v1 n2 p1322 2006 ZIEGELBAUER K SPEICH B MÄUSEZAHL D BOS R KEISER J UTZINGER J Effect of Sanitation on Soil Transmitted Helminth Infection Systematic Review and MetaAnalysis Plos Medicine v9 n1 p117 2012 ZIEMER CJ BONNER JM COLE D VINJÉ J CONSTANTINI V GOYAL S GRAMER M MACKIE R MENG XJ MYERS G SAIF LJ Fate and transport of zoonotic bacterial viral and parasitic pathogens during swine manure treatment storage and land application Journal Animal Science v88 pE84E94 2010 30 ARTIGO COMPLEXO TENÍASE CISTICERCOSE UMA REVISÃO Rômulo César Clemente Toledo Juliana Borges Franco Lucimar Silva Freitas Carla Katielli Amanda Rodrigues Franco de Freitas Instituto Federal do Triângulo Mineiro Campus Ituiutaba MG romuloiftmedubr RESUMO As verminoses são doenças frequentes causadas por diferentes tipos de vermes A teníase e a cisticercose são duas entidades mórbidas distintas cau sadas respectivamente pelas Tenia e sua forma larvária Cysticercus cellu losae O complexo teníasecisticercose é causado pela mesma espécie de cestódio em fases diferentes do seu ciclo de vida Estas verminoses podem contaminar o homem por meio de alimentos contaminados O controle dessas doenças tem como estratégia fundamental a interrupção do ciclo de vida do parasito por meio de controle higienicossanitário Neste trabalho realizouse um levantamento bibliográfico buscando ressaltar as principais caracterís ticas destas verminoses sua epidemiologia forma de diagnóstico e controle realizado pela indústria de alimentos para segurança dos consumidores Palavraschave Parasitose Inspeção de carnes Controle sanitário ABSTRACT Verminoses are common diseases caused by different types of worms Te niasis and cysticercosis are two distinct morbid entities caused respective ly by the Tenia and its larval form Cysticercus cellulosae The teniasis cysticercosis complex is caused by the same species of cestode considering its different stages of its life cycle Since these verminoses can contaminate humans through contaminated food the control of these diseases has as its main strategy the interruption of the life cycle of the parasite through hygie nicosanitary control This work is a bibliographical survey seeking to highli ght the main characteristics of these verminoses its epidemiology diagnosis and control by the food industry to prevent contamination of consumers Keywords Parasite Meat inspection Sanitary control INTRODUÇÃO A maioria das verminoses são transmitidas de ma neira semelhante As ver minoses são transmitidas por alimentos contaminados frutas e verduras mal lavadas água conta minada carnes cruas ou mal cozidas mãos sujas objetos contaminados portanto um maior cuidado básico de higiene pode evitar a dissemina ção dessas parasitoses PRAXEDES 2003 A teníase e a cisticercose são ver minoses transmitidas pela Taenia O complexo teníasecisticercose é cau sado pela mesma espécie de cestó dio em fases diferentes do seu ciclo de vida A cisticercose é uma entida de clínica provocada pela presença da forma larvária nos tecidos de su ínos bovinos outra espécie de tae nia Taenia saginata ou do homem FNS 2017 Em humanos a teníase é também conhecida como solitária é provocada pela presença da forma adulta da Taenia saginata ou da Ta enia solium que se localizam no seu intestino delgado A Taenia soium e a Taenia sagi nata pertencem à classe Cestoidea ordem Cyclophillidea família Ta enidae e gênero Taenia Na forma larvária Cysticercus cellulosae da Taenia solium e Cysticercus bovis da Taenia saginata causam a teníase Na forma de ovo a Taenia saginata desenvolve a cisticercose no bovino e a Taenia solium no suíno ou no ho mem REY 1991 A literatura científica traz duas vi sões sobre a cisticercose humana A primeira é que a cisticercose humana causada por cisticercos de T saginata é extremamente rara ou não ocorre BENENSON 1992 SCHANTZ et al 1994 SCHENONE et al 1982 A segunda admite a possibilidade de cisticercose humana por ambas as espécies de tênia GEMMELL et al 1983 PAWLOWSKI SCHULTZ 31 Higiene Alimentar Vol32 nº 282283 JulhoAgosto de 2018 1972 REY 1973 REY 1991 Este trabalho é uma revisão bi bliográfica que teve como objetivo discorrer sobre os agentes causado res da teníase e cisticercose bem como as características destas doen ças e possíveis medidas para o seu controle Ciclo de vida Os hospedeiros intermediários T solium suíno e T saginata bo vino tornamse infectados quando ingerem ovos ou proglotes presentes no ambiente OLIVEIRA e BEDA QUE 2008 O homem é o hospe deiro definitivo passando a integrar o ciclo biológico destes parasitas quando ingere a carne crua ou mal passada vegetais e frutas contamina dos por cisticercos de origem suína ou bovina SHANDERA et al 1994 OLIVEIRA e BEDAQUE 2008 A prevalência de infecções por T solium varia muito de acordo com o nível de saneamento com as práticas na criação de suínos e com os hábitos alimentares de cada região MUR RELL 2005 O suíno adquire esses ovos através de alimentos contami nados com fezes humanas Depois de ingeridos os ovos se transformam em estruturas denominadas oncosfe ras que seguem através do sangue para a musculatura estriada e desen volvese a forma larval o cisticerco Cysticercus cellulosae SILVA et al 2000 Os ovos de tênia são ingeridos pelos hospedeiros intermediários os embriões oncosferas se libertam do ovo no intestino delgado pela ação dos sucos digestivos e bile As on cosferas penetram na parede intesti nal e em 24 a 72 horas difundemse no organismo através da circulação sanguínea Ocorre então formação de cisticercos nos músculos esque léticos e cardíaco GEMMELL et al 1983 Os cistos medem de 7 a 12mm de comprimento por 4 a 6mm de largura REY 1992 Quando o homem ingere cisticercos viáveis o mesmo sofre a ação do suco gástrico evaginase e se fixando por meio do escólex na mucosa do intes tino delgado dando origem a tênia adulta FLISSER et al 2005 O homem hospedeiro definitivo se infecta ao ingerir carne suína mal cozida ou mal assada contendo os cisticercos vivos Após três meses da ingestão do cisto o homem começa a eliminar proglotes grávidas pelas fezes e reiniciase o ciclo FLISSER et al 2005 Um homem infectado pode elimi nar milhares de ovos ao dia livres nas fezes ou com segmentos intactos cada um contendo grande quantida de de ovos que podem sobreviver no ambiente durante vários meses Estes ovos depositados no solo con taminam as pastagens e a água URQUHART et al 1996 Estas verminoses também podem evoluir em hospedeiros intermediários anor mais como o cão o gato e o macaco ROPPA 2017 O homem também pode ser o hos pedeiro intermediário pela ingestão de ovos da T solium procedente de alimentos contaminados com fezes de humanos portadores de teníase ou pela autoinfecção GARCIA e DEL BRUTTO 2000 DECKERS e DORNY 2010 Quando ingeridos esses cisticercos podem se alojar em diversas regiões do organismo inclu sive sistema nervoso central gerando sérios problemas e podendo levar inclusive à morte GUIMARÃES PEIXOTO et al 2012 PFUET ZENREITER 2000 A doença cau sada neste caso é a neurocisticercose SORVILLO et al 2007 Caso os ovos de tênia sejam inge ridos pelo homem estes podem de senvolver a fase larval cisticercose Essa forma de infecção pode se tor nar muito grave pois há um grande tropismo pelo sistema nervoso cen tral onde geralmente os cisticercos desencadeiam reações inflamatórias provocando a forma mais grave da doença a neurocisticercose cisticer cos podem se alojar no sistema ner voso do homem e levar até a morte CALASANS 2009 O complexo teníasecisticercose portanto é uma zoonose doença transmitida do homem para o ani mal e viceversa Esta doença ocor re quando o homem ingere carnes verduras e legumes contaminados com ovos de tênia ROPPA 2017 Patogenia e sintomatologia clí nica A teníase é uma infecção menos grave e têm como sintomatologia mais frequente dores abdominais náuseas debilidade perda de peso flatulência diarreia frequente e cons tipação em adultos O prognóstico é excepcionalmente causa de compli cações cirúrgicas resultado do tama nho do parasita ou de sua penetração em estruturas do aparelho digestivo tais como apêndice colédoco e duc to pancreático Na maior parte dos casos o indivíduo somente toma ci ência da infecção quando observa a liberação das proglotes fato este que só é notado muito tempo após a in fecção Consequentemente o doente pode disseminar a doença por perí odo bastante longo antes da suspei ta de sua contaminação BRASIL 2002 Já a cisticercose humana é uma doença mais grave caracterizada pelo pleomorfismo sendo que o cisticerco pode se alojar em diversas partes do organismo sendo a região de maior frequência o Sistema Nervoso Cen tral inclusive intramedular o que traz maiores repercussões clínicas A cisticercose é uma das enfermida des mais perigosas transmitidas por parasita aos seres humanos A larva pode se instalar no sistema nervoso central neurocisticercose no olho ocular na pele no tecido celular subcutâneo no fígado e outras loca lizações DEL BRUTO 1999 A neurocisticercose epiléptica 32 ARTIGO NCC é a infecção parasitária mais comum do sistema nervoso central SNC e a principal causa de epilep sia de origem secundária no Brasil sendo causada apenas pelo parasita Taenia solium COSTA et al 2007 Epidemiologia Tanto a Taenia solium quanto a T saginata são parasitos de ampla dis tribuição encontradas principalmen te em regiões onde existe o hábito de ingerir carne de gado eou de suíno crua ou mal cozida e vegetais con taminados com as fezes destes ani mais Estimase que mais de 70 mi lhões de pessoas estejam infectadas por T saginata e que até 25 milhões possam estar infectadas por T solium no mundo GOMES 2001 A teníase por T saginata pode ser encontrada em vários países com destaque para a África Oriente Mé dio Ásia Central e América Latina há também relatos em países euro peus Japão e Filipinas e com menor incidência Austrália Estados Uni dos e Canadá HARRISON 1999 Em relação à teníase por T solium tem endemicidade alta na América Latina HUGGINS 1999 Nas co munidades judaicas a prevalência é muito baixa provavelmente pela proibição religiosa da ingesta de car ne de suínos HARRISON 1999 A cisticercose suína praticamente não é reportada em função da tec nificação das granjas no entanto o consumo de carnes bovinas e suínas proveniente de animais não inspecio nados ainda ocorre em muitos esta dos do Brasil ACEVEDONIETO et al 2012a Segundo Pinto et al 2002 o consumo de carne não ins pecionada consiste em um importan te fator de risco pois a prevalência da doença em animais de criações domésticas pode ser cinco vezes maior que em animais criados em sistemas tecnificados No Brasil a cisticercose bovina está presente em todos os estados A condenação pelo serviço de inspeção resulta em perdas entre 10 a 100 do valor das carcaças No estado do Mato Grosso do Sul por exem plo estimase que as perdas causa das pelo diagnóstico post mortem da cisticercose bovina no período de 2010 a 2012 em média foi de a USD 9000000 FERNANDES BUZET TI 2002 A incidência do complexo teníase cisticercose permanece com eleva dos índices no Brasil principalmente no que se refere à etiologia pela T saginataCysticercus bovis SOU ZA et al 2007 A maior parte dos relatos no território brasileiro é pro veniente de matadouros frigoríficos A infecção tem sido relatada nos es tados da Bahia Rio de Janeiro Mi nas Gerais Paraná São Paulo Rio Grande do Sul e Rondônia RAMOS E ALMEIDA 2013 SANTOS et al 2013 GUIMARÃES PEIXOTO et al 2012 MANHOSO e PRATA 2008 SOUZA et al 2007 PEREI RA et al 2006 ALMEIDA et al 2006 CORREA et al 1997 Diagnóstico No Brasil apesar da importância da cisticercose para a saúde pública animal e de suas consequências eco nômicas não existe a obrigatorieda de de notificação da doença em hu manos ALMEIDA et al 2002 O diagnóstico da cisticercose bo vina é realizado na inspeção post mortem que ocorre durante o abate nos matadouros e consiste basica mente na avaliação visual macros cópica de cisticercos nos tecidos e órgãos da carcaça A inspeção das carcaças é feita mediante incisões praticadas em áreas consideradas de predileção para o cisticerco como coração músculos da mastigação língua diafragma e seus pilares e massas musculares da carcaça Po rém a inspeção por si só não conse gue detectar todos os cisticercos pre sentes na carcaça uma vez que por questões estéticas e comerciais não são retalhados todos os órgãos vís ceras e músculos das carcaças caso contrário a depreciação da mesma seria muito grande BRASIL 2002 1980 As carcaças são condenadas quando apresentam infestações in tensas com a comprovação de um ou mais cistos em incisões praticadas em várias partes da musculatura por outro lado quando se verifica infes tação discreta ou moderada após cuidadoso exame sobre os músculos estas devem ser removidas e con denadas todas as partes com cistos inclusive todos os tecidos circunvi zinhos Para a carne tratada por sal mora pelo prazo de vinte e um dias esse período pode ser reduzido para dez dias desde que a temperatura seja mantida sem oscilação e no má ximo a um grau centígrado podem ser aproveitadas as carcaças que apresentem um cisto já calcificado após a remoção e condenação desta parte Quando o número de cistos for maior do que a infestação moderada mas não alcançando a generalização da carcaça esta será destina à esteri lização por calor MEDEIROS 2008 BRASIL 1980 Para o diagnóstico da cisticercose suína utilizase o exame de língua in vivo e o exame natomopatológico postmortem PINTO et al 2000 A palpação da língua não é muito sen sível e pode subestimar a prevalên cia da cisticercose suína em regiões endêmicas SATO et al 2003 mas é muito utilizado na prática já que não requer conhecimentos técnicos SCIUTTO et al 1998 A inspeção post mortem das carcaças em abate douros consiste da observação do cisticerco nos músculos a língua o masseter os membros posterio res paleta intercostais e cérebro como também em outros órgãos in cluindo o coração o baço e os rins PATHAK 1989 A incisão nesses locais durante a inspeção da carne permite identificar as formas larvais 33 Higiene Alimentar Vol32 nº 282283 JulhoAgosto de 2018 da Taenia solium caracterizadas por formações vesiculosas ovóides e de cor brancoamarelada GIL 2000 Partes da carcaça suína como o lombo pernil e masseter de suínos possui de 50 de chances de se en contrar cistecercos com os músculos intercostais paleta língua e diafrag ma apresentando valores inferiores a 50 Animais com baixa carga de cisticercos podem escapar à inspeção de carne além do que cistos caseosos resultantes de infecções prévias po dem ser mais facilmente detectáveis do que cistos vivos o que pode levar a registros falsos de transmissibilida de e de infecções viáveis SCIUTTO et al 1998 Outros testes podem ser utilizados para a detecção desta contaminação como os testes sorológicos para Ta enia solium Tais métodos podem ser altamente específicos e sensíveis podendo auxiliar no diagnóstico de suínos com baixa carga de cisticer cos os quais podem escapar à inspe ção da carne NUNES et al 2000 As análises são mais confiáveis para a detecção de suínos infectados pela Taenia solium do que a palpação da língua já que 34 dos animais ne gativos a este teste são soropositivos pelo ELISA SATO et al 2003 Controle O controle dessas doenças tem como estratégia fundamental a inter rupção do ciclo de vida do parasito evitando a infecção de animais e se res humanos através de controle hi gienicossanitário como construção de sistemas de esgoto conscientiza ção da população quanto a práticas de higiene como o não consumo de carnes cruas e higienização adequa da das verduras a serem ingeridas cruas O melhoramento das condi ções de criação de animais como os suínos evitando acesso de animais a fezes humanas Promover uma rígida inspeção em relação a produtos cár neos evitando abate e comércio de produtos clandestino Promoção de conscientização da população quanto aos riscos desta infecção são algumas medidas de controle dessa parasitose GARCIA 2007 A incidência de cisticercose au menta pela falta de tratamento dos esgotos urbanos que poluem os ma nanciais que irão abastecer os ani mais e até o próprio homem A fal ta de fossas no meio rural contribui para a poluição do meio ambiente sendo comuns os casos em que os animais acabam consumindo fezes humanas O uso de irrigação de hor tas e pomares com água contaminada é uma grande fonte de infecção para o homem ROPPA 2017 A profilaxia do complexo teníase cisticercose depende de inúmeros fatores combinados como a educa ção sanitária do homem a detecção e tratamento do indivíduo parasitado pois ele é o disseminador da cisticer cose o uso de instalações sanitárias com fossas ou redes de esgoto in gestão de carnes ou produtos deri vados salsichas linguiça etc bem cozidos ou assados FORTES 2004 Fazse necessárias medidas epi demiológicas tais como esclarecer a população sobre os riscos e com bater a prática do abate clandestino dos bovinos garantir a esterilização parasitária das águas residuais na sa ída dos efluentes das áreas urbanas e o uso de fossas nas áreas rurais rastrear os animais abatidos e posi tivos para cisticercose bovina com posterior tratamento verticalizado por parte das autoridades sanitárias FERNANDES 2002 Uma vez que a erradicação des ta zoonose é atribuída principal mente ao desenvolvimento econô mico local a ativa participação da comunidade é fundamental para o cumprimento das medidas de con trole contra o parasita no animal e no homem desde que as taxas de cisticercose suína são indícios de pa rasitose humana SARTI 2003 O desaparecimento da Taenia solium em muitos países da Europa é uma importante evidência do potencial de erradicação do complexo teníase cisticercose nestes países atribuído ao seu desenvolvimento econômico SARTI et al 2003 e ao progresso nas condições sanitárias criações tecnificadas e à inspeção eficiente das carcaças FLISSER et al 1999 A inspeção de carnes em mata douros tinha sido por anos uma for ma efetiva de evitar a disseminação da cisticercose Esta estratégia foi empregada para erradicar a enfermi dade em vários países GONZÁLEZ 1993 A inspeção de carcaças no abate de suínos e bovinos e o seques tro das contaminadas com cisticercos interrompem a cadeia de transmissão da cisticercose Outra medida para países endêmicos que poderia ser adotada é o congelamento da carne com o objetivo de diminuir a trans missão da parasitose PFUETZEN REITER e ÁVILA 2000 A inspeção veterinária de carnes executada pelo Serviço de Inspeção Federal SIF é a principal medida na prevenção da teníase pois apesar de suas limitações a inspeção identi fica as carcaças com infecções inten sas e leves desde que exista alguma alteração visível macroscopicamen te e atua também como crivo sani tário impedindo a disseminação de agentes zoonóticos RIBEIRO et al 2012 SOUZA et al 2007 ALMEI DA 2006 CONCLUSÃO Concluiuse com este trabalho que a cisticercose é um problema de saúde pública que não pode ser desconsiderado pelos órgãos públi cos fiscalizadores e nem pela comu nidade Essa enfermidade também causa prejuízos no âmbito econômi co devido ao número substancial de condenações das carcaças Para se prevenir a doença é necessário tanto 34 ARTIGO a fiscalização correta dos estabeleci mentos de abate por parte de órgãos públicos competentes como também a realização de intervenções educa tivas junto ao consumidor e princi palmente aos produtores rurais res ponsáveis pela criação animal para que realizem o manejo correto dos animais REFERÊNCIAS AGAPEJEV S Aspectos ClínicoEpide miológicos da Neurocisticercose no Brasil Análise Crítica Rev Arq Neuropsiquiatria v61 n3b p822 828 2003 ALMEIDA L P et al Cisticercose bovina um estudo comparativo entre ani mais abatidos em frigoríficos com serviço de inspeção municipal Rev Hig Ali mentar v16 n99 p5155 2002 BRASIL Guia de Vigilância Epidemio lógica Fundação Nacional da Saú de 5ª edição Vol II Brasília FUNA SA 2002 399p CALASANS MWM Ocorrência de Cys ticercus cellulose e Cysticercus bovis em MatadouroFrigorífico no Estado do Sergipe Monografia Lato Sensu em Higiene e Inspe ção de Produtos de Origem Animal Pernambuco Universidade Federal Rural do SemiÁridoRecifePernem buco 2009 Disponível emhttpswwwequalis combrbibliotecaonlinedownlo adpdfphpAcesso em 311017 CAMARGO EP et al Doenças tropi cais Estudos Avançados v22 n64 p95110 2008 COSTA AO et al Neurocisticercose do Lobo Temporal Esquerdo com Ma nifestações Epilépticas e Psiquiá tricas Relato de caso Porto Alegre v13 n4 Dezembro 2007 DE ARRUDA PINTO PS et al Cisticer cose suina aspectos clinicoepi demiologicos imunodiagnostico e controle Bioscience Journal v20 n3 2004 FERREIRA H et al Estudo epidemioló gico localizado da freqüência e fato res de risco para enteroparasitoses e sua correlação com o estado nu tricional de crianças em idade pré escolar UEPG Ciências Biológicas e da Saúde v12 n4 2006 FERNANDES JOM BUZETTI WAS Pre valência de cisticercose em su ínos abatidos em frigoríficos sob inspe ção federal da 9ª Região Adminis trativa de Araçatuba SP São Paulo Rev Hig Alimentar v2 n1 p14 17 2002 FORTES E Parasitologia veterinária 4 ed rev São Paulo SP Ícone 2004 FNS Fundação Nacional da Saúde Disponível em httpwwwpgrmpf gov br Acesso em 17set 2017 GARCIA HH et al Taenia solium cysti cercosis The Lancet v362 n9383 p547556 2003 GARCIA HH et al Strategies for the eli mination of taeniasiscysticercosis Journal of Neurological Sciences v262 n1 p153157 2007 GARRO FL et al Diagnosis of Bovine TaeniasisCysticercosis Complex in São João Evangelista Minas Gerais Brazil Arq Bras de Medic Vet Zoo tec v67 n4 p10631069 2015 GUIMARÃESPEIXOTO RPM et al Dis tribuição e identificação das regiões de risco para a cisticercose bovina no Estado do Paraná Pesq Vet Bras v32 n10 p975979 2012 LUNARDE EG Teníase e o Complexo Cisticercose Uma ZOONOSE Es quecida São Carlos SP sn 2008 MARTINSMELO FR RAMOS AN CA VALCANTI MG ALENCAR CH HEU KELBACH J Neurocysticercosisre lated mortality in Brazil 20002011 Epidemiology of a neglected neuro logic cause of death Acta tropica v153 p128136 2016 PFUETZENREITER MR PIRES FDA Epidemiology of teniasiscysticer cosis by Taenia solium and Taenia saginata Ciência Rural v30 n3 p541548 2000 PRAXEDES PCG Aspectos da qualida de higiênicosanitária de alimentos consumidos e comercializados na comunidade São Remo São Paulo Capital 2003 Tese de Doutorado Universidade de São Paulo REY L Parasitologia parasitos e doen ças parasitárias do homem nas Amé ricas e na África 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1991 731p ROPPA L Suínos mitos e verdades São Paulo Disponível em http wwwsuinoscombrpdfcarnesui napdf Acesso em 18 set 2017 SANDERS TAB Food production and food safety BMJ British Medical Journal v318 n7199 p1689 1999 SANTOS JMG BARROS MCRB Cysticercus bovis e cysticercus cellulosaeendoparasitas de impor tância no comércio da carne Rev em Agronegócios e Meio Ambiente v2 n1 p2139 2009 SILVA AAP SILVA MV Teníase na po pulação do bairro Nossa Senho ra Aparecida município de Correia PintoSC em 2003 e 2004 Rev Bras Analise Clinicas v39 p143145 2007 TAKAYANAGUI OM et al Fiscalização de hortas produtoras de verduras do Município de Ribeirão Preto SP Rev Soc Bras Medicina Tropical v33 n2 p169174 2000 URQUHART GM et al Parasitologia ve terinária Rio de Janeiro RJ Guana bara Koogan 1996 VIEIRA ESS Defesa agropecuária e inspeção de produtos de origem animal uma breve reflexão sobre a Operação Carne Fraca e possíveis contribuições ao aprimoramento dos instrumentos normativos aplicáveis ao setor Senado Federal 2017 Rev PanAmaz Saude 2016 722732 27 httprevistaiecpagovbr Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni em municípios do Estado de Alagoas Brasil Epidemiological aspects and distribution of infection cases by Schistosoma mansoni in municipalities in the Alagoas State Brazil Aspectos epidemiológicos y distribución de los casos de infección por Schistosoma mansoni en municipios del Estado de Alagoas Brasil RESUMO A esquistossomose mansônica é uma doença infectoparasitária de importância em saúde pública no Brasil apresentandose de forma endêmica no Estado de Alagoas Desta forma o estudo teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico relacionado aos casos de esquistossomose em alguns municípios de Alagoas Foi realizado um estudo de caráter descritivo com abordagem quantitativa com dados secundários oriundos do Programa de Controle da Esquistossomose referente à infecção por Schistosoma mansoni no período de 2010 a 2014 Entre os casos positivos para esquistossomose observase que a frequência em Alagoas foi maior no ano de 2011 apresentandose com 740 de positividade contudo em 2014 houve redução para um percentual de 622 Os mais acometidos com essa endemia foram os indivíduos do gênero masculino totalizando 5705 dos casos entre 15 e 49 anos de idade 5863 Em relação aos hospedeiros intermediários a espécie Biomphalaria glabrata foi a predominante nos municípios alagoanos apresentandose em 5792 deles Concluise que é de grande relevância a utilização de medidas no controle dos fatores de risco ambientais e educacionais na tentativa de reduzir novos casos de esquistossomose nos municípios endêmicos em Alagoas Palavraschave Esquistossomose Schistosoma mansoni Epidemiologia Correspondência Correspondence Correspondencia Thiago José Matos Rocha Rua Cônego Machado 918 Bairro Farol CEP 57051160 MaceióAlagoasBrasil Tel 55 82 32155137 Email thyrochahotmailcom ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE ARTÍCULO ORIGINAL Thiago José Matos Rocha Núcleo de Ciências Biológicas Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Maceió Alagoas Brasil Centro Universitário Cesmac Maceió Alagoas Brasil Maria Cecília Silva Santos Centro Universitário Cesmac Maceió Alagoas Brasil Marcella Vanessa Moreira de Lima Centro Universitário Cesmac Maceió Alagoas Brasil Cláudia Maria Lins Calheiros Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde Setor de Parasitologia e Patologia Universidade Federal de Alagoas Maceió Alagoas Brasil Flaviana Santos Wanderley Núcleo de Ciências Biológicas Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Maceió Alagoas Brasil INTRODUÇÃO A esquistossomose mansônica é uma parasitose de veiculação hídrica causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni que tem no seu ciclo biológico o envolvimento de caramujos do gênero Biomphalaria sendo esses os únicos hospedeiros intermediários e tem o homem como hospedeiro definitivo Essa doença é conhecida popularmente como doença do caramujo eou barriga dágua que cursa com um quadro agudo ou crônico muitas vezes com poucos sintomas ou assintomático mas pode também se manifestar com formas mais graves com desfecho do óbito do hospedeiro1 A esquistossomose é uma doença de caráter endêmico associada à pobreza e ao baixo desenvolvimento econômico encontrada em 54 países da África Ásia e América do Sul Nas Américas o Brasil é o País com maior número de casos estimandose que mais de 200 milhões de pessoas estejam infectadas e que outras 779 milhões correm o risco de infecção pelo S mansoni em todo o mundo2 É uma doença de grande importância em saúde pública que chega a causar cerca de 200 mil mortes por ano no mundo Assim é considerada a segunda infecção parasitária mais importante ficando atrás apenas da malária3 doi 105123S217662232016000200003 Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 28 No Brasil de acordo com o manual de vigilância da esquistossomose do Ministério da Saúde MS entre 2010 e 2012 ocorreram 941 internações por 100 mil habitantes e 1464 óbitos por esquistossomose no mesmo período de tempo Essa doença atinge o maior índice endêmico nos seguintes Estados Pernambuco Bahia Alagoas e Sergipe e que atualmente são considerados ainda as principais Unidades da Federação com maior prevalência e incidência da esquistossomose mansônica4 A transmissão da esquistossomose ocorre devido ao contato com águas contaminadas por cercárias forma larvar do parasito5 Rotineiramente nos locais endêmicos as pessoas utilizam rios habitados por caramujos infectados pelo S mansoni para banhos pescas lavagem de roupa e louças tornandose suscetíveis à doença6 A esquistossomose pode ser confundida com outras doenças devido às variadas manifestações clínicas que ocorrem sendo a forma aguda comumente observada em pessoas que não vivem em áreas endêmicas O exame parasitológico de fezes para diagnóstico dessa parasitose é realizado principalmente por meio dos métodos de sedimentação espontânea entretanto KatoKatz é o método padrão ouro preconizado pelo MS em regiões endêmicas67 Dados publicados pelo MS mostraram que em Alagoas a esquistossomose estaria com uma taxa de positividade de 854 Chamase a atenção principalmente para os Municípios de Capela e Santana do Mundaú que se destacaram epidemiologicamente com uma prevalência de 228 e 101 respectivamente no ano de 20088 Outro