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2 A abordagem neoclássica e seus pressupostos a abordagem evolucionista Strachman 2004 Lall 2000a 3 Política industrial de ciência e tecnologia e desenvolvimento Mowery Rosenberg 1998 cap 1 Pack 2000 Dodgson 2000 Lee 2000 Possas 2003 Lall 2002 2003 Cimoli et al 2006 Strachman 2004 Mitra 2006 SchwaagSerger 2006 De Paula Jabbour 2016 Amsdem 2001 Kupfer 2016 4 Impactos das tecnologias disruptivas mudança tecnológica e comércio internacional Utterback 1994 cap 2 3 4 e 6 Dosi et al 1990 cap 1 2 3 6 e 9 Kupfer 1992 5 Inovação visão evolucionista e alguns conceitoschave breve digressão sobre política concorrencial Freeman 1974 Nelson Winter 1982 caps 1 2 e 11 Pavitt 1984 David 1985 Dosi 1988 Metcalfe e Saviotti 1989 Arthur 1996 Baptista 1997 cap 1 Possas 2004 Amorim 2009 UNIVERSIDADEFACULDADE XXXXX RESENHA MAZZUCATO Mariana O estado empreendedor desmascarando o mito do setor público vs setor privado São Paulo PortfolioPenguin 2014 ALUNO a XXXXX Em O Estado Empreendedor publicado primeiramente em 2014 e traduzido para o Brasil no mesmo ano a autora Mariana Mazzucato busca enfatizar o papel ativo do Estado na formação da economia do conhecimento A referida autora também titular da C RM Phillips em Economia da Inovação no Departamento de Ciência Política da Universidade de Sussex localizada no Reino Unido denota que o trabalho se trata de uma revisão ampla de um relatório reproduzido pelo governo do Reino Unido A ideia deste relatório é justamente persuadir o governo a não diminuir seu desempenho mediante cortes de programas elucidando pontos que devem ser feitos com investimentos sutis para conseguir recuperarse após possíveis tempos de crises Por isso como a própria autora deixa claro a obra é mais um manifesto político do que acadêmico Em primeiro momento logo no início da obra Mariana Mazzucato explica que o Estado moderno tem sido um participante verdadeiramente significativo na criação de novos empregos dinâmicos rentáveis e de alto valor em vez de ser apenas um agente que incentiva as empresas e cria as condições necessárias para que os atores privados invistam em fatores competitivos Ao contrário do que se pensa a autora demonstra que a verdade é que o Estado tem estado na linha da frente dos investimentos realizados pelas empresas do âmbito privado O Estado tem sido a força motriz que deu os primeiros passos em tecnologias que levam ao futuro são os primeiros a fazer escolhas importantes e decisivas Ou seja para além de ser o último recurso para economias que muitas vezes entram em colapso devido ao acúmulo de decisões insustentáveis e demais particularidades que ocorrem no processo de abertura o Estado funciona historicamente deste modo como o empreendedor de primeira viagem Após uma crise as pessoas acreditam que é necessário impor limites ao governo para ajudar a reconstruir sua sociedade Isso ocorre porque o argumento é que o setor privado precisa ter mais poder Acreditase que sem que o Estado assumisse uma posição secundária a inovação e o empreendedorismo irromperiam no setor privado Muitos políticos empresários e pensadores libertários promovem essa causa por meio de uma retórica inteligente Uma afirmação comum é que a terceirização de serviços públicos para o setor privado leva a práticas comerciais mais eficientes No entanto pouca consideração é dada às economias de custos reais alcançadas quando isso acontece Isso se deve aos altos custos associados à terceirização e à falta de controle de qualidade em alguns casos Por esses motivos o conteúdo do livro é embasado principalmente por exemplos históricos do setor público no tocante ao desenvolvimento de inovações tecnológicas oriundas e datadas tanto do passado quanto do presente Diversos países são citados no decorrer da obra inclusive o Brasil no que diz respeito ao direcionamento dos investimentos em setores de tecnologia pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES por exemplo No entanto a ideia é centralizada de forma prioritária no contexto base dos Estados Unidos e sua formação de investimento estatal A razão é que apesar da rejeição da intervenção do governo na cultura americana e da percepção de que o Estado tem um papel mínimo na prática Em relação à inovação os exemplos demonstram que o governo dos Estados Unidos é um dos que mais intervém na economia do mundo possuindo assim um impacto muito grande no desenvolvimento e na criação de tecnologias bem como na criação de empresas de cunho tecnológico De um modo geral Mazzucato deixou clara sua posição mesmo existindo um debate que questionava o papel do Estado na economia Ele se dedica a apagar o contraste entre a tendência do setor privado à inovação e o Estado como símbolo de ineficiência e paralisia Seu objetivo é demonstrar a imprecisão dessa premissa ele fornecerá exemplos que demonstram a origem dos mais extravagantes investimentos tecnológicos por parte do Estado Ao assumir o risco financeiro e a própria incerteza em torno do financiamento das inovações o Estado atua como um agente empreendedor que possui características de empreendedores A introdução do estado empresarial é segundo o autor uma das formas mais eficazes de defender preventivamente a sua existência e dimensão A economia convencional considera a intervenção governamental como uma solução para mercados falidos Por exemplo quando externalidades positivas ou bens públicos superam os benefícios privados No entanto o economista Mazzucato quer reescrever o pensamento convencional com sua nova teoria sobre a formação e criação de mercados Ele acredita que o Estado deve ser considerado ativo nesse processo O desenvolvimento tecnológico requer intervenção do governo Esses governos criam oportunidades de investimento negócios e novas tecnologias O autor passa boa parte do texto discutindo o papel do Estado em cada uma dessas áreas Além disso ele discute a criação de empresas e a criação de mercados por meio da intervenção do Estado Verificamos que duas abordagens são oferecidas para entender a estrutura necessária para o papel do Estado no desempenho econômico Uma é a chamada falha de mercado e a outra é sobre inovação que embora seja uma correção de falha acaba por ampliar o conhecimento sobre o sistema existente A autora identifica uma ligação entre Keynes e Schumpeter para demonstrar que o aumento do investimento em inovação é necessário para o crescimento econômico adequado Embora a redistribuição de riqueza seja necessária a falta de direção na conexão significa que pode faltar qualquer benefício real Gastar dinheiro apenas em pesquisa e desenvolvimento não leva ao desenvolvimento na verdade requer o desenvolvimento de sistemas de informação Na década de 1970 o Japão gastou 25 de seu PIB em PD enquanto a União Soviética aumentou o financiamento para mais de 4 Esses dois países não foram os únicos exemplos de como as taxas de financiamento de outros países mudaram A Alemanha e os Estados Unidos aumentaram seus orçamentos de PD em mais de 2 ao ano Isso mostra que muitos países aumentaram o financiamento para PD e não apenas para pesquisa militar e espacial Analisamos também a existência da ideia de que o Estado é um empreendedor e atua como um grande investidor e formador de mercado é avançada e defendida O financiamento do setor público é frequentemente usado não apenas para corrigir falhas de mercado mas também para criar novos produtos e novos mercados como a Internet e a nanotecnologia O que não recebe a devida atenção ao ver a pesquisa básica como uma falha de mercado é que a criação de mercados pelo governo também é levada em consideração ao criar as inovações mais radicais e revolucionárias As pessoas se lembram do Vale do Silício como um exemplo de capital de risco provocando uma revolução mas não se lembram de que o lugar foi moldado pela inovação gerada pelos gastos do governo direcionados às políticas de defesa da Guerra Fria Também na indústria farmacêutica os medicamentos mais agressivos são patrocinados por órgãos públicos enquanto as empresas privadas acabam arriscando mais em medicamentos similares sendo que esses medicamentos diferem apenas dos medicamentos existentes Andrew Witty CEO da GlaxoSmithKline sugeriu que a indústria farmacêutica é excepcionalmente inovadora e deveria ser incentivada pelos governos O autor observa que os laboratórios estatais criaram 75 de todos os novos medicamentos desde 1970 Witty também afirmou que investidores como ele pensaram em maneiras de aumentar seus lucros comprando de volta as ações No Reino Unido e nos Estados Unidos a criação de produtos farmacêuticos não dependia de financiamento corporativo Em vez disso o financiamento do estado desempenhou um papel importante no desenvolvimento deste campo desde 1970 Dados do autor mostram que o financiamento do estado para esta área tem crescido de forma constante ao longo do tempo Isso é diferente de investimentos no mercado de ações ou capitalistas de risco nesta área A história da indústria americana pois se concentra nas ações proativas e empreendedoras do governo dos EUA Quatro exemplos específicos disso são destacados na redação o programa Small Business Innovation Research SBIR o Orphan Drug Act ODA de 1983 DARPA e a Iniciativa Nacional de Nanotecnologia Os Estados Unidos foram fundados como resultado da liderança fornecida pelo setor privado O estado liderou o desenvolvimento por meio de atos arriscados que encorajaram o compartilhamento de novas ideias Os esforços americanos facilitados pela DARPA SBIR e ODA impulsionaram objetivos públicos mais amplos em vez de uma empresa específica Financiamento adicional e conexões entre organizações públicas e empresas privadas facilitaram o desenvolvimento comercial A autora questiona também se o governo tem que fazer a pesquisa pagar os grandes investimentos em infraestrutura e fazer o planejamento qual é exatamente o papel da iniciativa privada p 121 122 Vemos de um modo mais estruturado que existe uma dedicação maior voltada à Apple analisando como a empresa usou o apoio do Estado para se tornar a grande estatal que é hoje Em suma todas as tecnologias que tornam o iPhone um dispositivo inteligente Internet GPS touch IA e comandos de voz foram financiadas diretamente pelo governo Investimentos agressivos e altamente incertos em inovação não são feitos por investidores capitalistas medianos ou gênios do quintal mas pela mão não vista do Estado de modo geral A própria Apple é utilizada como case de sucesso do mercado revolucionário e como referência às forças schumpeterianas de destruição criativa Porém recebeu financiamento estatal desde o início de sua implementação e contou com o uso de tecnologias desenvolvidas com recursos públicos de forma criativa para criar produtos inovadores e inteligentes Toda a tecnologia usada no iPhone é financiada pelo Estado