·

Engenharia Agronômica ·

Fisiologia Vegetal

Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Fazer Pergunta

Texto de pré-visualização

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária\nEmbrapa Acre\nMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento\n\nManejo de Precisão em Florestas Tropicais:\nModelo Digital de Exploração Florestal\n\n2ª Edição\n\nEvandro Orfanó Figueiredo\nEvaldo Muñoz Braz\nMarcus Vinício Neves d'Oliveira\nEditores Técnicos\n\nEmbrapa Acre\nRio Branco, AC\n2008 Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:\n\nEmbrapa Acre\nRodovia BR 364, km 14, sentido Rio Branco/Porto Velho\nCaixa Postal 321\nRio Branco, AC, CEP 69908-970\nFone: (68) 3212-3200\nFax: (68) 3212-3284\nhttp://www.cpafac.embrapa.br\nsac@cpafac.embrapa.br\n\nSupervisão editorial: Claudia Carvalho Sena/Suely Moreira de Melo\nRevisão de texto: Claudia Carvalho Sena\nNormalização bibliográfica: Luiza de Marillac P. Braga Gonçalves\nEdição eletrônica: Davi Lima de Moura\nFoto da capa: Evandro Orfanó Figueiredo\n\nTratamento de ilustrações:\n1ª edição\n1ª impressão (2007): 1.000 exemplares\n2ª edição\n2ª impressão (2008): 600 exemplares\n\nTodos os direitos reservados\nA reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei n° 9.610)\nDados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)\nEmbrapa Acre\n\nF475m\nFigueiredo, Evandro Orfanó\nManejo de precisão em florestas tropicais: modelo digital de exploração florestal / por Evandro Orfanó Figueiredo, Evaldo Muñoz Braz, Marcus Vinício Neves d'Oliveira. Rio Branco, AC: Embrapa Acre, 2007. 183 p.\n\nISBN: 978-85-99190-05-0\n\n1. Manejo florestal. 2. Exploração Florestal. 3. Sistema de informação geográfica. 4. Hidrografia. 5. GPS. I. Braz, Evaldo Muñoz. II. Oliveira, Marcus Vinício Neves d'. III. Título.\n\nCDD 21.ed. 634.92\n©Embrapa 2007 Agradecimentos\n\nOs agradecimentos são devidos à Madeireira Catedral Ltda. e à Madeireira São Lucas Ltda. pelo apoio financeiro para realização dos estudos de campo.\n\nAo Instituto de Meio de Ambiente do Acre (Imac) e ao Secretário Estadual de Meio Ambiente e Presidente do Imac (1999 a 2006) Dr. Carlos Edegar de Deus e ao Diretor de Controle Ambiental Dr. Sebastião Fernando, por possibilitar, quanto ao aspecto legal, o protocolo do Plano de Manejo Florestal com o Modelo Digital de Exploração Florestal.\n\nAo Secretário Estadual de Floresta e Extrativismo do Estado do Acre, Dr. Carlos Ovídio, pelo apoio institucional para implementação da nova proposta metodológica.\n\nÀ empresa Stetsom, na cidade de Presidente Prudente, São Paulo, fabricante do navegador veicular, por apoiar os estudos realizados para ajustes do modelo digital de exploração florestal.\n\nAos identificadores botânicos e coordenadores de campo Sebastião Mota Pessoa (Tião), Luciano Pereira Lopes (Garoto) e Raimundo Mota Pessoa (Val) pela paciência e dedicação para os ajustes de campo da metodologia. Apresentação\n\nAté o momento pouco tem sido efetivamente aproveitado da tecnologia digital e do sensoriamento remoto para o manejo das florestas tropicais. As vantagens da inclusão destas ferramentas no manejo são inúmeras, por permitir maior precisão das informações, possibilitando um planejamento florestal mais harmônico com o ecossistema manejado e de menor custo. O bom planejamento das intervenções florestais implicará em menores danos ambientais e alto rendimento das operações de campo, além da melhoria da eficiência dos órgãos de licenciamento e controle, em decorrência da menor demanda de vistoria técnica.\n\nAtualmente, o profissional da área florestal utiliza somente bússola e trena para localização das árvores do inventário. O GPS tem seu potencial subestimado, sendo usado apenas para identificar os vértices da área do plano de manejo. O emprego de telemetria, GPS de alta sensibilidade, cartografia geral, sistema de informações geográficas, sensoriamento remoto (imagens de satélites e radares) e modelagem da paisagem são alternativas disponíveis, mas demandam o domínio destas ferramentas pelo profissional da área florestal.\n\nOs próximos avanços das técnicas de planejamento da exploração florestal exigirão conhecimento multidisciplinar, emprego de tecnologia wireless, processamento de imagens de alta resolução e a necessidade de aperfeiçoamento constante para utilização das novas tecnologias de levantamentos.\n\nEsta publicação procura fornecer, aos profissionais da engenharia florestal, as principais etapas de campo e escritório para construção do modelo digital de exploração e manejo florestal. As etapas foram selecionadas e descritas de modo que um profissional da área com conhecimento básico de sistema de informações geográficas (GIS) possa planejar os trabalhos de campo e obter um mapa de exploração florestal com a apropriação das coordenadas verdadeiras de todas as árvores, detalhes de hidrografia, relevo e curvas de nível, e ainda, executar a exploração florestal com receptores GPS e navegadores veiculares. A plena sustentabilidade do manejo das florestas naturais é meta fundamental da Embrapa. Esta tecnologia aproxima o cumprimento deste objetivo e visa atender aos profissionais da área florestal na melhoria dos planos de manejo florestal na Amazônia.