·

Cursos Gerais ·

Empreendedorismo

Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Fazer Pergunta

Recomendado para você

Texto de pré-visualização

25 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 Empreendedorismo Conceitos e Definições Adelar Francisco Baggio Mestre em Economia Rural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Daniel Knebel Baggio Doutor em Contabilidade pela Universidad de Zaragoza Espanha Resumo O presente artigo tem como objetivo realizar uma discussão sobre o tema do empreendedorismo Buscouse em diferentes estudos sobre os conceitos definições e compreensões do tema Tratase ex clusivamente de uma pesquisa bibliográfica Os resultados referemse as discussões sobre os conceitos de empreendedorismo os tipos de empreendedores as características dos empreendedores homens e empreendedoras mulheres as diferenças entre ser um inventor um empreendedor um gestor ou um líder e ainda sobre o processo de empreender O presente estudo contribuiu na construção de referen cial teórico sobre empreendedorismo e inovação Palavraschave Empreendedorismo Características dos Empreendedores novação Introdução Este artigo compila informações sobre o tema do empreendedorismo Aborda aspectos re levantes relacionados com a origem da terminolo gia conceitos teorias do empreendedorismo sua importância na sociedade moderna entre outros Trata também dos tipos características habili dades e competências dos empreendedores Traz respostas às seguintes perguntas o que se entende por ser empreendedor o que motiva os empreen dedores Qual a diferença entre ser um inventor e um empreendedor Quais as diferenças entre os empreendedores homens e mulheres Quais as di ferenças entre empreendedores gerentes e líderes Como ocorre o processo empreendedor Resultados e discussões Etimologia da palavra empreende dorismo O vocábulo é derivado da palavra imprehen dere do latim tendo o seu correspondente em preender surgido na língua portuguesa no século XV A expressão empreendedor segundo o Di cionário Etimológico Nova Fronteira teria surgi do na língua portuguesa no século XVI Todavia a expressão empreendedorismo foi originada da tradução da expressão entrepreneurship da língua inglesa que por sua vez é composta da palavra francesa entrepreneur e do sufixo inglês ship O sufixo ship indica posição grau relação estado ou qualidade tal como em friendship amizade ou qualidade de ter amigo O sufixo pode ainda sig nificar uma habilidade ou perícia ou ainda uma combinação de todos esses significados como em leadership liderançaperícia ou habilidade de li derar Barreto 1998 pp 189190 A importância do empreendedorismo Os economistas percebem que o empreen dedor é essencial ao processo de desenvolvimen to econômico e em seus modelos estão levando em conta os sistemas de valores da sociedade em que são fundamentais os comportamentos indi viduais dos seus integrantes Em outras palavras não haverá desenvolvimento econômico sem que na sua base existam líderes empreendedores 26 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 Não adianta mais acumularmos um estoque de conhecimentos É preciso que saibamos apren der Sozinhos e sempre Como realiza o empreen dedor na vida real fazendo errando aprendendo Chagas 2000 O bom empreendedor ao agregar valor a produtos e serviços está permanentemente preo cupado com a gestão de recursos e com os concei tos de eficiência e eficácia Drucker 1998 não vê os empreendedores causando mudanças mas vê os empreendedores explorando as oportunidades que as mudanças criam na tecnologia na prefe rência dos consumidores nas normas sociais etc Isso define empreendedor e empreendedorismo o empreendedor busca a mudança e responde e ex plora a mudança como uma oportunidade O papel do empreendedorismo no desenvol vimento econômico envolve mais do que apenas o aumento de produção e renda per capita envolve iniciar e constituir mudanças na estrutura do ne gócio e da sociedade Hisrich Peter 2004 p 33 Empreendedorismo é um domínio específi co Não se trata de uma disciplina acadêmica com o sentido que se atribui habitualmente a Socio logia a Psicologia a Física ou a qualquer outra disciplina já bem consolidada Referimonos ao empreendedorismo como sendo antes de tudo um campo de estudo Isto porque não existe um paradigma absoluto ou um consenso científico Sabemos que o empreendedorismo traduzse num conjunto de práticas capazes de garantir a geração de riqueza e uma melhor performance àquelas so ciedades que o apóiam e o praticam mas sabemos também que não existe teoria absoluta a este res peito Vale frisar que é de fundamental importân cia que se compreenda esta premissa básica para que seja possível interpretar corretamente o que se escreve e se publica sobre esta temática Embora o empreendedorismo tenha sido um assunto tratado há séculos foi na década de oi tenta que se tornou objeto de estudos em quase todas as áreas do conhecimento em grande parte das nações O empreendedorismo em todos os seus aspectos vem assumindo lugar de destaque nas políticas econômicas dos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento O povo brasileiro é empreendedor Os brasileiros são vistos por muitos auto res como potenciais empreendedores A cultura do Brasil é a do empreendedor espontâneo Este está onipresente Ele só precisa de estímulo como uma flor precisa do sol e um pouco de água para britar na primavera O Brasil está sentado em cima de uma das maiores riquezas naturais do mundo ainda re lativamente pouco explorada o potencial em preendedor dos brasileiros O Brasil é atualmente um dos países onde poderia haver uma grande explosão empreendedora Só os brasileiros têm poder para que isso aconteça Para tanto devese superar um certo número de obstáculos Podese identificar pelo menos seis deles O primeiro de les é o da autoconfiança o segundo obstáculo é uma consequência do primeiro e consiste na falta de confiança que existe entre os brasileiros o ter ceiro é a necessidade de desenvolver abordagens próprias ao Brasil que correspondem às caracte rísticas profundas da cultura brasileira o quarto diz respeito à disciplina ela se torna a condição da superação dos três