Ainda que exista o debate acerca da evasão fiscal da Apple não foi possível trazer esse fato à tona Os impostos não devem ser pagos só porque é certo mas para que o país continue investindo em inovação A autora portanto aponta que a questão de empresas como a Apple se aproveitarem de investimentos fracassados que são rápidos em culpar o Estado enquanto investimentos bemsucedidos não são elogiados A ideia de uma tecnologia que começa a receber mais atenção também é diretamente abordada o livro discute as estratégias e ações de diversos países em relação ao tema A autora sugere que a ajuda adicional do governo não é necessária para que a revolução na agricultura progrida Investimentos privados que já ocorreram no passado só são aceitos quando a tecnologia estiver estabelecida ou os riscos forem considerados aceitáveis para garantir o retorno financeiro Em 2012 a China anunciou que esperava produzir 1000 GW de energia eólica até o ano de 2050 Isso equivale a substituir toda a infraestrutura elétrica dos Estados Unidos por turbinas eólicas A Alemanha também mostra grandes realizações nesta área Os Estados Unidos não têm uma política governamental consistente No entanto o Estado investe fortemente em tecnologias verdes graças ao BNDES que foi fundado para apoiar a tecnologia limpa com investimentos de mais de 423 bilhões de dólares em 2011 O Reino Unido também criou um banco de investimento verde na contramão das revoluções tecnológicas anteriores Podemos descrever o financiamento inicial fornecido pelo governo para tecnologias limpas em relação à produção de energia como turbinas eólicas e painéis solares Isso fica evidente em países como Alemanha Dinamarca e China onde o Estado participa ativamente do desenvolvimento de tecnologias A disparidade entre os países não é causada por fatores naturais neste caso o vento e o sol mas sim por políticas governamentais que promovem esses comportamentos A criação de mercados de energia limpa com a participação de empresas empreendedoras não é motivada por preocupações com as mudanças climáticas ou com o futuro do planeta mas sim com o objetivo de aproveitar novas tecnologias e ganhar dinheiro com base em investimentos públicos neste setor Novamente o governo terá que assumir os pesados investimentos até que o mercado veja o retorno de seus investimentos Olhando e analisando o decorrer dos capítulos denotase que a relação custobenefício do governo como investidor é calculada Muitos investimentos públicos resultaram em negócios para pessoas físicas e jurídicas que lucraram com o dinheiro público mas não deram retorno para o governo Pior semelhante ao caso dos remédios muitos contribuintes que financiam pesquisas não têm como arcar com os custos dos remédios pois o preço deles é vinte vezes superior ao custo real Outros fatores que contribuem para o aumento do número de empresas cadastradas são benefícios fiscais que alguns produtos recebem produtos que foram alimentados por investimentos de alto risco apoiados pelo governo A correlação entre risco e retorno é inválida para a inovação pois os riscos estão sendo compartilhados em vez de privados enquanto os retornos estão sendo assumidos As declarações fiscais nem sempre são reflexos precisos dos lucros reais As brechas existentes no sistema tributário favorecem o retorno ineficaz dos investimentos do Estado que pode ser obtido por meio de impostos Mais uma vez a Apple é citada como exemplo desta vez por sonegar impostos por meio de uma manobra Na verdade a Apple é apenas um exemplo do que ocorre em escala global empresas utilizam subsidiárias em paraísos fiscais para obter vantagens Estimase que a Apple tenha perdido 48 bilhões de dólares devido à localização da maior parte do valor de seus produtos em 2011 Se a empresa declarasse 70 de seus lucros nos EUA isso teria mudado Mas sem a ajuda do Estado não é possível garantir tal mudança p 155 Além disso quando olhamos o cenário econômico de modo geral vemos que muitas grandes empresas como Google Amazon Apple e Microsoft conseguem reduzir ou até eliminar impostos por parte do estado Acreditase que isso levou a uma perda de 79 bilhões de dólares ao longo da década Como o Estado não tem como medir o impacto de suas ações nessas atividades a guerra de palavras do setor privado continua vitoriosa A autora acaba atinge o cerne do argumento no decorrer e no final da obra em buscando a conclusão Com orçamentos limitados e déficits recorrentes o Estado deve priorizar investimentos que gerem retorno Qualquer investimento considerado arriscado falhará mas se for bemsucedido os benefícios não serão compartilhados Esta é a principal crítica ao capitalismo moderno o setor financeiro que por sua vez causa a crise se volta para o governo que assume o risco e o distribui ao público Nos produtos farmacêuticos na tecnologia limpa e na nova economia as empresas e os acionistas obtêm grandes lucros com as tecnologias patrocinadas pelo Estado mal pagando impostos ou usando truques para evitálos Esses recursos poderiam ser destinados ao financiamento de investimentos adicionais em novas tecnologias Assumir riscos tem sido o papel primordial do Estado o que resulta em um esforço coletivo que não acontece com os resultados vistos de modo cada vez menos igualitários p 241 O sistema econômico tem a lógica de que os acionistas recebem apenas o residual depois que os custos foram pagos aos outros atores eles recebem sua parte e assim assumem o maior risco Esse conceito no entanto não dá conta da possibilidade de retorno dos demais atores Além disso o estado e os contribuintes também são investidores e não têm garantia de que os investimentos em tecnologia serão bemsucedidos muitas vezes são A crítica é a associação entre quem participa diretamente do processo de inovação e quem apenas usufrui dos resultados O problema é a harmonia entre essas relações Se a associação entre risco e benefício é necessária como apregoa o sistema financeiro então o Estado que financia prioritariamente a inovação e assume o maior risco deveria receber um retorno proporcional Por causa dos riscos envolvidos o estado deve investir em projetos arriscados para cobrir suas perdas Se o estado tivesse devolvido apenas 1 dos fundos investidos na internet mais dinheiro poderia ser investido em projetos de tecnologia verde p 250 Um contraargumento é que o Estado já recebe seu retorno via impostos No entanto isso seria verdade se o sistema tributário fosse projetado para evitar falhas que foram usadas para sonegar e reduzir Além disso o sistema tributário não contabiliza o tempo necessário para investir em inovação o que pode gerar retornos por um longo período de tempo A autora destaca algumas soluções para este problema incluindo a retenção de uma parte dos royalties associados à inovação descoberta para o destino a um fundo de inovação Outra é que os empréstimos e doações dependem de compromissos semelhante à forma como os empréstimos estudantis são estruturados Com isso quando e se a empresa tiver um lucro maior do que determinado valor ela teria que devolver uma parte ao financiador No entanto a Finlândia tira partido das empresas que financia o que também se aplica à Finlândia Esses conceitos especificamente o final são considerados uma forma de comunismo por alguns países A autora aponta e afirma que todos esses fatos não passam do capitalismo puro e simples as economias capitalistas mais bemsucedidas tiveram estados ativos que fizeram esses investimentos arriscados mas somos rápidos em criticar quando as coisas dão errado como no Concorde e demoram demais para recompensálos para lembrálos de suas responsabilidades quando as coisas correrem conforme o planejado por exemplo a internet p 252 Concluindo o livro a autora busca refletir acerca do conceito central do livro um estado empreendedor ativo e promissor que não tem medo dos riscos futuros e que não é compensado de forma totalitária por seu papel no processo de inovação e criação de tecnologia executada para empresas que atuam no país bem como no mercado financeiro global O Estado deve estar envolvido e se perceber como o principal participante desse processo Deve buscar indivíduos talentosos e capazes e trazêlos para o processo O desconhecimento do papel empreendedor do Estado ou a crença de que ele deveria apenas estimular dar uma ajudinha o setor privado por meio de subsídios reduções de impostos etc tem impactado as parcerias públicoprivadas que têm uma relação mais de parasitismo do que de simbiose isso diminui a capacidade de investimento do governo Uma vez que o Estado é obrigado a assumir riscos que os indivíduos do setor privado não estão dispostos a assumir ele também precisa receber as recompensas Só assim terá capacidade para continuar financiando e perpetuando as inovações posteriores A autora acredita que precisa defender a posição do Estado em continuar liderando a Revolução Industrial Verde Isso ocorre porque seus argumentos mostram que as tecnologias ambientais de alto risco intensivas em conhecimento e caras precisam ser continuadas Muitos países já começaram a investir nessas tecnologias alguns deles são Dinamarca Alemanha e China Os investimentos desses países nessas tecnologias se devem à trajetória histórica dessas ideias Por causa disso o primeiro país a investir nessas novas tecnologias se beneficiará do espírito pioneiro por trás delas e obterá mais lucro do que qualquer outro Para Mazzucato fica nítido em suas afirmações que é fundamental criar um sistema de financiamento que permita ao governo recuperar parcialmente os recursos públicos que foram investidos Podemos perceber isso ao longo da narrativa que é mais prático menos visível e menos difícil para o governo investir nisso e assumir os riscos Devido à natureza pública dos fundos a ênfase é diferente de quando os fundos são privados O contribuinte é dono dos fundos públicos e deve administrálos como se fossem seus Isso significa que ao considerar empreendimentos arriscados você investiria seu dinheiro sem garantia de retorno ou sem expectativa de retorno proporcional ao risco Ou você buscaria especificamente o maior retorno possível Em caso afirmativo por que aceitamos que o estado assuma a maior parte dos riscos com pouco ou nenhum incentivo para os resultados positivos Essas são algumas perguntas que devem ser realizadas antes de solicitar a garantia oriunda do Estado para quaisquer que sejam os investimentos vindos de modo privado Para compreender o papel do Estado no capitalismo moderno é importante perceber o papel da colaboração na inovação Muitos recursos sobre sistemas de inovação discutem a forma como os sistemas de colaboração abertos naturalmente levam a uma maior interdependência entre diferentes setores Isso leva ao aumento das barreiras para a colaboração competitiva entre os setores público e privado As ações do Estado