·

Engenharia Ambiental ·

Resistência dos Materiais

· 2021/1

Send your question to AI and receive an answer instantly

Ask Question

Preview text

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Campo Mourão Prof. Dr. Marcelo Carreira Prof. Dr. Marcelo Carreira Junho de 2021 Junho de 2021 EA35F – Resistência dos Materiais EA35F – Resistência dos Materiais 1 Objetivos Objetivos Compreender a distribuição de tensões em eixos torcidos Calcular a tensão de cisalhamento e o ângulo de torção em eixos torcidos Identificar o modo de ruptura a torção dos materiais dúcteis e frágeis Dimensionar eixos de transmissão Torcao em eixos circulares * B ae Eixo submetido ao torque T em equilibrio com T' —_ T T' a . . <a f A Seccionando o eixo em C, as partes devem - ‘ manter o equilibrio « B dA Torques elementares internos dT = pdF Cc a y dF = Condicao de equilibrio 9 Sealy ¢ q (a) T=| pdF T= p(rdA) = B G c i \c E preciso analisar as deformacées no eixo para T’ a wl i obter as tensdes Fonte: adaptado de [1]. () ow! = = 3 Deformacoes em eixos circulares Po As segdes transversais planas dos_ eixos LT a ' eT Fa circulares vazados e maci¢gos permanecem ee (77? ; —— eee a7 An t planas apos a aplicagao do torque 7. T’ SE Sa Isso se deve a simetria axial da secao transversal. Fonte: [1] A! Nos eixos circulares, o ponto A descreve um o T movimento de rotagao em torno do centro do eixo A O calculo das deformagoes nesses eixos torna- se relativamente simples. ow = ow = 4 Deformacoes em eixos nao circulares As secoes transversais de eixos nao =, circulares sofrem empenamentos [Lela . x ~ SaaS uando submetidas a tor¢ao. PLT et nN" i . peee=enszee ~ |" Seer _— A determinagao das deformacdes Fonte: [1] nesse eixos requer a solugao de uma equac¢gao diferencial e devido a sua | complexidade sua solugao nao é abordada nos cursos de Resisténcia pe a dos Materiais. f A = [F i LC] 4 | | L f. } | f° rl BET i , OS 4 5 5 Ea FEEEEA 4 Cea we As formulas para o calculo da tensao ae ELIT TD de cisalhamento e do angulo de SSS vO torgao nos eixos n&o circulares sera % dada sem prova mais adiante i 1 . Fonte: [2] ~o P ow = = 5 Deformacoes em eixos circulares Sob a acgao do torque 7, as faces de um elemento de volume deformam-se assumindo a | | T forma de um losango. | > ——— Bo O angulo y corresponde a deformagao de a m cisalhamento do elemento (a) i _, _ » - ~ . i Como os angulos sao muito pequenos d / a 7); See | 1¢ — AA' AA' . a i yo \ y ———— e p ———— 1 SS / I ct . : O} ! L Pp ~~~. a / Tw Ne \ / Logo y, LN ~-0 / ylL=op > y=—— | a : L \ SS ee <a is A A deformacao de cisalhamento é proporcional fn Pi 7 ao angulo de torgao e a distancia do centro do Fonte: [1] etal eee 6 Tensoes no regime elastico Entao, a maxima deformacao de cisalhamento em uma dada sec¢ao sera pc . | _y £ Vmix =~ Da equagao anterior podemos escrever mix = 7° L Pp Cc Multiplicando Ymax porGelembrando que T=G-y temos = 7,;,, =T°— p r= Tmax p A tensdo de cisalhamento é diretamente proporcional a distancia P Cc Da equagao de equilibrio do slide 1 temos Cox fern 2 T ={ plc dd) 7 =fo{ Zp aA) T=" | p°dA C C Onix T P= t= 4C Maxima