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Manual de Trabalho de Curso Relatório de Monografia Ciências Econômicas Sumário APRESENTAÇÃO 3 1 ORIENTAÇÕES PARA OS ALUNOS 3 2 ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES DOS ALUNOS 4 3 ORIENTAÇÕES GERAIS 5 4 O QUE É UMA MONOGRAFIA CIENTÍFICA OU TC 6 5 O QUE SIGNIFICA PENSAR CIENTIFICAMENTE 7 6 O QUE FAZ UM ORIENTADOR DE TC 8 7 COMO SE ORGANIZA UM RELATÓRIO DE MONOGRAFIA TC 9 8 A LINGUAGEM DA MONOGRAFIA 14 9 ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE MONOGRAFIA 16 10 DAS CITAÇÕES 17 11 ENTREGA DO RELATÓRIO 20 12 REFERÊNCIAS DESTE MANUAL 20 3 APRESENTAÇÃO O Trabalho de Curso TC visa a proporcionar ao aluno a vivência no que diz respeito à evolução da ciência atividade que está ligada ao desenvolvimento acadêmico do aluno de graduação O TC busca ampliar os conhecimentos em relação a temas abordados durante o curso permitindo ao aluno a escolha daquilo que seja de seu interesse pessoal É portanto uma experiência acadêmica orientada vivida por alunos que cursam a graduação de Ciências Econômicas ou depois dela cursos de especialização ou de pósgraduação lato sensu Não há exigência de que o tema desenvolvido e pesquisado em um trabalho monográfico seja um tema original e inédito Há no entanto exigências em relação à organização do trabalho à coerência e à coesão textuais à pesquisa e ao desenvolvimento do conteúdo Esperase que durante a elaboração do TC o aluno demonstre maturidade acadêmica quanto à possibilidade de unir prática e teoria no sentido de aplicar aquele conjunto de conhecimentos que foi adquirido ao longo das diferentes disciplinas Assim esperase que o aluno após ter escolhido o tema e desenvolvido seu projeto elabore o relatório de forma consciente pois somente dessa forma poderá trabalhar prazerosamente obtendo como resultado além de seu crescimento acadêmico um texto criativo e interessante a outros leitores com o mesmo interesse REGULAMENTO COM DEFINIÇÃO DAS FORMAS DE ACOMPANHAMENTOORIENTAÇÃO 1 ORIENTAÇÕES PARA OS ALUNOS O TC é um trabalho a ser realizado individualmente por aluno matriculado no semestre em que tal componente curricular é oferecido Todo aluno matriculado no semestre em que o componente curricular TC Relatório de Monografia for oferecido deverá integrarse ao sistema expandindo o tema que foi objeto de investigação do projeto participando obrigatoriamente de todas as etapas do desenvolvimento do trabalho de pesquisa orientação redação e entrega Quando o aluno efetuar a primeira postagem do Relatório de Monografia TC ele será encaminhado a um dos orientadores designados pelo curso que exercerá o papel de orientador do trabalho A coordenação do curso junto aos professores poderá também sugerir orientadores para os trabalhos Orientador e aluno se comunicam via sistema indicado pela Universidade para esse fim A frequência e a regularidade desses contatos serão controladas pelo professor orientador e todos os alunos deverão tomar ciência das tarefas a serem cumpridas no período que transcorrerá entre um encontro e outro 2 ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES DOS ALUNOS Durante o tempo previsto para pesquisa e elaboração do texto do TC muitas atividades serão desenvolvidas pelos participantes Essas atividades vão desde as práticas de cunho organizacional por exemplo decidir sobre quemquando os dados serão coletados quandocomo serão transcritos caso seja necessário àquelas voltadas à construção de novos conhecimentos envolvendo momentos de estudo e realização de tarefas relacionadas à cognição É fundamental portanto que cada aluno escolha diferentes maneiras para estudar Assim é importante pensar em tipos de atividades a serem realizadas a exemplo de leitura e fichamento dos textos buscas na internet elaboração de pequenos trechos do referencial teórico com o propósito de discutir o estilo do texto de cada um reescrever e estabelecer características para a apresentação final do relatório Esperase que ao longo do desenvolvimento do relatório o aluno desenvolva estratégias de aprendizagem que possam colaborar para o resultado final do trabalho Ao longo do período destinado à elaboração do relatório o aluno deverá cumprir as seguintes etapasdiretrizes comunicação regular com o orientador via sistema indicado pela Universidade entrega de partes do relatório de acordo com as solicitações do professor orientador e do professor coordenador do curso atendendo ao cronograma de postagens entrega dos exemplares em sua versão final Em seção posterior as normas para a confecção do trabalho serão abordadas 3 ORIENTAÇÕES GERAIS As dicas a seguir podem ser úteis para a elaboração do relatório elaboração do relatório pelo aluno contendo os aspectos apresentados nas aulas gravadas ou em mensagens enviadas pelo professor manutenção de um arquivo ou caderno para registro de todas as possíveis citações consideradas relevantes para o trabalho assim como a referência bibliográfica correspondente elaboração de diários de leitura de todos os textos lidos e considerados relevantes para o embasamento teórico do projeto trabalhar sempre com a versão corrigida do trabalho e a nova versão dando tanto ao orientador quanto ao próprio aluno a possibilidade de relembrar os comentários já feitos em etapa e orientação anteriores 4 O QUE É UMA MONOGRAFIA CIENTÍFICA OU TC A monografia proposta ao final de um curso de graduação é um trabalho de caráter científico e como tal deve pautarse em normas internacionais que caracterizam as pesquisas em universidades e congressos por exemplo Assim fazse necessário que escolhamos uma referência bibliográfica sobre questões metodológicas e uma vez escolhida ela deverá ser observada rigorosamente na elaboração do trabalho Embora sabendo das divergências em relação às questões metodológicas e da necessidade de muitas vezes estabelecermos comparações entre os diferentes autores que tratam dessa questão optamos por organizar o TC com base nas orientações da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT utilizada por grande parte das universidades brasileiras Em relação às orientações para o TC Guidin 2003 propõe para reflexão alguns tópicos que poderão nortear este trabalho acadêmico A palavra monografia corresponde etimologicamente a um tratado escrito grafia sobre um único mono assunto ou tema Texto monográfico obedece à estrutura e à linguagem do texto dissertativo É portanto uma dissertação