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ENXOFRE NO SOLO Apostila 10 1 1 INTRODUÇÃO O enxofre S é um macronutriente secundário pois por um lado é exigido pelas culturas em quantidade relativamente elevadas semelhantes de P e por outro lado não é considerado elemento fertilizante tão importante em comparação ao N P e K Isso se deve principalmente assim como o Ca e o Mg ao custo de obtenção destes elementos Entretanto é bom não subestimar a importância dos mesmos na nutrição mineral das plantas em razão de serem elementos essenciais O S é constituinte da maioria das proteínas com igual importância de N e P O S é o 13 elemento mais abundante da crosta terrestre ocorrendo em composto sólidos formas insolúveis sais solúveis e gases É altamente reativo sendo encontrado em estados de oxidação desde de 2 a 6 Muitas transformações do S no solo são devidas à atividade microbiana As principais formas que ocorrem em solos ácidos bem drenados são sulfatos adsorvidos à fração mineral e em compostos orgânicos Em solos alcalinos bem drenados são encontrados compostos de S pouco solúveis enquanto em solos mal drenados formas reduzidas de S podem propiciar características especiais ao solo Formas gasosas no ar ou solúveis na água da chuva podem ser fontes importantes de suprimento de S para as plantas 2 O ENXOFRE NAS PLANTAS A forma adsorvida preferencialmente do enxofre no solo é SO42 As folhas das plantas podem absorver SO2 atmosférico por difusão gasosa mas em pequenas quantidades As plantas também podem utilizar S elementar de pulverizações através da casca de frutas e podem utilizar as formas orgânicas como aminoácidos metionina e cistina O transporte de SO42 na solução do solo até a superfície das raízes efetuase por fluxo de massa e por difusão O processo de absorção é ativo e sofre antagonismo na presença de excesso de CI A predominância de absorção de diferentes sulfatos depende do grau de solubilidade dos mesmos solubilidade que depende do cátion acompanhante e segue a seguinte série K NH4 Na Mg² Ca² 2 Na planta o SO42 é translocado na direção acrópeta das raízes até as folhas e brotos em forma relativamente rápida A translocação na direção basipeta é pequena razão pela qual os sintomas de deficiência de S aparecem primeiro nas folhas novas que estão em pleno desenvolvimento Com S parece não existir consumo de luxo pois sua incorporação metabólica em aminoácidos e proteínas dependa de sua disponibilidade de N e P principalmente razão pela qual as exigências de S crescem conforme se aumentam as adições de N e de P para as culturas 21 Exigências de S pelas Culturas A necessidade de S pelas culturas varia grandemente entre as espécies Tabela 1 Segundo RAIJ 1991 os teores de S nas plantas totais são da ordem de 02 a 05 da matéria seca os teores em folhas variam pouco em plantas bem nutridas estando em geral entre 02 e 04 Assim as que requerem em maior quantidade são as crucíferas colza repolho e liliáceas alho e cebola 70 a 80 kg Sha em segundo lugar em geral as leguminosas 40 kg Sha e depois cereais e plantas forrageiras 15 a 30 kg Sha FNIE 1974 Tabela 1 Quantidades de enxofre absorvidas por várias culturas Cultura Nível de produção Cultura Total absorvido kg S Algodão 750 kg de fibra 22 Amendoim 2 t de grãos 8 Arroz 3 t de grãos 12 Café 3 t de grãos 10 Cana 100 t de colmos 45 Eucalipto 100 m3 de madeira 36 Feijão 1 t de grãos 26 Forrageiras Gramíneas 1 t de mat Seca 1 Leguminosas 1 t de mat seca 2 Laranja 18 t de frutos 9 Milho 5 t de grãos 13 Soja 25 t de grãos 10 Fonte adaptada do Arquivo do agrônomo Importantes culturas como cafeeiro algodoeiro canadeaçúcar laranjeira batatinha feijoeiro tomateiro couves repolho cenoura ervilha requerem mais S que P 3 O suprimento de S para as culturas depende do balanço entre perdas queimadas lixiviação exportação e adições mineralização da MO restituição pelas chuvas e fertilizações As queimadas especialmente da vegetação de cerrado contribuem para aumentar a deficiência de S de solos que já são relativamente pobres em este elemento pois apenas parte do S evaporado volta ao solo pelas chuvas As perdas por lixiviação podem atingir valores de 20 a 40 kg Sha que combinadas com as exportações pelas colheitas pode chegar a 40 a 100 kg Sha anualmente de acordo com a produtividade das culturas e a intensidade da drenagem do solo A restituição deste S perdido se efetua pela mineralização da MO até 10 kg Sha pelas chuvas 10 a 15 kg Sha por ano dependendo da proximidade das zonas industriais pela adição de adubos orgânicos 05 kg Sha e dos fertilizantes Também em algumas culturas a adição de fungicidas à base de S aporta quantidades apreciáveis deste nutriente As necessidades de complementação dos requerimentos de S pela fertilização têm aumentado paralelamente com os aumentos de produtividade e pelo uso cada vez mais frequente de fertilizantes concentrados de livres de S Na planta o S encontrase na sua maior parte nas proteínas o S está intimamente ligado ao metabolismo do nitrogênio convertendoo de N não protéico em proteína sendo inclusive utilizada a relação NS do vegetal para avaliar o seu estado nutricional BORKERT 1988 As leguminosas como possuem alto teor de proteínas exigem quantidades mais elevadas de S para o seu desenvolvimento tendo ainda nestas plantas papel de formação e desenvolvimento de nódulos bem como processo de fixação de N2 VITTI NOVAES 1986 22 Sintomas de deficiências A deficiência em geral pode ocorrer em virtude de vários fatores tais como solos arenosos baixo teor de matéria orgânica regiões com alta pluviosidade o que favorece a lixiviação baixo teor de enxofre na água de irrigação alto manejo da produção O S é exigido pelas plantas para a formação de aminoácidos e de proteínas para a fotossíntese e para a resistência ao frio As deficiências são frequentemente confundidas com as de N As deficiências aprecem como crescimento raquítico das plantas amarelecimento geral das folhas Em situações de deficiência menos severa os sintomas visuais não são aparentes mas a produção e a qualidade serão afetadas As concentrações de enxofre na matéria seca das plantas podem variar entre 02 e até mais de 10 A batatinha e muitas outras 4 hortaliças necessitam de grandes quantidades de S e produzem melhor quando esse elemento faz parte do programa de adubação As leguminosas como o feijão a soja a ervilha e as forrageiras exigem S para a nodulação fixação de nitrogênio do ar e a produção Deficiência de S em algodoeiro Original IAC Fonte Arquivo do agronômico Deficiência de S no milho 3 FONTES DE S NO SOLO A crosta terrestre aproximadamente contém 006 a 011 de S sendo que as rochas plutônicas constituem a fonte primária de S que se encontra na forma de sulfetos de metais Quando estas rochas ficarem expostas à ação de agentes de intemperismo os minerais foram decompostos e os sulfetos oxidados sendo liberados na forma de sulfatos Estes sulfatos foram ou precipitados como sais solúveis ou insolúveis climas secos ou absorvidos por organismos vivos passando a ficar incorporados e armazenados na matéria orgânica ou foram reduzidos por ação de outros organismos a sulfetos ou enxofre elementar sob condições anaeróbicas Parte dos sulfatos foram e são perdidos por lixiviação 5 31 Conteúdo e Formas de S no Solo Da mesma forma que o N e o P o S encontrase no solo na forma inorgânica e orgânica Em forma geral o S total dos solos varia entre 0003 e 1 com média de 007 Em regiões tropicais os solos inorgânicos apresentam teores de 002 a 02 e os orgânicos podem Ter até 1 Na maioria dos solos de regiões temperadas de 60 a 90 do S está em forma orgânica e em regiões tropicais a variação pode ser mais ampla sendo que em solos muito intemperizados e com baixos teores de matéria orgânica MO ou S inorgânico é relativamente menor que 10 do total e em alguns solos da África tão alto que chega a 100 mas com teores relativamente baixos O S na parte dos terrenos agricultáveis se encontra na forma de MO sulfatos solúveis na solução do solo ou adsorvidos no complexo sortivo do solo 311 Formas Orgânicas O S presente na MO provém dos resíduos de animais e vegetais micro e macro fauna e flora incorporados ao solo Gross 1967 Não se conhece bem quais são os compostos orgânicos de S presentes no solo no solo mas provém da colisão das proteinas e suportase que estejam formando parte de aminoácidos livres cisteina cistina metionina sulfoxido de metionina metionina sulfona ácido cisteico ácido cisteino sulfínico taurina aminoácidos que se en contram em pequenas proporções em relação ao total de S orgânico Também se encontra na forma de sulfatos orgânicos ligados a peptídeos glutationa tiamina biotina fenóis colina tiocianatos mercaptanos taninas e carboidratos Uma alta proporção de S orgânico está se formando parte do húmus constituída por derivados de quinonas e aminoácidos com S e que são muito resistentes à mineralização por microorganismos Malavolta 1982 Tisdale e Nelson 1970 Como o N o P e o S fazem parte de compostos orgânicos da MO a qual tende a certo equilíbrio as relações entre esses nutrientes e o C variam em função das condições em que se estabelece o equilíbrio entre mineralização e acúmulo de MO fazer sozinho Assim as relações seguintes têm sido observadas em diferentes solos 6 As relações NS são menos variáveis do que as CS Considerando estas relações adição de resíduos orgânicos vegetais que apresentam menos de 015 de S provocarão a imobilização do S do solo durante a sua dissolução Solos com relação um pouco ampla CS ou NS podem apresentar imobilização do S adicionado Os solos de cerrado apresentam grandes variações nos teores de C orgânico N total e S do solo Os solos arenosos apresentam os menores teores em comparação aos solos argilosos As relações CS NS e CNS indicam que os solos arenosos acumulam mais S que C e N possivelmente em formas orgânicas de difícil composição Os teores de C orgânico N total e S do solo se correlacionaram em forma direta e muito altamente significativa com os teores de argila dos solos de cerrado indicando que o acúmulo de substâncias húmicas está relacionado com a formação de complexos organo metálicos Alvarez V e outros 1986 312 Formas Inorgânicas A grande maioria de S inorgânico nos solos bem drenados se apresenta na forma de sulfatos Pela ação redutora dos meios anaeróbicos os sulfetos são a forma predominante em solos alagados SO42 8H 8e H2S 4H2O Os sulfetos podem reagir com o ferro formando FeS e evitando o efeito tóxico de excessos de Fe² Os sulfatos presentes no solo encontramse em diferentes graus de disponibilidade para as plantas podem existir na solução do solo estar combinados pouco solúveis com o Al e Fe estar precipitados ou estar adsorvidos Esquematicamente a quantidade de SO42 em solução depende do equilíbrio entre os seguintes processos Em solos áridos ou semiáridos o SO42 precipitam em grandes quantidades como sulfatos de Na K Ca Mg Em solos resistentes argilosos é adsorvido em argilas 11 ou óxidos hidratados de Fe e Al O SO₂ que está na atmosfera pode ser absorvido diretamente pela folhagem por difusão gasosa FNIE 1974 ou incorporado aos solos pelas chuvas nas tomadas de 1 a 100 kgSano 7 Quando os sulfetos se oxidam nos processos de intemperismo ou quando os sulfatos são reduzidos a sulfetos ou S elementar aparecem em pequena proporção conforme as seguintes formas transitórias Malavolta 1982 As formas minerais de S desenvolvidas ilustram a complexidade das espécies de S apresentam em forma estável ou transitória no solo 32 Comportamento dos Compostos de S nos Solos O comportamento dos compostos de S nos solos depende das formas ante indicadas para este macronutriente Embora seja o sulfato a forma de S que predominantemente é absorvido pelas plantas elas podem utilizar o S orgânico de aminoácidos ou o SO2 gasoso isso implica a existência de processos dinâmicos de transformação do S processos que podem ilustrarse através do ciclo de S apresentado à seguir Figura 1 Ciclo do S BORKERT 1988 Os processos dinâmicos de S são apresentados pelo N as transformações de S devemse a ação de diferentes microorganismos e em menor intensidade por reações abióticas 8 Na mineralização do S as proteínas peptídeos e outros compostos orgânicos com S são despolimerizados até aminoácidos tiossulfatos tiouréia Após o S dos aminoácidos cisteína cistina metionina pode ser oxidado a SO42 ou reduzido até H2S em processos não bem definidos Por exemplo se teria Fassbender 1978 Cisteína cistina cistina dissulfoxidada cisteína ácida sulfônica ácido cisteico sulfato Os microorganismos que atuam nesses processos podem ser bactérias aeróbicas anaeróbicas heterotroficas assim como fungos As bactérias mais importantes são Proteus vulgaris Serratia marcences Pseudomonas aeroginosa Alcaligenes feacalis Escherichea coli Os fungos Scopulariopsis brevicaulis Aspergillus sp Microsporum gypscum Fassbender 1978 O H2S resultante da mineralização da MO pode ser oxidado em condições de bom arejamento para SO2 e pode ser absorvido pelas plantas ou imobilizado pelos microorganismos Os processos de oxidação e redução de S são muito importantes na dinâmica deste nutriente e são realizados quase totalmente pela ação de microrganismos Na oxidação de sulfetos a sulfatos participam cinco bactérias aeróbicas das quais quatro são autotróficas Thiobacillus thioparus I denitrificans T ferroxidans T nevelus autotrófo facultativo e as anaeróbicas Chlorosium sp Chromatium sp Sob condições redutoras e SO2 não é estável e é reduzido a sulfeto pelas bactérias Desulfobrivio e Desulfoto maculum A dissecação de amostras de solo aumenta a mineralização da MO aumentando a disponibilidade de S a valores superiores aos encontrados no campo isto provoca falta de resposta a S em ensaios de casa de vegetação contrariando as respostas no campo Também a atividade da rizosfera aumenta a mineralização do S orgânico e a liberação de SO42 Embora a literatura na sua maioria chame a atenção para formas orgânicas de S e os processos de mineralização e imobilização como aqueles que regulam predominantemente a quantidade de sulfato para as plantas várias pesquisas com solos sob vegetação de cerrado de Minas Gerais tem confirmado a ideia de que a disponibilidade de S no solo e seu transporte está relacionada preferencialmente com a adsorção de SO42 no complexo sortivo do solo A mobilidade do SO42 depende da capacidade e força com que é adsorvido e da solubilidade da maioria dos sulfatos que se formam no solo 9 Considerando a força de adsorção em forma geral e para um mesmo complexo sortivo os âninos que ficam adsorvidos com forças que vão diminuindo de acordo com a ordem seguinte Citrato fluoreto fosfato tartarato sulfatoborato nitrato cloreto sendo nestes dois últimos praticamente desprezível a sua adsorção 33 Equilíbrio do S no solo Nos últimos anos o S tem se tornando um elemento limitante na produção agrícola o que está relacionado a vários fatores dentre os quais podemos destacar o aumento da produtividade de culturas que requerem mais S o aumento do uso de adubos concentrados e de fórmulas simples que utilizam pouco ou nenhuma quantidade de S em sua composição uma redução do S atmosférico proveniente da chuva redução do S proveniente de perda da matéria orgânica por erosão e ou por mineralização O S apresenta transformações dinâmicas as quais se devem à ação de microorganismos e em menor intensidade por reações abióticas O ciclo do S apresenta etapas e processos que ocorrem no solo nas águas e na atmosfera figura 1 O S além de nutriente de plantas é um elemento que pode em função da atividade microbiana e transformações de seus componentes afetar marcadamente as condições físicoquímicobiológicas do solo e de outros ambientes As reações e transformações de S no solo se assemelham às do N em vários aspectos Apresentam vários estágios de oxidação Ocorrem nos solos agrícolas predominantemente em formas orgânicas A maioria das transformações é decorrente da atividade microbiana Ocorrem em formas gasosas na atmosfera com grande influência dos processos químicos que nela ocorrem Conforme é mostrado na figura 2 em todos os solos em maior ou em menor intensidade ocorrem os seguintes processos Mineralização ou decomposição de enxofre orgânico com liberação de formas inorgânicas Imobilização ou conversão do enxofre do enxofre inorgânico em compostos orgânicos dos microrganismos Produção de sulfetos S2 pela redução de sulfatos 10 Produção de formas voláteis Oxidação de enxofre elementar ou outras formas reduzidas Figura 2 Disponibilidade de S no solo A mineralização é o processo de maior importância em relação à disponibilidade de S às plantas uma vez que ocorre a transformação do S da forma orgânica não disponível ás plantas para forma a forma orgânica Muitas bactérias fungos e actinomicetos atuam nesse processo utilizando a matéria orgânica como substrato para seu crescimento O processo de mineralização do S em solos bem drenados é influenciado por fatores de clima solo e pelo manejo a que os mesmos são submetidos Os principais fatores são COSTA 1980 formas de S inorgânico do solo tipo de material orgânico adicionado ao solo população microbiana temperatura aeração umidade e pH do solo e esses fatores por sua vez são influenciados pelo manejo segundo Biederbeck 1978 mais importante aspectos de revolvimento e cultivo do solo adição de resíduos orgânicos e a calagem A adição de materiais orgânicos com alta relação CS pode provocar a imobilização de SO 2 4 da solução do solo enquanto as relações baixas determinam maior taxa de mineralização dependendo do nível dos demais nutrientes Os microorganismos afetam a mineralização de acordo com a quantidade e a capacidade desses microorganismos hidrolisar compostos com S COSTA 1980 A temperatura do solo tem influência direta sobre os microorganismos sendo esta mais efetiva na faixa de 30 a 40 C Os efeitos da aeração 11 e umidade do solo também se fazem presentes sobre a população microbiana sendo os solos mais aerados e de umidade entre 60 a 80 da capacidade de campi propícios à mineralização do S Um fator determinante na mineralização é o pH uma vez que afeta diretamente aatividade microbiana A mineralização está relacionada diretamente ao aumento do pH do meio principalmente em solos com maiores teores de matéria orgânica sendo o ponto ideal próximo à neutralidade A mineralização de S nos solos é maior na presença de plantas em crescimento Isso provavelmente devido à maior atividade microbiana rizosfera das plantas e à excreção pelas raízes de substâncias catalisadores da decomposição da matéria orgânica Kamprath Till 1983 O cultivo de solos virgens por seus efeitos nas condições de aeração umidade e temperatura do solo e consequentemente na atividade microbiana provoca redução no teor de matéria orgânica e de enxofre orgânico Observase com o tempo a diminuição do teor de S total e orgânico no horizonte superficial e aumento de S em horizontes subsuperficiais pelo efeito de lixiviação Figura 3 BIASSANI TEDESCO 1988 Figura 3 Variação do enxofre mineral e orgânico em diferentes condições de solo Os minerais primários especialmente sulfetos metálicos de Fe Zn Cu Ca e Mg são fontes originais do enxofre no solo Seu intemperismo com a ocorrência de processos físicos químicos e biológicos originam outros compostos ou formas de enxofre que são utilizados por outros microorganismos ou plantas A água da chuva a água da irrigação atmosfera os fertilizantes 12 Superfosfato Simples e Sulfato de Amônio e os pesticidas à base de enxofre são outras fontes que contribuem para o suprimento de enxofre ao solo A incorporação ao solo de formas gasosas de enxofre pela adsorção direta ou pela dissolução na água da chuva é variável entre regiões e apresenta maior importância nas proximidades de áreas urbanas e industriais O enxofre ocorre no solo em formas orgânicas e inorgânicas O fracionamento do enxofre orgânico que em solos bem drenados de regiões úmidas constitui a maior parte do enxofre total indica a ocorrência de três formas Compostos com ligação SO sulfato de ésteres Compostos com ligação SC Enxofre inerte ou residual Enxofre em compostos não identificados O enxofre ligado ao oxigênio consiste principalmente de sulfato de ésteres SO Como exemplos destes compostos podese citar o sulfato de Amônio Superfosfato Simples O enxofre ligado a carbono Enxofre em compostos com ligação SC é encontrado principalmente em aminoácidos cisteína metionina Entretanto estes aminoácidos são poucos estáveis e não se acumulam no solo Assim outros compostos não conhecidos participariam da fração CS A obtenção desta fração pode ser feita pela diferença entre o enxofre total e o enxofre reduzível SO ou pela sua redução a H2S pela liga de Raney Porém os teores encontrados por redução são menores que aqueles obtidos por diferença o que indica a existência de outras formas de enxofre orgânico não conhecidas as quais constituem a fração de enxofre residual ou inerte As frações SC e enxofre residual representam em média cerca de 20 a 30 do enxofre orgânico respectivamente Em solos brasileiros encontraramse valores médios de 7 e 42 respectivamente para estas frações O fracionamento das formas de enxofre orgânico tem sido estudado para auxiliar a avaliação da disponibilidade para as plantas já que certas formas são facilmente mineralizadas A fração SO apresenta mineralização mais rápida por ser facilmente hidrolizada a sulfato inorgânico As frações SC e principalmente enxofre residual são mais estáveis no solo Entretanto há indicações de que tanto as frações SO como SC podem contribuir para o suprimento às plantas tornando de pouca utilidade o fracionamento do enxofre orgânico O enxofre inorgânico pode ocorrer no solo com vários estados de oxidação As principais formas são Sulfato SO42 em solução Sulfato adsorvido à fração sólida Formas reduzidas como dióxido de enxofreSO 2 sulfito SO 2 3 enxofre elementar S0 e sulfeto S 2 13 Em solos bem drenados as formas reduzidas são facilmente oxidadas a SO 2 4 sendo esta forma inorgânica predominante e pela qual o enxofre é absorvido pelas plantas via sistema radicular Entretanto as formas reduzidas principalmente sulfetos e H 2 S são importantes em solos alagados ou em condições de anaerobiose Em condições de má drenagem ou aridez pode ocorrer o acúmulo de sais solúveis de enxofre enquanto que em solos alcalinos ou calcários pode haver o acúmulo de sais insolúveis de enxofre ou cocristalizados com CaCO 3 os quais são pouco disponíveis às plantas O teor de enxofre total nos solos pode variar de 0002 a 35 Os valores mais