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Ciências Contábeis ·
Macroeconomia 1
· 2023/2
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O mercado de bens – modelo keynesiano simples Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Ciências Econômicas Profª. Ma. Olga Hianni Portugal Vieira E-mail: olgahianni@hotmail.com Código: ECN180 Turma: TF Carga Horária: 60 horas/aula Créditos: 4 Curso: Administração Período Letivo: 1º Semestre de 2023 Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração O mercado de bens e serviços • O mercado de bens e serviços é formado por agentes econômicos que demandam e ofertam bens e/ou serviços. • É nesse mercado de bens e serviços onde iremos analisar a determinação da renda e do produto nacional. • Aqui, será estudado o modelo keynesiano básico, que se preocupa em analisar as políticas de estabilização da economia no curto-prazo. Vamos lembrar que o contexto da economia mundial a época era de uma crise de superprodução, que gerou queda do produto e um elevado nível de desemprego. É nesse cenário que Keynes desenvolve suas teorias (que são até hoje utilizadas por descrever bem a realidade econômica). Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração A Demanda por Bens • Já vimos que a demanda total por bens (Z) é dada por: * em alguns livros, essa demanda é denotada pela letra D. Z C I G X IM Fonte: Vasconcellos (2005) Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração • Para determinar a demanda Z algumas simplificações precisam ser feitas (ao menos por enquanto): Suponha que todas as empresas produzam o mesmo bem, que pode então ser utilizado pelos consumidores para consumo, pelas empresas para investimento ou pelo governo. Suponha que as empresas estejam dispostas a ofertar qualquer montante do bem a um dado preço, P. Suponha que a economia seja fechada, isto é, que ela não comercialize com o resto do mundo; portanto, exportações e importações são iguais a zero. Logo, Z será dado por: Nos próximos slides, vamos analisar cada variável desssa equação. Z C I G Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Consumo (C) • Y Y T D (1) Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Consumo (C) • Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração • C YD Figura 1 – Função consumo agregado Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Investimento (I) • Variáveis que dependem de outras variáveis do modelo são chamadas de endógenas. • Variáveis que não são explicadas pelo modelo são chamadas de exógenas. • No Modelo Keynesiano Simples tratamos o investimento como uma variável exógena: • Isso quer dizer que ele não depende de nenhuma variável que esteja diretamente no modelo (como a renda, por exemplo). Assim, o investimento vai depender de outras variáveis (taxa de juros, rentabilidade, crédito disponível etc.) I I Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração • Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Consumo do Governo (G) • O consumo do governo (G) e os impostos líquidos de transferências (T) descrevem a política fiscal — a escolha do governo de impostos, transferências e gastos. • Na macroeconomia, assume-se que os gastos públicos, G , são exógenos, isto é, não dependem de nenhuma variável nos modelos. Isso porque as despesas públicas são realizadas com base nos objetivos de política econômica escolhidos pelas autoridades governamentais. • Do mesmo modo, a variável Tributação é considerada autônoma, ou seja, não depende da renda ou de qualquer outra variável que formam os modelos. Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração A Determinação do Produto de Equilíbrio de curto prazo • O equilíbrio do mercado de bens requer que a oferta agregada de bens (Y) seja igual a demanda agregada de bens (Z), de modo que: • Ou seja: Y c c Y T I G 0 1 ( ) G I C Y DA Y 45° DA = C + I + G . O eixo das abcissas, Y, pode ser entendido aqui como oferta. Mas em muitos livros também aparece como renda (devido a identidade macroeconômica). Se for compreendido como oferta, temos no ponto de interseção entre as duas curvas o equilíbrio entre demanda e oferta agregadas. Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Algumas considerações importantes • A renda de equilíbrio é o ponto onde as curvas de OA e DA são iguais. Esse ponto não necessariamente será a renda de pleno emprego. • A economia pode estar em equilíbrio, isto é, o produto gerado atende a demanda existente, mas isso acontece com desemprego. • Essa percepção é uma das principais contribuições de Keynes. Em outras palavras, a economia pode estar em equilíbrio (AO = DA), mas com recursos desempregados (mão-de -obra, capital etc) • Assim, o equilíbrio não seria exatamente um ponto de ótimo da economia, pois ele pode acontecer simultaneamente com um nível considerável de desemprego agregado. • O ideal, então, seria um nível de equilíbrio com pleno emprego de recursos. A esse nível ideal, ou esperado, dar-se o nome de equilíbrio macroeconômico ex-ante (que não é necessariamente o efetivo, ex-post) Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Economia aberta • Agora, vamos assumir que a economia seja aberta. Isso implica dizer que iremos contabilizar as relações comerciais do país com o resto do mundo pelas variáveis exportações (X) e importações (M). A equação de demanda, portanto, será dada por: (a) • Também consideramos que as exportações (X) são exógenas. Porém, as importações dependem positivamente da renda (M = f(Y)), ou seja, são endógenas, de modo que: (b) • Em que “m” é o coeficiente de importação. • Substituindo (b) em (a), a demanda poderá ser reescrita como: Z = C + I + G + X - M M = mY Z = C + I + G + X - mY Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração O Multiplicador de gastos da economia • (1) (2) (3) (4) (5) Multiplicador de gastos da economia Gastos (autônomos) da economia Um crescimento da demanda gera um crescimento da produção e, por consequência, da renda. A magnitude desse impacto é ditado pelo valor do multiplicador de gastos da economia. Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração • Quando ocorre qualquer variação autônoma da DA – que se dá em função da variação autônoma de qualquer um de seus elementos (C, I, T, G, X, M), teremos um efeito multiplicador na economia. Tais efeitos são desencadeados pelas variações induzidas do consumo em cada etapa, em função do aumento de renda de cada setor. • O multiplicador de gastos numa economia aberta é menor que no caso de uma economia fechada, visto que, agora, teremos outro destino para parte da renda: o mercado externo. • Leitura obrigatória: capítulo 10 do livro Economia Micro e Macro (VASCONCELLOS, 2005). • Referência: VASCONCELLOS, M.A.S de. Economia: micro e macro: teoria e exercícios, glossário com os 260 principais conceitos econômicos. São Paulo: Atlas, 2005. Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Equilíbrio no mercado de bens: a curva IS • A curva IS é responsável por mostrar todos os níveis de renda (Y) e taxa de juros (r ou i) pelas quais o mercado de bens e serviços estará em equilíbrio. • Considere um valor mais alto da taxa de juros, como é r1. À taxa de juros r1, o investimento será de I1 um montante menor que o compatível com r0 . Ou seja: i Investimento Y S • Para que haja equilíbrio, a poupança precisa estar em S1 sendo menor, portanto, que S0 . Esse nível de poupança é gerado pelo nível de renda Y1, que é inferior a Y0. Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Derivando a curva IS • Para gerar níveis de poupança S0, S1 e S2 iguais a esses níveis de investimento, a renda deve estar em Y0, Y1 e Y2 , respectivamente. • É dessa relação entre poupança (S) e Investimento(I), que formamos a curva IS. Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Outra forma de enxergar o equilíbrio no mercado de bens • Considere a equação: Y = C + I + G • Supondo uma queda da taxa de juros: • r ( de r0 para r1) I DA (de DA0 para DA1) economia em desemprego y (via efeito multiplicador), de y0 para y1 Tem-se então uma relação inversamente proporcional entre taxa de juros e nível de renda que equilibram o mercado de bens e serviços, dada pela Curva IS . A curva IS, portanto, será negativamente inclinada. y0 OA=DA DA1 (r1) DA y1 y DA0 (r0) I r y IS r0 r1 y1 y0 y r y Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração • Agora considere os fatores que determinam o grau de inclinação da curva IS. Sabemos que a curva terá inclinação negativa, mas ela será muito ou pouco inclinada? • Na construção da curva IS observamos como muda o investimento quando variamos a taxa de juros. Depois consideramos a mudança necessária na renda, para mover a poupança de forma a igualá-la ao novo nível de investimento. • Ao considerar o declive da curva IS, estamos perguntando se, observando taxas de juros progressivamente menores, por exemplo, o equilíbrio no mercado de bens exige níveis de renda muito mais altos (a curva é pouco inclinada) ou apenas níveis de renda levemente maiores (a curva é muito inclinada). Isso dependerá das inclinações das funções investimento e poupança. i Investimento Y S O que determina a inclinação da curva IS? Y alta? Y baixa? Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração • Para responder à pergunta anterior, vamos voltar às funções de Investimento (I): I = f(Y, i) I = I0 – b.i • Sendo b a elasticidade do investimento em relação á taxa de juros. Ou seja, quando os juros variam, o investimento variará inversamente proporcional. Mas em qual magnitude? • Se a variação do investimento em virtude de alterações nos juros forem grandes, diz que temos uma alta elasticidade do I em relação ao i. • De modo contrário, se essa mesma alteração em i provocar efeitos pequenos no I, diz-se que há uma baixa elasticidade do I em relação ao i. • No próximo slide, vamos ver os dois casos. O que determina a inclinação da curva IS? Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Y i i1 Y Y1 i IS Baixa sensibilidade do I em relação aos i (b baixo) Uma queda de x% dos juros aumentará pouco o investimento e, portanto, a renda que equilibra o mercado monetário. A renda aumentará relativamente pouco. • Vamos supor uma redução na taxa de juros no valor de x%. inclinação da curva IS: elasticidade de b Curva IS mais inclinada (menos achatada) Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração i i i1 Y Y1 IS Alta sensibilidade do I em relação aos i (b alto) Uma queda de x% dos juros aumentará muito o investimento e, portanto, a renda que equilibra o mercado monetário. A renda aumentará relativamente muito. inclinação da curva IS: elasticidade de b • Vamos supor uma redução na taxa de juros no valor de x%. Curva IS pouco inclinada (mais achatada) Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração i i i1 Y Y1 IS Alto multiplicador da economia Quanto maior o multiplicador de gastos autônomos, mais plana será a curva IS. Isso quer dizer que, para um dado aumento no investimento devido a uma queda na taxa de juros (isto é, para uma dada sensibilidade do investimento em relação aos juros) maior o aumento da demanda , isto é, maior o aumento em C e I e maior a renda. O inverso ocorrerá quando o multiplicador dos gastos for menor (teremos uma curva IS mais inclinada) inclinação da curva IS: multiplicador de gastos autônomos • Vamos supor uma redução na taxa de juros no valor de x%. Um alto multiplicador dos gastos implica em uma Curva IS pouco inclinada (mais achatada ou plana) Em resumo: i Y i Y i i1 i i1 Y Y1 Y Y1 IS IS Baixa sensibilidade do Investimento em relação à taxa de juros e/ou Multiplicador pequeno Alta sensibilidade do Investimento em relação à taxa de juros e/ou Multiplicador grande Curva IS mais inclinada Curva IS mais achatada Percebam que a mesma variação da taxa de juros tem impacto diferente na renda dessas duas economias. Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Referências • FROYEN, R. Macroeconomia. 5.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2006. • VASCONCELLOS, M.A.S de. Economia: micro e macro: teoria e exercícios, glossário com os 260 principais conceitos econômicos. São Paulo: Atlas, 2005.
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Assim, o investimento vai depender de outras variáveis (taxa de juros, rentabilidade, crédito disponível etc.) I I Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração • Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Consumo do Governo (G) • O consumo do governo (G) e os impostos líquidos de transferências (T) descrevem a política fiscal — a escolha do governo de impostos, transferências e gastos. • Na macroeconomia, assume-se que os gastos públicos, G , são exógenos, isto é, não dependem de nenhuma variável nos modelos. Isso porque as despesas públicas são realizadas com base nos objetivos de política econômica escolhidos pelas autoridades governamentais. • Do mesmo modo, a variável Tributação é considerada autônoma, ou seja, não depende da renda ou de qualquer outra variável que formam os modelos. 