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GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 56 UTILIZAÇÃO DE GEOTECNOLOGIAS NA CARTOGRAFIA ESCOLAR A COMPREENSÃO DA REPRESENTAÇÃO DO RELEVO COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL1 THE USE OF GEOTECHNOLOGIES IN THE TEACHING OF CARTOGRAPHY THE UNDERSTANDING OF THE REPRESENTATION OF RELIEF WITH STUDENTS OF MIDDLE SCHOOL Maurício RIZZATTI2 Roberto CASSOL3 Natália Lampert BATISTA4 Gabriela DAMBRÓS5 Resumo A abordagem do relevo por meio de recursos geotecnológicos e cartográficos pode ampliar o interesse dos alunos e auxiliar o entendimento da realidade que o cerca Neste contexto tevese como objetivo relatar uma experiência de ensino desenvolvida com alunos de 6º ano da EMEF JAO CAIC Luizinho de Grandi localizada em Santa Maria RS Brasil Como objetivos específicos têm se identificar a motivação dos alunos nas etapas de elaboração do mapa de relevo em meio analógico maquete e digital QGIS verificar o entendimento da representação do relevo por meio da construção do mapa hipsométrico e despertar a criatividade e o interesse pelo uso de recursos tecnológicos para fins de aprendizagem Para isso desenvolveuse uma sequência didática Constatou se que a sequência didática desenvolvida contribuiu com o aprendizado dos alunos com o aprimoramento eou desenvolvimento das noções cartográficas e de representação do relevo fazendo com que compreendam de modo mais profundo como se dá a representação da superfície terrestre em meio digital Portanto destacase a contribuição das geotecnologias para o ensino da representação do relevo que perpassa a leitura do espaço geográfico e a aprendizagem da Geografia Palavras chave Cartografia Escolar Relevo Mapeamento QGIS Geotecnologias Abstract The approach to relief through technological and cartographic resources can enlarge the students interest and assist the understanding of the reality that surrounds it In this context it had as objective to report a teaching experience developed with students in 6th year of EMEF J AO CAIC Luizinho deGrandi located in Santa Maria RS Brazil Specific objectives have identify students motivation in the development stages of relief map in analog medium model and digital QGIS check the understanding of the relief representation through the construction of topographic map and awaken creativity and interest in the use of technological resources for learning purposes For it has developed a didactic sequence It was found that the developed didactic sequence contributed to student learning with the improvement and or development of cartographic and relief representation notions making them understand more deeply how is the representation of the earths surface in digital media Therefore there is the contribution of geotechnology for teaching relief representation which runs through the reading of the geographic space and learning of geography 1 Projeto deEnsino financiado pelo Programa de Licenciatura PROLICEN da Universidade Federal de Santa Maria UFSM 2015 2Mestrando em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria UFSM Contato geomauriciorizzattigmailcom 3Professor Doutor do Departamento de Geociências e do Programa de PósGraduação em Geografia PPGGeo da Universidade Federal de Santa Maria UFSM Contato rtocassolgmailcom 4Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria UFSM e docente na rede municipal Contatonatilbatista3gmailcom 5Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS e docente na rede estadual Contato gabbydambrosyahoocombr GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 57 Key words School Cartograph Relief Mapping QGIS Geotechnology Introdução Os avanços das tecnologias especialmente no final do século XX e início do século XXI possibilitaram grandes mudanças na sociedade e na escola Essas transformações sobretudo nas áreas da informação e da comunicação permitem uma aproximação virtual de pessoas que estão distantes transformando radicalmente a forma com que as mesmas interagem entre si e consequentemente sua forma de aprender Essa nova faceta da sociedade global conduzao mesmo tempo em que exigeuma nova escola que se vê constantemente desafiada a inserir o novo aluno e as novas ferramentas de ensinoaprendizagem em seu contexto sem perder de vistas os objetivos da educação Na perspectiva emergente o ensino da Geografia aliado às novas tecnologias de informação comunicação e representação do espaço geográfico pode despertar o interesse dos alunos fazendoos questionaros temas introduzidos pelo professor Para estudar e explicar o espaço geográfico globalizado além de seu dinamismo e complexidade os professores podem utilizar as tecnologias para despertar a curiosidade em seu aluno Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais BRASIL 2001 os currículos escolares devem desenvolver competências de obtenção e utilização de informações por meio do computador bem como sensibilizar e motivar os alunos para a presença de novas tecnologias no cotidiano escolar Na atual sociedade da informação o computador está cada vez mais inserido no cotidiano dos alunos bem como os smartphones com acesso à internet sendo que estes equipamentos estão ligados ao uso de mapas e ao Sistema de Posicionamento Global GPS Essa realidade pode ser observada por exemplo nos inúmeros aplicativos e redes sociais O Facebook e o Instagram altamente utilizados pelos nativos digitais6estão intimamente associados à Cartografia e aos mapas Os Checkins que permite publicar o local onde está atrelama comunicação à localização espacial e direta ou indiretamente as competências e as habilidades que necessitam serem desenvolvidas pela Cartografia Escolar e pelo Ensino de Geografia para conduzir os alunos a leitura e confecção crítica dos mapas O uso dessas ferramentas acaba por tornarse quase que obrigatório no ambiente escolar como forma de motivação dos alunos frente ao Ensino de Geografia Atualmente além das tecnologias móveis muitas escolas contam com laboratórios de informática e multimídias onde é possível ter acesso às tecnologias de informação e comunicação TIC permitindo aos professores desenvolver trabalhos dinâmicos e interativos Contudo de acordo com os PCNs BRASIL 1997 o uso das geotecnologias só tem sentido se contribuírem com a melhoria da qualidade do ensino A simples presença de novas tecnologias na escola não é por si só garantia de melhor qualidade na educação pois a aparente modernidade pode mascarar um ensino tradicional baseado na recepção e na memorização de informações BRASIL 1997 p140 Dessa maneira o uso das TICemerge na educação como um recurso de apoio nas aulas mas que necessita ser utilizado com propósito e com criatividade para conduzir o aluno ao objetivo da educação formar cidadãos conscientes e reflexivos frente à nova realidade local e global Conforme os Parâmetros Curriculares BRASIL 1998 o professor necessita associar as aulas tradicionais e inovadoras que despertem a imaginação dos alunos passando utilizar recursos geotecnológicos com trabalhos práticos com mapas virtuais e imagens aéreas e 6Conceito criado por Marc Prensky 2001 para designar a geração de jovens nascidos a partir da disponibilidade de informações rápidas e acessíveis na grande rede de computadores GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 58 satélites entre outros recursos para obter maior eficácia no processo de ensinoaprendizagem e despertar a criatividade dos educandos A escola no papel de formadora de cidadãos precisa constantementerever suas práticas para que possa acompanhar o avançado das tecnologias introduzindoas no processo do ensino aprendizagem Essa abordagem é enfatizada por Martins 2011 p 65 ao afirmar que ser professor em uma sociedade globalizada significa mais que transmissão de conteúdos É necessário construir habilidades e competências para atuar num mundo recheado de tecnologias privilegiando práticas transformadoras A interatividade e as contribuições das Geotecnologias e da Cartografia Escolar para o ensino de Geografia também pode ser observada na pesquisa de Santos 2002 Para a autora No ensino de Geografia a utilização de imagens de satélite por exemplo permite identificar e relacionar elementos naturais e socioeconômicos presentes na paisagem tais como serra planícies rios bacias hidrográficas matas áreas agriculturáveis indústrias cidades bem como acompanhar resultados a dinâmica de seu uso servindo portanto como um importante subsídio à compreensão das relações sociais e de suas consequências no uso e ocupação dos espaços SANTOS 2002 p57 No ambiente escolar a linguagem cartográfica aliada às novas tecnologias de informação e comunicação pode auxiliar a compreensão dos fenômenos pois conduz o aluno a uma leitura sistematizada das múltiplas escalas de análise local regional nacional eglobal Segundo Oliveira 2007 p18 A Cartografia constitui sem dúvida um dos mais valiosos recursos do professor de Geografia e a sua compreensão é fundamental ao entendimento do espaço geográfico que envolve entre inúmeros outros aspectos o estudo do relevo da superfície terrestre Ao tratar das novas tecnologias que também tem contribuído com os avanços cartográficos Oliveira 2006 p64 menciona que os recursos computacionais permitem uma maior capacidade de geração de modelos e uma maior velocidade de execução de estudos visuais possibilitando a representação do tempo e do espaço nas composições gráficas e permitindo uma nova forma de pensar e de entender a realidade Segundo Stürmer 2011 as utilizações das Geotecnologias na Cartografia Escolar em sala de aula permitem minimizar a carência de dados estatísticos atualizados como também de produtos cartográficos mapas e globos e de sensoriamento remoto fotografias aéreas e imagens de satélites permitindo um melhor aproveitamentorendimento desses recursos no processo de ensino aprendizagem inovando o ensino de geografia com a inserção das tecnologias A abordagem do relevo em sala de aula por meio de recursos geotecnológicos pode ampliar o interesse dos alunos e auxiliar o seu entendimento frente à realidade que o cerca de modo mais dinâmico e articulado com ferramentas que despertam seu interesseAssim os SIGs podem se tornar ferramentas didáticas muito interessantes sob um enfoque cartográfico Partindo dessas premissas o presente artigo apresenta uma experiência didática realizada financiada pelo Programa de Licenciaturas PROLICEN da Universidade Federal de Santa Maria UFSM tendo como objetivo geral compreender o processo de apreensão da representação do relevo por meio de geotecnologias no Ensino Fundamental e específicos a Identificar a motivação dos alunos nas etapas de elaboração do mapa de relevo em meio analógico maquete e digital b Verificar o entendimento da representação do relevo por meio da construção do mapa hipsométrico e c Despertar a criatividade e o interesse pelo uso de recursos tecnológicos para fins de aprendizagem GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 59 Metodologia A metodologia consiste no caminho pelo qual o