primeiros obstáculos o quinto se refere à necessidade de compartilhamento e o último obstáculo é o da burocracia Lois Jacques Filiou 2000 p 33 Segundo Chiavenato 2004 p 11 uma pes quisa feita 2001 envolvendo cerca de 29 países sobre a população entre 18 e 64 anos que se dedi cam ao empreendedorismo o Brasil aparece em 5º lugar com o percentual de 142 da população O Brasil ocupa a 15ª posição do Ranking do Empreendedorismo por Oportunidades e a 4ª posição no Ranking do Empreendedorismo por Necessidades segundo pesquisa da GEM Glo bal Entrepreneurship Monitor realizada em 2005 Em 36 países Conceitos de empreendedorismo e de empreendedor O empreendedorismo pode ser compreendi do como a arte de fazer acontecer com criativi dade e motivação Consiste no prazer de realizar com sinergismo e inovação qualquer projeto pes soal ou organizacional em desafio permanente às oportunidades e riscos É assumir um comporta mento proativo diante de questões que precisam ser resolvidas O empreendedorismo é o despertar do indi víduo para o aproveitamento integral de suas po tencialidades racionais e intuitivas É a busca do autoconhecimento em processo de aprendizado permanente em atitude de abertura para novas experiências e novos paradigmas 27 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 O comportamento empreendedor impulsio na o indivíduo e transforma contextos Neste sen tido o empreendedorismo resulta na destruição de velhos conceitos que por serem velhos não têm mais a capacidade de surpreender e encantar A essência do empreendedorismo está na mudança uma das poucas certezas da vida Por sito o em preendedor vê o mundo com novos olhos com novos conceitos com novas atitudes e propósitos O empreendedor é um inovador de contextos As atitudes do empreendedor são construtivas Pos suem entusiasmo e bom humor Para ele não exis tem apenas problemas mas problemas e soluções Empreendedorismo segundo Schumpeter 1988 é um processo de destruição criativa atra vés da qual produtos ou métodos de produção exis tentes são destruídos e substituídos por novos Já para Dolabela 2010 corresponde a um o processo de transformar sonhos em realidade e em riqueza Para Barreto 1998 p 190 empreende dorismo é habilidade de criar e constituir algo a partir de muito pouco ou de quase nada É o desenvolver de uma organização em oposição a observála analisála ou descrevêla Segundo Dornelas 2008 empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela assumindo riscos calculados Em qualquer definição de em preendedorismo encontramse pelo menos os seguintes aspectos referentes ao empreendedor 1 tem iniciativa para criar um novo negócio e pai xão pelo que faz 2 utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente so cial e econômico onde vive 3 aceita assumir os riscos calculados e a possibilidade de fracassar Para Chiavenato 2004 espírito empreende dor é a energia da economia a alavanca de recur sos o impulso de talentos a dinâmica de ideias Mais ainda ele é quem fareja as oportunidades e precisa ser muito rápido aproveitando as oportu nidades fortuitas antes que outros aventureiros o façam O empreendedor é a pessoa que inicia e ou opera um negócio para realizar uma ideia ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabili dades e inovando continuamente Podese dizer que os empreendedores divi demse igualmente em dois times aqueles para os quais o sucesso é definido pela sociedade e aqueles que têm uma noção interna de sucesso Dolabela 2010 p 44 Ser empreendedor significa possuir acima de tudo o impulso de materializar coisas novas concretizar ideias e sonhos próprios e vivenciar características de personalidade e comportamen to não muito comuns nas pessoas Ao nosso ver os componentes comuns em todas as definições de empreendedor tem ini ciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e eco nômico onde vive aceita assumir os riscos e a possibilidade de fracassar O empreendedor é alguém que sonha e busca transformar seu sonho em realidade Do labela 2010 p 25 A pessoa de qualquer idade pode ser em preendedora Teorias do empreendedorismo Hisrich Peter 2004 apresenta infor mações sobre o desenvolvimento da teoria do empreendedorismo e do termo empreendedor a partir da Idade Média até 1985 quando ele defi ne o empreendedorismo como processo de criar algo diferente e com valor dedicando o tempo e o esforço necessário assumindo os riscos financei ros psicológicos e sociais correspondentes e rece bendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal As principais teorias que abordam o em preendedorismo são a teoria econômica e a teoria comportamentalista A teoria econômica tam bém conhecida como schumpeteriana demonstra que os primeiros a perceberem a importância do empreendedorismo foram os economistas Estes estavam primordialmente interessados em com preender o papel do empreendedor e o impacto da sua atuação na economia Três nomes desta camse nessa teoria Richard Cantillon Jean Bap tiste Say e Joseph Schumpeter A essência do empreendedorismo está na percepção e no aproveitamento das novas opor tunidades no âmbito dos negócios sempre tem a ver com criar uma nova forma de uso dos recur sos nacionais em que eles seja deslocados de seu emprego tradicional e sujeitos a novas combina ções Uma das principais críticas destinadas a es ses economistas é que eles não foram capazes de criar uma ciência comportamentalista A teoria comportamentalista referese a es pecialistas do comportamento humano psicólo gos psicanalistas sociólogos entre outros O ob jetivo desta abordagem do empreendedorismo foi de ampliar o conhecimento sobre motivação e o comportamento humano 28 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 Um dos primeiros autores desse grupo a demonstrar interesse foi Max Weber Ele iden tificou o sistema de valores como um elemento fundamental para a explicação do comportamen to empreendedor Via os empreendedores como inovadores pessoas independentes cujo papel de liderança nos negócios inferia uma fonte de au toridade formal Todavia o autor que realmente deu início à contribuição das ciências do compor tamento foi David C McClelland Nessa linha McClelland foi um dos pri