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Engenharia de Produção ·

Engenharia Econômica

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Código Logístico 57494 Fundação Biblioteca Nacional ISBN 9788538764540 9 788538 764540 Engenharia econômica decisão e investimentos José Wladimir Freitas da Fonseca Engenharia econômica decisão e investimentos IESDE BRASIL SA 2018 José Wladimir Freitas da Fonseca Todos os direitos reservados IESDE BRASIL SA Al Dr Carlos de Carvalho 1482 CEP 80730200 Batel Curitiba PR 0800 708 88 88 wwwiesdecombr CIPBRASIL CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS RJ F744e Fonseca José Wladimir Freitas da Engenharia econômica decisão e investimentos José Wladimir Freitas da Fonseca 1 ed Curitiba PR IESDE Brasil 2018 182 p il Inclui bibliografia ISBN 9788538764540 1 Engenharia econômica 2 Investimentos Análise 3 Investimentos Processos decisórios I Título 1851336 CDD 65815 CDU 65815 2018 IESDE BRASIL SA É proibida a reprodução mesmo parcial por qualquer processo sem autorização por escrito do autor e do detentor dos direitos autorais Capa IESDE BRASIL SA Imagem da capa tandaViStockphoto José Wladimir Freitas da Fonseca Doutor em Ciências Econômicas pela Université de Toulouse e mestre em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Federal do Paraná UFPR Especialista em Engenharia Econômica pela Universidade São Judas Tadeu USJT graduado em Ciências Econômicas pela Faculdade Católica de Administração e Economia FAE e em Psicologia pela Universidade Positivo UP Atualmente é professor asso ciado da UFPR Tem experiência nas áreas de economia e psi cologia atuando principalmente nos seguintes temas indus trialização do conhecimento tecnologia inovação projetos industriais economia industrial custos industriais valuation e psicologia do consumidor Sumário Apresentação 7 1 Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 11 11 Projeto de investimento fundamentos econômicos 12 12 Análise microeconômica o conhecimento do mercado como ponto de partida 14 13 Análise macroeconômica ações do governo e fundamentos das políticas públicas 26 14 Tipos de projetos de investimentos 41 2 Etapas de um projeto de implantação industrial 47 21 O estudo de mercado no projeto 47 22 Os aspectos técnicos e financeiros do projeto 64 23 Capital de giro 73 3 O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento 85 31 Cálculo financeiro básico uma revisão da matemática financeira 85 32 A engenharia econômica e a análise de decisão de investimento 94 4 Análise custovolumelucro e o projeto de investimento 111 41 O ponto de equilíbrio e algumas considerações sobre os custos de produção 111 42 Alterações nos custos fixos custos variáveis e preço de venda e os impactos no ponto de equilíbrio 125 43 Ponto de equilíbrio operacional múltiplo 130 44 Ponto de equilíbrio e o uso da planilha Excel 134 5 Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento 141 51 Os índices de liquidez IL 141 52 Índices de atividade 149 53 Índices de endividamento 153 54 Índices de rentabilidade 156 55 Análise cruzada dos grupos de índices 159 Gabarito 171 Apresentação Numa sociedade onde os recursos são escassos as necessi dades são ilimitadas e a economia passa por profundas trans formações a análise prévia de investimentos pode permitir uma racionalização do emprego dos recursos de capital O reconhecimento desses fenômenos sobretudo os das in certezas geradas pelo processo de globalização pode por um lado alavancar empresas proporcionando sua internaciona lização e participação cada vez maior nos mercados internos e externos assim como pode também excluílas por se tor narem menos competitivas e não se adaptarem a esse cenário Tudo isso despertou nos últimos anos um grande interes se pelo estudo das técnicas e dos critérios que norteiam as de cisões de investimento Surgiram então programas destinados ao ensino da matéria tanto em nível acadêmico como orien tados ao preparo de profissionais envolvidos nessas questões Tendo isso em vista escrevi este livro com a preocupação de contribuir para a complementação da bibliografia existente na área disponibilizando um enfoque um pouco diferenciado do atual e clássico Desse modo procurei abordar questões básicas do universo econômico a micro e a macroeconomia para com base nisso seguir no estudo das ferramentas que auxiliam a tomada de decisão A fim de proporcionar maior flexibilidade ao estudo estruturei esta obra em cinco capítulos que estão interliga dos com um objetivo comum orientar o leitor na tomada 8 Engenharia econômica decisão e investimentos de decisão diante das alternativas de investimento num am biente de incertezas No primeiro capítulo apresento os fundamentos básicos das ciências econômicas procurando focar nas principais questões da micro e da macroeconomia que estão relaciona das à tomada de decisão Destaco a importância de se conhe cer os tipos de estrutura de mercado e as principais políticas econômicas que servem de parâmetro para a tomada de deci são de investimento No segundo capítulo minha preocupação maior foi apre sentar um roteiro básico para o desenvolvimento de um pro jeto de investimento precisamente o de implantação Isso por que ainda é perceptível na literatura atual uma certa carência nesse tema de fundamental importância quando se pretende conhecer de perto as variáveis que norteiam as ideias de um investimento diante de recursos escassos No terceiro capítulo procuro demonstrar as ferramen tas básicas da engenharia econômica começando por uma breve revisão da matemática financeira Considerando que qualquer empreendimento depende da aquisição de máquinas equipamentos mão de obra etc a engenharia econômica busca fornecer o ferramental que revelará qual alternativa é a melhor sob vários aspectos como por exem plo menor custo ou maior rentabilidade No quarto capítulo aponto a importância de se conhe cer a análise custovolumelucro e suas aplicações na me dida em que em última instância a sobrevivência de um empreendimento empresarial está diretamente relaciona da à sua capacidade de gerar lucro Nesse sentido a análise 9 Apresentação custovolumelucro procura desvelar o comportamento do lucro em função do nível de atividade Por fim no quinto capítulo abordo os principais indica dores índices econômicos e financeiros de uma empresa Minha preocupação maior foi a de demonstrar que num horizonte financeiro qualquer o técnicoprofissional deve estar constantemente atento ao comportamento desses ín dices para poder interpretálos e então propor soluções para sua correção Obviamente nenhuma obra dessa natureza pode ser exe cutada sem a existência de alguns colaboradores abnegados Assim gostaria de expressar minha gratidão àquelas pessoas que de uma forma ou de outra contribuíram para que este tra balho chegasse ao seu fim especialmente aos meus pais cujos ensinamentos me possibilitaram alcançar meus objetivos de vida e aos meus colegas e alunos da Universidade Federal do Paraná fonte inesgotável de aprendizado e de conhecimento 1 Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos Em março de 2014 o Periscope um aplicativo para transmissões de vídeo foi lançado nos Estados Unidos e em quatro meses já tinha conquistado 10 milhões de usuários Logo depois ele foi comprado pelo Twitter que percebeu que essa ferramenta oferecia uma espécie de versão em vídeo do que eles faziam com suas mensagens em tem po real FRIEDMAN 2016 p 145 Esse é um exemplo entre milhares de outros que estão acon tecendo no mundo de hoje Novos aplicativos para smartphones medicamentos inteligentes para depressão carros mais econômicos máquinas que custam menos e produzem mais exemplificam um processo de crescimento inovador e de desenvolvimento econômi co O mais incrível disso tudo é que quando uma inovação surge no outro hemisfério do globo rapidamente todas as pessoas do mundo tomam conhecimento dela na mesma velocidade em que foi criada Chamamos isso de globalização ou planificação do mundo Todos estão conectados sejam franceses norteamericanos brasileiros ou chineses Nada escapa nessa grande aldeia global No entanto se esse processo de globalização é um fato podemos afirmar que todos os países conseguem participar dessa profusão de produtos e serviços cada vez mais rápidos melhores e mais baratos A resposta a essa pergunta é não Infelizmente a globalização requer que os países interessados em participar como atores centrais conhe çam as políticas fiscal monetária e de relações internacionais que promovem juntas o equilíbrio o crescimento e o desenvolvimento 12 Engenharia econômica decisão e investimentos econômico bem como compreendam de que forma as empresas se comportam num ambiente de incertezas e se ajustam a essa nova realidade competitiva no cenário internacional Diante disso de um lado temos o contexto macroeconômico que por suas políticas econômicas procura promover o equilíbrio econômico e o crescimento e de outro o desafio das empresas em face de um cenário em profunda transformação Nesse sentido o objetivo deste capítulo é procurar compreender os principais fundamentos de um projeto de investimento e sua classificação no contexto de uma economia cada vez mais dinâmica e globalizada Para tanto o texto foi dividido em duas partes na primeira procurase apresentar os fundamentos econômicos observando a importância do tripé macroeconômico e na segunda discutir os principais tipos de projetos diante de um contexto de incertezas 11 Projeto de investimento fundamentos econômicos Um projeto de investimento pode ser definido como um conjunto de informações que quando re unidas possibilitam uma tomada de decisão Essa tomada de decisão está relacionada à alocação de recursos FONSECA 2012 Decidir se é mais vantajoso aplicar determinada soma em di nheiro na poupança ou construir uma montadora de aviões é uma das questões a serem discutidas em uma análise de investimento Ou seja quando nos deparamos com uma questão dessa natureza o simples desejo de produzir no caso aviões não está apenas li mitado à soma do dinheiro mas a algumas variáveis importantes quanto à decisão Vídeo Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 13 Em 23 de março de 2009 Tata uma divisão automotiva do con glomerado de negócios indiano lançou o Nano Por pouco mais de 100000 o Nano foi de longe o carro mais barato do mundo A Tata colocou em prática a engenharia frugal que questionou cada pressuposto tradicional da indústria para alcançar sua posição de custo extremamente baixo usando projetos inteligentes novos ma teriais e parcerias com fornecedores Súbita e drasticamente o lan çamento mudou o tamanho e a composição do mercado automotivo na Índia GOVINDARAJAN TRIMBLE 2012 p 21 Além de causar uma revolução no ambiente fabril e mercadoló gico a Tata conseguiu aproximar os indianos da classe média a um produto que jamais sonhariam em adquirir um carro Mas ainda assim havia um grande desafio considerando o baixo nível de renda e o mercado externo de veículos seria possível afirmar que os india nos comprariam o Nano De fato em que pese a renda do indiano médio ser baixa houve boa demanda desse veículo na época mas isso não foi suficiente para mantêlo na fase do ciclo de expansão do produto que veremos no segundo capítulo Problemas de segurança e conforto reduziram drasticamente as vendas e os lucros No entanto as respostas que a Tata buscava estão certamente relacionadas a uma estratégia de in vestimento realizada pela empresa que precisou se preocupar com o aumento dos custos com o novo produto Em termos de maximi zação de lucro quanto tempo a empresa precisaria esperar para ter retorno sobre esse novo investimento Ela precisou pensar em qual seria a estratégia de preços para o Nano considerando a reação dos concorrentes e a capacidade de compra dos indianos Uma dessas medidas foi disponibilizar no mercado outras versões do carro mais completas e um pouco mais caras engenharia frugal tipo de inovação com base no processo de redução de custos e recursos não essenciais de um bem durável como um carro ou telefone 14 Engenharia econômica decisão e investimentos Nessa linha de pensamento é preciso conhecer as variáveis que norteiam uma decisão de investimento sejam elas relativas a uma empresa que deseja lançar um produto novo no mercado como o Nano seja a um empresário que deseja investir seu dinheiro na construção de uma nova indústria Nesses termos é correto afir mar que a tomada de decisão quanto a um projeto de investimen to passa necessariamente por duas análises análise econômica e análise financeira Tendo isso em vista na sequência deste capítulo trataremos da análise econômica que pode ser dividida em três partes quanto ao estudo de um projeto de investimento a análise microeconômica a análise macroeconômica e análise da classificação dos projetos de investimento 12 Análise microeconômica o conhecimento do mercado como ponto de partida O mercado é definido por um conjunto de compradores e vendedores que interagem entre si resultando em trocas Ao mesmo tempo em que uma empresa é vendedora de um determinado produto ela também se qualifica como compradora pois precisa da matériaprima para a sua produção Se isso é um fato é preciso reconhecer que o mercado é formado por três atores as pessoas as empresas e o governo Na mesma medida em que as pessoas e as famílias compram merca dorias elas demandam serviços e o Estado também o faz quando contrata serviços para a construção de uma nova estrada ou de uma ponte por exemplo Por sua vez quando a estrada está pronta o Estado oferta o serviço e cobra por esse serviço sob a forma de im postos e tarifas Vídeo Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 15 É nessa relação de comprar e vender serviços e produtos que se constitui o mercado Todavia para o estudo da decisão de proje tos de investimento é preciso reconhecer que embora o mercado se configure por essas relações de troca ele também se reveste de quatro estruturas básicas o mercado competitivo o monopólio a concorrência monopolística e o oligopólio MANKIW 2014 121 O mercado competitivo Existem quatro características do mercado competitivo grande número de vendedores e compradores de mercado rias cada um deles tão pequeno que não pode afetar o preço do outro produtos homogêneos perfeita mobilidade de recursos consumidores e ofertantes que têm perfeito conhecimento dos preços e custos presentes e futuros Nesse mercado Figura 1 o preço de uma mercadoria é deter minado exclusivamente pela interseção entre a curva de demanda e a curva de oferta do mercado As empresas que estão nesse mercado são conhecidas como tomadoras de preços É importante conhecer essa estrutura de mercado para fazer uma análise de investimento e relacionar o retorno esperado pelo investidor Note que uma vez inseridos nesse mercado os preços serão alinhados com os das outras empresas Alinhados não signi fica que sejam idênticos mas muito próximos Nesse sentido a ex pectativa de altos ganhos de retorno somente será alcançada com o alto volume de produção economia de escala Como exemplos de produtos desse mercado temos leite cereais grãos filtros de papel posto de combustível etc 16 Engenharia econômica decisão e investimentos Figura 1 O mercado competitivo e o encontro da oferta e da demanda Preço 0 Quantidade qe quantidade de equilíbrio Equilíbrio Oferta Demanda Pe Preço de equilíbrio Fonte Elaborada pelo autor Temos no eixo da abcissa horizontal as quantidades ofertadas e demandas num determinado período de tempo Na ordenada vertical temos os níveis de preço Nesse mercado o livre jogo da oferta e da demanda determina os níveis de preços Por exemplo se houver uma expansão da demanda de determinado produto nesse mercado e considerando a oferta constante veremos um deslocamento da curva de demanda para cima e para a direita Isso provocará um aumento no nível de preços conforme a Figura 2 Um exemplo típico desse movimento foi o ocorrido em junho de 2018 quando a greve dos caminhoneiros pro vocou um grande aumento da demanda por combustível por conta do medo das pessoas em ficar sem combustível O que vimos em todos os lugares foi a prática abusiva de preços no litro da gasolina Figura 2 O mercado competitivo aumento do preço em função do aumento da demanda 0 Quantidade Equilíbrio qe qe2 Demanda 1 Demanda 2 Novo equilíbrio Oferta Preço Preço 2 Pe Fonte Elaborada pelo autor Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 17 Por outro lado se houver uma expansão da oferta considerando a demanda constante o que veremos será um deslocamento da cur va de oferta para baixo e para direita promovendo uma queda no nível de preços como mostra a Figura 3 Figura 3 O mercado competitivo aumento do preço em função do aumento da oferta 0 Quantidade Equilíbrio qe qe2 Demanda 1 Novo equilíbrio Oferta 1 Oferta 2 Preço Pe Pe 2 Fonte Elaborada pelo autor Na Figura 3 observamos uma queda do nível de preços em face da expansão da oferta No exemplo anteriormente citado quando a greve dos caminhoneiros terminou e os postos de ga solina voltaram com seus estoques de combustíveis houve um aumento da oferta fazendo com que os preços voltassem a níveis próximos da normalidade Por outro lado o período de tempo no qual a oferta do merca do para certas mercadorias é completamente fixado referese ao período de mercado ou a um prazo muito curto Continuando com o mesmo exemplo do combustível observamos que em situação de normalidade os postos do centro da cidade vendem o combustível pelo mesmo preço dos postos de combustível da periferia mas em um período de tempo muito curto Os postos da periferia até tentam conceder um desconto mas rapidamente voltam a praticar o mesmo preço que os demais Isso ocorre por uma razão muito simples ha verá um momento em que o desconto do combustível empurrará o 18 Engenharia econômica decisão e investimentos preço para muito próximo ao custo e nesse caso o posto começará a ter em um primeiro momento lucros muito baixos e no segun do momento terá prejuízo voltando a considerar o preço praticado pelo mercado alinhado Perceba que isso ocorre com muita frequên cia nesse segmento de mercado mas não raro num curtíssimo espa ço de tempo 122 Monopólio De acordo com Varian 2015 o monopólio é um mercado no qual existe apenas um vendedor produzindo a mercadoria para a qual não há substituto próximo mas muitos compradores Na qualidade de único produtor de um determinado produto o monopolista encontrase em uma posição única pois se ele decidir elevar o preço do produto não necessita se preocupar com concor rentes que estão cobrando preços menores ou seja o monopolista é o próprio mercado tendo assim completo controle sobre a quanti dade de produto que será colocado à venda Isso não significa no entanto que o monopolista possa cobrar um preço tão alto quanto deseja não deverá fazêlo caso seu objetivo seja a maximização de lucros Uma empresa de software por exemplo que tenha a patente sobre certo produto é um caso de monopólio Por que ela vende o software por R 10000 se poderia vendêlo por R 1000000 A resposta é simples poucas pessoas poderiam comprálo a esse preço e dessa forma a empresa teria um lucro muito mais baixo e provavelmente não haveria demanda FONSECA 2012 Para poder maximizar lucros o monopolista deve em primeiro lugar determinar as características da demanda de mercado e seus custos informações cruciais para a tomada de decisão econômica por parte da empresa Dispondo de tal conhecimento o monopo lista terá então que decidir qual quantidade produzirá e venderá conforme a curva da demanda de mercado e de modo equivalente ele poderá determinar o preço Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 19 Os monopólios apresentam como característica central as bar reiras à entrada porque a maior parte dos investidores impede a en trada de novos membros nesse grupo seleto As principais barreiras encontradas são investimentos elevados tecnologia nem sempre disponível altos investimentos em PD custos com mão de obra muitas vezes altamente especializada etc A Figura 4 mostra o comportamento do monopólio Em primei ro lugar é importante observar que no monopólio não há a curva de oferta como no mercado competitivo Isso ocorre porque no merca do competitivo a curva de oferta mostra a quantidade de produtos e serviços que as empresas decidem fornecer a qualquer preço dado pois elas são como vimos tomadoras de preço Por outro lado o monopólio é um formador de preços e não tomador Nesse caso a empresa em monopólio determina o preço assim como decide a quantidade a fornecer Assim sendo a decisão do monopólio acerca de quanto oferecer não pode ser separada da curva de demanda com que se depara MANKIW 2014 Figura 4 Comportamento do monopólio Q1 Q2 B A Demanda Custo total médio Preço Qmax Custos e receitas Custo marginal Receita marginal Fonte Elaborada pelo autor Observamos no eixo horizontal abcissa as quantidades ofertadas pelo monopolista No eixo vertical ordenada temos os custos e as receitas do monopolista Q1 quantidade menor oferecida Qmax quantidade máxima em que o monopolista aufere lucro Q2 quantidade maior que a máxima na qual não haverá venda Ex o preço do barril de petróleo nos anos 1970 que quadriplicou e para o qual não houve demanda 20 Engenharia econômica decisão e investimentos Note que temos dois pontos no gráfico o ponto A e o ponto B O ponto A mais baixo nos mostra que a receita marginal do mono polista é igual ao custo marginal É nesse ponto que o monopolista maximiza seus lucros Mas para isso ele utiliza a curva de demanda para determinar o preço capaz de induzir os consumidores a com prar a quantidade no ponto B Um exemplo bastante interessante a esse respeito é um deter minado medicamento produzido por um grande laboratório ame ricano Mesmo sabendo que ninguém pode produzir seu produto pois o direito de patente assegura sua exclusividade se o laboratório praticar o preço acima de B ele terá dois problemas O primeiro é que seus custos marginais não estarão em equilíbrio com sua receita marginal O segundo problema é que a um determinado preço aci ma disso os consumidores não terão renda suficiente para comprar o medicamento partindo então para um similar mais barato e que pode não ser tão eficiente mas assim mesmo não haverá saída para esse consumidor senão comprar a versão mais barata 123 Concorrência monopolista Um mercado monopolisticamente competitivo é semelhante ao perfeitamente competitivo no qual existem muitas empresas e a en trada de novas companhias não é limitada Contudo a concorrência monopolista diferese da competição perfeita pelo fato de que na competição perfeita cada empresa vende uma marca ou versão de um produto que se difere em termos de qualidade aparência ou reputação e cada empresa é a única produtora de sua própria marca O poder de monopólio de uma empresa nesse caso dependerá do seu sucesso na diferenciação do seu produto em relação às demais empresas Exemplos desses produtos são creme dental sabão em pó refrigerantes cervejas sabonetes xampus desodorantes produ tos esportivos etc Em muitos segmentos de mercado os produtos que as empresas fabricam são diferenciados entre si O creme dental A por exemplo Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 21 é diferente do B além de uma dúzia de outros A diferença está parcialmente no aroma na consistência e na reputação isto é na imagem que os consumidores têm correta ou não sobre a relativa eficácia de certo creme dental na prevenção de cáries consequen temente alguns mas não todos estão dispostos a pagar mais caro por esse produto Pelo fato de a Procter Gamble ser a única produtora do Crest1 ela tem poder de monopólio mas esse poder é limitado pois os consumidores poderão facilmente substituir Crest por outras mar cas caso seu preço seja majorado Embora os consumidores que prefiram Crest estejam dispostos a pagar mais por ele a maioria deles não pagará um valor muito maior O típico usuário de Crest poderia pagar R 025 ou até R 050 a mais por tubo mas não de sembolsaria um real a mais Para a maioria das pessoas um creme dental é apenas creme dental e seriam pequenas as diferenças entre as marcas Em razão semelhante de seu limitado poder de monopó lio a Procter Gamble pode cobrar um preço mais alto mas não muito mais alto do que o custo marginal Situação semelhante ocor re com o detergente Limpol com as toalhas de papel Scott e com o refrigerante Pepsi Um mercado monopolisticamente competitivo tem duas carac terísticas importantes em primeiro lugar tratase de um ambiente comercial no qual as empresas competem vendendo produtos dife renciados mas altamente substituíveis uns pelos outros não sendo entretanto substitutos perfeitos Em segundo lugar tratase de um mercado de livre entrada e livre saída Diferentemente do mercado competitivo e do mercado mono polista a concorrência monopolista encontra um desafio diante de seus consumidores o empresário precisa conhecer o quão sensível é seu consumidor às diferenças que seu produto apresenta em relação 1 Creme dental mais vendido nos EUA Inovou o mercado de cremes dentais ao inserir flúor em sua composição e atuar como um tratamento preventivo no combate às cáries 22 Engenharia econômica decisão e investimentos a seu concorrente Tratase de uma discussão sobre a elasticidade da demanda por um produto O termo elasticidade aqui significa o quanto o consumidor está disposto a mudar de marca por conta de algumas variáveis Existem três tipos de elasticidades básicas elasticidade preço da demanda elasticidade renda e elasticidade cruzada A elasticidade preço da demanda trata do quanto o consumidor está disposto a desistir de consumir por exemplo um refrigerante quando o preço aumenta A recíproca também é verdadeira quer di zer o quanto o consumidor está disposto a aumentar o consumo de refrigerante quando o preço diminui Quando ele altera seu compor tamento em função do nível de preço essa demanda é dita preçoelás tica quer dizer varia em função do preço Mas quando o comporta mento desse consumidor não varia a demanda é dita preço inelástica Por outro lado a elasticidade renda trata do quanto o consu midor está disposto a desistir de consumir por exemplo o mesmo refrigerante quando a sua renda cai A recíproca também é verda deira quer dizer o quanto o consumidor está disposto a aumentar o consumo de refrigerante quando a sua renda aumenta Quando o consumidor altera seu comportamento em função do nível de renda essa demanda é dita demanda elástica em função da renda Já a elasticidade cruzada trata das variações de demanda quando um bem substituto ou complementar aumenta e o outro permanece constante Vejamos o caso de um refrigerante famoso e seu concorrente Caso ocorra um aumento de preço os consu midores irão consumir mais do produto concorrente e viceversa No caso dos bens complementares a elasticidade cruzada também funciona A influência dos preços na pizza por exemplo pode fazer com que haja uma redução no consumo de refrigerante na medida em que pizza e refrigerantes são normalmente consumidos juntos ou seja são complementares Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 23 É importante notar ainda que o mercado de concorrência mo nopolística encontra esses desafios pois sempre haverá uma versão diferente do produto para tornálo cada vez mais competitivo pro vocando alterações de comportamento de consumo explicadas por essas elasticidades 124 Oligopólio Oligopólio é quando poucas empresas são responsáveis pela maior parte ou pela totalidade da produção Em alguns mercados oligopolísticos algumas ou todas as empresas podem obter lucros substanciais em longo prazo pois as barreiras à entrada dificultam que novas companhias entrem no mercado o oligopólio é o tipo de estrutura de mercado que