elevados ocorrem em solos alcalinos ou calcários principalmente em regiões secas pelo acúmulo de sulfatos em solos não calcários o teor de enxofre é inferior a 01 Geralmente os solos de regiões tropicais apresentam menores teores de enxofre total e orgânico que os solos de regiões temperadas devido à maior mineralização e ao maior intemperismo que determinam maiores perdas Quadro 1 Por ser constituído principalmente por frações orgânicas o teor de enxofre total no solo não é um parâmetro adequado para indicar a disponibilidade para as plantas a curto prazo Entretanto pode indicar o potencial de suprimento de enxofre pelo solo 14 Os fatores de formação do solo influenciam o teor de enxofre total sendo que provavelmente o clima e a vegetação são os mais importantes O material de origem seria o fator mais importante em relação às formas inorgânicas de enxofre pois tem grande influência sobre as propriedades físico químicas do solo A maior parte do enxofre do solo em geral mais de 90 encontrase em formas orgânicas Isto é comprovado pelas altas correlações verificadas entre os teores de carbono orgânico ou nitrogênio total e os teores de enxofre total ou orgânico A estreita relação entre o carbono orgânico e o enxofre supõe uma relação CS relativamente constante em solos de diferentes regiões climáticas o que entretanto não é observado Esta variação estaria relacionada aos fatores de formação do solo 34 Disponibilidade do S no Solo A disponibilidade de um nutriente depende da intereração entre os fatores quantidade Q que mede a reserva lábil do nutriente para as culturas intensidade 1 que mede o nutriente na solução do solo e a capacidade de reposição do nutriente da reserva lábil para a solução CT Também existe uma reposição possivelmente mais lenta entre as formas não lábeis e lábeis de um nutriente Em relação à disponibilidade do S se tem estas mesmas relações entre não lábil e lábil e entre Q I e CTS Para S o fator quantidade estiam a quantidade deste nutriente adsorvido a compostos orgânicos ou minerais mas que podem chegar a ser adsorvidos pelas plantas Se determina através de troca isotópica por exemplo um LR de Capinópolis apresentou como valor E método de troca isotópica no laboratório 256mg S100g e um LVm de Pirapora 192mg S100g Alvarez V et al 1976 b estes mesmos solos apresentaram como capacidade máxima de adsorção de sulfatos bS 0040 e 0027mg Sg de solo respectivamente Alvarez et al 1976 A capacidade máxima de adsorção é uma medida da quantidade de S que poderia ser adsorvida mas não da quantidade do S que está adsorvida estimada pelo fator quantifade valor E e pode ser usada também para determinar a capacidade tampão pois a CTS relacionase estreitamente com bs Em alguns solos dedicados a plantio de eucalipto bS variou entre 0011 e 0130 mg Sg o fator intensidade estimado através do potencial sulfato de cálcio variou entre 358 e 401 e a capacidade tampão de sulfatos variou entre 1123 e 5263 mg Sg de solo unidade de potencial A CTS se 15 correlacionou estreitamente com o teor de argila o equivalente de umidade o P remanescente e o S remanescente Accioly et al 1985 No Brasil ainda é muito limitado o número de trabalhos sobre disponibilidade de S especialmente estudo de correlação e calibração VITOR HUGO V et al 2001 VITTI 1986 O SO42 é a principal forma de S absorvida pelas plantas e o mesmo se encontra em diferentes graus de disponibilidade na solução do solo pode estar em combinações pouco solúveis com Al e Fe pode estar precipitado ou ainda adsorvido A quantidade de sulfato em solução depende do equilíbrio entre os processos de adsorção e dessorção mineralização e imobilização absorção pelas plantas e lixiviação Figura 2 Daí a grande dificuldade em metodologias que envolvam a quantificação desse nutriente REISENNAUER et al 1973 e REISENAUER 1975 os extratores usados para S disponível podem classificarse em três grupos a Sulfato prontamente solúvel que pode ser extraído com água solução de sal neutro como 015 CaCl2 1 NaCl 0005 M MgCl2 e 01 M LiCl cujos ânions não são capazes de deslocar o SO42 adsorvido b B Sulfato prontamente solúvel e parte adsorvido que pode ser extraído com soluções básicas como KH2PO4 e Ca H2PO4 ambos contendo 500 mg L1 de P solução neutra de NH4O Ac suspensão de CaCO3 sulfato c C Sulfato prontamente solúvel porções de sulfato adsorvido e frações do S orgânico incluem soluções ácidas de fosfatos CaH2PO4 e NaH2PO4 em ácido acético 2 N solução de HCl 001 M NaHCO3 solução de Morgan NaO Ac HO Ac e NH4O Ac 05 N HO Ac 025 N dentre outras Além desses extratores temse também a avalição de S através de técnicas microbiológicas Aspergillus niger técnicas de incubação e também a possibilidade de avaliação pela resina trocadora de íons RAIJ QUAGGIO 1983 Para a dosagem de S presente nos extratores diferentes metodologias analíticas tem sido utilizada sendo o principal o de turbidimetria onde o sulfato é precipitado na forma de BaSO4 e mantido em suspensão cuja densidade óptica turbidez é medida em colorímetros e espectrofotômetros Para extratos com menores quantidades de S utilizase da redução de sulfato para H2S por destilação e sua posterior determinação por colorimetria como azul de metileno 16 341 Métodos de calibração A disponibilidade de S depende da interelação entre os fatores Q I e CTS Qquantidade mede a reserva lábil do nutriente para a cultura I intensidade mede o nutriente na solução do solo CTS capacidade tampão mede a resistência do solo a deixar que se altere o S na solução do solo pode ser obtida pela relação QI A CTS correlacionase estreitamente com o teor de argila o equivalente de umidade o P remanescente a capacidade máxima de adsorção de sulfatos e define a declividade do S recuperado por um extrator em função do S adicionado O uso de um único nível crítico pode ser satisfatório para solos que apresentam a mesma declividade para a relação S recuperado S adicionado O uso de um único nível crítico pode ser satisfatório para solos que apresentam a mesma declividade para a relação S recuperado S adicionado Além destas determinações que explicam a disponibilidade do S dentro de uma visão fisico química existem métodos empíricos para determinar a disponibilidade de S Estes são métodos químicos que apresentam capacidade de extração de diferentes frações de distintas formas de S no solo Reisenauer et al 1977 Existem métodos de extração que determinam todo S de compostos orgânicos e das formas adsorvidas S de reserva Bardsley Lancaster 1960 outros métodos que extraem diferentes frações de S adsorvidos e que podem ser trocados com diferente grau de dificuldade CaH2PO42 500 mg L1 P em HOAc 2 mol L1 Hoefl et al 1973 CaH2PO42 500 mg L1 P Fox et al 1964 NaOAc 135 mol L1 e HOAc 051 mol L1 Chesnin Yen 1950 E outros métodos que extraem as formas facilmente solúveis Brayl CaCl2 e H₂O Para ilustrar a diferença de capacidade de extração indicamse os teores de S de reserva nos solos LR e LVm de Capinópolis e Pirapora que foram 276 e 19 mg L1 S respectivamente Estes mesmos solos com CaH2PO42 500 mg L1 P em HOAC 2 mol L1 apresentaram 72 e 62 mg L1 S Alvarez V et al 1976a Notese a grande diferença de valores por um lado e por outro que a produção vegetal não se relaciona com o S de reserva mas sim com o extraído pelo CaH2PO42 HOAc extrator que para a produção de mudas apresentou níveis críticos que variam desde 18 mg L1 S para um solo muito 17 argiloso até 149 mg L1 S para um solo muito arenoso Alvarez V et al 1983 A relação entre nível crítico e teor de argila para 14 solos sob vegetação de cerrado Os métodos mais utilizados e as faixas de interpretação estão apresentados na Tabela 2 Tabela 2 Interpretação dos teores de SSO42 no solo em diferentes estados Classes SSO4 mgdm3 NH4OAcHOAc CaH2PO42 500 mg L1 P Muito Baixo MB 00 50 00 25 Baixo B 51 100 26 50 Médio M 101 150 51 100 Adequado A 150 100 VITTI 1989 342 Respostas das plantas ao enxofre A partir do momento em que o solo e a atmosfera não conseguem suprir a quantidade de N necessário ás cultura tornase necessária à utilização de alternativas que disponibilizem esse nutriente a essas culturas Vários estudos têm sido realizados com objetivo de analisar as respostas de diferentes culturas á adubação com fertilizantes que contenham S em sua formulação Pesquisas tem demonstrado efeitos positivos da aplicação de S em leguminosas soja feijão em gramíneas arroz trigo milho sorgo sacarino canadeaçúcar e em outras famílias como as Malváceas e Crucíferas algodão e colza VITTI et al 1988 Segundo o autor essas respostas foram obtidas principalmente em solos sob vegetação de cerrado e com baixo teor de matéria orgânica ou em cerrado em que cultivos iniciais se usaram adubação concentrada em NP 2 0 5 k 2 O HIROCE GALLO 1972 verificaram efeitos altamente do uso do gesso contido no superfostato simples na produção de soja em um Latossolo Roxo distrófico onde obtiveram aumento de 49 da produção dessa leguminosa com a utilização de 60kg ha1 de S 343 Correções de deficiências As fontes de S para as plantas incluem o S orgânico e inorgânico do solo o S das águas de precipitação e irrigação o SO2 atmosférico e o enxofre oriundo de fertilizantes e pesticida As deficiências desse nutriente durante 10 a 20 anos do século passado foram mascaradas 18 posteriormente pelo uso de superfosfato simples usado como fonte de P Nas décadas de 50 e 60 não foram reconhecidas em todo o mundo problemas provocados pela deficiência de S constatose que muitas das respostas obtidas pelo uso de superfosfato triplo era devido á presença de S componente daqueles fertilizantes No Brasil MALAVOLTA 19531953 constatou a experiência de solos com níveis baixos de S e indicou que o uso de fertilizante com baixas concentrações desse nutriente poderia levar à sua deficiência para as culturas A deficiência de S tem sido observada com cada vez mais freqüência pra diferentes culturas em solos sob vegetação do cerrado A incidência desta deficiência se deve à pobreza natural desses solos em enxofre aliada ao uso crescente de formulações concentradas que propiciam condições para que o seu aparecimento se torne cada vez mais evidente e freqüente Muito menos freqüente tem sido os problemas por excesso O suprimento de S para as culturas depende do balanço entre lixiviação queimadas exportação e adições mineralização da MO restituição pelas chuvas e fertilizantes Deficiências e excessos deste nutriente podem ser corrigidos por uso de corretivos e fertilizantes e adubos orgânicos assim como práticas que melhorem sua disponibilidade 35 Fatores que afetam a adsorção de S Alguns fatores influenciam diretamente a adsorção de sulfatos dificultando a sua permanência na camada arável do solo esses fatores são pH do solo Figura 4 o tipo e o teor de minerais a competição com outros ânions pelos sítios de adsorção e tipo de cátions na solução no complexo sortido do solo COSTA 1980 Esses fatores aliados a baixos teores de matéria orgânica segundo GOEDERT 1986 podem explicar porque algumas vezes a concentração de sulfato no subsolo é maior que a da camada superficial 19 Figura 4 Efeito do pH na adsorção de S O SO42 adsorvido pelos óxidos de Fe e Al é liberado pela elevação do pH assim como o aumento na decomposição da MO A capacidade dos solos em adsorver sulfato depende do pH à medida que este aumenta decresce a adsorção pois a calagem libera sulfatos aumentando a disponibilidade às plantas Mas por outro lado o SO42 fica mais susceptível à perdas por lixiviação o que pode implicar em deficiências para as plantas dependendo da magnitude de mineralização e de adsorção e da profundidade de aplicação de corretivos e fertilizantes Esse processo tende a ocorrer em solos de baixa capacidade de adsorção de SO42 A mobilidade do SO42 no solo é influenciada principalmente por sua concentração na solução reações com a fase sólida e pela de quantidade de água percolada no perfil conforme figura abaixo KORENTAJER et al 1984 Os óxidos de Fe e Al e as argilas do tipo 1 1 são os constituintes do solo que apresentam maior capacidade de adsorção de SO42 Seu teor determina os sítios de adsorção COSTA1980 Assim os solos de regiões de clima tropical que são solos em geral altamente intemperizados e com predomínio de óxidos de Al e Fe apresentaram maior adsorção de SO42 A preferencialidade de adsorção de ânions pelos colóides pode ser esquematizada da seguinte forma fosfatos sulfatos acetato nitrato cloreto O íon fosfato na solução compete com o SO pelos sítios de adsorção como está representada na figura abaixo O aumento das aplicações de P pode determinar dependendo do tipo de solos a taxa de lixiviação de SO42 para as camadas subsuperficiais do solo A concentração e o tipo de cátion predominante na solução do solo influem na adsorção de SO42 CHAO et al 1963 utilizando várias formas de sulfato encontraram que a adsorção depende do cátion acompanhante na ordem CaSO4 K2SO4 NH42SO4 Na2SO4 A adsorção de SO42 depende da predominância de determinado tipo de cátion no complexo de troca observando a seguinte ordem 4 6 8 pH D i s p o n i b i l i d a d e 20 solo saturado com Al solo saturado com solo saturado com K solo saturado com Na Estes comportamentos devem estar relacionados com o grau de interação dos cátions com a superfície de troca o qual é dependente de sua valência 36 Distribuição de s no perfil do solo A distribuição de S no solo varia quantitativamente e qualitativamente sendo influenciada pelo manejo do solo O teor de S diminui com a profundidade devido principalmente ao menor teor de S orgânico o qual tende a representar menor proporção do S total paralelamente ocorre um aumento de teor e da proporção de SO42 com a profundidade TABATAI BREMNER 1972b o que se deve devido à lixiviação de d SO42 as camadas superiores e ao aumento do teor dos constituintes do solo que o adsorvem nas camadas superficiais O padrão de distribuição de SO42 no perfil do solo é marcadamente influenciado pelo manejo do solo Em solos virgens geralmente ocorre o aumento contínuo do teor de SO42 com a profundidade porém com acréscimos relativamente baixos entre as camadas Em solos cultivados geralmente ocorre um aumento abrupto no teor de SO42 na camada imediatamente inferior àquela cultivada Tal comportamento é devido à maior mineralização e à maior perda de SO42 por lixiviação da camada superficial dos solos principalmente daqueles com baixa capacidade de adsorção submetidos ao cultivo e a práticas que diminuem a adsorção d SO42 e como a calagem e a adubação A diminuição do teor de C e N com o aumento da profundidade do solo acompanhando a matéria orgânica no perfil é proporcionalmente maior que a do S Isso determina um decréscimo das relações CS e NS com a profundidade TABATAI BREMNERM 1972b 21 USO DO GESSO NA AGRICULTURA A grande maioria dos solos brasileiros apresentam baixos teores de cálcio e muitos deles são pobres em S além do mais muitos possuem freqüentemente alta saturação de alumínio trocável nas camadas superficiais Estas condições limitam o desenvolvimento em profundidade do sistema radicular das culturas abaixo da camada corrigida pela calagem Estes problemas se agravam em função do clima da região central do Brasil que é caracterizado por uma estação chuvosa intercalada por períodos secos chamados veranicos e uma estação seca bem definida O aprofundamento do sistema radicular das plantas cultivadas no perfil do solo bem como o fornecimento de elementos essenciais como o cálcio e o enxofre que são obtidos dos adubos concentrados podem ser conseguidos através do uso do Gesso agrícola Altas produtividades podem ser obtidas desde de que o produto seja convenientemente usado isoladamente ou associado com calagens e adubações tecnicamente indicadas empregando também variedades melhoradas e as práticas culturais recomendadas O gesso tem sido usado como fertilizante desde as eras gregas e romanas COLLINGS 1955 O seu valor nos Estados Unidos foi demonstrado por Benjamim Franklin que aplicou o Gesso em uma encosta escrevendo a frase This land has been plastered ou seja Este solo foi gessado No lugar da inscrição o capim desenvolveuse mais evidenciado a sua eficiência como adubo No Brasil as primeiras indicações de uso de gesso agrícola são devidas a FW Dafert o sábio austríaco que D Pedro II trouxe para ser o primeiro diretor do Instituto Agronômico de Campinas no fim do século XIX Ele recomendava o Gesso como fonte de cálcio e o seu uso nas esterqueiras para evitar a perda de nitrogênio durante a fermentação As pesquisas no país iniciaramse no começo da década de 70 com um experimento no CPAC em que se testava fontes de P usandose Superfosfato Triplo e Superfosfato Simples Observou se após um veranico que a cultura que recebeu o Superfosfato Simples resistiu ao período seco enquanto a parcela com Superfosfato Triplo não resistiu Aberta uma trincheira verificouse que o sistema radicular da parcela com o Superfosfato Simples estava mais profundo tendo mais água à disposição da planta fato atribuído ao Gesso que faz parte da sua composição 4750 Nos últimos anos o gesso tem sido usado nos solos ácidos como fonte de cálcio e enxofre para as plantas redutor da saturação de alumínio e fornecedor de cálcio para os subsolos 22 1 CONCEITUAÇÕES O sulfato de cálcio pode se apresentar ou ocorrer sob três formas principais a Anidrita b Gipsita Gesso natural gypsum c Gesso Agrícola Fosfogesso phosphogypsum a Anidrita Anidrita ou o sulfato de cálcio anidro é o gesso sem a água de cristalização CaSO4 mais duro que a gipsita e de menor interesse econômico Como a gipsita é encontrada nas rochas sedimentares originárias da evaporação de mares antigos Nas soluções concentradas de cloreto de sódio água do mar na evaporação abaixo de 60oC depositase gipso acima dessa temperatura depositase anidrita As principais jazidas de anidrita do Brasil estão juntas com as de gipso intercaladas nas formações gipsíferas As principais ocorrências de maior interesse econômico achamse nos estados do Maranhão Piauí Ceará Rio Grande do Norte Pernambuco e Rio de Janeiro Utilização Como o sulfato de cálcio diidratado a anidrita também pode ser utilizada no solo e na indústria cimenteira embora se dê mais importância ao segundo Composição química garantias Fórmula química CaSO4 CaO 412 SO3 588 A anidrita é muito pouco solúvel apresentando apenas uma solubilidade de 0067g100ml de água e a uma temperatura de 100º C b Gesso Natural Gipsita O gesso na sua forma diidratada ou seja CaSO42H2O é encontrado naturalmente como conseqüência da evaporação de mares com o nome de gipsita ou gipso Apresentase com densidade de 23 e dureza 2 sob a forma de massa compactas ou com estruturas fibrosa ou compacto e 23 translúcido como na variedade alabastro ou ainda na forma de cristais transparentes geminados com a forma denominada de ferro em lança Também pode ser obtido no processo de extração do sal marinho onde o gipso é o primeiro produto depositado em vista da sua fraca solubilidade Esse gesso de salinas é chamado de arestim e de carago e é impuro contendo carbonato de cálcio algas argila e areia Podese obter em torno de 70kg de gipso por tonelada de sal marinho As jazidas de gipsita no Brasil são imensas constituindo uma garantia de suprimento de gesso Estão nos terrenos cretáceos de formação marinha nos estados de Piauí Pernambuco Ceará e Maranhão principalmente ABREU 1973 Utilidade Foi utilizado como adubo pelos gregos e romanos e no continente americano foi aplicado em pastagens também como fertilizante Seu maior uso no entanto é na fabricação do gessoestuque após aquecimento da gipsita a 260oC quando perde 23 da água de combinação formando uma massa dura Neste caso é usada para moldagem e como isolante É utilizada ainda como cimento e na confecção de argamassas Composição química e garantias variável entre jazidas CaO 325 SO3 466 R2O3Fe2O3 Al2O3 05 Em relação ao Estado de Pernambuco o qual apresenta uma reserva de 700 milhões de t de gipsita e uma produção de gesso de 11 de milhões tano a construção de um ramal ferroviário de 120 quilômetros ligando os municípios de Araripina a Parnamirum no extremo oeste deste Estado é apontada pelos empresários do Pólo Gesseiro da Chapada do Araripe como a única alternativa viável para garantir a expansão da atividade na região responsável por 95 da produção brasileira de derivados de gipsita O projeto orçado em cerca de R 100 milhões traria uma redução média de 22 nos curtos de transporte viabilizando o aumento do uso do gesso no mercado interno e possibilitando a exportação através do Porto de Suape 24 Com o aumento da oferta o mercado interno também sofreria uma expansão Da atual produção de gipsita do Polo do Araripe mais de dois terços 13 milhões de toneladasano são destinados a produção de gesso que podem chegar a mais de 20 itens diferentes O restante 500 miltoneladas ano é enviado diretamente para a indústria cimenteria 4 da mistura final do cimento A redução dos custos logísticos permitiria aumentar de imediato o consumo de gipsita apenas no setor de cimento para 15 milhões toneladasano O transporte ferroviário também poderia proporcionar maior uso do gesso nas regiões dos Vales do São Francisco Pernambuco e Bahia Açu Rio Grande do Norte e Jaguaribe Ceará e nos polos produtores de abacaxi fumo e laranja principalmente como fonte de enxofre e como condicionador de subsolo GOETHE 1999 c Gesso Agrícola Fosfogesso Tratase de sulfato de cálcio obtido como subproduto na obtenção do ácido fosfórico utilizado na fabricação de superfosfato triplo fosfatos de amônio MAP e DAP A indústria nacional de fertilizantes tem como principal fonte de matériaprima os minerais apatíticos que contém fosfatos em teores variáveis e na forma predominantemente tricálcica insolúvel em água O objetivo de tornar solúvel o P presente matériaprima desenvolveramse vários processos No caso da indústria brasileira de fertilizantes observouse o uso crescente do ácido fosfórico o que corresponde à opção de produzir fertilizantes com altos teores de P O processo de obtenção do ácido fosfórico baseiase na ação de um ácido sobre uma rocha fosfática finamente moída previamente purificada e concentrada seguindose a separação e concentração de ácido fosfórico O ácido empregado é o ácido sulfúrico que atacando a rocha fosfática produz ácido fosfórico diluído que é separado do sulfato de cálcio diidratado formado na reação Na Figura 5 está apresentado o esquema simplificado da obtenção dos adubos fosfatados por via ácida com a origem do gesso agrícola MALAVOLTA 1979 A cada tonelada de P2O5 na forma de ácido fosfórico produzido obtémse