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Algumas necessidades básicas comuns a todos nós Autonomia Escolher os próprios sonhos objetivos e valores Escolher o próprio plano para realizar esses sonhos objetivos e valores Celebração Celebrar a criação da vida e Celebrar a perda dos sonhos a realização dos sonhos de pessoas amadas etc luto Integridade Autenticidade Significado Criatividade Amorpróprio Interdependência Aceitação Franqueza a franqueza Apreciação empoderadora que torna Proximidade possível aprender com Comunidade nossas limitações Consideração Amor Contribuir para o enriquecimento Tranquilização da vida exercer o próprio poder Respeito ao oferecer o que contribuí Apoio para a vida Confiança Segurança emocional Compreensão Empatia Afeto Cuidados físicos Ar Descanso Alimento Expressão sexual Movimento e exercícios físicos Abrigo Proteção contra formas Toque de vida ameaçadoras como Água vírus bactérias insetos animais predadores etc Lazer Diversão Riso Comunhão espiritual Beleza Ordem Harmonia Paz Inspiração Quando me reuni com o departamento fiz a mesma proposta que fizera ao casal Pedi a ambos os lados que me dissessem quais necessidades deles seriam atendidas pelo software que defendiam Como na situação do casal eles não conseguiram se expressar Em vez disso cada lado respondeu com uma análise intelectual que a outra parte recebeu como crítica Um integrante de um dos grupos disse Acho que se continuarmos a ser excessivamente conservadores ficaremos sem trabalho no futuro porque para sermos progressistas precisamos correr alguns riscos e ter a ousadia de mostrar que estamos além de um jeito antiquado de fazer as coisas Um membro do outro lado respondeu Mas acho que agarrar impulsivamente qualquer novidade que aparece não é bom para nós Eles me contaram que repetiam essas mesmas análises havia meses e não chegavam a lugar nenhum Na verdade estavam apenas criando muita tensão entre si Assim como o casal eles não sabiam expressar as próprias necessidades de forma direta Em vez disso faziam análises que eram interpretadas pelo outro lado como críticas É desse jeito que começam as guerras Quando não somos capazes de dizer com clareza o que precisamos e só sabemos fazer análises sobre os outros que soam como críticas acabamos em guerra sejam elas verbais psicológicas ou físicas Enxergar as necessidades dos outros não importa como se expressem A abordagem à resolução de conflitos que estou descrevendo exige que além de aprendermos a expressar nossas necessidades também ajudemos os outros a esclarecer as deles Podemos nos treinar para enxergar a expressão de necessidades a partir do que os outros falam não importa como se exprimam Aprendi a fazer isso porque acredito que toda mensagem seja qual for sua forma ou seu conteúdo é a expressão de uma necessidade Se aceitarmos essa suposição podemos nos treinar para perceber qual necessidade pode estar na raiz de qualquer mensagem específica Portanto quando faço uma pergunta sobre o que alguém acabou de dizer e essa pessoa responde Que pergunta idiota escolho descobrir que necessidade ela expressou por meio dessa avaliação específica sobre mim Por exemplo Título original Living Nonviolent Communication Practical Tools to Connect and Communicate Skillfully in Every Situation Copyright 2012 por Marshall B Rosenberg Copyright da tradução 2018 por GMT Editores Ltda Esta tradução foi publicada mediante licença exclusiva da Sounds True Inc Todos os direitos reservados Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores tradução Beatriz Medina preparo de originais Raphani Margiotta revisão Flávia Midori Luis Américo Costa e Rafaella Lemos projeto gráfico e diagramação Valéria Teixeira capa Rodrigo Rodrigues imagem de capa kentarcajuan iStock Getty Images impressão e acabamento Bartira Gráfica CIPBRASIL CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS RJ R724v Rosenberg Marshall Vivendo a comunicação não violenta Marshall Rosenberg tradução de Beatriz Medina Rio de Janeiro Sextante 2019 192 p 16 x 23 cm Tradução de Living nonviolent communication ISBN 9788543106724 1 Comunicação interpessoal 2 Conflito interpessoal 3 Administração de conflitos I Medina Beatriz II Título 1957087 CDD 1536 CDU 31647 Todos os direitos reservados no Brasil por GMT Editores Ltda Rua Voluntários da Pátria 45 Gr 1404 Botafogo 22270000 Rio de Janeiro RJ Tel 21 25384100 Fax 21 22869244 Email atendimentosextantecombr wwwsextantecombr Marshall Rosenberg VIVENDO A COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA SEXTANTE uma necessidade do modo como a defino Em vez disso ele descrevia a