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43 O SENTIMENTO DUM OCIDENTAL I AVEMARIA Nas nossas ruas ao anoitecer Há tal soturnidade há tal melancolia Que as sombras o bulício o Tejo a maresia Despertamme um desejo absurdo de sofrer O céu parece baixo e de neblina O gás estravasado enjoame perturba E os edifícios com as chaminés e a turba Toldamse duma cor monótona e londrina Batem os carros de aluguer ao fundo Levando à viaférrea os que se vão Felizes Ocorremme em revista exposições países Madrid Paris Berlim S Petersburgo o mundo Semelhamse a gaiolas com viveiros As edificações somente emadeiradas Como morcegos ao cair das badaladas Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros Voltam os calafates aos magotes De jaquetão ao ombro enfarruscados secos Embrenhome a cismar por boqueirões por becos Ou erro pelos cais a que se atracam botes E evoco então as crônicas navais Mouros baixéis heróis tudo ressuscitado Luta Camões no Sul salvando um livro a nado Singram soberbas naus que eu não verei jamais E o fim da tarde inspirame e incomoda De um couraçado inglês vogam os escaleres E em terra num tinir de louças e talheres Flamejam ao jantar alguns hotéis da moda Num trem de praça arengam dois dentistas Um trôpego arlequim braceja numas andas Os querubins do lar flutuam nas varandas Às portas em cabelo enfadamse os lojistas Vazamse os arsenais e as oficinas Reluz viscoso o rio apressamse as obreiras E num cardume negro hercúleas galhofeiras Correndo com firmeza assomam as varinas Vêm sacudindo as ancas opulentas Seus troncos varonis recordamme pilastras E algumas à cabeça embalam nas canastras Os filhos que depois naufragam nas tormentas Descalças Nas descargas de carvão Desde manhã à noite a bordo das fragatas E apinhamse num bairro aonde miam gatas E o peixe podre gera os focos de infecção 44 II NOITE FECHADA Tocase às grades nas cadeias Som Que mortifica e deixa umas loucuras mansas O Aljube em que hoje estão velhinhas e crianças Bem raramente encerra uma mulher de dom E eu desconfio até de um aneurisma Tão mórbido me sinto ao acender das luzes À vista das prisões da velha Sé das Cruzes Chorame o coração que se enche e que se abisma A espaços iluminamse os andares E as tascas os cafés as tendas os estancos Alastram em lençol os seus reflexos brancos E a Lua lembra o circo e os jogos malabares Duas igrejas num saudoso largo Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero Nelas esfumo um ermo inquisidor severo Assim que pela História eu me aventuro e alargo Na parte que abateu no terremoto Muramme as construções rectas iguais crescidas Afrontamme no resto as íngremes subidas E os sinos dum tanger monástico e devoto Mas num recinto público e vulgar Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras Brônzeo monumental de proporções guerreiras Um épico doutrora ascende num pilar E eu sonho o Cólera imagino a Febre Nesta acumulação de corpos enfezados Sombrios e espectrais recolhem os soldados Inflamase um palácio em face de um casebre Partem patrulhas de cavalaria Dos arcos dos quartéis que foram já conventos Idade Média A pé outras a passos lentos Derramamse por toda a capital que esfria Triste cidade Eu temo que me avives Uma paixão defunta Aos lampiões distantes Enlutamme alvejando as tuas elegantes Curvadas a sorrir às montras dos ourives E mais as costureiras as floristas Descem dos magasins causamme sobressaltos Custalhes a elevar os seus pescoços altos E muitas delas são comparsas ou coristas E eu de luneta de uma lente só Eu acho sempre assunto a quadros revoltados Entro na brasserie às mesas de emigrados Ao riso e à crua luz jogase o dominó 45 III AO GÁS E saio A noite pesa esmaga Nos Passeios de lajedo arrastamse as impuras Ó moles hospitais Sai das embocaduras Um sopro que arrepia os ombros quase nus Cercamme as lojas tépidas Eu penso Ver círios laterais ver filas de capelas Com santos e fiéis andores ramos velas Em uma catedral de um comprimento imenso As burguesinhas do Catolicismo Resvalam pelo chão minado pelos canos E lembramme ao chorar doente dos pianos As freiras que os jejuns matavam de