• Home
  • Chat IA
  • Guru IA
  • Tutores
  • Central de ajuda
Home
Chat IA
Guru IA
Tutores

·

Filosofia ·

Filosofia

Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Recomendado para você

Artigo sobre Hobbes e Bacon

312

Artigo sobre Hobbes e Bacon

Filosofia

UFPA

Ciencia e Valores Humanos - Uma Reavaliacao da Tese de Hempel

17

Ciencia e Valores Humanos - Uma Reavaliacao da Tese de Hempel

Filosofia

UFPA

Ciencia e Valores Humanos - Repensando Tese Classica de Hempel

20

Ciencia e Valores Humanos - Repensando Tese Classica de Hempel

Filosofia

UFPA

uma Reconstrução da Filosofia Politica de K Popper

11

uma Reconstrução da Filosofia Politica de K Popper

Filosofia

UFPA

Artigo sobre o Artigo de Cupani

27

Artigo sobre o Artigo de Cupani

Filosofia

UFPA

Direitos Humanos: Princípios, Teorias e Preconceitos

51

Direitos Humanos: Princípios, Teorias e Preconceitos

Filosofia

UNIP

Introdução às Ciências Sociais: Metodologia e Objetividade

66

Introdução às Ciências Sociais: Metodologia e Objetividade

Filosofia

UMG

Adolfo Sánchez Vázquez - Filosofía de La Praxis

11

Adolfo Sánchez Vázquez - Filosofía de La Praxis

Filosofia

UNEB

Dissertação

7

Dissertação

Filosofia

USP

Texto de Emmanuel Mounier

33

Texto de Emmanuel Mounier

Filosofia

UCDB

Texto de pré-visualização

Paginação UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE FILOSOFIA DISCIPLINA TEORIA DO CONHECIMENTO 2 ÉRIKA SABRINA FREITAS DA COSTA 201908040022 O PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE KANT BELÉM PA 2025 Paginação O PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE KANT Aluna Érika Sabrina Freitas da Costa RESUMO A Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant busca responder como são possíveis os juízos sintéticos a priori fundamentais para a ciência e a matemática Kant propõe uma revolução copernicana na filosofia invertendo a relação entre sujeito e objeto o conhecimento não é uma mera recepção passiva mas uma construção ativa mediada pelas estruturas a priori do sujeito Essas estruturas incluem as formas puras da intuição espaço e tempo e as categorias do entendimento como causalidade e substância que organizam a experiência e permitem juízos universais e necessáriosKant é influenciado pelo ceticismo de Hume que questiona a validade da causalidade e dos conceitos metafísicos Em resposta Kant distingue entre o mundo fenomênico o mundo dos fenômenos acessível à experiência e o mundo noumênico as coisas em si mesmas inacessíveis ao conhecimento teórico A metafísica para Kant não pode ser uma ciência do suprassensível mas deve ser reformulada como uma disciplina crítica que investiga os limites da razão humana A obra aborda a possibilidade da matemática pura da ciência natural da metafísica como disposição natural e da metafísica como ciência Kant mostra que a matemática e a ciência são possíveis graças às intuições puras e às categorias enquanto a metafísica como tendência natural da razão busca o incondicionado mas esbarra em antinomias insolúveis Assim a Crítica da Razão Pura redefine o conhecimento humano fundamenta a ciência moderna e estabelece os limites da razão PalavrasChave Juízos sintéticos a prior Revolução copernicana Mundo fenomênico Abstract Keywords 1 INTRODUÇÃO A Crítica da Razão Pura 1781 obra seminal de Immanuel Kant representa um marco na história da filosofia ao buscar responder à questão central Como são possíveis os juízos sintéticos a priori Essa pergunta emerge em um contexto histórico marcado pela tensão entre o racionalismo dogmático de Leibniz e Wolff e o empirismo cético de David Hume Enquanto o racionalismo afirmava a possibilidade de um conhecimento metafísico seguro baseado apenas na razão o ceticismo de Hume questionava a validade de conceitos Paginação fundamentais como causalidade e substância lançando dúvidas sobre a própria possibilidade do conhecimento científico e metafísico Kant influenciado pela crítica humeana reconhece a necessidade de uma nova fundamentação para o conhecimento humano Ele propõe uma revolução copernicana na filosofia invertendo a relação tradicional entre sujeito e objeto em vez de o sujeito se conformar ao objeto o objeto é que se conforma às estruturas a priori do sujeito Essa inversão permite a Kant estabelecer as condições de possibilidade do conhecimento fundamentando a ciência e a matemática ao mesmo tempo em que redefine os limites da metafísica Este artigo tem como objetivo explorar o problema geral da Crítica da Razão Pura analisando seu significado histórico e teórico suas subdivisões e sua relação com o método filosófico a ciência e a metafísica A partir de uma análise detalhada das obras de Kant e dos principais comentadores buscase demonstrar como a filosofia transcendental de Kant não apenas supera o ceticismo de Hume e o dogmatismo racionalista mas também estabelece uma nova base para o conhecimento humano influenciando profundamente a epistemologia e a filosofia da ciência modernas Faltou indicar a metodologia do artigo isto é suas partes ou divisões internas 2 O PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA 21 Significado histórico do problema geral critica cética de Hume e o despertar do sono dogmático de Kant O problema central da Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant emerge em um contexto histórico marcado pela tensão entre o racionalismo e o empirismo e pela influência decisiva do ceticismo de David Hume A crítica de Hume especialmente em relação aos conceitos de causalidade e substância desempenhou um papel crucial no despertar de Kant do que ele chamou de sono dogmático levandoo a reformular os fundamentos da metafísica e do conhecimento humano KANT 1989 página David Hume em sua obra Investigação sobre o Entendimento Humano HUME 2004 questionou a validade do conhecimento metafísico e científico ao argumentar que nossas ideias de causalidade e substância não têm fundamento empírico sólido Para Hume a Paginação causalidade não passa de uma associação habitual de ideias baseada na repetição de eventos e não em uma conexão necessária entre causa e efeito Ele afirmou que não há justificativa racional para acreditar que o futuro se assemelhará ao passado o que minou as bases da ciência e da metafísica tradicionais HUME 2004 página Hume também questionou a validade dos juízos sintéticos a priori que são proposições que ampliam o conhecimento sintéticas e são universais e necessárias a priori Ele argumentou que todo conhecimento derivado da experiência é contingente e que não há garantia de que as leis da natureza continuarão a se manter no futuro Esse ceticismo levou Kant a reconhecer a necessidade de uma nova fundamentação para o conhecimento humano ALLISON 2004 pagina Kant em sua obra Prolegômenos a Toda Metafísica Futura KANT 1985 reconheceu que foi o ceticismo de Hume que o despertou do sono dogmático Até então Kant havia adotado uma postura racionalista influenciado por filósofos como Leibniz e Wolff que acreditavam na possibilidade de um conhecimento metafísico seguro e fundamentado na razão pura No entanto a crítica de Hume mostrou que a metafísica tradicional carecia de uma base sólida e que era necessário repensar os fundamentos do conhecimento GUYER 1987 página Kant percebeu que para responder ao ceticismo de Hume era necessário investigar as condições de possibilidade do conhecimento humano Ele propôs uma revolução copernicana na filosofia invertendo a relação tradicional entre sujeito e objeto em vez de o sujeito se conformar ao objeto o objeto é que se conforma às estruturas do sujeito Essa inversão permitiu a Kant fundamentar a possibilidade dos juízos sintéticos a priori que são essenciais para a ciência e a metafísica STRAWSON 1966 página 22 Significado teórico do problema geral demarcação dos juízos científicos O problema geral da Crítica da Razão Pura não possui apenas um significado histórico mas também um profundo significado teórico especialmente no que diz respeito à demarcação dos juízos científicos Kant buscou estabelecer os limites e as possibilidades do conhecimento humano distinguindo entre o que pode ser conhecido com certeza e o que está além do alcance da razão KANT 1989 página Essa distinção foi essencial para a fundamentação da epistemologia moderna e para a definição do papel da metafísica no pensamento filosófico Paginação Kant diferenciou dois tipos de juízos analíticos e sintéticos Os juízos analíticos são aqueles em que o predicado está contido no sujeito como em Todos os corpos são extensos Esses juízos são a priori ou seja independentes da experiência e possuem caráter de necessidade e universalidade No entanto eles não ampliam o conhecimento pois apenas explicitam o que já está contido no conceito do sujeito KANT 1989 página Essa característica faz com que os juízos analíticos sejam fundamentais para a lógica mas insuficientes para a ampliação do conhecimento científico Por outro lado os juízos sintéticos são aqueles em que o predicado não está contido no sujeito como em Todos os corpos são pesados Esses juízos ampliam o conhecimento mas dependem da experiência para serem validados A grande questão levantada por Kant é como são possíveis os juízos sintéticos a priori Ou seja como pode haver juízos que ampliem o conhecimento e ao mesmo tempo sejam universais e necessários KANT 1985 página Kant argumentou que os juízos sintéticos a priori constituem a base do conhecimento científico Por exemplo proposições matemáticas como 7 5 12 são sintéticas a priori pois ampliam o conhecimento e são necessariamente verdadeiras Do mesmo modo leis da física como Todo evento tem uma causa são juízos sintéticos a priori pois possuem universalidade e necessidade mas não derivam diretamente da experiência ALLISON 2004 página Esse ponto foi central para a defesa da validade objetiva da ciência e para a refutação do ceticismo radical A possibilidade dos juízos sintéticos a priori é garantida pelas condições transcendentais do conhecimento que incluem as formas puras da intuição espaço e tempo e as categorias do entendimento como causalidade e substância Essas condições são inerentes ao sujeito cognoscente e permitem que o conhecimento humano seja organizado de maneira sistemática e universal GUYER 1987 página Esse modelo transcendental de conhecimento serviu de base para o desenvolvimento da filosofia da ciência e da epistemologia contemporânea A Crítica da Razão Pura estabelece uma clara demarcação entre o que pode ser conhecido cientificamente e o que está além do alcance da razão humana Kant argumentou que o conhecimento científico está limitado ao mundo fenomênico ou seja ao mundo dos fenômenos que são objetos da experiência possível STRAWSON 1966 página O mundo noumênico que inclui conceitos como Deus alma e liberdade absoluta não pode ser objeto de conhecimento científico pois transcende a experiência sensível Essa demarcação é crucial para a filosofia kantiana pois redefine os limites do conhecimento humano e reafirma a importância da metafísica como uma disciplina voltada Paginação para as questões morais e práticas Ao responder ao ceticismo de Hume Kant estabeleceu um novo paradigma filosófico que influenciou profundamente o pensamento moderno consolidando a Crítica da Razão Pura como uma obra fundamental para a compreensão da ciência e da epistemologia contemporânea 3 AS SUBDIVISÕES DO PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA Immanuel Kant em sua Crítica da Razão Pura buscou estabelecer os limites e as possibilidades do conhecimento humano diferenciando o que pode ser conhecido com certeza daquilo que está além do alcance da razão Dentre os problemas centrais de sua filosofia transcendente destacamse quatro questões fundamentais que derivam do problema geral a possibilidade da matemática pura da ciência pura da natureza da metafísica como disposição natural e da metafísica como ciência Esses problemas são decisivos para compreender a estrutura do pensamento kantiano e sua contribuição para a epistemologia moderna A matemática é um campo do conhecimento que se baseia em juízos sintéticos a priori Proposições como 7 5 12 ou A linha reta é a distância mais curta entre dois pontos são universais necessárias e ampliam o conhecimento sem depender diretamente da experiência empírica Essa caracterização levanta a seguinte questão como é possível a matemática pura Kant argumenta que a possibilidade da matemática pura está fundamentada nas formas puras da intuição o espaço e o tempo O