estratégia que pensava em usar Apontei esse fato e sugeri que deixássemos para falar sobre estratégias apenas depois de já termos realmente esclarecido as necessidades dele e da esposa Quando conseguiram fazer isso os dois viram quais outras estratégias que não o fim do relacionamento seriam capazes de atendêlas E fico contente em dizer que nos dois anos decorridos desde então eles desenvolveram uma relação muito satisfatória para ambos Muita gente acha difícil expressar as próprias necessidades Essa falta de alfabetização sobre o assunto cria problemas quando buscamos resolver conflitos Por exemplo já trabalhei com um casal cujas tentativas de resolver as desavenças acabaram em violência física Eu estava dando um treinamento na empresa onde o marido trabalhava e quando terminamos ele me perguntou se poderíamos conversar em particular Chorando explicou sua situação conjugal e perguntou se eu estaria disposto a ajudálos a resolver alguns conflitos A esposa concordou Naquela mesma noite me encontrei com eles Comecei dizendo Sei que vocês dois estão sofrendo Sugiro que a princípio cada um de vocês expresse quais necessidades não estão sendo atendidas no relacionamento Depois de compreenderem as necessidades um do outro estou confiante de que conseguiremos examinar algumas estratégias para atendêlas Meu pedido exigia que eles tivessem a capacidade de entender as necessidades do outro e soubessem expressar as próprias Infelizmente eles não conseguiram fazer o que sugeri Não tinham sido ensinados a fazer isso O marido disse Seu problema é que você é totalmente insensível às minhas necessidades Na mesma hora a esposa respondeu É bem típico de você dizer coisas injustas como essa Em outra ocasião eu estava trabalhando numa empresa que vinha passando por um conflito muito complicado que já durava mais de 15 meses e criava problemas no moral e na produtividade dos funcionários Dois grupos do mesmo departamento estavam se desentendendo por discordarem sobre qual software deveriam usar Havia fortes emoções envolvidas Um dos grupos trabalhara muito para desenvolver o software em uso e queria mantêlo O outro era inflexível e queria usar um novo expressamos nossas próprias necessidades entendemos com clareza as do outro e evitamos usar uma linguagem que envolva a insinuação de que o outro lado está errado Na página 9 você pode ver uma lista das necessidades humanas básicas comuns a todos nós Infelizmente descobri que pouquíssimas pessoas são ensinadas a expressar as próprias necessidades Em vez disso somos ensinados a criticar insultar e nos comunicarmos de um modo que nos distancia uns dos outros Em consequência não conseguimos encontrar soluções para os conflitos Em vez de ambos os lados expressarem as próprias necessidades e compreenderem as da outra parte todos entram numa disputa para ver quem está certo E é bem provável que isso termine causando várias formas de violência verbal psicológica ou física e não a solução pacífica das diferenças Como são um componente importantíssimo dessa abordagem da resolução de conflitos gostaria de esclarecer a que me refiro quando falo em necessidades No modo como uso o termo elas podem ser consideradas recursos exigidos pela vida para que esta possa se sustentar Por exemplo nosso bemestar físico depende da satisfação da necessidade de ar água descanso e alimento Nosso bemestar psicológico e espiritual aumenta quando nossa necessidade de compreensão apoio franqueza e significado é atendida De acordo com essa definição seja qual for nosso gênero nível de instrução crença religiosa ou nacionalidade todos os seres humanos têm as mesmas necessidades O que distingue as pessoas são as estratégias usadas para atendêlas Descobri que separar uma coisa da outra facilita a solução de conflitos Uma diretriz para separar as necessidades das estratégias é ter em mente que as primeiras não fazem referência à realização de ações específicas por pessoas específicas Por sua vez estratégias eficazes mais comumente chamadas de vontades pedidos desejos e soluções referemse sim a ações específicas realizadas por pessoas específicas Uma conversa entre marido e mulher que tinham praticamente desistido do casamento pode esclarecer essa diferença importante Perguntei ao marido quais necessidades dele não estavam sendo atendidas no casamento Ele respondeu Preciso sair desse relacionamento Como se referia a uma pessoa específica ele realizando uma ação específica sair do casamento o marido não estava expressando atenciosa e respeitosa Só então é que os envolvo na procura por estratégias para resolver o confronto Nesse momento