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Psicologia ·
Teorias do Desenvolvimento
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ADULTEZ EMERGENTE A PROPOSTA DE UMA NOVA PERSPECTIVA DESENVOLVIMENTAL SOBRE A TRANSIÇÃO PARA A VIDA ADULTA NO BRASIL1 Jeffrey Jensen Arnett Luciana DutraThomé Silvia Helena Koller p18 1 DutraThomé Luciana Pereira Anderson Siqueira Rodrigues Susana Ines Nunez Koller Silvia Helena Adultez emergente no Brasil p 18 Vetor Editora 2018 de comor um conceito estruturado teórica e empiricamente apresenta grande variabilidade cultural entre países e dentro de um mesmo país o que desencadeou uma série de estudos sobre o tema em vários continentes É um desafio estudar a adultez emergente no Brasil um país repleto de contrastes e uma classificação ambígua entre país desenvolvido e em desenvolvimento o que pode levar à manifestação do fenômeno de maneira singular e distinta de outros países Por esse motivo o segundo objetivo deste capítulo é apresentar características sociodemográficas de jovens em transição para a vida adulta no Brasil Por fim o terceiro objetivo deste capítulo é apresentar resultados de estudos empíricos realizados com jovens adultos emergentes no Brasil utilizando como base a teoria de Jeffrey Arnett Nos últimos 50 anos a entrada na idade adulta tornouse cada vez mais tardia em todo o mundo para a maioria das pessoas Arnett 2015 Mudanças na economia mundial passando de um foco na agricultura e na indústria para uma economia do conhecimento baseada em informação tecnologia e serviços eliminaram muitos empregos pouco qualificados e tornaram o ensino superior mais valioso e necessário do que nunca As revoluções nos papéis das mulheres tornaram o casamento menos necessário para que elas tenham um papel significativo nas sociedades As taxas de natalidade caíram pois o acesso a métodos eficazes de contracepção permitiu aos casais controlarem e planejar sua fertilidade A idade para o nascimento doa primeiroa filhoa aumentou à medida que os casais passaram a preferir esperar até o fim dos 20 anos ou início dos 30 para ter filhos Na virada do século XXI o acúmulo dessas mudanças transformou a maneira como a maioria das pessoas experimenta seus 20 anos especialmente nos países desenvolvidos Arnett 2011 A transição para a vida adulta que costumava acontecer em torno dos 20 anos estendeuse para a maioria das pessoas de modo que os eventos tradicionais marcando a transição para a idade adulta como casamento paternidadematernidade e trabalho estável passaram para quase uma década mais tarde do que antes Hoje os 30 são os novos 20 como os norteamericanos gostam de dizer Observando esse conjunto de mudanças dramáticas na virada do século XXI Arnett 2000 propôs que a transição para a idade adulta havia se tornado tão prolongada nos países desenvolvidos que não era apenas uma transição estendida mas um novo estágio desenvolvimental que ele chamou de adultez emergente o qual se passa em torno dos 18 aos 25 anos Segundo Arnett 2000 2015 a adultez emergente é distinta da adolescência porque os adultos emergentes já passaram pela puberdade comumente já concluíram o ensino fundamental ou médio e de acordo com as normas legais já chegaram à maioridade A adultez emergente também deve ser distinguida da idade adulta jovem porque nos países desenvolvidos as características tra dicionais da idade adulta jovem casamento paternidadematernidade e trabalho estável não ocorrem até o fim dos 20 anos ou início dos 30 anos Entre a adolescência e a idade adulta os jovens estão vivenciando a adultez emergente um período de liberdade de compromissos com o casamento e o trabalho estável caracterizada por inconstância e mudança à medida que as pessoas desenvolvem gradualmente uma identidade que as preparará para assumir papéis adultos Desde o princípio Arnett 2000 enfatizou que a adultez emergente é culturalmente variável Em primeiro lugar existe como uma fase normativa de vida principalmente em países desenvolvidos onde a mudança para uma economia do conhecimento que exige educação superior é mais pronunciada Associada a essa característica nesses países a idade média para o casamento e o primeiro parto são mais elevadas Já nos países em desenvolvimento na maior parte dos casos os jovens não vivem a adultez emergente uma vez que entram no mundo do trabalho e assumem papéis de responsáveis por suas famílias já no fim da adolescência Todavia segundo estudos realizados em áreas urbanas de países em desenvolvimento nas quais se encontra classe média há um número crescente de jovens que vivenciam sua transição para a vida adulta como jovens de países desenvolvidos Arnett 2011 DutraThomé Koller 2014 Galambos Martínez 2007 Em segundo lugar entre os países desenvolvidos há muitas variações no modo como a adultez emergente é vivenciada Por exemplo no Japão