espaço é a forma pura da intuição externa enquanto o tempo é a forma pura da intuição interna Essas estruturas a priori permitem que a matemática construa seus objetos de forma universal e necessária Assim a matemática não descreve o mundo empírico diretamente mas sim as condições transcendentais que tornam possível a experiência do mundo A ciência natural especialmente a física newtoniana também se baseia em juízos sintéticos a priori Enunciados como Todo evento tem uma causa são universais e necessários mas não são analíticos pois ampliam o conhecimento Surge então a questão como é possível a ciência pura da natureza Kant explica que a possibilidade da ciência pura da natureza está nas categorias do entendimento como causalidade substância e quantidade Essas categorias são estruturas a priori que organizam os dados sensíveis permitindo a formulação de leis naturais universais Paginação Dessa forma a ciência não descreve as coisas em si mesmas noumena mas sim os fenômenos que são os objetos da experiência possível A matemática pura e a ciência pura da natureza não requerem uma justificação em si mesmas mas sim em relação a outra ciência a metafísica KANT Prolegomena 40 Ak IV p 327 A metafísica sempre existiu como uma disposição natural da razão humana manifestandose na busca incessante por princípios últimos que expliquem a realidade Contudo essa tendência inata da razão deve ser analisada criticamente para que não se perca em especulações infundadas em todos os homens e desde que neles a razão humana ascende à especulação houve sempre e continuará a haver uma metafísica E por conseguinte também acerca desta cabe agora esta questão como é possível a metafísica enquanto disposição natural ou seja como surgem da natureza da razão humana em geral as perguntas que a razão pura levanta e que por necessidade própria é levada a resolver tão bem quanto pode KrV B 2122 pp 5051 trad port modificada A metafísica como disposição natural da razão humana busca responder a questões como a existência de Deus a imortalidade da alma e a liberdade da vontade Essas questões são inevitáveis para a razão humana mas não podem ser respondidas com base na experiência empírica Assim Kant levanta um terceiro problema como é possível a metafísica como disposição natural Kant argumenta que a metafísica como disposição natural surge da tendência da razão de buscar o incondicionado ou seja aquilo que não depende de nenhuma condição anterior No entanto essa busca leva às antinomias da razão pura como a contradição entre a tese de que o mundo tem um começo no tempo e a antítese de que o mundo é infinito A metafísica como disposição natural é portanto uma tendência inevitável da razão mas que não pode ser resolvida no âmbito teórico A metafísica tradicional pretendia ser uma ciência do suprassensível mas Kant mostra que isso é impossível pois o conhecimento humano está limitado ao mundo fenomênico No entanto surge a questão final como é possível a metafísica como ciência A metafísica como ciência não busca conhecer as coisas em si mesmas mas sim estabelecer os limites e as possibilidades da razão humana Ela se ocupa das condições transcendentais do conhecimento como as formas puras da intuição e as categorias do entendimento Dessa forma a metafísica como ciência não é uma disciplina dogmática mas sim crítica que busca evitar os erros do racionalismo e do empirismo Os quatro problemas derivados do problema geral da Crítica da Razão Pura demonstram a profundidade da investigação kantiana sobre as condições de possibilidade do Paginação conhecimento humano A resposta de Kant a essas questões reformulou a metafísica a epistemologia e a filosofia da ciência estabelecendo novos paradigmas para o pensamento filosófico posterior Sua abordagem crítica mostrou que o conhecimento humano é possível apenas dentro de certos limites ressignificando a relação entre sujeito e objeto na construção da realidade fenomênica 4 RELAÇÃO DO PROBLEMA GERAL À QUESTÃO DO MÉTODO DA CIÊNCIA E DA METAFÍSICA O problema central da Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant Como são possíveis os juízos sintéticos a priori não é apenas uma questão epistemológica isolada mas está profundamente conectado à redefinição do método filosófico à fundamentação da ciência moderna e à reformulação da metafísica A filosofia transcendental de Kant ao responder a essa questão estabelece uma nova abordagem para o conhecimento humano redefinindo os limites e as possibilidades da razão A seguir exploramos essas relações de forma extensa e detalhada com referências às obras de Kant e aos principais comentadores 41 Relação com o Método O método adotado por Kant na Crítica da Razão Pura é o método transcendental que consiste em investigar as condições de possibilidade do conhecimento humano Esse método representa uma ruptura com as abordagens filosóficas anteriores como o racionalismo dogmático de Leibniz e Wolff e o empirismo cético de Hume Kant propõe uma revolução copernicana na filosofia invertendo a relação tradicional entre sujeito e objeto Em vez de o sujeito se conformar ao objeto o objeto é que se conforma às estruturas do sujeito Essa inversão significa que o conhecimento não é uma mera recepção passiva de dados sensíveis mas uma construção ativa mediada peecialmente da física newtoniana Kant mostra que a ciência se baseia em juízos sintéticos a priori que são universais e necessários mas não derivam diretamente da experiência Esses juízos são possíveis graças às categorias do entendimento que organizam os dados sensíveis em uma estrutura coerente e universal Por Paginação exemplo a lei da gravitação universal de Newton é um exemplo de juízo sintético a priori pois é universal e necessário mas não deriva diretamente da experiência KANT 17811989 Kant argumenta que a ciência não descreve as coisas em si mesmas noumena mas sim os fenômenos que são os objetos da experiência possível Isso significa que o conhecimento científico está limitado ao mundo fenomênico que é o mundo tal como aparece para nós mediado pelas estruturas a priori do sujeito As categorias do entendimento como causalidade substância e quantidade permitem que a ciência formule leis universais e necessárias mas essas leis só se aplicam aos fenômenos não às coisas em si mesmas ALLISON 2004 Essa distinção entre fenômeno e coisa em si é central para a filosofia transcendental de Kant Ela estabelece os limites do conhecimento científico e redefine a ciência como uma disciplina que investiga o mundo fenomênico Ao mesmo tempo Kant preserva a possibilidade de um conhecimento objetivo pelas formas puras da intuição espaço e tempo e pelas categorias do entendimento KANT 17811989 O método transcendental permite explicar como juízos sintéticos a priori como os da matemática e da física são possíveis Esses juízos não derivam da experiência mas das condições a priori que tornam a experiência possível Por exemplo a proposição matemática 7 5 12 é universal e necessária mas não é analítica pois amplia o conhecimento Sua possibilidade está fundamentada na intuição pura do espaço e do tempo que são condições transcendentais do conhecimento humano Da mesma forma a lei da causalidade que é fundamental para a ciência natural é possível graças à categoria de causalidade que organiza os dados sensíveis em uma estrutura coerente e universal ALLISON 2004 O método transcendental portanto redefine a filosofia como uma disciplina crítica que investiga os limites e as possibilidades da razão humana Ele evita tanto o dogmatismo que pretende conhecer realidades transcendentes sem crítica quanto o ceticismo que nega a possibilidade de qualquer conhecimento seguro Ao adotar esse método Kant estabelece uma nova base para o conhecimento humano que é ao mesmo tempo crítica e sistemática GUYER 1987 42 Relação com a Ciência A Crítica da Razão Pura tem um impacto profundo na compreensão da ciência especialmente da física newtoniana Kant mostra que a ciência se baseia em juízos sintéticos a priori que são universais e necessários mas não derivam diretamente da experiência Esses Paginação juízos são possíveis graças às categorias do entendimento que organizam os dados sensíveis em uma estrutura coerente e universal Por exemplo a lei da gravitação universal de Newton é um exemplo de juízo sintético a priori pois é universal e necessário mas não deriva diretamente da experiência KANT 17811989 Kant argumenta que a ciência não descreve as coisas em si mesmas noumena mas sim os fenômenos que são os objetos da experiência possível Isso significa que o conhecimento científico está limitado ao mundo fenomênico que é o mundo tal como aparece para nós mediado pelas estruturas a priori do sujeito As categorias do entendimento como causalidade substância e quantidade permitem que a ciência formule leis universais e necessárias mas essas leis só se aplicam aos fenômenos não às coisas em si mesmas ALLISON 2004 Essa distinção entre fenômeno e coisa em si é central para a filosofia transcendental de Kant Ela estabelece os limites do conhecimento científico e redefine a ciência como uma disciplina que investiga o mundo fenomênico Ao mesmo tempo Kant preserva a possibilidade de um conhecimento objetivo e universal respondendo ao ceticismo de Hume e fundamentando a ciência moderna GUYER 1987 43 Relação com a Metafísica A metafísica tradicional pretendia ser uma ciência do suprassensível buscando conhecer realidades como Deus a alma e o mundo como um todo No entanto Kant mostra que isso é impossível pois o conhecimento humano está limitado ao mundo fenomênico A metafísica portanto não pode ser uma ciência do suprassensível mas pode ser reformulada como uma ciência crítica que investiga as condições de possibilidade do conhecimento KANT 17811989 A metafísica como ciência crítica não busca conhecer as coisas em si mesmas mas sim estabelecer os limites e as possibilidades da razão humana Ela se ocupa das condições transcendentais do conhecimento como as formas puras da intuição espaço e tempo e as categorias do entendimento causalidade substância etc Por exemplo a crítica da razão pura é um exemplo de metafísica como ciência pois investiga as condições que tornam possível o conhecimento humano sem pretender transcender os limites da experiência ALLISON 2004 Paginação Kant também reconhece que a metafísica é uma disposição natural da razão humana que tende a buscar o incondicionado ou seja aquilo que não depende de nenhuma condição anterior No entanto essa busca leva a antinomias da razão pura como a contradição entre a tese de que o mundo tem um começo e a antítese de que o mundo é infinito Essas antinomias mostram que a razão humana não pode resolver questões que transcendem os limites da experiência possível Portanto a metafísica como disposição natural é uma tendência inevitável da razão mas que não pode ser resolvida no âmbito teórico KANT 17811989 STRAWSON 1966 A relação do problema geral da Crítica da Razão Pura com o método a ciência e a metafísica mostram como a filosofia transcendental de Kant redefine esses campos O método transcendental estabelece uma nova abordagem filosófica baseada na crítica das condições de possibilidade do conhecimento A ciência é fundamentada como uma disciplina que investiga o mundo fenomênico com base em juízos sintéticos a priori A metafísica é reformulada como uma ciência crítica que investiga os limites e as possibilidades da razão humana sem pretender transcender os limites da experiência Ao responder à questão dos juízos sintéticos a priori Kant não apenas supera o ceticismo de Hume e o dogmatismo racionalista mas também estabelece uma nova base para o conhecimento humano Sua filosofia transcendental redefine o papel da metafísica fundamenta a ciência moderna e propõe um método crítico que continua a influenciar a filosofia até os dias atuais 5 CONCLUSÃO A Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant representa uma das mais profundas e revolucionárias contribuições para a filosofia redefinindo os fundamentos do conhecimento humano e estabelecendo novos paradigmas para a epistemologia a ciência e a metafísica Ao responder à questão central Como são possíveis os juízos sintéticos a priori Kant não apenas supera o ceticismo de Hume e o dogmatismo racionalista mas também inaugura uma nova era no pensamento filosófico marcada pela crítica e pela reflexão sobre os limites da razão A revolução copernicana proposta por Kant ao inverter a relação tradicional entre sujeito e objeto