tens&o de cisalhamento c mix em_um eixo circular 7 Tensoes no regime elastico Validade da formula da tensao de cisalhamento ~ . T-c Na dedugao da formula ~= Fz assumiu-se que: O eixo é prismatico e homogéneo Ambas as extremidades do eixo sao ligadas a placas rigidas 8 Tensoes no regime elastico A distribuigao de tensdes nos eixos de secao transversal circulare é linear “3 p (a) (b) 4 4.4 J=42¢ J =1nc$ -c#) Fonte: [1] Componentes de tensao de 9 cisalhamento O torque aplicado produz tensées de <Re> cisalhamento no plano normal ao eixo > longitudinal da barra (t,,,). y Z xX Para o equilibrio dos elementos de volume é necessario que existam tensdes de ey» cisalhamento em planos longitudinais (t,,.). / \ Devido a reciprocidade das tensdes de : ( / cisalhamento, a magnitude das tensdes nos . ~ planos longitudinal e normal € a mesma. - Fonte: [3] Tensoes normais em eixos 10 circulares torcidos Tensdes em um plano obliquo de um elemento de volume date T yy St A cos(@ cos(@) | 40 | a Mo, ee . y . To O 0 N ' | u |-~ T | ° \ 4 TA, | ° \ 4 90-0". 90-9" 9-0" —_— —_—— _— Ty FT T 4. Ayte(8) Ay tel) Fonte:adaptado de [3] Aplicando as equagoes de equilibrio no elemento da Figura (c) temos DF, =0 = 20 Ab cos 2040. senQ— A, -1-tg0 =0 cos0 cos@ DF, =0 = 2040. 56n94 0 cos A -7=0 cos@ cos@ Tensoes normais em eixos " circulares torcidos Resolvendo o sistema encontramos oO, =2t-sen@-cos@ _ 2 2 T, = r-(cos O—sen 0) Valores extremos de Oge Ty, — AY fie @ 9 méx = T para 0=0° (a) | | Com =t para O=45° (b) , Lo \ (a) (b) Fonte: [3] 12 Modos de ruptura na torcao Ruptura em um plano normal o eixo longitudinal a Ruptura por qual tensao ? — aa) Tensao de cisalhamento r Material ductillou fagil? Ruptura em um plano orientado a 45° com o eixo longitudinal —_ Re : Ruptura por qual tensao ? -~ by re 4 - -sipsoncecnlomuaa® Ss,’ Tensao normal 1, LO \ 45° Material ductil ou fagil? | Fonte: [1] A ~ - 7 = 13 Angulo de torcao no regime elastico Se 0 eixo estiver no regime elastico linear, vale a Lei de Hooke ou seja: Cmax Ymax Vmix =~ (1) A. G = eh r Sabemos que Ti, =—— (2) ss, ee J oe wn pe aad Substituindo (2) em (1) encontramos: ~~ Fonte: [1] Vane — . < (3) J:G O angulo de torgao e a maxima deformagao de cisalhamento no eixo sao relacionados por @-c barr = (4) T . L L ¢=-—= (rad) Fazendo (3) = (4) e isolando # encontramos: J:G 14 Angulo de torcao no regime elastico Variagao discreta q Lh T; Ty [ ——nf cmon F _ A T. -L, LTT we Lap—<—Lgc——Lep z : T — A _] | B Variacdo continua <—— X <— dx <————_ L b i T(x)dx Fonte: [3] A =! 2. ~ 0) new | ° J(x)- G(x) —EreeereS | 15 Exemplo 1 Para remover a roda e trocar o pneu, um motorista aplica uma forga de 100 N em cada extremidade de uma chave de roda como mostra a figura. A chave é feita de aco com modulo de elasticidade G = 78 GPa. Cada brago da chave tem comprimento de 225 mm e tem segao transversal circular com diametro d =12 mm. Determine: a) a maxima tensao de cisalhamento atuante no brago que esta soltando o parafuso; b) o angulo de torg¢ao nesse mesmo brago. j Ws ~ be es i: P sS \. <25 Dy \ Se SQ _ zy) [Zz 2K, oe “Se d=12mm : P= EN Fonte: [3] 16 Exemplo 1 Solugao Calculo do binario T=2F-d T=2-100-225 T=4,5x10'N-mm Momento de inércia polar yered! yo l2 J =2,036 X 10° mm" 320 32 a) Maxima tensao de cisalhamento ~ ale a 4:5X1076 Tp ie= 132,61 MPa max max 3 J 2,036 x 10 Resposta 17 Exemplo 1 b) angulo de torgao . 