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Estatística 2

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1 Análise das Microrregiões do Paraná Quanto ao Nível de Desenvolvimento Socioeconômico Autoria Ivy Silva Costa Paulo Ricardo da Costa Reis Resumo Constituindose no fator de promoção da melhoria da qualidade de vida de uma determinada população o desenvolvimento regional requer uma cuidadosa análise e monitoramento O presente artigo teve como objetivo analisar o desenvolvimento socioeconômico das trinta e nove microrregiões que compõem o Estado de Paraná no ano 2007 Além disso procurouse evidenciar as diferenças das condições socioeconômicas da população dessas microrregiões mediante um conjunto de indicadores bem como hierarquizálas segundo os fatores construídos Como referencial teórico abordouse as políticas públicas como um instrumento capaz de promover o desenvolvimento regional as diferenças entre o crescimento econômico e o desenvolvimento e os aspectos relacionados ao desenvolvimento no âmbito regional sendo este ultimo o foco principal do artigo Além disso considerouse que o desenvolvimento é um processo que engloba variáveis multidimensionais Buscando atingir o objetivo proposto utilizouse treze variáveis socioeconômicos para as trinta e nove microrregiões que compõem o Estado do Paraná As variáveis foram selecionadas junto ao DataSus IBGE Ipardes e Ipea O estudo teve como modelo analítico a abordagem multivariada de dados A análise fatorial foi utilizada para a redução das variáveis em fatores relacionados ao desenvolvimento das regiões e empregouse a análise de cluster para agrupar as microrregiões em função do seu nível de desenvolvimento Como resultados da pesquisa identificouse a formação de três fatores condições de habitação econômico e desenvolvimento na saúde e educação a partir dos quais hierarquizouse as microrregiões Adicionalmente a presença dos fatores possibilitou construir quatro grupos de microrregiões com níveis de desenvolvimento semelhantes entre si e diferentes entre grupos sendo eles denominados de baixo regular médio e alto desenvolvimento ressaltase que esta classificação é relativa ao desempenho dos quatros grupos formados O grupo 1 com 513 das microrregiões paranaenses apresentou desenvolvimento regular o grupo 2 com 154 foi classificado como de alto desenvolvimento o grupo 3 com 308 foi considerado de baixo desenvolvimento e o grupo 4 com 25 das microrregiões apresentou um nível médio de desenvolvimento A partir dos resultados percebese que o crescimento econômico nem sempre conduz ao desenvolvimento pois os resultados evidenciaram microrregiões com desempenho diferentes entre os fatores econômico condição de habitação e desenvolvimento na educação e saúde 2 1 Introdução A desigualdade é um fenômeno comum no Brasil desde a ocupação do país havendo extremas diferenças espaciais sociais e econômicas entre regiões estados e municípios o que acabou por proporcionar diferentes níveis de desenvolvimento e de qualidade de vida no país Apesar de vários estudos sobre as condições de vida considerar a renda como o fator determinante para uma melhor ou pior qualidade de vida este estudo busca apontar outras variáveis que podem influenciar o nível de desenvolvimento de uma sociedade ou região A partir disto entendese que o nível de desenvolvimento é multidimensional podendo ser analisado por variáveis de renda educação saúde saneamento industrialização urbanização produção entre outras que visam proporcionar melhor bemestar à população Observase que o Estado do Paraná objeto de estudo deste trabalho localizase na região Sul do país ocupando a décima quinta posição em extensão territorial a sexta em população e a quinta na economia respondendo em 2006 por 57 do PIB nacional O Estado é formado por 399 municípios que se dividem em 39 microrregiões e 10 mesorregiões Em 2006 constatouse que 847 dos habitantes do Estado residiam na zona urbana Neste mesmo ano o Paraná apresentou um PIB de R 136681milhões sendo o setor de serviços o principal para a economia visto que foi responsável por 627 do PIB estadual seguido dos setores industrial e agropecuário os quais participaram com 291 e 82 respectivamente IPARDES 2010 Não obstante o Estado é marcado por grandes diferenças municipais no que tange às questões econômicas e sociais já que alguns municípios possuem expressão econômica e altos índices sociais outros não possuem nem desempenho econômico nem social e outros só possuem bons resultados em um aspecto econômico ou social Isto demonstra a heterogeneidade dos municípios e enfatiza a desigualdade nas condições de vida da população e na geração de excedentes econômicos de diversos municípios paranaenses Ressaltase que essas diferenças existem mesmo quando se trata das microrregiões dadas as suas peculiaridades fazendose necessária portanto uma análise desagregada de modo a analisar as suas principais características Destacase que o crescimento econômico necessariamente não gera desenvolvimento pois este busca beneficiar a população como um todo proporcionando melhor qualidade no modo de vida das pessoas Assim podese afirmar que o desenvolvimento possui relação com o setor público pois para que haja desenvolvimento é preciso que o governo se envolva e tenha vontade política Desta forma apreendese que o governo desempenha um papel essencial no desenvolvimento Para que a desigualdade entre regiões e municípios diminua é necessária a aplicação de políticas públicas que ajam no sentido de retirar algumas regiões da aparente armadilha da pobreza a que estão submetidas Desta forma as políticas públicas devem focar as economias pobres ou muito pobres SILVA FONTES e ALVES 2005 p48 Assim tornase