esperase que mulheres jovens permaneçam na casa dos pais até o casamento mesmo que não se casem até os 30 anos Rosenberger 2007 No Sul da Europa os adultos emergentes são muito mais propensos a viver em casa durante seus 20 anos do que seus pares no Norte Além disso eles fazem uma transição para o mundo do trabalho mais prolongada e difícil diante de problemas como elevadas taxas de desemprego Douglass 2007 MorenoMinguez López Peláez Sánchez Cabeza 2012 Zukauskiene 2016 Em terceiro lugar há uma variação cultural substancial nos países desenvolvidos no que tange à maneira como a adultez emergente é experimentada Por exemplo nos Estados Unidos os adultos emergentes asiáticos e latinos sentem maior responsabilidade e apresentam mais compromisso para com suas famílias que os brancos além de serem mais propensos a viver na casa dos pais até o casamento Arnett 2003 Syed Mitchell 2013 Há também uma variação considerável por nível socioeconômico nos países em desenvolvimento Os adultos emergentes oriundos de níveis mais elevados têm maior probabilidade de obter educação superior durante a adultez emergente são menos propensos a estar desempregados além de casar e ter filhos mais tarde Arnett 2015 DutraThomé Koller 2014 MorenoMinguez et al 2012 A teoria da adultez emergente tem inspirado pesquisas em muitas partes do mundo especialmente na Europa Douglass 2007 Macek 2007 Zukauskiene 2016 mas também na Argentina Facio Reset 2013 na Austrália OConnor et al 2011 no Brasil DutraThomé Koller 2014 no Canadá Galambos Barker Krahn 2006 e no Japão Rosenberg 2007 entre outros países Este livro representa uma promissora extensão da pesquisa sobre adultez emergente para o Brasil um país de crescente poder econômico e importância no mundo O Brasil geralmente não é classificado como um país desenvolvido mas não se encaixa bem como um país em desenvolvimento uma vez que é mais rico que a maioria dos países em desenvolvimento OECD 2015 É por vezes classificado com outros países em desenvolvimento rápido incluindo Rússia Índia China e África do Sul o grupo chamado BRICS Diante do fato de o Brasil apresentar essa classificação ambígua entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento as formas de manifestação da adultez emergente no Brasil podem ser incomuns e distintas acrescentando uma contribuição im Perfil demográfico da adultez emergente no Brasil educação trabalho e paternidadematernidade Como pano de fundo para os capítulos subsequentes que examinam a experiência da adultez emergente no Brasil pode ser útil considerar o perfil demográfico dessa faixa etária O novo estágio de vida da adultez emergente foi criado principalmente em decorrência de mudanças econômicas e demográficas especificamente o surgimento de uma economia do conhecimento a qual requer maior investimento educacional mudanças nas atitudes com relação à sexualidade e mudanças no papel das mulheres na sociedade o que resultou no aumento da média de idade para o casamento e no planejamento de filhos Arnett 2015 Como o Brasil se compara com outros países no que tange às características demográficas relacionadas à adultez emergente A resposta a essa questão deve examinar padrões demográficos brasileiros de educação trabalho e paternidadematernidade p23 Taxa bruta de matrícula p24 Figura 11 Matrícula na educação superior Brasil e outros países selecionados Nota a taxa bruta de matrículas é o número de alunos matriculados no ensino superior dividido pelo número de pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 22 anos na população Fonte Unesco 2017 No que diz respeito à educação as Nações Unidas mantêm estatísticas sobre a matrícula no ensino superior com educação superior definida como qualquer educação ou formação para além do ensino secundário que no Brasil equivale ao ensino fundamental e ao ensino médio A Figura 12 mostra como o Brasil se compara a uma série de outros países tanto da América do Sul quanto de países desenvolvidos no que se refere à taxa bruta de matrícula no ensino superior calculada como o número de pessoas na faixa etária entre 18 e 22 anos dividido pelo número de pessoas atualmente matriculadas no ensino superior A Figura 11 mostra que o Brasil apresenta nível inferior de matrícula em relação aos países vizinhos da América do Sul nomeadamente Argentina e Chile bem como em relação a outros países desenvolvidos No entanto o Brasil está crescendo rapidamente em matrículas no ensino superior Um exame mais detalhado dessa fonte de dados mostra o quão rapidamente o Brasil se desenvolveu nas duas últimas décadas Unesco 2016 Em 1999 a taxa bruta de matrículas no ensino superior no Brasil era de apenas 18 para as mulheres e 14 para os homens até 2014 era de 55 para as mulheres e 40 para os homens Essa é uma transformação notável em um curto período Figura 12 Taxas de desemprego Brasil e outros