prevalece Os principais exemplos de pro dutos de oligopólio são automóveis aço alumínio petroquímica equipamentos elétricos e computadores As barreiras à entrada no mercado como por exemplo patentes ou o não acesso à tecnologia poderão servir para excluir novos con correntes potenciais A necessidade de despender dinheiro para po der tornar a marca conhecida e obter reputação no mercado poderá obstruir a entrada de novas empresas A administração de uma empresa oligopolista é complexa pois envolve decisões relativas a preço nível de produção propaganda e investimentos ou seja são importantes considerações estratégicas Pelo fato de haver poucas empresas concorrendo cada uma deve cautelosamente refletir sobre a forma pela qual suas ações afetarão empresas rivais bem como sobre as possíveis reações que suas con correntes poderão apresentar Por exemplo suponha que devido a uma redução ocorrida em suas vendas a Hyundai esteja considerando a possibilidade de con ceder um desconto de 10 para estimular a demanda do seu novo carro o Creta mas ela necessita ponderar com cautela sobre as possí veis reações que poderão ocorrer por parte de outras concessionárias 24 Engenharia econômica decisão e investimentos como por exemplo a Renault com o Captur e a Nissan com o mo delo Kicks Estas poderão eventualmente não apresentar nenhuma reação ou por outro lado poderão conceder descontos menores No entanto a Renault e a Nissan poderiam conceder descontos iguais aos da Hyundai ou a Hyundai poderia desfrutar de um au mento substancial em suas vendas principalmente às custas de suas concorrentes sem nenhum problema Outra possibilidade seria que as três empresas automobilísticas poderiam vender mais automó veis mas estariam auferindo lucros menores em razão dos preços mais baixos ou ainda as outras duas empresas se lançariam numa guerra de preços oferecendo descontos maiores do que a Hyundai De fato essas situações estão acontecendo atualmente no mercado brasileiro de automóveis Uma das grandes discussões em oligopólio é por que as empre sas não podem entrar em cooperação e portanto em equilíbrio A resposta a essa pergunta está relacionada ao dilema do prisioneiro A história original do dilema do prisioneiro é mais ou me nos assim dois ladrões são pegos pela polícia portando fer ramentas incriminadoras de seu ofício mas nenhuma outra evidência A polícia levaos para salas separadas e faz a cada um a seguinte proposta se ele confessar suas atividades cri minosas a estratégia confessar e seu parceiro não ele será libertado e o outro ladrão condenado à sentença máxima de 20 anos de prisão Se ele recusar a estratégia bancar o durão e seu parceiro confessar ele é que será condenado a 20 anos de prisão e o parceiro libertado Se ambos escolhe rem confessar então a polícia não precisará mais da coope ração deles e condenará os dois com base em suas confis sões Nesse caso os dois enfrentarão sentenças de 10 anos cada um Embora a polícia não mencione os dois ladrões sabem que se adotarem bancar o durão a evidência física é suficiente para condenálos somente pelo delito de conspi ração para cometer furto para o qual a sentença é de ape nas 1 ano de cadeia A polícia termina informando a cada um dos ladrões que a mesma oferta foi feita a seu parceiro Como eles não podem se comunicar são forçados a jogar o jogo estatístico BIERMAN FERNANDEZ 2011 p 11 Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 25 Diante do dilema descrito podemos demonstrar as opções dos prisioneiros na Figura 5 a seguir Figura 5 Opções dos prisioneiros Ladrão n 1 Ladrão n 2 Bancar o durão Confessar Bancar o durão Confessar 1 ano 1 ano 20 anos liberdade liberdade 20 anos 10 anos 10 anos Fonte Bierman Fernandez 2011 p 12 Note que a melhor estratégia é confessar pois se um deles não confessar aquele que confessou e entregou o companheiro fica livre e o outro pega 20 anos de prisão Mas se ambos confessarem pegam 10 anos Chamamos isso de estratégia dominante Mas você deve estar se perguntando qual a relação desse dilema com o oligopólio As aplicações desse dilema para o oligopólio são imensas Vejamos um exemplo retomando o caso da indústria automobilísti ca Imagine que a Hyundai e a Nissan desejam aumentar seu fatura mento promovendo um desconto em seus respectivos automóveis Como isso ficaria à luz do dilema O melhor a fazer é conceder o desconto independentemente da concorrência mesmo que isso cus te uma redução no faturamento A Figura 6 demonstra a melhor estratégia Figura 6 Opções das empresas Creta Hyundai Kicks Nissan Não conceder o desconto Conceder o desconto Não conceder 4 bilhões 4 bilhões 0 6 bilhões Conceder 6 bilhões 0 2 bilhões 2 bilhões Fonte Elaborada pelo autor 26 Engenharia econômica decisão e investimentos O melhor a fazer por ambas as empresas é conceder o desconto independentemente do valor concedido pela outra mesmo que isso custe um aumento menor no faturamento Reflita Se a Hyundai não conceder o desconto significa que ela espera ter um aumento da receita pois seus preços não mudaram Mas se a Nissan conceder ela aumenta seu faturamento para 6 bilhões enquanto a Hyundai não tem aumento nenhum A recíproca também é verdadeira Nesse caso é preferível conceder sempre o desconto 13 Análise macroeconômica ações do governo e fundamentos das políticas públicas A esta altura do texto você pode estar se per guntando qual a relação entre as ações do gover no e uma análise de decisão de investimentos A resposta é relativamente simples a mais estreita possível Reflita por meio deste exemplo um empresário do ramo de montagem de computadores periféricos computadores de mesa pretende expan dir sua fábrica em 2019 e nos próximos anos O que aconteceria com esse empresário Certamente ele teria muitos problemas pois desde 2012 está havendo no mundo uma mudança de comporta mento no que se refere à substituição dos periféricos para notebooks e smartphones Tratase de uma substituição do antigo pelo novo em termos tecnológicos A maioria das empresas estão mudando suas plataformas industriais para atender à nova demanda que são computadores portáteis e menores e smartphones mais fáceis de transportar e mais rápidos em processamento Esse processo de mu dança somente é possível caso a montante no início do processo de inovação haja investimento em pesquisa básica e fundamental feita pelo o Estado para que a jusante na etapa posterior as empresas to mem esse conhecimento da pesquisa e a transformem em pesquisa aplicada que será realizada por essas companhias Vídeo Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 27 Nesse sentido são também necessárias políticas econômicas dos Estados para incentivo de processos de inovações na respectiva área de negócios Se o Estado não faz investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento PD as fábricas não terão novos conheci mentos e portanto não expandirão suas plantas industriais para poderem inovar Isso porque o investimento em pesquisa oriun do do Estado resulta em universidades públicas e laboratórios de pesquisa que levam a novos conhecimentos e aplicações práticas As empresas por sua vez aplicam tais conhecimentos em novos produtos Vejamos outro exemplo pesquisadores do Instituto de Pesquisa Lerner em Cleveland EUA descobriram que esgotar gradativamente uma enzima chamada BACE1 pode reverter a for mação de placas da proteína betaamiloides APP nos cérebros de camundongos com Alzheimer melhorando assim suas funções cog nitivas O estudo trouxe esperanças de que medicamentos que ata quem tal enzima sejam capazes de tratar efetivamente o Alzheimer em humanos Isso só é possível com investimento do Estado como agente governamental Em pouco tempo as empresas irão aproveitar essa descoberta e desenvolver novos medicamentos Desse modo é importante conhecer e se familiarizar com os fun damentos das políticas públicas que são extremamente necessárias para auxiliar em uma tomada de decisão É possível identificar três ações básicas em termos de políticas de governo a política fiscal a política monetária e a política de relações internacionais Vejamos cada uma delas 131 Noções de política fiscal A melhor maneira de compreender a política fiscal é fazendo uma análise das necessidades do Estado como agente econômico O Estado para existir precisa adquirir como qualquer outro agente produtos e serviços e para pagálos precisa de dinheiro A forma como o Estado consegue dinheiro é na verdade muito simples ele o 28 Engenharia econômica decisão e investimentos obtém dos indivíduos das famílias e empresas principalmente por meio da cobrança de tributos e o gasta em compras Esse sistema tem repercussões em toda a economia do país Por exemplo se o Estado arrecada muito dinheiro por meio de impostos e tributos as famílias e empresas ficam com baixo poder aquisiti vo o que por consequência reduz a atividade econômica do país Se por outro lado o Estado arrecada pouco dinheiro com tributos poucos são afetados mas isso não significa que ao tirar menos di nheiro a economia pode ficar aquecida pois deve haver um certo equilíbrio nessa relação BLANCHARD 2010 Como se observa o fato de arrecadar e gastar dinheiro governamental mostra que as receitas e as despesas públicas estão intimamente relacionadas com a economia total do país O comportamento das receitas e das despesas públicas podem influir de forma positiva ou negativa na atividade de toda a economia do país Com essas informações tirase uma lição é possível usar as receitas e as despesas públicas para favorecer a atividade econômica do país Logo definimos a política fiscal como o uso das receitas e despesas públicas com a finalidade de influir nas atividades da economia do país a fim de obter o equilíbrio o desenvolvimento e a justiça social 132 Elementos da política fiscal A política fiscal possui dois instrumentos que são a receita pú blica e a despesa pública A política fiscal pode manipular uma ou outra ou ambas alongandoas encurtandoas com o objetivo de influir no comportamento da economia nacional 1321 Elementos da receita pública O Estado atual tem quatro formas principais para obter dinhei ro a arrecadação de tributos a tomada de empréstimos públicos a venda da coisa pública privatização e a emissão de dinheiro A cobrança de tributos e impostos constitui por si só quase a Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 29 totalidade da receita pública do Estado hoje No entanto é impor tante observar que os movimentos que se iniciaram em 1990 com as privatizações até os dias de hoje mostram que a venda do bem pú blico tornouse uma fonte importante do Estado para gerar receita 1322 Política dos impostos O tributo é o gênero já os impostos as taxas as contribuições e a arrecadação são espécies de tributos Mas é a arrecadação de impos tos o que verdadeiramente importa para a política fiscal Primeiro porque é o que tem maior superfície de contato com toda a eco nomia do país uma vez que é o governo que cobra os impostos e consequentemente qualquer mudança que ocorra no imposto repercute em toda a economia E segundo porque o imposto consti tui normalmente a maior parte da receita pública e não retorna ao contribuinte sendo portanto uma receita líquida O Estado pode manipular de duas formas os impostos pela ação sobre os setores ou pela ação sobre toda a economia Na ação sobre os setores o Estado pode estimular a produção o comércio ou a exportação diminuindo ou extinguindo apenas um alguns ou todos os impostos que incidem sobre estes Já a ação sobre toda a economia considerando que todos pa gam impostos pode ser nefasta para aqueles que estão mergulhados na extrema pobreza No entanto também revela a universalidade com que o imposto pode agir em toda a economia do país e com sua população Ainda é possível vislumbrar que a ação sobre toda a economia obtém a eficácia desejada quando ocorrem desequilíbrios como inflação e recessão GIAMBIAGI SCHMIDT 2017 Por exemplo na economia brasileira da segunda metade da dé cada de 1980 quando a inflação chegou a quatro dígitos uma das práticas adotadas pelo governo na época foi o aumento da carga tributária Essa prática desestimulava e impedia que as famílias e 30 Engenharia econômica decisão e investimentos empresas tivessem mais dinheiro à disposição Nesse caso o go verno impedia que a inflação o aumento geral dos níveis de pre ços aumentasse ainda mais No caso de uma recessão que é a paralisação da atividade eco nômica o governo faz exatamente o contrário ou seja estimula a demanda por meio da concessão de crédito e a redução da carga tributária a fim de estimular a demanda das famílias e o investi mento das empresas 1333 Política do empréstimo público ou da dívida pública O Estado não raramente incorre em dívidas e a arrecadação de tributos não é suficiente para pagálas a chamada dívida pública Se no passado eram as guerras sua principal fonte atual mente as causas são outras o deficit na manipulação do orçamen to as obras públicas e os investimentos a descoberto Quando ao realizar uma obra pública o governo precisa de dinheiro e esse dinheiro vem dos impostos dizemos que é uma situação coberta quando tal obra tem o amparo da carga tributária arrecadada Por outro lado imagine a mesma situação mas agora o governo arrecadou apenas uma determinada quantia de dinheiro e pre tende usar mais do que possui nesse caso dizemos que é um investimento a descoberto Para resolver esse problema o Estado cria empréstimos que normalmente são lançados no exterior O efeito disso é que o Estado desvia recursos do setor privado elevando a taxa de juros e diminuindo o interesse em novos investimentos Um exemplo desse caso é o desinteresse de um empresário em investir num novo negócio pois ele preferiu investir seu dinheiro no mercado de capitais em vez de numa nova fábrica o que leva à desestimu lação da economia Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 31 1334 Política da receita patrimonial venda da coisa pública bem público No passado a venda da coisa pública privatização para a formação de receita do Estado era algo muito improvável pois os demais instrumentos respondiam razoavelmente para a for mação dos recursos do governo Por outro lado na atualidade o Brasil tem dificuldades em pagar sua dívida interna e não raro emprega essa prática O problema está na relação de eficiência do destino da coisa pública Quanto à relação de eficiência entendese que o Estado era eficiente na gestão da empresa ou bem público antes de ele ser privatizado não havendo perdas para a economia do país Isso ocorre quando o Estado além de conseguir os recursos financei ros por meio do negócio já então privatizado permanece com o emprego dos fatores de produção sobretudo a mão de obra e os recursos materiais Por outro lado quando o Estado mos tra ineficácia num determinado negócio ocorre a privatização2 Supondo que a empresa privada será mais eficiente haverá per das também para a sociedade como por exemplo o aumento do desemprego Nesse caso a empresa não teria dúvida em demitir e desarticular alguns fatores para maximizar seus lucros note que a culpa não é da empresa privada e sim do Estado que por conta da sua ineficiência realizava seus negócios com a falsa im pressão de que poderia maximizar o emprego dos fatores de pro dução artificializando uma situação favorável para o país Quanto ao destino entendese para quais mãos foram os ne gócios privatizados Se considerarmos que o negócio em questão permanecerá no país entendase capital nacional ele tenderá a 2 Aqui estamos tratando da eficácia x não eficácia de uma privatização Eficácia se a empresa privatizada gera eficiência não eficácia se ela não gera eficiência Exemplo O trecho de estrada de ferro entre São Paulo e Santa Catarina que foi privatizado em 1997 Antes disso ele dava prejuízo para os cofres públicos mas depois da privatização gerou lucro 32 Engenharia econômica decisão e investimentos contribuir para o equilíbrio do governo mostrandose uma opera ção saudável da prática de política econômica No entanto quando o negócio em questão vai para os grupos estrangeiros isso incorrerá em perdas para a sociedade na medida em que boa parte senão toda do excedente gerado pode não necessariamente permanecer no país o que inibiria a multiplicação do capital nacional bem como sua renovação Quanto ao dispêndio o Estado emprega o dinheiro em três gran des espécies de despesas despesas correntes que são as que asseguram o funciona mento dos serviços estatais e nelas se incluem as despesas de consumo despesas de investimento que são as que se destinam à cria ção de bens de produção sobretudo os de infraestrutura despesas de transferências que são as de previdência e assis tência os subsídios os juros etc 134 A política monetária A política monetária tem por finalidade fazer com que a eco nomia do país indivíduos famílias empresas e governo tenham ao seu dispor a quantidade de dinheiro necessária às suas atividades Por outro lado essa finalidade deve ser somada a outra que possa garantir o equilíbrio a expansão e o desenvolvimento econômico como por exemplo o uso do controle da oferta de dinheiro e da taxa de juros no país Com essa finalidade é possível perceber que o dinheiro entra na atividade econômica do país e causa todos os seus efeitos sejam bons ou maus O esquema dessa ligação entre o dinheiro e a eco nomia nacional pode ser verificado a seguir quando é analisada a relação entre dinheiro e demanda agregada O governo por diversas maneiras pode num dado momento aumentar a oferta de dinheiro no país mas quem aumenta a oferta Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 33 de dinheiro pode também diminuíla aplicando os mecanismos às avessas Esse aumento traz como consequência a baixa da taxa de ju ros facilitando a tomada de empréstimos ao passo que sua redução dificultaria a tomada de empréstimos O dinheiro abundante e os juros baixos incentivam os empresá rios a novos investimentos ou até mesmo a aumentos de produção Os lucros esperados são superiores aos juros baixos note que a jus tificativa final para que um empresário tome a decisão de investir será conseguir uma taxa interna de retorno superior à taxa mínima de atratividade do mercado Mas os indivíduos e famílias também se endividam com os bens duráveis e com a aquisição de imóveis Aumentando o investimento e o consumo aumenta também a demanda agregada3 resultando no aumento da produção nacional e do desenvolvimento do país No entanto o aumento da demanda agregada e da produção significa que no país está havendo mais ne gócios Dessa forma é preciso uma nova injeção de dinheiro 1341 Os revezes da política monetária No item anterior foi possível vislumbrar que a política monetá ria busca estimular as atividades do país Por outro lado ela pode ser manipulada para dominar uma situação de inflação Dessa forma os instrumentos da política monetária são manipulados para dimi nuir a oferta de dinheiro a fim de evitar todas as consequências que isso pode trazer como por exemplo a elevação da taxa de juros a diminuição do investimento e do consumo a retração da demanda agregada etc A implementação da política monetária está sujeita a desvios causados por imprevistos erros ou atos deliberados das autorida des Se a economia está em pleno emprego um erro expansionista 3 Demanda agregada é a quantidade de bens ou serviços que a totalidade dos consumidores deseja e está disposta a adquirir em determinado período de tempo e por determinado preço 34 Engenharia econômica decisão e investimentos na moeda e no crédito gerará a inflação Por outro lado se o país está em recessão ou em estagnação pode haver expansão da oferta monetária e apesar disso não haver expansão econômica nenhu ma porque os indivíduos e as empresas não viram razão para usar do dinheiro barato e ter custos de consumo e investimento 1342 Os instrumentos de política monetária De acordo com Blanchard 2010 os principais meios pelos quais as autoridades monetárias controlam a oferta de dinheiro e a taxa de juros no país são os seguintes Depósitos à ordem do Banco Central Bacen conforme estejam obrigados pela lei em vigor Conselho Monetário Nacional os bancos comerciais são obrigados a fazer de pósitos de maior ou menor valor no Bacen com isso esses bancos terão menos ou mais dinheiro para emprestar Reservas de caixa diante do Conselho Monetário os ban cos comerciais devem ter um valor determinado para em prestar ao público famílias e empresas Se essa reserva de caixa é grande mais dinheiro existirá à disposição do públi co Se for baixa haverá pouco dinheiro à disposição Refinanciamento compensatório são os depósitos a curto prazo até 180 dias normalmente com juros baixos que o Bacen cobra dos bancos comerciais alimentandoos de re cursos para empréstimos a curto prazo Taxa de desconto é o que o banco comercial cobra do seu cliente para emprestarlhe descontar dinheiro sobre um título comercial se a taxa for baixa facilita o crédito Taxa de redesconto é o que o Bacen cobra do banco comer cial para emprestarlhe dinheiro redescontar sobre um títu lo que descontou se é baixa facilita que o banco comercial se reabasteça de dinheiro e prossiga com seus descontos Operações de open market mercado aberto o Bacen adquire títulos da dívida pública que estão em poder das instituições financeiras e de particulares aumentando a quantidade de dinheiro existente na economia do país Fixação da taxa de juros todas as medidas anteriores quando redundam em aumentar a oferta de dinheiro fazem cair a taxa de juros tornando mais fáceis os empréstimos Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 35 E quando redundam em diminuir a oferta de dinheiro fa zem subir a taxa de juros tornando mais difícil tomar em préstimos Além disso o governo pode fixar a taxa de juros diretamente tanto no seu aspecto ativo empréstimos rece bidos pelas instituições financeiras quanto no seu aspecto passivo empréstimos recebidos pelas empresas e por parti culares Essas fixações podem ser gerais ou especiais favo recendo ou dificultando certas linhas de atividade Racionamento do crédito o governo pode determinar a diminuição geral do crédito em todo o país para comba ter a inflação ou apenas em certas linhas de produção ou de consumo Seletividade do crédito o governo pode favorecer a oferta de dinheiro para certos gastos de investimento ou de consu mo mediante a facilidade de crédito em certas linhas Vendas a prestação as vendas a prestação dos bens durá veis de consumo podem ser conforme o caso um poderoso estimulante da produção ou da inflação 135 A eficácia da política monetária O que se tem conseguido na prática com a política monetária é sua comprovada eficiência no combate à inflação que nasce do excesso de demanda Por outro lado no combate da recessão nem sempre ela é eficaz pois pode haver dinheiro abundante a taxa de juros ser baixa e apesar disso os empresários não investirem e os indivíduos não consumirem de modo que a demanda agregada não aumente e as atividades econômicas não melhorem Todavia a po lítica fiscal com o dispêndio governamental direto é mais eficiente no aumento da demanda agregada 136 Limitações da política monetária É possível verificar algumas limitações da política monetária O governo toma medidas que podem ser neutralizadas ou enfra quecidas por ação das entidades financeiras grandes empresas e até dos indivíduos Por exemplo contra uma política antiinflacio nária de corte na oferta de dinheiro esses agentes podem colocar 36 Engenharia econômica decisão e investimentos em circulação suas reservas como poupanças aplicações e com isso aumentar a velocidade de circulação da moeda fazendo com que o processo inflacionário se restabeleça Por outro lado uma política de dinheiro abundante e juros baixos destinada a aumentar a deman da pode fazer com que os capitais saiam do país pois as empresas vão migrar para locais onde os juros são mais altos enfraquecen do com isso o investimento interno Desse modo deixase de ter o efeito desejado que era estimular a demanda agregada Isso ocorre porque nenhum investidor externo iria procurar investir no Brasil onde a taxa de juros não seria atrativa para aplicação do seu capital Tratase aqui do capital especulativo que não está ligado à produção das empresas brasileiras e sim à taxa de juros elevada Uma política de corte na oferta de dinheiro para diminuir a demanda e reduzir a inflação faz a taxa de juros subir de modo que os capitais externos afluam os juros diminuam a demanda agregada aumente e com isso temse a volta da inflação Dessa forma a política monetária não raro necessita do apoio de outra política a política fiscal 137 Política de relações internacionais Ao analisarmos atentamente a história econômica verificaremos que o desenvolvimento econômico das nações tem se processado sempre com a ajuda do comércio exterior quer pela política libe ral quer pela industrialização substitutiva de importações ou ainda pela promoção das exportações entre outros Alguns exemplos merecem ser destacados a Inglaterra após a Revolução Industrial teve o desenvolvimento baseado na li berdade de comércio pois na época não tinha concorrentes para seus produtos manufaturados Podemos citar como exemplo de economia fechada a antiga União Soviética URSS e o Japão como um caso de desenvolvimento econômico baseado na pro moção das exportações Dessa forma é possível considerar que o comércio exterior está intimamente relacionado à economia interna na qual por meio de Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 37 uma política comercial adequada ele é indispensável ao conjunto de políticas que visem ao desenvolvimento econômico Quanto ao governo brasileiro este sempre considerou pelo me nos até agora dois pontos básicos para a formulação de sua política de comércio exterior por meio da especialização e do comércio um país tem con dições de empregar mais eficientemente os seus recursos e portanto proporcionar um volume de bens e serviços à dis posição de sua população por meio do comércio o país pode obter equipamentos e fato res de produção necessários ao seu desenvolvimento No entanto a economia nacional deve ainda criar condições que garantam o desenvolvimento econômico e reduzam ao máximo possível a sua vulnerabilidade às flutuações da economia interna cional Isso se torna gradativamente mais difícil quando pensamos numa economia que se torna cada vez mais globalizada 138 Atuação do governo sobre o comércio internacional De acordo com Krugman 2015 as autoridades responsáveis pela execução da política de relações internacionais de um país em pregam controles sobre o comércio exterior e o mercado cambial com os seguintes objetivos Evitar os desequilíbrios do balanço de pagamentos pois se deixar livre o jogo das forças do mercado pode até causar desequilíbrios internos como inflação deflação etc Evitar a fuga de capitais que traz desequilíbrios do balanço de pagamentos Proteger a indústria nacional evitando que as empresas es trangeiras se instalem no país e criem uma competição desi gual Nesse caso há necessidade de se ter um certo cuidado pois o Brasil na década de 1980 protegeu tanto sua indústria 38 Engenharia econômica decisão e investimentos nacional que no início dos anos de 1990 a indústria automo bilística brasileira já estava ultrapassada Uma das frases que marcou nossa história foi a do então presidente da república Fernando Collor nossos automóveis são carroças se compa rados com os automóveis dos Estados Unidos e da Europa Manter uma taxa de câmbio estável assegurando maior esta bilidade da economia interna Nesses termos o controle do comércio internacional siginifica todas as medidas listadas acima que têm como objetivo orientar e coordenar o comércio externo 139 O controle do comércio internacional Embora