têm um propósito único e o poder de criar coisas que de outra forma não existiriam É por isso que a legitimidade do Estado é inatacável Também possui as ferramentas necessárias para implementar suas missões A criação de mercados por exemplo requer inteligência e poder Isso deve ser feito de uma forma que beneficie o público e ao mesmo tempo garantir que os resultados sejam obtidos de maneira sustentável UNIVERSIDADEFACULDADE XXXXX RESENHA MAZZUCATO Mariana O estado empreendedor desmascarando o mito do setor público vs setor privado São Paulo PortfolioPenguin 2014 ALUNO a XXXXX Em O Estado Empreendedor publicado primeiramente em 2014 e traduzido para o Brasil no mesmo ano a autora Mariana Mazzucato busca enfatizar o papel ativo do Estado na formação da economia do conhecimento A referida autora também titular da C RM Phillips em Economia da Inovação no Departamento de Ciência Política da Universidade de Sussex localizada no Reino Unido denota que o trabalho se trata de uma revisão ampla de um relatório reproduzido pelo governo do Reino Unido A ideia deste relatório é justamente persuadir o governo a não diminuir seu desempenho mediante cortes de programas elucidando pontos que devem ser feitos com investimentos sutis para conseguir recuperarse após possíveis tempos de crises Por isso como a própria autora deixa claro a obra é mais um manifesto político do que acadêmico Em primeiro momento logo no início da obra Mariana Mazzucato explica que o Estado moderno tem sido um participante verdadeiramente significativo na criação de novos empregos dinâmicos rentáveis e de alto valor em vez de ser apenas um agente que incentiva as empresas e cria as condições necessárias para que os atores privados invistam em fatores competitivos Ao contrário do que se pensa a autora demonstra que a verdade é que o Estado tem estado na linha da frente dos investimentos realizados pelas empresas do âmbito privado O Estado tem sido a força motriz que deu os primeiros passos em tecnologias que levam ao futuro são os primeiros a fazer escolhas importantes e decisivas Ou seja para além de ser o último recurso para economias que muitas vezes entram em colapso devido ao acúmulo de decisões insustentáveis e demais particularidades que ocorrem no processo de abertura o Estado funciona historicamente deste modo como o empreendedor de primeira viagem Após uma crise as pessoas acreditam que é necessário impor limites ao governo para ajudar a reconstruir sua sociedade Isso ocorre porque o argumento é que o setor privado precisa ter mais poder Acreditase que sem que o Estado assumisse uma posição secundária a inovação e o empreendedorismo irromperiam no setor privado Muitos políticos empresários e pensadores libertários promovem essa causa por meio de uma retórica inteligente Uma afirmação comum é que a terceirização de serviços públicos para o setor privado leva a práticas comerciais mais eficientes No entanto pouca consideração é dada às economias de custos reais alcançadas quando isso acontece Isso se deve aos altos custos associados à terceirização e à falta de controle de qualidade em alguns casos Por esses motivos o conteúdo do livro é embasado principalmente por exemplos históricos do setor público no tocante ao desenvolvimento de inovações tecnológicas oriundas e datadas tanto do passado quanto do presente Diversos países são citados no decorrer da obra inclusive o Brasil no que diz respeito ao direcionamento dos investimentos em setores de tecnologia pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES por exemplo No entanto a ideia é centralizada de forma prioritária no contexto base dos Estados Unidos e sua formação de investimento estatal A razão é que apesar da rejeição da intervenção do governo na cultura americana e da percepção de que o Estado tem um papel mínimo na prática Em relação à inovação os exemplos demonstram que o governo dos Estados Unidos é um dos que mais intervém na economia do mundo possuindo assim um impacto muito grande no desenvolvimento e na criação de tecnologias bem como na criação de empresas de cunho tecnológico De um modo geral Mazzucato deixou clara sua posição mesmo existindo um debate que questionava o papel do Estado na economia Ele se dedica a apagar o contraste entre a tendência do setor privado à inovação e o Estado como símbolo de ineficiência e paralisia Seu objetivo é demonstrar a imprecisão dessa premissa ele fornecerá exemplos que demonstram a origem dos mais extravagantes investimentos tecnológicos por parte do Estado Ao assumir o risco financeiro e a própria incerteza em torno do financiamento das inovações o Estado atua como um agente empreendedor que possui características de empreendedores A introdução do estado empresarial é segundo o autor uma das formas mais eficazes de defender preventivamente a sua existência e dimensão A economia convencional considera a intervenção governamental como uma solução para mercados falidos Por exemplo quando externalidades positivas ou bens públicos superam os benefícios privados No entanto o economista Mazzucato quer reescrever o pensamento convencional com sua nova teoria sobre a formação e criação de mercados Ele acredita que o Estado deve ser considerado ativo nesse processo O desenvolvimento tecnológico requer intervenção do governo Esses governos criam oportunidades de investimento negócios e novas tecnologias O autor passa boa parte do texto discutindo o papel do Estado em cada uma dessas áreas Além disso ele discute a criação de empresas e a criação de mercados por meio da intervenção do Estado Verificamos que duas abordagens são oferecidas para entender a estrutura necessária para o papel do Estado no desempenho econômico Uma é a chamada falha de mercado e a outra é sobre inovação que embora seja uma correção de falha acaba por ampliar o conhecimento sobre o sistema existente A autora identifica uma ligação entre Keynes e Schumpeter para demonstrar que o aumento do investimento em inovação é necessário para o crescimento econômico adequado Embora a redistribuição de riqueza seja necessária a falta de direção na conexão significa que pode faltar qualquer benefício real Gastar dinheiro apenas em pesquisa e desenvolvimento não leva ao desenvolvimento na verdade requer o desenvolvimento de sistemas de informação Na década de 1970 o Japão gastou 25 de seu PIB em PD enquanto a União Soviética aumentou o financiamento para mais de 4 Esses dois países não foram os únicos exemplos de como as taxas de financiamento de outros países mudaram A Alemanha e os Estados Unidos aumentaram seus orçamentos de PD em mais de 2 ao ano Isso mostra que muitos países aumentaram o financiamento para PD e não apenas para pesquisa militar e espacial Analisamos também a existência da ideia de que o Estado é um empreendedor e atua como um grande investidor e formador de mercado é avançada e defendida O financiamento do setor público é frequentemente usado não apenas para corrigir falhas de mercado mas também para criar novos produtos e novos mercados como a Internet e a nanotecnologia O que não recebe a devida atenção ao ver a pesquisa básica como uma falha de mercado é que a criação de mercados pelo governo também é levada em consideração ao criar as inovações mais radicais e revolucionárias As pessoas se lembram do Vale do Silício como um exemplo de capital de risco provocando uma revolução mas não se lembram de que o lugar foi moldado pela inovação gerada pelos gastos do governo direcionados às políticas de defesa da Guerra Fria Também na indústria farmacêutica os medicamentos mais agressivos são patrocinados por órgãos públicos enquanto as empresas privadas acabam arriscando mais em medicamentos similares sendo que esses medicamentos diferem apenas dos medicamentos existentes Andrew Witty CEO da GlaxoSmithKline sugeriu que a indústria farmacêutica é excepcionalmente inovadora e deveria ser incentivada pelos governos O autor observa que os laboratórios estatais criaram 75 de todos os novos medicamentos desde 1970 Witty também afirmou que investidores como ele pensaram em maneiras de aumentar seus lucros comprando de volta as ações No Reino Unido e nos Estados Unidos a criação de produtos farmacêuticos não dependia de financiamento corporativo Em vez disso o financiamento do estado desempenhou um papel importante no desenvolvimento deste campo desde 1970 Dados do autor mostram que o financiamento do estado para esta área tem crescido de forma constante ao longo do tempo Isso é diferente de investimentos no mercado de ações ou capitalistas de risco nesta área A história da indústria americana pois se concentra nas ações proativas e empreendedoras do governo dos EUA Quatro exemplos específicos disso são destacados na redação o programa Small Business Innovation Research SBIR o Orphan Drug Act ODA de 1983 DARPA e a Iniciativa Nacional de Nanotecnologia Os Estados Unidos foram fundados como resultado da liderança fornecida pelo setor privado O estado liderou o desenvolvimento por meio de atos arriscados que encorajaram o compartilhamento de novas ideias Os esforços americanos facilitados pela DARPA SBIR e ODA impulsionaram objetivos públicos mais amplos em vez de uma empresa específica Financiamento adicional e conexões entre organizações públicas e empresas privadas facilitaram o desenvolvimento comercial A autora questiona também se o governo tem que fazer a pesquisa pagar os grandes investimentos em infraestrutura e fazer o planejamento qual é exatamente o papel da iniciativa privada p 121 122 Vemos de um modo mais estruturado que existe uma dedicação maior voltada à Apple analisando como a empresa usou o apoio do Estado para se tornar a grande estatal que é hoje Em suma todas as tecnologias que tornam o iPhone um dispositivo inteligente Internet GPS touch IA e comandos de voz foram financiadas diretamente pelo governo Investimentos agressivos e altamente incertos em inovação não são feitos por investidores capitalistas medianos ou gênios do quintal mas pela mão não vista do Estado de modo geral A própria Apple é utilizada como case de sucesso do mercado revolucionário e como referência às forças schumpeterianas de destruição criativa Porém recebeu financiamento estatal desde o início de sua implementação e contou com o uso de tecnologias desenvolvidas com recursos públicos de forma criativa para criar produtos inovadores e inteligentes Toda a tecnologia usada no iPhone é financiada pelo Estado Ainda que exista o debate acerca da evasão fiscal da Apple não foi possível trazer esse fato à tona Os impostos não devem ser pagos só porque é certo mas para que o país continue investindo em inovação A autora portanto aponta que a questão de empresas como a Apple se aproveitarem de investimentos fracassados que são rápidos em culpar o Estado enquanto investimentos bemsucedidos não são elogiados A ideia de uma tecnologia