ou seja deverá convencer o leitor das propostas lá sustentadas No caso de TC é necessário que cada uma das análises se encaminhe para um ponto determinado e que ao final o aluno possa encontrar pontos em comum para atingir o objetivo analítico final que será apresentado na conclusão do trabalho Em princípio a natureza da monografia é a mesma para os trabalhos de graduação trabalhos de mestrado e de doutorado A diferença entre esses níveis de pesquisa está no grau de originalidade abrangência aprofundamento teóricometodológico e enfoque analítico Com isso não se quer dizer que a pesquisa para o TC teria apenas um caráter de compilação eou revisão bibliográfica como propõem alguns autores É fundamental que os graduandos se posicionem criticamente frente ao material pesquisado 7 5 O QUE SIGNIFICA PENSAR CIENTIFICAMENTE Ao afirmarmos que um TC é um trabalho acadêmico técnicocientífico estamos de certa forma dizendo que esse trabalho tem características diferenciadas e que seu públicoalvo se encontra na comunidade científica Quem avalia e atribui relevância aos trabalhos científicos são leitores acostumados a trabalhar com pesquisa e a pensar e raciocinar cientificamente Mas o que isso significa É dotado de comportamento científico o aluno que demonstra preocupação com a qualidade dos questionamentos que faz em relação ao foco de seu trabalho que estabelece metas para os procedimentos de pesquisa que não se satisfaz com conclusões do senso comum mas está sempre em busca de explicar e analisar os dados de sua pesquisa Comportarse cientificamente significa ser criterioso com as conclusões fundamentandoas em um referencial teórico ou empírico bem selecionado e pertinente ao tema Significa acima de tudo ter uma visão relativa dos fenômenos e não absoluta ou seja estabelecer relações entre fenômenos e não os conceber como fenômenos isolados de um contexto HUBNER 1998 Assim esperase que os alunos ao elaborarem seu TC primem pela qualidade acadêmicocientífica de seus textos sendo criteriosos o bastante para que os resultados de seus trabalhos sejam validados na comunidade científica Esperase que produzam textos coerentes isentos de julgamentos isto é sem o uso exagerado de adjetivos calcados em descrições que possibilitem inferências e tomada de posições equilibradas e fundamentadas 7 COMO SE ORGANIZA UM RELATÓRIO DE MONOGRAFIA TC O Relatório de Monografia TC se organiza a partir das seguintes partes elementos prétextuais elementos textuais elementos póstextuais 71 Elementos que compõem o Relatório de Monografia Após o aluno ter cursado a disciplina Projeto de Monografia a sequência do trabalho darseá na disciplina Relatório de Monografia que deverá ser cursada pelo aluno matriculado no semestre em que a disciplina estiver sendo oferecida Como o tema de investigação já foi definido quando do curso da disciplina Projeto de Monografia o aluno continuará a desenvolvêlo agora atendendo ao que se solicita na fase do relatório O aluno também será acompanhado de professor orientador que lhe oferecerá todos os subsídios para que bem possa prosseguir com seus estudos Deverá estar atento ao calendário de postagens bem como a cada uma das fases requeridas para cada período de forma que o professor possa efetuar sua orientação No Relatório de Monografia é chegado o momento de o aluno desenvolver com mais propriedade e maior profundidade o tema escolhido Na forma de Monografia o Relatório da Monografia deverá ser apresentado seguindo os elementos destacados a seguir Elementos prétextuais Cada um dos elementos a seguir deverá ser indicado em folha distinta Capa Contém elementos que auxiliam na identificação do trabalho e deverá ser seguido o exemplo oferecido para o projeto Folha de rosto 6 O QUE FAZ UM ORIENTADOR DE TC Na orientação do TC atua o professor orientador de conteúdo específico que acompanha o aluno nas discussões sobre o tema escolhido auxiliandoo em relação às leituras e à bibliografia indicadas para dar sustentação teórica ao trabalho Algumas características são fundamentais ao professor escolhido como orientador de um TC o professor orientador precisa ser um incentivador do aluno motivandoo para que elabore um trabalho criativo o professor orientador precisa ser organizado e estabelecer ao longo do período tarefas claras e objetivas ao aluno o professor orientador precisa sugerir leituras ao aluno o professor orientador poderá indicar ao aluno as modificações a serem efetuadas no trabalho porém nunca redigir trechos do trabalho É importante ressaltar que um TC é um momento de construção de conhecimentos e exige portanto que orientando e orientador mantenham um relacionamento cordial de confiança assumindo cada qual o seu papel pedagógico O exercício que se espera na elaboração de um TC tem características dialógicas isto é orientando e orientador têm espaço e voz nas discussões em busca de transformarem os conhecimentos já adquiridos Esperase que as decisões a respeito do trabalho sejam tomadas com maturidade e sempre de forma compartilhada 10 Contém os elementos mais significativos relativos à identificação dos indicados na capa e mais alguns secundários importantes para identificação do trabalho além de apresentar a finalidade acadêmica do estudo seguindo o exemplo utilizado quando do projeto claro que agora adaptado para o Relatório de Monografia Dedicatória opcional Tratase de um espaço em que o autor presta homenagem ou dedica seu trabalho a alguém Agradecimentos opcional Nesse espaço o autor pode efetuar alguns agradecimentos destacando pessoas ou mesmo instituições que no seu entender foram importantes no desenvolvimento do estudo Epígrafe opcional É representada por frases citações pensamentos provérbios ou mesmo poemas desde que indicada autoria e de livre escolha do autor A utilização desse instrumento deve levar em consideração algum tipo de referência ao estudo desenvolvido Resumo em língua vernácula e palavraschave O resumo é bastante importante no Relatório de Monografia ele destaca os principais pontos abordados na monografia além de apresentar a sequência lógica com que o trabalho foi desenvolvido Ressalta a metodologia os objetivos os resultados bem como algumas das conclusões a que o autor chegou Usual é que contenha aproximadamente 250 palavras apresentadas em único parágrafo As palavraschave devem ser apresentadas no máximo cinco logo após o término do resumo separadas entre si por ponto Resumo em língua