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Engenharia de Produção ·
Gestão de Produção
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Ferramentas Básicas de Problemas UNIDADE 3 105 ANOTAÇÕES GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 106 95 Ferramentas Gerenciais de Qualidade Prezado estudante Estamos começando uma unidade desta disciplina Os textos que a compõem foram organizados com cuidado e atenção para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível Leia com dedicação realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores Dessa forma você com certeza alcançará os objetivos propostos para essa disciplina OBJETIVO GERAL Compreender e aplicar as ferramentas gerenciais de Qualidade OBJETIVOS ESPECÍFICOS Estudar e compreender conceitos de Gestão da Qualidade Analisar e refletir sobre a Gestão Ambiental Estabelecer relações e refletir sobre os conceitos de Gestão de Responsabilidade Social QUESTÕES CONTEXTUAIS 1 Você sabe o que é Qualidade Total e quais são as dimensões e resultados que podem ser alcançados utilizando essa metodologia 2 Já parou para pensar que a Gestão Ambiental pode ajudar a diminuir os possíveis impactos ambientais causadas pela sua empresa e ainda ajudar na conscientização e ações que visem melhorar as condições de nosso meio ambiente 3 Você sabia que a Gestão de Responsabilidade Social pode ajudar as empresas na qualidade de seus produtos e na qualidade de vida de seus funcionários assim como também para a sociedade em geral unidade 4 GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 96 41 Gestão de Qualidade Conhecendo Novos Conceitos Quando pensamos em Gestão de Qualidade nosso olhar nossas estratégias e nossas práticas devem ser pensadas por meio do TQC Controle de Qualidade Total sigla traduzida da expressão inglesa Total Quality Control Pensando nisso nossa última unidade abordará assuntos ligados à Gestão da Qualidade com o intuito de aprimorar capacidades e habilidades das organizações Além das metodologias que iremos aprender em seguida iremos ter uma visão mais ampliada de outras abordagens como por exemplo da Gestão Ambiental e Gestão de Responsabilidade Social Vamos começar Depois de relembrarmos a conceituação do termo podemos afirmar que a qualidade engloba muitas variáveis que transcendem não apenas o produto ou serviço Veja a qualidade vai muito além do que pensamos Quer ver um exemplo Ela vai até a chegada do produto ao seu consumidor e não somente durante os processos de produção tendo a obrigação de satisfazer a necessidade e o desejo de quem irá usufruir desse bem ou serviço Diante desses argumentos iniciais é hora de pensar em novos aprendizados e conceitos Assim vamos ver mais sobre a Qualidade Total e seus principais componentes conforme demonstraremos na figura a seguir Antes de seguirmos vamos recordar novamente o que significa o termo qualidade segundo Werkema 2014 p 14 Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente de forma confiável de forma acessível de forma segura e no tempo certo às necessidade do cliente DESTAQUE Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 97 Tabela 41 Componentes da Qualidade Total Controle de Qualidade Componentes da Qualidade Total Qualidade Total Para satisfazer as necessidades das pessoas Dimensões da Qualidade Pessoas Atingidas Qualidade a ProdutoServiço b Rotina Cliente Vizinho Custo a Custo b Preço Cliente Acionista Funcionário e Vizinho Entrega a Prazo certo b Local certo c Quantidade certa Cliente Moral a Funcionários Funcionário Segurança a Funcionários b Usuários Cliente Funcionário e Vizinho Fonte WERKEMA 2014 p15 Ainda conforme a figura anterior vamos ver a descrição dos componentes da Qualidade Total e seus significados segundo Werkema 2014 1 Qualidade O componente qualidade na esfera da Qualidade Total abrange as características específicas dos produtos envolvidos sejam eles bens ou serviços tendo o objetivo de atingir a satisfação dos clientes e seus consumidores A qualidade deve estar caracterizada pela ausência de defeitos e a pessoa responsável por essa etapa deve ter clareza que os atributos do produtoserviço não devem ser esquecidos como por exemplo agradar conquistar e fidelizar o consumidor final 2 Custo O componente custo engloba os custos operacionais fabricação do bem ou fornecimento do serviço além dos custos de compra de matériaprima de recrutamento e de treinamento dos funcionários Vale lembrar que o custo resulta do projeto da fabricação e da funcionalidade do bem ou serviço já o preço está condicionado ao mercado e relacionado a funções como valor GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 98 agregado percepção de valor dada a cada cliente disponibilidade do produto sua imagem etc Com isso podemos concluir que custo e preço resultam de fatores diferentes e merecem uma atenção especial do gestor que irá coordenar essa etapa 3 Entrega Esse componente está relacionado à entrega dos produtos finais e intermediários de uma empresa A entrega deve sempre ocorrer na quantidade no prazo e no local correto 4 Moral Esse componente é responsável por medirmensurar o nível de satisfação das pessoas que trabalham dentro de uma organização Devemos imaginar que os produtos bens e serviços entregues aos clientes são produzidos por uma equipe de funcionários e a expectativa é de que a produção esteja inserida em um bom ambiente de trabalho Já o ambiente e o clima organizacional tendem a favorecer uma boa qualidade dos bens e serviços em atendimento às necessidades dos clientes O nível de satisfação dos funcionários de uma empresa deve ser medido por índices como baixo número de faltas não comparecimento às atividades profissionais demissões e reclamações trabalhistas entre outros 5 Segurança Essa dimensão da Qualidade Total referese à segurança dos funcionários que trabalham para a empresa nunca esquecendo dos usuários dos bens e serviços produzidos Os produtos não devem causar acidentes aos clientes assim como devem ser evitados acidentes dentro do ambiente da empresa Não esqueça A definição de qualidade não se resume apenas à ausência de defeitos DESTAQUE Entenda de maneira ainda mais clara o que é Gestão da Qualidade Total assistindo ao vídeo que está no link a seguir httpggggb7jhu SAIBA MAIS Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 99 De nada adiantará fabricarmos um produto totalmente sem defeitos se não analisarmos de forma coerente o seu preço e ainda pensarmos em quem irá comprálo Ou seja o preço a ser pago por um determinado cliente não pode ser muito elevado pois poderíamos correr o risco de não termos compradores Por outro lado um cliente dificilmente comprará um produto que não cumpra adequadamente a sua função ou que não seja seguro Mesmo que ele tenha um preço mais baixo o cliente sempre levará esses fatores em consideração na hora da compra Veja são muitas as variáveis quando pensamos em produtos ligados à qualidade Agora imagine quando vamos adotar a metodologia de Qualidade Total em nossas empresas Quais são as variáveis necessárias para aplicála da maneira correta Se você deseja adotar a Qualidade Total em sua empresa os objetivos ligados a essa problemática devem ser definidos assim que a decisão for tomada Em muitos casos é preciso pensar nas estratégias que serão adotadas no Processo de Produção Vamos ver mais sobre ele Um processo pode ser definido de forma bem simples pela interpretação de um conjunto denominado causas que tem como objetivo produzir um determinado efeito Nesse sentido o efeito passa a ser denominado como uma etapa do produto nesse processo O processo pode ser dividido em uma família de causas sendo elas insumos ou matériaprima equipamentos ou máquinas informações do processo ou medidas condições ambientais pessoas ou mão de obra e métodos ou procedimentos segundo Werkema 2014 Vamos entender na prática o que é Qualidade Total Não esqueça é de extrema importância analisar o processo da fabricação de um produto ou até mesmo dos processos que envolvem uma prestação de serviço DESTAQUE GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 100 Essa caracterização do processo mencionado acima está representado na figura a seguir Note que esse método recebe o nome de Diagrama de Causa e Efeito também conhecido como Diagrama Espinha de Peixe por causa da sua forma ou ainda como Diagrama de Ishikawa Esse último em homenagem ao sobrenome de seu criador o japonês Kaoru Ishikawa 19151989 Figura 41 Diagrama de Causa e Efeito Diagrama de Ishikawa Diagrama Espinha de peixe Fonte Universidade La Salle EaD Figura 42 Diagrama de Causa e Efeito Fonte Universidade La Salle EaD Problema Mão de obra Material Método Causa Medida Meio Ambiente Máquina Causa Causa Causa Causa Causa O Diagrama de Causa e Efeito surgiu em meados de 1943 e é considerado por muitos especialistas como uma poderosa ferramenta para analisar e resolver problemas que possam ocorrer dentro de um processo produtivo de uma empresa independente do seu ramo DESTAQUE Insumos Métodos ou Procedimentos Informações do Processo ou Medidas Pessoas EFEITO PRODUTO Características da Qualidade PROCESSO Fatores de causa Condições Ambientais Equipamentos Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 101 A estrutura demonstrada pela figura anterior é de um outro modelo utilizado quando se buscam prováveis causas de problemas efeitos Nesse sentido a aplicação da metodologia 6M que recebe esse nome porque cada uma das etapas desse método começa com a letra M conforme quadro a seguir tende a trazer uma ou várias soluções para um possível problema ou causa Tabela 42 Metodologia 6M 6M Descrição Método Procedimentos manuais instruções de trabalho MatériaPrima Especificações fornecedores toxicidade Mão de Obra Treinamento motivação habilidades Máquinas Manutenções proteções condições inseguras Medição Verificação instrumentos Meio Ambiente Relações interpessoais clima sujeira Fonte Universidade La Salle EaD Conforme ilustração de Werkema 2014 que veremos a seguir é possível verificar eventuais causas de um problema diagnosticado efeito Nesse caso nosso exemplo será sobre as roupas danificadas em uma lavanderia Dentre os processos do 6M é possível verificar pelas letras de A até J as possíveis causas de problemas Podemos entender que o Diagrama de Causa e Efeito aliado ao 6M tornase um sistema que possibilita a estruturação hierárquica de causas e potenciais de problemas defeitos assim como a busca da melhoria contínua da qualidade de produtos e serviços Outro aspecto relevante dessa ferramenta é sua forma gráfica de fácil entendimento na solução ou no melhoramento de processos e serviços DESTAQUE GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 102 Figura 43 Roupas danificadas em uma lavanderia representada pelos métodos Diagrama de Causa e Efeito 6M Fonte Universidade La Salle EaD Repare no exemplo das roupas danificadas ali é possível