a liberdade de comércio possibilite o melhor aprovei tamento dos recursos produtivos e portanto um maior volume de produção para a colocação de um produto no mercado externo de vese analisar dois aspectos os elementos propiciadores e os ele mentos limitadores 1391 Elementos propiciadores O comércio internacional poderia ser resumido como sendo a colocação de um produto proveniente de um país no mercado de outro Porém para que aquele produto alcance esse mercado um determinado número de obstáculos deve ser naturalmente vencido O princípio da aceitabilidade baseada na competitividade funda menta todo o mecanismo Nessa conjuntura as economias se valem de suas exportações para financiar suas importações As importações constituem um fluxo heterogêneo de merca dorias serviços e capitais cuja composição refletirá as necessi dades mutáveis acarretadas pela evolução interna dos sistemas As exportações cujo montante e composição têm suas raízes na estrutura do aparelho produtivo interno consistirão na remessa para o exterior dos excedentes relativos de certos bens serviços e capitais criados internamente Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 39 1392 Elementos limitadores Seguindo a linha de raciocínio anterior veremos agora o proble ma pelo ponto de vista do país que deverá receber o produto e que na maioria das vezes colocará obstáculos protecionistas impeditivos ou limitadores Desde o século XIX em plena vigência das economias liberais de mercado o comércio internacional passou a ter maior importância e com isso criouse os obstáculos tarifários para limitar o acesso de produtos de outros países A tendência protecionista tem acompa nhado o próprio desenvolvimento das relações comerciais entre os países revestindose hoje de uma designação genérica de barreiras não tarifárias KRUGMAN 2015 Após a Segunda Guerra Mundial os problemas relativos aos obs táculos do comércio internacional passaram a fazer parte do GATT4 o grande foro para as discussões Com as negociações pertinentes um paísmembro abre uma concessão tarifária extensiva às demais partes contratantes comprometendose por meio de uma consoli dação a não a elevar senão mediante compensação adequada Em resumo cada paísmembro concede a extinção parcial de certas tari fas que são praticadas nos seus países facilitando assim a entrada de mercadorias exemplo os Estados Unidos concedem a redução de tarifas para a entrada do açúcar brasileiro Assim cada paísmem bro do GATT dispõe de uma lista de produtos com tarifas negocia das e consolidadas Após sucessivas negociações as listas do GATT reúnem hoje uma cifra superior a 50 mil itens todos negociados com base na cláusula da nação mais favorecida ou seja sob o estrito princípio da reciprocidade 4 GATT Acordo Geral de Tarifas e Comércio General Agreement on Tariffs and Tra de É um tratado multilateral de comércio internacional firmado em Genebra em 1947 que entrou em operação em 1948 Seu objetivo é propor por meio de reuniões entre os países signatários o livre comércio Para tanto é preciso redução de tarifas por meio de negociações tratamento igual e não discriminatório entre os mais ricos e os maios pobres e a eliminação de cotas de importação 40 Engenharia econômica decisão e investimentos O GATT criado para intercâmbio dos países desenvolvidos adota fundamentalmente o princípio do status quo5 na prática do comércio internacional por meio da regra de igualdade Somente em 1971 abriuse finalmente uma exceção à regra da igualdade com a introdução do chamado sistema geral de preferên cias por meio do qual os países desenvolvidos admitiram acordar margens tarifárias preferenciais com os países em desenvolvimento o que foi um avanço nos acordos sobretudo para os países pobres isentos de reciprocidade No entanto esse programa apresenta uma eficácia duvidosa Com a progressiva redução das tarifas aduaneiras em conse quência dos esforços de negociações no âmbito do GATT cresce a importância das barreiras não tarifárias também chamadas de medidas não tarifárias a ponto de se transformarem hoje no mais sério obstáculo à colocação de um produto em um determinado mercado Desde 1967 deuse início a um levantamento exaustivo do elenco de barreiras não tarifárias por notificações solicitadas às partes contratantes Com o processo de globalização da economia os países não po dem sobreviver isoladamente e nesse sentido os fluxos de inves timentos aumentaram de forma vigorosa na virada do século XX KRUGMAN 2015 Em uma análise de investimento o empresário e seus técnicos precisam conhecer de perto a relação que se estabelece entre as polí ticas fiscal monetária e internacional e de que forma elas estão sen do aplicadas Isso é necessário na medida em que tal análise servirá de base para as decisões de investimento de longo prazo da empresa 5 Status quo é o estado atual das coisas ou a situação atual Em economia significa a capacidade atual de um país em produzir dada sua capacidade atual instalada bens e serviços como a mão de obra recursos naturais capital e tecnologias existentes Respeitar ou levar em conta o status quo de um país significa respeitálo diante desses limites Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 41 14 Tipos de projetos de investimentos Uma vez reconhecida a importância do merca do e suas especificidades no contexto de um proje to de investimento o passo seguinte é se familiari zar com os tipos de projetos Existem duas grandes classificações quanto aos tipos de projetos uma diz respeito ao setor no qual ele está inserido a classificação macroeconômica e a outra diz respeito à sua finalida de chamada de classificação microeconômica 141 A classificação macroeconômica de um projeto de investimento Essa classificação é dita macroeconômica na medida em que repousa sobre os setores da economia Nesse sentido é preciso reconhecer três setores básicos de uma economia primário secundário e terciário Em relação ao setor primário sua classificação está relacionada às atividades agrícolas pecuárias e extrativistas No entanto é importante notar que para que um projeto se classifique nesse setor nenhuma atividade industrial pode existir Dito diferentemente se um empresário deseja investir no segmento de produção de leite será que ele estaria inserido no setor primário A resposta dependerá da atividadefim desse segmento por exemplo ele pode simplesmente estar inserido no setor primário se o seu projeto de investimento for apenas a extração do leite e mais nada Por outro lado se o produtor extrair pasteurizar envasar e rotular o leite ele está numa atividade agroindustrial e estará enquadrado no setor secundário Outro exemplo para fixar esse conhecimento é um produtor de laranjas que se limita a plantar laranjas e depois vendê las esse sim está num ambiente de mercado dito como primário Por outro lado se o mesmo produtor decide por qualquer razão colher selecionar esmagar envasar e vender o suco das laranjas ele estará desconfigurando o setor primário FONSECA 2012 Vídeo 42 Engenharia econômica decisão e investimentos O setor secundário é definido como um setor de transformação em que a atividadefim não pode ser obtida simplesmente com a exploração do solo das águas das florestas ou do ar Imagine uma empresa que produz papel Observe que numa ponta do processo existe um empresário que planta as árvores para serem cortadas e entregues à indústria de papel Esse empresário tem como ativida defim plantar as árvores e simplesmente cortálas o que o insere no setor primário Por outro lado aquele empresário que compra as árvores cortadas transforma em toras beneficia com produtos químicos e transforma a matériaprima em pasta de celulose está inserido no setor secundário Por fim o setor terciário é aquele em que mais nos deparamos no dia a dia É caracterizado pela prestação de serviços Alguns exem plos de prestação de serviços uma visita ao médico uma aula lecio nada uma seção de cinema uma passagem de ônibus etc 142 A classificação microeconômica de um projeto de investimento A classificação microeconômica está relacionada aos projetos desenvolvidos segundo as necessidades da empresa Podese classificálos da seguinte forma projetos de implantação expansão adaptação inovação e projetos de localizaçãorelocalização Um projeto é dito de implantação quando não existindo ainda uma determinada empresa o empresário deseja investir seus re cursos na implantação de um novo negócio Tratase dos projetos mais importantes e estimulados pelo governo na medida em que não raro possibilitam um maior impacto em todo o sistema eco nômico Isso ocorre na medida em que a nova mão de obra será demanda para aquela nova empresa assim como novos fornecedo res surgirão para ofertar matériaprima Disso resulta uma cadeia de eventos propiciando um ciclo virtuoso para toda a sociedade Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 43 Já os projetos de expansão estão relacionados ao desejo de um empresário em ampliar sua produção Nesse caso seu impacto na sociedade também é importante pois com isso surgem também no vos fornecedores e nova mão de obra contratada para dar conta da nova produção Por sua vez os projetos relacionados à adaptação não raro estão relacionados ao investimento em novas máquinas e equipamentos revestidos de novas tecnologias Atualmente com os avanços tecnológicos e as novas descobertas no campo das ciências muitas empresas percebem que é vantajoso substituir parte dos seus investimentos em máquinas e equipamentos por outras mais performantes por apresentarem menor desgaste pelo uso e melhor rendimento no processo de produção Finalizando os projetos de localizaçãorelocalização devem ser divididos quanto ao contexto ao qual estão inseridos Nesse sentido é preciso separálos em dois grupos os de localização inicial e os de relocalização de uma fábrica Os projetos de localização estão inseridos no contexto de um projeto de implantação Neste uma das etapas é identificar qual a melhor localização para a futura empresa Devem ser feitas per guntas como Qual a melhor localização Deve ser próxima a vias de acesso ou em regiões onde existe algum tipo de incentivo fiscal políticas públicas Deve o projeto estar mais próximo do mercado consumidor do produto ou mais próximo dos fornecedores da ma tériaprima Essas e outras questões são discutidas na etapa de um projeto de implantação FONSECA 2012 Por outro lado em um projeto de relocalização empresas dese jam mudar sua produção para outra região por acreditar por exem plo que possa existir outra localização onde o mercado consumidor é maior e portanto poderia reduzir seus custos de transporte inde pendentemente dos investimentos para realocar a fábrica performantes mais novas sob o ponto de vista da tecnologia 44 Engenharia econômica decisão e investimentos Considerações finais Neste capítulo pudemos observar que um projeto de investimen to é um conjunto de informações que quando reunidas possibili tam a tomada de decisão Nesse sentido compreender as estruturas de mercado é uma condição necessária para se conhecer entre outras coisas o com portamento das empresas quanto às suas estratégias de concorrência num ambiente competitivo Destacamos também que as políticas públicas são um pon to de referência para uma tomada de decisão Conhecer de perto por exemplo uma política expansionista em que existe interesse do Estado em aumentar a demanda agregada pode ser uma refe rência para que um empresário invista no novo projeto Por outro lado numa política contracionista de recessão o empresário poderia preferir aplicar seu dinheiro em um fundo de investimentos menos arriscado do que implantar uma empresa Percebemos ainda que se a globalização da economia estimula os países a buscarem novas alternativas para produzir melhores e novos produtos a fim de que possam ser exportados por outro lado o mesmo acontece com países emergentes ainda não completamen te desenvolvidos tornando esse processo cada vez mais competiti vo sob o ponto de vista internacional Por fim pudemos classificar os projetos de investimento sob as ópticas macro e microeconômica e comentar suas consequências para a sociedade Atividades 1 A análise de decisão de investimento passa necessariamente pela leitura do ambiente externo Isso quer dizer que é neces sário compreender os movimentos que o mercado externo está realizando para poder tomar a decisão de aumento de Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 45 produção Nesse contexto por que seria necessário analisar a produção no Brasil de um produto que tem como concor rente uma exportadora chinesa 2 Se o governo num dado período de tempo gasta mais do que arrecadou podemos dizer que ele está em desequilíbrio O que isso implica por exemplo para a saúde a educação e as obras públicas 3 Imagine que durante um determinado período de tempo o governo tirou muito dinheiro sob a forma de impostos com a política fiscal Considerando que não havia inflação e por tanto a economia estava bem podemos afirmar que isso be neficiou a economia Justifique Referências BIERMAN H S FERNANDEZ L Teoria dos jogos São Paulo Pearson 2011 BLANCHARD O Macroeconomia São Paulo Pearson 2010 FONSECA J W F Elaboração e análise de projetos São Paulo Atlas 2012 FRIEDMAN T L Obrigado pelo atraso Rio de Janeiro Objetiva 2017 GIAMBIAGI F SCHMIDT C A J Macroeconomia para executivos São Paulo Campus 2017 GOVINDARAJAN V TRIMBLE C Inovação reversa Rio de Janeiro Elsevier 2012 KRUGMAN P R Economia internacional São Paulo Makron Books 2015 MANKIW N G Princípios de macroeconomia São Paulo Campus 2014 PANORAMA POSITIVO nov 2017 Disponível em httpswwwmeu positivocombrpanoramapositivoinvestimentosemtecnologia Acesso em 5 jul 2018 VARIAN Hal R Microeconomia uma abordagem moderna São Paulo Campus 2015 2 Etapas de um projeto de implantação industrial Uma das tarefas mais delicadas no universo econômicofinan ceiro é a elaboração de um projeto de investimento Isso ocorre por que mesmo reconhecendo todas as ferramentas para elaborar um projeto sempre haverá o risco da imprevisibilidade e da incerteza ou seja os fenômenos que escapam das mãos da ciência e da técnica tornando difícil sua previsão Enquanto o risco referese à baixa solvência técnica e à realidade a incerteza está relacionada à probabilidade de a taxa interna de re torno ser inferior à taxa mínima de atratividade do mercado Nesse sentido é importante deixar claro que as técnicas apre sentadas a seguir são uma espécie de guia que procura orientar a elaboração de um projeto que não é algo definitivo em que todas as variáveis são previsíveis Na verdade um projeto é algo dinâmico e flexível que pode mudar ao longo de sua construção merecendo ajustes e não algo estático e rígido Para tanto este capítulo está dividido em duas partes na primeira parte procurase compreender as principais especificidades de um estudo de mercado e na segunda parte os aspectos técnicos e finan ceiros do projeto Ao fim são sintetizadas as principais considerações 21 O estudo de mercado no projeto De acordo com Fonseca 2012 o primeiro pas so para a elaboração de um projeto é o estudo de mercado que pode ser dividido em três grandes partes Vídeo 48 Engenharia econômica decisão e investimentos o estudo do produto a demanda e a oferta do produto o estudo da localização com as variáveis de insumos e mão de obra 211 Variáveis qualitativas 2111 Estudo do produto O estudo do produto está relacionado à sua identificação sob o ponto de vista econômico que auxilia em uma tomada de decisão e análise Entendese por projeto a identificação do produto como sendo a contextualização do bem econômico Ou seja significa identificálo como sendo o bem econômico durável ou não durável o bem de capital ou intermediário e também conhecer sua taxa de reposição e o ciclo de vida No que diz respeito à classificação durável e não durável o bem de capital e intermediário ela está relacionada à taxa de reposição do bem econômico e seu ciclo de vida Durante o processo de desenvolvimento de uma empresa ou na etapa de elaboração de um projeto chegase a um momento em que todos os sinais apontam para o aumento do setor de produção Esses sinais muitas vezes são bem claros por exemplo as encomendas pedidos aumentam novas fontes de financiamento surgem com juros baixos nova política de crédito ao consumidor etc A questão é saber até onde esses sinais mais conhecidos pelo empresário são suficientes para determinar com segurança um aumento no chão de fábrica que se traduz em uma expansão Na verdade esses sinais mostram que a economia está aquecida mas não necessariamente que o produto em questão seguirá nesse ciclo virtuoso Esse ciclo pode estar atrelado a uma bolha de consumo como por exemplo no período de Copa do Mundo quando as vendas das camisetas da Etapas de um projeto de implantação industrial 49 seleção brasileira aumentam ou por conta do Dia das Crianças em outubro quando as vendas de brinquedos disparam em relação aos outros produtos de consumo 2112 Taxa de reposição Nesse contexto surge como uma variável a ser investigada a taxa de reposição pois ela representa o período de tempo que o produto fica nas mãos do consumidor até o momento do próximo pedido quando precisa ser reposto nas prateleiras Se ela é baixa significa que o produto será adquirido poucas vezes num determinado perío do de tempo dessa forma o volume de produção é necessariamente menor do que um produto com uma taxa de reposição mais elevada Por exemplo o caso do sabonete em barra e do sabonete líquido ambos são bens não duráveis enquanto o sabonete em barra tem uma taxa de reposição elevada e se esgota rapidamente com o uso o sabonete líquido por sua vez tem uma taxa de reposição mais baixa levando mais tempo para se esgotar O que ocorre é que enquanto o produtor do sabonete em barra precisará ter um volume maior desse produto em estoque para rapidamente suprir a demanda o produtor de sabonete líquido não precisará ter em seu estoque um volume tão grande assim Disso tirase uma conclusão importante os produtores procuram sempre produzir por meio da inovação técnica produtos diversificados a fim de garantir uma fatia maior do mercado Todavia há a necessidade de separar os bens de consumo durá veis dos não duráveis No que diz respeito aos bens não duráveis os produtos de limpeza e higiene doméstica são bons exemplos para se conhecer a taxa de reposição por meio de uma estimativa do núme ro de famílias e de seus membros verificando o período de tempo no qual uma barra de sabonete ou fralda para uso de bebês ou de uso geriátrico são consumidos 50 Engenharia econômica decisão e investimentos Quanto aos bens duráveis há a necessidade de se fazer uma divi são em dois grupos o primeiro são os que apresentam uma forte re lação com o avanço tecnológico e o segundo os que apresentam uma fraca relação Os produtos do primeiro grupo como por exemplo os eletrodomésticos acessórios para automóveis etc são influencia dos consideravelmente pelo surgimento de novas tecnologias pro vocando um efeito conhecido como substituição tecnológica Nesse caso a empresa precisa estar atualizada quanto ao surgimento das novas tecnologias pois são estas que darão o ritmo da taxa de repo sição sinalizando assim a possibilidade de uma expansão É importante notar ainda nessa classificação que nem todos os produtos são evidentes quanto à taxa de reposição quando se trata de bens duráveis Um exemplo marcante é o telefone celular Em curto prazo a indústria de celulares conseguiu colocar no mercado mundial diferentes gerações de celulares um após o outro quase descartando e eliminando as gerações anteriores Os bens duráveis do segundo grupo normalmente apresentam uma taxa de reposição baixa na medida em que são influenciados pelo comportamento do consumidor quanto à preferência por uma determinada marca um hábito adquirido ou a confiança no produto Alguns exemplos desse grupo merecem atenção máquinas de lavar roupa geladeiras fogões e microondas A relação desses produtos com o avanço tec nológico é fraca pois os consumidores estão mais atentos à marca e à confiança no produto Assim conhecer a taxa de reposição do produto e suas implica ções é condição necessária para estabelecer uma estratégia de expan são da empresa ou até mesmo o lançamento de um produto novo no mercado O ciclo de vida de um produto por sua vez como veremos a seguir está inserido no contexto da empresa pois é uma variável muito importante a ser refletida em uma análise de projeto Etapas de um projeto de implantação industrial 51 2113 Ciclo de vida O processo de desenvolvimento de uma empresa de qualquer ramo de atividade da economia passa necessariamente por pelo menos um fator incontornável a estratégia diante das adversidades de uma economia em permanente mudança Durante muito tempo em nosso país a visão da classe empresarial pôde ser resumida sal vo raras exceções como de curtíssimo prazo O que podia justificar essa visão era a memória inflacionária a instabilidade do câmbio a política de taxas de juros elevadas entre outras No final do século XX essa visão começou a mudar de forma ra dical com a especialização da classe empresarial Um dos fatores que contribuiu para essa mudança foi a alteração do cenário nacional diante da globalização e do interesse crescente dos investidores ex ternos na economia brasileira Essa mudança deve ser pensada sob o ponto de vista do preço a ser pago pelas empresas que se encontram disputando seus mercados com as empresas de outros países e que conseguem colocar no mercado o mesmo produto fabricado aqui com custo mais barato e não raro melhor qualidade Nesse sentido é preciso refletir qual é o objetivo da empresa A resposta seria simples lucro Mas como conseguilo A resposta também é simples investimentos Um técnico quando pensa em investimento precisa refletir sobre um processo que vai além da simples compra de uma máquina ou equipamento capaz de aumen tar a produtividade da empresa Muitas empresas tiveram sérios problemas em seu caixa pois acreditavam que ao comprar uma máquina aumentariam a sua produtividade e consequentemente seus lucros O problema é que mesmo fazendo um simples cálculo de engenharia econômica pode ríamos por exemplo verificar que tal máquina levaria ao aumento do lucro da empresa mas sem estabelecer qualquer estratégia de 52 Engenharia econômica decisão e investimentos longo prazo o que implica em planejamento Ou seja a aquisição de um bem de capital com a expectativa de aumento de produtivi dade está diretamente relacionada a uma estratégia a priori antes e não a posteriori depois Disso se conclui que antes de comprar qualquer bem para a fábrica há a necessidade de se elaborar uma estratégia de longo prazo o que implica em um processo de analisar a fundo a estru tura produtiva A tomada de decisão nesse sentido é estabelecida pela pró pria empresa ultrapassando o conceito de longo prazo contábil1 Contudo a empresa deve compreender a dimensão do seu mercado investir em pesquisa encontrar alternativas para que seu produto ou serviço esteja sempre num ciclo de maturidade A permanência em um ciclo de maturidade de um produto ou serviço pode ser um passo para se começar uma estratégia a priori Esse ciclo revela antes de tudo a aceitação do produto ou serviço pelo consumidor Conhecer esse ciclo ou mesmo mantêlo implica em a empresa estar constantemente analisando o mercado com o objetivo de identificar se seu produto não foi substituído por ou tro produto mais eficaz No cotidiano encontramos uma série de exemplos de empresas novas ou já no mercado com produtos ho mogêneos que encontraram soluções estratégicas para se manter nesse ciclo Todavia conhecer o ciclo de maturidade requer um processo de aprendizagem por parte da empresa o qual é desenvolvido ao longo do tempo Nesse contexto a aprendizagem não é um fenômeno uni forme que se manifesta de maneira instantânea mas ao contrário ela aparece sob formas múltiplas De um lado um diretor ou gerente tem sua experiência acumulada que por sua vez deve ser passada 1 Longo prazo contábil está relacionado ao período de tempo que ultrapassar 365 dias portanto um ano contábil Por outro lado o longo prazo econômico é maior do que 1 ano podendo representar por exemplo 5 anos Etapas de um projeto de implantação industrial 53 aos outros membros da empresa Do outro lado um operador de uma máquina tem em sua experiência acumulada o que deve ser transmitido aos demais membros Nesse processo de aprendizagem que se adquire pela transmissão do conhecimento é que se formam as bases para uma estratégia de longo prazo O gráfico a seguir representa o ciclo de vida de um projeto e do produto Figura 1 Ciclo de vida de um produto Faturamento Lucro Introdução Crescimento Maturidade Saturação Declínio Tempo Fonte Fonseca 2012 p 30 Esse gráfico mostra um padrão de desenvolvimento De acordo com Fonseca 2012 o ciclo de vida pode ser uma força externa à organização no sentido de provocar mudanças estratégicas dentro da própria empresa O ciclo pode existir dentro de vários ambientes competitivos A aprendizagem é um dos fatores determinantes para esse ciclo assim como a inserção de novas tecnologias As etapas do ciclo de vida do produto são as seguintes Introdução após a fase de préprojeto o bem é introdu zido no mercado Essa é considerada a fase mais arriscada e cara porque muitos produtos não são aceitos pelo mercado As principais decisões nessa fase estão relacionadas às estraté gias de marketing e fixação de preços Para superar essa fase devese ter em conta uma pesquisa de mercado confiável 54 Engenharia econômica decisão e investimentos Crescimento se o produto foi aceito pelo público ele entrou na etapa de crescimento Nessa fase aparecem dois tipos de consumidores os inovadores aqueles que experimentam e testam o novo produto e os limitadores os cautelosos em relação ao produto Maturidade e saturação com o crescimento desacelerado da empresa diante da pouca aceitação do produto ou diante da pouca conquista do produto pelos consumidores os lu cros começam a cair e muitos produtores marginais menos eficientes são obrigados a sair do mercado Para evitar essa fase novos modelos podem ser introduzidos numa tentati va de estender a duração do ciclo Exemplo descobrir novas aplicações para o produto buscar novos mercados evitar a obsolescência por meio de um processo de inovação tornan do o produto melhor reduzir partes dos custos por meio de parcerias como uma jointventure2 Por outro lado algumas empresas já conseguiram o reconhecimento do mercado ten tando outra alternativa estratégica que é a fusão apesar de ela não resolver em todos os casos Declínio ocorre quando desaparece a necessidade do pro duto perante o surgimento de produtos mais eficazes ou seja quando os competidores conseguem promover e lançar um produto substituto melhor Imagine por exemplo uma em presa de celulares que se limitou à produção de celulares já considerados de baixa tecnologia Imagine agora uma outra empresa que lança no mercado um smartphone 4g Se a pri meira empresa continuar a produzir somente o mesmo tipo 2 Jointventure é uma associação entre empresas sem a perda da identidade de cada uma delas para desenvolvimento e execução de um projeto específico ou parte de um projeto específico Cada empresa durante a vigência da jointventure é respon sável pela totalidade ou parte do projeto Etapas de um projeto de implantação industrial 55 de produto este sairá do mercado muito rapidamente entra rá na etapa de declínio pois seu produto foi substituído por um melhor Reconhecida a relevância do ciclo de vida de um produto é im portante notar que a manutenção da maturidade no ciclo impli ca em sua expansão Dito diferentemente para que um produto se mantenha na maturidade e não caia no declínio é