Macroeconomia e Economia Monetária - Modelo OA-DA, Mercados Agregados, Inflação, Desemprego e Mercado de Trabalho

MACROECONOMIA E ECONOMIA MONETÁRIA Professor Felipe Gil felipeibmr2024 protonme AULA 5 Modelo OADA mercados agregados e efeitos de alterações nos níveis de preço e salários reais nos mercados de trabalho Teorias da inflação e desemprego tipos expectativas e curva de Phillips Mercado de trabalho demanda agregada DA e oferta agregada OA no modelo clássico i Demanda de trabalho De acordo com a função de produção agregada a produtividade do trabalho é positiva mas decrescente Entenda fator como trabalho ou força de trabalho ou quantidade de trabalhadores Assim para que a firma utilize mais trabalho o salário real deve diminuir a quantidade demandada por trabalho possui relação inversa com o salário real Para as empresas o salário nominal é irrelevante pois depende do aumento de escala na produção por exemplo se o salário nominal crescer em K mas o preço recebido pela empresa por seu produto crescer os mesmos K o custo da mão de obra fica inalterado sem modificar a demanda de trabalho O salário real é o preço da força de trabalho em relação à sua produtividade ii Oferta de trabalho É realizada pelas famílias A curva de oferta do trabalho mostra a desutilidade marginal do trabalho a perda de utilidade decorrente de dedicar horas ao trabalho e menos ao lazer iii Equilíbrio O nível de emprego uso do fator trabalho é determinado no mercado de trabalho em que a demanda é realizada pelas empresas que o utilizam na produção e a oferta pelos indivíduos famílias trabalhadores que o possuem Atente para 3 casos interessantes i Sempre que houver excesso de demanda por trabalho haverá aumentos do salário real superemprego Se o salário real estiver abaixo do equilíbrio mais vagas que trabalhadores disponíveis pra trabalhar assim a concorrência entre as firmas para conseguir mão de obra levará ao aumento do salário real ampliando a oferta de trabalho e diminuindo a demanda aumentando o salário real pra fazer as pessoas abrirem mão de lazer para trabalhar até que as duas quantidades se igualem no equilíbrio ii Sempre que houver excesso de oferta de trabalho muitos trabalhadores oferecendo sua força de trabalho leva à queda do salário real desemprego Quando o salário real estiver acima do nível de equilíbrio há mais trabalhadores querendo trabalhar do que vagas de emprego aumentando a concorrência entre trabalhadores levando à redução dos salários reduzindo a oferta e ampliando a demanda até que as duas se igualem em um nível inferior de salário real iii Qualquer situação acima garantirá que o mercado atinja um nível de salário real no qual a oferta de trabalho se iguale à demanda Ou seja neste nível de salário todos que quiserem trabalhar encontrarão emprego e as empresas encontrarão oferta suficiente de trabalho para atender sua demanda por mão de obra Assim considerando um mercado de trabalho em concorrência perfeita este determinará o salário real WPE e o nível de emprego de equilíbrio NE Inexiste desemprego involuntário na economia clássica esta sempre opera a PE Perceba que sendo o salário flexível uma das premissas da aula anterior não existe obstáculo para obtermos o equilíbrio de PE OA no modelo clássico comportamentos A economia clássica assume que a OA de bens e serviços é o valor total da produção da economia colocada à disposição da coletividade OA Renda nacional Produto nacional Na economia as empresas responsáveis pela produção respondem aos acréscimos na demanda de 3 maneiras i Aumentando a produção sem modificar os preços Atente que para manter o nível de preços a curva de oferta tem que aumentar na mesma magnitude módulo da curva de demanda ii Aumentando a produção e elevando os preços Perceba que a curva de oferta aumenta em menor magnitude do que o impacto na demanda pois só assim os preços aumentam se fosse no mesmo módulo o gráfico seria igual ao da situação i e se aumentasse mais que a demanda o preço ia cair o que faz todo sentido pois haveria muita disponibilidade de produtos e demanda insuficiente iii Apenas elevando os preços É o caso de pleno emprego dos fatores de produção de forma que a produção não cresce mais em resposta a aumentos de demanda só o nível de preços tende a subir PS No modelo clássico a OA de longo prazo é derivada das infinitas combinações que não afetam a quantidade