4 — (= p=—15%10°225 9 =6,376 X10 rad J 2,036X10°-78X 10° pResposta 18 Exemplo 2 Um eixo de aco pode ser fabricado tanto em segao transversal circular maciga quanto em segao circular vazada. Esse eixo deve transmitir um torque de 1200 N.m sem exceder a tensao admissivel ao cisalhamento de 40 MPa bem como o angulo de torgao de 0,75° por metro de comprimento. Sabendo-se que o modulo de elasticidade transversal do ago é€ G = 78 GPa determine: a) o diametro d, requerido para 0 eixo maci¢o; b) o diametro externo d, do eixo vazado se a espessura da parede do eixo for um décimo do diametro externo; Cc) arazao entre os diametros d,/d, e a razao entre os pesos dos eixos vazado e macigo. Fonte: [2] (a) © 19 Exemplo 2 Solugao: a) Verificagao da tensao atuante 3 6 a 205 +do _ ONT < 6111-10" — 40 tly d, Cat _ Taam d 3 _ 32 ° d, 253,4mm Verificagao do angulo de tor¢ao _ 1200-10° -1000 _ 156,71-10° Tdi, de “0.78.10? 0 32 156,71-10° _ 0,75: Ot ct => d,2588mm _ d, 180 d, =58,8mM (Resposta) 20 Exemplo 2 b) Verificagao da tensao atuante 10° -0.5- .10° -10° z,- 1200-10° -0,5-d, _ pO 35F 10 1, ST, 2 10,351 0 < 40 =. la,’ — (0,8d, y'] d, d 22 d, 2 63,7mm Verificagao do angulo de tor¢ao 1200-10° -1000 265,42 -10° "a ly_osaViaie 4 [d,* (0,8, )*|-78-10 0 32 3 269,42 10 Z 0,75-2 er ec anm d, 180 d, =67,1mm (Resposta) 21 Exemplo 2 c) Razao entre os diametros d, 67,1 — =— =],]4 d, 58,8 (Resposta) Razao entre os pesos Considerando 0 mesmo comprimento e mesmo material para os eixos 67 1’ —(0,8-67,1 | Prazato _ PD" (0, ; = 0,47 (Resposta) Pmacico 58,8 Torção em eixos de seção Torção em eixos de seção transversal não circular transversal não circular 22 Nos eixos de seção não circular ocorre o empenamento da seção e a distribuição de tensões não é linear Teoria da Elasticidade Fonte: [1] Fonte: [2] Solução pela 24 Tor¢cao em elxos de secao transversal nao circular Para barras de segao retangular uniforme - TABLE 3.1. Coefficients for Rectangular Bars in Torsion a = pt Pmax = 2 1.0 | 0.208 | 0.1406 r fn <s G c,ab 12 | 0.219 | 0.1661 | i TL Is 0.231 ODS _ 2.0 0.246 ; rac p= BG 2.5 0.258 0.249 tl C,a 3.0 | 0.267 | 0.263 4.0 0.282 0.281 5.0 0.291 0.291 10.0 0.312 0.312 CO 0.333 0.333 Para para secoes abertas com }{ grandes valores de a/b, a maxima | tensao de cisalhamento e o angulo <p ‘ \ de tor¢ao podem ser calculados b 4 b como se a secgao fosse retangular. | | => y Fonte: [1] ad id ad 25 Tor¢cao em elxos de secao transversal nao circular Forma da si é Outras secoes transversais secao transversal = Quadrada Fi aG aI Triaéneulo equilatero fs 207 46 TL rc a'G | a | Elipse bf = a7 (a + BTL | J mab" ro hG acta Fonte: [2] Cada barra de lataéo mostrada na figura . esta sujeita a um torque T = 100 N-m. _ les Sabendo-se que G = 39 GPa, determinar ner 45 mm para cada barra a maxima tensdo de a) 3 | py cisalhamento e o Angulo de torgao em B a eae - > B 7 a (- 2s 15mm Boe oes ig a — 25mm | ) —~__ Soe eo |? 