meiros autores a estudar e destacar o papel dos homens de negócios na sociedade e suas contri buições para o desenvolvimento econômico Esse autor concentra sua atenção sobre o desejo como uma forca realizadora controlada pela razão Outros pesquisadores têm estudado a neces sidade de realização porém nenhum deles parece ter chegado a conclusões definitivas sobre qual quer tipo de conexão com o sucesso dos empreen dedores Alguns autores percebem que a necessi dade de realização é insuficiente para a explicação de novos empreendimentos enquanto outros compreendem que ela não é suficiente o bastante para explicar o sucesso dos empreendedores É importante observar que os autores da teoria comportamentalista não se opuseram às teorias dos economistas e sim ampliaram as ca racterísticas dos empreendedores Zarpellon 2010 apresenta a Teoria Econô mica Institucional de Douglas North ganhador do Prêmio Nobel de 1993 como marco teórico do empreendedorismo Ele afirma que os estudos e publicações sobre empreendedorismo no Brasil de maneira geral utilizam referencial teórico de autores ligados a duas correntes principais de es tudo do empreendedorismo os economistas e os comportamentalistas O referencial teórico da teoria econômica diz que os economistas associaram o empreen dedor à inovação e os comportamentalistas que enfatizam aspectos atitudinais com a criativida de e a intuição Zarpellon 2010 p 49 O empreendedorismo é visto mais como um fenômeno individual ligado à criação de empre sas quer através de aproveitamento de uma opor tunidade ou simplesmente por necessidade de so brevivência do que também um fenômeno social que pode levar o indivíduo ou uma comunidade a desenvolver capacidades de solucionar problemas e de buscar a construção do próprio futuro isto é de gerar Capital Social e Capital Humano Zar pellon 2010 p 48 Ainda segundo Zarpellon 2010 o precur sor da Teoria Econômica Richard Cantillon as sociou o empreendedor a oportunidades de lucro não exploradas e o risco intrínseco a sua explora ção destacando que Adam Smith é considerado o formulador da teoria econômica o qual vislumbra o empreendedor como aquele que deseja obter um excedente de valor sobre o custo de produção O empreendedor apresenta um papel particu lar isto é ele diferencia a função empreendedora e a função capitalista Para Macedo Boava 2008 p 7 a Escola Neoclássica de Economia represen tada por Alfred Marshall caracterizava o empreen dedor como um indivíduo que assume riscos por tanto Schumpeter foi quem construiu as principais bases econômicas do empreendedorismo Para Schumpeter 1988 p 48 o empreen dedor promove a inovação sendo essa radical pois destrói e substitui esquemas de produção vi gentes Baseado nessa premissa nasce o conceito de destruição criativa Drucker 1998 p 45 afirma que Schum peter postulava que o desequilíbrio dinâmico provocado pelo empreendedor inovador em vez de equilíbrio e otimização é a norma de uma economia sadia e a realidade central para a teo ria econômica e a prática econômica Portanto o enfoque predominante desta teoria é construído em torno do marco teórico da teoria econômica institucional Segundo Zarpellon 2010 p 52 as mais diversas sociedades têm demonstrado grande in teresse no processo de geração de emprego e ren da através da criação de empresas e no processo de desenvolvimento econômico e social Diante dessa realidade a Teoria Econômica Institucio nal nos proporciona um marco teórico adequado para o estudo do empreendedorismo Para Casero Urbano Mogollón 2005 p 2 a Teoria Econômica Institucional destaca os fa tores e os mecanismos criados pelas sociedades para conduzir as relações do comportamento hu mano através da utilização do conceito de Insti tuição de maneira muito ampla North 1990 p 14 enfatiza que as Institui ções são as regras do jogo em uma sociedade e formalmente são as limitações idealizadas pelo homem as quais dão forma e regem a interação humana As regras do jogo podem ser compreen didas como os direitos de propriedade direito co mercial trâmites burocráticos para a abertura de empresas ideias crenças valores atitudes em di reção aos empreendedores entre outras afetam a 29 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 criação e o desenvolvimento de novas empresas North 1990 denomina essas limitações de limitações formais e limitações informais O au tor destaca que as instituições formais compreen dem as leis os regulamentos os procedimentos governamentais As instituições informais com preendem as ideias as crenças as atitudes e os valores das pessoas e a sua cultura numa deter minada sociedade North 1990 p 54 ainda reforça que em todas as sociedades desde a mais primitiva até a mais avançada as pessoas impõem limitações com o objetivo de estruturar as suas relações com as demais Essas limitações reduzem os custos da interação humana em comparação com um mun do onde não haja instituições Para Toyoshima 1999 p 98 o papel principal das instituições é o de reduzir as incertezas existentes no ambiente cirando estruturas estáveis que regulem a intera ção entre os indivíduos As Instituições existem e reduzem as in certezas próprias da interação humana Para o autor essas incertezas existem em consequência da complexidade dos problemas que devem ser resolvidos North 1990 O resultado da interação entre as Institui ções e as Organizações é a evolução e a mudança institucional Para Casero Urbano Mogollón 2005 se as Instituições como já fora mencio nado são as regras do jogo de uma sociedade as organizações e os empreendedores são os jogado res As organizações ou organismos são grupos de indivíduos unidos por algum objetivo comum e comprometidos em atividades úteis E elas podem ser organizações políticas partidos políticos se nado câmaras assembléias agências reguladoras cortes entre outras organizações econômicas empresas sindicatos cooperativas organiza ções sociais igrejas clubes associações desporti vas etc e organizações educativas escolas uni versidades centro de ensino etc As restrições impostas pelo marco institucio nal determinam as oportunidades para o nasci mento das organizações assim como o tipo de or ganização que será criada pela