pesquisador eou estudante graduando mestrando doutorando conduz seu trabalho Ela é o trajeto seguido para a concretização dos objetivos de uma proposta de pesquisa BATISTA 2015 A seguir apresentaramse os procedimentos metodológicos norteadores do presente estudo Os sujeitos da pesquisa A partir do recorte espacial da EMEF JAO CAIC Luizinho de Grandi situada no bairro Lorenzi no município de Santa Maria conforme a figura 1 adotouse como sujeitos da pesquisa o corpo discente dos 6º anos azul e verde7 visto que a temática cartográfica é prevista no terceiro ciclo do Ensino Fundamental BRASIL 1998 como também o relevo e a representação gráfica Além disso 90 dos estudantes das turmas consolidam as pretensões sobre os saberes escolares e as vivências do lugar pois residem no bairro Lorenzi ou Tomazetti Os demais 10 moram no bairro Urlândia A pesquisa contou com a participação 29 alunos entre 12 e 15 anos de idade Tratandose da realidade escolar segundo Rizzatti 2016 aVila Lorenzi é um bairro periférico e conforme o censo demográfico do IBGE 2010 o rendimento nominal mensal domiciliar per capta por pessoa em sua maioria é de ½ até 1 salário mínimo por domicílio Em cerca de 361 residências apresentam uma renda por pessoa de ¼ até ½ salário em 678 casas a remuneração mensal é de ½ a um salário mínimo e em 409 habitações a renda é de 1 a 2 salários Mais de 90 das residências particulares possuem uma renda per capta inferior a dois salários mínimos A pobreza e baixa escolaridade poderão ser consequências para esses indivíduos diante de oportunidades restritas RIZZATTI 2016 p 48 Dessa forma a relação da extrema pobreza com os baixos índices de sucesso escolar é parte constituinte do imaginário formado acerca dos problemas educacionais no país e há um universo de pesquisas e estudos dedicados à resolução desta questão Todavia esse contexto não impossibilita a realização de práticas pedagógicas inovadoras e dinâmicas especialmente quandoexplicitam a importância do contato da imersão na realidade dos sujeitos em situação de vulnerabilidade para compreendêla como umaterritorialidadepassível de mudanças BATISTA FELTRIN 2017 7A mencionada instituição de ensino atribuí cores para a identificação das turmas GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 60 Figura 1 Mapa de localização da EMEFJAO CAIC Luizinho de Grandi Fonte Rizzatti 2016 Os procedimentos metodológicos O projeto teve início com a realização de leituras referentes à Cartografia Escolar e a representação do relevo a fim de ampliar e aprofundar a fundamentação teórica sobre o tema Após fezse contato com a Escola Municipal de Ensino Fundamental JAO CAIC Luizinho de Grandi para a realização da atividade No primeiro encontro apresentouse a atividade para os alunos e o que os mesmos iriam desenvolver e posteriormente ocorreu à aplicação de um questionário sobre os conceitos de cartografiaelementos referentes ao relevo e rochas Esses questionamentos serviram para verificar a compreensão prévia dos discentes sobre a temática bem como da motivação dos estudantes a respeito do projeto Em próximo momento foi realizada uma oficina pedagógica utilizando recursos geotecnológicos para aprofundar o entendimento dos conceitos A mencionada oficina iniciou com a abordagem teóricasobre os mecanismos que formam o relevo agentes endógenos e os que o modificam agentes exógenos além da sua representação em meio analógico com auxílio de cartas topográficas e virtual maquete digital Durante essa aula utilizaramse diferentes amostras de rochas para ilustrar a concepção origem das mesmas permitindo que os discentes tivessem o contato e percebesse a diferença entre rochas magmáticas sedimentares e metamórficas Além disso foram trabalhadas noções básicas sobre Sistema de Informação Geográfica SIG visto que a confecção dos mapas por parte dos alunos deuse em ambiente digital GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 61 Na aula posterior a oficina pedagógica realizouse a vetorização das curvas de nível e dos pontos cotados do Bairro Lorenzi e do Bairro Tomazetti no software QGIS 268 A base cartográfica utilizada foi a Carta Topográfica de Santa Maria Folha SH22VCIV1 escala 150000 e shapefilescom os limites dos bairros foram adquiridos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística9 2010 A carta topográfica foi modificada para conter a altitude de todas as curvas de nível dos bairros Lorenzi e Tomazetti para facilitar a interpretação por parte dos estudantes no momento de digitalizalas Quando as camadas vetoriais foram finalizadas os alunos geraram uma interpolação TIN que serviu para a elaboração do mapa hipsométrico dos bairros em estudo Após a produção dos mapas nas duas turmas foi novamente aplicado um questionário sobre os conceitos abordados para verificar se os alunos ampliaram seu entendimento frente à representação gráfica do relevo e sobre as demais variáveis desenvolvidas Ressaltase que para a aplicação da sequência didática foram necessárias seis 6 aulas de cinquenta 50 minutos cada ou seja para os questionários aplicados antes e depois da atividade e para a oficina pedagógica necessitaram de três 3 aulas já a vetorização das curvas de nível criação e finalização do mapa demandou três 3 períodos A prática desenvolvida em sala de aula O educando precisa superar a condição de agente passivo que só recebe informações e conteúdos e o professor precisa estar aberto às mudanças as novas formas de trabalhar para vencer desafios enquanto sujeito que aprende e ensina que instiga a pesquisa o debate e a interação DAMBRÓS ROVANI QUOOS CASSOL 2013 p 5 O novo contexto educacional exige novas posturas de professores e alunos tornando a aprendizagem colaborativa e significativa isto é com sentido A utilização do SIG na educação traz consigo benefícios genéricos aos usuários como apresenta Passos 2011desenvolver habilidades relativas à linguagem tecnológica e mais restritamente à computacional propiciar a aplicação de métodos de ensino centrados no aluno assim como estrutura de aprendizagem baseada no estudo do localentorno e motivação dos alunos em relação à Geografia Conforme aponta Bednarz 2004 p192 para além da ajuda na transmissão de conceitos cartográficos de base como os de localização e análise de fenômenos o uso de SIG desenvolve altos níveis de habilidades de análise espacial e de síntese de pensamento competências inerentes à Cartografia Ao abordar a representação do relevo e a compreensão de sua configuração no espaço em sala de aula por meio das geotecnologias especialmente pelo uso dos softwares como o QGIS 26 um SIG de código aberto pode facilitar a assimilação de conceitos geográficos Neste contexto a representação das curvas de nível agrega inúmeras técnicas isto é representações oriundas de trabalho de campo ou vinculadas a dados digitais e é bastante importante para conhecer a topografia das regiões dessa forma é possível fazer planejamentos Sua importância também é vista na economia de muitas regiões agrícolas já 8QGIS é um sistema de informação geográfica SIG licenciado sob a General PublicLicense GNU na qual permite edição visualização e análise de dados georreferenciados RIZZATTI 2016 9Utilizouse a malha digital dos setores censitários do Rio Grande do Sul disponibilizado nos resultados do Censo Demográfico de 2010 Posteriormente se fez uso da ferramenta de geoprocessamento dissolver pela variável bairro presente na tabela de atributos para se conseguir os limites de bairros do município em estudo GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 62 que alguns produtos só podem ser cultivados em certos lugares bem como para o turismo pois há lugares que vivem dele como em regiões litorâneas e serranas Percepções sobre a proposta didática A sequência didática realizada na EMEF JAO CAIC Luizinho de Grandi teve início com a apresentaçãoda atividade para os alunos destacandose o que seria trabalhado e em seguida com a aplicação do questionário figuras 2a e 2b para avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre Cartografia e representação do relevo Figura 2 a e b Aplicação do questionário em uma das turmas Fonte Os autores Neste primeiro encontro os alunos demostraram curiosidade sobre as demais etapas do projeto Posteriormente ocorreu uma Oficina Pedagógica figuras 3a e 3b para aprofundar os conhecimentos teóricos acerca de Cartografia Relevo e Representação Gráfica por parte dos educandos Figura 3 a e b Atividade pedagógica para o aprofundamento da teoria por parte dos alunos Fonte Os autores Conforme já exposto durante a oficina explicouse o processo de formação dos diferentes tipos de relevo Para isso os alunos manusearam amostras de rochas e de minerais que compõem às formações presentes no município de Santa Maria RS associandoos suas GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 63 feições características bem como aos processos endógenos e exógenos da formação do relevo BATISTA BECKER 2012 Após isso identificaram as feições por meio da observação das curvas de nível na Carta Topográfica de Santa Maria na qual está situado o Bairro Lorenzi onde se localiza a escola Os elementos observados na representação analógica foram associados a fotografias do local bem como a uma maquete tridimensional de relevo Observouse que os alunos sentiramse motivados com a atividade especialmente por tratar do seu espaço vivido isto é por associar os conceitos referentes ao relevo e sua representação gráfica com o lugar A identificação do morro Cerrito no Bairro Tomazetti que pode ser visualizado da escolana Carta Topográfica fez com ocorressem uma boa aceitação da atividade e com que surgissem relatos como Professor começo a ver os mapas de um jeito que nunca tinha visto e Eu posso ver isso que está no mapa da janela da minha casa Assim fica evidente que Para a realização da leitura crítica de um mapa é preciso que o educando compreenda que essa representação possui um vínculo direto com a representação do espaço vivido ou ausente Além disso é preciso explorar os diversos elementos que compõe a representação cartográfica Os símbolos as cores e as relações que existem com o mundo As representações cartográficas ultrapassam a mera descrição do espaço São subsídios indispensáveis à tomada de decisão e a espacialização dos elementos que o compõem BATISTA 2015 p 89 No terceiro encontro foi realizada a atividade prática figuras 4a e 4b que consistiu na confecção do mapa hipsométricodos bairros Lorenzi e Tomazetti Para isso fezse a localização dos bairros na Carta Topográfica de Santa Maria digitalizada e georreferenciada no software QGIS Após os alunos vetorizaramas curvas de níveis e pontos cotados presentes nos bairros para a elaboração no mapa hipsométrico Em próximo momento fezse a interpolação das camadas vetorizadas para gerar um modelo digital de elevação dos bairros MDE seguido do corte e escolha do degrade do MDEPor fim realizouse a finalização do mapa no compositor de impressão Figura 4 a e b Atividade prática para a elaboração do mapa hipsométrico Fonte Os autores Nesta etapa os