demonstra que o conhecimento não é uma mera recepção passiva de dados sensíveis mas uma construção ativa mediada pelas formas puras da intuição espaço e tempo Paginação e pelas categorias do entendimento como causalidade e substância Essa abordagem transcendental permite fundamentar a possibilidade da matemática e da ciência ao mesmo tempo em que estabelece uma clara demarcação entre o mundo fenomênico acessível à experiência e o mundo noumênico inacessível ao conhecimento teórico Kant também redefine a metafísica transformandoa de uma disciplina dogmática que pretendia conhecer realidades transcendentes em uma ciência crítica que investiga as condições de possibilidade do conhecimento humano Ao reconhecer a metafísica como uma disposição natural da razão Kant mostra que embora a busca pelo incondicionado seja inevitável ela deve ser conduzida dentro dos limites da experiência possível evitando as antinomias e ilusões da razão pura Em síntese a Crítica da Razão Pura não apenas responde às questões levantadas pelo ceticismo de Hume mas também estabelece uma base sólida para o conhecimento científico e filosófico influenciando profundamente o pensamento moderno e contemporâneo Ao delimitar os alcances e os limites da razão humana Kant nos convida a uma reflexão crítica sobre o que podemos conhecer o que devemos fazer e o que nos é permitido esperar consolidando sua obra como um marco fundamental na história da filosofia 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLISON Henry E Kants Transcendental Idealism An Interpretation and Defense New Haven Yale University Press 2004 Disponível emhttpwwwpazeinatcomeinatfamilyPhilosophyAllison20Henry2020Kants 20Transcendental20Idealism20An20Interpretation20and20Defensepdf GUYER Paul Kant and the Claims of Knowledge Cambridge Cambridge University Press 1987 HUME David Investigação sobre o Entendimento Humano Tradução de José Oscar de Almeida Marques São Paulo Editora Unesp 2004 KANT Immanuel Crítica da Razão Pura Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Mourão Lisboa Fundação Calouste Gulbenkian 1989 Disponível emhttpswwwacademiaedu4681047KANTImmanuelCrC3ADticadaraz C3A3opuraCalousteGulbenkian2001 KANT Immanuel Prolegômenos a Toda Metafísica Futura Tradução de Artur Morão Lisboa Edições 70 1985 Disponível emhttpswwwacademiaedu94654288KANTIProlegomenosaTodaaMetafisicaF utura Paginação STRAWSON Peter F The Bounds of Sense An Essay on Kants Critique of Pure Reason London Methuen 1966 Disponível emhttpsapipageplacedepreviewDT04009780429823619A35078182preview 9780429823619A35078182pdf Em todos os tópicos do artigo apresentado teve indícios de plágio mediante o teste feito por ferramentas de IA Além disso o artigo não apresentou as páginas das obras mencionadas Kant Hume Guyer Allison Strawson mas apenas o ano delas a fim de fazer a averiguação das informações dadas sendo inadequado fornecer informações vagas sobre a explicação de conceitos importantes NOTA 00 pt INSUFICIENTE 1 O PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE KANT Érika Sabrina Freitas da Costa1 Resumo A Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant busca responder como são possíveis os juízos sintéticos a priori fundamentais para a ciência e a matemática Kant propõe uma revolução copernicana na filosofia invertendo a relação entre sujeito e objeto o conhecimento não é uma mera recepção passiva mas uma construção ativa mediada pelas estruturas a priori do sujeito Essas estruturas incluem as formas puras da intuição espaço e tempo e as categorias do entendimento como causalidade e substância que organizam a experiência e permitem juízos universais e necessários Kant é muito influenciado pelo ceticismo de Hume que questiona a validade da causalidade e dos conceitos metafísicos Em resposta Kant distingue entre o mundo fenomênico o mundo dos fenômenos acessível à experiência e o mundo noumênico as coisas em si mesmas inacessíveis ao conhecimento teórico A metafísica para Kant não pode ser uma ciência do suprassensível mas deve ser reformulada como uma disciplina crítica que investiga os limites da razão humana A obra aborda a possibilidade da matemática pura da ciência natural da metafísica como disposição natural e da metafísica como ciência Kant mostra que a matemática e a ciência são possíveis graças às intuições puras e às categorias enquanto a metafísica como tendência natural da razão busca o incondicionado mas esbarra em antinomias insolúveis Assim a Crítica da Razão Pura redefine o conhecimento humano fundamenta a ciência moderna e estabelece os limites da razão PalavrasChave Kant Crítica da Razão Pura Juízos sintéticos a priori Revolução copernicana Abstract Immanuel Kants Critique of Pure Reason seeks to answer how a priori synthetic judgments which are fundamental to science and mathematics are possible Kant proposes a Copernican revolution in philosophy inverting the relationship between subject and object knowledge is not a mere passive reception but an active construction mediated by the subjects a priori structures These structures include the pure forms of intuition space and time and the categories of understanding such as causality and substance which organize experience and allow for universal and necessary judgments Kant is greatly influenced by 1 Colocar aqui suas informações acadêmicas junto ao seu email de contato 2 Humes skepticism which questions the validity of causality and metaphysical concepts In response Kant distinguishes between the phenomenal world the world of phenomena accessible to experience and the noumenal world things in themselves inaccessible to theoretical knowledge For Kant metaphysics cannot be a science of the suprasensible but must be reformulated as a critical discipline that investigates the limits of human reason The work addresses the possibility of pure mathematics natural science metaphysics as a natural disposition and metaphysics as a science Kant shows that mathematics and science are possible thanks to pure intuitions and categories while metaphysics as a natural tendency of reason seeks the unconditioned but comes up against insoluble antinomies Thus the Critique of Pure Reason redefines human knowledge founds modern science and establishes the limits of reason Keywords Kant Critique of Pure Reason Synthetic a priori judgments Copernican revolution 1 INTRODUÇÃO A Crítica da Razão Pura 1781 obra seminal de Immanuel Kant representa um marco na história da filosofia ao buscar responder à questão central Como são possíveis os juízos sintéticos a priori Essa questão emerge em um contexto histórico marcado pela tensão entre o racionalismo dogmático de Leibniz e Wolff e o empirismo cético de David Hume Enquanto o racionalismo afirmava a possibilidade de um conhecimento metafísico seguro baseado apenas na razão o ceticismo de Hume questionava a validade de conceitos fundamentais como causalidade e substância lançando dúvidas sobre a própria possibilidade do conhecimento científico e metafísico Kant influenciado pela crítica humeana reconhece a necessidade de uma nova fundamentação para o conhecimento humano Ele propõe uma revolução copernicana na filosofia invertendo a relação tradicional entre sujeito e objeto em vez de o sujeito se conformar ao objeto o objeto é que se conforma às estruturas a priori do sujeito Essa inversão permite a Kant estabelecer as condições de possibilidade do conhecimento fundamentando a ciência e a matemática ao mesmo tempo em que redefine os limites da metafísica Este artigo tem por objetivo explorar o problema geral da Crítica da Razão Pura analisando seu significado histórico e teórico para isso metodologicamente dividiremos o 3 trabalho em três partes principais a saber O problema geral da Crítica da Razão Pura As subdivisões do problema geral da Crítica da Razão Pura e a relação do problema geral à questão do método da ciência e da metafísica A partir de uma análise detalhada das obras de Kant e dos principais comentadores buscase demonstrar como a filosofia transcendental de Kant não apenas supera o ceticismo de Hume e o dogmatismo racionalista mas também estabelece uma nova base para o conhecimento humano influenciando profundamente a epistemologia e a filosofia da ciência modernas 2 O PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA 21 Significado histórico do problema geral Crítica cética de Hume e o despertar do sono dogmático de Kant A reflexão acerca dos problemas da causalidade foi um dos temas centrais da filosofia moderna no artigo em questão focaremos em primeiro momento nas considerações de Hume sobre o problema principalmente na obras obras Tratado da Natureza Humana e Investigação sobre o Entendimento Humano na qual criticava a noção habitual da conexão entre causa e efeito tendo sido assim muito criticado e interpretado como alguém que recusava a concepção racionalista de causalidade Kant pelo contrário sustentava que a ideia de causa e efeito são necessariamente conectados o conceito de uma causa contém tão manifestamente o conceito de uma ligação necessária com um efeito e uma rigorosa universalidade da regra CRP B5 p 6465 Partindo desse ponto podemos concluir que Kant construiu uma resposta ao problema de Hume e ao mesmo tempo construiu o problema de sua própria filosofia afirmando até mesmo que as afirmações humeanas o despertaram de um sono dogmático O grande objetivo da filosofia de Hume é demonstrar que não há garantias para se acreditar em determinadas afirmações feitas pela metafísica para isso segundo o filósofo três perguntas norteiam de fato as relações qual o sentido usado quando afirmamos que é necessário que tudo tenha uma causa O que faz com que uma causa se ligue a um efeito particular e não outro qualquer Qual é o real fundamento de todas essas afirmações sobre a causalidade THN 13214 e 15 TNH 106 Para responder essas perguntas Hume ainda no TNH apresenta o conceito de ideias complexas que seriam a união de percepções simples por exemplo a ideia de uma montanha de outro nada mais é do que a junção da percepção do que é uma montando e a percepção do que é ouro Ainda de acordo com Hume as relações 4 que envolvem causa e efeito são dependentes de um contexto experimental como afirma na passagem poder pelo qual um objeto produz o outro jamais pode ser descoberto apenas por meio de suas ideias é evidente que só podemos conhecer as relações de causa e efeito pela experiência e não por algum raciocínio ou reflexão abstratos THN 1311 TNH 98 Sendo assim nessa concepção tudo que sabemos é dado pela experiência então o autor não acredita que a causalidade é uma regra de natureza em outros palavras para Hume o conhecimento humano é necessariamente empírico e a posteriori Kant por outro lado tenta fugir da experiência e foca o entendimento humano em um entendimento puro a priori para reafirmar que nem todo conhecimento é derivado da experiência nesse ponto já existe a separação dos juízos que foram divididos pelo filósofo em analítico e sintético o primeiro seria quando o conceito de sujeito já contém o predicado e o segundo o conceito de sujeito seria enriquecido com o do predicado 22 Significado teórico do problema geral demarcação dos juízos científicos Ainda analisando a estrutura dos juízos podemos dizer que geralmente os juízos analíticos são a priori pois não seria necessária a experiência para ter a verdade e as sintéticas a posteriori pois essas sim geralmente recorreriam a experiência Todavia Kant nos apresenta a possibilidade de um conhecimento sintético a priori e puro esse juízo para Kant seria o científico e o outros sem não científicos essa seria então a grande questão da Crítica da Razão Pura pois como teríamos conhecimento sem qualquer experiência Para responder essa questão Kant formula três conceitos que guiariam o sujeito ao conhecimento formasprincípios puros da intuição conceitos puros e princípios puros Além disso também demarca logo no início da CRP as relações entre necessidade e universalidade Em primeiro lugar se encontrarmos uma proposição que apenas se possa pensar como necessária estamos em presença de um juízo a priori se além disso essa proposição não for derivada de nenhuma outra que por seu turno tenha o valor de uma proposição necessária então é absolutamente a priori Em segundo lugar a experiência não concede nunca aos seus juízos uma universalidade verdadeira e rigorosa apenas universalidade suposta e comparativa por indução de tal modo que em verdade antes se deveria dizer tanto