sociedade as quais são determinantes para o desempenho econômico As instituições afetam positiva ou negativa mente o desempenho econômico das sociedades mediante as estruturas de incentivos e oportuni dades em função dos diversos agentes governos e organizações que atuam na sociedade Para Casero Urbano Mogollón 2005 os empreen dedores e suas empresas como um dos agentes econômicos podem ver suas ações limitadas pela estrutura institucional A estrutura institucional determina de que maneira ocorre a interação entre os diversos agentes econômicos sociais e políticos De acordo com Toyoshima 1999 p 99 a matriz ins titucional influencia diretamente o desempenho econômico dos países de duas formas principais reduzindo os custos de transação e reduzindo os custos de transformação ou de produção que juntos somam os custos totais Para Gala 2003 p 93 a grande distância observada ainda hoje entre países pobres e ricos encontrase muito mais em diferenças entre ma trizes institucionais do que problemas de acesso a tecnologias Neste sentido a Teoria Econômica Institucional serve de fundamento e justifica o vínculo entre Instituições e desenvolvimento eco nômico social e empresarial Para a análise do empreendedorismo ela ajuda a entender melhor o ambiente institucio nal que é em última análise o responsável pelo desenvolvimento e pelo desempenho econômico das diversas sociedades Dessa forma cabe as instituições criarem condições para o surgimento de um ambiente que estimule o surgimento de organizações econômicas sociais e políticas que levem as so ciedades ao desenvolvimento social econômico e sustentável Zarpellon 2010 A percepção de que é desejável iniciar uma nova empresa é resultado da cultura da subcul tura da família dos professores e dos colegas de uma pessoa Hisrich Peter 2004 p 31 Portanto reduzir o empreendedorismo à visão econômica não é suficiente pois segundo Zarpellon 2010 p 50 o empreendedorismo visando à criação de empresas e geração de tra balho e renda também vem sendo questionado e criticado por alguns outros autores Tipos de empreendedores Não existe unanimidade entre os autores quanto aos tipos de empreendedores Apresenta mos a seguir várias abordagens sobre o assunto Leite e Oliveira 2007 classifica em dois ti pos de Empreendedorismo o Empreendedoris mo por Necessidade criamse negócios por não haver outra alternativa e o Empreendedorismo por Oportunidade descoberta de uma oportuni dade de negócio lucrativa 30 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 Pessoa 2005 define em três os principais tipos de empreendedores O empreendedor cor porativo intraempreendedor ou empreendedor interno o empreendedor startup que cria novos negóciosempresas e o empreendedor social que cria empreendimentos com missão social são pessoas que se destacam onde quer que trabalhem O empreendedorismo corporativo pode ser definido como sendo um processo de identifica ção desenvolvimento captura e implementação de novas oportunidades de negócios dentro de uma empresa existente O empreendedor startup tem como objetivo dar origem a um novo negócio Ele analisa o ce nário e diante de uma oportunidade apresenta um novo empreendimento Os seus desafios são cla ros suprir uma demanda existente que não vem sendo dada devida atenção buscar e apresentar diferenciais competitivos em um mercado já exis tente vencer a concorrência conquistar clientes e alcançar a lucratividade e a produtividade neces sárias à manutenção do empreendimento O processo de empreendedorismo social exi ge principalmente o redesenho de relações entre comunidade governo e setor privado com base no modelo de parcerias O resultado final dese jado é a promoção da qualidade de vida social cultural econômica e ambiental sob a ótica da sustentabilidade O empreendedorismo social é um misto de ciência e arte racionalidade e intuição ideia e visão sensibilidade social e pragmatismo res ponsável utopia e realidade força inovadora e praticidade O empreendedor social subordina o econômico ao humano o individual ao coletivo e carrega consigo um grande sonho de transfor mação da realidade atual O empreendedorismo social difere do em preendedorismo propriamente dito em dois as pectos não produz bens e serviços para vender mas para solucionar problemas sociais e não é direcionado para mercados mas para segmentos populacionais em situações de risco social exclu são social pobreza miséria risco de vida Atualmente o empreendedorismo social apresentase como um conceito em desenvolvi mento mas com características princípios e va lores próprios sinalizando diferenças entre uma gestão social tradicional e uma empreendedora O empreendedorismo social surge como uma forma de solucionar problemas de pobreza e exclusão so cial Inicialmente era uma derivação do empreen dedorismo empresarial e foi fortemente influen ciado pela ação das empresas privadas no campo social e público assumindo contudo as suas pró prias estratégias num contexto de crescimento do terceiro sector e da necessidade e procura de ações de grande impacto e mudanças efetivas No epicentro deste cenário surgem novos paradigmas que propõem uma abordagem dife renciada permitindo descortinar elementos con tidos na complexidade dos fenômenos sócioeco nômicos como é o caso da Teoria da Mudança A Teoria da Mudança é uma metodologia um conjunto de diretrizes que orientam os em preendedores sociais a concretizarem o seu obje tivo último mudança social Os empreendedo res sociais fazem um mapeamento dos requisitos e condições necessárias para o seu fim e desen volvem indicadores para medir os progressos e resultados avaliando assim o desempenho da sua iniciativa de mudança Conforme Bennett 1992 um novo estilo de empreendedor está surgindo ele corresponde ao ecoempreendedor Ser ecoempresário abrange uma grande va riedade de negócios tais como recolhem mate riais recicláveis para fábricas que os transformam em novos produtos vendem para empresas e para o público produtos feitos com materiais recicla dos transformam óleo usado de motor que seria jogado em estradas sujas em lubrificantes de alta qualidade reciclam os líquidos resfriados de apa relhos de ar condicionado quebrados