alunos demostraram grande motivação em realizar as atividades pois se sentiam desafiados a construir uma representação do seu espaço vivido em meio digital As metodologias de ensino no ambiente escolar muitas vezes permanecem engessadas sem GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 64 permitir a participação efetiva do aluno abordando um lugar que os alunos não conhecem não pertencem BATISTA 2015 p 74 e isso dificulta a interação alunoobjeto de estudo Com essa proposta fezse justamente o oposto Adaptouse o conteúdo a ser trabalhado para a realidade dos alunos e isso os fez produzir e aprender novos conceitos Alguns exemplos mapas elaborados estão apresentados na figura 5 Figura 5 Exemplos de alguns mapas confeccionado pelos alunos Fonte atividade na escola 2015 Conhecimentos prévios e conhecimentos construídos Por meio dos questionários podese verificar o conhecimento prévio apresentado pelos alunos e comparar com o conhecimento construído Assim o questionário foi constituído de seis questões divididas em quatro abertas e duas questões fechadas e possuía como temática os conceitos de cartografia e de relevo e a construção do mapa hipsométrico no SIG Os dados coletados foram tabulados por turma e apresentados em formato de Cartogramas para facilitar a sua visualização Na questão que trata sobre o que é Cartografia no questionário prévio da turma 1 20 dos alunos apresentou o conceito de cartografia Após a realização das atividades 43 da turma assimilou o conceito de Cartografia Já a turma 2 em um primeiro momento nenhum aluno apresentava o conceito de Cartografia assimilado Depois da aplicação do projeto a assimilação do que é Cartografia foi de 84 conforme apresentado abaixo figura 6 Isso se deve a associação do conhecimento teórico com espaço vivido GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 65 Figura 6 Respostas para a questão O que é Cartografia Fonte Questionário aplicado as turmas 2015 Organização Os autores 2017 Observase que a turma 1 se comparado com a turma 2 teve desempenho menos positivo em relação tratando da assimilação do conteúdo Com a aplicação do projeto foi observado que essa turma possui bastante dificuldade de interpretação e de atividades lógico matemáticas justificados pela ausência de professores de Língua Portuguesa e Matemática em alguns anos anteriores Na segunda indagação do questionário tratavase sobre o conceito de relevo A turma 1 no questionário prévio apresentou que 7 dos alunos possuíam o conceito assimilado Na avaliação posterior a aplicação do trabalho o nível de assimilação subiu para 86 Na turma 2 na avaliação previa foi de 24 e posteriormente 100 das respostas corretas conforme exposto na figura 7 GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 66 Figura 7 Respostas para a questão O que é Relevo Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 As duas turmas obtiveram um bom desempenho na assimilação do conteúdo pois na atividade pedagógica o relevo foi um dos pontos mais explorado sendo comentado desde como é formado os elementos que os modificam e também as formas presentes no Brasil e em especial em Santa Maria Além disso ao manusear os exemplares de rochas e minerais e ao trabalhar com linguagens analógicas e digitais estimulando a aprendizagem de modo diferenciado possibilitouse que os alunos assimilassem mais profundamente os conceitos já construídos ou em fase de construção No que tange a altitude e como ela é representada graficamente curvas de nível e propriedade perceptiva cor a turma 1 no primeiro momento apresentou 40 das respostas corretas e no questionário pósaplicação do projeto a assimilação foi de 86 Na turma 2 foi 15 no primeiro momento e 73 no segundo ilustrados na figura 8 GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 67 Figura 8 Respostas para a questão Como a altitude é representada em um mapa Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 Observa que a turma 1 no primeiro questionário apresentou um maior número de acertos se comparado na turma 2 Isso se deve ao fato que na sala de aula da turma 1 conter vários mapas físicos da América do Sul do Norte e da Europa e com isso os alunos lhes observaram e concluíram que a altitude pode ser representada pela variável cor O próximo questionamento era se os alunos já tiveram elaborado algum tipo de maquete Na turma 1 80 elaboraram uma maquete sobre o sistema solar O restante 20 não elaborounenhuma maquete Na turma 2 46 elaboraram a mesma maquete sobre o sistema solar O restante da turma 54 ainda não tinha elaborado nenhuma maquete Nesse sentido durante a atividade pedagógica foramilustrados e comentados os procedimentos para a criação de uma maquete do relevo utilizando curvas de nível GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 68 Figura 9 Respostas para a questão Você já elaborou alguma maquete Se sim fale sobre ela Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 No questionário posterior a aplicação do projeto é dada informações sobre como elaborar uma maquete e perguntandose qual a principal informação que as cartas topográficas trazem para a elaboração de uma maquete de relevo Todos os alunos de ambas as turmas conseguiram assimilar o conteúdoque foi a base para a elaboração do mapa na aula prática Quando questionados se saberiam elaborar um mapa hipsométrico altitude a turma 1 54 respondeu que não 33 não respondeu e 13 afirmou saber como elaborar o mapa Na turma 2 85 falou não saber elaborar o mapa e 15 que sabem elaborar conforme ilustrado na figura 10 GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 69 Figura 10 Respostas para a questão Você sabe elaborar um mapa de altitude Fonte Questionário aplicado as turmas 2015 Organização Os autores 2017 No questionário posterior a aplicação do trabalho foiinvestigado se os alunos apreenderam a elaborar o mapa hipsométrico Na turma 1 86 compreenderam como o mapa é elaborado 7 não compreenderam e 7 não compareceram a aula prática aula da confecção do mapa Na turma 2 82 disseram que compreenderam e o restante 18 respondeu que não conforme exposto na imagem abaixo figura 11 Sabese que a informação apresentada é a resposta dos alunos Para comprovar que os mesmos de fato assimilaram o conceito questionouse os procedimentos Nesse sentido consideraramse os alunos que compreenderam como é feita a elaboração de um mapa de altitude aqueles que elencaram os procedimentos corretamente conforme apresentado na oficina pedagógica GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 70 Figura 11 Respostas para a questão Você compreendeu como elaborar um mapa de altitude Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 Percebemse que mais de 80 dos alunos de ambas as turmas conseguiram assimilar como que se elabora um mapa hipsométrico e que os que não conseguiram aprender como isso é feito é atribuído ao pouco tempo para a aplicação da atividade também por ser o primeiro contato dos alunos com o SIG o que consequentemente leva a um certosobrecarregar de informações No questionário aplicado posteriormente a oficina pedagógica e a aula de confecção do mapa indagouse qual modo seria melhor para visualizar a representação da altitude por degrade ou curva de nível Na turma 1 71 responderam que era melhor a visualização por degrade e o restante 29 com curvas de nível Na turma 2 91 responderam degrade e 9 que era melhor com as curvas de nívelIsto é ilustrado na figura 13 A cor é uma das propriedades mais difíceis de serem conceituadas pois elas não só dependem de fatores físicos como de fatores fisiológicos e psicológicos CASSOL 2009 O mesmo autor ainda diz que a cor de um objeto à luz solar é considerada intuitivamente como uma das suas propriedades O cérebro humano faz sempre a correção para o tipo de iluminação quando achar necessário Partindo de um mapa de altitude a representação por degrade torna a interpretação mais rápida e fácil visto que numa carta topográfica deveria ser feita uma GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 71 análise mental para se descobrir a altitude das curvas de nível pois somente as curvas mestras apresentam o valor da altitude Figura 12 Respostas para a questão De qual modo seria melhor para visualizar a representação da altitude por degrade ou curva de nível Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 Na última interrogativa do questionário prévio perguntouseo que eles achavam sobre o uso de tecnologias nas aulas de geografia Na turma 1 80 acham interessante 13 não respondeu e 7 não achaminteressantes Na turma 2 77 responderam achar interessante 15 não acha interessante e 8 não responderam conforme exposto na figura abaixofigura 13 Segundo um aluno do 6 ano verde fazer um mapa no computador possibilitou enxergar o bairro de uma maneira diferente Deu para visualizar que as águas correm para a região mais baixa o arroio Cadena Nesse sentido percebese a interpretação do documento cartográfico elaborado as sangas ou córregos presentes no bairro drenam suas águas para o Arroio Cadena porção com menor altitude da área em estudo GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 72 Figura 13 Respostas para a questão O que você acha do uso de tecnologias para o ensino de Geografia Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 No questionário aplicado posteriormente os encontros das aulas teóricas e práticas era perguntado se os mesmos gostaram de elaborar o mapa Na turma 1 93 gostaram de elaborar o mapa e 7 não compareceu na aula pratica de confecção do mapa Na turma 2 73 gostaram de elaborar o mapa 18 falou que sim mas existiam algumas partes chatas e 9 falou que não gostou de elaborar o mapa e disse que se tivesse feito o mapa de modo manual pintando com lápis de cor a assimilação do conteúdo teria sido melhor A estatística é ilustrada na figura 14 Essas diferentes percepções sobre a atividade relacionamse as diferentes inteligências inteligências múltiplas que fazem com que as pessoas aprendam de modos diferentes e por conseguinte assimilem os conceitos a partir de diferentes estímulos Isso é abordado no trabalho deHowardGardner Para ele pelo menos sete diferentes modos de conhecer o mundo modos que em outros lugares eu defini como as sete inteligências humanas De acordo com esta análise todos nós estamos aptos a conhecer o mundo através da linguagem da análise lógicomatemática da representação espacial do pensamento musical do uso do corpo para resolver problemas ou para fazer coisas de uma compreensão de nós mesmos Onde os indivíduos diferem é GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 73 no vigor dessas inteligências o assim chamado perfil de inteligências e na forma como tais inteligências são invocadas e combinadas para executar diferentes tarefas resolver problemas variados e progredir em várias áreas GARDNER 1994 p14 Notase que cada pessoa tem um modo e tempo diferente para executar certas atividades e com isso revelase uma desigualdade essencial da educação uniforme demonstrando assim que os alunos aprendem de várias maneiras comprovando que a educação deve ser baseada