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Esse ponto não necessariamente será a renda de pleno emprego. • A economia pode estar em equilíbrio, isto é, o produto gerado atende a demanda existente, mas isso acontece com desemprego. • Essa percepção é uma das principais contribuições de Keynes. Em outras palavras, a economia pode estar em equilíbrio (AO = DA), mas com recursos desempregados (mão-de -obra, capital etc) • Assim, o equilíbrio não seria exatamente um ponto de ótimo da economia, pois ele pode acontecer simultaneamente com um nível considerável de desemprego agregado. • O ideal, então, seria um nível de equilíbrio com pleno emprego de recursos. A esse nível ideal, ou esperado, dar-se o nome de equilíbrio macroeconômico ex-ante (que não é necessariamente o efetivo, ex-post) Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Economia aberta • Agora, vamos assumir que a economia seja aberta. Isso implica dizer que iremos contabilizar as relações comerciais do país com o resto do mundo pelas variáveis exportações (X) e importações (M). A equação de demanda, portanto, será dada por: (a) • Também consideramos que as exportações (X) são exógenas. Porém, as importações dependem positivamente da renda (M = f(Y)), ou seja, são endógenas, de modo que: (b) • Em que “m” é o coeficiente de importação. • Substituindo (b) em (a), a demanda poderá ser reescrita como: Z = C + I + G + X - M M = mY Z = C + I + G + X - mY Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração O Multiplicador de gastos da economia • (1) (2) (3) (4) (5) Multiplicador de gastos da economia Gastos (autônomos) da economia Um crescimento da demanda gera um crescimento da produção e, por consequência, da renda. A magnitude desse impacto é ditado pelo valor do multiplicador de gastos da economia. Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração • Quando ocorre qualquer variação autônoma da DA – que se dá em função da variação autônoma de qualquer um de seus elementos (C, I, T, G, X, M), teremos um efeito multiplicador na economia. Tais efeitos são desencadeados pelas variações induzidas do consumo em cada etapa, em função do aumento de renda de cada setor. • O multiplicador de gastos numa economia aberta é menor que no caso de uma economia fechada, visto que, agora, teremos outro destino para parte da renda: o mercado externo. • Leitura obrigatória: capítulo 10 do livro Economia Micro e Macro (VASCONCELLOS, 2005). • Referência: VASCONCELLOS, M.A.S de. Economia: micro e macro: teoria e exercícios, glossário com os 260 principais conceitos econômicos. São Paulo: Atlas, 2005. Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Equilíbrio no mercado de bens: a curva IS • A curva IS é responsável por mostrar todos os níveis de renda (Y) e taxa de juros (r ou i) pelas quais o mercado de bens e serviços estará em equilíbrio. • Considere um valor mais alto da taxa de juros, como é r1. À taxa de juros r1, o investimento será de I1 um montante menor que o compatível com r0 . Ou seja: i Investimento Y S • Para que haja equilíbrio, a poupança precisa estar em S1 sendo menor, portanto, que S0 . Esse nível de poupança é gerado pelo nível de renda Y1, que é inferior a Y0. Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Derivando a curva IS • Para gerar níveis de poupança S0, S1 e S2 iguais a esses níveis de investimento, a renda deve estar em Y0, Y1 e Y2 , respectivamente. • É dessa relação entre poupança (S) e Investimento(I), que formamos a curva IS. 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Mas em qual magnitude? • Se a variação do investimento em virtude de alterações nos juros forem grandes, diz que temos uma alta elasticidade do I em relação ao i. • De modo contrário, se essa mesma alteração em i provocar efeitos pequenos no I, diz-se que há uma baixa elasticidade do I em relação ao i. • No próximo slide, vamos ver os dois casos. O que determina a inclinação da curva IS? Economia AII – Profª Olga Hianni (FACE/UFMG ) - Curso: Administração Y i i1 Y Y1 i IS Baixa sensibilidade do I em relação aos i (b baixo) Uma queda de x% dos juros aumentará pouco o investimento e, portanto, a renda que equilibra o mercado monetário. 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Isso quer dizer que, para um dado aumento no investimento devido a uma queda na taxa de juros (isto é, para uma dada sensibilidade do investimento em relação aos juros) maior o aumento da demanda , isto é, maior o aumento em C e I e maior a renda. O inverso ocorrerá quando o multiplicador dos gastos for menor (teremos uma curva IS mais inclinada) inclinação da curva IS: multiplicador de gastos autônomos • Vamos supor uma redução na taxa de juros no valor de x%. Um alto multiplicador dos gastos implica em uma Curva IS pouco inclinada (mais achatada ou plana) Em resumo: i Y i Y i i1 i i1 Y Y1 Y Y1 IS IS Baixa sensibilidade do Investimento em relação à taxa de juros e/ou Multiplicador pequeno Alta sensibilidade do Investimento em relação à taxa de juros e/ou Multiplicador grande Curva IS mais inclinada Curva IS mais achatada Percebam que a mesma variação da taxa de juros tem impacto diferente na renda dessas duas economias. 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