não buscamos que sejam feitas concessões nosso objetivo é resolver o desentendimento de modo a obter a completa satisfação de todos Para colocar esse processo de resolução de conflitos em prática temos que abandonar totalmente a meta de levar os outros a fazerem o que queremos Em vez disso nos concentramos em criar condições para que a necessidade de todos seja atendida Para esclarecer melhor a diferença de foco entre obter o que queremos e obter o que todos querem imagine que alguém esteja se comportando de um modo que não atende a uma necessidade nossa e pedimos que essa pessoa aja de maneira diferente Em minha experiência aprendi que essa pessoa resistirá ao que pedimos se considerar que estamos interessados apenas em atender às nossas próprias necessidades e não acreditar que estamos igualmente preocupados em atender às necessidades dela A cooperação genuína nasce no momento em que os participantes passam a confiar que suas necessidades e valores serão respeitosamente levados em conta O processo de Comunicação Não Violenta se baseia em práticas respeitosas que promovem a cooperação genuína A COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS As práticas de Comunicação Não Violenta que servem de base para a solução de conflitos envolvem 1 expressar nossas necessidades 2 enxergar as necessidades dos outros independentemente do modo como se expressam 3 verificar se as necessidades foram compreendidas com exatidão 4 oferecer a empatia de que as pessoas precisam para ouvir as necessidades dos outros e 5 traduzir as soluções ou estratégias propostas para uma linguagem de ação positiva Definir e expressar necessidades necessidades não são estratégias Pela minha experiência os conflitos tendem a uma solução mutuamente satisfatória quando mantemos o foco nas necessidades Ao fazer isso 1 Podemos dar um jeito Como resolver conflitos de forma pacífica e eficaz Durante mais de 40 anos mediei conflitos entre pais e filhos maridos e esposas chefes e funcionários palestinos e israelenses sérvios e croatas e entre grupos rivais em Serra Leoa na Nigéria no Burundi no Sri Lanka e em Ruanda O que aprendi lidando com conflitos em todos esses níveis foi que é possível resolvêlos de maneira pacífica e com a satisfação de todos Quando se estabelece certa qualidade de conexão humana entre as partes envolvidas a probabilidade de resolver disputas de maneira gratificante aumenta muito Desenvolvi então o processo que chamei de Comunicação Não Violenta CNV que consiste em habilidades de pensamento e comunicação que nos permitem nos conectar de forma compassiva com os outros e com nós mesmos Hoje fico extremamente satisfeito com as diversas formas de uso que as pessoas dão à CNV em sua vida pessoal no ambiente de trabalho e em atividades políticas Nas páginas a seguir vou descrever como o processo da Comunicação Não Violenta fundamenta nossos esforços para resolver conflitos de forma pacífica E ele pode ser usado quando estamos diretamente envolvidos ou quando estamos mediando conflitos dos outros Quando sou chamado para solucionar conflitos começo guiando os participantes de modo a estabelecerem entre si uma qualidade de conexão As quatro partes do processo de Comunicação Não Violenta Expressar com clareza como estou sem censuras ou críticas Receber com empatia a mensagem sobre como você está sem interpretar como censura ou critica 1 OBSERVAÇÃO O que observo vejo ouço lembro imagino livre de avaliações que contribui ou não para meu bemestar Quando vejo ouço O que você observa vê ouve lembra imagina livre de avaliações que contribui ou não para seu bemestar Quando você vê ouve Às vezes sem palavras quando estamos oferecendo empatia 2 SENTIMENTOS Como me sinto emoção ou sensação e não pensamento em relação ao que observo Sinto Como você se sente emoção ou sensação e não pensamento em relação ao que observa Você sente 3 NECESSIDADES O que preciso ou valorizo e não uma preferência ou ação específica e que é a causa dos meus sentimentos porque necessito valorizo O que você precisa ou valoriza e não uma preferência ou ação específica e que é a causa dos seus sentimentos porque você necessita valoriza Pedir com clareza aquilo que enriqueceria minha vida sem exigências Receber com empatia a mensagem sobre o que enriqueceria sua vida sem interpretar como uma exigência 4 PEDIDOS As ações concretas que eu gostaria que fossem tomadas Você estaria dispostoa As ações concretas que você gostaria que fossem tomadas Você gostaria Às vezes sem palavras quando estamos oferecendo empatia Como esses três fatores têm um papel importante para determinar se reagimos