no indivíduo e devese tentar ensinálos de uma maneira que faça sentido para a sua forma de pensar RIZZATTI 2016 Alguns estudantes possuem uma representação por traço desenho enquanto outros apresentam uma capacidade digital mais desenvolvida Os estímulos e o ambiente social são importantes no desenvolvimento de determinadas inteligências Somos visivelmente diferentes uns dos outros e temos personalidades e temperamentos distintos justificando a resposta dos alunos que a atividade em determinados momentos foi monótona pois preferiam pintar manualmente o mapa ao invés de elaborálo no computador Figura 14 Respostas para a questão Você gostou de elaborar o mapa de altitude Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 Com base nessas informações observase claramente que os alunos se interessam bastante pela ideia do uso de tecnologia para o ensino de Geografia especialmente dosSIGs GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 74 pois grande parte dos alunos gostou de elaborar o mapa e aprendeu com isso Além disso a atividade despertou a criatividade e o interesse pelo uso de recursos tecnológicos para fins de aprendizagem Considerações Finais Ao analisar os questionários se percebem a motivação por parte dos alunos do uso de recursos tecnológicos para o ensino da Geografia bem como na utilização de softwares de mapeamentos como o QGIS Se tratando da representação do relevo com a elaboração do mapa hipsométrico os alunos conseguiram observar no plano como se comporta a superfície terrestre próximo de sua residência na qual a altitude vai diminuindo para oeste à medida que se aproxima do arroio Cadena Os alunos se tratando da elaboração de uma maquete de relevo fizeram uma série de perguntas de como seria a confecção da mesma pois isso é novo para eles porque alguns só tinham elaborado uma maquete sobre o sistema solar e ficaram bastante motivados como é confeccionada uma maquete de relevo modo analógico visto que eles usariam as mesmas informações para elaborar uma maquete virtual do relevo no QGIS 26 Concluise que softwares livres que possibilitammapeamentos como o QGIS são de grande valia para os professores de Geografia auxiliando no processo de compreensão da cognição na apreensão da representação do relevo por meio de geotecnologias no Ensino Fundamental O seu uso motivou os alunos e propicioua compreensão do mapa permitindo identificar a motivação dos alunos nas etapas de elaboração do mapa de relevo em meio analógico e digital verificar o entendimento da representação do relevo por meio da construção do mapa hipsométrico e despertar a criatividade e o interesse pelo uso de recursos tecnológicos para fins de aprendizagem Portanto constatouse que a sequência didática desenvolvida contribuiu com o aprendizado dos alunos com o aprimoramento eou desenvolvimento das noções cartográficas e de representação do relevo fazendo com que compreendam de modo mais profundo como se dá a representação da superfície terrestre em meio digital Portanto destacase a contribuição das geotecnologias para o ensino da representação do relevo que perpassa a leitura do espaço geográfico e a aprendizagem da Geografia Referências BATISTA N L FELTRIN T Um relato dos processos de subjetivação do ser professor In XVII Congresso Internacional de Educação Popular XXVI Seminário Internacional de Educação Popular IV Seminário Internacional Sindical e IV Seminário Internacional de Educação Profissional do Instituto Federal Farroupilha 2017 Santa Maria RS 2017 BATISTA N L BECKER E L S Oficina das rochas para o Ensino Médio In XVI Jornada Nacional da Educação Educação Território de Saberes Santa Maria 2012 BATISTA N LA Cartografia Escolar no processo de ensinoaprendizagem o Hipermapa e sua utilização na Educação Ambiental em QuevedosRS Dissertação de Mestrado Programa de PósGraduação em Geografia Santa Maria Universidade Federal de Santa Maria 2015 GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 75 DAMBROS G ROVANI F F M QUOOS J H CASSOL RA utilização de tecnologias na cartografia escolar jogo digital para a alfabetização cartográfica In GEOSABERES Revista de Estudos Geoeducacionais v 4 p 415 2013 BRASIL Ministério da Educação Secretária da Educação Média e Tecnologica Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio Brasília São José dos Campos MECUnivap 2001 302 p BRASIL Ministério da Educação e Cultura Secretaria da Educação Parâmetros Curriculares Nacionais MECSEF 1997 BRASIL Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros Curriculares Nacionais Geografia Brasília MECSEF 1998 BEDNARZ S Geographic information systems A tool to support geography and environmental educationNetherlands GeoJournal 60 191199 2004 CASSOL R Tonalidades texturas e cores aerofotogramas verticais e em aerofotogramas não convencionais In ROCHA J S M KURTZ S M J M Manual de fotointerpretação 4 ed Santa Maria RS UFSM 2009 GARDNER H Estrutura da Mente A Teoria das Inteligências Múltiplas Porto Alegre Artmed 1994 MARTINS R E M A trajetória da geografia e o seu ensino no século XXI In TONINI I M et al Org O ensino de geografia e suas composições curriculares Porto Alegre UFRGS 2011 p 6175 OLIVEIRA K A S Do ponto ao pixel novas mídias novas linguagens Dissertação de Mestrado Mestrado Área de Concentração Design e Arquitetura São Paulo FAUUS 2006 OLIVEIRA L Estudo metodológico e cognitivo do mapa In ALMEIDA R D de Cartografia Escolar São Paulo Contexto 2007 PASSOS F G A importância do Sistema de Informação Geográfica SIG no ensino de Cartografia In VII Colóquio de Cartografia para Crianças e Escolares Vitória 2011 p 340348 PRENSKY M Digital Natives and Digital ImmigrantsInPRENSKY M On the Horizon NCBUniversity Press Vol 9 No 5 October 2001a RIZZATTI M Cartografia Escolar geotecnologias e a Teoria das Inteligências Múltiplas a construção de conhecimentos geográficos no ensino fundamental Trabalho de Graduação Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Naturais e Exatas Departamento de Geociências Curso de Geografia Licenciatura Plena RS 2016 SANTOS V M N dos Escola cidadania e novas tecnologias o sensoriamento remoto no ensino São Paulo Paulinas 2002 GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 76 STÜRMER A B As TICs nas escolas e os desafios no ensino de geografia na Educação Básica In GEOSABERES Revista de Estudos Geoeducacionais v 2 n 4 p 312 ago dez 2011 Artigo recebido em 03032016 Artigo aceito para publicação em 07062017 UTILIZAÇÃO DE GEOTECNOLOGIAS NA CARTOGRAFIA ESCOLAR A COMPREENSÃO DA REPRESENTAÇÃO DO RELEVO COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL nomes dos integrantes Relatar uma experiência de ensino desenvolvida com alunos de 6º ano da EMEF JAO CAIC Luizinho de Grandi localizada em Santa Maria RS Brasil OBJETIVOS Realizouse um estudo de caso com alunos do sexto ano do ensino fundamental de uma escola pública em Santa MariaRS Brasil Utilizouse questionários aos alunos antes e depois da utilização das geotecnologias com o objetivo de verificar o conhecimento prévio e a aprendizagem após a utilização das ferramentas observação direta durante as aulas com o objetivo de registrar a interação dos alunos com as geotecnologias e identificar eventuais dificuldades ou dúvidas e a análise de mapas produzidos pelos alunos após a utilização das geotecnologias os alunos foram solicitados a produzir mapas do relevo utilizando o SIG Esses mapas foram analisados pelos autores com o objetivo de verificar o nível de compreensão dos alunos sobre a representação do relevo METODOLOGI A INTRODUÇÃ O RESULTADO S Os alunos se interessam bastante pela ideia do uso de tecnologia para o ensino de Geografia especialmente dosSIGs pois grande parte dos alunos gostou de elaborar o mapa e aprendeu com isso Além disso a atividade despertou a criatividade e o interesse pelo uso de recursos tecnológicos para fins de aprendizagem Foi concluído que softwares livres que permitem fazer mapas como o QGIS são extremamente úteis para professores de Geografia auxiliando no processo de compreensão dos alunos sobre a representação do relevo através de geotecnologias no Ensino Fundamental O uso do software motivou os alunos e permitiu a compreensão do mapa possibilitando a identificação da motivação dos alunos nas etapas de elaboração do mapa de relevo tanto em meio analógico quanto digital Além disso foi possível verificar o entendimento da representação do relevo através da construção do mapa hipsométrico e estimular a criatividade e o interesse pelo uso de recursos tecnológicos para fins de aprendizagem A sequência didática realizada teve início com a apresentação da atividade para os alunos destacandose o que seria trabalhado e em seguida com a aplicação do questionário para avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre Cartografia e representação do relevo No terceiro encontro foi realizada a atividade prática que consistiu na confecção do mapa hipsométrico dos bairros Lorenzi e Tomazetti Para isso fezse a localização dos bairros na Carta Topográfica de Santa Maria digitalizada e georreferenciada no software QGIS Nesta etapa os alunos demostraram grande motivação em realizar as atividades pois se sentiam desafiados a construir uma representação do seu espaço vivido em meio digital Aplicação do questionário Atividade prática para elaboração do mapa hipsométrico Por meio dos questionários podese verificar o conhecimento prévio apresentado pelos alunos e comparar com o conhecimento construído Os dados coletados foram tabulados por turma e apresentados em formato de Cartogramas para facilitar a sua visualização Na questão que trata sobre o que é Cartografia no questionário prévio da turma 1 20 dos alunos apresentou o conceito de cartografia Após a realização das atividades 43 da turma assimilou o conceito de Cartografia Já a turma 2 em um primeiro momento nenhum aluno apresentava o conceito de Cartografia assimilado Depois da aplicação do projeto a assimilação do que é Cartografia foi de 84 Exemplo de mapa elaborado RESULTADO S Na atual sociedade da informação o computador está inserido no cotidiano dos alunos onde os smartphones com acesso à internet estão ligados ao uso de mapas e ao Sistema de Posicionamento Global GPS O uso dessas ferramentas deve ser empregado no ambiente escolar para motivar os alunos para o Ensino de Geografia permitindo aos professores desenvolver trabalhos dinâmicos e interativos Desse modo é possível garantir o ensino da cartografia e a compreensão da representação do relevo mesmo que complexa Portanto devese analisar as tecnologias atreladas a comunicação e à localização espacial e direta ou indiretamente as competências e as habilidades que necessitam serem desenvolvidas pela Cartografia Escolar e pelo Ensino de Geografia para conduzir os alunos a leitura e confecção crítica dos mapas RIZZATTI M CASSOL R BATISTA NL DAMBRÓS G UTILIZAÇÃO DE GEOTECNOLOGIAS NA CARTOGRAFIA ESCOLAR A COMPREENSÃO DA REPRESENTAÇÃO DO RELEVO COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Geografia Em Questão 101 2017 httpsdoiorg1048075geoqv10i113736