quanto até agora nos foi dado verificar não se encontram exceções a esta ou àquela regra CRP B4 p64 5 Sendo assim uma das primeiras características dos juízos a priori é a sua necessidade não sendo contingentes como os juízos a posteriori E quem determina necessidade aos juízos é a razão não a experiência A primeira grande distinção feita sobre os juízos então é os que possuem necessidade e os que possuem contingência É fácil mostrar que há realmente no conhecimento humano juízos necessários e universais no mais rigoroso sentido ou seja juízos puros a priori CRP B5 p 65 pelo trecho entendemos que a universalidade é a segunda característica dos juízos a priori assim No conhecimento científico é preciso haver uma certeza apodítica das leis pelas quais a natureza funciona e isso só ocorre havendo necessidade e universalidade rigorosa o que só pode existir em juízos a priori2 Um juízo que é científico então nunca se pautará em juízos a posteriori Entendido melhor a noção de a priori e a posteriori vale a pena também se aprofundar nas diferenças entre o sintético e o analítico Em todos os juízos nos quais se pensa a relação entre um sujeito e um predicado apenas considero os juízos afirmativos porque é fácil depois a aplicação aos negativos esta relação é possível de dois modos Ou o predicado B pertence ao sujeito A como algo que está contido implicitamente nesse conceito A ou B está totalmente fora do conceito A embora em ligação com ele No primeiro caso chamo analítico ao juízo no segundo sintético CRP B10 p 6869 Dessa maneira para Kant temos dois tipos de conhecimento um que destrincha os conceitos que já temos e outro que acrescenta aos conceitos que já temos dados diferentes Tanto que por sintético podemos entender algo que aumenta adiciona o conhecimento que nos foi dado Ou seja nos juízos analíticos só há uma explicação do conceito já dado previamente puramente racional e sintético há uma extensão do conceito adicionando conhecimento precisam da experiência Os primeiros poderiam igualmente denominarse juízos explicativos os segundos juízo extensivos porque naqueles o predicado nada acrescenta ao conceito do sujeito e apenas pela análise o decompõe nos conceitos parciais que já nele estavam pensados embora confusamente ao passo que os 2 SOARES DOS SANTOS Arthur Henrique OS JUÍZOS SINTÉTICOS A PRIORI NA CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE KANT conhecimento e implicações metafísicas PÓLEMOS Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília S l v 9 n 18 p 4870 2020 p6 DOI 1026512plv9i1830153 Disponível em httpsperiodicosunbbrindexphppolemosarticleview30153 Acesso em 3 abr 2025 6 outros juízos pelo contrário acrescentam ao conceito de sujeito um predicado que nele não estava pensado e dele não podia ser extraído por qualquer decomposição CRP B11 p 69 Diferente dos juízos analíticos os sintéticos podem ser divididos em sintéticos a priori e sintéticos a posteriori Acordando os conceitos já abordados para Kant o único de fato científico sobre os juízos sintéticos a priori por isso a grande questão da CRP é como são possíveis esses tipos de juízos questão abordada no próximo tópico 3 AS SUBDIVISÕES DO PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA É importante observar que a questão de Kant é como esses juízos são possíveis e não se são possíveis Além disso o filósofo afirma que todas as ciências teóricas possuem os juízos sintéticos a priori como por exemplo a matemática e as ciências da natureza para Kant os juízos de tal ciência são sintéticose não analíticos Acerca da proposição 7 5 12 ele argumenta que o conceito de doze não é pensado apenas na união de sete mais cinco mas que é preciso sair desse conceito de união com a ajuda da intuição chegando ao resultado final da soma3 sobre a ciência da natureza Kant defende que No conceito de matéria não é pensada a ideia de que há uma permanência de sua quantidade mas apenas que ela ocupa um lugar no espaço preenchendoo Por isso a proposição não é portanto analítica mas sintética e não obstante pensada a priori e assim nas restantes proposições da parte pura da Ciência da Natureza KrV B 18 0405 Háentão segundo Kant uma aplicação do método científico conforme ele o expôs no Prefácio B da CRP4 Os juízos sintéticos a priori também devem acontecer na Metafísica mais especificamente no que Kant chama de metafísica científica Na metafísica mesmo considerada apenas como uma ciência até agora simplesmente em esboço mas que a natureza da razão humana torna 3 Idem p 12 4 Idem p 13 7 indispensável deve haver juízos sintéticos a priori por isso de modo algum se trata nessa ciência de simplesmente decompor os conceitos que formamos a priori acerca das coisas para os explicar analiticamente o que pretendemos pelo contrário é alargar o nosso conhecimento a priori para o que temos de nos servir de princípios capazes de acrescentar ao conceito dado alguma coisa que nele não estava contida e mediante juízos sintéticos a priori chegar tão longe que nem a própria experiência nos possa acompanhar CRP B183 p 74 Assim a metafísica passa a ser um conhecimento científico seguro todavia isso não ocorre na chamada Metafísica Dogmática pois segundo Kant eles não formam conceitos pensados a priori o que conduz a incertezas que levam ao ceticismo como a Metafísica Tradicional busca ultrapassar a própria natureza com as ideias de Deus liberdade e imortalidade da alma KrV B 395 nota 7 ela está fora do escopo daquilo que Kant pensa ser o uso legítimo de juízos sintéticos a priori5 Kant postulava a existência de Deus todavia juntos da liberdade e da mortalidade de alma deixa de fazer parte do conhecimento científico que deve haver na metafísica Nesse sentido a fé difere do saber A metafísica não deveria dar atenção a objetos como Deus mas não porque não existe mas sim porque só podemos postular suas existência a partir de vias morais e não através de qualquer conhecimento científico Por fim sua teoria de aplicar os juízos sintéticos a priori na metafísica não se importa com as coisas em si mesmo mas com o que vai além de toda a experiência buscando apenas uma fundamentação transcendental da síntese com o objetivo de demonstrar as condições de possibilidade do conhecimento requerido pela ciênciaprecedendo o próprio conhecimento empírico6 Os problemas gerais da CRP versam sobre essas possibilidades do conhecimento humano causando uma verdadeira revolução na metafísica na filosofia da ciência e principalmente na epistemologia 4 RELAÇÃO DO PROBLEMA GERAL À QUESTÃO DO MÉTODO DA CIÊNCIA E DA METAFÍSICA A dialética transcendental é o método que Kant utiliza e discorre na CRP que se baseia na tese de que há ilusões na qual a origem é a própria razão A intenção do filósofo 5 Idem p 15 6 Idem p 21 8 aqui não é de destruir a metafísica transcendente mas sim de reconstruir e repensar sua gênese racional Dessa forma o autor cria uma nova concepção do que seria a crítica filosófica ao mesmo tempo que aprofunda o conceito de razão tornandoa uma razão que proceda criticamente sem passividade Esse método põe em questão diversos pontos inclusive a ciência e a metafísica Quando falamos de crítica em Kant falamos de algo fundamental para o conhecimento pois ela acaba por descobrir na razão um uso regulador que é portanto o reconhecimento da impossibilidade de se atingir os objetos cuja natureza é desprovida de conteúdo material Na busca de resposta para esse problema o próprio kantismo entende que a questão essencial levantada pela Crítica da Razão Pura é unicamente a de saber até onde posso esperar alcançar com a razão se me for retirada toda a matéria e todo o concurso da experiência KANT 1994 p 7 Ora a natureza humana é constituída de tal modo que não nos permite conhecer os objetos noumênicos da razão especulativa7 Segundo Kant o compromisso mais difícil da razão é o conhecimento de si mesma e necessariamente deve ser entendida como crítica de si mesma Somente a crítica é capaz de impedir que a razão ultrapasse o universo da experiência pois para ele o grande problema da razão é tentar conhecer objetos transcendentes que só podem ser pensados e estão além da realidade sensível a razão não pode cair na cilada de se importar com questões que não a contemplam A razão não deve se preocupar com o mundo numênico mas sim com o mundo dos fenomênico Essa concepção é atemporal e continua a influenciar filósofos ainda nos dias atuais 5 CONCLUSÃO A Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant representa uma das mais profundas e revolucionárias contribuições para a filosofia redefinindo os fundamentos do conhecimento humano e estabelecendo novos paradigmas para a epistemologia a ciência e a metafísica Ao responder à questão central Como são possíveis os juízos sintéticos a priori Kant não apenas supera o ceticismo de Hume e o dogmatismo racionalista mas também inaugura 7 DA SILVA Neilson A PROPÓSITO DA INTRODUÇÃO À CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE IMMANUEL KANT São João del Rei Μετανόια n 1 p 8491 19981999 p 67 9 uma nova era no pensamento filosófico marcada pela crítica e pela reflexão sobre os limites da razão A revolução copernicana proposta por Kant ao inverter a relação tradicional entre sujeito e objeto demonstra que o conhecimento não é uma mera recepção passiva de dados sensíveis mas uma construção ativa mediada pelas formas puras da intuição espaço e tempo e pelas categorias do entendimento como causalidade e substância Essa abordagem transcendental permite fundamentar a possibilidade da matemática e da ciência ao mesmo tempo em que estabelece uma clara demarcação entre o mundo fenomênico acessível à experiência e o mundo noumênico inacessível ao conhecimento teórico Kant também redefine a metafísica transformandoa de uma disciplina dogmática que pretendia conhecer realidades transcendentes em uma ciência crítica que investiga as condições de possibilidade do conhecimento humano Ao reconhecer a metafísica como uma disposição natural da razão Kant mostra que embora a busca pelo incondicionado seja inevitável ela deve ser conduzida dentro dos limites da experiência possível evitando as antinomias e ilusões da razão pura Em síntese a Crítica da Razão Pura não apenas responde às questões levantadas pelo ceticismo de Hume mas também estabelece uma base sólida para o conhecimento científico e filosófico influenciando profundamente o pensamento moderno e contemporâneo Ao delimitar os alcances e os limites da razão humana Kant nos convida a uma reflexão crítica sobre o que podemos conhecer o que devemos fazer e o que nos é permitido esperar consolidando sua obra como um marco fundamental na história da filosofia 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLISON Henry E Kants Transcendental Idealism An Interpretation and Defense New Haven Yale University Press 2004 Disponível emhttpwwwpazeinatcomeinatfamilyPhilosophyAllison20Henry2020Kants 20Transcendental20Idealism20An20Interpretation20and20Defensepdf DA SILVA Neilson A PROPÓSITO DA INTRODUÇÃO À CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE IMMANUEL KANT São João del Rei Μετανόια n 1 p 8491 19981999 GUYER Paul Kant and the Claims of Knowledge Cambridge Cambridge University Press 1987 10 HUME David Investigação sobre o Entendimento Humano Tradução de José Oscar de Almeida Marques São Paulo Editora Unesp 2004 HUME David Tratado da natureza humana uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais Tradução Débora Danowski 2ed rev e ampliada São Paulo Editora UNESP 2009 KANT Immanuel Crítica da Razão Pura Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Mourão Lisboa Fundação Calouste Gulbenkian 1989 Disponível emhttpswwwacademiaedu4681047KANTImmanuelCrC3ADticadaraz C3A3opuraCalousteGulbenkian2001 KANT Immanuel Prolegômenos a Toda Metafísica Futura Tradução de Artur Morão Lisboa Edições 70 1985 Disponível emhttpswwwacademiaedu94654288KANTIProlegomenosaTodaaMetafisicaF utura SOARES DOS SANTOS Arthur Henrique OS JUÍZOS SINTÉTICOS A PRIORI NA CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE KANT conhecimento e implicações metafísicas PÓLEMOS Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília S l v 9 n 18 p 4870 2020 p6 DOI 1026512plv9i1830153 Disponível em httpsperiodicosunbbrindexphppolemosarticleview30153 Acesso em 3 abr 2025 STRAWSON Peter F The Bounds of Sense An Essay on Kants Critique of Pure Reason London Methuen 1966 Disponível emhttpsapipageplacedepreviewDT04009780429823619A35078182preview 9780429823619A35078182pdf

Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Recomendado para você

Artigo sobre Hobbes e Bacon

312

Artigo sobre Hobbes e Bacon

Filosofia

UFPA

Ciencia e Valores Humanos - Uma Reavaliacao da Tese de Hempel

17

Ciencia e Valores Humanos - Uma Reavaliacao da Tese de Hempel

Filosofia

UFPA

Ciencia e Valores Humanos - Repensando Tese Classica de Hempel

20

Ciencia e Valores Humanos - Repensando Tese Classica de Hempel

Filosofia

UFPA

uma Reconstrução da Filosofia Politica de K Popper

11

uma Reconstrução da Filosofia Politica de K Popper

Filosofia

UFPA

Artigo sobre o Artigo de Cupani

27

Artigo sobre o Artigo de Cupani

Filosofia

UFPA

Direitos Humanos: Princípios, Teorias e Preconceitos

51

Direitos Humanos: Princípios, Teorias e Preconceitos

Filosofia

UNIP

Introdução às Ciências Sociais: Metodologia e Objetividade

66

Introdução às Ciências Sociais: Metodologia e Objetividade

Filosofia

UMG

Adolfo Sánchez Vázquez - Filosofía de La Praxis

11

Adolfo Sánchez Vázquez - Filosofía de La Praxis

Filosofia

UNEB

Dissertação

7

Dissertação

Filosofia

USP

Texto de Emmanuel Mounier

33

Texto de Emmanuel Mounier

Filosofia

UCDB

Texto de pré-visualização

Paginação UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE FILOSOFIA DISCIPLINA TEORIA DO CONHECIMENTO 2 ÉRIKA SABRINA FREITAS DA COSTA 201908040022 O PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE KANT BELÉM PA 2025 Paginação O PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE KANT Aluna Érika Sabrina Freitas da Costa RESUMO A Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant busca responder como são possíveis os juízos sintéticos a priori fundamentais para a ciência e a matemática Kant propõe uma revolução copernicana na filosofia invertendo a relação entre sujeito e objeto o conhecimento não é uma mera recepção passiva mas uma construção ativa mediada pelas estruturas a priori do sujeito Essas estruturas incluem as formas puras da intuição espaço e tempo e as categorias do entendimento como causalidade e substância que organizam a experiência e permitem juízos universais e necessáriosKant é influenciado pelo ceticismo de Hume que questiona a validade da causalidade e dos conceitos metafísicos Em resposta Kant distingue entre o mundo fenomênico o mundo dos fenômenos acessível à experiência e o mundo noumênico as coisas em si mesmas inacessíveis ao conhecimento teórico A metafísica para Kant não pode ser uma ciência do suprassensível mas deve ser reformulada como uma disciplina crítica que investiga os limites da razão humana A obra aborda a possibilidade da matemática pura da ciência natural da metafísica como disposição natural e da metafísica como ciência Kant mostra que a matemática e a ciência são possíveis graças às intuições puras e às categorias enquanto a metafísica como tendência natural da razão busca o incondicionado mas esbarra em antinomias insolúveis Assim a Crítica da Razão Pura redefine o conhecimento humano fundamenta a ciência moderna e estabelece os limites da razão PalavrasChave Juízos sintéticos a prior Revolução copernicana Mundo fenomênico Abstract Keywords 1 INTRODUÇÃO A Crítica da Razão Pura 1781 obra seminal de Immanuel Kant representa um marco na história da filosofia ao buscar responder à questão central Como são possíveis os juízos sintéticos a priori Essa pergunta emerge em um contexto histórico marcado pela tensão entre o racionalismo dogmático de Leibniz e Wolff e o empirismo cético de David Hume Enquanto o racionalismo afirmava a possibilidade de um conhecimento metafísico seguro baseado apenas na razão o ceticismo de Hume questionava a validade de conceitos Paginação fundamentais como causalidade e substância lançando dúvidas sobre a própria possibilidade do conhecimento científico e metafísico Kant influenciado pela crítica humeana reconhece a necessidade de uma nova fundamentação para o conhecimento humano Ele propõe uma revolução copernicana na filosofia invertendo a relação tradicional entre sujeito e objeto em vez de o sujeito se conformar ao objeto o objeto é que se conforma às estruturas a priori do sujeito Essa inversão permite a Kant estabelecer as condições de possibilidade do conhecimento fundamentando a ciência e a matemática ao mesmo tempo em que redefine os limites da metafísica Este artigo tem como objetivo explorar o problema geral da Crítica da Razão Pura analisando seu significado histórico e teórico suas subdivisões e sua relação com o método filosófico a ciência e a metafísica A partir de uma análise detalhada das obras de Kant e dos principais comentadores buscase demonstrar como a filosofia transcendental de Kant não apenas supera o ceticismo de Hume e o dogmatismo racionalista mas também estabelece uma nova base para o conhecimento humano influenciando profundamente a epistemologia e a filosofia da ciência modernas Faltou indicar a metodologia do artigo isto é suas partes ou divisões internas 2 O PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA 21 Significado histórico do problema geral critica cética de Hume e o despertar do sono dogmático de Kant O problema central da Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant emerge em um contexto histórico marcado pela tensão entre o racionalismo e o empirismo e pela influência decisiva do ceticismo de David Hume A crítica de Hume especialmente em relação aos conceitos de causalidade e substância desempenhou um papel crucial no despertar de Kant do que ele chamou de sono dogmático levandoo a reformular os fundamentos da metafísica e do conhecimento humano KANT 1989 página David Hume em sua obra Investigação sobre o Entendimento Humano HUME 2004 questionou a validade do conhecimento metafísico e científico ao argumentar que nossas ideias de causalidade e substância não têm fundamento empírico sólido Para Hume a Paginação causalidade não passa de uma associação habitual de ideias baseada na repetição de eventos e não em uma conexão necessária entre causa e efeito Ele afirmou que não há justificativa racional para acreditar que o futuro se assemelhará ao passado o que minou as bases da ciência e da metafísica tradicionais HUME 2004 página Hume também questionou a validade dos juízos sintéticos a priori que são proposições que ampliam o conhecimento sintéticas e são universais e necessárias a priori Ele argumentou que todo conhecimento derivado da experiência é contingente e que não há garantia de que as leis da natureza continuarão a se manter no futuro Esse ceticismo levou Kant a reconhecer a necessidade de uma nova fundamentação para o conhecimento humano ALLISON 2004 pagina Kant em sua obra Prolegômenos a Toda Metafísica Futura KANT 1985 reconheceu que foi o ceticismo de Hume que o despertou do sono dogmático Até então Kant havia adotado uma postura racionalista influenciado por filósofos como Leibniz e Wolff que acreditavam na possibilidade de um conhecimento metafísico seguro e fundamentado na razão pura No entanto a crítica de Hume mostrou que a metafísica tradicional carecia de uma base sólida e que era necessário repensar os fundamentos do conhecimento GUYER 1987 página Kant percebeu que para responder ao ceticismo de Hume era necessário investigar as condições de possibilidade do conhecimento humano Ele propôs uma revolução copernicana na filosofia invertendo a relação tradicional entre sujeito e objeto em vez de o sujeito se conformar ao objeto o objeto é que se conforma às estruturas do sujeito Essa inversão permitiu a Kant fundamentar a possibilidade dos juízos sintéticos a priori que são essenciais para a ciência e a metafísica STRAWSON 1966 página 22 Significado teórico do problema geral demarcação dos juízos científicos O problema geral da Crítica da Razão Pura não possui apenas um significado histórico mas também um profundo significado teórico especialmente no que diz respeito à demarcação dos juízos científicos Kant buscou estabelecer os limites e as possibilidades do conhecimento humano distinguindo entre o que pode ser conhecido com certeza e o que está além do alcance da razão KANT 1989 página Essa distinção foi essencial para a fundamentação da epistemologia moderna e para a definição do papel da metafísica no pensamento filosófico Paginação Kant diferenciou dois tipos de juízos analíticos e sintéticos Os juízos analíticos são aqueles em que o predicado está contido no sujeito como em Todos os corpos são extensos Esses juízos são a priori ou seja independentes da experiência e possuem caráter de necessidade e universalidade No entanto eles não ampliam o conhecimento pois apenas explicitam o que já está contido no conceito do sujeito KANT 1989 página Essa característica faz com que os juízos analíticos sejam fundamentais para a lógica mas insuficientes para a ampliação do conhecimento científico Por outro lado os juízos sintéticos são aqueles em que o predicado não está contido no sujeito como em Todos os corpos são pesados Esses juízos ampliam o conhecimento mas dependem da experiência para serem validados A grande questão levantada por Kant é como são possíveis os juízos sintéticos a priori Ou seja como pode haver juízos que ampliem o conhecimento e ao mesmo tempo sejam universais e necessários KANT 1985 página Kant argumentou que os juízos sintéticos a priori constituem a base do conhecimento científico Por exemplo proposições matemáticas como 7 5 12 são sintéticas a priori pois ampliam o conhecimento e são necessariamente verdadeiras Do mesmo modo leis da física como Todo evento tem uma causa são juízos sintéticos a priori pois possuem universalidade e necessidade mas não derivam diretamente da experiência ALLISON 2004 página Esse ponto foi central para a defesa da validade objetiva da ciência e para a refutação do ceticismo radical A possibilidade dos juízos sintéticos a priori é garantida pelas condições transcendentais do conhecimento que incluem as formas puras da intuição espaço e tempo e as categorias do entendimento como causalidade e substância Essas condições são inerentes ao sujeito cognoscente e permitem que o conhecimento humano seja organizado de maneira sistemática e universal GUYER 1987 página Esse modelo transcendental de conhecimento serviu de base para o desenvolvimento da filosofia da ciência e da epistemologia contemporânea A Crítica da Razão Pura estabelece uma clara demarcação entre o que pode ser conhecido cientificamente e o que está além do alcance da razão humana Kant argumentou que o conhecimento científico está limitado ao mundo fenomênico ou seja ao mundo dos fenômenos que são objetos da experiência possível STRAWSON 1966 página O mundo noumênico que inclui conceitos como Deus alma e liberdade absoluta não pode ser objeto de conhecimento científico pois transcende a experiência sensível Essa demarcação é crucial para a filosofia kantiana pois redefine os limites do conhecimento humano e reafirma a importância da metafísica como uma disciplina voltada Paginação para as questões morais e práticas Ao responder ao ceticismo de Hume Kant estabeleceu um novo paradigma filosófico que influenciou profundamente o pensamento moderno consolidando a Crítica da Razão Pura como uma obra fundamental para a compreensão da ciência e da epistemologia contemporânea 3 AS SUBDIVISÕES DO PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA Immanuel Kant em sua Crítica da Razão Pura buscou estabelecer os limites e as possibilidades do conhecimento humano diferenciando o que pode ser conhecido com certeza daquilo que está além do alcance da razão Dentre os problemas centrais de sua filosofia transcendente destacamse quatro questões fundamentais que derivam do problema geral a possibilidade da matemática pura da ciência pura da natureza da metafísica como disposição natural e da metafísica como ciência Esses problemas são decisivos para compreender a estrutura do pensamento kantiano e sua contribuição para a epistemologia moderna A matemática é um campo do conhecimento que se baseia em juízos sintéticos a priori Proposições como 7 5 12 ou A linha reta é a distância mais curta entre dois pontos são universais necessárias e ampliam o conhecimento sem depender diretamente da experiência empírica Essa caracterização levanta a seguinte questão como é possível a matemática pura Kant argumenta que a possibilidade da matemática pura está fundamentada nas formas puras da intuição o espaço e o tempo O espaço é a forma pura da intuição externa enquanto o tempo é a forma pura da intuição interna Essas estruturas a priori permitem que a matemática