países selecionados Fonte Banco Mundial 2016 No que diz respeito ao trabalho a taxa de desemprego é uma estatística importante relacionada à adultez emergente pois indica o quão bemsucedidos ou malsucedidos os adultos emergentes se encontram ao fazer sua transição para a força de trabalho A Figura 12 mostra a taxa de desemprego dos jovens entre 15 e 24 anos bem como a taxa de desocupação dos idosos tanto do Brasil quanto de outros países A taxa de desemprego juvenil no Brasil é semelhante à de outros países da América do Sul especialmente Argentina e Chile É mais baixa que em alguns países europeus sobretudo no Sul da Europa porém mais elevada que nos países desenvolvidos mais ricos principalmente a Alemanha o Japão e os Estados Unidos De modo geral o padrão indica que o Brasil está tendo sucesso em levar os adultos emergentes para a força de trabalho por volta dos 20 anos No que diz respeito à transição para papéis familiares adultos a paternidadematernidade é uma estatística melhor para comparações transacionais que o casamento porque em muitos países desenvolvidos a coabitação de longo prazo começa bem antes do casamento ao passo que em outros países a coabitação é tabu e o casamento marca uma transição muito mais dramática para viver com um parceiro fora da família pela primeira vez A Figura 13 mostra como o Brasil se compara a uma série de outros países na idade média do primeiro parto para mulheres Nessa estatística o Brasil é semelhante aos vizinhos sulamericanos como Peru e Chile mas está substancialmente abaixo da idade dos países desenvolvidos Na maioria dos países desenvolvidos a idade média doa primeiroa filhoa para as mulheres é de cerca de 30 anos ao passo que no Brasil é de apenas 22 anos Isso reflete o status do Brasil como um país que está crescendo economicamente mas ainda não alcançou o nível dos países mais desenvolvidos Em todo o mundo o crescente desenvolvimento econômico prevê fortemente o aumento da idade de entrar no casamento e na paternidade maternidade United Nations Development Programme 2016 No Brasil como em outros países em desenvolvimento é provável que haja uma forte divisão entre a classe média urbana altamente instruída e a população rural menos instruída com idades médias de entrar no casamento e paternidade muito maiores na classe média urbana educada Consequentemente pôdese observar que os jovens da classe média urbana instruída têm mais probabilidade de experimentar uma fase de vida da idade adulta emergente que seus pares em áreas de baixo nível socioeconômico e rurais Adultez emergente no Brasil estudos brasileiros Investig ações no Brasil sobre adultez emergente têm demonstrado que as trajetórias dos jovens de diferentes níveis socioeconômicos NSE são distintas No estudo de DutraThomé e Koller 2014 a adultez emergente era mais provável de ocorrer entre jovens de NSE alto uma vez que eles recebem suporte familiar para investir mais tempo nos estudos e investir na exploração de suas identidades p ex trocar de emprego e viagens O grupo de NSE baixo assumiu responsabilidades adultas mais cedo p ex trabalhar desde a adolescência ter filhos de modo que uma transição prolongada para a vida adulta se tornou menos presente DutraThomé Koller 2014 Além disso indivíduos com NSE alto apresentaram maior probabilidade de experimentar o prolongamento da transição para a vida adulta de acordo com a proposição de Arnett 2000e em sintonia com jovens de países desenvolvidos Já os indivíduos de NSE baixo assumiam responsabilidades financeiras e emocionais em suas famílias de origem desde a adolescência em especial o auxílio na renda doméstica ou eram demandados a pagar seus estudos e outros consumos desde cedo Portanto a possibilidade de viver o prolongamento da transição para a vida adulta quando ocorria davase por meio de sua independência financeira diferentemente de jovens de NSE alto que podiam contar com apoio financeiros dos pais DutraThomé Koller 2016 Outro estudo sobre adultez emergente no Brasil identificou condições desfavoráveis de educação e colocação profissional em participantes do Nordeste em comparação com jovens do Sul e do Sudeste Isso pode indicar que o fenômeno da adultez emergente é menos provável de ocorrer no Nordeste do Brasil em razão de problemas estruturais que diminuem o acesso à educação e ao trabalho DutraThomé Leme Pereira Gaião Dias Koller 2017 a conexão com a família com a instituição educacional e com a comunidade é fator protetivo durante a adultez emergente em todas as regiões A conexão com a família e com a instituição educacional aumentou os níveis de autoestima positiva e autoeficácia dos jovens e a conexão com a comunidade diminuiu os níveis de manifestação de comportamentos antissociais p ex brigas e roubos Esses achados destacam o importante papel das instituições familiares educacionais e comunitárias