estudo publicado mostrou que Santana do Mundaú apresentou uma prevalência de 2779 A realização desse estudo teve como objetivo contribuir com informações epidemiológicas para alertar as autoridades sanitárias principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento de programas socioambientais para eliminação dos focos de transmissão por S mansoni sobretudo nas áreas geograficamente mais afetadas em Alagoas Assim a pesquisa avaliou o perfil epidemiológico relacionado aos casos positivos de infecção por S mansoni em municípios de Alagoas entre os anos de 2010 e 2014 MATERIAIS E MÉTODOS Tratase de uma pesquisa de caráter descritivo retrospectivo de abordagem quantitativa realizada a partir dos dados secundários do Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose PCE SISPCE obtidos junto à Secretaria de Estado da Saúde Alagoas No instrumento de coleta de dados constavam variáveis independentes como gênero faixa etária casos positivos número de pessoas tratadas informações malacológicas hospitalares e de mortalidade coletadas no período de 2010 a 2014 Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN Sistema de Informação sobre Mortalidade SIM e Sistema de Informações Hospitalares SIH do Sistema Único de Saúde SUS sem a identificação nominal dos pacientes respeitandose assim aspectos éticos da Resolução N 46612 do Conselho Nacional de Saúde Posteriormente foram plotados em planilha eletrônica do programa Microsoft Office Excel analisados de forma descritiva e expressos em percentual RESULTADOS A figura 1 mostra a frequência da esquistossomose mansônica no Estado de Alagoas de acordo com o percentual de positividade obtido por meio de exames parasitológicos pelo PCE no período de 2010 a 2014 Observouse pouca variação 740727 exceto nos anos de 2012 e 2014 com pequeno decréscimo 622683 Fonte SISPCE 2015 Figura 1 Frequência da esquistossomose mansônica no Estado de Alagoas Brasil no período de 2010 a 2014 750 700 Frequência 650 600 550 2010 2011 2012 Ano 2013 2014 622 734 727 740 683 Entre os 102 municípios de Alagoas que totalizam 3120122 habitantes foram notificados casos de esquistossomose em 70 estando a prevalência superior a 15 em sete destes Municípios Atalaia Cajueiro Capela Feira Grande Igreja Nova Pindoba e Rio Largo Na figura 2 observase uma tendência na redução dos casos positivos de esquistossomose nesses Municípios entre 2010 e 2014 sobretudo em Rio Largo Foi observado que a maior proporção dos indivíduos infectados é do gênero masculino com um percentual de 5705 A partir dos achados referentes à faixa etária a tabela 1 mostra que a maior proporção de indivíduos parasitados 5863 apresenta idade entre 15 e 49 anos seguido da faixa etária entre 5 e 14 anos com 2895 dos infectados Quanto ao tratamento específico conforme mostra a figura 3 a maior porcentagem de indivíduos tratados foi em 2010 e 2013 69426944 com importante redução em 2012 5962 Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 29 Figura 2 Distribuição da esquistossomose mansônica nos municípios do Estado de Alagoas Brasil entre 2010 e 2014 Fonte SISPCE 2015 Atalaia Cajueiro Capela Feira Grande Igreja Nova Pindoba Rio Largo 2010 1770 2341 1599 1577 1666 1723 3043 2011 1651 1860 1279 706 1940 1379 1080 2012 1230 1185 1315 450 940 1171 205 2013 1240 1788 1504 1523 957 1345 140 2014 1295 1458 1109 780 1206 1139 109 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 000 De acordo com os dados de notificações de formas graves internações e óbitos por esquistossomose em Alagoas entre 2010 e 2014 verificouse importante redução de notificação de formas graves e de internamento de pacientes Entretanto o número de óbitos aumentou consideravelmente passando de 29 em 2010 para 51 em 2014 Tabela 2 Tabela 1 Distribuição dos casos de esquistossomose mansônica segundo a faixa etária no Estado de Alagoas Brasil entre 2010 e 2014 Fonte SISPCE 2015 Faixa etária anos Números de casos Frequência 1 10 002 14 931 157 514 17164 2895 1549 34758 5863 50 6424 1083 Total 59287 10000 2010 2011 2012 Ano 2013 2014 72 6942 6944 6642 6254 5962 70 68 66 64 62 60 58 56 54 Figura 3 Porcentagem de indivíduos com esquistossomose mansônica tratados no Estado de Alagoas Brasil entre 2010 e 2014 Fonte SISPCE 2015 Porcentagem de tratados Informações gerais 2010 2011 2012 2013 2014 Notificação 64 64 52 26 22 Óbito 29 63 52 49 51 Internação 10 13 10 05 02 Tabela 2 Número de notificações das formas graves óbitos e internações por esquistossomose mansônica no Estado de Alagoas Brasil no período de 2010 a 2014 Fonte SINANNET SIM SIHSUSDATASUS 2015 Entre os caramujos capturados em alguns municípios do Estado no período de 2010 a 2014 um 119 foi da espécie B straminea e 153 5792 da espécie B glabrata confirmando esta última espécie como principal vetor do S mansoni DISCUSSÃO No Brasil a esquistossomose é uma doença endêmica de grande importância na saúde pública com cerca de 43 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco de infecção e 7 milhões infectadas As Regiões Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 30 de maior destaque são Nordeste e Sudeste onde existem áreas com prevalência superior a 15 como nos Estados de Alagoas Bahia Pernambuco Sergipe e Minas Gerais encontrando ainda formas graves levando a óbitos810 O MS classifica as áreas com esquistossomose de acordo com a prevalência observada considerando áreas de baixa endemicidade aquelas com prevalência abaixo de 5 de média endemicidade onde está maior que 5 e menor que 15 e de alta endemicidade aquelas cuja prevalência é superior a 15 A esquistossomose é considerada endêmica em 69 dos 102 municípios de Alagoas com estimativas de que aproximadamente 25 milhões de pessoas vivam sob o risco da doença nestas áreas endêmicas9 uma situação próxima da realidade do Estado de Sergipe conforme mostrado em uma publicação baseada nos dados do PCE de 2005 a 2008 identificando taxas de prevalência de 136 112 118 e 106 respectivamente11 Neste mesmo contexto outros estudos apontaram para Alagoas uma taxa de prevalência geral de 854 mas superior a 15 em alguns municípios a exemplo de Capela que alcançou taxa de 228 demonstrando assim a importância epidemiológica desses municípios no ciclo de transmissão da esquistossomose no Estado9 Foi observado também que nas zonas de transição ruralurbana a média de prevalência da esquistossomose entre os anos de 2003 a 2008 foi de 1398 sendo consideradas áreas de média endemicidade12 Recomendase que em locais endêmicos onde existe um percentual de positividade inferior a 15 devese utilizar como estratégia de controle o tratamento dos indivíduos com exame parasitológico de fezes positivo para evitar a dispersão da endemia4 Com relação à presença de hospedeiros intermediários a quantidade de caramujos capturados foi elevada nas duas maiores cidades do Estado Arapiraca com 3530 e a capital Maceió com 548 Estes resultados são semelhantes ao de um estudo feito em duas mesorregiões do Estado de Alagoas onde ficou evidenciada a importância epidemiológica do B glabrata como o principal hospedeiro intermediário de S mansoni nas zonas endêmicas do Estado6 Essa característica é diferente de outras localidades brasileiras como por exemplo em Belém capital do Estado do Pará onde foi demonstrada a presença do planorbídeo vetor da esquistossomose em 35 dos 70 bairros visitados e em 20 já havia a transmissão ativa da doença com predominância do B straminea13 Do mesmo modo que este estudo resultados de outros autores mostraram que entre os infectados pelo S mansoni houve predominância de indivíduos do gênero masculino como observado em uma comunidade periférica do Município de Jequié no Estado da Bahia onde os homens foram a maioria 746 dos acometidos com esta infecção14 Essa predisposição é justificada por variáveis culturais e comportamentais visto que estes indivíduos realizam atividades de lazer como pesca banho e práticas esportivas no ambiente peridomiciliar e tornamse mais suscetíveis a adquirir a infecção15 Com relação à faixa etária observouse relação semelhante na maioria das publicações Em Mogi Guaçu Estado de São Paulo predominaram os sujeitos na faixa etária entre 10 e 19 anos 32816 Esse fato corrobora a literatura específica na qual os estudos apontam que a média de idade de pessoas do gênero masculino é entre 10 e 29 anos1718 Um estudo realizado em Pindamonhangaba também em São Paulo mostrou um percentual de infecção de 316 na faixa etária até 20 anos ratificando os resultados desse estudo19 Em Alagoas o tratamento farmacológico da esquistossomose baseiase no uso do praziquantel PZQ conforme recomendações do MS A oxaminiquina que já foi usada no Brasil também é empregada no tratamento dessa parasitose em outros países das Américas e da África20 Resultados exitosos têm sido mostrados por vários autores brasileiros com tratamento utilizando dose única de PZQ como em um estudo realizado por Cardim et al21 no Município de Lauro de Freitas Estado da Bahia quando 92 dos pacientes receberam dose única desse medicamento demonstrando a importância do tratamento no controle da morbidade do agravo ao reduzir as possibilidades de evolução para formas graves da doença A esquistossomose é uma infecção helmíntica que está associada a diversos fatores como más condições de tratamento da água falta de educação em saúde disseminação dos hospedeiros intermediários e longevidade da doença22 Com isso continua a se configurar como uma das doenças parasitárias de maior importância em saúde pública no Brasil CONCLUSÃO A análise dos casos de esquistossomose no Estado de Alagoas notificados nos anos de 2010 a 2014 mostrou maior número de casos em 2013 e que neste período predominaram as notificações do gênero masculino sobretudo na faixa etária entre 15 e 49 anos Em todo o Estado o hospedeiro intermediário de destaque é o B glabrata Desse modo mostra se a importância da adoção de medidas profiláticas e melhoria nas condições de saneamento básico assim como educação da população Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 31 Epidemiological aspects and distribution of infection cases by Schistosoma mansoni in municipalities in the Alagoas State Brazil ABSTRACT Schistosomiasis mansoni is an infectious parasitic disease of public health importance in Brazil presenting endemically in the Alagoas State Thus the study aimed to evaluate the epidemiological profile about the cases of schistosomiasis in some municipalities of Alagoas It was conducted a descriptive study with a quantitative approach and secondary data from the Programa de Controle da Esquistossomose Schistosomiasis Control Program related to infection by Schistosoma mansoni in the period from 2010 to 2014 Among the positive cases for schistosomiasis it is observed that the frequency in Alagoas was higher in 2011 with 740 positive but in 2014 it was reduced to a percentage of 622 The most affected gender by this endemic disease was the male one totaling 5705 of cases between 1549 years old 5863 Regarding intermediate hosts the species Biomphalaria glabrata was predominant in the municipalities of Alagoas in 5792 of the municipalities It was concluded that is really important the use of measures to control the environmental and educational risk factors in an effort to reduce new cases of schistosomiasis in endemic municipalities in Alagoas Keywords Schistosomiasis Schistosoma mansoni Epidemiology Aspectos epidemiológicos y distribución de los casos de infección por Schistosoma mansoni en municipios del Estado de Alagoas Brasil RESUMEN La esquistosomiasis mansónica es una enfermedad infectoparasitaria de importancia en salud pública en Brasil presentándose de forma endémica en el Estado de Alagoas Este estudio tuvo como objetivo evaluar el perfil epidemiológico relacionado a los casos de esquistosomiasis en algunos municipios de Alagoas Se realizó un estudio de carácter descriptivo con enfoque cuantitativo con datos secundarios oriundos del Programa de Control de Esquistosomiasis referente a la infección por Schistosoma mansoni en el período de 2010 a 2014 Entre los casos positivos para esquistosomiasis se observa que la frecuencia en Alagoas fue más elevada el año de 2011 presentándose con 740 de positividad sin embargo en el 2014 hubo reducción a un porcentual de 622 Los más acometidos por esa endemia fueron los individuos del género masculino totalizando 5705 de los casos entre 1549 años de edad 5863 En relación a los huéspedes intermediarios la especie Biomphalaria glabrata fue la predominante en los municipios alagoanos presentándose en 5792 de los municipios Se concluye que es de muy relevante utilizar medidas para el control de los factores de riesgo ambientales y educacionales con la intención de reducir nuevos casos de esquistosomiasis en los municipios endémicos en Alagoas Palabras clave Esquistosomiasis Schistosoma mansoni Epidemiología REFERÊNCIAS 1 Ministério da Saúde BR Departamento de Informática do SUS Programa de Controle da Esquistossomose Internet Brasília Ministério da Saúde 2014 citado 2014 mai 4 Disponível em httptabnetdatasusgovbrcgitabcgiexesinan pcecnvpcedef 2 World Health Organization Schistosomiasis number of people treated worldwide in 2009 Wkly Epidemiol Rec 2011 Feb8697380 3 Wichmann D Panning M Quack T Kramme S Burchard GD Grevelding C et al Diagnosing schistosomiasis by detection of cellfree parasite DNA in human plasma PLoS Negl Trop Dis 2009 Apr34e422 4 Ministério da Saúde BR Vigilância da esquistossomose mansoni diretrizes técnicas 4 ed Brasília 2014 5 Ministério da Saúde BR Secretaria de Vigilância em Saúde Vigilância e controle da esquistossomose diretrizes técnicas Brasília Ministério da Saúde 2010 6 Couto JLA Esquistossomose mansoni em duas mesorregiões do Estado de Alagoas Rev Soc Bras Med Trop 2005 julago3843014 7 Vitorino RR Souza FPCD Costa ADP Faria Júnior FCD Santana LA Gomes AP Esquistossomose mansônica diagnóstico tratamento epidemiologia profilaxia e controle Rev Bras Clin Med 2010 jan fev1013945 8 Ministério da Saúde BR Departamento de Informática do SUS Programa de Controle da Esquistossomose Internet Brasília Ministério da Saúde 2009 citado 2009 out 11 Disponível em httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesinan pcecnvpcedef Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 32 9 Palmeira DCC Carvalho AG Rodrigues K Couto JLA Prevalência da infecção pelo Schistosoma mansoni em dois municípios do Estado de Alagoas Rev Soc Bras Med Trop 2010 maijun433 3137 10 Prata A Esquistossomose mansônica In Veronesi R Focaccia R Tratado de infectologia Vol 2 4 ed São Paulo Atheneu 2010 p 185982 11 Rollemberg CVV Santos CMB Silva MMBL Souza AMB Silva AM Almeida JAP et al Aspectos epidemiológicos e distribuição geográfica da esquistossomose e geohelmintos no Estado de Sergipe de acordo com os dados do Programa de Controle da Esquistossomose Rev Soc Bras Med Trop 2011 janfev441916 12 Melo AGS Melo CM Oliveira CCC Oliveira DS Santos VB Jeraldo VLS Esquistossomose em área de transição ruralurbana reflexões epidemiológicas Cienc Cuid Saude 2011 jul set10350613 13 Nunes CV Rodrigues IRC Distribuição de caramujos hospedeiros da esquistossomose mansoni em 10 bairros da periferia de Belém Cad Saude Coletiva 2007 outdez15443948 14 Borges LS Souza TS Motta RL Azevedo BS Dias JAA Nery IG et al Perfil epidemiológico da esquistossomose em comunidade periférica do município de JequiéBA Rev Univ Vale Rio Verde 2014 agodez12281229 15 Silva MBA Barreto AVMS Oliveira YV Bezerra SDC Bispo BAJ Perfil epidemiológico de pacientes suspeitos de esquistossomose e patologias associadas em um hospital pernambucano Rev Enferm Digit Cuid Prom Saude 2015 janjun11436 16 Camargo EAF Boaventura JCS Características epidemiológicas da esquistossomose em Mogi Guaçu São Paulo Intercienc Soc 201432 2732 17 Neres RCB Araújo EM Rocha WJFS Lacerda RS Caracterização epidemiológica dos casos de esquistossomose no município de Feira de Santana Bahia 20032006 Rev Baiana Saude Publica 2011 janjun35 supl 12835 18 Nicolato AJPG Morbidade por esquistossomose mansônica nas terras indígenas Maxakali e Xakriabá Minas Gerais dissertação Ouro Preto Universidade Federal de Ouro Preto Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas 2014 140 p 19 Furtado P Azevedo OS Luciano RP Ruivo Junior B Ruivo VTB Ruivo GF Abordagem clínica e epidemiológica da esquistossomose em PindamonhangabaSP Rev Biocienc 2006 jan jun12125461 20 World Health Organization Accelerating work to overcome the global impact of neglected tropical disease a roadmap for implementation Internet Geneva WHO 2012 21 Cardim LL Ferraudo AS Pacheco STA Reis RB Silva MMN Carneiro DDMT et al Análises espaciais na identificação das áreas de risco para a esquistossomose mansônica no Município de Lauro de Freitas Bahia Brasil Cad Saude Publica 2011 mai275899908 22 Tibiriça SHC Guimarães FB Teixeira MTBA A esquistossomose mansoni no contexto da política de saúde brasileira Cienc Saude Coletiva 2011161137581 Recebido em Received Recibido en 23112015 Aceito em Accepted Aceptado en 862016 UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA DISCIPLINA PARASITOLOGIA CURSO DE ENFERMAGEM ALUNO MATRÍCULA DATA DA ENTREGA 010623 TENÍASE CISTICERCOSE EPIDEMIOLOGIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf FORMAS EVOLUTIVAS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf CICLO BIOLÓGICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRANSMISSÃO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf ASPECTOS CLÍNICOS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf DIAGNÓSTICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf PROFILAXIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRATAMENTO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA DISCIPLINA PARASITOLOGIA CURSO DE ENFERMAGEM ALUNO MATRÍCULA DATA DA ENTREGA 010623 ESQUISTOSSOMOSE EPIDEMIOLOGIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf FORMAS EVOLUTIVAS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf CICLO BIOLÓGICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRANSMISSÃO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf ASPECTOS CLÍNICOS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf DIAGNÓSTICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf PROFILAXIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRATAMENTO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA DISCIPLINA PARASITOLOGIA CURSO DE ENFERMAGEM ALUNO MATRÍCULA DATA DA ENTREGA 010623 ASCARIDÍASE EPIDEMIOLOGIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf FORMAS EVOLUTIVAS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf CICLO BIOLÓGICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRANSMISSÃO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf ASPECTOS CLÍNICOS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf DIAGNÓSTICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf PROFILAXIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRATAMENTO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA DISCIPLINA PARASITOLOGIA CURSO DE ENFERMAGEM ALUNO MATRÍCULA DATA DA ENTREGA 010623 FILARIOSE EPIDEMIOLOGIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf FORMAS EVOLUTIVAS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf CICLO BIOLÓGICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRANSMISSÃO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf ASPECTOS CLÍNICOS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf DIAGNÓSTICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf PROFILAXIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRATAMENTO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA CURSO DE ENFERMAGEM NOME COMPLETO DO ALUNO RESUMOS DE PARASITOLOGIA BELÉMPA 2023 NEUROCISTICERCOSE UMA REVISÃO DOS ASPECTOS SOCIAIS CLÍNICOS E FISIOPATOLÓGICOS 1 O artigo Neurocisticercose uma revisão dos aspectos sociais clínicos e fisiopatológicos aborda a neurocisticercose NCC uma infecção parasitária do sistema nervoso central causada pela forma larval da Taenia solium o Cysticercus cellulose 2 A NCC é endêmica principalmente na América Latina América Central Ásia e África 3 Os achados clínicos da NCC incluem cefaléia distúrbios psíquicos síndrome de hipertensão intracraniana crises epilépticas meningite cisticercótica forma apoplética ou endarterítica e síndrome medula 4 A parte social do artigo explora o impacto da neurocisticercose nas comunidades afetadas destacando os fatores socioeconômicos educacionais e culturais que influenciam a disseminação da doença 5 Também discute os desafios enfrentados no diagnóstico tratamento e prevenção considerando questões como acesso limitado a serviços de saúde e falta de conscientização sobre a doença 6 Nos achados clínicos o artigo destaca diferentes manifestações da neurocisticercose que depende da localização dos cisticercos no sistema nervoso central 7 A avaliação clínica exames de imagem e testes laboratoriais são abordados como ferramentas essenciais para o diagnóstico preciso da doença 8 No que diz respeito aos mecanismos fisiopatológicos o artigo explora as interações complexas entre o parasita e o hospedeiro bem como as respostas imunológicas desencadeadas pela infecção 9 Foi discutido ainda os processos inflamatórios a formação de granulomas e os efeitos da presença de cisticercos no sistema nervoso central 10 É importante a compreensão dos aspectos fisiopatológicos par ao desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes 11 O artigo aborda as abordagens de tratamento disponíveis para a neurocisticercose como o uso de medicamentos antiparasitários e terapia adjuvante para controle de sintomas e complicações 12 Também enfatiza a importância da educação em saúde e medidas preventivas como a melhoria das condições sanitárias higiene pessoal e controle da infestação por parasitas 13 Percebese a carência de políticas públicas voltadas à doença de modo que seu controle é incipiente e depende de ações pontuais adotadas localmente 14 Devese portanto segundo o artigo utilizar o tratamento médico e a prevenção 15 A prevenção vai ser alcançada na melhoria das conduções higiênicosanitárias e conscientização da população ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE INFECÇÃO PELO Schistosoma mansoni EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DE ALAGOAS BRASIL 1 O artigo tem como objetivo avaliar o perfil epidemiológico relacionado aos casos de esquistossomose em alguns municípios de Alagoas 2 Os autores do estudo analisaram dados sobre a infecção pelo Schistosoma mansoni em municípios do estado de Alagoas Brasil 3 A esquistossomose mansônica é uma doença infectoparasitária de importância em saúde pública no Brasil apresentandose de forma endêmica no Estado de Alagoas 0 4 O estudo analisa a distribuição dos casos de esquistossomose em diferentes municípios de Alagoas com o objetivo de avaliar o perfil epidemiológico da doença 5 Os autores do estudo destacam que a esquistossomose é uma doença negligenciada e que é importante que sejam realizados mais estudos para entender melhor a epidemiologia da doença e desenvolver estratégias mais eficazes de prevenção e controle 6 O estudo foi de caráter descritivo retrospectiva de abordagem quantitativa com dados do Programa de Controle da Esquistossomose coletadas no período de 2010 a 2014 7 Os indivíduos mais infectados são do gênero masculino de idade entre 15 e 49 anos de maior incidência entre 2010 e 2013 8 Foram capturados 153 carajumos da espécie B glabrata entre 2010 a 2014 9 O maior número de casos ocorreu em 2013 10 O autor destacou no artigo que é importante adotar medidas profiláticas além de saneamento básico para tentar mitigar a esquistossomose no estado do Alagoas 11 É importante que no estado tenhase uma maior educação da população 12 No estado de Alagoas o autor destaca que devese realizar o tratamento dos indivíduos com base no exame parasitológico de fezes positivo para evitar a dispersão da endemia 13 Em outros estudos mostrouse que as zonas de transição ruralurbana tinham uma maior prevalência de esquistossomose 14 Aproximadamente 25 milhões de pessoas vivem sob o risco dessa doença nas áreas endêmicas 15 O estudo pode ser útil para profissionais de saúde e pesquisadores que trabalham com a esquistossomose uma vez que fornece informações importantes sobre a distribuição da doença em Alagoas INCIDÊNCIA DE ASCARIDÍASE EM COMUNIDADE QUILOMBOLA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM ESPIRITO SANTO BRASIL 1 O artigo tem como objetivo abordar a prevalência e incidência da ascaridíase em uma comunidade quilombola localizada em Cachoeiro de Itapemirim no estado do Espírito Santo Brasil 2 A ascaridíase também conhecida como lombriga é uma doença causada pelo parasita Ascaris lumbricoides que afeta principalmente o sistema digestivo humano É uma infecção comum em áreas com más condições sanitárias e higiene precária 3 Para cumprir o objetivo do artigo foram coletadas amostras de fezes de indivíduos da comunidade em diferentes momentos a fim de identificar a presença do parasita 4 De acordo com analises biológicas analisadas em 2012 de 74 indivíduos foi identificado a presença de Ascaris lumbricoides em 22 indivíduos 5 Além da Ascaris lumbricoides ainda tevese a presença de Entamoeba coli e Trichuris trichiura 6 Os moradores infectados são jovens com idade inferior a 21 anos 7 Os resultados do artigo corroboram com alguns aspectos descritos na literatura como maior prevalência e incidência em comunidades carentes que não possuem saneamento básico 8 Os autores destacaram que as parasitoses intestinais estão associadas a muitos casos de morbidade podendo favorecer a desnutrição anemia falta ou déficit de atenção enre outros 9 Existe saneamento básico na cidade porém os autores destacam que é importante ter uma expansão desse acesso e melhoria do programa 10 Para mitigar o empecilho os autores destacaram que as condições de saneamento básico devem ser melhoradas com assistência médica e inclusão em programas de controle de parasitoses com medicamentos 11 Ademais devese respeitar a cultura e as diferenças culturais dos quilombolas além de eles terem direitos a um mesmo acesso que o restante da população 12 O autor destaca que o Estado tem como função eliminar as fontes de infecção 13 Os resultados revelaram uma alta prevalência de ascaridíase na comunidade quilombola de Cachoeiro de Itapemirim A taxa de incidência também foi significativa indicando que novos casos da doença estavam surgindo na população 14 Além disso o artigo discute fatores de risco associados à ascaridíase como a falta de acesso a água potável saneamento básico precário e condições de higiene inadequadas Esses fatores contribuem para a transmissão do parasita e a manutenção da alta incidência da doença na comunidade 15 Com base nos resultados os autores sugerem a implementação de medidas de controle e prevenção da ascaridíase na comunidade quilombola como programas de educação em saúde melhoria das condições sanitárias e acesso a água potável Essas ações são essenciais para reduzir a carga da doença e melhorar a qualidade de vida dos moradores FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS COMO FERRAMENTA PARA AUXILIO NAS AÇÕES DOS PROGRAMAS DE ELIMINAÇÃO DA FILARIOSE LINFÁTICA 1 O artigo Formação de recursos humanos como ferramenta para auxilio nas ações dos Programas de Eliminação da Filariose Linfática aborda a importância da formação de profissionais de saúde na luta contra a filariose linfática uma doença que afeta cerca de 88 milhões de pessoas 2 A filariose linfática também conhecida como elefantíase é uma doença parasitária crônica causada pelo verme Wuchereria bancrofti É transmitida por mosquitos e afeta o sistema linfático resultando em inchaço crônico e deformidades nos membros 3 O estudo enfoca a necessidade de formar e capacitar profissionais de saúde que estejam envolvidos nos programas de eliminação da filariose linfática Esses profissionais desempenham um papel fundamental na implementação e execução de estratégias de prevenção diagnóstico e tratamento da doença 4 O artigo discute a importância de fornecer treinamento adequado aos profissionais de saúde abordando tópicos como epidemiologia da filariose linfática métodos de diagnóstico tratamento prevenção e controle de infecções Essa formação visa capacitar os profissionais a identificar casos da doença fornecer tratamento adequado e implementar medidas de prevenção eficazes 5 Além disso o artigo destaca a importância da educação em saúde para conscientizar as comunidades sobre a filariose linfática seus sintomas métodos de prevenção e a importância do diagnóstico e tratamento precoces 6 A conscientização pode ajudar na detecção precoce de casos aumentar a adesão ao tratamento e promover mudanças comportamentais que reduzam a transmissão da doença 7 Durante os últimos 30 