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Engenharia Agronômica ·

Economia

· 2023/2

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Lista Aula 11 1. O que é inflação? Inflação é um processo persistente e generalizado de aumento de preços que resulta em perda de poder aquisitivo da moeda de um país. Para ser considerada inflação os aumentos de preços dvem atingir a totalidade de bens e serviços de uma economia e não apenas um conjunto. Altas esporádicas de preços devido por exemplo a flutuações sazonais não podem ser consideradas inflação. 2. Explique os efeitos da inflação sobre a distribuição de renda, sobre a alocação de recursos entre diferentes setores da sociedade e sobre a abalança de pagamentos A inflação tem um efeito nocivo sobre a distribuição de renda principalmente os segmentos que tem rendimentos fixos e periódicos como os assalariados, pensionistas, aposentados e aqueles que vivem de aluguel. Em geral os mais beneficiados são os que tem renda livre (como os empresários) ou rentistas (especuladores) que conseguem se proteger dos aumentos de preços repassando os preços no primeiro caso, ou protegendo seus ativos financeiros em aplicações indexadas pela inflação no segundo caso. O processo inflacionário costuma mudar o perfil dos investimentos de um país em geral alocando os recursos para alternativas de curto prazo/especulativas em detrimento de projetos produtivos de longo prazo. No caso da balança de pagamentos a inflação tende a tornar os produtos de um país menos competitivos, pois os preços dos produtos produzidos internamente podem ficar mais caros, o que pode dificultar as exportações e facilitar as exportações causando um déficit na Balança comercial. A necessidade de desvalorizar o câmbio para corrigir este déficit pode tornar os insumos importados mais caros e elevar os custos de produção em um país podendo esta elevação ser repassada aos preços. 3. Quais os principais índices de inflação e suas características? IPC – FIPE – Índice de Preços ao Consumidor (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) é medido na cidade de São Paulo em uma amostra de pessoas que ganham de 1 a 20 salários mínimos, com pesos em ordem decrescente para alimentação, habitação, despesas pessoais, saúde, vestuário, educação. A FIPE pertence à Faculdade de Economia e Administração da USP. A coleta de dados começa no dia 1 e vai até o último dia do mês. IGP-DI FGV – Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (Fundação Getúlio Vargas) Começou a ser medido em 1944 para medir o comportamento geral dos preços no país. A coleta também começa no 1º dia do mês e termina no último dia do mês. Este índice engloba produtos produzidos internamente e exclui o comportamento de preços importados. É composto por 3 índices (IPA – Índice de Preços ao Atacado; IPC – Índice de Preços ao Consumidor; Índice Nacional de Custo de Construção Civil). IGP-M - Índice Geral de Preços de Mercado (Fundação Getúlio Vargas) A coleta é feita do dia 20 de um mês até dia 21 do mês seguinte. É utilizada para corrigir títulos do governo como letras do tesouro e depósitos bancários. INPC (IBGE) – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Restrito (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Tem como finalidade constituir como indexador de salários. A coleta é feita para um universo de pessoas que ganham de 1 a 8 salários mínimos nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Distrito Federal e cidade de Goiânia. A coleta abrange o mês cheio (dia 1 a último dia do mês) IPCA (IBGE) – Índice Preços ao Consumidor Ampliado (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) Este índice é calculado com base em uma cesta de produtos representativos do consumo das famílias com renda entre 1 a 40 salários mínimos nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Distrito Federal e cidade de Goiânia. Este índice foi o escolhido para ser o índice oficial de acompanhamento da inflação para o sistema de Metas de inflação do país. ICV – DIEESE – Índice de Custo de Vida do (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socio- Econômicos). Tem por objetivo atender às necessidades de vários sindicatos para auferir o custo de vida no município de São Paulo. O universo de pesquisas de pessoas com renda de 1 a 30 salários mínimos. Também a coleta é feita em mês cheio. 