que começa a receber mais atenção também é diretamente abordada o livro discute as estratégias e ações de diversos países em relação ao tema A autora sugere que a ajuda adicional do governo não é necessária para que a revolução na agricultura progrida Investimentos privados que já ocorreram no passado só são aceitos quando a tecnologia estiver estabelecida ou os riscos forem considerados aceitáveis para garantir o retorno financeiro Em 2012 a China anunciou que esperava produzir 1000 GW de energia eólica até o ano de 2050 Isso equivale a substituir toda a infraestrutura elétrica dos Estados Unidos por turbinas eólicas A Alemanha também mostra grandes realizações nesta área Os Estados Unidos não têm uma política governamental consistente No entanto o Estado investe fortemente em tecnologias verdes graças ao BNDES que foi fundado para apoiar a tecnologia limpa com investimentos de mais de 423 bilhões de dólares em 2011 O Reino Unido também criou um banco de investimento verde na contramão das revoluções tecnológicas anteriores Podemos descrever o financiamento inicial fornecido pelo governo para tecnologias limpas em relação à produção de energia como turbinas eólicas e painéis solares Isso fica evidente em países como Alemanha Dinamarca e China onde o Estado participa ativamente do desenvolvimento de tecnologias A disparidade entre os países não é causada por fatores naturais neste caso o vento e o sol mas sim por políticas governamentais que promovem esses comportamentos A criação de mercados de energia limpa com a participação de empresas empreendedoras não é motivada por preocupações com as mudanças climáticas ou com o futuro do planeta mas sim com o objetivo de aproveitar novas tecnologias e ganhar dinheiro com base em investimentos públicos neste setor Novamente o governo terá que assumir os pesados investimentos até que o mercado veja o retorno de seus investimentos Olhando e analisando o decorrer dos capítulos denotase que a relação custo benefício do governo como investidor é calculada Muitos investimentos públicos resultaram em negócios para pessoas físicas e jurídicas que lucraram com o dinheiro público mas não deram retorno para o governo Pior semelhante ao caso dos remédios muitos contribuintes que financiam pesquisas não têm como arcar com os custos dos remédios pois o preço deles é vinte vezes superior ao custo real Outros fatores que contribuem para o aumento do número de empresas cadastradas são benefícios fiscais que alguns produtos recebem produtos que foram alimentados por investimentos de alto risco apoiados pelo governo A correlação entre risco e retorno é inválida para a inovação pois os riscos estão sendo compartilhados em vez de privados enquanto os retornos estão sendo assumidos As declarações fiscais nem sempre são reflexos precisos dos lucros reais As brechas existentes no sistema tributário favorecem o retorno ineficaz dos investimentos do Estado que pode ser obtido por meio de impostos Mais uma vez a Apple é citada como exemplo desta vez por sonegar impostos por meio de uma manobra Na verdade a Apple é apenas um exemplo do que ocorre em escala global empresas utilizam subsidiárias em paraísos fiscais para obter vantagens Estimase que a Apple tenha perdido 48 bilhões de dólares devido à localização da maior parte do valor de seus produtos em 2011 Se a empresa declarasse 70 de seus lucros nos EUA isso teria mudado Mas sem a ajuda do Estado não é possível garantir tal mudança p 155 Além disso quando olhamos o cenário econômico de modo geral vemos que muitas grandes empresas como Google Amazon Apple e Microsoft conseguem reduzir ou até eliminar impostos por parte do estado Acreditase que isso levou a uma perda de 79 bilhões de dólares ao longo da década Como o Estado não tem como medir o impacto de suas ações nessas atividades a guerra de palavras do setor privado continua vitoriosa A autora acaba atinge o cerne do argumento no decorrer e no final da obra em buscando a conclusão Com orçamentos limitados e déficits recorrentes o Estado deve priorizar investimentos que gerem retorno Qualquer investimento considerado arriscado falhará mas se for bemsucedido os benefícios não serão compartilhados Esta é a principal crítica ao capitalismo moderno o setor financeiro que por sua vez causa a crise se volta para o governo que assume o risco e o distribui ao público Nos produtos farmacêuticos na tecnologia limpa e na nova economia as empresas e os acionistas obtêm grandes lucros com as tecnologias patrocinadas pelo Estado mal pagando impostos ou usando truques para evitálos Esses recursos poderiam ser destinados ao financiamento de investimentos adicionais em novas tecnologias Assumir riscos tem sido o papel primordial do Estado o que resulta em um esforço coletivo que não acontece com os resultados vistos de modo cada vez menos igualitários p 241 O sistema econômico tem a lógica de que os acionistas recebem apenas o residual depois que os custos foram pagos aos outros atores eles recebem sua parte e assim assumem o maior risco Esse conceito no entanto não dá conta da possibilidade de retorno dos demais atores Além disso o estado e os contribuintes também são investidores e não têm garantia de que os investimentos em tecnologia serão bemsucedidos muitas vezes são A crítica é a associação entre quem participa diretamente do processo de inovação e quem apenas usufrui dos resultados O problema é a harmonia entre essas relações Se a associação entre risco e benefício é necessária como apregoa o sistema financeiro então o Estado que financia prioritariamente a inovação e assume o maior risco deveria receber um retorno proporcional Por causa dos riscos envolvidos o estado deve investir em projetos arriscados para cobrir suas perdas Se o estado tivesse devolvido apenas 1 dos fundos investidos na internet mais dinheiro poderia ser investido em projetos de tecnologia verde p 250 Um contraargumento é que o Estado já recebe seu retorno via impostos No entanto isso seria verdade se o sistema tributário fosse projetado para evitar falhas que foram usadas para sonegar e reduzir Além disso o sistema tributário não contabiliza o tempo necessário para investir em inovação o que pode gerar retornos por um longo período de tempo A autora destaca algumas soluções para este problema incluindo a retenção de uma parte dos royalties associados à inovação descoberta para o destino a um fundo de inovação Outra é que os empréstimos e doações dependem de compromissos semelhante à forma como os empréstimos estudantis são estruturados Com isso quando e se a empresa tiver um lucro maior do que determinado valor ela teria que devolver uma parte ao financiador No entanto a Finlândia tira partido das empresas que financia o que também se aplica à Finlândia Esses conceitos especificamente o final são considerados uma forma de comunismo por alguns países A autora aponta e afirma que todos esses fatos não passam do capitalismo puro e simples as economias capitalistas mais bemsucedidas tiveram estados ativos que fizeram esses investimentos arriscados mas somos rápidos em criticar quando as coisas dão errado como no Concorde e demoram demais para recompensálos para lembrálos de suas responsabilidades quando as coisas correrem conforme o planejado por exemplo a internet p 252 Concluindo o livro a autora busca refletir acerca do conceito central do livro um estado empreendedor ativo e promissor que não tem medo dos riscos futuros e que não é compensado de forma totalitária por seu papel no processo de inovação e criação de tecnologia executada para empresas que atuam no país bem como no mercado financeiro global O Estado deve estar envolvido e se perceber como o principal participante desse processo Deve buscar indivíduos talentosos e capazes e trazêlos para o processo O desconhecimento do papel empreendedor do Estado ou a crença de que ele deveria apenas estimular dar uma ajudinha o setor privado por meio de subsídios reduções de impostos etc tem impactado as parcerias públicoprivadas que têm uma relação mais de parasitismo do que de simbiose isso diminui a capacidade de investimento do governo Uma vez que o Estado é obrigado a assumir riscos que os indivíduos do setor privado não estão dispostos a assumir ele também precisa receber as recompensas Só assim terá capacidade para continuar financiando e perpetuando as inovações posteriores A autora acredita que precisa defender a posição do Estado em continuar liderando a Revolução Industrial Verde Isso ocorre porque seus argumentos mostram que as tecnologias ambientais de alto risco intensivas em conhecimento e caras precisam ser continuadas Muitos países já começaram a investir nessas tecnologias alguns deles são Dinamarca Alemanha e China Os investimentos desses países nessas tecnologias se devem à trajetória histórica dessas ideias Por causa disso o primeiro país a investir nessas novas tecnologias se beneficiará do espírito pioneiro por trás delas e obterá mais lucro do que qualquer outro Para Mazzucato fica nítido em suas afirmações que é fundamental criar um sistema de financiamento que permita ao governo recuperar parcialmente os recursos públicos que foram investidos Podemos perceber isso ao longo da narrativa que é mais prático menos visível e menos difícil para o governo investir nisso e assumir os riscos Devido à natureza pública dos fundos a ênfase é diferente de quando os fundos são privados O contribuinte é dono dos fundos públicos e deve administrálos como se fossem seus Isso significa que ao considerar empreendimentos arriscados você investiria seu dinheiro sem garantia de retorno ou sem expectativa de retorno proporcional ao risco Ou você buscaria especificamente o maior retorno possível Em caso afirmativo por que aceitamos que o estado assuma a maior parte dos riscos com pouco ou nenhum incentivo para os resultados positivos Essas são algumas perguntas que devem ser realizadas antes de solicitar a garantia oriunda do Estado para quaisquer que sejam os investimentos vindos de modo privado Para compreender o papel do Estado no capitalismo moderno é importante perceber o papel da colaboração na inovação Muitos recursos sobre sistemas de inovação discutem a forma como os sistemas de colaboração abertos naturalmente levam a uma maior interdependência entre diferentes setores Isso leva ao aumento das barreiras para a colaboração competitiva entre os setores público e privado As ações do Estado têm um propósito único e o poder de criar coisas que de outra forma não existiriam É por isso que a legitimidade do Estado é inatacável Também possui as ferramentas necessárias para implementar suas missões A criação de mercados por exemplo requer inteligência e poder Isso deve ser feito de uma forma que beneficie o público e ao mesmo tempo garantir que os resultados sejam obtidos de maneira sustentável