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GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 56 UTILIZAÇÃO DE GEOTECNOLOGIAS NA CARTOGRAFIA ESCOLAR A COMPREENSÃO DA REPRESENTAÇÃO DO RELEVO COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL1 THE USE OF GEOTECHNOLOGIES IN THE TEACHING OF CARTOGRAPHY THE UNDERSTANDING OF THE REPRESENTATION OF RELIEF WITH STUDENTS OF MIDDLE SCHOOL Maurício RIZZATTI2 Roberto CASSOL3 Natália Lampert BATISTA4 Gabriela DAMBRÓS5 Resumo A abordagem do relevo por meio de recursos geotecnológicos e cartográficos pode ampliar o interesse dos alunos e auxiliar o entendimento da realidade que o cerca Neste contexto tevese como objetivo relatar uma experiência de ensino desenvolvida com alunos de 6º ano da EMEF JAO CAIC Luizinho de Grandi localizada em Santa Maria RS Brasil Como objetivos específicos têm se identificar a motivação dos alunos nas etapas de elaboração do mapa de relevo em meio analógico maquete e digital QGIS verificar o entendimento da representação do relevo por meio da construção do mapa hipsométrico e despertar a criatividade e o interesse pelo uso de recursos tecnológicos para fins de aprendizagem Para isso desenvolveuse uma sequência didática Constatou se que a sequência didática desenvolvida contribuiu com o aprendizado dos alunos com o aprimoramento eou desenvolvimento das noções cartográficas e de representação do relevo fazendo com que compreendam de modo mais profundo como se dá a representação da superfície terrestre em meio digital Portanto destacase a contribuição das geotecnologias para o ensino da representação do relevo que perpassa a leitura do espaço geográfico e a aprendizagem da Geografia Palavras chave Cartografia Escolar Relevo Mapeamento QGIS Geotecnologias Abstract The approach to relief through technological and cartographic resources can enlarge the students interest and assist the understanding of the reality that surrounds it In this context it had as objective to report a teaching experience developed with students in 6th year of EMEF J AO CAIC Luizinho deGrandi located in Santa Maria RS Brazil Specific objectives have identify students motivation in the development stages of relief map in analog medium model and digital QGIS check the understanding of the relief representation through the construction of topographic map and awaken creativity and interest in the use of technological resources for learning purposes For it has developed a didactic sequence It was found that the developed didactic sequence contributed to student learning with the improvement and or development of cartographic and relief representation notions making them understand more deeply how is the representation of the earths surface in digital media Therefore there is the contribution of geotechnology for teaching relief representation which runs through the reading of the geographic space and learning of geography 1 Projeto deEnsino financiado pelo Programa de Licenciatura PROLICEN da Universidade Federal de Santa Maria UFSM 2015 2Mestrando em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria UFSM Contato geomauriciorizzattigmailcom 3Professor Doutor do Departamento de Geociências e do Programa de PósGraduação em Geografia PPGGeo da Universidade Federal de Santa Maria UFSM Contato rtocassolgmailcom 4Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria UFSM e docente na rede municipal Contatonatilbatista3gmailcom 5Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS e docente na rede estadual Contato gabbydambrosyahoocombr GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 57 Key words School Cartograph Relief Mapping QGIS Geotechnology Introdução Os avanços das tecnologias especialmente no final do século XX e início do século XXI possibilitaram grandes mudanças na sociedade e na escola Essas transformações sobretudo nas áreas da informação e da comunicação permitem uma aproximação virtual de pessoas que estão distantes transformando radicalmente a forma com que as mesmas interagem entre si e consequentemente sua forma de aprender Essa nova faceta da sociedade global conduzao mesmo tempo em que exigeuma nova escola que se vê constantemente desafiada a inserir o novo aluno e as novas ferramentas de ensinoaprendizagem em seu contexto sem perder de vistas os objetivos da educação Na perspectiva emergente o ensino da Geografia aliado às novas tecnologias de informação comunicação e representação do espaço geográfico pode despertar o interesse dos alunos fazendoos questionaros temas introduzidos pelo professor Para estudar e explicar o espaço geográfico globalizado além de seu dinamismo e complexidade os professores podem utilizar as tecnologias para despertar a curiosidade em seu aluno Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais BRASIL 2001 os currículos escolares devem desenvolver competências de obtenção e utilização de informações por meio do computador bem como sensibilizar e motivar os alunos para a presença de novas tecnologias no cotidiano escolar Na atual sociedade da informação o computador está cada vez mais inserido no cotidiano dos alunos bem como os smartphones com acesso à internet sendo que estes equipamentos estão ligados ao uso de mapas e ao Sistema de Posicionamento Global GPS Essa realidade pode ser observada por exemplo nos inúmeros aplicativos e redes sociais O Facebook e o Instagram altamente utilizados pelos nativos digitais6estão intimamente associados à Cartografia e aos mapas Os Checkins que permite publicar o local onde está atrelama comunicação à localização espacial e direta ou indiretamente as competências e as habilidades que necessitam serem desenvolvidas pela Cartografia Escolar e pelo Ensino de Geografia para conduzir os alunos a leitura e confecção crítica dos mapas O uso dessas ferramentas acaba por tornarse quase que obrigatório no ambiente escolar como forma de motivação dos alunos frente ao Ensino de Geografia Atualmente além das tecnologias móveis muitas escolas contam com laboratórios de informática e multimídias onde é possível ter acesso às tecnologias de informação e comunicação TIC permitindo aos professores desenvolver trabalhos dinâmicos e interativos Contudo de acordo com os PCNs BRASIL 1997 o uso das geotecnologias só tem sentido se contribuírem com a melhoria da qualidade do ensino A simples presença de novas tecnologias na escola não é por si só garantia de melhor qualidade na educação pois a aparente modernidade pode mascarar um ensino tradicional baseado na recepção e na memorização de informações BRASIL 1997 p140 Dessa maneira o uso das TICemerge na educação como um recurso de apoio nas aulas mas que necessita ser utilizado com propósito e com criatividade para conduzir o aluno ao objetivo da educação formar cidadãos conscientes e reflexivos frente à nova realidade local e global Conforme os Parâmetros Curriculares BRASIL 1998 o professor necessita associar as aulas tradicionais e inovadoras que despertem a imaginação dos alunos passando utilizar recursos geotecnológicos com trabalhos práticos com mapas virtuais e imagens aéreas e 6Conceito criado por Marc Prensky 2001 para designar a geração de jovens nascidos a partir da disponibilidade de informações rápidas e acessíveis na grande rede de computadores GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 58 satélites entre outros recursos para obter maior eficácia no processo de ensinoaprendizagem e despertar a criatividade dos educandos A escola no papel de formadora de cidadãos precisa constantementerever suas práticas para que possa acompanhar o avançado das tecnologias introduzindoas no processo do ensino aprendizagem Essa abordagem é enfatizada por Martins 2011 p 65 ao afirmar que ser professor em uma sociedade globalizada significa mais que transmissão de conteúdos É necessário construir habilidades e competências para atuar num mundo recheado de tecnologias privilegiando práticas transformadoras A interatividade e as contribuições das Geotecnologias e da Cartografia Escolar para o ensino de Geografia também pode ser observada na pesquisa de Santos 2002 Para a autora No ensino de Geografia a utilização de imagens de satélite por exemplo permite identificar e relacionar elementos naturais e socioeconômicos presentes na paisagem tais como serra planícies rios bacias hidrográficas matas áreas agriculturáveis indústrias cidades bem como acompanhar resultados a dinâmica de seu uso servindo portanto como um importante subsídio à compreensão das relações sociais e de suas consequências no uso e ocupação dos espaços SANTOS 2002 p57 No ambiente escolar a linguagem cartográfica aliada às novas tecnologias de informação e comunicação pode auxiliar a compreensão dos fenômenos pois conduz o aluno a uma leitura sistematizada das múltiplas escalas de análise local regional nacional eglobal Segundo Oliveira 2007 p18 A Cartografia constitui sem dúvida um dos mais valiosos recursos do professor de Geografia e a sua compreensão é fundamental ao entendimento do espaço geográfico que envolve entre inúmeros outros aspectos o estudo do relevo da superfície terrestre Ao tratar das novas tecnologias que também tem contribuído com os avanços cartográficos Oliveira 2006 p64 menciona que os recursos computacionais permitem uma maior capacidade de geração de modelos e uma maior velocidade de execução de estudos visuais possibilitando a representação do tempo e do espaço nas composições gráficas e permitindo uma nova forma de pensar e de entender a realidade Segundo Stürmer 2011 as utilizações das Geotecnologias na Cartografia Escolar em sala de aula permitem minimizar a carência de dados estatísticos atualizados como também de produtos cartográficos mapas e globos e de sensoriamento remoto fotografias aéreas e imagens de satélites permitindo um melhor aproveitamentorendimento desses recursos no processo de ensino aprendizagem inovando o ensino de geografia com a inserção das tecnologias A abordagem do relevo em sala de aula por meio de recursos geotecnológicos pode ampliar o interesse dos alunos e auxiliar o seu entendimento frente à realidade que o cerca de modo mais dinâmico e articulado com ferramentas que despertam seu interesseAssim os SIGs podem se tornar ferramentas didáticas muito interessantes sob um enfoque cartográfico Partindo dessas premissas o presente artigo apresenta uma experiência didática realizada financiada pelo Programa de Licenciaturas PROLICEN da Universidade Federal de Santa Maria UFSM tendo como objetivo geral compreender o processo de apreensão da representação do relevo por meio de geotecnologias no Ensino Fundamental e específicos a Identificar a motivação dos alunos nas etapas de elaboração do mapa de relevo em meio analógico maquete e digital b Verificar o entendimento da representação do relevo por meio da construção do mapa hipsométrico e c Despertar a criatividade e o interesse pelo uso de recursos tecnológicos para fins de aprendizagem GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 59 Metodologia A metodologia consiste no caminho pelo qual o pesquisador eou