apenas o nível de preços perfeitamente inelástica É a famosa OA de pleno emprego atingida a longo prazo TEORIAS DA INFLAÇÃO Inflação é o processo do aumento do nível geral de preços sem acompanhamento salarial resultando em perda do poder aquisitivo É considerado um fenômeno generalizado pois não atinge só um setor ou apenas certa parte da economia Altas esporádicas nos preços devido a aumentos sazonais não devem ser confundidas com inflação pois esta se caracteriza por um aumento geral de preços i Efeitos da inflação i Sobre a distribuição de renda Assalariados que ainda que tenham reajuste até a data do reajuste tiveram perda no poder de compra que não será reposto ii Sobre a alocação de recursos O perfil de investimento dos agentes econômicos muda pois os investidores possuem resistência em alocar recursos em projetos de longa maturação preferindo os de curto prazo iii Sobre o Balanço de Pagamentos Quando o aumento de preços internos se dá em maior magnitude que os externos os BS produzidos internamente podem ficar mais caros que os outros no mercado internacional dificultando as exportações e estimulando as importações diminuindo o saldo da balança comercial ii Tipos de inflação i De demanda Excesso de DA em relação à produção de BS OA demais à procura de bens insuficientes Quanto mais a economia se aproxima do pleno emprego utilização plena de MDO e outros fatores menores são as possibilidades de expandir rapidamente a produção iniciando a fase inflacionária Assim qualquer aumento adicional na DA provocará aumentos de preços já que a DA estará além do que a oferta possa satisfazer Para combater a inflação a DA por BS deverá ser reduzida via aumento da carga tributária redução dos gastos do governo aumento dos juros controle de crédito e arrocho salarial São PF e PM contracionistas reduzindo o nível de produção e de emprego ii De custos O nível da DA permanece o mesmo os custos dos fatores de produção aumentam OA vai pra esquerda aumentando P os chamados choques de oferta greve de trabalhadores falta de matérias primas ou quebra de safras agrícolas Assim os produtores repassam o preço aos consumidores gerando inflação Podem ser reduzidas controlando preços e salários iii Inercial Quando a inflação se mantém constante ao longo do tempo os agentes econômicos tendem a predizer o valor da inflação para os próximos períodos e adaptam suas expectativas incorporando essa taxa em diferentes atividades O CONCEITO DE DESEMPREGO Ao trabalharmos com a noção de PE NÃO significa que todos os trabalhadores estarão sempre ocupados PS1 As pessoas que estão fazendo bicos pra sobreviver mesmo sem possuírem vínculo empregatício formal NÃO são consideradas desempregadas pois estão auferindo renda PS2 Não há consenso em como medir o desemprego Cada país utiliza uma metodologia diferente e no Brasil não é consenso entre os órgãos que monitoram indicadores de emprego As taxas da Fundação Dieese não coincidem com as do IBGE que não coincidem com as do IPEA que não coincidem com as do Ministério da Economia e assim por diante Indicadores importantes utilizados oficialmente pelo IBGE População total População em idade não ativa jovens e idosos População em idade ativa PIA PIA Estudantes inválidos indivíduos que fazem tarefas domésticas não remuneradas População economicamente ativa PEA PEA Ocupados Desocupados Desempregados Indivíduos que não querem trabalhar e não procuram emprego PS Taxa de desemprego População desocupada PEA i Tipos Conceitos de desemprego i Friccional ou natural Indivíduos desempregados temporariamente que estão no processo de mudança voluntária de emprego ou que foram demitidas e estão procurando um novo trabalho ou que estão buscando emprego pela 1ª vez ii Estrutural Decorre de mudanças estruturais na economia tais como mudanças na tecnologia de produção aumento da mecanização e automação ou nos padrões de demanda dos consumidores tornando obsoletas algumas indústrias e profissões Ex Fábrica instalada em cidade pequena que muda sua sede Assim a MDO é classificada como estruturalmente desempregada quando não possui qualificações necessárias para se candidatar às oportunidades de emprego que surgem Pode levar tempo pois demora para que os desempregados se capacitem adquiram novas habilidades e encontrem trabalho iii Sazonal Ocorre em função da sazonalidade de certos tipos de atividades Ex shopping