verificarmos que existe claramente um problema Com o 6M processos são levantadas em torno de dez possíveis causas que levaram ao problema Esse exemplo pode perfeitamente ser adaptado aos mais variados problemas dentro de qualquer tipo de organização eou processos Uma dica o método de PDCA já apresentando na primeira unidade deste estudo é outra metodologia aliada no avanço da busca da Qualidade Total de uma determinada empresa Essa busca por excelência em qualidade é sem dúvida alguma uma das estratégias mais importantes quando se almeja produzir produtos eou serviços com alto padrão de qualidade e competitividade dentro de seu cenário econômico Roupas danificadas em uma lavanderia f desatenção g falta de treinamento h iluminação fraca i defeitos j obsolescência a tipo de sabão inadequado b operação inadequada da mesa de passar c falta de limpeza dos equipamentos d medida incorreta de temperatura e medida incorreta de tempo a b c f g i j h d e Insumos Método Insumos Pessoas Condições Ambientais Equipamentos Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 103 42 Gestão Ambiental Depois de vermos tantos métodos chegamos a uma questão importante sobre a gestão da qualidade a busca por uma Gestão Ambiental eficiente Vamos buscar refletir sobre a qualidade sendo que agora devemos pensar que ela estará diretamente ligada à qualidade ambiental mais precisamente sobre eventuais impactos que a produção de um produto pode causar mesmo que minimamente no nosso meio ambiente Ao encontro dessas preocupações podemos destacar a Gestão Ambiental Empresarial que tem como função reunir um conjunto de ações que estão diretamente unidas à gestão de uma organização Essas ações normalmente estão ligadas mais especificamente à temática ambiental visando à melhoria contínua da qualidade ambiental de produtos serviços e processos de uma determinada empresa O gerenciamento ambiental realizado de maneira eficiente trabalha na diminuição de riscos e na redução de custos Isso ocorre por conta da preocupação eminente sobre o melhor gerenciamento dos recursos buscando a diminuição ou até mesmo a eliminação de desperdícios e gerando o fortalecimento da organização que implanta essa ação Repare que isso aumenta a competitividade da empresa no mercado em que ela atua Quando falamos em Gestão Ambiental devemos ter em mente a existência de diferentes abordagens assim como modelos de ação empresarial voltadas a uma excelência nessa gestão As ações e modelos podem e devem estar relacionadas às posturas que sãoserão adotadas pela organização mediante possíveis problemas ambientais decorrentes das atividades no âmbito produtivo da empresa Barbieri 2007 apresenta três abordagens que podem ser compreendidas no momento da implementação ou nas fases de um processo gradual de práticas de gestão ambiental de uma determinada empresa a Controle de poluição caracterizado por estabelecer práticas impeditivas dos efeitos decorrentes da poluição gerada por um determinado processo produtivo Esse controle é focado no cumprimento da legislação e atendimento às pressões da comunidade por meio da adoção de ações corretivas b Prevenção da poluição caracterizada pela atuação sobre os produtos e processos produtivos com vistas a prevenir a geração de poluição Essa prática é focada no uso eficiente dos insumos por meio de ações corretivas e preventivas GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 104 c Abordagem estratégica caracterizada por tratar os problemas ambientais como uma das questões estratégicas da organização Com foco na competitividade as ações são corretivas preventivas e antecipatórias Os modelos e ferramentas de gestão ambiental são adotados por muitas empresas tendo como objetivo alcançar ou elevar sua competitividade dentro do mercado no qual atuam As organizações ao utilizarem esse método de forma responsável e sustentável com os recursos naturais podem melhorar seus processos produtivos com a criação de produtos que irão causar o menor nível de poluição possível e assim uma menor degradação do meio ambiente Os dois modelosferramentas mais usados pelas organizações quando falamos de Gestão Ambiental são os de Produção mais Limpa PL e Ecodesign Vamos ver cada um deles Começamos com o primeiro modelo o PL que delimita alguma atitudes básicas que devem ser adotadas pelas empresas que pretendem trabalhar com esse modelo de gestão Segundo Gasi e Ferreira 2006 p 57 as atividades que devem ser colocadas em práticas vão de acordo com o grau de importância empresarial que na maior parte das vezes obedece a seguinte hierarquia de prioridades a Prioridade nº 1 Não gerar Inicialmente é preciso buscar a não geração de resíduos efluentes líquidos emissões atmosféricas e resíduos sólidos Os resíduos podem ser eliminados por meio da substituição de matériasprimas reformulação de produtos e inovação tecnológica entre outros b Prioridade nº 2 Minimizar Não podendo eliminar integralmente o poluente devese minimizar sua geração c Prioridade nº 3 Reciclar dentro do processo produtivo O reaproveitamento dos resíduos que já foram gerados no próprio processo produtivo que os originou d Prioridade nº 4 Reciclar fora do processo produtivo A reciclagem externa dos resíduos deve ocorrer depois de esgotadas todas as possibilidades de reciclagem interna Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 105 e Prioridade nº 5 Tratar e dispor O tratamento e a disposição dos melhoramentos produtos e processos devem ser praticados dentro das normas ambientais vigentes Conforme o Centro Nacional de Tecnologias Limpas do Senai do Rio Grande do Sul CNTLSENAIRS o PL Produção mais Limpa quando aplicado de forma contínua pode ser de extrema importância para uma empresa como estratégia econômica ambiental e tecnológica onde opera de forma integrada aos processos e produtos tendo como finalidade a aumento da eficiência no uso de matériasprimas b utilização de forma responsável de água e energia c diminuição ou redução de resíduos gerados em um ou mais processos produtivos O CNTL apresenta conforme figura que veremos a seguir uma escala de prioridades para adoção do PL de forma eficiente dividindoa em três níveis Figura 44 Produção mais limpa Fonte Universidade La Salle EaD PRODUÇÃO MAIS LIMPA Housekeeping Substitição de matériasprimas Modificação de tecnologia Reciclagem externa Ciclos biogênicos Redução na fonte Reciclagem interna Nível 3 Estruturas Materiais Modificação no processo Modificação no produto Nível 1 Nível 2 Reutilização de resíduos e emissões Minimização de resíduos e emissões GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 106 De acordo com o CNTL representado na figura anterior a produção mais limpa tende a evoluir do nível 1 aos demais níveis quando os mesmos estiverem representados por ações e implementações de formas corretivas eou preventivas Ao analisarmos o nível 1 com a redução na fonte podemos perceber que se a empresa em questão quiser modificar o processo eou o produto essa etapa pode envolver três situações sendo elas a técnica de housekeeping consiste desde a limpeza periódica uso adequado de matériasprimas alterações no layout físico mudanças na disposição de máquinas e equipamentos visando à redução de desperdícios ou aumento da produtividade ou ainda em mudanças que visem à diminuição de geração de resíduos b substituição de matériasprimas consiste na identificação e adequação de materiais de melhor qualidaderesidência que visem reduzir perdas de manuseio operacional ou ainda na substituição de materiais tóxicos eou não renováveis por renováveis c mudanças tecnológicas está diretamente ligada à utilização de máquinas e equipamentos mais eficientes que visem à otimização de recursos utilizados bem como ao controle da automação para que seja possível o monitoramento de perdas eou redução do risco de acidentes de trabalhos Segundo a figura que vimos há pouco quanto às modificações de produtos o CNTL propõe duas opções de minimização de resíduos sendo elas a substituição do produto essa opção pode envolver desde o término de uma linha de produção como por exemplo de um produto que tenha problemas ambientais significativos ou então a substituição de um determinado produto com características tóxicas por outro não tóxico b redesenho do produto Ecodesign pode estar no desenvolvimento de um novo produto que não traga problemas ao meio ambiente Pode ainda ser pensado um produto reciclável ou seja que tenha uma maior vida útil Nesse sentido deverá ser analisada sua matériaprima em que partes ou todo o material para a sua produção seja reciclável eou renovável Podemos imaginar também um novo produto com a substituição de matériasprimas tóxicas por atóxicas Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 107 Voltando à figura sobre a Produção mais Limpa que vimos há pouco os autores Alves e Freitas 2013 p 200 nos apresentam mais exemplos sobre a redução de resíduos na fonte Somente depois de encerradas as opções de redução de resíduos na fonte nível 1 devese partir para o nível 2 ou seja buscar alternativas para reciclagem interna Neste nível considerase que os resíduos que não podem ser evitados devem preferencialmente ser reintegrados ao processo produtivo da empresa Todavia na impossibilidade de reaproveitamento na cadeia produtivas os resíduos podem ser reaproveitados por setores na empresa Ainda segundo Alves e Freitas 2013 a decisão mais acertada para gestores quando optarem pela passagem para o nível 3 é a reutilização de resíduos e emissões Essa fase deve ser realizada somente após encerradas as opções dos níveis 1 e 2 Neste momento vamos passar para o segundo modelo da Gestão Ambiental o Ecodesign Segundo Barbieri 2007 o Ecodesign é uma ferramenta de gestão ambiental centrada na fase de concepção ou seja na criação de um produto com seus respectivos processos produtivos Ainda segundo o mesmo autor o Ecodesign pode ser aplicado aos processos que envolvem a prestação de serviços porém a sua aplicação é mais recorrente nos bens que são ou serão produzidos Nesse sentido a empresa buscará apresentar ao seu cliente eou consumidor um produto pensado nos atributos ambientais porém com boa funcionalidade e qualidade que vão além da estética e custo de aquisição Segundo Alves e Freitas 2013 p 203 o Ministério do Meio Ambiente MMA define Ecodesign como todo o processo que contempla os aspectos ambientais onde o objetivo principal é projetar ambientes desenvolver produtos e executar serviços que de alguma maneira irão reduzir o uso dos recursos não renováveis ou ainda minimizar o impacto ambiental dos mesmos durante seu ciclo de vida Isto significa reduzir a geração de resíduo e economizar custos e disposição final No quadro que veremos a seguir é possível verificarmos alguns tipos de projetos com seus respectivos objetivos e práticas no âmbito do meio ambiente Podemos perceber que o desenvolvimento de produtos ecoeficientes precisam