·

Cursos Gerais ·

Geografia

Send your question to AI and receive an answer instantly

Ask Question

Recommended for you

Preview text

EDITORA ufmg ESPAÇO E POLÍTICA HENRI LEFEBVRE ESPAÇO E POLÍTICA HENRI LEFEBVRE ESPAÇO E POLÍTICA Tradução MARGARIDA MARIA DE ANDRADE SERGIO MARTINS BELO HORIZONTE EDITORA UFMG 2008 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Reitor: Ronaldo Tadêu Pena Vice-Reitora: Heloísa Maria Murgel Starling EDITORA UFMG Diretor: Wander Melo Miranda Vice-Diretora: Silvana Côzer CONSELHO EDITORIAL Wander Melo Miranda (presidente) Carlos Alberto Leite Brandão Joaquim Ramos Guimarães Márcio Gonçalves Chaves Maria das Graças Santos Barbosa Maria Helena Diniz Moreira e Silva Megale Paulo Sérgio Lacerda Beirão Silvana Côzer © 1972, Editions Anthropos © 2008, da tradução brasileira, Editora UFMG Título original: L’espace et la vie - essais de l’espace et politique, Paris: Editions Anthropos, 1972. Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização escrita do Editor. Lefebvre, Henri L439Espaço e política / Henri Lefebvre; Tradução Margarida Maria de Andrade e Sérgio Martins. – Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. 198 p. : il. – (Humanitas Pocket) Inclui bibliografia ISBN 978-85-7041-478-2 1. Espaço e vida 2. Vida e saude 3. L’e.space et politique, I. Filosofia. 2. Ciências sociais. I. Economia. II. Tradução, C. Lefebvre, Margarida Maria de, M. Martins, Sérgio. CDD: 1 CDU: 100 Elaborada pela CCQE-Central de Controle de Qualidade de Catalogação da Biblioteca Universitária da UFMG Este livro contou com apoio financeiro do CNPq. Editoração de texto: Aline do Carmo Leite Ribeiro Revisão de provas e normalização: Márcio Romano Projetos gráficos: Nearly Capa: Luiz Edmundo Vasconcelos de Melo Capa original: Mokrejs Assistente de editoração: Diego Oliveira Fotos da capa: James Cowie/Alamy Images, esq. e Ofra Schiwtz, dir./Alamy Images, miolo de cama: Pereira M. Editora UFMG Av. Antônio Carlos, 6627 – Aula circulación da Biblioteca Central – Térreo Caixa Postal: 16 - 31270-901 Belo Horizonte/MG Tel. + 55 (31) 3409-4605 / Fax + 55 (31) 3409-5508 editora@editora.ufmg.br SUMÁRIO PREFÁCIO À TRADUÇÃO BRASILEIRA 06 INTRODUÇÃO 17 O ESPAÇO 36 REFLEXÕES SOBRE A POLÍTICA DO ESPAÇO 58 A CIDADE O URBANO 79 ENGELS E A UTOPIA 89 AS INSTITUIÇÕES DA SOCIEDADE "PÓS-TECNOLÓGICA" 106 A BURGUESIA E O ESPAÇO 146 A CLASSE OPERÁRIA E O ESPAÇO 164 NOTAS 178 PREFÁCIO À TRADUÇÃO BRASILEIRA Espaço e política, originalmente publicado em 1972, não se resume a um conjunto de textos reunidos por Henri Lefebvre a respeito das pesquisas sobre a cidade e o urbano nas quais ele deveria mais detalhadamente desde fins dos anos 1960. Nas suas próprias palavras, "este pequeno livro, e os que o acompanharam ou sucedem, não anula os precedentes, senão de forma dialética, eles o retomam tentando situá-lo num nível mais elevado”. O que ele anunciou nesse livro foi a elaboração de uma teoria relativa a problemática do espaço. Segundo Lefebvre, essa teoria (que viria a desenvolver plenamente em obra posterior) exige abordar o espaço de maneira diferente da efetuada pelas ciências existentes, que o recortam, o fragmentam, e, assim, mais do que chegam a atingir uma síntese superior, dialética, pois deixam no sombar a reprodução das relações sociais de produção. Foi por isso, segundo o filósofo, as ciências, enquanto estiverem fortemente embaladas pela ideologia do produtivismo, “do crescimento ilimitado de qualquer sociopolítico do capitalismo”, não apenas se apoiam nas fragmentações como as reforçam. Este aspecto "impensado" pela