estrangeira e palavraschave Preferencialmente na língua inglesa com as mesmas características do resumo seguidas das palavras representativas no caso keywords 11 Lista de ilustrações se houver Deve ser utilizada para identificação de desenhos fotografias mapas plantas retratos e demais Lista de tabelas e quadros se houver Como tabelas e quadros são formas não discursivas de informações se o uso no desenvolvimento do trabalho foi recorrente devese utilizar uma lista para rápida identificação Lista de gráficos fluxogramas e organogramas se houver O gráfico é um instrumento que possibilita transmitir muitas vezes o significado de planilhas complexas de uma forma mais eficiente e mais simples Por sua vez fluxogramas tratase da representação esquemática de um processo ou fluxo de trabalho O organograma é um gráfico que representa a estrutura formal de uma organização Mostrando suas unidades funcionais administrativas hierárquicas e as relações de comunicação existentes entre essas Se utilizado durante o desenvolvimento do assunto requer identificação Lista de abreviaturas e siglas se houver Tratase de uma relação em ordem alfabética das siglas utilizadas na construção do trabalho As siglas devem ser precedidas pelo nome por extenso por exemplo Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT A descrição completa da abreviatura ou sigla deve aparecer na primeira ocorrência Lista de símbolos se houver A lista de símbolos é uma relação de sinais convencionados que foram utilizados no texto com seus respectivos significados Recomendase que sejam relacionados conforme a ordem apresentada no texto com o devido significado Sumário É a parte do trabalho em que são destacadas as páginas em que se iniciam os capítulos e as seções Elementos textuais Cada um dos elementos abaixo deverá iniciar em folha distinta Introdução É a parte na qual se desenha a ideia geral do texto Deve ter tamanho proporcional à monografia O texto da introdução deve ser claro e objetivo Sem subdivisões e desenvolvido em parágrafos logicamente concatenados ele reflete por completo o que foi desenvolvido no projeto Não se trata de simplesmente trazer o projeto para a introdução do Relatório da Monografia mas sim a introdução deve refletir o projeto que por forma resumida apresenta seus componentes Deve simplesmente ser denominada de Introdução e não de capítulo Portanto não deve receber numeração Desenvolvimento Aqui sim capítulos devem ser desenvolvidos tantos quanto forem necessários É a parte que sucede à introdução e antecede às considerações finais e inclui o referencial teórico desenvolvido bem como a coleta e o tratamento dos dados O desenvolvimento é composto por vários capítulos sendo que o primeiro receberá o número 1 Todos os capítulos devem ser indicados em uma nova página e deve ser subdividido em seções Nesse caso a seção pode ser subdividida apresentando seções secundárias Considerações finais Nas considerações finais serão apresentadas as respostas do problema que foi investigado Na parte inicial é de bom tom resgatar considerações que estão na Introdução para situar novamente o leitor quanto ao tema justificativa de escolha problema e demais informações relevantes e que originou a pesquisa seguindo de um breve resumo do que foi apresentado e discutido nos capítulos em seguida apresente o que concluiu a respeito Elementos póstextuais Cada um dos elementos a seguir deverá iniciar em folha distinta 13 Referências Devese apresentar todos os documentos que foram utilizados na confecção do relatório da monografia seguindo normas estabelecidas Glossário se houver É usual apresentar em ordem alfabética uma relação de palavras ou mesmo expressões de uso não comum ou mesmo restrito ou que ainda apresentem sentido obscuro acompanhadas de suas respectivas definições Apêndices se houver Considerar as mesmas condições de uso quando da descrição desse elemento no projeto Anexos se houver Considerar as mesmas condições de uso quando da descrição desse elemento no projeto 14 8 A LINGUAGEM DA MONOGRAFIA Considerandose as diferentes partes que compõem o texto monográfico seja na fase do projeto ou do relatório é importante ressaltar que a linguagem se presentifica de diferentes e bem marcadas formas influenciando na qualidade e na validade do texto construído É possível perceber que a linguagem caminha por diferentes tipos de discurso com marcas ora expositivas ora narrativas percorrendo a descrição a análise e a crítica BRANDÃO 2001 caracterizando essas partes da monografia 81 Linguagem expositiva A linguagem expositiva se caracteriza nas monografias pelo discurso teórico presente tanto na introdução quanto na fundamentação teórica A exposição exige que o autor seja objetivo que apresente os conceitos teóricos relevantes ao trabalho atribuindo a ele próprio ou a outros autores a responsabilidade enunciativa Segundo Brandão 2001 p 30 Essa função objetiva não impede entretanto que seja permeada de elementos analíticos argumentativos ou críticos Em verdade a participação do pesquisador se concretiza o que não é pouco desde a seleção do material isto é quando faz os recortes teóricos criativos ou críticos incorporados em seu texto e no modo como distingue esses dados objetivos das suas próprias interpretações sobre eles Embora rigorosamente falando não exista em estado puro podemos chamar de objetiva aquela linguagem que procura apreender os fatos ou outra linguagem em seus próprios elementos constitutivos independentes de interpretação do pesquisador e subjetiva aquela linguagem que expressa reflexões pessoais opiniões ou propostas do pesquisador devidamente fundamentadas e não confundidas com afirmações que apenas denunciam reações afetivas de agrado ou desagrado 15 82 Linguagem descritiva A linguagem descritiva se caracteriza nas monografias pelos relatos fortemente presentes na metodologia Nesse capítulo o autor é convidado a detalhar os fatos relacionados ao contexto de pesquisa e a todos os procedimentos que vão desde a escolha do corpus para estudo eou coleta de dados aos critérios escolhidos para análise A linguagem descritiva pressupõe a ausência de julgamentos e juízos de valor por parte do autor 83 Linguagem analítica A linguagem analítica se caracteriza nas monografias pelo uso da explicação e da argumentação Nesse sentido faz uso de relações lógicas entre os elementos que se encontram explícitos no texto e aqueles implícitos mas provocadores