anos cerca de 2019 profissionais de nível médio e superior foram capacitados nos aspectos clínico e laboratorial da FL 8 Foram capacitados na bordagem clínica e laboratorial da FL 9 Identificase que é indispensável o treinamento para filariose linfática em outros estados brasileiros pois existe a necessidade da vigilância epidemiológica 10 As capacitações clínicas realizadas entre 1998 e 2016 foram promovidas para 342 profissionais de nível superior como Médicos Enfermeiros Fisioterapeutas Nutricionistas e Psicólogos 11 O artigo identificou desafios na implementação do PNEFL no Brasil como a vigilância póstratamento coletivo e verificação de eliminação da transmissão controle do vetor e promoção da assistência integral aos portadores de morbidade no estado de Pernambuco 12 Foram ofertados 66 cursos no período de 19982016 como aproximadamente 20 a 30 profissionais por curso 13 Nas capacitações foram explorados diversos métodos laboratoriais disponíveis 14 Foi discutido ainda a dificuldade de estabelecer critérios que eestabeleçam a certeza de infecção filarial 15 O estudo enfatiza que a formação de recursos humanos capacitados é fundamental para fortalecer e sustentar os programas de eliminação da filariose linfática Através da formação adequada os profissionais de saúde estarão preparados para enfrentar os desafios associados à doença desenvolver estratégias eficazes e contribuir para a redução da carga da filariose linfática UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA CURSO DE ENFERMAGEM NOME COMPLETO DO ALUNO RESUMOS DE PARASITOLOGIA BELÉMPA 2023 NEUROCISTICERCOSE UMA REVISÃO DOS ASPECTOS SOCIAIS CLÍNICOS E FISIOPATOLÓGICOS 1 O artigo Neurocisticercose uma revisão dos aspectos sociais clínicos e fisiopatológicos aborda a neurocisticercose NCC uma infecção parasitária do sistema nervoso central causada pela forma larval da Taenia solium o Cysticercus cellulose 2 A NCC é endêmica principalmente na América Latina América Central Ásia e África 3 Os achados clínicos da NCC incluem cefaléia distúrbios psíquicos síndrome de hipertensão intracraniana crises epilépticas meningite cisticercótica forma apoplética ou endarterítica e síndrome medula 4 A parte social do artigo explora o impacto da neurocisticercose nas comunidades afetadas destacando os fatores socioeconômicos educacionais e culturais que influenciam a disseminação da doença 5 Também discute os desafios enfrentados no diagnóstico tratamento e prevenção considerando questões como acesso limitado a serviços de saúde e falta de conscientização sobre a doença 6 Nos achados clínicos o artigo destaca diferentes manifestações da neurocisticercose que depende da localização dos cisticercos no sistema nervoso central 7 A avaliação clínica exames de imagem e testes laboratoriais são abordados como ferramentas essenciais para o diagnóstico preciso da doença 8 No que diz respeito aos mecanismos fisiopatológicos o artigo explora as interações complexas entre o parasita e o hospedeiro bem como as respostas imunológicas desencadeadas pela infecção 9 Foi discutido ainda os processos inflamatórios a formação de granulomas e os efeitos da presença de cisticercos no sistema nervoso central 10 É importante a compreensão dos aspectos fisiopatológicos par ao desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes 11 O artigo aborda as abordagens de tratamento disponíveis para a neurocisticercose como o uso de medicamentos antiparasitários e terapia adjuvante para controle de sintomas e complicações 12 Também enfatiza a importância da educação em saúde e medidas preventivas como a melhoria das condições sanitárias higiene pessoal e controle da infestação por parasitas 13 Percebese a carência de políticas públicas voltadas à doença de modo que seu controle é incipiente e depende de ações pontuais adotadas localmente 14 Devese portanto segundo o artigo utilizar o tratamento médico e a prevenção 15 A prevenção vai ser alcançada na melhoria das conduções higiênico sanitárias e conscientização da população ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE INFECÇÃO PELO Schistosoma mansoni EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DE ALAGOAS BRASIL 1 O artigo tem como objetivo avaliar o perfil epidemiológico relacionado aos casos de esquistossomose em alguns municípios de Alagoas 2 Os autores do estudo analisaram dados sobre a infecção pelo Schistosoma mansoni em municípios do estado de Alagoas Brasil 3 A esquistossomose mansônica é uma doença infectoparasitária de importância em saúde pública no Brasil apresentandose de forma endêmica no Estado de Alagoas 0 4 O estudo analisa a distribuição dos casos de esquistossomose em diferentes municípios de Alagoas com o objetivo de avaliar o perfil epidemiológico da doença 5 Os autores do estudo destacam que a esquistossomose é uma doença negligenciada e que é importante que sejam realizados mais estudos para entender melhor a epidemiologia da doença e desenvolver estratégias mais eficazes de prevenção e controle 6 O estudo foi de caráter descritivo retrospectiva de abordagem quantitativa com dados do Programa de Controle da Esquistossomose coletadas no período de 2010 a 2014 7 Os indivíduos mais infectados são do gênero masculino de idade entre 15 e 49 anos de maior incidência entre 2010 e 2013 8 Foram capturados 153 carajumos da espécie B glabrata entre 2010 a 2014 9 O maior número de casos ocorreu em 2013 10 O autor destacou no artigo que é importante adotar medidas profiláticas além de saneamento básico para tentar mitigar a esquistossomose no estado do Alagoas 11 É importante que no estado tenhase uma maior educação da população 12 No estado de Alagoas o autor destaca que devese realizar o tratamento dos indivíduos com base no exame parasitológico de fezes positivo para evitar a dispersão da endemia 13 Em outros estudos mostrouse que as zonas de transição ruralurbana tinham uma maior prevalência de esquistossomose 14 Aproximadamente 25 milhões de pessoas vivem sob o risco dessa doença nas áreas endêmicas 15 O estudo pode ser útil para profissionais de saúde e pesquisadores que trabalham com a esquistossomose uma vez que fornece informações importantes sobre a distribuição da doença em Alagoas INCIDÊNCIA DE ASCARIDÍASE EM COMUNIDADE QUILOMBOLA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM ESPIRITO SANTO BRASIL 1 O artigo tem como objetivo abordar a prevalência e incidência da ascaridíase em uma comunidade quilombola localizada em Cachoeiro de Itapemirim no estado do Espírito Santo Brasil 2 A ascaridíase também conhecida como lombriga é uma doença causada pelo parasita Ascaris lumbricoides que afeta principalmente o sistema digestivo humano É uma infecção comum em áreas com más condições sanitárias e higiene precária 3 Para cumprir o objetivo do artigo foram coletadas amostras de fezes de indivíduos da comunidade em diferentes momentos a fim de identificar a presença do parasita 4 De acordo com analises biológicas analisadas em 2012 de 74 indivíduos foi identificado a presença de Ascaris lumbricoides em 22 indivíduos 5 Além da Ascaris lumbricoides ainda tevese a presença de Entamoeba coli e Trichuris trichiura 6 Os moradores infectados são jovens com idade inferior a 21 anos 7 Os resultados do artigo corroboram com alguns aspectos descritos na literatura como maior prevalência e incidência em comunidades carentes que não possuem saneamento básico 8 Os autores destacaram que as parasitoses intestinais estão associadas a muitos casos de morbidade podendo favorecer a desnutrição anemia falta ou déficit de atenção enre outros 9 Existe saneamento básico na cidade porém os autores destacam que é importante ter uma expansão desse acesso e melhoria do programa 10 Para mitigar o empecilho os autores destacaram que as condições de saneamento básico devem ser melhoradas com assistência médica e inclusão em programas de controle de parasitoses com medicamentos 11 Ademais devese respeitar a cultura e as diferenças culturais dos quilombolas além de eles terem direitos a um mesmo acesso que o restante da população 12 O autor destaca que o Estado tem como função eliminar as fontes de infecção 13 Os resultados revelaram uma alta prevalência de ascaridíase na comunidade quilombola de Cachoeiro de Itapemirim A taxa de incidência também foi significativa indicando que novos casos da doença estavam surgindo na população 14 Além disso o artigo discute fatores de risco associados à ascaridíase como a falta de acesso a água potável saneamento básico precário e condições de higiene inadequadas Esses fatores contribuem para a transmissão do parasita e a manutenção da alta incidência da doença na comunidade 15 Com base nos resultados os autores sugerem a implementação de medidas de controle e prevenção da ascaridíase na comunidade quilombola como programas de educação em saúde melhoria das condições sanitárias e acesso a água potável Essas ações são essenciais para reduzir a carga da doença e melhorar a qualidade de vida dos moradores FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS COMO FERRAMENTA PARA AUXILIO NAS AÇÕES DOS PROGRAMAS DE ELIMINAÇÃO DA FILARIOSE LINFÁTICA 1 O artigo Formação de recursos humanos como ferramenta para auxilio nas ações dos Programas de Eliminação da Filariose Linfática aborda a importância da formação de profissionais de saúde na luta contra a filariose linfática uma doença que afeta cerca de 88 milhões de pessoas 2 A filariose linfática também conhecida como elefantíase é uma doença parasitária crônica causada pelo verme Wuchereria bancrofti É transmitida por mosquitos e afeta o sistema linfático resultando em inchaço crônico e deformidades nos membros 3 O estudo enfoca a necessidade de formar e capacitar profissionais de saúde que estejam envolvidos nos programas de eliminação da filariose linfática Esses profissionais desempenham um papel fundamental na implementação e execução de estratégias de prevenção diagnóstico e tratamento da doença 4 O artigo discute a importância de fornecer treinamento adequado aos profissionais de saúde abordando tópicos como epidemiologia da filariose linfática métodos de diagnóstico tratamento prevenção e controle de infecções Essa formação visa capacitar os profissionais a identificar casos da doença fornecer tratamento adequado e implementar medidas de prevenção eficazes 5 Além disso o artigo destaca a importância da educação em saúde para conscientizar as comunidades sobre a filariose linfática seus sintomas métodos de prevenção e a importância do diagnóstico e tratamento precoces 6 A conscientização pode ajudar na detecção precoce de casos aumentar a adesão ao tratamento e promover mudanças comportamentais que reduzam a transmissão da doença 7 Durante os últimos 30 anos cerca de 2019 profissionais de nível médio e superior foram capacitados nos aspectos clínico e laboratorial da FL 8 Foram capacitados na bordagem clínica e laboratorial da FL 9 Identificase que é indispensável o treinamento para filariose linfática em outros estados brasileiros pois existe a necessidade da vigilância epidemiológica 10 As capacitações clínicas realizadas entre 1998 e 2016 foram promovidas para 342 profissionais de nível superior como Médicos Enfermeiros Fisioterapeutas Nutricionistas e Psicólogos 11 O artigo identificou desafios na implementação do PNEFL no Brasil como a vigilância póstratamento coletivo e verificação de eliminação da transmissão controle do vetor e promoção da assistência integral aos portadores de morbidade no estado de Pernambuco 12 Foram ofertados 66 cursos no período de 19982016 como aproximadamente 20 a 30 profissionais por curso 13 Nas capacitações foram explorados diversos métodos laboratoriais disponíveis 14 Foi discutido ainda a dificuldade de estabelecer critérios que eestabeleçam a certeza de infecção filarial 15 O estudo enfatiza que a formação de recursos humanos capacitados é fundamental para fortalecer e sustentar os programas de eliminação da filariose linfática Através da formação adequada os profissionais de saúde estarão preparados para enfrentar os desafios associados à doença desenvolver estratégias eficazes e contribuir para a redução da carga da filariose linfática TENÍASE e CISTICERCOSE EPIDEMIOLOGIA A doença possui maior prevalência em adultos jovens que moram em países com hábitos culturais de consumo de carnes cruas ou mal cozidas e o destino inadequado das fezes humanas FORMAS EVOLUTIVAS Teníase é a forma adulta do parasita no intestino humano e a cisticercose é a infecção CICLO BIOLÓGICO O ser humano se infecta ao ingerir carne de porco crua ou mal cozida contendo cisticercos larvas da Taenia solium No intestino humano as larvas se desenvolvem em vermes adultos que liberam os ovos nas fezes que são eliminados e podem contaminar o ambiente Sendo o porco um hospedeiro intermediário visto que os ovos da Taenia solium presentes no ambiente são ingeridos pelo porco através do consumo de alimentos contaminados Dentro do porco os ovos se desenvolvem em larvas chamadas cisticercos que se alojam nos tecidos do animal principalmente nos músculos TRANSMISSÃO A transmissão ocorre quando os ovos presentes nas fezes de uma pessoa infectada entram em contato com alimentos ou água que são posteriormente ingeridos ASPECTOS CLÍNICOS A teníase pode ser assintomática em muitos casos mas também pode apresentar sintomas gastrointestinais leves como dor abdominal náuseas diarreia ou constipação Em alguns casos pode ocorrer perda de peso inexplicada A cisticercose pode se manifestar de diferentes formas dependendo dos órgãos afetados pelas larvas Quando as larvas se alojam nos músculos podem causar dor inchaço e fraqueza muscular Se atingirem o sistema nervoso central podem levar a convulsões dores de cabeça intensas alterações neurológicas como problemas de visão e dificuldades de coordenação Outros órgãos afetados como olhos coração pulmões e fígado podem causar sintomas relacionados a esses órgãos específicos DIAGNÓSTICO Em ambos os casos o diagnóstico geralmente é feito através de exames laboratoriais como análise de fezes para detecção dos ovos da Taenia solium na teníase e exames de imagem como tomografia computadorizada TC ou ressonância magnética RM para identificar os cisticercos na cisticercose PROFILAXIA A profilaxia da teníase envolve medidas como a higiene adequada como lavar as mãos com água e sabão antes das refeições e após usar o banheiro além de garantir o consumo de carne de porco bem cozida saneamento TRATAMENTO O tratamento da teníase geralmente envolve o uso de medicamentos antiparasitários e em casos graves pode ser necessário a remoção cirúrgica ESQUISTOSSOMOSE EPIDEMIOLOGIA As populações mais afetadas são aquelas que vivem em áreas rurais e com baixo índice de desenvolvimento humano onde a doença é endêmica Está presente principalmente na África América do Sul e Ásia visto que há mais presença de caramujos que são hospedeiros intermediários FORMAS EVOLUTIVAS O ciclo evolutivo da doença envolve o hospedeiro definitivo e o homem que elimina os ovos do verme através de suas fezes CICLO BIOLÓGICO Quando as fezes são eliminadas na água os ovos eclodem e liberam larvas ciliadas denominadas miracídios que penetram nos caramujos os hospedeiros intermediários onde se multiplicam Após 4 a 6 semanas as larvas abandonam o caramujo na forma de cercárias e voltam para a água onde podem viver por um tempo até penetrar novamente no homem através da pele ou mucosa Uma vez dentro do indivíduo os vermes entram na circulação venosa e chegam ao fígado e intestino onde alcançam a forma adulta acasalamse e começam a pôr ovos dando início a um novo ciclo TRANSMISSÃO Larvas podem infectar o homem ao entrar em contato com água contaminada ASPECTOS CLÍNICOS Na fase aguda que ocorre poucas semanas após a infecção os sintomas podem incluir febre calafrios tosse dor abdominal diarreia náuseas e vômitos Em alguns casos podem ocorrer erupções cutâneas e coceira na pele Na fase crônica da doença que pode se desenvolver meses ou anos após a infecção inicial os sintomas podem ser mais graves Podendo levar a danos aos órgãos afetados pelos vermes adultos e seus ovos como o fígado intestinos pulmões bexiga e sistema nervoso central Os sintomas crônicos incluem fadiga perda de peso dor abdominal diarreia crônica sangue na urina aumento do fígado e baço e em casos graves complicações como fibrose hepática hipertensão portal e câncer de bexiga DIAGNÓSTICO O diagnóstico da esquistossomose é feito por meio da detecção de ovos do parasita em amostras de fezes ou urina do paciente PROFILAXIA Saneamento básico educação em saúde e evitar contato com águas onde existam os caramujos hospedeiros intermediários TRATAMENTO O tratamento da esquistossomose é feito com medicamentos específicos como o Praziquantel ou a Oxamniquina que são capazes de eliminar os vermes e evitar o desenvolvimento de formas graves da doença ASCARIDÍASE EPIDEMIOLOGIA Mais comum na Ásia África e América Latina e em regiões muito povoadas e com baixas condições de saneamento básico Muito prevalente entre crianças de 2 a 10 anos de idade FORMAS EVOLUTIVAS Ovos larvas três estágios CICLO BIOLÓGICO Os ovos do verme infectante são eliminados pelas fezes e podem contaminar o solo a água ou alimentos e serem ingeridos por um hospedeiro como o porco ou o homem A partir daí as larvas penetram no revestimento intestinal e alcançam a corrente sanguínea atingindo fígado coração e pulmões onde sofre novas mudas Após estarem maduras migram para próximo da cavidade bucal sendo empurradas para a faringe e engolidas retornando aos intestinos onde se estabelecem definitivamente e amadurecem sexualmente TRANSMISSÃO Transmitido através da ingestão de água e alimentos contaminados com ovos embrionados ASPECTOS CLÍNICOS A ascaridíase tem como principais sintomas dores intestinais emagrecimento náuseas e diarreia Dependendo do órgão atingido pelo verme outros sintomas podem surgir como pneumonite febre tosse seca bronquite e dor torácica síndrome de Loffler além de obstrução intestinal em casos graves DIAGNÓSTICO Amostragem de fezes PROFILAXIA Adotar medidas de higiene pessoal e saneamento como lavar as mãos com frequência cozinhar bem os alimentos lavar frutas e vegetais antes de consumilos e evitar o contato com solo contaminado TRATAMENTO Medicamentos antihelmínticos administrados por via oral como albendazol ou mebendazol FILARIOSE EPIDEMIOLOGIA Está presente em áreas de pobreza e com clima tropical com maior prevalência no continente Asiático FORMAS EVOLUTIVAS Microfilárias mosquito larvas infectantes e infecção humana CICLO BIOLÓGICO O ciclo biológico da doença iniciase com a picada do mosquito infectado que libera o parasita na forma L3 na pele do indivíduo A partir desse momento o parasita se desenvolve até a fase adulta e faz a cópula dando origem às microfilárias que são encontradas no sangue periférico A transmissão ocorre unicamente pela picada do mosquito vetor infectado e deposição das larvas infectantes na pele lesada do hospedeiro TRANSMISSÃO A transmissão ocorre unicamente pela picada do mosquito vetor infectado e deposição das larvas infectantes na pele lesada do hospedeiro ASPECTOS CLÍNICOS Os sintomas da filariose aparecem quando há grande quantidade de parasita circulante podendo demorar até 12 meses para aparecer e a pessoa ficar assintomática durante esse período À medida que o parasita se desenvolve e se espalha pelo organismo estimula reações inflamatórias e pode promover a obstrução dos vasos linfáticos em alguns órgãos causando o inchaço característico da doença DIAGNÓSTICO Exames parasitológicos como a gota espessa e o método de Knott e imunológicos como o teste rápido de imunocromatografia PROFILAXIA Evitar contato com o mosquito transmissor da doença repelentes e mosquiteiros evitar exposição prolongada em áreas de risco de contaminação TRATAMENTO O tratamento é feito com citrato de dietilcarbamazina associado ou não à ivermectina ou albendazol
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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA CURSO DE ENFERMAGEM NOME COMPLETO DO ALUNO RESUMOS DE PARASITOLOGIA BELÉMPA 2023 NEUROCISTICERCOSE UMA REVISÃO DOS ASPECTOS SOCIAIS CLÍNICOS E FISIOPATOLÓGICOS 1 XXX 2 XXX 3 XXX 4 XXX 5 XXX 6 XXX 7 XXX 8 XXX 9 XXX 10 XXX 11 XXX 12 XXX 13 XXX 14 XXX 15 XXX ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE INFECÇÃO PELO Schistosoma mansoni EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DE ALAGOAS BRASIL 1 XXX 2 XXX 3 XXX 4 XXX 5 XXX 6 XXX 7 XXX 8 XXX 9 XXX 10 XXX 11 XXX 12 XXX 13 XXX 14 XXX 15 XXX INCIDÊNCIA DE ASCARIDÍASE EM COMUNIDADE QUILOMBOLA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM ESPIRITO SANTO BRASIL 1 XXX 2 XXX 3 XXX 4 XXX 5 XXX 6 XXX 7 XXX 8 XXX 9 XXX 10 XXX 11 XXX 12 XXX 13 XXX 14 XXX 15 XXX FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS COMO FERRAMENTA PARA AUXILIO NAS AÇÕES DOS PROGRAMAS DE ELIMINAÇÃO DA FILARIOSE LINFÁTICA 1 XXX 2 XXX 3 XXX 4 XXX 5 XXX 6 XXX 7 XXX 8 XXX 9 XXX 10 XXX 11 XXX 12 XXX 13 XXX 14 XXX 15 XXX Rev PanAmaz Saude 2016 722732 27 httprevistaiecpagovbr Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni em municípios do Estado de Alagoas Brasil Epidemiological aspects and distribution of infection cases by Schistosoma mansoni in municipalities in the Alagoas State Brazil Aspectos epidemiológicos y distribución de los casos de infección por Schistosoma mansoni en municipios del Estado de Alagoas Brasil RESUMO A esquistossomose mansônica é uma doença infectoparasitária de importância em saúde pública no Brasil apresentandose de forma endêmica no Estado de Alagoas Desta forma o estudo teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico relacionado aos casos de esquistossomose em alguns municípios de Alagoas Foi realizado um estudo de caráter descritivo com abordagem quantitativa com dados secundários oriundos do Programa de Controle da Esquistossomose referente à infecção por Schistosoma mansoni no período de 2010 a 2014 Entre os casos positivos para esquistossomose observase que a frequência em Alagoas foi maior no ano de 2011 apresentandose com 740 de positividade contudo em 2014 houve redução para um percentual de 622 Os mais acometidos com essa endemia foram os indivíduos do gênero masculino totalizando 5705 dos casos entre 15 e 49 anos de idade 5863 Em relação aos hospedeiros intermediários a espécie Biomphalaria glabrata foi a predominante nos municípios alagoanos apresentandose em 5792 deles Concluise que é de grande relevância a utilização de medidas no controle dos fatores de risco ambientais e educacionais na tentativa de reduzir novos casos de esquistossomose nos municípios endêmicos em Alagoas Palavraschave Esquistossomose Schistosoma mansoni Epidemiologia Correspondência Correspondence Correspondencia Thiago José Matos Rocha Rua Cônego Machado 918 Bairro Farol CEP 57051160 MaceióAlagoasBrasil Tel 55 82 32155137 Email thyrochahotmailcom ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE ARTÍCULO ORIGINAL Thiago José Matos Rocha Núcleo de Ciências Biológicas Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Maceió Alagoas Brasil Centro Universitário Cesmac Maceió Alagoas Brasil Maria Cecília Silva Santos Centro Universitário Cesmac Maceió Alagoas Brasil Marcella Vanessa Moreira de Lima Centro Universitário Cesmac Maceió Alagoas Brasil Cláudia Maria Lins Calheiros Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde Setor de Parasitologia e Patologia Universidade Federal de Alagoas Maceió Alagoas Brasil Flaviana Santos Wanderley Núcleo de Ciências Biológicas Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Maceió Alagoas Brasil INTRODUÇÃO A esquistossomose mansônica é uma parasitose de veiculação hídrica causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni que tem no seu ciclo biológico o envolvimento de caramujos do gênero Biomphalaria sendo esses os únicos hospedeiros intermediários e tem o homem como hospedeiro definitivo Essa doença é conhecida popularmente como doença do caramujo eou barriga dágua que cursa com um quadro agudo ou crônico muitas vezes com poucos sintomas ou assintomático mas pode também se manifestar com formas mais graves com desfecho do óbito do hospedeiro1 A esquistossomose é uma doença de caráter endêmico associada à pobreza e ao baixo desenvolvimento econômico encontrada em 54 países da África Ásia e América do Sul Nas Américas o Brasil é o País com maior número de casos estimandose que mais de 200 milhões de pessoas estejam infectadas e que outras 779 milhões correm o risco de infecção pelo S mansoni em todo o mundo2 É uma doença de grande importância em saúde pública que chega a causar cerca de 200 mil mortes por ano no mundo Assim é considerada a segunda infecção parasitária mais importante ficando atrás apenas da malária3 doi 105123S217662232016000200003 Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 28 No Brasil de acordo com o manual de vigilância da esquistossomose do Ministério da Saúde MS entre 2010 e 2012 ocorreram 941 internações por 100 mil habitantes e 1464 óbitos por esquistossomose no mesmo período de tempo Essa doença atinge o maior índice endêmico nos seguintes Estados Pernambuco Bahia Alagoas e Sergipe e que atualmente são considerados ainda as principais Unidades da Federação com maior prevalência e incidência da esquistossomose mansônica4 A transmissão da esquistossomose ocorre devido ao contato com águas contaminadas por cercárias forma larvar do parasito5 Rotineiramente nos locais endêmicos as pessoas utilizam rios habitados por caramujos infectados pelo S mansoni para banhos pescas lavagem de roupa e louças tornandose suscetíveis à doença6 A esquistossomose pode ser confundida com outras doenças devido às variadas manifestações clínicas que ocorrem sendo a forma aguda comumente observada em pessoas que não vivem em áreas endêmicas O exame parasitológico de fezes para diagnóstico dessa parasitose é realizado principalmente por meio dos métodos de sedimentação espontânea entretanto KatoKatz é o método padrão ouro preconizado pelo MS em regiões endêmicas67 Dados publicados pelo MS mostraram que em Alagoas a esquistossomose estaria com uma taxa de positividade de 854 Chamase a atenção principalmente para os Municípios de Capela e Santana do Mundaú que se destacaram epidemiologicamente com uma prevalência de 228 e 101 respectivamente no ano de 20088 Outro estudo publicado mostrou que Santana do Mundaú apresentou uma prevalência de 2779 A realização desse estudo teve como objetivo contribuir com informações epidemiológicas para alertar as autoridades sanitárias principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento de programas socioambientais para eliminação dos focos de transmissão por S mansoni sobretudo nas áreas geograficamente mais afetadas em Alagoas Assim a pesquisa avaliou o perfil epidemiológico relacionado aos casos positivos de infecção por S mansoni em municípios de Alagoas entre os anos de 2010 e 2014 MATERIAIS E MÉTODOS Tratase de uma pesquisa de caráter descritivo retrospectivo de abordagem quantitativa realizada a partir dos dados secundários do Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose PCE SISPCE obtidos junto à Secretaria de Estado da Saúde Alagoas No instrumento de coleta de dados constavam variáveis independentes como gênero faixa etária casos positivos número de pessoas tratadas informações malacológicas hospitalares e de mortalidade coletadas no período de 2010 a 2014 Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN Sistema de Informação sobre Mortalidade SIM e Sistema de Informações Hospitalares SIH do Sistema Único de Saúde SUS sem a identificação nominal dos pacientes respeitandose assim aspectos éticos da Resolução N 46612 do Conselho Nacional de Saúde Posteriormente foram plotados em planilha eletrônica do programa Microsoft Office Excel analisados de forma descritiva e expressos em percentual RESULTADOS A figura 1 mostra a frequência da esquistossomose mansônica no Estado de Alagoas de acordo com o percentual de positividade obtido por meio de exames parasitológicos pelo PCE no período de 2010 a 2014 Observouse pouca variação 740727 exceto nos anos de 2012 e 2014 com pequeno decréscimo 622683 Fonte SISPCE 2015 Figura 1 Frequência da esquistossomose mansônica no Estado de Alagoas Brasil no período de 2010 a 2014 750 700 Frequência 650 600 550 2010 2011 2012 Ano 2013 2014 622 734 727 740 683 Entre os 102 municípios de Alagoas que totalizam 3120122 habitantes foram notificados casos de esquistossomose em 70 estando a prevalência superior a 15 em sete destes Municípios Atalaia Cajueiro Capela Feira Grande Igreja Nova Pindoba e Rio Largo Na figura 2 observase uma tendência na redução dos casos positivos de esquistossomose nesses Municípios entre 2010 e 2014 sobretudo em Rio Largo Foi observado que a maior proporção dos indivíduos infectados