como ambientes de proteção na promoção do desenvolvimento dos jovens du rante a adultez emergente particularmente nas regiões de maiores problemas de acesso à educação e ao trabalho DutraThomé Leme Pereira Gaião Dias Koller 2017 Outros estudos brasileiros focaram a iden tificação de fatores de proteção e de risco em adultos emergentes Pereira Willhelm Koller Almeida 2016 DutraThomé Koller 2016 NuñezRodriguez DutraThomé Koller 2016 Identificouse a qualidade das amizades na adultez emergente como fator protetivo associado a níveis mais elevados de autoestima e autoeficácia DeSousa Pereira Koller 2015 para mais informações ver Capítulo 10 sobre amizade Indivíduos com níveis médios e altos de habilidades sociais também apresentaram escores médios superiores de autoestima e autoeficácia em relação aos indivíduos com baixo nível de habilidades sociais Pereira DutraThomé Koller 2016 para mais informações ver Capítulo X sobre HS Estudo de NuñezRo driguez e colaboradores 2016 identificou que objetivos intrínsecos têm um impacto positivo e significativo na satisfação de vida dos indivíduos ao passo que objetivos extrínsecos tiveram uma influência negativa na satisfação com a vida Por fim estudo de Pereira e colaboradores 2016 apontaram a amizade a relação familiar as habilidades sociais a autoestima a autoeficácicia e os baixos níveis de ansiedade como fatores protetores contra tentativas e ideias suicidas Considerações finais Este capítulo apresentou a nova fase desvolvimental chamada adultez emergente e o contexto sóciohistórico no qual ela surgiu Ressaltase não se tratar de um fenômeno universal estando presente sobretudo em contextos urbanos de países industrializados e desenvolvidos Diante da busca pela compreensão das especificidades da adultez emergente no Brasil apresentaramse logo em seguida as características sociodemográficas de jovens em transição para a vida adulta no país Destacase que no contexto brasileiro diante de suas condições socioeconômicas a adultez emergente é mais presente em jovens pertencentes a camadas mais favorecidas socioeconomicamente uma vez que têm maior probabilidade de viver o prolongamento da transição para a vida adulta e um período extenso de exploração de suas identidades p ex explorar papéis sociais diferentes tipos de metas diferentes tipos de trabalho Por fim foram apresentados os principais resultados de estudos pioneiros sobre o tema no Brasil de modo a introduzir os passos iniciais de pesquisadores na área que se aventuraram a explorar esse fenômeno inédito Este capítulo introdutório abre as portas para continuação deste livro que busca compreender as novas formas de inserção na vida adulta de jovens brasileiros utilizando uma vasta gama de estratégias teóricometodológicas indispensáveis para acessar esse fenômeno contemporâneo e complexo Mensagem final A adultez é uma nova fase desenvolvimental proposta por Jeffrey Arnett no início dos anos 2000 Arnett observou que jovens em países desenvolvidos e industrializados levavam cada vez mais tempo para assumir papéis adultos tradicionais p ex ter filhos casar trabalho estável o que lhes permitia um período maior de exploração de suas identidades em diferentes campos de suas vidas Essas mudanças estão relacionadas a fatores sociais e históricos como conquistas do movimento feminista e exigências de níveis educacionais mais elevados para entrada no mercado de trabalho Todavia é de prima importância lembrar que não se trata de um fenômeno universal com variabilidades entre países e dentro de um mesmo país como é o caso do Brasil Aqui a adultez emergente apresenta peculiaridades de acordo com o NSE estando mais presente em jovens de NSE alto cujas famílias podem lhes proporcionar um período prolongado de investimento nos estudos e exploração de suas identidades Quiz 1 Quais são as características da nova transição para a vida adulta em países desenvolvidos e industrializados 2 Quais fatores explicam o prolongamento dessa transição e o surgimento da adultez emergente 3 Como a adultez emergente se manifesta no Brasil 4 De acordo com estudos brasileiros quais fatores protetivos tornam a vida de adultos emergentes mais saudável Para refletir sobre o capítulo Vídeos do YouTube a Quem você está chamando de egoísta Um manifesto para os millenials httpswwwyoutubecomwatchvLC0VvSfZdhQ b Por que se leva tanto tempo para se tornar adulto hoje em dia httpsyoutubefv8KpQY0m6o REFERÊNCIAS Arnett J J 2000 Emerging adulthood a theory of development from the late teens through the twenties American Psychologist 55 469480 p33 Arnett J J 2003 Conceptions of the Transition to Adulthood Among Emerging Adults in American Ethnic Groups New Directions for Child and Adolescent Development 100 6376 doi101002cd75 Arnett J J 2011 Emerging adulthoods the cultural psychology of a new life stage In L A Jensen Ed