de 4 a 5 toneladas de fosfogesso No Brasil sua produção é da ordem de milhões de toneladas A reação química do ataque do ácido sulfúrico na rocha é Ca10PO46F2 10H2SO4 20H2O 10CaSO42H2O 6H3PO4 2HF 25 Quando se produz o Superfosfato Simples o Gesso continua no produto final sendo esta a principal diferença entre os dois superfosfatos o Triplo mais concentrado não possui gesso enquanto o Simples com menor teor de P o possui Figura 5 Esquema simplificado dos processos tecnológicos para obtenção de adubos fosfatados O fosfogesso sulfato de cálcio dihidratado apresentase na forma do pó branco Apesar de ser muito pouco solúvel em água o gesso agrícola é mais solúvel cerca de 150 vezes é mais móvel do que o calcário apresentando maiores efeitos em profundidade Assim a solubilidade do gesso em água é de 0204g100ml enquanto que o do CaCO3 é de 00014g100ml a 25ºC VITTI 1987 As impurezas contidas no fosfogesso não limitam seu uso na agricultura e nenhuma purificação é necessária O flúor embora contido em pequenas quantidades pode ser importante para a eliminação de alumínio do solo pois os complexos de alumínio com flúor são mais estáveis do que os formados com o sulfato Para que possa ser transportado manuseado e aplicado é retirado o excesso de umidade do produto Seu custo para o produtor na maioria das vezes é apenas o do frete ou preços muito baixos Utilidade O fosfogesso ao ser aplicado no solo é benéfico para as culturas pois fornece cálcio e enxofre corrige áreas sódicas e melhora o ambiente radicular em profundidade Também pode ser utilizado para condicionar estercos reduzindo as perdas de nitrogênio por volatilização 26 Composição química e garantias provável CaSO42H2O 9650 CaHPO42H2O 031 Ca3PO423CaF2 025 Umidade livre 17 CaO 26 S 15 P2O5 075 SiO2insolúveis em ácidos 126 Fluoretos F 063 R2O3Al2O3F2O3 037 O P é uma impureza importante no caso de aplicações elevadas o P contido no gesso pode ser incorporado á nutrição vegetal como demonstrado por SUMMER et al 1986 para a cultura do milho O flúor é em geral uma impureza desprezada ns considerações sobre o gesso agrícola No entanto o elemento pode ser importante para a eliminação de Alumínio do solo OATES E CALDWELL 1985 constataram a superioridade do gesso agrícola sob o gesso obtido da mineração em reduzir alumínio do solo que foi devido á lixiviação de fluoreto de alumínio Os compostos de Al com flúor dão mais estáveis ao contrário dos formados com sulfatos Além disso é provável que em solos ácidos a fase que controla a solubilidade do flúor seja AlF3 enquanto que em solos ligeiramente ácidos essa solubilidade seja controlada pela CaF2 fluorita Assim podese esperar que o flúor do gesso agrícola que nesse produto vem ligado ao cálcio em solos ácidos liguese ao alumínio formando complexos solúveis e lixiviáveis no solo Por outro lado os baixos teores do flúor contido no gesso podem limitar a ação do elemento sobre o alumínio do solo 2 QUÍMICA DO GESSO AGRÍCOLA NO SOLO a Dissociação CaSO42H2O Ca2 SO42 CaSO40 H2O 27 Os íons Ca2 e SO42 irão participar de troca catiônica e aniônica respectivamente enquanto que o CaSO40 segundo PAVAN et al 1982 é móvel no perfil do solo contribuindo para o movimento de complexos químicos solúveis neutros CaSO40 MgSO40 K2SO40 para o subsolo b Gesso e pH do solo O gesso não altera o pH do solo pois o mesmo apresenta uma base SO4 derivada de ácido forte conforme o mecanismo abaixo simplificado 1 CaSO42H2O Ca SO4 2 SO4 2H H2SO4 Como o H2SO4 é um ácido forte permanece dissociado 3 H2SO4 2H SO4 não havendo portanto neutralização do H c Correspondência entre o gesso aplicado e os teores de cálcio do solo Considerando a aplicação de 1 tha de gesso com 17 de umidade teríamos a 1t gesso 830 kg CaSO42H2O b CaSO42H2O Ca 172 kg Mol 40 kg 830 kg x x 19302 kgha Ca c n eq g Ca m kg 19302 96 eq kg Caha Eq 20 H2O 170 kg H2O 28 d Partindo de 1 meq g Ca100g temse 1 meq g Ca 100g solo y 2109 g 1 ha y 2x107 meq g 20 eq kg Caha e 1 meq g Ca 20 eq kg Ca z 96 eq kg Ca z 048 meq g Ca100ml TFSA ou z 48 50 mmolc Cadm3 ou 05 cmolc Cadm3 Logo a aplicação de 10 tha de gesso agrícola com 17 de umidade corresponde ao fornecimento de 50 mmolc Ca100ml TFSA 3 EMPREGO DO GESSO AGRÍCOLA O gesso agrícola apresenta inúmeras utilizações no sistema agropecuário conforme abaixo discriminado a Efeito fertilizante b Correção de solos sódicos c Condicionador de subsuperfície d Condicionador de estercos e Preventivo de enfermidades de plantas 31 Efeito Fertilizante Como fertilizante o gesso agrícola pode ser utilizado como fontes de enxofre e de cálcio 29 a Fonte de Enxofre A utilização do gesso como fertilizante data de épocas remotas desde os tempos da Grécia e Roma antigas tendo sido também utilizado amplamente na Europa e nos Estados Unidos sendo que inclusive Benjamin Franklin foi um dos incentivadores dessa prática COLLINGS 1955 Os dois principais motivos das altas respostas à aplicação de enxofre em nossas culturas são devidos à a Baixo teor de enxofre no perfil dos solos tropicais b Aumento significativo no uso de adubos simples e de fórmulas de fertilizantes concentradas isentas em enxofre como a uréia o superfosfato triplo e os fosfatos de amônio MAP e DAP Na Tabela 3 são apresentados efeitos positivos da aplicação do gesso agrícola na produção de grãos de soja e de feijão em solos do Estado de São Paulo Tabela 3 Efeitos da aplicação de gesso agrícola na produção de grãos de soja e feijão em solos do Estado de São Paulo VITTI MALAVOLTA 1985 Tipo de Solo Cultura kgha Gesso Gesso Diferença Latossolo Roxo Soja 1789 1306 483 Latossolo Vermelho Amarelo fase arenosa Soja 1608 1258 350 Latossolo Vermelho Escuro fase arenosa Soja 1616 1130 426 Arenito Botucatu Soja 1608 1258 350 Podzólico Vermelho Amarelo Var Laras Feijão 2216 1961 255 Podzólico Vermelho Amarelo Var Laras Feijão 872 550 322 Latossolo Vermelho Escuro fase arenosa Feijão 1699 1104 595 Em todos os ensaios foi utilizado 100 kgha de gesso exceção ao último no qual foi empregado 250 kgha Na Tabela 4 está apresentando o efeito da aplicação de gesso agrícola na cultura do café Tabela 4 Resposta do cafeeiro a doses de enxofre como gesso em kgha de café beneficiado média de oito produções Doses de S kgha Produções Médias kgha 0 1345 168 2079 336 2386 672 2446 1345 2214 30 Os efeitos benefícios da aplicação de gesso em pastagens com fonte de enxofre foram amplamente abordados por VITTI NOVAES 1986 e por WERNER MONTEIRO 1988 O enxofre desempenha na planta funções vitais por ser componente dos aminoácidos essenciais metionina e cistina participar no metabolismo protéico das albuminas bem como por estar ligado às vitaminas biotina e tiamina ALLAWAY THOMPSON 1966 Em leguminosas sua importância aumenta ainda mais devido ao papel que exerce no processo de fixação de N2 além da sua função na transformação do N não proteico quer absorvido do solo quer o fixado da atmosfera em proteína WERNER MONTEIRO 1988 Do exposto acima observase que o fornecimento adequado de enxofre para as plantas deverá entre outros objetivos além de visar a maximização da produção também aumentar o conteúdo de aminoácidos sulfurados na dieta animal e humana Quanto as recomendações de utilização do gesso agrícola como fonte de enxofre sugerese a sua aplicação em área total em préplantio numa dosagem que além do suprimento adequado do enxofre também permita operacionalidade quanto a aplicação Assim podese sugerir a dose de 500 kg ha1 de gesso cerca de 75 kgha de enxofre No caso de uma cultura anual essa dosagem permite o fornecimento de S por aproximadamente 3 três safras agrícolas No caso de pastagens já instaladas pode ser aplicado o gesso após o rebaixamento do pasto enquanto que numa cultura de café aplicação direcionada na linha de cultura As respostas ao gesso agrícola serão mais consistentes quando os teores de SSO4 na análise de solo revelarem os valores conforme apresentado na Tabela 3 b Fonte de Cálcio A principal fonte de cálcio para as plantas é o calcário Entretanto em certas situações de solo e cultura pode ser utilizado o gesso agrícola como fonte de cálcio Em termos de solos o gesso agrícola pode ser empregado naqueles com relação CaMg 2010 com níveis de Mg acima do nível crítico e com valores de pH e V adequados Assim o uso do gesso visa elevar nesses casos a relação CaMg melhorando a nutrição das plantas e a estrutura do solo Para cálculos de doses de gesso a serem utilizadas é necessário lembrar que a adição de 10 tha de gesso com cerca de 20 de unidade eleva o teor de Ca da análise do solo em 50 mmolcdm3 31 Em termos de plantas o gesso agrícola tem demonstrado excelentes resultados em culturas exigentes eou sensíveis ao cálcio como Amendoim Batata Tomate Maça Café Citros O amendoim é uma das culturas que apresenta maior potencial de resposta ao gesso agrícola pelos seguintes motivos a Por ser cultivado principalmente em áreas de reforma de canadeaçúcar com aplicação de calcário praticamente simultânea ao plantio dessa leguminosa b Pela alta exigência e pelas funções desempenhada pelo cálcio Assim o amendoim extrai de 113 a 200 kgha1 de Ca SICHMANN et al 1970 desempenhando as seguintes funções promove casca firme e sadia diminui vagens chochas melhora formação dos frutos promove maior fertilidade das flores aumenta o número de ginóforos e o crescimento das raízes além de controlar doenças causadoras de podridões do solo Por outro lado o cálcio é relativamente imóvel na planta sendo translocado em quantidades insuficientes para atender as exigências dos pontos de crescimento ativo da mesma Assim MALAVOLTA et al 1967 citam que 93 do elemento absorvido pelas raízes encontramse na parte vegetativa enquanto que SAVY Fº 1971 cita que ensaios utilizando radioisótopos o Ca absorvido pelas raízes translocase por toda a planta menos para os frutos Entretanto para compensar a baixa mobilidade desse nutriente quando absorvido pelas raízes o amendoim também absorveo pelos órgãos frutíferos dos ginóforos ou de frutos em formação GEUS 1973 Na Figura 3 é apresentada a de distribuição de Ca e S nas diversas partes da planta quando os mesmos são absorvidos pela zona das raízes ou pela de frutificação observando que esta última responde por aproximadamente 90 do Ca dos grãos CHAHAL VIRMANI 1973 Em vista do exposto concluise que tornase fundamental para obtenção de alta produtividade e de qualidade a presença desse nutriente na zona e no período de formação dos frutos fato esse que pode ser conseguido pela aplicação de gesso em cobertura na linha de plantio ou em área total e no início de florescimento Essa prática é amplamente utilizada em regiões de cultivo de amendoim dos Estados Unidos COLLINGS 1955 HENNING Mc GILL 1979 e COX et al 1982 e da Europa GEUS 1973 em doses variáveis de 450 a 700 kgha de gesso 32 Em nossas condições PIVETTA 1978 e FERREIRA et alii 1979 estudando efeito de épocas e doses de gesso em amendoim cultivar Tatu VS3 verificam que a dose de 500 kgha de gesso e aplicada no início do florescimento promoveu as maiores produções com aumentos na ordem de 30 de amendoim em casca Em amendoim das águas em Mococa QUAGGIO et al 1982 partiram da produção de 1067 testemunha sem gesso para 2017 kgha aplicação de 10tha de gesso em cobertura em área total isto é um aumento de cerca 1000 kgha de vagens Em experimento conduzido na Usina Bonfim em GuaribaSP CRUZ VITTI 1988 obtiveram aumento de 33 sacasha pela aplicação de 10tha de gesso conforme Tabela 5 Figura 6 Zonas de absorção e porcentagem de distribuição de Ca e S em amendoim Tabela 5 Efeito do gesso em amendoim Tatu V53 em Latossolo textura média de GuaribaSP CRUZ VITTI 1988 Gesso tha Grãos kgha Sacosha Aumento 0 3281 131 0 500 3510 140 7 1000 4114 164 25 1500 3972 159 21 Assim podem ser recomendadas de 500 aplicação localizada a 1000 kgha aplicado em área total em cobertura no início do florescimento Na cultura da batata principalmente em cultivares suscetíveis à deficiência de cálcio como Aracy Baraka Panda aplicar até 20tha de gesso após a aplicação do calcário MIRANDA Fº 1996 O tomateiro principalmente o estaqueado é muito sensível à podridão apical distúrbio causado dentre outros fatores pela deficiência de cálcio na zona do pistilo Assim o fornecimento de fontes de cálcio mais solúveis em relação ao calcário como o gesso agrícola tem reduzido a ocorrência desse distúrbio 33 Na macieira o distúrbio denominado de bitter pit tem indicado que a deficiência de cálcio é a única causa que tem sido comprovada com sucesso Nos frutos dessa frutífera ocorrem manchas deprimidas e de coloração escura que aparecem sobre a película devido a morte das células No Estado do Paraná PAVAN tem conseguido diminuir a incidência desse distúrbio pela aplicação do gesso em relação ao uso do calcário Para uma produção de 15tha a macieira extrai 150 kg Ca superior ao potássio que é de 126 kg K Na cultura de citros que extrai em média 163kgha de Ca contra 117 kgha de K os resultados de respostas a aplicação de gesso foram amplamente discutidas em VITTI et al 1996 32 Correção de solos sódicos Os solos sódicos CE 4 dsm pH 85 e Na 15 coloração escura ocorrem em regiões áridas ou semiáridas como em alguns locais do nordeste brasileiro com elevada proporção do elemento Na em seu perfil Esse excesso de Na pode impedir o desenvolvimento das plantas seja pela toxidez do mesmo seja pelas limitações físicas principalmente pela dificuldade na penetração e circulação do ar e da água e consequentemente do sistema radicular A aplicação e incorporação do gesso ao solo com posterior irrigação torna o solo agricultável através da substituição do Na adsorvido à argila pelo Ca do corretivo conforme descrito em ABROL et al 1975 e ZARUBINA 1976 A reação de troca pode ser assim esquematizada Na ARGILA CaSO4 ARGILA Ca Na2SO4 Na Solo sódico Gesso Solo normal Lavagem Assim para que ocorra a recuperação do solo é necessária uma boa drenagem facilitando a infiltração da água com o deslocamento do sulfato de sódio Existem diversas metodologias para estimar a necessidade de gesso para correção de solos sódicos Schoonover citado por RICHARDS 1974 recomenda agitar amostras de solos em solução saturada de CaSO42H2O 28 mmolcl determinandose ao final o cálcio remanescente em solução É útil quando se desconhece a CTC e a PST do solo Conhecendose esses parâmetros a necessidade de gesso pode ser estimada pela expressão 34 NG kgha PSTI PSTF x CTC x 86 x h x ds 100 onde NG necessidade de gesso kgha levandose em consideração aproveitamento total do cálcio adicionado PSTI PSTF diferença entre a porcentagem de saturação de sódio inicial existente no solo e a final desejada CTC capacidade de troca catiônica do solo cmolckg1 86 peso do equivalente grama do gesso h profundidade do solo que se deseja recuperar cm ds densidade do solo gcm3 As quantidades de gesso necessárias para a correção de solos sódicos apresentadas por USDA 1954 estão apresentadas na Tabela 6 Tabela 6 Relação entre as quantidades de gesso ou de enxofre e de sódio trocável USDA 1954 Na meq100 g Gesso tha S tha 1 42 077 2 84 154 3 126 233 5 210 388 8 336 621 10 420 777 Correção na profundidade de 030 cm Comparando o gesso proveniente de jazidas gipsita e o industrial gesso agrícola KEREN SHAINBERG 1981 observaram que a taxa de dissolução do gesso agrícola foi maior do que a do gesso de jazida Assim o tempo para atingir 50 de saturação de cálcio em solução com a gipsita foi 9 nove vezes maior em relação ao gesso agrícola o qual foi também mais afetivo em manter a velocidade final de infiltração de água no solo Observação Em regiões canavieira o gesso agrícola pode ser utilizado para recuperação de áreas denominadas de sacrifício isto é áreas utilizadas como despejo de vinhaça e apresentando portanto 35 excesso de potássio K O princípio de recuperação é o mesmo utilizado quando do excesso de Na isto é aplicação do gesso e lavagem do K2SO4 com água 33 Condicionador de subsuperfície a Aspectos gerais O uso do gesso agrícola é indicado para condicionamento de solos diminuição da toxidez de alumínio A grande maioria dos solos brasileiros apresentam condições de alta saturação de Al 3 e ou baixos teores de Ca e Mg nas camadas superficias e subsuperficias o constitui uma barreira química pra o desenvolvimento do sistema radicular de muitas plantas de interesse econômico Essa limitação reduz o volume a ser explorado pelas raízes e conseqüentemente diminui a capacidade da planta de extrair água e nutrientes do solo situação que pode se agravar na ocorrência de veranicos Nos solos tropicais principalmente naqueles sob vegetação de cerrado a deficiência de cálcio associada ou não à toxidez de alumínio é uma constante ocorrendo tanto na camada arável mas também abaixo desta Tal fato é de extrema importância pois estas características interferem no desenvolvimento do sistema radicular Tabela 7 tornando mais crítica a deficiência de água quer por interferir na absorção e transporte de nutrientes como P Ca Mg e K contribuindo ademais para a fixação de P no solo OLMOS CAMARGO 1976 Tabela 7 Comparação da profundidade média do sistema radicular de diferentes culturas REGIÃO CULTURA Profundidade do sistema radicular cm Brasil Feijão 20 Milho 20 Cana de açúcar 60 Outros países Feijão 50 70 Milho 100 170 Cana de açúcar 120 200 Fonte Kafler 1986 O calcário tem contribuído de modo eficaz para superação desse problema na camada arável Entretanto a calagem não tem sido eficiente para a correção da acidez e a deficiência de cálcio em 36 tempo razoável para o plano potencial de produtividade das culturas SOUZA et al 1996 Assim a utilização de gesso tem sido muito mais efetiva no aumento dos teores de cálcio e na diminuição da saturação por alumínio e consequentemente em maior volume de solo explorado pelas raízes permitindo as plantas superar verânicos e utilizar com maior eficiência os nutrientes aplicados e existentes no solo A calagem apesar de ser uma prática reconhecidamente eficiente para a correção de solos só tem efeito na profundidade onde foi incorporado o Calcário em geral 2025cm Abaixo desta profundidade dificilmente haverá possibilidade de incorporação por falta de maquinário adequado e grande gasto de energia na operação O efeito pode manifestarse em profundidades maiores quando são usadas doses relativamente pesadas de corretivos e de boa qualidade e há tempo suficiente No caso de culturas perenes e pastagens já implantadas o efeito do calcário é mais superficial ainda O gesso agrícola apesar de não corrigir o pH tem a propriedade de penetrar mais facilmente no perfil do solo fornecendo cálcio e magnésio em profundidade e reduzindo a saturação de alumínio no subsolo de maneira a permitir o aprofundamento das raízes Figura 7 Figura 7 Efeito do calcário e do gesso na distribuição do cálcio no perfil do solo 37 b Mecanismos de ação do gesso como melhorador do ambiente radicular Conforme já abordado no item 2 dois o gesso em contacto com a umidade do solo irá dissociarse principalmente nas seguintes espécies iônicas H2O CaSO42H2O Ca SO4 CaSO40 A mobilidade dos íons Ca ácido forte no solo depende na presença da solução do solo de uma base forte Assim a presença de compostos químicos contendo uma base forte como por exemplo o SO4 e ainda no caso do gesso agrícola o F favorece a formação do par de íons solúvel CaSO40 o qual pelas características de carga zero pode movimentarse livremente no perfil de um solo apresentando excessos de cargas positivas ou negativas PAVAN 1984 Além do aumento de cálcio em profundidade é importante conhecer as várias espécies de alumínio Al em solos ácidos para o cálculo real da atividade dos íons Al3 PAVAN et al 1982 Assim PAVAN BINGHAM 1982 verificaram que apenas as espécies Al3 e AlOH2 foram absorvidas por raízes de cafeeiro sendo que a associação iônica do Al3 com OH AlOH2 e AlOH30 e com SO42 AlSO4 diminui a absorção do alumínio Estudando os efeitos dos íons SO42 e Cl na distribuição de espécies de alumínio em relação ao crescimento radicular de mudas de cafeeiro PAVAN 1984 apresenta que apesar da concentração de alumínio solúvel AlT ser maior nos solos tratados com CaSO42H2O do que com CaCl2 a concentração de Al3 era menor na solução do solo tratados com gesso em razão do maior grau de complexação com o SO42 formando AlSO4 par iônico este que minimizou os efeitos tóxicos do Al no cafeeiro conforme apresentado na Tabela 8 Tabela 8 Crescimento radicular de cafeeiros em equilíbrio com CaCl2 e CaSO4 001M PAVAN 1984 Solo CaSO4 Peso CaCl2 Peso AlT Al3 AlOH2 AlSO4 raiz AlT Al3 AlOH2 AlCl2 raiz x 104 molesl gplanta x 104 molesl gplanta 1 604 223 338 78 564 550 014 32 2 255 093 007 155 142 214 200 014 80 De modo simplificado as reações do gesso agrícola que ocorrem no subsolo melhorando o ambiente radicular são 38 1 Dissociação do CaSO40 em profundidade CaSO42H2O Ca SO4 2 Troca iônica entre o Ca2 do gesso e o Al3 adsorvido a fração argila Al3 Ca ARGILA 3Ca ARGILA Ca 2Al3 Al3 Ca 3 Complexação do Al3 pelo SO42 Al3 SO42 AlSO4 Não tóxico Portanto as ligações do Al3 com bases fortes ex SO4 proporcionam alterações na valência raio iônico e energia livre do produto de associação diminuindo a absorção de Al pelas raízes PAVAN BINGHAM 1982 Analisando as equações acima podese concluir que o gesso agrícola melhora o ambiente radicular pelas seguintes razões 1 aumento do cálcio em profundidade 2 diminuição na saturação por alumínio Al m x 100 Al Ca Mg K isto é pelo aumento do Ca na CTC efetiva 3 diminuição na absorção de Al pelas raízes devido a formação de AlSO4 Na Figura 8 está apresentado graficamente a distribuição de raízes de milho no perfil do solo pela aplicação do gesso agrícola em comparação com o uso do calcário enquanto que a Tabela 9 apresenta o efeito de doses de gesso e condições de déficit hídrico a qual mostra que a produção de grãos de milho após 25 dias sem irrigação foi 68 maior no tratamento em que se aplicou 60tha de gesso SOUZA RITCHEY 1986 39 Figura 8 Distribuição relativa do sistema radicular do milho Cargill III cultivado no período seca de 1983 90 dias após a emergência lançamento de espiga com e sem aplicação de gesso no perfil de um solo LE argiloso Tabela 9 Efeito de doses de gesso e condições de déficit hídrico na produção de grãos de milho cv Cargill III em um LE de Cerrado na estação seca de 1983 Gesso Dias sem irrigação tha 0 25 0 4201 a 2706 c 2 3691 b 4 3794 b 6 6052 b 4545 a A adição do gesso em solos que apresentam limitações de natureza química para o desenvolvimento de raízes propicia um sistema radicular melhor distribuído Um grande número de experimentos conduzidos na Geórgia EUA e na