no Natal turismo no verão iv Involuntário ou cíclico Ocorre quando as pessoas que desejam trabalhar ao salário vigente não encontram emprego PS Custos econômicos do desemprego i Explícito É a perda na produção e na renda é a visão agredada dos indicadores macroeconômicos ii Implícito ou social É o aumento de ataques cardíacos suicídios internações em prisões e hospitais psiquiátricos maiores chances de desenvolver problemas de saúde distúrbios do sono dores violência doméstica depressão e alcoolismo ii Inflação e desemprego Durante 30 anos após a 2ª GM as economias mais desenvolvidas do mundo usufruíram seu mais longo período de crescimento O desemprego estava baixo a renda aumentou e achavase que a crise dos anos 1930 havia sido superada Tal confiança veio da crença no poder da intervenção do governo para orientar a economia 1936 Keynes tenta explicar o desemprego e as recessões 1937 John Hicks faz um modelo matemático com as reflexões keynesianas 1957 Alban William Phillips publica The relationship between unemployment and the rate of change of money wages mostrando a ligação entre a inflação salarial e o desemprego na Inglaterra de 1861 a 1957 anos de alta inflação com baixo desemprego e viceversa 1968 Milton Friedman diz que os modelos matemáticos deveriam contar com expectativas adaptativas de inflação das pessoas e que há uma taxa natural de desemprego Inflação ou desemprego Após o estudo de Phillips os governos perceberam que existia uma oposição entre inflação e desemprego Estes podiam escolher alguma situação ou política econômica que gerasse desemprego baixo e inflação alta OU desemprego alto e inflação baixa aumentando ou reduzindo os gastos públicos ou mexendo na taxas de juros e regulando a DA gasto total das empresas e famílias Quando o desemprego estava alto achavase que a queda nos mercados de trabalho e de bens reduziria os preços e os salários pagos e com pouca demanda os preços diminuiriam inflação baixa Quando a taxa de emprego estava alta haveria demanda adicional na economia ou até um excesso de demanda não acompanhados pelo aumento da produção resultando em aumento da inflação Se o desemprego está alto o governo pode impulsionar a demanda aumentando os gastos públicos Isso faz o desemprego cair pois mais pessoas serão contratadas para trabalhar Mais pessoas consumindo leva a um aumento da demanda O aumento da demanda leva aos aumentos da quantidade e preço e os preços sobem inflação Preços altos que não são acompanhados pelos salários levam as famílias a consumir menos e as empresas terem lucros menores Com lucros menores as empresas diminuem a produção pela falta de demanda gerando desemprego ii Inflação x desemprego a curva de Phillips A curva de Phillips pode ser deduzida com base na OA Assumimos que o nível de preços do período corrente oscila em torno do nível de preços do período anterior de acordo com a diferença entre a taxa de desemprego efetiva e a taxa de desemprego natural friccional 𝑷 𝑷𝟏 𝟏 𝜹 𝝁 𝝁𝑵 𝑷 𝑷𝟏 𝑷𝟏𝜹 𝝁 𝝁𝑵 𝑷 𝑷𝟏 𝑷𝟏𝜹 𝝁 𝝁𝑵 𝑷 𝑷𝟏 𝑷𝟏 𝜹 𝝁 𝝁𝑵 𝝅 𝜹 𝝁 𝝁𝑵 Perceba que por essa fórmula existe uma relação INVERSA entre inflação e desemprego Desta forma Se se pretende diminuir o desemprego disso resulta mais inflação e viceversa Há um trade off entre essas 2 variáveis o combate à inflação exige ampliação do desemprego e viceversa Suponha que em dado momento a inflação seja 0 e a taxa de desemprego esteja em sua taxa natural Imagine que o governo decida fazer uma política pública para reduzir o desemprego mais pessoas trabalhando criará mais demanda e a inflação aumentará ainda que diminuindo o desemprego ponto 1 Porém não dá pra manter indefinidamente a menor taxa de desemprego com o mesmo patamar inflacionário O aumento da inflação faz com que o desemprego natural mude transitoriamente mas retorne ao valor inicial ponto 2 Se o governo pretender manter indefinidamente o desemprego abaixo da taxa natural isso requer taxas crescentes de expansão monetária e inflação ponto 3 Assim com aceleração inflacionária o trade off entre inflação e desemprego só vale no curto prazo No longo prazo o governo não consegue manter indefinidamente a inflação acima da esperada ou o desemprego abaixo da taxa natural Desta forma a curva de Phillips de longo prazo é vertical aqui a economia se situa na taxa natural de desemprego e qualquer tentativa de reduzila apenas gera inflação só os preços variam