própria reflexão epistemológica, explica a contribuição ego das ciências à reprodução das "relações de produção", deve ser enfrentada pela crítica radical. “Aqui se reencontra a grande idéia de Marx: o conhecimento científico da sociedade existente coincide com a crítica dessa sociedade, com a refutação de suas ideologias, com a análise coerente de suas contradições”. Para isso, é fundamental considerar a produção numa acepção mais ampla e rica que a habitual, restrita à fabricação de coisas. Naquele início dos anos 1970, dizia Lefebvre, era insuficiente definir o espaço a partir da sua vinculação à produção em sentido estrito, abordá-lo tão-somente como uma condição ou um instrumento para a produção, a troca e o consumo c/ou como um objeto ou coleteja de objetos. Não basta considera a projeção, nem sequer, as relações referentes à produção e ao consumo das coisas com a conseqüência constituição de algumas dessas hierarquias das funções que eles exercem. A cidade traduzia tinha, entre outras, essa função de consumo, comumente ampliada. Nascida, culturalmente, mudou: o mercado de produção capitalista deve for eficientes um front muito mais amplo. Mais tarde, a partir do século análise, o saber: a produção das relações de produção [que] não coincidia mais com a organização tradicional dos modos de produção e dos ócios, nas descontinuidades ativas dos lazeres e da cultura, através da escola e a universidade, através das extensões retroativas da vida diante antigo, etc. yás através do espaço inteiro. Em suma, "passa-se da produção das coisas ao espaço à produção do espaço planetário. Esta envolverndo, supondo. aquela. Passa-se da consideração clãsisica dos lugares de implantação industrial ao espaço interior.” Ora, produção significa também e sobremodo criação. Criação de obras (tempos e espaços incluídos) possíveis e para os homens mas pelas quais possam realizar e reconthecer a traietória de formação do humano. Mas a efetivação da riqueza da qaçidade criadora dos homens, a objetivação da vida humana em sua universalidade, realiza-se sob um modo histórico particular. Nas sociedades em que riqueza se configurou como uma imensa acumulação de mercadorias (Marx), nos marxos das relações sociais que as consubstanciam, "o espaço torna-se instrumental: lugar e meio onde se desenvolvem estratégicas, onde elas se enfrentam, o espaço deve ser neutro, geográfica e geometricamente, maí tempo neutro.” Portanto, ele nada tem de inocente e inofensivo, senão tão instrumentalizado pela razão desprarar a classe operária, repartir-la nos lugares prescreídos pelos imperativos dos diversos subordinação das institionalnotations subordinar, por conseguinte, o espaço ao tempo, subordinar o espaço e tempo, reaccentuar a sociedade inteira, conservar as ideologias de produção capitalistas. O espaço, assinala Lefebvre, envolve o tempo. No mundo das mercadorias, o consumidor não diz tempo apenas um espaço mais curásido em mesmo povoados como significação com a hierarquia social. Ele "também adquire uma distíncia, que vincula sua habitação aos lugares, ao espaço, a core de lazeres, de cultura, aos rôlos de trabalho, de deserço [...]