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LÍNGUA PORTUGUESA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA LÍNGUA PORTUGUESA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES editorafamartfamartedubr TUTORIA ONLINE Segunda a Sexta de 0930 às 1730 Acesse a aba Tutoria EaD em seu portal do aluno SUMÁRIO 1 FALA 4 11 Níveis da fala 4 2 SIGNO 5 3 QUAL A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA NO MUNDO ATUAL 7 31 Os elementos textuais que organizam sua exposição oral 7 4 APRENDA COMO ESCREVER BEM 9 41 Dicas para escrever bem 9 42 Não se fala como se escreve 10 5 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA 13 6 LEITURA COMO ENCONTRO 16 7 ESTRATÉGIAS DE LEITURA 18 8 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 20 9 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E IDEIA CENTRAL 21 91 Descrição 21 92 Narração 23 93 Formas de discurso 24 94 Dissertação 25 10 DICAS PARA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 27 11 PRODUÇÃO DE TEXTO 29 111 Lidar com a informação significa apropriarse de 29 112 Produzir textos uma prática social 30 113 Escrita um processo individual e dialógico 33 114 Gêneros do discurso e textos 34 115 Os procedimentos de escrita 36 12 COMO PRODUZIR UM BOM TEXTO 38 13 COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL 40 131 Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto 41 14 REDAÇÃO DE DOCUMENTOS OFICIAIS 44 141 Peculiaridades da redação oficial 44 142 Tipos de correspondências oficiais 47 15 TEXTOS TÉCNICOS 54 151 Tipos de textos técnicos 56 16 CONCLUSÃO 61 ENCERRAMENTO 62 REFERÊNCIAS 63 4 1 FALA É a utilização oral da língua pelo indivíduo É um ato individual pois cada indivíduo para a manifestação da fala pode escolher os elementos da língua que lhe convém conforme seu gosto e sua necessidade de acordo com a situação o contexto sua personalidade o ambiente sociocultural em que vive etc Desse modo dentro da unidade da língua há uma grande diversificação nos mais variados níveis da fala Cada indivíduo além de conhecer o que fala conhece também o que os outros falam é por isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura embora nem sempre a linguagem delas seja exatamente como a nossa 11 Níveis da fala Devido ao caráter individual da fala é possível observar alguns níveis a Nível coloquialpopular é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia principalmente em situações informais Esse nível da fala é mais espontâneo ao utilizálo não nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou não com as regras formais estabelecidas pela língua b Nível formalculto é o nível da fala normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais Caracterizase por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras gramaticais estabelecidas pela língua 5 2 SIGNO O signo linguístico é um elemento representativo que apresenta dois aspectos o significado e o significante Ao escutar a palavra cachorro reconhecemos a sequência de sons que formam essa palavra Esses sons se identificam com a lembrança deles que está em nossa memória Essa lembrança constitui uma real imagem sonora armazenada em nosso cérebro que é o significante do signo cachorro Quando escutamos essa palavra logo pensamos em um animal irracional de quatro patas com pelos olhos orelhas etc Esse conceito que nos vem à mente é o significado do signo cachorro e também se encontra armazenado em nossa memória Ao empregar os signos que formam a nossa língua devemos obedecer às regras gramaticais convencionadas pela própria língua Desse modo por exemplo é possível colocar o artigo indefinido um diante do signo cachorro formando a sequência um cachorro o mesmo não seria possível se quiséssemos colocar o artigo uma diante do signo cachorro A sequência uma cachorro contraria uma regra de concordância da língua portuguesa o que faz com que essa sentença seja rejeitada Os signos que constituem a língua obedecem a padrões determinados de organização O conhecimento de uma língua engloba tanto a identificação de seus signos como também o uso adequado de suas regras combinatórias Signo significado é o conceito a ideia transmitida pelo signo a parte abstrata do signo significante é a imagem sonora a forma a parte concreta do signo suas letras e seus fonemas Língua conjunto de sinais baseado em palavras que obedecem às regras gramaticais Signo elemento representativo que possui duas partes indissolúveis significado e significante 6 Fala uso individual da língua aberto à criatividade e ao desenvolvimento da liberdade de expressão e compreensão ATENÇÃO Existem algumas palavras que possuem a mesma escrita grafia mas a pronúncia e o significado são sempre diferentes Essas palavras são chamadas de homógrafas e são uma subclasse dos homônimos Observe os exemplos almoço substantivo nome da refeição almoçoforma do verbo almoçar na 1ª pessoa do sing do tempo presente do modo indicativo gosto substantivo gostoforma do verbo gostar na 1ª pessoa do sing do tempo presente do modo indicativo 7 3 QUAL A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA NO MUNDO ATUAL Fundamental Sempre foi e sempre será Nós vivemos em um mundo cada vez mais competitivo por conta do crescimento populacional e especialmente nas grandes cidades quem não estiver bem preparado está fadado ao insucesso Expressão é tudo Os meios de comunicação que utilizamos este é um deles exigem de nós o conhecimento da língua para que consigamos transmitir com precisão o que desejamos 31 Os elementos textuais que organizam sua exposição oral a Saber falar em público é uma habilidade essencial para os profissionais de hoje E vale ressaltar ninguém nasce com um gene para essa habilidade É preciso desenvolvêla com muito treinamento Para fazer uma boa exposição oral em público é preciso que você domine formas que permitam construir ligar as suas ideias e guiar o seu ouvinte Os principais elementos da exposição oral são os seguintes b Coesão temática elementos que asseguram a articulação das diferentes partes temáticas EX Então falemos agora do orçamento do mês de janeiro é preciso agora contrastar os gastos do mês de novembro com os de dezembro c Sinalização do texto por meio dela distinguemse as ideias principais das ideias secundárias sobretudo as explicações das descrições então esses dados isolados os lucros e as despesas descrição não fazem sentido questão principal então precisamos estabelecer relações entre eles e comparálos aos dados de outros períodos reposta os desenvolvimentos das conclusões resumidas e das sínteses 8 portanto os responsáveis pelo setor financeiro terão um mês para contabilizar as despesas e os lucros do mês levantar no banco de dados a contabilidade do mês anterior e analisar todos os números em resumo comparar esses dados de maneira sistemática bom para concluir eu gostaria de resumirnós vimos então que d Introdução de exemplos ilustram esclarecem ou dão legitimidade ao discurso Ex então justamente eu tenho o seguinte exemplo e Reformulações esclarecem termos percebidos como difíceis ou novos Exum arcaísmo o que é É uma palavra ainda viva entre nós embora em português esteja fora de moda Esses elementos devem ser aplicados em sua apresentação para que ela adquira uma estruturação consistente coerente e eficaz à comunicação Dessa forma você enriquece sua apresentação e colabora para que os objetivos da sua comunicação sejam atingidos 9 4 APRENDA COMO ESCREVER BEM Escrever é uma das formas mais eficazes para transmitir informação e conhecimento Permitiu por exemplo que pessoas que viveram há muitos séculos pudessem passar o seu conhecimento para as gerações vindouras 41 Dicas para escrever bem a A primeira coisa que deve fazer é um esqueleto do texto que pretende escrever com algumas notas que identificarão o que irá ser escrito Por exemplo Número de palavras Tema Estilo formal bloque carta Pesquisas a fazer Data limite para terminar b Organizar notas e rascunhos Uma das piores coisas que podem acontecer quando estamos a escrever é ter de parar para procurar uma ideia que colocamos não sabemos bem onde Quebra totalmente o ritmo criativo do texto Procure uma aplicação informática se costuma usar o computador para escrever ou anda com ele para todo o lado Se for menos tecnológico compre um bloco de notas e uma pasta para guardar documentos e ande sempre acompanhado c Crie um hábito para escrever bem Podemos aprender a escrever bem se criarmos um hábito diário de escrever sempre na mesma hora e no mesmo local Se para ser um escritor inesquecível é necessário algo mais um dom escrever corretamente pode ser alcançado por qualquer um com esforço e dedicação 10 Compre um cronômetro e coloqueo na sua secretaria Depois marque o tempo que planejou escrever e não saia de lá até o alarme tocar Concentrese no que está a fazer d Delegue o que for possível Enquanto a parte de escrever não pode ser delegada existem outras tarefas que podem ser Por exemplo para a edição do texto ou passar as notas para formato electrónico e Concentrese em produzir para escrever bem Apesar de estar sentado escrever bem pode consumir muita energia Por isso devemos tentar produzir o máximo no menor tempo possível além de delegar tudo o resto como já vimos Se nos prepararmos corretamente com organização criando o ambiente e rituais corretos estando mentalmente preparados para escrever a qualidade dos textos será muito boa Por isso siga estas dicas e comece a escrever bem 42 Não se fala como se escreve Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se fala Pois é U purtuguêis é muintofáciudi aprender purqui é uma língua qui a gentiiscreviixatamenticumu si fala Num é cumuinglêisqui dá até vontadidi ri quandu a gentidiscobricumu é qui si iscrevi algumas palavras Impurtuguêis não É só prestátenção U alemão purexemplu Qué coisa mais doida Num bate nada cum nada Até nu espanhol qui é parecidu si iscrevimuintodiferenti Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis Quem soubéfalásabiiscrevê O comentário é do humorista Jô Soares para a revista Veja Ele brinca 11 com a diferença entre o português falado e escrito Na verdade em todas as línguas as pessoas falam de um jeito e escrevem de outro A fala e a escrita são duas modalidades diferentes da língua e é com esse fato que o Jô brincou Na língua escrita há mais exigências em relação às regras da gramática normativa Isso acontece porque ao falar as pessoas podem ainda recorrer a outros recursos para que a comunicação ocorra podese pedir que se repita o que foi dito há os gestos etc Já na linguagem escrita a interação é mais complicada o que torna necessário assegurar que o texto escrito dê conta da comunicação A escrita não reflete a fala individual de ninguém e de nenhum grupo social Por essa razão a fala e a escrita exigem conhecimentos diferentes A maioria de nós brasileiros falamos por exemplo Eli me ensinô O português na variante padrão exige no entanto que se escreva assim Ele me ensinou Essas diferenças geram muitos conflitos A leitura de um trecho do poema de Antonino Sales Malinculia mostra as interferências da fala na escrita e como elas não anulam a expressividade poética de suas imagens Malinculia Patrão É um suspiro maguadoQuinace no coração É o grito safucado Duma sodadeiscundidaQui nos fala do passado Sem se tornácunhicida É aquilo qui se sente Sem se pudêispricá Qui fala dentro da gente Mas qui não diz onde istá BAGNO Marcos A Língua de Eulália Uma Novela Sociolinguística A língua muda ainda conforme o grupo social a região e o contexto histórico São as chamadas variações linguísticas A gíria e o jargão são algumas dessas variações A leitura é ato criativo o que significa pensar nos diferentes modos de ler e nos mais surpreendentes objetivos por parte do leitor Posso praticar a leitura como distração ou como tarefa vinculada a uma pesquisa acadêmica como forma de aprender a escrever como busca de soluções profissionais ou existenciais ou como inspiração para conhecer a mim mesmo ou como forma de preencher a solidão ou como caminho de solidariedade Uma outra maneira de ler é a filosófica Ler filosoficamente é ler para 12 pensar Não um pensar qualquer exercício mental apenas Filosofar é um pensar responsável em busca de tudo aquilo que nos torne mais humanos A leitura com espírito filosófico não teme inventar problemas Tudo o que não inventamos é falso repetindo o poeta Manoel de Barros O encontro com as verdades humanas depende de nossa abertura para o inesperado Ir ao encontro dessas verdades é um modo radical de estudar 13 5 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as pessoas deixassem a leitura de livros de lado o que resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros possuindo vocabulários cada vez mais pobres A leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano pois é através dela que podemos enriquecer nosso vocabulário obter conhecimento dinamizar o raciocínio e a interpretação Muitas pessoas dizem não ter paciência para ler um livro no entanto isso acontece por falta de hábito pois se a leitura fosse um hábito as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária por exemplo Muitas coisas que aprendemos na escola são esquecidas com o tempo pois não as praticamos Através da leitura rotineira tais conhecimentos se fixariam de forma a não serem esquecidos posteriormente Dúvidas que temos ao escrever poderiam ser sanadas pelo hábito de ler e talvez nem as teríamos pois a leitura torna nosso conhecimento mais amplo e diversificado Durante a leitura descobrimos um mundo novo cheio de coisas esconhecidas O hábito de ler deve ser estimulado na infância para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso assim ele será um adulto dinâmico e perspicaz Saber ler e compreender o que os outros dizem nos difere dos animais irracionais pois comer beber e dormir até eles sabem é a leitura no entanto que proporciona a capacidade de interpretação Toda escola particular ou pública deve fornecer uma educação de qualidade incentivando a leitura pois dessa forma a população se torna mais informada e crítica A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a compreender o mundo à nossa volta No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam de perceber o mundo sob diversas perspectivas de relacionar a realidade ficcional com a que vivemos no contato com um livro enfim em todos estes casos estamos de certa forma lendo Embora muitas vezes não nos demos conta A atividade de leitura não corresponde a uma simples decodificação de 14 símbolos mas significa de fato interpretar e compreender o que se lê Segundo Ângela Kleiman a leitura precisa permitir que o leitor apreenda o sentido do texto não podendo transformarse em mera decifração de signos linguísticos sem a compreensão semântica dos mesmos Nesse processamento do texto tornamse imprescindíveis também alguns conhecimentos prévios do leitor os linguísticos que correspondem ao vocabulário e regras da língua e seu uso os textuais que englobam o conjunto de noções e conceitos sobre o texto e os de mundo que correspondem ao acervo pessoal do leitor Numa leitura satisfatória ou seja na qual a compreensão do que se lê é alcançada esses diversos tipos de conhecimento estão em interação Logo percebemos que a leitura é um processo interativo Quando citamos a necessidade do conhecimento prévio de mundo para a compreensão da leitura podemos inferir o caráter subjetivo que essa atividade assume Conforme afirma Leonardo Boff Cada um lê com os olhos que tem E interpreta onde os pés pisam Todo ponto de vista é a vista de um ponto Para entender o que alguém lê é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo Isto faz da leitura sempre uma releitura Sendo assim fica evidente que cada leitor é coautor A partir daí podemos começar a refletir sobre o relacionamento leitor texto Já dissemos que ler é acima de tudo compreender Para que isso aconteça além dos já referidos processamento cognitivo da leitura e conhecimentos prévios necessários a ela é preciso que o leitor esteja comprometido com sua leitura Ele precisa manter um posicionamento crítico sobre o que lê não apenas passivo Quando atende a essa necessidade o leitor se projeta no texto levando para dentro dele toda sua vivência pessoal com suas emoções expectativas seus preconceitos etc É por isso que consegue ser tocado pela leitura Assim o leitor mergulha no texto e se confunde com ele em busca de seu sentido Isso é o que afirma Roland Barthes quando compara o leitor a uma aranha o texto se faz se trabalha através de um entrelaçamento perpétuo perdido neste tecido nessa textura o sujeito se desfaz nele qual 15 uma aranha que se dissolve ela mesma nas secreções construtivas de sua teia Dessa forma o único limite para a amplidão da leitura é a imaginação do leitor é ele mesmo quem constrói as imagens acerca do que está lendo Por isso ela se revela como uma atividade extremamente frutífera e prazerosa Por meio dela além de adquirirmos mais conhecimentos e acesso a outras culturas o que nos fornece maior capacidade de diálogo e nos prepara melhor para atingir às necessidades de um mercado de trabalho exigente experimentamos novas experiências ao conhecermos mais do mundo em que vivemos e também sobre nós mesmos já que ela nos leva à reflexão E refletir sabemos é o que permite ao homem abrir as portas de sua percepção Quando movido por curiosidade pelo desejo de crescer o homem se renova constantemente tornandose cada dia mais apto a estar no mundo capaz de compreender até as entrelinhas daquilo que ouve e vê do sistema em que está inserido Assim tem ampliada sua visão de mundo e seu horizonte de expectativas Desse modo a leitura se configura como um poderoso e essencial instrumento libertário para a sobrevivência do homem Há entretanto uma condição para que a leitura seja de fato prazerosa e válida o desejo do leitor Como afirma Daniel Pennac o verbo ler não suporta o imperativo Quando transformada em obrigação a leitura se resume a simples enfado Para suscitar esse desejo e garantir o prazer da leitura Pennac prescreve alguns direitos do leitor como o de escolher o que quer ler o de reler o de ler em qualquer lugar ou até mesmo o de não ler Respeitados esses direitos o leitor da mesma forma passa a respeitar e valorizar a leitura Está criado então um vínculo indissociável A leitura passa a ser um imã que atrai e prende o leitor numa relação de amor da qual ele por sua vez não deseja desprenderse 16 6 LEITURA COMO ENCONTRO A leitura inventiva não inventa do nada O encontro filosófico com as palavras requer o cumprimento de algumas exigências Uma delas é deixar que o texto de um autor entre pelos olhos e ouvidos O trecho de um texto maior será saboreado sem desgastarse Vejamos por exemplo o primeiro parágrafo de Um rio chamado tempo uma casa chamada terra do escritor moçambicano Mia Couto A morte é como o umbigo o quanto nela existe é a sua cicatriz a lembrança de uma anterior existência A bordo do barco que me leva à Ilha de LuardoChão não é senão a morte que me vai ditando suas ordens Por motivo de falecimento abandono a cidade e faço a viagem vou ao enterro de meu Avô Dito Mariano Primeiramente deixarse impregnar pelas palavras sonoridade sentidos as imagens que evocam O parágrafo a ser contemplado possui três períodos No primeiro período a imagem do umbigo O umbigo é uma cicatriz Nasce de um corte Antes do corte o parto Associando parto e morte Mia Couto inicia sua história uma viagem ao centro da vida A morte como o umbigo lembra uma existência anterior Na cicatriz a ausência de algo diz tudo nas entrelinhas A morte mais do que ausência de vida é sinal de que houve vida Estamos diante de uma permanência disfarçada de ausência Ler e reler o primeiro período faz a comparação cada vez mais nítida A morte é como o umbigo A cicatriz é lembrança da vida Filosofar como diziam os antigos é aprender a morrer o que nos ensina a viver melhor A lembrança de uma existência anterior ao parto associada à de uma existência anterior à morte insinua um pósmorte em equivalência a um pósparto Aprender a morrer é então um aprender a nascer Eis um problema inventado pela leitura filosófica O segundo período fala da morte como algo que atua e direciona os vivos A morte vai ditando suas ordens É um capitão ou melhor é capitã comandando o barco dos vivos O narrador está a bordo do barco Seu destino 17 é uma ilha A ilha um lugar à parte leva a pensar no além Para além da terra firme uma outra terra firme Mas é preciso fazer a travessia sob o comando da morte Para onde então a morte nos leva Este é mais um problema inventado A morte volta a ser mencionada no terceiro período O que não incomoda o espírito filosófico Filosofar é abandonar a cidade fazer a viagem sair de si O que há de habitual na cidade deve ser abandonado O que há de conhecido e seguro na cidade deve ser substituído pela viagem O enterro do avô é o motivo da viagem O corpo ainda não foi enterrado A viagem tem um destino O viajante vai em direção ao morto ao encontro do mistério Se o enterro é ato sagrado a viagem também Outro problema inventado quando começarei a fazer a viagem decisiva 18 7 ESTRATÉGIAS DE LEITURA As estratégias de leitura dizem respeito às formas utilizadas pelo leitor para facilitar a compreensão dos dados informativos de um texto Assim os procedimentos adotados por cada um se diferenciam uma vez que nem todos assimilam conhecimento da mesma forma Algumas pessoas encontram dificuldades em ler pois acham cansativo monótono e difícil Isso ocorre porque na maioria das vezes o indivíduo ainda não encontrou um meio estratégico para promover sua leitura de maneira prática Então vejamos