ou desmon tados transformam embalagens plásticas de leite em um plástico parecido com madeira que não apodrece nem exige manutenção usam jornais velhos par afazer forragens baratas e resistentes a bactérias para animais de fazendas transfor mam sedimentos e restos de alimentos em fertili zantes e corretivos de solo Bennett 1992 Por fim um último tipo de empreendedor corresponde ao empreendedor tecnológico O empreendedor tecnológico tem o seu perfil ca racterizado pela familiaridade com o mundo acadêmico por uma busca de oportunidades de negócios na economia digital e do conhecimento por uma cultura técnica que o leva a arriscarse investindo em nichos de mercado em que a taxa de sobrevivência é baixa e pela falta de visão de negócios e conhecimento das forças de mercado Instituto Euvaldo Lodi 2000 Formica 2000 p 71 apresenta os traços mais importantes da personalidade do empreen dedor tecnológico são 31 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 Familiaridade com o mundo acadêmico Buscar oportunidades de negócios na eco nomia digital e do conhecimento sobretudo nos campos do ICT eletrônica computação e software biotecnologia tecnologia volta das para o meio ambiente Uma cultura técnica predominante que o le vam a arriscarse investindo em um peque no nicho do mercado onde a porcentagem de sobrevivência é baixa Falta de visão dos negócios e conhecimen to inadequado das forças competitivas do mercado Concluída esta etapa dos tipos de empreen dedores passamos agora para as características dos empreendedores e das empreendedoras Características dos empreendedo res e das empreendedoras As características dos empreendedores de sucesso segundo Dornelas 2008 são visionários sabem tomar decisões são indivíduos que fazem a diferença sabem explorar ao máximo as oportu nidades são determinados e dinâmicos são dedi cados são otimistas e apaixonados pelo que fazem são independentes e constroem o próprio destino ficam ricos são lideres e formadores de equipes são bem relacionados networking são organiza dos planejam possuem conhecimento assumem riscos calculados criam valor para a sociedade O quadro abaixo representa um resumo das características frequentemente encontradas nos empreendedores segundo vários autores Quadro 1 Resumo das Característica dos em preendedores Sexton Bowman 1984 Energético dominante menos estimulante so cialmente habilidoso in teresses variados menos responsável autônomo elevada autoestima baixa conformidade baixo associativismo menos participativo menos amparador baixa tolerância Hornaday Aboud 1971 Menor necessidade de apoio social Maior necessidade de inde pendência Welsh White 1983 Sentimento de urgên cia baixa necessidade de status autoconfian te conscientização e atenção abrangentes objetivo Miller 1963 Ambicioso robusto física mental e mo ralmente vitalidade controlada corajoso otimista inteligente articulado e íntegro Fonte Barreto 1998 p 191 É muito comum o caso de empreendedor herói nas organizações Segundo Hasimoto 2006 as características de um empreendedor herói são as seguintes Comprometimento cria tividade valores habilidades específicas conheci mento do negócio princípios atitudes positivas reconhecimento de oportunidades autoconfian ça sabedoria coragem para enfrentar desafios perseverança e determinação habilidades de re lacionamento interpessoal boa comunicabilida de liderança facilidade de trabalhar em equipe automotivação capacidade de tomar decisões ra pidamente pensamento crítico visão estratégica foco em resultados planejamento fome de apren der familiaridade com o mundo dos negócios ótima rede de contatos flexibilidade à mudança e aos ambientes dinâmicos capacidade de reso lução de problemas e conflitos visão sistêmica e holística ousadia receptividade a riscos tolerân cia a erros e falhas familiaridade com tecnologia capacidade de realização habilidades de negocia ção integridade honestidade fortes princípios éticos eloquência facilidade para absorção de no vos conceitos alta percepção do ambiente retó rica agilidade e dinamismo forte personalidade firmeza de caráter enérgico perfil voltado para desenvolver talentos grande experiência empa tia persuasão organização rapidez de raciocínio autocontrole sonhador realista agressividade in dependência pragmatismo entusiasmo proati vidade iniciativa forte presença pessoal arrojo e faro para negócios As mulheres estão ocupando espaços tam bém na criação e desenvolvimento dos negócios Muitas delas apresentam características de em preendedores tendo especificidades com relação às características dos homens empreendedores conforme demonstrado no próximo quadro Quadro 2 Comparativo Empreendedores x Em preendedoras 32 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 Características Empreendedores homens Empreendedoras mulheres Motivação Realização lutam para fazer as coisas acontecerem Independência pessoal auto imagem relacionada ao status obtido por seu desempenho na corporação não é importante Satisfação no trabalho advinda do desejo de estar no comando Realização conquista de uma meta Independência fazer as coisas sozinhas Ponto de Partida Insatisfação com o atual emprego Atividades extras na faculdade no emprego atual ou progresso no emprego atual Dispensa ou demissão Oportunidade de aquisição Frustração no emprego Interesse e reconhecimento de oportunidade na área Mudança na situação pessoal Fontes de fundos Bens e economias pessoas Financiamento bancário Investidores Empréstimos de amigos e fami liares Bens e economias pessoas Empréstimos pessoais Histórico profissional Experiência na área de trabalho Especialista reconhecido ou que obteve um alto nível de realização na área Competente em uma série de fun ções empresariais Experiência na área de negócios Experiência em gerência interme diária ou administração Histórico ocupacional relacionado com o trabalho Características de personalidade Dá opiniões e é persuasivo Orientado para metas Inovador e idealista Alto nível de autoconfiança Entusiasmado e enérgico Tem que ser seu próprio patrão Flexível e tolerante Orientada para metas Criativa e realista Nível médio de autoconfiança Entusiasmada e enérgica Habilidade