é do gênero masculino com um percentual de 5705 A partir dos achados referentes à faixa etária a tabela 1 mostra que a maior proporção de indivíduos parasitados 5863 apresenta idade entre 15 e 49 anos seguido da faixa etária entre 5 e 14 anos com 2895 dos infectados Quanto ao tratamento específico conforme mostra a figura 3 a maior porcentagem de indivíduos tratados foi em 2010 e 2013 69426944 com importante redução em 2012 5962 Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 29 Figura 2 Distribuição da esquistossomose mansônica nos municípios do Estado de Alagoas Brasil entre 2010 e 2014 Fonte SISPCE 2015 Atalaia Cajueiro Capela Feira Grande Igreja Nova Pindoba Rio Largo 2010 1770 2341 1599 1577 1666 1723 3043 2011 1651 1860 1279 706 1940 1379 1080 2012 1230 1185 1315 450 940 1171 205 2013 1240 1788 1504 1523 957 1345 140 2014 1295 1458 1109 780 1206 1139 109 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 000 De acordo com os dados de notificações de formas graves internações e óbitos por esquistossomose em Alagoas entre 2010 e 2014 verificouse importante redução de notificação de formas graves e de internamento de pacientes Entretanto o número de óbitos aumentou consideravelmente passando de 29 em 2010 para 51 em 2014 Tabela 2 Tabela 1 Distribuição dos casos de esquistossomose mansônica segundo a faixa etária no Estado de Alagoas Brasil entre 2010 e 2014 Fonte SISPCE 2015 Faixa etária anos Números de casos Frequência 1 10 002 14 931 157 514 17164 2895 1549 34758 5863 50 6424 1083 Total 59287 10000 2010 2011 2012 Ano 2013 2014 72 6942 6944 6642 6254 5962 70 68 66 64 62 60 58 56 54 Figura 3 Porcentagem de indivíduos com esquistossomose mansônica tratados no Estado de Alagoas Brasil entre 2010 e 2014 Fonte SISPCE 2015 Porcentagem de tratados Informações gerais 2010 2011 2012 2013 2014 Notificação 64 64 52 26 22 Óbito 29 63 52 49 51 Internação 10 13 10 05 02 Tabela 2 Número de notificações das formas graves óbitos e internações por esquistossomose mansônica no Estado de Alagoas Brasil no período de 2010 a 2014 Fonte SINANNET SIM SIHSUSDATASUS 2015 Entre os caramujos capturados em alguns municípios do Estado no período de 2010 a 2014 um 119 foi da espécie B straminea e 153 5792 da espécie B glabrata confirmando esta última espécie como principal vetor do S mansoni DISCUSSÃO No Brasil a esquistossomose é uma doença endêmica de grande importância na saúde pública com cerca de 43 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco de infecção e 7 milhões infectadas As Regiões Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 30 de maior destaque são Nordeste e Sudeste onde existem áreas com prevalência superior a 15 como nos Estados de Alagoas Bahia Pernambuco Sergipe e Minas Gerais encontrando ainda formas graves levando a óbitos810 O MS classifica as áreas com esquistossomose de acordo com a prevalência observada considerando áreas de baixa endemicidade aquelas com prevalência abaixo de 5 de média endemicidade onde está maior que 5 e menor que 15 e de alta endemicidade aquelas cuja prevalência é superior a 15 A esquistossomose é considerada endêmica em 69 dos 102 municípios de Alagoas com estimativas de que aproximadamente 25 milhões de pessoas vivam sob o risco da doença nestas áreas endêmicas9 uma situação próxima da realidade do Estado de Sergipe conforme mostrado em uma publicação baseada nos dados do PCE de 2005 a 2008 identificando taxas de prevalência de 136 112 118 e 106 respectivamente11 Neste mesmo contexto outros estudos apontaram para Alagoas uma taxa de prevalência geral de 854 mas superior a 15 em alguns municípios a exemplo de Capela que alcançou taxa de 228 demonstrando assim a importância epidemiológica desses municípios no ciclo de transmissão da esquistossomose no Estado9 Foi observado também que nas zonas de transição ruralurbana a média de prevalência da esquistossomose entre os anos de 2003 a 2008 foi de 1398 sendo consideradas áreas de média endemicidade12 Recomendase que em locais endêmicos onde existe um percentual de positividade inferior a 15 devese utilizar como estratégia de controle o tratamento dos indivíduos com exame parasitológico de fezes positivo para evitar a dispersão da endemia4 Com relação à presença de hospedeiros intermediários a quantidade de caramujos capturados foi elevada nas duas maiores cidades do Estado Arapiraca com 3530 e a capital Maceió com 548 Estes resultados são semelhantes ao de um estudo feito em duas mesorregiões do Estado de Alagoas onde ficou evidenciada a importância epidemiológica do B glabrata como o principal hospedeiro intermediário de S mansoni nas zonas endêmicas do Estado6 Essa característica é diferente de outras localidades brasileiras como por exemplo em Belém capital do Estado do Pará onde foi demonstrada a presença do planorbídeo vetor da esquistossomose em 35 dos 70 bairros visitados e em 20 já havia a transmissão ativa da doença com predominância do B straminea13 Do mesmo modo que este estudo resultados de outros autores mostraram que entre os infectados pelo S mansoni houve predominância de indivíduos do gênero masculino como observado em uma comunidade periférica do Município de Jequié no Estado da Bahia onde os homens foram a maioria 746 dos acometidos com esta infecção14 Essa predisposição é justificada por variáveis culturais e comportamentais visto que estes indivíduos realizam atividades de lazer como pesca banho e práticas esportivas no ambiente peridomiciliar e tornamse mais suscetíveis a adquirir a infecção15 Com relação à faixa etária observouse relação semelhante na maioria das publicações Em Mogi Guaçu Estado de São Paulo predominaram os sujeitos na faixa etária entre 10 e 19 anos 32816 Esse fato corrobora a literatura específica na qual os estudos apontam que a média de idade de pessoas do gênero masculino é entre 10 e 29 anos1718 Um estudo realizado em Pindamonhangaba também em São Paulo mostrou um percentual de infecção de 316 na faixa etária até 20 anos ratificando os resultados desse estudo19 Em Alagoas o tratamento farmacológico da esquistossomose baseiase no uso do praziquantel PZQ conforme recomendações do MS A oxaminiquina que já foi usada no Brasil também é empregada no tratamento dessa parasitose em outros países das Américas e da África20 Resultados exitosos têm sido mostrados por vários autores brasileiros com tratamento utilizando dose única de PZQ como em um estudo realizado por Cardim et al21 no Município de Lauro de Freitas Estado da Bahia quando 92 dos pacientes receberam dose única desse medicamento demonstrando a importância do tratamento no controle da morbidade do agravo ao reduzir as possibilidades de evolução para formas graves da doença A esquistossomose é uma infecção helmíntica que está associada a diversos fatores como más condições de tratamento da água falta de educação em saúde disseminação dos hospedeiros intermediários e longevidade da doença22 Com isso continua a se configurar como uma das doenças parasitárias de maior importância em saúde pública no Brasil CONCLUSÃO A análise dos casos de esquistossomose no Estado de Alagoas notificados nos anos de 2010 a 2014 mostrou maior número de casos em 2013 e que neste período predominaram as notificações do gênero masculino sobretudo na faixa etária entre 15 e 49 anos Em todo o Estado o hospedeiro intermediário de destaque é o B glabrata Desse modo mostra se a importância da adoção de medidas profiláticas e melhoria nas condições de saneamento básico assim como educação da população Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 31 Epidemiological aspects and distribution of infection cases by Schistosoma mansoni in municipalities in the Alagoas State Brazil ABSTRACT Schistosomiasis mansoni is an infectious parasitic disease of public health importance in Brazil presenting endemically in the Alagoas State Thus the study aimed to evaluate the epidemiological profile about the cases of schistosomiasis in some municipalities of Alagoas It was conducted a descriptive study with a quantitative approach and secondary data from the Programa de Controle da Esquistossomose Schistosomiasis Control Program related to infection by Schistosoma mansoni in the period from 2010 to 2014 Among the positive cases for schistosomiasis it is observed that the frequency in Alagoas was higher in 2011 with 740 positive but in 2014 it was reduced to a percentage of 622 The most affected gender by this endemic disease was the male one totaling 5705 of cases between 1549 years old 5863 Regarding intermediate hosts the species Biomphalaria glabrata was predominant in the municipalities of Alagoas in 5792 of the municipalities It was concluded that is really important the use of measures to control the environmental and educational risk factors in an effort to reduce new cases of schistosomiasis in endemic municipalities in Alagoas Keywords Schistosomiasis Schistosoma mansoni Epidemiology Aspectos epidemiológicos y distribución de los casos de infección por Schistosoma mansoni en municipios del Estado de Alagoas Brasil RESUMEN La esquistosomiasis mansónica es una enfermedad infectoparasitaria de importancia en salud pública en Brasil presentándose de forma endémica en el Estado de Alagoas Este estudio tuvo como objetivo evaluar el perfil epidemiológico relacionado a los casos de esquistosomiasis en algunos municipios de Alagoas Se realizó un estudio de carácter descriptivo con enfoque cuantitativo con datos secundarios oriundos del Programa de Control de Esquistosomiasis referente a la infección por Schistosoma mansoni en el período de 2010 a 2014 Entre los casos positivos para esquistosomiasis se observa que la frecuencia en Alagoas fue más elevada el año de 2011 presentándose con 740 de positividad sin embargo en el 2014 hubo reducción a un porcentual de 622 Los más acometidos por esa endemia fueron los individuos del género masculino totalizando 5705 de los casos entre 1549 años de edad 5863 En relación a los huéspedes intermediarios la especie Biomphalaria glabrata fue la predominante en los municipios alagoanos presentándose en 5792 de los municipios Se concluye que es de muy relevante utilizar medidas para el control de los factores de riesgo ambientales y educacionales con la intención de reducir nuevos casos de esquistosomiasis en los municipios endémicos en Alagoas Palabras clave Esquistosomiasis Schistosoma mansoni Epidemiología REFERÊNCIAS 1 Ministério da Saúde BR Departamento de Informática do SUS Programa de Controle da Esquistossomose Internet Brasília Ministério da Saúde 2014 citado 2014 mai 4 Disponível em httptabnetdatasusgovbrcgitabcgiexesinan pcecnvpcedef 2 World Health Organization Schistosomiasis number of people treated worldwide in 2009 Wkly Epidemiol Rec 2011 Feb8697380 3 Wichmann D Panning M Quack T Kramme S Burchard GD Grevelding C et al Diagnosing schistosomiasis by detection of cellfree parasite DNA in human plasma PLoS Negl Trop Dis 2009 Apr34e422 4 Ministério da Saúde BR Vigilância da esquistossomose mansoni diretrizes técnicas 4 ed Brasília 2014 5 Ministério da Saúde BR Secretaria de Vigilância em Saúde Vigilância e controle da esquistossomose diretrizes técnicas Brasília Ministério da Saúde 2010 6 Couto JLA Esquistossomose mansoni em duas mesorregiões do Estado de Alagoas Rev Soc Bras Med Trop 2005 julago3843014 7 Vitorino RR Souza FPCD Costa ADP Faria Júnior FCD Santana LA Gomes AP Esquistossomose mansônica diagnóstico tratamento epidemiologia profilaxia e controle Rev Bras Clin Med 2010 jan fev1013945 8 Ministério da Saúde BR Departamento de Informática do SUS Programa de Controle da Esquistossomose Internet Brasília Ministério da Saúde 2009 citado 2009 out 11 Disponível em httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesinan pcecnvpcedef Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 32 9 Palmeira DCC Carvalho AG Rodrigues K Couto JLA Prevalência da infecção pelo Schistosoma mansoni em dois municípios do Estado de Alagoas Rev Soc Bras Med Trop 2010 maijun433 3137 10 Prata A Esquistossomose mansônica In Veronesi R Focaccia R Tratado de infectologia Vol 2 4 ed São Paulo Atheneu 2010 p 185982 11 Rollemberg CVV Santos CMB Silva MMBL Souza AMB Silva AM Almeida JAP et al Aspectos epidemiológicos e distribuição geográfica da esquistossomose e geohelmintos no Estado de Sergipe de acordo com os dados do Programa de Controle da Esquistossomose Rev Soc Bras Med Trop 2011 janfev441916 12 Melo AGS Melo CM Oliveira CCC Oliveira DS Santos VB Jeraldo VLS Esquistossomose em área de transição ruralurbana reflexões epidemiológicas Cienc Cuid Saude 2011 jul set10350613 13 Nunes CV Rodrigues IRC Distribuição de caramujos hospedeiros da esquistossomose mansoni em 10 bairros da periferia de Belém Cad Saude Coletiva 2007 outdez15443948 14 Borges LS Souza TS Motta RL Azevedo BS Dias JAA Nery IG et al Perfil epidemiológico da esquistossomose em comunidade periférica do município de JequiéBA Rev Univ Vale Rio Verde 2014 agodez12281229 15 Silva MBA Barreto AVMS Oliveira YV Bezerra SDC Bispo BAJ Perfil epidemiológico de pacientes suspeitos de esquistossomose e patologias associadas em um hospital pernambucano Rev Enferm Digit Cuid Prom Saude 2015 janjun11436 16 Camargo EAF Boaventura JCS Características epidemiológicas da esquistossomose em Mogi Guaçu São Paulo Intercienc Soc 201432 2732 17 Neres RCB Araújo EM Rocha WJFS Lacerda RS Caracterização epidemiológica dos casos de esquistossomose no município de Feira de Santana Bahia 20032006 Rev Baiana Saude Publica 2011 janjun35 supl 12835 18 Nicolato AJPG Morbidade por esquistossomose mansônica nas terras indígenas Maxakali e Xakriabá Minas Gerais dissertação Ouro Preto Universidade Federal de Ouro Preto Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas 2014 140 p 19 Furtado P Azevedo OS Luciano RP Ruivo Junior B Ruivo VTB Ruivo GF Abordagem clínica e epidemiológica da esquistossomose em PindamonhangabaSP Rev Biocienc 2006 jan jun12125461 20 World Health Organization Accelerating work to overcome the global impact of neglected tropical disease a roadmap for implementation Internet Geneva WHO 2012 21 Cardim LL Ferraudo AS Pacheco STA Reis RB Silva MMN Carneiro DDMT et al Análises espaciais na identificação das áreas de risco para a esquistossomose mansônica no Município de Lauro de Freitas Bahia Brasil Cad Saude Publica 2011 mai275899908 22 Tibiriça SHC Guimarães FB Teixeira MTBA A esquistossomose mansoni no contexto da política de saúde brasileira Cienc Saude Coletiva 2011161137581 Recebido em Received Recibido en 23112015 Aceito em Accepted Aceptado en 862016 TENÍASE e CISTICERCOSE EPIDEMIOLOGIA A doença possui maior prevalência em adultos jovens que moram em países com hábitos culturais de consumo de carnes cruas ou mal cozidas e o destino inadequado das fezes humanas FORMAS EVOLUTIVAS Teníase é a forma adulta do parasita no intestino humano e a cisticercose é a infecção CICLO BIOLÓGICO O ser humano se infecta ao ingerir carne de porco crua ou mal cozida contendo cisticercos larvas da Taenia solium No intestino humano as larvas se desenvolvem em vermes adultos que liberam os ovos nas fezes que são eliminados e podem contaminar o ambiente Sendo o porco um hospedeiro intermediário visto que os ovos da Taenia solium presentes no ambiente são ingeridos pelo porco através do consumo de alimentos contaminados Dentro do porco os ovos se desenvolvem em larvas chamadas cisticercos que se alojam nos tecidos do animal principalmente nos músculos TRANSMISSÃO A transmissão ocorre quando os ovos presentes nas fezes de uma pessoa infectada entram em contato com alimentos ou água que são posteriormente ingeridos ASPECTOS CLÍNICOS A teníase pode ser assintomática em muitos casos mas também pode apresentar sintomas gastrointestinais leves como dor abdominal náuseas diarreia ou constipação Em alguns casos pode ocorrer perda de peso inexplicada A cisticercose pode se manifestar de diferentes formas dependendo dos órgãos afetados pelas larvas Quando as larvas se alojam nos músculos podem causar dor inchaço e fraqueza muscular Se atingirem o sistema nervoso central podem levar a convulsões dores de cabeça intensas alterações neurológicas como problemas de visão e dificuldades de coordenação Outros órgãos afetados como olhos coração pulmões e fígado podem causar sintomas relacionados a esses órgãos específicos DIAGNÓSTICO Em ambos os casos o diagnóstico geralmente é feito através de exames laboratoriais como análise de fezes para detecção dos ovos da Taenia solium na teníase e exames de imagem como tomografia computadorizada TC ou ressonância magnética RM para identificar os cisticercos na cisticercose PROFILAXIA A profilaxia da teníase envolve medidas como a higiene adequada como lavar as mãos com água e sabão antes das refeições e após usar o banheiro além de garantir o consumo de carne de porco bem cozida saneamento TRATAMENTO O tratamento da teníase geralmente envolve o uso de medicamentos antiparasitários e em casos graves pode ser necessário a remoção cirúrgica ESQUISTOSSOMOSE EPIDEMIOLOGIA As populações mais afetadas são aquelas que vivem em áreas rurais e com baixo índice de desenvolvimento humano onde a doença é endêmica Está presente principalmente na África América do Sul e Ásia visto que há mais presença de caramujos que são hospedeiros intermediários FORMAS EVOLUTIVAS O ciclo evolutivo da doença envolve o hospedeiro definitivo e o homem que elimina os ovos do verme através de suas fezes CICLO BIOLÓGICO Quando as fezes são eliminadas na água os ovos eclodem e liberam larvas ciliadas denominadas miracídios que penetram nos caramujos os hospedeiros intermediários onde se multiplicam Após 4 a 6 semanas as larvas abandonam o caramujo na forma de cercárias e voltam para a água onde podem viver por um tempo até penetrar novamente no homem através da pele ou mucosa Uma vez dentro do indivíduo os vermes entram na circulação venosa e chegam ao fígado e intestino onde alcançam a forma adulta acasalamse e começam a pôr ovos dando início a um novo ciclo TRANSMISSÃO Larvas podem infectar o homem ao entrar em contato com água contaminada ASPECTOS CLÍNICOS Na fase aguda que ocorre poucas semanas após a infecção os sintomas podem incluir febre calafrios tosse dor abdominal diarreia náuseas e vômitos Em alguns casos podem ocorrer erupções cutâneas e coceira na pele Na fase crônica da doença que pode se desenvolver meses ou anos após a infecção inicial os sintomas podem ser mais graves Podendo levar a danos aos órgãos afetados pelos vermes adultos e seus ovos como o fígado intestinos pulmões bexiga e sistema nervoso central Os sintomas crônicos incluem fadiga perda de peso dor abdominal diarreia crônica sangue na urina aumento do fígado e baço e em casos graves complicações como fibrose hepática hipertensão portal e câncer de bexiga DIAGNÓSTICO O diagnóstico da esquistossomose é feito por meio da detecção de ovos do parasita em amostras de fezes ou urina do paciente PROFILAXIA Saneamento básico educação em saúde e evitar contato com águas onde existam os caramujos hospedeiros intermediários TRATAMENTO O tratamento da esquistossomose é feito com medicamentos específicos como o Praziquantel ou a Oxamniquina que são capazes de eliminar os vermes e evitar o desenvolvimento de formas graves da doença ASCARIDÍASE EPIDEMIOLOGIA Mais comum na Ásia África e América Latina e em regiões muito povoadas e com baixas condições de saneamento básico Muito prevalente entre crianças de 2 a 10 anos de idade FORMAS EVOLUTIVAS Ovos larvas três estágios CICLO BIOLÓGICO Os ovos do verme infectante são eliminados pelas fezes e podem contaminar o solo a água ou alimentos e serem ingeridos por um hospedeiro como o porco ou o homem A partir daí as larvas penetram no revestimento intestinal e alcançam a corrente sanguínea atingindo fígado coração e pulmões onde sofre novas mudas Após estarem maduras migram para próximo da cavidade bucal sendo empurradas para a faringe e engolidas retornando aos intestinos onde se estabelecem definitivamente e amadurecem sexualmente TRANSMISSÃO Transmitido através da ingestão de água e alimentos contaminados com ovos embrionados ASPECTOS CLÍNICOS A ascaridíase tem como principais sintomas dores intestinais emagrecimento náuseas e diarreia Dependendo do órgão atingido pelo verme outros sintomas podem surgir como pneumonite febre tosse seca bronquite e dor torácica síndrome de Loffler além de obstrução intestinal em casos graves DIAGNÓSTICO Amostragem de fezes PROFILAXIA Adotar medidas de higiene pessoal e saneamento como lavar as mãos com frequência cozinhar bem os alimentos lavar frutas e vegetais antes de consumilos e evitar o contato com solo contaminado TRATAMENTO Medicamentos antihelmínticos administrados por via oral como albendazol ou mebendazol FILARIOSE EPIDEMIOLOGIA Está presente em áreas de pobreza e com clima tropical com maior prevalência no continente Asiático FORMAS EVOLUTIVAS Microfilárias mosquito larvas infectantes e infecção humana CICLO BIOLÓGICO O ciclo biológico da doença iniciase com a picada do mosquito infectado que libera o parasita na forma L3 na pele do indivíduo A partir desse momento o parasita se desenvolve até a fase adulta e faz a cópula dando origem às microfilárias que são encontradas no sangue periférico A transmissão ocorre unicamente pela picada do mosquito vetor infectado e deposição das larvas infectantes na pele lesada do hospedeiro TRANSMISSÃO A transmissão ocorre unicamente pela picada do mosquito vetor infectado e deposição das larvas infectantes na pele lesada do hospedeiro ASPECTOS CLÍNICOS Os sintomas da filariose aparecem quando há grande quantidade de parasita circulante podendo demorar até 12 meses para aparecer e a pessoa ficar assintomática durante esse período À medida que o parasita se desenvolve e se espalha pelo organismo estimula reações inflamatórias e pode promover a obstrução dos vasos linfáticos em alguns órgãos causando o inchaço característico da doença DIAGNÓSTICO Exames parasitológicos como a gota espessa e o método de Knott e imunológicos como o teste rápido de imunocromatografia PROFILAXIA Evitar contato com o mosquito transmissor da doença repelentes e mosquiteiros evitar exposição prolongada em áreas de risco de contaminação TRATAMENTO O tratamento é feito com citrato de dietilcarbamazina associado ou não à ivermectina ou albendazol Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 12 Formação de recursos humanos como ferramenta para auxilio nas ações dos Programas de Eliminação da Filariose Linfática Human resources training as a tool to assist in the actions of the Programs for Elimination of Lymphatic Filariasis Eduardo Brandão1 Abraham Rocha2 Paula Fernanda Alcântara de Souza Melo3 Josué Araújo4 Paulo Sérgio Ramos de Araújo5 Ana Maria AguiarSantos6 Zulma Medeiros7 1Gerente da Qualidade e Coordenador do Laboratório do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil Email brandaoecpqamfiocruzbr 2Pesquisador e Coordenador do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil Email rochacpqamfiocruzbr 3Tecnologista do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil Email pfalcantaracpqamfiocruzbr 4Técnico em Enfermagem pelo Colégio de Saúde de Pernambuco Técnico de laboratório do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil Email josuecpqamfiocruzbr 5Coordenador do Programa de Residência Médica e Chefe do Serviço de DIP do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco Pesquisador do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil Email psergiocpqamfiocruzbr 6Pesquisadora e Coordenadora Clínica do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil E mail amascpqamfiocruzbr 7Pesquisadora do Laboratório de Doenças Transmissíveis e Coordenadora Epidemiológica do Serviço de Referência Nacional em Filarioses Departamento de Parasitologia Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Fiocruz Brasil Email medeiroscpqamfiocruzbr Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 13 RESUMO A filariose linfática FL é uma doença que afeta aproximadamente 88 milhões de pessoas Em 1997 a 50ª Assembléia Mundial da Saúde tomou a decisão de eliminar a FL como um problema de saúde pública até o ano de 2020 No Brasil o perfil epidemiológico dessa doença foi estabelecido na década de 1950 Desde então vários avanços foram alcançados sendo esses atribuídos em parte a formação de recursos humanos e caráter descentralizador adotado pelo Programa Nacional de Eliminação da FL Diante disso o objetivo do presente artigo é relatar a experiência do Serviço de Referência Nacional em Filarioses no processo de formação de profissionais de saúde que atuam nos programas de combate a FL Passados quase 30 anos ao longo desse período cerca de 2019 profissionais de nível médio e superior foram capacitados nos aspectos clínico e laboratorial da FL A FL ainda representa um problema de saúde pública mundial e local e o alcance da meta de eliminação encontrase comprometida diante do processo migratório desordenado o que intensifica a necessidade da continuação das ações que visam aumentar o número de indivíduos habilitados a atuar no enfrentamento desse agravo tanto do ponto de vista laboratorial identificados os casos positivos de infecção quanto clínico na assistência aos portadores de morbidade filarial PalavrasChave Filariose linfática Capacitação Recursos humanos ABSTRACT Lymphatic filariasis FL is a disease that affects approximately 88 million people In 1997 the 50th World Health Assembly decided to eliminate FL as a public health problem by the year 2020 In Brazil the epidemiological profile of this disease was established in the 1950s Since then several advances have been achieved and these are attributed in part to the training of human resources and the decentralization character adopted by the National Program for Elimination of FL Therefore the objective of this article is to report the experience of the National Reference Service in Filarioses in the process of training health professionals who work in programs to combat FL Nearly 30 years later around 2019 high school and college professionals were trained in the clinical and laboratorial aspects of FL FL still represents a global and local public health problem and the achievement of the goal of elimination is compromised in the face of the disordered migratory process which intensifies the need for the continuation of actions aimed at increasing the number of individuals qualified to act in the face of this both from the laboratorial point of view identifying the positive cases of infection and clinical assistance in the care of patients with filarial morbidity Keywords Lymphatic filariasis Training Human resources Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 14 INTRODUÇÃO A filariose linfática FL é uma doença tropical negligenciada a qual se estima em aproximadamente 120 milhões o número de indivíduos infectados e em 40 milhões o número de portadores de morbidade filarial OTTESEN et al 2008 RAMAIAH OTTESEN 2014 HOOPER et al 2014 TURNER et al 2016 Em 1997 a 50ª Assembleia Mundial da Saúde propôs sua eliminação global como problema de saúde pública até o ano 2020 com a criação do Plano Global de Eliminação da Filariose Linfática PGEFL fundamentado em duas principais ações a eliminação da transmissão através do tratamento em massa com droga filarícida e o controle dos pacientes com morbidade WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997 O Brasil tornouse signatário ao PGEFL em 1997 MINISTÉRIO DA SAÚDE 1997 Tendo os municípios organizado suas ações em consonância aos princípios do Sistema Único de Saúde SUS utilizando a rede da atenção básica em especial com a estratégia do Programa de Saúde da família MEDEIROS et al 2003 Três são os municípios brasileiros que ainda são focos de transmissão da filariose linfática Recife Olinda e Jaboatão dos Guararapes no estado de Pernambuco BONFIM et al 2011 ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE 2015 E todos realizam o tratamento em massa e prestam assistência aos casos de morbidade WORLD HEALTH ORGANIZATION 2016 As ações do PGEFL tiveram que ser reorganizadas no contexto da atenção básica e da estratégia do Programa de Saúde da Família o que torna mais um desafio aos serviços de saúde desses três municípios As novas competências implicam um novo processo de trabalho com um conhecimento específico que exige uma nova postura dos trabalhadores para a assistência no trabalho em equipe no atendimento com os indivíduos com as famílias com a comunidade e para o planejamento das ações CAMPOS BELISÁRIO 2001 E em particular no cumprimento das metas estabelecidas do PGEFL ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 2015 A criação da Secretaria da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde faz parte de uma estratégia política do governo e foi criada em 2003 