Bridging cultural and developmental psychology new syntheses in theory research and policy pp 255275 New York NY Oxford University Press Arnett J J 2015 Emerging adulthood the winding road from the late teens through the twenties 2nd ed New York NY Oxford University Press Chartmix 2016 Mothers age at first childbirth Retrieved from httpchartmixcoviewMYB7ywKdata DeSousa D A Pereira A S Koller S H 2015 That is what friends are for friendship quality associations to better selfimage and lower anxiety levels In 7th Conference on Emerging Adulthood Miami USA Douglass C B 2007 From duty to desire emerging adulthood in Europe and its consequences Child Development Perspectives 1 101108 p34 DutraThomé L Koller S H 2014 Emerging adulthood in Brazilians of differing socioeconomic status transition to adulthood Paidéia Ribeirão Preto 24 313322 DutraThomé L Koller SH 2016 Does socioeconomic status affect young individuals transition to adulthood A mixedmethod investigation about emerging adulthood in Brazil Manuscript submitted for publication DutraThomé L Leme V R Pereira A S Paiva I Gaião E Dias A C Koller S H 2017 Setembro O impacto de fatores protetivos e de risco na autoestima e autoeficácia de adultos emergentes nas cinco regiões brasileiras Avances en Psicología Latinoamericana 353 485 Facio A Resett S 2013 Work romantic relationships and life satisfaction in Argentinean emerging adults Emerging Adulthood 213735 Galambos N L Barker E T Krahn H J 2006 Depression selfesteem and anger in emerging adulthood sevenyear trajectories Developmental Psychology 422 350 Galambos N L Martínez M L 2007 Poised for emerging adulthood in Latin America A pleasure p 34 for the privileged Child Development Perspectives 1 109114 Kagitçibasî C 2007 Family self and human development across cultures Theory and applications Lawrence Erlbaum Mahwah New Jersey Macek P Bejeck J Vanickova J 2007 Contemporary Czech emerging adults Generation growing up in the period of social changes Journal of Adolescent Research 22 444475 Macek P Ježek S Lacinová L Bouša O Kvítkovicová L Michalčáková R N Širuček J 2016 Emerging adults in the Czech Republic views into and across different domains of life In R Zukauskiene Ed Emerging adulthood in a European context pp 175201 London Psychology Press Moreno Mínguez A López Peláez A SánchezCabezudo S S 2012 The transition to adulthood in Spain economic crisis and late emancipation Barcelona Spain La Caixa Foundation NuñezRodriguez S DutraThomé L Koller S H 2016 Exploring intrinsic and extrinsic goals and life satisfaction during emerging adulthood Manuscript submitted for publication OConnor M Sanson A Hawkins M T Letcher P Toumbourou J W Smart D Olsson C A 2011 Predictors of positive development in emerging adulthood Journal of Youth and Adolescence 407 860874 OECD 2015 Health at a glance 2015 OECD Indicators Paris OECD Pereira A S DutraThomé L Koller S H 2016 Habilidades sociais e fatores de risco e proteção na adulez emergente Psico 474 268278 Pereira A S Willhelm A R Koller S H Almeida R 2016 Novembro Fatores de risco e proteção para tentativa de suicídio na adultez emergente Ciência Saúde Coletiva Recuperado de httpwwwcienciasaudecoletivacombrartigosfatoresderiscoeprotecaoparatentativadesuicidionaadultezemergente15952 Rosenberger N 2007 Rethinking emerging adulthood in Japan Perspectives from longterm single women Child Development Perspectives 1 9295 Syed M Mitchell L L 2013 Race ethnicity and emerging adulthood Retrospect and prospects Emerging Adulthood 12 8395 United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Institute for Statistics Unesco 2014 Education Retrieved from httpdatauisunescoorgReportId167 United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Unesco 2017 Education Total net enrollment tertiary education Retrieved from httpdatauisunescoorgReportId167 United Nations Development Programme 2016 Human development report New York NY Oxford University Press World Bank 2016 Unemployment youth total Retrieved from httpdataworldbankorgindicatorSLUEM1524ZS World Bank 2016 Unemployment total Retrieved from httpdataworldbankorgindicatorSLUEMTOTLZS Zukauskiene R Ed 2016 Emerging adulthood in a European context London Psychology Press