para lidar com o am biente social e econômico Histórico Idade no início do negócio 2535 Pai autônomo Educação superior administra ção ou área técnica geralmente engenharia Primogênito Idade no início do negócio 3545 Pai autônomo Educação superior artes liberais Primogênita Grupos de Apoio Amigos profissionais conhecidos advogados contadores Associados ao negócio Cônjuge Amigos íntimos Cônjuge Famí lia Grupos profissionais femininos Associações comerciais Tipo de negócios Indústria ou construção Relacionados à prestação de servi ços serviço educacional consul toria ou relações públicas Fonte Hisrich Peter 2004 p 86 O elenco de características apresentadas no quadro anterior evidencia que existem aspectos comuns aos empreendedores e as empreendedo ras Evidencia também que a idade do início dos negócios das empreendedoras é superior a idade dos homens Outra observação relevante a ser fei 33 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 ta é que os recursos financeiros utilizados pelas empreendedoras não apresentam menos riscos do que dos homens Outro aspecto que merece destaque é o fato que os negócios dos empreende dores se voltam mais para a indústria e das mu lheres para serviços Devido à necessidade de mudanças o em preendedor cria muita confusão à sua volta pre visivelmente perturbadora para as pessoas que o ajudam em seus projetos Por isso ele muitas ve zes adiantase demais aos outros Quanto maior a dianteira dele mais esforço será necessário para arrastar os outros com ele Barreto 1998 p 191 Habilidades e competências dos em preendedores O quadro a seguir apresenta o comparativo das habilidades técnicas administrativas e empreendedoras das pessoas Quadro 3 Habilidades necessárias dos empreendedores Habilidades técnicas Habilidades Administrativas Habilidades Empreendedoras Pessoais Redação Planejamento e estabelecimen to de metas Controle interno e de disciplina Expressão oral Capacidade de tomar decisões Capacidade de correr riscos Monitoramento do ambiente Relações humanas Inovação Administração comercial técnica Marketing Orientação para mudanças Tecnologia Finanças Persistência Interpessoal Contabilidade Liderança visionária Capacidade de ouvir Administração Habilidade para administrar mudanças Capacidade de organizar Controle Construção de rede de relacio namento Negociação Estilo administrativo Lançamento de empreendi mentos Treinamento Administração do crescimento Capacidade de trabalho em equipe Fonte Hisrich Peter 2004 p 39 Para ser empreendedor não basta possuir habilidades técnicas e administrativas É neces sário ter também habilidades empreendedoras conforme está evidenciado no quadro anterior Estas habilidades relacionamse com a gestão de mudanças liderança inovação controle pessoal capacidade de correr riscos e visão de futuro Motivação dos empreendedores Motivação é o processo responsável pela in tensidade direção e persistência dos esforços de pessoas para o alcance de uma determinada meta Robbins 2005 p 132 Entre os fatores que moti vam os empreendedores pomos citar os seguintes Fatores pessoais desejo de realização pes soal insatisfação no trabalho desejo de ga nhar dinheiro desejo ardente de mudar de vida ou mesmo o fato de ser demitido de seu emprego Fatores ambientais analisar e identificar oportunidades de negócios ou a possibilida de entrar um projeto Fatores sociológicos possibilidade de ter um grupo de pessoas competentes com caracte rísticas semelhantes influência de parentes ou modelos já desenvolvidos na família Existem 2008 há pelo menos quatro mo tivos para o empreendedorismo empreende dorismo por necessidade empreendedorismo por vocação empreendedorismo inercial e em 34 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 preendedorismo pelo conhecimento Mc Clel land 1961 Identifica três necessidades do em preendedor poder afiliação e sucesso sentir que se é reconhecido O empreendedor é motivado acima de tudo por ascensão social em função disto conforme Dantas 2010 a organização gerenciada por um empreendedor tem o crescimento como seu prin cipal objetivo Diferença entre inventor e em preendedor Há uma grande confusão quanto à natureza de um empreendedor em relação a um inventor bem como no que se refere às semelhanças e dife renças ente os dois O inventor o indivíduo que cria algo pela primeira vez é alguém altamente motivado por seu próprio trabalho e ideias pessoais Além de ser muito criativo o inventor tende a ter boa educa ção formal com diploma superior ou com mais frequência com pósgraduação Enquanto o empreendedor se apaixona pela organização o novo empreendimento e faz qua se tudo para garantir sua sobrevivência e cresci mento o inventor apaixonase pela invenção e só relutantemente a modificará para tornála mais exequível comercialmente O desenvolvimento de um novo empreendimento com base no trabalho de um inventor com frequência exige o conheci mento de um empreendedor e uma abordagem de equipe para a criação do Novo empreendimento Hisrich Peter 2004 Empreendedores ou gerentes Este questionamento é feito por muitos em presários já que percebem o insuficiente desem penho dos gerentes com estilo tradicional O pró ximo quadro busca esclarecer as diferenças entre estes dois indivíduos Quadro 4 Diferenças nos sistemas de atividades de gerentes e empreendedores Gerentes Empreendedores Trabalham com a eficiência e o uso efetivo dos recursos para atingir metas e objetivos Estabelecem uma visão e objetivos e identificam os recursos para tornálos realidade A chave é adaptarse às mudanças A chave é iniciar as mudanças O padrão de trabalho implica análise racional O padrão de trabalho implica imaginação e criatividade Operam dentro da estrutura de trabalho exis tente Definem tarefas e funções que criem uma estru tura de trabalho Trabalho centrado em processos que levam em consideração o meio em que ele se desenvolve Trabalho centrado na criação de processos re sultantes de uma visão diferenciada do meio Fonte Filion 2000 p 3 As diferenças apresentadas são muito claras principalmente com a postura relacionada com as mudanças criatividade organização do trabalho e visão de ambiente Conforme Filion 2000 Mintzberg 