África do Sul têm ilustrado o efeito do gesso como melhorador do ambiente radicular Trabalhos realizados na Geórgia EUA em três tipos de solos utilizandose 5 t de gesso agrícola por hectare mostraram um sensível aumento na capacidade de infiltração de água do solo o que levou a uma diminuição na perda de solo por erosão A Cultura perene mais utilizada em termos de utilização do uso do gesso agrícola é o café Vários trabalhos evidenciam o aumento da produtividade bem como na porcentagem relativa de plantas normais sem folhas cloróticas Trabalho realizado na EPAMIG mostra os efeitos corretivos do calcário e do gesso agrícola nas camadas subsuperficiais do solo verificandose o efeito do gesso na produção do cafeeiro Os resultados estão apresentados na figura e mostram a superioridade da parcela de 40 gesso agrícola onde em 5 anos obtevese um acréscimo de até 90 sacos de café beneficiado por hectare c Diagnóstico para recomendação do gesso agrícola Para recomendação de gesso agrícola como condicionador de subsuperfície recomendase 1 Proceder amostragem do solo nas profundidades de 20 a 40 e de 40 a 60 cm para culturas anuais e além dessas de 6080cm para culturas perenes eou 2 Proceder abertura de trincheiras principalmente em culturas perenes para observação do sistema radicular 3 Teste biológico Quanto ao primeiro diagnóstico 1 o mesmo consiste em análises de amostras de solo retiradas nas profundidades citadas Assim amostras que revelarem as características abaixo apresentam possibilidade de resposta ao gesso Ca 40 mmolcdm3 ou 04 cmolcdm3 eou Al 50 mmolcdm3 ou 05 cmolcdm3 eou Saturação por alumínio m 30 CFSEMG 1989 Quanto ao segundo diagnóstico 2 consiste na abertura de trincheiras de aproximadamente 100 cm de profundidade localizandose entre duas plantas da cultura perene citros café etc a qual se entende até o meio da entrelinha sendo que a largura da mesma deve permitir a entrada de uma pessoa MAZZA et al 1994 Nesse caso duas situações podem ocorrer 21 limitação do desenvolvimento do sistema radicular pela presença de camadas compactadas detectadas através da resistência do solo à penetração de uma faca 22 limitação do desenvolvimento do sistema radicular associada a baixos teores de Ca ou elevados teores de Al ou de m Sugerese ainda que após a abertura da trincheira seja efetuada uma lavagem do perfil do solo com auxílio de jato dágua através do uso da mangueira da bomba de 41 pulverização expondo dessa forma o sistema radicular da planta no perfil do solo e permitindo uma avaliação visual do desenvolvimento e da profundidade atingida pelo mesmo Quando da ocorrência da primeira situação b1 a principal prática é a de subsolagem devendo a mesma ser executada em ruas alternadas completandose o trabalho no ano seguinte dandose preferência para a realização da mesma de meados ao final do período seco Quando da ocorrência da segunda situação 22 isto é sem camadas compactadas e sem desenvolvimento do sistema radicular a prática mais recomendada é a utilização do gesso VITTI et al 1996 3 Teste biológico O teste é realizado através de dois tratamentos com duas repetições Um dos tratamentos consiste em adicionar uma parte da amostra de terra coletada em subsuperfície seca e peneirada em malha de 2 mm em um copinho plástico 200 ml com pequenos furos no fundo O outro tratamento obtêmse misturando a terra em outro copinho idêntico com uma colher de café com gesso A terra dos copinhos deve ser umedecida com aproximadamente 70 ml de água semeandose logo após de 3 a 5 sementes prégerminadas em papel toalha da espécie vegetal que se pretende cultivar na área Manter os copinhos cobertos e após 4 dias desmontálos quatro no total dois com e dois sem gesso separando as plantas da terra Medir o comprimento da raiz principal de todas as parcelas calcular as médias e então relacionar as medidas A interpretação do teste é fornecida na Tabela 10 SOUZA et al 1996 Tabela 10 Interpretação do teste biológico de crescimento de raízes quanto a possibilidade de resposta a gesso agrícola na melhoria do ambiente radicular em subsuperfície SOUZA et al 1996 Relação do comprimento de raízes raiz terragessoraiz terra sem gesso Possibilidade de resposta ao gesso 115 baixa 115 a 130 média 130 alta É importante ressaltar que quanto ao tipo de solo o gesso tem maiores possibilidades de resposta em Latossolos e Areia Quartzosa isto é com maior capacidade de infiltração da água conforme observado por YAMADA 1989 e VITTI et al 1992 tendo esses últimos autores trabalhado com a cultura da canadeaçúcar 42 d Critérios de recomendação Uma vez constatada a necessidade de se aplicar o gesso agrícola como condicionador de sub solo a dose será definida em função 1 do teor de argila das amostras de terras das camadas subsuperficiais do solo segundo os seguintes critérios 11 Culturas anuais NG kgha 50 x argila ou 50 x argila gkg1 12 Culturas perenes NG kgha 75 x argila ou 75 x argila gkg1 SOUSA et al 1996 2 Na classificação textural A recomendação de gesso baseada na classificação textural do solo está apresentada na Tabela 11 Tabela 11 Recomendação de gesso agrícola em função da classificação textural do solo para culturas anuais e perenes SOUZA et al 1996 Textura do solo Dose de gesso agrícola Culturas anuais Culturas perenes kgha1 Arenosa 15 argila 700 1050 Média 16 a 35 argila 1200 1800 Argilosa 36 a 60 argila 2200 3300 Muito argilosa 60 argila 3200 4800 3 Na textura do solo e no tipo de forrageira WERNER et al 1996 Esses autores recomendam a utilização do gesso agrícola apenas para alfafa e leguminosas do Grupo I soja perene leucena desmódio e trevos utilizandose da seguinte expressão NG kgha 60 x argila ou 60 x argila gkg1 43 4 Na cultura da canadeaçúcar Quando as amostras de solo da subsuperfície revelarem saturação por bases V menor do que 30 recomendase gesso agrícola conforme a seguinte equação 50 V1 T SB 100 onde SB quantidade de bases a ser adicionada ao solo para se atingir V50 na camada de 20 a 40 cm mmolcdm3 V1 saturação por bases atual do solo na camada de 2040 cm T capacidade de troca catiônica na camada de 20 a 40 cm mmolcdm3 estando os dados de recomendação apresentados na Tabela 12 Para elaboração dessa tabela considerouse que a utilização de 10tha de gesso eleva o teor de bases do solo em 50 mmolcdm3 VITTI MAZZA 1998 Tabela 12 Quantidade aproximada de gesso seguindo o critério anteriormente recomendado VITTI MAZZA 1998 T mmolcdm3 V Gesso tha 30 10 1020 2035 20 15 10 3060 10 1020 2035 30 20 15 60100 10 1020 2035 35 30 25 Obs A utilização de 10 tha de gesso eleva o teor de Ca do solo a 50 mmolcdm3 A aplicação do gesso deve ser feita em área total após a aplicação do calcário não havendo obrigatoriamente necessidade de sua incorporação Esse material apresenta efeito residual sendo que sua reaplicação é função de reanálises de amostras de solo às profundidades já citadas 44 Há também a possibilidade de aquisição de produtos comerciais contendo misturas de calcário dolomítico 70 com gesso agrícola 30 Nesse caso calculase a dose de calcário recomendada levandose em consideração o PRNT da mistura d Tipo modo e época para aplicação do gesso agrícola TIPOS DE APLICAÇÃO Entendese por esse tipo de aplicação do gesso agrícola a sua distribuição a lanço ou em covas de plantio Aplicação a lanço é a maneira mais comum de distribuição que consiste na aplicação uniforme do produto na superfície do terreno e posterior incorporação ou não ao solo Pode ser usada para culturas anuais ou perenes Aplicação em sucos e covas pode ser feita colocando o gesso isolado ou misturado com corretivos e fertilizantes É recomendado para algumas culturas anuais e na implantação das perenes MODOS DE APLICAÇÃO Podese citar 4 formas de aplicação do gesso agrícola aplicação isolada gessagem aplicação de gesso associado com calcário aplicação de gesso associado com fosfato natural A aplicação isolada pode ser recomendada quando o produto for aplicado em pequenas doses para fornecer cálcio e enxofre para a correção de solos com excesso de sódio onde são usadas doses maiores do produto para elevação da relação cálciomagnésio ou quando as camadas superficiais dos solo estão adequadamente corrigidas e no subsolo existe muito alumínio tóxico ou baixos teores de cálcio A aplicação de gesso associado com calcário pode ocorrer em dois modos aplicação de calcário e logo em seguida a aplicação de gesso aplicação simultânea de calcário gesso misturado previamente 45 A aplicação de gesso associada ao fosfato natural tem demonstrado bons resultados principalmente na recuperação de pastagens degradadas ÉPOCAS DE APLICAÇÃO Podese ter a aplicação com antecedência ao plantio associado ou não ao calcário quando utilizado como corretivo ou durante o plantio aplicado com doses menores em sulcos covas ou em cobertura quando utilizados como fertilizantes A aplicação de gesso em cobertura pode ser recomendada para as culturas de amendoim pastagens macieiras etc Para o amendoim a aplicação é feita ao lado da planta antes da ocasião do florescimento No caso de pastagem o gesso é aplicado de preferência no início das águs com a pastagem rebaixada pelo pastoreio intensivo ou pelo uso de roçadeira ou implemento equivalente Épocas e modo de aplicação para os fertilizantes contendo S As aplicações de fertilizantes contendo S dependem dos nutrientes contidos nas mesmas e as exigência das culturas Assim par ao sulfonitrato de amônio e o sulfato de amônio parte é empregada na mistura de fertilizantes aplicadas no plantio e a maioria é adicionada em cobertura em forma parcelada para garantir a disponibilidade de N e S O sulfato de potássio é adicionado preferencialmente no sulco na época de plantio mas também pode ser usado na cobertura O superfosfato simples o gesso ou melhor as misturas superfosfato simples superfosfato triplo e superfosfato triplogesso nas culturas anuais devem aplicar no sulco no plantio e em culturas perenes nas covas de plantio e após em sulcos na primeira adubação anual 46 Tabela 13 Fertilizantes fonte de S Fertilizantes N P2O5 K2O CaO MgO S Nitrato sulfato de amônio 23 0 0 0 0 15 Fosfossulfato de amônio 16 20 0 0 0 14 Sulfato de amônio 20 0 0 0 0 23 Sulfonitrato de amônio 30 0 0 0 0 5 Uréia gesso 17 0 0 28 0 15 Uréiaenxofre 7074 0 0 0 0 1014 Superfosfato simples 0 20 0 26 0 12 Superfosfato duplo 0 30 0 25 0 8 Gesso 0 0 0 2830 0 1516 Sulfato de potássio 0 0 5052 0 0 1718 K Mag sulfato duplo de K e Mg 0 0 22 0 18 22 Sulfato de magnésio 0 0 0 0 1617 1314 Kieserita 0 0 0 0 27 2122 Enxofre elementar 0 0 0 0 0 9899 Ácido sulfúrico 0 0 0 0 0 3 Fonte MALAVOLTA 1982 e Viabilidade econômica Os três principais polos de oferta do gesso agrícola são UberabaMG CubatãoSP e Jacupiranga SP Para a grande fronteira agrícola ou seja a região dos cerrados induvitavelmente o polo mais importante é o de Uberaba pois o preço do gesso é dependente praticamente do frete de transporte Considerandose apenas o efeito do gesso como fonte de enxofre SOUZA et al 1996 desenvolveram estudo de sua viabilidade econômica através de duas alternativas de adubação para a cultura da soja ou seja a 500 kghaano 02020 a qual fornece 20 kg Shaano e b 400 kghaano 0 2525 que não contém S mais 1000 kg de gesso agrícolaha apenas no primeiro ano O resumo dos resultados obtidos estão apresentados na Tabela 14 47 Tabela 14 Distância em que o gesso agrícola pode ser transportado economicamente considerando o efeito residual e seu benefício como fonte de enxofre para as culturas SOUZA et al 1996 Dose Efeito residual Distância kgha anos km 1000 5 1800 2000 10 1800 3000 15 1800 34 Uso do gesso como condicionador de estercos A utilização de superfosfato simples contendo aproximadamente 50 de gesso em sua composição na diminuição de perdas de amônia NH3 em estercos é há tempo conhecida conforme dados ilustrados na Figura 9 a qual mostra que durante o processo de cura do esterco é perdido até 56 de amônia enquanto que a adição de superfosfato simples diminui as perdas para apenas 3 PERDA DE AMÔNIA Esterco sem cobertura 56 Cobertura com fosfato natural 45 Cobertura com palha 19 Cobertura com superfosfato simples pó 3 Figura 9 Perdas de amônia durante a fermentação de esterco Resultados semelhantes podem ser conseguidos através da adição do gesso agrícola o qual reagindo com o amônio NH4 irá fixálo na forma de sulfato de amônio diminuindo portanto a reação do NH4 com o OH e consequente formação de NH3 conforme esquema abaixo simplificado N orgânico NH3 H2O NH4 OH CaSO4 2H2O Ca SO4 NH4 SO4 NH42SO4 Outras vantagens da combinação do gesso com o esterco é o enriquecimento do mesmo em nutrientes Ca e S e a redução do odor desagradável do esterco puro e auxiliar no controle de certas 48 efermidades dos animais presentes no local É possível tal efeito ser devido ao enxofre que por natureza é antimicótico ou seja produto utilizado para combater as micoses TRANI 1982 Quanto as doses recomendadas com esta finalidade pode ser sugerida a de 100 kg de gesso agrícola por tonelada de estercos VITTI 1997 Quando de uso de gesso em função do tipo de estercos de diversos animais estabulados MALAVOLTA et al 1981 sugerem as recomendações apresentadas na Tabela 15 Tabela 15 Quantidade de gesso a adicionar em função do tipo de esterco MALAVOLTA et al 1981 Esterco kg gessodia1 Gado e cavalo 025 a 050 kgcabeça Porco e ovelha 0125 a 025 kgcabeça Galinha e frango 025kg100 cabeças 35 Preventivo de enfermidades de plantas Provavelmente em função de duas características do gesso a melhoria na taxa de infiltração de água ao longo do perfil do solo em função da floculação da argila melhor estruturação dos agregados reduzindo o encrostamento do solo conforme observado na Tabela 16 Tabela 16 Efeito da aplicação superficial de 20 tha de gesso agrícola na emergência de plântulas de algodão MILLER 1988 Tratamento Dias após a emergência 3 4 5 9 12 Emergência Controle 12 22 35 56 68 Gesso agrícola 37 45 55 69 79 b Fonte de cálcio fundamental no desenvolvimento e vigor do sistema radicular Assim o gesso agrícola tem contribuído na diminuição de certas enfermidades de ocorrência comum em plantas novas seedlings GILL 1972 avaliou o efeito da adição de gesso eou dolomita sobre a incidência de Pythium myriothylum e Pythium dermatum em plântulas de tomateiro conforme dados apresentados na Tabela 17 Analisando esses dados observase que adição de gesso ou de gesso mais dolomita não teve nenhum efeito sobre as mudas de tomateiro em solos não infestados pelos fungos citados porém em solos infestados pelos mesmos houve aumentos significativos de mudas radicais 49 em relação à testemunha enquanto que a adição exclusiva de dolomita não reduziu a incidência de Pythium Tabela 17 Efeito da adição de cálcio em substrato infestado ou não com Phythium spp sobre a média percentual de plantas sadias de tomate Fontes de Ca Dose Média de plantas sadias tha pH Não infestado Infestado com P myriotylum Infestado com P dermatum Gesso 10 43 793 a 568 a 513 a Gesso 5 42 843 a 718 a 498 a GessoDolomita 5 55 883 a 443 b 165 b Dolomita 5 63 915 a 40 c 98 b Dolomita 10 62 908 a 10 c 95 b Testemunha 5 43 810 a 10 c 228 b Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan 5 0 a 15 cm de profundidade Em relação à cultura do amendoim a aplicação de gesso reduziu a podridão das raízes causada por Pythium myriotylum e um colapso das vagens causado provavelmente por Rhizoctonia solani GARREM 1970 Em plântulas de trigo VANTERPOOL 1940 também encontrou diminuição de podridão de raízes causada por Pythium spp pela utilização de gesso BIBLIOGRAFIA ABREU SF Recursos minerais do Brasil 2ª Ed São Paulo Edgard Blucher Ed da Universidade de São Paulo Rio de Janeiro Instituto Nacional de Tecnologia 1973 324p ABROL IP DAHIYA IS BHUMBLA DR On the method of determining gypsum requirement of soils Soil Sci 120l3036 1975 ALLAWAY WH THOMPSON JF Sulfur in the nutrition of plants and animals Soil Science Baltimore 1014240247 1966 BORKERT C M ed Enxofre e micronutrientes na agricultura brasileira Londrina EMBRAPA CNPSoIAPARSBCS 1998 317 p CHAHAL RS VIRMANI SM Uptake and translocation of nutrient in groundut Arachis hypogaea L I Calcium Oléagineux 28e année n4 181184 1973 COLLINGS GH Commercial Fertilizers 5th edition McGrawHill Book Company Incorporation New York Toronto London 617p 1955 50 COX FR ADAMS F TUCKER BB Liming Fertilization and Mineral Nutrition In PATTEE HE YOUNG CT Edit Peanut Science and Technology American peanut research and education society Inc Yoakum Texas USA 1982 p139163 CRUZ AP VITTI GC Efeitos de doses de gesso na cultura do amendoim cultivar Tatu V53 Açucareira Corona GuaribaSP Relatório Técnico 8p 1988 FERREIRA ME FORNASIERI Fº D VITTI GC MARVULO C Estudo de doses e épocas de aplicação do gesso na cultura do amendoim Arachis hypogaea L Científica 72235240 1979 GARREM KH Rizoctonia solani versus Pythium myriotylum as pathogens of peanut pod breakdown Plant Disease Rptr 54840843 1970 GEUS JG Fertilizer guide for the tropics and subtropics Center dEtude de LAzote Zurich 1973 774p GILL DL Effect gypsum and dolomite on Pythium deseases of seedlings J Amer Soc Hort Sci 974467471 1972 GOETHE P Crescimento 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técnica 8 MAZZA JA VITTI GC PEREIRA HS MENEZES GM TAGLIARINI CH Influência da compactação no desenvolvimento do sistema radicular de citros sugestão do método qualitativo de avaliação e recomendação de manejo Laranja Cordeirópolis 152263275 1994 MILLER WP Use of gypsum to improve physical properties and water relations in Southeastern soils Flórida Instituto of Phosphate Research Bartow FL 1988 MIRANDA HS 21 Raízes e Tubérculos In Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo 2ª Ed RAIJ et al Eds Campinas Instituto Agronômico Fundação IAC 1996 Boletim Técnico 100 221229p 51 OLMOS JIL CAMARGO MN Ocorrência de alumínio tóxico nos solos do Brasil sua caracterização e distribuição Ciência e cultura 282171180 1976 PAVAN MA Aplicação de alguns conceitos básicos da química na disponibilidade dos íons Al3 para as plantas Palestra apresentada no curso sobre Manejo Químico dos Solos IX SECITAPFCAVJUNESP Jaboticabal 1984 34p mimeografado PAVAN MA BINGHAM FT Toxicity of aluminum to coffee seedlings grown in nutrient solution Soil Sci Soc Am J 46993997 46612011207 1982 PAVAN MA BINGHAM FT PRATT PF Redistribution of exchangeable calcium magnesium and aluminum following lime or gypsum applications to a Brazilian oxisol Soil Sci Soc Amer J 4813338 1984 PAVAN MA BINGHAM FT PRATT PF Toxicity of aluminum to coffee in ultissols and oxisols amended with CaCO3 MgCO3 and CaSO4 2H2O Soil Sci Soc Amer J 46612011207 1981 PIVETTA AR Efeito de doses de gesso e épocas de aplicação na cultura do amendoim Arachis hypogaea L cv Tatu V53 JaboticabalUNESP 1978 44p trabalho de graduação QUAGGIO JA DECHEN AR RAIJ B van Efeitos da aplicação de calcário e gesso sobre a produção de amendoim e lixiviação de bases no solo R bras Ci Solo Campinas 6189194 1982 RIBEIRO AC GUIMARÃES PTG VICTOR HUGO AV editores Comissão de Fertilidade do solo do Estado de Minas Gerais Recomendações para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais 5º aproximação Viçosa MG 1999 359 p RICHARDS LA Ed Diagnóstico y rehabilitacion de suelos salinos y sodicos México Editorial Limusa 6ª ed 1974 172p SAVY Fº A O amendoim absorve o cálcio Suplemento agrícola 864 O Estado de São Paulo 1971 SICHMANN W NEPTUNE AML SABINO NP Acumulação de macronutrientes pelo amendoim Arachis hypogeae L cultivado em outono época seca Anais ESA Luiz de Queiroz 27393409 1970 SOUZA DMG RITCHEY KD Uso do gesso no solo de cerrado In SEMINÁRIO SOBRE O USO DO FOSFOGESSO NA AGRICULTURA 1º Brasília DF 1986 IBRAFOS EMBRAPA ANDA Anais p119144 SOUZA DMG LOBATO E REIN TA Uso de gesso agrícola nos solos dos cerrados Planaltina EMBRAPOACPAC 1996 20p EMBRAPACPAC Circular Técnica 32 TRANI PE Emprego do superfosfato simples com esterco Agronoticias Quimbrasil Serrana Ano III n9 1982 p89 VANTERPOOL TC Present knowledge of browning root rot of wheat with especial reference to its control Sci Agric 20735749 1940 VÍCTOR HUGO V et all Métodos de análises de enxofre em solos e plantas Viçosa UFV 2001 131 p 52 VITTI GC Acidez do solo calagem e gessagem In Curso de Atualização em Fertilidade do Solo 1 Ilha Solteira SP 18 a 280587 FERNANDES FM NASCIMENTO VM Coord Campinas Fundação Cargill p303348 1987 VITTI GC O enxofre do solo In Interpretação de análise química de solo e planta para fins de adubação BULL LT ROSOLEM CA Ed Botucatu Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais 1989 p129175 VITTI GC MALAVOLTA E Fosfogesso Uso agrícola In Seminário sobre corretivos agrícolas MALAVOLTA E Coord CampinasSP Fundação Cargill 160201p 1985 VITTI GC MAZZA JA Adubação da canadeaçúcar Produza mais e melhor com nutrição balanceada FERTIZACEA São Paulo 1998 4p Folder Técnico VITTI GC NOVAES N Adubação com enxofre In MATTOS HB et al Ed Simpósio sobre calagem e adubação de pastagens Anais Piracicaba Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e Fosfato 1986 p191222 VITTI GC Avaliação e interpretação o enxofre no solo e na planta Jaboticabal FUNEP 1998 37p VITTI GC LUZ PHC Calagem e uso do gesso agrícola em pastagens In Simpósio sobre ecossistema de pastagens 3 JaboticabalSP 09 a 110497 Anais FAVORETTO V RODRIGUES LRA RODRIGUES TJD Editores Jaboticabal FCAVUNESP 1997 341p VITTI GC LUZ PHC LEÃO HC SILVA MM Técnicas de utilização de calcário e gesso na cultura do citros In IV SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE CITROS NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DONADIO LC BAUMGARTNER JG coord 1996 Bebedouro Anais Fundação Cargill 1996 p131160 VITTI GC MAZZA JA PEREIRA HS DEMATTÊ JLI Resultados experimentais do uso do gesso na agricultura canadeaçúcar In II Seminário sobre o uso do gesso na agricultura IBRAFOS Uberaba MG 1992 p191224 WERNER JC MONTEIRO FA Respostas das pastagens à aplicação de enxofre In BORKERT CM LANTMANN AF Ed Enxofre e micronutrientes na agricultura brasileira Londrina EMBRAPA CNPSoIAPARUSBCS 1988 p87102 WERNER JC PAULINO VT CANTARELLA H ANDRADE NO QUAGGIO JA 24 Forrageiras In RAIJ B van CANTARELLA H QUAGGIO JA FURLANI AMC Ed Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo 2ª Ed Campinas Instituto Agronômico Fundação IAC 1996 p261273 YAMADA T Capacidade de adsorção máxima de sulfato do solo como parâmetro adicional na recomendação do gesso Piracicaba 1989 73p Doutorado ESALQUSP ZARUBINA TG Effect of the rate of dissolution of phosphogypsum gypsum and calcium carbonate on sodium disorption from the adsorption complex Pochvovedeniye 55356 1979
