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QUESTÃO 01 Faça uma caracterização geral da expressão literária conhecida como Novelas de Cavalaria expondo suas origens temáticas principais e construção estilística Após isso apresente como as histórias do ciclo arturiano e suas traduções na Península Ibérica podem revelar dois tipos de transição observáveis no texto do paganismo para o cristianismo e da cultura oral para a cultura escrita QUESTÃO 02 Nos Livros de Linhagens as narrativas do fundo mítico que neles encontramos como A dama do pé de cabra se relacionam com o caráter prático deste tipo de produção Discuta considerando essa característica prática dos nobiliários como essas narrativas serviam para o interesse da nobreza da época Inclua em sua resposta uma breve análise dos elementos simbólicos presentes no conto principalmente em relação à mulher Responda DUAS das quatro questões a seguir A resposta deve ter no mínimo uma página e no máximo 3 Além das informações exigidas pelas questões também será avaliada a capacidade de construção textual estruturem bem seus parágrafos argumentações e boa conclusão Por vezes um texto curto mas bem estruturado mesmo que com menos informações técnicas pode ser muito melhor que um texto grande com muitas informações mas pouco articulado Dediquemse principalmente à redação A formatação do arquivo deve vir no formato doc importante para que eu possa enviar a revisão fonte Times New Roman tamanho 12 espaçamento entrelinhas 15 justificado Embora não sejam necessárias citações caso apareçam devem vir com referências seguindo modelo ABNT TEXTO BEM FORMATADO É GENEROSIDADE COM O LEITOR A prova deve ser enviada até segundafeira dia 14 por email QUESTÕES 1 Faça uma caracterização geral da expressão literária conhecida como Novelas de Cavalaria expondo suas origens temáticas principais e construção estilística Após isso apresente como as histórias do ciclo arturiano e suas traduções na Península Ibérica podem revelar dois tipos de transição observáveis no texto do paganismo para o cristianismo e da cultura oral para a cultura escrita R As Novelas de Cavalaria ou Romances de Cavalaria são narrativas que surgiram na Idade Média e são marcadas por histórias de aventuras heroicas proezas de cavalaria e temas como honra lealdade e amor cortês Estas histórias que se popularizaram na Europa ocidental entre os séculos XII e XV têm suas origens nas tradições orais dos povos celtas e germânicos que celebravam guerreiros e reis lendários Com o tempo essas narrativas foram ganhando uma forma mais literária e escrita especialmente com o surgimento dos manuscritos medievais As Novelas de Cavalaria exploram temas que refletem os ideais e valores da sociedade medieval O cavalheiro ou cavaleiro é geralmente o protagonista um personagem nobre que busca provar seu valor em missões perigosas defender os fracos e oprimidos conquistar o amor de uma dama e frequentemente servir a um ideal de justiça divina Esses temas se entrelaçam com o ideal cristão pois muitas das missões envolvem a luta contra o mal a defesa da fé e o reconhecimento de uma ordem maior Há também uma forte presença do sobrenatural com dragões feiticeiros e outros seres mágicos que permeiam os enredos e desafiam os heróis O Ciclo Arturiano uma das principais vertentes das Novelas de Cavalaria foi responsável por grande parte da popularização dessas narrativas na Europa As histórias que giram em torno do rei Artur e seus cavaleiros da Távola Redonda têm origens celtas e pagãs mas com o tempo essas lendas foram absorvidas pelo cristianismo Essa transição é observável por exemplo na lenda do Santo Graal que simboliza a busca espiritual e a graça divina aspectos que foram acrescentados com o tempo para conferir às histórias um tom mais cristão As versões ibéricas do Ciclo Arturiano são particularmente reveladoras nesse sentido A chegada dessas histórias à Península Ibérica trouxe consigo adaptações que reforçavam o cristianismo talvez como uma forma de justapor a moral cristã à tradição épica de origem pagã Nos relatos sobre o Graal e os feitos dos cavaleiros de Artur é comum encontrar um movimento de cristianização