para formular políticas públicas orientadoras a gestão formação qualificação dos trabalhadores e a regulação profissional na área da saúde no Brasil MINISTERIO DA SAUDE 2017 De acordo com Vieira 2008 ela visa uma melhor compreensão de processo de trabalho e a implementação da educação permanente bem como uma concepção mais ampliada e necessariamente integrada acerca da gestão e qualificação do trabalho no SUS Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 15 A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde EPS lançada pelo Ministério da Saúde através da Portaria 198 de fevereiro de 2004 possibilita a identificação das necessidades de formação e de desenvolvimento dos trabalhadores da área da saúde e a construção de estratégias e processos que qualifiquem a atenção e a gestão em saúde fortalecendo o controle social com o objetivo de produzir um impacto positivo sobre a saúde individual e coletiva da população CAROTTA KAWAMURA SALAZAR 2009 A Educação Permanente em Saúde pode corresponder a várias vertentes à Educação em Serviço quando esta coloca a pertinência de recursos para a formação técnica submetidos a um projeto de mudanças institucionais ou de mudança da orientação política das ações prestadas em dado tempo e lugar à Educação Continuada quando esta pertence à construção objetiva de quadros institucionais e à investidura de carreiras por serviço em tempo e lugar específicos ou à Educação Formal de Profissionais quando esta se apresenta amplamente porosa às multiplicidades da realidade de vivências profissionais e colocasse em aliança de projetos integrados entre o setormundo do trabalho e o setormundo do ensino CECCIM 2005 Nesse cenário o Serviço de Referência Nacional em Filariose SRNF vem auxiliando os municípios com suporte técnico e científico objetivando o alcance das metas do PGEFL em particular na educação permanente dos trabalhadores do SUS As ações educativas ocorrem respaldadas nas necessidades apontadas pelos gestores municipais e pactuados com os assessores técnicos e científicos do PGEFL no Brasil Diante disso o objetivo do presente artigo é relatar a experiência do Serviço de Referência Nacional em Filariose no processo de formação de profissionais do SUS como uma etapa indispensável para o êxito do PGEFL METODOLOGIA Desenho do estudo e obtenção dos dados Tratase de um relato de experiência sobre o processo de formação desenvolvendo pelo SRNF com profissionais do SUS relacionados a filariose linfática em dois períodos de referências antes 1987 1997 e após a implantação do PGEFL 19982016 Local do estudo O SRNF faz parte do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Unidade da Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco Este Serviço desenvolve desde a década de 1950 atividades de pesquisa e assistência relacionadas ao gravo FL e colabora com os PNEFL e o PGEFL Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 16 Credenciado em 2002 como referência pelo Ministério da Saúde MS ROCHA et al 2010 atualmente o SRNF possui o certificado de acreditação pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação Joint Commission International para padrões ambulatoriais BRANDÃO et al 2016 Análise dos dados Uma análise descritiva do quantitativo de indivíduos capacitados nos dois períodos de estudo anos 19871997 e 19982016 foi realizada em valores absolutos e relativos Estratégias de aprendizagem utilizadas O processo para formação de recursos humanos em filariose linfática se dá em duas etapas uma instância teórica na qual profissionais experts no assunto repassam informações atualizadas sobre conceitos gerais relacionados à parasitose como epidemiologia e profilaxia e conceitos específicos direcionados ao diagnósticos conduta clínica e tratamento de indivíduos parasitados e uma instância prática na qual os conceitos teóricos são observados na prática e os profissionais em formação têm a possibilidade de fixar e treinar suas habilidades Essa abordagem teóricoprática tem sido empregada visando não apenas a capacitação de profissionais atuantes como também a formação de profissionais multiplicadores do conhecimento Considerações éticas Esse trabalho não se caracteriza como pesquisa com seres humanos e por essa razão não necessitou a apreciação de um comitê de ética em pesquisa No entanto considerando a natureza dos dados foi autorizada sua publicação pela Direção da Instituição RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante os trinta anos de atividade do SRNF foram habilitados 2019 dentre estes 1886 profissionais do SUS e 133 profissionais estrangeiros para executarem atividades relacionadas ao tema filariose linfática conforme Tabela 01 Os treinamentos foram ofertados a uma clientela de profissionais de nível médio e superior que foram capacitados na abordagem clínica e laboratorial da FL ou seja foram apresentados e discutidos temas direcionados a assistência e manejo clínico dos pacientes infectados e ao diagnóstico da parasitose através de suas diversas técnicas respectivamente Entre esses encontramse as seguintes categorias profissionais biólogos biomédicos enfermeiros farmacêuticos fisioterapêuticos médicos nutricionistas psicólogos técnicos de enfermagem e de laboratório e agentes comunitários de saúde de vários municípios de Pernambuco e de outros estados federativos do Brasil Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 17 Tabela 01 Número de profissionais capacitados pelo Serviço de Referência Nacional em Filarioses no período de 1987 a 2016 segundo área profissional de atuação e procedência geográfica Profissionais Número de indivíduos capacitados Estrangeiros Profissionais de saúde em geral 133 Total 133 Nacionais Médicos 149 Enfermeiros 180 Fisioterapeutas 10 Nutricionistas 1 Psicólogos 2 Farmacêuticos Biomédicos e Biólogos 72 Técnicos de laboratório 547 Técnicos de enfermagem 462 Agentes de saúde 463 Total 1886 Total geral 2019 Fonte Serviço de Referência Nacional em Filarioses 2017 Identificase que é indispensável o treinamento para filariose linfática em outros estados brasileiros pois existe a necessidade da vigilância epidemiológica uma vez que foram identificados na década de 1950 pessoas infectadas com filariose linfática em 89 165 localidades No entanto em apenas 11 dessas ficou comprovada a transmissão ativa FRANCO LIMA 1967 RACHOU 1957 1960 A partir de 2005 apenas os municípios de Recife Olinda e Jaboatão dos Guararapes no estado de Pernambuco são considerados como áreas endêmicas no Brasil FONTES et al 2012 Em suporte às ações da Organização PanAmericana de Saúde OPAS e Organização Mundial de Saúde OMS foram ministrados 11 cursos para 133 profissionais de serviços de saúde de outros países endêmicos para filariose linfática como por exemplo Haiti e Guiana Inglesa O treinamento de profissionais estrangeiros vem subsidiar as ações da OPAS e OMS em 83 países endêmicos muitos dos quais estão entre os mais pobres do mundo ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 2015 No período anterior a implementação do PGEFL ou seja entre os anos 1987 e 1997 foram realizados 45 treinamentos para 765 profissionais municipais do SUS sendo 95 da clientela procedente de áreas endêmicas Nesse período o enfrentamento da FL era Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 18 desenvolvido em forma centralizada e essa estratégia estava sendo ineficiente fato que estimulou uma reestruturação das ações de controle A partir disso o Ministério da Saúde articulado com as coordenações das unidades federativas adotou estratégias baseadas na regionalização dos serviços e dos programas na perspectiva de tornálos mais adequados para o controle dessa parasitose FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE 1993 Com a implementação das ações do PGEFL pelos municípios brasileiros em 1997 MINISTÉRIO DA SAÚDE 1997 o MS estabelece uma nova parceria com SRNF solicitando o desenvolvimento de um programa de educação permanente em filariose para o desenvolvimento das ações programadas ROCHA et al 2010 ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DE SAÚDE 2015 Assim foram realizados 77 treinamentos em filariose linfática envolvendo 1121 profissionais nos anos de 1998 até 2016 As capacitações clínicas realizadas entre 1998 e 2016 foram promovidas para 342 profissionais de nível superior como Médicos Enfermeiros Fisioterapeutas Nutricionistas e Psicólogos destinados a atuar nas atividades relacionadas ao cumprimento do segundo pilar do PGEFL que objetiva prestar assistência aos portadores de mobidade filarial e melhorar a qualidade de vida desses pacientes como foi apresentado na Tabela 01 Estudos realizados por Mathieu e colaboradores em 2013 demonstram importantes avanços do PGEFL na redução da transmissão das filariose linfática nas áreas endêmicas porém no que se refere ao gerenciamento dos casos de morbidade ainda são necessários a intensificação de ações direcionadas a esse grupo populacional MATHIEU et al 2013 De acordo com Dreyer e Norões 2001 e Tobian e colaboradores 2003 apesar da filariose ser uma doença incapacitante e de alto impacto socioeconômico ela ainda é subnotificada o que dificulta o desenvolvimento de políticas sociais específicas Nesse relato de experiência os médicos e enfermeiros capacitados em sua maioria eram do SUS e foram treinados para serem multiplicadores dentro de suas áreas de atuação regional DREYER NORÕES 2001 TOBIAN et al 2003 Um importante produto desse processo de formação de recursos humanos foi o estudo desenvolvido por Netto e colaboradores 2016 no qual através da capacitação de uma equipe de campo composta os agentes de saúde do município e os estudantes de medicina e enfermagem com a supervisão de um médico do serviço de saúde local viabilizou a avaliação 23673 indivíduos residentes em Jaboatão dos Guararapes sendo identificada uma prevalência de 313 de casos com morbidade filarial referida Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 19 As capacitações laboratoriais foram direcionadas a explorar os diversos métodos laboratoriais atualmente disponíveis e também a dificuldade de estabelecer critérios que estabeleçam a certeza de infecção filarial As capacitações relacionadas ao diagnóstico laboratorial da filariose foram e são sem dúvida as mais solicitadas por parte dos municípios Para responder a demanda do PGEFL foram realizados 66 cursos no período 19982016 uma média de 4 capacitações por ano com aproximadamente 20 a 30 profissionais por curso No primeiro período do estudo os treinamentos eram realizados exclusivamente na apresentação da técnica parasitológica de gota espessa sendo essa utilizada por muito tempo como prioritária em inquéritos epidemiológicos devido ao seu baixo custo Porém com os avanços das pesquisas novas estratégias e ferramentas diagnósticas foram desenvolvidas como por exemplo métodos sorológicos direcionados a pesquisa de antígenos e anticorpos filariais Na atualidade os testes rápidos antigênicos são os principais exames empregados nas atividades do PGEFL OLIVEIRA et al 2014 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 2015 Na atualidade o PNEFL no Brasil possui importantes desafios a vigilância pós tratamento coletivo e verificação de eliminação da transmissão controle do vetor e promoção da assistência integral aos portadores de morbidade no estado de Pernambuco Ademais têmse novas questões como o processo migratório de indivíduos provenientes de outras áreas endêmicas no exterior como por exemplo do Haiti para o Brasil Um estudo realizado no Acre avaliou 415 indivíduos sendo identificada uma prevalência de 361 por antígeno filarial NUNES et al 2016 Santos em 2016 discutiu a importância da inclusão desses imigrantes de áreas endêmicas nas políticas de saúde do Brasil com o objetivo de minimizar a possibilidade do surgimento de novos focos não apenas de filariose como também de outras doenças infectocontagiosas A introdução ou reintrodução da filariose linfática em áreas historicamente não endêmicas e endêmicas no passado respectivamente comprometem mais de 50 anos de investimentos no controle dessa parasitose bem como dificulta o cumprimento da meta da OMS que seria eliminar a doença até o ano de 2020 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 2015 Frente a esses novos desafios se torna ainda mais evidente a necessidade da manutenção do programa de educação permanente destinado a atualização dos profissionais já capacitados e também a formação de novos profissionais atuantes no enfrentamento dessa endemia que Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 20 representa uma importante causa de incapacidade e perdas econômicas não apenas no Brasil como no mundo CONCLUSÃO É consenso que a capacitação de recursos humanos é uma importante estratégia para viabilizar o alcance de metas independente do setor ou área do conhecimento e com o Programa de Eliminação da filariose linfática esse tem sido um instrumento fundamental Ao longo dos 30 anos muitas conquistas foram obtidas a partir da implementação do PNEFL e da atuação do SRNF como promotor desse perfil multiplicador na formação de recursos humanos descentralizando as ações e viabilizando o gerenciamento mais próximo dos programas locais Dessa forma o investimento em capital humano deve ser mantido e sustentado mesmo após a meta de quebra da transmissão da filariose linfática em 2020 quando o foco será a vigilância epidemiológica e a assistência aos doentes REFERÊNCIAS BONFIM C et al Spatial analysis and privation index to identify urban areas with a high risk of lymphatic filariasis Tropical Medicine International Health England v16 p748 755 2011 Disponível em httponlinelibrarywileycomdoi101111j1365 3156201102758xabstractjsessionidDC63B4BC886055512B9E37C9913B5705f02t04 BRANDÃO E et al Implementação dos Padrões de Acreditação da Joint Commision International para Cuidados Ambulatoriais no Serviço de Referência Nacional em Filariose O primeiro serviço em doença tropical credenciados no mundo Revista Acreditação Rio de Janeiro v6 p3448 2016 Disponível em httpcbacredtempsitewsojsindexphpAcred01articleview236 CAMPOS F E BELISÁRIO S A O Programa de Saúde da Família e os desafios para a formação profissional e a educação continuada Interface comunicação saúde educação Botucatu v5 p133158 2001 Disponível em httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaimagem0207pdf CAROTTA F KAWAMURA D SALAZAR J Permanent Education in the Healthcare Field a Management Strategy to Think Reflect and Build Educational Practices and Work Processes Saude soc São Paulo v18 p4851 2009 Disponível em httpwwwscielosporgscielophpscriptsciarttextpidS0104 12902009000500008lngennrmiso CECCIM R B Permanent Education in the Healthcare field an ambitious and necessary challenge Interface comunicação saúde educação Botucatu v9 p161177 2005 Disponível em httpdxdoiorg101590S141432832005000100013 DREYER G NORÕES J Filariose bancroftiana In Siqueira Batista R GomesAP Igreja RP Huggins DW Eds Medicina Tropical Abordagem Atual DasDoencas Infecciosas E Parasitárias Editora Cultural Médica Rio de Janeiro pp291312 2001 Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 21 FONTES G et al Lymphatic filariasis in Brazil epidemiological situation and outlook for elimination Parasites and Vectors London v5 pe272 2012 Disponível em httpsdoiorg101186175633055272 FRANCO O LIMA D M S Alguns aspectos das atividades contra a filariose bancroftiana no Brasil Revista Brasileira de Malariologia e Doenças Tropicais Rio de Janeiro v19 p7389 1967 FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE Diretoria Regional de Pernambuco Programa de controle da filariose Relatório anual Recife FNS 1993 HOOPER P J et al Assessing progress in reducing the atrisk population after 13 years of the global programme to eliminate lymphatic filariasis PLoS Negl Trop Dis United States v8 pe3333 2014 Disponível em httpsdoiorg101371journalpntd0003333 MATHIEU Els et al It is Possible Availability of Lymphedema Case Management in each Health Facility in Togo Program Description Evaluation and Lessons Learned Am J Trop Med Hyg United States v 89 n 1 Jul p 16 22 2013 Disponível el httpsdoiorg104269ajtmh120453 MEDEIROS Z M et al Controle da filariose linfática no Brasil 1951 2000 Epidemiol Serv Saúde Brasília v12 n2 p7786 2003 Disponível em httpdxdoiorg105123S167949742003000200003 MINISTÉRIO DA SAÚDE Fundação Nacional de Saúde Gerência de Endemias Focais Coordenação do Controle de Doenças Transmitidas por Vetores Programa de Eliminação da Filariose Linfática no Brasil Brasília DF 1997 NETTO M J et al Burden of lymphatic filariasis morbidity in an area of low endemicityin Brazil Acta Tropica United State v163 p5460 2016 NUNES L V et al Lymphatic filariasis Surveillance action among immigrants from endemic areas Acre State Brazilian Amazon Asian Pac J Trop Dis China v6 n7 p521 526 2016 Disponível em101016S2222180816610812 OLIVEIRA P et al Evaluation of diagnostic tests for Wuchereria bancrofti infection in Brazilian schoolchildren Rev Soc Bras Med Trop Minas Gerais v47 n3 p359366 2014 Disponível em httpdxdoiorg1015900037868200932014 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE Programa mundial para eliminação da filariose linfática Monitoramento e avaliação epidemiológica da intervenção com tratamentos coletivos Geneva World Health Organization 2015 ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE Relatoria 16ª Reunião Regional de Gerentes do Programa para Eliminação da Filariose Linfática e 15º Grupo Regional de Análise do Programa para Eliminação da Filariose Linfática Fortalecimento da vigilância para alcançar e manter a eliminação da transmissão da filariose linfática e combater outras doenças infecciosas negligenciadas na Região das Américas 2015 Artigo Relato de Experiência Revista ACRED ISSN 22375643 v 7 n 13 2017 22 OTTESEN EA et al The global programme to eliminate lymphatic filariasis health impact after 8 years PLoS Negl Trop Dis United States v2 n 10 pe317 2008 Disponível em httpsdoiorg101371journalpntd0000317 RACHOU R Distribuição geográfica das filarioses humanas no Brasil Revista Brasileira de Malariologia e Doenças Tropicais Rio de Janeiro v9 p79100 1957 RACHOU R Conceito e programa de profilaxia da filariose bancroftiana no Brasil Revista Brasileira de Malariologia e Doenças Tropicais Rio de Janeiro v12 p1139 1960 RAMAIAH K OTTESEN E A Progress and impact of 13 years of the global programme to eliminate lymphatic filariasis on reducing the burden of filarial disease PLoS Negl Trop Dis United States v8 n 11 pe3319 2014 Disponível em httpswwwncbinlmnihgovpubmed25412180 ROCHA A et al Programa de controle e eliminação da filariose linfática uma parceria da Secretaria de Saúde de Olinda PE Brasil com o Serviço de Referência Nacional em Filariose Revista de Patologia Tropical Goiânia v39 n 3 p233249 2010 Disponível em httpsdoiorg105216rptv39i312215 TURNER H C et al The health and economic benefits of the global programme to eliminate lymphatic filariasis 20002014 Infect Dis Poverty England v5 n 1 p119 2016 Disponível em httpswwwncbinlmnihgovpubmed27388873 SANTOS F V The inclusion of international migrants in Brazilian healthcare system policies the case of Haitians in the state of Amazonas Hist cienc saudeManguinhos Rio de Janeiro v23 p117 2016 Disponível em httpdxdoiorg101590S0104 59702016000200008 TOBIAN A A R et al Sensivity and specifity of ultrasound detection and risk factors for filarialassociated hydroceles Am J Trop Med Hyg United States v 68 n 6 p 638642 2003 Disponível em httpwwwajtmhorgdocserverfulltext147616456860680638pdfexpires1503283438i didaccnameguestchecksum75A25ABABDF079696C2D5A8339C04AE5 VIEIRA M Recursos Humanos em Saúde In PEREIRA I B LIMA J C F Dicionário da Educação Profissional em Saúde Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio Fundação Oswaldo Cruz 2ª Ed rev ampl Rio de Janeiro EPSJV 2008 478 p WORLD HEALTH ORGANIZATION Resolution WHA5029 elimination of lymphatic filariasis as a public health problem Fiftieth World Health Assembly Geneva 514 May 1997 resolutions and decisions annexes Geneva World Health Organization 1997 WORLD HEALTH ORGANIZATION Weekly epidemiological record Global programme to eliminate lymphatic filariasis progress report 2015 Geneva v91 p441460 2016 Recebido em 19012017 Aceito em 18062017 Publicado em 25082017 Boletim Informativo Geum Informative Geum Bulletin Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Piauí httpwwwojsufpibrindexphpgeum Incidência de ascaridíase em comunidade quilombola de Cachoeiro de Itapemirim Espirito Santo Brasil Incidence of ascariasis in a quilombola community of Cachoeiro de Itapemirim Espirito Santo Brazil Anderson Nogueira Mendes¹ Ana Carolina Costa e Silva² Emanuele Cabral Koppe² Livia Alves Filgueiras¹ ¹Universidade Federal do Piauí ²Faculdade do Espírito Santo Correspondência Email andersonmendesgmailcom RESUMO A Comunidade Quilombola de Monte Alegre localizase em uma área rural sem saneamento básico como tratamento de água e esgoto Tal população possui diversas doenças decorrentes da falta de política de saúde ambiental adequada As amostras de fezes de moradores foram analisadas a fim de estimar possíveis doenças parasitológicas para informar ao posto de saúde as possíveis doenças para tratamento Durante o ano de 2012 foram analisados amostras de 74 indivíduos independente de sexo e idade De acordo com as analises coproparasitológicas 44 apresentaramse sem infecções parasitológicas e 30 indivíduos apresentaram infecção parasitológica A presença de Ascaris lumbricoides foi diagnosticada em 22 indivíduos Entamoeba coli em 5 indivíduos e Trichuris trichiura em 3 indivíduos Podese concluir que a comunidade possui infestação de Ascaris lumbricoides com presença de outras verminoses como a Trichuríase e Amebíase Além do tratamento direto há a necessidade da criação de sistemas de tratamento de água e esgoto na região para que não persista a contaminação dos transeuntes que utilizam a água da região O controle dessas doenças com medidas preventivas e diretas é de suma importância para humanização e melhoria da qualidade de vida de toda comunidade Palavraschave Doenças Parasitárias Enteroparasitoses Ascaridiases Educação Sanitária Quilombola ABSTRACT The Quilombola Community of Monte Alegre is located in a rural area with no basic sanitation system Several diseases can arise from the lack of adequate public environmental health Fecal samples from the local population were used to estimate possible parasitological illnesses and subsequently inform the regional health center on how to treat these diseases During 2012 samples from 74 subjects varied age and gender were analyzed According to the coproparasitological analysis 44 subjects showed no parasitological infection while 30 subjects were infected The presence of Ascaris lumbricoides was noted in 22 subjects Entamoeba coli in 5 subjects and Trichuris trichiura in 3 subjects We concluded that the community is infested by Ascaris lumbricoides and that other worms such as Trichuris and Amebae are also present Although is of vital importance systems for water and sewage treatment need to be created in the region to avoid the contamination of passersby who use this water The control of these diseases with preventive and direct measures is of paramount importance for humanizing and improving the quality of life of the whole community Keywords Parasitic Diseases Enteroparasites Ascaridiases Health Education Quilombola Boletim Informativo Geum v 7 n 1 p 2833 janmar 2016 ISSN 22377387 Impresso Informative Geum Bulletin Boletim Informativo Geum Boletim Informativo Geum Informative Geum Bulletin Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Piauí httpwwwojsufpibrindexphpgeum INTRODUÇÃO As enteroparasitoses podem ser consideradas um grande problema de saúde pública especialmente em regiões com saneamento básico precário ANDRADE et al 2011 BRANDELLI et al 2012 Dentre as enteroparasitoses podemos destacar a ascadiase que é causada por um tipo de helminto denominado Ascaris lumbricoides CAMPOS et al 2002 Segundo o Centro de Controle de doenças e prevenção estimase que um bilhão de pessoas no mundo estão infectadas com Ascaris lumbricoides ainda que assintomáticas CASTRO et al 2004 Historicamente a Ascaridiase é uma doença conhecida pelos seres humanos desde a préhistória onde estudos arqueológicos demonstraram a presença de parasitas na Ásia África Américas Oceania e Europa ANDRADE et al 2011 BRANDELLI et al 2012 CAMPOSA et al 2002 Assim como outras enteroparasitoses a Ascaridíase pode ser transmitida através de hortaliças e águas não tratadas CDC 2012 As enfermidades parasitárias são apontadas como um grande problema de saúde pública e em virtude da forma de contaminação são também consideradas indicadores de desenvolvimento socioeconômico de um país ou de uma região COELHO et al 2001 Desde a década de 90 pesquisas têm demonstrado alta prevalência de infecções parasitárias intestinais em crianças favelas e assentamentos irregulares quilombolas COELHO et al 2001 CORREIA et al 2007 COSTA et al 2009 DAMAZIO et al 2013 de QUADROS et al 2004 dos SANTOS et al 2007 FONTES et al 2003 HARHAY et al 2010 A infecção por geohelmintos está intimamente conectada à pobreza às maiores taxas de prevalência observada em países de baixa e média renda onde a higiene é precária e ao acesso de água potável e saneamento é ausente ou inadequado HARHAY et al 2010 Regiões sem água tratada e saneamento podem favorecer o crescimento de bactérias patogênicas vírus protozoários e metazoários que em contato direto com o homem podem causar diversas doenças levando em muitos casos morbidade e até mesmo mortalidade CORREIA et al 2007 COSTA et al 2009 DAMAZIO et al 2013 de QUADROS et al 2004 Em 2004 a prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim implementou um sistema de coleta e tratamento de esgoto beneficiando principalmente a área urbana localizada no norte do rio Itapemirim DAMAZIO et al 2013 Entretanto as áreas rurais e mais distantes do centro urbano ainda sofrem com a falta de tratamento de esgoto e água o que resulta na manutenção de doenças decorrente da ausência de saneamento básico Dentre as áreas rurais podemos destacar a comunidade quilombola de Monte Alegre que pertence a zona rural de Cachoeiro de Itapemirim Apesar de possuir um contexto cultural de suma importância tal comunidade sofre das mesmas mazelas encontradas em muitos lugares que não possuem saneamento básico A comunidade quilombola possui contextualização similar à encontrada nas comunidades de São Mateus no norte do Espirito Santo conforme descrito por Damazio e colaboradores o que denota a importância de investigar possíveis parasitoses em sua população ANDRADE et al 2011 O projeto extensionista de parasitologia no curso de biomedicina da Faculdade do Espirito Santo UNEs foi criado com o intuito para investigar possíveis casos de parasitoses em comunidades no município de Cachoeiro de Itapemirim que não possuem saneamento básico Para implementação do projeto foi escolhida a comunidade quilombola de Monte Alegre devido a sua acessibilidade além das suas condições ambientais como ausência de saúde publica em relação a saneamento básico Durante o ano de 2012 palestras foram realizadas para a comunidade sendo posteriormente coletado o material fecal moradores da comunidade Durantes as analises de microscopia foi evidenciando a presença de Ascaris lumbricoides Entamoeba coli e Trichuris trichiura em diversas laminas das analises de fezes O perfil da população investigada demonstrou também que há a necessidade de um maior acompanhamento da comunidade para melhoria da qualidade de vida dos mesmos Após o fim da avaliação dos moradores o grupo extensionista encaminhou todos os resultados para o posto de saúde para controle da parasitemia Tal estudo é importante pois favorece a realização de um tratamento adequado dessas parasitoses utilizando antibióticos profilaxia e a adoção de formas eficazes de prevenção melhorando a qualidade de vida da população MATERIAL E MÉTODOS Boletim Informativo Geum Informative Geum Bulletin Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Piauí httpwwwojsufpibrindexphpgeum Descrição da área de estudo A Comunidade de Remanescentes de Quilombos de Monte Alegre distrito de Cachoeiro do Itapemirim do Estado do Espirito Santo situa se entre dois grandes fragmentos de Floresta Atlântica a Floresta Nacional de Pacotuba e a Reserva Particular do Patrimônio Natural Cafundó A comunidade de Monte Alegre está localizada a 37 quilômetros de Cachoeiro de Itapemirim distando 10 quilômetros da rodovia ES 482 Atualmente a comunidade é formada por 130 famílias totalizando 560 moradores dos quais 450 são descendentes diretos de escravos LELES et al 2012 MARIANO et al 2005 Essas famílias vivem da agricultura de subsistência A maioria