algumas táticas de leitura que podem despertar interesse e ser um incentivo à leitura a Leitura em voz alta enquanto lê em voz alta a concentração é facilitada já que a leitura silenciosa pode sofrer interferências de pensamentos alheios ao assunto tratado no texto b Exposição de pensamentos é quando o leitor expõe verbaliza o que está pensando a respeito do que lê Esta prática desperta o interesse da pessoa por aquela leitura sem que perceba c Identificação dos fatores chaves o ledor identifica os elementos mais importantes da narrativa os verbos as personagens as características e qualidades principais Qual o objetivo do texto E para qual tipo de leitor Qual o posicionamento do autor a favor ou contra Perguntas como estas são feitas e respondidas pelo próprio leitor depois de analisadas novamente no texto d Representação visual dos acontecimentos à medida que lê o indivíduo faz reproduções mentais acerca dos fatos Dessa forma o conteúdo é internalizado através das imagens obtidas através da leitura e Antecipação das informações diz respeito ao conhecimento prévio 19 que o leitor possui a respeito do que lê Assim enquanto faz a leitura vai se lembrando do que já sabe sobre o tema abordado e presumindo o que virá a seguir Este método causa tranquilidade e conforto f Questionário fazer perguntas sobre o texto torna a leitura fácil para algumas pessoas Tratase de elaborar um questionário sobre a leitura o qual é respondido pelo próprio leitor claro Porém há a possibilidade do mesmo tecer uma pergunta ao lado de cada parágrafo que julgar mais importante Assim quando ler a pergunta que fez saberá do que se trata o parágrafo em questão g Resumo fazer uma síntese do texto à medida que lê A cada período mais importante o leitor escreve uma oração que o resume em um papel ou então no próprio livro ao lado do parágrafo faça isso caso o livro seja seu Essas práticas produzem gosto pela leitura e aprimoramento tornandoa mais prazerosa e satisfatória Agora é só escolher uma ou algumas e ler bastante 20 8 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na cabeça do autor quando ele escreve seu texto É antes inferir Se eu disser Levei minha filha caçula ao parque podese inferir que tenho mais de uma filha Ou seja inferir é retirar informações implícitas e explícitas do texto E será com essas informações que o candidato irá resolver as questões de interpretação na prova Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura Informativa e de reconhecimento A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto extraindose informações e se preparando para a leitura interpretativa Durante a interpretação grife palavraschave passagens importantes tente ligar uma palavra à ideiacentral de cada parágrafo A última fase de interpretação concentrase nas perguntas e opções de respostas Marque palavras com NÃO EXCETO RESPECTIVAMENTE etc pois fazem diferença na escolha adequada Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo Leia a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor 21 9 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E IDEIA CENTRAL Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas através dos parágrafos que é composto pela ideia central argumentação eou desenvolvimento e a conclusão do texto Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas Declaração inicial Definição Divisão Alusão histórica Serve para dividir o texto em pontos menores tendo em vista os diversos enfoques Convencionalmente o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal ou seja a ideia central extraída de maneira clara e resumida Atentandose para a ideia principal de cada parágrafo asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto Basicamente existem três tipos de texto Texto narrativo Texto descritivo Texto dissertativo Cada um desses textos possui características próprias de construção 91 Descrição Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou A descrição é estática sem movimento desprovida de ação Na descrição o ser o objeto ou ambiente são importantes ocupando lugar de destaque na frase o 22 substantivo e o adjetivo O emissor capta e transmite a realidade através de seus sentidos fazendo uso de recursos linguísticos tal que o receptor a identifique A caracterização é indispensável por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto Há duas descrições Descrição denotativa Descrição conotativa a Descrição denotativa Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva direta sem metáforas ou outras figuras literárias chamamos de descrição denotativa Na descrição denotativa as palavras são utilizadas no seu sentido real único de acordo com a definição do dicionário Exemplo Saímos do campus universitário às 14 horas com destino ao agreste pernambucano À esquerda fica a reitoria e alguns pontos comerciais À direita o término da construção de um novo centro tecnológico Seguiremos pela BR 232 onde encontraremos várias formas de relevo e vegetação No início da viagem observamos uma típica agricultura de subsistência bem à margem da BR232 Isso provavelmente facilitará o transporte desse cultivo a um grande centro de distribuição de alimentos a CEAGEPE b Descrição conotativa Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido figurado ricas em polivalência Exemplo João estava tão gordo que as pernas da cadeira estavam bambas do peso que carregava Era notório o sofrimento daquele pobre objeto Hoje o sol amanheceu sorridente brilhava incansável no céu alegre leve e repleto de nuvens brancas Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar 23 92 Narração Narrar é falar sobre os fatos É contar Consiste na elaboração de um texto inserindo episódios acontecimentos A narração difere da descrição A primeira é totalmente dinâmica enquanto a segunda é estática e sem movimento Os verbos são predominantes num texto narrativo O indispensável da ficção é a narrativa respondendo os seus elementos a uma série de perguntas Quem participa nos acontecimentos personagens O que acontece enredo Onde e como acontece ambiente e situação dos fatos Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos O quê Fato narrado Quem personagem principal e o antiherói Como o modo que os fatos aconteceram Quando o tempo dos acontecimentos Onde local onde se desenrolou o acontecimento Por quê a razão motivo do fato Por isso a consequência dos fatos No texto narrativo o fato é o ponto central da ação sendo o verbo o elemento principal É importante só uma ação centralizadora para envolver as personagens Deve haver um centro de conflito um núcleo do enredo A seguir um exemplo de texto narrativo Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara na vida de Santa Fé Um dia chegou a cavalo vindo ninguém sabia de onde com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta montava num alazão trazia bombachas claras botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul com gola vermelha e botões de metal Um certo capitão Rodrigo Érico Veríssimo A relação verbal emissor receptor efetivase por intermédio do que 24 chamamos discurso A narrativa se vale de tal recurso efetivando o ponto de vista ou foco narrativo Quando o narrador participa dos acontecimentos dizse que é narrador personagem Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa Exemplo Parei para conversar com o meu compadre que há muito não falava Eu notei uma tristeza no seu olhar e perguntei Compadre por que tanta tristeza Ele me respondeu Compadre minha senhora morreu há pouco tempo Por isso estou tão Há tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão triste nos encontramos Terá sido o destino Já o narradorobservador é aquele que serve de intermediário entre o fato e o leitor É o foco narrativo de 3ª pessoa Exemplo O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar Os minutos finais eram decisivos ambos precisavam da vitória quando de repente o juiz apitou uma penalidade máxima O técnico chamou Neco para bater o pênalti já que ele era considerado o melhor batedor do time Neco dirigiuse até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição O goleiro não teve chance O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o centro do campo e encerrou a partida 93 Formas de discurso Discurso direto Discurso indireto Discurso indireto livre 25 a Discurso direto É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa Podemos enumerar algumas características do discurso direto Emprego de verbos do tipo afirmar negar perguntar responder entre outros Usamse os seguintes sinais de pontuação doispontos travessão e vírgula Exemplo O juiz disse O réu é inocente b Discurso indireto É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras aquilo que escutou ou leu de outra pessoa No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções que se como etc Exemplo O juiz disse que o réu era inocente c Discurso indireto livre É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria servindose de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas Exemplo Sinhá Vitória falou assim mas Fabiano franziu a testa achando a frase extravagante Aves matarem bois e cavalos que lembrança Olhou a mulher desconfiado julgou que ela estivesse tresvariando Graciliano Ramos 94 Dissertação Dissertação é um texto que se caracteriza pela exposição defesa de uma ideia que será analisada e discutida a partir de um ponto de vista Para tal defesa o autor do texto dissertativo trabalha com argumentos com fatos com dados os quais utiliza para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas 26 ideias Organizase geralmente em três partes Introdução onde você explicita o assunto a ser discutido com a apresentação de uma ideia ou de um ponto de vista que pretende defender Desenvolvimento ou argumentação em que irá desenvolver seu ponto de vista Para isso deve argumentar fornecer dados trabalhar exemplos se necessário Conclusão em que dará um fecho coerente com o desenvolvimento e com os argumentos apresentados Em geral a conclusão é uma retomada da ideia apresentada na introdução agora com mais ênfase de forma mais conclusiva onde não deve aparecer nenhuma ideia nova uma vez que você está fechando o texto O texto dissertativo argumentativo destinase ao chamado leitor universal ou seja a qualquer pessoa que tenha acesso a ele Devem ser textos abrangendo conceitos amplos genéricos evitando particularizar situações As construções mais adequadas procurando evitarse a 1ª pessoa do singular seriam Notamos que grande parte dos brasileiros Observase que uma parcela da população Exemplo Mais do que nunca a história é atualmente revista ou inventada por gente que não deseja o passado real mas somente um passado que sirva a seus objetivos Os negócios da humanidade são hoje conduzidos especialmente por tecnocratas resolvedores de problemas para quem a história é quase irrelevante por isso ela passou a ser mais importante para nosso entendimento do mundo do que anteriormente Eric Hobsbawm Tempos interessantes uma vida no século XX 27 10 DICAS PARA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Não só os alunos afirmam gratuitamente que a interpretação depende de cada um Na realidade isto é para fugir a um problema que não é de difícil solução por meio de sofisma argumento aparentemente válido mas na realidade não conclusivo e que supõe má fé por parte de quem o apresenta Podemos tranquilamente ser bemsucedidos numa interpretação de texto Para isso devemos observar o seguinte Ler todo o texto procurando ter uma visão geral do assunto Se encontrar palavras desconhecidas não interrompa a leitura vá até o fim ininterruptamente Ler ler bem ler profundamente ou seja ler o texto pelo menos umas três vezes Ler com perspicácia sutileza malícia nas entrelinhas Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor Partir o texto em pedaços parágrafos partes para melhor compreensão Centralizar cada questão ao pedaço parágrafo parte do texto correspondente Verificar com atenção e cuidado o enunciado de cada questão Cuidado com os vocábulos destoa diferente de não correta incorreta certa errada falsa verdadeira exceto e outras palavras que aparecem nas perguntas e que às vezes dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu Quando duas alternativas lhe parecem corretas procurar a mais exata ou a mais completa Quando o autor apenas sugerir ideia procurar um fundamento de lógica objetiva Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta mas a 28 opção que melhor se enquadre no sentido do texto Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor definindo o tema e a mensagem O autor defende ideias e você deve percebêlas Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto Ex Ele morreu de fome de fome adjunto adverbial de causa determina a causa na realização do fato morte de ele Ex Ele morreu faminto faminto predicativo do sujeito é o estado em que ele se encontrava quando morreu As orações coordenadas não têm oração principal apenas as ideias estão coordenadas entre si 20 Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão aumentandolhe ou determinandolhe o significado Nota Diante do que foi dito espero que você mude o modo de pensar pois a interpretação não depende de cada um mas sim do que está escrito O que está escrito escrito está 29 11 PRODUÇÃO DE TEXTO Todos sabemos que as atuais demandas sociais requerem cidadãos capazes de exercer plenamente a sua cidadania Isso implica saber analisar criticamente as realidades sociais e organizar a ação para intervir nessa realidade Ou seja a sociedade atual precisa de cidadãos atuantes que não se limitem a observar a realidade mas que nela saibam agir examinar os fatos articular acontecimentos prever suas possíveis consequências para a qualidade de vida das pessoas da cidade do país do planeta No mundo da informação isso significa por um lado saber lidar com a informação que tem várias naturezas matemática científica filosófica artística religiosa por exemplo e vem de várias fontes e por vários caminhos mídia impressa radiofônica e televisiva meio acadêmico e Internet entre outros 111 Lidar com a informação significa apropriarse de Formas de obtenção da informação para conhecer o real Procedimentos que permitam o reconhecimento da pertinência e idoneidade da informação Recursos que possibilitem a divulgação da informação Por outro lado exercer plenamente a cidadania significa saber agir utilizando a informação Em uma sociedade letrada obter informações analisá las criticamente saber divulgálas e agir utilizando essas informações passam pelo domínio de um objeto social fundamental a linguagem escrita Quando se fala em domínio da linguagem escrita falase em saber lidar de maneira proficiente com todos os conhecimentos com os quais se opera nas práticas de linguagem Quer dizer falase em ler e escrever utilizando os procedimentos e estratégias que conferem maior eficácia aos textos produzidos e às leituras realizadas 30 112 Produzir textos uma prática social Assim como a leitura a produção de textos escritos é uma prática de linguagem e como tal uma prática social Quer dizer em várias circunstâncias da vida escrevemos textos para diferentes interlocutores com distintas finalidades organizados nos mais diversos gêneros para circularem em espaços sociais vários Por exemplo ao lermos um jornal se o tratamento recebido por determinado assunto em uma determinada matéria nos causar indignação ou mesmo admiração podemos escrever uma carta para o jornal manifestando nossa forma de pensar a respeito Se quisermos divulgar um serviço que prestamos podemos escrever um anúncio para uma revista para um determinado site para um jornal ou podemos escrever um folheto de propaganda para ser distribuído na saída do metrô ou ainda organizar um outdoor para veicular informação a respeito do serviço nos lugares que se espera que circulem potenciais interessados no serviço divulgado Se pretendermos divulgar dados organizados de determinada pesquisa que realizamos por exemplo a respeito da evasão dos alunos escrevemos um artigo acadêmicocientífico para ser publicado em uma revista de educação ou um livro que circule no espaço no qual essa discussão interesse Se quisermos ter notícias de um ente querido que se encontra distante de nós geograficamente podemos escrever uma carta ou enviar uma mensagem por e mail Se desejarmos informar um possível contratante sobre nossa formação e experiência profissional para que ele possa avaliar se correspondemos às expectativas que a empresa tem para um provável funcionário elaboramos um currículo Como se pode ver produzimos textos em diferentes circunstâncias A cada circunstância correspondem Finalidades diferentes manifestar nossa forma de pensar a respeito de determinada matéria lida divulgar determinados 31 serviços buscando seduzir possíveis clientes convencer a respeito de determinadas interpretações de dados obter notícias sobre um ente querido informar sobre sua qualificação profissional Interlocutores diversos leitores de um determinado veículo da mídia impressa jornal revista transeuntes de determinados locais vias de circulação rodoviária etc colegas de trabalho leitores de determinada revista acadêmico científica ou de determinado tipo de livro um parente próximo ou um amigo um possível contratante lugares de circulação determinados mídia impressa academia família ou círculo de amizades determinada empresa esfera profissional vias públicas de grande circulação de veículos e pessoas gêneros discursivos específicos carta de leitores anúncio folheto de propaganda outdoor artigo acadêmicocientífico carta pessoal currículo Quer dizer escrever um texto é uma atividade que nunca é a mesma nas diferentes circunstâncias em que ocorre porque cada escrita se caracteriza por diferentes condições que determinam a produção dos discursos Essas condições referemse aos elementos apresentados acima Mas não apenas a eles Um aspecto a ser considerado ainda é o lugar do qual se escreve Todos desempenhamos diferentes papéis na vida o de mãepai de filhofilha de irmãoirmã de associado de determinado clube de consumidor de determinado produto de cidadão brasileiro o relativo à profissão que exercemos professores médicos dentistas vereadores escritores revisores feirantes digitadores diretores de escola etc entre outros Cada um desses papéis estabelece entre nós e aqueles com quem nos relacionamos determinados vínculos que implicam responsabilidades assumidas pontos de 32 vista a partir dos quais os acontecimentos são analisados recomendações são feitas atitudes são tomadas Ainda que esses papéis se articulem todo o tempo uma vez que são todos constitutivos do sujeito e que dessa forma influenciamse mutuamente quando assumimos a palavra para dizer alguma coisa a alguém um desses papéis predomina em função das demais características do contexto de produção sobretudo do lugar de circulação do discurso e do interlocutor presumido Por exemplo um cineasta quando em uma conferência ou mesa redonda ao analisar determinado filme certamente produzirá um discurso permeado por análises técnicas e históricas Isso ocorrerá não só porque o discurso será uma conferência que poderá ter como interlocutores estudantes ou outros cineastas ou porque circulará na esfera acadêmica tendo portanto que se adequar a essas condições mas também porque o cineasta não poderá nessas condições enumeradas produzir o discurso a partir do lugar de pai por exemplo ou de amigo de determinado empresário do ramo sob pena de não ser eficaz Se estiver conversando com amigos em um encontro casual ao contrário o contexto de produção dado lhe permitirá assumir o lugar de espectadorapreciador da arte do cinema e seu discurso certamente não terá a mesma organização nem a mesma escolha lexical podendo ser mais descontraído menos comprometido com argumentações coerentes com determinadas posições teóricas E isto por causa de todas as condições de produção citadas incluindose nestas o papel social de onde fala o produtor Da mesma forma se a uma pessoa for solicitado um discurso recomendando a redução do consumo de energia elétrica este não será o mesmo caso seja produzido a partir do lugar de deputado federal de industrial do ramo da produção de lâmpadas ou do lugar do pai que fala a seus filhos Os argumentos serão diferentes porque embora não apenas por este motivo a relação entre os interlocutores instituiu compromissos diferenciados entre eles Ser um escritor proficiente portanto significa saber lidar com todas as características do contexto de produção dos textos de maneira a orientar a 33 produção do seu discurso pelos parâmetros por elas estabelecido 113 Escrita um processo individual e dialógico Assim como a leitura o processo de escrita é tanto uma experiência individual e única quanto interpessoal e dialógica É individual e única porque o processo de produção de um texto implica escolhas pessoais quanto a o que dizer e a como dizer a seleção de tópicos a serem apresentados das palavras a serem utilizadas dos enunciados a serem organizados são escolhas do produtor do texto que refletirão seu estilo de dizer Escrever é um processo interpessoal e dialógico porque todo texto sempre se relaciona de alguma forma com os textos já produzidos anteriormente no que se refere a O que se pode dizer por meio de determinados gêneros À forma de dizer escolhas lexicais típicas do gênero expressões usuais que acabam por caracterizálos por exemplo Os textos produzidos e seu conteúdo que podem marcar época constituindose como referências Os gêneros propriamente que também são construções históricas e dessa forma modificamse caem em desuso são criados No século XVII era comum quando se pretendia