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Ciência da Computação ·

Inovação e Tecnologia

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Inovação tecnológica\nAula 09: Empresas solucionadoras de problemas\n\nApresentação\nNesta aula, reconheceremos a importância da criatividade em nível organizacional e como utilizá-la para solucionar os problemas das empresas de forma inovadora.\n\nEstudaremos diversas técnicas de gestão que são utilizadas para auxiliar as empresas na identificação e solução dos problemas.\n\nAlém disso, compreenderemos melhor a técnica de Brainstorming, o diagrama de causa e efeito e a técnica Design Thinking.\n\nObjetivos\n• Identificar as condições apresentadas pelas empresas;\n• Descrever a técnica Brainstorming e o diagrama de causa e efeito;\n• Explicar a técnica Design Thinking.\n\nInfluência da criatividade nas organizações\nNas aulas anteriores, vimos as características básicas de um indivíduo criativo e sua importância para o crescimento e competitividade das organizações. Estudamos também as características e os comportamentos de uma pessoa criativa e quais as técnicas que estimulam a criatividade.\n\nAgora, vamos entender a influência da criatividade nas organizações. Dessa forma, veremos como os problemas conduzem a organização a renovar suas competências. Quais as condições apresentadas por empresas que possuem problemas?\n\nPodemos fazer uma analogia com a definição de problemas para as pessoas e definir que uma empresa possui basicamente duas condições:\n\nA empresa encontra-se em uma situação diferente da que pretendia estar\nSe uma empresa estiver em uma situação confortável, não haverá motivação para realizar mudanças. Contudo, as empresas que possuem estratégia ofensiva se desafiam por iniciativa própria.\n\nMesmo assim os dominantes do mercado podem ser superadas caso se acomodem e tenham como objetivo a simplicidade apenas de satisfazer seus atuais clientes.\n\nA empresa não sabe como alterar a situação atual de forma a favorecer seus processos\nEssa condição interliga os problemas à criatividade e à inovação. A falta de solução imediata faz com que as empresas utilizem suas competências de forma criativa e inovadora.\n\nAs empresas podem posicionar problemas bem ou mal definidos e isso impactará na solução a ser proposta.\n\nExemplo Suponha que uma empresa tenha como objetivo aumentar o número de vendas de um determinado produto em uma localidade distante de sua instalação física. Um dos problemas a ser solucionado é qual o caminho mais curto para o transporte do produto. Isso pode ser considerado como um problema bem definido, por ter uma solução específica proposta.\n\nOutra alternativa a ser analisada é, nessa região proposta para a expansão, as pessoas são fiéis às marcas tradicionais.\n\nNesse caso, existem diversas variáveis a serem analisadas e diversas soluções possíveis, como:\n• Alterar o produto;\n• Diminuir o preço;\n• Investir em propaganda.\n\nEssa análise nos conduz a concluir que este tipo de problema seria mal definido e que iria requerer a mobilização de forma integral da empresa.\n\nDiagrama causa e efeito\nEm busca de maior competitividade, as empresas analisam os problemas mais importantes e buscam a solução dos mesmos. Diversos métodos existentes são utilizados como ferramenta de análise de problemas e soluções.\n\nUm dos métodos utilizados é o diagrama de causa e efeito, comumente denominado diagrama de Ishikawa ou diagrama espinha de peixe. Muito empregado na gestão de processos, mas também em problemas com produtos.\n\nEsse diagrama é uma ferramenta que representa as possíveis causas e conduz a um determinado efeito, auxiliando na tomada de decisão. Ele tem demonstrado simplicidade e eficiência na análise de problemas da qualidade.