histerismo Num cutileiro de avental ao torno Um forjador maneja um malho rubramente E de uma padaria exalase inda quente Um cheiro salutar e honesto a pão no forno E eu que medito um livro que exacerbe Quisera que o real e a análise mo dessem Casas de confecções e modas resplandecem Pelas vitrines olha um ratoneiro imberbe Longas descidas Não poder pintar Com versos magistrais salubres e sinceros A esguia difusão dos vossos reverberos E a vossa palidez romântica e lunar Que grande cobra a lúbrica pessoa Que espartilhada escolhe uns xales com debuxo Sua excelência atrai magnética entre luxo Que ao longo dos balcões de mogno se amontoa E aquela velha de bandós Por vezes A sua traîne imita um leque antigo aberto Nas barras verticais as duas tintas Perto Escarvam à vitória os seus mecklemburgueses Desdobramse tecidos estrangeiros Plantas ornamentais secam nos mostradores Flocos de pósdearroz pairam sufocadores E em nuvens de cetins requebramse os caixeiros Mas tudo cansa Apagamse nas frentes Os candelabros como estrelas pouco a pouco Da solidão regouga um cauteleiro rouco Tornamse mausoléus as armações fulgentes Dó da miséria Compaixão de mim E nas esquinas calvo eterno sem repouso Pedeme sempre esmola um homenzinho idoso Meu velho professor nas aulas de Latim 46 IV HORAS MORTAS O teto fundo de oxigênio de ar Estendese ao comprido ao meio das trapeiras Vêm lágrimas de luz dos astros com olheiras Enlevase a quimera azul de transmigrar Por baixo que portões Que arruamentos Um parafuso cai nas lajes às escuras Colocamse taipais rangem as fechaduras E os olhos dum caleche espantamme sangrentos E eu sigo como as linhas de uma pauta A dupla correnteza augusta das fachadas Pois sobem no silêncio infaustas e trinadas As notas pastoris de uma longínqua flauta Se eu não morresse nunca E eternamente Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas Esqueçome a prever castíssimas esposas Que aninhem em mansões de vidro transparente Ó nossos filhos Que de sonhos ágeis Pousando vos trarão a nitidez às vidas Eu quero as vossas mães e irmãs estremecidas Numas habitações translúcidas e frágeis Ah Como a raça ruiva do porvir E as frotas dos avós e os nômadas ardentes Nós vamos explorar todos os continentes E pelas vastidões aquáticas seguir Mas se vivemos os emparedados Sem árvores no vale escuro das muralhas Julgo avistar na treva as folhas das navalhas E os gritos de socorro ouvir estrangulados E nestes nebulosos corredores Nauseiamme surgindo os ventres das tabernas Na volta com saudade e aos bordos sobre as pernas Cantam de braço dado uns tristes bebedores Eu não receio todavia os roubos Afastamse a distância os dúbios caminhantes E sujos sem ladrar ósseos febris errantes Amareladamente os cães parecem lobos E os guardas que revistam as escadas Caminham de lanterna e servem de chaveiros Por cima os imorais nos seus roupões ligeiros Tossem fumando sobre a pedra das sacadas E enorme nesta massa irregular De prédios sepulcrais com dimensões de montes A Dor humana busca os amplos horizontes E tem marés de fel como um sinistro mar

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incomoda De um couraçado inglês vogam os escaleres E em terra num tinir de louças e talheres Flamejam ao jantar alguns hotéis da moda Num trem de praça arengam dois dentistas Um trôpego arlequim braceja numas andas Os querubins do lar flutuam nas varandas Às portas em cabelo enfadamse os lojistas Vazamse os arsenais e as oficinas Reluz viscoso o rio apressamse as obreiras E num cardume negro hercúleas galhofeiras Correndo com firmeza assomam as varinas Vêm sacudindo as ancas opulentas Seus troncos varonis recordamme pilastras E algumas à cabeça embalam nas canastras Os filhos que depois naufragam nas tormentas Descalças Nas descargas de carvão Desde manhã à noite a bordo das fragatas E apinhamse num bairro aonde miam gatas E o peixe podre gera os focos de infecção 44 II NOITE FECHADA Tocase às grades nas cadeias Som Que mortifica e deixa umas loucuras mansas O Aljube em que hoje estão velhinhas e crianças Bem raramente encerra uma mulher de dom E eu desconfio até de um