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já concluíram o ensino fundamental ou médio e de acordo com as normas legais já chegaram à maioridade A adultez emergente também deve ser distinguida da idade adulta jovem porque nos países desenvolvidos as características tra dicionais da idade adulta jovem casamento paternidadematernidade e trabalho estável não ocorrem até o fim dos 20 anos ou início dos 30 anos Entre a adolescência e a idade adulta os jovens estão vivenciando a adultez emergente um período de liberdade de compromissos com o casamento e o trabalho estável caracterizada por inconstância e mudança à medida que as pessoas desenvolvem gradualmente uma identidade que as preparará para assumir papéis adultos Desde o princípio Arnett 2000 enfatizou que a adultez emergente é culturalmente variável Em primeiro lugar existe como uma fase normativa de vida principalmente em países desenvolvidos onde a mudança para uma economia do conhecimento que exige educação superior é mais pronunciada Associada a essa característica nesses 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transição para o mundo do trabalho mais prolongada e difícil diante de problemas como elevadas taxas de desemprego Douglass 2007 MorenoMinguez López Peláez Sánchez Cabeza 2012 Zukauskiene 2016 Em terceiro lugar há uma variação cultural substancial nos países desenvolvidos no que tange à maneira como a adultez emergente é experimentada Por exemplo nos Estados Unidos os adultos emergentes asiáticos e latinos sentem maior responsabilidade e apresentam mais compromisso para com suas famílias que os brancos além de serem mais propensos a viver na casa dos pais até o casamento Arnett 2003 Syed Mitchell 2013 Há também uma variação considerável por nível socioeconômico nos países em desenvolvimento Os adultos emergentes oriundos de níveis mais elevados têm maior probabilidade de obter educação superior durante a adultez emergente são menos propensos a estar desempregados além de casar e ter filhos mais tarde Arnett 2015 DutraThomé Koller 2014 MorenoMinguez et al 2012 A teoria da adultez emergente tem inspirado pesquisas em muitas partes do mundo especialmente na Europa Douglass 2007 Macek 2007 Zukauskiene 2016 mas também na Argentina Facio Reset 2013 na Austrália OConnor et al 2011 no Brasil DutraThomé Koller 2014 no Canadá Galambos Barker Krahn 2006 e no Japão Rosenberg 2007 entre outros países Este livro representa uma promissora extensão da pesquisa sobre adultez emergente para o Brasil um país de crescente poder econômico e importância no mundo O Brasil geralmente não é classificado como um país desenvolvido mas não se encaixa bem como um país em desenvolvimento uma vez que é mais rico que a maioria dos países em desenvolvimento OECD 2015 É por vezes classificado com outros países em desenvolvimento rápido incluindo Rússia Índia China e África do Sul o grupo chamado BRICS Diante do fato de o Brasil apresentar essa classificação ambígua entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento as formas de manifestação da adultez emergente no Brasil podem ser 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de matrícula p24 Figura 11 Matrícula na educação superior Brasil e outros países selecionados Nota a taxa bruta de matrículas é o número de alunos matriculados no ensino superior dividido pelo número de pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 22 anos na população Fonte Unesco 2017 No que diz respeito à educação as Nações Unidas mantêm estatísticas sobre a matrícula no ensino superior com educação superior definida como qualquer educação ou formação para além do ensino secundário que no Brasil equivale ao ensino fundamental e ao ensino médio A Figura 12 mostra como o Brasil se compara a uma série de outros países tanto da América do Sul quanto de países desenvolvidos no que se refere à taxa bruta de matrícula no ensino superior calculada como o número de pessoas na faixa etária entre 18 e 22 anos dividido pelo número de pessoas atualmente matriculadas no ensino superior A Figura 11 mostra que o Brasil apresenta nível inferior de matrícula em relação aos países vizinhos da América do Sul nomeadamente Argentina e Chile bem como em relação a outros países desenvolvidos No entanto o Brasil está crescendo rapidamente em matrículas no ensino superior Um exame mais detalhado dessa fonte de dados mostra o quão rapidamente o Brasil se desenvolveu nas duas últimas décadas Unesco 2016 Em 1999 a taxa bruta de matrículas no ensino superior no Brasil era de apenas 18 para as mulheres e 14 para os homens até 2014 era de 55 para as mulheres e 40 para os homens Essa é uma transformação notável em um curto período Figura 12 Taxas de desemprego Brasil e outros países selecionados Fonte Banco Mundial 2016 No que diz respeito ao trabalho a taxa de desemprego é uma estatística importante relacionada à adultez emergente pois indica o quão bemsucedidos ou malsucedidos os adultos emergentes se encontram ao fazer sua transição para a força de trabalho A Figura 12 mostra a taxa de desemprego dos jovens entre 15 e 24 anos bem como a taxa de desocupação dos idosos tanto do Brasil quanto de outros países A taxa de desemprego juvenil no Brasil é semelhante à de outros países da América do Sul especialmente Argentina e Chile É mais baixa que em alguns países europeus sobretudo no Sul da Europa porém mais elevada que nos países desenvolvidos mais ricos principalmente a Alemanha o Japão e os Estados Unidos