construa seus objetos de forma universal e necessária Assim a matemática não descreve o mundo empírico diretamente mas sim as condições transcendentais que tornam possível a experiência do mundo A ciência natural especialmente a física newtoniana também se baseia em juízos sintéticos a priori Enunciados como Todo evento tem uma causa são universais e necessários mas não são analíticos pois ampliam o conhecimento Surge então a questão como é possível a ciência pura da natureza Kant explica que a possibilidade da ciência pura da natureza está nas categorias do entendimento como causalidade substância e quantidade Essas categorias são estruturas a priori que organizam os dados sensíveis permitindo a formulação de leis naturais universais Paginação Dessa forma a ciência não descreve as coisas em si mesmas noumena mas sim os fenômenos que são os objetos da experiência possível A matemática pura e a ciência pura da natureza não requerem uma justificação em si mesmas mas sim em relação a outra ciência a metafísica KANT Prolegomena 40 Ak IV p 327 A metafísica sempre existiu como uma disposição natural da razão humana manifestandose na busca incessante por princípios últimos que expliquem a realidade Contudo essa tendência inata da razão deve ser analisada criticamente para que não se perca em especulações infundadas em todos os homens e desde que neles a razão humana ascende à especulação houve sempre e continuará a haver uma metafísica E por conseguinte também acerca desta cabe agora esta questão como é possível a metafísica enquanto disposição natural ou seja como surgem da natureza da razão humana em geral as perguntas que a razão pura levanta e que por necessidade própria é levada a resolver tão bem quanto pode KrV B 2122 pp 5051 trad port modificada A metafísica como disposição natural da razão humana busca responder a questões como a existência de Deus a imortalidade da alma e a liberdade da vontade Essas questões são inevitáveis para a razão humana mas não podem ser respondidas com base na experiência empírica Assim Kant levanta um terceiro problema como é possível a metafísica como disposição natural Kant argumenta que a metafísica como disposição natural surge da tendência da razão de buscar o incondicionado ou seja aquilo que não depende de nenhuma condição anterior No entanto essa busca leva às antinomias da razão pura como a contradição entre a tese de que o mundo tem um começo no tempo e a antítese de que o mundo é infinito A metafísica como disposição natural é portanto uma tendência inevitável da razão mas que não pode ser resolvida no âmbito teórico A metafísica tradicional pretendia ser uma ciência do suprassensível mas Kant mostra que isso é impossível pois o conhecimento humano está limitado ao mundo fenomênico No entanto surge a questão final como é possível a metafísica como ciência A metafísica como ciência não busca conhecer as coisas em si mesmas mas sim estabelecer os limites e as possibilidades da razão humana Ela se ocupa das condições transcendentais do conhecimento como as formas puras da intuição e as categorias do entendimento Dessa forma a metafísica como ciência não é uma disciplina dogmática mas sim crítica que busca evitar os erros do racionalismo e do empirismo Os quatro problemas derivados do problema geral da Crítica da Razão Pura demonstram a profundidade da investigação kantiana sobre as condições de possibilidade do Paginação conhecimento humano A resposta de Kant a essas questões reformulou a metafísica a epistemologia e a filosofia da ciência estabelecendo novos paradigmas para o pensamento filosófico posterior Sua abordagem crítica mostrou que o conhecimento humano é possível apenas dentro de certos limites ressignificando a relação entre sujeito e objeto na construção da realidade fenomênica 4 RELAÇÃO DO PROBLEMA GERAL À QUESTÃO DO MÉTODO DA CIÊNCIA E DA METAFÍSICA O problema central da Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant Como são possíveis os juízos sintéticos a priori não é apenas uma questão epistemológica isolada mas está profundamente conectado à redefinição do método filosófico à fundamentação da ciência moderna e à reformulação da metafísica A filosofia transcendental de Kant ao responder a essa questão estabelece uma nova abordagem para o conhecimento humano redefinindo os limites e as possibilidades da razão A seguir exploramos essas relações de forma extensa e detalhada com referências às obras de Kant e aos principais comentadores 41 Relação com o Método O método adotado por Kant na Crítica da Razão Pura é o método transcendental que consiste em investigar as condições de possibilidade do conhecimento humano Esse método representa uma ruptura com as abordagens filosóficas anteriores como o racionalismo dogmático de Leibniz e Wolff e o empirismo cético de Hume Kant propõe uma revolução copernicana na filosofia invertendo a relação tradicional entre sujeito e objeto Em vez de o sujeito se conformar ao objeto o objeto é que se conforma às estruturas do sujeito Essa inversão significa que o conhecimento não é uma mera recepção passiva de dados sensíveis mas uma construção ativa mediada peecialmente da física newtoniana Kant mostra que a ciência se baseia em juízos sintéticos a priori que são universais e necessários mas não derivam diretamente da experiência Esses juízos são possíveis graças às categorias do entendimento que organizam os dados sensíveis em uma estrutura coerente e universal Por Paginação exemplo a lei da gravitação universal de Newton é um exemplo de juízo sintético a priori pois é universal e necessário mas não deriva diretamente da experiência KANT 17811989 Kant argumenta que a ciência não descreve as coisas em si mesmas noumena mas sim os fenômenos que são os objetos da experiência possível Isso significa que o conhecimento científico está limitado ao mundo fenomênico que é o mundo tal como aparece para nós mediado pelas estruturas a priori do sujeito As categorias do entendimento como causalidade substância e quantidade permitem que a ciência formule leis universais e necessárias mas essas leis só se aplicam aos fenômenos não às coisas em si mesmas ALLISON 2004 Essa distinção entre fenômeno e coisa em si é central para a filosofia transcendental de Kant Ela estabelece os limites do conhecimento científico e redefine a ciência como uma disciplina que investiga o mundo fenomênico Ao mesmo tempo Kant preserva a possibilidade de um conhecimento objetivo pelas formas puras da intuição espaço e tempo e pelas categorias do entendimento KANT 17811989 O método transcendental permite explicar como juízos sintéticos a priori como os da matemática e da física são possíveis Esses juízos não derivam da experiência mas das condições a priori que tornam a experiência possível Por exemplo a proposição matemática 7 5 12 é universal e necessária mas não é analítica pois amplia o conhecimento Sua possibilidade está fundamentada na intuição pura do espaço e do tempo que são condições transcendentais do conhecimento humano Da mesma forma a lei da causalidade que é fundamental para a ciência natural é possível graças à categoria de causalidade que organiza os dados sensíveis em uma estrutura coerente e universal ALLISON 2004 O método transcendental portanto redefine a filosofia como uma disciplina crítica que investiga os limites e as possibilidades da razão humana Ele evita tanto o dogmatismo que pretende conhecer realidades transcendentes sem crítica quanto o ceticismo que nega a possibilidade de qualquer conhecimento seguro Ao adotar esse método Kant estabelece uma nova base para o conhecimento humano que é ao mesmo tempo crítica e sistemática GUYER 1987 42 Relação com a Ciência A Crítica da Razão Pura tem um impacto profundo na compreensão da ciência especialmente da física newtoniana Kant mostra que a ciência se baseia em juízos sintéticos a priori que são universais e necessários mas não derivam diretamente da experiência Esses Paginação juízos são possíveis graças às categorias do entendimento que organizam os dados sensíveis em uma estrutura coerente e universal Por exemplo a lei da gravitação universal de Newton é um exemplo de juízo sintético a priori pois é universal e necessário mas não deriva diretamente da experiência KANT 17811989 Kant argumenta que a ciência não descreve as coisas em si mesmas noumena mas sim os fenômenos que são os objetos da experiência possível Isso significa que o conhecimento científico está limitado ao mundo fenomênico que é o mundo tal como aparece para nós mediado pelas estruturas a priori do sujeito As categorias do entendimento como causalidade substância e quantidade permitem que a ciência formule leis universais e necessárias mas essas leis só se aplicam aos fenômenos não às coisas em si mesmas ALLISON 2004 Essa distinção entre fenômeno e coisa em si é central para a filosofia transcendental de Kant Ela estabelece os limites do conhecimento científico e redefine a ciência como uma disciplina que investiga o mundo fenomênico Ao mesmo tempo Kant preserva a possibilidade de um conhecimento objetivo e universal respondendo ao ceticismo de Hume e fundamentando a ciência moderna GUYER 1987 43 Relação com a Metafísica A metafísica tradicional pretendia ser uma ciência do suprassensível buscando conhecer realidades como Deus a alma e o mundo como um todo No entanto Kant mostra que isso é impossível pois o conhecimento humano está limitado ao mundo fenomênico A metafísica portanto não pode ser uma ciência do suprassensível mas pode ser reformulada como uma ciência crítica que investiga as condições de possibilidade do conhecimento KANT 17811989 A metafísica como ciência crítica não busca conhecer as coisas em si mesmas mas sim estabelecer os limites e as possibilidades da razão humana Ela se ocupa das condições transcendentais do conhecimento como as formas puras da intuição espaço e tempo e as categorias do entendimento causalidade substância etc Por exemplo a crítica da razão pura é um exemplo de metafísica como ciência pois investiga as condições que tornam possível o conhecimento humano sem pretender transcender os limites da experiência ALLISON 2004 Paginação Kant também reconhece que a metafísica é uma disposição natural da razão humana que tende a buscar o incondicionado ou seja aquilo que não depende de nenhuma condição anterior No entanto essa busca leva a antinomias da razão pura como a contradição entre a tese de que o mundo tem um começo e a antítese de que o mundo é infinito Essas antinomias mostram que a razão humana não pode resolver questões que transcendem os limites da experiência possível Portanto a metafísica como disposição natural é uma tendência inevitável da razão mas que não pode ser resolvida no âmbito teórico KANT 17811989 STRAWSON 1966 A relação do problema geral da Crítica da Razão Pura com o método a ciência e a metafísica mostram como a filosofia transcendental de Kant redefine esses campos O método transcendental estabelece uma nova abordagem filosófica baseada na crítica das condições de possibilidade do conhecimento A ciência é fundamentada como uma disciplina que investiga o mundo fenomênico com base em juízos sintéticos a priori A metafísica é reformulada como uma ciência crítica que investiga os limites e as possibilidades da razão humana sem pretender transcender os limites da experiência Ao responder à questão dos juízos sintéticos a priori Kant não apenas supera o ceticismo de Hume e o dogmatismo racionalista mas também estabelece uma nova base para o conhecimento humano Sua filosofia transcendental redefine o papel da metafísica fundamenta a ciência moderna e propõe um método crítico que continua a influenciar a filosofia até os dias atuais 5 CONCLUSÃO A Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant representa uma das mais profundas e revolucionárias contribuições para a filosofia redefinindo os fundamentos do conhecimento humano e estabelecendo novos paradigmas para a epistemologia a ciência e a metafísica Ao responder à questão central Como são possíveis os juízos sintéticos a priori Kant não apenas supera o ceticismo de Hume e o dogmatismo racionalista mas também inaugura uma nova era no pensamento filosófico marcada pela crítica e pela reflexão sobre os limites da razão A revolução copernicana proposta por Kant ao inverter a relação tradicional entre sujeito e objeto demonstra que o conhecimento não é uma mera recepção passiva de dados sensíveis mas uma construção ativa mediada pelas formas puras da intuição espaço e tempo