1975 Boyatzis 1982 Kotter 1982 e Hill 1992 exa minaram o trabalho dos gerentes Esses estudos revelam consideráveis diferenças nos métodos operacionais de gerentes e empreendedores como demonstrado no quadro anterior Os ge rentes perseguem os objetivos fazendo uso efetivo e eficiente dos recursos Eles normalmente traba lham dentro de estruturas previamente definidas por outra pessoa As organizações criadas por empreendedo res no entanto são na realidade uma extrapo lação de seus mundos subjetivos O que os em preendedores fazem está intimamente ligado à maneira como interpretam o que está ocorrendo em um setor em particular do meio Os empreendedores não apenas definem situações mas também imaginam visões sobre o que desejam alcançar Sua tarefa principal parece ser a de imaginar e definir o que querem fazer e quase sempre como irão fazêlo Líder ou empreendedor Segundo Wagner 2010 As figuras do líder e do empreendedor se confundem pois normal mente andam juntas Mas se perguntarmos se o empreendedor é sempre um líder ou se o líder 35 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 precisa ser empreendedor a resposta é não ne cessariamente Liderança e empreendedorismo têm a ver com poder Entretanto o poder do empreende dor é fazer enquanto o do líder é influenciar Wagner 2010 O empreendedor precisa atentar para o fato de que a presença de um líder é fundamental para o sucesso de qualquer negócio Jordão 2010 O líder empreendedor assume riscos cal culados gosta de trabalhar com pessoas e acom panha as mudanças tecnológicas que aparecem em uma velocidade estonteante assim como de senvolve sua competência técnica para formular conhecimentos necessários e imprescindíveis que suportem as decisões estratégicas que ele terá que tomar diariamente Ferruccio 2010 Processo empreendedor O coração do processo de empreendedoris mo e o aspecto que melhor distingue o empreen dedor do gerente e do pequeno empresário pare ce recair no desenvolvimento e na implementação do processo visionário Fillon 1999 p 12 Os empreendedores fazem acontecer São criativos e sabem captar novas ideias das outras pessoas e de outras fontes As principais fontes de ideias segundo Hisrich Peter 2004 p 163 são consumidores clientes empresas canais de dis tribuição governo e pesquisa e desenvolvimento Podemos acrescentar ainda consumidores empresas canais de distribuição fornecedores governo pesquisa e desenvolvimento embate en tre pessoas lazer ensino estudo estágio mono grafia teses entre outras incubadoras métodos para geração de novas ideias Podem também empregar métodos e técni cas para geração de ideias tais como grupos de discussão brainstorming análise e inventário de problemas Hisrich Peter 2004 p 164 Assim que as idéias emergem a partir de fontes ou da solução criativa de problemas elas precisam de um desenvolvimento e aperfeiçoa mento posteriores até o oferecimento do produto ou serviço final Hisrich Peter 2004 p 171 Para detectar oportunidades de negócios é preciso ter intuição intuição requer entendimen to e entendimento requer um nível mínimo de conhecimento Fillon 1999 p 11 Uma oportunidade surge de uma ideia que representa potencial para um novo negócio Oportunidades se originam do trabalho do diá logo entre pessoas do contato com clientes de fornecedores da moda e de viagens Uma vez detectada uma oportunidade o empreendedor deve ouvir pessoas tais como po tenciais clientes amigos sinceros e potenciais for necedores com o intuito de testar a aceitação do negócio PR parte da sociedade Se as pessoas contatadas se manifestarem positivamente com relação ao novo negócio o empreendedor deve analisar a viabilidade finan ceira das idéias e das oportunidades Para tanto utiliza a técnica denominada Plano de Negócios businessplan que é segundo Dornelas 2008 p 84 um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sus tenta a empresa Quanto mais velho for o empreendedor maior será a influência dos contatos com o meio de negócios ou da experiência prévia e das ativi dades de aprendizagem Fillon 1999 p 12 O progresso depende da habilidade de ins tituir métodos de trabalho e de se concentrar em uma ou algumas visões emergentes Fillon 1999 p 13 São fases do processo empreendedor segun do Hisrich Peter 2004 p 53 a identificar e avaliar a oportunidade b desenvolver o plano de negócios c determinar e captar os recursos ne cessários d gerenciar a organização criada Não existe um modelo único de plano de negócios Existem sim muitas estruturas como se pode observar em Dornelas 2008 p 8693 Existem muitas pessoas que têm inibido o seu potencial empreendedor Os principais fato res que ocasionam a inibição são segundo Dor nelas 2008 p 95 imagem social disposição de assumir riscos e herança cultural Muitas pessoas gostariam de abrir o seu próprio negócio Dispõem de reservas financeiras para tal contudo acham que a sua imagem so cial será denegrida pelo fato de ter exercido uma função de destaque na sociedade e agora terá que desempenhar tarefas marcas por outros padrões Não são todas as pessoas que têm coragem de as sumir riscos com financiamentos e riscos de não ter o produto do seu negócio aceito no mercado Existem ainda outros motivos que dificul tam a materialização do potencial empreendedor São as causas de resistências às mudanças apon tadas por Pinto 2007 ansiedade diante do des conhecido percepção distorcida interesses pes soais afetados e problemas de ajustamento 36 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 Conclusões A partir do presente estudo foi possível ana lisar sobre o tema do empreendedorismo Este artigo se focou em responder os seguintes ques tionamentos o que se entende por ser empreen dedor o que motiva os empreendedores Qual a diferença entre ser um inventor e um empreende dor Quais as diferenças entre os empreendedo res homens e mulheres Quais as diferenças entre empreendedores gerentes e líderes Como ocorre o processo empreendedor O empreendedor por ser visto como o indi víduo que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela assumindo ris cos calculados Mesmo que o Brasil se destaque nas pesquisas de abrangência mundial sobre a quantidade de empreendedores