estudante graduando mestrando doutorando conduz seu trabalho Ela é o trajeto seguido para a concretização dos objetivos de uma proposta de pesquisa BATISTA 2015 A seguir apresentaramse os procedimentos metodológicos norteadores do presente estudo Os sujeitos da pesquisa A partir do recorte espacial da EMEF JAO CAIC Luizinho de Grandi situada no bairro Lorenzi no município de Santa Maria conforme a figura 1 adotouse como sujeitos da pesquisa o corpo discente dos 6º anos azul e verde7 visto que a temática cartográfica é prevista no terceiro ciclo do Ensino Fundamental BRASIL 1998 como também o relevo e a representação gráfica Além disso 90 dos estudantes das turmas consolidam as pretensões sobre os saberes escolares e as vivências do lugar pois residem no bairro Lorenzi ou Tomazetti Os demais 10 moram no bairro Urlândia A pesquisa contou com a participação 29 alunos entre 12 e 15 anos de idade Tratandose da realidade escolar segundo Rizzatti 2016 aVila Lorenzi é um bairro periférico e conforme o censo demográfico do IBGE 2010 o rendimento nominal mensal domiciliar per capta por pessoa em sua maioria é de ½ até 1 salário mínimo por domicílio Em cerca de 361 residências apresentam uma renda por pessoa de ¼ até ½ salário em 678 casas a remuneração mensal é de ½ a um salário mínimo e em 409 habitações a renda é de 1 a 2 salários Mais de 90 das residências particulares possuem uma renda per capta inferior a dois salários mínimos A pobreza e baixa escolaridade poderão ser consequências para esses indivíduos diante de oportunidades restritas RIZZATTI 2016 p 48 Dessa forma a relação da extrema pobreza com os baixos índices de sucesso escolar é parte constituinte do imaginário formado acerca dos problemas educacionais no país e há um universo de pesquisas e estudos dedicados à resolução desta questão Todavia esse contexto não impossibilita a realização de práticas pedagógicas inovadoras e dinâmicas especialmente quandoexplicitam a importância do contato da imersão na realidade dos sujeitos em situação de vulnerabilidade para compreendêla como umaterritorialidadepassível de mudanças BATISTA FELTRIN 2017 7A mencionada instituição de ensino atribuí cores para a identificação das turmas GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 60 Figura 1 Mapa de localização da EMEFJAO CAIC Luizinho de Grandi Fonte Rizzatti 2016 Os procedimentos metodológicos O projeto teve início com a realização de leituras referentes à Cartografia Escolar e a representação do relevo a fim de ampliar e aprofundar a fundamentação teórica sobre o tema Após fezse contato com a Escola Municipal de Ensino Fundamental JAO CAIC Luizinho de Grandi para a realização da atividade No primeiro encontro apresentouse a atividade para os alunos e o que os mesmos iriam desenvolver e posteriormente ocorreu à aplicação de um questionário sobre os conceitos de cartografiaelementos referentes ao relevo e rochas Esses questionamentos serviram para verificar a compreensão prévia dos discentes sobre a temática bem como da motivação dos estudantes a respeito do projeto Em próximo momento foi realizada uma oficina pedagógica utilizando recursos geotecnológicos para aprofundar o entendimento dos conceitos A mencionada oficina iniciou com a abordagem teóricasobre os mecanismos que formam o relevo agentes endógenos e os que o modificam agentes exógenos além da sua representação em meio analógico com auxílio de cartas topográficas e virtual maquete digital Durante essa aula utilizaramse diferentes amostras de rochas para ilustrar a concepção origem das mesmas permitindo que os discentes tivessem o contato e percebesse a diferença entre rochas magmáticas sedimentares e metamórficas Além disso foram trabalhadas noções básicas sobre Sistema de Informação Geográfica SIG visto que a confecção dos mapas por parte dos alunos deuse em ambiente digital GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 61 Na aula posterior a oficina pedagógica realizouse a vetorização das curvas de nível e dos pontos cotados do Bairro Lorenzi e do Bairro Tomazetti no software QGIS 268 A base cartográfica utilizada foi a Carta Topográfica de Santa Maria Folha SH22VCIV1 escala 150000 e shapefilescom os limites dos bairros foram adquiridos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística9 2010 A carta topográfica foi modificada para conter a altitude de todas as curvas de nível dos bairros Lorenzi e Tomazetti para facilitar a interpretação por parte dos estudantes no momento de digitalizalas Quando as camadas vetoriais foram finalizadas os alunos geraram uma interpolação TIN que serviu para a elaboração do mapa hipsométrico dos bairros em estudo Após a produção dos mapas nas duas turmas foi novamente aplicado um questionário sobre os conceitos abordados para verificar se os alunos ampliaram seu entendimento frente à representação gráfica do relevo e sobre as demais variáveis desenvolvidas Ressaltase que para a aplicação da sequência didática foram necessárias seis 6 aulas de cinquenta 50 minutos cada ou seja para os questionários aplicados antes e depois da atividade e para a oficina pedagógica necessitaram de três 3 aulas já a vetorização das curvas de nível criação e finalização do mapa demandou três 3 períodos A prática desenvolvida em sala de aula O educando precisa superar a condição de agente passivo que só recebe informações e conteúdos e o professor precisa estar aberto às mudanças as novas formas de trabalhar para vencer desafios enquanto sujeito que aprende e ensina que instiga a pesquisa o debate e a interação DAMBRÓS ROVANI QUOOS CASSOL 2013 p 5 O novo contexto educacional exige novas posturas de professores e alunos tornando a aprendizagem colaborativa e significativa isto é com sentido A utilização do SIG na educação traz consigo benefícios genéricos aos usuários como apresenta Passos 2011desenvolver habilidades relativas à linguagem tecnológica e mais restritamente à computacional propiciar a aplicação de métodos de ensino centrados no aluno assim como estrutura de aprendizagem baseada no estudo do localentorno e motivação dos alunos em relação à Geografia Conforme aponta Bednarz 2004 p192 para além da ajuda na transmissão de conceitos cartográficos de base como os de localização e análise de fenômenos o uso de SIG desenvolve altos níveis de habilidades de análise espacial e de síntese de pensamento competências inerentes à Cartografia Ao abordar a representação do relevo e a compreensão de sua configuração no espaço em sala de aula por meio das geotecnologias especialmente pelo uso dos softwares como o QGIS 26 um SIG de código aberto pode facilitar a assimilação de conceitos geográficos Neste contexto a representação das curvas de nível agrega inúmeras técnicas isto é representações oriundas de trabalho de campo ou vinculadas a dados digitais e é bastante importante para conhecer a topografia das regiões dessa forma é possível fazer planejamentos Sua importância também é vista na economia de muitas regiões agrícolas já 8QGIS é um sistema de informação geográfica SIG licenciado sob a General PublicLicense GNU na qual permite edição visualização e análise de dados georreferenciados RIZZATTI 2016 9Utilizouse a malha digital dos setores censitários do Rio Grande do Sul disponibilizado nos resultados do Censo Demográfico de 2010 Posteriormente se fez uso da ferramenta de geoprocessamento dissolver pela variável bairro presente na tabela de atributos para se conseguir os limites de bairros do município em estudo GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 62 que alguns produtos só podem ser cultivados em certos lugares bem como para o turismo pois há lugares que vivem dele como em regiões litorâneas e serranas Percepções sobre a proposta didática A sequência didática realizada na EMEF JAO CAIC Luizinho de Grandi teve início com a apresentaçãoda atividade para os alunos destacandose o que seria trabalhado e em seguida com a aplicação do questionário figuras 2a e 2b para avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre Cartografia e representação do relevo Figura 2 a e b Aplicação do questionário em uma das turmas Fonte Os autores Neste primeiro encontro os alunos demostraram curiosidade sobre as demais etapas do projeto Posteriormente ocorreu uma Oficina Pedagógica figuras 3a e 3b para aprofundar os conhecimentos teóricos acerca de Cartografia Relevo e Representação Gráfica por parte dos educandos Figura 3 a e b Atividade pedagógica para o aprofundamento da teoria por parte dos alunos Fonte Os autores Conforme já exposto durante a oficina explicouse o processo de formação dos diferentes tipos de relevo Para isso os alunos manusearam amostras de rochas e de minerais que compõem às formações presentes no município de Santa Maria RS associandoos suas GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 63 feições características bem como aos processos endógenos e exógenos da formação do relevo BATISTA BECKER 2012 Após isso identificaram as feições por meio da observação das curvas de nível na Carta Topográfica de Santa Maria na qual está situado o Bairro Lorenzi onde se localiza a escola Os elementos observados na representação analógica foram associados a fotografias do local bem como a uma maquete tridimensional de relevo Observouse que os alunos sentiramse motivados com a atividade especialmente por tratar do seu espaço vivido isto é por associar os conceitos referentes ao relevo e sua representação gráfica com o lugar A identificação do morro Cerrito no Bairro Tomazetti que pode ser visualizado da escolana Carta Topográfica fez com ocorressem uma boa aceitação da atividade e com que surgissem relatos como Professor começo a ver os mapas de um jeito que nunca tinha visto e Eu posso ver isso que está no mapa da janela da minha casa Assim fica evidente que Para a realização da leitura crítica de um mapa é preciso que o educando compreenda que essa representação possui um vínculo direto com a representação do espaço vivido ou ausente Além disso é preciso explorar os diversos elementos que compõe a representação cartográfica Os símbolos as cores e as relações que existem com o mundo As representações cartográficas ultrapassam a mera descrição do espaço São subsídios indispensáveis à tomada de decisão e a espacialização dos elementos que o compõem BATISTA 2015 p 89 No terceiro encontro foi realizada a atividade prática figuras 4a e 4b que consistiu na confecção do mapa hipsométricodos bairros Lorenzi e Tomazetti Para isso fezse a localização dos bairros na Carta Topográfica de Santa Maria digitalizada e georreferenciada no software QGIS Após os alunos vetorizaramas curvas de níveis e pontos cotados presentes nos bairros para a elaboração no mapa hipsométrico Em próximo momento fezse a interpolação das camadas vetorizadas para gerar um modelo digital de elevação dos bairros MDE seguido do corte e escolha do degrade do MDEPor fim realizouse a finalização do mapa no compositor de impressão Figura 4 a e b Atividade prática para a elaboração do mapa hipsométrico Fonte Os autores Nesta etapa os alunos