das pessoas trabalha como diarista ou meeiro nas fazendas da região com uma renda mensal média de um salário mínimo A comunidade enfrenta dificuldades de toda ordem não existe saneamento básico a água é captada em poços artesianos e os esgotos despejados diretamente nos rios que a comunidade utiliza também como fonte de água para consumo não há telefonia o acesso é prejudicado devido às condições precárias das estradas há apenas uma escola de ensino fundamental a coleta de lixo é semanal e são raros os programas ou ações públicas voltadas à geração de emprego e renda LELES et al 2012 MARIANO et al 2005 Coleta das amostras biológicas Entre março de 2012 e dezembro de 2012 amostras frescas fecais foram coletadas de moradores da comunidade quilombola de Monte Alegre Pacotuba Cachoeiro de Itapemirim Espirito Santo Antes da coleta de amostras palestras foram ministradas para a população em estudo a fim de esclarecer os objetivos da pesquisa e fornecer orientações sobre como coletar e armazenar amostras Todos indivíduos que aceitaram participar do projeto assinaram o termo de consentimento informado e receberam recipientes estéreis apropriados para coleta de fezes contendo Os indivíduos que coletaram as amostras de fezes no recipiente deixaram no posto de saúde da comunidade Essas amostras foram recolhidas no mesmo dia sendo processadas no Laboratório Experimental de Parasitologia da Faculdade do Espirito Santo UNES através do método de Mariano e Carvalho MARIANO et al 2005 O sedimento foi analisado com coloração utilizandose Lugol Exames parasitológicos foram realizados em 74 pacientes 28 378 do sexo masculino e 46 622 do sexo feminino com idades entre 1 e 89 anos Os resultados dos exames parasitológicos foram entregues a cada um dos participantes em conjunto com o posto de saúde para possível tratamento da doença RESULTADOS E DISCUSSÃO O estudo da ocorrência das parasitoses intestinais indicou que 30 406 dos 74 moradores da comunidade estavam infectados com algum tipo de parasitose De acordo com as analises foi verificado a presença de duas helmintoses Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiuria e um protozoário Entamoeba coli Conforme descrito na tabela 1 foi identificado maior incidência de Ascaris lumbricoides Durante as analises das amostras fecais não foram registrados quaisquer casos de biparasitismo ou multiparasitismo dentro do grupo analisado Tabela 1 Frequência de parasitas intestinais na população quilombola de Monte Alegre Espirito Santo Brasil 2012 Espécies N Frequência Ascaris Lumbricoides 22 29 7 Entamoeba coli 5 68 Trichuris trichiura 3 41 Analisando a frequência de parasitoses em relação à faixa etária podese perceber que os moradores infectados são jovens com idade inferior a 21 anos que corresponde a 324 da população total investigada Tabela 2 Frequência de parasitas intestinais por faixa etária na população quilombola de Monte Alegre Espirito Santo Brasil 2012 Espécies N Frequência Até 15 anos 12 162 16 a 21 anos 12 162 Acima de 21 anos 6 82 A contribuição desses resultados corrobora com alguns aspectos descritos na literatura ao verificar que comunidades carentes sem saneamento básico estão expostas a parasitoses Boletim Informativo Geum Informative Geum Bulletin Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Piauí httpwwwojsufpibrindexphpgeum sejam elas decorrentes de helmintoses ou protozooses Além disso outro ponto a ser destacado é a maior incidência de parasitoses na faixa etária abaixo dos 21 anos No Brasil geralmente os trabalhos científicos reportam favelas e comunidades carentes de cidades grandes Entretanto poucos trabalhos destacam ou abordam problemáticas de comunidades pouco discutidas no Brasil como os quilombolas Apesar da enorme riqueza cultural tais comunidades não possuem ações sociais para melhoria da qualidade de vida como saneamento básico o que as torna marginalizadas pela sociedade Os quilombolas foram oficialmente reconhecidos pelo governo brasileiro em 1988 com a afirmação de seus direitos territoriais através do artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias LELES et al 2012 MARIANO et al 2005 OSVALDO et al 2013 Damazio e colaboradores registraram em uma comunidade quilombola no norte do Espirito Santo uma infestação de 427 de parasitose ANDRADE et al 2011 Paralelamente os resultados obtidos do quilombola de Monte Alegre indicam uma ocorrência de 406 de parasitoses intestinais As parasitoses intestinais estão associadas em muitos casos a morbidade podendo favorecer a desnutrição anemia hiproteinemia e falta ou déficit de atenção o que prejudica o desenvolvimento educacional do jovem e sua saúde A intervenção governamental tornase necessária principalmente no âmbito de políticas públicas de saúde e saneamento básico para controle destas doenças Alguns estudos demonstram que o declínio na ocorrência de parasitoses está diretamente associado às melhorias das condições de saneamento básico e portanto melhorias na qualidade de vida QUEIROZ et al 2006 ZIEGELBAUER et al 2012 ZIEMER et al 2010 A política de saúde deve contemplar não apenas o diagnóstico e tratamento específico de indivíduos infectados mas também a eliminação de fontes de infecção Fontes e colaboradores demonstraram que a redução drástica de helmintoses e protozooses está associada a tratamentos diretos utilizando os medicamentos adequados em conjunto com melhoria das habitações acesso à saúde pública educação sanitária complementando as melhorias socioeconômicas ZIEMER et al 2010 A distribuição geográfica de parasitas pode depender de vários fatores tais como condições precárias de higiene falta de educação para a saúde e condições ambientais favoráveis para o desenvolvimento das fases do ciclo do parasita Outras comunidades desprovidas de ação governamental já foram descritas com problemáticas similares como por exemplo a comunidade quilombola no município de Bias Fortes Estado de Minas Gerais e a comunidade indígena MbyáGuarani de Porto Alegre estado do Rio Grande do Sul QUEIROZ et al 2006 ZIEGELBAUER et al 2012 Apesar de muitos autores mencionarem que jovens e crianças são mais infectados programas sociais de erradicação de parasitoses devem ser realizados independente de idade no intuito de minimizar a progressão de tais doenças e favorecer a melhoria de vida da população O programa de saneamento básico implementado em 2004 na cidade de Cachoeiro de Itapemirim por exemplo deve ser expandido de forma que atenda as comunidades que não possuem saneamento básico e água tratada CONCLUSÕES Apesar de existir um programa de saneamento básico na cidade a existência de parasitoses associadas à falta de saneamento básica denota a importância da expansão e melhorias em tal programa As ações realizadas por quaisquer agências de saúde do governo para reduzir doenças causadas por parasitas intestinais necessitam ser mais eficazes pois só assim podem impedir disseminação de parasitoses especialmente nas comunidades afroascendentes e outros grupos minoritários carentes A redução dos índices de enteroparasitoses somente será alcançada quando existir um programa de melhoria das condições de saneamento básico com assistência medica e inclusão em programas de controle de parasitose com aplicação de medicamentos como praziquantel e da qualidade de vida para toda a população incluindo as comunidades quilombolas e toda a área rural Sendo assim esperase que além das ações de respeito à cultura manifestações artísticas e culturais sejam também realizadas medidas de educação em saúde com maior frequência para a população quilombola de Monte Alegre AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Domingos Correa e Brigida Orioli pela correção e revisão do texto Boletim Informativo Geum Informative Geum Bulletin Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Piauí httpwwwojsufpibrindexphpgeum REFERÊNCIAS ANDRADE EC LEITE ICG VIEIRA MT ABRAMO C TIBIRIÇÁ SHC SILVA PL Prevalência de parasitoses intestinais em comunidade quilombola no município de Bias Fortes Estado de Minas Gerais Brasil 2008 Epidemiol Serv Saúde v20 p337344 2011 BRANDELLI CL DE CARLI GA MACEDO AJ TASCA T Intestinal parasitism and socioenvironmental factors among MbyáGuarani indians Porto Alegre Rio Grande do Sul Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo v54 p119122 2012 CAMPOSA MR VALENCIA LIO FORTES BPMD BRAGA RCC MEDRONHO RAM Distribuição espacial da infecção por Ascaris lumbricoides Revista Saúde Pública v36 n1 p6974 2002 CASTRO AZ VIANA JDC PENEDO AA DIRLEI E DONATELE M Levantamento das Parasitoses Intestinais em Escolares da Rede Pública na Cidade de Cachoeiro de ItapemirimES NewsLab v63 p102105 2004 CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION Epidemiology and risk factors Atlanta CDC Disponivel em httpwwwcdcgovparasitesascariasis Acesso em 16 jun 2012 COELHO LMPS DE OLIVEIRA SM MILMAN MHSA KARASAWA KA SANTOS RP Detecção de formas transmissíveis de enteroparasitas na água e nas hortaliças consumidas em comunidades escolares de Sorocaba São Paulo Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v34 n5 p479482 2001 CORREIA W COSTA MAB BALBINO M Programa transdisciplinar para o desenvolvimento sustentável da comunidade quilombola de MONTE ALEGRE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM ES Revista brasileira de pesquisa em turismo v1 n2 2007 COSTA MP PLASTER OB RIBEIRO CAD SILVA KR BRAZ RL SIQUEIRA HM Proposta de Arborização em Área Comum à Comunidade Quilombola de Monte Alegre Cachoeiro de Itapemirim ES Revista Brasileira da Agroecologia v4 n2 2009 DAMAZIO SM LIMA MS SOARES AR de SOUZA MAA Intestinal parasites in a quilombola community of the northern state of Espírito Santo Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical v55 n3 p179183 2013 DE QUADROS RM MARQUES S ARRUDA ARR DELFES PSWR MEDEIROS IAA Parasitas intestinais em centros de educação infantile municipal de Lages SC Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v37 n5 p422423 2004 dos SANTOS GL CHAVES AM Ser quilombola representações sociais de habitantes de uma comunidade negra Estudos de Psicologia v24 n3 p353361 2007 FONTES G OLIVEIRA KK OLIVEIRA AK ROCHA EM Influência do tratamento específico na prevalência de enteroparasitoses e esquistossomose mansônica em escolares do município de Barra de Santo Antônio AL Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v36 p625628 2003 HARHAY MO HORTON J OLLIARO PL Epidemiology and control of human gastrointestinal parasites in children Expert Review of Antiinfective Therapy v8 n2 p219234 2010 LELES D GARDNER SL REINHARD K IÑIGUEZ A ARAUJO A Are Ascaris lumbricoides and Ascaris suum a single species Parasites Vectors v42 n5 p1 7 2012 Boletim Informativo Geum Informative Geum Bulletin Programa de PósGraduação em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Piauí httpwwwojsufpibrindexphpgeum MARIANO MLM CARVALHO SMS MARIANO APM ASSUNÇÃO FR CAZORLA IM Uma Nova Opção para Diagnóstico Parasitológico Método de Mariano Carvalho NewsLab v68 p132 140 2005 MARIN E SINHORELLI JSM MENDES AN CARACTERIZAÇÃO FISICOQUIMICA E MICROBIOLÓGICA DAS ÁGUAS DAS PRAIAS DE PIÚMA IRIRI E ITAÓCA ESPIRITO SANTO Revista Saúde e Biologia v 9 p 4352 2014 OSVALDO BR ZADYS AH Parasitismo intestinal en niñas y niños mayores de 5 años de Ciudad Bolívar MEDISAN online v17 n4 p585591 2013 QUEIROZ PRC MOTIN AP VERBANECK CA DE CRISTO FD OLIVEIRA MS VERONESE MM MANTOVANI SR Predominâncias e determinações sociais em ocorrências de parasitoses na região centro ocidental do Paraná uma análise sócioeconômica do problema Revista Saúde e Biologia v1 n2 p1322 2006 ZIEGELBAUER K SPEICH B MÄUSEZAHL D BOS R KEISER J UTZINGER J Effect of Sanitation on Soil Transmitted Helminth Infection Systematic Review and MetaAnalysis Plos Medicine v9 n1 p117 2012 ZIEMER CJ BONNER JM COLE D VINJÉ J CONSTANTINI V GOYAL S GRAMER M MACKIE R MENG XJ MYERS G SAIF LJ Fate and transport of zoonotic bacterial viral and parasitic pathogens during swine manure treatment storage and land application Journal Animal Science v88 pE84E94 2010 30 ARTIGO COMPLEXO TENÍASE CISTICERCOSE UMA REVISÃO Rômulo César Clemente Toledo Juliana Borges Franco Lucimar Silva Freitas Carla Katielli Amanda Rodrigues Franco de Freitas Instituto Federal do Triângulo Mineiro Campus Ituiutaba MG romuloiftmedubr RESUMO As verminoses são doenças frequentes causadas por diferentes tipos de vermes A teníase e a cisticercose são duas entidades mórbidas distintas cau sadas respectivamente pelas Tenia e sua forma larvária Cysticercus cellu losae O complexo teníasecisticercose é causado pela mesma espécie de cestódio em fases diferentes do seu ciclo de vida Estas verminoses podem contaminar o homem por meio de alimentos contaminados O controle dessas doenças tem como estratégia fundamental a interrupção do ciclo de vida do parasito por meio de controle higienicossanitário Neste trabalho realizouse um levantamento bibliográfico buscando ressaltar as principais caracterís ticas destas verminoses sua epidemiologia forma de diagnóstico e controle realizado pela indústria de alimentos para segurança dos consumidores Palavraschave Parasitose Inspeção de carnes Controle sanitário ABSTRACT Verminoses are common diseases caused by different types of worms Te niasis and cysticercosis are two distinct morbid entities caused respective ly by the Tenia and its larval form Cysticercus cellulosae The teniasis cysticercosis complex is caused by the same species of cestode considering its different stages of its life cycle Since these verminoses can contaminate humans through contaminated food the control of these diseases has as its main strategy the interruption of the life cycle of the parasite through hygie nicosanitary control This work is a bibliographical survey seeking to highli ght the main characteristics of these verminoses its epidemiology diagnosis and control by the food industry to prevent contamination of consumers Keywords Parasite Meat inspection Sanitary control INTRODUÇÃO A maioria das verminoses são transmitidas de ma neira semelhante As ver minoses são transmitidas por alimentos contaminados frutas e verduras mal lavadas água conta minada carnes cruas ou mal cozidas mãos sujas objetos contaminados portanto um maior cuidado básico de higiene pode evitar a dissemina ção dessas parasitoses PRAXEDES 2003 A teníase e a cisticercose são ver minoses transmitidas pela Taenia O complexo teníasecisticercose é cau sado pela mesma espécie de cestó dio em fases diferentes do seu ciclo de vida A cisticercose é uma entida de clínica provocada pela presença da forma larvária nos tecidos de su ínos bovinos outra espécie de tae nia Taenia saginata ou do homem FNS 2017 Em humanos a teníase é também conhecida como solitária é provocada pela presença da forma adulta da Taenia saginata ou da Ta enia solium que se localizam no seu intestino delgado A Taenia soium e a Taenia sagi nata pertencem à classe Cestoidea ordem Cyclophillidea família Ta enidae e gênero Taenia Na forma larvária Cysticercus cellulosae da Taenia solium e Cysticercus bovis da Taenia saginata causam a teníase Na forma de ovo a Taenia saginata desenvolve a cisticercose no bovino e a Taenia solium no suíno ou no ho mem REY 1991 A literatura científica traz duas vi sões sobre a cisticercose humana A primeira é que a cisticercose humana causada por cisticercos de T saginata é extremamente rara ou não ocorre BENENSON 1992 SCHANTZ et al 1994 SCHENONE et al 1982 A segunda admite a possibilidade de cisticercose humana por ambas as espécies de tênia GEMMELL et al 1983 PAWLOWSKI SCHULTZ 31 Higiene Alimentar Vol32 nº 282283 JulhoAgosto de 2018 1972 REY 1973 REY 1991 Este trabalho é uma revisão bi bliográfica que teve como objetivo discorrer sobre os agentes causado res da teníase e cisticercose bem como as características destas doen ças e possíveis medidas para o seu controle Ciclo de vida Os hospedeiros intermediários T solium suíno e T saginata bo vino tornamse infectados quando ingerem ovos ou proglotes presentes no ambiente OLIVEIRA e BEDA QUE 2008 O homem é o hospe deiro definitivo passando a integrar o ciclo biológico destes parasitas quando ingere a carne crua ou mal passada vegetais e frutas contamina dos por cisticercos de origem suína ou bovina SHANDERA et al 1994 OLIVEIRA e BEDAQUE 2008 A prevalência de infecções por T solium varia muito de acordo com o nível de saneamento com as práticas na criação de suínos e com os hábitos alimentares de cada região MUR RELL 2005 O suíno adquire esses ovos através de alimentos contami nados com fezes humanas Depois de ingeridos os ovos se transformam em estruturas denominadas oncosfe ras que seguem através do sangue para a musculatura estriada e desen volvese a forma larval o cisticerco Cysticercus cellulosae SILVA et al 2000 Os ovos de tênia são ingeridos pelos hospedeiros intermediários os embriões oncosferas se libertam do ovo no intestino delgado pela ação dos sucos digestivos e bile As on cosferas penetram na parede intesti nal e em 24 a 72 horas difundemse no organismo através da circulação sanguínea Ocorre então formação de cisticercos nos músculos esque léticos e cardíaco GEMMELL et al 1983 Os cistos medem de 7 a 12mm de comprimento por 4 a 6mm de largura REY 1992 Quando o homem ingere cisticercos viáveis o mesmo sofre a ação do suco gástrico evaginase e se fixando por meio do escólex na mucosa do intes tino delgado dando origem a tênia adulta FLISSER et al 2005 O homem hospedeiro definitivo se infecta ao ingerir carne suína mal cozida ou mal assada contendo os cisticercos vivos Após três meses da ingestão do cisto o homem começa a eliminar proglotes grávidas pelas fezes e reiniciase o ciclo FLISSER et al 2005 Um homem infectado pode elimi nar milhares de ovos ao dia livres nas fezes ou com segmentos intactos cada um contendo grande quantida de de ovos que podem sobreviver no ambiente durante vários meses Estes ovos depositados no solo con taminam as pastagens e a água URQUHART et al 1996 Estas verminoses também podem evoluir em hospedeiros intermediários anor mais como o cão o gato e o macaco ROPPA 2017 O homem também pode ser o hos pedeiro intermediário pela ingestão de ovos da T solium procedente de alimentos contaminados com fezes de humanos portadores de teníase ou pela autoinfecção GARCIA e DEL BRUTTO 2000 DECKERS e DORNY 2010 Quando ingeridos esses cisticercos podem se alojar em diversas regiões do organismo inclu sive sistema nervoso central gerando sérios problemas e podendo levar inclusive à morte GUIMARÃES PEIXOTO et al 2012 PFUET ZENREITER 2000 A doença cau sada neste caso é a neurocisticercose SORVILLO et al 2007 Caso os ovos de tênia sejam inge ridos pelo homem estes podem de senvolver a fase larval cisticercose Essa forma de infecção pode se tor nar muito grave pois há um grande tropismo pelo sistema nervoso cen tral onde geralmente os cisticercos desencadeiam reações inflamatórias provocando a forma mais grave da doença a neurocisticercose cisticer cos podem se alojar no sistema ner voso do homem e levar até a morte CALASANS 2009 O complexo teníasecisticercose portanto é uma zoonose doença transmitida do homem para o ani mal e viceversa Esta doença ocor re quando o homem ingere carnes verduras e legumes contaminados com ovos de tênia ROPPA 2017 Patogenia e sintomatologia clí nica A teníase é uma infecção menos grave e têm como sintomatologia mais frequente dores abdominais náuseas debilidade perda de peso flatulência diarreia frequente e cons tipação em adultos O prognóstico é excepcionalmente causa de compli cações cirúrgicas resultado do tama nho do parasita ou de sua penetração em estruturas do aparelho digestivo tais como apêndice colédoco e duc to pancreático Na maior parte dos casos o indivíduo somente toma ci ência da infecção quando observa a liberação das proglotes fato este que só é notado muito tempo após a in fecção Consequentemente o doente pode disseminar a doença por perí odo bastante longo antes da suspei ta de sua contaminação BRASIL 2002 Já a cisticercose humana é uma doença mais grave caracterizada pelo pleomorfismo sendo que o cisticerco pode se alojar em diversas partes do organismo sendo a região de maior frequência o Sistema Nervoso Cen tral inclusive intramedular o que traz maiores repercussões clínicas A cisticercose é uma das enfermida des mais perigosas transmitidas por parasita aos seres humanos A larva pode se instalar no sistema nervoso central neurocisticercose no olho ocular na pele no tecido celular subcutâneo no fígado e outras loca lizações DEL BRUTO 1999 A neurocisticercose epiléptica 32 ARTIGO NCC é a infecção parasitária mais comum do sistema nervoso central SNC e a principal causa de epilep sia de origem secundária no Brasil sendo causada apenas pelo parasita Taenia solium COSTA et al 2007 Epidemiologia Tanto a Taenia solium quanto a T saginata são parasitos de ampla dis tribuição encontradas principalmen te em regiões onde existe o hábito de ingerir carne de gado eou de suíno crua ou mal cozida e vegetais con taminados com as fezes destes ani mais Estimase que mais de 70 mi lhões de pessoas estejam infectadas por T saginata e que até 25 milhões possam estar infectadas por T solium no mundo GOMES 2001 A teníase por T saginata pode ser encontrada em vários países com destaque para a África Oriente Mé dio Ásia Central e América Latina há também relatos em países euro peus Japão e Filipinas e com menor incidência Austrália Estados Uni dos e Canadá HARRISON 1999 Em relação à teníase por T solium tem endemicidade alta na América Latina HUGGINS 1999 Nas co munidades judaicas a prevalência é muito baixa provavelmente pela proibição religiosa da ingesta de car ne de suínos HARRISON 1999 A cisticercose suína praticamente não é reportada em função da tec nificação das granjas no entanto o consumo de carnes bovinas e suínas proveniente de animais não inspecio nados ainda ocorre em muitos esta dos do Brasil ACEVEDONIETO et al 2012a Segundo Pinto et al 2002 o consumo de carne não ins pecionada consiste em um importan te fator de risco pois a prevalência da doença em animais de criações domésticas pode ser cinco vezes maior que em animais criados em sistemas tecnificados No Brasil a cisticercose bovina está presente em todos os estados A condenação pelo serviço de inspeção resulta em perdas entre 10 a 100 do valor das carcaças No estado do Mato Grosso do Sul por exem plo estimase que as perdas causa das pelo diagnóstico post mortem da cisticercose bovina no período de 2010 a 2012 em média foi de a USD 9000000 FERNANDES BUZET TI 2002 A incidência do complexo teníase cisticercose permanece com eleva dos índices no Brasil principalmente no que se refere à etiologia pela T saginataCysticercus bovis SOU ZA et al 2007 A maior parte dos relatos no território brasileiro é pro veniente de matadouros frigoríficos A infecção tem sido relatada nos es tados da Bahia Rio de Janeiro Mi nas Gerais Paraná São Paulo Rio Grande do Sul e Rondônia RAMOS E ALMEIDA 2013 SANTOS et al 2013 GUIMARÃES PEIXOTO et al 2012 MANHOSO e PRATA 2008 SOUZA et al 2007 PEREI RA et al 2006 ALMEIDA et al 2006 CORREA et al 1997 Diagnóstico No Brasil apesar da importância da cisticercose para a saúde pública animal e de suas consequências eco nômicas não existe a obrigatorieda de de notificação da doença em hu manos ALMEIDA et al 2002 O diagnóstico da cisticercose bo vina é realizado na inspeção post mortem que ocorre durante o abate nos matadouros e consiste basica mente na avaliação visual macros cópica de cisticercos nos tecidos e órgãos da carcaça A inspeção das carcaças é feita mediante incisões praticadas em áreas consideradas de predileção para o cisticerco como coração músculos da mastigação língua diafragma e seus pilares e massas musculares da carcaça Po rém a inspeção por si só não conse gue detectar todos os cisticercos pre sentes na carcaça uma vez que por questões estéticas e comerciais não são retalhados todos os órgãos vís ceras e músculos das carcaças caso contrário a depreciação da mesma seria muito grande BRASIL 2002 1980 As carcaças são condenadas quando apresentam infestações in tensas com a comprovação de um ou mais cistos em incisões praticadas em várias partes da musculatura por outro lado quando se verifica infes tação discreta ou moderada após cuidadoso exame sobre os músculos estas devem ser removidas e con denadas todas as partes com cistos inclusive todos os tecidos circunvi zinhos Para a carne tratada por sal mora pelo prazo de vinte e um dias esse período pode ser reduzido para dez dias desde que a temperatura seja mantida sem oscilação e no má ximo a um grau centígrado podem ser aproveitadas as carcaças que apresentem um cisto já calcificado após a remoção e condenação desta parte Quando o número de cistos for maior do que a infestação moderada mas não alcançando a generalização da carcaça esta será destina à esteri lização por calor MEDEIROS 2008 BRASIL 1980 Para o diagnóstico da cisticercose suína utilizase o exame de língua in vivo e o exame natomopatológico postmortem PINTO et al 2000 A palpação da língua não é muito sen sível e pode subestimar a prevalên cia da cisticercose suína em regiões endêmicas SATO et al 2003 mas é muito utilizado na prática já que não requer conhecimentos técnicos SCIUTTO et al 1998 A inspeção post mortem das carcaças em abate douros consiste da observação do cisticerco nos músculos a língua o masseter os membros posterio res paleta intercostais e cérebro como também em outros órgãos in cluindo o coração o baço e os rins PATHAK 1989 A incisão nesses locais durante a inspeção da carne permite identificar as formas larvais 33 Higiene Alimentar Vol32 nº 282283 JulhoAgosto de 2018 da Taenia solium caracterizadas por formações vesiculosas ovóides e de cor brancoamarelada GIL 2000 Partes da carcaça suína como o lombo pernil e masseter de suínos possui de 50 de chances de se en contrar cistecercos com os músculos intercostais paleta língua e diafrag ma apresentando valores inferiores a 50 Animais com baixa carga de cisticercos podem escapar à inspeção de carne além do que cistos caseosos resultantes de infecções prévias po dem ser mais facilmente detectáveis do que cistos vivos o que pode levar a registros falsos de transmissibilida de e de infecções viáveis SCIUTTO et al 1998 Outros testes podem ser utilizados para a detecção desta contaminação como os testes sorológicos para Ta enia solium Tais métodos podem ser altamente específicos e sensíveis podendo auxiliar no diagnóstico de suínos com baixa carga de cisticer cos os quais podem escapar à inspe ção da carne NUNES et al 2000 As análises são mais confiáveis para a detecção de suínos infectados pela Taenia solium do que a palpação da língua já que 34 dos animais ne gativos a este teste são soropositivos pelo ELISA SATO et al 2003 Controle O controle dessas doenças tem como estratégia fundamental a inter rupção do ciclo de vida do parasito evitando a infecção de animais e se res humanos através de controle hi gienicossanitário como construção de sistemas de esgoto conscientiza ção da população quanto a práticas de higiene como o não consumo de carnes cruas e higienização adequa da das verduras a serem ingeridas cruas O melhoramento das condi ções de criação de animais como os suínos evitando acesso de animais a fezes humanas Promover uma rígida inspeção em relação a produtos cár neos evitando abate e comércio de produtos clandestino Promoção de conscientização da população quanto aos riscos desta infecção são algumas medidas de controle dessa parasitose GARCIA 2007 A incidência de cisticercose au menta pela falta de tratamento dos esgotos urbanos que poluem os ma nanciais que irão abastecer os ani mais e até o próprio homem A fal ta de fossas no meio rural contribui para a poluição do meio ambiente sendo comuns os casos em que os animais acabam consumindo fezes humanas O uso de irrigação de hor tas e pomares com água contaminada é uma grande fonte de infecção para o homem ROPPA 2017 A profilaxia do complexo teníase cisticercose depende de inúmeros fatores combinados como a educa ção sanitária do homem a detecção e tratamento do indivíduo parasitado pois ele é o disseminador da cisticer cose o uso de instalações sanitárias com fossas ou redes de esgoto in gestão de carnes ou produtos deri vados salsichas linguiça etc bem cozidos ou assados FORTES 2004 Fazse necessárias medidas epi demiológicas tais como esclarecer a população sobre os riscos e com bater a prática do abate clandestino dos bovinos garantir a esterilização parasitária das águas residuais na sa ída dos efluentes das áreas urbanas e o uso de fossas nas áreas rurais rastrear os animais abatidos e posi tivos para cisticercose bovina com posterior tratamento verticalizado por parte das autoridades sanitárias FERNANDES 2002 Uma vez que a erradicação des ta zoonose é atribuída principal mente ao