necessária a sua expansão O gráfico a seguir demonstra essa extensão na duração do ciclo Figura 2 Ciclo de vida de um produto extensão na duração do ciclo Faturamento lucro e produção Tempo Fonte Fonseca 2012 p 31 Para se manter na etapa de maturidade primeiramente devese pensar no processo de inovação na etapa de elaboração do projeto de um produto A inserção da pesquisa e desenvolvimento PD que tem por objetivo estudar os mercados e inserir novos processos e produtos tecnológicos é uma saída muito empregada pelas empre sas Um caso notável é a substituição do revestimento interno dos veículos automotores que antes eram inflamáveis por não tecidos ou seja materiais que oferecem segurança aos motoristas A nova tecnologia faz com que os respectivos veículos consigam manter cada vez mais seu ciclo de maturidade 56 Engenharia econômica decisão e investimentos 212 A demanda e a oferta variáveis quantitativas A análise quantitativa nos reenvia ao estudo da econometria3 e da estatística econômica como ferramentas para projetar as quanti dades que serão demandadas e ofertadas no futuro Todavia é importante notar que somente o domínio dessas ferramentas como por exemplo os modelos de regressão linear exponencial logarítmico e potencial bem como as correlações e a identificação dos erros padrões não são suficientes Na verdade esses modelos são ferramentas importantes para o estudo mas devem ser considerados como pontos de chegada de um levantamento de dados e não de partida Entre o levantamento de uma série histórica por exemplo a série histórica do consumo de papelão ondulado para produzir cai xas e embalagens dos últimos dez anos e sua projeção o uso das ferramentas supracitadas existe um ponto conhecido como ponto de partida que é o levantamento das variáveis que serão analisadas para se construir uma série O responsável pelo projeto precisa es tar atento pois na maior parte dos produtos não existe uma série histórica pronta para o emprego das ferramentas econométricas Dito diferentemente existe ou não uma série histórica do consumo de embalagens dos últimos dez anos Eis o problema que deve ser superado para se empregar as ferramentas econométricas Exemplo imagine um empresário que pretende produzir próte ses de titânio para membros amputados ou cadeira de rodas para deficientes com paraplegia dos membros inferiores ou ainda colar cervical para resgate Existe uma série histórica pronta com esses dados A resposta é não Se esse é o caso para a maior parte dos 3 A econometria é um ramo da Economia que se preocupa com leis quantitativas so bretudo a estatística para estudar fenômenos econômicos Partindo da teoria econômi ca geral analisa os dados fornecidos pela estatística mediante a aplicação de métodos matemáticos A econometria possibilita àquele que a estuda prever alguns eventos Por outro lado essa ferramenta possibilita também conhecer o comportamento do consumi dor com relação a um determinado produto daqui a dez anos por exemplo Etapas de um projeto de implantação industrial 57 produtos como projetar e ainda como chegar a uma aproximação com um mínimo de certeza Essa é a tarefa mais difícil num projeto tendo em vista que remete às variáveis da demanda em questão É certo que não existe uma receita pronta para se reconhecer e cons truir uma série Por outro lado existem algumas técnicas que po dem ajudar nessa construção No exemplo da cadeira de rodas o primeiro passo é reconhecer que não existe uma série pronta e em seguida pensar quais as variá veis que elevam a demanda de tal produto A orientação é seguir alguns passos para a investigação desse exemplo primeiro verificar no departamento de traumatologia de um hospital quais são as causas que levam a tal enfermidade Uma vez conhecidas as causas passar para o segundo passo que será in vestigar nas redes de hospitais do Brasil o número de internações e que tipos de lesões provocam a paralisação dos membros inferiores Veja que nesse momento uma variável importante aparece pois nem todos os tipos de acidentes que causam trauma importante nas cervicais comprometem definitivamente os membros inferiores Diante disso é necessário buscar e eliminar filtro redutor da série o número de pessoas que sofrem esses acidentes e se recuperam com o tempo Além disso é necessário ainda pesquisar qual é o período do ano em que esses acidentes são mais frequentes Essa pesquisa pode nos levar a uma aproximação com mais de 15 variáveis que no final apresentaram um resultado surpreendente sobre a projeção da demanda por cadeira de rodas Sobre esse exem plo é importante notar que a investigação sobre a série histórica para a demanda e oferta de um determinado produto é condição central para poder então se lançar uma projeção Se isso é um fato o técnico deve estar atento em procurar esgotar as variáveis que pro porcionam uma série razoável Nesse sentido devese ainda rever a pesquisa e os dados apresentados procurando de forma analítica questionar o emprego dessas variáveis 58 Engenharia econômica decisão e investimentos 213 O estudo da localização uma abordagem conjunta com o mercado de insumos e o mercado de mão de obra Normalmente no estudo de localização para um projeto de implantação de uma indústria a técnica mais empregada é a dos orçamentos comparados em que se busca o menor custo de transferência associado à maior rentabilidade A técnica da localização e os orçamentos comparados são em pregados no projeto considerando as seguintes variáveis uma ma triz de distâncias com a qual se identifica as cidades fornecedoras de matériaprima e as cidades demandantes do produto a unidade do produto a ser transportado kg ton lotes fardos litros etc e a tarifa de transporte Com essas variáveis se obtém no final aquela cidade que apresenta o menor custo de transferência Custo de transferência peso x distância x tarifa Vejamos na tabela a seguir uma matriz de localização e de or çamentos comparados Nela podemos observar quatro quadrantes O primeiro quadrante mostra as cidades denominadas M e C de 1 a 3 com suas distâncias Por exemplo a distância da cidade M1 para C1 é de 600 km e a distância de C2 para C1 é de 20 km O segundo quadrante corresponde a quanto de matériaprima as cidades M podem transportar para as demais cidades Por exemplo ao se observar na Tabela 2 a cidade M1 só pode transportar o má ximo de 50 toneladas por período enquanto a M2 30 toneladas e a M3 10 toneladas O terceiro quadrante mostra o quanto as cidades C podem rece ber de produtos acabados das demais cidades Por exemplo a cidade Etapas de um projeto de implantação industrial 59 C1 só pode receber 20 toneladas por período enquanto a C2 30 toneladas e a C3 50 toneladas O quarto quadrante representa o total parcial que corresponde à soma dos subtotais de MP e produto acabado A linha final mostra o resultado entre os subtotais anteriores Tabela 1 Matriz de localização Para C1 C2 C3 M1 M2 M3 C1 0 200 300 600 700 800 C2 200 0 550 700 750 850 C3 300 550 0 450 580 620 M1 600 700 450 0 450 500 M2 700 750 580 450 0 380 M3 800 850 620 500 380 0 1 Transporte De MP M1 M2 M3 C1 C2 C3 De M1 De M2 De M3 Subtotal 2 Transporte De PA De C1 De C2 De C3 Subtotal Total parcial Fonte Elaborada pelo autor 60 Engenharia econômica decisão e investimentos Tabela 2 Tarifas e pesos Cidade Capacidade em toneladas Tarifa do frete por km M1 transporta 50 10 M2 transporta 30 5 M3 transporta 10 4 C1 recebe 20 5 C2 recebe 30 10 C3 recebe 50 8 Fonte Elaborada pelo autor Aproveitando a matriz anterior vamos resolver com os dados que temos Note que a expressão para o cálculo é Peso x distância x tarifa Tabela 3 Matriz de localização e orçamento comparados Para C1 C2 C3 M1 M2 M3 C1 0 200 300 600 700 800 C2 200 0 550 700 750 850 C3 300 550 0 450 580 620 M1 600 700 450 0 450 500 M2 700 750 580 450 0 380 M3 800 850 620 500 380 0 1 Transporte De MP M1 M2 M3 C1 C2 C3 De M1 R R 22500000 R 25000000 R 30000000 R 35000000 R 22500000 De M2 R 6750000 R R 5700000 R 10500000 R 11250000 R 8700000 De M3 R 2000000 R 1520000 R R 32000000 R 3400000 R 2480000 Subtotal R 8750000 R 24020000 R 30700000 R 43700000 R 49650000 R 33680000 2 Transporte De PA De C1 R 6000000 R 7000000 R 8000000 R R 2000000 R 3000000 De C2 R 21000000 R 22500000 R 25500000 R 6000000 R R 16500000 De C3 R 18000000 R 23200000 R 24800000 R 12000000 R 22000000 R Subtotal R 45000000 R 52700000 R 58300000 R 18000000 R 24000000 R 19500000 Total parcial R 53750000 R 76720000 R 89000000 R 61700000 R 73650000 R 53180000 Fonte Elaborada pelo autor Etapas de um projeto de implantação industrial 61 A fim de que possamos nos familiarizar com a matriz eis alguns cálculos resolvidos Sugerimos que você faça os demais cálculos para se familiarizar cada vez mais com essa matriz Considerando o custo de M1 para M3 temos Peso x distância x tarifa 50 x 500 x 10 250000 Considere agora o custo de M3 para C1 10 x 800 x 4 32000 Agora façamos o cálculo de transporte de produto acabado Considere receber C1 oriundo de M3 20 x 800 x 5 80000 Vejamos agora qual será o custo da cidade C3 oriundo de C1 50 x 300 x 8 120000 Fazendo os cálculos na matriz podemos observar que a cidade com menor custo de transferência é a cidade C3 com um custo anual de 531800 Por outro lado a cidade com maior custo de trans ferência é a cidade M3 com um custo de 890000 É importante notar no entanto que a matriz de localização não esgota a tarefa de escolher a melhor localização Há de se considerar não raro outras forças locacionais que podem reduzir o custo de transferência como por exemplo baixo índice de vio lência isenção fiscal nível de renda elevado arranjos produtivos locais entre outros Entretanto é importante destacar que somente o uso dessa técni ca não resolve inteiramente a questão da localização para a fábrica Isso ocorre pois existem forças locacionais importantes que devem ser abordadas no estudo Ou seja é possível ter ao final do emprego da técnica dos orçamentos comparados uma determinada cidade como sendo a melhor para a implantação da empresa por apresentar menor custo entretanto não apresentar por exemplo disponibilidade de mão 62 Engenharia econômica decisão e investimentos de obra o que aumentaria o custo do projeto forçando os agentes envolvidos a buscar a mão de obra em outra cidade O mesmo ocorre com determinados insumos de produção que dificilmente estarão sendo contemplados inteiramente em todas as cidades que são objetos dessa técnica Embora existam várias forças locacionais são três forças que se destacam por serem as mais importantes incentivos fiscais políticas de desenvolvimento industrial e os arranjos produtivos locais É im portante notar aqui que não existe uma hierarquia de importância entre essas três forças Procurando identificar os principais impostos recolhidos por uma empresa em atividade é possível destacar o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI o Imposto sobre Circulação de Mercadorias ICMS o Programa de Integração Social PIS e a Contribuição para Fins Sociais COFINS Imagine por exemplo um determinado projeto que ignorou uma cidade em que a carga tributária de um ou mais impostos ICMS por exemplo é reduzida uma vez que o prefeito da cidade em questão acredita que o impacto social do projeto terá grande alcance com o aumento da mão de obra local e a diminuição do desemprego Nesse caso seria grande erro desprezar essa variável pois ela é integrante na determinação do preço de venda do produto Nesse sentido é preciso conhecer as políticas de incentivos fis cais que estão sendo contempladas na construção da matriz das distâncias e procurar identificar qual seria o real resultado se tal isenção do imposto fosse ponderada Há ainda a necessidade de se conhecer o tempo em que essa isenção parcial ou total é concedi da às empresas daquela região Isso ocorre porque numa análise menos atenta por exemplo poderíamos considerar uma determi nada região como sendo a melhor sob o ponto de vista da isen ção fiscal mas no curto prazo por exemplo dois anos enquanto a matriz ou quadro de distâncias referese à relação de distâncias entre diversas cidades Etapas de um projeto de implantação industrial 63 expectativa do projeto é de dez anos até que ponto é vantajoso ter uma isenção fiscal de dois anos se a expectativa do projeto é de dez anos Esse tipo de cuidado deve estar presente pois não é raro algumas empresas caírem nesse tipo de armadilha guerra fiscal desprezando sua matriz de localização em função de uma força loca cional de forma isolada Isso serve para as outras forças locacionais pois é preciso considerálas como variáveis de apoio à matriz dos orçamentos comparados e não o contrário As políticas de desenvolvimento industrial na região aparecem como uma força locacional importante pois é possível encontrar nessas políticas algumas facilidades como linhas de financiamentos específicas para determinado segmento do mercado financiamento mais barato incentivo à concentração de empresas de determinado segmento etc Quanto aos arranjos produtivos locais há que se destacar que eles vêm crescendo no cenário nacional uma vez que possibilitam a integração das pequenas e médias empresas com as grandes empre sas Isso ocorre devido a concentrações regionaislocais de empresas que possuem alguma cooperação horizontal vertical multilateral4 e que acabam desenvolvendo atividades coordenadas com algum 4 Cooperação bilateral horizontal é aquela em que empresas concorrentes se juntam para desenvolver um trabalho específico em conjunto Esse tipo de cooperação ocorre quando se verificam relações de confiança entre as empresas sendo possível definir o objetivo da cooperação e a repartição dos resultados decorrentes dessas ações Exemplos desse tipo de cooperação são os compartilhamentos de equipamentos pelas empresas Na cooperação vertical as empresas com interesses convergentes se unem para por meio da cooperação alcançar objetivos comuns Exemplos desse tipo de cooperação são relações de produtores com fornecedores para a melhoria da qualidade dos componentes e intercâmbio com agentes de comercialização para aprofundar o conhecimento das necessidades dos consumidores finais Já a cooperação multilateral ocorre quando instituições e empresas pertencentes às cadeias produtivas diferentes têm relações verticais de fornecimento sendo importante a existência de instituições de apoio aos setores fortes que sejam bem articuladas e tenham interesses em comum bem definidos 64 Engenharia econômica decisão e investimentos fim comum possibilitando dessa maneira um certo grau de siner gia Essas sinergias podem ser de habilidades locais mão de obra especializada num determi nado segmento do arranjo produtivo local APL em questão de transferência de conhecimento e inovação de produtos e pro cessos dados os investimentos em PD locais e que naturalmen te são aproveitados e assimilados pelas empresas dos arranjos as inovações comerciais e de logística que são desenvolvidas nesses arranjos Nesse sentido quanto ao emprego da técnica dos orçamentos comparados há a necessidade de investigar se o produto contempla do no projeto pode estar inserido num APL e com isso ponderar os resultados encontrados na matriz de localização 22 Os aspectos técnicos e financeiros do projeto Nesta segunda parte do capítulo vamos apresen tar as principais variáveis técnicas e financeiras de um projeto que auxiliam o técnicoprofissional durante sua análise o processo e o programa de produção o orçamento de custos e receitas e o horizonte financeiro do projeto 221 O processo de produção e o programa de produção O processo e o programa de produção de um projeto são as bases pelas quais a produção é realizada durante a vida da empresa Dito diferentemente tratase de um esquema em que todas as atividades produtivas são realizadas 2211 O processo de produção A elaboração de um produto deve ocorrer de forma planeja da ordenada e dinâmica de modo a assegurar uma produção de Vídeo Etapas de um projeto de implantação industrial 65 excelente qualidade Para isso o processo de produção de um pro jeto pode ser definido como a coluna vertebral do projeto Nele são apresentadas todas as etapas as subetapas e as tarefas para que o produto seja efetivamente realizado em determinado período de tempo Vejamos cada uma dessas fases de um projeto As etapas do processo se referem às atividades maiores como os centros de decisão de cada produção do produto Dizse maiores pois exigem certo grau de decisão quanto à continuação ou não do uso da matériaprima do produto semielaborado no processo e a decisão quanto ao emprego da mão de obra direta ou indireta As subetapas são as atividades em centros menores de decisão e produção do produto no processo e são constituídas de atividades que são executadas dentro das etapas do processo Por fim as tare fas são constituídas pela realização da produção Um exemplo que pode ser esclarecedor é a produção de nobreak para computadores Poderíamos resumir o processo de produção em quatro grandes etapas etapa 1 requisição dos insumos do almoxarifado etapa 2 montagem e produção parcial dos componentes etapa 3 montagem final do no break etapa 4 estoque de produtos acabados para expedição5 Na etapa 1 podemos vislumbrar pelo menos duas tarefas a recepção e a expedição da matériaprima Como se trata do almoxarifado para esse caso não há subetapas 5 Note que se trata apenas de um exemplo e portanto é possível que existam mais do que quatro etapas outras subetapas e mais outras tarefas 66 Engenharia econômica decisão e investimentos Na etapa 2 por se tratar de uma montagem parcial dos componentes verificouse quatro subetapas subetapa 1 confecção mecânica subetapa 2 confecção da fiação subetapa 3 confecção do transformador subetapa 4 montagem das placas de circuito integrado Cada uma dessas subetapas exige tarefas dentre as quais podemos destacar testes controles de produ ção e de qualidade e as tarefas específicas inerentes a cada uma delas Na etapa 3 encontramos a montagem final do produ to na qual se pode reconhecer pelo menos uma tare fa auxiliar além das inerentes à montagem a tarefa de teste final que se aprovado segue no processo de produção caso contrário retorna para a montagem e para a verificação de possíveis erros ou falhas Na etapa 4 encontramos os estoques de produtos aca bados prontos para a expedição A importância desse exemplo está relacionada ao fato de que um processo bem estruturado em que é possível verificar todas as etapas traduzse em uma redução de custo no seio da empresa ge rando com isso maior rentabilidade No entanto o processo de produção não se esgota num fluxogra ma básico em que estão fixadas as etapas subetapas e tarefas como vimos anteriormente Ele somente se esgota quando se apresenta no final seu memorial descritivo Etapas de um projeto de implantação industrial 67 O memorial descritivo de um processo de produção revela de forma explicativa todas as fases do processo de produção e suas relações com cada etapa subetapa e tarefa realizada Prever por exemplo uma tarefa de aprovação na subetapa da confecção do transformador no nobreak e explicar o que ocorre quando este é ou não aprovado é o propósito do memorial descritivo Como seu nome já diz tratase em última instância de descrever de forma detalhada todas as atividades do processo Desse modo o profissional deve acompanhar todo o processo de produção a fim de identificar possíveis omissões tanto no processo de produção como no memorial descritivo Não é raro que projetos importantes não apresentem uma sintonia entre o fluxograma do processo e o memorial descritivo mas na verdade tudo o que é apresentado num fluxograma de um processo deve constar do me morial descritivo e viceversa 2212 O programa de produção O programa de produção é efetivamente o planejamento do fun cionamento da empresa sob o ponto de vista das variáveis que fazem o processo de produção funcionar Na verdade enquanto o processo de produção é o eixo central das atividades da empresa o programa é representado pelas variáveis que animam o processo As variáveis mais importantes de um programa de produção podem ser resumi das em tempo mão de obra regime de trabalho volume de maté riaprima e materiais secundários kWh consumido energia e em prego das máquinas e equipamentos MARINS LAUGENI 2010 O tempo como variável no programa revela as horas os mi nutos os segundos e frações de segundos entre uma etapa e uma subetapa ou uma subetapa e uma tarefa e assim sucessivamente O tempo deve ser medido do início do processo até a etapa final quando o produto está acabado A importância de se conhecer a va riável tempo num programa de produção está relacionada ao custo 68 Engenharia econômica decisão e investimentos de produção pois quanto menor o tempo numa determinada etapa menor será o tempo para se alcançar o produto final e assim maior será o volume de estoque de produtos semielaborados Nesse senti do um projeto deve contemplar a variável tempo além das demais descritas anteriormente propondo soluções a todo momento para que o processo seja reduzido quando possível e sem interferir na qualidade do produto a fim de minimizar os custos envolvidos ou seja menor tempo é igual a menor custo Podemos ter uma ideia antecipada do rateio dos custos por meio da identificação da mão de obra direta e indireta dos turnos e horas de trabalho todas essas variáveis devem aparecer no programa de produção pois conhecer a mão de obra significa também ter o con trole das etapas de um processo sob o ponto de vista técnico o que se traduz em eficiência e portanto produtividade A eficiência alme jada em cada programa de produção somente é conquistada pelas rotinas relação das tarefas com as etapas envolvidas o que traz conhecimento para a empresa e isso só ocorre após certo tempo de vida do negócio Isso não quer dizer no entanto que tal busca não possa ocorrer no planejamento do programa que é o ponto inicial para se buscar esse ganho de produtividade O volume de matériaprima assim como os materiais secun dários deve estar presente no programa de produção Entretanto devese tomar cuidado quanto a essa variável observando por exemplo se a matériaprima é inteiramente absorvida o quanto é perdido por falha no processo ou na identificação de um material já defeituoso entre outros aspectos Esse tipo de previsão embora não seja simples deve estar presente no programa ou seja conhecer essa variável implica uma redução de perdas no processo e portanto redução de custos de produção O kWh consumido é a energia despendida pelas máquinas e também deve estar no programa de produção É necessário conhe cer o consumo da energia em cada etapa para obter o controle de Etapas de um projeto de implantação industrial 69 produção Normalmente as máquinas e equipamentos trazem em suas fichas técnicas o gasto de energia em kWh para um determina do tempo de uso e para um volume de produção caso contrário há necessidade de fazer testes estatísticos por meio de amostras para obter esse custo de produção Para finalizar é importante notar que o profissional quando estiver construindo o programa de produção deve analisálo em perfeita sintonia com o processo de produção pois um depende do outro já que não há como estabelecer um programa de produção sem conhecer o processo pelo qual o produto é fabricado 222 O orçamento de custos e receitas Uma vez conhecido o programa de produção e o processo o orçamento de custos e receitas pode se tornar uma tarefa fácil de administrar Isso ocorre porque em tese todos os custos já foram identificados no planejamento do programa e nesse sentido resta rastreálos apropriálos e classificálos Assim o objetivo de um orçamento de custos e receitas é obter uma visão antecipada dos balanços projetados estimar a rentabili dade do projeto e confirmar ou recusar o tamanho e a localização desse projeto Na fase do orçamento três passos são bem conhecidos pela contabilidade de custos em primeiro lugar separase os custos das despesas em segundo apropriase os custos diretos e em terceiro apropriase os custos indiretos Por outro lado na fase de elaboração do programa de produção há necessidade de indicar qual o melhor método de se fazer o rateio dos custos Ou seja tratase de identificar se o melhor é a departa mentalização o critério do custeio baseado em atividades ABC etc É importante notar que a escolha de um método de rateio não é algo arbitrário mas uma estratégia empregada no projeto para que este reflita a realidade da empresa É certo no entanto que alguns 70 Engenharia econômica decisão e investimentos critérios são mais eficazes que os demais Vejamos por exemplo as diferenças básicas entre o critério departamental e o critério ABC critério baseado em atividade O departamento é a unidade mínima administrativa para a contabilidade de custos representada por pessoas e máquinas na maioria dos casos em que se desenvolvem atividades homogêneas Dizse unidade mínima administrativa porque normalmente há um responsável para cada departamento Esse conceito que liga a atri buição de cada departamento à responsabilidade de uma pessoa dará origem ao custo por controle sob o nome custos por responsabi lidade Um exemplo bastante interessante é pensar o departamento como uma etapa de um processo de produção Por exemplo a etapa de pintura de um veículo numa montadora nessa etapadeparta mento diversas atividades serão realizadas desde lixar o metal até a atividadefim que é a pintura em si Por outro lado o custeio baseado em atividades ou ABC é um método em que os custos são atribuídos inicialmente à atividade e depois aos produtos com base no consumo de atividades pelos produtos HANSEN MOWEN 2009 A atividade é uma tarefa que uma empresa realiza para fabricar ou entregar um produto ou servi ço O custeio baseado em atividades se fundamenta no conceito de que os produtos consomem as atividades e as atividades consomem os recursos Se os gestores querem que seus produtos sejam competiti vos é crucial que eles conheçam primeiro as atividades reali zadas para fabricar os produtos ou para prestação dos serviços e em seguida os custos dessas atividades Nesse sentido para reduzir o custo de um produto provavelmente será necessá rio alterar as atividades que o produto consome Para isso é es sencial que a toda a equipe o pessoal da produção marketing os contadores os engenheiros os economistas entre outros Etapas de um projeto de implantação industrial 71 examinem profundamente as atividades para que o processo seja revisto e os produtos possam ser fabricados com mais eficiência Sob o ponto de vista puramente teórico poderíamos chegar à conclusão de que o critério ABC nos fornece uma visão mais ampla sobre os custos se comparado ao critério departamental Todavia isso não significa que a escolha deverá ser feita baseada em qual critério revela mais ou menos sobre a atividade e sim baseada no processo de produção escolhido e no planejamento do programa apresentado Essas sim são as variáveis que conduzirão à escolha de um bom critério Em outros termos quem define o critério é de fato o processo e o programa de produção 223 O horizonte financeiro do projeto Uma das decisões mais relevantes e sensíveis quanto à elabo ração de um projeto é a alocação de recursos de investimentos na empresa à qual é dada uma característica de irreversibilidade pois uma vez investido o dinheiro não há volta São peculiares e bem en tendidas as consequências futuras que produz o projeto financeiro pois se for bem planejado as chances de lucro serão muito boas caso contrário o prejuízo é certo O horizonte financeiro do projeto pode ser dividido em dois tópicos que obedecem à seguinte ordem os investimentos seguido do quadro de usos e fontes com a projeção dos resultados 2231 Os investimentos o emprego das ferramentas de engenharia econômica