evidente a necessidade da formulação e implementação de políticas públicas regionais as quais consideram a diversidade espacial e são mais eficazes no alcance do desenvolvimento Desta forma as diversidades e as potencialidades locaisregionais passam a ser elementos estratégicos para as políticas que buscam a promoção do desenvolvimento regional Diante disso este trabalho tem como objetivo evidenciar as diferenças das condições socioeconômicas da população das microrregiões do Estado do Paraná procurando evidenciar os níveis de desenvolvimento alcançados mediante um conjunto de variáveis e indicadores Buscase também realizar uma hierarquização das microrregiões a partir dos fatores construídos A estrutura do artigo foi organizada em seis seções Além desta introdutória temse a seção 2 que apresenta o referencial teórico que trata sobre políticas públicas crescimento 3 econômico e desenvolvimento e desenvolvimento regional Na terceira os procedimentos metodológicos na quarta são apresentados e discutidos os resultados da pesquisa e na quinta seção apresentamse as considerações finais 2 Referencial Teórico 21 Políticas Públicas As diferenças existentes entre os membros de uma comunidade fazem com que a vida em sociedade seja complexa e envolva conflitos os quais devem ser mantidos em níveis administráveis através da política Segundo MatiasPereira 2008 a política envolve um conjunto de ações e procedimentos com o propósito de promover a resolução pacífica de conflitos em torno da alocação de bens e recursos públicos Os personagens envolvidos nestes conflitos são os denominados atores políticos os quais podem ser públicos e privados Nesse contexto as políticas públicas podem ser entendidas como o resultado da atividade política na alocação de recursos e na provisão de bens e serviços públicos tendo como objetivo produzir bemestar e promover o desenvolvimento socioeconômico e justiça social já que elas são criadas em resposta às necessidades da sociedade e do Estado De acordo com Dantas 2005 a política pública representa um curso de ação do Estado orientado por determinados objetivos refletindo ou traduzindo um jogo de interesses que busca ao mesmo tempo colocar o governo em ação eou analisar essa ação e quando necessário propor mudanças em seu rumo Onde as políticas públicas policies são outputs resultantes da atividade política politics que compreendem o conjunto das decisões e ações relativas à alocação imperativa de valores RUA 1998 Para Peters 1986 como citado em C Souza 2006 p 5 política pública corresponde a soma das atividades dos governos que agem diretamente ou através de delegação e que influenciam a vida dos cidadãos Assim entendese que a política pública faz parte da agenda de governo pois representa decisões sobre situaçõesproblema que adquirem relevância de ação do ponto de vista político e administrativo as quais os governos adotam em formas de ações e programas para intervir nas relações sociais Conforme Frey 2000 as políticas públicas podem assumir quatro formas distributivas regulatórias redistributivas e constitutivas A primeira tende a privilegiar certos grupos sociais ou regiões em detrimento do todo sendo que em princípio só parecem distribuir vantagens pois não acarreta custos para os grupos que não são beneficiados a segunda é mais visível ao público pois gera ordens proibições decretos e portarias podendo os custos e benefícios ser distribuídos de forma igual e equilibrada entre os grupos e setores da sociedade a terceira impõe perdas para certos grupos sociais e ganhos para outros visto que busca diminuir a desigualdade social tendo como exemplo as políticas sociais universais o sistema tributário e o sistema previdenciário e por fim a quarta lida com procedimentos estabelece a base de todas as outras políticas já que determinam as regras do jogo 22 Crescimento Econômico e Desenvolvimento O desenvolvimento que engloba a melhoria das condições de vida das populações só obteve evidência no século XX já que antes disso buscavase aumentar o poder econômico sem se preocupar com o bemestar das populações N de J de Souza 1999 Assim tornase interessante diferenciar crescimento econômico e desenvolvimento De acordo com Jaguaribe 1972 p 13 crescimento econômico corresponde a um aumento quantitativo da riqueza ou do produto per capita e desenvolvimento econômico a um aperfeiçoamento qualitativo da economia através de melhor divisão social do trabalho do emprego de melhor tecnologia e da melhor utilização dos recursos naturais e do capital A 4 partir disto inferese que o conceito de desenvolvimento é mais amplo complexo e multidimensional do que o de crescimento econômico N de J de Souza 1999 p 28 argumenta que somente o valor da renda per capita é insuficiente para medir o desenvolvimento de um país sendo necessário considerar indicadores que refletem melhorias sociais e econômicas como mais alimentação melhor atendimento médico e odontológico educação mais qualificada mais segurança e melhor qualidade do meio ambiente Nesta mesma linha de raciocínio Sachs 2004 p 13 ressalta que os objetivos do desenvolvimento vão além da mera multiplicação da riqueza material que corresponde ao crescimento econômico o qual é uma condição necessária mas não suficiente para o desenvolvimento pois aquele não traz automaticamente este último Isto porque a situação mais comum é a do crescimento pela desigualdade com resultados sociais austeros como a acumulação da riqueza e da renda nas mãos de poucos uma maior taxa de pobreza e desemprego e a degradação das condições de vida dos mais pobres Lopes 2001 corrobora a idéia acima quando diz que ao desenvolvimento interessa o crescimento mas sendo este um meio ou instrumento para o alcance