desenvolvimento econô mico local a ativa participação da comunidade é fundamental para o cumprimento das medidas de con trole contra o parasita no animal e no homem desde que as taxas de cisticercose suína são indícios de pa rasitose humana SARTI 2003 O desaparecimento da Taenia solium em muitos países da Europa é uma importante evidência do potencial de erradicação do complexo teníase cisticercose nestes países atribuído ao seu desenvolvimento econômico SARTI et al 2003 e ao progresso nas condições sanitárias criações tecnificadas e à inspeção eficiente das carcaças FLISSER et al 1999 A inspeção de carnes em mata douros tinha sido por anos uma for ma efetiva de evitar a disseminação da cisticercose Esta estratégia foi empregada para erradicar a enfermi dade em vários países GONZÁLEZ 1993 A inspeção de carcaças no abate de suínos e bovinos e o seques tro das contaminadas com cisticercos interrompem a cadeia de transmissão da cisticercose Outra medida para países endêmicos que poderia ser adotada é o congelamento da carne com o objetivo de diminuir a trans missão da parasitose PFUETZEN REITER e ÁVILA 2000 A inspeção veterinária de carnes executada pelo Serviço de Inspeção Federal SIF é a principal medida na prevenção da teníase pois apesar de suas limitações a inspeção identi fica as carcaças com infecções inten sas e leves desde que exista alguma alteração visível macroscopicamen te e atua também como crivo sani tário impedindo a disseminação de agentes zoonóticos RIBEIRO et al 2012 SOUZA et al 2007 ALMEI DA 2006 CONCLUSÃO Concluiuse com este trabalho que a cisticercose é um problema de saúde pública que não pode ser desconsiderado pelos órgãos públi cos fiscalizadores e nem pela comu nidade Essa enfermidade também causa prejuízos no âmbito econômi co devido ao número substancial de condenações das carcaças Para se prevenir a doença é necessário tanto 34 ARTIGO a fiscalização correta dos estabeleci mentos de abate por parte de órgãos públicos competentes como também a realização de intervenções educa tivas junto ao consumidor e princi palmente aos produtores rurais res ponsáveis pela criação animal para que realizem o manejo correto dos animais REFERÊNCIAS AGAPEJEV S Aspectos ClínicoEpide miológicos da Neurocisticercose no Brasil Análise Crítica Rev Arq Neuropsiquiatria v61 n3b p822 828 2003 ALMEIDA L P et al Cisticercose bovina um estudo comparativo entre ani mais abatidos em frigoríficos com serviço de inspeção municipal Rev Hig Ali mentar v16 n99 p5155 2002 BRASIL Guia de Vigilância Epidemio lógica Fundação Nacional da Saú de 5ª edição Vol II Brasília FUNA SA 2002 399p CALASANS MWM Ocorrência de Cys ticercus cellulose e Cysticercus bovis em MatadouroFrigorífico no Estado do Sergipe Monografia Lato Sensu em Higiene e Inspe ção de Produtos de Origem Animal 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teniasiscysticer cosis by Taenia solium and Taenia saginata Ciência Rural v30 n3 p541548 2000 PRAXEDES PCG Aspectos da qualida de higiênicosanitária de alimentos consumidos e comercializados na comunidade São Remo São Paulo Capital 2003 Tese de Doutorado Universidade de São Paulo REY L Parasitologia parasitos e doen ças parasitárias do homem nas Amé ricas e na África 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1991 731p ROPPA L Suínos mitos e verdades São Paulo Disponível em http wwwsuinoscombrpdfcarnesui napdf Acesso em 18 set 2017 SANDERS TAB Food production and food safety BMJ British Medical Journal v318 n7199 p1689 1999 SANTOS JMG BARROS MCRB Cysticercus bovis e cysticercus cellulosaeendoparasitas de impor tância no comércio da carne Rev em Agronegócios e Meio Ambiente v2 n1 p2139 2009 SILVA AAP SILVA MV Teníase na po pulação do bairro Nossa Senho ra Aparecida município de Correia PintoSC em 2003 e 2004 Rev Bras Analise Clinicas v39 p143145 2007 TAKAYANAGUI OM et al Fiscalização de hortas produtoras de verduras do Município de Ribeirão Preto SP Rev Soc Bras Medicina Tropical v33 n2 p169174 2000 URQUHART GM et al Parasitologia ve terinária Rio de Janeiro RJ Guana bara Koogan 1996 VIEIRA ESS Defesa agropecuária e inspeção de produtos de origem animal uma breve reflexão sobre a Operação Carne Fraca e possíveis contribuições ao aprimoramento dos instrumentos normativos aplicáveis ao setor Senado Federal 2017 Rev PanAmaz Saude 2016 722732 27 httprevistaiecpagovbr Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni em municípios do Estado de Alagoas Brasil Epidemiological aspects and distribution of infection cases by Schistosoma mansoni in municipalities in the Alagoas State Brazil Aspectos epidemiológicos y distribución de los casos de infección por Schistosoma mansoni en municipios del Estado de Alagoas Brasil RESUMO A esquistossomose mansônica é uma doença infectoparasitária de importância em saúde pública no Brasil apresentandose de forma endêmica no Estado de Alagoas Desta forma o estudo teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico relacionado aos casos de esquistossomose em alguns municípios de Alagoas Foi realizado um estudo de caráter descritivo com abordagem quantitativa com dados secundários oriundos do Programa de Controle da Esquistossomose referente à infecção por Schistosoma mansoni no período de 2010 a 2014 Entre os casos positivos para esquistossomose observase que a frequência em Alagoas foi maior no ano de 2011 apresentandose com 740 de positividade contudo em 2014 houve redução para um percentual de 622 Os mais acometidos com essa endemia foram os indivíduos do gênero masculino totalizando 5705 dos casos entre 15 e 49 anos de idade 5863 Em relação aos hospedeiros intermediários a espécie Biomphalaria glabrata foi a predominante nos municípios alagoanos apresentandose em 5792 deles Concluise que é de grande relevância a utilização de medidas no controle dos fatores de risco ambientais e educacionais na tentativa de reduzir novos casos de esquistossomose nos municípios endêmicos em Alagoas Palavraschave Esquistossomose Schistosoma mansoni Epidemiologia Correspondência Correspondence Correspondencia Thiago José Matos Rocha Rua Cônego Machado 918 Bairro Farol CEP 57051160 MaceióAlagoasBrasil Tel 55 82 32155137 Email thyrochahotmailcom ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE ARTÍCULO ORIGINAL Thiago José Matos Rocha Núcleo de Ciências Biológicas Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Maceió Alagoas Brasil Centro Universitário Cesmac Maceió Alagoas Brasil Maria Cecília Silva Santos Centro Universitário Cesmac Maceió Alagoas Brasil Marcella Vanessa Moreira de Lima Centro Universitário Cesmac Maceió Alagoas Brasil Cláudia Maria Lins Calheiros Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde Setor de Parasitologia e Patologia Universidade Federal de Alagoas Maceió Alagoas Brasil Flaviana Santos Wanderley Núcleo de Ciências Biológicas Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Maceió Alagoas Brasil INTRODUÇÃO A esquistossomose mansônica é uma parasitose de veiculação hídrica causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni que tem no seu ciclo biológico o envolvimento de caramujos do gênero Biomphalaria sendo esses os únicos hospedeiros intermediários e tem o homem como hospedeiro definitivo Essa doença é conhecida popularmente como doença do caramujo eou barriga dágua que cursa com um quadro agudo ou crônico muitas vezes com poucos sintomas ou assintomático mas pode também se manifestar com formas mais graves com desfecho do óbito do hospedeiro1 A esquistossomose é uma doença de caráter endêmico associada à pobreza e ao baixo desenvolvimento econômico encontrada em 54 países da África Ásia e América do Sul Nas Américas o Brasil é o País com maior número de casos estimandose que mais de 200 milhões de pessoas estejam infectadas e que outras 779 milhões correm o risco de infecção pelo S mansoni em todo o mundo2 É uma doença de grande importância em saúde pública que chega a causar cerca de 200 mil mortes por ano no mundo Assim é considerada a segunda infecção parasitária mais importante ficando atrás apenas da malária3 doi 105123S217662232016000200003 Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 28 No Brasil de acordo com o manual de vigilância da esquistossomose do Ministério da Saúde MS entre 2010 e 2012 ocorreram 941 internações por 100 mil habitantes e 1464 óbitos por esquistossomose no mesmo período de tempo Essa doença atinge o maior índice endêmico nos seguintes Estados Pernambuco Bahia Alagoas e Sergipe e que atualmente são considerados ainda as principais Unidades da Federação com maior prevalência e incidência da esquistossomose mansônica4 A transmissão da esquistossomose ocorre devido ao contato com águas contaminadas por cercárias forma larvar do parasito5 Rotineiramente nos locais endêmicos as pessoas utilizam rios habitados por caramujos infectados pelo S mansoni para banhos pescas lavagem de roupa e louças tornandose suscetíveis à doença6 A esquistossomose pode ser confundida com outras doenças devido às variadas manifestações clínicas que ocorrem sendo a forma aguda comumente observada em pessoas que não vivem em áreas endêmicas O exame parasitológico de fezes para diagnóstico dessa parasitose é realizado principalmente por meio dos métodos de sedimentação espontânea entretanto KatoKatz é o método padrão ouro preconizado pelo MS em regiões endêmicas67 Dados publicados pelo MS mostraram que em Alagoas a esquistossomose estaria com uma taxa de positividade de 854 Chamase a atenção principalmente para os Municípios de Capela e Santana do Mundaú que se destacaram epidemiologicamente com uma prevalência de 228 e 101 respectivamente no ano de 20088 Outro estudo publicado mostrou que Santana do Mundaú apresentou uma prevalência de 2779 A realização desse estudo teve como objetivo contribuir com informações epidemiológicas para alertar as autoridades sanitárias principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento de programas socioambientais para eliminação dos focos de transmissão por S mansoni sobretudo nas áreas geograficamente mais afetadas em Alagoas Assim a pesquisa avaliou o perfil epidemiológico relacionado aos casos positivos de infecção por S mansoni em municípios de Alagoas entre os anos de 2010 e 2014 MATERIAIS E MÉTODOS Tratase de uma pesquisa de caráter descritivo retrospectivo de abordagem quantitativa realizada a partir dos dados secundários do Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose PCE SISPCE obtidos junto à Secretaria de Estado da Saúde Alagoas No instrumento de coleta de dados constavam variáveis independentes como gênero faixa etária casos positivos número de pessoas tratadas informações malacológicas hospitalares e de mortalidade coletadas no período de 2010 a 2014 Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN Sistema de Informação sobre Mortalidade SIM e Sistema de Informações Hospitalares SIH do Sistema Único de Saúde SUS sem a identificação nominal dos pacientes respeitandose assim aspectos éticos da Resolução N 46612 do Conselho Nacional de Saúde Posteriormente foram plotados em planilha eletrônica do programa Microsoft Office Excel analisados de forma descritiva e expressos em percentual RESULTADOS A figura 1 mostra a frequência da esquistossomose mansônica no Estado de Alagoas de acordo com o percentual de positividade obtido por meio de exames parasitológicos pelo PCE no período de 2010 a 2014 Observouse pouca variação 740727 exceto nos anos de 2012 e 2014 com pequeno decréscimo 622683 Fonte SISPCE 2015 Figura 1 Frequência da esquistossomose mansônica no Estado de Alagoas Brasil no período de 2010 a 2014 750 700 Frequência 650 600 550 2010 2011 2012 Ano 2013 2014 622 734 727 740 683 Entre os 102 municípios de Alagoas que totalizam 3120122 habitantes foram notificados casos de esquistossomose em 70 estando a prevalência superior a 15 em sete destes Municípios Atalaia Cajueiro Capela Feira Grande Igreja Nova Pindoba e Rio Largo Na figura 2 observase uma tendência na redução dos casos positivos de esquistossomose nesses Municípios entre 2010 e 2014 sobretudo em Rio Largo Foi observado que a maior proporção dos indivíduos infectados é do gênero masculino com um percentual de 5705 A partir dos achados referentes à faixa etária a tabela 1 mostra que a maior proporção de indivíduos parasitados 5863 apresenta idade entre 15 e 49 anos seguido da faixa etária entre 5 e 14 anos com 2895 dos infectados Quanto ao tratamento específico conforme mostra a figura 3 a maior porcentagem de indivíduos tratados foi em 2010 e 2013 69426944 com importante redução em 2012 5962 Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 29 Figura 2 Distribuição da esquistossomose mansônica nos municípios do Estado de Alagoas Brasil entre 2010 e 2014 Fonte SISPCE 2015 Atalaia Cajueiro Capela Feira Grande Igreja Nova Pindoba Rio Largo 2010 1770 2341 1599 1577 1666 1723 3043 2011 1651 1860 1279 706 1940 1379 1080 2012 1230 1185 1315 450 940 1171 205 2013 1240 1788 1504 1523 957 1345 140 2014 1295 1458 1109 780 1206 1139 109 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 000 De acordo com os dados de notificações de formas graves internações e óbitos por esquistossomose em Alagoas entre 2010 e 2014 verificouse importante redução de notificação de formas graves e de internamento de pacientes Entretanto o número de óbitos aumentou consideravelmente passando de 29 em 2010 para 51 em 2014 Tabela 2 Tabela 1 Distribuição dos casos de esquistossomose mansônica segundo a faixa etária no Estado de Alagoas Brasil entre 2010 e 2014 Fonte SISPCE 2015 Faixa etária anos Números de casos Frequência 1 10 002 14 931 157 514 17164 2895 1549 34758 5863 50 6424 1083 Total 59287 10000 2010 2011 2012 Ano 2013 2014 72 6942 6944 6642 6254 5962 70 68 66 64 62 60 58 56 54 Figura 3 Porcentagem de indivíduos com esquistossomose mansônica tratados no Estado de Alagoas Brasil entre 2010 e 2014 Fonte SISPCE 2015 Porcentagem de tratados Informações gerais 2010 2011 2012 2013 2014 Notificação 64 64 52 26 22 Óbito 29 63 52 49 51 Internação 10 13 10 05 02 Tabela 2 Número de notificações das formas graves óbitos e internações por esquistossomose mansônica no Estado de Alagoas Brasil no período de 2010 a 2014 Fonte SINANNET SIM SIHSUSDATASUS 2015 Entre os caramujos capturados em alguns municípios do Estado no período de 2010 a 2014 um 119 foi da espécie B straminea e 153 5792 da espécie B glabrata confirmando esta última espécie como principal vetor do S mansoni DISCUSSÃO No Brasil a esquistossomose é uma doença endêmica de grande importância na saúde pública com cerca de 43 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco de infecção e 7 milhões infectadas As Regiões Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 30 de maior destaque são Nordeste e Sudeste onde existem áreas com prevalência superior a 15 como nos Estados de Alagoas Bahia Pernambuco Sergipe e Minas Gerais encontrando ainda formas graves levando a óbitos810 O MS classifica as áreas com esquistossomose de acordo com a prevalência observada considerando áreas de baixa endemicidade aquelas com prevalência abaixo de 5 de média endemicidade onde está maior que 5 e menor que 15 e de alta endemicidade aquelas cuja prevalência é superior a 15 A esquistossomose é considerada endêmica em 69 dos 102 municípios de Alagoas com estimativas de que aproximadamente 25 milhões de pessoas vivam sob o risco da doença nestas áreas endêmicas9 uma situação próxima da realidade do Estado de Sergipe conforme mostrado em uma publicação baseada nos dados do PCE de 2005 a 2008 identificando taxas de prevalência de 136 112 118 e 106 respectivamente11 Neste mesmo contexto outros estudos apontaram para Alagoas uma taxa de prevalência geral de 854 mas superior a 15 em alguns municípios a exemplo de Capela que alcançou taxa de 228 demonstrando assim a importância epidemiológica desses municípios no ciclo de transmissão da esquistossomose no Estado9 Foi observado também que nas zonas de transição ruralurbana a média de prevalência da esquistossomose entre os anos de 2003 a 2008 foi de 1398 sendo consideradas áreas de média endemicidade12 Recomendase que em locais endêmicos onde existe um percentual de positividade inferior a 15 devese utilizar como estratégia de controle o tratamento dos indivíduos com exame parasitológico de fezes positivo para evitar a dispersão da endemia4 Com relação à presença de hospedeiros intermediários a quantidade de caramujos capturados foi elevada nas duas maiores cidades do Estado Arapiraca com 3530 e a capital Maceió com 548 Estes resultados são semelhantes ao de um estudo feito em duas mesorregiões do Estado de Alagoas onde ficou evidenciada a importância epidemiológica do B glabrata como o principal hospedeiro intermediário de S mansoni nas zonas endêmicas do Estado6 Essa característica é diferente de outras localidades brasileiras como por exemplo em Belém capital do Estado do Pará onde foi demonstrada a presença do planorbídeo vetor da esquistossomose em 35 dos 70 bairros visitados e em 20 já havia a transmissão ativa da doença com predominância do B straminea13 Do mesmo modo que este estudo resultados de outros autores mostraram que entre os infectados pelo S mansoni houve predominância de indivíduos do gênero masculino como observado em uma comunidade periférica do Município de Jequié no Estado da Bahia onde os homens foram a maioria 746 dos acometidos com esta infecção14 Essa predisposição é justificada por variáveis culturais e comportamentais visto que estes indivíduos realizam atividades de lazer como pesca banho e práticas esportivas no ambiente peridomiciliar e tornamse mais suscetíveis a adquirir a infecção15 Com relação à faixa etária observouse relação semelhante na maioria das publicações Em Mogi Guaçu Estado de São Paulo predominaram os sujeitos na faixa etária entre 10 e 19 anos 32816 Esse fato corrobora a literatura específica na qual os estudos apontam que a média de idade de pessoas do gênero masculino é entre 10 e 29 anos1718 Um estudo realizado em Pindamonhangaba também em São Paulo mostrou um percentual de infecção de 316 na faixa etária até 20 anos ratificando os resultados desse estudo19 Em Alagoas o tratamento farmacológico da esquistossomose baseiase no uso do praziquantel PZQ conforme recomendações do MS A oxaminiquina que já foi usada no Brasil também é empregada no tratamento dessa parasitose em outros países das Américas e da África20 Resultados exitosos têm sido mostrados por vários autores brasileiros com tratamento utilizando dose única de PZQ como em um estudo realizado por Cardim et al21 no Município de Lauro de Freitas Estado da Bahia quando 92 dos pacientes receberam dose única desse medicamento demonstrando a importância do tratamento no controle da morbidade do agravo ao reduzir as possibilidades de evolução para formas graves da doença A esquistossomose é uma infecção helmíntica que está associada a diversos fatores como más condições de tratamento da água falta de educação em saúde disseminação dos hospedeiros intermediários e longevidade da doença22 Com isso continua a se configurar como uma das doenças parasitárias de maior importância em saúde pública no Brasil CONCLUSÃO A análise dos casos de esquistossomose no Estado de Alagoas notificados nos anos de 2010 a 2014 mostrou maior número de casos em 2013 e que neste período predominaram as notificações do gênero masculino sobretudo na faixa etária entre 15 e 49 anos Em todo o Estado o hospedeiro intermediário de destaque é o B glabrata Desse modo mostra se a importância da adoção de medidas profiláticas e melhoria nas condições de saneamento básico assim como educação da população Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 31 Epidemiological aspects and distribution of infection cases by Schistosoma mansoni in municipalities in the Alagoas State Brazil ABSTRACT Schistosomiasis mansoni is an infectious parasitic disease of public health importance in Brazil presenting endemically in the Alagoas State Thus the study aimed to evaluate the epidemiological profile about the cases of schistosomiasis in some municipalities of Alagoas It was conducted a descriptive study with a quantitative approach and secondary data from the Programa de Controle da Esquistossomose Schistosomiasis Control Program related to infection by Schistosoma mansoni in the period from 2010 to 2014 Among the positive cases for schistosomiasis it is observed that the frequency in Alagoas was higher in 2011 with 740 positive but in 2014 it was reduced to a percentage of 622 The most affected gender by this endemic disease was the male one totaling 5705 of cases between 1549 years old 5863 Regarding intermediate hosts the species Biomphalaria glabrata was predominant in the municipalities of Alagoas in 5792 of the municipalities It was concluded that is really important the use of measures to control the environmental and educational risk factors in an effort to reduce new cases of schistosomiasis in endemic municipalities in Alagoas Keywords Schistosomiasis Schistosoma mansoni Epidemiology Aspectos epidemiológicos y distribución de los casos de infección por Schistosoma mansoni en municipios del Estado de Alagoas Brasil RESUMEN La esquistosomiasis mansónica es una enfermedad infectoparasitaria de importancia en salud pública en Brasil presentándose de forma endémica en el Estado de Alagoas Este estudio tuvo como objetivo evaluar el perfil epidemiológico relacionado a los casos de esquistosomiasis en algunos municipios de Alagoas Se realizó un estudio de carácter descriptivo con enfoque cuantitativo con datos secundarios oriundos del Programa de Control de Esquistosomiasis referente a la infección por Schistosoma mansoni en el período de 2010 a 2014 Entre los casos positivos para esquistosomiasis se observa que la frecuencia en Alagoas fue más elevada el año de 2011 presentándose con 740 de positividad sin embargo en el 2014 hubo reducción a un porcentual de 622 Los más acometidos por esa endemia fueron los individuos del género masculino totalizando 5705 de los casos entre 1549 años de edad 5863 En relación a los huéspedes intermediarios la especie Biomphalaria glabrata fue la predominante en los municipios alagoanos presentándose en 5792 de los municipios Se concluye que es de muy relevante utilizar medidas para el control de los factores de riesgo ambientales y educacionales con la intención de reducir nuevos casos de esquistosomiasis en los municipios endémicos en Alagoas Palabras clave Esquistosomiasis Schistosoma mansoni Epidemiología REFERÊNCIAS 1 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mansônica diagnóstico tratamento epidemiologia profilaxia e controle Rev Bras Clin Med 2010 jan fev1013945 8 Ministério da Saúde BR Departamento de Informática do SUS Programa de Controle da Esquistossomose Internet Brasília Ministério da Saúde 2009 citado 2009 out 11 Disponível em httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesinan pcecnvpcedef Rev PanAmaz Saude 2016 722732 Rocha TJM et al Aspectos epidemiológicos e distribuição dos casos de infecção pelo Schistosoma mansoni 32 9 Palmeira DCC Carvalho AG Rodrigues K Couto JLA Prevalência da infecção pelo Schistosoma mansoni em dois municípios do Estado de Alagoas Rev Soc Bras Med Trop 2010 maijun433 3137 10 Prata A Esquistossomose mansônica In Veronesi R Focaccia R Tratado de infectologia Vol 2 4 ed São Paulo Atheneu 2010 p 185982 11 Rollemberg CVV Santos CMB Silva MMBL Souza AMB Silva AM Almeida JAP et al Aspectos epidemiológicos e distribuição geográfica da esquistossomose e geohelmintos no Estado de Sergipe de acordo com os dados do Programa de Controle da Esquistossomose Rev Soc Bras Med Trop 2011 janfev441916 12 Melo AGS Melo CM Oliveira CCC Oliveira DS Santos VB Jeraldo VLS Esquistossomose em área de transição ruralurbana reflexões epidemiológicas Cienc Cuid Saude 2011 jul set10350613 13 Nunes CV Rodrigues IRC Distribuição de caramujos hospedeiros da esquistossomose mansoni em 10 bairros da periferia de Belém Cad Saude Coletiva 2007 outdez15443948 14 Borges LS Souza TS Motta RL Azevedo BS Dias JAA Nery IG et al Perfil epidemiológico da esquistossomose em comunidade periférica do município de JequiéBA Rev Univ Vale Rio Verde 2014 agodez12281229 15 Silva MBA Barreto AVMS Oliveira YV Bezerra SDC Bispo BAJ Perfil epidemiológico de pacientes suspeitos de esquistossomose e patologias associadas em um hospital pernambucano Rev Enferm Digit Cuid Prom Saude 2015 janjun11436 16 Camargo EAF Boaventura JCS Características epidemiológicas da esquistossomose em Mogi Guaçu São Paulo Intercienc Soc 201432 2732 17 Neres RCB Araújo EM Rocha WJFS Lacerda RS Caracterização epidemiológica dos casos de esquistossomose no município de Feira de Santana Bahia 20032006 Rev Baiana Saude Publica 2011 janjun35 supl 12835 18 Nicolato AJPG Morbidade por esquistossomose mansônica nas terras indígenas Maxakali e Xakriabá Minas Gerais dissertação Ouro Preto Universidade Federal de Ouro Preto Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas 2014 140 p 19 Furtado P Azevedo OS Luciano RP Ruivo Junior B Ruivo VTB Ruivo GF Abordagem clínica e epidemiológica da esquistossomose em PindamonhangabaSP Rev Biocienc 2006 jan jun12125461 20 World Health Organization Accelerating work to overcome the global impact of neglected tropical disease a roadmap for implementation Internet Geneva WHO 2012 21 Cardim LL Ferraudo AS Pacheco STA Reis RB Silva MMN Carneiro DDMT et al Análises espaciais na identificação das áreas de risco para a esquistossomose mansônica no Município de Lauro de Freitas Bahia Brasil Cad Saude Publica 2011 mai275899908 22 Tibiriça SHC Guimarães FB Teixeira MTBA A esquistossomose mansoni no contexto da política de saúde brasileira Cienc Saude Coletiva 2011161137581 Recebido em Received Recibido en 23112015 Aceito em Accepted Aceptado en 862016 UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA DISCIPLINA PARASITOLOGIA CURSO DE ENFERMAGEM ALUNO MATRÍCULA DATA DA ENTREGA 010623 TENÍASE CISTICERCOSE EPIDEMIOLOGIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf FORMAS EVOLUTIVAS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf CICLO BIOLÓGICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRANSMISSÃO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf ASPECTOS CLÍNICOS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf DIAGNÓSTICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf PROFILAXIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRATAMENTO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA DISCIPLINA PARASITOLOGIA CURSO DE ENFERMAGEM ALUNO MATRÍCULA DATA DA ENTREGA 010623 ESQUISTOSSOMOSE EPIDEMIOLOGIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf FORMAS EVOLUTIVAS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf CICLO BIOLÓGICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRANSMISSÃO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf ASPECTOS CLÍNICOS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf DIAGNÓSTICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf PROFILAXIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRATAMENTO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA DISCIPLINA PARASITOLOGIA CURSO DE ENFERMAGEM ALUNO MATRÍCULA DATA DA ENTREGA 010623 ASCARIDÍASE EPIDEMIOLOGIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf FORMAS EVOLUTIVAS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf CICLO BIOLÓGICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRANSMISSÃO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf ASPECTOS CLÍNICOS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf DIAGNÓSTICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf PROFILAXIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRATAMENTO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA DISCIPLINA PARASITOLOGIA CURSO DE ENFERMAGEM ALUNO MATRÍCULA DATA DA ENTREGA 010623 FILARIOSE EPIDEMIOLOGIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf FORMAS EVOLUTIVAS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf CICLO BIOLÓGICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRANSMISSÃO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf ASPECTOS CLÍNICOS Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf DIAGNÓSTICO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf PROFILAXIA Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf TRATAMENTO Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf Jhasd jhsdsdf jhdkfhsf kjhsdfsdf kjsfdf jhdksjf kjfd kjsfsd jhdkjfdsf UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA CURSO DE ENFERMAGEM NOME COMPLETO DO ALUNO RESUMOS DE PARASITOLOGIA BELÉMPA 2023 NEUROCISTICERCOSE UMA REVISÃO DOS ASPECTOS SOCIAIS CLÍNICOS E FISIOPATOLÓGICOS 1 O artigo Neurocisticercose uma revisão dos aspectos sociais clínicos e fisiopatológicos aborda a neurocisticercose NCC uma infecção parasitária