demostraram grande motivação em realizar as atividades pois se sentiam desafiados a construir uma representação do seu espaço vivido em meio digital As metodologias de ensino no ambiente escolar muitas vezes permanecem engessadas sem GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 64 permitir a participação efetiva do aluno abordando um lugar que os alunos não conhecem não pertencem BATISTA 2015 p 74 e isso dificulta a interação alunoobjeto de estudo Com essa proposta fezse justamente o oposto Adaptouse o conteúdo a ser trabalhado para a realidade dos alunos e isso os fez produzir e aprender novos conceitos Alguns exemplos mapas elaborados estão apresentados na figura 5 Figura 5 Exemplos de alguns mapas confeccionado pelos alunos Fonte atividade na escola 2015 Conhecimentos prévios e conhecimentos construídos Por meio dos questionários podese verificar o conhecimento prévio apresentado pelos alunos e comparar com o conhecimento construído Assim o questionário foi constituído de seis questões divididas em quatro abertas e duas questões fechadas e possuía como temática os conceitos de cartografia e de relevo e a construção do mapa hipsométrico no SIG Os dados coletados foram tabulados por turma e apresentados em formato de Cartogramas para facilitar a sua visualização Na questão que trata sobre o que é Cartografia no questionário prévio da turma 1 20 dos alunos apresentou o conceito de cartografia Após a realização das atividades 43 da turma assimilou o conceito de Cartografia Já a turma 2 em um primeiro momento nenhum aluno apresentava o conceito de Cartografia assimilado Depois da aplicação do projeto a assimilação do que é Cartografia foi de 84 conforme apresentado abaixo figura 6 Isso se deve a associação do conhecimento teórico com espaço vivido GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 65 Figura 6 Respostas para a questão O que é Cartografia Fonte Questionário aplicado as turmas 2015 Organização Os autores 2017 Observase que a turma 1 se comparado com a turma 2 teve desempenho menos positivo em relação tratando da assimilação do conteúdo Com a aplicação do projeto foi observado que essa turma possui bastante dificuldade de interpretação e de atividades lógico matemáticas justificados pela ausência de professores de Língua Portuguesa e Matemática em alguns anos anteriores Na segunda indagação do questionário tratavase sobre o conceito de relevo A turma 1 no questionário prévio apresentou que 7 dos alunos possuíam o conceito assimilado Na avaliação posterior a aplicação do trabalho o nível de assimilação subiu para 86 Na turma 2 na avaliação previa foi de 24 e posteriormente 100 das respostas corretas conforme exposto na figura 7 GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 66 Figura 7 Respostas para a questão O que é Relevo Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 As duas turmas obtiveram um bom desempenho na assimilação do conteúdo pois na atividade pedagógica o relevo foi um dos pontos mais explorado sendo comentado desde como é formado os elementos que os modificam e também as formas presentes no Brasil e em especial em Santa Maria Além disso ao manusear os exemplares de rochas e minerais e ao trabalhar com linguagens analógicas e digitais estimulando a aprendizagem de modo diferenciado possibilitouse que os alunos assimilassem mais profundamente os conceitos já construídos ou em fase de construção No que tange a altitude e como ela é representada graficamente curvas de nível e propriedade perceptiva cor a turma 1 no primeiro momento apresentou 40 das respostas corretas e no questionário pósaplicação do projeto a assimilação foi de 86 Na turma 2 foi 15 no primeiro momento e 73 no segundo ilustrados na figura 8 GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 67 Figura 8 Respostas para a questão Como a altitude é representada em um mapa Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 Observa que a turma 1 no primeiro questionário apresentou um maior número de acertos se comparado na turma 2 Isso se deve ao fato que na sala de aula da turma 1 conter vários mapas físicos da América do Sul do Norte e da Europa e com isso os alunos lhes observaram e concluíram que a altitude pode ser representada pela variável cor O próximo questionamento era se os alunos já tiveram elaborado algum tipo de maquete Na turma 1 80 elaboraram uma maquete sobre o sistema solar O restante 20 não elaborounenhuma maquete Na turma 2 46 elaboraram a mesma maquete sobre o sistema solar O restante da turma 54 ainda não tinha elaborado nenhuma maquete Nesse sentido durante a atividade pedagógica foramilustrados e comentados os procedimentos para a criação de uma maquete do relevo utilizando curvas de nível GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 68 Figura 9 Respostas para a questão Você já elaborou alguma maquete Se sim fale sobre ela Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 No questionário posterior a aplicação do projeto é dada informações sobre como elaborar uma maquete e perguntandose qual a principal informação que as cartas topográficas trazem para a elaboração de uma maquete de relevo Todos os alunos de ambas as turmas conseguiram assimilar o conteúdoque foi a base para a elaboração do mapa na aula prática Quando questionados se saberiam elaborar um mapa hipsométrico altitude a turma 1 54 respondeu que não 33 não respondeu e 13 afirmou saber como elaborar o mapa Na turma 2 85 falou não saber elaborar o mapa e 15 que sabem elaborar conforme ilustrado na figura 10 GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 69 Figura 10 Respostas para a questão Você sabe elaborar um mapa de altitude Fonte Questionário aplicado as turmas 2015 Organização Os autores 2017 No questionário posterior a aplicação do trabalho foiinvestigado se os alunos apreenderam a elaborar o mapa hipsométrico Na turma 1 86 compreenderam como o mapa é elaborado 7 não compreenderam e 7 não compareceram a aula prática aula da confecção do mapa Na turma 2 82 disseram que compreenderam e o restante 18 respondeu que não conforme exposto na imagem abaixo figura 11 Sabese que a informação apresentada é a resposta dos alunos Para comprovar que os mesmos de fato assimilaram o conceito questionouse os procedimentos Nesse sentido consideraramse os alunos que compreenderam como é feita a elaboração de um mapa de altitude aqueles que elencaram os procedimentos corretamente conforme apresentado na oficina pedagógica GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 70 Figura 11 Respostas para a questão Você compreendeu como elaborar um mapa de altitude Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 Percebemse que mais de 80 dos alunos de ambas as turmas conseguiram assimilar como que se elabora um mapa hipsométrico e que os que não conseguiram aprender como isso é feito é atribuído ao pouco tempo para a aplicação da atividade também por ser o primeiro contato dos alunos com o SIG o que consequentemente leva a um certosobrecarregar de informações No questionário aplicado posteriormente a oficina pedagógica e a aula de confecção do mapa indagouse qual modo seria melhor para visualizar a representação da altitude por degrade ou curva de nível Na turma 1 71 responderam que era melhor a visualização por degrade e o restante 29 com curvas de nível Na turma 2 91 responderam degrade e 9 que era melhor com as curvas de nívelIsto é ilustrado na figura 13 A cor é uma das propriedades mais difíceis de serem conceituadas pois elas não só dependem de fatores físicos como de fatores fisiológicos e psicológicos CASSOL 2009 O mesmo autor ainda diz que a cor de um objeto à luz solar é considerada intuitivamente como uma das suas propriedades O cérebro humano faz sempre a correção para o tipo de iluminação quando achar necessário Partindo de um mapa de altitude a representação por degrade torna a interpretação mais rápida e fácil visto que numa carta topográfica deveria ser feita uma GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 71 análise mental para se descobrir a altitude das curvas de nível pois somente as curvas mestras apresentam o valor da altitude Figura 12 Respostas para a questão De qual modo seria melhor para visualizar a representação da altitude por degrade ou curva de nível Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 Na última interrogativa do questionário prévio perguntouseo que eles achavam sobre o uso de tecnologias nas aulas de geografia Na turma 1 80 acham interessante 13 não respondeu e 7 não achaminteressantes Na turma 2 77 responderam achar interessante 15 não acha interessante e 8 não responderam conforme exposto na figura abaixofigura 13 Segundo um aluno do 6 ano verde fazer um mapa no computador possibilitou enxergar o bairro de uma maneira diferente Deu para visualizar que as águas correm para a região mais baixa o arroio Cadena Nesse sentido percebese a interpretação do documento cartográfico elaborado as sangas ou córregos presentes no bairro drenam suas águas para o Arroio Cadena porção com menor altitude da área em estudo GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 72 Figura 13 Respostas para a questão O que você acha do uso de tecnologias para o ensino de Geografia Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 No questionário aplicado posteriormente os encontros das aulas teóricas e práticas era perguntado se os mesmos gostaram de elaborar o mapa Na turma 1 93 gostaram de elaborar o mapa e 7 não compareceu na aula pratica de confecção do mapa Na turma 2 73 gostaram de elaborar o mapa 18 falou que sim mas existiam algumas partes chatas e 9 falou que não gostou de elaborar o mapa e disse que se tivesse feito o mapa de modo manual pintando com lápis de cor a assimilação do conteúdo teria sido melhor A estatística é ilustrada na figura 14 Essas diferentes percepções sobre a atividade relacionamse as diferentes inteligências inteligências múltiplas que fazem com que as pessoas aprendam de modos diferentes e por conseguinte assimilem os conceitos a partir de diferentes estímulos Isso é abordado no trabalho deHowardGardner Para ele pelo menos sete diferentes modos de conhecer o mundo modos que em outros lugares eu defini como as sete inteligências humanas De acordo com esta análise todos nós estamos aptos a conhecer o mundo através da linguagem da análise lógicomatemática da representação espacial do pensamento musical do uso do corpo para resolver problemas ou para fazer coisas de uma compreensão de nós mesmos Onde os indivíduos diferem é GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 73 no vigor dessas inteligências o assim chamado perfil de inteligências e na forma como tais inteligências são invocadas e combinadas para executar diferentes tarefas resolver problemas variados e progredir em várias áreas GARDNER 1994 p14 Notase que cada pessoa tem um modo e tempo diferente para executar certas atividades e com isso revelase uma desigualdade essencial da educação uniforme demonstrando assim que os alunos aprendem de várias maneiras comprovando que a educação deve ser baseada no indivíduo