de sentido em relação ao objetivo da monografia 84 Linguagem crítica A linguagem crítica se caracteriza nas monografias pela emissão de opiniões e conclusões do autor após o exaustivo questionamento a que submeteu os dados coletados ou o corpus de análise Segundo Brandão 2001 p 31 é pela linguagem crítica que o estudioso pode efetivamente contribuir para o avanço das ideias em relação a determinado campo do saber apresentando reflexões originais nascidas seja de novos enquadramentos a partir dos elementos já conhecidos seja aprofundando ou ampliando os referenciais de pesquisa para aspectos ou setores ainda não considerados 16 9 ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE MONOGRAFIA O presente regulamento normatiza as atividades de pesquisa orientada para o desenvolvimento do relatório da monografia para o curso de Ciências Econômicas A produção do relatório visa a desenvolver no acadêmico a capacidade de um estudo teóricoreflexivo a partir de atividades de pesquisa sua análise e seus procedimentos metodológicos organizados de forma técnica adequada às normas de produção de um trabalho científico A produção científica objetiva oportunizar ao aluno dos cursos de graduação na modalidade bacharelado uma ocasião de demonstrar o grau de habilitação adquirido o aprofundamento temático o estímulo à produção teórica e à consulta de bibliografia especializada segundo as normas formais de metodologia científica e o aprimoramento da capacidade de interpretação e análise de dados Ainda procura mostrar à sociedade que o bacharel em Ciências Econômicas está habilitado a efetuar uma pesquisa científica bem como seu relato O relatório será elaborado de acordo com as normas as fases e o cronograma estabelecidos na disciplina que corresponderá a uma nota que gere aprovação ou reprovação neste componente curricular obrigatório A elaboração do relatório deverá adotar as regras da ABNT adaptadas segundo orientação recebida nas disciplinas Metodologia do Trabalho Acadêmico Métodos de Pesquisa Técnicas de Pesquisa em Economia e Projeto de Monografia para elaboração do trabalho final ainda considerando o que se estabeleceu no Manual do Projeto ao qual o aluno já teve acesso Esperase que o trabalho finalizado contenha algo em torno de 50 cinquenta e no máximo 70 setenta páginas Fora desse padrão o trabalho somente será aceito com anuência do professor orientador O professor orientador será indicado pela Coordenação do curso devendo o trabalho ser orientado por docente especialista mestre ou doutor preferencialmente entre aqueles que ministram ou ministrarão aulas no curso 10 DAS CITAÇÕES Citações correspondem à menção no texto de informação colhida em outra fonte Pode ser uma transcrição ou paráfrase direta ou indireta de fonte escrita oral ou eletrônica As citações são elementos partes frases parágrafos etc retirados dos documentos pesquisados durante a leitura da documentação e que se revelam úteis para sustentar o que o autor afirma no decorrer do seu raciocínio Veja exemplos a seguir Citação textual com mais de três linhas a língua portuguesa vem assumindo desde o período do descobrimento até agora funções culturais científicas sociais estéticas políticas administrativas comerciais etc tornandose idioma oficial de oito nações contemporâneas Segundo Silva Neto 1979 p 127 na África a língua portuguesa tem grande importância Autor ano da edição página Em 1551 o inglês Windham esteve na Guiné Pois o rei de Benim falou em português aos ingleses língua que ele tinha aprendido desde a infância ou ainda Em 1563 visitando Baker a costa da Mina ao oeste do Cabo das Três Pontas os negros lhe falaram em bom português Citação com mais de três linhas de texto deve vir destacada como o exemplo anterior com recuo apenas à esquerda de 4 cm sem aspas com a mesma fonte utilizada no texto mas em tamanho 10 e espaçamento entrelinhas simples em itálico se desejado Citação textual de até três linhas Conforme Terra 19972001 p 50 vocábulos de origem indígena e africana como maloca macumba vatapá etc muito comuns para nós não são tão comuns para os portugueses e dessa forma podemos concluir que Terra 1997 2001 p 50 Último sobrenome do autor consultado Ano da edição original do livro que você está utilizando Ano da edição que você está utilizando Página de onde foi retirado o trecho utilizado Citação parafraseada Segundo Duarte 19982001 o uso do pronome TU é correto no estado do Maranhão mas no Rio Grande do Sul por exemplo as pessoas utilizam o TU 2a pessoa concordando com o verbo na 3a pessoa por exemplo TU VAI ao cinema comigo Nessa citação não aparece página porque o texto não foi copiado do autor e sim parafraseado ou seja modificado por quem o utilizou Notas de rodapé devem ser identificadas como referências bibliográficas parciais a serem completadas na bibliografia final inserir nelas considerações ou informações complementares que se feitas no texto principal poderiam prejudicar a sequência lógica do texto inserir nelas tradução com indicação tradução minha ou versão original de alguma citação traduzida no texto Citação de anotações de aula ou comunicações pessoais devem ser indicadas com o último sobrenome do autor e entre parênteses a expressão comunicação pessoal 19 Observe alguns exemplos de referências bibliográficas DUARTE Sérgio Nogueira 1998 Língua Viva uma análise simples e bemhumorada da linguagem do brasileiro 4 ed Rio de Janeiro Rocco Editora 2001 TERRA Ernani 1997 Linguagem língua e fala 1 ed 3 imp São Paulo Editora Scipione 2001 FREITAS M Teresa SOUZA Solange J e KRAMER Sonia org Ciências Humanas e Pesquisa Leituras de Mikhail Bakhtin São Paulo Editora Cortez 2003 Coleção Questões da Nossa Época v 107 p 3539 MARSICK V Factors that affect the epistemology of group learning Disponível em httpwwwedseducubccaaerc199797marsickhtm Acesso em 13 maio 2004 ORELLANA M F BOWMAN P Cultural Diversity Research on Learning and Development conceptual methodological and strategic considerations In American Educational Sobrenome do autor indicado na ficha catalográfica da obra consultada em letras maiúsculas seguido de vírgula e o nome do autor seguido de ponto Ano da edição original caso a edição consultada não seja a primeira seguido de ponto Título do livro em itálico opcional seguido de ponto Localidade seguida de doispontos editora seguida de vírgula e ano da edição consultada seguido de ponto caso seja diferente do ano da edição original