daquele e não como objetivo em si Furtado 2004 p 484 apud Veiga 2006 pp8286 argumenta que ter recursos para investir não é condição suficiente para garantir um futuro melhor para a população Mas quando o projeto social prioriza a efetiva melhoria das condições de vida dessa população o crescimento se metamorfoseia em desenvolvimento Assim inferese que o desenvolvimento depende da maneira como os recursos gerados pelo crescimento econômico são utilizados 23 Desenvolvimento Regional De acordo com Oliveira e Lima 2003 o desenvolvimento regional está relacionado à participação da sociedade local no planejamento da ocupação do espaço e na distribuição dos resultados do processo de crescimento Moraes 2003 ressalta que ao se estudar o desenvolvimento regional é preciso considerar o território como um sistema que sofre influência de muitas variáveis e que relacionase com outros sistemas territoriais de mesma e de maior escala Este mesmo autor argumenta que a capacidade das sociedades locais administrarem os seus destinos e os seus fatores produtivos internos disponíveis tem reflexo direto sobre a dinâmica do desenvolvimento regional Para Lopes 2001 p4 a localização dos benefícios do desenvolvimento socioeconômico corresponde a um fator importante para a análise e a adoção de políticas já que as localizações condicionam o desenvolvimento e este é condicionado pelas localizações isto é pelas características espaciais Boisier 1989 considera o desenvolvimento de uma região como um fenômeno diferente do simples crescimento visto que aquele implica na capacidade de internalizar regionalmente o próprio crescimento Ou seja o processo de desenvolvimento regional ocorre a partir do momento em que as regiões são capazes de reter e reinvestir em si próprias parcela significativa do excedente gerado pelo seu crescimento econômico e desenvolvimento anteriores Assim uma região em processo de desenvolvimento será capaz de endogeneizar algumas variáveis que eram exógenas ao seu processo de crescimento Lopes 2001 cita alguns aspectos fundamentais em desenvolvimento regional como a caracterização do todo o País o Estado sem negligenciar as características das partes as regiões determinar as relações entre o todo e as partes e entre as partes e conhecer as relações dentro de cada parte 5 Segundo Oliveira e Lima 2003 no longo prazo o desenvolvimento de uma região é resultado da relação de interdependência da alocação de recursos disponibilidade de recursos nacionais e estaduais para a região força exógena da política econômica efeitos das políticas macroeconômicas e setoriais força exógena e da ativação social da população local força endógena Botega Crovador Silva Pudelko e Oliveira 2006 enfatizam que o planejamento regional é fundamental para o alcance de um desenvolvimento regional sustentável pois aquele busca controlar as ações a serem desempenhadas para que este se dê de forma eficiente e eficaz Assim Moraes 2003 inferese que o desenvolvimento regional sustentável está mais relacionado às dimensões ambiental social econômica e políticainstitucional e à manutenção do desenvolvimento também para as gerações futuras 3 Metodologia 31 Área de Estudo O Estado do Paraná o qual é objeto de estudo do presente trabalho corresponde ao segundo estado da região Sul em área e o décimo quinto do país além de ser o sexto em população e o quinto na economia respondendo em 2006 por 57 do PIB nacional Destaca se que sua economia é baseada nos setores serviço agrícola industrial e extrativista os quais são diversificados Além disso possui uma área de 199880 Km² e 10686247 habitantes que se distribuíam em 399 municípios 39 microrregiões e 10 mesorregiões no ano de 2007 Em 2006 constatouse que 847 dos habitantes do Estado residiam na zona urbana Neste mesmo ano o Paraná apresentou um PIB de R 136681milhões sendo o setor de serviços o principal para a economia visto que foi responsável por 627 do PIB estadual seguido dos setores industrial e agropecuário os quais participaram com 291 e 82 respectivamente IPARDES 2010 De acordo com Rodrigues e Moretto 2006 pix o Estado do Paraná além de possuir uma localização privilegiada devido à dotação de recursos naturais e tecnologia vem se destacando no cenário nacional em termos de crescimento do produto estreitamento das relações comerciais externas diversificação produtiva inovações na solução de problemas sociais e ambientais nos processos e nos produtos No entanto Carvalho e Carvalho 2006 pxiii argumentam que embora o Paraná apresente crescimento econômico e indicadores de qualidade de vida acima da média nacional esses não se distribuem igualmente pelo estado As unidades de análise deste estudo correspondem às microrregiões paranaenses as quais se somam trinta e nove A seguir apresentamse as microrregiões com os respectivos números de municípios que as compõem Paranavaí 29 Umuarama 21 Cianorte 11 Goioerê 11 Campo Mourão 14 Astorga 22 Porecatu 8 Floraí 7 Maringá 5 Apucarana 9 Londrina 6 Faxinal 7 Ivaiporã 15 Assaí 8 Cornélio Procópio 14 Jacarezinho 6 Ibaiti 8 Wenceslau Braz 10 Telêmaco Borba 6 Jaguariaíva 4 Ponta Grossa 4 Toledo 21 Cascavel 18 Foz do Iguaçu 11 Capanema 8 Francisco Beltrão 19 Pato Branco 10 Pitanga 6 Guarapuava 18 Palmas 5 Prudentópolis 7 Irati 4 União da Vitória 7 São Mateus do Sul 3 Cerro Azul 3 Lapa 2 Curitiba 19 Paranaguá 7 e Rio Negro 6 32 Coleta de Dados O desenvolvimento alcançado por determinada microrregião possui caráter multidimensional assim para caracterizálo de forma abrangente tornase necessário analisar um grande número de variáveis que representem as dimensões econômicas sociais demográficas e de infraestrutura dentre outras ROSADO ROSSATO e LIMA 2009 6 Para a determinação dos fatores que evidenciam