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ENXOFRE NO SOLO Apostila 10 1 1 INTRODUÇÃO O enxofre S é um macronutriente secundário pois por um lado é exigido pelas culturas em quantidade relativamente elevadas semelhantes de P e por outro lado não é considerado elemento fertilizante tão importante em comparação ao N P e K Isso se deve principalmente assim como o Ca e o Mg ao custo de obtenção destes elementos Entretanto é bom não subestimar a importância dos mesmos na nutrição mineral das plantas em razão de serem elementos essenciais O S é constituinte da maioria das proteínas com igual importância de N e P O S é o 13 elemento mais abundante da crosta terrestre ocorrendo em composto sólidos formas insolúveis sais solúveis e gases É altamente reativo sendo encontrado em estados de oxidação desde de 2 a 6 Muitas transformações do S no solo são devidas à atividade microbiana As principais formas que ocorrem em solos ácidos bem drenados são sulfatos adsorvidos à fração mineral e em compostos orgânicos Em solos alcalinos bem drenados são encontrados compostos de S pouco solúveis enquanto em solos mal drenados formas reduzidas de S podem propiciar características especiais ao solo Formas gasosas no ar ou solúveis na água da chuva podem ser fontes importantes de suprimento de S para as plantas 2 O ENXOFRE NAS PLANTAS A forma adsorvida preferencialmente do enxofre no solo é SO42 As folhas das plantas podem absorver SO2 atmosférico por difusão gasosa mas em pequenas quantidades As plantas também podem utilizar S elementar de pulverizações através da casca de frutas e podem utilizar as formas orgânicas como aminoácidos metionina e cistina O transporte de SO42 na solução do solo até a superfície das raízes efetuase por fluxo de massa e por difusão O processo de absorção é ativo e sofre antagonismo na presença de excesso de CI A predominância de absorção de diferentes sulfatos depende do grau de solubilidade dos mesmos solubilidade que depende do cátion acompanhante e segue a seguinte série K NH4 Na Mg² Ca² 2 Na planta o SO42 é translocado na direção acrópeta das raízes até as folhas e brotos em forma relativamente rápida A translocação na direção basipeta é pequena razão pela qual os sintomas de deficiência de S aparecem primeiro nas folhas novas que estão em pleno desenvolvimento Com S parece não existir consumo de luxo pois sua incorporação metabólica em aminoácidos e proteínas dependa de sua disponibilidade de N e P principalmente razão pela qual as exigências de S crescem conforme se aumentam as adições de N e de P para as culturas 21 Exigências de S pelas Culturas A necessidade de S pelas culturas varia grandemente entre as espécies Tabela 1 Segundo RAIJ 1991 os teores de S nas plantas totais são da ordem de 02 a 05 da matéria seca os teores em folhas variam pouco em plantas bem nutridas estando em geral entre 02 e 04 Assim as que requerem em maior quantidade são as crucíferas colza repolho e liliáceas alho e cebola 70 a 80 kg Sha em segundo lugar em geral as leguminosas 40 kg Sha e depois cereais e plantas forrageiras 15 a 30 kg Sha FNIE 1974 Tabela 1 Quantidades de enxofre absorvidas por várias culturas Cultura Nível de produção Cultura Total absorvido kg S Algodão 750 kg de fibra 22 Amendoim 2 t de grãos 8 Arroz 3 t de grãos 12 Café 3 t de grãos 10 Cana 100 t de colmos 45 Eucalipto 100 m3 de madeira 36 Feijão 1 t de grãos 26 Forrageiras Gramíneas 1 t de mat Seca 1 Leguminosas 1 t de mat seca 2 Laranja 18 t de frutos 9 Milho 5 t de grãos 13 Soja 25 t de grãos 10 Fonte adaptada do Arquivo do agrônomo Importantes culturas como cafeeiro algodoeiro canadeaçúcar laranjeira batatinha feijoeiro tomateiro couves repolho cenoura ervilha requerem mais S que P 3 O suprimento de S para as culturas depende do balanço entre perdas queimadas lixiviação exportação e adições mineralização da MO restituição pelas chuvas e fertilizações As queimadas especialmente da vegetação de cerrado contribuem para aumentar a deficiência de S de solos que já são relativamente pobres em este elemento pois apenas parte do S evaporado volta ao solo pelas chuvas As perdas por lixiviação podem atingir valores de 20 a 40 kg Sha que combinadas com as exportações pelas colheitas pode chegar a 40 a 100 kg Sha anualmente de acordo com a produtividade das culturas e a intensidade da drenagem do solo A restituição deste S perdido se efetua pela mineralização da MO até 10 kg Sha pelas chuvas 10 a 15 kg Sha por ano dependendo da proximidade das zonas industriais pela adição de adubos orgânicos 05 kg Sha e dos fertilizantes Também em algumas culturas a adição de fungicidas à base de S aporta quantidades apreciáveis deste nutriente As necessidades de complementação dos requerimentos de S pela fertilização têm aumentado paralelamente com os aumentos de produtividade e pelo uso cada vez mais frequente de fertilizantes concentrados de livres de S Na planta o S encontrase na sua maior parte nas proteínas o S está intimamente ligado ao metabolismo do nitrogênio convertendoo de N não protéico em proteína sendo inclusive utilizada a relação NS do vegetal para avaliar o seu estado nutricional BORKERT 1988 As leguminosas como possuem alto teor de proteínas exigem quantidades mais elevadas de S para o seu desenvolvimento tendo ainda nestas plantas papel de formação e desenvolvimento de nódulos bem como processo de fixação de N2 VITTI NOVAES 1986 22 Sintomas de deficiências A deficiência em geral pode ocorrer em virtude de vários fatores tais como solos arenosos baixo teor de matéria orgânica regiões com alta pluviosidade o que favorece a lixiviação baixo teor de enxofre na água de irrigação alto manejo da produção O S é exigido pelas plantas para a formação de aminoácidos e de proteínas para a fotossíntese e para a resistência ao frio As deficiências são frequentemente confundidas com as de N As deficiências aprecem como crescimento raquítico das plantas amarelecimento geral das folhas Em situações de deficiência menos severa os sintomas visuais não são aparentes mas a produção e a qualidade serão afetadas As concentrações de enxofre na matéria seca das plantas podem variar entre 02 e até mais de 10 A batatinha e muitas outras 4 hortaliças necessitam de grandes quantidades de S e produzem melhor quando esse elemento faz parte do programa de adubação As leguminosas como o feijão a soja a ervilha e as forrageiras exigem S para a nodulação fixação de nitrogênio do ar e a produção Deficiência de S em algodoeiro Original IAC Fonte Arquivo do agronômico Deficiência de S no milho 3 FONTES DE S NO SOLO A crosta terrestre aproximadamente contém 006 a 011 de S sendo que as rochas plutônicas constituem a fonte primária de S que se encontra na forma de sulfetos de metais Quando estas rochas ficarem expostas à ação de agentes de intemperismo os minerais foram decompostos e os sulfetos oxidados sendo liberados na forma de sulfatos Estes sulfatos foram ou precipitados como sais solúveis ou insolúveis climas secos ou absorvidos por organismos vivos passando a ficar incorporados e armazenados na matéria orgânica ou foram reduzidos por ação de outros organismos a sulfetos ou enxofre elementar sob condições anaeróbicas Parte dos sulfatos foram e são perdidos por lixiviação 5 31 Conteúdo e Formas de S no Solo Da mesma forma que o N e o P o S encontrase no solo na forma inorgânica e orgânica Em forma geral o S total dos solos varia entre 0003 e 1 com média de 007 Em regiões tropicais os solos inorgânicos apresentam teores de 002 a 02 e os orgânicos podem Ter até 1 Na maioria dos solos de regiões temperadas de 60 a 90 do S está em forma orgânica e em regiões tropicais a variação pode ser mais ampla sendo que em solos muito intemperizados e com baixos teores de matéria orgânica MO ou S inorgânico é relativamente menor que 10 do total e em alguns solos da África tão alto que chega a 100 mas com teores relativamente baixos O S na parte dos terrenos agricultáveis se encontra na forma de MO sulfatos solúveis na solução do solo ou adsorvidos no complexo sortivo do solo 311 Formas Orgânicas O S presente na MO provém dos resíduos de animais e vegetais micro e macro fauna e flora incorporados ao solo Gross 1967 Não se conhece bem quais são os compostos orgânicos de S presentes no solo no solo mas provém da colisão das proteinas e suportase que estejam formando parte de aminoácidos livres cisteina cistina metionina sulfoxido de metionina metionina sulfona ácido cisteico ácido cisteino sulfínico taurina aminoácidos que se en contram em pequenas proporções em relação ao total de S orgânico Também se encontra na forma de sulfatos orgânicos ligados a peptídeos glutationa tiamina biotina fenóis colina tiocianatos mercaptanos taninas e carboidratos Uma alta proporção de S orgânico está se formando parte do húmus constituída por derivados de quinonas e aminoácidos com S e que são muito resistentes à mineralização por microorganismos Malavolta 1982 Tisdale e Nelson 1970 Como o N o P e o S fazem parte de compostos orgânicos da MO a qual tende a certo equilíbrio as relações entre esses nutrientes e o C variam em função das condições em que se estabelece o equilíbrio entre mineralização e acúmulo de MO fazer sozinho Assim as relações seguintes têm sido observadas em diferentes solos 6 As relações NS são menos variáveis do que as CS Considerando estas relações adição de resíduos orgânicos vegetais que apresentam menos de 015 de S provocarão a imobilização do S do solo durante a sua dissolução Solos com relação um pouco ampla CS ou NS podem apresentar imobilização do S adicionado Os solos de cerrado apresentam grandes variações nos teores de C orgânico N total e S do solo Os solos arenosos apresentam os menores teores em comparação aos solos argilosos As relações CS NS e CNS indicam que os solos arenosos acumulam mais S que C e N possivelmente em formas orgânicas de difícil composição Os teores de C orgânico N total e S do solo se correlacionaram em forma direta e muito altamente significativa com os teores de argila dos solos de cerrado indicando que o acúmulo de substâncias húmicas está relacionado com a formação de complexos organo metálicos Alvarez V e outros 1986 312 Formas Inorgânicas A grande maioria de S inorgânico nos solos bem drenados se apresenta na forma de sulfatos Pela ação redutora dos meios anaeróbicos os sulfetos são a forma predominante em solos alagados SO42 8H 8e H2S 4H2O Os sulfetos podem reagir com o ferro formando FeS e evitando o efeito tóxico de excessos de Fe² Os sulfatos presentes no solo encontramse em diferentes graus de disponibilidade para as plantas podem existir na solução do solo estar combinados pouco solúveis com o Al e Fe estar precipitados ou estar adsorvidos Esquematicamente a quantidade de SO42 em solução depende do equilíbrio entre os seguintes processos Em solos áridos ou semiáridos o SO42 precipitam em grandes quantidades como sulfatos de Na K Ca Mg Em solos resistentes argilosos é adsorvido em argilas 11 ou óxidos hidratados de Fe e Al O SO₂ que está na atmosfera pode ser absorvido diretamente pela folhagem por difusão gasosa FNIE 1974 ou incorporado aos solos pelas chuvas nas tomadas de 1 a 100 kgSano 7 Quando os sulfetos se oxidam nos processos de intemperismo ou quando os sulfatos são reduzidos a sulfetos ou S elementar aparecem em pequena proporção conforme as seguintes formas transitórias Malavolta 1982 As formas minerais de S desenvolvidas ilustram a complexidade das espécies de S apresentam em forma estável ou transitória no solo 32 Comportamento dos Compostos de S nos Solos O comportamento dos compostos de S nos solos depende das formas ante indicadas para este macronutriente Embora seja o sulfato a forma de S que predominantemente é absorvido pelas plantas elas podem utilizar o S orgânico de aminoácidos ou o SO2 gasoso isso implica a existência de processos dinâmicos de transformação do S processos que podem ilustrarse através do ciclo de S apresentado à seguir Figura 1 Ciclo do S BORKERT 1988 Os processos dinâmicos de S são apresentados pelo N as transformações de S devemse a ação de diferentes microorganismos e em menor intensidade por reações abióticas 8 Na mineralização do S as proteínas peptídeos e outros compostos orgânicos com S são despolimerizados até aminoácidos tiossulfatos tiouréia Após o S dos aminoácidos cisteína cistina metionina pode ser oxidado a SO42 ou reduzido até H2S em processos não bem definidos Por exemplo se teria Fassbender 1978 Cisteína cistina cistina dissulfoxidada cisteína ácida sulfônica ácido cisteico sulfato Os microorganismos que atuam nesses processos podem ser bactérias aeróbicas anaeróbicas heterotroficas assim como fungos As bactérias mais importantes são Proteus vulgaris Serratia marcences Pseudomonas aeroginosa Alcaligenes feacalis Escherichea coli Os fungos Scopulariopsis brevicaulis Aspergillus sp Microsporum gypscum Fassbender 1978 O H2S resultante da mineralização da MO pode ser oxidado em condições de bom arejamento para SO2 e pode ser absorvido pelas plantas ou imobilizado pelos microorganismos Os processos de oxidação e redução de S são muito importantes na dinâmica deste nutriente e são realizados quase totalmente pela ação de microrganismos Na oxidação de sulfetos a sulfatos participam cinco bactérias aeróbicas das quais quatro são autotróficas Thiobacillus thioparus I denitrificans T ferroxidans T nevelus autotrófo facultativo e as anaeróbicas Chlorosium sp Chromatium sp Sob condições redutoras e SO2 não é estável e é reduzido a sulfeto pelas bactérias Desulfobrivio e Desulfoto maculum A dissecação de amostras de solo aumenta a mineralização da MO aumentando a disponibilidade de S a valores superiores aos encontrados no campo isto provoca falta de resposta a S em ensaios de casa de vegetação contrariando as respostas no campo Também a atividade da rizosfera aumenta a mineralização do S orgânico e a liberação de SO42 Embora a literatura na sua maioria chame a atenção para formas orgânicas de S e os processos de mineralização e imobilização como aqueles que regulam predominantemente a quantidade de sulfato para as plantas várias pesquisas com solos sob vegetação de cerrado de Minas Gerais tem confirmado a ideia de que a disponibilidade de S no solo e seu transporte está relacionada preferencialmente com a adsorção de SO42 no complexo sortivo do solo A mobilidade do SO42 depende da capacidade e força com que é adsorvido e da solubilidade da maioria dos sulfatos que se formam no solo 9 Considerando a força de adsorção em forma geral e para um mesmo complexo sortivo os âninos que ficam adsorvidos com forças que vão diminuindo de acordo com a ordem seguinte Citrato fluoreto fosfato tartarato sulfatoborato nitrato cloreto sendo nestes dois últimos praticamente desprezível a sua adsorção 33 Equilíbrio do S no solo Nos últimos anos o S tem se tornando um elemento limitante na produção agrícola o que está relacionado a vários fatores dentre os quais podemos destacar o aumento da produtividade de culturas que requerem mais S o aumento do uso de adubos concentrados e de fórmulas simples que utilizam pouco ou nenhuma quantidade de S em sua composição uma redução do S atmosférico proveniente da chuva redução do S proveniente de perda da matéria orgânica por erosão e ou por mineralização O S apresenta transformações dinâmicas as quais se devem à ação de microorganismos e em menor intensidade por reações abióticas O ciclo do S apresenta etapas e processos que ocorrem no solo nas águas e na atmosfera figura 1 O S além de nutriente de plantas é um elemento que pode em função da atividade microbiana e transformações de seus componentes afetar marcadamente as condições físicoquímicobiológicas do solo e de outros ambientes As reações e transformações de S no solo se assemelham às do N em vários aspectos Apresentam vários estágios de oxidação Ocorrem nos solos agrícolas predominantemente em formas orgânicas A maioria das transformações é decorrente da atividade microbiana Ocorrem em formas gasosas na atmosfera com grande influência dos processos químicos que nela ocorrem Conforme é mostrado na figura 2 em todos os solos em maior ou em menor intensidade ocorrem os seguintes processos Mineralização ou decomposição de enxofre orgânico com liberação de formas inorgânicas Imobilização ou conversão do enxofre do enxofre inorgânico em compostos orgânicos dos microrganismos Produção de sulfetos S2 pela redução de sulfatos 10 Produção de formas voláteis Oxidação de enxofre elementar ou outras formas reduzidas Figura 2 Disponibilidade de S no solo A mineralização é o processo de maior importância em relação à disponibilidade de S às plantas uma vez que ocorre a transformação do S da forma orgânica não disponível ás plantas para forma a forma orgânica Muitas bactérias fungos e actinomicetos atuam nesse processo utilizando a matéria orgânica como substrato para seu crescimento O processo de mineralização do S em solos bem drenados é influenciado por fatores de clima solo e pelo manejo a que os mesmos são submetidos Os principais fatores são COSTA 1980 formas de S inorgânico do solo tipo de material orgânico adicionado ao solo população microbiana temperatura aeração umidade e pH do solo e esses fatores por sua vez são influenciados pelo manejo segundo Biederbeck 1978 mais importante aspectos de revolvimento e cultivo do solo adição de resíduos orgânicos e a calagem A adição de materiais orgânicos com alta relação CS pode provocar a imobilização de SO 2 4 da solução do solo enquanto as relações baixas determinam maior taxa de mineralização dependendo do nível dos demais nutrientes Os microorganismos afetam a mineralização de acordo com a quantidade e a capacidade desses microorganismos hidrolisar compostos com S COSTA 1980 A temperatura do solo tem influência direta sobre os microorganismos sendo esta mais efetiva na faixa de 30 a 40 C Os efeitos da aeração 11 e umidade do solo também se fazem presentes sobre a população microbiana sendo os solos mais aerados e de umidade entre 60 a 80 da capacidade de campi propícios à mineralização do S Um fator determinante na mineralização é o pH uma vez que afeta diretamente aatividade microbiana A mineralização está relacionada diretamente ao aumento do pH do meio principalmente em solos com maiores teores de matéria orgânica sendo o ponto ideal próximo à neutralidade A mineralização de S nos solos é maior na presença de plantas em crescimento Isso provavelmente devido à maior atividade microbiana rizosfera das plantas e à excreção pelas raízes de substâncias catalisadores da decomposição da matéria orgânica Kamprath Till 1983 O cultivo de solos virgens por seus efeitos nas condições de aeração umidade e temperatura do solo e consequentemente na atividade microbiana provoca redução no teor de matéria orgânica e de enxofre orgânico Observase com o tempo a diminuição do teor de S total e orgânico no horizonte superficial e aumento de S em horizontes subsuperficiais pelo efeito de lixiviação Figura 3 BIASSANI TEDESCO 1988 Figura 3 Variação do enxofre mineral e orgânico em diferentes condições de solo Os minerais primários especialmente sulfetos metálicos de Fe Zn Cu Ca e Mg são fontes originais do enxofre no solo Seu intemperismo com a ocorrência de processos físicos químicos e biológicos originam outros compostos ou formas de enxofre que são utilizados por outros microorganismos ou plantas A água da chuva a água da irrigação atmosfera os fertilizantes 12 Superfosfato Simples e Sulfato de Amônio e os pesticidas à base de enxofre são outras fontes que contribuem para o suprimento de enxofre ao solo A incorporação ao solo de formas gasosas de enxofre pela adsorção direta ou pela dissolução na água da chuva é variável entre regiões e apresenta maior importância nas proximidades de áreas urbanas e industriais O enxofre ocorre no solo em formas orgânicas e inorgânicas O fracionamento do enxofre orgânico que em solos bem drenados de regiões úmidas constitui a maior parte do enxofre total indica a ocorrência de três formas Compostos com ligação SO sulfato de ésteres Compostos com ligação SC Enxofre inerte ou residual Enxofre em compostos não identificados O enxofre ligado ao oxigênio consiste principalmente de sulfato de ésteres SO Como exemplos destes compostos podese citar o sulfato de Amônio Superfosfato Simples O enxofre ligado a carbono Enxofre em compostos com ligação SC é encontrado principalmente em aminoácidos cisteína metionina Entretanto estes aminoácidos são poucos estáveis e não se acumulam no solo Assim outros compostos não conhecidos participariam da fração CS A obtenção desta fração pode ser feita pela diferença entre o enxofre total e o enxofre reduzível SO ou pela sua redução a H2S pela liga de Raney Porém os teores encontrados por redução são menores que aqueles obtidos por diferença o que indica a existência de outras formas de enxofre orgânico não conhecidas as quais constituem a fração de enxofre residual ou inerte As frações SC e enxofre residual representam em média cerca de 20 a 30 do enxofre orgânico respectivamente Em solos brasileiros encontraramse valores médios de 7 e 42 respectivamente para estas frações O fracionamento das formas de enxofre orgânico tem sido estudado para auxiliar a avaliação da disponibilidade para as plantas já que certas formas são facilmente mineralizadas A fração SO apresenta mineralização mais rápida por ser facilmente hidrolizada a sulfato inorgânico As frações SC e principalmente enxofre residual são mais estáveis no solo Entretanto há indicações de que tanto as frações SO como SC podem contribuir para o suprimento às plantas tornando de pouca utilidade o fracionamento do enxofre orgânico O enxofre inorgânico pode ocorrer no solo com vários estados de oxidação As principais formas são Sulfato SO42 em solução Sulfato adsorvido à fração sólida Formas reduzidas como dióxido de enxofreSO 2 sulfito SO 2 3 enxofre elementar S0 e sulfeto S 2 13 Em solos bem drenados as formas reduzidas são facilmente oxidadas a SO 2 4 sendo esta forma inorgânica predominante e pela qual o enxofre é absorvido pelas plantas via sistema radicular Entretanto as formas reduzidas principalmente sulfetos e H 2 S são importantes em solos alagados ou em condições de anaerobiose Em condições de má drenagem ou aridez pode ocorrer o acúmulo de sais solúveis de enxofre enquanto que em solos alcalinos ou calcários pode haver o acúmulo de sais insolúveis de enxofre ou cocristalizados com CaCO 3 os quais são pouco disponíveis às plantas O teor de enxofre total nos solos pode variar de 0002 a 35 Os valores mais