De modo geral o padrão indica que o Brasil está tendo sucesso em levar os adultos emergentes para a força de trabalho por volta dos 20 anos No que diz respeito à transição para papéis familiares adultos a paternidadematernidade é uma estatística melhor para comparações transacionais que o casamento porque em muitos países desenvolvidos a coabitação de longo prazo começa bem antes do casamento ao passo que em outros países a coabitação é tabu e o casamento marca uma transição muito mais dramática para viver com um parceiro fora da família pela primeira vez A Figura 13 mostra como o Brasil se compara a uma série de outros países na idade média do primeiro parto para mulheres Nessa estatística o Brasil é semelhante aos vizinhos sulamericanos como Peru e Chile mas está substancialmente abaixo da idade dos países desenvolvidos Na maioria dos países desenvolvidos a idade média doa primeiroa filhoa para as mulheres é de cerca de 30 anos ao passo que no Brasil é de apenas 22 anos Isso reflete o status do Brasil como um país que está crescendo economicamente mas ainda não alcançou o nível dos países mais desenvolvidos Em todo o mundo o crescente desenvolvimento econômico prevê fortemente o aumento da idade de entrar no casamento e na paternidade maternidade United Nations Development Programme 2016 No Brasil como em outros países em desenvolvimento é provável que haja uma forte divisão entre a classe média urbana altamente instruída e a população rural menos instruída com idades médias de entrar no casamento e paternidade muito maiores na classe média urbana educada Consequentemente pôdese observar que os jovens da classe média urbana instruída têm mais probabilidade de experimentar uma fase de vida da idade adulta emergente que seus pares em áreas de baixo nível socioeconômico e rurais Adultez emergente no Brasil estudos brasileiros Investig ações no Brasil sobre adultez emergente têm demonstrado que as trajetórias dos jovens de diferentes níveis socioeconômicos NSE são distintas No estudo de DutraThomé e Koller 2014 a adultez emergente era mais provável de ocorrer entre jovens de NSE alto uma vez que eles recebem suporte familiar para investir mais tempo nos estudos e investir na exploração de suas identidades p ex trocar de emprego e viagens O grupo de NSE baixo assumiu responsabilidades adultas mais cedo p ex trabalhar desde a adolescência ter filhos de modo que uma transição prolongada para a vida adulta se tornou menos presente DutraThomé Koller 2014 Além disso indivíduos com NSE alto apresentaram maior probabilidade de experimentar o prolongamento da transição para a vida adulta de acordo com a proposição de Arnett 2000e em sintonia com jovens de países desenvolvidos Já os indivíduos de NSE baixo assumiam responsabilidades financeiras e emocionais em suas famílias de origem desde a adolescência em especial o auxílio na renda doméstica ou eram demandados a pagar seus estudos e outros consumos desde cedo Portanto a possibilidade de viver o prolongamento da transição para a vida adulta quando ocorria davase por meio de sua independência financeira diferentemente de jovens de NSE alto que podiam contar com apoio financeiros dos pais DutraThomé Koller 2016 Outro estudo sobre adultez emergente no Brasil identificou condições desfavoráveis de educação e colocação profissional em participantes do Nordeste em comparação com jovens do Sul e do Sudeste Isso pode indicar que o fenômeno da adultez emergente é menos provável de ocorrer no Nordeste do Brasil em razão de problemas estruturais que diminuem o acesso à educação e ao trabalho DutraThomé Leme Pereira Gaião Dias Koller 2017 a conexão com a família com a instituição educacional e com a comunidade é fator protetivo durante a adultez emergente em todas as regiões A conexão com a família e com a instituição educacional aumentou os níveis de autoestima positiva e autoeficácia dos jovens e a conexão com a comunidade diminuiu os níveis de manifestação de comportamentos antissociais p ex brigas e roubos Esses achados destacam o importante papel das instituições familiares educacionais e comunitárias como ambientes de proteção na promoção do desenvolvimento dos jovens du rante a adultez emergente particularmente nas regiões de maiores problemas de acesso à educação e ao trabalho DutraThomé Leme Pereira Gaião Dias Koller 2017 Outros estudos brasileiros focaram a iden tificação de fatores de proteção e de risco em adultos emergentes Pereira Willhelm Koller Almeida 2016 DutraThomé Koller 2016 NuñezRodriguez DutraThomé Koller 2016 Identificouse a qualidade das amizades na adultez emergente como fator protetivo associado a níveis mais elevados de autoestima e autoeficácia DeSousa Pereira Koller 2015 para mais informações ver Capítulo 10 sobre amizade Indivíduos com níveis médios e altos de habilidades sociais também apresentaram