visitar um parente ou amigo ainda que residente na mesma cidade escreverse uma carta e entregála em mão com a finalidade de avisálo de sua visita Hoje essa prática caiu em desuso e com ela a situação de utilização do gênero tendo sido substituída por um telefonema por exemplo As tecnologias digitais por outro lado acabam por criar novas possibilidades de interlocução escrita com pessoas distantes geograficamente umas das outras por email enviandose mensagens que ora se assemelham a bilhetes ora a cartas em tempo nãoreal ou ainda em chats nos quais se pode conversar em tempo real com pessoas dos lugares mais longínquos do planeta Criamse assim se não novos gêneros pelo menos modificações nos 34 gêneros já existentes Uma carta de amor por exemplo possuía fórmula de iniciação e de conclusão muito diferentes no século XVII e atualmente Dificilmente uma jovem hoje receberia uma carta que começasse com a expressão Estimada senhorita ou Caríssima senhorita ou que terminasse com a expressão Com votos de consideração e estima Na literatura por exemplo os poemas concretos passaram a existir a partir de determinada época como resultado de necessidades estéticas historicamente construídas em um determinado período por não corresponderem também às novas necessidades estéticas gêneros como as cantigas de amigo por exemplo típicos da Idade Média foram sendo preteridos pelos poetas e literatos Como é possível perceber os textos que produzimos são resultantes das escolhas que fazemos quanto a o que dizer e como dizer em função das condições de produção colocadas Essas escolhas não são aleatórias mas determinadas historicamente Quer dizer em um dado momento histórico há um conjunto de possibilidades disponíveis e é no interior desse conjunto que as nossas escolhas pessoais são feitas Parte dessas possibilidades relacionamse aos gêneros do discurso 114 Gêneros do discurso e textos Os gêneros são formas de enunciados produzidas historicamente que se encontram disponíveis na cultura como notícia reportagem conto literário popular maravilhoso de fadas de aventuras romance anúncio receita médica receita culinária tese monografia fábula crônica cordel poema repente relatório seminário palestra conferência verbete parlenda adivinha cantiga anúncio panfleto sermão entre outros Qualquer manifestação verbal organizase inevitavelmente em algum gênero do discurso de uma conversa de bar a uma tese de doutoramento quer tenha sido produzida em linguagem oral ou linguagem escrita Os gêneros podem ser identificados por três características fundamentais 35 O tipo de tema que podem veicular A sua forma composicional As marcas linguísticas que definem seu estilo As diferentes manifestações verbais concretizamse em textos orais ou escritos organizados nos gêneros Estes se referem portanto a famílias de textos que possuem características comuns Não é qualquer gênero que serve para se dizer qualquer coisa em qualquer situação comunicativa Se imaginarmos que alguém pretende discutir uma questão complexa como a descriminalização das drogas ou como a pena de morte como forma eficiente de combate à criminalidade essa pessoa precisará organizar o seu discurso em um gênero como o artigo de opinião por exemplo Esse é o gênero que pressupõe a argumentação em favor de questões controversas mediante a apresentação de argumentos que possam sustentar a posição que se defende e refutar aquelas que forem contrárias à defendida no texto Se a finalidade por outro lado for relatar a um grande público um fato acontecido no dia anterior o gênero escolhido pode ser a notícia Se o que se pretende é orientar alguém para a realização de determinada tarefa podese escrever um manual ou relacionar instruções Se se deseja apresentar algum ensinamento utilizando situações vividas por animais que representam determinadas características humanas então a fábula é o gênero mais adequado Portanto saber selecionar o gênero para organizar o seu discurso implica conhecer suas características para avaliar sua adequação Às finalidades colocadas para a situação comunicativa Ao lugar de circulação A um contexto de produção determinado Podese mesmo afirmar que o conhecimento que se tem sobre um gênero determina as possibilidades de eficácia do discurso Dessa forma a proficiência do aluno em Língua Portuguesa depende também do conhecimento que ele possa ter sobre os gêneros e sua adequação 36 às diferentes situações comunicativas Suas características portanto devem ser objeto de ensino precisam ser tematizadas nas atividades de ensino 115 Os procedimentos de escrita Além desse conhecimento escrever pressupõe o domínio de determinados procedimentos saber planejar o que vai ser escrito em função das características do contexto de produção colocado saber redigir o que foi planejado saber revisar o que foi escrito durante o processo mesmo de escrita e depois de finalizado e saber reescrever o texto produzido e revisado Tais procedimentos precisam ser sempre articulados no processo de escrita que é uma outra competência que também precisa ser constituída Nesse processo conhecimentos de várias naturezas entram em jogo a discursivos relativos às características do discurso como características do gênero no qual o texto será organizado do contexto de produção especificado por exemplo b pragmáticos relativos às especificidades da situação de comunicação e às diferentes práticas sociais de escrita c textuais relativos à linearidade do texto em si relativos à sintaxe pontuação coesão e coerência d gramaticais e notacionais relativos ao sistema de escrita Para se produzir um bom texto é necessário que alguns aspectos sejam revistos O tema geral é o assunto a ser tratado que normalmente abre espaço a outras vertentes como por exemplo a globalização É proposto em praticamente toda produção de texto a ser realizada O tema específico não é fornecido Tratase da delimitação do assunto proposto como por exemplo as consequências da globalização na economia 37 Quanto mais o escritor especificar o tema geral mais focado em um objetivo estará e portanto mais seguro Veja As consequências da globalização na economia brasileira Em vestibulares há a coletânea trechos de textos que abordam de formas diferentes o tema proposto Escolha a abordagem da coletânea que mais o agrada pois nunca escreva sobre algo que não sabe a respeito Se não houver coletânea faça conforme especificado no tema específico delimite o assunto comum proposto em um assunto particular que você tenha conhecimento sobre Ambiente se puder escolher vá para o lugar da casa ou da escola onde você possa se desligar do mundo exterior para se aprofundar no que irá escrever Se não puder busque na sala de aula esse lugar de conforto de quietude Além disso o ambiente deve estar bastante iluminado e arejado Estrutura Faça uma introdução de no máximo cinco linhas e aponte nesse momento o assunto a ser tratado além de levantar seu ponto de vista No caso da narração introduza a personagem e o conflito a ser solucionado No desenvolvimento esclareça seus argumentos coloque exemplos assinale fatos que estejam de acordo com seu ponto de vista sobre o tema Se for uma narrativa é o momento de expor os acontecimentos as ações das personagens Faça uma conclusão também em poucas linhas que reforce ainda mais sua visão sobre o assunto específico e mais ainda dê uma sugestão uma resolução Na narrativa exponha a solução do conflito Rascunho Use o rascunho para que não rasure para que tenha certeza do que irá escrever para evitar erros de grafia pontuação e concordância pois é uma chance para rever o que escreveu Importante Sempre se coloque no papel de leitor imaginando que aquele texto está em um jornal revista ou em um livro Dessa forma você terá uma visão crítica a respeito de si mesmo enquanto escritor 38 12 COMO PRODUZIR UM BOM TEXTO Muitas pessoas sentem dificuldades ao escrever um texto pois toda escrita exige certos detalhes que sempre devemos estar atentos Mas esta dificuldade não existe pois no momento em que vamos descobrindo os passos corretos para a produção textual chegamos à conclusão de que esta é uma tarefa bem simples Antes de tudo é preciso entendermos que um texto jamais poderá ser um amontoado de palavras escritas sem organização e sem sentido Tudo que planejamos escrever precisa ser colocado antes em um rascunho onde as ideias serão reunidas para depois serem transportadas para o papel É muito importante conhecermos sobre o assunto do qual iremos escrever pois caso contrário não teremos ideias suficientes para atingirmos um bom resultado Essa nossa capacidade de desenvolver bem as ideias vai aumentando com o passar do tempo de acordo com nossa leitura constante com a troca de experiências como por exemplo o diálogo com pessoas estudiosas entre outros Outro detalhe é a pontuação Você se lembra dos parágrafos das vírgulas da ortografia correta das palavras Esses são elementos essenciais Mas não se preocupe Algumas dicas lhe ajudarão a se tornar um bom escritor Os parágrafos servem para evitar que as ideias fiquem desordenadas No caso de textos com diálogos entre personagens devemos acordar nossa criatividade e imaginação e dar atenção especial aos seguintes sinais de pontuação O travessão marca a mudança de fala dos personagens Os dois pontos servem para indicar o momento em que um personagem irá falar O ponto de interrogação indica uma pergunta O ponto de exclamação revela algum sentimento vivido pelos personagens 39 Aquilo que você pretende dizer precisa estar claro para que o leitor possa compreender sua mensagem neste caso está incluso a questão da ortografia Ela deverá ser legível em todas as ocasiões E para não esquecer é necessário que o texto contenha começo meio e fim 40 13 COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL O texto é produzido através da organização de palavras que se unem adequadamente umas às outras Assim os termos vão formando uma oração e as orações vão constituir períodos Essa união ou ligação entre os elementos de um texto deve apresentar um sentido lógico coerente para isso é necessário observar as relações semânticas existentes entre eles Na verdade há uma relação de dependência entre os termos e as orações que se estabelece pela coordenação ou subordinação das ideias Um texto tornase bem construído e coeso quando usamos os elementos gramaticais ou coesivos conjunções pronomes preposições e advérbiosno interior das frases de forma adequada Se esses elementos de ligação forem mal empregados o texto não apresentará noção de conjunto ou ainda sua linguagem se tornará ambígua e incoerente Portanto a coesão referese à forma ou à superfície de um texto Ela é mantida através de procedimentos gramaticais isto é pela escolha do conectivo adequado na conexão dos diversos enunciados que compõem um texto A coerência resulta da relação harmoniosa entre os pensamentos ou ideias apresentadas num texto sobre um determinado assunto Referese dessa forma ao conteúdo ou seja à sequência ordenada das opiniões ou fatos expostos Não havendo o emprego correto dos elementos de ligação conectivos faltará a coesão e logicamente a coerência ao texto Na construção de um texto assim como na fala usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que se lê diz Esses mecanismos linguísticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito dito são os referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que haja coerência não só entre os elementos que compõem a oração como também entre a sequência de orações dentro do texto Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implícito baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do processo têm com o tema Por exemplo o uso de uma determinada sigla que para o público 41 a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral evita que se lance mão de repetições inúteis Numa linguagem figurada a coesão é uma linha imaginária composta de termos e expressões que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles Dessa forma com o emprego de diferentes procedimentos sejam lexicais repetição substituição associação sejam gramaticais emprego de pronomes conjunções numerais elipses constroemse frases orações períodos que irão apresentar o contexto decorre daí a coerência textual Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão textual Na organização de períodos e de parágrafos um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto Construído com os elementos corretos conferese a ele uma unidade formal Nas palavras do mestre Evanildo Bechara 1 o enunciado não se constrói comum amontoado de palavras e orações Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios Desta lição extraise que não se deve escrever frases ou textos desconexos é imprescindível que haja uma unidade ou seja que essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto Além disso relembrese que por coesão entendese ligação relação nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual 131 Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto 1 Substituição de palavras com o emprego de sinônimos ou de palavras ou expressões de mesmo campo associativo 2 Nominalização emprego alternativo entre um verbo o substantivo ou o adjetivo correspondente desgastar desgaste desgastante 42 3 Repetição na ligação semântica dos termos empregada como recurso estilístico de intenção articulatória e não uma redundância resultado da pobreza de vocabulário Por exemplo Grande no pensamento grande na ação grande na glória grande no infortúnio ele morreu desconhecido e só Rocha Lima 4 Uso de hipônimos relação que se estabelece com base na maior especificidade do significado de um deles Por exemplo mesa mais específicoe móvel mais genérico 5 Emprego de hiperônimos relações de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específico Por exemplo felino está numa relação de hiperonímia com gato Substitutos universais como os verbos vicários ex Necessito viajar porém só ofarei no ano vindouro A coesão apoiada na gramática dáse no uso de conectivos como certos pronomes certos advérbios e expressões adverbiais conjunções elipses entre outros A elipse se justifica quando ao remeter a um enunciado anterior a palavra elidida é facilmente identificável Ex O jovem recolheuse cedo Sabia que ia necessitar de todas as suas forças O termo o jovem deixa de ser repetido e assim estabelece a relação entre as duas orações Dêiticos são elementos linguísticos que têm a propriedade de fazer referência ao contexto situacionalou ao próprio discurso Exercem por excelência essa função de progressão textual dada sua característica são elementos que não significam apenas indicam remetem aos componentes da situação comunicativa Já os componentes concentram em si a significação Elisa Guimarães 2 nos ensina a esse respeito Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso Os pronomes demonstrativos certas locuções prepositivas e adverbiais bem como os advérbios de tempo referenciam o momento da enunciação podendo indicar simultaneidade anterioridade ou posterioridade Assim este agora hoje neste momento presente ultimamente 43 recentemente ontem há alguns dias antes de pretérito de agora em diante no próximo ano depois de futuro Esse conceito será de grande valia quando tratarmos do uso dos pronomes demonstrativos Somente a coesão contudo não é suficiente para que haja sentido no texto esse é o papel da coerência e coerência se relaciona intimamente a contexto 44 14 REDAÇÃO DE DOCUMENTOS OFICIAIS É todo ato normativo e toda comunicação do Poder Público Deve caracterizarse pela impessoalidade uso do padrão culto de linguagem clareza concisão formalidade e uniformidade Outros procedimentos rotineiros também fazem parte da redação de comunicações oficiais como as formas de tratamento e de cortesia certos clichês de redação a estrutura dos expedientes etc Ao prestar um concurso público sai na frente quem tem um diferencial ou seja algo a mais que mostre conhecimento e que possa ser um passo à frente em relação aos outros candidatos O conhecimento da linguagem oficial demonstra familiaridade com o universo público e pode ser útil também para trabalhar em grandes empresas que possuem comunicação com órgãos governamentais Ter conhecimento da linguagem oficial portanto pode abrir novas possibilidades profissionais e ajudar um candidato a destacarse na pontuação de uma prova de um concurso público ou conquistar uma vaga no mercado de trabalho Quem sabe a linguagem oficial por exemplo escreve ofícios atas ou memorandos no padrão exigido por órgãos públicos Alguns concursos como para escriturários exigem o conhecimento dessa linguagem como caráter classificatório 141 Peculiaridades da redação oficial a Impessoalidade A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade O tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre da ausência de impressões individuais de quem comunica da impessoalidade de quem recebe a comunicação e 45 do caráter impessoal do próprio assunto tratado b Linguagem O texto oficial requer o uso do padrãoculto da língua Padrão culto é aquele em que se observam as regras da gramática formal se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma A obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial procede do fato de que ele está acima das diferenças lexicais morfológicas ou sintáticas regionais dos modismos vocabulares das idiossincrasias linguísticas permitindo por essa razão que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam c Formalidade As comunicações oficiais devem ser sempre formais Não só ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento mais do que isso a formalidade diz respeito à polidez e à civilidade d Padronização A clareza de digitação o uso de papéis uniformes e a correta diagramação do texto são indispensáveis à padronização 46 e Concisão A concisão é uma qualidade do texto principalmente o do oficial Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras A concisão é basicamente economia linguística Isso não quer dizer economia de pensamento isto é não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzilo em tamanho Tratase exclusivamente de cortar palavras inúteis redundâncias passagens que nada acrescentem ao que já foi dito Devese perceber a hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade ideias fundamentais e secundárias Essas últimas podem esclarecer o sentido daquelas detalhálas exemplificalas mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao texto nem têm maior relação com as fundamentais podendo por isso ser dispensadas f Clareza A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial Claro é aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor A clareza não é algo que se atinja por si só ela depende estritamente das demais características da redação oficial Para ela concorrem a impessoalidade que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto o uso do padrão culto de linguagem em princípio de entendimento geral e por definição avessa a vocábulos de circulação restrita como a gíria e o jargão a formalidade e a padronização que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos a concisão que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe acrescentam 47 É pela correta observação dessas características que se redige com clareza Contribuirá ainda a indispensável releitura de todo texto redigido A ocorrência em textos oficiais de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção A revisão atenta exige necessariamente tempo A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão Não há assuntos urgentes há assuntos atrasados diz a máxima Evitese pois o atraso com sua indesejável repercussão no redigir 142 Tipos de correspondências oficiais A correspondência é uma forma de comunicação indispensável entre as pessoas empresas e instituições públicas ou privadas Por isso deve ser sempre absolutamente correta Com o objetivo de tornar este tipo de comunicação mais organizado e de fácil entendimento para todos os envolvidos as correspondências oficiais seguem determinados padrões de redação e formatação Para ajudar quem precisar lançar mão dessa ferramenta faremos um apanhado geral dos tipos de correspondências oficiais e empresariais existentes e suas principais características a Ata A ata é um documento no qual deve constar um resumo por escrito detalhando os fatos e as soluções a que chegaram as pessoas convocadas a participar de uma assembleia sessão ou reunião A expressão correta para a redação de uma ata é lavrar a ata Uma das principais funções da ata é historiar traçar um painel cronológico da vida de uma empresa associação ou instituição Serve como documento para consulta posterior tendo em alguns casos caráter obrigatório pela legislação Por tratarse de um documento formal a ata deve seguir algumas 48 normas específicas de formatação Devido a ter como requisito não permitir que haja qualquer modificação posterior o seu formato renuncia a quebras de linha eletivas espaçamentos verticais e paragrafação ocupando virtualmente todo o espaço disponível na página Números valores datas e outras expressões são sempre representados por extenso Sem emprego de abreviaturas ou siglas Sem emendas rasuras ou uso de corretivo quando a ata estiver sendo manuscrita e for necessária alguma correção usar a expressão digo seguida do texto correto Todos os verbos descritivos de ações da reunião usados no pretérito perfeito do indicativo disse declarou decidiu A estrutura básica para uma ata pode ser esta Título da reunião Cidade dia mês ano das hmin até hmin Local da reunião Introdução Relatar sobre o título da reunião local data hora e participantes