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Texto de pré-visualização
2 A abordagem neoclássica e seus pressupostos a abordagem evolucionista Strachman 2004 Lall 2000a 3 Política industrial de ciência e tecnologia e desenvolvimento Mowery Rosenberg 1998 cap 1 Pack 2000 Dodgson 2000 Lee 2000 Possas 2003 Lall 2002 2003 Cimoli et al 2006 Strachman 2004 Mitra 2006 SchwaagSerger 2006 De Paula Jabbour 2016 Amsdem 2001 Kupfer 2016 4 Impactos das tecnologias disruptivas mudança tecnológica e comércio internacional Utterback 1994 cap 2 3 4 e 6 Dosi et al 1990 cap 1 2 3 6 e 9 Kupfer 1992 5 Inovação visão evolucionista e alguns conceitoschave breve digressão sobre política concorrencial Freeman 1974 Nelson Winter 1982 caps 1 2 e 11 Pavitt 1984 David 1985 Dosi 1988 Metcalfe e Saviotti 1989 Arthur 1996 Baptista 1997 cap 1 Possas 2004 Amorim 2009 UNIVERSIDADEFACULDADE XXXXX RESENHA MAZZUCATO Mariana O estado empreendedor desmascarando o mito do setor público vs setor privado São Paulo PortfolioPenguin 2014 ALUNO a XXXXX Em O Estado Empreendedor publicado primeiramente em 2014 e traduzido para o Brasil no mesmo ano a autora Mariana Mazzucato busca enfatizar o papel ativo do Estado na formação da economia do conhecimento A referida autora também titular da C RM Phillips em Economia da Inovação no Departamento de Ciência Política da Universidade de Sussex localizada no Reino Unido denota que o trabalho se trata de uma revisão ampla de um relatório reproduzido pelo governo do Reino Unido A ideia deste relatório é justamente persuadir o governo a não diminuir seu desempenho mediante cortes de programas elucidando pontos que devem ser feitos com investimentos sutis para conseguir recuperarse após possíveis tempos de crises Por isso como a própria autora deixa claro a obra é mais um manifesto político do que acadêmico Em primeiro momento logo no início da obra Mariana Mazzucato explica que o Estado moderno tem sido um participante verdadeiramente significativo na criação de novos empregos dinâmicos rentáveis e de alto valor em vez de ser apenas um agente que incentiva as empresas e cria as condições necessárias para que os atores privados invistam em fatores competitivos Ao contrário do que se pensa a autora demonstra que a verdade é que o Estado tem estado na linha da frente dos investimentos realizados pelas empresas do âmbito privado O Estado tem sido a força motriz que deu os primeiros passos em tecnologias que levam ao futuro são os primeiros a fazer escolhas importantes e decisivas Ou seja para além de ser o último recurso para economias que muitas vezes entram em colapso devido ao acúmulo de decisões insustentáveis e demais particularidades que ocorrem no processo de abertura o Estado funciona historicamente deste modo como o empreendedor de primeira viagem Após uma crise as pessoas acreditam que é necessário impor limites ao governo para ajudar a reconstruir sua sociedade Isso ocorre porque o argumento é que o setor privado precisa ter mais poder Acreditase que sem que o Estado assumisse uma posição secundária a inovação e o empreendedorismo irromperiam no setor privado Muitos políticos empresários e pensadores libertários promovem essa causa por meio de uma retórica inteligente Uma afirmação comum é que a terceirização de serviços públicos para o setor privado leva a práticas comerciais mais eficientes No entanto pouca consideração é dada às economias de custos reais alcançadas quando isso acontece Isso se deve aos altos custos associados à terceirização e à falta de controle de qualidade em alguns casos Por esses motivos o conteúdo do livro é embasado principalmente por exemplos históricos do setor público no tocante ao desenvolvimento de inovações tecnológicas oriundas e datadas tanto do passado quanto do presente Diversos países são citados no decorrer da obra inclusive o Brasil no que diz respeito ao direcionamento dos investimentos em setores de tecnologia pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES por exemplo No entanto a ideia é centralizada de forma prioritária no contexto base dos Estados Unidos e sua formação de investimento estatal A razão é que apesar da rejeição da intervenção do governo na cultura americana e da percepção de que o Estado tem um papel mínimo na prática Em relação à inovação os exemplos demonstram que o governo dos Estados Unidos é um dos que mais intervém na economia do mundo possuindo assim um impacto muito grande no desenvolvimento e na criação de tecnologias bem como na criação de empresas de cunho tecnológico De um modo geral Mazzucato deixou clara sua posição mesmo existindo um debate que questionava o papel do Estado na economia Ele se dedica a apagar o contraste entre a tendência do setor privado à inovação e o Estado como símbolo de ineficiência e paralisia Seu objetivo é demonstrar a imprecisão dessa premissa ele fornecerá exemplos que demonstram a origem dos mais extravagantes investimentos tecnológicos por parte do Estado Ao assumir o risco financeiro e a própria incerteza em torno do financiamento das inovações o Estado atua como um agente empreendedor que possui características de empreendedores A introdução do estado empresarial é segundo o autor uma das formas mais eficazes de defender preventivamente a sua existência e dimensão A economia convencional considera a intervenção governamental como uma solução para mercados falidos Por exemplo quando externalidades positivas ou bens públicos superam os benefícios privados No entanto o economista Mazzucato quer reescrever o pensamento convencional com sua nova teoria sobre a formação e criação de mercados Ele acredita que o Estado deve ser considerado ativo nesse processo O desenvolvimento tecnológico requer intervenção do governo Esses governos criam oportunidades de investimento negócios e novas tecnologias O autor passa boa parte do texto discutindo o papel do Estado em cada uma dessas áreas Além disso ele discute a criação de empresas e a criação de mercados por meio da intervenção do Estado Verificamos que duas abordagens são oferecidas para entender a estrutura necessária para o papel do Estado no desempenho econômico Uma é a chamada falha de mercado e a outra é sobre inovação que embora seja uma correção de falha acaba por ampliar o conhecimento sobre o sistema existente A autora identifica uma ligação entre Keynes e Schumpeter para demonstrar que o aumento do investimento em inovação é necessário para o crescimento econômico adequado Embora a redistribuição de riqueza seja necessária a falta de direção na conexão significa que pode faltar qualquer benefício real Gastar dinheiro apenas em pesquisa e desenvolvimento não leva ao desenvolvimento na verdade requer o desenvolvimento de sistemas de informação Na década de 1970 o Japão gastou 25 de seu PIB em PD enquanto a União Soviética aumentou o financiamento para mais de 4 Esses dois países não foram os únicos exemplos de como as taxas de financiamento de outros países mudaram A Alemanha e os Estados Unidos aumentaram seus orçamentos de PD em mais de 2 ao ano Isso mostra que muitos países aumentaram o financiamento para PD e não apenas para pesquisa militar e espacial Analisamos também a existência da ideia de que o Estado é um empreendedor e atua como um grande investidor e formador de mercado é avançada e defendida O financiamento do setor público é frequentemente usado não apenas para corrigir falhas de mercado mas também para criar novos produtos e novos mercados como a Internet e a nanotecnologia O que não recebe a devida atenção ao ver a pesquisa básica como uma falha de mercado é que a criação de mercados pelo governo também é levada em consideração ao criar as inovações mais radicais e revolucionárias As pessoas se lembram do Vale do Silício como um exemplo de capital de risco provocando uma revolução mas não se lembram de que o lugar foi moldado pela inovação gerada pelos gastos do governo direcionados às políticas de defesa da Guerra Fria Também na indústria farmacêutica os medicamentos mais agressivos são patrocinados por órgãos públicos enquanto as empresas privadas acabam arriscando mais em medicamentos similares sendo que esses medicamentos diferem apenas dos medicamentos existentes Andrew Witty CEO da GlaxoSmithKline sugeriu que a indústria farmacêutica é excepcionalmente inovadora e deveria ser incentivada pelos governos O autor observa que os laboratórios estatais criaram 75 de todos os novos medicamentos desde 1970 Witty também afirmou que investidores como ele pensaram em maneiras de aumentar seus lucros comprando de volta as ações No Reino Unido e nos Estados Unidos a criação de produtos farmacêuticos não dependia de financiamento corporativo Em vez disso o financiamento do estado desempenhou um papel importante no desenvolvimento deste campo desde 1970 Dados do autor mostram que o financiamento do estado para esta área tem crescido de forma constante ao longo do tempo Isso é diferente de investimentos no mercado de ações ou capitalistas de risco nesta área A história da indústria americana pois se concentra nas ações proativas e empreendedoras do governo dos EUA Quatro exemplos específicos disso são destacados na redação o programa Small Business Innovation Research SBIR o Orphan Drug Act ODA de 1983 DARPA e a Iniciativa Nacional de Nanotecnologia Os Estados Unidos foram fundados como resultado da liderança fornecida pelo setor privado O estado liderou o desenvolvimento por meio de atos arriscados que encorajaram o compartilhamento de novas ideias Os esforços americanos facilitados pela DARPA SBIR e ODA impulsionaram objetivos públicos mais amplos em vez de uma empresa específica Financiamento adicional e conexões entre organizações públicas e empresas privadas facilitaram o desenvolvimento comercial A autora questiona também se o governo tem que fazer a pesquisa pagar os grandes investimentos em infraestrutura e fazer o planejamento qual é exatamente o papel da iniciativa privada p 121 122 Vemos de um modo mais estruturado que existe uma dedicação maior voltada à Apple analisando como a empresa usou o apoio do Estado para se tornar a grande estatal que é hoje Em suma todas as tecnologias que tornam o iPhone um dispositivo inteligente Internet GPS touch IA e comandos de voz foram financiadas diretamente pelo governo Investimentos agressivos e altamente incertos em inovação não são feitos por investidores capitalistas medianos ou gênios do quintal mas pela mão não vista do Estado de modo geral A própria Apple é utilizada como case de sucesso do mercado revolucionário e como referência às forças schumpeterianas de destruição criativa Porém recebeu financiamento estatal desde o início de sua implementação e contou com o uso de tecnologias desenvolvidas com recursos públicos de forma criativa para criar produtos inovadores e inteligentes Toda a tecnologia usada no iPhone é financiada