o desenvolvimento das microrregiões do Estado do Paraná selecionaramse 13 variáveis capazes de representar as condições socioeconômicas e o nível de desenvolvimento das microrregiões As variáveis foram coletadas junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE ao Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social Ipardes ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde Datasus e ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Ipeadata X1 Densidade demográfica habitanteskm2 X2 Índice Paranaense de Desenvolvimento Municipal IPDM Renda e emprego X3 Índice Paranaense de Desenvolvimento Municipal IPDM Educação X4 Índice Paranaense de Desenvolvimento Municipal IPDM Saúde X5 Lixo coletado caçambasano X6 Número de domicílios com abastecimento de água por rede pública unidades X7 Número de domicílios com energia elétrica unidades X8 PIB Impostos per capita mil reais X9 PIB Indústria per capita mil reais X10 PIB Serviço per capita mil reais X11 PIB Agropecuária per capita mil reais X12 Remuneração média X13 Taxa de Urbanização população urbanapopulação total Para algumas variáveis não havia disponibilidade de informações por microrregião assim coletouse os dados para cada um dos 399 municípios do Estado do Paraná os quais foram alocados segundo suas microrregiões geográficas correspondente Os dados referemse ao ano de 2007 A escolha ocorreu em função da disponibilidade de informações para esta data Não obstante ressaltase que para os municípios com mais de 170 mil habitantes Cascavel Colombo Curitiba Foz do Iguaçu Londrina Maringá Ponta Grossa e São José dos Pinhais não houve contagem da população para este período e nesses casos foi considerada a última informação oficial que se refere ao ano 2000 Ressaltase que por apresentarem taxa de urbanização muito elevadas aproximadamente 90 acreditase que a diferença de datas não compromete os resultados da pesquisa Enfatizase que foi realizada uma análise exploratória dos dados AED no intuito de verificar o comportamento dos mesmos De acordo com Triola 2008 a AED é um processo importante pois permite que o pesquisador compreenda as características do conjunto de dados a ser analisado Todos os cálculos foram efetuados pelo programa SPSS 150 Statistical Package of Social Science em versão licenciada 33 Análise Fatorial A análise fatorial é um conjunto de técnicas estatísticas que procura explicar a correlação entre as variáveis observadas simplificando os dados pela redução do número de variáveis necessárias para descrevêlos Pestana Gageiro 2005 De forma semelhante segundo Hair Babin Money e Samuel 2005 a análise fatorial técnica estatística multivariada é utilizada para sintetizar as informações de um grande número de variáveis em um número reduzido de variáveis ou fatores Assim os autores explicam que identificando 7 relações latentes não facilmente identificáveis e combinando variáveis em alguns fatores a análise fatorial simplifica a compreensão dos dados Para Mingoti 2005 o objetivo da análise fatorial é descrever o comportamento de determinado conjunto de variáveis a partir da estrutura de dependência entre elas por meio de um número menor de variáveis denominadas fatores As variáveis mais correlacionadas se combinam num mesmo fator sendo estas independentes daquelas que compõem outro fator ou seja os fatores não são correlacionados entre si Para a realização da Análise Fatorial uma opção é o uso do método de extração de fatores denominado Método das Componentes Principais com rotação ortogonal de modo a serem independentes uns dos outros O método de rotação utilizado foi o Varimax O método dos componentes principais faz com que o primeiro fator contenha o maior percentual de explicação da variância total o segundo fator tenha o segundo maior percentual e assim sucessivamente O modelo fatorial obtido após uma análise fatorial explicita teoricamente a estrutura de fatores latentes responsáveis pelas correlações observadas entre as variáveis originais Naturalmente o modelo assume que existe um número de fatores inferiores ao número de variáveis originais que são capazes de explicar uma porcentagem elevada da variância total das variáveis originais As regras do eigenvalue raiz característica superior a um e Scree plot são geralmente utilizadas para decidir o número mínimo de fatores necessários para explicar uma proporção considerável da variância total dos dados originais Para avaliar a validade da análise fatorial exploratória foram utilizados o critério KaiserMeyerOlkin KMO o Teste de Bartlett o Scree Plot e a percentagem de variância total O KMO e o Teste de Bartlett são dois procedimentos estatísticos que permitem medir a qualidade das correlações entre as variáveis de modo a prosseguir com a análise fatorial De acordo com Rosado Rossato e Lima 2009 após a definição dos fatores seguese a determinação dos escores fatoriais associados a cada fator Ainda de acordo com os autores os escores fatoriais são valores calculados para cada fator em cada observação com o objetivo de situálas no espaço dos fatores comuns Sendo calculados os escores fatoriais para cada uma das 39 microrregiões que integram o Estado do Paraná de modo a se fazer uma hierarquização e implementar a análise de cluster em relação aos indicadores obtidos 34 Análise de Conglomerados Após a redução dos fatores com o objetivo de classificar as microrregiões do estado do Paraná realizouse a análise de conglomerados ou análise de clusters A análise de conglomerados é uma técnica exploratória de análise multivariada que permite agrupar sujeitos ou variáveis em grupos homogêneos relativamente a uma ou mais características comuns Nesta análise os agrupamentos das microrregiões é alcançado a partir