Paginação e pelas categorias do entendimento como causalidade e substância Essa abordagem transcendental permite fundamentar a possibilidade da matemática e da ciência ao mesmo tempo em que estabelece uma clara demarcação entre o mundo fenomênico acessível à experiência e o mundo noumênico inacessível ao conhecimento teórico Kant também redefine a metafísica transformandoa de uma disciplina dogmática que pretendia conhecer realidades transcendentes em uma ciência crítica que investiga as condições de possibilidade do conhecimento humano Ao reconhecer a metafísica como uma disposição natural da razão Kant mostra que embora a busca pelo incondicionado seja inevitável ela deve ser conduzida dentro dos limites da experiência possível evitando as antinomias e ilusões da razão pura Em síntese a Crítica da Razão Pura não apenas responde às questões levantadas pelo ceticismo de Hume mas também estabelece uma base sólida para o conhecimento científico e filosófico influenciando profundamente o pensamento moderno e contemporâneo Ao delimitar os alcances e os limites da razão humana Kant nos convida a uma reflexão crítica sobre o que podemos conhecer o que devemos fazer e o que nos é permitido esperar consolidando sua obra como um marco fundamental na história da filosofia 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLISON Henry E Kants Transcendental Idealism An Interpretation and Defense New Haven Yale University Press 2004 Disponível emhttpwwwpazeinatcomeinatfamilyPhilosophyAllison20Henry2020Kants 20Transcendental20Idealism20An20Interpretation20and20Defensepdf GUYER Paul Kant and the Claims of Knowledge Cambridge Cambridge University Press 1987 HUME David Investigação sobre o Entendimento Humano Tradução de José Oscar de Almeida Marques São Paulo Editora Unesp 2004 KANT Immanuel Crítica da Razão Pura Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Mourão Lisboa Fundação Calouste Gulbenkian 1989 Disponível emhttpswwwacademiaedu4681047KANTImmanuelCrC3ADticadaraz C3A3opuraCalousteGulbenkian2001 KANT Immanuel Prolegômenos a Toda Metafísica Futura Tradução de Artur Morão Lisboa Edições 70 1985 Disponível emhttpswwwacademiaedu94654288KANTIProlegomenosaTodaaMetafisicaF utura Paginação STRAWSON Peter F The Bounds of Sense An Essay on Kants Critique of Pure Reason London Methuen 1966 Disponível emhttpsapipageplacedepreviewDT04009780429823619A35078182preview 9780429823619A35078182pdf Em todos os tópicos do artigo apresentado teve indícios de plágio mediante o teste feito por ferramentas de IA Além disso o artigo não apresentou as páginas das obras mencionadas Kant Hume Guyer Allison Strawson mas apenas o ano delas a fim de fazer a averiguação das informações dadas sendo inadequado fornecer informações vagas sobre a explicação de conceitos importantes NOTA 00 pt INSUFICIENTE 1 O PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE KANT Érika Sabrina Freitas da Costa1 Resumo A Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant busca responder como são possíveis os juízos sintéticos a priori fundamentais para a ciência e a matemática Kant propõe uma revolução copernicana na filosofia invertendo a relação entre sujeito e objeto o conhecimento não é uma mera recepção passiva mas uma construção ativa mediada pelas estruturas a priori do sujeito Essas estruturas incluem as formas puras da intuição espaço e tempo e as categorias do entendimento como causalidade e substância que organizam a experiência e permitem juízos universais e necessários Kant é muito influenciado pelo ceticismo de Hume que questiona a validade da causalidade e dos conceitos metafísicos Em resposta Kant distingue entre o mundo fenomênico o mundo dos fenômenos acessível à experiência e o mundo noumênico as coisas em si mesmas inacessíveis ao conhecimento teórico A metafísica para Kant não pode ser uma ciência do suprassensível mas deve ser reformulada como uma disciplina crítica que investiga os limites da razão humana A obra aborda a possibilidade da matemática pura da ciência natural da metafísica como disposição natural e da metafísica como ciência Kant mostra que a matemática e a ciência são possíveis graças às intuições puras e às categorias enquanto a metafísica como tendência natural da razão busca o incondicionado mas esbarra em antinomias insolúveis Assim a Crítica da Razão Pura redefine o conhecimento humano fundamenta a ciência moderna e estabelece os limites da razão PalavrasChave Kant Crítica da Razão Pura Juízos sintéticos a priori Revolução copernicana Abstract Immanuel Kants Critique of Pure Reason seeks to answer how a priori synthetic judgments which are fundamental to science and mathematics are possible Kant proposes a Copernican revolution in philosophy inverting the relationship between subject and object knowledge is not a mere passive reception but an active construction mediated by the subjects a priori structures These structures include the pure forms of intuition space and time and the categories of understanding such as causality and substance which organize experience and allow for universal and necessary judgments Kant is greatly influenced by 1 Colocar aqui suas informações acadêmicas junto ao seu email de contato 2 Humes skepticism which questions the validity of causality and metaphysical concepts In response Kant distinguishes between the phenomenal world the world of phenomena accessible to experience and the noumenal world things in themselves inaccessible to theoretical knowledge For Kant metaphysics cannot be a science of the suprasensible but must be reformulated as a critical discipline that investigates the limits of human reason The work addresses the possibility of pure mathematics natural science metaphysics as a natural disposition and metaphysics as a science Kant shows that mathematics and science are possible thanks to pure intuitions and categories while metaphysics as a natural tendency of reason seeks the unconditioned but comes up against insoluble antinomies Thus the Critique of Pure Reason redefines human knowledge founds modern science and establishes the limits of reason Keywords Kant Critique of Pure Reason Synthetic a priori judgments Copernican revolution 1 INTRODUÇÃO A Crítica da Razão Pura 1781 obra seminal de Immanuel Kant representa um marco na história da filosofia ao buscar responder à questão central Como são possíveis os juízos sintéticos a priori Essa questão emerge em um contexto histórico marcado pela tensão entre o racionalismo dogmático de Leibniz e Wolff e o empirismo cético de David Hume Enquanto o racionalismo afirmava a possibilidade de um conhecimento metafísico seguro baseado apenas na razão o ceticismo de Hume questionava a validade de conceitos fundamentais como causalidade e substância lançando dúvidas sobre a própria possibilidade do conhecimento científico e metafísico Kant influenciado pela crítica humeana reconhece a necessidade de uma nova fundamentação para o conhecimento humano Ele propõe uma revolução copernicana na filosofia invertendo a relação tradicional entre sujeito e objeto em vez de o sujeito se conformar ao objeto o objeto é que se conforma às estruturas a priori do sujeito Essa inversão permite a Kant estabelecer as condições de possibilidade do conhecimento fundamentando a ciência e a matemática ao mesmo tempo em que redefine os limites da metafísica Este artigo tem por objetivo explorar o problema geral da Crítica da Razão Pura analisando seu significado histórico e teórico para isso metodologicamente dividiremos o 3 trabalho em três partes principais a saber O problema geral da Crítica da Razão Pura As subdivisões do problema geral da Crítica da Razão Pura e a relação do problema geral à questão do método da ciência e da metafísica A partir de uma análise detalhada das obras de Kant e dos principais comentadores buscase demonstrar como a filosofia transcendental de Kant não apenas supera o ceticismo de Hume e o dogmatismo racionalista mas também estabelece uma nova base para o conhecimento humano influenciando profundamente a epistemologia e a filosofia da ciência modernas 2 O PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA 21 Significado histórico do problema geral Crítica cética de Hume e o despertar do sono dogmático de Kant A reflexão acerca dos problemas da causalidade foi um dos temas centrais da filosofia moderna no artigo em questão focaremos em primeiro momento nas considerações de Hume sobre o problema principalmente na obras obras Tratado da Natureza Humana e Investigação sobre o Entendimento Humano na qual criticava a noção habitual da conexão entre causa e efeito tendo sido assim muito criticado e interpretado como alguém que recusava a concepção racionalista de causalidade Kant pelo contrário sustentava que a ideia de causa e efeito são necessariamente conectados o conceito de uma causa contém tão manifestamente o conceito de uma ligação necessária com um efeito e uma rigorosa universalidade da regra CRP B5 p 6465 Partindo desse ponto podemos concluir que Kant construiu uma resposta ao problema de Hume e ao mesmo tempo construiu o problema de sua própria filosofia afirmando até mesmo que as afirmações humeanas o despertaram de um sono dogmático O grande objetivo da filosofia de Hume é demonstrar que não há garantias para se acreditar em determinadas afirmações feitas pela metafísica para isso segundo o filósofo três perguntas norteiam de fato as relações qual o sentido usado quando afirmamos que é necessário que tudo tenha uma causa O que faz com que uma causa se ligue a um efeito particular e não outro qualquer Qual é o real fundamento de todas essas afirmações sobre a causalidade THN 13214 e 15 TNH 106 Para responder essas perguntas Hume ainda no TNH apresenta o conceito de ideias complexas que seriam a união de percepções simples por exemplo a ideia de uma montanha de outro nada mais é do que a junção da percepção do que é uma montando e a percepção do que é ouro Ainda de acordo com Hume as relações 4 que envolvem causa e efeito são dependentes de um contexto experimental como afirma na passagem poder pelo qual um objeto produz o outro jamais pode ser descoberto apenas por meio de suas ideias é evidente que só podemos conhecer as relações de causa e efeito pela experiência e não por algum raciocínio ou reflexão abstratos THN 1311 TNH 98 Sendo assim nessa concepção tudo que sabemos é dado pela experiência então o autor não acredita que a causalidade é uma regra de natureza em outros palavras para Hume o conhecimento humano é necessariamente empírico e a posteriori Kant por outro lado tenta fugir da experiência e foca o entendimento humano em um entendimento puro a priori para reafirmar que nem todo conhecimento é derivado da experiência nesse ponto já existe a separação dos juízos que foram divididos pelo filósofo em analítico e sintético o primeiro seria quando o conceito de sujeito já contém o predicado e o segundo o conceito de sujeito seria enriquecido com o do predicado 22 Significado teórico do problema geral demarcação dos juízos científicos Ainda analisando a estrutura dos juízos podemos dizer que geralmente os juízos analíticos são a priori pois não seria necessária a experiência para ter a verdade e as sintéticas a posteriori pois essas sim geralmente recorreriam a experiência Todavia Kant nos apresenta a possibilidade de um conhecimento sintético a priori e puro esse juízo para Kant seria o científico e o outros sem não científicos essa seria então a grande questão da Crítica da Razão Pura pois como teríamos conhecimento sem qualquer experiência Para responder essa questão Kant formula três conceitos que guiariam o sujeito ao conhecimento formasprincípios puros da intuição conceitos puros e princípios puros Além disso também demarca logo no início da CRP as relações entre necessidade e universalidade Em primeiro lugar se encontrarmos uma proposição que apenas se possa pensar como necessária estamos em presença de um juízo a priori se além disso essa proposição não for derivada de nenhuma outra que por seu turno tenha o valor de uma proposição necessária então é absolutamente a priori Em segundo lugar a experiência não concede nunca aos seus juízos uma universalidade verdadeira e rigorosa apenas universalidade suposta e comparativa por indução de tal modo que em verdade antes se deveria dizer tanto quanto até agora nos foi dado verificar não se encontram exceções a esta ou àquela regra CRP B4 p64 5 Sendo assim uma das primeiras características dos juízos a priori é a sua necessidade