para tomada de decisão A identificação e avaliaçãodecisão dos investimentos de um projeto merecem atenção particular pois vão determinar em última instância a viabilidade de um projeto O primeiro passo é a identificar os investimentos que serão alo cados no projeto Talvez essa seja a tarefa mais simples quanto ao 72 Engenharia econômica decisão e investimentos planejamento financeiro uma vez que essa identificação pode ser realizada com a experiência do próprio empresário de quem elabora o projeto dos fabricantes etc Os principais investimentos de um projeto podem ser identifica dos da seguinte forma aquisição ou locação do terreno obras civis projeto hidráulico e elétrico máquinas e equipamentos veículos operacionais e capital de giro este conhecido como investimen to variável na medida em que ele muda de acordo com o tempo Comprar ou alugar o terreno Contratar uma empresa de engenha ria civil para construir a fábrica e acompanhar seu levantamento ou comprar uma edificação pronta e depois apenas adaptála às suas necessidades Comprar uma máquina com capacidade de produção de 1000 unidadesdia ao preço de R 10000000 ou comprar duas mais baratas com capacidade de 500 unidades cada Essas e outras questões precisam estar contempladas no projeto ao qual o profis sional precisa estar atento Na fase de tomada de decisão dos investimentos é preciso estar certo de que essas questões estejam resolvidas pois elas têm um impacto decisivo no resultado do projeto Existem inúmeros métodos de engenharia econômica para avaliar um investimento variando desde a intuição até a experiência do em presário Mesmo assim há certa convergência entre a experiência do empresário e os métodos complexos cujo rigor conceitual resulta em sólidas orientações Esses métodos ou técnicas são usualmente conhecidos como método do valor presente método do benefício uniforme método do custo uniforme e método da taxa interna de retorno SAMANEZ 2009 O método do valor presente ou valor atual caracterizase pela transferência para o instante presente de todas as variações de caixa esperadas com uma taxa determinada Ou seja tratase de transpor tar para a data zero do diagrama de fluxo de caixa todos os recebi mentos e desembolsos esperados descontada a taxa de juro Etapas de um projeto de implantação industrial 73 Numa comparação entre duas alternativas por exemplo com prar um terreno de 1500 m2 para a empresa e pagar à vista ou com prálo e pagar em 60 meses com uma taxa de juros de 12 ao ano Em investimentos com vidas úteis iguais com uso desse método o que determinará a melhor alternativa será aquela que apresentar maior valor positivo no tempo zero Ou no caso ambas apresentem valor negativo no tempo zero aquela que apresentar o menor valor negativo será a melhor Os métodos do benefício uniforme e do custo uniforme carac terizamse pela transformação de todos os valores presentes anuais mensais e futuros em valores numa série uniforme Ou seja trans formar todos os dados do fluxo numa série uniforme que se for po sitiva seu resultado será decidido por aquele que apresentar a maior série positiva maior rentabilidade e caso negativo será a menor série negativa menor custo a escolhida Quanto ao emprego da taxa interna de retorno de um projeto tratase da taxa de juros para a qual o valor presente das receitas igualase ao valor dos desembolsos Isso quer dizer que a taxa inter na de retorno é aquela que torna nulo o valor presente do projeto Para o emprego desses métodos o técnico precisa se familiarizar com as fórmulas financeiras e tomar um cuidado particular quanto à escolha da taxa mínima de atratividade encontrada no mercado Muitas vezes a taxa mínima encontrada não é aquela esperada e nesse caso todo um trabalho pode ser perdido antes de consultar aquele que é de fato o maior interessado pelo projeto o empresário 23 Capital de giro O capital de giro próprio faz parte do investi mento do projeto na medida em que sem essa dis ponibilidade de recursos as operações da empresa seriam inviabilizadas É com capital que se paga a matériaprima e se estabelece o caixa mínimo da taxa mínima de atratividade a taxa de referência que é empregada para nortear uma decisão de investimento Vídeo 74 Engenharia econômica decisão e investimentos empresa Além disso a formação do capital de giro se reveste de importância singular pois sua formação está diretamente ligada ao ciclo operacional tempo entre a data da compra pelo cliente até o recebimento das vendas ao ciclo financeiro tempo entre o paga mento a fornecedores e o recebimento das vendas e ao ciclo econô mico tempo que a mercadoria permanece em estoque 231 A formação do capital de giro Para se compreender a estrutura que forma o capital de giro conforme a Figura 3 é importante observar suas variáveis no tempo O capital de giro inicia no momento da compra da matériaprima que fica em estoque e segue para a linha de produção A seguir o produto entra em estoque para ser vendido uma parte à vista e outra a prazo ou qualquer combinação No final parte da matéria prima é paga e parte das vendas é recebida Figura 3 Fluxo de capital de giro 4 6 9 12 15 28 Compra de matériaprima Início da produção Fim da produção Vendas Pagamento ao fornecedor Recebimento das vendas Dia Fonte Elaborada pelo autor Na Figura 3 temos o seguinte fluxo como exemplo a empresa compra sua matériaprima do fornecedor no dia 4 inicia a pro dução no dia 6 finalizando dia 9 As vendas ocorrem no dia 12 o pagamento ao fornecedor no dia 15 e o recebimento das vendas a prazo no dia 28 Nesse caso temos algumas informações importantes quanto ao que se denomina tempo no capital de giro O tempo de estoque é de 2 dias intervalo entre a compra da matériaprima e o início da fa bricação O período de estoque de produtos em processo é de 3 dias que é o tempo entre o início e o fim da fabricação O tempo de esto que de produtos acabados é de 3 dias indicado pelo intervalo entre o fim da fabricação e as vendas O financiamento das vendas é de Etapas de um projeto de implantação industrial 75 16 dias pois é o tempo que decorre entre as vendas e o recebimento a prazo 12º até o 28º dia Por fim o crédito do fornecedor que é o financiamento das matériasprimas é de 11 dias o prazo entre a compra no dia 4 e o pagamento no dia 15 É importante notar no esquema que existem três ciclos extrema mente importantes para o projeto O primeiro deles é o ciclo eco nômico que vai da compra da matériaprima MP até as vendas Nesse caso o ciclo econômico CE é de 8 dias O segundo é o ciclo financeiro CF que compreende o hiato fi nanceiro É representado pelo intervalo de tempo entre o pagamento dos fornecedores e o recebimento das vendas a prazo Nesse caso o CF é de 13 dias Por fim o ciclo operacional que compreende o intervalo de tempo entre a compra da matériaprima e o recebimento das vendas a prazo Nesse nosso exemplo ele é de 24 dias A seguir apresentamos um quadro com o exemplo do capital de giro segundo as normas do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES em que o resultado se dá pela diferença entre necessidades e recursos Quadro 1 Demonstrativo do capital de giro Descrição Base de cálculo Total a 100 1 Necessidades 11 Caixa mínimo 12 Financiamento de vendas 13 Estoques 131 Insumos 132 Produto em processo 133 Produto acabado 134 Peças reposição 14 Outros Dias x a n dias Dias Dias Dias MaqEquipamentos Soma ant Continua 76 Engenharia econômica decisão e investimentos Descrição Base de cálculo Total a 100 2 Recursos 21 Crédito fornecedor 22 Impostos 221 IPI 222 ICMS 223 COFINS 224 PIS 23 Outros x a n dias Total do capital de giro Fonte Elaborado pelo autor Veja a seguir a explicação de cada termo do Quadro 1 1 Necessidades 11 Caixa mínimo O número de dias para o caixa mínimo é dado pela diferença en tre o tempo do faturamento e o tempo de pagamento das obrigações Caixa Mínimo Custo Total Depreciação x n dias 360 12 Financiamento de Vendas FV Devese admitir um percentual de vendas que será financiado por determinado período de tempo FV Custo Total Depreciação x Vendas a prazo x prazo médio 360 13 Estoques 131 Estoque dos insumos O número de dias de estoque mínimo em que os insumos não são processados Etapas de um projeto de implantação industrial 77 Estoque de insumos Custo insumos x n dias 360 132 Estoque de produtos em processo Tratase do número de dias para a produção do produto Estoque de prod processo Custo V D x n dias 360 133 Estoque de produtos acabados Tratase do número de dias em que o produto acabado fica no estoque Estoque de prod acabado Custo V D x n dias 360 134 Peças e materiais de reposição Devese admitir um percentual sobre o somatório dos inves timentos em máquinas equipamentos e veículos operacionais Depende de cada projeto Estoque de peças e materiais de reposição X x investimentos em máquinas e equipamentos 14 Outros Somatório dos itens anteriores fixando um percentual Outros x somatório 2 Recursos 21 Crédito fornecedor Tratase de um percentual das compras de insumos MP que serão financiadas por um determinado período de tempo Crédito fornecedor Total compras x Comp prazo x prazo médio pgto 360 78 Engenharia econômica decisão e investimentos 22 Impostos 221 IPI IPI a pagar IPI crédito x n dias360 IPI a pagar faturamento x segundo a classificação fiscal do produto IPI crédito compra dos insumos x segundo a classificação fiscal do produto 222 ICMS ICMS a pagar ICMS crédito x n dias360 ICMS a pagar faturamento x 18 no caso do PR ou 12 interestadual ICMS crédito compra dos insumos x 18 no caso do PR ou 12 interestadual 223 COFINS faturamento x 76 L real ou 3 lucro presumido COFINS Cofins x n dias 360 224 PIS faturamento x 165 L real ou 06 presumido PIS PIS x n dias 360 23 Outros Somatório dos itens anteriores fixando um percentual Outros x somatório Etapas de um projeto de implantação industrial 79 Na parte final de um projeto procurase encontrar todos os re cursos de investimentos que foram alocados num quadro conhecido como quadro de usos e fontes Nesse quadro a atenção do profis sional deve ser redobrada pois está relacionado aos resultados da empresa que foram projetados e ao fluxo de caixa É nesse fluxo pre cisamente onde se encontrará a taxa interna de retorno do negócio Nesse sentido três quadros estão intrinsecamente ligados o quadro de usos e fontes o quadro de resultados e o quadro do fluxo de caixa 2311 O quadro de usos e fontes No quadro de usos e fontes procurase apresentar as rubricas de investimentos fixos como por exemplo terreno construção civil máquinas e equipamentos veículos etc num horizonte de implan tação Esse horizonte de implantação nada mais é do que o tempo determinado para a viabilidade do projeto Deve haver um cuidado para não confundir com o tempo de vida da empresa Além das rubricas indicadas anteriormente nesse quadro deve se considerar também o capital de giro que foi calculado no item anterior e de que forma se dará a composição desses recursos no projeto Tratase de identificar qual parte desses investimentos cabe ao empresário portanto o capital próprio e o que será financiado com o banco de fomento o capital de terceiros 2312 O quadro de projeção dos resultados Uma vez conhecido o orçamento de custos e receitas esse qua dro nos revela a projeção dos resultados num determinado período de tempo Nele é possível identificar o resultado positivo projetado ou negativo É muito comum num projeto por exemplo nos seus dois primeiros anos haver prejuízo operacional o que não significa que o projeto é inviável se considerarmos uma projeção de 20 anos em que os outros 18 anos são positivos 80 Engenharia econômica decisão e investimentos 2313 O quadro do fluxo de caixa O quadro do fluxo de caixa deve revelar a perfeita sintonia com os quadros anteriores pois em última análise é ele que nos possi bilita encontrar a taxa interna de retorno Esse quadro está dividido em duas grandes rubricas as entradas de caixa oriundas dos resul tados projetados e as saídas de caixa oriundas dos investimentos de capital de terceiros assim como as amortizações feitas nesse capital tomado do banco de fomento A seguir temos um exemplo de integração dos três quadros an teriormente indicados Quadro 2 Integração entre o quadro de usos e fontes com as Demonstrações de Resultado de Exercício e o fluxo de caixa Quadro de usos e fontes Projeção dos resultados Usos 1 mês 2 mês 3 mês n mês Total Itensano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano Enésimo ano Invest fixos Terrenos V Brutas Est prelimi nares Impostos Engenharia básica Subtotal Obras civis C operacionais Máquina equip C variáveis Instalações C fixos Adm Subtotal Veículos LAJIR Subtotal Outros C fixos Eventuais Desp adm Continua Etapas de um projeto de implantação industrial 81 Quadro de usos e fontes Projeção dos resultados Usos 1 mês 2 mês 3 mês n mês Total Itensano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano Enésimo ano Capital de giro Juros financeiros Juros durante a const Subtotal TOTAL Total Custos LAIR Fontes Lucro tributável Recursos próprios Cont social IR Recursos terceiros Lucro líquido Prog máq e equip Projeção do Fluxo de Caixa Prog const civil Itensano Ano 0 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano Enésimo ano Programa CG Entrada TOTAL Lucro líquido Depreciação Total Saídas Capital próprio Amortização Total Saldo de Caixa Acumulado Fonte Elaborado pelo autor 82 Engenharia econômica decisão e investimentos O Quadro 2 que integra o quadro de usos e fontes com a de monstração de resultados e o fluxo de caixa mostra a prefeita sin cronia extremamente importante para se conhecer a taxa interna de retorno e o payback tempo de recuperação do investimento O quadro funciona da seguinte forma enquanto o quadro de usos e fontes QUF fornece as informações de capital próprio e de terceiros para financiar as atividades de um projeto a Demonstração de Resultado do Exercício DRE revela se no período houve lucro ou prejuízo Com essas informações é possível alimentar o fluxo de caixa na horizontal QUF e na vertical DRE Com essa constru ção obtemos a TIR taxa interna de retorno na penúltima linha do fluxo de caixa e o tempo de recuperação do dinheiro na última linha que mostra o valor acumulado no período Considerações finais Este capítulo abordou os principais aspectos que um projeto de viabilidade deve conter e a análise que um técnico da área deve fazer conhecendo amplamente esse tipo de projeto para poder questionar e opinar sobre as variáveis nele contidas Destacouse que a análise de um projeto deve começar pelo estu do de mercado constatando que nem sempre uma demanda insatis feita é condição suficiente para que o projeto seja viável na medida em que ele pode apresentar uma taxa interna de retorno inferior à mínima do mercado Por isso a atenção deve ser redobrada quanto ao horizonte fi nanceiro tendo em vista que nem sempre a taxa interna de retorno encontrada como resultado dos quadros de usos e fontes projeção dos resultados e fluxo de caixa é efetivamente desejada pelo em presário que pretende aplicar seus recursos no negócio Por fim cabe salientar que o conhecimento das ferramentas de engenharia econômica é condição necessária para o técnico se Etapas de um projeto de implantação industrial 83 lançar em uma análise de um projeto já que por meio dessas ferra mentas ele pode questionar a decisão do investimento e influenciar os resultados finais do projeto Atividades 1 Das cinco etapas do ciclo de vida de um produto em um pro jeto qual delas o técnicoprofissional deve evitar 2 O programa de produção de um projeto deve contemplar o máximo de informações para ajudar no orçamento de custos e receitas No que concerne aos custos cite dois deles que devem estar contemplados no orçamento 3 O capital de giro próprio faz parte do investimento do projeto na medida em que sem essa disponibilidade de recursos as ope rações da empresa não ocorrem Dessa forma como podemos obter o resultado final do capital de giro de um projeto Referências ASSAF NETO A TIBÚRCIO SILVA C A Administração de capital de giro São Paulo Atlas 2007 FONSECA J W F Elaboração e análise de projetos São Paulo Atlas 2012 HANSEN D R MOWEN M M Gestão de custos São Paulo Cengage Learning 2009 HORNGREN C DATAR S FOSTER G Contabilidade de custos São Paulo Pearson 2006 2 v KEELING R Gestão de projetos São Paulo Saraiva 2006 MAHER M Contabilidade de custos São Paulo Atlas 2001 84 Engenharia econômica decisão e investimentos MARINS P G LAUGENI F P Administração da produção São Paulo Saraiva 2010 SAMANEZ C P Engenharia econômica São Paulo Prentice Hall Brasil 2009 SARTORIS A Estatística e introdução à econometria São Paulo Saraiva 2003 3 O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento O objetivo deste capítulo é compreender o emprego das ferra mentas básicas da engenharia econômica para a tomada de decisão de investimento Sendo assim o texto está dividido em duas partes num primeiro momento faremos uma revisão da matemática finan ceira e num segundo momento apresentaremos as ferramentas da engenharia econômica e suas aplicações 31 Cálculo financeiro básico uma revisão da matemática financeira Nosso objetivo nesta primeira parte do capítulo é compreender o cálculo financeiro básico fundamentado na noção de juro sob o ponto de vista do agente que tem responsabilidade direta ou indireta nas finanças de uma empresa o economista o administrador o contador entre outros Nesse sentido na visão do administrador financeiro o juro pode ser interpretado como o custo de um crédito ou o retorno de uma aplicação de capital Por outro lado na óptica do economista o juro apresenta duas interpretações A primeira revela a remuneração do fator de produção do capital empregado da mesma forma que a remuneração do trabalho empregado representa o salário A segunda interpretação aquela que nos interessa nesta obra é a que está relacionada à preferência temporal dos agentes econômicos indivíduos empresas e governo isto é suas preferências em consumir determinados bens e serviços Vídeo 86 Engenharia econômica decisão e investimentos no presente ou no futuro Ao postergarem seus consumos os agentes exigem uma recompensa pelo sacrifício de poupar que é definida como juro HAZZAN POMPEO 2001 Nesse contexto sobressai a necessidade de qualquer agente financeiro economista administrador e contador conhecer de forma precisa os vários critérios e pressupostos básicos do cálculo financeiro os quais serão aplicados em várias operações empresariais 311 Juros simples De acordo com Hazzan e Pompeo 2001 o sistema de juros simples não encontra aplicações práticas tão generalizadas como o sistema de capitalização composta como veremos a seguir Seu uso concentrase basicamente nas operações de curto prazo ati vas open market por exemplo e passivas descontos de duplica tas por exemplo Esse sistema de juros incide unicamente sobre o principal ca pital inicialmente aplicado ou alocado e gera consequentemente remunerações ou custos dependendo do caso diretamente pro porcionais ao capital e ao prazo envolvidos na operação Vejamos um exemplo esclarecedor Quando se obtém um crédito de R 500000000 pelo prazo de 5 meses à taxa de juros simples de 10 ao mês e se supõe a inexistência de quaisquer outros encargos como o IOF por exemplo a remuneração mensal do crédito atin girá sempre R 50000000 10 x 5000000 e totalizará ao final do período considerado 5 meses neste exemplo o valor proporcional de R 250000000 R 500000000 x 5 x 0101 Adotase então as seguintes simbologia e regras básicas 1 O valor 010 na expressão referese ao resultado da seguinte divisão 10100 que corresponde a 10 O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento 87 C é o valor presente principal ou o mesmo que o capital ini cial representativo de uma aplicação financeira ou a obtenção de um crédito i taxa nominal de juros ou seja a taxa contratada na operação É importante notar que nas formulações de matemática financeira a taxa de juros deve estar sempre expressa em termos unitários e não em percentuais por exemplo 20 taxa percentual e 20 20100 020 taxa unitária J é o valor em R dos juros de uma operação n é o número de períodos considerado na operação É impor tante observar que n e 8 devem estar sempre definidos na mesma unidade de tempo dias meses trimestres semestres anos etc M montante acumulado na operação ou seja representa a soma do principal mais os juros calculados durante determinado período de tempo Com base na simbologia apresentada podemos desenvolver as seguintes fórmulas de juros simples Fórmula do montante M M C J Representa o valor do capital inicial acrescido dos juros produ zidos na operação Fórmula dos juros J J C i n Representa o produto do capital pela taxa nominal e pelo perío do considerado Se incluirmos a fórmula dos juros J na fórmula do montante M podemos obter outra fórmula usada na prática ou seja 88 Engenharia econômica decisão e investimentos M C C i n colocando C em evidência temos M C1 i n ou C M 1 i n 312 Taxa nominal e taxa proporcional Conforme vimos a taxa nominal representa a taxa de juros con tratada numa operação financeira ativa ou passiva Por outro lado a taxa proporcional é típica do sistema de capi talização linear juros simples Dessa forma as duas taxas expressas em diferentes unidades são definidas como proporcionais quando enunciam valores iguais numa mesma unidade de tempo Por exem plo 8 am e 96 aa são consideradas proporcionais por expres sarem valores iguais em quaisquer unidades de tempo definidas Supondo o trimestre a unidade de tempo eleita temos para as taxas proporcionais o que segue 96 4 a a 24 at e 8 am 3 24 aa Exemplo Determine o montante M e os juros J de uma apli cação de R 150000000 efetuada pelo prazo de 8 meses à taxa de juros simples de 108 aa Solução n 8 meses i 108 12 a a meses 9 am C 150000000 M J M C 1 i n M 1500000 1 009 8 258000000 J M C O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento 89 J 2580000 1500000 108000000 313 Juros compostos De acordo com Puccini 2007 diferentemente dos juros sim ples os juros compostos encontram amplas aplicações práticas na economia notadamente em operações ativas e passivas de médio e longo prazo Nesse critério de capitalização os juros incidem sempre sobre o saldo acumulado e ocorrem dessa forma juros sobre juros perio dicamente Ou seja no regime de juros compostos o juro gerado em determinada operação é adicionado ao principal e serve de base para o cálculo de juros no período posterior Suponhamos que uma pessoa tenha aplicado R 10000000 à uma taxa composta de 10 am Utilizando a mesma simbologia definida para o sistema de juros simples temos Final do 1 mês 10 R 10000000 o montante do pe ríodo será de R 11000000 R 10000000 R 1000000 ou M 100000 1 010 R 11000000 Final do 2 mês o montante esperado será duas vezes os ju ros pois representa dois meses Nesse sentido temos M 100000 1 010 1 010 100000 1102 R 12100000 Final do 3 mês aplicando o raciocínio do mês anterior temos M 100000 1 010 1 010 1 010 100000 1103 R 13310000 Final do enésimo mês M 100000 110n Ou seja M C 1in Engenharia econômica decisão e investimentos Onde M montante valor futuro C capital valor presente 1in representa o fator composto de crescimento Exemplo Se uma pessoa deseja obter R 10000000000 no período de 1 ano quanto deverá aplicar hoje num fundo que rende 20 at Em outras palavras qual é o valor presente dessa operação Solução M valor futuro 100000000 n 1 ano como 1 ano tem 4 trimestres logo n 4 i 20 at C Utilizando a fórmula temos M C1in C M 1in C 100000000 10204 C 100000000 20736 4822530864 Com efeito se aplicarmos R 4822530864 hoje à taxa composta de 20 at teremos ao cabo de um ano o valor de R 10000000000 314 Taxa equivalente São taxas equivalentes aquelas que geram montantes idênticos quando capitalizadas sobre o mesmo capital e prazo Por exemplo 40 as e 96 aa são equivalentes por produzirem um mesmo montante em prazo idêntico ou seja é indiferente um investidor aplicar um mesmo capital à taxa de 40 as ou 96 aa O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento Utilizandose da dedução matemática a taxa de juros equivalente referente a certo intervalo de tempo pode ser obtida pela seguinte expressão iq 1i 1 Onde iq taxa de juros equivalente relativa a uma parte de determinado intervalo de tempo n número de partes do intervalo de tempo considerado Aplicando a expressão no exemplo anterior temos a seguinte taxa semestral equivalente a 96 aa n 2 semestres i 96 aa iq 1i 1 iq 1096 1 logo iq 040 ou 40 as Exemplo Quais as taxas de juros mensal e trimestral equivalentes a 170 aa Solução a Taxa de juros equivalente mensal i 170 aa n 12 meses Aplicando a fórmula temos iq 1i 1 iq 1121170 1 logo iq 00863 ou 863 am b Taxa de juros equivalente trimestral i 170 aa n 4 trimestres Observe que se os juros fossem capitalizados anualmente o montante seria diferente e portanto menor Vejamos C R 200000000 i 120 aa n 1 ano M C 1i n M 2000000 1 12¹ 4400000 Se nesse regime de capitalização o montante é maior então a taxa efetiva também será Com a expressão a seguir podemos encontrar a taxa efetiva dessa operação IEF 1i n n 1 Onde IEF taxa efetiva de juros i taxa contratada n número de capitalização da taxa contratada em determinado período de tempo Para o exemplo anterior temos IEF 1i n n 1 IEF 1 12 2 ² 1 156 ou 156 aa n 4 lembrando que um ano tem quatro trimestres MC1i n M600000101875⁴119312439 A taxa efetiva dessa operação é de IEF 1i n n 1 IEF 1075 4 ⁴ 109885 ou 9885 aa Observe que essa taxa é superior à taxa contratada de 75 aa O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento 95 As ferramentas mais conhecidas e amplamente empregadas são as seguintes método do valor presente método do benefício ou custo uniforme método da taxa interna de retorno 321 O método do valor presente ou valor atual Esse método caracterizase pela transferência para o instante presente de todas as variações de caixa esperadas com uma taxa determinada Dito diferentemente tratase de transportar para a data zero do diagrama de fluxo de caixa todos os recebimentos e desembolsos esperados descontada a taxa de juros Numa comparação entre duas alternativas de investimento com vidas úteis iguais com uso desse método o que determinará a me lhor alternativa será aquela que apresentar maior valor positivo no tempo zero ou caso ambas apresentem valor negativo no tempo zero aquela que apresentar o menor valor negativo será a melhor Existe ainda a possibilidade de uma alternativa apresentar valor ne gativo e a outra valor positivo no tempo zero Nesse caso a melhor alternativa será aquela do valor positivo HIRSCHFELD 2009 Para o emprego desse método há necessidade de subdividir as alternativas em dois casos alternativas com vidas úteis econômicas iguais e alternativas com vidas econômicas diferentes Exemplo Um empresário está indeciso diante de três opções de máquinas com o mesmo desempenho e a mesma vida útil de 10 anos As alternativas são as seguintes A envolve despesas anuais de R 1000000 sem in vestimento inicial 96 Engenharia econômica decisão e investimentos B envolve despesas anuais de R 500000 com inves timento inicial de R 1500000 C envolve despesas anuais de R 400000 com in vestimento inicial de R 2000000 e valor residual de R 200000 Considerando uma taxa mínima de atratividade TMA de 10 ao ano qual é a melhor alternati va de investimento para o empresário Empregando o método do valor presente temos Resolvendo A Veja o diagrama a seguir 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 10000 Solução Como não há nenhum valor além da série uniforme de custos o objetivo é trazer esses valores que se repetem ao tempo zero A fórmula empregada é a seguinte P R 1 in 1 1 in i Onde P é o valor que desejamos encontrar R é o valor que se repete durante