Participantes da reunião Nome completo do participante e especificar de qual instituição ele é Agenda Relatar sobre a pauta da reunião os temas a serem tratados e os respectivos responsáveis de cada tema Desenvolvimento Descrever sobre os temas principais citados na reunião Conclusões Descrever sobre as conclusões atingidas ao final da reunião e suas respectivas decisões Recomendações Descrever recomendações e observações feitas no decorrer da reunião Distribuição Relatar o nome de quem a ata será enviada Observação A ata deverá ser assinada por todos os 49 participantes b Atestado ou certificado É um documento em que se faz fé de algo e que tem valor legal Pode haver atestados ou certificados de serviços prestados de estudos realizados de pagamentos etc Para a sua elaboração utilizase geralmente papel de tamanho A4 escrito em sentido vertical como se mostra em seguida Cabeçalho Colocase na parte superior do certificado com uma margem considerável É constituído pelo nome da pessoa ou instituição que o envia acompanhados dos seus dados de identificação Costuma se escrever em maiúsculas Corpo Contém texto precedido pelo termo CERTIFICA ou ATESTA em maiúsculas seguido de dois pontos onde se descreve o objeto da certificação Local e data Assinatura e selo c Circular Quando em sua empresa você deseja dirigirse a muitas pessoas ao mesmo tempo para transmitir avisos ordens ou instruções deve optar por comunicarse através de uma circular Na verdade a circular pode seguir o modelo de uma carta ou ofício o que a caracteriza é conter um assunto de interesse geral Muitas vezes a circular é utilizada internamente nas empresas com a finalidade de facilitar a comunicação entre diversas seções e departamentos Muitas empresas hoje em dia têm preferido não destacar a ementa assunto Assim é preciso verificar o modelo adotado na sua empresa A linguagem utilizada em uma circular deve ser simples e direta para não dar margem a outras interpretações Todos devem entender claramente o que está escrito 50 Estrutura Timbre da empresa Número da circular Data por extenso Assunto Corpo da mensagem Identificação Assinatura do emissor da circular d Memorando O memorando estabelecendo uma comparação é uma espécie de bilhete comercial de que as empresas ou órgãos oficiais se utilizam para estabelecer a correspondência interna entre seus setores e departamentos Por ser um tipo de correspondência cotidiana rápida e objetiva o memorando segue uma forma fixa sendo para isso utilizado um papel impresso Observe a estrutura de um memorando atentando para a ausência de saudações e finalizações Timbre Número do memorando Data De Órgão eou responsável Para Órgão eou responsável Corpo do texto Assinatura e Ofício Ofício é a correspondência de caráter oficial equivalente à carta comercial É dirigido por um funcionário a outro da mesma ou de outra categoria bem como por uma repartição a uma pessoa ou instituição particular ou ainda por instituição particular ou pessoa a uma repartição pública Por 51 tratarse sobretudo de comunicação de caráter público o ofício requer certo grau de formalidade A redação tal como no caso da carta comercial tem de ser breve e concisa f Procuração Através da procuração uma pessoa física ou jurídica autoriza alguém a agir e realizar negócios em seu nome O indivíduo que concede a procuração é chamado de mandante constituinte ou outorgante Aquele que recebe a procuração é chamado de mandatário procurador ou outorgado A procuração deve ser lavrada em papel ofício iniciando o texto com identificação e qualificação do outorgante e do outorgado Os poderes a finalidade e o prazo de validade da procuração são expressos de forma precisa Após o texto a localidade a data e a assinatura são expressas Há dois tipos de procuração Pública aquela que é lavrada por tabelião em Livro de Notas O translado cópia autêntica do que consta no livro fica em poder do procurador É usada em casos de compra e venda de imóveis em assuntos de maior peso Particular aquela que é datilografada ou manuscrita sem registro no Livro de Notas Digamos que você não possa fazer sua matrícula na escola Então você poderá passar uma procuração particular para alguém de sua confiança que resolverá esse e apenas esse assunto para você g Requerimento Se você precisar se dirigir a uma autoridade para fazer um pedido para o qual necessite ter amparo na lei deve fazêlo através de um requerimento Serve para requerer ou pedir uma coisa específica à Administração ou aos organismos públicos Os requerimentos recebem nomes diferentes 52 dependendo do organismo ao qual se dirigem Conhecese pelo nome de Memorial quando é dirigido a uma autoridade máxima como por exemplo o chefe do Estado ou o papa Chamase Exposição quando se dirige ao Parlamento da nação ou a um órgão do Governo Chamase Pedido ao requerimento utilizado para o resto dos casos Em geral podemos observar as seguintes partes A autoridade destinatária usase Excelentíssimo Exmo para Juiz Promotor Senadores Deputados Vereadores Presidente da República Governador Prefeito e Ministros de Estado usase Ilustríssimo Ilmo para as demais autoridades Nome e qualificação do requerente Exposição e solicitação Pedido de deferimento Localidade e data Assinatura h Declaração A declaração é utilizada quando se quer atestar ou confirmar algum fato para garantir um direito a uma determinada pessoa Dividese nas seguintes partes Timbre Impresso como cabeçalho contendo o nome do órgão ou empresa Atualmente a maioria das empresas possui um impresso com logotipo Nas declarações particulares usase papel sem timbre Título Devese colocálo no centro da folha em caixa alta Texto Devese iniciálo a cerca de quatro linhas do título Dele deve constar Identificação do emissor Se houver vários emissores é aconselhável escrever para facilitar os abaixo assinados 53 O verbo atestardeclarar deve aparecer no presente do indicativo terceira pessoa do singular ou do plural Finalidade do documento em geral costumase usar o termo para os devidos fins mas também se pode especificar para fins de trabalho para fins escolares etc Nome e dados de identificação do interessado Esse nome pode vir em caixa alta para facilitar a visualização Citação do fato a ser atestado Local e data Devese escrevêlos a cerca de três linhas do texto Assinatura Assinase a cerca de três linhas abaixo do local e data i Bilhete É um meio rápido e simples de transmitir uma mensagem Normalmente é dirigido a uma pessoa próxima com quem se tem intimidade e por isso mesmo costuma ser escrito em linguagem informal Isso contudo não dispensa a atenção que deve ser dada à qualidade da redação especialmente considerando que o relacionamento continua tendo caráter profissional O bilhete não requer um tipo específico de papel muito menos segue um padrão formal É sempre aconselhável entretanto uma boa apresentação Mesmo sendo breve e informal o bilhete apresenta uma forma de organização que deve ser seguida para atender ao seu maior objetivo comunicar de forma rápida e precisa Assim deve conter as seguintes partes Vocativo Colocase o nome do receptor sem emprego de tratamento especial Texto Deve ser iniciado com marca de parágrafo e conter as informações necessárias à comunicação de forma bem ordenada Nome do emissor Data e hora 54 15 TEXTOS TÉCNICOS Uma das principais características de um texto técnico é a utilização de linguagem de especialidade isto é a linguagem utilizada numa dada área que engloba tanto a terminologia como as formas de expressão específicas da área em questão A linguagem de especialidade não se limita apenas à terminologia ela inclui termos funcionais que descrevem operações ou processos e propriedades sintáticas e gramaticais adere a convenções próprias tais como evitar a voz passiva na maior parte dos textos técnicos e o uso de terminologia consistente Texto científicotexto técnico A distinção entre os dois tipos de texto em apreço não é fácil São ambos tipos de texto em que prevalece a função referencial ou informativa Mas em que momento e a partir de que elementos podemos distinguir um texto técnico de um científico Provavelmente temos de nos centrar um pouco na cientificidade ou especialização de um texto Por exemplo um artigo sobre uma nova cura para determinada doença que sai numa revista de grande tiragem é um texto científico É certamente um texto de divulgação científica Mas não é nem um texto técnico nem um texto científico E se esse artigo estiver incluído num manual para estudantes de medicina ou de enfermagem Antes de mais terá a mesma linguagem Estou certa de que não Será um texto científico Ou será um texto científico e simultaneamente técnico Tem certamente muito de científico mas deverá ter algo de técnico com elementos que permitam ao aprendiz de médico ou de enfermeiro reconhecer a forma como a nova cura atua e evolui E já agora se o artigo for apresentado numa conferência internacional dedicada à inovação no âmbito da medicina Neste contexto escrito por especialistas para especialistas estaremos certamente perante o texto científico mais puro A questão colocase se ainda será ou se também será um texto técnico Do exposto poderá concluirse que mesmo tratando de áreas muito específicas do saber nem todos os textos têm um cariz científico ou especializado e essa especialização vaise afunilando à medida que o destinatário se torna também ele mais especializado Será que o percurso do 55 texto técnico é semelhante Será que é apenas um texto dito utilitário Quando compramos um aparelho novo as instruções que o acompanham são um texto técnico Correspondem sem dúvida a um texto para o grande público mas não me parece que contrariamente ao que acontece com o texto científico com as características referidas acima se possa dizer que se trata de um texto de divulgação Mas não haverá textos de divulgação sobre aquele aparelho E o estudante que está a aprender a fazêlo ou o técnico que o pode arranjar tem acesso a que tipo de textos E o engenheiro que concebe e transforma os aparelhos a que tipo de textos tem acesso que tipo de textos produz Voltando ao texto científico apresentado numa conferência internacional que considerámos o mais científico dos textos que abordam uma área da ciência não será também um texto técnico dado que aborda potencialmente técnicas de cura Em síntese pareceme muito difícil distinguir assim en passant texto técnico de texto científico Creio mesmo que essa abordagem pode ser falaciosa Há porém características que permitem identificálos e isolálos de outros tipos de textos São ambos textos informativos São ambos escritos por especialistas Assumem ambos estilos e linguagens distintas consoante o público a que se destinam sendo mais herméticos se o públicoalvo é também especialista da área Geralmente utilizamos três tipos de textos Narrativos descritivos e dissertativos Essa é a classificação tradicional mas temos uma infinidade de gêneros textuais tais como manual de instrução relatórios resumos artigos etc O texto científico é o texto que revela pesquisa e rigos cientifico e tem como objetivo a publicação em revistas especializadas ou livros O texto cientifico é representado pelas monografias pelas teses resenhas e artigos científicos O texto técnico é o mais relativo às profissões É fundamental nas atividades empresariais e é representado pelas atas memorando circulares etc 56 Redação técnica cientifica Apresentam características que são regidas pelos mesmos princípios básicos que orientam qualquer estruturação de qualquer texto escrito ou seja clareza coesão e coerência correção obediência às normas gramaticais e objetividade 151 Tipos de textos técnicos a Fichamento É uma das fases da Pesquisa Bibliográfica seu objetivo é facilitar o desenvolvimento das atividades acadêmicas e profissionais Pode ser utilizado para Identificar as obras Conhecer seu conteúdo Fazer citações Analisar o material Elaborar a crítica Auxiliar e embasar a produção de textos Classificação de Fichamento Fichamento textual é o que capta a estrutura do texto percorrendo a sequência do pensamento do autor e destacando ideias principais e secundárias argumentos justificações exemplos fatos etc ligados às ideias principais Traz de forma racionalmente visualizável em itens e de preferência incluindo esquemas diagramas ou quadro sinóptico uma espécie de adiografia do texto Fichamento temático reúne elementos relevantes conceitos fatos ideias informações do conteúdo de um tema ou de uma área de estudo com título e subtítulos destacados Consiste na transcrição de trechos de texto estudado ou no seu resumo ou ainda no registro de 57 ideias segundo a visão do leitor As transcrições literais devem vir entre aspas e com indicação completa da fonte autor título da obra cidade editora data página As que contêm apenas uma síntese das ideias dispensam as aspas mas exigem a indicação completa da fonte As que trazem simplesmente ideias pessoais não exigem qualquer indicação Fichamento bibliográfico consiste em resenha ou comentário que dê ideia do que trata a obra sempre com indicação completa da fonte Pode ser feito também a respeito de artigos ou capítulos isolados a arquivado segundo o tema ou a área de estudo O Fichamento bibliográfico completa a documentação textual e temática e representa um importante auxiliar do trabalho de estudantes e professores Para que serve um fichamento Apresentar anotações que sirvam como material organizado para consulta O fichamento é fonte para estudos posteriores b O que é resumo Apresentação concisa dos pontos relevantes dos conteúdos e das conclusões do trabalho Deve ser redigido na terceira pessoa do singular com o verbo na voz ativa compondose de uma sequência corrente de fases e não de uma enumeração de tópicos não ultrapassando 1400 toques Devese evitar o uso de parágrafos no meio do resumo bem como de fórmulas equações diagramas e símbolos optando se quando necessário pela transcrição na forma extensa Não deve incluir citações bibliográficas Em geral é redigido no final após o término do trabalho pelo próprio autor empregando termos geralmente aceitos e não os de uso particular Por que resumir um texto Qual a finalidade Bom a verdade é que se resumo não fosse bom o professor não insistia em cobrar ou aconselhar que fosse feito 58 Resumir é o ato de ler analisar e traçar em poucas linhas o que de fato é essencial e mais importante para o leitor Quando reescrevemos um texto internalizamos melhor o assunto e não nos esquecemos dele Afinal não aprendemos com um simples passar de olhos pelas letras Dessa forma podemos até dizer que lemos o texto mas quanto a assimilar será difícil afirmar que sim O fato de sintetizar um texto ou capítulos longos pode se tornar um ótimo hábito e auxiliálo muito em todas as disciplinas pois estará atento às ideias principais e se lembrará dos pontos chaves do conteúdo Expor o texto em um número reduzido de linhas não parece ser fácil Não se preocupe a seguir estão alguns passos para se fazer um bom resumo e se dar bem Faça uma primeira leitura atenciosa do texto a fim de saber o assunto geral dele Depois leia o texto por parágrafos sublinhando as palavraschaves para serem a base do resumo Logo após faça o resumo dos parágrafos baseandose nas palavras chaves já destacadas anteriormente Releia o seu texto à medida que for escrevendo para verificar se as ideias estão claras e sequenciais ou seja coerentes e coesas Ao final faça um resumo geral deste primeiro resumo dos parágrafos e verifique se não está faltando nenhuma informação ou sobrando alguma Por fim analise se os conceitos apresentados estão de acordo com a opinião do autor porque não cabem no resumo comentários pessoais Exemplo de Resumo usar espaço simples Esta pesquisa tem por objetivo geral estudar as decisões relacionadas à atmosfera de lojas de varejo à luz dos conceitos de marketing e da arquitetura analisando a influência das variáveis atmosféricas sobre o comportamento do consumidor e nos objetivos específicos faz um detalhamento dos pontos pesquisados No tocante à parte conceitual faz considerações sobre a literatura específica relacionando os tópicos principais da teoria geral sobre o 59 assunto Para dar sustentação às teorias de base buscouse na psicologia a considerações pertinentes ao assunto relacionando atmosfera de loja de varejo e comportamento do consumidor Uma vez que a presente busca discutir estratégias de marketing para a configuração de espaços de lojas de varejo tornouse necessário no campo da arquitetura fazer um relacionamento das interfaces destas duas áreas Seguiuse à parte conceitual específica disposição sobre os métodos de pesquisa utilizados onde procurouse mostrar o porque da pesquisa de campo elaboração do protocolo detalhes da coleta e análise dos dados bem como a justificativa das empresas escolhidas Neste ponto é feita a análise dos dois casos explorandose as constatações presentes nos relatórios das visitas aos casos selecionados Este concluise com a conclusão e considerações finais feitas às empresas caso c Relatório É a exposição escrita na qual se descrevem fatos verificados mediante pesquisas ou se historia a execução de serviços ou de experiências É geralmente acompanhado de documentos demonstrativos tais como tabelas gráficos estatísticas e outros UFPR 1996 Objetivos De um modo geral podemos dizer que os relatórios são escritos com os objetivos Divulgar os dados técnicos obtidos e analisados Registrálos em caráter permanente Tipos de relatórios Os relatórios podem ser dos seguintes tipos Técnicocientíficos De viagem De estágio De visita Administrativos 60 E fins especiais Relatório técnicocientífico É o documento original pelo qual se faz a difusão da informação corrente sendo ainda o registro permanente das informações obtidas É elaborado principalmente para descrever experiências investigações processos métodos e análises Geralmente a elaboração do relatório passa pelas seguintes fases a plano inicial determinação da origem preparação do relatório e do programa de seu desenvolvimento b coleta e organização do material durante a execução do trabalho é feita a coleta a ordenação e o armazenamento do material necessário ao desenvolvimento do relatório c redação recomendase uma revisão crítica do relatório considerando se os seguintes aspectos redação conteúdo e estilo sequência das informações apresentação gráfica e física 61 16 CONCLUSÃO É importante ressaltar que qualquer que seja o ramo da atividade o profissional sabe que o êxito dele depende além dos conhecimentos próprios da área de sua habilidade na leitura que resultará em competência quanto ao manejo da língua Enfim todo saber é adquirido e transmitido através desse instrumento primordial da comunicação humana na qual a leitura é uma das protagonistas Desta forma para o nosso jovem que vem em processo de formação constante é papel primordial do educador e também dos responsáveis criar interesses orientar esforços e apontar caminhos em relação à prática de leitura construindoo como pessoa e cidadão esclarecido crítico e exigente em relação à sociedade em que quer viver Como diz Paulo Freire p 15 1996 Homens e mulheres são seres éticos capazes de intervir no mundo de comparar de ajuizar de decidir de romper de escolher capazes de grandes ações 62 ENCERRAMENTO Parabéns por ter concluído os estudos desta matéria da sua especialização A Editora Famart e seus parceiros a conteudistas prepararam esta apostila baseandose em temas e discussões relativas à esta disciplina Reunimos conteúdos de autores e pesquisadores que são referência na temática apresentada concebendo um compilado desta abordagem de forma didática visando melhor aproveitamento no seu processo de conhecimento e aprendizagem Na presente apostila foram utilizados materiais que estão devidamente referenciados ao final em conjunto com as demais referências de todas as citações viabilizando desta forma a identificação e eventual consulta às fontes Busque materiais auxiliares de estudo para que possam agregar ainda mais no seu conhecimento Dúvidas elogios questionamentos ou orientações quanto ao conteúdo estudado disponibilizamos para esta finalidade a opção de abertura de requerimento através de sua área de estudo Nossos tutores estarão disponíveis para te atender 63 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito linguístico o que é como se faz São Paulo edições Loyola 1999 BARTHES Roland Mitologias São Paulo Ática 1985 et al Análise estrutural da narrativa Petrópolis Vozes 1972 BLIKSTEIN Izidoro Técnicas de comunicação escrita 13ed São Paulo Ática 1995 BELTRÃO Odaci BELTRÃO Mariúsa Correspondência linguagem e comunicação oficial comercial bancária e particular 21ed São Paulo Altas 2002 FÁVERO Leonor Coerência e coesão textuais 4ed São Paulo Ática 1992 FIORIN Jose Luiz SAVIOLI Francisco Platão Para entender o texto leitura e redação 16ed São Paulo Atica 2005 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia saberes necessários à prática educativa São Paulo Paz e Terra 1996 POSSENTI Sírio Por que não ensinar gramática na Escola Campinas SP Mercado de Letras Associação de Leitura do Brasil 1996 LIMA Renira Lisboa de Moura Como se faz um resumo Maceió EDUFAL 1994 MARTINS Dileta Silveira ZILBERKNOP Lúbia Scliar Português instrumental de acordo com as atuais normas da ABNT 25 ed São Paulo Atlas 2004 MEDEIROS João Bosco Português Instrumental 8ed São Paulo Atlas 2009 NEVES Iara Conceição Bitencourt et al Org Ler e escrever compromisso de todas as áreas 2ed Porto Alegre Ed Universidade 1999 SERAFIN Maria Teresa Como escrever textos 3ed São Paulo Globo 1989 SOLÉ Isabel Estratégias de leitura 6ed Porto Alegre Artmed 1998