e devese tentar ensinálos de uma maneira que faça sentido para a sua forma de pensar RIZZATTI 2016 Alguns estudantes possuem uma representação por traço desenho enquanto outros apresentam uma capacidade digital mais desenvolvida Os estímulos e o ambiente social são importantes no desenvolvimento de determinadas inteligências Somos visivelmente diferentes uns dos outros e temos personalidades e temperamentos distintos justificando a resposta dos alunos que a atividade em determinados momentos foi monótona pois preferiam pintar manualmente o mapa ao invés de elaborálo no computador Figura 14 Respostas para a questão Você gostou de elaborar o mapa de altitude Fonte Questionário aplicado às turmas 2015 Organização Os autores 2017 Com base nessas informações observase claramente que os alunos se interessam bastante pela ideia do uso de tecnologia para o ensino de Geografia especialmente dosSIGs GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 74 pois grande parte dos alunos gostou de elaborar o mapa e aprendeu com isso Além disso a atividade despertou a criatividade e o interesse pelo uso de recursos tecnológicos para fins de aprendizagem Considerações Finais Ao analisar os questionários se percebem a motivação por parte dos alunos do uso de recursos tecnológicos para o ensino da Geografia bem como na utilização de softwares de mapeamentos como o QGIS Se tratando da representação do relevo com a elaboração do mapa hipsométrico os alunos conseguiram observar no plano como se comporta a superfície terrestre próximo de sua residência na qual a altitude vai diminuindo para oeste à medida que se aproxima do arroio Cadena Os alunos se tratando da elaboração de uma maquete de relevo fizeram uma série de perguntas de como seria a confecção da mesma pois isso é novo para eles porque alguns só tinham elaborado uma maquete sobre o sistema solar e ficaram bastante motivados como é confeccionada uma maquete de relevo modo analógico visto que eles usariam as mesmas informações para elaborar uma maquete virtual do relevo no QGIS 26 Concluise que softwares livres que possibilitammapeamentos como o QGIS são de grande valia para os professores de Geografia auxiliando no processo de compreensão da cognição na apreensão da representação do relevo por meio de geotecnologias no Ensino Fundamental O seu uso motivou os alunos e propicioua compreensão do mapa permitindo identificar a motivação dos alunos nas etapas de elaboração do mapa de relevo em meio analógico e digital verificar o entendimento da representação do relevo por meio da construção do mapa hipsométrico e despertar a criatividade e o interesse pelo uso de recursos tecnológicos para fins de aprendizagem Portanto constatouse que a sequência didática desenvolvida contribuiu com o aprendizado dos alunos com o aprimoramento eou desenvolvimento das noções cartográficas e de representação do relevo fazendo com que compreendam de modo mais profundo como se dá a representação da superfície terrestre em meio digital Portanto destacase a contribuição das geotecnologias para o ensino da representação do relevo que perpassa a leitura do espaço geográfico e a aprendizagem da Geografia Referências BATISTA N L FELTRIN T Um relato dos processos de subjetivação do ser professor In XVII Congresso Internacional de Educação Popular XXVI Seminário Internacional de Educação Popular IV Seminário Internacional Sindical e IV Seminário Internacional de Educação Profissional do Instituto Federal Farroupilha 2017 Santa Maria RS 2017 BATISTA N L BECKER E L S Oficina das rochas para o Ensino Médio In XVI Jornada Nacional da Educação Educação Território de Saberes Santa Maria 2012 BATISTA N LA Cartografia Escolar no processo de ensinoaprendizagem o Hipermapa e sua utilização na Educação Ambiental em QuevedosRS Dissertação de Mestrado Programa de PósGraduação em Geografia Santa Maria Universidade Federal de Santa Maria 2015 GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 75 DAMBROS G ROVANI F F M QUOOS J H CASSOL RA utilização de tecnologias na cartografia escolar jogo digital para a alfabetização cartográfica In GEOSABERES Revista de Estudos Geoeducacionais v 4 p 415 2013 BRASIL Ministério da Educação Secretária da Educação Média e Tecnologica Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio Brasília São José dos Campos MECUnivap 2001 302 p BRASIL Ministério da Educação e Cultura Secretaria da Educação Parâmetros Curriculares Nacionais MECSEF 1997 BRASIL Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros Curriculares Nacionais Geografia Brasília MECSEF 1998 BEDNARZ S Geographic information systems A tool to support geography and environmental educationNetherlands GeoJournal 60 191199 2004 CASSOL R Tonalidades texturas e cores aerofotogramas verticais e em aerofotogramas não convencionais In ROCHA J S M KURTZ S M J M Manual de fotointerpretação 4 ed Santa Maria RS UFSM 2009 GARDNER H Estrutura da Mente A Teoria das Inteligências Múltiplas Porto Alegre Artmed 1994 MARTINS R E M A trajetória da geografia e o seu ensino no século XXI In TONINI I M et al Org O ensino de geografia e suas composições curriculares Porto Alegre UFRGS 2011 p 6175 OLIVEIRA K A S Do ponto ao pixel novas mídias novas linguagens Dissertação de Mestrado Mestrado Área de Concentração Design e Arquitetura São Paulo FAUUS 2006 OLIVEIRA L Estudo metodológico e cognitivo do mapa In ALMEIDA R D de Cartografia Escolar São Paulo Contexto 2007 PASSOS F G A importância do Sistema de Informação Geográfica SIG no ensino de Cartografia In VII Colóquio de Cartografia para Crianças e Escolares Vitória 2011 p 340348 PRENSKY M Digital Natives and Digital ImmigrantsInPRENSKY M On the Horizon NCBUniversity Press Vol 9 No 5 October 2001a RIZZATTI M Cartografia Escolar geotecnologias e a Teoria das Inteligências Múltiplas a construção de conhecimentos geográficos no ensino fundamental Trabalho de Graduação Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Naturais e Exatas Departamento de Geociências Curso de Geografia Licenciatura Plena RS 2016 SANTOS V M N dos Escola cidadania e novas tecnologias o sensoriamento remoto no ensino São Paulo Paulinas 2002 GEOGRAFIA ISSN 21780234 EM QUESTÃO V10 N 01 2017 pág 5676 76 STÜRMER A B As TICs nas escolas e os desafios no ensino de geografia na Educação Básica In GEOSABERES Revista de Estudos Geoeducacionais v 2 n 4 p 312 ago dez 2011 Artigo recebido em 03032016 Artigo aceito para publicação em 07062017 UTILIZAÇÃO DE GEOTECNOLOGIAS NA CARTOGRAFIA ESCOLAR A COMPREENSÃO DA REPRESENTAÇÃO DO RELEVO COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL nomes dos integrantes Relatar uma experiência de ensino desenvolvida com alunos de 6º ano da EMEF JAO CAIC Luizinho de Grandi localizada em Santa Maria RS Brasil OBJETIVOS Realizouse um estudo de caso com alunos do sexto ano do ensino fundamental de uma escola pública em Santa MariaRS Brasil Utilizouse questionários aos alunos antes e depois da utilização das geotecnologias com o objetivo de verificar o conhecimento prévio e a aprendizagem após a utilização das ferramentas observação direta durante as aulas com o objetivo de registrar a interação dos alunos com as geotecnologias e identificar eventuais dificuldades ou dúvidas e a análise de mapas produzidos pelos alunos após a utilização das geotecnologias os alunos foram solicitados a produzir mapas do relevo utilizando o SIG Esses mapas foram analisados pelos autores com o objetivo de verificar o nível de compreensão dos alunos sobre a representação do relevo METODOLOGI A INTRODUÇÃ O RESULTADO S Os alunos se interessam bastante pela ideia do uso de tecnologia para o ensino de Geografia especialmente dosSIGs pois grande parte dos alunos gostou de elaborar o mapa e aprendeu com isso Além disso a atividade despertou a criatividade e o interesse pelo uso de recursos tecnológicos para fins de aprendizagem Foi concluído que softwares livres que permitem fazer mapas como o QGIS são extremamente úteis para professores de Geografia auxiliando no processo de compreensão dos alunos sobre a representação do relevo através de geotecnologias no Ensino Fundamental O uso do software motivou os alunos e permitiu a compreensão do mapa possibilitando a identificação da motivação dos alunos nas etapas de elaboração do mapa de relevo tanto em meio analógico quanto digital Além disso foi possível verificar o entendimento da representação do relevo através da construção do mapa hipsométrico e estimular a criatividade e o interesse pelo uso de recursos tecnológicos para fins de aprendizagem A sequência didática realizada teve início com a apresentação da atividade para os alunos destacandose o que seria trabalhado e em seguida com a aplicação do questionário para avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre Cartografia e representação do relevo No terceiro encontro foi realizada a atividade prática que consistiu na confecção do mapa hipsométrico dos bairros Lorenzi e Tomazetti Para isso fezse a localização dos bairros na Carta Topográfica de Santa Maria digitalizada e georreferenciada no software QGIS Nesta etapa os alunos demostraram grande motivação em realizar as atividades pois se sentiam desafiados a construir uma representação do seu espaço vivido em meio digital Aplicação do questionário Atividade prática para elaboração do mapa hipsométrico Por meio dos questionários podese verificar o conhecimento prévio apresentado pelos alunos e comparar com o conhecimento construído Os dados coletados foram tabulados por turma e apresentados em formato de Cartogramas para facilitar a sua visualização Na questão que trata sobre o que é Cartografia no questionário prévio da turma 1 20 dos alunos apresentou o conceito de cartografia Após a realização das atividades 43 da turma assimilou o conceito de Cartografia Já a turma 2 em um primeiro momento nenhum aluno apresentava o conceito de Cartografia assimilado Depois da aplicação do projeto a assimilação do que é Cartografia foi de 84 Exemplo de mapa elaborado RESULTADO S Na atual sociedade da informação o computador está inserido no cotidiano dos alunos onde os smartphones com acesso à internet estão ligados ao uso de mapas e ao Sistema de Posicionamento Global GPS O uso dessas ferramentas deve ser empregado no ambiente escolar para motivar os alunos para o Ensino de Geografia permitindo aos professores desenvolver trabalhos dinâmicos e interativos Desse modo é possível garantir o ensino da cartografia e a compreensão da representação do relevo mesmo que complexa Portanto devese analisar as tecnologias atreladas a comunicação e à localização espacial e direta ou indiretamente as competências e as habilidades que necessitam serem desenvolvidas pela Cartografia Escolar e pelo Ensino de Geografia para conduzir os alunos a leitura e confecção crítica dos mapas RIZZATTI M CASSOL R BATISTA NL DAMBRÓS G UTILIZAÇÃO DE GEOTECNOLOGIAS NA CARTOGRAFIA ESCOLAR A COMPREENSÃO DA REPRESENTAÇÃO DO RELEVO COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Geografia Em Questão 101 2017 httpsdoiorg1048075geoqv10i113736