de medidas de semelhança ou medidas de dissemelhança distância entre inicialmente as microrregiões e mais tarde entre os conglomerados usando técnicas hierárquicas ou nãohierárquicas de agrupamentos Maroco 2007 Conforme Hair et al 2005 se a análise for bem sucedida as microrregiões dentro dos mesmos grupo apresentarão características muito semelhantes e as microrregiões em diferentes grupos serão muito diferentes Análise de conglomerados tem como objetivo dividir os elementos da amostra em grupos de forma que os elementos pertencentes a um mesmo grupo sejam similares entre si com respeito aos fatores que neles foram medidos e os elementos em grupos diferentes sejam heterogêneos em relação a estes mesmos fatores São muitos os usos da análise de conglomerados uma delas é na geografia na classificação de cidades ou regiões de acordo com as variáveis físicas econômicas sociais dentre outras Mingoti 2005 8 Existem basicamente duas técnicas de análise de conglomerados O agrupamento hierárquico e o agrupamento nãohierárquico O primeiro método permite a obtenção de grupos quer de objetos quer para variáveis enquanto o segundo método é apenas válido para obtenção de clusters de sujeitos Maroco 2007 Os métodos nãohierárquicos destinamse a agrupar os objetos num conjunto de grupos que deve ser previamente definido pelo analista Já os procedimentos hierárquicos recorrem a passos sucessivos de agregação dos sujeitos na formação de uma estrutura hierárquica podendo seguir a via aglomerativa ou pelo contrário a via divisível Neste trabalho utilizouse o método hierárquico aglomerativo de Ward cujo objetivo é minimizar o quadrado da distância euclidiana às médias dos conglomerados O procedimento básico consiste em computar uma matriz de distância ou similaridade entre os indivíduos a partir da qual se inicia um processo de sucessivas fusões destes com base na proximidade ou similaridade entre eles Como medida de semelhança entre as observações utilizouse o quadrado da distância euclidiana A técnica de análise de conglomerado não possui sólidos fundamentos teóricos e procura agrupar os sujeitosobjetos semelhantes segundo critérios mais ou menos heurísticos Assim a solução final de grupos deve ser fundamentada com outras análises é comum realizar também uma análise descritiva comparativa para a validação dos agrupamentos tomando como referência variáveis selecionadas Por fim é comum nomear os agrupamentos de acordo com suas características 4 Resultados e Discussão A Análise Fatorial foi conduzida de modo a agregar as 13 variáveis utilizadas com objetivo de identificar os fatores associados ao nível de desenvolvimento nas 39 microrregiões que compõem o Estado do Paraná A Tabela 1 apresenta as estatísticas descritivas das variáveis utilizadas na análise fatorial Tabela 1 Estatística Descritiva das Variáveis Utilizadas na Construção dos Fatores Média DesvioPadrão Assimetria Curtose Densidade Demográfica 5570 9428 408 1716 IPDM Educação 061 006 039 010 IPDM Renda e emprego 030 005 132 166 IPDM Saúde 076 007 098 278 Nº de domicílios com abast água rede pública 4038323 5994476 458 2444 Nº de domicílios com energia elétrica 4628054 6165756 452 2404 Nº de domicílios com lixo coletado 4044959 6164044 464 2494 PIB Agropecuária per capita 117 057 061 201 PIB Impostos per capita 070 082 470 2542 PIB Indústria per capita 161 116 152 249 PIB Serviços per capita 363 145 158 410 Remuneraçao Média 202 021 096 116 Taxa de Urbanização 064 016 064 019 Nota Fonte Dados da pesquisa Para verificar se os dados suportam uma Análise Fatorial realizouse a análise da matriz de correlações entre as variáveis com o teste estatístico de esfericidade de Bartlett e o teste de KaiserMeyerOlkim KMO com coeficiente de 0756 bem acima do valor crítico 05 e adequado ao emprego da análise fatorial Pelo método de componentes principais foram extraídos três fatores com raízes características maiores que 1 Tabela 2 considerandose a sua contribuição para a explicação da variância em aproximadamente 4669 1951 e 1253 respectivamente de modo que 9 eles em conjunto explica 7873 da variância total o que é um percentual bastante significativo Tabela 2 Caracterização dos Fatores Extraídos pelo Método dos Componentes Principais Fator Raiz Característica da Variância Explicada Variância Acumulada 1 607 4670 4670 2 254 1951 6621 3 163 1253 7874 Nota Fonte Dados da pesquisa Na Tabela 3 são apresentadas as cargas fatoriais mais acentuadas de cada variável ou seja os maiores coeficientes de correlação entre a variável e o fator As variáveis e indicadores que mais se associam com os fatores apresentam cargas fatoriais com valor superior a 060 Tabela 3 Cargas Fatoriais após a Rotação Ortogonal pelo Método Varimax1 1 2 3 Nº de domicílios com energia elétrica 0965 Nº de domicílios com abast de água pela rede pública 0963 Nº de domicílios com lixo coletado 0963 Densidade Demográfica 0864 PIB Impostos per capita 0849 PIB Serviços per capita 0733 PIB Indústria per capita 0719 IPDM Renda e emprego 0675 Remuneraçao Média 0660 IPDM Saúde 0934 IPDM Educação 0874 Taxa de Urbanização 0786 Fator Nota Fonte Dados da pesquisa Fator 1 Condições de Habitação Podese observar que o fator F1 tem correlação positiva e alta com as variáveis número de domicílios com água energia elétrica número de domicílios com abastecimento de água pela rede pública lixo coletado caçambasano e densidade demográfica habitanteskm2 Portanto o fator 1 está mais estreitamente relacionado com todas as variáveis que captam a infraestrutura e as condições da habitação da população das microrregiões do Paraná com exceção da densidade demográfica Neste sentido quanto maior for este fator melhores serão as condições de habitação e maior será a