da interação entre atividades e tarefas que centralizam a preservação da saúde e promoção da segurança Tudo isso pensado sob a ótica dos funcionários da organização dos clientes consumidores e claro a partir do uso sustentável dos recursos naturais para uma eficiente gestão dos resíduos conforme podemos perceber no quadro a seguir proposto por Barbieri 2007 GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 108 Quadro 41 Projetos para o Meio Ambiente Projeto Objetivos e práticas Desmontagem do produto Assegurar que os produtos possam ser desmontados para recuperar os materiais e componentes com custo e esforços mínimos Para isso sugerese simplificar as conexões entre peças evitar peças defeituosas minimizar o uso de soldas e adesivos reduzir o número de peças diferentes projetar peças multifuncionais e utilizar peças comuns a diferentes produtos Reciclagem Assegurar um elevado conteúdo de materiais recicláveis que gerem um nível mínimo de resíduos ao final da vida Facilitar o descarte Assegurar que todos os materiais e componentes não recicláveis possam ser descartados de modo seguro e eficiente Reutilizar os componentes Assegurar que alguns componentes do produto possam ser recuperados renovados e reutilizados Reduzir consumo e energia Projetar produtos que reduzam o consumo de energia em todas as etapas do processo de produção distribuição utilização reciclagem e disposição final Reduzir consumo e energia Projetar processos mais limpos evitar especificar substâncias perigosas para a saúde substituir substâncias nocivas à camada de ozônio utilizar solventes à base de água assegurar a biodegradação do produto e a sua disposição final em condições seguras Fonte Barbieri 2007 Para Hemel e Cramer 2002 algumas barreiras relacionadas ao Ecodesign podem ser percebidas por grande parte das empresas sendo elas a dúvida sobre os benefícios ambientais b a organização não se sente responsável por danos ambientais c relevante só se for amparada pela legislação ambiental d relevante só se for apoiada pelas demandas de mercado e cria uma desvantagem comercial para a empresa f cria um conflito com os requisitos funcionais dos produtos atuais g não é uma oportunidade de inovação tecnológica h realização depende das possibilidades técnicas disponíveis Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 109 i a empresa considera o redesenho do produto como investimento infrutífero j a organização não possui conhecimentos suficientes k a empresa não dispõe de tempo suficiente Segundo Barbieri 2007 todo modelo eou ferramenta de gestão ambiental pode apresentar pontos positivos e negativos No quadro a seguir é possível verificarmos alguns dos pontos fortes e suas principais características consideradas como básicas apontadas por autor Quadro 42 Síntese da PL e do Ecodesign Ferramentas Características básicas Pontos fortes Pontos fracos Produção mais Limpa Estratégia ambiental preventiva aplicada de acordo com uma sequência de prioridades planejadas para a redução de resíduos e emissões na fonte Atenção concentrada sobre eficiência operacional substituição de materiais tóxicos e diminuição de resíduos Depende do desenvolvimento tecnológico e dos investimentos para a continuidade do programa a longo prazo Ecodesign Projetar produtos e processos pensados na redução ou eliminação de impactos sobre o meio ambiente Inclusão de preocupações ambientais durante o ciclo de vida dos produtos Os produtos concorrem com similares que podem ser mais atrativos em termos de preço condições de pagamento e outras considerações ambientais Fonte Barbieri 2007 Neste momento vamos falar um pouco sobre algumas normas ambientais existentes como por exemplo as normas da ISO 14000 As normas que envolvem a gestão ambiental são ferramentas indispensáveis para que as empresas desenvolvam ações visando à diminuição de impactos ambientais de suas atividades Vamos entender a ISO 14000 observando a figura a seguir com alguns exemplos de normas da Gestão Ambiental Quando uma empresa opta pela implantação de um Sistema de Gestão Ambiental SGA as Normas que merecem mais atenção na maioria dos casos são as ISO 14001 e ISO 14004 Elas por vezes acabam como referências para essa implementação SGA e normalmente podem ser utilizadas por todos os tipos e portes das empresas GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 110 O SGA pode ainda ser facilmente integrado a outros sistemas gerenciais já existentes dentro de empresas que optarem pela Gestão Ambiental Quadro 43 Gestão Ambiental ISO 14000 Gestão Ambiental ISO 14000 Melhorias nos processos Melhorias nos produtos Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001 e 14004 Avaliação do Desempenho Ambiental ISO 14031 14032 Auditoria Ambiental ISO 14015 e 19011 Ecodesign ISO 14005 Rotulagem Ambiental Série ISO 14020 Integração de aspectos ambientais no desenvolvimento de produtos ISO 14062 Avaliação do ciclo de vida ISO 14040 14044 Fonte Universidade La Salle EaD Podemos perceber ainda que a Gestão Ambiental ISO 14000 está representada em duas etapas Melhorias nos Processos e Melhorias nos Produtos O SGA tem como objetivo principal garantir um bom acompanhamento de todo o processo produtivo Ele iniciase na procedência e utilização das matériasprimas passa pelo processo de fabricação e distribuição dos produtos e finaliza com o controle preocupação e destinação dos resíduos gerados durante todo o percurso Outro ganho com o uso do SGA dentro das organizações está no envolvimento e empenho dos funcionários e gestores na busca dos resultados em ganhos de gestão ambiental O SGA assim como o Diagrama de Causa e Efeito busca o melhoramento contínuo em seus processos através do Ciclo do PDCA sempre visando à qualidade da gestão O princípio básico do SGA é o ciclo PDCA Planejar Desenvolver Checar e AgirAção que pode ser observado nas figuras a seguir como uma excelente ferramenta no monitoramento de cada etapa de uma gestão neste caso específico nos princípios da Gestão Ambiental Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 111 Figura 45 PDCA aliado ao SGA Fonte Universidade La Salle EaD Figura 46 Sistema de Gestão Ambiental SGA Fonte Universidade La Salle EaD Cabe ressaltar que o Ciclo do PDCA não é utilizado apenas nas normas de um Sistema de Gestão da Qualidade Essa metodologia pode também ser implementada em outros departamentos dentro de uma determinada empresa É possível citar como exemplo as questões ligadas à área da Saúde ou seja no bemestar de funcionários assim como no setor responsável pela Segurança do Trabalho de seus colaboradores Executar ações para promoção de melhorias contínuas no desempenho do processo Definir aspectos significativos Estabelecer objetivos e metas Planos de ação para melhoria da gestão ambiental Monitorar e medir Realizar inspeções e auditorias periódicas Capacitar e treinar Implementar processos Documentar Elementos de um Sistema de Gestão Ambiental Planejamento Políticas e procedimentos Acompanhamento da legislação e da sua influência sobre as atividades Objetivos e metas Alocação de recursos Organização Organização da gestão Estrutura organizacional Níveis de autoridade e responsabilidade Implementação Comprometimento Avaliação e gestão dos riscos Revisão dos projetos e programas ambientais Programas ambientais específicos Motivação e delegação Controle Gestão do sistema de informações Mensuração dos resultados Diagnósticos dos problemas Auditoria ambiental Ações corretivas MELHORIA CONTÍNUA GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 112 Nesse sentido questões ligadas à Gestão da Qualidade fazem com que muitas empresas optem por ampliálas indo em direção aos princípios ligados à Responsabilidade Social sendo este o último tópico a ser abordado neste livro conforme veremos a seguir Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 113 43 Gestão de Responsabilidade Social Entramos neste momento no último tópico desta nossa quarta Unidade a Responsabilidade Social Você sabia que quando uma empresa opta pela prática da Responsabilidade Social essa atividade sempre é de forma voluntária Pois bem quando uma organização adota ou quer manter eou melhorar suas posturas e comportamentos as ações que envolvem a Responsabilidade Social estarão alinhadas à promoção do bemestar de seus públicos internos e externos Eon 2015 explica que a responsabilidade social é uma prática que por vezes pode ser confundida como ações que são impostas por leis e por governos federais assim como também não está ligada a quaisquer incentivos externos como deduções fiscais O conceito dessa prática gira em torno de um visão que envolve benefícios de âmbito coletivo Para ficar ainda mais claro a responsabilidade social é pensada na melhoria da qualidade de vida do público interno funcionários acionistas etc ou públicos externos comunidade parceiros clientes consumidores meio ambiente etc Segundo Eon 2015 com o passar dos anos a concepção de Responsabilidade Social passou por algumas mudanças em sua terminologia Esses novos conceitos na maioria das vezes são complementares ou mesmo redundantes Entre eles podemos citar Responsabilidade Social Corporativa RSC Responsabilidade Social Empresarial RSE e Responsabilidade Socioambiental RSA A chamada RSC é na maioria dos casos conceito usado na literatura especializada sobretudo para empresas principalmente de grande porte com preocupações sociais voltadas ao seu ambiente de negócios ou ao seu quadro de funcionários O conceito de RSE ainda que muitos vejam como sinônimo de RSC tende a envolver um espectro mais amplo de beneficiários stakeholders envolvendo aí a qualidade de vida e bemestar do público interno da empresa mas também a redução de impactos negativos de sua atividade na comunidade e meio ambiente Na maioria das vezes tais ações são acompanhadas pela adoção de uma mudança comportamental e de gestão que envolve maior transparência ética e valores na relação com seus parceiros EON 2015 GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 114 Já Alessio 2004 cita os quatro principais mitos sobre a Responsabilidade Social Empresarial RSE e que muitas vezes acabam por ser difundidos nos meios empresariais e organizacionais mas que não devem ser considerados como empecilhos para as empresas que optarem por essa prática Vamos conhecer e desvendar esses mitos Mito 1 Adotar a prática socialmente responsável acaba por ser um investimento muito caro Mito 2 Ser socialmente responsável é uma atividade apenas para empresas de grande porte Mito 3 Uma organização que queria implementar o RSE deve necessariamente criar um instituto ou fundação Mito 4 A empresa não deve assumir esse papel sendo esse de responsabilidade do governo Para Eon 2015 uma empresa que queira tornarse responsável socialmente deve ter em mente que irá necessariamente desempenhar suas atividades pensando suas responsabilidades em sete quesitos sendo eles Ser