escores médios superiores de autoestima e autoeficácia em relação aos indivíduos com baixo nível de habilidades sociais Pereira DutraThomé Koller 2016 para mais informações ver Capítulo X sobre HS Estudo de NuñezRo driguez e colaboradores 2016 identificou que objetivos intrínsecos têm um impacto positivo e significativo na satisfação de vida dos indivíduos ao passo que objetivos extrínsecos tiveram uma influência negativa na satisfação com a vida Por fim estudo de Pereira e colaboradores 2016 apontaram a amizade a relação familiar as habilidades sociais a autoestima a autoeficácicia e os baixos níveis de ansiedade como fatores protetores contra tentativas e ideias suicidas Considerações finais Este capítulo apresentou a nova fase desvolvimental chamada adultez emergente e o contexto sóciohistórico no qual ela surgiu Ressaltase não se tratar de um fenômeno universal estando presente sobretudo em contextos urbanos de países industrializados e desenvolvidos Diante da busca pela compreensão das especificidades da adultez emergente no Brasil apresentaramse logo em seguida as características sociodemográficas de jovens em transição para a vida adulta no país Destacase que no contexto brasileiro diante de suas condições socioeconômicas a adultez emergente é mais presente em jovens pertencentes a camadas mais favorecidas socioeconomicamente uma vez que têm maior probabilidade de viver o prolongamento da transição para a vida adulta e um período extenso de exploração de suas identidades p ex explorar papéis sociais diferentes tipos de metas diferentes tipos de trabalho Por fim foram apresentados os principais resultados de estudos pioneiros sobre o tema no Brasil de modo a introduzir os passos iniciais de pesquisadores na área que se aventuraram a explorar esse fenômeno inédito Este capítulo introdutório abre as portas para continuação deste livro que busca compreender as novas formas de inserção na vida adulta de jovens brasileiros utilizando uma vasta gama de estratégias teóricometodológicas indispensáveis para acessar esse fenômeno contemporâneo e complexo Mensagem final A adultez é uma nova fase desenvolvimental proposta por Jeffrey Arnett no início dos anos 2000 Arnett observou que jovens em países desenvolvidos e industrializados levavam cada vez mais tempo para assumir papéis adultos tradicionais p ex ter filhos casar trabalho estável o que lhes permitia um período maior de exploração de suas identidades em diferentes campos de suas vidas Essas mudanças estão relacionadas a fatores sociais e históricos como conquistas do movimento feminista e exigências de níveis educacionais mais elevados para entrada no mercado de trabalho Todavia é de prima importância lembrar que não se trata de um fenômeno universal com variabilidades entre países e dentro de um mesmo país como é o caso do Brasil Aqui a adultez emergente apresenta peculiaridades de acordo com o NSE estando mais presente em jovens de NSE alto cujas famílias podem lhes proporcionar um período prolongado de investimento nos estudos e exploração de suas identidades Quiz 1 Quais são as características da nova transição para a vida adulta em países desenvolvidos e industrializados 2 Quais fatores explicam o prolongamento dessa transição e o surgimento da adultez emergente 3 Como a adultez emergente se manifesta no Brasil 4 De acordo com estudos brasileiros quais fatores protetivos tornam a vida de adultos emergentes mais saudável Para refletir sobre o capítulo Vídeos do YouTube a Quem você está chamando de egoísta Um manifesto para os millenials httpswwwyoutubecomwatchvLC0VvSfZdhQ b Por que se leva tanto tempo para se tornar adulto hoje em dia httpsyoutubefv8KpQY0m6o REFERÊNCIAS Arnett J J 2000 Emerging adulthood a theory of development from the late teens through the twenties American Psychologist 55 469480 p33 Arnett J J 2003 Conceptions of the Transition to Adulthood Among Emerging Adults in American Ethnic Groups New Directions for Child and Adolescent Development 100 6376 doi101002cd75 Arnett J J 2011 Emerging adulthoods the cultural psychology of a new life stage In L A Jensen Ed Bridging cultural and developmental psychology new syntheses in theory research and policy pp 255275 New York NY Oxford University Press Arnett J J 2015 Emerging adulthood the winding road from the late teens through the twenties 2nd ed New York NY Oxford University Press Chartmix 2016 Mothers age at first childbirth Retrieved from httpchartmixcoviewMYB7ywKdata DeSousa D A Pereira A S Koller S H 2015 That is what friends are for friendship quality associations to better selfimage and lower anxiety levels In 7th Conference on Emerging Adulthood Miami USA Douglass C B 2007 From duty to desire emerging adulthood in Europe and its consequences Child Development Perspectives 1 101108 p34 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