do sistema nervoso central causada pela forma larval da Taenia solium o Cysticercus cellulose 2 A NCC é endêmica principalmente na América Latina América Central Ásia e África 3 Os achados clínicos da NCC incluem cefaléia distúrbios psíquicos síndrome de hipertensão intracraniana crises epilépticas meningite cisticercótica forma apoplética ou endarterítica e síndrome medula 4 A parte social do artigo explora o impacto da neurocisticercose nas comunidades afetadas destacando os fatores socioeconômicos educacionais e culturais que influenciam a disseminação da doença 5 Também discute os desafios enfrentados no diagnóstico tratamento e prevenção considerando questões como acesso limitado a serviços de saúde e falta de conscientização sobre a doença 6 Nos achados clínicos o artigo destaca diferentes manifestações da neurocisticercose que depende da localização dos cisticercos no sistema nervoso central 7 A avaliação clínica exames de imagem e testes laboratoriais são abordados como ferramentas essenciais para o diagnóstico preciso da doença 8 No que diz respeito aos mecanismos fisiopatológicos o artigo explora as interações complexas entre o parasita e o hospedeiro bem como as respostas imunológicas desencadeadas pela infecção 9 Foi discutido ainda os processos inflamatórios a formação de granulomas e os efeitos da presença de cisticercos no sistema nervoso central 10 É importante a compreensão dos aspectos fisiopatológicos par ao desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes 11 O artigo aborda as abordagens de tratamento disponíveis para a neurocisticercose como o uso de medicamentos antiparasitários e terapia adjuvante para controle de sintomas e complicações 12 Também enfatiza a importância da educação em saúde e medidas preventivas como a melhoria das condições sanitárias higiene pessoal e controle da infestação por parasitas 13 Percebese a carência de políticas públicas voltadas à doença de modo que seu controle é incipiente e depende de ações pontuais adotadas localmente 14 Devese portanto segundo o artigo utilizar o tratamento médico e a prevenção 15 A prevenção vai ser alcançada na melhoria das conduções higiênicosanitárias e conscientização da população ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE INFECÇÃO PELO Schistosoma mansoni EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DE ALAGOAS BRASIL 1 O artigo tem como objetivo avaliar o perfil epidemiológico relacionado aos casos de esquistossomose em alguns municípios de Alagoas 2 Os autores do estudo analisaram dados sobre a infecção pelo Schistosoma mansoni em municípios do estado de Alagoas Brasil 3 A esquistossomose mansônica é uma doença infectoparasitária de importância em saúde pública no Brasil apresentandose de forma endêmica no Estado de Alagoas 0 4 O estudo analisa a distribuição dos casos de esquistossomose em diferentes municípios de Alagoas com o objetivo de avaliar o perfil epidemiológico da doença 5 Os autores do estudo destacam que a esquistossomose é uma doença negligenciada e que é importante que sejam realizados mais estudos para entender melhor a epidemiologia da doença e desenvolver estratégias mais eficazes de prevenção e controle 6 O estudo foi de caráter descritivo retrospectiva de abordagem quantitativa com dados do Programa de Controle da Esquistossomose coletadas no período de 2010 a 2014 7 Os indivíduos mais infectados são do gênero masculino de idade entre 15 e 49 anos de maior incidência entre 2010 e 2013 8 Foram capturados 153 carajumos da espécie B glabrata entre 2010 a 2014 9 O maior número de casos ocorreu em 2013 10 O autor destacou no artigo que é importante adotar medidas profiláticas além de saneamento básico para tentar mitigar a esquistossomose no estado do Alagoas 11 É importante que no estado tenhase uma maior educação da população 12 No estado de Alagoas o autor destaca que devese realizar o tratamento dos indivíduos com base no exame parasitológico de fezes positivo para evitar a dispersão da endemia 13 Em outros estudos mostrouse que as zonas de transição ruralurbana tinham uma maior prevalência de esquistossomose 14 Aproximadamente 25 milhões de pessoas vivem sob o risco dessa doença nas áreas endêmicas 15 O estudo pode ser útil para profissionais de saúde e pesquisadores que trabalham com a esquistossomose uma vez que fornece informações importantes sobre a distribuição da doença em Alagoas INCIDÊNCIA DE ASCARIDÍASE EM COMUNIDADE QUILOMBOLA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM ESPIRITO SANTO BRASIL 1 O artigo tem como objetivo abordar a prevalência e incidência da ascaridíase em uma comunidade quilombola localizada em Cachoeiro de Itapemirim no estado do Espírito Santo Brasil 2 A ascaridíase também conhecida como lombriga é uma doença causada pelo parasita Ascaris lumbricoides que afeta principalmente o sistema digestivo humano É uma infecção comum em áreas com más condições sanitárias e higiene precária 3 Para cumprir o objetivo do artigo foram coletadas amostras de fezes de indivíduos da comunidade em diferentes momentos a fim de identificar a presença do parasita 4 De acordo com analises biológicas analisadas em 2012 de 74 indivíduos foi identificado a presença de Ascaris lumbricoides em 22 indivíduos 5 Além da Ascaris lumbricoides ainda tevese a presença de Entamoeba coli e Trichuris trichiura 6 Os moradores infectados são jovens com idade inferior a 21 anos 7 Os resultados do artigo corroboram com alguns aspectos descritos na literatura como maior prevalência e incidência em comunidades carentes que não possuem saneamento básico 8 Os autores destacaram que as parasitoses intestinais estão associadas a muitos casos de morbidade podendo favorecer a desnutrição anemia falta ou déficit de atenção enre outros 9 Existe saneamento básico na cidade porém os autores destacam que é importante ter uma expansão desse acesso e melhoria do programa 10 Para mitigar o empecilho os autores destacaram que as condições de saneamento básico devem ser melhoradas com assistência médica e inclusão em programas de controle de parasitoses com medicamentos 11 Ademais devese respeitar a cultura e as diferenças culturais dos quilombolas além de eles terem direitos a um mesmo acesso que o restante da população 12 O autor destaca que o Estado tem como função eliminar as fontes de infecção 13 Os resultados revelaram uma alta prevalência de ascaridíase na comunidade quilombola de Cachoeiro de Itapemirim A taxa de incidência também foi significativa indicando que novos casos da doença estavam surgindo na população 14 Além disso o artigo discute fatores de risco associados à ascaridíase como a falta de acesso a água potável saneamento básico precário e condições de higiene inadequadas Esses fatores contribuem para a transmissão do parasita e a manutenção da alta incidência da doença na comunidade 15 Com base nos resultados os autores sugerem a implementação de medidas de controle e prevenção da ascaridíase na comunidade quilombola como programas de educação em saúde melhoria das condições sanitárias e acesso a água potável Essas ações são essenciais para reduzir a carga da doença e melhorar a qualidade de vida dos moradores FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS COMO FERRAMENTA PARA AUXILIO NAS AÇÕES DOS PROGRAMAS DE ELIMINAÇÃO DA FILARIOSE LINFÁTICA 1 O artigo Formação de recursos humanos como ferramenta para auxilio nas ações dos Programas de Eliminação da Filariose Linfática aborda a importância da formação de profissionais de saúde na luta contra a filariose linfática uma doença que afeta cerca de 88 milhões de pessoas 2 A filariose linfática também conhecida como elefantíase é uma doença parasitária crônica causada pelo verme Wuchereria bancrofti É transmitida por mosquitos e afeta o sistema linfático resultando em inchaço crônico e deformidades nos membros 3 O estudo enfoca a necessidade de formar e capacitar profissionais de saúde que estejam envolvidos nos programas de eliminação da filariose linfática Esses profissionais desempenham um papel fundamental na implementação e execução de estratégias de prevenção diagnóstico e tratamento da doença 4 O artigo discute a importância de fornecer treinamento adequado aos profissionais de saúde abordando tópicos como epidemiologia da filariose linfática métodos de diagnóstico tratamento prevenção e controle de infecções Essa formação visa capacitar os profissionais a identificar casos da doença fornecer tratamento adequado e implementar medidas de prevenção eficazes 5 Além disso o artigo destaca a importância da educação em saúde para conscientizar as comunidades sobre a filariose linfática seus sintomas métodos de prevenção e a importância do diagnóstico e tratamento precoces 6 A conscientização pode ajudar na detecção precoce de casos aumentar a adesão ao tratamento e promover mudanças comportamentais que reduzam a transmissão da doença 7 Durante os últimos 30 anos cerca de 2019 profissionais de nível médio e superior foram capacitados nos aspectos clínico e laboratorial da FL 8 Foram capacitados na bordagem clínica e laboratorial da FL 9 Identificase que é indispensável o treinamento para filariose linfática em outros estados brasileiros pois existe a necessidade da vigilância epidemiológica 10 As capacitações clínicas realizadas entre 1998 e 2016 foram promovidas para 342 profissionais de nível superior como Médicos Enfermeiros Fisioterapeutas Nutricionistas e Psicólogos 11 O artigo identificou desafios na implementação do PNEFL no Brasil como a vigilância póstratamento coletivo e verificação de eliminação da transmissão controle do vetor e promoção da assistência integral aos portadores de morbidade no estado de Pernambuco 12 Foram ofertados 66 cursos no período de 19982016 como aproximadamente 20 a 30 profissionais por curso 13 Nas capacitações foram explorados diversos métodos laboratoriais disponíveis 14 Foi discutido ainda a dificuldade de estabelecer critérios que eestabeleçam a certeza de infecção filarial 15 O estudo enfatiza que a formação de recursos humanos capacitados é fundamental para fortalecer e sustentar os programas de eliminação da filariose linfática Através da formação adequada os profissionais de saúde estarão preparados para enfrentar os desafios associados à doença desenvolver estratégias eficazes e contribuir para a redução da carga da filariose linfática UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA CURSO DE ENFERMAGEM NOME COMPLETO DO ALUNO RESUMOS DE PARASITOLOGIA BELÉMPA 2023 NEUROCISTICERCOSE UMA REVISÃO DOS ASPECTOS SOCIAIS CLÍNICOS E FISIOPATOLÓGICOS 1 O artigo Neurocisticercose uma revisão dos aspectos sociais clínicos e fisiopatológicos aborda a neurocisticercose NCC uma infecção parasitária do sistema nervoso central causada pela forma larval da Taenia solium o Cysticercus cellulose 2 A NCC é endêmica principalmente na América Latina América Central Ásia e África 3 Os achados clínicos da NCC incluem cefaléia distúrbios psíquicos síndrome de hipertensão intracraniana crises epilépticas meningite cisticercótica forma apoplética ou endarterítica e síndrome medula 4 A parte social do artigo explora o impacto da neurocisticercose nas comunidades afetadas destacando os fatores socioeconômicos educacionais e culturais que influenciam a disseminação da doença 5 Também discute os desafios enfrentados no diagnóstico tratamento e prevenção considerando questões como acesso limitado a serviços de saúde e falta de conscientização sobre a doença 6 Nos achados clínicos o artigo destaca diferentes manifestações da neurocisticercose que depende da localização dos cisticercos no sistema nervoso central 7 A avaliação clínica exames de imagem e testes laboratoriais são abordados como ferramentas essenciais para o diagnóstico preciso da doença 8 No que diz respeito aos mecanismos fisiopatológicos o artigo explora as interações complexas entre o parasita e o hospedeiro bem como as respostas imunológicas desencadeadas pela infecção 9 Foi discutido ainda os processos inflamatórios a formação de granulomas e os efeitos da presença de cisticercos no sistema nervoso central 10 É importante a compreensão dos aspectos fisiopatológicos par ao desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes 11 O artigo aborda as abordagens de tratamento disponíveis para a neurocisticercose como o uso de medicamentos antiparasitários e terapia adjuvante para controle de sintomas e complicações 12 Também enfatiza a importância da educação em saúde e medidas preventivas como a melhoria das condições sanitárias higiene pessoal e controle da infestação por parasitas 13 Percebese a carência de políticas públicas voltadas à doença de modo que seu controle é incipiente e depende de ações pontuais adotadas localmente 14 Devese portanto segundo o artigo utilizar o tratamento médico e a prevenção 15 A prevenção vai ser alcançada na melhoria das conduções higiênico sanitárias e conscientização da população ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE INFECÇÃO PELO Schistosoma mansoni EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DE ALAGOAS BRASIL 1 O artigo tem como objetivo avaliar o perfil epidemiológico relacionado aos casos de esquistossomose em alguns municípios de Alagoas 2 Os autores do estudo analisaram dados sobre a infecção pelo Schistosoma mansoni em municípios do estado de Alagoas Brasil 3 A esquistossomose mansônica é uma doença infectoparasitária de importância em saúde pública no Brasil apresentandose de forma endêmica no Estado de Alagoas 0 4 O estudo analisa a distribuição dos casos de esquistossomose em diferentes municípios de Alagoas com o objetivo de avaliar o perfil epidemiológico da doença 5 Os autores do estudo destacam que a esquistossomose é uma doença negligenciada e que é importante que sejam realizados mais estudos para entender melhor a epidemiologia da doença e desenvolver estratégias mais eficazes de prevenção e controle 6 O estudo foi de caráter descritivo retrospectiva de abordagem quantitativa com dados do Programa de Controle da Esquistossomose coletadas no período de 2010 a 2014 7 Os indivíduos mais infectados são do gênero masculino de idade entre 15 e 49 anos de maior incidência entre 2010 e 2013 8 Foram capturados 153 carajumos da espécie B glabrata entre 2010 a 2014 9 O maior número de casos ocorreu em 2013 10 O autor destacou no artigo que é importante adotar medidas profiláticas além de saneamento básico para tentar mitigar a esquistossomose no estado do Alagoas 11 É importante que no estado tenhase uma maior educação da população 12 No estado de Alagoas o autor destaca que devese realizar o tratamento dos indivíduos com base no exame parasitológico de fezes positivo para evitar a dispersão da endemia 13 Em outros estudos mostrouse que as zonas de transição ruralurbana tinham uma maior prevalência de esquistossomose 14 Aproximadamente 25 milhões de pessoas vivem sob o risco dessa doença nas áreas endêmicas 15 O estudo pode ser útil para profissionais de saúde e pesquisadores que trabalham com a esquistossomose uma vez que fornece informações importantes sobre a distribuição da doença em Alagoas INCIDÊNCIA DE ASCARIDÍASE EM COMUNIDADE QUILOMBOLA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM ESPIRITO SANTO BRASIL 1 O artigo tem como objetivo abordar a prevalência e incidência da ascaridíase em uma comunidade quilombola localizada em Cachoeiro de Itapemirim no estado do Espírito Santo Brasil 2 A ascaridíase também conhecida como lombriga é uma doença causada pelo parasita Ascaris lumbricoides que afeta principalmente o sistema digestivo humano É uma infecção comum em áreas com más condições sanitárias e higiene precária 3 Para cumprir o objetivo do artigo foram coletadas amostras de fezes de indivíduos da comunidade em diferentes momentos a fim de identificar a presença do parasita 4 De acordo com analises biológicas analisadas em 2012 de 74 indivíduos foi identificado a presença de Ascaris lumbricoides em 22 indivíduos 5 Além da Ascaris lumbricoides ainda tevese a presença de Entamoeba coli e Trichuris trichiura 6 Os moradores infectados são jovens com idade inferior a 21 anos 7 Os resultados do artigo corroboram com alguns aspectos descritos na literatura como maior prevalência e incidência em comunidades carentes que não possuem saneamento básico 8 Os autores destacaram que as parasitoses intestinais estão associadas a muitos casos de morbidade podendo favorecer a desnutrição anemia falta ou déficit de atenção enre outros 9 Existe saneamento básico na cidade porém os autores destacam que é importante ter uma expansão desse acesso e melhoria do programa 10 Para mitigar o empecilho os autores destacaram que as condições de saneamento básico devem ser melhoradas com assistência médica e inclusão em programas de controle de parasitoses com medicamentos 11 Ademais devese respeitar a cultura e as diferenças culturais dos quilombolas além de eles terem direitos a um mesmo acesso que o restante da população 12 O autor destaca que o Estado tem como função eliminar as fontes de infecção 13 Os resultados revelaram uma alta prevalência de ascaridíase na comunidade quilombola de Cachoeiro de Itapemirim A taxa de incidência também foi significativa indicando que novos casos da doença estavam surgindo na população 14 Além disso o artigo discute fatores de risco associados à ascaridíase como a falta de acesso a água potável saneamento básico precário e condições de higiene inadequadas Esses fatores contribuem para a transmissão do parasita e a manutenção da alta incidência da doença na comunidade 15 Com base nos resultados os autores sugerem a implementação de medidas de controle e prevenção da ascaridíase na comunidade quilombola como programas de educação em saúde melhoria das condições sanitárias e acesso a água potável Essas ações são essenciais para reduzir a carga da doença e melhorar a qualidade de vida dos moradores FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS COMO FERRAMENTA PARA AUXILIO NAS AÇÕES DOS PROGRAMAS DE ELIMINAÇÃO DA FILARIOSE LINFÁTICA 1 O artigo Formação de recursos humanos como ferramenta para auxilio nas ações dos Programas de Eliminação da Filariose Linfática aborda a importância da formação de profissionais de saúde na luta contra a filariose linfática uma doença que afeta cerca de 88 milhões de pessoas 2 A filariose linfática também conhecida como elefantíase é uma doença parasitária crônica causada pelo verme Wuchereria bancrofti É transmitida por mosquitos e afeta o sistema linfático resultando em inchaço crônico e deformidades nos membros 3 O estudo enfoca a necessidade de formar e capacitar profissionais de saúde que estejam envolvidos nos programas de eliminação da filariose linfática Esses profissionais desempenham um papel fundamental na implementação e execução de estratégias de prevenção diagnóstico e tratamento da doença 4 O artigo discute a importância de fornecer treinamento adequado aos profissionais de saúde abordando tópicos como epidemiologia da filariose linfática métodos de diagnóstico tratamento prevenção e controle de infecções Essa formação visa capacitar os profissionais a identificar casos da doença fornecer tratamento adequado e implementar medidas de prevenção eficazes 5 Além disso o artigo destaca a importância da educação em saúde para conscientizar as comunidades sobre a filariose linfática seus sintomas métodos de prevenção e a importância do diagnóstico e tratamento precoces 6 A conscientização pode ajudar na detecção precoce de casos aumentar a adesão ao tratamento e promover mudanças comportamentais que reduzam a transmissão da doença 7 Durante os últimos 30 anos cerca de 2019 profissionais de nível médio e superior foram capacitados nos aspectos clínico e laboratorial da FL 8 Foram capacitados na bordagem clínica e laboratorial da FL 9 Identificase que é indispensável o treinamento para filariose linfática em outros estados brasileiros pois existe a necessidade da vigilância epidemiológica 10 As capacitações clínicas realizadas entre 1998 e 2016 foram promovidas para 342 profissionais de nível superior como Médicos Enfermeiros Fisioterapeutas Nutricionistas e Psicólogos 11 O artigo identificou desafios na implementação do PNEFL no Brasil como a vigilância póstratamento coletivo e verificação de eliminação da transmissão controle do vetor e promoção da assistência integral aos portadores de morbidade no estado de Pernambuco 12 Foram ofertados 66 cursos no período de 19982016 como aproximadamente 20 a 30 profissionais por curso 13 Nas capacitações foram explorados diversos métodos laboratoriais disponíveis 14 Foi discutido ainda a dificuldade de estabelecer critérios que eestabeleçam a certeza de infecção filarial 15 O estudo enfatiza que a formação de recursos humanos capacitados é fundamental para fortalecer e sustentar os programas de eliminação da filariose linfática Através da formação adequada os profissionais de saúde estarão preparados para enfrentar os desafios associados à doença desenvolver estratégias eficazes e contribuir para a redução da carga da filariose linfática TENÍASE e CISTICERCOSE EPIDEMIOLOGIA A doença possui maior prevalência em adultos jovens que moram em países com hábitos culturais de consumo de carnes cruas ou mal cozidas e o destino inadequado das fezes humanas FORMAS EVOLUTIVAS Teníase é a forma adulta do parasita no intestino humano e a cisticercose é a infecção CICLO BIOLÓGICO O ser humano se infecta ao ingerir carne de porco crua ou mal cozida contendo cisticercos larvas da Taenia solium No intestino humano as larvas se desenvolvem em vermes adultos que liberam os ovos nas fezes que são eliminados e podem contaminar o ambiente Sendo o porco um hospedeiro intermediário visto que os ovos da Taenia solium presentes no ambiente são ingeridos pelo porco através do consumo de alimentos contaminados Dentro do porco os ovos se desenvolvem em larvas chamadas cisticercos que se alojam nos tecidos do animal principalmente nos músculos TRANSMISSÃO A transmissão ocorre quando os ovos presentes nas fezes de uma pessoa infectada entram em contato com alimentos ou água que são posteriormente ingeridos ASPECTOS CLÍNICOS A teníase pode ser assintomática em muitos casos mas também pode apresentar sintomas gastrointestinais leves como dor abdominal náuseas diarreia ou constipação Em alguns casos pode ocorrer perda de peso inexplicada A cisticercose pode se manifestar de diferentes formas dependendo dos órgãos afetados pelas larvas Quando as larvas se alojam nos músculos podem causar dor inchaço e fraqueza muscular Se atingirem o sistema nervoso central podem levar a convulsões dores de cabeça intensas alterações neurológicas como problemas de visão e dificuldades de coordenação Outros órgãos afetados como olhos coração pulmões e fígado podem causar sintomas relacionados a esses órgãos específicos DIAGNÓSTICO Em ambos os casos o diagnóstico geralmente é feito através de exames laboratoriais como análise de fezes para detecção dos ovos da Taenia solium na teníase e exames de imagem como tomografia computadorizada TC ou ressonância magnética RM para identificar os cisticercos na cisticercose PROFILAXIA A profilaxia da teníase envolve medidas como a higiene adequada como lavar as mãos com água e sabão antes das refeições e após usar o banheiro além de garantir o consumo de carne de porco bem cozida saneamento TRATAMENTO O tratamento da teníase geralmente envolve o uso de medicamentos antiparasitários e em casos graves pode ser necessário a remoção cirúrgica ESQUISTOSSOMOSE EPIDEMIOLOGIA As populações mais afetadas são aquelas que vivem em áreas rurais e com baixo índice de desenvolvimento humano onde a doença é endêmica Está presente principalmente na África América do Sul e Ásia visto que há mais presença de caramujos que são hospedeiros intermediários FORMAS EVOLUTIVAS O ciclo evolutivo da doença envolve o hospedeiro definitivo e o homem que elimina os ovos do verme através de suas fezes CICLO BIOLÓGICO Quando as fezes são eliminadas na água os ovos eclodem e liberam larvas ciliadas denominadas miracídios que penetram nos caramujos os hospedeiros intermediários onde se multiplicam Após 4 a 6 semanas as larvas abandonam o caramujo na forma de cercárias e voltam para a água onde podem viver por um tempo até penetrar novamente no homem através da pele ou mucosa Uma vez dentro do indivíduo os vermes entram na circulação venosa e chegam ao fígado e intestino onde alcançam a forma adulta acasalamse e começam a pôr ovos dando início a um novo ciclo TRANSMISSÃO Larvas podem infectar o homem ao entrar em contato com água contaminada ASPECTOS CLÍNICOS Na fase aguda que ocorre poucas semanas após a infecção os sintomas podem incluir febre calafrios tosse dor abdominal diarreia náuseas e vômitos Em alguns casos podem ocorrer erupções cutâneas e coceira na pele Na fase crônica da doença que pode se desenvolver meses ou anos após a infecção inicial os sintomas podem ser mais graves Podendo levar a danos aos órgãos afetados pelos vermes adultos e seus ovos como o fígado intestinos pulmões bexiga e sistema nervoso central Os sintomas crônicos incluem fadiga perda de peso dor abdominal diarreia crônica sangue na urina aumento do fígado e baço e em casos graves complicações como fibrose hepática hipertensão portal e câncer de bexiga DIAGNÓSTICO O diagnóstico da esquistossomose é feito por meio da detecção de ovos do parasita em amostras de fezes ou urina do paciente PROFILAXIA Saneamento básico educação em saúde e evitar contato com águas onde existam os caramujos hospedeiros intermediários TRATAMENTO O tratamento da esquistossomose é feito com medicamentos específicos como o Praziquantel ou a Oxamniquina que são capazes de eliminar os vermes e evitar o desenvolvimento de formas graves da doença ASCARIDÍASE EPIDEMIOLOGIA Mais comum na Ásia África e América Latina e em regiões muito povoadas e com baixas condições de saneamento básico Muito prevalente entre crianças de 2 a 10 anos de idade FORMAS EVOLUTIVAS Ovos larvas três estágios CICLO BIOLÓGICO Os ovos do verme infectante são eliminados pelas fezes e podem contaminar o solo a água ou alimentos e serem ingeridos por um hospedeiro como o porco ou o homem A partir daí as larvas penetram no revestimento intestinal e alcançam a corrente sanguínea atingindo fígado coração e pulmões onde sofre novas mudas Após estarem maduras migram para próximo da cavidade bucal sendo empurradas para a faringe e engolidas retornando aos intestinos onde se estabelecem definitivamente e amadurecem sexualmente TRANSMISSÃO Transmitido através da ingestão de água e alimentos contaminados com ovos embrionados ASPECTOS CLÍNICOS A ascaridíase tem como principais sintomas dores intestinais emagrecimento náuseas e diarreia Dependendo do órgão atingido pelo verme outros sintomas podem surgir como pneumonite febre tosse seca bronquite e dor torácica síndrome de Loffler além de obstrução intestinal em casos graves DIAGNÓSTICO Amostragem de fezes PROFILAXIA Adotar medidas de higiene pessoal e saneamento como lavar as mãos com frequência cozinhar bem os alimentos lavar frutas e vegetais antes de consumilos e evitar o contato com solo contaminado TRATAMENTO Medicamentos antihelmínticos administrados por via oral como albendazol ou mebendazol FILARIOSE EPIDEMIOLOGIA Está presente em áreas de pobreza e com clima tropical com maior prevalência no continente Asiático FORMAS EVOLUTIVAS Microfilárias mosquito larvas infectantes e infecção humana CICLO BIOLÓGICO O ciclo biológico da doença iniciase com a picada do mosquito infectado que libera o parasita na forma L3 na pele do indivíduo A partir desse momento o parasita se desenvolve até a fase adulta e faz a cópula dando origem às microfilárias que são encontradas no sangue periférico A transmissão ocorre unicamente pela picada do mosquito vetor infectado e deposição das larvas infectantes na pele lesada do hospedeiro TRANSMISSÃO A transmissão ocorre unicamente pela picada do mosquito vetor infectado e deposição das larvas infectantes na pele lesada do hospedeiro ASPECTOS CLÍNICOS Os sintomas da filariose aparecem quando há grande quantidade de parasita circulante podendo demorar até 12 meses para aparecer e a pessoa ficar assintomática durante esse período À medida que o parasita se desenvolve e se espalha pelo organismo estimula reações inflamatórias e pode promover a obstrução dos vasos linfáticos em alguns órgãos causando o inchaço característico da doença DIAGNÓSTICO Exames parasitológicos como a gota espessa e o método de Knott e imunológicos como o teste rápido de imunocromatografia PROFILAXIA Evitar contato com o mosquito transmissor da doença repelentes e mosquiteiros evitar exposição prolongada em áreas de risco de contaminação TRATAMENTO O tratamento é feito com citrato de dietilcarbamazina associado ou não à ivermectina ou albendazol