responsável por seus produtos bens e serviços Ter responsabilidade por seus funcionários Ser responsável por seu consumidorcliente Ser responsável por sua comunidadesociedade Ser responsável por seu ambiente empresa estrutura física Ser responsável pelas atitudes e compromissos Ser responsável por todos os dejetos e rejeitos resíduos reciclagem e o que é lixoinutilizável A imagem que veremos a seguir ajuda a contextualizar pelo modelo de pirâmide a Responsabilidade Social Corporativa em quatro níveis Responsabilidade Econômica Responsabilidade Legal Responsabilidade Ética e Responsabilidade Voluntária Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 115 Figura 47 Pirâmide da Responsabilidade Social Corporativa Fonte Universidade La Salle EaD Para Tenório 2004 os indicadores de responsabilidade social corporativa são apresentados por meio de sistemas de avaliações Esses indicadores ajudam as empresas a mensurarem e demonstrarem qual nível de envolvimento com questões sociais está sendo realizado de forma coerente e eficiente Os indicadores fazem o papel de auxiliar na comunicação da organização de forma transparente perante os seus diversos agentes funcionários clientes e sociedade Por meio dessas comprovações será possível reforçar o compromisso com a ética nos negócios da empresa Outro benefício será a melhoria contínua da qualidade de vida dos funcionários clientes e da sociedade em geral Tenório 2004 classifica como principais indicadores sociais utilizados pelas empresas o Balanço Social e as Certificações de Responsabilidade Social e Ambiental servindo como uma fonte de divulgação de suas atividades Para o autor o Balanço Social surge pela crescente demanda de consumidoresclientes e da sociedadecomunidade que buscam saber as informações que dizem respeito aos impactos das atividades que as empresas exercem sobre os funcionários sociedade e o meio ambiente Para garantir a confiança e credibilidade das informações que são divulgadas num Balanço Social a empresa deve passar por uma auditoria externa empresas especializadas que irá avaliar se todas as atividades sociais e ambientais narradas foram ou estão mesmo sendo desenvolvidas de forma satisfatória pela empresa em questão Pirâmide da Responsabilidade Social Corporativa Seja um Bom Cidadão Corporativo Contribua com recursos para a comunidade melhore a qualidade de vida Seja Ético Obrigação de fazer o que é certo e justo evite causar danos Cumpra a Lei A lei é a codificação pela sociedade do que é certo e errado obedaça às regras Seja Lucrativo O fundamento sobre o qual repousam todas as outras responsabilidades Responsabilidade Voluntária Responsabilidade Legal Responsabilidade Econômica Responsabilidade Ética GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 116 Já os certificados e selos socioambientais surgem para estimular as práticas de responsabilidade social e empresarial Cada vez mais empresas enxergam esses certificados e selos como uma estratégia competitiva num mercado cada vez mais globalizado A aquisição dessas certificações e selos tende a atestar e demonstrar a todos as boas práticas empresariais que são realizadas Entre algumas das certificações e selos mais desejados atualmente pelas organizações podemos citar segundo Eon 2015 os exemplos a seguir Selo Empresa Amiga da Criança Selo criado pela Fundação Abrinq para empresas que não utilizem mão de obra infantil e contribuam para a melhoria das condições de vida de crianças e adolescentes ISO 14000 A ISO 14000 é apenas mais uma das certificações criadas pela International Organization for Standardization ISO A ISO 14000 parente a ISO 9000 dá destaque às ações ambientais da empresa merecedora da certificação AA1000 A AA1000 foi criada em 1996 pelo Institute of Social and Ethical Accountability Essa certificação de cunho social enfoca principalmente a relação da empresa com seus diversos parceiros ou stakeholders Uma de suas principais características é o caráter evolutivo já que ela é caracterizada por ser uma avaliação regular anual SA8000 A Social Accountability 8000 é uma das normas internacionais mais conhecidas Criada em 1997 pelo Council on Economic Priorities Accreditation Agency CEPAA a SA8000 enfoca primordialmente as relações trabalhistas e visa assegurar que não existam ações antissociais ao longo da cadeia produtiva como trabalho infantil trabalho escravo ou discriminação Stakeholder é uma palavra de origem na língua inglesa e muito utilizada nas áreas de Administração Tecnologia da Informação e da Comunicação A palavra pode ser traduzida separadamente Stake na tradução para o português significa interesse participação e risco Já a palavra Holder significa aquele que possui Logo na maioria das vezes o significado quando utilizado por empresas e executivos vem para ajudar a contextualizar que um público estratégico uma pessoa ou um grupo de interesse é o alvo principal em uma ação GLOSSÁRIO Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 117 ABNTISO 26000 No dia 1º de novembro de 2010 foi publicada a Norma Internacional ISO 26000 Diretrizes sobre Responsabilidade Social cujo lançamento foi em Genebra na Suíça No Brasil no dia 8 de dezembro de 2010 a versão em português da norma a ABNT NBR ISO 26000 foi lançada em São Paulo A norma é de grande utilidade para as empresas interessadas em adotar programas de RSE Responsabilidade Social Empresarial uma vez que ela oferece orientações relacionadas a sete princípios norteadores de responsabilidade social segundo Eon 2015 1 ResponsabilidadesAccountability Ato de responsabilizarse pelas consequências de suas ações e decisões respondendo pelos seus impactos na sociedade na economia e no meio ambiente prestando contas aos órgãos de governança e demais partes interessadas declarando os seus erros e as medidas cabíveis para remediálos 2 Transparência Fornecer às partes interessadas de forma acessível clara compreensível e em prazos adequados todas as informações sobre os fatos que possam afetálas 3 Comportamento ético Agir de modo aceito como correto pela sociedade com base nos valores da honestidade equidade e integridade perante as pessoas e a natureza e de forma consistente com as normas internacionais de comportamento 4 Respeito pelos interesses das partes interessadas stakeholders Ouvir considerar e responder aos interesses das pessoas ou grupos que tenham curiosidadeinteresse nas atividades da organização ou que por ela possam ser afetados 5 Respeito pelo Estado de Direito O ponto de partida mínimo da responsabilidade social é cumprir integralmente as leis do local onde está operando 6 Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamento Adotar prescrições de tratados e acordos internacionais favoráveis à responsabilidade social mesmo que não haja obrigação legal 7 Direito aos humanos Reconhecer a importância e a universalidade dos direitos humanos cuidando para que as atividades da organização não agrida as pessoas direta ou indiretamente zelando pelo ambiente econômico social e natural que requerem segundo Eron 2015 GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 118 É importante notar que os profissionais que vislumbram a possibilidade de trabalhar com práticas que envolvam Responsabilidade Social devem ter como foco a criação de medidas estratégicas e culturais Essas estratégias devem ser pensadas no sentido de trazer boas condições de vida para seus funcionários colaboradores clientesconsumidores e para a sociedade Assim a visão das empresas e dos profissionais que aplicam a Gestão de Responsabilidade Social NÃO deve estar focada no lucro e SIM em suas práticas em prol do bemestar de todos que fazem parte da organização e da sociedade em geral Serão esses pequenos detalhes que podemos chamar também de estratégias ou ações que farão com que empresas consigam o tão almejado sucesso e reconhecimento em seu mercado de atuação Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 119 SÍNTESE DA UNIDADE Essa quarta e última Unidade buscou apresentar em um primeiro momento os conceitos de Gestão da Qualidade por meio de métodos e metodologias como por exemplo o Diagrama de Causa e Efeito No que tange às abordagens sobre a temática de Qualidade Total apresentamos uma breve explanação das dimensões e resultados que uma organização pode alcançar utilizando esse método na busca contínua de qualidade Em um segundo momento foi possível refletirmos sobre a Gestão Ambiental como uma das formas de pensar na diminuição dos impactos ambientais da redução de resíduos e na consciencialização da sociedade sobre a temática Essas medidas podem ser transformadas em ações que visem melhorar as condições ambientais Por fim foi possível refletir sobre os conceitos de uma gestão pensada na Responsabilidade Social Vale lembrar que a Responsabilidade Social busca prioritariamente a qualidade de vida dos funcionários clientes e da sociedade como um todo GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 120 REFERÊNCIAS ALVES IJBR FREITASLS Análise comparativa das ferramentas de gestão ambiental produção mais limpa X Ecodesign In LIRA WSC NDIDO GA Orgs Gestão sustentável dos recursos naturais uma abordagem participativa online Campina Grande EDUEPB 2013 p 193212 BARBIERI J C Gestão ambiental empresarial conceitos modelos e instrumentos 2ed São Paulo Saraiva 2007 CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS CNTL Cinco fases da implantação de técnicas de produção mais limpas Porto Alegre SENAIRS 2003 102p Série Manuais de Produção mais Limpa EON Fábio O que é responsabilidade social Revista Responsabiliade Socialcom 2015 Disponivel em httpggggb7ksn FIESP ISO 140002005 Saiba o que muda na nova versão da Norma Disponível em httpggggb7kik Acesso em jul 2017 HEMEL CV CRAMER J Barriers and stimuli for ecodesign In SMEs Journal of cleaner Production V 10 p 439453 Elsevier 2002 GASI T MT FERREIRA E Produção mais limpa In Vilela JR A DEMAJOROVIC J orgs Modelos e ferramentas de gestão ambiental desafio e perspectivas para as organizações São Paulo Ed Senac 2006 p 4184 ALESSIO R Responsabilidade Social das empresas no Brasil reprodução de posturas ou novos rumos Porto Alegre EDIPUCRS 2004 TENÓRIO G org Responsabilidade social empresarial teoria e prática 2 ed Rio de Janeiro Editora FGV 2006 VAN HEMEL C CRAMER J Barriers and stimuli for ecodesign In SMEs Journal of Cleaner Production v 10 n 5 p 439453 2002 WERKEMA Cristina Ferramentas Estatísticas Básicas do Lean Seis Sigma Integradas ao PDCA e DMAIC Rio de Janeiro Elsevier 2014 Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 121 ANOTAÇÕES GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 122 Se você encontrar algum problema nesse material entre em contato pelo email eadproducaounilasalleedubr Descreva o que você encontrou e indique a página Lembrese a boa educação se faz com a contribuição de todos CONTRIBUA COM A QUALIDADE DO SEU CURSO Av Victor Barreto 2288 Canoas RS CEP 92010000 0800 541 8500 eadunilasalleedubr