900 om . Fonte: [1] 28 Exemplo 3 b) c,= 0,208 Y= 2 19 b 25 c,= 0,1406 ~ -J_- 100-10° ™ cab’ 0,208 -25-(25) Tmax = 30,8 MPa (Resposta) b= To 100-10° -900 c,ab’G 0,1406-25-(25) -39.10° @=42,0-10* rad (Resposta) 29 Eixos estaticamente indeterminados r To r Equagao de equilibrio A B — “<— 7,47 ,=T, (1) A L C L B . . . <v4e yg CB (estaticamente indeterminado) (2 incognitas, 1 eq.) Principio da Superposicao dos Efeitos T P07 T . Pei P po r a + et A C B A C B A C B Problema 1 Problema 2 PpitGpr=G,=0 (IT) 30 Exemplo 4 Exemplo 4 Os cilindros maciços AB e BC estão conectados em B e estão engastados em suportes fixos em A e em C. Sabendo que os módulos de rigidez são 25,5 GPa para o alumínio e 38,6 GPa para o latão, determine a máxima tensão de cisalhamento (a) no cilindro AB e (b) no cilindro BC. Ver solução no vídeo Fonte: [1] 31 Exemplo 5 Exemplo 5 O eixo é composto por uma seção maciça de aço AB e uma porção tubular feita de aço com núcleo de bronze. Se o eixo estiver preso a um apoio rígido A e for aplicado um torque T = 50 N·m a ele em C, determine o ângulo de torção que ocorre em C e calcule a tensão de cisalhamento máxima e a deformação por cisalhamento máxima no bronze e no aço. Considere Gaço = 80 GPa e Gbronze = 40 GPa. Fonte: [2] Ver solução no vídeo 32 Exercicios 1) O eixo maci¢go é submetido aos carregamentos de tor¢ao distribuidos e concentrados mostrados na figura. Determine o diametro d exigido para o eixo se a tensao de cisalhamento admissivel para o material for t,,,, = 175 MPa. Oo Che, 2kN-m/m a Ny > o> ~~ 0.4 m B <% my — 600 N-m ‘SS 0.4 we ’ 400 N-n Re d 0.3 m Resposta: d=34,4mm Fonte: [2] , 33 Exercicios 2) Um eixo escalonado ABCD consiste de segmentos circulares solidos e esta sujeito a agao de trés torques como mostrado na figura. O material do eixo € 0 ago com modulo de elasticidade transversal G = 80 GPa. (a) Calcule a maxima tensao de cisalhamento no eixo; (b) Calcule o Angulo de torgao $, na extremidade D. ae Nm 2000N.m_ ~~ 800 N.m | 80 mm |60 mm \ |40 mm \ D y B I cy k-—0.5 n—+b—05 nk os _ Fonte: [3] Respostas: (a) T,,;,=66 MPa (b) )=4,27X10 “rad 34 Exercícios Exercícios 3) Sabendo que T= 791 N·m e que G =38,6 GPa, determine para cada uma das barras de latão laminado a frio mostradas na fi gura a tensão de cisalhamento máxima e o ângulo de torção na extremidade B. (a) 29,0 MPa, 0,509o (b) 35,8 MPa, 0,651o Respostas: Fonte: [1] 35 Exercícios Exercícios 4) Um eixo escalonado ACB de seção transversal circular tem suas extremidades A e B engastadas com mostrado na figura. Sabendo- se que a tensão de cisalhamento admissível é 43 MPa, determine qual o máximo torque T0 que pode ser aplicado em C. Resposta: Fonte: [3] T 0=672,5 N⋅m Referências Referências 36 [1] Beer, Ferdinand P.; Johnston Jr. E. Russel. (1995). Resistência dos Materiais. 3a ed. Pearson. Makron Books. São Paulo. HIBBELER, Russell Charles. Resistência dos materiais. 7.ed. ed. São Paulo : Pearson Prentice Hall, 2015. 637 . p. [2] GERE, J. M.; GOODNO, B. J. Mecânica dos Materiais. Editora Cengage Learning, 2012. [3]