\n\nA denominação espinha de peixe está ligada à forma como os dados são inseridos e organizados na ferramenta. Veja a seguir a aplicação desta ferramenta. Figura 1: Diagrama espinha de peixe / Fonte: Marco Poli (2016)\nQual o objetivo desse diagrama?\nVocê pode utilizá-lo como apoio no processo de identificação das possíveis causas-raizes dos problemas.\nNo diagrama, o efeito é colocado na parte da 'cabeça do peixe' e as causas são colocadas na parte das 'espinhas do peixe'.\nPara Campos (2004), o processo pode ser dividido em grupos de causas. Na Tabela 01 você pode visualizar essas possíveis causas:\nTabela 01: 6 Ms do Diagrama de Ishikawa / Fonte: Campos (2004). Essas causas são denominadas Regras dos 6Ms e, como vimos na tabela, são classificadas em:\n- Matéria-prima;\n- Máquinas;\n- Medidas;\n- Meio-ambiente;\n- Mão de obra;\n- Método.\nExemplo\nNa abaixo, vemos um exemplo de diagrama de causa e efeito. Este problema relaciona-se a uma manufatura e, para construí-lo, foi utilizada a Regra dos 6Ms da Tabela 01.\nFigura 02: Diagrama causa e efeito para manufatura / Fonte: Adaptado de Correa (2007).\nBrainstorming\nA palavra brainstorming possui como significado 'tempestade cerebral' ou 'tempestade de ideias'.\nTrata-se de uma técnica que pode ser utilizada para solucionar problemas e é muito comum em diversas áreas, como, por exemplo, na produção industrial, marketing e recursos humanos.\nOs principais objetivos dessa técnica são:\n- Verificação de informações iniciais;\n- Identificação das possíveis alternativas;\n- Reflexão sobre o problema.\nNesse processo, é importante que não ocorram julgamentos ou críticas em relação às ideias, o que proporcionará melhor reprodução da técnica. É comummente realizada em grupo e todas as pessoas apresentam sugestões de uma forma aleatória, enquanto uma pessoa deve ser responsável por registrar as ideias.\nEsse processo proporciona o surgimento de novas ideias, estimula a sinergia e desencoraja a avaliação.\nA indicação é que cada grupo tenha de 5 a 12 pessoas para executar a técnica, com regras e tempo de discussões claros.\nPodemos explicar 3 fases do brainstorming:\n1\nFase 01\nNa primeira fase, devemos expor de forma clara e objetiva o problema/assunto a ser discutido pelo grupo.\nFase 02\nAs pessoas sugerem novas ideias e soluções. Essas ideias devem ser documentadas pelo mediador.\n3\nFase 03\nTodo o conteúdo de ideias e soluções apresentadas na fase 2 deve ser analisado.\nO que é necessário para a eficácia dessa técnica?\nA eficácia depende da qualidade dos participantes e de outros fatores.\nVeja alguns aspectos para garantir a eficácia:\n- É importante que os participantes se esforcem para elaborar ideias claras e objetivas.\n- O ideal é que os participantes obtenham treinamento adequado, que proporcione a compreensão total do problema.\n- As regras básicas, como 'não julgar' e 'a quantidade é valorizada', devem ser reforçadas ao longo da sessão pelo mediador.\n- Deve ser dado algum tempo de incubação ao grupo, com, ao menos, um dia de duração, para retomada das atividades.\n- É importante utilizar ferramentas visuais para organização e discussão de ideias. Isso poderá ser um diferencial para a dinâmica da técnica.\nEsses fatores vão contribuir para o aumento da produtividade da técnica brainstorming. Leitura\nPara entender mais sobre a técnica brainstorming, leia o livro Brainfood, \ndude! Alimentando o processo criativo, de Juliana Ciarline. Trata-se de uma guia criativo e ilustrado de brainstorming para comunicadores organizacionais.\n\nDesign Thinking\nA expressão Design Thinking pode ser denominada como um \"pensamento de design\". Trata-se de uma possibilidade para fomentar a criatividade e, assim, a criação de projetos mais eficientes e com melhor qualidade.\nEsse conceito se refere ao modo de pensar dos designers, que é aprendido e adotado por meio de colaboração e co-criação, quando soluções são projetadas, testadas e implementadas.