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LÍNGUA PORTUGUESA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA LÍNGUA PORTUGUESA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES editorafamartfamartedubr TUTORIA ONLINE Segunda a Sexta de 0930 às 1730 Acesse a aba Tutoria EaD em seu portal do aluno SUMÁRIO 1 FALA 4 11 Níveis da fala 4 2 SIGNO 5 3 QUAL A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA NO MUNDO ATUAL 7 31 Os elementos textuais que organizam sua exposição oral 7 4 APRENDA COMO ESCREVER BEM 9 41 Dicas para escrever bem 9 42 Não se fala como se escreve 10 5 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA 13 6 LEITURA COMO ENCONTRO 16 7 ESTRATÉGIAS DE LEITURA 18 8 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 20 9 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E IDEIA CENTRAL 21 91 Descrição 21 92 Narração 23 93 Formas de discurso 24 94 Dissertação 25 10 DICAS PARA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 27 11 PRODUÇÃO DE TEXTO 29 111 Lidar com a informação significa apropriarse de 29 112 Produzir textos uma prática social 30 113 Escrita um processo individual e dialógico 33 114 Gêneros do discurso e textos 34 115 Os procedimentos de escrita 36 12 COMO PRODUZIR UM BOM TEXTO 38 13 COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL 40 131 Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto 41 14 REDAÇÃO DE DOCUMENTOS OFICIAIS 44 141 Peculiaridades da redação oficial 44 142 Tipos de correspondências oficiais 47 15 TEXTOS TÉCNICOS 54 151 Tipos de textos técnicos 56 16 CONCLUSÃO 61 ENCERRAMENTO 62 REFERÊNCIAS 63 4 1 FALA É a utilização oral da língua pelo indivíduo É um ato individual pois cada indivíduo para a manifestação da fala pode escolher os elementos da língua que lhe convém conforme seu gosto e sua necessidade de acordo com a situação o contexto sua personalidade o ambiente sociocultural em que vive etc Desse modo dentro da unidade da língua há uma grande diversificação nos mais variados níveis da fala Cada indivíduo além de conhecer o que fala conhece também o que os outros falam é por isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura embora nem sempre a linguagem delas seja exatamente como a nossa 11 Níveis da fala Devido ao caráter individual da fala é possível observar alguns níveis a Nível coloquialpopular é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia principalmente em situações informais Esse nível da fala é mais espontâneo ao utilizálo não nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou não com as regras formais estabelecidas pela língua b Nível formalculto é o nível da fala normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais Caracterizase por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras gramaticais estabelecidas pela língua 5 2 SIGNO O signo linguístico é um elemento representativo que apresenta dois aspectos o significado e o significante Ao escutar a palavra cachorro reconhecemos a sequência de sons que formam essa palavra Esses sons se identificam com a lembrança deles que está em nossa memória Essa lembrança constitui uma real imagem sonora armazenada em nosso cérebro que é o significante do signo cachorro Quando escutamos essa palavra logo pensamos em um animal irracional de quatro patas com pelos olhos orelhas etc Esse conceito que nos vem à mente é o significado do signo cachorro e também se encontra armazenado em nossa memória Ao empregar os signos que formam a nossa língua devemos obedecer às regras gramaticais convencionadas pela própria língua Desse modo por exemplo é possível colocar o artigo indefinido um diante do signo cachorro formando a sequência um cachorro o mesmo não seria possível se quiséssemos colocar o artigo uma diante do signo cachorro A sequência uma cachorro contraria uma regra de concordância da língua portuguesa o que faz com que essa sentença seja rejeitada Os signos que constituem a língua obedecem a padrões determinados de organização O conhecimento de uma língua engloba tanto a identificação de seus signos como também o uso adequado de suas regras combinatórias Signo significado é o conceito a ideia transmitida pelo signo a parte abstrata do signo significante é a imagem sonora a forma a parte concreta do signo suas letras e seus fonemas Língua conjunto de sinais baseado em palavras que obedecem às regras gramaticais Signo elemento representativo que possui duas partes indissolúveis significado e significante 6 Fala uso individual da língua aberto à criatividade e ao desenvolvimento da liberdade de expressão e compreensão ATENÇÃO Existem algumas palavras que possuem a mesma escrita grafia mas a pronúncia e o significado são sempre diferentes Essas palavras são chamadas de homógrafas e são uma subclasse dos homônimos Observe os exemplos almoço substantivo nome da refeição almoçoforma do verbo almoçar na 1ª pessoa do sing do tempo presente do modo indicativo gosto substantivo gostoforma do verbo gostar na 1ª pessoa do sing do tempo presente do modo indicativo 7 3 QUAL A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA NO MUNDO ATUAL Fundamental Sempre foi e sempre será Nós vivemos em um mundo cada vez mais competitivo por conta do crescimento populacional e especialmente nas grandes cidades quem não estiver bem preparado está fadado ao insucesso Expressão é tudo Os meios de comunicação que utilizamos este é um deles exigem de nós o conhecimento da língua para que consigamos transmitir com precisão o que desejamos 31 Os elementos textuais que organizam sua exposição oral a Saber falar em público é uma habilidade essencial para os profissionais de hoje E vale ressaltar ninguém nasce com um gene para essa habilidade É preciso desenvolvêla com muito treinamento Para fazer uma boa exposição oral em público é preciso que você domine formas que permitam construir ligar as suas ideias e guiar o seu ouvinte Os principais elementos da exposição oral são os seguintes b Coesão temática elementos que asseguram a articulação das diferentes partes temáticas EX Então falemos agora do orçamento do mês de janeiro é preciso agora contrastar os gastos do mês de novembro com os de dezembro c Sinalização do texto por meio dela distinguemse as ideias principais das ideias secundárias sobretudo as explicações das descrições então esses dados isolados os lucros e as despesas descrição não fazem sentido questão principal então precisamos estabelecer relações entre eles e comparálos aos dados de outros períodos reposta os desenvolvimentos das conclusões resumidas e das sínteses 8 portanto os responsáveis pelo setor financeiro terão um mês para contabilizar as despesas e os lucros do mês levantar no banco de dados a contabilidade do mês anterior e analisar todos os números em resumo comparar esses dados de maneira sistemática bom para concluir eu gostaria de resumirnós vimos então que d Introdução de exemplos ilustram esclarecem ou dão legitimidade ao discurso Ex então justamente eu tenho o seguinte exemplo e Reformulações esclarecem termos percebidos como difíceis ou novos Exum arcaísmo o que é É uma palavra ainda viva entre nós embora em português esteja fora de moda Esses elementos devem ser aplicados em sua apresentação para que ela adquira uma estruturação consistente coerente e eficaz à comunicação Dessa forma você enriquece sua apresentação e colabora para que os objetivos da sua comunicação sejam atingidos 9 4 APRENDA COMO ESCREVER BEM Escrever é uma das formas mais eficazes para transmitir informação e conhecimento Permitiu por exemplo que pessoas que viveram há muitos séculos pudessem passar o seu conhecimento para as gerações vindouras 41 Dicas para escrever bem a A primeira coisa que deve fazer é um esqueleto do texto que pretende escrever com algumas notas que identificarão o que irá ser escrito Por exemplo Número de palavras Tema Estilo formal bloque carta Pesquisas a fazer Data limite para terminar b Organizar notas e rascunhos Uma das piores coisas que podem acontecer quando estamos a escrever é ter de parar para procurar uma ideia que colocamos não sabemos bem onde Quebra totalmente o ritmo criativo do texto Procure uma aplicação informática se costuma usar o computador para escrever ou anda com ele para todo o lado Se for menos tecnológico compre um bloco de notas e uma pasta para guardar documentos e ande sempre acompanhado c Crie um hábito para escrever bem Podemos aprender a escrever bem se criarmos um hábito diário de escrever sempre na mesma hora e no mesmo local Se para ser um escritor inesquecível é necessário algo mais um dom escrever corretamente pode ser alcançado por qualquer um com esforço e dedicação 10 Compre um cronômetro e coloqueo na sua secretaria Depois marque o tempo que planejou escrever e não saia de lá até o alarme tocar Concentrese no que está a fazer d Delegue o que for possível Enquanto a parte de escrever não pode ser delegada existem outras tarefas que podem ser Por exemplo para a edição do texto ou passar as notas para formato electrónico e Concentrese em produzir para escrever bem Apesar de estar sentado escrever bem pode consumir muita energia Por isso devemos tentar produzir o máximo no menor tempo possível além de delegar tudo o resto como já vimos Se nos prepararmos corretamente com organização criando o ambiente e rituais corretos estando mentalmente preparados para escrever a qualidade dos textos será muito boa Por isso siga estas dicas e comece a escrever bem 42 Não se fala como se escreve Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se fala Pois é U purtuguêis é muintofáciudi aprender purqui é uma língua qui a gentiiscreviixatamenticumu si fala Num é cumuinglêisqui dá até vontadidi ri quandu a gentidiscobricumu é qui si iscrevi algumas palavras Impurtuguêis não É só prestátenção U alemão purexemplu Qué coisa mais doida Num bate nada cum nada Até nu espanhol qui é parecidu si iscrevimuintodiferenti Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis Quem soubéfalásabiiscrevê O comentário é do humorista Jô Soares para a revista Veja Ele brinca 11 com a diferença entre o português falado e escrito Na verdade em todas as línguas as pessoas falam de um jeito e escrevem de outro A fala e a escrita são duas modalidades diferentes da língua e é com esse fato que o Jô brincou Na língua escrita há mais exigências em relação às regras da gramática normativa Isso acontece porque ao falar as pessoas podem ainda recorrer a outros recursos para que a comunicação ocorra podese pedir que se repita o que foi dito há os gestos etc Já na linguagem escrita a interação é mais complicada o que torna necessário assegurar que o texto escrito dê conta da comunicação A escrita não reflete a fala individual de ninguém e de nenhum grupo social Por essa razão a fala e a escrita exigem conhecimentos diferentes A maioria de nós brasileiros falamos por exemplo Eli me ensinô O português na variante padrão exige no entanto que se escreva assim Ele me ensinou Essas diferenças geram muitos conflitos A leitura de um trecho do poema de Antonino Sales Malinculia mostra as interferências da fala na escrita e como elas não anulam a expressividade poética de suas imagens Malinculia Patrão É um suspiro maguadoQuinace no coração É o grito safucado Duma sodadeiscundidaQui nos fala do passado Sem se tornácunhicida É aquilo qui se sente Sem se pudêispricá Qui fala dentro da gente Mas qui não diz onde istá BAGNO Marcos A Língua de Eulália Uma Novela Sociolinguística A língua muda ainda conforme o grupo social a região e o contexto histórico São as chamadas variações linguísticas A gíria e o jargão são algumas dessas variações A leitura é ato criativo o que significa pensar nos diferentes modos de ler e nos mais surpreendentes objetivos por parte do leitor Posso praticar a leitura como distração ou como tarefa vinculada a uma pesquisa acadêmica como forma de aprender a escrever como busca de soluções profissionais ou existenciais ou como inspiração para conhecer a mim mesmo ou como forma de preencher a solidão ou como caminho de solidariedade Uma outra maneira de ler é a filosófica Ler filosoficamente é ler para 12 pensar Não um pensar qualquer exercício mental apenas Filosofar é um pensar responsável em busca de tudo aquilo que nos torne mais humanos A leitura com espírito filosófico não teme inventar problemas Tudo o que não inventamos é falso repetindo o poeta Manoel de Barros O encontro com as verdades humanas depende de nossa abertura para o inesperado Ir ao encontro dessas verdades é um modo radical de estudar 13 5 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as pessoas deixassem a leitura de livros de lado o que resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros possuindo vocabulários cada vez mais pobres A leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano pois é através dela que podemos enriquecer nosso vocabulário obter conhecimento dinamizar o raciocínio e a interpretação Muitas pessoas dizem não ter paciência para ler um livro no entanto isso acontece por falta de hábito pois se a leitura fosse um hábito as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária por exemplo Muitas coisas que aprendemos na escola são esquecidas com o tempo pois não as praticamos Através da leitura rotineira tais conhecimentos se fixariam de forma a não serem esquecidos posteriormente Dúvidas que temos ao escrever poderiam ser sanadas pelo hábito de ler e talvez nem as teríamos pois a leitura torna nosso conhecimento mais amplo e diversificado Durante a leitura descobrimos um mundo novo cheio de coisas esconhecidas O hábito de ler deve ser estimulado na infância para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso assim ele será um adulto dinâmico e perspicaz Saber ler e compreender o que os outros dizem nos difere dos animais irracionais pois comer beber e dormir até eles sabem é a leitura no entanto que proporciona a capacidade de interpretação Toda escola particular ou pública deve fornecer uma educação de qualidade incentivando a leitura pois dessa forma a população se torna mais informada e crítica A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a compreender o mundo à nossa volta No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam de perceber o mundo sob diversas perspectivas de relacionar a realidade ficcional com a que vivemos no contato com um livro enfim em todos estes casos estamos de certa forma lendo Embora muitas vezes não nos demos conta A atividade de leitura não corresponde a uma simples decodificação de 14 símbolos mas significa de fato interpretar e compreender o que se lê Segundo Ângela Kleiman a leitura precisa permitir que o leitor apreenda o sentido do texto não podendo transformarse em mera decifração de signos linguísticos sem a compreensão semântica dos mesmos Nesse processamento do texto tornamse imprescindíveis também alguns conhecimentos prévios do leitor os linguísticos que correspondem ao vocabulário e regras da língua e seu uso os textuais que englobam o conjunto de noções e conceitos sobre o texto e os de mundo que correspondem ao acervo pessoal do leitor Numa leitura satisfatória ou seja na qual a compreensão do que se lê é alcançada esses diversos tipos de conhecimento estão em interação Logo percebemos que a leitura é um processo interativo Quando citamos a necessidade do conhecimento prévio de mundo para a compreensão da leitura podemos inferir o caráter subjetivo que essa atividade assume Conforme afirma Leonardo Boff Cada um lê com os olhos que tem E interpreta onde os pés pisam Todo ponto de vista é a vista de um ponto Para entender o que alguém lê é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo Isto faz da leitura sempre uma releitura Sendo assim fica evidente que cada leitor é coautor A partir daí podemos começar a refletir sobre o relacionamento leitor texto Já dissemos que ler é acima de tudo compreender Para que isso aconteça além dos já referidos processamento cognitivo da leitura e conhecimentos prévios necessários a ela é preciso que o leitor esteja comprometido com sua leitura Ele precisa manter um posicionamento crítico sobre o que lê não apenas passivo Quando atende a essa necessidade o leitor se projeta no texto levando para dentro dele toda sua vivência pessoal com suas emoções expectativas seus preconceitos etc É por isso que consegue ser tocado pela leitura Assim o leitor mergulha no texto e se confunde com ele em busca de seu sentido Isso é o que afirma Roland Barthes quando compara o leitor a uma aranha o texto se faz se trabalha através de um entrelaçamento perpétuo perdido neste tecido nessa textura o sujeito se desfaz nele qual 15 uma aranha que se dissolve ela mesma nas secreções construtivas de sua teia Dessa forma o único limite para a amplidão da leitura é a imaginação do leitor é ele mesmo quem constrói as imagens acerca do que está lendo Por isso ela se revela como uma atividade extremamente frutífera e prazerosa Por meio dela além de adquirirmos mais conhecimentos e acesso a outras culturas o que nos fornece maior capacidade de diálogo e nos prepara melhor para atingir às necessidades de um mercado de trabalho exigente experimentamos novas experiências ao conhecermos mais do mundo em que vivemos e também sobre nós mesmos já que ela nos leva à reflexão E refletir sabemos é o que permite ao homem abrir as portas de sua percepção Quando movido por curiosidade pelo desejo de crescer o homem se renova constantemente tornandose cada dia mais apto a estar no mundo capaz de compreender até as entrelinhas daquilo que ouve e vê do sistema em que está inserido Assim tem ampliada sua visão de mundo e seu horizonte de expectativas Desse modo a leitura se configura como um poderoso e essencial instrumento libertário para a sobrevivência do homem Há entretanto uma condição para que a leitura seja de fato prazerosa e válida o desejo do leitor Como afirma Daniel Pennac o verbo ler não suporta o imperativo Quando transformada em obrigação a leitura se resume a simples enfado Para suscitar esse desejo e garantir o prazer da leitura Pennac prescreve alguns direitos do leitor como o de escolher o que quer ler o de reler o de ler em qualquer lugar ou até mesmo o de não ler Respeitados esses direitos o leitor da mesma forma passa a respeitar e valorizar a leitura Está criado então um vínculo indissociável A leitura passa a ser um imã que atrai e prende o leitor numa relação de amor da qual ele por sua vez não deseja desprenderse 16 6 LEITURA COMO ENCONTRO A leitura inventiva não inventa do nada O encontro filosófico com as palavras requer o cumprimento de algumas exigências Uma delas é deixar que o texto de um autor entre pelos olhos e ouvidos O trecho de um texto maior será saboreado sem desgastarse Vejamos por exemplo o primeiro parágrafo de Um rio chamado tempo uma casa chamada terra do escritor moçambicano Mia Couto A morte é como o umbigo o quanto nela existe é a sua cicatriz a lembrança de uma anterior existência A bordo do barco que me leva à Ilha de LuardoChão não é senão a morte que me vai ditando suas ordens Por motivo de falecimento abandono a cidade e faço a viagem vou ao enterro de meu Avô Dito Mariano Primeiramente deixarse impregnar pelas palavras sonoridade sentidos as imagens que evocam O parágrafo a ser contemplado possui três períodos No primeiro período a imagem do umbigo O umbigo é uma cicatriz Nasce de um corte Antes do corte o parto Associando parto e morte Mia Couto inicia sua história uma viagem ao centro da vida A morte como o umbigo lembra uma existência anterior Na cicatriz a ausência de algo diz tudo nas entrelinhas A morte mais do que ausência de vida é sinal de que houve vida Estamos diante de uma permanência disfarçada de ausência Ler e reler o primeiro período faz a comparação cada vez mais nítida A morte é como o umbigo A cicatriz é lembrança da vida Filosofar como diziam os antigos é aprender a morrer o que nos ensina a viver melhor A lembrança de uma existência anterior ao parto associada à de uma existência anterior à morte insinua um pósmorte em equivalência a um pósparto Aprender a morrer é então um aprender a nascer Eis um problema inventado pela leitura filosófica O segundo período fala da morte como algo que atua e direciona os vivos A morte vai ditando suas ordens É um capitão ou melhor é capitã comandando o barco dos vivos O narrador está a bordo do barco Seu destino 17 é uma ilha A ilha um lugar à parte leva a pensar no além Para além da terra firme uma outra terra firme Mas é preciso fazer a travessia sob o comando da morte Para onde então a morte nos leva Este é mais um problema inventado A morte volta a ser mencionada no terceiro período O que não incomoda o espírito filosófico Filosofar é abandonar a cidade fazer a viagem sair de si O que há de habitual na cidade deve ser abandonado O que há de conhecido e seguro na cidade deve ser substituído pela viagem O enterro do avô é o motivo da viagem O corpo ainda não foi enterrado A viagem tem um destino O viajante vai em direção ao morto ao encontro do mistério Se o enterro é ato sagrado a viagem também Outro problema inventado quando começarei a fazer a viagem decisiva 18 7 ESTRATÉGIAS DE LEITURA As estratégias de leitura dizem respeito às formas utilizadas pelo leitor para facilitar a compreensão dos dados informativos de um texto Assim os procedimentos adotados por cada um se diferenciam uma vez que nem todos assimilam conhecimento da mesma forma Algumas pessoas encontram dificuldades em ler pois acham cansativo monótono e difícil Isso ocorre porque na maioria das vezes o indivíduo ainda não encontrou um meio estratégico para promover sua leitura de maneira prática Então vejamos