Edição e impressão caso não sejam as primeiras seguida de ponto Research Association v 32 no 5 JuneJuly 2003 p 2632 obra pertencente à coleção indicada entre parênteses indicação de volume e páginas consultadas fonte eletrônica com indicação da data da consulta indicação de autor cujo artigo ou capítulo está inserido em uma obra organizada por outro autor ou em revista usar In seguido de doispontos FULLAN Michael HARGREAVES Andy 1996 A Escola como Organização Aprendente buscando uma educação de qualidade 2a ed Trad Regina Garcez Porto Alegre Artmed Editora 2000 BEDNY Gregory Z et al Activity Theory history research and application In Theor Issues in Ergon SCI V1 2000 no 2 p 168206 indicação de obra com dois ou três autores indicação de obra com mais de três autores 11 ENTREGA DO RELATÓRIO Respeitando o calendário previamente estabelecido para o atual semestre letivo o aluno deverá efetuar postagens parciais para que faça jus às orientações e finalize com a postagem de seu relatório completo em plataforma específica 12 REFERÊNCIAS DESTE MANUAL BRANDÃO R de O Elementos de metodologia em nível de pósgraduação áreas de Letras São Paulo Humanitás FFLCHUSP 2001 CARMONETO D Metodologia científica para principiantes 3 ed Salvador Universitária Americana 1996 DIAS R TRALDI M C Monografia passo a passo CampinasSão Paulo Alínea 1998 21 DONOFRIO S Metodologia do trabalho intelectual São Paulo Atlas 1999 GUIDIN M L di R Manual de TCC UNIP 2003 HUBNER M M Guia para elaboração de monografias e projetos de dissertação de mestrado e doutorado São Paulo Mackenzie 1998 LEFFA V J Como produzir materiais para o ensino de línguas Disponível em http wwwleffaprobrtextostrabalhosprodmatpdf Acesso em 28 jun 2013 MACHADO A R notas de aula Gênero tese São Paulo LAEL PUCSP 2001 SALOMON D V Como fazer uma monografia 3 ed São Paulo Martins Fontes 1995 SEVERINO A J Metodologia do trabalho científico São Paulo Cortez 1997 VERGARA S C Projetos e relatórios de pesquisa em administração São Paulo Atlas 2010 VICTORIANO B A D GARCIA C C Produzindo monografia São Paulo Publisher Brasil 1999 VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA 2 ed Rio de Janeiro ABL BlockImprensa Nacional 1998 UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO CIÊNCIAS ECONÔMICAS POLO PORTO ALEGRE DESVENDANDO O IMPACTO ECONÔMICO DO CONFISCO NO PLANO COLLOR LIÇÕES DO PASSADO PARA O PRESENTE E O FUTURO Franciele MOREIRA São Paulo Franciele MOREIRA DESVENDANDO O IMPACTO ECONÔMICO DO CONFISCO NO PLANO COLLOR LIÇÕES DO PASSADO PARA O PRESENTE E O FUTURO Projeto de Pesquisa apresentado à Disciplina de Projeto de Monografia do curso de Ciências Econômicas sob a orientação da professora Viviane Macedo UNIVERSIDADE PAULISTA São Paulo 2024 Dedicatória Resumo O governo de Fernando Collor de Mello 19901992 adotou políticas econômicas baseadas no neoliberalismo com destaque para o Plano Collor cujo objetivo era conter a inflação e modernizar a economia por meio de medidas como o confisco de poupanças alteração da moeda e abertura ao comércio exterior No entanto essas políticas resultaram em recessão desemprego e perda de confiança popular agravando a crise econômica e social O fracasso do plano levou à tentativa de implementação do Plano Collor II igualmente ineficaz Paralelamente o governo foi envolvido em escândalos de corrupção culminando no processo de impeachment e na renúncia de Collor em 1992 marcando seu mandato pela instabilidade econômica e política Palavraschave Plano Collor confisco fracasso corrupção hiperinflação neoliberalismo Abstract The government of Fernando Collor de Mello 19901992 adopted economic policies based on neoliberalism with a focus on the Collor Plan aimed at curbing inflation and modernizing the economy through measures such as the confiscation of savings currency changes and opening the Brazilian market to foreign trade However these policies resulted in recession unemployment and a loss of public trust worsening the economic and social crisis The failure of the plan led to the attempted implementation of the Collor Plan II which was equally ineffective Additionally the government was involved in corruption scandals culminating in the impeachment process and Collors resignation in 1992 marking his term with economic and political instability Keywords Collor Plan confiscation failure corruption hyperinflation neoliberalism LISTA DE ILUSTRAÇÕES SUMÁRIO INTRODUÇÃO Essa pesquisa focada no governo de Fernando Collor de Mello tem como objetivo responder à seguinte questão Quais foram os principais fatores econômicos e institucionais que levaram ao fracasso do Plano Collor e suas consequências O Plano Collor foi um conjunto de tentativas de estabilizar a economia e as medidas adotadas especialmente o confisco de poupanças acima 50 mil cruzadosnovos geraram impactos profundos e negativos A tentativa de Collor foi uma resposta à hiperinflação que crescia no país desde a década de 60 e entre as principais consequências do fracasso estão a redução imediata da liquidez financeira a desconfiança generalizada dos agentes econômicos o desestímulo ao investimento o aumento do desemprego e a recessão econômica Desta forma o objetivo central dessa pesquisa é entender porque o Plano Collor causou essas adversidades e os objetivos específicos são entender quais os fatores institucionais envolvidos no plano econômico examinar políticas nacionais e internacionais que afetaram a aplicação e idealização do Plano Apesar de um plano que visava a modernização do país e a solução da crise inflacionária resultou em inúmeras adversidades causadas principalmente por a um contexto internacional influenciado pela ascensão do neoliberalismo o qual ditou o rumo das políticas econômicas do governo Collor com a justificativa de controlar a inflação desenfreada que na década de 90 chegou a 80 ao mês b a falta de debate no Congresso Nacional e c o confisco de poupanças os quais foram elementos críticos para a instabilidade causada pelo Plano Collor Assim o estudo dos anos de governo de Collor e os impactos de seus planos econômicos se justifica pela necessidade de compreender os erros dessas políticas e seus efeitos na economia culminando na crise política e na renúncia do presidente encerrando um período marcado por recessão desemprego e falências generalizadas Este relatório ao investigar questões políticas e econômicas para entender o que levou ao fracasso do Plano Collor e suas