. [Compara-se em sempre o espaço ranches] do tempo, o recortado em fragmentos (tempo de trabalho, de consumo, de lazer, de percurso etc.), vinculam-se espaços com os atríbutos e práticas correspondentes. Mas apesar de desculpa e despedaçamentos, os espaços-tempos encontram-se essencialmente ligados à reprodução das relações sociais de produção. Para compreender essa característica essencial da própria reprodução social – “conjunção-disjunção, distiantada tornando em unidade, a do poder, na fragmentação” - Lefbvre oferece a adição de um exemplo: os "lugares de luxo e de lazeres”. Através dos lazeres foram conquistados ao mar, as montanhas etc e os desertos. A indústria dos laseramentos e conquista a construção para prolongar as cidades e a urbanicação ao longo das costas não tem ruas montandis. Esses espaços separados do produção, como se fosse possível os ignorar do trabalho produtivo, são os dos impostos a degradação. Tais lugares, após quais se procuram dar um fim da liberdade de feliz, que se pose dos jogos sendo que tão na produção de trabalho por significados, estão estreitamente ligados ao trabalho industrial, ao grande socialismo produtivo, é que as coisas, mais inclui, a reprodução, o espaço é simples ao fogo de trabalho. Decididamente mobilizada pela valorização capitalista, o espaço passou a integrar nessas edifícios de corrida, de pão, no mesa de subsistência, erraram frans, “agora, não têm os dois países, uma vista comum da recuperação do seu florescimento”; enquanto na destruição eles, as novas raridades [trem de todas chacas] fast luta internas; de somar o “alto” o espaço. Nas sociedades do urbano na metrópole contemporânea, por mim coorde- nado na Universidade Federal de Minas Gerais. Minha companheira de tradução também utilizou as primeiras versões do texto com seus estudantes de graduação e de pós-graduação na Universidade de São Paulo. Baseamo-nos na edição publicada em 1972 e, de modo auxiliar, recor-remos a segunda edição francesa.1 Além das notas de tradução explicativas que consideramos necessárias para melhor esclarecer o leitor, procuramos indicar as referências bibliográficas completas dos livros mencionados ou citados por Lefebvre, cujos textos nem sempre se carac- terizam por essa preocupação. Até chegar à sua versão definitiva, esta tradução contou com a preciosa ajuda de Nize Maria Villa, que por mais de uma vez leu integral- mente, comigo, bem como de Pedro Henrique Denski, um jovem estudioso da obra lefebvriana. No final de 2005, quando o texto retornou a um pequeno grupo de estudos, já com a revisão enriquecida por várias leituras e releituras e acrescido dos dados de tradução, ainda pude contar com o impressivo trabalho de meu colega Doralice Barros Pereira como revisora final. Esperamos que os da tradução que não mais conseguem recebê-a.\n\nSérgio Martins INTRODUÇÃO\n\nQuando um texto pretende ter um alcance teórico e ser auto-suficiente, o autor faz prevalecerem um recorte homogêneo, atribuindo-se uma parcela de um “campo” que\npode cercar. Operação de apropriação privativa muito grosseira, sempre suspeita, ainda que social e considerada legítima, pois a propriedade privativa se estende às ideias e ao saber! Mais de um cientista deveria desculpar-se por\ncercar seu jardim para lavrar: o vôo é advertido. Aqui, o autor pede desculpas, pois nenhum dos artigos reunidos neste volume pode ser lido sem considerar trabalhos publicados anteriormente sobre a vida cotidiana, sobre o espaço e\nsobre os diversos “direitos” (o direito à cidade, o direito à diferença), sobre a reprodução das relações (sociais) de produção etc.\n\nAs pesquisas referentes à cidade e ao urbano remetem às\nque concernem ao espaço e que serão objeto de uma obra (a ser publicada sob o título A produção do espaço). Essa\nteoria do espaço completará, ao menos espero, a teorização\ncrítica da realidade urbana e, de outro, a da vida cotidiana.\nDe fato, o cotidiano e o urbano, indissolivelmente ligados, ao mesmo tempo produtos e produção, ocupam um espaço\n