elevados ocorrem em solos alcalinos ou calcários principalmente em regiões secas pelo acúmulo de sulfatos em solos não calcários o teor de enxofre é inferior a 01 Geralmente os solos de regiões tropicais apresentam menores teores de enxofre total e orgânico que os solos de regiões temperadas devido à maior mineralização e ao maior intemperismo que determinam maiores perdas Quadro 1 Por ser constituído principalmente por frações orgânicas o teor de enxofre total no solo não é um parâmetro adequado para indicar a disponibilidade para as plantas a curto prazo Entretanto pode indicar o potencial de suprimento de enxofre pelo solo 14 Os fatores de formação do solo influenciam o teor de enxofre total sendo que provavelmente o clima e a vegetação são os mais importantes O material de origem seria o fator mais importante em relação às formas inorgânicas de enxofre pois tem grande influência sobre as propriedades físico químicas do solo A maior parte do enxofre do solo em geral mais de 90 encontrase em formas orgânicas Isto é comprovado pelas altas correlações verificadas entre os teores de carbono orgânico ou nitrogênio total e os teores de enxofre total ou orgânico A estreita relação entre o carbono orgânico e o enxofre supõe uma relação CS relativamente constante em solos de diferentes regiões climáticas o que entretanto não é observado Esta variação estaria relacionada aos fatores de formação do solo 34 Disponibilidade do S no Solo A disponibilidade de um nutriente depende da intereração entre os fatores quantidade Q que mede a reserva lábil do nutriente para as culturas intensidade 1 que mede o nutriente na solução do solo e a capacidade de reposição do nutriente da reserva lábil para a solução CT Também existe uma reposição possivelmente mais lenta entre as formas não lábeis e lábeis de um nutriente Em relação à disponibilidade do S se tem estas mesmas relações entre não lábil e lábil e entre Q I e CTS Para S o fator quantidade estiam a quantidade deste nutriente adsorvido a compostos orgânicos ou minerais mas que podem chegar a ser adsorvidos pelas plantas Se determina através de troca isotópica por exemplo um LR de Capinópolis apresentou como valor E método de troca isotópica no laboratório 256mg S100g e um LVm de Pirapora 192mg S100g Alvarez V et al 1976 b estes mesmos solos apresentaram como capacidade máxima de adsorção de sulfatos bS 0040 e 0027mg Sg de solo respectivamente Alvarez et al 1976 A capacidade máxima de adsorção é uma medida da quantidade de S que poderia ser adsorvida mas não da quantidade do S que está adsorvida estimada pelo fator quantifade valor E e pode ser usada também para determinar a capacidade tampão pois a CTS relacionase estreitamente com bs Em alguns solos dedicados a plantio de eucalipto bS variou entre 0011 e 0130 mg Sg o fator intensidade estimado através do potencial sulfato de cálcio variou entre 358 e 401 e a capacidade tampão de sulfatos variou entre 1123 e 5263 mg Sg de solo unidade de potencial A CTS se 15 correlacionou estreitamente com o teor de argila o equivalente de umidade o P remanescente e o S remanescente Accioly et al 1985 No Brasil ainda é muito limitado o número de trabalhos sobre disponibilidade de S especialmente estudo de correlação e calibração VITOR HUGO V et al 2001 VITTI 1986 O SO42 é a principal forma de S absorvida pelas plantas e o mesmo se encontra em diferentes graus de disponibilidade na solução do solo pode estar em combinações pouco solúveis com Al e Fe pode estar precipitado ou ainda adsorvido A quantidade de sulfato em solução depende do equilíbrio entre os processos de adsorção e dessorção mineralização e imobilização absorção pelas plantas e lixiviação Figura 2 Daí a grande dificuldade em metodologias que envolvam a quantificação desse nutriente REISENNAUER et al 1973 e REISENAUER 1975 os extratores usados para S disponível podem classificarse em três grupos a Sulfato prontamente solúvel que pode ser extraído com água solução de sal neutro como 015 CaCl2 1 NaCl 0005 M MgCl2 e 01 M LiCl cujos ânions não são capazes de deslocar o SO42 adsorvido b B Sulfato prontamente solúvel e parte adsorvido que pode ser extraído com soluções básicas como KH2PO4 e Ca H2PO4 ambos contendo 500 mg L1 de P solução neutra de NH4O Ac suspensão de CaCO3 sulfato c C Sulfato prontamente solúvel porções de sulfato adsorvido e frações do S orgânico incluem soluções ácidas de fosfatos CaH2PO4 e NaH2PO4 em ácido acético 2 N solução de HCl 001 M NaHCO3 solução de Morgan NaO Ac HO Ac e NH4O Ac 05 N HO Ac 025 N dentre outras Além desses extratores temse também a avalição de S através de técnicas microbiológicas Aspergillus niger técnicas de incubação e também a possibilidade de avaliação pela resina trocadora de íons RAIJ QUAGGIO 1983 Para a dosagem de S presente nos extratores diferentes metodologias analíticas tem sido utilizada sendo o principal o de turbidimetria onde o sulfato é precipitado na forma de BaSO4 e mantido em suspensão cuja densidade óptica turbidez é medida em colorímetros e espectrofotômetros Para extratos com menores quantidades de S utilizase da redução de sulfato para H2S por destilação e sua posterior determinação por colorimetria como azul de metileno 16 341 Métodos de calibração A disponibilidade de S depende da interelação entre os fatores Q I e CTS Qquantidade mede a reserva lábil do nutriente para a cultura I intensidade mede o nutriente na solução do solo CTS capacidade tampão mede a resistência do solo a deixar que se altere o S na solução do solo pode ser obtida pela relação QI A CTS correlacionase estreitamente com o teor de argila o equivalente de umidade o P remanescente a capacidade máxima de adsorção de sulfatos e define a declividade do S recuperado por um extrator em função do S adicionado O uso de um único nível crítico pode ser satisfatório para solos que apresentam a mesma declividade para a relação S recuperado S adicionado O uso de um único nível crítico pode ser satisfatório para solos que apresentam a mesma declividade para a relação S recuperado S adicionado Além destas determinações que explicam a disponibilidade do S dentro de uma visão fisico química existem métodos empíricos para determinar a disponibilidade de S Estes são métodos químicos que apresentam capacidade de extração de diferentes frações de distintas formas de S no solo Reisenauer et al 1977 Existem métodos de extração que determinam todo S de compostos orgânicos e das formas adsorvidas S de reserva Bardsley Lancaster 1960 outros métodos que extraem diferentes frações de S adsorvidos e que podem ser trocados com diferente grau de dificuldade CaH2PO42 500 mg L1 P em HOAc 2 mol L1 Hoefl et al 1973 CaH2PO42 500 mg L1 P Fox et al 1964 NaOAc 135 mol L1 e HOAc 051 mol L1 Chesnin Yen 1950 E outros métodos que extraem as formas facilmente solúveis Brayl CaCl2 e H₂O Para ilustrar a diferença de capacidade de extração indicamse os teores de S de reserva nos solos LR e LVm de Capinópolis e Pirapora que foram 276 e 19 mg L1 S respectivamente Estes mesmos solos com CaH2PO42 500 mg L1 P em HOAC 2 mol L1 apresentaram 72 e 62 mg L1 S Alvarez V et al 1976a Notese a grande diferença de valores por um lado e por outro que a produção vegetal não se relaciona com o S de reserva mas sim com o extraído pelo CaH2PO42 HOAc extrator que para a produção de mudas apresentou níveis críticos que variam desde 18 mg L1 S para um solo muito 17 argiloso até 149 mg L1 S para um solo muito arenoso Alvarez V et al 1983 A relação entre nível crítico e teor de argila para 14 solos sob vegetação de cerrado Os métodos mais utilizados e as faixas de interpretação estão apresentados na Tabela 2 Tabela 2 Interpretação dos teores de SSO42 no solo em diferentes estados Classes SSO4 mgdm3 NH4OAcHOAc CaH2PO42 500 mg L1 P Muito Baixo MB 00 50 00 25 Baixo B 51 100 26 50 Médio M 101 150 51 100 Adequado A 150 100 VITTI 1989 342 Respostas das plantas ao enxofre A partir do momento em que o solo e a atmosfera não conseguem suprir a quantidade de N necessário ás cultura tornase necessária à utilização de alternativas que disponibilizem esse nutriente a essas culturas Vários estudos têm sido realizados com objetivo de analisar as respostas de diferentes culturas á adubação com fertilizantes que contenham S em sua formulação Pesquisas tem demonstrado efeitos positivos da aplicação de S em leguminosas soja feijão em gramíneas arroz trigo milho sorgo sacarino canadeaçúcar e em outras famílias como as Malváceas e Crucíferas algodão e colza VITTI et al 1988 Segundo o autor essas respostas foram obtidas principalmente em solos sob vegetação de cerrado e com baixo teor de matéria orgânica ou em cerrado em que cultivos iniciais se usaram adubação concentrada em NP 2 0 5 k 2 O HIROCE GALLO 1972 verificaram efeitos altamente do uso do gesso contido no superfostato simples na produção de soja em um Latossolo Roxo distrófico onde obtiveram aumento de 49 da produção dessa leguminosa com a utilização de 60kg ha1 de S 343 Correções de deficiências As fontes de S para as plantas incluem o S orgânico e inorgânico do solo o S das águas de precipitação e irrigação o SO2 atmosférico e o enxofre oriundo de fertilizantes e pesticida As deficiências desse nutriente durante 10 a 20 anos do século passado foram mascaradas 18 posteriormente pelo uso de superfosfato simples usado como fonte de P Nas décadas de 50 e 60 não foram reconhecidas em todo o mundo problemas provocados pela deficiência de S constatose que muitas das respostas obtidas pelo uso de superfosfato triplo era devido á presença de S componente daqueles fertilizantes No Brasil MALAVOLTA 19531953 constatou a experiência de solos com níveis baixos de S e indicou que o uso de fertilizante com baixas concentrações desse nutriente poderia levar à sua deficiência para as culturas A deficiência de S tem sido observada com cada vez mais freqüência pra diferentes culturas em solos sob vegetação do cerrado A incidência desta deficiência se deve à pobreza natural desses solos em enxofre aliada ao uso crescente de formulações concentradas que propiciam condições para que o seu aparecimento se torne cada vez mais evidente e freqüente Muito menos freqüente tem sido os problemas por excesso O suprimento de S para as culturas depende do balanço entre lixiviação queimadas exportação e adições mineralização da MO restituição pelas chuvas e fertilizantes Deficiências e excessos deste nutriente podem ser corrigidos por uso de corretivos e fertilizantes e adubos orgânicos assim como práticas que melhorem sua disponibilidade 35 Fatores que afetam a adsorção de S Alguns fatores influenciam diretamente a adsorção de sulfatos dificultando a sua permanência na camada arável do solo esses fatores são pH do solo Figura 4 o tipo e o teor de minerais a competição com outros ânions pelos sítios de adsorção e tipo de cátions na solução no complexo sortido do solo COSTA 1980 Esses fatores aliados a baixos teores de matéria orgânica segundo GOEDERT 1986 podem explicar porque algumas vezes a concentração de sulfato no subsolo é maior que a da camada superficial 19 Figura 4 Efeito do pH na adsorção de S O SO42 adsorvido pelos óxidos de Fe e Al é liberado pela elevação do pH assim como o aumento na decomposição da MO A capacidade dos solos em adsorver sulfato depende do pH à medida que este aumenta decresce a adsorção pois a calagem libera sulfatos aumentando a disponibilidade às plantas Mas por outro lado o SO42 fica mais susceptível à perdas por lixiviação o que pode implicar em deficiências para as plantas dependendo da magnitude de mineralização e de adsorção e da profundidade de aplicação de corretivos e fertilizantes Esse processo tende a ocorrer em solos de baixa capacidade de adsorção de SO42 A mobilidade do SO42 no solo é influenciada principalmente por sua concentração na solução reações com a fase sólida e pela de quantidade de água percolada no perfil conforme figura abaixo KORENTAJER et al 1984 Os óxidos de Fe e Al e as argilas do tipo 1 1 são os constituintes do solo que apresentam maior capacidade de adsorção de SO42 Seu teor determina os sítios de adsorção COSTA1980 Assim os solos de regiões de clima tropical que são solos em geral altamente intemperizados e com predomínio de óxidos de Al e Fe apresentaram maior adsorção de SO42 A preferencialidade de adsorção de ânions pelos colóides pode ser esquematizada da seguinte forma fosfatos sulfatos acetato nitrato cloreto O íon fosfato na solução compete com o SO pelos sítios de adsorção como está representada na figura abaixo O aumento das aplicações de P pode determinar dependendo do tipo de solos a taxa de lixiviação de SO42 para as camadas subsuperficiais do solo A concentração e o tipo de cátion predominante na solução do solo influem na adsorção de SO42 CHAO et al 1963 utilizando várias formas de sulfato encontraram que a adsorção depende do cátion acompanhante na ordem CaSO4 K2SO4 NH42SO4 Na2SO4 A adsorção de SO42 depende da predominância de determinado tipo de cátion no complexo de troca observando a seguinte ordem 4 6 8 pH D i s p o n i b i l i d a d e 20 solo saturado com Al solo saturado com solo saturado com K solo saturado com Na Estes comportamentos devem estar relacionados com o grau de interação dos cátions com a superfície de troca o qual é dependente de sua valência 36 Distribuição de s no perfil do solo A distribuição de S no solo varia quantitativamente e qualitativamente sendo influenciada pelo manejo do solo O teor de S diminui com a profundidade devido principalmente ao menor teor de S orgânico o qual tende a representar menor proporção do S total paralelamente ocorre um aumento de teor e da proporção de SO42 com a profundidade TABATAI BREMNER 1972b o que se deve devido à lixiviação de d SO42 as camadas superiores e ao aumento do teor dos constituintes do solo que o adsorvem nas camadas superficiais O padrão de distribuição de SO42 no perfil do solo é marcadamente influenciado pelo manejo do solo Em solos virgens geralmente ocorre o aumento contínuo do teor de SO42 com a profundidade porém com acréscimos relativamente baixos entre as camadas Em solos cultivados geralmente ocorre um aumento abrupto no teor de SO42 na camada imediatamente inferior àquela cultivada Tal comportamento é devido à maior mineralização e à maior perda de SO42 por lixiviação da camada superficial dos solos principalmente daqueles com baixa capacidade de adsorção submetidos ao cultivo e a práticas que diminuem a adsorção d SO42 e como a calagem e a adubação A diminuição do teor de C e N com o aumento da profundidade do solo acompanhando a matéria orgânica no perfil é proporcionalmente maior que a do S Isso determina um decréscimo das relações CS e NS com a profundidade TABATAI BREMNERM 1972b 21 USO DO GESSO NA AGRICULTURA A grande maioria dos solos brasileiros apresentam baixos teores de cálcio e muitos deles são pobres em S além do mais muitos possuem freqüentemente alta saturação de alumínio trocável nas camadas superficiais Estas condições limitam o desenvolvimento em profundidade do sistema radicular das culturas abaixo da camada corrigida pela calagem Estes problemas se agravam em função do clima da região central do Brasil que é caracterizado por uma estação chuvosa intercalada por períodos secos chamados veranicos e uma estação seca bem definida O aprofundamento do sistema radicular das plantas cultivadas no perfil do solo bem como o fornecimento de elementos essenciais como o cálcio e o enxofre que são obtidos dos adubos concentrados podem ser conseguidos através do uso do Gesso agrícola Altas produtividades podem ser obtidas desde de que o produto seja convenientemente usado isoladamente ou associado com calagens e adubações tecnicamente indicadas empregando também variedades melhoradas e as práticas culturais recomendadas O gesso tem sido usado como fertilizante desde as eras gregas e romanas COLLINGS 1955 O seu valor nos Estados Unidos foi demonstrado por Benjamim Franklin que aplicou o Gesso em uma encosta escrevendo a frase This land has been plastered ou seja Este solo foi gessado No lugar da inscrição o capim desenvolveuse mais evidenciado a sua eficiência como adubo No Brasil as primeiras indicações de uso de gesso agrícola são devidas a FW Dafert o sábio austríaco que D Pedro II trouxe para ser o primeiro diretor do Instituto Agronômico de Campinas no fim do século XIX Ele recomendava o Gesso como fonte de cálcio e o seu uso nas esterqueiras para evitar a perda de nitrogênio durante a fermentação As pesquisas no país iniciaramse no começo da década de 70 com um experimento no CPAC em que se testava fontes de P usandose Superfosfato Triplo e Superfosfato Simples Observou se após um veranico que a cultura que recebeu o Superfosfato Simples resistiu ao período seco enquanto a parcela com Superfosfato Triplo não resistiu Aberta uma trincheira verificouse que o sistema radicular da parcela com o Superfosfato Simples estava mais profundo tendo mais água à disposição da planta fato atribuído ao Gesso que faz parte da sua composição 4750 Nos últimos anos o gesso tem sido usado nos solos ácidos como fonte de cálcio e enxofre para as plantas redutor da saturação de alumínio e fornecedor de cálcio para os subsolos 22 1 CONCEITUAÇÕES O sulfato de cálcio pode se apresentar ou ocorrer sob três formas principais a Anidrita b Gipsita Gesso natural gypsum c Gesso Agrícola Fosfogesso phosphogypsum a Anidrita Anidrita ou o sulfato de cálcio anidro é o gesso sem a água de cristalização CaSO4 mais duro que a gipsita e de menor interesse econômico Como a gipsita é encontrada nas rochas sedimentares originárias da evaporação de mares antigos Nas soluções concentradas de cloreto de sódio água do mar na evaporação abaixo de 60oC depositase gipso acima dessa temperatura depositase anidrita As principais jazidas de anidrita do Brasil estão juntas com as de gipso intercaladas nas formações gipsíferas As principais ocorrências de maior interesse econômico achamse nos estados do Maranhão Piauí Ceará Rio Grande do Norte Pernambuco e Rio de Janeiro Utilização Como o sulfato de cálcio diidratado a anidrita também pode ser utilizada no solo e na indústria cimenteira embora se dê mais importância ao segundo Composição química garantias Fórmula química CaSO4 CaO 412 SO3 588 A anidrita é muito pouco solúvel apresentando apenas uma solubilidade de 0067g100ml de água e a uma temperatura de 100º C b Gesso Natural Gipsita O gesso na sua forma diidratada ou seja CaSO42H2O é encontrado naturalmente como conseqüência da evaporação de mares com o nome de gipsita ou gipso Apresentase com densidade de 23 e dureza 2 sob a forma de massa compactas ou com estruturas fibrosa ou compacto e 23 translúcido como na variedade alabastro ou ainda na forma de cristais transparentes geminados com a forma denominada de ferro em lança Também pode ser obtido no processo de extração do sal marinho onde o gipso é o primeiro produto depositado em vista da sua fraca solubilidade Esse gesso de salinas é chamado de arestim e de carago e é impuro contendo carbonato de cálcio algas argila e areia Podese obter em torno de 70kg de gipso por tonelada de sal marinho As jazidas de gipsita no Brasil são imensas constituindo uma garantia de suprimento de gesso Estão nos terrenos cretáceos de formação marinha nos estados de Piauí Pernambuco Ceará e Maranhão principalmente ABREU 1973 Utilidade Foi utilizado como adubo pelos gregos e romanos e no continente americano foi aplicado em pastagens também como fertilizante Seu maior uso no entanto é na fabricação do gessoestuque após aquecimento da gipsita a 260oC quando perde 23 da água de combinação formando uma massa dura Neste caso é usada para moldagem e como isolante É utilizada ainda como cimento e na confecção de argamassas Composição química e garantias variável entre jazidas CaO 325 SO3 466 R2O3Fe2O3 Al2O3 05 Em relação ao Estado de Pernambuco o qual apresenta uma reserva de 700 milhões de t de gipsita e uma produção de gesso de 11 de milhões tano a construção de um ramal ferroviário de 120 quilômetros ligando os municípios de Araripina a Parnamirum no extremo oeste deste Estado é apontada pelos empresários do Pólo Gesseiro da Chapada do Araripe como a única alternativa viável para garantir a expansão da atividade na região responsável por 95 da produção brasileira de derivados de gipsita O projeto orçado em cerca de R 100 milhões traria uma redução média de 22 nos curtos de transporte viabilizando o aumento do uso do gesso no mercado interno e possibilitando a exportação através do Porto de Suape 24 Com o aumento da oferta o mercado interno também sofreria uma expansão Da atual produção de gipsita do Polo do Araripe mais de dois terços 13 milhões de toneladasano são destinados a produção de gesso que podem chegar a mais de 20 itens diferentes O restante 500 miltoneladas ano é enviado diretamente para a indústria cimenteria 4 da mistura final do cimento A redução dos custos logísticos permitiria aumentar de imediato o consumo de gipsita apenas no setor de cimento para 15 milhões toneladasano O transporte ferroviário também poderia proporcionar maior uso do gesso nas regiões dos Vales do São Francisco Pernambuco e Bahia Açu Rio Grande do Norte e Jaguaribe Ceará e nos polos produtores de abacaxi fumo e laranja principalmente como fonte de enxofre e como condicionador de subsolo GOETHE 1999 c Gesso Agrícola Fosfogesso Tratase de sulfato de cálcio obtido como subproduto na obtenção do ácido fosfórico utilizado na fabricação de superfosfato triplo fosfatos de amônio MAP e DAP A indústria nacional de fertilizantes tem como principal fonte de matériaprima os minerais apatíticos que contém fosfatos em teores variáveis e na forma predominantemente tricálcica insolúvel em água O objetivo de tornar solúvel o P presente matériaprima desenvolveramse vários processos No caso da indústria brasileira de fertilizantes observouse o uso crescente do ácido fosfórico o que corresponde à opção de produzir fertilizantes com altos teores de P O processo de obtenção do ácido fosfórico baseiase na ação de um ácido sobre uma rocha fosfática finamente moída previamente purificada e concentrada seguindose a separação e concentração de ácido fosfórico O ácido empregado é o ácido sulfúrico que atacando a rocha fosfática produz ácido fosfórico diluído que é separado do sulfato de cálcio diidratado formado na reação Na Figura 5 está apresentado o esquema simplificado da obtenção dos adubos fosfatados por via ácida com a origem do gesso agrícola MALAVOLTA 1979 A cada tonelada de P2O5 na forma de ácido fosfórico produzido obtémse