pelo Estado Ainda que exista o debate acerca da evasão fiscal da Apple não foi possível trazer esse fato à tona Os impostos não devem ser pagos só porque é certo mas para que o país continue investindo em inovação A autora portanto aponta que a questão de empresas como a Apple se aproveitarem de investimentos fracassados que são rápidos em culpar o Estado enquanto investimentos bemsucedidos não são elogiados A ideia de uma tecnologia que começa a receber mais atenção também é diretamente abordada o livro discute as estratégias e ações de diversos países em relação ao tema A autora sugere que a ajuda adicional do governo não é necessária para que a revolução na agricultura progrida Investimentos privados que já ocorreram no passado só são aceitos quando a tecnologia estiver estabelecida ou os riscos forem considerados aceitáveis para garantir o retorno financeiro Em 2012 a China anunciou que esperava produzir 1000 GW de energia eólica até o ano de 2050 Isso equivale a substituir toda a infraestrutura elétrica dos Estados Unidos por turbinas eólicas A Alemanha também mostra grandes realizações nesta área Os Estados Unidos não têm uma política governamental consistente No entanto o Estado investe fortemente em tecnologias verdes graças ao BNDES que foi fundado para apoiar a tecnologia limpa com investimentos de mais de 423 bilhões de dólares em 2011 O Reino Unido também criou um banco de investimento verde na contramão das revoluções tecnológicas anteriores Podemos descrever o financiamento inicial fornecido pelo governo para tecnologias limpas em relação à produção de energia como turbinas eólicas e painéis solares Isso fica evidente em países como Alemanha Dinamarca e China onde o Estado participa ativamente do desenvolvimento de tecnologias A disparidade entre os países não é causada por fatores naturais neste caso o vento e o sol mas sim por políticas governamentais que promovem esses comportamentos A criação de mercados de energia limpa com a participação de empresas empreendedoras não é motivada por preocupações com as mudanças climáticas ou com o futuro do planeta mas sim com o objetivo de aproveitar novas tecnologias e ganhar dinheiro com base em investimentos públicos neste setor Novamente o governo terá que assumir os pesados investimentos até que o mercado veja o retorno de seus investimentos Olhando e analisando o decorrer dos capítulos denotase que a relação custobenefício do governo como investidor é calculada Muitos investimentos públicos resultaram em negócios para pessoas físicas e jurídicas que lucraram com o dinheiro público mas não deram retorno para o governo Pior semelhante ao caso dos remédios muitos contribuintes que financiam pesquisas não têm como arcar com os custos dos remédios pois o preço deles é vinte vezes superior ao custo real Outros fatores que contribuem para o aumento do número de empresas cadastradas são benefícios fiscais que alguns produtos recebem produtos que foram alimentados por investimentos de alto risco apoiados pelo governo A correlação entre risco e retorno é inválida para a inovação pois os riscos estão sendo compartilhados em vez de privados enquanto os retornos estão sendo assumidos As declarações fiscais nem sempre são reflexos precisos dos lucros reais As brechas existentes no sistema tributário favorecem o retorno ineficaz dos investimentos do Estado que pode ser obtido por meio de impostos Mais uma vez a Apple é citada como exemplo desta vez por sonegar impostos por meio de uma manobra Na verdade a Apple é apenas um exemplo do que ocorre em escala global empresas utilizam subsidiárias em paraísos fiscais para obter vantagens Estimase que a Apple tenha perdido 48 bilhões de dólares devido à localização da maior parte do valor de seus produtos em 2011 Se a empresa declarasse 70 de seus lucros nos EUA isso teria mudado Mas sem a ajuda do Estado não é possível garantir tal mudança p 155 Além disso quando olhamos o cenário econômico de modo geral vemos que muitas grandes empresas como Google Amazon Apple e Microsoft conseguem reduzir ou até eliminar impostos por parte do estado Acreditase que isso levou a uma perda de 79 bilhões de dólares ao longo da década Como o Estado não tem como medir o impacto de suas ações nessas atividades a guerra de palavras do setor privado continua vitoriosa A autora acaba atinge o cerne do argumento no decorrer e no final da obra em buscando a conclusão Com orçamentos limitados e déficits recorrentes o Estado deve priorizar investimentos que gerem retorno Qualquer investimento considerado arriscado falhará mas se for bemsucedido os benefícios não serão compartilhados Esta é a principal crítica ao capitalismo moderno o setor financeiro que por sua vez causa a crise se volta para o governo que assume o risco e o distribui ao público Nos produtos farmacêuticos na tecnologia limpa e na nova economia as empresas e os acionistas obtêm grandes lucros com as tecnologias patrocinadas pelo Estado mal pagando impostos ou usando truques para evitálos Esses recursos poderiam ser destinados ao financiamento de investimentos adicionais em novas tecnologias Assumir riscos tem sido o papel primordial do Estado o que resulta em um esforço coletivo que não acontece com os resultados vistos de modo cada vez menos igualitários p 241 O sistema econômico tem a lógica de que os acionistas recebem apenas o residual depois que os custos foram pagos aos outros atores eles recebem sua parte e assim assumem o maior risco Esse conceito no entanto não dá conta da possibilidade de retorno dos demais atores Além disso o estado e os contribuintes também são investidores e não têm garantia de que os investimentos em tecnologia serão bemsucedidos muitas vezes são A crítica é a associação entre quem participa diretamente do processo de inovação e quem apenas usufrui dos resultados O problema é a harmonia entre essas relações Se a associação entre risco e benefício é necessária como apregoa o sistema financeiro então o Estado que financia prioritariamente a inovação e assume o maior risco deveria receber um retorno proporcional Por causa dos riscos envolvidos o estado deve investir em projetos arriscados para cobrir suas perdas Se o estado tivesse devolvido apenas 1 dos fundos investidos na internet mais dinheiro poderia ser investido em projetos de tecnologia verde p 250 Um contraargumento é que o Estado já recebe seu retorno via impostos No entanto isso seria verdade se o sistema tributário fosse projetado para evitar falhas que foram usadas para sonegar e reduzir Além disso o sistema tributário não contabiliza o tempo necessário para investir em inovação o que pode gerar retornos por um longo período de tempo A autora destaca algumas soluções para este problema incluindo a retenção de uma parte dos royalties associados à inovação descoberta para o destino a um fundo de inovação Outra é que os empréstimos e doações dependem de compromissos semelhante à forma como os empréstimos estudantis são estruturados Com isso quando e se a empresa tiver um lucro maior do que determinado valor ela teria que devolver uma parte ao financiador No entanto a Finlândia tira partido das empresas que financia o que também se aplica à Finlândia Esses conceitos especificamente o final são considerados uma forma de comunismo por alguns países A autora aponta e afirma que todos esses fatos não passam do capitalismo puro e simples as economias capitalistas mais bemsucedidas tiveram estados ativos que fizeram esses investimentos arriscados mas somos rápidos em criticar quando as coisas dão errado como no Concorde e demoram demais para recompensálos para lembrálos de suas responsabilidades quando as coisas correrem conforme o planejado por exemplo a internet p 252 Concluindo o livro a autora busca refletir acerca do conceito central do livro um estado empreendedor ativo e promissor que não tem medo dos riscos futuros e que não é compensado de forma totalitária por seu papel no processo de inovação e criação de tecnologia executada para empresas que atuam no país bem como no mercado financeiro global O Estado deve estar envolvido e se perceber como o principal participante desse processo Deve buscar indivíduos talentosos e capazes e trazêlos para o processo O desconhecimento do papel empreendedor do Estado ou a crença de que ele deveria apenas estimular dar uma ajudinha o setor privado por meio de subsídios reduções de impostos etc tem impactado as parcerias públicoprivadas que têm uma relação mais de parasitismo do que de simbiose isso diminui a capacidade de investimento do governo Uma vez que o Estado é obrigado a assumir riscos que os indivíduos do setor privado não estão dispostos a assumir ele também precisa receber as recompensas Só assim terá capacidade para continuar financiando e perpetuando as inovações posteriores A autora acredita que precisa defender a posição do Estado em continuar liderando a Revolução Industrial Verde Isso ocorre porque seus argumentos mostram que as tecnologias ambientais de alto risco intensivas em conhecimento e caras precisam ser continuadas Muitos países já começaram a investir nessas tecnologias alguns deles são Dinamarca Alemanha e China Os investimentos desses países nessas tecnologias se devem à trajetória histórica dessas ideias Por causa disso o primeiro país a investir nessas novas tecnologias se beneficiará do espírito pioneiro por trás delas e obterá mais lucro do que qualquer outro Para Mazzucato fica nítido em suas afirmações que é fundamental criar um sistema de financiamento que permita ao governo recuperar parcialmente os recursos públicos que foram investidos Podemos perceber isso ao longo da narrativa que é mais prático menos visível e menos difícil para o governo investir nisso e assumir os riscos Devido à natureza pública dos fundos a ênfase é diferente de quando os fundos são privados O contribuinte é dono dos fundos públicos e deve administrálos como se fossem seus Isso significa que ao considerar empreendimentos arriscados você investiria seu dinheiro sem garantia de retorno ou sem expectativa de retorno proporcional ao risco Ou você buscaria especificamente o maior retorno possível Em caso afirmativo por que aceitamos que o estado assuma a maior parte dos riscos com pouco ou nenhum incentivo para os resultados positivos Essas são algumas perguntas que devem ser realizadas antes de solicitar a garantia oriunda do Estado para quaisquer que sejam os investimentos vindos de modo privado Para compreender o papel do Estado no capitalismo moderno é importante perceber o papel da colaboração na inovação Muitos recursos sobre sistemas de inovação discutem a forma como os sistemas de colaboração abertos naturalmente levam a uma maior interdependência entre diferentes setores Isso leva ao aumento das barreiras para a colaboração competitiva entre os setores público e privado As