consequências utilizase de uma abordagem contextual analisando tanto o cenário internacional quanto as decisões políticas internas A metodologia qualitativa utilizada no relatório foca na compreensão dos impactos dessas políticas que resultaram em uma profunda recessão aumento do desemprego e uma crise política que culminou na renúncia do presidente Fernando Collor de Mello em 1992 ANEXO A 1 Desafios Econômicos e Políticos no Início de 1990 No início de 1990 o Brasil enfrentava uma das mais severas crises de hiperinflação de sua história resultado de um processo inflacionário que vinha ditando as regras da economia desde a década de 60 A hiperinflação no Brasil foi caracterizada por um aumento acelerado e descontrolado dos preços que alcançou taxas alarmantes e gerou uma série de desafios para a economia e o governo da época provocando profundas repercussões econômicas e política No que se refere a questão inflacionária Pereira 1981 observa que o fenômeno é um dos principais objetos de estudo sobre economia da época pois é protagonista nos desafios econômicos causado pela crise em países subdesenvolvidos como é o caso do Brasil A inflação acelerouse e assumiu novas características no capitalismo contemporâneo ou seja no capitalismo de estado ou tecnoburocrático Em síntese ela deixou de ser um fenômeno principalmente monetário para se transformar em um elemento intrínseco ao sistema econômico não apenas dos países subdesenvolvidos mas também dos países centrais Entre esses três tipos de inflação compensatória administrada e corretiva estabelecese uma dialética que somada à inflação estrutural torna a inflação um fenômeno inerente ao capitalismo de estado ou tecnoburocrático caracterizado pelas grandes empresas pelos grandes sindicatos e pelos altos ordenados das cúpulas administrativas PEREIRA 1981 Os dez anos que antecedem a hiperinflação vivenciada no Brasil conhecidos como Década Perdida muito dizem sobre como foi formada tendo em vista que por questões como a diminuição do PIB e o aumento da dívida externa e interna representava um agravamento da crise que foi iniciada ainda na década de 60 A crise da dívida externa começou a ser gestada já no final dos anos sessenta e nesse sentido para o entendimento da espiral do endividamento que mergulhou a economia brasileira nos anos oitenta devese ter em mente que o ponto de partida nos remete ao final da década de 1960 com o período do ciclo expansivo que foi financiado à custa do crescente endividamento externo percorrendo toda a década dos anos de 1970 com o primeiro choque do petróleo e o II PND em 1974 assim como o segundo choque do petróleo e a mudança na condução da política econômica como aumento dos juros nos Estados Unidos em 1979 e a posterior interrupção do financiamento voluntário de crédito já em fins de 1982 SILVA 2017 Como observado pelos economistas da época e imediatamente após o agravamento da crise econômica brasileira pouco se diferenciava de outros países tanto subdesenvolvidos quanto desenvolvidos pois o movimento da economia política do final do século XX grandemente influenciado por teorias neoliberais era de busca a modernização Ao elevar seu nível de endividamento o país nada mais fez do que acompanhar um movimento geral que envolveu as diferentes economias em desenvolvimento num momento em que o euromercado buscava novos clientes fora dos EUA e Europa CRUZ 1984 encontrando na periferia capitalista o receptáculo para a valorização do capital financeiro Essas operações conferiam lucros elevados aos segmentos bancários e simultaneamente isentavam o setor financeiro doméstico de constituir uma base de captação de recursos de longo prazo A demanda de crédito externa formulouse como a linha de menor resistência buscada pelo sistema financeiro fortemente amparado pela política econômica em vigor SILVA 2017 Logo nas décadas de 60 e 70 o Brasil tende a ter um aumento em suas taxas inflacionárias resultado direto do processo observado por Silva 2017 e descrito por Pereira 1981 na análise do quadro que observa o comportamento econômico de países subdesenvolvidos em maioria Sul Americanos No quadro é visível apesar de algumas exceções a forte elevação nas taxas de inflação no Brasil 11 Contextualização da Crise Econômica 1960 1980 A Figura 1 demonstra que crises econômicas aqui representadas por declínios acentuados nas taxas anuais de crescimento do produto per capita e crises políticas indicadas pela ocorrência de mudanças repentinas e profundas nas regras do jogo político têm tipicamente ocorrido juntas no Brasil contemporâneo Durante a década de 1980 inúmeras tentativas foram feitas para desenfrear o a hiperinflação presente no Brasil como os Planos Verão Bresser e Cruzado que falharam no controle inflacionário A crise de natureza fiscal e financeira na qual mergulhou a economia brasileira está diretamente relacionada ao passivo acumulado pelo setor público resultado do processo de endividamento externo da fase anterior Mais ainda a forma que a crise assumiu nos anos 80 está ligada ao ciclo do endividamento externo ao processo de estatização da dívida e a consequente transferência de recursos reais ao exterior assim como na forma que se se estabelece as relações entre o setor público e privado nas diversas fases que compõe o ciclo SILVA 2017 No início de março de 1990 a inflação anual atingia impressionantes 843 refletindo uma crise econômica severa que resultava em uma drástica perda do poder de compra da moeda A hiperinflação foi precipitada por uma combinação de fatores internos e externos Choques externos como a alta dos preços das commodities e a necessidade de transferir recursos para o exterior exacerbaram a pressão inflacionária contribuindo para um desequilíbrio macroeconômico Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE a inflação acumulada em 1990 foi de 125 um dos piores índices da história econômica do Brasil Os índices de IPCA mensais e anuais da década de 1980 e início de 1990 são observados nos Gráficos I e II do IGBE Gráfico I Fonte IBGE Gráfico II Fonte IBGE A fragilidade política também desempenhou um papel crucial na crise A incapacidade do governo de implementar políticas econômicas eficazes e racionais combinada com a instabilidade política resultou em um crescimento insustentável do déficit e da dívida pública O Banco Central do Brasil relatou um aumento significativo da dívida interna que alcançou 80 do PIB evidenciando