de 4 a 5 toneladas de fosfogesso No Brasil sua produção é da ordem de milhões de toneladas A reação química do ataque do ácido sulfúrico na rocha é Ca10PO46F2 10H2SO4 20H2O 10CaSO42H2O 6H3PO4 2HF 25 Quando se produz o Superfosfato Simples o Gesso continua no produto final sendo esta a principal diferença entre os dois superfosfatos o Triplo mais concentrado não possui gesso enquanto o Simples com menor teor de P o possui Figura 5 Esquema simplificado dos processos tecnológicos para obtenção de adubos fosfatados O fosfogesso sulfato de cálcio dihidratado apresentase na forma do pó branco Apesar de ser muito pouco solúvel em água o gesso agrícola é mais solúvel cerca de 150 vezes é mais móvel do que o calcário apresentando maiores efeitos em profundidade Assim a solubilidade do gesso em água é de 0204g100ml enquanto que o do CaCO3 é de 00014g100ml a 25ºC VITTI 1987 As impurezas contidas no fosfogesso não limitam seu uso na agricultura e nenhuma purificação é necessária O flúor embora contido em pequenas quantidades pode ser importante para a eliminação de alumínio do solo pois os complexos de alumínio com flúor são mais estáveis do que os formados com o sulfato Para que possa ser transportado manuseado e aplicado é retirado o excesso de umidade do produto Seu custo para o produtor na maioria das vezes é apenas o do frete ou preços muito baixos Utilidade O fosfogesso ao ser aplicado no solo é benéfico para as culturas pois fornece cálcio e enxofre corrige áreas sódicas e melhora o ambiente radicular em profundidade Também pode ser utilizado para condicionar estercos reduzindo as perdas de nitrogênio por volatilização 26 Composição química e garantias provável CaSO42H2O 9650 CaHPO42H2O 031 Ca3PO423CaF2 025 Umidade livre 17 CaO 26 S 15 P2O5 075 SiO2insolúveis em ácidos 126 Fluoretos F 063 R2O3Al2O3F2O3 037 O P é uma impureza importante no caso de aplicações elevadas o P contido no gesso pode ser incorporado á nutrição vegetal como demonstrado por SUMMER et al 1986 para a cultura do milho O flúor é em geral uma impureza desprezada ns considerações sobre o gesso agrícola No entanto o elemento pode ser importante para a eliminação de Alumínio do solo OATES E CALDWELL 1985 constataram a superioridade do gesso agrícola sob o gesso obtido da mineração em reduzir alumínio do solo que foi devido á lixiviação de fluoreto de alumínio Os compostos de Al com flúor dão mais estáveis ao contrário dos formados com sulfatos Além disso é provável que em solos ácidos a fase que controla a solubilidade do flúor seja AlF3 enquanto que em solos ligeiramente ácidos essa solubilidade seja controlada pela CaF2 fluorita Assim podese esperar que o flúor do gesso agrícola que nesse produto vem ligado ao cálcio em solos ácidos liguese ao alumínio formando complexos solúveis e lixiviáveis no solo Por outro lado os baixos teores do flúor contido no gesso podem limitar a ação do elemento sobre o alumínio do solo 2 QUÍMICA DO GESSO AGRÍCOLA NO SOLO a Dissociação CaSO42H2O Ca2 SO42 CaSO40 H2O 27 Os íons Ca2 e SO42 irão participar de troca catiônica e aniônica respectivamente enquanto que o CaSO40 segundo PAVAN et al 1982 é móvel no perfil do solo contribuindo para o movimento de complexos químicos solúveis neutros CaSO40 MgSO40 K2SO40 para o subsolo b Gesso e pH do solo O gesso não altera o pH do solo pois o mesmo apresenta uma base SO4 derivada de ácido forte conforme o mecanismo abaixo simplificado 1 CaSO42H2O Ca SO4 2 SO4 2H H2SO4 Como o H2SO4 é um ácido forte permanece dissociado 3 H2SO4 2H SO4 não havendo portanto neutralização do H c Correspondência entre o gesso aplicado e os teores de cálcio do solo Considerando a aplicação de 1 tha de gesso com 17 de umidade teríamos a 1t gesso 830 kg CaSO42H2O b CaSO42H2O Ca 172 kg Mol 40 kg 830 kg x x 19302 kgha Ca c n eq g Ca m kg 19302 96 eq kg Caha Eq 20 H2O 170 kg H2O 28 d Partindo de 1 meq g Ca100g temse 1 meq g Ca 100g solo y 2109 g 1 ha y 2x107 meq g 20 eq kg Caha e 1 meq g Ca 20 eq kg Ca z 96 eq kg Ca z 048 meq g Ca100ml TFSA ou z 48 50 mmolc Cadm3 ou 05 cmolc Cadm3 Logo a aplicação de 10 tha de gesso agrícola com 17 de umidade corresponde ao fornecimento de 50 mmolc Ca100ml TFSA 3 EMPREGO DO GESSO AGRÍCOLA O gesso agrícola apresenta inúmeras utilizações no sistema agropecuário conforme abaixo discriminado a Efeito fertilizante b Correção de solos sódicos c Condicionador de subsuperfície d Condicionador de estercos e Preventivo de enfermidades de plantas 31 Efeito Fertilizante Como fertilizante o gesso agrícola pode ser utilizado como fontes de enxofre e de cálcio 29 a Fonte de Enxofre A utilização do gesso como fertilizante data de épocas remotas desde os tempos da Grécia e Roma antigas tendo sido também utilizado amplamente na Europa e nos Estados Unidos sendo que inclusive Benjamin Franklin foi um dos incentivadores dessa prática COLLINGS 1955 Os dois principais motivos das altas respostas à aplicação de enxofre em nossas culturas são devidos à a Baixo teor de enxofre no perfil dos solos tropicais b Aumento significativo no uso de adubos simples e de fórmulas de fertilizantes concentradas isentas em enxofre como a uréia o superfosfato triplo e os fosfatos de amônio MAP e DAP Na Tabela 3 são apresentados efeitos positivos da aplicação do gesso agrícola na produção de grãos de soja e de feijão em solos do Estado de São Paulo Tabela 3 Efeitos da aplicação de gesso agrícola na produção de grãos de soja e feijão em solos do Estado de São Paulo VITTI MALAVOLTA 1985 Tipo de Solo Cultura kgha Gesso Gesso Diferença Latossolo Roxo Soja 1789 1306 483 Latossolo Vermelho Amarelo fase arenosa Soja 1608 1258 350 Latossolo Vermelho Escuro fase arenosa Soja 1616 1130 426 Arenito Botucatu Soja 1608 1258 350 Podzólico Vermelho Amarelo Var Laras Feijão 2216 1961 255 Podzólico Vermelho Amarelo Var Laras Feijão 872 550 322 Latossolo Vermelho Escuro fase arenosa Feijão 1699 1104 595 Em todos os ensaios foi utilizado 100 kgha de gesso exceção ao último no qual foi empregado 250 kgha Na Tabela 4 está apresentando o efeito da aplicação de gesso agrícola na cultura do café Tabela 4 Resposta do cafeeiro a doses de enxofre como gesso em kgha de café beneficiado média de oito produções Doses de S kgha Produções Médias kgha 0 1345 168 2079 336 2386 672 2446 1345 2214 30 Os efeitos benefícios da aplicação de gesso em pastagens com fonte de enxofre foram amplamente abordados por VITTI NOVAES 1986 e por WERNER MONTEIRO 1988 O enxofre desempenha na planta funções vitais por ser componente dos aminoácidos essenciais metionina e cistina participar no metabolismo protéico das albuminas bem como por estar ligado às vitaminas biotina e tiamina ALLAWAY THOMPSON 1966 Em leguminosas sua importância aumenta ainda mais devido ao papel que exerce no processo de fixação de N2 além da sua função na transformação do N não proteico quer absorvido do solo quer o fixado da atmosfera em proteína WERNER MONTEIRO 1988 Do exposto acima observase que o fornecimento adequado de enxofre para as plantas deverá entre outros objetivos além de visar a maximização da produção também aumentar o conteúdo de aminoácidos sulfurados na dieta animal e humana Quanto as recomendações de utilização do gesso agrícola como fonte de enxofre sugerese a sua aplicação em área total em préplantio numa dosagem que além do suprimento adequado do enxofre também permita operacionalidade quanto a aplicação Assim podese sugerir a dose de 500 kg ha1 de gesso cerca de 75 kgha de enxofre No caso de uma cultura anual essa dosagem permite o fornecimento de S por aproximadamente 3 três safras agrícolas No caso de pastagens já instaladas pode ser aplicado o gesso após o rebaixamento do pasto enquanto que numa cultura de café aplicação direcionada na linha de cultura As respostas ao gesso agrícola serão mais consistentes quando os teores de SSO4 na análise de solo revelarem os valores conforme apresentado na Tabela 3 b Fonte de Cálcio A principal fonte de cálcio para as plantas é o calcário Entretanto em certas situações de solo e cultura pode ser utilizado o gesso agrícola como fonte de cálcio Em termos de solos o gesso agrícola pode ser empregado naqueles com relação CaMg 2010 com níveis de Mg acima do nível crítico e com valores de pH e V adequados Assim o uso do gesso visa elevar nesses casos a relação CaMg melhorando a nutrição das plantas e a estrutura do solo Para cálculos de doses de gesso a serem utilizadas é necessário lembrar que a adição de 10 tha de gesso com cerca de 20 de unidade eleva o teor de Ca da análise do solo em 50 mmolcdm3 31 Em termos de plantas o gesso agrícola tem demonstrado excelentes resultados em culturas exigentes eou sensíveis ao cálcio como Amendoim Batata Tomate Maça Café Citros O amendoim é uma das culturas que apresenta maior potencial de resposta ao gesso agrícola pelos seguintes motivos a Por ser cultivado principalmente em áreas de reforma de canadeaçúcar com aplicação de calcário praticamente simultânea ao plantio dessa leguminosa b Pela alta exigência e pelas funções desempenhada pelo cálcio Assim o amendoim extrai de 113 a 200 kgha1 de Ca SICHMANN et al 1970 desempenhando as seguintes funções promove casca firme e sadia diminui vagens chochas melhora formação dos frutos promove maior fertilidade das flores aumenta o número de ginóforos e o crescimento das raízes além de controlar doenças causadoras de podridões do solo Por outro lado o cálcio é relativamente imóvel na planta sendo translocado em quantidades insuficientes para atender as exigências dos pontos de crescimento ativo da mesma Assim MALAVOLTA et al 1967 citam que 93 do elemento absorvido pelas raízes encontramse na parte vegetativa enquanto que SAVY Fº 1971 cita que ensaios utilizando radioisótopos o Ca absorvido pelas raízes translocase por toda a planta menos para os frutos Entretanto para compensar a baixa mobilidade desse nutriente quando absorvido pelas raízes o amendoim também absorveo pelos órgãos frutíferos dos ginóforos ou de frutos em formação GEUS 1973 Na Figura 3 é apresentada a de distribuição de Ca e S nas diversas partes da planta quando os mesmos são absorvidos pela zona das raízes ou pela de frutificação observando que esta última responde por aproximadamente 90 do Ca dos grãos CHAHAL VIRMANI 1973 Em vista do exposto concluise que tornase fundamental para obtenção de alta produtividade e de qualidade a presença desse nutriente na zona e no período de formação dos frutos fato esse que pode ser conseguido pela aplicação de gesso em cobertura na linha de plantio ou em área total e no início de florescimento Essa prática é amplamente utilizada em regiões de cultivo de amendoim dos Estados Unidos COLLINGS 1955 HENNING Mc GILL 1979 e COX et al 1982 e da Europa GEUS 1973 em doses variáveis de 450 a 700 kgha de gesso 32 Em nossas condições PIVETTA 1978 e FERREIRA et alii 1979 estudando efeito de épocas e doses de gesso em amendoim cultivar Tatu VS3 verificam que a dose de 500 kgha de gesso e aplicada no início do florescimento promoveu as maiores produções com aumentos na ordem de 30 de amendoim em casca Em amendoim das águas em Mococa QUAGGIO et al 1982 partiram da produção de 1067 testemunha sem gesso para 2017 kgha aplicação de 10tha de gesso em cobertura em área total isto é um aumento de cerca 1000 kgha de vagens Em experimento conduzido na Usina Bonfim em GuaribaSP CRUZ VITTI 1988 obtiveram aumento de 33 sacasha pela aplicação de 10tha de gesso conforme Tabela 5 Figura 6 Zonas de absorção e porcentagem de distribuição de Ca e S em amendoim Tabela 5 Efeito do gesso em amendoim Tatu V53 em Latossolo textura média de GuaribaSP CRUZ VITTI 1988 Gesso tha Grãos kgha Sacosha Aumento 0 3281 131 0 500 3510 140 7 1000 4114 164 25 1500 3972 159 21 Assim podem ser recomendadas de 500 aplicação localizada a 1000 kgha aplicado em área total em cobertura no início do florescimento Na cultura da batata principalmente em cultivares suscetíveis à deficiência de cálcio como Aracy Baraka Panda aplicar até 20tha de gesso após a aplicação do calcário MIRANDA Fº 1996 O tomateiro principalmente o estaqueado é muito sensível à podridão apical distúrbio causado dentre outros fatores pela deficiência de cálcio na zona do pistilo Assim o fornecimento de fontes de cálcio mais solúveis em relação ao calcário como o gesso agrícola tem reduzido a ocorrência desse distúrbio 33 Na macieira o distúrbio denominado de bitter pit tem indicado que a deficiência de cálcio é a única causa que tem sido comprovada com sucesso Nos frutos dessa frutífera ocorrem manchas deprimidas e de coloração escura que aparecem sobre a película devido a morte das células No Estado do Paraná PAVAN tem conseguido diminuir a incidência desse distúrbio pela aplicação do gesso em relação ao uso do calcário Para uma produção de 15tha a macieira extrai 150 kg Ca superior ao potássio que é de 126 kg K Na cultura de citros que extrai em média 163kgha de Ca contra 117 kgha de K os resultados de respostas a aplicação de gesso foram amplamente discutidas em VITTI et al 1996 32 Correção de solos sódicos Os solos sódicos CE 4 dsm pH 85 e Na 15 coloração escura ocorrem em regiões áridas ou semiáridas como em alguns locais do nordeste brasileiro com elevada proporção do elemento Na em seu perfil Esse excesso de Na pode impedir o desenvolvimento das plantas seja pela toxidez do mesmo seja pelas limitações físicas principalmente pela dificuldade na penetração e circulação do ar e da água e consequentemente do sistema radicular A aplicação e incorporação do gesso ao solo com posterior irrigação torna o solo agricultável através da substituição do Na adsorvido à argila pelo Ca do corretivo conforme descrito em ABROL et al 1975 e ZARUBINA 1976 A reação de troca pode ser assim esquematizada Na ARGILA CaSO4 ARGILA Ca Na2SO4 Na Solo sódico Gesso Solo normal Lavagem Assim para que ocorra a recuperação do solo é necessária uma boa drenagem facilitando a infiltração da água com o deslocamento do sulfato de sódio Existem diversas metodologias para estimar a necessidade de gesso para correção de solos sódicos Schoonover citado por RICHARDS 1974 recomenda agitar amostras de solos em solução saturada de CaSO42H2O 28 mmolcl determinandose ao final o cálcio remanescente em solução É útil quando se desconhece a CTC e a PST do solo Conhecendose esses parâmetros a necessidade de gesso pode ser estimada pela expressão 34 NG kgha PSTI PSTF x CTC x 86 x h x ds 100 onde NG necessidade de gesso kgha levandose em consideração aproveitamento total do cálcio adicionado PSTI PSTF diferença entre a porcentagem de saturação de sódio inicial existente no solo e a final desejada CTC capacidade de troca catiônica do solo cmolckg1 86 peso do equivalente grama do gesso h profundidade do solo que se deseja recuperar cm ds densidade do solo gcm3 As quantidades de gesso necessárias para a correção de solos sódicos apresentadas por USDA 1954 estão apresentadas na Tabela 6 Tabela 6 Relação entre as quantidades de gesso ou de enxofre e de sódio trocável USDA 1954 Na meq100 g Gesso tha S tha 1 42 077 2 84 154 3 126 233 5 210 388 8 336 621 10 420 777 Correção na profundidade de 030 cm Comparando o gesso proveniente de jazidas gipsita e o industrial gesso agrícola KEREN SHAINBERG 1981 observaram que a taxa de dissolução do gesso agrícola foi maior do que a do gesso de jazida Assim o tempo para atingir 50 de saturação de cálcio em solução com a gipsita foi 9 nove vezes maior em relação ao gesso agrícola o qual foi também mais afetivo em manter a velocidade final de infiltração de água no solo Observação Em regiões canavieira o gesso agrícola pode ser utilizado para recuperação de áreas denominadas de sacrifício isto é áreas utilizadas como despejo de vinhaça e apresentando portanto 35 excesso de potássio K O princípio de recuperação é o mesmo utilizado quando do excesso de Na isto é aplicação do gesso e lavagem do K2SO4 com água 33 Condicionador de subsuperfície a Aspectos gerais O uso do gesso agrícola é indicado para condicionamento de solos diminuição da toxidez de alumínio A grande maioria dos solos brasileiros apresentam condições de alta saturação de Al 3 e ou baixos teores de Ca e Mg nas camadas superficias e subsuperficias o constitui uma barreira química pra o desenvolvimento do sistema radicular de muitas plantas de interesse econômico Essa limitação reduz o volume a ser explorado pelas raízes e conseqüentemente diminui a capacidade da planta de extrair água e nutrientes do solo situação que pode se agravar na ocorrência de veranicos Nos solos tropicais principalmente naqueles sob vegetação de cerrado a deficiência de cálcio associada ou não à toxidez de alumínio é uma constante ocorrendo tanto na camada arável mas também abaixo desta Tal fato é de extrema importância pois estas características interferem no desenvolvimento do sistema radicular Tabela 7 tornando mais crítica a deficiência de água quer por interferir na absorção e transporte de nutrientes como P Ca Mg e K contribuindo ademais para a fixação de P no solo OLMOS CAMARGO 1976 Tabela 7 Comparação da profundidade média do sistema radicular de diferentes culturas REGIÃO CULTURA Profundidade do sistema radicular cm Brasil Feijão 20 Milho 20 Cana de açúcar 60 Outros países Feijão 50 70 Milho 100 170 Cana de açúcar 120 200 Fonte Kafler 1986 O calcário tem contribuído de modo eficaz para superação desse problema na camada arável Entretanto a calagem não tem sido eficiente para a correção da acidez e a deficiência de cálcio em 36 tempo razoável para o plano potencial de produtividade das culturas SOUZA et al 1996 Assim a utilização de gesso tem sido muito mais efetiva no aumento dos teores de cálcio e na diminuição da saturação por alumínio e consequentemente em maior volume de solo explorado pelas raízes permitindo as plantas superar verânicos e utilizar com maior eficiência os nutrientes aplicados e existentes no solo A calagem apesar de ser uma prática reconhecidamente eficiente para a correção de solos só tem efeito na profundidade onde foi incorporado o Calcário em geral 2025cm Abaixo desta profundidade dificilmente haverá possibilidade de incorporação por falta de maquinário adequado e grande gasto de energia na operação O efeito pode manifestarse em profundidades maiores quando são usadas doses relativamente pesadas de corretivos e de boa qualidade e há tempo suficiente No caso de culturas perenes e pastagens já implantadas o efeito do calcário é mais superficial ainda O gesso agrícola apesar de não corrigir o pH tem a propriedade de penetrar mais facilmente no perfil do solo fornecendo cálcio e magnésio em profundidade e reduzindo a saturação de alumínio no subsolo de maneira a permitir o aprofundamento das raízes Figura 7 Figura 7 Efeito do calcário e do gesso na distribuição do cálcio no perfil do solo 37 b Mecanismos de ação do gesso como melhorador do ambiente radicular Conforme já abordado no item 2 dois o gesso em contacto com a umidade do solo irá dissociarse principalmente nas seguintes espécies iônicas H2O CaSO42H2O Ca SO4 CaSO40 A mobilidade dos íons Ca ácido forte no solo depende na presença da solução do solo de uma base forte Assim a presença de compostos químicos contendo uma base forte como por exemplo o SO4 e ainda no caso do gesso agrícola o F favorece a formação do par de íons solúvel CaSO40 o qual pelas características de carga zero pode movimentarse livremente no perfil de um solo apresentando excessos de cargas positivas ou negativas PAVAN 1984 Além do aumento de cálcio em profundidade é importante conhecer as várias espécies de alumínio Al em solos ácidos para o cálculo real da atividade dos íons Al3 PAVAN et al 1982 Assim PAVAN BINGHAM 1982 verificaram que apenas as espécies Al3 e AlOH2 foram absorvidas por raízes de cafeeiro sendo que a associação iônica do Al3 com OH AlOH2 e AlOH30 e com SO42 AlSO4 diminui a absorção do alumínio Estudando os efeitos dos íons SO42 e Cl na distribuição de espécies de alumínio em relação ao crescimento radicular de mudas de cafeeiro PAVAN 1984 apresenta que apesar da concentração de alumínio solúvel AlT ser maior nos solos tratados com CaSO42H2O do que com CaCl2 a concentração de Al3 era menor na solução do solo tratados com gesso em razão do maior grau de complexação com o SO42 formando AlSO4 par iônico este que minimizou os efeitos tóxicos do Al no cafeeiro conforme apresentado na Tabela 8 Tabela 8 Crescimento radicular de cafeeiros em equilíbrio com CaCl2 e CaSO4 001M PAVAN 1984 Solo CaSO4 Peso CaCl2 Peso AlT Al3 AlOH2 AlSO4 raiz AlT Al3 AlOH2 AlCl2 raiz x 104 molesl gplanta x 104 molesl gplanta 1 604 223 338 78 564 550 014 32 2 255 093 007 155 142 214 200 014 80 De modo simplificado as reações do gesso agrícola que ocorrem no subsolo melhorando o ambiente radicular são 38 1 Dissociação do CaSO40 em profundidade CaSO42H2O Ca SO4 2 Troca iônica entre o Ca2 do gesso e o Al3 adsorvido a fração argila Al3 Ca ARGILA 3Ca ARGILA Ca 2Al3 Al3 Ca 3 Complexação do Al3 pelo SO42 Al3 SO42 AlSO4 Não tóxico Portanto as ligações do Al3 com bases fortes ex SO4 proporcionam alterações na valência raio iônico e energia livre do produto de associação diminuindo a absorção de Al pelas raízes PAVAN BINGHAM 1982 Analisando as equações acima podese concluir que o gesso agrícola melhora o ambiente radicular pelas seguintes razões 1 aumento do cálcio em profundidade 2 diminuição na saturação por alumínio Al m x 100 Al Ca Mg K isto é pelo aumento do Ca na CTC efetiva 3 diminuição na absorção de Al pelas raízes devido a formação de AlSO4 Na Figura 8 está apresentado graficamente a distribuição de raízes de milho no perfil do solo pela aplicação do gesso agrícola em comparação com o uso do calcário enquanto que a Tabela 9 apresenta o efeito de doses de gesso e condições de déficit hídrico a qual mostra que a produção de grãos de milho após 25 dias sem irrigação foi 68 maior no tratamento em que se aplicou 60tha de gesso SOUZA RITCHEY 1986 39 Figura 8 Distribuição relativa do sistema radicular do milho Cargill III cultivado no período seca de 1983 90 dias após a emergência lançamento de espiga com e sem aplicação de gesso no perfil de um solo LE argiloso Tabela 9 Efeito de doses de gesso e condições de déficit hídrico na produção de grãos de milho cv Cargill III em um LE de Cerrado na estação seca de 1983 Gesso Dias sem irrigação tha 0 25 0 4201 a 2706 c 2 3691 b 4 3794 b 6 6052 b 4545 a A adição do gesso em solos que apresentam limitações de natureza química para o desenvolvimento de raízes propicia um sistema radicular melhor distribuído Um grande número de experimentos conduzidos na Geórgia EUA e na