diante das situações com compaixão ou violência desenvolvi esse processo que chamo de Comunicação Não Violenta CNV integrando o tipo de linguagem o tipo de pensamento e as formas de comunicação que influenciam nossa capacidade de contribuir voluntariamente para o bemestar dos outros e de nós mesmos O processo da CNV mostra como expressar sem disfarces quem somos e o que está vivo dentro de nós sem qualquer crítica ou análise externa que insinue que o que sentimos está errado O processo se baseia na suposição de que qualquer coisa que os outros ouçam de nós que soe como uma análise ou crítica ou que leve a um erro de interpretação por parte deles nos impede de estabelecer a conexão que nos permite contribuir voluntariamente para o bemestar uns dos outros Essa abordagem da comunicação enfatiza que a motivação para agir é a compaixão e não o medo a culpa a vergonha a censura a coerção ou a ameaça de punição Em outras palavras tratase de conseguir o que queremos por meios que não nos deixem arrepentidos depois Parte do processo é dizer com clareza o que está vivo em nós sem análise ou crítica e sem colocar a culpa no outro Outra parte é dizer com clareza o que tornaria a vida melhor para nós apresentando essa informação aos outros como um pedido não como uma exigência A Comunicação Não Violenta se concentra em como as necessidades dos outros estão sendo atendidas e caso não estejam no que pode ser feito nesse sentido Veja os quadros Alguns sentimentos básicos comuns a todos nós e Algumas necessidades básicas comuns a todos nós Por um lado a CNV nos mostra como devemos nos expressar de modo a aumentar as chances de que os outros contribuam voluntariamente para o nosso bemestar E por outro nos mostra como receber a mensagem dos outros de maneira a aumentar as nossas chances de contribuir voluntariamente para o bemestar deles Espero que o conteúdo deste livro o ajude a se comunicar com os outros através dessa linguagem da vida e lhe mostre como ouvir essa mesma qualidade de comunicação na mensagem deles qualquer que seja o modo como falem Alguns sentimentos básicos comuns a todos nós Como me sinto quando Minhas necessidades são atendidas Minhas necessidades não são atendidas Maravilhado Confortável Confiante Ávido Cheio de energia Realizado Seguro Esperançoso Inspirado Fascinado Alegre Comovido Otimista Orgulhoso Aliviado Estimulado Surpreso Grato Tocado Confiante Zangado Incomodado Preocupado Confuso Decepcionado Desanimado Angustiado Envergonhado Frustrado Indefeso Desesperado Impaciente Irritado Solitário Nervoso Sobrecarregado Desconcertado Relutante Triste Desconfortável Em minha análise dessas duas questões descobri que três fatores são muito importantes para entendermos por que em situações similares alguns de nós reagem com violência e outros reagem com compaixão A linguagem que fomos ensinados a usar Como nos ensinaram a pensar e a nos comunicarmos As estratégias específicas que aprendemos para influenciar os outros e a nós mesmos Uma breve introdução à Comunicação Não Violenta A Comunicação Não Violenta CNV é um poderoso modelo de comunicação mas vai muito além disso É um modo de ser de pensar e de viver Seu propósito é inspirar conexões sinceras entre as pessoas de maneira que as necessidades de todos sejam atendidas por meio da doação compassiva Ela nos inspira a nos doarmos de coração E também nos ajuda a nos conectarmos à nossa divindade interior e ao que existe de mais vivo dentro de nós Podemos dizer que a CNV é o idioma da compaixão mas na verdade ela é uma linguagem da vida na qual a compaixão surge naturalmente Este modelo nos ensina a expressar o que está vivo em nós e a enxergar o que está vivo nos outros Quando compreendemos o que está vivo em nós podemos descobrir o que fazer para enriquecer essa vida A Comunicação Não Violenta se desenvolveu a partir do meu interesse pessoal em duas questões Primeiro queria entender melhor o que há nos seres humanos que leva alguns de nós a nos comportarmos de forma violenta e abusiva Depois queria entender melhor que tipo de educação é útil às nossas tentativas de permanecermos compassivos que acredito ser a nossa natureza mesmo quando os outros se comportam de forma violenta ou exploradora A teoria que prevaleceu por muitos séculos defendia que a violência e a exploração acontecem porque as pessoas são em essência más egoístas ou violentas Mas já vi gente que não é assim já vi muita gente que gosta de contribuir para o bemestar dos outros Então me perguntei Por que algumas pessoas parecem gostar de ver o sofrimento dos outros enquanto outras parecem ser justamente o contrário