\n\nMarcus Vinício Neves d’Oliveira\nChefe-Geral da Embrapa Acre Prefácio\n\nO uso das geotecnologias para o planejamento da atividade florestal em áreas tropicais é um tema conhecido. Porém, conciliar inventários florestais pré-exploratórios, modelagem altimétrica do terreno, estatística espacial e execução das operações de exploração florestal de modo digital, com emprego de GPS e navegadores, ainda é um assunto dominado por poucos profissionais.\n\nA Embrapa propõe nesta obra uma abordagem diferenciada para o planejamento florestal, em que a precisão das informações de campo aliada a um conjunto de procedimentos de modelagem da realidade permitem a formação de uma base de dados robusta e georreferenciada, tornando possível a aplicação do conceito de manejo de precisão em florestas naturais nos trópicos.\n\nA organização da obra foi cuidadosa em detalhar as principais etapas do processo de planejamento florestal digital, denominando de Modelo Digital de Exploração Florestal - Modeflora. Os procedimentos construtivos do modelo digital foram concretizados em oito capítulos contemplando: conceitos e vantagens do modelo digital, projeções e sistema de referência, procedimentos básicos de geoprocessamento, interplocações, inventário pré-exploratório com GPS, processamento primário dos dados, planejamento, execução e acompanhamento da exploração florestal.\n\nOs procedimentos descritos neste livro foram validados por empresas florestais no Estado do Acre, e possibilitam uma excelente oportunidade de melhoria do planejamento de manejo florestal nos trópicos. As técnicas apresentadas também permitem a elaboração de planos detalhados sobre o uso da terra dos imóveis rurais e seu licenciamento ambiental pelos órgãos de meio ambiente.\n\nEvandro Ortanço Figueiredo\nEditor Técnico Sumário\n\nCapítulo 1 - Manejo Florestal de Precisão: Modelo Digital de Exploração e Manejo de Florestas Naturais............. 15\n\nCapítulo 2 - Conceitos Cartográficos - Sistemas de Referência.............. 31\n\nCapítulo 3 - Sistema de Informações Geográficas: Aplicações Básicas pelo ArcGIS............ 45\n\nCapítulo 4 - Diagnóstico da Hidrografia da Área do Manejo Florestal................. 63\n\nCapítulo 5 - Diagnóstico dos Destaques Topográficos da Área do Manejo Florestal.............. 83\n\nCapítulo 6 - Levantamento das Árvores com Coordenadas Apropriadas com GPS de Alta Sensibilidade......... 101\n\nCapítulo 7 - Processamento Primário dos Dados e Elaboração do Mapa de Exploração........... 119\n\nCapítulo 8 - Execução e Monitoramento das Operações de Campo............... 149\n\nAnexos.................................................. 171 Manejo Florestal de Precisão: Modelo Digital de Exploração e Manejo de Florestas Naturais Capítulo 1 – Manejo Florestal de Precisão: Modelo Digital de Exploração e Manejo de Florestas Naturais\n\nEvaldo Muñoz Braz\nEvandro Orfanó Figueiredo\nMarcus Vinícius Neves d'Oliveira\nCarlos Alberto Moraes Passos\n\nO manejo florestal é a principal atividade econômica que possibilita a manutenção da cobertura florestal natural. O estímulo ao manejo e ao interesse pela floresta é fator decisivo para inibição de usos da terra que impliquem em desflorestamento e queimadas.\n\nEsta atividade também tem sido beneficiada pelo aumento dos preços da madeira tropical, tanto nacional como internacionalmente.\n\nApesar destes fatores, o manejo da floresta tropical ainda é visto com restrições, pelos produtores e organizações não-governamentais ambientalistas.\n\nO manejo da floresta tropical avançou muito quanto às pesquisas básicas relacionadas à avaliação da regeneração e à dinâmica da floresta pós-exploração. Nas últimas décadas as pesquisas em manejo florestal foram orientadas para reduzir os impactos da exploração sobre a floresta remanescente (HENDRISON, 1989; OLIVEIRA, BRAZ, 1998). Utilizando-se as normas da exploração de impacto reduzido (EIR), pode-se verificar que esta não era necessariamente mais cara que a exploração convencional (SABOGAL et al., 2000).\n\nTodavia, persistem grandes lacunas no planejamento do manejo das florestas naturais, principalmente, no que tanja a extração de toras.\n\nPor outro lado, a heterogeneidade da floresta tropical, expressada pelo padrão de distribuição de suas espécies arbóreas, tipologias florestais, relevo, hidrografia e solo, torna extremamente complexa a modelagem do ecossistema e dificulta o planejamento da exploração com operações precisas (BRAZ, 1994; BRAZ, 2002).