não sendo contingentes como os juízos a posteriori E quem determina necessidade aos juízos é a razão não a experiência A primeira grande distinção feita sobre os juízos então é os que possuem necessidade e os que possuem contingência É fácil mostrar que há realmente no conhecimento humano juízos necessários e universais no mais rigoroso sentido ou seja juízos puros a priori CRP B5 p 65 pelo trecho entendemos que a universalidade é a segunda característica dos juízos a priori assim No conhecimento científico é preciso haver uma certeza apodítica das leis pelas quais a natureza funciona e isso só ocorre havendo necessidade e universalidade rigorosa o que só pode existir em juízos a priori2 Um juízo que é científico então nunca se pautará em juízos a posteriori Entendido melhor a noção de a priori e a posteriori vale a pena também se aprofundar nas diferenças entre o sintético e o analítico Em todos os juízos nos quais se pensa a relação entre um sujeito e um predicado apenas considero os juízos afirmativos porque é fácil depois a aplicação aos negativos esta relação é possível de dois modos Ou o predicado B pertence ao sujeito A como algo que está contido implicitamente nesse conceito A ou B está totalmente fora do conceito A embora em ligação com ele No primeiro caso chamo analítico ao juízo no segundo sintético CRP B10 p 6869 Dessa maneira para Kant temos dois tipos de conhecimento um que destrincha os conceitos que já temos e outro que acrescenta aos conceitos que já temos dados diferentes Tanto que por sintético podemos entender algo que aumenta adiciona o conhecimento que nos foi dado Ou seja nos juízos analíticos só há uma explicação do conceito já dado previamente puramente racional e sintético há uma extensão do conceito adicionando conhecimento precisam da experiência Os primeiros poderiam igualmente denominarse juízos explicativos os segundos juízo extensivos porque naqueles o predicado nada acrescenta ao conceito do sujeito e apenas pela análise o decompõe nos conceitos parciais que já nele estavam pensados embora confusamente ao passo que os 2 SOARES DOS SANTOS Arthur Henrique OS JUÍZOS SINTÉTICOS A PRIORI NA CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE KANT conhecimento e implicações metafísicas PÓLEMOS Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília S l v 9 n 18 p 4870 2020 p6 DOI 1026512plv9i1830153 Disponível em httpsperiodicosunbbrindexphppolemosarticleview30153 Acesso em 3 abr 2025 6 outros juízos pelo contrário acrescentam ao conceito de sujeito um predicado que nele não estava pensado e dele não podia ser extraído por qualquer decomposição CRP B11 p 69 Diferente dos juízos analíticos os sintéticos podem ser divididos em sintéticos a priori e sintéticos a posteriori Acordando os conceitos já abordados para Kant o único de fato científico sobre os juízos sintéticos a priori por isso a grande questão da CRP é como são possíveis esses tipos de juízos questão abordada no próximo tópico 3 AS SUBDIVISÕES DO PROBLEMA GERAL DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA É importante observar que a questão de Kant é como esses juízos são possíveis e não se são possíveis Além disso o filósofo afirma que todas as ciências teóricas possuem os juízos sintéticos a priori como por exemplo a matemática e as ciências da natureza para Kant os juízos de tal ciência são sintéticose não analíticos Acerca da proposição 7 5 12 ele argumenta que o conceito de doze não é pensado apenas na união de sete mais cinco mas que é preciso sair desse conceito de união com a ajuda da intuição chegando ao resultado final da soma3 sobre a ciência da natureza Kant defende que No conceito de matéria não é pensada a ideia de que há uma permanência de sua quantidade mas apenas que ela ocupa um lugar no espaço preenchendoo Por isso a proposição não é portanto analítica mas sintética e não obstante pensada a priori e assim nas restantes proposições da parte pura da Ciência da Natureza KrV B 18 0405 Háentão segundo Kant uma aplicação do método científico conforme ele o expôs no Prefácio B da CRP4 Os juízos sintéticos a priori também devem acontecer na Metafísica mais especificamente no que Kant chama de metafísica científica Na metafísica mesmo considerada apenas como uma ciência até agora simplesmente em esboço mas que a natureza da razão humana torna 3 Idem p 12 4 Idem p 13 7 indispensável deve haver juízos sintéticos a priori por isso de modo algum se trata nessa ciência de simplesmente decompor os conceitos que formamos a priori acerca das coisas para os explicar analiticamente o que pretendemos pelo contrário é alargar o nosso conhecimento a priori para o que temos de nos servir de princípios capazes de acrescentar ao conceito dado alguma coisa que nele não estava contida e mediante juízos sintéticos a priori chegar tão longe que nem a própria experiência nos possa acompanhar CRP B183 p 74 Assim a metafísica passa a ser um conhecimento científico seguro todavia isso não ocorre na chamada Metafísica Dogmática pois segundo Kant eles não formam conceitos pensados a priori o que conduz a incertezas que levam ao ceticismo como a Metafísica Tradicional busca ultrapassar a própria natureza com as ideias de Deus liberdade e imortalidade da alma KrV B 395 nota 7 ela está fora do escopo daquilo que Kant pensa ser o uso legítimo de juízos sintéticos a priori5 Kant postulava a existência de Deus todavia juntos da liberdade e da mortalidade de alma deixa de fazer parte do conhecimento científico que deve haver na metafísica Nesse sentido a fé difere do saber A metafísica não deveria dar atenção a objetos como Deus mas não porque não existe mas sim porque só podemos postular suas existência a partir de vias morais e não através de qualquer conhecimento científico Por fim sua teoria de aplicar os juízos sintéticos a priori na metafísica não se importa com as coisas em si mesmo mas com o que vai além de toda a experiência buscando apenas uma fundamentação transcendental da síntese com o objetivo de demonstrar as condições de possibilidade do conhecimento requerido pela ciênciaprecedendo o próprio conhecimento empírico6 Os problemas gerais da CRP versam sobre essas possibilidades do conhecimento humano causando uma verdadeira revolução na metafísica na filosofia da ciência e principalmente na epistemologia 4 RELAÇÃO DO PROBLEMA GERAL À QUESTÃO DO MÉTODO DA CIÊNCIA E DA METAFÍSICA A dialética transcendental é o método que Kant utiliza e discorre na CRP que se baseia na tese de que há ilusões na qual a origem é a própria razão A intenção do filósofo 5 Idem p 15 6 Idem p 21 8 aqui não é de destruir a metafísica transcendente mas sim de reconstruir e repensar sua gênese racional Dessa forma o autor cria uma nova concepção do que seria a crítica filosófica ao mesmo tempo que aprofunda o conceito de razão tornandoa uma razão que proceda criticamente sem passividade Esse método põe em questão diversos pontos inclusive a ciência e a metafísica Quando falamos de crítica em Kant falamos de algo fundamental para o conhecimento pois ela acaba por descobrir na razão um uso regulador que é portanto o reconhecimento da impossibilidade de se atingir os objetos cuja natureza é desprovida de conteúdo material Na busca de resposta para esse problema o próprio kantismo entende que a questão essencial levantada pela Crítica da Razão Pura é unicamente a de saber até onde posso esperar alcançar com a razão se me for retirada toda a matéria e todo o concurso da experiência KANT 1994 p 7 Ora a natureza humana é constituída de tal modo que não nos permite conhecer os objetos noumênicos da razão especulativa7 Segundo Kant o compromisso mais difícil da razão é o conhecimento de si mesma e necessariamente deve ser entendida como crítica de si mesma Somente a crítica é capaz de impedir que a razão ultrapasse o universo da experiência pois para ele o grande problema da razão é tentar conhecer objetos transcendentes que só podem ser pensados e estão além da realidade sensível a razão não pode cair na cilada de se importar com questões que não a contemplam A razão não deve se preocupar com o mundo numênico mas sim com o mundo dos fenomênico Essa concepção é atemporal e continua a influenciar filósofos ainda nos dias atuais 5 CONCLUSÃO A Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant representa uma das mais profundas e revolucionárias contribuições para a filosofia redefinindo os fundamentos do conhecimento humano e estabelecendo novos paradigmas para a epistemologia a ciência e a metafísica Ao responder à questão central Como são possíveis os juízos sintéticos a priori Kant não apenas supera o ceticismo de Hume e o dogmatismo racionalista mas também inaugura 7 DA SILVA Neilson A PROPÓSITO DA INTRODUÇÃO À CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE IMMANUEL KANT São João del Rei Μετανόια n 1 p 8491 19981999 p 67 9 uma nova era no pensamento filosófico marcada pela crítica e pela reflexão sobre os limites da razão A revolução copernicana proposta por Kant ao inverter a relação tradicional entre sujeito e objeto demonstra que o conhecimento não é uma mera recepção passiva de dados sensíveis mas uma construção ativa mediada pelas formas puras da intuição espaço e tempo e pelas categorias do entendimento como causalidade e substância Essa abordagem transcendental permite fundamentar a possibilidade da matemática e da ciência ao mesmo tempo em que estabelece uma clara demarcação entre o mundo fenomênico acessível à experiência e o mundo noumênico inacessível ao conhecimento teórico Kant também redefine a metafísica transformandoa de uma disciplina dogmática que pretendia conhecer realidades transcendentes em uma ciência crítica que investiga as condições de possibilidade do conhecimento humano Ao reconhecer a metafísica como uma disposição natural da razão Kant mostra que embora a busca pelo incondicionado seja inevitável ela deve ser conduzida dentro dos limites da experiência possível evitando as antinomias e ilusões da razão pura Em síntese a Crítica da Razão Pura não apenas responde às questões levantadas pelo ceticismo de Hume mas também estabelece uma base sólida para o conhecimento científico e filosófico influenciando profundamente o pensamento moderno e contemporâneo Ao delimitar os alcances e os limites da razão humana Kant nos convida a uma reflexão crítica sobre o que podemos conhecer o que devemos fazer e o que nos é permitido esperar consolidando sua obra como um marco fundamental na história da filosofia 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLISON Henry E Kants Transcendental Idealism An Interpretation and Defense New Haven Yale University Press 2004 Disponível emhttpwwwpazeinatcomeinatfamilyPhilosophyAllison20Henry2020Kants 20Transcendental20Idealism20An20Interpretation20and20Defensepdf DA SILVA Neilson A PROPÓSITO DA INTRODUÇÃO À CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE IMMANUEL KANT São João del Rei Μετανόια n 1 p 8491 19981999 GUYER Paul Kant and the Claims of Knowledge Cambridge Cambridge University Press 1987 10 HUME David Investigação sobre o Entendimento Humano Tradução de José Oscar de Almeida Marques São Paulo Editora Unesp 2004 HUME David Tratado da natureza humana uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais Tradução Débora Danowski 2ed rev e ampliada São Paulo Editora UNESP 2009 KANT Immanuel Crítica da Razão Pura Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Mourão Lisboa Fundação Calouste Gulbenkian 1989 Disponível emhttpswwwacademiaedu4681047KANTImmanuelCrC3ADticadaraz C3A3opuraCalousteGulbenkian2001 KANT Immanuel Prolegômenos a Toda Metafísica Futura Tradução de Artur Morão Lisboa Edições 70 1985 Disponível emhttpswwwacademiaedu94654288KANTIProlegomenosaTodaaMetafisicaF utura SOARES DOS SANTOS Arthur Henrique OS JUÍZOS SINTÉTICOS A PRIORI NA CRÍTICA DA RAZÃO PURA DE KANT conhecimento e implicações metafísicas PÓLEMOS Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília S l v 9 n 18 p 4870 2020 p6 DOI 1026512plv9i1830153 Disponível em httpsperiodicosunbbrindexphppolemosarticleview30153 Acesso em 3 abr 2025 STRAWSON Peter F The Bounds of Sense An Essay on Kants Critique of Pure Reason London Methuen 1966 Disponível emhttpsapipageplacedepreviewDT04009780429823619A35078182preview 9780429823619A35078182pdf

Sua Nova Sala de Aula

Sua Nova Sala de Aula

Empresa

Central de ajuda Contato Blog

Legal

Termos de uso Política de privacidade Política de cookies Código de honra

Baixe o app

4,8
(35.000 avaliações)
© 2025 Meu Guru®