\nPode ser definido como uma nova forma de pensar e de abordar os problemas das organizações.\nEsse modelo insere as pessoas no centro da solução e é baseado em três pilares:\n\nEmpatia\nCaracterística que possibilita se colocar no lugar de outra pessoa e compreender as perspectivas dela.\n\nColaboração\nSignifica co-criação, ou seja, você acreditar que uma boa ideia pode surgir da soma de várias ideias.\n\nExperimentação\nEvidencia a importância de testar as possibilidades e considerar as hipóteses, assim você valoriza as tentativas e erros como partes principais de qualquer aprendizado. Junção de dois modelos de pensamento\nSegundo Gonsales (2018), o Design Thinking favorece os processos inovadores dentro de modelos estruturais que são pouco flexíveis, por meio da colaboração entre as pessoas e a criatividade.\nPara implementar soluções criativas e inovadoras para as pessoas, o Design Thinking é baseado na junção de dois modelos de pensamento: o analítico e o abdutivo.\nO pensamento analítico é baseado no conhecimento do passado para que você consiga entender o momento presente. Já o pensamento abdutivo é baseado em hipóteses que podem ser válidas ou não.\n\nA ideia do Design Thinking é que a arte se integre à Ciência e à Tecnologia para encontrar novas soluções para as empresas. Dessa forma, são usados elementos de artes, como vídeos, teatro, representações visuais, juntamente com a parte analítica da estatística e métodos de gerência, a fim de compreender quais os problemas mais complexos e como gerar inovação tecnológica naquele cenário.\n\n\"O Design Thinking é uma abordagem que é utilizada para solucionar problemas complexos e que insere o ser humano no centro do processo. Através desta ferramenta é possível catalisar a colaboração, inovação e encontrar a solução através da observação e da análise de diferentes\".\n- CAVALCANTI, 2017\n\nEtapas básicas do Design Thinking\nAs etapas básicas da ferramenta Design Thinking podem ser organizadas conforme a Figura 03. Essas etapas são cíclicas, não lineares e refletem o movimento pelo qual a equipe passará durante o desenvolvimento de um projeto, alternando entre o que é concreto e o que é abstração no que se refere ao tipo de pensamento adotado pelos designers. Vamos agora ver detalhadamente cada etapa da ferramenta:\n\nEntender\nNessa primeira etapa, é necessário que a equipe observe o contexto e o comportamento das pessoas envolvidas na situação a ser analisada.\n\nÉ importante que observe o que os stakeholders têm a dizer sobre seus problemas, necessidades e expectativas. Dessa forma, utiliza-se o pensamento concreto para estruturar a coleta de dados e adotar o pensamento abstrato para identificar o problema central cuja solução precisa ser proposta.\n\nDefinir\nNessa etapa, a equipe deve sintetizar e interpretar os dados e impressões coletadas durante a primeira etapa.\nA partir desse tratamento dado às informações coletadas, define-se um ponto de vista a ser desenvolvido durante o projeto.\n\nIdear\nOcorre aqui uma transição entre a identificação dos problemas e a exploração de soluções.\nA equipe vai explorar as perspectivas e pontos fortes de cada um de seus membros e busca soluções em áreas pouco convencionais.\n\nPrototipar\nNessa etapa, a equipe trabalha na concepção e no desenvolvimento de protótipos que possibilita a todos experimentar, pois a etapa anterior realizada pela equipe se torna real e retorna ao âmbito do pensamento concreto.\n\nA criação de protótipos possibilita que várias ideias sejam testadas sem a necessidade de grandes investimentos financeiros.\n\nTestar\nAqui, os protótipos são testados, para que as soluções propostas sejam refinadas, aprimoradas e redefinidas. Isso auxilia na validação do problema que a equipe decidiu enfrentar.\n\nAtividade\n1. Quais as condições apresentadas por empresas que possuem problemas?