os dez anos devese conside rálo positivo para efeito da fórmula n é o período de tempo i é a TMA para esse caso é 10 01 valor residual valor que surge no fim da vida útil do equipamento em função do seu desgaste durante o tempo de uso O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento 97 R 10000 n 10 i 10 Aplicando a fórmula P 10000 1 0110 1 1 0110 01 6144571 Como se trata de custo logo P 6144571 Resolvendo B Veja o diagrama a seguir 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 5000 15000 Solução Para esse caso devese empregar a mesma fórmula da alternativa anterior A única diferença é que deveremos no final somar o valor dos custos do valor presente com o valor do investi mento Note que agora o valor de R é igual a 5000 R 5000 n 10 i 10 Aplicando a mesma fórmula P R 1 in 1 1 in i P 5000 1 0110 1 1 0110 01 3072285 Como se trata de custo logo P 3072285 Devemos somar esse valor encontrado ao valor do investimento inicial Vejamos Investimento 15000 Valor presente encontrado 3072285 Logo temos P 4572285 98 Engenharia econômica decisão e investimentos Resolvendo C Veja o diagrama a seguir 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 4000 20000 2000 Solução Nesse caso além da fórmula já conhecida precisaremos de outra pois temos um valor residual que deve ser trazido para o presente ele se encontra no final do décimo ano Primeiro trazemos a série R 4000 n 10 i 10 Utilizando a fórmula P R 1 in 1 1 in i P 4000 1 0110 1 1 0110 01 P 2457826 como se trata de custo logo 2457826 Agora precisamos trazer o valor de 2000 para o presente Note que não se trata de uma série portanto a fórmula até aqui emprega da não nos serve Precisamos da fórmula a seguir F P 1 in Onde F valor futuro Para esse caso 2000 P valor presente é o que procuramos n período de tempo i TMA F 2000 O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento 99 P n 10 i 10 F P 1 in 2000 P 1 0110 77109 Tratase de entrada de caixa logo P 77109 Agora somamos todos os valores P 20000 investimento inicial 2457826 encontrado na série 77109 trazido para o presente Obs Note que o valor fu turo entra no cálculo como positivo sendo ele uma entrada de caixa P R 4380717 Tomada de decisão a melhor alternativa vai ser aquela que apresentar o menor valor presente negativo o que significa menor investimento A o valor presente R 6144571 B o valor presente R 4572285 C o valor presente R 4380717 Para esse caso a melhor alternativa será a C por apresentar o menor investimento entre as três Esse método é amplamente empregado Todavia deve haver um cuidado com os sinais e Se optarmos quando da soma dos valores presentes por considerar positiva a entrada de caixa a saí da deve ser negativa e viceversa No caso citado todos os valores ficaram negativos 322 O método do benefício uniforme ou custo uniforme Esse método caracterizase pela transformação de todos os va lores presentes anuais mensais e futuros em valores numa série uniforme Tratase de transformar todos os dados do fluxo numa série uniforme em que se for positiva seu resultado será decidido 100 Engenharia econômica decisão e investimentos por aquele que apresentar a maior série positiva maior rentabilida de Em caso negativo será a menor série negativa menor custo a escolhida Exemplo Dois tipos de construção estão sendo consi derados por um empresário Seguem as informações Tabela 1 Construções aço x alumínio Construção em aço Construção em alumínio Investimento inicial R 800000 R 1200000 Vida útil 12 anos 12 anos Custo da construção R 500000ano R 500000ano Custo anual de manutenção R 100000ano R 80000ano Fonte Elaborada pelo autor Considerando uma TMA de 10 ao ano qual a me lhor alternativa de construção ou seja que exigirá menor custo anual Diagrama aço 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 5000 1000 6000 8000 Diagrama alumínio 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 5000 800 5800 12000 Resolvendo a construção em aço O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento 101 Observe que o custo da construção e o custo de manutenção já estão ao ano Dessa forma não há necessidade de transformar esses valores numa série Então basta simplesmente somálos Portanto temos 5000 1000 R 600000ano Agora podemos tomar o valor do investimento e transformá lo numa série A fórmula é a mesma vista anteriormente A única diferença é que temos de achar o valor de R lembrando que antes tínhamos de achar o valor de P P R 1 in 1 1 in i P 8000 R i 10 ou 01 n 12 Aplicando a fórmula P R 1 in 1 1 in 1 8000 R 1 0112 1 1 0112 01 117410 Somando com o valor dos custos temos custo anual 117410 6000 R 717410 Resolvendo a construção em alumínio Devemos seguir o mesmo raciocínio feito para a alternativa an terior Então custos 5000 800 R 580000ano Agora podemos tomar o valor do investimento e transformálo numa série A fórmula é a mesma a única diferença é que temos de achar o valor de R P 12000 R i 10 ou 01 n 12 102 Engenharia econômica decisão e investimentos Aplicando a fórmula P R 1 in 1 1 in i 12000 R 1 0112 1 1 0112 01 176116 Somando com o valor dos custos temos custo anual 176116 5800 R756116 Tomada de decisão considerando que a construção em aço apre senta um custo anual menor R717410 do que a construção em alumínio R756116 a melhor alternativa é a construção em aço Proposta de continuação do exemplo Imagine porém que ambas as construções apresentem valores residuais ao cabo dos 12 anos A de aço apresenta um valor residual de 1000 e a de alumínio um valor residual de 500 Observe que os demais cálculos continuam sendo os mesmos para ambas as construções não havendo necessidade de refazêlos Todavia é preciso trazer esse valor residual para uma série Para isso necessitamos utilizar uma fórmula ainda não conhecida que será F R 1 in 1 i Onde F valor futuro para esse caso é o valor residual R valor da série para esse caso é o que queremos descobrir n período de tempo i TMA Resolvendo a construção em aço o valor residual F R 1 in 1 i 1 000 R 1 0112 1 01 4676 Resolvendo a construção em alumínio o valor residual O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento 103 F R 1 in 1 i 500 R 1 0112 1 01 2338 A situação dos custos para ambas as alternativas considerando o valor residual é Tabela 2 Custos construções em aço x alumínio solução Aço Alumínio Investimento inicial transfor mado em custo anual R 117410ano R 176116ano Custo da construção R 500000ano R 500000ano Custo anual de manutenção R 100000ano R 80000ano Valor residual transformado em receitaano R 4676 R 2338 Custo total R 712734 R 753778 Fonte Elaborada pelo autor Note que o valor da receita anual adquirida por meio do valor residual entra positivo Tomada de decisão Mesmo com valor residual a melhor alter nativa continua sendo a de aço pois apresenta menor custo anual se comparada com a de alumínio 323 O método da taxa interna de retorno O emprego da taxa interna de retorno de um projeto tratase da taxa de juros para a qual o valor presente das receitas igualase ao valor dos desembolsos Isso quer dizer que a taxa interna de retorno é aquela que torna nulo o valor presente do projeto FONSECA 2012 Exemplo Um empresário está estudando a compra de um prédio para poder alugar as salas a terceiros O va lor do imóvel é de R 700000000 Estimase que du rante um período de 20 anos a renda proveniente dos aluguéis das salas atingirá R 89000000 por ano e as 104 Engenharia econômica decisão e investimentos despesas com impostos manutenção etc atingirão R 38000000 por ano Estimase que ao cabo de 20 anos o prédio pode ser vendido por R 450000000 Qual a taxa interna de retorno do negócio O primeiro passo aqui é reconhecer que há necessidade de arbi trar uma taxa qualquer para esse caso ao ano a fim de trazer os valores para o tempo presente Na verdade não precisamos trazer os aluguéis e depois os custos para o valor presente basta diminuirmos um do outro pois ambos estão ao ano e estão nos 20 anos Assim temos R 89000000 R 38000000 R 51000000 Arbitrando uma taxa de 10 ao ano temos P 510000 1 0120 1 1 0120 01 434191750 este valor é positivo pois é entrada de caixa Trazendo agora o valor de 4500000 para o presente F P 1 in 4500000 P 1 0120 66889632 este valor é positivo pois é entrada de caixa Somando os três valores temos VP 7000000 o valor é negativo pois é saída de caixa 434191750 66889632 VP 198918618 Como o valor do VP é negativo precisamos estimar uma taxa menor do que 10 para podermos encontrar um VP positivo Regra quanto maior a taxa menor é o VP e quanto menor a taxa maior será o VP O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento 105 Arbitrando uma taxa de 5 ao ano temos P 510000 100520 1 1 00520 005 635572727 este valor é positivo pois é entrada de caixa Obs Devese usar os nove dígitos da calculadora HP Trazendo agora o valor de 4500000 para o presente F P 1 in 4500000 P 1 00520 169600267 este valor é positivo pois é entrada de caixa Obs Devese usar os nove dígitos da calculadora HP Somando os três valores temos VP 7000000 o valor é negativo pois é saída de caixa 635572727 169600267 VP 105172994 Agora que temos os valores que tornam o VP igual a zero um po sitivo e outro negativo podemos descobrir a taxa interna de retorno A forma de encontrar a taxa interna de retorno é feita pelo méto do da interpolação também conhecido como semelhança de triân gulos Na verdade colocamos no eixo cartesiano os valores e as taxas encontrados da seguinte forma na ordenada colocamos os valores presentes VP positivos acima da origem e negativos abaixo da origem Na abscissa colocamos as taxas correspondentes ou seja 5 e 10 Ligamos então os pares ordenados da seguinte forma para uma taxa de 5 temos 105172994 e para uma taxa de 10 temos 198918619 Observe a seguir que ao encontrarmos os pares ordenados estes formam dois triângulos um acima e outro abaixo da abscissa Veja o gráfico a seguir Gráfico 1 Taxa Interna de Retorno pelo método da interpolação semelhança de triângulos VP TIR 672 Fonte Elaborado pelo autor Pela semelhança de triângulos encontramos a seguinte igualdade 101 i5 198918619 105172994 Ambos os valores devem ser tomados de forma absoluta ignorando o sinal negativo 198918619 i 994593095 1051729940 105172994 i 198918619 i 105172994 1051729940 994593095 304091613 i 2046323035 i 2046323035 304091613 672 ao ano Essa é a taxa interna de retorno do negócio A pergunta é a seguinte Deve o empresário comprar o imóvel Depende pois se a TMA do mercado for por exemplo de 12 ao ano portanto superior à taxa interna encontrada ele não deve comprar o imóvel pois obterá um ganho maior com uma taxa de O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento 107 12 Se por outro lado a TMA do mercado for inferior à encon trada por exemplo 4 ao ano daí sim ele deve comprar o imóvel Então temos uma regra se a taxa encontrada for maior do que a TMA do mercado aceitase o investimento do contrário recusase Considerações finais Ao longo deste capítulo procuramos num primeiro momento rever os princípios da matemática financeira e algumas de suas apli cações práticas Depois apresentamos três ferramentas métodos da engenharia econômica para auxiliar a tomada de decisão de um projeto de investimento Nesse aspecto ficou claro que o emprego dessas ferramentas pode ajudar o técnico na tomada de decisão de um projeto devendo ele tomar o devido cuidado tendo em vista que não foram abordadas aqui alternativas com vidas úteis diferentes Para tanto há necessidade de se aprofundar nesse tema que é de fato um dos mais fascinantes da economia Atividades 1 Em juros compostos qual a taxa trimestral equivalente a 15 ao ano 2 Um investidor aplica R 1000000 por um prazo de anos a uma taxa de juros composto de 13 ao ano Quanto ele terá ao cabo de 10 anos 3 Dois motores idênticos estão sendo considerados para aqui sição O motor A requer um investimento de R 20000 e apresenta um custo anual de R 6000 O motor B requer um investimento inicial de R 30000 e apresenta um custo anual de R 4000 Considerando que a vida útil dos motores é de 10 anos cada e que a TMA do mercado é de 10 ao ano qual é o melhor motor para o investimento 108 Engenharia econômica decisão e investimentos 4 O que é melhor para um empresário que deseja aplicar seu dinheiro a uma taxa de 12 ao ano e está em dúvida sobre aplicar o mesmo montante a 09488 ao mês 5 Um projeto de investimento apresenta os seguintes dados Investimento inicial 12000 Valor residual após 25 anos 5000 Receita anual 4000 Despesa anual 2000 Encontre a taxa interna de retorno do projeto comparea com a TMA do mercado que é de 15 aa e elabore o grá fico que mostra a semelhança dos triângulos interpolação Depois responda É vantajoso para o empresário investir nesse projeto 6 Considere o projeto A e o projeto B Qual é o melhor Veja a seguir as informações Projeto A Projeto B Investimento 5471304 6700217 Receitas esperadas 10000 12000 Vida útil 10 anos 10 anos TMA 10 ao ano 7 Um fabricante de rolamentos automotivos está considerando uma mudança no seu processo de produção Para melhorar o desempenho da produção o emprego de uma nova máquina seria ideal No entanto ele tem duas alternativas propostas Considere os dados a seguir e depois responda Qual dessas é a melhor proposta O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento 109 Alternativas A B Investimento inicial 10000 15000 Custo anual 2500 3000 Valor residual nulo 4000 Vida útil 10 anos 10 anos TMA 10 ao ano 8 Resolva a questão anterior pelo método do custo anual 9 Sabendose que durante 20 anos um projeto industrial deve rá ter uma receita anual de R 20000000 e que seus custos anuais serão de R 10000000 qual o valor do montante fi nal se considerarmos uma TMA de 15 aa 10 Considere o problema anterior e responda o seguinte qual o valor do investimento para o empresário obter essa soma ao final de 20 anos Referências HAZZAN S POMPEO J N Matemática financeira São Paulo Saraiva 2001 FERREIRA R G Engenharia econômica e avaliação de projetos de investi mento São Paulo Atlas 2009 FONSECA J W F Elaboração e análise de projetos São Paulo Atlas 2012 HIRSCHFELD H Engenharia econômica São Paulo Atlas 2009 HUMMEL P M V TASCHNER M R B Análise e decisão sobre investi mentos e financiamentos São Paulo Atlas 2009 PUCCINI A L Matemática financeira São Paulo Saraiva 2007 4 Análise custovolumelucro e o projeto de investimento Uma das análises mais importantes quanto à tomada de decisão é a análise custovolumelucro também conhecida como análise de ponto de equilíbrio Sendo assim o objetivo deste capítulo é compreender de que forma o profissional pode empregar essa relação como ferramenta de análise para uma tomada decisão Para tanto dividimos o conteúdo em partes distintas e complementares abordando o ponto de equilíbrio e considerações sobre os custos de produção o ponto de equilíbrio contábil o ponto de equilíbrio financeiro o ponto de equilíbrio econômico os impactos das variações dos custos e o preço de venda no ponto de equilíbrio Nesses termos trataremos em um primeiro momento do ponto de equilíbrio para um único produto com suas variações e em um segundo momento da análise de ponto de equilíbrio para vários produtos Por fim faremos uma análise do ponto de equilíbrio para planilhas de Excel 41 O ponto de equilíbrio e algumas considerações sobre os custos de produção Podese definir ponto de equilíbrio como o lu gar geométrico e algébrico em que as receitas to tais se igualam aos custos totais da empresa Nesse sentido o ponto de equilíbrio da empresa não apresenta lucro nem prejuízo acima desse ponto a empresa começa a ter lucro e abaixo do ponto prejuízo Veja a tabela a seguir Vídeo 112 Engenharia econômica decisão e investimentos Tabela 1 Variação da quantidade de produção e o ponto de equilíbrio Volume de produção Custo fixo Custo variável Custo total Receita total Lucro prejuízo 0 4000 0 4000 0 4000 200 4000 1200 5200 2000 3200 400 4000 2400 6400 4000 2400 600 4000 3600 7600 6000 1600 800 4000 4800 8800 8000 800 1000 4000 6000 10000 10000 0 1200 4000 7200 11200 12000 800 1400 4000 8400 12400 14000 1600 1600 4000 9600 13600 16000 2400 1800 4000 10800 14800 18000 3200 2000 4000 12000 16000 20000 4000 Fonte Elaborada pelo autor Nessa tabela temos seis colunas distribuídas da seguinte forma na primeira coluna temos o volume de produção que varia de 0 a 2000 unidades na segunda coluna temos os custos fixos repre sentados por 4000 unidades note que ele não varia na unidade de tempo na terceira coluna temos os custos variáveis que variam de 0 a 12000 estes são obtidos pela multiplicação dos custos variáveis unitários que são 6 pela quantidade produzida na quarta coluna temos os custos totais que são obtidos pela soma dos custos fixos e pelos custos variáveis na quinta coluna temos as receitas totais obtidas pela multiplicação das quantidades produzidas pelo nível de preço que para esse caso é 10 por fim temos a sexta coluna representada por lucro ou prejuízo que é obtida pela diferença entre a receita total e os custos totais Agora observe a Figura 1 Análise custovolumelucro e o projeto de investimento 113 Figura 1 Variação da quantidade de produção e o ponto de equilíbrio Fonte Elaborada pelo autor Nessa figura podemos identificar quatro retas a primeira é a dos custos fixos representados pela primeira reta de baixo para cima que é paralela à abscissa o custo variável representado pela segunda reta de baixo para cima e que possui uma inclinação posi tiva em relação à origem do eixo os custos totais que representam a soma dos custos fixos mais os variáveis representados pela ter ceira reta também de inclinação positiva e a receita total repre sentada pela quarta e última reta que corta a terceira reta também de inclinação positiva Podemos perceber num primeiro momento que os custos fixos permanecem inalterados no período de tempo Independentemente do volume de produção eles se mantêm no mesmo nível ou seja 4000 Todavia sabemos que não existe na realidade custos e despe sas extremamente fixos pois eles são fixos dentro de certos limites como por exemplo o aluguel do galpão industrial Na medida em que o aluguel de um galpão industrial não se altera com o volume de produção é possível pensar que ele é fixo se não houver am pliação desse galpão Por outro lado se houver uma ampliação o empresário pagará mais por essa parte ampliada e aquele custo que antes era fixo variou no período Outro exemplo é a mão de obra de 114 Engenharia econômica decisão e investimentos supervisão da fábrica a qual pode se manter fixa até certo limite e depois se alterar Nesse sentido para efeito da análise de ponto de equilíbrio representase o custo fixo como uma reta paralela ao eixo da abscissa como é o caso citado No que concerne ao custo variável ele pode ser representado pela matériaprima consumida para elaborar um produto a energia elétrica despendida na máquina e a mão de obra direta No caso ci tado o custo variável é representado pela segunda reta de baixo para cima com inclinação positiva A soma dos custos fixos com os custos variáveis nos dá os custos totais representados pela terceira reta também de inclinação posi tiva Por fim a receita total que aparece no gráfico e no quadro é o resultado da quantidade produzida volume de produção pelo nível de preço A receita total é representada pela última reta de baixo para cima com inclinação positiva e que corta num determinado ponto a reta dos custos totais Podemos identificar o ponto de equilíbrio graficamente pela interseção da reta das receitas totais com os custos totais Note que nesse ponto não há nem lucro nem prejuízo Por outro lado se au mentarmos a produção para 1200 unidades haverá um lucro de R 80000 O contrário também é verdadeiro pois se a produção for de 800 unidades o prejuízo será de R 80000 Nesse sentido perguntamos Por que é importante conhecer essa análise Em primeiro lugar quando o técnico conhece o ponto de equilíbrio da empresa ele pode estabelecer o nível de produção óti mo capaz de gerar maior lucro num determinado período de tem po Para isso é necessário antes de tudo que ele conheça bem todos os investimentos fixos no chão de fábrica e seus custos de produção Em segundo lugar quando o técnico conhece o ponto de equilíbrio ele pode decidir sobre os investimentos a serem feitos na empresa e seus impactos no lucro desta Análise custovolumelucro e o projeto de investimento 115 Não obstante é necessário conhecer como se chega ao cálculo des se ponto de equilíbrio e suas variações Tratase de conhecer o ponto de equilíbrio contábil o ponto de equilíbrio econômico e o ponto de equilíbrio financeiro e suas diferenças como veremos a seguir 411 O ponto de equilíbrio contábil PEC ou ponto de equilíbrio operacional O ponto de equilíbrio contábil PEC é obtido quando a receita total for igual aos custos totais ou quando a soma da margem de contribuição totalizar o montante suficiente para cobrir os custos fixos Vejamos passo a passo como calcular o PEC Exemplo Uma empresa conhece as seguintes informações re ferese às informações da Tabela 1 e deseja encontrar o ponto de equilíbrio contábil Preço de venda R 1000un Custo variável unitário Cvu R 600un Custos e despesas fixos R 400000ano Conhecendo esses dados é possível encontrar o PEC Vejamos 1 Passo encontrar a margem de contribuição unitária Mcu A margem de contribuição unitária é obtida pela diferença entre o preço de venda unitário e o custo variável unitário Mcu Pvu Cvu Mcu R 10 R 6 Mcu R 4 116 Engenharia econômica decisão e investimentos 2 Passo encontrar a quantidade de equilíbrio QE A quantidade de equilíbrio é aquela quantidade que a empre sa quando produzindo dado o preço o custo variável e a mar gem de contribuição anteriormente citada não terá lucro nem prejuízo A QE é obtida pela razão dos custos fixos pela margem de contribuição unitária Qe CF Mcu Qe Qe 4 000 4 1 000 Qe CF Mcu Qe Qe 4 000 4 1 000 Observe que essa quantidade de 1000 unidades é exatamente a quantidade encontrada na Tabela 2 no final desse exemplo de ponto de equilíbrio contábil 3 Passo verificando se para essa quantidade não há de fato nem lucro nem prejuízo Lucro Receita total Custo total L Q x P CV CF L 1000 x 10 1000 x 6 4000 L 10000 10000 0 não há nem lucro nem prejuízo 4 Passo encontrar a receita total de equilíbrio RTe RTe Q x P RTe 1000 x 10 RTe R 1000 5º Passo encontrando o PEC PEC CF 1 CV RTE PEC 4000 1 6000 10000 PEC R10000 Note que o PEC é exatamente a receita total de equilíbrio capaz de se igualar aos custos totais Vejamos a seguir uma tabela e um gráfico demonstrativo Tabela 2 Ponto de equilíbrio contábil custos e receita Q CF CV CT RT R 50000 R 400000 R 300000 R 700000 R 500000 R 100000 R 400000 R 600000 R 1000000 R 1000000 R 150000 R 400000 R 900000 R 1300000 R 1500000 Fonte Elaborada pelo autor Figura 2 Ponto de equilíbrio contábil custos e receita Fonte Elaborada pelo autor 118 Engenharia econômica decisão e investimentos No gráfico da Figura 2 podemos observar a receita total seccionando os custos totais Observe que no ponto da intersecção tempos o ponto de equilíbrio contábil 412 O ponto de equilíbrio econômico PEE O ponto de equilíbrio econômico PEE é semelhante ao ponto de equilíbrio contábil Porém quando se trata do PEE precisamos levar em consideração o custo de oportunidade do investimento na fábrica O custo de oportunidade nada mais é do que a possibilidade de o empresário fazer a seguinte pergunta É mais vantajoso aplicar meu dinheiro na minha empresa ou em outro lugar Ao fazer essa pergunta o empresário precisa levar em conta se de fato é mais vantajoso investir no seu próprio negócio Nesse sentido o ponto de equilíbrio econômico leva em consideração esse fato ou seja se há a necessidade de considerar o patrimônio do empresário Para isso vamos considerar os mesmos dados empregados para encontrar o ponto de equilíbrio contábil O Patrimônio Líquido do empresário é de R 1000000 se ele o colocar para render um míni mo de 10 ao ano teremos um lucro anual mínimo de R 100000 Esse lucro mínimo deve ser levado em conta na análise do PEE Então vejamos o passo a passo Preço de venda R 1000un Cvu R 600un Custos e despesas fixos R 400000ao ano Lucro mínimo R 100000 obtido por meio dos 10 sobre o Patrimônio Líquido PL de R 1000000 Note que não há esse lucro mínimo para encontrar o PEC 1 Passo encontrar a margem de contribuição unitária Mcu A margem de contribuição unitária é obtida pela diferença entre o preço de venda unitário e o custo variável unitário Mcu Pvu Cvu Mcu R 10 R 6 Mcu R 4 Observe que a margem de contribuição é a mesma encontrada para o PEC 2 Passo encontrar a quantidade de equilíbrio levando em consideração o lucro mínimo A quantidade de equilíbrio é aquela quantidade que a empresa quando produzindo dado o preço o custo variável e a margem de contribuição citados não terá lucro nem prejuízo A quantidade de equilíbrio é obtida pela razão dos custos fixos mais o lucro mínimo pela margem de contribuição unitária Qe CF LM Mcu Qe R 4000 1000 R 4 Observe que essa quantidade de 1250 unidades é maior do que a quantidade do PEC A razão disso é exatamente o custo de oportunidade o lucro mínimo desejado pelo empresário 3 Passo verificando se para essa quantidade não há de fato nem lucro nem prejuízo Lucro Receita total Custo total L Q x P CVCFLM L 1250 x 10 1250 x 6 4000 1000 L 12500 12500 0 não há nem lucro nem prejuízo 4 Passo encontrar a receita total de equilíbrio RTe Q x P RTe 1250 x 10 RTe R 1250000 5 Passo encontrando o PEC PEE CF LM 1 CV RT PEE 4000 1000 1 7500 12500 Note que o PEE é exatamente a receita total de equilíbrio capaz de se igualar aos custos totais como vimos no PEC Vejamos a seguir uma tabela e um gráfico de referência desses cálculos Tabela 3 Ponto de equilíbrio econômico receita total e custos totais Q CF CV CT RT R 100000 R 500000 R 600000 R 1100000 R 1000000 R 125000 R 500000 R 750000 R 1250000 R 1250000 R 130000 R 500000 R 780000 R 1280000 R 1300000 Fonte Elaborada pelo autor Figura 3 Ponto de equilíbrio econômico receita total e custos totais Análise custovolumelucro e o projeto de investimento 121 De acordo com o gráfico da Figura 3 e levando em conta o lucro meta podemos observar o ponto onde a receita total encontrase com os custos totais 413 O ponto de equilíbrio financeiro PEF Talvez o mais importante dos pontos de equilíbrio seja o ponto de equilíbrio financeiro PEF Isso ocorre porque ele somente leva em conta os custos fixos que representam saída de caixa no curto prazo Na verdade o PEF assim como os demais pontos de equilí brio mostra que as receitas totais se igualam aos custos totais mas com a condição de que esses custos os fixos não sejam de longo prazo Desse modo é necessário conhecer de perto a estrutura de custos e despesas fixos para então subtrair aqueles que não repre sentam saída de caixa no curto prazo Aproveitando o mesmo exemplo até aqui apresentado vamos supor que dentro dos custos fixos exista uma depreciação no valor de R 80000 Como a depreciação não representa saída de caixa no curto prazo ela deve ser retirada dos custos fixos Preço de venda R 1000un Cvu R 600un Custos e despesas fixos R 400000ao ano Depreciação R 80000 Vejamos o passo a passo 1 Passo encontrar a margem de contribuição unitária MCu A margem de contribuição unitária é obtida pela diferença entre o preço de venda unitário e o custo variável unitário Mcu Pvu Cvu Mcu R 10 R 6 Mcu R 4 Observe que a margem de contribuição é a mesma encontrada para o PEC e para o PEE 2 Passo encontrar a quantidade de equilíbrio levando em consideração a depreciação Para esse caso a quantidade de equilíbrio é obtida pela razão dos custos fixos menos a depreciação pela margem de contribuição unitária Qe CF D Mcu Qe R 4000 R 800 R 4 Observe que essa quantidade de 800 unidades é menor do que a quantidade do PEC e a do PEE A razão disso