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Ferramentas Básicas de Problemas UNIDADE 3 105 ANOTAÇÕES GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 106 95 Ferramentas Gerenciais de Qualidade Prezado estudante Estamos começando uma unidade desta disciplina Os textos que a compõem foram organizados com cuidado e atenção para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível Leia com dedicação realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores Dessa forma você com certeza alcançará os objetivos propostos para essa disciplina OBJETIVO GERAL Compreender e aplicar as ferramentas gerenciais de Qualidade OBJETIVOS ESPECÍFICOS Estudar e compreender conceitos de Gestão da Qualidade Analisar e refletir sobre a Gestão Ambiental Estabelecer relações e refletir sobre os conceitos de Gestão de Responsabilidade Social QUESTÕES CONTEXTUAIS 1 Você sabe o que é Qualidade Total e quais são as dimensões e resultados que podem ser alcançados utilizando essa metodologia 2 Já parou para pensar que a Gestão Ambiental pode ajudar a diminuir os possíveis impactos ambientais causadas pela sua empresa e ainda ajudar na conscientização e ações que visem melhorar as condições de nosso meio ambiente 3 Você sabia que a Gestão de Responsabilidade Social pode ajudar as empresas na qualidade de seus produtos e na qualidade de vida de seus funcionários assim como também para a sociedade em geral unidade 4 GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 96 41 Gestão de Qualidade Conhecendo Novos Conceitos Quando pensamos em Gestão de Qualidade nosso olhar nossas estratégias e nossas práticas devem ser pensadas por meio do TQC Controle de Qualidade Total sigla traduzida da expressão inglesa Total Quality Control Pensando nisso nossa última unidade abordará assuntos ligados à Gestão da Qualidade com o intuito de aprimorar capacidades e habilidades das organizações Além das metodologias que iremos aprender em seguida iremos ter uma visão mais ampliada de outras abordagens como por exemplo da Gestão Ambiental e Gestão de Responsabilidade Social Vamos começar Depois de relembrarmos a conceituação do termo podemos afirmar que a qualidade engloba muitas variáveis que transcendem não apenas o produto ou serviço Veja a qualidade vai muito além do que pensamos Quer ver um exemplo Ela vai até a chegada do produto ao seu consumidor e não somente durante os processos de produção tendo a obrigação de satisfazer a necessidade e o desejo de quem irá usufruir desse bem ou serviço Diante desses argumentos iniciais é hora de pensar em novos aprendizados e conceitos Assim vamos ver mais sobre a Qualidade Total e seus principais componentes conforme demonstraremos na figura a seguir Antes de seguirmos vamos recordar novamente o que significa o termo qualidade segundo Werkema 2014 p 14 Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente de forma confiável de forma acessível de forma segura e no tempo certo às necessidade do cliente DESTAQUE Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 97 Tabela 41 Componentes da Qualidade Total Controle de Qualidade Componentes da Qualidade Total Qualidade Total Para satisfazer as necessidades das pessoas Dimensões da Qualidade Pessoas Atingidas Qualidade a ProdutoServiço b Rotina Cliente Vizinho Custo a Custo b Preço Cliente Acionista Funcionário e Vizinho Entrega a Prazo certo b Local certo c Quantidade certa Cliente Moral a Funcionários Funcionário Segurança a Funcionários b Usuários Cliente Funcionário e Vizinho Fonte WERKEMA 2014 p15 Ainda conforme a figura anterior vamos ver a descrição dos componentes da Qualidade Total e seus significados segundo Werkema 2014 1 Qualidade O componente qualidade na esfera da Qualidade Total abrange as características específicas dos produtos envolvidos sejam eles bens ou serviços tendo o objetivo de atingir a satisfação dos clientes e seus consumidores A qualidade deve estar caracterizada pela ausência de defeitos e a pessoa responsável por essa etapa deve ter clareza que os atributos do produtoserviço não devem ser esquecidos como por exemplo agradar conquistar e fidelizar o consumidor final 2 Custo O componente custo engloba os custos operacionais fabricação do bem ou fornecimento do serviço além dos custos de compra de matériaprima de recrutamento e de treinamento dos funcionários Vale lembrar que o custo resulta do projeto da fabricação e da funcionalidade do bem ou serviço já o preço está condicionado ao mercado e relacionado a funções como valor GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 98 agregado percepção de valor dada a cada cliente disponibilidade do produto sua imagem etc Com isso podemos concluir que custo e preço resultam de fatores diferentes e merecem uma atenção especial do gestor que irá coordenar essa etapa 3 Entrega Esse componente está relacionado à entrega dos produtos finais e intermediários de uma empresa A entrega deve sempre ocorrer na quantidade no prazo e no local correto 4 Moral Esse componente é responsável por medirmensurar o nível de satisfação das pessoas que trabalham dentro de uma organização Devemos imaginar que os produtos bens e serviços entregues aos clientes são produzidos por uma equipe de funcionários e a expectativa é de que a produção esteja inserida em um bom ambiente de trabalho Já o ambiente e o clima organizacional tendem a favorecer uma boa qualidade dos bens e serviços em atendimento às necessidades dos clientes O nível de satisfação dos funcionários de uma empresa deve ser medido por índices como baixo número de faltas não comparecimento às atividades profissionais demissões e reclamações trabalhistas entre outros 5 Segurança Essa dimensão da Qualidade Total referese à segurança dos funcionários que trabalham para a empresa nunca esquecendo dos usuários dos bens e serviços produzidos Os produtos não devem causar acidentes aos clientes assim como devem ser evitados acidentes dentro do ambiente da empresa Não esqueça A definição de qualidade não se resume apenas à ausência de defeitos DESTAQUE Entenda de maneira ainda mais clara o que é Gestão da Qualidade Total assistindo ao vídeo que está no link a seguir httpggggb7jhu SAIBA MAIS Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 99 De nada adiantará fabricarmos um produto totalmente sem defeitos se não analisarmos de forma coerente o seu preço e ainda pensarmos em quem irá comprálo Ou seja o preço a ser pago por um determinado cliente não pode ser muito elevado pois poderíamos correr o risco de não termos compradores Por outro lado um cliente dificilmente comprará um produto que não cumpra adequadamente a sua função ou que não seja seguro Mesmo que ele tenha um preço mais baixo o cliente sempre levará esses fatores em consideração na hora da compra Veja são muitas as variáveis quando pensamos em produtos ligados à qualidade Agora imagine quando vamos adotar a metodologia de Qualidade Total em nossas empresas Quais são as variáveis necessárias para aplicála da maneira correta Se você deseja adotar a Qualidade Total em sua empresa os objetivos ligados a essa problemática devem ser definidos assim que a decisão for tomada Em muitos casos é preciso pensar nas estratégias que serão adotadas no Processo de Produção Vamos ver mais sobre ele Um processo pode ser definido de forma bem simples pela interpretação de um conjunto denominado causas que tem como objetivo produzir um determinado efeito Nesse sentido o efeito passa a ser denominado como uma etapa do produto nesse processo O processo pode ser dividido em uma família de causas sendo elas insumos ou matériaprima equipamentos ou máquinas informações do processo ou medidas condições ambientais pessoas ou mão de obra e métodos ou procedimentos segundo Werkema 2014 Vamos entender na prática o que é Qualidade Total Não esqueça é de extrema importância analisar o processo da fabricação de um produto ou até mesmo dos processos que envolvem uma prestação de serviço DESTAQUE GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 100 Essa caracterização do processo mencionado acima está representado na figura a seguir Note que esse método recebe o nome de Diagrama de Causa e Efeito também conhecido como Diagrama Espinha de Peixe por causa da sua forma ou ainda como Diagrama de Ishikawa Esse último em homenagem ao sobrenome de seu criador o japonês Kaoru Ishikawa 19151989 Figura 41 Diagrama de Causa e Efeito Diagrama de Ishikawa Diagrama Espinha de peixe Fonte Universidade La Salle EaD Figura 42 Diagrama de Causa e Efeito Fonte Universidade La Salle EaD Problema Mão de obra Material Método Causa Medida Meio Ambiente Máquina Causa Causa Causa Causa Causa O Diagrama de Causa e Efeito surgiu em meados de 1943 e é considerado por muitos especialistas como uma poderosa ferramenta para analisar e resolver problemas que possam ocorrer dentro de um processo produtivo de uma empresa independente do seu ramo DESTAQUE Insumos Métodos ou Procedimentos Informações do Processo ou Medidas Pessoas EFEITO PRODUTO Características da Qualidade PROCESSO Fatores de causa Condições Ambientais Equipamentos Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 101 A estrutura demonstrada pela figura anterior é de um outro modelo utilizado quando se buscam prováveis causas de problemas efeitos Nesse sentido a aplicação da metodologia 6M que recebe esse nome porque cada uma das etapas desse método começa com a letra M conforme quadro a seguir tende a trazer uma ou várias soluções para um possível problema ou causa Tabela 42 Metodologia 6M 6M Descrição Método Procedimentos manuais instruções de trabalho MatériaPrima Especificações fornecedores toxicidade Mão de Obra Treinamento motivação habilidades Máquinas Manutenções proteções condições inseguras Medição Verificação instrumentos Meio Ambiente Relações interpessoais clima sujeira Fonte Universidade La Salle EaD Conforme ilustração de Werkema 2014 que veremos a seguir é possível verificar eventuais causas de um problema diagnosticado efeito Nesse caso nosso exemplo será sobre as roupas danificadas em uma lavanderia Dentre os processos do 6M é possível verificar pelas letras de A até J as possíveis causas de problemas Podemos entender que o Diagrama de Causa e Efeito aliado ao 6M tornase um sistema que possibilita a estruturação hierárquica de causas e potenciais de problemas defeitos assim como a busca da melhoria contínua da qualidade de produtos e serviços Outro aspecto relevante dessa ferramenta é sua forma gráfica de fácil entendimento na solução ou no melhoramento de processos e serviços DESTAQUE GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 102 Figura 43 Roupas danificadas em uma lavanderia representada pelos métodos Diagrama de Causa e Efeito 6M Fonte Universidade La Salle EaD Repare no exemplo das roupas danificadas ali é possível verificarmos que existe claramente um problema