4. Caracterize os principais tipos de inflação e como podem ser controladas. Cite exemplos de ocorrência destes tipos de inflação INFLAÇÃO DE DEMANDA a inflação de demanda diz respeito ao excesso de demanda agregada em relação a produção disponível de bens e serviços (Oferta Agregada). A visão monetarista nos diz que quando o governo financia seus déficits com emissão de moeda origina um processo inflacionário. A inflação de demanda pode ser vista como uma extensão desta idéia, onde a demanda por moeda não é apenas do governo mas também é uma demanda das famílias e das empresas. Uma economia em equilíbrio mostra que a Oferta Agregada = Demanda Agregada. Em tese enquanto a economia estiver em equilíbrio, ou seja, a oferta agregada for igual a demanda agregada não há inflação. A inflação de demanda surge quando a economia se aproxima de sua capacidade máxima de produção, ou seja, todos os recursos (capital, trabalho, terra) estão sendo utilizados e não seja possível aumentar mais a produção, crescimentos da demanda vão provocar aumentos de preços na medida em que não é possível aumentar a produção. Em outras palavras, enquanto houver desemprego de fatores, aumentos da demanda deverão corresponder a aumentos da produção agregada. Contudo enquanto neste crescente processo de aumento da produção à medida que a economia se aproxima do uso máximo de recursos (pleno emprego) a produção não responde aos aumentos de demanda e portanto os preços sobem. Este tipo de inflação pode ser controlada, entre outras medidas, por aumentos da carga tributária, redução de gastos do governo, elevação das taxas de juros , controle de concessão de créditos e arrocho salarial. Este tipo de inflação ocorreu quando foi adotada a Nova Matriz Econômica (NME), ou nova matriz macroeconômica. Foram tomadas uma série de medidas para expandir a demanda como: Expansão do crédito ao consumidor, congelamento da taxa de juros; redução de impostos e aumento dos gastos correntes do governo, congelamento de preços da energia e dos combustíveis e redução da concorrência no mercado, com a adoção de medidas que favoreceram algumas empresas e aumentaram o poder de mercado de algumas empresas, além de impedir o surgimento e o crescimento de novas, promoveu menor concorrência. INFLAÇÃO DE CUSTOS Este é um tipo de inflação que não se relaciona com fatores monetários. Esta surge por elementos reais da economia, sendo uma inflação tipicamente de oferta. Mesmo que o nível de demanda permaneça o mesmo, os custos de certos fatores de produção podem crescer. Existem basicamente 4 fatores geradores deste tipo de inflação: queda de produção, aumento de preços de produtos importados, aumentos excessivos de salários e atuação de mono/oligopólios. A) As quedas de produção ocorrem quando as empresas reduzem significativamente seus volumes de produção por razão de greves, falta de matérias primas, quebras de safras agrícolas. B) Uma economia dependente de produtos importados que são insumos de diversas indústrias como petróleo e fertilizantes pode sofrer inflação de custos quando os preços internacionais ou uma desvalorização da moeda nacional encarece os preços destes insumos e elevam os custos de produção que em geral são repassados aos preços. C) No caso de salários, quando os salários crescem mais que a produtividade da economia, seja por decisão governamental, seja por poder de negociação de sindicatos também provoca elevação dos custos de produção o que provoca pressão altista de preços na economia. D)Uma economia dominada por firmas monopolistas/oligopolistas também podem contribuir para a inflação que ocorre quando estas firmas aumentam seus preços com o objetivo de auferir maiores lucros o que é possível na falta de concorrência. Se estas firmas produzem bens e serviços que servem de insumos ou matérias primas para outras industrias haverá elevação de custos que deverão ser repassados aos preços acarretando a chamada espiral inflacionária. Para conter este tipo de inflação sugere-se controle sobre o lucro de empresas, controle direto de preços, política salarial mais rígida e promoção de aumento da concorrência na economia. Um exemplo deste tipo de inflação foi observada no período da pandemia quando foram interrompidas as cadeias globais de suprimentos gerando elevação global de preços. Os principais insumos que provocaram inflação foram combustíveis, petróleo e componentes eletrônicos. INFLAÇÃO INERCIAL – Esta inflação ocorre quando os agentes adaptam suas expectativas a determinadas taxas de inflação, a taxa de inflação esperada é a “Taxa De Inflação Pela Inércia”. Uma vez incorporada ao comportamento dos agentes econômicos ela passa a ser integrada nos contratos e acordos formais da economia e pode persistir por longo tempo. Assim se os preços vêm aumentando a uma taxa de 10% durante algum tempo os agentes econômicos forma suas expectativas em torno desta taxa, passando a ser incorporada por diversas instituições ao desenvolver suas atividades. Este tipo de inflação é muito fácil de resvalar em uma hiperinflação, uma vez que qualquer choque econômico pode elevar as expectativas dos agentes. Para controlar este tipo de inflação, deve-se arrumar meios de quebrar as expectativas quanto ao aumento de preços. Um exemplo deste tipo de inflação é o ocorrido no Brasil que inicou-se nos anos 80 e foi controlada em 1994 com o Plano Real. INFLAÇÃO MONETÁRIA - Esta inflação ocorre quando há excesso de moeda em relação a produção de bens e serviços. Em geral este tipo de inflação ocorre quando o governo tenta financiar seus gastos com a emissão de moeda. Quando há excesso de moeda em relação a oferta de bens e serviços a moeda se desvaloriza e os produtos se tornam cada vez mais caros. Este tipo de inflação facilmente resvala em processos hiperinflacionário. Para controlar este tipo de inflação é necessário substituir a moeda vigente por outra lastreada na economia real ou em outra moeda mais forte. Diversos exemplos podem ser citados: Alemanha (1923) emitiu moeda para pagar compensações de guerra, Hungria (1946) para financiar a reconstrução do país no pós 2ª guerra, Zimbábue (2008) para financiar os pagamentos de terras referentes ao processo de reforma agrária; Venezuela (desde 2010) vem reduzindo a produção e emitindo moeda para financiar gastos públicos. 