algumas táticas de leitura que podem despertar interesse e ser um incentivo à leitura a Leitura em voz alta enquanto lê em voz alta a concentração é facilitada já que a leitura silenciosa pode sofrer interferências de pensamentos alheios ao assunto tratado no texto b Exposição de pensamentos é quando o leitor expõe verbaliza o que está pensando a respeito do que lê Esta prática desperta o interesse da pessoa por aquela leitura sem que perceba c Identificação dos fatores chaves o ledor identifica os elementos mais importantes da narrativa os verbos as personagens as características e qualidades principais Qual o objetivo do texto E para qual tipo de leitor Qual o posicionamento do autor a favor ou contra Perguntas como estas são feitas e respondidas pelo próprio leitor depois de analisadas novamente no texto d Representação visual dos acontecimentos à medida que lê o indivíduo faz reproduções mentais acerca dos fatos Dessa forma o conteúdo é internalizado através das imagens obtidas através da leitura e Antecipação das informações diz respeito ao conhecimento prévio 19 que o leitor possui a respeito do que lê Assim enquanto faz a leitura vai se lembrando do que já sabe sobre o tema abordado e presumindo o que virá a seguir Este método causa tranquilidade e conforto f Questionário fazer perguntas sobre o texto torna a leitura fácil para algumas pessoas Tratase de elaborar um questionário sobre a leitura o qual é respondido pelo próprio leitor claro Porém há a possibilidade do mesmo tecer uma pergunta ao lado de cada parágrafo que julgar mais importante Assim quando ler a pergunta que fez saberá do que se trata o parágrafo em questão g Resumo fazer uma síntese do texto à medida que lê A cada período mais importante o leitor escreve uma oração que o resume em um papel ou então no próprio livro ao lado do parágrafo faça isso caso o livro seja seu Essas práticas produzem gosto pela leitura e aprimoramento tornandoa mais prazerosa e satisfatória Agora é só escolher uma ou algumas e ler bastante 20 8 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na cabeça do autor quando ele escreve seu texto É antes inferir Se eu disser Levei minha filha caçula ao parque podese inferir que tenho mais de uma filha Ou seja inferir é retirar informações implícitas e explícitas do texto E será com essas informações que o candidato irá resolver as questões de interpretação na prova Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura Informativa e de reconhecimento A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto extraindose informações e se preparando para a leitura interpretativa Durante a interpretação grife palavraschave passagens importantes tente ligar uma palavra à ideiacentral de cada parágrafo A última fase de interpretação concentrase nas perguntas e opções de respostas Marque palavras com NÃO EXCETO RESPECTIVAMENTE etc pois fazem diferença na escolha adequada Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo Leia a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor 21 9 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E IDEIA CENTRAL Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas através dos parágrafos que é composto pela ideia central argumentação eou desenvolvimento e a conclusão do texto Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas Declaração inicial Definição Divisão Alusão histórica Serve para dividir o texto em pontos menores tendo em vista os diversos enfoques Convencionalmente o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal ou seja a ideia central extraída de maneira clara e resumida Atentandose para a ideia principal de cada parágrafo asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto Basicamente existem três tipos de texto Texto narrativo Texto descritivo Texto dissertativo Cada um desses textos possui características próprias de construção 91 Descrição Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou A descrição é estática sem movimento desprovida de ação Na descrição o ser o objeto ou ambiente são importantes ocupando lugar de destaque na frase o 22 substantivo e o adjetivo O emissor capta e transmite a realidade através de seus sentidos fazendo uso de recursos linguísticos tal que o receptor a identifique A caracterização é indispensável por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto Há duas descrições Descrição denotativa Descrição conotativa a Descrição denotativa Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva direta sem metáforas ou outras figuras literárias chamamos de descrição denotativa Na descrição denotativa as palavras são utilizadas no seu sentido real único de acordo com a definição do dicionário Exemplo Saímos do campus universitário às 14 horas com destino ao agreste pernambucano À esquerda fica a reitoria e alguns pontos comerciais À direita o término da construção de um novo centro tecnológico Seguiremos pela BR 232 onde encontraremos várias formas de relevo e vegetação No início da viagem observamos uma típica agricultura de subsistência bem à margem da BR232 Isso provavelmente facilitará o transporte desse cultivo a um grande centro de distribuição de alimentos a CEAGEPE b Descrição conotativa Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido figurado ricas em polivalência Exemplo João estava tão gordo que as pernas da cadeira estavam bambas do peso que carregava Era notório o sofrimento daquele pobre objeto Hoje o sol amanheceu sorridente brilhava incansável no céu alegre leve e repleto de nuvens brancas Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar 23 92 Narração Narrar é falar sobre os fatos É contar Consiste na elaboração de um texto inserindo episódios acontecimentos A narração difere da descrição A primeira é totalmente dinâmica enquanto a segunda é estática e sem movimento Os verbos são predominantes num texto narrativo O indispensável da ficção é a narrativa respondendo os seus elementos a uma série de perguntas Quem participa nos acontecimentos personagens O que acontece enredo Onde e como acontece ambiente e situação dos fatos Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos O quê Fato narrado Quem personagem principal e o antiherói Como o modo que os fatos aconteceram Quando o tempo dos acontecimentos Onde local onde se desenrolou o acontecimento Por quê a razão motivo do fato Por isso a consequência dos fatos No texto narrativo o fato é o ponto central da ação sendo o verbo o elemento principal É importante só uma ação centralizadora para envolver as personagens Deve haver um centro de conflito um núcleo do enredo A seguir um exemplo de texto narrativo Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara na vida de Santa Fé Um dia chegou a cavalo vindo ninguém sabia de onde com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta montava num alazão trazia bombachas claras botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul com gola vermelha e botões de metal Um certo capitão Rodrigo Érico Veríssimo A relação verbal emissor receptor efetivase por intermédio do que 24 chamamos discurso A narrativa se vale de tal recurso efetivando o ponto de vista ou foco narrativo Quando o narrador participa dos acontecimentos dizse que é narrador personagem Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa Exemplo Parei para conversar com o meu compadre que há muito não falava Eu notei uma tristeza no seu olhar e perguntei Compadre por que tanta tristeza Ele me respondeu Compadre minha senhora morreu há pouco tempo Por isso estou tão Há tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão triste nos encontramos Terá sido o destino Já o narradorobservador é aquele que serve de intermediário entre o fato e o leitor É o foco narrativo de 3ª pessoa Exemplo O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar Os minutos finais eram decisivos ambos precisavam da vitória quando de repente o juiz apitou uma penalidade máxima O técnico chamou Neco para bater o pênalti já que ele era considerado o melhor batedor do time Neco dirigiuse até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição O goleiro não teve chance O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o centro do campo e encerrou a partida 93 Formas de discurso Discurso direto Discurso indireto Discurso indireto livre 25 a Discurso direto É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa Podemos enumerar algumas características do discurso direto Emprego de verbos do tipo afirmar negar perguntar responder entre outros Usamse os seguintes sinais de pontuação doispontos travessão e vírgula Exemplo O juiz disse O réu é inocente b Discurso indireto É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras aquilo que escutou ou leu de outra pessoa No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções que se como etc Exemplo O juiz disse que o réu era inocente c Discurso indireto livre É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria servindose de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas Exemplo Sinhá Vitória falou assim mas Fabiano franziu a testa achando a frase extravagante Aves matarem bois e cavalos que lembrança Olhou a mulher desconfiado julgou que ela estivesse tresvariando Graciliano Ramos 94 Dissertação Dissertação é um texto que se caracteriza pela exposição defesa de uma ideia que será analisada e discutida a partir de um ponto de vista Para tal defesa o autor do texto dissertativo trabalha com argumentos com fatos com dados os quais utiliza para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas 26 ideias Organizase geralmente em três partes Introdução onde você explicita o assunto a ser discutido com a apresentação de uma ideia ou de um ponto de vista que pretende defender Desenvolvimento ou argumentação em que irá desenvolver seu ponto de vista Para isso deve argumentar fornecer dados trabalhar exemplos se necessário Conclusão em que dará um fecho coerente com o desenvolvimento e com os argumentos apresentados Em geral a conclusão é uma retomada da ideia apresentada na introdução agora com mais ênfase de forma mais conclusiva onde não deve aparecer nenhuma ideia nova uma vez que você está fechando o texto O texto dissertativo argumentativo destinase ao chamado leitor universal ou seja a qualquer pessoa que tenha acesso a ele Devem ser textos abrangendo conceitos amplos genéricos evitando particularizar situações As construções mais adequadas procurando evitarse a 1ª pessoa do singular seriam Notamos que grande parte dos brasileiros Observase que uma parcela da população Exemplo Mais do que nunca a história é atualmente revista ou inventada por gente que não deseja o passado real mas somente um passado que sirva a seus objetivos Os negócios da humanidade são hoje conduzidos especialmente por tecnocratas resolvedores de problemas para quem a história é quase irrelevante por isso ela passou a ser mais importante para nosso entendimento do mundo do que anteriormente Eric Hobsbawm Tempos interessantes uma vida no século XX 27 10 DICAS PARA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Não só os alunos afirmam gratuitamente que a interpretação depende de cada um Na realidade isto é para fugir a um problema que não é de difícil solução por meio de sofisma argumento aparentemente válido mas na realidade não conclusivo e que supõe má fé por parte de quem o apresenta Podemos tranquilamente ser bemsucedidos numa interpretação de texto Para isso devemos observar o seguinte Ler todo o texto procurando ter uma visão geral do assunto Se encontrar palavras desconhecidas não interrompa a leitura vá até o fim ininterruptamente Ler ler bem ler profundamente ou seja ler o texto pelo menos umas três vezes Ler com perspicácia sutileza malícia nas entrelinhas Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor Partir o texto em pedaços parágrafos partes para melhor compreensão Centralizar cada questão ao pedaço parágrafo parte do texto correspondente Verificar com atenção e cuidado o enunciado de cada questão Cuidado com os vocábulos destoa diferente de não correta incorreta certa errada falsa verdadeira exceto e outras palavras que aparecem nas perguntas e que às vezes dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu Quando duas alternativas lhe parecem corretas procurar a mais exata ou a mais completa Quando o autor apenas sugerir ideia procurar um fundamento de lógica objetiva Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta mas a 28 opção que melhor se enquadre no sentido do texto Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor definindo o tema e a mensagem O autor defende ideias e você deve percebêlas Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto Ex Ele morreu de fome de fome adjunto adverbial de causa determina a causa na realização do fato morte de ele Ex Ele morreu faminto faminto predicativo do sujeito é o estado em que ele se encontrava quando morreu As orações coordenadas não têm oração principal apenas as ideias estão coordenadas entre si 20 Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão aumentandolhe ou determinandolhe o significado Nota Diante do que foi dito espero que você mude o modo de pensar pois a interpretação não depende de cada um mas sim do que está escrito O que está escrito escrito está 29 11 PRODUÇÃO DE TEXTO Todos sabemos que as atuais demandas sociais requerem cidadãos capazes de exercer plenamente a sua cidadania Isso implica saber analisar criticamente as realidades sociais e organizar a ação para intervir nessa realidade Ou seja a sociedade atual precisa de cidadãos atuantes que não se limitem a observar a realidade mas que nela saibam agir examinar os fatos articular acontecimentos prever suas possíveis consequências para a qualidade de vida das pessoas da cidade do país do planeta No mundo da informação isso significa por um lado saber lidar com a informação que tem várias naturezas matemática científica filosófica artística religiosa por exemplo e vem de várias fontes e por vários caminhos mídia impressa radiofônica e televisiva meio acadêmico e Internet entre outros 111 Lidar com a informação significa apropriarse de Formas de obtenção da informação para conhecer o real Procedimentos que permitam o reconhecimento da pertinência e idoneidade da informação Recursos que possibilitem a divulgação da informação Por outro lado exercer plenamente a cidadania significa saber agir utilizando a informação Em uma sociedade letrada obter informações analisá las criticamente saber divulgálas e agir utilizando essas informações passam pelo domínio de um objeto social fundamental a linguagem escrita Quando se fala em domínio da linguagem escrita falase em saber lidar de maneira proficiente com todos os conhecimentos com os quais se opera nas práticas de linguagem Quer dizer falase em ler e escrever utilizando os procedimentos e estratégias que conferem maior eficácia aos textos produzidos e às leituras realizadas 30 112 Produzir textos uma prática social Assim como a leitura a produção de textos escritos é uma prática de linguagem e como tal uma prática social Quer dizer em várias circunstâncias da vida escrevemos textos para diferentes interlocutores com distintas finalidades organizados nos mais diversos gêneros para circularem em espaços sociais vários Por exemplo ao lermos um jornal se o tratamento recebido por determinado assunto em uma determinada matéria nos causar indignação ou mesmo admiração podemos escrever uma carta para o jornal manifestando nossa forma de pensar a respeito Se quisermos divulgar um serviço que prestamos podemos escrever um anúncio para uma revista para um determinado site para um jornal ou podemos escrever um folheto de propaganda para ser distribuído na saída do metrô ou ainda organizar um outdoor para veicular informação a respeito do serviço nos lugares que se espera que circulem potenciais interessados no serviço divulgado Se pretendermos divulgar dados organizados de determinada pesquisa que realizamos por exemplo a respeito da evasão dos alunos escrevemos um artigo acadêmicocientífico para ser publicado em uma revista de educação ou um livro que circule no espaço no qual essa discussão interesse Se quisermos ter notícias de um ente querido que se encontra distante de nós geograficamente podemos escrever uma carta ou enviar uma mensagem por e mail Se desejarmos informar um possível contratante sobre nossa formação e experiência profissional para que ele possa avaliar se correspondemos às expectativas que a empresa tem para um provável funcionário elaboramos um currículo Como se pode ver produzimos textos em diferentes circunstâncias A cada circunstância correspondem Finalidades diferentes manifestar nossa forma de pensar a respeito de determinada matéria lida divulgar determinados 31 serviços buscando seduzir possíveis clientes convencer a respeito de determinadas interpretações de dados obter notícias sobre um ente querido informar sobre sua qualificação profissional Interlocutores diversos leitores de um determinado veículo da mídia impressa jornal revista transeuntes de determinados locais vias de circulação rodoviária etc colegas de trabalho leitores de determinada revista acadêmico científica ou de determinado tipo de livro um parente próximo ou um amigo um possível contratante lugares de circulação determinados mídia impressa academia família ou círculo de amizades determinada empresa esfera profissional vias públicas de grande circulação de veículos e pessoas gêneros discursivos específicos carta de leitores anúncio folheto de propaganda outdoor artigo acadêmicocientífico carta pessoal currículo Quer dizer escrever um texto é uma atividade que nunca é a mesma nas diferentes circunstâncias em que ocorre porque cada escrita se caracteriza por diferentes condições que determinam a produção dos discursos Essas condições referemse aos elementos apresentados acima Mas não apenas a eles Um aspecto a ser considerado ainda é o lugar do qual se escreve Todos desempenhamos diferentes papéis na vida o de mãepai de filhofilha de irmãoirmã de associado de determinado clube de consumidor de determinado produto de cidadão brasileiro o relativo à profissão que exercemos professores médicos dentistas vereadores escritores revisores feirantes digitadores diretores de escola etc entre outros Cada um desses papéis estabelece entre nós e aqueles com quem nos relacionamos determinados vínculos que implicam responsabilidades assumidas pontos de 32 vista a partir dos quais os acontecimentos são analisados recomendações são feitas atitudes são tomadas Ainda que esses papéis se articulem todo o tempo uma vez que são todos constitutivos do sujeito e que dessa forma influenciamse mutuamente quando assumimos a palavra para dizer alguma coisa a alguém um desses papéis predomina em função das demais características do contexto de produção sobretudo do lugar de circulação do discurso e do interlocutor presumido Por exemplo um cineasta quando em uma conferência ou mesa redonda ao analisar determinado filme certamente produzirá um discurso permeado por análises técnicas e históricas Isso ocorrerá não só porque o discurso será uma conferência que poderá ter como interlocutores estudantes ou outros cineastas ou porque circulará na esfera acadêmica tendo portanto que se adequar a essas condições mas também porque o cineasta não poderá nessas condições enumeradas produzir o discurso a partir do lugar de pai por exemplo ou de amigo de determinado empresário do ramo sob pena de não ser eficaz Se estiver conversando com amigos em um encontro casual ao contrário o contexto de produção dado lhe permitirá assumir o lugar de espectadorapreciador da arte do cinema e seu discurso certamente não terá a mesma organização nem a mesma escolha lexical podendo ser mais descontraído menos comprometido com argumentações coerentes com determinadas posições teóricas E isto por causa de todas as condições de produção citadas incluindose nestas o papel social de onde fala o produtor Da mesma forma se a uma pessoa for solicitado um discurso recomendando a redução do consumo de energia elétrica este não será o mesmo caso seja produzido a partir do lugar de deputado federal de industrial do ramo da produção de lâmpadas ou do lugar do pai que fala a seus filhos Os argumentos serão diferentes porque embora não apenas por este motivo a relação entre os interlocutores instituiu compromissos diferenciados entre eles Ser um escritor proficiente portanto significa saber lidar com todas as características do contexto de produção dos textos de maneira a orientar a 33 produção do seu discurso pelos parâmetros por elas estabelecido 113 Escrita um processo individual e dialógico Assim como a leitura o processo de escrita é tanto uma experiência individual e única quanto interpessoal e dialógica É individual e única porque o processo de produção de um texto implica escolhas pessoais quanto a o que dizer e a como dizer a seleção de tópicos a serem apresentados das palavras a serem utilizadas dos enunciados a serem organizados são escolhas do produtor do texto que refletirão seu estilo de dizer Escrever é um processo interpessoal e dialógico porque todo texto sempre se relaciona de alguma forma com os textos já produzidos anteriormente no que se refere a O que se pode dizer por meio de determinados gêneros À forma de dizer escolhas lexicais típicas do gênero expressões usuais que acabam por caracterizálos por exemplo Os textos produzidos e seu conteúdo que podem marcar época constituindose como referências Os gêneros propriamente que também são construções históricas e dessa forma modificamse caem em desuso são criados No século XVII era comum quando se pretendia