onde a busca pela relíquia sagrada não é apenas uma aventura mas um caminho para a salvação espiritual e um reflexo do serviço a Deus As Novelas de Cavalaria também refletem a transição de uma cultura predominantemente oral para uma cultura escrita Originalmente as histórias de cavalaria eram transmitidas oralmente por trovadores e poetas que viajavam de corte em corte narrando proezas heroicas e aventuras extraordinárias Com a invenção da escrita e posteriormente da impressão esses relatos passaram a ser registrados em manuscritos e livros permitindo que se perpetuassem e se espalhassem além das fronteiras locais Na Península Ibérica essa transição é visível em traduções e adaptações das histórias arturianas que passaram a ser registradas em forma escrita e chegaram a públicos que de outra forma teriam sido excluídos A fixação dessas narrativas em textos permitiu que elas se tornassem parte da literatura oficial e educacional além de ganharem interpretações que variavam conforme o contexto cultural e religioso Isso solidificou as Novelas de Cavalaria como um importante gênero literário da época e ajudou a preservar valores e imaginários medievais que influenciaram gerações futuras 4 No drama de Gil Vicente encontramos o choque entre um ocidente que se moderniza com um antigo regime que começa a decair Faça uma caracterização geral do drama vicentino e discuta a partir de exemplos retirados do Auto da barca do inferno 1 Como a construção de tipos psicológicos em seus personagens satiriza as classes sociais de sua época 2 Como a visão medieval de Gil Vicente se apresenta na peça 3 Como se dá o tom moralizante do texto R Em Auto da Barca do Inferno Gil Vicente cria personagenstipo que representam diversas classes sociais e por meio delas critica os costumes e as hipocrisias da sociedade portuguesa renascentista O Fidalgo o Onzeneiro agiota o Parvo a Alcoviteira e o Frade são figuras arquetípicas que revelam comportamentos valores e principalmente vícios comuns em suas respectivas classes Cada um carrega consigo objetos simbólicos que representam sua condição moral e social o Fidalgo por exemplo chega à barca com um manto e uma cadeira indicando seu apego ao poder e à nobreza Gil Vicente constrói essas figuras com traços psicológicos bem definidos o que as torna representativas de sua época mas ao mesmo tempo universais O Fidalgo é arrogante e orgulhoso acreditando que sua posição social o exime das consequências de seus atos O Frade que deveria ser exemplo de virtude é libidinoso e corrupto enquanto a Alcoviteira que trafica jovens para a prostituição revela a hipocrisia e o duplo padrão moral da sociedade Ao construir esses tipos Vicente não só critica as classes que representam mas também o próprio comportamento humano que se revela cego para as suas falhas e imperfeições Embora Gil Vicente tenha vivido durante o Renascimento sua obra apresenta uma forte influência da visão de mundo medieval especialmente na crença em uma justiça divina punitiva e na moralidade dualista bem versus mal Em Auto da Barca do Inferno ele utiliza a alegoria do Juízo Final típica da Idade Média para submeter os personagens ao julgamento final Essa abordagem reflete o conceito medieval de que a vida terrena é um momento passageiro onde se decide o destino eterno da alma seja no Inferno ou no Paraíso A visão medieval é evidente também na forma como Vicente encara os pecados dos personagens e sua condenação O Parvo por exemplo representa a figura do tolo inocente que apesar de suas falhas é aceito no Paraíso reforçando a ideia cristã de pureza e simplicidade como valores elevados Já os personagens que representam a nobreza e o clero são condenados revelando a crítica de Vicente ao poder corrupto e às classes que o detinham mas que para ele não escapariam do julgamento divino O tom moralizante de Auto da Barca do Inferno é claro em seu desfecho e no julgamento de cada personagem A peça se assemelha a uma moralidade medieval onde os personagens representam vícios ou virtudes e recebem uma punição ou recompensa correspondente às suas ações em vida Gil Vicente utiliza a figura do Diabo que personifica o inferno e o Anjo