existe um gran de potencial que não vem sendo utilizado Os fatores que podem contribuir na moti vação dos empreendedores são pessoais ambien tais e sociológicos Como a motivação pode ser entendida como um processo responsável pela intensidade direção e persistência dos esforços pessoais para o alcance de uma determinada meta devese analisar caso por caso para com preender qual fator poderá surtir mais efeito em cada indivíduo Podemos diferenciar um inventor de um empreendedor O inventor corresponde ao in divíduo que cria algo novo isto é alguém alta mente motivado por seu próprio trabalho e ideias pessoais Enquanto o empreendedor se apaixona pela organização o novo empreendimento e faz quase tudo para garantir sua sobrevivência e crescimento Conclusões semelhantes são obtidas com relação a diferença entre gerentes líderes e em preendedores Os gerentes perseguem os objeti vos fazendo uso efetivo e eficiente dos recursos Eles normalmente trabalham dentro de estrutu ras previamente definidas por outra pessoa Lí der é a pessoa que conduz a equipe com ideias e mantendo as pessoas motivadas As figuras do líder e do empreendedor se confundem pois normalmente andam juntas No entanto nem sempre o empreendedor precisa ser líder Podemos dizer que são quatro as fazes do processo de empreender identificar e avaliar a oportunidade desenvolver o plano de negócios determinar e captar os recursos necessários ge renciar a organização criada Por fim entendese que este estudo con tribuiu para a teoria do empreendedorismo trazendo uma discussão sobre o assunto Com preendese ainda que novos estudos poderão ser realizados com referenciais mais atualizados na cionais e internacionais Referências Barreto L P 1998 Educação para o empreen dedorismo Educação Brasileira 2041 pp 189197 Bennett S J 1992 Ecoempreendedor oportu nidades de negócios decorrentes da revolu ção ambiental São Paulo Makron Books Casero J C D Urbano D Mogollón R H 2005 Teoría económica institucional y creación de empresas Revista Investigacio nes Europeas de Dirección y Economía de la Empresa 113 pp209230 Chagas F C D 2000 O ensino de empreende dorismo panorama brasileiro In Instituto Euvaldo Lodi Empreendedorismo ciência técnica e arte Chiavenato I 2004 Empreendedorismo dando asas ao espírito empreendedor São Paulo Saraiva Dantas E B 2010 Empreendedorismo e Intra empreendedorismo Disponível emwww boccuffbrpgDantasedumundoempreen dedorismo Acesso em 22 out 2010 Drucker P F 1998 Inovação e espírito em preendedor práticas e princípios São Paulo Pioneira Dolabela F 2006 O segredo de Luisa São Pau lo De Cultura 2010 A corda e o sonho Revista HSM Management 80 pp 128132 Dornelas J C A 2008 Empreendedorismo transformando idéias em negócios Rio de Janeiro Elsevier Falcão J M 2008 O espírito empreendedor e a alma do negócio Disponível em http wwwfalcaocontextocomp125 Acesso em 1 abril 2008 Ferrucio M A 2010 Liderança Poder e Auto ridade Disponível em wwwScribscom 37 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 doc39492635liderança Acesso em 17 nov 2010 Filion L J 1999 Diferenas entre sistemas gerenciais de empreendedores e operadores de pequenos negócios Revista de Adminis tração de Empresas 394 pp 620 2000 Empreendedorismo e gerencia mento processos distintos porém com plementares Revista de Administração de Empresas 73 27 Formica P 2000 Inovação e empreendedoris mo Um ponte de vista do contexto italiano das PME In Instituto Euvaçdo Lodi Em preendedorismo ciência técnica e arte Gala P 2003 A teoria institucional de Dou glass North Revista de Economia Política 232 pp 89105 Hassimoto M 2006 Espírito empreendedor nas organizações aumentando a competiti vidade através do intraempreendedorismo São Paulo Saraiva Hisrich R D Peter M P 2004 Empreende dorismo Porto Alegre Bookman Instituto Euvaldo Lodi 2010 Empreendedoris mo ciência técnica e arte BrasiliaCNI IEL Nacional Jordão S 2010 Empreendedorismo e liderança nas empresas Disponível em httpwww portalcmccombrlidart33htm Acesso em 20 nov 2010 Leite A Oliveira F 2007 Empreendedo rismo e Novas Tendências Estudo EDIT VALUE Empresa Junior 5 135 Disponível em wwwforeignerstextovirtualcomem preendedorismoenovastendencias2007 pdf Acesso em 06 dez 2010 Macedo F M F Boava LT 2008 Dimen sões epistemológicas da pesquisa em em preendedorismo In XXXII ENCONTRO DA ANPAD Anais Rio de Janeiro Mcclelland D 1961 The Achieving Society Van Nostrand Princeton NJ North D 1990 Instituciones cambio insti tucional y desempeño económico México Fondo de Cultura Económica Pessoa E 2005 Tipos de empreendedorismo semelhanças e diferenças Disponível em httpwwwadministradorescombrinfor meseartigostiposdeempreendedorismo semelhancasediferencas10993 Acesso em 06 dez 2010 Pinto E P 2007 Organizador Gestão empresa rial casos e conceitos de evolução organiza cional São Paulo Saraiva Robbins S P 2005 Comportamento Organiza cional São Paulo Pearson Prentice Hall Schumpeter J A 1988 A teoria do desenvolvi mento econômico São Paulo Nova Cultura Toyoshima S 1999 Instituições e desenvolvi mento econômico uma análise crítica das idéias de Douglass North Estudos Econômi cos 291 Wagner J 2010 Lider x Empreendedor Dispo nível em httpwwwcathocombrcursos indexphppartigoidartigo232a caoexibir Acesso em 20 nov 2010 Zarpellon S C 2010 O empreendedorismo e a teoria econômica institucional Revista Iberoamericana de Ciências Empresariais y Economia 11 pp 4755 38 Rev de Empreendedorismo Inovação e Tecnologia 11 2538 2014 ISSN 23593539 Entrepreneurship Concepts and Definitions Abstract This paper aims to conduct a discussion on the topic of entrepreneurship We sought in different stu dies on the concepts definitions and understandings of the topic It is exclusively a literature resear ch The results refer to the discussions on the concepts of entrepreneurship types of entrepreneurs the characteristics of entrepreneurs men and women the differences between being an inventor an entrepreneur a manager or a leader and still on process to undertake This study contributed to the construction of the theoretical framework on entrepreneurship and innovation Keywords Entrepreneurship Characteristics of Entrepreneurs innovation