concentração de habitantes por km2 nas microrregiões Fator 2 Econômico Predominaram as variáveis que captam o nível de produção e renda das microrregiões O fator é constituído pelas variáveis PIB Impostos per capita PIB Indústria per capita PIB Serviços per capita IPDM Renda e emprego e remuneração média as quais apresentaram correlação alta e positiva É importante observar que se o F2 de determinada microrregião for positivo e alto significa que esta apresenta alto grau desempenho econômico Fator 3 Desenvolvimento em saúde e educação Permite dimensionar basicamente a o desempenho das microrregiões em relação aos serviços de saúde e educação Esse fator tem correlação positiva e alta com os Índices Paranaense de Desenvolvimento Municipal de Saúde e de Educação e com a taxa de urbanização sendo que as três variáveis que compõem o fator apresentam alta correlação positiva Assim quanto maior este indicador melhores serão as 10 condições de saúde e educação das microrregiões bem como maior será a sua taxa de urbanização 41 Hierarquização das Microrregiões Paranaenses Conforme apresentado na metodologia na hierarquização das 39 microrregiões utilizaramse os escores dos três fatores obtidos Condições de habitação Econômico e Desenvolvimento em educação e saúde Ressaltase que os escores calculados são sempre medidos em uma escala ordinal e por isto só podem indicar a posição relativa das microrregiões ROSADO ROSSATO E LIMA 2009 Os dados da Tabela 4 demonstram a classificação das 39 microrregiões em relação ao fator 1 Condições de Habitação Tabela 4 Hierarquização das Microrregiões pelo Fator 1 Condições de Habitação Ranking Microrregiões F1 Ranking Microrregiões F1 1 Curitiba 545 21 Jacarezinho 019 2 Londrina 128 22 Goioerê 024 3 Maringá 104 23 Pato Branco 025 4 Apucarana 039 24 São Mateus do Sul 026 5 Paranavaí 03 25 Cianorte 027 6 Guarapuava 028 26 Ibaiti 028 7 Cascavel 019 27 Irati 028 8 Umuarama 014 28 Capanema 031 9 Foz do Iguaçu 013 29 Assaí 033 10 Francisco Beltrão 003 30 Porecatu 038 11 Ivaiporã 003 31 Rio Negro 038 12 Ponta Grossa 002 32 Wenceslau Braz 045 13 Toledo 001 33 Faxinal 045 14 Campo Mourão 001 34 Lapa 057 15 Cornélio Procópio 005 35 Palmas 057 16 Pitanga 012 36 União Vitória 058 17 Prudentópolis 014 37 Floraí 061 18 Cerro Azul 015 38 Jaguariaíva 065 19 Telêmaco Borba 018 39 Paranaguá 14 20 Astorga 018 Nota Fonte Dados da pesquisa Percebese que as microrregiões de Curitiba 545 Londrina 128 Maringá 104 ocupam as primeiras colocações no ranking com as melhores condições de habitação e com maior densidade demográfica Por outro as microrregiões de Paranaguá 140 Jaguariaíva 065 Floraí 061 apresentam as piores condições de habitação e as menores densidade demográficas A classificação referente ao fator 2 Econômico é apresentada na Tabela 5 As microrregiões de Paranaguá 431 Ponta Grossa 166 e Jaguariaíva 159 mostraram os níveis mais elevados em relação ao fator enquanto as microrregiões de Cerro azul 124 Faxinal 123 e Ivaiporã 107 apresentaram os menores níveis neste fator Destacase a primeira posição para a microrregião de Paranaguá na qual está presente o Porto Paranaguá segundo maior porto brasileiro em movimentação de cargas e o maior complexo para embarque de granéis sólidos da América Latina O Porto Paranaguá é o principal canal de exportação da soja e do milho produzidos no Brasil para o mercado 11 externo Recebe grãos provenientes de todo o Paraná Santa Catarina Mato Grosso Mato Grosso do Sul Goiás Rondônia São Paulo Rio Grande do Sul e países como a Bolívia Argentina e Paraguai Seus principais clientes são os países da Europa Ásia e Mercosul Governo do Paraná Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina APPA 2010 Assim a atividade portuária possui um forte impacto na economia desta microrregião fazendo com que a mesma apresente o melhor desempenho no fator 2 dentre as 39 microrregiões analisadas Tabela 5 Hierarquização das Microrregiões pelo Fator 2 Econômico Ranking Microrregiões F2 Ranking Microrregiões F2 1 Paranaguá 431 21 Jacarezinho 021 2 Ponta Grossa 166 22 Porecatu 021 3 Jaguariaíva 159 23 Campo Mourão 028 4 Foz do Iguaçu 099 24 Cornélio Procópio 042 5 Londrina 089 25 Assaí 049 6 Maringá 077 26 Astorga 051 7 Curitiba 066 27 Ibaiti 052 8 Palmas 064 28 Floraí 053 9 Pato Branco 061 29 Goioerê 054 10 Rio Negro 03 30 Francisco Beltrão 059 11 São Mateus do Sul 028 31 Umuarama 069 12 Lapa 022 32 Paranavaí 075 13 Telêmaco Borba 011 33 Wenceslau Braz 075 14 Toledo 007 34 Capanema 083 15 Cascavel 0 35 Prudentópolis 089 16 União Vitória 002 36 Pitanga 098 17 Irati 004 37 Ivaiporã 107 18 Apucarana 005 38 Faxinal 123 19 Guarapuava 008 39 Cerro Azul 124 20 Cianorte 016 Nota Fonte Dados da pesquisa Por fim na Tabela 6 apresentase a classificação das 39 microrregiões em relação ao fator desenvolvimento em saúde e educação Observouse que as microrregiões de Cerro Azul 331 São Mateus do Sul 156 e Pitanga 135 apresentaram menor nível de desenvolvimento em saúde e educação bem como as menores taxa de urbanização dentre as microrregiões analisadas Com os maiores índices de desenvolvimento em saúde e educação e maiores taxas de urbanização identificouse as microrregiões de Floraí 167 Apucarana 135 e Maringá 132 12 Tabela 6 Hierarquização das Microrregiões pelo Fator 3 Desenvolvimento em saúde e educação Ranking Microrregiões F3 Ranking Microrregiões F3 1 Floraí 167 21 Francisco Beltrão 006 2 Apucarana 135 22 Jacarezinho 003 3 Maringá 132 23 Irati 006 4 Astorga 112 24 Ibaiti 008 5 Porecatu 11 25 Ponta Grossa 017 6 Londrina 109 26 Pato Branco 031 7 Cianorte 096 27 Ivaiporã 037 8 Faxinal 096 28 União Vitória 041 9 Cornélio Procópio 063 29 Lapa 052 10 Campo Mourão 061 30 Curitiba 076 11 Toledo 058 31 Guarapuava 089 12 