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Algumas necessidades básicas comuns a todos nós Autonomia Escolher os próprios sonhos objetivos e valores Escolher o próprio plano para realizar esses sonhos objetivos e valores Celebração Celebrar a criação da vida e Celebrar a perda dos sonhos a realização dos sonhos de pessoas amadas etc luto Integridade Autenticidade Significado Criatividade Amorpróprio Interdependência Aceitação Franqueza a franqueza Apreciação empoderadora que torna Proximidade possível aprender com Comunidade nossas limitações Consideração Amor Contribuir para o enriquecimento Tranquilização da vida exercer o próprio poder Respeito ao oferecer o que contribuí Apoio para a vida Confiança Segurança emocional Compreensão Empatia Afeto Cuidados físicos Ar Descanso Alimento Expressão sexual Movimento e exercícios físicos Abrigo Proteção contra formas Toque de vida ameaçadoras como Água vírus bactérias insetos animais predadores etc Lazer Diversão Riso Comunhão espiritual Beleza Ordem Harmonia Paz Inspiração Quando me reuni com o departamento fiz a mesma proposta que fizera ao casal Pedi a ambos os lados que me dissessem quais necessidades deles seriam atendidas pelo software que defendiam Como na situação do casal eles não conseguiram se expressar Em vez disso cada lado respondeu com uma análise intelectual que a outra parte recebeu como crítica Um integrante de um dos grupos disse Acho que se continuarmos a ser excessivamente conservadores ficaremos sem trabalho no futuro porque para sermos progressistas precisamos correr alguns riscos e ter a ousadia de mostrar que estamos além de um jeito antiquado de fazer as coisas Um membro do outro lado respondeu Mas acho que agarrar impulsivamente qualquer novidade que aparece não é bom para nós Eles me contaram que repetiam essas mesmas análises havia meses e não chegavam a lugar nenhum Na verdade estavam apenas criando muita tensão entre si Assim como o casal eles não sabiam expressar as próprias necessidades de forma direta Em vez disso faziam análises que eram interpretadas pelo outro lado como críticas É desse jeito que começam as guerras Quando não somos capazes de dizer com clareza o que precisamos e só sabemos fazer análises sobre os outros que soam como críticas acabamos em guerra sejam elas verbais psicológicas ou físicas Enxergar as necessidades dos outros não importa como se expressem A abordagem à resolução de conflitos que estou descrevendo exige que além de aprendermos a expressar nossas necessidades também ajudemos os outros a esclarecer as deles Podemos nos treinar para enxergar a expressão de necessidades a partir do que os outros falam não importa como se exprimam Aprendi a fazer isso porque acredito que toda mensagem seja qual for sua forma ou seu conteúdo é a expressão de uma necessidade Se aceitarmos essa suposição podemos nos treinar para perceber qual necessidade pode estar na raiz de qualquer mensagem específica Portanto quando faço uma pergunta sobre o que alguém acabou de dizer e essa pessoa responde Que pergunta idiota escolho descobrir que necessidade ela expressou por meio dessa avaliação específica sobre mim Por exemplo Título original Living Nonviolent Communication Practical Tools to Connect and Communicate Skillfully in Every Situation Copyright 2012 por Marshall B Rosenberg Copyright da tradução 2018 por GMT Editores Ltda Esta tradução foi publicada mediante licença exclusiva da Sounds True Inc Todos os direitos reservados Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores tradução Beatriz Medina preparo de originais Raphani Margiotta revisão Flávia Midori Luis Américo Costa e Rafaella Lemos projeto gráfico e diagramação Valéria Teixeira capa Rodrigo Rodrigues imagem de capa kentarcajuan iStock Getty Images impressão e acabamento Bartira Gráfica CIPBRASIL CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS RJ R724v Rosenberg Marshall Vivendo a comunicação não violenta Marshall Rosenberg tradução de Beatriz Medina Rio de Janeiro Sextante 2019 192 p 16 x 23 cm Tradução de Living nonviolent communication ISBN 9788543106724 1 Comunicação interpessoal 2 Conflito interpessoal 3 Administração de conflitos I Medina Beatriz II Título 1957087 CDD 1536 CDU 31647 Todos os direitos reservados no Brasil por GMT Editores Ltda Rua Voluntários da Pátria 45 Gr 1404 Botafogo 22270000 Rio de Janeiro RJ Tel 21 25384100 Fax 21 22869244 Email atendimentosextantecombr wwwsextantecombr Marshall Rosenberg VIVENDO A COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA SEXTANTE uma necessidade do modo como a defino Em vez disso ele descrevia