visitar um parente ou amigo ainda que residente na mesma cidade escreverse uma carta e entregála em mão com a finalidade de avisálo de sua visita Hoje essa prática caiu em desuso e com ela a situação de utilização do gênero tendo sido substituída por um telefonema por exemplo As tecnologias digitais por outro lado acabam por criar novas possibilidades de interlocução escrita com pessoas distantes geograficamente umas das outras por email enviandose mensagens que ora se assemelham a bilhetes ora a cartas em tempo nãoreal ou ainda em chats nos quais se pode conversar em tempo real com pessoas dos lugares mais longínquos do planeta Criamse assim se não novos gêneros pelo menos modificações nos 34 gêneros já existentes Uma carta de amor por exemplo possuía fórmula de iniciação e de conclusão muito diferentes no século XVII e atualmente Dificilmente uma jovem hoje receberia uma carta que começasse com a expressão Estimada senhorita ou Caríssima senhorita ou que terminasse com a expressão Com votos de consideração e estima Na literatura por exemplo os poemas concretos passaram a existir a partir de determinada época como resultado de necessidades estéticas historicamente construídas em um determinado período por não corresponderem também às novas necessidades estéticas gêneros como as cantigas de amigo por exemplo típicos da Idade Média foram sendo preteridos pelos poetas e literatos Como é possível perceber os textos que produzimos são resultantes das escolhas que fazemos quanto a o que dizer e como dizer em função das condições de produção colocadas Essas escolhas não são aleatórias mas determinadas historicamente Quer dizer em um dado momento histórico há um conjunto de possibilidades disponíveis e é no interior desse conjunto que as nossas escolhas pessoais são feitas Parte dessas possibilidades relacionamse aos gêneros do discurso 114 Gêneros do discurso e textos Os gêneros são formas de enunciados produzidas historicamente que se encontram disponíveis na cultura como notícia reportagem conto literário popular maravilhoso de fadas de aventuras romance anúncio receita médica receita culinária tese monografia fábula crônica cordel poema repente relatório seminário palestra conferência verbete parlenda adivinha cantiga anúncio panfleto sermão entre outros Qualquer manifestação verbal organizase inevitavelmente em algum gênero do discurso de uma conversa de bar a uma tese de doutoramento quer tenha sido produzida em linguagem oral ou linguagem escrita Os gêneros podem ser identificados por três características fundamentais 35 O tipo de tema que podem veicular A sua forma composicional As marcas linguísticas que definem seu estilo As diferentes manifestações verbais concretizamse em textos orais ou escritos organizados nos gêneros Estes se referem portanto a famílias de textos que possuem características comuns Não é qualquer gênero que serve para se dizer qualquer coisa em qualquer situação comunicativa Se imaginarmos que alguém pretende discutir uma questão complexa como a descriminalização das drogas ou como a pena de morte como forma eficiente de combate à criminalidade essa pessoa precisará organizar o seu discurso em um gênero como o artigo de opinião por exemplo Esse é o gênero que pressupõe a argumentação em favor de questões controversas mediante a apresentação de argumentos que possam sustentar a posição que se defende e refutar aquelas que forem contrárias à defendida no texto Se a finalidade por outro lado for relatar a um grande público um fato acontecido no dia anterior o gênero escolhido pode ser a notícia Se o que se pretende é orientar alguém para a realização de determinada tarefa podese escrever um manual ou relacionar instruções Se se deseja apresentar algum ensinamento utilizando situações vividas por animais que representam determinadas características humanas então a fábula é o gênero mais adequado Portanto saber selecionar o gênero para organizar o seu discurso implica conhecer suas características para avaliar sua adequação Às finalidades colocadas para a situação comunicativa Ao lugar de circulação A um contexto de produção determinado Podese mesmo afirmar que o conhecimento que se tem sobre um gênero determina as possibilidades de eficácia do discurso Dessa forma a proficiência do aluno em Língua Portuguesa depende também do conhecimento que ele possa ter sobre os gêneros e sua adequação 36 às diferentes situações comunicativas Suas características portanto devem ser objeto de ensino precisam ser tematizadas nas atividades de ensino 115 Os procedimentos de escrita Além desse conhecimento escrever pressupõe o domínio de determinados procedimentos saber planejar o que vai ser escrito em função das características do contexto de produção colocado saber redigir o que foi planejado saber revisar o que foi escrito durante o processo mesmo de escrita e depois de finalizado e saber reescrever o texto produzido e revisado Tais procedimentos precisam ser sempre articulados no processo de escrita que é uma outra competência que também precisa ser constituída Nesse processo conhecimentos de várias naturezas entram em jogo a discursivos relativos às características do discurso como características do gênero no qual o texto será organizado do contexto de produção especificado por exemplo b pragmáticos relativos às especificidades da situação de comunicação e às diferentes práticas sociais de escrita c textuais relativos à linearidade do texto em si relativos à sintaxe pontuação coesão e coerência d gramaticais e notacionais relativos ao sistema de escrita Para se produzir um bom texto é necessário que alguns aspectos sejam revistos O tema geral é o assunto a ser tratado que normalmente abre espaço a outras vertentes como por exemplo a globalização É proposto em praticamente toda produção de texto a ser realizada O tema específico não é fornecido Tratase da delimitação do assunto proposto como por exemplo as consequências da globalização na economia 37 Quanto mais o escritor especificar o tema geral mais focado em um objetivo estará e portanto mais seguro Veja As consequências da globalização na economia brasileira Em vestibulares há a coletânea trechos de textos que abordam de formas diferentes o tema proposto Escolha a abordagem da coletânea que mais o agrada pois nunca escreva sobre algo que não sabe a respeito Se não houver coletânea faça conforme especificado no tema específico delimite o assunto comum proposto em um assunto particular que você tenha conhecimento sobre Ambiente se puder escolher vá para o lugar da casa ou da escola onde você possa se desligar do mundo exterior para se aprofundar no que irá escrever Se não puder busque na sala de aula esse lugar de conforto de quietude Além disso o ambiente deve estar bastante iluminado e arejado Estrutura Faça uma introdução de no máximo cinco linhas e aponte nesse momento o assunto a ser tratado além de levantar seu ponto de vista No caso da narração introduza a personagem e o conflito a ser solucionado No desenvolvimento esclareça seus argumentos coloque exemplos assinale fatos que estejam de acordo com seu ponto de vista sobre o tema Se for uma narrativa é o momento de expor os acontecimentos as ações das personagens Faça uma conclusão também em poucas linhas que reforce ainda mais sua visão sobre o assunto específico e mais ainda dê uma sugestão uma resolução Na narrativa exponha a solução do conflito Rascunho Use o rascunho para que não rasure para que tenha certeza do que irá escrever para evitar erros de grafia pontuação e concordância pois é uma chance para rever o que escreveu Importante Sempre se coloque no papel de leitor imaginando que aquele texto está em um jornal revista ou em um livro Dessa forma você terá uma visão crítica a respeito de si mesmo enquanto escritor 38 12 COMO PRODUZIR UM BOM TEXTO Muitas pessoas sentem dificuldades ao escrever um texto pois toda escrita exige certos detalhes que sempre devemos estar atentos Mas esta dificuldade não existe pois no momento em que vamos descobrindo os passos corretos para a produção textual chegamos à conclusão de que esta é uma tarefa bem simples Antes de tudo é preciso entendermos que um texto jamais poderá ser um amontoado de palavras escritas sem organização e sem sentido Tudo que planejamos escrever precisa ser colocado antes em um rascunho onde as ideias serão reunidas para depois serem transportadas para o papel É muito importante conhecermos sobre o assunto do qual iremos escrever pois caso contrário não teremos ideias suficientes para atingirmos um bom resultado Essa nossa capacidade de desenvolver bem as ideias vai aumentando com o passar do tempo de acordo com nossa leitura constante com a troca de experiências como por exemplo o diálogo com pessoas estudiosas entre outros Outro detalhe é a pontuação Você se lembra dos parágrafos das vírgulas da ortografia correta das palavras Esses são elementos essenciais Mas não se preocupe Algumas dicas lhe ajudarão a se tornar um bom escritor Os parágrafos servem para evitar que as ideias fiquem desordenadas No caso de textos com diálogos entre personagens devemos acordar nossa criatividade e imaginação e dar atenção especial aos seguintes sinais de pontuação O travessão marca a mudança de fala dos personagens Os dois pontos servem para indicar o momento em que um personagem irá falar O ponto de interrogação indica uma pergunta O ponto de exclamação revela algum sentimento vivido pelos personagens 39 Aquilo que você pretende dizer precisa estar claro para que o leitor possa compreender sua mensagem neste caso está incluso a questão da ortografia Ela deverá ser legível em todas as ocasiões E para não esquecer é necessário que o texto contenha começo meio e fim 40 13 COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL O texto é produzido através da organização de palavras que se unem adequadamente umas às outras Assim os termos vão formando uma oração e as orações vão constituir períodos Essa união ou ligação entre os elementos de um texto deve apresentar um sentido lógico coerente para isso é necessário observar as relações semânticas existentes entre eles Na verdade há uma relação de dependência entre os termos e as orações que se estabelece pela coordenação ou subordinação das ideias Um texto tornase bem construído e coeso quando usamos os elementos gramaticais ou coesivos conjunções pronomes preposições e advérbiosno interior das frases de forma adequada Se esses elementos de ligação forem mal empregados o texto não apresentará noção de conjunto ou ainda sua linguagem se tornará ambígua e incoerente Portanto a coesão referese à forma ou à superfície de um texto Ela é mantida através de procedimentos gramaticais isto é pela escolha do conectivo adequado na conexão dos diversos enunciados que compõem um texto A coerência resulta da relação harmoniosa entre os pensamentos ou ideias apresentadas num texto sobre um determinado assunto Referese dessa forma ao conteúdo ou seja à sequência ordenada das opiniões ou fatos expostos Não havendo o emprego correto dos elementos de ligação conectivos faltará a coesão e logicamente a coerência ao texto Na construção de um texto assim como na fala usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que se lê diz Esses mecanismos linguísticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito dito são os referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que haja coerência não só entre os elementos que compõem a oração como também entre a sequência de orações dentro do texto Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implícito baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do processo têm com o tema Por exemplo o uso de uma determinada sigla que para o público 41 a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral evita que se lance mão de repetições inúteis Numa linguagem figurada a coesão é uma linha imaginária composta de termos e expressões que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles Dessa forma com o emprego de diferentes procedimentos sejam lexicais repetição substituição associação sejam gramaticais emprego de pronomes conjunções numerais elipses constroemse frases orações períodos que irão apresentar o contexto decorre daí a coerência textual Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão textual Na organização de períodos e de parágrafos um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto Construído com os elementos corretos conferese a ele uma unidade formal Nas palavras do mestre Evanildo Bechara 1 o enunciado não se constrói comum amontoado de palavras e orações Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios Desta lição extraise que não se deve escrever frases ou textos desconexos é imprescindível que haja uma unidade ou seja que essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto Além disso relembrese que por coesão entendese ligação relação nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual 131 Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto 1 Substituição de palavras com o emprego de sinônimos ou de palavras ou expressões de mesmo campo associativo 2 Nominalização emprego alternativo entre um verbo o substantivo ou o adjetivo correspondente desgastar desgaste desgastante 42 3 Repetição na ligação semântica dos termos empregada como recurso estilístico de intenção articulatória e não uma redundância resultado da pobreza de vocabulário Por exemplo Grande no pensamento grande na ação grande na glória grande no infortúnio ele morreu desconhecido e só Rocha Lima 4 Uso de hipônimos relação que se estabelece com base na maior especificidade do significado de um deles Por exemplo mesa mais específicoe móvel mais genérico 5 Emprego de hiperônimos relações de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específico Por exemplo felino está numa relação de hiperonímia com gato Substitutos universais como os verbos vicários ex Necessito viajar porém só ofarei no ano vindouro A coesão apoiada na gramática dáse no uso de conectivos como certos pronomes certos advérbios e expressões adverbiais conjunções elipses entre outros A elipse se justifica quando ao remeter a um enunciado anterior a palavra elidida é facilmente identificável Ex O jovem recolheuse cedo Sabia que ia necessitar de todas as suas forças O termo o jovem deixa de ser repetido e assim estabelece a relação entre as duas orações Dêiticos são elementos linguísticos que têm a propriedade de fazer referência ao contexto situacionalou ao próprio discurso Exercem por excelência essa função de progressão textual dada sua característica são elementos que não significam apenas indicam remetem aos componentes da situação comunicativa Já os componentes concentram em si a significação Elisa Guimarães 2 nos ensina a esse respeito Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso Os pronomes demonstrativos certas locuções prepositivas e adverbiais bem como os advérbios de tempo referenciam o momento da enunciação podendo indicar simultaneidade anterioridade ou posterioridade Assim este agora hoje neste momento presente ultimamente 43 recentemente ontem há alguns dias antes de pretérito de agora em diante no próximo ano depois de futuro Esse conceito será de grande valia quando tratarmos do uso dos pronomes demonstrativos Somente a coesão contudo não é suficiente para que haja sentido no texto esse é o papel da coerência e coerência se relaciona intimamente a contexto 44 14 REDAÇÃO DE DOCUMENTOS OFICIAIS É todo ato normativo e toda comunicação do Poder Público Deve caracterizarse pela impessoalidade uso do padrão culto de linguagem clareza concisão formalidade e uniformidade Outros procedimentos rotineiros também fazem parte da redação de comunicações oficiais como as formas de tratamento e de cortesia certos clichês de redação a estrutura dos expedientes etc Ao prestar um concurso público sai na frente quem tem um diferencial ou seja algo a mais que mostre conhecimento e que possa ser um passo à frente em relação aos outros candidatos O conhecimento da linguagem oficial demonstra familiaridade com o universo público e pode ser útil também para trabalhar em grandes empresas que possuem comunicação com órgãos governamentais Ter conhecimento da linguagem oficial portanto pode abrir novas possibilidades profissionais e ajudar um candidato a destacarse na pontuação de uma prova de um concurso público ou conquistar uma vaga no mercado de trabalho Quem sabe a linguagem oficial por exemplo escreve ofícios atas ou memorandos no padrão exigido por órgãos públicos Alguns concursos como para escriturários exigem o conhecimento dessa linguagem como caráter classificatório 141 Peculiaridades da redação oficial a Impessoalidade A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade O tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre da ausência de impressões individuais de quem comunica da impessoalidade de quem recebe a comunicação e 45 do caráter impessoal do próprio assunto tratado b Linguagem O texto oficial requer o uso do padrãoculto da língua Padrão culto é aquele em que se observam as regras da gramática formal se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma A obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial procede do fato de que ele está acima das diferenças lexicais morfológicas ou sintáticas regionais dos modismos vocabulares das idiossincrasias linguísticas permitindo por essa razão que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam c Formalidade As comunicações oficiais devem ser sempre formais Não só ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento mais do que isso a formalidade diz respeito à polidez e à civilidade d Padronização A clareza de digitação o uso de papéis uniformes e a correta diagramação do texto são indispensáveis à padronização 46 e Concisão A concisão é uma qualidade do texto principalmente o do oficial Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras A concisão é basicamente economia linguística Isso não quer dizer economia de pensamento isto é não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzilo em tamanho Tratase exclusivamente de cortar palavras inúteis redundâncias passagens que nada acrescentem ao que já foi dito Devese perceber a hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade ideias fundamentais e secundárias Essas últimas podem esclarecer o sentido daquelas detalhálas exemplificalas mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao texto nem têm maior relação com as fundamentais podendo por isso ser dispensadas f Clareza A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial Claro é aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor A clareza não é algo que se atinja por si só ela depende estritamente das demais características da redação oficial Para ela concorrem a impessoalidade que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto o uso do padrão culto de linguagem em princípio de entendimento geral e por definição avessa a vocábulos de circulação restrita como a gíria e o jargão a formalidade e a padronização que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos a concisão que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe acrescentam 47 É pela correta observação dessas características que se redige com clareza Contribuirá ainda a indispensável releitura de todo texto redigido A ocorrência em textos oficiais de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção A revisão atenta exige necessariamente tempo A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão Não há assuntos urgentes há assuntos atrasados diz a máxima Evitese pois o atraso com sua indesejável repercussão no redigir 142 Tipos de correspondências oficiais A correspondência é uma forma de comunicação indispensável entre as pessoas empresas e instituições públicas ou privadas Por isso deve ser sempre absolutamente correta Com o objetivo de tornar este tipo de comunicação mais organizado e de fácil entendimento para todos os envolvidos as correspondências oficiais seguem determinados padrões de redação e formatação Para ajudar quem precisar lançar mão dessa ferramenta faremos um apanhado geral dos tipos de correspondências oficiais e empresariais existentes e suas principais características a Ata A ata é um documento no qual deve constar um resumo por escrito detalhando os fatos e as soluções a que chegaram as pessoas convocadas a participar de uma assembleia sessão ou reunião A expressão correta para a redação de uma ata é lavrar a ata Uma das principais funções da ata é historiar traçar um painel cronológico da vida de uma empresa associação ou instituição Serve como documento para consulta posterior tendo em alguns casos caráter obrigatório pela legislação Por tratarse de um documento formal a ata deve seguir algumas 48 normas específicas de formatação Devido a ter como requisito não permitir que haja qualquer modificação posterior o seu formato renuncia a quebras de linha eletivas espaçamentos verticais e paragrafação ocupando virtualmente todo o espaço disponível na página Números valores datas e outras expressões são sempre representados por extenso Sem emprego de abreviaturas ou siglas Sem emendas rasuras ou uso de corretivo quando a ata estiver sendo manuscrita e for necessária alguma correção usar a expressão digo seguida do texto correto Todos os verbos descritivos de ações da reunião usados no pretérito perfeito do indicativo disse declarou decidiu A estrutura básica para uma ata pode ser esta Título da reunião Cidade dia mês ano das hmin até hmin Local da reunião Introdução Relatar sobre o título da reunião local data hora e participantes