Wenceslau Braz 055 32 Rio Negro 091 13 Umuarama 055 33 Prudentópolis 098 14 Foz do Iguaçu 053 34 Jaguariaíva 105 15 Assaí 053 35 Palmas 116 16 Paranavaí 043 36 Telêmaco Borba 132 17 Cascavel 043 37 Pitanga 135 18 Goioerê 033 38 São Mateus do Sul 156 19 Capanema 031 39 Cerro Azul 331 20 Paranaguá 008 40 Nota Fonte Dados da pesquisa Diante das classificações realizadas a partir destes três fatores as microrregiões apresentam desempenhos diferentes em cada fator apenas as microrregiões de Maringá e Londrina ocuparam as seis primeiras posições nos em todos os fatores analisados Com relação ao baixo desempenho apresentado destacase a microrregião de Cerro Azul que apresentou o pior desempenho dentre as 39 microrregiões em dois Econômico e Desenvolvimento em saúde e educação dos três fatores estudados Por fim no intuito de melhor compreender o desenvolvimento das microrregiões do Estado do Paraná procedeuse a análise de conglomerados por meio desta análise as microrregiões foram agrupadas de acordo com os escores fatoriais dos três fatores obtidos Condições de habitação Econômico e Desenvolvimento em saúde e educação Assim as microrregiões foram classificadas em 4 grupos conglomerados ou clusters distintos A Tabela 7 apresenta a composição dos conglomerados sendo vinte microrregiões no primeiro grupo seis no segundo doze no terceiro e uma microrregião no quarto e último grupo 13 Tabela 7 Agrupamento das microrregiões Microrregiões Clusters Microrregiões Clusters Paranavaí 1 Maringá 2 Umuarama 1 Londrina 2 Cianorte 1 Jaguariaíva 2 Goioerê 1 Ponta Grossa 2 Campo Mourão 1 Foz do Iguaçu 2 Astorga 1 Paranaguá 2 Porecatu 1 Ivaiporã 3 Floraí 1 Telêmaco Borba 3 Apucarana 1 Pato Branco 3 Faxinal 1 Pitanga 3 Assaí 1 Guarapuava 3 Cornélio Procópio 1 Palmas 3 Jacarezinho 1 Prudentópolis 3 Ibaiti 1 União Vitória 3 Wenceslau Braz 1 São Mateus do Sul 3 Toledo 1 Cerro Azul 3 Cascavel 1 Lapa 3 Capanema 1 Rio Negro 3 Francisco Beltrão 1 Curitiba 4 Irati 1 Nota Fonte Dados da pesquisa Para interpretação dos clusters gerados com objetivo de identificar a combinação de fatores que levou a construção de cada grupo realizouse a análise dos fatores que foram classificados em baixo médio e alto segundo o desempenho de cada grupo A seguir apresentase a caracterização dos agrupamentos A classificação dos grupos foi realizada a partir análise do comportamento de cada fator que corroboram para a formação de cada um dos quatros grupos Tabela 8 Análise de desempenho dos agrupamentos Mínimo Máximo Média DesvioPadrão F1 008 167 06 047 Médio F2 061 039 015 027 Baixo F3 123 007 044 033 Baixo F1 14 128 007 101 Médio F2 077 431 17 133 Alto F3 105 132 03 087 Médio F1 058 028 024 026 Baixo F2 124 064 018 068 Baixo F3 331 031 109 081 Baixo F1 545 545 545 Alto F2 066 066 066 Médio F3 076 076 076 Baixo Classificação 1 2 3 4 Clusters Fatores Estatística Descritiva Nota Fonte Dados da pesquisa 14 A partir dos dados apresentados na Tabela 8 podese dizer que as microrregiões que compõem o grupo 3 apresentaram as piores condições de desenvolvimento socioeconômico apresentando baixo desempenho e valores negativos nos três fatores analisados enquanto isso as microrregiões do segundo grupo revelaram os melhores resultados no fator econômico concomitantemente a um desempenho médio nas condições de habitação e no desenvolvimento da saúde e educação ressaltamse os valores positivos apresentados pelo grupo nos três fatores Com relação aos dois agrupamentos restantes destacase o primeiro grupo que demonstrou baixo desempenho no fator econômico e no fator desenvolvimento em saúde e educação e resultado médio no fator 1 que se refere as condições de habitação Já a microrregião de Curitiba que corresponde ao quarto grupo onde se concentra a grande parte da população estadual 298 exibiu um desempenho positivo e elevado no fator 1 Condição de Habitações e um desempenho médio no fator 2 Econômico Não obstante a microrregião apresentou baixos níveis de desenvolvimento no desenvolvimento em saúde e educação com o segundo pior desempenho dentre os 4 agrupamentos Isto indica que as condições de saúde e educação da população dessa microrregião ainda permanecem insatisfatórias em relação às condições apresentadas pelos outros grupos Com base no exposto podese denominar o cluster 1como de desenvolvimento regular o cluster 2 de desenvolvimento alto o cluster 3 de desenvolvimento baixo e o cluster 4 de desenvolvimento médio ressaltase que esta classificação é relativa ao desempenho apresentado pelos quatros grupos 5 Considerações Finais Ao se analisar o desenvolvimento socioeconômico de uma determinada região é preciso pensar o território como um sistema que sofre influência de diversas variáveis e que se relaciona com outros sistemas territoriais de mesma e de maior escala Assim procurouse neste artigo analisar o nível de desenvolvimento socioeconômico das 39 microrregiões que compõem o Paraná considerando aspectos multidimensionais A análise possibilitou identificar a existência de fatores que permitem a discriminação do desenvolvimento socioeconômico nas microrregiões paranaenses A partir de treze variáveis socioeconômicas selecionadas foram gerados três fatores os quais denominouse de acordo com suas características como condições de habitação econômico e desenvolvimento da saúde e educação Os fatores reforçam os objetivos da pesquisa na medida em que contribuem para melhor compreender o processo de desenvolvimento socioeconômico e hierarquizar as microrregiões em relação àqueles Além disso a aplicação dos fatores nas microrregiões estudadas mostrou ser eficaz na geração de agrupamentos coerentes com os objetivos do estudo pois observouse grande número de microrregiões com desempenho diferente