5. Quais os momentos de picos inflacionários no Brasil, quais suas causas e formas de controle? O primeiro pico inflacionário se deu na década de 80 e foi consequência de políticas adotadas nas décadas anteriores. Na década de 60 foi instituída a política de substituição de importações, ou seja, o governo financiou a estrutura produtiva nacional para internalizar a produção de bens e serviços. Na década de 70, o governo brasileiro aproveitando-se da crise do petróleo em que os preços quadruplicaram gerando grande liquidez em dólares no mercado intencional, os petrodólares que eram emprestados a juros extremamente baixos. O Brasil foi um dos países que tomou empréstimos vultuosos em dólares gerando uma enorme dívida externa. O aumento dos juros nos anos 80, os preços do petróleo elevado, e a crescente necessidade de desvalorização da moeda (aumentando os preços de produtos importados) para facilitar as exportações e conseguir dólares para o pagamento da dívida gerou uma inflação crescente nos anos 80. Tentou-se por vários planos controlar a inflação crescente dos anos 80, o Plano Cruzado em 1986, com congelamento de preços, o que acelerou a inflação, O Plano Collor em 1991, com contração monetária, sequestrando meios de pagamento de excedessem 50 cruzeiros. Também este plano frustrou o controle da inflação e est chegou a 5.000% ao ano. A partir de um diagnóstico que a inflação continha um forte componente inercial. Preços e salários eram reajustados automaticamente assim que era divulgada a inflação do mês anterior, criando o efeito 'bola de neve', em que a inflação de um mês era imediatamente repassada para o mês seguinte. O plano baseou-se, num primeiro momento, no equilíbrio das contas do governo, iniciado ainda no ano anterior, com redução de gastos, aumento de impostos e privatizações. O governo também promoveu a desindexação da economia – isto é, a inflação passada deixou de corrigir automaticamente preços e salários. A medida mais visível foi a nova troca de moeda. Antes do real, a moeda que circulava no país era o cruzeiro real (CR$), vigente de 1º de agosto de 1993 até 30 de junho de 1994. Em fevereiro de 1994, foi criada a Unidade Real de Valor (URV), uma moeda fictícia, cujo valor, em cruzeiros reais, era estabelecido diariamente. Assim, a hiperinflação seguia em cruzeiros reais, mas não em URVs.Em 1º de julho de 1994, uma URV passou a ser igual a R$ 1, o novo dinheiro entrou em circulação no país. Com a URV a população passou a ter noção dos preços em uma unidade mais estável. Quando as notas em real foram distribuídas, já havia uma noção dos preços na economia. Entre as medidas para controlar os preços, o governo também promoveu uma abertura maior às importações, e adotou as chamadas “âncoras” cambial e monetária. Foi instituída a âncora cambial instituiu o regime de “bandas” cambiais que, na prática, fixava o valor da moeda, e barateava o custo dos importados. A âncora monetária buscava controlar o volume de dinheiro em circulação, evitando a pressão sobre os preços. Para isso, foram elevadas a taxa de juros entre outras medidas. A inflação voltou a crescer em 2015/2016 com as consequências da Nova Matriz Macroeconômica conforme visto na questão 4. Esta inflação foi controlada com o desmonte das políticas de expansão da demanda. Outro repique da inflação se deu durante a pandemia em razão da quebra de suprimento das cadeias globais e no pós pandemia com a guerra Ucrânia/Rússia, principalmente em relação pela dificuldade de oferta de combustíveis fertilizantes e componentes eletrônicos. A normalização destes efeitos teve um efeito amortizar os picos inflacionários. 6. Qual a relação entre as política monetária e desemprego? As políticas monetárias contracionistas reduzem a oferta monetária elevando a taxa de juros, o que reduz os investimentos e o consumo das famílias o que leva à redução da produção (PIB). A desaceleração do crescimento da economia implica em redução da produção e consequentemente desemprego. As políticas monetárias expansionistas aumentam a oferta monetária reduzindo a taxa de juros, o que eleva os investimentos e o consumo das famílias o que leva a elevação da produção (PIB) . A aceleração do crescimento da economia implica em aumento da produção e consequentemente desemprego