o descontrole fiscal que caracterizava o período A crise também provocou uma desvalorização severa da moeda nacional O Real que ainda estava em sua fase inicial sofreu uma perda de valor acentuada e o ágio do dólar no mercado paralelo ultrapassou 150 conforme relatado pelo Banco Central do Brasil Esse cenário provocou uma corrida financeira em fevereiro de 1990 com saques massivos que movimentaram cerca de US 5 bilhões em um único dia refletindo a desesperada busca dos brasileiros por ativos mais seguros Além disso no início de março de 1990 a inflação apesar de atingir 843 ainda não havia revelado todos os seus efeitos devastadores A desorganização das transações econômicas o desaparecimento do crédito comercial e a acentuada queda nos salários reais eram aspectos críticos da crise que se manifestariam de forma mais aguda nas semanas seguintes 11 O início do governo Collor Fernando Affonso Collor de Mello foi o primeiro presidente escolhido democraticamente desde Jânio Quadros em 1960 marcando o retorno da democracia após duas décadas de regime militar Seu governo iniciouse em um momento de grande esperança com promessas de modernização e a crença de que a nova constituição e a democracia resolveriam os problemas do país Collor associado ao Partido da Reconstrução Nacional PRN e conhecido como Caçador de Marajás venceu as eleições em novembro e dezembro de 1989 e tomou posse em março de 1990 Sua eleição representava uma ruptura com o passado especialmente com o modelo econômico nacionaldesenvolvimentista e os desafios da década de 1980 na América Latina Collor encontrou um país que havia experimentado três planos de estabilização Plano Cruzado 1986 Plano Bresser 1987 e Plano Verão 1989 que apesar de terem promovido crescimento rápido falharam em controlar a inflação e deterioraram significativamente as contas externas Em 1987 foi declarada a moratória da dívida externa suspendendo o pagamento dos juros entre fevereiro de 1987 e setembro de 1988 O novo cenário de reorganização do poder global estabeleceu uma agenda internacional neoliberal promovendo políticas de austeridade redução de tarifas comerciais princípios democráticos direitos humanos proteção ambiental e garantias individuais No entanto surgiram dúvidas sobre o papel da América do Sul nesse contexto especialmente quanto à capacidade de negociação do Brasil diante da hegemonia dos EUA e a atração de investimentos considerando o ressurgimento do leste europeu Collor tentou se posicionar como um agente de modernização durante a ascensão do neoliberalismo mas falhou em manter essa imagem devido à falta de uma estratégia nacional de longo prazo para a abertura econômica No curto prazo implementou a Política Industrial e de Comércio Exterior PICE que visava estimular a competição e a competitividade No entanto a política industrial estava subordinada ao controle da inflação e portanto a ênfase na competição acabou sufocando a indústria nacional A falta de uma estratégia robusta junto com a abertura comercial e financeira e o Plano Nacional de Desestatização PND exacerbou a hiperinflação inercial que se tornou o principal desafio de Collor 2 Plano Collor O Bloqueio de Liquidez e a Busca por Estabilidade Econômica no Brasil A proposta de restringir a liquidez dos ativos financeiros estava conectada ao debate econômico no Brasil dos anos 1980 por três principais aspectos primeiro a tendência de rápida monetização durante desinflações abruptas resultando em um aumento veloz da base monetária e a dificuldade de controlála para evitar impactos negativos nos preços segundo as consequências da alta liquidez dos ativos financeiros conhecida como moeda indexada e terceiro o rápido crescimento da dívida interna e seu frágil esquema de financiamento diário no mercado monetário O Plano Collor buscou abordar essas três questões simultaneamente partindo do princípio de que uma política monetária eficaz seria inviável sem eliminar a moeda indexada Contudo reconheceuse que não seria possível acabar com a indexação de forma abrupta devido ao risco de fuga dos investidores Dessa forma optouse por congelar os ativos financeiros permitindo ao Banco Central controlar a oferta monetária sem depender de taxas de juros elevadas que agravariam a dívida pública Gráfico III Fo nte Ipeadata Anunciado em 15 de março de 1990 ANEXO B o Plano Collor destacouse principalmente pelo bloqueio da liquidez de grande parte dos ativos financeiros exceto o papelmoeda criando uma nova moeda o cruzeiro O objetivo central era combater a inflação imediatamente e o bloqueio buscava garantir que as pressões inflacionárias não se restabelecessem rapidamente como havia ocorrido com outros planos anteriores Tabela II Em março de 1990 o Brasil enfrentava uma inflação acelerada sem precedentes agravada pela falta de confiança no governo e pelas diversas tentativas frustradas de estabilização anteriores O processo de formação de preços na economia mudou rapidamente deixando de se basear na inflação passada para incorporar um aumento no prêmio de risco nos índices recentes Em dezembro de 1989 a inflação mensal era de cerca de 50 mas em março de 1990 às vésperas do Plano Collor essa alta já ultrapassava 80 Os formuladores do plano de estabilização entenderam que a deterioração das expectativas dos agentes econômicos tornava inviável uma abordagem gradual para combater a inflação Por isso optaram por uma reforma monetária radical com um corte expressivo nos meios de pagamento buscando romper com o ciclo inflacionário Além disso o bloqueio de ativos financeiros que duraria 18 meses permitiu afastar uma parcela significativa da dívida pública e reduzir compulsoriamente as taxas de juros sobre ela Simultaneamente foi adotado um congelamento geral de preços e salários embora diferente do Plano Cruzado esse congelamento não fosse o elemento principal para interromper a espiral inflacionária mas sim um complemento ao corte de liquidez A desindexação da economia também foi implementada com o objetivo de permitir ajustes de preços em intervalos mais longos próximos de um ano No entanto a questão da liquidez se tornou um problema central nos primeiros meses do plano O corte inicial foi visto como excessivo por diversos setores o que gerou grande demanda por injeções de liquidez Mais tarde com o aumento da base monetária o excesso de liquidez foi apontado como um dos fatores que contribuíram para a retomada da inflação