em cada fator Os resultados demonstraram a existência de quatro agrupamentos sendo um extremo com baixo desempenho nos três fatores baixo desenvolvimento e o outro com desempenho alto ou médio nos fatores alto desenvolvimento Entre esses dois agrupamentos observouse a existência de microrregiões com médio desempenho econômico alto desempenho nas condições de habitação e baixo desenvolvimento na educação e saúde médio desenvolvimento enquanto outras microrregiões apresentam baixo desempenho econômico baixo desenvolvimento na saúde e educação e médio desempenho nas condições de habitação desenvolvimento regular A partir dos resultados percebese assim como apresentado pela teoria que o crescimento econômico necessariamente não gera desenvolvimento pois os resultados evidenciaram microrregiões com desempenho diferentes entre os fatores econômico condição 15 de habitação e desenvolvimento na educação e saúde Assim corroborase a idéia de que o crescimento interessa ao desenvolvimento não obstante o primeiro corresponde apenas a um meio para o alcance do segundo pois o crescimento não gera automaticamente o desenvolvimento Como contribuição deste trabalho os agrupamentos derivados da análise de clusters apresentam informações preliminares relevantes para a formulação e implementação de políticas públicas e privadas que tenham como princípio a elevação do padrão de desenvolvimento socioeconômico das microrregiões paranaenses 6 Referências Boisier S 1989 Política econômica organização social e desenvolvimento regional In P R Haddad Org Economia regional teorias e métodos de análise Fortaleza BNBETENE Botega E K Crovador K A Silva K C da Pudelko V Oliveira G B de 2006 julhodezembro Industrialização e desenvolvimento regional notas para reflexão Revista da FAE 92 7986 Carvalho S C de Carvalho W O de 2006 Condições de vida e assistência à saúde nos municípios paranaenses de maior carência no meio rural na década de 1990 In R L Rodrigues A C Moretto Orgs Economia paranaense diagnóstico e dinâmica recentes pp 261279 Londrina Eduel Dantas L M V 2005 Análise da Implementação de uma Política Pública Educacional Pioneira na Área de Avaliação em larga escala na Bahia Dissertação de mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Recuperado em 16 março 2010 de httpwwwbibliotecadigitalufbabrtdebuscaarquivophpcodArquivo1342 Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde 2007 Informações de saúde Assistência à saúde Situação de saneamento Recuperado em 8 abril 2010 de httptabnetdatasusgovbrcgideftohtmexesiabcnvSIABCprdef Frey K 2000 junho Políticas públicas um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil versão eletrônica Revista de Planejamento e Políticas Públicas 21 211259 Recuperado em 27 dezembro 2009 de httpwwwipeagovbrsites0002ppppdfppp21pdf Governo do Paraná Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina 2010 Porto de Paranaguá Recuperado em 20 abril 2010 de wwwportosdoparanaprgovbrarquivosFilenovoportodoc Hair J F Jr Babin B Money A H Samuel P 2005 Fundamentos de métodos de pesquisa em administração Porto Alegre Bookman Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2007 População Contagem da população Recuperado em 2 abril 2010 de ftpftpibgegovbrContagemdaPopulacao2007 Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 2007 IpeaData Regional PIB Recuperado em 5 abril 2010 de httpwwwipeadatagovbripeawebdllipeadataSessionID1580073817Tick1272464513 081VARFUNCAOSubmeterFormulario2827frmMain272C27Series3FSessio nID3D158007381726Text3DPIB26Tick3D127246451307827293BModR 16 Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social 2010 Sobre o Paraná Recuperado em 6 abril 2010 de httpwwwipardesgovbrmodulesconteudoconteudophpconteudo86 Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social 2008 Anuário Estatístico do Estado do Paraná 2008 Recuperado em 6 abril 2010 de 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Centro de Ciências Administrativas 9 2 196204 Oliveira G B de Lima J E de S 2003 maiodezembro Elementos endógenos do desenvolvimento regional considerações sobre o papel da sociedade local no processo de desenvolvimento sustentável Revista da FAE 62 2937 Pestana M H Gageiro J N 2005 Análise de Dados para Ciências Sociais A Complementaridade do SPSS 4a ed Lisboa Edições Sílabo Rodrigues R L Moretto A C orgs 2006 Economia Paranaense Diagnóstico e Dinâmica Recentes Londrina Eduel Rosado P L Rossato M V Lima J E 2009 abriljunho Análise do Desenvolvimento Socioeconômico das Microrregiões de Minas Gerais versão eletrônica Revista Econômica do Nordeste 402 297310 Recuperado em 25 março 2010 de httpwwwbnbgovbrprojwebrenExecartigoRenPDFaspxcdartigoren1131 17 Rua M das G 1998 Análise de políticas públicas conceitos básicos In M das G Rua M I V de Carvalho Orgs O Estudo da Política tópicos selecionados Brasília DF Paralelo 15 Sachs I 2004 Desenvolvimento includente sustentável sustentado Rio de Janeiro Garamond Silva E Fontes R Alves L F 2005 Crescimento e Desigualdade em Minas Gerais In R Fontes M Fontes Eds Crescimento e Desigualdade Regional em Minas Gerais pp 160 Viçosa MG Souza C 2006 julhodezembro Políticas públicas uma revisão da literatura versão eletrônica In J V T dos Santos M Baumgarten Eds Revista Sociologias ano 8 n16 pp 2045 UFRGS Souza N de J de 1999 Desenvolvimento econômico 4a ed São Paulo Atlas Triola M F2008 Introdução à estatística 10a ed V R L de F e Flores Trad A M L de Farias Rev Tec Rio de Janeiro LTC versão Veiga J E da 2006 Desenvolvimento sustentável o desafio do século XXI 2a ed Rio de Janeiro Garamond Notas de Fim 1 O teste de confiabilidade interna de cada constructo Alfa de Cronbach mostrou um valor de 0889 para o Fator 1 0668 para o Fator 2 e 0721 para o Fator 3