Com o 6M processos são levantadas em torno de dez possíveis causas que levaram ao problema Esse exemplo pode perfeitamente ser adaptado aos mais variados problemas dentro de qualquer tipo de organização eou processos Uma dica o método de PDCA já apresentando na primeira unidade deste estudo é outra metodologia aliada no avanço da busca da Qualidade Total de uma determinada empresa Essa busca por excelência em qualidade é sem dúvida alguma uma das estratégias mais importantes quando se almeja produzir produtos eou serviços com alto padrão de qualidade e competitividade dentro de seu cenário econômico Roupas danificadas em uma lavanderia f desatenção g falta de treinamento h iluminação fraca i defeitos j obsolescência a tipo de sabão inadequado b operação inadequada da mesa de passar c falta de limpeza dos equipamentos d medida incorreta de temperatura e medida incorreta de tempo a b c f g i j h d e Insumos Método Insumos Pessoas Condições Ambientais Equipamentos Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 103 42 Gestão Ambiental Depois de vermos tantos métodos chegamos a uma questão importante sobre a gestão da qualidade a busca por uma Gestão Ambiental eficiente Vamos buscar refletir sobre a qualidade sendo que agora devemos pensar que ela estará diretamente ligada à qualidade ambiental mais precisamente sobre eventuais impactos que a produção de um produto pode causar mesmo que minimamente no nosso meio ambiente Ao encontro dessas preocupações podemos destacar a Gestão Ambiental Empresarial que tem como função reunir um conjunto de ações que estão diretamente unidas à gestão de uma organização Essas ações normalmente estão ligadas mais especificamente à temática ambiental visando à melhoria contínua da qualidade ambiental de produtos serviços e processos de uma determinada empresa O gerenciamento ambiental realizado de maneira eficiente trabalha na diminuição de riscos e na redução de custos Isso ocorre por conta da preocupação eminente sobre o melhor gerenciamento dos recursos buscando a diminuição ou até mesmo a eliminação de desperdícios e gerando o fortalecimento da organização que implanta essa ação Repare que isso aumenta a competitividade da empresa no mercado em que ela atua Quando falamos em Gestão Ambiental devemos ter em mente a existência de diferentes abordagens assim como modelos de ação empresarial voltadas a uma excelência nessa gestão As ações e modelos podem e devem estar relacionadas às posturas que sãoserão adotadas pela organização mediante possíveis problemas ambientais decorrentes das atividades no âmbito produtivo da empresa Barbieri 2007 apresenta três abordagens que podem ser compreendidas no momento da implementação ou nas fases de um processo gradual de práticas de gestão ambiental de uma determinada empresa a Controle de poluição caracterizado por estabelecer práticas impeditivas dos efeitos decorrentes da poluição gerada por um determinado processo produtivo Esse controle é focado no cumprimento da legislação e atendimento às pressões da comunidade por meio da adoção de ações corretivas b Prevenção da poluição caracterizada pela atuação sobre os produtos e processos produtivos com vistas a prevenir a geração de poluição Essa prática é focada no uso eficiente dos insumos por meio de ações corretivas e preventivas GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 104 c Abordagem estratégica caracterizada por tratar os problemas ambientais como uma das questões estratégicas da organização Com foco na competitividade as ações são corretivas preventivas e antecipatórias Os modelos e ferramentas de gestão ambiental são adotados por muitas empresas tendo como objetivo alcançar ou elevar sua competitividade dentro do mercado no qual atuam As organizações ao utilizarem esse método de forma responsável e sustentável com os recursos naturais podem melhorar seus processos produtivos com a criação de produtos que irão causar o menor nível de poluição possível e assim uma menor degradação do meio ambiente Os dois modelosferramentas mais usados pelas organizações quando falamos de Gestão Ambiental são os de Produção mais Limpa PL e Ecodesign Vamos ver cada um deles Começamos com o primeiro modelo o PL que delimita alguma atitudes básicas que devem ser adotadas pelas empresas que pretendem trabalhar com esse modelo de gestão Segundo Gasi e Ferreira 2006 p 57 as atividades que devem ser colocadas em práticas vão de acordo com o grau de importância empresarial que na maior parte das vezes obedece a seguinte hierarquia de prioridades a Prioridade nº 1 Não gerar Inicialmente é preciso buscar a não geração de resíduos efluentes líquidos emissões atmosféricas e resíduos sólidos Os resíduos podem ser eliminados por meio da substituição de matériasprimas reformulação de produtos e inovação tecnológica entre outros b Prioridade nº 2 Minimizar Não podendo eliminar integralmente o poluente devese minimizar sua geração c Prioridade nº 3 Reciclar dentro do processo produtivo O reaproveitamento dos resíduos que já foram gerados no próprio processo produtivo que os originou d Prioridade nº 4 Reciclar fora do processo produtivo A reciclagem externa dos resíduos deve ocorrer depois de esgotadas todas as possibilidades de reciclagem interna Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 105 e Prioridade nº 5 Tratar e dispor O tratamento e a disposição dos melhoramentos produtos e processos devem ser praticados dentro das normas ambientais vigentes Conforme o Centro Nacional de Tecnologias Limpas do Senai do Rio Grande do Sul CNTLSENAIRS o PL Produção mais Limpa quando aplicado de forma contínua pode ser de extrema importância para uma empresa como estratégia econômica ambiental e tecnológica onde opera de forma integrada aos processos e produtos tendo como finalidade a aumento da eficiência no uso de matériasprimas b utilização de forma responsável de água e energia c diminuição ou redução de resíduos gerados em um ou mais processos produtivos O CNTL apresenta conforme figura que veremos a seguir uma escala de prioridades para adoção do PL de forma eficiente dividindoa em três níveis Figura 44 Produção mais limpa Fonte Universidade La Salle EaD PRODUÇÃO MAIS LIMPA Housekeeping Substitição de matériasprimas Modificação de tecnologia Reciclagem externa Ciclos biogênicos Redução na fonte Reciclagem interna Nível 3 Estruturas Materiais Modificação no processo Modificação no produto Nível 1 Nível 2 Reutilização de resíduos e emissões Minimização de resíduos e emissões GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 106 De acordo com o CNTL representado na figura anterior a produção mais limpa tende a evoluir do nível 1 aos demais níveis quando os mesmos estiverem representados por ações e implementações de formas corretivas eou preventivas Ao analisarmos o nível 1 com a redução na fonte podemos perceber que se a empresa em questão quiser modificar o processo eou o produto essa etapa pode envolver três situações sendo elas a técnica de housekeeping consiste desde a limpeza periódica uso adequado de matériasprimas alterações no layout físico mudanças na disposição de máquinas e equipamentos visando à redução de desperdícios ou aumento da produtividade ou ainda em mudanças que visem à diminuição de geração de resíduos b substituição de matériasprimas consiste na identificação e adequação de materiais de melhor qualidaderesidência que visem reduzir perdas de manuseio operacional ou ainda na substituição de materiais tóxicos eou não renováveis por renováveis c mudanças tecnológicas está diretamente ligada à utilização de máquinas e equipamentos mais eficientes que visem à otimização de recursos utilizados bem como ao controle da automação para que seja possível o monitoramento de perdas eou redução do risco de acidentes de trabalhos Segundo a figura que vimos há pouco quanto às modificações de produtos o CNTL propõe duas opções de minimização de resíduos sendo elas a substituição do produto essa opção pode envolver desde o término de uma linha de produção como por exemplo de um produto que tenha problemas ambientais significativos ou então a substituição de um determinado produto com características tóxicas por outro não tóxico b redesenho do produto Ecodesign pode estar no desenvolvimento de um novo produto que não traga problemas ao meio ambiente Pode ainda ser pensado um produto reciclável ou seja que tenha uma maior vida útil Nesse sentido deverá ser analisada sua matériaprima em que partes ou todo o material para a sua produção seja reciclável eou renovável Podemos imaginar também um novo produto com a substituição de matériasprimas tóxicas por atóxicas Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 107 Voltando à figura sobre a Produção mais Limpa que vimos há pouco os autores Alves e Freitas 2013 p 200 nos apresentam mais exemplos sobre a redução de resíduos na fonte Somente depois de encerradas as opções de redução de resíduos na fonte nível 1 devese partir para o nível 2 ou seja buscar alternativas para reciclagem interna Neste nível considerase que os resíduos que não podem ser evitados devem preferencialmente ser reintegrados ao processo produtivo da empresa Todavia na impossibilidade de reaproveitamento na cadeia produtivas os resíduos podem ser reaproveitados por setores na empresa Ainda segundo Alves e Freitas 2013 a decisão mais acertada para gestores quando optarem pela passagem para o nível 3 é a reutilização de resíduos e emissões Essa fase deve ser realizada somente após encerradas as opções dos níveis 1 e 2 Neste momento vamos passar para o segundo modelo da Gestão Ambiental o Ecodesign Segundo Barbieri 2007 o Ecodesign é uma ferramenta de gestão ambiental centrada na fase de concepção ou seja na criação de um produto com seus respectivos processos produtivos Ainda segundo o mesmo autor o Ecodesign pode ser aplicado aos processos que envolvem a prestação de serviços porém a sua aplicação é mais recorrente nos bens que são ou serão produzidos Nesse sentido a empresa buscará apresentar ao seu cliente eou consumidor um produto pensado nos atributos ambientais porém com boa funcionalidade e qualidade que vão além da estética e custo de aquisição Segundo Alves e Freitas 2013 p 203 o Ministério do Meio Ambiente MMA define Ecodesign como todo o processo que contempla os aspectos ambientais onde o objetivo principal é projetar ambientes desenvolver produtos e executar serviços que de alguma maneira irão reduzir o uso dos recursos não renováveis ou ainda minimizar o impacto ambiental dos mesmos durante seu ciclo de vida Isto significa reduzir a geração de resíduo e economizar custos e disposição final No quadro que veremos a seguir é possível verificarmos alguns tipos de projetos com seus respectivos objetivos e práticas no âmbito do meio ambiente Podemos perceber que o desenvolvimento de produtos ecoeficientes precisam da interação entre atividades e tarefas