ações do Estado têm um propósito único e o poder de criar coisas que de outra forma não existiriam É por isso que a legitimidade do Estado é inatacável Também possui as ferramentas necessárias para implementar suas missões A criação de mercados por exemplo requer inteligência e poder Isso deve ser feito de uma forma que beneficie o público e ao mesmo tempo garantir que os resultados sejam obtidos de maneira sustentável UNIVERSIDADEFACULDADE XXXXX RESENHA MAZZUCATO Mariana O estado empreendedor desmascarando o mito do setor público vs setor privado São Paulo PortfolioPenguin 2014 ALUNO a XXXXX Em O Estado Empreendedor publicado primeiramente em 2014 e traduzido para o Brasil no mesmo ano a autora Mariana Mazzucato busca enfatizar o papel ativo do Estado na formação da economia do conhecimento A referida autora também titular da C RM Phillips em Economia da Inovação no Departamento de Ciência Política da Universidade de Sussex localizada no Reino Unido denota que o trabalho se trata de uma revisão ampla de um relatório reproduzido pelo governo do Reino Unido A ideia deste relatório é justamente persuadir o governo a não diminuir seu desempenho mediante cortes de programas elucidando pontos que devem ser feitos com investimentos sutis para conseguir recuperarse após possíveis tempos de crises Por isso como a própria autora deixa claro a obra é mais um manifesto político do que acadêmico Em primeiro momento logo no início da obra Mariana Mazzucato explica que o Estado moderno tem sido um participante verdadeiramente significativo na criação de novos empregos dinâmicos rentáveis e de alto valor em vez de ser apenas um agente que incentiva as empresas e cria as condições necessárias para que os atores privados invistam em fatores competitivos Ao contrário do que se pensa a autora demonstra que a verdade é que o Estado tem estado na linha da frente dos investimentos realizados pelas empresas do âmbito privado O Estado tem sido a força motriz que deu os primeiros passos em tecnologias que levam ao futuro são os primeiros a fazer escolhas importantes e decisivas Ou seja para além de ser o último recurso para economias que muitas vezes entram em colapso devido ao acúmulo de decisões insustentáveis e demais particularidades que ocorrem no processo de abertura o Estado funciona historicamente deste modo como o empreendedor de primeira viagem Após uma crise as pessoas acreditam que é necessário impor limites ao governo para ajudar a reconstruir sua sociedade Isso ocorre porque o argumento é que o setor privado precisa ter mais poder Acreditase que sem que o Estado assumisse uma posição secundária a inovação e o empreendedorismo irromperiam no setor privado Muitos políticos empresários e pensadores libertários promovem essa causa por meio de uma retórica inteligente Uma afirmação comum é que a terceirização de serviços públicos para o setor privado leva a práticas comerciais mais eficientes No entanto pouca consideração é dada às economias de custos reais alcançadas quando isso acontece Isso se deve aos altos custos associados à terceirização e à falta de controle de qualidade em alguns casos Por esses motivos o conteúdo do livro é embasado principalmente por exemplos históricos do setor público no tocante ao desenvolvimento de inovações tecnológicas oriundas e datadas tanto do passado quanto do presente Diversos países são citados no decorrer da obra inclusive o Brasil no que diz respeito ao direcionamento dos investimentos em setores de tecnologia pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES por exemplo No entanto a ideia é centralizada de forma prioritária no contexto base dos Estados Unidos e sua formação de investimento estatal A razão é que apesar da rejeição da intervenção do governo na cultura americana e da percepção de que o Estado tem um papel mínimo na prática Em relação à inovação os exemplos demonstram que o governo dos Estados Unidos é um dos que mais intervém na economia do mundo possuindo assim um impacto muito grande no desenvolvimento e na criação de tecnologias bem como na criação de empresas de cunho tecnológico De um modo geral Mazzucato deixou clara sua posição mesmo existindo um debate que questionava o papel do Estado na economia Ele se dedica a apagar o contraste entre a tendência do setor privado à inovação e o Estado como símbolo de ineficiência e paralisia Seu objetivo é demonstrar a imprecisão dessa premissa ele fornecerá exemplos que demonstram a origem dos mais extravagantes investimentos tecnológicos por parte do Estado Ao assumir o risco financeiro e a própria incerteza em torno do financiamento das inovações o Estado atua como um agente empreendedor que possui características de empreendedores A introdução do estado empresarial é segundo o autor uma das formas mais eficazes de defender preventivamente a sua existência e dimensão A economia convencional considera a intervenção governamental como uma solução para mercados falidos Por exemplo quando externalidades positivas ou bens públicos superam os benefícios privados No entanto o economista Mazzucato quer reescrever o pensamento convencional com sua nova teoria sobre a formação e criação de mercados Ele acredita que o Estado deve ser considerado ativo nesse processo O desenvolvimento tecnológico requer intervenção do governo Esses governos criam oportunidades de investimento negócios e novas tecnologias O autor passa boa parte do texto discutindo o papel do Estado em cada uma dessas áreas Além disso ele discute a criação de empresas e a criação de mercados por meio da intervenção do Estado Verificamos que duas abordagens são oferecidas para entender a estrutura necessária para o papel do Estado no desempenho econômico Uma é a chamada falha de mercado e a outra é sobre inovação que embora seja uma correção de falha acaba por ampliar o conhecimento sobre o sistema existente A autora identifica uma ligação entre Keynes e Schumpeter para demonstrar que o aumento do investimento em inovação é necessário para o crescimento econômico adequado Embora a redistribuição de riqueza seja necessária a falta de direção na conexão significa que pode faltar qualquer benefício real Gastar dinheiro apenas em pesquisa e desenvolvimento não leva ao desenvolvimento na verdade requer o desenvolvimento de sistemas de informação Na década de 1970 o Japão gastou 25 de seu PIB em PD enquanto a União Soviética aumentou o financiamento para mais de 4 Esses dois países não foram os únicos exemplos de como as taxas de financiamento de outros países mudaram A Alemanha e os Estados Unidos aumentaram seus orçamentos de PD em mais de 2 ao ano Isso mostra que muitos países aumentaram o financiamento para PD e não apenas para pesquisa militar e espacial Analisamos também a existência da ideia de que o Estado é um empreendedor e atua como um grande investidor e formador de mercado é avançada e defendida O financiamento do setor público é frequentemente usado não apenas para corrigir falhas de mercado mas também para criar novos produtos e novos mercados como a Internet e a nanotecnologia O que não recebe a devida atenção ao ver a pesquisa básica como uma falha de mercado é que a criação de mercados pelo governo também é levada em consideração ao criar as inovações mais radicais e revolucionárias As pessoas se lembram do Vale do Silício como um exemplo de capital de risco provocando uma revolução mas não se lembram de que o lugar foi moldado pela inovação gerada pelos gastos do governo direcionados às políticas de defesa da Guerra Fria Também na indústria farmacêutica os medicamentos mais agressivos são patrocinados por órgãos públicos enquanto as empresas privadas acabam arriscando mais em medicamentos similares sendo que esses medicamentos diferem apenas dos medicamentos existentes Andrew Witty CEO da GlaxoSmithKline sugeriu que a indústria farmacêutica é excepcionalmente inovadora e deveria ser incentivada pelos governos O autor observa que os laboratórios estatais criaram 75 de todos os novos medicamentos desde 1970 Witty também afirmou que investidores como ele pensaram em maneiras de aumentar seus lucros comprando de volta as ações No Reino Unido e nos Estados Unidos a criação de produtos farmacêuticos não dependia de financiamento corporativo Em vez disso o financiamento do estado desempenhou um papel importante no desenvolvimento deste campo desde 1970 Dados do autor mostram que o financiamento do estado para esta área tem crescido de forma constante ao longo do tempo Isso é diferente de investimentos no mercado de ações ou capitalistas de risco nesta área A história da indústria americana pois se concentra nas ações proativas e empreendedoras do governo dos EUA Quatro exemplos específicos disso são destacados na redação o programa Small Business Innovation Research SBIR o Orphan Drug Act ODA de 1983 DARPA e a Iniciativa Nacional de Nanotecnologia Os Estados Unidos foram fundados como resultado da liderança fornecida pelo setor privado O estado liderou o desenvolvimento por meio de atos arriscados que encorajaram o compartilhamento de novas ideias Os esforços americanos facilitados pela DARPA SBIR e ODA impulsionaram objetivos públicos mais amplos em vez de uma empresa específica Financiamento adicional e conexões entre organizações públicas e empresas privadas facilitaram o desenvolvimento comercial A autora questiona também se o governo tem que fazer a pesquisa pagar os grandes investimentos em infraestrutura e fazer o planejamento qual é exatamente o papel da iniciativa privada p 121 122 Vemos de um modo mais estruturado que existe uma dedicação maior voltada à Apple analisando como a empresa usou o apoio do Estado para se tornar a grande estatal que é hoje Em suma todas as tecnologias que tornam o iPhone um dispositivo inteligente Internet GPS touch IA e comandos de voz foram financiadas diretamente pelo governo Investimentos agressivos e altamente incertos em inovação não são feitos por investidores capitalistas medianos ou gênios do quintal mas pela mão não vista do Estado de modo geral A própria Apple é utilizada como case de sucesso do mercado revolucionário e como referência às forças schumpeterianas de destruição criativa Porém recebeu financiamento estatal desde o início de sua implementação e contou com o uso de tecnologias desenvolvidas com recursos públicos de forma criativa para criar produtos inovadores e inteligentes Toda a tecnologia usada no iPhone é financiada pelo Estado Ainda que exista o debate acerca da evasão fiscal da Apple não foi possível trazer esse fato à tona Os impostos não devem ser pagos só porque é certo mas para que o país continue investindo em inovação A autora portanto aponta que a questão de empresas como a Apple se aproveitarem de investimentos fracassados que são rápidos em culpar o Estado enquanto investimentos bemsucedidos não são elogiados A ideia