África do Sul têm ilustrado o efeito do gesso como melhorador do ambiente radicular Trabalhos realizados na Geórgia EUA em três tipos de solos utilizandose 5 t de gesso agrícola por hectare mostraram um sensível aumento na capacidade de infiltração de água do solo o que levou a uma diminuição na perda de solo por erosão A Cultura perene mais utilizada em termos de utilização do uso do gesso agrícola é o café Vários trabalhos evidenciam o aumento da produtividade bem como na porcentagem relativa de plantas normais sem folhas cloróticas Trabalho realizado na EPAMIG mostra os efeitos corretivos do calcário e do gesso agrícola nas camadas subsuperficiais do solo verificandose o efeito do gesso na produção do cafeeiro Os resultados estão apresentados na figura e mostram a superioridade da parcela de 40 gesso agrícola onde em 5 anos obtevese um acréscimo de até 90 sacos de café beneficiado por hectare c Diagnóstico para recomendação do gesso agrícola Para recomendação de gesso agrícola como condicionador de subsuperfície recomendase 1 Proceder amostragem do solo nas profundidades de 20 a 40 e de 40 a 60 cm para culturas anuais e além dessas de 6080cm para culturas perenes eou 2 Proceder abertura de trincheiras principalmente em culturas perenes para observação do sistema radicular 3 Teste biológico Quanto ao primeiro diagnóstico 1 o mesmo consiste em análises de amostras de solo retiradas nas profundidades citadas Assim amostras que revelarem as características abaixo apresentam possibilidade de resposta ao gesso Ca 40 mmolcdm3 ou 04 cmolcdm3 eou Al 50 mmolcdm3 ou 05 cmolcdm3 eou Saturação por alumínio m 30 CFSEMG 1989 Quanto ao segundo diagnóstico 2 consiste na abertura de trincheiras de aproximadamente 100 cm de profundidade localizandose entre duas plantas da cultura perene citros café etc a qual se entende até o meio da entrelinha sendo que a largura da mesma deve permitir a entrada de uma pessoa MAZZA et al 1994 Nesse caso duas situações podem ocorrer 21 limitação do desenvolvimento do sistema radicular pela presença de camadas compactadas detectadas através da resistência do solo à penetração de uma faca 22 limitação do desenvolvimento do sistema radicular associada a baixos teores de Ca ou elevados teores de Al ou de m Sugerese ainda que após a abertura da trincheira seja efetuada uma lavagem do perfil do solo com auxílio de jato dágua através do uso da mangueira da bomba de 41 pulverização expondo dessa forma o sistema radicular da planta no perfil do solo e permitindo uma avaliação visual do desenvolvimento e da profundidade atingida pelo mesmo Quando da ocorrência da primeira situação b1 a principal prática é a de subsolagem devendo a mesma ser executada em ruas alternadas completandose o trabalho no ano seguinte dandose preferência para a realização da mesma de meados ao final do período seco Quando da ocorrência da segunda situação 22 isto é sem camadas compactadas e sem desenvolvimento do sistema radicular a prática mais recomendada é a utilização do gesso VITTI et al 1996 3 Teste biológico O teste é realizado através de dois tratamentos com duas repetições Um dos tratamentos consiste em adicionar uma parte da amostra de terra coletada em subsuperfície seca e peneirada em malha de 2 mm em um copinho plástico 200 ml com pequenos furos no fundo O outro tratamento obtêmse misturando a terra em outro copinho idêntico com uma colher de café com gesso A terra dos copinhos deve ser umedecida com aproximadamente 70 ml de água semeandose logo após de 3 a 5 sementes prégerminadas em papel toalha da espécie vegetal que se pretende cultivar na área Manter os copinhos cobertos e após 4 dias desmontálos quatro no total dois com e dois sem gesso separando as plantas da terra Medir o comprimento da raiz principal de todas as parcelas calcular as médias e então relacionar as medidas A interpretação do teste é fornecida na Tabela 10 SOUZA et al 1996 Tabela 10 Interpretação do teste biológico de crescimento de raízes quanto a possibilidade de resposta a gesso agrícola na melhoria do ambiente radicular em subsuperfície SOUZA et al 1996 Relação do comprimento de raízes raiz terragessoraiz terra sem gesso Possibilidade de resposta ao gesso 115 baixa 115 a 130 média 130 alta É importante ressaltar que quanto ao tipo de solo o gesso tem maiores possibilidades de resposta em Latossolos e Areia Quartzosa isto é com maior capacidade de infiltração da água conforme observado por YAMADA 1989 e VITTI et al 1992 tendo esses últimos autores trabalhado com a cultura da canadeaçúcar 42 d Critérios de recomendação Uma vez constatada a necessidade de se aplicar o gesso agrícola como condicionador de sub solo a dose será definida em função 1 do teor de argila das amostras de terras das camadas subsuperficiais do solo segundo os seguintes critérios 11 Culturas anuais NG kgha 50 x argila ou 50 x argila gkg1 12 Culturas perenes NG kgha 75 x argila ou 75 x argila gkg1 SOUSA et al 1996 2 Na classificação textural A recomendação de gesso baseada na classificação textural do solo está apresentada na Tabela 11 Tabela 11 Recomendação de gesso agrícola em função da classificação textural do solo para culturas anuais e perenes SOUZA et al 1996 Textura do solo Dose de gesso agrícola Culturas anuais Culturas perenes kgha1 Arenosa 15 argila 700 1050 Média 16 a 35 argila 1200 1800 Argilosa 36 a 60 argila 2200 3300 Muito argilosa 60 argila 3200 4800 3 Na textura do solo e no tipo de forrageira WERNER et al 1996 Esses autores recomendam a utilização do gesso agrícola apenas para alfafa e leguminosas do Grupo I soja perene leucena desmódio e trevos utilizandose da seguinte expressão NG kgha 60 x argila ou 60 x argila gkg1 43 4 Na cultura da canadeaçúcar Quando as amostras de solo da subsuperfície revelarem saturação por bases V menor do que 30 recomendase gesso agrícola conforme a seguinte equação 50 V1 T SB 100 onde SB quantidade de bases a ser adicionada ao solo para se atingir V50 na camada de 20 a 40 cm mmolcdm3 V1 saturação por bases atual do solo na camada de 2040 cm T capacidade de troca catiônica na camada de 20 a 40 cm mmolcdm3 estando os dados de recomendação apresentados na Tabela 12 Para elaboração dessa tabela considerouse que a utilização de 10tha de gesso eleva o teor de bases do solo em 50 mmolcdm3 VITTI MAZZA 1998 Tabela 12 Quantidade aproximada de gesso seguindo o critério anteriormente recomendado VITTI MAZZA 1998 T mmolcdm3 V Gesso tha 30 10 1020 2035 20 15 10 3060 10 1020 2035 30 20 15 60100 10 1020 2035 35 30 25 Obs A utilização de 10 tha de gesso eleva o teor de Ca do solo a 50 mmolcdm3 A aplicação do gesso deve ser feita em área total após a aplicação do calcário não havendo obrigatoriamente necessidade de sua incorporação Esse material apresenta efeito residual sendo que sua reaplicação é função de reanálises de amostras de solo às profundidades já citadas 44 Há também a possibilidade de aquisição de produtos comerciais contendo misturas de calcário dolomítico 70 com gesso agrícola 30 Nesse caso calculase a dose de calcário recomendada levandose em consideração o PRNT da mistura d Tipo modo e época para aplicação do gesso agrícola TIPOS DE APLICAÇÃO Entendese por esse tipo de aplicação do gesso agrícola a sua distribuição a lanço ou em covas de plantio Aplicação a lanço é a maneira mais comum de distribuição que consiste na aplicação uniforme do produto na superfície do terreno e posterior incorporação ou não ao solo Pode ser usada para culturas anuais ou perenes Aplicação em sucos e covas pode ser feita colocando o gesso isolado ou misturado com corretivos e fertilizantes É recomendado para algumas culturas anuais e na implantação das perenes MODOS DE APLICAÇÃO Podese citar 4 formas de aplicação do gesso agrícola aplicação isolada gessagem aplicação de gesso associado com calcário aplicação de gesso associado com fosfato natural A aplicação isolada pode ser recomendada quando o produto for aplicado em pequenas doses para fornecer cálcio e enxofre para a correção de solos com excesso de sódio onde são usadas doses maiores do produto para elevação da relação cálciomagnésio ou quando as camadas superficiais dos solo estão adequadamente corrigidas e no subsolo existe muito alumínio tóxico ou baixos teores de cálcio A aplicação de gesso associado com calcário pode ocorrer em dois modos aplicação de calcário e logo em seguida a aplicação de gesso aplicação simultânea de calcário gesso misturado previamente 45 A aplicação de gesso associada ao fosfato natural tem demonstrado bons resultados principalmente na recuperação de pastagens degradadas ÉPOCAS DE APLICAÇÃO Podese ter a aplicação com antecedência ao plantio associado ou não ao calcário quando utilizado como corretivo ou durante o plantio aplicado com doses menores em sulcos covas ou em cobertura quando utilizados como fertilizantes A aplicação de gesso em cobertura pode ser recomendada para as culturas de amendoim pastagens macieiras etc Para o amendoim a aplicação é feita ao lado da planta antes da ocasião do florescimento No caso de pastagem o gesso é aplicado de preferência no início das águs com a pastagem rebaixada pelo pastoreio intensivo ou pelo uso de roçadeira ou implemento equivalente Épocas e modo de aplicação para os fertilizantes contendo S As aplicações de fertilizantes contendo S dependem dos nutrientes contidos nas mesmas e as exigência das culturas Assim par ao sulfonitrato de amônio e o sulfato de amônio parte é empregada na mistura de fertilizantes aplicadas no plantio e a maioria é adicionada em cobertura em forma parcelada para garantir a disponibilidade de N e S O sulfato de potássio é adicionado preferencialmente no sulco na época de plantio mas também pode ser usado na cobertura O superfosfato simples o gesso ou melhor as misturas superfosfato simples superfosfato triplo e superfosfato triplogesso nas culturas anuais devem aplicar no sulco no plantio e em culturas perenes nas covas de plantio e após em sulcos na primeira adubação anual 46 Tabela 13 Fertilizantes fonte de S Fertilizantes N P2O5 K2O CaO MgO S Nitrato sulfato de amônio 23 0 0 0 0 15 Fosfossulfato de amônio 16 20 0 0 0 14 Sulfato de amônio 20 0 0 0 0 23 Sulfonitrato de amônio 30 0 0 0 0 5 Uréia gesso 17 0 0 28 0 15 Uréiaenxofre 7074 0 0 0 0 1014 Superfosfato simples 0 20 0 26 0 12 Superfosfato duplo 0 30 0 25 0 8 Gesso 0 0 0 2830 0 1516 Sulfato de potássio 0 0 5052 0 0 1718 K Mag sulfato duplo de K e Mg 0 0 22 0 18 22 Sulfato de magnésio 0 0 0 0 1617 1314 Kieserita 0 0 0 0 27 2122 Enxofre elementar 0 0 0 0 0 9899 Ácido sulfúrico 0 0 0 0 0 3 Fonte MALAVOLTA 1982 e Viabilidade econômica Os três principais polos de oferta do gesso agrícola são UberabaMG CubatãoSP e Jacupiranga SP Para a grande fronteira agrícola ou seja a região dos cerrados induvitavelmente o polo mais importante é o de Uberaba pois o preço do gesso é dependente praticamente do frete de transporte Considerandose apenas o efeito do gesso como fonte de enxofre SOUZA et al 1996 desenvolveram estudo de sua viabilidade econômica através de duas alternativas de adubação para a cultura da soja ou seja a 500 kghaano 02020 a qual fornece 20 kg Shaano e b 400 kghaano 0 2525 que não contém S mais 1000 kg de gesso agrícolaha apenas no primeiro ano O resumo dos resultados obtidos estão apresentados na Tabela 14 47 Tabela 14 Distância em que o gesso agrícola pode ser transportado economicamente considerando o efeito residual e seu benefício como fonte de enxofre para as culturas SOUZA et al 1996 Dose Efeito residual Distância kgha anos km 1000 5 1800 2000 10 1800 3000 15 1800 34 Uso do gesso como condicionador de estercos A utilização de superfosfato simples contendo aproximadamente 50 de gesso em sua composição na diminuição de perdas de amônia NH3 em estercos é há tempo conhecida conforme dados ilustrados na Figura 9 a qual mostra que durante o processo de cura do esterco é perdido até 56 de amônia enquanto que a adição de superfosfato simples diminui as perdas para apenas 3 PERDA DE AMÔNIA Esterco sem cobertura 56 Cobertura com fosfato natural 45 Cobertura com palha 19 Cobertura com superfosfato simples pó 3 Figura 9 Perdas de amônia durante a fermentação de esterco Resultados semelhantes podem ser conseguidos através da adição do gesso agrícola o qual reagindo com o amônio NH4 irá fixálo na forma de sulfato de amônio diminuindo portanto a reação do NH4 com o OH e consequente formação de NH3 conforme esquema abaixo simplificado N orgânico NH3 H2O NH4 OH CaSO4 2H2O Ca SO4 NH4 SO4 NH42SO4 Outras vantagens da combinação do gesso com o esterco é o enriquecimento do mesmo em nutrientes Ca e S e a redução do odor desagradável do esterco puro e auxiliar no controle de certas 48 efermidades dos animais presentes no local É possível tal efeito ser devido ao enxofre que por natureza é antimicótico ou seja produto utilizado para combater as micoses TRANI 1982 Quanto as doses recomendadas com esta finalidade pode ser sugerida a de 100 kg de gesso agrícola por tonelada de estercos VITTI 1997 Quando de uso de gesso em função do tipo de estercos de diversos animais estabulados MALAVOLTA et al 1981 sugerem as recomendações apresentadas na Tabela 15 Tabela 15 Quantidade de gesso a adicionar em função do tipo de esterco MALAVOLTA et al 1981 Esterco kg gessodia1 Gado e cavalo 025 a 050 kgcabeça Porco e ovelha 0125 a 025 kgcabeça Galinha e frango 025kg100 cabeças 35 Preventivo de enfermidades de plantas Provavelmente em função de duas características do gesso a melhoria na taxa de infiltração de água ao longo do perfil do solo em função da floculação da argila melhor estruturação dos agregados reduzindo o encrostamento do solo conforme observado na Tabela 16 Tabela 16 Efeito da aplicação superficial de 20 tha de gesso agrícola na emergência de plântulas de algodão MILLER 1988 Tratamento Dias após a emergência 3 4 5 9 12 Emergência Controle 12 22 35 56 68 Gesso agrícola 37 45 55 69 79 b Fonte de cálcio fundamental no desenvolvimento e vigor do sistema radicular Assim o gesso agrícola tem contribuído na diminuição de certas enfermidades de ocorrência comum em plantas novas seedlings GILL 1972 avaliou o efeito da adição de gesso eou dolomita sobre a incidência de Pythium myriothylum e Pythium dermatum em plântulas de tomateiro conforme dados apresentados na Tabela 17 Analisando esses dados observase que adição de gesso ou de gesso mais dolomita não teve nenhum efeito sobre as mudas de tomateiro em solos não infestados pelos fungos citados porém em solos infestados pelos mesmos houve aumentos significativos de mudas radicais 49 em relação à testemunha enquanto que a adição exclusiva de dolomita não reduziu a incidência de Pythium Tabela 17 Efeito da adição de cálcio em substrato infestado ou não com Phythium spp sobre a média percentual de plantas sadias de tomate Fontes de Ca Dose Média de plantas sadias tha pH Não infestado Infestado com P myriotylum Infestado com P dermatum Gesso 10 43 793 a 568 a 513 a Gesso 5 42 843 a 718 a 498 a GessoDolomita 5 55 883 a 443 b 165 b Dolomita 5 63 915 a 40 c 98 b Dolomita 10 62 908 a 10 c 95 b Testemunha 5 43 810 a 10 c 228 b Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan 5 0 a 15 cm de profundidade Em relação à cultura do amendoim a aplicação de gesso reduziu a podridão das raízes causada por Pythium myriotylum e um colapso das vagens causado provavelmente por Rhizoctonia solani GARREM 1970 Em plântulas de trigo VANTERPOOL 1940 também encontrou diminuição de podridão de raízes causada por Pythium spp pela utilização de gesso BIBLIOGRAFIA ABREU SF Recursos minerais do Brasil 2ª Ed São Paulo Edgard Blucher Ed da Universidade de São Paulo Rio de Janeiro Instituto Nacional de Tecnologia 1973 324p ABROL IP DAHIYA IS BHUMBLA DR On the method of determining gypsum requirement of soils Soil Sci 120l3036 1975 ALLAWAY WH THOMPSON JF Sulfur in the nutrition of plants and animals Soil Science Baltimore 1014240247 1966 BORKERT C M ed Enxofre e micronutrientes na agricultura brasileira Londrina EMBRAPA CNPSoIAPARSBCS 1998 317 p CHAHAL RS VIRMANI SM Uptake and translocation of nutrient in groundut Arachis hypogaea L I Calcium Oléagineux 28e année n4 181184 1973 COLLINGS GH Commercial Fertilizers 5th edition McGrawHill Book Company Incorporation New York Toronto London 617p 1955 50 COX FR ADAMS F TUCKER BB Liming Fertilization and Mineral Nutrition In PATTEE HE YOUNG CT Edit Peanut Science and Technology American peanut research and education society Inc Yoakum Texas USA 1982 p139163 CRUZ AP VITTI GC Efeitos de doses de gesso na cultura do amendoim cultivar Tatu V53 Açucareira Corona GuaribaSP Relatório Técnico 8p 1988 FERREIRA ME FORNASIERI Fº D VITTI GC MARVULO C Estudo de doses e épocas de aplicação do gesso na cultura do amendoim Arachis hypogaea L Científica 72235240 1979 GARREM KH Rizoctonia solani versus Pythium myriotylum as pathogens of peanut pod breakdown Plant Disease Rptr 54840843 1970 GEUS JG Fertilizer guide for the tropics and subtropics Center dEtude de LAzote Zurich 1973 774p GILL DL Effect gypsum and dolomite on Pythium deseases of seedlings J Amer Soc Hort Sci 974467471 1972 GOETHE P Crescimento 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técnica 8 MAZZA JA VITTI GC PEREIRA HS MENEZES GM TAGLIARINI CH Influência da compactação no desenvolvimento do sistema radicular de citros sugestão do método qualitativo de avaliação e recomendação de manejo Laranja Cordeirópolis 152263275 1994 MILLER WP Use of gypsum to improve physical properties and water relations in Southeastern soils Flórida Instituto of Phosphate Research Bartow FL 1988 MIRANDA HS 21 Raízes e Tubérculos In Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo 2ª Ed RAIJ et al Eds Campinas Instituto Agronômico Fundação IAC 1996 Boletim Técnico 100 221229p 51 OLMOS JIL CAMARGO MN Ocorrência de alumínio tóxico nos solos do Brasil sua caracterização e distribuição Ciência e cultura 282171180 1976 PAVAN MA Aplicação de alguns conceitos básicos da química na disponibilidade dos íons Al3 para as plantas Palestra apresentada no curso sobre Manejo Químico dos Solos IX SECITAPFCAVJUNESP Jaboticabal 1984 34p mimeografado PAVAN MA BINGHAM FT Toxicity of aluminum to coffee seedlings grown in nutrient solution Soil Sci Soc Am J 46993997 46612011207 1982 PAVAN MA BINGHAM FT PRATT PF Redistribution of exchangeable calcium magnesium and aluminum following lime or gypsum applications to a Brazilian oxisol Soil Sci Soc Amer J 4813338 1984 PAVAN MA BINGHAM FT PRATT PF Toxicity of aluminum to coffee in ultissols and oxisols amended with CaCO3 MgCO3 and CaSO4 2H2O Soil Sci Soc Amer J 46612011207 1981 PIVETTA AR Efeito de doses de gesso e épocas de aplicação na cultura do amendoim Arachis hypogaea L cv Tatu V53 JaboticabalUNESP 1978 44p trabalho de graduação QUAGGIO JA DECHEN AR RAIJ B van Efeitos da aplicação de calcário e gesso sobre a produção de amendoim e lixiviação de bases no solo R bras Ci Solo Campinas 6189194 1982 RIBEIRO AC GUIMARÃES PTG VICTOR HUGO AV editores Comissão de Fertilidade do solo do Estado de Minas Gerais Recomendações para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais 5º aproximação Viçosa MG 1999 359 p RICHARDS LA Ed Diagnóstico y rehabilitacion de suelos salinos y sodicos México Editorial Limusa 6ª ed 1974 172p SAVY Fº A O amendoim absorve o cálcio Suplemento agrícola 864 O Estado de São Paulo 1971 SICHMANN W NEPTUNE AML SABINO NP Acumulação de macronutrientes pelo amendoim Arachis hypogeae L cultivado em outono época seca Anais ESA Luiz de Queiroz 27393409 1970 SOUZA DMG RITCHEY KD Uso do gesso no solo de cerrado In SEMINÁRIO SOBRE O USO DO FOSFOGESSO NA AGRICULTURA 1º Brasília DF 1986 IBRAFOS EMBRAPA ANDA Anais p119144 SOUZA DMG LOBATO E REIN TA Uso de gesso agrícola nos solos dos cerrados Planaltina EMBRAPOACPAC 1996 20p EMBRAPACPAC Circular Técnica 32 TRANI PE Emprego do superfosfato simples com esterco Agronoticias Quimbrasil Serrana Ano III n9 1982 p89 VANTERPOOL TC Present knowledge of browning root rot of wheat with especial reference to its control Sci Agric 20735749 1940 VÍCTOR HUGO V et all Métodos de análises de enxofre em solos e plantas Viçosa UFV 2001 131 p 52 VITTI GC Acidez do solo calagem e gessagem In Curso de Atualização em Fertilidade do Solo 1 Ilha Solteira SP 18 a 280587 FERNANDES FM NASCIMENTO VM Coord Campinas Fundação Cargill p303348 1987 VITTI GC O enxofre do solo In Interpretação de análise química de solo e planta para fins de adubação BULL LT ROSOLEM CA Ed Botucatu Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais 1989 p129175 VITTI GC MALAVOLTA E Fosfogesso Uso agrícola In Seminário sobre corretivos agrícolas MALAVOLTA E Coord CampinasSP Fundação Cargill 160201p 1985 VITTI GC MAZZA JA Adubação da canadeaçúcar Produza mais e melhor com nutrição balanceada FERTIZACEA São Paulo 1998 4p Folder Técnico VITTI GC NOVAES N Adubação com enxofre In MATTOS HB et al Ed Simpósio sobre calagem e adubação de pastagens Anais Piracicaba Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e Fosfato 1986 p191222 VITTI GC Avaliação e interpretação o enxofre no solo e na planta Jaboticabal FUNEP 1998 37p VITTI GC LUZ PHC Calagem e uso do gesso agrícola em pastagens In Simpósio sobre ecossistema de pastagens 3 JaboticabalSP 09 a 110497 Anais FAVORETTO V RODRIGUES LRA RODRIGUES TJD Editores Jaboticabal FCAVUNESP 1997 341p VITTI GC LUZ PHC LEÃO HC SILVA MM Técnicas de utilização de calcário e gesso na cultura do citros In IV SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE CITROS NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DONADIO LC BAUMGARTNER JG coord 1996 Bebedouro Anais Fundação Cargill 1996 p131160 VITTI GC MAZZA JA PEREIRA HS DEMATTÊ JLI Resultados experimentais do uso do gesso na agricultura canadeaçúcar In II Seminário sobre o uso do gesso na agricultura IBRAFOS Uberaba MG 1992 p191224 WERNER JC MONTEIRO FA Respostas das pastagens à aplicação de enxofre In BORKERT CM LANTMANN AF Ed Enxofre e micronutrientes na agricultura brasileira Londrina EMBRAPA CNPSoIAPARUSBCS 1988 p87102 WERNER JC PAULINO VT CANTARELLA H ANDRADE NO QUAGGIO JA 24 Forrageiras In RAIJ B van CANTARELLA H QUAGGIO JA FURLANI AMC Ed Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo 2ª Ed Campinas Instituto Agronômico Fundação IAC 1996 p261273 YAMADA T Capacidade de adsorção máxima de sulfato do solo como parâmetro adicional na recomendação do gesso Piracicaba 1989 73p Doutorado ESALQUSP ZARUBINA TG Effect of the rate of dissolution of phosphogypsum gypsum and calcium carbonate on sodium disorption from the adsorption complex Pochvovedeniye 55356 1979