que centralizam a preservação da saúde e promoção da segurança Tudo isso pensado sob a ótica dos funcionários da organização dos clientes consumidores e claro a partir do uso sustentável dos recursos naturais para uma eficiente gestão dos resíduos conforme podemos perceber no quadro a seguir proposto por Barbieri 2007 GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 108 Quadro 41 Projetos para o Meio Ambiente Projeto Objetivos e práticas Desmontagem do produto Assegurar que os produtos possam ser desmontados para recuperar os materiais e componentes com custo e esforços mínimos Para isso sugerese simplificar as conexões entre peças evitar peças defeituosas minimizar o uso de soldas e adesivos reduzir o número de peças diferentes projetar peças multifuncionais e utilizar peças comuns a diferentes produtos Reciclagem Assegurar um elevado conteúdo de materiais recicláveis que gerem um nível mínimo de resíduos ao final da vida Facilitar o descarte Assegurar que todos os materiais e componentes não recicláveis possam ser descartados de modo seguro e eficiente Reutilizar os componentes Assegurar que alguns componentes do produto possam ser recuperados renovados e reutilizados Reduzir consumo e energia Projetar produtos que reduzam o consumo de energia em todas as etapas do processo de produção distribuição utilização reciclagem e disposição final Reduzir consumo e energia Projetar processos mais limpos evitar especificar substâncias perigosas para a saúde substituir substâncias nocivas à camada de ozônio utilizar solventes à base de água assegurar a biodegradação do produto e a sua disposição final em condições seguras Fonte Barbieri 2007 Para Hemel e Cramer 2002 algumas barreiras relacionadas ao Ecodesign podem ser percebidas por grande parte das empresas sendo elas a dúvida sobre os benefícios ambientais b a organização não se sente responsável por danos ambientais c relevante só se for amparada pela legislação ambiental d relevante só se for apoiada pelas demandas de mercado e cria uma desvantagem comercial para a empresa f cria um conflito com os requisitos funcionais dos produtos atuais g não é uma oportunidade de inovação tecnológica h realização depende das possibilidades técnicas disponíveis Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 109 i a empresa considera o redesenho do produto como investimento infrutífero j a organização não possui conhecimentos suficientes k a empresa não dispõe de tempo suficiente Segundo Barbieri 2007 todo modelo eou ferramenta de gestão ambiental pode apresentar pontos positivos e negativos No quadro a seguir é possível verificarmos alguns dos pontos fortes e suas principais características consideradas como básicas apontadas por autor Quadro 42 Síntese da PL e do Ecodesign Ferramentas Características básicas Pontos fortes Pontos fracos Produção mais Limpa Estratégia ambiental preventiva aplicada de acordo com uma sequência de prioridades planejadas para a redução de resíduos e emissões na fonte Atenção concentrada sobre eficiência operacional substituição de materiais tóxicos e diminuição de resíduos Depende do desenvolvimento tecnológico e dos investimentos para a continuidade do programa a longo prazo Ecodesign Projetar produtos e processos pensados na redução ou eliminação de impactos sobre o meio ambiente Inclusão de preocupações ambientais durante o ciclo de vida dos produtos Os produtos concorrem com similares que podem ser mais atrativos em termos de preço condições de pagamento e outras considerações ambientais Fonte Barbieri 2007 Neste momento vamos falar um pouco sobre algumas normas ambientais existentes como por exemplo as normas da ISO 14000 As normas que envolvem a gestão ambiental são ferramentas indispensáveis para que as empresas desenvolvam ações visando à diminuição de impactos ambientais de suas atividades Vamos entender a ISO 14000 observando a figura a seguir com alguns exemplos de normas da Gestão Ambiental Quando uma empresa opta pela implantação de um Sistema de Gestão Ambiental SGA as Normas que merecem mais atenção na maioria dos casos são as ISO 14001 e ISO 14004 Elas por vezes acabam como referências para essa implementação SGA e normalmente podem ser utilizadas por todos os tipos e portes das empresas GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 110 O SGA pode ainda ser facilmente integrado a outros sistemas gerenciais já existentes dentro de empresas que optarem pela Gestão Ambiental Quadro 43 Gestão Ambiental ISO 14000 Gestão Ambiental ISO 14000 Melhorias nos processos Melhorias nos produtos Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001 e 14004 Avaliação do Desempenho Ambiental ISO 14031 14032 Auditoria Ambiental ISO 14015 e 19011 Ecodesign ISO 14005 Rotulagem Ambiental Série ISO 14020 Integração de aspectos ambientais no desenvolvimento de produtos ISO 14062 Avaliação do ciclo de vida ISO 14040 14044 Fonte Universidade La Salle EaD Podemos perceber ainda que a Gestão Ambiental ISO 14000 está representada em duas etapas Melhorias nos Processos e Melhorias nos Produtos O SGA tem como objetivo principal garantir um bom acompanhamento de todo o processo produtivo Ele iniciase na procedência e utilização das matériasprimas passa pelo processo de fabricação e distribuição dos produtos e finaliza com o controle preocupação e destinação dos resíduos gerados durante todo o percurso Outro ganho com o uso do SGA dentro das organizações está no envolvimento e empenho dos funcionários e gestores na busca dos resultados em ganhos de gestão ambiental O SGA assim como o Diagrama de Causa e Efeito busca o melhoramento contínuo em seus processos através do Ciclo do PDCA sempre visando à qualidade da gestão O princípio básico do SGA é o ciclo PDCA Planejar Desenvolver Checar e AgirAção que pode ser observado nas figuras a seguir como uma excelente ferramenta no monitoramento de cada etapa de uma gestão neste caso específico nos princípios da Gestão Ambiental Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 111 Figura 45 PDCA aliado ao SGA Fonte Universidade La Salle EaD Figura 46 Sistema de Gestão Ambiental SGA Fonte Universidade La Salle EaD Cabe ressaltar que o Ciclo do PDCA não é utilizado apenas nas normas de um Sistema de Gestão da Qualidade Essa metodologia pode também ser implementada em outros departamentos dentro de uma determinada empresa É possível citar como exemplo as questões ligadas à área da Saúde ou seja no bemestar de funcionários assim como no setor responsável pela Segurança do Trabalho de seus colaboradores Executar ações para promoção de melhorias contínuas no desempenho do processo Definir aspectos significativos Estabelecer objetivos e metas Planos de ação para melhoria da gestão ambiental Monitorar e medir Realizar inspeções e auditorias periódicas Capacitar e treinar Implementar processos Documentar Elementos de um Sistema de Gestão Ambiental Planejamento Políticas e procedimentos Acompanhamento da legislação e da sua influência sobre as atividades Objetivos e metas Alocação de recursos Organização Organização da gestão Estrutura organizacional Níveis de autoridade e responsabilidade Implementação Comprometimento Avaliação e gestão dos riscos Revisão dos projetos e programas ambientais Programas ambientais específicos Motivação e delegação Controle Gestão do sistema de informações Mensuração dos resultados Diagnósticos dos problemas Auditoria ambiental Ações corretivas MELHORIA CONTÍNUA GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 112 Nesse sentido questões ligadas à Gestão da Qualidade fazem com que muitas empresas optem por ampliálas indo em direção aos princípios ligados à Responsabilidade Social sendo este o último tópico a ser abordado neste livro conforme veremos a seguir Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 113 43 Gestão de Responsabilidade Social Entramos neste momento no último tópico desta nossa quarta Unidade a Responsabilidade Social Você sabia que quando uma empresa opta pela prática da Responsabilidade Social essa atividade sempre é de forma voluntária Pois bem quando uma organização adota ou quer manter eou melhorar suas posturas e comportamentos as ações que envolvem a Responsabilidade Social estarão alinhadas à promoção do bemestar de seus públicos internos e externos Eon 2015 explica que a responsabilidade social é uma prática que por vezes pode ser confundida como ações que são impostas por leis e por governos federais assim como também não está ligada a quaisquer incentivos externos como deduções fiscais O conceito dessa prática gira em torno de um visão que envolve benefícios de âmbito coletivo Para ficar ainda mais claro a responsabilidade social é pensada na melhoria da qualidade de vida do público interno funcionários acionistas etc ou públicos externos comunidade parceiros clientes consumidores meio ambiente etc Segundo Eon 2015 com o passar dos anos a concepção de Responsabilidade Social passou por algumas mudanças em sua terminologia Esses novos conceitos na maioria das vezes são complementares ou mesmo redundantes Entre eles podemos citar Responsabilidade Social Corporativa RSC Responsabilidade Social Empresarial RSE e Responsabilidade Socioambiental RSA A chamada RSC é na maioria dos casos conceito usado na literatura especializada sobretudo para empresas principalmente de grande porte com preocupações sociais voltadas ao seu ambiente de negócios ou ao seu quadro de funcionários O conceito de RSE ainda que muitos vejam como sinônimo de RSC tende a envolver um espectro mais amplo de beneficiários stakeholders envolvendo aí a qualidade de vida e bemestar do público interno da empresa mas também a redução de impactos negativos de sua atividade na comunidade e meio ambiente Na maioria das vezes tais ações são acompanhadas pela adoção de uma mudança comportamental e de gestão que envolve maior transparência ética e valores na relação com seus parceiros EON 2015 GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 114 Já Alessio 2004 cita os quatro principais mitos sobre a Responsabilidade Social Empresarial RSE e que muitas vezes acabam por ser difundidos nos meios empresariais e organizacionais mas que não devem ser considerados como empecilhos para as empresas que optarem por essa prática Vamos conhecer e desvendar esses mitos Mito 1 Adotar a prática socialmente responsável acaba por ser um investimento muito caro Mito 2 Ser socialmente responsável é uma atividade apenas para empresas de grande porte Mito 3 Uma organização que queria implementar o RSE deve necessariamente criar um instituto ou fundação Mito 4 A empresa não deve assumir esse papel sendo esse de responsabilidade do governo Para Eon 2015 uma empresa que queira tornarse responsável socialmente deve ter em mente que irá necessariamente desempenhar suas atividades pensando suas responsabilidades em sete quesitos sendo eles Ser responsável por seus produtos bens e serviços