a estratégia que pensava em usar Apontei esse fato e sugeri que deixássemos para falar sobre estratégias apenas depois de já termos realmente esclarecido as necessidades dele e da esposa Quando conseguiram fazer isso os dois viram quais outras estratégias que não o fim do relacionamento seriam capazes de atendêlas E fico contente em dizer que nos dois anos decorridos desde então eles desenvolveram uma relação muito satisfatória para ambos Muita gente acha difícil expressar as próprias necessidades Essa falta de alfabetização sobre o assunto cria problemas quando buscamos resolver conflitos Por exemplo já trabalhei com um casal cujas tentativas de resolver as desavenças acabaram em violência física Eu estava dando um treinamento na empresa onde o marido trabalhava e quando terminamos ele me perguntou se poderíamos conversar em particular Chorando explicou sua situação conjugal e perguntou se eu estaria disposto a ajudálos a resolver alguns conflitos A esposa concordou Naquela mesma noite me encontrei com eles Comecei dizendo Sei que vocês dois estão sofrendo Sugiro que a princípio cada um de vocês expresse quais necessidades não estão sendo atendidas no relacionamento Depois de compreenderem as necessidades um do outro estou confiante de que conseguiremos examinar algumas estratégias para atendêlas Meu pedido exigia que eles tivessem a capacidade de entender as necessidades do outro e soubessem expressar as próprias Infelizmente eles não conseguiram fazer o que sugeri Não tinham sido ensinados a fazer isso O marido disse Seu problema é que você é totalmente insensível às minhas necessidades Na mesma hora a esposa respondeu É bem típico de você dizer coisas injustas como essa Em outra ocasião eu estava trabalhando numa empresa que vinha passando por um conflito muito complicado que já durava mais de 15 meses e criava problemas no moral e na produtividade dos funcionários Dois grupos do mesmo departamento estavam se desentendendo por discordarem sobre qual software deveriam usar Havia fortes emoções envolvidas Um dos grupos trabalhara muito para desenvolver o software em uso e queria mantêlo O outro era inflexível e queria usar um novo expressamos nossas próprias necessidades entendemos com clareza as do outro e evitamos usar uma linguagem que envolva a insinuação de que o outro lado está errado Na página 9 você pode ver uma lista das necessidades humanas básicas comuns a todos nós Infelizmente descobri que pouquíssimas pessoas são ensinadas a expressar as próprias necessidades Em vez disso somos ensinados a criticar insultar e nos comunicarmos de um modo que nos distancia uns dos outros Em consequência não conseguimos encontrar soluções para os conflitos Em vez de ambos os lados expressarem as próprias necessidades e compreenderem as da outra parte todos entram numa disputa para ver quem está certo E é bem provável que isso termine causando várias formas de violência verbal psicológica ou física e não a solução pacífica das diferenças Como são um componente importantíssimo dessa abordagem da resolução de conflitos gostaria de esclarecer a que me refiro quando falo em necessidades No modo como uso o termo elas podem ser consideradas recursos exigidos pela vida para que esta possa se sustentar Por exemplo nosso bemestar físico depende da satisfação da necessidade de ar água descanso e alimento Nosso bemestar psicológico e espiritual aumenta quando nossa necessidade de compreensão apoio franqueza e significado é atendida De acordo com essa definição seja qual for nosso gênero nível de instrução crença religiosa ou nacionalidade todos os seres humanos têm as mesmas necessidades O que distingue as pessoas são as estratégias usadas para atendêlas Descobri que separar uma coisa da outra facilita a solução de conflitos Uma diretriz para separar as necessidades das estratégias é ter em mente que as primeiras não fazem referência à realização de ações específicas por pessoas específicas Por sua vez estratégias eficazes mais comumente chamadas de vontades pedidos desejos e soluções referemse sim a ações específicas realizadas por pessoas específicas Uma conversa entre marido e mulher que tinham praticamente desistido do casamento pode esclarecer essa diferença importante Perguntei ao marido quais necessidades dele não estavam sendo atendidas no casamento Ele respondeu Preciso sair desse relacionamento Como se referia a uma pessoa específica ele realizando uma ação específica sair do casamento o marido não estava expressando atenciosa e respeitosa Só então é que os envolvo na procura por estratégias para resolver o confronto Nesse momento