é exatamente a depreciação que foi subtraída dos custos fixos 3 Passo verificando se para essa quantidade não há de fato nem lucro nem prejuízo Lucro Receita total Custo total L Q x P CV CF D L 800 x 10 800 x 6 4000 800 L 8000 8000 0 não há nem lucro nem prejuízo 4 Passo encontrar a receita total de equilíbrio RTe Q x P RTe 800 x 10 RTe R 800000 5 Passo encontrando o PEF PEF CF D 1 CV RT PEF 4000 800 1 4800 8000 PEF R 8000 Note que o PEF é exatamente a receita total de equilíbrio capaz de se igualar aos custos totais como vimos no PEC e no PEE Observação é importante atentar para o fato de que existem outros custos fixos além da depreciação que não representam saída de caixa no curto prazo Vejamos a seguir a tabela e o gráfico que representam o PEF Tabela 4 Ponto de equilíbrio financeiro custos totais e receita total Q CF CV CT RT R 50000 R 320000 R 300000 R 620000 R 500000 R 80000 R 320000 R 480000 R 800000 R 800000 R 100000 R 320000 R 600000 R 920000 R 1000000 Fonte Elaborada pelo autor Figura 4 Ponto de equilíbrio financeiro receita total e custos totais Fonte Elaborada pelo autor Desse modo podemos observar no gráfico da Figura 4 o ponto onde a receita total secciona os custos totais obtendo dessa forma o ponto de equilíbrio financeiro 124 Engenharia econômica decisão e investimentos 414 Variação no PEF o PEF Existe ainda em relação ao ponto de equilíbrio financeiro uma variante representada por outras obrigações fixas financeiras Trata se das amortizações anuais por conta de empréstimos feitos nos bancos de fomento Suponha no caso do nosso exemplo que a em presa tenha obtido um empréstimo de R 80000000 e que as par celas anuais representem R 200000 Nesse caso há necessidade de somar ao custo fixo essa parcela Todos os passos são os mesmos a única diferença é que devemos encontrar a quantidade de equilíbrio que será adicionada à parcela do empréstimo Qe CF D Parcela do empréstimo MCu Qe Qe 4 000 800 2 000 4 1 30 0 uidades Qe CF D Parcela do empréstimo MCu Qe Qe 4 000 800 2 000 4 1 30 0 uidades Logo a receita total de equilíbrio será RT Q x P RT 1300 x 10 RT 13000 ou PEF 13000 Note que ao considerar essa parcela de amortização tanto a quantidade como a receita de equilíbrio ficaram maiores do que os PEC PEE e PEF anteriormente calculados Vejamos a seguir uma tabela e um gráfico sobre o PEF Tabela 5 Ponto de equilíbrio financeiro receita total e custos totais Q CF CV CT RT R 100000 R 520000 R 600000 R 1120000 R 1000000 R 130000 R 520000 R 780000 R 1300000 R 1300000 R 150000 R 520000 R 900000 R 1420000 R 1500000 Fonte Elaborada pelo autor Análise custovolumelucro e o projeto de investimento 125 Figura 5 Ponto de equilíbrio financeiro receita total e custos totais 1600000 1400000 1200000 1000000 800000 600000 400000 200000 1000 1300 1500 Q CF CV CT RT Q CF CV CT RT Fonte Elaborada pelo autor No gráfico da Figura 5 temos a intersecção da receita total com os custos totais obtendo o ponto de equilíbrio financeiro 42 Alterações nos custos fixos custos variáveis e preço de venda e os impactos no ponto de equilíbrio Uma vez conhecidos os pontos de equilíbrio e sua importância fazse necessário conhecermos algumas alterações que podem ocorrer nas variá veis do ponto de equilíbrio e seus impactos neste São as seguintes as alterações possíveis alterações nos custos e despesas fixos alterações nos custos e despesas variáveis e alterações no preço de venda Vejamos na sequência cada uma delas 421 Alterações nos custos fixos Alguns custos fixos podem variar num determinado período de tempo A pergunta que devemos fazer neste momento é qual será o impacto dessa alteração no ponto de equilíbrio Vídeo 126 Engenharia econômica decisão e investimentos Uma forma de observar esse impacto é por meio de um exemplo Considere então o exercício anterior quando tratamos do PEC Preço de venda R 1000un Cvu R 600un Custos e despesas fixos R 400000 ano Mcu PV Cvu Mcu 10 6 R 400 Com os dados anteriores calculamos a quantidade de equilíbrio Qe CF Mcu Qe Qe 4 000 4 1 000 PEC Qe x Pv 1000 x 10 R 10000 Obs Existe outra forma mais rápida de chegar ao mesmo resul tado Na verdade ao multiplicarmos a quantidade de equilíbrio pelo preço teremos a receita de equilíbrio Receita de equilíbrio quantidade de equilíbrio x preço por unidade Receita de Equilíbrio 1000 x 10 R 10000 Vamos imaginar agora que exista nesses custos fixos uma folha de pagamento dos funcionários que representa 50 R 400000 x 05 R 200000 e que ela tenha aumentado em 20 Então qual é o impacto no ponto de equilíbrio Existem duas formas de se resolver 1a forma Basta tomarmos o percentual da folha de pagamentos e multiplicarmos pelo percentual de aumento Para esse caso estão envolvidos os 50 da folha de pagamentos e os 20 de aumento 50 x 20 10 Dessa multiplicação temos um aumento de 10 Ou ainda 05 x 02 01 em termos absolutos que é igual a 10 Esses 10 representam um aumento de 10 nos custos fixos totais Note que não existe uma fórmula e sim um raciocínio lógico direto 2ª forma Em primeiro lugar tomamos o valor total dos custos fixos e multiplicamos pelo percentual representativo da folha de pagamentos Vejamos o cálculo 4000 x 05 2000 folha de pagamento Em segundo lugar tomamos o valor da folha e multiplicamos pelo aumento que para esse caso é de 20 ou 02 2000 x 02 400 aumento Em terceiro lugar somamos esse valor encontrado ao custo fixo 4000 400 4400 Por último comparamos os custos fixos antes e depois do aumento e verificamos o quanto eles aumentaram Custos fixos antes do aumento 4000 Custos fixos depois do aumento 4400 Ou seja os custos fixos aumentaram em 10 Novo PEC CF Aumento da folha de pagamento Mcu Novo PEC R 4000 R 400 4 1100 Receita equilíbrio 1100 x 10 11000 Comparando o PEC anterior com o PEC com aumento PEC anterior 10000 PEC com aumento de 10 11000 Observe que quando os custos fixos aumentam em 10 o impacto no ponto de equilíbrio também é de 10 Seria isso uma coincidência Não Na verdade isso sempre ocorrerá Dado qualquer aumento nos custos fixos esse será sempre igual ao aumento no PEC Com isso para cada aumento de 1 nos custos fixos totais estes vão provocar um aumento de 1 no ponto de equilíbrio 128 Engenharia econômica decisão e investimentos 422 Alterações nos custos variáveis Suponha o mesmo exemplo anterior em que houve um aumento de 40 nos custos variáveis Preço de venda R 1000un Cvu R 600un Custos e despesas fixos R 400000ano Mcu R 400 PEC 4000004 100000 antes do aumento Calculemos agora a nova margem de contribuição Mcu PV Cvu Mcu 10 6 x 14 841 Mcu nova 16 PEC Pec R 4 000 1 6 2 500 Esse valor corresponde a um aumento de 150 ou seja de R 100000 para R 250000 Note que a mesma regra dos custos fixos não se aplica aqui nos custos variáveis Isso ocorre porque a variação está na margem de contribuição denominador da equação e não nos custos fixos nu merador da equação Vamos imaginar agora que os custos variáveis representem R 200 a unidade e não mais os R 600 e que o aumentássemos novamente em 40 1 Observe que 14 é o resultado da seguinte conta 40 40100 04 Logo para aumentar qualquer valor em X realizamos o seguinte raciocínio 04 1 14 x o valor que deve ser aumentado Nesse caso Cv 6 x 14 84 Poderíamos pensar diferente chegando ao mesmo resultado 40 de 6 04 x 6 24 Somando estes 24 6 84 Essa forma de se chegar ao resultado é mais longa que a anterior PEC sem aumento 4000 10 2 R 500 Mcu PV CV Mcu 10 2 R 8 PEC com aumento de 40 PEC CF PEC 4000 PV Cvu x 14 Mcu 10 2 x 14 PEC 4000 10 2 x 14 R 55555 Mcu R 72 Observe que com um aumento de 40 nos custos variáveis nesse caso o aumento foi apenas de 1111 Ou seja o PE que antes era igual a 500 com aumento de 40 no CV passou para PE 55555 que representa um aumento de 1111 Essa diferença está relacionada ao tamanho da margem de contribuição que antes primeiro caso era bem menor R 400 e agora segundo caso é bem maior R 800 Disso resulta uma regra se a margem de contribuição é pequena primeiro caso qualquer alteração nos custos variáveis provocará grandes alterações nessa mesma Mcu e por conseguinte grandes alterações no PE Por outro lado se a Mcu for grande segundo caso mesmo grandes alterações não alterarão em muito a Mcu e por conseguinte não alterarão em muito o PE 130 Engenharia econômica decisão e investimentos Nesse sentido as mesmas regras aplicadas na análise das al terações dos custos variáveis servem para as variações no preço de venda Considerando o exemplo anterior vamos provocar um aumento de 40 no preço de venda Preço de venda R 1000un Cvu R 600un Custos e despesas fixos R 400000ano Mcu R 400 PEC sem aumento 40004 R 100000 antes do aumento Calculemos a nova margem de contribuição com o aumento de 40 Mcu PV Cvu 10x14 6 8 Mcu nova R 800 PEC com aumento 40008 R 50000 depois do aumento Observe que um aumento de 40 nos preços aumentou a mar gem de contribuição em 100 e reduziu o PEC em 50 Disso re sulta a seguinte regra um aumento no nível de preço aumentará sempre a margem de contribuição unitária a nova Mcu será maior que a anterior diminuindo o ponto de equilíbrio 43 Ponto de equilíbrio operacional múltiplo O ponto de equilíbrio operacional múltiplo PEOM difere dos anteriores na medida em que pretende identificar na empresa quais quantidades devem estar em equilíbrio considerandose ha ver mais de um produto Tratase de encontrar a combinação ótima entre esses produtos De acordo Vídeo Análise custovolumelucro e o projeto de investimento 131 com Fonseca 2012 esse ponto de equilíbrio é o mais desafiador pois ele pode mensurar de duas até vinte ou mais quantidades por meio de uma única expressão Vejamos então como se calcula esse ponto de equilíbrio As duas condições básicas para se conhecer e calcular o PEOM são a que se conheça a participação de cada produto no faturamen to total do projeto b que a participação de cada produto seja constante ao longo do período em análise A expressão é a mesma PEOM CF1 CVTmax RTmax Vejamos um exemplo bem simples Considere três produtos num projeto denominados A B e C A empresa atualmente produz 2790 unida des de A 4650 unidades de B e 7440 unidades de C Os custos variáveis unitários são R 1000 R 2500 e R 1500 respectivamente Os preços unitários de venda são R 2000 R 4000 e R 3000 respectiva mente Os CF são R 4500000 1 Passo encontrar a receita parcial do projeto e a receita total Para isso basta multiplicarmos as quantidades de cada produto pe los seus níveis de preço Receita de A 2790 x 20 55800 Receita de B 4650 x 40 18600 Receita de C 7440 x 30 223200 132 Engenharia econômica decisão e investimentos 2 Passo encontrar os custos variáveis de cada produto Basta mul tiplicarmos as quantidades produzidas pelo custo variável unitário Custo variável de A 2790 x 10 27900 Custo variável de B 4650 x 25 116250 Custo variável de C 7440 x 15 111600 3 Passo construir uma tabela com os resultados encontrados e incluir o custo fixo no final conforme segue Tabela 6 PEOM exercício de apresentação Produtos A B C Total Receita 55800 186000 223200 465000 Cv por produto 27900 116250 111600 255750 Margem de contribuição 27900 69750 111600 209250 Custo Fixo 45000 Lucro antes do IR 164250 Fonte Elaborada pelo autor Note que nesse nível de produção a empresa gera um lucro de R 16425000 4 Passo O quarto passo implica em tomar os valores totais e aplicar na expressão conforme segue PEOM CF1 CVTmaxRtmax PEOM 450001 255750465000 PEOM 100000 5 Passo Nesse passo encontramos as participações que cada produto tem em relação ao total encontrado na Tabela 6 e aplicamos as mesmas participações no PEOM encontrado no Passo 4 anterior mente calculado Os cálculos são os seguintes 100000 A 12 12000 100000 B 40 40000 100000 C 48 48000 Análise custovolumelucro e o projeto de investimento 133 6 Passo O último passo é inserir essas receitas proporcionais ao PEOM em uma tabela igual à anterior mas com as novas receitas Note que com essas receitas o resultado é zero Isso significa que se a empresa produzir 600 unidades de A 12000 20 600 1000 unida des de B 4000040 e 1600 unidades de C 48000 30 ela produzirá as quantidades que levarão ao equilíbrio Vejamos o resultado Tabela 7 PEOM exercício de apresentação e resolução Produtos A B C Total Receita 12000 40000 48000 100000 Cv por produto 6000 25000 24000 55000 Margem de contribuição 6000 15000 24000 45000 Custo Fixo 45000 Lucro antes do IR 0 Fonte Elaborada pelo autor Vejamos outro exercício para fixação desse conteúdo Tente re solvêlo sem olhar o resultado Um projeto cuja receita mensal é de R 1200000 produz quatro produtos A B C e D O custo fixo total é de R 18000000mês Encontre o PEOM Tabela 8 PEOM exercício de aplicação A B C D no fat total 20 10 30 40 Preço de vendaun 50 30 20 40 Cvun 30 20 15 25 Fonte Elaborada pelo autor 134 Engenharia econômica decisão e investimentos Tabela 9 PEOM exercício de aplicação e primeira parte da resolução Produtos A B C D Total Receita 240000 120000 360000 480000 1200000 Cv por produto 144000 80000 270000 300000 794000 Margem de cont 96000 40000 90000 180000 406000 Custo Fixo 180000 Lucro antes do IR 226000 Fonte Elaborada pelo autor PEOM CF1 CVRT PEOM 532020 Tabela 10 PEOM exercício de aplicação e segunda parte da resolução Produtos A B C D Total Receita 106404 53202 159606 212808 532020 Cv por produto 6384240 35468 11970450 133005 352020 Margem de cont 180000 Custo Fixo 180000 Lucro antes do IR 0 Fonte Elaborada pelo autor 44 Ponto de equilíbrio e o uso da planilha Excel Não raro em um projeto de investimento o uso das planilhas Excel ajudanos a calcular uma infi nidade de problemas Além de serem confiáveis podemos ganhar algum tempo ao utilizálas Desse modo é possível aplicarmos o conceito de ponto de equilíbrio com a ajuda do Excel O primeiro passo é tomarmos a Demonstração de Resultado do Exercício DRE tal como ela se apresenta sem fazer nenhuma alteração Vejamos Vídeo Análise custovolumelucro e o projeto de investimento 135 Figura 6 Exemplo de Demonstração de Resultado de Exercício DRE Situação atual Volume 18000 Preço 12000 Vendas 216000000 IPI ICMS PIS COFINS 79164000 Margem líquida 136836000 CPV Custo do Produto Vendido 78904800 MB Margem Bruta 57931200 Despesas 12600000 LAJIR Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda 45331200 Juros 5329253 LAIR Lucro Antes de Imposto de Renda 40001947 CS 9 3600175 IR até 240 mil 15 10 sobre o LAIR 10 7600487 Lucroprejuízo 28801285 Fonte Elaborada pelo autor Verificando a DRE na Figura 6 podemos perceber que a em presa está produzindo 18000 unidades no período Com isso seu lucro é de R 28801285 já descontados os custos e os impostos Em seguida é preciso ir na planilha Excel e seguir estes passos 1 Copie os dados da tabela no Excel 2 Abra a janela Dados 3 Vá em Teste de Hipóteses e clique 4 Aparecerá a opção Atingir Metas 5 Clique no Valor Do Lucro que nesse caso é de R 28801285 6 O programa pedirá Para Valor digite zero pois você quer conhecer a quantidade que levará a zero o lucro 7 Ele pedirá em seguida Alternando Para clique no valor de 18000 que corresponde à quantidade 136 Engenharia econômica decisão e investimentos 8 Pronto Quando você der OK o programa calculará para você qual a quantidade que levará o resultado igual a zero A seguir na Figura 7 apresentamos o resultado calculado pelo Excel Figura 7 Resultado do Excel DRE Situação atual Volume 18000 5571 Preço 12000 12000 Vendas 216000000 66850309 IPI ICMS PIS COFINS 79164000 24500638 Margem líquida 136836000 42349671 CPV Custo do Produto Vendido 78904800 24420418 MB Margem Bruta 57931200 17929253 Despesas 12600000 12600000 LAJIR Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda 45331200 5329253 Juros 5329253 5329253 LAIR Lucro Antes de Imposto de Renda 40001947 000 CS 9 3600175 000 IR até 240 mil 15 10 sobre o LAIR 10 7600487 000 Lucroprejuízo 28801285 000 Fonte Elaborada pelo autor Note que a quantidade que leva ao equilíbrio é 5571 Considerando qualquer valor acima disso a empresa terá lucro conforme a definição de ponto de equilíbrio Sugerimos que você reproduza esses cálculos em sua própria planilha de Excel As planilhas de Excel são amplamente empregadas para análise do PE mas devem ser usadas com cautela Não raro em um projeto de investimento no qual se busca recursos de terceiros para seu fi nanciamento os analistas dos bancos de fomento solicitam uma aná lise custovolumelucro mais detalhada como vimos anteriormente Análise custovolumelucro e o projeto de investimento 137 Considerações finais Neste capítulo pudemos observar que o ponto de equilíbrio é um lugar geométrico e algébrico em que as receitas totais se igua lam aos custos totais e nesse sentido é uma importante análise para a tomada de decisão de um projeto de investimento Constatamos também que não existem custos extremamente fixos mas por uma questão de análise consideramos os custos fixos representados por uma reta paralela ao eixo das abscissas Os pontos de equilíbrio con tábil econômico e financeiro nos levam a resultados diferentes mas que no fim das contas procuram identificar as receitas totais que se igualam aos custos totais Por fim podese observar que as variações nos custos fixos têm um impacto de igual montante no ponto de equilíbrio para cada real de aumento no CF este vai ocasionar um real de aumento no PEC mas as variações nos custos variáveis e nos preços não apre sentam esse tipo de causa e efeito Isso ocorre porque enquanto os custos fixos não alteram a margem de contribuição unitária os cus tos variáveis e os preços alteram tendo um impacto diferente sobre o ponto de equilíbrio Vimos ainda que diferentemente do ponto de equilíbrio para um só produto o ponto de equilíbrio múltiplo possibilita encontrar várias quantidades que em conjunto levam ao equilíbrio Por fim estudamos como encontrar o PE utilizando o Excel o que facilita enormemente um projeto de viabilidade Atividades 1 Um projeto de investimento tem um custo fixo total de R 400000mês um custo variável unitário de R 2400 e preço de venda de R 4000 Dentro do custo fixo existe 138 Engenharia econômica decisão e investimentos R 100000mês de depreciação O empresário tem um patrimônio de R 1000000 e acredita que pode receber R 20000mês se investir seu patrimônio Com base nas in formações encontre o PEC 2 Com base nas informações do Exercício 1 encontre o PEE 3 Com base nas informações do Exercício 1 encontre o PEF 4 Um hotel possui 100 apartamentos todos da mesma catego ria Sua estrutura de custos e despesas é a seguinte Preço da diária por apartamento líquido de tributos R 15000 Despesas variáveis por apartamento 10 do preço da locação Custo variável por apartamento por dia R 9000 Custos fixos anuais R 48000000 Despesas fixas anuais R 6000000 Tomando por base os dados da tabela calcule o PEC em nú mero de diárias e em receita de equilíbrio 5 Com base nas informações do Exercício 4 encontre o PEE em diárias e em receita considerando 20 da receita total com base nos 100 apartamentos Considere o ano de 360 dias Lembrese de que o PEE leva em conta o custo de opor tunidade que deve ser somado ao custo fixo Para esse caso o custo de oportunidade é de 20 da receita total com base nos 100 apartamentos 6 Uma empresa produz um único produto que é vendido por R 20000 cada unidade nesse preço estão incluídos impos tos de 15 Análise custovolumelucro e o projeto de investimento 139 Sua estrutura de custos e despesas é a seguinte Custos variáveis Matériaprima R 2000un Materialembalagem R 1000un Peças partes e componentes R 700un Custos fixos Salários e encargos da produção R 4000000 por período Salários e encargos da administração R 1500000 por período Depreciação dos equipamentos R 1000000 por período Seguro dos bens da administração R 150000 por período Calcule o PEC em unidades e valor 7 Com base nas informações do exercício anterior encontre o PEE tendo como lucro mínimo 30 da receita bruta Lem brese de que a receita bruta RB é igual a Q x P 8 Uma empresa deseja saber a partir de quantas unidades pro duzidas ela começará a ter lucro A seguir as informações da produção Custo fixo R 800000mês Preço de venda R 2000un Custo variável unitário R 1000 9 Uma empresa produz aparelhos de DVD Esse produto é vendido por R 55500 cada unidade e nesse preço estão in cluídos impostos de 10 O custo de matériaprima emba lagem peças partes e componentes é de R 29950 por uni dade os custos fixos atingem R 160000000 por período 20 desse valor corresponde à depreciação de máquinas da fábrica e as despesas fixas de administração e vendas somam R 40000000 também por período A empresa possui uma dívida de R 60000000 de curto prazo contraída com um banco comercial para financiar seu capital circulante a ven cer no período objeto de análise Pedese o PEC em unida des e em valores de receita líquida de impostos 10 Com base nas informações da empresa do Exercício 9 en contre o PEF em unidades não esquecendo que existe uma dívida de curto prazo a ser paga Referências FONSECA J W F Elaboração e análise de projetos São Paulo Atlas 2012 GITMAN L J Princípios de Administração Financeira São Paulo Pearson 2006 HORNGREN C DATAR S FOSTER G Contabilidade de custos São Paulo Pearson 2006 2 v HUMMEL P M V TASCHNER M R B Análise e decisão sobre investi mentos e financiamentos São Paulo Atlas 2009 MAHER M Contabilidade de custos São Paulo Atlas 2001 MARTINS E Contabilidade de custos São Paulo Atlas 2003 5 Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento Verificar até que ponto um projeto de investimento é de fato rentável passa necessariamente pela análise da taxa interna de re torno comparada à taxa mínima de atratividade Por outro lado é necessário também analisar os índices indicadores financeiros a partir das demonstrações contábeis em um projeto de investimento Assim temos como objetivo neste capítulo compreender de que forma o cálculo e a interpretação dos índices financeiros tendo por base os balanços patrimoniais e as demonstrações de resultados de exercícios projetados são importantes para uma tomada de decisão Para tanto dividimos este capítulo em cinco partes A primeira parte é a análise dos índices de liquidez a segunda é a análise dos ín dices de atividade a terceira é a análise dos índices de endividamen to e a quarta trata dos índices de rentabilidade Por fim na quinta parte fazemos a análise cruzada dos grupos de índices 51 Os índices de liquidez IL Os índices de liquidez nos revelam a capacida de de solvência de uma empresa ou de um projeto de investimento Entendese por solvência a capaci dade de pagamento das obrigações em determina do período de tempo Para esse grupo de índices as demonstrações contábeis que estão em foco de análise são o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado de Exercício Vídeo 142 Engenharia econômica decisão e investimentos São reconhecidos como índices de liquidez IL cinco grupos de índices índice de liquidez corrente índice de liquidez seca índice de liquidez geral índice de liquidez imediata índice de liquidez com lucro 511 Índice de liquidez corrente ILC O índice de liquidez corrente revela quantos reais a empresa pos sui no curto prazo para cada real de dívida obrigações em curto prazo Ou seja esse índice mede a capacidade da empresa em saldar os seus compromissos financeiros do curto prazo com recursos de curto prazo A maioria das empresas industriais apresenta um ILC entre 051 e 200 Abaixo de 051 o ILC é considerado perigoso pois a empresa não possui pelo menos 51 de recursos de curto prazo para honrar suas dívidas de curto prazo Vejamos primeiramente um exemplo de uma empresa com seu Balanço Patrimonial e sua Demonstração de Resultado a seguir mostraremos os demais índices Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento 143 Figura 1 Balanço Patrimonial da Cia Projetos Ativo Passivo e PL Circulante Disponível Duplicatas a receber Estoques Total Circulante Não Circulante Realizável a LP Investimento Imobilizado Intangível Total Não Circulante Total Ativo 31122017 5747500 22908900 26250000 54906400 2500500 5058500 14185200 851500 20095200 77502100 Circulante Fornecedores Instituição financeira a pagar Provisão IR Dividendos a pagar Duplicatas descontadas Total Circulante Não Circulante Financiamento Contas a pagar Total Não Circulante Patrimônio Líquido Capital realizado Reservas de capital Reservas diversas Total PL Total do Passivo 31122017 4401000 18837900 624800 5526400 2816000 32206100 3346100 212000 3558100 22836000 1454900 17447000 41737900 77502100 Fonte Elaborada pelo autor 144 Engenharia econômica decisão e investimentos Figura 2 Demonstrativo do Resultado do Exercício da Cia Projetos 31122018 Receita operacional bruta Deduções Vendas líquidas CMV Lucro bruto Despesas operacionais Despesas com vendas Despesas Administrativas Depreciação Lucro operacional Outras despesas Outras receitas Provisão para IR Lucro líquido 215430700 33020000 182410700 133612500 48798200 30540700 7744500 108100 10404900 839300 4150700 2136900 11579400 Fonte Elaborada pelo autor Exemplo de índice de liquidez corrente ILC Calculamos esse índice pela divisão do total do Ativo Circulante pelo total do Passivo Circulante Para o caso da empresa Cia Projetos seu Balanço Patrimonial indica um total de Ativo Circulante de R 54906400 e um total de Passivo Circulante de R 32206100 ILC AC PC ILC 549 064 322 061 1 70 ILC AC PC ILC 549 064 322 061 1 70 Onde AC total do Ativo Circulante PC total do Passivo Circulante Esse índice nos revela que para cada real de dívida de curto prazo a empresa possui 1 real mais 70 centavos Para esse caso ela opera com folga na medida em que consegue honrar suas dívidas de curto prazo com todos os recursos de curto prazo 513 Índice de liquidez geral ILG O índice de liquidez geral revela quantos reais a empresa dispõe no curto prazo e no longo prazo para cada real de dívida de curto prazo e longo prazo Dito diferentemente esse índice mede a capacidade da empresa em saldar os seus compromissos financeiros totais com recursos totais A maioria das empresas industriais apresenta um ILG entre 040 e 140 Abaixo disso o ILG é considerado perigoso para a empresa Esse índice nos revela que para cada real de dívida total curto e longo prazos a empresa possui 1 real e 61 centavos Para esse caso a empresa opera com folga considerando todos os recursos de curto e longo prazos para honrar seus compromissos de curto e longo prazos tendo uma sobra de 61 centavos ILI 547061 115794 2064 CT RT 322061 35581 775021 046 ou 46 150 Engenharia econômica decisão e investimentos Exemplo de prazo médio de renovação de estoques PMRE 1 Passo encontrar o estoque médio O estoque médio é a soma do estoque posterior com o estoque atual encontrado no Balanço Patrimonial dividido por 2 por isso é médio Vejamos Estoque médio e médio Estoque posterior Estoque atual Est 2018 2017 2 oque 439 275 262 500 2 350 87 50 Estoque médio e médio Estoque posterior Estoque atual Est 2018 2017 2 oque 439 275 262 500 2 350 87 50 2 Passo multiplicamos o estoque médio encontrado anterior mente por 360 que representa o ano contábil e dividimos pelo cus to das vendas que encontramos na DRE de 2018 PMPRE x Estoque médio Custo das vendas doDRE de PMRE x 360 2018 360 35 1336125 0 887 50 94 94 é preciso arredondar para PMPRE x Estoque médio Custo das vendas doDRE de PMRE x 360 2018 360 35 1336125 0 887 50 94 94 é preciso arredondar para Esse índice nos mostra que em média a cada 94 dias a empresa renova vende o seu estoque 522 Prazo médio de recebimento de vendas PMRV Esse índice nos mostra em média quantos dias a empresa es pera para receber suas vendas No nosso exemplo para conhecer esse índice é preciso conhecer as duplicatas anteriores a 2017 ou posteriores Isso ocorre pois é preciso calcular a média das duplica tas a receber Vamos imaginar que as duplicatas de 2018 represen tam R 20488800 e as duplicatas de 2017 encontradas