Ter responsabilidade por seus funcionários Ser responsável por seu consumidorcliente Ser responsável por sua comunidadesociedade Ser responsável por seu ambiente empresa estrutura física Ser responsável pelas atitudes e compromissos Ser responsável por todos os dejetos e rejeitos resíduos reciclagem e o que é lixoinutilizável A imagem que veremos a seguir ajuda a contextualizar pelo modelo de pirâmide a Responsabilidade Social Corporativa em quatro níveis Responsabilidade Econômica Responsabilidade Legal Responsabilidade Ética e Responsabilidade Voluntária Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 115 Figura 47 Pirâmide da Responsabilidade Social Corporativa Fonte Universidade La Salle EaD Para Tenório 2004 os indicadores de responsabilidade social corporativa são apresentados por meio de sistemas de avaliações Esses indicadores ajudam as empresas a mensurarem e demonstrarem qual nível de envolvimento com questões sociais está sendo realizado de forma coerente e eficiente Os indicadores fazem o papel de auxiliar na comunicação da organização de forma transparente perante os seus diversos agentes funcionários clientes e sociedade Por meio dessas comprovações será possível reforçar o compromisso com a ética nos negócios da empresa Outro benefício será a melhoria contínua da qualidade de vida dos funcionários clientes e da sociedade em geral Tenório 2004 classifica como principais indicadores sociais utilizados pelas empresas o Balanço Social e as Certificações de Responsabilidade Social e Ambiental servindo como uma fonte de divulgação de suas atividades Para o autor o Balanço Social surge pela crescente demanda de consumidoresclientes e da sociedadecomunidade que buscam saber as informações que dizem respeito aos impactos das atividades que as empresas exercem sobre os funcionários sociedade e o meio ambiente Para garantir a confiança e credibilidade das informações que são divulgadas num Balanço Social a empresa deve passar por uma auditoria externa empresas especializadas que irá avaliar se todas as atividades sociais e ambientais narradas foram ou estão mesmo sendo desenvolvidas de forma satisfatória pela empresa em questão Pirâmide da Responsabilidade Social Corporativa Seja um Bom Cidadão Corporativo Contribua com recursos para a comunidade melhore a qualidade de vida Seja Ético Obrigação de fazer o que é certo e justo evite causar danos Cumpra a Lei A lei é a codificação pela sociedade do que é certo e errado obedaça às regras Seja Lucrativo O fundamento sobre o qual repousam todas as outras responsabilidades Responsabilidade Voluntária Responsabilidade Legal Responsabilidade Econômica Responsabilidade Ética GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 116 Já os certificados e selos socioambientais surgem para estimular as práticas de responsabilidade social e empresarial Cada vez mais empresas enxergam esses certificados e selos como uma estratégia competitiva num mercado cada vez mais globalizado A aquisição dessas certificações e selos tende a atestar e demonstrar a todos as boas práticas empresariais que são realizadas Entre algumas das certificações e selos mais desejados atualmente pelas organizações podemos citar segundo Eon 2015 os exemplos a seguir Selo Empresa Amiga da Criança Selo criado pela Fundação Abrinq para empresas que não utilizem mão de obra infantil e contribuam para a melhoria das condições de vida de crianças e adolescentes ISO 14000 A ISO 14000 é apenas mais uma das certificações criadas pela International Organization for Standardization ISO A ISO 14000 parente a ISO 9000 dá destaque às ações ambientais da empresa merecedora da certificação AA1000 A AA1000 foi criada em 1996 pelo Institute of Social and Ethical Accountability Essa certificação de cunho social enfoca principalmente a relação da empresa com seus diversos parceiros ou stakeholders Uma de suas principais características é o caráter evolutivo já que ela é caracterizada por ser uma avaliação regular anual SA8000 A Social Accountability 8000 é uma das normas internacionais mais conhecidas Criada em 1997 pelo Council on Economic Priorities Accreditation Agency CEPAA a SA8000 enfoca primordialmente as relações trabalhistas e visa assegurar que não existam ações antissociais ao longo da cadeia produtiva como trabalho infantil trabalho escravo ou discriminação Stakeholder é uma palavra de origem na língua inglesa e muito utilizada nas áreas de Administração Tecnologia da Informação e da Comunicação A palavra pode ser traduzida separadamente Stake na tradução para o português significa interesse participação e risco Já a palavra Holder significa aquele que possui Logo na maioria das vezes o significado quando utilizado por empresas e executivos vem para ajudar a contextualizar que um público estratégico uma pessoa ou um grupo de interesse é o alvo principal em uma ação GLOSSÁRIO Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 117 ABNTISO 26000 No dia 1º de novembro de 2010 foi publicada a Norma Internacional ISO 26000 Diretrizes sobre Responsabilidade Social cujo lançamento foi em Genebra na Suíça No Brasil no dia 8 de dezembro de 2010 a versão em português da norma a ABNT NBR ISO 26000 foi lançada em São Paulo A norma é de grande utilidade para as empresas interessadas em adotar programas de RSE Responsabilidade Social Empresarial uma vez que ela oferece orientações relacionadas a sete princípios norteadores de responsabilidade social segundo Eon 2015 1 ResponsabilidadesAccountability Ato de responsabilizarse pelas consequências de suas ações e decisões respondendo pelos seus impactos na sociedade na economia e no meio ambiente prestando contas aos órgãos de governança e demais partes interessadas declarando os seus erros e as medidas cabíveis para remediálos 2 Transparência Fornecer às partes interessadas de forma acessível clara compreensível e em prazos adequados todas as informações sobre os fatos que possam afetálas 3 Comportamento ético Agir de modo aceito como correto pela sociedade com base nos valores da honestidade equidade e integridade perante as pessoas e a natureza e de forma consistente com as normas internacionais de comportamento 4 Respeito pelos interesses das partes interessadas stakeholders Ouvir considerar e responder aos interesses das pessoas ou grupos que tenham curiosidadeinteresse nas atividades da organização ou que por ela possam ser afetados 5 Respeito pelo Estado de Direito O ponto de partida mínimo da responsabilidade social é cumprir integralmente as leis do local onde está operando 6 Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamento Adotar prescrições de tratados e acordos internacionais favoráveis à responsabilidade social mesmo que não haja obrigação legal 7 Direito aos humanos Reconhecer a importância e a universalidade dos direitos humanos cuidando para que as atividades da organização não agrida as pessoas direta ou indiretamente zelando pelo ambiente econômico social e natural que requerem segundo Eron 2015 GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 118 É importante notar que os profissionais que vislumbram a possibilidade de trabalhar com práticas que envolvam Responsabilidade Social devem ter como foco a criação de medidas estratégicas e culturais Essas estratégias devem ser pensadas no sentido de trazer boas condições de vida para seus funcionários colaboradores clientesconsumidores e para a sociedade Assim a visão das empresas e dos profissionais que aplicam a Gestão de Responsabilidade Social NÃO deve estar focada no lucro e SIM em suas práticas em prol do bemestar de todos que fazem parte da organização e da sociedade em geral Serão esses pequenos detalhes que podemos chamar também de estratégias ou ações que farão com que empresas consigam o tão almejado sucesso e reconhecimento em seu mercado de atuação Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 119 SÍNTESE DA UNIDADE Essa quarta e última Unidade buscou apresentar em um primeiro momento os conceitos de Gestão da Qualidade por meio de métodos e metodologias como por exemplo o Diagrama de Causa e Efeito No que tange às abordagens sobre a temática de Qualidade Total apresentamos uma breve explanação das dimensões e resultados que uma organização pode alcançar utilizando esse método na busca contínua de qualidade Em um segundo momento foi possível refletirmos sobre a Gestão Ambiental como uma das formas de pensar na diminuição dos impactos ambientais da redução de resíduos e na consciencialização da sociedade sobre a temática Essas medidas podem ser transformadas em ações que visem melhorar as condições ambientais Por fim foi possível refletir sobre os conceitos de uma gestão pensada na Responsabilidade Social Vale lembrar que a Responsabilidade Social busca prioritariamente a qualidade de vida dos funcionários clientes e da sociedade como um todo GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 120 REFERÊNCIAS ALVES IJBR FREITASLS Análise comparativa das ferramentas de gestão ambiental produção mais limpa X Ecodesign In LIRA WSC NDIDO GA Orgs Gestão sustentável dos recursos naturais uma abordagem participativa online Campina Grande EDUEPB 2013 p 193212 BARBIERI J C Gestão ambiental empresarial conceitos modelos e instrumentos 2ed São Paulo Saraiva 2007 CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS CNTL Cinco fases da implantação de técnicas de produção mais limpas Porto Alegre SENAIRS 2003 102p Série Manuais de Produção mais Limpa EON Fábio O que é responsabilidade social Revista Responsabiliade Socialcom 2015 Disponivel em httpggggb7ksn FIESP ISO 140002005 Saiba o que muda na nova versão da Norma Disponível em httpggggb7kik Acesso em jul 2017 HEMEL CV CRAMER J Barriers and stimuli for ecodesign In SMEs Journal of cleaner Production V 10 p 439453 Elsevier 2002 GASI T MT FERREIRA E Produção mais limpa In Vilela JR A DEMAJOROVIC J orgs Modelos e ferramentas de gestão ambiental desafio e perspectivas para as organizações São Paulo Ed Senac 2006 p 4184 ALESSIO R Responsabilidade Social das empresas no Brasil reprodução de posturas ou novos rumos Porto Alegre EDIPUCRS 2004 TENÓRIO G org Responsabilidade social empresarial teoria e prática 2 ed Rio de Janeiro Editora FGV 2006 VAN HEMEL C CRAMER J Barriers and stimuli for ecodesign In SMEs Journal of Cleaner Production v 10 n 5 p 439453 2002 WERKEMA Cristina Ferramentas Estatísticas Básicas do Lean Seis Sigma Integradas ao PDCA e DMAIC Rio de Janeiro Elsevier 2014 Ferramentas Gerenciais de Qualidade UNIDADE 4 121 ANOTAÇÕES GESTÃO DE QUALIDADE Robson da Silva Constante 122 Se você encontrar algum problema nesse material entre em contato pelo email eadproducaounilasalleedubr Descreva o que você encontrou e indique a página Lembrese a boa educação se faz com a contribuição de todos CONTRIBUA COM A QUALIDADE DO SEU CURSO Av Victor Barreto 2288 Canoas RS CEP 92010000 0800 541 8500 eadunilasalleedubr