não buscamos que sejam feitas concessões nosso objetivo é resolver o desentendimento de modo a obter a completa satisfação de todos Para colocar esse processo de resolução de conflitos em prática temos que abandonar totalmente a meta de levar os outros a fazerem o que queremos Em vez disso nos concentramos em criar condições para que a necessidade de todos seja atendida Para esclarecer melhor a diferença de foco entre obter o que queremos e obter o que todos querem imagine que alguém esteja se comportando de um modo que não atende a uma necessidade nossa e pedimos que essa pessoa aja de maneira diferente Em minha experiência aprendi que essa pessoa resistirá ao que pedimos se considerar que estamos interessados apenas em atender às nossas próprias necessidades e não acreditar que estamos igualmente preocupados em atender às necessidades dela A cooperação genuína nasce no momento em que os participantes passam a confiar que suas necessidades e valores serão respeitosamente levados em conta O processo de Comunicação Não Violenta se baseia em práticas respeitosas que promovem a cooperação genuína A COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS As práticas de Comunicação Não Violenta que servem de base para a solução de conflitos envolvem 1 expressar nossas necessidades 2 enxergar as necessidades dos outros independentemente do modo como se expressam 3 verificar se as necessidades foram compreendidas com exatidão 4 oferecer a empatia de que as pessoas precisam para ouvir as necessidades dos outros e 5 traduzir as soluções ou estratégias propostas para uma linguagem de ação positiva Definir e expressar necessidades necessidades não são estratégias Pela minha experiência os conflitos tendem a uma solução mutuamente satisfatória quando mantemos o foco nas necessidades Ao fazer isso 1 Podemos dar um jeito Como resolver conflitos de forma pacífica e eficaz Durante mais de 40 anos mediei conflitos entre pais e filhos maridos e esposas chefes e funcionários palestinos e israelenses sérvios e croatas e entre grupos rivais em Serra Leoa na Nigéria no Burundi no Sri Lanka e em Ruanda O que aprendi lidando com conflitos em todos esses níveis foi que é possível resolvêlos de maneira pacífica e com a satisfação de todos Quando se estabelece certa qualidade de conexão humana entre as partes envolvidas a probabilidade de resolver disputas de maneira gratificante aumenta muito Desenvolvi então o processo que chamei de Comunicação Não Violenta CNV que consiste em habilidades de pensamento e comunicação que nos permitem nos conectar de forma compassiva com os outros e com nós mesmos Hoje fico extremamente satisfeito com as diversas formas de uso que as pessoas dão à CNV em sua vida pessoal no ambiente de trabalho e em atividades políticas Nas páginas a seguir vou descrever como o processo da Comunicação Não Violenta fundamenta nossos esforços para resolver conflitos de forma pacífica E ele pode ser usado quando estamos diretamente envolvidos ou quando estamos mediando conflitos dos outros Quando sou chamado para solucionar conflitos começo guiando os participantes de modo a estabelecerem entre si uma qualidade de conexão As quatro partes do processo de Comunicação Não Violenta Expressar com clareza como estou sem censuras ou críticas Receber com empatia a mensagem sobre como você está sem interpretar como censura ou critica 1 OBSERVAÇÃO O que observo vejo ouço lembro imagino livre de avaliações que contribui ou não para meu bemestar Quando vejo ouço O que você observa vê ouve lembra imagina livre de avaliações que contribui ou não para seu bemestar Quando você vê ouve Às vezes sem palavras quando estamos oferecendo empatia 2 SENTIMENTOS Como me sinto emoção ou sensação e não pensamento em relação ao que observo Sinto Como você se sente emoção ou sensação e não pensamento em relação ao que observa Você sente 3 NECESSIDADES O que preciso ou valorizo e não uma preferência ou ação específica e que é a causa dos meus sentimentos porque necessito valorizo O que você precisa ou valoriza e não uma preferência ou ação específica e que é a causa dos seus sentimentos porque você necessita valoriza Pedir com clareza aquilo que enriqueceria minha vida sem exigências Receber com empatia a mensagem sobre o que enriqueceria sua vida sem interpretar como uma exigência 4 PEDIDOS As ações concretas que eu gostaria que fossem tomadas Você estaria dispostoa As ações concretas que você gostaria que fossem tomadas Você gostaria Às vezes sem palavras quando estamos oferecendo empatia Como esses três fatores têm um papel importante para determinar se reagimos