de uma tecnologia que começa a receber mais atenção também é diretamente abordada o livro discute as estratégias e ações de diversos países em relação ao tema A autora sugere que a ajuda adicional do governo não é necessária para que a revolução na agricultura progrida Investimentos privados que já ocorreram no passado só são aceitos quando a tecnologia estiver estabelecida ou os riscos forem considerados aceitáveis para garantir o retorno financeiro Em 2012 a China anunciou que esperava produzir 1000 GW de energia eólica até o ano de 2050 Isso equivale a substituir toda a infraestrutura elétrica dos Estados Unidos por turbinas eólicas A Alemanha também mostra grandes realizações nesta área Os Estados Unidos não têm uma política governamental consistente No entanto o Estado investe fortemente em tecnologias verdes graças ao BNDES que foi fundado para apoiar a tecnologia limpa com investimentos de mais de 423 bilhões de dólares em 2011 O Reino Unido também criou um banco de investimento verde na contramão das revoluções tecnológicas anteriores Podemos descrever o financiamento inicial fornecido pelo governo para tecnologias limpas em relação à produção de energia como turbinas eólicas e painéis solares Isso fica evidente em países como Alemanha Dinamarca e China onde o Estado participa ativamente do desenvolvimento de tecnologias A disparidade entre os países não é causada por fatores naturais neste caso o vento e o sol mas sim por políticas governamentais que promovem esses comportamentos A criação de mercados de energia limpa com a participação de empresas empreendedoras não é motivada por preocupações com as mudanças climáticas ou com o futuro do planeta mas sim com o objetivo de aproveitar novas tecnologias e ganhar dinheiro com base em investimentos públicos neste setor Novamente o governo terá que assumir os pesados investimentos até que o mercado veja o retorno de seus investimentos Olhando e analisando o decorrer dos capítulos denotase que a relação custo benefício do governo como investidor é calculada Muitos investimentos públicos resultaram em negócios para pessoas físicas e jurídicas que lucraram com o dinheiro público mas não deram retorno para o governo Pior semelhante ao caso dos remédios muitos contribuintes que financiam pesquisas não têm como arcar com os custos dos remédios pois o preço deles é vinte vezes superior ao custo real Outros fatores que contribuem para o aumento do número de empresas cadastradas são benefícios fiscais que alguns produtos recebem produtos que foram alimentados por investimentos de alto risco apoiados pelo governo A correlação entre risco e retorno é inválida para a inovação pois os riscos estão sendo compartilhados em vez de privados enquanto os retornos estão sendo assumidos As declarações fiscais nem sempre são reflexos precisos dos lucros reais As brechas existentes no sistema tributário favorecem o retorno ineficaz dos investimentos do Estado que pode ser obtido por meio de impostos Mais uma vez a Apple é citada como exemplo desta vez por sonegar impostos por meio de uma manobra Na verdade a Apple é apenas um exemplo do que ocorre em escala global empresas utilizam subsidiárias em paraísos fiscais para obter vantagens Estimase que a Apple tenha perdido 48 bilhões de dólares devido à localização da maior parte do valor de seus produtos em 2011 Se a empresa declarasse 70 de seus lucros nos EUA isso teria mudado Mas sem a ajuda do Estado não é possível garantir tal mudança p 155 Além disso quando olhamos o cenário econômico de modo geral vemos que muitas grandes empresas como Google Amazon Apple e Microsoft conseguem reduzir ou até eliminar impostos por parte do estado Acreditase que isso levou a uma perda de 79 bilhões de dólares ao longo da década Como o Estado não tem como medir o impacto de suas ações nessas atividades a guerra de palavras do setor privado continua vitoriosa A autora acaba atinge o cerne do argumento no decorrer e no final da obra em buscando a conclusão Com orçamentos limitados e déficits recorrentes o Estado deve priorizar investimentos que gerem retorno Qualquer investimento considerado arriscado falhará mas se for bemsucedido os benefícios não serão compartilhados Esta é a principal crítica ao capitalismo moderno o setor financeiro que por sua vez causa a crise se volta para o governo que assume o risco e o distribui ao público Nos produtos farmacêuticos na tecnologia limpa e na nova economia as empresas e os acionistas obtêm grandes lucros com as tecnologias patrocinadas pelo Estado mal pagando impostos ou usando truques para evitálos Esses recursos poderiam ser destinados ao financiamento de investimentos adicionais em novas tecnologias Assumir riscos tem sido o papel primordial do Estado o que resulta em um esforço coletivo que não acontece com os resultados vistos de modo cada vez menos igualitários p 241 O sistema econômico tem a lógica de que os acionistas recebem apenas o residual depois que os custos foram pagos aos outros atores eles recebem sua parte e assim assumem o maior risco Esse conceito no entanto não dá conta da possibilidade de retorno dos demais atores Além disso o estado e os contribuintes também são investidores e não têm garantia de que os investimentos em tecnologia serão bemsucedidos muitas vezes são A crítica é a associação entre quem participa diretamente do processo de inovação e quem apenas usufrui dos resultados O problema é a harmonia entre essas relações Se a associação entre risco e benefício é necessária como apregoa o sistema financeiro então o Estado que financia prioritariamente a inovação e assume o maior risco deveria receber um retorno proporcional Por causa dos riscos envolvidos o estado deve investir em projetos arriscados para cobrir suas perdas Se o estado tivesse devolvido apenas 1 dos fundos investidos na internet mais dinheiro poderia ser investido em projetos de tecnologia verde p 250 Um contraargumento é que o Estado já recebe seu retorno via impostos No entanto isso seria verdade se o sistema tributário fosse projetado para evitar falhas que foram usadas para sonegar e reduzir Além disso o sistema tributário não contabiliza o tempo necessário para investir em inovação o que pode gerar retornos por um longo período de tempo A autora destaca algumas soluções para este problema incluindo a retenção de uma parte dos royalties associados à inovação descoberta para o destino a um fundo de inovação Outra é que os empréstimos e doações dependem de compromissos semelhante à forma como os empréstimos estudantis são estruturados Com isso quando e se a empresa tiver um lucro maior do que determinado valor ela teria que devolver uma parte ao financiador No entanto a Finlândia tira partido das empresas que financia o que também se aplica à Finlândia Esses conceitos especificamente o final são considerados uma forma de comunismo por alguns países A autora aponta e afirma que todos esses fatos não passam do capitalismo puro e simples as economias capitalistas mais bemsucedidas tiveram estados ativos que fizeram esses investimentos arriscados mas somos rápidos em criticar quando as coisas dão errado como no Concorde e demoram demais para recompensálos para lembrálos de suas responsabilidades quando as coisas correrem conforme o planejado por exemplo a internet p 252 Concluindo o livro a autora busca refletir acerca do conceito central do livro um estado empreendedor ativo e promissor que não tem medo dos riscos futuros e que não é compensado de forma totalitária por seu papel no processo de inovação e criação de tecnologia executada para empresas que atuam no país bem como no mercado financeiro global O Estado deve estar envolvido e se perceber como o principal participante desse processo Deve buscar indivíduos talentosos e capazes e trazêlos para o processo O desconhecimento do papel empreendedor do Estado ou a crença de que ele deveria apenas estimular dar uma ajudinha o setor privado por meio de subsídios reduções de impostos etc tem impactado as parcerias públicoprivadas que têm uma relação mais de parasitismo do que de simbiose isso diminui a capacidade de investimento do governo Uma vez que o Estado é obrigado a assumir riscos que os indivíduos do setor privado não estão dispostos a assumir ele também precisa receber as recompensas Só assim terá capacidade para continuar financiando e perpetuando as inovações posteriores A autora acredita que precisa defender a posição do Estado em continuar liderando a Revolução Industrial Verde Isso ocorre porque seus argumentos mostram que as tecnologias ambientais de alto risco intensivas em conhecimento e caras precisam ser continuadas Muitos países já começaram a investir nessas tecnologias alguns deles são Dinamarca Alemanha e China Os investimentos desses países nessas tecnologias se devem à trajetória histórica dessas ideias Por causa disso o primeiro país a investir nessas novas tecnologias se beneficiará do espírito pioneiro por trás delas e obterá mais lucro do que qualquer outro Para Mazzucato fica nítido em suas afirmações que é fundamental criar um sistema de financiamento que permita ao governo recuperar parcialmente os recursos públicos que foram investidos Podemos perceber isso ao longo da narrativa que é mais prático menos visível e menos difícil para o governo investir nisso e assumir os riscos Devido à natureza pública dos fundos a ênfase é diferente de quando os fundos são privados O contribuinte é dono dos fundos públicos e deve administrálos como se fossem seus Isso significa que ao considerar empreendimentos arriscados você investiria seu dinheiro sem garantia de retorno ou sem expectativa de retorno proporcional ao risco Ou você buscaria especificamente o maior retorno possível Em caso afirmativo por que aceitamos que o estado assuma a maior parte dos riscos com pouco ou nenhum incentivo para os resultados positivos Essas são algumas perguntas que devem ser realizadas antes de solicitar a garantia oriunda do Estado para quaisquer que sejam os investimentos vindos de modo privado Para compreender o papel do Estado no capitalismo moderno é importante perceber o papel da colaboração na inovação Muitos recursos sobre sistemas de inovação discutem a forma como os sistemas de colaboração abertos naturalmente levam a uma maior interdependência entre diferentes setores Isso leva ao aumento das barreiras para a colaboração competitiva entre os setores público e privado As ações do Estado têm um propósito único e o poder de criar coisas que de outra forma não existiriam É por isso que a legitimidade do Estado é inatacável Também possui as ferramentas necessárias para implementar suas missões A criação de mercados por exemplo requer inteligência e poder Isso deve ser feito de uma forma que beneficie o público e ao mesmo tempo garantir que os resultados sejam obtidos de maneira sustentável