aneurisma Tão mórbido me sinto ao acender das luzes À vista das prisões da velha Sé das Cruzes Chorame o coração que se enche e que se abisma A espaços iluminamse os andares E as tascas os cafés as tendas os estancos Alastram em lençol os seus reflexos brancos E a Lua lembra o circo e os jogos malabares Duas igrejas num saudoso largo Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero Nelas esfumo um ermo inquisidor severo Assim que pela História eu me aventuro e alargo Na parte que abateu no terremoto Muramme as construções rectas iguais crescidas Afrontamme no resto as íngremes subidas E os sinos dum tanger monástico e devoto Mas num recinto público e vulgar Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras Brônzeo monumental de proporções guerreiras Um épico doutrora ascende num pilar E eu sonho o Cólera imagino a Febre Nesta acumulação de corpos enfezados Sombrios e espectrais recolhem os soldados Inflamase um palácio em face de um casebre Partem patrulhas de cavalaria Dos arcos dos quartéis que foram já conventos Idade Média A pé outras a passos lentos Derramamse por toda a capital que esfria Triste cidade Eu temo que me avives Uma paixão defunta Aos lampiões distantes Enlutamme alvejando as tuas elegantes Curvadas a sorrir às montras dos ourives E mais as costureiras as floristas Descem dos magasins causamme sobressaltos Custalhes a elevar os seus pescoços altos E muitas delas são comparsas ou coristas E eu de luneta de uma lente só Eu acho sempre assunto a quadros revoltados Entro na brasserie às mesas de emigrados Ao riso e à crua luz jogase o dominó 45 III AO GÁS E saio A noite pesa esmaga Nos Passeios de lajedo arrastamse as impuras Ó moles hospitais Sai das embocaduras Um sopro que arrepia os ombros quase nus Cercamme as lojas tépidas Eu penso Ver círios laterais ver filas de capelas Com santos e fiéis andores ramos velas Em uma catedral de um comprimento imenso As burguesinhas do Catolicismo Resvalam pelo chão minado pelos canos E lembramme ao chorar doente dos pianos As freiras que os jejuns matavam de histerismo Num cutileiro de avental ao torno Um forjador maneja um malho rubramente E de uma padaria exalase inda quente Um cheiro salutar e honesto a pão no forno E eu que medito um livro que exacerbe Quisera que o real e a análise mo dessem Casas de confecções e modas resplandecem Pelas vitrines olha um ratoneiro imberbe Longas descidas Não poder pintar Com versos magistrais salubres e sinceros A esguia difusão dos vossos reverberos E a vossa palidez romântica e lunar Que grande cobra a lúbrica pessoa Que espartilhada escolhe uns xales com debuxo Sua excelência atrai magnética entre luxo Que ao longo dos balcões de mogno se amontoa E aquela velha de bandós Por vezes A sua traîne imita um leque antigo aberto Nas barras verticais as duas tintas Perto Escarvam à vitória os seus mecklemburgueses Desdobramse tecidos estrangeiros Plantas ornamentais secam nos mostradores Flocos de pósdearroz pairam sufocadores E em nuvens de cetins requebramse os caixeiros Mas tudo cansa Apagamse nas frentes Os candelabros como estrelas pouco a pouco Da solidão regouga um cauteleiro rouco Tornamse mausoléus as armações fulgentes Dó da miséria Compaixão de mim E nas esquinas calvo eterno sem repouso Pedeme sempre esmola um homenzinho idoso Meu velho professor nas aulas de Latim 46 IV HORAS MORTAS O teto fundo de oxigênio de ar Estendese ao comprido ao meio das trapeiras Vêm lágrimas de luz dos astros com olheiras Enlevase a quimera azul de transmigrar Por baixo que portões Que arruamentos Um parafuso cai nas lajes às escuras Colocamse taipais rangem as fechaduras E os olhos dum caleche espantamme sangrentos E eu sigo como as linhas de uma pauta A dupla correnteza augusta das fachadas Pois sobem no silêncio infaustas e trinadas As notas pastoris de uma longínqua flauta Se eu não morresse nunca E eternamente Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas Esqueçome a prever castíssimas esposas Que aninhem em mansões de vidro transparente Ó nossos filhos Que de sonhos ágeis 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