Participantes da reunião Nome completo do participante e especificar de qual instituição ele é Agenda Relatar sobre a pauta da reunião os temas a serem tratados e os respectivos responsáveis de cada tema Desenvolvimento Descrever sobre os temas principais citados na reunião Conclusões Descrever sobre as conclusões atingidas ao final da reunião e suas respectivas decisões Recomendações Descrever recomendações e observações feitas no decorrer da reunião Distribuição Relatar o nome de quem a ata será enviada Observação A ata deverá ser assinada por todos os 49 participantes b Atestado ou certificado É um documento em que se faz fé de algo e que tem valor legal Pode haver atestados ou certificados de serviços prestados de estudos realizados de pagamentos etc Para a sua elaboração utilizase geralmente papel de tamanho A4 escrito em sentido vertical como se mostra em seguida Cabeçalho Colocase na parte superior do certificado com uma margem considerável É constituído pelo nome da pessoa ou instituição que o envia acompanhados dos seus dados de identificação Costuma se escrever em maiúsculas Corpo Contém texto precedido pelo termo CERTIFICA ou ATESTA em maiúsculas seguido de dois pontos onde se descreve o objeto da certificação Local e data Assinatura e selo c Circular Quando em sua empresa você deseja dirigirse a muitas pessoas ao mesmo tempo para transmitir avisos ordens ou instruções deve optar por comunicarse através de uma circular Na verdade a circular pode seguir o modelo de uma carta ou ofício o que a caracteriza é conter um assunto de interesse geral Muitas vezes a circular é utilizada internamente nas empresas com a finalidade de facilitar a comunicação entre diversas seções e departamentos Muitas empresas hoje em dia têm preferido não destacar a ementa assunto Assim é preciso verificar o modelo adotado na sua empresa A linguagem utilizada em uma circular deve ser simples e direta para não dar margem a outras interpretações Todos devem entender claramente o que está escrito 50 Estrutura Timbre da empresa Número da circular Data por extenso Assunto Corpo da mensagem Identificação Assinatura do emissor da circular d Memorando O memorando estabelecendo uma comparação é uma espécie de bilhete comercial de que as empresas ou órgãos oficiais se utilizam para estabelecer a correspondência interna entre seus setores e departamentos Por ser um tipo de correspondência cotidiana rápida e objetiva o memorando segue uma forma fixa sendo para isso utilizado um papel impresso Observe a estrutura de um memorando atentando para a ausência de saudações e finalizações Timbre Número do memorando Data De Órgão eou responsável Para Órgão eou responsável Corpo do texto Assinatura e Ofício Ofício é a correspondência de caráter oficial equivalente à carta comercial É dirigido por um funcionário a outro da mesma ou de outra categoria bem como por uma repartição a uma pessoa ou instituição particular ou ainda por instituição particular ou pessoa a uma repartição pública Por 51 tratarse sobretudo de comunicação de caráter público o ofício requer certo grau de formalidade A redação tal como no caso da carta comercial tem de ser breve e concisa f Procuração Através da procuração uma pessoa física ou jurídica autoriza alguém a agir e realizar negócios em seu nome O indivíduo que concede a procuração é chamado de mandante constituinte ou outorgante Aquele que recebe a procuração é chamado de mandatário procurador ou outorgado A procuração deve ser lavrada em papel ofício iniciando o texto com identificação e qualificação do outorgante e do outorgado Os poderes a finalidade e o prazo de validade da procuração são expressos de forma precisa Após o texto a localidade a data e a assinatura são expressas Há dois tipos de procuração Pública aquela que é lavrada por tabelião em Livro de Notas O translado cópia autêntica do que consta no livro fica em poder do procurador É usada em casos de compra e venda de imóveis em assuntos de maior peso Particular aquela que é datilografada ou manuscrita sem registro no Livro de Notas Digamos que você não possa fazer sua matrícula na escola Então você poderá passar uma procuração particular para alguém de sua confiança que resolverá esse e apenas esse assunto para você g Requerimento Se você precisar se dirigir a uma autoridade para fazer um pedido para o qual necessite ter amparo na lei deve fazêlo através de um requerimento Serve para requerer ou pedir uma coisa específica à Administração ou aos organismos públicos Os requerimentos recebem nomes diferentes 52 dependendo do organismo ao qual se dirigem Conhecese pelo nome de Memorial quando é dirigido a uma autoridade máxima como por exemplo o chefe do Estado ou o papa Chamase Exposição quando se dirige ao Parlamento da nação ou a um órgão do Governo Chamase Pedido ao requerimento utilizado para o resto dos casos Em geral podemos observar as seguintes partes A autoridade destinatária usase Excelentíssimo Exmo para Juiz Promotor Senadores Deputados Vereadores Presidente da República Governador Prefeito e Ministros de Estado usase Ilustríssimo Ilmo para as demais autoridades Nome e qualificação do requerente Exposição e solicitação Pedido de deferimento Localidade e data Assinatura h Declaração A declaração é utilizada quando se quer atestar ou confirmar algum fato para garantir um direito a uma determinada pessoa Dividese nas seguintes partes Timbre Impresso como cabeçalho contendo o nome do órgão ou empresa Atualmente a maioria das empresas possui um impresso com logotipo Nas declarações particulares usase papel sem timbre Título Devese colocálo no centro da folha em caixa alta Texto Devese iniciálo a cerca de quatro linhas do título Dele deve constar Identificação do emissor Se houver vários emissores é aconselhável escrever para facilitar os abaixo assinados 53 O verbo atestardeclarar deve aparecer no presente do indicativo terceira pessoa do singular ou do plural Finalidade do documento em geral costumase usar o termo para os devidos fins mas também se pode especificar para fins de trabalho para fins escolares etc Nome e dados de identificação do interessado Esse nome pode vir em caixa alta para facilitar a visualização Citação do fato a ser atestado Local e data Devese escrevêlos a cerca de três linhas do texto Assinatura Assinase a cerca de três linhas abaixo do local e data i Bilhete É um meio rápido e simples de transmitir uma mensagem Normalmente é dirigido a uma pessoa próxima com quem se tem intimidade e por isso mesmo costuma ser escrito em linguagem informal Isso contudo não dispensa a atenção que deve ser dada à qualidade da redação especialmente considerando que o relacionamento continua tendo caráter profissional O bilhete não requer um tipo específico de papel muito menos segue um padrão formal É sempre aconselhável entretanto uma boa apresentação Mesmo sendo breve e informal o bilhete apresenta uma forma de organização que deve ser seguida para atender ao seu maior objetivo comunicar de forma rápida e precisa Assim deve conter as seguintes partes Vocativo Colocase o nome do receptor sem emprego de tratamento especial Texto Deve ser iniciado com marca de parágrafo e conter as informações necessárias à comunicação de forma bem ordenada Nome do emissor Data e hora 54 15 TEXTOS TÉCNICOS Uma das principais características de um texto técnico é a utilização de linguagem de especialidade isto é a linguagem utilizada numa dada área que engloba tanto a terminologia como as formas de expressão específicas da área em questão A linguagem de especialidade não se limita apenas à terminologia ela inclui termos funcionais que descrevem operações ou processos e propriedades sintáticas e gramaticais adere a convenções próprias tais como evitar a voz passiva na maior parte dos textos técnicos e o uso de terminologia consistente Texto científicotexto técnico A distinção entre os dois tipos de texto em apreço não é fácil São ambos tipos de texto em que prevalece a função referencial ou informativa Mas em que momento e a partir de que elementos podemos distinguir um texto técnico de um científico Provavelmente temos de nos centrar um pouco na cientificidade ou especialização de um texto Por exemplo um artigo sobre uma nova cura para determinada doença que sai numa revista de grande tiragem é um texto científico É certamente um texto de divulgação científica Mas não é nem um texto técnico nem um texto científico E se esse artigo estiver incluído num manual para estudantes de medicina ou de enfermagem Antes de mais terá a mesma linguagem Estou certa de que não Será um texto científico Ou será um texto científico e simultaneamente técnico Tem certamente muito de científico mas deverá ter algo de técnico com elementos que permitam ao aprendiz de médico ou de enfermeiro reconhecer a forma como a nova cura atua e evolui E já agora se o artigo for apresentado numa conferência internacional dedicada à inovação no âmbito da medicina Neste contexto escrito por especialistas para especialistas estaremos certamente perante o texto científico mais puro A questão colocase se ainda será ou se também será um texto técnico Do exposto poderá concluirse que mesmo tratando de áreas muito específicas do saber nem todos os textos têm um cariz científico ou especializado e essa especialização vaise afunilando à medida que o destinatário se torna também ele mais especializado Será que o percurso do 55 texto técnico é semelhante Será que é apenas um texto dito utilitário Quando compramos um aparelho novo as instruções que o acompanham são um texto técnico Correspondem sem dúvida a um texto para o grande público mas não me parece que contrariamente ao que acontece com o texto científico com as características referidas acima se possa dizer que se trata de um texto de divulgação Mas não haverá textos de divulgação sobre aquele aparelho E o estudante que está a aprender a fazêlo ou o técnico que o pode arranjar tem acesso a que tipo de textos E o engenheiro que concebe e transforma os aparelhos a que tipo de textos tem acesso que tipo de textos produz Voltando ao texto científico apresentado numa conferência internacional que considerámos o mais científico dos textos que abordam uma área da ciência não será também um texto técnico dado que aborda potencialmente técnicas de cura Em síntese pareceme muito difícil distinguir assim en passant texto técnico de texto científico Creio mesmo que essa abordagem pode ser falaciosa Há porém características que permitem identificálos e isolálos de outros tipos de textos São ambos textos informativos São ambos escritos por especialistas Assumem ambos estilos e linguagens distintas consoante o público a que se destinam sendo mais herméticos se o públicoalvo é também especialista da área Geralmente utilizamos três tipos de textos Narrativos descritivos e dissertativos Essa é a classificação tradicional mas temos uma infinidade de gêneros textuais tais como manual de instrução relatórios resumos artigos etc O texto científico é o texto que revela pesquisa e rigos cientifico e tem como objetivo a publicação em revistas especializadas ou livros O texto cientifico é representado pelas monografias pelas teses resenhas e artigos científicos O texto técnico é o mais relativo às profissões É fundamental nas atividades empresariais e é representado pelas atas memorando circulares etc 56 Redação técnica cientifica Apresentam características que são regidas pelos mesmos princípios básicos que orientam qualquer estruturação de qualquer texto escrito ou seja clareza coesão e coerência correção obediência às normas gramaticais e objetividade 151 Tipos de textos técnicos a Fichamento É uma das fases da Pesquisa Bibliográfica seu objetivo é facilitar o desenvolvimento das atividades acadêmicas e profissionais Pode ser utilizado para Identificar as obras Conhecer seu conteúdo Fazer citações Analisar o material Elaborar a crítica Auxiliar e embasar a produção de textos Classificação de Fichamento Fichamento textual é o que capta a estrutura do texto percorrendo a sequência do pensamento do autor e destacando ideias principais e secundárias argumentos justificações exemplos fatos etc ligados às ideias principais Traz de forma racionalmente visualizável em itens e de preferência incluindo esquemas diagramas ou quadro sinóptico uma espécie de adiografia do texto Fichamento temático reúne elementos relevantes conceitos fatos ideias informações do conteúdo de um tema ou de uma área de estudo com título e subtítulos destacados Consiste na transcrição de trechos de texto estudado ou no seu resumo ou ainda no registro de 57 ideias segundo a visão do leitor As transcrições literais devem vir entre aspas e com indicação completa da fonte autor título da obra cidade editora data página As que contêm apenas uma síntese das ideias dispensam as aspas mas exigem a indicação completa da fonte As que trazem simplesmente ideias pessoais não exigem qualquer indicação Fichamento bibliográfico consiste em resenha ou comentário que dê ideia do que trata a obra sempre com indicação completa da fonte Pode ser feito também a respeito de artigos ou capítulos isolados a arquivado segundo o tema ou a área de estudo O Fichamento bibliográfico completa a documentação textual e temática e representa um importante auxiliar do trabalho de estudantes e professores Para que serve um fichamento Apresentar anotações que sirvam como material organizado para consulta O fichamento é fonte para estudos posteriores b O que é resumo Apresentação concisa dos pontos relevantes dos conteúdos e das conclusões do trabalho Deve ser redigido na terceira pessoa do singular com o verbo na voz ativa compondose de uma sequência corrente de fases e não de uma enumeração de tópicos não ultrapassando 1400 toques Devese evitar o uso de parágrafos no meio do resumo bem como de fórmulas equações diagramas e símbolos optando se quando necessário pela transcrição na forma extensa Não deve incluir citações bibliográficas Em geral é redigido no final após o término do trabalho pelo próprio autor empregando termos geralmente aceitos e não os de uso particular Por que resumir um texto Qual a finalidade Bom a verdade é que se resumo não fosse bom o professor não insistia em cobrar ou aconselhar que fosse feito 58 Resumir é o ato de ler analisar e traçar em poucas linhas o que de fato é essencial e mais importante para o leitor Quando reescrevemos um texto internalizamos melhor o assunto e não nos esquecemos dele Afinal não aprendemos com um simples passar de olhos pelas letras Dessa forma podemos até dizer que lemos o texto mas quanto a assimilar será difícil afirmar que sim O fato de sintetizar um texto ou capítulos longos pode se tornar um ótimo hábito e auxiliálo muito em todas as disciplinas pois estará atento às ideias principais e se lembrará dos pontos chaves do conteúdo Expor o texto em um número reduzido de linhas não parece ser fácil Não se preocupe a seguir estão alguns passos para se fazer um bom resumo e se dar bem Faça uma primeira leitura atenciosa do texto a fim de saber o assunto geral dele Depois leia o texto por parágrafos sublinhando as palavraschaves para serem a base do resumo Logo após faça o resumo dos parágrafos baseandose nas palavras chaves já destacadas anteriormente Releia o seu texto à medida que for escrevendo para verificar se as ideias estão claras e sequenciais ou seja coerentes e coesas Ao final faça um resumo geral deste primeiro resumo dos parágrafos e verifique se não está faltando nenhuma informação ou sobrando alguma Por fim analise se os conceitos apresentados estão de acordo com a opinião do autor porque não cabem no resumo comentários pessoais Exemplo de Resumo usar espaço simples Esta pesquisa tem por objetivo geral estudar as decisões relacionadas à atmosfera de lojas de varejo à luz dos conceitos de marketing e da arquitetura analisando a influência das variáveis atmosféricas sobre o comportamento do consumidor e nos objetivos específicos faz um detalhamento dos pontos pesquisados No tocante à parte conceitual faz considerações sobre a literatura específica relacionando os tópicos principais da teoria geral sobre o 59 assunto Para dar sustentação às teorias de base buscouse na psicologia a considerações pertinentes ao assunto relacionando atmosfera de loja de varejo e comportamento do consumidor Uma vez que a presente busca discutir estratégias de marketing para a configuração de espaços de lojas de varejo tornouse necessário no campo da arquitetura fazer um relacionamento das interfaces destas duas áreas Seguiuse à parte conceitual específica disposição sobre os métodos de pesquisa utilizados onde procurouse mostrar o porque da pesquisa de campo elaboração do protocolo detalhes da coleta e análise dos dados bem como a justificativa das empresas escolhidas Neste ponto é feita a análise dos dois casos explorandose as constatações presentes nos relatórios das visitas aos casos selecionados Este concluise com a conclusão e considerações finais feitas às empresas caso c Relatório É a exposição escrita na qual se descrevem fatos verificados mediante pesquisas ou se historia a execução de serviços ou de experiências É geralmente acompanhado de documentos demonstrativos tais como tabelas gráficos estatísticas e outros UFPR 1996 Objetivos De um modo geral podemos dizer que os relatórios são escritos com os objetivos Divulgar os dados técnicos obtidos e analisados Registrálos em caráter permanente Tipos de relatórios Os relatórios podem ser dos seguintes tipos Técnicocientíficos De viagem De estágio De visita Administrativos 60 E fins especiais Relatório técnicocientífico É o documento original pelo qual se faz a difusão da informação corrente sendo ainda o registro permanente das informações obtidas É elaborado principalmente para descrever experiências investigações processos métodos e análises Geralmente a elaboração do relatório passa pelas seguintes fases a plano inicial determinação da origem preparação do relatório e do programa de seu desenvolvimento b coleta e organização do material durante a execução do trabalho é feita a coleta a ordenação e o armazenamento do material necessário ao desenvolvimento do relatório c redação recomendase uma revisão crítica do relatório considerando se os seguintes aspectos redação conteúdo e estilo sequência das informações apresentação gráfica e física 61 16 CONCLUSÃO É importante ressaltar que qualquer que seja o ramo da atividade o profissional sabe que o êxito dele depende além dos conhecimentos próprios da área de sua habilidade na leitura que resultará em competência quanto ao manejo da língua Enfim todo saber é adquirido e transmitido através desse instrumento primordial da comunicação humana na qual a leitura é uma das protagonistas Desta forma para o nosso jovem que vem em processo de formação constante é papel primordial do educador e também dos responsáveis criar interesses orientar esforços e apontar caminhos em relação à prática de leitura construindoo como pessoa e cidadão esclarecido crítico e exigente em relação à sociedade em que quer viver Como diz Paulo Freire p 15 1996 Homens e mulheres são seres éticos capazes de intervir no mundo de comparar de ajuizar de decidir de romper de escolher capazes de grandes ações 62 ENCERRAMENTO Parabéns por ter concluído os estudos desta matéria da sua especialização A Editora Famart e seus parceiros a conteudistas prepararam esta apostila baseandose em temas e discussões relativas à esta disciplina Reunimos conteúdos de autores e pesquisadores que são referência na temática apresentada concebendo um compilado desta abordagem de forma didática visando melhor aproveitamento no seu processo de conhecimento e aprendizagem Na presente apostila foram utilizados materiais que estão devidamente referenciados ao final em conjunto com as demais referências de todas as citações viabilizando desta forma a identificação e eventual consulta às fontes Busque materiais auxiliares de estudo para que possam agregar ainda mais no seu conhecimento Dúvidas elogios questionamentos ou orientações quanto ao conteúdo estudado disponibilizamos para esta finalidade a opção de abertura de requerimento através de sua área de estudo Nossos tutores estarão disponíveis para te atender 63 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito linguístico o que é como se faz São Paulo edições Loyola 1999 BARTHES Roland Mitologias São Paulo Ática 1985 et al Análise estrutural da narrativa Petrópolis Vozes 1972 BLIKSTEIN Izidoro Técnicas de comunicação escrita 13ed São Paulo Ática 1995 BELTRÃO Odaci BELTRÃO Mariúsa Correspondência linguagem e comunicação oficial comercial bancária e particular 21ed São Paulo Altas 2002 FÁVERO Leonor Coerência e coesão textuais 4ed São Paulo Ática 1992 FIORIN Jose Luiz SAVIOLI Francisco Platão Para entender o texto leitura e redação 16ed São Paulo Atica 2005 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia saberes necessários à prática educativa São Paulo Paz e Terra 1996 POSSENTI Sírio Por que não ensinar gramática na Escola Campinas SP Mercado de Letras Associação de Leitura do Brasil 1996 LIMA Renira Lisboa de Moura Como se faz um resumo Maceió EDUFAL 1994 MARTINS Dileta Silveira ZILBERKNOP Lúbia Scliar Português instrumental de acordo com as atuais normas da ABNT 25 ed São Paulo Atlas 2004 MEDEIROS João Bosco Português Instrumental 8ed São Paulo Atlas 2009 NEVES Iara Conceição Bitencourt et al Org Ler e escrever compromisso de todas as áreas 2ed Porto Alegre Ed Universidade 1999 SERAFIN Maria Teresa Como escrever textos 3ed São Paulo Globo 1989 SOLÉ Isabel Estratégias de leitura 6ed Porto Alegre Artmed 1998