que representa o paraíso para acolher ou condenar os personagens A sátira funciona portanto não apenas como crítica social mas também como advertência moral onde o público é convidado a refletir sobre suas próprias ações e escolhas A moralidade cristã é o pano de fundo que dá sentido a essa obra e Vicente faz questão de sublinhar que as ações humanas têm consequências que ultrapassam a vida terrena A peça reflete um mundo onde o indivíduo deve responder por seus atos e onde a salvação ou condenação está ao alcance de todos independentemente de sua posição social REFERÊNCIAS URBANO Sidnei História da Cavalaria e das Novelas de Cavalaria São Paulo Nova Alexandria 2005 VICENTE Gil Auto da barca do inferno São Paulo Ateliê Editorial 2004 VINAVER Eugène A Lenda do Rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda São Paulo Martins Fontes 2000 QUESTÕES 1 Faça uma caracterização geral da expressão literária conhecida como Novelas de Cavalaria expondo suas origens temáticas principais e construção estilística Após isso apresente como as histórias do ciclo arturiano e suas traduções na Península Ibérica podem revelar dois tipos de transição observáveis no texto do paganismo para o cristianismo e da cultura oral para a cultura escrita R As Novelas de Cavalaria ou Romances de Cavalaria são narrativas que surgiram na Idade Média e são marcadas por histórias de aventuras heroicas proezas de cavalaria e temas como honra lealdade e amor cortês Estas histórias que se popularizaram na Europa ocidental entre os séculos XII e XV têm suas origens nas tradições orais dos povos celtas e germânicos que celebravam guerreiros e reis lendários Com o tempo essas narrativas foram ganhando uma forma mais literária e escrita especialmente com o surgimento dos manuscritos medievais As Novelas de Cavalaria exploram temas que refletem os ideais e valores da sociedade medieval O cavalheiro ou cavaleiro é geralmente o protagonista um personagem nobre que busca provar seu valor em missões perigosas defender os fracos e oprimidos conquistar o amor de uma dama e frequentemente servir a um ideal de justiça divina Esses temas se entrelaçam com o ideal cristão pois muitas das missões envolvem a luta contra o mal a defesa da fé e o reconhecimento de uma ordem maior Há também uma forte presença do sobrenatural com dragões feiticeiros e outros seres mágicos que permeiam os enredos e desafiam os heróis O Ciclo Arturiano uma das principais vertentes das Novelas de Cavalaria foi responsável por grande parte da popularização dessas narrativas na Europa As histórias que giram em torno do rei Artur e seus cavaleiros da Távola Redonda têm origens celtas e pagãs mas com o tempo essas lendas foram absorvidas pelo cristianismo Essa transição é observável por exemplo na lenda do Santo Graal que simboliza a busca espiritual e a graça divina aspectos que foram acrescentados com o tempo para conferir às histórias um tom mais cristão As versões ibéricas do Ciclo Arturiano são particularmente reveladoras nesse sentido A chegada dessas histórias à Península Ibérica trouxe consigo adaptações que reforçavam o cristianismo talvez como uma forma de justapor a moral cristã à tradição épica de origem pagã Nos relatos sobre o Graal e os feitos dos cavaleiros de Artur é comum encontrar um movimento de cristianização onde a busca pela relíquia sagrada não é apenas uma aventura mas um caminho para a salvação espiritual e um reflexo do serviço a Deus As Novelas de Cavalaria também refletem a transição de uma cultura predominantemente oral para uma cultura escrita Originalmente as histórias de cavalaria eram transmitidas oralmente por trovadores e poetas que viajavam de corte em corte narrando proezas heroicas e aventuras extraordinárias Com a invenção da escrita e posteriormente da impressão esses relatos passaram a ser registrados em manuscritos e livros permitindo que se perpetuassem e se espalhassem além das fronteiras locais Na Península Ibérica essa transição é visível em traduções e adaptações das histórias arturianas que passaram a ser registradas em forma escrita e chegaram a públicos que de outra forma teriam sido excluídos A fixação dessas narrativas