diante das situações com compaixão ou violência desenvolvi esse processo que chamo de Comunicação Não Violenta CNV integrando o tipo de linguagem o tipo de pensamento e as formas de comunicação que influenciam nossa capacidade de contribuir voluntariamente para o bemestar dos outros e de nós mesmos O processo da CNV mostra como expressar sem disfarces quem somos e o que está vivo dentro de nós sem qualquer crítica ou análise externa que insinue que o que sentimos está errado O processo se baseia na suposição de que qualquer coisa que os outros ouçam de nós que soe como uma análise ou crítica ou que leve a um erro de interpretação por parte deles nos impede de estabelecer a conexão que nos permite contribuir voluntariamente para o bemestar uns dos outros Essa abordagem da comunicação enfatiza que a motivação para agir é a compaixão e não o medo a culpa a vergonha a censura a coerção ou a ameaça de punição Em outras palavras tratase de conseguir o que queremos por meios que não nos deixem arrepentidos depois Parte do processo é dizer com clareza o que está vivo em nós sem análise ou crítica e sem colocar a culpa no outro Outra parte é dizer com clareza o que tornaria a vida melhor para nós apresentando essa informação aos outros como um pedido não como uma exigência A Comunicação Não Violenta se concentra em como as necessidades dos outros estão sendo atendidas e caso não estejam no que pode ser feito nesse sentido Veja os quadros Alguns sentimentos básicos comuns a todos nós e Algumas necessidades básicas comuns a todos nós Por um lado a CNV nos mostra como devemos nos expressar de modo a aumentar as chances de que os outros contribuam voluntariamente para o nosso bemestar E por outro nos mostra como receber a mensagem dos outros de maneira a aumentar as nossas chances de contribuir voluntariamente para o bemestar deles Espero que o conteúdo deste livro o ajude a se comunicar com os outros através dessa linguagem da vida e lhe mostre como ouvir essa mesma qualidade de comunicação na mensagem deles qualquer que seja o modo como falem Alguns sentimentos básicos comuns a todos nós Como me sinto quando Minhas necessidades são atendidas Minhas necessidades não são atendidas Maravilhado Confortável Confiante Ávido Cheio de energia Realizado Seguro Esperançoso Inspirado Fascinado Alegre Comovido Otimista Orgulhoso Aliviado Estimulado Surpreso Grato Tocado Confiante Zangado Incomodado Preocupado Confuso Decepcionado Desanimado Angustiado Envergonhado Frustrado Indefeso Desesperado Impaciente Irritado Solitário Nervoso Sobrecarregado Desconcertado Relutante Triste Desconfortável Em minha análise dessas duas questões descobri que três fatores são muito importantes para entendermos por que em situações similares alguns de nós reagem com violência e outros reagem com compaixão A linguagem que fomos ensinados a usar Como nos ensinaram a pensar e a nos comunicarmos As estratégias específicas que aprendemos para influenciar os outros e a nós mesmos Uma breve introdução à Comunicação Não Violenta A Comunicação Não Violenta CNV é um poderoso modelo de comunicação mas vai muito além disso É um modo de ser de pensar e de viver Seu propósito é inspirar conexões sinceras entre as pessoas de maneira que as necessidades de todos sejam atendidas por meio da doação compassiva Ela nos inspira a nos doarmos de coração E também nos ajuda a nos conectarmos à nossa divindade interior e ao que existe de mais vivo dentro de nós Podemos dizer que a CNV é o idioma da compaixão mas na verdade ela é uma linguagem da vida na qual a compaixão surge naturalmente Este modelo nos ensina a expressar o que está vivo em nós e a enxergar o que está vivo nos outros Quando compreendemos o que está vivo em nós podemos descobrir o que fazer para enriquecer essa vida A Comunicação Não Violenta se desenvolveu a partir do meu interesse pessoal em duas questões Primeiro queria entender melhor o que há nos seres humanos que leva alguns de nós a nos comportarmos de forma violenta e abusiva Depois queria entender melhor que tipo de educação é útil às nossas tentativas de permanecermos compassivos que acredito ser a nossa natureza mesmo quando os outros se comportam de forma violenta ou exploradora A teoria que prevaleceu por muitos séculos defendia que a violência e a exploração acontecem porque as pessoas são em essência más egoístas ou violentas Mas já vi gente que não é assim já vi muita gente que gosta de contribuir para o bemestar dos outros Então me perguntei Por que algumas pessoas parecem gostar de ver o sofrimento dos outros enquanto outras parecem ser justamente o contrário