Paradoxalmente o bloqueio dos cruzados novos ajudou a interromper a inércia inflacionária no curto prazo mas também não impediu o retorno da indexação em pouco tempo A incerteza sobre o nível ideal de liquidez dificultou a condução da política monetária que foi marcada por grande volatilidade das taxas de juros Embora o governo tenha estabelecido metas conservadoras para a expansão dos meios de pagamento em 1990 essas metas foram frequentemente frustradas Ao mesmo tempo a política de taxas de câmbio flutuantes seguiu as diretrizes monetaristas mais tradicionais em linha com as metas da política monetária Com o retorno da inflação já em 1990 surgiram pressões para restabelecer a indexação tanto por parte das empresas quanto dos trabalhadores Após o choque inicial do plano que desorganizou a atividade produtiva o conflito distributivo voltou rapidamente sem que a memória inflacionária dos agentes fosse eliminada O cenário fiscal teve um papel importante na tentativa de estabilização das expectativas Embora a reforma monetária tenha obtido algum sucesso ao refinanciar compulsoriamente parte da dívida pública a juros mais baixos os fluxos fiscais continuaram desequilibrados Em 1990 o governo conseguiu um superávit de 15 do PIB mas após o fim dos efeitos imediatos do bloqueio de ativos o déficit ressurgiu chegando a 027 e 188 do PIB nos dois anos seguintes A longo prazo não houve uma estabilização fiscal sustentável O governo federal que já enfrentava dificuldades para se financiar no mercado de títulos após o congelamento de ativos não conseguiu sequer sinalizar a possibilidade de restituílos após os 18 meses sem comprometer ainda mais as contas públicas Além disso o programa de privatizações que poderia ter melhorado as condições de financiamento foi insuficiente para promover um ajuste patrimonial compatível com a redução e alongamento do perfil da dívida pública Embora o Plano Collor tenha recorrido a algumas práticas de planos heterodoxos ele incorporou cada vez mais medidas de caráter conservador incluindo a promoção de uma recessão interna a partir de meados de 1990 No entanto essas medidas não conseguiram deter o retorno da inflação Desde o início do plano as expectativas se deterioraram devido à volatilidade das taxas de juros e câmbio agravadas pela incerteza em torno da política fiscal A persistência da memória inflacionária e o retorno rápido à indexação criaram novas barreiras para a redução das taxas inflacionárias Como resultado dos fracassos acumulados em meados de 1991 o governo lançou um novo programa de estabilização o Plano Collor II na tentativa de corrigir os problemas do primeiro plano CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise do Plano Collor junto ao seu contexto político e econômico e as consequências de seu fracasso incluindo a redução imediata da liquidez financeira a desconfiança generalizada dos agentes econômicos o desestímulo ao investimento o aumento do desemprego e a recessão econômica indicam a importância da compreensão da economia política brasileira no final do século XX Collor ao realizar duas novas tentativas de estabilizar a inflação e modernizar a economia após o fracasso dos três planos econômicos que o antecederam demostra sua tentativa de se adequar ao modelo neoliberal que dominava os campos econômicos globais O seu fracasso gerou repercussões tão profundas que levaram a sua renúncia em 1992 ANEXO A além de uma desconfiança por parte dos cidadãos como noticiado pelo jornal O Globo REFERÊNCIAS ANDERSON Perry Balanço do neoliberalismo In SADER Emir GENTILI Pablo org Pósneoliberalismo as políticas sociais e o Estado democrático Paz e Terra Rio de Janeiro 1995 p 923 BELLUZZO Luiz G M e ALMEIDA Júlio S G 1990 Crise e Reforma Monetária no Brasil São Paulo em Perspectiva 41 p 6375 janmar BresserPereira Luiz Carlos 1981 A inflação no capitalismo de Estado e a experiência brasileira recente Revista de Economia Política 12 342 BRUNO M Econometrics and Design of Economic Reform Econometrica v 57 n 2 março 1989 CARNEIRO D D MODIANO E Ajuste interno e desequilíbrio externo 19801984 In ABREU MP org A ordem do progresso cem anos de política econômica republicana 18891989 Rio de Janeiro Campus 1990 cap 12 p 32346 CARVALHO Carlos E 2000 O Plano Collor no debate econômico brasileiro São Paulo PUCSP Programa de Estudos PósGraduados em Economia Política Pesquisa Debate v 11 n 117 p 112151 CARVALHO FC Mr Keynes and the post keynesians principles of macroeconomics for a monetary production economy London Edward Elgar 1992 CARVALHO Henrique IPCA e IGPM Inflação Histórica no Brasil Disponível em IPCA e IGPM Inflação Histórica no Brasil Dados e Gráficos hcinvestimentoscom Acesso em 18 de outubro de 2024 CONTEXTO Editora 29 de dezembro 1992 Collor renuncia a Presidência da República Disponível em 29 de dezembro 1992 Collor renuncia a Presidência da República editoracontextocombr Acesso em 18 de outubro de 2024 CONTEXTO Editora 16 de março 1990 Plano Collor confisca cadernetas de poupança Disponível em 16 de março 1990 Plano Collor confisca cadernetas de poupança editoracontextocombr Acesso em 18 de outubro de 2024 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE Contas Nacionais para a Nação diversos números MODIANO E Inflação inércia e conflito Rio de Janeiro Campus 1988 REIS Tiago Década Perdida o que aconteceu com a economia brasileira nos anos 80 Disponível em Década Perdida entenda a economia do Brasil nos anos 80 sunocombr Acesso em 18 de outubro de 2024 SILVA Alessandra Brasil e o legado da década de 1980 crise e orientação da política econômica In XII Congresso Brasileiro de História Econômica e 13 Conferência Internacional de História de Empresas 2017 Niterói SATO C S 1995 Demanda e oferta nos planos econômicos Brazilian Journal of Political Economy 151 144149 VILLELA Gustavo Plano Collor confiscou a poupança e Brasil mergulhou na hiperinflação Disponível em Plano Collor confiscou a poupança e Brasil mergulhou na hiperinflação Acervo globocom Acesso em 18 de outubro de 2024 1 Collect and analyze charts and graphs of the energy market conditions explaining how this may affect turbine stability 2 Collaborate with the turbine design team to refine and suggest improvements for turbine stability based on the market conditions analysis 3 Monitor and evaluate the implementation of design improvements in turbine stability to ensure they align with market needs and are effective