em textos permitiu que elas se tornassem parte da literatura oficial e educacional além de ganharem interpretações que variavam conforme o contexto cultural e religioso Isso solidificou as Novelas de Cavalaria como um importante gênero literário da época e ajudou a preservar valores e imaginários medievais que influenciaram gerações futuras 4 No drama de Gil Vicente encontramos o choque entre um ocidente que se moderniza com um antigo regime que começa a decair Faça uma caracterização geral do drama vicentino e discuta a partir de exemplos retirados do Auto da barca do inferno 1 Como a construção de tipos psicológicos em seus personagens satiriza as classes sociais de sua época 2 Como a visão medieval de Gil Vicente se apresenta na peça 3 Como se dá o tom moralizante do texto R Em Auto da Barca do Inferno Gil Vicente cria personagenstipo que representam diversas classes sociais e por meio delas critica os costumes e as hipocrisias da sociedade portuguesa renascentista O Fidalgo o Onzeneiro agiota o Parvo a Alcoviteira e o Frade são figuras arquetípicas que revelam comportamentos valores e principalmente vícios comuns em suas respectivas classes Cada um carrega consigo objetos simbólicos que representam sua condição moral e social o Fidalgo por exemplo chega à barca com um manto e uma cadeira indicando seu apego ao poder e à nobreza Gil Vicente constrói essas figuras com traços psicológicos bem definidos o que as torna representativas de sua época mas ao mesmo tempo universais O Fidalgo é arrogante e orgulhoso acreditando que sua posição social o exime das consequências de seus atos O Frade que deveria ser exemplo de virtude é libidinoso e corrupto enquanto a Alcoviteira que trafica jovens para a prostituição revela a hipocrisia e o duplo padrão moral da sociedade Ao construir esses tipos Vicente não só critica as classes que representam mas também o próprio comportamento humano que se revela cego para as suas falhas e imperfeições Embora Gil Vicente tenha vivido durante o Renascimento sua obra apresenta uma forte influência da visão de mundo medieval especialmente na crença em uma justiça divina punitiva e na moralidade dualista bem versus mal Em Auto da Barca do Inferno ele utiliza a alegoria do Juízo Final típica da Idade Média para submeter os personagens ao julgamento final Essa abordagem reflete o conceito medieval de que a vida terrena é um momento passageiro onde se decide o destino eterno da alma seja no Inferno ou no Paraíso A visão medieval é evidente também na forma como Vicente encara os pecados dos personagens e sua condenação O Parvo por exemplo representa a figura do tolo inocente que apesar de suas falhas é aceito no Paraíso reforçando a ideia cristã de pureza e simplicidade como valores elevados Já os personagens que representam a nobreza e o clero são condenados revelando a crítica de Vicente ao poder corrupto e às classes que o detinham mas que para ele não escapariam do julgamento divino O tom moralizante de Auto da Barca do Inferno é claro em seu desfecho e no julgamento de cada personagem A peça se assemelha a uma moralidade medieval onde os personagens representam vícios ou virtudes e recebem uma punição ou recompensa correspondente às suas ações em vida Gil Vicente utiliza a figura do Diabo que personifica o inferno e o Anjo que representa o paraíso para acolher ou condenar os personagens A sátira funciona portanto não apenas como crítica social mas também como advertência moral onde o público é convidado a refletir sobre suas próprias ações e escolhas A moralidade cristã é o pano de fundo que dá sentido a essa obra e Vicente faz questão de sublinhar que as ações humanas têm consequências que ultrapassam a vida terrena A peça reflete um mundo onde o indivíduo deve responder por seus atos e onde a salvação ou condenação está ao alcance de todos independentemente de sua posição social REFERÊNCIAS URBANO Sidnei História da Cavalaria e das Novelas de Cavalaria São Paulo Nova Alexandria 2005 VICENTE Gil Auto da barca do inferno São Paulo Ateliê Editorial 2004 VINAVER Eugène A Lenda do Rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda São Paulo Martins Fontes 2000