no Balanço Patrimonial representam R 22908900 Vejamos o passo a passo Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento 151 Exemplo de prazo médio de recebimento de vendas PMRV 1 Passo somar as duplicatas de 2017 e 2018 e dividir seu resul tado por 2 por isso é médio Duplicatas média Duplicatas média Dup posterior Dup anterior 2018 2017 2 204 888 229 089 2 216 988 50 Duplicatas média Duplicatas média Dup posterior Dup anterior 2018 2017 2 204 888 229 089 2 216 988 50 2 Passo multiplicar o resultado encontrado anteriormente por 360 período contábil e dividir pelas vendas PMRV x Dup a receber média Vendas de receita operacional b 360 2018 ruta PMRV x é preciso arredondar para 360 216 985 2 154 307 36 36 dias PMRV x Dup a receber média Vendas de receita operacional b 360 2018 ruta PMRV x é preciso arredondar para 360 216 985 2 154 307 36 36 dias Esse índice nos mostra que a empresa espera em média 36 dias para receber suas vendas 523 Prazo médio de pagamento das compras PMPC Esse índice indica em média quantos dias a empresa demora para pagar suas compras aos fornecedores Isso ocorre porque da mesma forma que a empresa gera duplicatas a receber e concede prazo para pagamento das suas vendas os fornecedores de maté riaprima também o fazem concedendo prazo para pagamento de suas vendas No nosso exemplo para conhecer esse índice é preciso conhecer o valor da conta do Passivo Circulante fornecedores an teriores a 2017 ou posteriores Isso ocorre porque é preciso calcular o valor dos fornecedores médios Vamos imaginar que o valor dos 152 Engenharia econômica decisão e investimentos fornecedores de 2018 é de R 5870900 e dos fornecedores de 2017 é de R 43927500 Esse índice é obtido da seguinte forma Exemplo de prazo médio de pagamento das compras PMPC 1 Passo somar os fornecedores de 2018 com os fornecedores de 2017 ambos encontrados no Passivo Circulante dos respectivos exercícios e dividir o resultado por 2 Fornecedores médio Fornecedor Fornecedor Forne 2018 2017 2 cedor médio 58 709 44 010 2 51 359 50 Fornecedores médio Fornecedor Fornecedor Forne 2018 2017 2 cedor médio 58 709 44 010 2 51 359 50 2 Passo identificar o valor das compras Para encontrar esse valor precisamos conhecer a expressão a seguir que indica que o custo da mercadoria vendida CMV é igual ao estoque inicial do período mais as compras realizadas naquele período é de fato o que queremos conhecer menos os estoques finais Vejamos CMV EI estoque inicial do ano de 2017 C compras EF estoque final do ano de 2018 Considerando então CMV 1336125 Estoque de 2017 262500 inicial Estoque de 2018 439275 final Substituindo esses valores na expressão do Passo 2 temos CMV EI C EF 1336125 262500 C 439275 Isolando o C temos C 1336125 262500 439275 Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento 153 Logo o valor de C compras C 1512900 3 Passo conhecendo o valor dos fornecedores médios que foi encontrado no 1 Passo multiplicamos esse valor por 360 período contábil e dividimos pelo valor das compras encontra do no 2 Passo PMC x fornecedores médio Compras PCMC x 360 360 51 359 50 1 512 90 0 12 222 12 é preciso arredondar para PMC x fornecedores médio Compras PCMC x 360 360 51 359 50 1 512 90 0 12 222 12 é preciso arredondar para Esse índice nos mostra que a empresa leva em média 12 dias para pagar suas compras considerando seus estoques iniciais seus estoques finais e o custo da mercadoria vendida 53 Índices de endividamento Uma empresa toma dinheiro emprestado a cur to prazo principalmente para financiar seu capital de giro ou a longo prazo para comprar máquinas e equipamentos Quando a empresa se endivida a longo prazo comprometese a efetuar pagamentos periódicos de juros e por conseguinte liquidar o principal na data de vencimento Para fazer isso deve gerar lucro suficiente para cobrir o pagamento das dívidas Uma forma para descobrir o grau de endividamento de uma empresa é analisar os índices de endividamento Três índices devem ser conhecidos capital de terceiros em relação aos recursos totais CTRT capital próprio em relação ao capital de terceiros CPCT composição de endividamento CE Vídeo CT RT 322061 35581 775021 046 ou 46 Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento 155 532 Capital próprio e capital de terceiros CPCT Esse índice mostra quanto há de capital próprio para garantir o capital de terceiros Para conhecer o índice CPCT tomamos o Patrimônio Líquido total da empresa que representa o capital pró prio e dividimos pelo somatório dos recursos de terceiros curto prazo mais longo prazo que representa o capital de terceiros totais Exemplo de capital próprio e capital de terceiros CPCT Considerando um Patrimônio Líquido de R 41737900 um Passivo Circulante de R 32206100 e um Passivo Não Circulante de R 3558100 temos CP CT PL PC PNC CP CT é preciso arr 417 379 322 061 35 581 1 16 edondar para 116 CP CT PL PC PNC CP CT é preciso arr 417 379 322 061 35 581 1 16 edondar para 116 Onde PL Patrimônio Líquido PC total do Ativo Circulante PNC total do Passivo Não Circulante Desse modo para cada real de terceiros a empresa tem 116 um real e 16 centavos Isso quer dizer que para cada real de curto mais longo prazos de terceiros a empresa tem como garantia um real e 16 centavos 533 Composição do endividamento CE Na composição do capital de terceiros esse índice mostra o quanto de capital de terceiros vencerá a curto prazo Para conhecer o índice CE tomamos o Passivo Circulante que representa o capital de terceiros a curto prazo e dividimos pelo total de capital de tercei ros Passivo Circulante mais Passivo Não Circulante Exemplo de composição do endividamento CE Considerando um Passivo Circulante de R 32206100 e um Passivo Não Circulante de R 3558100 temos CE PC PC PNC CE 322061 322061 35581 090 Onde PC total do Passivo Circulante PNC total do Passivo Não Circulante Esse índice mostra que 90 do capital total de terceiros vencerá em curto prazo Ou para cada real de capital de terceiros 90 centavos vencerão em curto prazo e os outros 10 vencerão em longo prazo 54 Índices de rentabilidade Os investidores acionistas e administradores financeiros prestam bastante atenção à rentabilidade da empresa A análise da rentabilidade começa com um exame da maneira pela qual os ativos foram empregados Por meio do aumento da produtividade os investidores são capazes de reduzir ou controlar as despesas As taxas de retorno alcançadas por quaisquer empresas são importantes se seus dirigentes pretendem atrair capitais e contratar financiamentos bemsucedidos para o crescimento da empresa Existem três tipos de taxas de retorno taxa de retorno sobre investimento total TRSIT Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento 157 taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido TRSPL margem de lucro sobre as vendas MLV 541 Taxa de retorno sobre investimento total TRSIT A TRSIT é um dos principais indicadores da capacidade econô mica da empresa pois indica o ganho da empresa Esse índice é obti do dividindose o lucro líquido pelo ativo médio da seguinte forma TRSIT Lucro líquido Ativo médio Onde o ativo médio é Ativo médio Ativo atual Ativo anterior 2 Exemplo de taxa de retorno sobre investimento total TRSIT Supondo que o ativo total de 2018 é de R 107546600 o lu cro líquido de 2018 é de R 11579400 e o ativo total de 2017 é de R 77502100 temos Ativo médio TRSIT 1 075 466 775 021 2 925 243 50 115 794 915 2 43 50 0 12 12 ou Nesse caso para cada real investido há um ganho de 012 doze centavos Observe que se trata de ativo médio portanto considera se os recursos totais recursos de terceiros mais recursos próprios 542 Taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido TRSPL 158 Engenharia econômica decisão e investimentos A taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido TRSPL é consi derada a mais importante de todas as taxas pois indica a rentabili dade dos empresários Para encontrarmos esse índice basta dividir o lucro líquido pelo Patrimônio Líquido médio TRPL LL PL médio Onde o PL médio é PL médio PL atual PL anterior 2 Exemplo da taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido TRSPL Supondo o que o Patrimônio Líquido de 2018 é de R 55311100 e o Patrimônio Líquido de 2017 é R 41737900 temos PL médio TRPL ou 553 111 417 379 2 485 245 115 794 485 245 0 23 23 0 23 é preciso arredondar para Nesse caso para cada real investido pelos empresários há um ganho de 023 vinte e três centavos Diferentemente do índice an terior observe que o TRSPL revela o ganho do capital próprio ou seja para cada real de capital próprio investido na empresa PL há um ganho de 23 centavos 543 Margem de lucro sobre as vendas MLV A margem de lucro sobre as vendas MLV indica o lucro para cada produto vendido Para conhecermos esse índice basta dividirmos o lucro líquido pelas vendas líquidas também encontradas na Demonstração de Resultado Para esse caso o lucro Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento 159 líquido é de R 11579400 enquanto as vendas líquidas representam R 182410700 Temos então MLV LL VL Exemplo da margem de lucro sobre as vendas MLV MLV 115 794 1 824 107 0 06 Ou seja nesse caso para cada real vendido sobram para a em presa 6 centavos 55 Análise cruzada dos grupos de índices Após termos visto cada grupo de índices separadamente é necessário compreender como esses grupos se relacionam entre si O que procuramos aqui é compreender três relações a relação entre liquidez e rentabilidade a relação entre composição de endividamento e rentabilidade e a relação que se estabelece entre endividamento e liquidez 551 A relação entre liquidez e rentabilidade Em um projeto de investimento ou em uma empresa o planeja mento estratégico e operacional deve ser pautado numa direção que assegure ou a liquidez ou a rentabilidade pois todas as vezes que a empresa busca a liquidez ela obrigatoriamente desiste da rentabili dade Isso ocorre na medida em que os recursos que são gerados das vendas passam necessariamente em caixa Se a empresa se encontra num cenário de instabilidade econômica é natural que sua estratégia seja de assegurar a liquidez deixando mais recursos em caixa Mas para fazer esse movimento ela necessariamente reduz recursos em investimento não alocando esse dinheiro no Ativo Não Circulante Vídeo 160 Engenharia econômica decisão e investimentos como por exemplo em máquinas e equipamentos e dessa forma reduz sua rentabilidade Vejamos o gráfico da Figura 1 a seguir Figura 1 Liquidez versus rentabilidade Solvência técnica Liquidez Rentabilidade Insolvência técnica Fonte Elaborada pelo autor Nesse gráfico percebemos uma curva de inclinação negativa em relação à origem que revela a relação inversa entre liquidez e renta bilidade Note que se percorrermos em direção à direita aumenta remos a rentabilidade e reduziremos a solvência ou a liquidez Essa relação é perfeitamente normal nas empresas No entanto o que as empresas devem perceber é que dependendo da situação externa e da proposta de planejamento uma aposta equivocada pode levar a organização ou a um estado de insolvência técnica ou a perdas de eficiência por falta de investimento em ativos permanentes que garantam uma boa rentabilidade 552 A relação entre composição do endividamento e rentabilidade Diferentemente da relação anterior na qual observamos uma curva negativa em relação à origem a relação entre a composição do endividamento e a rentabilidade é uma relação diretamente propor cional e uma curva positiva Vejamos na Figura 2 a seguir Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento 161 Figura 2 Endividamento e rentabilidade Endividamento Alto endividamento alta rentabilidade Baixo endividamento baixa rentabilidade Rentabilidade Fonte Elaborada pelo autor Nesse gráfico podemos observar que a rentabilidade normal mente é acompanhada pelo endividamento de longo prazo Tal endividamento que pode ser denominado saudável é o que jus tifica o aumento de rentabilidade Isso significa dizer que diante de uma análise de índices aumentos de endividamento de longo prazo devem ser justificados com aumento de rentabilidade Por outro lado se uma empresa aumenta seu endividamento em lon go prazo e não tem um aumento de rentabilidade isso significa dizer que ela não está necessariamente investindo em máquinas e equipamentos ou na produção mas pode estar cometendo um equívoco muito comum que é buscar recursos de terceiros para resolver problemas de insolvência Nesses termos a relação que se estabelece entre endividamento e rentabilidade deve ser direta quer dizer um aumento do endivi damento deve ser seguido de um aumento de rentabilidade pelo menos isso é o que se espera em uma empresa e em um projeto 553 A relação entre índices de atividade e rentabilidade Parecido com o gráfico da Figura 2 em que vimos uma cur va positiva em relação à origem a relação entre a atividade e a 162 Engenharia econômica decisão e investimentos rentabilidade também tem esse formato O que precisamos ter em mente é que a atividade deve ser pensada aqui nos três ciclos que a compõem ciclo operacional ciclo econômico e ciclo financeiro Mas também devemos pensar na eficiência desses ciclos Isso quer dizer que uma empresa ou um projeto de investimento precisa buscar a eficiência desses ciclos Entendese por eficiência do ciclo a capacidade da empresa em reduzir seu ciclo financeiro e portanto diminuir suas necessidades de cobertura entre o paga mento da matériaprima e o recebimento das vendas procurar ao máximo crédito com fornecedores de materiais diretos eou ma tériaprima para que o ciclo operacional se ajuste às necessidades organizacionais e manter um ciclo econômico o intervalo entre a compra da matériaprima e as vendas que resulte em aumento de produtividade Disso resulta uma empresa ou projeto enxuto com seus ciclos em harmonia com a unidade de tempo é importan te lembrar que essas ações são praticadas numa economia estável Numa situação de crise como vimos anteriormente a liquidez deve ser buscada para se evitar a insolvência técnica Vejamos então como fica o gráfico dessa relação Figura 3 Figura 3 Atividade e rentabilidade Atividade Aumento da atividade alta rentabilidade Eficiência Diminuição da atividade baixa rentabilidade Rentabilidade Fonte Elaborada pelo autor Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento 163 Nesse gráfico podemos observar que a rentabilidade é acompa nhada ou resultante do aumento da atividade da empresa o que se traduz em eficiência Lembrando que esse aumento da atividade pode também ser vislumbrado além das questões de ciclos como resultante de inovação de produtos e processos Quando falamos em inovação de produtos e processos isso significa que normalmente haverá uma redução no tempo do processo fabril Ou seja ao reduzir o prazo de tempo para pro dução com a inovação de processo a empresa passará a produzir mais em menos tempo ciclo operacional e econômico menores eficiência na produção e também haverá uma redução do ciclo financeiro empresa mais solvente A Figura 3 mostra exatamen te isso quer dizer a melhoria na atividade sendo acompanhada de um aumento de rentabilidade Um exemplo merece ser destacado Em 2013 uma importante empresa de Curitiba PR que produz máquinas para a indústria de papelão e celulose percebeu que levava muito tempo para a sol dagem de uma das partes de suas máquinas Essa parte era feita no solo Com a ajuda do próprio responsável pelo departamento de sol dagem o proprietário e os funcionários envolvidos desenvolveram um elevador e colocaram a chapa de aço na vertical e não mais na horizontal Após vários testes o sistema elevador ficou pronto Isso resultou numa redução de quase meia hora na soldagem da peça o que se traduziu em eficiência O resultado foi o aumento e a melhoria da atividade da empresa seguidos de maior rentabilidade Esse é um de muitos casos em que a inovação de processos reduz o período de produção e portanto o ciclo econômico e operacional A inovação do produto também se traduz em aumento de atividade seguido de aumento de rentabilidade Isso ocorre porque quando o produto final se torna melhor e mais eficiente não obstante o fato de ter havido aumento de investimento haverá aumento 164 Engenharia econômica decisão e investimentos da demanda aumento das vendas e isso traz maior receita que inevitavelmente se reverterá em novos investimentos alimentando os ciclos operacional econômico e financeiro e deixandoos mais enxutos Exemplos disso são inovações como a abertura mais fácil nas embalagens de leite latas de ervilhas e de outros legumes os motores de veículos mais leves e que economizam combustível os novos medicamentos e os novos aplicativos para smartphones e computadores que possibilitam às empresas um espetacular aumento de atividade resultando num vigoroso aumento de rentabilidade Considerações finais Neste capítulo estudamos o cálculo e a interpretação de quatro grupos de índices para a tomada de decisão de um investimento Percebemos que para alguns índices existe um padrão média acei ta mas em todos os casos de análise há de prevalecer o bom senso Vimos também que a relação entre os grupos de índices deve ser observada para que a análise não seja apenas parcial É preciso levar em conta a relação que se estabelece entre cada grupo de índices o que denominamos de análise cruzada Por fim é necessário para o domínio amplo dessa matéria conhecer bem as demonstrações contábeis sobretudo o Balanço Patrimonial BP e a Demonstração de Resultado do Exercício DRE de uma empresa pois é por meio delas que calculamos e interpretamos esses índices Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento 165 Atividades Tendo como base o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício a seguir responda às questões de número 1 a 10 Balanço Patrimonial X1 Ativo Passivo Circulante Caixa Estoques Duplicatas a receber Total Circulante Não Circulante Realizável a LP Imobilizado Investimento Total Não Circulante Total 10000000 40000000 100000000 150000000 30000000 40000000 20720000 90720000 240720000 Circulante Fornecedores Provisão IR Total Circulante Não Circulante Financiamentos Total Não Circulante Patrimônio Líquido Total 60000000 19432000 79432000 10000000 10000000 151288000 240720000 Demonstração do Resultado do Exercício X1 Vendas CMV Lucro bruto Despesas não operacionais Lucro operacional Outras despesas LAIR IR Lucro líquido 400000000 230000000 170000000 108400000 61600000 6080000 55520000 19432000 36088000 1 O índice de liquidez corrente é 166 Engenharia econômica decisão e investimentos a 155 b 166 c 177 d 188 2 Qual é a interpretação se o índice de liquidez seca for de 138 a Significa que para cada real de dívida de curto prazo mais estoques a empresa possui 1 real e 38 centavos de recursos de curto prazo b Significa que para cada real de dívida de curto prazo me nos estoques a empresa possui 1 real e 38 centavos de recursos de curto prazo c Significa que para cada real de dívida de longo prazo a empresa possui 1 real e 38 centavos de recursos de curto prazo d Significa que para cada real de dívida de curto prazo a empresa possui 38 centavos de recursos de curto prazo 3 O índice de liquidez imediata é a 010 b 011 c 012 d 009 4 Se a empresa possui um índice de liquidez geral de 167 isso é interpretado da seguinte forma a para cada real de dívida de curto e longo prazos a empre sa possui no total 1 real e 67 centavos de recursos de curto e longo prazos b para cada real de dívida de curto prazo a empresa possui Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento 167 no total 1 real e 67 centavos de recursos de longo prazo c para cada real de dívida de longo prazo a empresa possui no total 1 real e 67 centavos de recursos de curto prazo d para cada real de dívida de curto e longo prazos a empre sa possui 1 real e 67 centavos de recursos de curto prazo 5 Qual é a composição do endividamento da empresa a 77 b 88 c 99 d 100 6 O que significa uma composição de endividamento de 90 a Significa que 90 das dívidas da empresa vencerão no curto prazo b Significa que 10 das dívidas da empresa vencerão no curto prazo c Significa que 90 das dívidas da empresa vencerão no longo prazo d Significa que 80 das dívidas da empresa vencerão no curto prazo 7 O que significa uma taxa de retorno sobre o investimento to tal TRSIT de 015 a Para cada real investido na empresa há um ganho de 85 centavos de retorno b Para cada real investido na empresa há um ganho de 15 centavos de retorno c Para cada real investido na empresa há uma perda de 15 centavos de retorno d Para cada real investido na empresa há uma perda de 50 centavos de retorno 168 Engenharia econômica decisão e investimentos 8 Se encontrarmos um índice de 60 na relação de capital de terceiros sobre recursos totais o que isso representa no índi ce de endividamento a Que 40 dos recursos totais é capital de terceiros b Que 40 dos recursos totais é capital de terceiros mais capital próprio c Que 60 dos recursos totais é capital de terceiros d Que 60 dos recursos totais é capital de terceiros mais capital próprio 9 Se o estoque médio do quadro utilizado como referência for 500000 qual será o índice PMRE a 75 dias b 76 dias c 77 dias d 78 dias 10 O que significa um índice 9 no PMPC a Significa que a empresa leva em média 9 dias para pagar suas compras b Significa que a empresa leva em média 9 dias para receber suas vendas c Significa que a empresa possui 9 reais para cada real de dívida de curto prazo d Significa que a empresa possui 9 reais para cada real de dívida de longo prazo 11 Considerando uma análise cruzada de grupo de índices e ainda que houve um investimento em inovação de proces sos é correto afirmar que se espera que tipo de relação entre os índices Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento 169 a Aumento de liquidez e baixa rentabilidade b Aumento de rentabilidade e baixo endividamento c Aumento de rentabilidade e aumento de atividade d Baixa liquidez e aumento de endividamento Referências BROM L G BALIAN J E A Análise de investimentos e capital de giro São Paulo Saraiva 2007 FONSECA J W F Elaboração e análise de projetos São Paulo Atlas 2012 GITMAN L J Princípios de administração financeira São Paulo Pearson 2006 NIKBAKHT E GROPPELLI A A Administração financeira São Paulo Saraiva 2005 REIS A Demonstrações contábeis estrutura e análise São Paulo Saraiva 2006 Gabarito 1 Fundamentos de economia e tipos de projetos de investimentos 1 A princípio não seria uma boa opção pois o custo da mão de obra a carga tributária brasileira além da tecnologia se comparados com os da China seriam um grande desafio para o nosso país 2 Isso implica que no próximo período essas três esferas da economia terão pouco ou quase nenhum investimento pois faltará recursos para a manutenção dessas esferas e de tan tas outras 3 Não se tirar muito dinheiro o poder aquisitivo diminui tanto das pessoas como das empresas As pessoas deixam de comprar e portanto diminuem o ritmo da economia Por outro lado as empresas deixam de investir deixando de ofer tar mais produtos e processos e com isso a economia entra num processo de estagnação 2 Etapas de um projeto de implantação industrial 1 Ele deve evitar a fase de declínio 2 Matériaprima e mão de obra ou ainda energia elétrica e materiais secundários etc 3 Pela verificação da diferença entre o total das necessidades e o total dos recursos 3 O emprego da engenharia econômica como ferramenta para tomada de decisão de investimento 1 n 4 lembrando que 1 ano é igual a 4 trimestres i 15 a a iq 1i 1 iq 1015 1 356 ao trimestre 2 P 10000 n 10 anos i 13 aa F P x 1i F 10000 1 01310 R3394567 3 Considerando que há apenas custos envolvidos a melhor saída é o emprego do método do custo anual Resolvendo o motor A P 20000 n 10 anos i 10 aa C 6000 P R 1in 1 1in i 20000 R 1 0110 1 1 0110 01 325490 Somando com custo anual de 6000 temos Custo anual do motor A 325490 6000 925490 Resolvendo o motor B P 30000 n 10 anos i 10 a a C 4000 Como já temos o VP negativo aplicamos a igualdade Aplicando a igualdade 20 i i 10 205242 661556 13231120 661556 i 205242 2052420 661556 i 2052421 13231120 2052420 8667981 15283540 i 15283540 866798 1763 Gabarito 175 6 Considerando que ambos apresentam apenas entradas de caixa aplicamos o método do valor presente VP Resolvendo A P R 1 in 1 1 in i P 10000 1 0110 1 1 0110 01 6144571 Somando com o investimento temos VP 5471304 6144573 673263 Resolvendo B P R 1 in 1 1 in i P 12000 1 0110 1 1 0110 01 7373485 Somando com o investimento temos VP 6700217 7373480 673268 A menos que o empresário não disponha do montante do projeto B que é maior é indiferente pois ambos os projetos apresentam o mesmo VP positivo Escolher o projeto A ou B sob o ponto de vista da engenharia econômica não faz diferença alguma 7 O problema pode ser resolvido por VP ou custo anual Resolvendo por VP Resolvendo A P R 1 in 1 1 in i P 2500 1 0110 1 1 0110 01 P 1536142 VP 10000 1536142 2536142 Resolvendo B P R 1 in 1 1 in i P 3000 1 0110 1 1 0110 01 1843371 F P 1 in 4000 P 1 01010 154217 176 Engenharia econômica decisão e investimentos Somando os VP VP 1000 1843370 154217 3189153 A melhor alternativa é o processo A pois apresenta o menor VP 8 Resolvendo A P R 1 in 1 1 in i 10000 R 1 0110 1 1 0110 01 162745 Somando os R R 2500 162745 412745 Resolvendo B P R 1 in 1 1 in i 15000 R 1 0110 1 1 0110 01 244118 F R 1 in 1 i 4000 R 1 0110 1 01 25098 Somando os R R 3000 244118 25098 519020 A melhor alternativa continua sendo o processo A pois apre senta o menor custo anual R 9 Receita Custos Anuais 200000 100000 100000 Aplicação direta da fórmula abaixo F R 1 in 1 i F 100000 1 01520 1 1 015 20 015 1024435826 10 Aplicação direta da fórmula abaixo P R 1 in 1 1 in i P 100000 1 01520 1 1 01520 015 P 62593303 é essa a importância que ele deverá ter 4 Análise custovolumelucro e o projeto de investimento 1 Mcu PVu CVu MCu 40 24 16 Qe CF Mcu 4000 16 Qe 250 unidades mês RT Qe x P RT 250 x 40 RT R 10000 Verificando se está certo L RT CT L RT D Qe x Cv L 10000 4000 250 x 24 L 10000 10000 L 0 Logo o Cvu 90 150 x 10 90 15 105 Logo a Mcu PV Cvu 150 105 45 Qe CF Mcu Qe 540000 45 Qe 12000 diárias RT Q x P RT 12000 x 150 RT R 180000000 Verificando se está correto L RT CT L 1800000 540000 12000 x 90 12000 x 15 L 1800000 540000 1080000 180000 L 1800000 1800000 L 0 Mcu P Cvu Obs Nesse caso é preciso subtrair os impostos de 15 do preço P 200 x 015 30 logo o preço 200 30 170 Mcu PVu Cvu Mcu 170 20107 Mcu 133 Qe CF Mcu Qe 40000 15000 10000 1500 133 Qe 500 unidades RT Qe x P RTe 500 x 200 R 10000000 note que para fins da receita total o preço deve estar com o imposto No momento em que a empresa começar a produzir 801 unidades ela começará a ter lucro Senão vejamos Produzindo 800 unidades RT Q x P RT 800 x 20 RT 16000 L RT CT L 16000 8000 8000 L 0 Note que não há lucro nem prejuízo com 800 unidades Produzindo 801 unidades RT Q x P RT 801 x 20 RT 16020 L RT CT L 16020 8000 8010 L 16020 16010 L R10 9 PV 55500 subtrair 10 4995 CF 1600000 400000 2000000 Cvu 2995 Mcu PV Cvu Mcu 4995 2995 Mcu 200 Qe CFMcu Qe 2000200 Qe 10000 unidades RTe Q x P RT 10000 x R 49950 RLe R 499500000 Observe que essa receita líquida de impostos é na verdade a receita líquida de impostos e de equilíbrio 10 Qe CFDívida de curto prazo D Mcu 2000 600 320000 Qe 2000200 Qe 11400 unidades 5 Análise dos indicadores econômicos e financeiros de um projeto de investimento 1 ILC ACPC ILC 1500000794320 188 Resposta D 2 B 3 ILI DisponívelPC ILI CaixaPC 100000794320 Resposta C 4 A 5 CE PCPC PNC CE 794320794320 100000 Resposta B 6 A 7 B 8 C 9 PMRE 360 x Estoque médioCMV PMRE 360 x 500002300000 Resposta D 10 A 11 C Código Logístico 57494 Fundação Biblioteca Nacional ISBN 9788538764540 9 788538 764540 Engenharia econômica decisão e investimentos José Wladimir Freitas da Fonseca